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Eixo III
Ensino
ESPAÇO MULTIMÍDIA E MULTIUSO: TRANSFORMANDO O AMBIENTE DA
BIBLIOTECA
MULTIMEDIA AND MULTIPLE SPACE: TRANSFORMING THE LIBRARY'S ENVIRONMENT
Resumo: A criação de um espaço multimídia e multiuso dentro da Biblioteca foi uma proposta para dar uma nova
utilização ao espaço que funcionava como salão de referência há 26 anos, composto por mobiliários adquiridos ao
longo do tempo e por estantes repletas de dicionários e enciclopédias em papel com rara utilização. O intuito foi trazer
componentes de interesse da geração digital que frequenta a Biblioteca, da comunidade interna e externa, tornando o
local multimídia, proporcionando uma ambiência favorável à adoção de práticas pedagógicas na utilização de
metodologias ativas de ensino. Foram adquiridos grandes televisores, lousas de vidro serigrafado, computadores, puffs,
além de mesa e uma pequena estante de apoio. As mesas existentes foram adesivadas com vinil colorido e a parede foi
pintada com nova cor. Com a mudança do ambiente, o intuito foi torná-lo flexível e multiuso, propiciando, além do uso
cotidiano, um local agradável para ensino e aprendizagem em todos os níveis: graduação, pós-graduação e extensão,
objetivando a transformação da Biblioteca em um centro de aprendizagem. A mudança faz parte de um processo para
dar uma nova visão à Biblioteca, onde mais do que livros e materiais, são as pessoas que transformarão o
conhecimento através dos debates entre elas e do acesso a todas as informações disponíveis na Biblioteca.
Palavras-Chave: Centro de Aprendizagem. Biblioteca Universitária. Ambiência. Espaço de
Aprendizagem.
Abstract: The creation of a multimedia and multipurpose space within the Library was a proposal
to give a new use to the space that served as a reference room for 26 years, composed of furniture
acquired over time and bookshelves full of printed dictionaries and encyclopedias with rare use.
The intention was to bring components of interest of the digital generation that attends the Library,
from the internal and external community, making the multimedia place, a favorable environment
for the adoption of pedagogical practices using the active teaching methodologies. Large
televisions, screen-printed slates, computers, puffs, and a small shelf were also purchased. The
tables were painted with colored vinyl and the wall was painted with a new color. With the change
of the environment, the intention was to make it flexible and multipurpose, providing in addition to
everyday use, a pleasant place for teaching and learning at all levels: undergraduate, postgraduate
and extension, aiming at transforming the Library into a learning center. The change is part of a
process to give a new vision to the Library where, more than books and materials, people will
transform the knowledge through the debates between them besides the access to all the
information available in the Library.
Keywords: Learning Center. University Library. Environmental. Learning Space.
�1 INTRODUÇÃO
Ciências Agronômicas, Câmpus de Botucatu, tornou-se partido arquitetônico de biblioteca para a
Unesp. Foi concebida a partir de uma equipe multidisciplinar, composta por arquitetos,
engenheiros e bibliotecários.
A proposta era que houvesse a integração ambiente/pessoas. A qualidade dos espaços, dos
materiais e do mobiliário deveria ser o diferencial, levando em consideração também o conforto
ambiental e, principalmente, o comprometimento com a cultura local.
Localizada em uma centenária fazenda de café, é rodeada pela natureza que pode ser
contemplada através das amplas janelas de vidro e livre de grades de proteção.
Frequentada por alunos de todo o Câmpus, de outras unidades e cidadãos botucatuenses,
possui um jardim funcional muito visitado, fotografado e amplamente frequentado.
Como exemplifica Knight (2017, p. 297, tradução nossa) "a biblioteca universitária deve
entender os desafios que o ensino superior enfrenta especialmente em relação à nova geração de
estudantes e suas expectativas." Assim, a reflexão sobre o papel da biblioteca no universo digital
tem permeado nossa inquietude sobre um novo fazer que atenda as expectativas da nossa
comunidade e dê suporte à melhoria na qualidade do ensino, pesquisa e extensão.
Para isso, foi pensada a transformação do espaço do salão de referência em um Espaço
Multimídia e Multiuso. O novo ambiente, ressignificado, poderia atender as pessoas em suas
necessidades cotidianas de espaço para estudo e principalmente proporcionar aos docentes um
local de suporte para o desenvolvimento de metodologias ativas de ensino, contribuindo para a
qualidade do ensino e pesquisa, aproximando os conteúdos informacionais disponíveis, seja físicos
ou eletrônicos, às pessoas, aliando a uma ambiência favorável e ao suporte técnico da equipe da
Biblioteca.
A ideia surgiu no início de 2017, numa reunião da equipe sobre remanejamento físico dos
acervos, da necessidade de avaliação da coleção da biblioteca, visando a inclusão de novos
materiais e ampliação de espaços para as pessoas. Anteriormente havíamos participado de
discussões e palestras sobre a revitalização e redefinição do espaço das bibliotecas e do papel dos
bibliotecários da Unesp onde a Coordenadoria Geral de Bibliotecas nos propôs um desafio: uma
reflexão para o novo cenário no qual temos uma mudança nos formatos de comunicação, do acesso
à informação, atendendo as mais diversas gerações e também a necessidade de nos adequar à
linguagem dos nativos digitais, favorecendo o desenvolvimento das competências informacionais,
�dar suporte ao ensino e pesquisa criando um novo espaço de aprendizagem e convivência.
(GOULET; ALLNUTT, 2014).
A literatura atual tem nos levado a repensar alguns aspectos da Biblioteca Universitária
como sua renovação, a evolução do uso dos recursos eletrônicos e a satisfação plena das
necessidades dos usuários. Além de proporcionar ambientes acolhedores e de interação - buscando
parcerias e sendo facilitadores, que dão suporte ao ensino à distância e, sobretudo, às mudanças.
No espaço em questão, observávamos que raramente os dicionários e enciclopédias eram
utilizados, sendo substituídos gradativamente nos últimos anos pelas consultas na internet. Como o
material ocupava um local de destaque na sala, começamos a nos inquietar com seu escasso uso,
aliado a falta de espaço para o acervo físico, ainda em crescimento.
A projeção da quantidade de usuários na concepção foi superada há muito tempo com a
criação de novos cursos de graduação e da pós-graduação, que hoje possui praticamente a mesma
quantidade de alunos em relação à graduação. A demanda por ampliação de espaço para estudo
tem crescido e os alunos permanecem mais tempo na Biblioteca. Mais do que empréstimo, consulta
e estudo, a Biblioteca é local de encontro das pessoas, acolhimento, descanso e reflexão,
entretenimento, reuniões, palestras, discussões de temas diversos, defesa de tese entre outros.
A Biblioteca criou há 17 anos um espaço para o diálogo informal e para a leitura não
técnica, equipado e decorado com máquina de café, puffs e almofadas. Aqui, a evolução seria de
outro local onde o informal também pudesse estar presente nas discussões das aulas, dos cursos de
extensão, nas trocas de informações entre as pessoas e no acesso aos ricos conteúdos
informacionais disponíveis.
Mas como tornar possível e fazer funcionar? Neste contexto, convidamos a comunidade a
opinar sobre seus desejos para o que chamamos de Biblioteca dos Sonhos. Foram realizadas
reuniões com a Comissão de Biblioteca, grupos PET, coordenadores de graduação e pósgraduação, Centro de Estudos e Práticas Pedagógicas da Unesp, Diretório Acadêmico, chefes de
departamentos e apresentamos à congregação da unidade. Diversas sugestões foram apresentadas e
esta proposta da Biblioteca foi aprovada por todos.
Na transformação do espaço, remanejamos vários blocos de estantes deslizantes para outro
local da Biblioteca, realizamos o desbaste e descarte de parte da coleção física, reorganizamos o
mobiliário existente, adquirimos televisores, lousas de vidros, mobiliário na forma de puffs rígidos
coloridos e incluímos cores nas mesas e paredes existentes, além de ampliarmos o número das
tomadas elétricas.
A mudança deste espaço faz parte da metamorfose da Biblioteca, do repensar dos acervos
físicos, dos ambientes, dos serviços e, sobretudo, das pessoas, visto que é a experiência estudantil
�uma das responsáveis pelo desenvolvimento da biblioteca (APPLETON; STEVENSON; BODEN,
2011; LANKES, 2016).
2 DESENVOLVIMENTO
Como a biblioteca pode se tornar um Centro de Recursos de Aprendizagem e Informação
(CRAI) e participar efetivamente nas atividades de ensino, pesquisa e extensão? (CARNEIRO;
SARO, 2017).
Com a facilidade do acesso a informação, proporcionada pelas tecnologias de informação,
pela web e consequente mudança no comportamento das pessoas em sua busca pela informação, a
Biblioteca do século XX, depositária dos grandes acervos físicos, salta para o século XXI com a
necessidade de inovar seu papel, reinventar-se, dar-lhe novo sentido e, neste cenário de grandes
mudanças tecnológicas, impõe uma nova cultura organizacional: a gestão de inovação.
O futuro das bibliotecas universitárias é se tornar um local ativo onde o acesso ao
conhecimento é dinâmico e integrar recursos e serviços que dão suporte ao ensino e aprendizagem,
à pesquisa e às atividades de extensão da universidade. (GAVILÁN, 2008).
Nesta tendência, propusemos a criação deste espaço como uma alternativa às salas de aulas,
de aprendizagem formal, informal e colaborativa, onde as pessoas possam usar os equipamentos
para o compartilhamento de conhecimento, reuniões, cursos de extensão entre outros. (MARCIAL,
2016).
2.1 Objetivos
Proporcionar uma alternativa às salas de aula tradicionais, através de um espaço multiuso e
flexível, e promover o acesso aos conteúdos informacionais existentes para o desenvolvimento da
competência informacional da comunidade acadêmica tornando-a apta a utilizar os recursos
disponíveis de forma definitiva, dando suporte e contribuindo para a qualidade do ensino, pesquisa
e extensão.
2.2 Metas
a) sensibilizar a comunidade em relação ao uso do espaço através de comunicação verbal e
visual (folders e cartazes), além de informativos periódicos através de e-mail, site
institucional e pela fanpage da Biblioteca no Facebook;
b) trabalhar a competência informacional da comunidade acadêmica através de atividades
conjuntas com professores e alunos, criando condições e fomentando a promoção do
desenvolvimento das pessoas, tornando-os independentes de forma permanente;
�c) proporcionar um ambiente de sala de aula invertida que possibilite a utilização de
metodologias ativas de ensino como alternativa às aulas expositivas que vêm causando
crescente insatisfação e discussão na comunidade acadêmica;
d) revisar frequentemente a utilização dos equipamentos e do espaço, visando uma
evolução contínua do papel da biblioteca;
e) aumentar a frequência do uso da biblioteca.
2.3 Indicadores de acompanhamento
Em curto prazo, para acompanhar a utilização da sala serão realizados os levantamentos do
uso através de uma agenda específica criada somente para o espaço. Também será feito, a médio e
longo prazo, um estudo comparativo entre a frequência da biblioteca anterior e posterior à
adequação da sala no novo modelo para medir o impacto que a mudança acarretará nesse quesito.
Além disso, serão elaborados questionários em parceria com os docentes ou responsáveis
pelas atividades realizadas no espaço. Eles serão compostos por questões abertas e fechadas, sobre
a infraestrutura da sala e as atividades realizadas.
2.4 Metodologia
Para a implantação do Espaço Multimídia e Multiuso, realizou-se o remanejamento do
acervo e das estantes que compunham o salão de referências da biblioteca. A Figura 1 mostra o
espaço antes da mudança. O acervo e as estantes foram movidos para outro local do prédio, aonde
irão para avaliação e possível descarte ou desbaste. Essa mudança possibilita a transformação do
espaço em um local exclusivo para pessoas e a troca de conhecimento. O que vai de encontro sobre
como a nova biblioteca deve ser de acordo com a definição dada por Atkinson (2001) apud Jantz
social, um pouco
A mudança na estrutura da sala também se encontra consoante a algumas recomendações
da International Association of Library Associations and Institutions (IFLA) como a que diz que a
(INTERNATIONAL ASSOCIATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS,
2016, p. 31, tradução nossa).
Após a retirada das estantes, foi realizada a pintura de uma das paredes do salão e a
posterior instalação de uma televisão e lousas de vidro. Na parede oposta também foram instaladas
TV e lousas. Junto de uma escrivaninha e estante, foi instalado um computador que poderá ser
utilizado por professores, palestrantes e os demais usuários da sala. A esses equipamentos são
�integrados outros seis computadores que já compunham a infraestrutura do espaço; na Figura 2 o
local transformado é apresentado.
Puffs coloridos foram dispostos no local de modo que sejam mesclados com o mobiliário já
existente dando cor e informalidade ao ambiente. Atualmente o mobiliário e as paredes possuem a
influência da cor age sobre o estado físico, mental e emocional do indivíduo, interferindo na
comportamento das pessoas, aumentando o foco e melhorando o aprendizado do aluno. Aqui, as
cores escolhidas para a sala são as que integram a paleta de tons de azul, tanto por comporem o
logotipo da Faculdade de Ciências Agronômicas quanto por serem cores que transmitem a
sensação de relaxamento e tranquilidade. O trabalho com as cores é continuado com as mesas que
já compunham o salão. Seus tampos foram encapados com adesivo vinílico colorido em tons de
azul, contribuindo para a decoração do ambiente.
Figura 1 Antes da mudança
Figura 2 Após a mudança
A sala conta com grandes janelas sem grades e sem barreiras que permitem um contato com
a natureza que rodeia o ambiente e serve de refúgio para a mente dos que ali frequentam. Conta
também com duas portas de vidro em suas extremidades, o que permite o isolamento do ambiente
�ante os outros locais da biblioteca. Assim, há um controle nos níveis de ruído, deixando a sala e
suas proximidades com níveis mais altos que o lado oposto do prédio onde há salas de estudos
individuais e o nível de ruído baixo é necessário, contribuindo para o estudo e concentração em um
ambiente de silêncio absoluto.
2.5 Contribuições ao ensino, pesquisa e extensão
Com a criação do espaço é possível a realização de aulas expositivas, palestras e reuniões
que abranjam diferentes assuntos e públicos, além de proporcionar o formato de sala de aula
invertida, contribuindo com metodologias ativas de ensino, além de haver maior integração
biblioteca/ensino já que a biblioteca se torna um membro ativo dos processos de aprendizagem.
Os alunos, de graduação e pós-graduação, e professores e demais frequentadores do local
escolhem a forma como se sentem mais confortáveis, seja em cadeiras ou puffs, sozinhos ou
coletivamente. O mobiliário atual, juntamente com os puffs, permite o trabalho em grupo,
estimulando o aprendizado, a criatividade e a interação saudável entre os que frequentarem o local.
2.5.1 Contribuições ao ensino
Por contar com mesas amplas que proporcionam o trabalho em grupo, a sala será um ponto
chave para a reformulação do modelo tradicional de aula, dinamizando o ensino e estimulando a
participação contínua dos alunos durante o período de aula.
Por estar inserida na biblioteca, também possibilita o acesso ao acervo impresso em tempo
real, além do acesso à web que será provido tanto pelos seis computadores ligados a rede física que
já compunham o local quanto pelos dispositivos móveis dos alunos. Esse contato com os materiais
e a pesquisa enriquece o aprendizado e deixa os alunos mais autônomos na busca do conhecimento.
Nessa etapa, de levantamento de literatura, os bibliotecários da unidade poderão participar
auxiliando na pesquisa e trabalhando a competência informacional dos alunos. Desse modo,
espera-se, também, o aumento do uso do acervo físico e dos recursos eletrônicos disponíveis já que
haverá uma maior permanência dos alunos no ambiente, criando uma maior rotina de estudos e
frequência na biblioteca. O uso dos dispositivos móveis como uma das tecnologias disponíveis
para uso na sala poderá ser estimulado para a busca rápida de conceitos ou outros transformando
uma descoberta individual em informação coletiva em questão de segundos já que os aparelhos
podem ser sincronizados com as TVs.
�2.5.2 Contribuições à pesquisa
O Espaço Multímídia e Multiuso da Biblioteca é um ponto de referência também na
pesquisa já que possibilita o relacionamento e convivência entre docentes e alunos de graduação e
pós-graduação dentro e fora do período de aula. A proximidade com os bibliotecários proporciona
boas práticas no uso de bases de dados e recursos informacionais físicos e eletrônicos disponíveis
na universidade atualmente. Essa multidisciplinaridade permitida pelo espaço estimula o
intercâmbio do conhecimento em diversos níveis e o conforto do mobiliário torna o processo da
produção científica mais prazerosa.
2.5.3 Contribuições à extensão
O amplo espaço, que interage com o jardim, acomoda cerca de 80 pessoas o que
proporciona a recepção da comunidade externa que participa de projetos de extensão, como é o
caso dos projetos em parceria com a Universidade Aberta à Terceira Idade (UNATI), aulas aos
alunos da ETEC Dona Sebastiana de Barros, do município de São Manuel e Feira de Profissões
realizados pelo grupo PET de Engenharia Agronômica, bem como do projeto Arboricatu:
Arborização Urbana em Botucatu, realizado pelo grupo PET de Engenharia Florestal e de
atividades do Grupo Timbó de Agroecologia dentre outros.
2.6 Resultados esperados e discussão
Neste momento, estamos no início do processo de funcionamento, portanto discutiremos
em hipótese os resultados esperados.
Espera-se que, com a reformulação da sala, a Biblioteca tenha um papel mais ativo nas
atividades de ensino, pesquisa e extensão através do trabalho de competência informacional com a
comunidade acadêmica.
Consolidar-se como um espaço de debate e interação, pois aproximará professores e alunos
num ambiente descontraído, sendo usado para aulas com metodologias ativas de ensino, e para
atividades diversas, fomentando o pensamento crítico da comunidade.
Espera-se, ainda, um aumento da frequência e uma maior permanência de alunos na
biblioteca que poderão juntamente com professores e bibliotecários trabalharem na construção de
projetos de pesquisa e resolução de problemas.
Além disso, se espera que haja um aumento no uso do acervo, físico e digital, pois os
alunos tendo um maior contato com o ambiente da biblioteca através das aulas que serão
ministradas na sala estarão com maior frequência e maior proximidade com a equipe da Biblioteca.
�O espaço também estará disponível para ao desenvolvimento de quaisquer atividades de
ensino, pesquisa e extensão que podem surgir no decorrer dos anos proporcionando a integração de
teoria e prática em diversas ocasiões.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta proposta foi realizada com auxílio financeiro a partir de um edital da Coordenadoria
Geral de Biblioteca da Unesp e toda a mudança foi realizada com a própria equipe da Biblioteca.
A biblioteca permaneceu em funcionamento durante as mudanças realizadas permitindo aos
frequentadores o acompanhamento de todo o processo realizado em pouco mais de trinta dias. A
transformação foi recebida com muito entusiasmo. A proposta, sendo aceita de forma positiva,
demonstra a boa relação da biblioteca com a comunidade, gerando uma grande expectativa para o
uso do local e dos demais espaços da biblioteca que também foram transformados durante o
processo.
REFERÊNCIAS
APPLETON, L.; STEVENSON, V.; BODEN, D. Developing learning landscapes: academic
libraries driving organisational change. Reference Services Review, Bingley, v. 39, n. 3, p. 343361, 2011.
LANKES, R. D. Expect more: melhores bibliotecas para um mundo complexo. São Paulo:
FEBAB, 2016.
GAVILÁN, C. M. Bibliotecas universitarias: concepto y función: los CRAI. [S.l.: s.n.], 2008.
GOULET, M. A.; ALLNUTT, V. Les bibliothèques universitaires: crise ou métamorphose?
Documentation et Bibliothèques, [Montréal], v. 60, n. 1, p. 3-5, Jan./Mars 2014. DOI:
10.7202/1022857ar. Disponível em: <https://www.erudit.org/fr/revues/documentation/2014-v60n1-documentation01194/1022857ar/>. Acesso em: 16 ago. 2017.
GUIDALLI, C. R. R. Diretrizes para o projeto de salas de aula em universidades visando o
bem-estar do usuário. 2012. 264 f. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo)Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.
INTERNATIONAL ASSOCIATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS.
IFLA trend report 2016 update. The Hague, 2016. Disponível em:
<http://trends.ifla.org/files/trends/assets/trend-report-2016-update.pdf>. Acesso em: 5 out. 2017.
Library & Information Science Research, Kindlington, v. 34, p. 3-12, 2012.
�KNIGHT, J. A. Academic librarians as change champions: a framework for managing change.
Library Management, Bingley, v. 38, n. 6/7, p. 294-301, 2017.
MARCIAL, V. F. Inovação em bibliotecas. In: RIBEIRO, A. C. M. L.; FERREIRA, P. C. G.
(Org.). Biblioteca do século XXI: desafios e perspectivas. Brasília, DF: Ipea, 2016. cap. 2, p. 4359.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Espaço multimídia e multiuso: transformando o ambiente da biblioteca.
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A criação de um espaço multimídia e multiuso dentro da Biblioteca foi uma proposta para dar uma nova utilização ao espaço que funcionava como salão de referência há 26 anos, composto por mobiliários adquiridos ao longo do tempo e por estantes repletas de dicionários e enciclopédias em papel com rara utilização. O intuito foi trazer componentes de interesse da geração digital que frequenta a Biblioteca, da comunidade interna e externa, tornando o local multimídia, proporcionando uma ambiência favorável à adoção de práticas pedagógicas na utilização de metodologias ativas de ensino. Foram adquiridos grandes televisores, lousas de vidro serigrafado, computadores, puffs, além de mesa e uma pequena estante de apoio. As mesas existentes foram adesivadas com vinil colorido e a parede foi pintada com nova cor. Com a mudança do ambiente, o intuito foi torná-lo flexível e multiuso, propiciando, além do uso cotidiano, um local agradável para ensino e aprendizagem em todos os níveis: graduação, pós-graduação e extensão,objetivando a transformação da Biblioteca em um centro de aprendizagem. A mudança faz parte de um processo para dar uma nova visão à Biblioteca, onde mais do que livros e materiais, são as pessoas que transformarão o conhecimento através dos debates entre elas e do acesso a todas as informações disponíveis na Biblioteca
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Inoue, Célia; França, Maísa Coelho; Carvalho, Messias Victor Telles
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
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Eixo III - Ensino
POLÍTICA DE INDEXAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS DAS
REGIÕES NORTE E NORDESTE: UM ESTUDO DIAGNÓSTICO
POLICY OF INDEXING IN FEDERAL UNIVERSITY LIBRARIES OF THE NORTH AND
NORTHEAST REGIONS: A DIAGNOSTIC STUDY
Resumo: A política de indexação padroniza os serviços realizados pelos bibliotecários na
indexação. O objetivo geral deste estudo é discutir a importância da atividade de indexação e da
utilização de políticas de indexação em bibliotecas universitárias federais, mais especificamente
nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, tendo como objetivos específicos identificar a existência de
manuais e/ou políticas de indexação nessas bibliotecas e verificar se a indexação é discutida e
avaliada. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário eletrônico semiaberto através
da ferramenta Google Drive, o qual foi encaminhado às bibliotecas universitárias federais através
de e-mail captado nos sites das próprias bibliotecas. Os dados foram analisados conforme a técnica
da Análise de Conteúdo. Como resultado, pôde-se considerar promissora a realidade de algumas
bibliotecas universitárias nas regiões Norte e Nordeste quanto à busca por mais qualidade na
realização da indexação, visto que 75% das bibliotecas pesquisadas já dispõem de políticas de
indexação para orientar e padronizar esse processo. Dessa forma, verificou-se que esforços estão
sendo direcionados ao aperfeiçoamento da indexação a fim de que as necessidades de pesquisa dos
usuários sejam supridas de forma eficiente.
Palavras-chave: Indexação. Política de Indexação. Bibliotecas Universitárias.
Abstract: The indexing policy standardizes the services performed by librarians in indexing. The
general objective of this study is to discuss the importance of the indexing activity and the use of
indexing policies in federal university libraries, specifically in the North and Northeast of Brazil,
with the specific objectives of identifying the existence of manuals and/or indexing policies
libraries and check if indexing is discussed and evaluated. A semi-open electronic questionnaire
through the Google Drive was used as a tool, which was sent to the federal university libraries
through the e-mail available on the websites of the libraries themselves. Data were analyzed
according to the Content Analysis technique. As a result, the reality of some university libraries in
the North and Northeast regions can be considered as promising for the search for better quality
indexing, since 75% of the researched libraries already have indexing policies to guide and
standardize this process. In this way, it has been verified that efforts are being directed to the
improvement of the indexation in order that the users' research needs are efficiently supplied.
Keywords: Indexing. Indexing Policy. University Libraries.
�1 INTRODUÇÃO
As universidades federais são instituições de ensino superior, tendo o dever de produzir
conhecimento e socializá-lo com a sociedade. Pertencem também a essa esfera as bibliotecas,
denominadas universitárias, que colaboram com os objetivos e missão das universidades ao
promover e disseminar informações técnico-científicas à comunidade universitária e ao público
externo.
Essas bibliotecas universitárias oferecem à comunidade interna e externa das universidades
os mais diversos serviços de informação nos suportes impresso e eletrônico. Seus acervos estão em
catálogos, na maioria das vezes, disponibilizados online. Portanto, as bibliotecas universitárias
assumem um papel estratégico na coparticipação com o ensino, pesquisa e extensão das
universidades. Desse modo, pode-se afirmar que tais bibliotecas têm sob sua responsabilidade,
além de outras atividades, a organização da informação, e, através da representação da informação,
a difusão da informação técnico-científica de maneira eficaz e com efetividade para sua
comunidade.
Entretanto, para que as informações acerca dos documentos possam ser acessadas e
recuperadas pelos usuários de forma eficaz no catálogo, alguns procedimentos são desenvolvidos
anteriormente, como a catalogação, classificação e indexação.
A indexação é um dos mecanismos utilizados para a organização e tratamento da
informação, que permite a identificação do conteúdo dos documentos para os dispor em bases de
dados ou catálogos para posterior recuperação da informação por assunto. Todo esse processo
envolve procedimentos, normas e utilização de instrumentos para orientar as atividades a fim de
disponibilizar com eficiência e qualidade os recursos informacionais para os usuários. Um dos
o trabalho do indexador para o aprimoramento da indexação e, por conseguinte, da recuperação da
16). Todavia, autores como Nunes (2004) e Rubi (2004), que
realizam estudos sobre políticas de indexação, evidenciam a necessidade de mais investigações
sobre esse assunto. Nunes (2004, p. 56) afirma
, segundo Rubi (2004, p. 12),
política de
. Em decorrência dessa carência de literatura, Fujita (2016) também ressalta
a importância e necessidade de mais pesquisas sobre o tema.
Devido a isso, esta comunicação procurou efetivar um estudo em bibliotecas universitárias
federais da região Norte e Nordeste do Brasil com o objetivo geral de discutir a importância da
atividade de indexação e da utilização de políticas de indexação em bibliotecas. Como objetivos
�específicos, buscou-se identificar a existência de manuais e/ou políticas de indexação nestas
bibliotecas e verificar se a indexação é discutida e avaliada.
2 INDEXAÇÃO NO CONTEXTO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
A indexação, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (1992, p. 2),
identificar e descrever o conteúdo de um documento com termos representativos dos seus assuntos
e que constituem uma l
obtenha, através da recuperação da informação no catálogo, o documento desejado na biblioteca.
Para Carneiro (1985), a finalidade principal de um serviço de indexação é fazer com que os
usuários tenham acesso aos documentos ou informações da melhor forma possível, com eficiência
e economia, no momento preciso. No entanto, a atividade de indexação é uma tarefa complexa
(FUJITA; RUBI, 2006), que envolve muitas variáveis (CARNEIRO, 1985), englobando desde o
profissional indexador até o usuário que recebe as informações na etapa final do processo.
Nunes (2004, p. 56) corrobora com esse pensamento ao afirmar que a indexação é uma
atividade subjetiva e que está
. Para que ela
possa ser executada com qualidade, alguns elementos devem ser levados em consideração, tais
como: missão da instituição; estrutura organizacional da unidade de informação; o perfil do
usuário; qualidade e quantidade de recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis; o
formato de apresentação das informações recuperadas; e quem será responsável pela formulação
das estratégias de busca (NUNES, 2004).
Diante de todos esses fatores que envolvem a indexação, o que fazer então para que essa
tarefa seja realizada com mais qualidade, havendo uma recuperação eficaz nos catálogos quando a
busca é feita por assunto? Talvez não se tenha uma resposta exata e precisa ou uma fórmula para
essa pergunta, contudo cabe a cada biblioteca, conforme suas necessidades, público alvo, missão e
objetivos, procurar meios de aprimorar seus serviços de tratamento temático da informação,
realizando estudos para melhorar e aperfeiçoar o processo de indexação, formulando manuais,
instrumentos e políticas que padronizem, orientem e direcionem a atividade, visando a uma
recuperação da informação adequada para seus usuários.
Verifica-se com isso que a indexação é uma tarefa essencial realizada nas bibliotecas pelo
bibliotecário para a organização e tratamento temático da informação, em que o êxito no acesso aos
documentos pelos usuários de forma eficiente depende diretamente da execução eficaz dessa
tarefa.
�Dessa forma, é imprescindível que as bibliotecas deem valor ao processo de indexação,
direcionando atenção e esforços a essa atividade para verificar se todas as etapas do processo estão
sendo realizadas com eficácia, investigar e eliminar os fatores de interferência em sua qualidade e
averiguar os meios necessários para seu aperfeiçoamento, afim de que possam aprimorar seus
serviços e cumprir seus objetivos ao atender com precisão as necessidades e exigências
informacionais de sua comunidade.
2.1 A importância da política de indexação para bibliotecas universitárias
Como observado no tópico anterior, a indexação é um ato subjetivo em que o indexador, ao
realizá-la, pode escolher determinados assuntos no lugar de outros devido a variados fatores que
podem estar relacionados a conhecimento de mundo, aspectos pessoais, éticos, conhecimento do
assunto tratado no documento, experiência, coerência, entre outros. Contudo se faz necessário um
instrumento, como uma política, que, contendo orientações para a execução da atividade de
indexação, possa minimizar gestos subjetivos do indexador em prol de um processo mais objetivo,
mostrando o caminho a ser percorrido desde a etapa inicial até a final do processo de indexação.
Na literatura encontramos definições para política de indexação. Para Lancaster (1968 apud
CARNEIRO, 1985, p. 221),
. Nunes (2004, p. 55) a define como
. Já
. Sob o ponto de
vista de Fujita (2012a, p. 22), a
normas e técnicas orientadas por decisões que refletem a prática e princípios teóricos da cultura
O que se espera dessa política como guia, diretriz e filosofia de orientação para o processo
de indexação dentro dos ambientes das unidades de informação? O seu desenvolvimento vem,
primeiramente, pela necessidade de padronização e qualidade dos serviços de indexação e,
consequentemente, pela satisfação das demandas dos usuários por mais eficiência na recuperação
da informação na busca por assunto nos catálogos. No entanto, tal política é mais que um manual
para orientar somente procedimentos técnicos, é um instrumento reflexivo das decisões que serão
tomadas, a fim de que o tratamento temático da informação, no caso a indexação, não seja
visualizado como uma atividade mecanizada.
Fujita (2016, p. 17) afirma, com base nos estudos de Lancaster (2004), que a política de
�do processo de indexação e da precisão e revocação na rec
política de indexação, ao conduzir o trabalho do indexar através de inúmeros elementos,
proporciona aprimoramento e qualidade do processo de indexação, e, por conseguinte, gera
melhores resultados na recuperação ao fornecer informações relevantes e uteis aos usuários, visto
que seu
do catalogador e aprimorar a representação e recuperação temática de assuntos no catálogo online
(FUJITA, 2012b, p. 64).
Assim, verifica-se que a elaboração e a implantação de uma política de indexação estão
diretamente ligadas às decisões administrativas, de modo que vão refletir em sua composição a
cultura e a filosofia da unidade de informação. Nunes (2004), ao tecer algumas reflexões a respeito
da inexistência de políticas de indexação em bibliotecas brasileiras, afirma que
O que não é esperado é a ausência completa de políticas formalmente enunciadas, mesmo
em bibliotecas ou serviços de informação inserida em instituições razoavelmente
aquinhoadas de recursos, e que abrigam bibliotecas ou acervos documentais de dimensões
consideráveis. Mesmo uma pequena biblioteca pode e deve formular sua política de
indexação é óbvio que adequada aos recursos de que dispõem ou que consegue mobilizar
(NUNES, 2004, p. 57).
Dessa forma, os gestores das bibliotecas devem visualizar a política de indexação como
uma importante ferramenta capaz de solucionar as questões e problemas relacionados com a
atividade de indexação, pois esta sanará as falhas na recuperação da informação por assunto nos
catálogos ao sistematizar os processos de indexação, padronizar os serviços realizados pelos
bibliotecários e nortear as tomadas de decisões, sendo assim necessária a sua adoção nas
bibliotecas.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Esta pesquisa caracterizou-se como descritiva com abordagem análise qualitativa, pois
pretendeu discutir a importância da atividade de indexação e da utilização de políticas de
indexação em bibliotecas universitárias federais nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.
O instrumento utilizado para coletar as informações que subsidiam esta pesquisa foi um
questionário eletrônico semiaberto, contendo 16 questões divididas em duas categorias: a primeira
referente a política de indexação, com 10 perguntas (03 fechadas e 07 abertas), e a segunda
referente a processo de indexação, com 6 perguntas (01 fechada e 06 abertas).
Para envio do questionário, primeiramente foi realizado um levantamento de quantas e
quais são as universidades federais das regiões Norte e Nordeste do Brasil (MINITÉRIO DA
�EDUCAÇÃO, 2017) (ver quadro 1). Foi escolhida somente uma biblioteca de cada universidade,
aquela denominada Biblioteca Central ou a biblioteca responsável pelo sistema de bibliotecas. No
quadro 1 é possível observar o universo desta pesquisa:
Quadro 1: Universidades Federais das regiões Norte e Nordeste
Região Nordeste
(Quantidade)
18
AL (01), BA (04), CE (03), MA (01), PB
Universidades
(02), PE (03), PI (01), RN (02), SE (01).
Federais
Fonte: Elaborado pelas autoras (2017)
Região Norte
(Quantidade)
10
AC (01), AP (01), AM (01), PA
(04), RO (01), RR (01), TO (01).
Total
28
Os questionários foram enviados através dos e-mails de contato do setor responsável pelo
tratamento dos materiais informacionais.
A partir da obtenção dos questionários respondidos, foi elaborada planilha no Excel. A
partir disso, os dados quantitativos foram tratados estatisticamente e as respostas discursivas
referentes às perguntas abertas foram analisadas utilizando-se o método da Análise de Conteúdo.
4 RESULTADOS E ANÁLISE
Foram enviados 28 questionários às bibliotecas universitárias federais, sendo 18 da região
Nordeste e 10 da região Norte. Dos 28 questionários enviados, obtivemos participação de oito
bibliotecas (BU1, BU2, BU3, BU4, BU5, BU6, BU7 e BU8168), correspondendo aproximadamente
a 29% do universo total da amostra. As respostas das oito bibliotecas participantes estão dispostas
em categorias do questionário: a primeira referente a política de indexação com 10 perguntas e a
segunda referente a processo de indexação com seis perguntas.
1° Categoria: Existência de uma política de indexação na instituição (questão 1):
Os bibliotecários foram questionados quanto à existência de política de indexação na
instituição. Seis bibliotecas (BU1, BU2, BU3, BU6, BU7 e BU8) responderam positivamente
(75%) e duas (BU4 e BU5) afirmam não possuir uma política (25%), sendo que das seis bibliotecas
que possuem, quatro instituições (67%) estão na região Nordeste e duas (33%) na região Norte,
conforme observado no Gráfico 1.
168
As Bib
numeral de ordem sequencial conforme as bibliotecas foram respondendo o questionário, ficando representadas da
seguinte forma: BU1, BU2, BU3, BU4, BU5, BU6, BU7 e BU8.
�Gráfico 1: Existência de política de indexação nas instituições participantes da pesquisa
Possuem PI
NORTE (33%)
Não possuem PI
NORDESTE (67%)
Regiões Nordeste e Norte do Brasil
Fonte: Elaborada pelas autoras (2017)
Essa ausência de políticas de indexação em algumas bibliotecas universitárias pesquisadas
confirma uma realidade já presente desde os anos 1980, visualizada por Carneiro (1985, p. 239)
diversos serviç
Observa-se que, mesmo depois de quase 35 anos, a realidade não mudou e algumas bibliotecas,
mesmo que minoria (duas), ainda não formalizam suas decisões em políticas para facilitar o
prosseguimento das atividades e tomadas de decisões futuras, principalmente as relacionadas ao
tratamento temático da informação, como a indexação.
a ausência completa de políticas formalmente enunciadas, mesmo em bibliotecas ou serviços de
informação inseridos em instituições razoavelmente aquinhoadas de recursos, e que abrigam
ntos que
justifiquem a não criação e implantação de políticas de indexação. Ainda para Nunes (2004) a
adoção de política de indexação não deve estar associada somente àquelas bibliotecas que possuem
um número grande de recursos humanos e materiais, pois
perfeitamente possível ao
bibliotecário definir-se por uma política de indexação que se circunscreva a alguns princípios e
(NUNES, 2004, p. 60).
1° Categoria: A política de indexação foi elaborada pela equipe de bibliotecários da
instituição (questão 2) e é utilizada para orientar a indexação (questão 3):
Das seis bibliotecas que possuem política de indexação, todas (100%) afirmaram que a
política foi elaborada pela equipe de bibliotecários da própria instituição e que ela é utilizada para
regulamentar e orientar os procedimentos de indexação na unidade de informação.
�Pode-se dizer, diante disso, que a atividade de indexação, de certa forma, está ganhando
mais importância dentro das bibliotecas, pois, ao demandaram tempo e pessoal para elaboração de
suas políticas de indexação, essas unidades estão mais atentas ao ato de indexar, verificando que,
se a indexação for desempenhada com maior qualidade e padrão através da política de indexação, a
biblioteca e os usuários ganharão muitos benefícios. Isso ocorre pois, através de uma boa
indexação, pode-se obter uma recuperação eficiente da informação, isto é, quando a indexação é
realizada com qualidade, os usuários conseguem recuperá-la de forma rápida e precisa, poupando o
tempo do usuário.
1° Categoria: Avaliação da política de indexação (questão 4) e participação dos bibliotecários
nesse processo de avaliação (questão 5):
As seis bibliotecas afirmaram, também, que a política de indexação de suas unidades passa
por avaliação, sendo realizada em conjunto pela equipe de bibliotecários que compõe o setor de
Tratamento da Informação. A frequência com que é avaliada varia de uma biblioteca para outra, de
seis em seis meses para uma delas (BU1), de dois em dois anos para a maioria (BU3, BU6, BU7,
BU8). Uma (BU2) não determinou tempo para a avaliação, afirmando apenas que a política é
avaliada sempre que necessário.
A avaliação da política de indexação realizada pelas bibliotecas em questão é fato
importante a ser destacado, visto que a política não é um instrumento finalizado e de tempo em
tempo deve ser revisada para verificar se ainda retrata a cultura, os valores e a missão da unidade
de informação no que concerne ao tratamento temático da informação. Nesse sentido, Galvino,
Santos e Santos (2014, p. 97) corroboram conosco ao afirmar que
nunca está pronta, ela sofre interferência da dinâmica do tempo que muda tudo. Por isso ela deve
ser avaliada periodicamente
Verifica-se que a revisão da política de indexação se faz necessária principalmente quando
há mudanças na unidade de informação, pois, segundo Nunes (2004, p. 58), a política de indexação
alterem as condições institucionais e conforme
responsável pela política de indexação deve atentar-se às revisões e alterações necessárias nesse
instrumento conforme as mudanças vão ocorrendo na instituição.
Já a respeito da participação da equipe de bibliotecários na avaliação da política de
indexação, é lícito afirmar que ela contribui de forma positiva para o aperfeiçoamento desse
instrumento nas bibliotecas pesquisadas, visto que permite uma integração de diferentes visões do
�processo de indexação, deixando de concentrar em uma única pessoa as decisões sobre as revisões,
alterações e mudanças na política.
1° Categoria: Na ausência de política de indexação, o tema é discutido entre os bibliotecários
da instituição (questão 6):
Em relação às duas bibliotecas universitárias que afirmaram não possuir política de
indexação (BU4 e BU5), quando questionadas sobre a existência de discussões a respeito do tema
com os bibliotecários da seção/setor de Tratamento da Informação, ambas afirmaram que o tema é
discutido entre a equipe de bibliotecários que executam a atividade de indexação, contudo somente
uma (BU4) afirmou que estão organizando a política de indexação a partir de debates e encontros
com a equipe de bibliotecários da instituição.
Verifica-se, com base nisso, o quão essencial são os estudos e discussões informais e
formais sobre a temática política de indexação para as bibliotecas que ainda não as possuem a fim
de orientar suas atividades de indexação. A partir desses debates, as bibliotecas podem iniciar suas
pesquisas para verificar quais serão os componentes de suas políticas de indexação, conforme
realizado pela BU4, pois cada política possui elementos específicos que retratam a singularidade de
cada biblioteca.
1° Categoria: Na ausência da política de indexação, existe outro manual de procedimentos ou
rotinas para a indexação (questão 7), esse manual é avaliado (questão 8) e os bibliotecários
participam do processo de avaliação (questão 9):
Quanto a esses questionamentos, as bibliotecas que não possuem políticas de indexação
declararam:
diferentemente desta,
(BU4) e,
ão existe um manual apenas algumas recomendações de pesquisar os
termos autorizados da bases de dados de outras instituições (BN, Bibliodata, etc.) (BU5).
Desse modo, verifica-se que, devido a inexistência de política de indexação, as bibliotecas
criaram outros mecanismos para dar suporte à indexação, porém não tão exclusivo e específico
como a política de indexação, que permite uma maior eficácia na atividade de indexação, uma vez
que esses manuais, muitas vezes, como observado no caso da biblioteca BU4, englobam também
outras orientações para outra atividade efetuada no setor de Tratamento da Informação. As
recomendações, no caso da BU5, referem-se apenas a procedimentos de controle de vocabulário,
deixando de lado outros aspectos da indexação. Ambas as bibliotecas não fazem avaliação dos seus
manuais (orientações), não permitindo que estas pequenas instruções sejam revisadas pela equipe
de bibliotecários.
�1° Categoria: Visão do setor de Tratamento da Informação sobre política de indexação
(questão 10):
Quadro 2: Visão do setor de Tratamento da Informação sobre política de indexação
Respostas
Bibliotecas
BU1
BU2
BU3
De modo geral, entende que os documentos são importantes para esclarecimentos de dúvidas
e estabelecimento de diretrizes que proporcionam a busca pela padronização pretendida no que
BU4
ação por meio da padronização das entradas de assuntos e
BU5
BU6
BU7
BU8
relacionados foram estudados, exemplificados e determinados orientando a imparcialidade,
fidelidade e coerência ao conteúdo documental. Assim, orienta os bibliotecários às
temática dos documentos de forma racional e consistente para que o usuário recupere as
Fonte: Elaborada pelas autoras (2017)
De modo geral, observou-se, conforme quadro 2, que a visão dos profissionais está de
acordo com o que versa a literatura sobre política de indexação, considerando-a um instrumento
para a padronização e orientação da atividade de indexação visando a uma execução de qualidade
da representação temática da informação. Todavia somente dois profissionais mencionaram a
recuperação da informação nas suas falas, considerando a recuperação eficaz da informação como
consequência do processo de indexação.
Com isso, verifica-se a necessidade de mais estudos sobre políticas de indexação por parte
dos profissionais que atuam nas bibliotecas com a finalidade de ampliar seus conhecimentos para
então poder vislumbrar os diversos benefícios trazidos pela política tanto para a indexação quanto,
e principalmente, para os usuários, que poderão acessar a informação por meio de uma recuperação
influenciará
.
2 ° Categoria: Tem bibliotecário exclusivo para a atividade de indexação (questão 11), e
quantos são responsável unicamente por essa atividade (questão 12):
Pode-se observar, a partir do quadro 3, que, das oito bibliotecas pesquisadas, apenas três
(37%) dispõem de profissional bibliotecário exclusivo para o desenvolvimento da indexação (BU6,
BU7 e BU8), sendo que BU6 e BU8 possuem um profissional cada e a BU7 conta com três
profissionais. Apesar do resultado ser da minoria, essa realidade nas bibliotecas é favorável para a
�indexação e traduz uma nova percepção desses ambientes, que retrata uma preocupação maior com
a execução da atividade, dando-lhe mais importância.
Entretanto, foi observado (quadro 3) que, apesar das outras bibliotecas disporem de um
número razoável de bibliotecários no setor de Tratamento da Informação (BU1 com 4, BU2 e BU3
com 10 cada, BU4 com 2 e BU5 com 5), elas não direcionam um profissional para a exercer
unicamente a indexação. Os motivos para tal fato podem ser diversos, contudo a não realização da
indexação por um único profissional ou o caso de quando um mesmo profissional realiza várias
tarefas ao mesmo tempo são situações que se traduzem muitas vezes em uma atividade executada
de modo superficial, não obtendo o aprofundamento adequado e exigido para uma indexação com
qualidade.
Quadro 3: Bibliotecas que possuem bibliotecário exclusivo para a indexação
Bibliotecas
BU1
BU2
BU3
BU4
BU5
BU6
BU7
BU8
Tem bibliotecário exclusivo
para indexação
Não
Não
Não
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Bibliotecários responsáveis
unicamente pela indexação
0
0
0
0
0
1
3
1
Bibliotecários que realizam
indexação e outras atividades
4
10
10
2
5
0
0
0
Fonte: Elaborada pelas autoras (2017)
2 ° Categoria: Treinamentos e cursos de capacitação continuada para os indexadores
(questões 13 e 14):
Verificou-se que seis bibliotecas realizam treinamento com os bibliotecários antes de
iniciarem a atividade de indexação, no entanto apenas quatro delas informaram os tipos de
(BU1);
treinamento:
catalogação no Pergamum
Informativos
(BU3);
(BU7) e
(BU8).
Observa-se que os treinamentos não são exclusivamente para a atividade de indexação, mas
englobam instruções de forma geral das atividades relacionadas ao Tratamento da Informação,
como, por exemplo, a catalogação, manuseio de cabeçalhos de assuntos e software de
gerenciamento de bibliotecas, assim como o próprio repasse de informações através da
comunicação informal. Esses fatores vivenciados pelas bibliotecas de certa forma contrapõem e
divergem do que seria esperado, já que as quatro possuem políticas de indexação, o que nos faz
�pensar e questionar: os componentes das políticas de indexação estão de fato direcionados para
aperfeiçoar a indexação, traçando adequadamente todos os elementos necessários para subsidiar o
ato de indexar tanto para os profissionais que já estão na ativa quanto para aqueles que iniciam na
atividade?
Os resultados sobre a capacitação continuada desses profissionais foram inversos aos cursos
de treinamentos, visto que apenas duas bibliotecas (BU2 e BU7) afirmaram que dispõem de
capacitação para os bibliotecários, sendo que apenas uma citou a capacitação:
utilização do sistema Pergamum Módulo Autoridade e MARC 21
(BU7). Algumas
justificaram a ausência de capacitação principalmente por falta de recursos financeiros:
(BU1);
ituição para
(BU5); e
(BU8).
Por mais que possa haver escassez financeira, as unidades de informação devem buscar
alternativas para oferecer qualificação aos seus profissionais, tanto para a indexação quanto para
outros serviços análogos a essa atividade.
2 ° Categoria: O processo de indexação é discutido e avaliado pelos bibliotecários do setor de
Tratamento da Informação (questões 15 e 16):
Por último, foi verificado se o processo de indexação é discutido e avaliado pelos
bibliotecários. Nesse sentido, todas as bibliotecas responderam positivamente ao primeiro
questionamento (ver quadro 4), afirmando que a indexação realizada passa por debates entre a
equipe. A BU7 declarou ainda que essas discussões ocorrem
No entanto, apesar de haver discussões sobre o processo de indexação em todas as
bibliotecas, somente cinco (63%) delas (BU1, BU2, BU6, BU7 e BU8) avaliam o ato de indexar,
porém com frequências variadas. A BU1 faz uma avaliação de seis em seis meses pela equipe de
bibliotecários; na BU7 a avaliação é realiza mensalmente pela diretora da divisão e, em casos de
interferências mais rigorosas, pela diretora do sistema de bibliotecas; já a BU6 não informou de
quanto em quanto tempo é feita a avaliação, mas, quando é executada, há uma comissão de
bibliotecários que se encarrega dessa tarefa; as bibliotecas BU2 e BU8 não especificaram o tempo
de avaliação, porém a BU8 declarou que é concretizada pela equipe do setor de Tratamento da
Informação. Nas outras unidades (BU3, BU4 e BU5) não ocorre avaliação (Quadro 4).
�Quadro 4: Bibliotecas que discutem e avaliam o processo de indexação
Bibliotecas
BU1
BU2
BU3
BU4
BU5
BU6
BU7
BU8
Processo de indexação é
discutido?
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Sim
Processo de indexação é
avaliado?
Sim
Sim
Não
Não
Não
Sim
Sim
Sim
Frequência da
avaliação
Seis em seis meses
Não informou
------------Não informou
Mensalmente
Não informou
Fonte: Elaborada pelas autoras (2017)
Desse modo, constata-se que nas bibliotecas há preocupação com a atividade de indexação
por ser destinado tempo para discussão entre os profissionais que a executam. Esse posicionamento
é importante, pois, a partir dessas iniciativas, as bibliotecas criam ambientes propícios para a
revisão e atualização de suas políticas de indexação e, quando não há políticas, para a própria
elaboração destas.
Verifica-se ainda que esforços maiores devem ser dirigidos à indexação, principalmente em
respeito a sua avaliação, visto que em três bibliotecas isso não ocorre. Considera-se que somente
discutir não é o suficiente, o processo também tem que ser avaliado para verificar eventuais falhas
e consequentemente lapidar a indexação, sempre em busca da qualidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indexação realizada pelos bibliotecários, apesar de ser uma grande ferramenta de suporte
para o aperfeiçoamento da recuperação de documentos por assunto, consoante os interesses e
necessidades informacionais dos usuários, apresenta alguns entraves, principalmente pela
inexistência de política de indexação em duas (25%) das oito bibliotecas pesquisadas.
Embora as bibliotecas estejam caminhando a passos estreitos em direção à elaboração de
suas políticas de indexação, podemos considerar promissora a realidade de algumas bibliotecas
universitárias principalmente nas regiões Norte e Nordeste no que concerne à busca por mais
qualidade na realização da indexação, visto que 75% das bibliotecas pesquisas já dispõem de
políticas para orientar e padronizar o processo.
Esta pesquisa procurou retratar um panorama da realidade de algumas bibliotecas
universitárias das regiões Norte e Nordeste do Brasil em relação a Tratamento Temático da
Informação, mais precisamente a indexação, destacando que esforços estão sendo direcionados ao
aperfeiçoamento dessa atividade, pois, mesmo naquelas bibliotecas em que não há políticas de
�indexação, o assunto é discutido e existem outros manuais para orientar a indexação, bem como
aproximadamente 63% das bibliotecas avaliam o ato de indexar e 37% dispõem de profissional
bibliotecário exclusivo para o desenvolvimento da indexação.
Contudo, torna-se imprescindível que as bibliotecas universitárias planejem e implantem
no caso daquelas que ainda não têm, como visto nesta pesquisa (duas bibliotecas, 25%) , revisem
e atualizem
no caso das que já possuem (seis bibliotecas, 75%)
suas políticas de indexação com
a finalidade de conduzir o adequado processo de indexação, permitindo disponibilizar com
qualidade, presteza e praticidade as informações sobre os seus documentos nos catálogos,
aprimorando a recuperação da informação e, consequentemente, suprindo, dessa forma, as
expectativas e necessidades de pesquisa de seus usuários.
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�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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Política de indexação em Bibliotecas Universitárias Federais das regiões Norte e Nordeste: um estudo diagnóstico
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Garcia, Valdenise César; Redigolo, Franciele Marques
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UFBA
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2018
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A política de indexação padroniza os serviços realizados pelos bibliotecários na indexação. O objetivo geral deste estudo é discutir a importância da atividade de indexação e da utilização de políticas de indexação em bibliotecas universitárias federais, mais especificamente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, tendo como objetivos específicos identificar a existência de manuais e/ou políticas de indexaçãonessas bibliotecas e verificar se a indexação é discutida e avaliada. Utilizou-se como instrumento de pesquisa um questionário eletrônico semiaberto através da ferramenta Google Drive, o qual foi encaminhado às bibliotecas universitárias federais através de e-mail captado nos sites das próprias bibliotecas. Os dados foram analisados conforme a técnica da Análise de Conteúdo. Como resultado, pôde-se considerar promissora a realidade de algumas bibliotecas universitárias nas regiões Norte e Nordeste quanto à busca por mais qualidade na realização da indexação, visto que 75% das bibliotecas pesquisadas já dispõem de políticas de indexação para orientar e padronizar esse processo. Dessa forma, verificou-se que esforços estão sendo direcionados ao aperfeiçoamento da indexação a fim de que as necessidades de pesquisa dos usuários sejam supridas de forma eficiente.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5857/SNBU2018_255.pdf
4dabfc25ab19108d940e975d608af4cb
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
CLUBE DE LEITURA DA BCE: RELATO DE UMA AÇÃO CULTURAL NA
BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (BCE/UnB)
BCE READING CLUB: A CULTURAL ACTION EXPERIENCE REPORT OF CENTRAL
LIBRARY FROM UNIVERSITY OF BRASILIA (BCE/UnB)
Resumo: Visando cumprir seu papel junto à universidade e participar ativamente da tríade
ensino, pesquisa e extensão, a biblioteca universitária desenvolve diversas atividades
complementares. A promoção de clubes de leitura pode cumprir o papel de uma ação cultural
e apresenta-se como uma boa alternativa para a promoção da extensão nessas unidades de
informação. Este artigo apresenta a iniciativa da Biblioteca Central da Universidade de
Brasília em iniciar o "Clube de Leitura da BCE" como forma de ação cultural. O artigo
apresenta-se por meio de uma revisão de literatura sobre os temas abordados, um
levantamento de outras bibliotecas que realizam esse tipo de ação cultural, e é descrito o
relato de experiência sobre o processo de planejamento, implantação, desenvolvimento do
projeto do Clube assim como o registro de algumas percepções dos leitores participantes do
clube de leitura. A ação já demonstrou resultados positivos dentre seus participantes e
organizadores, o que demonstrou uma boa opção de mediação cultural e extensão entre a
biblioteca e a comunidade que a cerca.
Palavras-chave: Clube de leitura. Clube do livro. Leitura. Ação cultural. Biblioteca
universitária.
Abstract: In order to fulfill its role with the university and actively participate in the teaching,
research and extension triad, the academic library carries out several complementary
activities. The promotion of book clubs can fulfill the role of a cultural action and presents
itself as a good alternative for the promotion of extension activities in these information units.
This paper presents the initiative from the Central Library of the University of Brasilia in
starting the "BCE Reading Club" as a form of a cultural action. This essay is presented via a
review of the literature on the covered topics, a survey from other libraries that perform this
type of cultural action, and describes an experience report on the process of planning,
implementing, and developing the Reading Club project, as well as the recording of some
observations from the readers that participated in the reading club. The action has already
shown positive results among its participants and organizers, which has become a good
�example for cultural mediation and extension between the library and the surrounding
community.
.
Keywords: Book discussion group. Book Club. Reading. Cultural Action. Academic Library.
Introdução
A biblioteca universitária possui como uma de suas missões corroborar para a missão
maior e substancial das Universidades: alcançar a efetivação do tripé ensino, pesquisa e
extensão. De acordo com a Constituição Nacional (BRASIL, 1988), as universidades devem
obedecer ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, portanto para
estar em equilíbrio, este tripé precisa receber incentivos de forma igualitária.
Assim como as universidades, as bibliotecas universitárias devem aplicar seus esforço
não apenas em ensino e pesquisa, como frequentemente é visto. Ela deve atuar também no
processo de extensão. De acordo com Saviani (1987), a extensão é o processo de articulação
da universidade com a sociedade com o objetivo de que o conhecimento não fique restrito aos
seus muros.
Uma das maneiras das bibliotecas se envolverem nesse processo é através da
promoção de ações culturais, pois estas fornecem vivência cultural e educativa junto ao seu
público, que no caso da extensão é a comunidade como um todo. Para tanto, as bibliotecas
podem se valer de diferentes suportes culturais e informacionais através da arte, da música, do
teatro, exposições, debates, entre outras, de modo a obter como resultado a interação entre a
universidade e a sociedade (SÁ, 2013).
Visando estimular a interação universidade-sociedade, a Universidade de Brasília
iniciou em janeiro de 2017 a implantação do Clube de Leitura da BCE, no qual participam
alunos, professores, colaboradores e a comunidade em geral. Apesar do pouco tempo de
atividade do clube, este já apresenta incentivos para a sua perpetuação e para divulgação à
comunidade acadêmica como forma de promover atividades como esta por todo o país.
Revisão de literatura
A escrita e leitura sempre foram alicerces fundamentais na história da evolução da
cultura humana. Para Laraia (2007), o que diferencia o ser humano dos outros seres vivos da
natureza é sua capacidade intrínseca de produzir cultura, ou seja, a presença do livro e da
leitura - enquanto instrumentos essenciais da formação cultural - na nossa história pode ser
considerada um marco na definição que temos de nós mesmos há alguns séculos.
�A história da leitura ocidental passa por uma reformulação na Grécia antiga, onde a
relação entre fala e escrita tomou a forma como conhecemos hoje. No início, as interações
orais, no âmbito público e particular, eram tidas como um caminho para atestar a veracidade
de um fato ou discurso. Após a escola de Sócrates, surge um novo pensamento com relação à
escrita, no qual ela poderia ser um instrumento mais sólido para o alcance do conhecimento
científico e filosófico do mundo, longe de sofismos e retóricas que a fala poderia levar seus
ouvintes (McNEELY; WOLVERTON, 2013). Manguel (1997) afirma que a leitura é uma
capacidade nata do ser humano, para onde os olhos apontam, há a potência da leitura, seja ela
de um mundo físico e real ou simbólico e cultural. Depois de séculos de história humana, a
leitura e escrita são tidas como atividades fundamentais para a formação do indivíduo social e
cidadão, dotado de direitos, deveres e capaz de produzir, reproduzir e consumir cultura.
A Ciência da Informação (CI), enquanto campo do conhecimento científico, tem como
um de seus principais objetos de estudo o livro físico, e mais recentemente, seu
desdobramento virtual, como o livro eletrônico e digital. Segundo Borko (1968), a CI é a
disciplina que investiga as propriedades e comportamentos da informação, as forças que
modelam seu fluxo e os meios de processamento da informação, com objetivo de otimizar seu
acesso e usabilidade. Ou seja, grande parte dos estudos na área, tanto no século XX como no
XXI, estão estreitamente relacionados às interações dos livros e de sua leitura, seja em suporte
físico ou virtual, dentro de unidades de informação ou em locais de acesso à informação.
Logo, o estudo dos impactos que podem ser notados e sentidos com o uso e processamento do
livro enquanto um suporte dotado de informação, pode ser também considerado o estudo
sobre a história cultural, de um ponto de vista mais técnico e científico, do ser humano.
Dentro de uma biblioteca universitária está presente, concomitantemente, o estudo e
prática da leitura, do livro, da Ciência da Informação e das ações culturais que podem
promover uma maior agregação de valor nessa cadeia informacional. Segundo Milanesi
(2003, p. 24), a biblioteca é a "mais antiga e frequente instituição identificada com a cultura".
Contudo, não é bem essa a realidade que observamos no Brasil, tanto nas bibliotecas públicas,
especializadas, infantis, escolares quanto nas universitárias. Importante frisar que o último
tipo, as universitárias, possui como uma de suas missões corroborar para a missão maior e
substancial das Universidades, qual seja: alcançar a efetivação do tripé ensino, pesquisa e
extensão. Talvez os objetivos mais alcançados por essas instituições sejam o ensino e
pesquisa, até por força de legislação (avaliações periódicas do MEC, etc.), enquanto as
atividades de extensão ficam muitas vezes a desejar, seja por falta de incentivo, de tempo, de
planejamento ou por falta de uma política pública ou social maior do país que conflua para o
�sentido de retorno do conhecimento científico e cultural que a Universidade promove aos seus
estudantes e colaboradores.
Taparanoff (1982) afirma que a biblioteca universitária tem como uma de suas
características basilares a de ser uma organização social, ou sistema social. Ou seja, para além
de suas funções técnicas, ela precisa colaborar para modificação da realidade social do
ambiente em que está inserida. Tal ideia corrobora com o pensamento mais contemporâneo de
Milanesi (2003), o qual afirma que o acervo de uma biblioteca não deve ser a principal
preocupação dos bibliotecários, educadores e gestores, e sim a real necessidade de informação
de seu possível público. A forma como essa biblioteca irá instigar em seus usuários a reflexão
e conhecimento, para que eles, enquanto cidadãos e indivíduos pertencentes a uma sociedade,
possam adquirir essa informação e terem a potência mudar a realidade a qual pertencem.
Enquanto centro nevrálgico de uma Universidade, a biblioteca pode e deve fazer uso
de sua potência de mediadora informacional e cultural. Realizar o intercâmbio e comunicação
de informações pode ser a resposta para uma mediação institucional social que promova o
aprimoramento de seus usuários e da comunidade a qual serve (ALMEIDA, 2014a). Sá (2013)
ressalta a necessidade de se estimular no ambiente universitário a formação de leitores, se
utilizando de diferentes suportes culturais e informacionais, através da arte, da música, do
teatro, da contação de histórias, exposições, lançamento de livros, sessões de autógrafos com
escritores, debates e demais atividades voltadas para o livro e seus personagens, visando obter
como resultado interação entre a universidade e a sociedade. Um dos caminhos que podem ser
encontrados por esse tipo de unidade de informação é a promoção de ações culturais que
busquem fornecer vivência cultural e educativa junto ao seu público, além de formá-lo para a
reprodução
da
experiência
vivida
ou
a
criação
de
outras
em
seu
meio.
Coelho Neto (2001) nos traz que a ação cultural acontece como um diálogo constante
entre a comunidade sujeito da ação e o gestor cultural que a agencia, onde o agente se
aproxima e se envolve horizontalmente com a comunidade com a qual serão realizadas as
ações; e, além disso, por considerar os sujeitos como produtores do conhecimento, busca
provocá-los a mudanças significativas em suas vidas, portanto é um processo que tem um
princípio determinado mas não um fim definido; interessante observar que o destaque à ação
cultural ante outros fazeres culturais a serem realizados na biblioteca é esse instigar à reflexão
e da intrínseca modificação do indivíduo a partir dela. Ao bibliotecário se abre um campo de
atuação que oferece inúmeras opções de atividades a serem desenvolvidas, nas quais é
indiscutível sua importância tanto em dinamizá-las como de alavancar o processo de produção
cultural dessas instituições e da sociedade (CABRAL, 1999). O bibliotecário nesse contexto
�passa então a ter um papel de agente cultural, coordenando ações, planejando projetos e
provendo recursos, e buscando não interferir na ação em si, sendo apenas o guia condutor do
público-alvo dentro da ação. Cabral (1999, p. 40) acrescenta que
[...] o agente prepara as condições e fornece os recursos que propiciem o desenrolar
e o avanço da produção cultural, deixando que os membros dos grupos exerçam o
papel de sujeitos do processo de criação. Nela o indivíduo é o CRIADOR, e tem
autonomia para escolher com ampla liberdade os meios e técnicas que prefere
utilizar no ato criativo
ou seja, gerando um ambiente propício e agindo como mediador na ação cultural.
É importante salientar que em uma sociedade desigual, como a brasileira, que espaços
públicos acadêmicos busquem abrir suas portas para iniciativas que promovam experiências
para além do historicamente tradicional, e que de fato sejam mediadores do conhecimento e
ações culturais. Desta forma, cada vez mais a missão destas bibliotecas poderá ser atingida, ao
proporcionar à sociedade e à comunidade que a cercam possibilidades de contato,
disseminação, troca de informação, conhecimento e cultura (ALMEIDA, 2014b).
A biblioteca universitária possui muitas facetas para colocar em prática sua missão de
promover o tripé ensino, pesquisa e extensão. Projetos e atividades voltadas às ações culturais
podem e devem ser uma delas. Unir o que há de melhor em uma biblioteca - seus usuários,
corpo funcional e acervo/tecnologias - e transformar esse escopo em uma prática periódica de
mediação cultural, é um dos caminhos que podem ser percorridos, como incentivar a
formação de grupos de estudo, de leitura, de cineclubes, de intervenções artísticas, oficinas,
projetos de extensão com a comunidade externa e interna, ser sede de eventos culturais e
tantas outras atividades.
Recentemente, uma dessas práticas vem sendo resgatada de forma mais perceptível na
sociedade brasileira e mundial. São os clubes de leitura. O ser humano possui a tendência
social intrínseca em seu comportamento, reunir-se em grupos com objetivos e interesses
semelhantes, a qual é uma prática tão humana quanto a de produzir cultura. A fusão entre voz
e corpo no compartilhamento de impressões de leituras individuais para e com o coletivo,
pode possibilitar várias releituras de uma mesma história, o que agrega valor à prática da
leitura, com benefícios incalculáveis para seus participantes (OLIVEIRA; RIBEIRO; WILKE,
2012).
Os clubes de leitura não são uma prática contemporânea, há muito existem. Contudo,
nas últimas décadas vem se presenciando um fenômeno de reencontro dessa prática, de uma
forma mais midiática e interativa. Algumas tecnologias da informação e ações específicas de
pessoas famosas e influentes fizeram com que a prática da leitura e seu debate em conjunto
�fosse resgatada para o grande público. Desde os anos 90 do século XX, a apresentadora de TV
estadunidense Oprah Winfrey possui e lidera um clube de leitura. Nos últimos anos ela
migrou suas discussões sobre livros para plataformas online, o que proporcionou uma maior
integração e participação do público. Além de Oprah, há pouco tempo a atriz Emma Watson,
atualmente embaixadora da boa vontade da ONU para mulheres, criou um clube online de
leitura feminista para compartilhar com seus integrantes leituras que tratem do assunto.
No Brasil, muitas livrarias e grupos de pessoas particulares também vêm promovendo
encontros e formações de clubes de leitura. Talvez um dos mais famosos do país é o Leia
Mulheres. Um grupo de leituras que teve como inspiração uma ação promovida em 2014 pela
escritora e ilustradora britânica Joanna Walsh, com a campanha #ReadWomen2014, que teve
a ideia de questionar o porquê do baixo índice de leitores e de publicações de mulheres no
meio literário e editorial mundial. O Leia Mulheres já está presente em várias cidades do
Brasil, promovendo, além das discussões de gênero e feminismo, a criação de novos clubes de
leitura.
Algumas editoras também promovem clubes de leitura em livrarias, como o caso da
Companhia das Letras, que possui uma agenda de reuniões em algumas livrarias de cidades
do Brasil. Algumas outras iniciativas recentes nos canais de vídeos da internet também
contribuem para a formação de clubes de leitura e para a prática da leitura. Esses canais,
conhecidos como Booktubers (pessoas que compartilham suas leituras na internet no formato
de vídeos), incentivam a leitura entre jovens e adultos, ao trocar experiências com sua
audiência e levar uma nova forma de enxergar a leitura.
Segundo a última pesquisa do Instituto Pró-Livro, Retratos da Leitura no Brasil
ro lê em média 4,96 livros por ano, onde 2,53 dos livros são
terminados pelo leitor e apenas 2,88 são lidos por própria vontade - considerou-se leitor a
pessoa que leu algum livro nos três meses anteriores à pesquisa. Em comparação com outros
países desenvolvidos, não somos especificamente uma pátria de leitores. Logo, observar um
fenômeno de crescimento, ou mesmo surgimento, de clubes de leitura no país, é algo muito
positivo.
Levar a prática do compartilhamento de leituras para dentro das bibliotecas seria uma
das ações culturais, tanto do ponto de vista das Ciências Sociais quanto da Ciência da
Informação, capazes de alterar a realidade dos usuários e dos envolvidos na prática. Alguns
relatos de experiência dessa prática já foram feitos na literatura. Como é o exemplo do Clube
do livro "Era uma vez" dos servidores do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC), que surgiu em 2012 com o objetivo de proporcionar uma discussão
�informal das leituras dos servidores do sistema. Esse não é um grupo aberto para a
comunidade acadêmica (DE BEM; AMBONI, 2012). Outro clube de leitura dentro do
ambiente da biblioteca universitária é do clube de leitura universitário da Universidade
Castilha la Mancha, na Espanha. Após uma iniciativa realizada em 2002, o clube de leitura foi
expandido para as demais bibliotecas da universidade, como um projeto de extensão. Os
encontros são destinados tanto para a comunidade interna como a externa à instituição
(JIMÉNEZ, 2013).
Na Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) também
acontece um clube de leitura idealizado por professor da área do direto da instituição, desde
2013. A biblioteca fornece todo o suporte técnico e material para as reuniões, que são
mediadas por palestrantes convidados. Os resultados desses encontros se mostraram bastante
positivos para o grupo, com perspectivas de crescimento e maior adesão acadêmicos (FICHT,
2016).
Implantação do Clube de Leitura BCE: relato de experiência
Histórico
A ideia inicial para a implantação do Clube de Leitura aconteceu em meados de 2016.
Inicialmente seria apenas uma forma de promoção da leitura entre os colaboradores da BCE.
Em janeiro de 2017 foi elaborado um projeto com as diretrizes básicas para a criação da
atividade, que solidificou a ideia e possibilitou a sua criação. O projeto foi apresentado à
direção da biblioteca que autorizou o seu início. Assim, foi realizada uma consulta entre os
colaboradores da biblioteca, a fim de verificar quem teria interesse em participar da
organização da atividade.
Em julho de 2017 foi realizada uma reunião inicial entre os colaboradores da
biblioteca, responsáveis pela organização do clube, para traçar as diretrizes finais para a
implantação do Clube de leitura. Ficou decidido que os encontros seriam realizados
mensalmente, sempre na última quinta-feira do mês, com início previsto para o mês de
setembro de 2017. As leituras seriam preferencialmente de livros de ficção que tivessem um
número de páginas não muito extenso, a fim de viabilizar os encontros mensais.
Escolha das obras
O método para escolha das obras obedeceu aos seguintes critérios:
1
Seis obras são previamente escolhidas entre a comissão organizadora do clube;
�2
As seis obras selecionadas são postadas na página da Biblioteca Central do Facebook
(página com mais de 13 mil curtidas e bom alcance). Os membros da página votam por meio
das reações do Facebook (ver figura 1);
3
As três obras com maior número de reações são levadas para votação entre os
participantes do clube;
4 A obra mais votada é a escolhida para a leitura do mês seguinte;
5
A obra vencedora é divulgada no Facebook da biblioteca, com o convite para a próxima
edição do clube (ver figura 2);
Figura 1: Postagem com a votação para a edição de janeiro do Clube
Fonte: Página oficial da BCE no Facebook/2018
�Figura 2:
Postagem com o convite para a segunda edição do Clube
Fonte: Página oficial da BCE no Facebook/2018
O primeiro encontro
21 e 28 de setembro de 2017
A comissão organizadora do clube indicou, como primeira leitura, a obra Dois irmãos, do
escritor amazonense Milton Hatoum. Dessa forma, não houve votação popular para a escolha
como nos encontros posteriores. Para discutir essa primeira obra, seriam excepcionalmente
realizados dois encontros: um no dia 21 de setembro de 2017, que estaria restrito a
colaboradores da BCE e funcionaria como um piloto, e outro aberto a toda comunidade, no
dia 28 de setembro de 2017. O evento piloto contou com sete participantes e o aberto à
comunidade contou com nove participantes.
�Figura 3: Participantes da primeira edição do Clube
Fonte: Perfil oficial da BCE no Instagram/2018
O segundo encontro
26 de outubro de 2017
Para a votação via Facebook, foram selecionadas as obras O profeta, de Khalil Gibran; Um
copo de cólera, de Raduan Nassar; O alienista, de Machado de Assis; Antes de nascer o
mundo, de Mia Couto; Maus, de Art Spiegelman; e O sol é para todos, de Harper Lee. Os três
mais votados foram Maus, O profeta e Antes de nascer o mundo, que foram levados para
votação entre os participantes do primeiro encontro. Foi escolhida a obra Antes de nascer o
mundo. O evento contou com dez participantes.
Figura 4: Participantes da segunda edição do Clube
Fonte: Perfil oficial da BCE no Instagram/2018
�O terceiro encontro
30 de novembro de 2017
A partir dessa edição, as obras foram selecionados dentro de um tema específico. O tema
escolhido foram obras escritas por autores negros, em homenagem ao Dia da Consciência
Negra, que acontece durante o mês de novembro. Foram selecionadas para a votação via
Facebook as obras: Quarto de despejo, de Carolina Maria de Jesus; Sonhos em tempos de
guerra, de Ngugi Wa Thong; Jazz, de Toni Morrison; O alienista, de Machado de Assis; A cor
púrpura, de Alice Walker e Hibisco roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie. Os três mais
votados foram Quarto de despejo, A cor púrpura e Hibisco roxo. A obra Quarto de despejo foi
a escolhida. O evento contou com onze participantes.
Figura 5: Participantes da terceira edição do Clube
Fonte: Perfil oficial da BCE no Instagram/2018
Marketing do clube
Para divulgação do Clube de Leitura, utiliza-se primordialmente o Facebook, além dos
perfis do instagram e twitter oficiais da biblioteca. Essa ferramenta auxilia tanto na escolha
das obras, como já foi explicitado, quanto na promoção dos encontros, por meio da
divulgação periódica dos convites. A divulgação também é feita por meio de correio
eletrônico institucional para os colaboradores da biblioteca e para todos os servidores e
colaboradores da Universidade. Além disso, a coordenação do Clube conta com o apoio da
Secretaria de Comunicação (Secom/UnB) para divulgar as reuniões por meio das redes e
canais oficiais da UnB.
�De modo a auxiliar na divulgação, foram confeccionados marcadores de páginas,
distribuídos aos usuários da biblioteca, além de um banner, que foi afixado em um local
estratégico.
Participantes
Os participantes do clube formam um grupo heterogêneo, que inclui colaboradores da
biblioteca, alunos de graduação, pós-graduação e professores da universidade, bem como
usuários externos.
Para avaliação das reações dos participantes do clube, foi realizada uma pequena
entrevista contendo cinco perguntas direcionadas a dois participantes do clube. As perguntas
e respostas estão transcritas a seguir:
Você acha que sua participação no Clube de leitura modificou seus hábitos de leitura?
Participante 1
Antes do clube eu não tinha o hábito de ler livros de ficção. Minhas leituras
eram limitadas a material de pesquisa de pós-graduação. Todas as obras ficcionais que li
durante o ano de 2017 foram após a implantação do clube de leitura.
Participante 2
Eu estava meio parada com leituras, estava lendo mais livros sobre crianças,
sobre como educar os filhos. O clube de leitura foi uma grande oportunidade para aumentar o
número de leituras, porque assumimos o compromisso de debater os livros e então eu me
reencontrei com a literatura novamente.
Você acredita que a sua percepção e interpretação da obra lida é modificada após a reunião
mensal?
Participante 1
Com certeza. Eu gostei de todas as obras do Clube até agora, algumas eu não
havia gostado tanto quando li, mas após a discussão passei a ver o livro de outra forma e
gostar mais da obra e achá-la mais interessante.
Participante 2
Com certeza. Uma coisa que a gente fala muito quando tem as reuniões é
sobre essa questão da interpretação das obras. A gente consegue até enxergar a obra de uma
forma melhor após ouvir as várias interpretações que existem. Porque às vezes um tema você
vê de uma forma e vê que o colega já enxerga de outra forma, você vê que existem várias
abordagens sobre o mesmo tema.
O Clube de leitura da biblioteca possibilitou que você tivesse conhecimento de autores e obras
que antes não conhecia?
Participante 1
Então, a minha intenção ao entrar no clube de leitura foi me forçar mesmo a
ler mais, que eu sei que é algo importante, e realmente meus hábitos de leitura já estão
mudando e descobri vários autores e obras que não conhecia antes do clube.
�Participante 2
Com certeza. Como são livros indicados pelos participantes do grupo, então
abre muito o leque de livros. E mesmo que dos 6 livros pré-indicados escolhamos apenas um,
você já fica com aqueles outros livros na lista para leituras posteriores.
Você acha válido que uma biblioteca universitária realize eventos como um clube de leitura?
Participante 1
Com certeza. Acredito que uma biblioteca deve ter esse tipo de atividade
voltada para o lado cultural, de incentivo a leitura, para mostrar para os usuários como a
leitura é importante e promover também o uso do acervo, pois na biblioteca temos um acervo
muito bom e que muitas das vezes o usuário não conhece. Com o clube de leitura acho que as
pessoas estão conhecendo um pouco mais de nosso acervo e acho interessante para isso
também: para a promoção de leitura e pra divulgar o nosso acervo de literatura
Participante 2
Acho muito válido. Para muitas coisas na vida precisamos de incentivo,
então o clube de leitura é um grande incentivo para que as pessoas se abram para o mundo da
leitura, porque é algo muito engrandecedor. E a discussão, eu nunca tinha parado pra pensar,
mas pra minha vida pelo menos foi muito útil você conseguir enxergar o ponto de vista do
outro.
Considerações Finais
Levando-se em conta a revisão bibliográfica apresentada e o relato de experiência do
Clube de Leitura da BCE, percebe-se o quanto as bibliotecas e os bibliotecários em geral
podem atuar por meio de ações culturais. Dentro da biblioteca, o foco não pode ser
meramente o processo técnico do acervo, tais como indexação e catalogação. A biblioteca
deve estar atenta ao seu papel de mediadora cultural estimulando a formação de leitores
conscientes e reflexivos, através de diferentes suportes culturais e informacionais.
É possível observar que mesmo diante do pouco tempo de atividade do clube, este já
provocou mudanças na vida de seus participantes e, como afirma Coelho Neto (2001), esse
processo tem um princípio determinado, mas não um fim definido, ou seja, essa ação se
perpetuará através de muitas outras ações e reflexões na vida do participante e daqueles que
estão a sua volta.
A partir do relato observa-se o quanto os participantes tinham interesse em adquirir
novos hábitos de leitura, porém não obtendo sucesso anteriormente. O Clube de Leitura da
BCE possibilitou a esses participantes não só obterem determinada periodicidade e disciplina
em suas leituras, como também abriu um leque de possibilidade de novos autores, novos
temas e novos olhares sobre a leitura.
�Portanto, é de suma importância que as bibliotecas no Brasil assumam seu papel de
mediadoras culturais promovendo e estimulando o consumo e a produção cultural. É também
relevante salientar que este processo está ligado à necessidade das bibliotecas universitárias
enxergarem seu papel dentro do processo de extensão da universidade, dando suporte não só
às funções de ensino e pesquisa, como ainda é frequente no país.
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15 jan. 2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Clube de leitura da BCE: relato de uma ação cultural na Biblioteca Central de Brasília (BCE/UnB)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Kama, Ana Flavia Lucas de F.; Silva, Fernando; Santos, Fabiana Camargo dos; Carmo, Rhuama Barbosa do
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Visando cumprir seu papel junto à universidade e participar ativamente da tríade ensino, pesquisa e extensão, a biblioteca universitária desenvolve diversas atividades complementares. A promoção de clubes de leitura pode cumprir o papel de uma ação cultural e apresenta-se como uma boa alternativa para a promoção da extensão nessas unidades de informação. Este artigo apresenta a iniciativa da Biblioteca Central da Universidade de Brasília em iniciar o "Clube de Leitura da BCE" como forma de ação cultural. O artigo apresenta-se por meio de uma revisão de literatura sobre os temas abordados, um levantamento de outras bibliotecas que realizam esse tipo de ação cultural, e é descrito o relato de experiência sobre o processo de planejamento, implantação, desenvolvimento do projeto do Clube assim como o registro de algumas percepções dos leitores participantes do clube de leitura. A ação já demonstrou resultados positivos dentre seus participantes e organizadores, o que demonstrou uma boa opção de mediação cultural e extensão entre a biblioteca e a comunidade que a cerca.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5856/SNBU2018_254.pdf
9a9b81ed00e278408c9515c12938fc35
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Eixo III - Ensino
ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO
PROJETO DESENVOLVIDO PELO SISTEMA DE BIBLOTECAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
ACCESSIBILITY IN LIBRARIES: EXPERIENCE REPORT OF THE PROJECT
DEVELOPED BY THE LIBRARY SYSTEM OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF THE
SÃO FRANCISCO VALLEY
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Esta comunicação relata os resultados obtidos na implantação do projeto Acessibilizando:
Sibi incluindo as diferenças elaborado em 2014 pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal
do Vale do São Francisco e exposto inicialmente no XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias. Apresentam-se as etapas desenvolvidas e experiências advindas da implantação do
projeto, discutindo as limitações e potencialidades encontradas neste processo na biblioteca
universitária. Os métodos de elaboração do projeto se constituíram em pesquisa bibliográfica,
documental e observação estruturada para coleta dos dados. Como resultado faz-se um comparativo do
projeto inicial com as etapas já executadas. Destaca-se a importância da cooperação e engajamento do
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Vale do São Francisco com demais setores da
instituição, voltados às práticas de educação inclusiva, para o andamento e realização das fases do
projeto. O projeto encontra-se com algumas etapas realizadas, com obtenção de tecnologias assistivas
que possibilitarão a autonomia dos usuários com deficiência no uso dos serviços das bibliotecas. O
trabalho está em continuidade em 2018 com planejamento para novas aquisições, treinamentos e
capacitações para proporcionar acessibilidade às bibliotecas da Universidade Federal do Vale do São
Francisco.
Palavras-chave: Acessibilidade. Pessoas com deficiência. Biblioteca universitária. Tecnologias
assistivas. Inclusão social.
1675
�Abstract: This communication reports the results obtained in the implementation of the project
Accessibilizando: Sibi including the differences elaborated in 2014 by the Library System of the
Federal University of the Valley of the São Francisco and exposed initially in the XVIII National
Seminar of University Libraries. We present the stages developed and experiences of the
implementation of the project, discussing the limitations and potentialities found in this process in the
university library. The methods of elaboration of the project were constituted in bibliographical
research, documentary and structured observation for data collection. As a result a comparison of the
initial project with the steps already performed is made. It is important to highlight the importance of
cooperation and engagement of the Library System of the Federal University of the São Francisco
Valley with other sectors of the institution, focused on inclusive education practices, for the progress
and achievement of the project phases. The project has some stages accomplished, with the acquisition
of assistive technologies that will allow the autonomy of disabled users in the use of library services.
The work is in continuity in 2018 with planning for new acquisitions, trainings and capacities to
provide accessibility to the libraries of the Federal University of the São Francisco Valley.
Keywords: Accessibility. Disabled people. University library. Assistive technologies. Social inclusion.
1676
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Acessibilidade em bibliotecas: relato de experiência do projeto desenvolvido pelo Sistema de Biblotecas da Universidade Federal do Vale do São Francisco.(Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Alencar, Lucidio Lopes de; Lopes, Ana Paula; Alves, Thyanne Michelle Ferreira; Souza, Jaqueline; Almeida, Regina Oliveira de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Esta comunicação relata os resultados obtidos na implantação do projeto Acessibilizando: Sibi incluindo as diferenças elaborado em 2014 pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Vale do São Francisco e exposto inicialmente no XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias. Apresentam-se as etapas desenvolvidas e experiências advindas da implantação do projeto, discutindo as limitações e potencialidades encontradas neste processo na biblioteca universitária. Os métodos de elaboração do projeto se constituíram em pesquisa bibliográfica, documental e observação estruturada para coleta dos dados. Como resultado faz-se um comparativo do projeto inicial com as etapas já executadas. Destaca-se a importância da cooperação e engajamento do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Vale do São Francisco com demais setores da instituição, voltados às práticas de educação inclusiva, para o andamento e realização das fases do projeto. O projeto encontra-se com algumas etapas realizadas, com obtenção de tecnologias assistivas que possibilitarão a autonomia dos usuários com deficiência no uso dos serviços das bibliotecas. O trabalho está em continuidade em 2018 com planejamento para novas aquisições, treinamentos e capacitações para proporcionar acessibilidade às bibliotecas da Universidade Federal do Vale do São Francisco.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5855/SNBU2018_253.pdf
e2400f3984e1ba4caccb158ff790bcbc
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Eixo III - Ensino
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO E A VISIBILIDADE
INSTITUCIONAL
UNDERGRADUATE THESES AND THE INSTITUTIONAL VISIBILITY
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este estudo pretende estimular o deposito em repositórios dos trabalhos de conclusão de
curso, elaborados nas instituições de ensino brasileiras como forma de incentivar o acesso aberto ao
conhecimento adquirido pelos alunos de graduação, dar visibilidade aos cursos de graduação, seus
docentes e às temáticas estudadas. Apresenta um estudo de caso de caráter quantitativo, com o intuito
de analisar a visibilidade dos trabalhos de conclusão de curso, através dos downloads realizados por
universidades brasileiras, na Coleção dos trabalhos de conclusão do curso de Biblioteconomia,
depositados no Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - LUME, no
período de 2010 a 2016. Os dados foram coletados a partir do registro de logs do DSpace e foram
geradas cinco planilhas, divididas pelas universidades que mais baixaram documentos, contendo: os
números de sistema do registro bibliográfico e a data do download. Foram contabilizados 2.610
downloads de trabalhos de conclusão de curso da Biblioteconomia em cinco universidades brasileiras,
dentre as universidades três localizadas na região sudeste, uma na região centro-oeste e uma na região
sul do país. O estudo serve como um incentivo para a elaboração de novos trabalhos na área, pois
mostrou a riqueza de informação que um repositório institucional pode oferecer para identificar os
padrões de comportamento de busca, a visibilidade de um determinado curso e o interesse em
determinado(s) assunto(s).
Palavras-chave: Repositório Institucional; Lume; Acesso aberto; Trabalhos de conclusão de curso;
Biblioteconomia.
Abstract: This study intends to stimulate the deposit in repositories of the works of undergraduate
theses elaborated in Brazilian educational institutions as a way of encouraging open access to the
knowledge acquired by undergraduate students, giving visibility to undergraduate courses, their
teachers and thematic studied. It presents a quantitative case study, with the purpose of analyzing the
visibility of the theses, through the downloads made by Brazilian universities, in the Undergraduate
Theses Collection of Library Science, deposited in the Digital Repository of the Federal University of
Rio Grande do Sul - LUME, from 2010 to 2016. The data were collected from the registry of DSpace
logs and then five spreadsheets, divided by universities that downloaded more documents, were
generatedcontaining: the system numbers of the bibliographic record and download date. There were
2,610 downloads of Theses from the Library Science Course in five Brazilian universities, among the
three universities located in the southeast region, one in the central-west region and one in the
southern region of the country. The study serves as an incentive for the elaboration of new works in
1673
�the area, since it showed the wealth of information that an institutional repository can offer to identify
patterns of search behavior, the visibility of a particular course and the interest in particular subject(s).
Keywords: Institutional Repository; Lume; Open access; Undergraduate Theses; Library Science.
1674
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Trabalhos de conclusão de curso e a visibilidade institucional.(Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Luce, Bruno; Pavão, Caterina; Dias, Moretto, Edna Valessa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este estudo pretende estimular o deposito em repositórios dos trabalhos de conclusão de curso, elaborados nas instituições de ensino brasileiras como forma de incentivar o acesso aberto ao conhecimento adquirido pelos alunos de graduação, dar visibilidade aos cursos de graduação, seus docentes e às temáticas estudadas. Apresenta um estudo de caso de caráter quantitativo, com o intuito de analisar a visibilidade dos trabalhos de conclusão de curso, através dos downloads realizados por universidades brasileiras, na Coleção dos trabalhos de conclusão do curso de Biblioteconomia, depositados no Repositório Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - LUME, no período de 2010 a 2016. Os dados foram coletados a partir do registro de logs do Space e foram geradas cinco pelas ilhas, divididas pelas universidades que mais baixaram documentos, contendo: os números de sistema do registro bibliográfico e a data do download. Foram contabilizados 2.610 downloads de trabalhos de conclusão de curso da Biblioteconomia em cinco universidades brasileiras, dentre as universidades três localizadas na região sudeste, uma na região centro-oeste e uma na região sul do país. O estudo serve como um incentivo para a elaboração de novos trabalhos na área, pois mostrou a riqueza de informação que um repositório institucional pode oferecer para identificar os padrões de comportamento de busca, a visibilidade de um determinado curso e o interesse em determinado(s) assunto(s).
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5854/SNBU2018_252.pdf
c2cc94cbd40729ae74e2afb67e070539
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Eixo III - Ensino
RECURSOS INFORMACIONAIS NA UFRJ: CONTRIBUIÇÕES PARA
BIBLIOTECÁRIOS DE REFERÊNCIA
INFORMATIONAL RESOURCES AT UFRJ: CONTRIBUTIONS TO REFERENCE
LIBRARIANS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O presente trabalho aborda os recursos informacionais disponíveis na Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) pela web que auxiliam o bibliotecário na rotina do Serviço de Referência e
Circulação das Bibliotecas da UFRJ. Diante das novas possibilidades de acesso à informação, o
bibliotecário de referência tem a seu favor uma grande quantidade de recursos e fontes de informação
para atender as demandas da comunidade científica universitária. Saber quais as fontes de informação,
como e para que usar são perguntas que quando bem respondidas irão levar ao sucesso no atendimento
do serviço de referência. Com o objetivo de capacitar os bibliotecários que atuam no setor de
referência e circulação o Sistema de Informação e Bibliotecas da UFRJ (SiBI) promoveu no ano de
2017 um curso organizado em dez encontros, onde os bibliotecários de referência mais atuantes na
Universidade foram convidados para relatar suas experiências no setor a outros bibliotecários que
atuam ou pretendem atuar no serviço de referência. O conteúdo do curso partiu da definição do serviço
de referência, gestão do serviço de referência, competência informacional, comportamento
informacional, recursos informacionais (UFRJ e SiBI), ferramentas e perspectivas da web 4.0. As
competências necessárias para atuação no serviço de referência partem de conhecer o lugar onde o
bibliotecário está inserido, ou seja, conhecer a comunidade UFRJ, conhecer as fontes de informação
gerais e científicas.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias; Serviço de referência; Recursos informacionais.
Abstract: This paper presents the online informational resources available at the Universidade Federal
do Rio de Janeiro (UFRJ) that assists librarians on the frequently used Reference and Circulation
Services of UFRJ. Prior to the new possibilities of information access, the reference librarians have a
wide amount of means and sources of information on their side to answer university scientific
community demands. Knowing which are the sources of information and how and when to use it are
questions that will lead to the success of the instructions given on the reference services. The Sistema
de Informação e Bibliotecas (SiBI) of UFRJ intended to enable librarians that work in the Reference
and Circulation sector by promoting a specialized course in 2017. This course was organized in ten
meetings where the most active reference librarians of the university were invited to report their
experiences in the sector to other librarians that work or intends to work on the reference service. The
content of the course contemplates the definition of reference services, informational resources (UFRJ
and SiBI), tools and perspectives of web 4.0. The necessary skills to perform the referral service are
1671
�based on knowing the place where the librarian is inserted, i.e., knowing to UFRJ community,
knowing the sources of general and scientific information.
Keywords: Academic Library; Reference services; Information resources.
1672
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Recursos informacionais na UFRJ: contribuições para bibliotecários de referência. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Resende, Erica; Campos, Adriana Almeida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O presente trabalho aborda os recursos informacionais disponíveis na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) pela web que auxiliam o bibliotecário na rotina do Serviço de Referência eCirculação das Bibliotecas da UFRJ. Diante das novas possibilidades de acesso à informação, o bibliotecário de referência tem a seu favor uma grande quantidade de recursos e fontes de informação para atender as demandas da comunidade científica universitária. Saber quais as fontes de informação, como e para que usar são perguntas que quando bem respondidas irão levar ao sucesso no atendimento do serviço de referência. Com o objetivo de capacitar os bibliotecários que atuam no setor de referência e circulação o Sistema de Informação e Bibliotecas da UFRJ (SiBI) promoveu no ano de 2017 um curso organizado em dez encontros, onde os bibliotecários de referência mais atuantes na Universidade foram convidados para relatar suas experiências no setor a outros bibliotecários que atuam ou pretendem atuar no serviço de referência. O conteúdo do curso partiu da definição do serviço de referência, gestão do serviço de referência, competência informacional, comportamento informacional, recursos informacionais (UFRJ e SiBI), ferramentas e perspectivas da web 4.0. As competências necessárias para atuação no serviço de referência partem de conhecer o lugar onde o bibliotecário está inserido, ou seja, conhecer a comunidade UFRJ, conhecer as fontes de informação gerais e científicas.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5853/SNBU2018_251.pdf
d54b09e98fddc45c713de6a9ed569848
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Eixo III - Ensino
NORMALIZAÇÃO DOCUMENTÁRIA E COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
DOCUMENTARY STANDARDIZATION AND INFORMATION LITERACY: A REPORT OF
EXPERIENCE
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Apresenta um relato de experiência sobre a participação de uma bibliotecária no ensino de
normas de informação e documento em Projeto de Extensão universitária de Competência em
Informação oferecido aos discentes de um colégio federal do ensino médio. Aborda a noção de
competência em informação e contextualiza o histórico do surgimento no campo de estudos da
informação. Apresenta os princípios básicos da normalização documentária em nível nacional e
ressalta a aderência de ações sobre a temática à possibilidade de desenvolvimento e promoção de
práticas informacionais que abranjam de crítica e ética na pesquisa e na produção do conhecimento
científico. Para isso, indica as principais informações do Projeto de Extensão Universitária realizado
pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Indica como resultado o estímulo à participação crítica e
ética na produção do conhecimento. Por fim, conclui que as atividades de competência em informação
devem permear a formação escolar a partir da participação ativa do profissional bibliotecário.
Palavras-chave: Competência em informação; Normalização documentária; Extensão universitária.
Abstract: It presents an experience report about the participation of a librarian in the teaching of
information standards and document in Extension Project of Information Literacy offered to the
students of a federal high school. It addresses the notion of Information Literacy and contextualizes
the history of the emergence in the field of information studies. It presents the basic principles of
documentary normalization at the national level and emphasizes the adherence of actions on the theme
to the possibility of developing and promoting informational practices that include criticism and ethics
in the research and production of scientific knowledge. For this, it indicates the main information of
the Project of Extension University realized by the Universidade Federal do Rio de Janeiro. It
indicates as a result the stimulus to critical and ethical participation in the production of knowledge.
Finally, it concludes that the activities of Information Literacy must permeate the school formation
from the active participation of the professional librarian.
Keywords: Information Literacy; Documentary standardization; Extension university.
1669
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Normalização documentária e competência em informação: um relato de experiência.(Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Resende, Erica; Zattar, Marianna; Sá, Nysia Oliveira de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta um relato de experiência sobre a participação de uma bibliotecária no ensino de normas de informação e documento em Projeto de Extensão universitária de Competência em Informação oferecido aos discentes de um colégio federal do ensino médio. Aborda a noção de competência em informação e contextualiza o histórico do surgimento no campo de estudos da informação. Apresenta os princípios básicos da normalização documentária em nível nacional e ressalta a aderência de ações sobre a temática à possibilidade de desenvolvimento e promoção depráticas informacionais que abranjam de crítica e ética na pesquisa e na produção do conhecimento científico. Para isso, indica as principais informações do Projeto de Extensão Universitária realizado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Indica como resultado o estímulo à participação crítica e ética na produção do conhecimento. Por fim, conclui que as atividades de competência em informação devem permear a formação escolar a partir da participação ativa do profissional bibliotecário
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5852/SNBU2018_250.pdf
9a742bea40106af5588bda02684fdb3f
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Eixo III - Ensino
NORMALIZAÇÃO DE AUTORIDADE PESSOAL EM REPOSITÓRIO
INSTITUCIONAL
STANDARDIZATION OF PERSONAL AUTORITY IN INSTITUTIONAL REPOSITORY
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este artigo trata dos resultados da busca facetada por autoridade pessoal realizada no
Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará. A busca facetada é um recurso de
informática que permite ao usuário estreitar os resultados da sua consulta em bases de dados que
disponibilizam essa ferramenta. É um estudo descritivo de natureza quantitativa, e os dados foram
coletados a partir do Repositório Institucional da Universidade, abrangendo todo o período de 1999 até
2017. Foi selecionada, dentre 11 Unidades Acadêmicas da Universidade, uma amostra aleatória
composta de 1 autor por unidade, verificando-se em seguida a quantidade de citações e de trabalho
inseridos no repositório para cada nome. Na sequência investigou-se a forma das citações ao nome do
autor que apresentou o maior número de trabalhos na amostra selecionada. Correlaciona as citações
encontradas para esse autor, com o tipo de publicação de onde elas foram retiradas. O resultado da
busca por autoridade pessoal revela a dispersão dos trabalhos de um mesmo autor, como consequência
da indexação de citações diferentes para o mesmo nome. Considera a possibilidade de revisar os dados
indexados antes da publicação, de consultar fontes internas e externas à universidade que tratem da
padronização de nomes de autores e padronizar as entradas dos nomes dos autores no repositório.
Palavras-chave: Nomes Pessoais; Normalização; Repositórios Institucionais; Busca Facetada.
Abstract: This article discusses about the results of the faceted search by personal authority held at
the Institutional Repository of the Federal University of Ceará. The faceted search is a computer
resource that allows the user to narrow the results of their query in databases that make this tool
available. It is a descriptive study of a quantitative nature, whose data were collected from the
Institutional Repository of the University, covering the entire period from 1999 to 2017. A random
sample composed of one author for each unit was selected from among 11 Academic Units of the
University. The following step was to check the amount of existing citations for each name as well as
verified by the name of the author who presented the largest amount of papers in the selected sample.
It correlates the citations found for this type of author with the type of publication from which they
were taken. The result of the search for personal authorship reveals the dispersion of the works of the
same author as a consequence of the indexation of different citations to the same name. It considers
the possibility of reviewing the indexed data before publishing them as well as consulting internal and
external sources to the university that deal with the standardization of authors' names and
standardizing the entries of the authors' names in the repository.
�Keywords: Personal Names; Normalization; Institutional Repositories; Faceted Search.
1668
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Normalização de autoridade pessoal em repositório institucional. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Costa, Rosane Maria; Sousa, Maria Marlene Rocha de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo trata dos resultados da busca facetada por autoridade pessoal realizada no Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará. A busca facetada é um recurso de informática que permite ao usuário estreitar os resultados da sua consulta em bases de dados que disponibilizam essa ferramenta. É um estudo descritivo de natureza quantitativa, e os dados foram coletados a partir do Repositório Institucional da Universidade, abrangendo todo o período de 1999 até 2017. Foi selecionada, dentre 11 Unidades Acadêmicas da Universidade, uma amostra aleatória composta de 1 autor por unidade, verificando-se em seguida a quantidade de citações e de trabalho inseridos no repositório para cada nome. Na sequência investigou-se a forma das citações ao nome do autor que apresentou o maior número de trabalhos na amostra selecionada. Correlaciona as citações encontradas para esse autor, com o tipo de publicação de onde elas foram retiradas. O resultado da busca por autoridade pessoal revela a dispersão dos trabalhos de um mesmo autor, como consequência da indexação de citações diferentes para o mesmo nome. Considera a possibilidade de revisar os dados indexados antes da publicação, de consultar fontes internas e externas à universidade que tratem da padronização de nomes de autores e padronizar as entradas dos nomes dos autores no repositório.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5851/SNBU2018_249.pdf
f57e88fa0fa32646d4ad3153e0a60b89
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Eixo III - Ensino
GESTÃO DE PROJETOS DE PESQUISAS CIENTÍFICAS: 5W2H E
FLUXOGRAMAS
MANAGEMENT OF SCIENTIFIC RESEARCH PROJECTS: 5W2H AND FLOWS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O trabalho pretende cooperar com o desenvolvimento do tema gestão de projetos de
pesquisa de natureza científica. Assim, os objetivos consistem em apresentar exemplos práticos das
ferramentas 5W2H e Fluxograma aplicados à gestão de projetos científicos. Esses modelos foram
extraídos de projetos de pesquisa de Mestrado da área da Educação e Ciência da informação do ano de
2017. Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se do tipo descritiva/exploratória e com abordagem
qualitativa. O procedimento técnico adotado constitui-se de pesquisa bibliográfica. Em relação à
fundamentação teórica, elegeu-se como referencial os grupos de processo descritos no Project
Management Knowledge Base (PMBOK). Para delimitação dos assuntos da pesquisa, foram definidas
palavras-chave da Tabela de áreas de conhecimento oriundas do Portal Capes e do Tesauro Brasileiro
de Ciência da Informação desenvolvido pelo IBICT. A aplicabilidade das ferramentas da qualidade
descritas demonstrou a viabilidade do uso desses dispositivos. Os exemplos apresentados
demonstraram que esses instrumentos impactaram diretamente na diminuição do retrabalho,
organização metodológica e no direcionamento das ações para solucioná-los. Essas ferramentas
gerenciais possibilitam, por meio de um planejamento prévio, melhoria considerável quanto ao
desempenho das ações do gestor. Como sugestão de pesquisas adicionais, aponta-se que outros
estudos sejam desenvolvidos utilizando como exemplos pragmáticos as ferramentas da qualidade não
apresentadas neste trabalho.
Palavras-chave: Gestão de projeto de pesquisa. Técnicas de administração. 5W2H.
Fluxogramas.
Abstract: The work intends to cooperate with the development of the topic management of scientific
research projects. Thus, the objectives are to present practical examples of the tools 5W2H and
Flowchart applied to the management of scientific projects. These models were extracted from
Master's research projects in the area of Education and Information Science of the year 2017. As for
the objectives, the research is classified as descriptive / exploratory and with a qualitative approach.
The technical procedure adopted is a bibliographical research. In relation to the theoretical basis, the
process groups described in the Project Management Knowledge Base (PMBOK) were chosen as
reference. For the delimitation of the research subjects, keywords were defined in the Table of areas of
knowledge from Portal Capes and the Brazilian Thesaurus of Information Science developed by the
IBICT. The applicability of the described quality tools demonstrated the feasibility of using these
devices. The examples presented demonstrated that these instruments had a direct impact on the
�reduction of rework, methodological organization, and the direction of actions to solve them. These
management tools make it possible, through prior planning, to considerably improve the performance
of the manager's actions. As a suggestion of additional research, it is pointed out that other studies are
developed using as pragmatic examples the quality tools not presented in this paper.
Keywords: Research project management. Administration techniques. 5W2H. Flowcharts.
1666
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Gestão de projetos de pesquisas científicas: 5W2H e fluxogramas. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Allan Julio; Macieira,Welerson Gregório; Costa, Aline Pereira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho pretende cooperar com o desenvolvimento do tema gestão de projetos de pesquisa de natureza científica. Assim, os objetivos consistem em apresentar exemplos práticos das ferramentas 5W2H e Fluxograma aplicados à gestão de projetos científicos. Esses modelos foram extraídos de projetos de pesquisa de Mestrado da área da Educação e Ciência da informação do ano de 2017. Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se do tipo descritiva/exploratória e com abordagem qualitativa. O procedimento técnico adotado constitui-se de pesquisa bibliográfica. Em relação à fundamentação teórica, elegeu-se como referencial os grupos de process descritos no Project Management Knowledge Base (PMBOK). Para delimitação dos assuntos da pesquisa, foram definidas palavras-chave da Tabela de áreas de conhecimento oriundas do Portal Capes e do Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação desenvolvido pelo IBICT. A aplicabilidade das ferramentas da qualidade descritas demonstrou a viabilidade do uso desses dispositivos. Os exemplos apresentados demonstraram que esses instrumentos impactaram diretamente na diminuição do retrabalho, organização metodológica e no direcionamento das ações para solucioná-los. Essas ferramentas gerenciais possibilitam, por meio de um planejamento prévio, melhoria considerável quanto ao desempenho das ações do gestor. Como sugestão de pesquisas adicionais, aponta-se que outros estudos sejam desenvolvidos utilizando como exemplos pragmáticos as ferramentas da qualidade não apresentadas neste trabalho.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5850/SNBU2018_248.pdf
ae6551a9fc7f6558e0e3fe1a79dddfff
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Eixo III - Ensino
ACERVO DA ÁREA MÉDICA: RECUPERAÇÃO, ACESSO E USO DE SUAS OBRAS
NA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
MEDICAL AREA BOOK COLLECTION: RECOVERY, ACCESS AND USE IN THE
FLUMINENSE FEDERAL UNIVERSITY
Modalidade de apresentação: Pôster
Resumo: O crescimento dos acervos das bibliotecas e a falta de espaço físico transformam pequenos
espaços em grandes depósitos. Para minimizar esse problema na Universidade Federal Fluminense, o
Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos desenvolveu um projeto junto com a
Superintendência de Documentação e a Biblioteca da Faculdade de Medicina com os objetivos de
resgatar a informação e promover a conservação preventiva e transferência dos acervos para a
Biblioteca. Inicialmente acreditava-se que o acervo era somente da Biblioteca da Faculdade de
Medicina, mas foi constatado que existiam acervos de várias outras Bibliotecas na mesma situação, o
que levou a se fazer a listagem por biblioteca. O projeto consistiu inicialmente em fazer a
higienização mecânica, listagem em planilha, acondicionamento e transferência para as Bibliotecas de
origem. Com o desenvolvimento do projeto, o Laboratório de Conservação e Restauração de
Documentos localizou diversas obras especiais e raras no meio desse acervo. Com isso, foi necessário
obter um espaço que tivesse condições adequadas para armazenar estes documentos. Foi definido um
espaço, inicialmente ainda pequeno, mas suficiente para resolver o problema emergencial, junto ao
Laboratório, permitindo um acesso fácil e rápido e os cuidados de preservação dessas obras. Assim,
foi criado - o Centro de Obras Raras e Especiais da Universidade Federal fluminense.
Palavras-chave: Conservação Preventiva, Memória Institucional, Preservação de Acervo
Abstract: The growth of library collections and the lack of physical space transform small spaces in
big deposits. To minimize this problem in the Fluminense Federal University, the Laboratory of
Conservation and Restauration of Documents together with the Superintendence of Documentation
and the Library of the Faculty of Medicine developed a Project with the aims to rescue the information
and promote the preventive conservation and transfer of the collections to the library. Initially it was
believed that the collection only belonged to the Library of the Faculty of Medicine but it was found
the existence of collections from several other libraries in the same situation, leading us to perform a
listing for each library. The Project consisted initially in doing the mechanic higienization, listing in
spreadsheets, packaging and transfer to the original libraries. With the Project development, the
laboratory of Conservation and Restauration of Documents localized several special and rare works
among these collections. Then, it was necessary to allocate a space with the adequate conditions to
store these documents. It was defined a new space, although small but suficient to solve the
emmergency problem, close to the Laboratory, allowing an easy and rapid access, as well as the
preservation of these documents. Then it was created the Center for Rare and Special Documents of
the Fluminense Federal University.
�Keywords: Conservation, Memory, Preservation
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Acervo da área médica: recuperação, acesso e uso de suas obras na Universidade Federal Fluminense. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Carvalho, Anne Marie Lafosse Paes de; Barbosa,Marilea de Oliveira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O crescimento dos acervos das bibliotecas e a falta de espaço físico transformam pequenos espaços em grandes depósitos. Para minimizar esse problema na Universidade Federal Fluminense, o Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos desenvolveu um projeto junto com a Superintendência de Documentação e a Biblioteca da Faculdade de Medicina com os objetivos de resgatar a informação e promover a conservação preventiva e transferência dos acervos para a Biblioteca. Inicialmente acreditava-se que o acervo era somente da Biblioteca da Faculdade de Medicina, mas foi constatado que existiam acervos de várias outras Bibliotecas na mesma situação, o que levou a se fazer a listagem por biblioteca. O projeto consistiu inicialmente em fazer a higienização mecânica, listagem em planilha, acondicionamento e transferência para as Bibliotecas de origem. Com o desenvolvimento do projeto, o Laboratório de Conservação e Restauração de Documentos localizou diversas obras especiais e raras no meio desse acervo. Com isso, foi necessário obter um espaço que tivesse condições adequadas para armazenar estes documentos. Foi definido um espaço, inicialmente ainda pequeno, mas suficiente para resolver o problema emergencial, junto ao Laboratório, permitindo um acesso fácil e rápido e os cuidados de preservação dessas obras. Assim, foi criado - o Centro de Obras Raras e Especiais da Universidade Federal fluminense.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5849/SNBU2018_247.pdf
5d3e355c45ed36075979a871e5386fb2
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Eixo III - Ensino
PARCERIAS ENTRE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E COLEGIADOS DE
CURSOS DE GRADUAÇÃO: EM FOCO A AVALIAÇÃO DO MEC
PARTNERSHIPS BETWEEN UNIVERSITIES LIBRARIES AND UNDERGRATUATE
COURSES COLLEGIATES: MEC EVALUTATION IN FOCUS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Considerada como unidade mediadora da informação e do conhecimento registrado, as
bibliotecas universitárias fazem parte dos itens a serem analisados no momento das avaliações dos
cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior as quais estão ligadas. De acordo com esse
contexto, têm-se como objetivo principal evidenciar o relevante papel que assumem perante as
Universidades dado o impacto que seus atributos ocasionam na nota dada pelo Ministério da Educação
e Cultura a seus cursos. Por intermédio de pesquisa bibliográfica e documental de caráter qualitativo
foram apresentados os requisitos investigados nas bibliotecas de universidades brasileiras bem como
sua estreita relação com os cursos de graduação, docentes, pesquisadores e discentes. Como resultado
do estudo, torna-se claro que além de cumprir sua função de apoio as atividades de ensino, pesquisa e
extensão, as bibliotecas universitárias, ao participarem de processo avaliativo, sinalizam aos órgãos
superiores das universidades quais são as aquisições bibliográficas que devem realizar, qual a
quantidade de exemplares, como deve ser o quadro de funcionários entre outros aspectos de igual
importância. Em decorrência, espera-se que o estudo em tela suscite reflexões e mais estudos a
respeito da importância de se estabelecer de forma efetiva, parcerias entre os colegiados dos cursos de
graduação e as bibliotecas universitárias.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias; Avaliação de Cursos; Universidades brasileiras: avaliação
dos cursos.
Abstract: Considered like an information and registered knowledge mediating unit, the universities
libraries are part of the items to be analyzed at the undergraduate course evaluation moment from the
higher education institutions which they are connected. According to this context, there is like a main
objective showing up the relevant function taken by the libraries in front of the universities
and Culture to the universities courses. By the intermediate of bibliographic and documentary research
with qualitative ways, was presented the requirements investigated on the brazilian universities
libraries as well as its close relationship with the undergraduate courses, teachers, researchers and
students. As result of this study, become clear that besides the accomplishment of its teaching
activities support function, research and extension, the universities libraries, by the evaluation process
participation, signalize to the universities higher organs which are the bibliography acquisitions that
must be done, how many copies, how should be the staff members, among others equal importance
�aspects. As a result, is waited from this study a mean of showing up reflexions and more studies about
the importance of the establishment in effective form, the partnerships between undergraduates
courses collegiate and universities libraries.
Keywords: Universities libraries; Courses evaluations; Brazilians universities: evaluation of the
courses.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Parcerias entre bibliotecas universitárias e colegiados de cursos de graduação: em foco a avaliação do MEC.(Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Paiva, Andreia Del Conte de; Ficht, Nadia;Lunardelli, Rosane Suely Alvares
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Considerada como unidade mediadora da informação e do conhecimento registrado, as bibliotecas universitárias fazem parte dos itens a serem analisados no momento das avaliações dos cursos de graduação das Instituições de Ensino Superior as quais estão ligadas. De acordo com esse contexto, têm-se como objetivo principal evidenciar o relevante papel que assumem perante as Universidades dado o impacto que seus atributos ocasionam na nota dada pelo Ministério da Educação e Cultura a seus cursos. Por intermédio de pesquisa bibliográfica e documental de caráter qualitativo foram apresentados os requisitos investigados nas bibliotecas de universidades brasileiras bem como sua estreita relação com os cursos de graduação, docentes, pesquisadores e discentes. Como resultado do estudo, torna-se claro que além de cumprir sua função de apoio as atividades de ensino, pesquisa e extensão, as bibliotecas universitárias, ao participarem de processo avaliativo, sinalizam aos órgãos superiores das universidades quais são as aquisições bibliográficas que devem realizar, qual a quantidade de exemplares, como deve ser o quadro de funcionários entre outros aspectos de igual importância. Em decorrência, espera-se que o estudo em tela suscite reflexões e mais estudos a espeito da importância de se estabelecer de forma efetiva, parcerias entre os colegiados dos cursos de graduação e as bibliotecas universitárias.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5848/SNBU2018_246.pdf
6f062b4056d26e9d8a584a0de85a5ce4
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Eixo III - Ensino
O PAPEL DA BIBLIOTECA VIRTUAL NA MEDIAÇÃO DO ENSINO À DISTÂNCIA
THE ROLE OF THE VIRTUAL LIBRARY IN THE MEDIATION OF DISTANCE
EDUCATION
Resumo: A educação a distância nas universidades, vem crescendo de forma acelerada, fazendo
com que as mesmas se adaptem a essa nova forma de ensino. Muito desse crescimento se deve
aos avanços das TIC Tecnologias de Informação e Comunicação, as quais vêm ampliando
consideravelmente o alcance e as possibilidades da EaD (Educação a Distância). As bibliotecas
universitárias desempenham um papel fundamental dentro das instituições de ensino superior. O
trabalho busca analisar o papel da biblioteca virtual como mediadora de informação para os
alunos do ensino a distância, mostrando a função desempenhada por ela como construtora e
facilitadora no desenvolvimento de conhecimento nos cursos de graduação. Esse estudo assumiu
abordagem qualitativa, uma vez que buscou compreender um fenômeno específico em
profundidade, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados. As bibliotecas
transcendem os conceitos tradicionais, deixando de ser depósitos de livros ou repositórios para se
tornarem um ponto focal de pesquisa variada, com serviços e/ou produtos amplamente oferecidos
na internet, acessada a qualquer hora, por usuários de lugares distintos do mundo.
Palavras-chave: Biblioteca virtual. Mediação. Ensino à distância.
Abstract: Distance education in universities has been increasing rapidly, making them adapt to
this new form of education. Much of this growth is due to advances in Information and
Communication Technologies (ICT), which have considerably broadened the scope and
possibilities of distance education. University libraries play a key role in higher education
institutions. This work aims to analyze the role of the virtual library as an information mediator
for distance learning students, showing the role played by it as a constructor and facilitator in the
development of knowledge in undergraduate courses. This study assumed a qualitative approach,
since it sought to understand a specific phenomenon in depth, with aspects of reality that can not
be quantified. Libraries transcend traditional concepts, no longer being repositories of books or
repositories to become a focal point for varied research, with services and / or products widely
available on the internet accessed at any time by users from different parts of the world.
Keywords: Virtual Library. Mediation. Distance learning.
�INTRODUÇÃO
A educação a distância nas universidades, vem crescendo de forma acelerada,
fazendo com que as mesmas se adaptem a essa nova forma de ensino. Muito desse
crescimento se deve aos avanços das TIC
Tecnologias de Informação e Comunicação, as
quais vêm ampliando consideravelmente o alcance e as possibilidades da EaD (Educação a
Distância). A EaD vem sendo cada vez mais utilizada em Instituições de Ensino Superior,
principalmente como ferramenta na formação contínua de professores e no ensino de
graduação, colaborando para a ampliação das fronteiras do conhecimento, que atualmente é
uma exigência cada vez maior do mercado de trabalho.
Diante dessa nova realidade, já não se pode mais considerar a modalidade de
educação a distância como um ensino emergencial, criado para expandir a educação nas
camadas mais pobres da população, ou como uma solução para os fracassos do sistema de
ensino brasileiro. (BELLONI, 2006).
As bibliotecas universitárias desempenham um papel fundamental dentro das
instituições de ensino superior. Desde sempre, a biblioteca universitária é vista como o
compete fornecer informações em níveis compatíveis com as necessidades dos usuários,
como apoio
ABREU, 2005, p. 108). Não sendo diferente, portanto, seu papel no Ensino a distância.
Atualmente com o aumento dos cursos de Educação a Distância e com o uso
intensivo das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTICs), por parte dos
usuários, a biblioteca universitária está tendo que repensar seu papel.
A penetração das TIC, e a explosão dos conteúdos de informação digitais, os
projetos de digitalização e a Internet implicam transformações no ensino e na
aprendizagem, na comunicação acadêmica e no papel tradicional dos serviços de
informação. Estes desafios criam um ambiente dinâmico que os bibliotecários
devem entender como uma oportunidade. (AMANTE; PLACER; COSTA, 2009,
p.4)
Esta oportunidade, com certeza, tem a ver com a necessidade que esses novos usuários
têm, cada vez mais, dos serviços da biblioteca virtual, devendo a mesma mediar o acesso a
informação, através de suas ferramentas tecnológicas.
�2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVOS GERAIS
O trabalho busca analisar o papel da biblioteca virtual como mediadora de
informação para os alunos do ensino a distância, mostrando a função desempenhada por ela
como construtora e facilitadora no desenvolvimento de conhecimento nos cursos de
graduação.
2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS
a) Apresentar as ferramentas disponíveis na biblioteca virtual que funcionam como
mediadoras de informação no ensino a distância;
b) Analisar a biblioteca virtual nos cursos de graduação a distância;
c) Demonstrar a importância da biblioteca virtual na mediação da informação para
alunos que estudam em cursos de graduação a distância;
d) Observar se a forma que os alunos da graduação a distância utilizam essa
ferramenta tecnológica está auxiliando no desenvolvimento de conhecimento e
otimizando o tempo de estudo dos mesmos.
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO-METODOLÓGICA
A modalidade de educação a distância já existe há muitas décadas, e teve sua origem
nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, não há registros precisos acerca da criação da
EaD. Entretanto, segundo Alves (2007), o Jornal do Brasil, que iniciou suas atividades em
1891, registrou na sua primeira edição, na seção de classificados, anúncio oferecendo
profissionalização de datilógrafo por correspondência, o que demonstra que naquela época
buscavam-se alternativas para a melhoria da educação brasileira.
Uma definição proposta por Moran (2008) esclarece que Educação a Distância:
É ensino/aprendizagem onde professores e alunos não estão normalmente juntos,
fisicamente, mas podem estar conectados, interligados por tecnologias, principalmente as
telemáticas, como a Internet. Mas também podem ser utilizados o correio, o rádio, a
televisão, o vídeo, o CD-ROM, o telefone, o fax e tecnologias semelhantes.
�O primeiro
Berners Lee . Segundo Anna Maria Tammaro e Alberto Salarelli (2008), em seu livro a
biblioteca digital, conceitua-se o termo como uma biblioteca com uma coleção de
documentos ligados em rede, constituídos por objetos digitais e páginas Web produzidos por
milhares de autores. Os catálogos virtuais são metacatálogos que, no momento em que o
usuário faz uma solicitação, pesquisam simultaneamente em inúmeros catálogos e páginas
Web em linha.
Diante desse conceito, destacaremos as principais características das bibliotecas
virtuais:
Utilizam amplamente as TICs para proporcionar acesso aos recursos de
informação;
Estão em espaço virtual, oferecendo informação em formato digital que podem
ser acessadas através da internet;
Os conteúdos armazenados podem ser rapidamente acessados em todo o mundo,
independente da barreira física e temporal;
Permite autonomia do usuário na busca de informações em diversas fontes;
Atendem às novas demandas informacionais dos usuários, que buscam por
recursos informacionais on-line e de qualidade. (ANDRADE-PEREIRA;
SANCHES, 2009, p. 127). As bibliotecas virtuais quando bem estruturadas,
permitem apoiar cursos a distância online. Percebe-se ainda a importância da
biblioteca virtual na mediação do ensino a distância, fornecendo aos seus
usuários uma gama de ferramentas a serem utilizadas na produção de
conhecimento no decorrer da graduação EAD, sendo esta, uma modalidade
educacional cada vez mais presente no contexto brasileiro, devido as facilidades
que a mesma oferece na realidade do país, onde muitas vezes, os alunos que não
disponham de tempo para estudar, por necessitarem laborar, encontram a
oportunidade de graduar-se através do ensino a distância.
A deficiência do ensino no contexto social brasileiro faz com que o aluno entre na
universidade sem o hábito de pesquisa, e na educação a distância não é diferente. A imagem
�do estudante auto-suficiente, versátil, que tem habilidades de pesquisa é um mito. Segundo
Belloni, (1996, p. 45):
[...] dados consistentes mostram que os estudantes de educação a distância são na
maioria adultos entre 25 e 40 anos, que trabalham e estudam em tempo parcial,
bastante reduzido. Muitos estão voltando a estudar muitos anos após sua última
experiência como aluno e muito frequentemente tiveram experiências educacionais
negativas.
Nesse ambiente, as bibliotecas virtuais universitárias, como ferramentas essenciais do
sistema educacional, necessitam participar ativamente deste processo, buscando caminhos
inovadores e criativos para dar suporte a aprendizagem a distância e, principalmente,
oferecer aos estudantes que optaram por essa modalidade de ensino oportunidades de acesso
às fontes informacionais iguais às oferecidas aos estudantes do ensino presencial. Em suma,
é preciso pensar urgente em mudanças. E, segundo Cunha (2010, p. 2) estas mudanças vão
além da mera incorporação de avanços tecnológicos. Elas incluem o repensar da essência do
que define uma biblioteca universitária, o seu sentido de lugar, de produtos e serviços para a
comunidade acadêmica, coisas que, todos concordam, têm caracterizado a biblioteca ao
longo dos séculos passados. Atualmente, as bibliotecas universitárias vêm adaptando seus
serviços a esse novo tipo de usuário, e com a utilização das novas tecnologias da informação
e comunicação estão surgindo diferentes serviços. No entanto, na maioria das vezes esses
serviços privilegiam a transmissão de informação, deixando de lado a interação. De acordo
com Filatro (2008), quando o aluno interage com as ferramentas ele inicia um processo de
articulação de conhecimento que o faz refletir sobre seu próprio conhecimento, de novas e
diferentes maneiras.
A educação a distância no Brasil vem passando por uma grande expansão, o que tem
feito com que os diversos setores da universidade se moldem a esse novo tipo de aluno. Os
serviços ofertados para os usuários de educação a distância pelas bibliotecas virtuais ainda
são muito restritos, e isto tem motivado os cursos a distância a criarem ferramentas próprias,
como material complementar para suprir as necessidades dos alunos. Desse modo, é preciso
que as bibliotecas realizem mudanças voltadas a atender a essa nova demanda, criando novos
serviços e ajustando os serviços presenciais, usando as redes sociais, aprendizagem
colaborativa, SMS etc, como forma de exercer o papel de mediadora da informação.
A modalidade de educação a distância ainda passará por diversas evoluções, devido
ao rápido avanço das tecnologias de informação e comunicação, assim como o próprio
ensino presencial, para o qual já se preveem mudanças. Enxergando além da realidade atual,
Belloni (2006), por exemplo, coloca como cenário provável do sistema de ensino futuro os
�do a atender às necessidades dos
alunos. Seria uma combinação de atividades presenciais e a distância, sem necessidade do
professor, havendo interação entre os estudantes, que trabalhariam em equipe, de modo
cooperativo.
Iniciativas de EaD, principalmente em instituições de ensino superior, deve incluir a
participação efetiva da biblioteca desde a sua concepção. Isto é evidenciado por dois
Referenciais de Qualidade promovidos pelo Ministério da Educação (MEC), através da
Secretaria de Educação a Distância (SEED). O primeiro Referencial para Cursos a Distância,
publicado no ano de 2003, alerta prontamente sobre esse fato: Fique-se atento ao fato de que
um curso a distância não exime a instituição de dispor de centros de documentação e
informação ou mediatecas (que articulam bibliotecas, videotecas, hemerotecas e infotecas
etc.), inclusive virtuais, para prover suporte a alunos e professores. (BRASIL, 2003). O
mesmo documento reforça que as instituições que disponibilizam essa forma de curso devem
oferecer, sempre que possível, bibliotecas e museus virtuais. Posteriormente, no ano de 2007,
a SEED publica outro referencial de qualidade focando a educação superior à distância
(BRASIL, 2007) que evidencia a existência de bibliotecas nos polos, exigindo a oferta de
uma infraestrutura para consulta bibliográfica e ao material didático. Porém, não se enfatiza
a utilização de recursos mais virtualizados, e apenas ressalta o quanto é importante que o
material oferecido por bibliotecas seja disponibilizado em diferentes mídias. Entretanto,
enfatizamos o fato do aluno de EaD não necessitar de deslocamento físico para ter acesso às
informações bibliográficas, pois além de comprometer seus estudos, não são consideradas as
características essenciais da EaD, como: a flexibilidade de tempo e espaço e, principalmente,
a comodidade. Outra vantagem das dessas bibliotecas é que elas não se restringem apenas
atendimento dos alunos matriculados nos cursos de EaD, mas atende a toda equipe e até a
comunidade em geral. Valente et al. (apud BLATTMANN; BELLI, 2000) ressaltam que
estudantes sobre os materiais para a comunicação com pessoas fora do meio de
ncia das bibliotecas não se resume ao seu
acervo, mas à sua capacidade de disponibilizar acesso. Documentos que antes possuíam
acesso restrito devido às dificuldades de armazenagem, distribuição e necessitavam de
infraestrutura física, hoje podem ser adquiridos e distribuídos facilmente em meio digital,
fator de muita importância para divulgação do conhecimento no contexto da EaD on-line.
(KONDO; LIRANI; TRAINA JR, 2009, p. 63). A utilização destas bibliotecas expande os
�conhecimentos do ensino e da pesquisa, tornando praticamente ilimitada a liberdade dos
educadores para indicar material bibliográfico, sem se preocuparem com questões de tempo,
espaço e quantidade de material disponível. Dessa forma, as bibliotecas ultrapassam os
conceitos tradicionais, deixando de ser depósitos de livros ou repositórios para se tornarem
um ponto principal de pesquisa variada, com serviços e/ou produtos amplamente oferecidos
na internet, acessada a qualquer hora, por usuários de lugares distintos.
4 METODOLOGIA
A metodologia compreende a descrição dos caminhos percorridos na realização desta
pesquisa. Entende-se por pesquisa, a busca de uma solução para obter respostas e chegar a
atividade voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego
-se algo
sobre determinado objeto de pesquisa.
Toda pesquisa requer que se faça um apanhado do que já existe sobre o tema e
enfoque a ele relacionado. Portanto, inicialmente, fez-se uma pesquisa bibliográfica que de
constituído principalmente de livros e artigos científic
diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou
p.119).
Nesta perspectiva, esse estudo assumiu abordagem qualitativa, uma vez que buscou
compreender um fenômeno específico em profundidade, com aspectos da realidade que não
podem ser quantificados. Segundo Chizzotti (2005) o termo qualitativo implica uma partilha
densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse
convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção
sensível.
A presente pesquisa é exploratória porque, segundo Lakatos e Marconi (2005), tem
fe- nômeno, para a realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar
concei-
ão geral a respeito de um
determinado fato e que ainda permite ao pesquisador ampliar seus conhecimentos acerca do estudo
desenvolvido. De acordo com Trivinos (1987,p.109)
�Os estudos exploratórios permitem ao investigador aumentar a sua experiência em
torno de determinado problema. O pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda
seu estudo no limite de uma realidade especifica [...] então o pesquisador planeja um
estudo exploratório para encontrar os elementos necessários que lhe permitam, em
contato com determinada população, obter os resultados que deseja.
O levantamento bibliográfico desse trabalho foi realizada na Biblioteca de Ciências
Humanas da Universidade Federal do Ceará (UFC), na Biblioteca Pública Governador
Menezes Pimentel, em Revistas Especializadas, nos acervos digitais das Teses e
Dissertações e na internet. Logo após foram selecionado os documentos relevantes para o
desenvolvimento da pesquisa.
Assim, para responder à pergunta da pesquisa
Qual o papel da biblioteca virtual
nesse novo cenário educacional? Ela está otimizando a produção de conhecimento,
exercendo a mediação, nessa modalidade da Educação a Distância (EAD)? adotou-se o
estudo de caso como estratégia de pesquisa. Para Calazans (2007, p.39)
O Estudo de Caso é uma estratégia de pesquisa utilizada para investigar um
fenômeno complexo. É considerada uma estratégia de pesquisa abrangente para as pesquisas
sociais e é uma forma de investigação empírica, pois analisa um fenômeno contemporâneo
dentro de seu contexto da vida real.
Quanto ao instrumento de coleta de dados, decidiu-se adotar o questionário que é para
CERVO (1996, p.138)
-se a um meio de obter respostas às
questões por uma fórmula que o próprio informante preenche. [...]. Possui a
vantagem de os respondentes sentirem-se mais confiantes, dado o anonimato, o que
A delimitação de uma pesquisa faz-se necessária por não ser possível compreender
todos os elementos de uma população devido a diversos fatores como, a dificuldade de
comunicação, os custos da aplicação que se torna muito alto, o tempo, entre outros fatores.
Sendo portanto o ambiente desta pesquisa as Universidades que oferecem graduação na
modalidade a distância. Devido a esses problemas existentes, as técnicas de amostragem
permitem ao pesquisador selecionar uma amostra adequada, que possa atender aos
propósitos da investigação, sendo chamada esta amostra por população. Com isso
compreendemos que:
População ou universo de pesquisa é a totalidade de indivíduos que possuem as
mesmas características definidas para um determinado estudo. Amostra é a parte da
�população ou do universo, selecionada de acordo com uma regra ou plano. (SILVA; E
MENEZES.2001 P. 32)
Compreende-se então quais caminhos metodológicos serão percorridos para se chegar
a uma conclusão no desenvolvimento desta pesquisa. Sendo esta apenas uma ampliação do
conhecimento da realidade, possibilitando ainda o surgimento de novas pesquisas a respeito
desta temática em outros campos.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do exposto, percebe-se a importância mediadora da biblioteca no ensino à
distância, que além de ampliar os horizontes dos alunos, dando suporte ao ensino e
pesquisa, também auxilia os professores que não necessitam se preocupar com quantitativo
de material, acesso do estudante ao conteúdo da disciplina, entre outras facilidades.
Portanto, as bibliotecas virtuais devem está sempre se atualizando, conforme as
TICs se modificam visando atender da melhor forma o seu usuário, fornecendo novas
ferramentas e conteúdos para um melhor desenvolvimento cognitivo do aluno.
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CHIZZOTTI, A. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 2005.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O papel da biblioteca virtual na mediação do ensino à distância.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Kauane Lysien Costa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A educação a distância nas universidades, vem crescendo de forma acelerada, fazendo com que as mesmas se adaptem a essa nova forma de ensino. Muito desse crescimento se deve aos avanços das TIC – Tecnologias de Informação e Comunicação, as quais vêm ampliando consideravelmente o alcance e as possibilidades da EaD (Educação a Distância). As bibliotecas universitárias desempenham um papel fundamental dentro das instituições de ensino superior. O trabalho busca analisar o papel da biblioteca virtual como mediadora de informação para os alunos do ensino a distância, mostrando a função desempenhada por ela como construtora e facilitadora no desenvolvimento de conhecimento nos cursos de graduação. Esse estudo assumiu abordagem qualitativa, uma vez que buscou compreender um fenômeno específico em profundidade, com aspectos da realidade que não podem ser quantificados. As bibliotecas transcendem os conceitos tradicionais, deixando de ser depósitos de livros ou repositórios para se tornarem um ponto focal de pesquisa variada, com serviços e/ou produtos amplamente oferecidos na internet, acessada a qualquer hora, por usuários de lugares distintos do mundo
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-
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Eixo III
Ensino
CURSOS DE GRADUAÇAO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UM ESTUDO
SOBRE A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA NA AVALIAÇÃO IN LOCO PELO INEP
2010-2017177
FEDERAL UNIVERSITY OF BAHIA UNDERGRADUATE COURSES: A STUDY ON
UNIVERSITY LIBRARY WITHIN INEP IN LOCO EVALUATION 2010-2017
Resumo: O objetivo do artigo é investigar qual a contribuição da biblioteca universitária na
avaliação dos cursos de graduação da UFBA, pelo INEP, tendo como foco as bibliografias básicas
e complementares e também os periódicos especializados que atendem cada curso. Para tanto,
analisaram-se as notas atribuídas pelos avaliadores nas visitas in loco aos cursos, entre os anos de
2010 a 2017. O estudo se configura como uma pesquisa qualitativa e quantitativa, de caráter
descritivo, baseada teoricamente na literatura pertinente, bem como em levantamento documental
referente aos instrumentos do INEP de 2015 e aos relatórios de avaliação dos cursos, elaborados
pelos avaliadores do mesmo Instituto. A análise dos dados, comparativamente à realidade
conhecida e vivenciada pelas bibliotecas da UFBA revelou que os critérios de avaliação registrados
pelos avaliadores se apresentam muitas vezes subjetivos, não revelando com fidedignidade o
estado real das bibliotecas. Conclui-se, assim, que ter como únicos indicadores de avaliação da
biblioteca universitária as bibliografias básicas e complementares e os periódicos especializados
não é uma medida suficiente para configurar se ela cumpre sua função para a comunidade
acadêmica. Além disso, a falta de um profissional da Biblioteconomia integrando as equipes de
visita do INEP faz com que as avaliações não sejam realizadas com critérios adequados e
suficientes para representar a biblioteca, o que influencia evidentemente nas notas finais obtidas
pelos cursos.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Bibliografias. Cursos de graduação. Avaliação do INEP.
Abstract: The purpose of this article is to investigate the contribution of the university library to
the evaluation of UFBA undergraduate courses by INEP, focusing on the basic and complementary
bibliographies and also the journals that aim at each course. Therefore, the grades attributed by the
evaluators during the in loco visits to the courses, between the years 2010 to 2017, have been
analyzed. The study is a qualitative and quantitative research of descriptive nature. Its theory is
based on the appropriate literature, as well as on documentary survey referring to the 2015 INEP
instruments and the evaluation reports of the courses, prepared by the evaluators of the same
177
Este estudo foi elaborado com base no Instrumento de avaliação de cursos de graduação presencial e a distância,
do INEP, de 2015, tendo em vista o período em que ocorreram as avaliações na UFFB. Assim, não foi possível
considerar os novos instrumentos datados de outubro de 2017.
�Institute. The data analysis, compared to the reality known and experienced by the UFBA libraries,
revealed that the evaluation criteria registered by the evaluators are often subjective, not revealing
the actual state of the libraries accurately. It is concluded, thus, that having only basic and
complementary bibliographies and journals as the only evaluation indicators of the university
library is not sufficient so as to determine whether it fulfils its role for the academic community.
Furthermore, the absence of librarians in the INEP evaluation teams means that evaluations are not
carried out with adequate and sufficient criteria to reflect the library, which obviously influences
the final grades attained by the courses.
Keywords: University libraries. Bibliographies. Undergraduate courses. INEP evaluation.
1 INTRODUÇÃO
A universidade brasileira se consolida como tal a partir da segunda metade do século XX,
apesar dos esforços de Anísio Teixeira, nos anos de 1920. No entanto, seu desenvolvimento vem
ocorrendo
ainda que dependente de momentos político-governamentais mais ou menos
comprometidos com a educação
pela influência de pesquisadores e docentes, cuja ação se
concretiza em atos governamentais, paralelamente a medidas de parlamentares e do próprio
Governo, por meio de seus ministérios. Com isto, se quer dizer que nem todas as medidas oficiais
têm favorecido o desenvolvimento pleno da universidade pública, mas, ainda que de forma
sinuosa, ela tem tido uma trajetória ascendente. Dois exemplos recentes têm afetado
profundamente essa instituição: do ponto de vista negativo, as medidas do atual governo (2016-), já
marcado, entre outras perdas, pelos cortes na educação, em geral, e na pesquisa, em particular; do
ponto de vista positivo, os dois governos que o antecederam (2003-2016), quando foi
implementado o projeto Reestruturação e Expansão das Universidades (REUNI), dentre outros,
como dos mais impactantes no que se refere à ampliação de vagas, abertura de cursos noturnos e
concursos para docentes, ademais do impulso dado aos Institutos Federais de Educação, Ciência e
Tecnologia (criados pela Lei federal nº 11.892, de 29 de dezembro de 2008), atualmente em
número de 38, espalhados em 314 campi. (PACHECO, 2009?)
Isto posto e com base na crença no ensino público, gratuito, de qualidade e inclusivo, este
artigo abordará as características do instrumental que rege o ensino superior, quanto à sua
avaliação, destacando a biblioteca universitária como um dos elementos fundantes da universidade
e, apesar disto, o pouco peso com que ela contribui no processo avaliativo dos cursos de
graduação.
�2 AMBIENTE UNIVERSITÁRIO
Pelo desenvolvimento das ciências, das letras, das técnicas e das artes, resultante do ensino,
da pesquisa e da aplicação do conhecimento junto à sociedade (extensão
educação
tripé que sustenta a
universidade deve ser capaz, a partir desse conjunto de saberes e fazeres,
numa visão crítica, de promover a acumulação do capital cultural.
Com essa maxi função e ante a multifacetada e complexa estrutura, a universidade, na
perspectiva de participar e de contribuir para seu próprio desenvolvimento e da sociedade como um
todo, entre outras iniciativas, se debruça sobre seu planejamento, de modo a abarcar todas suas
frentes de investimento e de custos, oriundas de suas funções, demandas e necessidades. Entendase, então, por planejamento, conforme Lubisco (2011, p. 44),
[...] o processo que delineia, prospectivamente, as ações de uma organização, a partir de
objetivos estabelecidos segundo suas funções precípuas e sua missão, devidamente
alinhadas ao seu momento histórico e político. Neste sentido, isto é, considerando também
o ambiente externo, ele é designado planejamento estratégico que, no dizer de Maximiano
(2007, p. 154), leva em conta [...] as ameaças e as oportunidades do ambiente [...].
Destacando os objetivos organizacionais, principalmente os de caráter operacional, sabe-se
que eles são capazes de influenciar a gestão de qualidade, uma vez que representam, segundo Sueli
a ação concreta dos grupos de interesse sobre áreas estratégicas como
Do ponto de vista da Teoria da Administração, o planejamento integra os quatro processos
administrativos, ao lado da organização, direção e controle, que permeiam toda a ação
organizacional.
Segundo o escopo deste artigo, levaremos em conta apenas o planejamento e o controle,
tendo-se o planejamento como primeira etapa da gestão e base dos demais processos, que visa à
tomada de decisões orientada aos objetivos e às metas
é o pensar. Quanto à formalização do
pensar, tem-se o plano, descrição sistematizada das informações que darão base de sustentação às
ações que se quer desenvolver. Já o projeto é o detalhamento de uma ação específica dentro da
organização. No processo controle é onde se encontram as ações relativas ao acompanhamento e
à avaliação das ações, na perspectiva de averiguar o cumprimento dos objetivos, a necessidade de
ajustes ou correção de rota ou mesmo quando se confirmam as boas práticas e iniciativas,
reafirmando-se, assim, as condições de dar continuidade ao que foi prospectado. É quando se sabe
do desempenho organizacional
Para Zainko e Pinto:
�Administrar uma instituição de ensino superior (IES) não é apenas organizar algo que já
existe, que está pronto e acabado; é também produzir novas relações em contextos sociais,
políticos, culturais e pedagógicos. (ZAINKO; PINTO, 2008, p.18).
A Lei
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), quanto ao
planejamento da educação superior, estabelece em seus artigos 12 e 9, respectivamente, a
incumbência dos estabelecimentos de ensino superior e a responsabilidade da União no processo
de avaliação de rendimento educacional. (BRASIL, 1996).
Os instrumentos de planejamento, no âmbito da administração da educação superior,
indicados pela LDB, são: Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e o Projeto Políticopedagógico do Curso (PPC), sendo o PDI o documento de gestão da Instituição de Ensino Superior
(IES), com validade de cinco anos; já o PPC reflete a construção de cada curso de graduação e pósgraduação e é:
[...] um processo intencional, permanente, coletivo e participativo, [...] com base na
missão, nos fins e nas diretrizes institucionais e nas especificidades de sua área de
conhecimento [...] define os rumos da formação do cidadão/profissional. (ZAINKO;
PINTO, 2008, p. 77).
O PPC, segundo o glossário do Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação
presencial e a distância (INEP, 2015, p. 48), está definido conforme segue:
É o documento orientador de um curso que traduz as políticas acadêmicas institucionais
com base nas DCNs [Diretrizes Curriculares Nacionais]. Entre outros elementos, é
composto pelos conhecimentos e saberes necessários à formação das competências
estabelecidas a partir de perfil do egresso; estrutura e conteúdo curricular; ementário;
bibliografia básica e complementar; estratégias de ensino; docentes; recursos materiais;
laboratórios e infraestrutura de apoio ao pleno funcionamento do curso.
Pelo exposto, o PPC comporta o Plano de Ensino (PE), instrumento no qual o docente se
baseia para atingir o esperado dos alunos em determinada disciplina, considerando o conjunto da
matriz curricular. Sua estrutura, constituída de identificação, ementa, objetivos, conteúdo
programático, metodologia (técnicas e materiais didáticos e instrucionais), avaliação, bibliografia
(básica e complementar) e cronograma, deve nortear, assim, tanto o trabalho docente, como
facilitar o desenvolvimento da disciplina por parte dos alunos. Por este motivo, sua elaboração
supõe, por parte do docente, levar em conta o contexto, o perfil dos alunos e o Projeto Pedagógico
do Curso, conforme indicado anteriormente. (MASETTO, 2015; SPUDEIT, 2014).
Resumindo e reforçando sua função, o Plano de Ensino é um instrumento de comunicação
oficial didático-pedagógico, que informa a universidade sobre o planejamento do período letivo do
docente, elaborado segundo a proposta do PPC e em conformidade com o PDI. Trata-se também de
�um dos instrumentos utilizados pela Coordenação do Curso para verificar se está sendo executado
tudo o que foi planejado para o desenvolvimento acadêmico do discente.
Dentre os itens que integram o Plano de Ensino, destaca-se, para efeito deste estudo, a
bibliografia, por sua relação direta com a biblioteca universitária.
2.1 BIBLIOGRAFIA
Visando ao processo ensino-aprendizagem, neste caso, no âmbito da educação superior, o
material didático e instrucional
aqui restrito às bibliografias
deve alinhar-se ao planejamento
institucional, pois, segundo Bruno Ferreira e Cláudio Castro Filho:
Entender a relação existente entre a bibliografia das disciplinas e a universidade, reside
em compreender todo o funcionamento do ensino superior, bem como a sua estrutura
voltada à formação de conhecimento e a prática científica em sociedade. (FERREIRA;
CASTRO FILHO, 2014, p. 23, grifo nosso).
Também, há que destacar as diferentes funções da indicação bibliográfica nos Planos de
Ensino: referencial teórico oficial adotado pelo docente para a elaboração do conteúdo
programático que será ministrado no período letivo; fonte de informação, na rotina estudantil,
norteadora dos assuntos que serão abordados em sala; informação à biblioteca sobre os títulos das
bibliografias básicas e complementares que deverão ser adquiridas e suas respectivas quantidades;
meio de o Colegiado de Curso verificar a coerência da bibliografa com que preconiza o PPC; base
para nortear outros professores no planejamento de disciplinas para turmas mais avançadas,
considerando a sequência de assuntos dentro matriz curricular.
As indicações bibliográficas deverão ser divididas em Bibliografia Básica, Bibliografia
Complementar e Periódicos Especializados. Ainda que este último item integre a avaliação
realizada pelo INEP, o foco deste estudo privilegia os dois primeiros, devido às variáveis
envolvidas e as variadas operações relacionadas a essa definição, paralelamente à sua importância
no ciclo informacional dos cursos de graduação. Ademais, a existência do Portal de Periódicos da
Capes, desde o ano 2000, dispensa comentários sobre a variedade e quantidade de informações
especializadas que ele disponibiliza para a comunidade acadêmica.
Na tentativa de orientar a adequação das bibliografias, o Instrumento de Avaliação de
Cursos de Graduação presencial e a distância do INEP (2015) inclui no seu glossário as
definições adotadas do que sejam a bibliografia básica e a complementar. No entanto, pela leitura
cuidadosa dessas definições pode-se depreender que elas não são claras; na verdade, ambas são
�as características de uma e de outra. A esse respeito, há uma sugestão de nova redação, proposta
por Lubisco, para a Bibliografia Básica, como sendo
[...] o conjunto de obras (ou fontes) impressas e eletrônicas, cujo conteúdo é essencial e
indispensável para o estudo e a pesquisa dos fundamentos teóricos e práticos de
determinada área, campo, componente curricular ou disciplina. (LUBISCO, 2014, p. 46).
E para a Bibliografia Complementar, como sendo
[...] o conjunto de obras (ou fontes) impressas e eletrônicas que ampliam o conteúdo e as
abordagens da bibliografia básica, enriquecendo os conhecimentos e práticas
contidos/resultantes das obras fundamentais de determinada área, campo, componente
curricular ou disciplina. (LUBISCO, 2014, p. 46).
O aumento quantitativo de publicações envolve um processo administrativo complexo para
as bibliotecas e oneroso para a instituição, tendo-se que a oferta de fontes no mercado editorial
aumenta de forma exponencial praticamente na proporção da produção de conhecimento, o que
repercute principalmente na necessidade de revisão da atualização das obras indicadas.
3 AVALIAÇÃO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA NO CONTEXTO DO INEP
A avaliação é um processo de medição de desempenho organizacional, por meio da
verificação do cumprimento dos objetivos traçados no planejamento. Ainda que seja feita a priori,
a posteriori ou concomitantemente à ação, muda a modalidade, mas não sua função de corrigir
rumos, confirmar acertos, ampliar possibilidades, justificar investimentos e demandar novos, além
de prestar contas dos gastos. Com se trata de um processo de exposição, ainda não é incomum
encontrar-se resistência para sua concretização, o que exige um trabalho preliminar de
sensibilização e envolvimento da comunidade
no caso da Universidade
visando ao
desenvolvimento de uma cultura orientada aos benefícios que uma avaliação participativa e
honesta pode trazer à Instituição. Como insumo básico do planejamento, quanto mais ampla e
precisa ela for, mais reais serão seus resultados. Por ser complexa e laboriosa, a literatura
recomenda que seja feita atentando-se para dois aspectos fundamentais: a mesma periodicidade e
de forma sistematizada, pois só assim serão obtidas séries históricas que possibilitarão análises
mais profundas de determinada situação ou organização, bem como a construção de padrões e
indicadores de desempenho.
No caso da avaliação institucional e da avaliação dos cursos de graduação, implementadas
pelo INEP, os indicadores de qualidade já estão estabelecidos nos Instrumentos pertinentes, o que
não exclui o desenvolvimento de outros sistemas, muitas vezes setoriais, que podem vir a
�enriquecer ou mesmo ampliar o escopo da avaliação governamental, mas que se destinam, com
mais especificidade, para a autoavaliação setorial ou da instituição como um todo.
A avaliação governamental ganhou destaque a partir de 1990, com o Programa de
Avaliação Institucional das Universidades Brasileiras (PAIUB) e hoje é realizada mediante os Atos
de Permanência178 no Sistema Federal de Ensino, pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação
Superior (SINAES), instituído pela Lei 10.861, de 14 de abril de 2004, tendo como objetivo,
segundo seu artigo 3º,
[...] identificar o seu perfil e o significado de sua atuação, por meio de suas atividades,
cursos, programas, projetos e setores, considerando as diferentes dimensões institucionais
[...] (BRASIL, 2004).
Todo o processo avaliativo do SINAES é integrado por vários instrumentos
complementares179, que permitem a atribuição de alguns conceitos e a sua ordenação numa escala
de cinco níveis a cada uma das dimensões avaliadas. Esse conjunto de instrumentos avaliativos
serve de certa forma, para corrigir o rumo do planejamento que a Instituição está tomando em suas
ações. Todo esse trajeto de avaliação afeta, de forma complexa, o ambiente universitário, uma vez
que todos os atores são avaliados.
A Avaliação dos Cursos de Graduação se alicerça em três atos regulatórios: Autorização,
Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento180. Em todos eles, as dimensões a serem
avaliadas são: Organização Didático-pedagógica, Corpo Docente e Tutorial e Infraestrutura, com
seu elenco de indicadores, sendo que, dentre eles, como a Infraestrutura, há apenas três elementos
representativos da biblioteca, quais sejam: a bibliografia básica, a bibliografia complementar e os
periódicos especializados.
Nessa perspectiva avaliativa, a biblioteca universitária, como um dos indicadores para a
avaliação das IES e dos cursos de graduação, em sendo conceitualmente uma função didáticopedagógico, portanto, mais do que cabe no significado de Infraestrutura, não poderia ser avaliada
apenas pela bibliografia básica, a complementar e os periódicos especializados, uma vez que esses
três indicadores não conseguem abarcar a sua missão e sua função perante a comunidade
178
Atos de permanência (Recredenciamento e Transformação de Organização Acadêmica; Reconhecimento e
Renovação de Reconhecimento). (INEP, 2017, p.1)
179
Autoavaliação, Avaliação Externa, Enade, Avaliação dos cursos de graduação e Instrumentos de informação como
o censo e o cadastro. (INEP, 2015)
180
Autorização: quando uma instituição pede autorização ao MEC para abrir um curso; Reconhecimento: quando a
primeira turma de curso novo entra na segunda metade do curso, a instituição deve solicitar seu reconhecimento;
Renovação de Reconhecimento: de acordo com o Ciclo do Sinaes, ou seja, a cada três anos. É calculado o Conceito
Preliminar do Curso (CPC) e aqueles cursos que tiverem conceito preliminar 1 ou 2 serão avaliados in loco por dois
avaliadores, ao longo de dois dias. Os cursos que não fazem Enade, obrigatoriamente terão visita in loco para este ato
ser autorizado (INEP, 2018)
�acadêmica, concretizadas na oferta de produtos e serviços para dar apoio ao desenvolvimento dos
programas de ensino de graduação e pós-graduação, bem como de pesquisa e de extensão.
Nos critérios de avaliação da biblioteca mediante a bibliografia básica, a bibliografia
complementar e os periódicos especializados, segundo o INEP (2015), para obter-se a nota máxima
conceito 5
é necessário que a bibliografia básica disponha no mínimo de três títulos por
disciplina, na proporção de um exemplar para menos de cinco vagas anuais, de cada uma das
disciplinas dos os cursos que utilizem o acervo. Para o indicador bibliografia complementar obter
a nota 5, o acervo deve contar com, pelo menos, cinco títulos por dis
exemplares de
15). Quanto aos periódicos
especializados, a nota máxima ocorrerá quando houver assinaturas com acesso à forma impressa
ou virtual, maior ou igual a 20 títulos com acervo atualizado (INEP, 2015).
Todos esses processos de avaliação citados acima colocam a biblioteca simplesmente como
um espaço físico de uma infraestrutura e não como um ambiente de transformação de
conhecimento. Esse ambiente precisa ser avaliado de acordo com as modificações que ele traz para
a formação profissional, social, política e educacional da comunidade universitária.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de uma pesquisa documental, cujas fontes para obtenção dos dados foram as
páginas web da Comissão Própria de Avaliação da UFBA, bem como da Superintendência de
Avaliação e Desenvolvimento Institucional/Coordenação de Avaliação/Cursos, da mesma
Universidade.
Identificaram-se e analisaram-se 83 relatórios em Portable Document Format (Formato
Portátil de Documento), referentes às visitas in loco realizadas por ocasião dos processos de
Autorização, Reconhecimento e Renovação de Reconhecimento dos Cursos de Graduação, da
Universidade Federal da Bahia, entre os anos de 2010 a 2017, pelas comissões de avaliação do
INEP. Utilizou-se o aplicativo Excel da Microsoft para lançar e organizar os dados e, assim,
facilitar a sua análise.
Iniciou-se por identificar quais dados precisariam ser coletados e, logo, procedeu-se ao seu
ordenamento por categorias para possibilitar a sua correlação, visando às conclusões e inferências
que seguem. Foram analisados os relatórios relativos a todas as avaliações efetuadas no período,
considerando-se minuciosamente o que concerne aos indicadores acatados pelo INEP para a
avaliação da biblioteca universitária.
�5 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
De acordo com o levantamento feito para este estudo, vários cursos da UFBA foram criados
em decorrência do projeto REUNI. Com isto, pode-se notar que, pela passagem de 4 a 6 anos desde
as respectivas Autorizações pela Instituição, grande número deles passou pelo processo de
Reconhecimento, no período entre 2011 e 2015. O Gráfico 1 mostra os cursos avaliados na UFBA,
registrando principalmente o Reconhecimento de novos cursos (ano de 2014) oriundos do REUNI.
Gráfico 1
Total de 83 Cursos de Graduação da UFBA avaliados entre os anos de 2010-2017
por ato regulatório.
Fonte: Dados da pesquisa.
Ainda no Gráfico 1 apresenta-se o percentual dos Atos Regulatórios dos períodos
analisados, notando-se que a maior faixa foi a de Reconhecimento de Curso (51 cursos), ou seja,
criaram-se novas vagas de graduação na UFBA, com ênfase para os cursos do turno noturno. Hoje
a UFBA conta com um total de 107 cursos de graduação181, os quais passarão por avaliação in loco
se os alunos não atingirem nota 3 ou mais no Exame Nacional de Desempenho do Estudante
(Enade).
Gráfico 2
Reconhecimento de cursos relacionado com os turnos na UFBA.
Fonte: Dados da pesquisa.
O destaque para o Reconhecimento em detrimento dos outros atos regulatórios deve-se a
que este representa a criação de novos cursos. Assim, a instituição cumpre seu papel criando os
cursos, enquanto o Governo federal cumpre o seu, avaliando-os.
O Gráfico 2 destaca os relatórios das Avaliações in loco dos cursos e o aumento expressivo
de atos de Reconhecimento dos cursos noturnos realizados na UFBA. De acordo com o boletim de
181
https://siac.ufba.br/
�estatística da UFBA, Retrospectiva - Especial 70 anos, o total de cursos noturnos passou de 1 para
31 cursos, entre os anos de 2006 e 2015, tendo o número de vagas aumentado de 40 para 2.370. O
número de inscritos teve um aumento de 153 para 65.177. O ano que teve a maior criação de
cursos foi 2010, segundo as estatísticas da Universidade. (UFBA em números..., 2016, p. 10).
Gráfico 3
Relação do Ato Regulatório com o crescimento das Avaliações do INEP por Áreas
dos Cursos de Graduação da UFBA, entre os anos de 2010-2017.
Fonte: Dados da pesquisa.
Legenda: Área I: Ciências Físicas, Matemática e Tecnologia; Área II: Ciências Biológicas e
Profissões de Saúde; Área III: Filosofia e Ciências Humanas; Área IV: Letras; Área
V: Artes; Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (Bacharelado Interdisciplinar);
Curso Superior de Tecnologia.
A UFBA aloca seus cursos de graduação em sete áreas, para efeito da organização
administrativa, acadêmico-pedagógica e financeira da Universidade. No Gráfico 3, fica exposto o
crescimento da Avaliação do INEP em relação a essas áreas e demonstra o crescimento da área I,
seguida da área II e III. Na área I, houve maior crescimento de novas vagas e renovação das vagas
na UFBA, entre os anos de 2011 e 2017.
O Gráfico 4 apresenta um resumo dos anos avaliados e indica a evolução das notas finais.
Gráfico 4
Conceitos atribuídas aos 83 cursos de graduação da UFBA, avaliados entre 2010 e
2017, por quantidade de curso
Fonte: Dados da pesquisa.
Legenda: Os numerais de 2 a 5 correspondem às notas; S/C = Sem Conceito.
As bibliotecas da UFBA, neste contexto, não seguem a mesma tendência de crescimento
que se observa nos cursos (Gráfico 4), pois nos cálculos do conceito final aqueles Indicadores
�relacionados a elas não influenciam no resultado: dos 83 cursos analisados, 3 receberam conceito 1
nos 3 indicadores (Bibliografia Básica, Bibliografia Complementar e Periódicos Especializados),
mas ficaram com a nota final 3 e 4, portanto, muito próximas à nota máxima
Quadro 1
CONCEITO DA
BIBLIOGRAFIA
BÁSICA
1
1
1
2
2
3
4
5
5 (Quadro 1).
Conceito Máximo da Dimensão 3 (Infraestrutura), comparando com os Conceitos
Mínimo da Bibliografia Básica, Bibliografia Complementar e Periódico
Especializados.
CONCEITO DA
CONCEITO DOS
BIBLIOGRAFIA
PERIÓDICOS
COMPLEMENTAR
1
1
1
1
1
1
2
2
2
2
3
3
4
4
5
5
Fonte: Dados da pesquisa.
DIMENSÃO 3
NOTA FINAL
ANO DA
AVALIAÇÃO
CÓDIGO DE
AVALIAÇÃO
2,9
3,3
4,0
2,1
2,0
3,0
3,1
4,1
3
4
4
3
4
2
2
3
2014
2012
2011
2012
2014
2011
2012
2013
108608
94207
89802
93457
89183
89184
93169
103258
Ademais, a priori, surpreendem as notas de 1 a 4 atribuídas ao indicador Periódicos
Especializados, ao considerar-se que todas as bibliotecas da UFBA têm acesso ao Portal da Capes
(Quadro 1). No entanto, numa análise mais acurada, há dois fatores a considerar: 1) normalmente,
nos Planos de Ensino dos cursos de graduação da UFBA não se incluem periódicos especializados
mais afetos aos cursos de pós-graduação; 2) e, caso algum docente, na sua prática, adote um ou
mais títulos para a graduação, não faz constar do referido Plano. Com isto, um curso bem avaliado
na dimensão 3 (Infraestrutura), como demonstra o Quadro 1, pode perfeitamente ter nota 1 no
Indicador Periódicos Especializados. No entanto, este conceito mínimo não repercute no conceito
final da dimensão Infraestrutura, uma vez que os três Indicadores relativos à Biblioteca
(Bibliografia Básica, Bibliografia Complementar e Periódicos Especializados
condições de igualdade entre si e com mais 20 itens, dessa dimensão.
Segundo informação enviada por e-mail por parte do INEP (Coordenação-geral de
Avaliação dos Cursos de Graduação e IES
CGACGIES) a uma das autoras, em 22 de agosto de
2017, pelo protocolo n. 2784301:
O conceito do curso (CC) é calculado, pelo sistema e-MEC, com base na média aritmética
ponderada dos conceitos das dimensões, os quais são resultados da média aritmética
simples dos indicadores das respectivas dimensões. Não há pesos atribuídos aso
indicadores.
Esta situação é um dos pontos críticos que vimos levantando em relação à adequação e
suficiência dos indicadores dos INEP e que reforça nossa posição de que a biblioteca universitária
venha a constituir-se numa quarta Dimensão a ser avaliada, de modo que seu desempenho, de um
lado, contribua efetivamente na nota final não só da Dimensão, mas do curso como um todo; de
outro, que a biblioteca seja representada com fidedignidade no seu desempenho
para o mal
para o bem e
e assim forneça aos gestores os elementos necessários para sua melhoria no
�cumprimento do seu papel dentro da academia e para justificar os investimentos feitos e
demandados.
O Portal de Periódicos da Capes, oficializado em 2000, teve como o objetivo de solidificar
o uso do formato eletrônico das coleções científicas para as Instituições de Ensino Superior. Com
essa iniciativa, a Capes passou a centralizar a compra de assinaturas dos periódicos especializados,
liberando as universidades desse encargo, sendo que elas mantiveram, segundo seu interesse, as
assinaturas dos periódicos impressos.
O Gráfico 5, aparentemente, revela o desconhecimento do conteúdo do Portal de Periódicos
da Capes, por parte dos avaliadores, ou das instruções que o Indicador atribui a cada conceito, visto
que dos 83 cursos avaliados só 46 cursos receberam conceito máximo (5) no Indicador Periódicos
Especializados.
Gráfico 5 - Nota do Indicador Periódicos Especializados, relacionada com o Conceito Final nos
83 cursos avaliados.
Fonte: Dados da pesquisa.
Legenda: O eixo horizontal corresponde aos conceitos atribuídos pelos avaliadores ao Indicador
Periódicos Especializados. O eixo vertical corresponde à quantidade de cursos por
Conceito final de Curso.
Além disso, um dos relatórios de Avaliação in loco, com conceito 4 no Indicador de
Periódicos Especializados, tem uma justificativa sem razão de ser visto, que o Portal de Periódico
da Capes deveria atender a todos os critérios da nota máxima do indicador, e na justificativa os
avaliadores pontuaram que um periódico criado pelo curso está classificado pelo WebQualis no
estrato B-2, como se esta classificação influenciasse na nota do indicador. Não há a menor razão,
se isto ocorreu de fato. Segue a justificativa do avaliador:
A IES mantém assinaturas de 15 periódicos especializados indexados e correntes, sob
forma impressa ou virtual, cujos títulos encontram-se distribuídos entre as principais áreas
do curso, a maioria deles com acervo atualizado em relação aos últimos três anos. Além
destes, a IES possui uma revista intitula-se "Cultura Visual" e possui classificação Qualis
B-2. Também são disponibilizados artigos de periódicos especializados como Arco
Design, por exemplo, entre outros. (INEP, avaliação n. 128678, 2017).
Outro aspecto que surpreendeu nos relatórios examinados foi o resultado da avaliação
121807 (número atribuído pelo INEP). Consta no relatório tomado como exemplo, quanto à
�amostragem feita, verificou-se que existe um exemplar para 7 vagas
ar no Plano de Ensino, é
avaliada por unidade curricular (disciplina). Pergunta-se: Como o avaliador pôde avaliar a
Bibliografia Básica por amostragem, se o conceito a ser atribuído a ela é calculado pela média do
total dos exemplares do Curso? Neste caso, pode-se considerar que houve um equívoco do
avaliador quanto ao entendimento das Instruções para Preenchimento do Formulário e-MEC.
Ainda quanto aos resultados, cujas evidências sugerem subjetividade ou mesmo má
interpretação por parte dos avaliadores, foram encontradas também argumentações referentes a
aspectos não solicitados pelo instrumento de avaliação do INEP, tais como alguns exemplos que
seguem:
A Instituição tem uma Biblioteca Central, com 4 andares para os cursos da saúde, bem
iluminada e ventilada. O acervo tem um sistema informatizado que possibilita consulta e
reserva via internet. Tem 55 mesas para leitura e 12 cabines individuais. Não tem salas de
reunião para pequenos grupos. (INEP, avaliação n. 113129, 2015).
Na visita in loco na Biblioteca do curso de Química verificou-se um número razoável de
livros para os dois primeiros anos do curso, considerando 40 vagas semestrais de entrada
de alunos. Na visita in loco na Biblioteca do curso foi verificado existir um número
razoável de bibliografia complementar para os alunos do curso. (INEP, avaliação n.
121847, 2016).
Reiterando o parágrafo anterior, os itens 3 e 4 das Instruções para Preenchimento (INEP,
2016, p. 1) orientam o avaliador a:
3. Atribuir os conceitos a cada um dos indicadores. Os conceitos deverão ser justificados,
com argumentação qualitativa e contextualizados, com base nos indicadores.
4. Assegurar a coerência dos conceitos atribuídos aos indicadores com as suas respectivas
justificativas (análise quantitativa e análise qualitativa).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por oportuno, conclui-se que os casos de avaliação inadequada, anteriormente indicados,
não excluem os casos exitosos, em que os cursos, em todos os seus aspectos, inclusive nos
Indicadores que representam a Biblioteca, são avaliados de forma fidedigna à realidade conhecida.
O que se quer, no entanto, é que a biblioteca universitária seja transformada numa quarta
Dimensão a ser avaliada
ao lado da Organização Didático-Pedagógica, Corpo Docente e Tutorial
e Infraestrutura , na perspectiva de que, por um lado, ela tenha representatividade no total da
avaliação por sua função de estrutura fundante da Instituição; por outro, que avaliação fidedigna de
seu status quo venha promover seu constante aperfeiçoamento, na oferta de serviços e produtos
pertinentes ao desenvolvimento dos programas de ensino e de pesquisa da Universidade, o que não
�ocorre quando apenas as bibliografias básicas e complementares e os periódicos são levados em
consideração. (LUBISCO, 2017).
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�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Cursos de graduação da Universidade Federal da Bahia: um estudo sobre a biblioteca universitária na avaliação IN LOCO pelo INEP –2010-2017.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Sousa, Flávia Bulhões de; Lubisco, Nidia Maria L.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo do artigo é investigar qual a contribuição da biblioteca universitária na avaliação dos cursos de graduação da UFBA, pelo INEP, tendo como foco as bibliografias básicas e complementares e também os periódicos especializados que atendem cada curso. Para tanto, analisaram-se as notas atribuídas pelos avaliadores nas visitas in loco aos cursos, entre os anos de 2010 a 2017. O estudo se configura como uma pesquisa qualitativa e quantitativa, de caráter descritivo, baseada teoricamente na literatura pertinente, bem como em levantamento documental referente aos instrumentos do INEP de 2015 e aos relatórios de avaliação dos cursos, elaborados pelos avaliadores do mesmo Instituto. A análise dos dados, comparativamente à realidade conhecida e vivenciada pelas bibliotecas da UFBA revelou que os critérios de avaliação registrados pelos avaliadores se apresentam muitas vezes subjetivos, não revelando com fidedignidade o estado real das bibliotecas. Conclui-se, assim, que ter como únicos indicadores de avaliação da biblioteca universitária as bibliografias básicas e complementares e os periódicos especializados não é uma medida suficiente para configurar se ela cumpre sua função para a comunidade acadêmica. Além disso, a falta de um profissional da Biblioteconomia integrando as equipes de visita do INEP faz com que as avaliações não sejam realizadas com critérios adequados e suficientes para representar a biblioteca, o que influencia evidentemente nas notas finais obtidas pelos cursos.
Language
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e8f569b327d0efb9d996005ac816e506
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Eixo III - Ensino
PERCEPÇÃO DE BIBLIOTECÁRIOS QUANTO A DOCUMENTOS INSTITUCIONAIS E
CAPACITAÇÕES EM INDEXAÇÃO
PERCEPTION OF LIBRARIANS ON INDEXING INSTITUTIONAL DOCUMENTS AND
TRAINING
Resumo: Este artigo apresenta os resultados da avaliação realizada pelo Grupo de Estudos em
Indexação quanto à percepção dos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul sobre a pertinência e a aplicabilidade de documentos institucionais e
capacitações no desempenho de suas atividades. Inclui referencial teórico sobre políticas e
documentos de indexação, capacitação de bibliotecários, além de uma breve descrição do Grupo de
Estudos em Indexação. Apresenta e analisa as respostas do questionário enviado aos bibliotecários.
Conclui que os documentos foram pertinentes para orientar e qualificar o processo de indexação
nas bibliotecas. Conclui, também, que a realização de capacitações periódicas é fundamental para
que os bibliotecários possam conhecer e aplicar esses documentos e para esclarecer dúvidas sobre a
atividade de indexação. A partir desses resultados, o Grupo de Estudos em Indexação irá direcionar
suas próximas atividades com relação à política e aos manuais de indexação e realizar novas
capacitações para os bibliotecários do seu sistema de bibliotecas.
Palavras-chave: Indexação. Grupo de estudos. Documentos de indexação. Capacitação de
bibliotecários.
Abstract: This article presents the results of the evaluation carried out by a group called Grupo de
Estudos em Indexação regarding the perception of librarians of the Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul on the pertinence and applicability of institutional
documents and trainings in the performance of their activities. It includes theoretical reference on
policies and documents of indexation, qualification of librarians, besides a brief description of the
group. It presents and analyzes the answers of the questionnaire sent to the librarians. It concludes
that the documents were relevant to guiding and qualifying the indexing process in libraries. It also
concludes that periodic training is essential so that librarians can know and apply these documents
and clarify doubts about the indexing activity. Based on these results, the group will direct its next
�activities in relation to policies and indexing manuals and will carry out new training for the its
library system.
Keywords: Indexing. Study group. Indexing documents. Librarian training.
1 INTRODUÇÃO
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com sede em Porto Alegre, é uma
instituição centenária, reconhecida nacional e internacionalmente pela excelência no ensino e na
pesquisa. Ministra cursos em todas as áreas do conhecimento e em todos os níveis, desde o Ensino
Fundamental até a Pós-Graduação.
O Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBUFRGS) é composto por uma Biblioteca Central e
por 30 bibliotecas setoriais especializadas, contando com 131 bibliotecários. A função primordial
do SBUFRGS é prover infraestrutura bibliográfica, documentária e informacional para apoiar as
atividades da Universidade, centrando seus objetivos nas necessidades informacionais do
indivíduo, membro da comunidade universitária, constituída de alunos de graduação, pósgraduação, ensino fundamental, ensino médio; docentes e servidores técnico-administrativos. Além
disso, presta serviços de acesso à informação, à leitura e a outros recursos disponíveis que são
instrumentos de transformação da sociedade não vinculada à Universidade.
As bibliotecas do SBUFRGS estão vinculadas administrativamente às Unidades de Ensino,
possuem acervo próprio e oferecem serviços independentes, porém atuam de forma cooperativa no
que se refere às políticas gerais para o desenvolvimento de coleções, automação dos serviços,
catalogação, indexação e outros. O processamento técnico é descentralizado, contudo obedece às
políticas do SBUFRGS.
A quantidade de informação gerenciada nas bibliotecas universitárias exige políticas que
orientem os processos de trabalho. Em sistemas descentralizados, tais dispositivos têm um papel
fundamental, principalmente no tratamento técnico da informação, pois, além de orientar e
padronizar as atividades, evita que as inconsistências se multipliquem. Assim, o processo de
indexação deve ser consolidado através de diretrizes para a representação temática de documentos,
promovendo maior consistência nos catálogos automatizados e consequentemente qualificando a
recuperação da informação.
Para a elaboração de diretrizes específicas de indexação no SBUFRGS, foi criado em 2005
o Grupo de Estudos em Indexação (GEI) que, desde então, estuda e desenvolve políticas e manuais
para uniformizar as entradas de assuntos no catálogo de autoridades do Sistema de Automação de
Bibliotecas (SABi).
�Desde a sua criação até o final de 2017, o GEI elaborou e implementou, no SBUFRGS, o
Padrão para Entrada de Nomes Geográficos como Assunto, a Política de Indexação e o Manual de
Rotinas e Procedimentos de Indexação, e ministrou quatro capacitações relativas a esses
documentos.
Este artigo tem por objetivo apresentar os resultados de uma avaliação realizada pelo GEI
quanto à percepção dos bibliotecários do SBUFRGS sobre a pertinência e a aplicabilidade desses
documentos e capacitações no desempenho de suas atividades.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A seguir são tratados tópicos relativos ao GEI, às políticas e documentos institucionais de
indexação e à capacitação de bibliotecários.
2.1 Grupo de Estudos em Indexação (GEI)
O GEI é formado por bibliotecários que atuam nas bibliotecas setoriais do SBUFRGS e que
se reúnem, semanalmente, para tratar de assuntos relativos à indexação. Seu principal objetivo é
orientar o trabalho dos bibliotecários através da elaboração de diretrizes de indexação que
minimizem as inconsistências nas entradas de assuntos dos catálogos de autoridade, refletidas no
catálogo bibliográfico. Com isso, procura otimizar a prática de indexação e, consequentemente,
qualificar a recuperação da informação.
Dentro desse contexto, o GEI vem acompanhando, desde 2005, o trabalho de indexação
desenvolvido nas bibliotecas do SBUFRGS. Como primeira etapa desse processo, foi elaborado,
em 2007, o Padrão para Entrada de Nomes Geográficos como Assunto. Nesse mesmo ano foi
realizada uma capacitação para os bibliotecários no uso do Padrão, a qual teve a participação de 40
bibliotecários, num total de sete horas. Em 2009, foi lançada a segunda edição do Padrão, revista e
atualizada, e novamente realizada uma capacitação com duração de seis horas e a presença de 48
bibliotecários.
Após a conclusão dessa etapa, o GEI deu início aos estudos para a elaboração de uma
política e de um manual de procedimentos de indexação para o SBUFRGS. Em 2014 foi
apresentada a versão preliminar da Política de Indexação e do Manual de Rotinas e Procedimentos
de Indexação para apreciação e aprovação dos colegas do SBUFRGS. Essa capacitação teve a
participação de 59 bibliotecários, num total de sete horas. Na ocasião, a Política de Indexação foi
aprovada integralmente e o Manual aprovado parcialmente, pois não houve consenso quanto a
algumas de suas regras. Após sua revisão, o Manual foi novamente apresentado em 2015, em uma
capacitação de quatro horas, na qual estiveram presentes 57 bibliotecários.
�Além da elaboração de documentos e da realização de capacitações, o GEI também estuda e
atende demandas provenientes das bibliotecas do SBUFRGS, como correção de descritores,
criação de remissivas para nomes geográficos, e dúvidas gerais quanto à formação de descritores.
2.2 Políticas e documentos institucionais de indexação
O processo de indexação é uma atividade complexa que requer uniformização de
procedimentos através de políticas, manuais e padrões. O objetivo específico do estabelecimento
de diretrizes para o processo de indexação, é a uniformização nos procedimentos de análise
conceitual, identificação de conceitos e tradução.
O primeiro resultado das atividades do GEI foi a elaboração do documento Padrão para
Entrada de Nomes Geográficos como Assunto, que se tornou ferramenta de trabalho obrigatória
para os indexadores do SBUFRGS, substituindo a Norma do IBGE176 que era, até então, o único
documento utilizado para padronização das entradas de nomes geográficos.
De acordo com um levantamento realizado pelo GEI em 2016:
[...] quanto à eficácia da aplicabilidade do Padrão, foi constatada uma significativa redução
nos erros dos descritores geográficos após sua implantação. Observou-se também uma
maior consistência na padronização das entradas, qualificando, assim, a recuperação da
informação. (GASPERIN et al., 2016, p. 7)
Após a implantação da segunda edição do Padrão, o GEI deu início aos estudos para a
elaboração da política e do manual de indexação para o SBUFRGS. Para tal, foram utilizados tanto
o conhecimento explícito quanto o conhecimento tácito dos indexadores, considerando que ambos
são complementares e interpenetrantes, contínuos e separáveis (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
No que se refere ao conhecimento explícito, foram realizados levantamentos bibliográficos
da literatura especializada na área de indexação e análise dos descritores existentes no SABi. Já o
conhecimento tácito foi identificado através da troca de experiências entre os integrantes do GEI e
também através de reuniões técnicas com os indexadores do SBUFRGS. A interação entre o
conhecimento explícito e o conhecimento tácito serviu como subsídio para a tomada de decisões no
processo de elaboração da política e do manual de indexação. Segundo Leite e Costa (2007, p. 4):
A partir da interação entre conhecimento científico explícito o conhecimento científico
registrado, a literatura científica e o conhecimento científico tácito aquilo que os
pesquisadores sabem, aprenderam e é comunicado por meios impessoais, e não
estruturados , torna-se viável a criação de um novo conhecimento científico .
MAROUN, Maria Célia dos Santos; NEVES, Maria de Lourdes Therezinha Pacheco. Nomes geográficos: normas
para indexação. Rio de Janeiro: IBGE, 1996.
�O resultado final desses estudos tornou possível o registro sistematizado de todo esse
conhecimento na Política de Indexação e no Manual de Rotinas e Procedimentos de Indexação.
Conforme Fujita (2016, p. 61):
Essas diretrizes precisam ser orientadas por princípios advindos de uma política de
indexação elaborada por consenso entre profissionais atuantes no sistema. Além disso, a
mesma deve ser de conhecimento do indexador e estar ao seu alcance para consulta em
forma de manuais de rotinas e procedimentos.
O processo de elaboração e a implementação desses documentos comprovaram a
necessidade do diálogo e da negociação entre todos os bibliotecários, tendo em vista a estrutura
descentralizada do SBUFRGS.
Porém, para manter sua eficácia, esses documentos necessitam ser constantemente
avaliados e atualizados. Conforme
vedove (2015, p. 51):
[...] a implementação de uma política de indexação pressupõe uma constante avaliação,
visto que suas diretrizes estão diretamente relacionadas a um conjunto de fatores que são,
por natureza, suscetíveis de alterações, por razões relativas à atualização do acervo,
possíveis mudanças das áreas de interesse da unidade de informação, perfis dos usuários,
linguagens de indexação, dentre outros.
A aplicação da Política, juntamente com o Manual de Rotinas e Procedimentos de
Indexação, contribuiu para que o bibliotecário indexador adotasse melhores práticas em seu
trabalho. Posteriormente, será realizado um estudo avaliativo sobre a eficácia desses documentos
na redução das inconsistências nas entradas de assunto no SABi.
2.3 Capacitação de bibliotecários
Para o bom desenvolvimento de seu trabalho, o bibliotecário responsável pelas atividades
de indexação deve manter-se constantemente atualizado, participando de capacitações dentro de
sua área de atuação. Segundo Fujita (2012, p. 187):
Esse contexto do indexador pode ser entendido por dois elementos que são importantes
durante a formação do seu conhecimento prévio profissional e que o distingue de outro
leitor: a formação e o ambiente profissional. A formação profissional inicial, continuada e
de capacitação em serviço proverá ao indexador conhecimentos específicos sobre
tratamento da informação. O ambiente do sistema de informação proverá ao indexador
conhecimentos específicos sobre a cultura organizacional, política de indexação expressa
em um manual de indexação, linguagem de indexação e o objetivo de atendimento das
demandas de sua comunidade usuária.
Além de manter-se atualizado, outras competências são esperadas do bibliotecário
indexador, como ter capacidade de concentração, de análise e síntese, ter habilidades de
�comunicação para negociação e trabalho em equipe. É também fundamental que o indexador
conheça e aplique as políticas da instituição. Nesse sentido, a instituição tem a responsabilidade de
disseminar essas informações através da promoção de capacitações.
[...] o grande
A partir
investimento do sistema de informação deve ser feito no indexador por meio de treinamento
Porém, é necessário que seja realizada uma
avaliação para verificar se uma determinada capacitação cumpre com seus objetivos.
No SBUFRGS, as capacitações de indexação são oferecidas pelo GEI. Desde 2007, foram
oferecidas quatro capacitações, sendo duas sobre o Padrão para Entrada de Nomes Geográficos,
uma para a apresentação da Política e do Manual de Rotinas e Procedimentos de Indexação e uma
de revisão desse Manual. Após cada uma dessas capacitações, foi preenchido um formulário de
avaliação pelos participantes. No entanto, o GEI percebeu a necessidade de realizar uma avaliação
mais específica com relação a essas capacitações, visando melhor atender às demandas dos
bibliotecários.
3 METODOLOGIA
A seguir será descrito o tipo de pesquisa realizada, o instrumento de coleta de dados, a
população pesquisada e a forma de análise dos dados.
3.1 Tipo de pesquisa
A pesquisa foi do tipo descritiva, realizada através de um levantamento. Com relação ao
levantamento, esclarece Gil (2002, p. 50):
As pesquisas deste tipo caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo
comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações
a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida,
mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados
coletados.
Essa metodologia foi utilizada por ser a mais adequada para atender ao objetivo do
trabalho.
3.2 Instrumento de coleta de dados
Foi elaborado um questionário,
contendo nove
questões, sendo oito estruturadas (fechadas) e uma não estruturada (aberta). Esse questionário foi
enviado por e-mail, em outubro de 2017, para todos os bibliotecários do SBUFRGS. Para garantir a
�privacidade dos respondentes, as respostas foram anônimas. No capítulo quatro deste artigo, as
questões são analisadas individualmente.
3.3 População
A população dessa pesquisa foram os 131 bibliotecários do SBUFRGS. Os sete integrantes
do GEI não foram contabilizados na pesquisa, perfazendo, então, uma população de 124
bibliotecários. Desses, 81 responderam ao questionário.
3.4 Análise dos dados
Os resultados obtidos com as questões estruturadas foram tabulados e apresentados em
forma de gráficos, sendo realizada uma breve apreciação dos dados, através da abordagem
quantitativa. Quanto à questão não estruturada, as respostas foram classificadas em três categorias
temáticas para, então, serem analisadas.
4 RESULTADOS
A seguir, são apresentados os resultados da pesquisa referentes a cada uma das questões
respondidas pelos bibliotecários.
4.1 Há quanto tempo está no cargo de Bibliotecário da UFRGS?
O primeiro item do questionário é referente ao tempo no cargo de Bibliotecário da UFRGS.
A maioria das respostas (27) foi "mais de 10 anos", seguida da opção "de 8 a 10 anos" (17). Em
terceiro lugar, aparece a opção "menos de 2 anos", com 16 respostas, conforme gráfico abaixo:
Gráfico 1 - Tempo no cargo
Fonte: Elaborado pelo GEI.
�4.2 Você faz indexação de documentos no SBUFRGS?
Dos 81 bibliotecários que responderam ao questionário, 61 fazem indexação.
4.3 Quais documentos elaborados pelo GEI costuma utilizar?
Essa questão era de múltipla escolha, podendo cada bibliotecário marcar um ou mais
documentos. Houve pouca diferença no número de respostas para cada opção: 35 bibliotecários
utilizam o Manual de Rotinas e Procedimentos, 35 utilizam a Política de Indexação, 32 utilizam o
Padrão para Entrada de Nomes Geográficos e 29 não utilizam nenhum documento. Para uma
melhor visualização:
Gráfico 2 - Uso dos documentos
Fonte: Elaborado pelo GEI.
4.4 Se você respondeu "nenhum", por qual motivo não utiliza os documentos elaborados pelo
GEI?
Essa questão foi respondida apenas pelos 29 bibliotecários que responderam
questão anterior. Foram dadas quatro opções de resposta: desconheço os documentos, considero
desnecessários, são de difícil compreensão, não atendem as minhas necessidades. Havia ainda a
possibilidade do bibliotecário responder "outros" e, nesse caso, escrever a sua resposta. Dentre as
opções, nove bibliotecários escolheram a opção "desconheço os documentos". No entanto, 13
bibliotecários escolheram a opção "outros", e relataram o fato de não indexarem como sendo o
principal motivo de não utilizarem os documentos. A opção "são de difícil compreensão" não foi
escolhida por nenhum respondente.
�Gráfico 3 - Motivo de não utilização dos documentos
Fonte: Elaborado pelo GEI.
4.5 Avalie a importância desses documentos para o desempenho de suas atividades
Para essa questão, foi utilizada a Escala de Likert, onde 1 corresponde a "pouco importante"
e 5 corresponde a "muito importante". A maioria dos respondentes (36) considera muito importante
os documentos, conforme gráfico abaixo:
Gráfico 4 - Importância dos documentos
Fonte: Elaborado pelo GEI.
�4.6 De quais capacitações do GEI você participou?
Essa questão era de múltipla escolha, podendo cada bibliotecário marcar uma ou mais
capacitações. Quarenta respondentes
, sendo que desses, 16
ingressaram no SBUFRGS após a última capacitação. As respostas para cada opção estão
representadas abaixo:
Gráfico 5 - Participação nas capacitações
Fonte: Elaborado pelo GEI.
4.7 Se você respondeu "nenhum", por qual motivo não participou das capacitações?
Dos 40 bibliotecários que não participaram de nenhuma capacitação, 16 foi por terem
ingressado na UFRGS nos últimos dois anos e 18 responderam que outro colega representou a
biblioteca na capacitação.
4.8 Avalie a importância dessas capacitações para o desempenho de suas atividades
Para essa questão, novamente foi utilizada a Escala de Likert, onde 1 corresponde a "pouco
importante" e 5 corresponde a "muito importante". A maioria dos respondentes (41) considera
muito importante as capacitações. Trinta bibliotecários escolheram a opção "3" ou "4", e apenas
dez escolheram as opções "1" ou "2". Para uma melhor visualização, as respostas estão
representadas a seguir:
�Gráfico 6 - Importância das capacitações
Fonte: Elaborado pelo GEI.
4.9 Deixe aqui suas observações, críticas ou sugestões referentes aos documentos e às
capacitações elaborados pelo GEI
Essa questão era aberta e opcional, sendo que 25 bibliotecários optaram por respondê-la. As
respostas ficaram distribuídas entre três categorias: sobre o GEI, importância de capacitações e
documentos para indexação.
5 DISCUSSÃO
A partir da análise das respostas do questionário, foi possível avaliar, através da percepção
dos bibliotecários do SBUFRGS, a pertinência e a aplicabilidade dos documentos e das
capacitações em indexação desenvolvidos pelo GEI.
Quanto ao tempo no cargo de Bibliotecário no SBUFRGS, foi observado que uma
quantidade significativa de bibliotecários (16) ingressou após a realização das capacitações. Pelo
fato de não terem participado das capacitações, é possível que esses bibliotecários não tenham
conhecimento dos documentos do GEI.
Quanto ao uso dos documentos, 29 bibliotecários não os utilizam, sendo que desses, 13
relataram não fazer indexação. É possível perceber que 16, apesar de indexarem, não costumam
utilizá-los. Isso sugere a necessidade de conscientização dos bibliotecários quanto ao uso da
Política e dos manuais. Ainda com relação aos 29 que não utilizam os documentos, oito os
desconhecem, o que demonstra a importância de uma maior divulgação desses para o SBUFRGS.
Dos demais bibliotecários (21) que os conhecem, porém não os utilizam, nenhum justificou a não
�utilização por considerá-los de difícil compreensão, ou seja, não há dificuldade quanto ao
entendimento das instruções neles contidas. Esse fato reforça a necessidade de conscientização dos
bibliotecários quanto à importância do uso da Política e dos manuais.
menor de importância, 17 estão no SBUFRGS há mais de oito anos. É possível que isso ocorra
devido à resistência a mudanças, já que a implantação do Padrão, da Política e do Manual de
Indexação, acarretou alterações nos procedimentos de indexação nas bibliotecas. É importante
ressaltar que antes da implantação desses documentos, não havia nenhuma diretriz de indexação
que fosse comum a todo SBUFRGS.
Com relação às capacitações, 40 bibliotecários não participaram de nenhuma. Desses, 16
ingressaram na UFRGS nos últimos dois anos, ou seja, após a última capacitação ter sido realizada.
Dezoito bibliotecários responderam que outro colega representou a biblioteca na capacitação. Isso
ocorreu porque nem sempre é possível toda a equipe de uma biblioteca ausentar-se de seu local de
trabalho.
Quanto à importância das capacitações, 41 bibliotecários responderam que as consideram
ingressaram no SBUFRGS nos últimos dois anos, e,
mesmo não tendo realizado nenhuma das capacitações, reconhecem sua relevância. Isso demonstra
a necessidade do GEI realizar novas capacitações, tanto para os bibliotecários recém-ingressos,
quanto para os bibliotecários com mais tempo no cargo.
Na questão onde os bibliotecários podiam deixar suas observações, críticas ou sugestões, as
respostas ficaram distribuídas em três categorias: documentos para indexação elaborados pelo GEI,
importância das capacitações e sobre o trabalho do GEI.
Com relação aos documentos elaborados pelo GEI, os respondentes relataram a importância
do uso desses documentos durante o processo de indexação e também em outras atividades de
trabalho nas bibliotecas. Alguns respondentes demonstraram dúvidas sobre as inconsistências
encontradas nos descritores do SABi, pois ingressaram há pouco tempo na UFRGS e desconhecem
o histórico do catálogo bibliográfico e dos documentos elaborados pelo GEI. Houve sugestões
quanto à atualização dos documentos do GEI e quanto à necessidade de uma maior comunicação
entre os bibliotecários do SBUFRGS.
No que diz respeito às capacitações, foi ressaltada a sua importância e a necessidade de
serem realizadas com mais frequência.
�Já sobre o trabalho do GEI, a maioria dos respondentes elogiou as atividades desenvolvidas
pelo grupo. Houve algumas críticas e sugestões sobre o trabalho do grupo. Uma das sugestões foi
para que fossem elaboradas instruções para a correção de inconsistências nos descritores do SABi.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A indexação é uma das principais etapas do processo de tratamento da informação. No
entanto, a qualidade da indexação está diretamente ligada à qualificação do indexador na execução
dessa tarefa. Para um bom desempenho em suas atividades, é fundamental aos bibliotecários
conhecer e aplicar as políticas e manuais de sua instituição, e para que isso ocorra de forma
eficiente, faz-se necessário a realização periódica de capacitações.
A política e os manuais de indexação existentes no SBUFRGS foram elaborados pelo GEI,
avaliados e aprovados pelos demais bibliotecários do Sistema, com o objetivo de orientar o
processo de indexação. Para instruir os bibliotecários quanto ao uso desses documentos, o GEI
realizou capacitações referentes a cada documento elaborado.
Para avaliar a percepção dos bibliotecários sobre a política e os manuais de indexação, bem
como sobre as capacitações realizadas, o GEI aplicou um questionário a todos os bibliotecários do
SBUFRGS. A partir da análise dos resultados dessa pesquisa, ficou evidente a pertinência de
documentos para orientar e qualificar o processo de indexação nas bibliotecas, proporcionando,
assim, maior segurança aos bibliotecários na realização de suas atividades. Também foi possível
concluir que a realização de capacitações periódicas é fundamental para que os bibliotecários
possam conhecer e aplicar esses documentos com maior propriedade e, ainda, para esclarecer
dúvidas sobre a atividade de indexação.
A partir desses resultados, o GEI irá direcionar suas próximas atividades com relação à
Política e aos manuais, visando mantê-los atualizados, bem como elaborar novos documentos de
acordo com as necessidades dos bibliotecários. Além disso, o GEI irá realizar novas capacitações
para os bibliotecários do SBUFRGS, principalmente para os recém-ingressos, possibilitando, dessa
forma, a adoção de melhores práticas nas atividades de indexação.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A name given to the resource
Percepção de bibliotecários quanto a documentos institucionais e capacitações em indexação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Behrmann, Magda Helena; Silva, Ana Paula Araujo Cabral da; Pureza, Edina Maria Gomes da Cunha; Oliveira, Elisa Alves de; Souza, Vanessa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Este artigo apresenta os resultados da avaliação realizada pelo Grupo de Estudos em Indexação quanto à percepção dos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul sobre a pertinência e a aplicabilidade de documentos institucionais e capacitações no desempenho de suas atividades. Inclui referencial teórico sobre políticas e documentos de indexação, capacitação de bibliotecários, além de uma breve descrição do Grupo de Estudos em Indexação. Apresenta e analisa as respostas do questionário enviado aos bibliotecários. Conclui que os documentos foram pertinentes para orientar e qualificar o processo de indexação nas bibliotecas. Conclui, também, que a realização de capacitações periódicas é fundamental para que os bibliotecários possam conhecer e aplicar esses documentos e para esclarecer dúvidas sobre a atividade de indexação. A partir desses resultados, o Grupo de Estudos em Indexação irá direcionar suas próximas atividades com relação à política e aos manuais de indexação e realizar novas capacitações para os bibliotecários do seu sistema de bibliotecas
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Eixo III - Ensino
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O ENSINO DE FONTES DE INFORMAÇÃO: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
UNIVERSITY LIBRARY AND THE TEACHING OF INFORMATION SOURCES:
AN EXPERIMENT REPORT
Resumo: Com o intuito socializar experiências bem-sucedidas na realização de parcerias, o
estudo consiste em um relato de experiência da parceria firmada entre a disciplina "Fontes de
Informação Especializada", do Curso de graduação em Biblioteconomia da UFPB com Biblioteca
Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), especificamente, com o Portal de Periódicos
da CAPES. Participaram da experiência 214 alunos que cursaram a disciplina de 2013 a 2017, o
que correspondeu a em oito períodos letivos. A bibliotecária responsável pelo Portal da CAPES, na
Biblioteca Central da UFPB realiza treinamento com grupos de discentes da disciplina sobre o
conteúdo das bases de dados disponíveis no Portal, as estratégias de busca que podem ser
desenvolvidas e o cadastramento dos usuários no sistema. Após o treinamento cada grupo
apresenta em sala de aula um seminário sobre uma base de dados. Dos resultados obtidos percebese que essa parceria tem contribuído para a formação dos alunos, ampliando o seu conhecimento
sobre as inúmeras fontes de informação disponíveis no Portal e tornando os discentes mais autoconfiantes. Conclui-se que a parceria criada entre a disciplina e a biblioteca universitária favorece
uma postura pró-ativa dos futuros bibliotecários, pois a socialização dos conhecimentos tem
servido de estímulo para que os discentes conhecerem outras fontes de informação.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária. Fontes de informação. Ensino. Portal CAPES.
Abstract: With the intention of socializing well-succeeded experiences in the realization of
partnerships, the present study is consisted of an experience report of a partnership established
the Federal University of Paraíba, and the Central Library of the Federal University of Paraíba
(UFPB), specifically, with the service of orientation for research in the CAPES Journal Portal. The
experiment included 214 students who studied the subject from 2013 to 2017, corresponding to
eight school semesters. The librarian who is responsible by the CAPES Journal Portal in the
Central Library of the UFPB develop a training course with groups of students of the subject about
the interface of the portal and its respective data bases, as well as about search strategies that can
be developed, detailing the permitted filters and the available resources in the portal and in the data
bases. After the training course, each group presented in the classroom a seminar about one data
base. From the obtained results, it is perceived that this partnership has contributed to the
formation of students, expanding their knowledge about the innumerous information sources
�available in the Portal, promoting the autonomy of students in the use of data bases, becoming
them more self-confidents in their researches. It is concluded that the partnership created between
the subject and the university library favors a proactive posture of the future librarians, once the
socialization of knowledge has served as a stimulus for the students to know other information
sources.
Keywords: University Library. Information Sources. Teaching. CAPES Journal Portal.
1 INTRODUÇÃO
Na atualidade, as Tecnologias da Informação e Comunicação têm provocado intensas
mudanças que não se restringem ao âmbito das tecnologias mas catalisam mudanças sociais,
culturais, políticas e econômicas que se refletem nas formas de comunicação científica e nas
formas de ensino e aprendizagem. Nesse contexto, as bibliotecas universitárias, que têm como
missão dar apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão das universidades, necessitam
redefinir o seu papel e se adaptar às novas necessidades das instituições onde estão inseridas. Por
sua vez, os professores devem promover novas formas de ensino e colaborar para que os seus
alunos adquiram competências
que eles necessitam para se tornarem cidadãos ativos e
trabalhadores do século XXI.
Na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a formação do bibliotecário é regida pelo
Projeto Político-Pedagógico (PPP) do Curso de Biblioteconomia na modalidade bacharelado, que
visa
formar profissionais na informação para atuar de forma crítica e eficiente, em atividades
que conduzam: à conscientização do valor da informação para a transformação da
sociedade; à gestão de serviços e recursos de informação, através de ações de
planejamento, organização e administração e ao manuseio de diferentes tecnologias de
informação (UFPB, 2007).
As disciplinas que integram a composição curricular do referido curso são resultantes das
Diretrizes Curriculares Nacionais fixadas pelo MEC e estão distribuídas em seis áreas curriculares.
Com a reformulação curricular promovida pela emergência do PPP do curso a disciplina "Fontes
de Informação Especializada" insere-se na Área 3, abarcando os conteúdos de duas disciplinas do
currículo anterior: "Bibliografia Especializada em Ciências Biomédicas e Tecnológicas" e
"Bibliografia Especializada em Ciências Humanas". A nova disciplina corresponde a quatro
créditos e sua carga horária, 60 horas, tem como objetivo identificar e pesquisar fontes de
informação especializada.
�No decorrer da implementação da nova disciplina, percebemos a necessidade de realização
de estratégias que contribuíssem para adequar o ensino das fontes de informação especializadas ao
novo cenário tecnológico reinante. Dentre as consequências proporcionadas pelo avanços
tecnológicos no ambiente informacional, Tomaél, Alcará e Silva (2016) alertam para a quantidade
de informações disponíveis diariamente no ambiente virtual, a facilidade para disponibilizar essas
informações e a velocidade com que essas informações podem se modificar. Se anteriormente os
alunos da disciplina manuseavam as bibliografias impressas disponíveis na Biblioteca Central
(BC) da UFPB, atualmente o Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal
de Nível Superior - CAPES disponibiliza uma infinidade de bases de dados e outros recursos
informacionais em diversas áreas do conhecimento.
O Portal de Periódicos da CAPES é uma biblioteca virtual que disponibiliza para
comunidade acadêmica brasileira o melhor da produção científica mundial.
São inúmeras
publicações com os mais variados tipos de conteúdos assinados junto a editores e sociedades
científicas internacionais. O seu conteúdo se constitui de bases de dados com textos completos,
bases de dados referenciais, de livros, de patentes, de teses e dissertações, enciclopédias,
dicionários, bases de dados estatísticos, normas técnicas, entre outros.
O Portal é considerado um divisor de águas na pesquisa científica brasileira e provocou
alterações significativas na rotina das bibliotecas universitárias exigindo novas competências dos
bibliotecários que com ele atuam. Nessa perspectiva, é necessário que os bibliotecários das
instituições sejam capacitados no uso dessa ferramenta para que possam orientar os usuários nas
suas buscas de informação. E isso implica em conhecimento das fontes de informação disponíveis,
bem como de seus conteúdos, estratégias de busca e dos diversos recursos existentes no Portal.
Para tanto a CAPES dispõe de bibliotecários qualificados e capacitados localizados em todas as
regiões do país, os quais contribuem para a divulgação e realização de treinamentos para o uso
eficaz dessa ferramenta, os chamados help desks, que são multiplicadores em suas instituições e
outras da região tornando efetivo o uso desse valioso instrumento para a pesquisa científica e
tecnológica brasileira.
Assim, surgiu a ideia de firmar parceria da disciplina "Fontes de Informação
Especializada", do Curso de graduação em Biblioteconomia da UFPB com Biblioteca Central da
Universidade Federal da Paraíba (UFPB), especificamente, com o Portal de Periódicos da CAPES
com vistas a propiciar aos alunos da disciplina o conhecimento das fontes de informação
especializadas disponíveis no Portal e das possibilidades de estratégias de busca. Com o intuito
socializar experiências bem-sucedidas na realização de parcerias entre o ensino das fontes de
informação e a biblioteca universitária, o presente texto trata-se de um relato de experiência dessa
�parceria. Nesse texto relatamos o processo de elaboração e implementação da parceria firmada e
das estratégias adotadas visando subsidiar o processo de ensino/aprendizagem dos discentes.
2 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA, PORTAL DE PERIÓDICOS DA CAPES E ENSINO
DE FONTES DE INFORMAÇÃO
As bibliotecas universitárias foram criadas a medida que surgiram as primeiras
universidades, desde os Séculos X a XII, tais como as de Bolonha, Paris e Oxford. São instituições
de ensino superior, voltadas ao atendimento das necessidades da comunidade acadêmica (NUNES;
CARVALHO, 2016).
Ao longo de sua história as bibliotecas universitárias foram evoluindo e se adaptando às
mudanças que estabeleceram a sua atual configuração e seu papel social. Considerando a forte
influência das ordens religiosas sobre as primeiras universidades, só a partir do Século XV iniciouse um processo de laicização das universidades e das bibliotecas universitárias.
Conforme Battles (2003), com o Renascimento, a medida que crescem as universidades,
ampliam-se os acervos de títulos em códices das bibliotecas universitárias, não apenas
quantitativamente mas qualitativamente.
A partir do Século XVIII, com o fim dos governos absolutistas e a efervescência popular
nas cidades europeias, ocorrem profundas mudanças econômicas, políticas e sociais. Os
documentos apreendidos pelos revolucionários franceses nos palácios e órgãos públicos são
confiscados, gerando um acervo bibliográfico e documental que passa a ser considerado
patrimônio nacional (NUNES; CARVALHO, 2016).
Com a produção em massa de livros, em razão do barateamento do papel e da mecanização
do processo editorial, amplia-se o quantitativo de livros em circulação. Além disso, surge uma
nova preocupação com a formação do povo e a necessidade de fornecer meios para que
acontecesse de forma completa essa formação, o que concorre para beneficiar as bibliotecas
universitárias.
Nunes e Carvalho (2016) relatam que dentre as grandes conquistas para as bibliotecas no
fim do Século XIX destacam-se: a criação da Classificação Decimal (CDD), criada por Mewil
Dewey e o lançamento do livro "Five Laws of Library Science", de Ranganathan, em
1931.Segundo os autores, essas foram contribuições "fundamentais para projetar a biblioteca num
outro patamar de interesse social"(NUNES; CARVALHO, 2016, p. 183).
�No Brasil só a partir da Nova República, que se instalou em 1889, criam-se as primeiras
universidades, como a Universidade de Manaus, em 1909 e a Universidade do Rio de Janeiro, em
1920, e com elas surgem as primeiras as bibliotecas universitárias do país.
Com o advento da Internet nos anos de 1990 e a inserção das Tecnologias de Informação e
da Comunicação (TIC) as bibliotecas universitárias brasileiras buscam a sua modernização e
passam a priorizar o uso dessas tecnologias no seu gerenciamento e disponibilização de produtos e
serviços de informação.
O Portal de Periódicos da CAPES foi criado com o objetivo de promover o fortalecimento
dos programas de pós-graduação brasileiros por meio da democratização do acesso online à
informação. Assim, o portal de periódicos nasceu com a finalidade de:
a) apoiar as instituições de ensino superior com programas de pós graduação stricto sensu
na manutenção dos acervos de periódicos científicos internacionais, garantindo o acesso da
comunidade acadêmica brasileira à produção científica e tecnológica mundial;
b) democratizar o acesso à informação contribuindo para a diminuição das disparidades
regionais, de modo a integrar a comunidade brasileira no cenário da produção científica
mundial, e facilitar a inserção da produção científica brasileira no contexto da produção
universal (ALMEIDA, 2006).
São beneficiadas com o conteúdo do Portal, instituições federais de ensino superior (IFES);
institutos de pesquisa (público e privado); institutos estaduais e municipais e instituições privadas,
desde que atendam os respectivos pré- requisitos exigidos pela CAPES.
O Portal foi lançado em novembro de 2000 pelo Ministro da Educação e na ocasião foram
firmados contratos com editores internacionais a fim de proporcionar o acesso às revistas
científicas (ALMEIDA, 2013). Inicialmente, foram contempladas as áreas das Ciências da Saúde,
Biológicas, Exatas e da Terra e as Engenharias. Atualmente, todas as áreas de conhecimento são
contempladas com conteúdos específicos e multidisciplinares.
Sua estrutura organizacional e funcional e de gestão é formada por uma Coordenação, um
Conselho Consultivo e as Instituições Participantes, tendo a CAPES como a instituição responsável
pela coordenação geral e operacional do Programa; pela promoção e cooperação entre as
instituições participantes, bem como pela ampliação do acervo. A gestão é da Coordenação-geral
do Portal de Periódicos (CGPP), que é vinculada à Diretoria de Programas e Bolsas no País da
CAPES (ALMEIDA, 2013).
O portal possui um dos maiores acervos mundiais em Ciência e Tecnologia e é hoje a
principal ferramenta
�contribuindo para os avanços da produção científica brasileira que tem acesso a um vasto
conteúdo, atualizado e de alto nível (ALMEIDA, 2013)
O acesso ao Portal é restrito aos usuários autorizados e pode ser feito no âmbito da
instituição através de terminais ligados à Internet ou remotamente via Proxy ou Comunidade
Acadêmica Federada (CAFe).
Atualmente, o Portal conta com 38 mil títulos de periódicos, 123 bases de dados
referenciais, 11 bases de patentes, mais de 265 e-books, teses e dissertações, enciclopédias,
dicionários, bases de dados estatísticos, normas técnicas, entre outros conteúdos.
O Portal de periódicos disponibiliza uma interface em português e oferece quatro tipos de
buscas principais, a saber: buscar assunto, buscar periódicos, buscar livros e buscar bases. A
escolha de um desses tipos de buscas permite resultados diferenciados, mais amplos ou mais
específicos. Além disso, as bases de dados do Portal apresentam interfaces de buscas e recursos de
pesquisas diferenciados.
Embora seja auto-explicativo o Portal também disponibiliza um tutorial para facilitar sua
navegação, além de treinamentos online. Entretanto, a navegação eficaz no Portal exige outros
conhecimentos e habilidades para uma pesquisa com resultados satisfatórios (SANTOS, 2006).
O tema Ensino de Fontes de Informação ainda é pouco explorado no Brasil, o que evidencia
uma carência de pesquisas acerca do Ensino de Biblioteconomia. Bohn e Brighenti (1998), em seu
artigo sobre a produção de material instrucional para o ensino de Fontes de Informação, relatam a
falta desse tipo de literatura e apontam a ausência de análises e discussões, por parte dos
profissionais da área, acerca do processo de ensino/aprendizagem nesse campo do conhecimento.
Ao pesquisar sobre o ensino/a aprendizagem de fontes de informação Barros e Paiva (2015)
consideram que a formação do bibliotecário deve voltar-se para as fontes eletrônicas uma vez que
o atual contexto é marcado pelas Tecnologias da Informação e da Comunicação.
As fontes de informação "[...] são referências sobre o que está registrado e disponível ao ser
humano, possibilitando reinventar ou compreender melhor seu objeto de estudo" (ARAÚJO;
FACHIN, 2015, p. 84).
Há várias classificações para as fontes de informação. Mueller (2003), relata que aquelas
produzidas ao longo dos processos de pesquisas podem ser classificadas como primárias,
secundárias e terciárias.
As fontes primárias são aquelas produzidas com a interferência direta do autor da pesquisa
e incluem relatórios técnicos, teses e dissertações, patentes, normas técnicas, trabalhos
apresentados em eventos científicos, como congressos, conferências, simpósios, etc., e artigos
científicos.
�As fontes secundárias surgem para facilitar o uso do conhecimento disperso nas fontes
primárias. Tais fontes apresentam a informação filtrada e organizada. São as enciclopédias, os
dicionários, os manuais, as tabelas, as revisões de literatura, os tratados, certas monografias, os
anuários, os livros-texto, entre outras.
As fontes terciárias servem para guiar os usuários para as fontes primárias e secundárias e
incluem as bibliografias, os serviços de indexação e de resumo, os guias de literatura, os catálogos
coletivos, os diretórios, etc. Existem autores que distinguem apenas fontes primárias e secundárias.
As primárias correspondem à literatura propriamente dita, e as secundárias, aos serviços
bibliográficos.
Com a explosão da informação, aflorou o controle bibliográfico especializado
(CAMPELLO; MAGALHÃES,1997). Daí surgiu outra classificação: fontes de informação gerais
e especializadas. As fontes gerais são obras que incluem diversos assuntos, enquanto as fontes
especializadas abrangem áreas de assuntos específicos.
Conforme Bueno (2009, p.67), "[...] as fontes de informação são importantes para o ensino;
seu uso regular, adequado e apropriado é requisito indispensável para a obtenção do sucesso no
processo de aprendizagem."
Especialmente na profissão de bibliotecário, o conhecimento das fontes de informação e das
formas de utilização dos diversos recursos informacionais torna-se imprescindível uma vez que o
bibliotecário é o intermediário entre a informação e os usuários.
A pesquisa realizada por Lins (2009, p. 57) demonstrou que "[...] as disciplinas ministradas
nos cursos de graduação devem considerar os aspectos de competência informacional [...]". Nesse
sentido, a autora sugere que o bibliotecário "[...] precisa disseminar as habilidades informacionais
com o objetivo de formar usuários capacitados para o uso da informação e conscientes da
importância da informação." (LINS, 2009, p. 57).
Entendemos que
[...] as bibliotecas universitárias favorecem a aprendizagem dos estudantes, não apenas
oferecendo o conhecimento que está acumulado nos diversos documentos em diferentes
suportes os quais ela administra, mas também a partir de ações concretas que visam
otimizar o desenvolvimento de estudantes e de equipes de pesquisadores no espaço
informacional, através de ações de aprendizagem (NUNES; CARVALHO, 2016, p. 183).
Assim, a biblioteca universitária deve se constituir um espaço de interação, de formação de
competências e da construção do protagonismo social dos indivíduos.
�3 METODOLOGIA
O estudo consiste em um relato de experiência vivenciada na Universidade Federal da
Paraíba, Campus I, em João Pessoa, PB, por uma docente da disciplina"Fontes de Informação
Especializada", do Curso de graduação em Biblioteconomia e uma bibliotecária que atua no Portal
de Periódicos da CAPES da Biblioteca Central da referida universidade.
Participaram da experiência 214 alunos que cursaram a disciplina de 2013 a 2017, o que
correspondeu a em oito períodos letivos: 2013.1, 2013.2, 2014.1, 2014.2, 2015.1, 2015.2, 2016.1 e
2016.2 (Tabela 1). O total de alunos por turma variou de 16 a 35 alunos, perfazendo uma média de
27 alunos por semestre.
Tabela 1: Distribuição de alunos por período letivo
PERÍODO
NO DE ALUNOS
2013.1
32
2013.2
35
2014.1
31
2014.2
27
2015.1
35
2015.2
16
2016.1
17
2016.2
21
TOTAL
214
Fonte: Dados da pesquisa, 2018.
O conteúdo programático de "Fontes Especializadas de Informação", que foi construído de
forma a priorizar a ementa da disciplina, inclui três unidades: 1) Ciência, comunicação científica e
fontes de informação; 2) Controle bibliográfico especializado; e 3) Fontes de Informação em
Ciências Sociais, Ciências Biomédicas e Tecnologia. Nas duas primeiras unidades os discentes têm
a oportunidade de conhecer a teoria sobre: fontes especializadas de informação, controle
bibliográfico especializado, a indústria da informação e as terminologias biomédica e tecnológica.
A parceria com o Portal da CAPES realiza-se na terceira unidade da disciplina, momento em que
os discentes precisam aprender a realizar buscas em fontes especializadas de informação e a
manusear os principais instrumentos bibliográficos.
A parceria iniciou-se através de conversas informais com a bibliotecária do Portal da
CAPES, com experiência em orientação à pesquisa nessa ferramenta, visto que atua com a
�ferramenta desde sua implantação e como help desk na Região Nordeste desde 2011. A
bibliotecária atende usuários na ilha do portal localizada na Biblioteca Central da UFPB e,
frequentemente, realiza treinamentos e palestras sobre o mesmo na UFPB e em outras instituições
da região. A proposta configura-se de forma a colocar os discentes como usuários do Portal da
CAPES, treiná-los no uso de bases de dados e torná-los elementos multiplicadores.
Primeiramente, a docente da disciplina divide a turma em grupos, de dois ou três alunos e
realiza em sala de aula um sorteio de bases de dados disponíveis no Portal da CAPES. Cada grupo
responsabiliza-se por uma base de dados. Os grupos são compostos por uma média de três alunos e
cada grupo entra em contato com a bibliotecária que realiza, na Biblioteca Central, um treinamento
com cada grupo sobre a base de dados sorteada.
Antes do treinamento no Portal a professora apresenta aos discentes instruções para
elaboração dos seminários nos quais os discentes devem indicar: Qual (ais) área (s) do
conhecimento que a base de dados abrange? Qual o editor da base de dados? Indicar quais os
tipos de fontes de informação a base indexa (artigos? livros? patentes? anais de evento? etc) e a
periodicidade em que os dados são inseridos na base? Quais os recursos disponíveis aos usuários?
Quais as estratégias de busca que podem ser utilizadas? (Busca simples? busca avançada? Quais os
operadores booleanos utilizados nas estratégias de busca?) Como os usuários podem dispor dos
resultados da(s) busca(s)?
Na segunda etapa, a bibliotecária agenda um horário com cada grupo de alunos para recebêlos na biblioteca central. Inicialmente é feita um apresentação geral do portal de periódicos da
específica daquele grupo. É feita uma apresentação geral da base de dados em questão e na
sequência vamos respondendo as questões solicitadas pela docente da disciplina de FI.
Naturalmente priorizamos as questões indicadas pela docente, porém não nos limitamos a elas.
Durante a interação da bibliotecária com os alunos surgem outras questões e dúvidas que são
enriquecedoras tanto para os alunos como para a bibliotecária, que muitas vezes descobre aspectos
interessantes sobre uma base de dados que antes não havia despertado. Portanto é uma relação de
troca e de aprendizado muito enriquecedora para ambas as partes.
Após o treinamento cada grupo apresenta em sala de aula um seminário sobre a base de
dados. Enquanto um grupo apresenta o seminário os demais discentes participam observando e
anotando o que consideram relevante para a discussão que ocorre no final da apresentação.
�4 RESULTADOS
Durante o processo de construção dos seminários em cada semestre, observamos que
alguns discentes apresentavam uma resistência à metodologia utilizada, alegando dificuldade por
se tratar de base de dados cujos conteúdos são, predominantemente, em língua inglesa. Entretanto,
após o treinamento realizado no Portal da CAPES essa postura deu lugar a um comportamento de
maior segurança e consciência de que a falta de domínio da língua inglesa não se constitui um
impedimento para conhecer e entender como se configuram as bases de dados e os recursos que
elas disponibilizam aos usuários. Além disso, os discentes percebem as semelhanças e diferenças
encontradas
nas
bases
de
dados
disponibilizadas
nas
diversas
plataformas.
Foram realizadas apresentações do Portal da CAPES, na Biblioteca Central da UFPB, pela
bibliotecária responsável pelo serviço, quando a mesma fez explanações sobre o conteúdo das
bases de dados disponíveis no Portal, as estratégias de busca que podem ser desenvolvidas e o
cadastramento dos usuários no sistema.
Ao longo dos oito semestres ocorreram seminários sobre as seguintes bases de dados:
Library and Information Science Abstracts - LISA, MEDLINE Complete, Educational Resources
Information Center - ERIC, EconLit, CINAHL, PsycArticles (APA), PsycBooks (APA), Engineering
Journals, Reaxys, Acquatic Science and Fisheries Abstracts.
Os seminários ocorreram em três dias letivos e em cada dia eram apresentadas, em média,
três bases de dados. Assim sendo, a cada semestre os discentes da disciplina tomavam
conhecimento de nove bases de dados. E como os recursos de busca disponíveis nas bases de dados
muitas vezes se assemelham, essa repetição colaborou para o aprendizado dos alunos.
Para a docente da disciplina e para a bibliotecária que ministra os treinamentos no Portal da
CAPES ficou evidente o quanto essa parceria tem contribuído para a formação dos alunos,
ampliando o seu conhecimento sobre as inúmeras fontes de informação disponíveis no Portal e
tornando os discentes mais auto-confiantes. Os discentes têm relatado que os treinamentos no
Portal são primordiais e extremamente válidos para consolidar os conhecimentos necessários para
o bom desempenho na disciplina e, consequentemente, na sua formação profissional.
Nesse sentido, percebemos que os conhecimentos teóricos aliados à prática, ou seja, o
saber e o fazer estão intimamente ligados e devem ser trabalhados continuamente, pois se
constituem em um processo em permanente construção.
�5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da realização dos treinamentos dos alunos da disciplina "Fontes Especializadas de
Informação" no Portal da CAPES da Biblioteca Central da UFPB como estratégia para ampliar o
conhecimento dos discentes sobre as fontes especializadas de informação, tivemos a oportunidade
de refletir que a ação docente extrapola os conhecimentos teóricos e práticos e perpassa pelo
âmbito de compartilhar esses conhecimentos, desenvolver potencialidades e que, junto com a
biblioteca universitária podemos ir mais longe do que foi aprendido em sala de aula.
Constatamos que os seminários desenvolvidos na disciplina têm contribuído para ampliar o
conhecimento dos alunos sobre as fontes especializadas de informação e capacitá-los a construir
estratégias de busca nas bases de dados. Também têm colaborado para a conscientização dos
discentes sobre a necessidade do estudo da língua inglesa e que muitos desses alunos, depois de
terem cursado a disciplina, iniciaram cursos de língua inglesa.
Concluímos que a parceria criada entre a disciplina e a biblioteca universitária favorece
uma postura pró-ativa dos futuros bibliotecários, pois a socialização dos conhecimentos tem
servido de estímulo para que os discentes conhecerem outras fontes de informação.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Biblioteca universitária e o ensino de fontes de informação: um relato de experiência.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Mônica de Paiva; Paiva, Eliane Bezerra
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Com o intuito socializar experiências bem-sucedidas na realização de parcerias, o estudo consiste em um relato de experiência da parceria firmada entre a disciplina "Fontes de Informação Especializada", do Curso de graduação em Biblioteconomia da UFPB com Biblioteca Central da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), especificamente, com o Portal de Periódicos da CAPES. Participaram da experiência 214 alunos que cursaram a disciplina de 2013 a 2017, o que correspondeu a em oito períodos letivos. A bibliotecária responsável pelo Portal da CAPES, na Biblioteca Central da UFPB realiza treinamento com grupos de discentes da disciplina sobre o conteúdo das bases de dados disponíveis no Portal, as estratégias de busca que podem serdesenvolvidas e o cadastramento dos usuários no sistema. Após o treinamento cada grupoapresenta em sala de aula um seminário sobre uma base de dados. Dos resultados obtidos percebese que essa parceria tem contribuído para a formação dos alunos, ampliando o seu conhecimentosobre as inúmeras fontes de informação disponíveis no Portal e tornando os discentes mais autoconfiantes.Conclui-se que a parceria criada entre a disciplina e a biblioteca universitária favorece uma postura pró-ativa dos futuros bibliotecários, pois a socialização dos conhecimentos temservido de estímulo para que os discentes conhecerem outras fontes de informação
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5843/SNBU2018_241.pdf
05e8528e28f1891365948d08f12b0246
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Eixo III - Ensino
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO INSTRUMENTO DE APOIO AO SISTEMA
EDUCACIONAL UAB
THE UNIVERSITY LIBRARY AS AN INSTRUMENT OF SUPPORT FOR THE UAB
EDUCATIONAL SYSTEM
Resumo: O presente estudo sobre as bibliotecas do sistema educacional Universidade Aberta do
Brasil, tem por finalidade identificar, a partir de entrevistas com profissionais relacionados à
educação a distância e às bibliotecas universitárias e por meio de referencial teórico de pesquisas
anteriores sobre o tema, elementos acerca da biblioteca universitária como instrumento de apoio à
educação a distância. Para tal, a metodologia constitui-se de um estudo de caso, de cunho
qualitativo, com caráter exploratório, em que apresentamos levantamento bibliográfico, entrevistas
com pessoas que tem experiências práticas com o objeto de estudo e análise dos dados com base
nas entrevistas que ajudam na compreensão do problema. Os dados foram analisados levando em
consideração as seguintes categorias: Educação a Distância, Universidade Aberta do Brasil e
Bibliotecas Universitárias. Os resultados obtidos demonstram que a educação a distância tem
contribuído para a inclusão social e, também, percebeu-se que as bibliotecas ainda necessitam
evoluir para atenderem adequadamente a essa modalidade de ensino. Concluiu-se que as
tecnologias possibilitam às bibliotecas romperem as barreiras de tempo e de espaço e, que embora
estas, ainda apresentem deficiências estruturais, tais espaços contribuem para a qualificação dos
cursos, constituindo-se como um valioso instrumento de apoio para a educação a distância e para a
Universidade Aberta do Brasil.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Sistema educacional. Universidade Aberta do Brasil.
Abstract: The present study on the libraries of Brazilian Open University educational system aims
at addressing to identify, from interviews with professionals related to distance education and
university libraries and through a theoretical reference of previous research on the subject,
elements about the university library as a tool to support distance education. For this, the
methodology consists of a qualitative case study, with an exploratory character, in which we
present bibliographic survey, interviews with people who have practical experiences with the
object of study and analysis of data based on interviews that help to understand the problem. The
data analyzed took into account the following categories: Distance Education, the Brazilian Open
University and University Libraries. The results show that distance education has contributed to
social inclusion, and it also, notices that libraries still need to evolve to adequately attend to this
type of education. It concluded that technologies enable libraries to break down barriers of time
�and space, and that even though, it still presents structural deficiencies; it contributes to the
qualification of the courses, constituting a valuable support tool for distance education and to the
Brazilian Open University.
Keywords: University libraries. Educational system. Brazilian Open University.
INTRODUÇÃO
Estamos inseridos em uma sociedade cada vez mais voltada às tecnologias e às informações
instantâneas. Dentro desse contexto, novas posturas e atitudes são esperadas das pessoas que
formam nossa sociedade contemporânea, a fim de que tenhamos cidadãos mais conscientes,
críticos e participativos, capazes de intervir em sua própria realidade, procurando diminuir as
desigualdades sociais.
Diante desse panorama, a educação exerce papel de fundamental importância na formação
desses cidadãos mais politizados que a contemporaneidade requer. Por isso, torna-se necessário
democratizar o acesso à informação e também garantir o direito ao estudo, a ter uma educação de
maior qualidade e atualizada com as novas demandas sociais.
No intuito de oportunizar o acesso à educação ao maior número de pessoas, de forma que
elas possam obter maior formação e qualificação, foram criadas outras modalidades de ensino,
além da presencial, entre elas a educação a distância. Essa modalidade, ancorada ao uso das
tecnologias, proporcionou a milhares de pessoas condições para ampliar os seus conhecimentos
sem a necessidade de se deslocarem para grandes centros.
Nessa nova realidade, o Sistema Educacional Universidade Aberta do Brasil (UAB), passou
a oferecer cursos na modalidade a distância, procurando atender às demandas regionais e locais.
Desta forma, contribuindo para a democratização da educação, oportunizando a qualificação para
quem almeja uma melhor formação e antes, não encontrava condições de estudar.
Com isso, os estudantes podem ter acesso aos cursos e aos seus conteúdos, também, de
forma virtual para estudar e pesquisar com auxílio de professores e de tutores, utilizando suportes
como as bibliotecas universitárias. Esses centros de informação tornam-se extremamente
importantes para o sucesso das trajetórias acadêmica desses alunos, uma vez que disponibilizam o
acesso aos materiais de que necessitam.
Diante disso, acredita-se ser relevante realizar o presente estudo sobre as bibliotecas do
sistema educacional UAB, que tem por finalidade abordar a importância desses centros de
informação, dentro do contexto universitário, bem como destacar sua relevância para os cursos
oferecidos por meio do sistema de educação a distância, atuando como instrumentos de apoio à
aprendizagem.
�2 REVISÃO DA LITERATURA
O uso das tecnologias de informação e comunicação é essencial em todas as atividades da
sociedade, vivemos em um tempo em que tudo envolve a utilização de ferramentas tecnológicas.
Toda essa tecnologia também tem muito a contribuir no âmbito educacional, uma vez que
possibilita a diversificação das práticas pedagógicas, gerando novas formas de construção e de
propagação do conhecimento.
Para Moraes, Santos e Oliveira (2014, p. 2) as tecnologias surgem como valiosas
troca de experiências que podem contrib
Nesse contexto, a educação necessita apropriar-se desses suportes tecnológicos a fim de
proporcionar uma educação de maior qualidade, o que pode ocorrer tanto de forma presencial
como a distância.
A educação a distância (EAD) é uma alternativa de levar o ensino e a qualificação
profissional para as pessoas que não conseguem frequentar as aulas em turno regular e tem como
finalidade a disseminação do conhecimento, ou seja, por meio dessa modalidade é possível fazer
com que mais pessoas tenham a oportunidade de estudar, sem deixar de lado a preocupação em
oferecer uma educação de qualidade..
Atualmente, modalidade de educação a distância é uma das que mais cresce no Brasil,
portanto, torna-se uma das mais importantes ferramentas para a democratização da informação.
Para Cerny et al. (2011), a EAD está difundindo-se rapidamente como uma modalidade apropriada
para atender as demandas por formação, que crescem a cada dia, tendo como desafio à
democratização do ensino superior.
Com a utilização da internet, devido a sua flexibilidade espacial e temporal, processos de
ensino-aprendizagem passaram a acontecer de forma mais interativa, pois o aluno não necessita ir
até uma sala de aula e não tem hora marcada para estudar e aprender, sendo que essa modalidade
de ensino a comunicação e a troca passa a ser muito mais rápida.
A educação a distância pode ser aplicada aos níveis nos quais o ensino regular ou
tradicional insere-se. Ao mesmo tempo, essa modalidade mostra-se mais apropriada à educação de
jovens e adultos, já que depende da autonomia do aluno e da motivação do aprendiz para que a
interação se estabeleça de modo mais efetivo e o educando conclua a sua aprendizagem.
Conforme Brunetta e Antunes (2013) argumentam, a EAD tem como uma de suas
características a busca autônoma pelo conhecimento, e para essa modalidade os Ambientes
�Virtuais de Ensino-Aprendizagem (AVEAs) são ferramentas imprescindíveis para a consolidação
desse processo, pois eles possibilitam também a interação entre alunos, tutores e professores e, não
somente o recebimento e envio de informações. Ainda, para os autores supracitados, um AVEA
deve promover a cooperação nas atividades, o trabalho em grupo e autonomia do aluno na
resolução dos problemas nos diferentes contextos de tempo e espaço.
Como meio de prover às instituições educacionais condições para atender às novas
demandas por ensino, treinamento ágil e qualitativamente superior, é que se escolhe esta
modalidade, que tem como fundamento a compreensão de que a educação a distância começou a
distinguir-se como um modelo não-convencional de educação, capaz de atender com grande
perspectiva de eficácia, eficiência e qualidade às necessidades de totalização do ensino. Para
Brunetta e Antunes (2013,
de diálogo entre o mundo concreto, as relações que nele se operam e com os saberes acumulados
A Universidade Aberta do Brasil (UAB) foi instituída pelo decreto nº 5.800 de 8 de junho
de 2006, pelo governo federal com a finalidade de democratização do ensino superior do Brasil e
para fortalecer ainda mais a modalidade de educação a distância. A CAPES (2016a) define a UAB
como um sistema composto por universidades públicas brasileiras que disponibilizam, por meio da
educação a distância, a oportunidade de formação universitária, promovendo assim, a igualdade de
acesso ao ensino superior, para as pessoas que têm dificuldades de frequentar o ensino presencial.
A UAB é um sistema que funciona pela articulação entre os governos estaduais e
municipais e as instituições de ensino superior, tendo como finalidade suprir as necessidades locais
por educação superior, com a disponibilização de pólos de apoio presencial nos municípios ou
microrregiões selecionados, por meio das instituições estabelecidas e responsáveis por lecionar os
cursos. (CAPES, 2016b).
Costa e Franco (2006) mencionam que a colaboração para realização dos trabalhos propicia
o desenvolvimento da interação e do relacionamento entre o grupo. Moraes, Santos e Oliveira
(2014) afirmam que alunos e professores podem construir parcerias para trabalharem de forma
compartilhada e colaborativa, possibilitando a construção do conhecimento. Ainda para esses
autores, com a utilização de TIC, pode ocorrer maior interação entre os sujeitos, estimulando o
diálogo e a criatividade e valorizando a aprendizagem colaborativa.
Segundo Costa, Santos e Barbosa (2015), as bibliotecas universitárias necessitam
adaptarem-se à nova realidade, a fim de fornecerem aos seus usuários, sejam presenciais ou
remotos, todas as informações de que necessitam. Diante dessa realidade, propiciada pela
disseminação das tecnologias, fica evidente a necessidade de as instituições de ensino e,
�consequentemente, de suas bibliotecas em adequarem-se a esses recursos, promovendo aos
estudantes acesso aos materiais de estudo.
Segundo Gracez (2000) é necessário que as bibliotecas atendam às expectativas e
necessidades dos usuários e para tal devem ultrapassar seus limites, estabelecendo novas
estratégias e melhorias dos seus serviços, tornando-os mais flexíveis e eficazes, dentro de uma
visão holística.
3 METODOLOGIA
O estudo trata-se de uma pesquisa de cunho qualitativo com caráter exploratório em que
realizou-se: (a) levantamento bibliográfico - conceitos sobre as Tecnologias, a Educação a
Distância, a Universidade Aberta do Brasil e as Bibliotecas Universitárias, onde foram
selecionados alguns dos últimos artigos publicados em revistas, eventos que abordavam o tema da
pesquisa; (b) entrevistas escritas, nas quais as participantes responderam a quatro questões
discursivas relacionadas aos tópicos elencados no levantamento bibliográfico; e (c) análise dos
dados com base nas entrevistas que ajudam na compreensão do problema e, a partir das quais,
buscou-se reafirmar, com base no estudo da bibliografia pertinente, a relevância das bibliotecas
frente à UAB (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
As participantes da pesquisa possuem experiências práticas com o objeto de estudo sendo uma secretária executiva e uma técnica em assuntos educacionais, que atuam diretamente na
Coordenação de Educação a Distância, com experiência em coordenação de pólo e também como
professoras e tutoras de cursos; e duas bibliotecárias, com vários anos de experiência em
atendimento a usuários e gerência de bibliotecas, inclusive para pólos de EAD; todas elas,
servidoras em uma Instituição Federal de Ensino Superior, localizada no interior do estado do Rio
Grande do Sul.
Convém salientar, em relação aos cuidados éticos, que as entrevistadas foram convidadas a
participarem da pesquisa, sendo informadas a respeito do seu teor, justificativa, objetivos e
procedimentos. De acordo, assinaram um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, que lhes
confere caráter confidencial e permite o acesso ao estudo em qualquer etapa da pesquisa, bem
como aos resultados. Sendo assim, não consta no trabalho nenhum dado que as identifique ou a
instituição em que exercem suas atividades profissionais.
Como instrumento de coleta de dados foram utilizadas entrevistas na forma de questionário,
com perguntas pertinentes ao contexto da pesquisa, o qual foi enviado por email às entrevistadas.
�As questões foram respondidas de forma discursiva, o que lhes permitia dissertarem livremente,
expressando seu conhecimento prático e teórico sobre o assunto abordado.
A análise dos resultados das entrevistas, que integram a parte qualitativa da pesquisa, foi
feita com base na análise de conteúdo das comunicações, conforme expressa Bardin (1977) e,
também, com base no referencial teórico.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com a inserção e a disseminação das tecnologias, aconteceram diversas mudanças em
nossa sociedade, as quais passaram a exigir uma nova postura da educação e de seus
estabelecimentos de ensino, assim como de todos os envolvidos nesse processo, a fim de promover
uma maior transformação social e política. Porém, para que isso aconteça de forma satisfatória,
torna-se necessário democratizar a educação, fazendo com que ela seja acessível a todos.
Nesse contexto, a educação a distância, por meio de seus sistemas de ensino, tem
colaborado para que haja uma maior inclusão social, uma vez que, aliada à tecnologia disponível,
oportuniza novas formas de levar a educação à vários lugares. Desse modo, favorecendo àqueles
que desejam estudar, sem precisar deixar sua família, sua cidade ou seu emprego.
Diante dessa nova realidade, as bibliotecas universitárias contribuem para a qualificação
dos cursos de EAD, na medida em que dão suporte para as pesquisas dos alunos e fornecem
materiais de estudo e, ainda, prestam assistência às atividades-fins das IES, conforme os dados
obtidos nas entrevistas realizadas ao longo desse estudo.
Com base na análise dos dados resultantes das entrevistas e na leitura de 17 artigos, 2 livros
e conteúdos de páginas da UAB
CAPES, pode-se perceber que o que já foi discutido
anteriormente por outros autores corroboram as respostas das entrevistadas, deixando em evidência
que as atividades desenvolvidas pelas bibliotecas e os problemas enfrentados por elas para prestar
um bom atendimento aos alunos, basicamente, continuam os mesmos.
4.1 Educação a Distância
Essa modalidade dispensa a presença do aluno e do professor em um ambiente físico,
podendo a construção da aprendizagem ocorrer de forma virtual, tendo como suporte as mídias e
tecnologias. Assim, ela consegue levar a educação a regiões onde, antes, não se vislumbrava a
hipótese de se ter um polo de ensino superior, o que acabou propiciando um certo desenvolvimento
desses lugares, assim como a possibilidade da diminuição das desigualdades sociais.
�Isso pode ser confirmado na entrevista com uma das Técnicas, que afirmou " a educação à
distância promove a inclusão social pois dá a oportunidade de pessoas que trabalham, pessoas que
têm filhos, pessoas que são mais velhas ou pessoas que moram longe dos grandes centros urbanos
de terem acesso ao ensino".
Atualmente, sabe-se que a Educação a Distância tem levado o acesso ao conhecimento para
diversos lugares de nosso país, proporcionando opções para quem deseja estudar sem ter que abrir
mão de seu emprego ou mesmo ter de mudar-se para outros locais.
Pois, de acordo com Pereira (2008, p. 53), a educação a distância, através do uso das novas
uma ferramenta relevante no processo de construção de políticas
Um importante aspecto a ser salientado sobre a EAD é o fato de que essa modalidade de
ensino contribui para a inclusão social, conforme Pereira (2008), Silva (2011), Reis (2015) e
Marques e Souza (2016), confirmado, também, pelas entrevistadas, que trabalham com a EAD.
Elas explicaram que o ensino a distância oportuniza que trabalhadores, pessoas que têm família ou
mesmo que moram longe, tenham acesso aos estudos. Ou seja, possibilita uma alternativa para
tentar diminuir a discriminação, um ponto muito debatido e que ainda precisa ser melhorado ou
preferencialmente, extinto em nossa sociedade.
4.2 Sistema Educacional UAB
O sistema educacional UAB é integrado e tem como um de seus objetivos oferecer cursos a
distância a quem tem o interesse de estudar ou de se qualificar, sem a necessidade da presença
física diária. Dessa forma, esse sistema apresenta novas oportunidades de formação e de
qualificação, corroborando os autores Moré (2011), Ferrugini (2013), Padilha (2013) e Silva e
Siluk (2016).
outra, respondeu que
em municípios pequenos sem a necessidade dos estudantes terem que se deslocar até uma grande
-se, então, uma certa concordância entre as respostas das entrevistadas e o que foi
encontrado na literatura referente a esse sistema.
O sistema UAB procura atender às localidades em que não exista nenhum curso superior,
ou em que o número de cursos seja baixo, muitas vezes, valendo-se de um estudo prévio sobre a
necessidade dos municípios por cursos de determinadas áreas. Para a sua implantação, a UAB
�utiliza-se da estrutura já existente no polo presencial da universidade onde está lotado, ou ainda,
conta com a parceria do Estado e das prefeituras locais, conforme mostrado na figura 1, com a
finalidade de prover os alunos das condições necessárias para progredirem em seus estudos.
Figura 1 - Funcionamento do Sistema UAB
Fonte: CAPES (2016b)
4.3 Bibliotecas Universitárias
As bibliotecas universitárias desempenham um papel fundamental dentro das instituições
de ensino superior, pois são responsáveis pela disseminação da informação, fornecendo apoio às
atividades de ensino, pesquisa e extensão. Segundo Costa, Santos e Barbosa (2015), as bibliotecas
universitárias devem pesquisar e conhecer as mudanças que ocorrem no meio educacional, bem
como as inovações tecnológicas, para poderem adaptarem-se às novas exigências e assim
prestarem serviços de qualidade a seus usuários.
A biblioteca deve estar disponível para os alunos dos cursos de EAD, seja de forma física
(nos pólos presenciais) ou online (por meio de chats, email, redes sociais, ou mesmo,
disponibilizando o acervo em formato digital), dando suporte aos alunos e professores, de modo a
facilitar a vida acadêmica e a instigar a aprendizagem.
Conforme o entendimento das bibliotecárias entrevistadas, os centros de informação
(bibliotecas), devem prestar apoio às atividades institucionais, tanto na modalidade presencial,
�quanto a distância, necessitando para essa última, oferecer alternativas em rede, para o atendimento
de suas funções, assim como disponibilizar material de fácil acesso aos alunos do curso.
Para Mattos Filha e Cianconi (2015) é requisito fundamental para a qualidade na prestação
de serviços, ocorrer um maior diálogo entre bibliotecários e quem coordena cursos de EAD,
gerando melhorias no atendimento a todos os envolvidos nos cursos desta modalidade. Isso
possibilita que as barreiras da distância sejam eliminadas e permite que as bibliotecas passem a
oferecer serviços ainda mais eficazes às necessidades informacionais dos usuários remotos.
O que verificamos nas pesquisas dos autores Silva e Reis (2014), Jesus e Silva (2015),
Mattos Filha e Cianconi (2015) e Sena e Chagas (2015), bem como nas respostas das entrevistas
com as bibliotecárias, é que a biblioteca universitária tem o papel de contribuir para a qualificação
e a satisfação de todos os envolvidos na EAD (professores, tutores, alunos, técnicos etc.)
fornecendo serviços de qualidade e atendendo as demandas por informação, desde que estejam
equipadas, preparadas e organizadas para isso.
Torna-se relevante ressaltar que, ao serem questionadas se as bibliotecas estão
adequadamente equipadas para atender às demandas dos cursos de EAD, ambas responderam que
acreditam que esses centros de informação devem evoluir muito ainda no que diz respeito a essa
modalidade de ensino. Entre as deficiências citadas por elas, destacamos a falta de estrutura física e
em rede, gestão de pessoal para melhorar o atendimento nesse ambiente, formação de qualidade
para atuar na EAD e a falta de materiais voltados a essa modalidade em especial.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os aspectos levantados na revisão da literatura, bem como os dados obtidos
por meio das entrevistas realizadas com duas servidoras ligadas à EAD e, também, como duas
bibliotecárias de Instituições de Ensino Superior, pode-se perceber que, com a utilização da
tecnologia, a biblioteca pode romper as barreiras de tempo e de espaço, fornecendo aos alunos dos
cursos de EAD ou mesmo dos cursos presenciais, serviços como: bibliotecas virtuais, atendimento
por e-mail e por chats, potencializando, assim, o atendimento das demandas requeridas por esses
cursos.
Essas atividades têm o objetivo de dar suporte às necessidades informacionais que os
alunos têm no decorrer do seu curso, ampliando os seus conhecimentos, instigando a aprendizagem
e, consequentemente, atuando para a melhoria da sociedade em geral.
Verificou-se, também, que as bibliotecas, embora ainda apresentem deficiências de ordem
estrutural ou organizacional, contribuem para a qualificação dos cursos de EAD, dando suporte
�para as pesquisas dos alunos e fornecendo materiais de estudo, bem como prestando assistência às
atividades-fins das IES, nas modalidades presencial e à distância e, ainda, constituindo-se como
valioso instrumento de apoio para o sistema educacional EAD.
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Disponível em: <http://periodicos.ufpb.br/ojs/index.php/pbcib/article/view/19899/12442>. Acesso
em: 16 nov. 2017.
SILVA, Z. G.; SILUK, A. C. P. Tecnologias educacionais em rede: perspectivas na educação a
distância via UAB. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA;
ENCONTRO DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA, 2016. São Carlos. Anais
... São Carlos, SP: UFSCAR, 2016. Disponível em: <http://www.siedenped2016.ead.ufscar.br/ojs/index.php/2016/article/view/1212/515>. Acesso em: 27 nov. 2017.
�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
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Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A biblioteca universitária como instrumento de apoio ao sistema educacional UAB.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Araújo, Cátia Rosana Lemos de; Bitencourt, Dariane de Castro;Alberti, Taís Fim
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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O presente estudo sobre as bibliotecas do sistema educacional Universidade Aberta do Brasil, tem por finalidade identificar, a partir de entrevistas com profissionais relacionados à educação a distância e às bibliotecas universitárias e por meio de referencial teórico de pesquisas anteriores sobre o tema, elementos acerca da biblioteca universitária como instrumento de apoio à educação a distância. Para tal, a metodologia constitui-se de um estudo de caso, de cunho qualitativo, com caráter exploratório, em que apresentamos levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tem experiências práticas com o objeto de estudo e análise dos dados com base nas entrevistas que ajudam na compreensão do problema. Os dados foram analisados levando em consideração as seguintes categorias: Educação a Distância, Universidade Aberta do Brasil e Bibliotecas Universitárias. Os resultados obtidos demonstram que a educação a distância tem contribído para a inclusão social e, também, percebeu-se que as bibliotecas ainda necessitam evoluir para atenderem adequadamente a essa modalidade de ensino. Concluiu-se que as tecnologias possibilitam às bibliotecas romperem as barreiras de tempo e de espaço e, que embora estas, ainda apresentem deficiências estruturais, tais espaços contribuem para a qualificação dos cursos, constituindo-se como um valioso instrumento de apoio para a educação a distância e para a Universidade Aberta do Brasil.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5842/SNBU2018_240.pdf
707d7c0303c88b5b81c196d2bfa2489a
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Eixo III - Ensino
INDICADORES DE RESULTADOS NA PRÁTICA DO LETRAMENTO
INFORMACIONAL ACADÊMICO
RESULTS INDICATORS IN THE PRACTICE OF INFORMATION LITERACY
Resumo: Aborda os desafios enfrentados pelas bibliotecas universitárias em um momento cujas
mudanças tecnológicas e comportamentais afetam a sua forma de atuação na instituição e a tomada
de decisões dos gestores. Apresenta a prática de letramento informacional acadêmico da Divisão de
idade de São Paulo, por
meio da inserção de disciplinas obrigatórias no currículo oficial dos cursos de graduação e na
agenda de capacitação anual. Além do compartilhamento com docentes da responsabilidade pelo
conteúdo programático no processo de ensino-aprendizagem e construção do conhecimento
científico. Implantada em 2016 a partir do planejamento estratégico anual, o projeto de criação da
disciplina LES 0216 Conhecimento e Pesquisa cumpriu todas as etapas definidas em seu escopo,
cuja entrega final foi realizada com sucesso. Em sua segunda edição, ministrada em 2017, a
sistemática desenvolvida seguiu metodologia similar em relação às atribuições da equipe,
atualização dos programas de aula e documentos de apoio, aplicação dos métodos de avaliação e
pesquisa de satisfação. Os indicadores de resultados demonstraram alto grau de aprovação em
relação ao conteúdo ministrado e às funcionalidades das ferramentas apresentadas, cujas
facilidades geraram economia de tempo nas etapas da pesquisa e normalização do documento
acadêmico. Os comentários e sugestões apontaram medidas corretivas para a melhoria da
qualidade nos próximos ciclos. Desta forma, a parceria Biblioteca Docente estabelece-se como
uma oportunidade facilitadora para criação de competências que de fato têm atendido às demandas
de pesquisa bibliográfica e ao rigor das técnicas de escrita científica.
Palavras-chave: Letramento Informacional Acadêmico. Capacitação de Usuários. Indicadores de
Qualidade. Serviços ao Cliente. Bibliotecas Universitárias
Abstract: It addresses the challenges faced by university libraries at a time when technological and
behavioral changes affect their way of acting in the institution and the decision-making of
managers. It presents the academic information literacy practice of the Library Division of the
"Luiz de Queiroz" School of Agriculture of the University of São Paulo, through the insertion of
compulsory subjects in the official curriculum of undergraduate courses and in the annual training
agenda. In addition to sharing with teachers the responsibility for the programmatic content in the
teaching-learning process and the construction of scientific knowledge. Implemented in 2016 from
the annual strategic planning, the project to create the discipline LES 0216 - Knowledge and
Research fulfilled all the steps defined in its scope, whose final delivery was successfully
accomplished. In its second edition, given in 2017, the systematics developed followed a similar
�methodology in relation to the assignments of the team, updating of the class programs and
supporting documents, application of evaluation methods and satisfaction survey. The results
indicators demonstrated a high degree of approval in relation to the content and the functionalities
of the presented tools, whose facilities generated timesaving in the research stages and
standardization of the academic document. The comments and suggestions pointed out corrective
measures to improve quality in the next cycles. In this way, the Library - Teacher partnership
establishes itself as an enabling opportunity for the creation of competences that have in fact met
the demands of bibliographic research and the rigor of scientific writing techniques.
Keywords: Information Literacy. User Training. Quality Indicators. Customer Services.
University Libraries.
1 INTRODUÇÃO
Repensar a Biblioteca Universitária em tempos de mudanças apresenta-se com um grande
desafio enfrentado pelos seus gestores.
As demandas pela modernização dos ambientes físicos e virtuais e a remodelagem dos
rápidas e de baixo custo, simultaneamente à necessidade imperiosa da preservação do patrimônio
da instituição, tomando para si a responsabilidade da gestão do conhecimento gerado por seus
pesquisadores.
sentido de lugar e propósito, combinando as atividades tradicionais com produtos e serviços mais
atrativos e úteis, para atender a um público bastante diverso em suas demandas e na velocidade de
assimilação dos novos conteúdos e formatos que a tecnologia lhe apresenta.
A Figura 1 apresenta alguns desafios e questões enfrentadas pelas Bibliotecas
Universitárias:
�Figura 1
Contextualização dos desafios enfrentados pelas Bibliotecas Universitárias
Fonte: Elaborada pela autora.
O presente trabalho apresenta a prática de letramento informacional acadêmico na Divisão
de Biblioteca
- ESALQ da
Universidade de São Paulo
USP e a análise dos indicadores de resultados de um novo formato de
capacitação de usuários em 2016 e 2017, demonstrando a sua estratégia para atingir esta nova
geração de usuários que reconhece a qualidade da biblioteca muito mais pelos serviços virtuais e
personalizados que ela lhes oferece do que pelo seu acervo físico local disponível, que passa a ser
uma fonte secundária de consulta.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Em Garcia e Saad (2011), apresentamos um novo modelo de atuação dos bibliotecários em
parceria com os docentes, compartilhando a infraestrutura de serviços, os equipamentos e o
conteúdo programático para capacitação dos alunos ingressantes na universidade, método iniciado
em 2010 através da criação da primeira disciplina obrigatória, LAN 0132
Informação Científica,
lançada na grade oficial da graduação para atender ao curso de Ciências dos Alimentos da
ESALQ/USP.
Como consequência dos resultados positivos alcançados e da repercussão positiva desta
parceria junto às coordenações dos demais cursos, foi implantada a segunda disciplina obrigatória,
LES 0216
créditos/aula
Conhecimento e Pesquisa, desta feita no curso de Engenharia Agronômica, com 2
e
carga
horária
total
de
30h.
Disponível
em:
https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/obterDisciplina?sgldis=LES0216&verdis=1>.
Damiano, Garcia e Moraes (2017) mencionam as tratativas para criação da nova disciplina,
iniciadas com o encaminhamento da proposta de ementa elaborada pela Divisão de Biblioteca à
coordenação do curso de Engenharia Agronômica em 2015, seguida da sua oficialização junto à
Comissão de Graduação da ESALQ/USP em 2016, com o objetivo de:
Criar ações e procedimentos para formalizar a capacitação dos alunos a partir de critérios
que assegurem qualidade, rapidez e eficácia no acesso à informação;
Desenvolver noções do conhecimento científico e apresentar as principais fontes de
informação científica por meio de treinamento em técnicas de busca e seleção, com ênfase
na estrutura do trabalho científico;
Capacitar os alunos do curso de Engenharia Agronômica da ESALQ/USP em relação às
demandas de pesquisa bibliográfica e técnicas de escrita científica.
�s de articulação e integração das atividades de formação de usuários com os
cursos de graduação e de pós-
forma, a
prática do letramento informacional acadêmico com atuação outdoor escolhida pela equipe de
bibliotecários vem se consolidando na Universidade de São Paulo e apontado novos caminhos para
a excelência dos serviços prestados pela biblioteca, com utilização eficaz dos recursos públicos
nela investidos.
Recentemente, bibliotecários brasileiros que atuam no help desk da Coordenação de
de treinamentos locais presenciais, em complemento à capacitação online oferecida a pela CAPES,
e esclarecimentos recorrentes de dúvidas sobre pesquisa bibliográfica, recursos e conteúdos
(BRASIL, 2017).
Esta nova frente de trabalho vai ao encontro do que é prioridade no contexto de
informatização total do acesso e geração de informação, como alternativa para a atuação da
Biblioteca, agregando valor e entendimento sobre as suas competências.
Em recente pesquisa realizada com a participação do Brasil na construção da Visão Global
da IFLA foram destacados os principais desafios dos profissionais da informação: 1. Atuação
motivada e com capacidade de liderar e gerir e 2. Acompanhar as TICs.
E também os principais desafios das bibliotecas: 1. Pouco investimento financeiro e 2. Falta
de compreensão do valor das bibliotecas por parte dos investidores (FERRARI et al., 2017).
E neste cenário, vale ressaltar que as mudanças desejadas vão além da incorporação dos
avanços tecnológicos. É preciso perceber o comportamento dos universitários e suas necessidades
de ensino-aprendizagem que, de forma tecnológica e colaborativa, revolucionam inclusive a forma
de se fazer o letramento informacional, com novos hábitos de acesso aos documentos digitais. E
compreender como utilizar a informação para a construção do conhecimento e contextualizar esta
informação é o cerne da Information Literacy (SANTOS; MACHADO, 2015).
mbientes ágeis que permitam às bibliotecas
responder as demandas da gestão da informação é fator fundamental para a construção de um
portfólio adequado de serviços propostos pela Biblioteca que proporcione atender as demandas do
u
é o que propõe o Grupo
de Pesquisa Observatório do Mercado de Trabalho em Informação e Documentação
(2017).
OMTID
�E as previsões de Cunha (2010) apontam para serviços inovadores dentro das bibliotecas
universitárias, com provisão de espaços para o aprendizado de qualidade, ensino do letramento
informacional e seleção de recursos digitais, bem como dos seus direitos de uso.
A alteração nos fluxos de trabalho e o estabelecimento de parcerias para trabalhar mais
estreitamente com os professores na definição das prioridades demonstra que para se manter
relevante, qualquer instituição, incluindo-se aí a biblioteca, deve avaliar o seu lugar em um mundo
cada vez mais com acesso em tempo real. Enfim...
(RABINOWITZ, 2008 apud CUNHA, 2010).
3 METODOLOGIA
Em 2016, o planejamento disciplina LES 0216 - Conhecimento e Pesquisa foi realizado no
âmbito da gestão de projetos da Divisão de Biblioteca, contendo as seguintes etapas:
Definição do escopo; análise de riscos; requisitos; custos; metodologia; atribuições da
equipe, além da elaboração dos programas de aula e documentos de apoio, aplicação dos
métodos de avaliação e análise dos indicadores de meta e resultados esperados.
Em 2017, após o primeiro ano de sua implantação, a continuidade dessa nova frente de
trabalho passou a ser tratada no âmbito das rotinas do Processo Informação Científica, responsável
pela definição dos instrumentos, ações e procedimentos para capacitação dos alunos, a partir da
apresentação de conteúdos que assegurassem qualidade, rapidez e eficácia no acesso à informação,
buscando identificar as diferentes ferramentas disponíveis, com ênfase na estrutura do trabalho
científico.
3.1 Planejamento
No segundo ciclo (2017), a metodologia de trabalho estabelecida seguiu alguns dos critérios
do projeto de implantação no ciclo anterior (2016) que serviram de base para nortear o novo
planejamento, desdobrado nas seguintes atividades:
Contato com docentes envolvidos para definição dos ajustes no programa de aula a partir
dos resultados obtidos no primeiro ciclo;
Elaboração do programa de aula (formato e conteúdo);
Revisão dos métodos de avaliação aplicados (exercícios, provas escritas, seminários);
Elaboração da apostila de aula e disponibilização nos formatos impresso e eletrônico;
Ministração das aulas, cumprindo o cronograma do período;
Gerenciamento dos métodos de avaliação, correção das avaliações e tabulação das notas
para composição da média final;
�Compilação e análise dos resultados (pesquisa de satisfação);
Envio dos indicadores de resultados aos docentes responsáveis para análise.
Durante o período letivo, a distribuição das atribuições e responsabilidades das
bibliotecárias ao longo da disciplina ocorreu de forma a sincronizar as providências em relação
à utilização da infraestrutura, equipamentos e as atividades de preparo das aulas, correção dos
trabalhos e avaliações escritas com as demais atividades de rotina em seus respectivos
processos. E os requisitos mais importantes para a eficácia do conteúdo ministrado foram
mantidos:
Equipe habilitada para a plena capacitação dos alunos, responsável pela continuidade e
regularidade das atividades da disciplina após a sua implantação;
Equipe assídua e pontual à sala de aula para checagem do ambiente e recepção;
Revisão sistemática do programa de aula e atualização periódica do formato/conteúdo da
apostila;
Distribuição eficiente das atividades e carga horária dos integrantes da equipe.
3.2 Conteúdo programático
A elaboração do conteúdo programático ministrado pelas bibliotecárias nesta segunda
edição da disciplina contemplou as seguintes temáticas: Busca / Seleção / Leitura / Análise Crítica
/ Síntese / Redação de resumos.
Seguiu-se uma sequência lógica, desde a apresentação das fontes disponíveis até o
desenvolvimento do trabalho completo para os seminários finais.
Após vários encontros e discussões técnicas sobre a pertinência dos conteúdos, os
documentos de apoio foram disponibilizados no site da DIBD, a saber:
Apostila de aula; Programas de Aula (Turmas 1, 2, 3 e 4); Instruções Trabalho LES 0216 e
Folha de Estilo do Trabalho da Disciplina LES 0216;
Disponíveis para download em: <http://www4.esalq.usp.br/biblioteca/capacitacao>.
Desta forma, a capacitação oferecida pela da DIBD propôs aulas interativas e dinâmicas
que facilitassem o aprendizado dos alunos, com treinamentos práticos sobre:
Pesquisa bibliográfica em bases de dados nacionais e internacionais; estrutura do trabalho
científico e ferramentas de gerenciamento de referências e citações.
�4 RESULTADOS
Neste segundo ciclo, a equipe da Divisão de Biblioteca ministrou os programas de 7 aulas
para as 4 Turmas de Engenharia Agronômica, no período de 09/08/17 até 29/09/17.
Cumpriu 56 horas/aula (14 horas/aula por Turma) e colaborou com os docentes nos
seminários finais das 4 Turmas (16 horas/aula), totalizando 72 horas/aula de conteúdo
programático sob sua responsabilidade, ministrado em salas de aula e laboratório.
A segunda parte foi do programa foi ministrada pelos docentes responsáveis, quando
abordaram assuntos a serem pesquisados pelos alunos para posterior debate e apresentação durante
os seminários finais, com o trabalho impresso e normalizado.
Novamente, a equipe de bibliotecárias foi responsável pela média aritmética final da
disciplina, composta pelas notas de todos os métodos de avaliação aplicados, ou seja:
Exercícios práticos;
Avaliações escritas;
Seminários finais para apresentação dos recursos de pesquisa acadêmica utilizados para
levantamentos bibliográficos a partir dos temas sugeridos pelos docentes.
Ao final da primeira parte da disciplina, foi aplicada a pesquisa de satisfação de forma
individual para avaliar o conteúdo ministrado pela equipe da biblioteca e captar as expectativas dos
alunos e propostas de melhoria.
A Pesquisa de Satisfação foi aplicada aos 210 alunos matriculados na disciplina na
disciplina LES 0216
Conhecimento e Pesquisa em 2017, dos quais 200 alunos manifestaram-se
Satisfeitos e 10 ficaram Insatisfeitos, conforme demonstra a Figura 2.
Figura 2
Resultados da pesquisa de satisfação aplicada em 2017
Fonte: Elaborada pela autora.
�Os resultados apontaram para 95% de aprovação do conteúdo programático da aula
ministrada pela equipe da DIBD.
A pesquisa aplicada nas 4 Turmas fez menção à capacidade produtiva, didática da equipe e
aos documentos de apoio disponibilizados.
Figura 3
Resultados da pesquisa de satisfação aplicada em 2016
Fonte: Elaborada pela autora.
Embora a postura dinâmica e didática apresentadas pela equipe, bem como o foco e a
responsabilidade no cumprimento de suas atribuições tenham contribuído para os resultados
positivos alcançados, foram apresentados comentários e sugestões de melhoria para os próximos
ciclos, principalmente em relação à didática e dinâmica das aulas, para que sejam ainda mais
interativas, identificando o real interesse dos alunos em uma metodologia de ensino que lhes seja
atrativa.
Houve também sugestões de alteração da disciplina para um período posterior ao primeiro
ano letivo, as quais foram prontamente discutidas e acatadas pelos docentes responsáveis e
coordenação do curso, de forma que haverá melhor aproveitamento dos conteúdos ministrados nas
disciplinas subsequentes.
A metodologia atendeu aos objetivos propostos, por sua importância para a produção
intelectual e tecnológica dos participantes, que identificaram economia de tempo em várias etapas
da escrita científica, durante a busca, organização e normalização dos seus documentos. O
conteúdo programático foi ministrado de maneira que os alunos puderam:
Conhecer as principais fontes de informação científica em Ciências Agrárias;
Pesquisar, analisar e sintetizar textos;
Normalizar citações e referências;
�Redigir e formatar trabalhos acadêmicos.
A pesquisa de satisfação configurou-se como elemento importante para a tomada de
decisões, pois foram analisados em sua plenitude, vistos sob um duplo ponto de vista: de um lado,
dos bibliotecários e docentes que conhecem as exigências apresentadas na academia e mercado de
trabalho; e, por outro, o dos alunos, que podem avaliar os serviços que recebem.
Os Indicadores de resultados foram fundamentais para a gestão de todo o processo,
apontando para a melhoria contínua do próximo ciclo. A meta alcançada superou a expectativa
prevista, evidenciando-se que houve assertividade em relação às mudanças identificadas como
prioritárias na fase de planejamento.
Manteve-se a percepção de que houve um aumento na frequência e no uso da infraestrutura
física da biblioteca, uma vez que este alunos passam a interessar-se por outros produtos além
daqueles apresentados em sala de aula durante a programação oficial.
Os projetos de criação de disciplinas obrigatórias com a participação da Divisão de
Biblioteca têm consolidado a experiência do staff de bibliotecários e a manutenção de um serviço
de acompanhamento pessoal com qualidade, oferecendo um conteúdo programático relevante e
útil, acessível pelo aluno via rede a partir de seu celular, tablet ou notebook.
Além disso, apresentam-se como uma oportunidade facilitadora para criação de
competências em informação, com respostas instantâneas e entrega mais rápida para estes usuários
remotos em busca da descoberta científica.
A DIBD tem procurado se alinhar às políticas e planos institucionais, com implementação
de serviços inovadores, antecipando-se às demandas e firmando-se como um espaço de
aprendizagem e compartilhamento de recursos, através da incorporação de disciplinas obrigatórias
em sua agenda anual de capacitação, com qualidade comprovada pelos indicadores de resultados
compilados a partir da pesquisa de satisfação aplicada.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao término desta segunda edição, podemos afirmar que os indicadores de resultados
apontaram para a tomada de decisão assertiva em relação à inclusão desta disciplina no currículo
acadêmico da ESALQ/USP, validando a parceria Biblioteca & Docentes na prática do letramento
informacional acadêmico e contribuindo para a excelência dos serviços prestados pela Divisão de
Biblioteca.
Além disso, os temas relacionados aos serviços de descoberta e ao rigor das técnicas de
escrita científica configuram-se como um caminho estratégico para fortalecer consideravelmente a
�presença da biblioteca no âmbito da formação acadêmica, permanecendo essencial para a
instituição à qual está vinculada, combinando as atividades tradicionais e os novos papeis ao
implementar serviços variados para um público-alvo diverso em suas demandas.
As mudanças comportamentais, econômicas e tecnológicas explicam e justificam a
importância da multiplicação desta capacitação entre os bibliotecários, que passam a atuar de
forma integrada com os setores pedagógicos, docentes e discentes no momento em que planejam e
reconfiguram programas qualificados para uso da informação, estendendo o âmbito de alcance dos
serviços universitários.
Para os projetos futuros, recomenda-se, sobretudo, conhecer primeiro as principais
necessidades para posterior implementação das metodologias mais adequadas a cada programa de
ensino ou curso.
Sendo assim, a atuação prática dos bibliotecários de referência pode atender aos padrões
atualmente exigidos, procurando soluções necessárias para o bom desempenho acadêmico em curto
prazo de tempo, dispondo-se voluntariamente com uma postura comprometida, estabelecendo
parcerias com docentes, administradores, alunos e seus pares, de modo a ampliar suas redes de
colaboração e visibilidade profissional.
REFERÊNCIAS
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semana de atividades. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/sala-de-imprensa/noticias/8432help-desks-se-reunem-na-capes-para-semana-de-atividades>. Acesso em: 05 fev. 2018.
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Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v. 11, n. 6, dez. 2010. Disponível em:
<http://repositorio.unb.br/handle/10482/14869>. Acesso em: 05 fev. 2018.
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FERRARI, A.; SOUSA, A.; SANTANA, A.; PRADO, J.; CARVALHO, T. de. A voz brasileira
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fev. 2018.
�
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Salvador (Bahia)
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
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Aborda os desafios enfrentados pelas bibliotecas universitárias em um momento cujas mudanças tecnológicas e comportamentais afetam a sua forma de atuação na instituição e a tomada de decisões dos gestores. Apresenta a prática de letramento informacional acadêmico da Divisão de Biblioteca da Escola Superior de Agricultura ―Luiz de Queiroz‖ da Universidade de São Paulo, por meio da inserção de disciplinas obrigatórias no currículo oficial dos cursos de graduação e na agenda de capacitação anual. Além do compartilhamento com docentes da responsabilidade pelo conteúdo programático no processo de ensino-aprendizagem e construção do conhecimento científico. Implantada em 2016 a partir do planejamento estratégico anual, o projeto de criação da disciplina LES 0216 – Conhecimento e Pesquisa cumpriu todas as etapas definidas em seu escopo, cuja entrega final foi realizada com sucesso. Em sua segunda edição, ministrada em 2017, a sistemática desenvolvida seguiu metodologia similar em relação às atribuições da equipe, atualização dos programas de aula e documentos de apoio, aplicação dos métodos de avaliação e pesquisa de satisfação. Os indicadores de resultados demonstraram alto grau de aprovação em relação ao conteúdo ministrado e às funcionalidades das ferramentas apresentadas, cujas facilidades geraram economia de tempo nas etapas da pesquisa e normalização do documento acadêmico. Os comentários e sugestões apontaram medidas corretivas para a melhoria da qualidade nos próximos ciclos. Desta forma, a parceria Biblioteca – Docente estabelece-se como uma oportunidade facilitadora para criação de competências que de fato têm atendido às demandas de pesquisa bibliográfica e ao rigor das técnicas de escrita científica.
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Eixo III - Ensino
A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS COMO RECURSOS INFORMACIONAIS
PARA INOVAÇÕES DIDÁTICAS E TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
THE USE OF TECHNOLOGIES AS INFORMATIONAL RESOURCES FOR DIDACTIC
AND TECHNOLOGICAL INNOVATIONS IN BASIC EDUCATION
Resumo: Esta pesquisa apresenta discussões e resultados de uma pesquisa-ação tendo como
que medida a utilização das TIC na atividade de busca de fontes de
questão norteadora
pesquisas no curso de pedagogia, pode desenvolver inovações didáticas e tecnológicas
capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o processo ensino-aprendizagem e a produção de
conhecimentos? O objetivo geral: foi investigar a utilização das TIC no curso de pedagogia
como meio de informação científica acessível e sua contribuição para o desenvolvimento de
inovações didáticas e tecnológicas capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o processo de
ensino-aprendizagem e a produção de conhecimentos. Para atingir tal objetivo, delinearamse nesta pesquisa os seguintes objetivos específicos: (a) investigar como vem sendo
a apropriação dos conhecimentos relativos à realização de busca, seleção, qualificação e
utilização de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa da área de educação para a
formação inicial dos professores da educação básica; (b) realizar uma pesquisa-ação mediante a
aplicação de um curso de formação aos licenciandos em Pedagogia da UNIR, Campus de
Porto Velho / RO, para favorecer as práticas pedagógicas quanto à melhor utilização das TIC
na realização de busca, seleção, qualificação e utilização de conteúdos científicos de
bases digitais de pesquisa da área de educação; (c) identificar as principais bases digitais de
dados científicos na área de educação. A metodologia utilizada foi à pesquisa-ação, com abordagem na
pesquisa qualitativa. A pesquisa contou com a participação de 16 discentes do curso de pedagogia
da UNIR, campus de Porto Velho / RO.
Palavras-chaves: Formação docente. Pesquisa - Fontes de informação. Tecnologia da
informação e comunicação.
Abstract: This research presents discussions and results of an action research with the
guiding question "To what extent the use of ICT in the activity of searching for sources of
research in the pedagogy course, can develop didactic and technological innovations capable
of facilitating bibliographic consultation, teaching-learning process and the production of
knowledge? "The general objective was to investigate the use of ICT in the course of
pedagogy as a means of accessible scientific information and its contribution to the
development of didactic and technological innovations capable of facilitating bibliographical
consultation, the teaching-learning process and the production of knowledge . In order to
reach this objective, the following specific objectives were outlined in this research: (a) to
investigate how the appropriation of the knowledge related to the search, selection,
qualification and use of scientific contents of digital research databases in the area of
�education for the initial training of teachers of basic education; (b) carry out an action
research through the application of a training course to UNIR Pedagogy graduates, Campus
de Porto Velho, in order to promote pedagogical practices regarding the best use of ICT in the
search, selection, qualification and use of scientific contents of digital databases of research in
the area of education; (c) identify the main digital databases of scientific data in the area of
education. The methodology used was to action research, with a qualitative approach. The
research had the participation of 16 students from the pedagogy course at UNIR, Porto Velho
campus.
Keyword: Teacher training. Research - Sources of information. Technology of Information
and Communication.
1 Introdução
O bojo da formação docente do século XXI tem se desenvolvido em um dos grandes
desafios para a educação na era da informação, principalmente no que remete ao acesso
facilitado à informação a partir da utilização das tecnologias como fonte de pesquisa
disponível, considerando o saber fazer dos formadores a partir de seu conhecimento científico a
serem transmitidos para os sujeitos em formação a fim de construir saberes necessários para o
desenvolvimento de inovações didáticas de modo a favorecer a inclusão dos conteúdos
curriculares propostos para a educação básica.
Diante disso, e com base no cenário tecnológico em que vivemos, explicitarmos a
provocação feita por Pimenta (2009, p. 19):
professor se faz necessário para as
necessidades formativas em uma escola que colabore para processo emancipatórios da
população? . Uma vez que o uso das tecnologias está imbricado na educação como um
instrumento facilitador da aquisição e transmissão das informações para quais os profissionais
da educação precisam estar condizentes com as
ecessidades da realidade dos alunos
historicamente situados (PIMENTA, 2009).
Corroborando com essa ideia, Castells (2008), Mattelart (2002) e Takahashi (2000)
indispensavelmente, relacionam a questão da tecnologia na educação como instrumento
norteador para a transformação dos sujeitos emergente de uma sociedade da informação e do
saber.
Em face disso, é requerida do profissional da educação uma melhor qualificação para
atendimento da demanda da sociedade, sendo que, tais demandas são pautadas no processo da
democratização da informação e do conhecimento.
Implicada a isso, torna-se importante enfatizarmos que a possibilidade de utilização da
internet como recursos informacionais para o ensino pode ser amplamente apresentada no
�ambiente educativo de modo a oportunizar o desenvolvimento das inovações didáticas e
tecnológicas com intuito de contribuir com o processo de ensino e aprendizagem.
É certo que a informação é crucial para a educação, então é imprescindível que os
professores em formação sejam orientados para realizarem suas pesquisas informacionais, e
que sejam centradas na investigação para que possam desenvolver uma postura autônoma,
crítica e reflexiva para serem capazes de transformar o processo de ensino e aprendizagem.
Convém, no entanto, evidenciar que as transformações por meio da educação que
almejamos precisam estar inseridas na formação dos professores, e eles devem ter como base
para a formação inicial as exigências estabelecidas para a educação básica, pois ser professor
não implica apenas em reproduzir conhecimentos e sim desenvolver uma educação de
qualidade social aludida nas Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica (2013),
nas Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN / Lei 9.394/1996) e nos Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN).
2 Revisão de literatura
A construção do saber docente o aprender a aprender do professor é destacado por
Contreras (2012) em seu livro a Autonomia dos professores quando expõe a competência
profissional como sendo o melhor caminho para a construção da autonomia a partir do
domínio sobre a informação. E essa ideologia retrata pelo autor pode ser pautada na seguinte
colocação do PARECER CNE/CP 9/2001:
É importante para a autonomia dos professores que eles saibam como são produzidos os
conhecimentos que ensina, isto é, que tenham noções básicas dos contextos e dos métodos
de investigação usados pelas diferentes ciências, para que não se tornem meros repassadores
de informações. Esses conhecimentos são instrumentos dos quais podem lançar mão para
promover levantamento e articulação de informações, procedimentos necessários para
ressignificar continuamente os conteúdos de ensino, contextuando-se nas situações reais
(PARECER CNE/CP 9/2001, p. 46).
Importante salientar que isto mantém a consideração retratada por Tardif (2014)
quando o referido autor enfatiza que os profissionais da educação básica devem contemplar os
saberes necessários para a docência, sobretudo compreender que o uso das TIC podem
proporcionar pesquisas relevantes capazes de trazer transformações sociais para a relação
humana.
É nesse contexto que a presente pesquisa se encontra inserida, percebe-se então, a partir
da formação para a utilização da tecnologia na educação como meio de informação científica
�acessível, e que quando os professores se apropriam das tecnologias sua participação em
sala de aula torna-se diversificada, vindo ao encontro com a corroboração feita por Gatti (2009,
p.2), quando destaca que
professor bem formado, detém um saber que alia conhecimento e
conteúdo à didática e às condições de aprendizagem para segmentos diferenciados .
E ainda, de acordo com a definição de Gatti (2009, 2013), e tendo como base Barreto
(2003), Imbernón (2011), Tardif e Lessard (2014), ressaltamos que durante o processo de
formação inicial docente é possível tornar efetivo um conjunto de conhecimentos (teóricos e
práticos) a partir apropriações dos conhecimentos transmitidos e repassados, gerando assim as
competências e habilidades que estruturam uma boa atuação do saber ser professor.
Diante disso, Tardif (2014), Moran (2003) e, especialmente Perrenoud (2001) têm no
chamado a atenção quanto à competência e habilidade que podem ser construídas durante a
formação inicial. Dessa forma, Moran (2003) e Perrenoud (2001), ainda enfatizam que essa
competência não se trata de uma visão tecnicista, mas de uma competência humana, onde os
sujeitos possam desenvolver atitudes, além do conhecimento e habilidades , partindo disso para
o desenvolvimento da sua própria ação.
E para os sujeitos desenvolverem tais ações é necessária uma nova competência, as
competências de encontrar e selecionar informações, de lidar com variadas fontes de
informação, por vezes contraditórias (TORNAGHI, PRADO e ALMEIDA, 2010, p. 96).
Em consonância com os autores citados acima, entendemos que para trabalhar pelos
objetivos e melhorar o processo de ensino e aprendizagem utilizando as tecnologias os
professores precisam conhecer o uso adequado da tecnologia na educação como princípio
científico e educativo,
senão as informações bibliográficas permanecerão amorfas e
inutilizáveis (MCGARRY, 1999, p.11).
Nessa perspectiva, Pimenta (2012, p. 20) frisa que,
Conhecer é mais do que obter as informações. Significa trabalhar a informações, analisar,
organizar, identificar suas fontes, estabelecer as diferenças destas na promoção da
informação, contextualizar, relacionar as informações na organização da sociedade, como
são utilizadas para perpetuar a desigualdade social. Trabalhar as informações na
perspectiva de transforma-las em conhecimento é uma tarefa primordialmente da escola.
Realizar o trabalho de análise críticas da informação relacionada à constituição da
sociedade e seus valores é trabalho para o professor e não para o monitor. Ou seja, para um
profissional preparado científica, técnica, tecnológica, pedagógica, cultural e
humanamente. O que supõe sua solida formação.
Em virtude disso, torna-se importante salientar que os sujeitos em formação devem ser
ensinados, incitados a desenvolver habilidades e competências para consumir as informações
eficazmente. Porém, o mais importante é saber como utilizar essas informações para
�transforma-las em conhecimento.
Neste sentido, preparar o profissional docente para que ele tenha capacidade,
competência e habilidade para fazerem uso das tecnologias da informação e comunicação
primeiramente são necessárias que haja mudança no currículo da educação superior, para
que seja possível construir a identidade do profissional frente à utilização da tecnologia na
educação como meio de informação científica acessível.
Embora isso não tenha ocorrido ainda, tudo isso, nos leva a reforçar que, convém aos
sujeitos em formação durante os cursos de graduação uma reorientação para ser ter
resolvido
o
problema
de
cunho informacional175 e assim,
instruídos antes de ser o que são e para poderem fazer o que faze
ecessariamente serem
(TARDIF; LESSARD,
2014, p. 7).
3 Delineamento da pesquisa
Esta pesquisa é de caráter exploratório com abordagem qualitativa voltada para a
busca de solução coletiva, dentro de um
teremos a participação
identificação
efetiva
dos
rocesso de mudança e de intervenção, onde
atores
envolvidos
e
do
pesquisador
para
a
dos fenômenos estudados e das interações estimuladas objetivando a
qualificação e utilização de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa da área de
educação (MACKE, 2010, p. 208-209).
Na concepção de André (2013, p. 97)
as abordagens qualitativas de pesquisa se
fundamentam numa perspectiva que concebe o conhecimento como um processo socialmente
construído pelos sujeitos nas suas interações cotidianas, enquanto atuam na realidade,
transformando-a e sendo por ela transformados .
Sendo assim, nossa metodologia se constituiu em uma revisão de literatura que visou
contribuir com o desafio imposto à formação docente frente à utilização das tecnologias, uma
pesquisa-ação, a qual é definida por TRIPP (2005) como
forma de investigação-ação
que utiliza técnicas de pesquisa consagradas para informar à ação que se decide tomar para
melhorar a prática
Thiollent (1985, p. 14) define a pesquisa-ação como uma pesquisa social que é
concebida e realizada em estreita associação com uma ação para a resolução de um problema
coletivo no qual os pesquisadores e os participantes estão envolvidos. Já Fagundes (2016, p.
288) considera a pesquisa-ação como sendo uma
Competência informacional, enfatizada por Pereira (2015).
estratégia que envolve professores e
�pesquisadores com um objetivo comum de utiliza-la para criar novas possibilidades para o
ensino, e consequentemente, para o aprendizado .
Salienta-se, que a realização dessa pesquisa foi proposta aos sujeitos em formação
para possibilitar conhecimentos inerentes às diversas fontes de informação disponíveis através
da Internet a fim de desenvolver inovações didáticas e tecnológicas, bem como possibilitar
aos estudantes, participantes da pesquisa, aprendizagens acerca dos sistemas e bases de
pesquisas informacionais bibliográficas e a aplicação de critérios de qualidade aos conteúdos
oferecidos pela internet.
Nossa pesquisa obedece à normatização que rege o Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) (Resolução CNS 466/12) e está baseada na pesquisa exploratória com abordagem
qualitativa voltada para a busca de solução coletiva, dentro de um processo de mudança e de
intervenção, a qual nos proporcionou maior familiaridade com o problema investigado e
observação participante na situação pesquisada.
A população deste estudo está constituída de 16 (dezesseis) discentes do curso de
licenciatura de Pedagogia da UNIR, Campus de Porto Velho e todos os participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Para a coleta de dados
utilizamos dados primários, definidos por Gil (2008) como aqueles que ainda não foram antes
coletados, como registros, anotações no ambiente observado e questionários.
Disponibilizamos o questionário online aos participantes da pesquisa no dia
23/05/2016 até 23/06/2016. Antes da aplicação do questionário definitivo foi realizado um
pré-teste com três dos participantes do curso. O objetivo da aplicação do pré-teste foi para
avaliarmos a clareza das questões.
4 Resultados da pesquisa - questionário on-line
O questionário teve como objetivo obter informações dos participantes do curso, e,
além disso, procuramos conhecer as percepções dos participantes em relação ao curso de
formação ofertado.
O preenchimento das respostas do questionário foi realizado via on-line por 16
(dezesseis) dos participantes do curso de formação, sendo 11 (onze) do primeiro período e 05
(cinco) do terceiro período do curso de Pedagogia da UNIR, do campus de Porto Velho Rondônia. Na questão 1 do questionário, procuramos saber dos participantes qual era o
principal local de acesso da realização das pesquisas acadêmicas científicas. A resposta segue
detalhada no gráfico 1.
�Gráfico 1- Local de acesso de pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
De acordo com os dados acima, observamos no gráfico 1 que o acesso à internet é
realizado tanto na universidade 87,5% quanto em casa 68,8%. Percebemos no gráfico que o
maior número de acesso à internet ocorre na universidade, e isto se baseia devido às
curiosidades dos acadêmicos em decorrência de algum assunto ou conteúdo visto em sala aula
ou quando são incitados pelos professores a pesquisar em período de aula.
Os dados revelam que o acesso à internet está trazendo inúmeras possibilidades de
pesquisa, sejam elas realizadas dentro ou fora da sala de aula. Para Castells (1999, p. 369) o
acesso à internet passou a ser
espinha dorsal da comunicação global mediada por
computadores [...] e isso de acordo com Moran (1997) passou a facilitar as buscas pelo
digitando duas ou três palavras nos serviços de busca por qualquer tema.
Diante disso, ressaltamos que o advento da internet trouxe consigo possibilidades de
busca aos variados assuntos disponíveis na internet, e muitos dos sujeitos que utilizam a
internet para pesquisar não tem conhecimento sobre as bases de pesquisas informacionais
destinada a cada assunto específico. E isso fica evidente na resposta da questão 2 quando foi
questionado aos participantes qual era a principal ferramenta utilizada para pesquisa
científica.
No gráfico 2 fica claro que os participantes do curso não conheciam nenhuma base
informacional de pesquisa da área de educação, uma vez que eles não especificaram
nenhuma, mencionaram apenas os buscadores que acessavam para realizar suas pesquisas. As
respostas sobre esses dados ficam explícitos no gráfico 2 a seguir:
�Gráfico 2- Buscadores de informação
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
No gráfico 2, podemos observar, que o Google é buscador mais utilizado, isto se deve
ao fato dele ser
ssuidor de um grande número de ferramentas que aspiram facilitar e
aperfeiçoar a vida dos sujeitos na interne (SANTOS; COELHO e SANTOS, 2014, p. 7).
Os participantes conheciam apenas os buscadores que servem de armazenamento
dessas informações espalhadas na internet, que muitas vezes causa excesso de informação e
assim passa a prejudicá-los na seleção e utilização dos assuntos pesquisados. Essa pergunta
tinha como objetivo explicitar aos participantes a diferença entre buscadores e bases de
pesquisa informacional.
À vista disso, na questão 3 os participantes foram questionados se conheciam algumas
das bases informacionais como o Portal de periódicos da Capes, Scorpus, Banco de teses e
dissertações, Scielo ou que especificassem outas bases de seu conhecimento. No gráfico 3
fica visível que eles não conheciam as seguintes bases digitais de dados científicos citadas
acima, conforme segue demonstrado a seguir:
Gráfico 3 - Fontes de informação
Fonte: Dados da pesquisa (2016).
�A partir das respostas no gráfico 3, onde a predominância é NÃO fica evidente que os
professores em formação inicial ingressam no ensino superior sem ter um prévio
conhecimento das bases de pesquisa disponíveis na internet. Essa situação é decorrente a
formação deficitária que estes estudantes tiveram durante o início do curso de graduação, pois
eles não foram induzidos a pesquisar e aguçar a curiosidade para obter conhecimento dos
variados meios de pesquisa científicas disponíveis na internet.
Sendo que, apenas dois (2) dos participantes relataram que realizavam suas pesquisas
na Wikipédia 12,5%. Cabe nos aqui trazer uma breve observação, enfatizada por Perrenoud
(1999) em relação a essa questão, as competências devem ser construídas desde a fase
escolar, para que os aprendizes possam
vis
gar o desconhecido ao conhecido, o inédito ao já
Diante desse fato, fica evidenciado que é necessário que o estudante tenha uma base
de como pesquisar desde o ensino fundamental e médio, e não apenas aprender a copiar os
conteúdos de qualquer site da internet como a Wikipédia. Por isso quando chegam ao ensino
superior, eles têm muitas dificuldades de pesquisar e de encontrar informações pertinentes a
sua formação, pois já vem de uma formação deficitária.
A partir desses pressupostos, fica evidente que os professores em formação inicial
ingressam no ensino superior sem ter um prévio conhecimento das bases de pesquisa
disponíveis na internet. Cabe nos aqui trazer uma breve observação, enfatizada por Perrenoud
(1999) em relação a essa questão, as competências devem ser construídas desde a fase
escolar, para que os aprendizes possam
vis
gar o desconhecido ao conhecido, o inédito ao já
Fica evidenciado por, Gonzaga (2006, p. 65) que,
A própria cultura acadêmica, desde as séries iniciais, contribui que não haja o fomento da
pesquisa como parte essencial no processo de formação dos que frequentam a escola, pois
ainda é visível o culto do enciclopedismo, que incrementa a modalidade de ensinoaprendizagem centrada em pseudoleituras que enfatizam a memorização de informações.
Diante desse fato, da não competência adquirida desde a fase escolar, no ensino
fundamental e médio apenas aprenderam copiar e decorar os conteúdos é que se aumentam as
dificuldades de pesquisa pelo professor em formação, pois pesquisar e utilizar as tecnologias
como meio de informação acessível exige um conhecimento prévio de como manusear,
qualificar e selecionar as informações pertinentes. Observa-se isso no gráfico 4 a partir das
respostas apresentadas pelos participantes quando questionados sobre suas dificuldades para
realizarem suas pesquisas.
�Gráfico 4
Grau de dificuldades de pesquisa
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
A partir disso, pôde-se detectar que a utilização da Internet para as pesquisas até então
vinham apresentando dificuldades durante o processo de buscas, seleção e utilização da
informação devido ao desconhecimento das bases de científicas para pesquisa. Visto que,
maior dificuldade não é a tecnologia em si, mas o conhecimento dos recursos e de como
utilizá-los no momento necessário [...] (OLIVEIRA, 2006, p.113).
Diante dessas respostas apresentamos aos professores em formação algumas bases de
pesquisa acadêmico-científica de informação da área de educação, como Scorpus, Bases de
teses e dissertações, dentre outras para que eles pudessem se apropriar e desenvolver a partir
disso, inovações didáticas e tecnológicas capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o
processo ensino-aprendizagem e a produção de novos conhecimentos. Vale lembrar que
pesquisa tem uma intencionalidade, que é a de elaborar conhecimentos que possibilitem
compreender e transformar a realidad
(PÁDUA, 2000, p.32).
Das bases eletrônicas científicas apresentadas aos discentes perguntamos se eles
tinham conhecimento sobre elas antes do início do curso de formação para pesquisa de
informação científica, a resposta de todos segue na amostragem do gráfico 5.
�Gráfico 5 - Fontes de informação
Fonte: Dados da pesquisa (2016)
5 Considerações Finais
No decorrer desta pesquisa, procuramos responder à questão que nos levou a investigar
sobre a utilização das tecnologias como fonte de informação acessível durante a formação inicial
dos professores do curso de Pedagogia da UNIR.
Procuramos com essa investigação comprovar que quando os professores têm uma
formação para fazerem uso das TIC, eles conseguem desenvolver inovações didáticas e
tecnológicas para diversificar os conteúdos curriculares em sala de aula.
Assim, procuramos por meio da pesquisa-ação desenvolvida averiguar como vem sendo a
apropriação dos conhecimentos relativos à realização de busca, seleção, qualificação e utilização
de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa no curso de Pedagogia para a formação
inicial dos professores da educação básica e ainda, procuramos junto aos acadêmicos do curso de
Pedagogia identificar as principais bases digitais de dados científicos na área de educação.
A pesquisa nos permitiu intervir na formação dos acadêmicos do curso de Pedagogia. Por
mais tímido que seja o aprendizado dos participantes envolvidos, percebemos que eles se tornaram
mais dinâmicos e começaram a ter maior interesse sobre as bases de pesquisa disponível na
internet que disponibiliza informações que o professor, como o Portal do MEC com planos de
aulas, Domínio Público que subsidia literaturas infantis para desenvolver a alfabetização das
crianças em fase das séries iniciais, dentre outras bases de informações que lhe foram apresentados
para o desenvolvimento das atividades possíveis para o ensino-aprendizagem.
Retomando ao problema e objetivo geral da pesquisa foi possível constatar que quando os
professores têm uma base para a utilização da internet como fonte de informação durante a
formação inicial, eles conseguem se apropriar dos conhecimentos relativos à realização de busca,
seleção e qualificação da informação para desempenhar com competência a utilização dos
conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa para a transformação dos sujeitos em sociedade,
�considerando que as TIC podem contribuir para a construção da identidade do sujeito em
formação.
Os resultados da pesquisa indicaram que foi possível: a) elucidar os conhecimentos acerca
das possibilidades de inovações didáticas e tecnológicas a partir da pesquisa informacional
bibliográfica para a formação inicial de professores; b) possibilitar aos participantes da pesquisa,
aprendizagens acerca dos sistemas e bases de pesquisas informacionais bibliográficas e a aplicação
de critérios de qualidade aos conteúdos oferecidos pela internet; c) contribuir com a formação
inicial dos professores da UNIR.
Diante disso, concluímos que o saber científico repassado durante o curso de extensão
contribuiu com a construção das habilidades e competências com vistas a melhorar a atuação
dos futuros profissionais em educação. Por isso, é imprescindível a participação de um
profissional capacitado para ensinar o sujeito em como realizar e buscar as informações
científicas.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A utilização das tecnologias como recursos informacionais para inovações didáticas e tecnológicas na educação básica.
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Paula, Rejane Sales de Lima; Bueno, José Lucas Pedreira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Esta pesquisa apresenta discussões e resultados de uma pesquisa-ação tendo como questão norteadora ―Em que medida a utilização das TIC na atividade de busca de fontes de pesquisas no curso de pedagogia, pode desenvolver inovações didáticas e tecnológicas capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o processo ensino aprendizagem e a produção de conhecimentos?‖ O objetivo geral: foi investigar a utilização das TIC no curso de pedagogia como meio de informação científica acessível e sua contribuição para o desenvolvimento de inovações didáticas e tecnológicas capazes de facilitar a consulta bibliográfica, o processo de ensino-aprendizagem e a produção de conhecimentos. Para atingir tal objetivo, delinearamse nesta pesquisa os seguintes objetivos específicos: (a) investigar como vem sendo a apropriação dos conhecimentos relativos à realização de busca, seleção, qualificação e utilização de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa da área de educação para a formação inicial dos professores da educação básica; (b) realizar uma pesquisa-ação mediante a aplicação de um curso de formação aos licenciandos em Pedagogia da UNIR, Campus de Porto Velho / RO, para favorecer as práticas pedagógicas quanto à melhor utilização das TIC na realização de busca, seleção, qualificação e utilização de conteúdos científicos de bases digitais de pesquisa da área de educação; (c) identificar as principais bases digitais de dados científicos na área de educação. A metodologia utilizada foi à pesquisa-ação, com abordagem na pesquisa qualitativa. A pesquisa contou com a participação de 16 discentes do curso de pedagogia da UNIR, campus de Porto Velho / RO.
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pt
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Eixo III - Ensino
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO COMO SUBSÍDIO À
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
THE MANAGEMENT OF INFORMATION AND KNOWLEDGE AS SUBSIDY TO THE
ADMINISTRATION OF UNIVERSITY LIBRARIES
Resumo: O artigo pretende trazer à luz e cooperar com o desenvolvimento da temática Gestão da
Informação e do Conhecimento em Bibliotecas Universitárias. Os objetivos consistem em analisar
as dinâmicas gerenciais relativas às questões de criação, uso e compartilhamento de informações e
de conhecimentos na conjuntura da administração de bibliotecas universitárias. Os aspectos
investigados exploram as concepções dessa gestão como subsídio às práticas administrativas do
bibliotecário gestor. Assim, o estudo classifica-se quanto aos objetivos como exploratóriodescritivo e possui abordagem qualitativa. Em relação à fundamentação teórica, elegeu-se como
modelo o Ciclo do Conhecimento Organizacional proposto por Choo. Tal modelo apresenta uma
visão cíclica sobre a informação e assemelha-se, de modo formal ou informal, aos trâmites
informacionais presentes na administração de bibliotecas universitárias. O percurso metodológico
traduz-se na elaboração de uma revisão da literatura dos trabalhos dedicados à gestão da
informação e do conhecimento em organizações analisados sob a ótica da administração
bibliotecária. Para isso, foram consultados autores clássicos e contemporâneos da Ciência da
Informação, da Biblioteconomia e da Administração. Os resultados de pesquisa convergem para o
alinhamento entre a gestão da informação e do conhecimento e a administração de bibliotecas
universitárias. Essa interligação é possível por meio do uso racional dos recursos tangíveis e
intangíveis existentes nas bibliotecas universitárias, além da ressignificação das competências do
bibliotecário gestor. Em face disto, concluiu-se que a gestão da informação e do conhecimento é
capaz de apoiar ações que interfiram de modo prático, inovador e criativo, no desenvolvimento de
produtos e serviços da biblioteca universitária.
Palavras-chave: gestão da informação. gestão do conhecimento. administração de biblioteca.
biblioteca universitária.
Abstract: The article intends to bring to light and cooperate with the development of the subject of
Information and Knowledge Management in University Libraries. The objectives are to analyze the
managerial dynamics related to the creation, use and sharing of information and knowledge in the
context of the administration of university libraries. The investigated aspects explore the
conceptions of this management as subsidy to the administrative practices of the librarian manager.
Thus, the study is classified as exploratory-descriptive and has a qualitative approach. In relation to
the theoretical foundation, the Organizational Knowledge Cycle proposed by Choo was chosen as
the model. Such a model presents a cyclical view on information and resembles, formally or
informally, the informational procedures present in the administration of university libraries. The
�methodological course is the elaboration of a literature review of the works dedicated to the
management of information and knowledge in organizations analyzed from the perspective of the
librarian administration. For this, classic and contemporary authors of Information Science,
Librarianship and Administration were consulted. The research results converge to the alignment
between information management and knowledge and the administration of university libraries.
This interconnection is possible through the rational use of the tangible and intangible resources
existing in university libraries, in addition to the re-signification of the skills of the librarian
manager. In the face of this, it was concluded that the information and knowledge management is
able to support actions that interfere in a practical, innovative and creative way, in the development
of products and services of the university library.
Keywords: information management. knowledge management. library management.
libraries.
university
1 Introdução
O atual cenário político-econômico das Instituições de Ensino Superior (IES) pauta-se por
incertezas quanto ao seu futuro. De igual modo, ressalta-se o momento histórico no qual essas
Instituições educacionais recebem acusações relacionadas à sua (suposta) ineficiência e críticas
quanto a um possível distanciamento da sociedade. Nesse viés, a biblioteca enfrenta o desafio de se
reinventar e de se adequar às mudanças pretendidas pela sociedade da informação.
Diante desse panorama, reforça-se que as bibliotecas universitárias constituem-se de locais
em que se privilegia, primordialmente, a transmissão do saber já consagrado e do intercâmbio de
informações e conhecimento. Assim sendo, cabem às bibliotecas universitárias aperfeiçoar e
direcionar as suas práticas e rotinas em para o uso e do domínio de novas técnicas em prol da
inovação e da criação.
Nesse contexto, a parca discussão aprofundada sobre os aspectos gerenciais da informação
e do conhecimento no campo da Biblioteconomia e da Administração educacional, representa uma
incômoda lacuna na trajetória construtiva da administração bibliotecária. Esse estado da arte basal
impossibilita uma análise mais efetiva e transformadora sobre essa temática. Nesse sentido, a
pesquisa classifica-se quanto aos objetivos como exploratório-descritivo e com abordagem
qualitativa.
Motivado por esses fatores, esta pesquisa tem como objetivo contribuir para o acréscimo de
referenciais pertinentes à Gestão da Informação e do Conhecimento (GIC) em bibliotecas
universitárias. Igualmente, esses objetivos visam compreender a GIC como subsídio à
administração de bibliotecas universitárias. Deste modo, pretende-se analisar as dinâmicas
gerenciais relativas às questões de criação, uso e compartilhamento de informações e de
conhecimentos na perspectiva da administração de bibliotecas universitárias.
�Os aspectos investigados exploram as concepções teóricas e estratégicas dessa gestão como
subsídio às práticas administrativas bibliotecárias. Para isso, foram consultados autores clássicos e
contemporâneos da Ciência da Informação, da Administração e da Biblioteconomia.
2 Revisão bibliográfica
A fundamentação teórica desta pesquisa considera a multiplicidade dimensional que
envolve os conceitos de gestão, de informação e de conhecimento. Nesse intento, elegeu-se o
modelo gerencial da informação proposto por Choo (2003). Essa escolha ocorre pela abordagem
cíclica da informação e do conhecimento evidenciada nesse padrão e a sua semelhança, de modo
formal ou informal, ao modelo existente em bibliotecas universitárias (FERREIRA; MAIA, 2013).
Diante do exposto, para o desenvolvimento dessa pesquisa foram concatenados os aspectos
conceituais da informação e do conhecimento nas organizações. Posteriormente, foram abordadas
as dinâmicas relativas à administração de bibliotecas, suas particularidades organizacionais e o
papel de seu gestor, o bibliotecário. Para isso, foram consultados livros, artigos e demais trabalhos
científicos de autores da Ciência da Informação, da Administração e da Biblioteconomia.
A informação e o conhecimento possuem divergências conceituais entre si. Deste modo,
alguns auto
ambas
(SMIT, 2012, p. 94).
Em
contrapartida, uma das vertentes existentes na Ciência da Informação (CI) ratifica a inexistência da
diferenciação entre informação e conhecimento, exceto sob um contexto linguístico (MACHLUP,
1962).
Ainda nessa acepção, a informação estabelece-se como o elemento de comunicação entre
pessoas ante uma sucessão de processos orientados pelas necessidades humanas (LE COADIC,
2004). Neste trabalho, assume-se que esse processo de comunicação ocorre pela incorporação da
informação a uma rede cognitiva/intelectual, que possibilita gerar novos conhecimentos de modo
individualizado (SMIT, 2012). Assim sendo, a informação, por si só, é incapaz de proporcionar
conhecimento, o mesmo atua como um auxiliar na resolução de um problema (LE COADIC, 2004;
OLIVEIRA, 2008).
A informação registrada, armazenada para socialização e potencialmente utilizável, integrase a uma abordagem de comunicação que é direcionada ao usuário/receptor. Nesse seguimento, o
receptor (ou usuário), ao processar a informação, deve encontrar, em sua rede cognitiva, a condição
à qual esse novo elemento poderá se conectar (SMIT, 2012). O conhecimento, por sua vez, é
próprio do indivíduo/usuário e configura-se como complexo e imprevisível, diferenciando-se da
�informação por contemplar crenças e compromisso humanos (NONAKA; TAKEUSHI, 2008).
Entende-se que as organizações, de modo formalizado ou não, já fazem uso de práticas em
gestão estratégica, da inovação, do capital humano e da informação (CHOO, 2003). Desse modo,
muitas dessas práticas percorrem o gerenciamento do conhecimento organizacional e,
consequentemente, demandam a identificação das práticas e definição das metas em benefício do
amadurecimento das etapas de captação e compartilhamento de conhecimento.
2.1 Gestão da informação e do conhecimento (GIC)
A GIC estabelece-se como um campo interdisciplinar da ciência, sendo seus principais
colaboradores oriundos das áreas da Administração; da Ciência da computação e da Ciência da
informação (ALVARENGA NETO, 2008). Enquanto o domínio da Administração abrange
questões de planejamento, organização e controle, o campo da Ciência da computação contempla
características de distribuição e armazenamento da informação (ALVARENGA NETO, 2008;
ARAÚJO; DIAS, 2008). A Ciência da Informação, por sua vez, contribui quanto à recuperação, ao
armazenamento e a utilização de documentos e dados (BARBOSA; PAIM, 2003).
Não há uma delimitação única e estática sobre quando começa ou termina a gestão da
informação (GI) e a gestão do conhecimento (GC), porém, é possível destacar suas principais
características. A GI tem uma preocupação com a administração dos registros e documentos que
levam à criação, organização e manutenção de repositórios de conhecimento (ALVARENGA
NETO, 2008; ARAÚJO; DIAS, 2008). Os estudos acerca da GI perpassam, entre outros, aspectos
técnicos da Biblioteconomia, como a coleta, o tratamento, a organização e a indexação
(LANCASTER, 2004; OLIVEIRA, 2008; SARACEVIC, 1996).
Quanto à GC, ela incorpora questões relativas à criação, ao uso e ao compartilhamento do
conhecimento sob um contexto de gestão e capacitação (ALVARENGA NETO, 2008). No
ambiente organizacional, a GC é estudada como fonte de informações para a competitividade
empresarial (DAVENPORT; PRUSAK, 1998) e no gerenciamento de questões estratégicas
(CHOO, 2003). Complementarmente, a temática é trabalhada na perspectiva da gestão da inovação
e do capital intelectual (NONAKA; TAKEUCHI, 2008).
�De acordo com Valentim (2010) os fluxos de informação no ambiente organizacional
dividem-se entre fluxos formais (estruturados) e fluxos informais (não estruturados). Os fluxos de
informação formais estão em registros tangíveis enquanto que os informais são, por sua vez,
originários das experiências dos sujeitos organizacionais (VALENTIM, 2010). Nessa continuidade,
Davenport e Prusak (1998) determinam que os fluxos de informação, sejam eles estruturados ou
não, são intrínsecos à dinâmica das organizações e, por isto, podem ser mapeados, identificados e
caracterizados sob a perspectiva do ambiente informacional.
Nesse viés, segundo Valentim (2010), essas ações gerenciais na organização visam
prospectar, selecionar, organizar e disseminar seus ativos informacionais e intelectuais. Para isso,
integram-se desde documentos e bancos de dados produzidos pela organização até o
reconhecimento individual dos sujeitos organizacionais na organização (ALVARENGA NETO,
2008).
2.2 Administração de Bibliotecas Universitárias
Diante do exposto, denota-se que os espectros de atuação da GIC e dos fluxos
informacionais são amplos e abrangentes. Nesse sentido, percebe-se que nas IES, destacando-se as
bibliotecas universitárias, tal fenômeno não é diferente. Ressalta-se que as bibliotecas
universitárias, mesmo submetidas a uma organização superior, são consideradas como
organizações (MACIEL; MENDONÇA, 2006).
Assim, as bibliotecas universitárias têm como principal função subsidiar as práticas de
ensino, de pesquisa e de extensão desenvolvidas no ensino superior, intermediando a provisão de
recursos de informação seletivos, diversificados e organizados (ALMEIDA, 2005; NUNES;
CARVALHO, 2016). A incorporação de aspectos direcionados à organização da informação
gerencial, além da criação e compartilhamento de conhecimentos, proporciona, consequentemente,
incrementos de ordem qualitativa essenciais às bibliotecas universitárias (BEM; AMBONI, 2013,
CASTRO, 2005).
Davenport e Prusak (1998) alegam que a administração da informação transcorre em
ambientes inter-relacionados: o ambiente de informações, o ambiente externo e o ambiente
organizacional. Nesse sentido, as bibliotecas universitárias apresentam tanto relações internas
(equipe administrativa e técnica) quanto externas (clientes/usuários). A troca contínua de
�informações e de conhecimentos entre o pessoal da biblioteca e o usuário possibilita o aprendizado
mútuo e agiliza o fluxo de conhecimento (VALENTIM, 2010).
A GIC em bibliotecas, nos últimos anos, foi analisada sob algumas perspectivas interrelacionadas. No âmbito das bibliotecas universitárias, são mencionadas as práticas de GIC em
sistemas de bibliotecas federais (BEM; AMBONI, 2013; FERREIRA; MAIA, 2013); a análise de
produtos e serviços inovadores (ALVARENGA NETO, 2008) e a gestão da qualidade (SOUZA et
al., 2016). Adicionalmente, ainda no contexto das bibliotecas acadêmicas, procura-se abranger as
competências de gerenciamento e prestação de seus serviços de informação (MOSTOFA;
MEZBAH-UL-ISLAM, 2015) e as pesquisas referentes à gestão de fluxo de informação como
suporte ao processo decisório (VALENTIM, 2010).
3 Materiais e métodos
Diante do exposto, utiliza-se como percurso metodológico a elaboração de uma revisão da
literatura dos trabalhos dedicados à GIC correlacionando-a com os aspectos administrativos
inerentes às bibliotecas universitárias. Assim, são descritos os conhecimentos e interpretações
sobre a temática, além das suas semelhanças e contradições.
Posteriormente, são discutidos os aspectos de construção do sentido, criação de
conhecimento e tomada de decisões em organizações que conectam ao modelo gerencial da
informação direcionado às bibliotecas universitárias. Os resultados e as discussões, além dos
apontamentos e possibilidades passíveis de aplicação em bibliotecas universitárias, foram
desenvolvidos de modo simultâneo e dispostos em cada etapa do Ciclo do Conhecimento
Organizacional proposto por Choo (2003).
4 Construção do sentido, criação de conhecimento e tomada de decisões em organizações
Em retomada aos objetivos desta pesquisa, reforça-se que eles visam compreender a GIC
como subsídio à administração de bibliotecas universitárias. Nesse intento, elegeu-se o modelo
gerencial da informação proposto por Choo (2003). Essa escolha ocorre pela abordagem cíclica da
informação e do conhecimento, evidenciada naquele modelo e pela sua semelhança, de modo
formal ou informal, ao adotado em bibliotecas universitárias (FERREIRA; MAIA, 2013).
Nessa perspectiva, as organizações, incluindo as bibliotecas universitárias, fazem uso
estratégico da informação (FIG.1) para atuação em uma tríade de campos distintos, porém,
�conectados: sensemaking; criação de conhecimento e tomada de decisão (ALVARENGA NETO,
2008; CHOO, 2003).
Dada amplitude do tema sensemaking (ou a construção do sentido), optou-se por um recorte
que aponta para as questões da construção de sentido em organizações. São abordados, portanto, os
aspectos de análise e interpretação do ambiente informacional e seus sistemas interpretativos
(CHOO, 2003). O sensemaking permite a construção de um entendimento compartilhado dos
sujeitos organizacionais, do que é a organização e o que ela faz (ALVARENGA NETO, 2008).
FIGURA 1
A organização do conhecimento
Fonte: Adaptado de Choo, 2003.
Ainda no tocante à construção de sentido e do valor às atividades das organizações, Choo
(2003) apresenta a sua estruturação por meio das etapas de necessidade, busca e uso de
informação. Sob a perspectiva bibliotecária, as necessidades de informação em bibliotecas
universitárias implicam em um reconhecimento aprofundado das perspectivas da equipe de
trabalho e dos usuários de seus produtos e serviços.
A próxima etapa, intrínseca à construção de sentido, refere-se à busca da informação. Para
isso, a GIC de Choo (2003) indica o escaneamento ambiental e a pesquisa em sistema de
informações por intermédio de pesquisa.
O último passo para a construção de sentido consiste no uso da informação e alude às
questões de redução da incerteza e administração de ambiguidade. A informação pode reduzir ou
aumentar a incerteza em uma tomada de decisão (ALVARENGA NETO,2016; VITAL et al.,
2010). Diante disso, torna-se mais relevante o gerenciamento de ambiguidades informacionais por
meio de um entendimento coletivamente construído.
O segundo elemento da tríade desenvolvida por Choo (2003) destina-se à criação de
conhecimento, cuja construção exige o conhecimento tácito de indivíduos ou grupos (NONAKA;
TAKEUCHI, 2008). Conforme Alvarenga Neto (2008), as organizações criam, adquirem,
�organizam e processam a informação com o objetivo de gerar novos conhecimentos, utilizando-se
para tanto, a aprendizagem organizacional. A partir disso, o desenvolvimento de novas habilidades
e capacidades, a criação de novos p
-BARTON, 1998 apud ALVARENGA NETO, 2008,
p. 81).
A última área descrita por Choo (2003) refere-se à tomada de decisão estruturada por regras
e rotinas, sendo aqui trabalhada no limite da racionalidade. Assim, quanto às limitações desse
processo, Simon (1971) explica a impossibilidade prática de o gestor acessar a totalidade de opções
possíveis para um processo decisório racional integral. Desta forma, o administrador é auxiliado
por um número limitado de informações que o subsidiará para uma decisão suficientemente boa em
relação aos objetivos da organização (SIMON, 1971; ALVARENGA NETO, 2008).
Assim, a prática da GIC corre por intermédio de abordagens gerenciais e de ferramentas
orientadas para o diálogo entre informação e conhecimento em prol do processo decisório
(SANTOS; VALENTIM, 2014). Deste modo, cabe ao gestor atentar-se à diferença entre fatos, de
natureza objetiva e valores, de natureza subjetiva. Ressalta-se, porém, que ambos, fatos e valores,
influenciam o processo decisório (SIMON, 1971; FERREIRA; MAIA, 2013).
4.1 Ciclo do Conhecimento Organizacional direcionado às bibliotecas universitárias
Apresentadas as concepções fundamentais de construção de sentido, criação de
conhecimento e tomada de decisões, aventa-se discutir o ciclo da informação gerencial. Para isso,
procede-se a incorporação das dinâmicas e ferramentas administrativas que conduzam à GIC sob a
ótica da biblioteca universitária e do seu gestor, o bibliotecário (FIG.2).
Nesse sentido, Choo (2003) aponta um modelo processual de administração indicativo de
um ciclo constante de atividades administrativas que se comunicam: identificação das necessidades
de informação; à aquisição da informação; à organização e armazenamento da informação; ao
desenvolvimento de produtos e serviços de informação; à distribuição da informação e ao uso da
informação.
O primeiro passo trabalhado refere-se à identificação das necessidades de informação.
Sobre iss
é responder, mas que a
necessidades de informação a serem gerenciadas tornam-se ações primordiais da GIC na biblioteca
universitária.
�Diante do exposto, torna-se pertinente o desenvolvimento de uma série de objetivos básicos
Segundo Choo (2003), os sujeitos organizacionais sempre tentam compreender o que acontece à
sua volta. Assim, a instrumentalização dos processos necessários para essa compreensão pode
acontecer por meio de um mapeamento de necessidades dos sujeitos organizacionais (CHOO,
2003) e, sob a ótica bibliotecária, dos estudos de usuários de bibliotecas (CUNHA; AMARAL,
2015).
FIGURA 2
GIC como subsídio à administração de bibliotecas universitárias.
Fonte: Adaptado de Choo, 2003.
A identificação das necessidades de informação ocorre pela mediação entre os processos
comunicacionais e os sujeitos envolvidos (FERREIRA; MAIA, 2013). Diante desse fluxo contínuo
informacional, a definição de políticas de informação proporciona uma descrição meticulosa das
necessidades existentes (ALVARENGA NETO, 2008). Nesse viés, é característico da biblioteca,
especialmente da universitária, a adoção de políticas bibliotecárias.
informal, está ligada ao atendimento da missão da bibli
Entre as políticas mais comuns, destacam-se as relativas ao acervo (Política de desenvolvimento de
coleções) e as que contemplam diretrizes direcionadas à seleção, aquisição e descarte (ALMEIDA,
2005). De igual modo, estão presentes políticas direcionadas aos aspectos técnicos (LANCASTER,
2004) de tratamento da informação (Política de Classificação e de Indexação) e de serviços
(Política de empréstimos).
Após a identificação, o processo posterior do ciclo informacional apresentado por Choo
(2003) remete à aquisição da informação. A multiplicidade de fontes e de formatos de informação
existente tornou ainda mais complexa essa etapa (FERREIRA; MAIA, 2013). Assim, Davenport e
Prusak (1998) afirmam que pessoas são os melhores meios para identificação e filtragem da
�informação a ser adquirida. No âmbito da biblioteca universitária, a informação pode ser buscada
em registros internos ou externos, por meio de sistemas de inteligência. Nesse aspecto, Choo
(2003) ressalta o papel do bibliotecário e dos profissionais de informação no monitoramento
externo e na utilização das tecnologias de informação.
No decorrer do processo de busca é possível que a informação demandada inexista e, nesse
caso, Alvarenga Neto (2008) cita a necessidade de investigação em prol da descoberta de uma nova
informação. O autor complementa que, ao refinar, avaliar e monitorar percepções, a compreensão
do próprio processo é incrementada, superando eventuais omissões informacionais e
proporcionando condições para a organização da informação.
A etapa conseguinte do modelo de Choo (2003) relaciona-se à organização da informação
criada e/ou acumulada. Para isto, é indicado o uso da tecnologia da informação como amparo ao
armazenamento de dados estruturados coletados pela administração bibliotecária (CHOO, 2003;
LIMA, 1998). As ferramentas e instrumentos derivados do sistema informacional adotado devem
ser capazes de organizar a informação, oriundas de fontes diversas, de modo a classifica-la,
armazená-la e trata-la (ALVARENGA NETO, 2008; CHOO, 2003).
Segundo Cunha e Cavalcanti (2008), sistemas de gerenciamento da informação são
integrados a suportes lógicos (softwares) e têm por objetivo a administração da informação. Assim,
na perspectiva das bibliotecas, Lima (1998) apresenta três sistemas de informação essenciais que
visam o gerenciamento do acervo, dos dados bibliográficos e a estruturação de bases de dados.
O primeiro sistema citado por Lima (1998) é o de gerenciamento de bibliotecas e tem a
função de administrar o acesso aos documentos do acervo, monitorando o seu paradeiro (CUNHA;
CAVALCANTI, 2008). O segundo sistema refere-se ao gerenciamento de bases de dados
bibliográficos e tem a incumbência de atender às situações específicas do repertório bibliográfico
(LIMA, 1998). Nesse sistema, quando determinada informação bibliográfica é modificada, todas as
demais associadas a ela também serão modificadas imediatamente (CUNHA; CAVALCANTI,
2008). Por fim, o terceiro sistema aplica-se ao gerenciamento de base de dados, que é definido pela
estrutura lógica e física dos dados estruturados em uma base.
Se, por um lado, não faltam recursos e mecanismo para a administração das informações
estruturadas (formais), por outro lado há uma inquietação quanto à organização de dados não
estruturados (informais). Nesse intuito faz-se necessário a criação de uma memória organizacional
que atue como um repositório ativo de conhecimentos e experiências (CHOO, 2003; FERREIRA;
MAIA, 2013) e Ferreira declara sobre No ambiente das bibliotecas universitárias, esse
armazenamento é de extrema valia, haja vista a possibilidade de que sejam aproveitados os
conhecimentos da equipe da biblioteca.
�A compreensão desse conhecimento e sua efetiva possibilidade de consulta pelos demais
membros da organização demandam ações sistemáticas organizacionais (CHOO, 2003; NONAKA;
TAKEUSHI, 2008). Nesse sentido, ao estimular a interação e a aprendizagem entre os
colaboradores, o bibliotecário gestor propicia aumento do conhecimento individual e coletivo de
seus membros, impactando os seus serviços e produtos.
O desenvolvimento de produtos e serviços de informação é o próximo passo do ciclo
organizacional de Choo (2003). Tal processo estabelece-se via mapeamento do conhecimento e das
necessidades do cliente/usuário. Nessa acepção, Choo (2003) afirma que o objetivo de desenvolver
produtos e serviços de informação é estabelecer relações com a necessidade de informação do
usuário.
Nesse sentido, a biblioteca universitária, por meio de seus sujeitos atuantes, em especial o
bibliotecário, deve compreender os processos de produção, aquisição, organização e disseminação
da informação (SOUZA et al; 2016). Assim, ao propiciar os serviços e produtos na biblioteca
universitária, novos conhecimentos são gerados. Esses conhecimentos criados permitem a
concepção de novos serviços e produtos, o aperfeiçoando dos antigos e a melhora dos processos da
organização (ALVARENGA NETO, 2008).
Os conhecimentos organizados e traduzidos de forma harmônica, nos produtos e serviços,
proporcionam condições necessárias para disseminação da informação. Dessa forma, o próximo
passo do ciclo de Choo (2003) consiste na distribuição da informação. Nessa linha, distingue-a
difusão da informação, considerada relevante, para as pessoas certas, no momento devido e no
formato adequado (CHOO, 2003; VALENTIM et al., 2014).
Nos trabalhos biblioteconômicos, a distribuição da informação é trabalhada sob o olhar de
antecipação de desejos do cliente (FIGUEIREDO, 1992) e sob a ótica da divulgação do livro (ou
outra fonte de informação) para o usuário (RANGANATHAN, 1931). Sendo a própria biblioteca
uma fonte de informação, seus serviços de disseminação seletiva da informação podem ser
referência na modelização do modo de distribuição da informação.
Conforme Choo (2003), o processo de disseminação e compartilhamento da informação, a
partir de fontes amplas, diversificadas e trabalhadas de modo factual, geram novas soluções e
perspectivas de uso. Deste modo, a distribuição da informação de modo articulado contribui para a
codificação da mensagem pelo receptor dessa informação e a promoção de um maior aprendizado
organizacional (CHOO, 2003). Consequentemente, ao se trabalhar a distribuição da informação de
forma criteriosa, aumenta-se os aspectos qualitativos para o uso da informação. .
O próximo estágio do ciclo modelado por Choo (2003) consiste no uso da informação e
suas ligações com o contexto social e as condições em que ocorre tal emprego da informação.
�o da informação envolve a seleção e o
processamento da informação de modo a responder uma pergunta, resolver um problema, tomar
-se considerar o
contexto social do uso da informação, quando a mesma adquire sentido por intermédio do
compartilhamento dos envolvidos (CHOO, 2003).
Portanto, a percepção sobre o problema enfrentado, subsidiado pela informação
administrada, pode ser alterada, gerando para o bibliotecário, novas dúvidas e incertezas. Dessa
maneira, é reiniciado o ciclo do conhecimento organizacional do modelo de Choo (2003).
Os resultados de pesquisa convergem para o alinhamento entre a GIC e a administração de
bibliotecas universitárias. Essa interligação é possível por intermédio de um uso racional dos
recursos intangíveis e tangíveis presentes nas bibliotecas universitárias, além da ressignificação das
competências do bibliotecário gestor.
O uso da informação é condicionado ao ambiente singular de cada tipo de organização. Isto
posto, a função do bibliotecário não se restringe ao mero gerenciamento das informações
documentárias (SILVA; DUARTE, 2015), sendo o mesmo a figura central na administração da
biblioteca e, por conseguinte, do processo decisório. Nesse seguimento, no espaço das Bibliotecas
universitárias, cabe ao bibliotecário não desempenhar a função exclusiva de solucionador de
problemas e, sim, de agente vigilante.
6 Considerações finais
Em face disto, concluiu-se que a gestão da informação e do conhecimento, analisada sob a
ótica da administração bibliotecária, é capaz de apoiar ações que interfiram de modo prático,
inovador e criativo, no desenvolvimento de produtos e serviços da biblioteca universitária. Assim
sendo, enfatiza-se que a GIC, estruturada pelas formas de comunicação organizacional e as
tecnologias de informação, são elementos que apoiam o processo de compartilhamento do
conhecimento. Nesse sentido, reforça-se o uso racional de todos os recursos disponíveis nas
bibliotecas universitárias, incluindo a informação registrada e o conhecimento dos sujeitos
organizacionais envolvidos, são promissores para o aprimoramento da sua eficiência
administrativa.
A combinação existente entre as tradicionais atividades administrativas biblioteconômicas e
a incorporação de novos olhares pautados pelas perspectivas práticas de identificação e
desenvolvimento de conhecimento organizacional, são propulsores de novas estratégias nas
bibliotecas universitárias. Essa ressignificação sobre o exercício gerencial universitário denota
�maior participação do bibliotecário sobre um todo coletivo. Nesse seguimento, a partir da
compreensão da GIC em bibliotecas universitárias, o processo decisório do bibliotecário adquire
maior valor agregado conduzindo a administração de bibliotecas universitárias para a
concretização de seus objetivos.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A gestão da informação e do conhecimento como subsídio à administração de bibliotecas universitárias.
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Santos, Allan Julio
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo pretende trazer à luz e cooperar com o desenvolvimento da temática Gestão da Informação e do Conhecimento em Bibliotecas Universitárias. Os objetivos consistem em analisar as dinâmicas gerenciais relativas às questões de criação, uso e compartilhamento de informações e de conhecimentos na conjuntura da administração de bibliotecas universitárias. Os aspectos investigados exploram as concepções dessa gestão como subsídio às práticas administrativas do bibliotecário gestor. Assim, o estudo classifica-se quanto aos objetivos como exploratóriodescritivo e possui abordagem qualitativa. Em relação à fundamentação teórica, elegeu-se como modelo o Ciclo do Conhecimento Organizacional proposto por Choo. Tal modelo apresenta uma visão cíclica sobre a informação e assemelha-se, de modo formal ou informal, aos trâmites informacionais presentes na administração de bibliotecas universitárias. O percurso metodológico traduz-se na elaboração de uma revisão da literatura dos trabalhos dedicados à gestão da informação e do conhecimento em organizações analisados sob a ótica da administração bibliotecária. Para isso, foram consultados autores clássicos e contemporâneos da Ciência da Informação, da Biblioteconomia e da Administração. Os resultados de pesquisa convergem para o alinhamento entre a gestão da informação e do conhecimento e a administração de bibliotecas universitárias. Essa interligação é possível por meio do uso racional dos recursos tangíveis e intangíveis existentes nas bibliotecas universitárias, além da ressignificação das competências do bibliotecário gestor. Em face disto, concluiu-se que a gestão da informação e do conhecimento é capaz de apoiar ações que interfiram de modo prático, inovador e criativo, no desenvolvimento de produtos e serviços da biblioteca universitária.
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Eixo III - Ensino
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE MATERIAL BIBLIOGRÁFICO DA UNIVERSIDADE
VILA VELHA
THE PROCESS OF ACQUISITION OF BIBLIOGRAPHIC MATERIAL OF THE VILA VELHA
UNIVERSITY
Resumo: Mostra a Biblioteca Universitária como peça fundamental no suporte às atividades de
ensino, pesquisa e extensão, participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem na
educação superior. Nesse sentido, a biblioteca deverá ter o conhecimento necessário das atividades
contidas no Projeto Pedagógico do curso, para que possam juntos, biblioteca e curso, planejar um
acervo voltado às necessidades dos cursos oferecidos na IES. Apresenta o processo de aquisição de
materiais bibliográficos, uma vez que, o processo existente não estava atendendo de forma
satisfatória o planejamento para a construção do acervo que atende aos cursos de graduação da
IES. Relata de forma detalhada, o novo procedimento adotado para a realização das aquisições de
materiais e os benefícios trazidos com as mudanças. Evidencia que, as transformações ocorridas,
estruturou o processo de aquisição, em que os cursos ofertados foram divididos por grupos,
facilitando a dinâmica de seleção de materiais. Conclui-se que, a estruturação ocorrida nesse item
vem trazendo melhorias nos períodos de aquisições para todos os setores envolvidos no processo,
fazendo com que o controle seja maior, evitando a duplicação de títulos, mas trazendo a
diversificação para o acervo.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária1. Aquisição de material2. Projeto Pedagógico de Curso3.
Abstract: It shows the University Library as a key element in supporting teaching, research and
extension activities, actively participating in the teaching-learning process in higher education. In
this sense, the library should have the necessary knowledge of the activities contained in the
Pedagogical Project of the course, so that together, library and course, can plan a collection
focused on the needs of the courses offered at IES. It presents the process of acquisition of
bibliographic materials, since, the existing process was not satisfactorily attending the planning for
the construction of the collection that attends undergraduate courses of the HEI. It reports in detail,
the new procedure adopted to carry out the acquisitions of materials and the benefits brought with
the changes. It shows that the transformations occurred, structured the acquisition process, in
which the offered courses were divided by groups, facilitating the dynamics of selection of
materials. It is concluded that the structuring occurred in this item has brought improvements in the
acquisition periods for all sectors involved in the process, making the control greater, avoiding the
duplication of titles, but bringing the diversification to the collection.
Keywords: University Library 1. Acquisition of material2. Course Pedagogical Project3.
�1 INTRODUÇÃO
Compreende-se educação como um ato dinâmico e transformador em que se torna
elemento-chave na construção de uma sociedade que busca informação, conhecimento e
aprendizado.
A educação possui uma tarefa árdua a ser cumprida, especificamente pelo fato de
nela se encontrar os fundamentos necessários ao entendimento desse novo
momento em que a aquisição do conhecimento é fator fundamental no
desenvolvimento do potencial humano. (PASSOS, 2003 Apud MACHADO, 2009,
p.35).
A educação no ensino superior é vista como o principal passo para que os indivíduos
possam se desenvolver na sociedade, visto é o momento da escolha de uma profissão a se seguir. A
Universidade trabalha para disseminar o conhecimento e investindo na produção do conhecimento
para seus acadêmicos e a comunidade em geral.
Nesse sentido, é essencial a participação das bibliotecas universitárias, como setor de apoio
às atividades de ensino, pesquisa e extensão, procurando atender uma diversidade de usuários,
conforme suas necessidades. A partir desse momento, a Biblioteca transpõe-se do caráter
conservador e armazenador de informação para agir como transformadora da aprendizagem,
realizando a gestão das informações e transmissão do conhecimento (ALCÂNTARA;
BERNADINO, 2012).
Para que a biblioteca cumpra com seu papel dentro da universidade, sua atuação deve ser
pensada de forma estratégica, visando os objetivos didático-pedagógico dos diversos cursos. A
união de ações entre biblioteca e os cursos pode ser atingida com o alinhamento das estratégias
contidos no Projeto Pedagógico de Curso (PPC) (GURGEL; RODRIGUES, 2011).
Nesse sentido, a biblioteca deverá ter o conhecimento necessário das atividades contidas no
PPC do curso, ter conhecimento do ementário disponibilizado aos alunos, para que possam juntos,
biblioteca e curso, planejar um acervo voltado às necessidades dos cursos oferecidos na IES.
�2 REVISÃO DE LITERATURA
Sabe-se que as bibliotecas das IES têm por missão o suporte de suas atividades de ensino,
pesquisa ou extensão. Assim sendo, deve-se priorizar recursos informacionais, infra-estrutura e
serviços adequados para as atividades definidas pela IES.
A existência de uma biblioteca e a qualidade da mesma será importante para a autorização
e funcionamento dos cursos oferecidos pela IES. A existência de Biblioteca em uma instituição de
ensino superior é obrigatória conforme legislação. Os parâmetros de avaliação são estipulados pelo
Ministério da Educação (MEC) e Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP). A Biblioteca, é um órgão importante, no cenário universitário e trabalha como agente das
mudanças sociais necessárias. As Bibliotecas Universitárias têm como papel principal atender as
necessidades informacionais da comunidade acadêmica, direcionando sua coleção aos conteúdos
programáticos ou aos projetos acadêmicos dos cursos oferecidos pela universidade na qual está
inserida (MACHADO, 2009).
Participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem na educação superior, as
bibliotecas universitárias são fundamentais no ciclo de produção do conhecimento. É de extrema
importância que a biblioteca trabalhe de forma integrada com o setor pedagógico, com os cursos de
graduação e com os professores, com o objetivo de planejar o desenvolvimento de um acervo que
possibilite o uso e o acesso as fontes de informações indicadas nos planos de ensino das disciplinas
e definidas no projeto pedagógico dos cursos (GURGEL; RODRIGUES, 2011).
Assim, entende-se que essas bibliotecas devem executar ações vinculadas às propostas
pedagógicas dos cursos, buscando despertar nos docentes a importância do seu papel para o ensino
e a pesquisa. A biblioteca precisa trabalhar em conjunto com o curso, atuando como elo entre o
acervo e a proposta pedagógica.
O público alvo da biblioteca universitária, neste contexto, é composto pelos
docentes e discentes. Organizar, preservar e disseminar a informação nas
bibliotecas universitárias deve levar em consideração as necessidades específicas de
cada segmento de usuários. Produtos e serviços específicos devem ser
disponibilizados de acordo com suas características, além também da adequação do
espaço físico, de forma a atrair usuários potenciais e manter condições ideais à
motivação do seu uso.
A atuação da biblioteca universitária no processo ensino-aprendizagem face das
continuas e rápidas mudanças [...] nos dias atuais ocorre da noite para o dia. Dessa
forma e diante da quantidade de informações e da facilidade de acesso a estas, deve
a biblioteca conduzir o aluno de forma que possa o aprendizado ser mútuo e repleto
de entusiasmo. (ALCÂNTARA, BERNADINO, 2012).
Diante do exposto, a Biblioteca Central da Universidade Vila Velha, no intuito de cumprir
seu papel de disseminadora e parceira no fluxo do ensino acadêmico, reestruturou o processo de
�aquisição de materiais bibliográficos, seguindo os critérios adotados nos Projetos Pedagógicos dos
cursos através de seus ementários, buscando dessa forma, um controle maior das publicações
solicitadas no trâmite de aquisição dos materiais bibliográficos.
3 O NOVO PROCESSO DE AQUISIÇÃO
O trabalho para a reestruturação do processo de aquisição de material bibliográfico foi
realizado com os cursos de graduação ofertados pela instituição e teve início no segundo semestre
de 2015. Até então, as aquisições eram realizadas sem um conhecimento prévio da biblioteca para
com Projeto Pedagógico do Curso e sem nenhum tipo de controle sobre as obras e a quantidade a
serem compradas. A aquisição era realizada semestralmente e todos os cursos podiam solicitar a
compra dos títulos no primeiro e no segundo semestre; isso trazia algumas vezes duplicidade aos
títulos.
Em reunião com a vice-reitoria, o Departamento de Planejamento de ensino - DPE e a
Biblioteca, foi proposto o estudo para a implantação de um novo processo de aquisição de
materiais, visto que, o antigo não estava sendo satisfatório. Após os estudos necessários, verificouse que todo o processo de aquisição, até o momento, era realizado pela Biblioteca sem que a
mesma tivesse um respaldo da parte acadêmica, dessa forma, as diretrizes a serem adotadas foram
definidas pensando na participação ativa da Pró-reitoria acadêmica. Com as diretrizes definidas, foi
preciso conhecer o processo como um todo, desde a indicação do título pelo professor, até a
inserção do mesmo no acervo.
Para que esse novo processo tivesse êxito, num primeiro momento foi necessário conhecer
as bibliografias de cada curso ofertado pela instituição. De posse do Projeto Pedagógico de Curso
(PPC), realizamos o levantamento de todas as bibliografias (Básica e Complementar) de todos os
períodos, identificamos a quantidade de exemplares existentes na Biblioteca do título indicado nas
bibliografias e após esse trabalho, houve o planejamento para definir a dinâmica de aquisição.
Esse projeto é um trabalho conjunto entre Biblioteca Central e DPE, em que o DPE é
responsável por receber as solicitações das coordenações de curso e definir a quantidade de
exemplares a serem adquiridas, conforme instrumento de avaliação do MEC e a Biblioteca Central
fica responsável por levantar valores, registrar os títulos solicitados no sistema e enviar ao Setor
que fechará a aquisição.
Cada curso possui um Projeto Pedagógico de Curso, que norteia os objetivos, as atividades
que serão executadas e a estrutura utilizada pelo curso. No item que discursa sobre Estrutura
curricular, é apresentada a grade curricular com as disciplinas ofertadas e o ementário, em que é
�disposto a ementa da disciplina e as bibliografias (básica e complementar) indicadas pelos
professores. A tarefa de verificar todos os ementários foi exaustiva, mas necessária para o
direcionamento dos trabalhos.
A instituição oferta hoje 39 cursos de graduação, sendo 37 presenciais e 2 EAD. No intuito
de tornar o processo de aquisição preciso e eficiente, a organização foi realizada da seguinte forma:
Os cursos foram divididos por grupos: Grupo A: Humanas e Tecnologia; Grupo B:
Medicina e Saúde (Quadro 1). Os cursos constantes no grupo B realizam suas aquisições no
primeiro semestre do ano, já os cursos do grupo A realizam as aquisições no segundo semestre do
ano. Colocamos em prática a aquisição com o novo modelo no primeiro semestre de 2016 com os
cursos do grupo B, pelo fato das bibliografias de tal grupo já estarem conferidas. Foi
confeccionado um formulário de solicitação de material, em que o curso indica as referências a
serem adquiridas. Nesse mesmo formulário é necessário que a coordenação justifique a compra do
material, indicando quando houver, qual referência será substituída pelo novo título. (Imagem 1)
Grupo A
Administração
Grupo B
Educação Física
Arquitetura
Ciências Biológicas
Artes Cênicas
Enfermagem
Ciência da Computação
Estética
Ciências Contábeis
Farmácia
Comércio Exterior (EAD)
Fisioterapia
Design de Produto
Fonoaudiologia
Engenharia Civil
Medicina
Engenharia de Energia
Medicina Veterinária
Engenharia de Petróleo
Nutrição
Engenharia de Produção
Odontologia
Engenharia Elétrica
Direito*
Engenharia mecânica
Engenharia Química
Fotografia
Gastronomia
Gestão de recursos humanos (EAD)
Gestão financeira (EAD)
Gestão portuária
�Jornalismo
Marketing
Moda
Pedagogia
Psicologia
Publicidade e Propaganda
Relações Internacionais
Sistemas de Informação
Quadro 1 Divisão dos cursos por grupo
Notas:
* Devido a constante atualização dos títulos, o curso realiza sua aquisição junto
ao grupo B.
Imagem 1
Formulário de solicitação de livros
Através do formulário enviado pelas coordenações, o DPE visualiza as justificativas para a
aquisição do material e realiza a conferência dos títulos solicitados com os títulos inseridos no
Projeto Pedagógico do Curso, para que possa definir os planos a serem executados.
É necessário citar que, os títulos que compõem os ementários das disciplinas são indicados
pelos professores das mesmas, esses títulos são registrados no Sistema PHIDELIS (sistema
�utilizado para gerenciar a parte acadêmica da Universidade), mas, caso ocorra qualquer tipo
modificação, apenas o coordenador do curso terá acesso ao sistema para realizar tal ajuste.
Após as definições necessárias à implantação do projeto, os coordenadores dos cursos
envolvidos foram reunidos para explanação da atividade. Durante o treinamento foi apresentada as
etapas do novo processo, mostrando a importância da participação de todos e principalmente
explicando que o principal objetivo da mudança é planejar para a Biblioteca um acervo
diversificado e que possa atender de forma satisfatória as necessidades dos usuários.
Para o preenchimento do formulário, os professores devem seguir algumas orientações
abaixo, com o intuito de deixar os pedidos mais claros e organizados.
Orientações:
1) Consultar o catálogo online da Biblioteca para verificar se o título a ser solicitado já faz
parte do acervo da Biblioteca. Caso positivo, verificar se existe edição mais recente no mercado
livreiro.
2) Solicitar livros editados nos últimos 5 (cinco) anos, exceto para aqueles considerados
clássicos na disciplina. Livros muito antigos não são localizados no mercado livreiro e não é
prática da Mantenedora adquirir livros em sebos.
3) Para cada bibliografia básica solicitada indicar qual título da bibliografia atual será
substituído.
4) No caso em que a bibliografia nova solicitada não for para substituir título, e sim para
aumentar o número de títulos, fazer essa indicação na justificativa.
5) Justificar todas as solicitações de bibliografia básica e complementar.
6) Anexar ata de aprovação do colegiado de curso.
De posse do formulário de solicitação, do PPC e do instrumento de avaliação do MEC, é
realizado os cálculos necessários para a definição da quantidade de exemplares a serem adquiridos
dos títulos sugeridos. Após definição de quantidade, o formulário é enviado à Biblioteca, que inicia
uma nova etapa no processo. À Biblioteca, cabe a função de receber as indicações e verificar a
existência das mesmas no acervo, para evitar duplicidade de títulos. Finalizada a conferência,
inicia-se o processo de cotação de valores e o fechamento da planilha indicando o valor total da
aquisição do curso solicitante. A avaliação dos custos destinados aos cursos para a aquisição de
material bibliográfico fica sob reponsabilidade da vice-reitoria, que avalia o valor total do pedido e
realiza a liberação ou não da compra. A solicitação sendo liberada, esta será inserida no sistema
SOX (utilizado para gerenciar aquisições). Os títulos são cadastrados um por um e o pedido
(Imagem 2) que é gerado automaticamente segue para o setor de compras da instituição, que fica
�responsável por fechar as aquisições e realizar pagamentos. O Setor de Compras tem a
responsabilidade de buscar fornecedores que possam atender nossas necessidades de aquisição de
títulos bibliográficos, controlar os pedidos de compras, controlar as entregas e informar quando um
título está esgotado ou indisponível para compra.
Imagem 2
Solicitação gerada pelo Sistema SOX
A medida que os títulos adquiridos vão chegando, os mesmos chegam diretamente na
biblioteca, realiza-se a baixa no controle de solicitação da Biblioteca e informativos são enviados à
coordenação e DPE, como o objetivo de informa-los sobre a disponibilização do livro no acervo.
Através dos informativos, as coordenações realizam os devidos ajustes nos ementários dos cursos e
divulgam a aquisição aos alunos através do Blog Acadêmico.
Percebe-se também, que essa nova organização trouxe benefícios até mesmo no processo de
fechamento da compra e o recebimento desses materiais. Muitas vezes, nas compras anteriores a
mistura de assuntos, atrapalhava no momento de realizar as cotações com os fornecedores,
(existem fornecedores que trabalham somente com livros da área médica, outros com áreas
multidisciplinares...), hoje, essa separação por Grupo A e B, tem ajudado, fazendo com que o setor
de compras controle melhor a lista para aquisição e suas entregas.
Durante o período de utilização desse novo processo de aquisição, alguns ajustes foram
realizados afim de deixar o processo eficiente. Um exemplo de modificação realizada no processo
�foi a aquisição para o curso de Direito, que pela ordem estabelecida nos grupos, o mesmo
compraria suas obras no segundo semestre do ano, mas diante da constante desatualização de seu
conteúdo, que ocorre anualmente, optou-se por adquirir os títulos sempre no primeiro semestre, e
dessa forma ter uma maior utilização dos títulos por parte dos usuários.
Salientamos que a organização das aquisições trouxe benefícios para os professores e
coordenadores, visto que, as indicações realizadas através do formulário são em sua maioria
atendidas, trouxe benefícios à Instituição, que terá os gastos com aquisição de material controlado
e trouxe benefícios à biblioteca, no que tange o controle das obras e os exemplares, sem que haja o
desperdício na compra de obras já existentes no acervo em grande quantidade, atualmente, a
orientação da instituição é a diversificação de títulos e não a duplicação dos mesmos.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Todas as ações realizadas para modificar o processo de aquisição de materiais
bibliográficos foram com o objetivo de ter um maior controle sobre as aquisições. O trabalho foi
longo e árduo, algumas vezes durante o processo ocorreram diversos obstáculos, já que as ações
foram feitas em conjunto (Biblioteca x DPE x Coordenações).
Conclui-se que, mesmo passando por dificuldades ao longo da transição, a nova rotina foi
bem aceita pelos coordenadores dos cursos envolvidos e pela mantenedora da instituição. Ao longo
desses dois anos do projeto implantado, as compras de títulos têm sido realizadas de forma
controlada, sem que nenhum curso deixe de ser atendido.
As solicitações para aquisição são enviadas ao DPE, que por sua vez, realiza a conferência
necessária das bibliografias, conforme ementário indicado no PPC. A biblioteca recebe as
solicitações com o objetivo de levantar valores e receber da vice-reitoria o aval ou não para a
aquisição dos títulos.
Percebe-se então, o quão importante é a participação da biblioteca no processo de ensinoaprendizagem, em que está envolvida diretamente junto às coordenações, no planejamento do
acervo que irá atender os cursos de graduação ofertados pela Instituição.
A Biblioteca Central encerra mais esta empreitada, certa que está prezando pelo patrimônio
da Instituição a qual está inserida e com esperança que este trabalho venha ajudar na qualidade dos
serviços prestados aos seus usuários.
REFERÊNCIAS
MACHADO, Marli. A biblioteca universitária e sua relação com o Projeto pedagógico de um
curso de graduação. Dissertação (Ciência da Informação). Florianópolis, SC Universidade
�Federal de Santa Catarina, 2009. Disponível em: <
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/92197/273668.pdf?sequence=1&isAllowed
=y>. Acesso em: 10 nov. 2017.
ALCÂNTARA, Francisca Lunara Cunha; BERNARDINO, Maria Cleide Rodrigues. O papel da
biblioteca universitária como mediadora no Processo de ensino-aprendizagem nas bibliotecas
Universitárias na cidade de juazeiro do Norte CE. In.: Encontro Regional dos Estudantes de
Biblioteconomia, Documentação, Ciência e Gestão da Informação. Ceará, 2012. Disponível em:
<http://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000021306/1b1c58071e499a0226141d3b394b9
15c/>. Acesso em: 19 dez. 2018.
GURGEL, Nadsa Maria Cid; RODRIGUES, Maxweel Veras Rodrigues. Biblioteca universitária
e ensino superior: em busca de um alinhamento estratégico. Revista Edicic, v.1, n.3, p.211-228,
jul./sep. 2011. Disponível em: <http://www.edicic.org/revista/>. Acesso em: 19 dez. 2017.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
Date
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2018
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
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O processo de aquisição de material bibliográfico da Universidade Vila Velha.
Creator
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Peixoto, Danielly Crystine
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Mostra a Biblioteca Universitária como peça fundamental no suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão, participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem na educação superior. Nesse sentido, a biblioteca deverá ter o conhecimento necessário das atividades contidas no Projeto Pedagógico do curso, para que possam juntos, biblioteca e curso, planejar um acervo voltado às necessidades dos cursos oferecidos na IES. Apresenta o processo de aquisição de materiais bibliográficos, uma vez que, o processo existente não estava atendendo de forma satisfatória o planejamento para a construção do acervo que atende aos cursos de graduação da IES. Relata de forma detalhada, o novo procedimento adotado para a realização das aquisições de materiais e os benefícios trazidos com as mudanças. Evidencia que, as transformações ocorridas, estruturou o processo de aquisição, em que os cursos ofertados foram divididos por grupos, facilitando a dinâmica de seleção de materiais. Conclui-se que, a estruturação ocorrida nesse item vem trazendo melhorias nos períodos de aquisições para todos os setores envolvidos no processo, fazendo com que o controle seja maior, evitando a duplicação de títulos, mas trazendo a diversificação para o acervo.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5838/SNBU2018_236.pdf
14033755053a37c82da0b7623dd9c68d
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Eixo III - Ensino
BIBLIOTECA: AQUI PODE!
LIBRARY: HERE YOU CAN!
Resumo: A biblioteca no ambiente escolar tem função de apoio e suporte à educação, atuando
como fonte de conhecimento e informação. Entretanto, seus usuários adotam condutas que
conflitam com tais finalidades, gerando dificuldades e prejuízos às bibliotecas. O objetivo do artigo
é oferecer aos usuários de bibliotecas um ambiente de estudo agradável e educativo, que possibilite
o desenvolvimento intelectual e o hábito da leitura, mediante indicação das condutas e
comportamentos adequados para a melhor utilização do local. Para tanto, foi realizada uma
pesquisa classificada como descritiva, baseada em observação sistemática, com abordagem
qualitativa. O conhecimento acumulado pelo autor e as informações coletadas ao longo de sua vida
acadêmica e profissional indicaram que as limitações restritivas e negativas não têm contribuído
para a mudança de comportamento dos usuários desses espaços. A proposta para inserção de
mensagens dirigidas aos usuários de bibliotecas, principalmente estudantes, busca apresentar uma
alternativa em que são apresentados os aspectos positivos de tais limitações, visando mudanças de
comportamentos e atitudes, que permitam preservar tal espaço.
Palavras-chave: Biblioteca. Limites. Comportamento. Usuários.
Abstract: The library in the school environment has the function of supporting and supporting
education, acting as a source of knowledge and information. However, its users adopt behaviors
that conflict with such purposes, generating difficulties and damages to the libraries. The purpose
of this article is to provide library users with a pleasant and educational study environment that
allows the intellectual development and habit of reading, by indicating the appropriate behaviors
and behaviors for the best use of the place. For that, a research classified as descriptive, based on
systematic observation, with a qualitative approach was carried out. The knowledge accumulated
by the author and the information collected during his academic and professional life indicated that
the restrictive and negative limitations have not contributed to the behavioral change of the users of
these spaces. The proposal for insertion of messages addressed to users of libraries, mainly
students, seeks to present an alternative in which the positive aspects of such limitations are
presented, aiming at changes in behaviors and attitudes that allow the preservation of such space.
Keywords: Library. Limits. Behavior. Users
�INTRODUÇÃO
A biblioteca, no âmbito escolar, independente do nível de ensino a que se destina, tem
função de apoio e suporte à educação, bem como de fonte de conhecimento e informação
(QUEIROZ, 2006).
Essa função somente pode ser mantida com a colaboração dos diferentes usuários do espaço
e dos serviços oferecidos. Entretanto, com mais frequência do que a desejada, os usuários das
bibliotecas adotam comportamentos e atitudes que conflitam com o objetivo do espaço, colocando
em risco o bem estar de outros usuários e a segurança e qualidade do acervo, entre outros aspectos.
Nesse sentido, várias bibliotecas ligadas a instituições de ensino estão criando campanhas e
ações voltadas para os usuários, visando estimular comportamentos adequados ao ambiente, como,
por exemplo, redução de ruídos e conservação do acervo (ANDRADE et al., 2012; GOMES et al.,
2013; MOREIRA; COUTINHO, 2011).
Essas campanhas extrapolam a visão tradicional dos regulamentos de funcionamentos
dessas unidades, os quais são frequentemente marcados por proibições e penalidades aos infratores.
Nesse modelo, o limite é visto sob a ótica positiva, incentivando a manutenção e o cuidado,
visando a preservação do local, da sua estrutura, acervo e equipamentos, como ainda, do
reconhecimento de que a biblioteca atende a diferentes usuários e essa condição deve ser
reconhecida e respeitada.
edade impõe aos homens uma
convivência entre seus membros. Entretanto, essas repressões podem ser tratadas de maneira
positiva, reforçando aspectos imprescindíveis à convivência entre indivíduos.
O limite, segundo La Taille (2002), pode ser entendido de maneira negativa e restritiva ou
como um convite à superação, no seu aspecto positivo. Os limites restritivos trazem como principal
traço a imposição de uma regra ou norma. O seu aspecto de superação leva, portanto, à
compreensão dessa limitação, de seus fundamentos, o que induz ao autoaperfeiçoamento. Contudo,
ambos os aspectos são indissociáveis.
Um aspecto da educação contemporânea é traduzido pela observação de que estudantes, em
�outro lado, o referido autor observa que os deveres positivos, apesar de também indicarem uma
restrição de liberdade, são pouco discutidos e/ou aplicados. Assim,
Os deveres negativos, ou seja, aqueles que traduzem uma proibição relativa a uma ação,
são os mais freqüentes, e implicam clara restrição de liberdade. Os deveres positivos são
menos lembrados e também implicam restrição de liberdade: se devemos fazer alguma
coisa, é que não temos o direito de agir de outra forma (LA TAILLE, 2002, p. 25).
Os limites são uma necessidade da vida em sociedade e também para a evolução desta, na
medida em que implicam na abordagem ao bem estar e desenvolvimento de cada indivíduo,
contemplando também o bem estar dos demais membros da sociedade (LA TAILLE, 2001).
O ambiente físico de uma biblioteca enseja uma oportunidade para explorar os aspectos
positivos das limitações, buscando introduzir orientações aos usuários, visando alterar condutas e
comportamentos, estreitar as relações entre os funcionários e os usuários, como também, preservar
as instalações, os equipamentos e o acervo local. Ao mesmo tempo, busca-se atuar por meio de
ações amigáveis e que sensibilizem os usuários do local, sem, contudo, enfatizar imposições ou
limitações agressivas.
As instalações adequadas constituem um passo importante para propiciar melhores
condições de uso da biblioteca para o público e os trabalhadores, oferecendo também condições de
acessibilidade e maior qualidade nos serviços prestados, contudo, torna-se fundamental a sua
complementação com orientações para que se concretize tal objetivo.
Assim, justifica-se a proposta apresentada, uma vez que os usuários, em geral, não
procuram conhecer e ou aplicar o conteúdo oriundo das normas de funcionamento da biblioteca.
Dessa forma, a apresentação de orientações no próprio espaço da biblioteca deverá funcionar como
lembretes destas, orientando a conduta e o comportamento dos seus usuários.
Espera-se com a proposta apresentada contribuir para o aprimoramento dos serviços
prestados aos usuários, como também ao desenvolvimento da instituição de ensino que abriga a
biblioteca.
O objetivo deste artigo é oferecer aos usuários de bibliotecas um ambiente de estudo
agradável e educativo, que possibilite o desenvolvimento intelectual e o hábito da leitura, mediante
indicação das condutas e comportamentos adequados para a melhor utilização do local.
METODOLOGIA
Este trabalho é uma proposta elaborada partir da observação do autor acerca das condições
de uso e do comportamento de usuários de bibliotecas, acumuladas ao longo de sua vida acadêmica
�e profissional. Observa-se que as condições de uso determinadas pelas bibliotecas são marcadas
por limitações e negativas, enquanto o comportamento dos usuários, em geral, é marcado pela
infringência e insatisfação com tais instruções.
Assim, para as partes, deixa-se de evidenciar a contribuição positiva das bibliotecas para a
formação dos seus usuários, como local prazeroso e de bem estar, marcando tal espaço como
aquele em que não se pode fazer muitas coisas, tornandoEste texto busca apresentar uma alternativa para a exposição de normas de conduta e de uso
dos materiais e do espaço, experienciada por uma biblioteca acadêmica, após fechamento para
reforma e readequação do layout, incluindo-se as normas de acessibilidade, com indicações das
múltiplas possibilidades que o local oferece.
Diante disso, optou-se por uma pesquisa descritiva, cujo principal instrumento foi a
observação sistemática, com abordagem qualitativa. O autor, em sua atuação em bibliotecas
vinculadas a instituições de ensino universitário, promoveu observações relativas ao
comportamento e conduta de usuários que se mostravam inadequadas ou mesmo impróprias ao
ambiente e buscou identificar uma forma de explorar essas informações para reverter a situação,
promovendo um novo enfoque dos usuários quanto àquele espaço.
AÇÕES PROPOSTAS
As ações propostas estão inseridas no que Belluzzo e Macedo (1990) denominaram de
orientação do usuário de bibliotecas, que é definida como:
[...] o esclarecimento do usuário acerca da organização da biblioteca e seu layout, serviços
oferecidos e espaços ambientais. Em resumo, a orientação preocupa-se com a capacitação
ao usuário para torna-lo cônscio da importância da biblioteca e dos recursos nela
disponíveis, e aprender sobre o seu uso em geral: horário de funcionamento, onde
obter/tomar emprestado o material desejado, regulamento da biblioteca etc. (BELLUZZO;
MACEDO, 1990, p. 87-8).
Na entrada da biblioteca, a sugestão é de se colocar uma mensagem de boas vindas aos
usuários, de forma que eles se sintam acolhidos naquele espaço. Sugere-se uma mensagem
informal, que indique de maneira abrangente que todos os usuários são bem recebidos e que a
biblioteca é um espaço disponível a todos (FIG. 1).
Figura 1 Sugestão de mensagem de boas vindas aos usuários
Seja bem vindo!
�Este é um espaço dedicado a atividades para ampliação do conhecimento e estudo.
Próximo aos escaninhos sugere-se a indicação do uso de guarda-volumes, para que seja
limitado o trânsito com sacolas, mochilas e bolsas (FIG. 2).
Figura 2 Sugestão de mensagem para uso do guarda-volumes
A biblioteca oferece um espaço adequado e seguro para guardar seus pertences.
Você pode usar o guarda volumes para guardar mochilas, bolsas, sacolas e outros
objetos, ficando com maior liberdade para usar a biblioteca, sem se preocupar em buscar
formas para acomodá-los junto aos espaços de estudo.
Mochilas, bolsas, sacolas e outros objetos colocados no chão podem causar acidentes se
alguém tropeçar ou tiver que se desviar deles.
O uso de celulares, atualmente, é causa de dificuldades e problemas em vários ambientes,
incluindo-se aqueles em que o silêncio é necessário, como nas bibliotecas. Para evitar transtornos e
orientar os usuários apresenta-se a sugestão contida na Figura 3.
Figura 3 Sugestão de mensagem para controle do uso de celulares
Os celulares são imprescindíveis nos dias de hoje, mas precisamos saber usá-lo de
maneira adequada aos ambientes em que nos encontramos.
Você pode usar o celular para fazer suas pesquisas, porque a biblioteca oferece wi-fi.
Você pode atender ou fazer alguma ligação dirigindo-se à parte externa do prédio.
Assim, não haverá incômodo para ninguém e você poderá manter sua privacidade para
tratar de assuntos do seu interesse.
No balcão de atendimento, uma mensagem para seu uso e solicitação de apoio aos
funcionários, conforme segue (FIG. 4).
Figura 4 Sugestão de mensagem junto ao balcão de atendimento
Aqui você pode:
- se cadastrar
- fazer empréstimos domiciliares das obras
�- efetuar devoluções
- solicitar ajuda para encontrar o que precisa
- solicitar orientações sobre normas para trabalhos acadêmicos
- tirar dúvidas e pedir esclarecimentos
A biblioteca é um local para estudo, mas não para consumir alimentos, bebidas ou manter
conversas em tom de voz alto ou sobre assuntos estranhos àquele que está sendo pesquisado ou
estudado, mas muitos usuários ignoram essas condições e a sua importância, motivo pelo qual são
sugeridas pequenas mensagens distribuídas em todo o espaço da biblioteca, conforme apresentado
nas figuras 5 e 6.
Figura 5 Sugestão de mensagem para evitar consumo de alimentos e bebidas
A biblioteca é um espaço para leitura, estudo e ampliação do conhecimento.
A biblioteca não tem uma lanchonete... sabe por que?
- Por mais cuidado que se tenha, os alimentos podem cair nas mesas, no chão, nos
computadores, sujá-los e até mesmo estragá-los.
- Restos de alimentos e bebidas atraem insetos e roedores que, além de contribuírem para
danificar o acervo, colocam em risco a saúde de todos os frequentadores do local.
- Alimentos e bebidas sujam as mãos e essa sujeira é transferida para os livros e outros
materiais do acervo, danificando-os.
Aqui, na biblioteca, você pode alimentar seu espírito e sua mente com o estudo e
conhecimento...
Para alimentar o corpo, vá à lanchonete ou traga seu lanche de casa e faça seu consumo
fora das instalações da biblioteca.
Figura 6 Sugestão de mensagem para limitar as conversas
A biblioteca é um local para estudo e isso exige concentração.
Você e seus colegas podem conversar sobre o que estudam nas salas de estudo.
É bom lembrar que outras pessoas estão estudando ou pesquisando temas diferentes do
seu e precisam concentrar sua atenção.
Ambientes tranquilos são favoráveis ao aprendizado e ao estudo.
Um problema grave em diversas bibliotecas se refere ao furto de obras do acervo, como
também ao manuseio inadequado, que leva ao descarte precoce de várias obras ou impõem à
�instituição alto custo para sua recuperação. Essa situação torna oportuno o lembrete aos alunos
sobre os cuidados com o acervo, conforme sugestão apresentada na Figura 7.
Figura 7 Sugestão de mensagem para conservação do acervo
Os livros são resultado do esforço de muitas pessoas para a organização do
conhecimento.
Eles guardam informações importantes para diversas pessoas.
Os livros custam caro e precisam ser preservados e manuseados com cuidado.
Escrever nos livros, usar marcadores de texto, dobrar e rasgar páginas ou retirá-los da
biblioteca e não devolver causa prejuízo à biblioteca, à instituição de ensino e aos outros
usuários.
Usar materiais cortantes e colantes nas obras do acervo da biblioteca pode danificá-las,
impedindo seu uso futuro.
Um acervo que perde obras por falta de cuidado fica empobrecido!
Os livros não são apoio para cabeça ou servem como travesseiros e usá-los dessa forma
pode estraga-los e torna-los impróprios para estudo no futuro.
Os computadores são também importantes ativos nas bibliotecas e seu uso adequado deve
ser incentivado (FIG. 8).
Figura 8 Sugestão de mensagem para uso responsável dos computadores
Os computadores são ferramentas importantes para a consulta e acesso à internet.
Você pode usá-los sempre que precisar fazer uma pesquisa ou estudar algum material
que não se encontra impresso.
Use-os com responsabilidade!
O acesso a sites diferentes daqueles de pesquisa pode causar problemas: lembre-se dos
riscos que os vírus e softwares mal intencionados podem ocasionar!
Manter os terminais de consulta limpos e organizados fará com que você os encontre
sempre adequados ao uso.
Estes são equipamentos caros e de difícil reposição e, nem sempre, podem ser
�consertados quando se estragam.
Para os trabalhos individuais e em grupo estão disponíveis locais apropriados, sendo para
os primeiros as baias individuais e para os segundos as salas, com tratamento acústico, que
somente devem ser usadas para tal finalidade (FIG. 9).
Figura 9 Sugestão de mensagem para uso das baias e salas de estudo
Este espaço oferece o conforto e as condições necessárias para seu estudo.
Você pode utilizar as baias individuais quando estudar só ou as salas para os estudos em
grupo.
Esses locais têm tratamento acústico, mas, mesmo assim, é importante falar baixo para
não incomodar os demais usuários.
As mesas de estudo também devem ser contempladas nas recomendações de cuidados, uma
vez que muitos estudantes se esquecem desse detalhe e as rabiscam, cortam ou utilizam
inadequadamente (FIG. 10).
Figura 10 Sugestão de mensagem para uso das mesas de estudo
As mesas de estudo foram instaladas para o seu conforto e bem estar durante a sua
permanência na biblioteca.
As mesas de estudo têm espaço suficiente para o seu material de estudo e as cadeiras são
confortáveis.
Lembre-se de ter cuidado para não sujar as mesas e cadeiras e não danificá-las.
Assim, quando você voltar à biblioteca poderá utilizá-las novamente.
O uso inadequado do espaço da biblioteca se insere também nas preocupações com esses
locais, uma vez que alguns estudantes insistem em utilizá-los para outras atividades (FIG. 11).
Sugere-se que essa mensagem seja destaca em diferentes locais, incluindo-se a entrada da
biblioteca.
Figura 11
Sugestão de mensagem para uso adequado da biblioteca
�A biblioteca é um local para estudo e pesquisa.
Aqui você pode estudar sozinho ou em grupo.
Outros lugares são melhores para namorar...
A lanchonete é um bom lugar para se alimentar...
As conversas ao celular podem ocorrer em outros locais...
Conversas e risos altos soam melhor em outros ambientes...
Lugar bom para deitar é a cama...
Então, estude e faça suas pesquisas com tranquilidade!
As sugestões apresentadas são decorrentes de observações do autor ao longo de sua vida
profissional como bibliotecário, o que indica, que o formato das mensagens e sua melhor
apresentação deverão resultar da integração com profissionais especializados, quais sejam os do
departamento de comunicação das instituições de ensino que abrigam as bibliotecas, para a criação
de peças adequadas, tais como banners, totens, placas, adesivos, marcadores de livros etc., com
ilustrações criativas e apropriadas a cada ambiente disponível na biblioteca. A apresentação, o
layout e o vocabulário são fatores de fortalecimento e adequação necessários às mensagens
dirigidas ao público que se quer atingir.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As bibliotecas são espaços pouco compreendidos ou respeitados pelos usuários, muitas
vezes, apenas pela pouco conhecimento das normas e regulamentos aplicados nesses locais e sua
motivação. Não raro, os usuários se detêm mais nos aspectos de regulamentos e normas restritivas,
deixando de levar em consideração as possibilidades que o local oferece.
Diante dessa constatação, enunciada por diferentes autores, surgem iniciativas que buscam
valorizar o espaço das bibliotecas, minimizando as limitações restritivas frequentemente
difundidas.
A proposta para inserção de mensagens dirigidas aos usuários de bibliotecas,
principalmente estudantes, busca apresentar uma alternativa em que são apresentados os aspectos
positivos de tais limitações, visando mudanças de comportamentos e atitudes, que permitam
preservar tal espaço. Os resultados de tal iniciativa somente poderão ser avaliados individualmente
�a partir de sua aplicação, considerando-se também os ajustes necessários ao local e público a que
se destina.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, I. G. et al. Estímulo à conservação e preservação do material bibliográfico: relato de
experiência. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 10, n. 1,
p. 145-54, jul./dez. 2012.
BELLUZZO, R. C. B.; MACEDO, N. D. Da educação de usuários ao treinamento do bibliotecário.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 23, n. 1/4, p. 78-111,
jan./dez. 1990.
FREUD, S. O futuro de uma ilusão, O mal estar na civilização e outros trabalhos (1927-1931).
Rio de Janeiro: Imago, 1974. (Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de
Sigmund Freud, 21).
GOMES, R. R. et al. Educar para preservar: o lúdico como estratégia de conscientização no
processo de preservação da memória documental. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25., 7-10 jul.
2013, Florianópolis/SC. Disponível em:
<https://anaiscbbd.emnuvens.com.br/anais/article/viewFile/1580/1581>. Acesso em: 5 dez. 2017.
LA TAILLE, Y. Limites: três dimensões educacionais. São Paulo: Ática, 2001.
restrição e da superação. Educar, Curitiba, v. 19, p. 23-37, 2002.
MOREIRA, A. L. V.; COUTINHO, P. C. Criação de fotografia para campanha: campanha do
silêncio para biblioteca. In: INTERCOM SOCIEDADE BRASILEIRA DE ESTUDOS
INTERDISCIPLINARES DA COMUNICAÇÃO/PRÊMIO EXPOCOM EXPOSIÇÃO DA
PESQUISA EXPERIMENTAL EM COMUNICAÇÃO, 28., 2011. Disponível em:
<http://www.intercom.org.br/papers/regionais/sudeste2011/expocom/EX24-0779-1.pdf>. Acesso
em: 2 dez. 2017.
QUEIROZ, A. M. C. A biblioteca, uma organização sociocultural e instrumento a serviço da
educação e cidadania. 2006. 53f. Monografia (Especialização em Metodologia da Educação
Superior) - Faculdade Batista Brasileira, Salvador, 2006.
�
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Salvador (Bahia)
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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Biblioteca: aqui pode!
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Azevedo, Anderson Leonardo; Duarte, Arlete Fátima Leal
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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2018
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An account of the resource
A biblioteca no ambiente escolar tem função de apoio e suporte à educação, atuando como fonte de conhecimento e informação. Entretanto, seus usuários adotam condutas que conflitam com tais finalidades, gerando dificuldades e prejuízos às bibliotecas. O objetivo do artigo é oferecer aos usuários de bibliotecas um ambiente de estudo agradável e educativo, que possibilite o desenvolvimento intelectual e o hábito da leitura, mediante indicação das condutas e comportamentos adequados para melhor utilização do local. Para tanto, foi realizada uma pesquisa classificada como descritiva, baseada em observação sistemática, com abordagem qualitativa. O conhecimento acumulado pelo autor e as informações coletadas ao longo de sua vida acadêmica e profissional indicaram que as limitações restritivas e negativas não têm contribuído para a mudança de comportamento dos usuários desses espaços. A proposta para inserção de mensagens dirigidas aos usuários de bibliotecas, principalmente estudantes, busca apresentar uma alternativa em que são apresentados os aspectos positivos de tais limitações, visando mudanças de comportamentos e atitudes, que permitam preservar tal espaço
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5837/SNBU2018_235.pdf
6b9be0c0b0a1040e92db6bbd8cd8047c
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Eixo III - Ensino
REDES UBÍQUAS PARA QUE? O USO DE APLICATIVOS DIGITAIS NO CENÁRIO
ACADÊMICO
UBÍQUAS NETWORKS FOR WHAT? THE USE OF DIGITAL APPLICATIONS IN THE
ACADEMIC SCENARIO
Resumo: Na sociedade contemporânea, as redes ubíquas têm se destacado nos últimos anos como
peça complementar ao ensino e aprendizagem. As redes ubíquas têm entre seus objetivos a
mobilidade e a participação contínua. É através da computação ubíqua que os membros da
comunidade acadêmica promovem uma troca constante de informações, de forma colaborativa, a
qualquer hora e lugar. O aplicativo móvel é um dos recursos tecnológicos mais utilizados na
sociedade contemporânea. É um sistema desenvolvido para ser instalado em um dispositivo
eletrônico móvel. O presente artigo objetiva discutir aspectos das redes ubíquas e os modelos de
aplicativos digitais disponíveis no cenário acadêmico. Trata-se de uma pesquisa exploratória
descritiva com abordagem qualitativa. Os aplicativos foram coletados em universidades
ranqueadas pelo Ministério da Educação Brasileiro, para as Universidades Brasileiras, e pelo QS
World Universities Rankings, para Universidades Internacionais. Os aplicativos digitais com maior
índice de recuperação foram os que versam sobre os portais das universidades, presentes em 10 das
20 universidades brasileiras e em 14 das 20 internacionais.
Palavras-chave: Redes Ubíquas. Aplicativos Digitais. Aplicativo Móvel. Cenário Acadêmico.
Universidades.
Abstract: In contemporary society, ubiquitous networks have been outstanding in recent years as a
complementary part of teaching and learning. Ubiquitous networks have among their objectives
mobility and continuous participation.It is through ubíquas computing that members of the
academic community promote a constant exchange of information, collaboratively, at any time and
place.The mobile application is one of the technological resources most used in contemporary
society.It is a system designed to be installed on a mobile electronic device.The present article
aims to discuss aspects of the ubiquitous networks and the models of digital applications available
in the academic setting.This is an exploratory descriptive research with qualitative approach.The
applications were collected in universities ranked by the Brazilian Ministry of Education, for the
Brazilian Universities, and by the QS World Universities Rankings, for International Universities.
The digital applications with the highest index of recovery were those related to university portals
present in 10 of the 20 Brazilian universities and in 14 of the 20 international universities.
�Keywords: Ubiquitous Networks. Digital Applications. Mobile App. Academic Scenario.
Universities.
1 INTRODUÇÃO
As redes ubíquas têm se destacado nos últimos anos como peça complementar ao ensino e
aprendizagem. Com o avanço das redes de comunicação, as quais interconectam computadores e
movimentam grande parte do fluxo informacional tem-se a disposição de variadas fontes de
informação, de interação, diferentes suportes virtuais de produção e disseminação de informação e
de conhecimento, os aplicativos digitais vêm apresentando um aprimoramento crescente por meio
de tecnologias que viabilizam a participação, a produção, a colaboração e compartilhamento de
informações entre os atores do ensino aprendizagem.
O presente artigo objetiva discutir aspectos das redes ubíquas e os modelos de aplicativos
digitais disponíveis no cenário acadêmico. Ressalta-se que as redes ubíquas são geradas através da
heterogeneidade, por meio da multidisciplinaridade, e são passíveis de apresentar-se em diferentes
ambientes. Têm por finalidade a recuperação e a disseminação de conhecimentos. Para que seja
gerado um processo contínuo de aprendizagem é imprescindível a disposição de ferramentas e o
entendimento das possibilidades de uso.
As redes de comunicação produzidas pela universidade deveriam conectar os diferentes
espaços virtuais e/ou analógicos a fim de viabilizar o acesso e o atendimento das necessidades
informacionais de sua comunidade acadêmica. Frente a essa problemática buscou-se informações a
respeito da temática e percebeu-se o prejuízo desse contexto da ausência de aplicativos digitais que
viabilizem o acesso à informação e o que tem provocado na produção do conhecimento científico e
pesquisas nas bibliotecas universitárias. Isso posto, traz-se o presente tema para debate.
2 AS REDES UBÍQUAS NO CENÁRIO ACADÊMICO
As redes ubíquas têm entre seus objetivos a mobilidade e a participação contínua. É através
da computação ubíqua que os membros da comunidade acadêmica promovem uma troca constante
de informações, de forma colaborativa, a qualquer hora e lugar. Entende-se que:
Informações estão em toda parte. Estão transbordando a Internet e os computadores
pessoais e sendo incorporadas ao mundo físico. Dispositivos móveis, recursos em rede e sistemas
em tempo real estão fazendo com que nossas interações com informações sejam constantes e
ubíquas. A informação está se tornando pervasiva (RESMINI; ROSATI, 2011).
�Levy (2003 apud
não seria mais a pertença a um lugar ou a uma ideologia, mas, sim, as capacidades de
compartilhamento dos saberes individuais, uma vez que as identidades passariam a ser identidades
mesma ocorra independente do local geográfico e tempo. No entanto, várias são as dificuldades
relacionadas ao campo da computação ubíqua, por ser relativamente novo, a saber: custo elevado
para o desenvolvimento, implantação e manutenção de aplicativos digitais; influência de
abordagens baseadas nos efeitos negativos; indefinição de políticas públicas e insuficiência de
recursos para ações e pesquisas (BÉVORT; BELLONI, 2009).
Se por um lado, têm-se relatos que apontam as dificuldades de consolidação da educação
para o uso da computação ubíqua, por outro, percebe-se inciativas que buscam transformar os
modelos de comunicação.
Ainda segundo os novos modelos de comunicação através das redes ubíquas, têm-se as
seguintes características:
a) Invisibilidade: quanto mais presente uma tecnologia estiver, menos perceptível ela deve
ser;
b) Pró-atividade: o sistema deve ser capaz de se antecipar a intenção do usuário;
c) Sensibilidade ao Contexto: o sistema deve possuir mecanismos que permitam a aquisição
de informações do meio;
d) Interfaces Naturais: comunicação natural entre as pessoas e sistemas computacionais;
e) Descentralização: necessidades gerais passam a ser supridas através da colaboração
mútua entre várias entidades computacionais (SILVA et al., 2015, p. 24).
É possível apreender, a partir dessas abordagens, que é essencial promoverem a utilização
do leque de possibilidades ofertadas pelas redes ubíquas para inserir os indivíduos nas mais
diversas situações comunicativas, que, por ventura, exigem deles conhecimento sobre vários
campos e domínios discursivos.
Nesse contexto as bibliotecas universitárias apresentam-se como mediadoras de
informações, uma vez que funcionam como aporte no desenvolvimento das atividades de pesquisa,
ensino e extensão, é nela que os usuários poderão utilizar-se dos serviços informacionais ofertados.
Segundo Nunes e Carvalho (2016, p. 174)
As bibliotecas universitárias, assim como todas as demais unidades de informação, têm
evoluído com o passar do tempo a fim de atender não apenas às necessidades de informação do
público, como também no sentido de acompanhar as mudanças no campo das tecnologias da
�informação e comunicação, assim como as mudanças de nível comportamental dos usuários, cada
vez mais conectados.
Diante disso, percebe-se que as bibliotecas universitárias devem possibilitar interações
através de diferentes meios a fim de melhorar o acesso e uso dos recursos informacionais,
socializando e colaborando com a criação de espaços externos a seu ambiente, promovendo assim,
a comunicação ativa e crítica no processo de obtenção, análise e uso das informações, no intuito de
suprir as demandas e exigências impostas pela sociedade da informação. Como destaca Cunha
(2000 apud NUNES; CARVALHO, 2016, p. 190):
a Biblioteca Universitária (BU) transpôs o paradigma da biblioteca tradicional, com
localização física definida e o uso de fichas para composição dos catálogos, para o
paradigma da biblioteca digital, onde são priorizados [...] os mecanismos eletrônicos que
facilitam a localização da demanda informacional, interligando recursos e usuários.
No tocante aos mecanismos eletrônicos pode-se considerá-los como ferramentas capazes de
promover a interação entre as pessoas, de forma dinâmica e atrativa, sendo indispensáveis para
difusão de informações. Fortalecendo essa ideia, Evangelista et al. (2005 apud GAMA, 2008, p.
possam cumprir o papel de tornar pública a informação gerada pela sociedade, para que as pessoas
possam utilizá-la na
A seguir serão abordadas algumas questões que permeiam o uso de aplicativos digitais.
3 USO DE APLICATIVOS MÓVEIS NO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
O aplicativo móvel é um dos recursos tecnológicos mais utilizados na sociedade
contemporânea. Trata-se de um sistema desenvolvido para ser instalado em um dispositivo
eletrônico móvel. Souza, Murta e Leite (2016, p. 4) esclarecem que os aplicativos
Os APPs, como são comumente conhecidos, têm o propósito de facilitar o dia-a-dia de seu
utilizador, fornecendo-lhe as mais diversas funcionalidades com infinitas possibilidades. Os
aplicativos podem ser instalados no dispositivo, sendo baixado pelo usuário através de uma loja
on-line, ou já virem instalados no dispositivo direto de fábrica. Uma parte dos aplicativos
disponíveis são gratuitos, enquanto outros são pagos.
dowloads de apps está em forte crescimento. Essa
tendência está associada à venda de smartphones, que teve crescimento de 74% em apenas um
�Conforme Silva, Pires e Carvalho Neto (2015, p. 25-26) os aplicativos móveis são
Palmtops, tablets, leitores de mp3, telefones celulares e,
smartphones
Compreendendo-se os aplicativos móveis, concorda-se que ele é um suporte a mais no
processo de comunicação, uma vez que disponibilizam informações, de maneira ágil em diferentes
dispositivos móveis.
Segundo Amorin e Bianco (2011) reverberados nos argumentos de Silva, Pires e Carvalho
organizadores pessoais, editores de texto, leitores de e-books, bateNaturalmente, é preciso refletir sobre a importância de identificar-se entre a diversidade de
programas existentes, aquele que melhor adeque-se ao propósito a atingir, bem como aos usuários
que farão uso do mesmo.
Ou seja, o que determinará a escolha do aplicativo a ser utilizado será o conjunto de fatores
envolvidos, que seriam: usuários, conteúdo, objetivos, recursos disponíveis, entre outros.
É, pois, nesse contexto, que se considerou a pertinência dos aplicativos móveis estarem
aliados às universidades e às bibliotecas para que os discentes e docentes sejam capazes de fazerem
uso de recursos informacionais através dos dispositivos e por meio destes, possam obter, distinguir
e selecionar as informações de que precisam.
4 METODOLOGIA
A presente investigação trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva com abordagem
uma maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito ou a construir
Para alcançar o objetivo proposto realizou-se uma pesquisa no portal do Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) do Ministério da Educação (MEC) a
fim de obter dados referentes ao índice geral de cursos (IGC) que é um indicador de qualidade que
avalia as instituições de educação superior, sendo seu cálculo realizado anualmente (BRASIL,
2017). A partir do IGC selecionaram-se as vinte universidades brasileiras mais bem classificadas.
Também se buscou as vinte universidades internacionais mais bem classificadas segundo o
Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. É um dos mais importantes levantamentos de
avaliação acadêmica do mundo. Anualmente, ele elabora um ranking mundial, regional e também
�agrupando conjunto de países com características comuns. O QS considera a reputação
internacional da instituição.
De posse das vinte universidades nacionais e internacionais mais bem classificadas segundo
o IGC (INEP/MEC) e QS (REINO UNIDO) respectivamente, investigou-se a disponibilidade de
aplicativos pelas mesmas para uso pelas suas comunidades acadêmicas.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os aplicativos foram coletados em universidades ranqueadas pelo Ministério da Educação
Brasileiro, para as Universidades Brasileiras, e pelo QS World Universities Rankings, para
Universidades Internacionais.
Para a seleção desses rankings considerou-se a importância a eles atribuída por instituições
acadêmicas, órgãos oficiais de divulgação e mídia. Foi elaborado, então, o TOP 20 das
Universidades Brasileiras e das Universidades Internacionais, identificando a existência de
aplicativos ofertados por essas instituições para suas comunidades reais e potenciais.
Os aplicativos coletados estão distribuídos nas seguintes categorias: Portal da Universidade,
Sistema Acadêmico, Restaurante Universitário e Catálogo da Biblioteca.
Para efeito desta pesquisa procurou-se, na medida do possível, identificar os aplicativos
declarados pelos desenvolvedores como oficiais.
5.1 Aplicativos em Universidades Brasileiras
O cálculo do Índice Geral de Cursos (IGC) é realizado anualmente e leva em conta os
seguintes aspectos:
a) Média dos CPCs do último triênio, relativos aos cursos avaliados da instituição
ponderados pelo número de matrículas em cada um dos cursos computados;
b) Média dos conceitos de avaliação dos programas de pós-graduação stricto sensu
atribuídos pela CAPES na última avaliação trienal disponível, convertida para escala compatível e
ponderada pelo número de matrículas em cada um dos programas de pós-graduação
correspondentes;
c) Distribuição dos estudantes entre os diferentes níveis de ensino, graduação ou pósgraduação stricto sensu, excluindo as informações do item II para as instituições que não
oferecerem pós-graduação stricto sensu.
Como o IGC considera o CPC dos cursos avaliados no ano do cálculo e nos dois anos
anteriores, sua divulgação refere-se sempre a um triênio, compreendendo todas as áreas avaliadas
previstas no Ciclo Avaliativo do Enade. (BRASIL/MEC/INEP, 2017).
�Quadro 1 - Aplicativos digitais disponibilizados nas 20 Universidades Brasileiras mais bem
classificadas segundo o Índice Geral de Cursos IGC INEP/MEC - 2017
Aplicativos
Nº
Nome
Portal da
Sistema
Restaurante
Biblioteca
Universidade
Acadêmico
Universitário (catálogo
online)
--------------- ----------------- SBU
1
UNIVERSIDA UNICAMP
Serviços
Unicamp
DE
Biblioteca
ESTADUAL
DE
CAMPINAS
--------------2
UNIVERSIDA UFRGS Mobile --------------- Cardápio do
RU UFRGS
-------DE FEDERAL UFRGS Mapas
DO RIO
GRANDE DO
SUL
Pergamum
3
UNIVERSIDA ------------------- --------------- --------------Mobile
DE FEDERAL
DE MINAS
GERAIS
Portal aluno Cardápio RU- --------------4
UNIVERSIDA -----------------UFRJ
UFRJ
------DE FEDERAL
DO RIO DE
JANEIRO
5
FUNDAÇÃO
--------------------------------- ----------------- Sophia
UNIVERSIDA
Mobile
DE FEDERAL
DO ABC
6
UNIVERSIDA UNIFESP
---------------- ----------------- Pergamum
DE FEDERAL Notícias e
Mobile
DE SÃO
Eventos
PAULO
7
UNIVERSIDA -------------------- ---------------- RU da UFSC
Pergamum
DE FEDERAL
Mobile
DE SANTA
CATARINA
---------------- ----------------- Pergamum
Minha UFLA8
estudante
Mobile
Minha UFLAUNIVERSIDA TAE
DE FEDERAL UFLA+soluções
inovadoras
DE LAVRAS
UFV Mobile
---------------- Cardápio UFV Pergamum
9
Mobile
Cardápio
UNIVERSIDA (não lançado)
UFVDE FEDERAL
Florestal
DE VIÇOSA
10
UNIVERSIDA UFSCar Planner ---------------- ----------------- Pergamum
DE FEDERAL Guia UFSCar
Mobile
2.0
DE SÃO
CARLOS
�11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
UNIVERSIDA
DE DE
BRASÍLIA
UNIVERSIDA
DE
ESTADUAL
DO NORTE
FLUMINENSE
DARCY
RIBEIRO
UNIVERSIDA
DE
ESTADUAL
PAULISTA
JÚLIO DE
MESQUITA
FILHO
UNIVERSIDA
DE FEDERAL
DE SANTA
MARIA
UNIVERSIDA
DE FEDERAL
DO CEARÁ
UNIVERSIDA
DE FEDERAL
DE
PERNAMBUC
O
FUNDAÇÃO
UNIVERSIDA
DE FEDERAL
DE CIÊNCIAS
DA SAÚDE
DE PORTO
ALEGRE
UNIVERSIDA
DE FEDERAL
DO PARANÁ
PONTIFÍCIA
UNIVERSIDA
DE
CATÓLICA
DO RIO DE
JANEIRO
UNIVERSIDA
DE FEDERAL
DE JUIZ DE
FORA
-------------------
---------------- -----------------
Pergamum
Mobile
------------------
---------------
-----------------
--------------------
------------------
---------------- -----------------
--------------------
UFSM Digital
---------------- -----------------
--------------------
-------------------
---------------
Cardápio
RU/UFC
Pergamum
Mobile
UFPE Mobile
---------------
-----------------
Pergamum
Mobile
-------------------
---------------
-----------------
---------------------
UFPR (oficial)
---------------- -----------------
PUC-Rio versão
mobile
---------------
SophiA
Biblioteca
Mobile
---------------------
--------------------
---------------- -----------------
-----------------
Fonte: Autoria própria baseada em dados do: http://portal.inep.gov.br/indice-geral-de-cursos-igc-
Pergamum
Mobile
�Os aplicativos digitais estão presentes em 17 das 20 universidades brasileiras selecionadas
para esta investigação, ou seja, em 85% das 20 universidades brasileiras mais bem conceituadas
pelo IGC do INEP/MEC.
Quando se vislumbra por categorias, os aplicativos que dizem respeitam à biblioteca
(catálogo online) recuperou-se em 13 delas ou 65% dessas universidades. Em seguida destacam-se
os aplicativos dos portais das universidades, 10 ou 50% estão disponíveis. Em relação à categoria
restaurante universitário, fazem-se presentes em apenas 5 ou 25% e por fim na categoria sistema
acadêmico, recuperou-se os aplicativos em apenas 1 ou 0,5% das citadas universidades.
5.2 Aplicativos em Universidades Internacionais
QS World University Rankings são classificações universitárias anuais publicadas pela
Quacquarelli Symonds (QS), do Reino Unido. É uma das três classificações internacionais de
universidades mais influentes, em conjunto com o Times Higher Education World University
Rankings e a Classificação Acadêmica das Universidades Mundiais (WIKIPEDIA..., 2017).
É um dos mais importantes levantamentos de avaliação acadêmica do mundo. Anualmente,
ele elabora um ranking mundial, regional e também agrupando conjunto de países com
características comuns, por exemplo, BRICS, Países Árabes. O QS considera a reputação
internacional da instituição e diversos indicadores de desempenho, como número de artigos
produzidos por pesquisador, citações, participações em redes de pesquisa e impacto das novas
tecnologias. Para chegar a esses dados, a QS avalia a reputação das instituições tanto do ponto de
vista acadêmico como do mercado de trabalho, a partir de entrevistas com representantes desses
setores. A QS também considera uma série de indicadores numéricos que avalia o empenho da
Universidade na produção científica e no comprometimento com a qualidade de ensino. O ranking
só define uma posição exata até o número 150, reunindo as universidades avaliadas em faixas de
50 a partir daí. (UFC Notícias, 2017).
�Quadro 2 - Aplicativos digitais disponibilizados nas 20 Universidades Internacionais melhores
classificadas segundo o QS World Universities Rankings - 2017
Portal da
Universidade
Aplicativos
Sistema
Restaurante
Acadêmico
Universitário
1
MIT Mobile
---------------
-----------------
2
Stanford Mobile
---------------
-----------------
--------------------
3
Harvard Mobile
4
--------------------
----------------
-----------------
--------------------
5
--------------------
----------------
-----------------
---------------------
6
Mobile oxford
---------------
-----------------
----------------------
7
--------------------
---------------
-----------------
----------------------
8
ETH Zurich
----------------
-----------------
----------------------
9
Imperial Mobile
----------------
------------------
----------------------
10
Uchicago Mobile
Center
-----------------
------------------
---------------------
11
Princeton Mobile
-----------------
------------------
---------------------
Nº
Nome
Biblioteca
(catálogo
online)
--------------------
�12
NUS Mobile
----------------
------------------
---------------------
13
NTU Mobile
----------------
-----------------
---------------------
14
EPFL Campus
---------------
-----------------
--------------------
15
Yale
---------------
-----------------
--------------------
16
-------------------
---------------
-----------------
-------------------
17
JHUMobile
---------------
-----------------
--------------------
18
PennMobile
----------------
-----------------
--------------------
19
-------------------
----------------
-----------------
--------------------
20
-------------------
----------------
------------------
--------------------
Fonte: QS World Universities Rankings. Disponível em:<https://www.topuniversities.com>. Acesso em: 12 dez. 2017.
Nos aplicativos digitais disponibilizados pelas universidades internacionais destacam-se os
apps dos portais das mesmas que se encontrou presente em 14 destas, ou seja, em 70% das
Universidades mais bem conceituadas segundo QS World Universities Rankings.
Nas Universidades Internacionais examinadas, a tendência dos aplicativos é agrupar todas
as informações em um mesmo ambiente, ou seja, em um único aplicativo que traga todas as
informações consideradas pertinentes para sua comunidade acadêmica.
�Existem vários aplicativos que são declarados pelos desenvolvedores como não oficiais, ou
seja, não são iniciativas da instituição. Contudo, têm a intenção de oferecer orientações para novos
alunos sobre: sistema de transporte dentro da instituição, acompanhamento de notas, seleção de
curso de graduação, residência universitária, bolsas de estudo, turismo, comércio, etc.
Quadro 3 Classificação dos aplicativos por categoria
Fonte: autoria própria baseada em dados da pesquisa.
Os aplicativos digitais que versam sobre os portais das universidades estão presentes em 10
das 20 universidades brasileiras e em 14 das 20 internacionais.
Com relação aos Apps que disponibilizam o catálogo on line do acervo das bibliotecas, o
cardápio dos restaurantes universitário e o sistema acadêmico foram encontrados nas universidades
brasileiras e ausentes nas internacionais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Infere-se que os aplicativos digitais estão presentes em 17 das 20 universidades brasileiras
selecionadas para esta investigação, ou seja, em 85% das 20 universidades brasileiras mais bem
conceituadas pelo IGC do INEP/MEC e em 14 das internacionais, perfazendo 70% das mesmas.
O aplicativo com maior índice de recuperação e em ambos os rankings, nacionais e
internacionais, foi o app referente ao portal das universidades.
Os aplicativos das universidades brasileiras e internacionais fornecem informações de suas
instituições, tais como: orientações para alunos, cardápio de restaurantes, serviços de transporte,
vigilância, serviços de saúde, notícias do campus, portal da instituição, bibliotecas, etc.
Algumas instituições também oferecem aplicativos específicos para o Restaurante
Universitário, o Sistema de Bibliotecas ou um portal para o aluno, caso das Universidades
Brasileiras.
�REFERÊNCIAS
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http://www.ufc.br/noticias>. Acesso em: 10 dez. 2017.
WIKIPEDIA. QS World University Rankings. Disponível em: <
https://pt.wikipedia.org/wiki/QS_World_University_Rankings>. Acesso em: 10 dez. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
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2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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Title
A name given to the resource
Redes ubíquas para que? o uso de aplicativos digitais no cenário acadêmico.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Paes, Denyse Maria Borge Souza, Maria Naires Alves de; Costa, Rosane Maria
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Salvador (Bahia)
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UFBA
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Na sociedade contemporânea, as redes ubíquas têm se destacado nos últimos anos como peça complementar ao ensino e aprendizagem. As redes ubíquas têm entre seus objetivos a mobilidade e a participação contínua. É através da computação ubíqua que os membros da comunidade acadêmica promovem uma troca constante de informações, de forma colaborativa, a qualquer hora e lugar. O aplicativo móvel é um dos recursos tecnológicos mais utilizados na sociedade contemporânea. É um sistema desenvolvido para ser instalado em um dispositivo eletrônico móvel. O presente artigo objetiva discutir aspectos das redes ubíquas e os modelos de aplicativos digitais disponíveis no cenário acadêmico. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem qualitativa. Os aplicativos foram coletados em universidades ranqueadas pelo Ministério da Educação Brasileiro, para as Universidades Brasileiras, e pelo QS World Universities Rankings, para Universidades Internacionais. Os aplicativos digitais com maior índice de recuperação foram os que versam sobre os portais das universidades, presentes em 10 das 20 universidades brasileiras e em 14 das 20 internacionais
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5836/SNBU2018_234.pdf
2cc01131b468e62f730ea283efbb8558
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Eixo III - Ensino
PROGRAMA PENAS ALTERNATIVAS: EDUCAÇÃO DO USUÁRIO PARA A
RESPONSABILIDADE SOCIAL - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA
EXPERIENCE REPORT FROM A UNIVERSITY LIBRARY
ITY -
Resumo: As bibliotecas universitárias, pertencentes a Instituições de Ensino Superior, devem
suprir as necessidades informacionais de pesquisa, ensino e extensão, além de promover o
incentivo à leitura. Para tal, articulam e estabelecem normas e diretrizes, visando efetivar os
serviços com a premissa prioritária de manter o caráter coletivo dos materiais. Quando essas
normas e diretrizes são estabelecidas, em especial para inibir o atraso de entrega de obras, na sua
grande maioria, são recebidas como forma de punição. Em contraposição a essa realidade, o
objetivo deste artigo é de apresentar um relato de experiência para descrever uma ação diferenciada
para sanção à atrasos
Biblioteca Universitária Cruz e Sousa pertencente à Faculdade CESUSC da rede particular de
ensino superior de Florianópolis, Santa Catarina. Tal relato buscou-se descrever o funcionamento
da ação, demonstrar a aproximação da função educativa e social da biblioteca e dos seus usuários,
Palavras-chave: Penas Alternativas. Educação de usuário. Multa em Bibliotecas Universitárias.
Biblioteca Universitária. Responsabilidade Social.
Abstract: As university libraries, higher education institutions are provided as institutions of
higher education, they should provide priority information on research, teaching and extension and
promote reading and partnership incentives, articulate and maintain standards and guidelines, with
a condition of character. collective. When these standards and guidelines, for example, are
established, especially to inhibit or delay delivery of works, the vast majority are received by users
as a form of punishment. In contrast to this reality, the objective of this article is to present an
experience report to describe a differentiated action to sanction the delayed return called 'Programa
Penas Alternativas', carried out by the Cruz e Sousa University Library belonging to the Faculdade
CESUSC of the private network of higher education in Florianópolis, Santa Catarina. This report
aimed to describe the operation of the action, and to demonstrate an approximation of the
educational function with a social function of the library and its users and benefits of the
�Keywords: Alternative Feathers. User education. Fine in University Libraries. University Library.
Social responsability.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas universitárias são organizações pertencentes às Instituições de Ensino
Superior - IES, e são as responsáveis pela disseminação da informação para apoiar, principalmente,
as atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de dar aporte a construção do saber teórico e
científico, e de ter a incumbência de fazer com que o acervo esteja disposto e acessível a todos os
usuários. A informação, portanto, é o principal produto de uma biblioteca universitária,
resguardando as especificidades dos cursos de ensino superior a qual a IES pertence. Nesse
sentido, é um direito da comunidade acadêmica o acesso as bibliografias básica e complementar
indicadas pelos professores nos planos de ensino das disciplinas cursadas, além da disponibilidade
de um acervo diversificado e adequado para as necessidades de pesquisa e extensão, bem como,
para o incentivo ao hábito de leitura.
Dentre as várias funções de uma biblioteca un
praticada no que se refere ao atendimento das demandas dos usuários é o serviço de empréstimo
domiciliar das obras do acervo. A quantidade de empréstimos, devoluções e até mesmo renovações
realizadas em uma biblioteca universitária pode significar um balizador para produzir índices
relativos ao uso efetivo da biblioteca de maneira geral, para rastreio de obras e áreas mais
específicas, ou até mesmo para estabelecer perfis de usuários e identificar necessidades
importantes para melhoria dos serviços prestados. Dados estes, inclusive solicitados em relatórios
de Censo e em processos de avaliação do Ministério da Educação. Contudo, outra característica
que pode ser identificada em uma biblioteca, quando do atendimento às necessidades dos usuários,
refere-se à quantidade de atrasos de devolução das obras emprestadas. Desta forma, para que o
direito do uso coletivo das obras do acervo seja efetivo e preservado a todos os usuários, são préestabelecidas algumas normas e diretrizes de empréstimo-devolução (prazos) e serviços
complementares (como o serviço de reserva de obras).
Nesse sentido, a medida que as bibliotecas universitárias se empenham para estabelecer e
disponibilizar seus serviços, também são instituídas as diretrizes e normas para que o coletivo seja
preservado, e, quando estabelecidas, em especial para inibir o atraso de entrega de obras, essas, em
produzir alteridade na consciência do usuário em relação ao conceito de patrimônio público, de
�deste estudo é apresentar um relato de experiência de uma ação para sanção à atrasos de devolução
denominado
Cruz e Sousa
pertencente à Faculdade CESUSC, da rede particular de ensino superior de Florianópolis, Santa
Catarina. Tal relato buscou descrever não apenas o funcionamento da ação, mas também aproximar
a função educativa com a função social da biblioteca e de seus usuários. Outra motivação para a
elaboração deste é a escassez de literatura que aborde essa perspectiva, tendo em vista que as
práticas arraigadas decorrem de uma formação que privilegia a técnica em contrapartida à
formação reflexiva e crítica do bibliotecário.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: A FUNÇÃO EDUCATIVA E SOCIAL EM PAUTA
As bibliotecas universitárias surgiram em paralelo à formação das IES e possuem como
principal função atender e auxiliar as demandas da comunidade acadêmica no que diz respeito à
realização das atividades de ensino, pesquisa e extensão (MACHADO; BLATTMANN, 2011).
Sendo assim, a biblioteca universitária, estando articulada com o que é proposto pela IES, deve
auxiliar os alunos de graduação, póscooperação e o intercâmbio de ideias e conhecimentos científicos com outras bibliotecas e a
soci
O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior - Sinaes, que institui a avaliação e
controle de qualidade de ensino, a busca pela excelência, bem como o aumento permanente da
eficácia institucional, efetividade acadêmica e social e, especialmente, a promoção dos
compromissos e responsabilidades sociais das IES, por meio da Lei nº 10.861, de 14 de abril de
2004, determina algumas conformidades também em relação aos serviços prestados pelas
bibliotecas universitárias. No que confere ao Sinaes, a biblioteca, além dos recursos de informação
e comunicação, é considerada um espaço essencial para identificar o perfil e o significado de
mas, projetos e
Assim as bibliotecas universitárias devem estar alicerçadas de forma sustentável e flexível,
buscando sempre se adaptar às mudanças, ao atendimento de necessidade e sustentabilidade
financeira para além de, somente, atender aos critérios estabelecidos pelo Sinaes. As bibliotecas
que o desafio mais crítico será remover os obstáculos que a impedem de responder às necessidades
�de uma clientela em mudança, transformar os processos e estruturas administrativas que caducaram
CUNHA, 2000, p. 88).
Destaca-se que bibliotecas universitárias possuem acervos, serviços e estruturas com o
propósito principal de atender as demandas dos cursos de graduação e ou pós-graduação ofertados
pelas IES ao qual estão inseridas. Referente a oferta de serviços, dentre os vários disponibilizados
pelas bibliotecas universitárias, tem-se: consulta local do acervo e serviço de referência,
empréstimo domiciliar, pesquisas em bancos de dados especializados, levantamento bibliográfico,
orientação quanto a normalização de trabalhos acadêmicos e reserva de materiais (MACHADO,
2009). Contudo, é essencial que as bibliotecas estejam dispostas a oferecer serviços que agreguem
valor ao atendimento e possam atuar como espaços efetivos para a formação de pesquisadores e
profissionais qualificados e estimular a prática e o hábito da pesquisa e da leitura e fomentar a
produção do conhecimento.
As bibliotecas, principalmente as que atuam em ambientes educacionais, são a essência de
papel
na sociedade, tendo em vista a sustentabilidade social
proximidade da função educativa na atuação do bibliotecário, que deve utilizar, além da técnica, as
competências humanas, sociais e educacionais para a prestação dos serviços. Em um primeiro
momento, a biblioteca universitária deve alinhar o acervo com o indicado nos projetos pedagógicos
dos cursos, sendo de suma importância a integração entre biblioteca, setor pedagógico e
professores (SILVA; ARAÚJO, 2003)
-se a facilitadora do
acesso a informação, mas também como instituto partícipe no processo de formação de cidadãos
que possam exercitar a ética, a cidadania, como desfrutar do coletivo, tanto no ambiente acadêmico
como no meio social o fazEssa condição educativa da biblioteca de formar cidadãos que possam exercitar a ética e a
cidadania pode estar representada em situações simples vivenciadas na relação usuário-biblioteca,
como por exemplo, o respeito do prazo de devolução de obras emprestadas. A função educativa da
atividades que apresentam uma característica proativa por parte dos próprios usuários, realizandose por meio de ações planejadas do uso da biblioteca e seus recurs
Nesse sentido, as bibliotecas, como forma de educar o usuário e não apenas inibir o atraso de
devolução de materiais, elaboram diretrizes e normas para se fazer unânime o uso coletivo das
obras. É pelo comprometimento da rotatividade do produto intelectual disposto no acervo que se
criam procedimentos e normas de empréstimos e devolução. É também pelo comprometimento
�com os usuários desse produto intelectual que se faz necessária a penalidade, quando do não
cumprimento destas normas.
As sanções de qualquer espécie, quando aplicadas em bibliotecas, tem objetivo de
qualquer outra penalidade: a restituição do dano, a reeducação do agente e a
minimização dos prejuízos coletivos. Neste sentido, busca-se principalmente
reiterar o papel educativo das bibliotecas, tendo em vista que estas estão inseridas
no projeto político pedagógico (PPP) da instituição
(SANTOS et. al., 2013, p. 30).
medida em que exerce funções de caráter político e ético, muito mais que uma simples função
instrumental de capacitação técnica e treinamento de profissionais para as empresas. Essa função
responsabilidade social educacional como uma forma de gestão e relacionamento que se estabelece
ntre a universidade e os públicos com que se
relaciona, além de estabelecer metas que sejam
da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para gerações futuras, respeitando a
diversidade e promove
Neste sentido, bibliotecas devem concentrar seus esforços no sentido de atrair e educar os
usuários, já que tem como ofício a expansão dos conhecimentos com ética e postura socialmente
responsável. Assim, para que essa premissa possa tornar-se efetiva, é necessário, além do trabalho
técnico, que ela possa tornar acessível os conhecimentos contidos nas obras de sua coleção. A
e social e
NEVELLING, 2008, p. 1).
Promover a consciência educativa do usuário no que confere a uma postura coletiva e
aproximá-lo com a possibilidade de tornar-se um interagente ativo com a responsabilidade social
foi a preocupação da equipe da Biblioteca da Faculdade Cesusc quando estabeleceu uma política
ética no que diz respeito a cobrança de multa, gerando assim a transformação de uma imposição
pecuniária em uma pena restauradora e educacional e que, consequentemente, beneficia a
comunidade a qual faz parte. É por meio do Programa Penas Alternativas que se estabeleceu uma
forma diferenciada de sanção para o atraso de obras emprestadas da Biblioteca, educando o usuário
para honrar os compromissos que assume e atuar com a consciência do coletivo.
�3 METODOLOGIA
Tem-se uma pesquisa descritiva de tipo relato de experiência, o qual descreve a
, que é uma
forma diferenciada para sanção pelo atraso da entrega de obras tomadas por empréstimos por
usuários da Biblioteca Universitária da Faculdade CESUSC.
3.1 CONTEXTO
A Faculdade CESUSC, localizada em Florianópolis, tem como órgão mantenedor o
Complexo de Ensino Superior de Santa Catarina - CESUSC. Busca oferecer uma perspectiva de
ensino diferenciada, onde a visão interdisciplinar, voltada a transformação social, é guia para o
funcionamento de todas as esferas de atuação da Instituição (CESUSC, 2017a).
Conta com programas de extensão, pesquisa e de responsabilidade socioambiental, atuando,
vinculado aos cursos de graduação, com assessoria jurídica e psicológica, núcleos de pesquisa na
área jurídica, assessoria popular, de preconceito e intolerância, direitos humanos e inclusão social.
Oferece cursos de graduação presencial em Administração; Análise e Desenvolvimento de
Sistemas; Design de Interiores; Marketing; Produção Multimídia; Direito; Psicologia, e na
modalidade em Educação a Distância com o curso de Gestão Comercial e, oferece ainda, cursos de
pós-graduação em diversas áreas do conhecimento (CESUSC,2017a).
Como parte integrante da Faculdade Cesusc, desde o ano de 2000 a Biblioteca Cruz e
Sousa, funciona de segunda à sexta, no horário de 07h30 às 22h30, e aos sábados das 9h às 13h. O
posicionamento que a biblioteca assume em relação ao trabalho que presta é direcionado ao cunho
social e ao incentivo ao hábito de leitura e produção do conhecimento, com ênfase na
responsabilidade socioambiental na implementação dos mais diversos projetos e ações sociais
(CESUSC, 2017b), dos quais cita-se:
a) Projeto Livros Livres - Por meio do projeto, os alunos egressos viram "sócios" da
biblioteca e têm acesso a empréstimo domiciliar do acervo geral, literatura, DVD's, etc.
mesmo sem ter vínculo efetivo com a Faculdade. Com essa ação, prioriza-se a
continuidade de acesso aos serviços e às possibilidades contínuas de acesso a
informações para a construção de conhecimento e incentivo ao hábito da leitura;
b) Espaço Multicultural - Tem como objetivo ampliar o espaço da biblioteca para além
dos livros, oportunizando os usuários e comunidade apreciarem arte popular, artes
visuais, dança, letras, música, patrimônio cultural e teatro;
�c) Epopeia Literária - consiste na alocação de um quiosque de autoatendimento, aberto 24
horas no Terminal de Integração de Santo Antônio de Lisboa (terminal de transporte
público de Florianópolis), situado ao lado da Faculdade CESUSC, no qual qualquer
pessoa pode retirar qualquer obra de literatura que desejar e devolve assim que
terminar a leitura. O projeto iniciou seu funcionamento em 2007 com reestruturação
em 2014. Os livros são adquiridos por meio de doações dos usuários da biblioteca e via
compensação de pontos pelo atraso na entrega de obras, mediante diretriz estabelecida
no Programa Penas Alternativas;
d) Literatura mais Vendidas e obras indicadas - Consiste na seleção e aquisição de obras
atuais e com bastante saída nas principais livrarias e editoras do País bem como a
aquisição de títulos indicados pela comunidade acadêmica, os quais têm como subsídio
financeiro a taxa em reais pagas pelos pontos de atraso na entrega de obras, mediante
diretriz estabelecida no Programa Penas Alternativas (CESUSC, 2017b).
Além destes, a biblioteca efetiva o Programa Penas Alternativas, objeto principal deste
relato de experiência, descrito com detalhes no item que segue.
3.2 PROGRAMA PENAS ALTERNATIVAS
O Programa Penas Alternativas foi criado em 2004, com intuito de se tornar uma alternativa
à cobrança pecuniária tradicional para o atraso de entrega das obras emprestadas, buscando a
educação e conscientização dos usuários da biblioteca de modo benéfico - tanto para o usuário,
quanto para a unidade de informação, no que diz respeito ao coletivo uso das obras disponíveis no
acervo. O objetivo principal do Programa consiste em educar os usuários sobre o seu dever de
cumprimento às normas de funcionamento da biblioteca, mas também almeja torná-los parceiros
da biblioteca, envolvendo-os com algumas das necessidades da comunidade (FACULDADE
CESUSC, 2008).
O Programa Penas Alternativas possui como diretrizes de funcionamento: o usuário que
efetuar devolução de obras com dias de atraso acumula pontos, gerados automaticamente no
cadastro de usuário, por exemplo, se for devolvido 1 livro com 10 dias de atraso acumulará 10
pontos e assim por diante. O usuário pode deixar acumular em seu cadastro um total de até 10
pontos e mesmo assim continuar usufruindo dos serviços de empréstimo, reserva e renovação de
obras. Foi estabelecida essa carência para compensação dos pontos justamente para que haja o
planejamento da forma em que será realizada a compensação, assim, poderá continuar efetuando
empréstimos até acumular o total de 11 pontos, estando, a partir deste montante, impedido de
�usufruir dos serviços de empréstimo, renovação e reservas, pelo menos até compensar a pontuação
acumulada, eliminando-a (FACULDADE CESUSC, 2008).
A compensação dos pontos acumulados pelo atraso na entrega de obras se dá de várias
maneiras, uma delas é a participação de campanhas de:
a) alimentos: (arroz, feijão, macarrão, farinha de trigo, café, açúcar, óleo, leite, farinha de
fubá e cestas básicas) e cada quilo ou pacote de alimento equivale a uma determinada
quantidade de pontuação, exemplo: Arroz equivale a 20 pontos, café equivale a 50
pontos etc.;
b) agasalhos: na qual cada agasalho equivale de 10 a 50 pontos, incluindo cobertores;
c) higiene: (papel higiênico, absorvente, sabonete, pasta de dente e escova dental, onde
cada unidade ou pacote também equivale a determinada quantidade de pontuação;
d) brinquedo: na qual cada brinquedo (exceto miniaturas) equivalem a 25 pontos cada.
As campanhas acontecem em períodos distintos durante o ano com prazos préestabelecidos, normalmente com duração média de 2 meses por campanha. O usuário, para
compensação de pontos, deve respeitar a campanha vigente. Tudo que é adquirido nas campanhas é
doado para instituições filantrópicas e famílias carentes da comunidade, inclusive indicados pelos
próprios usuários.
A doação de livros de literatura também é uma forma de compensação dos pontos
acumulados pelo atraso na entrega de obras. Os livros são preferencialmente de literatura, e em
casos específicos, aceita-se obras que atendam a critérios estabelecidos na Política de
Desenvolvimento de Coleções da Biblioteca (documento disponibilizado ao usuário no site
Institucional). Esses livros são selecionados e podem ser absorvidos ao acervo da Biblioteca ou
encaminhados ao Projeto Epopeia Literária. Para atribuir a quantidade de pontos a determinado
livro, verifica-se o valor do título em livrarias e o valor do livro em reais é convertido em
pontuação, exemplo, se um livro doado custar R$30,00 será compensado do usuário a quantidade
de até 30 pontos.
E ainda, a compensação pode ser feita com o pagamento de uma taxa estipulada em reais.
Criou-se uma tabela de compensação na qual determinada quantidade de pontos equivalem a
determinado valor em reais, exemplo de 1 a 5 pontos paga-se o valor de R$1,00, de 6 a 10 pontos,
R$2,00 e assim de maneira crescente por pontuação e valor em reais. O valor arrecadado é
denominado Taxa Biblioteca e é de uso exclusivo da biblioteca para seleção e aquisição de obras
para o acervo.
A compensação por meio de doação de livros e pagamento de taxa acontecem durante o ano
todo em paralelo com as campanhas. Os livros e a taxa são contabilizados em relatórios gerenciais
�a cada 30 dias e os produtos adquiridos em cada campanha são contabilizados ao término de cada
uma delas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Com visitas guiadas, explanação em sala de aula no início de cada semestre e serviço
especializado de atendimento na biblioteca efetiva-se a educação do usuário em relação às
diretrizes de funcionamento do Programa Penas Alternativas. Além disso, existe a parceria de
trabalho com o setor de Comunicação e Marketing da Faculdade Cesusc para que os alunos
acompanhem, por meio de cartazes, posts nas principais redes sociais e ainda, notícias no site
institucional sobre qual campanha está vigente ou o acesso à tabela de compensação de taxa em
reais.
Desde sua implementação, em 2004, evidencia-se, por meio dos dados a seguir, que existe
uma aceitação bastante expressiva dos usuários ao Programa. Exemplo disso é a quantidade de
produtos que, de 2004 a 2017, foram contabilizados com a participação nas campanhas como
alternativa a compensação de pontos, conforme apresentados no quadro 1:
Quadro 1 - Quantidade dos produtos arrecadados pelas Campanhas realizadas em 2004 a 2017
Tipo de campanha
Quantidade de produtos
6.799
Higiene
18.429
Agasalho
Brinquedo
7.815
4.415 (e mais 105 cestas básicas)
Alimento
Fonte: Biblioteca Universitária Cruz e Sousa - Faculdade CESUSC (2018).
Nos 14 anos em que o programa existe, o total de unidades de produtos arrecadados para
compensação de pontos foi de 37.458 produtos. Foram beneficiadas mais de 25 diferentes
instituições de filantropia que atendem crianças, adolescentes, idosos e famílias com algum tipo de
vulnerabilidade espalhadas em diversas localidades do estado de Santa Catarina, em especial na
Região da Grande Florianópolis.
As doações são realizadas pelos próprios funcionários da biblioteca com apoio de outros
setores da Faculdade como é o caso do Setor Administrativo. Além disso, alguns alunos da
Faculdade trabalham com a distribuição dos produtos arrecadados. Fotos e registros de
recebimento são documentados para prestação de contas junto à comunidade acadêmica, em
conjunto, são publicadas pelo setor de Comunicação e Marketing, no site institucional e nas redes
sociais, notícias de divulgação sobre a quantidade arrecadada e locais que receberam as doações.
�Outro dado é o da taxa arrecadada quando o usuário decide compensar a pontuação com
valor em reais. Desde 2006, considerando o ano em que o valor arrecadado passou a ser registrado,
até o ano de 2017, foram contabilizados R$108.577,71. Todo o valor arrecadado é demonstrado ao
setor financeiro como Taxa Biblioteca, por meio de relatórios mensais que indicam o valor
compensado por aluno. É garantido por parte da Direção Geral, Direção Acadêmica e Financeira,
bem como, pelas coordenações dos cursos, que o valor de Taxa Biblioteca não seja utilizado para
aquisição de obras pertencentes a bibliografia básica e complementar, visto que para esta existe
verba orçamentária específica. Uma Portaria Interna direciona todo montante arrecadado por meio
da compensação de multa, exclusivamente para a compra de obras de lazer, ou seja, clássicos de
literatura, best-sellers
ue sejam
indicados pelos usuários, sendo o uso da verba de total responsabilidade da biblioteca. Do
montante arrecadado, desde então, já foram utilizados R$87.244,38 para aquisição de obras.
O Programa Penas Alternativas também alimenta o Projeto Epopeia Literária (mais detalhes
sobre esse projeto no item 3.2 deste trabalho), visto que os usuários podem escolher fazer doações
de livros de literatura para compensar os pontos acumulados pelo atraso na entrega de obras. Com
a revitalização do Quiosque alocado no Terminal de Integração de Santo Antônio de Lisboa
(transporte coletivo da cidade de Florianópolis) em 2014, foram disponibilizados 6.624 livros de
literatura dos quais, cerca de 80% foram advindos de doações dos usuários do Programa Penas
Alternativas.
Ademais, considerando a realidade de que os atrasos de entrega de obras são inerentes aos
demais serviços prestados pela Biblioteca Universitária Cruz e Sousa, a implementação do
Programa Penas Alternativas tem participação ativa dos usuários e não se efetiva apenas como uma
forma de punição pelo não atendimento de uma diretriz da biblioteca, mas sim como uma forma de
se educar o usuário a ser responsável socialmente.
Com essas ações potencializa-se um usuário parceiro na prestação de serviço da Biblioteca,
pois quando decidem, por exemplo, pela compensação em dinheiro lhes é dado o direito de indicar
obras ou ainda, quando doam livros de literatura dividem com os demais o gosto e hábito pela
leitura; potencializa-se o envolvimento dos usuários com as necessidades da comunidade, que
oportunizam, por meio de campanhas de alimentos, materiais de higiene, brinquedos e agasalhos,
beneficiar diversas Instituições filantrópicas e famílias alocadas em Santa Catarina, principalmente
na região da Grande Florianópolis; e promove a cooperação entre Instituição e comunidade por
meio da criação de Projetos fomentados pelo Programa, como é o caso do Epopeia Literária.
A educação do usuário no que confere as oportunidades de efetivação do Programa Penas
Alternativas possibilita à biblioteca desenvolver políticas transparentes e éticas na prestação de
�serviço com atuação efetiva do usuário na qual ambos - usuário-biblioteca, alimentam e
retroalimentam um movimento cíclico socialmente responsável, mesmo que tal condição se
estabeleça por intermédio de uma infração que precisa ser penalizada.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Existindo infração à regra, busca-se educar para que se tenham usuários atuantes e
socialmente responsáveis. Dessa premissa surgiu a possibilidade da implantação de um programa
onde sanções não sejam meramente punitivas, mas sim, que tenham caráter educativo e social,
promovendo cidadania e interação dos frequentadores da biblioteca com a comunidade que os
cerca.
A implementação do Programa Penas Alternativas, nesse sentido, visa penalizar a infração
de forma com que os usuários façam parte efetiva da construção da biblioteca e possam,
consequentemente, subsidiar projetos sociais que beneficiam a comunidade, em especial, da
Região da Grande Florianópolis. Esse projeto prioriza um sistema flexível de penalidade que
penalidade em benefícios, tais quais, por exemplo, os possibilitam usufruir das obras que serão
adquiridas em função da compensação da multa quando feita pela taxa em reais, implicando
também na sustentabilidade financeira, além de estarem cooperando na composição do acervo da
Biblioteca.
Para a biblioteca, dispor de um Programa que possibilite a educação do usuário atribuindo a
este uma postura socialmente ativa e responsável socialmente, é também assegurar que está
cumprindo sua missão na prestação de serviços de maneira social e na sua função educativa, além
de criar e manter um ambiente que propicie a parceria e comunicação entre gestores, usuários e
comunidade. Outro ponto da efetividade do Programa Penas Alternativas, como visto, diz respeito
a possibilidade de a biblioteca e usuário reverterem os produtos adquiridos com a participação nas
campanhas, em doações para a comunidade local, reforçando assim a função social da biblioteca,
dos usuários e da IES a qual estão inseridos. A comunidade é impactada diretamente pelo
Programa, que abarca diversas instituições de filantropia e até mesmo famílias carentes.
Por meio de avaliações periódicas da efetividade do Programa Penas Alternativas e dos
demais Projetos que são subsidiados por ele, tem-se o cuidado de repensar seu formato com o
intuito de melhor atender a comunidade acadêmica e àqueles que dependem de seus resultados.
Salienta-se ainda o comprometimento da Gestão acadêmica, administrativa e financeira da própria
�Faculdade CESUSC que sempre está disposta a defender e atuar com a dinâmica dos demais
setores e provendo insumos para a efetividade do Programa Penas Alternativas.
Assim, espera-se que esse relato de experiência contribua positivamente para os debates
que permeiam a temática nas práticas biblioteconômicas, estando o profissional bibliotecário no
papel educar e de promover a responsabilidade social.
REFERÊNCIAS
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Programa penas alternativas: educação do usuário para a responsabilidade social - relato de experiência de uma biblioteca universitária.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Zamban, Debora; Frainer, Juliana
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas universitárias, pertencentes a Instituições de Ensino Superior, devem suprir as necessidades informacionais de pesquisa, ensino e extensão, além de promover o incentivo à leitura. Para tal, articulam e estabelecem normas e diretrizes, visando efetivar os serviços com a premissa prioritária de manter o caráter coletivo dos materiais. Quando essas normas e diretrizes são estabelecidas, em especial para inibir o atraso de entrega de obras, na sua grande maioria, são recebidas como forma de punição. Em contraposição a essa realidade, o objetivo deste artigo é de apresentar um relato de experiência para descrever uma ação diferenciada para sanção à atrasos nas devoluções denominado Programa Alternativas‘, efetivado pela Biblioteca Universitária Cruz e Sousa pertencente à Faculdade CESUSC da rede particular de ensino superior de Florianópolis, Santa Catarina. Tal relato buscou-se descrever o funcionamento da ação, demonstrar a aproximação da função educativa e social da biblioteca e dos seus usuários, além dos benefícios da implementação do Programa Penas Alternativas‘ para todo os envolvidos.
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A language of the resource
pt
-
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2aae2d41d9cbb2a0b9b77df8a4715815
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Eixo III - Ensino
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO DE USUÁRIOS: ANÁLISE DE 20 ANOS SOB A
PERSPECTIVA DE INDICADORES INTERNACIONAIS
USER EDUCATION PROGRAM: ANALYSIS OF 20 YEARS UNDER THE PERSPECTIVE OF
INTERNATIONAL INDICATORS
Resumo: As atividades de capacitação de usuários em bibliotecas universitárias têm sido
aprimoradas nas últimas décadas a partir do uso das Tecnologias de Informação e Comunicação.
de São Carlos da Universidade de São Paulo oferece o Programa de Educação de Usuários, uma
iniciativa da qual participam bibliotecários, docentes e discentes de graduação e pós-graduação
voltada para a capacitação da comunidade acadêmica para uso dos produtos e serviços oferecidos
pela Biblioteca. Adotou-se uma abordagem descritiva e correlacional para avaliar as ações
realizadas em vinte anos de Programa a partir de indicadores citados por dois relatórios
internacionais de tendências em bibliotecas universitárias. Para tanto, realizou-se uma análise
histórica dos produtos e serviços e elaborou-se uma tabela comparativa com os indicadores de cada
relatório que foram atendidos pelo Programa. De um total de 30 indicadores, 10 se aplicam ao
Programa, sendo que 8 foram atendidos e 2 não, inferindo-se que eles possibilitaram avaliar as
ações realizadas e verificar que estão em consonância com as tendências apontadas nos relatórios,
os quais também se constituem em documentos relevantes para a definição do planejamento de
curto, médio e longo prazo da Biblioteca.
Palavras-chave: Avaliação. Biblioteca universitária. Capacitação de usuários.
Abstract: The activities of user training in university libraries have been improved in the last
decades from the use of Information and Communication Technologies. Since 1998, the Library
Service "Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes "of the School of Engineering of São Carlos of the
University of São Paulo offers the User Education Program, an initiative that includes librarians,
teachers and undergraduate and graduate students focused on the training of the academic
community in products and services offered by the Library. A descriptive and correlational
approach was adopted to evaluate the actions carried out in the twenty years of the Program based
on indicators cited by two international trends reports in university libraries. To do so, a historical
analysis of the products and services was carried out and a comparative table was drawn up with
the indicators of each report that were fulfilled by the Program. From a total of 30 indicators, 8
were met and 22 did not apply, being inferred that they made it possible to evaluate the actions
carried out by the Program and to verify that they are in line with the trends indicated in the
�reports, which also constitute relevant documents for the definition of the Library's short-,
medium- and long-term planning.
Keywords: Evaluation. User training. University library.
1 INTRODUÇÃO
A capacitação de usuários é uma atividade institucionalizada há vinte anos pelo Serviço de
da Escola de Engenharia de São Carlos da
Universidade de São Paulo (EESC-USP). Lançado oficialmente em 1998, o Programa de Educação
de Usuários (PEU), desde essa época é desenvolvido com a participação de bibliotecários, docentes
e alunos em ações de promoção e uso da informação. Para tanto, a Biblioteca realiza palestras,
visitas orientadas e oferece cursos na modalidade individual, em grupo ou sob demanda
(COLETTA et al., 1998). Com a introdução gradual das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) na Biblioteca, as ações relacionadas à capacitação de usuários foram sendo
aprimoradas à medida que elas evoluíram.
Assim, resgatam-se as ações desenvolvidas durante vinte anos e, a partir de relatórios
internacionais de tendências em bibliotecas universitárias, apresenta quais foram atendidas pelo
Programa e visualizam-se outras que podem ser oferecidas segundo as necessidades da Instituição.
Verifica-se, assim, que os relatórios constituem-se em instrumentos relevantes para o
aprimoramento do PEU e devem ser utilizados na elaboração do planejamento de curto, médio e
longo prazo da Biblioteca.
2 METODOLOGIA
O estudo possui caráter descritivo e correlacional (HERNÁNDEZ SAMPIERI;
FERNÁNDEZ COLLADO; BAPTISTA LUCIO, 2006), pois relaciona os produtos e serviços
oferecidos no âmbito do PEU com indicadores extraídos de dois relatórios norte-americanos de
tendências em bibliotecas universitárias, selecionados por terem sido publicados nos últimos dois
anos e, portanto, apontam as tendências mais recentes para essas instituições. Selecionou-se o
Programa como objeto do estudo por estar consolidado há vinte anos e, assim, revisá-lo e alinhá-lo
às tendências internacionais relacionadas à capacitação de usuários.
Os procedimentos metodológicos envolveram a análise histórica de produtos e serviços.
Posteriormente, foi elaborada uma tabela comparativa com todos os indicadores de cada relatório e
verificados quais são atendidos pelo PEU. Em seguida, para cada indicador atendido foram
descritas as ações realizadas pela Biblioteca.
�3 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO DE USUÁRIOS: 20 ANOS DE AÇÕES
As ações relacionadas ao Programa nos seus vinte anos de existência foram sumarizadas e
descritas no Quadro 1:
Quadro 1 Análise histórica das ações realizadas pelo PEU
Iniciativa
Descrição
Programa de educação de usuários (COLETTA et al., Apresenta o Programa de Educação de Usuários da
1998)
Biblioteca da EESC/USP.
A Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Relata a criação e o desenvolvimento Biblioteca
Universidade de São Paulo (MASIERO et al., 2001)
Digital de Teses e Dissertações da USP.
O sucesso de uma parceria: dez anos de Atendimento remoto às solicitações de cópias de
LIGDOC/ISTEC (SANTORO; COLETTA, 2004)
documentos técnico-científicos.
Biblioteca virtual da área ambiental: proposta de Biblioteca virtual voltada para a comunidade
criação na Escola de Engenharia de São Carlos USP acadêmica da Engenharia Ambiental.
(ARAUJO; COLETTA; ZAIAT, 2004)
Orientações para realização do trabalho de conclusão Apoio pedagógico na formulação de orientações para
de curso e estágio supervisionado na engenharia de a elaboração de TCCs e realização de estágio em
produção da EESC USP (AMARAL et al., 2004)
Engenharia de Produção.
Engenharia biomédica: o uso do JCR para definição Apoio a Bioengenharia na formulação de diretrizes de
de diretrizes para os pesquisadores na Escola de pesquisa.
Engenharia de São Carlos USP (PASCHOALINO;
COLETTA, 2005)
A semana da pós-graduação na biblioteca: relato de A Semana da Pós-Graduação é um evento anual que
experiência de apoio ao desenvolvimento da pesquisa oferece palestras, mesas-redondas, minicursos e
e orientação para publicações na EESC-USP treinamentos para capacitar os usuários no
(PASCHOALINO et al., 2006)
desenvolvimento da pesquisa científica.
Proposta de avaliação dos trabalhos de conclusão de Apoio na avaliação de TCCs a partir dos pressupostos
curso com base nos princípios e normas da metodológicos da pesquisa científica.
metodologia de pesquisa (ARAUJO et al., 2006)
Skills developed by students of the bibliography Descreve as ações da biblioteca que contribuíram para
research (GONÇALVES et al., 2006)
o desenvolvimento da pesquisa bibliográfica dos
usuários.
Gerenciamento automatizado de bibliografia: um Ferramenta para otimizar a geração da bibliografia de
recurso para facilitar e agilizar o trabalho acadêmico e trabalhos acadêmicos.
científico (CARDOSO et al., 2007)
Portal de capacitação bibliográfica para alunos de Portal eletrônico para auxiliar alunos de graduação na
graduação: criação e implementação (ALVES; elaboração de documentos acadêmicos.
COLETTA; PASCHOALINO, 2009)
Implantação de uma sala de videoconferência no Criação de uma sala de videoconferência para
serviço de biblioteca da Escola de Engenharia de São qualificações e defesas de trabalhos de conclusão de
Carlos - USP: relato de experiência (SILVA et al., curso, dissertações e teses.
2010)
Biblioteca e ensino de graduação: portal bibliográfico Portal eletrônico para auxiliar alunos de graduação na
para apoio aos alunos da EESC/USP (COLETTA et elaboração de documentos acadêmicos.
al., 2010a)
Biblioteca digital de trabalhos acadêmicos da Implantação de biblioteca digital de trabalhos
Universidade de São Paulo: desenvolvimento e acadêmicos dos cursos de graduação.
implementação na EESC/USP (COLETTA et al.,
2010b)
PASCHOALINO, R. A. Serviço de referência virtual Apresenta a implantação de chat online para
no serviço de biblioteca da Escola de Engenharia de atendimento ao usuário.
São Carlos (EESC) (PASCHOALINO, 2010)
Atendimento online em bibliotecas: a experiência da Descreve a experiência da USP no uso de ferramentas
Universidade de São Paulo (SANTANA et al., 2010)
de atendimento remoto.
Submissão eletrônica de trabalhos acadêmicos para Sistema eletrônico para envio de trabalhos acadêmicos
�normalização no serviço de biblioteca da Escola de
Engenharia de São Carlos (EESC) USP (COELHO
et al., 2010)
Template para elaboração de trabalhos acadêmicos:
uma ferramenta de apoio ao ensino e à pesquisa na
EESC/USP (COLETTA et al., 2010c)
Programa de educação de usuários da EESC-USP:
experiência com os alunos ingressos na graduação
(CASSIN; PASCHOALINO; ROMANETTO, 2013)
Tecnologia educacional e design instrucional
(ARAUJO; OLIVEIRA NETO, 2014)
para normalização pela Biblioteca.
Template para elaboração de trabalhos acadêmicos
segundo as normas da ABNT.
Apresenta os resultados de uma pesquisa realizada
para identificar as demandas dos usuários ingressantes
na graduação.
Reflete sobre o impacto das tecnologias educacionais
no processo de elaboração e execução do
planejamento estratégico de cursos online.
Repositório institucional para armazenamento da
produção científica, histórica e cultural da EESC em
conjunto com outras unidades da USP.
Construção de repositórios institucionais: a
experiência da USP - unidades de São Carlos e
Ribeirão Preto - (EESC, FDRP, ICMC, IFSC,
IQSC/USP) (COLETTA et al., 2016)
Sustentabilidade em serviços: ações da biblioteca da Descrição dos produtos e serviços eletrônicos
EESC/USP (COLETTA; SILVA; CASSIN, 2016)
oferecidos aos usuários.
Projeto da disciplina de metodologia e pesquisa Relata a experiência no apoio ao ensino e
bibliográfica do curso de especialização em aprendizagem em uma disciplina de pós-graduação.
Engenharia de Produção EESC: uma contribuição do
serviço de biblioteca no processo de ensinoaprendizagem (ARAUJO et al., 2016)
Gestão de eventos científicos: uma realidade na Portal de apoio à realização de eventos científicos: da
EESC/USP (ARAUJO; LABELA; COLETTA, 2016)
gestão à publicação dos anais eletrônicos
Publicar: obrigação do pesquisador (FORTULAN; Discute a importância da publicação científica como
PASCHOALINO, 2016)
atividade do pesquisador.
Princípios básicos da língua brasileira de sinais - Descreve a realização de um curso de capacitação em
Libras: uma experiência na biblioteca da EESC/USP Libras para funcionários das bibliotecas e demais
(ARAUJO et al., 2017)
setores do campus USP de São Carlos.
Preparação pedagógica para alunos de pós-graduação Descreve a experiência da Biblioteca na coordenação
em Engenharia. (ARAUJO; COLETTA; ALBERTO, compartilhada de uma disciplina para o programa de
2017)
pós-graduação em Engenharia Elétrica.
Fonte: Elaborado pelos autores.
4 ANÁLISE DOS INDICADORES EXTRAÍDOS DOS RELATÓRIOS INTERNACIONAIS
DE TENDÊNCIAS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Foram identificados 18 indicadores no relatório NMC Horizon Report: 2017 Library
Edition (BECKER, 2017) e 12 indicadores no relatório 2016 top trends in academic libraries: a
review of the trends and issues affecting academic libraries in higher education (CHABOT et al.,
2016) que apontam tendências internacionais para bibliotecas universitárias. A partir deles, foram
extraídos aqueles que atendem as ações do PEU, resultando em 5 indicadores do relatório de
Becker (2017) e 3 indicadores do relatório de Chabot et al. (2016), conforme demonstra o Quadro
2 abaixo
EU e 20 não se aplicam ao
Programa.
�Quadro 2 Compilação dos indicadores
Relatório
Indicadores atendidos pelo PEU
NMC Horizon Report: 2017 Library Edition Colaboração interinstitucional
(BECKER, 2017)
Avaliação da experiência do usuário
Acessibilidade dos serviços e recursos
da biblioteca
Melhoria na alfabetização digital
Identidade online
2016 top trends in academic libraries: a review of Evidência de aprendizagem: sucesso
the trends and issues affecting academic libraries in do aluno, análise de aprendizagem,
higher education (CHABOT et al., 2016)
credenciamento
Fluência digital
Recursos educacionais abertos
Fonte: Elaborado pelos autores.
A seguir, são descritos os referidos indicadores atendidos pelo PEU.
4.1.1 Colaboração interinstitucional
A atuação da Biblioteca nesse indicador ocorre em duas frentes: no apoio ao ensino e no
atendimento de cópias de documentos. No primeiro caso, a Biblioteca participou na elaboração de
ferramentas de apoio à escrita científica, como os templates para trabalhos de conclusão de curso,
dissertações e teses em LaTeX, e na elaboração das Diretrizes para Apresentação de Dissertações e
Teses da USP e nas Diretrizes para Elaboração de Trabalhos Acadêmicos da EESC. Já no segundo,
destaca-se a participação da Biblioteca na rede LIGDOC/ISTEC no fornecimento de cópias de
documentos em nível nacional e internacional (SANTORO; COLETTA, 2004).
4.1.2 Avaliação da experiência do usuário
A Biblioteca possibilita ao usuário a navegação em diferentes ambientes digitais. No que se
refere especificamente à aplicativos, a Biblioteca participa do aplicativo Bibliotecas USP, que foi
desenvolvido pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBiUSP) e
permite localizar bibliotecas e suas informações de contato e horário de funcionamento, acessar a
conta, ler códigos de barras ISBN/ISSN para verificar a existência do documento em alguma
biblioteca USP, criar listas de desejos, sugestões e referências e exportá-las para e-mail ou
DropBox. Também participa do aplicativo Entreartes, onde divulga suas atividades culturais. Esse
aplicativo permite, ainda, acumular pontos para trocar por livros, postais, camisetas e até mesmo
créditos acadêmicos.
�4.1.3 Acessibilidade dos serviços e recursos da biblioteca
Em 2017, a Biblioteca ofereceu um curso de Libras para a comunidade de funcionários do
campus USP de São Carlos, com reserva de uma vaga para cada uma das sete bibliotecas do
Campus a fim de capacitar os participantes no atendimento nessa língua. Além disso, foi elaborado
um vídeo de apresentação da Biblioteca e foram criadas placas de sinalização com uma imagem
em Libras identificadora do local, cujo nome também é acessível em vídeo por meio da leitura do
QR Code disponível nas placas (ARAUJO et al., 2017).
A Biblioteca disponibiliza, ainda, um computador na Sala de Pesquisa com o software
NVDA172 de áudio descrição, que permite através de voz sintética que usuários com deficiência
visual possam acessar e interagir com o sistema operacional Windows e outros aplicativos.
Também dispõe de uma lupa eletrônica em uso na Sala de Pesquisa e mais uma em aquisição para
uso na Sala de Videoconferência e na Sala de Treinamento.
4.1.4 Melhoria na alfabetização digital
A bas
Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), bem como casos apurados de comportamentos não
condizentes com a Ciência, como o plágio. Toda a documentação está disponível para acesso no
Portal173 da Fundação. E, na USP, está disponível desde 2016 o software Turnitin, cujo acesso é
exclusivo para os docentes e é utilizado para a detecção de plágio.
Além disso, a apresentação de bases de dados em disciplinas de iniciação científica para os
cursos de graduação e de pesquisa bibliográfica para os programas de pós-graduação capacita os
alunos na elaboração de estratégias de busca, uso dos recursos de pesquisa e ferramentas de análise
de resultados. A Biblioteca também capacita os usuários no uso dos recursos e ferramentas
disponíveis no Portal da Escrita Científica do campus USP de São Carlos e, assim, oferece mais
uma forma de apoio às atividades acadêmicas.
4.1.5 Identidade online
O uso de identificadores digitais torna-se uma questão crucial para a biblioteca universitária
à medida que sua difusão permite a coleta, tratamento e disseminação da informação científica de
forma mais ágil, pois o autor passa a ser identificado de maneira persistente por meio de um
código.
172
173
Software disponível em: <http://www.acessibilidadelegal.com/33-manual-nvda.php>.
Disponível em: <http://www.fapesp.br/boaspraticas/>.
�Como exemplos tem-se o ORCID, ScopusID, ResearcherID e Google ScholarID, em nível
internacional e LattesID, em nível nacional. No caso brasileiro, ressalta-se a adesão da USP como
membro institucional do ORCID em 2016174, o que permite à comunidade acadêmica gerar IDs
autenticados ou autenticar o ORCID para aqueles que já o possuem.
Com vistas à promoção do ORCID na Universidade, o SIBiUSP iniciou em 2017 uma
campanha contínua para sua adoção pela comunidade acadêmica. Para tanto, conta com a
colaboração das bibliotecas das Unidades da USP. Nesse sentido, a Biblioteca participa da
campanha por meio da promoção de palestras com especialista em ORCID tanto nas disciplinas de
-
pesquisa bibliográfica de pósalém de divulgá-lo em seus canais institucionais e redes sociais.
4.1.6 Evidência
credenciamento
de
aprendizagem:
sucesso
do
aluno,
análise
de
aprendizagem,
No âmbito da graduação, a Biblioteca atende essa ação por meio das orientações das
políticas públicas educacionais da educação superior, isto é, pela participação nas discussões das
diretrizes curriculares da EESC, que visam construir um currículo multidisciplinar que contemple
as dimensões básica, específica e formação em pesquisa, pós-graduação e profissional. Além disso,
no início de cada ano letivo, promove palestras informativas sobre seus produtos e serviços,
estratégia que tem sido fundamental para que os alunos, ao passar do ambiente escolar para o
ambiente universitário, tenham um primeiro contato com informações básicas sobre o
funcionamento da Biblioteca e, assim, sejam autônomos no uso e acesso da informação científica
(GONÇALVES et al., 2006; CASSIN; PASCHOALINO; ROMANETTO, 2013).
Atuando
especificamente
no
oferecimento
de
treinamentos
sobre
os
recursos
informacionais e de pesquisa bibliográfica, a Biblioteca assume a responsabilidade sobre a
formação em pesquisa de alunos da graduação, pós-graduação e pesquisadores. Essa atuação em
sala de aula e no processo de planejamento pedagógico provê à Biblioteca experiências e
habilidades que impactam positivamente sobre as dimensões de avaliação de cursos de graduação
presencial e a distância do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(Inep), dentre as quais destacamTutorial
Infraestrutura
idático-
Corpo docente e
(INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS
EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2017).
No âmbito da pós-graduação, a Biblioteca assumiu em 2016 a coordenação compartilhada
da disciplina de Preparação Pedagógica (PAE) do programa de pós-graduação em Engenharia
174
Disponível em: <http://www.sibi.usp.br/orcid/>.
�Elétrica da EESC. Durante os últimos dois anos, envolveu-se na sua organização com a
apresentação dos elementos básicos do planejamento didático-pedagógico e o fornecimento de
elementos para ampliar as habilidades e competências inerentes à prática docente (ARAUJO;
COLETTA; ALBERTO, 2017).
Diante dessa demanda, em 2018 a Biblioteca e a coordenação de pós-graduação
propuseram aos demais coordenadores dos programas de pós-graduação a elaboração de uma
disciplina de preparação pedagógica integrada, ou seja, o planejamento conjunto do cronograma de
realização e dos tópicos abordados na disciplina. Aceita a proposta, a disciplina PAE integrada será
oferecida aos alunos dos programas de pós-graduação dos cursos de Engenharia Elétrica,
Engenharia de Produção, Engenharia Mecânica e Engenharia Hidráulica e Saneamento. A ementa
da disciplina, atividades, tarefas, indicação de leitura e conteúdo, foram definidas seguindo o
modelo expandido Integrative Learning Design Framework On-line (eILDF) (ARAUJO;
OLIVEIRA NETO, 2010).
4.1.7 Fluência digital
Essa ação é promovida no contexto da graduação por meio de palestras sobre ferramentas e
técnicas voltadas para a escrita científica, como bases de dados, gerenciadores de referências e
normas técnicas para elaboração de trabalhos acadêmicos, tanto a pedido para grupos ou em
disciplinas específicas de iniciação científica em colaboração com o docente responsável de cada
uma. No âmbito da pós-graduação, a atuação da Biblioteca ocorre por meio de palestras sobre
Currículo Lattes, boas práticas científicas e o já mencionado software detector de plágio Turnitin a
fim de promover o comportamento ético em pesquisa.
Conforme também apresentando anteriormente, a Biblioteca participou na elaboração de
template para trabalhos acadêmicos em LaTeX. Além disso, disponibiliza documento similar no
formato Word. A Biblioteca participou, ainda, na implementação e faz parte do Comitê Gestor do
Portal da Escrita Científica do campus USP São Carlos, assim como é membro da organização da
2ª Escola de Pesquisadores, um evento a realizar-se em maio de 2018 que visa desenvolver e
aprimorar habilidades científicas da comunidade acadêmica.
4.1.8 Recursos Educacionais Abertos
Os Recursos Educacionais Abertos (REA) têm sido uma alternativa para a criação e
publicação de materiais didáticos frente aos crescentes custos das editoras científicas e também
pela possibilidade de acesso eletrônico, que tem se tornado cada vez mais comum para diferentes
�tipos de documentos. Eles envolvem não apenas a disponibilização de livros, mas todo e qualquer
conteúdo oferecido pela instituição à qual a biblioteca universitária está vinculada, seja cursos
inteiros, planos de aulas, módulos de cursos e palestras gravadas (CHABOT et al., 2016).
Nesse contexto, a Biblioteca contribui com a disponibilização de REA por meio da
alimentação de bases institucionais que disponibilizam conteúdo científico em formato aberto e
gratuito, tais como a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), Biblioteca Digital de
Trabalhos Acadêmicos (BDTDA), Biblioteca Digital da Produção Intelectual (BDPI), Portal de
Livros Abertos da USP, Repositório Institucional da EESC e Portal de Livros Abertos da USP,
sendo que em outubro de 2017 foi publicado o primeiro livro da EESC nesse Portal.
No que se refere ao acervo de fotografias, desde 2017 a Biblioteca trabalha na sua
digitalização e tratamento técnico por meio da representação descritiva e temática a partir do
padrão Dublin Core. A coleção inicial consta de aproximadamente 500 fotografias impressas que
foram reunidas no âmbito do Programa de Fomento da Pró-Reitoria de Cultura e Extensão
desenvolvido em 2016 pela Seção Técnica de Informática (SCINFOR) e pela Biblioteca da EESC.
Elas serão incorporadas no Repositório Institucional, além da colaboração de todos os setores no
que diz respeito ao envio das fotos para a Biblioteca, que será a depositária oficial desse acervo.
Nessa linha, também iniciado em 2017, a Biblioteca desenvolve o projeto de digitalização
das apostilas publicadas pelos docentes da EESC para disponibilização no Repositório Institucional
EESC e/ou no Portal de Livros Abertos da USP. Além de fomentar a publicação de material
didático, pretende-se padronizá-lo por meio da elaboração de diretrizes para apostilas e oferecer
serviço de impressão sob demanda, caso os exemplares físicos estejam todos emprestados ou o
aluno prefira ter uma cópia impressa em vez de ler no formato digital.
Em 2016, outra ação de relevância foi a criação do Portal de Eventos Científicos da EESC,
que visa apoiar a gestão de eventos científicos da graduação e pós-graduação por meio do Sistema
Online de Acompanhamento de Conferências (SOAC), uma customização do Open Conference
System (OCS) feita pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT). Esse
sistema facilita a realização de inscrições, submissão de trabalhos, processo de avaliação,
credenciamento de avaliadores e publicação de anais eletrônicos disponíveis em acesso aberto e
pesquisáveis por autor e título, com acesso ao texto integral e a coleta dos metadados por
provedores de serviço, permitindo a indexação em outros serviços da web (ARAUJO; LABELA;
COLETTA, 2016). Nesse Portal já estão disponíveis 16 conferências (12 nacionais e 4
internacionais) e 442 trabalhos apresentados.
�5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A capacitação de usuários nas bibliotecas universitárias é uma atividade cada vez mais
relevante tendo em vista que o uso intenso das TICs nessas instituições ampliou as formas de
acesso à informação bem como exigiu o desenvolvimento de competências voltadas para o seu uso
no ambiente digital.
Ao longo dos últimos vinte anos a Biblioteca desenvolve ações de capacitação e
treinamento da comunidade acadêmica como forma de apoio às atividades de ensino, pesquisa e
extensão. Nesse sentido verificou-se, comparativamente, que dos 30 (trinta) indicadores apontados
na literatura citada, 10 (dez) se aplicam ao Programa. Destes, 8 (oito) são atendidos. Com isso,
considera-se que as ações realizadas no contexto do PEU estão em consonância com as tendências
internacionais para bibliotecas universitárias. Por outro lado, os 2 (dois) indicadores ainda não
stituem-se
em oportunidades para que a Biblioteca passe a realizar novas ações de capacitação de usuários.
Ou seja, os indicadores revelam que o PEU está alinhado às tendências internacionais das
bibliotecas universitárias e novos serviços e produtos ainda podem ser criados em prol dos
usuários.
Além disso, a continuidade das análises das ações pode ser feita a partir de indicadores
ensino superior de Portugal
ARQUIVISTAS E DOCUMENTALISTAS, 2015). Observa-se, portanto, que os indicadores
permitem avaliar as ações realizadas pela Biblioteca, tanto qualitativamente, por meio do
atendimento das ações a partir de relatórios de tendências internacionais para bibliotecas
universitárias, como quantitativamente, pois permitem adequar os recursos humanos, financeiros e
tecnológicos disponíveis para a proposição de novos produtos e serviços. Desta forma, os
indicadores contribuem para a definição do planejamento da biblioteca universitária de curto,
médio e longo prazo com foco nas demandas institucionais.
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Programa de educação de usuários: análise de 20 anos sob a perspectiva de indicadores internacionais.
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Silva, Eduardo Graziosi; Araujo, Elenise Maria de; Coletta, Teresinha das Graças
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As atividades de capacitação de usuários em bibliotecas universitárias têm sido aprimoradas nas últimas décadas a partir do uso das Tecnologias de Informação e omunicação.Desde 1998, o Serviço de Biblioteca ―Prof. Dr. Sérgio Rodrigues Fontes‖ da Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo oferece o Programa de Educação de Usuários, uma niciativa da qual participam bibliotecários, docentes e discentes de graduação e pós-graduação voltada para a capacitação da comunidade acadêmica para uso dos produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca. Adotou-se uma abordagem descritiva e correlacional para avaliar as ações realizadas em vinte anos de Programa a partir de indicadores citados por dois relatórios internacionais de tendências em bibliotecas universitárias. Para tanto, realizou-se uma análise histórica dos produtos e serviços e elaborou-se uma tabela comparativa com os indicadores de cada relatório que foram atendidos pelo Programa. De um total de 30 indicadores, 10 se aplicam ao Programa, sendo que 8 foram atendidos e 2 não, inferindo-se que eles possibilitaram avaliar as ações realizadas e verificar que estão em consonância com as tendências apontadas nos relatórios, os quais também se constituem em documentos relevantes para a definição do planejamento de curto, médio e longo prazo da Biblioteca.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5834/SNBU2018_232.pdf
a9d545f351c11005bc0e41ff0e34516a
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Eixo III - Ensino
NECESSIDADES INFORMACIONAIS DOS DISCENTES DA FACULDADE
AGRONOMIA DA BIBLIOTECA DA UFRA DO CAMPUS DE PARAUAPEBAS-PA
DE
INFORMATION REQUIREMENTS OF THE FACULTY OF AGRONOMY OF THE UFRA
LIBRARY OF CAMPUS DE PARAUAPEBAS-PA
Resumo: Aborda sobre estudo de usuários em uma biblioteca universitária tem como base a
pesquisa desenvolvida na biblioteca da Universidade Federal Rural da Amazônia do campus de
Parauapebas, localizada no município de Parauapebas-Pará. Apresenta a revisão de literatura com
as concepções de alguns autores sobre estudo de uso e usuários em unidades de informação,
destacando métodos e/ou técnicas que podem ser utilizadas para analisar o perfil dos clientes e as
suas necessidades. A metodologia utilizada e de caráter quantitativo com a utilização de dados
estatísticos, o instrumento de coleta de dados foi o questionário com perguntas fechadas aplicados
a uma amostra de 31 usuários vinculados à faculdade de Agronomia para saber o grau de satisfação
quanto aos serviços e produtos informacionais prestados pela unidade de informação. Os resultados
apontaram que 50% têm sua necessidade informacional suprida com a utilização de livros e 33%
usam a internet. Quanto à satisfação do usuário com o acervo da biblioteca 49% dos usuários
dizem que atende em parte suas necessidades de informação, 48% diz que atende plenamente e
somente 3% não estão satisfeitos. Conclui-se que há uma necessidade de melhoria contínua dos
serviços e produtos disponibilizados à comunidade acadêmica visando ao atendimento das suas
necessidades de informação de forma mais eficiente.
Palavras-chave: Estudo de usuário. Necessidade de informação. Bibliotecas universitárias.
Abstract: Discusses the study of users in a library based on the research developed in the library
of the Federal Rural University of the Amazon of the campus of Parauapebas, located in the city of
Parauapebas-Pará. It presents the literature review with the conceptions of some authors about use
study and users in information units, highlighting methods and / or techniques that can be used to
analyze the profile of customers and their needs. The methodology used and quantitative character
with the use of statistical data, the instrument of data collection was the questionnaire with closed
questions applied to a sample of 31 users linked to the faculty of Agronomy to know the degree of
satisfaction regarding the services and information products provided by the information unit. The
results indicated that 50% have their informational needs supplied through the use of books and
33% use the internet. Regarding user satisfaction with the library's collection, 49% of users say that
they partially meet their information needs, 48% say they fully serve and only 3% are not satisfied.
�It is concluded that there is a need for continuous improvement of the services and products
available to the academic community in order to meet their information needs more efficiently.
Keywords: User study. Need for information. University libraries.
1 INTRODUÇÃO
A biblioteca da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) do campus de
Parauapebas
PA foi criada juntamente com o campus em 10 de março de 2014 para atender a
comunidade acadêmica do município. Atualmente, a biblioteca atende a cinco cursos de graduação:
agronomia, zootecnia, engenharia florestal, engenharia de produção e administração e em 2017 foi
aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e pelo
Ministério da Educação (MEC), o primeiro Programa de Pós-Graduação fora do campus sede: o
mestrado em Produção Animal. (SANTOS; BARROS, 2017). Ela possui um público de
aproximadamente de 1500 usuários, os quais estão divididos em discentes, servidores técnicoadministrativos e terceirizados.
Este público diversificado possui necessidades variadas e necessita de informações
especializadas. Diante desta situação, é necessário fazer uma avaliação dos produtos e serviços
ofertados pela unidade de informação para que através de planejamento sejam encontrados os
pontos fortes e fracos, para que sejam implementadas ações de melhoria contínua, assim como,
fortalecer a criação ou descontinuidade dos mesmos.
Para isso, faz-se necessária a realização de um estudo de usuário, cujo objetivo geral é
analisar as necessidades informacionais dos alunos de agronomia em relação aos produtos e
serviços oferecidos pela biblioteca. Tem-se como objetivos específicos: identificar suas
necessidades informacionais; avaliar o comportamento de busca da informação e propor melhorias
para os produtos e serviços informacionais oferecidos pela biblioteca.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Os estudos de usuários da informação surgem na década de 40, inicialmente das discussões
na Conferência da Royal Society (1948) e Conferência Internacional de Informação Científica. O
primeiro período (1948 a 1965) discutia-se a dificuldade no uso da informação nos computadores
por engenheiros e cientistas (demanda), abordando-se apenas pesquisa de dados, ou seja,
quantitativa. No segundo período (1965 em diante) as pesquisas começam a focar nos usuários
�(psicologia e comportamento humano) e não mais apenas nos sistemas de informação
(CAVALCANTE, 2008; FIGUEIREDO, 1994).
A partir da década de 70, os estudos de usuários são observados entre duas vertentes: a
abordagem Tradicional ou demográfica e a abordagem Alternativa ou cognitiva, na primeira o
principalmente para o conteúdo ou para a tecnologia, a informação é considerada como algo
2008, p. 15), nesta abordagem preocupa-se em analisar
qualitativamente o usuário, ou seja, sentimentos, modo de aprendizagem, experiências, percepção
etc.
Além das abordagens descritas, os estudos de usos e usuários podem ter focos e
orientações, dividindo-se em Estudos orientados ao uso/sistema e em Estudos orientados ao
usuário
de informação: aqueles que se iniciam a partir de um grupo de materiais de biblioteca e começam
Autores como Figueiredo (1994), Cunha e Cavalcante (2008) e Dias e Pires (2004)
conceituam o estudo de usuários como segue.
Para Figueiredo (1994), estudos de usuários são investigações feitas com o público da
biblioteca com a finalidade de saber as suas necessidades informacionais, ou ainda avaliar se estão
adequadamente satisfeitos com os serviços e produtos oferecidos pela unidade de informação.
o que as pessoas necessitam em matéria de informação ou se estas pessoas estão satisfeitas e sendo
investigação que objetiva identificar e caracterizar os interesses, as necessidades e os hábitos de
Segundo Figueiredo (1994, p. 7) estes estudos verificam também:
por que, como, e para quais fins os indivíduos usam informação, e quais os fatores que
afetam tal uso. Os usuários são assim encorajados a tornar as suas necessidades conhecidas
e, ao mesmo tempo, assumir alguma responsabilidade para que estas necessidades de
informação sejam atendidas pelas bibliotecas ou centro de informação.
�Sendo assim, por meio destes estudos observam-se as principais características da
comunidade, visando sempre oferecer informações úteis para a clientela da biblioteca.
Nota-se que é de fundamental importância à biblioteca conhecer todas as demandas do
público que a frequenta. Portanto, é necessário ter maior comunicação com os usuários da unidade
de informação para que os mesmos possam expor suas necessidades com propósito destas serem
atendidas.
O profissional bibliotecário tem o dever de fazer pesquisas sobre o perfil da comunidade
onde a biblioteca está inserida, coletando dados sobre a opinião dos usuários, além de fazer a
interpretação desses dados, visando identificar tanto os usuários reais como os potenciais e, assim
oferecer produtos e serviços de qualidade. Sobre este assunto Cunha e Cavalcante (2008, p.159)
comunidade, a fim de coletar dados sobre suas necessidades informacionais e possíveis produtos e
serviços ofertados por uma bibliotec
Vergueiro (2002) destaca algumas alternativas para conhecer melhor os clientes, as suas
necessidades e o nível de satisfação com os serviços prestados, umas destas é o contato direto com
o usuário, o qual visita diariamente o centro de informação é uma boa oportunidade para obter este
tipo de respostas. Outra opção é o grupo de foco, uma técnica formada geralmente por poucas
pessoas que se reúnem em prol de discutir algum assunto em particular. O levantamento e
pesquisas de opiniões também é um recurso que pode ser utilizado, no entanto neste caso, vários
métodos podem ser desenvolvidos, tudo vai depender dos objetivos da biblioteca. O autor ainda
menciona a respeito da escolha adequada dos instrumentos de coleta de dados, os quais podem ser
entrevistas com gravadores, questionários, formulários, dentre outros.
Para Baptista e Cunha (2007) no que se refere à coleta de dados nos estudos de usuário, as
técnicas comumente utilizadas são: questionários para estudos quantitativos com a utilização de
dados estatísticos, exceto as perguntas abertas as quais também possibilitam a interpretação
qualitativa e as entrevistas e observações em estudos de caráter qualitativo. Os autores citados
apresentam, igualmente, o método de análise de conteúdo que na coleta de dados inicialmente é
quantitativo e, posteriormente, pode apresentar-se de forma qualitativa.
A psicologia também pode contribuir de forma significativa para o trabalho de estudo de
usuário, com intuito de analisar os hábitos dos clientes na utilização da informação. Neste aspecto,
corroboraenvolve o seu comportamento, transcende a meras técnicas biblioteconômicas e documentárias,
estendendo-se a
�Pereira et al. (1980) falam acerca da aplicação da técnica de incidente crítico, a qual
consiste em um instrumento para coletar dados sobre o comportamento dos usuários. Ranganathan
(1980) cita alguns tipos de comportamentos de pesquisadores em um centro de informação, tais
como: complexo de inferioridade e timidez, complexo traumático e complexo de superioridade.
Neste sentido, o autor menciona que é de fundamental importância o profissional da informação
adquirir conhecimento sobre psicologia na prática, a fim de ajudar os usuários nos serviços de
informação.
No que diz respeito ao estudo de usuário em bibliotecas universitárias, Figueiredo (1994
apud GONÇALVES, 2013) salienta que é necessário observar a forma como os pesquisadores
(docentes, discentes, funcionários, etc.) utilizam os serviços e produtos da unidade de informação.
É essencial verificar as principais ações que o leitor desenvolve dentro da biblioteca as quais pode
ser desde a busca nos catálogos, os materiais retirados para consulta, empréstimos ou cópia e
dentre outras atividades. O autor ainda destaca que os estudos de uso da biblioteca poderão servir
também como modelo para o bibliotecário tomar algumas decisões administrativas.
Partindo destas considerações sobre estudo de uso e usuário, observa-se que a prestação de
serviços e a disponibilização produtos de qualidade são considerados fatores de sucesso para a
unidade de informação.
3 METODOLOGIA
O presente estudo tem como campo de pesquisa a biblioteca da UFRA de Parauapebas,
localizada na cidade de Parauapebas- PA e como sujeitos da pesquisa os estudantes da faculdade
de agronomia desta instituição.
A pesquisa foi do tipo quantitativa, com a metodologia baseada em estatística com ênfase
na mensuração de resultados. Por meio desta pesquisa é possível obter dados numéricos e opiniões
do usuário.
Para a coleta de dados foi utilizado, como instrumento de pesquisa, o questionário, o qual
segundo Marconi e Lakatos (2010) proporciona uma série de vantagens como, por exemplo:
Economiza tempo, viagens e obtém grande número de dados;
�Atinge maior número de pessoas simultaneamente;
Obtém respostas mais rápidas e mais precisas;
Há mais segurança, pelo fato de as respostas não serem identificadas;
Há mais tempo para responder e em hora mais favorável.
O questionário teve 11 questões fechadas (múltipla escolha). As perguntas abordaram
questões como necessidades de informação, satisfação e uso da biblioteca. O formulário foi
aplicado presencialmente com os discentes convidados a participar da pesquisa.
Para o universo da pesquisa trabalhou-se com uma amostra de 31 usuários da biblioteca da
UFRA de Parauapebas, vinculados ao curso de agronomia. Os requisitos para a seleção dos
discentes foi: terem vínculo com a faculdade, estar regularmente matriculado na instituição e estar
cadastrado e sem pendências com a biblioteca.
4 RESULTADOS
Observa-se no Gráfico 1 que a maioria dos usuários consultam livros e usam a internet para
suprir suas necessidades informacionais, constatou-se que 50% procuram livros e 33% consultam a
internet.
Gráfico 1 Documentos mais utilizados pelos usuários
Fonte: Os autores.
�No Gráfico 2 mostra-se o resultado do nível de satisfação do usuário com o acervo da
biblioteca, tendo como respostas: 49% dos usuários dizem que atende parcialmente suas
necessidades de informação. 48% dizem que o acervo atende integralmente suas necessidades e
somente 3% não estão satisfeitos com o acervo.
Gráfico 2 Nível de satisfação dos usuários com o acervo da biblioteca
Fonte: Os autores
Quanto à atitude do usuário quando solicita um item informacional que não está existe na
biblioteca observa-se no Gráfico 3 que 62% procuraram um material substituto e somente 14%
procuram o auxílio do bibliotecário, o restante dividem-se da seguinte forma: 11% pede
emprestado a um amigo, 5% desiste, 5% pesquisa em outra biblioteca e 3% compram o material.
Gráfico 3 Atitude do usuário quando o material solicitado não existe na biblioteca
Fonte: Os autores.
�Quando foram indagados quanto ao material não encontrado no acervo da biblioteca e a
informação sobre esse fato, as respostas foram às seguintes: 65% dos usuários são informados que
a biblioteca não possui; 32% dos usuários são informados que material solicitado está emprestado e
apenas 3% encontram-se receberam a informação que o material estava desaparecido (Gráfico 4).
Gráfico 4 Justificativas dadas sobre materiais não encontrados no acervo
Fonte: Os autores.
Quanto aos meios mais utilizados para pesquisar na biblioteca, observou-se que a maior
parte 62% recorrem ao bibliotecário, 23% pedem ajuda aos estagiários, 12% usam o catálogo
online e 3% recorrem a outros meios, conforme Gráfico 5.
Gráfico 5 Meios mais utilizados para pesquisar na biblioteca
�Fonte: Os autores.
Quanto à qualidade do atendimento prestado aos usuários pelos servidores da biblioteca:
65% dos usuários consideram o atendimento Bom, 29% consideram ótimo e apenas 6% dizem
que é regular, como mostra o Gráfico 6.
Gráfico 6 Qualidade do Atendimento aos usuários da biblioteca
Fonte: Os autores.
No que se refere às deficiências apresentadas nos serviços e produtos oferecidos pela
biblioteca: 31% afirmam que a internet é um ponto fraco, pois oscila bastante durante o manuseio,
29% declaram ser a divulgação, como exemplo, as novas aquisições, 19% dizem ser o mal
atendimento na prestação dos serviços, 12% alegam ser o material inadequado e 9% afirmam ser o
material defasado (Gráfico 7).
�Gráfico 7 Deficiências nos serviços e produtos disponibilizados pela biblioteca
Fonte: Os autores.
Quanto à qualidade da informação recebida na biblioteca: 48% dos usuários dizem
que é atualizada, 42% apontam ser incompleta, isto é, há falta de mais opções de fontes de
informação para uma pesquisa mais completa, 7% afirmam ser defasada a informação e 3%
consideram outros tipos que não os mencionados (Gráfico 8).
Gráfico 8 Qualidade da informação recebida na biblioteca
Fonte: Os autores.
Fonte: Os autores.
No Gráfico 9 estão representadas as dificuldades dos discentes durante a sua permanência
na biblioteca: 50% informam ser o barulho, 33% apontam a falta de espaço e 17% outras
dificuldades.
�Gráfico 9 Dificuldades encontradas durante a permanência dos usuários na biblioteca
Fonte: Os autores.
Sobre o empréstimo de material bibliográfico: 68% dos usuários consideram limitado, pois,
estes podem emprestar uma quantidade pequena de materiais. Já 23% dizem ser uma quantidade
suficiente e somente 3% consideram inadequado (Gráfico 10).
Gráfico 10 Empréstimo de material bibliográfico
Fonte: Os autores.
Quanto à classificação geral informada pelos usuários, os conceitos foram os
seguintes: 58% consideram bom, 32% concordam que é regular e somente 10% avaliam como
excelente. Portanto, é preciso que haja melhoria nos serviços e produtos disponibilizados à
comunidade para que alcance a excelência (Gráfico 11).
�Gráfico 11 Conceito atribuído à biblioteca pelos usuários
Fonte: Os autores.
5 DISCUSSÃO
A pesquisa ratificou o a importância de se realizar estudo de usuários nas bibliotecas, pois
permitiu conhecer: quais tipos de materiais informacionais são mais demandados pelos usuários, o
nível de satisfação com o acervo, sua atitude diante do fato de não encontrar a informação desejada
na biblioteca, as justificativas dadas pelos servidores aos usuários diante da não localização do
material, os meios mais utilizados para pesquisar na biblioteca, a qualidade do atendimento aos
usuários da biblioteca, os pontos fracos nos serviços e produtos disponibilizados pela biblioteca, a
qualidade da informação recebida na biblioteca, as dificuldades encontradas durante a permanência
dos usuários na biblioteca, o empréstimo de material bibliográfico e o conceito atribuído à
biblioteca pelos usuários.
Portanto, a realização deste tipo de estudo permitiu conhecer o perfil dos usuários da
faculdade de Agronomia do campus de Parauapebas, as demandas informacionais, os aspectos nos
quais a biblioteca precisa melhorar para melhor atender aos usuários. Os efeitos da pesquisa já são
notáveis na biblioteca do campus de Parauapebas
PA, corroborando o que é descrito na literatura
por Ranganathan (1980), Pereira et al. (1980), Pinheiro (1982), Figueiredo (1994), Vergueiro
(2002), Baptista e Cunha (2007) e Cunha e Cavalcante (2008).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
�As questões sobre estudos de usuários são importantes não só em bibliotecas universitárias,
mas também nos diversos tipos de bibliotecas (especializadas, públicas, escolares, entre outras),
pois como afirma Tarapanoff, Araújo Júnior e Cormier (2000), os estudos de usuários são uma
ferramenta indispensável na gestão de uma biblioteca, pois compreender o comportamento do
usuário e sua opinião são informações estratégicas em uma unidade de informação.
Essa pesquisa revelou aspectos importantes do estudo do usuário na Biblioteca da UFRA de
Parauapebas, como tipos de documentos utilizados, acervo (empréstimo e carências), meios de
pesquisa, atendimento pela equipe da biblioteca, deficiências informacionais e de infraestrutura
tanto física, como tecnológica.
Constatou-se que são necessárias ações para a melhoria dos serviços e produtos oferecidos
pela biblioteca universitária do campus de Parauapebas, conforme foi verificado na pesquisa, pois,
a biblioteca inserida no contexto acadêmico necessita ofertar serviços e produtos com excelência
contribuindo de forma relevante para a formação continuada de seus usuários.
É preciso que haja o aprimoramento nos serviços e produtos oferecidos pela biblioteca
principalmente, no que se refere ao acesso a internet e a divulgação para a comunidade acadêmica
das novas aquisições, realização mais efetiva da disseminação da informação.
Conclui-se que a biblioteca estudada tem desempenhado a sua função de suprir as
necessidades de informação, conforme mostra o nível geral de satisfação dos usuários (58%
consideram Bom e 48% dizem que a informação é atualizada), pois busca formas para conhecer
melhor o seu público objetivando prestar serviços e oferecer produtos que atendam às necessidades
informacionais da comunidade acadêmica. Mas precisa melhorar em aspectos como: internet,
barulho, material a ser emprestado e disseminação da informação para que haja uma excelência na
prestação desses serviços.
REFERÊNCIAS
BAPTISTA, S. G.; CUNHA, M. B. Estudos de usuários: visão global dos métodos de coleta de
dados. Perspectiva em Ciências da Informação, v. 12, n. 2, p. 168-184, maio/ago. 2007.
CAVALCANTE, D. B. F. Usuários da informação: modelos de estudos sobre o comportamento
de busca e uso da informação. 45 f. 2008. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação m
Biblioteconomia) Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN, 2008.
CUNHA, M. B.; CAVALCANTI, C. R. O. Dicionário de biblioteconomia e arquivologia.
Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2008.
�DIAS, M. M.; PIRES, D. Usos e usuários da informação. São Carlos: Edufscar, 2004.
FIQUEREDO, N. M. Estudo de uso e usuários da informação. Brasília, DF: IBICT, 1994.
GONÇALVES, A. L. F. Gestão da informação na perspectiva do usuário: subsídios para uma
política em bibliotecas universitárias. Rio de Janeiro: Interciência, 2013.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamento de metodologia cientifica. 7.ed. São Paulo:
Atlas, 2010.
PEREIRA, M. N. F. et al. A aplicação da técnica do incidente crítico em estudo de usuários da
informação técnico cientifica: uma abordagem comparativa. A contribuição da psicologia para o
estudo dos usuários da informação técnico-científica. Rio de Janeiro: Calunga, 1980.
PINHEIRO, L. V. R. Usuário e informação: o contexto da ciência e da tecnologia. Rio de Janeiro:
LTC, 1982.
RANGANATHAN, S. R. Psicologia e natureza do trabalho dos usuários. In: GOMES, Hagar
Espanha (Org.). A contribuição da psicologia para o estudo dos usuários da informação
técnico-científica. Rio de Janeiro: Calunga, 1980.
SANTOS, W. H.; BARROS, P. L. C. Memórias: um olhar na construção da Universidade Federal
Rural da Amazônia. Belém: UFRA, 2017.
TARAPANOFF, K.; ARAÚJO JÚNIOR, R. H.; CORMIER, P. M. J. Sociedade da informação e
inteligência em unidades de informação. Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n. 3, p. 91-100,
set./dez. 2000. Disponível em: <http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/231/206>.
Acesso em: 22 set. 2011.
VERGUEIRO, W. Qualidade em serviços de informação. São Paulo: Arte e Ciência, 2002.
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
The nature or genre of the resource
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Necessidades informacionais dos discentes da Faculdade de Agronomia da Biblioteca da UFRA do Campus de Parauapebas - PA.
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Martinho, Marcos; Sousa, leticia; Corrêa Jean Pereira; Gomes, Nilzete Ferreira
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda sobre estudo de usuários em uma biblioteca universitária tem como base a pesquisa desenvolvida na biblioteca da Universidade Federal Rural da Amazônia do campus de Parauapebas, localizada no município de Parauapebas-Pará. Apresenta a revisão de literatura com as concepções de alguns autores sobre estudo de uso e usuários em unidades de informação, destacando métodos e/ou técnicas que podem ser utilizadas para analisar o perfil dos clientes e as suas necessidades. A metodologia utilizada e de caráter quantitativo com a utilização de dados estatísticos, o instrumento de coleta de dados foi o questionário com perguntas fechadas aplicados a uma amostra de 31 usuários vinculados à faculdade de Agronomia para saber o grau de satisfação quanto aos serviços e produtos informacionais prestados pela unidade de informação. Os resultados apontaram que 50% têm sua necessidade informacional suprida com a utilização de livros e 33% usam a internet. Quanto à satisfação do usuário com o acervo da biblioteca 49% dos usuários dizem que atende em parte suas necessidades de informação, 48% diz que atende plenamente e somente 3% não estão satisfeitos. Conclui-se que há uma necessidade de melhoria contínua dos serviços e produtos disponibilizados à comunidade acadêmica visando ao atendimento das suas necessidades de informação de forma mais eficiente.
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5833/SNBU2018_231.pdf
7a8d3683a74818e3558fd8245ab0c7da
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Eixo III - Ensino
DE BIBLIOTECA A CENTRO DE APRENDIZAGEM: RELATO DE EXPERIÊNCIA A
PARTIR DA NECESSIDADE DE INOVAÇÃO DA REDE DE BIBLIOTECAS DA UNESP
DE ACORDO COM AS TENDÊNCIAS DE METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO
Resumo: Apresenta breves conceitos sobre metodologias ativas de ensino e a nova função da
biblioteca dentro deste contexto. Relata a trajetória de ações da rede de bibliotecas da Unesp para
diagnosticar a situação atual e identificar ações no sentido de promover as mudanças culturais
necessárias para transformação das bibliotecas em centros de aprendizagem. A partir da aplicação
de questionário foi elaborado ranking das bibliotecas para a escolha de uma unidade a ser
desenvolvida como unidade piloto.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias; Metodologias ativas de ensino; Diagnóstico; Centro de
aprendizagem; Mudança de cultura; Rede de bibliotecas; Unesp
Abstract: It presents brief concepts about active teaching methodologies and the new function of
the library within this context. It reports the trajectory of actions of the Unesp libraries network to
diagnose a current situation and identify meaningless actions to promote as cultural changes
necessary for the transformation of libraries into learning centers. From the application of a
questionnaire, a ranking of the libraries was elaborated to select a unit to be developed as a pilot
unit.
Keywords: University libraries; Active teaching methodologies; Diagnostic; Learning Center;
Change of culture; Library network; Unesp
1 INTRODUÇÃO
Ao pensarmos a atuação das bibliotecas integrada ao desenvolvimento da universidade,
partimos da análise minuciosa do plano de gestão em exercício e de estudos realizados nas áreas
�correlatas a Ciência da Informação e ensino. A partir deste estudo preliminar, evidenciamos a
necessidade de uma mudança conceitual nas bibliotecas que acompanhem as tendências de
mudanças no ensino superior. Alinhados nessa empreitada, a equipe da Coordenadoria Geral de
Bibliotecas, da Rede de Bibliotecas da Unesp-CGB passou a desenvolver estudos sobre novos
conceitos de biblioteca de acordo com as atuais tendências mundiais em bibliotecas universitárias.
Como resultado prévio desses estudos, identificamos que a mudança que almejamos esteja mais
próxima de uma visão de biblioteca ativa em que as bibliotecas são transformadas em centros de
aprendizagem.
Ao compartilhar estas expectativas de mudança junto às unidades da rede de bibliotecas,
deparamo-nos com constantes críticas com relação a atual situação emergente das bibliotecas. As
bibliotecas apontaram recursos materiais e principalmente humanos serem desproporcionais ao
volume de usuários atendidos e serviços prestados. Nesse sentido, surge a necessidade de realizar
um diagnóstico da rede de bibliotecas, pois para saber os passos e os recursos necessários para as
mudanças que pretendemos, precisamos saber onde estamos.
Desta forma, o diagnóstico surgiu como uma demanda da rede de bibliotecas e foi
planejado no sentido de identificarmos o estado da arte das bibliotecas, considerando os recursos
humanos e materiais atualmente disponíveis, serviços prestados, analisados com relação à
população atendida.
A criação do diagnóstico foi concomitante a aplicação de uma série de ações no sentido de
sensibilizar a rede de bibliotecas para a nova empreitada. Dessas ações combinadas à aplicação de
questionário exploratório criou-se um ranking das bibliotecas da rede no sentido de identificar qual
biblioteca poderia ser eleita para a implantação de um projeto piloto.
A seguir fazemos uma análise dos resultados e dos caminhos planejados para a continuação
do processo a partir dos resultados previamente obtidos, da bagagem apreendida e da situação
contextual. O objetivo que pretendemos chegar em longo prazo é um documento com requisitos
mínimos para um centro de aprendizagem e o estabelecimento das ações necessárias para nivelar
todas as bibliotecas da rede dentro desses requisitos mínimos. O presente trabalho apresenta um
relato atual deste processo.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Surge um novo ensino: Metodologias ativas
A tendência do ensino inovador, se considerarmos a história do conceito de universidade,
remonta ao principio do conhecimento universalizado, ideal dos primórdios do conceito de
�universidade. É interessante que se formos analisar, o desenvolvimento da sociedade e das
instituições se dá de forma espiral, onde sempre retomamos conceitos e formas do passado na
construção do futuro.
Muito se evoluiu em teorias da aprendizagem. Porém as instituições de ensino,
principalmente as universitárias são dotadas de relações culturais complexas onde são envolvidos
aspectos como poder, comodismo e conservadorismo. Nesse sentido, trazer para a prática
profissional as metodologias ativas mexe em aspectos culturais e coloca o docente, o discente e o
bibliotecário em uma posição mais ativa com relação às competências que devem adquirir
continuamente para atender as expectativas do novo cenário no ensino.
Dentro das tendências de metodologias ativas de aprendizado que emergem atualmente,
temos o reconhecimento do papel ativo da biblioteca no processo de se alimentar e instigar o
espírito investigativo da comunidade acadêmica, incentivando a busca de conhecimento de forma
ativa, autônoma e criativa e não a absorção passiva de conceitos pré-determinados.
Conhecimento é dinâmico, está em constante mudança, e é vivo. Ele nos leva a questionar o
mundo, questionar os outros, questionar Deus, questionar a realidade. Conhecimento é uma força
que move a economia, as artes e deveria mover os bibliotecários em seu trabalho.
p. 70)
Nesse sentido, surgem no mundo iniciativas no sentido de adequar as bibliotecas
universitárias a esses novos conceitos de ensino. A seguir explicitamos alguns dos conceitos mais
frequentes na literatura atual da área.
2.2 CRAI e learning centers
Segundo Pinto, sales & Osório (2008, p. 243) o Centro de Recursos para Aprendizagem e
Investigação-CRAI é baseado nos ILC (Integrated Learning Centers) anglo-saxónicos. O CRAI é
um passo em frente no que diz respeito à fisionomia das atuais bibliotecas universitárias, uma vez
que ele se refere não apenas a salas de estudo e consulta, mas sobretudo a eficazes sistemas de
informação para localizar qualquer tipo de dado ou recurso de informação, a instalações e meios
para a edição eletrônica, a potentes repositórios de informação científica ou a serviços de apoio
qualificado para a localização e acesso à informação necessária.
A implementação deste modelo, explicam Pinto, Sales e Osório (2008, p. 63), depende de
numerosos fatores, como contexto e características das organizações, as razões estratégicas e
organizativas, a disponibilidade de recursos, a atitude perante a gestão de mudanças, entre outros.
São objetivos do CRAI segundo Pinto, Sales & Osório (2008, p.63) :
�a) Prestar atenção personalizada e responder às necessidades dos utilizadores, sejam eles
docentes, investigadores ou alunos;
b) Coordenar e otimizar todo o conjunto de recursos e serviços que têm dispersas as
instituições ou escolas, e potencialmente pertinentes ou relevantes para o desenvolvimento
das tarefas de docência, de aprendizagem e de investigação;
c) Utilizar as tecnologias da informação e comunicação como instrumentos para a
acessibilidade e organização da informação.
Os termos CRAI e Learning Center aparecem frequentemente na literatura. Trazem
elementos bem semelhantes.
biblioteca, o responsável pelo serviço de informática e o responsável pelo serviço de informação,
com todos os serviços de informação utilizando Tecnologia de Informação e Comunicação,
ocupando o mesmo espaço físico. Com o novo modelo educativo, o estudante deve ser o centro
do sistema educativo. Uma universidade centrada no que o professor ensina deve passar para uma
universidade organizada para que o estudante aprenda. Essa mudança fomentará novas práticas
Esta nova perspectiva origina que se faça uma maior utilização da Biblioteca, exigindo um
trabalho de cooperação de uma grande diversidade de profissionais: bibliotecários, informáticos,
técnicos de outras áreas, assessores pedagógicos, etc. É desejável que um CRAI, ou Learning
Center consiga associar todo o conjunto de serviços e unidades da universidade que servem de
apoio à docência, à aprendizagem e à investigação, como por exemplo: serviços de informática,
serviços de informação e biblioteca, serviços multimídia, serviços de idiomas e tradução, serviços
de apoio à edição e elaboração de materiais docentes, entre outros.
2.3 Redescobrindo a função da biblioteca
Lankes, R. D. (2016, p. 56-57) desmistifica a visão comum de que as bibliotecas na
antiguidade eram depósitos e somente hoje em dia tomam essa nova função de agregadora de
ideias e compartilhamentos.
vários edifícios no local. [...] O prédio principal serviu tanto como dormitório quanto como
depósito. Estudiosos do mundo conhecido foram reunidos e estimulados a conversar e criar. Foi,
de fato, uma das primeiras usinas de ideias e um dos primeiros centros de inovação da história. O
bibliotecário era um dos conselheiros mais próximos dos dirigentes da cidade-
Pensamos que estamos trazendo novos conceitos para biblioteca quando na verdade são
conceitos que surgiram com a origem da biblioteca como instituição. O autor ainda faz uma
�analogia à função da biblioteca e a construção de uma sociedade democrática. Dentro desta
perspectiva, uma sociedade só pode ser democrática se tem acesso a informação e conhecimento.
Observados esses aspectos que envolvem a visão holística da função da biblioteca junto ao
planejamento diante a estrutura organizacional, deve-se adaptar o espaço da biblioteca segundo as
novas tendências no campo educacional. A tendência de uma nova visão construtiva e holística da
educação prescinde da mudança substancial de foco da biblioteca, agora prestando atenção a sua
função social.
Segundo Montgomery(2014, p. 70), a mudança no acesso a informação trouxe a discussão
sobre o propósito da existência das bibliotecas. Nesse sentido, a importância do espaço físico das
bibliotecas está se deslocando das prateleiras para como os estudantes usam o espaço para
Bibliotecas são agora vistas como lugares de identidade e de enraizamento, lugares de
cultura e socialização onde passam a se tornar espaços de representação coletiva, criadoras de
identidade da comunidade que atendem.
A função social da biblioteca pede uma relação entre os suportes informacionais e o público
NA, 2016, p. 240)
Nesse sentido, a biblioteca prescinde de espaço aberto de incentivo ao diálogo e a interação,
alinhados a liberdade, espaço de troca e aprendizado, de lazer e descobertas. A biblioteca deve ser
agregadora das atividades coletivas da unidade. Acolhendo em seu espaço todas as atividades de
socialização já existentes.
3 METODOLOGIA: Trajetória de inovação na rede de bibliotecas da Unesp
3.1 Visitas técnicas
Como forma de melhor compreender os conceitos de inovações em bibliotecas, para assim
conhecer exemplos reais de inovação e absorver boas práticas de atuação, a equipe da
Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB) realizou visitas guiadas em algumas instituições da
cidade de São Paulo. Os locais visitados foram: Biblioteca de Odontologia da Universidade de São
Paulo (Cidade Universitária); Biblioteca do Parque Villa Lobos (Bairro de Alto dos Pinheiros);
�Kroton Educational (cidade de Valinhos); Itaú Cultural (Avenida Paulista); Biblioteca de Medicina
da Universidade de São Paulo (Bairro Clínicas).
Inúmeros pontos foram verificados como ações possíveis de serem implantadas na rede de
bibliotecas da UNESP. Trata-se de ações que podem ou não envolver recursos financeiros, algumas
ações de alto custo financeiro e outras de baixo custo, contudo, o que mais se fez perceptível, foi a
alta necessidade de possuir uma equipe motivada, empática e criativa para atingir os objetivos
propostos de inovação.
3.2 Esquenta Biblioteca
Com o intuito de convidar a rede de bibliotecas para a reflexão e estudo sobre os novos
conceitos que estivemos buscando, const
palestras sobre assuntos que envolvem o tema. Abaixo segue endereço com os links para acessar
integralmente
as
palestras
pelo
site
da
CGB:
http://www.unesp.br/portal#!/cgb/para-
bibliotecarios/espaco-para-informacao/
Todos os funcionários das bibliotecas foram convidados a participar, não se limitando aos
diretores. A participação da rede foi bastante positiva e obtivemos bons feedbacks e participação
ativa e contribuições de boa parte da rede nas discussões e atividades propostas.
3.3 Edital
Na última reunião, de encerramento das palestras do Esquenta Biblioteca, a coordenadoria
da CGB anunciou que, devido à demanda das bibliotecas de recurso para que pudessem
implementar o conceito de centro de aprendizagem, seria disponibilizado um edital com recursos
financeiros para as bibliotecas enviarem projetos de inovação. O edital exigia que se planejassem
ações conjuntas entre biblioteca e ensino, envolvendo necessariamente professores junto à equipe
do projeto. Link acessar o edital na integra: http://www.unesp.br/portal#!/cgb/editais/inovacao-darede-de-bibliotecas-da-unesp/
3.4 Reuniões de Diretores e Bibliotecários: pensar livre e estruturar as ideias
Ao final das palestras foi realizada uma reunião na qual a coordenadora sintetizou alguns
pensamentos provenientes das palestras, e também para que a rede se manifestasse e fornecesse um
feedback sobre as apresentações. Depois, foi definido que o próximo passo seria estruturar tais
ideias provenientes das palestras, aproveitando que os bibliotecários estariam em contato fresco
com o novo conceito e as ideias viriam à tona. Assim, foram propostas 3 etapas de construção para
�culminar na elaboração do planejamento para o ano posterior em prol das questões de inovação,
divididas em três reuniões específicas a fazer.
Assim, cada biblioteca deveria discutir entre os membros da equipe os elementos/atitudes
que devem compor um Centro de Aprendizagem. Tais elementos podiam ser relacionados à
mudança de espaço físico, produtos, serviços oferecidos, habilidades dos profissionais e outros
aspectos que julgarem interessantes. Deveriam elencar quais elementos (ideias) devem compor um
Centro de Aprendizagem. As etapas foram definidas da seguinte forma:
1 Etapa - pensar livre: Apresentar lista de ideias para um Centro de Aprendizagem
2 Etapa - estruturar ideias: Encaixar as ideias nos conceitos e estruturas identificados
na literatura
3 Etapa - plano de gestão: Objetivos/Justificativa/Desafios,
Ações/Metas/Formas de Implementação, Horizonte temporal
Utilizamos esta ação como parte de construção de objetivos estratégicos um trabalho com a
rede de bibliotecas semelhante ao grupo tutorial. Utilizamos de brainstorm seguido de formulação
das ideias. Apresentamos posteriormente as ideias para todos de forma estruturada, excluindo as
ideias repetidas, dando foco no compartilhamento somente das ideias inovadoras. O resultado
desse trabalho integrou a construção do questionário aplicado posteriormente às bibliotecas (parte
de um grande diagnóstico ainda em processo), nas questões referentes a ações de inovação.
3.5 DIAGNÓSTICO
3.5.1 Elaboração do diagnóstico
3.5.1.1 Problema de pesquisa e objetivos
A elaboração do diagnóstico baseou-se preliminarmente na elaboração do problema de
pesquisa onde foram elaboradas perguntas a serem respondidas pela coleta de dados, norteados por
algumas hipóteses e expectativas.
Nesse sentido, procuramos responder se os recursos materiais e humanos necessários para o
andamento dos serviços atuais oferecidos pelas bibliotecas, são suficientes e qual a necessidade de
investimento necessário em cada unidade para projetarmos as ações de inovação pretendidas.
Nesse sentido elegemos metodologicamente os seguintes objetivos:
Objetivo Geral: Apresentar a situação atual das bibliotecas da Rede.
�Objetivos específicos: Apontar problemas-chave que estejam afetando o desempenho da
biblioteca/unidade da informação em geral, e que comprometam ações futuras.
3.5.1.2 Hipóteses e expectativas
Acreditamos que o mapeamento desses recursos em relação ao público atendido nos
permitirá analisar no futuro qual o grau de mudança possível nesses serviços e ou produtos.
Nesse sentido, com base neste documento norteador, construímos as metas constantes no
programa de planejamento anual para a rede de bibliotecas para os próximos anos. As ações foram
divididas em ações de curto, médio e longo prazo, construídas dentro da perspectiva de mudança
de paradigma necessária para a revitalização que almejamos. Levamos durante todo o processo o
esforço de centrar o desenvolvimento dessas ações na função fundamental da biblioteca
transformada em centro de aprendizagem, que é sua função social.
3.5.2 A construção do questionário
O questionário criado para a coleta de dados foi esboçado inicialmente, tomando como
referência, questionários aplicados em diagnósticos de bibliotecas de outras instituições
universitárias brasileiras que encontramos na literatura. A partir desta reflexão e análise das
referências consultadas, construímos uma prévia do que seria o questionário aplicado a rede de
bibliotecas da Unesp com perguntas organizadas inicialmente em 4 eixos principais: recursos;
serviços; público alvo e cultura organizacional. Após esta categorização, trabalhamos no esboço
com a inclusão de questões relacionadas a centro de aprendizagem, oriundas do levantamento
bibliográfico e das sugestões e colaborações da rede de bibliotecas nas etapas do esquenta
biblioteca e reunião de diretores.
Após essa estruturação preliminar, realizamos contratação de estatístico especialista, Prof.
Rogério Mugnaini, para orientar-nos no processo da tabulação e análise dos dados. Ele nos
orientou quanto à organização das questões em dois grandes blocos, um questionário com
perguntas sobre o contexto atual e outro com questões voltadas ao centro de aprendizagem, ou
questões do futuro. Desta forma, o questionário foi dividido em dois grandes blocos, um
serviços voltados ao conceito de centro de aprendizagem, para que resultasse em dados que nos
permitissem projetar as ações futuras. Desta forma, as perguntas ficaram divididas de acordo com a
estrutura apresentada a seguir.
�Centro de aprendizagem - 1 Equipamento
Centro de aprendizagem - 2 Instalações físicas
Centro de aprendizagem - 3 Acervo
Centro de aprendizagem - 4 Serviços
Centro de aprendizagem - 5 Assuntos transversais
Centro de aprendizagem - 6 Cultura organizacional
Retrato atual - 1 Informações gerais
Retrato atual - 2 Público alvo
Retrato atual - 3 Recursos humanos
Retrato atual - 4 Recursos materiais
Retrato atual - 5 Instalações físicas
Retrato atual - 6 Acessibilidade
Retrato atual - 7 Acervo
Retrato atual - 8 Recursos financeiros
Retrato atual - 9 Serviços
Retrato atual - 10 Cultura organizacional
Em seguida a definição das perguntas, foi realizada a criação de um ambiente digitalizado
para o questionário, seguida da categorização da natureza das respostas. Nesta categorização
estruturamos previamente o formato das respostas, tomando como norte a futura tabulação desses
dados. Ex: campo de texto, dado quantitativo, múltipla escolha, sim ou não. Depois a equipe da
CGB elaborou um texto introdutório explicando a finalidade do documento com pequeno glossário
e dois vídeos ilustrativos sobre o que seria um centro de aprendizagem.
Após essa estruturação, o questionário foi enviado a diretores da rede de bibliotecas para
que pudessem analisá-lo previamente e apontar melhorias ou propor alterações. Recebidas e
realizadas as devidas revisões, seguimos para a preparação para o envio definitivo do instrumento
para a rede de bibliotecas.
3.5.3 Aplicação do questionário
O diagnóstico foi enviado para a rede de bibliotecas oficialmente no dia 31 de agosto de
2017, por e-mails endereçados aos diretores de biblioteca. O e-mail continha instruções de
preenchimento. Foram realizadas ligações às unidades que não haviam acessado o questionário,
para confirmar o recebimento do e-mail, e certificar que nenhuma deixou de tomar conhecimento
da aplicação do questionário.
�Infelizmente, apesar de divulgarmos amplamente e contatarmos cada diretor de unidade
sobre a importância do preenchimento, nem todos os diretores responderam o questionário
completamente.
A tabulação e análise dos dados coletados foram limitadas, neste primeiro momento, aos
dados necessários para a escolha de uma biblioteca para aplicarmos o projeto piloto do centro de
aprendizagem na rede de bibliotecas da Unesp. Este recorte foi feito preliminarmente à finalização
do diagnóstico pela necessidade e urgência de se construir o planejamento orçamentário para o ano
seguinte.
3.6 Tabulação dos dados: escolha da unidade para projeto piloto
Com vistas à determinação de ordem prioritária para implantação de um centro de
aprendizagem, buscou-se determinar um ranking das bibliotecas. Para tanto, um conjunto de seis
indicadores foi determinado, a partir das questões do questionário, e cuja forma de cálculo se
apresenta respectivamente:
1. Descontando os funcionários com previsão de aposentadoria, qual biblioteca tem maior
quantidade de funcionários por usuário potencial?
Subtraiu-se do total de funcionários, aqueles com previsão de aposentadoria, e então
dividiu-se pela quantidade de usuários potenciais.
2.
Quais bibliotecas possuem mais parcerias?
Este indicador consistiu da contagem de resposta positiva a quatro questões, quais sejam:
(a) Possui alinhamento (abertura de diálogo) com os gestores da universidade, faculdade,
institutos ou departamentos?
(b) Possui colaboradores com formação ou conhecimento nas áreas dos cursos oferecidos
pelo campus?
(c) Possui ações de capacitação colaborativa com outras bibliotecas da rede?
(d) Recebe recurso financeiro de outras fontes?
3. Quais bibliotecas possuem maior área física (em metros quadrados) destinada aos
usuários?
Considerou-se a metragem informada pelas bibliotecas, sem qualquer cálculo adicional.
4.
Quais bibliotecas possuem o maior horário de funcionamento?
Calculou-se o período de atendimento da biblioteca, subtraindo-se o horário de abertura do
horário de fechamento, e descontando ainda horários sem atendimento ao longo do dia (quando
havia).
�6.
Qual biblioteca com maior quantidade de sim nas questões do questionário
relacionadas ao futuro?
Este indicador consistiu da contagem de resposta positiva às 93 questões da segunda parte
do questionário.
Cada um dos seis indicadores acima permitiu a criação de um ranking das bibliotecas. Em
casos de empate, as bibliotecas tiveram seus respectivos postos (ordem no ranking) substituídos
pela média dos mesmos. Ou seja, se quatro bibliotecas empatadas ocupavam os postos 2 a 5, cada
uma das quatro ficou como posição 3,5. Tal medida visou manter o empate das mesmas, sem
diminuir a amplitude do ranqueamento, que dessa forma se mantém igual ao total de bibliotecas
(35).
Então, determinados os postos que cada biblioteca ocupou nos seis rankings, calculou-se a
média ponderada dos postos, compondo assim um ranking único final. A média foi ponderada
segundo diferentes pesos atribuídos a cada um dos indicadores, sendo respectivamente: 1-0,9; 20,5; 3-1,2; 4-0,9; 5-1,0; 6-0,5.
4 RESULTADOS
4.1 Apresentação da proposta e feedback
Depois de estabelecido o presente ranking, a biblioteca eleita de acordo com os critérios
estabelecidos foi comunicada em reunião com dirigentes de apresentação das propostas
orçamentárias para 2018. O recebimento da notícia, porém, sobre a escolha da biblioteca piloto não
foi positivo pelos dirigentes presentes. O argumento era de que a comunidade naquele campus
talvez não estivesse preparada para uma biblioteca piloto e as inovações propostas.
As críticas foram bem recebidas e analisadas. Observamos que realmente nossa análise
havia se dado somente sobre as condições materiais, gerenciais e culturais das bibliotecas, mas em
momento algum consideramos as características da comunidade local. Ora, se as inovações
propostas prescindem de mudança de cultura, a comunidade local é extremamente importante.
Após a apresentação da proposta e do ranking aos diretores de unidades, recebemos retorno
de algumas bibliotecas que ficaram com nota muito baixa no ranking e seus diretores as cobraram
o porquê. Esclarecemos que algumas notas baixas foram resultado do não preenchimento do
questionário pela biblioteca correspondente, este foi especificamente o caso de 3 bibliotecas. Desta
forma, o questionário foi reaplicado às 3 bibliotecas. Diante deste contexto, o ordenamento foi
reconstruído, assim como o ranking.
�5 DISCUSSÃO
As reivindicações dos bibliotecários no atual contexto de crise financeira mundial é vista
junto a contextualização da sua imagem institucional, resultando na falta de comprometimento da
comunidade e gestores com a biblioteca. A biblioteca passa a perder espaço e investimentos, na
medida em que é vista como secundária. Ora, a biblioteca não angaria recursos para si mesma.
Considerando seu caráter e função, seus investimentos são direcionados a serviço da comunidade.
E porque a comunidade não a enxerga como algo importante e imprescindível?
A noção de integração com a comunidade possibilita um esforço no sentido de criar esse
vínculo. É o que faz com que os usuários reivindiquem melhorias na biblioteca. Mas esse esforço é
característico de tempos atuais?
usar e pelo qual pode pagar, mas que também pode ignorar ou desca
biblioteca faz, e os bibliotecários são membros de pleno direito da comunidade. Bibliotecários
fazem seu trabalho não porque são servidores ou porque precisam criar um produto para ser
consumido pela comunidade, mas essencialmente pelo fato de tornar a comunidade melhor. Os
membros da comunidade não apoiam a biblioteca porque são clientes satisfeitos, mas porque a
biblioteca é parte integrante daquilo que eles são. Esse conceito de biblioteca é análogo ao governo
democrático. [...] Bibliotecas devem ser do povo, não para o povo. Quando um membro da
comunidade entra em uma biblioteca (ou clica nela), deve vislumbrar uma oportunidade de
contribuir, ter
Em concordância com o que vimos na literatura e nas visitas técnicas, obtivemos
consciência de que um dos maiores desafios dentro da implantação de ações como as que
pretendemos _criar um centro de aprendizagem_ é a resistência cultural a mudanças. Para isso
criamos o Esquenta Biblioteca.
Nesse sentido, propusemos em seguida o edital no sentido de viabilizar ações conjuntas
entre docentes e as bibliotecas. A adesão da rede ao edital foi significativa, porém as ideias de
projetos não pareceram muito inovadoras de uma forma geral. Ficou evidente também, pelo
conteúdo dos projetos, que a questão das parcerias também ainda precisa ser incentivada e
desenvolvida dentro de um trabalho específico, voltado a mudança de cultura organizacional.
Pensar um conhecimento universalizado prescinde de mudar a direção de como acreditamos
que o conhecimento é construído e este processo não é rápido ou os resultados das ações
�implantadas é instantâneo. Isso pode ser analisado dentro dos acertos e erros que cometemos até o
momento, o que causa certo retrabalho.
O ranking apresenta as bibliotecas em melhores condições para servirem de projeto piloto.
Os dados, porém, são limitados aos recursos materiais, humanos e organizacionais das bibliotecas
especificamente, faltando no caso, dados sobre a comunidade local para eleger a biblioteca
considerando a totalidade das condições necessárias para esta empreitada.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Dentro das tendências de metodologias ativas de aprendizado, surge o reconhecimento da
necessidade de se alimentar e incentivar o espírito investigativo, a busca de conhecimento e não a
absorção de conceitos pré-determinados.
O caminho percorrido para a construção da proposta nos trouxe bagagem teórica sobre as
inovações propostas, assim como reflexões e rearranjos. Os pontos principais que conseguimos
destacar para o desenvolvimento e investigação são: Desafios na mudança de cultura; Criação de
uma biblioteca piloto e orçamento limitado.
Esses pontos nos trazem as demandas da criação de um estudo de usuário, já previsto como
necessário para a construção do diagnóstico, e a investigação de ações e atividades inovadoras a
serem implantadas em uma biblioteca piloto, que sejam efetivas no sentido de mudança de cultura
e viáveis no sentido da realidade de baixo orçamento da universidade.
Ressaltamos que o presente trabalho não é conclusivo, pois o objetivo de transformar a rede
de bibliotecas em centro de aprendizagem é um processo lento e complexo. Esperamos continuar
avançando nesse sentido a ponto de podermos relatar futuramente a totalidade do caminho traçado
junto ao aprendizado com os nossos acertos e erros.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
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The nature or genre of the resource
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Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
De biblioteca a centro de aprendizagem: relato de experiência a partir da necessidade de inovação da rede de bibliotecas da UNESP de acordo com as tendências de metodologias ativas de ensino.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Costa, Luana Priscila et al.
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta breves conceitos sobre metodologias ativas de ensino e a nova função da biblioteca dentro deste contexto. Relata a trajetória de ações da rede de bibliotecas da Unesp para diagnosticar a situação atual e identificar ações no sentido de promover as mudanças culturais necessárias para transformação das bibliotecas em centros de aprendizagem. A partir da aplicação de questionário foi elaborado ranking das bibliotecas para a escolha de uma unidade a ser desenvolvida como unidade piloto
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5832/SNBU2018_230.pdf
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Eixo III - Ensino
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA EM BIBLIOTECONOMIA: REFLEXÃO SOBRE
UMA METODOLOGIA DE ENSINO
ENTREPRENEURSHIP EDUCATION IN LIBRARY SCIENCE: THINKING ABOUT
TEACHING METHODS
Resumo: Este estudo aborda a temática da educação empreendedora no curso de Biblioteconomia
da Universidade Federal da Paraíba. O quadro teórico adotado se concentra nos estudos que
demonstraram os aspectos que influenciam a intenção dos individuos para empreender. Enfatiza-se
que o ambiente institucional influencia nessa intenção. Em outras palavras, a educação
empreendedora oferecida nos cursos de graduação influencia na intenção dos estudantes para
iniciar um negócio. Trata-se de uma pesquisa de natureza documental e qualitativa que teve como
objetivo identificar quais são as disciplinas de gestão e/ou empreendedorismo que estão
contempladas no Projeto Político Pedagógico do curso. Os resultados da pesquisa revelaram que o
curso não foca na formação empreendedora de seus estudantes. O ambiente institucional analisado
necessita de um plano específico de formação empreendedora, de desenvolvimento de uma cultura
de competitividade e de valorização da profissão do bibliotecário nos estudantes de
biblioteconomia. A partir da análise desses resultados foi possível propor um conjunto de ações
para a criação de um programa de ensino de empreendedorismo adaptado para os cursos que não
possuem como objetivo principal a formação empresarial. Conclui-se com uma reflexão sobre um
modelo de ensino de empreendedorismo que auxilie os discentes a desenvolverem o potencial
profissional inovador.
Palavras-chave: Educação empreendedora. Empreendedorismo. Biblioteconomia.
Abstract: This study aims is the entrepreneurial education in library science at the Federal
University of Paraíba. The theoretical framework focuses on the studies that have demonstrated the
aspects that influence the individuos intention. The institutional environment influences this
intention. In other words, the entrepreneurial education offered in undergraduate courses influences
students' intent to start a business. This is a qualitative research that aimed to identify which are the
management and / or entrepreneurship courses that are contemplated in the Library Science
�Program. The results shows that the Program does not focus on the entrepreneurial training of its
students. The institutional environment analyzed requires a specific plan of entrepreneurial
education, the development of a culture of competitiveness and the valorization of the library
science students. From the analysis of these results it was possible to propose a set of actions for
the creation of an entrepreneurship education program adapted for the courses that dont have as
main objective the business training. It concludes with a reflection on a teaching model of
entrepreneurship that helps students to develop innovative professional potential.
Keywords: Entrepreneurship education. Entrepreneurship. Library science.
1 INTRODUÇÃO
O empreendedorismo é visto como um estímulo para crescimento da economia,
inovação, emprego e criação de empresas (GERBA, 2012). Entretanto, empreender em
biblioteconomia é se posicionar de forma contrária a visão tradicional que predomina nesta área.
Os bibliotecários atuam sobretudo em espaços tradicionais (SPUDEIT, 2016), porém, eles
podem e devem modificar esta perspectiva e avançar para uma proposta mais inovadora.
Estimular a criação de pequenas empresas na área de informação, através da educação
empreendedora, pode contribuir nesse processo de mudança de comportamento.
Romeiro e Spudeit, (2016) realizaram um mapeamento para identificar a oferta de
disciplinas sobre empreendedorismo nas faculdades de Biblioteconomia no Brasil e o resultado é
alarmante, apenas seis dentre as trinta e oito faculdades brasileiras de Bilioteconomia
consultadas oferecem esta disciplina em suas estruturas curriculares. Nesse caso, propor um
programa de ensino adaptado e voltado para a formação empreendedora dos estudantes de
Biblioteconomia, para sensibilizá-los a explorar as suas ideias no mercado, é uma forma de
contribuir para o desenvolvimento de novos negócios. Nesse contexto, o nosso questionamento é
o seguinte: que metodologia de ensino poderíamos adotar (na graduação) para sensibilizar,
capacitar e acompanhar os estudantes para a criação da sua própria empresa?
de treinamento facilitam o desenvolvimento
atmosfera de sensibilização e de formação empreendedora é uma forma de associar o
conhecimento técnico dos estudantes com as competências de gerenciamento necessárias para
abrir e manter um negócio. A literatura reforça a tese que o ambiente de formação profissional
pode influenciar a intenção empreendedora dos estudantes (VENKATARAMAN, 1997;
KRUEGER, 1993; CRANT, 1996; MATTHEUS E MOSER, 1995; AUTIO et al., 2001;
GOETHNER et al, 2012; SCHLAEGEL et al., 2013). Portanto, a revisão da literatura desta
�pesquisa é baseada nos estudos que demonstraram os aspectos que influenciam a intenção
humana (SHAPERO, 1982; AJZEN, 1991; LIÑÁN, 2008; GERBA, 2012; DABIC et al., 2012).
Assim, as competências para empreender podem ser adquiridas (KURATKO, 2005). A
educação empreendedora é um dos fatores ligados ao contexto que podem influenciar nantenção
empreendedora podem possuir uma intenção de empreender maior do que aqueles que não
CHEN, 2009). Portanto, este estudo visa contribuir nas pesquisas sobre educação
empreendedora, bem como na reflexão sobre o desenvolvimento de uma metodologia de ensino
do referido tema em cursos que não têm como objetivo a formação empresarial, como é o caso
do curso de Biblioteconomia.
2 INTENÇÃO EMPREENDEDORA: explorando os conceitos
De
possui a intenção para realizar algo, existem fatores que influenciam o processo antes de existir
No que se refere à abertura de um negócio, a intenção recebe influência de diferentes
variáveis, portanto, existem vários fatores que influenciam essa intenção. Por exemplo, as
dificuldades percebidas para obter financiamentos para abrir uma empresa podem afetar
negativamente à intenção de empreender (ROPER E SCOTT, 2009). Assim, de um lado o
empreendedorismo é um processo dinâmico de criação de riqueza, realizado por uma ou mais
1993; Kolveired, 1996; Fayolle
et al., 2006). Em outras palavras, fatores endógenos e exógenos influenciam essa dinâmica.
Nesse contexto, o empreendedorismo pode ser mensurado de duas formas: o empreendedorismo
atual e a intenção de empreender. O primeiro representa as pessoas que possuem sua própria
empresa e a outra se refere às pessoas que possuem a intenção de abrir uma empresa.
A literatura apresenta elementos importantes que influenciam a intenção empreendedora,
sendo estes ligados ao contexto e as crenças pessoais. Segundo North (1990), Institutional
environment, o ambiente ou estrutura institucional é um conjunto de crenças, normas e valores
�de um país, os quais são compartilhados pela maioria dos indivíduos em uma sociedade e que
estão em interação com o conjunto de leis, normas e regulamentos que operam no país. Em
outras palavras, é um contexto de interação contínua entre instituições informais com as
instituições formais. Assim, as intenções e o comportamento dos indivíduos estão incorporados
ao contexto institucional o qual eles estão inseridos, ou seja, o contexto influencia diretamente
as decisões dos indivíduos (DEQUECH, 2003). O comportamento de empreender pode ser
encorajado quando o ambiente aprova esta escolha (LIÑÁN, 2008). Inclusive quando o
ambiente proporciona a educação empreendedora (GERBA, 2012). Vários autores estudaram a
influência do ambiente no comportamento das pessoas. Segundo Dabic et al., (2012) os modelos
mais aceitos no estudo das intenções são os de Shapero, (1982) e o de Ajzen, (1991).
3 MODELOS DE ESTUDO DA INTENÇÃO HUMANA
A intenção humana é estudada em diversos modelos de pesquisa, apresenta-se aqui,
alguns modelos que exploram a intenção empreendedora em suas concepções. Shapero, (1982),
Entrepreneurial event model, argumenta que as intenções empreendedoras são diretamente
moldadas por um mix de fatores ligados ao contexto bem como ao indivíduo, ou seja, pela
viabilidade percebida, pela conveniência da atividade empresarial e pela propensão para agir.
Ajzen, (1991), desenvolveu a TPB-Theory of planned behavior (teoria do
comportamento planejado) e se concentrou em explicar o comportamento humano com base nas
crenças que compõem a intenção, elemento fundamental e que precede a ação. A intenção é o
melhor precursor do comportamento planejado (BAGOZZI ET AL. 1989; KIM E HUNTER,
1993). A TPB é utilizada na maioria dos estudos sobre intenção empreendedora (Engle et al.
2010). Esta teoria se revela robusta e relevante para explicar a intenção empreendedora como
precedente para a criação de start-up como demonstrado nos estudos de (BAGOZZI ET AL.,
1989; KIM E HUNTER, 1993; BUSENITZ E BARNEY, 1997; LIÑÁN E CHEN, 2009;
IAKOVLEVA ET AL., 2011; KAUTONEN VAN GELDEREN E FINK, 2013).
Ajzen, (1991) considera três fatores fundamentais que compõem a intenção são eles: 1).
As crenças comportamentais, elas representam a ligação entre interesse dos resultados esperados
com o comportamento. É a probabilidade subjetiva de que o comportamento produzirá um
determinado resultado. 2). As crenças normativas representam a pressão social percebida ao se
comprometer ou não em um comportamento. É determinada pelo conjunto total de crenças
normativas acessíveis sobre as expectativas de referências importantes. 3). As crenças de
controle, elas têm a ver com a presença percebida dos fatores que podem facilitar ou impedir a
�realização de um comportamento. Todas elas exercem uma forte influência na intenção e
consequentemente no comportamento do indivíduo.
O comportamento aqui analisado é o ato de abrir um negócio ou as ações realizadas para
a abertura de um negócio (criação de um plano de negócios, formação, financiamento, etc.).
Ambos os modelos apresentam a intenção como elemento que antecede o comportamento
empreendedor, (DABIC et al., 2012). As duas teorias apresentam elementos similares para
explicar o comportamento. Segundo Liñán e Santos, (2007) a viabilidade percebida se alinha
com crenças de controle e a conveniência percebida com as crenças comportamentais em
relação ao comportamento.
Outros estudos ligados ao Entrepreneurial exposure focam na exposição ou experiência
empresarial para explicar a intenção de empreender dos indivíduos (VENKATARAMAN, 1997;
KRUEGER, 1993; CRANT, 1996; MATTHEUS E MOSER, 1995; AUTIO ET AL., 2001;
GOETHNER et al, 2012). Em outras palavras, esta teoria também se baseia no contexto em que
o indivíduo está exposto (role models) como elemento que exerce um papel fundamental na
intenção de empreender. A exposição empreendedora está diretamente ligada ao contexto
empreendedor o qual o indivíduo está inserido, bem como, as experiências empreendedoras que
ele obteve (Bandura, 1977; Latham e Saari, 1979). Assim, influências diretas dos pais, de
amigos que abriram uma empresa ou até experiência de trabalho em uma empresa recém-criada
são fatores que influenciam na intenção de empreender (KRUEGER, 1993).
Os fatores individuais, segundo Ashley-Cotleur et al., (2009) são variáveis demográficas
(gênero e família background) atitudes, valores ou fatores psicológicos também influenciam o
comportamento dos indivíduos.
A cultura do país é mais uma dimensão importante e que interfere na intenção de
empreender (ENGLE ET AL., 2011; AUTIO et al., 2001; MUELLER E THOMAS, 2001;
MUELLER, ZAPKAU E SCHWENS, 2014). O comportamento das pessoas difere muito
segundo a cultura do país (HOFSTEDE, 1980). Em culturas individualistas as pessoas valorizam
muito a liberdade, a autonomia e a independência. Nas culturas coletivistas a relação e a coesão
com os membros do grupo é muito valorizada, nesse caso, a opinião do grupo tem uma grande
influência no comportamento do indivíduo (MUELLER, ZAPKAU E SCHWENS, 2014).
Segundo Hofstede et al., (2010) a cultura é um fenômeno coletivo compartilhado entre as
pessoas que vivem em um mesmo ambiente social. Fatores como hierarquia, individualismo
versus coletivismo, aversão à incerteza, gênero, etc. foram bastante utilizados na literatura para
explicar a intenção empreendedora em diferentes culturas (HOFSTEDE, 1980; HAYTON et al.,
2002).
�Finalmente, as teorias aqui citadas tentam explicar a relação dinâmica entre diversos
fatores que são importantes e influenciam os indivíduos com as suas características pessoais na
intenção de empreender. A educação empreendedora é um dos fatores ligados ao contexto e que
influencia o indivíduo, como já citado acima. Entretanto, como as teorias foram baseadas em
estudos realizados na sua maioria em países desenvolvidos, entendemos que realizar os estudos
sobre o tema considerando as particularidades dos países em desenvolvimento é um desafio
motivante.
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
A escolha da metodologia desta pesquisa foi realizada em coerência com o objetivo do
estudo. Nesse contexto, quantos aos objetivos trata-se de uma pesquisa exploratória, a qual permite
ao autor explorar um assunto que ainda é desconhecido ou pouco explorado (GIL, 2008). Esta
pesquisa possui também um caráter qualitativo, ou seja, um método que permite identificar em
detalhe elementos importantes sobre a problemática em estudo.
4.1 Objeto de estudo
Este estudo é de natureza documental, investiga o Projeto Político Pedagógico (PPP) do
curso de biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), focando nas disciplinas de
gestão e/ou de empreendedorismo existentes neste documento. Sabe-se que quando se trata de
cursos
outra, encontram-se alguns cursos que enfatizam a formação de empreendedores nos seus projetos
políticos pedagógicos e outros que não o fazem. Isso é independente da área de conhecimento.
4,2 Coleta de dados
A coleta de dados foi realizada através de pesquisa documental e bibliográfica. Os
documentos pertinentes do curso de Biblioteconomia e o Projeto Político Pedagógico (PPP) foram
analisados, bem como a literatura sobre educação empreendedora, estas fontes formaram a base de
pesquisa deste projeto.
�5 RESULTADOS
Para identificar as disciplinas de gestão e/ou empreendedorismo que estão contempladas
no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba, analisou-se o Projeto Político
Pedagógico atual do referido curso.
O Projeto Político Pedagógico do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal da
Paraíba, não expressa à formação empreendedora nos seus objetivos, porém, apenas um coloca
em evidência a importância de atender as mudanças do mercado: desenvolver nos alunos
capacidades para aplicar seus conhecimentos de forma independente e inovadora, para atender
as exigências do mercado de trabalho. Pode-se entender que este objetivo engloba a formação
empreendedora, entretanto, as disciplinas ofertadas em gestão e/ou empreendedorismo
contempladas no Projeto Político Pedagógico do curso não sustentam esse entendimento.
No quadro 1, observa-se que o curso de biblioteconomia da Universidade Federal da
Paraíba, possui a seguinte estrutura pedagógica no tocante às disciplinas ligadas a gestão e/ou
empreendedorismo:
Quadro 1- Disciplinas ofertadas em gestão e/ou empreendedorismo
Disciplinas de formação
Disciplinas complementares
Disciplinas complementares
básica (Profissional)
(Obrigatórias)
(Optativas)
Gestão da Informação e do
Marketing em
Conhecimento
Informação
Organização,
Métodos
Planejamento de Unidades de
Informação
em
Unidades
Sistemas
de
e de Empreendedorismo
Unidades
Informação
Princípios de Administração
Aplicados em Unidades de
Informação
Teoria Geral da Administração
Fonte: Dados da pesquisa (2017)
Os critérios adotados para inserção destas disciplinas no quadro acima foi o conteúdo das
ementas em administração e/ou em empreendedorismo. As disciplinas de formação técnica em
biblioteconomia não foram objeto de análise deste estudo.
Observa-se no Quadro 1, que as disciplinas em gestão são disciplinas conceituais de
caráter geral ou histórico em Administração com pouca ênfase na formação de um negócio,
�gestão de riscos, gestão de projetos, gestão de recursos humanos, finanças, etc. Estas disciplinas
estão sobretudo focadas na organização da informação, processos e fluxos. Percebe-se, nas
ementas, uma falta de visão global do negócio ou da unidade de informação dentro da
organização a qual ela está inserida. Não se pretende formar administradores, porém, com sete
disciplinas destinadas ao ensino da gestão, entende-se que a oferta de disciplinas com ênfase no
negócio e no mercado é fundamental para que se desenvolva uma visão empresarial nos
estudantes. A disciplina estratégica como Empreendedorismo, está sendo ofertada como
optativa, o que não favorece o desenvolvimento do perfil empreendedor no curso.
6 DISCUSSÃO
A literatura enfatiza que as preferências dos individuos exerce um papel importante em suas
escolhas, bem como a sua percepção sobre determinado assunto (DEQUECH, 2003). Nesse
contexto, criar um ambiente favorável para o entendimento e formação do empreendedorismo pode
criar uma percepção positiva de viabilidade dos negócios nas pessoas (ROPER E SCOTT, 2009).
O desenvolvimento de uma cultura focada na formação de empreendedores associados a
experiências de empresários, familiares e amigos contribui para o surgimento de ideias e de criação
de empresas (VENKATARAMAN, 1997; KRUEGER, 1993; CRANT, 1996; MATTHEUS E
MOSER, 1995; AUTIO ET AL., 2001; GOETHNER et al, 2012).
A partir dos resultados, sugerimos a elaboração de um programa de ensino adaptado e
voltado para a formação empreendedora dos estudantes dos cursos de Biblioteconomia da
Universidade Federal da Paraíba:
Criar um núcleo de formação empreendedora no departamento de ciência da informação,
focar na conscientização, formação e acompanhamento para o desenvolvimento de
negócios na área.
Rever as ementas das disciplinas em gestão e em empreendedorismo;
Explorar diferentes mídias para a divulgação das competências do bibliotecário e no seu
papel estratégico dentro de qualquer organização mesmo que esta não possua uma
biblioteca;
Realizar uma revisão sistemática da literatura referente aos conceitos, aplicações e
desafios do ensino do empreendedorismo em outras universidades no Brasil e no mundo
e criar um manual de boas práticas;
Aumentar a oferta de disciplinas na área de empreendedorismo, gestão de riscos,
�finanças, gestão de projetos, pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços entre
outros, sejam elas, ofertadas internamente ou em parcerias com outros departamentos
como Administração, Economia, Gestão pública;
Criar um banco de dados de boas práticas em empreendedorismo para estimular o
desenvolvimento de um plano institucional de ensino do empreendedorismo adaptado ao
contexto dos cursos estudados, considerando a formação acadêmica e especificidades
ligadas aos cursos analisados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os estudantes de Biblioteconomia ainda são formados com certa ênfase para realização
de atividades de processamento técnico e afins, com uma visão mais tradicionalista, e isto
significa que estes alunos precisam ser motivados para inovar, caso contrário, encontrarão mais
dificuldades para tal, bem como serão mais resistentes às mudanças que vem surgndo no campo
profissional. Diante desta perspectiva, associado a um mercado instável, estes futuros
profissionais devem sair de suas zonas de conforto para aprimorar suas habilidades e criar suas
próprias chances de se inserirem no mercado de trabalho. Trazendo este enfoque para o contexto
situacional hodierno, ainda caracteriza-se como um desafio empreender na área de
Biblioteconomia. Desta maneira, podemos inferir que, a educação empreendedora oferece
possibilidades, ferramentas e mecanismos que se caracterizam como essenciais, para que o
indivíduo se torne um empreendedor.
Assim, o desenvolvimento de uma cultura empreendedora nos cursos de graduação em
biblioteconomia é de fundamental importância para o desenvolvimento do profissional, do
mercado e da economia local. Entretanto, um conjunto de ações é necessário para iniciar este
processo. O ambiente institucional o qual o indivíduo está inserido exerce um impacto grande na
sua percepção de empreender, portanto, a educação empreendedora se revela estratégica nesse
processo para formar e reduzir as dificuldades percebidas existentes nos estudantes.
Como pista de pesquisa para futuros estudos, sugerimos inserir para análise, as grades
curriculares e os Projetos Políticos Pedagógicos dos cursos de biblioteconomia de outras
universidades para que seja criado um perfil regional ou nacional e também inserir os cursos de
arquivologia e museologia, para comparar essas áreas que estão inseridas na ciência da
informação.
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�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Educação empreendedora em Biblioteconomia: reflexão sobre a metodologia de ensino.
Creator
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Bandeira, Lucilene Klenia Rodrigues; Silva, Walmir Rufino da;Castro, Rebeka Bruna Azevedo de
Coverage
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este estudo aborda a temática da educação empreendedora no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal da Paraíba. O quadro teórico adotado se concentra nos estudos que demonstraram os aspectos que influenciam a intenção dos individuos para empreender. Enfatiza-se que o ambiente institucional influencia nessa intenção. Em outras palavras, a educação empreendedora oferecida nos cursos de graduação influencia na intenção dos estudantes para iniciar um negócio. Trata-se de uma pesquisa de natureza documental e qualitativa que teve como objetivo identificar quais são as disciplinas de gestão e/ou empreendedorismo que estãocontempladas no Projeto Político Pedagógico do curso. Os resultados da pesquisa revelaram que o curso não foca na formação empreendedora de seus estudantes. O ambiente institucional analisado necessita de um plano específico de formação empreendedora, de desenvolvimento de uma cultura de competitividade e de valorização da profissão do bibliotecário nos estudantes de biblioteconomia. A partir da análise desses resultados foi possível propor um conjunto de ações para a criação de um programa de ensino de empreendedorismo adaptado para os cursos que não possuem como objetivo principal a formação empresarial. Conclui-se com uma reflexão sobre um modelo de ensino de empreendedorismo que auxilie os discentes a desenvolverem o potencial profissional inovador
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pt
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70027b879a450c52fac28d95b48ac056
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Eixo III - Ensino
EDUCAÇÃO DO USUÁRIO E COMPETÊNCIA INFORMACIONAL: NOVOS APORTES
PARA O TREINAMENTO DE USUÁRIOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
USER EDUCATION AND INFORMATIONAL COMPETENCE: NEW CONTRIBUTIONS FOR
USER TRAINING IN UNIVERSITY LIBRARIES
Resumo: A valorização da informação, a grande quantidade de dados disponíveis na atualidade e
os avanços tecnológicos auxiliaram a mudança de comportamento dos usuários de bibliotecas
universitárias em relação à autonomia e busca de informação. Estas mudanças também refletiram
em transformações na atuação da biblioteca universitária e no planejamento de suas ações, que
podem ser sentidas de diferentes maneiras em suas atividades, em especial nas unidades que se
propõem a ser agentes de sustentabilidade institucional. O bibliotecário, como educador, deve
auxiliar o usuário a lidar com as novas tecnologias existentes e também estimular a aprendizagem
contínua. Com o intuito de capacitar os novos usuários de graduação sobre o uso da biblioteca e
seus serviços, bem como introduzi-los ao uso dos recursos e ferramentas que lhe serão úteis para as
necessidades imediatas e também pela vida toda, a biblioteca reformulou o seu tradicional
treinamento de ingressantes, adotando novos conceitos de educação do usuário e competência em
informação, além de usar como meio a educação à distância. Como resultados, o número de
ingressantes cadastrados aumentou, a inserção destes usuários no ambiente da Biblioteca foi mais
rápida e foi observada maior autonomia entre os alunos treinados no uso dos recursos da
Biblioteca.
Palavras-chave: Educação do usuário. Treinamento de usuários. Competência em Informação.
Ensino a distância.
Abstract: The value given to information, the huge quantity of data recently available and the
technological advances helped to change universit
and planning of its actions, which can appear differently in its activities, especially in the units
which aim at being institutional sustainability agents. The librarian, as an educator, should help the
user to deal with the new existing technology and should also stimulate the continuous learning.
Aiming to enable the new undergraduate users to use the library and its services and introducing
them to the use of resources and tools which will be useful for their immediate necessities and also
�new concepts of u
environment was faster and it was observed a greater autonomy among the students trained in the
Keywords: User education. User training. Information literacy. Distance learning.
Introdução
A valorização da informação, a grande quantidade de dados disponíveis na atualidade e os
avanços tecnológicos auxiliaram a mudança de comportamento dos usuários de bibliotecas
universitárias em relação à autonomia e busca de informação. Estas mudanças também refletiram
em transformações na atuação da biblioteca universitária e no planejamento de suas ações, que
podem ser sentidas de diferentes maneiras em suas atividades, em especial nas unidades que se
propõem a ser agentes de sustentabilidade institucional.
Uma das atividades impactadas diretamente por estas mudanças foi a educação do usuário
que, de forma irrestrita, foca na preparação do usuário para o uso dos recursos disponíveis em uma
unidade de informação, mas, e também, em uma preparação mais ampla e complexa, que
compreende o desenvolvimento da competência em informação, para atender uma determinada
necessidade informacional e para a aprendizagem ao longo da vida.
As bibliotecas têm se valido de diversas alternativas para efetivar suas ações de educação
de usuários e desenvolvimento da competência em informação em suas comunidades acadêmicas.
Uma das modalidades utilizadas pelas bibliotecas universitárias, com eficiência, é educação à
distância, que prevê a mediação didático-pedagógica, dos processos de ensino e aprendizagem, que
precisam ser realizados pelas unidades de informação, ocorrendo, deste modo, com o uso das
tecnologias de informação e comunicação.
Mas, ao destacar as necessidades do usuário e os benefícios que o ensino a distância
oferece, os bibliotecários precisam buscar, integrar e compartilhar os recursos informacionais e
tecnológicos (PIZZANI, 2011) e promover o desenvolvimento da competência em informação
também para si mesmos, ou seja, desenvolver-se melhor, para assim ter plenas condições de
oferecer boas ações em sua comunidade.
Consciente desta situação, a Biblioteca da Faculdade de Ciências em Letras (FCLAr), da
Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus de Araraquara, foi realizando, no decorrer dos
anos, algumas ações para capacitar sua equipe no desenvolvimento da competência em informação,
para que os mesmos estivessem preparados para realizar as ações com vistas ao desenvolvimento
de competências em sua unidade.
�promoção das fontes de informação científicas e desenvolvimento da competência em
Gabriela Belmonte de Farias, da Universidade Federal do Ceará. Além desta capacitação,
introdutória e generalista, outras formas de desenvolvimento foram estimuladas. A diretora,
responsável pela atual gestão, tornou-se doutoranda em Ciência da Informação, com foco na área
de estudo da Competência em Informação e foi convidada a fazer parte do Grupo de trabalho de
Competência Informacional, vinculado a Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB) da
Universidade e do Grupo de Estudos de Comportamento e Competências Informacionais da Unesp
Marília, responsável por estudar e estabelecer políticas de competência em informação para a
rede de bibliotecas da Unesp.
Ou
oferecido pelo NEaD (Núcleo de Educação a Distância) da Universidade Estadual Paulista (Unesp)
(BATISTA, et al, [20--]).
Com os conhecimentos adquiridos, a equipe da Biblioteca desenvolveu, para o treinamento
de ingressantes de 2015, um curso a distância, utilizando como objeto de aprendizagem a
plataforma Moodle. O objetivo do curso era capacitar os novos usuários de graduação sobre o uso
da biblioteca e seus serviços, bem como introduzi-los ao uso dos recursos e ferramentas que lhe
serão úteis para as necessidades imediatas e também pela vida toda.
Esse trabalho apresentará o curso desenvolvido pela equipe da Biblioteca da FCLAr,
detalhando suas etapas de desenvolvimento, execução e avaliação, a experiência com o usuário e as
oportunidades futuras.
Iniciaremos pelo embasamento teórico que sedimentou a proposta.
Revisão de literatura
As bibliotecas universitárias têm um papel fundamental na educação dos usuários,
desenvolvendo programas de educação para promover habilidades relacionadas com localização,
seleção, acesso e utilização da informação (MELO et al., 2014).
O bibliotecário deve auxiliar na capacitação do usuário para lidar com a explosão
informacional e com as novas tecnologias existentes, ou seja, precisa ser muito mais que ponte
entre a informação e o usuário, precisa além de tudo, estimular a sua aprendizagem contínua.
�Melo et al. (2014) destaca que o bibliotecário, em frente a essa nova realidade, passa a ser
um mediador da informação, no qual ele ensina o usuário a utilizar as ferramentas informacionais,
possibilitando assim a busca e recuperação da informação e desenvolvendo a competência em
informação. Carvalho (2008) ressalta que nesse sentido o papel do profissional da informação
mudou, e passou a ser de educador, porque ele ensina os usuários a lidar com a informação de
forma efetiva.
competências que uma pessoa possui para identificar a informação, manipular fontes de
informação, elaborar estratégias de busca e localizar a informação, bem como avaliar as fontes de
-Lahera (2007) expõe que as competências informacionais são formadas por um
conjunto de conhecimentos, atitudes e habilidades imprescindíveis para o trato informacional e
para o processo formativo do indivíduo. Além disso, essas são indispensáveis para o
desenvolvimento contínuo ligado ao conceito de aprender a aprender e para formar o pensamento
crítico deste mesmo indivíduo. Sendo assim, as competências informacionais podem ser
consideradas fundamentos da vida prática e produtiva na Sociedade da Informação, conforme
descrito por Alves (2016, p. 46):
[...] podemos concluir que, em linhas gerais, a Competência Informacional pode
ser descrita como um processo de ensino-aprendizagem que abrange o indivíduo
ou determinado coletivo e tem como objetivo a otimização de conhecimentos, de
habilidades e de atitudes (informáticas, comunicativas e informativas) para lidar
de forma adequada e eficiente com a informação em diferentes contextos e
formatos. Para tal, é necessário realizar operações mentais complexas, capazes de
equilibrar as dicotomias advindas da prática e da teoria, da técnica e da
sensibilidade, dos direitos e dos deveres, do individual e do coletivo e do cidadão
e da sociedade. O indivíduo, competente em informação, deve ser capaz de usar
uma gama de recursos disponíveis de forma crítica, consciente e comprometida
para satisfazer suas necessidades informacionais em diferentes contextos.
A American Library Association (ALA) apresenta os requisitos básicos para a pessoa ser
competente em informação são: saber buscar, avaliar, filtrar e usar a informação (FARIAS, 2014).
Além disso, a American Associations School Librarians (AASL) destaca que a competência em
informação capaci
2014, p.21).
Essa nova realidade da sociedade e o novo perfil dos usuários, foi ratificada em diversos
documentos, como a Declaração de Maceió sobre a Competência em informação (2011), Manifesto
de Florianópolis sobre a Competência em Informação e as populações vulneráveis e minorias
�(2013) e Carta de Marília (2014) e aos novos documentos da ALA e ACRL (2015). Nesse contexto
a competência em informação e a criatividade assumiram uma importante função na sociedade do
conhecimento (FARIAS, 2014) e estimularam as bibliotecas a agir de maneira diferenciada para
atender esta nova demanda.
A biblioteca universitária é um ambiente que deve constantemente reavaliar as suas
atividades para estar sempre em sintonia com as necessidades de sua comunidade usuária
(SANTOS; GOMES; DUARTE, 2014). Dessa forma, deve ser um espaço ideal para as ações que
propiciem o desenvolvimento da Competência Informacional e de mediação da informação.
Segundo Caregnato (2000, p.48):
Bibliotecas acadêmicas desempenham um papel central no processo educacional;
além de apoiar a pesquisa, o ensino e o aprendizado através da provisão do acesso
a informação, elas também devem oferecer serviços voltados para o aprendizado
de métodos e técnicas de uso da informação e exploração dos recursos
informacionais, tanto para atividades relacionadas ao curso imediato de estudo
quanto para as necessidades da vida profissional futura.
Como dissemos as bibliotecas têm utilizado várias alternativas para realizar suas ações de
educação de usuários e desenvolvimento da competência em informação e, dentre elas, destaca-se
educação à distância.
A utilização do ensino a distância visa a democratização do ensino, frente a explosão
informacional. Dessa forma, as bibliotecas conseguem ter apoio na educação a distância para
capacitar seus usuários e estimular a autoaprendizagem (RONCHESEL; PACHECO, 2008). De
acordo com Moran (1998) é importante educar para a autonomia, porque dessa forma, cada pessoa
encontrará seu próprio ritmo de aprendizagem.
informação e comunicação e o uso da Internet como ferramenta do processo de ensinoaprendizagem, as bibliotecas devem considerar a educação a distância como uma oportunidade
capazes de pesquisar os recursos informacionais à sua disposição, desenvolvendo assim,
competências e habilidades que resultem na construção de conhecimentos (CÓRDOBA
GONZÁLEZ, 1998).
Conscientes da importância da educação de usuários, do desenvolvimento das competências
em informação e com o intuito de tornar o usuário independente em suas pesquisas e atividades
informacionais, a Biblioteca da FCLAr elaborou o treinamento de calouros de 2015 num ambiente
digital, através do software Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment),
�que é um ambiente de aprendizagem a distância que foi desenvolvido pelo australiano Martin
Dougiamas em 1999. O sistema é um software livre e gratuito e possui várias ferramentas como:
fóruns, diários, chats, questionários, textos wiki, etc. O uso destas tecnologias, como aponta Torres
e Silva (2008) apresenta vantagens como: independência geográfica do aluno, flexibilidade
temporal, aprendizagem ativa e auto-avaliação.
Na seção seguinte, apresentaremos brevemente a Biblioteca da FCLAr e o modo como o
novo serviço foi desenvolvido.
Materiais e métodos
A Biblioteca da FCLAr atualmente está vinculada administrativamente à Direção da
Faculdade e tecnicamente à Coordenadoria Geral de Bibliotecas (CGB) da Unesp. Possui,
aproximadamente, 9100 usuários cadastrados (sendo 3576 ativos) e conta com um acervo de
aproximadamente 241.000 itens. São efetuados aproximadamente 90.000 empréstimos e 100.000
renovações on line por ano.
Além do acervo geral, a Biblioteca da FCLAr, possui salas especiais e acervos particulares
que foram doados e que contribuem para atender as necessidades dos usuários da instituição, são
eles: Sala de Estudos Clássicos Professora Gilda Reale Starzynski; Centro de Estudos Portugueses
Jorge de Sena; Sala de Estudos Sociais - Coleção Octavio Ianni; Sala de Cultura Africana: ÁfricaAfrobrasilidades-Diáspora Negra; Sala de Estudos Pedagógicos; Coleção Yedda & Augusto
Frederico Schmidt; Biblioteca Sônia Sterman Ferraz e José Bento Faria Ferraz;, Coleção de obras
raras e reservadas e atualmente foi incorporada a Biblioteca Heleieth Saffioti, com a doação das
obras desta importante socióloga.
Como principais produtos e serviços oferecidos pela Biblioteca da FCL destacam-se:
consulta local; empréstimo domiciliar; empréstimo unificado; empréstimo entre bibliotecas (EEB);
comutação bibliográfica nacional e internacional (COMUT); orientações para pesquisa e
levantamentos bibliográficos em bases de dados on-line; acesso a bibliotecas eletrônicas nacionais
e internacionais; normalização bibliográfica, orientações e treinamentos; exposições; videoteca;
catalogação na fonte da produção científica da Unidade; assessoria para publicações periódicas e
monográficas; gerenciamento do Portal de Periódicos FCL; Laboratório de Acessibilidade e
Desenvolvimento (LAD).
A rede de bibliotecas da Unesp oferece um grande e variado acervo que é acessível pelo a
catálogo unificado da instituição (Parthenon e Athena). Os usuários cadastrados em uma das
bibliotecas da instituição podem utilizar o acervo de todas as Bibliotecas de forma presencial
�(empréstimo unificado) ou ter acesso a itens, fora de sua biblioteca de origem, via serviço de EEB
(BATISTA et al., [20--]).
A Biblioteca da FCLAr considera como usuários cadastrados, docentes, discentes e
servidores técnico-administrativos vinculados a Unesp. No caso dos alunos ingressantes, para se
tornarem usuários dos serviços da Biblioteca devem, obrigatoriamente, participar de um
treinamento inicial.
Anteriormente esse treinamento era oferecido presencialmente, em sala de aula. A Direção
da Biblioteca entrava em contato com os coordenadores de curso e agendava uma aula de duas
horas para passar o conteúdo do treinamento para os alunos. As atividades se dividiam em duas
etapas: uma sessão teórica, de cerca de uma hora, e uma sessão prática, também com cerca de uma
hora, na qual era realizada uma visita guiada e um teste prático de busca de um item no acervo.
Posteriormente era realizado o cadastro de cada aluno no sistema (Aleph).
No final de 2014, a equipe da Biblioteca, mais instruída sobre os conceitos de
desenvolvimento da competência em informação, iniciou uma reformulação de suas ações
vinculadas a educação do usuário e, estabelecer um novo formato ao tradicional treinamento de
calouros, foi a opção mais viável de iniciar as novas ações, valendo-se, agora, das vantagens do
ensino à distância, por meio do uso do software Moodle, já adotado pela Faculdade de Ciências e
Letras.
A opção por iniciar esta nova fase da educação de usuários da Biblioteca da FCLAr pelo
treinamento de calouros foi porque este é o primeiro grande contato da equipe da Biblioteca com
os discentes. A equipe também observou que muitos estudantes chegavam à Universidade sem uma
anterior com uma estrutura semelhante foi
mínimo e a experiência em realizar pesquisas da maneira adequada ainda menor... Com a nova
proposta, esperava-se que este primeiro contato se estreitasse, o novo treinamento já estimularia a
autonomia do estudante e, com o novo formato, os alunos já teriam contato com o programa
Moodle, sistema muito usado pelos professores da Faculdade.
O novo modelo de treinamento170 foi criado com o objetivo de apresentar para os discentes
recém-ingressos da FCLAr a Biblioteca, o uso do catálogo e fornecer subsídios para a autonomia
dos mesmos no processo de pesquisa e busca de obras acervo, além de demonstrar serviços
170
Segundo Beluzzo (2007) podemos definir educação do usuári
interioriza comportamentos adequados em relação à competência de acesso e ao uso da informação, desenvolvendo
o são ações e/ou
acesso e de uso da informação. Envolve-se, especificamente, o conhecimento de um conjunto de meios necessários
pesar do novo escopo de atividade proposta pela equipe da Biblioteca da FCLAr adotar o conceito de
educação do usuário, esta atividade específica, ainda pode ser caracterizada como um treinamento. O termo também
foi mantido por ser de melhor aceitação na comunidade.
�oferecidos pela Biblioteca. O treinamento continua obrigatório e é composto por vídeos de
apresentação, tutoriais e, para processo de a avaliação da aprendizagem, foi usado a ferramenta de
questionário disponível pelo sistema Moodle. A visita guiada e a atividade prática não são mais
obrigatórias, mas a visita guiada ainda é oferecida na semana de recepção aos calouros.
O treinamento
Para fazer o treinamento o aluno deve, em primeiro lugar, se inscrever na plataforma
Moodle, o link e informações para o curso estão disponíveis no site da Biblioteca 171. Depois de
receber o e-mail de confirmação ele acessa o curso com a chave de acesso. Caso o aluno tenha
dificuldades durante a realização do curso foi elaborado um tutorial para auxiliá-lo.
O curso é formado, como se pode ver na figura 1, por dois vídeos e seis tutoriais:
Figura 1
Treinamento para o uso da Biblioteca
Fonte: Unesp (2015).
sobre a Biblioteca com informações como: descrição da infraestrutura física do prédio, enumeração
e descrição das salas especiais e em quais delas os materiais podem ser emprestados; dados do
acervo; entradas e saídas da biblioteca, com destaque para a porta de entrada única e as postas de
emergência; objetos que o usuário não pode entrar no acervo; como emprestar uma chave para
guardar os pertences nos armários; como os livros são dispostos nas prateleiras e estantes; como é
formado o número de chamada; onde o aluno deve procurar se o livro não estiver na estante e não
estiver emprestado; localização dos microcomputadores para consulta do acervo; tabela com os
171
Está disponível em: <http://www.fclar.unesp.br/#!/biblioteca/>. Acesso em: 15 jan. 2018.
�tipos de materiais, prazos e quantidade de empréstimos, multas e orientações gerais como horário
de funcionamento e sinal sonoro no fechamento da biblioteca.
deo que
já era demostrado para os calouros em sala de aula. Esse vídeo foi mantido porque apresenta
informações importantes das salas especiais e dos doadores, conduta dos alunos no acervo
(silêncio, limpeza, preservação, proibição para consumo de bebidas, alimentos ou fumo; destaques
para vigilância e prevenção ao vandalismo, como rabiscar, esconder ou roubar itens, etc.) e
serviços prestados (empréstimo domiciliar, empréstimo unificado, pesquisa bibliográfica, EEB,
Comut, Orientação quando ao uso das normas da ABNT).
Depois de ver os vídeos, o calouro deve assistir os tutoriais para uso do catálogo Parthenon.
o aluno quer retirar um item para o empréstimo domiciliar. Além disso, nesse tutorial é indicado
onde encontrar o número de chamada do item e se o mesmo encontra se na estante ou se está
emprestado. Vale ressaltar, também, que a Unesp investe bastante em recursos eletrônicos como ebooks e periódicos on line que podem ser acessados via o catálogo Parthenon.
O tutorial 2 ensina a fazer a renovação on line dos empréstimos, recurso bastante utilizado
pelos alunos, no qual apresenta uma média de 100.000 transações por ano. O aluno não conseguirá
renovar seus empréstimos se tiver algum impedimento (atraso ou multa) de algum material de
qualquer biblioteca da rede ou se o material tiver reserva para outro usuário.
O próximo tutorial apresenta a opção de reservar um material, que pode ser feito quando o
material desejado está emprestado para outro usuário. O usuário só consegue reservar itens de sua
biblioteca de origem. Assim que o exemplar é devolvido no balcão de atendimento o usuário é
avisado automaticamente pelo sistema por e-mail, esse material ficar separado para o usuário que
reservou por um dia e caso não venha retirá-lo a reserva expira.
O tutorial 4 ensina a solicitar obras por EEB. O tempo de empréstimo é estabelecido pela
biblioteca fornecedora do material. Para complementar as informações deste tutorial, na página da
biblioteca, no link Serviços
EEB, há disponível um passo a passo, para auxiliar os usuários em
caso de dúvidas. Tanto para renovar, reservar ou pedir EEB para a rede de bibliotecas da Unesp o
ambém verá os dados dos empréstimos e solicitações.
A Unesp tem convênio com a USP, Unicamp e UFSCar para EEB. Desta forma, o
penúltimo tutorial ensina o aluno a pedir obras destas universidades.
�O último tutorial traz uma tabela com os tipos de materiais disponíveis, quantidades que
podem ser emprestadas, prazos de empréstimos e multas.
A duração, total, dos vídeos disponíveis no treinamento, é de 26 minutos.
Depois de ver todo o conteúdo do treinamento o aluno deve responder um questionário com
10 questões (vide figura 2). Para ter o certificado e direito a fazer o cadastro na biblioteca, o aluno
deve acertar 7 ou mais questões.
Figura 2 Questionário de avaliação
Fonte: Unesp (2015).
Esse questionário substituiu a fase prática do formato antigo do treinamento, onde se
entregava uma referência de um livro ao aluno e esse tinha que pesquisar no catálogo e buscar o
livro na estante. Para a avaliação foi montado um banco de dados com 30 questões que são
distribuídas aleatoriamente para cada questionário gerado. A média de acertos e notas do
treinamento de 2015, dos alunos aptos para fazer o cadastro na biblioteca, foi 8,48. Esta avaliação,
mas do que uma prova da realização do treinamento, também é um feedback do que foi apreendido
pelo usuário a respeito do conteúdo exposto e elaborado pela equipe da Biblioteca. Por meio desta
avaliação também poderemos avaliar nosso trabalho e fazer alterações necessárias para anos
seguintes.
Após a avaliação o usuário deve imprimir o certificado de conclusão do treinamento e
trazê-lo na Biblioteca munido de seu documento CPF para realização do cadastro biométrico na
Biblioteca. Com a realização do cadastro biométrico, o usuário já pode realizar empréstimos dos
materiais e/ou solicitar os demais serviços oferecidos pela Biblioteca.
�Resultados
Todo ano a Faculdade de Ciências e Letras recebe em média 500 calouros, o primeiro
treinamento on line que foi realizado em 2015, totalizou 501 pessoas que efetuaram o treinamento.
Desse número, 482 pessoas realizaram o cadastro biométrico. O treinamento ficou disponível na
página da Biblioteca durante os meses de março até junho de 2015.
Em uma breve comparação, com os anos anteriores, usaremos como exemplo o ano de
2014. Em 2014 realizamos o treinamento presencial, em um total de 18 sessões. Para atender todas
as turmas ingressantes da Unidade, 10 treinamentos foram em sala de aula no período diurno e
noturno e 8 treinamentos foram oferecidos posteriormente, em dias e horários alternados,
realizados na própria Biblioteca.
Desse modo, foi observado que antes de 2015 com o treinamento presencial, um número
expressivo de alunos não realizavam o treinamento, por diversos motivos, deixando para fazê-lo
nos anos seguintes do seu curso.
No ano de 2015, se compararmos a quantidade de alunos que ingressam na Faculdade
(500), somente 18 alunos não realizaram o cadastro. Em 2016 um total de 409 alunos realizou o
treinamento, e no ano de 2017, 482 alunos realizaram o treinamento. Observa-se, assim, que 96,4%
dos ingressantes realizaram o curso durante o último ano. Contabilizando uma média de mais de
90% de ingressantes que realizaram o curso nos últimos 3 anos.
A Faculdade, nos últimos 5 anos, realiza a Semana de Recepção de Calouros e a Biblioteca
participa ativamente das atividades, com visitas guiadas e na apresentação das áreas da Faculdade.
A visita guiada é a apresentação da Biblioteca para o calouro e ao final da atividade é realizado um
sorteio de livros para os ingressantes. Aproveitamos o momento para informar sobre o treinamento
e sobre sua característica on line. O cadastramento dos alunos é iniciado uma semana após a
realização da Semana de Recepção de Calouros.
Percebemos que os usuários, no momento do cadastro na Biblioteca, ao ser abordado pelo
funcionário sobre o que achou do treinamento on line, a maioria respondeu que gostou e que as
informações foram pertinentes para ele entender os serviços e recursos da Biblioteca.
Com esses resultados, a equipe percebeu que o treinamento agilizou e otimizou a inclusão
dos calouros para utilização dos serviços da Biblioteca. O principal ponto destacado pelos alunos é
a facilidade de realizar o treinamento em qualquer local e horário, sem a necessidade de agendar
um dia e horário específico. Por isso, para verificarmos essa percepção, no ano de 2018, será
elaborada uma avaliação do treinamento, na qual iremos diagnosticar a receptividade e a qualidade
do curso, junto aos usuários, agora com o período maior de tempo de aplicação.
�Considerações
A biblioteca, em especial a biblioteca universitária, tem um papel fundamental na formação
do usuário, no que tange a competência em informação. E o bibliotecário, como mediador da
informação, necessita capacitar o usuário a lidar com a informação, bem como com recursos e
serviços informacionais, possibilitando assim a busca e recuperação da informação e
desenvolvendo as competências em informação.
para o desenvolvimento de competências em informação que deve atuar de modo integrado ao
Com relação ao desenvolvimento da competência em informação, consideramos, conforme
ão de conhecimentos, habilidades
pela Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras é uma ação inicial e preparatória, para que os
usuários consigam realmente acessar e dominar os processos do microambiente biblioteca e,
principalmente, uma ação que promove a autonomia dos mesmos, para o uso pleno e adequado dos
produtos, recursos e serviços desenvolvidos por essa unidade de informação.
A equipe percebeu que o treinamento on line agilizou e aperfeiçoou a inclusão dos calouros
no ambiente da Biblioteca, além da conveniência de poder ser realizado no dia, horário e local mais
apropriado para cada usuário.
O próximo passo da equipe da Biblioteca da FCLAr consiste na realização de uma
avaliação mais complexa, que nos permita um diagnóstico da aceitação e da aprendizagem do
conteúdo exposto nesta primeira iniciativa.
Em paralelo, também finalizaremos as propostas de novos cursos, formalizando um
programa de competência em informação da Biblioteca para as ações de educação do usuário. O
uso da ferramenta de educação à distância mostrou-se muito válido e certamente será o meio
adotado para a continuidade do programa. Outro objetivo a ser incorporado nas novas ações é
melhorar o método didático, a partir dos resultados do curso de Didática para Bibliotecários,
realizado pela diretora da Biblioteca, junto ao Grupo de Competência Informacional da CGB.
De modo geral, as novas iniciativas irão focar no desenvolvimento de competências em
informação de forma mais complexa, além de explorar conteúdos que abordem ferramentas e usos
�de recursos informacionais para otimizar e divulgar a produção científica na unidade e outras
demandas que venham a surgir.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Educação do usuário e competência informacional: novos aportes para o treinamento de usuários em bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Sandra Pedro da; Alves, Ana Paula Meneses; Batista, Elaine Martiniano Teixeira; Nascimento, Luiz Borges Gomide do; Serrador, Camila Domingos Peres
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A valorização da informação, a grande quantidade de dados disponíveis na atualidade e os avanços tecnológicos auxiliaram a mudança de comportamento dos usuários de bibliotecas universitárias em relação à autonomia e busca de informação. Estas mudanças também refletiram em transformações na atuação da biblioteca universitária e no planejamento de suas ações, que podem ser sentidas de diferentes maneiras em suas atividades, em especial nas unidades que se propõem a ser agentes de sustentabilidade institucional. O bibliotecário, como educador, deve auxiliar o usuário a lidar com as novas tecnologias existentes e também estimular a aprendizagem contínua. Com o intuito de capacitar os novos usuários de graduação sobre o uso da biblioteca e seus serviços, bem como introduzi-los ao uso dos recursos e ferramentas que lhe serão úteis para as necessidades imediatas e também pela vida toda, a biblioteca reformulou o seu tradicional treinamento de ingressantes, adotando novos conceitos de educação do usuário e competência em informação, além de usar como meio a educação à distância. Como resultados, o número de ingressantes cadastrados aumentou, a inserção destes usuários no ambiente da Biblioteca foi mais rápida e foi observada maior autonomia entre os alunos treinados nouso dos recursos da Biblioteca.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5830/SNBU2018_228.pdf
9985b08726c0045bb209f5217e9ce4cd
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Eixo III - Ensino
A SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DOS MATERIAIS INFORMACIONAIS E O
SISTEMA DE GESTÃO ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA: IMPLEMENTAÇÃO E
AVANÇOS
SELECTION AND ACQUISITION INFOMATIONAL MATERIALS AND THE ACADEMIC
AND ADMINISTRATIVE MANAGEMENT SYSTEM: IMPLEMENTATION AND ADVANCES
Resumo: O objeto deste trabalho é apresentar o serviço de seleção e aquisição desenvolvido com o
uso do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa. O serviço de seleção e aquisição
na modalidade compra é uma etapa do processo de formar e desenvolver coleções, o qual é
essencial para garantir atendimento das necessidades acadêmicas e universitárias em instituições de
ensino superior. Este artigo objetiva descrever o processo de seleção e aquisição de material
informacional na Universidade Federal do Maranhão e as melhorias ocorridas a partir da
implantação do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa. Como principais
melhorias, apontam-se a racionalização e automação de atividades antes realizadas manualmente,
assim como a transparência proporcionada pelo sistema que permite aos solicitantes acompanhar as
etapas desenvolvidas para a aquisição do material.
Palavras-chave: Seleção. Aquisição. Avaliação de serviço.
Abstract: The objective of this work is to present the selection and acquisition service developed with the
use of the Integrated System of Academic and Administrative Management. Selection and acquisition
services on purchase modality are phases in the process of built and develop collections that are essential for
guaranteeing the fulfillment of academic and university needs in Higher Education Institutions. This article
aims to describe the process of selection and acquisition of information material at Universidade Federal do
Maranhão and the improvements that have occurred since the implementation of the Integrated System of
Academic and Administrative Management. The main improvements found are the rationalization and
automatization of activities previously performed manually, as well as the transparency provided by the
system that allows applicants to follow the steps developed for the acquisition of the material.
Keywords: Selection. Acquisition. Service Evaluation.
1 INTRODUÇÃO
Os processos/serviços de seleção e aquisição de materiais informacionais em bibliotecas
universitárias têm como objetivo atender às demandas dos cursos ofertados pelas IFES
�Instituições Federais de Ensino Superior em nível de graduação, pós-graduação e extensão, bem
como das demais categorias inseridas nessa comunidade, tais como os servidores técnicosadministrativos, pesquisadores, docentes e comunidade externa. Assim, essas são etapas essenciais
do processo de desenvolvimento de coleções.
ra
especializada, para designar os processos e as políticas que envolvem ações em relação às
coleções. As etapas desse processo são: estudo da comunidade (perfil da comunidade), políticas de
seleção, seleção, aquisição, desbastamento e avaliação (VERGUEIRO, 1989; WEITZ, 2012). Além
disso, é importante compreender que selecionar e adquirir são etapas ou fases que compõem um
processo mais global de planejamento, que requer as demais etapas para completar-se (WEITZ,
2012).
Formar e desenvolver coleções constituem um processo contínuo de ações e agentes que
vão além das etapas de selecionar e adquirir. Processo que, em instituições públicas, pressupõe a
transparência processual e orçamentária necessária para o alcance de bons resultados.
Na Universidade Federal do Maranhão, o serviço de controle e formação do acervo, mesmo
com a implantação do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa (SIGAA), até
2013, ainda não conseguia suprir as necessidades da comunidade a que atende, por inúmeras
razões, dentre as quais destacam-se: a dificuldade de comunicação com os departamentos, que
ocasionava a demora de envio de sugestões; o acúmulo de serviços demandados pela análise das
sugestões; a digitação da lista de desiderata no sistema da IES no próprio setor de compra (item a
item) para realização da licitação; e o acompanhamento por nota independente e de forma manual
dos pedidos pelo bibliotecário. Essas questões sempre foram apontadas como dificultadoras no
desenvolvimento da atividade realizada e geravam inúmeras reclamações, que podiam ser
Em 2014, após um diagnóstico dos processos e seu atendimento, assim como da estrutura e
comunicação realizadas pelo setor responsável pelo desenvolvimento de coleções, foi iniciado um
modelo de oferta de serviços que diminuiu significativamente as reclamações e utilizou a
transparência do sistema implantado na realização das etapas, permitindo o acompanhamento e a
participação de toda a comunidade no processo de solicitação e aquisição dos materiais. Esse novo
modelo tem alcançando bons resultados.
Portanto, o objetivo deste trabalho é descrever o processo de seleção e aquisição de
material informacional na IFES e as melhorias possibilitadas pela implantação do Sistema
Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa.
�2 REFERENCIAL TEÓRICO
De acordo com Maciel e Mendonça (2000, p.16), o processo de desenvolvimento de
da comunidade a ser servida e
suas características culturais e informacionais oferecerão a base necessária e coerente para o
processo: análise da comunidade, seleção, aquisição, desbastamento e avaliação de coleções.
A política de seleção e desenvolvimento de coleções nada mais é que a prática processual
do fazer diário de um procedimento ou técnica, utilizado como rotina de trabalho institucionalizado
e que leva à tomada de decisões no seu dia a dia, pois, para desenvolver sua atividade, existem
critérios que falam por si só, incluídos no procedimento, e que fazem parte natural da atividade.
Esses critérios são reconhecidos e estabelecidos pela biblioteca e devem ser conhecidos por toda a
comunidade acadêmica.
Compreende-se, assim, a seleção como essencial, pois norteará todo o fluxo e a estrutura do
processo, pois visa atender as necessidades informacionais da comunidade e orçamentárias da
instituição.
Vergueiro (2010), de forma sintética, afirma que o processo de seleção se relaciona com as
etapas da seleção, pois envolve uma comissão de seleção que toma as decisões sobre quais itens
serão incorporados, seguindo os critérios estabelecidos, e que utiliza: os atores envolvidos e suas
responsabilidades; os instrumentos auxiliares e outras políticas para a aquisição; e duplicatas de
itens, entre outros fatores.
A segunda etapa do processo é a aquisição dos materiais informacionais, que pode ser
realizada através da compra, doação e/ ou permuta nas Instituição de Ensino Superior. Ela é um
trabalho bastante minucioso, pois os materiais anteriormente escolhidos, agora descritos na lista de
desiderata, são cuidadosamente localizados/identificados e orçados para compor a coleção
(VERGUEIRO, 2010).
Figueiredo (1998) e Maciel & Mendonça (2000) confirmam o exposto quando afirmam que
a aquisição é um processo que implementa as decisões da seleção por meio da compra, doação e
permuta de documentos, incluindo a alocação de recursos e o registro dos itens para fins de
patrimônio.
Nas IES públicas, a alocação dos recursos é feita de acordo com o planejamento anual
apresentado, que garante um percentual mínimo para sua aquisição. No entanto, cabe esclarecer
que o orçamento destinado à aquisição deve ser acompanhado pela biblioteca para garantir a sua
execução de forma a atender à comunidade e às necessidades estudadas pelo bibliotecário e
�apresentadas na seleção. Caso contrário, a biblioteca dispenderá esforços e correrá o risco de não
alcançar os seus objetivos.
Ressalta-se que a aquisição de bens pela administração pública segue preceitos bem
definidos por legislação específica. Em relação à aquisição de livros e outros materiais
informacionais para bibliotecas de instituições públicas, segue-se o que é apregoado pela Lei n°
4.320/64.
Dessa forma, os materiais informacionais estão classificados de acordo com a legislação e
têm suas características definidas como material permanente, incluindo-os em um processo de
compra que, diante do valor estipulado pela Gestão Financeira, irá desenvolver a modalidade
licitatória adequada.
É oportuno mencionar a Lei 8.666, de 21/6/1993 que, em seu art. 6º, inciso III, determina
e uma só vez ou
efetua o procedimento de compras é denominado licitação. Na conceituação de Meireles (2006, p.
ual a administração pública seleciona a
m processo de aquisição
de materiais permanentes (livros, partituras, CDs, DVDs), o qual, em uma instituição de ensino
superior, é avaliada como de maior complexidade em comparação com os processos de aquisição
de outros bens e serviços.
Esses autores consideram ainda que, por serem tratados orçamentariamente como material
permanente, a eles se aplica o mesmo fluxo operacional aplicável às aquisições de bens de capital,
tais como a coleta das demandas, incluindo especificações que individualizem cada bem a ser
adquirido (como a consolidação das quantidades) e os processos para licitar, receber,
patrimonializar e entregá-los aos demandantes acompanhados dos respectivos termos de
responsabilidade patrimonial (BEZERRA et al., 2011).
O controle do processo de aquisição foi previsto por NAMUR (apud WEITZ, 2012, p.185),
que recomendava anotar, em forma de registro, os dados relativos ao processo de aquisição para
adquiridos
No tocante às compras e contratações, a atenção deve ser redobrada, uma vez que existem
leis específicas que regulamentam sua execução. A Lei 8.666/93, Art. 23, exige planejamento das
�despesas e justificativa da necessidade, além de estabelecer limites para as diferentes formas de
compra e/ou contratação, tendo em vista o seu valor estimado.
As especificações a serem atendidas em cada item exemplificam de forma contundente o
que foi descrito acima, pois, em uma compra de materiais informacionais (livro impressos), cada
item corresponde a uma especificação. Para a compra, é necessário descrever correta e
adequadamente cada item para evitar aquisições errôneas, pois, no mercado editorial, existem
muitos títulos correspondentes ou até mesmo iguais em uma única editora e também em editoras
diferentes, algo que pode ser dirimido na contemporaneidade, quando se aponta o International
Standard Book Number (ISBN), que identifica corretamente cada título disponível no mercado
editorial (dado bastante utilizado por bibliotecários e bibliotecas).
Além disso, é importante identificar separadamente as listas das obras nacionais ou
estrangeiras no caso de licitação com fornecedores diferentes para cada tipo de material, bem como
a diversificação da quantidade dos itens a serem adquiridos. Todas essas especificidades são, com
certeza, fatores que diferem a compra de materiais informacionais dos demais itens de compra na
administração pública e reforçam a necessidade do aprimoramento contínuo do profissional
bibliotecário no desenvolvimento de sua atividade.
3 O NÚCLEO INTEGRADO DE BIBLIOTECAS E O PROCESSO DE SELEÇÃO E
AQUISIÇÃO DE MATERIAIS INFORMACIONAIS NO SIGAA
O Núcleo Integrado de Bibliotecas (NIB), criado em 2 de fevereiro de 2004, pela Resolução
nº 73/2004 - CONSUN, possui 13 Unidades Setoriais ativas, distribuídas no campus do Bacanga,
em São Luís (Biblioteca Central, de Medicina, do COLUN, de Pós-graduação em Ciências
Exatas/Tecnologia, de Pós-graduação em Ciências Sociais e de Pós-graduação em Saúde e
Ambiente) e nos campi do interior em Imperatriz (Centro e Bom Jesus), Chapadinha, Pinheiro, São
Bernardo, Bacabal, Codó, Grajaú e Balsas (UFMA, 2017).
Os serviços de informação aos usuários realizados são: circulação de acervo
(empréstimo/renovação/devolução); reserva de material bibliográfico; espaço com equipamentos
para acessibilidade; consulta à base de dados local e a bases de dados eletrônicas; comutação
bibliográfica; normalização de documentos técnico-científicos; levantamento bibliográfico; e
visitas orientadas em todas as suas unidades.
O NIB possui uma unidade central responsável por sua direção administrativa, de serviços
(os serviços de controle e formação do acervo e processos técnicos) e orçamentária, atendendo à
demanda de todas as unidades do núcleo (UFMA, 2011).
�3.1 O cenário nas atividades de seleção e aquisição em sistema modular
No âmbito da UFMA, os acervos são gerenciados pelo Núcleo Integrado de Bibliotecas,
especificamente pelo Setor de Controle e Formação de Acervos, responsável por gerenciar o
processo de seleção e aquisição de material. As atividades desse setor buscam a melhor
composição dos acervos informacionais para que a instituição possa alcançar os objetivos traçados
pelos seus cursos de graduação e programas de pós-graduação, bem como pelos demais setores da
Universidade.
Até 2011, o NIB trabalhava com o Sistema de Automação de Bibliotecas (SAB). Assim, as
listas de sugestões eram solicitadas aos departamentos da IFES através de memorando e
posteriormente recebidas em forma de listas no Setor de Controle e Formação de Acervos. Essa
situação causava vários problemas operacionais, como a necessidade de solicitação de sugestões
aos departamentos ainda por memorando impresso e o recebimento, análise e digitação dessas
sugestões no SAB manualmente pelos bibliotecários do setor. Esse procedimento era determinado
pelo formato modular do sistema usado para encaminhamento e digitação das sugestões analisadas
pelos bibliotecários. Ademais, esse modelo de processo ocasionava uma delonga na seleção e
aquisição dos materiais informacionais para disponibilização pelo NIB, gerando desconforto e
insatisfação na comunidade e nos bibliotecários.
3.2 O SIGAA
O SIGAA (Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa) foi criado pela
Superintendência de Informática da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) com
base em uma plataforma web, com a finalidade de interligar todos os sistemas institucionais até
então isolados e distintos da Universidade (SILVA; FRANCA; SOUZA, 2016, p. 3).
São três os sistemas principais criados e utilizados pela UFRN: Sistema Integrado de
Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC); Sistema Integrado de Gestão de Recursos
Humanos (SIGARH); e o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA).
O processo de seleção e aquisição dos materiais informacionais é realizado atualmente
através do SIGAA e pelo SIPAC, efetivamente, desde o ano de 2011, quando houve a implantação
do novo sistema na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Para tanto, o Módulo Biblioteca
está interligado ao Módulo Acadêmico e ao Módulo Patrimônio, migrando, do primeiro, os dados
cadastrais dos alunos; e, do segundo, o cadastro de obras, notas fiscais e relatórios.
�O Módulo Biblioteca no SIGAA é constituído pelas seguintes abas de sistema: Cadastros;
Processos Técnicos; Aquisições; Circulação, Informação e referência; Intercâmbio; Relatórios;
Módulos do Servidor; Teses e Dissertações.
As abas de serviços e/ou links podem ser liberadas de forma simultânea a todos os
bibliotecários e/ou somente aquelas relacionadas à atividade de trabalho de cada setor. O mesmo
acontece com os módulos cuja permissão de acesso é cadastrada pelo gestor da unidade. Assim, é
necessária permissão de acesso para cada atividade desenvolvida.
4 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DOS DADOS
Na UFMA, em 2011, houve a implantação do novo sistema e a oportunidade de melhoria
do processo de aquisição dos materiais informacionais. Nesse mesmo ano, o NIB adotou a
modalidade Pregão para o registro de preços, na forma eletrônica, com contrato de fornecimento
ininterrupto por um período de 12 meses, que é utilizado sob demanda, para a aquisição dos
materiais informacionais. Estes podem ser publicados por editora nacional ou estrangeira e devem
atender ao requisito de apresentar o menor preço por item, em editora(s) e/ou distribuidor(es).
A apresentação do calendário financeiro institucional é realizada anualmente de acordo
com as metas previstas e estipuladas pela instituição que recebe a destinação dos recursos
governamentais e informa aos setores, que funcionam como unidades orçamentárias, suas receitas
para o exercício e atendimento das necessidades. O NIB recebe oficialmente o valor a ser destinado
à aquisição de materiais informacionais específicos da graduação nesse período.
Assim, após o conhecimento e a aprovação da dotação orçamentária, o procedimento de
seleção de materiais informacionais é iniciado no módulo biblioteca no SIGAA, através da abertura
do calendário de sugestões pelo Diretor do Núcleo Integrado de Bibliotecas em atendimento ao
planejamento do Setor de Controle e Formação do Acervo e com divulgação para toda a
comunidade acadêmica. As listas de sugestão são recebidas periodicamente, em ciclos, com
especificação de sua finalidade para análise dos bibliotecários. As sugestões aprovadas são
posteriormente encaminhadas para a compra no sistema patrimonial SIPAC.
Os critérios básicos para análise de compra são: área do conhecimento; existência do
material na instituição; quantitativo do material; idioma de publicação; atualização e/ou
complementação; Projeto Político-Pedagógico dos cursos; Instrumento de Avaliação do ensino
superior e outros.
Após a etapa de seleção, é iniciado o processo de compras dos materiais com a lista de
desiderata, que é encaminhada para o módulo de compras do SIPAC (módulo integrado), onde
�poderá ser visualizada pelo fornecedor que então poderá apresentar cotação, de acordo com os
critérios e prazos firmado em contrato.
Atualmente, um bibliotecário da IFES é que faz o acompanhamento dessa etapa contratual,
bem como realiza o recebimento da cotação e autoriza o fornecimento ou não dos itens (livros).
Após autorização, o recebimento provisório é realizado no almoxarifado (contrato) e encaminhado
para conferência definitiva do Núcleo Integrado de Biblioteca.
Por fim, é realizada a execução físico-financeira dos recursos orçamentários destinados à
aquisição dos materiais informacionais no módulo de contratos do SIPAC e os pagamentos são
efetivados pelo setor de almoxarifado com base no atesto das notas fiscais que indicam o
recebimento definitivo do material na Biblioteca Central da UFMA, realizado pelo responsável do
Setor de Controle e Formação do Acervo juntamente com a direção da biblioteca.
Através do uso do sistema de gerenciamento, é possível identificar as seguintes melhorias
no processo seleção e aquisição informacional, principalmente no que diz respeito à sua
transparência:
1. informativo da abertura dos ciclos de captação de sugestão para aquisição dos
materiais informacionais em calendário de compras institucional;
2. informação online dos ciclos de sugestão via SIGAA para a comunidade acadêmica;
3. tempo hábil para planejamento das requisições a serem enviadas para a aquisição,
visto que o processo é realizado em ciclos;
4. cadastramento e envio para análise das requisições pelos setores solicitantes e não
mais pelos bibliotecários do NIB;
5. análise das requisições de sugestões via SIGAA;
6. acompanhamento da requisição enviada em virtude da notificação feita pelo SIGAA
ao usuário a cada passo da análise, pois o sistema identifica o cadastrante da
requisição e informa a movimentação da requisição enviada;
7. encaminhamento para o SIPAC via sistema integrado;
8. acompanhamento do atendimento das requisições via SIGAA/SIPAC;
9. recebimento, conferência e identificação de rubrica para pagamento pelo
almoxarifado via sistema;
10. controle da execução orçamentária de cada rubrica online;
11. recebimento do setor de patrimônio do código de barras por exemplares;
12. participação de todos os usuários (docentes, discentes e técnicos-administrativos)
no acompanhamento do processo, pois o sistema é transparente; e
�13. incorporação das seleções por doação via SIPAC, para patrimoniamento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O processo de aquisição desses materiais permanentes realizados através do SIGAA
integrado ao SIPAC trouxe melhorias inegáveis no que tange à rapidez do processo licitatório e
administrativo para o atendimento das requisições analisadas. Houve ainda melhorias para o
controle orçamentário feito pelo sistema, na biblioteca e através do almoxarifado, permitindo o
acompanhamento contínuo durante todo o processo de compra.
Portanto, essa experiência que envolve o sistema integrado e a nova modalidade de licitação
no processo de compras dos materiais informacionais no NIB tem suplantando as dificuldades
apresentadas antes da implantação do SIGAA, pois torna a gestão do NIB transparente tanto
internamente quanto para os usuários participantes do processo, garantindo ainda um controle
maior no que tange à execução orçamentária, em observância ao cumprimento do contrato com os
fornecedores.
Isso possibilita ao NIB um melhor planejamento, pois tem o processo integrado, o qual
permite uma visão de todo o sistema de compras na administração pública, da qual a biblioteca faz
parte, através da compra de materiais informacionais, considerados como material permanente.
Essa mudança torna mais fácil a percepção das quebras e necessidades de melhorias nesse
processo.
Como aprimoramentos, podemos apontar a necessidade de atualização constante da base de
dados do catálogo de editoras, pois existem mudanças de nome, inserção de novas publicações e
extinção de outras, tanto nacionais quanto estrangeiras. No que tange ao SIGAA, a inserção das
bibliografias (básicas e complementares) sugeridas pelos professores nos projetos pedagógicos dos
cursos deve ser atualizada/informada automaticamente à biblioteca via SIGAA, identificando a
disciplina que será atendida.
Assim conclui-se que o processo de planejamento é sempre cíclico e contínuo no
desenvolvimento do Serviço de Controle e Formação do Acervo, trabalhando em parceria, no
aspecto pedagógico, para atendimento da bibliografia com a coordenação dos cursos, e no aspecto
de aquisição de materiais permanentes, em conformidade com a modalidade licitatória que atenda
aos requisitos administrativos e regulatórios adequados à universidade.
�REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei 8.666. 1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui
normas para licitações e contratos da Administração Pública. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8666compilado.htm > Acesso em: 28 dez. 2017.
BRASIL. Lei 4.320, de 17 de março de 1964. Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e controle dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do
Distrito Federal. Disponível em:< http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l4320.htm>. Acesso
em: 28 dez. 2017.
BEZERRA et al. Automação do processo de aquisição de material informacional na UFRN:
fluxo do docente ao fornecedor melhores práticas. 2011. Disponível em:
<www.mec.gov.br/arquivos/rn.pdf>. Acesso em: 19 dez. 2017.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 14.ed. Malheiros: São Paulo, 2006.
UFMA. Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa
SIGAA. Disponível em: <
www.ufma.br>. Acesso em: 20 dez. 2017.
UFMA. Plano de Desenvolvimento Institucional 2012 - 2016. São Luís, 2011.
MACIEL, A.C.; MENDONÇA, M.A.R. Bibliotecas como organizações. Rio de Janeiro:
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SILVA, A. M.; FRANCA, F.M.G de; SOUZA, R. B. Relato de experiência sobre a implantação do
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www.periodicos.ufam.edu.br/anaissnbu/article/view/3277/2920>. Acesso em 8 dez. 2017.
VERGUEIRO, W. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis, 1989.
VERGUEIRO, W. Seleção de materiais de informação. 3.ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2010.
FIGUEIREDO, N.M. Desenvolvimento e avaliação de coleções. 2.ed. Brasília: Thesaurus, 1998.
WEITZEL., Simone da Rocha. Desenvolvimento de coleções: origem
dos fundamentos contemporâneos. TransInformação, Campinas, n. 24, v. , p. 179-190, set./dez.,
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2017.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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Title
A name given to the resource
A seleção e aquisição dos materiais informacionais e o sistema de gestão acadêmica e administrativa: implementação e avanços.
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Alves, Regycleia Botelho Cutrim
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
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O objeto deste trabalho é apresentar o serviço de seleção e aquisição desenvolvido com o uso do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa. O serviço de seleção e aquisição na modalidade compra é uma etapa do processo de formar e desenvolver coleções, o qual é essencial para garantir atendimento das necessidades acadêmicas e universitárias em instituições de ensino superior. Este artigo objetiva descrever o processo de seleção e aquisição de material informacional na Universidade Federal do Maranhão e as melhorias ocorridas a partir da implantação do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica e Administrativa. Como principais melhorias, apontam-se a racionalização e automação de atividades antes realizadas manualmente, assim como a transparência proporcionada pelo sistema que permite aos solicitantes acompanhar as etapas desenvolvidas para a aquisição do material.
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54ce72c1b76448d2979280bc65dfcd8e
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Eixo III - Ensino
ACESSIBILIDADE INFORMACIOAL PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL:
UM ESTUDO NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
INFORMATION ACCESSIBILITY FOR VISUALLY IMPAIRED STUDENTS: A STUDY AT THE
CENTRAL LIBRARY OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF GOIÁS
Resumo: A pesquisa possui o objetivo de apresentar os recursos especializados de acessibilidade
informacional existentes para alunos com deficiência visual na Biblioteca Central da Universidade
Federal de Goiás, Campus Goiânia e abordar a utilização dos mesmos no processo de ensino do
curso de Biblioteconomia. Pretende-se também relatar a participação do Sistema de Bibliotecas na
gestão de acessibilidade e comentar sobre a percepção dos alunos quanto ao atendimento de suas
necessidades informacionais. O referencial teórico é fundamentado em educação inclusiva,
acessibilidade e tecnologia assistiva. A abordagem metodológica utilizada é qualitativa e quanto
aos objetivos classifica-se como descritiva-exploratória. Configura-se em pesquisa de campo, cujos
instrumentos de coleta de dados utilizados são entrevistas semiestruturadas, questionários e
pesquisa documental que favoreceu o entendimento do contexto geral da política de acessibilidade.
Também foi observado o Projeto Pedagógico do curso de Biblioteconomia e a disciplina que insere
a temática sobre acessibilidade em bibliotecas e outras unidades de informação. Os dados
apresentam que o Sistema de Bibliotecas atua em parceria com o Núcleo de Acessibilidade da
Universidade quanto as diretrizes para ações inclusivas. A Biblioteca Central dispõe de um
Laboratório de Acessibilidade Informacional, onde são disponibilizados recursos necessários aos
alunos com deficiência visual. Este laboratório é utilizado como campo prático para o ensino e
conhecimento de tecnologias assitivas no curso de biblioteconomia. Identifica-se a presença de
alunos com deficiência visual em quantidade significativa no espaço universitário e algumas
problemáticas quanto ao atendimento de suas necessidades informacionais.
Palavras-chave: Universidade Federal de Goiás. Acessibilidade. Deficiência visual. Laboratório
de acessibilidade informacional. Biblioteca universitária.
Abstract: The research has the objective to present the special resources for information
accessibility offered to visually impaired students at the Central Library of the Federal University
of Goiás, at the Goiânia Campus, and to refer to the use of these facilities in the teaching of the
Library Science course. It also intends to report the participation of the Library System in the
rceptions on the facilities in terms of
meeting their accessibility demands. The theoretical reference is fundamented in inclusive
�education, accessibillity and assistive technology. The methodological approach is qualitative, and
as for the objectives, it is classified as descriptive-exploratory. It is a field research, whose data
collecting tools are semi-structured interviews, questionnaires and documental research, which has
favoured the understanding of the general context of the accessibility policy. The Pedagogical
Project of the Library Science course was also observed, as well as the discipline which brings in
the theme of accessibility in libraries and other information units. The data show that the Library
System acts in a partnership with the Accessibility Unit of the University in relation to the
guidelines for inclusive actions. The Central Library has an Information Accessibility Lab, which
offers the resources needed by visually impaired students. This lab is used as a practical field for
the teaching and knowledge of assistive technologies in the Library Science course. A significantly
large presence of visually impaired students is identified in the University area, as well as a
number of problems in the assistance to their information needs.
Keywords: Federal University of Goiás. Acessibility. Visual Impairment. Information
Accessibility Lab. University Library.
1 INTRODUÇÃO
A discussão sobre o tema inclusão educacional e acessibilidade representa grande desafio.
Observa-se que o assunto restringe-se, em muitos momentos, somente ao cumprimento das Leis.
Pouco têm sido as reflexões e atenção sobre as reais necessidades de grupos minoritários, como o
caso de estudantes com deficiência visual. São diversas as dificuldades que cercam seu dia a dia no
ensino superior, como comunicação e interação, acesso informacional, arquitetônico, entre outros.
Alguns estudos evidenciam que o acesso da pessoa com deficiência ao ensino superior no
país aumentou e que, apesar de superar o baixo quantitativo no ingresso relacionado a anos
anteriores, umas das grandes preocupações das Instituições têm sido em garantir a permanência
destes alunos no âmbito acadêmico. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, 2017a).
A agenda 2030 da Organização das Nações Unidas do Brasil (2015, p. 23) orienta que para
o desenvolvimento sustentável é necessário educação de qualidade, garantias para a promoção de
igualdade de acesso a todos os níveis de educação e formação profissional para os mais
vulneráveis, incluindo as pessoas com deficiência. Ainda orienta que é necessário construir e
melhorar instalações físicas e proporcionar ambientes de aprendizagem seguros, não violentos,
inclusivos e eficazes para todos.
A Universidade, enquanto espaço indissociável de ensino, pesquisa e extensão para
produção de conhecimento, possui a obrigação de realizar este papel democrático junto à sociedade
(CHAUÍ, 2003) e oportunizar condições igualitárias de acesso e permanência de alunos com
deficiência visual ao ambiente acadêmico. As bibliotecas, nesse cenário, devem estar alinhadas a
esta realidade e oferecerem produtos e serviços de informação que estimulem a produção do
conhecimento.
�É nesse contexto que esta pesquisa possui como objetivo apresentar os recursos
especializados de acessibilidade informacional existentes para alunos com deficiência visual na
Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás, Campus Goiânia e abordar a utilização dos
mesmos no processo de ensino do curso de Biblioteconomia. Pretende-se também relatar a
participação do Sistema de Bibliotecas na gestão de acessibilidade e comentar sobre a percepção
dos alunos quanto ao atendimento de suas necessidades informacionais.
A pesquisa dedica-se a questões de acessibilidade informacional, mas compreende que são
diversas as dificuldades de acesso do aluno à informação, como, acessibilidade comunicacional,
arquitetônica e aspectos relacionados ao entorno da Biblioteca Central. Apesar de importantes,
esses aspectos não serão abordados neste estudo.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 EDUCAÇÃO INCLUSIVA E ACESSIBILIDADE
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa Com Deficiência 13.146, de 6 de julho de 2015 é
em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com de
Considerafísica, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode
obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais
(BRASIL, 2015).
No capítulo IV, Art. 27, a Lei apresenta que a educação, enquanto direito da pessoa com
deficiência, é assegurada pelo sistema educacional inclusivo para que estes alcancem
desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais,
segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem. Portanto, no sistema
educacional inclusivo, a educação especial se efetiva através de ações que promovem acesso, a
permanência, a participação e a aprendizagem de alunos, em todos os níveis e modalidades, desde
a educação básica ao ensino superior. (Ibid., 2015).
O tripé formado pelo Ensino, Pesquisa e Extensão constitui o eixo fundamental das
Universidades Brasileiras e não pode ser compartimentado. Devem, portanto, obedecer ao
princípio da indissociabilidade. Moita e Andrade (2009) afirmam que a indissociabilidade é um
princípio orientador da qualidade da produção universitária, porque afirma como necessária a
tridimensionalidade do fazer universitário autônomo, competente e ético. Apresentam-se, então,
�como espaço dinâmico de produção de conhecimento e o cumprimento de suas missões
evidenciam a necessidade em dar acesso e condições de permanência para pessoas com deficiência.
A biblioteca Universitária como parte da Instituição de Ensino Superior (IES) possui grande
responsabilidade tanto no âmbito institucional como dos usuários (alunos, professores e
pesquisadores) que a procuram. Pode ser vista, portanto, como mediadora no processo de ensino,
pesquisa e extensão. É ponto de apoio para a busca da informação necessária para produção de
conhecimento e desenvolvimento intelectual e profissional da comunidade atendida. Logo, a
biblioteca acessível incorpora em seu cotidiano condições sobre as especificidades e necessidade
de seus diferentes públicos, como o caso dos alunos com deficiência visual.
A deficiência visual refere-se a uma limitação sensorial que mesmo com a utilização de
correções (óculos, cirurgias, etc.) anula ou reduz a capacidade de ver, abrangendo vários graus de
campo e acuidade visual, podendo ser: cegueira - a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no
melhor olho, com a melhor correção óptica; baixa visão - que significa acuidade visual entre 0,3 e
0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; casos específicos - os casos nos quais a
somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60. (BRASIL,
1999).
São diversas as dificuldades que alunos com deficiência visual enfrentam ao serem
inseridos no ensino superior. Estas podem surgir na rotina dos estudos, na aquisição de referencial
teórico sugerido durante as aulas, na localização de bibliografias nas bibliotecas, entre outros.
Situações como estas, se não superadas, podem desestimular o aluno pela impossibilidade de
acompanhar a turma ocasionando desistência ou comprometimento na conclusão do curso com
qualidade. Em muitos casos, o aluno prefere o anonimato a falar sobre suas dificuldades.
Portanto, a acessibilidade, enquanto possibilidade e condição de alcance para utilização,
com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações,
transportes, informação e comunicação é fundamental para a garantia da inclusão das pessoas com
deficiência. (BRASIL, 2015). Além do mais, abrange diferentes ações que devem ser incorporados
ao cotidiano das bibliotecas, como a estruturação de tecnologias apropriadas para oferecer serviços
de acesso a informação.
2.2 TECNOLOGIA ASSISTIVA
O conceito de Tecnologia Assistiva tem evoluído ao longo dos anos e acompanhado as
mudanças de suas concepções em relação às pessoas com deficiência e suas necessidades.
�No Brasil a Lei nº 10.098 de 19 de dezembro de 2000,
a necessidade de
A mesma é regulamentada pelo Poder Executivo que determina em sequência a criação do Comitê
de Ajudas Técnicas (CAT) tendo uma de suas finalidades principais propor políticas aos órgãos
competentes relacionadas com o desenvolvimento e uso de tecnologia assistiva e dar transparência
e legitimidade ao seu desenvolvimento.
Segundo O Comitê de Ajudas Técnicas (CAT) Tecnologia Assistiva é considerada uma
estratégias, práticas e serviços que objetiva promover a funcionalidade relacionada à atividade e
participação de pessoas com deficiência, incapacidade ou m
(BRASIL, 2009,
p. 9). Portanto, são tecnologias que ajudam na locomoção, no acesso à informação e na
comunicação, no controle de ambiente e atividades do dia a dia de pessoas com deficiência,
aumentando suas capacidades funcionais. Visa autonomia, independência, qualidade de vida e
inclusão social.
Para a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) 9050/2015, os recursos de
tecnologia assistiva estão na concepção de desenho universal, onde os produtos, ambientes e
serviços são usados pelas pessoas sem sofrer nenhuma adaptação. Apresentam como exemplo
mobiliário (balcões de atendimento, mesas e estantes) acessível e orienta quanto a circulação para
as pessoas em cadeiras de rodas e demais pessoas no ambiente da biblioteca. Quanto a pessoas com
deficiência visual, as normas são dadas de forma mais generalizada. Embora os princípios do
desenho universal apresentem programas como produtos e serviços e ambientes usados por todas
as pessoas, as normas gerais também incluem as pessoas com deficiência visual no ambiente da
biblioteca com possibilidades para circulação e uso de recursos especializados disponíveis.
Melo (2006, p. 33) entende que os princípios do Design Universal servem para nortear o
desenvolvimento e a avaliação de lugares, serviços e produtos, tornando os mais adequados às
diferenças. Conforme o autor, promover soluções de acessibilidade numa perspectiva de Design
Universal pode potencializar a convivência e a participação da sociedade na igualdade de direitos e
deveres.
3 METODOLOGIA
A pesquisa é de natureza básica e sua abordagem de caráter qualitativo. Quanto aos
objetivos, classifica-se como descritiva
exploratória. Gil (2010) argumenta que muitas pesquisas
�possuem semelhanças nos métodos utilizados. Embora definidas como descritivas, pela
proximidade com o problema classificam-se também como exploratórias.
A pesquisa está delimitada ao âmbito da Universidade Federal de Goiás na cidade de
Goiânia, Campus II, especificamente na Biblioteca Central (BC). O público alvo da pesquisa é:
direção do Sistema de Bibliotecas (Sibi); Coordenação do Núcleo de Acessibilidade e estudantes
com deficiência visual matriculados na universidade no segundo semestre do ano de 2017. Foram
utilizados os seguintes instrumentos de coleta:
Entrevistas semiestruturadas: Aplicadas a gestora do sistema de Bibliotecas e Gestora do
Núcleo de acessibilidade. Categorias da entrevista: Gestão atual de acessibilidade no âmbito UFG;
recursos especializados disponíveis para acesso informacional de usuários com deficiência visual.
Questionário: Enviado através do Núcleo de Acessibilidade por questões éticas para trinta e
seis (36) alunos com deficiência visual da instituição tendo o retorno somente de três (3) respostas.
Tinha-se a estimativa do retorno de mais alunos, contudo devido a difícil localização dos mesmos e
algumas restrições de segurança do Núcleo não foi possível. Categorias do questionário:
Atendimento as necessidades informacionais.
Documentos: A pesquisa documental favoreceu o entendimento do contexto geral da
política de acessibilidade da Universidade e a atuação do Núcleo. Guiou a observação do Projeto
Pedagógico do curso de Biblioteconomia e a disciplina que insere a temática sobre acessibilidade
em bibliotecas e outras unidades de informação. Segundo Moreira (2008), a análise documental
compreende a identificação, verificação e apreciação de documentos e pode ser utilizada como
método, ou como técnica, pois complementa outras formas de obtenção de dados, como a
entrevista e o questionário.
Observação: Realizou-se a observação nas dependências da Biblioteca Central e
Laboratório de Acessibilidade informacional.
4 RESULTADOS
A realização da pesquisa oportunizou compreender que as ações de acessibilidade
informacional para alunos com deficiência visual são realizadas em conformidade com o Núcleo
SINAce e as Políticas de Acessibilidade da Universidade Federal de Goiás.
Consciente de seu importante papel em promover o acesso a serviços e produtos em
informação, o Sistema de Bibliotecas (Sibi) da UFG atua em parceria com o Núcleo e a ProReitoria da Graduação (PROGRAD). Possui uma comissão de bibliotecários formada pela unidade
central e demais unidades. Segundo a direção, essa comissão promove ações de acessibilidade e é
�responsável pelas decisões quanto à inclusão nas bibliotecas do sistema. Portanto existe um
processo interativo e de articulações que requerem atividades integradas pelas diversas áreas
envolvidas para que as ações sejam implantadas. Como resultado de diversas ações realizadas entre
os órgãos, esta a criação do Laboratório de Acessibilidade Informacional (LAI), que é integrado e
gerido pelo Sibi, mas que também está sob a responsabilidade dos órgãos mencionados acima.
4.1 SINACE: NÚCLEO DE ACESSIBILIDADE
O Núcleo de Acessibilidade da Universidade Federal de Goiás teve início em 2008
objetivando a educação inclusiva para eliminar as barreiras e favorecer a entrada e permanência de
alunos universitários. É um órgão vinculado a PROGRAD, responsável pelas ações de
acessibilidade na Universidade e que interage com todas as unidades e demais órgãos que
demandam inclusão. Apresenta-se como grande centralizador, pois é através dele que é possível a
busca de recursos junto ao Governo Federal. Portanto, é um local que organiza ações e se articula
com os diferentes órgãos da instituição para implementação da política de acessibilidade e
efetivação das relações de ensino, pesquisa e extensão na área.
Dentre suas ações, encontram-se diversos eixos da Política de Acessibilidade, sendo: Eixo 1
- Acessibilidade: Inclusão e permanência; Eixo 2- A infraestrutura acessível; Eixo 3 Acessibilidade Pedagógica e curricular; Eixo 4 - A acessibilidade comunicacional e informacional;
Eixo 5 - A Catalogação das Informações sobre Acessibilidade; Eixo 6 - O Ensino, a Pesquisa e a
Inovação em Acessibilidade; Eixo 7- A extensão sobre/com acessibilidade; Eixo 8 - Recursos
Humanos e Financiamento da Política de acessibilidade. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE
GOIÁS, 2017b).
Oferece três serviços aos alunos: Apoio pedagógico, que possui o objetivo de acompanhar
os estudantes de cursos de graduação com alguma deficiência. É um trabalho realizado em parceria
com a coordenação de cursos, estudantes, docentes e quando necessário, a família, mas oferecido
somente a graduação; Intérpretes de Libras, realizado para atender as atividades previstas; e o
Laboratório de Acessibilidade Informacional (LAI).
Conforme a gestora do Núcleo, uma das maiores dificuldades para promover acessibilidade
na universidade é a limitação na contratação de pessoal para atendimento educacional
especializado e a pouca interação ou procura do professor, ou coordenador de curso no núcleo para
apoio pedagógico ao aluno. O núcleo é quem cobra o material acadêmico das disciplinas para que
o aluno não seja prejudicado.
�4.2 LAI: LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE INFORMACIONAL
Conforme identificado na Política de Acessibilidade, por meio do SINAce, o Eixo 4 propõe
aos alunos com deficiência visual a acessibilidade comunicacional e informacional em situações
diversas, como pedagógicas e formativas, assegurando-lhes igualdade e oportunidade por meio de
um laboratório de recursos de tecnologia assistiva e adequação de material pedagógico. A primeira
unidade deste laboratório de acessibilidade está localizada na Biblioteca Central (BC), Campus
Samambaia.
Os recursos oferecidos são: Ampliação de materiais bibliográficos impressos e digitais para
alunos da UFG; Digitalização e conversão de material para alunos cegos; Computadores adaptados
com softwares leitores e ampliadores de tela; Impressão em braile; Acesso à lupa digital portátil
(para quem tem baixa visão); Scanner leitor de livros; Scanner digitalizador de imagens; Leitor de
livros digitais; Folheador de páginas; Assinadores para auxílio no preenchimento de assinatura;
Regletes; Linha braile; Máquina fusora (faz relevo em desenhos); Mesa tátil que lê e identifica
figura como mapas, partes do corpo humano, partes de uma planta, entre outros.
Segundo a gestora, todos estes recursos foram adquiridos por meio do Programa do
Governo Federal denominado INCLUIR e estão centralizados no LAI. Somente há repasse às
demais bibliotecas quando existe constatação de demanda e espaço físico adequado e seguro, no
caso dos aparelhos de tecnologias assistivas de alto custo. Já existem planos para implantação do
LAI em outras duas unidades, a de Catalão e a da cidade de Goiás.
As bibliotecas da Universidade do Campus Goiânia não dispõem de acervo em braile ou em
áudio em suas dependências, exceto uma única obra localizada na Biblioteca da faculdade de
Letras. Este serviço é oferecido pelo Laboratório, já que este possui a estrutura adequada para
adaptações e softwares especializados. O usuário que necessita desta adaptação toma emprestado
da biblioteca o material impresso e o leva ao laboratório. A adaptação é feita conforme demanda, e
dependendo do material. Existe um prazo para entrega. Seguem fotos do LAI e de alguns recursos
disponíveis:
Figura 1 - Máquina fusora.
Figura 2
Ambiente interno para estudo no LAI
�Fonte: As autoras (2017).
*Faz relevo em desenhos.
Figura 3
Digitalização e conversão de material
para alunos cegos
Fonte: As autoras (2017).
Figura 4 - Mesa tátil lê e identifica figuras
Fonte: As autoras (2017).
Fonte: As autoras (2017).
Figura 5- Computadores adaptados com softwares
leitores e ampliadores de tela
Figura 6 - Scanner digitalizador de imagens e
textos
Fonte: As autoras (2017).
Fonte: As autoras (2017).
4.2.1 A utilização o LAI no processo de ensino
É perceptível que o mundo vem sendo modificado com o advento das tecnologias de
informação e comunicação (TIC) e o ambiente de ensino sendo inovado por novas alternativas e
concepções pedagógicas que configuram novos ambientes de construção e produção de
conhecimento.
Neste contexto, muito tem sido os esforços do curso de Biblioteconomia da Universidade
Federal de Goiás para contribuir com a formação profissional do aluno por meio de bases
fundamentais teóricas que reorientam os instrumentais técnicos, metodológicos, tecnológicos e
administrativos, necessários para a concepção e atuação do profissional na Biblioteca e nas
diferentes unidades informacionais. Entende-se que a articulação entre teoria e prática garante o
entendimento dos diferentes elementos constitutivos da Biblioteca e outras Unidades de
Informação em cada domínio, ora enfatizado na formação do egresso (Social, Cultural e
�Educacional). Um dos objetivos gerais propostos pelo curso é de compreender a biblioteca e suas
diferentes estruturas na realidade social brasileira. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS,
2016).
É desta forma que o LAI tem sido utilizado pela disciplina de Administração de bibliotecas
e outras unidades de informação enquanto apoio de aprendizagem e campo de estudo. Os módulos
da disciplina são formados por: Contexto histórico da administração; Funções administrativas;
Planejamento: tipos de planejamento; Planejamento Estratégico; Diagnóstico; Avaliação em
unidades de informação; Acessibilidade. O tópico acessibilidade é norteado conforme os seguintes
assuntos:
1. Bibliotecas inclusivas e cidadã: perspectivas internacionais e da lei brasileira sobre
acessibilidade;
2. Tecnologias assistidas: conceitos, tipos e levantamento de tecnologias que podem ser
adotadas pela biblioteca para promover a acessibilidade de usuários que demandam
atenção e serviços/produtos de informação diferenciados;
3. Acessibilidade espacial: orientações gerais sobre acessibilidade espacial em unidades de
informação conforme ABNT;
4.
Mobiliário e equipamentos adaptados: orientações gerais sobre mobiliário e
equipamentos adaptados para a acessibilidade conforme ABNT;
O LAI funciona como eixo fundamental para abordagens práticas, experimentais e
reflexivas dos alunos durante o trabalho pedagógico da disciplina. Seu contato com as tecnologias
assistivas e com espaço suscita questões, investigações, modificações. É ir além de simples ação e
provocar reflexões antes, durante e após a exposição às condições de acessibilidades em
bibliotecas, objetivando aproveitar a experiência vivenciada e progredir em sua capacidade de
explorar o ambiente e propor soluções. Portanto, passa a agir sobre seu objeto de estudo e
compreendê-lo para possível atuação profissional. Isto é, pensar a criação de serviços específicos
com base nas necessidades do usuário e a disseminação de ferramentas de apoio à aprendizagem e
inclusão acadêmica e social.
4.3 ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
Apesar da baixa quantidade de respostas obtidas, os dados apresentam informações curiosas
sobre os alunos, como atuação na área de ciências exatas e humanas, predominância do sexo
�feminino e faixa etária. Não há um estudo sistemático afirmando em que idade esses alunos tem
ingressado no curso superior, mas acredita-se que o acesso dos jovens tem aumentado.
Conforme Relatório de ações de acessibilidade da UFG de julho de 2015 somava-se total de
33 discentes. No mesmo ano em dezembro, este número subiu para 36 deficientes visual e 2 cegos
total. (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, 2015a, 2015b, 2017a). No relatório de 2017,
soma-se o total de 63 deficientes visual e 2 alunos com cegueira total. Estes dados evidenciam
aumento significativo da inserção de alunos no ensino superior nos mais variados cursos. Além
disso, todos os que responderam os questionários apresentam-se avançados em seus cursos e
mesmo com muitas dificuldades e desafios, não desistiram.
Sobre o atendimento as necessidades informacionais, alguns alunos relatam que
dificilmente encontram nas bibliotecas o que precisam, o que os levam a não frequentá-las.
Percebeu-se também o desconhecimento sobre o LAI como parte da biblioteca e os recursos e
no LAI, mas nas bibliotecas setoriais e centr
basta apenas equipamentos, precisamos de recursos humanos com pessoas bem adaptadas,
de comunicação entre os locais responsáveis - LAI, Núcleo de Acessibilidade e SIBI
e também
estranheza do papel de cada uma delas. Cabe ressaltar que este laboratório implantado em 2016,
ainda não foi inaugurado devido falta de recursos financeiros.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Entende-se que a educação e o acesso à informação é um direito concedido na Legislação
brasileira a todo cidadão. Principalmente a mais recente de nº 13.146/15 que se destina a assegurar
e promover condições de igualdade de exercício dos direitos e das liberdades fundamentais das
pessoas com deficiência, bem com as normas da Associação de Normas Técnicas Brasileiras
(ABNT) que apresentam padrões e critérios em cumprimento da Lei. Além disso, compreende-se a
biblioteca universitária como espaço contribuinte no processo formativo do aluno e que precisa
oportunizar condições básicas de acesso à informação.
Em conformidade com o objetivo da pesquisa, procurou-se apresentar os recursos
especializados de acessibilidade informacional existentes para alunos com deficiência visual na
Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás, Campus Goiânia e abordar a utilização dos
mesmos no processo de ensino do curso de Biblioteconomia. Também, relatar a participação do
�Sistema de Bibliotecas na gestão de acessibilidade e comentar sobre a percepção dos alunos quanto
ao atendimento de suas necessidades informacionais.
De forma geral, observou-se que há esforços para implementação e alcance das metas
propostas na política de acessibilidade no que tange as bibliotecas do Campus Goiânia e a criação
de dois Laboratórios de acessibilidade informacional em outros campus, mas as dificuldades
financeiras são entrave nesse processo, ainda mais com a extinção do Programa Incluir. Este
programa, sob o decreto n° 5.296/2004/5626/2005, possui o objetivo de adequação em aspectos
arquitetônico, mobiliário e aquisição de materiais didáticos, uso das tecnologias assistivas, e de
recursos humanos nos ambientes federais universitários.
Compreendeu-se que cabe ao núcleo a maior responsabilidade de administração quanto à
demanda e a busca de recursos para a acessibilidade. Mas a coordenação das atividades e a
preparação de materiais e tecnologia assistivas no LAI são de responsabilidade do Sibi.
Constatou-se que o Sibi apresenta algumas dificuldades em relação à quantidade
funcionários e demanda de trabalho; falta de entendimento para lidar com público;
desconhecimento do público total com deficiência visual e atribui essa responsabilidade ao núcleo.
Outro aspecto conflitante é a dificuldade em repassar os recursos de tecnologia assistiva para
outras bibliotecas do sistema onde o ambiente não oferece condições para instalação e segurança e,
por se tratar de equipamentos de alto custo, adotam-se critérios básicos.
Além disso, identificou-se no decorrer da pesquisa com os alunos que o LAI, recémconstruído em 2016, não é como um espaço pertencente à biblioteca central. O usuário ainda não o
vincula ao Sibi e sim ao núcleo de acessibilidade. A falta do conhecimento do laboratório e da
vinculação do mesmo à Biblioteca Central desqualifica as bibliotecas do campus Goiânia de serem
reconhecidas como espaço de acessibilidade informacional. A gestora justifica que o mesmo não
foi inaugurado por questões de adaptações físicas (que já estão sendo realizadas) e falta de recurso
financeiro. Mas, fica claro que existem falhas comunicacionais entre os órgãos e isso reflete nas
unidades e, principalmente, no usuário.
Observou-se que este laboratório funciona como eixo fundamental utilizado como campo
de ensino para a disciplina de Administração de bibliotecas e outras unidades de informação do
curso de biblioteconomia da universidade para o ensino.
De modo geral, percebe-se que a universidade tem se mobilizado para discutir
acessibilidade e inclusão como primordial. Existe, em parceria com o MediaLab e o Núcleo de
os sites e páginas da UFG, o que já resolveria parte da problemática do acesso as notícias e
informativos importantes. Também existe curso de formação docente on line para inclusão e
�acessibilidade no meio educacional. Trata-se de uma parceria de quatro instituições públicas de
ensino de Goiás, sendo elas: Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de
Goiás (UEG), Instituto Federal de Goiás (IFG) e Instituto Federal Goiano (IF Goiano).
Conclui-se que o objetivo da pesquisa foi alcançado e sugere-se para novas pesquisas o
estudo dos núcleos de acessibilidade das Universidades Federais do Brasil.
REFERÊNCIAS
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______. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de
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Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Planalto [on line],
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______. Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos
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<https://acessibilidade.ufg.br/up/211/o/Relat%C3%B3rio_de_Dezembro_2015.pdf>. Acesso em:
10 jun. 2018.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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Title
A name given to the resource
Acessibilidade informacioal para alunos com deficiência visual: um estudo na Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás.
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An entity primarily responsible for making the resource
Ribeiro, Geisa Müller de Campos; Medeiros, Roselene Paula Resende; Gomes, Suely Henrique De Aquino
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A pesquisa possui o objetivo de apresentar os recursos especializados de acessibilidade informacional existentes para alunos com deficiência visual na Biblioteca Central da Universidade Federal de Goiás, Campus Goiânia e abordar a utilização dos mesmos no processo de ensino do curso de Biblioteconomia. Pretende-se também relatar a participação do Sistema de Bibliotecas na gestão de acessibilidade e comentar sobre a percepção dos alunos quanto ao atendimento de suas necessidades informacionais. O referencial teórico é fundamentado em educação inclusiva, acessibilidade e tecnologia assistiva. A abordagem metodológica utilizada é qualitativa e quanto aos objetivos classifica-se como descritiva-exploratória. Configura-se em pesquisa de campo, cujos instrumentos de coleta de dados utilizados são entrevistas semiestruturadas, questionários e pesquisa documental que favoreceu o entendimento do contexto geral da política de acessibilidade. Também foi observado o Projeto Pedagógico do curso de Biblioteconomia e a disciplina que insere a temática sobre acessibilidade em bibliotecas e outras unidades de informação. Os dados apresentam que o Sistema de Bibliotecas atua em parceria com o Núcleo de Acessibilidade da Universidade quanto as diretrizes para ações inclusivas. A Biblioteca Central dispõe de um Laboratório de Acessibilidade Informacional, onde são disponibilizados recursos necessários aos alunos com deficiência visual. Este laboratório é utilizado como campo prático para o ensino e conhecimento de tecnologias assitivas no curso de biblioteconomia. Identifica-se a presença de alunos com deficiência visual em quantidade significativa no espaço universitário e algumas problemáticas quanto ao atendimento de suas necessidades informacionais.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5828/SNBU2018_226.pdf
0a0f13bf1ab8858f9c88482ea4730404
PDF Text
Text
Eixo III - Ensino
RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS: O CASO DO REPOSITÓRIO DIGITAL
INFORMACIONAL
AND ITS FUNCTIONALITIES OF INFORMATION LITERACY AND INFORMATION
COMPETENCE
da
Resumo:
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a partir do estudo de suas características,
funcionalidades, formatos e tipologia. Verifica o quantitativo de downloads e acessos como indicativo de
usabilidade, além das licenças de uso adotadas para identificar o nível de abertura desses recursos e a demonstração
das aplicações dos recursos educacionais no letramento e/ou competência informacional. Propõe a reflexão do
papel do bibliotecário na função educativa e na disseminação dos processos de apropriação da informação e
aprendizagem dos seus usuários no uso dos Recursos Educacionais Abertos (REA), assim como a
ampliação do uso dos REA pelas universidades federais, fortalecendo a importância da implementação das
licenças Creative Commons, de forma mais alinhada aos objetivos da educação aberta, cuja proposta é a de que todos
devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir ferramentas educativas, sem restrições, ampliando
assim o conhecimento e estimulando a criatividade e a inovação.
Palavras-chave: Competência informacional. Licença Creative Commons. Letramento informacional.
Recursos Educacionais Abertos. Repositório digital.
Abstract:
Federal University of Rio Grande do Sul (UFRGS), based on the study of its characteristics,
indicative of usability as well as the adopted using licenses to identify the disclosure level of those
educational function and dissemination of
learning on using the REA, as well as the expansion of the use of the Open Education Resources
(Recursos Educacionais Abertos
use reinforces
improve and redistribute educational tools, unrestrictedly, increasing knowledge and stimulating
creativity and innovation.
�Keywords: Information competence. Creative Commons license. Information literacy. Open Educational
Resources. Digital Repository.
1 INTRODUÇÃO
Um dos efeitos da sociedade da informação e da comunicação foi uma expressiva mudança
no paradigma da produção e disseminação do conhecimento. Absolutamente tudo o que surge no
mundo necessita ser registrado, processado, transmitido e armazenado em ambiente digital. Silva
(2016) ressalta ainda que, com o advento tecnológico, as relações sociais nas esferas econômicas,
políticas e culturais assumiram novas configurações que proporcionaram mudanças de mercados e
padrões de consumo.
É nesse sentido que a Educação Aberta, movimento emergente idealizado nesse novo
processo de construção do conhecimento, busca, no uso de recursos abertos e práticas
colaborativas alternativas, acesso à informação e incentivo ao seu compartilhamento na promoção
do empoderamento das pessoas, viabilizado por meio de configurações de ensino-aprendizado:
recursos, instituições e sistemas; práticas abertas
compartilhamento e transparência; e novos
ambientes educacionais (AMIEL, 2012). Esse processo consiste em uma estrutura que envolve
informação, comunicação aberta e capacidade de habilitar as pessoas na aquisição de
conhecimento.
Dentro deste contexto, o presente artigo tem como objetivo fazer um estudo de caso dos Recursos
Educacionais Abertos existentes no repositório institucional Lume, da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, através de uma pesquisa básica descritiva. O objetivo é o de analisar suas características e
funcionalidades, investigando uma aproximação com o conceito de letramento informacional, pautado na
mediação da informação e do conhecimento. Para tanto, foram levantadas duas questões norteadoras:
O estudo está organizado da seguinte forma: a seção 2 retoma a literatura relacionada à
Educação Aberta, recursos educacionais, letramento informacional, competência informacional e o
repositório institucional Lume da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. A seção 3 apresenta
a metodologia utilizada na pesquisa. A seção 4 descreve os resultados levantados e a análise dos
dados. Por fim, a pesquisa apresenta suas considerações finais e sugestões para novos estudos.
�2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS
É impossível falar de um espaço de construção de aprendizagem desprezando a influência das
Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) no ensino e na apreensão de conteúdos. Para Borges
(2003 apud COSTA, 2012) aprender significa criar representações do mundo através da assimilação de
experiências. Surge a necessidade de procurar novos modelos e estratégias de ensino e aprendizagem,
capazes de responder as exigências de uma nova geração que emerge em cíclica evolução e mudança, onde
cada ciclo dá origem a novas estratégias e ferramentas de aprendizagem. É nesse contexto que surgem os
Recursos Educacionais Abertos (REA), apresentados
como uma das principais vias de
desenvolvimento dos espaços acadêmicos e científicos contemporâneos.
Os REA foram abordados em 2002, pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
a Ciência e a Cultura (UNESCO), no primeiro Fórum Global sobre Softwares Didáticos Abertos,
Outros marcos relevantes são: a Declaração da Cidade do Cabo para Educação Aberta
(2007); a Declaração de Dacar (2009) e, mais recentemente, a Declaração REA de Paris (2012), na qual
a UNESCO recomenda aos Estados Membros, dentre outras proposições, o reforço na sensibilização para a
utilização dos REA.
A promoção da utilização dos REA com vista a ampliar o acesso à instrução em todos os
níveis, tanto à educação formal como não-formal, numa perspectiva de aprendizagem ao
longo da vida, contribuindo, assim, para a inclusão social, a equidade entre os gêneros,
bem como para o ensino com necessidades específicas. O aumento da qualidade e da
eficiência dos resultados do ensino e do aprendizado, através de uso mais amplo dos REA
(UNESCO, 2012).
No Brasil, os marcos históricos estão ligados ao desenvolvimento de políticas públicas de fomento à
integração de novas mídias, acesso aberto, licenças, direito autoral e capacitação. Almeida, Silva e Franco
(2012) destacam a assinatura pelo Brasil da Declaração Internacional do Governo Aberto, de 2011; a
legislação local que dá preferência ao uso de software livre na administração pública, em vigor em maio de
2012, e a proposta de reforma da Lei de Direito Autoral (Lei nº 9610/98). O consenso na esfera pública é o
de que governos, instituições federais educacionais e organizações não governamentais financiem pesquisas
e ofereçam suporte à produção de REA.
Segundo Hylen (2006), REA são materiais voltados para educação em formato digital, com
acesso livre para a comunidade acadêmica, com permissão de cópia, impressão, adaptação,
reutilização e compartilhamento.
Johnstone (2005) define os recursos educacionais abertos de acordo com sua função no
processo de ensino-aprendizagem: a) recursos de aprendizagem (módulos de conteúdos, objetos de
�aprendizagem, ferramentas de avaliação, comunidades de aprendizagem); b) recursos para apoiar
professores (ferramentas e materiais que ajudam a criar, adaptar e reutilizar REA, e outras
ferramentas de suporte); e c) recursos para garantia da qualidade (qualidade da educação e
qualidade das práticas educacionais).
Logo, REA são plataformas digitais de aprendizagem, com acesso público, que apoiam a
REA e que, segundo Wiley (2014), significam: reter, reutilizar, revisar, remixar e redistribuir.
Parâmetros normalmente indicados por meio do uso de licenças Creative Commons.
Conforme Johnstone (2005), os REA possuem funções socioeconômicas, proporcionando o
compartilhamento de recursos educacionais, intensificando a colaboração acadêmica (e,
consequentemente, o desenvolvimento econômico), e possibilitando a diferentes países o acesso a
informações, dados científicos e ao conhecimento difundido por seus pares em busca de soluções,
novas técnicas e lições aprendidas sem fronteiras geográficas.
2.2 LETRAMENTO OU COMPETÊNCIA INFORMACIONAL: APLICAÇÕES DOS
CONCEITOS
É possível afirmar que estamos diante do surgimento de uma nova configuração de ensino e
aprendizado, assim como de um mercado de trabalho; onde pesquisar, avaliar e trabalhar significa
aprender, construir saberes e trocar experiências.
Na era digital, as funções humanas modificam-se, pois as tecnologias intelectuais, de
acordo com Lévy (2010), proporcionam a abertura para maiores possibilidades, novos contextos e
adaptação para melhorar a prestação de serviços.
Letramento é um conceito pertencente ao campo de estudos da educação e está diretamente
relacionado à noção de alfabetização.
(...) a alfabetização corresponde ao processo de aquisição de um código e das habilidades
de utilizá-lo para ler e escrever; por sua vez, letramento refere-se ao domínio efetivo e
competente da escrita no cotidiano para atingir diferentes objetivos. Ao transportarmos
ambos os conceitos para o universo da informação é possível enxergá-los no interior de
um continuum em que a alfabetização informacional corresponderia à primeira etapa de
um processo, envolvendo os conhecimentos básicos sobre o uso das fontes de informação
e da tecnol
JÚNIOR; ACHILLES, 2015, p. 32).
Seguindo as etapas do processo dentro do universo da informação, pesquisou-se na
�consiste em um conjunto integrado de habilidades, conhecimentos e valores ligados ao acesso, a
organização, ao uso e a apresentação da informação na resolução de problemas, com a utilização
E, prosseguindo na busca da diferenciação das etapas do processo de desenvolvimento de
habilidades em informação, entre competência e letramento, de acordo com Miranda (2004 apud
COELHO, 2012, p. 325), competência em informação é:
[...] uma competência que perpassa processos de negócio, processos gerenciais e processos
técnicos diversos, bem como diferentes partes de uma mesma organização ou atividade.
Seria desejável que as competências informacionais fizessem parte do rol de competências
dos mais variados profissionais, atividades e organizações. [...] A Competência em
Informação é vista como um dos requisitos do perfil profissional que necessita de
informação em seu trabalho, não importando o tipo de atividade. (MIRANDA, 2004)
Seguindo essa abordagem, no campo dos estudos da Biblioteconomia, o processo de
desenvolvimento de habilidades em informação pode ser dividido em etapas, não necessariamente
sequenciais e não exclusivas, mas que dependem de contexto informacional, usuários, conteúdos e
objetivos almejados. Tais etapas estão expressas na Figura 1 a seguir.
Figura 1: Etapas do processo de desenvolvimento de habilidades em informação
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
A alfabetização consiste na decodificação para situações em que há o uso efetivo da
linguagem nas práticas de interação em um contexto específico. Refere-se à compreensão básica do
código, no caso, os conceitos relacionados à informação e aos seus suportes, bem como a noção da
organização desses serviços e produtos.
Por outro lado, o letramento informacional consiste na busca de informação para a
aquisição do conhecimento, visando a sua aplicação prática - a capacidade de selecionar, buscar e
avaliar as informações com a finalidade de organizá-las e usá-las eticamente para a produção de
novos conhecimentos. Para isso, ao longo desse processo, os indivíduos precisarão desenvolver
competências e habilidades para lidar com o universo informacional, tornando-se capazes de
�selecionar os métodos mais apropriados de pesquisa para acessar a informação necessária, além de
planejar estratégias de busca de informação e recuperar dados em sistemas de informação.
Já a competência informacional está vinculada ao nivelamento de conhecimentos, visando
tornar o profissional habilitado diante de um determinado contexto organizacional, suprindo assim
as deficiências do ensino escolar. A competência informacional está voltada à tomada de decisão e
à resolução de problemas.
O indivíduo que tenha a competência em letramento informacional razoavelmente
desenvolvida terá condições básicas para determinar, com alguma eficácia, a extensão das
informações necessárias, acessá-las e avaliá-las, relacionar a informação selecionada com os
conhecimentos prévios, empregá-la para acompanhar um objetivo específico, e compreender os
aspectos econômicos, legais e sociais do contexto do uso da informação para, desta forma, ser
capaz de usá-la ética e legalmente (ASSOCIATION OF COLLEGE AND RESEARCH
LIBRARY, 2000).
2.3 LUME
Lume é o nome dado ao repositório institucional da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, criado em 2010. Seu nome possui como significado a manifestação de conhecimento, saber,
luz. Tem o objetivo de reunir, preservar e garantir acesso confiável aos documentos acadêmicos,
científicos, artísticos e administrativos gerados naquela universidade.
Como características técnicas, segundo informações do sítio eletrônico, o Lume utiliza:
DSpace, sistema com interface Web que permite o auto-arquivamento de documentos e a
sua marcação com metadados. Os metadados utilizados para descrição dos documentos
digitais seguem o padrão Dublin Core qualificado, que visa descrever objetos digitais, tais
como, vídeos, sons, imagens, textos e sites na web. Aplicações de Dublin Core utilizam o
formato XML e o RDF (Resource Description Framework). Adota o sistema CNRI/Handle
que é usado para designar identificadores permanentes para cada documento arquivado no
repositório. (UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2017)
No Lume, estão identificadas as seguintes comunidades: Acervos; Eventos UFRGS; TCCs;
Produção Científica; Teses e Dissertações; e, como objeto desse trabalho, Recursos Educacionais.
A política de funcionamento desse repositório foi construída através de diretrizes emanadas
dos diferentes setores da UFRGS, visando atender seus objetivos institucionais.
Para determinar as permissões de uso dos REA, o Lume utiliza as licenças Creative
Commons, provenientes da organização sediada em São Francisco, Califórnia, e representadas no
Brasil pelo Centro de Tecnologia e Sociedade (CTS), centro de pesquisa avançada que integra a
Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro. Elas têm por objetivo incentivar
�o acesso à cultura, à educação e à ampla disseminação de informações públicas, permitindo criar
outras obras/trabalhos sobre elas, por meio de licenças jurídicas.
3 METODOLOGIA
Quanto ao método, trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que segundo Minayo (2001),
loca frente a frente os desejos do pesquisador e os autores envolvidos em seu horizonte de
quantitativo, por se tratar de uma pesquisa com ação exploratória e analítica.
Quanto aos procedimentos, a investigação é documental, pelo levantamento e análise da
literatura específica e exploratória devido às avaliações do repositório institucional Lume,
hospedado no site da UFRGS. Os dados foram coletados a partir das estatísticas fornecidas pelo
próprio repositório estudado.
Conceitos de letramento e competência informacional foram pautados nas obras de Weitzel,
Calil Júnior, Achilles (2015), Campello (2003), Ferreira et al. (2012), Costa (2012) e Litto (2009).
O uso de REA e suas implicações socioeconômicas foram revistos sob o ponto de vista de Sally
Johnstone (2005). Também foram identificadas, na obra de Gonsales (2016), questões referentes à
colaboração e ao compartilhamento:
[...] chamando a atenção para o momento revolucionário em que estamos vivendo, no qual
a colaboração e o compartilhamento vão ganhando força nas relações entre as pessoas, seja
no ambiente pessoal, profissional ou acadêmico. O ato de possuir algo vem perdendo
espaço para a necessidade de ter acesso a algo; a oferta de serviços customizados cresce
em relação à de produtos prontos. (GONSALES, 2016, p. 3)
A plataforma Lume foi selecionada devido à completude e centralização de serviços de
informações da universidade, constituindo-se em centro de memória institucional, ferramenta de
pesquisa e gerenciamento eletrônico de documentos.
Conforme estudo proposto dos recursos educacionais e seus requisitos, foram analisados os
formatos em que se encontram e os tipos de REA conforme classificação da própria comunidade.
Verificamos os quantitativos de downloads e acessos como indicativo de usabilidade, além das
licenças de uso adotadas para identificar o nível de abertura desses recursos e a demonstração das
aplicações dos recursos educacionais no letramento informacional e/ou competência informacional.
A coleta de dados foi realizada por meio de acesso às coleções arquivadas no tópico
Recursos Educacionais do Repositório Institucional - Lume. O parâmetro utilizado para aferir o
nível de abertura dos REA foi a análise por meio das licenças Creative Commons utilizadas em
�cada tipo de REA. A utilização via acessos e downloads tiveram os dados extraídos das estatísticas
do próprio Lume, cobrindo dados de acessos no Brasil e no exterior desde 2008.
Quanto à análise da aplicação do REA ao letramento ou à competência informacional, foi
levado em consideração o público-alvo e o nível de conhecimento prévio necessário sobre o
assunto disposto em cada item pesquisado.
4 ANÁLISE DE RESULTADOS
Na primeira análise da Comunidade REA, dentro do repositório institucional Lume,
verificamos como os recursos educacionais estão categorizados dentro das coleções, conforme
Gráfico 1.
Gráfico 1: Quantitativo de REA por Área do Conhecimento
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Verificou-se que os REA estão categorizados por áreas do conhecimento, conforme tabela do
CNPq, para facilitar a sua localização pelos usuários. A maioria se concentra nas áreas de Ciências da Saúde
e Ciências Humanas.
Todos os 104 (cento e quatro) recursos existentes estão distribuídos em diferentes formatos,
conforme o Gráfico 2.
Gráfico 2: REA
Formatos
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
�Ao analisar os dados, percebeu-se que 41 (quarenta e um) recursos, isto é, a maioria dos
REA, encontra-se no formato de hipertextos, seguido de 29 (vinte e nove) recursos em formato de
vídeo. Ambos apresentam uma forma mais dinâmica de construção e organização do
conhecimento, aliando imagens em movimento, som e links.
Quanto aos tipos de recursos, a especificação está expressa nos próprios metadados do Lume,
conforme o Gráfico 3.
Gráfico 3
REA Tipos
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Nota-se que o tipo Recurso Educacional, num total de 47 (quarenta e sete), consiste em um material
voltado para ministrar aulas, com indicativo do conteúdo sem muito aprofundamento, sem especificações,
ou seja, um conteúdo mais generalista. O tipo Objeto de Aprendizagem, em total de 45 (quarenta e cinco)
itens, consiste em conteúdo relevante para intensificação do aprendizado, partindo para uma especialização
do assunto. Com relação ao Material Didático, 12 (doze) são os recursos utilizados em aula e servem para
embasar os níveis de aprendizado e as avaliações.
Os REA, segundo sua forma de disponibilização e licenciamento, possuem predominância
de conteúdos voltados à educação superior. Contudo, percebe-se que a disponibilização dos REA
em um repositório digital, com serviços de informação da universidade, propõe-se a disseminar
informações para docentes, discentes, monitores e servidores técnico-administrativos, com o
objetivo, também, de fomentar o desenvolvimento de habilidades informacionais, conforme
apresentado no Gráfico 4.
�Gráfico 4
Desenvolvimento de Habilidades de Informação.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Na análise de dados, foi constatado que 79 (setenta e nove) recursos abertos do Lume
demandam nível de conhecimento prévio sobre o assunto, caracterizando-os como aplicáveis em
uso com o objetivo de desenvolver competência informacional. Os conteúdos com a indicação de
letramento informacional, em menor número (vinte e cinco recursos), são relativos a conteúdos
abertos indicados para ensino médio e educação à distância, contando inclusive com a faixa etária
correspondente indicada pelos autores, denotando o uso de conteúdo novo, voltado para fases
iniciais de estudo.
De acordo com o Gráfico 5, percebeu-se que, para o total de 104 (centro e quatro) recursos
disponíveis no Lume, existe um número considerável de acessos (27.494
quatrocentos e noventa e quatro) e downloads (3.780
vinte e sete mil,
três mil e setecentos e oitenta). Ressalta-se
que os acessos e downloads foram contabilizados a partir de 2008 até dezembro de 2017.
Gráfico 5: Usabilidade
Downloads x Acessos
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Percebeu-se, ainda, a predominância de conteúdos produzidos a partir de 2013 até 2017,
com acesso e downloads procedentes do Brasil, China, Estados Unidos e Canadá. Todos os REA
�disponíveis no Lume possuem licença Creative Commons, conforme expresso no Gráfico 6. As do
tipo CC BY-NC-ND 2.5 são as predominantes.
Gráfico 6: REA Plataforma Lume
Licença Creative Commons.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Foram identificados, no Lume, 03 (três) tipos distintos de licenças Creative Commons.
Quadro 1: Lume - Tipo de Licença Creative Commons
TIPO DE LICENÇA
PERMISSÕES
CC-BY-SA - Permite adaptação, criação a partir do trabalho, mesmo para fins
comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito e que licenciem as novas
criações sob termos idênticos.
CC-BY-NC-SA - Permite adaptação e criação a partir do seu trabalho para
fins não comerciais, desde que atribuam a você o devido crédito e que
licenciem as novas criações sob termos idênticos.
CC-BY-NC-ND - Permite o download dos seus trabalhos e o
compartilhamento, desde que atribuam o devido crédito, mas sem que possam
alterá-los de nenhuma forma ou utilizá-los para fins comerciais.
Fonte: Creative Commons, 2017.
Cento e um Recursos Educacionais abertos (101), o que correspondente a 97% do universo
de REA do Lume possuem a licença Creative Commons CC-BY-NC-ND, considerada a menos
permissiva, dentre os 06 (seis) tipos de licença de uso atribuídos. A partir desse levantamento para
mapear o nível de abertura dos recursos disponíveis na comunidade REA, percebe-se que as
mesmas são compatíveis com a política educacional adotada pela UFRGS, atualmente.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os REA são uma tendência que vem emergindo com o surgimento da internet e o uso das
mídias no contexto educacional. Eles estão inseridos na filosofia de abertura da informação com
base na colaboração e interatividade da cultura digital, e têm, como proposta, que todos devem ter
�a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir ferramentas educativas, sem restrições,
ampliando assim o conhecimento e estimulando a criatividade e inovação.
Os recursos disponibilizados no REA, localizados no repositório institucional Lume, são
Materiais Didáticos, para apoio das atividades de ensino; Atividades de Ensino (planos de ensino,
apresentações etc.); e Objetos de Aprendizagem (recursos digitais em forma de módulos em
diferentes formatos, como vídeos, sítio eletrônico e animações, entre outros) que contribuem para o
letramento e competência informacional. Contudo, em sua maioria, apresentam licenças Creative
Commons CC-BY-NC-ND, impossibilitando-os para qualquer forma de alteração ou de utilização
para fins comerciais.
Nota-se que o potencial da ferramenta Lume vai desde a centralização de serviços de
informação até a disposição do conteúdo, estando estruturado de forma completa, o que possibilita
o armazenamento da memória documental e institucional, a recuperação de diversas fontes de
informação e o fomento do ensino para diferentes níveis educacionais.
A Divisão de Sistemas de Pesquisa, do Centro de Processamento de Dados, conforme
informação do próprio site da UFRGS, relata a participação de bibliotecários - lotados na
Biblioteca Central e na Biblioteca de Medicina - no desenvolvimento e manutenção desse
repositório.
Portanto, a exemplo desta ferramenta estruturada, sugere-se uma reflexão acerca do papel
do bibliotecário na função educativa e na disseminação dos processos de apropriação da
informação e aprendizagem dos seus usuários no uso dos REA. É valido pensar a que ponto o
incentivo na implementação das licenças Creative Commons, de forma mais alinhada aos objetivos
da educação aberta, é capaz de agregar valor para um profissional ou para uma organização. O
pioneirismo do repositório Lume pode ser inspirador para outras instituições na centralização dos
serviços de informação e documentação, no desenvolvimento das habilidades de informação e na
utilização de Recursos Abertos. Esta é uma questão inovadora e necessita de um debate amplo
junto à comunidade de bibliotecários.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Recursos educacionais abertos: o caso do Repositório Digital "LUME" e suas funcionalidades de letramento e competência informacional.
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Souza, Elazimar Menezes de ; Henning, Patrícia; Marques, Catia Vasconcellos; Arantes, Isabela; Cosmo, Tatiana Neves
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa a comunidade de recursos educacionais do repositório digital ―Lume‖ da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a partir do estudo de suas características, funcionalidades, formatos e tipologia. Verifica o quantitativo de downloads e acessos como indicativo de usabilidade, além das licenças de uso adotadas para identificar o nível de abertura desses recursos e a demonstração das aplicações dos recursos educacionais no letramento e/ou competência informacional. Propõe a reflexão do papel do bibliotecário na função educativa e na disseminação dos processos de apropriação da informação e aprendizagem dos seus usuários no uso dos Recursos Educacionais Abertos (REA), assim como a ampliação do uso dos REA pelas universidades federais, fortalecendo a importância da implementação das licenças Creative Commons, de forma mais alinhada aos objetivos da educação aberta, cuja proposta é a de que todos devem ter a liberdade de usar, personalizar, melhorar e redistribuir ferramentas educativas, sem restrições, ampliando assim o conhecimento e estimulando a criatividade e a inovação.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5827/SNBU2018_225.pdf
a49630a93243d4b45143bedf3a110e0d
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Eixo III - Ensino
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DA BIBLIOTECA NO DESENVOLVIMENTO DA
COMPETÊNCIA INFORMACIONAL
POSSIBILITIES OF THE LIBRARY'S ACTIVITIES IN THE DEVELOPMENT OF
INFORMATIONAL COMPETENCY
Resumo: Este artigo é oriundo de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo analisar a
biblioteca de uma instituição de ensino como um possível espaço-tempo de desenvolvimento de
aprendizagens e formação de competência informacional. Para tanto, foi realizada um estudo de
caso em um campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o qual nos propomos a apresentar
aqui os dados coletados e a análise desses dados. A coleta desses dados foi realizada através da
aplicação de questionário e de entrevista e para sua análise utilizou-se a técnica de análise de
conteúdo de Bardin. Os resultados obtidos apontaram cinco categorias de análise: acesso à
informação; avaliação da informação; uso da informação; autonomia dos estudantes; possibilidades
de atuação da biblioteca no desenvolvimento da competência informacional. Por fim, realizamos a
triangulação dos dados obtidos pelo referencial teórico, pelo questionário e pela entrevista no
intuito de verificar as possibilidades, tanto da biblioteca quanto dos bibliotecários, em atuarem
como mediadores entre a informação e seu usuário de forma efetiva, fazendo com que a biblioteca
se torne um espaço pedagógico de aprendizagem e de desenvolvimento da competência
informacional.
Palavras-chave: Competência informacional; Educação; Aprendizagem; Letramento.
Abstract: This article comes from a master's research that aimed to analyze the library of a
teaching institution as a possible space-time of learning development and informational
competency formation. For that, a case study was carried out in a campus of the Federal Institute of
Rio Grande do Sul, which we propose to present here the data collected and the analysis of these
data. The collection of these data was done through the application of a questionnaire and
interview. Data analysis followed the technique of content analysis. The research results pointed to
five categories of analysis: access to information; evaluation of information; use of information;
autonomy of students; possibilities of the library's performance in the development of
informational competency. Finally, we performed the triangulation of the data obtained by the
theoretical reference, the questionnaire and the interview in order to verify the possibilities of both
the library and the librarians to act as mediators between the information and its user in an
effective way, making the become a pedagogical space for learning and developing informational
competency.
Keywords: Informational Competency; Library; Learning; Literacy.
�A proposição desse artigo surge após a conclusão de uma pesquisa de mestrado que deu
origem a dissertação A biblioteca como espaço-tempo de aprendizagens e de desenvolvimento da
competência informacional e do desejo de compartilhar os resultados obtidos. Esta pesquisa, que
teve como campo empírico o campus Restinga do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS),
possuía o objetivo de investigar a possibilidade de uma biblioteca de uma instituição de ensino
atuar como um espaço de desenvolvimento da competência informacional.
A relevância do tema está relacionada diretamente com o contexto atual, no qual a
informação tornou-se um ponto crucial para o desenvolvimento do conhecimento. No entanto,
devido ao fluxo intenso e constante de informações é necessário que essa seja selecionada e
verificada pois muitas vezes pode estar incompleta e, até mesmo, equivocada. As instituições de
ensino precisam atuar no sentido de auxiliar seus alunos para torna-los efetivos na busca e seleção
de informações válidas e seguras, além de serem capazes de transformar tais informações em
conhecimento. Dentro desse contexto, a biblioteca, como parte essencial de uma instituição
educativa, pode atuar como um espaço de aprendizagem, na criação de ações, em conjunto com os
docentes, que levem ao desenvolvimento de aprendizagens significativas e de novos
conhecimentos.
Para o desenvolvimento desta pesquisa procuramos demonstrar a importância do
desenvolvimento da aprendizagem, da autonomia e do aprender a aprender para que seja possível o
efetivo desenvolvimento da competência informacional nos estudantes. Essas teorias possibilitam
verificar o papel da biblioteca e dos bibliotecários e sua função educativa na tentativa de responder
à questão proposta por esta pesquisa: Em que medida pode a biblioteca de uma instituição de
ensino configurar-se como espaço-tempo de aprendizagens e de desenvolvimento de competências
informacionais? Cabe esclarecer algumas peculiaridades da delimitação desse campo empírico pois
o IFRS é uma instituição participante da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica (Rede Federal EPCT), que foi criada por força de lei em 2008169. Essa rede se
caracteriza por atender a tipos de públicos diferenciados, abrangendo cursos técnicos (integrado,
subsequente, concomitante), licenciaturas, graduações tecnológicas, especializações, mestrados
profissionais e doutorados, além de cursos profissionalizantes de formação inicial e continuada e o
Programa de Educação de Jovens e Adultos (PROEJA). Devido a essa diversidade de níveis
educacionais, as suas bibliotecas transitam entre biblioteca universitária e biblioteca escolar, não se
A Rede EPCT foi criada por força de lei e determinou a implantação dessas instituições por todo território brasileiro
Lei n. 11.892, de 29 de dezembro de 2008 (BRASIL, 2008).
�limitando a nenhuma das duas, mas atuando em ambas, gerando assim um tipo misto de biblioteca.
Instituto coexistem, no mesmo espaço físico, dois tipos de bibliotecas sendo: as bibliotecas
universitárias que atendem, principalmente, o público universitário; e as bibliotecas escolares, que
são voltadas para os usuários oriundos do ensino médiopesquisa que realizamos, adotamos a definição de biblioteca multinível.
Dessa forma, foi realizado um estudo de caso qualitativo com análise de conteúdo dos
dados obtidos através da aplicação de um questionário e uma entrevista. Com base no
desenvolvimento do referencial teórico, elaboramos o questionário com a finalidade de identificar
a percepção da comunidade docente em relação ao papel da biblioteca como espaço pedagógico e
no desenvolvimento da competência informacional. Esse instrumento de coleta de dados também
procurou identificar as iniciativas da biblioteca de se inserir como espaço pedagógico assim como
quais os tipos de ações que a comunidade docente acredita que a biblioteca poderia ofertar.
Na revisão bibliográfica que realizamos, percebemos a importância de uma educação que
a capacidade de analisar e discutir informações inteligente e racionalmente, sem aceitar suas
(VARELA, 2005, p. 2). Aqui apresentaremos um breve resumo do que foi desenvolvido na revisão
bibliográfica realizada para a dissertação e que são utilizadas para a fundamentação da análise dos
dados obtidos no questionário e na entrevista.
O processo da aprendizagem tem uma significativa importância para a formação dos
sujeitos, à construção de si mesmo e ao desenvolvimento da autonomia pessoal. Trata-se de um
processo vital, fundamental à manutenção e ao desenvolvimento da vida humana e da própria
sociedade e que se desenrola ao longo da vida, de forma contínua e ininterrupta (PIAGET, 1978 e
2007). Na perspectiva de Piaget (2007), o processo de desenvolvimento cognitivo do ser humano
ocorre ao longo de quatro fases, estando o avanço para o estágio seguinte dependente do que foi
desenvolvido no anterior. Observa-se que a passagem de um estágio para o outro depende do ritmo
individual na aquisição de novas habilidades (PIAGET, 1978), e que isto resulta de uma ação do
sujeito sobre o objeto, na qual as estruturas evoluem sequencialmente nas fases descritas por
Piaget.
�Reconhecemos em Piaget um entendimento semelhante ao de Kant (2005) no que se refere
de estratégias (condições) inatas
próprias do sujeito
por meio das quais tem início o processo
de interação e consequentemente o des
2001, p. 39). Dessa maneira, a teoria de Piaget aproxima-se da teoria de Kant no que diz respeito à
ênfase dada à atividade do sujeito e estabelece uma relação entre o processo de aprendizagem, o
desenvolvimento da autonomia e da capacidade de aprender a aprender. Os processos de
aprendizagem, como instâncias de constituição dos sujeitos e das sociedades, precisam desenvolver
uma série de capacidades ou competências nos sujeitos aprendentes, orientando os processos
formativos ao desenvolvimento da autonomia dos estudantes.
Nesse contexto, entendemos que a escola tem como desafio possibilitar aos alunos que a
procedimento
MACEDO, 2008, s.p.), proporcionado, com isso, uma
aprendizagem significativa. Para desempenhar esse pap
aluno para o uso inteligente da informação disponível através da tecnologia [...]. O processo de
aprendizagem a partir de uma ampla variedade de fontes é o desafio crítico para as escolas na
processos
apropriação, é que fará com que a informação seja transformada em conhecimento. Maar (1995, p.
da experiência formativa não se esgota na relação
formal do conhecimento [...] mas implica uma transformação do sujeito no curso do seu contato
transformador com o objeto na realidade. Para isto se
Bari (2010) ressalta que a educação tem papel importantíssimo na capacitação das pessoas
para que possam usufruir de forma competente do conhecimento produzido pela humanidade. Para
pessoas adquiram competências para localizar, avaliar e usar
informações, o que implica, por parte dos bibliotecários, em ações mais complexas, pois as
pessoas, além de tornarem-se leitores, necessitam ser competentes para aprender por meio da
(CAMPELO, 2010, p. 185). A competência informacional pode auxiliar no
desenvolvimento de pessoas aptas a utilizarem a informação de forma autônoma e eficiente. E as
bibliotecas podem auxiliar nesse sentido proporcionando situações de aprendizagem que lhes
auxiliem a desenvolver a competência informacional
em agentes
(DUDZIAK, 2001, p. 73). Ao desenvolver essa
�competência também se busca estimular a autonomia dos discentes não só no que diz respeito a
busca e ao acesso, mas principalmente no emprego da informação recuperada. Desta forma, a
competência em informação é:
[...] um processo de aprendizagem contínuo que envolve informação, conhecimento e
inteligência. É transdisciplinar, incorporando um conjunto integrado de habilidades,
conhecimentos, valores pessoais e sociais, permeia qualquer fenômeno de criação,
resolução de problemas e/ou tomada de decisões (DUDZIAK, 2003, p. 29).
Para que a biblioteca possa contribuir nesse processo de aprendizagem é necessário
27). Essa transformação possibilitaria as bibliot
produção de sentido, nos quais ocorrem a articulação entre o produtor (autor) e o receptor (usuário)
a informação recebida/recuperada e o usuário para que ela possa ser apropriada e transformada em
Segundo Kuhlthau (1999, p. 10), a American Association of School Librarians (AASL)
olaborar no ensino e aprendizagem, fornecer acesso à
informacional. Para Silva et al. (2005), a biblioteca precisa ser proativa para se inserir nessas novas
demandas de informação e atuar como uma facilitadora de novas aprendizagens. Desta forma,
safio das
fornece acesso a recursos de aprendizagem,
Os dados que apresentaremos fizeram parte do questionário enviado aos docentes do
campus Restinga/IFRS e teve como objetivo identificar a percepção dessa comunidade em relação
ao papel da biblioteca como espaço pedagógico e no desenvolvimento da competência
informacional. Esse questionário foi enviado para todo os sessenta docentes desse campus, dos
quais somente dezessete docentes retornaram, ou seja, 28,3% do universo de convidados.
�O questionário foi dividido em três seções: a primeira se refere à autorização de
participação na pesquisa, na segunda seção coletamos alguns dados de identificação e na terceira
lançamos questionamentos referentes aos conceitos de autonomia e de competência informacional
observados pelos docentes em seus alunos. Esta última parte do questionário foi composta de nove
questões. Além disso, o levantamento de dados contou com uma entrevista junto a bibliotecária
desse campus a fim de obter mais informações referente à temática estudada. A entrevista foi
estruturada de forma que os tópicos correspondessem às categorias que emergiram do questionário
e observando a temática da competência informacional, do papel da biblioteca como um espaço
pedagógico e do desenvolvimento da autonomia e do aprender a aprender. Acreditamos que ao
embasar essa pesquisa no referencial teórico, no questionário e na entrevista, obtemos maiores
subsídios para a realização da triangulação dos dados, enriquecendo nossa análise.
Para análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo de Bardin (2006), que
resultou em cinco categorias de análise: acesso, avaliação, uso, autonomia e possibilidade de
atuação da biblioteca no desenvolvimento da competência informacional. Na análise dessas
categorias, realizamos a triangulação dos dados relacionando o referencial teórico com os dados
oriundos do questionário e da entrevista. A partir da análise dos dados obtidos, foi possível
observar a necessidade da biblioteca atuar de forma mais ativa em ações que proporcione aos
discentes condições mais propicias para o desenvolvimento do letramento informacional. Dessa
forma, esse artigo se propõe a apresentar a análise dos dados obtidos por esta pesquisa.
Como dito anteriormente, dividimos o questionário em três seções, mas aqui
apresentaremos os dados referente a última seção que lançou questionamentos referentes aos
conceitos de autonomia e de competência informacional observados pelos docentes em seus
alunos.
Foram elaboradas nove questões baseadas na pesquisa realizada no referencial teórico e que
observaram as diretrizes da DHI para a aprendizagem permanente, de autoria de Lau (2008),
presidente da Seção de Habilidades Informacionais da IFLA. As diretrizes abarcam os conceitos
de: acesso (o usuário acessa à informação de forma eficaz e eficiente: definição e articulação da
necessidade de informação; localização da informação); avaliação (o usuário avalia a informação
de maneira crítica e competente: avaliação da informação. O usuário; organização da informação);
uso (o usuário aplica/usa a informação de maneira precisa e criativa: uso da informação. O usuário;
comunicação e uso ético da informação). Essas questões tiveram como objetivo verificar a
percepção dos docentes quanto à iniciativa da biblioteca no auxílio aos processos referentes à
pesquisa acadêmica, assim como se os docentes indicam a biblioteca como uma fonte para suas
pesquisas. Ainda a partir da análise das respostas e utilizando a técnica de análise de conteúdo
�elaborados por Bardin (2006), estabelecemos as seguintes categorias: Acesso, Avaliação, Uso,
Autonomia e Atuação da biblioteca.
As primeiras questões dessa seção procuraram identificar a atuação e a utilização da
biblioteca pelos alunos a partir da percepção e/ou indicação dos docentes. Abaixo apresentamos os
dados coletados (Quadro 01) no qual procuramos investigar a diretriz da DHI referente ao acesso,
tendo como foco a busca pela informação na biblioteca e como essa atua, junto ao aluno, para
auxiliar na busca e na ampliação das fontes de informação.
Quadro 01 Questões sobre acesso
A QUESTÃO
ASPECTOS RELEVANTES
C 1) A biblioteca e o
Desconhecem essa informação.
E bibliotecário do campus Imagina que sim.
S
procuram auxiliar os
Não frequentam a biblioteca.
S
alunos nas suas
Promove ações de incentivo à leitura.
O necessidades
Divulga a disponibilidade da biblioteca.
informacionais?
Divulga informações sobre acervo.
Justifique sua resposta.
Auxilia na obtenção de material didático e de consulta.
Orienta no uso do sistema e na localização do livro na estante.
Atua com atenção e interesse.
Bibliotecária promove ações de incentivo à leitura e divulga e-mails
instrucionais de auxílio aos alunos na busca de referências.
Acervo alinhado aos PPCs, atualizado e organizado.
2) Você recomenda que Recomenda, assim como a outras fontes de conhecimento.
procurem o auxílio da
Incentiva o uso da biblioteca, como espaço de busca, reforço e ampliação
biblioteca?
dos conhecimentos.
Por quê?
Bibliotecária atua no auxílio aos alunos.
Como fonte de pesquisa e forma de aprofundar temas.
Recomenda a pesquisa no catálogo.
Recomenda o contato com a equipe da biblioteca.
Considera a biblioteca o coração da instituição.
O uso do acervo é um complemento à sala de aula.
Recomenda como fonte para pesquisa, leitura incluindo a de lazer.
Incentiva o hábito de procurar a biblioteca.
Recomenda o uso dos livros, mas também o espaço para estudos e
pesquisas.
Fonte: autoria própria, 2016.
Prosseguindo na apresentação e análise do questionário, as questões três, quatro e cinco
estão relacionadas ao aspecto da avaliação da informação, conforme ilustra o quadro 02, elencado
pelas diretrizes da DHI. Nesse tópico procuramos identificar a percepção dos docentes quanto ao
uso de fontes variadas e a seleção e avaliação dessas fontes.
�Quadro 02 - Questões sobre avaliação
A QUESTÃO
ASPECTOS RELEVANTES
V 3) Quais as fontes
Google. Sites. Acervo da biblioteca.
A utilizadas pelos alunos
Blogs. Artigos científicos.
L em suas pesquisas
Google acadêmico.
I
escolares?
Bases de dados.
A 4) Você percebe que os Precisa de maior reforço na orientação. Não sabem selecionar.
Ç alunos sabem
Copiam do primeiro site recuperado.
à selecionar fontes
Não sabem reconhecer o que é uma produção científica.
O confiáveis para realizar Utilizam sites gerais e de compiladores.
Depende do nível de ensino (médio, técnico ou superior).
seus trabalhos
acadêmicos?
Justifique sua resposta
Utilizam basicamente a internet como fonte, sem critérios de seleção.
Não procuram a biblioteca, ficam restritos ao uso do Google.
Não reconhecem as fontes confiáveis. Usam a wikipedia e blogs.
As correções dos trabalhos devem orientar nesse sentido.
5) Sabe avaliar a
Possui dificuldades para selecionar fontes confiáveis.
informação
Identifica a idoneidade da fonte.
Conhece as principais fontes e autores da área de estudo.
Sabe avaliar a atualidade da informação.
Reconhece a qualidade da informação.
Fonte: Autoria própria, 2016.
Nas questões seis e sete do questionário procuramos mapear os requisitos relacionados com
o uso da informação, conforme ilustra o quadro 03 e na elaboração do texto a partir da informação
recuperada. Observamos a partir dos depoimentos dos docentes, a interrelação das questões
referentes ao acesso, avaliação no qual constatamos que o desenvolvimento dos discentes nos
componentes de uso e acesso influenciam diretamente na utilização eficiente da informação
recuperada.
Quadro 03 - Questões sobre uso
U QUESTÃO
S
6) Quanto ao tratamento
O da informação, os alunos:
7) Quais as maiores
dificuldades
demonstradas pelos
alunos quando solicitados
a fazer uma pesquisa
acadêmica
Fonte: Autoria própria, 2016.
ASPECTOS RELEVANTES
Sabem resumir e esquematizar
Reconhecem a estrutura do texto
Utilizam fontes variadas
Não usam gestores de referências bibliográfica
Dificuldade de síntese e de atuar como leitor crítico, posicionando-se
como autor dos seus textos.
Outros fatores não identificados
Elaboração de texto
Processo de pesquisa
Definição do tema central da pesquisa
Na questão oito procuramos identificar a relação entre o processo de pesquisa e a
autonomia dos alunos no gerenciamento da sua aprendizagem, conforme ilustra o quadro 04.
�Quadro 04 Relação entre o processo de pesquisa e o desenvolvimento da autonomia.
A QUESTÃO
ASPECTOS RELEVANTES
U 8) Os alunos com
Existe relação. Desenvolvem através do hábito de pesquisa.
T maior
Sabem pesquisar e estruturar textos e pesquisa.
O facilidade/habilidade
Depende do nível de conhecimento.
N nesse processo de
A maioria sabe buscar em boas fontes, mas tem dificuldades de elaborar
O pesquisa demonstram
textos.
M ter autonomia no
Percebe a autonomia na iniciativa da busca por informações
I gerenciamento do seu
Alunos do nível superior demonstram mais autonomia que os de ensino
A aprendizado?
médio, pois estes não possuem a maturidade para gerenciar o seu aprendizado.
Justifique sua resposta. São alunos com maior comprometimento, organização e discernimento.
Raramente. Por executarem as tarefas sempre às vésperas dos prazos dados
não aprofundam nem a pesquisa nem o aprendizado
A autonomia na pesquisa esbarra na habilidade de selecionar/organizar os
diferentes elementos que fazem parte desse processo.
Fonte: Autoria própria, 2016.
2 ANALISE DOS DADOS
A análise dos dados obtidos nos possibilitou verificar que, na percepção dos docentes, a
biblioteca consiste em um espaço de estudo, de pesquisa e, sobretudo, de consulta ao acervo local
demonstrando haver certo desconhecimento da potencialidade da biblioteca. Os dados coletados
foram categorizados em cinco tipos, os quais apresentaremos abaixo as análises realizadas a partir
da triangulação dos dados do questionário, da entrevista e do referencial teórico.
a) Quanto a primeira categoria: acesso à informação
Os dados analisados demonstram que os alunos procuram a biblioteca para realizar
pesquisas motivados pela necessidade de sala de aula, restringindo se na maioria das vezes a
realizar pesquisas aos livros do acervo. Nos questionários, os educadores afirmam que a biblioteca
auxilia no aprofundamento dos conteúdos desenvolvidos em sala de aula, mas na entrevista com a
bibliotecária percebe-se que esse aprofundamento se restringe à consulta à bibliografia do curso e
ao uso do espaço. Quanto a questão de capacitar os discentes para o acesso a informação, este
resume se ao treinamento ao acesso do portal de periódicos CAPES, não havendo mais nenhuma
atividade. Não foi possível observar, em ambos instrumentos de coleta de dados, manifestações
referentes à necessidade de ampliação das fontes de informação assim como não houve nenhuma
demonstração referente à possibilidade da biblioteca atuar de forma integrada às atividades de sala
de aula. Em suma, os dados do questionário e da entrevista apontam que questão do acesso se
restringe à disponibilização do acervo, à capacitação no portal de periódicos CAPES e ao auxílio
àqueles alunos que procuram a biblioteca.
�b) Quanto a segunda categoria: avaliação da informação
Foi possível observar a existência de dificuldades dos alunos em avaliar as fontes de
informação, bem como a utilização frequente da ferramenta Google para realizar suas pesquisas e a
utilização do primeiro resultado da busca, sem nenhuma verificação de credibilidade. A única ação
no sentido de capacitar os alunos ocorre na disciplina de metodologia, sendo que é oferecida
somente no final dos cursos. Entendemos que a capacitação e o esclarecimento referentes à
avalição de fontes atuariam de forma a minimizar o problema levantado pelos docentes, evitando
também que os alunos utilizem sem critérios o primeiro resultado encontrado.
Destacamos alguns relatos que evidenciam que cada nível educacional demonstra um tipo
diverso de dificuldade, conforme observado por Piaget (2007) referente a importância da
adequação da formação ao nível de desenvolvimento cognitivo do estudante e ao contexto no qual
ele está inserido. Isso demonstra a necessidade de adequação das ações de capacitação e de
desenvolvimento da competência informacional ao longo da vida escolar do aluno. Somente com
um trabalho de acompanhamento adequado à cada nível de aprendizagem será possível superar as
dificuldades relatadas em relação à capacidade de avaliar as informações disponíveis, denotando
que o sujeito adquiriu competência informacional e autonomia.
c) Quanto a terceira categoria: uso da informação
Essa categoria trouxe dados muitos semelhantes ao anterior, ficando centrada nos docentes
toda a capacitação dos alunos, mas restrita as aulas de metodologia. Obtivemos dados conflitantes
nos quais alguns relatam que os alunos tratam a informação de forma adequada, enquanto outros
afirmam que a utilização demasiada do recurso de copiar e colar. Também foram relatados
problemas na escrita e nas questões de plágio e da necessidade de formar os estudantes para uma
postura ética, crítica e reflexiva diante dos conteúdos ou temas abordados. Entendemos que a
elaboração de textos críticos, que observem as questões éticas do uso da informação, necessita ser
fomentada de forma ampla e constante com os discentes.
d) Quanto a quarta categoria: autonomia dos estudantes
Os docentes relatam que existe uma relação é perceptível entre a competência no processo
de pesquisa e a autonomia, pois alunos que demonstram ter uma competência informacional mais
desenvolvida também possuem mais autonomia no gerenciamento da aprendizagem. Segundo os
dados obtidos, os alunos que explicitam essas características possuem o hábito de pesquisar,
conseguem selecionar melhores fontes e elaboram textos de melhor qualidade e ainda demonstram
ter um maior comprometimento, organização e discernimento quanto ao próprio processo
�formativo. Apesar do reconhecimento da relação entre competência informacional e autonomia,
percebemos que essa competência se desenvolve de forma intuitiva no discente pois não existe
nenhuma prática de formação da competência informacional e da capacidade de reflexão crítica.
Acreditamos que, ao oportunizar ao aluno o desenvolvimento da competência informacional e da
autonomia, estaremos contribuindo para que tenhamos pessoas com maior capacidade de
questionamento e de reflexão, capacidade de aprender a aprender e, assim, possibilidade de se
manter aprendendo ao longo da vida.
e) Quanto a quinta categoria: possibilidades de atuação da biblioteca no desenvolvimento da
competência informacional
Alguns docentes reconhecem que a biblioteca poderia promover ações que auxiliassem no
desenvolvimento da competência informacional dos alunos, entre elas ações de capacitação dos
estudantes na realização de pesquisas acadêmicas, através de oficinas de pesquisa, de normalização
e da qualificação em estratégias de pesquisa. Para tanto seria necessário estabelecer uma
comunicação mais efetiva com os docentes para possibilitar a elaboração de ações conjuntas para a
formação dos alunos. Na entrevista foi possível observar que, mesmo em ações cotidianas como
levar os alunos para o espaço da biblioteca para a utilização dos livros do acervo, não é realizada
nenhuma combinação prévia com a bibliotecária. Esse procedimento reforça a visão da biblioteca
como um repositório de informações na qual realizam-se pesquisas no acervo físico, sem a
mediação do bibliotecário e sem utilizar nenhum outro recurso a não ser o acervo.
A biblioteca em questão oferece poucos treinamentos para os alunos, mas tem uma forte
atuação individual com os alunos que frequentam seus espaços em busca de informações ou com
aqueles que solicitam ajuda. Essa atuação individual está relaciona à prática de educação de
usuários e ao serviço de referência, abordado no referencial teórico. No entanto, para o
desenvolvimento da competência informacional, a autonomia do estudante e a reflexão crítica,
entendemos ser necessário o desenvolvimento de atividades diversificadas e sequenciais, sendo
imprescindível o apoio institucional para a mudança da percepção da biblioteca e para que ela se
torne um espaço pedagógico
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Essa pesquisa teve como objetivo analisar as possibilidades de uma biblioteca configurar-se
como espaço-tempo de aprendizagens e de desenvolvimento de competências informacionais.
Procuramos demonstrar a relevância da aprendizagem contínua, do desenvolvimento da autonomia
�e da competência informacional. A partir da coleta e a análise de dados destacaram se cinco
categorias relacionadas à temática investigativa: acesso, avaliação, uso, autonomia e possibilidade
de atuação da biblioteca no desenvolvimento da competência informacional.
Observamos nessa pesquisa a necessidade da renovação das instituições de ensino
viabilizando o desenvolvimento da autorreflexão crítica dos sujeitos, de forma a atingirmos a
autonomia e a emancipação (VILELA, 2007). Nesse sentido as bibliotecas podem atuar de forma
conjunto com os docentes na estruturação de experiências formativas que auxiliem os estudantes
na obtenção da autonomia do refletir através do desenvolvimento da competência informacional.
Para tanto, é necessário que o coletivo de educadores e de gestores da instituição percebam a
necessidade de desenvolver espaços que proporcionem experiências formativas que sejam capazes
de contribuir na aprendizagem e no desenvolvimento dos discentes. A biblioteca pode se inserir
como um dos espaços que proporcionam uma experiência formativa diferenciada, atuando como
mediadora entre a informação e o estudante e no desenvolvimento da competência informacional.
Assim, a biblioteca, conforme destaca Kuhlthau (2002, p. 10), tem a possibilidade de se constituir
s recursos informacionais irão se constituir num rico manancial
para propiciar o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para viver e
Para tanto, o bibliotecário deve conduzir a biblioteca a uma atuação mais proativa se faz,
buscar parcerias com os docentes e manter um diálogo com a direção do campus de forma a
mostrar a importância de inserir a biblioteca no planejamento pedagógico. Acreditamos que os
bibliotecários já possuem a preocupação e a intenção de auxiliar no desenvolvimento dos alunos,
assim como de tornar a biblioteca um espaço vivo e de ampla utilização pelos alunos. Dessa forma,
a organização da biblioteca, o processamento técnico do material, os treinamentos para uso das
bases de dados, normas e outros, todos são formas adotadas pelos bibliotecários para atuar como
mediadores da informação.
Ao inserir a biblioteca como um espaço de desenvolvimento da competência informacional,
a atuação do bibliotecário estará mais relacionada ao trabalho de mediação. Sendo assim, o
profissional terá que focar seu trabalho na criação, desenvolvimento e implantação de atividades
que visem dar condições para à geração da competência informacional, da autonomia e do
aprender a aprender. Esse tipo de atividade deve ser elaborada com a finalidade de educar os
alunos para o acesso, a avaliação e o uso da informação. Com isso, seriam criadas oportunidades
de desenvolvimento e de formação de um sujeito crítico a partir da qualificação da pesquisa
acadêmica, com a ação conjunta dos docentes.
�REFERÊNCIAS
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http://www.rededosaber.sp.gov.br/contents/SIGSCURSO/sigsc/upload/br/site_25/File/competencias_na_educacao.pdf>. Acesso em: 26 jun. de
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PALANGANA, Isilda Campaner. Desenvolvimento e aprendizagem em Piaget e Vygotsky: a
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______. Epistemologia genética. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
�SANTINI, Luciane Alves. A biblioteca como espaço-tempo de aprendizagens e de
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SOUZA, Margarida Maria de. A biblioteca universitária como ambiente de aprendizagem no
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comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
TEIXEIRA, Cristiane da Cunha. A cultura organizacional e informacional em ambiente
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VARELA, Aida Varela. A explosão informacional e a mediação na construção do conhecimento.
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<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-46982007000100012&script=sci_arttex>. Acesso em
07 jun. 2015.
�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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Salvador (Bahia)
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Possibilidades de atuação da biblioteca no desenvolvimento da competência informacional.
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Santini, Luciane Alves
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2018
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Este artigo é oriundo de uma pesquisa de mestrado que teve como objetivo analisar a biblioteca de uma instituição de ensino como um possível espaço-tempo de desenvolvimento de aprendizagens e formação de competência informacional. Para tanto, foi realizada um estudo de caso em um campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul, o qual nos propomos a apresentar aqui os dados coletados e a análise desses dados. A coleta desses dados foi realizada através da aplicação de questionário e de entrevista e para sua análise utilizou-se a técnica de análise de conteúdo de Bardin. Os resultados obtidos apontaram cinco categorias de análise: acesso à informação; avaliação da informação; uso da informação; autonomia dos estudantes; possibilidades de atuação da biblioteca no desenvolvimento da competência informacional. Por fim, realizamos a triangulação dos dados obtidos pelo referencial teórico, pelo questionário e pela entrevista no intuito de verificar as possibilidades, tanto da biblioteca quanto dos bibliotecários, em atuarem como mediadores entre a informação e seu usuário de forma efetiva, fazendo com que a biblioteca se torne um espaço pedagógico de aprendizagem e de desenvolvimento da competência informacional.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5826/SNBU2018_224.pdf
73a634e2522706c14ea2280faff5e30a
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Eixo III - Ensino
POLÍTICA DE AQUISIÇÃO DE OBRAS PARA PROJETOS PEDAGÓGICOS DE
CURSOS E ACERVO OCIOSO À LUZ DAS LEIS DE RANGANATHAN: BIBLIOTECA
DO INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS CURITIBA
POLICY OF ACQUISITION OF WORKS FOR PEDAGOGICAL PROJECTS OF COURSES AND
LEISURE ACCOUNT UNDER THE RANGANATHAN LIBRARY OF THE FEDERAL INSTITUTE
OF PARANÁ - CAMPUS CURITIBA
Resumo: Atualmente a Biblioteca do Campus Curitiba do Instituto Federal do Paraná conseguiu
mensurar que 80% de todo seu acervo está ocioso e corre o risco de permanecer assim nos
próximos anos caso não haja direcionamento do acervo às disciplinas às quais estão ligados. Foram
analisados todos os empréstimos da biblioteca e comparados com a relação dos títulos do seu
acervo entre 2016 e 2017. A investigação contemplou também a observação dos empréstimos de
títulos pertencentes às listas dos Projetos Pedagógicos de Cursos. O objetivo da pesquisa foi o de
apurar por meio de relatórios gerados pelo Sistema Pergamum, dados que demonstram o pouco ou
nenhum uso dos acervos indicados na Bibliografia Básica e Complementar de alguns Projetos
Pedagógicos de Cursos do Campus, bem como toda a problemática que acarreta, como a saturação
do espaço físico e o gasto de dinheiro público de forma improdutiva. Utilizou-se como fonte
norteadora as cinco leis de Ranganathan que vigoram até os dias atuais. Por fim, pretende-se
apresentar algumas ações que começaram a ser desenvolvidas no Instituto a fim de alterar este
cenário e também potencializar a participação da biblioteca como agente social numa instituição
de ensino.
Palavras-chave: Políticas de aquisição. Acervo ocioso. Projeto Pedagógico de Curso. Leis de
Ranganathan.
Abstract: Currently, the Curitiba Campus Library of the Federal Institute of Paraná has been able
to measure that 80% of all its collection is idle and runs the risk of remaining so in the next years if
there is no direction of the collection to the disciplines to which they are linked. All loans from the
library were analyzed and compared to the ratio of the titles of their collections between 2016 and
2017. The research also included the observation of the loans of titles belonging to the lists of
Courses. The objective of the research was to verify through reports generated by the Pergamum
System, data that demonstrate the little or no use of the collections indicated in the Basic and
Complementary Bibliography of some Pedagogical Projects of Campus Courses, as well as all the
problematic that entails, such as the saturation of physical space and the spending of public money
in an unproductive way. The five Ranganathan laws that have been in force up to the present day
�have been used as guiding sources. Finally, it is intended to present some actions that began to be
developed in the Instutyti in order to change this scenario and also to increase the participation of
the library as a social agent in an educational institution.
Keywords: Acquisition policies. Idle collection. Pedagogical Course Project. Ranganathan's laws.
INTRODUÇÃO
A missão institucional do Instituto Federal do Paraná (IFPR) é promover e valorizar a
educação profissional e tecnológica, com base na indissociabilidade do ensino, pesquisa e
extensão, contribuindo para a formação do cidadão e da sustentabilidade da sociedade paranaense e
brasileira, com amparo nos princípios da ética e da responsabilidade social.
Cada campi possui uma biblioteca composta por acervo que visa dar subsídios ao
desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas nas unidades do
IFPR. Quanto à sua tipologia, Crivellari e Sima (2015, p. 30) destacam que as bibliotecas dos IFs,
ducação básica e superior, ou seja, é
biblioteca escolar e biblioteca universitária ao mesmo tempo, tendo em vista as finalidades,
Assim, a Rede de Bibliotecas do IFPR tem como missão promover o acesso e a
disseminação da informação, favorecendo, sobretudo, a geração de conhecimento por meio de
incentivo e da valorização do gosto pela leitura, pesquisa e extensão contribuindo para a formação
profissional e humanística da comunidade acadêmica.
A partir das cinco leis de Ranganathan, este trabalho propõe-se a analisar a relação custo benefício dos livros adquiridos na biblioteca e a eficácia dos Projetos Pedagógicos Curriculares
(PPC) no quesito ementário / bibliografias quanto à real utilização dos títulos indicados nas
ementas, considerando alguns aspectos como: uso adequado do dinheiro público, espaço físico, e o
papel da biblioteca enquanto mediadora deste processo.
1 REVISÃO DE LITERATURA
A influência das bibliotecas dentro de instituição de ensino é evidenciada nos estudos de
Andrade (2003, p.13) ao apontar uma pesquisa realizada pela Universidade de Denver, nos Estados
Unidos, onde mostrou que estudantes de escolas que mantêm bons programas de bibliotecas
aprendem mais e obtêm melhores resultados em testes padronizados do que alunos de escolas com
bibliotecas deficientes.
�Ainda de acordo com o estudo citado por Campello:
A influência da biblioteca apresentou-se de forma clara e consistente: um bom programa
de biblioteca com profissional especializado, equipe de apoio treinada, acervo atualizado e
constituído por diversos tipos de materiais informais. Além disso, o estudo mostrou que as
bibliotecas preocupavam-se em estabelecer políticas de desenvolvimento de coleções que
direcionassem adequadamente seus acervos. Outros fatores de influência detectados pela
pesquisa foram o tamanho da coleção e a participação do bibliotecário em reuniões
pedagógicas, o que demonstra a valorização da biblioteca e sua efetiva inserção na vida da
escola. (CAMPELLO, 2008, p.14)
Infelizmente no Brasil, a influência da biblioteca nos resultados dos estudos escolares é
pouco evidente. Ainda de acordo com Campello (2008), nas avaliações conduzidas pelo MEC
realizadas junto aos estabelecimentos de ensino públicos e particulares dos 27 estados brasileiros, a
biblioteca não é focalizada em profundidade, mas ainda assim aparece como um dos fatores que
contribui para o bom desempenho dos alunos, desde que seu acervo apresente bom estado de
conservação e que ela conte com equipamentos.
Sobre políticas de desenvolvimento de coleções voltadas aos projetos pedagógicos
curriculares Vergueiro (1989) diz que as atividades relacionadas com o desenvolvimento de
coleções deveriam ser tarefas tão cotidianas em bibliotecas quanto a catalogação, classificação e
indexação de itens.
Fonseca (1992) diz que a biblioteca não pode ser um aglomerado de livros e revistas
amontoados pelo mero acaso. Ela é projetada para um determinado objetivo ou fim social. Este é o
foco que possibilita as estratégias de ação da biblioteca.
Para Campello (2008) a política de desenvolvimento de coleções é um instrumento
importante para desencadear o processo de formação e crescimento de coleções, constituindo-se
num documento formal elaborado pela equipe responsável pelas atividades que apóiam o processo
de desenvolvimento de coleções como um todo. Essa política deve expressar o interesse comum da
instituição que a mantém e da comunidade a que serve.
Complementando o raciocínio de Campello, Vergueiro (1989, p.19) lembra que o processo
mesma forma. Isto é, dependendo do tipo de biblioteca, a ênfase dada em cada uma das etapas é
determinada especialmente pelos objetivos institucionais e tipo de clientela.
Com relação à identificação dos responsáveis pela seleção de materiais Campello, lembra
que:
.
colegiados e conselhos. Portanto, as bibliotecas universitárias devem aderir a este modelo,
legitimando o processo de seleção na instituição por meio de uma comissão formada por
�representantes de todos os seguimentos da comunidade. As decisões colegiadas tem por
vantagem a divisão de responsabilidades, compromisso e engajamento de todos em favor
(CAMPELLO, 2008, p.22)
Fica evidente com isto, que o bibliotecário possui importante papel nesta comissão, pois é
ele que pode contribuir com os conhecimentos técnicos, sobretudo com relação ao acervo, e
auxiliar nas ponderações a respeito das influências que determinadas decisões podem alcançar a
curto, médio e longo prazos. (Campello, 2008. p.23)
Neste contexto cabe mencionar a segunda lei de Ranganathan: Todo leitor tem seu livro
portanto o bibliotecário deve fazer o estudo dos usuários, observando a clientela para preparar o
acervo e indicar que a seleção deve ser de acordo com o perfil do usuário.
2 METODOLOGIA
Para a apuração dos dados, foi utilizado o Sistema de Gerenciamento de Bibliotecas Pergamum e o Office Excel.
A primeira etapa consistiu no levantamento quantitativo de exemplares e acervos
cadastrados na biblioteca do Campus Curitiba. Para isso foi gerado o Relatório de Dados de
aquisição - Gastos baseados nos processos de cadastro - Patrimônio (96) e com o auxílio do Excel
para tabulação dos dados.
Na segunda etapa - identificou-se as quantidades emprestadas em 2016 e 2017, por meio do
Relatório de Empréstimo - Emprestados (68) e com o auxílio do Excel para tabulação dos dados.
Na terceira etapa foi gerado o relatório de levantamento bibliográfico do Plano de Ensino
(243) e com Excel, foi feito o levantamento quantitativo de exemplares e títulos relacionados aos
planos de ensino de dez cursos distintos, sendo eles:
Técnico em Massoterapia Subsequente;
Programação de Jogos Digitais Integrado;
Técnico em Prótese Dentária Subsequente;
Técnico em Radiologia Subsequente;
Técnico em Mecânica Subsequente;
Bacharelado em Ciências Contábeis;
Tecnologia em Gestão Pública;
Técnico em Transações Imobiliárias Subsequente;
Técnico em Saúde Bucal Subsequente;
Técnico em Edificações Subsequente.
�Por fim, foi realizada a comparação entre os Relatórios de Empréstimos - Emprestados
(68) dos anos de 2016 e 2017 com os Relatório de levantamento bibliográfico do Plano de Ensino
(243) dos cursos avaliados para calcular as quantidades de empréstimos de títulos e exemplares.
3 RESULTADOS
Por meio do levantamento e análise dos dados chegou-se aos seguintes resultados:
Quadro 1: Títulos Catalogados
QUANTIDADE DE TÍTULOS CATALOGADOS
ANO
EXEMPLARES
ACERVOS
2016
30.511
10.119
2017
33.631
10.948
Fonte: Os autores
Em relação à quantidade de empréstimos, em 2016 E 2017, temos os seguintes dados:
Quadro 2: Livros Emprestados
QUANTIDADE DE EMPRÉSTIMO
EMPRÉSTIMO DE EXEMPLARES
ACERVOS COM EXEMPLARES EMPRESTADOS
ANO
QUANTIDADE
% DO TOTAL
QUANTIDADE
% DO TOTAL
2016
5.959
19,53
2.620
25,89
2017
6.304
18,74
3.100
28,32
Fonte: Os autores
Levantamento quantitativo de exemplares e títulos relacionados aos Planos de Ensino:
LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO DOS PLANOS DE ENSINO
QUANTIDADE DE
EXEMPLARES
QUANTIDADE DE
ACERVOS
473
85
Programação de Jogos Digitais Integrado
1.168
263
Técnico em Prótese Dentária Subsequente
194
31
Técnico em Radiologia Subsequente
231
40
CURSO
Técnico em Massoterapia Subsequente
�Técnico em Mecânica Subsequente
975
151
Bacharelado em Ciências Contábeis
2.225
397
Tecnologia em Gestão Pública
1.203
209
1.064
163
Técnico em Saúde Bucal Subsequente
519
112
Técnico em Edificações Subsequente
909
142
Técnico
em
Subsequente
Transações
Imobiliárias
Fonte: Os autores
-se aos seguintes resultados:
Quadro 4: Análise entre os Empréstimos e Planos de Ensino
ANÁLISE ENTRE EMPRÉSTIMOS E PLANOS DE ENSINO
EMPRÉSTIMO DE
EXEMPLARES
CURSO
Técnico em Massoterapia
Subsequente
Programação de Jogos Digitais
Integrado
Técnico em Prótese Dentária
Subsequente
Técnico em Radiologia
Subsequente
Técnico em Mecânica Subsequente
Bacharelado em Ciências
Contábeis
ACERVOS COM EXEMPLARES
EMPRESTADOS
ANO
QUANT.
%
QUANT.
%
2016
166
35,1
48
56,47
2017
231
48,84
63
74,12
2016
189
16,18
83
31,56
2017
245
20,98
107
40,68
2016
65
33,51
22
70,97
2017
73
37,63
20
64,52
continua..
2016
88
38,1
22
55
2017
77
33,33
22
55
2016
197
20,21
73
48,34
2017
231
23,69
71
47,02
2016
544
24,45
205
51,64
2017
510
22,92
190
47,86
�Tecnologia em Gestão Pública
Técnico em Transações
Imobiliárias Subsequente
Técnico em Saúde Bucal
Subsequente
Técnico em Edificações
Subsequente
2016
205
17,04
90
43,06
2017
230
19,12
88
42,11
2016
195
18,33
62
38,04
2017
219
20,58
80
49,08
2016
164
31,6
52
46,43
2017
174
33,53
58
51,79
2016
128
14,08
56
39,44
2017
176
19,36
64
45,07
Fonte: Os Autores
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Em relação a quantidade de empréstimos realizados em 2016 e 2017, nota-se que o
percentual não ultrapassa a faixa de 30% do total do acervo. Este problema é recorrente na maioria
das bibliotecas no Brasil, haja vista que a leitura não é considerada por muitos como
entretenimento, sendo substituída pela televisão, jogos, celular entre outros.
Cabe citar a primeira lei de Ranganathan (1931): Os livros são para serem usados
o
livro é um meio que impulsiona o conhecimento. O autor cita o livro como tendo um meio e não
tendo um fim em si mesmo. Isto é, os docentes e os profissionais da biblioteca são os agentes
responsáveis pelo estímulo e incentivo ao aluno no uso dos livros disponíveis
-se que a ocorrência
maior de empréstimo de livros indicados como bibliografia básica ou complementar está
proporcionalmente relacionada à qualidade do planejamento do PPC, ou seja, grande parte do
mérito dos empréstimos dos livros advém da consciência do professor - coordenador quando elege
as referencias que vão nortear sua disciplina baseando-se na ementa e na sua utilidade para os
alunos. Desta forma o aluno possui fonte segura de informação que pode agregar conhecimento e
facilitar seu processo de aprendizagem.
Esta informação não dirime do bibliotecário a responsabilidade social de atrair os alunos à
biblioteca como forma de incentivá-los a explorar todo o potencial literário oferecido, pois
conforme a terceira lei de Ranganathan (1931): Todo livro tem seu leitor
refere-se a
�disseminação da informação, em que se deve divulgar os livros disponíveis no acervo e indica a
disseminação seletiva da informação como importante ferramenta de divulgação das obras
adquiridas
Através dos resultados de empréstimos do total do acervo e dos livros específicos dos
orçamentário da
biblioteca, mencionando neste caso a quinta lei de Ranganathan (1931) quando diz que Uma
biblioteca é um organismo em crescimento e o bibliotecário deve controlar esse crescimento,
verificando qual a informação que está sendo usada, através de estatísticas da consulta e
empréstimo. Esta atividade é de suma importância por conta da explosão bibliográfica que exige
atualização das coleções e previsão do crescimento da área ocupada pela biblioteca.
Á biblioteca cabe também o que Ranganathan (1931) cita na quarta lei - Poupe o tempo do
leitor
que consiste na arrumação e catalogação dos documentos com o objetivo de diminuir o
tempo necessário para encontrar a informação desejada, tendo disponível o pronto atendimento dos
funcionários (serviço de referência), eficiente sinalização das estantes e a simplificação dos
processos.
Neste sentido todo valor direcionado à aquisição de acervos deve ser feito de forma a ser o
mais assertivo possível para tentar reduzir o índice de livros nunca emprestados, ou comprados em
excesso e pouco utilizados. Evitando, desta forma, desperdício do dinheiro público e problemas
como falta de espaço para acomodar os livros nas estantes
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Interessante notar como as leis criadas por Ranganathan em 1931 ainda norteiam o trabalho
das bibliotecas e centros documentais do mundo todo e mesmo que intrinsecamente as leis são
aplicadas à rotina destas instituições .
Um exemplo é o consenso entre os bibliotecários de que a biblioteca nunca deve trabalhar
de maneira isolada na instituição, pois isto a distancia da sua função social. Porém, sem o
engajamento e consciência do corpo diretivo e docente sobre sua real importância, a biblioteca
corre sérios riscos de se transformar em depósito de livros deixando de ser atrativa para os usuários
Os resultados deste trabalho só confirmaram o que já era previsto, isto é, a pouca utilização
das obras disponíveis no acervo. Sabe-se que vários fatores interferem nesta análise pois há
questões sociais, econômicas e culturais que devem ser consideradas para justificar o pouco uso do
�espaço. Por hora pode-se pensar em ações possíveis de se colocar em prática no intuito de melhorar
os números apresentados.
Diante desta perspectiva o IFPR vem trabalhando em projetos que visam formalizar os
processos organizacionais no que tange à políticas de aquisição de acervos e procedimentos que
norteiam a seleção de obras . Dentre elas citamos:
Comissão de Estruturação de Curso - CEC - Instrução Interna de Procedimentos, criada
em 2016. Trata-se de uma portaria onde são designados servidores de diversas áreas do campi para
compor esta Comissão que tem por objetivo contribuir com a elaboração da proposta de abertura
de novos cursos. Dentre os profissionais presentes estão: Pedagogo, bibliotecário, docentes,
Direção Geral, Diretoria de Pesquisa, extensão e inovação e Diretoria de Administração.
Proposta de Abertura de Curso
PAC - Presença de um bibliotecário nas reuniões para
elaboração da proposta onde é repassado aos demais as relações de livros que podem ser usados
como bibliografia básica e complementar, recursos financeiros disponíveis e demais informações
que considerem necessárias.
Pós-graduação Aperfeiçoamento em Elaboração, Execução e Avaliação de Projetos
Pedagógicos de Curso no IFPR - O curso tem por objetivo qualificar equipes de profissionais
envolvidos na gestão dos Projetos Pedagógicos de Cursos, tendo em vista o aprimoramento dos
processos de abertura, funcionamento, avaliação, adequação e extinção de cursos no âmbito do
IFPR.
Módulos:
Módulo I: Fundamentos e Métodos da Organização de PPC no IFPR.
Módulo II: Construção Participativa dos PPCs no IFPR.
Módulo III: Monitoramento e execução dos PPCs.
Módulo IV: Sistemas de avaliação de cursos básicos e superiores.
Público alvo: Comissões de Estruturação de Cursos, Comissões de Ajustes de Cursos,
Coordenadores de Curso, Diretores de Ensino, Colegiado da Gestão Pedagógica do Campus.
Sabe-se que há um longo caminho a ser percorrido para alcançar um nível de excelência
aceitável nas bibliotecas do IFPR. Também que estas ações propostas terão resultados a longo
prazo. No entanto, é preciso que a biblioteca seja reconhecida como setor fundamental numa
organização de ensino e que tenha suas atividades e processos respeitados para que possa de fato
assumir seu papel social na sociedade.
�REFERÊNCIAS
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Santos et al. A Biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2. ed. Belo Horizonte:
Autêntica, 2008.
CAMPELLO, Bernadete et al. Biblioteca escolar: temas para uma prática pedagógica. 2 ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2008.
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comunitária: o caso da biblioteca
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<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/8640597>. Acesso em 19 dez.
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�
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Política de aquisição de obras para projetos pedagógicos de cursos e acervo ocioso à luz das Leis de Ranganathan: Biblioteca do Instituto Federal do Paraná - Campus Curitiba.
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Atualmente a Biblioteca do Campus Curitiba do Instituto Federal do Paraná conseguiu mensurar que 80% de todo seu acervo está ocioso e corre o risco de permanecer assim nos próximos anos caso não haja direcionamento do acervo às disciplinas às quais estão ligados. Foram analisados todos os empréstimos da biblioteca e comparados com a relação dos títulos do seu acervo entre 2016 e 2017. A investigação contemplou também a observação dos empréstimos de títulos pertencentes às listas dos Projetos Pedagógicos de Cursos. O objetivo da pesquisa foi o de apurar por meio de relatórios gerados pelo Sistema Pergamum, dados que demonstram o pouco ou nenhum uso dos acervos indicados na Bibliografia Básica e Complementar de alguns Projetos Pedagógicos de Cursos do Campus, bem como toda a problemática que acarreta, como a saturação do espaço físico e o gasto de dinheiro público de forma improdutiva. Utilizou-se como fonte norteadora as cinco leis de Ranganathan que vigoram até os dias atuais. Por fim, pretende-se apresentar algumas ações que começaram a ser desenvolvidas no Instituto a fim de alterar este cenário e também potencializar a participação da biblioteca como agente social numa instituição de ensino.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5825/SNBU2018_223.pdf
2a9aa1a38a17fdb414e3c4a680bb5d8c
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Eixo III - Ensino
POLÍTICA DE INDEXAÇÃO: DISCUSSÕES SOBRE BIBLIOTECAS DA UFPA
INDEXING POLICY: DISCUSSIONS ON UFPA LIBRARIES
Resumo A influência das diretrizes que norteiam o trabalho do bibliotecário/indexador nos
resultados provenientes da busca do usuário na unidade de informação é percebida por meio da
adequação das respostas emitidas. Tem-se demonstrado a real relevância desse assunto em
bibliotecas universitárias brasileiras por meio da teoria e sua aplicação, que se fundamentam nos
elementos, variáveis e requisitos constituintes da política de indexação. Nesta pesquisa, discute-se
a política de indexação e sua aplicação ao contexto da biblioteca universitária, com estudo do caso
das bibliotecas da UFPA, identificando aspectos de política de indexação em vigência. A fim de
gerar um diagnóstico situacional, aplicou-se questionário para o catalogador/indexador em onze
bibliotecas setoriais e na Biblioteca Central da UFPA, que revelam uma prática incompleta de
política de indexação. As respostas obtidas demonstram que, por se tratar de uma temática ainda
pouco abordada no contexto de unidades de informação da UFPA, não foi detectada a existência de
uma política de indexação consolidada. Apesar disso, não se pode deixar de mencionar as
diferentes práticas de elementos de política de indexação presentes nas doze bibliotecas analisadas,
pois, por mais que não sejam classificadas como pertencentes a um manual política de indexação,
não deixam de ser uma iniciativa louvável, visto que todos os elementos identificados demonstram
o interesse dos bibliotecários em proporcionar um serviço relevante. Considera-se que a tendência
da prática em representação temática da informação na amostra de bibliotecas da UFPA tem
proximidade com ideais preconizados pela política de indexação, mesmo em um contexto não
ainda formalizado.
Palavras-Chave: Indexação. Política de Indexação. Bibliotecas Universitárias.
Abstract: The influence of the guidelines that direct the work of the librarian/indexer in the results
from the search of the user in the unit of information is perceived through the adequacy of the
answers emitted. It has been demonstrated the real relevance of this subject in Brazilian university
libraries through the theory and its application, which are based on the elements, variables and
constituent requirements of the indexing policy. In this research, we discuss the indexing policy
and its application to the context of the university library, with a case study of the UFPA libraries,
identifying aspects of indexing policy in effect. In order to generate a situational diagnosis, a
questionnaire was applied to the indexer in eleven sector libraries and in the UFPA Central
Library, which reveal an incomplete practice of indexing policy. The answers obtained show that,
because it is a topic that has not yet been approached in the context of UFPA information units, a
�consolidated indexing policy has not been detected. Nevertheless, the different practices of
indexing policy elements present in the twelve libraries analyzed cannot be neglected because,
even though they are not classified as belonging to a policy manual for indexing, they are a
praiseworthy initiative, since all identified elements demonstrate the interest of librarians in
providing a relevant service. It is thought that the tendency of the practice in thematic
representation of information in the sample of the UFPA libraries has proximity with ideals
advocated by the indexing policy, even in a context not yet formalized.
Keywords: Indexing. Indexing Policy. University Libraries.
1 INTRODUÇÃO
A representação da informação visando o objetivo de possibilitar a recuperação de
informação úteis ao usuário, utiliza-se de procedimentos da indexação e instrumentos para a
representação, buscando cada vez mais aprimorar esses procedimentos a fim de obter resultados
significativos no ciclo final da informação. Para chegar a esse fim, os sistemas de recuperação da
informação elaboram suas políticas, para servirem de norte para a condução dos processos
realizados.
operação essencial para que se possam recuperar documentos do acervo documentário e então
A elaboração e aplicabilidade de políticas de indexação propõe melhorar a gestão dos
processos relacionados à indexação, pois fornece os parâmetros necessários, para que o processo
de tomada de decisões seja o mais correto possível.
Desta maneira, o objetivo geral da pesquisa visou discutir a política de indexação no
contexto de bibliotecas universitárias. E com o intuito de cumprir este objetivo, a pesquisa delimita
o seguinte objetivo específico: identificar nas práticas da representação temática da informação
aspectos pertencentes a política de indexação no sistema de bibliotecas da UFPA, intencionando
discutir o aprimoramento do processo de indexação, que figura como indispensável na recuperação
da informação, e, por conseguinte coopera com missão da biblioteca universitária, que é de melhor
atender as demandas informacionais, contribuindo para o alcance dos objetivos da instituição à
qual está subordinada.
�2 POLÍTICA DE INDEXAÇÃO
A indexação figura como peça fundamental nas atividades desenvolvidas em bibliotecas,
por seu caráter funcional, atuando como protagonista na mediação da informação, descrevendo
noções exatas das ideias elaboradas pelo criador do conteúdo documental.
Assim, Chaumier (1988, p. 74) a define como: uma operação essencial para que se possam
recuperar documentos do acervo documentário e então responder, de forma adequada e eficaz, a
todo pedido ou questão dos
O documento do UNISIST (WORLD INFORMATION..., 1981, p. 84), define o processo
de indexação:
[...] a ação de descrever e identificar um documento de acordo com seu assunto. [...]
Durante a indexação, os conceitos são extraídos do documento através de um processo de
análise, e então traduzidos para os termos de instrumentos de indexação (tais como
tesauros, listas de cabeçalhos de assunto, esquemas de classificação, etc.). A indexação diz
respeito à identificação do conteúdo do documento por meio do processo de análise de
assunto e à representação desse conteúdo por meio de conceitos. Esses conceitos, por sua
vez, serão representados ou traduzidos em termos advindos de uma linguagem
documentária, com vistas à intermediação entre o documento e o usuário no momento da
recuperação da informação, seja em índices, catálogos ou bases de dados.
i
O referido autor complementa o
conceito de indexação, destacando
estas
atividades de descrição criam representações dos documentos numa forma que se presta para sua
inclusão na base de
(LANCASTER, 2004, p. 1). Dessa forma a representação conferida
pela indexação também servirá também para converter a questão do usuário numa estratégia de
busca (LANCASTER, 2004).
Percebe-se, que o processo de indexação é fator preponderante que vai refletir diretamente
na satisfação ou perplexidade do usuário perante os serviços prestados no sistema de informação,
base de dados, é encontrar documentos que sejam úteis para satisfazer a uma necessidade de
mesma linha de raciocínio quando afirma que:
Isso nos leva a considerar que a recuperação do documento mais pertinente à questão de
busca é aquele cuja Indexação proporcionou a identificação de conceitos mais pertinentes
ao seu conteúdo, produzindo uma correspondência precisa com o assunto pesquisado em
índices.
�É de suma importância primar por estabelecer adequado nível de assimilação de quais são
os termos de maior relevância do documento tratado pelo indexador, de modo que no momento da
busca feita pelo usuário, haja perfeita sincronia dos assuntos indexados e itens recuperados.
Desta forma, o processo de indexação de documentos no sistema de informação apresentase como uma tarefa primordial no uso do acervo e disseminação da informação. Pensar e efetivar
medidas para melhorar o desempenho dessa atividade, assim como de todo o sistema de
informação, influirá na qualidade do serviço prestado e corrobora para afirmação do papel da
biblioteca universitária.
Dentre várias abordagens existentes na literatura, com esse intuito de alcançar maiores
patamares de excelência nos serviços de informação, há um modelo de planejamento da
administração do sistema de informação que começou a ganhar corpo em nível nacional com
trabalhos de Carneiro (1985) que trata da política de indexação, o qual está alinhado ao perfil de
busca por progressivo aperfeiçoamento da recuperação da informação pelo usuário.
Segundo Fujita (2012, p. 20):
A literatura não contempla uma definição para política de indexação, mas o conceito é
identificado pela função e objetivos. De acordo com Carneiro (1985) o objetivo de uma
política de indexação é principalmente definir as variáveis que influem no desempenho do
critérios que servirão de guia na tomada de decisões para otimização do serviço,
racionalização dos processos e consistência das operações nele envolvidas [...] .
Essa preocupação com soluções para um adequado funcionamento do sistema de
informação conduz a reflexões para o incremento de ações para a conquista de qualidade na
indexação em sistemas de informação.
Na concepção de Gil Leiva (2008 apud FUJITA, 2012, p. 21), encontramos a seguinte
[...] tanto a forma de realizar a indexação de
uma determinada instituição como o esforço por concretizar, sistematizar e representar em manuais
os processos seguidos na indexação .
a política de
indexação é um conjunto de procedimentos, materiais, normas e técnicas orientadas por decisões
que refletem a prática e princípios teóricos da cultura organizacional de um sistema de
informação .
Assim, verifica-se que os autores mencionados acima, Gil Leiva e Fujita, consideram o
estudo da política de indexação tanto em nível das atividades de gestão dos sistemas de
recuperação da informação quanto o contexto das atividades de organização referente aos
elementos e procedimentos de indexação.
�Entendida dessa forma, a política de indexação representa para o sistema de informação,
uma maneira de abalizar as práticas que irão reger o bom funcionamento desse sistema, no âmbito
da representação para recuperação da informação e através disso refletir massivamente no maior
interesse do usuário: recuperar itens relevantes em sua busca.
A definição e controle das variáveis influentes na representação e recuperação da
informação também demandam a documentação desse processo, por meio do manual de indexação,
indispensável para um resultado satisfatório na implementação dos princípios da política de
indexação no âmbito da biblioteca universitária. Rubi (2012, p. 173) assegura:
Assim o manual de indexação deve ser elaborado pelas seguintes razões: amplitude da
rede de bibliotecas, uma vez que sua filosofia é reunir em um único catálogo os registros
bibliográficos de todos os acervos; complexidade da tarefa de indexação e a necessidade
de uniformização de seus procedimentos por parte de todas as bibliotecas cooperantes;
registro dos procedimentos adotados para que, em caso de novo funcionário, a indexação
possa continuar sendo realizada da mesma maneira.
Nesse interesse em gerir os aspectos acima listados e para composição do manual de
indexação, alguns autores (CARNEIRO, 1985, p. 229; LANCASTER, 2004; RUBI, 2012)
estabelecem os principais elementos constituintes da política de indexação:
1 - Cobertura de assuntos: caberá ao planejador considerar em quais assuntos deverá
priorizar em termos de quantidade e qualidade, além dos assuntos periféricos cobertos por esse
acervo, através do conhecimento dos interesses dos usuários, por meio de instrumentos capazes de
elucidar tais dados, como por exemplo o estudo de usuário (CARNEIRO, 1985).
2 - Seleção e aquisição dos documentos-fonte: a política de seleção e aquisição está
pautada em estudo da clientela a ser atendida, fazendo-se necessário um mapeamento das
diferentes características que compõe as especificidades desse público, como áreas de interesse, de
atuação profissional, o tipo de publicação que mais utiliza, como artigos, trabalhos técnicos ou
preferência para teses, dissertações, etc. (CARNEIRO, 1985).
3 - Processo de indexação:
3.1 - Exaustividade:
emprego de termos em número suficiente para abranger o conteúdo temático do documento de
ambém está intimamente ligado ao interesse do usuário, uma
vez que os termos que irá recuperar, no momento da consulta ao índice/catálogo serão aqueles que
foram escolhidos pelo catalogador/indexador, demandando então uma decisão política bem
direcionada, afim de haver pleno conhecimento dos temas de interesse para aquela demanda.
3.2 - Nível de especificidade:
-se ao nível de
especificidade que tanto a linguagem documentária quanto a unidade de informação permitem ao
�assim, a especificidade em indexação implica também no interesse do usuário que poderá obter um
documento com especificidade suficiente para sua busca ou ter que procurar entre as várias
respostas, quando da representação que ocorre em nível mais geral. Para Lancaster (2004, p. 34):
Cutter (1876), é aquele segundo o qual um tópico deve ser indexado sob o termo mais específico
3.3 - Escolha da linguagem:
tomadas, com relação à linguagem de indexação, que terão importantes efeitos sobre o
3.4 - Capacidade de precisão e revocação do sistema: segundo Carneiro (1985, p. 234) a
relevantes e a precisão se relaciona à capacidade do sistema em impedir a recuperação de
documentos não-
-se como a gestão do sistema vai oferecer, baseado no
perfil do usuário, os resultados das buscas, se em nível mais geral e maior número de termos
recuperados ou a opção por poucos termos com precisão maior, ou ainda o meio termo: razoável
nível de precisão associada a uma quantidade proporcional de termos.
indexa seus documentos, maior será a revocação (número de documentos recuperados) na busca e,
4 - Estratégia de busca: mais um ponto a ser considerado pela política de indexação é se a
busca será realizada pelo acesso direto do usuário ao acervo, ou se ocorrerá com a intervenção do
bibliotecário. A forma como a estrutura temática do sistema de informação está organizada, pode
ser conhecida pelo usuário para servir de ajuda no momento da consulta ao índice/catálogo, como
sugere Rubi (2012, p. 182):
Uma forma de auxiliar o usuário (e o bibliotecário) no momento da recuperação da
informação é a disponibilização da linguagem para que o usuário faça a consulta, verifique
as opções do sistema de recuperação da informação e decida pelo termo que melhor
represente sua necessidade de busca.
5
Forma de saída dos dados: é levado em consideração a preferência dos usuários por
diferentes formatos de apresentação dos resultados de busca, por que influem na precisão exigida.
Segundo Carneiro (1985, p. 237):
sistema pode apresentar como resposta a uma busca:
números de acesso referentes aos documentos, referências bibliográficas, resumos ou o texto
essa razão deve ser incluída como decisão política.
�6
Avaliação do sistema: o sistema de informação precisará constantemente planejar
formas de avaliar, intencionando melhorar a gestão dos recursos disponíveis, afim de ofertar
plenamente o acesso a cada item que compõe o acervo. Lancaster (2004, p. 135) propõe quatro
aspectos principais a considerar quando da ocasião da avaliação da satisfação das necessidades
informacionais do usuário:
Cobertura: quantos documentos sobre um assunto, publicados durante determinado
1.
período, se acham incluídos na base de dados.
Recuperabilidade: quantos documentos sobre o assunto, incluídos na base de
2.
3.
Previsibilidade: ao utilizar informações da base de dados, com que eficiência o
usuário pode aferir quais os itens que serão e que não serão úteis?
Atualidade: os itens publicados recentemente são recuperáveis, ou atrasos na
4.
indexação/redação de resumos provocam uma situação em que os itens recuperados
Os elementos acima citados, são estratégicos para a adoção da política de indexação,
contudo, Rubi (2004) adverte no sentido de não reduzir os princípios que a compõe como sendo a
simples listagem de preceitos a serem observados tão somente no ato de indexar, mas como sendo
um padrão estabelecido pela administração da biblioteca para alcance de finalidades que objetivam
melhor prestação de seus serviços, por meio de uma recuperação da informação mais condizente
com a circunstancial necessidade do público usuário.
é, fundamentalmente, orientar e sistematizar o trabalho do indexador para o aprimoramento da
indexação e, por conseguinte, da recuperação da
elementos seja em nível estratégico percebido nas decisões oriundas do planejamento da
administração do sistema, e em nível operacional, mediante a parte ativa do catalogador/indexador,
para que a indexação seja realizada com eficiência prezando pela adequação do item recuperado à
intenção de busca do usuário.
3 METODOLOGIA
No intuito de reconhecer práticas em política de indexação em bibliotecas da Universidade
Federal do Pará, procedeu-se um estudo exploratório qualitativo através da aplicação de
questionários, direcionados aos gestores de onze setoriais e da Biblioteca Central da UFPA, no
período do mês de abril de 2017.
Foi contemplada pelo menos uma biblioteca de cada área do conhecimento, excetuando-se
a área de ciências agrárias. É importante salientar que desde o início deste trabalho, já era
�conhecido o fato de não haver uma política específica voltada para os procedimentos em
indexação. Entretanto, almejando promover discussões iniciais sobre tão relevante assunto no
âmbito das unidades de informação da instituição pesquisada, mostrando ações vigentes que
caracterizam prática ainda incompleta de política de indexação, motivou o andamento dessa
pesquisa.
No quadro abaixo apresentam-se as áreas das bibliotecas setoriais onde foram aplicados os
questionários:
Quadro 1: Seleção das Bibliotecas da UFPA para a coleta de dados
Fonte: Elaborado pelos autores.
A elaboração do questionário foi composto por questões fechadas, uma parte das questões
foram extraídas do questionário proposto por Fujita (2010), que contempla a prática, a qualidade e
a avaliação da Catalogação/Indexação de assuntos e as demais questões foram elaboradas
especificamente de acordo com o objetivo da pesquisa, que visou identificar práticas da
representação temática da informação aspectos pertencentes a política de indexação no sistema de
bibliotecas da UFPA.
ÁREAS
CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CIÊCIAS HUMANAS
CIÊNCIAS DA SAÚDE
CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
ENGENHARIA E TECNOLOGIA
LINGUISTICA, LETRAS E ARTES
MULTIDISCIPLINAR
TOTAL:
BIBLIOTECAS RESPONDENTES
(Quantidade)
1
1
1
2
2
1
2
2
12
Os dados coletados a partir dos questionários, foram analisados em categorias elaboradas a
partir da literatura e também a partir da leitura dos questionários:
Quadro 2: Categorias para análise dos dados
Itens
1
2
3
4
5
6
7
8
9
CATEGORIAS
Determinação da cobertura de assuntos
Seleção e aquisição dos documentos-fonte: qualidade dos documentos
Nível de exaustividade: número de descritores (quantidade)
Nível de especificidade: extensão da precisão dos descritores (profundidade)
Escolha da linguagem: livre ou linguagem controlada
Capacidade de revocação e precisão do sistema
Forma de saída: a preferência do usuário quanto à apresentação dos resultados
Registro dos procedimentos de indexação
Capacitação do catalogador para realização da indexação
ORIGEM
Carneiro (1985)
Carneiro (1985)
Carneiro (1985)
Carneiro (1985)
Carneiro (1985)
Carneiro (1985)
Carneiro (1985)
Leitura dos dados
Leitura dos dados
�10
Avaliação do processo de indexação
11
Avaliação do sistema pelo usuário
Fonte: Elaborado pelos autores.
Carneiro (1985)
Leitura dos dados
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A seguir serão apreciadas as respostas ao questionário composta por onze itens,
visualizando os elementos de política de indexação detectados nas bibliotecas estudadas. Como já
foi explanado, o planejamento dos elementos que compõe a política de indexação, configura-se
para o sistema de informação, uma das formas de respaldar a unidade de informação, no sentido de
fazer com que a atividade de representação da informação cumpra melhor seu objetivo de
apresentar para o público de usuários a escolha mais próxima de sua intenção de busca. Assim foi
possível com a presente pesquisa, notificar esse importante contributo para a atividade de
indexação em bibliotecas da UFPA.
1 - Determinação da cobertura de assuntos (CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
9
3
A determinação da cobertura de assuntos será delineada a partir do estudo de usuário, no
momento do planejamento do acervo da unidade informação. Segundo Carneiro (1985, p. 230):
aquelas a serem tratadas superficialme
Com relação aos dados coletados pelo questionário: entre as 12 bibliotecas estudadas,
encontram-se três onde segundo as respostas, esse item não é observado. É de fundamental
relevância saber com quais documentos deverão integrar o acervo documental, definindo as
prioridades para onde boa parte dos recursos deverão ser destinados, para garantir atendimento em
quantidade e qualidade para o público para o qual o sistema foi projetado.
Pois o cerne da política de indexação tem que ver com a determinação da cobertura dos
assuntos, pois a ideia primordial dessa política reside em fazer todo o acervo documental servível
para um público-alvo real e potencial. Daí entende-se a postura da literatura em relação a adoção
da política de indexação, que a classificam como necessária urgente para sistemas de recuperação
da informação. Assim em cada setorial analisada existem necessidades criadas pela demanda e que
não poderão ser atendidas se a indexação for realizada sem parâmetros previamente estabelecidos.
�2 - Seleção e aquisição dos documentos-fonte: qualidade dos documentos
(CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
8
4
As repostas dos questionários revelam que: no universo das 12 bibliotecas pesquisadas,
quatro não contemplam esse quesito.
Afim de escolher os materiais que comporão o acervo bibliográfico, um estudo dos
interesses dos usuários ajudará a escolher qualitativamente os documentos que melhor preencham
esse requisito. Estes estudos possibilitam deixar claro para o sistema de informação, os melhores
materiais a serem inseridos, uma representação fiel das necessidades dos usuários, com um nível
que satisfaça os requisitos de qualidade dos assuntos principais propostos pela cobertura oferecida
pela unidade de informação.
A questão da temporalidade também entra em pauta nesse elemento da política de
indexação, pois diferentes procuras por publicações, poderão exigir maior atualização dessas.
3 - Nível de exaustividade: número de descritores (quantidade) (CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
8
4
Os dados obtidos foram: somente em oito bibliotecas está definido a quantidade média de
termos para representação do documento analisado.
número suficiente para abranger o conteúdo t
Assim configura-se em uma decisão da política importante que certamente afetará no desempenho
do sistema, pois como disseminar um acervo que não se encontra disponível em sua totalidade em
seu catálogo? A indexação exaustiva implica no conhecimento pelo usuário dos diversos assuntos
integrantes de um mesmo documento, que serão potencialmente úteis para a pesquisa no catálogo,
sendo mister a determinação da exaustividade no trabalho do indexador.
Uma consequência da indefinição do nível de exaustividade, é o aparecimento de
foram representados para a recuperação do usuário.
4 - Nível de especificidade: extensão da precisão dos descritores (profundidade)
(CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
8
4
�Com os resultados obtidos do questionário, ainda existem pelo menos quatro bibliotecas
que ainda não possuem definição com relação à especificidade.
A especificidade é a decisão que estabelece até que ponto de precisão o
catalogador/indexador poderá representar os termos escolhidos, afim de atender uma demanda
específica por tais documentos. Compreende o uso de termos mais específicos a descritores mais
genéricos. Assim é necessário, de acordo com as exigências detectadas pelo conhecimento obtido
pelo estudo dos interesses do usuário, adequar essa variável, fazendo uma representação dos
termos, que viabilizem a pesquisa para o perfil de usuários pré-estabelecidos.
5 - Escolha da linguagem: livre ou linguagem controlada (CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
12
0
Todas as setoriais pesquisadas fazem uso de linguagem de indexação controlada na
representação dos termos extraídos, para indexação de livros, Cd´s, Dv´s e monografias.
Isso se apresenta vantajoso para um sistema de bibliotecas pois segundo Carneiro (1985, p.
despendido na busca é reduzido. A linguagem controlada permite uma maior consistência na
6 - Capacidade de revocação e precisão do sistema (CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
2
10
Baseado no perfil de exigência do usuário, o sistema deverá assegurar um número desejável
de documentos relevantes à questão levantada. Na amostra de bibliotecas consultadas, apenas duas
consideram que oferecem um nível adequado de revocação.
7 - Forma de saída: a preferência do usuário quanto à apresentação dos resultados
(CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
2
10
Segundo as repostas, observou-se que apenas em duas bibliotecas levam em consideração a
forma de apresentação dos resultados das buscas.
Através de estudo de usuário é possível também compreender o que se apresenta mais
interessante com relação aos resultados emitidos pelo sistema, como explica Carneiro (1985, p.
237):
�O formato tem grande influência sobre a tolerância do usuário quanto à precisão do
resultado. Um usuário que recebe resumos como resultado de sua busca pode tolerar uma
precisão mais baixa do que o usuário que recebe os resultados em forma de referências
bibliográficas ou apenas números de acesso aos documentos.
Nesse quesito é contemplado mais uma exigência do usuário, proporcionando maior
exatidão de acordo com a finalidade de cada pesquisa, configurando-se uma decisão importante da
política de indexação.
8 - Registro dos procedimentos de indexação (LEITURA DOS DADOS)
Presença
Ausência
3
9
No resultado, em apenas 3 bibliotecas existe alguma forma de registro. Os registros dos
procedimentos de indexação contribuem na proporção em que torna o processo mais uniforme,
especialmente quando várias bibliotecas fazem uso de um mesmo catálogo, afim de proporcionar
maior consistência inter-indexador. A criação de um manual ou roteiro de procedimentos de
indexação, muito implica para o aprimoramento da representação da informação, tornando clara a
maneira de como realizar a indexação.
9 - Capacitação do catalogador para realização da indexação (LEITURA DOS DADOS)
Presença
Ausência
8
4
Foi relatado a promoção de treinamentos e cursos promovidos pela Biblioteca Central.
Tanto inicial quanto em serviço, a capacitação do indexador deve ser uma das prioridades no
contexto da unidade de informação, visto que é pelo bom resultado do trabalho desse profissional,
que o usuário poderá ter sua necessidade informacional atendida.
10 - Avaliação do processo de indexação (CARNEIRO, 1985)
Presença
Ausência
3
9
Três respondentes realizam alguma forma de avaliar os resultados do processo de
indexação. A avaliação da indexação busca saber junto ao usuário o quanto a unidade de
informação tem sido relevante frente as suas questões de busca, o que está também relacionado
com a o trabalho do catalogador/indexador.
�11 - Avaliação do sistema pelo usuário (LEITURA DOS DADOS)
Presença
Ausência
3
9
Na pergunta referente a avaliação do sistema pelo usuário, apenas três apontaram a
existência desse elemento. De acordo com o nível de excelência almejado na produção de respostas
às buscas do usuário, a unidade de informação deverá estar de tempos e tempos, avaliando junto ao
usuário a relevância do serviço oferecido, afim de aperfeiçoar práticas e corrigir falhas.
4.1 Discussão geral
As respostas obtidas demonstram que por se tratar de uma temática ainda pouco abordada
no contexto de unidades de informação da UFPA, não foi detectada a existência de uma política de
indexação consolidada. Apesar disso, não se pode deixar de mencionar a presença de diferentes
elementos da política de indexação presentes na prática da indexação nas doze bibliotecas
analisadas, e por mais que não sejam classificadas como pertencentes a um manual política de
indexação, não deixam de ser uma iniciativa louvável, pois todos os elementos identificados,
demonstram o interesse dos bibliotecários em proporcionar um serviço relevante.
O interesse em fornecer serviços melhores é o ponto de partida para o alcance do
estabelecimento não somente de uma política de indexação, mas para qualquer mudança que
precise ser colocada em prática para aperfeiçoar práticas para o alcance do status de excelência.
Desta forma, a proposta da política de indexação em todos os seus requerimentos tem o
objetivo de aperfeiçoar a representação da informação e consequentemente sua recuperação, além
de ser um procedimento que gera economia futura de seus recursos, torna-se duplamente
defensável e urgente o acolhimento desses esses princípios nas bibliotecas universitárias.
O questionário alocou os componentes que integram a política de indexação em seus:
elementos, requisitos e variáveis. Em nenhuma biblioteca foi encontrada a presença de todos eles.
Verificou-se a dispersão desses componentes, revelando a necessidade de um instrumento que
viabilize a padronização para toda o sistema de bibliotecas da UFPA. A criação de um manual de
indexação comum a todas as bibliotecas seria o primeiro passo. Já na intenção de oficializar uma
política de indexação, a criação de um manual de política de indexação, proporcionaria os
requerimentos que cada biblioteca estaria sujeita a praticar, estabelecendo um padrão a ser
alcançado por todas elas.
�5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo permitiu observar a tendência da prática em representação temática da informação
na amostra de bibliotecas da UFPA, para a proximidade com ideais preconizados pela política de
indexação, mesmo em um contexto não ainda formalizado.
Com o estudo realizado, visualizou-se que um sistema de informação que funciona alheio
aos princípios da política de indexação, terá maior dificuldade em gerir aspectos fundamentais ao
seu funcionamento, poderá comprometer a uniformidade dos processos e ainda aspectos essenciais
da indexação como a exaustividade, especificidade, capacidade de revocação e precisão do
sistema, entre outros.
Também foi possível averiguar a inexistência de uma política de indexação nos processos
do sistema de bibliotecas da UFPA e consequentemente sua avaliação. No entanto, notou-se a
partir da discussão dos dados a existência de elementos de indexação presentes nas bibliotecas.
Assim é possível destacar que o desenvolvimento e a implementação de uma política de indexação
resolveriam as pendências, como a indefinição de: nível de especificidade e exaustividade,
definição da norma para realização da indexação, a formação continuada do catalogador/indexador,
a avaliação do processo de indexação.
Depreende-se que a implementação da política de indexação, fornecerá os subsídios
necessários para provimento dos elementos referenciais nos quais se basear, para aferir o quanto o
processo de indexação tem ajudado ao usuário em suas pesquisas, revelando pendências a resolver
e os pontos fortes que precisam continuar.
Os autores consultados apontam para necessidade e urgência da implantação da política,
deixando claro as vantagens e benefícios para usuário e sistema de informação. Assim no contexto
da biblioteca universitária, torna-se imperativo o conhecimento da existência da política de
indexação e sua adesão.
Como foi observado durante o percurso do presente estudo, é necessário para o usuário que
aconteça a difusão da informação, e está difusão está relacionada aos procedimentos pertencentes a
área da indexação. A política que regulamenta essa atividade, como foi visto, é tão imprescindível
quanto a própria indexação no contexto da biblioteca universitária, na atenção aos pedidos, e a
plena satisfação destes.
�REFERÊNCIAS
CARNEIRO, M. V. Diretrizes para uma política de indexação. Revista da Escola de
Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v. 14, n. 2, p. 221-241, set. 1985. Disponível em: <
http://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000002649/422f489505a67213cb
a8556004958487/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
CHAUMIER, J. Indexação: conceito, etapas e instrumentos. Trad. José Augusto Chaves
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FUJITA, M.S.L. Política de indexação para bibliotecas. São Paulo: Cultura Acadêmica; Oficina
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FUJITA, M. S. L. (Org.). Política de indexação para bibliotecas: elaboração, avaliação e
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LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: teoria e prática. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos,
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135 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) Faculdade de Filosofia e Ciências,
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lia.unesp.br/Home/Pos-Graduacao/CienciadaInformacao/Dissertacoes/rubi_mp_me_mar.pdf>
Acesso em: 18 dez. 2017.
RUBI, M. P. Proposta para implantação de política de indexação em bibliotecas. In: GIL LEIVA,
I.; FUJITA, M. S. L. (Ed.). Política de indexação. São Paulo: Cultura Acadêmica; Oficina
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UNISIST. Princípios de indexação. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG. Belo
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cao.pdf> Acesso em: 09 jan. 2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Política de indexação: discussões sobre biblioteca da UFPA.
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Santos, Lain Mendonça dos; Garcia, Valdenise César; Redigolo, Franciele Marques
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Salvador (Bahia)
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A influência das diretrizes que norteiam o trabalho do bibliotecário/indexador nos resultados provenientes da busca do usuário na unidade de informação é percebida por meio da adequação das respostas emitidas. Tem-se demonstrado a real relevância desse assunto em bibliotecas universitárias brasileiras por meio da teoria e sua aplicação, que se fundamentam nos elementos, variáveis e requisitos constituintes da política de indexação. Nesta pesquisa, discute-se a política de indexação e sua aplicação ao contexto da biblioteca universitária, com estudo do caso das bibliotecas da UFPA, identificando aspectos de política de indexação em vigência. A fim de gerar um diagnóstico situacional, aplicou-se questionário para o catalogador/indexador em onze bibliotecas setoriais e na Biblioteca Central da UFPA, que revelam uma prática incompleta de política de indexação. As respostas obtidas demonstram que, por se tratar de uma temática ainda pouco abordada no contexto de unidades de informação da UFPA, não foi detectada a existência de uma política de indexação consolidada. Apesar disso, não se pode deixar de mencionar as diferentes práticas de elementos de política de indexação presentes nas doze bibliotecas analisadas, pois, por mais que não sejam classificadas como pertencentes a um manual política de indexação, não deixam de ser uma iniciativa louvável, visto que todos os elementos identificados demonstram o interesse dos bibliotecários em proporcionar um serviço relevante. Considera-se que a tendência da prática em representação temática da informação na amostra de bibliotecas da UFPA tem proximidade com ideais preconizados pela política de indexação, mesmo em um contexto não ainda formalizado.
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Eixo III - Ensino
FRBRIZANDO AS COLEÇÕES A PARTIR DO NÚMERO DE CHAMADA: UMA
APROXIMAÇÃO POSSÍVEL
FRBRIZATION OF COLLECTIONS FROM THE CALL NUMBER: A POSSIBLE APPROACH
Resumo: A partir do final do séc. XX a International Federation of Library Associations and
Institutions promoveu estudos e debates relacionados à aplicabilidade das novas tecnologias de
informação e comunicação incorporadas pela área. Dentre os estudos que culminaram em diretrizes
para processos, produtos e instrumentos documentários destaca-se o modelo conceitual Functional
Requirements for Bibliographic Records (FRBR). O número de chamada exerce papel relevante
nas bibliotecas, visto que a ordenação de documentos se configura como proposta de leitura da
coleção, estabelece, para fins de acesso, o elo entre o registro do documento na base de dados e o
local que o documento ocupa na coleção, e ainda contribui para a gestão no tocante aos usos do
espaço. O presente artigo tem por objetivo analisar a construção do número do livro associando-o
aos atributos das entidades do grupo 1 do modelo conceitual FRBR. Para a fundamentação teórica
discute os trabalhos de Barden (1937), Lenhus (1978), Satija (1990), Ortega, Silva e Santos (2016),
Cutter (1908, 1962), Moreno e Márdero Arellano (2005), Moreno (2006), Silveira (2007) e FRBR
(1998, 2008). Como metodologia realiza pesquisa de cunho exploratório com finalidade explicitar
como a disposição espacial da coleção a partir do número de chamada apresenta aos usuários uma
aproximação da estrutura preconizada pelo FRBR. Conclui apontando a atualidade do número de
chamada, não apenas enquanto modelo operacionalizável para a ordenação de documentos, mas
como construção elaborada a partir de princípios genéricos que permitem alto grau de correlação
com entidades e atributos do modelo conceitual FRBR.
Palavras-chave: Número de chamada. Número do livro. Ordenação de documentos. Modelo
conceitual FRBR. Gestão de coleções.
Abstract: From the end of the 20th century the International Federation of Library Associations
and Institutions promoted studies and debates related to the applicability of the new information
and communication technologies incorporated by the area. Among the studies that culminated in
guidelines for documentary processes, products and instruments, is the conceptual model
Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR). The call number plays a relevant role
in libraries, since the shelf arrangement of documents is configured as a proposal to read the
collection, establishes, for access purposes, the link between the bibliographic record of the
document in the database and the place that the document occupies in the collection, and also
contributes to the management regarding the uses of space. The purpose of this article is to analyze
the construction of the book number associating it with the attributes of the entities of group 1 of
�the FRBR conceptual model. As the theoretical foundation, it discuss the studies of Barden (1937),
Lenhus (1978), Satija (1990), Ortega, Silva e Santos (2016), Cutter (1908, 1962), Moreno e
Márdero Arellano (2005), Moreno (2006), Silveira (2007) and FRBR (1998, 2008). As a
methodology, it performs exploratory research with the purpose of explaining how the spatial
arrangement of the collection from the call number presents to the users an approximation of the
structure recommended by FRBR. Concludes by emphasizing the relevance of the call number, not
only as operationally model for the arrangement of documents, but as construction drawn from
general principles that allow high degree of correlation with entities and attributes of FRBR
conceptual model.
Keywords: Call number. Book number. Shelf Arrangement. Conceptual model FRBR. Collection
management.
1 INTRODUÇÃO
A International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA) é a instituição
de nível internacional que representa os interesses dos serviços biblioteconômicos e de seus
usuários. A partir do final do século XX a IFLA promoveu estudos e debates norteados pelos
desafios relacionados à aplicabilidade das novas tecnologias de informação e comunicação
incorporadas pela área. Os estudos produzidos desde então foram debatidos por diversos
especialistas culminando em diretrizes para processos, produtos e instrumentos documentários
destinados às bibliotecas, centros de documentação e espaços que atuam com a guarda, registro,
preservação e disponibilização de documentos. Dentre as diretrizes elaboradas destaca-se o modelo
conceitual Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) que impactou diretamente
os processos de representação realizadas no contexto digital das múltiplas tipologias e suportes
documentais, mas que não resultou em uma absorção disseminada de seus princípios na
estruturação dos catálogos.
Por sua vez, o número de chamada, enquanto produto documentário, exerce papel relevante
nas bibliotecas, visto que a ordenação de documentos se configura como proposta de leitura da
coleção, estabelece, para fins de livre acesso, o elo entre o registro do documento na base de dados
e o local que o documento ocupa na coleção, e ainda contribui para a gestão no tocante aos usos do
espaço. Este modelo resulta em modos de acesso pretendidos que poderão potencializar certos usos
pressupostos das coleções, fomentando a apropriação da informação especialmente nos contextos
em que a especificidade e a exaustividade das coleções é característica marcante.
Nesse sentido, o presente artigo tem por objetivo analisar a construção do número de
chamada enquanto um produto de mediação documentária amplamente trabalhado em bibliotecas,
que tem por função individualizar os documentos nas coleções e disponibilizar uma mensagem nas
�estantes para os usuários. Para tanto, centra-se na análise dos elementos constituintes do número do
livro, associando-os aos atributos das entidades do grupo 1 do modelo conceitual FRBR.
Como metodologia, realiza-se uma pesquisa de cunho exploratório que tem por finalidade
explicitar como a disposição espacial da coleção a partir do número de chamada traz para os
usuários uma aproximação da estrutura preconizada pelo FRBR. Oportunizada pelo levantamento
histórico conceitual do número de chamada em revisão de literatura a partir dos trabalhos de
Barden (1937), Lenhus (1978), Satija (1990) e Ortega, Silva e Santos (2016). Destaca-se neste
conjunto a abordagem de Cutter (1908, 1962) como proposta voltada à operacionalização do
modelo especialmente no que diz respeito à elaboração do número do livro e, nele, a conversão de
sobrenomes de autores em notações alfanuméricas. Para o estudo dos FRBR esta proposta se
baseia no relatório final do modelo conceitual (IFLA, 1998) e sua tradução em português publicado
em 2008, assim como nos trabalhos de Moreno e Márdero Arellano (2005), Moreno (2006),
Silveira (2007) e na Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação (2009).
2 O NÚMERO DE CHAMADA
Dentre os processos de organização da informação realizados no âmbito de bibliotecas, a
ordenação de documentos compreende uma série de atividades que associadas resultam na
sposição será orientada
pelos objetivos que se busque alcançar e, por isso, deve estar atenta às especificidades da coleção,
dos usuários que se espera atender e da instituição a que está relacionada. Consoante o objetivo
determinado, certas características dos documentos, ou a eles atribuídas, servirão de base à
proposição de arranjos e constituirão o método que orientará sua estruturação.
A análise efetuada por Ortega, Silva e Santos (2016) aponta que a ordenação de
documentos pode ser realizada com base em três diferentes métodos: alfabético, cronológico e
sistemático. Cabe ressaltar que um método é definido pela característica do documento ou a ele
atribuída que será adotada como elemento principal na composição do arranjo, ou seja, por um
critério primário que constituirá o pilar do acesso aos documentos.
No método alfabético, arranjos são elaborados com base em características dos documentos
passíveis de alfabetação e que permitem ordená-los numa sequência linear A-Z a partir da palavra
definida conforme o critério primário, como ocorre, por exemplo, com a autoria ou o título do
documento. O método cronológico se funda pela escolha de características que viabilizam a
formação de uma sequência temporal linear para os objetos ordenados, como o ano de publicação
do documento ou a sua ordem de entrada na coleção. Por sua vez, o método sistemático se instaura
�quando da seleção de características estruturadas em um conjunto de classes e subclasses que
oportuniza a intercalação de documentos dentro de agrupamentos norteados por esta mesma
estrutura e consolidada em arranjo de livre acesso aos usuários.
Os instrumentos mais frequentemente empregados pelo método sistemático são os sistemas
de classificação bibliográfica como a Classificação Decimal de Dewey (CDD) e a Classificação
Decimal Universal (CDU), mas cabe pontuar que é possível empregar instrumentos distintos,
elaborados em contextos particulares, que podem, inclusive, se valer de estruturas hierárquicas
mais simples. Em todo caso, apesar da diversidade das estruturas hierárquicas passíveis de uso, a
classificação bibliográfica constitui-se como matéria básica do método sistemático.
O emprego deste método implica na materialização de sistemas de localização relativa nos
quais os arranjos são elaborados de modo a permitir frequentes alterações no posicionamento dos
documentos concomitantemente à incorporação de novos itens e sem alteração da estrutura
concretizada (MANN, 1962). Nestes sistemas, os agrupamentos de documentos são formados a
partir de certas características de interesse e dentro destes grupamentos estabelecem-se novos
critérios que determinarão o modo como os documentos serão organizados internamente. Assim,
mesmo com a chegada de novos itens o usuário pode percorrer livremente a coleção, haja vista a
manutenção da inteligibilidade da ordem dada.
O método sistemático permite a associação de características variadas tanto para fins de
agrupamento quanto para viabilizar a individualização de cada documento dentro do grupo que lhe
foi atribuído. Neste sentido, dentro da tradição anglo-americana de elaboração de modelos de
ordenação de documentos para o contexto de bibliotecas, o número de chamada (call number)
ocupa lugar de destaque na instrumentalização de sistemas de localização relativa tendo sido
elaborado por autores cuja inserção institucional se fazia prioritariamente nos college americanos.
A formulação em torno do número de chamada em sistemas de localização relativa teve
seus primeiros elementos colocados por Dewey, ainda em 1876, e foi sistematizada por
Ranganathan (1967) quase 60 anos depois, numa fórmula que estabelecia a ligação entre três
elementos: o número de coleção (collection number), o número de classe (class number) e o
número do livro (book number). Esta junção, embora explicitada pela primeira vez por este autor,
não pode ser atribuída a ele exclusivamente. Seus elementos, mesmo sem concatenação linear,
estavam presentes em propostas apresentadas por bibliotecários como Cutter, Jacob Schwartz,
Dewey, Brown e Bliss, que afirmavam ser necessário adicionar à notação extraída do esquema
classificatório elementos que auxiliassem na identificação de cada documento no conjunto da
coleção.
�Deste modo, o número de chamada se estrutura tendo por base os agrupamentos
viabilizados pelos sistemas de classificação bibliográfica e, se a partir do número de classe é
possível aproximar documentos com características em comum (assunto, tipologia documental,
procedência da literatura, etc.), dentro delas faz-se necessário singularizar cada documento a partir
de características secundárias, por meio do número do livro. O número de coleção, anteposto ao
número de classe, dá ainda a garantia de que parcelas da coleção sejam mantidas em separado da
coleção principal, quando de interesse (SATIJA, 1990).
Para fins de elaboração do número do livro, a ordenação alfabética dentro das classes
conseguiu significativo destaque especialmente pelo uso das tabelas de Cutter e de Cutter-Sanborn
elaboradas na virada do século XIX para o XX. Outro ponto que merece destaque é o fato de que
na década de 1930, paralelamente ao desenvolvimento dos estudos de Ranganathan, despontaram,
alguns trabalhos que tinham em vista a instrumentalização do número de chamada para a prática
profissional. Tais trabalhos voltavam-se fundamentalmente para a descrição e prescrição quanto à
utilização do número de chamada conformado em uma combinação preferencial entre o número
de classe, mormente extraído da CDD, e o número do livro baseado no arranjo alfabético
estruturado a partir das tabelas de Cutter, usualmente a tabela Cutter-Sanborn. Este é o caso dos
livros de Margaret Mann (1930) e Bertha Barden (1937), publicados pela ALA na década de 1930,
e, posteriormente, na década de 1970, o livro de Donald Lehnus (1978). Embora apresentem
minúcias ou instruções particulares sobre as possibilidades de elaboração do número de livro, todos
estes autores indicam o uso da tabela Cutter-Sanborn e seguem uma lógica de elaboração da
notação bastante aproximada daquela prescrita pelas tabelas Cutter.
Desta maneira, mesmo considerando a inexistência de um modelo único e universalmente
aceito, opta-se pelo exame exclusivo das orientações que acompanham as tabelas Cutter-Sanborn.
Cabe ressaltar a penetrabilidade desta proposta de composição do número do livro, ainda hoje
frequentemente empregado em contexto de bibliotecas e, também, sua centralidade na elaboração
do número de chamada enquanto modelo anglo-americano dedicado a dar acesso livre às coleções.
3 O MODELO CONCEITUAL FRBR : Grupo 1
O estudo para o desenvolvimento da criação dos FRBR deu-se a partir do objetivo de
reestruturar os registros bibliográficos, de maneira a refletir a forma como ocorre a busca pela
informação, tendo em vista a diversidade de usuários, tipologias documentais, suportes e formatos.
A apresentação do relatório final em 1998 oferece a compreensão de que os
�FRBR são um modelo conceitual do tipo entidade-relacionamento (ER) porque
representam e descrevem simplificadamente o universo bibliográfico em nível teórico,
servindo como base para implementação de sistemas ou bases de dados bibliográficas
(SILVEIRA, 2007, p. 58).
Segundo o relatório (IFLA, 1998), os FRBR têm como finalidade aprimorar o
desenvolvimento e apresentação dos registros bibliográficos no que concerne à estruturação dos
dados e, por decorrência, do próprio catálogo. Além disso, foram criados para estabelecer
conceitos sobre as tipologias documentais descritas em bases de dados e simplificar os catálogos
automatizados aos olhos dos usuários.
O modelo entidade-relacionamento é constituído por três elementos. São eles: as entidades,
Entidade
caráter unitário e auto-contido; algo que tem existência independente ou separada; uma abstração,
Atributos
entidade incluindo não só as características físicas, mas também aspectos que podem ser
caracterizados como informação identificadora (por exemplo, informações que aparecem na folha
Relacionamentos
associações entre os atributos das entidades.
Os FRBR são compostos por dez entidades que se dividem em três grupos. São eles:
GRUPO 1 - obra, expressão, manifestação e item. Esse grupo será aprofundado adiante, visto que o
presente artigo tem por objetivo identificar atributos inerentes às entidades que o compõem.
GRUPO 2 - pessoa e entidade coletiva. GRUPO 3 - conceito, objeto, evento e lugar.
A obra é a primeira entidade apresentada nos FRBR e tem por definição ser abstrata e
reconhecida através das realizações individuais ou expressões da obra que só existem na comunhão
de conteúdo entre e dentre as diversas expressões da obra (IFLA, 1998, p. 17). Segundo Moreno e
-75) exem
como o conteúdo conceitual que subjaz a todas suas versões linguísticas, tanto a original como a
tradução japonesa e ainda que não fale japonês e não seja, portanto, responsável pelo texto japonês.
A expressão para IFLA é (1998, p. 19, tradução nossa)
uma realização intelectual ou artística de uma obra sob a forma de notação alfa-numérica,
musical ou coreográfica, som, imagem, objeto, movimento, etc, ou qualquer combinação
de tais formas. Uma expressão é a forma intelectual ou artística específica que assume uma
obra a cada vez em que é realizada.
�a entidade expressão de uma
obra é a realização intelectual ou artística específica que assume uma obra ao ser realizada,
excluindoA expressão de uma obra é materializada por meio de outra entidade, a manifestação. Esta
entidade compreende qualquer objeto abordado como documento. A manifestação representa todos
os objetos físicos que carregam as mesmas características, no que diz respeito ao conteúdo
, uma coleção de obras, uma obra
A quarta e última entidade do grupo 1 é o item
meio digital,
porque é a exemplificação da manifestação. Há casos em que um item pode ser composto por mais
de um objeto físico.
Dentre as entidades do grupo 1, apenas as duas últimas refletem a forma física, uma vez que
se referem aos elementos concretos do documento, diferentes das duas primeiras que se definem
pelo conteúdo intelectual ou artístico do documento. Através dos atributos podemos estabelecer
distinções entre uma obra e outra, e entre uma obra e sua expressão e/ou manifestação.
O modelo FRBR apresenta atributos para cada uma de seus entidades, mas para efeito deste
trabalho apenas aqueles que se refletem na estrutura do número do livro serão explicitados. Para a
entidade obra serão apresentados título da obra e forma da obra. Na entidade expressão serão
comentados a forma da expressão e a língua da expressão. Já os atributos examinados da entidade
manifestação são: indicação de responsabilidade, indicação de edição, data de publicação. E, por
fim, o atributo identificador do item na entidade item
O
biografia, etc (IFLA, 2008, p. 50-51).
meio pelo qual se realiza a obra, por exemplo por meio de uma
aquela em que se expressa a obra (IFLA, 2008, p. 54).
ue aparece na manifestação para denominar
um ou mais indivíduos ou grupos responsáveis pela criação ou realização do conteúdo intelectual
é uma palavra ou frase que
aparece na manifestação e
-63).
�diferenciar de qualquer outro na mesma coleção ou instituição (IFLA, 2008, p. 68).
4 A CONSTRUÇÃO E A DECOMPOSIÇÃO DO NÚMERO DE CHAMADA À LUZ DO
MODELO CONCEITUAL FRBR
A elaboração do número de chamada se dá pela associação necessária do número de classe
com o número do livro, sendo o número de coleção elemento de uso facultativo e que, para efeito
desta análise, não será empregado. Os exemplos que seguem foram elaborados a partir da obra de
Machado de Assis, cuja escolha se justifica pela riqueza da fortuna crítica a ela associada. Deste
modo, o número de classe será atribuído a partir da 22a edição da CDD e, por se tratar de obra de
literatura portuguesa do Brasil, escrita no século XIX, faz-se pertinente, para fins deste estudo,
atribuir a notação B869.3. O número do livro, por sua vez, é composto pela notação de autor
extraída da tabela Cutter-Sanborn (1962) e pela marca da obra, recurso que permite individualizar
as diversas obras de um mesmo autor a partir de seu título, as traduções, as críticas, comentários e
dicionários sobre a obra em questão, e, também, as diversas edições e exemplares de uma mesma
obra. Esta estrutura permite, então, que todo item tenha um número de chamada próprio que o
individualiza dentro da coleção (ORTEGA; SILVA; SANTOS, 2016).
Na sequência, seguindo as orientações dadas na tabela Cutter-Sanborn (1962), excetuandose a separação dos livros a partir de seu tamanho e as obras a que se atribui a classe de biografias, a
composição do número do livro será explicitada.
QUADRO 1 - Exemplos de Número de chamada
Nº
Exemplos selecionados
Número de
chamada
01
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro. São Paulo: Ática, 1985.
B869.3
A848d
02
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro: a novel. Tradução Helen Caldwell.
Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1966.
B869.3
A848d.Ic
03
ASSIS, Machado de. Dom Casmurro: a novel. Tradução Helen Caldwell. 2nd.
edition. Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1971.
B869.3
A848d.Ic
1971
04
CALDWELL, Helen. The Brazilian Othello of Machado de Assis: a study of
Dom Casmurro. Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1960.
B869.3
A848d.Yc
05
MACHADO, Ubiratã. Dicionário de Machado de Assis. Rio de Janeiro:
Academia Brasileira de Letras, 2008.
B869.3
A848.Zm
Fonte: os autores (2018).
�O número do livro para os exemplos acima terá como elemento base a notação de autor
atribuída conforme prescrito na tabela Cutter-Sanborn para o sobrenome Assis, Machado: A848.
Esta escolha justifica-se pelo pressuposto de que é de interesse agrupar toda a obra de Machado de
Assis e a fortuna crítica a ela associada em um mesmo espaço.
Na sequência, será elaborada a marca da obra que deriva da primeira letra significativa do
título original da obra a ser ordenada: no exemplo 01 a letra d remete à inicial da palavra Dom,
primeira letra presente no título. No caso das traduções ou obras críticas é recomendado que se use
estejam espacialmente agrupadas junto à obra original. A tabela ainda indica, para o caso das
qual o texto foi traduzido e da inicial do sobrenome do tradutor responsável (CUTTER, 1962). Nos
casos 02 e 03 emprega-se a notação .Ic pois trata-se de tradução para o idioma inglês, realizada por
Helen Caldwell. Ainda em relação ao terceiro exemplo, no caso de várias edições de uma mesma
obra, representam-se as diversas edições pela indicação do número da edição ou da data de
publicação das edições subsequentes à primeira existente na coleção. O exemplo em questão opta
pela indicação da edição por meio da colocação da data de publicação (1971) que permite, então,
que se distinga as duas edições e, ainda, que a edição de 1966 esteja anteposta na estante à de 1971.
Já para o exemplo 04, relativo a uma crítica sobre Dom Casmurro, é recomendado que se
original e, em seguida, registre-se a inicial do sobrenome do crítico em letra minúscula (.Yc
c
pois no exemplo a crítica é Helen Caldwell). Portanto, embora não seja a obra Dom Casmurro, mas
com ela estabeleça uma clara relação associativa, a marca da obra se faz para o título da obra em
que se baseia a crítica e não título da própria crítica.
Consoante a mesma lógica, o exemplo 05 explicita as orientações da tabela Cutter-Sanborn
(1962) para os dicionários relativos a uma obra ou ao conjunto de obras de um determinado autor.
Neste caso, trata-se de dicionário relativo à obra completa de Machado de Assis, daí a ausência da
notação indicativa de um título específico, sendo a notação de autor já seguida pela indicação da
renome do autor do dicionário.
Segundo as instruções, tem-se uma notação que se refletirá espacialmente em uma
sequência linear da obra original, seguida de imediato de suas traduções e ainda das obras críticas e
dos dicionários escritos sobre ela. Desta maneira, o conjunto da obra de um autor pode ser
agrupado de modo rigoroso fazendo com que cada uma de suas obras seja acompanhada de suas
traduções e de sua fortuna crítica, sendo ainda seguida pelas publicações críticas e pelos
dicionários que se referem à obra como um todo. Como último elemento, em todos estes casos,
�existindo mais de um item, é possível também individualizá-los por meio da indicação de um
número correspondente ao do item: 2 para o segundo, 3 para o terceiro e assim sucessivamente.
Analisados a partir dos atributos das quatro entidades do grupo 1 do modelo conceitual
FRBR, os números do livro dos cinco exemplos abarcam diferentes atributos presentes em cada
item, é representado pelo
próprio número de chamada e, portanto é único para cada item da coleção. Nesta estrutura, no
obra.
No segundo exemplo, por se tratar de uma tradução para a língua inglesa, os atributos
respectivamente das entidades obra, expressão e manifestação, foram mobilizados (d.Ic). O
mesmo ocorre com o te
expressão da
mesma obra do segundo exemplo.
O quarto e quinto exemplos representam novas obras e os atributos identificados remetem
às entidades obra e manifestação
Percebe-se com isso que o número do livro elaborado para os exemplos apresenta
elementos correspondentes aos que são conferidos às entidades obra, expressão e manifestação e
que a ordem de apresentação destes elementos segue a sequência dos atributos presentes nessas
entidades respectivamente.
A fim de atender à necessidade dos usuários, o catálogo estruturado com base nos FRBR
pode estabelecer relações entre os atributos das entidades. A seguir, com base no trabalho de
Moreno (2006), simula-se em ordem alfabética o resultado de uma busca feita pela entidade obra
em catálogo FRBRizado com os cinco exemplos levantados para discussão.
Autor: Assis, Machado de
Obra: Dom Casmurro
Forma: texto Inglês
Edição:
Título: Dom Casmurro : a novel
�Indicação de responsabilidade: by Machado de Assis ; translated and with an
introduction by Helen Caldwell.
Imprenta: Los Angeles: University of California Press, 1966
Descrição física: xxi, 269 p. ; 21 cm
Edição: 2nd
Título: Dom Casmurro : a novel
Indicação de responsabilidade: by Machado de Assis ; translated and with an
introduction by Helen Caldwell
Imprenta: Los Angeles: University of California Press, 1971
Descrição física: 269 p. ; 21 cm
Forma: texto Português
Edição:
Título: Dom Casmurro
Indicação de responsabilidade: Machado de Assis
Imprenta: São Paulo: Ática, 1985
Descrição física: 152p.
Autor: Caldwell, Helen
Obra: The Brazilian Othello of Machado de Assis: a study of Dom Casmurro
Forma: texto Inglês
Edição:
Título: The Brazilian Othello of Machado de Assis: a study of Dom Casmurro
Indicação de responsabilidade: Helen Caldwell
Imprenta: Berkeley, Los Angeles: University of California Press, 1960
Descrição física: vii, 194 p. ; 23 cm.
Autor: Machado, Ubiratã
Obra: Dicionário de Machado de Assis
Forma: texto Português
Edição:
Título: Dicionário de Machado de Assis
Indicação de responsabilidade: Ubiratã Machado ; [apresentação de Cícero
Sandroni]
Imprenta: Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras, 2008
Descrição física: 375 p. : il., (algumas color.) ; 28 cm
Como é possível observar, num catálogo FRBRizado, os exemplos 01, 02 e 03 seriam
apresentados conjuntamente, de modo similar ao que é possibilitado espacialmente pelo número do
livro enquanto elemento constituinte do número de chamada. Expressa-se, portanto, tanto para o
processo de catalogação quanto para o de ordenação, proximidade entre uma obra e suas
expressões. De modo distinto as obras 4 e 5, que poderiam ser associadas no catálogo às demais
por meio de seu assunto, são espacialmente aproximadas pelo número de classe e, em função do
número do livro são aproximadas das demais obras de Machado de Assis e à respeito de sua obra.
Nestes dois últimos exemplos, a autoria não é elemento primário dentro da composição do número
do livro e ocupa posição flutuante a depender da disposição que se espera atribuir à coleção, já que
o autor referenciado pela notação de autor é Machado de Assis, e não os responsáveis pela crítica e
pelo dicionário.
�Assim, a proposta de analisar a estruturação do número de chamada, em especial o número
do livro em Cutter, à luz do modelo conceitual FRBR, permite perceber que a articulação entre
obras e suas derivações pode ser realizada não apenas entre os registros, mas que a espacialidade
da ordenação, que se coloca como modo de leitura de certa coleção, também pode estar
conscientemente projetada sobre princípios bastante similares.
5 CONCLUSÃO
No contexto de bibliotecas, a elaboração de sistemas pressupõe a articulação entre os
vários processos que compõem a organização da informação. A análise acima, ainda que breve e
lacunar, permite abrir caminhos que apontem para uma maior compreensão das especificidades e
das zonas de interseção entre a catalogação e a ordenação de documentos. Neste sentido, ela traz à
tona a atualidade do número de chamada não apenas enquanto modelo operacionalizável para a
ordenação de documentos, mas como construção elaborada a partir de princípios genéricos que
permitem alto grau de correlação com entidades e atributos do FRBR. Considera-se, portanto, a
pertinência de pensar as escolhas dos métodos de ordenação de documentos empregados não
apenas quanto à sua disseminação em determinada comunidade, mas quanto à pertinência dos
elementos que ela incorpora para o público a que destina, a instituição em que se insere e aos
documentos com os quais opera.
O uso do número de chamada em bibliotecas tem potencial para agrupar documentos cujas
relações, num primeiro momento, não seriam obviamente lembradas e é precisamente nesta
potencialidade que ele pode ser lido enquanto um aliado na FRBRização das coleções. A
relevância de um catálogo consistente e amigável ao usuário reforça, e não diminui, o valor de uma
coleção coerentemente ordenada e, dentro dos vários modelos possíveis de realizar esta disposição,
o número de chamada incorpora elementos que parecem especialmente adequados para coleções
especializadas. Uma apreciação mais criteriosa do uso do número de chamada pode permitir,
inclusive, ofertar aos usuários modos de leitura mais propositivos e significativos para a exploração
dos conteúdos dos documentos, fomentando sua apropriação e dando relevo às ações dos
profissionais.
Cabe ressaltar que a proposta sistematizada por Cutter na virada do século XIX para o XX e
alvo desta análise não é a única existente, tampouco a única possível. É recomendável que as
instituições façam adaptações nos modelos utilizados de modo a torná-los compatíveis com as
demandas que se colocam. Todavia, alterar de modo coerente e crítico um modelo exige conhecer
seus elementos basilares e os potenciais de uso em correlação aos demais processos de organização
da informação. Pensar a pertinência dos modelos implica em fazer escolhas que poderão impactar
�diretamente os modos de acesso aos documentos e favorecer a serendipidade nas bibliotecas, neste
caso não meramente acidental, mas catalisada por ações propositadamente realizadas a fim de
instigar e munir de fontes seus usuários.
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pdf>. Acesso em: 18 dez. 2017.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
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Frbrizando as coleções a partir do número de chamada: uma aproximação possível.
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Silva, Camila M. A. da; Tolentino, Vinicius de Souza
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A partir do final do séc. XX a International Federation of Library Associations and Institutions promoveu estudos e debates relacionados à aplicabilidade das novas tecnologias de informação e comunicação incorporadas pela área. Dentre os estudos que culminaram em diretrizes para processos, produtos e instrumentos documentários destaca-se o modelo conceitual Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR). O número de chamada exerce papel relevante nas bibliotecas, visto que a ordenação de documentos se configura como proposta de leitura da coleção, estabelece, para fins de acesso, o elo entre o registro do documento na base de dados e o local que o documento ocupa na coleção, e ainda contribui para a gestão no tocante aos usos do espaço. O presente artigo tem por objetivo analisar a construção do número do livro associando-o aos atributos das entidades do grupo 1 do modelo conceitual FRBR. Para a fundamentação teórica discute os trabalhos de Barden (1937), Lenhus (1978), Satija (1990), Ortega, Silva e Santos (2016), Cutter (1908, 1962), Moreno e Márdero Arellano (2005), Moreno (2006), Silveira (2007) e FRBR (1998, 2008). Como metodologia realiza pesquisa de cunho exploratório com finalidade explicitar como a disposição espacial da coleção a partir do número de chamada apresenta aos usuários uma aproximação da estrutura preconizada pelo FRBR. Conclui apontando a atualidade do número de chamada, não apenas enquanto modelo operacionalizável para a ordenação de documentos, mas como construção elaborada a partir de princípios genéricos que permitem alto grau de correlação com entidades e atributos do modelo conceitual FRBR.
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Eixo III - Ensino
MAPEAMENTO DO ENSINO DO CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO RDA NAS
GRADUAÇÕES BRASILEIRAS DE BIBLIOTECONOMIA: UMA ANÁLISE DOS
CURSOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
MAPPING OF THE TEACHING OF THE CATALOG CODE RDA OF THE BRAZILIAN
LIBRARIANSHIP GRADUATIONS: AN ANALYSIS OF THE COURSES OF THE FEDERAL
UNIVERSITIES
Resumo: identificaram-se os fundamentos para o ensino do código de catalogação Resource
Description and Access (RDA) nas graduações brasileiras de Biblioteconomia de instituições
federais. A questão que norteou esta pesquisa foi: quais são os fundamentos utilizados para ensinar
o código de catalogação RDA nas graduações brasileiras de Biblioteconomia de instituições
federais? A partir dessa problemática, estabeleceram-se os seguintes objetivos: a) levantar os
projetos políticos pedagógicos (PPP) e planos de ensino das graduações brasileiras de
Biblioteconomia de instituições federais de ensino superior; b) identificar os termos que nomeiam
conteúdos que fundamentam o ensino do o código de catalogação RDA e c) identificar as
referências de obras que fundamentam o ensino do código de catalogação RDA. Com uma
abordagem quanti-qualitativa, fez-se uma análise documental dos projetos políticos pedagógicos e
planos de ensino dos cursos Biblioteconomia das universidades federais brasileiras. Constatou-se
que a média de carga horária investida no ensino de representação descritiva é de 145,6, sendo a
UFES (180h), a UFG (192h), a UFRN (180h), a UFRS (180h) e a UFSCar (180h) com maior carga
horária. Contudo, a UFG, a UFMA, a UFMG e a UFSCar foram as instituições que apresentaram
mais fundamento para o ensino do código RDA.
Palavras-chave: Resource Description and Access (RDA). Código de catalogação. Representação
Descritiva. Biblioteconomia.
Abstract: We identified the fundamentals for the teaching of the cataloging rules Resource
Description and Access (RDA) in the Brazilian graduations of librarianship of Brazilian federal
institutions. The question, which guided this research, was: what are the fundamentals used to
teach the RDA cataloging rules in Brazilian undergraduate degrees in librarianship? From this
problematic, the following objectives were established: a) to raise pedagogical political projects
(PPP) and plans of education of the Brazilian graduations of librarianship of federal institutions; b)
identify the terms that name content that supports the teaching of the RDA cataloging rules and c)
identify the references of works that support the teaching of the RDA cataloging rules. With a
quantitative-qualitative approach, a documentary analysis of the PPPs and teaching plans of the
librarianship courses of the federal institutions of Brazil was done. It was found that the average
�time spent teaching descriptive representation was 145.6, with UFES (180h), UFG (192h), UFRN
(180h), UFRS (180h) and UFScar (180h) ) with higher working hours. However, UFG, UFMA,
UFMG and UFSCar were the institutions that provided the most foundation for teaching the RDA
rules.
Keywords: Resource Description
Representation. Librarianship.
and
Access
(RDA).
Cataloging
rules.
Descriptive
1 INTRODUÇÃO
Os últimos anos têm sido generosos com a catalogação, que tem sofrido significativos
avanços. Historicamente, a catalogação descritiva tem se adaptado às transformações sociais e
tecnológicas. Principalmente, na era contemporânea. Com o advento da internet, mais um desafio
foi lançado e a catalogação tem buscado enfrenta-lo. Exemplo disso é a criação de princípios
internacionais de catalogação, que possibilitou uma internacionalização dos códigos; o
estabelecimento de formatos de metadados que proporcionaram uma cooperação entre
catalogadores; a formulação de modelos conceituais que servem para embasar novos códigos e a
criação de um novo código de catalogação, mais atento aos tipos de recursos e conteúdos
informacionais.
Esse código é o Resource Description and Access (RDA). Publicado, em 2010, o RDA visa
substituir o Código de Catalogação Anglo-americano -2ª edição (AACR2), pois apresenta uma
linguagem desatualizada e incompatível com a descrição de recursos na Web. O RDA possui uma
linguagem mais flexível e alinhada à demanda atual, visto que, foi criado com base nos pontos
fortes do AACR2, nos princípios internacionais de catalogação e nos modelos conceituais
Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) e Functional Requirements for
Authority Data (FRAD). Este código tem compatibilidade com o formato MARC 21 e aspira
futuras soluções para a catalogação em rede. Nesta perspectiva, acredita-se que o ensino do RDA
seja essencial às graduações de Biblioteconomia, visto que a adesão a ele parece benéfica.
Contudo, considera-se que seja indispensável a abordagem histórica conceitual da catalogação que
influenciou o desenvolvimento do código. Sendo assim, este trabalho questiona: quais são os
fundamentos da catalogação utilizados para embasar o ensino do código RDA nas graduações
brasileiras de Biblioteconomia?
A partir dessa questão, esta pesquisa tem como objetivo: identificar os fundamentos da
catalogação necessários para ensinar o código RDA nas graduações brasileiras de Biblioteconomia.
Especificamente, os objetivos são: a) levantar os projetos políticos pedagógicos (PPP) e planos de
ensino das graduações brasileiras de Biblioteconomia de instituições federais; b) identificar os
�termos que nomeiam conteúdos que fundamentam o ensino do o código de catalogação RDA; c)
identificar as referências de obras que fundamentam o ensino do código de catalogação RDA.
2 PERCURSO HISTÓRICO DA CATALOGAÇÃO
A palavra catalogação, para Mey (1995, p. 8), vem do grego, com a junção dos termos: kata
ou
e logos
. Sendo assim,
catalogação significa uma organização de mensagens lógicas para que estas estejam de acordo com
algo. Para Alves e Santos, a catalogação
nasceu da necessidade de estabelecimento de regras para a construção dos catálogos,
porém, foi sendo desenvolvida e aprimorada, tornando-se não só uma técnica para a
construção de catálogos, mas, principalmente, uma disciplina científica com teorias e
métodos próprios para o processamento e tratamento descritivo da informação. (ALVES;
SANTOS, 2013, p. 24).
Nota-se que a catalogação deixou de ser só uma prática profissional para ser uma área de
estudo científico. Isso garante constantes atualizações e reflexões dos seus modelos teóricos e
práticos de estabelecimento de regras e visões catalográficas. Mey e Silveira afirmam que
catalogação é:
O estudo, preparação e organização de mensagens, com base em registros do
conhecimento, reais ou ciberespaciais, existentes ou passíveis de inclusão em um ou vários
acervos, de forma a permitir a interseção entre as mensagens contidas nestes registros do
conhecimento e as mensagens internas dos usuários. (MEY; SILVEIRA, 2009, p. 7).
As mensagens são criadas com o objetivo de serem comunicadas. Para que isso ocorra de
forma satisfatória, a catalogação deve cumprir algumas funções. Para Mey e Silveira (2009) essas
funções são: integridade, clareza, precisão, lógica e consistência. Essas características garantem um
melhor processo comunicativo entre usuário e acervo.
A catalogação tem suas origens há séculos atrás. A biblioteca mais antiga de que se tem
conhecimento atualmente, data do terceiro milênio antes de Cristo, e era localizada em Ebla (atual
Síria). Sua descoberta ocorreu entre 1974 e 1976, por Paolo Matthiae. A biblioteca possuía entre
15.000 e 17.000 tábuas de argila, segundo diferentes autores, que correspondiam a cerca de quatro
mil documentos, em escrita cuneiforme, organizados em estantes de acordo com seu conteúdo
temático. Apresentava, também, tábulas com resumos dos documentos. (MEY; SILVEIRA, 2009).
�Calímaco (310 a.C.-235 a.C.) foi um poeta, bibliotecário, gramático e mitógrafo grego. Ele
trabalhou na Biblioteca de Alexandria, onde compilou o Pinakes, um dos primeiros instrumentos
de organização bibliográfica que se tem notícia. (CAMPELLO, 2006).
Quadro 1
Divisões do Pinakes
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
Como pode ser observado no Quadro 1, O Pinkaes era, dividido por áreas de conhecimento,
que os gregos consideravam como classes principais. Em cada uma dessas divisões os autores eram
arranjados em ordem alfabética e sobre cada uma, havia uma breve nota biográfica e uma análise
daquele trabalho. (CAMPELLO, 2006).
Em 1598, o professor e diplomata inglês Sir Thomas Bodley criou um código minucioso de
catalogação. Entre as normas, indicava o arranjo sistemático, com um índice alfabético organizado
pelo sobrenome dos autores, e incluía as entradas analíticas. Na França, em 1627, Gabriel Naudé
escreveu um livro intitulado ´Conselhos para formar uma biblioteca`. Ele recomendava um
catálogo dividido em duas seções: uma por autores e outra por assuntos. Já em 1697, Frédéric
Rostgaard publicou suas normas sobre organização do catálogo. Mais tarde, em 1839, surge o
Código de Panizzi, conhecido por suas 91 regras. Em 1850, Charles C. Jewett cria um código com
base no código de Panizzi. No mesmo ano, 1850, surgiu na Alemanha o código de Munique.
Criado por cientistas e filósofos, esse foi um código com grande influência nos países de língua
alemã. Já em 1876, Melvil Dewey também estabeleceu regras simplificadas de catalogação, mas
seu renome se deve à classificação decimal. Ainda em 1876, Charles Ammi Cutter publicou suas
Reg
Cutter não elaborou apenas um código de
catalogação, mas uma declaração de princípios. Cutter criou, ainda, um esquema de classificação e
uma representativa de sobrenomes. Ele determinou os objetivos do catálogo e ditou a visão do
catalogador, que influenciam sobremaneira a Declaração dos Princípios Internacionais de
Catalogação (2009). Na virada do século XX, havia códigos nacionais de catalogação na
�Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Países Baixos, Itália, Suíça, Vaticano e países
escandinavos. (MEY, SILVEIRA, 2009).
A Library of Congress (LC) começou a venda de fichas impressas em 1901. Isso resultou
numa padronização da catalogação, visto que quem comprava as fichas da LC, estava seguindo as
regras que ela usava para elaborar as fichas. A partir deste contexto, a American Library
Association (ALA) nomeou uma comissão para estudar as regras adotadas pela LC em colaboração
com a Library Association da Inglaterra. A partir do estudo, a ALA publica, em 1908, a primeira
edição do seu código, utilizando regras de Panizzi, Cutter, Jewett e a LC: Cataloging rules: author
and titles entries. O AACR teve suas origens com esse código da ALA. Identificado como Código
da ALA, teve uma 2ª edição preliminar, em 1941, e a definitiva, em 1949. Objeto de críticas e
estudos por algum tempo, após a Conferência de Paris (1961), surge, como 1ª edição, o AngloAmerican Cataloguing Rules
AACR, em 1967. (MEY, SILVEIRA, 2009).
Ainda na década de 60, o Machine Readable Cataloging (MARC) se desenvolveu
juntamente aos computadores para facilitar a transferência de dados bibliográficos entre sistemas
de computadores. Em 1971, a International Federation of Library Associations and Institutions
(IFLA) publica a primeira International Standard Bibliographic Description (ISBD). Mais tarde, a
IFLA contribuiu também para catalogação, com a criação dos modelos conceituais: em 1998, com
o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR); em 2009, com o Functional
Requirements for Authority Data (FRAD) e; em 2010, com o Functional Requirements for Subject
Authority Data (FRSAD).
Em meio a essas várias transformações surge, em 2002, a segunda edição do Código de
Catalogação Anglo-Americano. Contudo, a segunda edição do AACR não conseguiu lidar
adequadamente com as alterações sociais e tecnológicas dos meios informacionais. Por isso, o
Joint Steering Committee (JSC) buscou uma nova atualização do AACR. Foi tamanha a mudança
que se considerou que havia um novo código, o Resource Description and Access (RDA), cuja
primeira edição foi publicada em 2010. Como afirma Oliver, o RDA é um código de
catalogação que substitui as Anglo-American cataloguing rules, 2nd edition (AACR2)
[Código de catalogação anglo-americano, 2ª edição]. Apensar de manter uma forte
relação com as AACR2, a RDA delas difere em muito, devido a ser baseada numa
estrutura teórica, ter sido projetada para o ambiente digital e seu escopo ser mais
abrangente do que o das AACR2. (OLIVER, 2011, p. 1).
Além do AACR2, o RDA se baseia, principalmente: na a) Declaração dos Princípios
Internacionais de Catalogação; no b) FRBR e no c) FRAD.
Em 1961, na França, houve a primeira Conferência Internacional sobre Princípios de
Catalogação. Dessa conferência surgiu a Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação,
�conhecida como Princípios de Paris. Essa declaração passou por atualizações, sendo sua última
edição de 2009. Assim como o AACR, o RDA se baseia nos Princípios Internacionais de
Catalogação. Como afirma Oliver (2011, p. 9) ´´a introdução à RDA dá continuidade à prática
adotada pelas AACR que era situar a norma em relação às normas e iniciativas internacionais
existentes relativas a dados bibliográficos``.
Além da Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação, o RDA baseia-se no
FRBR e no FRAD, ou seja, nos modelos conceituais. Para Oliver (2011, p. 9) ´´estes modelos
moldaram a estrutura da RDA e influenciaram a linguagem empregada nas instruções. Um certo
conhecimento dos antecedentes desses modelos poderá ajudar a explicar a natureza da RDA e
como ela difere das AACR2.`` Por causa da influência desses modelos conceituais, Oliver (2011)
afirma que o RDA vai ter um foco maior no usuário. O RDA segue os termos das tarefas dos
usuários: encontrar, identificar, selecionar e obter (FRBR); encontrar, identificar, contextualizar e
justificar (FRAD). Além disso, no RDA, os dados de autoridade serão mais minuciosos, visto que
o FRAD apresenta essa complexidade das autoridades que foi seguida pelo RDA. Provavelmente, a
principal mudança do AACR2 para o RDA seja em sua estrutura. O AACR2 trabalha com
capítulos que representa tipos de materiais. O RDA, por sua vez, trabalha com entidades, atributos
e relações, ou seja, sua proposta é permitir que se catalogue qualquer tipo de recurso
informacional, inclusive os que vão existir.
Com base nessa breve explanação, acredita-se que é necessário, como fundamentos para
melhor compreensão do RDA: a Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação, o FRBR
e o FRAD. Evidentemente, outros conteúdos são importantes para uma prática catalográfica
usando o RDA, mas seriam esses fundamentos citados os principais elementos necessários para o
ensino do código RDA.
Quadro 2
Paralelo entre os Períodos Históricos da Humanidade e da Catalogação
Fonte: (ALVES; SANTOS, 2013, p. 25).
Todo esse percurso histórico da catalogação pode ser resumido em períodos históricos.
Como mostra o Quadro 2, a Idade Contemporânea tem o maior impacto na catalogação, devido as
�transformações tecnológicas. Nota-se que o último período se adequa a proposta do RDA, um
código para o ambiente digital.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com objetivo de responder à questão desta pesquisa, seguiu-se os seguintes procedimentos:
a) buscou-se, no sistema e-MEC165, as graduações do curso de Biblioteconomia; b) com o objetivo
de uma maior garantia nas respostas, realizou-se um recorte e solicitou-se os PPPs e planos de
ensino somente das instituições de ensino superior federal, visto que para solicitar de instituições
particulares e estaduais, seriam necessários outros procedimentos de busca que não seriam
compatíveis com o percurso desta pesquisa. Observa-se que, no Quadro 3, quatro instituições não
responderam a solicitação do PPP e dos planos de ensino do curso de Biblioteconomia. Vale
ressaltar que o pedido foi realizado pelo portal e-SIC166 do Governo Federal, que atende a Lei nº
12.527/2011, conhecida como Lei de acesso a informação. Essa lei estabelece prazos para resposta.
Após o prazo para resposta, foi feita mais uma solicitação, no entanto, as instituições apresentadas
no Quadro I continuaram sem responder satisfatoriamente. A UFBA respondeu que daria
celeridade nos procedimentos de resposta, mas até a submissão deste artigo para evento, tal
instituição não tinha enviado os documentos solicitados.
Vale ressaltar que Fundação Universidade de Brasília (UNB) respondeu que está
construindo um novo PPP do curso de Biblioteconomia. Sendo assim, a UNB, a UFBA, a UFF, a
UFPA e a UNIR não apresentaram documentos para a realização desta pesquisa. Portanto, das 21
instituições de ensino superior na esfera federal, 16 responderam os requisitos deste trabalho.
Quadro 3
Nº
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
15
165
166
Instituições de Ensino Superior Federal que têm curso de Biblioteconomia
INSTITUIÇÃO
UFAL Universidade Federal de Alagoas
UFAM Fundação Universidade do Amazonas
UFBA Universidade Federal da Bahia
UFC Universidade Federal do Ceará
UFCA - Universidade Federal do Cariri
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
UFF Universidade Federal Fluminense
UFG Universidade Federal de Goiás
UFMA Fundação Universidade Federal do Maranhão
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFMT Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
UFPA Universidade Federal do Pará
UFPE Universidade Federal de Pernambuco
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
http://emec.mec.gov.br/
https://esic.cgu.gov.br/sistema/principal.aspx
RESULTADO
RESPONDEU
RESPONDEU
NÃO RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
NÃO RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
NÃO RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
�16
17
18
19
20
21
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFS Fundação Universidade Federal de Sergipe
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCar Fundação Universidade Federal de São Carlos
UNB Fundação Universidade de Brasília
UNIR Fundação Universidade Federal de Rondônia
Fonte: elaborado pelo o autor.
RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
RESPONDEU
NÃO RESPONDEU
NÃO RESPONDEU
Após as solicitações e o recebimento dos PPPs e planos de ensino dos cursos de
Biblioteconomia, c) analisou-se as ementas e as referências de disciplinas de catalogação167, a fim
de identificar termos e obras que fundamentam o ensino do RDA nas graduações de
Biblioteconomia. A partir da revisão de literatura, acredita-se que os assuntos mais específicos que
devem ser trabalhados para o ensino do RDA são: a) a Declaração dos Princípios Internacionais de
Catalogação; b) os Requisitos Funcionais de Registros Bibliográficos (FRBR); c) os Requisitos
Funcionais de Dados de Autoridade (FRAD) e d) o código de catalogação RDA. Sendo assim,
buscou-se nas ementas e nas referências dos planos de ensino os termos que tratassem desses
assuntos.
4. RESULTADOS E ANÁLISES
A Tabela 1 apresenta as instituições que responderam esta pesquisa satisfatoriamente, ou
seja, disponibilizaram seu PPP e seus planos de ensino. A partir desse material, percebe-se que os
PPPs mais antigos são da UFC e da UFCA, do ano de 2006. Já o PPP mais recente é da UFAL, do
ano de 2017. Nota-se que a média de carga horária investida no ensino de representação descritiva
é de 145,6 horas, sendo a UFES (180h), a UFG (192h), a UFRN (180h), a UFRS (180h) e a
UFSCar (180h) as instituições com maior carga horária. Ressalva-se que todos esses cursos contam
com três disciplinas sobre catalogação nas suas grades.
Tabela 1
Nº
INSTITUIÇÃO
01
UFAL Universidade Federal de Alagoas
02
UFAM
Fundação Universidade do Amazonas
03
UFC
04
UFCA - Universidade Federal do Cariri
05
167
Instituições de Ensino Superior Federal: ano do PPP, carga horária total e quantidade de disciplinas dos cursos de Biblioteconomia.
UFES
Universidade Federal do Ceará
Universidade Federal do Espírito Santo
06
UFG Universidade Federal de Goiás
07
UFMA Fundação Universidade Federal do Maranhão
08
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
Ano do
PPP
2017
2008
2006
2006
2007
2016
Sem
data
2008
Carga horária
total
Quantidade de
disciplinas
120
120
2
2
120
165
128
128
180
192
2
2
2
2
3
3
Esta pesquisa ficou atenta aos diferentes termos que as disciplinas de catalogação podem apresentar, como por
exemplo, representação descritiva.
�09
UFMT Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
10
UFPE
11
UFRGS
12
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ
13
UFRN
14
UFS
15
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Fundação Universidade Federal de Sergipe
UFSC
16
Universidade Federal de Pernambuco
UFSCar
Universidade Federal de Santa Catarina
Fundação Universidade Federal de São Carlos
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
2011
2011
2011
2008
2007
2015
2013
2014
150
120
120
105
180
180
143
180
Média: 145,6
2
2
2
2
3
3
2
3
Como já foi mencionado, nesta pesquisa estabeleceu-se quatro fundamentos essenciais para
ensinar o código de catalogação RDA. O Quadro 4 mostra as instituições que apresentaram algum
termo que se refere aos fundamentos para ensinar RDA. Para sua produção, foram analisados os
PPPs/planos de ensino dos cursos de Biblioteconomia. Observa-se que quatro instituições (UFG,
UFMA, UFMG e UFSCar) apresentaram mais de dois tópicos, sendo a UFG, a única instituição
que apresentou os quatros fundamentos. É interessante notar que, dessas quatro universidades, a
UFMA e a UFMG não apresentaram mais de duas disciplinas para o ensino de catalogação.
Vale ressaltar que esses fundamentos são básicos para o ensino do RDA. Conhecer a
Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação garante um melhor entendimento sobre um
código que já nasceu para ser internacional, isto porque os fundamentos da área não foram
substituídos e sim renovados com as novas tecnologias. Além disso, como já disse a Oliver, ´´um
certo conhecimento dos antecedentes desses modelos [FRBR e FRAD] poderá ajudar a explicar a
natureza da RDA e como ela difere das AACR2.`` (OLIVER, 2011, p. 9).
Quadro 4
Fundamentos de ensino do Código de Catalogação RDA nos cursos de Biblioteconomia da instituições federais do Brasil
Nº
01
02
INSTITUIÇÃO
UFAL Universidade Federal de Alagoas
UFAM
Fundação Universidade do Amazonas
03
UFC
04
UFCA - Universidade Federal do Cariri
05
UFES
Universidade Federal do Ceará
Universidade Federal do Espírito Santo
06
UFG Universidade Federal de Goiás
07
UFMA Fundação Universidade Federal do Maranhão
08
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
09
10
11
12
UFMT
UFPE
UFRGS
UFRN
14
UFS
16
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFSC
UFSCar
Universidade Federal de Pernambuco
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ
13
15
Fundação Universidade Federal de Mato Grosso
Fundação Universidade Federal de Sergipe
Universidade Federal de Santa Catarina
Fundação Universidade Federal de São Carlos
DPIC
FRBR
FRAD
RDA
X
X
X
X
X
X
X
X
-
X
X
X
X
X
X
X
X
X
�DPIC
FRBR
FRAD
RDA
LEGENDA
Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação
Requisitos Funcionais de Registros Bibliográficos
Requisitos Funcionais de Dados de Autoridade
RDA
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
O Quadro 5 expõe as referências que os docentes utilizam para fundamentar o ensino do
código RDA. Essas referências foram extraídas dos PPPs/planos de ensino dos cursos de
Biblioteconomia de instituições federais de ensino brasileiras. Percebe-se que a Declaração de
Princípios Internacionais de Catalogação é a referência mais citada: sete instituições (UFAL, UFC,
UFG, UFMG, UFRN, UFSC e UFSCar) ao todo. Depois da Declaração, tem-se a obra da Chris
Oliver ´´Introdução à RDA: um guia básico``, referenciada por quatro instituições (UFES, UFG,
UFMA e UFRGS). Em terceiro lugar, tem-se o relatório final do FRBR, referenciado por três
instituições (UFG, UFMG e UFSCar). Nota-se que o relatório final do FRAD não aparece nas
referências. Além disso, apenas a UFMG apresenta referência do código RDA (On-line: RDA
Tookit: resource description and access).
Nota-se que, das 11 referências, cinco estão em língua inglesa. Acredita-se que há uma
carência de publicações em Língua Portuguesa para ensinar o uso do RDA. O próprio código não
tem tradução para o Português ainda. Há, contudo, versões traduzidas do inglês para o Alemão,
Chinês,
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação (Fortaleza, CE,
2017), a FEBAB estabeleceu contato com a ALA para verificar as possibilidades de um trabalho
colaborativo de tradução do código RDA. (FEBAB, 2017).
Quadro 5
As referências mais citadas para fundamentar o ensino do Código de Catalogação RDA nos cursos de Biblioteconomia das instituições
federais brasileiras.
Nº
01
02
03
REFERÊNCIAS
INTERNATIONAL FEDERATION OF
LIBRARY ASSOCIATIONS AND
INSTITUTIONS. Declaração de
princípios internacionais de catalogação.
2009.
OLIVER, Chris. Introdução à RDA:
um guia básico. Brasília: Briquet de
Lemos, 2011.
INTERNATIONAL FEDERATION OF
LIBRARY ASSOCIATIONS AND
INSTITUIÇÕES
UFAL Universidade Federal de Alagoas
UFC Universidade Federal do Ceará
UFG Universidade Federal de Goiás
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFSC Universidade Federal de Santa Catarina
UFSCar Fundação Universidade Federal de São Carlos
UFES Universidade Federal do Espírito Santo
UFG Universidade Federal de Goiás
UFMA Fundação Universidade Federal do Maranhão
UFRGS Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFG Universidade Federal de Goiás
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
�09
04
13
10
05
07
14
12
15
08
06
INSTITUTIONS. Functional
requirements for bibliographic
records: final report. München: K. G.
Saur, 1998.
ASSUMPÇÃO, Fabrício Silva;
SANTOS, Plácida Leopoldina V.A.C. A
utilização do Resource Resource
Description and Access (RDA) na
criação de registros de autoridade para
pessoas, famílias e entidades coletivas.
Encontros Bibli: revista eletrônica de
Biblioteconomia e ciência da
informação, v.18, n.37, 2013.
FUSCO, Elvis. Aplicação dos FRBR
na modelagem de catálogos
bibliográficos digitais. São Paulo:
Cultura Acadêmica, 2011.
HART, Amy. The RDA primer: a
guide for the occasional cataloger. Santa
Barbara, Calif.:
Linworth, 2010. xiii, 89 p.
HATSEK, Iuri Noimann;
HILLESHEIM, Araci I. A. Resouce
Description and Access (RDA) e as
mudanças na
catalogação. In: ENCONTRO
INTERNACIONAL DE
CATALOGADORES (9. : Rio de
Janeiro : 2013); ENCONTRO
NACIONAL DE CATALOGADORES
(2. : Rio de Janeiro : 2013).
JOINT STEERING COMMITTEE.
RDA Steering Committee.
LEBOEUF, P. O admirável mundo novo
do FRBR (versão 5). 2007.
MAXWELL, Robert L. Maxwell's
handbook for RDA: explaining and
illustrating rda: resource description and
access using MARC
21 . Chicago: American Library
Association, 2013.
MERING, Margaret. The RDA
workbook: learning the basics of
Resource Description and Access. Santa
Barbara, California: Libraries Unlimited,
2014.
RDA Tookit: resource description and
access.
TAYLOR, A. G. (Ed.). Understanding
FRBR: What It Is and How It Will
Affect Our Retrieval.
Westport, Connecticut: Libraries
Unlimited, 2007.
TILLETT, Barbara. O que é FRBR?:
UFSCar
UFSC
Fundação Universidade Federal de São Carlos
Universidade Federal de Santa Catarina
UFG Universidade Federal de Goiás
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
UFG Universidade Federal de Goiás
UFSCar
Fundação Universidade Federal de São Carlos
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFMG Universidade Federal de Minas Gerais
UFSCar
Fundação Universidade Federal de São Carlos
UFG Universidade Federal de Goiás
�11
um modelo conceitual para o universo
bibliográfico. Biblioteca do Congresso,
2003.
WEBER, Mary Beth; Austin, Fay
Angela. Describing Electonic, digital,
and other media using AACR2 and
RDA. Ney York: Neal-Schuman
Publishers, 2011.
UFSC
Universidade Federal de Santa Catarina
Fonte: elaborado pelo o autor, 2018.
Atualmente, apenas uma biblioteca brasileira, a Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, tem catalogado em RDA. Acredita-se que a principal dificuldade para a expansão
do uso do código RDA nas bibliotecas seja a sua tradução para o Português e o seu ensino nas
graduações de Biblioteconomia. Oliver (2011) apresenta algumas vantagens de adesão ao RDA,
que podem ser resumidas nos seguintes tópicos:
O RDA resulta em melhoramentos imediatos e também lança os alicerces para
melhoramentos futuros;
Com o RDA, os serviços catalográficos não devem só estar na rede, mas ser da rede;
O primeiríssimo objetivo do RDA é a receptividade às necessidades dos usuários;
O RDA inclui instruções que aumentam a precisão de pontos de acesso autorizados;
O RDA tem a capacidade de adaptação a outras comunidades além da biblioteca;
O RDA amplia os tipos de recursos para catalogação. Ou seja, o RDA conta com uma
estrutura flexível e extensível para o conteúdo e descrição técnica de todos os tipos de recursos;
O RDA é harmonizado com normas internacionais de metadados;
O RDA é harmonizado com os modelos conceituais FRBR e FRAD;
O RDA é coerente com os Princípios Internacionais de Catalogação;
O RDA faz parte do RDA Toolkit, uma ferramenta da rede que facilita o uso do RDA;
O RDA oferece ao catalogador orientação concreta para corresponder às necessidades do
usuário e registrar dados que coincidam com as tarefas específicas do usuário;
Apesar de apresentar um conjunto detalhado de instruções, o RDA também deixa espaço
para o discernimento do catalogador;
O RDA foi construído sobre os pontos fortes do AACR2;
Esse foi apenas um resumo das vantagens do RDA, de acordo com Oliver (2011).
Evidentemente, nem todas vantagens serão percebidas de imediato a implantação do código. Aos
poucos, as bibliotecas vão se adequando a esse código que veio para substituir o AACR2. Tanto
que, o JSC, que cuidava da AACR2, agora se dedica somente ao RDA.
�5 CONCLUSÃO
Acredita-se que essa pesquisa logrou os objetivos propostos, possibilitando assim,
responder sua questão norteadora. A partir do E-SIC do Governo Federal, conseguiu-se acesso aos
PPPs e planos de ensinos da maioria dos cursos de Biblioteconomia das instituições federais de
ensino do Brasil. Com esses documentos, foi possível identificar os termos e as referências que são
utilizados para fundamentar o ensino do código RDA nos cursos de graduação em
Biblioteconomia.
Ressalta-se, como desafios para esta empreitada científica, o acesso aos documentos.
Seguiu-se todos os parâmetros legais para o acesso, contudo, mesmo assim, algumas intuições não
responderam nos prazos. Além disso, analisar os PPPs e os planos de ensino mostrou-se
desafiador, já que as várias formas de construções desses documentos excluíam dados essenciais
para este trabalho.
No que se refere aos resultados, este estudo apresentou o retrato do ensino do RDA nas
instituições de ensino federal de Biblioteconomia no Brasil, até o momento. Constatou-se que a
média geral da carga horária é de 145,6 hora/aula, sendo que a UFG (192h/a) dedica maior tempo
ao ensino da disciplina de Catalogação, seguida da UFES (180h), UFRN (180h), UFRS (180h) e
UFSCar (180h). Em termos do conteúdo ministrado para embasar o ensino do código RDA
destaca-se a UFG que registra em seu PPC e planos de ensino os Princípios Internacionais da
Catalogação, os modelos conceituais FRBR e FRAD e o por fim o ensino do código RDA.
Enquanto que a UFMA e a UFMG registram conteúdos relacionados aos modelos conceituais
FRBR e FRAD e ao código RDA. A UFSCar registra conteúdos relacionados aos Princípios
Internacionais de Catalogação e aos modelos conceituais FRBR e FRAD e não ao código RDA.
Esta realidade mostra a importância da revisão dos projetos políticos pedagógicos dos
cursos de Biblioteconomia, no que tange as disciplinas de catalogação, para o efetivo ensino do
código RDA, o qual pode refletir diretamente na adoção desse código pelas bibliotecas brasileiras.
Além disso, considera relevante a discussão entre catalogadores, dedicados ao ensino e ao mercado
de trabalho, sobre a fundamentação e a prática das regras RDA. Acredita-se que o fortalecimento
do ensino do RDA irá influenciar no desempenho das atividades profissionais.
Recomenda-se outras pesquisas, em instituições estaduais e particulares, para identificar os
fundamentos utilizados para ensinar o código de catalogação RDA. Ademais, sugere-se uma
pesquisa com os docentes das disciplinas, pois pode ocorrer o ensino de certos conteúdos não
apresentados nos documentos utilizados para análise desta pesquisa. Vale ressaltar, no entanto, que
�tal prática seria incongruente com os registros legais para o ensino nas graduações de
Biblioteconomia.
REFERÊNCIAS
ALVES, Ranchel Cristina Vesu; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa.
Metadados no domínio bibliográfico. Rio de Janeiro: Intertexto, 2013.
CAMPELLO, Bernadete. Introdução ao controle bibliográfico. Brasília, DF: Briquet de
Lemos/Livros, 2006.
FEBAB. Tradução do RDA! 2017. Disponível em:
<https://www.facebook.com/febab.federacao/posts/733969646797625>. Acesso em: 29 dez. 2017.
IFLA. Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação. 2009. Disponível em: <
http://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/icp/icp_2009-pt.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2018.
MEY, Eliane Serrão Alves. Considerações (preguiçosas) sobre a prática da catalogação. Revista
de Biblioteconomia, v. 19, n. 2, p. 127-136, jul./dez. Disponível em:
<http://www.brapci.inf.br/index.php/article/view/0000004655/9153932841f35c4d7fcd95fc467b05
64/>. Acesso em: 3 jan. 2018.
MEY, Eliane S. A. ; SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural. Brasília, DF:
Briquet de Lemos/Livros, 2009.
OLIVER, Chris. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de Lemos/Livros,
2011.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Mapeamento do ensino do código de catalogação RDA nas graduações brasileiras de biblioteconomia: uma análise dos cursos das Universidades Federais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Reis, Filipe; Silva, Luciana Candida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
identificaram-se os fundamentos para o ensino do código de catalogação Resource Description and Access (RDA) nas graduações brasileiras de Biblioteconomia de instituições federais. A questão que norteou esta pesquisa foi: quais são os fundamentos utilizados para ensinar o código de catalogação RDA nas graduações brasileiras de Biblioteconomia de instituições federais? A partir dessa problemática, estabeleceram-se os seguintes objetivos: a) levantar os projetos políticos pedagógicos (PPP) e planos de ensino das graduações brasileiras de Biblioteconomia de instituições federais de ensino superior; b) identificar os termos que nomeiam conteúdos que fundamentam o ensino do o código de catalogação RDA e c) identificar as referências de obras que fundamentam o ensino do código de catalogação RDA. Com uma abordagem quanti-qualitativa, fez-se uma análise documental dos projetos políticos pedagógicos e planos de ensino dos cursos Biblioteconomia das universidades federais brasileiras. Constatou-se que a média de carga horária investida no ensino de representação descritiva é de 145,6, sendo a UFES (180h), a UFG (192h), a UFRN (180h), a UFRS (180h) e a UFSCar (180h) com maior carga horária. Contudo, a UFG, a UFMA, a UFMG e a UFSCar foram as instituições que apresentaram mais fundamento para o ensino do código RDA.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5822/SNBU2018_220.pdf
f26f51ec1f0e532719e9de05bd9414f2
PDF Text
Text
Eixo III - Ensino
SERVIÇO DE PROCURADORIA INFORMACIONAL COMO APOIO À
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ACERVO
INFORMATION ADVOCACY SERVICE AS A SUPPORT FOR THE ACQUISITION AND
COLLECTION DEVELOPMENT
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência sobre o serviço
de Procuradoria Informacional para apoio à formação e desenvolvimento de coleções.
Apresenta uma análise comparativa entre os instrumentos de avaliação de cursos de
graduação do MEC de 2017 e anterior. Expõe uma breve conceituação sobre desenvolvimento
de coleções e sobre Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções. Foi utilizado um
estudo de caso, por meio de análise documental, e apresenta um modelo de gestão de
bibliografias de cursos de graduação. Conclui que é de suma importância o acompanhamento
dos avanços da instituição e o envolvimento da biblioteca universitária na tomada de decisões
relacionadas ao planejamento de recursos tecnológicos e de aquisição, com base nas
mudanças das exigências dos órgãos fiscalizadores do MEC, entre outros fatores.
Palavras-chave: Desenvolvimento do acervo. Procuradoria Informacional. Planejamento
institucional. Instrumentos de avaliação do acervo.
Abstract: This paper aims to present an experience report about the service of Informational
Advocacy to support the formation and development of collections. It presents a comparative
analysis between the evaluation instruments for undergraduate courses released by the
Brazilian Ministry of Education (MEC) in 2017 and previous year. It presents a brief
conceptualization on collection development and on Acquisition and Collection Development
Policy. It was used a case study, through documentary analysis, and it presents a model to
manage undergraduate courses bibliographies. The article concludes that it is extremely
important to monitor the university institutional progress and involve the university library in
the decision making process about planning the technological resources and acquisition inside
inspection bodies, among other factors.
Keywords: Collection development. Informational Advocacy. Institutional planning.
Collection evaluation instruments.
�1 INTRODUÇÃO
Desde o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades
Federais (Reuni), que adotou uma série de medidas para que as universidades federais
promovessem sua expansão física, acadêmica e pedagógica, houve um aumento do número de
cursos e alunos das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). As ações do programa
contemplam o aumento de vagas nos cursos de graduação, a ampliação da oferta de cursos
noturnos, a promoção de inovações pedagógicas e o combate à evasão, entre outras metas que
tinha como propósito a redução das desigualdades sociais no país (REUNI, 2010).
Quando o Reuni iniciou na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em 2008, a
universidade possuía 15 cursos de graduação com o total de 3.734 alunos, 48 cursos de pósgraduação stricto sensu, englobando mestrado, doutorado e pós-doutorado, com o total de
1.725 alunos. Atualmente, a UFLA possui 34 cursos de graduação nas modalidades presencial
e a distância, 69 cursos de pós-graduação stricto sensu e quase 17 mil estudantes. Diante
desse crescimento significativo nos últimos anos, foi necessário que a UFLA, juntamente com
seus órgãos de apoio ao ensino, pesquisa e extensão, elaborassem novos procedimentos e
estratégias para acompanhar a expansão vinda do Reuni.
A Biblioteca Universitária da UFLA (BU/UFLA) tem acompanhado a evolução da
universidade no que se refere ao atendimento e ao desenvolvimento de coleções, com um
acervo compatível com as bibliografias indicadas pelos cursos, amparadas pela Política de
Formação e Desenvolvimento de Coleções (PFDA). Dessa forma, é possível oferecer um
acervo e atendimento compatíveis com as demandas da comunidade atendida.
No contexto local, segundo a Resolução CUNI n. 35, de 22 de maio de 2012, art. 3º, o
acervo da Biblioteca consta de livros, periódicos, folhetos, jornais, teses, dissertações,
monografias, publicações oficiais, mapas, quadros, fotografias em formato impresso e/ou
eletrônico e digital, materiais audiovisuais e outros que vierem a ser incorporados às coleções,
independentemente de sua forma de aquisição ter sido por compra, doação ou permuta. Além
disso, Biblioteca Universitária é depositária da produção bibliográfica técnica, científica e
cultural gerada na UFLA.
Devido a criação de vários cursos novos e a necessidade de atualizar as bibliografias
dos cursos antigos, surgiu o serviço de Procuradoria Informacional, para dar suporte à
comunidade acadêmica no desenvolvimento do acervo. Esse serviço busca a adequação das
ementas das disciplinas dos cursos da universidade e do acervo da BU/UFLA de acordo com
as orientações dos instrumentos de avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
�Educacionais Anísio Teixeira do Ministério da Educação do Ministério da Educação
(INEP/MEC).
local ou repartição em que trabalha o procurador, quantia cobrada pelo procurador ou
mo procurador
que significa que ou aquele que procura (algo); que ou aquele que tem hábito de procurar,
curioso; indivíduo que possui procuração para resolver ou administrar negócios para outrem;
administrador, mandatário; aquele que exerce um papel entre as parte interessadas no
fechamento de um contrato entre as partes interessadas, mediador, intermediário. Ainda, na
mesma esteira, informacional é aquilo que traz a informação ou que provê conhecimento.
ea jurídica, no contexto, aqui
abordado, o procurador informacional assume o papel de assessor, mediador, intermediário
entre os docentes, a construção das ementas de suas disciplinas e a formação e o
desenvolvimento do acervo da biblioteca. Nesse contexto, este trabalho tem como objetivo
principal demonstrar como é prestado o serviço de Procuradoria Institucional, que atua como
apoio aos pró-reitores, chefes de departamentos, coordenadores de cursos, docentes,
pesquisadores, bibliotecários e órgãos financeiros da UFLA na orientação sobre a construção
de ementas de acordo com os instrumentos de avaliação do MEC, no que se refere às
bibliografias indicadas para as unidades curriculares no rol de disciplinas de cada curso.
2 DESENVOLVIMENTO DO ACERVO
O desenvolvimento do acervo precisa cada vez mais se tornar uma das principais
preocupações dos bibliotecários, principalmente quando se refere a bibliotecas universitárias.
De acordo com Vergueiro (1990), a ênfase no desenvolvimento do acervo dessas bibliotecas
deve ser nos objetivos da universidade, que são a pesquisa, o ensino e a extensão, o que vai
exigir uma coleção com uma grande perspectiva de crescimento.
Vergueiro (1990) ainda diz que a transformação de mentalidade dos bibliotecários,
fazendo com que eles passassem a se preocupar com esta questão, se dá devido à escassez de
recursos econômicos destinados a esta operação, fazendo com que os administradores
consigam perceber que os recursos destinados à aquisição não estão sendo gastos
aleatoriamente com aquisição inadequada de materiais.
O desenvolvimento de coleções é o conjunto de atividades que visa adquirir materiais,
buscando atender as necessidades de informação de sua comunidade. Romani e Borszcz
�(2006) dizem que para realizar o desenvolvimento do acervo, buscando atender às
necessidades de informação de seus usuários e aos objetivos da instituição, se faz necessário
estabelecer normas para o processo de seleção e aquisição, é preciso ainda disciplinar o
processo de seleção levando em consideração a quantidade e a qualidade dos materiais a
serem adquiridos e também saber direcionar os recursos financeiros fazendo o uso de forma
racional.
Para que a unidade de informação consiga realizar com sucesso este processo é preciso
e, de grande importância, que seja elaborada uma política de desenvolvimento do acervo, a
qual de forma clara e específica defina todas as etapas que devem ser realizadas no processo
de desenvolvimento do acervo.
2.1 POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DO ACERVO
As razões que levam a criação e elaboração das políticas de desenvolvimento de
acervo se tornam cada vez mais evidentes, visto que influenciam nas questões econômicas dos
recursos destinados a unidade de informação, sendo estas um guia para controle do que
comprar, sabendo da limitação de espaço das unidades de informação e a melhor forma de
alocar os recursos disponíveis (VERGUEIRO, 1990).
Vergueiro (1990) aponta que a política de desenvolvimento do acervo aparece como
uma medida de bom senso, e ainda que, estas políticas venham deixar público o
relacionamento entre a política e os objetivos da instituição ao qual ela está vinculada, sendo
uma peça-chave para o planejamento da unidade de informação. A diretriz apontada na
política de desenvolvimento do acervo subsidiará as decisões dos bibliotecários em relação à
seleção dos materiais informacionais que serão adquiridos e incorporados ao acervo.
Para Maciel e Mendonça (2006) em uma política de desenvolvimento de coleções é
preciso saber qual tipo de material será incorporado ao acervo, quais os assuntos que farão
parte da coleção, os critérios e prioridades que irão nortear os processos de seleção, aquisição
e quais as formas de aquisição, compra, doação e permuta, e ainda é preciso saber o número
de exemplares por título a ser adquirido para as coleções de uso corrente, ou seja, no que se
refere às bibliografias básicas e complementares.
O bibliotecário ao elaborar a política de desenvolvimento de acervo, em se tratando de
unidades de informação ligadas à área da educação superior, deve ter como uma ferramenta
de apoio os instrumentos avaliativos de autorização, reconhecimento e renovação de
reconhecimento dos cursos de tecnólogo, licenciatura e bacharelado do INEP/MEC.
O
�objetivo é que a biblioteca alcance uma boa avaliação, contribuindo para a evolução dos
cursos de graduação da universidade.
2.2 OS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE CURSOS
As avaliações de cursos passam, cada dia mais, a serem um instrumento para que as
instituições de ensino busquem melhores índices de qualidade, bem como para ofertas de
novos produtos e serviços que atendam às novas demandas e necessidades de seus usuários.
Os instrumentos de avaliação de cursos do INEP/MEC trazem indicadores que
avaliam as bibliografias básicas, bibliografias complementares e periódicos especializados, os
quais avaliam a qualidade do acervo no que se refere a particularidade de cada curso. De
acordo com Maia e Santos (2015) os bibliotecários precisam conhecer estes instrumentos,
tomar ciência das exigências do MEC, para a composição dos seus acervos, assim como a
atualização dos mesmos.
As exigências que são específicas nos itens que se refere à Biblioteca estão
exercício das funções de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação
superior e dos cursos superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de
Essas exigências podem ser melhores observadas nos instrumentos disponíveis na
página INEP/MEC, no item Educação superior, avaliação dos cursos de graduação. Neste
instrumento, está disponível no indicador 3.6 os itens que devem ser observados no que se
refere à bibliografia básica por unidade curricular e periódico especializado. No indicador 3.7,
consta as informações que relacionadas à bibliografia complementar por unidade curricular
(BRASIL, 2017).
Faz-se
necessário
chamar
a
atenção
dos
profissionais
responsáveis
pelo
desenvolvimento do acervo das unidades de informação que estes instrumentos sofrem
modificações consideráveis frequentemente e é preciso estar atento para identificar qual
instrumento está em vigor. Uma das modificações de grande impacto no processo de
aquisição do instrumento em vigor, publicado em outubro de 2017, refere-se à aquisição do
acervo virtual para bibliografia básica. As principais modificações podem ser observadas no
Quadro 1:
�Quadro 1 - Comparativo entre os instrumentos de avaliação do MEC 2015/2017
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Conceito
1
2
3
2015
Quando o acervo da bibliografia básica não
está disponível; ou quando está disponível
na proporção média de um exemplar para
20
ou
mais
vagas
anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma das
unidades curriculares, de todos os cursos
que efetivamente utilizam o acervo; ou
quando o acervo existente não está
informatizado e tombado junto ao
patrimônio da Instituição de Ensino
Superior (IES); ou quando não existe um
mínimo de três títulos por unidade
curricular.
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para a faixa de 15 a
menos de 20 vagas anuais pretendidas /
autorizadas, de cada uma das unidades
curriculares, de todos os cursos que
efetivamente utilizam o acervo, além de
estar informatizado e tombado junto ao
patrimônio da IES.
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para a faixa de 10 a
menos de 15 vagas anuais pretendidas /
autorizadas, de cada uma das unidades
curriculares, de todos os cursos que
efetivamente utilizam o acervo, além de
estar informatizado e tombado junto ao
patrimônio da IES.
2017
O acervo físico não está tombado e
informatizado; ou o virtual não possui
contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários; ou pelo menos um deles não está
registrado em nome da IES. Ou o acervo da
bibliografia básica não é adequado em
relação às unidades curriculares (UC) e aos
conteúdos descritos no PPC ou não está
atualizado, considerando a natureza das UC.
Ou, ainda, não está referendado por relatório
de adequação, ou não está assinado pelo
Núcleo Docente Estruturante (NDE),
comprovando a compatibilidade, em cada
bibliografia básica da UC, entre o número de
vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de
exemplares por título (ou assinatura de acesso)
disponível no acervo.
O
acervo
físico
está
tombado
e
informatizado, o virtual possui contrato que
garante o acesso ininterrupto pelos usuários e
ambos estão registrados em nome da IES. O
acervo da bibliografia básica é adequado em
relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC e está atualizado,
considerando a natureza das UC. Porém, não
está referendado por relatório de adequação, ou
não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da
UC, entre o número de vagas autorizadas (do
próprio curso e de outros que utilizem os
títulos) e a quantidade de exemplares por título
(ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Ou, nos casos dos títulos virtuais, não há
garantia de acesso físico na IES, com
instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via
internet, ou de ferramentas de acessibilidade ou
de soluções de apoio à leitura, estudo e
aprendizagem.
e
O
acervo
físico
está
tombado
informatizado, o virtual possui contrato que
garante o acesso ininterrupto pelos usuários e
ambos estão registrados em nome da IES. O
acervo da bibliografia básica é adequado em
relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC e está atualizado,
considerando a natureza das UC. Da mesma
forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando
a compatibilidade, em cada bibliografia básica
da UC, entre o número de vagas autorizadas
(do próprio curso e de outros que utilizem os
títulos) e a quantidade de exemplares por título
(ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de
acesso físico na IES, com instalações e recursos
tecnológicos que atendem à demanda e à oferta
�4
5
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para a faixa de 5 a
menos de 10 vagas anuais pretendidas /
autorizadas, de cada uma das unidades
curriculares, de todos os cursos que
efetivamente utilizam o acervo, além de
estar informatizado e tombado junto ao
patrimônio da IES.
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para menos de 5
vagas anuais pretendidas/autorizadas, de
cada uma das unidades curriculares, de
todos os cursos que efetivamente utilizam o
acervo, além de estar informatizado e
tombado junto ao patrimônio da IES.
ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de
apoio à leitura, estudo e aprendizagem.
O
acervo
físico
está
tombado
e
informatizado, o virtual possui contrato que
garante o acesso ininterrupto pelos usuários e
ambos estão registrados em nome da IES. O
acervo da bibliografia básica é adequado em
relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC e está atualizado,
considerando a natureza das UC. Da mesma
forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando
a compatibilidade, em cada bibliografia básica
da UC, entre o número de vagas autorizadas
(do próprio curso e de outros que utilizem os
títulos) e a quantidade de exemplares por título
(ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de
acesso físico na IES, com instalações e recursos
tecnológicos que atendem à demanda e à oferta
ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de
apoio à leitura, estudo e aprendizagem. O
acervo possui exemplares, ou assinaturas de
acesso virtual, de periódicos especializados que
suplementam o conteúdo administrado nas UC.
O acervo é gerenciado de modo a atualizar a
quantidade de exemplares e/ou assinaturas de
acesso mais demandadas, sendo adotado plano
de contingência para a garantia do acesso e do
serviço.
O
acervo
físico
está
tombado
e
informatizado, o virtual possui contrato que
garante o acesso ininterrupto pelos usuários e
ambos estão registrados em nome da IES. O
acervo da bibliografia básica é adequado em
relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC e está atualizado,
considerando a natureza das UC. Da mesma
forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando
a compatibilidade, em cada bibliografia básica
da UC, entre o número de vagas autorizadas
(do próprio curso e de outros que utilizem os
títulos) e a quantidade de exemplares por título
(ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de
acesso físico na IES, com instalações e recursos
tecnológicos que atendem à demanda e à oferta
ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de
apoio à leitura, estudo e aprendizagem. O
acervo possui exemplares, ou assinaturas de
acesso virtual, de periódicos especializados que
suplementam o conteúdo administrado nas UC.
O acervo é gerenciado de modo a atualizar a
quantidade de exemplares e/ou assinaturas de
acesso mais demandadas, sendo adotado plano
de contingência para a garantia do acesso e do
serviço.
Fonte: Brasil (2015, 2017).
�No instrumento de 2017, há destaque às funções do Núcleo Docente Estruturante
(NDE), núcleo de docentes instituídos em cada curso de graduação, o qual tem caráter
consultivo, propositivo e de assessoramento sobre matéria de natureza acadêmica, sendo
corresponsável pela elaboração, implementação, atualização e consolidação do projeto
pedagógico de cada curso, visando ao seu aperfeiçoamento e a melhoria da sua qualidade.
Como apontado acima, a principal diferença entre os instrumentos é que no
instrumento em vigor, de 2017, o acervo virtual pode ser considerado como um todo para a
avaliação. Anteriormente, pelo instrumento de 2015, quando os cursos possuíssem pelo
menos um título virtual por unidade curricular, a proporção de alunos por exemplar físico
passava a ser de 13 a 19 para o conceito 3, de 6 a 13 para o conceito 4 e menos de 6 vagas
para o conceito 5.
Uma mudança já apresentada também no instrumento de 2015, em relação aos
instrumentos anteriores, é a forma como é feita o cálculo pelos avaliadores. Anteriormente
entendia-se que essa proporção, exemplar por vagas ofertadas, era para cada título constante
na unidade curricular, mas, a partir de 2015, o instrumento diz que é preciso identificar as
unidades curriculares do curso, identificar os títulos de cada unidade, o quantitativo de
exemplares de cada título apresentado, dividir o número de vagas pelo somatório de
exemplares em cada unidade curricular e calcular a média dos resultados das divisões
anteriores. Dessa forma, se uma unidade curricular possui 3 títulos e atende um curso com
150 vagas, para obter o conceito 5 antes de 2015, seria necessário adquirir 30 exemplares de
cada título. Com o novo cálculo, que considera a unidade curricular, é necessário comprar 30
exemplares dos títulos no todo.
Este cálculo pode ser observado no Quadro 2, para um curso que oferece 10 unidades
curriculares, com no mínimo 3 títulos por unidade, com um total de exemplares por unidade
entre 10 e 14 e o total de 150 vagas autorizadas.
Quadro 2 - Cálculo de exemplares/vaga para bibliografia básica em mais de um curso
Unidade
Quantidade
Número de
Total de
Cálculo
curricular
título por UC
exemplares por título
exemplares
1
3
3+4+3
10
150/10=15
2
4
4+3+3+3
13
150/13=11,54
3
4
5
6
7
4
3
4
3
3
8
9
10
3
3
3
3+3+4+3
4+5+3
3+4+4+3
3+4+3
3+5+3
3+3+4
3+3+4
3+4+3
Fonte: Brasil (2017).
13
12
14
10
11
150/13=11,54
150/12=12,5
150/14=10,71
150/10=15
150/11=13,64
10
10
10
150/10=15
150/10=15
150/10=15
�outro(s) curso(s), é necessário dividir o total de vagas do(s) outro(s) curso(s) pelo total de
exe
Com base no cálculo apresentado pelo instrumento de 2015, a média total dos
exemplares, neste caso seria de 134,93. Este valor dividido pelo total de unidade curricular
terá o valor de 13,49, o que corresponde ao conceito 3, no indicador de avaliação para
bibliografia básica, onde a proporção média é de um exemplar para a faixa de 10, a menos de
15 vagas anuais. Contudo, estes valores com o instrumento de 2017, passam a não serem mais
utilizados, uma vez que a unidade de informação possua acervo virtual dos títulos constantes
nas unidades curriculares, caso contrário, a regra ainda prevalece.
É preciso reforçar que as alterações destes instrumentos e cálculos apresentados
influenciam em todo o processo de aquisição dos materiais informacionais para os cursos de
graduação, presencial e à distância. Por isso é imprescindível que a biblioteca universitária
acompanhe com frequência o site do INEP/MEC.
4 RELATO DE EXPERIÊNCIA
O processo de seleção e aquisição da BU/UFLA sofreu e vem sofrendo mudanças nos
últimos anos. Para melhor entendimento, as mudanças destes processos foram divididas em
dois períodos (FIGURA 1), compondo uma linha do tempo, antes de 2012 e pós 2016, tendo
essas duas datas marcas dessas mudanças como pode ser observado:
Figura 1 - Linha do tempo do processo de aquisição do acervo
Fonte: Do autor, 2018.
Até o ano de 2012, o processo de seleção da BU/UFLA era realizado de forma
manual, onde os professores encaminhavam à Coordenadoria de Desenvolvimento do Acervo
�uma lista com os títulos que desejavam para suas disciplinas. Com a lista em mãos os
responsáveis pela processo de aquisição faziam todo processo de cotação, no formato de
pregão tradicional, título à título, com três orçamento como é exigido no serviço público pela
Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. O cadastro das informações após o processo de compras
era registrado no Micro-Isis, ferramenta de apoio ao gerenciamento de bases de dados
bibliográficas.
No final de 2012, passou a realizar o processo de seleção e aquisição de materiais
informacionais por meio do sistema do gerenciamento de bibliotecas Pergamum. A
BU/UFLA já utilizava os módulos de circulação de materiais, usuários unidade
organizacional, catalogação, relatórios e parâmetros desse sistema de gerenciamento desde
2006, sendo o módulo de aquisição o único que até aquele momento não era utilizado, mesmo
esse já disponível para sua utilização.
A primeira etapa dessa atividade foi a preparação de toda a documentação para
abertura do edital, sendo que este processo sofreria algumas mudanças, uma vez que a
aquisição não foi realizada item a item, e sim com uma divisão dos livros a serem adquiridos
em dois grupos: Grupo 1 - obras nacionais (itens: 1, 2 e 3); e Grupo 2 - obras estrangeiras
(item 4). Os 3 itens direcionados à obras nacionais foram divididos nas 9 áreas do
conhecimento, disponibilizada pelo CNPQ164, formando a seguinte disposição: 1. publicações
nacionais, nas áreas de Ciências da Saúde, Biológicas e Agrárias; 2. publicações nacionais,
nas áreas de Ciências Exatas e da Terra e Engenharias; 3. publicações nacionais, nas áreas de
Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes.
O item 4 abarca
publicações estrangeiras em todas as áreas do conhecimento. Tal distribuição teve o objetivo
de reunir áreas afins e em alguns casos interdisciplinares.
Nesse formato, o pregão foi realizado, tendo como métrica para aceitação da proposta
o percentual de desconto sobre o preço das publicações, listadas nos catálogos e ou tabelas
oficiais das respectivas editoras/distribuidoras. Os descontos variaram para cada área e
fornecedor, mas quase sempre foi acima de 30%.
Após a instrumentação e a preparação do edital do processo de aquisição, a próxima
etapa foi a definição das rotinas e levantamento de demandas de títulos pelos docentes. Para
melhor compreensão do processo de compras e levantamento de demandas, elaborou-se um
mapeamento do processo (FIGURA 2), no intuito de facilitar a identificação das informações,
Tabela de Áreas do Conhecimento do CNPQ. Disponível em:
<http://www.cnpq.br/documents/10157/186158/TabeladeAreasdoConhecimento.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
�do fluxo, das partes envolvidas, das competências e de outros componentes necessários para
atingir a expectativa almejada, com o mínimo possível de falhas.
Figura 2 - Mapeamento do processo de compras
Fonte: Universidade Federal de Lavras (2017b).
Para a realização eficaz desse processo, a participação e colaboração dos docentes da
Universidade se configurou como um dos principais passos. Contudo, com a realização desse
processo em 2013, e repetido em 2014, observou-se que, em vários departamentos, a adesão e
solicitação de títulos para aquisição foi baixa. Inclusive nos cursos existentes na Universidade
há mais tempo, a indicação de novos títulos e até mesmo a adequação de quantidade de
exemplares foi pouco significativo, mesmo após a equipe da Coordenadoria de
Desenvolvimento do Acervo, no início de cada novo processo, divulgar intensamente, por
meio de notas no site oficial da Biblioteca e da instituição, via e-mails para todos os
professores, coordenadores e chefes de departamento, bem como por meio de participação em
assembleias departamentais no intuito de enfatizar a importância da participação dos docentes
nesse processo.
No início de 2017, quando a Universidade se preparava para uma visita de avaliação
do MEC para um dos seus novos cursos, a equipe da Coordenadoria de Desenvolvimento do
Acervo percebeu, ao atender uma solicitação de relatórios exigidos pela comissão do MEC,
�que existia falhas nas bibliografias, tanto básica quanto complementar das unidades
curriculares dos cursos, mesmo após a implantação do novo processo de aquisição em 2012.
Foram identificadas disciplinas em que as bibliografias básicas não indicavam o mínimo de
três títulos que são exigidos para alcançar o conceito 5 e em outros casos tinha títulos a mais,
porém, a biblioteca não possuía a quantidade de exemplares exigida. Isto também se aplicava
as bibliografias complementares que às vezes não atendia a quantidade mínima de cinco
títulos indicados para conceito 5 e em outros casos o número era muito superior ao exigido
em títulos, mas não atendia em quantidade de exemplares, entre vários outros ajustes
necessários.
Percebendo essas falhas, a equipe da BU/UFLA identificou a necessidade de
desenvolver ações para melhorar a situação das bibliografias das unidades curriculares dos
cursos de graduação. Por isso, várias reuniões entre a equipe da BU/UFLA e a Pró-Reitoria de
Graduação foram realizadas para que juntos pudessem buscar uma solução para essa questão,
visto que ao identificar essas falhas somente quando houvesse o agendamento da visita do
MEC, a instituição não teria tempo hábil para solucionar os problemas encontrados.
Entre as soluções possíveis, criou-se o serviço de Procuradoria Informacional, projeto
que exigiu um bibliotecário para iniciar, de imediato, um levantamento de todas as unidades
curriculares, apontando quais atendiam o que se pede no instrumento do MEC, em relação ao
indicador 3.6
bibliografia básica e 3.7 - bibliografia complementar e, para as que estavam
fora do que é pedido, quais eram as modificações necessárias.
O bibliotecário responsável pelo serviço de Procuradoria Informacional atua como
apoio aos pró-reitores, chefes de departamentos, coordenadores de cursos, docentes,
pesquisadores, bibliotecários e órgãos financeiros da UFLA na orientação sobre os
instrumentos de avaliação do MEC e sobre a construção de ementas, no que se refere à
bibliografias indicadas para as unidades curriculares, no rol de disciplinas de cada curso,
considerando o objetivo da instituição de alcançar o conceito 5 de avaliação.
As análises e o levantamento de ajustes foram realizados com prioridade para os novos
cursos, em implantação, na universidade e que seriam avaliados pelo MEC. Estes
levantamentos foram realizados para sete cursos, inicialmente, e várias falhas
foram
detectadas e demandaram correção, tanto para receber as visitas do MEC, quanto para atender
com a qualidade pretendida aos alunos da universidade.
Para melhorar a eficiência das análises e detecção de falhas,
a Pró-Reitoria de
Graduação, em 22 de setembro de 2017, por meio da Resolução n. 043, do Conselho de
Graduação da Universidade Federal de Lavras, nomeou uma comissão encarregada de propor
�normas para a criação e atualização de ementas. A comissão após várias reuniões definiu um
novo processo para a criação e atualização de ementas (FIGURA 3).
1297
�Figura 3 - Fluxo para criação e atualização de ementas
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Fonte: Universidade Federal de Lavras (2017a).
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�Por meio do novo processo, foi atribuído, à Biblioteca, um importante papel na criação das
novas ementas e na atualização das ementas já existentes. A Biblioteca foi inserida no sistema,
utilizado para criar e gerenciar as ementas das unidades curriculares, e no fluxo, após a submissão
da proposta de criação ou alteração das ementas, antes da aprovação da ementas pela coordenação
do curso, um procedimento é realizado na biblioteca.
Segundo a proposta da comissão, para que as ementas sejam aprovadas, será necessária
uma certificação do bibliotecário-procurador informacional e, após avaliação do título indicado e a
existência no acervo da Biblioteca, é observado se a quantidade de exemplares é satisfatória, em
conformidade com o recomendado pelo MEC. Caso o livro não exista no acervo, o bibliotecário
responsável por esta atividade confere se o título indicado está disponível no mercado livreiro, se
sim ele será encaminhado para o processo de aquisição. Caso esteja esgotado, ou seja, um livro que
não é mais publicado, o bibliotecário não aprovará e retornará para o professor responsável pela
indicação, para que o mesmo efetue as modificações necessárias. O bibliotecário pode sugerir que
um título que não conste no acervo, seja substituído por uma obra que possua conteúdo similar
existente na coleção da biblioteca, proporcionando dessa forma uma economia de recursos
financeiros.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o crescimento significativo das universidade federais nos últimos anos, fazem-se
necessárias novas atitudes para aprimorar os serviços prestados, principalmente no contexto das
bibliotecas universitárias, local onde o atendimento ao usuário, o processamento técnico e as
atividades administrativas exigem muito tempo de dedicação ao trabalho.
Agregado ao aumento de cursos e alunos, impactam na qualidade dos cursos e no
desenvolvimento do acervo a presença mais comum das tecnologias, dos ebooks, das bases de
dados, dos periódicos online e dos aplicativos de celulares, entre outros recursos.
Conforme descrito no relato, é importante que os profissionais responsáveis pelo
desenvolvimento do acervo das unidades de informação, bem como, os membros do NDE,
conheçam os instrumentos de avaliação dos cursos de graduação e as suas modificações, que são
frequentes e consideráveis, pois, verifica-se modificações de grande impacto para os processos de
aquisição e de composição das bibliografias básicas e complementares das unidades curriculares.
Entre elas, a possibilidade de substituição de obras impressas por documentos eletrônicos.
O serviço de Procuradoria Informacional surgiu como um apoio aos docentes na construção
e elaboração de ementas de unidades curriculares, quanto à preparação e indicação de bibliografias,
possibilitando um salto na qualidade do ensino e nos processos de compras.
�Entre os benefícios do serviço de Procuradoria Informacional, pode-se citar que haverá
mais coerência entre as bibliografias citadas nas unidades curriculares dos cursos de graduação
com o acervo existente na BU/UFLA. Além disso, o investimento em acervo será mais
racionalizado. Haverá mais controle e consequentemente, menos erros como a existência de
unidades curriculares sem indicação de bibliografias no momento da sua criação ou de alguma
alteração. Dessa forma nenhum discente passará pelo dissabor de procurar um livro na Biblioteca
indicado por um professor e descobrir que esse material ainda não foi adquirido.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Instrumento de avaliação de cursos de graduação - Presencial e a distância. Brasília, 2015. Disponível
em:<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2015/instru
mento_cursos_graduacao_publicacao_agosto_2015.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Instrumento de avaliação de cursos de graduação - Presencial e a distância: autorização. Brasília, 2017.
Disponível em :
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2017/curso_aut
orizacao.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Perguntas Frequentes. Brasília, 2010. Disponível em: <http://portal.inep.gov.br/web/guest/perguntasfrequentes6>. Acesso em: 27 dez. 2017.
ESTABEL, L. B.; MORO, E. L. S. (Org.). Biblioteca: conhecimentos e práticas. Porto Alegre: Penso, 2014.
189 p.
HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 4. ed. rev. e
aum. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.
MAIA, L. C.; SANTOS, M. de S. L. Gestão da biblioteca universitária: análise com base nos indicadores de
avaliação do MEC. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 20, n. 2, p. 100-119,
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REESTRUTURAÇÃO E EXPANSÃO DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS. O que é o Reuni? Brasília:
Ministério da Educação, 2010. Disponível em: <http://reuni.mec.gov.br/o-que-e-o-reuni>. Acesso em: 27
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ROMANI, C.; BORSZCZ, I. (Org.). Unidades de informação: conceitos e competências. Florianópolis:
UFSC, 2006. 133 p. (Didática).
VERGUEIRO, W. C. S. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis, 1990.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS. Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação. [Mapa do
processo de atualização de ementas]. Lavras, 2017a. Documento interno criado para fins administrativos.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS. Biblioteca Universitária. [Mapeamento de processos:
aquisição de livros por meio de compra]. Lavras, 2017b. Documento interno criado para fins
administrativos.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Serviço de procuradoria informacional como apoio à formação e desenvolvimento de acervo.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Borges, Eduardo César; Ribeiro, Nivaldo Calixto; Amaral, Fernanda Vasconcelos; Bernardes, Junior Assis Barreto
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho tem como objetivo apresentar um relato de experiência sobre o serviço de Procuradoria Informacional para apoio à formação e desenvolvimento de coleções. Apresenta uma análise comparativa entre os instrumentos de avaliação de cursos de graduação do MEC de 2017 e anterior. Expõe uma breve conceituação sobre desenvolvimento de coleções e sobre Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções. Foi utilizado um estudo de caso, por meio de análise documental, e apresenta um modelo de gestão de bibliografias de cursos de graduação. Conclui que é de suma importância o acompanhamento dos avanços da instituição e o envolvimento da biblioteca universitária na tomada de decisões relacionadas ao planejamento de recursos tecnológicos e de aquisição, com base nas mudanças das exigências dos órgãos fiscalizadores do MEC, entre outros fatores.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5821/SNBU2018_219.pdf
776569f23427419348152ecbc28626fe
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Eixo III
Ensino
A ATUAÇÃO DA BIBLIOTECA CEH/A NA BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FRENTE AO DESCASO DO GOVERNO ESTADUAL
THE WORK OF CEH/A LIBRARY IN THE DIGITAL LIBRARY OF THESES AND
DISSERTATIONSOF UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO IN FACE OF
THE
Resumo: A Biblioteca CEH/A vem aprimorando seu processo junto a Biblioteca Digital de
Teses e Dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ao longo dos anos. Esse
trabalho visa descrever o processo de revisão de formato e publicação dos trabalhos finais de
pós-graduação na biblioteca digital da UERJ, analisando seus pontos fortes e seus os desafios
antes e durante o período de instabilidade e da greve vivida pelo serviço público do estado do
Rio de Janeiro. A discussão do papel da biblioteca digital da UERJ e seus processos é feita
através da base teórica-metodológica da literatura de comunicação científica e de artigos
sobre revisão de formatação na comunidade acadêmica. Também são abordados o histórico e
as consequências da crise e da greve. Como conclusão, é apresentado que os esforços feitos
para manter o funcionamento da biblioteca digital da UERJ durante a greve de modo a
minimizar os prejuízos para os alunos e a instituição foram bem sucedidos, embora não houve
condições para que outras atividades da biblioteca fossem mantidas durante esse período.
Palavras-chave: Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações. Biblioteca Universitária. Normalização. Greve.
Abstract: The Library CEH/A has been improving its process in the Digital Library of
Theses and Dissertations of Universidade do Estado do Rio de Janeiro (BDTD/UERJ)
through. The years. This paper aims to describe the whole process of format review and
publication of the post-graduation works in the UERJ digital library, analyzing its strong
points and its challenges, before and during the instability period and the strike lived by Rio
de Janeiro public service. The discussion of the role of UERJ digital library and its process is
made through the theoretical-methodological base of scholarly communication literature and
format reviewing in the scholarly community papers. It is also approached the history and
consequences of the financial crises and strikes. As a conclusion, it is presented that the
struggles made to managing the UERJ digital library during the strike in order to minimize
the damages to the lives of the students have proved to effective, although, there were still
said time.
�Keywords: Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Digital Library of Theses and
Dissertations. University Library. Standard academic format. Strike.
1 Introdução
A universidade pública tem como função social a produção de conhecimento para o
ialização do
conhecimento por ela produzido não é só um dever, mas um determinante ao se pretender
A comunicação científica torna-se parte essencial para o desempenho dessa função,
pois, ao dar acesso ao conhecimento produzido, fomenta a produção de novos conhecimentos
de estar também intrinsecamente ligada à prestação de contas à sociedade dos investimentos
que foram feitos na universidade. (CASTILHO; FACÓ, 2011)
Assim, a universidade vem enfrentando inúmeros desafios no que diz respeito à
comunicação científica, principalmente no que diz respeito à sistematização e à divulgação do
conhecimento frente às tecnologias da informação e comunicação (TICs), sempre em
evolução, e as mudanças que elas promovem na cultura da comunidade científica
(SCHWEITZER; RODRIGUES; RADOS, 2011).
De encontro a esse objetivo, foi criado pelo Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (IBICT) o Consórcio da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
(BDTD) nacional, que gerencia as bases de teses e dissertações eletrônicas das instituições de
ensino superior brasileiras e ainda se integra com a base internacional Networked Digital
Library of Theses and Dissertations (NDLTD).
Assim, o intercâmbio, o acesso e a promoção do conhecimento necessário para o
avanço do conhecimento científico podem ser sistematizados no que tange às teses e
dissertações produzidas nas instituições de ensino brasileiras e ocorrer através de fontes
institucionais confiáveis e padronizadas.
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), por meio da Rede Sirius de
Bibliotecas, criou sua BDTD em 2005 e, em 2009, delibera sobre a padronização da inserção
dos trabalhos na BDTD, o que inclui a revisão para adequação dos trabalhos ao padrão do
do Rio de
�A partir da criação da BDTD/UERJ e da deliberação sobre ela, o repositório fica sob a
coordenação do Núcleo de Processos Técnicos (NPROTEC) da Rede Sirius e cada biblioteca
da rede assume funções referentes à alimentação e à organização da BDTD das áreas
atendidas por elas.
A biblioteca CEH/A atende as áreas de Comunicação, Educação, Nutrição e
Psicologia, totalizando atualmente seis programas de pós-graduação: em Comunicação Social,
em Educação, de Políticas Públicas e Formação Humana, em Alimentação, Nutrição e Saúde,
em Psicologia Social e em Psicanálise.
O objetivo deste trabalho foi demonstrar os procedimentos da biblioteca CEH/A junto
às suas funções na BDTD/UERJ, apontando para as conquistas e os pontos de tensão.
2 Procedimento BDTD-CEH/A
A BDTD/UERJ, assim como as demais BDTDs que compõem a BDTD nacional
coordenada pelo IBICT, é um repositório institucional que tem por objetivo agrupar a
produção científica dos programas de pós-graduação stricto sensu e sistematizá-la para a
disponibilização à comunidade acadêmica e à sociedade via web com intuito de preservar a
memória institucional e possibilitar que essa produção tenha o seu espaço na comunicação
cientifica (UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2005).
A atuação da biblioteca CEH/A junto à BDTD/UERJ se dá em vários momentos do
percurso acadêmico do pós-graduando, considerando dentre eles o apoio na produção do
trabalho, a formatação no padrão do Roteiro para a entrega à banca, a revisão do formato para
inclusão na BDTD, a inclusão propriamente dita e a posterior divulgação tanto da BDTD
quanto dos trabalhos nela contidos. A escolha de ligar os serviços diretamente relacionados à
BDTD e a própria divulgação da BDTD/UERJ com outros serviços de referência se deu ao
encontrar uma situação muito semelhante à relatada por Teterycz e Littiere (2010, p. 2, grifo
nosso):
Ao falar no serviço de orientação de normalização de trabalhos, oferecidos pelas
bibliotecas, supõe-se que as questões tratadas se restringem a normas. No entanto,
as questões trazidas pelos usuários vão além. São dúvidas especificas de
elaboração de projetos como delimitação do tema, objetivos, dificuldades de
pesquisa e redação, até questões de ordem pessoal, profissional e de
relacionamento. A partir de reflexões empíricas decorrentes de experiências da
atividade em orientar usuários da biblioteca em normalização de trabalhos
acadêmicos.
�Assim, o apoio ao desenvolvimento das teses e dissertações se dá no decorrer da pósgraduação, quando são oferecidas aos discentes, por meio de tempo cedido dentro das
disciplinas do curso, palestras e minicursos para que eles ganhem autonomia tanto em
pesquisa bibliográfica quando na adequação de seus trabalhos ao Roteiro para apresentação
das teses e dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
As palestras e minicursos apresentam tanto a BDTD e seus recursos como outras
fontes de informação disponíveis para os alunos da UERJ. É demonstrado também o Roteiro
de apresentação, ferramentas de auxílio à formatação disponíveis gratuitamente na internet,
recursos do EndNote (que é gratuito na versão de teste e está disponível na versão completa
para uso dos alunos nos computadores da biblioteca) e também as ferramentas disponíveis no
editor de texto Microsoft Word que podem facilitar a formatação.
Durante o curso, a biblioteca está disponível para que os alunos peçam buscas
bibliográficas e tirem dúvidas sobre a formatação do Roteiro. Esse tipo de atendimento pode
ser feito por e-mail, por telefone ou ainda pessoalmente, desde que seja feito agendamento
prévio, uma vez que a bibliotecária responsável por esses serviços é também responsável pelo
procedimento de revisão e está frequentemente envolvida com atendimentos exclusivos de
usuários.
Como procedimento padrão, após a defesa do trabalho, já tendo feito as modificações
pedidas pela banca, o aluno deve passar pela revisão de formato onde ele será orientado sobre
como adequar seu trabalho da melhor maneira ao roteiro. Nessa etapa, a deliberação 006/2009
estabelece que os elementos pré-textuais devem obedecer ao roteiro. Entretanto, foi observada
uma grande de dificuldade dos alunos não só para compreender as normas do Roteiro, como
também para utilizar as ferramentas que estão ao seu dispor para adequar seus trabalhos ao
Roteiro.
Tendo em vista que
a adoção de padrões normativos para a elaboração de qualquer tipo de trabalho
científico facilita a sua posterior divulgação, as trocas dentro das próprias
comunidades científicas, pois um documento estruturado de modo adequado,
seguindo padrões reconhecidos, lhe confere cientificidade e qualidade (CRESPO;
RODRIGUES, 2011, p. 39)
a equipe da biblioteca CEH/A optou por realizar a revisão do trabalho completo, não só os
pré-textuais e de maneira presencial, previamente agendado.
Para que esse atendimento possa ser agendado a qualquer momento durante o horário
de funcionamento da biblioteca, foi feito um cadastro no serviço Google Calendar, através do
qual todos os funcionários da biblioteca podem visualizar os horários disponíveis, marcar um
�horário e o aluno recebe em sua caixa de entrada a confirmação desse agendamento,
juntamente com o endereço da biblioteca, o horário e uma mensagem padrão com o passo-apasso de todo o procedimento.
Esse atendimento presencial tem uma duração média de uma a duas horas, onde a
bibliotecária, junto ao aluno, faz as adequações necessárias enquanto explica o porquê dessas
adequações, referenciando o Roteiro ou as normas da ABNT, e apresenta as ferramentas que
está utilizando para fazê-las, explicando o seu funcionamento. Afinal, segundo Dib e Silva
Ao final desse atendimento, é desenvolvida e adicionada ao trabalho a ficha
catalográfica e passadas, por e-mail, as demais instruções sobre a continuidade do processo
juntamente com o trabalho revisado em arquivo .doc e .pdf.
Após passar pela revisão, o aluno deve fazer a impressão da versão aprovada pela
biblioteca e encadernar no padrão exigido pela universidade. Com a versão impressa pronta,
ele deve entregá-la na biblioteca, juntamente com um CD com a versão digital (cópia de
segurança da biblioteca), uma cópia de sua ata de aprovação e a documentação da
BDTD/UERJ que trataremos mais à frente.
A exigência da cópia da ata da defesa é feita para evitar a burocracia de emitir dois
documentos com a mesma validade legal: a ata que é feita ao término da defesa e a folha da
aprovação que consta na tese ou dissertação. Sempre houve uma grande ocorrência de alunos
que não montava uma folha de aprovação com todos os elementos básicos ou não inseria uma
ao seu trabalho e, ao passar pela revisão na biblioteca e ser informado corretamente sobre a
folha de aprovação, precisava contatar novamente a sua banca para que as assinaturas fossem
colhidas na documentação correta. Esse procedimento agora não é obrigatório e a folha de
aprovação não precisa ser assinada no exemplar a ser entregue na biblioteca, contanto que o
aluno possa fornecer a cópia da ata que já é de praxe feita ao final da defesa.
Em relação à documentação para a publicação na BDTD/UERJ, são necessários três
formulários: Termo de Autorização, que autoriza a publicação on-line e gratuita do trabalho
por aqueles que tem reponsabilidade intelectual pelo trabalho (aluno e orientador(es)) e no
qual também pode ser feita a opção sobre a liberação total ou parcial do trabalho; Termo de
Encaminhamento, no qual orientador(es) e responsáveis pela secretaria atestam que o material
encaminhando é a versão final e aprovada pela banca, e, por fim, o Formulário de Dados
Cadastrais, com as informações referentes ao trabalho como dados do autor, orientador e
banca, que será uma das fontes para gerar os metadados para o repositório.
�No ato da entrega dos itens mencionados anteriormente, é emitido para o aluno o
Certificado de Revisão Normativa (CRN), que é o documento que comprova que o aluno
passou e finalizou o processo de revisão e submissão de seu trabalho ao BDTD e é documento
obrigatório para a requisição do diploma de mestrado ou doutorado junto ao Departamento de
Administração Acadêmica (DAA) da UERJ. A emissão desse documento finaliza as
providências que o aluno deve tomar para que seu trabalho seja inserido na BDTD/UERJ.
A partir desse ponto, inicia-se o processamento técnico das teses e dissertações. É feita
uma triagem dos trabalhos que foram liberados em sua totalidade para aqueles que são para
publicação parcial, dando prioridade para os que serão liberados em sua totalidade. A inserção
dos metadados é feita considerando-se o trabalho entregue, as informações constantes no
formulário de dados cadastrais, as palavras-chave constantes nas folhas de resumo (escolhidas
pelo aluno) e as constantes na ficha catalográfica (escolhidas pela bibliotecária). Após a
inserção dos metadados, é adicionado também o arquivo com o trabalho completo ou a parte
que foi liberada pelo aluno, em formato pdf bloqueado para cópia com senha. A cópia
impressa é incorporada ao acervo, passando pelo processamento no software Sophia e a
documentação é armazenada juntamente com o CD contendo a cópia digital de segurança.
Todo esse procedimento é controlado através de uma planilha no Microsoft Excel que
identifica o aluno pelo nome, e-mail e programa de pós-graduação ligando às datas de
atendimento de revisão, entrega do trabalho e inserção na BDTD/UERJ (Figura 1) e o Status
(Fila de Normalização, Normalização em andamento, Normalização finalizada, Aguardando
aluno).
Figura 1- Planilha de controle de atendimento BDTD/UERJ/Biblioteca CEH-A
Fonte: A autora, 2018.
�Com essa planilha, é possível para a equipe da biblioteca saber quais alunos já
passaram pelo processo de revisão mas após um longo período ainda não entregaram a versão
impressa. Essa disparidade pode ser verificada no gráfico 1, obtido como resultado dos dados
da planilha mencionada. A cada semestre é feita essa conferência para que os alunos sejam
contados, procedimento que tem obtido muito sucesso em incentivar a entrega dos trabalhos.
Gráfico 1 Trabalhos entregues X Total de atendimentos Feitos
Fonte: A autora, 2018.
O armazenamento da documentação é feito por ordem da entrega na biblioteca (cada
processo recebe um número de controle), mas separando os trabalhos que foram liberados
para divulgação na íntegra e aqueles que foram liberados apenas parcialmente. Assim, uma
vez ao ano, são conferidos os trabalhos liberados parcialmente para que seja possível fazer o
contato com os autores daqueles trabalhos que já passaram do prazo de retenção e assim
comunicar sua liberação na BDTD/UERJ, conforme o previsto na Deliberação 006/2009:
Art. 4º - O aluno e o orientador interessados em resguardar patentes e outros direitos
relativos ao seu trabalho pode solicitar a não disponibilização de versão integral de
sua dissertação ou tese na BDTD/UERJ, especificando no termo de autorização, por
um período de até 2 (dois) anos.
§ 1º - Nesse caso, o aluno deve entregar a versão eletrônica completa da dissertação
ou tese, acompanhada de uma outra que contenha apenas as folhas pré-textuais, a
introdução e as referências do trabalho, versão esta que será disponibilizada na
BDTD/UERJ.
§ 2º - Transcorrido o prazo supracitado, o aluno e o orientador podem renovar a
solicitação de não disponibilização por mais 2 (dois) anos, findo os quais, a
dissertação ou tese será veiculada integralmente na BDTD/UERJ.
(UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, 2009)
Esse controle também permite que seja feito um levantamento do andamento dos
processos da BDTD/UERJ na biblioteca CEH/A. Através da BDTD/UERJ é possível obter
�dados quantitativos sobre a inserção e a consulta do público ao material disponibilizado. Esses
dados, no entanto, não são suficientes para uma análise completa do serviço oferecido na
biblioteca pois, até o momento da inserção do trabalho na BDTD, existem várias etapas que
exigem dedicação e tempo da equipe da biblioteca para acolher e orientar o aluno.
Ainda que o procedimento da BDTD/UERJ na biblioteca CEH/A esteja bem
estabelecido e claro para a equipe, existem dificuldades. Muitos alunos desconhecem tanto os
serviços oferecidos que podem auxiliá-los quanto as providencias que eles precisam tomar
para obter o CRN e posteriormente fazer a solicitação do diploma. Isso se dá devido à falta de
um sistema integrado das unidades administrativas. Assim, a biblioteca só tem acesso aos
dados do aluno para contato se o mesmo faz o cadastro diretamente na biblioteca.
A comunicação com os alunos e o esclarecimento sobre os procedimentos muitas
vezes precisam ser feitas através da secretaria dos programas (ver gráfico 2), o que ocasiona
ruídos na comunicação resultando em alunos mal informados ou até alunos que não
receberam nenhum tipo de informação sobre o papel da biblioteca. Em alguns casos, a
situação pode até chegar a se tornar um conflito, uma vez que o aluno tendo sido informado
erroneamente não quer se submeter a alguma parte ou a todo o procedimento obrigatório.
Gráfico 2 Atendimentos feitos divididos por curso entre 2014 e 2017
Fonte: A autora, 2018.
A equipe biblioteca CEH/A tem feito esforços para estreitar o contato com os
programas para que, além de seus funcionários poderem informar melhor os alunos, a
biblioteca possa trabalhar em colaboração aos programas para consigam adequar seus
procedimentos e tornar todo o processo mais eficiente para os alunos e a instituição.
�3 Biblioteca CEH/A durante a greve na UERJ
Desde o final do ano de 2015, a UERJ atravessa uma situação turbulenta que se iniciou
com o atraso do pagamento das empresas terceirizadas, tendo como consequência o não
pagamento dos salários dos trabalhadores dessas empresas. Logo a situação se agravou,
afetando também o salário dos servidores e os valores de custeio da universidade.
Essa situação acarretou em uma grande mobilização da comunidade acadêmica tanto
em manifestações quanto em paralisações e movimentos de greve (ver figura 2). Os
seguimentos da comunidade acadêmica acabaram se separando em muitos momentos devido a
diferenças de opinião em como proceder frente às situações de descaso e abandono que a
universidade enfrentou. Assim, os episódios de greve não foram o tempo inteiro unificados,
havendo períodos nos quais os professores estavam em estado de greve, com as aulas e outras
atividades ocorrendo com alguma normalidade, e os técnicos-administrativos estavam em
greve, limitando os serviços administrativos que devem acompanhar as atividades de ensino
na instituição.
Durante esse longo período conturbado, o funcionamento da biblioteca foi bastante
afetado. O corpo de funcionário, além de ter que enfrentar a instabilidade financeira que afeta
suas vidas e de seus familiares, também possui o compromisso com o movimento de classe de
se posicionar em relação à greve. Assim, em termos de recursos humanos, a biblioteca ficou
prejudicada ora por falta de funcionários que não tinham condições de ir ao trabalho, ora pelas
restrições que a própria greve traz.
Desse modo, em muitos momentos dos últimos dois anos, as atividades da biblioteca
foram resumidas a apenas as atividades essenciais aprovadas em assembléia. Em períodos
onde a greve dos servidores técnico-administrativos seguia em paralelo com as aulas, essas
atividades eram: empréstimo domiciliar e devolução, cadastro e renovação de cadastro,
emissão de nada consta, emissão de CRN. Nos períodos onde todos os seguimentos se
encontravam em greve, elas foram: devolução de empréstimos domiciliares, emissão de nada
consta, emissão de CRN. Esse último torna toda a parte do procedimento que resulta no CRN
obrigatório, assim, mesmo nos momentos mais restritos de greve, o atendimento para revisão
de teses e dissertações não foi interrompido.
�Atrasos nos salários dos
terceirizados
Parcelamento dos salários dos
selVidores
servidores
Paralizações dos servidores
Início da grave de técnicosAdministrativos, professores e
ahmos
alunos
Campanha de arrecadação de
alimentos para terceirizados
Adiamento do Vestibular 2016
Fim da greve dos sem
reivindicações atendidas
Fim da greve
Início das aulas de 2016. 1
Paralização até integralização dos
salários
Início da grave de técnicosadministrativos e professores
4 adiamentos do início das aulas,
o ÚltinlO sem previsão
Finl da greve dos professores,
Fim
continuidade da greve dos
técnicos administrativos
16.2 com
Início do período 20
2016.2
Campanha "''Não
Não tá nomml"
CalUVi1l.11Ja
Call1vauha IJara
vitJ:i:l duaii11u
dUi:I'ii1u dI::
alinlentos para servidores
alilllento da
Pezão aprova alllllento
contribuição dos servidores
estaduais
Reitor faz commJicado
connmicado oficial de
que não há condições para o
início de 2017. 1
Professores decidem retomar a
greve
Professores saem da greve e
retomam para "estado de greve"
Início de 2017. 1 (período de 90
dias)
Depois de paralizações,
professores retomam a greve
Ocupação do bandejão por alwlOs
alllllos
Finl da greve de professores e
técnico-administrativos
técnico-administmtivos
Figura 2 Linha do tempo da Greve
Fonte: A autora, 2018.
Algumas adaptações ao procedimento precisaram ser feitas, principalmente no que
tange à comunicação com os alunos e à disponibilidade de horários para agendamento, uma
vez que, com a equipe reduzida, o tempo de funcionamento também precisou ser reduzido. O
1280
�contato por telefone e pessoal para tirar dúvidas ou agendar atendimento ficou condicionado
aos dias em que houvesse um funcionário presente para recebê-lo, situação que se tornou
escassa em alguns momentos mais críticos.
Sendo assim, foi dada a preferência para comunicação por e-mail, que era conferido e
respondido todos os dias úteis, ainda que não houvesse expediente na biblioteca. Mesmo com
menos dias de funcionamento, não foi alterado o modo da revisão, continuando com
atendimentos pessoais nos dias de funcionamento da biblioteca e com a modalidade de fazer
as correções junto com o aluno, explicando as adequações e mostrando as ferramentas
disponíveis.
As demais atividades paradas acabaram permitindo um maior foco nas que ainda
estavam sendo executadas, como o atendimento à BDTD/UERJ. Somando esse fato ao
esforço feito para que os alunos pudessem ser prejudicados o mínimo possível, o número de
atendimento não só se sustentou como até ultrapassou o de anos anteriores, como pode ser
observado no gráfico 3.
Gráfico 3 Atendimentos BDTD/UERJ/Biblioteca CEH-A 2014-2017
Fonte: A autora, 2018.
Outras dificuldades enfrentadas que afetaram diretamente os atendimentos presenciais
da BDTD foram as correspondentes à infraestrutura, principalmente limpeza, iluminação e
internet. Esses pontos foram contornados através de um esforço conjunto da equipe e o apoio
da administração da Rede Sirius.
�4 Conclusão
De acordo com o que foi apresentado, equipe da BDTD/UERJ na biblioteca CEH/A
vinha enfrentando os obstáculos do seu fluxo de trabalho e obtendo progressos consideráveis
em muitos deles, principalmente no que se refere à articulação dos programas com a
biblioteca, visto que frequentes ruídos de comunicação levavam a maiores problemas para a
realização do trabalho.
Com todas as tensões relatadas provocadas pelo abandono da UERJ pelo estado, como
atrasos de salários e falta de verba para a implementação de atividades fundamentais para o
bom funcionamento da biblioteca, a equipe da biblioteca, com o apoio dos responsáveis pelas
secretarias de pós-graduação, empenhou esforços para que todo processo que leva a emissão
do CRN para os alunos de pós-graduação mantivesse tanto de sua estabilidade quanto
possível.
Apesar da redução de horários disponíveis para o atendimento e das condições de
infraestrutura muitas vezes não serem favoráveis, os prejuízos foram atenuados tanto em
relação à qualidade do atendimento quanto ao prazo para esse atendimento ser realizado.
A continuidade dos processos da BDTD/UERJ e das outras atividades essenciais
definidas em assembleia de forma minimamente estável em meio ao cenário que se
estabeleceu e agravou nos últimos dois anos exigiu um grande esforço de funcionários que
estavam em uma situação de instabilidade financeira, profissional e política que afeta
diretamente suas vidas pessoais e equilíbrio emocional.
Enquanto as consequências negativas da instabilidade da universidade foram
minimizadas em relação aos atendimentos para revisão e a emissão do CRN, não houve
recursos humanos e de infraestrutura suficientes para dar a mesma atenção ao restante do
processo após a emissão do CRN, ou seja, a inclusão dos trabalhos na BDTD e posterior
divulgação dos mesmos, gerando assim uma demanda reprimida que só poderá receber o
tratamento necessário após a normalização da rotina de trabalho.
Ainda há incertezas sobre a continuidade do pagamento dos salários em dia e do
recebimento dos repasses para que a universidade possa arcar com seu custeio, o que promove
a constante tensão para o corpo de funcionários. Mas a situação da UERJ dá sinais de melhora
e, com quase todos os salários colocados em dia, tanto professores quanto servidores técnicoadministrativos deliberaram a saída da greve e a volta para o estado de greve, o que pode
representar um reestabelecimento da rotina de trabalho e melhores dias no futuro da
universidade.
�Referências
CASTILHO, Alessandra de; FACÓ, Júlio Francisco Blumetti. A Divulgação Científica na
Universidade Pública: Case Universidade Federal do ABC. In: CONGRESSO BRASILEIRO
DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 34., 2-6 set. 2011, Recife, PE. Anais... Recife:
Intercom, 2001. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2011/
resumos/R6-2341-1.pdf>. Acesso em: jan. 2018.
CRESPO, Isabel Merlo; RODRIGUES, Ana Vera Finardi. Normas técnicas e comunicação
científica: enfoque no meio acadêmico. Rev. Dig. Bibl. Ci. Inf., Campinas, v. 9, n. 1, p. 3655, jul./dez. 2011. Disponível em: <https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/
article/view/ 1918/pdf_2>. Acesso em: jan. 2018.
DIB, Simone Faury; SILVA, Neusa Cardim da. Atribuindo qualidade à biblioteca digital de
teses e dissertações da UERJ: parceria entre docentes, discentes, bibliotecários e a
coordenação da pós-graduação. RevIU: Revista Informação & Universidade, v. 1, p. [1-10],
2009.
FAVERO, Maria de Lourdes et al. (orgs.) A universidade em questão. São Paulo: Cortez,
1989.
SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. LED,
Florianópolis, v. 1, p. 118, 2000. Disponível em: <http://efartigos.atspace.org/metodos.html>.
Acesso em: jan. 2018.
SCHWEITZER, Fernanda; RODRIGUES, Rosângela Schwarz; RADOS, Gregório Jean
Varvakis. Comunicação científica e as tecnologias de informação e comunicação.
Comunicação & Sociedade, São Paulo, v. 32, n. 55, p. 83-104, jan./jun. 2011. Disponível
em: <https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/CSO/article/viewFile/
1633/2500>. Acesso em: jan. 2018.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Ato executivo AE16/REITORIA/2005. Cria a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD na UERJ.
2005. Disponível em: <http://www.boluerj.uerj.br/pdf/aeda_00162005_22082005.pdf>.
Acesso em: jan. 2018.
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Deliberação Nº 006/2009. Dispõe
sobre a inserção de dissertação na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações BDTD/UERJ.
2005. Disponível em: < http://www.boluerj.uerj.br/pdf/de_00062009_16012009.pdf>. Acesso
em: jan. 2018.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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A atuação da biblioteca CEH/A na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade do Estado do Rio De Janeiro frente ao descaso do Governo Estadual.
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A Biblioteca CEH/A vem aprimorando seu processo junto a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da Universidade do Estado do Rio de Janeiro ao longo dos anos. Esse trabalho visa descrever o processo de revisão de formato e publicação dos trabalhos finais de pós-graduação na biblioteca digital da UERJ, analisando seus pontos fortes e seus os desafios antes e durante o período de instabilidade e da greve vivida pelo serviço público do estado do Rio de Janeiro. A discussão do papel da biblioteca digital da UERJ e seus processos é feita através da base teórica-metodológica da literatura de comunicação científica e de artigos sobre revisão de formatação na comunidade acadêmica. Também são abordados o histórico e as consequências da crise e da greve. Como conclusão, é apresentado que os esforços feitos para manter o funcionamento da biblioteca digital da UERJ durante a greve de modo a minimizar os prejuízos para os alunos e a instituição foram bem sucedidos, embora não houve condições para que outras atividades da biblioteca fossem mantidas durante esse período.
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Eixo III - Ensino
AS BIBLIOGRAFIAS DOS PROGRAMAS DE DISCIPLINAS E A BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA DA FCA
THE BIBLIOGRAPHIES OF THE PROGRAMS FROM THE COURSES AND UNIVERSITY
LIBRARY OF THE FCA
Modalidade da Apresentação: Comunicação Oral
Resumo: As bibliografias básicas e complementares são de fundamental importância para a
constituição do acervo da Biblioteca Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan da Faculdade de Ciências
Aplicadas da Unicamp. Essas bibliografias são extraídas dos programas das disciplinas dos
Cursos oferecidos pela faculdade, formando uma planilha, com títulos das obras citadas e
demais dados bibliográficos, a disciplina que a citou, o número de alunos matriculados na
disciplina, categorizada como, básica ou complementar, entre outros dados. A relação
estabelecida com a Política de Desenvolvimento de Coleções de 2015, definiu que
trabalharíamos com 1 exemplar para cada grupo de 10 alunos para bibliografia básica e 1
exemplar para cada grupo de 20 alunos para bibliografia complementar, sendo esta a base de
cálculo para decidir a quantidade ideal, cotejado com o acervo, chegamos a quantidade
necessária, para a aquisição. Observamos que quando comparamos o título da obra com o
acervo e checamos que não temos nenhum exemplar no acervo e que temos um exemplar para
360 alunos, são casos mais críticos, também notamos o número elevado de Empréstimos
Entre Bibliotecas e a insatisfação do usuário no balcão de atendimento. Este projeto de
melhoria do processo envolve o tempo de envio ou a disponibilização dos programas de
ensino para a biblioteca, o número de referências citadas nas bibliografias, complemento de
dados, a elaboração da listagem para a aquisição e feedback aos docentes. Visa a otimização
dos recursos financeiros e a adequação do acervo, pois somos uma biblioteca em implantação.
Palavras-Chave: Biblioteca Universitária
Administração. Biblioteca Universitária
Bibliografias. Biblioteca Universitária Acervo.
Abstract: The basic and complementary bibliographies are very important for the constitution
of the Library Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan, School of Applied Sciences, Unicamp,
collection. These bibliographies are extracted from de course discipline programs offered by
the FCA, forming a spreadsheet, with the titles of the cited works and other bibliographic
data, the discipline that quoted it, number of students enrolled in the course, categorized as
basic or complementary bibliography, and other data that forms the information gathering. In
the FCA 2015 Collection Development Policy, it was defined that we would with 1 copy for
each group of 10 students for basic bibliography and 1 copy for each group of 20 students, in
�the case of the complementary bibliography, which is the basic of calculation to define an
ideal number of copies, compared with the collection, we reach the necessary quantity for
acquisition. When we compare the title of the work with the collection and record that we
have no copy in the collection and when we have a copy for 360 students, these are the most
critical cases. This is also seen in the high number of Inter-Library Loans and user
dissatisfaction at the library service desk. This project of improvement of the process involves
the time of sending or making available the Teaching Programs the Library, the number of
references cited in the basic and complementary bibliographies and the number of titles that
we do not have in the collection or that we have few copies, since we are one library in
development.
Keywords: University Library
University Library Collection.
Management. University Library
Bibliographies.
1 INTRODUÇÃO
A Biblioteca Universitária da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) está localizada
no Campus II da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na cidade de Limeira. O
Projeto da Faculdade iniciou-se em 2005, oficialmente criada em agosto de 2008, é uma
unidade interdisciplinar e diferenciada, em que todos os cursos evidenciam um núcleo básico
de disciplinas. Em 2009, a FCA foi inaugurada com oito cursos e com uma projeção inicial de
480 alunos.
Em 2014, os primeiros Programas de Pós-Graduação da FCA (Mestrado e Doutorado)
houve uma reorganização dos cursos de graduação na instituição, já para o ingresso em 2015,
ficando assim distribuídos: Administração e Administração Pública, Engenharia de
Manufatura e Engenharia de Produção, Nutrição e Ciências do Esporte, totalizando
aproximadamente 2.500 alunos. Em 2017 passamos a contar com os Programas de PósGraduação, em Administração (Mestrado e Doutorado). Deste modo o acervo da Biblioteca
também foi passando por adaptações, com mudanças nas grades curriculares e também de
docentes.
O acervo da Biblioteca se desenvolveu, primeiramente, com doações e em 2010, com
o FAP-Livros, programa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) para desenvolvimento de acervos que apoiam às pesquisas do Estado. Também
fomos agraciadas com o acervo particular do Prof. Daniel Hogan doado à Biblioteca pela
família, com aproximadamente 4.000 volumes na área de demografia. Em 2012, a Biblioteca
passou a receber a verba de manutenção do acervo pelo Sistema de Bibliotecas da Unicamp
aquisição de acervo. A
partir de 2013 a Comissão da Biblioteca teve como meta constituição do acervo o
�atendimento as Bibliografias Básicas (BB) e Bibliografias Complementares (BC) citadas nos
Programas de Ensino das Disciplinas dos Cursos. Em 2015, foi aprovada pela Comissão
LDADE DE
CIÊNCIAS APLICADAS, 2015), deste modo formalmente norteando o crescimento do
acervo.
Hoje o acervo é de aproximadamente 23.500 volumes e em crescimento, composto por
obras citadas nas bibliografias básicas e complementares dos Programas de Disciplinas da
Graduação e diversificação oriunda de doações. A importância das bibliografias básicas e
complementares e o cotejo constante com o acervo ao longo desses anos, apontando o
caminho para a adequação do acervo. Outro fator importante é a satisfação do usuário em
buscar um título indicado por um docente e encontrar o exemplar na biblioteca,
concomitantemente, em números de exemplares suficientes para atender ao recomendado pelo
Ministério da Educação (MEC) e a aprovação na avaliação dos cursos de graduação. Ao longo
do período de 2009 a 2016, o quadro de docentes da FCA foi se completando, fato de
fundamental importância para efetivação das bibliografias básicas e complementares dos
Programas das Disciplinas e para a atuação do Núcleo Docente Estruturante (NDE).
O presente trabalho relata o projeto de melhoria do processo de adequação do acervo
às obras citadas nas bibliografias dos programas de disciplinas da graduação da FCA que
almeja um serviço de excelência através do acervo impresso ou eletrônico, foi apresentado
como requisito para a obtenção de Certificado do Programa de Desenvolvimento Gerencial de
Supervisores da Escola de Educação Corporativa da Universidade Estadual de Campinas.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Este trabalho tem como objetivo principal mostrar as melhorias na adequação do
acervo da Biblioteca Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan às obras citadas nas bibliografias básicas
e complementares dos Planos das Disciplinas dos Cursos de Graduação da FCA.
2.2 Objetivos específicos
1) Propor melhorias no processo de envio ou disponibilizar das bibliografias básicas e
complementares para a biblioteca;
2) Alcançar a agilidade e tempo na aquisição do acervo;
�3) Adequar e compor o acervo (físico e eletrônico) em consonância com as atividades
de ensino, pesquisa e extensão da Unidade;
4) Direcionar o uso racional e aperfeiçoar os recursos financeiros.
3 POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO DAS COLEÇÕES DA BIBLIOTECA DA
FCA
Fundamentar a elaboração da Política de Desenvolvimento das Coleções da Biblioteca
da FCA como um instrumento formal é uma garantia da manutenção dos critérios para a
seleção, aquisição, desbaste e descarte, e, também, para dar conhecimento à comunidade de
que a coleção não está sendo desenvolvida de maneira aleatória e, sim, dentro de critérios
estabelecidos (VERGUEIRO, 2010). A Politica de Desenvolvimento da FCA traz no item (e)
MEC:
1 para até 10 alunos de acordo com as bibliografias básicas; e, 1 para até 20 alunos para as
(FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS, 2015, p.23). E
o atendimento a esse critério é que define a quantidade de exemplares do acervo.
Exemplificando: um programa de disciplina que arrola 30 referências/títulos em sua
bibliografia básica está dizendo que a Biblioteca terá que ter em seu acervo/comprar para uma
turma de 60 alunos
6 exemplares de cada título, isto vezes 30 títulos/referências, teremos
que adquirir 180 exemplares; colocamos R$80,00 reais como preço médio dos livros, isto
equivale a um investimento de R$14.000,00 para atender tão somente uma disciplina, é a
problemática que a biblioteca trabalha para resolver.
Hoje temos 280 disciplinas na FCA com 120, 240 e 420 alunos, e os recursos
financeiros são insuficientes para atender a essa demanda. A partir desta problemática,
levantada na Comissão de Biblioteca, o Coordenador da Biblioteca, junto com o Coordenador
da Graduação, ambos da gestão de 2015-2017, levaram o caso para os Núcleos Docentes
Estruturantes (NDE), que se propôs a revisar as Bibliografias Básicas e Complementares,
iniciando o processo pela implantação de formulário próprio e recomendação do número de
referências.
Este projeto está em consonância com o Planes SBU 2017-2019 (SISTEMA DE
BIBLIOTECAS DA UNICAMP, 2015). Também em conformidade com as Ações do
Planejamento Estratégico da Biblioteca 2017-2019 e acordado com as ações do NDE de 2016.
�4 METODOLOGIA DO PROCESSO DE COLETA
Os Programas de Ensino das Disciplinas são solicitados pela Biblioteca à Diretoria
Acadêmica da FCA, que os disponibiliza a cada início de semestre letivo ao Setor de
Desenvolvimento de Coleções.
O processo de elaboração da planilha contempla as seguintes etapas:
a) extrair os dados bibliográficos dos títulos que compõem as Referências
Bibliográficas dos Programas das Disciplinas;
b) verificar se é Bibliografia Básica (BB) ou Bibliografia Complementar (BC);
c) buscar o código das disciplinas;
d) buscar o docente;
e) verificar o número de alunos matriculados;
f) completar, se necessário, os dados faltantes do título, como ISBN (International
Standard Number Book), edição, ano;
g) calcular a quantidade prevista de exemplares de uma obra, segundo a Política de
Desenvolvimento de Coleções da Biblioteca;
h) comparar com a quantidade no acervo;
i) fornecer a quantidade necessária para o acervo (déficit);
j) verificar o preço em sites de livrarias idôneas.
5 FERRAMENTAS DE MELHORIAS DO PROCESSO
As ferramentas utilizadas para o presente trabalho:
5.1 Contrato de Trabalho
Elaborar um contrato de trabalho no início de um projeto para a melhoria de um
processo, segundo Langley (2011), é o início de um esforço de melhoria, para que todos os
envolvidas no processo estejam comprometidos. Os itens do contrato são: o processo
envolvido no projeto, as dificuldades, a importância, melhorias, metas, a equipe do projeto
(Responsável pela Biblioteca; Patrocinador: Coordenadora da Comissão de Biblioteca;
Gerente: Responsável pela Biblioteca; Agentes de melhoria: Funcionário do Setor de
Desenvolvimento de Coleções; Clientes: Coordenadora da Comissão da Biblioteca;
Fornecedores: Diretoria Acadêmica/FCA
Coachinhg: Orientador) e a data: 13/11/2017.
Responsável pela Diretoria e o Funcionário;
�5.2 SIPOC
O SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers), em português
fornecedores, entradas, processo, cliente , é uma ferramenta que busca identificar todos os
elementos relevantes de um projeto antes do início do mesmo. Essa ferramenta permite a
visão de todas as inter-relações dentro do processo, evidenciando suas interfaces e o impacto
destas interfaces na qualidade do Output e contribuindo assim para desenvolver uma visão da
organização voltada para o processo (TEIXEIRA, 2013).
Quadro 1: SIPOC.
Fornecedores
Entradas
Saídas
Área Acadêmica Plano Ensino
Arquiva Plano Disciplinas
Coletar do Programa de
Disciplinas as BB e BC
Elaborar a Planilha de
Desenvolvimento de
Coleções
Comparar com o Acervo
Desenvolvimento de Coleções: BB e BC
Clientes
ComissãoQuantidade de Docentes
Planos
Quantidade de
Referências
Listagem de
Deficit no acervo
Etapa 1
Recebo o Plano
Ensino
Passos do processo
Etapa 2
Etapa 3
Etapa 4
Etapa 5
Elaboro a
Comparar a
Arquivo Plano
Planilha de
Planilha com o
Ensino
Coletar BB Desenvolvime
acervo
BC
nto de
Completo
Listagem Défict todos os
Verifico a
Coto em livrarias
dados
quantidade
idôneas
bibliográficos
de
Referências
Coordenação
Comissão
Biblioteca
Fonte: Adaptado de Teixeira (2013).
5.3 Diagramas de fluxo do processo
Detalhamento das etapas do fluxo do processo das Bibliografias Básicas e
Complementares, mostrando o cronograma das etapas.
�Figura 1: Diagrama do Fluxo do Processo BB e BC.
Fonte: Escola de Educação Corporativa da Unicamp (2017).
5.4 Desconexões
Figura 2: Fluxograma do Processo BB e BC
Desconexões.
Fonte: Escola de Educação Corporativa da Unicamp (2017).
�Os pontos de desconexões acima apontados no fluxograma do processo são os pontos
das melhorias do processo buscando requisitos de qualidade.
Quadro 2: Desconexões
Sugestões
Número das
Desconexões
A
B
C
Indicadores
N. Programas recebidos pela
Estabelecer Calendário Anual de Envio dos Planos de Biblioteca.
Disciplinas 1º e 2º S
NDE - Estabelecimento de Formulários Estruturados
(Modelo)
N. programas enviados por n.
NDE - Recomendação de Quantidades de títulos de BB e de programas total = 100%
BC.
Na recepção dos docentes incluir explanação das N. planos em não conformidade
bibliografias BB e BC; Uso racional e otimização dos = zero
Recursos Financeiros
Fonte: Escola de Educação Corporativa da Unicamp, 2017.
6. ANÁLISE DOS DADOS
Os dados utilizados para o processo de melhoria de adequação das obras citadas nas
bibliografias ao acervo foram os Programas de Disciplinas disponíveis no Catálogo da
Diretoria Acadêmica, recebidos ou não pela biblioteca e a quantidade de bibliografias básicas
e complementares.
6.1. Programas de Disciplinas
Gráfico 1: Programas de Disciplinas.
Fonte: Elaborado pela autora.
�O gráfico 1 mostra que no Catálogo de Disciplinas da Diretoria Acadêmica (DAC), as
Disciplinas da FCA, em 2015 foram 291 e em 2017 foram 307. A biblioteca, contudo,
recebeu em 2015, 83% dos programas de disciplinas (243) e, em 2017, 52% (162), o que
denota uma queda acentuada na entrega dos Programas para a Biblioteca. Esses dados
certificam o ponto 1 da desconexão, ou seja, o recebimento dos Programas de Disciplinas pela
Biblioteca da FCA.
O Quadro abaixo mostra a quantidade de títulos indicados nos Programas de
Disciplinas da FCA, sendo que, em 2015, esse número era de 1.475 referências, já em 2017,
1.397. Apesar dos dados estarem restritos a tão somente dois anos, é possível inferir que o
processo de estabelecimento de critérios e atuação do NDE denota uma tendência a redução
da quantidade de títulos indicados nas Bibliografias, ainda que tímida para o período aferido.
É necessário o acompanhamento desse indicador após a implantação do projeto para certificar
a ocorrência de melhoria nesse aspecto.
6.2 Títulos Indicados nas Bibliografias Básicas e Complementares
Quadro 3: Títulos indicados nas BB e BC.
Ano
Total de Títulos
BB
%
BC
%
2015
2017
1.475
1.393
936
916
63%
65%
539
477
36%
34%
Fonte: Elaborado pela autora.
A distribuição dos títulos indicados, discriminados entre Bibliografias Básicas (BB) e
Bibliografias Complementares (BC). Pode-se observar que, comparativamente, a queda é um
pouco mais acentuada na Bibliografia Complementar.
7 PLANO DE AÇÃO
Levantamento dos títulos indicados em comparação ao acervo existente. Baseado no
5W2H foi delineado um Plano de Ação, onde descrevemos (O que? Por quê? Onde? Quando?
Quem? Como? Quanto Custa?) que nos dá a clareza da ação e os seus envolvidos e o custo
para a implantação das mudanças, como mostra o quadro abaixo.
�Quadro 4: Plano de Ação
Plano de Ação 5W2H
O que?
Por que?
Quando?
Quem?
Biblioteca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Lívia-Área
Acadêmica
FCA
Quanto
Custa?
Por e-mail ou
Tempo do
disponibilizaçã Funcionário
o na Aba
Graduação da
rede local
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Renata
OrioleDesenvolvim
ento de
Coleções
Por e-mail ou
Tempo do
disponibilizaçã Funcionário
o na Aba
Graduação da
rede local
Elaborar
Planilha de
Desenvolvimen
to de Coleções
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Renata
OrioleDesenvolvim
ento de
Coleções
Por meio da
elaboração de
uma Planilha
Excell
Completar a
Planilha
elaborada pela
área de
Desenvolvimen
to de Coleções
Busca de
Completar
dados
dados na
bibliográficos Planilha
das obras
elaborada pela
área de
Desenvolvimen
to de Coleções
Preenchiment Para calcular a
o dos dados de quantidade
quantidade
necessária de
das obras de
exemplares da
BB e BC
obra
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Tempo do
Renata
Consultando
Oriole do o sistema da Funcionário
Desenvolvim Universidade
ento de
Coleções
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Renata
Consulta ao
Oriolesistema da
Desenvolvim Biblioteca
ento de
Coleções
Tempo do
Funcionário
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Renata
OrioleDesenvolvim
ento de
Coleções
Tempo do
Funcionário
Comparação
das
quantidades
necessárias
com o
disponível no
acervo
Verificar a
quantidade
deficitária do
acervo
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Consulta de
preço dos
exemplares
em livrarias
idôneas
Para calcular
valor da
adequação do
Acervo
Desenvolvi
mento de
Coleções/Biblio
teca e
colaboradores
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Envio
Programa de
Ensino
Disciplinas
Para análise
das
bibliografias
indicadas em
comparação a
acervo
disponível
Recebimento
Para manter a
e
informação
Arquivamento disponível para
dos Programas consulta se
de Disciplinas necessário
Extrair dos
Programas de
Disciplinas as
BB e BC
Busca os
dados das
Disciplinas e
alunos
Onde?
Como?
Comparando a
modalidade da
Bibliografia
com o número
de alunos
matriculados
na disciplina
Renata
Verificando o
Oriolelevantamento
Desenvolvim da etapa
ento de
anterior e
Coleções
comparando
com os dados
de acervo do
sistema
Renata
Utilizando a
Oriole internet ou
Desenvolvim outras formas
ento de
de
Coleções
comunicação
ou, ainda, por
Tempo do
Funcionário
Tempo do
Funcionário
Tempo do
Funcionário
�informações
obtidas com os
docentes,
cotações junto
a fornecedores
ou com
bibliotecas
parceiras
Envia a
Análise e
Planilha de
eventuais
Desenvolvimen
correções
to de Coleções
Apresentação Aprovação e
das informações encaminhament
levantadas para os necessários
a Comissão da
Biblioteca
Direção da
Biblioteca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Reunião
Mensal da
Comissão de
Biblioteca
Inicio do 1º
e 2º
Semestre
Letivo
Sueli
Sueli
Fonte: Elaborado pela autora.
Por e-mail ou
pen-drive
Apresentando
os resultados
do trabalho
realizado pela
Área de
Desenvolvime
nto de
Coleções
Tempo do
Funcionário
Tempo do
Funcionário
8 RESULTADOS ESPERADOS
O recebimento dos Programas de Ensino das Disciplinas pela Biblioteca é um trabalho
contínuo no Desenvolvimento de Coleções por sermos uma Biblioteca que ainda está
compondo o seu acervo básico. O ano de 2016 não aparece nos cálculos, pois foi sugerida
pela Comissão da Biblioteca que a Listagem de Déficit do Acervo 2016 aguardasse, pois o
Coordenador da Comissão e o Coordenador da Graduação, ambos já pertenceram à Comissão,
iriam propor ao NDE uma revisão nas bibliografias básica e complementada com formulário
padronizado para o Programa de Ensino das Disciplinas, prontamente aceita. A expectativa é
que o NDE faça a recomendação de quantidade de BB e BC, a padronização do formulário já
realizada e iniciaremos um trabalho para a conscientização dos docentes, principalmente dos
novatos, desta maneira iremos otimizar o uso dos recursos na adequação do acervo.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As potencialidades são muitas tanto na Área Acadêmica da FCA e na Biblioteca, nos
NDE junto a Coordenação da Graduação e Coordenação da Comissão da Biblioteca. O
processo das BB e BC tem chances de ser uma melhoria significativa e duradoura quando do
estabelecimento de ações conjuntas no início e fim deste. A Biblioteca tem condições de dar
um feedback aos docentes sobre a recomendação do MEC, quanto a quantidade de exemplares
que devemos ter e o que realmente temos das obras que ele citou em nosso acervo. Realizar
�um benchmarking com a Biblioteca da Faculdade de Medicina da Unicamp e outras
instituições para conhecermos outras ações para a adequação do acervo.
REFERÊNCIAS
ESCOLA DE EDUCAÇÃO CORPORATIVA DA UNICAMP. Programa de
Desenvolvimento Gerencial Supervisores: material do curso. Campinas: Educorp, 2017.
FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS. Comissão Permanente de Bibliotecas. Política
de Desenvolvimento de Coleções da Biblioteca Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan. Limeira:
Unicamp, 2015.
LANGLEY, Gerald J. Modelo de melhoria: uma abordagem prática para melhorar o
desempenho organizacional. Campinas: Mercado de Letras, 2011.
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP. PLANES SBU: planejamento estratégico:
2015 2019. Campinas: Unicamp, 2015.
TEIXEIRA, Ana Luis Alves. Mapeamento de processos: teoria e caso ilustrativo.
Disponível em: <https://www.pucrio.br/pibic/relatorio_resumo2013/relatorios_pdf/ctc/IND/IND-AnaLuisaAlvesTeixeira.pdf>.
Acesso em: 14 nov. 2017.
VERGUEIRO, Waldomiro. Seleção de materiais de informação: princípios e técnicas. 3.
ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2010.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
As bibliografias dos programas de disciplinas e a biblioteca universitária da FCA.
Creator
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Oliveira, Sueli Ferreira Julio de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliografias básicas e complementares são de fundamental importância para a constituição do acervo da Biblioteca Prof. Dr. Daniel Joseph Hogan da Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. Essas bibliografias são extraídas dos programas das disciplinas dos Cursos oferecidos pela faculdade, formando uma planilha, com títulos das obras citadas e demais dados bibliográficos, a disciplina que a citou, o número de alunos matriculados na disciplina, categorizada como, básica ou complementar, entre outros dados. A relação estabelecida com a Política de Desenvolvimento de Coleções de 2015, definiu que trabalharíamos com 1 exemplar para cada grupo de 10 alunos para bibliografia básica e 1 exemplar para cada grupo de 20 alunos para bibliografia complementar, sendo esta a base de cálculo para decidir a quantidade ideal, cotejado com o acervo, chegamos a quantidade necessária, para a aquisição. Observamos que quando comparamos o título da obra com o acervo e checamos que não temos nenhum exemplar no acervo e que temos um exemplar para 360 alunos, são casos mais críticos, também notamos o número elevado de EmpréstimosEntre Bibliotecas e a insatisfação do usuário no balcão de atendimento. Este projeto demelhoria do processo envolve o tempo de envio ou a disponibilização dos programas de ensino para a biblioteca, o número de referências citadas nas bibliografias, complemento de dados, a elaboração da listagem para a aquisição e feedback aos docentes. Visa a otimização dos recursos financeiros e a adequação do acervo, pois somos uma biblioteca em implantação.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5819/SNBU2018_217.pdf
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Eixo III - Ensino
COMPARTILHAMENTO DE ESPAÇO ENTRE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
PÚBLICAS E PRIVADAS
TITLE IN ENGLISH: SPACE SHARING BETWEN PUBLIC AND PRIVAT LIBRARIES
Resumo: Com o mundo cada vez mais globalizado, muito tem se falado sobre clima
organizacional nas instituições em geral; sejam elas públicas ou privadas. Este projeto surgiu
devido à necessidade que a Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Avançado
Governador Valadares possui em instalar sua nova sede no município Valadarense. Como a
nova universidade federal não possui ainda instalações próprias foi necessário alugar um
espaço para que a Universidade Federal de Juiz de Fora iniciasse suas atividades em
Governador Valadares, no ano de 2012. Dois espaços foram escolhidos e alugados, são eles a
Universidade Vale do Rio Doce (Univale) que comporta o Instituto de Ciências da Vida e a
Faculdade Pitágoras que comporta o Instituto de Ciências Sociais Aplicadas. O trabalho tem
os objetivos de tratar o estudo do clima organizacional, descrever as relações de trabalho,
aprimorar a realidade social dos servidores e funcionários, entre as Bibliotecas da
Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Avançado Governador Valadares com as duas
instituições particulares onde o espaço é compartilhado, a Universidade Vale do Rio Doce e o
Pitágoras. A fundamentação teórico-metodológica está na observação assistemática e
participante, por parte dos bibliotecários em identificar os pontos fortes e fracos, a satisfação
ou não dos recursos humanos que ali desenvolvem suas funções. Espera-se com este trabalho
resultados que poderão facilitar o convívio diário entre as instituições, aperfeiçoando cada vez
mais o dia a dia e suas funções. Conclui-se que é possível compartilhar o espaço entre as
bibliotecas, porém, o ideal é cada um ter seu espaço próprio de trabalho.
Palavras-chave: Compartilhamento de espaço. Clima organizacional. Trabalho.
Abstract: With the world increasingly globalized, much has been said about organizational
climate in institutions in general; whether public or private. This project arose due to the need
that the Federal University of Juiz de Fora, Advanced Campus Governador Valadares has in
installing its new headquarters in the municipality Valadarense. As the new federal university
does not yet have its own facilities, it was necessary to rent a space for the Federal University
of Juiz de Fora to start its activities in Governador Valadares in 2012. Two spaces were
chosen and rented, they are the University Vale do Rio Doce (Univale) that includes the
�Institute of Life Sciences and the Faculty Pitágoras that includes the Institute of Applied
Social Sciences. The objective of this work is to study the organizational climate, describe the
work relations, improve the social reality of the employees and employees, between the
Libraries of the Federal University of Juiz de Fora, Advanced Campus Governador Valadares
with the two private institutions where the space is shared, the Vale do Rio Doce University
and the Pitágoras. The theoretical-methodological basis is in the assystática observation and
participant, on the part of the librarians in identifying the strengths and weaknesses, the
satisfaction or not of the human resources that develop their functions there. The results of
this work are expected to facilitate daily living among institutions, improving day by day and
its functions. It is concluded that it is possible to share the space between libraries, however,
the ideal is to have their own space of work.
Keywords: Space sharing. Organizational climate. Job.
1 INTRODUÇÃO
Diante do conceito de trabalho no clima organizacional, faz-se necessário, delimitar o contexto
de sua aplicação para utilizá-lo de maneira mais adequada e eficiente. A proposta deste estudo trata do
trabalho exercido em espaço compartilhado por duas bibliotecas universitárias distintas. Para
conceituar melhor o clima organizacional, Chiavenato (1999, p. 440) define:
O clima organizacional reflete o modo como as pessoas interagem umas com as
outras, com clientes e fornecedores internos e externos, bem como o grau de
satisfação com o contexto que as cerca. O clima organizacional pode ser agradável,
receptivo, caloroso e envolvente, em um extremo, ou desagradável, agressivo, frio e
alienante em outro extremo.
insatisfação) experimentado
Este trabalho tem por objetivo estudar as relações de trabalho, através utilização do método de
observação, no ambiente organizacional entre as Bibliotecas da Universidade Federal de Juiz de Fora
(UFJF), campus Avançado Governador Valadares e a Bibliotecas da Universidade Vale do Rio Doce
(Univale) e Faculdade Pitágoras. Ambas as bibliotecas compartilham todo o espaço de trabalho, da
administração ao atendimento ao público.
A UFJF foi criada em 1960, no governo do presidente Juscelino Kubitschek, é sediada na
cidade de Juiz de Fora e possui o campus avançado na cidade de Governador Valadares.
O campus avançado de Governador Valadares iniciou suas atividades em 2012. Possui dois
institutos: o Instituto de Ciências da Vida (ICV), com seis cursos de graduação: Educação Física,
Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição e Odontologia, e exerce suas atividades provisoriamente
nas dependências da Univale, e o Instituto de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA), com quatro cursos:
Administração, Ciências Contábeis, Ciências Econômicas e Direito e exerce suas atividades
provisoriamente nas dependências da Faculdade Pitágoras.
�A Univale foi criada em 1967 assumindo um crescimento com o desenvolvimento regional e
procura atender as necessidades da comunidade na promoção da sustentabilidade social, econômica e
ambiental. A Fundação Percival Farquhar (FPF) é a mantenedora da Univale. Atualmente a Univale
possui 27 cursos de graduação em diversas áreas do conhecimento, possui cursos de extensão e pósgraduação lato sensu e dois cursos de mestrado.
A Faculdade Pitágoras possui atuação na educação básica há mais de 45 anos e no ensino
superior há mais de 10 anos. Atualmente o Pitágoras está presente nos estados do Maranhão, Minas
Gerais, Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Paraná e Maceió.
Diversos sujeitos foram estudados neste projeto: usuários, servidores, funcionários, gerentes;
com o intuito de analisar todos os processos que cada um deles exerce em suas atividades e
atribuições.
O estudo apontou as relações de trabalho existentes entre as bibliotecas visando um melhor
aproveitamento do trabalho exercido, e uma melhor utilização do espaço compartilhado.
1.1 OBJETIVO GERAL
Analisar o clima organizacional utilizando o espaço compartilhado de trabalho entre as
Bibliotecas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), campus Avançado Governador Valadares
com as Bibliotecas da Universidade Vale do Rio Doce (Univale) e Faculdade Pitágoras.
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-
Identificar o clima organizacional nas bibliotecas;
-
Avaliar o clima organizacional nestas organizações;
-
Descrever as relações de trabalho existentes no espaço compartilhado das bibliotecas;
-
Aperfeiçoar as relações de trabalho.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Para que este trabalho seja desenvolvido será necessário estudar a administração, o clima
organizacional, as relações de trabalho existente entre as bibliotecas. Segundo Chiavenato (2009, p. 6),
A palavra administração vem do latim, ad (junto de) ministrativo (prestação de
serviço) e significa a ação de prestar serviço ou ajuda. Em outras palavras, aquele
que presta serviço a outro ou uma atividade que recebe por delegação de outrem.
Modernamente, administração representa o governo e a condução de uma
organização ou empresa por meio de atividades relacionadas com o planejamento,
organização, direção e controle da ação empresarial.
�Para administrar uma biblioteca é necessário conhecer todas as etapas do trabalho que são
exercidas no ambiente organizacional, esta função é designada ao bibliotecário que possui formação
para tal função. O gerente de biblioteca coordena, organiza e supervisiona todos os serviços
desenvolvidos naquele espaço, assim como gerencia as pessoas e designa suas atribuições e atividades.
GIL (2001,
cooperação das pessoas que atuam nas organizações, para o alcance dos objetivos tanto
De acordo com Oliveira (1995), a expressão clima organizacional só começou a ser utilizada
após a década de 1930, quando foi possível encontrá-la implicitamente no experimento de Hawthorne
do ambiente organizacional que é percebida ou experimentada pelos membros da organização e
Segundo Silva, Azevedo e Pinho
A biblioteca universitária é uma organização que tem o objetivo de democratizar a
informação, através da disponibilização de produtos e serviços de informação aos
usuários, fornecendo suporte para as atividades de ensino, pesquisa e extensão. Ela
envolve recursos humanos, tecnológicos, materiais e financeiros, o que reafirmar sua
posição no mercado como uma organização. (SILVA,; AZEVEDO; PINHO, 2015,
p. 80).
Uma biblioteca é um organismo em crescimento reconhece que o crescimento que
indubitavelmente ocorrerá deve ser planejado sistematicamente. Assim, das
acomodações físicas às práticas administrativas, a biblioteca deve ser aberta, sempre
pronta a expandir. (FIGUEIREDO, 1992, p. 187).
Na visão de Ribeiro (2004) a biblioteca universitária tem como objetivo satisfazer as
necessidades informacionais de seus usuários , através do seu acervo atualizado, que ofereçam
serviços e produtos levando em conta a segmentação de clientes (alunos de graduação e pósgraduação, professores, funcionários e pesquisadores e que nesses serviços e produtos ocorram
mudanças e inovações.
Para tanto, a biblioteca universitária precisa atentar para a inovação, atualização e qualidade
dos produtos e serviços prestados, para satisfazer as atividades acadêmicas e sociais desenvolvidas
pela universidade (PRADO, 2005).
Estando em um espaço compartilhado, o crescimento, a inovação, atualização dos serviços
prestados, e o gerenciamento da biblioteca se mostram um desafio que precisa ser muito bem
planejado. Afinal, trata-se do acervo de duas bibliotecas que é expandido constantemente e políticas
de recursos humanos diferenciadas em um mesmo espaço de trabalho.
�3 METODOLOGIA
Diante da realidade do clima organizacional entre as bibliotecas do ICV, ICSA, Univale e
Faculdade Pitágoras em compartilhar o espaço de trabalho faz-se necessário um estudo mais apurado
das atividades que são desenvolvidas.
Segundo Cervo, Bervian e Da Silva (2007 p.31) observar é aplicar atentamente os sentidos
físicos a um objeto para dele obter um conhecimento claro e preciso. A observação é de importância
capital nas ciências. É dela que depende o valor de todos os outros processos. Sem a observação, o
estudo da realidade e de suas leis seria reduzido à simples conjectura e adivinhação.
A metodologia utilizada neste trabalho é a observação assistemática que consiste em uma
observação simples, livre, ocasional, sem o emprego de qualquer técnica ou instrumento, sem quesitos
observacionais previamente elaborados. Além disso, trata-se de uma observação participante, onde o
observador, se envolve com o objetivo da observação. Ele faz parte do meio em que o trabalho é
realizado.
Através da observação foi possível identificar seus pontos fracos e fortes, a satisfação ou não
de seus colaboradores com relação a vários aspectos da organização, como por exemplo o atendimento
ao público, a disposição das estantes no espaço em comum, a administração do espaço propriamente
dito.
Segundo Luz (2014 p. 37-38) a pesquisa de clima organizacional pode ser compreendida como
uma:
Pesquisa do Clima Humano, Pesquisa de Atitudes, é um trabalho cuidadoso que
busca detectar as imperfeições existentes na relação empresa x empregado, com o
objetivo de corrigi-las. Ela revela o grau de satisfação dos empregados, em um
determinado momento. A pesquisa aponta também a tendência de comportamento
dos empregados, como, por exemplo a sua predisposição para apoiar ou rejeitar
determinados projetos a serem promovidos pelas empresas.
Trata-se, portanto, de uma pesquisa de observação participativa, como Luz (2014) explica , é
possível detectar os problemas reais nas relações humanas no trabalho, permitindo que seja
aprimorada a política de pessoal.
4 RESULTADOS/DISCUSSÃO
Após as observações e apontamentos foi possível atingir o objetivo deste trabalho que é
analisar as relações de trabalho entre as bibliotecas do ICV, ICSA, Univale e Faculdade Pitágoras
identificando e avaliando o clima organizacional, para que seja possível aperfeiçoar as relações de
trabalho, com o intuito de aprimorar a realidade dos recursos humanos.
Para facilitar a compreensão do objeto de estudo serão descritas a estrutura física encontrada e
as atividades desenvolvidas.
�4.1 A fachada
Em ambos os Institutos é imperceptível a imagem da UFJF-GV. Não é permitido
descaracterizar o ambiente privado para que seja exposto a logomarca da UFJF-GV. Quem estuda e
trabalha nas unidades sabe que naquele espaço existem ao mesmo tempo duas instituições, porém,
para a comunidade em geral, essa informação não é evidente.
4.2 O balcão de atendimento
Cada biblioteca possui somente um balcão de atendimento, como mostra a figura 1 abaixo.
Este espaço precisa comportar todo o mobiliário de ambas as instituições, o que muitas vezes gera
conflito, desconforto por parte do locatário que não tem autonomia para decidir qual o melhor local
onde os equipamentos devem permanecer.
FIG. 1 - Balcão da Biblioteca da Faculdade Pitágoras e Biblioteca do ICSA
Fonte: Fotografia do acervo pessoal da autora
Além disso, outro problema latente esta relacionado ao atendimento propriamente dito. Os
usuários de ambas instituições ficam confusos em qual guichê devem ser atendidos, gerando
desconforto e muitas vezes fila.
�4.3 Acervo bibliográfico
O acervo bibliográfico também é disponibilizado no mesmo ambiente, porém, diferenciam-se
pelo tipo de prateleira e é caracterizado por folhas A4, escritas UFJF
Campus GV. As figuras 2 e 3
apresentam os espaços destinados aos diferentes acervos.
FIG. 2 - Acervo à esquerda da Biblioteca da Univale, à direita da Biblioteca do ICV
Fonte: Fotografia do acervo pessoal da autora.
FIG. 3 - Acervo a frente da Biblioteca do ICSA, ao fundo da Biblioteca da Faculdade Pitágoras
Fonte: Fotografia do acervo pessoal da autora.
�Quanto à utilização do acervo, ele é de uso comum de ambas as bibliotecas no espaço interno
da biblioteca, já o empréstimo domiciliar é limitado, cada biblioteca utiliza o seu acervo próprio para
empréstimo.
4.4 Salão de estudos
O salão de estudos, conforme ilustra as figuras 4 e 5, é o espaço mais compartilhado pelos
discentes/usuários da biblioteca. É um espaço que fica bem saturado e não comporta de maneira
confortável os usuários.
FIG. 4 - Salão de estudos em comum da Biblioteca do Pitágoras e da Biblioteca do ICSA
Fonte: Fotografia do acervo pessoal da autora.
FIG. 5 - Salão de estudos em comum da Biblioteca da Univale e da Biblioteca do ICV
Fonte: Fotografia do acervo pessoal da autora.
�4.5 Guarda volumes
O guarda volumes também é compartilhado e cada biblioteca possui um número x de chaves.
É um problema grave, porque todo semestre o número de alunos aumenta e os escaninhos não
comportam todos, principalmente em época de provas.
4.6 Sala de estudo em grupo
As salas de estudo em grupo também são de uso compartilhado, ambas as instituições podem
utilizar as salas. O que gera grande transtorno porque ambos os usuários se sentem prejudicados, visto
que são poucas salas e quase sempre estão ocupadas, não sendo possível identificar discente de qual
instituição está no espaço.
4.7 Administrativo
Ambas as instituições possui uma sala pequena, para o bibliotecário trabalhar. É um espaço
bem restrito, onde ele precisa desenvolver todas as suas atividades e reuniões. Não é um espaço
adequado para a realização de todas as tarefas.
4.8 Processamento técnico
Não existe espaço para o processamento técnico. Sendo necessário muitas vezes solicitar uma
sala extra ao locador para que esta função seja desempenhada. A UFJF-GV, fica a disposição,
aguardando a espera deste local e os livros ficam encaixotados, geralmente dentro da pequena sala do
bibliotecário.
Além dos espaços apresentados a biblioteca são também de uso comum os banheiros feminino
e masculino, bebedouro, os computadores para usuários e o scanner planetário.
4.9 As relações de trabalho
Atualmente não é possível a UFJF
GV definir em quanto tempo a sede ficará pronta, sendo
necessário por tempo indeterminado continuar os contratos de aluguéis com as instituições privadas de
ensino, para que a universidade continue a funcionar. Porém, devido ao longo tempo de permanência
nas instituições locadas, observou-se que os locadores impõem sobre os locatários a forma como
devem utilizar os espaços, imputando muitas vezes que a UFJF
GV exerça suas atividades com
autonomia, sendo necessário recorrer ao contrato, regulamento e outros o que gera ruído entre as
instituições.
�Notou-se que a relação de trabalho entre ambas as instituições não esta afinada, visto que as
políticas de recursos humanos são diferenciadas em um mesmo espaço de trabalho. A convivência
entre funcionários privados e servidores públicos, que possuem diferentes cargas horárias,
remuneração, chefias e desenvolvem as mesmas atividades, traz insatisfação e conflitos sendo
iminente o desconforto com a situação no espaço de trabalho.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É notável que a implantação de um campus avançado, fora da sede, requer muito
trabalho e esforço dos servidores e principalmente da administração. Recursos precisam ser
disponibilizados e um grande planejamento precisa ser feito. A começar pela escolha da
cidade e
um estudo minucioso da sua infraestrutura, para verificar a possibilidade da
construção de uma sede própria com uma estrutura de um campus avançado com inicialmente
10 cursos de graduação e 2 de pós-graduação. Essas são premissas que precisam ser
analisadas com muito cuidado e não executadas a toque de caixa.
Segundo o censo 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, Governador Valadares é uma cidade de grande porte com aproximadamente 265 mil
habitantes e 2.342.325km², porém, com pouquíssimos espaços que comportam uma
universidade federal com tantos discentes, docentes e servidores.
Com relação as bibliotecas da UFJF
GV, o ideal é possuir um local próprio para que
as bibliotecas se estabeleçam, visto que compartilhar o espaço não é uma experiência
prazerosa, tanto no sentido material, administrativo e de recursos humanos. Vários aspectos
que envolvem a implantação e os serviços prestados por uma biblioteca apresentaram
dificuldades: a acomodação, o atendimento ao público, no administrativo. Sabe-se que é uma
situação provisória, mas até quando?
O projeto da biblioteca central já foi realizado e esta a espera de recursos financeiros
para a construção do campus avançado. Enquanto isso, o compartilhamento do espaço entre as
bibliotecas pública e privada é uma realidade e apesar de tantas dificuldades encontradas os
profissionais procuram adequar-se e disponibilizar, da melhor maneira possível, produtos e
serviços específicos para cada comunidade universitária na qual atuam.
�REFERÊNCIAS
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motivação e liderança. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1997.
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GIL, Antônio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papeis profissionais. São Paulo: Atlas, 2001.
GONÇALVES, Keila Regina; MAIA, Priscilla. Trabalho compartilhado: dividir X compartilhar
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LUZ, Ricardo. Clima organizacional. Rio de Janeiro: Qualitymark, 1995.
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MURRAY-LACHAPELLE, Rosemary. A holistic approach to library organization. Canadian Libray
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OLIVEIRA, Marco Antonio. Pesquisas de clima interno nas empresas: o caso dos desconfiômetros
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Universidade Federal de Pernambuco. Biblios [online] n. 160, p. 76-91, 2015. Disponível em:
<https://dialnet.unirioja.es/descarga/articulo/5265901.pdf>. Acesso em: 07 dez. 2017.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Compartilhamento de espaço entre bibliotecas universitárias públicas e privadas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Costa, Aline Pereira; Santos, Allan Julio; Hipólito, Eliana Nunes; Macieira, Welerson Gregório
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Com o mundo cada vez mais globalizado, muito tem se falado sobre clima organizacional nas instituições em geral; sejam elas públicas ou privadas. Este projeto surgiu devido à necessidade que a Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Avançado Governador Valadares possui em instalar sua nova sede no município Valadarense. Como a nova universidade federal não possui ainda instalações próprias foi necessário alugar um espaço para que a Universidade Federal de Juiz de Fora iniciasse suas atividades em Governador Valadares, no ano de 2012. Dois espaços foram escolhidos e alugados, são eles a Universidade Vale do Rio Doce (Univale) que comporta o Instituto de Ciências da Vida e a Faculdade Pitágoras que comporta o Instituto de Ciências Sociais Aplicadas. O trabalho tem os objetivos de tratar o estudo do clima organizacional, descrever as relações de trabalho, aprimorar a realidade social dos servidores e funcionários, entre as Bibliotecas da Universidade Federal de Juiz de Fora, campus Avançado Governador Valadares com as duas instituições particulares onde o espaço é compartilhado, a Universidade Vale do Rio Doce e o Pitágoras. A fundamentação teórico-metodológica está na observação assistemática e participante, por parte dos bibliotecários em identificar os pontos fortes e fracos, a satisfação ou não dos recursos humanos que ali desenvolvem suas funções. Espera-se com este trabalho resultados que poderão facilitar o convívio diário entre as instituições, aperfeiçoando cada vez mais o dia a dia e suas funções. Conclui-se que é possível compartilhar o espaço entre as bibliotecas, porém, o ideal é cada um ter seu espaço próprio de trabalho.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5818/SNBU2018_216.pdf
d5ffab44559fdf60cf30781d66d9b867
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Eixo III- Ensino
A AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO DE UNIVERSIDADES FEDERAIS:
UM ENFOQUE NAS AVALIAÇÕES EXTERNAS IN LOCO DO INEP (2016-2017)
THE EVALUATION OF GRADUATION COURSES OF FEDERAL UNIVERSITIES: A
APPROACH TO THE INEP EXTERNAL EVALUATIONS (2016-2017)
Resumo: A avaliação institucional, considerada de grande relevância para o ensino superior,
se torna estratégica para a gestão pois possibilita a tomada de decisão, a partir de resultados
apontados nas avaliações, na direção da qualidade acadêmica. Os Núcleos de Avaliação da
Unidade atuam como órgãos compromissados com as questões de avaliação envolvendo a
comunidade acadêmica num processo contínuo de avaliação interna. Na perspectiva da
autoavalição, adotou-se como ponto de partida, as proposições sinalizadas em avaliações
externas desenvolvendo uma análise que contemple singularidades da unidade acadêmica a
fim de contribuir com o planejamento da gestão de curto, médio e longo prazo. Dos pareceres
externos, buscou-se analisar indícios de cada dimensão que evidenciassem a justificativa dos
conceitos de cada item avaliado. Essa análise investigativa pretende conjugar elementos
internos e externos para fins de planejamento estratégico. Estudos específicos foram
concebidos a fim de avaliar os indícios que possibilitem a realização de uma autoavaliação da
unidade acadêmica, principalmente no que se refere à dimensão de Infraestrutura, na qual a
biblioteca está inserida.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Avaliação. Curso de graduação. Universidade
federal.
Abstract: The institutional evaluation, considered of great relevance for higher education,
becomes strategic for the management because it makes possible the decision making, from
the results indicated in the evaluations, towards the academic quality. The Unit de Avaliation
Centers as agencies committed to the evaluation issues involving the academic community as
a whole in a continuous process of internal evaluation. From the perspective of selfevaluation, we adopted as a starting point the propositions signaled in external evaluations by
developing an analysis that contemplates the singularities of the academic unit in order to
contribute to the planning of the short, medium and long term management. From the external
opinions, we sought to analyze evidence of each dimension that showed the justification of
the concepts of each evaluated item. This investigative analysis intends to combine internal
and external elements for strategic planning purposes. Specific studies were designed in order
�to evaluate the evidence that allows a self-evaluation of the academic unit, especially
regarding the Infrastructure dimension, in which the library is inserted.
Keywords: Academic library. Evaluation. Graduate courses. Federal university.
1 INTRODUÇÃO
As Instituições de Educação Superior (IES) são avaliadas periodicamente no
desempenho de suas atividades, meio e fim, através de suas unidades acadêmicas. A avaliação
institucional, considerada de grande relevância para o ensino superior, se torna estratégica
para a gestão pois possibilita a tomada de decisão, a partir dos resultados apontados nas
avaliações, na direção da qualidade acadêmica. A cultura da autoavaliação, muito incentivada
nos setores acadêmicos, vem sendo adotada no sentido de antecipar as ações em prol da
excelência, através do conhecimento e análise da realidade interna e externa da instituição.
(EYNG, 2004)
Os
Núcleos de Avaliação da Unidade, chamados NAU, atuam
como
órgãos
compromissados com as questões de avaliação envolvendo a comunidade acadêmica como
um todo
alunos, professores e técnicos administrativos num processo contínuo de avaliação
interna. Contemplando peculiaridades e especificidades, tendo como referência as dimensões
do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). (BRASIL, 2004).
Nesse sentido, o trabalho dos NAUs, na perspectiva da autoavalição, pode adotar
como ponto de partida, as proposições sinalizadas em avaliações externas desenvolvendo
assim uma análise que contemple singularidades da unidade acadêmica a fim de contribuir
com o planejamento da gestão de curto, médio e longo prazo.
A partir disso, o diagnóstico da unidade acadêmica como um todo, tendo como
pressuposto os indicadores estabelecidos pelos pareceres no Instrumento de Avaliação de
Cursos de Graduação do Ministério da Educação (MEC), para os cursos de graduação em
Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e Relações Públicas, no período de 2016 a 2017,
será o ponto de partida desse estudo.
A partir do levantamento dos pareceres externos do MEC, buscou-se analisar indícios
de cada dimensão que evidenciassem a justificativa dos conceitos de cada item avaliado.
Nesse sentido, uma investigação qualitativa foi constituída tendo por diretriz as
potencialidades e fragilidades para fatores que competem à unidade acadêmica (internos) e
aos que não se tem controle imediato (externos). Essa análise investigativa pretende conjugar
elementos internos e externos para fins de planejamento estratégico.
�Esse trabalho está organizado em duas partes: a primeira constrói um panorama
comum das avaliações externas do MEC a fim de identificar a média dos conceitos por
dimensão e diagnosticar especificidades e recorrências a partir dos argumentos apresentados
pelos avaliadores. Em um segundo momento, após o levantamento das instâncias competentes
a que se referem os itens analisados, estudos específicos foram concebidos a fim de avaliar os
indícios que possibilitem a realização de uma autoavaliação da unidade acadêmica,
principalmente no que se refere à dimensão de Infraestrutura, na qual a biblioteca está
inserida.
Espera-se que esse estudo possa contribuir no processo de autoconhecimento da
unidade acadêmica através dos diagnósticos evidenciados a partir dos dados obtidos em
avaliações externas do MEC, e se possa estimular o processo avaliativo a fim de fomentar o
planejamento e o aprimoramento da cultura de avaliação institucional.
2 PANORAMA DO PROCESSO DE AUTOAVALIAÇÃO A PARTIR DAS
AVALIAÇÕES EXTERNAS IN LOCO DO INEP (2016-2017)
Entre os anos de 2016 e 2017 a unidade acadêmica recebeu quatro avaliações externas
in loco do INEP: Museologia (março de 2016), Relações Públicas (março de 2016),
Biblioteconomia (outubro de 2016) e Arquivologia (setembro de 2017). Os avaliadores
externos utilizam como referência o Instrumento de Avaliação Cursos Graduação
presencial e a distância (BRASIL, 2016a), documento que contempla a Dimensão 1
(Organização Didático-pedagógica), Dimensão 2 (Corpo Docente e Tutorial) e Dimensão
3 (Infraestrutura), além do campo Requisitos Legais e Normativos.
O Instrumento de Avaliação Cursos Graduação presencial e a distância é um
documento que subsidia os atos autorizativos dos cursos (BRASIL, 2016a). Os avaliadores
obtêm acesso a dados que são inseridos exclusivamente em meio eletrônico, no sistema eMEC, preenchidos pelos coordenadores de curso. As informações incorporadas ao sistema, ao
serem verificadas in loco, podem obter o conceito de 1 a 5, em ordem de excelência,
conforme os critérios de análise dos indicadores demonstrados no Quadro 1:
Quadro 1 - Critérios de análise dos indicares da dimensão
1
2
�3
4
5
Fonte: BRASIL, 2016a, p.1
Cada indicador apresenta um objeto de análise e o conceito do curso é calculado com
base na média aritmética ponderada dos conceitos das dimensões. Os Requisitos Legais e
Normativos são itens de natureza regulatória e, por esse motivo, não fazem parte do cálculo
do conceito da avaliação. Nesses campos os avaliadores registram se há ou não o
cumprimento do dispositivo legal e normativo indicado. Em caso negativo o Ministério da
Educação, ao ter conhecimento da informação, tomará decisões cabíveis.
Dos cursos de graduação avaliados in loco, 50% foram considerados muito bom e
50% excelente (Gráfico 1). A média entre as avaliações é de 4,5, de um máximo de 5,
resultado que evidencia a qualidade do trabalho realizado por todas as instâncias da unidade
acadêmica.
Gráfico 1 - Conceito final das avaliações externas in loco
Fonte: Das autoras, 2017.
A Dimensão 1, intitulada Organização Didático-pedagógica, é composta por 27
campos, deles doze não se aplicam aos cursos de graduação da unidade acadêmica (Quadro
2). Em nenhum dos campos referentes a essa dimensão todos os cursos avaliados receberam
nota 5, porém, não existiu nenhum campo em que pelo menos um dos cursos avaliados não
tenha obtido o conceito máximo. Esse dado evidencia a possibilidade dos cursos trocarem
experiências de como atenderam aos critérios exigidos de cada campo.
�A média dos conceitos da Dimensão 1 - Organização Didático-pedagógica é de 4,5
de um máximo de 5 (Gráfico 2). A partir do resumo final das avaliações dessa dimensão é
possível identificar potencialidades e fragilidades identificadas pelos avaliadores - e que elas,
inclusive, referem-se ao mesmo tema em cursos distintos. Ao verificar detalhadamente as
justificativas dos avaliadores, por item, percebe-se que a não localização de algum dado
apresentado in loco no PPC é uma das observações mais indicadas (ressalta-se, ainda, a
evidência de informações a serem inseridas no sistema e-MEC e não constantes no PPC).
Gráfico 2 - Conceito final da Dimensão 1 - Organização Didático-pedagógica
Fonte: Das autoras, 2017.
A Dimensão 2, denominada Corpo Docente e Tutorial, é composta por 20 campos,
deles nove não se aplicam aos cursos de graduação vinculados à unidade acadêmica. Em seis
itens da Dimensão 2, todos os cursos avaliados receberam nota 5, dado que evidencia que o
corpo docente é considerado uma das fortes potencialidades das referidas formações. Os itens
que recebem conceito máximo em todos as graduações avaliadas foram: 2.3 Experiência de
magistério superior e de gestão acadêmica do(a) coordenador(a); 2.4 Regime de trabalho
do(a) coordenador(a) do curso; 2.6 Titulação do corpo docente do curso; 2.7 Titulação
do corpo docente do curso - percentual de doutores; 2.8 Regime de trabalho do corpo
docente do curso; e 2.9 Experiência profissional em sua área de atuação docente.
A média dos conceitos da Dimensão 2 - Corpo docente e tutorial é de 4,7 de um
máximo de 5 (Gráfico 3). Sobre essa dimensão, ao analisar os conceitos obtidos por todos os
cursos avaliados, dois dados se destacam. O primeiro, que se localiza na Dimensão 2, é o
único item que nenhum dos cursos avaliados recebeu conceito 5: 2.1 Atuação do Núcleo
�Docente Estruturante
-
se que o NDE implantado teve sua norma de funcionamento estabelecido em 2012, pela
Instituição e atende de maneira suficiente
Gráfico 3 - Conceito final da Dimensão 2 - Corpo docente e tutorial
Fonte: Das autoras, 2017.
O segundo dado que se destaca é o preenchimento de conceito por parte dos
avaliadores em dois tópicos da Dimensão 2, em itens que não se aplicam nos cursos de
graduação da unidade acadêmica por serem cursos presenciais.
A identificação desse equívoco destaca a importância de uma revisão do documento
final disponibilizado pelo INEP em conjunto com o Instrumento de Avaliação dos Cursos de
Graduação presencial e a distância (BRASIL, 2016a), documento que permite observar de
forma mais evidenciada os itens que não se aplicam nos cursos de graduação da unidade
acadêmica.
A Dimensão 3, denominada Infraestrutura, é composta por 23 campos, dos quais doze
não se aplicam aos cursos de graduação vinculados à unidade acadêmica. Em somente um
item desta dimensão todos os cursos avaliados receberam nota 5, trata-se do item Periódicos
especializados. Essa nota se deve em função da disponibilização, para a comunidade
acadêmica, do acesso ao conteúdo do Portal de Periódicos da Capes.
Nos demais itens os conceitos ficaram entre 4 e 3,6, mantendo uma média de 4,1, na
Dimensão 3, conforme o gráfico abaixo:
�Fonte: Das autoras, 2017.
O preenchimento errôneo, por parte de uma dupla de avaliadores, do item, 3.3 Sala de
Professores, foi identificado pois não se aplica para instituições de ensino superior que
possuem gabinetes de trabalho para 100% dos docentes do curso.
A menor nota (conceito final 3,6) aponta problemas de acessibilidade, necessidade de
equipamentos em maior quantidade e laboratórios especializados mais amplos para atender o
número de discentes, com a qualidade desejada.
A maior nota (conceito final 5,0) exalta a recorrência de recursos permanentes como
aparelhos de ar-condicionado, datashow, computadores com conexão à Internet, a existência
de laboratórios especializados e os serviços da biblioteca.
Analisando os resultados das avaliações in loco, no período de 2016-2017, pode-se
ressaltar alguns aspectos, em relação à Dimensão 3 - Infraestrutura
As fontes utilizadas para comprovar essa dimensão são: o Projeto Pedagógico do
Curso (PPC), as Diretrizes Curriculares Nacionais, o Formulário Eletrônico preenchido pela
IES no e-MEC e a documentação comprobatória.
Os ambientes analisados nessa dimensão são os gabinetes de trabalho para professores,
espaço de trabalho para a Coordenação dos Cursos e para serviços acadêmicos, as salas de
�professores, as salas de aula, o acesso aos alunos a equipamentos de informática, laboratórios
didáticos especializados.
Em outra parte, estão mencionadas a avaliação da bibliografia básica, bibliografia
complementar e periódicos especializados, incluídos nessa dimensão de Infraestrutura, que se
refere na maior parte aos espaços de uso comum da comunidade acadêmica. A biblioteca
aparece nessa dimensão totalmente desvinculada do projeto pedagógico dos cursos, apesar de
solicitar informações sobre a bibliografia das disciplinas. Nessa perspectiva a bibliografia
básica, complementar e os periódicos estariam claramente deslocados uma vez que se
constituem em insumos para o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão, e não
propriamente à infraestrutura (ambiente disponibilizado para estudo e pesquisa).
Os conceitos atribuídos a essa dimensão também são apresentados em uma escala de 1
a 5, sendo 1, o conceito mais baixo e 5, o mais alto, plenamente satisfatório.
Os avaliadores que conferiram a menor nota para a Dimensão 3 (conceito final 3,6)
apontaram problemas de acessibilidade, necessidade de equipamentos em maior quantidade e
laboratórios especializados mais amplos para atender o ingresso de discentes (30 vagas/ano)
ainda que se tenha verificado uma certa limitação nos aspectos da acessibilidade. [...] os
laboratórios ainda precisam ser consolidados com mais equipamentos e espaços físicos mais
(BRASIL, 2016c, fl.12). Em contrapartida, os avaliadores que conferiram a maior
nota para a Dimensão 3 (conceito final 5,0) exaltaram a recorrência de recursos permanentes
(ar-condicionado, datashow, computadores com conexão à Internet), a existência de
laboratórios especializados, os serviços da biblioteca e o Plano de Ação da Universidade para
prevenção e a proteção contra incêndios:
Os gabinetes, espaço da coordenação e salas de aula estão equipadas atendem de
modo excelente, os requisitos de dimensão, limpeza, iluminação, acústica,
conexão à Internet. [...] conta com quatro Laboratórios específicos para o
desenvolvimento de atividades de ensino, pesquisa e extensão. A biblioteca adota
desde 2010, um instrumento denominado Bibliograd, para gestão do acervo de
livros, relativo aos planos de ensino da graduação e utilizam a plataforma
ALEPH. [...]. (BRASIL, 2016b, fl.13. Grifo nosso)
Merece destaque os seguintes pontos levantados pelo grupo de avaliadores em relação
à infraestrutura:
Bibliografia básica
3.6
�BIBLIOGRAFIA BÁSICA
Conceito 5: Quando o acervo da bibliografia básica, com no mínimo três títulos por unidade curricular,
está disponível na proporção média de um exemplar para menos de 5 vagas anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que efetivamente
utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao patrimônio da IES.
(BRASIL, 2017, fl. 5)
No curso de Biblioteconomia a justificativa para conceito 5, destaca que:
O Acervo da bibliografia básica, tem mais de três títulos por unidade curricular, está
disponível na proporção média de um exemplar para menos de 5 vagas anuais
autorizadas, de cada uma das unidades curriculares, de todos os cursos que
efetivamente utilizam o acervo, além de estar informatizado e tombado junto ao
patrimônio da IES. O Sistema de Biblioteca [...] desenvolveu e adota desde 2010,
um instrumento denominado Bibliograd, para gestão do acervo de a livros,
relativo aos planos de ensino da graduação, na aquisição de acervo em
consonância com as demandas de avaliações de curso de graduação e MEC.
Utilizam a plataforma ALEPH denominada nas bibliotecas da Instituição de SABi.
(BRASIL, 2016b, fl. 9. Grifo nosso)
Na graduação em M
A Comissão
Avaliadora verificou que o acervo atende de forma suficiente as demandas do curso. Os
alunos ouvidos não relataram nenhuma dificuldade de acesso aos livros quando
necessitaram.
Já o curso de Relações Públicas obteve conceito 4, considerando que:
Muitas obras do acervo são compartilhadas entre os 3 cursos da área de
Comunicação Social (Jornalismo, Publicidade e Propaganda e Relações Públicas),
tornando o número de exemplares, em alguns casos, insuficiente para atender toda a
demanda, se for utilizada simultaneamente. Por outro lado, os alunos têm acesso
pelo sistema a obras das outras bibliotecas setoriais da IES e podem reserva-la e
emprestá-la, ampliando desta forma o acervo a que tem acesso. Segundo reunião
com alunos, e visita realizado por esta comissão de avaliação, a Biblioteca [...] é
muito pequena não possui salas para estudos em grupo bem como salas para
reprodução de materiais audiovisuais. (BRASIL, 2016d, fl. 10)
3.7
No curso de A
O
acervo da bibliografia complementar do Curso possui, pelo menos, cinco títulos por unidade
�curricular, com dois exemplares, ou mais, de cada título, alguns com acesso virtual.
(BRASIL, 2017, fl. 5).
No curso de Biblioteconomia o conceito 5 foi justificado em função de O acervo do
curso em relação a bibliografia complementar possui, pelo menos, cinco títulos por unidade
curricular, com dois exemplares de cada título ou com acesso virtual.
Já no curso de Museologia, o conceito 1 foi atribuído à bibliografia complementar com
a seguinte justificativa: Não foi disponibilizado para a comissão de avaliação informações e
dados que nos permitissem aferir a bibliografia complementar.
Na graduação em Relações P
As indicações de
bibliografia complementar das disciplinas aproveitam de forma muito satisfatória o rico
acervo da biblioteca em títulos da área de Comunicação Social.
Periódicos especializados
3.8
Conceito 5: Quando há assinatura com acesso de periódicos especializados, indexados e correntes, sob a
forma impressa ou virtual, maior ou igual a 20 títulos distribuídos entre as principais áreas do curso, a
maioria deles com acervo atualizado em relação aos últimos 3 anos.
No curso de Arquivologia a justificativa para conceito 5: A biblioteca [...] oferece
computadores ligados à rede internet e rede wi-fi. Os periódicos da área de Ciência da
Informação no país e vários no exterior são de livre e gratuito acesso.
No curso de Biblioteconomia o conceito 5
Disponibiliza títulos
de periódicos especializados da área, indexados e correntes, e sob a forma virtual, por meio da
rede Internet maior ou igual a 20 títulos distribuídos entre as principais áreas do curso.
(BRASIL, 2016b, fl. 9).
No curso de Museologia, que obteve o conceito 5
A IES
tem acesso ao portal de periódicos da CAPES e o curso de bacharelado em Museologia ainda
recebe as principais publicações na área em papel.
Na graduação em Relações Públicas, a justificativa para conceito 5, destaca que Além
dos periódicos impressos, que puderam ser verificados in loco por esta comissão, a biblioteca
ainda conta com a assinatura de diversos periódicos virtuais.
-11).
Nessa dimensão o curso de Museologia obteve conceito 5 nos itens que se referem a
salas de aula, acesso dos alunos a equipamentos de informática e periódicos especializados. O
curso de Relações Públicas obteve conceito 5 no item salas de professores, bibliografia
�complementar, periódicos especializados, qualidade e serviços dos laboratórios didáticos
especializados. O curso de Biblioteconomia obteve conceito 5 para toda a dimensão de
Infraestrutura. Para o curso de Arquivologia o conceito 5 foi destinado a salas de professores,
bibliografia básica, bibliografia complementar e periódicos especializados.
O conceito 4 foi atribuído aos itens que se referem a gabinetes de trabalho para
professores em tempo integral, espaço de trabalho para a coordenação do curso e para os
serviços acadêmicos e sala de professores no curso de Museologia. No curso de Relações
Públicas esse conceito foi atribuído aos gabinetes de trabalho para professores em tempo
integral, espaço de trabalho para a coordenação do curso e para os serviços acadêmicos, sala
de aula, bibliografia básica e a quantidade de laboratórios didáticos especializados.
No curso de Museologia, o conceito 3 foi atribuído aos itens bibliografia básica, à
quantidade, à qualidade e aos serviços dos laboratórios didáticos especializados.
No curso de Relações Públicas o conceito 3 foi atribuído somente a um item: Acesso
dos alunos a equipamentos de informática. No curso de Arquivologia somente no item
Laboratórios didáticos especializados: serviços.
O conceito 2, foi atribuído, somente ao curso de Arquivologia, nos itens gabinetes de
trabalho para professores em tempo integral e espaço de trabalho para a coordenação do curso
e para os serviços acadêmicos.
Finalmente o conceito 1, foi atribuído somente a um quesito, no curso de Museologia,
no que se refere à bibliografia complementar, item que foi questionado pela Coordenação do
Curso, em forma de diligência ao MEC, por ter sido apresentado à Comissão de Avaliação, o
relatório de itens da Bibliografia Complementar e que, por algum motivo, não foi analisado.
Os quatro cursos avaliados na dimensão de Infraestrutura, ficaram com nota média em
torno de 4,35.
A partir desse panorama pode-se fazer recomendações para as instâncias competentes
na área de Infraestrutura, a fim de que se consiga minimizar ou dirimir as causas dos
conceitos atribuídos, que não foram considerados satisfatórios pela Comissão de Avaliação do
MEC.
Além das três dimensões apontadas, os avaliadores conferem, nas visitas in loco,
informações referentes ao conjunto Requisitos Legais e Normativos. Estas totalizam 17
categorias, das quais 12 devem ser contempladas pelas graduações vinculadas à Unidade
�Acadêmica (Quadro 2). De acordo com o Instrumento de Avaliação Cursos Graduação
presencial e a distância (BRASIL, 2016a) os dispositivos legais são essencialmente
regulatórios, cabendo às universidades cumprirem a norma indicada. Por serem exigências
não são conceituadas, e sim conferidas. Entre as 17 categorias contempladas pelas graduações
da Unidade Acadêmica, duas foram indicadas com NÃO por uma dupla de avaliadores. Nas
demais, todas as categorias receberem 100% de indicação.
A primeira categoria que recebeu uma sinalização NÃO foi o item 5 Proteção dos
Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Os avaliadores indicaram a
seg
não foi apresentada nenhuma iniciativa específica para a Proteção dos Direitos da Pessoa
outras três
avaliações foi sinalizado o Núcleo de Inclusão e Acessibilidade da Universidade, como o
responsável por atender a essa normativa, o que reforça a importância de manter relações
diretas com este setor a fim de consolidar estratégias voltadas às pessoas com deficiência na
comunidade universitária.
A segunda categoria que recebeu uma sinalização NÃO foi o item 12 Condições de
acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Foi justificado pela
dupla de avaliadores:
A Comissão Avaliadora destaca que o prédio onde funciona o curso [...] carece de
uma boa estrutura para atender os deficientes ou pessoas com capacidade reduzida.
Vejamos:
piso tátil na parte interna
cadeira para obeso no prédio e em alguns auditórios não há cadeira para obeso
e espaço destinado ao cadeirante. Já no prédio onde estão localizados os
laboratórios especializados, a falta de piso tátil permanece. Nesta edificação há
banheiros para cadeirante nos diversos andares, mas não dispõe de elevador,
apenas rampa de acesso. Nos pareceu um aclive elevado, mas a Comissão
Avaliadora não dispõe de equipamento nem conhecimentos para afirmar se atende a
ABNT NBR 9050. Por fim, na biblioteca setorial não possui equipamento para
deficiente visual. (BRASIL, 2016c, fl.11. Grifo nosso)
Salienta-se que, em casos em que foi sinalizado SIM para o item 12, a comissão
avaliadora ressaltou problemas de acessibilidade:
[...] Conforme relatos de dois alunos cadeirantes, em reunião com esta comissão, o
prédio Anexo 1 do Campus [...], possui rampas muito inadequadas para a
mobilização nos espaços de aula e laboratórios. Também questionaram os
espaços da Biblioteca [...], dizendo que não se consegue ajustar suas cadeiras de
rodas às mesas de estudos, por serem muito baixas. (BRASIL, 2016d, fl.13. Grifo
nosso) [...]
Verificou-se in loco que a UFRGS oferece algumas condições para pessoas com
dificuldades de locomoção, como rampas, elevadores, estacionamento próprio. O
mesmo para as pessoas com baixa ou falta de visão: computadores na biblioteca com
�programas especiais e piso tátil na entrada do prédio anexo. (BRASIL, 2017, fl.7.
Grifo nosso)
Pode-se interpretar que, com a existência de indicações SIM para a categoria 12
Condições de acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, os
avaliadores ponderam a atribuição da escolha com indicações de exemplos que expressam o
atendimento parcial do requisito legal, como em uma das avaliações na qual é identificada na
justificativa a ressalva de que projetos foram encaminhados para as adaptações necessárias
(BRASIL, 2016d).
3 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA NA AVALIAÇÃO DO MEC
A avaliação da biblioteca se constitui num importante item na visita in loco dos cursos
de graduação, já que é ela que vai oferecer à comunidade acadêmica o acesso aos recursos e
serviços de informação necessários para o bom andamento dos cursos.
Para Nirlei Maria Oliveira a biblioteca universitária deve servir de apoio aos
conteúdos ministrados em cada curso oferecido pela instituição na qual está inserida, os quais
devem estar devidamente descritos nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC). Ela deve
também oferecer suporte à investigação técnico-científica, apoiando o ensino, a pesquisa e a
extensão. (OLIVEIRA, 2010).
A análise dos planos de ensino, com base na bibliografia recomendada pelo professor,
é o instrumento utilizado pelo MEC para aferir a qualidade do acervo, juntamente com a
informação sobre a quantidade de exemplares disponíveis para os alunos.
Para isso foi desenvolvido, em nossa universidade, uma metodologia específica de
avaliação de livros mencionados nos planos de ensino de cada disciplina. Essa metodologia
denominada BiblioGrad, consiste na identificação, no catálogo online, dos registros
bibliográficos de livros, citados nos planos de ensino das disciplinas de graduação e de
verificação da disponibilidade comercial dos mesmos. A identificação é feita através do
preenchimento de um campo específico do formato bibliográfico e tem como finalidade
possibilitar a integração do catálogo online com o Sistema de Graduação para prover os meios
para avaliação dos acervos de graduação do Sistema de Bibliotecas.
A metodologia BiblioGrad tem como objetivos:
a)
b)
c)
verificar disponibilidade cada um títulos no acervo;
identificar demanda potencial por títulos específicos;
diagnosticar situação acervo de livros graduação;
�d)
subsidiar a tomada de decisão distribuição do recurso entre bibliotecas de
forma proporcional às carências de acervo identificadas;
e)
oferecer às bibliotecas um instrumento seleção livros a serem adquiridos,
visando acervo de graduação;
f)
atender de forma satisfatória avaliação do MEC. (STREHL et al., 2010,
p.106)
A disponibilidade comercial dos livros é verificada através de pesquisa exaustiva nos
catálogos das editoras e informada em outro campo específico do formato bibliográfico. À
cada biblioteca cabe atualizar as informações referentes à bibliografia das disciplinas
ministradas pelos departamentos de sua(s) unidade(s), independente do curso atendido pelas
disciplinas. É uma atividade contínua, os dados são atualizados de modo a acompanhar as
alterações na bibliografia citada nos planos de ensino semestrais das disciplinas. Ao final do
processo, é gerada uma planilha que contempla todas as informações inseridas, cruzadas com
os dados de cada disciplina (número de vagas ocupadas e número de turmas oferecidas)
conforme a classificação de cada obra no plano de ensino. A partir dela, cada biblioteca
verifica sua carência em termos de exemplares para compor a lista de aquisição de itens. Essa
mesma planilha será utilizada também para fins de avaliação do acervo da graduação, a ser
apresentado para a comissão de avaliação do curso de graduação do MEC. Em geral, essa
planilha contempla satisfatoriamente a exigência do MEC em relação à quantidade de obras e
exemplares de cada item citado na bibliografia dos planos de ensino, conforme a sua
classificação como Bibliografia Básica ou Complementar. Desta forma, as bibliotecas
conseguem responder às necessidades dos cursos e ao mesmo tempo contemplar as exigências
do MEC em relação à quantidade de exemplares das obras citadas nos planos de ensino.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A fim de propor uma análise qualitativa dos pareceres encaminhados pelo MEC no
que se refere às avaliações in loco das graduações da unidade acadêmica, cada categoria que
se aplica nos cursos será investigada e, seus dados e análises encaminhados para as instâncias
que lidam diretamente com sua execução.
Em termos de fragilidades, no que se refere à dimensão de Infraestrutura, pode-se
dizer que os itens que requerem providências no sentido de melhorias nas instalações são os
gabinetes de professores, além da emergente reforma e ampliação do espaço da biblioteca,
abrigando cabines de estudo e possibilitando oferecer condições de acessibilidade adequadas
ao usuários com deficiência.
�Acredita-se que os relatórios de avaliação possam ser instrumentos qualificados para
reiterar a necessidade de priorizar demandas externas à unidade acadêmica, uma vez que há
recorrências sinalizadas no pareces in loco. No que compete à unidade acadêmica, reforça-se
a necessidade de uma análise global do tema acessibilidade buscando parcerias com as
instâncias que mantenham forte articulação na Universidade para o fomento e consolidação de
uma política de inclusão e acessibilidade.
No que se refere à biblioteca, além da ampliação de espaço recomendada em algumas
avaliações, ajustes nos processos de avaliação do acervo de graduação, se fazem necessários
no sentido de afinar a metodologia de acordo com as mudanças que vem ocorrendo no
Instrumento de Avaliação do MEC, para oferecer relatórios consolidados, que possam refletir
a realidade dos acervos das bibliotecas.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei n° 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior e dá outras providências. Brasília, 2004. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 28
nov. 2017.
BRASIL. Ministério da Educação. Instrumento de Avaliação Cursos Graduação
presencial
e
a
distância.
Brasília,
2016a.
Disponível
em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2
016/instrumento_2016.pdf>. Acesso em: 28 nov. 2017.
_____. Relatório de Avaliação e-MEC: Arquivologia. Brasília, 2017. 7 fls.
_____. Relatório de Avaliação e-MEC: Biblioteconomia. Brasília, 2016b. 13 fls.
_____. Relatório de Avaliação e-MEC: Museologia. Brasília, 2016c. 12 fls.
_____. Relatório de Avaliação e-MEC: Relações Públicas. Brasília, 2016d. 14 fls.
EYNG, Ana Maria. A avaliação como estratégia na construção da identidade institucional.
Revista da Rede de Avaliação Institucional da Educação Superior RAIES, Campinas, v.
9, n. 3, p. 31-50, set. 2004.
OLIVEIRA, Nirlei Maria. A biblioteca das instituições de ensino superior e os padrões de
qualidade do MEC: uma análise preliminar. Perspectiva em Ciência da Informação, Belo
Horizonte, v. 7, n. 2, p. 207-221, 2002.
STREHL, Letícia et al. O método BiblioGrad para avaliação de acervos de livros de
graduação. Ciência da Informação, Brasília, v. 39, n. 3, p. 105-115, set./dez. 2010.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A avaliação de cursos de graduação de universidades federais: um enfoque nas avaliações externas in loco do INEP (2016-2017).
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Loss, Miriam Moema; Faria, Ana Carolina Gelmini; Rosa, Anamaria Teixeira
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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The nature or genre of the resource
Evento
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A avaliação institucional, considerada de grande relevância para o ensino superior, se torna estratégica para a gestão pois possibilita a tomada de decisão, a partir de resultados apontados nas avaliações, na direção da qualidade acadêmica. Os Núcleos de Avaliação da Unidade atuam como órgãos compromissados com as questões de avaliação envolvendo a comunidade acadêmica num processo contínuo de avaliação interna. Na perspectiva da autoavalição, adotou-se como ponto de partida, as proposições sinalizadas em avaliações externas desenvolvendo uma análise que contemple singularidades da unidade acadêmica a fim de contribuir com o planejamento da gestão de curto, médio e longo prazo. Dos pareceres externos, buscou-se analisar indícios de cada dimensão que evidenciassem a justificativa dos conceitos de cada item avaliado. Essa análise investigativa pretende conjugar elementos internos e externos para fins de planejamento estratégico. Estudos específicos foram concebidos a fim de avaliar os indícios que possibilitem a realização de uma autoavaliação da unidade acadêmica, principalmente no que se refere à dimensão de Infraestrutura, na qual a biblioteca está inserida.
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pt
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Eixo III - Ensino
AVALIAÇÃO DO MEC/INEP EM BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
DE ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
EVALUATION OF THE MEC/INEP IN LIBRARIES OF PUBLIC INSTITUTIONS OF
HIGHER EDUCATION: CHALLENGES AND PERSPECTIVES FOR THE DEVELOPMENT
OF COLLECTIONS
Resumo: O presente artigo discute os processos de avaliação do ensino superior no Brasil,
considerando as diretrizes do Ministério da Educação, especialmente as que são voltadas para
a atuação das bibliotecas universitárias. Dentro deste escopo, tenta compreender e analisar o
desenvolvimento de suas coleções. Aborda as regras para autorização, reconhecimento e
renovação de reconhecimento dos cursos, bem como para a designação da nota. Contextualiza
os indicadores de avaliação com relação às bibliotecas universitárias e aponta os itens
referentes à sua atuação que passam por inspeção. Correlaciona a política de desenvolvimento
do acervo com o processo de elaboração das bibliografias básica e complementar dos cursos.
Conclui que as bibliotecas de instituições de ensino superior devem estar atentas às mudanças
de normas e diretrizes de avaliação, considerando, concomitantemente, os procedimentos de
aquisição e sua política de seleção, além de reconhecer que o bibliotecário é ator fundamental
para a regulação dos cursos.
Palavras-chave:
universitárias.
Avaliação
do
MEC.
Desenvolvimento
de
coleções.
Bibliotecas
Abstract: This article discusses the processes of evaluation of higher education in Brazil,
considering the guidelines of the Ministry of Education, especially those that are directed to
the work of university libraries. Within this scope, it tries to understand and analyze the
development of its collections. It addresses the rules for authorization, recognition and
renewal of course recognition, as well as for the note designation. Contextualizes evaluation
indicators in relation to university libraries and points out the items related to their
performance that are inspected. It correlates the development policy of the collection with the
process of preparing the basic and complementary bibliographies of the courses. It concludes
that the libraries of higher education institutions should be aware of changes in norms and
�evaluation guidelines, taking into account acquisition procedures and their selection policy, as
well as recognizing that the librarian is a fundamental actor in the regulation of courses.
Key-words: MEC Evaluation. Development of collections. University Libraries.
1 INTRODUÇÃO
Os processos de avaliação, regulação e supervisão do ensino superior brasileiro pelos
órgãos
governamentais
têm
sido
objeto
de
constante
discussão
nas
áreas
de
Biblioteconomia/Ciência da Informação, notadamente no que diz respeito ao papel e
importância da Biblioteca Universitária nesse contexto. Por essa razão, há na literatura
diversos estudos sobre como as bibliotecas (leia-se, bibliotecários e equipe de trabalho)
devem participar do processo avaliativo, com destaque para a visita in loco.
Conforme previsto no art. 39 do Decreto nº 9.235 162, de 15 de dezembro de 2017, a
oferta de cursos de graduação depende de prévia autorização do Ministério da Educação
(MEC). Para tanto, as Instituições de Educação Superior (IES) são credenciadas como
Faculdades, Centros Universitários e Universidades, de acordo com sua organização e suas
prerrogativas acadêmicas. Essa determinação tem respaldo legal no art. 15 do Decreto nº
9.235/2017. O processo de regulamentação do ensino superior é exercido pelo MEC e a
avaliação dos cursos de graduação é conduzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP).
Quando se recupera a história da educação superior no Brasil e, especialmente, de seus
processos avaliativos, fica evidente que a partir do final do Século XX a regulação e
supervisão das Instituições (públicas e privadas) passaram a ocorrer de modo amplo e efetivo.
Coincidentemente, esse mesmo período é marcado pela expansão do setor privado em termos
quantitativos e geográficos.
Baseando-se nesses aspectos e considerando a importância que as instituições privadas
possuem na educação superior, a preocupação com a avaliação das bibliotecas torna-se mais
evidente. Entretanto, as bibliotecas de Instituições Públicas de Ensino Superior também são
avaliadas e a análise dessa realidade ainda é incipiente. As especificidades organizacionais e
administrativas (especialmente em relação à aquisição de materiais), justificam a necessidade
de ampliar os estudos nesse contexto. Além do mais, a atualização dos instrumentos de
162 O Decreto nº 9.235/2017 revogou o Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006, que dispunha sobre o exercício
das funções de regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de
graduação e sequenciais no sistema federal de ensino.
�avaliação in loco no final de 2017 resultou em novas diretrizes para a formação, o
desenvolvimento e a atualização do acervo das bibliotecas universitárias.
Assim, em face dos elementos acima indicados, este trabalho tem como objetivo
analisar os novos indicadores de avaliação do MEC/INEP a afim de compreender suas
implicações no desenvolvimento de coleções das bibliotecas universitárias de Instituições
Públicas de Ensino Superior.
2 OS PROCESSOS DE REGULAÇÃO DO ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO
O sistema educacional brasileiro é regido pela Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de
1996, também conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB). A garantia do
padrão de qualidade está prevista no art. 206, inciso VII, da Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988.
De acordo com o Ministério da Educação (2018a), a educação superior no Brasil
compreende os seguintes cursos: Graduação (bacharelado, licenciatura ou tecnólogo),
Sequenciais (formação específica ou complementar), Extensão e Pós-graduação (lato sensu e
stricto sensu). Em relação as modalidades, o ensino pode ser ministrado presencialmente ou a
distância.
Tendo em vista que a oferta de curso superior depende de ato autorizativo do MEC, as
Instituições interessadas em ofertar cursos desse nível de ensino passam por um processo de
credenciamento. Nesse sentido é oportuno destacar:
A partir da entrada das IES no Sistema Federal de Ensino, os cursos de graduação
devem ter autorização para iniciar suas atividades, para depois receberem o
reconhecimento do curso, que possibilitará à IES emitir diplomas aos graduados.
Posteriormente, de acordo com a legislação pertinente, as instituições se submetem a
processo avaliativo periódico para obter a renovação do reconhecimento, necessário
para a continuidade da oferta. (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2017, p. 5).
composto por diversas etapas, dentre as quais a avaliação in loco, que culmina em um
relatório da comissão de avaliadores, em que constam aferidas as informações apresentadas
DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2017, p. 5). Após
esse processo é gerado o Conceito de Curso (CC), ordenados em uma escala de 1 a 5. Os
�cursos que obtêm valor igual ou superior a três, na percepção do MEC/INEP, indicam
qualidade satisfatória.
Vale ressaltar que os Centros Universitários e as Universidades independem de
autorização para funcionamento de curso superior, conforme previsto no art. 40 do Decreto nº
9.235/2017. Porém, as Instituições que possuem essas modalidades de organização acadêmica
devem informar à Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior do MEC da
abertura do curso para fins de supervisão, avaliação e posterior reconhecimento. É
oportuno
destacar, entretanto, que essa regra não se aplica aos cursos de graduação em Direito,
Medicina, Odontologia e Enfermagem. Inclusive as Universidades e Centros Universitários
dependem de autorização do MEC, após prévia manifestação do Conselho Federal da Ordem
dos Advogados do Brasil e do Conselho Nacional de Saúde. (art. 41 do Decreto nº
9.235/2017).
O processo de fiscalização da educação superior se efetiva através do Sistema
Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), conforme determina a Lei nº 10.861,
de 14 de abril de 2004:
O Sinaes reúne informações do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes
(Enade) e das avaliações institucionais e dos cursos. As informações obtidas são
utilizadas para orientação institucional de estabelecimentos de ensino superior e para
embasar políticas públicas. Os dados também são úteis para a sociedade,
especialmente aos estudantes, como referência quanto às condições de cursos e
instituições. Os processos avaliativos do Sinaes são coordenados e supervisionados
pela Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior (Conaes). A
operacionalização é de responsabilidade do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
2018b).
Portanto, o SINAES é composto por três eixos: a avaliação das instituições, dos cursos
e do desempenho dos estudantes. Após a promulgação da Lei nº 10.861/2004, o MEC
regulamentou os procedimentos de avaliação do SINAES através da Portaria nº 2.051, de 9 de
julho de 2004. A partir de então ficou estabelecido que a avaliação institucional deve ser
realizada por comissão interna e externa:
a)
(CPA) de cada instituição e orientada pelas diretrizes e pelo roteiro da autoavaliação
L DE MINAS GERAIS,
2015);
�b) avaliação externa: também conhecida como avaliação in loco, é realizada por
pertencentes à comunidade acadêmica e científica, tendo como referência os padrões
de qualidade para a educação superior expressos nos instrumentos de avaliação e os
2015).
Está previsto no âmbito do SINAES a periodicidade na avaliação dos cursos. Por essa
razão, o ciclo avaliativo é composto por três fases, conforme apresenta o Quadro 1:
Quadro 1: Tipos de avaliação que os cursos de educação superior são submetidos
Tipo
Autorização
Reconhecimento
Renovação de
reconhecimento
Descrição
Essa avaliação é feita quando uma instituição pede autorização ao MEC para abrir
um curso. Ela é feita por dois avaliadores, sorteados entre os cadastrados no Banco
Nacional de Avaliadores (BASis). Os avaliadores seguem parâmetros de um
documento próprio que orienta as visitas, os instrumentos para avaliação in loco.
São avaliadas as três dimensões do curso quanto à adequação ao projeto proposto: a
organização didático-pedagógica; o corpo docente e técnico-administrativo e as
instalações físicas.
Quando a primeira turma do curso novo entra na segunda metade do curso, a
instituição deve solicitar seu reconhecimento. É feita, então, uma segunda avaliação
para verificar se foi cumprido o projeto apresentado para autorização. Essa
avaliação também é feita segundo instrumento próprio, por comissão de dois
avaliadores do BASis, por dois dias. São avaliados a organização didáticopedagógica, o corpo docente, discente, técnico-administrativo e as instalações
físicas.
Essa avaliação é feita de acordo com o Ciclo do Sinaes, ou seja, a cada três anos. É
calculado o Conceito Preliminar do Curso (CPC) e aqueles cursos que tiverem
conceito preliminar 1 ou 2 serão avaliados in loco por dois avaliadores ao longo de
dois dias. Os cursos que não fazem Enade, obrigatoriamente terão visita in loco
para este ato autorizado.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2018).
Conforme indicado no Quadro 1, as avaliações in loco contemplam três dimensões: a
organização didático-pedagógica, o corpo docente e técnico-administrativo além das
instalações físicas. Cada dimensão possui diversos parâmetros avaliativos e a nota é conferida
em uma escala de 1 a 5. (§2º do art. 4º da Lei nº 10.861/2004).
Os instrumentos que subsidiam a avaliação in loco são distintos: um é direcionado
para avaliação de cursos de graduação presencial e a distância, enquanto o outro se destina
reconhecimento e renovação de reconhecimento. Esses instrumentos são atualizados com
�certa frequência. A última versão foi publicada em outubro de 2017 e está disponível para
consulta no site do INEP163.
3 INDICADORES DE AVALIAÇÃO DO MEC/INEP APLICADOS À BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA
Tendo em vista que a preocupação com a qualidade do ensino se reflete na estrutura
organizacional da IES, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) deve contemplar no
âmbito da infraestrutura física e instalações acadêmicas os seguintes aspectos relacionados à
biblioteca:
Art. 21 [...]
a) com relação à biblioteca:
1. acervo bibliográfico físico, virtual ou ambos, incluídos livros, periódicos
acadêmicos e científicos, bases de dados e recursos multimídia;
2. formas de atualização e expansão, identificada sua correlação pedagógica com os
cursos e programas previstos; e
3. espaço físico para estudos e horário de funcionamento, pessoal técnicoadministrativo e serviços oferecidos. (BRASIL, 2017).
Essas exigências são tipificadas no instrumento de avaliação in loco. Por essa razão,
em relação à infraestrutura da biblioteca e ao plano de atualização do acervo, para obter
conceito máximo (nota 5), é verificado, respectivamente, se
A infraestrutura para bibliotecas atende às necessidades institucionais, apresenta
acessibilidade, possui estações individuais e coletivas para estudos e recursos
tecnológicos para consulta, guarda, empréstimo e organização do acervo, fornece
condições para atendimento educacional especializado e disponibiliza recursos
inovadores.
Há plano de atualização do acervo descrito no PDI, e viabilidade para sua execução,
considerando a alocação de recursos, ações corretivas associadas ao
acompanhamento e à avaliação do acervo pela comunidade acadêmica e a previsão
de dispositivos inovadores. (INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2017a, p. 28).
Baseando-se nesses aspectos e considerando os instrumentos de avaliação in loco,
depreende-se a seguinte percepção: há exigências explícitas nos instrumentos avaliativos do
MEC e recomendações (às vezes tácitas) distribuídas em outros documentos. Por essa razão, é
163
Os instrumentos que subsidiam os atos autorizativos de cursos podem ser consultados no link a seguir:
http://portal.inep.gov.br/web/guest/instrumentos1
�imperioso que os bibliotecários envolvidos nos processos avaliativos preparem as bibliotecas
com um olhar holístico em relação a legislação e diretrizes vigentes.
De modo particular, os seguintes aspectos devem ser observados em relação a
infraestrutura, serviços, coleções e informatização: regulamento da biblioteca e política de
expansão/atualização do acervo; notas fiscais das aquisições do acervo da biblioteca e
comprovantes das assinaturas correntes dos periódicos científicos e de divulgação;
informatização do acervo e sua disponibilidade para consulta on-line; lista de convênios. Em
continuidade, vale destacar a organização administrativa da biblioteca (recursos humanos,
instalações físicas, equipamentos, orçamento); produtos e serviços ofertados à comunidade
acadêmica e ao público externo (inclusive estatísticas de uso); espaços para estudo individual
e em grupo, área de atendimento ao aluno; área de administração da biblioteca e processos
técnicos; área dos acervos, conforto térmico, luminosidade, segurança e acessibilidade;
tombamento e catalogação das obras; acervo virtual e multimeios; orientações para
normalização de trabalhos técnico-científicos; bases de dados disponíveis para o curso;
terminais para consulta do acervo e acesso à internet/bases de dados.
Nesse ponto é preciso atenção: no que diz respeito aos indicadores analisados e
conceituados na biblioteca durante visita in loco, antes da atualização dos instrumentos de
avaliação dos cursos em 2017, eram conceituados numa escala de 1 a 5 a disponibilidade de
títulos para bibliografia básica e complementar, além dos periódicos especializados. Os
procedimentos para cálculo da nota tinham as seguintes diretrizes:
Identificar as unidades curriculares (disciplinas) do curso, identificar os títulos
(livros) da bibliografia básica em cada unidade, localizar o quantitativo (nº de
exemplares) de cada título relacionado, dividir o nº de vagas pelo somatório de
exemplares em cada disciplina, calcular a média dos resultados das divisões
anteriores.
Caso algum título da bibliografia básica atenda a outro(s) curso(s), é necessário
dividir o total de vagas do(s) outro(s) curso(s) pelo total de exemplares do título e
recalcular a média considerando esses valores. (INSTITUTO NACIONAL DE
ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015, p. 32).
Por exemplo, para obter conceito máximo na bibliografia básica, cada disciplina
pretendidas/autorizadas, [...] de todos os cursos que efetivamente utilizam o acervo, além de
ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015, p. 31).
Para a bibliografia complementar, exigiacurricular, com d
�NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015,
p. 31). Por fim, em relação aos periódicos, para obter conceito máximo era requisitado a
os especializados, indexados e correntes, sob a forma
impressa ou virtual, maior ou igual a 20 títulos distribuídos entre as principais áreas do curso,
NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2015,
p. 32).
Considerando que as mudanças nos instrumentos de avaliação alteraram drasticamente
essa realidade, optou-se por transcrever integralmente os novos critérios de análise nos
Quadros 2 e 3. Vale ressaltar que os aspectos avaliados no âmbito das bibliotecas são os
mesmos para autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento.
Quadro 2: Indicador 3.7
Bibliografia básica por Unidade Curricular
(Continua)
Conceito
1
2
3
4
Critério de análise
O acervo físico não está tombado e informatizado; ou o virtual não possui contrato que garante o
acesso ininterrupto pelos usuários; ou pelo menos um deles não está registrado em nome da IES.
Ou o acervo da bibliografia básica não é adequado em relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC ou não está atualizado, considerando a natureza das UC. Ou, ainda,
não está referendado por relatório de adequação, ou não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o número de vagas autorizadas (do
próprio curso e de outros que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por título (ou
assinatura de acesso) disponível no acervo.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
básica é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC. Porém, não está referendado por relatório de
adequação, ou não está assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia
básica da UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os
títulos) e a quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Ou,
nos casos dos títulos virtuais, não há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos
tecnológicos que atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, ou de ferramentas de
acessibilidade ou de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
básica é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC. Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia básica da
UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os títulos) e a
quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos dos
títulos virtuais, há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e
de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
básica é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC. Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia básica da
�UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os títulos) e a
quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos dos
títulos virtuais, há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e
de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem. O acervo possui exemplares, ou assinaturas
de acesso virtual, de periódicos especializados que suplementam o conteúdo administrado(Conclusão)
nas UC.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
básica é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC. Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia básica da
UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os (Continua)
títulos) e a
5
quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos dos
títulos virtuais, há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e
de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem. O acervo possui exemplares, ou assinaturas
de acesso virtual, de periódicos especializados que suplementam o conteúdo administrado nas UC.
O acervo é gerenciado de modo a atualizar a quantidade de exemplares e/ou assinaturas de acesso
mais demandadas, sendo adotado plano de contingência para a garantia do acesso e do serviço.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2017b, p. 37-39, grifo do
autor).
Quadro 3: Indicador 3.8
Bibliografia complementar por Unidade Curricular
(Continua)
Conceito
1
2
3
4
Critério de análise
O acervo físico não está tombado e informatizado; ou o virtual não possui contrato que garante o
acesso ininterrupto pelos usuários; ou pelo menos um deles não está registrado em nome da IES. Ou
o acervo da bibliografia complementar não é adequado em relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC ou não está atualizado, considerando a natureza das UC. Ou, ainda, não
está referendado por relatório de adequação, ou não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio
curso e de outros que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por título (ou assinatura de
acesso) disponível no acervo.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
complementar é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e
está atualizado, considerando a natureza das UC. Porém, não está referendado por relatório de
adequação, ou não está assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia
complementar da UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem
os títulos) e a quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Ou,
nos casos dos títulos virtuais, não há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos
tecnológicos que atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, ou de ferramentas de
acessibilidade ou de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
complementar é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e
está atualizado, considerando a natureza das UC. Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia complementar
da UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os títulos) e a
quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos dos
títulos virtuais, há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e
de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
complementar é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e
está atualizado, considerando a natureza das UC. Da mesma forma, está referendado por relatório de
�5
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia complementar
da UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os títulos) e a
quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos dos
títulos virtuais, há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e
de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem. O acervo possui exemplares, ou assinaturas de
acesso virtual, de periódicos especializados que complementam o conteúdo administrado nas(Conclusão)
UC.
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários e ambos estão registrados em nome da IES. O acervo da bibliografia
complementar é adequado em relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e
está atualizado, considerando a natureza das UC. Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a compatibilidade, em cada bibliografia complementar
da UC, entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que utilizem os títulos) e a
quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos dos
títulos virtuais, há garantia de acesso físico na IES, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e
de soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem. O acervo possui exemplares, ou assinaturas de
acesso virtual, de periódicos especializados que complementam o conteúdo administrado nas UC. O
acervo é gerenciado de modo a atualizar a quantidade de exemplares e/ou assinaturas de acesso mais
demandadas, sendo adotado plano de contingência para a garantia do acesso e do serviço.
Fonte: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (2017b, p. 39-41, grifo do
autor).
Tendo em vista que a excelência na prestação de serviços educacionais é, em tese,
objetivo de toda IES, no âmbito das bibliotecas, exige-se para obtenção do conceito 5
excelência na infraestrutura, serviços, coleções e informatização. Conforme se depreende da
análise dos instrumentos atuais, tanto para autorização quanto para reconhecimento e
renovação de reconhecimento, o indicador relacionado aos periódicos foi suprimido e sua
disponibilidade passa a ser analisada junto às bibliografias.
Em relação ao acervo físico, a exigência quanto ao tombamento, informatização e
registro em nome da IES já estavam previstos nos instrumentos anteriores. A novidade está no
acervo virtual que deve possuir em contrato a garantia de acesso ininterrupto (registrado em
nome da IES), bem como instalações na própria Instituição para garantia de acesso físico.
Esse indicador deixa claro a importância da tecnologia no processo ensinoaprendizagem, não como um fim em si mesma, mas como um caminho a ser percorrido
através da biblioteca. Porém, no âmbito das bibliotecas de Instituições Públicas de Ensino
Superior esse indicador demanda uma decisão em nível institucional. Afinal, os custos
envolvidos na contratação de acervos virtuais podem suplantar a capacidade financeira de
muitas bibliotecas e/ou sistemas de bibliotecas. No modelo de negócio atual as cifras para
aquisição de acervos virtuais são elevadas. Essa questão se notabiliza e ganha relevância
quando se considera o cenário macroeconômico brasileiro, marcado pelo contingenciamento
de gastos na esfera pública. Não será tarefa fácil a observância desse indicador. Porém, com
�criatividade, perspicácia e inserção política dos bibliotecários nos centros de poder e
deliberação das Instituições, esse cenário pode ser alterado.
Outro ponto que merece detida reflexão e atenção na elaboração das bibliografias
básica e complementar é a adequação dos materiais indicados e os conteúdos descritos no
Projeto Pedagógico do Curso (PPC). Entretanto, o Instrumento determina que essa adequação
deve ser referendada e assinada pelo Núcleo Docente Estruturante (NDE), comprovando a
compatibilidade entre o número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros que
utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por título (ou assinatura de acesso)
disponível no acervo. Além do mais, a atualização dos títulos indicados possui um critério
subjetivo ao considerar apenas a natureza da unidade curricular. Esse conceito pode variar
muito entre obras e área do conhecimento.
Neste ponto fica uma indagação: qual será a proporção média de exemplares exigida
para garantir a compatibilidade entre vagas pretendidas/autorizadas e os demais cursos?
Afinal, o procedimento para cálculo de livros por vaga era frequentemente criticado por
bibliotecários e pelas Instituições Profissionais e de Ensino. É consensual a percepção de que
os quantitativos que outrora eram exigidos suplantaram, inclusive, a capacidade financeira de
algumas instituições ou o orçamento disponibilizado para a biblioteca. A qualidade do acervo
está apenas na quantidade de obras?
Conclui-se, portanto, que vários pontos da avaliação foram aprimorados. Entretanto,
houve aumento na subjetividade da avaliação. Não resta dúvida de que esses elementos
precisam ser aprimorados. Em relação à biblioteca, além do que já foi elencado anteriormente,
destacam-se as seguintes indagações: em relação aos cursos presenciais e a distância quais
serão os parâmetros para a biblioteca virtual? O acervo digital deverá complementar o físico?
Ou será que biblioteca poderá ser integralmente virtual? E se o acervo virtual não contemplar
todos os requisitos estipulados no PPC? Os periódicos especializados devem ser científicos ou
de divulgação?
A partir dessas questões tornou-se evidente que os pontos nebulosos são variados.
Estudos futuros devem analisar as particularidades de cada aspecto.
4 O DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES A PARTIR DOS INDICADORES DE
AVALIAÇÃO DO MEC: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
O desenvolvimento de coleções é, antes de tudo, um processo. Embora presente em
todas as bibliotecas, Vergueiro (1989) alerta que cada realidade possui as suas
�especificidades. Não é incomum que duas bibliotecas universitárias, por exemplo, possuam
estratégias distintas para formação, desenvolvimento e atualização de suas coleções.
desencadear o processo de formação e desenvolvimento de coleções, garantindo consistência
se, entretanto, que nem sempre as atividades relacionadas com o desenvolvimento de coleções
se orientam através de políticas formais. No contexto atual, marcado pela pluralidade de
fontes de informação em formato físico e digital, as bibliotecas universitárias não podem
prescindir da formalização e racionalização desses processos.
A partir dos estudos realizados por Vergueiro (1989), tornou-se consensual na
literatura que o processo de desenvolvimento de coleções é composto, fundamentalmente, por
seis etapas interdependentes: estudo da comunidade, políticas de seleção, seleção, aquisição,
avaliação e desbastamento. Weitzel (2013, p. 20) chama a atenção para o fato de que a
processo de desenvolvimento de coleções, e das demais auxiliares mencionadas na literatura,
com o detalhamento e descrição de cada etapa".
Porém,
A literatura da área sempre valorizou mais a política de seleção em detrimento da
política de aquisição, de avaliação e desbastamento, talvez devido à sua importância
estratégica no planejamento, ou pela falta de tangibilidade. É mais fácil visualizar os
procedimentos de aquisição ou de aquisição ou desbastamento que de seleção. No
entanto, é preciso destacar que as políticas de aquisição, de avaliação e de
desbastamento também fazem parte do processo e política de desenvolvimento de
coleções, e estas também apresentam um papel decisivo para formar e desenvolver
coleções mais responsáveis. (WEITZEL, 2013, p. 22).
Devido à importância que os aspectos indicados anteriormente possuem no âmbito das
bibliotecas, quando se coloca em pauta os novos indicadores de avaliação do MEC/INEP o
assunto ganha relevo. Afinal, os princípios estabelecidos para aferir a qualidade das
bibliotecas universitárias trazem novas perspectivas para os serviços e coleções, além da
informatização e infraestrutura.
O planejamento, sobretudo a médio e longo prazo, é essencial para que as bibliotecas
logrem êxito nas avaliações. Vergueiro (1989) sintetizou que, no âmbito das bibliotecas
universitárias, a ênfase no processo de desenvolvimento de coleções estaria na avaliação e no
desbastamento. Porém, os indicadores de avaliação do MEC/INEP exigem que se inclua nesse
rol a etapa de seleção. Não basta adquirir os acervos apenas com a preocupação quantitativa.
�Mas do que nunca, os aspectos qualitativos ganham destaque. Afinal, os títulos adquiridos
devem estar adequados às disciplinas e aos conteúdos descritos no PPC.
bibliotecário nesse processo envolve tanto os aspectos técnicos, quando os político-so
Por sua vez, Vergueiro (2010) destaca que os principais fatores que influenciam nesse
processo são o assunto, o usuário, o documento e o preço. Entretanto, no âmbito das
bibliotecas universitárias, tanto a seleção quanto o processo de desenvolvimento de coleções
tem sido influenciado (quando não é condicionado e/ou determinado) pelos indicadores de
avaliação do MEC/INEP. É preciso que se tenha equilíbrio entre as demandas informacionais
dos usuários e as recomendações legais.
Nesse contexto, o desafio se inicia na elaboração das bibliografias básicas e
complementares que devem, primeiramente, adequar o conteúdo dos títulos indicados com o
que está descrito no PPC. O bibliotecário precisa acompanhar e chancelar esse processo. Para
tanto, a parceria com o corpo docente é essencial.
Por essa razão, as bibliotecas universitárias (com destaque para aquelas de Instituições
Públicas de Ensino Superior) devem possuir sólida política de seleção e aquisição. Afinal, as
especificidades em relação ao orçamento e aos processos de compra através de licitação são
elementos complicadores. O desafio para adquirir e manter o acervo físico atualizado já é
grande. Soma-se a ele a necessidade de garantir acesso aos títulos virtuais (com acesso
ininterrupto e multiusuário), além de manter assinaturas correntes de periódicos científicos e
de divulgação.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento de coleções nas bibliotecas de Instituições Públicas de Ensino
Superior, conforme evidenciado ao longo do texto, é um processo que não pode se limitar aos
indicadores de avaliação do MEC/INEP. Antes de tudo, é preciso equilibrar tais exigências
com as demandas informacionais dos usuários.
Além do mais, considerando as especificidades do processo de compra no âmbito das
instituições públicas, as bibliotecas devem possuir sólida política de atualização e manutenção
do acervo. Criatividade para obtenção de recursos e a inserção do bibliotecário junto às
equipes
didático-pedagógicas
e
ao
Núcleo
Docente
Estruturante
são
aspectos
importantíssimos. Afinal, a preocupação com a qualidade dos produtos e serviços ofertados
pela biblioteca deve ser perene. Ela não pode se limitar aos ciclos e processos avaliativos.
�Os indicadores de avaliação da MEC/INEP exigem que as equipes das bibliotecas
universitárias pertencentes às instituições públicas trabalhem com altivez e determinação, com
segurança e flexibilidade. Os bibliotecários, em especial, devem atuar prospectivamente nos
processos de avaliação e regulação dos cursos. Caso contrário a biblioteca estará fadada à
margem do processo, o que pode resultar em uma avaliação negativa ou aquém de suas
possibilidades.
Em face dos aspectos discutidos no texto fica claro que a avaliação do MEC/INEP em
bibliotecas de instituições públicas de ensino superior carece de aprofundamento e debate.
Essa situação se notabiliza em razão dos desafios para o desenvolvimento de coleções,
especialmente em relação a atualização do acervo físico e a garantia do acesso acervo virtual.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília:
Senado, 1988.
BRASIL. Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006. Dispõe sobre o exercício das funções de
regulação, supervisão e avaliação de instituições de educação superior e cursos superiores de
graduação e sequenciais no sistema federal de ensino. Brasília, Diário Oficial da União, 10
maio 2006. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2006/decreto/d5773.htm>. Acesso em: 25 jan. 2018.
BRASIL. Decreto nº 9.235, de 15 de dezembro de 2017. Dispõe sobre o exercício das funções
de regulação, supervisão e avaliação das instituições de educação superior e dos cursos
superiores de graduação e de pós-graduação no sistema federal de ensino. Brasília, Diário
Oficial da União, 18 dez. 2017. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Decreto/D9235.htm#art107>.
Acesso em: 25 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da
Educação Superior SINAES e dá outras providências. Brasília, Diário Oficial da União, 15
abr. 2004. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2004/lei/l10.861.htm>. Acesso em: 25 jan. 2018.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília, Diário Oficial da União, 23 dez. 1996. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm>. Acesso em: 25 jan. 2018.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA. Avaliação dos Cursos de Graduação. Brasília: Inep, 2018. Disponível em:
<http://portal.inep.gov.br/web/guest/avaliacao-dos-cursos-de-graduacao>. Acesso em: 25 jan.
2018.
�INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA. Instrumento de Avaliação Institucional Externa Presencial e a Distância
Credenciamento. Brasília: INEP, 2017a. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_institucional/instrumentos/2017/I
ES_credenciamento.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA. Instrumento de Avaliação de Cursos de Graduação presencial e a distância Autorização. Brasília: INEP, 2017b. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2
017/curso_autorizacao.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Cursos. Brasília: MEC, 2018a. Disponível em:
<http://emec.mec.gov.br/emec/educacao-superior/cursos>. Acesso em: 25 jan. 2018.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Portaria nº 2.051, de 9 de julho de 2004. Regulamenta os
procedimentos de avaliação do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(SINAES), instituído na Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004. Brasília, Diário Oficial da
União, 12 jul. 2004.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior
(Sinaes). Brasília: MEC, 2018b. Disponível em:
<http://portal.mec.gov.br/component/content/270-programas-e-acoes-1921564125/sinaes2075672111/12303-sistema-nacional-de-avaliacao-da-educacao-superior-sinaes>. Acesso em:
25 jan. 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS. Relatório parcial de autoavaliação
institucional CPA/UFMG. Belo Horizonte: UFMG, 2015. Disponível em:
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VERGUEIRO, Waldomiro. Desenvolvimento de coleções. São Paulo: Polis: Associação
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VERGUEIRO, Waldomiro. Seleção de materiais de informação: princípios e técnicas. 3.
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WEITZEL, Simone da Rocha. Elaboração de uma política de desenvolvimento de coleções
em bibliotecas universitárias. 2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, Niterói: Intertexto, 2013.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
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Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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Title
A name given to the resource
Avaliação do MEC/INEP em bibliotecas de instituições públicas de ensino superior: desafios e perspectivas para o desenvolvimento de coleções.
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Xavier Junior, Gesner Francisco; Ferraz, Marina Nogueira; Furtado, Fabiene Letizia Alves
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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O presente artigo discute os processos de avaliação do ensino superior no Brasil, considerando as diretrizes do Ministério da Educação, especialmente as que são voltadas para a atuação das bibliotecas universitárias. Dentro deste escopo, tenta compreender e analisar o desenvolvimento de suas coleções. Aborda as regras para autorização, reconhecimento e renovação de reconhecimento dos cursos, bem como para a designação da nota. Contextualiza os indicadores de avaliação com relação às bibliotecas universitárias e aponta os itens referentes à sua atuação que passam por inspeção. Correlaciona a política de desenvolvimento do acervo com o processo de elaboração das bibliografias básica e complementar dos cursos. Conclui que as bibliotecas de instituições de ensino superior devem estar atentas às mudanças de normas e diretrizes de avaliação, considerando, concomitantemente, os procedimentos de aquisição e sua política de seleção, além de reconhecer que o bibliotecário é ator fundamental para a regulação dos cursos.
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pt
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Eixo III - Ensino
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO A DISTÂNCIA E AS BIBLIOTECAS DO IFAM
REFLECTIONS ON THE DISTANCE EDUCATION AND THE LIBRARIES OF IFAM
Resumo: O presente artigo trata de uma reflexão acerca da Educação à Distância (EaD), das bibliotecas do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) e dos Recursos Informacionais
disponibilizados aos alunos da EAD. De acordo com o MEC, a Educação à distância é a modalidade educacional
na qual alunos e professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária à utilização
de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica
e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível
médio) e na educação superior, é através desta que se faz uma abordagem sobre EaD, o desenvolvimento dessa
modalidade de ensino e sobre os referenciais de qualidade para Educação Superior à distância elaborados pelo
Ministério da Educação (MEC). O objetivo desse artigo é verificar se as bibliotecas do IFAM atendem esses
referenciais e aos seus usuários no provimento e acesso aos serviços e recursos informacionais necessárias às
atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os caminhos metodológicos utilizados neste trabalho consistiram no
levantamento de dados em fontes variadas, ora por meio de levantamento bibliográfico, com revisão da literatura
para avaliar a bibliografia pertinente ao assunto e ora da pesquisa documental em fontes primárias e secundárias,
com o objetivo de buscar informações que contribuíssem para conhecer melhor o assunto abordado.
Palavras-chave: Educação à Distância (EaD). Educação Superior. Referenciais de Qualidade. Bibliotecas
Universitárias. Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM)
Abstract: This article deals with a reflection about distance education (EaD), the libraries of the Federal
Institute of Education, Science and Technology of Amazonas (IFAM) and the Information Resources made
available to EAD students. According to the MEC, distance education is the educational modality in which
students and teachers are separated, physically or temporally, and therefore it is necessary to use media and
information and communication technologies. This modality is regulated by specific legislation and can be
implemented in basic education (youth and adult education, technical vocational secondary education) and in
higher education, it is through this that an approach is taken on EaD, the development of this modality of
teaching and quality benchmarks for Distance Higher Education elaborated by the Ministry of Education (MEC).
The purpose of this article is to verify if the IFAM libraries meet these references and to their users in the
provision and access to the information services and resources necessary for teaching, research and extension
activities. The methodological approaches used in this work consisted in the collection of data in varied sources,
or by means of a bibliographical survey, with a review of the literature to evaluate the bibliography pertinent to
the subject and sometimes of the documentary research in primary and secondary sources, in order to search for
information that contributed to a better understanding of the subject addressed in the form of the approach.
Keywords: Distance Education (EaD). College education. Quality References. University Libraries. Federal
Institute of Education Science and Technology of Amazonas (IFAM)
�1 INTRODUÇÃO
Em uma sociedade onde os recursos computacionais propiciam busca, acesso e
apropriação da informação, justifica-se analisar as bibliotecas no advento dos cursos de
Educação à Distância (EaD), e a existência de materiais informacionais e serviços para essa
modalidade de ensino, pois aos alunos são atribuídas maiores responsabilidades sobre a
própria formação, traduzida esta, em maturidade intelectual para estudos individuais e
disciplina para o cumprimento das tarefas propostas pelos professores.
Esse estudo considera as Bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amazonas (IFAM), e os cursos EaD, que desde 1996, tem se desenvolvido
com o apoio do Governo Federal, e que através do Ministério da Educação, tem incentivado o
seu crescimento, visando uma modalidade de educação capaz de democratizar o acesso ao
ensino superior.
Os caminhos metodológicos utilizados neste trabalho consistiram no levantamento de
dados em fontes variadas, ora por meio de levantamento bibliográfico, com revisão da
literatura para avaliar a bibliografia pertinente ao assunto e ora da pesquisa documental em
fontes primárias e secundárias, com o objetivo de buscar informações que contribuíssem para
conhecer melhor o assunto abordado. Para a coleta de dados, buscou-se sobre a legislação da
EaD, leis e portarias nos sites do MEC e Diário Oficial da União.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 O Ensino à Distância
O desenvolvimento das telecomunicações e do advento dos recursos computacionais e
internet proporcionaram novas perspectivas se constituindo em ferramentas importantes para
o desenvolvimento da Educação à Distância.
Do ponto de vista epistemológico, a pal
vem do grego tele (longe, ao longe), e pode ser conceituada como o processo de
ensino-aprendizagem mediado por tecnologias, onde professores e alunos ficam
ividades presenciais e
através de recursos tecnológicos. (HERMIDA; BONFIM, 2006, p. 168.)
No que se refere à EaD aplicada ao ensino no Brasil, o Governo Federal, por meio do
Decreto nº 9.057, dispõe no
�Art. 1º Para os fins deste Decreto, considera-se educação à distância a modalidade
educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e
aprendizagem ocorra com a utilização de meios e tecnologias de informação e
comunicação, com pessoal qualificado, com políticas de acesso, com
acompanhamento e avaliação compatíveis, entre outros, e desenvolva atividades
educativas por estudantes e profissionais da educação que estejam em lugares e
tempos diversos. (BRASIL, 2017, p. 03)
Neder (2000) refere-se ao conceito de EaD com bastante propriedade, colocando essa
modalidade como um meio, uma ferramenta que permite ampliação do acesso à escola, o
atendimento a adulto, possibilitando o uso de novas tecnologias de comunicação e de
informação.
A estrutura administrativa da EaD, criada pelo Ministério da Educação (MEC), com a
criação de uma secretaria específica para EaD, manuais de avaliação e regras próprias para
credenciamento de Instituições, autorização e reconhecimento de cursos, tem feito com que a
educação à distância se desenvolva em paralelo com a Educação presencial.
No entanto, existe uma perspectiva da convergência das duas modalidades, a educação
à distância se desenvolve através da articulação de atividades pedagógicas capazes de
desenvolver os aspectos afetivo, psicomotor e cognitivo dos estudantes. Para isso, utiliza-se
de meios informacionais, que independem do tempo e do lugar onde se encontram os atores
do processo, isso a torna interessante para alunos adultos que tem compromisso com o
mercado de trabalho. Na base do desenvolvimento da educação à distância no Brasil tem-se a
preocupação constante com o acesso a educação de quem não teve a oportunidade de estar
presente na escola no tempo e no espaço, considerados ideais para a educação escolar
presencial.
Conforme Preti (2000), a grande parte dos alunos da Educação à Distância apresenta
características particulares, tais como: são adultos inseridos no mercado de trabalho, residem
em locais distantes dos núcleos de ensino, não conseguem aprovação em cursos regulares, são
heterogêneos e com pouco tempo para estudar no ensino presencial, sendo assim necessitam
que um ensino mais flexível e que se encaixe em suas reais necessidades.
De acordo com Mugnol (2009), as oportunidades de aprendizagens implicam na
criação de meios a serem considerados são: comprometimento e responsabilidade do aluno,
orientação e apoio dos professores disponível em todos os momentos, a utilização
compartilhada de métodos e meio de transmissão das informações, o respeito às diferenças
individuais com a utilização de métodos capazes de respeitar o ritmo da aprendizagem de
cada estudante.
�O Ministério da Educação (MEC) tem dedicado atenção a essa modalidade de ensino e
vem publicando uma série de portarias normativas que estão servindo de fonte legal para
demarcar os espaços, as formas de atuação das instituições e as características dos cursos.
No Decreto 5.622, de 19 de dezembro de 2006, ficou estabelecida a política de
garantia de qualidade, tocantes aos variados aspectos ligados à modalidade de educação à
distância, notadamente ao credenciamento institucional, supervisão, acompanhamento e
avaliação, harmonizados com padrões de qualidade enunciados pelo Ministério da Educação.
Entre os tópicos relevantes do Decreto, tem destaque:
a) A caracterização de EaD visando instruir os sistemas de ensino;
b) O estabelecimento de preponderância da avaliação presencial dos estudantes em
relação às avaliações feitas a distância;
c) Maior explicitação de critérios para o credenciamento no documento do plano de
desenvolvimento institucional (PDI), principalmente em relação aos polos descentralizados de
atendimento ao estudante;
d) Mecanismos para coibir abusos, como a oferta desmesurada do número de vagas na
educação superior, desvinculada da previsão de condições adequadas;
e) Permissão de estabelecimento de regime de colaboração e cooperação entre os
Conselhos Estaduais e Conselho Nacional de Educação e diferentes esferas administrativas
para: troca de informações; supervisão compartilhada; unificação de normas; padronização de
procedimentos e articulação de agentes;
f) Previsão do atendimento de pessoa com deficiência;
g) Institucionalização de documento oficial com Referenciais de Qualidade 2 para a
educação à distância.
A partir da Lei n.9.394/96, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e
Bases da Educação para todos os níveis de ensino (LDB), o ensino a distância, conforme
dispõe o parágrafo 4º, do inciso IV, do artigo 32, passa a ser definido como uma modalidade
o inciso 2, do a
O artigo 80 da mesma lei define a educação à distância como uma forma de ensino que
possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente
organizados.
De acordo com o descrito nos referenciais de qualidade para a Educação Superior à
distância (BRASIL, 2007), a despeito da diversidade de modelos de educação à distância
�adotados, é indispensável à existência, nas instituições, de infraestrutura que centralize a
gestão dos cursos ofertados. Estes espaços nas instituições podem se configurar em estruturas
mais gerais como centros ou secretarias de educação à distância ou em estruturas mais
localizadas, especialmente salas de coordenação acadêmica e de tutoria dos cursos e salas de
coordenação operacional.
Estas unidades de suporte ao planejamento, produção e gestão dos cursos à distância,
em vista de garantir o padrão de qualidade, necessitam de infraestrutura básica composta
minimamente por secretaria acadêmica, salas de coordenação do curso, salas para tutoria à
distância, biblioteca, sala de professores, sala de videoconferência (opcional). Além disso,
como unidades responsáveis por garantir as ações e as políticas da educação à distância,
devem promover ensino, pesquisa e extensão.
2.2 O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
O Sistema EaD no IFAM consiste na oferta de cursos na modalidade educação à
distância nos diferentes níveis, etapas e outras modalidades da organização da Educação
Básica e Educação Superior no Brasil. Atualmente, o IFAM desenvolve a oferta de nove
Cursos Técnicos de Nível Médio na Forma Subsequente vinculados ao Programa e-Tec da
Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC) em 14 Polos presenciais no
Estado do Amazonas, a saber: curso Técnico em Agente Comunitário de Saúde, Eventos,
Serviços Públicos, Agropecuária, Recursos Pesqueiros, Secretaria Escolar, Alimentação
Escolar, Meio Ambiente e Redes de Computadores.
Em relação à Graduação está em percurso o Curso de Licenciatura em Física e
Licenciatura em Pedagogia pelo Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) vinculado à
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Neste nível de
formação há duas turmas dos Cursos de Licenciatura e Bacharelado em Letras LIBRAS na
condição de Polo EaD vinculado à Federal de Santa Catarina (UFSC).
No tocante à Pós-Graduação, se encontra em desenvolvimento o Curso de PósGraduação Lato Sensu em Formação Pedagógica para Docência na Educação Profissional e
Tecnológica, numa articulação interinstitucional entre os Institutos Federais do Amazonas,
Acre e Rondônia por meio do Plano de Formação Continuada dos Servidores da Rede Federal
PLAFOR/SETEC do Ministério da Educação.
O Instituto dispõe parceria interinstitucional na oferta do Curso de Pós-Graduação
Lato Sensu em Nível de Especialização em Recursos Hídricos, parceria entre Instituto Federal
�do Ceará e a Agência Nacional de Águas, sendo o IFAM o único Polo EaD da Região Norte
nesta oferta.
Há, ainda, a oferta de 08 Cursos Livres on-line na Plataforma MOOC (Massive open
online Course), os quais representam uma experiência orientada e colaborativa em parceria
com a Rede Tim-Tec/Instituto TIM ao entender a comunidade virtual como um todo em
grande perspectiva de formação.
2.2.1 Cursos de Graduação em EaD
O Sistema UAB foi instituído pelo Decreto 5.800, de 8 de junho de 2006, para "o
desenvolvimento da modalidade de educação à distância, com a finalidade de expandir e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior no País". Fomenta a
modalidade de educação à distância nas instituições públicas de ensino superior, bem como
apoia pesquisas em metodologias inovadoras de ensino superior respaldadas em tecnologias
de informação e comunicação. Além disso, incentiva a colaboração entre a União e os entes
federativos e estimula a criação de centros de formação permanentes por meio dos polos de
educação à distância em localidades estratégicas.
A Oferta de Cursos de Graduação na Modalidade EaD no âmbito do IFAM se faz
através do Programa Universidade Aberta do Brasil (UAB) cujo objetivo é ampliar e
interiorizar a oferta de cursos e programas de educação superior, por meio da educação à
distância. A prioridade é oferecer formação inicial a professores em efetivo exercício na
educação básica pública, porém ainda sem graduação, além de formação continuada àqueles
já graduados. Para tanto, os Cursos tem suas atividades presenciais organizadas em Polos os
quais servem de apoio para o desenvolvimento de atividades pedagógicas, em que os alunos
entram em contato com tutores e professores e têm acesso à biblioteca e laboratórios de
informática a fim de viabilizar o processo de ensino e aprendizagem em EaD.
O Sistema EaD disponibiliza o Curso Superior de Licenciatura em Física e
Licenciatura em Pedagogia, no âmbito dos programas de fomento, a partir das demandas
articuladas com os Polos da Universidade Aberta do Brasil (UAB) que estejam em situação
favorável para receber o Curso, sendo 30 vagas por polo.
Ao concluir o curso, o licenciado em Física, em atendimento às Diretrizes Nacionais
Curriculares para os Cursos de Física e às Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação
de Professores da Educação Básica, em nível superior, será um profissional capaz de:
Dominar princípios fundamentais da Física clássica e moderna e suas relações com as novas
�tecnologias; Diagnosticar e avaliar a solução de problemas físicos tanto de natureza teórica
bem como experimental, fazendo uso de laboratórios virtuais ou reais, ou ainda
fundamentação matemática adequada; Compreender fenômenos e processos físicos a luz dos
princípios fundamentais da física, reconhecendo seus domínios e validade; Desenvolver uma
conduta ético-profissional responsável, percebendo a Física como agente (re) formulador de
saberes e valores humanos e científicos; Perceber a Ciência como conhecimento desenvolvido
em diferentes contextos histórico-político-culturais, estabelecendo articulação com a prática
pedagógica; Utilizar o conhecimento matemático como suporte para o entendimento dos
fenômenos naturais associados aos modelos físicos para promover uma prática pedagógica
atualizada, estimulante e contextualizada; Saber utilizar os diversos métodos científicos
(experimentais) e recursos tecnológicos (informática) a luz das teorias pedagógicas de modo
reflexivo; Dominar a linguagem científica, utilizando-a para relacionar a Física a outras áreas
do saber de forma transdisciplinar ou interdisciplinar; Compreender problemas amazônicos no
campo da Física, estimulando a pesquisa e/ou realização de projetos, buscando desenvolver
nos alunos a prática da investigação científica e socializando os resultados.
O campo de atuação será escolas de Ensino Fundamental e/ou de Ensino Médio,
públicas ou particulares, fundações, sociedades civis sem fins lucrativos que lidam com o
Ensino Fundamental e/ou Ensino Médio; empresas prestadoras de serviços educacionais à
comunidade.
2.3 As Bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas
Esta seção apresenta a contextualização e diagnóstico situacional das Bibliotecas do
Instituto Federal do Amazonas, apontando os recursos materiais e humanos, o acervo e os
serviços prestados aos seus usuários.
O estudo foi realizado abrangendo quase todas as Bibliotecas dos 15 Campi do IFAM:
Manaus-Centro, Manaus-Distrito Industrial, Manaus-Zona Leste, Coari, Humaitá, Itacoatiara,
Lábrea, Maués, Manacapuru, Parintins, Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira,
Tabatinga e Tefé. Exceto os Campi de Parintins e de Eirunepé.
Há uma representação das Bibliotecas junto à Reitoria, sob a Coordenação Geral de
Bibliotecas - CGEB, a qual foi instituída pela Portaria nº 1.773, de 02 de setembro de 2016 e
está diretamente subordinada à Pró-Reitoria de Ensino do IFAM.
�Cabe ressaltar que os Campi de Humaitá, Itacoatiara, Eirunepé e Tefé, os quais estão
englobados na fase III de expansão, encontra-se em construção, estando atualmente em
prédios provisórios e a maioria não possui biblioteca de fato.
Juntos, as bibliotecas dos Campi coordenadas pela CGEB constituem o Sistema
Integrado de Bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do
Amazonas - SIBI-IFAM.
Conforme Sales (2015, p. 19mesmo tempo, bibliotecas escolares, técnicas e universitárias, que atendem públicos diversos,
Isso pressupõe que os usuários das bibliotecas do IFAM são diversificados, com
variados níveis de escolaridade e idade, segundo o Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia do Amazonas (2015, p. 2, grifo do autor) no Capítulo II - Dos usuários:
Art. 2º São considerados usuários das Bibliotecas:
I - discentes do IFAM;
II - servidores do IFAM;
III - outros funcionários vinculados ao IFAM; e
IV - Comunidade externa.
E para que o SIBI-IFAM possa atender as necessidades de seus usuários, conforme
Figueiredo (1994, p. 62)
[...] é imprescindível que os sistemas de informação que têm como objetivos
básicos atender às necessidades e demandas de informação dos seus usuários
realizem estudos de usuários para adequar as suas coleções, serviços e produtos
àquelas necessidades e demandas.
Para examinar o cenário em que estão inseridas as Bibliotecas do IFAM, fez
necessário proceder ao diagnóstico a fim de constituir elementos para delineamento do que
dispõe nos parágrafos 1 e 2, do Decreto n º 5.800, de 8 de junho de 2006, que caracteriza o
polo de apoio presencial como unidade operacional para o desenvolvimento descentralizado
de atividades pedagógicas e administrativas relativas aos cursos e programas ofertados a
distância pelas instituições públicas de ensino superior e ainda estabelece que os polos de
apoio presencial deverão dispor de infraestrutura e recursos humanos adequados às fases
presenciais dos cursos e programas do Sistema UAB.
Desse modo, nessas unidades serão realizadas atividades presenciais previstas em Lei,
tais como avaliações dos estudantes, defesas de trabalhos de conclusão de curso, aulas
práticas em laboratório específico, quando for o caso, estágio obrigatório
quando previsto
�em legislação pertinente - além de orientação aos estudantes pelos tutores, videoconferência,
atividades de estudo individual ou em grupo, com utilização do laboratório de informática e
da biblioteca, entre outras.
O diagnóstico foi elaborado com as informações obtidas através da aplicação de um
questionário aos gestores e/ou responsáveis pelas bibliotecas. Utilizou-se, além do
questionário, como suporte documental o Regimento Geral que regem as Bibliotecas do
IFAM.
No quadro 1, pode-se afirmar que há a necessidade de equipar as Bibliotecas do IFAM
com uma maior quantidade de equipamentos de informática necessários para realizarem suas
atividades e atender os seus usuários seja da educação presencial ou EaD.
QUADRO 1 - Equipamentos existentes (quantidade e tipos)
FONTE: Pesquisa sobre os equipamentos das Bibliotecas do IFAM, 2017.
Ainda sobre os referenciais de qualidade (BRASIL, 2007), as bibliotecas dos polos
devem possuir acervo atualizado, amplo e compatível com as disciplinas dos cursos ofertados.
Seguindo a concepção de amplitude de meios de comunicação e informação da educação à
distância, o material oferecido na biblioteca deve ser disponibilizado em diferentes mídias. É
�importante, também, que a biblioteca esteja informatizada, permitindo que sejam realizadas
consultas online, solicitação virtual de empréstimos dos livros, entre outras atividades de
pesquisa que facilitem o acesso ao conhecimento. Além disso, a biblioteca deve dispor em seu
espaço interno de salas de estudos individuais e em grupo.
QUADRO 02- Sobre a existência de catálogos
FONTE: Pesquisa sobre as Bibliotecas do IFAM, 2017.
No Quadro 02, sobre a existência de catálogos, poucas bibliotecas do IFAM
responderam que possuem, seja na forma impressa ou online. E na Figura 01, mais de 60%
das bibliotecas, não disponibilizam os serviços de consulta ao acervo, reserva de obras,
empréstimos entre outros de forma online.
�FIGURA 01- Sobre os serviços disponíveis de forma online
FONTE: Pesquisa sobre as Bibliotecas do IFAM, 2017.
Para a instalação de polos, dois outros requisitos necessitam de ser atendidos. O
primeiro diz respeito às condições de acessibilidade e utilização dos equipamentos por
pessoas com deficiências, ou seja, deve-se atentar para um projeto arquitetônico e pedagógico
que garanta acesso, ingresso e permanência dessas pessoas, acompanhadas de ajudantes ou
animais que eventualmente lhe servem de apoio, em todos os ambientes de uso coletivo.
O outro requisito refere-se à existência de um projeto de manutenção e conservação
das instalações físicas e dos equipamentos. Para a realização desses serviços, o polo deve
contar com técnicos em informática e técnicos para os laboratórios de ensino específicos
(quando couber), contratar pessoal capacitado para manutenção e conservação do acervo
bibliográfico, dos equipamentos e das instalações físicas do local, além de pessoal de limpeza
e serviços gerais. O polo de apoio presencial, sendo uma unidade para atendimento aos
estudantes, e local das atividades presenciais, além da estrutura física adequada, deve contar
com uma equipe capacitada para atender os estudantes em suas necessidades. A composição
desta equipe dependerá da natureza e dos projetos pedagógicos dos cursos, sendo, no mínimo,
compostos pelo coordenador do polo, os tutores presenciais, técnicos de laboratório de ensino
(quando for o caso), técnicos para laboratório de informática, bibliotecário, pessoal de
secretaria.
�3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação à distância é uma forma mais acessível de todas as modalidades de ensino,
pois se utiliza de tecnologias e de metodologias específicas que ultrapassam obstáculos
temporais e geográficos para a construção e democratização do aprendizado. Ela tem se
desenvolvido em função de um contexto social, no qual a influência tecnológica reordenou
valores e práticas pedagógicas necessárias para o ensino e para a aprendizagem.
Dessa forma, espera-se que nessa modalidade de Educação o conhecimento seja
transmitido de uma forma diferenciada, onde o indivíduo é trabalhado para desenvolver sua
autonomia, capacidade de pensar, resolver problemas, de tomar decisões e de descobrir como
processa seu próprio aprendizado, tornando-se assim um cidadão mais preparado e consciente
para a vida em sociedade.
Nas ações relacionadas à oferta de cursos à distância, as instituições universitárias de
têm se preocupado em prover o acesso, cada vez mais facilitado por meio de suas bibliotecas,
aos materiais didáticos e aos recursos bibliográficos, com ampla disponibilidade de revistas
científicas, textos profissionais, bem como informações técnicas e científicas para atender aos
alunos que optam por esta modalidade de aprendizagem.
Neste trabalho constatou-se que as Bibliotecas dos IFAM não estão adequadamente
estruturadas para atender aos alunos e cursos à distância ofertados pelo Instituto, conforme
critérios estabelecidos nos Referenciais de Qualidade para o Ensino Superior a Distância e nos
Instrumentos de Avaliação do MEC, estabelecendo relações com as políticas públicas do
Governo Federal para a interiorização, expansão do ensino superior e apoio ao
desenvolvimento regional. Para a realização do estudo, optou-se pela pesquisa aplicada, com
abordagem metodológica quanti-qualitativa. Os resultados mostram que as bibliotecas
apresentam problemas estruturais e informacionais, e não estão adequadas para atender ao
modelo proposto e, portanto, não estão atendendo às necessidades dos alunos, evidenciando a
necessidade de se instituir políticas para garantir a implantação, manutenção e funcionamento
das mesmas.
�REFERÊNCIAS
BRASIL. Decreto nº 9.057, de 25 de maio de 2017. Regulamenta o art. 80 da Lei 9.394/96, 20
dez. 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional Diário Oficial da União,
Atos do Poder Executivo, Brasília, DF, 26 maio. 2017. Seção 1, p. 3-4.
BRASIL. Leis e Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Decreto n. 5.622, de 19 de
dezembro de 2005. Regulamenta o art. 80 da Lei 9.394/96, 20 dez. 1996. Estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, Brasília, ano 134, n. 248, p.
27833-27841, dez. 2005. Disponível em:
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BRASIL. MEC. SEED. Referenciais de qualidade para Educação Superior a distância.
2007. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/legislacao/refead1.pdf>.
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BRASIL. Presidência da República. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005.
Regulamenta o art. 80 da lei n.9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as
diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 2005b. Disponível em: <
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PETRI, O. Autonomia do Aprendiz na Educação à Distância: significados e dimensões. In:
PETRI, O. Educação à Distância: construindo significados. Cuiabá, 2000.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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A name given to the resource
Reflexões sobre o ensino a distância e as bibliotecas do IFAM.
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Simões, Priscila Pessoa; Souza, Oziane Romualdo de
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2018
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The nature or genre of the resource
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O presente artigo trata de uma reflexão acerca da Educação à Distância (EaD), das bibliotecas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (IFAM) e dos Recursos Informacionais disponibilizados aos alunos da EAD. De acordo com o MEC, a Educação à distância é a modalidade educacional na qual alunos e professores estão separados, física ou temporalmente e, por isso, faz-se necessária à utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação. Essa modalidade é regulada por uma legislação específica e pode ser implantada na educação básica (educação de jovens e adultos, educação profissional técnica de nível médio) e na educação superior, é através desta que se faz uma abordagem sobre EaD, o desenvolvimento dessa modalidade de ensino e sobre os referenciais de qualidade para Educação Superior à distância elaborados pelo Ministério da Educação (MEC). O objetivo desse artigo é verificar se as bibliotecas do IFAM atendem esses referenciais e aos seus usuários no provimento e acesso aos serviços e recursos informacionais necessárias às atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os caminhos metodológicos utilizados neste trabalho consistiram no levantamento de dados em fontes variadas, ora por meio de levantamento bibliográfico, com revisão da literatura para avaliar a bibliografia pertinente ao assunto e ora da pesquisa documental em fontes primárias e secundárias, com o objetivo de buscar informações que contribuíssem para conhecer melhor o assunto abordado
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Eixo III - Ensino
OS DESAFIOS E CAMINHOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA
NACIONAL DE CURSO DE BIBLIOTECONOMIA EAD: UMA
PERSPECTIVA A PARTIR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
THE CHALLENGES AND PATHWAYS FOR THE IMPLEMENTATION OF THE NATIONAL
DISTANCE LEARNING COURSE OF LIBRARIANSHIP : A PERSPECTIVE FROM THE
FEDERAL UNIVERSITY OF GOIÁS
Resumo: Discute-se os desafios e caminhos na implantação do programa nacional de curso de
Biblioteconomia na modalidade a distância no âmbito da Universidade Federal de Goiás. A
discussão é pautada no projeto pedagógico do curso de biblioteconomia a distância; conversas
com a alta administração da universidade e pesquisa bibliográfica. Apresenta-se o conceito e
alguns marcos regulatórios da educação a distância no Brasil e a exigência, em termos de
bibliotecas e bibliografias básica e complementar, para autorização de cursos nessa
modalidade. Os desafios envolvem aspectos pedagógicos que impõem questões sobre a
qualificação da equipe; interatividade entre professor e aluno; adoção de novas abordagens
pedagógicas pelo corpo docente; entendimento dos papéis do professor e do tutor no processo
ensino-aprendizagem; medidas para minimizar a evasão e; criação de oportunidades de
estágio em biblioteconomia para os alunos no interior do Estado. Infraestrutura de biblioteca e
desenvolvimento do acervo também devem ser considerados. Dentre as propostas, destaque é
dado para a criação de uma rede de bibliotecas para o atendimento do aluno Ead que envolva
bibliotecas universitárias de instituições de ensino superior púbico; reedição do Plano
Nacional de Bibliotecas Universitárias; movimento nacional para a estruturação de biblioteca
digital que contemple as bibliografias básicas e complementares do curso.
Palavras-chave: Ensino a distancia. Graduação em Biblioteconomia. Desafios na educação a
distância.
Abstract: It discusses the challenges and paths in the implantation of the national program of
Librarianship course in the distance learning modality within the scope of the Federal
University of Goiás. The discussion is based on the analysis of pedagogical project of the
�course , dialogues with the university administration officials and bibliographic research. It
presents the concepts and some regulatory frameworks of distance education in Brazil and the
authorization. The challenges involves pedagogical aspects that demands a continuous
qualification of the team, interactivity between teacher and student; adoption of new
pedagogical approaches, understanding of the roles of teachers and tutors in the teachinglearning process, measures to minimize evasion and the creation of internship opportunities
for librarianship students in the countryside. Attention must be given to the library
infrastructure and development of the bibliographic collection. Among the proposals for
overcoming the raised points, emphasis is given to the creation of a network of libraries to
assist the distance learning student; reissue of the National Plan for University Libraries;
national movement for the structuring of a digital library with the basic and complementary
bibliographies of the course.
Keywords: Distance learning. Librarianship graduation. Challenges at distance learning.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, observaram-se avanços significativos no ensino a distância no
Brasil. Segundo o Censo da Educação Superior156, em 2016 as instituições públicas e privadas
ofereceram para a graduação 3.936.573 vagas.
Na esteira dessa expansão,
em 23 de
novembro de 2017, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(CAPES) convidou157 os reitores das instituições federais de ensino superior integrantes do
Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) para participarem da apresentação do Projeto
Pedagógico Nacional do Curso de Bacharelado em Biblioteconomia na modalidade de
educação a distância (BibEAD).
A publicação de edital para a adesão está prevista março de 2018, com o início do
curso já no segundo semestre de 2018. Sinalizado o interesse em participar do projeto, O
MEC agendou reuniões individualizadas com cada instituição para sanar dúvidas surgidas
após a leitura do material enviado. A reunião com o grupo de professores do curso de
Biblioteconomia presencial da da Universidade Federal de Goiás (UFG) ocorreu em 13 de
dezembro de 2017.
A partir desses primeiros contatos com a CAPES e com equipe responsável pela
proposição do curso, bem como conversas com as diferentes instâncias administrativa da
UFG, estudo do projeto político-pedagógico e pesquisa bibliográfica pontuamos os desafios
156 Ultimos dados atualizados. Informação disponível no INEP em:
http://portal.inep.gov.br/web/guest/sinopsesestatisticas-da- educacao-superior. Acesso em: 20 jan de 2018.
157 Ofício Circular nº 50/2017-CPCF/CGPC/DED/CAPES, assinado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior (CAPES)
�que enfrentaremos, no âmbito da nossa instituição, tanto em relação aos aspectos pedagógicos
do curso quanto de infraestrutura de bibliotecas e acervo. Sugestões pautadas na literatura são
levantadas para superar tais dificuldades Espera-se que essa iniciativa fomente discussão
nacional quanto aos desafios que cada instituição, considerando-se a sua realidade regional,
terá à sua frente na implantação do BibEAD e que se possa pautar uma agenda unificada
sobre os encaminhamentos necessários e urgentes nas diferentes instâncias políticas federais.
2 A PROPOSTA DO PROGRAMA NACIONAL DO CURSO BIBLEAD
O Curso de Biblioteconomia a distância - BibEAD é resultante de parceria, firmada
em 2009, entre o Conselho Federal de Biblioteconomia com
a CAPES) / Sistema
Universidade Aberta do Brasil (UAB). A comissão técnica para elaboração da proposta do
projeto pedagógico do curso (PPC) e acompanhamento das ações necessárias para a
implantação do projeto a nível nacional foi instituída em 2010 pela Portaria CAPES n°
117/2010 (BRASIL, 2017a).
O PPC do BibEAD apresentado pela equipe possui carga horária de 2895 horas,
distribuídas em oito semestres letivos e oito eixos temáticos (figura 1). O menor eixo é o
Módulo Básico, com 195 horas, os maiores têm 480 horas, cada um.
�FIGURA 1 Estrutura Curricular do BibEAD
Fonte: Projeto Pedagógíco BIBLEAD (BRASIL, 2017).
O PPC prevê 240 horas para estágio supervisionado, realizadas, preferencialmente, em
diferentes tipos de biblioteca (públicas, escolares, universitárias, especializadas), a partir do 5º
semestre. O estágio supervisionado deve ser coordenado por um professor da graduação e
atender às normas da IES a que o curso está vinculado. O aluno deve ainda cumprir 120 horas
de atividades complementares e outras 180 horas em disciplinas optativas (BRASIL, 2017a).
�O Trabalho de Conclusão de Curso, por sua vez, exige que o discente tenha cursado
disciplinas de introdução à pesquisa científica, com carga horária de 180 horas.
3 ENSINO A DISTÂNCIA
O ensino a distância pode ser entendido como o estabelecimento de ambientes
educacionais, através de estruturação de cursos que podem ser disponibilizados para locais
remotos, de forma assíncrona ou síncrona, sendo a relação entre aluno e professor mediada
pelos meios de comunicação. Nos tempos atuais, o meio de comunicação privilegiado nesta
relação é a internet.
Esta modalidade de ensino surge como resposta plausível para a
crescente necessidade social de proporcionar educação a uma parcela da população adulta não
adequadamente atendida pelo sistema tradicional de educação, devido a barreiras de natureza
diversa como, por exemplo, as geográficas, econômicas e sociais.
Há de se ressaltar que, apesar das iniciativas em EaD remeterem aos anos 1920,
conforme demarcado por Saraiva (1996) as primeiras medidas para regulamentação desta
modalidade de ensino foram tomadas na década de 1960, merecendo destaque a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB- Lei 5.692/71), como sugerem Saraiva (1996)
e Soares (2006). Com a LDB, abria-se a possibilidade para que o ensino supletivo fosse
ministrado mediante a utilização do rádio, televisão, correspondência e outros meios de
comunicação. No entanto, o ensino a distância no Brasil tomou nova dimensão com a entrada
das universidades públicas federais nesta modalidade de ensino, possibilitada pelo Decreto
5.800 de 08 de junho de 2006, que criou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
As investidas da Universidade Federal de Goiás na educação a distância são anteriores
à criação da UAB. A primeira experimentação do formato de ensino a distância na UFG
ocorreu no ano de 1998, através do curso de Gestão Escolar, curso este de aperfeiçoamento na
categoria pós-graduação Lato Sensu (RODRIGUES, 2009). As experiências anteriores com
cursos a distância favoreceram, de certa forma, a implantação da UAB na instituição no ano
de 2005. Em decorrência disso e com o objetivo de implementar e sistematizar ações de apoio
ao aprendizado em rede, mediadas pelas tecnologias da informação e comunicação, junto aos
cursos de graduação, pós-graduação, extensão e capacitação, foi criado, em 2007, o Centro
Integrado de Aprendizagem em Rede (CIAR),
Atualmente a UFG oferece, com apoio de vinte e dois (22) polos localizados em
diferentes cidades do Estado de Goiás, seis (6) cursos de graduação; dez (10) cursos de pósgraduação; um (1) de aperfeiçoamento e dois (2) de extensão. Dentre os cursos de pósgraduação, o quadro docente da Biblioteconomia da UFG é responsável pela oferta do Curso
�de Especialização em Letramento Informacional (CELI), já em sua segunda turma158. Mas a
primeira a experiência do corpo docente da Biblioteconomia UFG foi com o Curso de
Capacitação de Auxiliares de Bibliotecas para os Polos EaD, ofertado em 2008
3.1 BIBLIOTECA E ENSINO A DISTÂNCIA DISPOSIÇÕES REGULATÓRIAS
Dentre os marcos regulatório, atenção deve ser dada à Portaria 301, de 7 de abril de
2007 (BRASIL, 2007). A portaria 301, de 7 de abril de 1998, estabelecia de forma clara que
um dos requisitos para autorização de funcionamento de cursos a distância é a estruturação de
biblioteca, conforme especificado no Artigo 3º., inciso IV.
O referido documento
acrescentava à lista de exigência a existência de locais adequados para a instalação das
os mesmos recursos para o acesso às informações e dispor de locais adequados para atender às
demandas de informação dos alunos.! (BRASIL, 2007, p. 19),
Além das diretrizes estabelecidas no documento supracitado, o MEC criou variáveis
para avaliar e credenciar, não só os cursos de graduação EaD, como também os Polo de Apoio
Presencial (PAPs) e instituições ofertantes de cursos nessa modalidade de ensino. O
credenciamento institucional levava em consideração a existência de corpo administrativo
para atuar na gestão das bibliotecas dos Polos; acesso físico às bibliografias básicas e
complementares do curso; instalações para o gerenciamento central das bibliotecas dos Polos
e para manipulação do acervo; informatização do sistema de bibliotecas que administra a
biblioteca dos Polos; política de expansão, aquisição e atualização do acervo dos Polos.
No entanto, em outubro de 2017, a diretoria de avaliação da educação superior
obrigatoriedade da presença do profissional bibliotecário é feita. A nova exigência para
autorização leva-se em consideração somente o acervo das bibliografias básica
e
complementar para, no máximo, os dois primeiros anos 159. O mesmo deve estar tombados,
plares e/ou assinaturas
de acesso mais demandadas, sendo adotado plano de contingência para a garantia do acesso e
158 A primeira oferta aconteceu no período 2014 e 2015. com 180 vagas e 70 concluintes. .A segunda turma,
com 295 alunos, iniciou em Abril de 2017, com término em setembro de 2018.
159 Para o recredenciamento, é exigido 100% da bibliografias básica e complementar.
�relação entre a quantidade de vagas ofertadas e o número de exemplares por título (ou
assinatura de acesso) disponível no acervo. Nos casos de títulos eletrônicos, a instituição deve
garantir o acesso aos mesmos disponibilizando instalações, recursos tecnológicos e serviços
de internet contínuo e ininterrupt
-se que são critérios
bastante subjetivos.
4 DESAFIOS E CAMINHOS POSSÍVEIS: O OLHAR DA UFG SOBRE A OFERTA
DO BIBEAD
São muitos os desafios na oferta de cursos a distância. A literatura está repleta de
exemplos. Martins (2008) destaca como principais questões a serem consideradas na oferta
de ensino a distância a formação de professores especialistas e tutores, estrutura e
funcionamento dos centros associados ou PAPs, material didático160, processo de avaliação da
aprendizagem, metodologia de ensino. Já Bellloni (2002) destaca a necessidade de se pensar
em conteúdos e estratégias de ensino inovadoras, enquanto. Marques et al. (2009 apud
BENTES, KATO, 2014) chamam a atenção para o índice de abandono dos estudos,
desmotivação, frustração por parte dos alunos, professores e tutores e procedimentos de
ensino pouco eficientes dos cursos à distância. Acrescenta-se a essa lista forte resistência a
essa modalidade de ensino, não só entre docentes, mas presente também, apesar de velada,
entre alunos, instituições educacionais (MARQUES; CAVALCANTI, 2009). Menciona-se
ainda as dificuldades para implantação dos estágios obrigatórios supervisionados e a
infraestrutura de biblioteca para alunos EaD.
A partir dos apontamentos acima e da proposta curricular do BibEAD, reorganizamos
os apontamentos dos autores acima e elegemos as seguintes categorias para discussão no
presente trabalho por acharmos mais urgentes no âmbito da implantação do curso na UFG:
aspectos pedagógicos (formação de professores e tutores; estrutura de estágio e evasão) e
infraestrutura de informação (biblioteca e desenvolvimento de acervo),
4.1 ASPECTOS PEDAGÓGICOS
Os aspectos pedagógicos estão organizados em três (3) categorias: corpo docente, o
estágio; e evasão.
160 Não trataremos aqui do material didático produzido para a EaD, mesmo porque esse ainda não foi
publicizado.
�4.1.1 O corpo docente
Apesar da experiência e qualificação do quadro docente da Biblioteconomia da UFG,
muito ainda se tem que aprender e superar para a atuação no EaD. Revisitar nossos
preconceitos e abordagens de ensino e investir em novas possibilidades pedagógicas são
medidas necessárias. Não se trata meramente de replicar a estrutura, dinâmica e
comportamentos adquiridos no ensino presencial, como se apenas a tecnologia fizesse a
diferença. O planejamento das atividades para o aluno EaD deve ter como eixo norteador o
geralmente fundamenta os planos de ensino
de cursos presenciais
(BLACK; MC
CLINTOCK, 1996; DEWEY, 1959 apud SANTOS; SANTOS, 2014).
Outro ponto a ser ressaltado é que, diferentemente do ensino presencial centrado no
professor, a atividade pedagógica na EaD é fragmentada entre diferentes atores: professor
conteudista
responsável por produzir o material pedagógico do curso; professor formador -
responsável pelas atividades típicas de ensino (planejar a disciplina, pensar as atividades
avaliativas e propor metodologias de ensino), de projetos e de pesquisas no âmbito dos cursos
e programas implantados pela UAB, com experiência de, no mínimo, um ano no ensino
superior e; tutor que conduzirá atividades típicas de tutoria, sendo exigida formação básica de
nível superior, com no mínimo um ano de experiência de docência no ensino básico e
fundamental161.
Apesar de ser um trabalho coletivo, isso não implica necessariamente que o fazer
pedagógico na EaD seja colaborativo e, não é raro, que os atores envolvidos percam a noção
da totalidade do processo de ensino-aprendizagem e não tenham clareza quanto ao seu papel e
funções (MEDEIROS, 2010). A falta de delimitação clara de atuação de cada ator tem
odem variar desde a distribuição de tarefas,
2017, sem paginação) Portanto, é importante que as instituições ofertantes estabeleçam e
esclareçam as competências e responsabilidades de cada ator envolvido, princialmente entre
professor formador e tutor, no processo de ensino e aprendizagem a distância. Além do mais,
sugerimos como forma de tornar a atividade mais colaborativa que se pense na constituição de
161 No caso do curso BibEAD acreditamos que essa exigência não se aplica uma vez que formamos bacharéis e
não licenciados, sendo substituido, talvez, por 1 ano de experiência profissional.
�comunidades práticas em que se discutam não só as dificuldades e dúvidas, mas que, no
compartilhamento de boas práticas, proponham-se soluções para os desafios a serem
enfrentados.
A atuação em EaD exige outras competências e habilidades além daquelas do ensino
presencial. Sobre isso, Aretio (1996, apud SANTOS; SANTOS, 2014, p. 3) acredita que
tutores e professores formadores devem:
ter domínio das técnicas e habilidades para tratar de forma específica os conteúdos
(escrita, áudio, vídeo e informática); saber utilizar outras linguagens; possibilitar
que o aluno avalie seu próprio processo de aprendizagem e tenha acesso a diferentes
técnicas de recuperação e correção para o sucesso das aprendizagens; capacidade de
organizar outras vias de aprendizagem, tais como leituras, atividades, imagens,
entrevistas, consultas e saber utilizar os meios de comunicação social como
instrumentos para alcançar fins específicos, aproveitando todas as possibilidades e
fazendo uso de todo potencial educativo das tecnologias da informação e da
comunicação, uma vez que o suporte tecnológico aumenta as chances e a
diversidade necessária à sala de aula contemporânea.
A adoção de metodologias ativas em práticas de EaD é uma demanda recorrente na
literatura. A maior parte das metodologias ativas utilizas na educação a distância envolve a
aprendizagem baseada em problemas (PBL, Problem Based Learning), o design thinking
incorporado à PBL, práticas de sala de aula invertida, aprendizagem baseada em projetos,
bem como a aprendizagem por pares e equipes (FONSECA; NETO, 2017).
Deve-se
considerar de forma incisiva a possibilidade de gameficação das atividades de ensino. A
combinação entre estas propostas certamente trará um mais efetivo aprendizado no BibEAD.
4.1.2 Estágio
Criar campo e regras para o estágio para os alunos EaD não se mostra tarefa simples.
Primeiro devido à escassez ou precariedade de bibliotecas no interior do Estado,
principalmente as escolares e públicas. Segundo, a ausência de bibliotecários na maioria das
bibliotecas, excetuando-se as bibliotecas universitárias.
Pensando nessa realidade, estabelecer parcerias com outras instituições de ensino
superior se torna, fundamental para garantir a qualidade na formação do aluno do BibEAD A
parceria entre Instituto Federal de Goiás, Instituto Federal Goiano, a Universidade Estadual de
Goiás (UEG) e a UFG, considerando os diversos campi espalhados pelo Estado, abriria
espaços interessantes de estágios para a formação do aluno. Portanto, as bibliotecas
universitárias das instituições aderantes ao programa BibEAD, teriam o duplo papel de
�atender o aluno-usuário do curso e de constituir-se como campo de estágio para formação
profissional desse aluno.
Outro espaço em potencial para estágio obrigatório são as bibliotecas dos PAPs. Nesse
caso, o aluno poderá ser supervisionado pelo tutor presencial bacharel em biblioteconomia.
Para viabilizar estágios em bibliotecas escolares, pode-se considerar a possibilidade de o
aluno ser orientado e supervisionado tanto por um professor do curso quanto por um tutor
presencial. Essas medidas podem se mostrar estratégicas para sensibilizar essas unidades de
informação quanto à necessidade de se contar com o profissional em sua equipe e,
simultaneamente, mudar a realidade das bibliotecas escolares e dos polos.
4.1.3 Evasão
Segundo Anuário Estatístico de Educação Aberta e a Distância (ABRAED, 2008, p.
87), no Brasil, a taxa de evasão média de um curso em EaD é de 26,3%. Entre eles, 85%
abandonam logo no primeiro ano de curso e outros 27%¨, no segundo ano. Conforme Neves
(2006) e Maurício (2015) a situação é proveniente de uma junção de fatores que podem
significar desistências, afastamentos, transferências, isto é, a saída do aluno da universidade
ou de um curso, definitiva ou temporariamente. Este fenômeno tem preocupado as instituições
e órgãos responsáveis, fazendo com que sua complexidade e abrangência tornem-se objeto de
estudo e análise de diversos pesquisadores.
Para Coelho (2004) os principais fatores para a evasão nos cursos estariam
relacionados a:
falta de interação e respostas efetivas entre os envolvidos no processo
educacional; falta de habilidades para lidar com as novas tecnologias para acompanhar as
atividades; ausência de reciprocidade da comunicação, ou seja, dificuldades em expor ideias
em uma comunicação escrita a distância, inviabilizando a interatividade; falta de agrupamento
de pessoas numa instituição física, construída socialmente faz com que o aluno de EaD não se
sinta incluído num sistema educacional. Além disso, pode-se acrescentar fatores como
ambiente de aprendizagem, metodologia do curso e variáveis particulares aos alunos, como é
o caso do gerenciamento do tempo para dedicar-se ao curso.
Sugestões para a superação dos pontos acima levantados passam pela qualificação do
da equipe pedagógica, conforme discutido no anteriormente; sensibilização do aluno quanto a
gestão de seu tempo e assunção de sua responsabilidade no seu processo de aprendizagem;
criação de uma efetiva Comunidade Virtual de Aprendizagem, que viabilizaria trocas de
experiências entre professores e tutores; instituição de mecanismos de autoavaliação do
�curso/disciplina; delimitação da quantidade de atividades de acordo como tempo para sua
realização; diversificação de recursos e formas de expor conteúdos e atividades; garantia de
espaço para escrita e reflexão pessoal de cada estudante sobre o seu processo de
coletivo exclusivo para discussão e interação com os colegas, como mídias sociais (NETTO;
GUIDOTTI; SANTOS, 2012, p. 8). A necessidade de utilização de diversos meios e recursos
no processo de ensino-aprendizagem a fim de minimizar a distância física entre professores e
estudantes é apontada por Madeira (2006).
Dentre os recursos de ensino que podem ser adotados, web conferências, chats e outros
canais interativos devem ser considerados, visto que permitem ao estudante dirimir possíveis
dúvidas e interagir com os docentes de forma mais dinâmica. Encontros presenciais também
favorecem a interação e podem reforçar as relações dos estudantes entre si e entre a equipe
pedagógica. Mas devem ser acionados com parcimônia e de forma voluntária uma vez que a
sua obrigatoriedade é responsável por quase 5% do total de evasão (ABRAEAD, 2008).
É fundamental que no curso a distância o estudante seja mais proativo na sua formação
e dedique sistematicamente algumas horas por dia para estudo do material e execução das
atividades propostas, além de participar nos fóruns e tirar possíveis dúvidas. Se não houver
disciplina, facilmente ele se perderá e se desmotivará para dar continuidade aos estudos.
Nesse sentido, é interessante que no início do curso, seja ofertada oficina de organização e
gestão do tempo para que o discente EaD possa melhor planejar as demandas do estudo de
forma mais realista e autônoma. A autonomia, como aponta Zuin (2006), é o mote da EaD,
sendo assim os cursos estão cada vez mais voltados em possibilitar aprendizagem autônoma.
Um dos fortes pressupostos da EaD é que seus integrantes (seja alunos, professores ou
tutores) tem domínio das tecnologias de informação e comunicação e que são letrados
informacionalmente. A nossa atuação em EaD, tanto no curso de especialização, quanto no de
formação de auxiliares de bibliotecas e outras experiências nos levam a questionar esse
pressuposto. As dificuldades nessas duas esferas podem induzir à evasão do aluno. Nesse
sentido Dudziak (2003, apud GOMES; FIALHO; SILVA, 2013, p. 60 ) reserva papel
fundamental ao bibliotecário na expansão da transformação da educação ao implementar
programas de letramento informacional para o desenvolvimento de competências
informacionais de seus usuários.
Cunha e Silva (2009) chamam a atenção para a importância do professor fazer uso de
seu conhecimento técnico do ambiente de aprendizagem e de suas habilidades afetivas para
manter a motivação do aluno e criar laços com o coletivo do curso. A junção desses dois
�domínios (técnico e afetivo) resulta no que os autores denominam de computação afetiva. São
tributos da computação afetiva: a sociabilidade
entendida como capacidade de formar
vínculos sociais com os demais atores (professores, tutores e alunos) , para tal pode-se
acionar as ferramentas de comunicação síncronas (bate-papos, mensagens instantâneas) como
nas assíncronas (correio, fórum de discussão); a comunicabilidade
aferida pela qualidade da
comunicação entre os participantes, capacidade de sanar dúvida em fóruns de discussão, por
exemplo s de forma oportuna e clara; a pontualidade
observância dos prazos acordados e
divulgados e prontidão nas respostas às postagens dos alunos é fundamental para manter a
motivação e interesse do aluno; o comprometimento
diz respeito ao cumprimento do que foi
estabelecido; a meticulosidade - grau de atenção dada às interações dos alunos no ambiente
virtual e às consequências destas interações para que se possa intervir quando necessário; a
iniciativa; - capacidade do professor em incentivar e apoiar as ações dos alunos no ambiente
virtual, como, por exemplo, participação nos fóruns, realização do trabalho proposto,
colaboração e contribuição para sanar dúvidas dos demais colegas.
4.2 INFRAESTRUTURA INFORMACIONAL: BIBLIOTECA E ACERVO
Cabe ao município interessado em aderir à educação a distância prover espaço físico
para o atendimento ao aluno em conformidade com as exigências estabelecidas pela UAB
para credenciamento de polos de apoio presencial. Dentre os desafios para a oferta de cursos
EaD na UFG está a realidade financeira dos municípios. A criação e manutenção de
infraestrutura de laboratórios de informática, acesso à internet, acervo (impresso e virtual),
equipamentos, mobiliário e equipe técnica para atender a alguns setores dos Polos requer
montante razoável de recursos financeiros que, em muitos casos, não condizem com a
realidade de muitos municípios goianos. A ausência de aporte financeiro poderá inviabilizar a
oferta de cursos com a qualidade desejada pelo Governo. Diante dessa realidade, mesmo
considerando que legalmente a responsabilidade de manter a infraestrutura dos polos é do
Município, o MEC e a CAPES, cientes das dificuldades enfrentadas, viabilizou, até 2010,
recursos qualificação dos PAPs
Entretanto, a avaliação dos PAPs parceiros da UFG conduzida por Rocha (2010)
retratou uma realidade pouco convincente. Os dados coletados pela autora revelaram que
38,1% dos polos ainda não possuíam bibliotecas, apesar dos cursos de graduação já estarem
em andamento; somente 2,5% das bibliotecas possuem instalações para estudo individual;
mostraram que em apenas 31,6% das bibliotecas há espaço para estudo em grupo; 15%
realizavam empréstimo de material. Não acreditamos que essa realidade tenha mudado e ela
�nos remete à questão antiga e ainda não respondida: EaD com que biblioteca?
O
envolvimento das Bibliotecas Universitárias como gestoras e promotora de políticas nessa
seara é urgente, mesmo reconhecendo as suas limitações em termos de recursos financeiros e
humanos. É preciso romper a cultura de apostilamento que impera na EaD.
Na conclusão de seu artigo, Blattmann e Dutra (1999) reforçam que o apoio aos
estudantes off campus demandam formas de colaboração entre os bibliotecários e
profissionais da informática. Porém, defende-se aqui que a colaboração e parcerias, não só
devem envolver todas as instâncias institucionais, como também devem ser estendidas para
além dos muros da instituição ofertante. A formação de consórcio de bibliotecas para o
entendimento EaD é uma saída apontada na literatura. Essa ideia já estava presente no
trabalho de Rocha (2010). A autora indica, para o pleno funcionamento das bibliotecas dos
entre a IES e as bibliotecas dos Polos da UAB/UFG, por meio de parceria, com o objetivo de
disseminar as informações contidas nos periódicos eletrônicos, bases de dados e acervos
EaD das instituições consorciadas.
O atendimento ao aluno EaD exige a estruturação de serviços adequados à sua
dinâmica, característica e demandas. Nesse sentido, a American Association of College and
Research Library - ACRL elaborou
lista de possíveis serviços a serem oferecidos à
comunidade EaD.. Embora não pretenda ser exaustiva, a lista classifica os seguintes serviços
como essenciais: pesquisa e consulta; prover informação em formatos acessíveis ao maior
número de pessoas, incluindo pessoas com deficiência; acesso confiável, rápido e seguro a
recursos on-line; programa de instrução de usuário para a promoção da alfabetização digital;
empréstimo entre biblioteca; estabelecimento de horários adequados de funcionamento da
biblioteca para usuário EaD; promoção de políticas e gerenciamento de recursos de
informação; envio rápido aos usuários de itens constante no acervo da instituição; instruções
sobre o uso de mídia e equipamentos impressos e não impressos; disponibilizar publicações
eletrônicas de acesso livre e aberto.
Diversas outras sugestões de serviços são encontradas na literatura. No entanto, não se
tem aqui espaço nem pretensão de sermos exaustivos quanto as possibilidades de ofertas de
serviços ao aluno EaD. intenção é pontuar que as possibilidades de atuação e adequação de
serviços e produtos das bibliotecas à realidade do ensino a distância são reais e urgentes.
�4.2.3 DESENVOLVIMENTO DO ACERVO
A equipe pedagógica responsável pela estruturação do PPC do BibEAD enviou aos
interessados pela oferta do curso lista com sugestão para bibliografias básicas e
complementares. A partir dessa lista, a instituição deve selecionar, no mínimo, três itens das
bibliografias básica e complementar para cada disciplina para compor o acervo do curso.
Cabe ressaltar que a formação, desenvolvimento e gerenciamento do acervo para o
atendimento ao aluno do curso BibEAD é de inteira responsabilidade da instituição ofertante.
Para ter noção do montante de investimento no desenvolvimento do acervo para o
BibEAD, foi realizada consulta no catálogo do Sistema de Bibliotecas da UFG. Constatou-se
que, das 205 obras indicadas na bibliografia básica, a UFG possui 137 (67%). Mas há
desequilíbrio entre os eixos: o eixo 6
Pesquisa em Biblioteconomia e Ciência da Informação
é o melhor contemplado, com 18 itens dos 20 sugeridos; enquanto o eixo 4
Política e Gestão
de Ambientes de Informação é o que necessitará maior atenção no processo de aquisição de
acervo, com 19 itens dos 39 indicados.
Os dados, apesar de aparentemente animadores, não indica uma situação confortável
porque o número de exemplares no acervo foi projetado para o atendimento de 50 (cinquenta)
alunos ingressantes no curso presencial. O número de exemplares deverá se ampliado
proporcionalmente ao número dos novos usuários e para o atendimento adequado ao aluno
EaD. Diante da situação, defende-se aqui mobilização nacional para a formação da biblioteca
virtual em biblioteconomia com a bibliografia básica e complementar do curso que pode ser
coordenada pela equipe que esteve à frente do projeto.
Observa-se que a estruturação da biblioteca digital
MEC/DEAD
conforme prevista pelo
ainda está no plano das intenções. Poucos ou nenhum avanço foi feito nesse
sentido. As coleções digitais que são disponibilizadas cobrem algumas áreas específicas e não
se tem certeza que contempla os itens informacionais exigidos pelo MEC
a bibliografia
básica e complementar. A construção da biblioteca virtual com acervo especializado em
biblioteconomia simplificaria a gestão, o acesso ao acervo e a alternância da oferta do curso
entre os polos. Como se trata de um programa nacional, a bibliografia básica do curso é
planificada e, portanto, comum a todas as instituições aderentes ao programa. Nesse sentido
seria profícuo que esforço coletivo fosse empreendido para a formação de biblioteca virtual
nacional em biblioteconomia. A reedição do PNBU
Programa Nacional de Bibliotecas
Universitárias não só é desejada como, a nosso ver, torna-se imperativa.
�Consideramos ainda urgente, frente a constatação de ausência de procedimentos de
gestão e políticas de aquisição do acervo nas bibliotecas dos polos, conforme diagnosticado
por Rocha (2010), empreender esforços para
adoção de gestão centralizada para as bibliotecas dos Polos, visando agilizar
procedimentos técnicos e administrativos; criação de um modelo padrão de
biblioteca para os Polos da UAB/UFG para assegurar a qualidade dos serviços
prestados e a infraestrutura necessária; alocação de recursos financeiros contínuos
por parte dos municípios ou Estado para garantir o funcionamento e manutenção das
bibliotecas; contratação de profissionais bibliotecários para a gestão das bibliotecas.
(ROCHA 2010, sem paginação).
CONCLUSÃO
Nada se faz sozinho. As palavras-chave para enfrentar parte dos desafios na
implantação do curso BibEAD são colaboração e parcerias para o atendimento ao aluno EaD
para estruturação de serviços e produtos e criação de espaços de estágio para os novos
graduandos de biblioteconomia aderentes à modalidade do ensino a distância. As
oportunidades para integrar as bibliotecas ao ensino a distância em uma rede de colaboração
são concretos, apesar de inúmeros desafios. Nesse sentido, acredita-se que a reedição do
Programa Nacional de Bibliotecas Universitárias e mobilização nacional para o
desenvolvimento de biblioteca digital que contemplem a bibliografias básicas e
complementares sugeridas pelo comité proponente do programa nacional de curso seriam
passos importantes na viabilização de tal projeto, frente aos cortes de verbas na educação
promovidos pelo atual governo.
Entende-se, no entanto, que a colaboração da biblioteca na oferta do curso BibEAD
vai além da estruturação de serviços e acervo para o atendimento ao aluno. Ela tornar-se
fundamental para a promoção do letramento informacional dos ingressos no curso e de uma
cultura organizacional mais favorável ao EaD. Romper com a cultura de apostilamento que
impregna o ensino a distância é um passo importante. Acredita-se que a capacidade instalada,
as atitudes e as orientações filosóficas das diversas partes potencialmente envolvidas em
cursos dessa natureza em relação às questões colocadas colaboram para a compreensão da
realidade das bibliotecas dos PAPs.
Adicionalmente, atenção deve ser dada à qualificação continuada de equipe
pedagógica, à evasão e à criação de campo de estágio para esses alunos. Medidas para garantir
maior interatividade entre os atores e troca de experiências são bem-vindas. Claramente as
questões envolvidas na oferta do curso de graduação em biblioteconomia na modalidade EaD
�não foram esgotadas Espera-se que movimento ora feito leve ao enfrentamento coletivo dos
desafios aqui postos.
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�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Português
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Os desafios e caminhos para a implantação do Programa Nacional de Curso de Biblioteconomia EAD: uma perspectiva a partir da Universidade Federal de Goiás.
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Gomes, Suely Henrique de Aquino et al.
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2018
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The nature or genre of the resource
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Discute-se os desafios e caminhos na implantação do programa nacional de curso de Biblioteconomia na modalidade a distância no âmbito da Universidade Federal de Goiás. A discussão é pautada no projeto pedagógico do curso de biblioteconomia a distância; conversas com a alta administração da universidade e pesquisa bibliográfica. Apresenta-se o conceito e alguns marcos regulatórios da educação a distância no Brasil e a exigência, em termos de bibliotecas e bibliografias básica e complementar, para autorização de cursos nessa modalidade. Os desafios envolvem aspectos pedagógicos que impõem questões sobre a qualificação da equipe; interatividade entre professor e aluno; adoção de novas abordagens pedagógicas pelo corpo docente; entendimento dos papéis do professor e do tutor no processo ensino-aprendizagem; medidas para minimizar a evasão e; criação de oportunidades de estágio em biblioteconomia para os alunos no interior do Estado. Infraestrutura de biblioteca e desenvolvimento do acervo também devem ser considerados. Dentre as propostas, destaque é dado para a criação de uma rede de bibliotecas para o atendimento do aluno Ead que envolva bibliotecas universitárias de instituições de ensino superior púbico; reedição do Plano Nacional de Bibliotecas Universitárias; movimento nacional para a estruturação de biblioteca digital que contemple as bibliografias básicas e complementares do curso.
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Eixo III - Ensino
A BIBLIOTECA E A PESQUISA CIENTÍFICA NO ENSINO SUPERIOR
THE LIBRARY AND SCIENTIFIC RESEARCH IN HIGHER EDUCATION
Resumo: Trata-se, neste artigo, estudo sobre a relevância da Biblioteca no desenvolvimento e
difusão da pesquisa cientifica no ensino superior. Enfatizando o papel da biblioteca na
organização da informação e seu perfil como suporte para o desenvolvimento da pesquisa
científica, realizado através de levantamento bibliográfico visando analisar o papel da
biblioteca no processo da pesquisa científica, aqui retratada através das produções das
universidades, este abrange a fase de conceitos sobre pesquisa científica e sua importância,
enfatizando o papel do pesquisador dentro das universidades, apresentando aspectos da
produção do conhecimento dentro do meio acadêmico. Com base nessas referências são
caracterizados alguns passos acerca da fase de organização metodológica de uma pesquisa,
através da visão de autores já consagrados, passando pela escolha do tema até organização
instrumental da pesquisa, levando em conta algumas barreiras que o pesquisador percorre até
a fase final de seu projeto de pesquisa. Finalizando com a análise da representatividade da
biblioteca em todas as fazes de construção, desenvolvimento e divulgação de uma pesquisa
científica.
Palavras-chave: Biblioteca - Pesquisa Cientifica; Metodologia; Ensino Superior
Abstract: In this article, we study the relevance of the Library in the development and
diffusion of scientific research in higher education. Emphasizing the role of the library in the
organization of information and its profile as a support for the development of scientific
research, conducted through a bibliographical survey to analyze the role of the library in the
process of scientific research, here portrayed through the productions of universities, this
covers the phase of concepts about scientific research and its importance, emphasizing the
role of the researcher within the universities, presenting aspects of the production of
knowledge within the academic environment. Based on these references are characterized
some steps about the phase of methodological organization of a research, through the vision
of authors already consecrated, passing through the choice of the theme until the instrumental
organization of the research, taking into account some barriers for the researcher to go
through to the phase the end of your research project. Analyzing the representativeness of the
library in all the stages of construction, development and dissemination of scientific research.
�Keywords
1 INTRODUÇÃO
A pesquisa científica para ser validada percorre um longo caminho até sua divulgação,
da escolha do assunto ou tema a ser pesquisado, a um levantamento detalhado do que existe
de publicação na área, a escolha de referências em fontes seguras e um cuidado metodológico
na execução da parte escrita, assim como a escolha de fontes para divulgar sua pesquisa, são
fases necessárias e que merecem um cuidado na sua execução. E todo este caminho percorrido
requer do pesquisador um árduo tempo e disposição para que consiga ter um trabalho de
qualidade e dentro dos padrões aceitos na comunidade acadêmica. E dentro deste contexto
que as bibliotecas se fazem importantes, pois especialmente as bibliotecas universitárias
conseguem oferecer um vasto campo de opões de fontes de pesquisa e orientações de maneira
a contribuir com o pesquisador.
Apresentamos nos capítulos a seguir um pouco de conceitos sobre Pesquisa Científica,
sua importância para sociedade e como ela depende de pessoas para ajudar no
desenvolvimento do conhecimento e vice-versa. Veremos também a metodologia que
direciona a pesquisa, com alguns pontos importantes de se conhecer para desenvolver bem a
pesquisa. Em seguida será apresentada uma reflexão sobre a metodologia da pesquisa no meio
acadêmico, como se desenvolve a pesquisa cientifica, assim como a produção do
conhecimento é narrada através das várias vertentes dentro do meio acadêmico, abrangendo
vários conceitos que visam contribuir com um olhar mais profundo sobre o tema. O papel do
pesquisador como acadêmico e profissional como sujeito questionador, seu desenvolvimento
dentro das universidades, e o processo criativo através de incentivos docentes para sua
autodescoberta como produtor de conhecimento.
Apresenta a importância da metodologia da pesquisa científica dentro de padrões que
conferem a pesquisa aspectos científicos a partir da organização do conhecimento ou através
de métodos que direcionam para um melhor resultado da pesquisa. Apontando nas
considerações finais a biblioteca como instrumento no processo da pesquisa científica nas
universidades.
2 A PESQUISA CIENTIFICA
A cada dia o homem busca mais soluções para seus diversos questionamentos, o
�mundo gira em torno de perguntas e respostas, fazendo assim com que a pesquisa seja cada
vez mais relevante no processo de desenvolvimento da humanidade.
Desde muito tempo as pessoas são chamadas a pensarem, a darem respostas, a
intelectualizarem os questionamentos do mundo, principalmente aqueles indivíduos que
passam por uma universidade. Pois, esta instituição educacional tem como principal ideia
segundo Santos (2004, p.13
, organizar, transmitir e criar, seja descobrindo, seja
-se em desenvolver a ciência que
comprova e dar a base para as diversas respostas que são encontradas com ajuda da pesquisa
que no meio acadêmico é conhecida como Pesquisa Cientifica.
A Pesquisa Cientifica, então, pode ser entendida como a busca por respostas para os
que visa a responder às necessidades humanas.
mais elaborada, com estudos e comprovações que procuram atender ao ser humano em sua
busca pelo conhecimento.
Como sabemos conhecimento é feito através de informação e Gil (2002, p. 17)
apresenta a Pesquisa Cientifica, sendo esta forma de solucionar problemas propostos através
de informações fieis e confiáveis, como observamos a seguir:
O procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar
respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa é requerida quando não se
dispõe de informação suficiente para responder ao problema, ou então quando a
informação disponível se encontra em tal estado de desordem que não possa ser
adequadamente relacionada ao problema. (GIL, 2002).
Uma característica a ser considerada da pesquisa cientifica é que esta não pode ser
feita para dar segurança aos que a utilizarem, caracterizando assim o seu lado cientifico.
com que a sociedade esteja mais segura e melhor informada acerca de situações importantes
para o seu desenvolvimento, refletindo no futuro da sociedade, como defende Moraes e
preocupações com o futuro tornamContudo, infelizmente ainda não são todos que tem a consciência da importância de
contribuir para esse desenvolvimento através da Pesquisa Cientifica, o que faz com que
muitos pesquisadores em potencial não ofereçam sua real e significativa contribuição neste
processo de desenvolvimento do conhecimento. Isso fica claro no discurso de Moraes e
�após dia, e poucos conseguem contribuir de maneira significativa para o bem da
Santos (2004, p.
capacidade de decisão, possibilidade de fazer diferença. (...) É urgente a geração da sabedoria
neste pensamento podemos perceber que o individuo é mais do que chamado a contribuir com
a pesquisa, utilizando dos dados que possuem nas mãos para trazer respostas concretas e
eficazes a todos.
Este perfil pode e deve ser aplicado especialmente aos estudantes do ensino superior,
onde segundo a LDB, é necessário o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão.
Mostrando, então, que esses alunos devem ter suas atenções voltadas para a busca.
Esta pesquisa no meio acadêmico é vista hoje como um desafio que deve ser
enfrentado pelas universidades, isso fica claro no pensamento de Beirão (2008) ao dizer:
O desafio da universidade hoje é formar indivíduos capazes de buscar
conhecimentos e de saber utilizá-los. (...) estando diante de um problema para o qual
ele não tem a resposta pronta, o profissional deve saber buscar o conhecimento
pertinente e, quando não disponível, saber encontrar, ele próprio, as respostas por
meio de pesquisa.
Ressaltamos que quando o discente do ensino superior assume a sua função de
pesquisador, lógico que acompanhado pelos docentes, que é peça mais que fundamental neste
processo, a sociedade se fortalece, pois ai se estará desenvolvendo o conhecimento, através
principalmente da Pesquisa Cientifica, porém para que se possa realizar uma pesquisa
científica consistente, temos que buscar informações que estejam em um formato condensado
possível para economia de tempo e eficácia das fontes.
3 PAPEL DA BIBLIOTECA NA PESQUISA CIENTÍFICA
Ao entendermos os conceitos aplicados à pesquisa científica nos conduzirmos também
aos questionamentos acerca da importância do papel da biblioteca no que concerne a
produção da pesquisa científica dentro das universidades, usaremos o termo biblioteca
universitária por entendermos que ao se referir a pesquisa científica automaticamente
estaremos tratando de curso superior, papel este que cabe as universidades e Institutos de
Ensino, primeiramente temos que analisar o papel do bibliotecário como gestor desta
interseção o que requer uma analise nos primórdios da criação das bibliotecas onde o
�conhecimento era visto como instrumento de poder e as igrejas e mosteiros foram os grandes
guardiões dos ricos acervos das antigas bibliotecas, segundo Oliveira (2011) "esse fato
coincide com a riqueza e o poder da igreja, que , naqueles séculos, não só produzia, mas
também legitimava os conhecimentos", o bibliotecário foi ao longo do tempo desmitificando
esse papel de guardião do saber para ser um divulgador do saber, cabendo a este profissional
não mais somente organizar livros, mas criar mecanismo cada vez mais eficaz de fazer com
que a informação chegue de maneira mais apropriada possível ao seu leitor. Nesse contexto o
bibliotecário passa a ter mais envolvimento com o ensino e a pesquisa dentro das
universidades, se apropriando cada vez mais de seu espaço e criando caminhos para dar
suporte a produção científica, incorporando tecnologias e estimulando o compartilhamento de
informação.
Ao voltarmos nossos olhar para o espaço físico da Biblioteca como suporte de serviços
para produção de conhecimento, temos que destacar os investimentos que estão chegando
nesta área, pois a maioria das bibliotecas segundo Caetano (2013) sofrem com a falta destes
investimentos e orçamentos insuficientes para aquisição de acervos e equipamentos,
No âmbito das bibliotecas universitárias brasileiras, muitos são os desafios neste
início de século XXI como, por exemplo: os insuficientes recursos financeiros; a
dificuldade de capacitar os recursos humanos; e a fragilidade da infraestrutura física
e tecnológica. Entretanto, mantém-se a principal missão voltada à efetiva
contribuição ao tripé-universitário (ensino, pesquisa e extensão), e da ampla
formação humana e social.
Dentro deste tripé-universitário podemos destacar o comprometimento dos
profissionais da área da informação em oferecer diversos serviços e produtos que visam
estimular o ensino e a pesquisa, usando criatividade e driblando a falta de estrutura e apoio
conseguem desenvolver ações que visam incentivar uma postura instigante contribuindo para
a formação científica.
4 PESQUISA CIENTIFICA NO MEIO ACADÊMICO
Durante a estadia no meio acadêmico, os alunos e professores são chamados a
produzirem conhecimento como resposta aos questionamentos pessoais e científicos, mas para
que isso aconteça com sucesso este aluno ou professor deve ter um assunto que o interesse e o
faça buscar solução para um problema, sendo assim chamado de pesquisador. (MORAES E
AMATO, 2007, p. 99).
Neste momento vemos a relevância da Pesquisa Cientifica na academia, dela nascem
às principais produções acadêmicas como as monografias, teses e dissertações que cada dia
�mais impulsiona o conhecimento e o desenvolvimento.
Para que tenhamos uma melhor percepção de como a Pesquisa Cientifica é utilizada na
universidade, vamos conhecer um pouco melhor essas produções e procurar entender como a
pesquisa é importante em seus processos de elaborações.
Iniciemos pela monografia que segundo Marconi e Lakatos (1990) é definida com
Um estudo sobre um tema especifico ou particular, com suficiente valor
representativo e que obedece a rigorosa metodologia. Investiga determinado assunto
não só em profundidade, mas em todos os seus ângulos e aspectos [...] Contribuição
importante, original e pessoal para ciência.
A monografia é comumente utilizada nos cursos de graduações e pós-graduações (Lato
senso), sendo resultado de vários processos relacionados à pesquisa. (FRANÇA E
VASCONCELOS, 2004). Elas costumam ter a características de serem utilizadas para
obtenção de grau ou para conclusão de especializações.
Outros trabalhos elaborados no meio acadêmico são as Teses e Dissertações,
conceituadas por França e Vasconcelos (2004) da seguinte forma:
Constituem o produto de pesquisas desenvolvidas em cursos de nível de pósgraduação (mestrado e doutorado). Abordam um tema único, exigindo investigações
próprias à área de especialização e métodos específicos. Devem ser escritas no
idioma do país, onde serão defendidas, com exceção daquelas pra obtenção do grau
de mestre ou doutor em línguas estrangeiras.
Já em um patamar mais elevado na realidade acadêmica, as teses e dissertações estão
associadas aos cursos de pós-graduação stricto sensu mestrado e doutorado, sendo estes
trabalhos utilizados para conclusão do curso e como requisito para obtenção do título
almejado, no caso, mestre ou doutor.
diferença entre tese e dissertação refere-se ao grau de profundidade e originalidade exigido na
tese, defendida na conclusão de curso de doutor
ambas possuem importância muito relevante na produção do conhecimento, onde cada uma
apresenta sua característica especifica.
4.1 O PESQUISADOR NO ENSINO SUPERIOR
Tão importante quanto ter um tema, um problema, uma questão a ser resolvida no
processo de pesquisa, é ter alguém que cuide desse processo, a essa pessoa chamamos de
Pesquisador, que no ensino superior pode ser tanto os discentes como os docentes.
Estes pesquisadores são homens e mulheres que apresentam dúvidas, indagações e
�questionamentos, e não pessoas dotadas de certezas. Eles trazem consigo algo desconhecido
que tem desejo pela descoberta. (ROMÃO, 2005, p. 21). Não temos como dissociar essas
características do pesquisador acadêmico, que ao chegar na universidade está cheio de
perguntas, de dúvidas, esta sedento pelo saber, pelo conhecimento.
Ao entrar na universidade o aluno já é inserido numa realidade de pesquisa através de
uma iniciação cientifica que estará presente em toda sua vida acadêmica, isso é bem
apresentado por Amoras (2010) ao falar da relação Aluno e pesquisa:
Os acadêmicos envolvem-se na pesquisa por meio de uma iniciação científica que se
dá em aulas teóricas e práticas, palestras, colaboração em projetos experimentais e
de pesquisa, monitorias, elaboração de trabalhos de conclusão de curso e
monográficos, estudos individuais e em grupos e participação em eventos
científicos.
Mas para ser um pesquisador, além da curiosidade e do anseio por respostas, é
necessário possuir algumas qualidades intelectuais e sociais que permitirão que a pesquisa
tenha sucesso. Gil (2002, p. 18) nos apresenta algumas dessas qualidades, são elas:
a) conhecimento do assunto a ser pesquisado;
b) curiosidade;
c) criatividade;
d) integridade intelectual;
e) atitude corretiva;
f) sensibilidade social;
g) imaginação disciplinada;
h) perseverança e paciência;
i) confiança na experiência.
Infelizmente muitas pessoas que entram neste ramo de pesquisa, não são preparadas
adequadamente para desenvolver estas qualidades, e por isso acabam não desenvolvendo seu
trabalho de forma esperada, com maior qualidade e maior êxito.
Podemos tomar como exemplo desta situação o próprio trabalho de conclusão de
curso, que todos os alunos ao entrarem na academia sabem ou passam a saber que deverão
apresentar, seria então, o melhor momento para iniciar a desenvolver as qualidades citadas
anteriormente, mesmo porque, sua vida enquanto acadêmica passará a se confundir com a
pesquisa, seja em pequenos trabalhos ou na intenção da conclusão de seu curso.
No meio acadêmico, podemos observar que muitos pesquisadores chegam nesta etapa
da vida, sem uma preparação solida no que diz respeito à pesquisa. Por isso, acabam sentindo
muitas dificuldades quando se deparam com a realidade acadêmica que exigem deles estar em
constante pesquisa para desenvolver o conhecimento.
�É ai que entra a metodologia da pesquisa, que como uma disciplina no ensino superior
tem o objetivo, (mesmo que por um período de tempo curto relacionado ao tempo de estudo
suprimir a falta de preparação dos alunos no ensino básico, para que assim,
na sua vida acadêmica este aluno possa ter menos dificuldade com a elaboração de pesquisas.
Beirão (2008) defende essa participação do aluno de graduação na pesquisa ao afirmar que:
É dentro desta perspectiva que a inserção precoce do aluno de graduação em
projetos de pesquisa se torna um instrumento valioso para aprimorar qualidades
desejadas em um profissional de nível superior, bem como para estimular e iniciar a
formação daqueles mais vocacionados para a pesquisa.
Essa inserção é fundamental para que o aluno desenvolva o mais rápido as qualidades
antes citadas, em especial para aqueles que já possuem vocação para a pesquisa, mas que
precisam de um incentivo para descobrir e desenvolverem este dom.
O pesquisador da graduação dificilmente não continuará sua vida de pesquisa após a
formatura, pois passa a desenvolver mais ainda o processo de busca pelo conhecimento,
mesmo estando em uma área profissional de atuação. Na atualidade é cada vez mais comum, a
busca por cursos de pós-graduação que é a oportunidade de profissionais graduados
continuarem no ramo da pesquisa contribuindo para o desenvolvimento do saber.
5 METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTIFICA
Como foi comentando, a Pesquisa Cientifica não é feita de qualquer maneira, para que
ela seja realizada com eficácia são necessários alguns procedimentos importantes que dão a
característica cientifica para o levantamento, esses direcionamentos são estipulados através da
Metodologia. E antes de conhecermos um pouco desses direcionamentos é necessário que
saibamos um pouco do que seja essa Metodologia da Pesquisa Cientifica.
técnicas e processos utilizados pela ciência para formular e resolver problemas de aquisição
cientifica é direcionada através da Metodologia para poder ter um padrão no seu
desenvolvimento, é tão importante que na universidade é disciplina para, senão todos, quase
todos os cursos.
É conveniente ressaltar que a pesquisa além de métodos para sua busca, deve seguir
normas para a tabulação e apresentação de seus resultados, sendo necessário que o seu
responsável se preocupe com a forma de pesquisa, o tipo de texto e como será apresentado
para a sociedade como especifica Moura (2005):
�A metodologia científica ensina desde como fazer uma pesquisa bibliográfica, a ler e
analisar os textos, resumos, ou seja, como fazer o próprio trabalho intelectual sobre
o tema, até a como expor o trabalho feito, colocá-lo no papel, e divulgá-lo nos meios
de publicação científica, ou seja, escrever um artigo sobre o trabalho, publicá-lo em
um congresso profissional, até escrever um livro! (MOURA, 2005).
Desconhecer pequenas regras ou mesmo não valorizá-las pode fazer com que a
pesquisa seja de nível inferior ao que se espera, pois não segue padrões que facilitam sua
divulgação e entendimento. Percebe-se a importância destas regras determinadas pela
metodologia da pesquisa, ao ponto de existirem órgãos nacionais e internacionais que se
preocupam especificamente com esses assuntos, como é o caso da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - BNT e ISO. As maiorias das bibliotecas universitárias possuem uma
assinatura online/e ou físicas de Normas Técnicas que abrangem diversas áreas de interesse de
acordo com a demanda e cursos oferecidos na instituição as quais poderá servir de apoio ao
pesquisador.
5.1 FASES DA PESQUISA CIENTIFICA
Através da metodologia, são determinadas as fases que a pesquisa deve seguir e como
devem ser executadas para que haja um bom desenvolvimento do trabalho. Marconi e Lakatos
(2005, p. 160) descrevem essas fases como:
-
Escolha do tema;
Levantamento de dados;
Formulação do problema;
Definição dos termos;
Construção de hipótese;
Indicação de variáveis;
Delimitação da pesquisa;
Amostragem;
Seleção dos métodos e técnicas;
Organização do instrumental de pesquisa.
5.2 APRESENTAÇÃO GRÁFICA
Outro ponto que a Metodologia da Pesquisa se preocupa é a forma de apresentação do
resultado final da pesquisa. Como é escrito, os padrões gráficos, formato de papel, estilo de
fontes, normalização, encadernação e demais aspectos relacionados diretamente com o
produto final.
Esta apresentação segue muitas vezes as solicitações da ABNT, mas também as
recomendações de determinadas instituições que costumam publicar esses resultados das
�pesquisas.
Santos (2004, p. 40) ao falar da apresentação gráfica defende que:
É importante que se distinga um texto pelo seu formato gráfico(...). Deve-se também
saber que esses formatos de texto, especialmente o formato relatório e o formato
monografia, são solicitados frequentemente no meio acadêmico como formas de
complementares e exclusivas de avaliação/promoção docentes e discentes.
Então, podemos dizer que bem como as formas de pesquisa, o formato gráfico
apresentado no texto que será resultado da pesquisa tem um papel muito relevante.
Merecendo então uma particular atenção dos elaboradores da pesquisa.
5.3 FONTES DE PESQUISA
Outro ponto importante que deve ser analisado na metodologia é a fonte de
informação utilizada para a realização da pesquisa, infelizmente muitos pesquisadores não
conhecem ou mesmo não tem o cuidado na escolha da fonte onde será encontrada a
informação que dará suporte a sua pesquisa.
Essa fonte é de interesse de leitores/avaliadores, que precisam saber muitas vezes a
veracidade das informações (SANTOS, 2004, p. 83). De nada adianta ter uma boa pesquisa e
não ter fontes confiáveis que sustentem as respostas dadas.
Santos (2004, p. 83) diz que os materiais escritos e pessoas importantes ou peritas na
área estudada, são as principais fontes de informações, pois esses oferecem informações
adequadas e prontas sobre assuntos pesquisados.
Gil (2002, p.64) confirma o pensamento de Santos ao defender que:
Para identificar as fontes bibliográficas adequadas ao desenvolvimento da pesquisa,
a contribuição do orientador é fundamental. Recomenda-se também a consulta a
especialistas ou pessoas que já realizaram pesquisas na mesma área. Essas pessoas
podem fornecer não apenas informações sobre o que já foi publicado, mas também
apreciação critica do material a ser consultado.
Outras fontes importantes de informação são os materiais já produzidos como teses,
dissertações, livros e artigos na área pesquisada. Estas fontes apresentam segurança e ainda
possibilitam agilidade no desenvolvimento do trabalho e com o advento da internet o volume
de informações disponíveis alcança um volume exorbitante, surgindo também na necessidade
de treinamento de profissionais capazes de reconhecer as fontes e as maneiras mais eficientes
de acesso.
�6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
respostas q
-
nos nesta frase e dizer que a pesquisa esta sempre movendo o mundo, pois sempre existem
perguntas, questionamentos que devem ser solucionados em nossa sociedade.
Porém, é fato que para as respostas serem encontradas e disponibilizadas de forma
eficaz é necessária a utilização da metodologia da pesquisa, para que não se tenha trabalhos
mal elaborados. O processo de pesquisa não pode ser realizado de qualquer maneira, por isso
a existência da biblioteca, que deve ser mais valorizada no desenvolvimento educacional do
cidadão, para que este tenha mais facilidade de exercer sua função de pesquisador na
sociedade.
Após conhecermos um pouco mais desse processo de pesquisa, podemos concluir que
a utilização da metodologia permitiu uma facilidade maior na busca por respostas, eliminando
algumas dificuldades que são enfrentadas por muitos pesquisadores que não tem muito
contato com esta disciplina, dando aos trabalhos produzidos um caráter mais oficial e
padronizado. Além, de facilitar e agilizar a vida do pesquisador quando este segue as etapas
propostas pela metodologia na elaboração de sua pesquisa.
É importante que os futuros pesquisadores, tenham realmente um real contato com a
biblioteca ainda na fase embrionária da pesquisa, buscando todos os tipos de suporte
informacional que a mesma possa oferecer, muitos pesquisadores ainda desconhecem todos os
serviços que uma biblioteca dispõe e que irão ajudar o pesquisador desde o inicio da escolha
do tema até a definição da pesquisa, oferecendo uma vasta oferta das produções existente seja
através das bibliografias disponibilizadas na biblioteca ou em sites como a Biblioteca
brasileira de teses e dissertações ou o portal da CAPES entre outros.
Outro ponto a ser considerado é a relevância são as ofertas de cursos, oficinas ou
palestra que são oferecidas pelas bibliotecas na área de metodologia e normalização de
trabalhos e que podem contribuir com o método de organização da pesquisa. Por fim a
biblioteca serve de instrumento essencial no processo de da pesquisa científica, porém a falta
de divulgação de seus serviços e a falta muitas vezes de parceria entre corpo didático, gestão e
biblioteca a fazem perder espaços dentro deste processo.
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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A language of the resource
Português
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Evento
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Salvador (Bahia)
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Title
A name given to the resource
A biblioteca e a pesquisa cientifica no ensino superior.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pereira Junior, Nilo Marinho; Nascimento, Leontina da Cunha
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Trata-se, neste artigo, estudo sobre a relevância da Biblioteca no desenvolvimento e difusão da pesquisa cientifica no ensino superior. Enfatizando o papel da biblioteca na organização da informação e seu perfil como suporte para o desenvolvimento da pesquisa científica, realizado através de levantamento bibliográfico visando analisar o papel da biblioteca no processo da pesquisa científica, aqui retratada através das produções das universidades, este abrange a fase de conceitos sobre pesquisa científica e sua importância, enfatizando o papel do pesquisador dentro das universidades, apresentando aspectos da produção do conhecimento dentro do meio acadêmico. Com base nessas referências são caracterizados alguns passos acerca da fase de organização metodológica de uma pesquisa, através da visão de autores já consagrados, passando pela escolha do tema até organização instrumental da pesquisa, levando em conta algumas barreiras que o pesquisador percorre até a fase final de seu projeto de pesquisa. Finalizando com a análise da representatividade da biblioteca em todas as fazes de construção, desenvolvimento e divulgação de uma pesquisa científica
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Eixo III - Ensino
AS CINCO LEIS DA BIBLIOTECONOMIA E OS SERVIÇOS DA BIBLIOTECA DO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UFRJ: UM ESTUDO
DE CASO
THE FIVE LAWS OF BIBLIOTECONOMICS AND THE SERVICES OF THE LIBRARY OF
THE POSTGRADUATE PROGRAM IN GEOGRAPHY OF UFRJ: A CASE STUDY
Resumo: As Cinco Leis da Biblioteconomia foram criadas por Shialy Ramamrita
Ranganathan há quase um século e continuam atuais quanto as suas propostas. A aplicação
destas leis pode ocorrer em qualquer tipo de biblioteca ou centros de informações cujo
objetivo seja a disseminação do conhecimento a quem dele fará o melhor uso. Este trabalho se
propõe em mostrar a aplicabilidade destas leis numa Biblioteca de pós-graduação de uma
Universidade, onde muitas vezes os recursos tanto físicos quanto materiais não permitem que
se elabore um planejamento refinado, mas quando há boa vontade e profissionalismo, a
aplicação destas leis é uma grande aliada para se fazer uma biblioteca cumprir de fato o seu
papel que é disseminar o conhecimento de maneira a atender seus usuários com rapidez e
eficácia.
Palavras-chave: Biblioteconomia. Cinco Leis da Biblioteconomia. Biblioteca universitária.
Abstract: The Five Laws of Library were created by Shialy Ramamrita Ranganathan almost a
century ago and continues today as his proposals. The application of these laws can occur in
any type of library or information centers whose objective is the dissemination of knowledge
to those who will make the best use of it. This paper aims to show the applicability of these
laws in a library graduate of a university, where often both physical and material resources do
not allow to draw up a plan refined, but when there is goodwill and professionalism, the
application of these laws is a great ally to make a library actually fulfill your role is to
disseminate knowledge in order to meet their users quickly and effectively.
Keywords: Librarianship. Five Laws of library. University library.
�1 INTRODUÇÃO
Compreender as transformações pelas quais a sociedade moderna vem passando nas
últimas décadas não é tarefa fácil, ainda mais quando falamos de uma sociedade onde a
informação é algo com valor real para todos os seus setores como empresas, comércio e
principalmente para instituições produtoras de conhecimento como é o caso das
Universidades.
Com a explosão bibliográfica que teve início em meados do século XVIII com a
Revolução Industrial, a produção intelectual passou a ter escalas grandiosas, pois o
conhecimento era disseminado com muito mais velocidade e em maior quantidade. E assim,
já no século XIX as universidades viram a necessidade de organizar todo esse conhecimento
produzido pela humanidade, cabendo assim, às bibliotecas universitárias organizar tais
conhecimentos gerados nestas instituições. Mas como organizar toda a produção intelectual
produzida nas universidades? Este era o grande dilema das bibliotecas.
No entanto, no final de 1928, já no século XX, um indiano chamado Shiyali
Ramamrita Ranganathan criou
Tais leis vieram para
transformar o bibliotecário que antes era visto e agia como apenas guardião deste
conhecimento em um canal de ligação entre o conhecimento produzido e o usuário que
necessita do conhecimento já existente para a produção de um novo e assim continuar o
produção do conhecimento nunca acaba, vai apenas se renovando.
Sendo assim, este trabalho pretende mostrar a aplicação destas Cinco Leis em uma
Biblioteca universitária, que é a Biblioteca do Programa de Pós-Graduação em Geografia
(PPGG) da Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFRJ, onde cada lei será exemplificada
com um ou mais serviços desta Biblioteca. Outra intenção é mostrar que apesar de terem sido
criadas no início do século passado, tais leis são muito atuais e completamente aplicáveis aos
novos modelos de bibliotecas e unidades de informação.
2 UM BREVE HISTÓRICO
Nascido em Shialy (Índia) em agosto de 1892, Shialy Ramamrita Ranganathan,
formou-se em Matemática pela Universidade de Madras no ano de 1916, tornando-se
professor desta Universidade durante sete anos.
Ranganathan sempre buscou melhores
�condições para a educação, como nos mostra
preocupava-se com o ensino e pesquisa em seu país. Iniciou uma campanha visando a
E por mostrar tanto
interesse, foi a primeira pessoa a trabalhar nesta biblioteca como bibliotecário em 1923. Ali
ele percebeu a necessidade de organizá-la, porém com a inclusão de um detalhe que ele não
encontrou nas bibliotecas visitadas: o entrosamento entre os serviços. Com isso, após três
anos de árduo trabalho, no final de 1928, numa conversa com um professor e amigo surgiu o
precisou de apenas três horas para que pudesse criar as outras quatro leis que fundamentariam
e norteariam os rumos da Biblioteconomia até os dias atuais. São elas:
1ª. Os livros são para usar;
2ª. Os livros são para todos (Para cada leitor seu livro);
3ª. Para cada livro seu leitor;
4ª. Poupe o tempo do leitor e
5ª. A biblioteca é um organismo em crescimento.
Estas são as Cinco Leis que foram criadas há quase um século e que até hoje são
fundamentais para o desenvolvimento das atividades biblioteconômicas e também ao
desenvolvimento do profissional bibliotecário como mediador entre o conhecimento e o
usuário.
Na verdade, Ranganathan foi um visionário muito além de seu tempo, que com a
criação das Cinco Leis pôde dar suporte aos fundamentos da Biblioteconomia até os dias
atuais. E mesmo com o advento da tecnologia é possível aplicar e/ou identificar essas leis de
modo a sempre preconizar o papel social e primordial da difusão do conhecimento.
2.1 A BIBLIOTECA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
UFRJ
Em 1951 foi fundada a Biblioteca do Centro de Pesquisas de Geografia do Brasil, da
antiga Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. No ano de 1972 foi criada
a Biblioteca do Programa de Pós-graduação em Geografia da UFRJ, passando a ter papel
fundamental na formação dos usuários (Professores e alunos dos cursos de Pós-Graduação) e
no apoio aos projetos de pesquisa na área da Geografia.
A Biblioteca do PPGG é considerada uma das melhores do país, devido à qualidade de
seu acervo e sua constante atualização. Está também integrada ao Sistema de Catalogação
�Automatizado do Sistema de Bibliotecas e Informação (SiBI) da UFRJ desde 1987. Com um
acervo especializado em Geografia, possui livros, periódicos (nacionais e estrangeiros),
monografias, teses e dissertações, censos e obras raras.
3 A PRIMEIRA LEI E A BIBLIOTECA DO PPGG
Para Ranganathan a usabilidade dos livros tem uma dimensão muito maior do que
-los das estantes, é dar utilidade aos livros, é
s
fazê-los com que eles possam passar o conhecimento neles contido para alguém que desse
conhecimento possa fazer uso. Segundo a Primeira Lei, os livros são para uso, e para que isso
aconteça, Ranganathan aponta em seu livro alguns pontos a serem considerados.
Segundo Rangannathan os livros devem ser organizados em estantes abertas ao
público, para que este tenha pleno acesso a coleção. Na Biblioteca do PPGG é exatamente
isso que acontece, os usuários tem contato com toda a coleção, o acesso é livre e não só os
alunos e professores da Universidade têm direito a adentrar entre as estantes como qualquer
outra pessoa que tiver interesse, necessidade de pesquisar ou apenas ler tem este acesso
garantido.
A Biblioteca disponibiliza também em seu espaço físico quatro terminais para consulta
ao catálogo on-line e acesso a internet, já que todo o acervo encontra-se disponível na Base
Minerva, podendo ser consultado de qualquer computador conectado à Internet de qualquer
parte do mundo. A Biblioteca do PPGG também disponibiliza através da própria Base
Minerva, as teses e dissertações defendidas pelos seus alunos de doutorado e mestrado.
A ordem e coerência dos livros nas estantes também têm fundamental importância
para que a Primeira Lei tenha seu objetivo alcançado, pois se os livros tiverem determinada
ordem nas estantes ficará muito mais fácil a acessibilidade da informação por parte dos
usuários.
A UFRJ adotou a Classificação Decimal de Dewey (CDD) como sistema de
classificação para todas as suas bibliotecas, e assim a Biblioteca do PPGG utiliza este sistema
para classificar seus livros. Além disso, a Biblioteca do PPGG estrutura sua classificação a
partir do fato de ser uma biblioteca especializada, e assim procura classificar suas obras de
acordo com o assunto de interesse de seus usuários. Um bom exemplo são as obras que tratam
urbana
�chegarem as estantes os usuários terão acesso não só ao livro que procura como também a
todos relacionados ao assunto de seu interesse. Por isso que, ao se classificar uma obra é
necessário que se pense sempre no usuário, de como ele vai buscar esta informação, e a partir
daí estruturar a classificação direcionada ao público alvo da biblioteca.
Um outro ponto importante utilizado pela Biblioteca do PPGG para que o acesso seja
mais rápido e eficiente é a sinalização das estantes, o que facilita a visualização da
classificação dos livros e assim o usuário pode ir direto à estante onde estão os livros de seu
interesse.
(RANGANATHAN, 2009, p. 10). Na verdade o que ele quer dizer é que para que os livros
sejam usados é necessário que a biblioteca esteja localizada perto de seu público.
No caso da Biblioteca do PPGG, sua localização é muito favorável para o acesso ao
seu acervo e amplamente conhecida pelo seu público alvo, pois está localizada em frente às
salas de aula dos cursos de mestrado e doutorado e também ao lado da secretaria do PPGG,
local principal de trânsito dos alunos e professores dos cursos do PPGG, o que facilita e muito
a vida deste público que está constantemente sob demanda de informações. Esta localização
facilita o acesso, pois é possível aos alunos e professores entre uma aula e outra fazer uma
consulta ou até mesmo solicitar o empréstimo de uma obra.
E para que os alunos possam estudar de maneira confortável, o mobiliário é algo com
que toda biblioteca deve se preocupar e com a Biblioteca do PPGG não é diferente. O
mobiliário da Biblioteca é adequado para que os alunos possam realizar suas leituras e
pesquisas. Existe uma sala de leitura com capacidade para 18 pessoas estudarem num
ambiente climatizado e iluminado, onde os alunos podem desfrutar de uma estrutura voltada
para seu conforto.
4 A SEGUNDA LEI E A BIBLIOTECA DO PPGG
Para cada leitor seu livro, esta lei trata essencialmente da função primordial da
biblioteca que é a educação.
A Segunda Lei trata diretamente da educação de forma ampla e sem barreiras, sua
historicamente acreditava-se que um povo com educação e inteligência seria capaz de
provocar revoluções que acabariam com a soberania dos nobres e ricos, e tais classes, as
�entre elas.
Nota-se que, para que o seu público possa ter os livros que precisam, a Biblioteca do
PPGG conta com profissionais bibliotecárias que catalogam, indexam e classificam pensando
exatamente como seus usuários vão solicitar esses livros, pois cabe ao bibliotecário conhecer
seu público e assim conhecer suas necessidades para que as possam traduzir mediante a
indexação ou classificação de uma obra. Contudo, o leitor precisa de um canal para chegar ao
seu livro, e este canal é o pessoal do serviço de referência (que trabalha junto com o pessoal
do processamento técnico) e que no caso da Biblioteca do PPGG conhece bem seu público, o
que torna o processo da pesquisa muito mais eficaz, já que conhecendo o público e o acervo é
possível muitas das vezes encontrar o livro solicitado sem a realização da pesquisa. Um bom
prova tem grande procura por parte dos alunos de graduação em Geografia. Quando um aluno
solicita este título, o pessoal da Biblioteca vai direto à estante ou indica o caminho ao usuário,
quando este já está familiarizado com o acervo. Porém, quando todos os exemplares da
Biblioteca estão emprestados, o pessoal já informa ao usuário que não tem nenhum exemplar
para empréstimo. Isso acontece porque o pessoal da Biblioteca do PPGG conhece de fato seu
acervo, facilitando assim o alcance do objetivo da Segunda Lei.
Percebe-se que, ao comparar as ideias de Ranganathan e as medidas utilizadas pela
Biblioteca do PPGG é possível verificar que a Segunda Lei é na verdade a ação do pessoal da
biblioteca em colocar cada leitor frente a frente com seu livro, pois não basta ter estantes
organizadas, acesso garantido, horário compatível se o pessoal da biblioteca não tiver o
sentimento de compromisso com a educação de seus usuários. A Segunda Lei está, portanto
ligada à atitude do pessoal que trabalha em biblioteca e que tem o compromisso de disseminar
a educação sem distinção alguma para que todos e cada um tenha seu livro e assim possa se
educar para contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária.
5 A TERCEIRA LEI E A BIBLIOTECA DO PPGG
Enquanto a Primeira Lei dava enfoque para o uso dos livros e a segunda tem sua
preocupação voltada para a educação desses leitores, a terceira prioriza a busca de um leitor
adequado para cada livro, ou seja, que cada livro possa cumprir sua missão nas mãos do leitor
que dele fará melhor uso para que de alguma forma possa aprimorar seu processo de
educação.
�Observa-se que, para que cada livro encontre seu leitor o sistema de livre acesso é um
grande aliado, pois permite que o leitor tenha liberdade entre as estantes e assim possa buscar
conteúdo das estantes.
Como já foi visto na explanação da Primeira Lei, a Biblioteca do PPGG adota o
sistema de livre acesso, que é essencial para que todos os livros existentes em seu acervo
tenham a condição de encontrar seu leitor adequado. Este sistema tem grande valia no
cumprimento da Terceira Lei, pois permite aos leitores (que na maioria das vezes são
pesquisadores) tenham contato direto com os livros dispostos nas estantes e assim possam
realizar suas pesquisas ali mesmo no folhear dos livros.
As estantes de novas aquisições também compõem a gama de fatores que corroboram
o cumprimento da Terceira Lei na Biblioteca do PPGG, pois nelas são expostas todas as
aquisições recentes da Biblioteca, tais livros ficam expostos por 15 (quinze) dias e depois são
arquivados nas estantes de acordo com sua classificação. Durante o período de exposição todo
e qualquer livro pode ser retirado por empréstimo, o que faz com que as novidades circulem
entre seus leitores assim que elas entram no catálogo da Biblioteca.
Percebe-se também que Ranganathan enfatiza em seu livro a importância dos
catálogos para o cumprimento da Terceira Lei, e a Biblioteca do PPGG através de sua
catalogação voltada para a pesquisa dos usuários tem como função incluir em seu catálogo
todas as entradas importantes para que o leitor possa encontrar a obra que deseja. Como a
catalogação é feita numa Base de dados em rede, todos os pontos de acesso são
compartilhados por qualquer usuário não só da Biblioteca como qualquer pessoa conectada à
Base da Universidade. Isso dá maior visibilidade ao acervo de forma a alcançar uma grande
quantidade de potenciais leitores.
Outro fator que deve ser levado em consideração é o Serviço de Referência, que além
de dar maior respaldo à catalogação também tem importante papel nesta Biblioteca no que se
refere ao encontrar o livro certo para seu leitor, pois através do contato direto com seu público
o serviço de referência pode não só conhecer sua demanda, como também auxiliar o seu leitor
na busca de uma obra no catálogo, por exemplo, já que nem todos os usuários de biblioteca
têm o domínio de buscas em catálogos. A presença de uma pessoa especializada neste tipo de
pesquisa é muito importante para o leitor, pois dá a ele certa segurança no sentido de que irá
encontrar o que realmente necessita. E como a Biblioteca do PPGG é uma biblioteca
especializada, seus usuários chegam com a certeza de que irão encontrar o que precisam, e
�com a ajuda de alguém que conheça não só o catálogo mas também o acervo, dessa forma fica
muito mais fácil o livro chegar nas mãos de seu leitor.
A Biblioteca também possui um folder com seu histórico, horário de funcionamento,
quantidade e tipo do acervo, entre outras informações. Além disso, utiliza-se também uma
página no Facebook, que é uma rede social de grande alcance e permite atualização rápida de
seu conteúdo, e que vem sendo utilizado por várias bibliotecas como publicidade dos serviços
oferecidos. Nessa página são divulgadas notícias, eventos, acervo e outros assuntos que
possam estar acessíveis ao seu público estando ele na Biblioteca ou não.
Como se pode ver, todas estas ações da Biblioteca do PPGG estão voltadas para o
cumprimento da Terceira Lei que é levar os livros a seus leitores, e através de todos os pontos
expostos neste texto é possível perceber que esta lei está sendo bem representada por esta
Biblioteca, que por sua vez esta exercendo seu papel perante sua comunidade de maneira
simples porém eficiente, já que os livros estão sempre em contato com seus leitores.
6 A QUARTA LEI E A BIBLIOTECA DO PPGG
Até agora as leis tiveram a preocupação de se fazer cumprir cada qual com seu
objetivo específico, a primeira tem como objetivo principal fazer com que o uso dos livros
seja feito por todos, já a segunda se preocupa em dar a cada leitor o livro de seu interesse e a
terceira se coloca no lugar dos livros em busca daquele leitor que dele necessita. Ou seja, temse como foco o uso, o leitor e o livro.
A quarta lei, numa visão geral tem todos os objetivos das três anteriores, mas com uma
questão diferente: o temp
livro, no entanto com foco no tempo, ou seja, o tempo que o leitor levará para encontrar o
livro desejado para que dele possa fazer uso. A questão do tempo abordada pela quarta lei
apesar de não ser tão evidente quanto as outras é muito importante, pois como o filósofo
grego Teofrasto (372esta lei
pensa não só na questão do tempo do leitor que precisa ser otimizado, como também indaga
sobre o tempo que pode ser poupado do pessoal da biblioteca se este pessoal for qualificado
para a realização de seu trabalho de maneira rápida e eficaz.
Dar usabilidade aos livros, encontrar um leitor para cada livro e um livro para cada
leitor sem dúvida são pontos sustentadores de uma biblioteca, no entanto, é preciso alcançar
estes pontos no menor tempo possível. Para isso que as bibliotecas estão sempre buscando
�ações que poupem o tempo do leitor. E sem dúvida, a Biblioteca do PPGG está nesta busca
incansável pela redução do tempo de espera de seus leitores.
O arranjo classificado das estantes juntamente com a sinalização destas e das
prateleiras corroboram para que o leitor possa ir direto até a obra que necessita, ou que
perceba que o grupo de livros que tratam de determinado assunto estão localizados naquela
estante ou prateleira. Como a Biblioteca do PPGG é especializada, geralmente seus leitores
são alunos ou professores dos cursos, e assim, compreendem com alguma facilidade a
sinalização das estantes não sendo necessária a ajuda do pessoal da Biblioteca.
Como a Biblioteca está interligada a todas as outras do sistema da Universidade, seus
catálogos também estão on-line o que facilita a vida dos usuários, já que estes podem
consultar se a Biblioteca possui determinada obra de qualquer lugar desde que esteja
conectado à Internet.
Na circulação, os empréstimos e devoluções são realizados através do Sistema Minerva
com a identificação do usuário por um número de identificação (ID), além disso foi
implantado em 2012 o serviço de Renovação & Reserva On-line onde o usuário pode de
qualquer lugar se conectar à Biblioteca, fazer sua pesquisa, se o livro do qual precisa estiver
emprestado, pode reservá-lo, ou então, pode renovar um empréstimo em seu nome desde que
não esteja com a data de devolução atrasada.
A localização da Biblioteca, conforme já foi discutida na Primeira Lei, além de
garantir que os livros estejam em locais que facilitem seu uso, tem grande importância no
cumprimento da Quarta Lei, pois sua localização fica no corredor onde todos os alunos,
professores e funcionários do PPGG têm passagem obrigatória, o que poupa em muito o
tempo do usuário, já que este não precisa se deslocar do seu ambiente de estudo e pesquisa
para ir à Biblioteca.
O Serviço de Referência desta Biblioteca tem por objetivo orientar o usuário em
relação a como usar a Biblioteca da melhor maneira e de informar quais são os recursos
disponíveis que podem por eles serem utilizados para otimizar suas pesquisas. Sem contar que
este mesmo serviço também auxilia os formandos a padronizar seus trabalhos finais
(dissertações e teses), assim como a elaboração de fichas catalográficas.
Ademais, os serviços remotos oferecidos pela Biblioteca do PPGG poupam o tempo
do leitor, como por exemplo, a página do Facebook que leva até os usuários as novidades
sobre os serviços e sobre o acervo da biblioteca. O boletim eletrônico de novas aquisições
também faz com que os professores e usuários tenham acesso às publicações que foram
incorporadas ao acervo recentemente, por e-mail. O acesso remoto ao portal de periódicos da
�CAPES, que permite aos usuários acessarem as publicações autorizadas pela UFRJ da sua
casa, de qualquer computador ou celular cadastrado pela intranet. Também é necessário
observar como os atendimentos por e-mail e telefone reduzem o tempo do leitor que muitas
vezes resolvem seus questionamentos de forma remota e rápida, sem precisar vir até o espaço
físico da biblioteca.
7 A QUINTA LEI E A BIBLIOTECA DO PPGG
A Quinta Lei trata a Biblioteca como uma instituição que necessita de planejamento,
organização e gerenciamento no que diz respeito ao seu crescimento como tal.
Biologicamente falando, um organismo só sobrevive se evoluir, se crescer e se adaptar ao
mundo em transformação, e a biblioteca é tratada como um organismo vivo pela Quinta Lei,
na verdade a biblioteca é um organismo em constante desenvolvimento, que precisa se
atualizar e assim se manter.
O mundo da informação cresce vertiginosamente a cada minuto, o que torna
obrigatório o crescimento da biblioteca para sua sobrevivência. Crescer portanto, não significa
somente aumento de tamanho, este crescimento inclui atualizar-se constantemente, assumir
novos papéis, novas atitudes, aceitar e conviver com as novas tecnologias e utilizando-se
delas para o aprimoramento dos recursos que irão atender seus usuários. Para a biblioteca é
fundamental que se desenvolva a fim de que possa sobreviver e assim realizar seu trabalho de
forma contínua e progressiva diante de uma sociedade em constante mudança e atualização.
A Biblioteca do PPGG atualmente possui cerca de 18.000 itens e passa por um
processo de contínuo crescimento, já que várias frentes de trabalhos estão sendo
desenvolvidas por suas bibliotecárias para que a Biblioteca possa não só crescer em número
de acervo e leitores, mas também em número de serviços e produtos oferecidos a esta
comunidade.
A primeira frente de trabalho que se pode evidenciar é a inclusão de maior quantidade
de livros nos sistema de catalogação e a criação da Coleção Maurício de Almeida Abreu que
possui cerca de 1500 itens, sendo essa coleção fruto da herança deixada para Biblioteca, do
acervo pessoal do professor e pesquisador Maurício de Almeida Abreu, que foi um dos
principais colaboradores na fundação da biblioteca. Com isso, o número de títulos inseridos
no sistema tem aumentado consideravelmente e o acervo tem crescido bastante, é um trabalho
incessante e sem fim, pois sempre recebemos muitas doações.
�Os catálogos desta biblioteca estão hoje em versão online, não ocupando assim
nenhum espaço físico e com grande capacidade de armazenamento de entradas para facilitar a
pesquisa dos leitores.
O crescimento da Biblioteca também se dá pela ampliação dos serviços já existentes
aos alunos, professores e funcionários não só do PPGG mas para toda a Universidade. Dentre
os novos serviços é possível destacar o serviço de Renovação & Reserva On-line e o Boletim
Bibliográfico que também tem grande importância no crescimento desta Biblioteca, pois
informa de maneira rápida e eficaz a chegada de novos títulos ao acervo e que podem ser
emprestados de acordo com o interesse de cada usuário. Outro fator que foi pensado tendo em
vista a necessidade de adaptação frente às demandas dos usuários foi o número de
empréstimos, que aumentou para cada usuário, atualmente os usuários de pós-graduação
podem levar sete livros emprestados e os de graduação cinco.
Recentemente também foi criado o Pantheon, que é um repositório digital institucional
da UFRJ, visando agrupar em um só lugar toda a produção acadêmica do corpo docente e
discente, assim como também do corpo técnico da UFRJ. a Biblioteca do PPGG também
participa do Pantheon e já começou a incluir alguns trabalhos de conclusão de curso. A
importância desse repositório se dá pelo fato da está em consonância com as tendências atuais
de disponibilizar a maior quantidade possível de material em meio digital, facilitando seu
acesso.
E por fim outra atividade que ainda não está em processo de execução, mas está
prevista para começar assim que possível é a catalogação de livros em formato digital, os ebooks. Este novo formato de livro está sendo adquirido pela Universidade através do Sistema
de Informação e Bibliotecas (SIBI), onde vários e-books sobre vários assuntos são comprados
com acesso perpétuo.
Sem dúvida alguma, os e-books são um importante meio de disseminação do
conhecimento nesta era tecnológica e a Biblioteca do PPGG está evoluindo para se adequar da
melhor maneira possível às novas tecnologias para assim poder dar aos seus usuários um
atendimento de excelência promovendo o uso dos livros pelo leitor adequado num tempo
satisfatório em um mundo em constante desenvolvimento, estando assim preconizando as
Cinco Leis da Biblioteconomia.
8 CONCLUSÃO
Após a leitura e conhecimento um pouco mais profundo sobre as ideias de
, é possível verificar que todas as
�Cinco Leis estão intimamente ligadas, pois tratam cada uma a sua maneira, do princípio vital
da biblioteca que é disseminar o conhecimento através de seus serviços e produtos e com
pessoal qualificado atender o usuário com excelência, garantindo a sua satisfação no que se
refere a suas demandas. É claro que para atingir tal objetivo a biblioteca precisa reconhecer a
importância de cada lei e reunir esforços para da melhor maneira possível cumprir o
enunciado de cada uma delas.
A Primeira Lei diz que o uso dos livros se faz necessário para que as bibliotecas
deixem de ser vistas como depósito de livros e possam ser usadas como centros de uso do
conhecimento. A segunda se preocupa em possibilitar a educação para todos, onde todas as
pessoas tenham acesso ao conhecimento, já a terceira preconiza o livro certo ao leitor certo,
onde cada livro possa encontrar quem dele fará melhor uso. A Quarta Lei quer que o leitor
não perca seu tempo que é precioso em pesquisas inúteis e assim a biblioteca precisa melhorar
seus processos para que possa atender este leitor no menor tempo possível. E a quinta e última
lei mostra que as quatro anteriores trabalham para que a biblioteca esteja sempre em constante
crescimento e aprimoramento de seus processos com o objetivo de cumprir o seu papel
perante a sociedade que se utiliza da biblioteca para se transformar e evoluir através do
conhecimento disseminado por estas instituições. Enfim, as Cinco Leis da Biblioteconomia
mostram que a biblioteca é uma instituição disseminadora de conhecimento que merece toda
atenção e cuidado no que diz respeito a sua organização, aos seus processos e principalmente
aos profissionais, que são os principais responsáveis pela disseminação do conhecimento
perante a sociedade.
É fundamental que a sociedade perceba o valor não só da biblioteca como instituição
de ensino, mas também o valor do profissional bibliotecário como mediador no processo de
disseminação do conhecimento. Pois o bibliotecário é o principal agente promotor do
cumprimento dos enunciados das Cinco Leis da Biblioteconomia. Sem contar que este
profissional é também um promotor de educação e por isso merece toda a atenção e
merecimento.
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<http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/1291/1469>. Acesso em: 28 nov. 2017.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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As cinco leis da biblioteconomia e os serviços da biblioteca do programa de pós-graduação em geografia da UFRJ: um estudo de caso.
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Almeida, Valéria Conceição da Silva de; Marinho, Leidiane Gomes; Mendonça, Mariana Fernandes
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
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As Cinco Leis da Biblioteconomia foram criadas por Shialy Ramamrita Ranganathan há quase um século e continuam atuais quanto as suas propostas. A aplicação destas leis pode ocorrer em qualquer tipo de biblioteca ou centros de informações cujo objetivo seja a disseminação do conhecimento a quem dele fará o melhor uso.Este trabalho se propõe em mostrar a aplicabilidade destas leis numa Biblioteca de pós-graduação de uma Universidade, onde muitas vezes os recursos tanto físicos quanto materiais não permitem que se elabore um planejamento refinado, mas quando há boa vontade e profissionalismo, a aplicação destas leis é uma grande aliada para se fazer uma biblioteca cumprir de fato o seu papel que é disseminar o conhecimento de maneira a atender seus usuários com rapidez e eficácia.
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pt
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Eixo III - Ensino
AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: CONTEXTO HISTÓRICO E ASPECTOS
CONCEITUAIS
THE UNIVERSITY LIBRARIES: HISTORICAL CONTEXT AND CONCEPTUAL ASPECTS
Resumo: A biblioteca universitária tem demonstrado com o advento das tecnologias de
informação e comunicação, em especial a Internet, papel fundamental no acesso, elaboração e
distribuição da informação. Objetiva-se, a partir de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa,
apresentar uma contextualização histórica, teórica e conceitual da biblioteca universitária,
bem como seu papel dentro da universidade nesse atual contexto. Destaca-se, também,
produtos e serviços normalmente oferecidos por essas instituições. Conclui-se que as
bibliotecas universitárias têm incorporado as tecnologias da informação e da comunicação a
sua realidade, deixando evidente que ao invés da tecnologia ser uma ameaça para a biblioteca,
ela se apresenta como um instrumento vital para o desenvolvimento de diversas atividades, e
não só em termos de gestão, mas principalmente ao nível da comunicação e da interação entre
a biblioteca e seus usuários.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária. História da biblioteca universitária. Conceitos.
Serviços.
Abstract: The university library has demonstrated with the advent of information and
communication technologies, especially the Internet, a fundamental role in the access,
elaboration and distribution of information. The objective is to present a historical, conceptual
and conceptual context of the university library, as well as its role within the university in this
context. Also worthy of mention is the products and services normally offered by these
institutions. It is concluded that university libraries have incorporated information and
communication technologies into their reality, making it clear that instead of being a threat to
the library, it presents itself as a vital tool for the development of various activities, not only
in terms of management, but mainly at the level of communication and interaction between
the library and its users.
Keywords: University Library. History of the university library. Concepts. Services.
�1 INTRODUÇÃO
A biblioteca universitária tem demonstrado com o advento das tecnologias de
informação e comunicação, em especial a Internet, papel fundamental no acesso, elaboração e
distribuição da informação. Ao contrário do que se imaginava, a disponibilização de
informações na Internet não exclui a necessidade tanto do espaço físico quanto da sua
presença virtual. Isso porque, o espaço da biblioteca, seja ele físico ou virtual, promove o que
Chartier153 chama de espaço de sociabilidade. Nesse contato social é possível geração de
ideias e conhecimentos os quais promovem o bem estar social, cultural e intelectual da
sociedade.
Tendo por base essas reflexões, objetiva-se, a partir de uma pesquisa bibliográfica e
qualitativa, apresentar uma contextualização histórica, teórica e conceitual da biblioteca
universitária, bem como seu papel dentro da universidade nesse atual contexto. Destaca-se,
também, produtos e serviços normalmente oferecidos por essas instituições.
Iniciaremos com uma contextualização histórica das bibliotecas desde seu surgimento
na antiguidade até os dias atuais. Nessa contextualização, mostramos como as bibliotecas vêm
se desenvolvendo ao longo da história. Depois, desenvolvemos uma reflexão sobre a trajetória
das bibliotecas no Brasil. É indispensável fazer essa contextualização, pois o que se vive na
atualidade é fruto das transformações ocorridas em outrora.
No decorrer desse artigo, apresentamos também a discussão teórica e conceitual do
que a biblioteca representa nesse contexto atual.
2 AS BIBLIOTECAS: DA ANTIGUIDADE A MODERNIDADE
rego biblíon (livro) e theké (caixa,
depósito), portanto etimologicamente a palavra biblioteca pode ser entendida como um
depósito de livros (HOUAISS, 2001).
A história da biblioteca é tão antiga quanto o surgimento do livro, isso porque desde a
antiguidade as civilizações primitivas já se preocupavam em registrar e preservar o
conhecimento produzido. E a partir dessa preocupação é evidente que essas civilizações
buscavam formas e lugares para armazenar tais conhecimentos para perpetuar a memória das
civilizações. Os sumérios, por exemplo, usavam as placas de argila para registrar o
conhecimento gravando nelas conhecida como escrita cuneiforme.
Entrevista concedida ao programa Conexões da TV UFG exibido dia 04 de setembro de 2014. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=ZCji5oJZ-rc
�Entre as bibliotecas da antiguidade destacam-se as bibliotecas do Egito. A biblioteca
de Nínive é considerada a primeira biblioteca da história, ela estava localizada no palácio do
rei assírio Assurbanipal II, seu acervo era composto por documentos registrados em placas de
argila cozida e escrita em caracteres cuneiformes que remontam o século IX a.C. (MARTINS
1998).
Além da biblioteca de Nínive, existiram muitas outras bibliotecas em templos e
palácios da Babilônia, todavia, como a de Nínive, todas sucumbiram. Entre elas, estão as de
Assur, Koloch e Nippur (PEREZ-RIOJA, 1952 apud SANTOS, 2013).
Mas apesar da
biblioteca de Nínive ser a primeira da história a mais famosa de todas as bibliotecas egípcias
foi a biblioteca de Alexandria.
A biblioteca de Alexandria foi fundada por Ptolomeu I, general de Alexandre o grande
e foi pensada para ser uma biblioteca capaz de concentrar em si toda a sabedoria produzida.
universais, e com sua comunidade de estudiosos, tornou-se o protótipo das universidades da
-se que na biblioteca de Alexandria tenha existido mais de setecentos
mil volumes, dentre esses, diversos manuscritos únicos de um grande número de obras da
antiguidade (MARTINS, 1998).
Com o passar dos séculos diversas foram às mudanças percebidas na sociedade, mas a
preocupação em preservar o conhecimento nunca deixou de existir. Os suportes utilizados
para registrar o conhecimento evoluíram das placas de argila para o pergaminho, do
pergaminho para o papel e do papel para a tela dos computadores. Bem como os suportes, as
bibliotecas foram aos poucos transformando o seu papel na sociedade.
Da antiguidade a idade média as bibliotecas eram espaços intocáveis, digamos até que
considerados sagrados. O acesso as obras era restrito a poucos privilegiados e os livros eram
guardados e preservados a sete chaves. Por isso Martins (1998) afirma que as bibliotecas da
idade média era uma extensão das bibliotecas da antiguidade, pois as práticas dessas
bibliotecas se mantiveram as mesmas da antiguidade.
Na Idade média, apesar das mudanças terem sido poucas ocorreu uma expansão das
bibliotecas e para Martins (1998) esse período contou com três espécies de bibliotecas: as
monacais (desenvolvidas dentro de mosteiros e abadias, logo no início do período medieval),
as particulares e as universitárias (já no fim da Idade Média).
As bibliotecas monacais, conhecidas também como monásticas estavam situadas nos
conventos e mosteiros e o acesso as obras era restrito ao clero e alguns nobres. Figura
importante dessas bibliotecas são os copistas que se refugiavam no scriptorium para ler,
�traduzir e copiar os textos com o objetivo de preservar as coleções. As bibliotecas particulares
eram aquelas mantidas pelos reis e grandes senhores, e eram assim chamadas porque
pertenciam a título privado ou pessoal a eles, e mais tarde essas bibliotecas tornaram-se
As bibliotecas universitárias surgem a partir da criação das universidades, mas sua
origem também está sedimentada nas bibliotecas das ordens religiosas que deram base para a
criação das universidades, por isso as primeiras universidades surgiram como um
prolongamento das ordens religiosas, principalmente, das franciscanas e dominicanas. Essas
bibliotecas foram criadas para atender as necessidades das instituições de nível superior, mas
nesse período as bibliotecas ainda eram espaços de acesso restrito e tinha como função a
preservação do conhecimento.
O papel das bibliotecas até a renascença estava muito voltado para a proteção das
obras, sendo essas consideradas um deposito de livros, o que vai ao encontro da tradução
etimológica da palavra biblioteca. As bibliotecas nessa época tinham como função esconder
os livros ao invés de fazê-los circular e a própria estrutura arquitetônica das bibliotecas
demonstrava isso. Na biblioteca de Nínive, por exemplo, não existia saída para o exterior e a
única porta da biblioteca dava para o interior do edifício. O mesmo pode ser percebido nas
bibliotecas medievais, as quais estavam situadas no interior de conventos, lugares
completamente restritos (MARTINS, 1998).
equipados com molduras e argola de bronze, presas as correntes de ferro, com uma das
extremidades fixadas às estantes (RANGANATHAN, 2009).
O surgimento das universidades caracterizou-se como um ponto importante para
evolução das bibliotecas, pois apesar das universidades terem surgido sob a tutela das ordens
religiosas, essas estavam a caminho da laicização. E esse fato indicou um novo momento, no
qual, os livros extravasam o âmbito da religiosidade e avançavam para outros territórios
(MILANESI, 2002).
Martins (1998) afirma que é a partir da renascença que a biblioteca começa adquirir o
seu sentido moderno e é também a época que surge junto ao livro a figura do bibliotecário. É
nesse contexto de transformações que a biblioteca da início a uma concepção do seu papel, na
qual começa a se afastar do contexto de depósito de livros para se tornar um espaço
disseminador da informação. E a invenção de Gutenberg contribuiu e muito para isso.
Gutenberg desenvolveu no século XV a prensa de tipos móveis, e a partir dessa
invenção foi possível a produção em alta escala de livros, boletins, jornais e etc. Dessa forma
�a imprensa de Gutenberg surgiu, então, para incrementar o barateamento da produção de
livros e a disseminação do conhecimento. O raro e o caro tornaram-se acessível, o que era
particular ao clero e aos nobres passou a ser utilizado por segmentos mais amplos da
população. O manuscrito de poucos, revestido de sacralidade, tornou-se profano pela
reprodução e pelas tiragens progressivamente maiores (MILANESI, 2002).
A partir da invenção da imprensa ocorreu a proliferação de obras impressas, o que
contribuiu para a criação e a ampliação das bibliotecas o que nos direciona ao conceito da
biblioteca moderna, voltada para o atendimento das necessidades de seus usuários.
A história da biblioteca é marcada por inúmeras transformações e Martins (1998)
sintetiza essa história com maestria em quatro pontos principais, são eles: a laicização, a
democratização, a especialização e a socialização.
Da antiguidade a idade média as
bibliotecas estavam ligadas as ordens religiosas, mas à medida que estas entidades foram
desaparecendo as bibliotecas passam a gozar, nos tempos modernos, do estatuto de instituição
leiga e civil, pública e aberta, tendo o seu fim em si mesma. E essa laicização aliada as
contribuição da prensa de Gutenberg possibilitaram a democratização do acesso, e o que até
então estava restrito a poucos se tornou disponível para todos. Como consequência dessa
democratização, as bibliotecas tiveram que passar pelo processo de especialização, na qual,
elas passaram a constituir seus acervos para atender as demandas do grande público.
Enfim, o processo de socialização, que é o que distingue o papel da biblioteca nos dias
atuais. E o que antes tinha como característica ser um espaço sagrado e restrito, na
modernidade, tornou-se um espaço de socialização do conhecimento, de disseminação da
informação, de propagação de ações culturais e promoção da leitura. O papel da biblioteca
passa de guardião de livros para disseminadora da informação (MARTINS, 1998).
Eis que emergem outras conceituações para o termo biblioteca. Cunha e Cavalcanti
(2008, p.48) definem biblio
como os serviços e respectivo pessoal, que têm a atribuição de fornecer e interpretar esses
registros, a fim de atender às necessidades de informação, pesquisa, educação e recreação de
seus us
Assim com a mudança do papel da biblioteca, de depósito de livros para
disseminadora da informação, essas instituições tiveram que promover mudanças e
acompanhar as transformações vivenciadas no final do século XX e início do século XXI em
especial a ascensão das tecnologias da informação e da comunicação (TICs).
�O advento dessas tecnologias trouxe a disjunção entre o espaço e o tempo, o que
contribuiu para a descentralização nos processos de produção, transmissão, acesso e uso dos
conteúdos. A biblioteca perde sua centralidade, pois deixa de ser a única responsável por
disponibilizar conteúdos, mas não perde seu papel de disseminadora de informação e,
consequentemente, da função de atender as necessidades informacionais de seus usuários,
tendo em vista, por exemplo, o dilúvio informacional.
Ranganathan (2009) afirma que a biblioteca é um organismo vivo em crescimento, e
ele assim a define pelo fato das bibliotecas possuírem todos os atributos necessários a
ampliação e divulgação do conhecimento. Sendo que, esse tipo de organismo absorve matéria
nova, elimina matéria antiga, muda de tamanho e assume novas formas e aparências. Dessa
forma as bibliotecas precisam acompanhar as evoluções da sociedade e fazer uso das TICs e
de todos os recursos ofertados por elas para continuar exercendo seu papel.
Nesse contexto as mídias sociais são um dos exemplos de como as ferramentas
disponibilizadas pelas TIC podem ser incorporadas pelas bibliotecas para aumentar a
interação com o usuário, promover e divulgar os serviços oferecidos. Sendo considerada um
organismo vivo em crescimento as bibliotecas devem sempre se reinventar, e deixar de lado
velhos paradigmas para ir ao encontro do grande horizonte de possibilidades que se apresenta
com o desenvolvimento tecnológico.
2.1 A TRAJETÓRIA DA BIBLIOTECA NO BRASIL
A primeira biblioteca brasileira teve origem nos colégios jesuítas no período colonial.
No século XVI os livros eram raros nas mãos de particulares, mas já eram números
significativos nos colégios jesuítas. Segundo Moraes (2006) as bibliotecas jesuíticas possuíam
acervos de nível universitário, abrangendo os mais variados conhecimentos, por isso as obras
não atendiam apenas o ensino das primeiras letras, mas também a formação filosófica.
Com a expulsão em 1759 da companhia de Jesus as bibliotecas sofreram uma grande
perda, pois as bibliotecas dos colégios jesuítas foram deixadas a ermo durante anos e a quase
a totalidade das obras foi destruída, roubada ou vendida como papel velho (MARTINS,
2006).
Segundo Martins (2006) a primeira tipográfica em solo brasileiro foi instituída em
1747 por Antônio Isidoro da Fonseca, mas o grande marco para a história do livro e da
biblioteca no Brasil foi à chegada da família real Portuguesa em 1808 ao Rio de Janeiro. Pois
D João VI trouxe consigo todo aparato do estado e também a biblioteca Real Portuguesa. Para
�atender as demandas de impressão do governo, em maio do mesmo ano foi criada a Imprensa
Régia, sendo esta destinada a publicação de atos oficiais.
Em 1810 por decreto de 27 de julho, o acervo trazido por D. João VI foi acomodado
nas salas do Hospital da Ordem Terceira do Carmo e em 29 de outubro institui-se
catacumbas do Hospital do Carmo se erija e acomode a Real biblioteca e instrumentos de
física e matemática, fazendo-se à custa da Fazenda Real toda a despesa conducente ao arranjo
FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL,
2017)154. Inicia-se então a história da biblioteca Nacional Brasileira.
Assim como a impressa régia e a biblioteca Real, a vinda da corte portuguesa trouxe
consigo as academias de ensino superior. Segundo Carvalho (2004) o surgimento das escolas
superiores, entre o final do século XIX e o início do século XX, contribuiu para a criação de
bibliotecas ligadas a essas instituições. Foi na Bahia que surgiu os primeiros cursos isolados
de nível superior e ao longo do século XX várias outras iniciativas apareceram visando elevar
o nível educacional brasileiro como um dos projetos da Nova República. Assim,
empreendem-se reformas educacionais que visam aumentar o nível de instrução da população
e para isso criam-se as primeiras universidades (NUNES; CARVALHO, 2016).
A criação das academias de ensino superior foi o primeiro passo para a constituição
das universidades brasileiras. Sendo a primeira universidade brasileira oficialmente criada em
1920 a partir da junção de três escolas até então existentes, a Faculdade de Medicina, a Escola
Politécnica e da Faculdade de Direito, dando origem a Universidade do Brasil e mais tarde
denominada de Universidade Federal do Rio de Janeiro.
É notável que a trajetória da biblioteca universitária brasileira esteja inteiramente
ligada a constituição do ensino superior, tanto é que, foi a partir da criação da universidade do
Federal do Rio de Janeiro que as bibliotecas universitárias surgiram no Brasil. E assim em
1945 surge a biblioteca Central da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e, bem
depois, o Sistema de bibliotecas e Informação da UFRJ, que foi criado em 1989 e implantado
em 1990 (ALVARENGA, [2004?] apud DIOGENES, 2012). E assim à medida que novas
universidades foram criadas, novas bibliotecas universitárias foram sendo instituídas.
Segundo Nunes e Carvalho (2016) a partir do final da década de 1960 ocorre uma
expansão das bibliotecas universitárias devido à criação de muitas universidades que surgiram
a partir da junção de faculdades isoladas. Mas é a partir da reforma universitária de 1968 que
154
https://www.bn.gov.br/sobre-bn/historico
�as bibliotecas universitárias iniciam uma etapa. Pois até a reforma do ensino superior as
universidades não funcionavam de forma sistêmica e nem possuíam clareza de suas
finalidades, e isso refletiu também nas bibliotecas, as quais foram se desenvolvendo de forma
isolada e a partir de iniciativas particulares e Carvalho (1981) elucida essa realidade dizendo
que:
As bibliotecas universitárias se constituíram, pois, de iniciativas particulares isoladas
o que propiciou uma verdadeira proliferação de bibliotecas setoriais, pequenas, que
mantinham seus acervos fechados, inertes, organizados de forma artesanal e
-suf
reprimido, e todas elas enfrentavam a mesma sorte de carências, sem voz, totalmente
apagadas e alheias às atividades desenvolvidas por outras bibliotecas e pela própria
universidade (CARVALHO, 1981, p.17).
A reforma de 1968 foi considerada a reforma do ensino superior, na qual houve
alteração na estrutura organizacional, administrativa e acadêmica das universidades
brasileiras. Segundo Lima (1975) até então as universidades não tinham definidos com clareza
quais eram suas finalidades, foi a partir dessa reforma que foram estabelecidas as finalidades
para o ensino superior no Brasil, no qual ficou definido que as universidades realizariam
atividades de ensino, pesquisa, pós-graduação e extensão.
No documento da reforma de 1968 as bibliotecas universitárias não foram
mencionadas, mas com a definição das finalidades das universidades o papel delas ficou mais
claro. Pois de acordo com Lima (1975, p.12):
a falta de objetivos definidos para o ensino universitário provocou, no Brasil,
idêntica indefinição dos objetivos de suas bibliotecas. Estatutos e regimentos
aludiam, é certo, e sempre de maneira vaga e imprecisa, às finalidades das
instituições e ao papel que a biblioteca deveria desempenhar como suporte às
atividades da escola ou faculdade a que pertencia.
A mesma autora complementa dizendo que a partir do enfoque sistêmico do ensino
superior, determinado pela reforma, a universidade estava condicionada a uma interação e a
uma visão global de todas as suas partes, e por sua vez, uma de suas partes ou subsistemas
mais relevantes é a biblioteca (LIMA, 1975).
Para Ramalho (1992) citado por Carvalho (2004) a reforma universitária de 1968
trouxe contribuições para as bibliotecas universitárias, pois foi a partir dela que as autoridades
da área passaram a investir no setor.
�3 AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: ASPECTOS TEÓRICOS E CONCEITUAIS
As bibliotecas podem ser classificadas segundo funções e serviços que oferecem, pela
comunidade que atendem e pelo vínculo institucional. A partir desses quesitos podemos dizer
que existem bibliotecas públicas, bibliotecas comunitária, bibliotecas nacional, bibliotecas
escolares, bibliotecas especializadas e bibliotecas universitárias.
No geral todos os tipos de bibliotecas têm por objetivo atender as necessidades
informacionais do seu público, no entanto cada uma delas apresentam em si suas
especificidades. As bibliotecas públicas, por exemplo, são instituições mantidas pelo Estado
(vínculo municipal, estadual ou federal) e seu público alvo é toda a sociedade. Já as
bibliotecas comunitárias são um espaço de incentivo à leitura e acesso ao livro, esse tipo de
biblioteca é mantida pela comunidade local, sem vínculo direto com o Estado. As bibliotecas
Nacionais tem por função reunir e preservar toda a produção bibliográfica do país.
As bibliotecas escolares, como o próprio nome diz, estão inseridas no âmbito escolar,
em instituições que oferecem ensino pré-escolar, fundamental e/ou médio. Elas têm como
principal função dar suporte ao ensino e por isso atendem, prioritariamente, alunos,
professores e funcionários da unidade escolar que estão inseridas. Já as bibliotecas
especializadas são aquelas que possuem todo seu acervo voltado para um campo específico do
conhecimento e elas podem ser geridas tanto pelo setor público quanto pelo setor privado.155
E por fim as bibliotecas universitárias, essas são instituições que tem por objetivo
apoiar o ensino, pesquisa e extensão e estão vinculadas a uma unidade de ensino superior,
podendo ser essas instituições públicas ou privadas.
155
As definições sobre os tipos de bibliotecas foram retiradas do site do Sistema Nacional de biblioteca Públicas
(SNPB) disponível no link: http://snbp.culturadigital.br/tipos-de-bibliotecas/
�estabelecimentos de ensino superior, destinada aos professores e aos alunos, embora possa ser
980, p. XXIII). Pinto (1993) complementa
dizendo que essas bibliotecas são destinadas a suprir as necessidades informacionais da
comunidade acadêmica no desempenho das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 53) definem a biblioteca universitária como aquela que
é mantida por uma instituição de ensino superior e que atende às necessidades de informação
dos corpos docente, discente e administrativo, para apoiar tanto as atividades de ensino quanto
as de pesquisa e extensão. Pode ser uma única biblioteca ou várias organizadas como sistema
Carvalho (1981) entende bibliotecas universitárias como bibliotecas de instituições de
ensino superior (IES), com a função de atender necessidades de informação da comunidade
acadêmica na realização de suas atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Para Nunes e Carvalho (2016, p.179) as bibliotecas universitárias são:
Instituições de ensino superior e estão voltadas para atender as necessidades
de todos os membros da comunidade acadêmica da qual fazem parte, mas
num processo dinâmico, onde cada uma de suas atividades não é
desenvolvida de maneira estática e mecânica, mas com o intuito de agir
interativamente para ampliar o acesso à informação e contribuir para a
missão da universidade.
que é parte de um sistema mais amplo, que poderia ser chamado sistema de informação
Complementando essa ideia de Fujita (2005) de que a biblioteca faz parte de um sistema mais
amplo podemos citar Tarapanoff (1981) a qual afirma que a biblioteca universitária é o
resultado da sociedade à quem pertence: de suas características e prioridades socioeconômicas
e culturais. É uma unidade sem autonomia própria e esta subordinada à universidade. Baseada
nessas premissas, a biblioteca universitária reflete as características da universidade.
Dessa forma, as bibliotecas universitárias fazem parte de um super sistema,
representados pelas instituições de ensino superior a qual pertencem, e são integrantes
também de um sistema de bibliotecas (com a estrutura organizacional de bibliotecas centrais e
bibliotecas setoriais ou de sistema de bibliotecas). Pensando assim, podemos compreender as
bibliotecas universitárias a partir de uma visão sistêmica e isso pode ser percebido na figura
abaixo.
�Figura 7 - Níveis de sistemas que envolvem as bibliotecas
Entender a biblioteca universitária como parte de um sistema significa compreender
que todo o planejamento dessas instituições deve ser feito de forma integrada, os produtos e
serviços oferecidos devem estar em consonância com o meio no qual elas estão inseridas.
-se em um contexto universitário cujos
objetivos maiores são o desenvolvimento educacional, social, político e econômico da
sociedade humana.
voltada para as necessidades educacionais, culturais, científicas e tecnológicas da sociedade,
as bibliotecas universitárias também devem trabalhar visando esses mesmos objetivos
(FERREIRA, 1980). Desse modo, a biblioteca não deve compreender atuação desvinculada
do meio ambiente acadêmico.
Para contribuir com o meio no qual as bibliotecas universitárias estão vinculadas elas
oferecem alguns produtos e serviços. Sendo os mais recorrentes: o empréstimo domiciliar de
materiais informacionais, emissão de ficha catalográfica, acesso a ao portal de periódicos da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), acesso a base de
dados, acesso as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), consulta online ao catálogo da biblioteca, reserva e renovação on-line, treinamento para o uso da
biblioteca, treinamento para o acesso ao Portal da Capes, Comutação bibliográfica, aquisição
de materiais informacionais, laboratórios de informática, wifi, repositórios institucionais e
entre outros.
Percebe-se que a biblioteca universitária oferece uma gama de produtos e serviços
para atender as necessidades de seu público e cumpri com seu papel, mas diante do avanço
�das tecnologias da informação e da comunicação como essas bibliotecas tem se comportado?
Como esses produtos e serviços estão sendo construídos?
Cunha (2000, p. 75) afirma que as bibliotecas, em todas as épocas, sempre foram
dependentes da tecnologia da informaçã
utilização de textos impressos, o acesso a base de dados bibliográficos armazenados nos
grandes bancos de dados, o uso do CDROM e o advento da biblioteca digital, no final dos
bibliotecas sempre acompanharam e venceram os novos
paradigmas tecnológicos.
Nunes e Carvalho (2016) também mencionam que as bibliotecas universitárias têm
acompanhado os avanços tecnológicos, pois sob o advento da internet na década de 1990 e
com a inserção das tecnologias de informação e comunicação nas universidades e na
sociedade de maneira geral, as bibliotecas universitárias buscaram também se modernizar, e
essas tecnologias passaram a ser incorporadas na elaboração e na disponibilização de
catálogos online de acesso público (OPAC) visando facilitar o acesso à informação por parte
dos usuários.
É importante observamos que, atualmente, grande parte dos serviços ofertados pela
biblioteca universitária perpassa pelo uso da tecnologia, vejamos: todos os materiais
informacionais são cadastrados no software de gerenciamento da biblioteca, tanto o
empréstimo, quanto a renovação e a reserva são realizados somente por meio de um
computador com acesso a internet, o acesso as bases de dados assinadas pela biblioteca se dá
por meio dos computadores da universidade ou por meio do acesso remoto. Percebe-se então
o quanto a biblioteca está dependente da tecnologia e como elas já fazem parte do dia a dia
das atividades bibliotecárias.
Assim as bibliotecas universitárias têm incorporado as tecnologias da informação e da
comunicação a sua realidade, deixando evidente que ao invés da tecnologia ser uma ameaça
para a biblioteca, ela se apresenta como um instrumento vital para o desenvolvimento de
diversas atividades, e não só em termos de gestão, mas principalmente ao nível da
comunicação e da interação entre a biblioteca e seus usuários.
Cabe então as bibliotecas universitárias continuar evoluindo, pois as exigências do
século XXI para elas estão postas. E essas instituições Segundo Garcez e Rados (2002, p. 46)
precisam extrapolar:
os limites da estratégia convencional, procurem visualizar o futuro e criem
mecanismos para alcançar o propósito de atender às necessidades e
expectativas de seus usuários. Cabe a elas estabelecer uma estrutura
adequada à nova filosofia e dar os primeiros passos em busca da melhoria
�continuada, planejando adequadamente seus bens e serviços dentro de uma
nova ótica, ou seja, prevendo, tendo uma visão holística, redesenhando suas
atividades e seus processos, simplificando-os, agilizando-os e tornando-os
mais eficazes e flexíveis.
Dessa forma, conceitos como o da biblioteca 2.0, que entende a biblioteca como
aquela que está presente em todos os lugares, não existindo barreiras físicas, e que possui sua
organização centrada nos usuários, deve ser incorporada a realidade das bibliotecas
universitárias. Bem como o uso das diversas ferramentas da web 2.0.
O termo biblioteca 2.0 (Library 2.0) foi concebido por Michael Casey em seu blog
LibrayCrunch, para
colaboração, e tecnologias multimídia baseadas em web para serviços e coleções de
bibliotecas baseados em web
O avanço das tecnologias da informação e da comunicação tem contribuído para a
reestruturação dos processos de comunicação, de produção, de transmissão e uso da
informação. Estamos diante das ferramentas da web 2.0 e as possibilidades que elas podem
proporcionar para as instituições que as utilizam.
Dessa forma, convém sustentar que na atualidade, as bibliotecas universitárias devem
se engajar nos princípios da biblioteca 2.0 afim de oferecer aos seus usuários, produtos e
serviços condizentes ao exigido nesse contexto de grande fluxo informacional.
4 CONCLUSÃO
Como vimos, as bibliotecas universitárias foram, de certa maneira, o resultado
evolutivo das bibliotecas da Antiguidade e da Idade Média, já que se tornaram grandes
centros de produção e disseminação da informação. O papel da biblioteca universitária teve
sua ampliação, em especial, quando surge as novas tecnologias da comunicação e informação
e, principalmente, com o advento da Internet.
Assim as bibliotecas universitárias têm incorporado as tecnologias da informação e da
comunicação a sua realidade, deixando evidente que ao invés da tecnologia ser uma ameaça
para a biblioteca, ela se apresenta como um instrumento vital para o desenvolvimento de
diversas atividades, e não só em termos de gestão, mas principalmente ao nível da
comunicação e da interação entre a biblioteca e seus usuários.
�REFERÊNCIAS
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2003. 238 p.
CARVALHO, Isabel Cristina L. A socialização do conhecimento no espaço das bibliotecas
universitárias. Niterói: Interciência, 2004.
CARVALHO, Maria Carmen Romcy de,. Estabelecimento de padrões para bibliotecas
universitarias. -. Fortaleza :; Brasília: UFC ;: ABDF, 1981. 71p. :, tab. -. (Coleção
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Brasília: Briquet de lemos, 2008.
CUNHA, Murilo Bastos da. Construindo o futuro: a biblioteca universitária em 2010. Ciência
da Informação , Brasília, v. 29, n. 1, p. 71-89, jan./abr. 2000.
DIÓGENES, Fabiene Castelo Branco. Os novos papéis da biblioteca universitária
brasileira. 2012. 444 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Ciência
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Disponível em: <http://repositorio.unb.br/handle/10482/12305>. Acesso em: 09 nov. 2017
FERREIRA, Lusimar Silva. Bibliotecas universitárias brasileiras: análise de estruturas
centralizadas e descentralizadas. São Paulo: Pioneira; Brasília: INL, 1980
FUJITA, M. S. L. Aspectos evolutivos da bibliotecas universitárias em ambiente digital na
perspectiva da rede de bibliotecas da UNESP. Info & Soc. V. 1, n. 2, p.97-112, jul./dez. 2005.
GARCEZ, Eliane Maria Stuart; RADOS, Gregório J. Varvakis. Biblioteca híbrida: um novo
enfoque no suporte à educação à distância. Ciência da Informação, Brasília, v. 31, n. 2, p.4451, maio/ago. 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ci/v31n2/12907.pdf>. Acesso
em: 13 nov. 2017.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva,
2001.
LIMA, Etelvina. A biblioteca no ensino superior, 1975. VIII Congresso Brasileiro de
Biblioteconomia e Documentação, Anais do .... Brasília, 1975.
MANESS, Jack M.. TEORIA DA BIBLIOTECA 2.0: Web 2.0 e suas implicações para as
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Disponível em: <http://www.ies.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/831/1464>. Acesso
em: 26 fev. 2017
MARTINS, Wilson. A palavra escrita: historia do livro, da imprensa e da biblioteca. 3. ed.
rev. e atual. São Paulo: Ática, 2006. 519 p
MILANESI, Luis. Biblioteca. Cotia: Ateliê Ed., c2002. 116 p.
�MORAES, Rubens Borba. Livros e bibliotecas no Brasil colonial. 2. ed. Brasília: Briquet de
Lemos, 2006. 259 p
NUNES, Martha Suzana Cabral; CARVALHO, Kátia de. As bibliotecas universitárias em
perspectiva histórica: a caminho do desenvolvimento durável. Perspectivas em Ciência da
Informação, [S.l.], v. 21, n. 1, p. 173-193, mar. 2016. ISSN 19815344. Disponível em:
<http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/2572/1708>. Acesso em: 16
out. 2017.
RANGANATHAN, S.r.. As Cinco leis da biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos,
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SANTOS, Josiel Machado. O processo evolutivo das Bibliotecas da Antiguidade ao
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v. 8, n. 2, p. 175-189, fev. 2013. ISSN 1980-6949. Disponível em:
<https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/237/235>. Acesso em: 04 nov. 2017.
TARAPANOFF, Kira. Planejamento de e para bibliotecas universitárias no Brasil: sua
posição socioeconômica e estrutural. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS, 2., 1981, Brasília. Anais..., Brasília: CAPES, 1981. p. 9-30. Disponivel
em: https://www.bu.ufmg.br/snbu2014/anais_anterior/II-SNBU.pdf. acesso em: 09 nov. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
As bibliotecas universitárias: contexto histórico e aspectos conceituais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Andréa Pereira; Peixoto, Suzane Gonçalves Duarte
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A biblioteca universitária tem demonstrado com o advento das tecnologias deinformação e comunicação, em especial a Internet, papel fundamental no acesso, elaboração e distribuição da informação. Objetiva-se, a partir de uma pesquisa bibliográfica e qualitativa, apresentar uma contextualização histórica, teórica e conceitual da biblioteca universitária, bem como seu papel dentro da universidade nesse atual contexto. Destaca-se, também, rodutos e serviços normalmente oferecidos por essas instituições. Conclui-se que as bibliotecas universitárias têm incorporado as tecnologias da informação e da comunicação a sua realidade, deixando evidente que ao invés da tecnologia ser uma ameaça para a biblioteca, ela se apresenta como um instrumento vital para o desenvolvimento de diversas atividades, e ão só em termos de gestão, mas principalmente ao nível da comunicação e da interação entre a biblioteca e seus usuários.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5811/SNBU2018_209.pdf
5d91b9136caf75a24bfd0e9f1c703ded
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
MAPEAMENTO TEMÁTICO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CURSO DE
TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE DO INSTITUTO FEDERAL DE
MINAS GERAIS-CAMPUS OURO PRETO: ESTUDO CIENTOMÉTRICO
THEMATIC MAPPING OF THE SCIENTIFIC PRODUCTION OF THE TECHNOLOGY
COURSE IN QUALITY MANAGEMENT OF THE INSTITUTO FEDERAL DE MINAS
GERAIS-CAMPUS OURO PRETO: SCIENTOMETRIC STUDY
KELLY CRISTIANE SANTOS MORAIS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A pesquisa teve por objetivo o mapeamento temático da produção acadêmica do Curso de
Tecnologia em Gestão da Qualidade, por meio da análise das palavras-chave dos Trabalhos de
Conclusão de Curso, assim como, a análise das tendências de pesquisa desenvolvidas nesse curso. A
pesquisa é do tipo exploratória, com abordagem de cunho quantitativo, empregando técnicas de análise
cientométrica de coocorrência de palavras-chave. Foram analisados 89 Trabalhos de Conclusão de
Curso referentes ao curso de graduação em Tecnologia em Gestão da Qualidade defendidos,
aprovados e disponíveis para consulta na biblioteca. Para a coleta de dados foi realizada a análise de
assunto por meio da leitura técnica das monografias. Por meio da análise foi possível listar 102 (cento
e duas) palavras-chave e apresentar um ranking dos assuntos mais utilizados nos trabalhos
acadêmicos. A pesquisa evidenciou o interesse dos investigadores quanto aos assuntos relacionados a
tendência de pesquisas futuras observou-chave que repete
o nome do curso e consequentemente continuará a aparecer e ser pesquisado nos próximos anos.
iliar o curso a compreender a sua produção
acadêmica, a Instituição a tomar decisões e a biblioteca a aprimorar seus serviços e acervo.
Palavras-chave: Produção acadêmica; Cientometria; Mapeamento temático.
Abstract: The purpose of this research was to map the thematic production of the graduation in
Technology Course in Quality Management, through the analysis of the Keywords of the Conclusion
Works, as well as the analysis of the research trends developed in this course. The research is of the
exploratory type, with a quantitative approach, using techniques of cientificometric analysis of cooccurrence of keywords. We analyzed 89 Course Conclusion Works related to the Quality
Management Technology course defended, approved and available for consultation in the library. For
data collection, subject analysis was done through the technical reading of the monographs. Through
the analysis it was possible to list 102 (one hundred and two) keywords and present a ranking of the
subjects most used in academic works. The research evidenced researchers' interest in issues related to
"quality management", "quality tools", "environment" and "work safety". As a trend of future research
it was observed that "quality management" is a keyword that repeats the name of the course and
consequently will continue to appear and be researched in the coming years. As well as, the interest in
research related to the theme "quality tools" and "continuous improvement". The results will certainly
�help the course to understand its academic production, the institution making decisions and the library
to improve its services and collection.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Mapeamento temático da produção científica do Curso de Tecnologia em Gestão da Qualidade do Instituto Federal de Minas Gerais-Campus Ouro Preto: estudo cientométrico. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Morais, Kelly Cristiane Santos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A pesquisa teve por objetivo o mapeamento temático da produção acadêmica do Curso de Tecnologia em Gestão da Qualidade, por meio da análise das palavras-chave dos Trabalhos de Conclusão de Curso, assim como, a análise das tendências de pesquisa desenvolvidas nesse curso. A pesquisa é do tipo exploratória, com abordagem de cunho quantitativo, empregando técnicas de análise cientométrica de coocorrência de palavras-chave. Foram analisados 89 Trabalhos de Conclusão de Curso referentes ao curso de graduação em Tecnologia em Gestão da Qualidade defendidos, aprovados e disponíveis para consulta na biblioteca. Para a coleta de dados foi realizada a análise de assunto por meio da leitura técnica das monografias. Por meio da análise foi possível listar 102 (cento e duas) palavras-chave e apresentar um ranking dos assuntos mais utilizados nos trabalhos acadêmicos. A pesquisa evidenciou o interesse dos investigadores quanto aos assuntos relacionados a ―gestão da qualidade‖, ―ferramentas da qualidade‖, ―meio ambiente‖ e ―segurança do trabalho‖. Como tendência de pesquisas futuras observou-se que ―gestão da qualidade‖ é uma palavra-chave que repete o nome do curso e consequentemente continuará a aparecer e ser pesquisado nos próximos anos. Assim como, o interesse por pesquisas relacionadas ao tema ―ferramentas da qualidade‖ e ―melhoria contínua‖. Os resultados certamente poderão auxiliar o curso a compreender a sua produção acadêmica, a Instituição a tomar decisões e a biblioteca a aprimorar seus serviços e acervo.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5810/SNBU2018_208.pdf
6071fd57464dc0e8e89a4a9ffe5c1937
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Eixo - II Pesquisa e Extensão
DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO BASEADA EM PROJETOS DE
DOCENTES: PROPOSTA DE SERVIÇO PARA A BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS
JURÍDICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)
RESEARCH PROJECT: A PROPOSAL OF SERVICE TO THE LAW LIBRARY FROM
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)
PAULA CARINA DE ARAUJO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A disseminação seletiva da informação (DSI) é uma das formas de auxiliar o usuário na
seleção de informação e é considerado um trabalho especializado. Há uma mudança de paradigma do
acesso para a habilidade de selecionar fontes de informação autoritativas e que atendem às
necessidades do indivíduo. O trabalho consiste em um relato de experiência da proposta de um novo
serviço na Biblioteca de Ciências Jurídicas do Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal
do Paraná (UFPR). Propõe o serviço de DSI baseado nos projetos de pesquisa cadastrados no currículo
lattes dos docentes do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR. Objetiva oferecer um serviço
especializado e também levar ao conhecimento dos docentes a existência de ferramentas de DSI.
Pretende demonstra como esse serviço pode facilitar o planejamento e desenvolvimento de suas
pesquisas. Também busca potencializar o uso das fontes de informação disponibilizadas pela
biblioteca e pagas pela instituição. O serviço de DSI foi criado há aproximadamente 60 anos.
Entretanto, será oferecido pela primeira vez na Biblioteca de Ciências Jurídicas da UFPR. A equipe do
setor de referência desta biblioteca percebeu uma oportunidade de melhor aplicar as habilidades dos
bibliotecários para contribuir com o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão na universidade.
Palavras-chave: Serviço de Referência e Informação. Disseminação Seletiva da Informação. Serviço
de informação. Biblioteca universitária. Direito
Abstract: Through selective dissemination of information (SDI) we assist the user while selecting
information. SDI is also considered a specialized work. There is a paradigm shift from access to the
ability to select authoritative information source that responds to the information needs. We describe a
new service proposal to the law library at the library system from Universidade Federal do Paraná
UFPR,
(UFPR).
registered at Currículo Lattes. We seek to offer a specialized service and to present SDI tool to
professors. We intend to show how that service can help planning and developing research. We also
seek to promote the use of the information source offered by the law library. The SDI service was
created 60 years ago. However, it is proposed to offer for the first time at the law library at UFPR. The
abilities to contribute to the development of teaching and research at the university.
Keywords: Reference service; Selective Dissemination of Information (SID); Information service;
University library; Law.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Disseminação seletiva da informação baseada em projetos de docentes: proposta de serviço para a Biblioteca de Ciências Jurídicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR). (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Araujo, Paula Carina de
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A disseminação seletiva da informação (DSI) é uma das formas de auxiliar o usuário na seleção de informação e é considerado um trabalho especializado. Há uma mudança de paradigma do acesso para a habilidade de selecionar fontes de informação autoritativas e que atendem às necessidades do indivíduo. O trabalho consiste em um relato de experiência da proposta de um novo serviço na Biblioteca de Ciências Jurídicas do Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Propõe o serviço de DSI baseado nos projetos de pesquisa cadastrados no currículo lattes dos docentes do Setor de Ciências Jurídicas da UFPR. Objetiva oferecer um serviço especializado e também levar ao conhecimento dos docentes a existência de ferramentas de DSI. Pretende demonstra como esse serviço pode facilitar o planejamento e desenvolvimento de suas pesquisas. Também busca potencializar o uso das fontes de informação disponibilizadas pela biblioteca e pagas pela instituição. O serviço de DSI foi criado há aproximadamente 60 anos. Entretanto, será oferecido pela primeira vez na Biblioteca de Ciências Jurídicas da UFPR. A equipe do setor de referência desta biblioteca percebeu uma oportunidade de melhor aplicar as habilidades dos bibliotecários para contribuir com o desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão na universidade
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5809/SNBU2018_207.pdf
d3a01a587cabdfdc51206817cd6099c3
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Eixo: II - Pesquisa e Extensão
PARA OS PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE
EXPERIENCE REPORT OF THE EXTENSION PROJECT "BIBLIOTERAPIA" OF THE
UNIVERSITY HOSPITAL JOÃO DE BARROS BARRETO (HUJBB)
KELREN CECÍLIA DOS SANTOS LIMA DA MOTA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O presente trabalho trataBibl
Este tem como objetivo principal ressaltar a importância da prática da biblioterapia no âmbito
hospitalar, por meio do referido projeto, o qual é considerado uma experiência pioneira e exitosa na
Região Norte do País. Sendo composto por uma equipe multiprofissional, coordenado por uma
Bibliotecária, que prima em minimizar o sofrimento dos pacientes através de atividades
biblioterapêuticas com a finalidade de proporcionar bem estar físico, mental e espiritual. Para tanto,
em um primeiro momento foi realizado um levantamento bibliográfico acerca do assunto por parte dos
membros da equipe, posteriormente, o projeto passou a ser desenvolvido através de um conjunto de
atividades a serem executadas em curto, médio e em longo prazo, planejado e desenvolvido
anualmente. Após as atividades desenvolvidas são aplicados questionários aos pacientes e
acompanhantes para que seja verificado o grau de aceitação e as sugestões dos participantes. Pelo
- se a importância dos projetos de extensão na biblioteconomia, desta
forma, o Bibliotecário reforça o seu papel social perante a sociedade. Que a prática biblioterápica no
âmbito hospitalar pode ser benéfica e exitosa, auxiliando no processo de recuperação dos pacientes e
reforçando a humanização no serviço de saúde.
Palavras-chave: Biblioterapia; Profissional Bibliotecário; Hospital Universitário João de Barros
Barreto.
Abstract: The present work it is
of the University Hospital João de Barros Barreto (HUJBB). This has main objective to emphasize the
importance of the practice of bibliotherapy in hospital scope, by means of this project, which is
considered a pioneering and successful experience in the North of the country. Being composed of a
multiprofessional team, coordinated by a Librarian, that emphasizes in minimizing patiens suffering
through biblioterapeutic activities for the purpose of providing physical, mental and spiritual wellbeing. To do so, in the first moment a bibliographic survey about the subject was carried out by the
members of the team, later, the project began to be developed through a set of activities to be carried
out in the short, medium and long term, planned and developed annually. After the activities
developed, questionnaires were applied to patients and caregivers to verify the degree of satisfaction
and the suggestions of the participants. The project 'Biblioterapia' shows the importance of extension
projects in librarianship, In this way, the Librarian reinforces his social role in society. That the health.
�Keywords: Bibliotherapy; Professional Librarian; University Hospital João de Barros Barreto
(HUJBB).
1132
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Relato de experiência do Projeto de Extensão Biblioterapia para os pacientes internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Mota, Kelren Cecília dos Santos Lima da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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O presente trabalho trata-se de um relato de experiência do Projeto de Extensão ‗ Biblioterapia para pacientes internados no Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB)‘. Este tem como objetivo principal ressaltar a importância da prática da biblioterapia no âmbito hospitalar, por meio do referido projeto, o qual é considerado uma experiência pioneira e exitosa na Região Norte do País. Sendo composto por uma equipe multiprofissional, coordenado por uma Bibliotecária, que prima em minimizar o sofrimento dos pacientes através de atividades biblioterapêuticas com a finalidade de proporcionar bem estar físico, mental e espiritual. Para tanto, em um primeiro momento foi realizado um levantamento bibliográfico acerca do assunto por parte dos membros da equipe, posteriormente, o projeto passou a ser desenvolvido através de um conjunto de atividades a serem executadas em curto, médio e em longo prazo, planejado e desenvolvido anualmente. Após as atividades desenvolvidas são aplicados questionários aos pacientes e acompanhantes para que seja verificado o grau de aceitação e as sugestões dos participantes. Pelo Projeto ‗Biblioterapia‘ mostra- se a importância dos projetos de extensão na biblioteconomia, desta forma, o Bibliotecário reforça o seu papel social perante a sociedade. Que a prática biblioterápica no âmbito hospitalar pode ser benéfica e exitosa, auxiliando no processo de recuperação dos pacientes e reforçando a humanização no serviço de saúde
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5808/SNBU2018_206.pdf
6a8a0c03ed759137357a9f38d6165e69
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Eixo: II
Pesquisa e Extensão
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E AS AÇÕES PARA PROMOÇÃO DOS
DIREITOS SOCIAIS DAS MULHERES: A TROCA DE EXPERIÊNCIAS COMO
INSTRUMENTO PARA O EMPODERAMENTO FEMININO
THE UNIVERSITY LIBRARY AND THE ACTIONS TO PROMOTE WOMEN'S SOCIAL
RIGHTS: THE EXCHANGE OF EXPERIENCES AS AN INSTRUMENT FOR FEMALE
EMPOWERMENT
ANA PAULA MENESES ALVES
MIRLENE SIMÕES SEVERO
CLAUDETE CAMARGO PEREIRA BASAGLIA
THAYNA MARIA LEMOS SOUZA
AUGUSTO CACCIA-BAVA JUNIOR
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo:
Direitos Sociais das Mulheres na Sociedade Atual: Experiências
Vividas" é uma iniciativa da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr) - UNESP Câmpus de Araraquara e do Departamento de Sociologia, com o objetivo de apresentar os debates
atuais acerca da situação da mulher na sociedade brasileira, aportar com dados e relatos os direitos
sociais das mulheres, lembrar do significado da luta por direitos sociais das mulheres no Brasil, além
de avaliar as violações de tais direitos presentes hoje. Os debates aconteceram uma vez ao mês no
Centro Cultural Waldemar & Heleieth Saffioti, Chácara Sapucaia em Araraquara/SP, espaço que
abriga a Biblioteca Heleieth Saffioti. Foram convidadas como debatedoras diferentes representantes da
universidade e da comunidade local com expertise nos temas propostos, mas o grande foco da
discussão foi a troca e a construção de conhecimentos a partir das experiências pessoais das
participantes. Em cinco encontros abertos à comunidade, contou-se mais de cinquenta participantes e
doze convidados. Os debates realizados serão objeto de publicação vinculada a Faculdade de Ciências
e Letras da UNESP de Araraquara.
Palavras-chave: Mulheres. Mulheres
condições sociais. Mulheres identidade.
Abstract: The "Cycle of Debates" Social Rights of Women in the Current Society: Experiencias
Vividas "is an initiative of the Library of the Faculty of Sciences and Letters (FCLAr) - UNESP Câmpus de Araraquara and the Department of Sociology, with the purpose of presenting the debates
current information about the situation of women in Brazilian society, contribute with data and reports
on the social rights of women, recall the significance of the struggle for women's social rights in
Brazil, and evaluate the violations of these rights today. The debates took place once a month at the
Waldemar & Heleieth Saffioti Cultural Center, Chácara Sapucaia in Araraquara / SP, a space that
houses the Heleieth Saffioti Library. Different representatives of the university and the local
community with expertise in the proposed themes were invited to debate, but the main focus of the
�discussion was the exchange and construction of knowledge based on the participants' personal
experiences. In five meetings opened to the community, there were more than fifty participants and
twelve guests. The debates will be published by the Faculty of Sciences and Letters of UNESP of
Araraquara.
Keywords: Women. Women - social conditions. Women
identity.
1130
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A biblioteca universitária e as ações para promoção dos direitos sociais das mulheres: a troca de experiências como instrumento para o empoderamento feminino. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Alves, Ana Paula Meneses; Severo, Mirlene Simões; Basaglia, Claudete Camargo Pereira; Souza, Thayna Maria Lemos; Caccia-Bava Junior, Augusto
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Ciclo de Debates ―Direitos Sociais das Mulheres na Sociedade Atual: Experiências Vividas" é uma iniciativa da Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr) - UNESP - Câmpus de Araraquara e do Departamento de Sociologia, com o objetivo de apresentar os debates atuais acerca da situação da mulher na sociedade brasileira, aportar com dados e relatos os direitos sociais das mulheres, lembrar do significado da luta por direitos sociais das mulheres no Brasil, além de avaliar as violações de tais direitos presentes hoje. Os debates aconteceram uma vez ao mês no Centro Cultural Waldemar & Heleieth Saffioti, Chácara Sapucaia em Araraquara/SP, espaço que abriga a Biblioteca Heleieth Saffioti. Foram convidadas como debatedoras diferentes representantes da universidade e da comunidade local com expertise nos temas propostos, mas o grande foco da discussão foi a troca e a construção de conhecimentos a partir das experiências pessoais das participantes. Em cinco encontros abertos à comunidade, contou-se mais de cinquenta participantes e doze convidados. Os debates realizados serão objeto de publicação vinculada a Faculdade de Ciências e Letras da UNESP de Araraquara.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5807/SNBU2018_205.pdf
03cd68ce460f7a772a7ce39f66e7ffdb
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A ATIVIDADE DE EXTENSÃO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: UMA
PROPOSTA DE CAPACITAÇÃO PARA OS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
DE ENSINO DE ÓBIDOS-PA
THE EXTENSION ACTIVITY IN THE UNIVERSITY LIBRARY: A PROPOSAL TRAINING
FOR THE TEACHERS OF THE PUBLIC EDUCATION NETWORK OF ÓBIDOS-PA
BÁRBARA TEREZA COSTA DO NASCIMENTO
MARIA RAIMUNDA SANTOS DA COSTA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Aborda a proposta de uma ação extensionista de capacitação para os professores da rede
pública de ensino no perímetro urbano de Óbidos, um município paraense da Mesorregião do Baixo
Amazonas. Objetiva, de maneira geral, defender o protagonismo da Biblioteca Universitária no apoio
ao tripé ensino-pesquisa-extensão a partir da coordenação deste projeto. De modo específico, busca
subsidiar conhecimentos básicos para os professores acerca da bibliografia escolar, a importância da
relação entre biblioteca escolar e projeto pedagógico, bem como identificar os aspectos norteadores
para a criação do conteúdo programático da capacitação: módulos que abranjam desde a função da
biblioteca escolar, até a organização intuitiva do acervo e atividades culturais/recreativas que possam
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. O percurso metodológico escolhido é a pesquisa-ação,
pois, configura um processo colaborativo e participativo entre pesquisador e indivíduo/grupo.
Considera, finalmente, que a atividade proposta pela Biblioteca Universitária da Universidade Federal
do Oeste do Pará Campus Óbidos, irá sensibilizar os professores sobre a importância da biblioteca
escolar e do profissional bibliotecário na educação dos seus alunos, que passarão a contar com um
suporte para o seu letramento, competência informacional e potencial criativo. Já para a comunidade
acadêmica e local, irá despertar o reconhecimento dos discentes e consolidar-se enquanto agente
facilitadora/promotora da extensão na universidade, pautando produtos e serviços que estejam ligados
às necessidades e vulnerabilidades sociais da região.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária; Biblioteca Escolar; Escola Pública; Extensão.
Abstract: It addresses the proposal of a training extensionist action for public school teachers in the
urban perimeter of Óbidos, a Paraense municipality of the Lower Amazonas Meso-region. It aims, in a
general way, to defend the protagonism of the University Library in supporting the tripod teachingresearch-extension from the coordination of this project. Specifically, it seeks to subsidize basic
knowledge for teachers about the school bibliography, the importance of the relationship between
school library and pedagogical project, as well as to identify the guiding aspects for the creation of the
programmatic content of the training: modules ranging from library function school, to the intuitive
organization of the collection and cultural / recreational activities that can assist in the teachinglearning process. The methodological course chosen is action research, since it constitutes a
collaborative and participatory process between researcher and individual / group. Finally, he believes
that the activity proposed by the University Library of the Federal University of West of Pará - Óbidos
Campus will sensitize teachers about the importance of the school library and the professional
�librarian in the education of their students, who will have a support for their literacy, informational
competence and creative potential. For the academic and local community, it will awaken the students'
recognition and consolidate themselves as a facilitator / promoter of university extension, guiding
products and services that are linked to the needs and social vulnerabilities of the region.
Keywords:
University
Library;
School
Library;
Public
school;
Extension.
1128
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A atividade de extensão na biblioteca universitária: uma proposta de capacitação para os professores da rede pública de ensino de Óbidos-PA. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Nascimento, Bárbara Tereza Costa do; Costa, Maria Raimunda Santos da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda a proposta de uma ação extensionista de capacitação para os professores da rede pública de ensino no perímetro urbano de Óbidos, um município paraense da Mesorregião do Baixo Amazonas. Objetiva, de maneira geral, defender o protagonismo da Biblioteca Universitária no apoio ao tripé ensino-pesquisa-extensão a partir da coordenação deste projeto. De modo específico, busca subsidiar conhecimentos básicos para os professores acerca da bibliografia escolar, a importância da relação entre biblioteca escolar e projeto pedagógico, bem como identificar os aspectos norteadores para a criação do conteúdo programático da capacitação: módulos que abranjam desde a função da biblioteca escolar, até a organização intuitiva do acervo e atividades culturais/recreativas que possam auxiliar no processo de ensino-aprendizagem. O percurso metodológico escolhido é a pesquisa-ação, pois, configura um processo colaborativo e participativo entre pesquisador e indivíduo/grupo. Considera, finalmente, que a atividade proposta pela Biblioteca Universitária da Universidade Federal do Oeste do Pará – Campus Óbidos, irá sensibilizar os professores sobre a importância da biblioteca escolar e do profissional bibliotecário na educação dos seus alunos, que passarão a contar com um suporte para o seu letramento, competência informacional e potencial criativo. Já para a comunidade acadêmica e local, irá despertar o reconhecimento dos discentes e consolidar-se enquanto agente facilitadora/promotora da extensão na universidade, pautando produtos e serviços que estejam ligados às necessidades e vulnerabilidades sociais da região.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5806/SNBU2018_204.pdf
8675d0e5897c5ecd2499ce25a86bf7b9
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
CLÉRISTON RAMOS
FELIPE AGUIRRE GONÇALVES
MARIA HELENA MACHADO DE MORAES
RÚBIA TATIANA GATTELLI
VANESSA DIAS SANTIAGO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Considerando a pluralidade e criticidade do contexto social brasileiro, as instituições de
ensino, sobretudo as universidades públicas, assumem um importante papel de responsabilidade social.
Inseridas neste cenário estão as bibliotecas universitárias, atuando como protagonistas de questões
sociais por meio de ações que visam abordar, discutir, diminuir diferenças e valorizar as diversidades
viva esse
o
no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande. Semelhante às histórias de super
heróis a Liga é composta por 5 personagens emergentes do ambiente acadêmico que tem como função
a defesa da universidade pública engajada nos valores sociais e a defesa da biblioteca universitária
como espaço de inclusão e construção coletiva. Cada personagem da Liga representa uma faceta social
diferente ao mesmo tempo em que traz informações relevantes sobre o Sistema de Bibliotecas. Os
personagens foram sendo lançados ao longo do ano de 2017, através de uma abordagem qualitativa
descritiva que envolve campanhas com divulgação de material gráfico ilustrativo. Os canais de
divulgação utilizados foram eventos ocorridos dentro da Instituição e plataformas digitais, como os
sítios eletrônicos e as redes sociais oficiais da Universidade. Para o ano de 2018 está previsto o
lançamento de dois personagens e planeja-se ainda uma possível extensão da campanha com a criação
de mais personagens.
Palavras-chave: Biblioteca universitária; Diversidade; Inclusão; Responsabilidade social; Liga do
SiB.
Abstract: Since the Brazilian social context is plural and critical, educational institutions, especially
public universities, play an important role of social responsibility. According to this scenario,
university libraries act as protagonists of social issues developing actions that aim to approach,
discuss, diminish differences and value cultural, racial, sexual and gender diversities. The project
viva esse esp
team and implanted in the Sistema de Bibliotecas of Universidade Federal do Rio Grande to reach the
haracters whose
emerge from the academic environment. Their function is the defense of the public university engaged
in social values as well as the defense of the university library as a space of inclusion and collective
construction. Each league character represents a different social facet at the same time as it brings
�relevant information about the Sistema de Bibliotecas. The league characters were launched over the
year 2017, through a qualitative descriptive approach that involves campaigns with spreading of
illustrative graphic material. The dissemination channels used for that were events within the
Institution and digital platforms, such as the official University websites and social networks. For the
year 2018 is scheduled the launch of two remaining characters and is planned yet a possible campaign
extension with the creation of more characters.
Keywords: University library; Diversity; Inclusion; Social responsibility; Liga do SiB.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Biblioteca, um espaço da pluraridade: " Liga do SIB", (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ramos, Clériston; Gonçalves, Felipe Aguirre; Moraes, Maria Helena Machado de; Gattelli, Rúbia Tatiana; Santiago, Vanessa Dias
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Considerando a pluralidade e criticidade do contexto social brasileiro, as instituições de ensino, sobretudo as universidades públicas, assumem um importante papel de responsabilidade social. Inseridas neste cenário estão as bibliotecas universitárias, atuando como protagonistas de questões sociais por meio de ações que visam abordar, discutir, diminuir diferenças e valorizar as diversidades cultural, racial, sexual e de gênero. Com este objetivo foi criado o projeto ―Liga do SiB – viva esse espaço, abrace essa ideia‖, elaborado por uma equipe multidisciplinar de colaboradores e implantado no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande. Semelhante às histórias de super heróis a Liga é composta por 5 personagens emergentes do ambiente acadêmico que tem como função a defesa da universidade pública engajada nos valores sociais e a defesa da biblioteca universitária como espaço de inclusão e construção coletiva. Cada personagem da Liga representa uma faceta social diferente ao mesmo tempo em que traz informações relevantes sobre o Sistema de Bibliotecas. Os personagens foram sendo lançados ao longo do ano de 2017, através de uma abordagem qualitativa descritiva que envolve campanhas com divulgação de material gráfico ilustrativo. Os canais de divulgação utilizados foram eventos ocorridos dentro da Instituição e plataformas digitais, como os sítios eletrônicos e as redes sociais oficiais da Universidade. Para o ano de 2018 está previsto o lançamento de dois personagens e planeja-se ainda uma possível extensão da campanha com a criação de mais personagens.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5805/SNBU2018_203.pdf
9a9cb234fe8ae33e2926f3a2e340ce8e
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AÇÕES CULTURAIS DESENVOLVIDAS NA CORDELTECA GONÇALO
FERREIRA DA SILVA
CULTURAL ACTIONS DEVELOPED IN THE CORDELTECA GONÇALO FERREIRA DA
SILVA
REJANE ROSA DO AMARAL MONTEIRO
JÚLIA CUNHA DEPS MIGUEL
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Esse estudo busca verificar o impacto das ações culturais desenvolvidas por uma Cordelteca
nos hábitos de leitura de estudantes de ensino médio da rede pública do município de São Gonçalo,
região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Serão analisadas as atividades do projeto de
extensão do Departamento de Letras da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro que viabilizam essas ações. Investiga o uso dos folhetos de cordel como
recurso paradidático utilizado em escolas públicas. O gênero Cordel será apresentado como uma boa
oportunidade do aluno de escola pública ter contato com a experiência cultural que emana desta
literatura e toda sua riqueza expressiva, quanto à articulação de várias linguagens. O método utilizado
foi o quali-quantitativo, considerando os aspectos qualitativos como a reflexividade do pesquisador e
as opiniões dos respondentes quanto aos aspectos quantitativos por verificar as porcentagens obtidas
através da aplicação do questionário aos professores, bolsistas e bibliotecários envolvidos no projeto.
Como amostra, foram selecionadas três escolas localizadas no entorno da Faculdade. Constatou-se que
os professores trabalharam os folhetos de cordel em sala de aula e desenvolvem várias atividades além
do incentivo à leitura. Foi identificado que o projeto proporcionou forte influência no incentivo à
leitura. Despertou nos professores e alunos a importância para valorização da cultura, ao deixar em
cada escola a riqueza cultural que representa o cordel e as inúmeras atividades didáticas que podem ser
realizadas com este suporte.
Palavras-chave: Literatura de cordel; Cordelteca; Escolas públicas.
Abstract: This study seeks to verify the impact of the cultural actions developed by a Cordelteca in
the reading habits of high school students of the public network of the municipality of São Gonçalo,
metropolitan region of the state of Rio de Janeiro. The activities of the extension project of the
Department of Letters of the Faculty of Teacher Training of the State University of Rio de Janeiro will
be analyzed, which will enable these actions. It investigates the use of cordel leaflets as a
paradidological resource used in public schools. The Cordel genre will be presented as a good
opportunity for the public school student to have contact with the cultural experience that emanates
from this literature and all its expressive wealth, as to the articulation of several languages. The
quantitative method used was quantitative, considering the qualitative aspects, such as the reflectivity
of the researcher and the opinions of the respondents, as to the quantitative aspects to verify the
percentages obtained through the application of the questionnaire to the professors, scholars and
librarians involved in the project. As a sample, three schools located around the Faculty were selected.
It was found that the teachers worked the cordel leaflets in the classroom and developed several
activities besides the incentive to read. It was identified that the project provided a strong influence in
�the incentive to read. It has awakened in teachers and students the importance of valuing culture by
leaving in each school the cultural richness that represents the string and the numerous didactic
activities that can be carried out with this support.
Keywords: Literature of twine; Cordelteca; Public schools.
1124
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Ações culturais desenvolvidas na Cordelteca Gonçalo Ferreira da Silva. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Monteiro, Rejane Rosa do Amaral; Miguel, Júlia Cunha Deps
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Esse estudo busca verificar o impacto das ações culturais desenvolvidas por uma Cordelteca nos hábitos de leitura de estudantes de ensino médio da rede pública do município de São Gonçalo, região metropolitana do estado do Rio de Janeiro. Serão analisadas as atividades do projeto de extensão do Departamento de Letras da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro que viabilizam essas ações. Investiga o uso dos folhetos de cordel como recurso paradidático utilizado em escolas públicas. O gênero Cordel será apresentado como uma boa oportunidade do aluno de escola pública ter contato com a experiência cultural que emana desta literatura e toda sua riqueza expressiva, quanto à articulação de várias linguagens. O método utilizado foi o quali-quantitativo, considerando os aspectos qualitativos – como a reflexividade do pesquisador e as opiniões dos respondentes – quanto aos aspectos quantitativos por verificar as porcentagens obtidas através da aplicação do questionário aos professores, bolsistas e bibliotecários envolvidos no projeto. Como amostra, foram selecionadas três escolas localizadas no entorno da Faculdade. Constatou-se que os professores trabalharam os folhetos de cordel em sala de aula e desenvolvem várias atividades além do incentivo à leitura. Foi identificado que o projeto proporcionou forte influência no incentivo à leitura. Despertou nos professores e alunos a importância para valorização da cultura, ao deixar em cada escola a riqueza cultural que representa o cordel e as inúmeras atividades didáticas que podem ser realizadas com este suporte.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5804/SNBU2018_202.pdf
596028175badbf2edd0da32af323d27b
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA EM COMEMORAÇÃO
AO DIA NACIONAL DA CIÊNCIA
CULTURAL ACTION AT UNIVERSITY LIBRARY - COMMEMORATION OF THE
NATIONAL SCIENCE DAY
CLELIA JUNKO KINZU DIMÁRIO
WILNEIDE DO CARMO MARCHI MAIORANO
ELIANA DE CÁSSIA AQUARELI CORDEIRO
CIBELE CRISTINA DAVID BALDAN
SONIA ALVES
SANDRA APARECIDA ZAMBON DA SILVA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este relato visa propor a intervenção com ações culturais em Bibliotecas Universitárias
Especializadas, tendo como tema a Comemoração ao Dia Nacional do Meio Ambiente. Para tal, foi
iniciado um levantamento dos Grupos de Pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (IQSC)
disponível em seu site Institucional e depois foi estendido ao Diretório de Grupos de Pesquisa no
Brasil do Conselho Nacional de Pesquisa Lattes CNPq. Assim, constitui-se o objetivo geral de
nosso trabalho, a saber: identificar todas as linhas de pesquisa desenvolvidas pelos grupos da Unidade
que impactassem no Meio Ambiente e, posteriormente, em todas as áreas temáticas. Sabemos que as
universidades públicas ao longo dos anos, consolidam sua posição como grandes geradoras de
conhecimento científico atuando no ensino, pesquisa e extensão. Para quem gera ou contribui para a
produção do conhecimento científico, é importante que esse seja disseminado, alcance impacto e
reconhecimento na academia científica. Para as universidades e centros de pesquisa, é importante
mostrar o que é produzido, dar visibilidade aos seus pesquisadores demonstrando suas competências
para também justificar os investimentos financeiros dos orçamentos públicos de apoio às pesquisas.
Palavras-chave: Biblioteca universitária - ação cultural; Biblioteca-universitária inovação.
Abstract: This report aims to propose an intervention with cultural actions in Specialized University
Libraries. The general objective of our work is to identify all the lines of research developed by the
Unit's groups that impact on the Environment and, later, on all thematic areas. We know that public
universities over the years consolidate their position as great generators of scientific knowledge acting
in teaching, research and extension. Scientific knowledge has led to remarkable innovations that have
been of great benefit to humankind. For universities and research centers, it is important to show what
is produced, to give visibility to their researchers demonstrating their competencies to justify the
financial investments of public budgets to support research.
Keywords: University library - cultural action; Library-university - innovation.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Ação cultural na biblioteca universitária em comemoração ao Dia Nacional da Ciência. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dimário, Clelia Junko Kinzu et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este relato visa propor a intervenção com ações culturais em Bibliotecas Universitárias Especializadas, tendo como tema a Comemoração ao Dia Nacional do Meio Ambiente. Para tal, foi iniciado um levantamento dos Grupos de Pesquisa do Instituto de Química de São Carlos (IQSC) disponível em seu site Institucional e depois foi estendido ao Diretório de Grupos de Pesquisa no Brasil do Conselho Nacional de Pesquisa – Lattes – CNPq. Assim, constitui-se o objetivo geral de nosso trabalho, a saber: identificar todas as linhas de pesquisa desenvolvidas pelos grupos da Unidade que impactassem no Meio Ambiente e, posteriormente, em todas as áreas temáticas. Sabemos que as universidades públicas ao longo dos anos, consolidam sua posição como grandes geradoras de conhecimento científico atuando no ensino, pesquisa e extensão. Para quem gera ou contribui para a produção do conhecimento científico, é importante que esse seja disseminado, alcance impacto e reconhecimento na academia científica. Para as universidades e centros de pesquisa, é importante mostrar o que é produzido, dar visibilidade aos seus pesquisadores demonstrando suas competências para também justificar os investimentos financeiros dos orçamentos públicos de apoio às pesquisas
Language
A language of the resource
pt
-
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3c19bf07d9a9ce7e2f93e8167e7b9fbd
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AÇÃO CULTURAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: DIÁLOGO ENTRE
EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL
CULTURAL ACTION IN UNIVERSITY LIBRARIES: DIALOGUE BETWEEN FORMAL AND
NON-FORMAL EDUCATION
PATRÍCIA VERÔNICA N. DIAS FERNANDES
SUELY SANTANA
REJANE MARIA ROSA RIBEIRO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Aborda a importância da ação cultural nas bibliotecas universitárias quer esteja na
perspectiva da educação formal quer na educação não formal ou informal. O objetivo do texto é
apontar a pertinência da Política de Ação Cultural, a qual proporciona condições necessárias para a
mediação da informação e do conhecimento através de ações lúdicas, lazer, diversão e prazer como
instrumento para atrair o interesse do seu público alvo a conhecer a biblioteca de forma dinâmica. O
estudo ressaltou a importância da biblioteca universitária como agente transmissor do conhecimento,
disponibilizando informação, apoiando as atividades e desenvolvendo ações culturais, contribuindo
para a melhoria da qualidade de vida do cidadão, demonstrando qual a relação dos usuários com a
biblioteca no desenvolvimento cultural da comunidade em que está inserida.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Ação cultural. Educação.
Abstract: It addresses the importance of cultural action in university libraries whether in the
perspective of formal education or in non-formal or informal education. The purpose of the text is to
point out the pertinence of the Cultural Action Policy, which provides necessary conditions for the
mediation of information and knowledge through play, leisure, fun and pleasure as a tool to attract the
interest of its target audience to know the The study emphasized the importance of the university
library as a transmitting agent of knowledge, providing information, supporting activities and
developing cultural actions, contributing to the improvement of citizens' quality of life, demonstrating
the relationship of users with library in the cultural development of the community in which it is
inserted.
Keywords: University library. Cultural action. Education.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Ação cultural em Bibliotecas Universitárias: diálogo entre educação formal e não formal. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dias, Patrícia Verônica N. Fernandes; Santana, Suely; Ribeiro, Rejane Maria Rosa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda a importância da ação cultural nas bibliotecas universitárias quer esteja na perspectiva da educação formal quer na educação não formal ou informal. O objetivo do texto é apontar a pertinência da Política de Ação Cultural, a qual proporciona condições necessárias para a mediação da informação e do conhecimento através de ações lúdicas, lazer, diversão e prazer como instrumento para atrair o interesse do seu público alvo a conhecer a biblioteca de forma dinâmica. O estudo ressaltou a importância da biblioteca universitária como agente transmissor do conhecimento, disponibilizando informação, apoiando as atividades e desenvolvendo ações culturais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do cidadão, demonstrando qual a relação dos usuários com a biblioteca no desenvolvimento cultural da comunidade em que está inserida.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5802/SNBU2018_200.pdf
defce4f4cd8646ac4ea58df473616835
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
OS BASTIDORES DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: NÚCLEO DE
EDITORAÇÃO
THE UNIVERSITY LIBRARY'S BACKSTAGE: NÚCLEO DE EDITORAÇÃO
MARIA CRISTINA MATOSO
JACQUELINE COUTINHO COSTA
SERGIO EDUARDO SILVA DE CALDAS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O objetivo deste artigo é apresentar o Núcleo de Editoração do Sistema de Bibliotecas e
Informação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas de forma a problematizar as diferentes
demandas e funções definidoras dentro de um sistema de informação competente no âmbito
universitário, enquanto difusor de conhecimentos. A metodologia empregada constitui a utilização de
bibliografia pertinente bem como um mapeamento histórico e produtivo do Núcleo de Editoração, a
fim de demonstrar os dados e processos desenvolvidos pelo Setor. Os resultados constituem um
importante avanço na área da Biblioteconomia bem como da Ciência da Informação com a
implantação de métodos e procedimentos que permitiram ganhos visíveis tanto para a própria
Universidade como para o meio acadêmico. Tanto a indexação como a criação de bases de informação
como o Portal de Periódicos Científicos são sugestivos quanto à importância do cuidado com a
informação produzida no âmbito acadêmico.
Palavras-chave: Editoração científica; Biblioteca Universitária; Informação; Produção editorial.
Abstract: The purpose of this paper is to present the Editorial Center of the Libraries and Information
System of the Pontifícia Universidade Católica of Campinas in order to discuss the different demands
and defining roles within a competent information system in the University context, as well as a
knowledge diffuser. The methodology employed comprises the use of a pertinent bibliography, as well
as a historical and productive mapping of the Editorial Center, in order to demonstrate the data and
processes developed by the Sector. The results comprise an important progress in the Library Science
area, as well as the Information Science, with the implementation of methods and procedures that
allowed visible gains, both for the very University and the academic community. Both the indexation
and the creation of information data base such as the Journals Website are suggestive as for the
importance of the care about the information produced in the academic environment.
Keywords: Electronic publishing; University Library; Informatio; Editorial Production.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Os bastidores da biblioteca universitária: núcleo de editoração. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Matoso, Maria Cristina; Costa, Jacqueline Coutinho; Caldas, Sergio Eduardo Silva de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo deste artigo é apresentar o Núcleo de Editoração do Sistema de Bibliotecas e Informação da Pontifícia Universidade Católica de Campinas de forma a problematizar as diferentes demandas e funções definidoras dentro de um sistema de informação competente no âmbito universitário, enquanto difusor de conhecimentos. A metodologia empregada constitui a utilização de bibliografia pertinente bem como um mapeamento histórico e produtivo do Núcleo de Editoração, a fim de demonstrar os dados e processos desenvolvidos pelo Setor. Os resultados constituem um importante avanço na área da Biblioteconomia bem como da Ciência da Informação com a implantação de métodos e procedimentos que permitiram ganhos visíveis tanto para a própria Universidade como para o meio acadêmico. Tanto a indexação como a criação de bases de informação como o Portal de Periódicos Científicos são sugestivos quanto à importância do cuidado com a informação produzida no âmbito acadêmico
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5801/SNBU2018_199.pdf
1238a404fe98134b9252adb01c04de21
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ENTREARTES: A TRILHA CULTURAL DA USP
ADRIANA CYBELE FERRARI
JUN OKAMOTO JR.
MARGARETE DE LOURDES CAMPOS RAMOS
Modalidade de apresentação: Pôster
Resumo: A Universidade de São Paulo USP, reconhecida por sua excelência no ensino e pesquisa, é
detentora de grande variedade de coleções, acervos, edifícios históricos, museus e bibliotecas.
Desenvolve, regularmente, programação cultural diversificada, graças à manutenção de orquestras
sinfônica e de câmara, conjuntos corais, núcleos de Teatro e Cinema, Centros Culturais e outras
atividades promovidas nos diversos campi. Apesar da rica oferta que estimula o acesso a esses bens
culturais, boa parte da comunidade uspiana desconhece esse patrimônio. O Entreartes é um aplicativo
que reúne a agenda cultural com o objetivo de ampliar a participação da comunidade. O usuário deverá
selecionar a atividade de seu interesse e se dirigir ao local onde está sendo realizada. Cada atração terá
um cartaz afixado contendo QR CODE para que seja feita a leitura. Toda atividade possui pontuação
para ser revertida em brindes (livros, camisetas, moletons) e, no caso dos alunos de graduação, pode
ser contabilizada em créditos de atividades complementares que são exigidos nos cursos regulares da
USP. O Entreartes foi lançado em dezembro 2017, conta com 2000 downloads e tem ótima avaliação.
Assim como os demais equipamentos culturais, as bibliotecas estão inseridas na agenda cultural,
ampliando seu espectro de atuação e impactando na percepção da comunidade sobre seu papel na
USP. Em 2018, estão previstas ações intensificadas de divulgação e estabelecimento de parcerias
externas para ampliação da agenda cultural disponível para a comunidade uspiana.
Palavras-chave: Aplicativos móveis; tecnologias digitais; atividades culturais; ampliação de público.
Abstract: The University of São Paulo (USP), recognized for its excellence in teaching and research,
holds a wide variety of collections, historic buildings, museums and libraries. USP regularly develops
a diverse cultural programming, thanks to the maintenance of symphonic and chamber orchestras,
choral ensembles, theater and cinema groups, Cultural Centers and other activities promoted in its
Entreartes is a
community participation. First the user chooses the activity of his/her interest then, at event venue,
the user utilizes the application to read a QR CODE displayed in a sign board. This way, the user earns
points that can be later exchanged for prizes (book, t-shirts, sweatshirts). Undergraduate students may
Entreartes was released in
December 2017 so far it reached 2000 downloads and has received positive evaluation. Libraries, as
other cultural equipments, are inserted in the cultural programme, which has positively impacted the
community's perception of its role at USP. Intensified
Keywords: Mobile applications; digital technologies; public expansion; cultural activities .
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Entreartes: a trilha cultural da USP. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferrari, Adriana Cybele; Okamoto Jr, Jun; Ramos, Margarete de Lourdes Campos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Universidade de São Paulo – USP, reconhecida por sua excelência no ensino e pesquisa, é detentora de grande variedade de coleções, acervos, edifícios históricos, museus e bibliotecas. Desenvolve, regularmente, programação cultural diversificada, graças à manutenção de orquestras sinfônica e de câmara, conjuntos corais, núcleos de Teatro e Cinema, Centros Culturais e outras atividades promovidas nos diversos campi. Apesar da rica oferta que estimula o acesso a esses bens culturais, boa parte da comunidade uspiana desconhece esse patrimônio. O Entreartes é um aplicativo que reúne a agenda cultural com o objetivo de ampliar a participação da comunidade. O usuário deverá selecionar a atividade de seu interesse e se dirigir ao local onde está sendo realizada. Cada atração terá um cartaz afixado contendo QR CODE para que seja feita a leitura. Toda atividade possui pontuação para ser revertida em brindes (livros, camisetas, moletons) e, no caso dos alunos de graduação, pode ser contabilizada em créditos de atividades complementares que são exigidos nos cursos regulares da USP. O Entreartes foi lançado em dezembro 2017, conta com 2000 downloads e tem ótima avaliação. Assim como os demais equipamentos culturais, as bibliotecas estão inseridas na agenda cultural, ampliando seu espectro de atuação e impactando na percepção da comunidade sobre seu papel na USP. Em 2018, estão previstas ações intensificadas de divulgação e estabelecimento de parcerias externas para ampliação da agenda cultural disponível para a comunidade uspiana.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5800/SNBU2018_198.pdf
563752532f04f3dee776638cb9f6948e
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL CÂNDIDO ACRÍSIO
DA COSTA EM CEDRO - CE: HOMENAGEM AO DIA NACIONAL DO LIVRO
CULTURAL ACTION AT THE MUNICIPAL PUBLIC LIBRARY CÂNDIDO ACRÍSIO
DA COSTA CEDRO - CE: HOMAGE TO THE NATIONAL DAY OF THE BOOK
FRANCISCO LEANDRO CASTRO LOPES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Relata a ideia desenvolvida na Disciplina de Ação Cultural e Mediação da Leitura do Curso
de Básico de Auxiliar de Biblioteca como uma atividade de extensão da Biblioteca José Luciano
Pimentel do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Campus Cedro (IFCECedro), juntamente com os participantes do curso e em parceria com a Secretaria de Cultura de Cedro
- CE. Fomenta a importância de homenagear o Dia Nacional do Livro no Brasil na cidade do Cedro
CE, tendo como veículo facilitador, a Biblioteca Pública Municipal Cândido Acrísio da Costa
(BPMCAC), enquanto equipamento cultural, contribuindo com a realização de atividades que
envolvem a leitura. Dissemina o incentivo ao gosto de ler e contribui para que venha ser, efetivamente,
um lugar de projetos que envolvam a leitura. Assim desenvolveu-se a apresentação de projetos de
alunos do Curso supracitado; atividades lúdicas e artísticas e exposição de obras regionais, no caso
Cordel. Promoveu-se uma ação cultural nas dependências e em frente à BPMCAC, que atraiu a
comunidade em geral.
Palavras-chave: Ação cultural; Homenagem ao Dia Nacional do Livro (Brasil); Biblioteca pública.
Abstract: It reports on the idea developed in the Cultural Action and Reading Mediation Course of the
Library Assistant Basic Course as an extension activity of the José Luciano Pimentel Library of the
Federal Institute of Education, Science and Technology of Ceará, Cedro Campus (IFCE-Cedro) . It
promotes the importance of honoring the National Book Day in Brazil in the city of Cedro - CE, with
the city 's public library as a facilitating vehicle, as a cultural equipment, contributing to the activities
that involve reading. It disseminates the incentive to the taste of reading and contributes so that the
space becomes, effectively, a place of projects that involve the reading. Thus the presentation of
projects of students of the aforementioned Course was developed; play and artistic activities and
exhibition of regional works in the Cordel case. A cultural action was promoted in the premises and in
front of the Municipal Public Library of the city, which attracted the community in general.
Keywords: Cultural action; Homage to the National Book Day (Brazil); Public Library.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Ação cultural na Biblioteca Pública Municipal Cândido Acrísio da Costa em Cedro - CE: homenagem ao Dia Nacional do Livro. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Lopes, Francisco Leandro Castro
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a ideia desenvolvida na Disciplina de Ação Cultural e Mediação da Leitura do Curso de Básico de Auxiliar de Biblioteca como uma atividade de extensão da Biblioteca José Luciano Pimentel do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, Campus Cedro (IFCECedro), juntamente com os participantes do curso e em parceria com a Secretaria de Cultura de Cedro- CE. Fomenta a importância de homenagear o Dia Nacional do Livro no Brasil na cidade do Cedro – CE, tendo como veículo facilitador, a Biblioteca Pública Municipal Cândido Acrísio da Costa (BPMCAC), enquanto equipamento cultural, contribuindo com a realização de atividades que envolvem a leitura. Dissemina o incentivo ao gosto de ler e contribui para que venha ser, efetivamente, um lugar de projetos que envolvam a leitura. Assim desenvolveu-se a apresentação de projetos de alunos do Curso supracitado; atividades lúdicas e artísticas e exposição de obras regionais, no caso Cordel. Promoveu-se uma ação cultural nas dependências e em frente à BPMCAC, que atraiu a comunidade em geral.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5799/SNBU2018_197.pdf
a15048f917ddb9d024187e7dd2f7873c
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AÇÃO CULTURAL COMO TEMA DO CURSO DE DINAMIZAÇÃO DE
BIBLIOTECAS
CULTURAL ACTION AS A THEME OF THE LIBRARY DYNAMIZATION COURSE
SOLANGE DOS SANTOS ROCHA
ISABEL CRISTINA NASCIMENTO SANTANA
ANA MARTHA MACHADO SAMPAIO
MARIA DO CARMO SÁ BARRETO FERREIRA
REJANE MARIA ROSA RIBEIRO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O texto relata a atividade extensionista de ação cultural que acontece na Biblioteca Central
Julieta Carteado do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana
que é o Curso de Dinamização de Bibliotecas, e descreve os passos de como começou a ser
implantado e ministrado na biblioteca. O curso tem como objetivo capacitar bibliotecários e auxiliares
para desenvolver atividades de animação e ação cultural nos ambientes da biblioteca, dessa forma,
atrair mais frequentadores e comunidades em geral para o âmbito da biblioteca tornando-os seres
ativos e críticos.
Palavras-chave: Ação cultural. Bibliotecas. Dinamização. Capacitação.
Abstract: The text reports the extension activity of cultural action that happens in the Central Library
Julieta Carteado of the Integrated System of Libraries of the State University of Feira de Santana
which is the Course of Dynamization of Libraries and describes the steps of how it began to be
implanted and ministered in the library. The purpose of the course is to enable librarians and assistants
to develop activities of animation and cultural action in the library environments, thereby attracting
more frequenters and communities in general to the library, making them active and critical beings.
Keywords: Cultural Action. Libraries. Dynamization. Training.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Ação cultural como tema do curso de dinamização de bibliotecas. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rocha, Solange dos Santos; Santana, Isabel Cristina Nascimento; Sampaio, Ana Martha Machado; Fereira, Maria do Carmo Sá Barreto; Ribeiro, Rejane Maria Rosa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O texto relata a atividade extensionista de ação cultural que acontece na Biblioteca Central Julieta Carteado do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana que é o Curso de Dinamização de Bibliotecas, e descreve os passos de como começou a ser implantado e ministrado na biblioteca. O curso tem como objetivo capacitar bibliotecários e auxiliares para desenvolver atividades de animação e ação cultural nos ambientes da biblioteca, dessa forma, atrair mais frequentadores e comunidades em geral para o âmbito da biblioteca tornando-os seres ativos e críticos.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5798/SNBU2018_196.pdf
f5d0ae8d54d208af74fb55d9238cbdfa
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
SILÊNCIO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA HUGO DANTAS DE OLIVEIRA:
EU APOIO
SILENCE IN THE UNIVERSITY LIBRARY HUGO DANTAS DE OLIVEIRA: I SUPPORT
MARIA HELENA MACHADO DE MORAES
VANESSA DIAS SANTIAGO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este trabalho pretende discutir sobre as atividades desenvolvidas pela Biblioteca Hugo
Dantas de Oliveira da Universidade Federal do Rio Grande - FURG para minimizar o barulho
existente no salão de estudos. Com a ressalva que existem usuários que conseguem estudar, pesquisar
ou ler em ambientes barulhentos, outros já demandam de silêncio para desenvolver as atividades. Fato
que determinou inúmeras reclamações dos acadêmicos em diferentes ambientes como redes sociais,
email e formulários de reclamações. Com este problema emergente, apostou-se na ideia de sensibilizar
os usuários com a premissa de tornar o ambiente da biblioteca mais confortável e harmonioso, de
acordo com as necessidades apontadas pelos mesmos. Lembrando que as bibliotecas são vistas como
espaços coletivos, com o intuito de atender toda a comunidade a partir de suas demandas
informacionais com espaços agradáveis de frequentar tanto para estudos como lazer. Neste contexto, a
partir de observações diárias, por parte da equipe de profissionais, entendeu-se que interações com os
frequentadores e sinalização de regras e normas podem contribuir para ambientes salutares. Por fim,
observou-se que, a partir de ações de criação e afixação de cartazes na unidade, apontando a
necessidade do silêncio, houve uma redução dos ruídos, minimizando as reclamações constantes de
nossos usuários.
Palavras-chave: Biblioteca universitária; Silêncio na Biblioteca; Sensibilização dos usuários.
Abstract: This paper intends to discuss the activities developed by the Hugo Dantas de Oliveira
Library of the Federal University of Rio Grande do Sul - FURG to minimize the noise in the study
room. With the caveat that there are users who can study, research or read in noisy environments,
others already demand silence to develop activities. This fact has determined many complaints from
academics in different environments such as social networks, emails and complaint forms. With this
emerging problem, the idea was to sensitize users with the premise of making the library environment
more comfortable and harmonious, according to the needs pointed out by them. Recalling that libraries
are seen as collective spaces, with the purpose of attending the whole community from their
informational demands with pleasant spaces to attend both studies and leisure. In this context, based
on daily observations by the team of professionals, it was understood that interactions with regulators
and signs of rules and norms can contribute to healthy environments. Finally, it was observed that,
from the actions of creation and display of posters in the unit, pointing out the necessity of silence,
there was a reduction of noise, minimizing the constant complaints of our users.
�Keywords: University library; Silence in the Library; Awareness of users.
1110
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Silêncio na Biblioteca Universitária Hugo Dantas de Oliveira: eu apoio. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Moraes, Maria Helena Machado de ; Santiago, Vanessa Dias
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho pretende discutir sobre as atividades desenvolvidas pela Biblioteca Hugo Dantas de Oliveira da Universidade Federal do Rio Grande - FURG para minimizar o barulho existente no salão de estudos. Com a ressalva que existem usuários que conseguem estudar, pesquisar ou ler em ambientes barulhentos, outros já demandam de silêncio para desenvolver as atividades. Fato que determinou inúmeras reclamações dos acadêmicos em diferentes ambientes como redes sociais, email e formulários de reclamações. Com este problema emergente, apostou-se na ideia de sensibilizar os usuários com a premissa de tornar o ambiente da biblioteca mais confortável e harmonioso, de acordo com as necessidades apontadas pelos mesmos. Lembrando que as bibliotecas são vistas como espaços coletivos, com o intuito de atender toda a comunidade a partir de suas demandas informacionais com espaços agradáveis de frequentar tanto para estudos como lazer. Neste contexto, a partir de observações diárias, por parte da equipe de profissionais, entendeu-se que interações com os frequentadores e sinalização de regras e normas podem contribuir para ambientes salutares. Por fim, observou-se que, a partir de ações de criação e afixação de cartazes na unidade, apontando a necessidade do silêncio, houve uma redução dos ruídos, minimizando as reclamações constantes de nossos usuários.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5797/SNBU2018_195.pdf
20b1b95f1725acced2f482eecd1eba86
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
SEMANA CULTURAL DA FACISB: UMA TROCA DE SABERES
FACISB CULTURAL WEEK: A CHANGE OF KNOWLEDGE
RAFAEL DANILO MOREIRA
ANDREIA DA SILVA SANTOS
DANILO MANUEL OLIVEIRA SILVA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A Semana Cultural da FACISB tem por objetivo proporcionar a toda comunidade acadêmica
e externa, o conhecimento científico e cultural, promovendo a reflexão da ciência por meio da cultura,
oportunizando aos estudantes de apresentarem seus talentos culturais em momentos de socialização a
favor da arte. Sabendo da importância da formação interdisciplinar no cenário atual da educação
superior, na formulação de uma universidade moderna, é de fundamental relevância favorecer a
formação ampla e cultural além da específica e técnica, proporcionando momentos onde o repertório
cultural e as manifestações artísticas venham para somar. A II Semana Cultural da FACISB teve por
objetivo promover manifestações artísticas e culturais como Música, Dança, Capoeira e Intervenção
Poética, assim como, abordagens científicas com temas técnicos relacionados com o curso de
medicina, com palestras e oficinas. Além de um espaço totalmente reservado para as mulheres,
ações são muito importantes, aproximam toda a Comunidade Acadêmica bem como a Comunidade
Externa integrando ONGS, Entidades Filantrópicas, Grupos Independentes, Artistas Locais, entre
outros. A rotina na faculdade muda e o repertório cultural é enriquecido, visto que muitos não
conhecem a grandiosidade dos trabalhos realizados nas comunidades e até mesmo no Brasil afora.
Palavras-chave: Semana Cultural; Cultura; Atividade Complementar.
Abstract: The Cultural Week of FACISB aims to provide scientific and cultural knowledge to all
academic and external communities, promoting the reflection of science through culture, giving
students the chance to present their cultural talents in moments of socialization in favor of art.
Knowing the importance of the interdisciplinary formation in the current scenario of higher education,
in the formulation of a modern university, it is of fundamental importance to favor the broad and
cultural formation besides the specific and technical, providing moments where the cultural repertoire
and the artistic manifestations come to add. The 2nd FACISB Cultural Week had the objective of
promoting artistic and cultural manifestations such as Music, Dance, Capoeira and Poetic Intervention,
as well as scientific approaches with technical subjects related to the medical course, with lectures and
workshops. In addition to a space totally reserved for women, titled "Espaço Rosa" with the intention
of promoting self-esteem and personal marketing tips. These actions are very important, bringing
together the entire Academic Community as well as the External Community integrating NGOs,
Philanthropic Entities, Independent Groups, Local Artists, among others. The routine in college
changes and the cultural repertoire is enriched, since many do not know the greatness of the works
carried out in the communities and even in Brazil.
�Keywords: Cultural Week; Cultural; Complementary Activity.
1108
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Semana cultural da FABISB: uma troca de saberes. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Moreira, Rafael Danilo; Santos, Andreia da Silva; Silva, Danilo Manuel Oliveira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Semana Cultural da FACISB tem por objetivo proporcionar a toda comunidade acadêmica e externa, o conhecimento científico e cultural, promovendo a reflexão da ciência por meio da cultura, oportunizando aos estudantes de apresentarem seus talentos culturais em momentos de socialização a favor da arte. Sabendo da importância da formação interdisciplinar no cenário atual da educação superior, na formulação de uma universidade moderna, é de fundamental relevância favorecer a formação ampla e cultural além da específica e técnica, proporcionando momentos onde o repertório cultural e as manifestações artísticas venham para somar. A II Semana Cultural da FACISB teve por objetivo promover manifestações artísticas e culturais como Música, Dança, Capoeira e Intervenção Poética, assim como, abordagens científicas com temas técnicos relacionados com o curso de medicina, com palestras e oficinas. Além de um espaço totalmente reservado para as mulheres, intitulado ―Espaço Rosa‖ com o intuito de promover a autoestima e dicas de Marketing Pessoal. Essas ações são muito importantes, aproximam toda a Comunidade Acadêmica bem como a Comunidade Externa integrando ONGS, Entidades Filantrópicas, Grupos Independentes, Artistas Locais, entre outros. A rotina na faculdade muda e o repertório cultural é enriquecido, visto que muitos não conhecem a grandiosidade dos trabalhos realizados nas comunidades e até mesmo no Brasil afora.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5796/SNBU2018_194.pdf
d5b4b38f3de8f6527842e3da064b547a
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PROJETO DOM QUIXOTE: BIBLIOTECA ANDANTE
DESIGN DOM QUIXOTE: ANDANTE LIBRARY
FERNANDA MARIA BRITO GONÇALVES ALMEIDA
DEJENANE LIMA DA SILVA
ANA CARULINA CARNEIRO
LÚCIO MARQUES DE QUEIROZ
Modalidade de apresentação: Pôster
Resumo: O Projeto Dom Quixote: biblioteca andante, alocado no Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal da Bahia, foi instituído em 2008, visando participar dos Novos Movimentos
Sociais, voltados à expansão das oportunidades de integração e inserção sociais de grupos vulneráveis.
Objetivo: fortalecer o sentimento de identidade e de pertença de grupos vulneráveis, aproveitando os
bens materiais e culturais disponíveis, para amadurecimento da experiência do ser, numa proposta
sociocultural, política e humanista. Metodologia: propõe-se a desenvolver ações em quatro linhas. 1.
Apoio material às bibliotecas comunitárias, escolas municipais, centros sociais e outras entidades, 2.
Formação de agentes bibliotecários, através de seminários anuais, encontros de apoio e consultorias.
3. Formações de estudantes universitários; incluem leitura e produção de textos; discussões sobre
teorias e práticas pedagógicas; análises sobre a realidade brasileira nos aspectos políticos, econômicos,
sociais e culturais, visando reconhecer a constituição da desigualdade historicamente produzida e
mantida quer pela força quer pela transmissão ideológica; e produção de relatórios analíticos de suas
atividades. Os estudantes, além da participação no Encontro de formação semanal, vão para as
entidades parceiras, onde cumprem oito horas semanais. E suas atividades educativas são
acompanhadas pela coordenação do Projeto. 4. Atuações em entidades comunitárias, sobretudo
direcionadas à multiplicação de leitores infanto-juvenis, através do trabalho extensionista de
universitários bolsistas do Projeto Permanecer e de Ações Afirmativas, formados pelo Projeto Dom
Quixote, que atuam nos espaços conveniados pelo período de um ano, inicialmente, mas, podendo
permanecer até por ocasião de suas formaturas. Resultados: No ano de 2017, promoveu-se:
distribuição de milhares de livros às entidades parceiras; formação educacional e sócio-política de
cerca 25 estudantes universitários; desenvolvimento de atividades educativas a centenas de crianças e
adolescentes; prestação de consultoria às entidades.
Palavras-chave: educação; leitura; inserção social; identidade social.
Abstract: The Don Quixote Project: a walking library, located in the Library System of the Federal
University of Bahia, was established in 2008, aiming to participate in the New Social Movements,
aimed at expanding opportunities for social integration and integration of vulnerable groups.
Objective: to strengthen the sense of identity and belonging of vulnerable groups, taking advantage of
�the material and cultural assets available, for the maturation of the experience of being, in a
sociocultural, political and humanistic proposal. Methodology: proposes to develop actions in four
lines. 1. Material support for community libraries, municipal schools, social centers and other entities;
2. Training of librarians through annual seminars, support meetings and consultancies. 3. Training of
university students; include reading and producing texts; discussions on pedagogical theories and
practices; political, economic, social and cultural aspects, aiming to recognize the constitution of the
inequality historically produced and maintained, either by force or ideological transmission; and
production of analytical reports of its activities. The students, in addition to participating in the weekly
training meeting, go to the partner entities, where they meet eight hours a week. And their educational
activities are accompanied by the coordination of the Project. Activities in community entities, mainly
directed to the multiplication of children and youth readers, through the extensionist work of
scholarship holders of the Project to Stay and of Affirmative Actions, formed by the Project Don
Quixote, that work in the spaces agreed for the period of one year, initially, but, and may remain until
the time of their graduations. Results: In the year 2017, it was promoted: distribution of thousands of
books to partner entities; educational and socio-political training of about 25 university students;
development of educational activities for hundreds of children and adolescents; provision of
consultancy services to entities.
Keywords: education; reading; social insertion; social identity.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Projeto Dom Quixote: biblioteca andante. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Almeida, Fernanda Maria Brito Gonçalves; Silva, Dejenane Lima da; Carneiro, Ana Carulina; Queiroz, Lúcio Marques d
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Projeto Dom Quixote: biblioteca andante, alocado no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal da Bahia, foi instituído em 2008, visando participar dos Novos Movimentos Sociais, voltados à expansão das oportunidades de integração e inserção sociais de grupos vulneráveis. Objetivo: fortalecer o sentimento de identidade e de pertença de grupos vulneráveis, aproveitando os bens materiais e culturais disponíveis, para amadurecimento da experiência do ser, numa proposta sociocultural, política e humanista. Metodologia: propõe-se a desenvolver ações em quatro linhas. 1. Apoio material às bibliotecas comunitárias, escolas municipais, centros sociais e outras entidades, 2. Formação de agentes bibliotecários, através de seminários anuais, encontros de apoio e consultorias. 3. Formações de estudantes universitários; incluem leitura e produção de textos; discussões sobre teorias e práticas pedagógicas; análises sobre a realidade brasileira nos aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais, visando reconhecer a constituição da desigualdade historicamente produzida e mantida quer pela força quer pela transmissão ideológica; e produção de relatórios analíticos de suas atividades. Os estudantes, além da participação no Encontro de formação semanal, vão para as entidades parceiras, onde cumprem oito horas semanais. E suas atividades educativas são acompanhadas pela coordenação do Projeto. 4. Atuações em entidades comunitárias, sobretudo direcionadas à multiplicação de leitores infanto-juvenis, através do trabalho extensionista de universitários bolsistas do Projeto Permanecer e de Ações Afirmativas, formados pelo Projeto Dom Quixote, que atuam nos espaços conveniados pelo período de um ano, inicialmente, mas, podendo permanecer até por ocasião de suas formaturas. Resultados: No ano de 2017, promoveu-se: distribuição de milhares de livros às entidades parceiras; formação educacional e sócio-política de cerca 25 estudantes universitários; desenvolvimento de atividades educativas a centenas de crianças e adolescentes; prestação de consultoria às entidades.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5795/SNBU2018_193.pdf
ca9dae308856afe704eea021ebe02b37
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE USUÁRIOS PARA A PESQUISA
CIENTÍFICA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE - SEDE BOTÂNICO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
USER TRAINING PROGRAM FOR SCIENTIFIC RESEARCH IN HEALTH: REPORTS
OF EXPERIENCE OF THE LIBRARY OF HEALTH SCIENCES - BOTANIC
HEADQUARTERS UFPR
NATASHA PACHECO DE MELLO OLIVEIRA
JOSEFINA SOARES GUEDES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A capacitação de usuários para a pesquisa científica é prática fundamental em uma
biblioteca universitária. As bibliotecas especializadas em saúde encontram-se numa área bastante
estruturada e o manejo das informações científicas não pode ser feito de forma intuitiva, considerando
as inúmeras fontes de informação existentes atualmente. Daí surge a importância dos bibliotecários
atuarem como mediadores para a competência informacional da comunidade acadêmica. O presente
trabalho tem como objetivo apresentar o relato das experiências obtidas no programa de capacitação
de usuários para a pesquisa científica em saúde da Biblioteca de Ciências da Saúde Sede Botânico,
da Universidade Federal do Paraná. O estudo observou o programa de treinamentos continuados
ofertados em 2017 aos alunos de graduação e pós-graduação das áreas de Enfermagem, Farmácia,
Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional. Foram ministrados 23 treinamentos e participaram da
pesquisa 9 docentes, que avaliaram o impacto dos treinamentos na pesquisa científica de seus alunos.
O resultado demonstrou que os docentes avaliam positivamente os treinamentos, acreditam que os
discentes tiveram melhora na pesquisa científica após participação no programa de treinamentos
ofertado e esperam manter essa parceria ao longo de 2018. Conclui-se que é de suma importância a
continuidade deste trabalho para que sejam capacitados mais alunos e haja a consolidação do
programa.
Palavras-chave: Competência em informação. Capacitação de usuários. Bibliotecas especializadas em
saúde. Bibliotecário especialista em saúde.
Abstract: Empowering users for scientific research is key practice in a university library. The
specialized libraries of health are in a very structured area and the handling of scientific information
can not be done in an intuitive way, considering the numerous sources of information that currently
exist. Hence the importance of librarians acting as mediators for the informational competence of the
academic community. This paper aims to present the report of the experiences obtained in the user
training program for the scientific research in health of the Health Sciences Library - Botanic Station,
Federal University of Paraná. The study observed the program of continuous training offered in 2017
to undergraduate and graduate students in the areas of Nursing, Pharmacy, Nutrition, Dentistry and
Occupational Therapy. 23 trainings were given and 9 teachers participated in the study, which
evaluated the impact of training in the scientific research of their students. The results showed that the
teachers evaluated the training positively, believe that the students had improved scientific research
�after participating in the training program offered and hope to maintain this partnership throughout
2018. It is concluded that it is extremely important to continue this work for that more students be
trained and that the program be consolidated.
Keywords: Information competence. User training. Specialized libraries in health. Health Specialist
Librarian.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Programa de capacitação de usuários para a pesquisa científica em saúde: a experiência da Biblioteca de Ciências da Saúde - sede Botânico, da Universidade Federal do Paraná. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Natasha Pacheco de Mello; Guedes, Josefina Soares
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A capacitação de usuários para a pesquisa científica é prática fundamental em uma biblioteca universitária. As bibliotecas especializadas em saúde encontram-se numa área bastante estruturada e o manejo das informações científicas não pode ser feito de forma intuitiva, considerando as inúmeras fontes de informação existentes atualmente. Daí surge a importância dos bibliotecários atuarem como mediadores para a competência informacional da comunidade acadêmica. O presente trabalho tem como objetivo apresentar o relato das experiências obtidas no programa de capacitação de usuários para a pesquisa científica em saúde da Biblioteca de Ciências da Saúde – Sede Botânico, da Universidade Federal do Paraná. O estudo observou o programa de treinamentos continuados ofertados em 2017 aos alunos de graduação e pós-graduação das áreas de Enfermagem, Farmácia, Nutrição, Odontologia e Terapia Ocupacional. Foram ministrados 23 treinamentos e participaram da pesquisa 9 docentes, que avaliaram o impacto dos treinamentos na pesquisa científica de seus alunos. O resultado demonstrou que os docentes avaliam positivamente os treinamentos, acreditam que os discentes tiveram melhora na pesquisa científica após participação no programa de treinamentos ofertado e esperam manter essa parceria ao longo de 2018. Conclui-se que é de suma importância a continuidade deste trabalho para que sejam capacitados mais alunos e haja a consolidação do programa.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5794/SNBU2018_192.pdf
570d7f613e88d7be292d2d2882ff4d95
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFGD:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
ANNUAL ACTIVITY PLAN OF UFGD CENTRAL LIBRARY: EXPERIENCE REPORT
CIBELE ANDRADE NOGUEIRA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O Plano Anual de Atividades da Biblioteca Central da Universidade Federal da Grande
Dourados é um projeto de extensão, que tem por objetivo oferecer à comunidade interna e externa
atividades como palestras, minicursos, entre outras ações que contribuam com a reflexão e a formação
de um espírito crítico na academia. Ir além do que se pode imaginar de uma biblioteca universitária é o
que o projeto propôs. A proposta ainda está em andamento, portanto é uma avaliação bem ampla.
Alguns dos resultados obtidos foram: os participantes reconhecem a importância de a biblioteca
desenvolver esse tipo de ação; estão satisfeitos com o andamento do projeto; o marketing das
atividades precisa ser melhorado; há pouco conhecimento de outras bibliotecas que realizam esse tipo
de projeto, entre outras questões. O que se pode afirmar é que ouvir a opinião dos participantes foi
essencial para saber se há necessidade de dar continuidade neste projeto, se adequando às sugestões e
críticas que foram propostas.
Palavras-chave: Extensão; Biblioteca universitária; Biblioteca Central da UFGD.
Abstract: The Annual Plan of Activities from Central Library of Federal University of Grande
Dourados is an extension project that has for goal to offer to internal and external community activities
like talks, short courses among others actions that contributes with reflexion and formation of critical
spirit in academy. Go beyond from what we can expect imagine of a university library is what the
project proposed. The proposal is still in progress, therefore is a broad evaluation. Some of the results
obtained were: the participants recognizes the importance of the library develops that kind of action;
they are satisfy with the progress of the project; the marketing of activities has to be better; there are
few knowledge of others libraries that do this kind of project, and other questions. What we can say
are to hear the opinion from participants is essential to know if there is necessity to continue this
project fitting the suggestions and reviews that were proposed,
Keywords: Extension; University library; Biblioteca Central da UFGD.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Plano anual de atividades da Biblioteca Central da UFGD: relato de experiência. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Nogueira, Cibele Andrade
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Plano Anual de Atividades da Biblioteca Central da Universidade Federal da Grande Dourados é um projeto de extensão, que tem por objetivo oferecer à comunidade interna e externa atividades como palestras, minicursos, entre outras ações que contribuam com a reflexão e a formação de um espírito crítico na academia. Ir além do que se pode imaginar de uma biblioteca universitária é o que o projeto propôs. A proposta ainda está em andamento, portanto é uma avaliação bem ampla. Alguns dos resultados obtidos foram: os participantes reconhecem a importância de a biblioteca desenvolver esse tipo de ação; estão satisfeitos com o andamento do projeto; o marketing das atividades precisa ser melhorado; há pouco conhecimento de outras bibliotecas que realizam esse tipo de projeto, entre outras questões. O que se pode afirmar é que ouvir a opinião dos participantes foi essencial para saber se há necessidade de dar continuidade neste projeto, se adequando às sugestões e críticas que foram propostas.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5793/SNBU2018_191.pdf
88d2189c3a1228d2a14b36651538dddc
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
INDICADORES SOBRE EVENTO NA BIBLIOTECA CENTRAL USP RIBEIRÃO
PRETO
INDICATORS ON THE EVENT IN THE CENTRAL LIBRARY USP RIBEIRÃO PRETO
ROBSON DE PAULA ARAUJO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo:
Conhecimentos e práticas no contexto da informação
científica , contou com eventos realizados nas bibliotecas do Sistema. A Biblioteca Central USP
Ribeirã
em gerenciadores de referências
na utilização do EndNote e Mendeley. Através de pesquisa quantitativa, buscou-se encontrar
indicadores sobre as atividades e identificar o perfil dos participantes a partir dos dados das fichas de
inscrições (pesquisa documental). Foram sete sessões de treinamentos durante cinco dias e em dois
períodos (manhã e tarde), com capacidade total para 105 participantes (15 vagas por sessão). Com 65
inscrições (60 antecipadas - via internet e cinco presenciais - no dia e local do evento), a taxa de
presença foi de 78,5% (51 participantes) e o público predominante foi de alunos de pós-graduação.
Também foram analisados alguns dados sobre gênero e categorias dos participantes em relação à
população do campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto/SP e com dados acadêmicos
do Brasil. Identificou-se que o perfil dos participantes dos treinamentos foi de aluno de pós-graduação,
do sexo feminino, que se inscreveu pela internet e com preferência pelo período vespertino.
Palavras-chave: Biblioteca; Capacitação; Perfil de Usuário; Indicadores; Análise de Dados.
Abstract: The "20th Book and Library Week" promoted by the Integrated Library System of the
University of São Paulo with the theme "Knowledge and practices in the context of scientific
information", included events held in the System libraries. The Central Library USP Ribeirão Preto
carried out "Training in reference managers" for user training in the use of EndNote and Mendeley.
Through quantitative research, we sought to find indicators about the activities and to identify the
profile of the participants based on data from the registration forms (documentary research). There
were seven training sessions during five days and two periods (morning and afternoon), with a total
capacity of 105 participants (15 seats per session). With 65 registrations (60 in advance - via the
internet and five presential - on the day and place of the event), the attendance rate was 78.5% (51
participants) and the predominant audience was graduate students. We also analyzed some data about
gender and categories of participants in relation to the University of São Paulo campus population of
Ribeirão Preto / SP and Brazilian academic data. It was identified that the profile of the training
participants was of graduate student, female, that was registered by Internet and with preference for
the afternoon period.
Keywords: Library; Training; User Profile; Indicators; Data analysis.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Indicadores sobre evento na Biblioteca Central USP Ribeirão Preto. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Araujo, Robson de Paula
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A ―20ª Semana do livro e da biblioteca‖, promovida pelo Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade de São Paulo com o tema ―Conhecimentos e práticas no contexto da informação científica”, contou com eventos realizados nas bibliotecas do Sistema. A Biblioteca Central USP Ribeirão Preto realizou ―Capacitação em gerenciadores de referências‖ para treinamentos de usuários na utilização do EndNote e Mendeley. Através de pesquisa quantitativa, buscou-se encontrar indicadores sobre as atividades e identificar o perfil dos participantes a partir dos dados das fichas de inscrições (pesquisa documental). Foram sete sessões de treinamentos durante cinco dias e em dois períodos (manhã e tarde), com capacidade total para 105 participantes (15 vagas por sessão). Com 65 inscrições (60 antecipadas - via internet e cinco presenciais - no dia e local do evento), a taxa de presença foi de 78,5% (51 participantes) e o público predominante foi de alunos de pós-graduação. Também foram analisados alguns dados sobre gênero e categorias dos participantes em relação à população do campus da Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto/SP e com dados acadêmicos do Brasil. Identificou-se que o perfil dos participantes dos treinamentos foi de aluno de pós-graduação, do sexo feminino, que se inscreveu pela internet e com preferência pelo período vespertino
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5792/SNBU2018_190.pdf
32976e3ab93d594b23b03c0dc5d92145
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
EXTENSÃO CULTURAL: UMA PRÁTICA NA BIBLIOTECA DA QUÍMICA SÃO
CARLOS USP
USP
Y OF SÃO CARLOS
CLELIA JUNKO KINZU DIMÁRIO
SONIA ALVES
WILNEIDE DO CARMO MARCHI MAIORANO
ELIANA DE CÁSSIA AQUARELI CORDEIRO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A proposta deste relato de experiência é compartilhar uma atividade de extensão cultural em
uma Biblioteca universitária especializada na área de Química, na cidade de São Carlos, no contexto
do Instituto de Química de São Carlos (doravante IQSC). O principal objetivo da extensão cultural foi
permitir a integração e socialização da vida universitária nos espaços da Biblioteca de Química. Além
disso, buscou-se motivar a aproximação do saber científico ao saber popular contextualizando os
conceitos químicos de funções orgânicas da temática festa junina. Para tanto, realizou-se uma
comemoração ao Dia do Químico com um coffebreak temático junino aberto a toda Comunidade do
IQSC. A Equipe da Biblioteca fez parcerias com a 1) Comissão de Graduação para viabilizar o
coffebreak, com o 2) Grupo de Tutoria PET para a confecção e apresentação de pôsteres temáticos
junino e com o 3) Projeto Pequeno Cidadão USP-KPMG, para uma atividade de extensão cultural
dentro da Biblioteca. Na ocasião, os alunos do Programa Estudantil de Tutoria (PET) apresentaram ao
público uma sessão de pôsteres explicando os conceitos químicos do bolo, dos fogos de artifício, da
pipoca e do algodão doce. Houve também uma visitação pré-agendada das crianças do Projeto
Pequeno Cidadão à exposição. Na oportunidade, elas receberam explicações advindas dos alunos do
PET sobre os pôsteres temático junino e também tiveram a oportunidade de vivenciar algumas horas
em uma biblioteca universitária. Essa atividade conseguiu integrar toda a Comunidade do IQSC
motivar ações voltadas à cultura e extensão universitária em bibliotecas públicas universitárias.
Palavras-Chave: Biblioteca universitária - ação cultural; Biblioteca universitária - inovação;
Biblioteca universitária - práticas renovadoras.
Abstract: The aim of this experience report is to share a cultural extension activity at a University
Library specialized in the area of Chemistry. The main goals were to allow integration and
socialization of university life in the Library area as well as to bring scientific knowledge to any
people of the community, inserting chemical concepts of organic functions in the June fest. For that,
the Day of Chemistry was celebrated with a thematic coffee break open to entire IQSC community. To
develop this action, a partnership was done between members of the Library and the Undergraduate
Committee who were responsible for executing the coffee break. The group of Student Tutoring
Program (PET) was responsible for preparing and presenting themed posters and for doing a cultural
extension activity within Library with the Pequeno Cidadão Project (USP-KPMG). A poster session
�was presented to public by PET students to explain chemical concepts behind baking a cake,
fireworks, popcorn and cotton candy. Pre-scheduled visitation of the Pequeno Cidadão Project
exhibition for children was executed given them the opportunity to attendee explanations by PET
students about posters and to experience some hours in a university library. Integration of entire IQSC
community was reached with this activity. The opportunity of execution cultural and university
extension activities in public university libraries was reached as well.
Keywords: University library - cultural action; University library - innovation; University library renovating practices.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Extensão cultural: uma prática na Biblioteca da Química São Carlos – USP. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dimário, Clelia Junko Kinzu; Alves, Sonia; Maiorano, Wilneide do Carmo Marchi; Cordeiro, Eliana de Cássia Aquareli
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A proposta deste relato de experiência é compartilhar uma atividade de extensão cultural em uma Biblioteca universitária especializada na área de Química, na cidade de São Carlos, no contexto do Instituto de Química de São Carlos (doravante IQSC). O principal objetivo da extensão cultural foi permitir a integração e socialização da vida universitária nos espaços da Biblioteca de Química. Além disso, buscou-se motivar a aproximação do saber científico ao saber popular contextualizando os conceitos químicos de funções orgânicas da temática festa junina. Para tanto, realizou-se uma comemoração ao Dia do Químico com um coffebreak temático junino aberto a toda Comunidade do IQSC. A Equipe da Biblioteca fez parcerias com a 1) Comissão de Graduação para viabilizar o coffebreak, com o 2) Grupo de Tutoria PET para a confecção e apresentação de pôsteres temáticos junino e com o 3) Projeto Pequeno Cidadão USP-KPMG, para uma atividade de extensão culturaldentro da Biblioteca. Na ocasião, os alunos do Programa Estudantil de Tutoria (PET) apresentaram ao público uma sessão de pôsteres explicando os conceitos químicos do bolo, dos fogos de artifício, da pipoca e do algodão doce. Houve também uma visitação pré-agendada das crianças do Projeto Pequeno Cidadão à exposição. Na oportunidade, elas receberam explicações advindas dos alunos doPET sobre os pôsteres temático junino e também tiveram a oportunidade de vivenciar algumas horas em uma biblioteca universitária. Essa atividade conseguiu integrar toda a Comunidade do IQSC motivar ações voltadas à cultura e extensão universitária em bibliotecas públicas universitárias.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5791/SNBU2018_189.pdf
2778d8c041148a1f171ea10146c296c2
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO COMO AÇÃO DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
INFORMATION LITERACY AS AN ACTION OF SOCIAL RESPONSIBILITY IN
UNIVERSITY LIBRARIES
MARCELA REINHARDT DE SOUZA
LETÍCIA LAZZARI
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Reconhecer as necessidades de informação ou o modo adequado de recuperá-las pode não
ser tarefa fácil para todas as pessoas. Desta forma, considerando o ambiente universitário como um
meio de aprendizagem e desenvolvimento intelectual, a biblioteca universitária como um órgão de
suporte e apoio a esse aprendizado, o bibliotecário como mediador da informação, o acesso à
informação como indicador de poder e cidadania e a competência em informação como necessária
para que se faça melhor uso da informação, a presente pesquisa busca com base na exploração
bibliográfica acerca dos conceitos de responsabilidade social e competência em informação, identificar
se o desenvolvimento da competência em informação da comunidade acadêmica por parte das
bibliotecas universitárias pode ser considerado como uma ação de responsabilidade social. Após o
desenvolvimento do estudo, chegou-se a conclusão de que um programa de desenvolvimento da
competência em informação pelas bibliotecas universitárias pode sim ser considerado pertinente a área
da responsabilidade social, porém, para tanto, não poderá estar restrito ao meio
universitário/acadêmico, pelo contrário, deverá obrigatoriamente atingir a comunidade do entorno.
Além disso, deverá ultrapassar de modo voluntário as obrigações institucionais, proporcionar melhoria
da qualidade de vida da população atingida, ter carácter continuado e ser transparente na divulgação
dos seus resultados à sociedade.
Palavras-chave: Responsabilidade Social; Competência em Informação; Biblioteca Universitária.
Abstract: Recognizing the information needs or the proper way to retrieve them may not be an easy
task for all people. Thus, considering the university environment as a means of learning and
intellectual development, the university library as a support and support body for this learning, the
librarian as mediator of information, access to information as an indicator of power and citizenship
and informacion literacy as a domain information tool, the present research searches on the basis of the
bibliographical exploration about the concepts of social responsibility and information literacy, to
identify if the development of informacion literacy of the academic community by the university
libraries can be considered as an action of social responsibility. After the development of the study, it
was concluded that a program of development of informacion literacy by university libraries can be
considered relevant in the area of social responsibility, but for that, it can not be restricted to the
university / academic environment, on the contrary, it must reach out to the surrounding community.
In addition, it should voluntarily go beyond institutional obligations, improve the quality of life of the
population affected, be continuous and transparent in disseminating its results to society.
�Keywords: Information Literacy; Social Responsability; University Library.
1096
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Competência em informação como ação de responsabilidade social em bibliotecas universitárias. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souza, Marcela Reinhardt de; Lazzari, Letícia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Reconhecer as necessidades de informação ou o modo adequado de recuperá-las pode não ser tarefa fácil para todas as pessoas. Desta forma, considerando o ambiente universitário como um meio de aprendizagem e desenvolvimento intelectual, a biblioteca universitária como um órgão de suporte e apoio a esse aprendizado, o bibliotecário como mediador da informação, o acesso à informação como indicador de poder e cidadania e a competência em informação como necessária para que se faça melhor uso da informação, a presente pesquisa busca com base na exploração bibliográfica acerca dos conceitos de responsabilidade social e competência em informação, identificar se o desenvolvimento da competência em informação da comunidade acadêmica por parte das bibliotecas universitárias pode ser considerado como uma ação de responsabilidade social. Após o desenvolvimento do estudo, chegou-se a conclusão de que um programa de desenvolvimento da competência em informação pelas bibliotecas universitárias pode sim ser considerado pertinente a área da responsabilidade social, porém, para tanto, não poderá estar restrito ao meio universitário/acadêmico, pelo contrário, deverá obrigatoriamente atingir a comunidade do entorno. Além disso, deverá ultrapassar de modo voluntário as obrigações institucionais, proporcionar melhoria da qualidade de vida da população atingida, ter carácter continuado e ser transparente na divulgação dos seus resultados à sociedade.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5790/SNBU2018_188.pdf
49b35d3db7287ca2fa1897d9f30346cf
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
BIBLIOTECA E DOCENTES EM EXPERIÊNCIAS CULTURAIS DE EXTENSÃO
LIBRARY AND TEACHERS IN EXTENSION CULTURAL EXPERIENCES
ROSÂNGELA SILVA DE CARVALHO
ANTONISE COELHO DE AQUINO
ANA RITA LEANDRO DOS SANTOS
JAVANDILMA GOMES FERREIRA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O trabalho discorre acerca de um relato de experiências a partir de um projeto de extensão
desenvolvido entre a biblioteca e docentes do campus Zona Rural do Instituto Federal de Educação do
Sertão Pernambucano, cujo objetivo foi criar um espaço de convivência cultural e artística entre toda a
comunidade acadêmica, em detrimento da ausência de tais atividades no ambiente. A biblioteca do
campus, além buscar contribuir para a formação de leitores, desenvolver competências informacionais,
empenha-se em estar integrada às dinâmicas do ensino, pesquisa e extensão.
om o intuito de apresentar diversas atividades culturais ao longo
de cada mês letivo, de preferência na última quinta feira, em diferentes espaços do campus, com a
promoção de diálogos que permitissem a reflexão acerca dos processos inerentes à criação e práticas
artísticas entre estudantes e membros daquele âmbito universitário e escolar. Dentre as ações
apresentadas ao longo de dois anos, destacam-se: peça teatral, bate papo, exibição de filmes, ida de
turmas ao cinema, grupos musicais, workshop, sarau, entre outros. Constatou-se o envolvimento da
biblioteca, dos alunos, professores e convidados externos nas temáticas oferecidas, que culminaram
em momentos de apreciação à arte e à cultura, permeados de significados àquela comunidade. As
atividades do projeto foram bem aceitas na comunidade acadêmica.
Palavras-chave: Projeto de Extensão. Atividades culturais. Biblioteca. Docentes.
Abstract: The paper discusses an experience report from an extension project developed between the
library and teachers of the Rural Zone campus of the Federal Institute of Education of Sertão
Pernambucano, whose objective was to create a space of cultural and artistic coexistence between the
entire community the absence of such activities in the environment. The campus library, besides
seeking to contribute to the formation of readers, develop informational skills, strives to be integrated
with the dynamics of teaching, research and extension. The "Quintas Culturais" project was designed
and planned with the intention of presenting several cultural activities during each school month,
preferably on Thursday, in different spaces of the campus, with the promotion of dialogues that
allowed reflection on the processes inherent in artistic creation and practices among students and
members of that university and school environment. Among the actions presented over two years, the
most outstanding are: theater play, chat, film screening, going to the movies, music groups, workshop,
sarau, among others. It was noticed the involvement of the library, the students, teachers and external
guests in the themes offered, culminating in moments of appreciation of art and culture, permeated
�with meanings to that community. The project activities were well accepted in the academic
community.
Keywords: Extension project. Cultural activities. Library. Teachers.
1094
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Bilblioteca e docentes em experiências culturais de extensão. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Carvalho, Rosangela Silva de; Aquino, Antonise Coelho de; Santos, Ana Rita Leandro dos; Ferreira, Javandilma Gomes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho discorre acerca de um relato de experiências a partir de um projeto de extensão desenvolvido entre a biblioteca e docentes do campus Zona Rural do Instituto Federal de Educação do Sertão Pernambucano, cujo objetivo foi criar um espaço de convivência cultural e artística entre toda a comunidade acadêmica, em detrimento da ausência de tais atividades no ambiente. A biblioteca do campus, além buscar contribuir para a formação de leitores, desenvolver competências informacionais, empenha-se em estar integrada às dinâmicas do ensino, pesquisa e extensão. O projeto ―Quintas Culturais foi elaborado e planejado com o intuito de apresentar diversas atividades culturais ao longo de cada mês letivo, de preferência na última quinta feira, em diferentes espaços do campus, com a promoção de diálogos que permitissem a reflexão acerca dos processos inerentes à criação e práticas artísticas entre estudantes e membros daquele âmbito universitário e escolar. Dentre as ações apresentadas ao longo de dois anos, destacam-se: peça teatral, bate papo, exibição de filmes, ida de turmas ao cinema, grupos musicais, workshop, sarau, entre outros. Constatou-se o envolvimento da biblioteca, dos alunos, professores e convidados externos nas temáticas oferecidas, que culminaram em momentos de apreciação à arte e à cultura, permeados de significados àquela comunidade. As atividades do projeto foram bem aceitas na comunidade acadêmica.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5789/SNBU2018_187.pdf
b9519666db3f591221c9b052e78ce792
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PROMOVENDO A LEITURA E A CIDADANIA: O PAPEL DA BU JUNTO A SUA
COMUNIDADE O CASO DA BIBLIOTECA DO LITORAL DA UFPR
PROMOTING READING AND CITIZENSHIP: THE ROLE OF BU WITH YOUR
COMMUNITY THE LIBRARY CASE OF THE COAST OF UFPR
NELCY TERESINHA DA ROSA KEGLER
SIMONE NAVES ANGELIN
ROMILDA APARECIDA SANTOS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este estudo relata a experiência de desenvolvimento de atividades socioculturais obtidas junto à
Biblioteca do Sistema de Bibliotecas, da Universidade Federal do Paraná. Essas experiências incluem
co acadêmico por meio de
oficinas de uso do sistema da biblioteca, acesso à base de dados especializada com vistas a contribuir com o
acesso ao conhecimento e programas dos PPCs, bem como atendimento à comunidade regional no que se refere
à formação de bibliotecas comunitárias junto às comunidades rurais e de pescadores. Tais atividades e ações
buscam promover a cidadania, a democratização do conhecimento e a promoção da leitura.
Palavras-chave: Biblioteca universitária; Ação cultural; Dinamização de bibliotecas; Extensão universitária.
Abstract: This study reports the experience of developing social and cultural activities in the Library System of
Libraries, Federal University of Paraná. Cultural and educational interventions such as "Cultural Cafe", academic
attendance through library system use workshops, access to the specialized database aiming to contribute to the
access to knowledge and PPC programs, as well as serving the regional community in which refers to the
formation of community libraries in rural and fisher communities. Activities and actions that seek to promote
citizenship, the democratization of knowledge and the promotion of reading.
Keywords: University library; Cultural action; Dynamization of libraries; University Extension.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Promovendo a leitura e a cidadania: o papel da BU junto a sua comunidade – o caso da biblioteca do litoral da UFPR. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Kegler, Nelcy Teresinha da Rosa; Angelin, Simone Naves; Santos, Romilda Aparecida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este estudo relata a experiência de desenvolvimento de atividades socioculturais obtidas junto à Biblioteca do Sistema de Bibliotecas, da Universidade Federal do Paraná. Essas experiências incluem intervenções culturais e educativas, como ―Café Cultural‖, atendimento ao público acadêmico por meio de oficinas de uso do sistema da biblioteca, acesso à base de dados especializada com vistas a contribuir com o acesso ao conhecimento e programas dos PPCs, bem como atendimento à comunidade regional no que se refere à formação de bibliotecas comunitárias junto às comunidades rurais e de pescadores. Tais atividades e ações buscam promover a cidadania, a democratização do conhecimento e a promoção da leitura
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5788/SNBU2018_186.pdf
f87c7a8da7f06e361a8be11fb5e5fe83
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
LIVRO OU E-BOOK: UMA QUESTÃO DE SUSTENTABILIDADE
BOOK OU E-BOOK: UMA SUSTAINABILITY QUEST?
ANDRÉ SOUZA PENA
ELDA ALVES AMBRÓZIO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a questão ambiental em relação ao livro impresso e-book, que
muitas vezes são esquecidas. Com tantas mudanças ocorridas nas ultimas décadas, vem se levantando questões
em relação ao meio ambiente. E os objetivos específicos realizados nessa pesquisa foram de esboçar a breve
historia e a conceituação do e-book e o livro físico, ponderar sobre as vantagens e desvantagens do livro
impresso e o e-book, delinear o perfil do profissional da Informação diante da crise ambiental, descrever a
sustentabilidade do e-book e o livro físico. A seleção desse tema justifica-se por ser um assunto recente. Esse
assunto é importante pelo fato da crise ambiental ser uma preocupação global dos países e discutidas em
conferencias relativas ao meio ambiente. A pesquisa Bibliográfica também está presente, no alcance em que se
fez indispensável introduzir o conhecimento sobre o objeto de estudo, neste sentido, procurar informações sobre
a questão da sustentabilidade dos livros tanto o impresso como o e-book.
Palavras-chave: Livro; E-book; Sustentabilidade.
Abstract: The objective of this research is to analyze the environmental issues in relation to the printed book and
eBook, which are often forgotten. With so many changes in recent decades, it has been raising questions in
relation to the environment. And the specific objectives achieved in this research were to outline a brief history
and the concept of e-book and physical book, ponder the advantages and disadvantages of the printed book and
the e-book, outlining the profile of the information professional in the face of crisis environmental, describe the
sustainability of the e-book and physical book. The selection of this theme is justified by being a recent issue.
This issue is important because the environmental crisis is a global concern of the countries and discussed at
conferences on the environment. The Bibliographical research also present in the range in which it is made
indispensable to the knowledge of the object of study in this sense, look for information on the issue of
sustainability of both the books printed as the e-book.
.
Keywords: Book; E-book; Sustainability.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Livro ou e-book: uma questão de sustentabilidade. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pena, Andre Souza; Ambrózio, Elda Alves
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo desta pesquisa é analisar a questão ambiental em relação ao livro impresso e-book, que muitas vezes são esquecidas. Com tantas mudanças ocorridas nas ultimas décadas, vem se levantando questõesm em relação ao meio ambiente. E os objetivos específicos realizados nessa pesquisa foram de esboçar a breve historia e a conceituação do e-book e o livro físico, ponderar sobre as vantagens e desvantagens do livro impresso e o e-book, delinear o perfil do profissional da Informação diante da crise ambiental, descrever a sustentabilidade do e-book e o livro físico. A seleção desse tema justifica-se por ser um assunto recente. Esse assunto é importante pelo fato da crise ambiental ser uma preocupação global dos países e discutidas em conferencias relativas ao meio ambiente. A pesquisa Bibliográfica também está presente, no alcance em que sefez indispensável introduzir o conhecimento sobre o objeto de estudo, neste sentido, procurar informações sobre a questão da sustentabilidade dos livros tanto o impresso como o e-book.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5787/SNBU2018_185.pdf
c7dc091f74a19e372a50f7d9bbc90429
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
IMPORTÂNCIA DO PORTAL DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PARA A COMUNIDADE
DISCENTE
IMPORTANCE OF THE PORTAL OF ELECTRONIC JOURNAL OF THE FEDERAL
UNIVERSITY OF MARANHÃO TO THE DISCIPLE COMMUNITY
CARIN CUNHA ROCHA
LUCIANE RAQUEL CARVALHO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Análise da importância dos periódicos científicos eletrônicos na vida acadêmica da
comunidade discente do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão/Campus Bacabal. Os
periódicos científicos eletrônicos são uma realidade bastante presente nas universidades brasileiras e
apresentam como vantagens: não necessitam de espaço físico para armazenamento, facilidade de cópia
e impressão, permitindo maior flexibilidade, disponibilizando instantaneamente a informação, entre
outras, aumentando com isso a dinâmica do fluxo da informação. O objetivo da pesquisa é analisar se
os alunos do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão/Campus Bacabal conhecem e
utilizam o Portal de Periódicos Eletrônicos ofertados pelo site da Universidade. Especificamente,
procurou-se explicar a importância dos periódicos eletrônicos para a comunidade acadêmica;
investigar se os alunos conhecem a Revista Afluente (da área de Letras presente no Portal); avaliar sua
frequência de uso e a quantidade de alunos que já publicou na Revista Afluente. Quanto à metodologia
utilizada, esta pesquisa é caracterizada como exploratória com abordagem quantitativa utilizando o
questionário para coleta de dados. Como resultados observou-se que os alunos reconhecem a
importância dos periódicos científicos para o meio acadêmico; conhecem o Portal de Periódicos
Eletrônicos da Universidade, assim como a Revista Afluente. Apesar disso, sua utilização ainda é
pouco frequente.
Palavras-chave: Periódico científico; Periódico científico eletrônico; Portal de periódicos eletrônicos.
Abstract: Analysis of the importance of electronic scientific journals in the academic life of the student
community of the Course of Letters of the Federal University of Maranhão / Bacabal Campus. Electronic
scientific journals are a reality present in Brazilian universities and have the following advantages: they do not
require physical space for storage, easy copying and printing, allowing greater flexibility, providing
information instantly, among others, thereby increasing the dynamics of the flow of information. The objective
of the research is to analyze if the students of the Course of Letters of the Federal University of Maranhão /
Campus Bacabal know and use the Portal of Electronic Journals offered by the University website. Specifically,
we tried to explain the importance of electronic journals to the academic community; investigate if the students
know about the Afluente Magazine (from the Letters area present in the Portal); evaluate its frequency of use
and the number of students that have already published in the Afluente Magazine. Regarding the methodology
used, this research is characterized as exploratory with a quantitative approach using the questionnaire for data
collection. As results it was observed that students recognize the importance of scientific journals to the
1087
�academic environment; know the Portal of Electronic Journals of the University, as well as the Afluente
Magazine. Even so, its use is still infrequent.
Keywords: Scientific journal; Electronic scientific journal; Portal of electronic journals.
1088
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Importância do Portal de Periódicos Eletrônicos da Universidade Federal do Maranhão para a comunidade discente. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rocha, Carin Cunha; Carvalho, Luciane Raquel
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Análise da importância dos periódicos científicos eletrônicos na vida acadêmica da comunidade discente do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão/Campus Bacabal. Os periódicos científicos eletrônicos são uma realidade bastante presente nas universidades brasileiras e apresentam como vantagens: não necessitam de espaço físico para armazenamento, facilidade de cópia e impressão, permitindo maior flexibilidade, disponibilizando instantaneamente a informação, entre outras, aumentando com isso a dinâmica do fluxo da informação. O objetivo da pesquisa é analisar se os alunos do Curso de Letras da Universidade Federal do Maranhão/Campus Bacabal conhecem e utilizam o Portal de Periódicos Eletrônicos ofertados pelo site da Universidade. Especificamente, procurou-se explicar a importância dos periódicos eletrônicos para a comunidade acadêmica; investigar se os alunos conhecem a Revista Afluente (da área de Letras presente no Portal); avaliar sua frequência de uso e a quantidade de alunos que já publicou na Revista Afluente. Quanto à metodologia utilizada, esta pesquisa é caracterizada como exploratória com abordagem quantitativa utilizando o questionário para coleta de dados. Como resultados observou-se que os alunos reconhecem a importância dos periódicos científicos para o meio acadêmico; conhecem o Portal de Periódicos Eletrônicos da Universidade, assim como a Revista Afluente. Apesar disso, sua utilização ainda é pouco frequente.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5786/SNBU2018_184.pdf
a8fd3af7caa1ecb351d5e343097b72e6
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A PRESENÇA DOS ESTUDOS DE BIBLIOTECAS DE GOVERNO NAS
MONOGRAFIAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
THE OCCURRING OF FINAL PAPERS OF THE UNIVERSITY OF BRASÍLIA ABOUT
GOVERNMENT LIBRARIES
JAQUELINE RODRIGUES DE JESUS
INGRID SCHIESSL
PRISCILA RODRIGUES SANTOS
MILTON SHINTAKU
RAFAEL FERNANDEZ GOMES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: No Brasil, segundo o Conselho Federal de Biblioteconomia, há 39 instituições que oferecem o curso
de Bacharel em Biblioteconomia, sendo todas públicas. Em Brasília, o mercado de trabalho para os
bibliotecários se encontram nas bibliotecas vinculadas aos governos federal e/ou distrital, entretanto, no
currículo do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília é escassa a presença de disciplinas que tratam
sobre o tema bibliotecas de governo. Essa limitação na formação dos bibliotecários de Brasília revela a
necessidade de adequação do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília às demandas de mercado,
que neste caso são as instituições sediadas no Distrito Federal. O estudo tem por objetivo levantar a presença dos
temas ligados às bibliotecas de governo nas monografias na Biblioteca Digital de Monografia, de forma a
verificar o interesse dos egressos em um tema endêmico no DF. Este estudo possui aspectos de pesquisa
documental, mas com viés ligado à cientometria. A coleta de dados foi realizada na Biblioteca Digital de
Monografias, sendo 51 trabalhos que abordam o tema de biblioteca de governo, ou seja, 14,53% das monografias
de Biblioteconomia publicadas na Biblioteca Digital de Monografia. Este trabalho visa contribuir com a
discussão sobre a formação de bibliotecários, com base nos Trabalhos de Conclusão de Curso, que representam o
interesse dos alunos concluintes do curso.
Palavras-chave: Biblioteca governamental; Biblioteca Digital de Monografia; Universidade pública.
Abstract: According to the Federal Library Council there are, in Brazil, 39 public institutions that offers
the
University of Brasilia (UnB) to the market demands is real. This study envisions to present the occurring of the
themes related to government libraries in the monographs in the Digital Library of Monographs (DBM), in order
aspects of documentary research, but with bias connected to Scientometrics. The data collection was carried out
in the Digital Library of Monographs, with 51 works that deal with government library theme, in other words,
only 14.53% of the Librarianship monographs published in the (DBM). This paper aims at contributing to the
discussion about the formation of librarians, based on the Monographs, that represent the interest of the students
graduating.
1085
�Keywords: Government libraries; Digital Library of Monographs; Public university.
1086
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A presença dos estudos de Bibliotecas de Governo nas monografias da Universidade de Brasilia. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jesus, Jaqueline Rodrigues; Schiessl, Ingrid; Santos, Priscila Rodrigues; Shintaku, Milton; Goes, Rafael Fernandez
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
No Brasil, segundo o Conselho Federal de Biblioteconomia, há 39 instituições que oferecem o curso de Bacharel em Biblioteconomia, sendo todas públicas. Em Brasília, o mercado de trabalho para os bibliotecários se encontram nas bibliotecas vinculadas aos governos federal e/ou distrital, entretanto, no currículo do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília é escassa a presença de disciplinas que tratam sobre o tema bibliotecas de governo. Essa limitação na formação dos bibliotecários de Brasília revela a necessidade de adequação do curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília às demandas de mercado, que neste caso são as instituições sediadas no Distrito Federal. O estudo tem por objetivo levantar a presença dos temas ligados às bibliotecas de governo nas monografias na Biblioteca Digital de Monografia, de forma a verificar o interesse dos egressos em um tema endêmico no DF. Este estudo possui aspectos de pesquisa documental, mas com viés ligado à cientometria. A coleta de dados foi realizada na Biblioteca Digital de Monografias, sendo 51 trabalhos que abordam o tema de biblioteca de governo, ou seja, 14,53% das monografias de Biblioteconomia publicadas na Biblioteca Digital de Monografia. Este trabalho visa contribuir com a discussão sobre a formação de bibliotecários, com base nos Trabalhos de Conclusão de Curso, que representam o interesse dos alunos concluintes do curso.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5785/SNBU2018_183.pdf
724d08739050a55fd7a5a8c63b1645cb
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
UMA CONVERSA POSSÍVEL: BIBLIOTECÁRIO E USUÁRIO NA ESTEIRA DA
ALTERIDADE
A POSSIBLE CONVERSATION: LIBRARIAN AND USER IN THE CHAIN OF ALTERATY
FLÁVIA OLIVEIRA
CLAUDIA MARIA GOMES DA CUNHA
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Aborda o tratamento da informação na etapa da indexação. Busca refletir sobre o conceito
de alteridade, supondo que o bibliotecário precisa se colocar no lugar de usuário, no momento da
realização da pesquisa na busca pela informação. Tem como objetivo estabelecer relações entre o tema
das linguagens documentárias e a alteridade na função do bibliotecário catalogador. Apresenta o
pensamento de Lévinas acerca da alteridade a fim de compreender a relação entre usuário e
bibliotecário. Provoca reflexão sobre a ética no ambiente de indexação de documentos, do
reconhecimento da alteridade do outro como usuário. Demonstra que as funções das linguagens
documentárias como instrumentos de mediação, para facilitar a representação e recuperação da
informação, devem permitir que bibliotecários indexadores e usuários de uma biblioteca possam
partilhar de uma mesma linguagem. E, a alteridade pelo viés da valorização da linguagem como a que
condiciona e estabelece as relações do novo e do diferente, da aceitação. Sendo que o bibliotecário leva
em consideração o seu conhecimento prévio sobre o material, ou seja, o seu conhecimento pelo assunto
tratado no material no momento da indexação e sua experiência profissional do que se colocar no lugar
do usuário. Portanto é necessária a comunicação entre as linguagens: linguagens naturais (do usuário) e
as linguagens de indexação (instrumentos técnicos) para que haja a alteridade em ambas as relações, o
colocar-se no lugar do Outro.
Palavras-chave: Indexação; Linguagens de indexação; Alteridade; Usuários.
Abstract: It addresses the treatment of information in the indexing stage. It seeks to reflect on the
concept of alterity, assuming that the librarian needs to put himself in the place of the user, at the time
of the research in the search for information. Its purpose is to establish relations between the theme of
documentary languages and the alterity in the function of the cataloging librarian. It presents Lévinas's
thinking about alterity in order to understand the relationship between the user and the librarian. It
provokes reflection on ethics in the indexing environment of documents, on the recognition of the
alterity of the other as a user. It demonstrates that the functions of documentary languages as
mediation tools to facilitate the representation and retrieval of information should allow indexing
librarians and users of a library to share the same language. And, the otherness by the bias of the
valorization of language as that which determines and establishes the relations of the new and the
different, of the acceptance. Since the librarian takes into account his previous knowledge about the
material, that is, his knowledge of the subject matter in the material at the moment of indexation and
his professional experience of what to put in the user's place. Therefore it is necessary to communicate
between the languages: natural languages (of the user) and the languages of indexation (technical
instruments) so that there is alterity in both relations, putting itself in the place of the Other.
�Keywords: Indexing; Indexing languages; Alterity; Users.
1084
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Uma conversa possivel: bibliotecário e usuário na esteira da alteridade. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Flavia; Cunha, Claudia Maria Gomes da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda o tratamento da informação na etapa da indexação. Busca refletir sobre o conceito de alteridade, supondo que o bibliotecário precisa se colocar no lugar de usuário, no momento da realização da pesquisa na busca pela informação. Tem como objetivo estabelecer relações entre o tema das linguagens documentárias e a alteridade na função do bibliotecário catalogador. Apresenta o pensamento de Lévinas acerca da alteridade a fim de compreender a relação entre usuário e bibliotecário. Provoca reflexão sobre a ética no ambiente de indexação de documentos, do reconhecimento da alteridade do outro como usuário. Demonstra que as funções das linguagens documentárias como instrumentos de mediação, para facilitar a representação e recuperação da informação, devem permitir que bibliotecários indexadores e usuários de uma biblioteca possam partilhar de uma mesma linguagem. E, a alteridade pelo viés da valorização da linguagem como a que condiciona e estabelece as relações do novo e do diferente, da aceitação. Sendo que o bibliotecário leva em consideração o seu conhecimento prévio sobre o material, ou seja, o seu conhecimento pelo assunto tratado no material no momento da indexação e sua experiência profissional do que se colocar no lugar do usuário. Portanto é necessária a comunicação entre as linguagens: linguagens naturais (do usuário) e as linguagens de indexação (instrumentos técnicos) para que haja a alteridade em ambas as relações, o colocar-se no lugar do Outro.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5784/SNBU2018_182.pdf
8597eeee9da88d4bd4825fb45119a9e0
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PRODUTIVIDADE CIENTÍFICA: ESTUDO DA BIBLIOTECA DA QUIMICA
USP/SÃO CARLOS
SCIENTIFIC PRODUCTIVITY: USP/SÂO CARLOS' CHEMISTRY LIBRARY STUDY
SONIA ALVES
WILNEIDE DO CARMO MARCHI MAIORANO
ELIANA DE CÁSSIA AQUARELI CORDEIRO
CLELIA JUNKO KINZU DIMÁRIO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Tem crescido a importância da análise bibliométrica à avaliação do desempenho de
instituições, dos pesquisadores e das áreas de pesquisa. Atentas a essa demanda crescente e à essa
nova atribuição delegada aos profissionais bibliotecários o presente relato de experiência tem por
objetivo demonstrar um panorama de desempenho e impacto mundial da pesquisa na área de Química
e correlatas realizadas no Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo no período
de 2012 a 2016. Foram utilizados os aplicativos específicos de avaliação qualitativas e quantitativas
automatizadas (Web of Science - , Clarivate Analytics/ Thomson Reuters / Scopus, Scival - Elsevier e
na Plataforma Sucupira Qualis Periódicos, e no Banco de Dados Bibliográficos da USP Dedalus).
Visa ainda, identificar a colaboração do Instituto de Química com determinadas instituições em todos
os âmbitos, possibilitando o reconhecimento de novos colaboradores. Através da análise e geração de
indicadores bibliométricos e cientométricos, será possível contribuir também para o direcionamento da
política científica institucional. Conclui-se que, após os resultados alcançados, o bibliotecário frente a
essa nova demanda da biblioteca universitária, poderá contribuir para facilitar o trabalho de novos
pesquisadores e grupos de pesquisa. Auxiliando assim, pesquisadores e instituições a realizarem
investimentos mais qualificados e de maior importância para a Instituição, para a sociedade e para o
crescimento da própria ciência mundial.
Palavras-chave: Química
Produção científica.
produção científica; Indicadores de colaboração científica - química;
Abstract: The importance of biometric analysis has grown to institutions', researchers' and research areas'
performance appraisal. Observant of this growing demand and of new attributions delegated to professional
librarians, this experience report has the objective to demonstrate a performance overview and an worldwide
impact of research in Chemistry and its correlate areas conducted at Sao Paulo's University (USP) São Carlos
Chemistry Institute from 2012 to 2016. There were used specific automized quantitative and qualitative appraisal
applications (Web of Science/Clarivate Analytics/Thomson Reuter/Scopus, Scival - Elsevier and Sucupira
Plataform - Qualis Períodicos, and at USP's Bibliographic Database - Dedalus). It aims, yet, to identify the
Chemistry Institute's collaboration with other [determined] institutions in all areas, enabling the recognition of
new collaborators. Through the analysis and generation of bibliometric and scientometric indicators, it will be
possible to contribute, too, to targeting of institutional scientific policy. According to the reached results, it is
possible to affirm that the librarian, faced with the new demands of the university library, will be able to
contribute to facilitate the work of new researchers and research groups. Assisting, thus, researchers and
�institutions to conduct more qualified investments and of greater importance to the institution, to society and to
the growth of worldwide science itself.
Keywords: Chemistry - scientific production, scientific collaboration indicators - chemistry, scientific
production.
1082
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Produtividade científica: estudo da Biblioteca da Química USP/ São Carlos. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Alves, Sonia; Maiorano, Wilneide do Carmo Marchi; Cordeiro, Eliana de Cássia Aquareli; Dimário, Clelia Junko Kinzu
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Tem crescido a importância da análise bibliométrica à avaliação do desempenho de instituições, dos pesquisadores e das áreas de pesquisa. Atentas a essa demanda crescente e à essa nova atribuição delegada aos profissionais bibliotecários o presente relato de experiência tem por objetivo demonstrar um panorama de desempenho e impacto mundial da pesquisa na área de Química e correlatas realizadas no Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo no período de 2012 a 2016. Foram utilizados os aplicativos específicos de avaliação qualitativas e quantitativas automatizadas (Web of Science - , Clarivate Analytics/ Thomson Reuters / Scopus, Scival - Elsevier e na Plataforma Sucupira – Qualis Periódicos, e no Banco de Dados Bibliográficos da USP – Dedalus). Visa ainda, identificar a colaboração do Instituto de Química com determinadas instituições em todos os âmbitos, possibilitando o reconhecimento de novos colaboradores. Através da análise e geração deindicadores bibliométricos e cientométricos, será possível contribuir também para o direcionamento da política científica institucional. Conclui-se que, após os resultados alcançados, o bibliotecário frente a essa nova demanda da biblioteca universitária, poderá contribuir para facilitar o trabalho de novos pesquisadores e grupos de pesquisa. Auxiliando assim, pesquisadores e instituições a realizarem investimentos mais qualificados e de maior importância para a Instituição, para a sociedade e para o crescimento da própria ciência mundial
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5783/SNBU2018_181.pdf
ef9073cbe0d7b7fc3b88b0033569673d
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
O CICLO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL E AS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
THE CYCLE OF ORGANIZATIONAL KNOWLEDGE AND UNIVERSITY LIBRARIES
ALLAN JULIO SANTOS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O trabalho pretende cooperar com o desenvolvimento do tema Administração de Bibliotecas
Universitárias e Gestão da Informação. Assim, os objetivos consistem em analisar, no ambiente da Biblioteca
Universitária, as dinâmicas gerenciais relativas às questões de criação, uso e compartilhamento de informações.
Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como do tipo exploratória, com abordagem qualitativa. O
procedimento técnico adotado constitui-se de pesquisa bibliográfica. Em relação à fundamentação teórica,
elegeu-se como modelo o Ciclo do Conhecimento Organizacional proposto por Choo. Na interpretação dos
dados obtidos, usufruiu-se do conjunto de técnicas de análise de conteúdo elaborado por Bardin. As categorias
analíticas estabelecem-se em necessidade, busca e uso da informação gerencial por parte do sujeito
organizacional. O percurso metodológico traduz-se na revisão da literatura dos trabalhos dedicados à gestão da
informação em organizações, com enfoque em bibliotecas. Os resultados de pesquisa convergem para o
alinhamento entre a gestão da informação modelada por Choo e o gerenciamento de bibliotecas universitárias.
Essa interligação é possível por meio do uso racional dos recursos existentes nas bibliotecas universitárias, além
da ressignificação das competências do bibliotecário-gerente. Em face disto, concluiu-se que a administração da
informação, no modelo do Ciclo do Conhecimento Organizacional, possibilita subsídios às ações que interfiram
de modo prático, inovador e criativo, nas práticas gerenciais do bibliotecário e no desenvolvimento de produtos e
serviços da biblioteca universitária.
Palavras-chave: Administração de biblioteca. Biblioteca universitária. Bibliotecário. Gestão da
informação. Ciclo do Conhecimento Organizacional.
Abstract: The work intends to cooperate with the development of the theme Administration of
University Libraries and Information Management. Thus, the objectives are to analyze, in the
environment of the University Library, the managerial dynamics related to the issues of creation, use
and sharing of information. Regarding the objectives, the research is classified as exploratory and with
a qualitative approach. The technical procedure adopted is a bibliographical research. In relation to the
theoretical foundation, the Organizational Knowledge Cycle proposed by Choo was chosen as the
model. The interpretation of the data obtained utilized the set of techniques of analysis of content
elaborated by Bardin. The analytical categories are established in the need, search and use of
managerial information by the organizational subject. The methodological course is translated in the
literature review of the works dedicated to information management in organizations, with a focus on
libraries. The search results converge to the alignment between information management modeled by
Choo and the management of university libraries. This interconnection is possible through the rational
use of resources in university libraries, as well as the re-signification of the skills of the librarianmanager. In the face of this, it was concluded that the administration of information, in the model of
the Organizational Knowledge Cycle, allows subsidies to actions that interfere in a practical,
innovative and creative way, in the managerial practices of the librarian and in the development of
products and services of the university library.
�Keywords: Library administration. University library. Librarian. Information management. Cycle of
Organizational Knowledge.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O ciclo do conhecimento organizacional e as bibliotecas universitárias. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Allan Julio
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho pretende cooperar com o desenvolvimento do tema Administração de Bibliotecas Universitárias e Gestão da Informação. Assim, os objetivos consistem em analisar, no ambiente da Biblioteca Universitária, as dinâmicas gerenciais relativas às questões de criação, uso e compartilhamento de informações. Quanto aos objetivos, a pesquisa classifica-se como do tipo exploratória, com abordagem qualitativa. O procedimento técnico adotado constitui-se de pesquisa bibliográfica. Em relação à fundamentação teórica, elegeu-se como modelo o Ciclo do Conhecimento Organizacional proposto por Choo. Na interpretação dos dados obtidos, usufruiu-se do conjunto de técnicas de análise de conteúdo elaborado por Bardin. As categorias analíticas estabelecem-se em necessidade, busca e uso da informação gerencial por parte do sujeito organizacional. O percurso metodológico traduz-se na revisão da literatura dos trabalhos dedicados à gestão da informação em organizações, com enfoque em bibliotecas. Os resultados de pesquisa convergem para o alinhamento entre a gestão da informação modelada por Choo e o gerenciamento de bibliotecas universitárias. Essa interligação é possível por meio do uso racional dos recursos existentes nas bibliotecas universitárias, além da ressignificação das competências do bibliotecário-gerente. Em face disto, concluiu-se que a administração da informação, no modelo do Ciclo do Conhecimento Organizacional, possibilita subsídios às ações que interfiram de modo prático, inovador e criativo, nas práticas gerenciais do bibliotecário e no desenvolvimento de produtos e serviços da biblioteca universitária.
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A language of the resource
pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5782/SNBU2018_180.pdf
4b218ecaa8cdc6eadf01f9deda71754f
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
LIVRO DIGITAL VERSUS LIVRO IMPRESSO: UMA PARCERIA INTERESSANTE
PARA AS BIBLIOTECAS
DIGITAL BOOKVERSUS PRINTED BOOK: AN INTERESTING PARTNERSHIP FOR
LIBRARIES
NADIA FICHT
JOYCE LEONITA DA SILVA
SANDRA HELENA SCHIAVON
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Relata o uso dos e-books e a relação com o número de empréstimos domiciliares nas
Bibliotecas do Sistema Integrado de Bibliotecas da Pontifica Universidade Católica do Paraná, que
incluem a Biblioteca Central e os campi de Londrina, Maringá e Toledo. Objetiva levantar o número
total de empréstimo de 2010 a 2017; quantificar os acessos as Bases de e-book desde sua assinatura e
analisar se a utilização dos e-books afetam a quantidade de empréstimos domiciliares. Trata-se de uma
pesquisa descritiva, quantitativa e documental. Realiza a obtenção dos dados de empréstimos nos
relatórios do Sistema Pergamum e para as estatísticas de acessos as Bases de Dados utiliza-se as
disponibilizadas pelas Bases, Minha Biblioteca e Biblioteca Virtual 3.0. Os resultados obtidos
identificam referente a quantidade de empréstimos uma tendência de mais de 300 mil empréstimos,
exceto o ano de 2015 e uma média de 328 mil empréstimos por ano. Quanto a quantidade de acessos
as Bases,em 2015 foi assinada a Biblioteca Virtual 3.0 com 18.784 acessos, em 2016 21.881 e 2017
32.940, no ano de 2016 foi assinada a Minha Biblioteca com 23.381 acessos e 2017 subiu para 85.115.
Os resultados obtidos possibilitaram compreender que as assinaturas dos livros digitais não
acarretaram em diminuição do número de empréstimos domiciliares, se mostrando um produto a mais
disponibilizadoe agregando valor aos produtos/serviços prestados pela biblioteca.
Palavras-chave: Bibliotecas. Serviço de empréstimo. Livros eletrônicos. Banco de Dados.
Abstract: It reports the use of e-books and the relation with the quantity of home book loans in the
Integrated Libraries System of the Pontifical Catholic University of Paraná, Involving Central Library
at Curitiba Campus and Libraries of Londrina, Maringá and Toledo campuses. It aims to identify the
total of book loan number, from 2010 to 2017, quantify ing the accesses to the e-book bases since the
acquiring feach base, and analyze if the use of e-books affect the amount of home book loans. This is a
descriptive, quantitative and documentary research. It performs the data collection of book loans in the
Pergamum System reports, and for the database access statistics it was used the ones available in the
Minha Biblioteca base and Biblioteca Virtual 3.0 base. The results indicate a trend of more than 300
thousand book loans, with exception in 2015, with an average of 328 thousand book loans per year.
Considering the number of accesses to the bases, in 2015 the Biblioteca Virtual 3.0 was signed with
18,784 accesses, in 2016 with 21,881 accesses and 2017 with 32,940 accesses; in 2016 the Minha
Biblioteca base was acquired and presented 23,381 accesses, and 2017 the accesses was increased to
85,115 accesses. The results obtained made it possible to understand that the digital book signatures
�did no treduce the number of home book loans, showing a more available product and adding value to
the products / services provided by the library.
Keywords: Libraries. Loan service. Electronic books. Database.
1078
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Livro digital versus livro impresso: uma parceria interessante para as bibliotecas. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ficht, Nadia; Silva, Joyce Leonita da; Schiavon, Sandra Helena
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Relata o uso dos e-books e a relação com o número de empréstimos domiciliares nas Bibliotecas do Sistema Integrado de Bibliotecas da Pontifica Universidade Católica do Paraná, que incluem a Biblioteca Central e os campi de Londrina, Maringá e Toledo. Objetiva levantar o número total de empréstimo de 2010 a 2017; quantificar os acessos as Bases de e-book desde sua assinatura e analisar se a utilização dos e-books afetam a quantidade de empréstimos domiciliares. Trata-se de uma pesquisa descritiva, quantitativa e documental. Realiza a obtenção dos dados de empréstimos nos relatórios do Sistema Pergamum e para as estatísticas de acessos as Bases de Dados utiliza-se as disponibilizadas pelas Bases, Minha Biblioteca e Biblioteca Virtual 3.0. Os resultados obtidos identificam referente a quantidade de empréstimos uma tendência de mais de 300 mil empréstimos, exceto o ano de 2015 e uma média de 328 mil empréstimos por ano. Quanto a quantidade de acessos as Bases,em 2015 foi assinada a Biblioteca Virtual 3.0 com 18.784 acessos, em 2016 21.881 e 2017 32.940, no ano de 2016 foi assinada a Minha Biblioteca com 23.381 acessos e 2017 subiu para 85.115. Os resultados obtidos possibilitaram compreender que as assinaturas dos livros digitais não acarretaram em diminuição do número de empréstimos domiciliares, se mostrando um produto a mais disponibilizadoe agregando valor aos produtos/serviços prestados pela biblioteca.
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A language of the resource
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5781/SNBU2018_179.pdf
68b36eca9a17d1dc5d7045aa79d780af
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
FLUXOS DE INFORMAÇÃO NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO:
PROPOSTA DE SERVIÇOS PARA BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
INFORMATION FLOWS IN KNOWLEDGE PRODUCTION: PROPOSAL OF NEW
SERVICES FOR UNIVERSITIES LIBRARIES
Resumo: Transformações nas práticas sociais, associadas às novas TICs, têm modificado o
modo de produção de conhecimento da ciência. Uma ciência eletrônica, transdisciplinar,
construída por redes de multiatores, em multilugares e multi-instituições é a tônica de
modelos que tratam do novo regime de produção do conhecimento. Uma ciência eletrônica,
com grandes volumes de dados reutilizáveis e demandas de acesso aberto. Tudo isto indica
mudanças nas práticas de pesquisa, nas necessidades e usos de informação; novos fluxos entre
atores que estão além dos pares. Este artigo faz uma apresentação genérica de alguns destes
modelos e da demanda por novos modos de publicação que abranjam mais do que os
resultados finais de pesquisa, os recursos e dados nela utilizados e produzidos. Neste sentido,
o artigo aponta ao desafio que está colocado para as bibliotecas universitárias brasileiras, hoje
muito afastadas dos serviços para pesquisadores. A partir dos fluxos de informação que se
podem inferir dos relacionamentos dos pesquisadores com outros atores apresentados por
Bruno Latour e da proposta de publicações ampliadas, propõe-se sete serviços simples e
imediatamente possíveis como um caminho de reaproximação entre bibliotecas universitárias
e pesquisadores e que vão à caminho deste novo modelo.
Palavras-chave: Fluxos de informação na pesquisa. Bibliotecas universitárias. Serviços
biblioteconômicos para pesquisa.
Abstract: Transformations in social practices, associated to new ICTs, have modified the
mode of producing knowledge of science. An electronic, transdisciplinary science, built by
networks of multi-actors, in multilugars, and multi-institutions is the tonic of models that deal
with the new regime of production of knowledge. An electronic science, with large volumes
of reusable data, and open access demands. All this indicates changes in research practices, in
the needs and uses of information; new flows between actors who are beyond peers. This
article gives a generic presentation of some of these models and the demand for new modes of
publication that cover more than the final results of research, including the resources and data
�used and produced in them. In this sense, the article points to the challenge that is posed for
the Brazilian university libraries, nowadays very far from the services for researchers. From
the information flows that can be inferred from the researchers' relationships with other actors
presented by Bruno Latour, and the proposal for extended publications, seven simple and
immediately possible services are proposed as a way of rapprochement between university
libraries and researchers on the way to this new model.
Keywords: Information flows in research. University libraries. Library services for research.
1 NOVOS FLUXOS DE INFORMAÇÃO NA PESQUISA
Desde os anos 1990 tem se visto, além do acesso remoto generalizado proporcionado
pela Internet146, a ampliação constante da capacidade de armazenamento local e em nuvem, de
tratamento de informações e dados, lançamentos de software potentes e amigáveis que
habilitam à realização, mesmo doméstica, de trabalhos que antes careciam de equipes com
técnicos e especialistas de diferentes ramos. Basta pensar na edição de um periódico nos anos
1980 e como ela é feita hoje. Mudanças nas práticas de trabalho em todos os âmbitos, e
práticas de trabalho modificadas demandam novas soluções em produtos e serviços.
As bibliotecas universitárias (BUs) e de instituições de pesquisa se apropriaram com
agilidade das facilidades tecnológicas da comunicação e pode-se dizer que se mantêm
atualizad
dizer do próprio usuário? Quem é o usuário da BU, quais são suas práticas? Em que se
modificaram? Quais suas novas necessidades, seus novos usos e fontes de informação?
Estas perguntas demandam estudos de usuários e comunidades. Entretanto, o
conhecimento teórico prévio do modo de funcionamento de uma comunidade alicerça os
métodos dos quais se lança mão para realizar tal estudo. Caso se suponha que as práticas de
pesquisa147 mudaram, então, um novo modelo deveria guiar a teorização dos fluxos de
informação e daí novos serviços e produtos de informação no âmbito das BUs.
Respostas às demandas do que se pode chamar de uma nova configuração do modo ou
regime de produção do conhecimento, como é o caso dos repositórios, têm sido mais pontuais
do que oriundas de um alicerce teórico da Biblioteconomia. Construir uma modelação dos
atuais fluxos de informação na pesquisa permitiria repensar, a partir da observação das
práticas, tanto os tipos, as fontes e usos de informação dos pesquisadores quanto os estudos de
A Arpanet foi criada no âmbito do Departamento de Defesa americano em 1969, passando a atender o campo
acadêmico no início dos anos 1980. No início dos anos 1990, com a WWW, a Internet avançou para o setor
comercial, generalizando o acesso remoto.
Neste trabalho não se abordará o ensino e a extensão, embora uma mesma indagação sobre estes deve ser
realizado.
�usuários e comunidades. Esta não é uma tarefa fácil e precisa contar com o trabalho de
pesquisadores e profissionais da informação, que vão construindo e reconstruindo esta
modelação no tempo.
Considera-se neste artigo que há uma remodelação no regime de produção de
conhecimento, sem que seja possível uma imediata e pronta resposta de o que oferecer em
termos de serviços informacionais à pesquisa. Mas um período de transição é também um
período de adaptações e descobertas que podem ensejar desenhos transitórios que também
participam e contribuem neste processo de transição. Pensando nisso, este artigo apresenta
elementos de modelos que tratam do novo modo de produção do e propõe alguns serviços
para pesquisadores. Parte-se, de um lado, dos indicativos deste novo regime, suas
características e novidades, tendo como alicerce central Bruno Latour (2001) e, de outro, da
constatação de que, no caso brasileiro, existem poucos serviços biblioteconômicos voltados
para a pesquisa e pós-graduação, que estão concentradas nas universidades. São necessárias
políticas públicas que contemplem as BUs, mas também o preparo para um agir bibliotecário
teoricamente fundamentado (CAETANO, 2014). Nesse sentido, há necessidade de uma
mudança de paradigma da postura do bibliotecário, que ajustado aos novos fluxos de
Esta realidade demanda pensar em soluções, mesmo que se trate de serviços
transitórios, de adaptação à nova configuração do regime de produção de conhecimentos. As
concepções teóricas atuais sobre o modo de produção do conhecimento podem indicar alguns
produtos e serviços imediatamente viáveis e entende-se que sua oferta pode operar como um
meio de aproximação entre serviços os biblioteconômicos e a pesquisa, abrindo possibilidades
de novos mapeamentos de necessidades de informação e, daí, novos serviços.
2 TRANSFORMAÇÕES NO REGIME DO CONHECIMENTO E NOVOS FLUXOS
DE INFORMAÇÃO
A concepção de que nos encontramos em um novo regime de produção de
conhecimento, ou ao menos que estamos a caminho de sua instalação, não é incontroversa
(DELFANTI; PITRELLI, 2015). A análise de Latour (2001, p. 83-102) sobre as pesquisas
atômicas de Joliot, no remoto final dos anos 1930, deixa dúvidas se o que mudou foi o modo
de produção do conhecimento ou se foi o modelo teórico que o descreve. Mas seja uma
efetiva mudança no modo de produção, ou a nova percepção de um mesmo modo, as práticas
�de produção do conhecimento, se não apontam a uma mudança real, certamente apontam a
uma valorização de aspectos antes negligenciados como relevantes na pesquisa.
Estudos que acompanham as práticas de laboratório e seu uso das tecnologias da
informação e comunicação (TICs), como os de Latour (2000, 2001) e Knorr-Cetina (1999)
de
investigação tecnocientífica ou, dito de outro modo, agora o mundo se converteu em um
Vários autores vêm buscando modelar as relações implicadas no atual processo de
produção de conhecimentos, tendo destaque o Modo 2, modelo de Gibbons et al (1997)
(VELHO, 2010). Partindo do que chamam de Modo 1, como prática da pesquisa que nos é
mais familiar, o modelo propõe haver uma mudança para o que chama de Modo 2.
Quadro 1: Modo 1 e Modo 2 de produção do conhecimento
Modo 1
Modo 2
Produção do conhecimento
Instituições com paredes (universidades e
instituições de pesquisa)
Redes de colaboração
entre instituições
Agenda de investigação
Agendas definidas por pesquisadores em
função das disciplinas
Básica (conhecer para entender) vs.
Aplicada (conhecer para utilizar)
Agendas definidas em
contextos de aplicação
Solução de problemas
Disciplinar
Transferência unidirecional e a
posteriori de conhecimentos e
tecnologias
Mérito científico
Transdisciplinar
Intercâmbio permanente
de conhecimento e
tecnologias
Mérito científico e
relevância social
Múltiplos meios
Tipos de pesquisa
Enfoque
Relação entre produtores e
usuários do conhecimento
Critérios de avaliação
Meios de disseminação de
resultados
Financiamento
Revista Científica
Recursos públicos
Diversidade de fontes
públicas e privadas
Planejamento centralizado
Criação de espaços de
Gestão da atividade
interação
científica
Fonte: Adaptado de Pellegrini Filho (2004), elaborado a partir de Gibbons et al. (1994).
No Modo 2 a dinâmica de produção transdisciplinar de conhecimento é guiada pelo
contexto do uso e aplicação e as organizações envolvidas na pesquisa são mais abertas e
flexíveis, criando um fluxo constante entre a teoria e a prática (GIBBONS et al, 1997). É
possível deduzir que os fluxos informacionais incluem não apenas pares, mas redes de
�colaboradores de instituições de ensino e pesquisa, governamentais, da sociedade civil e
privadas, o que caracteriza sua transdisciplinaridade 148, abrangente de atores externos ao
mundo acadêmico, num intercâmbio permanente de conhecimento e tecnologias.
São necessários múltiplos meios de comunicação e intercâmbio de conhecimentos, o
que implica em uma diversidade de fontes. Daí a demanda pela criação de espaços de
interação e interlocução, onde a BU deve ter papel de destaque com seu conhecimento
acumulado. Urge a criação de formas de gerenciamento e disponibilização organizada desses
fluxos informacionais.
O modelo da Tríplice Hélice, de Etzkowitz e Leydesdorff (2000), traça a dinâmica
histórica das relações entre universidades, indústrias e governo, que começaria a apresentar
distorções no contexto da globalização
sustentável etc.
desemprego, problemas ambientais, crescimento não
em vista de examinar os mecanismos das relações entre estes atores, com o
propósito de contribuir com propostas para a co-produção de conhecimento e inovações, para
o desenvolvimento local e regional (CZELUSNIAK; CORDEIRO; DERGINT, 2010;
SMITH; LEYDESDORFF, 2014). Apontando para oportunidades e riscos nestas interações,
estratégias e agendas de políticas públicas, Smith e Leydesdorff (2014, p. 332) incluem a
solução do quebra cabeças das diferenciadas semânticas utilizadas por estes diferentes atores,
em vista de facilitar a comunicação do que é diferentemente codificado.
Como organizar e facilitar a comunicação entre atores da Tríplice Hélice, cujas
práticas e modos de estruturação de registros (documentos) são diferentes e relativamente
autônomos, não apenas em sua semântica, mas nos critérios de validação e de normalização?
Conforme González de Gómez apontava em 2003, há necessidade de meios para facilitar a
comunicação entre os âmbitos da pesquisa, do corporativo e dos locais de aplicação das
inovações. Isso demanda pesquisa que permita propor meios de interlocução de diferentes
modos de estruturação: paradigmático (ciência), guiado por famílias de questões; setorial
(corporativo), guiado por famílias de interesses; territorial (locais de aplicação), guiado por
famílias de problemas (GONZÁLEZ DE GÓMEZ, 2003, p. 73). Tem-se não só uma diferente
tipologia documental a ser considerada pela BU, mas que exige a compreensão de seus modos
de construção e validação, que não são já amplamente estudados do âmbito acadêmico.
Latour figura como um importante teórico do modo de produção científica,
especialmente por suas investigações rastreadoras de ações e relações que fornecem,
disciplinas, através das diferentes disciplinas e além de qualquer disciplina [...] o espaço entre as disciplinas e
além delas está cheio [...] cheio de todas as potencialidades [...] (NICOLESCU, 2000, p. 11).
�especialmente para as áreas que estudam a informação científica, linhas mestras para o
mapeamento dos necessários fluxos de informação entre estes multiatores. Latour convida a
um percurso onde a comunicação científica, hoje modificada em suas formas e meios, aparece
como apenas um dos fluxos circulatórios que alimentam a pesquisa em C,T&I. Em "A
esperança de Pandora", destaca ao menos cinco fluxos circulatórios que mantêm viva a
pesquisa e a ciência. Estes fluxos são apresentados e discutidos a seguir.
A mobilização do mundo: são os meios pelos quais os não-humanos (instrumentos,
expedições, equipamentos, técnicas, levantamentos, questionários) são inseridos no discurso
científico (LATOUR, 2001). Aí se articulam humanos, objetos e documentos que, ao longo de
todo processo de pesquisa, utilizam e produzem dados e documentos que permitem
transformar o mundo em argumentos (informações documentais). Ao longo desta cadeia,
tradicionalmente as bibliotecas recebem e disponibilizam apenas os resultados finais, ficando
de fora os dados, informações (registros) levantados e que aparecem hoje com demanda de
acesso em alta, tanto na ciência eletrônica quanto no movimento pela ciência aberta.
Autonomização: trata da relação entre pares e aceitas no mundo acadêmico,
(LATOUR, 2001). É interessante observar que os fluxos e regras das relações entre pares,
amplamente estudadas na comunicação científica, demandariam hoje mais precisão e
ampliação, passando a incluir os dados produzidos no fluxo de mobilização do mundo,
portanto, indo além dos resultados finais da pesquisa.
Alianças: Latour fala dos aliados, dos recrutamentos, da combinação de vários
interesses necessários para o funcionamento da ciência, tanto políticos quanto de
financiamento. Do ponto de vista do pesquisador, trataA pessoa talvez seja ótima em redigir artigos técnicos convincentes e péssima em persuadir
fluxo que inclui modos e meios para obtenção de linhas de financiamento ou políticas
públicas, ou seja, diferentes projeções de direção das pesquisas (pesquisadores e suas
instituições, governo e suas instituições, setor privado) que precisam encontrar meios de
interlocução. Latour coloca a habilidade necessária ao pesquisador e, implicitamente, aponta à
necessidade de gestão dos fluxos de informação e de comunicação entre estes atores, onde
certamente a BU tem amplo campo de trabalho.
Representação pública: Tão importante quanto os outros três fluxos, exige do
cientista habilidades para que ele possa se relacionar com a sociedade civil: imprensa e
�po
ser relegado, mas também não deve prescindir dos serviços informacionais da BU. Pode-se
considerar incluir neste fluxo a escuta dos clamores e dos saberes existentes na sociedade
civil. Aqui é possível pensar para além da persuasão, introduzindo facilitadores de escutas e
argumentações. É falando deste fluxo que González de Gómez (2011, p. 240) considera que
conhecimento [...] como sua contribuição para tornar permeáveis e interativas as esferas
públicas internas dos campos disciplinares e as esferas práticas e instrumentais das complexas
Vínculos e nós: núcleo conceitual da ciência, é o coração palpitante desse sistema
circulatório, pois une todos os circuitos necessários para o seu desenvolvimento. Em seus
termos, "O conteúdo de uma ciência não é algo que esteja contido: é, ele próprio o
continente", porque inclui, vincula e move estes múltiplos. (LATOUR, 2001, p. 127). Para
Latour, resulta das negociações dos diversos atores-rede, onde cada interessado só cede por
necessidade. Neste caso, mesmo mantendo a ideia de que as construções conceituais apontam
e mantêm os vínculos entre os diversos atores, pode-se considerar alternativamente que se
trata do resultado da proposta de transdisciplinaridade, conforme aparece
ao diálogo e à discussão, independentemente da sua origem.
Uma das críticas de Latour aos estudos da ciência olhada de cima é a concepção
internalista, com uma história dos conceitos da ciência desprovida de enraizamentos sociais e
onde a ação de outros agentes só pode aparecer como uma interferência ideológica
problemática. Esta noção de autonomia de certo modo ancora os serviços restritos à
comunicação científica. Mas se a produção de conhecimento implica em múltiplos atores,
lugares, instituições, considerar apenas o fluxo entre pesquisadores (pares) seria o mesmo que
(instituições de fomento), sem apoio de políticas públicas (ministérios, agências de estado),
sem utilização de suas descobertas (empresas e organizações) e de reconhecimento e
demandas públicas (sociedades civis, ongs etc.). Em suma, entender a produção de
conhecimento como dependente da comunicação científica é uma visão realista, mas míope.
Em comum aos modelos apresentados: entender a produção de conhecimentos como
uma realização multiatores, multilugares e multi-instituições. Mas são diferentes arranjos
�modelares que implicam em diversas expectativas e tensões e negociações ainda não
totalmente decididas.
Há aí também uma transição no modo como se produz e distribui informação.
González de Gomez (2003) alerta da necessidade de estar atentos ao modo como se produz
de validação, produção e distribuição da informação em relações de poder de uma
determinada formação social (GONZÁLEZ DE GOMEZ, 2003, p. 61).
3 DEMANDAS POR SERVIÇOS DE INFORMAÇÃO EM ALTA: RESULTADOS E
DADOS DE PESQUISA
Há um grande volume de dados, retratado na literatura como dilúvio de dados,
decorrente do modo de produção da ciência hoje, fazendo emergir o termo e-Science (ciência
eletrônica), por vezes chamado de ciência orientada a dados, computação fortemente
orientada a dados, ciber infraestrutura ou quarto paradigma (COSTA et al 2013). O termo eScience foi cunhado no ano 2000 por John Taylor, diretor geral do Conselho do National eScience Center do Reino Unido. Caracterizada pela colaboração global de pesquisadores, a eScience
científica do Século XXI
caracterizada pela natureza colaborativa e multidisciplinar, bem
apontando às relações colaborativas em rede, onde o multidisciplinar deve ultrapassar para o
âmbito do transdisciplinar, incluindo atores outros que não apenas pesquisadores.
Sales, Sayão e Souza (2013) definem e-Science, ou quarto paradigma149, como uma
nova forma de fazer ciência que se distingue pelo uso intensivo de redes de computadores,
repositórios digitais distribuídos e pela geração extraordinária de dados de pesquisa em
formatos digitais. Por esta natureza colaborativa multidisciplinar, está em alta a demanda de
disponibilização de resultados e dados de pesquisa relacionando diversos formatos para
conferência e reutilização, associados aos cinco fluxos apresentados por Latour.
Já no final do século XX os repositórios institucionais e temáticos responderam às
demandas de fazer frente à demora dos periódicos na publicação de resultados de e de acesso
O primeiro paradigma seria da ciência empírica, com conhecimento descritivo, passando no século 17 ao
segundo paradigma, teórico, com modelos explicativos. Após a segunda guerra mundial o terceiro paradigma
seria o computacional, permitindo as simulações de fenômenos complexos e agora estaríamos passando ao
[...] que unifica teoria, experimentos e simulação, ao mesmo tempo em que lida com uma
�aberto, frente à crise dos periódicos150. Resposta que veio dos próprios pesquisadores151,
ancorada em solução tecnológica, levando a atuais problemáticas de políticas de construção,
povoamento e mandatórios, controle de autoridade, jurídicas, de arquitetura e recuperação,
confiabilidade, dentre outras152. Repositórios abrem desafios de pesquisas e aplicações
biblioteconômicas que favorecem a pesquisa e fica claro que não basta instalar um software
para se conseguir resultados favoráveis.
Sayão e Sales (2014) ressaltam a importância dos dados de pesquisa, subjacentes às
publicações, antes apenas subprodutos dos processos de pesquisa e normalmente descartados
no final dos projetos. Hoje são considerados recursos essenciais que devem estar abertos e
interpretáveis em prol do progresso científico e que integrados por relacionamentos.
Apresenta como solução um conceito novo de publicação que considera os dados de pesquisa
como um recurso valioso e ancora-se em publicações tradicionais como artigos e teses. É um
modo de ampliar essas publicações tradicionais, enriquecendo-as com dados e outros
subprodutos das pesquisa, criando elos que liguem os conteúdos dos repositórios
institucionais e temáticos, que armazenam as publicações científicas mais tradicionais, com os
conteúdos dos repositórios de dados de pesquisa.
[...] uma publicação pode ser ampliada a partir da agregação de um ou mais recursos
a um e-print. Estes recursos podem ser dados de toda a natureza, outros eprints e
metadados e podem ser ainda recursos produzidos ou consultados durante a criação
do texto e que, geralmente, apoiam, justificam, ilustram ou esclarecem as afirmações
científicas que são apresentadas em uma publicação (SALES, SAYÃO, SOUZA,
2013, não paginado).
Assim, outros suportes informacionais podem fazer parte de um documento científico
ampliado, como um link para uma informação na web, ou para uma base de dados, um filme,
uma tabela, uma imagem etc., agregando valor, desde a criação, uso e reuso, ao documento
com os resultados de pesquisa. Não é razoável pensar que os pesquisadores serão os
responsáveis exclusivos na geração, organização e linkagem dos documentos ampliados,
assim como se viu que não bastava um software para terem-se bons repositórios.
Embora e-Science e Acesso Aberto demandem a disponibilização de dados e experimentos de pesquisa, o eScience trata da possibilidade reutilização de imensas quantidades de dados de pesquisa armazenados, mas que
pode se restringir a um clube fechado de colaboradores, enquanto o movimento do Acesso Aberto é mais amplo,
indo além de dados e experimentos e tem em vista seu acesso público, salvaguardados direitos e questões éticas.
É emblemático o repositório de acesso livre de preprints das áreas de física, matemática, ciência da
computação e ciências não-lineares, criado pelo pesquisador Paul Ginsparg, do Los Alamos National Laboratory,
em agosto de 1991 (HENNING, 2013).
Para análise de alguns destes problemas cf.: Thomaz, 2007, Sayão, 2009, Rodrigues; Rodrigues, 2014,
Segundo, 2013.
�A publicação ampliada é um exemplo de desafio ao campo biblioteconômico na
facilitação de informação e comunicação entre atores envolvidos na produção de
conhecimento. É certo que isto não poderá ser feito sem colaboração com outras áreas do
conhecimento, como as já elencadas sociologia e antropologia do conhecimento científico, e
com as áreas tecnológicas, em vista de dar conta de tais demandas informacionais.
4 SERVIÇOS/PRODUTOS PROPOSTOS
Os rápidos avanços tecnológicos exigem que o profissional bibliotecário, e alguns
profissionais de outras áreas, estejam atentos e busquem sempre melhorias para suas áreas de
atuação. Com essa ideia resolveu-se sugerir alguns serviços ou estratégias simples em sua
elaboração e execução, que podem favorecer a pesquisa e a pós-graduação.
Quadro 2 - Proposta de serviços biblioteconômicos
SERVIÇOS/PRODUTOS
DESCRIÇÃO SUCINTA
i) Serviço de alerta especializado
para publicação de artigo
Periódicos e Qualis na sua área que estão com a chamada para
publicação de artigo aberta e o tempo médio para aceitação do
artigo.
ii) Armazenamento de dados de
Pesquisas
Oferecer aos pesquisadores o depósito em CD ou DVD dos dados
de suas pesquisas na biblioteca para arquivamento, que possa ser
recuperado com palavras-chave e período de cobertura. Os arquivos
depositados poderão ser uma base para futuras publicações
ampliadas.
iii) Serviço de busca de materiais
informacionais
Oferecer ao usuário serviço de pesquisa de artigos e outros materiais
que não estejam disponíveis no Portal de Periódicos da CAPES ou
da comutação bibliográfica tradicional, através do contato direto da
biblioteca com a instituição ou autor do trabalho.
iv) Filtro de editais de fomento à
pesquisa
Criar filtro que permita ao pesquisador identificar os editais de
fomento de seu interesse, economizando seu tempo. Um modelo
para construção deste tipo de filtro está disponível em Gasparino,
2017, e também no link http://www.unirio.br/ppgb/arquivo/adrianade-moura-gasparino-produto.
v) Disponibilização de instrumentos
de coleta de dados utilizados nas
pesquisas
Indexar e disponibilizar os questionários, formulários e entrevistas
de teses e dissertações de modo a disponibilizar aos pesquisadores
tais instrumentos de coleta de dados. Assim, será possível extrair
mais conteúdo destes instrumentos como também aprimorá-los para
futuras pesquisas.
vi) Treinamentos específicos para a
pesquisa
Oferecer tutoriais e cursos sobre ferramentas bibliométricas e outros
software úteis (Prezi, Zotero, etc.) e uso de bases de dados.
vii) Serviço localização e indexação
Rastrear e criar um banco de anais de congressos, por área do
�de anais de congresso
viii) Serviço de mineração de dados
conhecimento, com acesso pela página da biblioteca, com artigos
localizáveis por assunto, autor, título etc. Anais são uma forma de
comunicação científica rápida quando comparada aos canais formais
de comunicação, além de permitirem estudos de memória da área e
seus temas, como é o caso do SNBU.
Facilitar a inovação em pesquisa, utilizando ferramentas de
mineração de dados, tais como Vantage Point, visando mapear
relacionamentos e encontrar padrões críticos, tornando mais rápido
e fácil o processo de produção de conhecimento.
Fonte: Os autores, 2018.
agilidade
na comunicação formal e está ligado ao fluxo de Autonomização tratado por Latour, da
comunicação científica.
Mobilização do mundo, à Autonomização, às Alianças e à representação Pública e,
obviamente, tais dados só podem ser disponibilizados a terceiros com a anuência do
pesquisador e dentro das normas legais. Embora não se trate de aqui de pensar em uma
complexa base de dados que poderá integrar as publicações ampliadas, a disponibilização
pode ser útil a outros pesquisadores e funcionar como um embrião de futuros serviços mais
complexos. Observando-se que em geral pode-se encontrar resistência à publicação destes
dados, é um caminho a que tende a pesquisa com o movimento de Acesso Aberto.
Mobilização do mundo e pretende diminuir os esforços por parte dos pesquisadores na busca
de materiais informacionais, sejam eles bibliográficos ou não. A biblioteca ficará responsável
por ser o interlocutor entre o pesquisador e o ator responsável pela produção do material
informacional.
por Latour. A BU pode entrar aí como facilitadora desse fluxo ao permitir que pesquisadores
encontrem com rapidez os editais de seu interesse das diversas agências de fomento.
de instrumentos de coleta de d
pesquisas de mestrandos e doutorandos, permitindo comparar diferentes modos de abordagem
e técnicas de coleta de dados.
s software
facilitadores e de acesso e uso de bases de dados, trata-se aqui de pensar na adequação destes
cursos e treinamentos para pesquisadores, cujas necessidades não são as mesmas dos
�estudantes de graduação. É permitir mais autonomia em relação a serviços como o de
normalização de referências, mas que deve aproximar pesquisadores e bibliotecários e não
afastá-los.
Autonomização e, apesar da amplamente reconhecida relevância dos trabalhos de encontros e
congressos, não sendo vendidos nas listas das editoras comerciais, os anais têm sido
negligenciados pelas BUs brasileiras em geral. Na Ciência da Informação e Biblioteconomia,
o Benancib, repositório dos trabalhos apresentados nos encontros da ANCIB, foi elaborado
por uma pesquisadora, professora Lídia Silva de Freitas da UFF, e não por iniciativa uma BU
que atenda a pesquisadores da área.
antev
ligado diretamente a agilidade na comunicação formal. O tech mining facilita a inovação
porque compreende os processos envolvidos na inovação para rastreá-los e informar as
decisões para os pesquisadores e proporcionar uma efetiva implementação em sua pesquisa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerando
as
mudanças
introduzidas
nas
práticas
científicas
pela
contemporaneidade, a BU e seus bibliotecários precisam se adequar aos novos modos de
produzir conhecimento, não somente aguardando os resultados de pesquisas em futuras
publicações, mas ela mesma ser uma fonte de inovação ao criar produtos que possam
colaborar com os pesquisadores, alunos e também a sociedade como um todo.
Os serviços simples aqui propostos têm em vista abrir o caminho da BU para a
pesquisa. A partir de alguns destes serviços, certamente aparecerão novas demandas locais.
Hoje, de um modo geral, nossas BUs oferecem poucos ou nenhum serviço específico para
pesquisadores, que por sua vez quase não demandam serviços das BUs. Quem sabe não se
aproxima um tempo de reaproximação entre bibliotecários e pesquisadores nas universidades
brasileiras?
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2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Fluxos de informaçao na produção do conhecimento: proposta de serviços para bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fernandes, Geni Chaves; Gasparino, Adriana e Moura; Palma, Bernardo José de Oliveira; Viana, José Antonio Rodrigue; Teixeira, Maria Aparecida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Transformações nas práticas sociais, associadas às novas TICs, têm modificado o modo de produção de conhecimento da ciência. Uma ciência eletrônica, transdisciplinar, construída por redes de multiatores, em multilugares e multi-instituições é a tônica de modelos que tratam do novo regime de produção do conhecimento. Uma ciência eletrônica, com grandes volumes de dados reutilizáveis e demandas de acesso aberto. Tudo isto indica mudanças nas práticas de pesquisa, nas necessidades e usos de informação; novos fluxos entre atores que estão além dos pares. Este artigo faz uma apresentação genérica de alguns destes modelos e da demanda por novos modos de publicação que abranjam mais do que os resultados finais de pesquisa, os recursos e dados nela utilizados e produzidos. Neste sentido, o artigo aponta ao desafio que está colocado para as bibliotecas universitárias brasileiras, hoje muito afastadas dos serviços para pesquisadores. A partir dos fluxos de informação que se podem inferir dos relacionamentos dos pesquisadores com outros atores apresentados por Bruno Latour e da proposta de publicações ampliadas, propõe-se sete serviços simples e imediatamente possíveis como um caminho de reaproximação entre bibliotecas universitárias pesquisadores e que vão à caminho deste novo modelo.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5780/SNBU2018_178.pdf
71b3ed5b7df8a3e08fe7306064956b80
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Eixo II
Pesquisa e Extensão
DESENVOLVIMENTO DE TUTORIAL PARA POVOAMENTO DA COLEÇÃO DE
ARTIGOS DE PERIÓDICOS NO ARCA - REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA
FIOCRUZ
DEVELOPING A TUTORIAL TO POPULATE THE JOURNAL ARTICLE COLLECTION IN
ARCA - FIOCRUZ INSTITUTIONAL REPOSITORY
Resumo: A Fundação Oswaldo Cruz criou em 2007 o Repositório Institucional Arca,
organizado e mantido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica
em Saúde (ICICT). O RI objetiva reunir num único local toda a produção intelectual da
Instituição, bem como proporcionar o livre acesso à informação em Saúde. É apresentada a
experiência da Fiocruz na criação de um tutorial para recuperação da produção de artigos
indexados na base de dados PubMed, com o objetivo de incrementar o povoamento da
Coleção de artigos de Periódicos nas diversas Comunidades do RI, que representam as
Unidades Técnico Científicas da Instituição. Para a criação do tutorial foi utilizada uma
comunidade piloto - ICICT, responsável pela gestão do repositório, com suas variações de
nome, incluindo siglas e nomenclaturas e traduções, e a utilização do campo
Espera-se que as Unidades da Fiocruz incorporem a dinâmica de busca as suas rotinas de
trabalho para o povoamento sistemático de suas coleções, de forma a garantir principalmente
a mensuração da produção intelectual por Unidade e da Instituição.
Palavras-chave: Arca Repositório Institucional da Fiocruz. Estratégia de Busca. Base de
Dados PubMed. Recuperação da Informação. Povoamento.
Abstract: The Oswaldo Cruz Foundation created, in 2007, the Arca Institutional Repository,
that is organized and maintained by the Institute of Communication and Scientific and
Technological Information in Health (ICICT). It aims to bring together in one place all the
intellectual production of the Institution, as well as to provide free access to information in
health. The article presents the experience of criating a tutorial for retrieving the production of
indexed articles in the PubMed database, with the objective of increasing the number of
articles deposited in Journal Article Collection in the various Communities of IR, that
represents the technical units of the Institution. For the creation of the tutorial, a pilot
community was used - ICICT, responsible for the management of the repository, with its
name variations, including acronyms and nomenclatures and translations, and the use of the
�'Affiliation' field. It is expected that the technical units incorporate search dynamics into their
work routines for systematic population of their collections, in order to guarantee mainly the
measurement of the intellectual production by Unit and of the Institution.
Keywords: Arca - Institutional Repository of Fiocruz. Search Strategy. PubMed. Information
Retrieval. Settlement.
INTRODUÇÃO
No ano de 1900, foi criado o Instituto Soroterápico Federal, em Manguinhos na Zona
Norte do Rio de Janeiro pelo renomado cientista brasileiro Oswaldo Cruz. Inicialmente, o
espaço inaugurado tinha como objetivo fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica,
grande problema de saúde pública enfrentado pela população do Rio de Janeiro, na época.
Após ser consagrado nacional e internacionalmente por diversos feitos em prol da medicina e
da saúde pública, foi decidido em 1908136, que o Instituto passaria a utilizar o nome do
cientista como uma forma de homenagear e prestigiar todo o trabalho desenvolvido.
Ao pensarmos em toda a trajetória histórica, científica e tecnológica desses 117 anos
da Fundação137, percebemos a importância para a ciência brasileira, do papel inovador e
brilhante do seu Fundador
Dr. Oswaldo Cruz, que entre tantos desafios, conseguiu
empreender diversas campanhas sanitárias no país para o combate de diversas doenças que
afetavam o povo, como por exemplo a febre amarela.
Dentro desse contexto, é importante ressaltar o valor intangível que toda a produção
intelectual da Fiocruz possui. São artigos, livros, pesquisas, teses, dissertações, cartas,
manuscritos, etc., que possuem um valor imensurável para a ciência nacional e internacional.
Estes valiosos documentos são citados e utilizados em diversos trabalhos produzidos pelos
mais renomados cientistas, conceituados pesquisadores e estudantes ao redor do mundo. Essa
produção tem como objetivo proporcionar o acesso à informação em saúde, conscientizar a
população para o valor informacional das pesquisas realizadas pela Instituição e enaltecer a
importância do conhecimento científico dentro de um contexto mundial em prol da Saúde
Pública.
136
O impacto da premiação do Instituto foi decisivo em outros aspectos. O projeto que transformava o Instituto
Soroterápico Federal em "Instituto de Patologia Experimental", adormecido há longo tempo no Congresso, foi
rapidamente aprovado e sancionado pelo presidente Affonso Penna, como Decreto n° 1.812, em 12 de dezembro
de 1907. Ao ser aprovado pelo Governo o respectivo regimento, em 19 de março de 1908, foi oficialmente
adotada a denominação "Instituto Oswaldo Cruz" (FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ, 2017a).
137
Os eventos sobre a história da Fundação Oswaldo Cruz podem ser vistos na linha do tempo apresentada no
link https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/linha-do-tempo-1
�Todo esse valor informacional também está fundamentado na Missão da Fiocruz que
corrobora a importância da produção e disseminação do conhecimento científico, com a
finalidade de:
Produzir, disseminar e compartilhar conhecimentos e tecnologias voltados para o
fortalecimento e a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) e que contribuam
para a promoção da saúde e da qualidade de vida da população brasileira, para a
redução das desigualdades sociais e para a dinâmica nacional de inovação, tendo a
defesa do direito à saúde e da cidadania ampla como valores centrais (FUNDAÇÃO
OSWALDO CRUZ, 2017b).
Neste cenário informacional de fundamental importância para toda a comunidade
científica, destacamos o Repositório Institucional Arca138, que tem como objetivo reunir em
um único lugar toda a produção intelectual da Instituição. O Repositório, organizado e
mantido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde
(ICICT), uma das unidades técnico científicas da Fiocruz, é o principal instrumento de
realização do Acesso Aberto instituído pela Política de Acesso Aberto ao Conhecimento na
Fiocruz139. A Política estabelece
gratuito, público e aberto ao conteúdo integral de toda obra intelectual produzida pela
O Repositório Arca
digital do ICICT e implementação do RI, constituído por um grupo de pesquisa com cinco
GUIMARÃES, 2012, p. 99). O desenvolvimento do trabalho contou com três fases: o projeto
incubador; a relação com outros projetos: experiências de migração; e a fase de povoamento
do RI. O software escolhido na época para a gestão das informações foi o Dspace que
apresentava diversas vantagens como: utilização do padrão de metadados OAI (Open Archive
Initiative); ser um software livre; e contar com o apoio do Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia (IBICT), que na época estava gerenciando um Projeto Piloto para a
implantação de repositórios em diversas instituições no Brasil.
Além disso, cabe ressaltar que a implementação do RI foi fundamental para a Fiocruz,
Incorporação ao Movimento Internacional em favor do Acesso Livre à Informação Científica
-99).
138
Disponível em: www.arca.fiocruz.br
Disponível em: https://portal.fiocruz.br/sites/portal.fiocruz.br/files/documentos/portaria__politica_de_acesso_aberto_ao_conhecimento_na_fiocruz.pdf
139
�Em 2011, o Repositório foi lançado oficialmente como o Repositório Institucional da
Fundação Oswaldo Cruz, cuj
à produção intelectual da Instituição, com o compromisso de proporcionar o livre acesso à
Em 2014 a Fiocruz lançou sua Política de Acesso Aberto ao Conhecimento e o Plano
Operativo140 do Repositório Institucional Arca, que pôs em prática a Política. Os dois
documentos foram essenciais para garantir o funcionamento pleno do RI na Instituição e em
suas Unidades.
A Política de Acesso Aberto estabelece como caráter mandatório o depósito de teses e
dissertações dos programas de mestrado e doutorado da Fundação e os artigos científicos
publicados por profissionais de alguma forma ligados à instituição.
Em janeiro de 2018, o Arca apresenta 26 comunidades e cerca de 18.000 documentos
dando visibilidade aos trabalhos produzidos por seus autores, contribuindo para ampliar,
consolidar e preservar a pesquisa científica produzida pela Fiocruz.
O depósito dos documentos no RI é realizado pelos próprios autores, em número
incipiente, e por profissionais das diversas bibliotecas e unidades da Fiocruz. O fluxo
operacional foi uniformizado e definido no Plano Operativo visando o trabalho colaborativo
em rede. Apesar do povoamento no RI mostrar uma tendência ascendente, conforme
apresentado na Figura 1, verificou-se que, no caso da coleção de artigos de periódicos, nem
todas as Unidades estavam inserindo essa valiosa produção. Esse dado foi constatado no
relatório estatístico mensal de produção que apresenta o quantitativo das coleções inseridas
por mês/ano.
Nesse contexto e tendo em vista o caráter mandatório para o depósito de artigos
para poder resgatar a produção específica de cada Unidade, sem determinação de datas e
assuntos e utilizando como referência uma base de dados externa.
140
Desenvolvido pelo ICICT com o objetivo de definir responsabilidades, infraestrutura e fluxos para operação e
manutenção do Arca - Repositório Institucional da Fiocruz, no que se refere ao povoamento das coleções de
teses,
dissertações
e
artigos
científicos,
mandatórias
na
Política.
Disponível
em:
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/23055
�Figura 1 - Gráfico de crescimento da Produção Fiocruz no Arca
período 2011 a 2017.
Fonte: www.arca.fiocruz.br
No caso das dissertações e teses dos Programas de Pós-Graduação da Fiocruz,
verificou-se que não seria necessária a criação de uma estratégia para essas tipologias, já que
esses documentos são inseridos no Arca através de migração das bases de dados bibliográficas
das bibliotecas da Instituição.
A montagem dessa Estratégia foi pensada também porque no caso da Fiocruz existem
Unidades instaladas em 10 Estados do Brasil e que possuem uma vasta produção científica
nacional e internacional141. Cada Unidade possui uma denominação própria, acompanhada de
suas respectivas siglas.
busca do quantitativo produzido de artigos pelas Unidades. Nesse caso, ficou evidenciado que
resultado mais preciso e efetivo, além de facilitar a inserção no Arca, já que está organizado
por Comunidades.
Algumas questões também foram levantadas pela equipe e que ajudaram na
autor tem ideia do quantitativo da sua produção científica? A Unidade da Fiocruz sabe aonde
141
A Fundação conta ainda com um escritório na África, além dos institutos sediados no Rio de Janeiro. A
Fiocruz possui unidades nas regiões Nordeste, Norte, Sudeste e Sul do Brasil, bem como Escritórios nos Estados
do Ceará, Mato Grosso do Sul, Piauí e Rondônia. Ao todo, são 16 unidades técnico-científicas, voltadas para
ensino, pesquisa, inovação, assistência, desenvolvimento tecnológico e extensão no âmbito da saúde. Saiba mais
sobre as Unidades e Escritórios da Instituição em: https://portal.fiocruz.br/pt-br/content/unidades-eescrit%C3%B3rios
�encontrar essa informação? Como o desconhecimento dessa produção impacta no
povoamento do Repositório? O autor considera relevante essa informação para o seu
trabalho? A Unidade tem ideia do número de artigos em acesso aberto ou fechado? O autor
sabe como os dados são coletados para o Repositório? Existe alguma orientação para a
formulação da pesquisa do autor? Quais os resultados esperados com essa Estratégia de
Busca? Como seria possível aplicar a Estratégia de Busca junto às Unidades?
Após a deliberação desses pontos, a equipe iniciou o processo de planejamento e
condução do trabalho, definindo: Base de Dados para a pesquisa; montagem da estratégia de
busca; elaboração do tutorial; envio do tutorial aos Gestores do Repositório; e resultados
esperados como, por exemplo, o aumento significativo no número de artigos disponibilizados
na coleção de cada Unidade da Fiocruz.
Desta forma, foi criado
Unidades da Fiocruz, utilizando a base de dados PubMed142 como referência, sendo a
143
ao qual cada Unidade está vinculada. A base
PubMed foi escolhida por ser focada principalmente em Medicina e Ciências Biomédicas,
contendo literatura impressa/publicada e documentos como Preprint, Manuscript, Ahead of
print, In press.
A estratégia montada não descarta tantas outras criadas, muitas vezes, pelas próprias
Unidades para monitorar a produção de seus pesquisadores, como busca em outras bases e
mesmo consulta ao Currículo Lattes.
Para o desenvolvimento da estratégia, utilizamos como referencial teórico alguns
Bates (1987) e Ilza Leite Lopes (2002). Essas autoras mostram a importância da elaboração de
uma Estratégia de Busca dentro do contexto informacional, discorrendo sobre a sua relevância
para a recuperação da informação de forma mais precisa e ágil.
REVISÃO DE LITERATURA
Atualmente com os significativos avanços na disponibilização de artigos científicos
em formato eletrônico na Web e a criação de redes de bases de dados de acesso aberto, tem-se
evidenciado o crescimento pela busca a esses materiais. As bases de dados são fontes ricas de
142
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/
Ato ou efeito de afiliar, de agregar a uma corporação. Disponível em:
<https://dicionariocriativo.com.br/significado/afilia%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 01/01/2018.
143
�informação, desde que utilizadas com conhecimento, uma vez que seguem uma estrutura
lógica para o acesso à informação científica e acadêmica (PUCCINI, 2015).
A pesquisa bibliográfica é uma ferramenta muito utilizada pela comunidade científica
e pelos profissionais de informação, que utilizam bancos de dados bibliográficos para
localizar a informação desejada. A grande produção de artigos científicos pelo mundo tornaque viabilize a identificação precisa da literatura científica nesse vasto terreno informacional
não é uma tarefa fácil, e muitas vezes é bem preocupante tendo em vista a quantidade de
informações disponíveis.
Pensando nesses aspectos, a equipe do Arca estabeleceu critérios que contribuíssem
com o povoamento dos artigos de periódicos no seu Repositório Institucional. Após análise da
produção inserida no RI, duas questões se destacaram: necessidade de alguma ação para
aumentar o número de depósitos nas coleções de artigos e a participação ativa dos
gestores, bibliotecários e etc.
Para a realização da revisão de literatura foram analisados alguns tópicos referentes a
elaboração da própria estratégia, como: a definição do campo de pesquisa e critério de busca;
estabelecimento dos objetivos; levantamento bibliográfico; montagem da pesquisa segundo
um critério lógico; e resultados esperados.
Segundo Moreira (2004, p. 24)
A pesquisa bibliográfica é, como se vê, uma fase da revisão de literatura, assim
como é fase inicial para diversos tipos de pesquisa. O ciclo começa com a
determinação e delimitação do tema e segue com o levantamento e a pesquisa
bibliográfica. A partir desta é que se organiza a revisão que, conforme descrito
anteriormente, requer postura crítica, cotejo das diversas opiniões expressadas.
Buscamos na literatura autores que embasassem o tema, contemplando a estratégia de
busca criada visando a obtenção de um número razoável de documentos para inserção no RI.
Um dos autores abordados para orientação deste trabalho foi Bates (1987) que conceituou
2002, p. 62). Bates (1999) também definiu
desenvolvida pelo indivíduo e outra pelo sistema de informação, que inclui a linguagem de
busca do sistema e a estrutura de informa
�Lopes (2002, p. 61-65) discorre em seu trabalho sobre os estudos referentes às
técnica ou conjunto de regras para tornar possível o encontro entre uma pergunta formulada e
Lopes (2002, p. 70) também apresenta
diversas análises feitas por autores renomados neste campo de atuação, e conclui afirmando
a padrões mínimos para a consecução de
seus objetivos, ou seja, o alcance de resultados finais satisfatórios para os usuários da
Neste trabalho, não entramos no mérito das experiências dos usuários na busca de
informação em Sistemas de Recuperação em ambientes Web, pois implicam também na
avaliação da sua interface.
METODOLOGIA
O RI Arca é composto por 26 Unidades e cada Comunidade por diferentes coleções144:
Casa de Oswaldo Cruz, Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde, Editora Fiocruz,
Escola Corporativa Fiocruz, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Escola
Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Fiocruz Amazonas - Instituto Leônidas e Maria
Deane, Fiocruz Bahia - Instituto Gonçalo Moniz, Fiocruz Brasília, Fiocruz Ceará, Fiocruz
Mata Atlântica, Fiocruz Mato Grosso do Sul, Fiocruz Minas - Instituto René Rachou , Fiocruz
Paraná - Instituto Carlos Chagas, Fiocruz Pernambuco - Instituto Aggeu Magalhães, Fiocruz
Piauí, Fiocruz Rondônia, Instituto de Ciência e Tecnologia em Biomodelos, Instituto de
Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde, Instituto de Tecnologia em
Fármacos, Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos, Instituto Nacional de Controle de
Qualidade em Saúde, Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Instituto Nacional
de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira, Instituto Oswaldo Cruz
e Presidência Fiocruz.
Essas comunidades são gerenciadas e alimentadas por profissionais com diferentes
formações, sendo a sua maioria Bibliotecários.
Para a criação do tutorial foi utilizada a comunidade do ICICT, responsável pela
gestão do RI Arca; selecionada uma base de dados pertinente às áreas de interesse da Fiocruz
PubMed; foram levantadas todas as variações do nome da comunidade piloto145, incluindo
144
145
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/community-list
do-tempo-icict
https://www.icict.fiocruz.br/linha-
�as siglas e nomenclaturas, com suas devidas traduções; e definido que a busca seria pelo
Para facilitar o trabalho de busca no PubMed, os gestores das Comunidades serão
orientados, no tutorial, sobre a criação do Serviço de Alerta, para que possam a partir desse
primeiro resultado receber alertas sobre novos documentos indexados, facilitando a inserção
sistêmica de novos artigos científicos produzidos pelos autores vinculados à Fiocruz.
No tutorial também foi descrito como gravar e exportar o resultado final da pesquisa
que é o local no Repositório Arca onde o gestor da Comunidade pode
conferir tudo o que foi depositado.
Esse tutorial será encaminhado via e-mail institucional para cada gestor, a partir de
fevereiro de 2018, contendo todas as orientações para a realização das pesquisas de forma a
facilitar a recuperação das informações, com qualidade e confiabilidade.
A seguir, é descrito parte do tutorial, que abrange a pesquisa realizada pelo ICICT Unidade Técnico Científica da Fiocruz, que serviu de piloto para a montagem do texto final.
Na página de busca avançada do PubMed, é orientado a seleção do campo Afiliação
(Affilliation), descrevendo a Unidade por extenso e seus respectivos idiomas, siglas, formas
A
montagem da Estratégia
utilizada pela Unidade ICICT, visando a busca, ficou
descrita da seguinte forma:
ICICT OR
Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde OR
Institute for Scientific and Technological Information and Communication in Health
OR
CICT OR
Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde OR
Superintendência de Informação Científica
Na figura 2, apresentamos a estratégia de busca formulada no PubMed. Como dica no
tutorial é orientado a utilização das aspas como delimitador de termos compostos.
�Figura 2: Tela com os nomes da Unidade
Fonte: PubMed
Ao lado da caixa de busca na Figura 2, aparece
clicada mostrará ou ocultará os termos que estão indexados na base e uma prévia da
quantidade de resultados que serão obtidos (figura 3). Recomendamos no tutorial a utilização
dessa funcionalidade principalmente para termos em inglês.
Figura 3: Show/Hide index list
Fonte: PubMed
.
Figura 4: Estratégia de Busca finalizada
Fonte: PubMed
Na figura 5, são apresentados os resultados obtidos pela busca referentes à produção de
artigos do ICICT, indexados pela base com as respectivas afiliações, mostrando que foram
recuperados 134 registros.
�Figura 5: Resultados da busca
Fonte: PubMed.
RESULTADOS
Com a aplicação do piloto foram recuperados 134 artigos, que estão em processo de
inserção no RI, e que representa um aumento de 19% na coleção de artigos da Comunidade do
ICICT, em janeiro de 2018.
A experiência possibilitou o desenvolvimento de um documento padrão - tutorial para a busca de artigos de periódicos indexados na base PubMed visando a recuperação da
produção intelectual produzida pelas diferentes Unidades da Fiocruz, com o objetivo de
aumentar o povoamento no Repositório Arca.
O tutorial inclui informações como: cadastro no PubMed, como iniciar o processo de
busca pelo campo Afiliação, montagem da estratégia, termos utilizados, a estratégia de busca
finalizada, salvamento do arquivo, criação de alertas no PubMed e formas de migração do
resultado para o Arca.
Espera-se que, com a aplicação da estratégia criada, haja um aumento significativo e
relevante em termos de produção intelectual depositada, e que as Unidades da Fiocruz
incorporem à sua sistemática de trabalho a estratégia proposta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O tutorial pretende atender às diversas unidades da Fiocruz com o propósito de ajudar
na recuperação de documentos e promover o crescimento no povoamento do Arca,
especificamente na tipologia
pela Política Institucional.
Artigos Científicos, com depósito mandatório estabelecido
�Outro aspecto importante é que esse tipo de busca possibilita as unidades acompanhar
a produção de artigos por seus pesquisadores, já que muitas vezes, não são informadas, bem
como o de levantar o quantitativo de documentos indexados fora da Instituição.
Ações como essas visam não só garantir a confiabilidade e a integridade dos autores
no Repositório, mas servem também para assegurar a preservação dos seus arquivos digitais, a
mensuração da produção por Unidade e a interação entre os Gestores do RI. Lembrando que
pesquisas em bases referenciais, muitas vezes, não trazem o objeto digital, sendo necessário,
portanto, a localização do mesmo para depósito no RI.
Dentre outros fatores importantes considerados para a elaboração do trabalho,
podemos citar: a realização de levantamento bibliográfico de toda produção intelectual
produzida por autores da Fiocruz; integração com as unidades da Fiocruz e/ou equipes
multidisciplinares com o objetivo de identificar documentos necessários para o povoamento;
promover a busca por artigos em acesso aberto e fechado; otimização do fluxo informacional
dos documentos inseridos no repositório; a preservação da memória institucional; a
visibilidade, uso e interoperabilidade da produção científica da Instituição com outros
sistemas/repositórios; recuperação de um número maior de documentos; participação como
uma ferramenta de gestão para o movimento Open Access (OA); disseminação do
conhecimento produzido para as instituições acadêmicas e científicas; e garantia da qualidade
e da pertinência dos documentos inseridos no repositório.
REFERÊNCIAS
BATES, Marcia J. How to use information search tactics online. Online, v. 11, n. 5, p. 47-54,
May 1987.
______. The making of a super searcher. Searcher, v. 7, n. 10, p. 33-35, 1999.
CARVALHO, Maria da Conceição Rodrigues de; SILVA, Cícera Henrique da;
GUIMARÃES, Maria Cristina Soares. Repositório institucional da saúde: a experiência da
Fundação Oswaldo Cruz. Informação & Sociedade: Estudos, João Pessoa, v.22, n. 1, p.97103, jan./abr. 2012. Disponível em: <https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/4153>. Acesso
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______. INSTITUTO OSWALDO CRUZ. Nasce o IOC. Rio de Janeiro, 2017a. Disponível
em: <http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=62>. Acesso em: 07 dez.
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�______. ______. Portaria da Presidência 329/2014-PR retificada por 382/2014-PR que
institui a Política de Acesso Aberto ao Conhecimento da Fiocruz. Rio de Janeiro, 2018.
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LOPES, Ilza Leite. Estratégia de busca na recuperação da informação: revisão da literatura.
Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 31, n. 2, p. 60-71, maio/ago. 2002.
MOREIRA, Walter. Revisão de Literatura e Desenvolvimento Científico: conceitos e
estratégias para confecção. Janus, Lorena, SP, ano 1, n. 1, p. 19-30, 2. sem. 2004.
PUCCINI, L. et al. Comparativo entre as bases de dados PubMed, SciELO e Google
Acadêmico com foco na temática Educação Médica. Cadernos UniFOA, v.28, ago. 2015.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desenvolvimento de tutorial para povoamento da coleção de artigos de periódicos no Arca - Repositório Institucional da Fiocruz.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Queiroz, Claudete Fernandes; Maranhão, Ana; Rodrigues, Raphael Belchior; Freyre, Éder de Almeida
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Fundação Oswaldo Cruz criou em 2007 o Repositório Institucional Arca,organizado e mantido pelo Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT). O RI objetiva reunir num único local toda a produção intelectual da Instituição, bem como proporcionar o livre acesso à informação em Saúde. apresentada a experiência da Fiocruz na criação de um tutorial para recuperação da produção de artigos indexados na base de dados PubMed, com o objetivo de incrementar o povoamento da Coleção de artigos de Periódicos nas diversas Comunidades do RI, que representam as Unidades Técnico Científicas da Instituição. Para a criação do tutorial foi utilizada uma comunidade piloto - ICICT, responsável pela gestão do repositório, com suas variações de nome, incluindo siglas e nomenclaturas e traduções, e a utilização do campo ‗Afiliação‘. Espera-se que as Unidades da Fiocruz incorporem a dinâmica de busca as suas rotinas de trabalho para o povoamento sistemático de suas coleções, de forma a garantir principalmente a mensuração da produção intelectual por Unidade e da Instituição.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5779/SNBU2018_177.pdf
ce3e0ea92f559ec38f075fea2513444a
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
COLEÇÕES DE USO CORRENTE E COLEÇÕES RARAS/ESPECIAIS: ONDE
COMEÇA E ONDE TERMINA O ESPAÇO PARA CADA UM NAS PRATELEIRAS
DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA?
ATUAL COLLECTIONS AND RARE/SPECIAL ONES: WHERE DOES IT START AND
WHERE DOES IT FINISHES THE SPACE FOR EACH ONE AT THE UNIVERSITY
LIBRARY SHELVES?
Resumo: A atividade diária em biblioteca universitária especializada em Química e análise de
acervo histórico e especial da área encontrado nesta biblioteca, além do estudo da natureza do
conhecimento científico impulsionaram este texto. Surge a necessidade de entender os
conceitos de biblioteca universitária, biblioteca especializada, memória institucional, noções
relevantes para instituições do tipo da universidade, e de como se comporta o conhecimento
científico para justificar o material acolhido no acervo. Estes conceitos são aclarados em sua
forma, sua dinâmica e sua importância, levando em consideração a relevância e a finalidade
das coleções que precisam ser mantidas dentro do espaço físico da biblioteca universitária.
Com objetivo de assimilar qual a missão da nossa biblioteca dentro da universidade e
justificar manutenção de coleções de natureza distinta, foi realizada revisão bibliográfica não
exaustiva, que procurou abarcar a literatura clássica e mais atual em biblioteconomia dos
conceitos tratados. Deste modo, visa-se solucionar o impasse entre alocar no espaço das
prateleiras da biblioteca universitária dois tipos de material, dois tipos de conhecimento, cada
qual com suas características, com seus valores e finalidades. A biblioteca universitária tem
seu espaço físico confrontado pela disputa de vagas em suas estantes para esses dois tipos de
conhecimento, e busca solução harmônica para acondicionamento de ambos, sem, no entanto,
perder o foco na sua missão: atender seus leitores.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Biblioteca especializada. Memória institucional.
Conhecimento científico.
Abstract: The daily activity in a university library specializing in Chemistry and analysis of
historical and special collection of the area found in this library, besides the study of the
nature of scientific knowledge, have boosted this text. There is a need to understand the
concepts of university libraries, specialized libraries, institutional memory, concepts relevant
to university-type institutions, and how scientific knowledge behaves to justify the material
accepted in the collection. These concepts are clarified in their form, their dynamics and their
importance, taking into account the relevance and the purpose of the collections that need to
be kept within the physical space of the university library. In order to assimilate the mission
of our library within the university and to justify the maintenance of collections of a distinct
�nature, a non - exhaustive bibliographical review was carried out, which sought to cover the
classical and most current literature in librarianship of the concepts treated. In this way, the
aim is to solve the impasse between allocating two types of material in the shelf space of the
university library, two types of knowledge, each with its characteristics, its values and
purposes. The university library has its physical space confronted by the dispute of vacancies
in its shelves for these two types of knowledge, and it looks for harmonic solution for
conditioning of both, without, however, losing the focus in its mission: to attend its readers.
Keywords: University library. Specialized library. Institutional memory. Scientific
knowledge.
1. MOTIVAÇÃO
Duas fortes motivações nos movem a procurar uma solução para o questionamento
proposto no título desse texto. A primeira surge com o próprio trabalho na Biblioteca Jorge
de Abreu Coutinho do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ, espaço de atuação profissional dos autores.
A Biblioteca Jorge de Abreu Coutinho é setorialmente subordinada ao Centro de
Ciências Matemáticas e da Natureza
CCMN/UFRJ. Foi fundada em 1969, especializada em
Química, e visava atender ao recém-criado Instituto de Química (1959).
O Instituto de Química - IQ/UFRJ foi concebido para atender aos cursos de pósgraduação stricto-senso. Os primeiros cursos de pós-graduação -em Química - criados no
Brasil são deste período (COSTA, 2012).
pesquisa e no estudo da Química, área com uma grande carência de profissionais qualificados
135
Atualmente o IQ/UFRJ, unidade de ensino, pesquisa e extensão da Universidade
Federal do Rio de Janeiro é referência nacional com relação a suas atividades de pósgraduação. Seu corpo discente é atendido pela Biblioteca Jorge de Abreu Coutinho, cujo
acervo bibliográfico contempla as disciplinas que formam os cursos em andamento.
A Química é, de certo, uma área do conhecimento científico, e como tal, seu conteúdo
atualiza de tempos em tempos, como é natural para o desenvolvimento do conhecimento
científico. Este processo leva a que os conteúdos se tornem ultrapassados. Na BIQ
Biblioteca Jorge de Abreu Coutinho temos exemplo de áreas do conhecimento onde a
Texto retirado da página eletônica do IQ/UFRJ. Disponível em: https://www.iq.ufrj.br/historia/. Acesso em
29 jan 2018.
�transformação no conteúdo é lenta ou nenhuma e outras a mudança é constante. Desta forma,
existem itens mais antigos permanecem no acervo, como por exemplo as áreas de Matemática
e Química Inorgânica; e há aquele tipo de disciplina em que o conhecimento se desenvolve e
Bioquímica.
Até o ano de 2012, algumas caixas que com livros antigos de química, contendo o
carimbo da Escola Politécnica da própria UFRJ estavam armazenados na sala de
processamento técnico. Com a formação da equipe atual de bibliotecários surgiu a intenção de
trabalhar esse acervo, agregando-lhe valor merecido uma vez que constituía material
importante para a memória da UFRJ. Após algum tempo, a equipe teve a possibilidade de
identificar e organizar esse acervo, e nesse trabalho descobriram-se livros antigos e dentre
essas algumas raridades. Os itens desse acervo ganharam então espaço específico em uma sala
(onde usualmente havia espaço de estudo para usuários) e que agora tornou-se o local para
essa coleção que chamamos de obras raras.
Ao organizar parcialmente este acervo, recebemos mais material especial (livros e
arquivos de professores que pertenceram ao Instituto de Química). Esse patrimônio de
professores que construíram a história do Instituto veio fazer parte do grupo de itens que já se
encontrava armazenado e parcialmente organizado. O objetivo era organizar todos os itens e
disponibilizá-los aos leitores. No entanto, este processo sofreu contratempos uma vez que
reclamações de alunos apontavam para perda de espaço físico antes disponível para estudar
em silêncio dentro da biblioteca.
Diante deste contratempo, tivemos a necessidade de entender melhor os conceitos que
circunscrevem a biblioteca especializada, biblioteca universitária, a memória institucional e
conhecimento científico, sendo os três últimos noções de alta relevância para a instituição
Universidade.
Esse é um problema generalizado das bibliotecas universitárias. Muitas vezes o espaço
da biblioteca recebe material histórico, doações de profissionais de vulto, muito importantes
para a formação da memória da área do conhecimento e da própria instituição. O dilema
reside em como alocar esses itens que fazem parte da construção desse conhecimento
específico, histórico e de caráter fundamental à preservação de memórias institucionais e ao
mesmo tempo dispor de espaço físico para atender aos alunos, atendimento esse que é a
missão da biblioteca universitária.
A biblioteca universitária não pode dispor do espaço físico estanque de suas prateleiras
para alocar esse material que, embora não atualizado, tem uma enorme relevância. Nas
�estantes é preciso constar material que dê suporte aos cursos em andamento, que seja voltado
para o ensino e a pesquisa de ponta na área do conhecimento ao qual o acervo visa atender.
Além disso, na maioria das vezes, a biblioteca universitária não possui condições
físicas adequadas, (mobiliário específico, condições especiais de acondicionamento e
preservação) além de estrutura financeira para manter este material especial e raro de suma
importância e interesse, nas condições ideais coexistindo com seu acervo de uso corrente.
A biblioteca é um fenômeno social (MIRANDA, 1978), uma organização social
(TARAPANOFF, 1982), que não tem autonomia, pois está ligada a níveis maiores de
administração dentro da universidade e deve se orientar pela comunidade que atende. Desta
maneira, seu gestor deve atuar tanto como planejador quanto como administrador de
interesses e conflitos que possam surgir entre funcionários, alunos, professores e outros.
-se o planejador que não sabe auscultar as forças, tendências, inclinações e demandas
das personalidades em conflito na sua área de atuação e fracassa se não souber articular estas
forças ambientais em favor de seu projeto. (MIRANDA, 1978)
A segunda motivação surge através do estímulo adquirido através do estudo do
conhecimento científico. Investigar mais profundamente este tema impacta na prática do
trabalho na biblioteca universitária, cria uma nova ótica sobre as atividades de tratamento da
informação, o que reflete nos anseios de melhorar os serviços oferecidos para nossa
comunidade acadêmica. Tal experiência reacende os questionamentos em torno do porquê da
necessidade de rever, reorganizar e reclassificar o conhecimento científico. Neste sentido, às
leituras do material produzido pelo autor Kemp sobre a natureza do conhecimento e sobre o
conhecimento social fornecem um caminho. Fundamentados na leitura deste autor, e com o
sentido de atuarmos como planejadores e administradores atentos aos anseios de nossos
consulentes, o objetivo é iniciar uma discussão sobre o papel da biblioteca universitária que
atende ao público especializado.
Através de análise da literatura sobre os conceitos aqui discutidos, argumentamos que
o material especial não atualizado tem alta relevância para a história da universidade e da
ciência no Brasil, e que esse pode e deve ser considerado memória institucional da UFRJ.
2 METODOLOGIA E REVISÃO DE LITERATURA
Para alcançar o objetivo proposto, a metodologia procura discutir os conceitos
The nature of knowledge
�pela biblioteca universitária. A revisão de literatura aqui não se pretende extensa, e para
contemplar os conceitos, buscamos alguns textos clássicos, outros mais atuais e que definem
biblioteca universitária, biblioteca especializada e memória institucional.
3 CONCEITOS PARA DISCUSSÃO
3.1 Biblioteca universitária
Podemos entender o conceito histórico de biblioteca universitária:
relacionado às necessidades de ensino, pesquisa e extensão das universidades a que
serve. É uma agência social moldada de acordo com os padrões, ideologias e valores
culturais que regem os modelos de universidade vigente. A biblioteca é por esta
condicionada, sendo ambas por sua vez, reguladas pelo contexto social e político, ao
longo da história de cada uma. (CARVALHO, 2004 e GICO, 1990 apud SILVA,
2010).
Para uma definição mais recente de biblioteca universitária:
As bibliotecas universitárias são importantes produtoras de conhecimento científico,
exercendo um papel fundamental no processo de ensino, pesquisa e extensão, o
conhecido tripé do Ensino Superior no Brasil. É na universidade que se percebe com
mais clareza a produção do conhecimento científico e como este é influenciado pelo
uso da tecnologia. No contexto da atual Sociedade da Informação extremamente
dinâmica, rápida e com intenso fluxo de informações , as tecnologias da
informação e comunicação são responsáveis por grande parte desses processos de
produção e recuperação de informações e conhecimento. (SILVEIRA, 2014, p. 69)
As duas definições envolvem a relação da biblioteca com as funções de ensino,
pesquisa e extensão da universidade. A primeira citação revela a dependência da biblioteca da
universidade:
Como uma organização sem autonomia própria, a biblioteca universitária depende
da universidade. Podemos, portanto, supor que as características da universidade,
tais como se apresentam na descrição de suas funções, estrutura, grau de autonomia,
influências que recebe do meio ambiente, etc., irão refletir na biblioteca
universitária. (TARAPANOFF, 1982, p. 74)
O conceito mais recente relaciona a biblioteca universitária com o conhecimento
científico e o fluxo intenso de informações. Essa ligação aproxima a biblioteca universitária
da especializada. Apoiado nesta afirmação, o contexto de criação da biblioteca Jorge de Abreu
Coutinho no IQ/UFRJ confirma Figueiredo (1979), quando esta autora compara bibliotecas
universitárias e especializadas na América Latina:
�Estes dois tipos de bibliotecas são, contudo, semelhantes, no que diz respeito as suas
coleções, i.e., o nível intelectual das mesmas, já que visam servir uma clientela de
formação superior. Também, quanto aos serviços prestados, possuem certa
semelhança, principalmente porque as universidades latino-americanas, a maioria
não possuindo ainda bibliotecas centrais, mas sim encontrando-se as coleções
espalhadas pelos diferentes departamentos, estas coleções, muitas vezes, se
constituem em verdadeiras bibliotecas especializadas, passíveis de gerar tipos de
serviços similares aos prestados pelas bibliotecas especializadas propriamente ditas.
(FIGUEIREDO, 1979, p. 9)
Mas:
Quanto à estrutura organizacional, ao suporte administrativo e ao financiamento da
biblioteca universitária, em relação à biblioteca especializada, nota-se um contraste
acentuado, e que vem totalmente em detrimento da biblioteca universitária.
Examinemos com detalhes, primeiramente as bibliotecas especializadas.
FIGUEIREDO, 1979, p. 10)
Assim, bibliotecas setoriais das universidades estão bem próximas do conceito de
científico necessita de atendimento personalizado e
agilidade na busca de informações. Em particular, numa biblioteca setorial, a clientela é
menor e assim, tem39).
3.2 Biblioteca especializada
Figueiredo (1979) traça comparação entre bibliotecas especializadas e universitárias.
Quanto às bibliotecas especializadas:
As bibliotecas especializadas são diferenciadas dos demais tipos de bibliotecas pela
sua estrutura de orientação por assunto, e pelo fato de que as organizações as quais
elas pertencem terem objetivos específicos, e estes objetivos, por sua vez, devem
nortear todas as atividades da biblioteca, dentro das áreas de conhecimento abrangido
pela empresa a qual ela serve. Uma biblioteca especializada fornece serviço, i.e.,
toma accessível a uma organização, qualquer conhecimento ou experiência que possa
ser coletada, para avançar os trabalhos desta empresa e fazê-la, assim, atingir os seus
objetivos. (FIGUEIREDO, 1979, p. 10)
Ao fazer análise terminológica, partindo das características básicas dos diferentes
sistemas de informação, Cesarino (1978) afirma que:
As definições para bibliotecas especializadas e centros de documentação são muito
semelhantes. Ambos são considerados como unidades pertencentes a instituições
governamentais, particulares ou associações formalmente organizadas com objetivo
de fornecer ao usuário a informação relevante de que ele necessita, em um campo
específico de assunto. Para atingir esse objetivo, são executadas tarefas de seleção
�(grifo nosso) e aquisição, processamento técnico e disseminação da informação.
(CESARINO, 1978, p. 231)
atividades do centro são parte intrínseca das atividades de ciência e tecnologia. Os centros não
1978, p. 232). Ao longo do artigo a autora chega à conclusão de que o termo biblioteca
especializada é o mais usado no Brasil.
Em texto mais contemporâneo sobre biblioteca especializada, Souza (2017) traça um
quadro baseado na leitura de Figueiredo (1979):
Quadro 1 - Características de uma biblioteca especializada
Fonte: SOUZA e OLIVEIRA (2017, p. 189) baseada em FIGUEIREDO (1979).
Pelo quadro acima, Souza (2017) chega à conclusão de que a biblioteca especializada
de Nice Figueiredo realizada em 1
(SOUZA, 2017, p. 191)
3.3 Memória institucional
Tomando como base a leitura dos escritos da autora Thiesen (1995) torna-se clara a
construção de seu conceito sobre memória institucional. A autora declara que esta construção
deve se manter em aberto e que toca em outros conceitos de várias áreas do conhecimento.
�Quadro 2
Memória institucional toca em outros conceitos
Fonte: THIESEN (1995, p. 47)
A partir do quadro, a autora, com base nos conceitos circundantes, considera a
memória um fenômeno social, um conceito híbrido que deve ser mantido aberto, pois depende
de muitos fatores. Ao final adverte que:
Assim, entende-se que negligenciar tais conceitos pode significar cairmos no erro
comum, tão visível nas instituições culturais que promovem atividades de
preservação de patrimônios, de priorizar um simulacro de identidade, onde nos
identificamos com o exótico e o singular (THIESEN, 1995, p. 50).
Já Barbosa (2004, p. 8) sustenta que a memória institucional:
... é uma narrativa entre as múltiplas narrativas possíveis dentro do contexto
organizacional e sua construção necessita ser alicerçada naquilo que foi ou é
considerado relevante para cada indivíduo, para o grupo ou para a organização .
3.4 Conhecimento científico
O conhecimento das áreas de ciência e tecnologia, das quais a Química faz parte, é
dinâmico e pode se tornar efêmero e desatualizado. Por que isso ocorre? Podemos esclarecer
com base no estudo da investigação de Kemp (1976) sobre a natureza do conhecimento. Ele
propõe o estudo do universo do conhecimento como um sistema aberto. Desta forma, o
conhecimento apresenta as propriedades de funcionar como um ciclo retroalimentável, que
�possui entradas (inputs) e saídas (outputs) onde age, reage e sofre ação do meio onde está
inserido (feedback). Por esse movimento de interação com o meio é que o conhecimento se
torna cumulativo.
Podemos considerar como inputs, novos conhecimentos gerados a partir de pesquisa e
que foram recentemente avaliados. Os outputs são o conhecimento registrado em teses,
dissertações, artigos, etc. Os outputs são aqueles conhecimentos que serão organizados
feedback pode ser a necessidade do meio de receber novos
conhecimentos recentemente avaliados.
Entende-se que o sistema do conhecimento apresenta a capacidade de crescer, o que o
torna mais o cada vez mais complexo (KEMP, 1976, p. 19). O input é atividade que leva
complexidade para a organização do conhecimento. Desta forma o conhecimento possui
comportamento de constante mutação e é imprescindível seu controle. O conhecimento
Diante dos diferentes tipos de conhecimento estabelecidos por Kemp (1976, p. 25),
dois deles: o social, e o pessoal, formam a natureza do conhecimento em si.
O conhecimento pessoal está na mente do indivíduo e é evidenciado somente se for
perguntado. O conhecimento pessoal é a matéria-prima para a geração do conhecimento
social, e os estudos de organização do conhecimento geralmente se voltam para esse
conhecimento social (registrado), que está contido nos diversos suportes de informação.
Dessa forma, o conhecimento social também influencia o conhecimento pessoal
quando um pesquisador origina novo conteúdo através da busca de novas informações (no
conhecimento registrado) gerando novos entendimentos para sua investigação. O
conhecimento social também é insumo para a criação do conhecimento pessoal (KEMP, 1976,
p. 28).
O conhecimento científico manifesta as características e propriedades do
conhecimento social (KEMP, 1976, p. 62). A existência do conhecimento social é essencial
para a condição própria da existência da ciência, de sua recuperação e comunicação. As
pesquisas acarretam problemas, indagações, ideias, evidências ou críticas que, após avaliação,
e, se há consenso, são registradas e estocadas.
Ziman, citado por Kemp (1976, p. 80 e 81), também discute estas questões, porém
denomina o conhecimento social como público. Kemp distingue conhecimento social e
público, e entende que o primeiro é o registrado, armazenado e comunicado, e o segundo é o
que se observa a partir de um fenômeno qualquer, mas que não necessariamente é publicado.
�Entende-
é aquele que compõe ou cria
O conhecimento científico é baseado em probabilidade e observação, não é totalmente
provado, é limitado, nem tudo é conhecido, ou seja, o conhecimento nunca está completo.
Assim, a principal característica do conhecimento é seu crescimento (KEMP, 1976, p. 101).
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nas leituras de Kemp (p. 124, 1976) foi demonstrado que o crescimento do
conhecimento não representa um simples aumento deste, pois o surgimento de novo
conhecimento (novo conteúdo) traz consequências para o conhecimento antigo, impactando-o,
entendemos que o conhecimento novo acumulado sobrepõe-se (a si mesmo) e causa
mudanças nos seus próprios conceitos e no seu consenso. Por isso, quando surge um novo
consenso, uma porção do conhecimento científico se torna desatualizada ou obsoleta. Assim,
identificamos que existem dois tipos de conhecimentos com características diferentes nos
materiais que estão na biblioteca do IQ/UFRJ. Também pelo estudo dos conceitos anteriores
atestamos que esta biblioteca atende aos requisitos de universitária e especializada. E o
conceito de memória institucional que revela que, apesar de superado, os itens antigos que
foram encontrados ou recebidos pela biblioteca têm grande importância histórica e
institucional para a universidade.
Temos aqui o embasamento para a afirmativa da necessidade de rever e reorganizar os
acervos da biblioteca universitária, e também argumentos para ratificar que o acervo desta
deve acompanhar as atualizações da área de ensino que se dispõe a cobrir observando sempre
o conhecimento que faz parte de tal área e que está sempre em movimento, modificando-se à
velocidade em que se atualiza.
Confrontados na discussão, os conceitos de biblioteca universitária com características
muito afins aos conceitos de biblioteca especializada, e tendo em mente a natureza do
conhecimento científico (de Kemp) podemos afirmar que o conhecimento produzido por cada
área científica (conhecimento de ponta em termos de pesquisa) está sempre em movimento, o
com a necessidade de manter simultaneamente os itens que são suporte dos conhecimentos
aqui discutidos.
�Por sua vez
domínio da ciência e da tecnologia é importante material para aclarar tanto a história de um
determinado campo do conhecimento científico, através do seu conteúdo, quanto a história da
instituição que o preservou, cuidando do seu suporte e primando pela forma como este foi
tratado.
O espaço físico da biblioteca universitária tem como fim principal atender às
necessidades do corpo discente, oferecendo-lhe além dos itens que compõe suas coleções,
acomodações adequadas às atividades de estudo e pesquisa.
A biblioteca Jorge de Abreu Coutinho é um tipo de biblioteca que se propõe atender à
essa dinâmica, as noções que preenchem tais requisitos são de uma biblioteca universitária
com nuances de especializada. A conclusão a que se chega é que existe uma disputa por esse
espaço físico da biblioteca e, embora todas as coleções tenham sua importância justificada, a
missão da biblioteca universitária deve estar voltada a atender prioritariamente as
necessidades dos estudantes e usuários.
Porém, os itens que compõe as coleções de caráter histórico de relevância e que
atendem aos requisitos da noção de memória institucional não são menos importantes que
aqueles outros que compões o acervo corrente. Esses dois tipos de itens demandam espaços
físicos adequados e distintos dentro da universidade. O material considerado memória precisa
sim de outro local específico, onde deve ser reunido e conservado sob as condições ideais
necessárias para sua preservação e manutenção.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, A. A. O Lugar da Memória Institucional nas Organizações Complexas. In: IV
Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas,
Porto Alegre, 2010
CESARINO, M. AUGUSTA DA N. Bibliotecas especializadas, centros de documentação,
centros de análise da informação: apenas uma questão de terminologia? Revista da Escola de
Biblioteconomia UFMG, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 218-41,1978.
COSTA, H. H. Athos da Silveira Ramos: sua importância para o desenvolvimento científico
e tecnológico do Brasil. Rio de Janeiro. UFRJ, 2012.
�FIGUEIREDO, N. Serviços oferecidos por bibliotecas especializadas: uma revisão da
literatura. R. Bras. Bibliotecon. Doc., v. 11, n. 3/4, p. 155 168, 1978.
KEMP, D. A. The nature of knowledge. London: Clive Bingley, 1976.
MIRANDA, A. Biblioteca Universitária no Brasil: reflexões sobre a problemática. 1
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, p. 10, 1978.
SILVA, A. M. M. A Construção das bibliotecas universitárias no Brasil. Revista Informação
& Universidade, v. 2, n.1, p. 3-23, 2010.p. 3 23, 2010.
SILVEIRA, N. F. Evolução das bibliotecas universitárias: information commons. Revista
ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.19, n.1, p. 69-76, jan./jun., 2014.
SOUZA, Raquel Costa de; OLIVEIRA¸ Eliane Braga de. A biblioteca especializada na
ciência da informação. Biblos: Revista do Instituto de Ciências Humanas e da
Informação, v. 31, n. 1, p. 185-194, jan./jun. 2017.
TARAPANOFF, Kira M. A. A biblioteca vista como uma organização social. In:
MACHADO, Ubaldino Dantas (Org.). Estudos avançados em Biblioteconomia e Ciência
da Informação, Brasília: ABDF, v. 1, p. 73-92, 1982.
THIESEN, I. Memória institucional: um conceito em definição. Informare - Cad Prog. PósGrad. Ci, Inf., Rio de Janeiro, v.l, n.2, p. 45 51, 1995.
VOLPATO, M. S. B. A trajetória de uma biblioteca especializada: o caso da biblioteca do
curso de pós-graduação em administração da UFSC. 2009. Mestrado em Curso de PósGraduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina.
�
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Coleções de uso corrente e coleções raras/especiais: onde começa e onde termina o espaço para cada um nas prateleiras da biblioteca universitária?
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Costa, Heloisa
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A atividade diária em biblioteca universitária especializada em Química e análise de acervo histórico e especial da área encontrado nesta biblioteca, além do estudo da natureza do conhecimento científico impulsionaram este texto. Surge a necessidade de entender os conceitos de biblioteca universitária, biblioteca especializada, memória institucional, noções relevantes para instituições do tipo da universidade, e de como se comporta o conhecimento científico para justificar o material acolhido no acervo. Estes conceitos são aclarados em sua forma, sua dinâmica e sua importância, levando em consideração a relevância e a finalidade das coleções que precisam ser mantidas dentro do espaço físico da biblioteca universitária. Com objetivo de assimilar qual a missão da nossa biblioteca dentro da universidade e justificar manutenção de coleções de natureza distinta, foi realizada revisão bibliográfica não exaustiva, que procurou abarcar a literatura clássica e mais atual em biblioteconomia dos conceitos tratados. Deste modo, visa-se solucionar o impasse entre alocar no espaço das prateleiras da biblioteca universitária dois tipos de material, dois tipos de conhecimento, cada qual com suas características, com seus valores e finalidades. A biblioteca universitária tem seu espaço físico confrontado pela disputa de vagas em suas estantes para esses dois tipos de conhecimento, e busca solução harmônica para acondicionamento de ambos, sem, no entanto, perder o foco na sua missão: atender seus leitores
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
CENTENÁRIO DO FUNDADOR DO INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO
DE GÓES: NOS BARANGANDÃS DE CARMEM MIRANDA A DESCOBERTA DE
UM CIENTISTA COMPOSITOR
CENTENNIAL OF THE FOUNDER OF THE INSTITUTE OF MICROBIOLOGY PAULO DE
GÓES: IN THE BARANGANDÃS OF CARMEM MIRANDA THE DISCOVERY OF A
SCIENTIST - COMPOSER
Resumo: As comemorações do centenário do professor Paulo de Góes que ocorreram em
2013 no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro envolveram um
conjunto de ações, que buscavam exaltar e rememorar um dos expoentes no ensino superior
no Rio de Janeiro. Paulo de Góes tem uma trajetória profissional, que se inicia como
responsável pelo antigo laboratório da Microbiologia na antiga Faculdade do Rio de Janeiro,
coordenado pelo Professor Bruno Lobo e permanece como docente na Universidade do Brasil,
enquanto idealiza e funda o Instituto de Microbiologia, do qual foi também Diretor. Foi
revelado durante uma atividade de extensão o lado artístico de Paulo de Góes. Uma
apresentação musical e outras atividades culturais do centenário se encaixaram no eixo
extensão universitária. Destaca-se a igualdade de importância na tríade ensino - pesquisa extensão, atividades capazes de operar mudanças intelectuais dentro de uma comunidade. Os
eventos comemorativos possibilitam desdobramentos que visam à lembrança permanente e a
valorização do patrimônio cultural da microbiologia. A biblioteca da unidade é escolhida
como espaço de divulgação do material resultante do centenário, pois se constitui lugar de
memória da unidade.
Palavras-Chave: Universidades. Extensão comunitária. Memória Institucional.
Abstract: The celebrations of the centenary of professor Paulo de Góes that took place in
2013 at the Institute of Microbiology of the Federal University of Rio de Janeiro involved a
set of actions that sought to exalt and recall one of the exponents in higher education in Rio de
Janeiro. Paulo de Góes has a professional trajectory, which began as head of the former
laboratory of Microbiology in the former Faculty of Rio de Janeiro, coordinated by Professor
Bruno Lobo and remains a professor at the University of Brazil, while idealizing and founding
the Institute of Microbiology, who was also Director. The centenary revealed in an extension
activity the artistic side of Paulo de Góes. A musical performance and other cultural activities
of the centennial fit the university extension. It is important to emphasize equality of
importance in the teaching-research-extension triad, activities capable of operating intellectual
changes within a community. The commemorative events enable unfolding that aim at
permanent remembrance and the appreciation of the cultural heritage of microbiology. The
�library of the unit is chosen as a space for the dissemination of material resulting from the
centenary, since it constitutes the unit's memory space.
Keywords: Universities. Community - Institutional Relations. Institutional Memory.
1 INTRODUÇÃO
As comemorações do centenário do Professor Paulo de Góes, fundador do Instituto de
Microbiologia permitiram que toda a comunidade de uma unidade conhecesse a participação
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no processo de formação da ciência que
estuda os micróbios a partir do século XX e compreendesse a consolidação do Instituto de
Microbiologia Paulo de Góes (IMPPG) como importante unidade científica no Estado do Rio
de Janeiro. As celebrações que ocorreram em 2013, se constituíram de diferentes
homenagens: depoimentos de familiares, de antigos diretores, uma peça de teatro, uma
trajetória pessoal e profissional de Paulo de Góes, pôde-se compreender não somente a
influência da sua personalidade na materialização de uma unidade de ensino na UFRJ, como
também descobrir outra faceta do cientista: a do compositor.
A ideia de comemorar o centenário de um dos expoentes das Ciências da Saúde na
Universidade revela o objetivo do grupo de microbiologistas em rememorar a história
acadêmica e cientifica de Paulo de Góes para salvaguardá-la às futuras gerações. As
atividades de natureza extensionista possibilitaram diferentes formas representativas das ações
de Paulo de Góes: Cientista, Professor, Fundador de uma unidade de ensino, Adido Científico
em Washington (EUA), Pró-Reitor e de Compositor.
O trabalho enfatizará as ações que envolvem a representação artística de uma
composição criada por Paulo de Góes interpretada por Carmem Miranda, tratará da sua
relação com uma atividade extensionista e por fim identificará a extensão como parte
indissociável do eixo: ensino-pesquisa-extensão. A representação artística em homenagem ao
Professor e Fundador do Instituto de Microbiologia, apresenta como resultado um elemento
que exalta a Ciência e a Arte.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS E FUNDAMENTO TEÓRICO
Para o embasamento teórico a pesquisa possui abordagem qualitativa e caráter
descritivo-exploratório, que englobou a definição das seguintes técnicas para a coleta de
dados: apreciação das fontes orais, pesquisa bibliográfica e revisão de literatura.
�A pesquisa qualitativa obtém vantagem quando interage com uma realidade que não
há como ser quantificada, conforme explica Minayo (2012, p.21):
[...] o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das
atitudes. Este conjunto de fenômenos humanos é entendido aqui como parte da realidade
social, pois o ser humano se distingue não só por agir, mas por pensar sobre o que faz e por
interpretar suas ações dentro e a partir da realidade vivida e partilhada com seus
semelhantes. O universo da produção humana que pode ser resumido no mundo das
relações, das representações e da intencionalidade e é objeto da pesquisa qualitativa
dificilmente pode ser traduzido em números e indicadores quantitativos.
Os Anais do Instituto, criados por Paulo de Góes são fontes documentais que dão o
alicerce permanente à coleta das informações sobre os primórdios do Instituto de
Microbiologia. Com base em levantamento bibliográfico, utilizamos a fonte fonográfica do
Museu da Imagem e do Som, que salva guarda em seus arquivos a entrevista concedida pelo
trabalho. A entrevista concedida pela viúva de Paulo de Góes enriqueceu as comemorações,
pois além das informações relatadas sobre Paulo de Góes na condução da sua vida acadêmica
e profissional, que possibilitaram a criação do Instituto, ela ainda indicou um caminho que era
desconhecido até pelo grupo do Instituto de Microbiologia, o lado compositor de seu falecido
marido, que acabou por revelar as múltiplas faces de uns dos expoentes que desenvolveram a
educação cientifica no Brasil.
Os preparativos para as comemorações do centenário envolveram técnicos
administrativos, docentes e discentes, que formaram uma comissão organizadora, apoiados
pela Direção da unidade. A comissão se reuniu semanalmente durante o primeiro semestre de
2013 para debater e programar as atividades que ocorreriam no 2o semestre de 2013. Os
professores Maulori Cabral e Isabel Liberto, docentes da unidade coordenaram uma série de
eventos comemorativos, pensados e elaborados para ocorrer entre 15 de julho e 07 de outubro
de 2013 nas dependências do Instituto de Microbiologia, conforme descrito a seguir:
Dia 15 de julho de 2013 - uma homenagem de cunho familiar com missa a ser
realizada no auditório do IMPPG, para celebrar a data de centenário de nascimento do Prof.
Paulo de Góes, atendendo desejo religioso da família e lançamento do selo comemorativo do
centenário de nascimento do Professor Paulo de Góes, fundador do Instituto de Microbiologia
da UFRJ, criado pela Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), com uma tiragem de 1000
exemplares.
Dia 29 de agosto de 2013 - uma homenagem de cunho institucional e familiar com
apresentação de comentários realizados por pessoas que conviveram com o Prof. Paulo de
�Góes; apresentação de peça de teatro descrevendo a solenidade de posse do Professor Paulo
de Góes na Academia Brasileira de Medicina, baseada nos discursos formulados,
respectivamente, pelo Professor Carlos Chagas Filho (apresentador) e pelo Empossado;
Prof. Paulo de Góes, gravada por Carmem Miranda, para o carnaval de 1933 e exibição do
depoimento gravado no Museu da Imagem e do Som pelo Prof. Paulo de Góes sobre a
trajetória científica por ele construída, com vistas ao desenvolvimento da educação brasileira.
Dia 07 de outubro de 2013 - uma homenagem de cunho nacional, institucional e
familiar. Atividades comemorativas referentes ao centenário do Prof. Paulo de Góes:
aniversário da criação em 28 de setembro de 1950 do IMPPG; Jubileu de Ouro da PósGraduação Stricto-Sensu, iniciada no IMPPG em 1962, e primeiro encontro de ex-alunos do
curso de Bacharelado em Microbiologia e Imunologia da UFRJ, ano em que a primeira turma
completa 15 anos de formatura. Como outras atividades do dia: abertura da XVI Semana de
Microbiologia; exibição do depoimento gravado no Museu da Imagem e do Som pelo Prof.
Paulo de Góes sobre a trajetória científica por ele construída com vistas ao desenvolvimento
da educação brasileira; apresentação da história do curso de graduação do IMPPG, com
descrição da trajetória profissional dos alunos de cada turma; encontro de ex-alunos das
primeiras turmas do curso de Especialização em Microbiologia e Imunologia (CEMI), com
início na década de 50 do século passado; lançamento do livro; apresentação de peça de teatro
descrevendo a solenidade de posse do Professor Paulo de Góes na Academia Nacional de
Medicina; a
de autoria do Prof. Paulo de Góes, gravada por Carmem Miranda, para o carnaval de 1933;
Dia 07 a 11 de outubro de 2013 - exibição na biblioteca do IMPPG da exposição:
composta por fotos, documentos institucionais e
objetos pessoais do acervo do Prof. Paulo de Góes, como parte das comemorações do
centenário, simultaneamente a atividades programadas para a XVI Semana de Microbiologia,
organizadas pelos alunos do curso de graduação do IMPPG.
As atividades apresentadas no evento comemorativo foram elaboradas dentro do
módulo extensionista que faz parte da tríade ensino-pesquisa-extensão. A extensão
universitária é composta por processo educativo, cultural e científico que vincula ensino e
pesquisa, ações capazes de viabilizar transformações na sociedade, através de seus agentes
universitários (FORPROEX, 2012).
O Plano Nacional de Extensão Universitária do Programa de Fomento à Extensão
Universitária no Brasil compreende que a extensão é o caminho pelo qual a universidade vai
�cumprir sua função social e como atividade acadêmica, torna-se instrumento que possibilita a
democratização do conhecimento produzido e ensinado nas instituições de nível superior
(NOGUEIRA, 2005). Ao adotar ações extensionistas, a universidade, consciente da sua
função social, ultrapassa sua missão geradora de novos conhecimentos e passa a atuar na
promoção do desenvolvimento cultural da sociedade. Para desenvolver atividades culturais de
extensão, a universidade se congrega a departamentos e bibliotecas que funcionam como
laboratórios para novos experimentos. O texto de Ferreira (2012) faz um breve comentário
sobre o nascimento do serviço de extensão em universidades brasileiras 134 e elenca experiências
desenvolvidas por algumas bibliotecas universitárias como comunidade de leitores, dinâmica de
grupo e sessões de cinema em um hospital universitário. No que tange a literatura existente,
para além do conceito ensino-pesquisa e extensão universitária, foram abordados no evento
como um todo, temas que circundaram o centenário: memória, memória institucional e
processos de mediação.
A mediação pode compreendida como uma ação de transferência de informação que
atenda a uma necessidade de informação de indivíduos ou grupos. Mediar é ação que estimula
a transformação de significados entre bens culturais, indivíduos e grupos. Para que essa
transformação ocorra, o ator através de instrumentos informacionais deve articular uma
comunicação entre objetos simbólicos, saberes e indivíduos, grupos e a coletividade, que
acessa e se apropria desses bens para no fim, ressignificá-los (LIMA, 2016).
Uma das acepções do termo mediação é no âmbito cultural, que tem a seguinte
aplicação pelos autores Perrotti e Pieruccini (2014, p. 10-11 apud LIMA, 2016):
[...] a mediação cultural não se constitui meramente como jogo de saberes especiais
ou especializados em vista de um fim determinado que lhe é exterior [...] a mediação
produção de sentidos que se realiza no campo amplo e dinâmico da cultura
(PERROTTI; PIERUCCINI, 2014 apud LIMA, 2016).
O historiador Pierre Nora compreende lugares de memória como locais materiais ou
imateriais nos quais se cristalizam as memórias de uma nação, e onde se cruzam memórias
pessoais, familiares e de grupo: monumentos, uma igreja, um sabor ou uma bandeira podem
se constituir lugares de memór
134
De acordo com Domingues (2005) o movimento pela extensão ganha força e promove em 1987 o I Encontro
Nacional de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras. A discussão garante a construção
do Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Brasileiras, que debate a revisão do conceito de
extensão e de construção da política de extensão coletiva para as universidades públicas. O Fórum atua nas bases
das ações de extensão, nas quais são incorporadas propostas do movimento estudantil da década de 60 e do Plano
de Trabalho de Extensão Universitária de 1975, que defendia integralidade do ensino-pesquisa-extensão na
formação acadêmica, diferente da visão assistencialista adotada pela política educacional naquela época.
�efeito nos três sentidos da palavra material, simbólico e funcional, simultaneamente, somente
topográficos: arquivos, bibliotecas e museus. Lugares simbólicos: peregrinações, aniversários
e outros acontecimentos e lugares funcionais: manuais, autobiografias, associações e
instituições que preservam e divulgam acontecimentos. A materialização da memória é
formada por documentos, resultados de ação cultural através de recursos escritos, ilustrados,
imagéticos, sonoros ou em qualquer outro formato (NORA, 1993 apud SILVA, 2012). As
materialidades são necessárias para a manutenção das lembranças e como não há meio de
memórias, se fazem imperativos os lugares de memória. O desejo da celebração dos cem anos
do fundador do Instituto de Microbiologia reflete o desejo de um grupo na manutenção das
memórias que cercam a materialização de uma importante unidade de ensino no país.
A convivência com o patrono do Instituto levou os professores Maulori Cabral e Isabel
Liberto a criarem um evento que refletisse o espírito vanguardista de Paulo de Góes. Os
coordenadores identificaram outros atores que participaram da trajetória desse renomado
professor e reuniram relatos de familiares, pares, contemporâneos e servidores da unidade que
Góes materializou. A partir dos relatos, as atividades comemorativas foram sendo pensadas e
elaboradas para ocorrerem no segundo semestre. Ao fim do evento comemorativo, um livro
foi editado com as vivências de alguns que conviveram com ele e uma biografia resumida de
Paulo de Góes.
Para que as apresentações fossem recreativas e ao mesmo tempo didáticas, o professor
Maulori encontrou um grupo formado por estudantes da escola de música da UFRJ, que além
de tocar instrumentos, atuava e interpretava em outros eventos da Universidade. Os estudantes
foram convidados a conhecer a história de Paulo de Góes e receberam a missão de reproduzir
com seus instrumentos a canç
que também conviveu com Paulo de Góes e trabalhou nos preparativos do evento, convidou
sua irmã, que usava o canto como hobby, a interpretar a canção gravada por Carmem Miranda
em 1933. Esse grupo encenaria a música que divulgava o perfil artístico de Paulo de Góes.
3 PAULO DE GÓES: DO ESTUDANTE BOÊMIO A PATRONO DE UMA UNIDADE
DE ENSINO
Paulo de Góes ingressou na antiga Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1931
e afirmava já sentir grande interesse pela pesquisa cientifica, no campo da Biologia, em
especial no campo da Microbiologia. A vocação para o trabalho científico se despertou a
partir da convivência com o mestre Bruno Lobo que se tornou mentor de Paulo de Góes,
�quando Góes assumiu a monitoria da cadeira de microbiologia. Como docente, torna-se
responsável pelo curso da Faculdade de Medicina.
De acordo com o professor Milton Thiago (MELLO, 2016)
professor da cadeira da microbiologia e apoiava Paulo de Góes na Universidade do Brasil.
Góes resolve fazer um concurso para professor da Faculdade de Farmácia. Ele fez o concurso,
passou e ali iniciou a sua trajetória. Em uma pequena sala da Faculdade de Farmácia ele
começou com o seu laboratório de microbiologia, herdado em parte do grande laboratório de
Bruno Lobo (MELLO, 2016).
Um pavilhão desativado, no qual funcionava o antigo Hospital dos Alienados seria o
primeiro polo do ensino em Microbiologia da UFRJ a partir de 1950. Ali Paulo de Góes
ministrava aulas e se tornava fundador de uma unidade de ensino. Esta unidade, à medida que
cresce, apresenta desdobramentos no ensino e na pesquisa. Fontes de naturezas diversas
caracterizam o Instituto como lugar de memória a ser lembrado, tendo como cenário a
Universidade Federal do Rio de Janeiro. A fundação do Instituto de Microbiologia nos
permite conhecer a participação da Universidade no processo de consolidação da Ciência da
Microbiologia a partir do século XX e compreender a firmação do IMPPG como importante
unidade científica no Estado do Rio de Janeiro. Azevedo Netto (2007) baseado na obra
História e Memória, da autoria de LeGoff, compreende que a relação entre informação e
memória:
Pode ser considerada, na medida em que um determinado elenco de informações que se
referem ao passado de um grupo são reunidas e relacionadas entre si, como forma de dar
um sentido de compartilhamento de passados, constantemente construídos e
reinterpretados. Assim pode-se exemplificar a relação entre a informação e a memória na
multiplicidade de suportes que a informação pode assumir, no seu processo de
representação através da cultura material, expressos como documentos e monumentos
(LEGOFF, 2003).
Na entrevista que concedeu ao Museu da Imagem e do Som, Paulo de Góes (GÓES,
1969) se a
acontecimentos o levariam a outras posições em sua trajetória profissional, desviando-o do
seu meio ambiente ecológico natural, o laboratório.
Em sua trajetória profissional, Paulo de Góes assumiu os cargos de Professor
Universitário, Fundador e Diretor do Instituto de Microbiologia, Adido Científico, Sub-reitor
de ensino e pesquisa e por fim candidato a Reitoria da Universidade (GÓES, 1969). No livro
sobre os cem anos de Paulo de Góes (CENTENÁRIO, 2013) há uma extensa lista das
atividades científicas, acadêmicas e politicas exercidas por ele. A composição de sua autoria
foi uma atividade à margem e desconhecida, que surge a partir do depoimento de sua viúva
�aos coordenadores do centenário. Ao buscar histórias sobre Paulo de Góes, Maulori
(CABRAL, 2016) expõe essa faceta diversa do professor.
No livro do centenário (CENTENÁRIO, 2013) há uma passagem na qual a viúva
descreve a vida boêmia de Paulo estudante. Ela afirmou que os amigos de Góes eram
amigos de cantores e cantoras da época. Paulo caíra na boêmia com esses amigos. Nessa
época ele morava com tias e a mãe em Botafogo, bairro da Zona Sul no Rio de Janeiro. Certa
vez, um tio hospedou-se na casa das irmãs e percebeu que Paulo havia passado a noite fora de
casa, quando ele o viu entrar pela porta da sala. Naquele momento ele convidou,
propositadamente, o sobrinho a fazer um passeio matinal irrecusável pela praia de Botafogo,
hábito que o tio apreciava nas suas visitas ao Rio de Janeiro. A família o repreendia
constantemente pela vida boêmia que estava levando. Portanto, em dada ocasião sua mãe
pediu a intercessão do médico e professor Bruno Lobo, marido de sua irmã. Como Góes era
aluno de medicina da Faculdade do Rio de Janeiro, o professor Bruno Lobo o encaminharia
ao seu laboratório de microbiologia e o influenciaria a abraçar definitivamente a ciência e
abandonar a sua curta vida boêmia (CABRAL, 2016). Góes circulava com amigos como Noel
para ser cantado por Carmem Miranda no ano de 1933(CENTENÁRIO, 2013). Paulo de Góes
foi antes de tudo um professor com espirito visionário, que galgou as diversas atividades da
carreira universitária, mas deixou também um registro na vida artística.
Para este trabalho destacamos o evento do dia 07 de outubro de 2013, no qual a
família de Góes, a comunidade científica e outros convidados assistiram uma apresentação
musical com a participação de estudantes da UFRJ e a colaboração de um familiar da
professora Isabel Liberto, coordenadora dessa ação. Os professores Isabel Liberto e Maulori
Cabral participaram dos ensaios, organizando o evento que aconteceria no auditório da
unidade que fica instalada no bloco I da cidade universitária do Rio de Janeiro.
Membros da família de Góes disponibilizaram a música para que os coordenadores,
junto aos músicos e a cantora, ajustassem, estudassem e ensaiassem a canção gravada em
1933.
�Fonte: ACERVO da Biblioteca do Instituto de Microbiologia, 2013
A equipe do Banco de Imagens da Coordenadoria de Comunicação Social da UFRJ (CoordCOM)
participou da atividade de extensão a convite da comissão organizadora. Os vídeos e as fotografias foram
registrados pelo Banco de Imagens da UFRJ, que cedeu posteriormente o material fotográfico a Unidade.
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS/ FINAIS
O centenário do fundador do Instituto evidenciou o perfil atuante de Paulo de Góes
como educador. Entretanto, as pesquisas realizadas em torno das suas atividades acabaram
por destacar sua vida pessoal, revelando o lado artístico de um cientista. Neste contexto, a
extensão como o terceiro elemento de comunicação entre universidade e sociedade através de
programas ou eventos esporádicos de conteúdo científico e cultural possui um caráter
significativo, uma vez que influencia o comportamento do sujeito.
A necessidade da divulgação da memória do patrono do Instituto não tem como
objetivo apenas rememorar uma data comemorativa, mas demonstrar o desejo de ver novos
profissionais imbuídos do mesmo espírito que envolveu aqueles que conviveram com o
professor Góes. Está em Nora (1993) a afirmação de que a memória demanda suportes
�exteriores e ou de referências tangíveis para uma existência, que entendemos poder ser vivida
ou revivida através desses lugares.
Para Thiesen (2009), a memória reproduz, tendo como base os arquivos, bibliotecas e
museus, o que torna fundamental o funcionamento de instituições-memória. Os fundos e
acervos revelados nos documentos armazenados nessas instituições constituem elementos da
memória e da História. Para além da descrição de documentos, a extração de linhas de
atualização que analisam aquilo que se é ou aquilo que se pode vir a ser é um processo
inacabado entre o instituído e o instituinte (THIESEN, 2013). Esse processo que se mantém
em permanente construção oferece ao sujeito, ferramentas que o torne capaz de perceber,
analisar e construir suas convicções ou se deparar com novas descobertas, tornando-o de fato
um agente crítico, transformador de valores e conceitos.
Para Góes as bibliotecas eram instituições de base que alavancavam o
desenvolvimento de atividades científicas, pois elas se configuram como lugares que mantêm
íntima relação com os universos da memória e do patrimônio (GÓES, 1964). Por esta razão,
devem participar ativamente de todas as etapas que garantam a valorização dos processos de
formação desse campo cientifico na UFRJ. Após o evento, a biblioteca da unidade passou a
ser um centro de armazenamento de materiais de diferentes naturezas. O material resultante
do centenário virá a ser acervo de divulgação da história da unidade, que será organizado e
divulgado pela equipe da Biblioteca através de ferramentas e bases de informação gerenciados
e criados pelo Sistema de Bibliotecas (SiBI) da UFRJ. Como resultado, as comemorações
potencializaram a biblioteca como lugar de memória.
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documentação: citações em documentos: apresentação. Rio de Janeiro, 2002.
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______. NBR 6024: informação e documentação: numeração progressiva das seções de um
documento escrito: apresentação. Rio de janeiro, 2002.
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GÓES, Paulo de. Normas para o funcionamento de centros de formação e aperfeiçoamento
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
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Title
A name given to the resource
Centenário do fundador do Instituto de Microbiologia Paulo de Góes: nos barangandãs de Carmem Miranda a descoberta de um cientista – compositor.
Creator
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Teixeira, Ana Paula
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As comemorações do centenário do professor Paulo de Góes que ocorreram em 2013 no Instituto de Microbiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro envolveram um conjunto de ações, que buscavam exaltar e rememorar um dos expoentes no ensino superior no Rio de Janeiro. Paulo de Góes tem uma trajetória profissional, que se inicia como responsável pelo antigo laboratório da Microbiologia na antiga Faculdade do Rio de Janeiro, coordenado pelo Professor Bruno Lobo e permanece como docente na Universidade do Brasil, enquanto idealiza e funda o Instituto de Microbiologia, do qual foi também Diretor. Foi revelado durante uma atividade de extensão o lado artístico de Paulo de Góes. Uma apresentação musical e outras atividades culturais do centenário se encaixaram no eixo extensão universitária. Destaca-se a igualdade de importância na tríade ensino - pesquisa - extensão, atividades capazes de operar mudanças intelectuais dentro de uma comunidade. Os eventos comemorativos possibilitam desdobramentos que visam à lembrança permanente e a valorização do patrimônio cultural da microbiologia. A biblioteca da unidade é escolhida como espaço de divulgação do material resultante do centenário, pois se constitui lugar de memória da unidade.
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Eixo II
Pesquisa e Extensão
PROPOSTAS DE PLANO DE MARKETING PARA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA: SUGESTÕES A SEREM IMPLEMENTADAS NA BIBLIOTECA
CENTRAL ZILA MAMEDE (BCZM/UFRN)
PROPOSALS FOR THE MARKETING PLAN FOR UNIVERSITY LIBRARY: SUGGESTIONS
TO BE IMPLEMENTED IN THE CENTRAL LIBRARY ZILA MAMEDE (BCZM/UFRN)
Resumo: Estuda aspectos relativos ao Marketing como estratégia para gestão de biblioteca
universitária. Objetiva apresentar um Plano de Marketing para a Biblioteca Central Zila
Mamede da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apontando as melhorias e as
sugestões que podem ser implementas para promoção dos produtos e serviços dessa unidade
de informação. Aborda conceitos e aspectos relativos ao marketing em Bibliotecas
Universitárias. Utiliza como metodologia pesquisa bibliográfica, documental, exploratória e
descritiva realizada mediante um estudo de caso na Biblioteca Central Zila Mamede com
entrevista, aplicação de questionário eletrônico e observação não participante. Expõe os
resultados da avaliação e das sugestões direcionadas à essa unidade de informação com base
em diagnóstico realizado e nos elementos constituintes do plano de marketing. Conclui
ressaltando a importância da implementação do Plano de Marketing para que se obtenha o
devido sucesso no cumprimento dos objetivos e alcance das metas estabelecidas pela própria
instituição.
Palavras-chave: Marketing em unidade de informação. Gestão de biblioteca universitária.
Planejamento em unidade de informação. Plano de Marketing - Biblioteca Universitária.
Biblioteca Central Zila Mamede.
Abstract: It studies aspects related to Marketing as a strategy for university library
management. It aims to present a Marketing Plan for the Zila Mamede Central Library of the
Federal University of Rio Grande do Norte, pointing out the improvements and suggestions
that can be implemented to promote the products and services of this information unit. It
addresses concepts and aspects related to marketing in University Libraries. It uses as a
methodology a bibliographic, documentary, exploratory and descriptive research carried out
through a case study in the Zila Mamede Central Library with interview, electronic
questionnaire application and non-participant observation. It presents the results of the
evaluation and the suggestions directed to this unit of information based on the diagnosis
made and the constituent elements of the marketing plan. It concludes by emphasizing the
�importance of implementing the Marketing Plan so that the successful achievement of the
objectives and achievement of the goals established by the institution itself can be achieved.
Keywords: Marketing in information unit. University library management. Planning in unit
of information. Marketing Plan - University Library. Central Library Zila Mamede.
1 INTRODUÇÃO
A Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) é uma unidade que fornece suporte
informacional para a comunidade acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte
UFRN desde 1959. O acervo geral da biblioteca universitária possui
aproximadamente 420.291 volumes132, distribuídos em exemplares e fascículos, ou seja,
livros, folhetos, periódicos, Teses, Dissertações e multimeios das diversas áreas do
conhecimento. Além disso, disponibiliza para a comunidade universitária acesso a livros tanto
em suporte físico quanto digital, dentre outros diferentes produtos e serviços ofertados por
essa unidade de informação.
Tendo em vista a relevância existente no papel que uma unidade de informação exerce
em variados contextos, especificamente na comunidade acadêmica, faz-se necessária a
análise, o planejamento, a avaliação e o controle das suas atividades, produtos e serviços para
o cumprimento dos objetivos e metas que visam a satisfação dos usuários de acordo com suas
necessidades informacionais.
Portanto, a aplicação dos conceitos e estratégias de Marketing é indispensável para
efetiva gestão de uma biblioteca universitária em virtude de sua importância para a
comunidade acadêmica e o seu real compromisso com o ensino, a pesquisa e a extensão.
A partir dessa perspectiva o resultado da proposta apresentada a seguir se fundamenta
na seguinte problematização: Quais as melhorias e sugestões podem ser implementadas para a
promoção dos produtos e serviços da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM)?
Neste sentido o presente estudo tem como objetivo principal apresentar uma proposta
de plano de marketing à essa biblioteca universitária no intuito de viabilizar melhorias e
sugestões que podem ser implementadas para a promoção dos produtos e serviços dessa
unidade de informação.
Sob essa perspectiva, acredita-se que esta pesquisa é relevante, uma vez que traz
contribuições práticas para os estudos relacionados à Gestão de Bibliotecas Universitárias e à
�aplicação de plano de marketing nesse contexto
levando em consideração a quantidade
irrisória de trabalhos que apresentem produtos e propostas nessa perspectiva. Outrossim,
acredita-se que este estudo traz significativas contribuições para a Biblioteca Central Zila
Mamede, com o objetivo de propor melhorias e estratégias de aplicação de Marketing nesse
cenário para a satisfação efetiva das necessidades dos seus usuários.
2 MARKETING EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Como menciona a International Federation of Library Associations - IFLA (2012,
abordagem sistemática, provada e real, que se fundamenta no projeto do serviço ou produto
em conformidade com as necessidades e desejos dos clientes, e tendo como meta a satisfação
aplicada nas bibliotecas, uma vez que as mesmas também se baseiam na concretização de
objetivos e funções sociais com vistas a satisfazer efetivamente as necessidades
informacionais dos usuários.
Ainda sobre o marketing e suas ferramentas, é citado:
A função de marketing é a força impulsora de qualquer negócio ou
biblioteca bem sucedida e se compõe de quatro ferramentas principais, a
saber: 1) pesquisa de mercado; 2) segmentação de mercado; 3) estratégia de
composto de marketing (os quatro pês: produção, preço, praça lugar - e
promoção); e 4) avaliação de marketing. Os administradores de biblioteca
podem usar essas ferramentas para identificar e compreender as necessidades
de seus clientes e planejar a satisfação eficiente de suas necessidades (IFLA,
2012, p.126).
As Bibliotecas Universitárias são instituições não lucrativas que precisam ser
beneficiadas com as ferramentas do Marketing, pois servem de apoio às atividades de ensino,
pesquisa e extensão de uma universidade pública ou privada fornecendo produtos e serviços
informacionais que viabilizam o crescimento da comunidade acadêmica e da sociedade como
um todo.
A seguir são mencionados aspectos relativos às funções da Biblioteca Universitária:
A biblioteca universitária deve suprir as necessidades informacionais dos
cursos oferecidos pela universidade, além de resguardar a produção
intelectual da instituição. Ela é tanto a fonte para a produção de novos
trabalhos quanto o receptáculo do produto desses trabalhos, além de oferecer
ao pesquisador acesso a alternativas que se encontrem em acervos externos à
�universidade e de oferecer a outras instituições acesso a seu próprio acervo.
Ou seja, ela não só armazena a informação como cria uma rede dinâmica
para que ela circule (BIBLIOTECA..., 2010)133.
Segundo Góis (2011), as bibliotecas e os bibliotecários necessitam das ferramentas do
marketing para chamar a atenção do público alvo, ou seja, os usuários - dando prioridade à
sua satisfação e à sua interação com a biblioteca, oferecendo produtos e serviços
informacionais baseados na necessidade do consumidor.
a caracterizar a conveniência da adoção das técnicas de marketing pelos serviços
do o usuário conforme à sua necessidade
informacional, além de divulgar os produtos e serviços da Biblioteca.
A adoção de estratégias de Marketing em Bibliotecas, segundo Lima (2017, p.12) traz
abordagens relacionadas aos conceitos e tipologias do Marketing aplicado em Unidades de
Informação, as quais são imprescindíveis para o processo de análise, planejamento,
implementação e controle dos produtos e serviços com o propósito de satisfazer as
necessidades de um público determinado. Ainda afirma que:
Nessa perspectiva, observa-se que a adoção de estratégias de Marketing em
Bibliotecas requer, sobretudo, planejamento prévio e capacidade de
identificação do perfil e das necessidades informacionais do seu público
alvo.
Segundo Baptista (1988) são mencionadas algumas razões para aplicação de
marketing em unidades de informação:
identificação das necessidades, desejos e preferências do usuário;
onamento da biblioteca com seu público;
produtos baseados na necessidade dos usuários e obtenha, através do uso, o
reconhecimento pelo seu trabalho;
nicação, válida principalmente para os não usuários, possibilitando
que a equipe da biblioteca saia do seu imobilismo tradicional;
133
Documento eletrônico, não paginado.
�atraindo novos recursos, na medida em que a ela passa a ser vista como peça
fundamental para satisfação do usuário.
Lima
estar atento às mudanças externas, levando em consideração o advento de novas tendências
tecnológicas no intuito de adequar as estratégias de marketing aos cenários digitais,
Ainda de acordo com Lima (2017, p.31), as possibilidades de aplicação do Marketing
em instituições que não visam lucro são várias, considerando que qualquer organização que
não tem fins lucrativos tem um público alvo e necessita se comunicar com sua frequência.
Além disso, é imprescindível levar em conta a exigência da atividade não lucrativa como
fonte de bens e serviços em decorrência do crescimento de bens e serviços públicos. Nesse
sentido, os recursos devem ser instigados, os clientes devem ser encontrados e os
cooperadores devem ser estimulados. Diante de toda essa explanação, é fundamental a
participação dos gestores das organizações sem fins lucrativos avaliarem os benefícios vindos
da orientação do marketing visando sua implementação na organização com o menor custo
possível.
Observa-se, portanto, a necessidade da aplicação do Marketing nas Bibliotecas
Universitárias, uma vez que elas fornecem suporte informacional para discentes, docentes,
pesquisadores, funcionários e para a comunidade em geral, devendo oferecer produtos e
serviços para as diversas áreas do conhecimento, considerando diversos segmentos de
mercado.
Objetivando dar segmento a essas considerações, a seguir é apresentado o percurso
metodológico empreendido para a realização desta pesquisa.
3 PERCUSSO METODOLÓGICO
Para fins de atingir os seus objetivos, este trabalho se caracteriza como uma pesquisa
bibliográfica, documental, exploratória e descritiva realizada mediante um estudo de caso na
Biblioteca Central Zila Mamede com entrevista, aplicação de questionário eletrônico e
observação não participante. Nesse entendimento, quanto à obtenção de informações, este
estudo possui natureza bibliográfica, uma vez que foram pesquisadas e analisadas produções
científicas em formato impresso e eletrônico (artigos de periódicos, livros, anais de eventos
�técnico-científicos, dissertações) acerca do Marketing em instituições que não visam o lucro,
bem como sobre o plano de marketing e a sua aplicação em Unidades de Informação.
No que diz respeito aos seus objetivos, o presente estudo também se caracteriza como
uma pesquisa descritiva e exploratória, uma vez que descreveu e explorou os conceitos e os
aspectos relativos ao Marketing em unidades de informação, bem como estabeleceu as
correlações dos elementos constituintes do plano de marketing e a sua aplicação na Biblioteca
Central Zila Mamede. Ademais, nesta pesquisa foram descritas e exploradas as informações
coletadas mediante as seguintes técnicas de coletas de dados: observação não participante
realizada in loco na Biblioteca em questão; aplicação de entrevista com a representante da
Comissão de Marketing da Unidade de Informação e a aplicação do questionário online com a
Direção da unidade de informação.
Adicionalmente, este estudo se configura como uma pesquisa documental
uma vez
que foram explorados documentos normativos da Biblioteca Central Zila Mamede (como o
Regimento Interno e o Regulamento do Sistema de Bibliotecas da UFRN), bem como o site
dessa unidade de informação. Tais documentos serviram como base para a análise dos dados
obtidos na entrevista, na aplicação do questionário e na observação não participante, bem
como serviram como suporte informacional para a construção e apresentação de um plano de
marketing voltado para esta unidade de informação.
Visando dar segmento a essas considerações, a seguir será apresentada a proposta de
plano de marketing para a Biblioteca Central Zila Mamede, universo de estudo desta pesquisa.
4 PROPOSTA DE PLANO DE MARKETING PARA A BIBLIOTECA CENTRAL
ZILA MAMEDE (BCZM/UFRN)
De acordo com as informações extraídas por meio do questionário online aplicado
com a direção da unidade, a Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) tem como objetivo
principal fornecer suporte informacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão,
contribuindo com a geração de produtos e serviços em ciência, tecnologia e inovação na
UFRN, bem com a disponibilização e acesso adequado às informações. Visa também orientar
o cumprimento dos objetivos institucionais de modo a utilizar adequadamente os instrumentos
normativos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, do Sistema de Bibliotecas da
UFRN e da Biblioteca Central Zila Mamede. Nesse entendimento, o seu propósito é
disponibilizar produtos e serviços de informação que atendam as demandas de seu públicoalvo (comunidade acadêmica).
�A unidade de informação possui estrutura organizacional hierárquica (ver figura 1),
onde os onze setores da biblioteca são submetidos a cinco coordenadorias que tem o papel de
alinhar as diferentes funções, produtos e serviços ofertados por cada setor aos objetivos e
metas estabelecidos pela direção. Observou-se ainda que a biblioteca também possui uma
comissão de marketing representada por integrantes de cada uma das cinco coordenadorias,
no entanto essa equipe não está representada especificamente no organograma institucional
elencado a seguir.
Fonte: <http://sisbi.ufrn.br/bczm/pagina.php?a=e_organizacional#.WULH9FTyvIV>.
A diretoria estabelece como prioridade: a) a realização de treinamentos de sistemas e
serviços para a comunidade universitária; b) a elaboração eficiente de planos, projetos,
relatórios técnicos e administrativos tanto para unidade central quanto para as unidades
setoriais; c) a preparação técnica e disponibilização no Módulo Biblioteca do SIGAA dos
materiais adquiridos por compra, doação e intercâmbio para compor o acervo por meio dos
processos de catalogação, classificação e indexação.
Nessa perspectiva, verificou-se que a unidade de informação objetiva prezar pelo
cumprimento da Política de Formação e Desenvolvimento das Coleções do SISBI/UFRN,
assim como a preservação e o controle dos materiais informacionais que compõem os acervos
da unidade. Além disso, estabelece como meta ser uma unidade eficiente e eficaz no
tratamento técnico dos documentos que compõem o seu acervo físico e digital.
Para a execução das prioridades citadas anteriormente, é importante levar em
consideração o perfil da comunidade (ver Quadro 1) em que a Biblioteca está inserida para
que sejam avaliadas as necessidades de busca informacional desse público. Assim sendo, a
seguir são apresentadas as principais características do público-alvo da unidade, as quais
�foram avaliadas e elencadas nesta pesquisa mediante fatores: geográficos, demográficos,
psicográficos e comportamentais.
Quadro 3. Características sobre o público-alvo da Biblioteca Central Zila Mamede
Geográficos
(países, regiões, cidades, bairros)
Comunidade situada em Natal/RN.
Jovens e adultos, prevalecendo em sua maioria o
público jovem.
Renda diversificada
Educação diversificada
Estudantes e docentes de todos os cursos ofertados,
Psicográficos
bem como funcionários da instituição que convivem
(estilos de vida, atitudes)
no âmbito acadêmico e institucional.
Pessoas localizadas dentro do Campus. Jovens e
adultos pertencentes a todas as classes sociais. O
Comportamentais
público-alvo em geral são pesquisadores e estudantes
(ocasiões de compra, hábitos de consumo, benefícios
que buscam profissionalização no ensino superior e
procurados, taxas de uso)
técnico. Os benefícios procurados estão relativos à
plena satisfação das suas necessidades informacionais.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Demográficos
(sexo, idade, renda, educação)
Com o propósito de elaborar um Plano de Marketing objetivando apresentar melhorias
e sugestões à Biblioteca Central Zila Mamede também foi necessário aplicar uma avaliação
do cenário da unidade. Para isso foi utilizado a Matriz SWOT (Strengths, Weaknesses,
Oportunities, Threats) que identifica fatores acerca das forças e fraquezas do ambiente interno
e oportunidades e ameaças do ambiente externo.
Quadro 4. Matriz SWOT.
FORÇAS
AMBIENTE INTERNO
FRAQUEZAS
�OPORTUNIDADES
AMBIENTE EXTERNO
AMEAÇAS
Fonte: Elaborado pelos autores.
Sob esse entendimento, o conhecimento de alguns elementos essenciais do Marketing
é fundamental para a criação e implementação de produtos e serviços na Biblioteca Central
Promoção, Preço), trata de um conjunto de estratégias que podem ser usadas a fim alcançar
um público. Corroboramos com Lima (2017, p.18) quanto enfatiza-se que:
�[...] Mix do Marketing diz respeito ao conjunto de ferramentas que as organizações
devem utilizar para atingir os seus objetivos junto aos seus consumidores/clientes,
uma vez que sem essas ferramentas a empresa poderá ter dificuldades em traçar
estratégias assertivas que apresentem resultados positivos e significativos (LIMA,
2017, p.18).
Mediante as análises realizadas, o Quadro 3 a seguir apresenta os elementos do composto do marketing
aplicados à Biblioteca Central Zila Mamede.
Quadro 5. Composto do Marketing
PRODUTO
O que é ofertado aos
usuários
PRAÇA
Localização
PROMOÇÃO
Meios de divulgação
PREÇO
Regras para acesso ao
produto
PESSOAS
Recursos humanos
Fonte: Elaborado pelos autores.
Após a análise de todos os produtos, serviços e infraestrutura da Biblioteca, foi
proposto explorar o potencial da unidade de informação sob a perspectiva dos variados
fatores, são eles: interno, econômico, sociocultural e políticos
os quais influem
significativamente no atendimento dos objetivos e metas da unidade, bem como na satisfação
das necessidades informacionais dos usuários reais e potenciais.
A partir das informações coletadas acerca do público-alvo e das condições e recursos
que a instituição dispõe e carece, propomos nesse plano de marketing uma série de sugestões,
�tendo em vista a continuidade da prestação de produtos e serviços já existentes visando
potencializá-los, bem como trazer novas contribuições a serem executadas por setores da
unidade com vistas a atender os usuários, quer seja reais ou potenciais.
Para melhor conhecer as demandas sobre materiais informacionais e em qual área do
conhecimento/curso essa demanda encontra-se mais latente, sugere-se a aplicação de estudos
de usuários e a realização de um acompanhamento sobre as solicitações de materiais
juntamente com os docentes dos cursos ofertados pela Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, no intuito de manter o acervo atualizado e atender o grande público.
Além disso, sugere-se o planejamento e aplicação de uma reforma na infraestrutura;
bem como a inclusão de ar-condicionado para melhor comodidade dos usuários nas salas da
biblioteca que são consideradas quentes; a criação de mais espaços de convivência (demanda
dos usuários); e uma sinalização a partir dos corredores principais dentro da biblioteca que
indique o laboratório de informática da unidade.
No que concerne à capacitação dos profissionais que atuam na comissão de marketing,
sugere-se que a instituição de ensino oferte cursos, palestras e oficinas (quer seja de nível
técnico ou superior) de aperfeiçoamento profissional voltado para a aplicação de estratégias
de marketing, promoção e comunicação de produtos e serviços na unidade de informação. Os
docentes e alunos da UFRN, por meio dos projetos que ocorrem na comunidade, ofertam
cursos e oficinas em diversas temáticas, tais como: marketing digital, elaboração de projetos,
dentro outros. O Departamento de Ciência da Informação da instituição possui mestres e
doutores capacitados que ministram disciplinas direcionadas ao planejamento e aplicação do
Marketing em Unidades de Informação. Sendo assim é possível que essa Biblioteca
Universitária recorra a essas possibilidades objetivando o aperfeiçoamento das competências
e habilidades direcionadas à comissão de marketing.
Ressalta-se também a importância dos profissionais dessa unidade de informação
ampliarem os seus conhecimentos acerca das estratégias de marketing, mediante formação
continuada, para a elaboração de ferramentas e avaliações, bem como o desenvolvimento das
políticas do plano de marketing nesse cenário.
Com relação aos equipamentos tecnológicos de comunicação, sugere-se aquisição de
uma TV (sem som, apenas imagens e vídeos) para ser inserida na entrada da biblioteca, que
anuncie eventos, produtos e serviços ofertados. Verificou-se também a necessidade de
avaliação das políticas de empréstimos para o oferecimento de melhores condições de prazos
aos discentes, docentes e funcionários da instituição que compõe o público alvo da unidade;
avaliação das políticas de empréstimo de materiais considerando um aumento do número de
�títulos a serem emprestados para os usuários - levando em consideração a grande demanda de
produção de trabalhos acadêmicos no nível de pesquisa e extensão na instituição.
Já com relação à demanda de acesso às salas de estudo coletivas, observou-se a
necessidade de criação de um agendamento para controle de tal fluxo. No que concerne aos
eventos culturais, sugere-se que a Biblioteca Central Zila Mamede organize uma agenda
temática sobre possíveis comemorações e eventos comuns à comunidade (ver quadro 4), bem
como apoiar os eventos culturais produzidos pelos centros da instituição de ensino de modo a
manter um relacionamento entre a biblioteca e a comunidade. Outrossim, verificou-se a
importância de criação de eventos culturais em parceria com a Editora Universitária da
instituição, com vistas a dar visibilidade às produções científicas dos pesquisadores da
instituição, as quais são publicadas através dessa casa de publicação.
No que diz respeito aos recursos humanos, sugere-se a elaboração de projetos de
extensão e de pesquisa com o propósito de aderir bolsistas para desenvolver e auxiliar nas
atividades e estratégias de marketing juntamente com a comissão da Unidade de Informação,
os quais podem ser:
Além disso, verificou-se a importância da criação de um planejamento de curadoria de
conteúdo digital para as mídias sociais utilizadas pela BCZM
Biblioteca Central Zila
Mamede, para a comunicação com os seus usuários, com vistas a delinear os seguintes
elementos: objetivo de uso da mídia social; linguagem a ser empregada nesse contexto;
critérios para seleção, filtragem e agregação de valor dos conteúdos divulgados, produzidos e
compartilhados nas mídias sociais. As redes sociais permitem o relacionamento entre da
biblioteca e a comunidade em ambiente digital, permitindo a criação de serviços de
informação e referência através desses canais de comunicação. Contudo, é importante que a
unidade de informação crie estratégias que interajam cada vez mais com os seus usuários.
Portanto, faz-se necessário potencializar as mídias sociais e o site dessa unidade de
informação visando sempre informar e disseminar (de maneira dinâmica, clara e objetiva)
conteúdos informacionais relevantes.
Ademais, é importante destacar a existência de variados tipos de marketing que dão
suporte ao planejamento estratégico de uma biblioteca. Eles nortearão as tomadas de decisões
e os meios de aproximação e satisfação do público-alvo, por conseguinte a agregação de
�maior valor à unidade de informação. Nessa perspectiva, serão apresentados a seguir, algumas
tipologias do marketing com indicações de seus respectivos exemplos que podem ser
implementados na Biblioteca Central:
Quadro 6. Tipologias do Marketing.
Marketing
online
Canais de comunicação: Site, Facebook, Twitter, Flicker,
Marketing
offline
Panfletos, marcadores de página de acordo com as temáticas dos eventos realizados na
biblioteca, banners; pinturas e design no ambiente da biblioteca de modo a caracterizar
uma determinada temática abordada pela biblioteca.
Marketing de
serviço
Oferta os produtos e serviços da unidade
Mesa literária, Exposições artísticas, Hora do conto, Projeções de filmes, Apresentações
musicais, Lançamentos de livros em parceria com a editora da instituição.
Dia do Livro roda de leitura; apresentação de lançamento de livro.
Dia do Bibliotecário
mostrando também as simbologias da biblioteconomia.
Páscoa exposição retratando o verdadeiro sentido e significado da páscoa através nos
ensinos bíblicos Amostra de diversas Bíblias.
São João
- envolver dinamicamente a
biblioteca com a comunidade de alunos e visitantes por meio de danças, música e
Marketing
cultural
Festa do Natal Comemoração do Natal criação da árvore natalina com a ajuda dos
usuários através do reaproveitamento de materiais reciclados possibilitando interação e
colaboração (exemplo).
Eventos temáticos significativos na cultura nacional, tais como:
*Copa, Olimpíadas exposição que caracteriza o evento por meio da apresentação de
objetos, materiais e brindes adquiridos através do trabalho voluntário do bibliotecário na
Copa do mundo em que participa.
*Dia da criança exposição do resgate dos brinquedos populares e artesanais.
Biblioteca viva Pinturas.
*Saraus - apresentação musical, teatro e dança.
*Exposição de Fotografias temáticas em alusão às datas comemorativas.
Marketing
indireto
Proteção de tela nos computadores com algum informativo ou regras para educação de
usuários.
Self
Marketing
Os Bibliotecários podem usar essa estratégia para promoção pessoal no âmbito
profissional diante da visibilidade institucional em que atua.
Marketing de
resposta
A biblioteca pode obter o feedback dos usuários e visitantes por meio de um questionário
avaliativo (o qual poderá ser respondido e submetido em meio digital), realização de
enquetes nas mídias sociais, entre outras estratégias.
Marketing
social
Projeto de arrecadação por meio de doações de livros, alimentos, produtos de higiene
pessoal ou promover ações relacionadas com vistas a realizar doações para instituições
e/ou comunidades carentes.
Fonte: elaborado pelos autores.
É importante ressaltar que alguns dos exemplos estratégicos do quadro acima já são
aplicados na Biblioteca, porém há uma diversidade de outros, até então inexistentes, que
poderiam ser adequados à sua realidade.
�Em suma, é evidente o quanto o conhecimento de Marketing é importante para a
condução de uma boa gestão da unidade de informação. Frente ao caso da Biblioteca Central
Zila Mamede essas estratégias supririam lacunas de fraquezas e ameaças apresentadas na
Matriz SWOT da presente pesquisa. De certo que tais aplicações demandam tempo e
colaboração de todos os colaboradores envolvidos, porém os primeiros passos são sempre
sinalizadores de uma esperança que a realidade costuma revelar um fim de admirável sucesso.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As Bibliotecas Universitárias se configuram como instituições sem fins lucrativos que
carecem da aplicação de estratégias e de planos de Marketing, levando em conta que elas
servem de apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão de universidades públicas ou
privada
devendo fornecer produtos e serviços informacionais que viabilizam o crescimento
da comunidade acadêmica e da sociedade como um todo. É importante ressaltar que fato
também está atrelado à realidade da Biblioteca Central Zila Mamede, uma vez que a mesma
tem o compromisso efetivo com a geração de produtos e serviços de informação em Ciência,
Tecnologia e Inovação na Universidade Federal do Rio Grande do Norte mediante a
disponibilização e acesso adequado às informações que visem a satisfação das necessidades
informacionais dos seus usuários.
Mediante as análises realizadas no presente estudo, foram identificadas várias
demandas na unidade de informação avaliada
dentre elas a ausência de um plano de
marketing da unidade de informação. Sendo assim, é de suma importância a criação e
implementação de um Plano de Marketing pela comissão dessa biblioteca para que se obtenha
o devido sucesso no cumprimento dos objetivos e alcance das metas estabelecidas pela
própria instituição. Sob esse viés, a proposta de Plano de Marketing apresentada neste
trabalho objetiva apresentar melhorias e estratégias para sanar tais lacunas. Sendo assim,
acredita-se que o plano de marketing em questão e as suas respectivas estratégias, se bem
empregadas, possibilitam um significativo auxílio junto aos esforços já existentes dos
colaboradores da unidade de informação.
Diante do exposto, esta proposta contribui com a eficiência e eficácia da instituição de
modo a satisfazer as necessidades dos usuários, gerando melhorias no acesso aos recursos
informacionais, conduzindo assim a novas interações harmoniosas entre os usuários e a
unidade de informação. Ainda em consonância, é relevante enfatizar a necessidade de
realização de constantes avaliações para o acompanhamento das demandas que surgirão com
�o tempo, objetivando buscar -na medida do possível as soluções, o controle e o
acompanhamento das atividades e eventos elaborados pela comissão de marketing no âmbito
institucional da unidade de informação. Em síntese, acredita-se que a proposta apresentada
nesta pesquisa também serve de suporte para a construção e/ou atualização de planos de
marketing em unidades de informação que apresentam realidades semelhantes
REFERÊNCIAS
AMARAL, Sueli Angélica do. Literatura biblioteconômica brasileira de marketing: produção
até 1994. Revista de Biblioteconomia de Brasília, Brasília, v. 20, n.1, p. 69-98, 1996.
Disponível em: Acesso em 12 out. 2017.
BAPTISTA, S. G. O. Aplicação de marketing em bibliotecas e serviços de informação: uma
introdução. Revista de Biblioteconomia de Brasília, v. 16, n. 1, p. 95-112, 1988. Disponível
em: <http://basessibi.c3sl.ufpr.br/brapci/v/a/2559>. Acesso em: 12 out. 2017.
GOIS, Silma. Bibliotecário e o Marketing de Biblioteca. 2011. Disponível em:
<https://www.administradores.com.br/artigos/marketing/bibliotecario-e-o-marketing-debiblioteca/53597/>. Acesso em: 12 out. 2017.
KOONTZ, Christie; GUBBIN, Barbara (Org.). Diretrizes da IFLA para Bibliotecas
Públicas. Brasília: Briquet de Lemos, 2012. 162 p.
LIMA, Vanúsia Edna Leite. Marketing em Unidades de Informação: estratégias de
promoção e comunicação de serviços na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM). 2017.
Disponível em: <https://monografias.ufrn.br/jspui/handle/123456789/4631>. Acesso em: 12
out. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Propostas de plano de marketing para biblioteca universitária: sugestões a serem implementadas na Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM/UFRN).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Gesiele Farias; Silva, Emerson Pereira da; Pedroza, Simone Peixoto; Santos, Raimunda Fernanda
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Estuda aspectos relativos ao Marketing como estratégia para gestão de biblioteca universitária. Objetiva apresentar um Plano de Marketing para a Biblioteca Central Zila Mamede da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, apontando as melhorias e as sugestões que podem ser implementas para promoção dos produtos e serviços dessa unidade de informação. Aborda conceitos e aspectos relativos ao marketing em Bibliotecas Universitárias. Utiliza como metodologia pesquisa bibliográfica, documental, exploratória e descritiva realizada mediante um estudo de caso na Biblioteca Central Zila Mamede com entrevista, aplicação de questionário eletrônico e observação não participante. Expõe os resultados da avaliação e das sugestões direcionadas à essa unidade de informação com base em diagnóstico realizado e nos elementos constituintes do plano de marketing. Conclui ressaltando a importância da implementação do Plano de Marketing para que se obtenha o devido sucesso no cumprimento dos objetivos e alcance das metas estabelecidas pela própria instituição.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5776/SNBU2018_174.pdf
4c5f7f72399c9da91185d2050f28ced7
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PRÁTICAS DE DISPONIBILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: CONTRIBUIÇÃO À POLÍTICA
INSTITUCIONAL DE ACESSO ABERTO1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA SCIENTIFIC PRODUCTION PRACTICES:
CONTRIBUTION TO INSTITUTIONAL POLICY OF OPEN ACCESS
Resumo: Os Repositórios Institucionais de Acesso Aberto surgiram como forma de
minimizar a falta de visibilidade da produção científica das instituições e a necessidade de
democratizar o acesso a essa produção. Nesse contexto, objetivamos analisar o Repositório
Institucional da Universidade Federal da Bahia, sua política de autoarquivamento e verificar a
adesão dos pesquisadores da instituição a esse procedimento que é considerado baixo. Para
tanto, foram consultados os envolvidos com a gestão desse repositório, através de entrevistas
semiestruturadas, bem como aplicado um questionário com os pesquisadores da área II,
Ciências da Saúde, identificada como área de maior depósito de conteúdo, e das áreas IV e V,
Letras e Artes, respectivamente, como áreas de menor depósito. Foram verificados os sites do
Registry of Open Access Repository Mandates and Policies e Open Directory of Open Access
Repositories para obter dados de autoarquivamento em países e continentes que adotaram a
Política de Acesso Aberto. Nas análises realizadas, observou-se que, apesar de o número de
repositórios ter crescido de forma expressiva ao longo dos últimos 15 anos, muitos deles se
mantêm pouco povoados. No caso específico da Universidade Federal da Bahia, verificou-se
que há um desconhecimento por parte dos pesquisadores da política vigente, porém destacam
a importância dessa ação. Desse modo, é necessário criar caminhos que viabilizem a
conscientização dos pesquisadores sobre o autoarquivamento, rever a atual política adotada
pela instituição e refletir sobre a adoção de uma política de incentivo que estimule os
pesquisadores a fazer o depósito das suas produções científicas, acadêmicas e artísticas.
Palavras-chave: Repositório Institucional. Universidade. Comunicação científica. Acesso
Aberto. Política de autoarquivamento.
Abstract: Open Access Institutional Repositories have emerged as a way of minimizing the
lack of visibility of the scientific production of institutions and the need to democratize access
to such production. In this context, we aim to analyze the Institutional Repository of the
Universidade Federal da Bahia, its self-archiving policy and verify the adhesion of the
this purpose, a
�questionnaire was used with the researchers involved in the management of this repository,
through semi-structured interviews, of Area II, Health Sciences, identified as the area with the
largest deposit of contents, and of areas IV and V, Letters and Arts, as areas of lower deposit.
The Registry of Open Access Repository Mandates and Policies and Open Directory of Open
Access Repositories sites were checked for self-archiving data in countries and continents that
have adopted the Open Access Policy. In the analyzes carried out, it was observed that,
although the number of repositories has grown significantly during the last 15 years, many of
them remain sparsely populated. In the specific case of the Universidade Federal da Bahia, it
was verified that there is an ignorance on the part of the researchers of the current policy, but
make researchers self-aware, to review the current policy adopted by the institution and to
reflect on the adoption of incentive policy that encourages researchers to deposit their
scientific, academic and artistic productions.
Keywords: Institutional Repository. University. Scientific communication. Open Access.
Self-billing policy.
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento veloz das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) coloca
em evidência uma diversidade de fontes de informação que modifica, amplia e agiliza a
capacidade de comunicação da informação em todos os níveis e setores da sociedade. No âmbito
da ciência, das universidades e instituições de pesquisa, esse cenário cria possibilidades que
favorecem a divulgação de resultados de pesquisa de modo cada vez mais rápido. Apesar disso,
grande parte da informação produzida não está disponível de forma acessível para a comunidade
acadêmica, científica e a sociedade como um todo. Nesse contexto, surgem os Repositório
Institucionais (RI), com a finalidade de contribuir para a disponibilização da produção
acadêmica dos pesquisadores em Acesso Aberto (AA), minimizando, assim, a baixa visibilidade
da produção.
de disponibilização da produção científica da Universidade Federal da Bahia (UFBA):
co
após um ano da implantação do RI dessa instituição. Em 2016, verificou-se a necessidade de se
aprofundar sobre a questão do autoarquivamento, uma vez que a adesão a essa nova modalidade
não correspondia ao almejado. Partindo-se da hipótese de que as diretrizes da política de AA da
UFBA não contemplam a efetiva prática da disponibilização da produção científica no RI da
UFBA, existe uma questão que necessita de resposta: há uma relação entre a atual política de
AA e as práticas da disponibilização da produção científica? Definiu-se como objetivo geral
�analisar a política vigente e as práticas adotadas para disponibilização da produção científica no
RI da universidade. Como objetivos específicos, tem-se: analisar a atual política de AA da
instituição, verificar o procedimento de autoarquivamento por parte de pesquisadores da
instituição e conhecer o conhecimento dos pesquisadores com relação ao RI da UFBA.
A produção acadêmica e científica traduz a maior importância no conjunto das atividades
universitárias, porque é através dela que o conhecimento produzido no interior da universidade é
difundido e democratizado
uma das finalidades do fazer universitário. Entretanto, apesar de todos
os benefícios dos RI, alguns pesquisadores/professores mencionam que existem desafios a serem
vencidos. Uma dessas dificuldades se refere aos processos de gestão com atividades de inserção de
dados, coleta de informações e resistência por parte de alguns pesquisadores, fator que reflete na
baixa adesão ao depósito voluntário. Daí a justificativa deste trabalho, uma vez que a baixa adesão
ao autoarquivamento inviabiliza a disseminação da produção científica da instituição e contraria
os princípios defendidos pelo AA e o autoarquivamento, segundo Harnad (2015) e defensores
desse movimento.
Para atender os objetivos dessa pesquisa, foram entrevistados os envolvidos com a gestão
do RI da UFBA, que atualmente está vinculado ao Sistema de Bibliotecas da UFBA, através de
entrevista semiestruturada. Também, aplicou-se um questionário com docentes/pesquisadores da
UFBA da área II, identificada como área de maior depósito, e as áreas IV e V, com índice de
menor depósito, após levantamento realizado no RI da UFBA.
2 REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS BRASILEIROS NA ATUALIDADE
Com a disseminação e adoção das estratégias propostas pelo Movimento de Acesso
Aberto (MAA), um número significativo de instituições implementou RI, trazendo visibilidade
às pesquisas realizadas, e sua utilização ampliou o acesso a um maior número possível de
interessados, o que promove a democratização ao saber. Adota-se a definição de Clifford Lynch
(2003, p. 2, tradução nossa), diretor da União para Informação para RI:
Um conjunto de serviços que a universidade oferece para os membros de sua
comunidade para o gerenciamento e a disseminação de conteúdos digitais, criados pela
instituição e membros da sua comunidade. É essencialmente um compromisso
organizacional com a gestão, desses conteúdos digitais, inclusive preservação de longo
prazo, quando apropriado, bem como organização e acesso ou distribuição.
Os RI têm como princípio o autoarquivamento, tema que tem sido estudado e incentivado
por autores como Stevan Harnad (2009, 2013a, 2013b, 2015) e Alma Swan (2008, 2015).
Apesar das estratégias de incentivo e políticas mandatórias, em muitos países, a adesão pelo
�pesquisador ao AA pela Via Verde
concretizada através da disponibilização dos resultados de
pesquisa, avaliados por pares, em arquivos abertos (BJÖRK et al., 2014)
ainda encontra muitos
desafios. O entendimento dos objetivos do AA e da estratégia da Via Verde em mobilizar os
pesquisadores, retomando o comando no processo de comunicação científica,
é
requisito fundamental para dirigentes de instituições que possuem repositórios e para os
seus gestores.
A consolidação dos RI de cunho científico, mantidos por universidades e institutos de
pesquisa, tem alterado algumas práticas da ciência, principalmente no que diz respeito ao acesso a
publicações com resultados de pesquisa. Tanto que Björk (2005) e Costa (2008), nos modelos de
comunicação científica que apresentam, colocam os repositórios como ferramentas para facilitar o
acesso à produção científica e, com isso, apoiar a disseminação e o uso da informação.
Os repositórios estão em um contexto maior, relacionados com o uso de ferramentas
informatizadas nos processos científicos, ou seja, em todas as etapas da pesquisa.
Passerini de Rossi (2012) afirma que o MAA é muito importante para países em
desenvolvimento, por possibilitar o acesso sem barreiras às informações científicas mais
atualizadas. Da mesma forma que facilita o acesso às publicações, cria oportunidades para os
autores desses países divulgarem suas pesquisas, disseminando-as livremente, potencializando a
sua visibilidade. Entretanto, o modelo de publicação em AA enfrenta problemas; entre eles, a
sobrecarga no processo de avaliação pelos pares, como relata Arns (2014). Esse indício revela a
necessidade de repensar o modelo atual adotado por revistas de AA, principalmente o processo
de submissão, como destaca o autor. A sustentabilidade do modelo do AA ainda é muito
discutida, principalmente para as revistas. A opção de atribuir os custos aos autores tem sofrido
ataques, como apresentam Rizor e colaboradores (2014), revelando a necessidade de
desenvolvimento de modelos de publicação sustentável de AA, apoiado por instituições de
fomento.
Os RI, por sua vez, nascem no âmbito do AA como uma ferramenta representativa desse
movimento, sem competir com as revistas na oferta de acesso. São lócus privilegiados para a
preservação, que expandem a oferta de acesso por conter documentos embargados ou liberados.
Com o consentimento dos editores e das editoras, abre-se o acesso à literatura científica via rede.
O AA pode ser alcançado por dois caminhos: a Via Verde e a Via Dourada. A Via
Dourada se subdivide em duas: a pura e a híbrida. A Via Dourada pura se concretiza por meio de
periódicos publicados por instituições e ocorre a partir da escolha dos pesquisadores em publicar
sua produção cientifica em periódicos de AA, nos quais todos os artigos são disponibilizados online sem barreiras financeiras de acesso à publicação pelo autor, pela instituição e pelo leitor.
�Mas também pode se concretizar por meio de periódicos publicados por editores comerciais, a
partir da escolha do pesquisador em publicar sua produção em periódicos de AA, nos quais
todos os artigos são disponibilizados on-line, sem barreiras financeiras para o leitor, mas com
pagamento de taxas pelo autor ou instituição.
O AA pela Via Verde é concretizado através da disponibilização dos resultados de pesquisa,
avaliados por pares, em arquivos abertos (BJÖRK et al., 2014). Essa disponibilização
é
realizada através do depósito da produção do pesquisador/autor em repositório de AA. Esse
compartilhamento no repositório deve ser feito, segundo a Budapest Open Access Initiative
(Boai), através do autoarquivamento, a primeira estratégia para o alcance do AA.
Fazendo uma análise
(autoarquivamento), Stevan Harnad (1995) declara que o principal fator contra a Via Verde
e
para ele, Via Verde é sinônimo de autoarquivamento
espontaneamente:
limitam o seu crescimento e desenvolvimento e que se traduzem em resistência, inércia ou
RODRIGUES, 2014, p. 111).
Mesmo enfrentando obstáculos, vários países têm adotado o autoarquivamento, feito
pelos pesquisadores ou por alguém de sua equipe. No Brasil, os repositórios têm, de forma
tímida, implementado o autoarquivamento. A maioria dos repositórios se inicia com a
disponibilização de teses e dissertações, colocando o passivo que já estava arquivado em algum
sistema de informação da instituição
em geral, na biblioteca. As universidades brasileiras vêm
definindo a biblioteca como o responsável principal pelo povoamento dos repositórios, o que
traz complicadores na liberação da licença ou cessão de direitos por parte dos autores
(KURAMOTO, 2006).
Quando a biblioteca assume esse papel de arquivar o que seria de obrigatoriedade do
autor, cria a necessidade da assinatura de uma autorização para que ela o faça em seu lugar. É
preciso entender o papel de cada ator nesse processo. O autor ou pesquisador é uma pessoa
altamente capacitada e capaz de executar essa tarefa, mas, dentro da estrutura das instituições de
ensino superior, em muitos casos, há sobrecarga de atividades e funções por vários tipos de
deficiências estruturais. O futuro do AA depende dessa medida de conscientização, uma vez que,
desde seu início, o MAA preconizou que os próprios pesquisadores fizessem o
�autoarquivamento de sua produção científica
o que já está implícito no nome
Um fato importante relacionado a essa forma de depósito é que o autor ou pesquisador,
ao fazer o depósito de sua produção, além de agilizar o povoamento dos repositórios digitais,
ajuda na ampliação da visibilidade da sua produção científica; sem depender de quem quer que
seja, ele deveria ser o maior interessado em divulgar a sua produção. Apesar de iniciativas
isoladas anteriores, o MAA no Brasil iniciou-se por volta da primeira década dos anos 2000,
através de declarações de associações e instituições de ensino e pesquisa em prol da
democratização do acesso à informação científica. Algumas iniciativas políticas foram
consideradas importantes para impulsionar a trajetória do MAA, tais como o Manifesto
Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica no Brasil, a Declaração de
Salvador sobre Acesso Aberto, a Carta de São Paulo, todas em 2005, e também a Declaração de
Florianópolis, em 2006 (KURAMOTO, 2006).
O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) assumiu o papel
da principal entidade, em escala nacional, para articulações políticas e promoção de ações
voltadas para a implantação de repositório nas instituições de ensino e pesquisa. Um dos
objetivos era promover a competência e o desenvolvimento de recursos e infraestrutura de
Massachusets Institute of Techology (MIT) em parceria com a Hewllet-Packard (HP)
desenvolveu o software Dspace e o IBICT no ano de 2004 realizou a primeira tradução deste
-39).
Com o advento de novas TIC para disseminação do conhecimento científico, Kuramoto
(2006, p. 93) aponta um momento propício para a atuação do IBICT em consonância com o
propósito da sua criação. O lançamento do Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à
Informação Científica no Brasil, em setembro de 2005, permitiu que o IBICT desse continuidade
a suas articulações para a implantação desse movimento no Brasil. Esse manifesto foi
caracterizado como um documento referência que atribuiu diversas recomendações para a
comunidade científica (autores, editores, agência de fomento e instituições acadêmicas) apoiar o
movimento mundial em favor do AA à informação científica. Entre as recomendações, estão: a
colaboração da comunidade científica para disponibilizar os resultados de pesquisas realizadas
dentro do território nacional, em acesso livre; em acordo com a Declaração de Berlim,
recomenda-se às instituições acadêmicas brasileiras a criação de RI/repositórios temáticos na
perspectiva do acesso livre; e aos autores (pesquisadores), depositar, obrigatoriamente, em um
�repositório de acesso livre, publicações com resultados de pesquisas que foram financiadas com
recursos públicos (IBICT, 2009).
A partir das articulações e visando a promoção do AA no Brasil, o IBICT realizou duas
iniciativas importantes: a implementação de um projeto piloto com a criação de RI e o edital IBICTFINEP/PCAL/XDBD nº 002/2009. Do projeto piloto, cinco universidades federais
Universidade
de Brasília (UnB), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Rio
Grande do Sul (UFRGS), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE)
foram contempladas com kits tecnológicos para operação do Dspace para
vistas a possibilitar o registro e a disseminação da produção científica destas instituições e
2.1 Repositório Institucional da UFBA
Implantado em 2010, o RI da UFBA
primeiras brasileiras a implantar um RI
a primeira universidade baiana e uma das
se destaca pela contribuição na ampliação da
visibilidade da produção científica da instituição. Além da visibilidade, contribui para a
transparência da produção intelectual e sistematiza uma política de disseminação, de alcance
universal, da contribuição da universidade para o desenvolvimento científico, tecnológico e
cultural. Permite também consolidar um sistema de ordenamento dessa produção, que se faz,
tradicionalmente, de maneira dispersa.
Segundo Uillis Assis, bibliotecário membro da equipe técnica gestora do RI , existem
duas possibilidades para a realização dos depósitos: poderão ser feitos pelos próprios alunos e
professores ou por um funcionário da coordenação do curso ou colegiado. A administração do
RI entende que a coordenação da pós-graduação ou do colegiado é livre na escolha de uma das
modalidades; porém, a recomendação é que os depósitos sejam feitos na modalidade
autoarquivamento.
Quanto às dificuldades encontradas no processo de autoarquivamento por parte dos
depositantes, Uillis Assis informa que os problemas mais reportados são relacionados a informações
sobre os direitos autorais e a inexistência de formulários específicos para alguns tipos de trabalhos.
O RI trabalha com dois tipos de formulários: um destinado para teses, dissertações e Trabalhos de
Conclusão de Curso (TCC) e outro para todos os outros tipos de trabalhos. Ao ser consultado acerca
de ações a serem desenvolvidas para ampliar o número de documentos disponibilizados no RI,
acrescentou que o Sistema Integrado de Bibliotecas (Sibi) tem entrado em contato com os programas
de pós-graduação para divulgar o repositório, através de envio de e-mail para a comunidade UFBA e
�realizado palestras e treinamentos, além de provocar uma mudança na cultura institucional para
autoarquivamento e maior disseminação e divulgação nas redes, como acrescenta a professora Lídia
Brandão, superintendente do Sibi.
Atualmente, no RI da UFBA, estão disponíveis cerca 22.513131 documentos, dentre as suas 43
comunidades, com uma média de 4.003 acessos por dia. Os tipos de documentos estão estabelecidos
dissertações e artigos de periódicos. A comunidade que apresenta o maior número de depósitos é a
Faculdade de Medicina da Bahia (2.489), seguida do Instituto de Saúde Coletiva (1.544). Ainda é
muito baixo o número de depósitos das comunidades da área de Artes
Escola de Belas Artes (218), Escola de Dança (159), Escola de Música (228) e Escola de
Teatro (279). Quando o RI foi pensado para a UFBA, destacouapenas de conteúdos textuais, mas de imagens, vídeos, sons, atendendo à especificidade de
algumas áreas do conhecimento, como é o caso da área de Artes
Música, Dança, Artes
(ROSA, 2011, p. 146). Na prática, esse tipo de disponibilização não vem
ocorrendo.
3 METODOLOGIA E ANÁLISE DOS RESULTADOS
Esta pesquisa configura-se como um estudo de caso, de natureza descritiva, com
abordagem qualitativa e quantitativa e utilizou-se a estratégia de observação direta. A análise
dos resultados foi realizada a partir dos dados coletados através do instrumento de pesquisa e da
revisão bibliográfica realizada. Para a elaboração da fundamentação teórica, recorreu-se à
pesquisa bibliográfica em livros, artigos científicos, trabalhos acadêmicos, teses e dissertações,
tanto no suporte físico tradicional quanto em suporte digital. Utilizou-se bases de dados, como
Scielo Livro, Redalyc, E-lis e RI de diversas instituições para o levantamento da bibliografia
pertinente.
Para analisar as práticas de disponibilização da produção científica da instituição,
aplicou-se um instrumento de coleta de dados
sendo 1 aberta e 11 fechadas
um questionário estruturado com 12 perguntas,
e utilizou-se a ferramenta de questionário on-line Survey Money
para a coleta com os sujeitos que compõem o universo da pesquisa. Deste universo, fazem parte
53 pesquisadores da UFBA bolsistas de produtividade do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) das áreas II (Ciências da Saúde), IV (Letras)
e V (Artes) do conhecimento, que apresentam maior número de documentos (artigos científicos,
Dados coletados em janeiro de 2018.
�teses, dissertações, comunicações em congresso, livro e capítulo de livro) disponibilizados
caso a área II e menor número
no
as áreas IV e V.
A primeira pergunta diz respeito ao conhecimento que os docentes pesquisadores têm do
RI da UFBA. Do universo da pesquisa, 70,97% responderam que sim, enquanto 29,03%
responderam que não, o que mostra que a maioria dos pesquisadores tem conhecimento da
existência do repositório.
Em 2010, ano de criação do RI da UFBA, um número muito baixo de docentes, cerca de
6,45%, sabia da existência do repositório. Já no período entre 2014 e 2015, há um crescimento
em torno 25,81%; no entanto, esse mesmo percentual equivale aos docentes que dizem ainda não
conhecer o RI.
Ao serem questionados de que modo tomaram conhecimento do repositório, 25,81%
apontam para o Alerta como meio através do qual estabeleceu esse conhecimento. Esse é o
mesmo percentual de quem afirma não conhecer o repositório. Apenas 3,23% atribuem ao
Google ou diretamente no RI esse contato. Os demais percentuais indicam: apresentação em
evento no âmbito da UFBA, 16,13%; indicação de um colega, 9,68%; outros meios, 16,13%.
Com os resultados obtidos, podemos destacar a importância do Alerta na divulgação do
conteúdo do RI. É preocupante, no entanto, que o mesmo percentual desconheça repositório. No
caso do Alerta, ele é enviado por lista a todos da UFBA, ou seja, supostamente, chega ao e-mail
UFBA de todos os pesquisadores/professores. Talvez alguns recebam e desprezem, ou mesmo,
por motivo desconhecido, não recebam de fato.
Quando perguntados sobre o conhecimento da Portaria nº 024/2010, que dispõe sobre a
disseminação da produção cientifica da universidade, apenas 25,81% afirmam conhecê-la,
enquanto a maioria (74,19%) a desconhece. Os resultados apontam que a divulgação da referida
portaria não ocorre de forma satisfatória. Ela está disponível na página principal do RI, no item
Para o posicionamento com relação à adoção de uma política de disseminação da
produção científica da UFBA, os resultados apontam: 70,97% consideram importante para
ampliar a visibilidade da UFBA; 67,74% apontam ser importante para dar retorno a sociedade
dos recursos públicos aplicados; 61,29% acreditam ser importante para a preservação da
memória da UFBA; e 77,4% responderam ser importante para a gestão da produção cientifica da
instituição. Essa questão está dentro do objetivo geral do nosso trabalho: analisar a política
vigente e as práticas adotadas para disponibilização da produção científica no RI, tomando como
objetivos específicos analisar a atual política de AA, estudar os resultados alcançados pelo RI
desde sua criação, identificar e selecionar políticas de AA de instituições similares brasileiras,
�através de seus repositórios, que possam contribuir para a melhoria das políticas atuais adotadas
pela UFBA, justificada pela baixa adesão ao autoarquivamento. Segundo Hill (1995, p. 279 apud
JARDIM; SILVA; NHARRELUGA, 2009), as políticas de informação são projetadas para
responder às necessidades e regular as atividades dos indivíduos, indústria e comércio, de todos
os tipos de instituições e organizações e governos nacionais, locais ou supranacionais. Devem
regular a capacidade e a liberdade de adquirir, possuir e manter a própria informação, usá-la e
transmiti-la.
Quanto ao modo de uso do RI da UFBA, o percentual de docentes que não usam o RI foi
de 51,61%; 16,23% disponibilizam sua produção; 22,58% usam o RI para indicar bibliografia
aos alunos; 22,58% usam como fonte de pesquisa; e 12,90% usam para conhecer a produção dos
colegas. Fica evidenciado que poucos disponibilizam a sua produção.
Foi perguntado aos docentes pesquisadores a partir de quando eles passaram a
disponibilizar a produção no RI. Analisando o gráfico, verifica-se que, no período de 2011 a
2013, houve um aumento considerável de disponibilização de produção docente no RI (16,13%).
Entretanto, no período de 2014 a 1015, esse índice caiu para 6,45% e permanece até 2016.
Quanto aos que não disponibilizam, o índice chega a 77,74%. Pode-se observar que há sempre
uma tendência ao baixo autoarquivamento.
Por fim, ao serem perguntados de que modo ocorre a disponibilização da produção do
docente no RI, questão que possibilitou marcar mais de uma resposta, constatou-se que 67,74%
dos docentes pesquisadores não disponibilizam sua produção no RI; 9,68% fazem
autoarquivamento ou este é efeito por bibliotecários da unidade acadêmica; e 16,13% têm a
disponibilização é realizada por servidores do departamento ou colegiado do programa de pósgraduação. Pode-se observar que, mesmo com bibliotecários e servidores fazendo o
arquivamento, ainda assim, a taxa de adesão ao RI é baixa. Quanto a dificuldade encontrada para
proceder ao autoarquivamento, as respostas indicam: 3,23% consideram o sistema complexo;
6,45% consideram as informações insuficientes no processo de autoarquivamento; 12,90%
apontam a necessidade de treinamento; 22,56% apontam necessidade de uma equipe específica
para auxiliar nesse processo. Entretanto, os maiores percentuais foram de docentes que
desconhecem o RI (32,26%) e outros motivos (38,71%). Pelo resultado, pode-se inferir que um
número muito baixo de docentes tem acessado o RI e, por isso, desconhecem até as dificuldades
para proceder ao autoarquivamento.
Na finalização do instrumento de coleta de dados, uma pergunta aberta permitia que se
apontasse sugestões para a melhoria do processo de autoarquivamento no RI. A maior
�prevalência nas respostas foi a necessidade de divulgação (12) seguido de necessidade de pessoa
de apoio e treinamento (3), enquanto 10 participantes não se manifestaram.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste ano de 2018, o RI da UFBA celebra oito anos de implantação. A partir dos dados
levantados nesta pesquisa, fica evidenciado que muito ainda está por fazer para a consolidação desse
portal do conhecimento da instituição, vitrine da pesquisa desenvolvida pelos inúmeros programas
de pós-graduação e grupos de pesquisa. Dentre os docentes/pesquisadores que fizeram parte do
universo desta pesquisa, 71% declararam que sabem da existência do repositório. No período
compreendido entre 2010 e 2015, o número de depósitos foi ascendente, correspondendo aos
primeiros anos de implantação e o esforço inicial para o povoamento.
O Alerta e os eventos no âmbito da UFBA que trataram do RI são os meios apontados
pelos respondentes como propulsores para a divulgação do mesmo, mas fica patente que essas
ações não foram suficientes para incorporar esse conhecimento a comunidade.
Um ponto que devemos destacar como grave é o desconhecimento pela maioria, da
portaria que dispõe sobre a disseminação da produção científica da universidade, apenas um
pouco mais que 1/4 dos docentes pesquisadores
cerca de 25,81%
têm conhecimento de sua
existência. Entretanto, são unânimes quando consideram importante a adoção de uma política de
disseminação da produção científica da universidade, pois, segundo eles: amplia a visibilidade
da UFBA, dá retorno para a sociedade dos recursos públicos aplicados, preserva a memória da
universidade e é de grande importância para a gestão da produção cientifica da instituição.
Mesmo nesse contexto de ampla aceitação da importância do RI, um percentual muito
baixo (32%) dos docentes disponibiliza as suas produções. Quando consultados sobre o modo de
utilização do RI da UFBA, os docentes foram categóricos em informar que, na sua maioria,
indicam como bibliografia para seus alunos e como fonte de pesquisa, ou então para conhecer a
produção dos colegas
isto reforça o importante papel institucional do RI.
Fica patente com os resultados levantados que há uma questão institucional com relação
ao RI que precisa de solução a partir do seu Grupo Gestor (GG), já que ele é responsável por
de junho de 2015, que constituiu o atual GG.
Na sua implantação, o RI contou com uma iniciativa de um pesquisador através do seu
doutorado, buscando no seu percurso a institucionalização dessa ação, uma vez que foi
respaldada desde o primeiro momento pela administração central da UFBA, designando um
�GG
para discutir e propor cada etapa do processo de implantação, que resultou na Portaria nº
024/2010 de 7 de janeiro de 2010 a qual trata da política institucional a ser adotada para o RI.
Percebe-se que, embora o apoio tenha prevalecido nas gestões posteriores, parece haver questões
de caráter operacional que interferem na política de expansão do repositório e, principalmente,
na ampliação da adoção do autoarquivamento por um maior número de pesquisadores.
Atualmente, o Sibi da UFBA é quem coordena o repositório, mas não foi o que ocorreu no
momento de sua implantação, quando a Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação (Propci)
juntamente com a Pró-Reitoria de Ensino de Pós-Graduação (PROPG) assumiram essa tarefa,
uma vez que não houve entendimento por parte da direção do Sibi, na ocasião da implantação
que essa função seria do sistema ficando a sua participação restrita a validação dos metadados.
Deve-se destacar, naquele momento, a coordenação das duas Pró-Reitorias
PROPG
Propci e
para o povoamento inicial do repositório, já que havia uma equipe com um
coordenador
havia participado do processo de implantação e fazia parte do GG
e quatro
estagiários. Essa equipe conduziu o RI da UFBA para a conquista, em 2011, da premiação do
IBICT por ter sido o RI que em um ano disponibilizou o maior número de artigos científicos.
Com a mudança de gestão em 2014, o apoio ao repositório foi imediato, inclusive
trazendo para a UFBA a realização da 5ª Conferência Luso-Brasileira de Acesso Aberto
(Confoa), que tem como tema central os repositórios e o IBICT representando o Brasil nessa
parceria luso-brasileira. No entanto, não houve entendimento por parte da PROPG quanto à
continuidade do RI sob sua tutela e o mesmo passou para a coordenação do Sibi. A equipe é
bastante reduzida, e, provavelmente por isso, não se tem uma ampliação das ações do
repositório.
Diante das questões levantadas e buscando atender aos objetivos propostos nessa pesquisa,
que têm na política institucional seu foco principal, acreditamos que a nossa contribuição seja
através de recomendações, pois hoje o que o RI necessita é ser, de fato, institucionalizado, e tal
questão passa por adoção de medidas e uma política para o RI, revista e melhor definida. Dentre as
sugestões propostas, destacam-se: intensificar a divulgação e a conscientização da importância do
autoarquivamento por parte dos pesquisadores e seus pares, através de visitas programadas e
previamente agendadas com as unidades de ensino, sobretudo com as pós-graduações e grupos de
pesquisa; atualizar os documentos auxiliares, definidos e organizados a partir das políticas de
funcionamento do RI, como as orientações de uso e tutoriais, elaborando um tutorial com imagem
em movimento que descreva de forma explicativa o processo de depósito; criar medidas de incentivo
ao autoarquivamento, como, por exemplo, os editais pontuarem as produções dos pesquisadores no
RI; intensificar a capacitação e treinamento dos bibliotecários para que possam, de fato, orientar e
�intermediar os pesquisadores e o sistema; adotar um sistema eficaz de dados estatísticos com
divulgação permanente dos pesquisadores e produções com maior número de downloads, por
exemplo; finalmente, utilizar as redes sociais de forma permanente para a divulgação do conteúdo
disponibilizado. Percebe-se que apenas a Editora da UFBA (Edufba) divulga a sua produção no RI.
Destaca-se a importância do Alerta no processo de divulgação, que deve continuar sendo apoiado
na sua execução.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Práticas de disponibilização da produção científica da Universidade Federal da Bahia: contribuição à política institucional de acesso aberto.
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Gomes, Anilza; Rosa, Flávia Goulart M. Garcia
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UFBA
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2018
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The nature or genre of the resource
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Os Repositórios Institucionais de Acesso Aberto surgiram como forma de minimizar a falta de visibilidade da produção científica das instituições e a necessidade de democratizar o acesso a essa produção. Nesse contexto, objetivamos analisar o Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia, sua política de autoarquivamento e verificar a adesão dos pesquisadores da instituição a esse procedimento que é considerado baixo. Para tanto, foram consultados os envolvidos com a gestão desse repositório, através de entrevistas semiestruturadas, bem como aplicado um questionário com os pesquisadores da área II, Ciências da Saúde, identificada como área de maior depósito de conteúdo, e das áreas IV e V, Letras e Artes, respectivamente, como áreas de menor depósito. Foram verificados os sites do Registry of Open Access Repository Mandates and Policies e Open Directory of Open Access Repositories para obter dados de autoarquivamento em países e continentes que adotaram a Política de Acesso Aberto. Nas análises realizadas, observou-se que, apesar de o número de repositórios ter crescido de forma expressiva ao longo dos últimos 15 anos, muitos deles se mantêm pouco povoados. No caso específico da Universidade Federal da Bahia, verificou-se que há um desconhecimento por parte dos pesquisadores da política vigente, porém destacam a importância dessa ação. Desse modo, é necessário criar caminhos que viabilizem a conscientização dos pesquisadores sobre o autoarquivamento, rever a atual política adotada pela instituição e refletir sobre a adoção de uma política de incentivo que estimule os pesquisadores a fazer o depósito das suas produções científicas, acadêmicas e artísticas
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
POLÍTICAS DE ACESSO ABERTO PARA UNIVERSIDADES BRASILEIRAS: UM
OLHAR SOB A ÓTICA DO REGIME DE INFORMAÇÃO E DA POLÍTICA DE
INFORMAÇÃO EM REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
OPEN ACCESS POLICIES FOR BRAZILIAN UNIVERSITIES: A LOOK UNDER THE
OPTICAL OF THE INFORMATION SYSTEM AND INFORMATION POLICY IN
INSTITUTIONAL REPOSITORIES
Resumo: O objetivo geral dessa pesquisa é propor os elementos mínimos para construção de
políticas de acesso aberto na implantação de repositórios institucionais em universidades
brasileiras. A partir da abordagem sobre regime de informação trazida por Sandra Braman,
Maria Nélida González de Gómez, Hamid Ebkia e Bernd Frohmann, discute-se o papel dos
repositórios institucionais. Além disso, por meio do conceito de política de informação,
pretende-se examinar as políticas de acesso aberto instauradas nas universidades de ensino e
pesquisa no Brasil. Para presente investigação empregou-se a metodologia de levantamento
bibliográfico acerca da temática de repositórios institucionais, política de acesso aberto, regime
de informação e política de informação. Como campo empírico, foram selecionados a partir do
site OPENDOAR e ROARMAP repositórios institucionais de universidades brasileiras que
representassem as cinco regiões do país. Nesse grupo, empregou-se o questionário aos gestores a
fim de identificar se as políticas de acesso aberto caminham à luz das características das políticas
de informação. Tais questionários serão empregados em duas fases: na primeira, os gestores
receberão via correio eletrônico e, posteriormente, será validado por meio de entrevista realizado
via software Skype. Como resultado da pesquisa pretende-se contribuir como aporte teórico e
metodológico para a proposição de políticas de acesso aberto que sejam uma premissa para
implantação dos repositórios institucionais em universidades brasileiras.
Palavras-chave: Repositórios institucionais; Políticas de informação; Políticas de acesso aberto;
Regime de informação; Universidades brasileiras.
Abstract: The general objective of this research is to propose the minimum elements for the
construction of open access policies in the implantation of institutional repositories in Brazilian
universities. Based on the information system approach brought by Sandra Braman, Maria
Nelida González de Gómez, Hamid Ebkia and Bernd Frohmann, the role of institutional
repositories is discussed. In addition, through the concept of information policy, we intend to
examine the policies of open access established in universities of teaching and research in Brazil.
For the present research the methodology of bibliographic survey on institutional repositories,
open access policy, information regime and information policy was used. As an empirical field,
institutional repositories of Brazilian universities representing the five regions of the country
were selected from the site OPENDOAR and ROARMAP. In this group, the questionnaire was
used to the managers in order to identify if the policies of open access walk in the light of the
�characteristics of the information policies. These questionnaires will be used in two phases: in
the first, the managers will receive via electronic mail and, later, will be validated through an
interview conducted via Skype software. As a result of the research, it is intended to contribute
as a theoretical and methodological contribution to the proposal of open access policies that are a
premise for the implementation of institutional repositories in Brazilian universities.
Keywords: Institucional repositories; Information policies; Open acess policies; Regime theory;
Brazilian universities.
1 INTRODUÇÃO
A informação têm sido elemento chave para que a ciência consiga se desenvolver de
forma consisa e sistemática, proporcionando, deste modo, o avanço social e econômico de um
país. Nesse sentido, a comunicação científica tornou-se um ponto essencial no seu
desenvolvimento e fez-se tema para diversos estudos na área: o registro e difusão do
conhecimento, proveniente de pesquisas científicas, consolidam o transcurso da comunicação
informacional na área científica.
Assim, deve-se destacar a inserção das publicações científicas como instrumentos da
comunicação entre os pares. Com a ampliação da quantidade de periódicos científicos, Eugene
Garfield, fundador do Institute for Scientific Information (ISI), percebeu a necessidade de
desenvolver uma metodologia para classificar esses periódicos; elaborou-se, assim, o Fator de
Impacto (FI), com a finalidade de analisar, a partir das citações bibliográficas presentes nos
artigos, de publicações previamente escolhidas, quais os periódicos com maior grau de
influência na área a qual encontrava-se vinculado. Nos anos de 1960, Garfield e Sher criaram o
Journal Impact Factor objetivando potencializar a seleção de periódicos que seriam indexados
no Science Citation Index (SCI). Em 1975, o ISI lança o Journal Citation Reports (JCR) onde
relaciona o percentual de impacto dos periódicos de diversas áreas do conhecimento. Ao passar
dos anos, o FI encontrava-se amplamente difundido e consolidado pelas agências de fomentos.
Esse foi um marco para a elevação dos custos das revistas indexadas pela SCI. Com o
renome que o SCI passou a apresentar entre as instituições de pesquisa, as revistas indexadas por
ela adquiriram maior prestígio. Tornou-se cíclico, ou seja, pesquisadores submetiam suas
publicações a esses periódicos para adquirir maior prestígio e financiamento pelas agências de
fomento. As bibliotecas e pesquisadores precisaram adquirir essas publicações, que aumentaram
os seus valores por conta da lei da oferta e procura, dificultando a sua aquisição. Isso ocasionou
que os pesquisadores necessitassem de mais recursos financeiros para a manutenção da sua
coleção de periódicos:
�É nesse cenário que eclode o Movimento de Arquivos Abertos e Acesso Aberto
defendido por Steven Harnad e outros autores. A ideia central desse movimento concentra na
questão de que o conhecimento é fruto do senso comum e da comunicação científica e, assim
sendo, as pesquisas deveriam ser públicas a todos.
O documento regulamentário do Movimento apresenta um conceito político, mas também
identifica tecnologias da informação. Desse modo, diversos movimentos e declarações vêm
consolidando parâmetros para a incorporação do Movimento de Acesso Aberto e destacam-se
alguns como o de, de Santa Fé (1999), de Budapeste (2002), Bethesda (2003), de Berlim (2003),
Declaração de Salvador (2005) e o Manifesto pelo Livre Acesso lançado pelo Instituto Brasileiro
de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) (2005).
O Movimento propõe duas estratégias determinadas como: via dourada e via verde. A via
dourada propõe que os periódicos científicos estejam disponíveis por meio do acesso aberto. A
via verde visa o arquivamento das publicações em Repositórios Institucionais (RIs). A esta
última que esta pesquisa se debruça.
No campo da Ciência da Informação e Biblioteconomia, os Repositórios Institucionais
tem sido amplamente debatidos e tornaram-se assuntos de produções acadêmicas importantes
para a área. Este trabalho preocupa-se em relação às políticas de acesso aberto das universidades
brasileiras para implantação de um Repositório Institucional (RI). Dessa forma, abrangemos
duas perspectivas. Nesta primeira perspectiva, propõe-se RIs por meio do conceito de Regime de
Informação, o qual é definido como modo informacional com princípios, normas, regras e
procedimentos de tomada de decisão, implícitos ou não, que envolve os atores que caminham em
função de área comum. A analogia sugerida nesse estudo provêm da identificação de
características semelhantes entre RIs e Regimes de Informação à medida que o primeiro se
define por meio de normas de funcionamento, como políticas institucionais - como as de acesso
aberto à informação, que visam o gerenciamento, disseminação e preservação da produção
acadêmica criadas pelos membros de uma instituição.
A outra perspectiva investigada, baseia-se no conceito de política de informação para
explorar as políticas de acesso aberto das universidades brasileiras e diagnosticar os elementos
necessários para a construção de princípios sólidos que promovam a incorporação dos
Repositórios Institucionais de forma concisa e coerente.
A justificativa desse estudo ancora-se em três argumentos: o primeiro tange a
importância de vislumbrar os Repositórios Institucionais por meio das suas dimensões política e
social. O segundo evidencia a discussão sobre políticas de informação dentro do campo da
Biblioteconomia e da Ciência da Informação, correlacionado ao contexto da implantação de RIs
�em universidades brasileiras. O terceiro, a partir dessa pesquisa, pretende-se determinar
elementos teóricos e empíricos que são essenciais para políticas de acesso aberto em
universidades brasileiras na implantação de RIs.
Os Repositórios Institucionais se configuram como uma estratégia do Movimento de
Acesso Aberto (via verde) e se destacam como meio de disseminação, gerenciamento e
preservação da produção intelectual das instituições (MULLER, 2007; KURAMOTO, 2008;
GOMES; ROSA, 2010; WEITZEL, 2014). Alguns teóricos da Comunicação Científica vêm se
debruçando sobre essa temática. Contudo, cabe uma reflexão acerca das questões políticas
inerentes ao RIs, tal como o potencial da função social que cabe a estes. Deste modo, a
similaridade do conceito de Repositórios Institucionais com o de Regime de Informação torna
claro essa demanda. Regime de informação se configura como uma teoria que regula, por meio
de um meta-acordo, menos rígido e formal, que objetiva vincular, por meio de normas,
princípios, regras e procedimentos de tomada de decisão, as relações construídas pelos atores
envolvidos, construindo uma estabilização dos processos de lutas existentes dentre do Regime
(FROHMANN, 1995; BRAMAN, 2004; GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2012). Tendo definido o
conceito de Regime, pode-se concluir que, em alguns aspectos cruciais, se correspondem aos dos
Repositórios.
Os profissionais da Biblioteconomia ainda enfrentam diversas barreiras quanto à
sistematização de políticas para as suas atividades. Vergueiro (1989), Weitzel (2006) e Gama
(2010) já apresentavam essa problemática há tempos atrás e ela ainda se apresenta como ponto a
ser aprimorado. Ao analisar as estatísticas quanto as políticas dos RIs no Brasil, de acordo com o
OpenDOAR (2017), apenas 6,7% destes possuem políticas de submissão registrada; em 3,4%
registraram o conteúdo de suas políticas; enquanto a política de preservação digital, reuso de
metadados e reutilização de dados não foram encontrados em nenhum RI. A complexidade dessa
questão mostra a necessidade de estudar as políticas de acesso aberto das universidades
brasileiras por meio da teoria de Política de Informação e aliar essa aos estudos
biblioteconômicos e da Ciência da Informação.
O objetivo geral desta pesquisa é propor elementos mínimos para construção de políticas
de acesso aberto para a implantação de Repositórios Institucionais em universidades brasileiras.
E tem por objetivos específicos os seguintes enunciados: a) apresentar o contexto histórico do
surgimento dos Repositórios Institucionais por meio da análise na literatura biblioteconômica e
na Ciência da Informação; b) identificar, selecionar e analisar os repositórios institucionais
relacionados a universidades no Brasil e identificar as políticas adotadas por estas; c) salientar a
função social dos Repositórios Institucionais no cenário das universidades brasileiras e d) indicar
�os elementos necessários para as políticas de acesso aberto para o estabelecimento de um
Repositório Institucional em universidades brasileiras.
Assim, considera-se que o resultado dessa pesquisa poderá contribuir como aporte teórico
e metodológico para a proposição de políticas de acesso aberto que visem à implantação de
repositórios institucionais nas universidades brasileiras.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com o intuito de solidificar as questões inerentes ao objeto da pesquisa, nesta seção serão
apresentados os conceitos que pautam esse estudo. Deste modo, tratar-se-á de algumas teorias,
. Será realizada a reflexão acerca
de repositórios institucionais como regimes de informação e salientar-se-á a necessidade de
elaboração de políticas de acesso aberto à luz da teoria da política de informação, sejam
direcionadas aos RIs.
2.1 Repositórios institucionais: uma perspectiva por meio da teoria do regime de
informação
É necessário que se traga a definição de repositório já existente na literatura. Lynch
(2003, p. 2, tradução nossa) define os repositórios institucionais como:
m conjunto de serviços que a universidade oferece para os membros de sua
comunidade para o gerenciamento e a disseminação de conteúdos digitais, criados pela
instituição e membros da sua comunidade. É essencialmente um compromisso
organizacional com a gestão, desses conteúdos digitais, inclusive preservação de longo
Essa conceituação faz refletir acerca das funções sociais dos Repositórios Institucionais,
dentre elas, destacam-se a intensificação da comunicação científica, salvaguarda da memória
institucional, promoção do acesso aberto dos produtos institucionais, democratização da ciência
e gestão da produção institucional. Essas funções são salientadas por Suzana Muller (2006, p.
32) e a mesma ainda destaca que os gestores dos Repositórios das universidades tem a missão de
preservar os documentos institucionais, concedendo-lhes, portanto, funções de memória
institucional. Do ponto de vista do acesso aberto, os Repositórios Institucionais equivalem a
instrumentos infocomunicacionais fundamentais para a democratização da informação científica
(GAMA, CARVALHO, 2017; MARCONDES, SAYÃO, 2009). Ressalta-se que os RIs
proporcionam o aumento da visibilidade da instituição, permitindo e estimulando o acesso à
�produção da instituição, acentuando a importância no depósito da produção acadêmica gerada
nas universidades em seus Repositórios. A figura 1 demonstra essas funções destacadas.
Frohmann (1995) menciona que Regime de Informação se constrói como o lugar no qual
os processos de luta equalizam os conflitos entre grupos sociais, interesses e discursos diversos.
Tendo em vista as funções sociais dos Repositórios Institucionais mencionadas anteriormente,
têm-se que estes funcionam como instrumentos para administrar os conflitos internos e externos
existentes entre as diversas áreas do conhecimento dentro da Universidade e entre os pares.
Bourdieu (2004; CARVALHO, 2014) traz a respeito dos embates ocorridos dentro do campo
científico os quais se constroem
Figura 1: Funções do Repositório Institucional
Fonte: A autora
Além disso, os Repositórios consistiram um referencial para instauração da cultura do
acesso aberto dentro da instituição a que pertence, assim como a conscientização da
-acordo
pesquisadores e suas instituições que envolvem toda a comunidade acadêmica e instâncias
-acordo
instauradas, como
o caso da política de acesso aberto, políticas de autoarquivamento, dentre outras, com o objetivo
de direcionar as práticas e tomadas de decisão dentro dos Regimes de Informação. No caso dos
Repositórios Institucionais, têm-se as políticas institucionais e de funcionamento dos repositórios
como exemplo disso.
�González de Gomez (2012) descreve um Regime de I
-acordo
(BRAMAN, 1989), assim como as autoridades informacionais, os meios e os recursos
preferenciais de informação, os padrões de excelência e os modelos de sua organização,
interação e distribuição que circunscreve um tempo pré-determinado, a localidade e a situação
precisa. Relatado isso, propõe-se que Repositórios Institucionais designam como um meio
informacional que regula, por meio de um meta-acordo, menos rígido e formal que um
tradicional, que objetiva vincular, por meio de normas, princípios, regras e procedimentos de
tomada de decisão, as relações construídas pelos atores envolvidos, construindo uma
estabilização dos processos de lutas existentes entre estes (FROHMANN, 1995; BRAMAN,
2004; GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2012).
Os RIs, até então classificados como o local de coleta, preservação e distribuição da
produção intelectual de uma instituição, emergem como elemento principal nas questões
políticas que envolvem o acesso aberto à informação científica dentro das universidades. A visão
de instrumento da estratégia de acesso aberto torna-se um reducionismo dos impactos trazidos
por eles à Ciência (GUIMARÃES, SILVA, NORONHA, 2009). Com isso, torna-se necessário
uma pesquisa que vise as questões de cunho político em relação aos RIs. A conceituação dos
Repositórios como Regimes de Informação permite que sejam analisadas outras problemáticas,
como as políticas de acesso aberto. Desse modo, a seção posterior se debruça sobre esse assunto.
2.2 Políticas de acesso aberto pela ótica do conceito de Política de Informação
O conceito de Política de Informação Global revela-se na emergência que se forma para
compreender as novas características que surgiram em vista das mudanças informacionais dos
Estados-nação, internamente e em suas relações internacionais (BRAMAN, 2004). A elevação
determinante para a ascensão também do conceito de Regime. O Regime Global de Políticas de
Informação torna-se o agente que estrutura as realidades empíricas da infraestrutura e do
conteúdo a ser regulado.
Alguns elementos-chave para a teoria do Regime são importantes para o entendimento
das questões de informação, comunicação e cultura que se dedicam a sociedade global a fim de
compreender a criação, processamento, fluxo e uso de informações (BRAMAN, 2004). Esses
fundamentos permitem que se entenda o dinamismo que cerca o campo da Política de
Informação e como isso torna demasiadamente problemático. Um novo modo de Regime gera
�problemas diferentes e isso exigiu uma metodologia para solucioná-los. Por isso, as políticas
voltadas a essa área são igualmente evolutivas, o que não ocorre em outros tipos (BRAMAN,
2004).
Apontando os elementos tratados acima, tem-se a preocupação em encontrar meios que
possibilitassem a redução de custos em transações financeiras e as incertezas que tangenciam o
mercado econômico e jurídico dos bens e serviços informativos e aprimorar o entendimento
sobre o novo ambiente que se configura com a transformação da informação em mercadoria. O
segundo ponto tange a mercantilização da informação em áreas até antes nunca vistas, como as
informações privadas passam a ser vistas como públicas e a desagregação de conteúdos que
seriam inseparáveis, como no caso a venda de citações, tabelas e demais conteúdos
separadamente dos artigos completos. Por último, a mudança tecnológica foi o fator mais
significativo que fomentou o avanço do conceito e a quebra de paradigmas sociais importantes
(BRAMAN, 2004).
Essa relação existente entre a teoria do Regime e Política de Informação pode ser
classificada como auto-reflexiva (BRAMAN, 2004). Essa relação promove a constituição das
tomadas de decisão dentro dos Estados-nações ou também de demais sistemas de governo, como
as universidades, por exemplo. Além disso, isso possibilita que o papel da criação,
processamento, fluxo e uso da informação como instrumentos de poder nas relações
internacionais e globais se tornem mais entrelaçado as questões trazidas pela teoria. Por fim,
destaca-se o novo processo de aprendizagem desenvolvido por meio dos regimes que remodelam
as novas realidades empíricas, bem como os resultados dessas experiências (BRAMAN, 2004).
Nessa perspectiva, a Política de Informação de um Regime é considerada madura quando
as suas características estão expressas de forma clara e transparente e aceita por todos os atores
envolvidos (BRAMAN, 2004). Dentre as características que a constituem
r privado e
(BRAMAN, 2004, p. 34-35), conforme visto na figura 2. Ao analisar cada uma das
características, a transparência estabelece um novo modo de fluxo de informação em âmbito
internacional e se incorporou como objetivo político. Isso inaugura modo de interação singular
entre os indivíduos com a sociedade (BRAMAN, 2004).
A aceitação de um novo modo de organização trouxe à tona a necessidade de
compartilhamento da tomada de decisão pelos setores públicos e privados. A formulação de
políticas por meio dessa lógica possibilita identificar os impactos do setor privado no público, tal
qual o inverso e dialogar em busca de soluções plausíveis para ambos. Deve-se destacar que, as
�relações de poder entre os setores ainda é uma questão a ser debatida, mas que vêm se
modificando gradativamente (BRAMAN, 2004). Em todo o Regime predomina uma forma de
poder e as demais convivem em simultaneidade. As quatro formas de poder existentes são: poder
instrumental o qual controla os comportamentos por meio do controle material; o estrutural
controla por meio da formação de instituições e regras que interferem no âmbito social. O
terceiro poder, poder simbólico (BOURDIEU, 1989; BRAMAN, 2004), molda crenças, modos
de percepção e ideias. Por último, emerge o poder informacional que controla os
comportamentos por intermédio do domínio das bases informativas dos materiais, instituições e
símbolos. Pode-se dizer que esse reúne as características dos demais e é importante salientar que
a sociedade da informação possibilitou que este se tornasse mais visível (BRAMAN, 2004).
Figura 2: Características da Política de Informação
Fonte: A autora
Essa pesquisa compreende que RIs vinculados a universidades brasileiras se constituem
como Regime de Informação em seus macrocosmos (CARVALHO,2014), ou seja, nas
instituições os quais pertencem; consequentemente é necessária a regulamentação destes por
meio de Políticas de Informação que visem meios transparentes, princípios organizacionais
consolidados, coparticiparem setores públicos e privados em virtude do desenvolvimento da
Ciência e consolidação do poder informacional como agente motivador dentro do sistema. Neste
sentido, analisou-se que para a implantação do RI em universidades brasileiras considera-se a
política de acesso aberto como a porta de entrada para sua instalação.
�4 PROPOSTA METODOLÓGICA
Como o ponto central da pesquisa está direcionado a propor critérios necessários para
construção de políticas institucionais na implantação de repositórios em universidades
brasileiras, partiu-se de uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados Web of Science, Scopus e
LISA e em alguns repositórios, tais como E-prints in Library and Information Science (E-LIS),
RepositoriUM da Universidade do Minho (Portugal), ARCA: Repositório Institucional da
Fiocruz, Repositório Institucional da Universidade da Bahia (RI UFBA), LUME Repositório
Digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Pantheon: Repositório
Institucional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Repositório Eletrônico
Institucional (REI) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) a fim de identificar, na literatura
da área, os elementos utilizados pelos gestores e/ou instituições mantendoras dos repositórios
nacionais e estrangeiros. Como estratégia de busca, optou-se por selecionar publicações entre os
anos de 2002 a 2017. A escolha desse recorte temporal está ligada ao início do Movimento de
Acesso Aberto e com a Declaração de Budapeste (BUDAPEST, 2002) e a consolidação das
estratégias ao longo desses dezesseis anos.
A partir dessa demarcação temporal, traçou-se como estratégia de busca a utilização dos
R institutional repositories OR institutional
predominância da língua inglesa. Deste modo, para uma recuperação com maior abrangência
lançou-se mão de tal recurso. No caso dos repositórios brasileiros, empregaram-se os mesmos
descritores, mas em língua portuguesa.
Após análise bibliográfica, identificou-se a necessidade de aprofundar a pesquisa
documental a partir da documentação produzida sobre as políticas implantadas nos repositórios
vinculados às principais universidades brasileiras e traçar parâmetros que possam ser usufruídos
por outras instituições que possuem missões institucionais com aspectos semelhantes. Para isso,
utilizou-se o site OpenDOAR e ROARMAP e como estratégia de busca, adotou-se recorte
geográfico (Brazil) e pelo tipo de repositório (institucional). Nesse grupo, delimitou-se os que
eram vinculados a universidades e cujas políticas já estavam definidas. Pretende-se, a partir da
análise documental das políticas desses repositórios e aplicação de questionários semiabertos
com os responsáveis, traçar os elementos comuns e identificar os componentes em comum das
políticas de acesso aberto. As assertivas serão inte
I
olítica de I
e de
trazido por Bernard Frohmann, Maria Nélida González
de Goméz, Sandra Braman e Hamid Ekbia.
�5 RESULTADOS PARCIAIS
O quadro 1 sinaliza as metodologias aplicadas para atingir os objetivos traçados para a
pesquisa.
Quadro 1: Esquema teórico metodológico
Objetivo
Metodologia pretendida
Resultado
a. Apresentar o contexto
Levantamento bibliográfico
Obtiveram-se os teóricos e
histórico do surgimento dos
da literatura do campo da
conceitos que embasaram o
Repositórios Institucionais
Biblioteconomia e da
marco histórico
por meio da análise na
Ciência da Informação
literatura biblioteconômica e
na Ciência da Informação
b. Identificar, selecionar e
Por meio da estratégia de
Definição do campo empírico
analisar os repositórios
busca no OpenDOAR e
da pesquisa
institucionais relacionados a
ROARMAP, identificou-se
universidades no Brasil e
os repositórios que serão
identificar as políticas
estudados
adotadas por estas
c. Salientar a função social
Exploração da pesquisa
Definição da função social do
dos repositórios
bibliográfica realizada a
RIs
institucionais no cenário das
respeito de RIs
universidades brasileiras
d. Indicar os elementos
Por meio da análise
necessários para as políticas
documental das políticas e
de acesso aberto para o
aplicação dos questionários
estabelecimento de um
semiabertos aos gestores
repositório digital em
dos RIs.
Em desenvolvimento
universidades brasileira
Fonte: A autora
Como método de coleta de dados no campo empírico, decidiu-se realizar aplicação de
questionário com perguntas semiabertas aos gestores dos repositórios institucionais escolhidos.
�As perguntas estão agrupadas a fim de identificar se os elementos presentes neles se assemelham
as características da Política de Informação apresentada no referencial teórico.
Essa pesquisa que ainda encontra-se em andamento será apresentada como dissertação ao
Programa de Pós-graduação em Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro; por isso, algumas etapas para a obtenção dos dados finais encontram-se em
desenvolvimento.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta investigação, de caráter interdisciplinar e exploratório, visa apresentar os
Repositórios Institucionais das universidades brasileiras como lugares informacionais que
legitimam, por meio de um meta-acordo com aspectos próprios, e que objetiva vincular, por
meio de normas, princípios, regras e procedimentos de tomada de decisão, as relações
construídas pelos atores envolvidos dentro das instituições de ensino superior do Brasil, tais
como docentes, discentes, técnicos-administrativos, departamentos, faculdades, entre outras
esferas institucionais, construindo, assim, uma estabilização dos processos de lutas existentes
entre estes (FROHMANN, 1995; BRAMAN, 2004; GONZÁLEZ DE GOMÉZ, 2012).
Atrelado a isso, esta pequisa analisou as políticas de acesso aberto dentro das
universidades brasileiras a fim identificar os elementos necessários à sua construção. Tem-se
estas como elementos primordiais para a implantação dos RIs; por isso, se faz preciso que haja
coerência institucional para que a sua implantação seja bem sucedida e, por consequência, haja
mecanismos para elaborar as demais políticas de gerenciamento dos Repositórios. Para tal
finalidade, utilizou-se o conceito de Política de Informação para averiguar as diretrizes para que
se chegue a esse objetivo.
O estudo pretende ser um instrumento aos gestores de Repositórios Institucionais que, no
primeiro momento, precisam criar meios para viabilizar os princípios de seus trabalhos dentro
das instituições e também ser um método de revisão das políticas já existentes para a melhoria
dos Repositórios e da difusão da Ciência no país.
REFERÊNCIAS
BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. Lisboa: DIFEL, 1989.
BRAMAN, Sandra. A economia representacional e o regime global da política de informação.
In: MACIEL, Maria Lucia; ALBAGLI, Sarita. Informação, conhecimento e poder: mudança
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�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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Salvador (Bahia)
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Políticas de acesso aberto para universidades brasileiras: um olhar sob a ótica do regime de informação e da política de informação em repositórios institucionais.
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Gama, Ivanilma Oliveira
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Salvador (Bahia)
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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O objetivo geral dessa pesquisa é propor os elementos mínimos para construção de políticas de acesso aberto na implantação de repositórios institucionais em universidades brasileiras. A partir da abordagem sobre regime de informação trazida por Sandra Braman, Maria Nélida González de Gómez, Hamid Ebkia e Bernd Frohmann, discute-se o papel dos repositórios institucionais. Além disso, por meio do conceito de política de informação, pretende-se examinar as políticas de acesso aberto instauradas nas universidades de ensino e pesquisa no Brasil. Para presente investigação empregou-se a metodologia de levantamento bibliográfico acerca da temática de repositórios institucionais, política de acesso aberto, regime de informação e política de informação. Como campo empírico, foram selecionados a partir do site OPENDOAR e ROARMAP repositórios institucionais de universidades brasileiras que representassem as cinco regiões do país. Nesse grupo, empregou-se o questionário aos gestores a fim de identificar se as políticas de acesso aberto caminham à luz das características das políticas de informação. Tais questionários serão empregados em duas fases: na primeira, os gestores receberão via correio eletrônico e, posteriormente, será validado por meio de entrevista realizado via software Skype. Como resultado da pesquisa pretende-se contribuir como aporte teórico e metodológico para a proposição de políticas de acesso aberto que sejam uma premissa para implantação dos repositórios institucionais em universidades brasileiras.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
O AUTOARQUIVAMENTO NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UM ESTUDO DE CASO DO CURSO DE
MESTRADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
SELF-ARCHIVING IN THE INSTITUTIONAL REPOSITORY OF THE FEDERAL UNIVERSITY
OF BAHIA: A CASE STUDY OF THE MASTER'S DEGREE IN COMPUTER SCIENCE
Resumo: Este artigo trata do procedimento de autoarquivamento no Repositório Institucional da
Universidade Federal da Bahia pelos egressos do Mestrado em Ciência da Computação. Buscase conhecer as políticas de autoarquivamento e as ações junto à comunidade acadêmica para
fomentá-lo, visando contribuir com o crescimento do acervo do Repositório. O levantamento de
dados partiu da observação da subcomunidade no Repositório, aplicação de questionários com os
discentes, e entrevista semiestruturada com o coordenador do Mestrado. O curso foi criado em
2012 e por questões pedagógicas foi substituído por um Programa, iniciado em 2014, que
contempla Mestrado e Doutorado, portanto, o curso em questão permitiu uma análise do seu
início ao fim. A pesquisa tem caráter bibliográfico, de natureza aplicada e abordagem
quantitativa. Os resultados demonstram que o arquivamento das dissertações não foi realizado
pelos próprios autores na sua plenitude, portanto, o autoarquivamento não se efetivou enquanto
estratégia prevista no movimento de acesso aberto, e sim pela assessoria do curso. Concluímos
que é necessário investir em políticas de autoarquivamento de modo amplo, com uma divulgação
mais contundente, capaz de atingir os membros da comunidade acadêmica, sem que a
interferência do colegiado seja a única opção, inclusive adotando procedimentos que facilitem
alguns processos de docentes, quando estes tiverem seus artigos disponibilizados no Repositório.
Palavras-Chave: Comunicação Científica. Repositório Institucional. Universidade Federal Da
Bahia. Movimento Mundial de Acesso Aberto. Autoarquivamento.
Abstract: This article aims to verify if self - archiving in the Institutional Repository of the
Federal University of Bahia was carried out in a satisfactory manner by the graduates of the
Master 's Degree in Computer Science. It seeks to know the policies of self-archiving, and
actions with the academic community to foster it, aiming to contribute to the growth of the
Repository's collection. The data collection was based on observation of the subcommunity in
the Repository, application of questionnaires with the students, and semi-structured interview
with the Master's coordinator. The course started in 2012 and for pedagogical reasons was
replaced by a program, started in 2014, which includes Master's and Doctorate, so the course in
question allowed an analysis of its beginning to end. The research has bibliographic character, of
applied nature and quantitative approach. The results show that the archiving of the dissertations
�was not carried out by the authors themselves in its fullness, therefore, self-archiving was not
carried out as a strategy foreseen in the open access movement, but by the course counseling.
We conclude that it is necessary to invest in self-archiving policies in a broad way, with a more
forceful disclosure, able to reach the members of the academic community, without the
interference of the collegiate being the only option, including adopting procedures that facilitate
some processes of teachers, when these have their articles available in the Repository.
Keywords: Scientific Communication. Institutional Repository. Federal university of Bahia.
World Open Access Movement. Autoarchiving.
1 INTRODUÇÃO
Com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), que alterou o
ciclo da comunicação científica, sobretudo a divulgação e disseminação do conhecimento em
âmbito mundial, surgem os Repositórios Institucionais (RI), no contexto do movimento mundial
em prol do acesso aberto, como uma resposta às políticas praticadas pelas editoras de periódicos
científicos e os altos preços cobrados pelas assinaturas. Os RI possibilitaram o armazenamento e
preservação da produção científica das universidades e centros de pesquisas.
A comunicação científica passou por uma profunda transformação, se comparada com o
período que antecedeu a chegada da internet e da www. A pesquisa científica era restrita, na
maioria das vezes, aos seus pares em âmbito local. Com a possibilidade de utilização de diversos
outros canais de comunicação, tais como: revistas eletrônicas, blogs, anais eletrônicos a pesquisa
científica ampliou o seu alcance e pôde ser compartilhada de modo mais rápido e eficaz. Para
científica, visto que sem comunicação, inclusive entre os pares, não há pesquisa, nada mais
coerente que a utilização de novos percursos de comunicação para agilizar e facilitar essa troca
de informações e geração de novos conhecimentos.
Diversos autores, muitos deles citados por Targino (2014), defendem a teoria de que a
notícia científica esteja presente nos meios de comunicação, levando conhecimento científico ao
grande público, evitando, portanto, o analfabetismo científico, que de acordo com essa autora é a
ade de assimilar as informações e os conhecimentos
que tange o público alvo, haja vista que a primeira atinge a comunidade externa, sociedade no
geral, grande público; enquanto a segunda é destinada aos pares e detentores de conhecimento
�cumpre função primordial: democratizar o acesso ao conhecimento científico e estabelecer
Considerando o fato de estarmos vivenciando um momento em que a sociedade necessita
visualizar os resultados de todo o investimento aplicado nas ciências e tecnologias, a fim de se
certificar que os esforços empregados para manutenção das instituições de pesquisa estão sendo
positivos, e para isso, o livre acesso às informações, aos dados, ao conhecimento produzido estão
em grande evidência, pois já não há como se permitir que os resultados de pesquisas
permaneçam em acesso restrito, visto que os investimentos públicos são os maiores
financiadores destas pesquisas que geram um conhecimento, que deve ser da coletividade.
Atrelado a todos os fatores citados anteriormente, evidenciamos uma profunda crise dos
periódicos científicos, periódicos estes que são os maiores veículos de comunicação científica,
distribuídos por editoras detentoras dos direitos de publicação e circulação de pesquisas em
diversas áreas do conhecimento, portanto, possuem plenos poderes na disseminação desta
informação, contudo, cobravam valores exorbitantes pelas assinaturas, o que foi gerando um
descontentamento por parte dos autores/pesquisadores de algumas instituições que necessitavam
de suas assinaturas para disponibilizar aos seus usuários os dados mais atualizados de
determinada área, visto ser o periódico suporte mais rápido e eficaz de propagação das novidades
na área científica. Desse modo, efetivou-se entre cientistas americanos da área de física, a
disseminação de suas produções em acesso aberto, sendo os Repositórios Institucionais o local
de disponibilização.
Na atualidade, os RI vêm crescendo e ampliando a sua inserção no fluxo da comunicação
científica, no entanto ainda há questões que precisam ser repensadas para que de fato eles
cumpram com o seu importante papel. O Repositório da Universidade Federal da Bahia (UFBA),
que em setembro de 2017 completou sete anos de sua implantação, é o objeto de estudo desse
artigo que, foi delimitado pelo curso de Mestrado em Ciência da Computação, e se propõe a
verificar os fatores que interferem no autoarquivamento em sua subcomunidade, com o propósito
de utilizarmos esses dados como parâmetros para atuarmos em uma mudança de paradigmas.
Para essa verificação, observamos a subcomunidade no Repositório, aplicamos questionários
com os discentes, e realizamos uma entrevista semiestruturada com o coordenador do Mestrado,
portanto, a pesquisa se constituiu de um caráter bibliográfico, de natureza aplicada e abordagem
quantitativa.
�2 CONTEXTUALIZAÇÃO
Diante do descontentamento dos acadêmicos e das instituições envolvidas, muitas ações
foram evidenciadas para alcançarmos o acesso aberto, a exemplo do arquivo de impressão
eletrônica Los Alamos, criado por Paul Ginsparg, o arXiv.org, que se tornou um importante
meio de comunicação entre os pesquisadores da área de Física. Contudo foi com a Convenção de
Santa Fé, realizada em 21 de outubro de 1999, no Novo México, que o escopo do acesso aberto
foi se definindo. Neste encontro, foi possível reunir representantes de diversas instituições
favoráveis ao acesso aberto e dispostos a tornar essa ideia uma realidade. Para Costa e Leite
científicas, em textos compl
A partir desta intenção concretizada através da Convenção de Santa Fé, outras
manifestações de apoio ao novo paradigma na comunicação científica, o Acesso Aberto, foram
se incorporando ao movimento, dentre elas a Budapeste Open Access Iniciative (BOAI),
conforme relata Silva e Alcará (2009, p.101):
Foi criada em fevereiro de 2002, a partir da reunião promovida pelo Open Sociaety
Institute (OSI), da Soro Fundation, com o propósito de analisar como as iniciativas
isoladas poderiam trabalhar conjuntamente e como o OSI e as demais fundações
poderiam utilizar de forma mais efetiva seus recursos para contribuir com o acesso
aberto.
Essa reunião gerou uma declaração, considerada um documento marco no movimento de
acesso aberto, que recomenda duas estratégias para alavancar o movimento, são elas: o
autoarquivamento e acesso aberto aos periódicos. Essas estratégias se tornariam posteriormente
conhecidas como: via verde e via dourado respectivamente. A primeira trata da publicação em
repositórios institucionais de trabalhos científicos; e a segunda, atinge diretamente os periódicos
científicos, sugerindo alterações na disponibilização dos conteúdos por eles gerenciados, afim de
que este conteúdo seja pelo menos em partes disponibilizado em formato de acesso aberto. Costa
Open Acess foi utilizada pela primeira vez para
Ademais, diversas declarações de órgãos e países foram enriquecendo esse movimento de
livre acesso, mas de acordo com Silva e Alcará (2009, p. 104):
A iniciativa de maior visibilidade nos Estados Unidos foi a definição e o
estabelecimento formal de uma política governamental de obrigatoriedade de depósito
no repositório de acesso aberto, PubMed Central (PMC), de todo resultado de pesquisa
financiada pelo National Institute of Health (NIH) [...], o Congresso Americano
solicitou que o NIH desenvolvesse uma política e obrigatoriedade de depósito em
repositório de acesso aberto.
�Nesse cenário e com a ampliação do Movimento para o Livre Acesso, ele propagou-se no
Brasil através do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), sendo o seu
marco o lançamento do Manifesto de Acesso Aberto a Dados da Pesquisa Brasileira em 2005.
Identificamos nos estudos realizados por Costa (2006), que os debates sobre o acesso livre à
informação científica têm acontecido com grande frequência por diversos países, a exemplo do
que ocorreu no Reino Unido, onde o Parlamento cedeu à pressão e foi levado a legislar sobre o
tema do Acesso Aberto, propondo que Agências de fomento regulamentassem a matéria, que as
Universidades as implementassem e que as editoras considerassem a mudança nas suas políticas
de distribuição, ocasionando em uma mudança de paradigmas para os pesquisadores.
É nesse contexto que nasce o Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia
(RI/UFBA), através da Portaria de implantação, emitida pelo então Reitor Naomar Monteiro de
Almeida Filho, em 07 de janeiro 2010.
A implantação do RI-UFBA é fruto de grandes esforços por parte da equipe técnica e das
instâncias administrativas da Universidade, processo também desencadeado através dos estudos
realizados por Rosa (2011) em sua Tese de Doutorado. A autora destaca em seus relatos, que um
dos principais desafios das instituições acadêmicas, que produzem conhecimento, é
disponibilizar de modo eficiente suas pesquisas. Contudo o meio digital possibilitou a
disseminação dessa produção científica através da rede mundial de computadores, e ampliou o
acesso e a visibilidade, porém ainda dispersa, e para tanto, os repositórios digitais surgem como
alternativa de consolidação de diversos tipos de produção científica, artística e cultura, em
formatos mais variados possíveis, tais como: textos, sons e imagens, imagens em movimento
contribuindo para o armazenamento, preservação e democratização do conhecimento da
instituição. E finaliza esse pensamento com uma reflexão de que o que podemos aguardar da
Universidade, é que ela cumpra sua função de ao tempo que produz conhecimento, também
comunicar e divulgar.
Meadows (1999) demonstra que desde a década de 1960, o computador já seria uma
solução viável para o tratamento da informação produzida em meio científico, conforme relato a
seguir:
O computador já era empregado no processamento de informações na década de 1960.
Sua evolução por certo iria permitir o tratamento rápido de uma grande quantidade de
informações, transformando-o em ferramenta cada vez mais eficaz para a comunicação
científica.
Diante do exposto, temos a preocupação e o intuito de verificar, após sete anos da sua
implantação, o desenvolvimento do RI/UFBA, tendo como amostra o curso de Mestrado em
Ciência da Computação, identificando os fatores que interferem no autoarquivamento na sua
�subcomunidade, e quais as conseqüências que esses fatores exercem na visibilidade da sua
produção científica. Além disso, pretendemos propor soluções para uma maior conscientização
de outros cursos, tendo por base as observações e os dados levantados no curso em questão, cuja
inserção de dados seja inexistente ou insuficiente.
3 O AUTOARQUIVAMENTO
O tema proposto neste artigo se justifica pela atualidade com que os Repositórios
Institucionais foram inseridos no âmbito das universidades no Brasil, em especial na
Universidade Federal da Bahia (UFBA), e destacamos a sua importância já que os Repositórios
cumprem um papel de destaque no contexto da comunicação científica por disseminar e
preservar a produção das Instituições de Ensino Superior e Centros de Pesquisa.
Através de levantamento realizado em dezembro de 2017,
, é possível identificar cerca
de 109 instituições que possuem Repositórios, dos quais 90% são instituições de ensino superior
pública, e os outros 10% de instituições de pesquisa no geral. Diante desse cenário e do seu
recente nascimento ou implantação, torna-se necessário uma verificação do comportamento dos
agentes inseridos nessa nova concepção de comunicação e/ou divulgação científica, delimitado
na pesquisa, pelo curso de mestrado em Ciência da Computação da UFBA.
A escolha do referido curso da UFBA se deve ao fato desse curso ter sido implantado em
2012, ou seja, posteriormente a implantação do RI-UFBA, e por questões pedagógicas um novo
programa de pós-graduação em Ciência da Computação o substituiu em 2014, portanto,
poderemos analisar como se deu o autoarquivamento do início ao final do curso. Considerando
que o curso de Ciência da Computação está inserido em uma área estratégica, no que tange as
Ciências e Tecnologias, identificamos quão é importante analisarmos a sua inserção no cenário
do acesso aberto.
Pesquisas alertam que algumas áreas do conhecimento possuem maior consciência no
que tange a importância da disseminação da produção científica, como discorre Costa e Leite
(2006), citando estudos realizados por Antelman (2004), destaca a questão da divisão das
disciplinas, com o intuito de identificar o impacto das suas citações em ambientes digitais versos
tópico
essencial nessa e em quaisquer discussões concernentes à comunicação científica, em relação ao
129
Disponível em: <
http://wiki.ibict.br/index.php/Bibliotecas_Digitais_de_Teses_e_Disserta%C3%A7%C3%B5es>.
�A partir dessa análise preliminar, pretendemos identificar na UFBA, através do seu RI,
como se comporta o curso de Mestrado em Ciência da Computação, uma das portas de entrada
para o crescimento acadêmico e científico. De acordo com Vianna e Carvalho (2013):
Os RIs são ferramentas relativamente novas, em desenvolvimento e em constante
mudança e a percepção de seus resultados positivos ainda é pequeno por parte dos
usuários. Como ferramenta em desenvolvimento ela necessita de avaliações constantes
e uma integração entre os profissionais da área da Ciência da Informação e o pessoal de
TI, bem como com os seus usuários.
No que diz respeito ao RI/UFBA, o mesmo não acompanha a realidade da Instituição
quanto a sua produção científica, cultural e artística, perfazendo, atualmente um total de 22 mil
documentos disponíveis em acesso aberto,130 dos quais o Mestrado em Ciência da Computação
contribui com 76 documentos inseridos, entre Dissertações, Artigos publicados em periódicos,
em Conferência e capítulos de livros. Desse modo, é importante fomentarmos para que haja
maior amplitude de divulgação e inserção do que é produzido na Universidade, demonstrando
assim a importância da Universidade para a sociedade e retorno do investimento de recursos
públicos na produção da pesquisa científica.
O procedimento mais indicado para disponibilização dos documentos na concepção do
acesso aberto, inclusive definido pela Convenção de Santa Fé como um dos princípios básicos
desta filosofia e corroborado pela Budapeste Open Access Iniciative (BOAI), é o
autoarquivamento. De acordo com Triska e Café (2001):
O autoarquivamento refere-se ao direito de o próprio autor enviar o seu texto para
publicação sem intermédio de terceiros. Trata-se de um conceito inovador cujos
objetivos são tornar o texto disponível o mais rápido possível e favorecer o acesso
democrático e gratuito das publicações eletrônicas, enfraquecendo o monopólio das
grandes editoras científicas que até recentemente detinham em seu poder os direitos de
publicação.
Os agentes envolvidos nesse processo de autoarquivamento, para divulgação das suas
produções acadêmicas e científicas precisam compreender a importância do movimento de
acesso aberto e se conscientizarem da necessidade de inserção de suas publicações no
Repositório Institucional da UFBA, através das suas subcomunidades.
De acordo com estudos realizados por Barros (2015), quando entrevistado, o
coordenador de ensino de pós-graduação da UFBA mostrou-se favorável a realização de um
trabalho de divulgação do RI e instruções sobre o seu uso, porém não há uma concordância
quanto a existir algum documento oficial de obrigatoriedade do autoarquivamento, o que já vem
acontecendo em diversas outras universidades.
�4 METODOLOGIA
Para o cumprimento dos objetivos propostos o percurso metodológico se inicia com o
levantamento da bibliografia, referente ao contexto da problemática, confrontando os mais
diferentes autores que tratam de implantação e manutenção dos Repositórios Institucionais, das
universidades brasileiras.
De acordo com Santos (2012):
Revisar significa retomar os discursos de outros pesquisadores e estudiosos não apenas
para reconhecê-los, mas também para interagir com eles por meio de análise e
categorização a fim de evidenciar a relevância da pesquisa a ser realizada .
Para as análises utilizamos uma metodologia de natureza aplicada, realizando o
levantamento bibliográfico referente ao contexto da problemática, tendo a pesquisa bibliográfica
como procedimento, com uma abordagem quantitativa, e como instrumentos de coleta de dados,
entrevista e aplicação de questionários com discentes.
O curso de Mestrado em Ciência da Computação, alvo da nossa pesquisa, foi examinado
através da sua homepage e do sistema acadêmico da UFBA, com o intuito de levantarmos dados
e informações acerca do quantitativo de discentes que finalizaram de fato o curso, quais
informações estão dispostas sobre o movimento de acesso aberto e o RI-UFBA e o nível de
conhecimento dessa ferramenta pelo comunidade que atende, e acerca das políticas para
utilização do RI-UFBA. Aplicação de questionários com os discentes, a fim de entender seu grau
de
conhecimento
sobre
o
movimento
de
acesso
aberto,
o
RI-
UFBA e o autoarquivamento; e entrevista com o coordenador do curso de Mestrado em Ciência
da Computação com a intenção de identificar quais providências foram adotadas para que a
comunidade acadêmica estivesse engajada nessa proposta de comunicação de acesso aberto, para
a produção científica oriunda desta Instituição.
Utilizamos a pesquisa quantitativa como instrumento de investigação, uma vez que, segundo
Fonseca (2002) citado por Gerhardt (2009):
A pesquisa quantitativa se centra na objetividade. Influenciada pelo positivismo,
considera que a realidade só pode ser compreendida com base na análise de dados
brutos, recolhidos com o auxílio de instrumentos padronizados e neutros.
Quanto à natureza do trabalho, foi realizada uma pesquisa aplicada, que de acordo com
-se por seu interesse prático, isto é, que os resultados
sejam aplicados ou utilizados imediatamente, na solução de problemas que ocorrem na
�Este artigo tem como objetivo uma análise exploratória do problema, com levantamento
bibliográfico, para efeito de aprofundamento no que tange o autoarquivamento, consideramos os
estudos realizados por Pereira, Barros e Andrade (2012); Assis (2013); Gatti, Fogolin e Almeida
(2014); Veiga e Macena (2015), buscando conhecer as pesquisas realizadas de modo mais
abrangente, ou ainda de forma específica em determinada instituição.
Adotamos como
instrumento de coleta de dados, a realização de entrevista semiestruturada e aplicação de
questionários, tendo como procedimento um estudo de caso, que de acordo com Gil (2007)
citado por Gerhardt (2009):
Um estudo de caso pode ser caracterizado como estudo de uma entidade bem definida
como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma pessoa, ou uma
unidade social. Visa conhecer o como e o porquê de uma determinada situação que se
supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de mais
essencial e característico.
Temos, portanto, uma pesquisa de cunho bibliográfico, de natureza aplicada que se utilizou de
entrevista e questionário como instrumento de coleta de dados. O universo da pesquisa se
compõe dos discentes do Mestrado em Ciência da Computação da - UFBA, a fim de entender as
suas relações estabelecidas com o RI e entrevista com o coordenador do curso de Pós-Graduação
com a intenção de identificar as medidas que foram adotadas para fortalecer e incentivar a
disponibilização da produção no RI contribuindo para a aplicação do acesso aberto a produção
científica oriunda desta Instituição.
5 RELATO SOBRE O MESTRADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
O Mestrado em Ciência da Computação da UFBA foi implantado em 2012, com a
proposta de ser o primeiro mestrado oferecido nessa área, de forma totalmente gratuita, visto que
outras universidades particulares já possuíam mestrado nessa área. No entanto, esse mestrado
sofreu descontinuidade em 2013.2, ou seja, apenas ingressaram 03 turmas (2012.1 / 2012.2 e
2013.1), visto que o projeto de criação de um Programa em Ciência da Computação, que
contempla Mestrado e Doutorado, estava em vistas de ser aprovado pela Capes, o que de fato
aconteceu em 2014.1, logo, o Mestrado recém-criado, estava fadado ao seu fim. Já em 2013.2
não houve mais seleção para este curso e a partir desse momento, apenas os alunos que já
haviam ingressado estavam dando continuidade às suas atividades, até que ocorresse a última
defesa e o curso fosse de fato inativado. Entre 2012.1 e 2013.1 ingressaram um total 112 alunos
no mestrado, mas o levantamento atual revela que desse total de ingresso apenas 54 deles
�defenderam, os demais foram desligados do curso por diversos motivos, ou seja, quase 50% dos
ingressos alcançaram o título de mestre através deste curso.
Acreditamos ser uma proposta interessante para verificação do comportamento desses
agentes, frente ao Repositório Institucional da UFBA, visto que a implantação do curso se deu
exatamente após a criação do RI em 2010, o que não justificaria, a princípio, o desconhecimento
dessa ferramenta. As defesas de dissertação e artigos elaborados pelos discentes,
consequentemente aconteceram em anos posteriores, tempo suficiente talvez para conhecer o RI
e se utilizar dessa ferramenta.
Identificamos através de ofícios emitidos a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (Propg), que
cerca de 30 alunos receberam apoio financeiro para apresentação de artigos, ou seja, podemos
inferir que alguns artigos foram publicados em eventos, porém sem suas devidas inserções no
RI-UFBA, visto que identificamos artigos atribuídos a esse curso, em sua subcomunidade,
porém relacionados com anos anteriores a criação do curso, portanto, deduzimos que foram
arquivados indevidamente nesta subcomunidade, além do que, os autores encontrados não
correspondem aos discentes do curso e sim docentes que pertenceram ao curso e a outros
programas também, o que pode ter gerado algum tipo de equívoco no ato do arquivamento.
Como forma de levantarmos as informações sobre o conhecimento acerca do RI UFBA
pelos discente, encaminhamos um questionário através do Google Form, em 12 de janeiro de
2018, contendo cinco perguntas fechadas, aos 54 discentes que de fato obtiveram o título de
mestre, dos quais 44 deles já possuem suas dissertações inseridas no RI-UFBA. Do total de 54
questionários enviados, recebemos resposta de 34 deles.
Com o intuito de compreendermos como se deu o arquivamento das dissertações, visto
ser considerável o número de inserções no RI, e a divergência das respostas dos discentes quanto
ao autoarquivamento, sendo que cerca de 85% dos respondentes informaram que não realizaram
esse procedimento, contactamos a secretaria de apoio ao curso e formos informados que os
servidores técnicos administrativos deste setor, é que realizaram essas inserções, através de um
verdadeiro mutirão, orientados pela equipe do RI-UFBA e pela coordenação do curso mais ou
menos entre os anos de 2014 e 2016. Percebam que essa atividade não necessitava ser realizada
em forma de mutirão, muito menos pelos servidores técnicos administrativos, haja vista que há
possibilidades de autoarquivamento pelos próprios discentes, caso assim fossem orientados ou
estabelecido de forma regulamentar pelo Programa. Sobre conhecer o Movimento de Acesso
Aberto, 50% dos respondentes afirmam desconhecer o movimento, sendo que quase 30%
afirmaram conhecer, e os outros 20% informaram que talvez tenha ouvido falar. Outro
-UFBA; cerca de 32%
�dos respondentes afirmaram desconhecer o RI-UFBA, quase 60% afirmaram conhecer e outros
8% afirmaram que talvez já tenha ouvido falar sobre essa ferramenta. Quando o quesito foi
acerca da orientação sobre o autoarquivamento no RI-UFBA, cerca de 59% responderam que
não foram orientados a tal procedimento, por volta de 27% responderam que foram orientados e
os outros 14% informaram que talvez tenha sido orientados . Para finalizar, perguntamos se os
discentes consideram importante disponibilizar sua dissertação ou artigo em acesso aberto,
tornando sua produção mais visível. Para 97% dos respondentes, sim eles consideram importante
essa divulgação em acesso aberto, os outros 3% já não consideram.
A entrevista realizada com o coordenador do curso revelou dados interessantes, ao passo
que o docente traz uma reflexão sobre a essência do Repositório Institucional da UFBA. O
docente afirma conhecer o movimento de acesso aberto e o RI-UFBA, e informa que foi
orientado institucionalmente para que seu curso realizasse o arquivamento no RI-UFBA, porém
não lembra se foi dito que este arquivamento na verdade seria realizado pelos discentes e
docentes. O entrevistado afirma que o curso não possui nenhuma referência ao RI-UFBA em sua
homepage, e não há política de autoarquivamento elaborada. Por não ter compreendido que o
procedimento seria via autoarquivamento, o docente considera a inserção no RI-UFBA uma
atividade duplicada, visto que o mesmo documento deve ser inserido em outras bases de dados,
tais como a Plataforma Lattes do CNPq e Sucupira da CAPES, levando a um trabalho exaustivo,
Um incentivo a esse tipo de cadastramento, por exemplo,
seria um sistema automático de progressão aonde os dados de publicações viessem
automaticamente do RI. Ai sim faria sentido manter mais essa bas
. O
Pouca divulgação,
principalmente indicando de forma clara os benefícios e possíveis problemas para os discentes
no não arquivamento . Quando questionado se o docente seria favorável a uma política de
obrigatoriedade, ou política de recompensa, para aqueles pesquisadores que publicam em acesso
De forma bem pragmática a
aberto
Instituição deveria pensar em algum tipo de procedimento que, caso as publicações já estejam
cadastradas no repositório algum processo seja facilitado, como por exemplo, o relatório de
6 CONCLUSÃO
Com as devidas análises, concluímos que o autoarquivamento no Mestrado em Ciência
da Computação não ocorreu na sua plenitude por questões de comunicação interna entre as
instâncias administrativas da UFBA e do próprio Repositório, visto que os relatos deixam clara a
�dificuldade de entendimento quanto ao reposnsável pelo arquivamento da produção dos
discentes. O Colegiado do curso não compreendeu adequadamente como deveria ser processada
essa inserção de dados, e com isso não elaborou nenhum documento de orientação ou mesmo
uma política de autoarquivamento para os discentes. Essa ausência de informação clara e efetiva
ocasionou em um desgaste por parte do pessoal técnico, estes sim foram orientados pelo curso a
arquivarem no Repositório todas as dissertações defendidas, visto a pressão que estavam
recebendo de instâncias administrativas para o povoamento da sub-comunidade no Repositório.
É perceptível essa conclusão, ao analisarmos que a maioria das respostas dadas pelos
entrevistados, afirmam conhecer o Repositório Institucional da UFBA, e considerarem
importante a disponibilização da sua produção em acesso aberto; em contrapartida, a maioria
também afirma que não autoarquivaram suas dissertações. Concluímos que o desconhecimento
por parte da coordenação, assim como dos discentes, não permitiu que o autoarquiovamento se
efetivasse enquanto estratégia do Movimento de Acesso Aberto. A falta de incentivo
institucional para que o autoarquivamento ocorra, é evidenciado como uma realidade que pode
ser transformada, e que venha a contribuir para uma mudança de paradigma. Acreditamos que
essa conclusão possa auxiliar na conscientização de outros cursos, para o entendimento mais
claro da definição de autoarquivamento, e contribuir para que a gestão do Repositório
Institucional da UFBA promova ações de fortalecimento dessa estratégia, adotando uma
comunicação mais direta e eficiente junto aos cursos de pós-graduação.
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�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
O autoarquivamento no repositório institucional da Universidade Federal da Bahia: um estudo de caso do curso de Mestrado em Ciência da Computação.
Creator
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Santos, Davilene Souza; Rosa, Flávia Goulart M. Garcia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo trata do procedimento de autoarquivamento no Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia pelos egressos do Mestrado em Ciência da Computação. Buscase conhecer as políticas de autoarquivamento e as ações junto à comunidade acadêmica para fomentá-lo, visando contribuir com o crescimento do acervo do Repositório. O levantamento de dados partiu da observação da subcomunidade no Repositório, aplicação de questionários com os discentes, e entrevista semiestruturada com o coordenador do Mestrado. O curso foi criado em 2012 e por questões pedagógicas foi substituído por um Programa, iniciado em 2014, que contempla Mestrado e Doutorado, portanto, o curso em questão permitiu uma análise do seu início ao fim. A pesquisa tem caráter bibliográfico, de natureza aplicada e abordagem quantitativa. Os resultados demonstram que o arquivamento das dissertações não foi realizado pelos próprios autores na sua plenitude, portanto, o autoarquivamento não se efetivou enquanto estratégia prevista no movimento de acesso aberto, e sim pela assessoria do curso. Concluímos que é necessário investir em políticas de autoarquivamento de modo amplo, com uma divulgação mais contundente, capaz de atingir os membros da comunidade acadêmica, sem que a interferência do colegiado seja a única opção, inclusive adotando procedimentos que facilitem alguns processos de docentes, quando estes tiverem seus artigos disponibilizados no Repositório
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Eixo II
Pesquisa e Extensão
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS VISITANTES NO ESTANDE DO
CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA NO CONGRESSO BRASILEIRO
DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, FORTALEZA, CEARÁ
Resumo: Este trabalho apresenta os resultados da pesquisa, coordenada pela Comissão de
Divulgação do Conselho Federal de Biblioteconomia, realizado durante XXVII Congresso
Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, na cidade de Fortaleza, no Ceará, entre os
dias 17 a 20 de outubro de 2017. O objetivo do estudo foi identificar e caracterizar o público que
frequentou o estande do Conselho Federal de Biblioteconomia, durante o evento, considerando
os aspectos de formação, etário, gênero, atividade profissional e as expectativas de atuação da
Comissão de Divulgação, pelos bibliotecários. Trata-se de um estudo aplicado, de cunho quantiqualitativo, que utilizou, como ferramenta de coleta de dados, um questionário. Os resultados
indicaram que a maioria dos participantes possuem menos de 10 anos de formação e atuam
principalmente em bibliotecas universitárias. A maioria dos participantes espera que o Conselho
Federal de Biblioteconomia atue divulgando suas ações em redes sociais e posicionando
publicamente diante de questões política/culturais que estejam em discussão na sociedade
brasileira.
Palavra-chave: Conselho Federal de Biblioteconomia; Comissão de Divulgação do CFB;
Marketing.
Abstract: This paper presents the results of the research, coordinated by the Dissemination Committee of the
Federal Library Board, held during the XXVII Brazilian Congress of Library Science and Documentation, in the
city of Fortaleza, Ceará, from October 17 to 20, 2017. The objective of the study was to identify and characterize
the public who attended the Federal Library Board's booth during the event, considering the aspects of formation,
age, gender, professional activity and expectations of the Disclosure Commission by the librarians. It is an applied
quantitative-qualitative study that used a questionnaire as a data collection tool. The results indicated that the
majority of the participants have less than 10 years of training and work mainly in university libraries. Most of the
participants expect that the Federal Librarianship Council will publicize its actions in social networks and position
publicly on political / cultural issues that are under discussion in Brazilian society.
Keywords: Federal Librarianship Council; CFB Disclosure Committee; Marketing.
1 Introdução
Entre as competências da Comissão de Divulgação do Conselho Federal de
Biblioteconomia (CDV/CFB), destaca-se as atribuições de organizar e gerenciar estandes em
eventos técnicos e científicos de interesse do Sistema do Conselho Federal e Regionais de
�Biblioteconomia (Sistema CFB/CRB) e promover a divulgação de matérias doutrinárias,
informativas, críticas, noticiosas e de qualquer outro gênero, para difusão da Biblioteconomia
brasileira. Constantemente a CDV/CFB busca estratégias para conhecer a classe bibliotecária,
nesse sentido, tem se utilizado de ferramentas online e desenvolvido instrumentos que permitam
tal tarefa.
O objetivo do estudo foi identificar e caracterizar o público que frequentou o estande do
Conselho Federal de Biblioteconomia, durante a realização do XXVII Congresso Brasileiro de
Biblioteconomia e Documentação, realizado em Fortaleza, Ceará, visando orientar o
posicionamento e as ações da CDV, oportunizando aproximação do Sistema CFB/CRB com os
bibliotecários brasileiros.
A Comissão de Divulgação, na estrutura do CFB, é responsável pela organização e
gerenciamento de estantes nos eventos científicos e de interesse da profissão, dentre outras
atribuições. Cumprindo esta atribuição regimental, tem coordenado estantes no CBBD e SNBU
ao longo dos anos.
2 Referencial teórico
Conhecer usuários e clientes tem se tornado o diferencial para muitas organizações.
Lucas et al (2008) expõe que o conhecimento é fundamental para as organizações que desejam
se transformar. Nesta perspectiva, é preciso buscar a visão das pessoas envolvidas na instituição
para gestão dos processos e rotinas. Figueiredo (2009) já explicitava que os estudos acerca de
comunidades buscam conhecer quais informações os indivíduos precisam. A afirmativa da
autora ainda hoje é relevante, por esse viés, sabe-se que usuários tem
opinião e podem
contribuir com a visão sobre serviços e bens.
essenciais para a avaliação dos serviços desenvolvidos pela biblioteca e, como tal, fazem parte
afirma-se que não é somente para os serviços da biblioteca, o estudo de comunidades auxilia na
busca de estratégias para aproximação de grupos bem como
indicar
lacunas a serem
preenchidas.
Em Figueiredo (2009), texto clássico da área da Biblioteconomia, a autora expôs que esta é
a forma de conhecer as necessidades dos usuários. Decorreu o tempo, novas teorias surgiram,
mas a visão continua a mesma. A melhor forma de contribuir para as organizações é conhecer a
visão de quem usa os serviços. Aproximação das comunidades de usuários pode proporcionar às
organizações uma fonte inesgotável de informações.
�Afinal, compreender que não temos todo o conhecimento é o primeiro passo para uma
aproximação e consequente busca. Atualmente, as tecnologias digitais tem contribuído para
mapear os caminhos percorridos pelos clientes e com isso potencializar a oferta de bens e
serviços.
Figueiredo (1985), através de um levantamento bibliográfico abrangente, mostra como
os estudos de usuários devem ser aplicados como diretrizes para não só elaborar novos sistemas,
mas também aperfeiçoar aqueles já existentes.
Baptista e Cunha (2007) esclarecem que o estudo do uso da informação passou de uma
fase quantitativa para uma fase qualitativa, pois se percebeu que as pesquisas utilizadas com
métodos quantitativas não contribuíam para a identificação das necessidades individuais dos
usuários e para implementação de sistemas de informação adequados a necessidades exigidas.
Assim, os estudos que buscavam retratar uma realidade a partir de números, deu lugar aos
estudos que tem como meta compreender o uso da informação. A pesquisa qualitativa tem como
foco a causas das reações dos usuários da informação e na resolução do problema informacional.
Conhecer as causas da busca da informação em vez quantifica-las.
Os mecanismos para obter informação, com o uso da tecnologias digitais, atualizaram e
permitiram um acesso mais rápido, de forma que o usuário tem milhares de bibliotecas digitais dentro da
sua casa, vinte e quatro horas por dia, todos os dias da semana. Afirma-se que na década de 1990, não se
tinha acesso e quando havia era ao material impresso disponível, hoje, existe a informação, muitas vezes
o que falta é saber o caminho para encontrá-lo. Compreende-se desta forma que a ponte entre a
Por esse viés, corrobora-se a visão de Valentin:
A informação é insumo para qualquer fazer, seja no âmbito acadêmico, seja no âmbito
informação é apropriada pelo indivíduo, por meio do estabelecimento de relações
cognitivas. (VALENTIM, M. 2010. p. 14.)
Assim, afirma-se que a informação é fundamental em qualquer momento da vida de uma pessoa,
ela serve para responder aos mais variados anseios da sociedade. A relação do mundo é permeada pelo
acesso, que ainda é díspar. Enquanto boa parte da sociedade tem, muitas pessoas desconhecem o mundo
da informação disponibilizado por meio digital.
3- Procedimentos Metodológicos
O objetivo do estudo foi identificar e caracterizar o público que frequentou o estande do
Conselho Federal de Biblioteconomia, durante a realização do XXVII Congresso Brasileiro de
�Biblioteconomia e Documentação, realizado em Fortaleza, Ceará, visando orientar o
posicionamento e as ações da CDV, oportunizando aproximação do Sistema CFB/CRB com os
bibliotecários brasileiros.
O conceito de metodologia segundo o Demo (2009, p.19)
Cuida dos procedimentos, das ferramentas, dos caminhos. A finalidade da ciência é
tratar a realidade teórica e praticamente. Para atingirmos tal finalidade colocamos vários
Ou seja, metodologia é o caminho percorrido pelos cientistas na elaboração da sua
pesquisa com o objetivo de buscar o conhecimento para suas inquietações. Pode ter abordagem
quantitativa em que o pesquisador coleta os dados adquiridos durante a pesquisa em forma de
números com o objetivo de haver poucas chances de distorção nos resultados já que as perguntas
são fechadas. Já a qualitativa quando constituída de perguntas abertas, posteriormente servem
para uma análise interpretativa do pesquisar dos dados revelados pelos respondentes, o que se
torna mais complexa essa abordagem.
Assim sendo, nessa sessão do trabalho será abordada a metodologia usada durante a
investigação do trabalho que foi realizado. O campo da pesquisa é de natureza básica com o
intuito de gerar conhecimento sem previsão de colocar em prática. Com uma abordagem qualiquantitativa em que se elaborou um questionário, via formulário do Googledocs. Das nove
questões, cinco foram abertas, para que o respondente elaborasse sua resposta. O instrumento foi
aplicado no decorrer do Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, na cidade de
Fortaleza, Ceará aos visitantes do Stand do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB).
4 Resultados e discussões
A primeira questão buscou saber qual faixa etária dos participantes da pesquisa. A figura
1 ilustra as respostas.
�Fonte: dados da pesquisa
Verificou-se na figura que a faixa etária entre 31 e 40 anos teve maior representatividade
entre os respondentes, com aproximadamente 75, do total de 150. O percentual menor ficou na
faixa etária acima de 61 anos.
A segunda questão perguntou sobre a área de atuação, verifica-se na figura 2 os
resultados.
Fonte: dados da pesquisa
Observa-se que dos 150 respondentes, 99 especificaram sua atuação em Bibliotecas de
instituições públicas. Não foi perguntado se de abrangência federal, estadual ou municipal,
somente se era de instituição pública ou privada. Treze respondentes explicitaram ser docentes
de instituição pública, treze bibliotecários de instituição particular. Dezesseis não especificaram,
deixaram outro somente.
A terceira questão perguntou sobre atuação em bibliotecas, conforme se observa na figura
3.
�Fonte: dados da pesquisa
A segunda questão mostrou que 99 respondentes são bibliotecários de instituições
públicas e a terceira, esclarece que 60 atuam em Biblioteca Universitárias, após, as Bibliotecas
especializadas se destacam com cerca de 31 respostas.
A quarta questão inquiriu sobre a instituição de formação, apresentada na figura 4.
Fonte: dados da pesquisa
Das 150 respostas, pulverizou em 40 instituições, sendo que um estudante respondeu e
um docente com formação em outra área. Entre as instituições citadas, destacou-se na figura 4 as
10 que tiveram mais participaram no instrumento de pesquisa. Com uma boa diferença, a
Universidade Federal do Ceará (UFC), teve 18 participações, seguida da UFMT com 13.
A quinta questão perguntou há quanto tempo os respondentes estão formados,
identificada na figura 5.
�Fonte: dados da pesquisa
Observa-se na figura 5 que um respondente deixou em branco. 27,5% concluiu a
graduação entre
2012-2008. Não houve muita diferença entre os períodos apresentados.
Destaca-se que 14,1% concluiu os estudos antes de 1987, uma percentagem igual a outras
recentes.
A questão 6 perguntou sobre ter cursado Pós-Graduação(PG), sendo que 125
respondentes, ou 84% afirmaram sim, 24 ou 16%
negaram ter feito, e uma pessoa não
respondeu.
Quanto a Pós-Graduação Cursada, foi possível identificar pela questão número 7 que 13
respondentes tem Doutorado, 25 mestrado, 56, especialização, 2 tem MBA, 4 são doutorandos,
1 é mestrando. 14 respondentes não identificaram qual seu nível de PG. Tendo em vista a
variedade das respostas, não foi possível conhecer qual PG se destacou. Verificou-se as inúmeras
possibilidades de estudo bem a existência de multidisciplinaridade.
A pergunta 8 investigou em qual instituição a PG foi concluída. Novamente, muitas
foram citadas, nesse momento não foi possível
conhecer, visto que a questão foi aberta.
Destarte, a UFMG e UFSC destacaram-se com 7, IBICT com 6, UFPB com 5, Faculdades
Integradas de Jacarepaguá/RJ, FESP SP e Unyleya com 4, UFBA, UFC, Ufpa, UFPE e UNESP
MARILIA foram citadas 3 vezes.
A última questão foi aberta e perguntou de que forma o CFB poderá contribuir para
divulgação da profissão?
As respostas foram diversas e geraram em torno das seguintes
questões:
1. Com postagens em Rede social, em veículos de comunicação de massa,
2. exigindo intensiva fiscalização e estabelecimento de piso salarial compatível com outras
áreas de nível superior,
�3. valendo-se das mídias sociais, bem como dos eventos, inclusive eventos que seja
interdisciplinar a CI,
4. representação política ativa no Congresso para legislação de temas de interesse;
5. posicionamento público diante de questões políticas/culturais que estejam em discussão
na sociedade brasileira;
6. construções de diretrizes para a fiscalização nos Estados que orientem as instituições a
necessidade da profissão e não apenas a aplicação da multa;
7. promover eventos sobre Leitura e Bibliotecas para o público em geral, participando de
audiência públicas, eventos de outras profissões, divulgar a profissão no préuniversitário;
8. campanhas nacionais de marketing; participação em eventos;
9. Visitando regiões aonde os CRBs têm jurisdição, mas não atuam de forma mais presente;
Campanhas fortes e focadas em âmbito nacional.
Compreende-se que a questão aberta pode ser aprofundada ou ter uma análise
separada, todavia, buscou-se mostrá-las da forma como foram expostas. Os pesquisados
indicaram que as redes sociais, o marketing, veículos de comunicação em massa podem
contribuir para divulgação da ações do CFB. Importante ressaltar que dentre os participantes a
atuação do CFB foi reconhecida. Verifica-se que a classe bibliotecária se preocupa com formas
de atuação do CFB.
5 Considerações finais
O presente estudo teve como objetivo identificar e caracterizar os visitantes do estande do
Conselho Federal de Biblioteconomia. Tratou-se de um estudo piloto em que numa visão
secundária usou-se a ferramenta Googledocs com a finalidade de ampliar a pesquisa para estudos
futuros.
Cumpriu-se com o proposto no momento em que se obteve 150 respondentes, ressalta-se
que a pesquisa, embora tenha usado um instrumento online, foi aplicada no momento em que as
pessoas visitavam o estande. Também foi solicitado via lista de e-mails, fornecido pela
Comissão organizadora do evento.
As respostas indicaram que a Comissão de Divulgação e o CFB já atende muitas das
sugestões apresentadas pela pesquisa, sendo necessário intensifica-las e que uma interação maior
entre as entidades da área, como a ABECIM, ANCIB e FEBAB pode ampliar o estudo no
sentido da oferta de formação continuada e qualificação dos bibliotecários brasileiros.
�Referências
BAPTISTA, S.; CUNHA, M. Estudos de usuários: visão global dos métodos de coleta de dados.
Perspectivas em Ciência da Informação; v. 12, n. 2, 2007. Disponível em: Acesso em: 14 ago.
2007.
DEMO, Pedro. Introdução à metodologia da ciência. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
FIGUEIREDO, N. M. Estudos de uso e usuários da informação. In: ______. Estudos de uso e
usuários da informação. Brasília: IBICT, 1994.
__________. Estudos de usuários como suporte planejamento e avaliação de informação.
Ciência da Informação, Brasília, DF, Brasil, 14, mar. 2009. Disponível em:
http://revista.ibict.br/ciinf/index.php/ciinf/article/view/1438. Acesso em: 26 Fev. 2010.
LUCAS, André et al. Estudo de Usuário como estratégia para gestão da informação e do
conhecimento: um estudo de caso. Revista ACB, v.13, n.1, p.59-79, 2008. Disponível em:
<http://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/521>. Acesso em 21 Abr 2016.
SEPÚLVEDA, Maria Inês Moreira; ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. Realização de estudo de
usuários na prática profissional bibliotecária: estudo de campo no sistema de bibliotecas da
UFMG. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.17, n.2, p.269-287,
2012.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Identificação e caracterização dos visitantes no estande do Conselho Federal de Biblioteconomia no Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, Fortaleza, Ceará.
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Miranda, Angélica Conceição Dias; Silva, Lucimar Oliveira; Pacheco, Kátia Lúcia
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho apresenta os resultados da pesquisa, coordenada pela Comissão de Divulgação do Conselho Federal de Biblioteconomia, realizado durante XXVII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, na cidade de Fortaleza, no Ceará, entre os dias 17 a 20 de outubro de 2017. O objetivo do estudo foi identificar e caracterizar o público que frequentou o estande do Conselho Federal de Biblioteconomia, durante o evento, considerando os aspectos de formação, etário, gênero, atividade profissional e as expectativas de atuação da Comissão de Divulgação, pelos bibliotecários. Trata-se de um estudo aplicado, de cunho quantiqualitativo, que utilizou, como ferramenta de coleta de dados, um questionário. Os resultados indicaram que a maioria dos participantes possuem menos de 10 anos de formação e atuam principalmente em bibliotecas universitárias. A maioria dos participantes espera que o Conselho Federal de Biblioteconomia atue divulgando suas ações em redes sociais e posicionando publicamente diante de questões política/culturais que estejam em discussão na sociedade brasileira.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DA UDESC BALNEÁRIO CAMBORIÚ:
UMA VISÃO SOBRE A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E ASPECTOS
RELACIONADOS À ANSIEDADE DE INFORMAÇÃO
USER STUDIES OF THE LIBRARY OF UDESC BALNEÁRIO CAMBORIÚ: A VISION ON A
UNIVERSITY LIBRARY AND ASPECTS RELATED TO INFORMATION ANXIETY
Resumo: Apresenta estudo de usuários realizado na Biblioteca da Udesc Balneário Camboriú.
Busca atender aos aspectos acadêmicos e profissionais de modo a auxiliar no planejamento da
unidade de informação citada, com foco no usuário. Objetiva identificar necessidades de
informação da comunidade do Centro de Ensino. Constitui-se em pesquisa aplicada, exploratória
e qualitativa com instrumento de coleta de dados compostos por um questionário com seis
questões abertas. Verificou-se que os usuários sentem necessidade de computadores dentro da
biblioteca e salas de estudo; o acervo e o espaço físico precisam de ampliação e a biblioteca deve
ser mais confortável. Cursos de capacitação como formatação de trabalhos acadêmicos foram
citados como possibilidades. A biblioteca universitária é vista pelos usuários como local de
pesquisa e estudo, com interação, conforto, acervo adequado e acesso a informação. A internet é
principal fonte de informação, ainda que os livros, a biblioteca e especialistas sejam consultados.
Foi identificada existência de ansiedade de informação nos usuários que nem sempre sabem lidar
com o excesso de informação e que desenvolver a competência em informação é um ponto a ser
trabalhado no planejamento da unidade de informação.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Estudo de usuário. Competência em informação.
Ansiedade de informação.
Abstract: It presents a user studies carried out in the Udesc Balneário Camboriú Library. It
seeks to attend academic and professional aspects in order to assist in the planning of the unit of
information cited, with a focus on the user. It aims to identify information needs of the
community of the Teaching Center. It is an applied, exploratory and qualitative research with an
instrument of data collection composed of a questionnaire with six open questions. It has been
found that users feel the need for computers within the library and study rooms; the collection
and the physical space need to be expanded and the library should be more comfortable.
Training courses such as formatting academic papers were cited as possibilities. The university
library is viewed by users as a place of research and study, with interaction, comfort, proper
collection and access to information. The internet is the main source of information, although the
books, the library, and specialists are consulted. It was identified the existence of information
anxiety in users who do not always know how to deal with the information overload and that
developing information literacy is a point to be worked on planning the information unit.
�Keywords: University Library. User studies. Information literacy. Information anxiety.
1 INTRODUÇÃO
Inaugurado em 2010, o décimo segundo centro de ensino da Universidade do Estado de
Santa Catarina (Udesc) tem sede na cidade de Balneário Camboriú. Para suprir as necessidades
da região foram criados e ofertados os cursos de Engenharia de Petróleo e Administração
Pública.
Consequentemente, surge uma nova biblioteca setorial para dar apoio às atividades de
ensino, pesquisa e extensão que serão desenvolvidas nesta nova unidade de ensino. Entretanto,
apenas em 2016, após seis anos de existência, que a unidade começou a contar com
bibliotecárias efetivas em seu corpo técnico. Deste modo, tiveram início atividades como o
planejamento, avaliação de serviços e marketing, o que justifica a importância da aplicação de
um estudo de usuários inicial para identificar a comunidade atendida por esta unidade de
informação, a fim de auxiliar no planejamento da biblioteca de modo que seus usuários sintam
que este espaço existe para atender às suas necessidades e desejos informacionais.
Identificar os aspectos relacionados à ansiedade de informação e necessidades de
informação, ainda que de forma superficial, pode contribuir no planejamento de novos serviços e
na forma como serão elaborados, mantendo o foco no usuário a fim de possibilitar atividades
com vista a atender esta demanda, como o desenvolvimento de programas de competência em
informação.
Sepúlveda e Araújo (2012) justificam a importância dos estudos de usuários sob três
aspectos, o planejamento, a função social da biblioteca e a prática profissional. Os autores
consideram que apesar de o estudo de usuários ser tema muito utilizado na Ciência da
Informação (CI), na realidade se resume a estudos acadêmicos e na prática profissional aparece
como questão secundária, uma vez que o resultado da pesquisa dos autores aponta que os
bibliotecários conhecem seu usuário, mas como fruto da observação e da experiência. Figueiredo
(1994) criticou esta situação em que os estudos de usuários não eram utilizados como
ferramentas no planejamento de bibliotecas, constituindo-se mais em estudos acadêmicos sem a
participação de profissionais bibliotecários.
Nesse sentido, esta pesquisa atende aos dois aspectos, o acadêmico e o profissional. A
proposta deste estudo é desenvolver a pesquisa acadêmica na área de estudo de usuários em
�bibliotecas universitárias e ao mesmo tempo auxiliar no planejamento de forma efetiva na
Biblioteca estudada.
De modo geral, este trabalho objetiva identificar as necessidades de informação da
comunidade da Udesc Balneário Camboriú. Os objetivos específicos são identificar os serviços
informacionais necessitados; especificar o significado de biblioteca universitária sob a visão dos
usuários e verificar a ansiedade de informação dos membros dessa comunidade e seu
comportamento diante de uma necessidade de informação.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
As bibliotecas estão presentes nas instituições de Ensino Superior para que possam
auxiliar sua comunidade a desenvolver atividades de pesquisa, ensino e extensão. Cunha (2010)
considera que seu propósito fundamental é proporcionar acesso ao conhecimento, permitindo aos
professores, estudantes e pesquisadores a aprendizagem ao longo da vida.
De acordo com Nunes e Carvalho (2016, p. 174)
As bibliotecas universitárias ocupam lugar de destaque na sociedade atual. Sua
abrangência e o papel que desempenham em prol do desenvolvimento científico,
tecnológico, cultural e social estão diretamente relacionados à função da universidade
na sociedade como agente catalizador e difusor do conhecimento científico advindo das
contribuições dos pesquisadores, docentes e discentes.
amente ligadas ao desenvolvimento
humano e social, exercendo importante tarefa para a mediação da informação (NUNES;
CARVALHO, 2016).
Percebe-se a importância das bibliotecas universitárias em uma perspectiva global com o
discurso de Nunes e Carvalho (2016), ao salientarem que estas unidades informacionais
difundem o conhecimento com a aplicação de recursos humanos e materiais na perspectiva da
criação de redes de informação, também formando competências em informação nos indivíduos
e construído seu protagonismo dentro da sociedade em que estão inseridos.
Uma das questões abordadas atualmente a respeito das bibliotecas universitárias é o
impacto da tecnologia digital em suas atividades. Segundo Cunha (2010), as bibliotecas
universitárias deixaram de ser a principal fornecedora de conhecimento registrado, o que gera
necessidade de modernização por parte destas unidades de informação, além da criação de
�espaços flexíveis, programas inovadores e adaptáveis e de uma participação mais ativa no espaço
digital.
Para que as bibliotecas universitárias atendam às necessidades da universidade
missão maior é fomentar a formação de profissionais para a sociedade
cuja
devem estar atentas aos
seus usuários e aos desejos informacionais da comunidade a que acolhem (SANTA ANNA,
2015). Deste modo, entende-se que a biblioteca universitária deve atuar como dispositivo
informacional, suprindo necessidades informacionais e apoiando a formação dos usuários
enquanto sujeitos ativos, sempre avaliando constantemente suas ações (SANTOS; GOMES;
DUARTE, 2014).
Uma das formas de avaliar os serviços oferecidos, as ações desenvolvidas, as
necessidades e os desejos da comunidade atendida, é por meio de estudo de usuários, conforme
apontamentos explicitados em breve neste artigo.
2.2 A BIBLIOTECA DA UDESC BALNEÁRIO CAMBORIÚ
A Biblioteca Universitária da Udesc Balneário Camboriú objetiva apoiar todas as
atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas na instituição, por meio de seu acervo e
dos seus serviços. Atende alunos, professores, pesquisadores e a comunidade acadêmica em
geral, prestando serviço especializado nas áreas de Engenharia de Petróleo e Administração
Pública.
Em sua equipe conta com duas bibliotecárias e três bolsistas. Seu acervo possui cerca de
2600 títulos e mais de 7000 exemplares. Disponibiliza aos seus usuários o acesso a uma coleção
de aproximadamente sete mil de livros eletrônicos, além de bases de periódicos e normas
técnicas. Os serviços disponíveis são: consulta local, empréstimo domiciliar, empréstimo entre
bibliotecas, catalogação na fonte, levantamento bibliográfico, normalização bibliográfica e visita
orientada. Atualmente aproximadamente 500 usuários inscritos, com média de 1600
frequentadores mensais. Por fazer parte da Rede de Bibliotecas da Udesc e estar vinculada à
Biblioteca Universitária, segue sua Política de Catalogação e mantém a mesma missão, visão e
valores da instituição, tendo nível de autonomia que permite planejamento de novos serviços.
�2.3
ESTUDOS
DE
USUÁRIOS
DA
INFORMAÇÃO
EM
BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
As bibliotecas universitárias são fundamentais para que as universidades atendam à sua
missão educacional na sociedade. A fim de cumprir da melhor forma possível o seu papel, as
bibliotecas universitárias precisam planejar suas ações e para tanto, conhecer a sua comunidade e
os seus usuários é atividade primordial.
Segundo Moraes (1994), usuário da informação pode ser um indivíduo, um grupo ou uma
comunidade, favorecida pelos serviços de uma unidade de informação. Os usuários da
informação possuem necessidades e de acordo com Dias (2004, p. 7):
A compreensão das necessidades de cada indivíduo em relação à informação é
complexa e se modifica constantemente. O conhecimento do usuário é a base da
orientação e da concepção dos serviços de informação, considerando suas
características, atitudes necessidades e demandas. Esses serviços devem ser planejados
de acordo com os usuários e a comunidade a ser atingida, com a natureza de suas
necessidades de informação e seus padrões de comportamento na busca e no uso da
informação, de modo a maximizar a eficiência de tais serviços.
Para que o conhecimento em torno do usuário seja ampliado a fim de realizar o
planejamento adequado à comunidade atendida pela biblioteca, o estudo de usuários é uma
atividade que assume relevância nas atividades do bibliotecário. Neste sentido, estudo de usuário
necessidades e os hábitos de uso de informação de usuários reais e/ou potenciais de um sistema
Figueiredo (1979), afirma que os estudos de usuários permitem verificar os usos da
informação dos usuários, encorajando-os a tornar conhecidas as suas necessidades, são canais de
comunicação entre a biblioteca e a sua comunidade e ajudam a biblioteca a prever a demanda
por seus serviços e produtos. Auxiliam também no planejamento e no início deste processo está
a avaliação. Por meio da análise das informações obtidas é possível elaborar o plano para a
unidade de informação, uma vez que a avaliação determina o que a unidade deve mudar
(ALMEIDA, 2005). Destaca-se ainda que é importante que a avaliação dos serviços e produtos
oferecidos em uma unidade de informação seja realizada de modo permanente (DIAS, 2004).
Almeida (2005) avalia que o planejamento traz diversas vantagens, uma vez que torna
possível a ocorrência de eventos, reduz riscos, compensa incertezas e mudanças, faz com que as
decisões sejam baseadas em informação e critérios objetivos, ajudando a dar estabilidade à
organização, criando um ambiente mais equilibrado e produtivo.
�As pesquisas sobre usuários mudaram de configuração com o tempo, e de simples
descrição passaram para uma postura mais analítica e avaliativa (CUNHA, 1982). Atualmente,
estas pesquisas não pretendem apenas analisar perfil de usuário e descrevê-lo, mas sim verificar
com maior profundidade o que os usuários precisam e como atendê-los da melhor forma
possível. Assim, além de destaque nas atividades de uma biblioteca, os estudos de usuários
também se tornaram reais instrumentos de planejamento auxiliando no aprovisionamento de
produtos e serviços de informação dentro da CI, conforme afirmação de Amaral (2013).
Os estudos de usuários aproximam os bibliotecários e a comunidade, demonstra aos
usuários que a instituição se importa com eles e que busca a melhoria dos serviços. Santos,
Gomes e Duarte (2014) afirmam que desenvolver atividades de interlocução com os usuários
fortalece os laços entre os sujeitos e estimula os usuários a contribuírem ativamente com a
biblioteca, para assim se posicionar criticamente e aumentar sua condição de autonomia.
Sobre estudos de usuários em bibliotecas universitárias brasileiras, a pesquisa de
Carvalho (2008), concluiu que: de modo geral os instrumentos de coleta de dados são caixas de
sugestões e questionários; quanto mais bibliotecários presentes nas bibliotecas universitárias,
maior o número destes estudos e ainda que apesar dos bibliotecários reconhecerem a importância
dos estudos de usuários, admitem dificuldades para aplicá-los.
Essas reflexões permitem observar que os estudos de usuários são relevantes e
necessários para a administração de uma biblioteca, seja ela qual for, a fim de atender da melhor
forma possível a sua comunidade. No entanto, ainda não estão institucionalizados dentro das
bibliotecas.
2.4 COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO
Uma das vertentes de atuação da biblioteca universitária está centrada no
desenvolvimento da competência em informação da sua comunidade e o estudo de usuários é
fundamental para compreender o nível das necessidades informacionais e consequentemente das
habilidades necessárias para o sanar essas demandas. Nesse contexto, entende-se por
competência em informação
[...] o conjunto de habilidades integradas que abrange a descoberta reflexiva da
informação, a compreensão de como a informação é produzida e valorizada e o uso da
informação na criação de novos conhecimentos para atuação ética nas comunidades de
aprendizagem (ALA, 2016, p. 3, tradução nossa).
Reafirmando e complementando essa proposição, Dudziak (2003, p. 28) descreve a
competência em informação como um
�[...] processo contínuo de internalização de fundamentos conceituais, atitudinais e de
habilidades necessário à compreensão e interação permanente com o universo
informacional e sua dinâmica, de modo a proporcionar um aprendizado ao longo da
vida.
O ciclo da competência em informação inicia-se
a partir da conscientização da necessidade da
informação, das atitudes para a busca da informação, da utilização das habilidades pessoais para
a construção da estratégia de busca, seguindo para a seleção das fontes disponíveis e dos dados e
informações coletados, analisados com base em reflexões e análises críticas para então organizar
e utilizar a informação mudando o estado de conhecimento em benefício da coletividade e do
aprendizado ao longo da vida (DUDZIAK, 2011).
Miranda (2007, p. 91), explica essa relação entre competência e necessidades informacionais argumentando
que
[...] as necessidades informacionais especificas requerem o desenvolvimento de
competências também específicas para o seu atendimento e, por sua vez, o
desenvolvimento de competências pode levar à formação de novas necessidades.
Por isso a importância da institucionalização do estudo de usuários, afinal as necessidades informacionais
da comunidade vão evoluindo e se modificando ao longo do tempo, assim como a competência em informação
exigida para sobrevivência no dinâmico contexto informacional.
2.5 ANSIEDADE DE INFORMAÇÃO
Atualmente a informação circula de modo rápido e diariamente muitas pessoas recebem
um número excessivo de informações. Se a pessoa sentir dificuldade em lidar com a quantidade
de informação disponível, pode sentir ansiedade,
de tensão apreensão e inquietação, dominando todos os demais aspectos de nossa
sofrimento
SAMPAIO, 2015, p. 131). Segundo Wurman (1991), é o resultado da distância entre o que se
compreende e o que se pensa que deveria ser compreendido. Os esforços para atualizar-se são
cada vez maiores e
ções e
(ALVES; BEZERRA; SAMPAIO, 2015, p. 132).
De acordo com Wurman (1991), é necessário filtrar o conteúdo disponível e aceitar que
não é necessário saber de tudo, mas
procurar a informação, você conquista a liberdade de encontráWurman (1991, p. 339) acrescenta que:
�O segredo para processar informação é limitar seu campo de informação dentro do que
é relevante para sua vida, isto é, escolher cuidadosamente que tipo de informação
merece seu tempo e sua atenção. A tomada de decisões se torna mais crítica à medida
que aumenta o volume de informação. Muitos encaram as decisões com apreensão,
porque elas implicam eliminar possibilidades.
Verifica-se que reconhecer quando uma informação é necessária, conseguir localizá-la,
avaliá-la e utilizá-la, que são conceitos relacionados à competência em informação, podem ser
itens considerados para minimização da ansiedade gerada pelo excesso de informação.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para início deste estudo de usuários, optou-se por selecionar uma unidade de informação
em que a pesquisa tornasse possível a união do caráter acadêmico e profissional. Assim, foi
selecionada a Biblioteca Setorial da Udesc Balneário Camboriú, devido à necessidade de um
estudo desta origem e ao fácil acesso, uma vez que as pesquisadoras atuem também como
bibliotecárias na instituição.
De acordo com orientações de Silva e Menezes (2005), quanto à sua natureza esta é uma
pesquisa aplicada, uma vez que o resultado do estudo de usuários pretende gerar conhecimentos
para aplicação prática no planejamento da biblioteca. Quanto aos seus objetivos, pode ser
classificada como pesq
A abordagem selecionada é qualitativa, por levar em conta a subjetividade dos sujeitos
(ALMEIDA, 2005). Além disso, este tipo de pesquisa permite atentar aos aspectos subjetivos da
experiência e do comportamento humano (BAPTISTA; CUNHA, 2007).
A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário com seis questões abertas,
de modo a permitir a análise qualitativa das respostas com a presença das pesquisadoras durante
a sua aplicação. As questões foram abertas para permitir ao respondente a utilização da sua
subjetividade, sem alternativas que indicassem o caminho das respostas esperadas.
O roteiro do questionário obedeceu a categorias criadas de acordo com aspectos os quais
a biblioteca necessitava analisar, são elas: uso da biblioteca; conceito de biblioteca universitária;
avaliação dos serviços da biblioteca e proposições de novos; treinamento/capacitação;
competência em informação e ansiedade de informação.
Nesta pesquisa, a população compreendida foram os professores, servidores e alunos da
Udesc Balneário Camboríu, totalizando 620 pessoas, dos quais 57 responderam o questionário.
Por objetivar uma análise qualitativa e ser uma pesquisa exploratória, não foram aplicadas
�técnicas estatísticas de amostragem e sim a amostragem por acessibilidade ou por conveniência,
ou seja, o pesquisador seleciona a amostra que tem acesso (GIL, 1999).
Foi aplicado pré-teste e após esta etapa as devidas correções foram feitas no questionário,
de acordo com as respostas e indicações dos próprios respondentes, procedendo com a inclusão,
modificação e exclusão de perguntas. Os questionários foram entregues impressos para todos os
respondentes entre os dias 22 e 29 de junho de 2017 e aplicados pessoalmente durante o período
de aulas, com anuência dos professores, e a alguns usuários que vieram até a biblioteca durante o
período da pesquisa.
Este estudo de usuários se concentra no paradigma alternativo, conceituado por Dervin e
Nilan (1986) enquanto paradigma que posiciona a informação como algo construído pelos
indivíduos, se concentra em entender o uso da informação em situações particulares,
examinando o sistema como visto pelos usuários.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O questionário foi elaborado contendo seis questões abertas de acordo com as categorias
que se desejava investigar a fim de atender aos objetivos da pesquisa e a elaboração do
planejamento da unidade de informação, conforme quadro 1.
Quadro 1 Questões apresentadas no questionário
Nº da
Questão
questão
Você costuma usar a Biblioteca do Cesfi? Se sim, explique o
que achou importante na biblioteca? Se não, explique o que
1
você considera que falta para lhe fazer utilizar a biblioteca e
seus serviços?
O que é uma Biblioteca Universitária para você? Como gostaria
2
que ela fosse?
Nos serviços existentes o que você acha que poderia melhorar?
3
Que serviços novos poderiam ser oferecidos?
O que você gostaria que a Biblioteca do Cesfi oferecesse em
4
termos de capacitação e treinamento?
Você identifica quando possui uma necessidade de informação?
5
Se sim, como você faz para buscar e selecionar a informação de
que necessita?
Você se sente ansioso (a) com a quantidade de informação
6
disponível na sociedade atual? Se sim, como você lida com esta
questão?
Categoria
Uso
Conceito
Serviços e
proposições
Treinamentos/
Capacitações
Competência
em informação
Ansiedade de
informação
Fonte: Elaborado pelas autoras (2017).
Uma vez que o questionário foi aplicado presencialmente no formato impresso, as
questões foram apresentadas aos respondentes, bem como Termo de Consentimento Livre e
�Esclarecido. Todos foram conscientizados dos objetivos da pesquisa e da segurança no
anonimato e tiveram a opção de não participar da pesquisa. O tempo médio de resposta ao
questionário foi de 12 minutos e os alunos não apresentaram dificuldades em respondê-lo.
Em relação ao uso da biblioteca, identificou-se que os usuários consideraram importante
a qualidade do acervo e o fato de o local ser propício aos estudos, por ser silencioso e possibilitar
a concentração, além de disponibilizar os livros necessários. Alguns outros itens também foram
citados, tais quais: bom atendimento; boa organização e limpeza; atendimento às necessidades;
disponibilidade de tomadas; facilidades na renovação do acervo; disponibilização de serviços
online; empréstimo entre bibliotecas, interação e conforto. Aqueles que responderam não utilizar
a biblioteca justificaram principalmente pela falta de tempo e destacaram o que falta para lhes
fazer utilizar a biblioteca e os seus serviços: disponibilização de computadores; proximidade
entre a biblioteca e algumas salas de aula que estão localizadas em outro prédio; acervo maior na
área de administração pública; salas de estudo individuais; espaço de convivência com salas em
grupo; melhorar acesso à internet; tornar a estrutura mais convidativa; ampliar espaço físico e o
acervo de literatura.
Para especificar o que os usuários esperam de uma biblioteca universitária, buscou-se
explorar o que é esta unidade de informação para os respondentes e o como eles gostariam que
este espaço fosse. De modo geral, unificando os discursos em busca de um conceito de biblioteca
universitária escrito com base no que os usuários responderam, temos que esta unidade de
informação é um local para estudar, pesquisar e ler com conforto, espaço amplo, silêncio,
harmonia e respeito. Deve ainda, ser um local aconchegante, com espaço de convivência,
incentivo à leitura, grande acervo de livros técnicos atualizados, livros de literatura, revistas
científicas, além de computadores disponíveis e puffs. Os respondentes indicaram que uma
biblioteca universitária deve ser fonte de conhecimento e informações.
Quanto aos serviços que poderiam melhorar ou vir a ser oferecidos, os usuários
destacaram principalmente a necessidade de inclusão de computadores a disposição para os
estudos. Ampliação do acervo, incluindo livros de literatura, e do espaço físico também foram
citados por muitos usuários como uma necessidade. Outras sugestões de melhoria em serviços já
existentes foram: tornar o empréstimo entre bibliotecas mais rápido; aumentar empréstimo dos
livros de consulta local de uma hora, para duas horas; melhorar atendimento; melhorar a
tecnologia disponível; divulgar mais o espaço para a comunidade; tornar o espaço mais
aconchegante e atrativo e permitir maior acessibilidade. Também foram sugeridos novos
serviços, tais quais: salas de estudo individual e em grupo; impressão com preço simbólico aos
alunos; cursos de capacitação; cursos de capacitação para área digital; cursos voltados à escrita;
�atividades culturais; disponibilização de puffs; espaço para debates; espaço café e
disponibilização de jogos de tabuleiro.
Em termos de capacitação e treinamento muitos usuários indicaram não saber ou
deixaram a questão em branco. As sugestões foram as seguintes: formatação de trabalhos e
normalização ABNT; cursos voltados para área digital, tais quais Word, Excel e Prezi; acesso a
bases de dados e periódicos científicos; uso da biblioteca; pesquisa científica; treinamento de
escrita, roteiro, linguística e autoria de livros; exposições e atividades de entretenimento; cursos
de contação de histórias para as pedagogas do município e cursos específicos em áreas de
aperfeiçoamento pessoal, bem como oratória, comunicação interpessoal e liderança.
A questão relacionada à competência em informação, abordou a identificação da
necessidade de informação, busca e seleção das informações. Apenas dois respondentes
quando possuem uma necessidade de informação e as formas de busca citadas foram, sobretudo
a utilização da internet, sendo que alguns acrescentaram além do uso da internet, o uso de livros,
uso da biblioteca e solicitação de ajuda à especialistas, professores ou pessoas do círculo social.
Houve também respostas que não citaram a internet como fonte de busca, esses respondentes
afirmaram pedir ajuda a alguém, como a um bibliotecário, ou a algum departamento acadêmico e
citaram a utilização de livros e da biblioteca. A seleção da informação não foi explicada de
forma detalhada, apenas foi citada a filtragem das informações disponíveis.
Por fim, os respondentes foram questionados quanto ao aspecto relacionado à ansiedade
de informação. Parte indicou se sentir ansioso e a outra parte afirma não sentir esta ansiedade
com a quantidade de informação disponível na sociedade atual. Os que afirmaram sentirem-se
ansiosos com a informação indicaram se posicionar com esquiva física, se afastando dos
celulares, por exemplo, quando precisam de concentração. Verificou-se também que as pessoas
desenvolveram formas de solucionarem deliberadamente o problema, foram citados: concentrarse em uma coisa por vez; criar estratégias para não se distrair; praticar atividades de relaxamento
como meditação e yoga; filtrar informações; pensar de forma crítica; organizar os horários;
consumo de chás calmantes ou remédios. E houve respostas que não indicaram como lidam com
essa quantidade é positiva, com cert
máximo e buscam se manter sempre informados. Entre os que afirmaram não se sentirem
�vonta
-las com mais
pessoas que já se sentiram ansiosas com a informação, mas que resolveram o problema, por
exemplo com atividades como yoga e meditação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
-se que o estudo de
usuários apenas tem a contribuir com o trabalho dos bibliotecários. Os resultados alcançados por
meio deste estudo de usuários serão utilizados no planejamento da Biblioteca da Udesc
Balneário Camboriú para ações a curto e longo prazo. Além de permitir o planejamento, a
pesquisa também buscou estreitar laços com os usuários para que eles se sintam parte do espaço
e percebam que a biblioteca universitária está buscando ser o que eles precisam e desejam que
ela seja. Entende-se que conhecer o usuário é indispensável para planejar novos serviços e
também para aprimorar os existentes (ALMEIDA, 2005).
Em termos de serviços informacionais, o principal item a ser trabalhado é a
disponibilização de computadores. Quanto a ampliação do espaço físico, está prevista para 2019
a inauguração de novo prédio que contará com um amplo espaço para a biblioteca, o que
possibilitará a disponibilização de salas de estudo adequadas e espaço mais acolhedor, conforme
solicitação dos usuários. Os cursos de capacitação e treinamento citados serão organizados pela
biblioteca com base nos apontamentos dos usuários expostos nesta pesquisa. A ampliação do
acervo é sem dúvida outro ponto importante que deverá ser analisado em busca de soluções para
a questão.
Os participantes do estudo de usuários indicaram que esperam que a biblioteca
universitária seja um espaço com interação e conforto e com acervo adequado às necessidades
dos cursos oferecidos, além de livros de literatura. A biblioteca universitária é vista pelos
usuários como local de pesquisa e estudo, local para acessar a informação e como tal deve ser
tratada ao ter planejamento desenvolvido.
Quando os usuários identificam uma necessidade de informação as principais formas
citadas para resolver a questão são o uso da internet, seguido pelos livros, a biblioteca e
especialistas. Percebe-se a influência da biblioteca como fonte de informação acadêmica para os
�usuários da Udesc Balneário Camboriú, o que justifica ainda mais a necessidade de que esta
unidade de informação adeque e amplie seus serviços. Nem todos os respondentes sentem-se
ansiosos ao lidar com a quantidade de informação disponível. No entanto, percebe-se que este
tipo de ansiedade é recorrente e nem sempre os indivíduos sabem lidar com a situação. A
situação pode ser um sinal de alerta para que a biblioteca inclua em seu planejamento ações que
possam minimizar os transtornos de ansiedade pelo excesso de informação.
No planejamento, sugere-se a inclusão de questões relacionadas ao desenvolvimento da
competência em informação, em busca de aprimorar a experiência do usuário ao lidar com a
informação, não somente aquela disponível na biblioteca, e em busca de auxiliar nas questões de
ansiedade de informação.
É importante para o processo de planejamento de serviços de informação com foco no
usuário avaliar o ambiente interno e externo da unidade de informação e as necessidades,
comportamento de busca e aquisição da informação (PALETTA et al., 2016).
Propõe-se que estudos de usuários complementares sejam feitos para que o planejamento
específico de cada ação possa ser desenvolvido a fim de monitorar os serviços, que de acordo
com Lancaster (1996) é de interesse dos bibliotecários para identificar se os serviços estão
adequados às necessidades dos usuários.
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WURMAN, R. S. Ansiedade de informação: como transformar informação em compreensão.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Estudo de usuários da biblioteca da UDESC Balneário Camboriú: uma visão sobre a biblioteca universitária e aspectos relacionados à ansiedade de informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souza, Marcela Reinhardt de; Lazzari, Letícia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta estudo de usuários realizado na Biblioteca da Udesc Balneário Camboriú. Busca atender aos aspectos acadêmicos e profissionais de modo a auxiliar no planejamento da unidade de informação citada, com foco no usuário. Objetiva identificar necessidades de informação da comunidade do Centro de Ensino. Constitui-se em pesquisa aplicada, exploratória e qualitativa com instrumento de coleta de dados compostos por um questionário com seis questões abertas. Verificou-se que os usuários sentem necessidade de computadores dentro da biblioteca e salas de estudo; o acervo e o espaço físico precisam de ampliação e a biblioteca deve ser mais confortável. Cursos de capacitação como formatação de trabalhos acadêmicos foram citados como possibilidades. A biblioteca universitária é vista pelos usuários como local de pesquisa e estudo, com interação, conforto, acervo adequado e acesso a informação. A internet é principal fonte de informação, ainda que os livros, a biblioteca e especialistas sejam consultados. Foi identificada existência de ansiedade de informação nos usuários que nem sempre sabem lidar com o excesso de informação e que desenvolver a competência em informação é um ponto a ser trabalhado no planejamento da unidade de informação.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5771/SNBU2018_169.pdf
8b11c3a0f737a4d0335f8953439b0d49
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AVALIAÇÃO DE SITES DE BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE
ENSINO SUPERIOR (IFES) COM BASE NO CRITÉRIO DE USABILIDADE:
ANÁLISE EMPÍRICA DE AMOSTRA SELECIONADA
EVALUATION OF LIBRARY SITES OF FEDERAL INSTITUTIONS OF HIGHER
EDUCATION (IFES) BASED ON THE USABILITY CRITERIA: EMPIRICAL ANALYSIS OF
SELECTED SAMPLE
Resumo: Apresenta a importância de manter sites, enquanto fontes de informação eletrônica,
usuais e acessíveis na experiência de navegação do usuário. Possui como objetivo geral a
avaliação, com base no critério de usabilidade, dos sites de bibliotecas vinculadas às
instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil. Adota como metodologia pesquisa
aplicada com método avaliativo de codificação dos sites para análise dos dados colhidos por
meio de etapas pré-definidas. Baseia-se nos conceitos de usabilidade, fontes de informação
eletrônica e as heurísticas de Nielsen. Busca contribuir com a melhoria desse tipo de fonte de
informação, de modo que se tornem mais usuais e facilitem a disseminação e a recuperação da
informação pelo usuário. Obtém como resultados preliminares que 69% dos sites possuem
controle fácil, 80% são de fácil reconhecimento e 65% apresenta características flexíveis.
Palavras-chave: Usabilidade. Site de bibliotecas. Bibliotecas universitárias.
Abstract: It presents the importance of maintaining websites, as sources of electronic
information, usual and accessible in the user browsing experience. It has as general objective
the evaluation, based on the usability criterion, of library sites linked to federal institutions of
higher education (IFES) in Brazil. It adopts as methodology applied research with evaluation
method of codification of the sites to analyze the data collected through predefined steps. It is
based on the concepts of usability, electronic information sources and Nielsen heuristics. It
seeks to contribute to the improvement of this type of source of information, so that they
become more usual and facilitate the dissemination and retrieval of the information by the
user. It obtains as preliminary results that 69% of sites have easy control, 80% are easy to
recognize and 65% have flexible features.
Keywords: Usability. Site of libraries. University libraries.
919
�1 INTRODUÇÃO
O contexto da sociedade em rede foi responsável por impulsionar e ampliar o uso de
fontes de informação eletrônica em bibliotecas. Como decorrência as unidades de informação
apropriaram-se da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), de modo a possibilitar a
ampliação do acesso à informação para os usuários. Tais unidades cujo paradigma era a
preservação e guarda de documentos passaram a priorizar o usuário e, consequentemente, buscar
o acesso à informação por meio de suportes variados, entre eles os sites. Neste contexto, as
bibliotecas disponibilizam seus acervos na rede com o objetivo de divulgar serviços e produtos
que oferece.
No entanto, somente disponibilizar o acervo, serviços e produtos não é suficiente, o
usuário precisa encontrar com facilidade as informações de que necessita ou utilizar os serviços
e recursos disponíveis no site da biblioteca, sendo a rapidez na recuperação da informação um
dos fatores que vai determinar a continuidade do acesso e da navegação por determinada página.
Páginas que dificultam a experiência de navegação do usuário estão destinadas a fracassarem em
sua função informacional e tornam-se inúteis. Dessa forma, como a oferta de serviços de
informação na internet é bastante expressiva, se os usuários não conseguirem utilizar o site de
uma biblioteca, certamente migrarão para outras opções e até mesmo outros suportes.
Nesta perspectiva, o critério que estabelece se os recursos presentes em uma interface são
acessíveis para os usuários é a usabilidade. Os testes de usabilidade levam em consideração um
conjunto de características e métodos, fundamentados em heurísticas, que buscam identificar
possíveis violações nos sites (fontes de informação eletrônicas). A finalidade de tais testes, além
de identificar a incidência de falhas nas interfaces de sites, é avaliar se tal fonte pode ser
considerada usual e, casa não sejam, propor soluções para sua atualização ou reformulação.
Assim, o objetivo geral desta pesquisa é avaliar, com base no critério de usabilidade, os
sites de bibliotecas vinculadas às instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil.
Busca-se contribuir com a melhoria dos sites, de modo que se tornem mais usuais e,
consequentemente, facilitar a disseminação e a recuperação da informação pelo usuário.
�2 USABILIDADE DE INTERFACES
Observa-se a usabilidade como um conjunto de critérios de avaliação aplicado tanto em
interfaces de sites quanto em objetos físicos. Os aspectos referentes à condição em que o
indivíduo tem para colocar uma funcionalidade em prática é o que definirá o grau de usabilidade
da interface ou do objeto. Esta pesquisa se preocupa com a usabilidade de interfaces na web.
A base para os estudos de usabilidade são de Nielsen, divulgados nos anos 1990, além
dos artigos de Silveira e Souza (2011) e Ferreira e Leite (2002), que servirão como base para
reflexão sobre esse conceito.
No estudo de Silveira e Souza (2011) são cinco as características definidas por Nielsen
que uma interface precisa contemplar para ser reconhecida como usual por usuário: facilidade de
aprendizado; eficiência; facilidade de memorização; baixo índice de erros e uso agradável. Ainda
com base na lógica de Nielsen, o usuário em contato com uma interface realiza uma visualização
geral procurando informações objetivas.
O conceito de usabilidade para Ferreira e Leite (2002, p. 2) destaca que:
[...] um sistema orientado à usabilidade, a interação homem-máquina
deve ser transparente; sua interface deve ser projetada com o objetivo de
satisfazer as necessidades de seus usuários e, ao mesmo tempo, ser
amigável. Isto é, deve ser uma interface que o usuário se sinta
confortável e encorajado de usar.
O conceito de usabilidade de Nielsen e o estudo de Ferreira e Leite (2002, p. 2) são
convergentes, sendo que os autores do estudo supracitado o torna mais abrangente, ao estender a
usabilidade para além das interfaces e fontes de informação eletrônicas:
a usabilidade é a característica que determina se o manuseio de um
produto é fácil e rapidamente aprendido, dificilmente esquecido, não
provoca erros operacionais, oferece um alto grau de satisfação para seus
usuários, e eficientemente resolve as tarefas para quais foi projetado.
No que se refere ao teste de usabilidade é interessante mostrar a perspectiva do
funcionando e o que não está. No entanto a maneira mais eficiente de perceber as necessidades
do usuário é observando-
. O objetivo de um estudo de usabilidade, de acordo
com o mesmo autor é medir a eficiência dos recursos ou aplicações presentes nas interfaces de
fontes de informação eletrônicas (LOWDERMILK, 2013).
�Para Araújo e Fachin (2015), a caracterização de uma fonte de informação eletrônica esta
em sua essência que é a eletricidade, pois as ondas eletromagnéticas foram responsáveis pela
relação emissor-receptor nas primeiras fontes que foram o rádio e televisão. A relação emissorreceptor é fundamental em fontes de informação de forma geral, sobretudo as eletrônicas, devido
a ampla utilização destas pelas TIC.
Mediante o impulso das TIC e apropriação destas pelas bibliotecas universitárias,
observa-se na discussão de Rodrigues e Crespo (2006), que tais fontes têm por finalidade reunir
determinada quantidade de recursos e serviços disponibilizados em uma mesma página, onde
podem funcionar de maneira simultânea e integrada. Dessa forma, os sites enquanto fontes de
informação eletrônica compilam em seu layout um conjunto de recursos informacionais,
fundamentais no processo de navegação que envolve atividades de busca e recuperação da
informação.
Assim, optou-se nesta pesquisa em aplicar o critério de usabilidade para avaliar sites das
bibliotecas universitárias das IFES brasileiras, de modo a contribuir para que a navegação se
torne mais usual e intuitiva.Para realizar tal avaliação foi utilizado o método das heurísticas de
Nielsen descritas na seção a seguir.
3 HEURÍSTICAS DE NIELSEN
As heurísticas de Nielsen (1995) formam um conjunto de dez diretrizes e regras de cunho
teórico-metodológico para avaliação de interfaces na web. Tais heurísticas estabelecem
parâmetros que os sites devem manifestar na experiência de navegação para que sejam
considerados usuais, conforme descritos a seguir:
a) Visibilidade
A interface precisa disponibilizar acesso fácil e ágil às informações de que o usuário
precisa em tempo real e deve estar ao alcance dos seus olhos, o que contribui para que o usuário
se localize nas diferentes seções do site dentro do site, isto é, o usuário precisa ter ciência de
onde está situado bem como as ações que realiza no ato da navegação. Em síntese, a visibilidade
consiste em facilitar o entendimento das ações praticadas pelo usuário no site.
�b) Correspondência com mundo real
O site precisa fazer uso de termos que sejam da compreensão do usuário, assim busca-se,
por meio de palavras, frases, conceitos, sons e cores, estabelecer familiaridade com usuário e a
interface. Tal familiaridade visa promover aproximação com o mundo real ao proporcionar que
as informações fiquem evidentes de forma natural e não associadas à termos técnicos que são
desconhecidos pelos usuários.
c) Controle fácil
Trata-se da autonomia (controle) do usuário para realizar ou desfazer alguma interação
de modo fácil na interface. Caso este selecione alguma função por engano imediatamente
precisará sair de tal interface indesejada de forma rápida e de fácil localização.
d) Consistência e padrões
Significa que a interface precisa ter consistência adotando os mesmos elementos de
página sejam eles caracteres, menus, ícones e botões de atalho, por exemplo, para as mesmas
tarefas estando em áreas diferentes do site.
e) Prevenção de erros
Consiste nas mensagens, mediadas por janelas de diálogo, para os usuários com alerta
sobre o que este estará sujeito caso decida prosseguir com determinada ação na navegação.
Evitar que erros ocorram na experiência de navegação do usuário é função de tais mensagens
que
confirmem
a
opção
do
mesmo
antes
de
realizarem
determinada
ação.
f) Reconhecimento
Considera os aspectos de reconhecimento do caminho percorrido pelos usuários dentro
dos sites para a busca e realização de determinadas ações no ato da navegação. Favorece e
estimula a intuição do usuário ao reconhecer de maneira fácil e rápida elementos de páginas
(ícones e botões) ao passo que este não precisará memorizar para operar as funções do site.
�Porém, caso seja necessário instruções para realização de atividades no site devem ser de fácil
recuperação na interface.
g) Flexibilidade
A flexibilidade é alcançada por meio de atalhos presentes como elementos de página nas
interfaces dos sites, com a finalidade de acelerar a interação do usuário com a função que este
busca. Os atalhos encurtam e facilitam o caminho para ações mais frequentes realizadas pelos
usuários nas interfaces.
h) Estética
O design das interfaces deve considerar aspectos minimalistas nos elementos de página
para compor sua estrutura com a finalidade de viabilizar clareza e objetividade, evitando excesso
de informações e elementos desnecessários, isto é, sem poluição.
i) Ajuda os usuários
A interface deve estar programada para gerar mensagens de erros claras e objetivas, por
meio de caixas de diálogos, que venham a sugerir soluções de como usuário deve agir para
desfazer determinada função selecionada, com a finalidade de assegurar a integridade do mesmo.
Tais mensagens devem ser elaboradas de forma simples, priorizando a correspondência com o
mundo real.
j) Ajuda e documentação
Visa a acessibilidade à documentos de ajuda ao usuário como, por exemplo, manuais de
navegação, tutoriais de atividades, mapas do site e etc.
4 METODOLOGIA
Adota como metodologia a pesquisa aplicada, onde busca-se ter conhecimento sobre o
grau de usabilidade dos sites da IFES brasileiras pelo emprego da teoria das heurísticas de
Nielsen (1995). Para Gil (2010), esse tipo de pesquisa busca obter conhecimento acerca do
�objeto estudado e a partir disso relacionar com o referido contexto. O campo empírico deste
estudo são os sites da IFES selecionadas. Para análise dos dados foi utilizado método avaliativo
mediante a codificação positiva (1) ou negativa (0) para cada heurística selecionada e posterior a
isso a interpretação das porcentagens obtidas.
Quadro 1: Modelo de estrutura de análise
Heurísticas de Nielsen
Visibilidade
0
Correspondência Controle fácil
1
0
Padrões
Prevenções
Reconhecimento
1
0
1
Flexibilidade Estética
0
Ajuda usuários
Ajuda
Docs.
0
0
1
Fonte: Os autores (2017).
A primeira etapa da pesquisa constituiu na realização de três levantamentos: a) das IFES
brasileiras; b) dos sites das IFES; c) dos sites das bibliotecas universitárias das IFES. A
localização das IFES brasileiras foi possível por meio da base de dados do Ministério da
Educação (MEC) relativa às informações sobre as IFES , e-Mec (BRASIL, 2017). Obteve-se o
total de sessenta e duas IFES, seguida da identificação dos sites das instituições e das respectivas
bibliotecas.
Adotou-se como primeiro critério para seleção que todos os sites das bibliotecas
estivessem ativos, após três buscas consecutivas, trata-se, portanto, de uma amostra (não
probabilística) de conveniência. No período da pesquisa, entre os meses de setembro, outubro e
novembro de 2016 (três meses), todos os sites estavam ativos. A seguir serão apresentadas em
quadros organizados por blocos regionais (norte, nordeste, centro-oeste, sudestes e sul) as
sessenta e duas IFES identificadas.
A segunda etapa da pesquisa consistiu em analisar os sites das bibliotecas das IFES da
região Norte, Centro-Oeste e Sul, totalizando 26 universidades federais. Tais universidades são
apresentadas nos quadros a seguir:
Quadro 2: IFES da Região Norte
Estado
Acre
Amapá
Amazonas
Pará
Pará
Universidade
Universidade Federal do Acre
Universidade Federal do Amapá
Universidade Federal do Amazonas
Universidade Federal do Pará
Universidade Federal do Oeste do Pará
Sigla
UFAC
UNIFAP
UFAM
UFPA
UFOPA
�Pará
Pará
Rondônia
Roraima
Tocantins
Universidade Federal do Rua da Amazônia
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
Universidade Federal de Rondônia
Universidade Federal de Roraima
Universidade Federal do Tocantins
UFRA
UNIFESSPA
UNIR
UFRR
UFT
Fonte: Os autores (2017).
Quadro 3: IFES da Região Centro-Oeste
Estado
Goiás
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso do Sul
Mato Grosso
Distrito Federal
Universidade
Universidade Federal de Goiás
Universidade Federal da Grande Dourados
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Universidade Federal de Mato Grosso
Universidade de Brasília
Sigla
UFG
UFGD
UFMS
UFMT
UnB
Fonte: Os autores (2017).
Quadro 4: IFES da Região Sul
Estado
Universidade
Paraná
Universidade Federal do Paraná
Paraná
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
Paraná
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Rio Grande
Rio Grande do Sul
Universidade Federal do Pampa
Rio Grande do Sul
Universidade Federal de Santa Maria
Rio Grande do Sul
Universidade Federal de Pelotas
Rio Grande do Sul
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Rio Grande do Sul/
Universidade Federal da Fronteira Sul
Santa Catarina/ Paraná
Santa Catarina
Universidade Federal de Santa Catarina
Sigla
UFPR
UNILA
UTFPR
UFRGS
FURG
UNIPAMPA
UFSM
UFPEL
UFCSPA
UFFS
UFSC
Fonte: Os autores (2017).
Esse total como conjunto para análise se mostrou significativo considerando tanto o
quantitativo quanto serem regiões com características sócio-econômicas bastante distintas.
Ainda como resultados do levantamentos das IFES apresenta-se nos quadros a seguir as
regiões Nordeste e Sudeste (cujo o processo de análise ainda encontra-se em andamento):
�Quadro 5: IFES da Região Nordeste
Estado
Alagoas
Bahia
Bahia
Bahia
Universidade
Sigla
Universidade Federal de Alagoas
UFAL
Universidade Federal da Bahia
UFBA
Universidade Federal do Sul da Bahia
UFSB
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
UFRB
Universidade Federal da Integração Internacional da
Bahia/Ceara
UNILAB
Lusofonia Afro-brasileira
Ceará
Universidade Federal do Ceará
UFC
Ceará
Universidade Federal do Cariri
UFCA
Maranhão
Universidade Federal do Maranhão
UFMA
Paraíba
Universidade Federal da Paraíba
UFPB
Paraíba
Universidade Federal de Campina Grande
UFCG
Pernambuco
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Pernambuco
Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRPE
Pernambuco/Bahia/Piauí
Universidade Federal do Vale do São Francisco
UNIVASF
Piauí
Universidade Federal do Piauí
UFPI
Rio Grande do Norte
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UFRN
Rio Grande do Norte
Universidade Federal Rural do Semi-Árido
UFERSA
Sergipe
Universidade Federal de Sergipe
UFS
Fonte: Os autores (2017).
Quadro 6: IFES da Região Sudeste
Estado
Espírito Santo
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Minas Gerais
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
São Paulo
Universidade
Universidade Federal do Espírito Santo
Universidade Federal de Alfenas
Universidade Federal de Itajubá
Universidade Federal de Juiz de Fora
Universidade Federal de Minas Gerais
Universidade Federal de Ouro Preto
Universidade Federal de São João del Rei
Universidade Federal de Uberlândia
Universidade Federal de Viçosa
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri
Universidade Federal de Lavras
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Universidade Federal de São Carlos
Sigla
UFES
UNIFAL
UNIFEI
UFJF
UFMG
UFOP
UFSJ
UFU
UFV
UFTM
UFVJM
UFLA
UNIRIO
UFRJ
UFRRJ
UFF
UFSCar
�São Paulo
São Paulo
Universidade Federal de São Paulo
Universidade Federal do ABC
UNIFESP
UFABC
Fonte: Os autores (2017).
A análise das IFES das regiões Norte, Centro-Oeste e Sul foram efetuadas com base em
três heurísticas, por serem as que mais impactam na experiência de navegação: Controle fácil,
autonomia do usuário para realizar ou desfazer alguma atividade de modo ágil;
Reconhecimento, identificação de recursos e ícones para estimular a intuição do usuário e não a
memorização; Flexibilidade, ocorrência de atalhos que dinamizam a navegação.
5 RESULTADOS PRELIMINARES
As análises feitas nos 26 sites das três regiões (Norte, Centro-Oeste, Sul) com base nas
três heurísticas pré-definidas e os resultados preliminares deste estudo, serão apresentadas nesta
seção. Primeiramente o resultado da análise quantitativa pelo método avaliativo na codificação
positiva (1) ou negativa (0) para cada heurística, na identificação das universidades. Visto isso,
seguem os resultados qualitativos por meio do método interpretativo das porcentagens obtidas
para cada heurística.
[...] usuários geralmente escolhem as
para deixar o estado indesejado sem ter que pass
1995). Assim, foi observado que 19 universidades não violam esta teoria enquanto 7
apresentaram violações em sua interface.
A heurística
Minimize a carga de memória
do usuário, tornando visíveis objetos, ações e opções. O usuário não deve ter que lembrar as
informações de uma parte do diálogo para outra. As instruções para o uso do sistema devem ser
visíveis ou facilmente recuperáveis
95). Assim, foi
observado que 21 universidades não violam esta teoria enquanto 5 apresentaram violações em
sua interface.
Na que se refere à heurística
Aceleradores - não vistos pelo
usuário novato - muitas vezes podem acelerar a interação para o usuário especialista, de modo
que o sistema possa atender a usuários inexperientes e experientes. Permitir que os usuários
não violam esta teoria enquanto 8 apresentaram violações em sua interface.
Em relação às porcentagens obtidas pelas heurísticas foi possível alcançar o seguinte
�resultado: 69% dos sites possuem controle fácil, 80% são de fácil reconhecimento e 65%
apresentam características flexíveis.
No que tange ao Controle Fácil, obteve-se predominância no Centro-Oeste, com 80%,
região de menor concentração de universidades. Em seguida, as regiões Norte e Sul
apresentaram 70% e 64% respectivamente com relação ao Controle Fácil. Pode-se observar que
mais da metade (50%) das universidades, considerando por região, manifestaram ser usuais pelo
Controle Fácil, embora nenhuma tenha alcançado a máxima.
Com relação ao Reconhecimento, obteve-se unanimidade no Centro-Oeste, com todas
(100%) as universidades tendo manifestado o que diz a teoria sobre tal heurística. Em seguida, as
regiões Norte e Sul apresentaram 90% e 64%, respectivamente, com relação ao Reconhecimento.
Pode-se observar que mais da metade (50%) das universidades por região manifestaram ser
usuais pelo Reconhecimento, porém a região Sul se destaca de maneira não favorável, pois a
região Norte, por margem percentual pequena, quase obteve o mesmo índice da região CentroOeste.
Sobre a Flexibilidade, obteve-se novamente maior predominância no Centro-Oeste, com
80%. Em seguida, as regiões Norte e Sul apresentaram 70% e 54,5% respectivamente com
relação ao Flexibilidade. Observa-se que as percentual significativo das universidades da região
Sul, pelo índice apresentado, manifestam violações acerca desta heurística.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estudos de usabilidade possibilitam identificar nas fontes de informação eletrônica (sites)
possíveis violações manifestadas pela experiência de navegação e utilização dos recursos e
serviços que estas contemplam. Portanto, pode-se inferir que a aplicação de testes de
usabilidade, baseados em determinados critérios (nesta pesquisa as dez heurísticas de Nielsen),
são fundamentais e imprescindíveis para garantir que tais fontes não fracassem em sua função
informacional tornando-se inativas. Trata-se de uma questão que as unidades de informação
precisam se preocupar seriamente para que não comprometa seu propósito de oferecer aos
usuários a informação que este procura.
Desse modo, foi possível estabelecer o impacto que as três heurísticas selecionadas
podem causar ao usuário durante a experiência de navegação, busca e recuperação em contato
com os sites. Referente ao Controle fácil, não é incomum que o usuário selecione uma opção
por engano, ou acabe percorrendo um caminho o qual, só no meio do percurso, percebe que está
perdido na interação com o inteface. O usuário em questão precisa conseguir desfazer esse
caminho e encontrar atalhos que o permitam retornar ao ponto inicial ou no ponto anterior.
�Referente ao Reconhecimento, o usuário não tem o dever de memorizar a função de um recurso
nem como encontrá-lo, um site deve proporcionar esse encontro por meio de uma interação
intuitiva com a interface. Referente a Flexibilidade, que abrangem um pouco do comportamento
das duas heurísticas anteriores, no meio de uma interação ou no começo dela, seja por ter se
enganado em selecionar determinada função ou por aspectos intuitivos, o usuário precisa ter a
opção de encurtar seu caminho e otimizar seu tempo de navegação no site pelos atalhos. Assim,
conclui-se que o emprego de tais heurísticas, pelos sites, visam diminuir a ociosidade nessas
fontes eletrônicas e tendem a direcionar melhor os usuários.
Logo se sugere que os sites avaliados contemplem, nas futuras atualizações de suas
estruturas (layout), aspectos que facilitem o acesso do usuários tornando-as fontes mais
eficientes. Do ponto de vista dos heurísticas recomenda-se que sejam pensados os seguintes
passos para diminuir as violações: indicar o caminho que o usuário está percorrendo e onde ele
está exatamente dentro do site; deixar visível recursos e serviços de uso mais recorrente e manter
a objetividade nos menus e submenus; adicionar atalhos como elementos de páginas quando
necessário de acordo com finalidade do site.
É importante ressaltar que a estruturação de um site deve ser precedido por estudos que
procurem identificar o comportamento informacional dos usuários na busca da informação,
considerando para tanto o contexto em que atuam, no caso as IFES e, também, aspectos sociais e
psicológicos dos seus usuários em potencial.
A próxima etapa da pesquisa terá como objetivo expandir a avaliação para os 62 sites,
contemplando dessa forma todas as regiões, e considerando as dez heurísticas de Nielsen. Serão
efetuadas, também, análises mais avançadas com relação a usabilidade dos sites, procurando
correlacioná-las com o número de alunos matriculados e os diversos cursos existentes em cada
IFES. Por fim, busca-se, ao ampliar e aprofundar esta pesquisa contribuir para o avanço de
estudos nessa área, de tal forma que os usuários sejam os principais beneficiários ao facilitar o
acesso à informação existente nas coleções das bibliotecas universitárias dessas instituições.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, N. C.; FACHIN, J. Evolução das fontes de informação. Biblos: Revista do
Instituto de Ciências Humanas e da Informação, Rio Grande do Sul, v. 29, n. 1, 2015.
Disponível em: <https://www.seer.furg.br/biblos/article/view/5463/3570>. Acesso em: 18 dez.
2017.
BRASIL. Ministério da Educação. e-Mec. Brasília, DF, 2017. Não paginado. Disponível em:
<http://emec.mec.gov.br/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
�FERREIRA, S. B. L.; LEITE, J. C. S. do P. Exemplificando aspectos de usabilidade em sistemas
de informação. In: ENCONTRO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
EM ADMINISTRAÇÃO, 26., 2002, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador: ANPAD, 2002.
Disponível em: <http://www.anpad.org.br/admin/pdf/enanpad2002-adi-1122.pdf>. Acesso em:
18 dez. 2017.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LOWDERMILK, T. Design centrado no usuário. São Paulo: Novatec, 2013.
NIELSEN, J. 10 usability heuristics for user interface design. Nielsen Norman Group,
California, 01 jan. 1995. Disponível em: <https://www.nngroup.com/articles/ten-usabilityheuristics/>. Acesso em: 18 dez. 2017.
RODRIGUES, A. V. F.; CRESPO, I. M. Fonte de informação eletrônica: o papel do
bibliotecário de bibliotecas universitárias. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da
Informação, Campinas, v. 4, n. 1, p. 1-18, 2006. Disponível em:
<https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/2032/2154>. Acesso em:
18 dez. 2017.
SILVEIRA, W. M. M. da; SOUZA, J. F. Analysis: Analisador de usabilidade de sites. In:
WORKSHOP DE TRABALHOS DE GRADUAÇÃO E PÓS-GRADUAÇÃO DO DCC, 3.,
2011, Juiz de Fora. Relatórios Técnicos... Juiz de Fora: UFJF, 2011. Disponível em:
<https://nrc.ice.ufjf.br/seer/index.php/relate/article/view/61>. Acesso em: 18 dez. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Avaliação de sites de bibliotecas de Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) com base no critério de usabilidade: análise empírica de amostra selecionada.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Gabriel José Teixeira da; Sá, Nysia Oliveira de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta a importância de manter sites, enquanto fontes de informação eletrônica, usuais e acessíveis na experiência de navegação do usuário. Possui como objetivo geral a avaliação, com base no critério de usabilidade, dos sites de bibliotecas vinculadas às instituições federais de ensino superior (IFES) no Brasil. Adota como metodologia pesquisa aplicada com método avaliativo de codificação dos sites para análise dos dados colhidos por meio de etapas pré-definidas. Baseia-se nos conceitos de usabilidade, fontes de informação eletrônica e as heurísticas de Nielsen. Busca contribuir com a melhoria desse tipo de fonte de informação, de modo que se tornem mais usuais e facilitem a disseminação e a recuperação da informação pelo usuário. Obtém como resultados preliminares que 69% dos sites possuem controle fácil, 80% são de fácil reconhecimento e 65% apresenta características flexíveis
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5770/SNBU2018_168.pdf
5d15a0f86091c741d668b2f5b4c0fdfb
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PROJETO BIBLIOTECA VIVA: REVENDO OS CONCEITOS E
RENOVANDO OS ESPAÇOS
THE LIVING LIBRARY PROJECT: REVIEWING CONCEPTS AND RENOVATING SPACES
Resumo: Pautada nas tendências apresentadas para as bibliotecas acadêmicas, a Biblioteca Prof.
Achille Bassi do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São
Paulo (ICMC/USP) buscou, mais intensivamente na última década, repensar as suas práticas.
Com foco inicial em seus acervos, atualizou e adequou acervos e serviços para atender aos
anseios tecnológicos da comunidade, por meio da aquisição de equipamentos e acervos digitais,
da criação de repositórios e da adequação da infraestrutura lógica e elétrica. A partir de uma
percepção de maior uso remoto de acervos e serviços da biblioteca e, consequentemente, uma
diminuição na frequência de usuários, a Biblioteca do ICMC passou a envidar esforços para se
aproximar do usuário e identificar suas expectativas e necessidades de usos do espaço da
Biblioteca. A partir de 2014, incentivada pela nova gestão da unidade, as mudanças já iniciadas
ioteca
presente trabalho tem como objetivo compartilhar a experiência com o Projeto Biblioteca Viva,
a sua base de entendimento e direcionamento, e, ainda, apresentar as ações encaminhadas
relacionadas à infraestrutura.
Palavras-chave: Biblioteca Acadêmica. Infraestrutura de biblioteca. Inovação em bibliotecas.
Abstract: Based on trends presented for academic libraries, the Prof. Achille Bassi´s Library of
the Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC /
USP) has sought, more intensively in the last decade, to rethink its practices. With an initial
focus on its collections, it updated and adapted collections and services to meet the
technological needs of the community, through the acquisition of digital equipment and
collections, the creation of repositories and the adequacy of the logical and electrical
infrastructure. Based on a perception of greater remote use of library collections and services
and, consequently, a decrease in the frequency of users, the ICMC Library began to make
efforts to approach the user and identify their expectations and needs for space uses of the
Library. Beginning in 2014, encouraged by the new management of the unit, the changes
already begun regarding digital collections were added to a larger project, called "Living
Library", which is currently focused on the modernization of the library infrastructure. The
903
�present work aims to share the experience with the Living Library Project, its base of
understanding and direction, and also to present the actions related to the infrastructure.
Keywords: Academic library. Library infrastructure. Library innovation.
1 INTRODUÇÃO
O futuro das bibliotecas é um assunto recorrente nos últimos anos, inicialmente pelo
avanço das tecnologias, o que exigiu das bibliotecas uma mudança de paradigma na forma de
armazenamento e recuperação da informação e posteriormente pela autonomia possibilitada aos
usuários pela virtualização dos acervos em geral.
A busca para atender as demandas para as novas tecnologias foi evidenciada pela
literatura e vivenciada pelas bibliotecas; iniciativas em bibliotecas digitais e virtuais foram
determinantes para a evolução das bibliotecas. Como enfatizado por Pires (2010) quando
divulgou algumas iniciativas em bibliotecas, na forma de sistematizar o conteúdo, provocadas
pela convergência de mídias e novos dispositivos de acesso ao conhecimento.
Os investimentos para digitalização de acervos, criação de repositórios, adequação de
espaço para demandas tecnológicas que vão desde disponibilização de microcomputadores até
aquisição de e-readers, notebooks, scanners, entre outros, foram a temática de muitas projeções
para o futuro das bibliotecas.
De acordo com as tendências mais mencionadas e discutidas na literatura atual, em
conferência e também por especialistas, relatadas a cada dois anos pela Association of College
and Research Libraries
ACRL (ACRL, 2010; ACRL, 2012; ACRL, 2014; ACRL, 2016), a
tecnologia, em suas diversas concepções, tem sido a principal abordagem na área de bibliotecas
acadêmicas.
Pautada nessas tendências a Biblioteca Prof. Achille Bassi do Instituto de Ciências
Matemáticas e de Computação da USP (ICMC/USP) buscou, mais intensivamente na última
década, repensar as suas práticas. Com foco inicial em seus acervos, atualizou e adequou
acervos e serviços para atender aos anseios tecnológicos da comunidade, por meio da aquisição
de equipamentos e acervos digitais, da criação de repositórios e da adequação da infraestrutura
lógica e elétrica.
Esse investimento possibilitou a maior utilização dos acervos digitais e a Biblioteca
passou a atender o usuário de uma nova maneira, disponibilizando e oferecendo conteúdos
online e fortalecendo o atendimento remoto. Em decorrência, o fluxo local de usuários
904
�diminuiu, apresentando queda de 35% aproximadamente, registro esse das estatísticas do
Sistema Integrado de Bibliotecas da USP
SIBiUSP
entre os anos de 2008 à 2012
(UNIVERSIDADE, 2009; UNIVERSIDADE, 2013).
Observando as tendências para as bibliotecas, a mudança do comportamento da
comunidade e considerando essas estatísticas, a Biblioteca do ICMC passou a envidar esforços
para se aproximar do usuário e identificar suas expectativas e necessidades de usos do espaço. A
partir de 2014, incentivada pela nova gestão da unidade, as mudanças já iniciadas quanto aos
atualmente está focado na modernização da infraestrutura, porém, tem por objetivo apresentar e
implementar propostas de renovação do espaço físico, de criação de novos serviços e produtos,
de estabelecer parcerias com a comunidade, no intuito de promover o uso dos espaços da
Biblioteca com todo o seu potencial e alinhado ao novo conceito de biblioteca.
O presente trabalho tem como objetivo compartilhar a experiência com o Projeto
Biblioteca Viva, a sua base de entendimento e direcionamento, e, ainda, apresentar as ações
encaminhadas relacionadas à infraestrutura.
2 REVISÃO DE LITERATURA
A literatura e os encontros técnicos e científicos da área de Biblioteconomia e Ciência
da Informação vêm discutindo o futuro das bibliotecas e o papel dos bibliotecários frente às
mudanças nas bibliotecas e no mundo, sob vários aspectos. Parece-nos, mais do que nunca,
que nossas bibliotecas têm vida própria e seguem o caminho das mudanças, entretanto, tal
como filhos, elas precisam de objetivos claros, planos, informação e orientação para atingirem
todo o seu potencial com essas mudanças, para então participar e colaborar ativamente com
esse novo mundo.
Já em 2009, Sousa descrevia
própria
mantenedora e gerenciadora de recursos
bibliográficos, tecnológicos e humanos, que não pode perder de vista seu principal foco: o
A preocupação com espaços das bibliotecas e o trabalho colaborativo já se fazia presente
em 2010 na literatura biblioteconômica, apesar de se apresentar timidamente se comparada aos
temas tecnológicos. Pelos relatórios da ACRL foram identificadas tendências, tais como: o
aumento da colaboração como uma expansão no papel da biblioteca e a necessidade de
mudança do espaço físico em 2010 (ACRL, 2010); no relatório seguinte (ACRL, 2012) a única
905
�menção voltada para um enfoque não tecnológico foi a preocupação com o desenvolvimento e
adequação dos profissionais que atuam nas bibliotecas; em 2014 (ACRL, 2014) o diferencial
estava no sucesso dos alunos, mensurado pelos processos de avaliação das universidades e,
consequentemente, no envolvimento das bibliotecas para a avaliação dos programas. Aparece
neste período o conceito do aprendizado baseado em competência, mas o espaço físico não foi
mencionado e no último relatório apresentado pela instituição (ACRL, 2016) também não há
menção sobre uso dos espaços nas bibliotecas ou propostas similares.
Três outros importantes relatórios foram divulgados a respeito das tendências das
bibliotecas do futuro, são eles: "Checking out the future - perspectives from the library
community on information technology and 21st-century libraries", publicado em 2010 pela
American Library Association (ALA), que trata da interação entre bibliotecários e usuários, da
implementação de avanços tecnológicos, da projeção de espaços flexíveis para atividades
diversas, de programas inovadores e os serviços adaptáveis que fornecerá informações de
forma apropriada para usuários individuais (HENDRIX, 2010); o relatório intitulado
"Envisioning the library of the future - phase 1: a review of innovations in library services",
que abrange a inovação nos sistemas de bibliotecas, citando iniciativas de várias bibliotecas
como a Delft Concept Library - DOK (ARTS, 2013) e mais recentemente o apresentado pela
New Media Consortium, que discute as principais tendências, os desafios mais significativos e
as tecnologias emergentes, bem como seus impactos nas bibliotecas acadêmicas e de pesquisa
de todo o mundo (JOHNSON, 2014).
Expert more: melhores bibliotecas para um mundo
complexo (2016, p. 116), registra:
A nova visão da biblioteca não é um local ou uma coleção de livros, mas uma
plataforma para que a comunidade crie e compartilhe conhecimento. Isso é mais do
que uma mudança teórica. Traz reais implicações de como as bibliotecas se
organizam e como usam a tecnologia.
Destaca ainda que
de paradigma (LANKES, 2016, p.58).
A professora Marisa Midori em sua coluna no Jornal da USP (MIDORI, 2017) reforça a
teoria das bibliotecas como ambientes de sociabilidade, um local onde as pessoas se reúnem
para trocar ideias e defende ainda a importância sobre a existência das bibliotecas físicas na
atualidade, destacando a criação de 15 bibliotecas na Europa em 2016 que oferecem salas
coletivas de estudos, espaços para crianças e idosos, cursos abertos, palestras, cinemas, teatro,
concertos e cafés.
906
�A ideia de espaços e ações diferenciadas em bibliotecas sempre foi evidenciada na
literatura para bibliotecas públicas; para as bibliotecas acadêmicas essas abordagens surgiram
principalmente a partir da criação de bibliotecas comunitárias em universidades, como a
proposta da UFSCar - Universidade Federal de São Carlos - que inaugurou sua biblioteca
comunitária em 1995 (SILVA, 1999).
Iniciativas mais recentes foram constatadas na biblioteca da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul
PUCRS que disponibilizou espaços de acolhimento e
integração para os usuários com espaços multiuso equipados com smart tv (YouTube e Netflix),
sofás, quadro branco e máquina de café (PONTIFÍCIA, 2017) e também na biblioteca da
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo - FEUSP, em São Paulo, que além de
confortáveis áreas de convivência com pufes e sofás, conta ainda com um estúdio e sala para
acessibilidade onde, de acordo com Flexa (2018), são promovidos encontros com autores,
exposições das mais variadas artes, sejam a literatura, a escultura, a pintura, etc., integrando
assim, o mundo das imagens, palavras, hipertextos, livros, revistas e hipermídias no mesmo
ambiente.
Também na USP, a biblioteca da Faculdade de Economia, Administração e
Contabilidade - FEA, finalizou uma reformulação dos seus espaços, aumentando
consideravelmente sua área e salas para atividades em grupos, reuniões, aulas, encontros e
eventos, possuindo atualmente 5.000m2 com dois auditórios, quatro salas de videoconferência,
sala de ensino à distância, sala de ensino baseado na metodologia Design Thinking, entre outros
espaços diferenciados para a comunidade (FEAUSP, 2018).
No cenário internacional, algumas bibliotecas acadêmicas já repensaram seus espaços e
realizaram suas mudanças, como é o caso da Biblioteca Central da Benemérita Universidad
Autónoma de Puebla, no México, que atualmente possui 1500 lugares, um andar com
funcionamento 24 horas, salas de videogames, salas para filmes 3D, entre outros espaços para
encontros e eventos, além do fortalecimento contínuo da sua coleção digital composta de 100
mil e-books e 60 mil e-journals (BENEMÉRITA, 2018).
A Biblioteca de Ciências e Engenharia Sorrells da Carnegie Mellon University foi
renovada para apoiar as novas formas de aprendizagem dos alunos e inaugurada em março de
2017. Seus espaços individuais cresceram 25%, foram renovados com novos leiautes,
incluindo arquibancadas de madeira revestidas de colchões e instalações elétricas. Novas salas
para trabalho colaborativo foram criadas e equipadas com itens de informática. Toda essa
renovação foi possível compactando alguns de seus acervos impressos. "Esta remodelação
907
�começa a oferecer espaços que atendam às necessidades dos estudantes do século XXI RIFFE, 2018).
E não é possível deixar de citar a Hunt Library, da Universidade Estadual da Carolina
dos seus pilares
conceituais é justamente a preocupação com seus espaços, que são amplos, modernos,
coloridos e que dão apoio a uma série de atividades, possuindo amplos halls para eventos e
exposições, lounges descontraídos, salas de conferência em vários tamanhos, salas de
trabalho, sala de jogos, laboratório de visualização computacional, estúdios equipados para
criação, produção e editoração de vídeos, espaços para apoio à cultura maker, teatro, cafés,
entre tantos outros (NC STATE, 2018). A experiência de vivenciar essa biblioteca vai muito
além do estudo, ensino e pesquisa tradicionais.
Outras reconhecidas universidades internacionais e suas bibliotecas estão refletindo e
planejando suas mudanças nesse momento, assim como nós. A Biblioteca Bodleian, da
Universidade de Oxford, em seu documento institucional sobre as estratégias da gestão 20162017 aponta a questão dos espaços como uma das prioridades para ampliar o seu apoio ao
ensino e à pesquisa, citando o aumento dos conteúdos digitais, a necessidade de tornar seus
espaços mais acessíveis e a compreensão dos desejos dos usuários relacionados aos espaços de
estudo e leitura dentro da universidade e a inserção dessas percepções no planejamento e
administração da biblioteca, entre outros apontamentos interessantes (OXFORD, 2018).
A Biblioteca da Universidade de Manchester também possui um documento de
estratégias da gestão 2013-2017 que menciona claramente a preocupação com seus espaços, no
lando a imaginação, a
(UNIVERSITY, 2018).
3 METODOLOGIA DO PROJETO
É possível dizer que a pesquisa realizada para embasar o projeto Biblioteca Viva é do
tipo exploratória, cuja finalidade é a maior compreensão de uma questão ou familiarização
com um problema de pesquisa, onde o levantamento bibliográfico e o contato com
experiências reais são os principais procedimentos técnicos utilizados. Geralmente, esse tipo
de pesquisa assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso (GIL, 2008).
O marco inicial dos estudos e pesquisas para compor o atual projeto foi há
aproximadamente dez anos. Nessa ocasião, os estudos e pesquisas não foram realizados
908
�sistematicamente e prevendo a elaboração de um projeto, buscavam pontualmente novas
ideias, práticas e orientações acerca do futuro das bibliotecas acadêmicas que pudessem ser
implantadas na Biblioteca do ICMC.
A partir de 2010, estimulados pela então gestão para um exercício de planejamento e
de visualização do futuro da instituição, os estudos e pesquisas se tornaram frequentes e com
o objetivo de compor uma proposta concreta para a gestão dos diferentes acervos da
biblioteca.
As informações teóricas obtidas e as práticas identificadas foram periodicamente
debatidas pela equipe da biblioteca, analisadas sob o contexto da comunidade do ICMC e
amadurecidas ao longo de alguns anos, entretanto, sem registro metódico desses eventos.
O estudo e a pesquisa sistemática para a composição do projeto Biblioteca Viva
ocorreram a partir de 2016, quando a gestão 2014-2018 se posicionou fortemente em favor de
uma mudança concreta na Biblioteca do ICMC. Para nortear o estudo e a pesquisa, e obter um
projeto real e exequível, foi definido encontrar ideias consideradas como de futuro para as
bibliotecas acadêmicas, já implantadas e alinhadas às orientações e previsões teóricas
identificadas na literatura. Foram considerados aspectos como: discussão e orientação sobre o
futuro das bibliotecas acadêmicas, proposição de novos usos dos espaços e como proporcionálos, levantamentos das novas necessidades dos usuários, proposição de encaminhamentos para
implantar as mudanças, divulgação de resultados dos novos usos das bibliotecas acadêmicas
depois de realizadas as mudanças, como mensurar resultados, entre outros. As experiências
nacionais e internacionais citadas na seção anterior ilustram parte da pesquisa realizada.
O conjunto de informações obtido, resultante do estudo e das pesquisas, foi lido,
relido, analisado pela equipe da biblioteca, comissão de biblioteca e, também, confrontado
com os anseios da gestão atual. O projeto obtido é o entrelaçamento de três elementos: o que
há registrado na literatura, desde o novo conceito de bibliotecas até as novas possibilidades de
atendimento, serviços e produtos; os casos reais de mudanças implantadas; e com o que
acreditamos ser uma biblioteca acadêmica do futuro (já presente).
4 RESULTADO: O PROJETO BIBLIOTECA VIVA
Há aproximadamente uma década a Biblioteca do ICMC iniciou uma reflexão sobre a
sua atuação no contexto do ensino superior e da pesquisa diante das mudanças no perfil da
nova geração de alunos e jovens pesquisadores já ambientados ao mundo tecnológico e às
novas formas de busca, acesso e uso do conhecimento e também dos espaços das bibliotecas,
909
�e, particularmente, o perfil do seu próprio instituto cujas áreas de atuação são exatamente
aquelas que formam os profissionais que criam e desenvolvem esse mundo tecnológico.
Um dos resultados dessa reflexão, apoiado pela gestão 2010-2014 do Instituto, foi um
documento chamado Biblioteca 2021126, que elencou os usos futuros dos vários tipos de
acervos existentes e as necessidades para prover esses usos, manter e preservar esses acervos.
Esse documento foi apresentado no Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias de
2012, ocorrido em Gramado - RS.
Outro resultado dessa reflexão foi um conjunto de ações consideradas inovadoras para
ambientes de bibliotecas, cujo objetivo foi o de ampliar o conceito de biblioteca e adaptá-la de
fato às necessidades atuais e reais da comunidade.
Esse conjunto de ações tem como base:
Compactação de acervos impressos;
Ampliação de espaços de estudo e de convivência;
Flexibilidade da função do espaço;
Facilidade no uso desse espaço, que pode ser ilustrada, por exemplos, com a
possibilidade de entrada com mochilas e bolsas e de fazer pequenos lanches enquanto
se estuda ou se usa a Biblioteca.
Além de manter e fortalecer a atuação como biblioteca acadêmica, a ampliação do
conceito impulsiona a biblioteca a ser um espaço primordialmente de encontro, de integração,
de convivência, de entretenimento e de cultura, inclusive compreendendo serem essas as
novas formas de aprender, ensinar e transmitir o conhecimento. Desse entendimento decorre o
nome Projeto Biblioteca Viva.
Essas ações foram colocadas em prática uma após a outra, distribuídas ao longo dos
últimos cinco anos e culminaram em um projeto de renovação dos leiautes dos espaços da
Biblioteca. Assim, o Projeto Biblioteca Viva não é tão somente a modernização de leiautes e
móveis, mas a consequência natural de uma ampliação e atualização de conceito, com novas
práticas e novos desafios, sendo um deles a execução verdadeira da função social das
bibliotecas de modo a impactar positivamente sua comunidade e seu entorno.
Baseados na revisão da literatura e na pesquisa por iniciativas e casos reais, o Projeto
Biblioteca Viva estabeleceu quatro pilares para identificar e priorizar suas ações, bem como
126
CRISTIANINI, G.M.S.; MORAES, J.S. Biblioteca 2021: estudo preliminar do planejamento da gestão de
acervos da Biblioteca do ICMC/USP. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,
17., 2012, Gramado RS. Anais... [cópia dos autores].
910
�conduzi-las e direciona-las, no intuito de não perder de vista o objetivo principal do projeto.
São eles:
Comunidade: esse pilar é compreendido sob dois enfoques. Quanto à formação, a
comunidade da Biblioteca é composta não apenas pelas pessoas vinculadas à
instituição, mas também àquelas atendidas pelos seus projetos de pesquisa, cultura e
extensão; quanto à participação, a comunidade não é apenas servida pela Biblioteca,
mas é ouvida e participa da sua gestão definindo necessidades e prioridades;
Conhecimento: esse pilar também é compreendido sob dois enfoques. A aquisição, a
comunicação e o compartilhamento de conhecimento no espaço da Biblioteca não
ocorrem necessariamente sob o silêncio, a nova compreensão é que quaisquer
interações, silenciosas ou não, são trocas, permutas, transmissões, compartilhamentos
de conhecimento e, portanto, precisam ser apoiadas pelos espaços e equipes das
Bibliotecas. O outro enfoque é relacionado aos acervos como fontes de conhecimento.
Embora a maneira de buscar e acessar a informação tenha se alterado ao longo dos
anos, há fontes de informação que não possuem seus equivalentes digitais e quando
houver é possível que as universidades não tenham os recursos financeiros necessários
para adquirir todas elas. Sendo assim, acervos que são dificilmente substituídos por
quaisquer motivos, em especial àqueles muito antigos, continuam sendo considerados
como patrimônio cultural e necessário para o ensino e à pesquisa, mesmo com toda a
tecnologia existente e, portanto, cabe às bibliotecas tratar, proporcionar o acesso a eles
e preservá-los;
Infraestrutura: conforme a definição127
possam ser concretizados. No âmbito do Projeto Biblioteca Viva, além dos itens de
infraestrutura conhecidos, a ênfase fica para três itens: o projeto de leiaute do
mobiliário, propiciando espaços informais, móveis confortáveis e modernos; o projeto
de tecnologia e informática, para reforçar o oferecimento de novos serviços e produtos
com base tecnológica; e o projeto elétrico, tendo em vista que a tecnologia é
totalmente dependente de fontes de energia e cada vez mais a comunidade traz seus
próprios equipamentos para os espaços das bibliotecas;
Convívio e interação: é a consolidação da ideia da Biblioteca como o espaço ideal para
o encontro, o convívio e a interação da comunidade, seja por meio da tradicional tarefa
127
MICHAELIS Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa. Disponível em: http://michaelis.uol.com.br/.
Acesso em 04 fev. 2018.
911
�de estudar e pesquisar, silenciosamente ou não, seja por meio de uma oficina de
origamis, de debate sobre um livro ou um filme, de uma aula diferenciada, de visitas
de outra comunidade, de exposições, de cafés da manhã ou de quaisquer outras
atividades onde o público se reúna, se conheça, converse, discuta, ria, e dali saiam
novas ideias, novas opiniões, novas perguntas e novas respostas.
Apoiados nesses pilares, desde abril de 2017 o Projeto Biblioteca Viva atuou mais
fortemente na infraestrutura disponível, e nas suas melhorias, e também na participação da
comunidade para a identificação e priorização das necessidades, criando um processo de
realimentação do próprio projeto.
O projeto inicial foi apresentado para a comunidade em seis ocasiões: a congregação
da unidade, sendo essa a instância máxima da instituição com representantes de todas as
classes que compõem a comunidade interna, os quatro conselhos departamentais com todos os
docentes também representantes de suas classes, e uma apresentação geral, a que chamamos
de plenária, onde toda a comunidade foi exaustivamente convidada. Nessa ocasião foi
registrado um público majoritariamente de alunos.
Pouca alteração foi sugerida a partir das apresentações citadas, a maioria delas está
ligada à melhoria da infraestrutura, especialmente na ampliação de pontos de acesso à rede
elétrica e da capacidade da rede lógica sem fio. Sugestões surpreendentes, tais como a
preocupação com o fim da aquisição dos livros impressos e os pedidos de retorno das
assinaturas impressas de jornais diários e revistas semanais, nos fizeram refletir novamente
sobre o contexto dos materiais impressos, bem como apontaram a necessidade premente de
repensar uma política de desenvolvimento de coleção e retomar o documento Biblioteca 2021,
citado aqui anteriormente.
Atualmente o Projeto Biblioteca Viva está executando a fase da infraestrutura, por
meio da reorganização do uso dos espaços, a renovação dos leiautes e mobiliários e a gestão
do ruído em toda a Biblioteca.
A Biblioteca do ICMC possui 3.000 m2 divididos em um amplo térreo, com uma área
aberta e outra fechada onde está sua entrada social, e mais três andares, onde o projeto prevê
as seguintes mudanças:
A transformação da entrada da Biblioteca em um pool de atendimento,
concentrando nesse espaço a maioria dos serviços prestados ao usuário,
dispensando a necessidade de ir até outros andares ou caminhar pelo prédio
quando a busca é por um tipo de atendimento específico; ainda nesse espaço,
912
�mantêm-se vitrines para exposição e uma pequena sala de leitura e encontros;
quanto à gestão do ruído, esse piso foi definido como de ruído moderado;
O primeiro andar da Biblioteca, chamado piso 1, foi destinado a concentrar toda a
coleção impressa de livros e séries monográficas existentes, possibilitando o
acesso rápido e fácil, e liberando espaços para estudo e pesquisa nos demais
andares da Biblioteca; quanto à gestão do ruído, esse piso foi definido como de
ruído moderado,
O segundo andar da Biblioteca, chamado piso 2, foi destinado a ser o espaço de
leitura, estudo e pesquisa individual. Esse piso já possuía baias para estudo
individual com tomadas elétricas individuais e também salas fechadas para estudo
em grupo. Com o Projeto Biblioteca Viva está prevista a instalação de uma grande
sala de leitura, nos moldes daquelas de livrarias, com móveis modernos, informais
e aconchegantes, onde ficará a coleção impressa de literatura geral; considerando o
uso individual desse piso, ele foi definido como espaço de ruído mínimo;
O terceiro andar da Biblioteca, chamado piso 3, foi destinado a ser exclusivamente
o espaço dos encontros, das conversas, do estudo e pesquisa em grupos, além da
possibilidade do seu uso para outros fins, desde que vinculados ao ensino, pesquisa
e extensão, como, por exemplo, aulas noturnas com dinâmicas de grupo que
ocorreram uma vez por semana no ano passado. O que possibilitou esse novo uso
foi a compreensão das novas funções para o espaço da Biblioteca, atrelada ao novo
conceito reforçado pelo Projeto Biblioteca Viva, o mobiliário existente nesse piso
que permite a mudança de leiaute dependendo do objetivo da atividade e a
capacidade da área, que pode acomodar confortavelmente até 140 pessoas
sentadas; dito isso, evidentemente, esse piso foi definido como sendo de ruído
moderado;
O térreo externo da Biblioteca, sendo uma ampla área em vão livre e onde está a
sua entrada social, foi repensado para ser um local com infraestrutura para
acomodar pessoas, propiciar os encontros, estudo e pesquisa em grupo ou
individual, além de ser o espaço para eventos científicos e culturais, como, por
exemplos, congressos, feiras, mostras de pôsteres, coffeebreaks, recitais, entre
outros. Para esse espaço, chamado de Hiperespaço Loibel 128 (Matemático e
128
ICMC/USP. Notícias. Disponível em:
http://conteudo.icmc.usp.br/Portal/Noticias/leituraNoticias.php?tipoNoticia=Eventos&id_noticia=600. Acesso
em 04 fev. 2018.
913
�professor da instituição, foi um dos principais impulsionadores do ensino e da
pesquisa em Matemática no estado de São Paulo), o projeto prevê mobiliário
adequado para estudo e pesquisa, ampliação do projeto elétrico para melhor
iluminação e maior número de pontos de acesso à rede elétrica, telas planas nos
seus pilares para a projeção de trabalhos e, ainda, a instalação parcial de portas de
vidro temperado para assegurar o conforto do público diante de intempéries e
também no período noturno. Toda essa infraestrutura permite que esse espaço seja
usado para múltiplos fins, desde uma aula diferenciada com dinâmicas de grupo,
uma apresentação musical, uma partida de futebol de robôs ou o simples uso de
quem deseja passar noite adentro estudando, o que o torna uma grande sala de
estudo 24 horas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Projeto Biblioteca Viva do ICMC/USP é uma proposta iniciada e amadurecida ao
longo de vários anos e que neste momento está debruçada sobre a questão da modernização da
sua infraestrutura. Outras questões do projeto, como, por exemplos, a compactação do nosso
acervo impresso de periódicos científicos e a possibilidade da entrada com bolsas e mochilas
em nossos espaços, aconteceram ao longo desse período com o nosso acompanhamento,
análise e correção, quando necessário. Essas e outras ações, de impacto na cultura da
instituição e da comunidade, propiciaram a mudança de comportamento na equipe da
Biblioteca, como também fidelizaram a comunidade, sendo essa uma decorrente relação
positiva, impossível de ser mensurada em termos de abrangência, importância ou valor. O que
podemos afirmar pela experiência com o projeto é que a cada ação executada estamos mais
próximos do objetivo das novas bibliotecas acadêmicas e que, paradoxalmente, o projeto não
está (e talvez nunca esteja) fechado para novos olhares e nem completamente terminado.
Finalizada essa fase, o projeto partirá para as necessidades de composição da equipe,
revendo e identificando as competências indispensáveis para a criação de novos serviços e
produtos com base em tecnologia e, para tanto, quais profissionais são necessários para
complementar a atual equipe, seguindo a ideia do novo conceito de biblioteca e dos quatro
pilares citados e definidos como norteadores das nossas ações.
914
�REFERÊNCIAS
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2018.
917
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Projeto biblioteca Viva: revendo os conceitos e renovando os espaços.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cristianini, Glaucia Maria Saia; Medeiros, Regina Célia Vidal
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Pautada nas tendências apresentadas para as bibliotecas acadêmicas, a Biblioteca Prof. Achille Bassi do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (ICMC/USP) buscou, mais intensivamente na última década, repensar as suas práticas. Com foco inicial em seus acervos, atualizou e adequou acervos e serviços para atender aos anseios tecnológicos da comunidade, por meio da aquisição de equipamentos e acervos digitais, da criação de repositórios e da adequação da infraestrutura lógica e elétrica. A partir de uma percepção de maior uso remoto de acervos e serviços da biblioteca e, consequentemente, uma diminuição na frequência de usuários, a Biblioteca do ICMC passou a envidar esforços para se aproximar do usuário e identificar suas expectativas e necessidades de usos do espaço da Biblioteca. A partir de 2014, incentivada pela nova gestão da unidade, as mudanças já iniciadas quanto aos acervos digitais foram agregadas a um projeto maior, denominado ―Biblioteca Viva‖, e que atualmente está focado na modernização da infraestrutura da Biblioteca. O presente trabalho tem como objetivo compartilhar a experiência com o Projeto Biblioteca Viva, a sua base de entendimento e direcionamento, e, ainda, apresentar as ações encaminhadas relacionadas à infraestrutura.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5769/SNBU2018_167.pdf
b2da05a6da8f630e7a5f540b30d616cd
PDF Text
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ENTRE LIVROS E COBOGÓS: O USUÁRIO DA BIBLIOTECA JOAQUIM
CARDOZO COMO PROTAGONISTA DE AÇÕES CULTURAIS
BETWEEN BOOKS AND COBOGOS: THE USER OF THE LIBRARY JOAQUIM CARDOZO
AS PROTAGONIST OF CULTURAL ACTIONS
Resumo: O artigo pretende demonstrar como a biblioteca universitária pode se transformar
num espaço de cultura, arte e criatividade, promovendo interações sociais entre alunos de
diversos cursos, equipe de trabalhadores da biblioteca, professores e comunidade externa.
Enfatiza a importância do profissional bibliotecário como agente de cultura e mediador no
processo de formação de indivíduos como sujeitos ativos na sociedade, usando como
expressão a arte e a cultura. Apresenta a experiência da Biblioteca do Centro de Artes e
Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, com a criação do Espaço Cobogó de
Arte e Cultura, como projeto inovador, onde o usuário é o protagonista das ações e atividades
culturais de acordo com as suas aptidões e aspirações profissionais, tornando-se palco e
laboratório para as práticas do conhecimento formal aprendidos em sala de aula. Os
instrumentos de coleta de dados utilizados na pesquisa foram a observação direta, o
questionário e formulário, que permitiram o dimensionamento do nível de satisfação dos
envolvidos no projeto, sejam como telespectadores ou como realizadores das ações.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias. Ações culturais. Projeto cultural.
Abstract: The article aims to demonstrate how the university library can become a space of
culture, art and creativity, promoting social interactions among students of different courses,
staff of library workers, teachers and the external community. It emphasizes the importance of
the professional librarian as agent of culture and mediator in the process of training
individuals as active subjects in society, using as expression art and culture. It presents the
experience of the Library of the Center of Arts and Communication of the Federal University
of Pernambuco, with the creation of the Cobogó Space of Art and Culture, as an innovative
project, where the user is the protagonist of cultural actions and activities according to their
abilities and professional aspirations, becoming the stage and laboratory for the practices of
the formal knowledge learned in the classroom. The data collection instruments used in the
research were the direct observation, the questionnaire and the form, which allowed the
dimensioning of the level of satisfaction of those involved in the project, whether as viewers
or as directors of actions.
Keywords: University libraries. Cultural actions. Cultural project.
893
�1 Introdução
As ações culturais em bibliotecas universitárias ocorrem ainda de maneira tímida e
pouco inovadoras. Quando se fala em ações culturais em bibliotecas, muitos visualizam logo
ações como: a hora do conto, lançamento de livros, leituras guiadas. É importante pensar que
tais ações podem ocorrer de maneira mais ampla e participativa tanto na questão do
planejamento quanto da execução das mesmas. Mas para isso é preciso contextualizar tal
prática com o ambiente no qual a biblioteca estar inserida. Sendo assim, não podemos
desvincular o serviço ofertado, do público a que se destina. No caso da Biblioteca
universitária, é necessário conhecer não só a necessidade informacional do seu usuário, mas o
estilo de vida, seus anseios e principalmente suas expectativas em relação ao meio acadêmico
e ao seu papel na sociedade.
azer da arte
provocar mudanças no agir e pensar dos envolvidos nesse processo. O bibliotecário que atua em
biblioteca universitária deve promover o acesso e a socialização da cultura e da arte nesse
ambiente acadêmico, através de eventos, encontros, apresentações e exposições que contribuam
com o desenvolvimento cultural e artístico dos seus usuários.
Embasado nesse entendimento, a Biblioteca do Centro de Artes e Comunicação da
Universidade Federal de Pernambuco criou o ECAC- Espaço Cobogó de Arte e Cultura,
visando a promoção de atividades artísticas e culturais dentro do espaço da Biblioteca, que até
então era visto como um ambiente estático, onde apenas oferecia uma estrutura para o estudo e
realização de trabalhos acadêmicos.
O Centro de Artes e Comunicação (CAC) foi criado em 1975, pela junção da Escola
de Belas Artes, da Faculdade de Arquitetura, do Departamento de Letras e do Curso de
Biblioteconomia. Tem como missão desenvolver cultura, ciência e tecnologia no âmbito das
artes e da comunicação. Os cursos ofertados pelo Centro são voltados para as seguintes áreas
do conhecimento: Arquitetura e Urbanismo, Ciência da Informação, Comunicação Social,
Design, Expressão Gráfica, Letras e Lingüística, Música, Teoria da Arte e Expressão
Artística. A Biblioteca Setorial, Biblioteca Joaquim Cardozo, recebeu este nome em 1977,
ano em que o mesmo doou sua biblioteca particular para a Universidade Federal de
Pernambuco, tem seu acervo direcionado para atender os cursos de graduação e pósgraduações oferecidos pelo Centro.
894
�A Biblioteca Joaquim Cardozo está inserida nesse universo de áreas de conhecimentos
tão peculiares e de especificidades artística e cultural, em que o perfil dos alunos é traçado por
características singulares, como podemos destacar a sensibilidade para arte, letras,
comunicação e todo subjetivismo que as acompanham. Desta forma, a biblioteca não poderia
ignorar esse cenário de efervescência cultural em que está mergulhada, acreditando que a
melhor forma de interação com seus usuários não poderia acontecer de outra maneira que não
fosse através do uso da linguagem e das manifestações artísticas e culturais.
2 Revisão de literatura
O ECAC tem como objetivo principal incentivar os alunos do Centro de Artes e
Comunicação a interagir com a comunidade acadêmica e a comunidade externa, usando como
instrumento para a socialização a arte e a cultura em forma de poesia, música, teatro,
performance artística, exposição de fotografia e desenhos artísticos. O grande diferencial
desse espaço em relação à maioria das ações culturais promovidas em bibliotecas, é que no
ECAC o aluno/usuário é o protagonista da ação, ou seja, a atividade é realizada por ele, que
de acordo com a sua aptidão realiza a apresentação. O bibliotecário é o mediador, que
disponibiliza o acontecer dessa ação.
Sanches e Rio (2010) analisam o papel do profissional bibliotecário como mediador da
informação no âmbito da dimensão sociocultural, a atuação do bibliotecário que proporciona a
valorização e a transformação do ambiente informacional ao promover tanto o consumo
quanto a produção de cultura.
O bibliotecário de referência, por estar mais próximo ao usuário, é o profissional apto
a perceber o perfil dos usuários e consequentemente suas necessidades informacionais. De
acordo com Shera (1977) ao se referir ao serviço de referência como a atividade que
todo o espectro que inclui desde uma vaga noção de auxílio aos leitores até um serviço de
informação muito esotérico, muito abstrato e altamente especializado". Podemos dizer que
diante de um universo de perspectivas que ultrapassam a necessidade informacional básica, a
prestação de serviços que propiciem o acesso a cultura, o lazer, o entretenimento, passa a ser
um dos seguimentos do serviço de referência contemporâneo, ainda mais quando
conceituamos a biblioteca universitária como um instrumento de apoio as atividades do
ensino, pesquisa e extensão.
Vicentini et. al. (2007) explica a importância da biblioteca universitária na
implementação de ações socioculturais em seu espaço:
895
�ural é um eficiente instrumento
pedagógico-informacional, mas que também imprime ao trabalho (até mesmo ao uso do
meios para que as práticas culturais aconteçam, fornecendo recursos e criando espaços, que
permitam que os envolvidos possam expressar suas capacidades criadoras, tornando-se
sujeitos ativos na comunidade em que estão inseridos.
De acordo com Freire (1981), A ação cultural não pode interferir na visão cultural dos
envolvidos, mas sim adaptar-se a ela, resultando na inserção dos usuários na realidade de
transformação. Assim sendo, o bibliotecário não deve interferir com idéias e conceitos na
apresentação cultural ou artística do indivíduo, ele deve ter em mente que deve ser o mediador
dessa manifestação. A única condição em que o profissional da informação deixe der ser
apenas o mediador é quando ele também se coloca como autor de uma ação, porque sim,
podem existir indivíduos bibliotecários que manifestem aptidões artísticas, culturais e queiram
expor em eventos, mas nesse momento ele assume outro papel.
Para Rosa (2010) é importante que o bibliotecário tenha visão crítica para promoção
da criação e difusão da informação, sem que haja interferência do mesmo nesse processo. Ela
também destaca o uso de novas tecnologias como ferramentas usadas pelos profissionais da
informação nas práticas culturais que colaborem tanto para os processos individuais de
criação, quanto para a difusão, conservação e preservação do produto gerado pela ação.
3 Metodologia
Esta pesquisa constituiu-se como estudo de caso e de cunho exploratório realizada na
biblioteca setorial do Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de
Pernambuco.
O estudo foi realizado a partir de diferentes fases: pesquisa documental, bibliográfica e
de campo.
896
�A pesquisa documental compõe-se do levantamento de documentos para a descrição
da biblioteca estudada. A fase da pesquisa bibliográfica refere-se ao levantamento das
bibliografias relacionadas às contribuições dos autores que tratam sobre o assunto. A etapa da
pesquisa de campo refere-se à observação e a aplicação de questionário para coleta de dados.
Espaço Cobogó de Arte e Cultura
O objeto de estudo dessa pesquisa é o ECAC
que surgiu como um projeto experimental, com intenção de despertar nos alunos/usuários da
biblioteca a interação sociocultural, através de apresentações e exposições artísticas e
culturais no espaço da biblioteca.
O universo da pesquisa é composto por 122 alunos, 17 servidores, 23 da comunidade
externa e 02 professores. Do total de 122 alunos, 81 são alunos pertencentes ao centro em que
a biblioteca está inserida e 41 oriundos de outros centros da universidade.
A amostra da pesquisa caracteriza-se como aleatória e é formada pelo número de
questionários respondidos, totalizando 164 respondentes.
O instrumento de coleta de dados escolhido foi o questionário contendo perguntas
fechadas. Os questionários foram entregues ao término das apresentações ou durante o
período de exposições e eram depositados na urna (caixa de sugestões posicionada em local
visível, no balcão de recepção da biblioteca.
Quadro 3
questionário
Perguntas
Respostas
1, Você é:
( ) aluno do centro de artes e comunicação
( ) aluno de outro centro
( ) servidor
( ) professor
( ) outro
2. Você costuma freqüentar esta biblioteca?
( )sim
3. Qual o motivo principal de esta presente aqui
( ) estudar e ler
hoje?
(
)
( )não
pesquisar
material
bibliográfico
para
empréstimo
( ) assistir a apresentação/ exposição
( ) outro
4. O que você achou da apresentação/
( ) atrapalhou meus estudos
exposição?
( ) não prestei atenção
( ) assisti e gostei
( ) assisti mas não gostei
897
�Os eventos estudados aconteceram durante o segundo semestre de 2016 (início das
atividades do ECAC) e o primeiro de 2017.
Para divulgação do ECAC foi utilizado o Facebook da biblioteca, cartazes e as visitas
dirigidas realizadas para alunos recém-ingressos na universidade. As inscrições para participar
das atividades são feitas via e-mail ou presencialmente no setor de referência. O prazo de
inscrição é de no mínimo cinco dias úteis, anterior a data da apresentação ou exposição, a fim
de que o evento seja divulgado na assessoria de comunicação da universidade, nas redes
sociais e por meio de cartazes.
O tempo disponibilizado para cada apresentação é de 10 a 20 minutos, realizados no
salão de leitura em frente aos cobogós que fazem parte da estrutura da biblioteca.
Quadro 1- Período das atividades
2° SEMESTRE DE 2016
SETEMBRO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
Recital de violão e
Exposição de
Performance artística
Mini espetáculo de
violino
trabalhos de sala de
baseada no livro a
teatro de formas
( alunos de Música)
aula do curso de
hora da estrela de
animadas
biblioteconomia que
Clarice Lispector
Alunos de teatro
virou livro:
(2 apresentações
(aluno de teatro)
memória.
distintas realizadas
em horários
diferentes)
Recital de poesias
Recital de poesias
(aluna de latras)
(professor de
biblioteconomia
Quadro 2
Período das atividades
1° SEMESTRE DE 2017
MARÇO
ABRIL
MAIO
Apresentação
Recital de poesia
Apresentação de coro Apresentação
musical,voz e violão
(Aluno de
infanto-juvenil do
musical
(alunos de
jornalismo)
colégio de aplicação
(aluno de Música)
Psicologia) outro
Regência: Alunos e
centro.
professores do
JUNHO
898
�colégio de aplicação.
Exposição de
cartazes (Trabalhos
desenvolvidos na
disciplina de desenho
aplicado as Artes
Visuais)
Alunos do curso de
Expressão Gráfica.
Fonte: elaborado pelo autor.
4 Resultados parcias/finais
Segundo Deming (1990, apud PAIVA, 2002 p. 92)
um importante indicador de qualidade e a insatisfação com o serviço pode refletir a falta de
Nesse contexto o formulário nos revela que a grande maioria dos
usuários está satisfeita com as atividades realizadas no espaço ECAC.
O objetivo dessa pesquisa foi identificar os usuários e a satisfação dos mesmos em
relação às atividades culturais realizadas. Nesse primeiro momento, o enfoque foi no usuário
como público das ações, porém observou-se que as ações tiveram impactos positivos para
todos os envolvidos, principalmente para os alunos realizadores das atividades, que em
conversas informais, demonstraram interesse em participar de mais ações. Outra observação
importante foi a trajetória do desenvolvimento do quadro de pessoal do projeto. Idealizado
pelo Bibliotecário de referência, no início contava com a colaboração de apenas um assistente,
mas à medida que o projeto era executado, outros profissionais foram se envolvendo e
colaborando espontaneamente na realização das atividades do ECAC.
Analisando os quadros 1 e 2 das atividades realizadas, é possível perceber a
diversidade das apresentações, a relação do tipo de atividade apresentada com o curso dos
alunos atuantes. Muitos fazem da atividade um meio de exercitar ou colocar em prática o que
foi aprendido em sala de aula, mas ainda assim existem aqueles que independente do curso
Em todas as atividades, o bibliotecário atuou como mediador, disponibilizando todos
os meios para a realização das mesmas, além de figurar como apresentador, anunciando o
conteúdo do que seria exposto e apresentando os realizadores ao público, antes de cada
899
�apresentação. É importante ressaltar, que o Bibliotecário, relaciona o tema das apresentações
com os materiais bibliográficos do acervo, usando como estratégia para a disseminação da
informação, promoção do acervo e difusão do conhecimento, despertando nos usuários o
interesse na busca do saber.
Quadro 3
Análise do questionário
Perguntas
Respostas
1 Voce é
Alunos do Centro: 81 = 49,3%
Alunos de outro Centro: 41 = 25%
Servidores: 17 = 10,3%
Professor: 2 = 14%
Outro: 23 = 1,2%
2. Costuma freqüentar essa biblioteca
Sim: 137 = 83,5%
Não: 27 = 16,4%
3 Qual motivo de estar hoje aqui presente
Estudar e ler: 68 = 41,4%
Pesquisar
material
biblioteca
para
empréstimo: 36 = 21,9%
Assistir apresentação ou ver a exposição: 52
= 31,7%
Outro: 08 = 4,8%
4 O que você achou da apresentação Atrapalhou meus estudos: 2 = 1,2%
exposição
Não prestei atenção: 4 = 2,4
Assisti e gostei: 147 = 89,6%
Assistir mas não gostei: 11 = 6,7%
Fonte: elaborado pelo autor
Com analise dos dados acima mencionados, podemos afirmar que a maioria dos
frequentadores são alunos do centro, seguidos de alunos de outros centros, e que utilizam a
biblioteca com assiduidade.
900
�Percebe-se que, dentro do universo estudado, 32% tiveram como motivo principal de
presença, o interesse pelas as atividades do ECAC, o que comprova o que Barros (2007)
elucida sobre o impacto que as ações provocam, até mesmo no uso do próprio espaço, a
dinamização do trabalho.
Contudo podemos destacar os dados coletados da questão 4, que indicam que quase a
totalidade dos respondentes gostaram de assistir as apresentações e/ou exposições, indicando
a satisfação dos usuários com o conteúdo e temas das atividades.
5 Considerações finais
Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar as necessidades
informacionais dos usuários em relação às ações culturais, assim como a satisfação deles com
o conteúdo cultural exposto nas atividades.
O interesse pelo tema, ações culturais em bibliotecas universitárias, surgiu por
entender que as bibliotecas universitárias precisam atender as demandas socioculturais dos
seus usuários, que devem ser promovidas de maneira a contemplar os interesses dos
indivíduos, levando em consideração o ambiente em que estão inseridos, devidamente
identificados pelos profissionais que nela atuam.
Com base nas respostas obtidas através dos questionários aplicados observamos que a
maioria dos freqüentadores da biblioteca Joaquim Cardozo aprova as atividades propostas
pelo ECAC.
Foi observado durante o período da pesquisa de campo o envolvimento da equipe de
trabalhadores tanto no apoio a realização como na assistência das apresentações.
É pertinente ressaltar que alguns pontos precisam ser avaliados pelos profissionais
responsáveis para melhorias no projeto, como a questão dos recursos financeiros e materiais.
Destacamos que esta pesquisa alcançou os objetivos pretendidos, no que se refere ao
diagnóstico das necessidades socioculturais dos usuários da biblioteca Joaquim Cardozo, mas
é apenas uma pesquisa inicial que viabiliza a abertura para outros estudos, uma vez que
realizar avaliações periódicas contribuem para melhorias do projeto, aponta direções para o
planejamento das ações e colabora com o desenvolvimento de um espaço democrático de
serviços que causem impactos positivos na comunidade a que se destina.
Referências
BARROS, Maria Helena T. C. Mente aberta. Infohome. ago. 2007. Disponível em:
<https://www.ofaj.com.br/colunas_conteudo.php?cod=312>. Acesso em: 17 jan. 2018.
901
�COELHO, Teixeira. O que é ação cultural. São Paulo: Brasiliense, 2001.
FLUSSER, V. Uma biblioteca verdadeiramente pública. Revista da Escola de
Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte, v.9, n.2, p.131-138, 1980. Disponível em: <
http://www.brapci.ufpr.br/documento.php?dd0=0000002888&dd1=d93b1 >. Acesso em: 18
jun. 2017.
FREIRE, Paulo. Ação Cultural para a liberdade: e outros escritos. 5 ed. Rio de Janeiro: Paz e
Terra, 1981.
PAIVA, Eliane Bezerra.Entre as normas e os desejos: a indexação de periódicos na biblioteca
central da UFPB.2002.156 f. Dissertação (mestrado) Universidade Federal da Paraiba, João
Pessoa, 2002.
ROSA, Anelise Jesus Silva da. A prática de ação cultural em bibliotecas. Revista ACB:
Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 14, n. 2, p. 372-381, jul./dez. 2009.
SANCHES, Gisele A. Ribeiro; RIO, Sinomar Ferreira do. Mediação da Informação no fazer
do bibliotecário e seu processo em bibliotecas universitárias no âmbito das ações culturais .
InCID: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto v. 1, n. 2, p. 103121, jul./dez. 2010.
SHERA, J. Epistemologia social, semântica geral e biblioteconomia. Ciência da Informação,
Brasília, v. 6, n. 1, p. 9-12, 1977.
VICENTINI, L. et al. O papel da biblioteca universitária no incentivo à leitura e
promoção da cidadania. Março, 2007. Disponível em:
< http://www.redalyc.org/pdf/161/16102706.pdf>. Acesso em: 25 jan. 2018.
902
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Entre livros e cobogós: o usuário da Biblioteca Joaquim Cardozo como protagonista de ações culturais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ribeiro, Claudina Karla Queiroz
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo pretende demonstrar como a biblioteca universitária pode se transformar num espaço de cultura, arte e criatividade, promovendo interações sociais entre alunos de diversos cursos, equipe de trabalhadores da biblioteca, professores e comunidade externa. Enfatiza a importância do profissional bibliotecário como agente de cultura e mediador no processo de formação de indivíduos como sujeitos ativos na sociedade, usando como expressão a arte e a cultura. Apresenta a experiência da Biblioteca do Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, com a criação do Espaço Cobogó de Arte e Cultura, como projeto inovador, onde o usuário é o protagonista das ações e atividades culturais de acordo com as suas aptidões e aspirações profissionais, tornando-se palco e laboratório para as práticas do conhecimento formal aprendidos em sala de aula. Os instrumentos de coleta de dados utilizados na pesquisa foram a observação direta, o questionário e formulário, que permitiram o dimensionamento do nível de satisfação dos envolvidos no projeto, sejam como telespectadores ou como realizadores das ações.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5768/SNBU2018_166.pdf
fa21fe0abb60d912cd1320886e1cac09
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE DIFERENTES GERAÇÕES DE
USUÁRIOS: UM ESTUDO COM OS ALUNOS DO PROJETO FORMAÇÃO DE
DISCENTE PESQUISADOR
INFORMAL BEHAVIOR OF DIFFERENT USER GENERATIONS: A STUDY WITH THE
PROJECT STUDENTS TRAINING OF RESEARCHING DISCIPLINE
Resumo: Considerando que a universidade deve ser compreendida como em espaço
sociocultural, onde sujeitos heterogêneos e de diversas gerações encontram-se em busca de
informações, num processo de ensino e aprendizagem, este estudo objetiva mapear o
comportamento informacional dos alunos do Projeto de Pesquisa Formação de Discente
Pesquisador, em relação à diversidade geracional. Para isso, realizou-se inicialmente uma
revisão de literatura, com destaque para os seguintes autores: Prensky (2001); Fava (2014);
Tappscott (2010), dentre outros. Adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa
descritiva. Na coleta de dados, aplicou-se um questionário por meio do Google Forms, que foi
analisado estatisticamente a partir da mesma ferramenta. Os resultados da pesquisa apontam
que os alunos pertencem à geração Y e à geração Baby Boomers; a maior parte pertence à
área das ciências biológicas e da saúde; como fonte de pesquisa, fazem mais uso dos livros; o
principal suporte de informação utilizado por eles é o computador; além disso, usufruem
frequentemente dos serviços e produtos oferecidos pela Biblioteca e das suas respectivas
instituições de ensino. Portanto, conclui-se que a vivência entre diferentes gerações e o uso de
fontes e suportes de informação diferenciados, no contexto da biblioteca universitária, conduz
para um amadurecimento no campo da informação científica.
Palavras-chave: Estudo Geracional. Comportamento Informacional. Projeto Formação de
Discente Pesquisador.
Abstract: Considering that the university should be understood as in a socio-cultural space,
where heterogeneous and diverse generations are searching for information, in a process of
teaching and learning, this study aims to map the informational behavior of students of the
Project Research Training of Researcher, in relation to generational diversity. For this, a
literature review was first carried out, of which the following authors stand out: Prensky
(2001); Fava (2014); Tappscott (2010), among others. The descriptive research was adopted
as methodological procedures. In the data collection, a questionnaire was applied through
Google Forms, which was analyzed statistically using the same tool. The results of the
research indicate that the students belong to generation Y and generation Baby Boomers; most
879
�belong to the area of biological sciences and health; as research source make more use of the
books and main support of information used by them is the computer; frequently enjoy the
services and products offered by the Library of their respective educational institutions. Thus,
it is concluded that experience between different generations and the use of differentiated
sources and supports of information, in the context of the university library, leads to a
maturation in the field of scientific information.
Keywords: Generation. Information Behavior. Project Training of a Researcher.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas, em suas várias modalidades, disponibilizam um acervo informacional
diversificado para atender a públicos também diversificados, com uma heterogeneidade
sociocultural. Atuando como espaço de leitura e informação, as bibliotecas universitárias
devem assumir a função de corresponder às necessidades informacionais de seus usuários,
sem, contudo, deixar de considerar a individualidade de cada um e, até mesmo, do próprio
grupo.
Em razão do entendimento da biblioteca como um espaço social de relações e de
práticas informacionais, a qual congrega diferentes gerações com necessidades e
diferentes gerações de usuários: um estudo com os alunos do projeto formação de discente
Projeto de Pesquisa Discente Pesquisador na UFMA e demais
IES em São Luís-Ma. É ainda parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação
Científica (PIBC), da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Historicamente, desde o século XIX, a biblioteca é tida como coadjuvante da ciência
moderna, colocando-se linearmente à serviço das pessoas e de suas necessidades
informacionais, pois livros, revistas e demais documentos são imprescindíveis à formação
acadêmica. Na educação superior no Brasil, isso se exemplifica quando o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES), em sua dimensão três - infraestrutura ofertada
aos cursos - avalia a adequação do acervo da biblioteca em relação aos cursos oferecidos pela
Instituição de Ensino Superior (IES) (BRASIL, 2007).
Ao longo da história das bibliotecas, verificam-se superações quanto ao seu
funcionamento e aos quadros interpretativos, baseados numa racionalidade moderna por meio
de ações e práticas desenvolvidas, as quais visam um bom funcionamento e um atendimento
eficiente. Hoje, na Sociedade da Informação, por conta das mudanças apresentadas pelas
tecnologias emergentes, impõe-se aos indivíduos, independentemente de sua geração, o
880
�domínio do conhecimento que pode ser facilitado pela intermediação da informação entre o
bibliotecário e os usuários.
formação semipresencial [...] dotar a comunidade acadêmica interna e externa à UFMA com
informações sobre pesquisa de forma a prepará-los para os desafios da produção científica
(BOTTENTUIT JUNIOR; PECEGUEIRO, 2017, p. 109).
Na sociedade contemporânea, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC)
permitem uma conexão que potencializa as formas de comunicação, aprendizagem, compras,
pagamento, etc. Neste quadro, uma possibilidade é que essas práticas, além de serem uma
questão essencial, devem privilegiar cada geração de usuários, conforme suas especificidades.
informação [que] permite, ao profissional da informação, entender necessidades individuais e
-los para melhor
atendê-los.
Neste contexto investigativo, tem-se como base para a definição
faixa etária, compartilham não só uma localização cronológica na história, mas também as
riências, cada grupo agirá de forma
diferenciada e com características próprias, tanto no que se refere aos aspectos quantitativos,
como a idade cronológica, quanto qualitativo, com as experiências obtidas a partir da história
de vida do indivíduo, em consonância ao que Melro (2013, p. 151) estabelece.
As instituições educacionais refletem o encontro geracional que ocorre no ambiente
externo, pois, a cada nova geração, aumenta-se a diversidade cultural na sociedade. Por esse
motivo, a universidade deve promover as competências de cada geração e estimular o diálogo
e interação entre as pessoas das mesmas gerações e entre gerações (FURTADO; OLIVEIRA,
2010), notadamente em relação às competências informacionais, visto que a cada geração
tem-se um avanço tecnológico impactante. A evolução das tecnologias de informação e
comunicação afetam diretamente a maneira como as pessoas acessam e usam as informações,
marcando, assim, as diferenças entre as gerações.
Com efeito, sente-se a necessidade de analisar o comportamento informacional dos
alunos do Projeto de Pesquisa Formação de Discente Pesquisador em seus diferentes
segmentos geracionais. Diante do exposto, questiona-se:
- Qual o perfil dos alunos do Projeto de Pesquisa de Formação de Discente
Pesquisador em relação aos conhecimentos informacionais?
881
�- Qual o comportamento informacional dos alunos do Projeto de Pesquisa de
Formação de Discente Pesquisador no desenvolvimento de suas pesquisas, considerando o
uso das fontes, suportes, bibliotecas, entre outros?
- Qua
informacional?
A partir dessas inquietações, esta pesquisa tem por objetivo geral mapear o
comportamento informacional dos alunos do Projeto de Pesquisa de Formação de Discente
Pesquisador em relação à diversidade geracional. Quanto aos objetivos específicos, citam-se:
- Caracterizar o perfil dos alunos, considerando seu comportamento informacional;
- Caracterizar as diferentes gerações que fazem parte do projeto;
- Analisar a influência das experiências geracionais no comportamento informacional
dos alunos.
2 UMA DICUSSÃO ACERCA DO ESTUDO GERACIONAL
Na Sociedade da Informação e da Comunicação, assinalada por mudanças de
paradigmas, pluralismo, diversidade e globalização, a demanda informacional deixa o
isolamento institucional, uma vez que a comunidade não está mais aprisionada aos contornos
da comunicação local. Logo, os avanços científicos e tecnológicos, que caracterizam a
sociedade comtemporânea, provocam mudanças nos sujeitos envolvidos e na realidade
educacional.
A literatura científica corrente adota terminologias específicas para caracterizar as
pessoas. No entanto, as atenções recaem sobre as novas gerações, o uso da informação, as
formas de comunicação, o comportamento social e as consequências para as demandas
informacionais.
Os alunos do Projeto de Pesquisa de Formação de Discente Pesquisador, objeto desta
pesquisa, estão imersos no mundo tecnológico, o qual torna-os capazes de pensar e processar
as informações de modo diferenc
nas suas práticas investigativas.
A classificação geracional ocorre a partir das relações trabalhistas e de previdência,
onde o homem entra no mercado de trabalho com 18 anos e se aposenta por volta dos 60 anos.
Nessa perspectiva, a instituição, seja ela pública ou privada, agrega, em determinadas
situações, diversas gerações. Apresentam-se algumas dessas gerações e suas características:
Os Veteranos, também chamados Belle Époque, é uma geração constituída por
pessoas nascidas depois da Primeira Guerra Mundial e durante a Segunda Guerra Mundial,
882
�entre os anos de 1920 a 1940. Têm como valores absolutos da vida: o trabalho, a família, a
moral e o amor à pátria. No Brasil, essa geração dos veteranos cresceu na era da escassez de
tudo, alimentos, empregos, diálogo, entre outras coisas. As oportunidades de educação eram
estreitas e, consequentemente, restavam poucas opções de trabalho aos menos favorecidos,
limitando-os à carreira de operários e de soldados de guerra. Este cenário também se reflete
no acesso à informação, que se dava de forma limitada e censurada (AMARAL, 2004).
Baby Boomers são os que nasceram em plena explosão da natalidade durante o pósguerra de 1940 a 1960. É uma geração que sente na pele a necessidade de provar que também
tinha muito valor, que protestou contra a Guerra do Vietnã e contra a ditadura militar no
Brasil. Nesse período, as mulheres começaram a trabalhar fora e a ter dinheiro para comprar
seus eletrodomésticos. Como manifestação cultural mais marcante, destaca-se o nascimento
do rock and roll. A educação universitária abre as portas para a classe média e a informação é
direcionada para a formação do pensamento e argumentação equilibrada (MATTEWMAN,
2012).
A Geração X, dos nascidos entre 1965 a 1976 (TAPSCOTT, 2010, p. 27), é
testemunha da quebra de paradigmas, a exemplo da queda do muro de Berlim, que
representava de forma significativa limites políticos e sociais; conviveu com a ampliação dos
espaços da tecnologia, adentrando ao ambiente doméstico, como no caso da televisão, que
doutrinava a rotina e os comportamentos. O sonho do emprego vitalício se desfez e deu
espaço a uma geração com capacidade de adaptação e empreendedorismo (AMARAL, 2004).
A Geração Y, dos nascidos entre janeiro de 1977 a dezembro de 1997, também
chamada de Geração Internet e Milênio (TAPSCOTT, 2010, p.27), é a primeira geração
nascida com a presença da internet no seu habitat. Fava (2014) destaca que a Geração Y se
caracteriza por um comportamento atrevido, que busca uma cultura de criação coletiva, pois,
em seu mundo virtual, não existe barreiras. Fazem parte dessa geração os nativos digitais, que
assistem ao desenvolvimento progressivo das TIC e à consequente explosão informacional
(PRENSKY, 2001).
Os descritores Geração Net (TAPSCOTT, 2010), Nativos Digitais (PRENSKY, 2001),
Nascido Digital (PALFREY; GASSER, 2011), Residentes (WHITE; LE CORNU, 2011) e
tantos outros apontam algumas características comuns às gerações, que, de modo geral,
nasceram após os anos 80. Nesta pesquisa prioriza-se a denominação Geração Y, por se
caracterizar pelo uso da tecnologia em tarefas rotineiras e habituais, conexão frequente com
os media digital, leitura nos monitores de maneira intensa e uso multifuncional dos recursos
tecnológicos. Tais habilidades demonstram o alto nível de competência no emprego das
883
�Tecnologias de Informação e Comunicação, além da polivalência na realização de tarefas em
simultâneo e aprendizagem experimental. Em outras palavras, a Geração Y é formada pelos
jovens que estão revolucionando o mercado de trabalho, agindo e pensando de forma
diferente.
Por último, a Geração Z ou a Geração Next corresponde às pessoas que nasceram de
janeiro de 1998 até dezembro 2009 (TAPSCOTT, 2010, p. 27), cuja principal característica é
[...] o uso da tecnologia em tarefas rotineiras e habituais, conexão frequente com os
media digital, leitura nos monitores de maneira intensa e uso multifuncional dos
recursos tecnológicos, o que conjetura alto nível de competência no emprego das
TIC. Além de polivalência na realização de tarefas em simultâneo e aprendizagem
experimental (FURTADO, 2013, p. 80).
Em complemento, Moreira (2017, p. 47) pontua que,
nascidos a
partir dos anos 2000, não conhecem o mundo sem computador ou internet. É uma geração
Cabe refletir que o simples fato de ter nascido dentro de uma determinada geração não
legitima que o indivíduo é um exemplo dessa era. O Brasil, por excelência, por suas
características geográficas e por ser um país em desenvolvimento, com suas riquezas mal
distribuídas, que gera desigualdade social, econômica, educacional, entre outras, possui
pessoas com idades iguais e características geracionais completamente diferentes. O que irá
qualificar um indivíduo como nativo digital é o conhecimento deste pelo uso das tecnologias
existentes na atualidade, principalmente das tecnologias de informação e comunicação, obtido
de forma empírica ou cultural (MOREIRA, 2017).
3 FONTES E SUPORTES DA INFORMAÇÃO
Considerando todos os pontos explorados anteriormente em relação ao estudo
geracional, bem como o objetivo geral deste trabalho, que é mapear o comportamento
informacional dos alunos do Projeto de Pesquisa de Formação de Discente Pesquisador em
relação à diversidade geracional, necessita-se explanar sobre as fontes e suportes da
informação, uma vez que, a partir da frequência de uso dos mesmos, conseguiu-se delinear o
comportamento informacional dos estudantes.
As fontes de informação são um meio de suprir as necessidades informacionais dos
indivíduos. Podem ser classificadas como primárias
próprio documento editado , porque
são documentos que sofreram intervenção direta do autor, produzido por ele; secundárias, por
ser um material que organiza as informações em registro, ou seja, que auxilia no uso do
884
�conhecimento das fontes primárias; e terciárias, por ser um material que orienta e indica sobre
o uso das fontes primárias e secundárias (RODRIGUE, BLATTMANN, 2014).
São muitas as definições acerca da classificação das fontes de informação. Como
afirma Pinheiro (2006), elas podem divergir, porém dependem mesmo é do seu conteúdo, do
seu propósito ou de sua função. Assim, sabe-se da existência de diversos tipos de fontes
informação - livros, periódicos científicos, teses, dissertações, trabalho de conclusão de curso,
catálogos, bases de dados, blogs, redes sociais, internet, as quais, independente dos suportes e
formatos em que se encontram, são utilizadas como um recurso que deve suprir uma
necessidade informacional, como a oferta de amparo às pesquisas acadêmicas.
No que tange aos suportes em que as informações se encontram, consta-se que podem
estar associadas ao papel, ao meio eletrônico, ao meio digital, entre outros. Nesse caso, os
as imagens. Ou seja, é o local onde estão visíveis os conteúdos das fontes de informação.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Quando se propõe realizar uma pesquisa científica, cabe ao pesquisador adotar
procedimentos metodológicos para facilitar o conhecimento em torno do fenômeno estudado.
Assim sendo, esta pesquisa caracteriza-se, segundo os objetivos determinados, por ser uma
Esse conceito alinha-se com o Gil (2014), que considera a pesquisa descritiva como aquela
que tem o propósito de investigar e descrever as opiniões e atitudes de um grupo ou
população, oferecendo uma visão ampla e profunda do objeto pesquisado, sem interferência
do pesquisador.
O locus desta pesquisa foi a Universidade Federal do Maranhão e os sujeitos
participantes os alunos da quarta turma do Projeto de Pesquisa Formação de Discente
Pesquisador. A partir dos dados de inscrição, o Projeto Discente Pesquisador conta com 330
alunos matriculados, sendo 218 discentes da Universidade Federal do Maranhão e 118 são
alunos das demais Instituições de Ensino Superior do Maranhão. Esses alunos estão tanto no
nível da graduação quanto da pós-graduação. Ressalta-se que a amostra de 76 alunos faz
referência aos respondentes do questionário enviado no período de 8 a 15 de janeiro de 2018.
A coleta de dados se efetivou por meio de um questionário formulado com perguntas
fechadas, aplicado por meio do Google Forms, que faz parte de um pacote de ferramentas
fornecidos gratuitamente pela empresa multinacional Google. Esse pacote funciona mediante
885
�a elaboração de formulários online, que podem ser compartilhados a partir da geração de um
link. Esse compartilhamento pode ocorrer de diversas formas, como por e-mail e pelas redes
sociais.
A seguir, os resultados serão visualizados em gráficos e planilhas. O link originado pela
criação do formulário desta pesquisa foi compartilhado com os respondentes via rede social
WhatsApp, pois foi uma maneira rápida e eficaz de coletar os dados da pesquisa.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados da pesquisa demonstram que os alunos pertencem, em sua maioria, à
geração Y, que são os nascidos entre as décadas de 80 a 2000, uma vez que 65% dos
respondentes estão entre a fixa etária de 18 a 30 anos, enquanto 33% estão entre os 31 e 50
anos, identificados como os Baby Boomers (Gráfico 1).
Gráfico 1
Faixa etária
Fonte: As autoras.
O fato da Geração Y, a primeira geração a ter contato direto com a internet,
caracterizar a maioria dos respondentes, demonstra que os mesmos possuem um
comportamento de estarem sempre à procura de atualização, inovação e criação em diversas
formas e áreas, uma vez que não existem barreiras no mundo virtual (FAVA, 2014) e próprio
pode ser usado em favor de suas vidas acadêmicas. Assim, pode-se afirmar que os alunos da
Geração Y se interessaram em participar do Projeto Formação de Discente Pesquisador,
porque o mesmo possui uma proposta inovadora e desafiadora.
886
�Os Baby Boomers, que representam 33% dos respondentes e estão inseridos na faixa
etária dos 31 a 50 anos, podem ter escolhido participar do Projeto Formação de Discente
Pesquisador visto que os mesmo caracterizam-
um senso
de procura por oportunidades de inserção econômica em diversas ocupações no campo do
(VELOSO; DUTRA; NAKATA, 2016, p. 92), e o projeto também oferece
aprendizado que pode ser levado posteriormente para o mercado de trabalho, principalmente
os alunos tiverem interesse seguir a docência no ensino superior.
Quanto à área de graduação, a pesquisa mostrou que a maioria dos respondentes
estuda o campo da ciência biológica e da saúde, com 34%, seguido de 31%, que pertencem à
área de ciências sociais, e 28% à área das ciências humanas. Os 7% restantes estão inseridos
na área das ciências exatas.
Gráfico 2
Área de graduação
Fonte: As autoras.
No que diz respeito às fontes e suportes de informação utilizados pelos alunos em suas
pesquisas, a maioria dos respondentes declarou que usam livros e internet como fonte
principal de informação. Quanto aos suportes, o computador e o celular são os mais usados
por eles.
887
�Gráfico 3
Uso das fontes e suportes da informação
Fonte: As autoras.
O livro é a fonte de informação mais utilizada pelos respondentes, isso pode acontecer
devido ao fato do próprio ser considerado uma fonte formal, para publicações de comunicação
formal e possuir uma ampla divulgação, além de ser também uma das fontes mais utilizadas
na ciência (CAMPELLO; CENDÓN; KREMER, 2000). Enquanto a internet, a segunda fonte
mais utilizada, é uma fonte que integra outras fontes de informação, então seu uso
o real, imediato, que faz que o
usuário da fonte ganhe tempo e obtenha uma resposta imediata à sua necessidade ou questão
alunos uma fonte de informação valorosa, por possuir uma gama de materiais disponíveis e
pela facilidade de acesso.
A partir dos resultados, observou-se que os suportes de informação mais utilizados são
o computador e o celular, o primeiro é uma ferramenta muito usada no meio científico como
suporte para redigir trabalhos e produzir pesquisas, pois comporta diversos softwares e
aplicativos, entre eles, os mais consumidos são os de criação/edição/exibição de textos,
planilhas, apresentação, diagramação entre outros, além de permitir o acesso à internet. Já o
celular, que também armazena variados aplicativos, assim como possibilita o acesso à
internet, porém seu principal diferencial é mobilidade, pelo fato de ser caracterizado como um
dispositivo móvel, ou seja, suas funcionalidades podem ser utilizadas em qualquer lugar,
tornando-se um suporte informacional muito usado na atualidade, inclusive no campo
acadêmico.
888
�Em relação à frequência dos respondentes na Biblioteca de sua instituição de ensino, a
maioria respondeu que vai frequentemente (45%), seguido de 27% dos alunos que sempre vão
à Biblioteca, 24% raramente e 4% nunca vão à biblioteca.
Gráfico 5
Frequência à biblioteca
Fonte: As autoras.
Constatou-se que os discentes, em sua maioria, vão frequentemente à biblioteca de
suas respectivas instituições, isso pode ocorrer, uma vez que esta oportuniza o acesso e uso de
pois produzem um grande volume de documentos técnicos
(CAMPELLO; CENDÓN; KREMER, 2000, p. 37), isto é, a biblioteca universitária deve
apoiar o desenvolvimento das pesquisas dos seus usuários, além de ser um suporte
fundamental na vida acadêmicas deles.
5 CONCLUSÃO
Ao ponderar sobre os aspectos associados ao estudo geracional, percebe-se que
quando há uma diferença entre as gerações, em especial no ambiente científico, pode
ocasionar uma riqueza na troca de experiências, pois um relacionamento como este otimiza a
diversidade com compartilhamento de experiências e competências além de oportunizar novas
descobertas, estimular e desenvolver melhores qualidades e potencialidades de cada geração.
Desse modo, tornar-se primordial conhecer como cada geração busca e recupera a informação
científica que necessita.
A respeito do objetivo geral proposto no estudo, que era mapear o comportamento
informacional dos alunos do Projeto de Pesquisa de Formação de Discente Pesquisador em
889
�relação à diversidade geracional, constatou-se que a maioria dos alunos participantes do
projeto fazem parte da Geração Y, a primeira geração a ter contato direto com a internet, e da
geração Baby Boomers, caracterizado por possuir um senso de procura por novas
oportunidades, este fator pode ter influenciado no fato de que o computador e o celular serem
os principais suportes de informação utilizados por eles, em razão de que ambos possibilitam
o acesso à internet, e esta é a segunda fonte de informação mais usadas por eles em suas
pesquisas, pois ela possibilita o acesso e uso imediato de diversos conteúdos, além de agregar
outros tipos de fonte de informação. Entretanto a fonte de informação mais utilizada é o livro,
acredita-se que isto ocorra devido ao fato do mesmo ser considerado uma fonte de informação
formal de informação de ampla divulgação, principalmente no meio científico.
Quanto à frequência dos discentes nas bibliotecas de suas instituições de ensino, a
pesquisa mostrou que a maioria deles à frequentam e utilizam seus produtos e serviços, isto
indica a biblioteca universitária está alinhada ao usuário e à suas necessidades informacionais.
Relacionando este fato com os estudos geracionais, percebe-se que a vivência entre diferentes
gerações no contexto da biblioteca universitária deve conduzir para a aprendizagem da
convivência na sua pluralidade. Tal aprendizagem perpassa por descobrir o outro, identificar
necessidades similares e trabalhar em projetos comuns tendo como essência a informação
científica.
Assim vivência entre diferentes gerações e o uso de fontes e suportes de informação
diferenciados, no contexto da biblioteca universitária, conduz para um amadurecimento no
campo da informação científica, pois oferece a oportunidade para descobrir, estimular e
desenvolver as melhores qualidades e potencialidades de cada usuário, além do que, é também
ocasião para a quebra de rótulos e um grande exercício para aceitação da diversidade
geracional na universidade e na sociedade.
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carreira. São Paulo: Gente, 2004.
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892
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Comportamento informacional de diferentes gerações de usuários: um estudo com os alunos do projeto formação de discente pesquisador.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pecegueiro, Cláudia Maria Pinho de Abreu; Furtado, Cassia Cordeiro; Cordeiro, Larissa Silva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Considerando que a universidade deve ser compreendida como em espaço socio cultural, onde sujeitos heterogêneos e de diversas gerações encontram-se em busca de informações, num processo de ensino e aprendizagem, este estudo objetiva mapear o comportamento informacional dos alunos do Projeto de Pesquisa Formação de Discente Pesquisador, em relação à diversidade geracional. Para isso, realizou-se inicialmente uma revisão de literatura, com destaque para os seguintes autores: Prensky (2001); Fava (2014); Tappscott (2010), dentre outros. Adotou-se como procedimento metodológico a pesquisa descritiva. Na coleta de dados, aplicou-se um questionário por meio do Google Forms, que foi analisado estatisticamente a partir da mesma ferramenta. Os resultados da pesquisa apontam que os alunos pertencem à geração Y e à geração Baby Boomers; a maior parte pertence à área das ciências biológicas e da saúde; como fonte de pesquisa, fazem mais uso dos livros; o principal suporte de informação utilizado por eles é o computador; além disso, usufruem frequentemente dos serviços e produtos oferecidos pela Biblioteca e das suas respectivas instituições de ensino. Portanto, conclui-se que a vivência entre diferentes gerações e o uso de fontes e suportes de informação diferenciados, no contexto da biblioteca universitária, conduz para um amadurecimento no campo da informação científica.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5767/SNBU2018_165.pdf
045b3c7140e76e4f9dffb3d328f24419
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UMA
ABORDAGEM A PARTIR DAS PESQUISAS NO CAMPO DA CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO
ACCESSIBILITY AND INCLUSION IN UNIVERSITY LIBRARIES: AN APPROACH FROM
RESEARCH IN THE FIELD OF INFORMATION SCIENCE
Resumo: Esta revisão de literatura apresenta uma exposição de estudos sobre acessibilidade
realizados no período de 2007 a 2015 em programas de Pós-Graduação em Ciência da
Informação no Brasil. As investigações contribuem para que bibliotecários gestores tomem
conhecimento desse cenário e passem a inserir, na gestão da biblioteca, a acessibilidade e a
inclusão de usuários com deficiência. O levantamento da literatura científica iniciou-se com a
consulta à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia, na opção de busca avançada com palavras-chave de
acessibilidade, usuários com deficiência, estudos de usuários, cegos, surdos, ciência da
informação, entre outras correlatas ao tema pesquisado, dando continuidade na análise dos
trabalhos selecionados. Os estudos analisados estão nas linhas de pesquisa de Informação,
Cultura e Sociedade; Gestão da Informação e do Conhecimento; Fluxos de informação;
Profissionais da Informação; Informação e tecnologia; Produção
Disseminação da
Informação. Em cinco estudos não foi informada a linha de pesquisa do programa. A
literatura científica investigou a formação do bibliotecário para o trabalho com usuários com
deficiência, a acessibilidade a catálogo online e em portal governamental, com usuários cegos
e surdos em contextos como repositório educacional, ambiente informacional digital
inclusivo, comunicação científica, necessidade de informação, fontes de informação, serviços
de informação acessíveis, acessibilidade informacional. Sugere-se inserir, na gestão da
biblioteca e do seu planejamento, ações e modificações nos espaços das bibliotecas para que o
usuário com deficiência receba e tenha a mesma condição de uso e tratamento nessas.
Palavras-chave: Acessibilidade. Acessibilidade informacional. Usuários com deficiência.
Ciência da Informação. Bibliotecas universitárias.
Abstract: This literature review presents a brief exposition of studies about the accessibility
in Information Science in Post-Graduate Programs in Information Science in Brazil in the
period front 2007 to 2015. The researches help the managers of libraries to think about the
accessibility and inclusion of disabled users and includ that in the library planning. The
survey in the scientific literature began with the search in the Brazilian Digital Library of
Theses and Dissertations of the Brazilian Institute of Information Science and Technology
using as keywords: accessibility, disabled users, users studies, blind users, deaf users,
859
�information science, and others correlated subjects. The studies analyzed are in the research
lines of Information, Culture and Society; Information and Knowledge Management;
Information Flows; Information Professionals; Information and Technology; Production and
Dissemination of Information. In five studies the research lines was not reported. The studies
investigated subjects as the formation of the librarians ti work with disabled users,
accessibility in the online catalog and in the governmental portal with blind and deaf users in
context as educational repository, inclusive digital information environment, scientific
communication, information needs, information sources, accessible information services and
informational accessibility. It is suggested to insert in the management of the library and in its
planning actions and modifications in the structures of the libraries for that the disabled users
receives the same condition of use and treatment that the others users.
Keywords: Accessibility. Information accessibility. Users with disabilities. Inclusive library.
Information science. University libraries.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade é constituída por uma diversidade de pessoas, com demandas e
necessidades informacionais diferentes para fazer uso da informação nos mais variados
contextos. Dessa forma, conhecer o usuário da informação é um fator primordial para as
organizações, pois, de posse de informações estratégicas, realizará as tomadas de decisões e
esse procedimento aplica-se também ao contexto das Bibliotecas Universitárias (BU).
Para Miksa (1992), as bibliotecas são organizações sociais caracterizadas por serem
portadoras de propriedades materiais, organizacionais e intelectuais, atuando na execução de
funções específicas na estrutura social. E, dentre as suas funções, está a prestação de serviço
de disseminação e acesso à informação e ao conhecimento que se encontram organizados
nesses espaços aos seus usuários reais e em potencial. Sabendo que o acesso à informação é
um direito de todos os cidadãos na sociedade, independente do mesmo ser deficiente ou não,
de condições financeiras, de raça, entre outros aspectos, a presença de pessoas com
deficiência, em vários espaços sociais, mesmo que seja uma presença ainda tímida, requer um
olhar sobre a acessibilidade em suas várias dimensões para que garanta, na prática, o direito
dessas pessoas de ir e vir em qualquer espaço público/social. E ainda de terem condições de se
comunicar, terem acesso à informação, realizarem buscas em sistemas de informação, como
nas BUs, e fazer o uso da informação, aplicando-as nos mais variados contextos, entre outros
aspectos que são garantidos por políticas públicas, legislação, destacando-se a Lei Brasileira
de Inclusão da Pessoa com Deficiência, decretos, portarias e normas técnicas brasileiras
(BRASIL, 2000; BRASIL, 2011; BRASIL, 2003; ABNT, 2004; ABNT, 2008).
Considerando que a sociedade influencia diretamente na função e prestação de
serviços das bibliotecas, sejam elas universitárias, escolares, comunitárias, infantis,
860
�especializadas (ARAÚJO; OLIVEIRA, 2011), entre outras, reflete-se que é preciso observar
as bibliotecas sob a ótica da acessibilidade na prestação de serviços informacionais, sejam
estes no âmbito físico ou virtual, uma vez que é direito de todos os cidadãos brasileiros.
condiciona a existência da biblioteca, o que sugere que culturas diferentes requeiram tipos
diferentes de biblio
Portanto, o que é uma biblioteca acessível e inclusiva? Essa biblioteca é aquela que
incorpora, em seu cotidiano de atendimento, considerações sobre as especificidades
e necessidades de seus diferentes públicos, entre eles os estudantes, pesquisadores,
crianças, pessoas idosas, grupos escolares, e leitores em geral, com e sem deficiência
(FORTALECIMENTO, 2016, p. 26,).
Dessa forma, o presente artigo apresenta uma revisão de literatura sobre a
acessibilidade na Ciência da Informação, tendo como objetivo apontar que pesquisas estão
sendo realizadas sobre a acessibilidade e o usuário com deficiência em bibliotecas nos
Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação, chamando a atenção para que os
gestores tomem conhecimento desse cenário e passem a inserir, na gestão da biblioteca e do
seu planejamento, ações e modificações nos espaços das bibliotecas para que o usuário com
deficiência receba e tenha a mesma condição de uso e tratamento nessas.
2. BREVE PANORAMA DAS INVESTIGAÇÕES SOBRE ACESSIBILIDADE NA
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
A acessibilidade é qualidade de acessível, facilidade, condição de acesso, e,
acessibilidade informacional acontece quando a informação está disponível para o uso de
maneira que possa ser facilmente entendida e conhecida por qualquer pessoa, seja ela ouvinte,
Partindo dessa exposição, o artigo apresenta uma revisão de literatura sobre estudos de
acessibilidade em teses e dissertações em programas de Pós-Graduação em Ciência da
Informação no Brasil, arrolando estudos no período de 2007 a 2015. Esse recorte temporal
definiu-se por ter se observado um maior número de publicações na Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência
e Tecnologia (IBICT), nessa temática.
Sabe-se que alguns estudos, como de Aguiar (2013), Oliveira (2013), Silva (2013),
Gasque (2012), Silva (2001), são realizados na área da CI com objetivo de conhecer os
861
�usuários da informação, suas preferências, seu comportamento e sua competência
informacional. Tais estudos visam o desenvolvimento e as melhorias de sistemas de
informação para a recuperação de conteúdos informacionais, a organização e a representação
do conhecimento, a arquitetura da informação, entre outros temas que envolvem dados,
informação e conhecimento, e que estão ligados também a problemas sociais, sejam de ordem
prática, do dia a dia do profissional bibliotecário, ou pesquisas científicas em distintos
contextos.
No entanto, considera-se necessário inserir, nesses tipos de estudos, o usuário da
informação que possui algum tipo de deficiência, que, como qualquer outro usuário da
informação, demanda por informações, mas precisa de tecnologias assistivas e recursos
informacionais em diferentes suportes para atender a sua especificidade. Por isso, considerase relevante realizar pesquisas como as exemplificadas anteriormente, com esse tipo de
usuário, sendo este um objeto de estudo com grande potencial. Tal pensamento encontra
fundamento em alguns dos estudos analisados, podendo-se recorrer a Mezzari (2015) e
Corradi (2007).
rdam a inclusão social devem
ser explorados e estudados por todos os programas de pós-graduação, inclusive em Ciência da
ainda acrescenta que as pessoas surdas devem ser estudadas na CI pelo caráter interdisciplinar
dessa área e por contribuir na inclusão da pessoa surda por meio da acessibilidade
informacional (MEZZARI, 2015).
Nessa mesma direção, Corradi (2007, p. 191) explicita também a importância dessas
investigações na CI. Segundo esse autor,
a ciência da informação e as diversas temáticas que envolvem este campo científico
poderiam se apropriar das possibilidades de inserção de pesquisas referentes à
acessibilidade na Sociedade da Informação, a fim de ampliar espaços e ambientes
inclusivos. Este campo do conhecimento deve focar as necessidades dos usuários e
os sistemas que possibilitem o acesso à informação, considerando-se a diversidade
de usuários potenciais que podem atingir.
Assim, na tentativa de expressar a importância da temática na CI, apresenta-se nesta
revisão de literatura um breve apanhado das pesquisas nesta área do conhecimento como
explanado a seguir.
Na temática da recuperação da informação, Vittorini (2015) realizou um estudo do uso
da linguagem documentária aplicada à recuperação na perspectiva dos deficientes visuais,
visando obter conhecimento sobre as reais necessidades e dificuldades que esses usuários
862
�experimentam no acesso à informação. Para o autor, os usuários com deficiência visual
precisam ter o acesso aos mesmos serviços que os demais usuários de uma biblioteca.
No que concerne à eliminação de barreiras ao acesso à informação, o objetivo geral de
Mezzari (2015) foi investigar as condições de acessibilidade informacional do surdo no
mercado de trabalho por meio do uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras). De acordo com
o autor, para que se possa ter acesso à informação, é necessário que os interlocutores
s
discussões sobre a acessibilidade informacional dentro da Ciência da Informação de forma a
O usuário surdo também foi objeto de estudo na pesquisa de Alves (2014), com o
objetivo geral de investigar o acesso à informação por surdos na web, buscando identificar
aspectos da apropriação da informação por essa comunidade de usuários à luz da CI. Ressaltase que as pessoas surdas possuem uma cultura e uma identidade diferente dos ouvintes, o que
pode ser considerado um objeto de estudo interessante dentro das investigações realizadas na
CI.
O estudo de Lazzarin (2014) foi sobre a e-Acessibilidade e a Arquitetura da
Informação (AI) para web, contida em catálogos online, tendo como objetivo geral avaliar se
as recomendações internacionais de acessibilidade e os pressupostos da Arquitetura da
Informação estão sendo contemplados. O aspecto da acessibilidade também deve ser
observado e analisado no ambiente virtual, pois o uso da internet é uma realidade dos usuários
da informação, seja para a consulta aos catálogos de bibliotecas, movimentações bancárias, ou
ainda para o uso de redes sociais para divulgação de produtos e serviços por diversas
organizações. Desse modo, todos esses serviços, além de outros não listados, devem ser
passíveis de acessibilidade aos usuários com deficiência.
Malheiros (2013) apresenta um estudo de usuários com deficientes visuais da
Biblioteca Digital e Sonora (BDS) da Universidade de Brasília, com o objetivo de identificar
suas necessidades de informação e colher subsídios para a definição de uma política de
desenvolvimento de coleção. Considera-se que pesquisas de usuários são importantes para a
biblioteca, como no caso da investigação desse autor, mas também para qualquer organização
obter informações sobre seus usuários, clientes, parceiros, tanto do ambiente interno, quanto
do externo, para que tomadas de decisões possam ser realizadas.
Compreender como pessoas com cegueira congênita e adquirida interagem com a Web
e como percebem sua (in)acessibilidade, buscando identificar as carências e as contribuições
das Diretrizes de Acessibilidade para o Conteúdo da Web
WCAG 2.0
para a construção de
863
�websites mais adequados a esse perfil de usuários, foi o objetivo norteador da dissertação de
Rocha (2013). Cabe destacar que a população brasileira está envelhecendo e, com ela,
acompanham muitas doenças e limitações, que podem fazer com que uma pessoa sem
deficiência passe a ser deficiente, ou em casos de acidentes, ou em consequência de uma
doença, são alguns exemplos. Tal elucidação é para destacar, na pesquisa da autora, quando
aborda também as pessoas com cegueira adquirida.
Acerca de sites governamentais, é preciso atenção à acessibilidade, uma vez que a
população brasileira possui muitas pessoas com algum tipo de deficiência e que poderá
acessá-los, até porque existem operações que são realizadas somente via web. Nesse contexto,
o estudo de Alves (2012) teve como objetivo avaliar a acessibilidade dos sites das assembleias
legislativas de todos os estados da Federação e verificar como a observância dos requisitos de
acessibilidade, preconizados pelo Governo Eletrônico, contribui para a qualidade do acesso a
esses sites. O estudo buscou traçar um panorama da acessibilidade dos sites das casas
legislativas brasileiras, e em particular, realizou uma análise mais profunda do site da
Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). No Brasil, o Decreto 5.296 de 2 de
dezembro de 2004, no Capítulo VI
do Acesso à Informação e Comunicação, Art. 47,
menciona que
no prazo de até doze meses, a contar da data de publicação deste Decreto, será
obrigatória a acessibilidade nos portais e sítios eletrônicos da administração pública
na rede mundial de computadores (internet), para o uso das pessoas portadoras de
deficiência visual, garantindo-lhes o pleno acesso às informações disponíveis.
(BRASIL, 2004, p. 15).
Menegatti (2012) se propôs, com sua dissertação, identificar os serviços de informação
das bibliotecas universitárias das instituições de ensino superior de Florianópolis acessíveis
aos deficientes visuais. Com o estudo, a autora explicita que contribui com o tema ao propor
uma reflexão e pretende auxiliar a tornar os serviços de informação mais eficazes para as
pessoas com deficiência visual, objetivando sua permanência no ensino superior.
A dissertação de Silva (2012) teve como objetivo esclarecer as ações informacionais
para o atendimento das necessidades socioinformacionais dos universitários cegos do Campus
1 da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), identificando suas barreias mais pertinentes na
busca e uso da informação. As pesquisas de Menegatti (2012) e Silva (2012) observaram a
acessibilidade informacional no contexto do ensino superior, pois contribui para a
permanência e o percurso acadêmico dos discentes.
No que se refere a fontes de informação, Moraes (2011) procurou compreender como
ocorre a seleção de fontes de informação por professores do ensino médio bilíngue Língua
864
�Brasileira de Sinais/Português, do Instituto Federal de Santa Catarina, Campus São José.
Observa-se que este se configura como mais um estudo com o olhar para o usuário com
deficiência auditiva.
O estudo de Silva (2011) também teve como interlocutor o usuário surdo. Em sua
dissertação, o pesquisador descreveu como objetivo geral identificar as características que um
repositório educacional aberto deve apresentar para atender às necessidade de informação dos
alunos surdos e ouvintes do curso Letras Libras na modalidade à distância (EaD) da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
A tese de Cousin (2010) propôs diretrizes para um ambiente informacional digital
inclusivo, com o intuito de apontar os elementos de acessibilidade que tornam possível a
promoção da inclusão informacional digital. O autor destaca os referenciais da arquitetura da
informação digital, as recomendações internacionais e as estruturas de representação das
informações, em especial, dos atributos de acessibilidade. Contribuir para a elaboração de
ambientes informacionais digitais inclusivos, na perspectiva de união de teorias,
recomendações e tecnologias para a elaboração de diretrizes de acessibilidade digital, foi o
objetivo geral da tese.
Paula (2009), em sua dissertação, propôs uma disciplina para o curso de graduação em
Biblioteconomia para ajudar na formação do bibliotecário para o atendimento de qualidade a
pessoas com deficiência que fazem uso de bibliotecas universitárias. Nos anos 2000, a
pesquisadora já visualizava um problema na formação do profissional para atuar em uma
sociedade para todos, na qual inclui as bibliotecas universitárias. E, diante da
(in)acessibilidade nas BUs, possivelmente essa lacuna ainda exista na formação do
bibliotecário nos anos de 2018.
A pesquisa de Shintaku (2009) centrou-se nos padrões de comunicação científica,
tendo como objetivo geral averiguar se características de estudos da surdez, como tópico de
estudo multidisciplinar, influenciam os padrões de comunicação científica dos pesquisadores
que a estudam do ponto de vista da linguagem.
No estudo de Coneglian (2008), o objetivo foi identificar subsídios teórico-práticos
para a organização e representação do conhecimento, numa dimensão ética de garantia
cultural para surdos usuários da língua de sinais, por meio da caracterização do
comportamento informacional de um grupo de pós-graduandos surdos. Conforme identificado
Segundo o autor, a comissão examinadora da
agência financiadora destacou a importância social da pesquisa, porém solicitou
865
�reformulações para que a mesma contemplasse também uma pesquisa empírica, a qual
pudesse demonstrar a aplicação da revisão teórica.
Corradi (2007), também na perspectiva de estudos com a surdez, teve como objetivo
destacar as potencialidades das tecnologias de informação e comunicação na construção de
ambientes informacionais digitais inclusivos, com destaque para a possibilidade de promover
a acessibilidade digital para usuários com diferentes condições sensoriais, linguísticas e
motoras, em especial para surdos sinalizadores.
Na revisão dos trabalhos aqui mencionados, no que se refere ao aspecto de
contribuições e justificativas para os estudos realizados, encontra-se: contribuir para a
melhoria da situação das pessoas com deficiência visual quanto ao acesso à informação,
desenvolvendo um acervo que atenda às necessidades informacionais desses usuários
(MALHEIROS, 2013); na sociedade da informação, há uma grande quantidade de recursos
informacionais permitindo que mais pessoas possam obter informações com rapidez e
facilidade, mas, parte da sociedade, as minorias, depara-se com dificuldades para acessar e
usar as informações devido às barreiras encontradas em ambientes físicos e virtuais. Moraes
(2011, p. 23destacada a relevância social, quando o pesquisador busca resolver problemas de pesquisa
para atender às necessidades informacionais de usuários surdos (SILVA, 2011). As pesquisas
(CUSIN, 2010, p.136).
Corradi (2007, p. 23) explicita que, no âmbito da CI, o estudo encontra subsídios para
os processos que envolvem o tratamento, a recuperação, o acesso, a disseminação e o uso de
aos usuários, com procedimentos
focados principalmente na participação inclusiva de Surdos em ambientes informacionais
-se, ao pensamento desse autor, os demais usuários deficientes que
também precisam e fazem uso da informação, e vêm se inserindo na sociedade,
especificamente nas Instituições de Ensino Superior (IES), locais onde estão as BUs,
discutido em vários níveis, não só pela linha de pesquisa ICS, mas na Ciência da Informação
866
�2.1 Pesquisas analisadas
Como metodologia do trabalho de revisão de literatura, optou-se por criar um quadro
demonstrativo como procedimento para melhor análise e visualização das investigações
propostas. Dessa forma, criou-se uma síntese das investigações nos Programas de PósGraduação em Ciência da Informação no período de 2007 a 2015.
A apresentação dos estudos seguiu o critério cronológico, sendo apresentado em
ordem alfabética de pesquisador, informando a tipologia da produção científica (Dissertação
ou Tese), contendo ainda o programa ao qual se vincula o estudo, a linha de pesquisa, caso
fosse informada, o orientador, a metodologia de pesquisa adotada e as palavras-chave.
867
�Quadro 1
PESQUISADOR
Pesquisas realizadas na Ciência da Informação entre os anos de 2007 e 2015
TIPOLOGIA
ANO
PROGRAMA
Vanessa
Dissertação
2015
Érica
Dissertação
2015
Pós-graduação em
Ciência, Gestão e
Tecnologia da
Informação da
Universidade
Federal do Paraná
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Faculdade de
Filosofia e
Ciências da
Universidade
Estadual Paulista
ALVES, Sarah Miglioli
da Cunha
Dissertação
2014
LAZZARIN,
Aparecida.
Dissertação
2014
Dissertação
2013
MEZZARI,
Caroline
VITTORINI,
Fernanda
Fabiana
MALHEIROS, Tania
Milca de Carvalho
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação
IBICT/UFRJ
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da U
Universidade
Federal da
Paraíba
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Universidade de
Brasília
LINHA
DE
PESQUISA
Gestão da
Informação e
do
Conhecimento
ORIENTADOR
METODOLOGIA
PALAVRAS-CHAVE
Drª. Maria do
Carmo Duarte
Freitas
Pesquisa exploratória e descritiva.
Uso do survey. Uso de entrevistas e
questionários. Amostragem é do
tipo intencional.
___________
Dr. Walter
Moreira
Estudo
focal
realizado
em
universidades públicas no estado de
São Paulo que dispunham de
laboratórios de acessibilidade para
deficientes visuais.
___________
Drª. Rosali
Fernandez de
Souza
Exploratório e descritivo de caráter
qualitativo utilizando o método de
questionário para coleta de dados.
Memória,
Organização,
Acesso e Uso
da Informação.
Dr. Marckson
Roberto Ferreira
de Sousa
___________
Drª. Ivette Kafure
Métodos exploratório e descritivo.
Estudo de caso. Abordagens
qualitativa e quantitativa, partindo
da avaliação verbal de
universitários cegos, da análise
automática com ferramenta de
acessibilidade Web.
Pesquisa qualitativa, utilizado a
análise documental e o estudo de
caso. A coleta de dados foi
realizada por meio de entrevista
semiestruturada (questões abertas e
fechadas).
Acessibilidade
informacional do surdo.
Libras. Uso da
informação. Mercado
de trabalho.
Aprendizagem.
Linguagem
documentária.
Recuperação da
informação. Biblioteca
universitária.
Acessibilidade.
Catálogo online.
Usuários com
deficiência visual.
Informação. Surdos.
Internet. Apropriação
da informação. Ciência
da Informação.
e-Acessibilidade.
Arquitetura da
Informação (AI) para
Web contidos em
catálogos online.
Usuário cego.
Estudo de usuários.
Pessoas com
deficiência visual.
Acessibilidade da
informação digital.
Necessidade de
informação.
�ROCHA, Janicy
Aparecida Pereira
Dissertação
2013
Dissertação
2012
MENEGATTI, Yara
Dissertação
SILVA,
Maria
ALVES,
Vasconcelos
Informação,
Cultura e
Sociedade.
Dra. Adriana
Bogliolo Sirihal
Duarte
Estudo de usuários de abordagem
social. Pesquisa qualitativa com
usuários selecionados com a técnica
bola de neve. Entrevistas
semiestruturadas em profundidade e
ensaios de interação em ambiente
natural.
Estudo de usuários.
Acessibilidade na Web.
Deficiência visual.
Cognição Situada.
Informação,
Cultura e
Sociedade.
Drª. Adriana
Bogliolo Sirihal
Duarte.
Acessibilidade em
governo eletrônico.
Transparência da
informação legislativa.
Ciência da Informação.
Acesso à Informação.
Estudos de usuários.
2012
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Universidade
Federal de Santa
Catarina
Fluxos de
Informação.
Drª. Magda
Teixeira Chagas
Dissertação
2012
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação
da
UFPB
___________
Dr. Edvaldo
Carvalho Alves
Pesquisa de abordagem qualitativa
e quantitativa, realizada através de
um estudo de caso. Entrevista
estruturada;
avaliação
semiautomática,
utilizando
programas validadores, nos 27 sites
das assembleias de cada estado da
federação e avaliação empírica de
acessibilidade do site da ALMG.
Abordagem qualitativa, de método
exploratório, levantamento de
dados nos sites das bibliotecas;
entrevista com os gestores das
bibliotecas; observação in loco com
base na NBR 9050; e entrevista
com a Coordenadora da Biblioteca
Virtual da ACIC.
Análise de Bardin através do
processo
de
categorização
embasada no modelo de Sense
Making de Brenda Dervin.
Karla
Dissertação
2011
Fluxos de
Informação.
Drª. Ursula
Blattmann
Abordagem qualitativa. Estudo de
caso descritivo. Pesquisa Uso de
roteiro de entrevista. A análise dos
dados utilizou-se a técnica de
análise de conteúdo de Bardin.
Romario
Dissertação
2011
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação
da
Universidade
Federal de Santa
Catarina
Pós-Graduação
Profissionais da
Drª. Rosângela
Pesquisa descritiva com abordagem
Alan
Aparecida
MORAES,
Viviane Garcia
SILVA,
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Escola de Ciência
da Informação da
Universidade
Federal de Minas
Gerais
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Escola de Ciência
da Informação da
Universidade
Federal de Minas
Gerais
Serviços de informação.
Bibliotecas
universitárias.
Acessibilidade.
Bibliotecas
universitárias.
Deficientes visuais.
Inclusão acadêmica.
Universitários cegos.
Estudos de usuários.
Necessidades
informacionais.
Acessibilidade UFPB.
Fontes de informação.
Professores. Alunos
surdos. Ensino médio
bilíngue Língua
Brasileira de
Sinais/Português.
Repositório
869
�Antunes da
CUSIN, Cesar Augusto
Tese
2010
Dissertação
2009
SHINTAKU, Milton
Dissertação
2009
CONEGLIAN
Dissertação
2008
PAULA,
Nascimento de
Sonia
em Ciência da
Informação, do
Centro de
Ciências da
Educação da
Universidade
Federal de Santa
Catarina
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Universidade
Estadual Paulista
Informação.
Schwarz
Rodrigues.
qualitativo-quantitativa e a técnica
utilizada para análise foi à análise
de conteúdo.
educacional. Acesso
livre. Surdos
Informação e
Tecnologia.
Drª. Silvana
Aparecida
Borsetti Gregorio
Vidotti
Acessibilidade.
Ambiente
informacional digital.
Inclusão digital. FRBR.
Guias de acessibilidade
web (W#C/WAI).RR
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação da
Pontifícia
Universidade
Católica de
Campinas
Pós-Graduação
em Ciência da
Informação do
Departamento de
Ciência da
Informação e
Documentação da
Universidade de
Brasília
Pós-graduação em
Ciência da
Informação, da
Universidade
Estadual Paulista
Produção
Disseminação
da Informação.
Dr. José Oscar
Fontanini de
Carvalho
___________
Drª . Sely Maria
de Souza Costa
Abordagem metodológica
explorativa e descritiva, uma
proposta teórico-metodológica para
a promoção de elementos de
acessibilidade digital para o
desenvolvimento de ambientes
informacionais digitais, para
usuários com ou sem necessidades
especiais.
Análise de matriz curricular e
ementas dos cursos. Analise de dois
programas de acessibilidade em BU
LAB e o ProAces. Método
comparativo dedutivo, pesquisa
exploratória e descritiva, pesquisa
bibliográfica e na web.
Os aspectos metodológicos
adotados permitiram, por um lado, a
precisão quantitativa e, por outro, a
profundidade qualitativa, em uma
abordagem mista, com coleta de
dados por levantamento (survey) e
análise documental.
Organização da
Informação.
Drª . Helen de
Castro Silva
Casarin.
Revisão bibliográfica, aplicação de
questionário, entrevista e
observação, estas por meio do
grupo focal.
Acessibilidade.
Inclusão digital. Alunos
com deficiência.
Currículo de cursos de
graduação em
biblioteconomia.
Comunicação
científica. Relações
disciplinares.
Pesquisadores da
Surdez.
Multidisciplinaridade.
Organização da
Informação. Língua
Brasileira de Sinais.
Surdos.
Comportamento
870
�CORRADI, Juliane
Adne Mesa
Dissertação
2007
- UNESP
Programa de PósGraduação em
Ciência da
Informação da
Universidade
Estadual Paulista,
UNESP
Informação e
Tecnologia.
Drª. Silvana
Aparecida
Borsetti Gregorio
Vidotti.
Análise exploratória e descritiva do
tema, com revisão de literatura e
análise de ambientes digitais. Os
dados empíricos foram coletados
por meio de questionário.
Informacional.
Acessibilidade.
Ambiente
informacional digital.
Estudos Surdos.
Tecnologias de
Informação e
Comunicação.
Arquitetura da
Informação Digital
Inclusiva. Modelo para
Análise e
Desenvolvimento de
Ambientes
Informacionais Digitais
Inclusivos MADAIDI.
Fonte: Elaborado pelos autores a partir dos dados da pesquisa, 2018.
871
�Nessa direção, com as leituras sobre a acessibilidade dos serviços disponibilizados
pelas bibliotecas e com as conclusões das pesquisas analisadas, consideram-se alguns
aspectos para conceber uma biblioteca acessível e inclusiva, sendo eles:
Implantar
a
acessibilidade
nas
dimensões
arquitetônica,
informacional,
comunicacional, metodológica, instrumental, programática e atitudinal;
Sensibilizar os colaboradores das bibliotecas sobre a importância da acessibilidade,
inclusão e respeito à pessoa com deficiência;
Conscientizar sobre o direito dos cidadãos com deficiência sobre o acesso à
informação, prestação de serviços e uso dos espaços sociais;
Disponibilizar tecnologia e/ou serviço acessível à pessoa com deficiência atendendo às
demandas informacionais dos usuários com deficiência visual, que podem ter baixa
visão, podem ser daltônicos, cego, surdos, deficientes físicos usuários de cadeira de
rodas, entre outros;
Capacitar a equipe da biblioteca e enfatiza sobre a importância do conhecimento, da
formação continuada para o desenvolvimento de competências e do convívio com a
diversidade;
Disseminar a Língua Brasileira de Sinais entre os ouvintes com o intuito de minimizar
as barreiras enfrentadas pelos surdos;
Realizar estudos de usuários, criando uma proximidade da biblioteca e o usuário da
BU para conhecer o seu perfil, suas demandas, suas opiniões, contribuindo para a
eliminação de barreiras nos espaços físicos e virtual;
Conhecer as especificidades e demandas dos usuários com deficiência visual para que
os sites das bibliotecas se tornem acessíveis;
Disponibilizar vídeos em libras, vídeos em português com legenda em Libras,
sinalização em Braille, sinalização podotátil, tecnologias assistivas, pensando em
abranger uma diversidade de usuários com deficiência para uso das BUs.
Tendo conhecimento do contexto da acessibilidade e inclusão da pessoa com
deficiência nos espaços sociais, os prestadores de serviços poderão promover serviços em
bibliotecas para toda a sua comunidade, interna e externa, de forma equitativa, pois
disponibilizará fontes de informações em diferentes formatos, atendendo à especificidade do
usuário da informação. Dessa forma, serão oferecidas bibliotecas que valorizam as diferenças,
acolhendo a diversidade de usuários, com profissionais da informação conscientes do seu
papel social ao realizar a gestão das bibliotecas. Vale destacar que os aspectos sociais são tão
�importantes quanto os avanços da tecnologia da informação que são inseridos nos espaços das
bibliotecas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
No âmbito da CI, a temática da acessibilidade se faz presente, pois essa área de
conhecimento realiza pesquisas científicas sobre processos de tratamento, recuperação,
acesso, distribuição, disseminação e o uso de informações, sejam em contextos físicos ou
digitais, para que usuários da informação possam ter acesso e utilizá-la da maneira e
necessidade que possuírem.
Reflete -se que a investigação de serviços de bibliotecas para pessoas com deficiência é
de abrangência nacional, podendo contribuir com a questão social brasileira, por olhar para o
direito do cidadão no que se refere à inclusão e à acessibilidade para pessoas com ou sem
deficiência, em unidades de informação, para termos um desenho universal que propicie a
acessibilidade em várias dimensões nas bibliotecas, além de ser um direito do cidadão.
Ao se reportar a um estudo sobre a acessibilidade, ele não se restringe à acessibilidade
física, sob a ótica de eliminar as barreiras físicas para uma pessoa cadeirante, por exemplo, e
sendo esta a dimensão mais conhecida e mencionada pelos indivíduos. Mas existe a
acessibilidade nas dimensões atitudinal, metodológica, pragmática, comunicacional e
informacional. Esta última pode tornar as organizações no que se refere aos serviços de
informação no espaço físico como virtual, (in)acessíveis quanto ao acesso, à busca e ao uso da
informação, se o usuário for uma pessoa com deficiência. E foi esta dimensão, a
informacional que foi investigada em teses e dissertações na CI nas linhas de pesquisa:
Informação, Cultura e Sociedade; Gestão da Informação e do Conhecimento; Fluxos de
informação; Profissionais da Informação; Informação e tecnologia; Produção
Disseminação
da Informação; Organização da Informação. Dos 16 estudos observados, tem-se 01 tese e 15
dissertações, sendo que, em cinco desses estudos, não foram informadas as linhas de pesquisa.
Considera-se que é preciso tornar as informações acessíveis para aqueles que dela
precisam, seja para uso pessoal, profissional, lazer, tomadas de decisões em diferentes
contextos. E, para que isso seja aplicado, torna-se necessário uma mudança no olhar; olhar
este que deve ser diferenciado para cada tipo de usuário da informação, mas não sob a ótica
da diferença como ponto negativo, do preconceito, da indiferença, mas sim para a diversidade
e suas qualidades. Deve-se ter um olhar social, no todo, na responsabilidade social que
entende-se também pertencer à CI, fazendo uso das Tecnologia de Informação e Comunicação
873
�(TIC) com a perspectiva da acessibilidade e da inclusão para se ter uma sociedade da
informação inclusiva, e que seja, de fato, para todos, independentemente de suas
especificidades.
Visualizam-se investigações, em bibliotecas universitárias e nas universidades, o olhar
sobre a formação do bibliotecário e a acessibilidade no que tange ao catálogo online das BUs,
e ao universo da instituição de ensino superior. Percebe-se o despreparo de bibliotecários e
docentes para atenderem e se relacionarem com usuários/discentes com deficiência, faltando a
esses profissionais tanto competências técnicas como a competência pessoal para que se
efetive a relação interpessoal, a acessibilidade atitudinal e comunicacional. Depara-se com a
falta de materiais bibliográficos especializados em Braille nas bibliotecas, equipamentos
adequados nas universidades, sinalização podotátil para usuários cegos, sinalização em libras
para os surdos, colaboração e despreparo dos colaboradores, condições essas que contribuem
ainda mais com a exclusão da pessoa com deficiência.
No tocante às pesquisas na perspectiva da pessoa com deficiência auditiva, Alves
(2015), Shintaku (2009), Corradi (2007) e Coneglian (2008) estudaram aspectos para
acessibilidade informacional do usuário surdo. Mesmo identificando as pesquisas
apresentadas nesta revisão, Shintaku (2009, p.
voltadas para o estudo da surdez na Ciência da Informação, o tema tem sido discutido, devido
às preocupações relacionadas à integração social dos deficientes. Essas discussões, portanto,
tornam o tema pertinent
Em vários estudos, a legislação brasileira esteve presente, foram identificadas leis,
decretos, portarias, políticas públicas sobre a deficiência auditiva, educação especial,
promoção da acessibilidade para as pessoas com deficiência, Libras, atendimento à pessoa
com deficiência, políticas de inclusão, normas técnicas, acessibilidade de Governo Eletrônico,
entre outras fontes que garantem o direito à inclusão e à acessibilidade à pessoa deficiente.
Ao verificar os estudos realizados, visualiza-se que as investigações mostram que é
necessário reconhecer o direito da pessoa com deficiência, e compreende-se que aqueles que
trabalham com a informação sejam um dos responsáveis por colocar em prática esse direito. O
profissional da informação que organiza, trata e dissemina a informação, precisa atentar para
o usuário com deficiência, mas não somente quando este chega às organizações, não esperar
que tenham demandas quantitativas para iniciar as mudanças nos espaços físicos e virtual. É
encontrado em Menegatti (2012, p. 161) que seus interlocutores justificaram a ausência de
usuários com deficiência visual para o descumprimento das especificações para oferecer
874
�Entende-se que é preciso ter o olhar para os usuários, em potencial, que ainda não
fazem uso dos serviços e dos produtos das organizações, e que talvez o motivo desse
distanciamento seja a (in)acessibilidade, que impede a autonomia, a independência e a
cidadania desses indivíduos.
Conforme visualizado nas pesquisas em CI citadas no presente artigo, verifica-se que a
comunicação científica dá a conhecer que a temática aqui discutida é relevante e necessária
para as modificações nos espaços físico e virtual das bibliotecas, reiterando que é
indispensável se pensar e executar a Gestão e a Organização das bibliotecas universitárias sem
introduzir a acessibilidade e a inclusão nas bibliotecas para o atendimento e uso da mesma
pelos usuários com deficiência.
Conclui-se que as organizações serão acessíveis e terão seus serviços acessíveis se
esse se tornar um dos seus objetivos. Para isso, considera-se que se deva continuar as
investigações no campo interdisciplinar da CI e que envolva a eliminação de barreiras
informacionais na organização, acesso, disseminação da informação e de comunicação entre
os colaboradores e usuários sejam nos espaços físicos como na web.
REFERÊNCIAS
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______. NBR 15599: acessibilidade: comunicação na prestação de serviços. Rio de Janeiro,
2008. Disponível
em:<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_gene
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ALVES, A. V. Informação e inclusão: um estudo da aplicação de acessibilidade em portais
legislativos estaduais. 2012. Mestrado (Dissertação) Escola de Ciência da Informação,
Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2012. 126f.
ALVES, S. M. da C. Apropriação da informação por surdos no ambiente web à luz da
Ciência da Informação. 2014. 116 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós-Graduação
em Ciência da Informação, convênio entre Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia e a Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Comunicação. Rio de
Janeiro, 2014.
875
�BRASIL. Decreto n° 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis nºs 10.048, de 8
de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20042006/2004/decreto/d5296.htm >. Acesso em: 07 jan. 2018
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básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
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878
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Acessibilidade e inclusão nas bibliotecas universitárias: uma abordagem a partir das pesquisas no campo da Ciência da Informação.
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Costa, Michelle Karina Assunção; Oliveira, Dalgiza Andrade
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Esta revisão de literatura apresenta uma exposição de estudos sobre acessibilidade realizados no período de 2007 a 2015 em programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação no Brasil. As investigações contribuem para que bibliotecários gestores tomem conhecimento desse cenário e passem a inserir, na gestão da biblioteca, a acessibilidade e a inclusão de usuários com deficiência. O levantamento da literatura científica iniciou-se com a consulta à Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, na opção de busca avançada com palavras-chave de acessibilidade, usuários com deficiência, estudos de usuários, cegos, surdos, ciência da informação, entre outras correlatas ao tema pesquisado, dando continuidade na análise dos trabalhos selecionados. Os estudos analisados estão nas linhas de pesquisa de Informação, Cultura e Sociedade; Gestão da Informação e do Conhecimento; Fluxos de informação; Profissionais da Informação; Informação e tecnologia; Produção – Disseminação da Informação. Em cinco estudos não foi informada a linha de pesquisa do programa. A literatura científica investigou a formação do bibliotecário para o trabalho com usuários com deficiência, a acessibilidade a catálogo online e em portal governamental, com usuários cegos e surdos em contextos como repositório educacional, ambiente informacional digital inclusivo, comunicação científica, necessidade de informação, fontes de informação, serviços de informação acessíveis, acessibilidade informacional. Sugere-se inserir, na gestão da biblioteca e do seu planejamento, ações e modificações nos espaços das bibliotecas para que o usuário com deficiência receba e tenha a mesma condição de uso e tratamento nessas
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pt
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
TRANS-FORMAÇÃO. ACESSO A INFORMAÇÃO E INCLUSÃO DE GÊNERO:
ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA CRIAÇÃO DE UMA
BIBLIOTECA PARA ATENDER TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E TRANSGÊNEROS
EM SITUAÇÃO DE RISCO EM BELO HORIZONTE: UM RELATO DE
EXPERIÊNCIA
TRANS-FORMATION. INFORMATION ACCESS AND GENDER EQUALITY: A BUSINESS
PLAN TO IMPLEMENT A LIBRARY TO ATTEND TRANSVESTITES, TRANSSEXUALS AND
TRANSGENDERS AT RISK IN BELO HORIZONTE: AN EXPERIENCE REPORT.
Resumo: A Fundação Dom Cabral tem como missão contribuir para o desenvolvimento
sustentável da sociedade por meio da educação. Enquanto signatária do Pacto Global e do
PRME, apoia 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) entre eles a
igualdade de gênero. A questão da igualdade de gênero e da diversidade fazem parte do
planejamento estratégico da FDC. O presente artigo trás o relato de experiência do Sistema de
Bibliotecas da FDC na elaboração de um plano de negócio para a criação de uma biblioteca
voltada a atender, dar suporte e acesso a informação a transexuais, travestis e transgêneros
que vivem em situação de risco em Belo Horizonte, que são atendidos pela ONG Transvest,
com sede na cidade de Belo Horizonte. Relata o papel da biblioteca e do bibliotecário na
inclusão dessa minoria, promovendo acesso de forma democrática a informação, e como esse
acesso pode ter um impacto na formação do ser ético, político e social de transexuais, travestis
e transgêneros assistidos pela ONG.
Palavras-chave: igualdade de gênero; acesso a informação; bibliotecas; trabalho social
Abstract: Fundação Dom Cabral´s mission is to contribute to sustainable development of
society through education. As signatory of Global Pact and PRME, it support 17 sustainable
development goals, including gender iquality. The issue of gender iquality and diversity are
part of FDC strategic planning. It reports on the experience of the Library System of the FDC
in the elaboration of the business plan for the creation of a library to support and access
information to transsexuals, transvestites and transgenders in risk situation in Belo Horizonte.
It reports on the role of the library and librarian in the inclusion of this minority, promoting
democratic access to information and how this access can have an impact on the ethical,
political and social being of transsexuals, transvestites and transgender people assisted by
Transvest.
Keywords: gender equality; information access; libraries; social work
849
�Introdução
Fundada em 1976 como uma instituição autônoma de direito privado e sem fins
lucrativos, a FDC (Fundação Dom Cabral) é uma escola de negócios brasileira com padrão e
atuação internacionais de desenvolvimento e capacitação de executivos, empresários e
gestores públicos.
Em 1978 inaugurou sua primeira sede em Belo Horizonte. Em 2001, foi inaugurado
em Nova Lima-MG o campus Aloysio Faria em homenagem ao criador do Banco Alfa. A
FDC começou trabalhando com empresas da região de Minas Gerais mas expandiu sua
atuação com a instalação de campi nos estados de São Paulo (2008) e Rio de Janeiro (2013).
Em 2015, já estava presente em quase todos os estados brasileiros por meio de associados,
permitindo assim, levar o desenvolvimento de executivos para todas as regiões do país.
Em 2017, a instituição comemorou a permanência por 12 anos como a melhor escola
de negócios da América Latina de acordo com o ranking de Educação Executiva do jornal
inglês Financial Times. Conta com cursos de Especialização em Gestão, MBA, Mestrado
Acadêmico, programas customizados entre outros.
As bibliotecas da FDC têm papel importante e de grande responsabilidade: selecionar,
organizar, manter e divulgar todo o acervo bibliográfico, colocando-o disponível para a
comunidade. Ser um espaço de disseminação da informação e também um local onde se possa
aprofundar a prática da pesquisa, da leitura, da investigação e da cultura são os objetivos do
Sistema de Bibliotecas da FDC.
A FDC tem como missão contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade
por meio da educação, da capacitação e do desenvolvimento de executivos, empresários e
gestores públicos. Disseminar o saber, distribuir oportunidades e contribuir para a capacitação
e crescimento de negócios, projetos e empreendedores sociais faz parte da crença da FDC, por
isso apoia e mantem diversas iniciativas com foco em gestão, educação e inclusão social,
incluindo aí a igualdade de gênero. A FDC, como signatária do Pacto Global e do PRIME,
apoia 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) entre eles a igualdade de
gênero.
O Brasil, de acordo com relatório da ONG Internacional Transgender Europe, é o país
que mais mata travestis e transexuais do mundo. O número de assassinatos chega a ser quatro
vezes maior que no México, segundo país com mais casos registrados. O relatório é baseado
no número de casos reportados, o que indica que os números podem ser ainda maiores. Por se
tratar de um país violento para a população LGBT, em Belo Horizonte foi criada a ONG
Transvest. A ONG tem como objetivo combater a transfobia e incluir travestis, transexuais e
�transgêneros na sociedade. Um espaço educativo onde ocorrem palestras sobre as culturas
lgbt, oficinas artísticas, pré-vestibular, supletivo, curso de libras e cursos de línguas (inglês,
francês, espanhol e italiano) para a população trans da cidade.
A ONG não quer só transmitir conceitos, mas principalmente executar atividades que
promovam uma atmosfera de segurança, respeito e confiança para que haja desenvolvimento
da autoestima dos sujeitos.
Transexuais são identificados como um grupo social vulnerável, pois existe em nossa
sociedade uma discriminação e preconceito sofridos por estes indivíduos que são deixados à
margem dos vários segmentos sociais, como mercado de trabalho, cultura, saúde, ensino
etc. Transvest, sensível à essa realidade, procura ser um mecanismo compensatório e de
igualdade, possibilitando a chance de acesso à educação. Pretende, assim, minimizar o
estigma e suas consequências causadas nos transexuais, procurado corrigir o desequilíbrio
existente, buscando uma igualdade material e não meramente formal.
A FDC também acredita no poder transformador da educação, a partir desses objetivos
concomitantes surgiu a ideia de criar uma biblioteca para dar acesso a informação, suporte e
conhecimento para todas transexuais, travestis e transgêneros atendidas pela ONG.
Revisão de literatura
Diferentes grupos sociais, apresentam condições econômicas, sociais e educacionais
distintas, nas sociedades.
Essas condições influenciam na participação desses grupos,
consequentemente de seus integrantes, no ciclo de desenvolvimento, produção e fruição de
conhecimento, bens e serviços.
Assim, os indivíduos que integram os diferentes grupos sociais segundo suas
respectivas condições, se encontram mais ou menos inseridos neste ciclo e consequentemente,
na sociedade como um todo. Nesse sentido grupos em condições menos favorecidas, possuem
menor oportunidade de participação na sociedade, sendo conduzidos a possíveis situações de
exclusão social.
Segundo Rezende (2005), o desenvolvimento social e econômico de uma nação está
fortemente vinculado ao progresso científico e tecnológico e à situação da educação da
população. O conhecimento em ciência e tecnologia é, hoje, um dos principais instrumentos
de superação das desigualdades.
São diversas as formas e as causas da exclusão social, porquanto sem todas as
sociedades, sempre haverá indivíduos que nela não se integrem, por uma variedade de razões,
até pela incapacidade de aceitação de normas (FERNANDEZ, 2010).
851
�No entanto, o autor destaca que a persistência de desigualdades exageradas, as quais
apresentam efeitos sociais que não podem ser contornados e superados pelo esforço próprio
do indivíduo são prejudiciais a sociedade.
Ainda segundo Fernandez (2010) é necessário eliminar obstáculos que dificultam a
participação da pessoa nos benefícios que pode oferecer à sociedade em que vive, e também
podem tolher a sua contribuição individual para o bem-estar geral
em suma, o dar e receber
que define a plena participação do indivíduo na sua comunidade.
Para Calixto et al. (2012) a exclusão social se relaciona com uma série de problemas
sociais, dentre eles a fome, a pobreza, o desemprego e a educação díspar, que resultam na
negação da possibilidade de igualdade de oportunidades para os indivíduos. Para os autores os
baixos índices de escolaridade e analfabetismo são por vezes os principais obstáculos ao
aperfeiçoamento profissional e por isso, um motor do desemprego e da pobreza.
Encontram-se excluídos socialmente os indivíduos que sobrevivem em condições
indesejáveis, de miséria, desemprego, analfabetismo dentre outras condições que
impossibilitem a participação na sociedade. (ALMEIDA e GONÇALVES, 2013). Entre esses
indivíduos encontram-se travestis, transexuais e transgêneros. E no Brasil, situação ainda é
mais grave.
Segundo dados da ONG Transgender Europe, a expectativa de vida de travestis no
Brasil é de 35 anos; enquanto a média dos demais brasileiros é de 74,9 (IBGE, 2013).
Pesquisa realizada em Belo Horizonte pelo NUH (Núcleo de direitos humanos e cidadania
LGBT da UFMG) destaca que 91 % das travestis da capital mineira não concluíram o ensino
médio. E quase um terço das travestis abandonaram a escola devido às violências física e
simbólica recebida no ambiente escolar. Segundo a Associação de Travestis e Transexuais do
Triângulo Mineiro, 95% das travestis de Uberlândia estão na prostituição. Situação
semelhante
e
não
menos
alarmante
é
apresentada
por
pesquisa
realizada
pela ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), a qual mostra que 90% das
travestis do Brasil encontram-se na prostituição. Tais números revelam uma discriminação
execrável em nossa sociedade que impossibilita a inclusão de travestis no trabalho formal
assim como na sociedade.
Existem 3 grandes grupos que excluem travestis, transexuais e transgêneros. A família
é o primeiro deles. A escola como lócus de reprodução do preconceito e discriminação vem
como o segundo grupo, e dados estáticos compravam isso: mais de 80% nem chega a
completar o segundo grau. A rua que acolhe e vulnerabiliza, surge como o terceiro grupo de
exclusão. Estas categorias giram em torno dos principais contextos de vida (família, escola,
852
�rua) afetados pela condição transgênero e que marcam as trajetórias de vida de boa parte das
travestis, transexuais e transgêneros no Brasil. Elas não se sentem pertencentes a sociedade.
Sofrem preconceitos na família, nas escolas, em locais públicos, incluindo aí inclusive as
bibliotecas. (SILVA; BERZERRA; QUEIROZ, 2015). O que podemos fazer para mudar isso?
Qual o papel da biblioteca na inclusão dessas minorias?
Compete ao bibliotecário exercer o papel de despertar uma consciência inclusiva
contribuindo para a percepção e transformação do espaço, promovendo acesso democrático à
informação, sem distinção de classe social, raça, religião, orientação sexual e gênero.
(FERREIRA; CHAGAS, 2016)
Lourenço Filho (1946) destaca que a biblioteca deve ser espaço de diálogo e
cidadania.
A biblioteca tem papel essencial não só no acesso e disseminação da informação, mas
também no processo de educação. Segundo Costa (2013) a biblioteca precisa ser reconhecida
como recurso essencial no processo educacional, participando e facilitando o processo de
ensino-aprendizagem, aproximando ensino e biblioteca.
Segundo Castrillón (2011), as bibliotecas devem ir além do plano mínimo de trabalho.
Bibliotecas que se convertam em meios contra a exclusão social, isto é, que se constituam em
espaços para o encontro, para o debate sobre temas que dizem respeito a maiorias e minorias.
Para Nunes (2007) o principal objetivo das bibliotecas seria a prestação de serviços de
acesso, não apenas à informação, mas, mais exatamente, ao conhecimento.
Completando, Rosa (2016), afirma que a atuação da biblioteca deve ser sempre em
favor da transformação social. A biblioteca por meio da promoção do acesso à informação
proporciona ao indivíduo as fontes necessárias para sua formação enquanto ser social, político
e cultural. Por essa razão, a necessidade de criar uma biblioteca, em parceria com o Sistema
de Bibliotecas da FDC, para dar acesso a essas informações tão necessárias para a formação
das travestis, transexuais e transgêneros atendidas pela ONG Tranvest.
Metodologia
O primeiro passo para a implementação da biblioteca foi a elaboração de um plano de
negócio para a criação da mesma. Segundo Salim (2001) plano de negócio pode ser definido
por um documento que contem a caracterização do negócio, sua forma de operar, suas
estratégias, seu plano para conquistar uma fatia do mercado e as projeções de despesas,
receitas, fornecedores e resultados financeiros.
853
�Começamos pelo levantamento das ONGs existentes em Belo Horizonte que estavam
envolvidas com projetos voltados para educação e inclusão com travestis, transexuais e
transgêneros. Segundo a Fonte Autônoma LGBT (organização política que conecta ativistas e
movimentos LGBT) duas ONGs fazem este tipo de trabalho: Transvest e o Transenem.
Existem trabalhos similares em outros Estados brasileiros, como por exemplo o
Transpassando no Ceará e o próprio Transenem no Rio Grande do Sul.
O segundo passo é a análise do público que irá frequentar e fazer uso dos serviços da
biblioteca. Será proposto a elaboração de um questionário que será aplicado para as travestis
e transexuais atendidas pela ONG com o objetivo de alinhar suas as necessidades, desejos e
expectativas.
É importante fazer também uma análise das oportunidades e ameaças do ambiente
(denominada análise FOFA, como resultado da abreviação de forças, oportunidades,
fraquezas, ameaças). Ao fazer a análise FOFA, é importante escolher alguma organização
bem-sucedida na área de atuação (benchmark) ou qualquer organização que se possa ter como
referência. A análise FOFA é efetiva quando feita em comparação com um ponto de
referência, e não simplesmente analisando a organização por si mesma. No nosso caso, não
encontramos, pelo menos aqui em Belo Horizonte, nenhuma biblioteca voltada única e
exclusivamente para atender travestis e transexuais em situação de risco, que é o público-alvo
do nosso projeto.
No que tange aos fornecedores, optaremos por um software gratuito, o BibLivre que já
é usado em outro projeto social desenvolvido pelo Sistema de Bibliotecas da FDC.
Em relações aos livros, foi elaborado pela biblioteca uma política de seleção e doação
de livros para os projetos sociais que apoiamos. O Sistema de Bibliotecas da FDC desenvolve
um projeto social junto ao bairro Jardim Canadá em Nova Lima (uma biblioteca comunitária).
Para o plano de negócio aqui proposto, usaremos os livros que recebemos, ao longo do ano,
de doações. Farão parte do acervo livros didáticos, obras de referência, literatura, filosofia,
sociologia entre outras áreas.
Além da análise do ambiente interno, é extremamente importante fazer uma análise do
ambiente externo para identificar possíveis barreiras de entrada e saída. Entre as barreiras de
entrada, podemos destacar: dificuldade de acesso e aceitação por parte do público-alvo;
necessidade alta de recursos; necessidade de conhecimentos especializados; custos de
mudança por parte do público-alvo, restrições governamentais, retaliação prevista por conta
de determinado grupo social. Entre as barreiras de saída, destacamos os custos financeiros, o
impacto gerado nos clientes, restrições de ordem governamental ou social.
854
�A Transvest hoje tem um grande problema de espaço. Funciona numa sala no Edifício
Maleta em Belo Horizonte. Como adaptar a criação da biblioteca a essa realidade? Buscar um
espaço alternativo? Adaptar a biblioteca a sala de aula? Faz parte do planejamento da ONG
Transvest uma nova sede, maior, que funcionaria inclusive como uma casa de acolhimento as
travestis e transexuais atendidas. Poderíamos então pensar numa sala para a biblioteca. Os
custos seriam para o mobiliário (mesas, cadeiras e estantes). O trabalho dos bibliotecários
para o registro do material seria voluntário.
Buscar parcerias também está dentro do plano de negócio de criação da biblioteca, seja
dentro da própria FDC (em outros setores) como também fora da empresa. Junto a área de
comunicação da FDC será desenvolvido um projeto de marketing para auxiliar na divulgação,
parcerias e prospecção de voluntários.
Resultados esperados
A ideia do projeto da biblioteca surgiu em outubro de 2017, quando começamos a
pensar no plano de negócio para sua criação. Até o momento, O Sistema de Bibliotecas da
FDC desenvolveu uma política de seleção e doação de livros e de desenvolvimento de
coleções para montar a biblioteca. Os livros doados também farão parte de um programa da
ONG Transvest que consiste em levar livros para os presídios na região metropolitana de Belo
Horizonte que possuem alas LGBTs. A cada resenha desenvolvida pelas detentas, elas têm 3
dias abatidos em suas penas.
Pretende-se usar o software (gratuito) BibLivre, que já é utilizado em outro projeto
social da FDC, e toda parte técnica de catalogação do material ficará sob a responsabilidade
dos bibliotecários da FDC.
No primeiro semestre de 2018 será aplicado um questionário entre as travestis e
transexuais atendidas pela ONG para que as necessidades, desejos e expectativas sejam
alinhadas, e também fazer parcerias com outras instituições para ajudar na instalação da
biblioteca.
Caso a ONG não consiga se instalar numa nova sede, como já mencionamos
anteriormente, a ideia será a instalação de prateleiras na sala de aula já utilizada, onde ficarão
os livros que serão catalogados pela equipe de bibliotecários da FDC.
No futuro, a ideia seria capacitar uma das travestis ou transexuais atendidas pela ONG
para trabalhar na biblioteca, como auxiliar de biblioteca. Hoje, por exemplo, uma estagiária de
biblioteconomia trabalha, sob a supervisão da equipe de bibliotecários da FDC, em uma das
bibliotecas atendidas pelos projetos sociais da FDC no bairro Jardim Canadá, em Nova Lima.
855
�Seria um avanço ter no quadro de funcionários da FDC uma colaborada (ou colaborador)
trans.
Também faz parte do plano de negócio, criar junto a área de Marketing da FDC
campanhas para apoiar a manutenção da biblioteca e também divulgá-la junto a sociedade.
Esperamos que até o final de 2018, as travestis, transexuais e transgêneros que frequentam a
ONG Transvest já possam acessar a nova biblioteca.
Gostaríamos de poder incluir os responsáveis pela ONG Transvest possam fazer parte
do POS da FDC, como alunos bolsistas. A Parceria com Organizações Sociais (POS) é um
programa da FDC que ajuda Organizações da Sociedade Civil a incorporar ferramentas de
gestão em seu dia a dia com objetivo de se tornar autossustentáveis e mais atrativas para
investimentos.
Considerações finais
O papel do bibliotecário é primordial para fazer da biblioteca um espaço e instrumento
de acolhimento dessas minorias marginalizadas por outros segmentos da sociedade, que
encontram na biblioteca um local com serviços capazes de combater as deficiências sociais e
ali terem acesso a informação e conhecimento. A biblioteca deve ser um elo articulador entre
ensino e aprendizagem, atuando sempre em favor da transformação social e proporcionar a
todas as travestis, transgêneros e transexuais que vivem em situação de risco social as fontes
necessárias para a sua formação enquanto ser político, social e cultural.
Há que se somar a todos os atributos à biblioteca como um espaço do saber dedicado
não somente às buscas intelectuais, culturais e de lazer, mas também um lugar de práticas
reflexivas, pessoais e compartilhadas, visando o desenvolvimento do indivíduo e da
coletividade. Enquanto lugar de geração e compartilhamento de conhecimento, a biblioteca é
um bem coletivo, inclusivo e promotor da cidadania.
O papel de mediador do bibliotecário no acesso a informação, torna-se cada vez mais
relevante quando pensamos numa sociedade mais inclusiva, uma vez que ter acesso a
informação e conhecimento pode acarretar em desenvolvimento cultural, econômico e/ou
social para as pessoas, inclusive para as travestis, transexuais e transgêneros que vivem em
situação de risco.
O silêncio em torno das discussões sobre o acesso a informação por parte da
população T (Travestis, Transexuais e Transgêneros) teria por objetivo eliminá-las do espaço
da biblioteca?
856
�A Biblioteca não pode e não deve reproduzir o preconceito e discriminação que existe
na sociedade brasileira em relação a população T. A biblioteca deve ser um espaço de
cidadania, respeito, inclusão, acolhimento, igualdade, direito universal, democracia, acesso a
informação e ao conhecimento, um espaço que prima pela universalidade de valores.
É de responsabilidade de todos nós bibliotecários contribuir para o desenvolvimento
de uma sociedade capaz de tomar a decisão consciente de funcionar em comum acordo com o
valor social da igualdade de direitos e deveres para todas as pessoas, sem distinção de sexo,
raça, orientação sexual ou de gênero.
Referências
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Ciência da Informação: análise da produção científica em periódicos da área de Ciência da
Informação no período de 2001 a 2010. Encontros Bibli: Revista Eletrônica de
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858
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Trans-formação acesso a informação e inclusão de gênero: elaboração de um plano de negócio para criação de uma biblioteca para atender travestis, transexuais e transgêneros em situação de risco em Belo Horizonte: um relato de experiência.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Assumpção, Leonardo Bruno Almeida
Coverage
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Fundação Dom Cabral tem como missão contribuir para o desenvolvimento sustentável da sociedade por meio da educação. Enquanto signatária do Pacto Global e do PRME, apoia 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS) entre eles a igualdade de gênero. A questão da igualdade de gênero e da diversidade fazem parte do planejamento estratégico da FDC. O presente artigo trás o relato de experiência do Sistema de Bibliotecas da FDC na elaboração de um plano de negócio para a criação de uma biblioteca voltada a atender, dar suporte e acesso a informação a transexuais, travestis e transgêneros que vivem em situação de risco em Belo Horizonte, que são atendidos pela ONG Transvest, com sede na cidade de Belo Horizonte. Relata o papel da biblioteca e do bibliotecário na inclusão dessa minoria, promovendo acesso de forma democrática a informação, e como esse acesso pode ter um impacto na formação do ser ético, político e social de transexuais, travestis e transgêneros assistidos pela ONG.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5765/SNBU2018_163.pdf
3383e2d364573ce689247cadb2577fd3
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
CURSO DE EXTENSÃO SUPER 8: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
EXTENSION COURSE SUPER 8: AN EXPERIENCE REPORT
Resumo: Relata as experiências vivenciadas pelos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul na elaboração e implementação do curso de
ir a
abrangência da formação acadêmica e profissional pelo oferecimento de cursos e seminários
que desenvolvam o domínio de técnicas de identificação e uso da informação em ciência,
tecnologia e inovação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para isso, um grupo de
bibliotecários do Sistema estudou e aprimorou a abordagem de metodologia de ensino de
competência informacional Big6, acrescentando a ela duas etapas do processo de pesquisa
para abranger conhecimentos e habilidades de visibilidade e comunicação da produção
intelectual. Apresenta o processo de elaboração do curso, os conteúdos trabalhados em cada
um dos 10 módulos e detalha os métodos de trabalho. Classifica-se metodologicamente como
uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa por apresentar numericamente os
resultados das ações realizadas durante o segundo semestre letivo de 2017. Conclui que a
experiência da realização de atividade de extensão universitária pelos servidores das
bibliotecas foi satisfatória e permitiu a formalização e a padronização da atividade de
capacitação, e ainda a união de saberes, práticas e experiências dos ministrantes e
colaboradores do curso.
Palavras-chave:
Universitária.
Competência
Informacional.
Capacitação
de
usuários.
Extensão
Abstract: This work reports on the experiences of librarians from the Library System of the
Universidade Federal do Rio Grande do Sul during the elaboration and implementation of the
extension course "Super 8: research and use of scientific information" whose objective is to
expand the scope of academic and professional training, creating and offering courses and
seminars that develop mastery of techniques of identification and use of information in
science, technology and innovation at the Universidade Federal do Rio Grande do Sul. To this
end, a group of librarians of the library system studied and improved the Big6 Information
Literacy methodology approach, adding to it two stages of the research process to encompass
835
�knowledge and abilities of visibility and communication of intellectual production. It
describes the process of elaborating the course, the contents worked into each of the ten
modules and details the methods of work. It uses the quantitative descriptive research
approach by numerically presenting the results of the actions carried out during the second
academic semester of 2017. It concludes that, for the library workers involved in the project,
the experience of teaching and collaborating was satisfactory and it allowed the formalization
and the standardization of the future activities and the union of knowledge, practices and
experiences of the course's instructors and collaborators.
Palavras-chave: Information Literacy. Library Instruction. University extension course.
1 INTRODUÇÃO
Dado o grande volume de informações geradas a partir da pesquisa científica, muitos
sistemas de informação emergiram para auxiliar no domínio do universo informacional. Esses
sistemas são representados por fontes de informação tais como bases de dados, plataformas e
outros recursos de pesquisa onde a informação é coletada, tratada e disseminada. A
diversidade e a constante evolução dessas fontes exigem dos alunos universitários muitas
habilidades
e
conhecimentos
para
recuperar
a
informação
necessária
e
usá-la
apropriadamente. Fazer uma pesquisa e elaborar um trabalho acadêmico é como montar um
quebra-cabeça. De modo geral, o aluno que domina o conjunto de técnicas de pesquisa
bibliográfica e as boas práticas de uso da informação possui a chamada competência
informacional. Porém, ao iniciar uma pesquisa, mesmo o aluno competente em informação
tem apenas uma imagem nebulosa como base para montar o quebra-cabeça. Ter
conhecimentos, habilidades e atitudes para o uso e busca de informações auxiliam na
construção da imagem final. O que ocorre, no entanto, é que grande parte dos alunos
universitários não dominam as técnicas necessárias para a resolução das suas questões de
pesquisa. Os alunos de graduação e pós-graduação da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) não são exceção.
Desde a década de 70, várias abordagens de ensino surgiram para capacitação de
usuários e algumas dividiam o processo de pesquisa em etapas para facilitar a transmissão e o
aprendizado. O Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBUFRGS), ciente da necessidade de
estar atualizado na oferta de produtos e serviços, vinha estudando como melhor aplicar estas
técnicas no âmbito da universidade.
Entre os anos 2011-2012 o Grupo de Atendimento aos Usuários (GEAU) do SBUFRGS
realizou diagnóstico sobre o oferecimento de serviços e produtos voltados ao atendimento dos
seus usuários. Nesse levantamento foram identificadas diversas lacunas, entre elas, a
836
�necessidade de ampliar a oferta de atividades que dessem autonomia aos usuários durante a
busca por informações, a organização, a elaboração e a apresentação de trabalhos acadêmicos.
Identificou-se que os treinamentos realizados até então eram propostos, organizados e
oferecidos por poucas bibliotecas visando apenas a Unidade acadêmica a qual estas estavam
vinculadas, com menor alcance e diversidade temática. Focavam em orientações sobre o uso
do catálogo e os serviços disponibilizados pela biblioteca em questão. A estratégia, resultante
da análise do grupo, foi criar um modelo de capacitações que ampliasse a oferta de atividades
de desenvolvimento de competências informacionais para toda a comunidade universitária,
mais de 35 mil pessoas, e o desafio era atingir esse objetivo com um grupo limitado de
bibliotecários.
Big6
(EISENBERG, 2008). Nessa metodologia o processo de pesquisa possui seis etapas:
a) Definição da tarefa a realizar;
b) Estratégias de pesquisa de informação;
c) Localização e acesso;
d) Utilização da informação;
e) Síntese;
f) Avaliação.
Entre 2014-2015, o GEAU desenvolveu alguns treinamentos, testou ferramentas e,
mais importante, amadureceu conceitualmente seu entendimento quanto à metodologia e
abordagem Big6 no intuito de atingir com qualidade e quantidade o propósito inicial. A partir
disso, foi realizada a tradução e a adaptação da abordagem Big6 para Super 6, a qual
contemplava os passos Reconhecer, Buscar, Recuperar e Acessar, Usar, Sintetizar e Avaliar.
Em 2017, a discussão sobre as estratégias de educação de usuários foi retomada, e com
base na experiência e nos resultados dos estudos anteriores, foi possível aprimorar a
metodologia Big6 e desenvolver uma nova proposta de capacitações. Expandindo para oito as
etapas de pesquisa, que vão desde o reconhecimento do problema de pesquisa, passando pela
escolha das fontes, uso de ferramentas auxiliares de citação e referência, até a comunicação da
produção intelectual, nosso diferencial na metodologia, um grupo de bibliotecários do
- Pesquisa e uso da informação
Este artigo tem por objetivo relatar as experiências do curso planejado no primeiro
semestre de 2017 e executado no segundo semestre letivo de 2017.
837
�2 REFERENCIAL TEÓRICO
Com várias denominações na literatura (CAMPELLO, 2003; DUDZIAK, 2003;
GASQUE, 2013), o desenvolvimento da competência informacional tem se mostrado como
uma das atividades de maior impacto na relação entre bibliotecários e usuários durante a
formação acadêmica.
O termo competência pode ser definido como o conjunto de saberes, habilidades e
atitudes relacionadas a um domínio. Um sujeito competente em algo possui o conhecimento
para solucionar problemas ou propor mudanças, a habilidade para colocar em prática as
soluções ou criações, além de atitude proativa em relação ao problema. De acordo com
Gillet124 (1986 apud GASPAR, 2004, p. 60) competência é
[...] um sistema de conhecimentos, relativos a conceitos e procedimentos,
organizados em esquemas operativos, que permitem, com respeito a uma gama de
situações, a identificação de uma tarefa-problema, bem como a sua solução, por
meio de uma ação eficaz.
Le Boterf125 (1994 apud PERRENOUD, 1999), da mesma forma, compara a
favorece a aprendizagem e o desenvolvimento do ser humano. É preciso agir, refletir sobre as
ações e querer transformar a realidade para transpor um estado atual de conhecimento e
superá-lo.
Na prática, no sistema de ensino atual, as competências estão se desenvolvendo fora
da escola ou das universidades, geralmente em situações associadas ao trabalho ou por
necessidades imediatas.
Para mudar esse quadro, no que diz respeito à pesquisa, a competência informacional
tem sido discutida no meio acadêmico. Esse conceito é fundamentado no saber
(conhecimento), na habilidade (fazer) e na atitude em relação à busca de informação e
conhecimento. Kelly Cristine Gasque aborda o conceito sob essa perspectiva em seus artigos.
utilizada como expressão
p.56). Já na visão mais tradicional da Ciência da Informação:
Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer
quando a informação é necessária e ter a habilidade para localizar, avaliar e usar
124
GILLET, Pierre. Utilization des objectifs en formation: contexte et évolution. Éducation permanente, [s.l.],
n. 85, p.17-37, oct. 1986.
125
Le Boterf, G. De la compétence:
838
�efetivamente a informação. [...] Pessoas competentes informacionais são aquelas que
aprenderam a aprender. (VITORINO; PIANTOLA, 2009, p. 134)
Mas afinal quais são os conhecimentos, as habilidades e as atitudes necessárias para a
competência informacional de estudantes universitários? No que se refere aos conhecimentos,
primeiramente é importante ter uma boa fundamentação do processo de geração da
informação, pois o conhecimento não faz sentido quando não se sabe os porquês. Nessa
perspectiva, o processo de pesquisa bibliográfica e de produção intelectual pressupõe:
a) a definição objetiva do problema de pesquisa;
b) saber avaliar as informações e as fontes (conhecer os critérios);
c) saber quais as melhores fontes de acordo com o assunto;
d) conhecer os aspectos éticos, sociais e legais do uso da informação;
e) conhecer os seus diferentes suportes;
f)
saber como as fontes são organizadas;
g) saber como os documentos são indexados;
h) conhecer a terminologia básica da área (o que é uma base de dados, um catálogo,
indexação, etc.).
Já as habilidades podem ser categorizadas em habilidades:
a) para utilizar as tecnologias da informação: com destaque para o uso de editores de
texto e ferramentas de escrita colaborativa, assim como o uso de ferramentas de
citação e referência;
b) para criar estratégias de busca: que envolve a habilidade para encontrar a
informação precisa, utilizando, além das expressões de busca, outras formas de
refinamento da informação, tanto em repositórios, bases de dados quanto nos
demais suportes;
c) para gerir as informações: que diz respeito à guarda de informações de forma
sistemática, ética e com segurança, e;
d) para comunicar de forma oral e escrita: com habilidades para publicar e dar
visibilidade à produção, onde destacamos a utilização de indicadores de produção
e impacto e a publicação em acesso aberto.
Em relação às atitudes necessárias para obter a competência informacional, são bemvindos o engajamento, a proatividade e a persistência, além de uma conduta ética no uso da
informação.
839
�Foram apresentados até aqui os conhecimentos, habilidades e atitudes da competência
informacional de forma muito resumida. Assimilar essas competências é como subir uma
escada, um degrau de cada vez. Elas devem ser adquiridas por etapas, de acordo com a
experiência do aluno para que ele mantenha o interesse, objetivo do Curso de Extensão
relatado neste artigo.
3 CURSO DE EXTENSÃO SUPER 8
O Curso de Extensão Super 8 tem por objetivo expandir a formação acadêmica e
profissional pelo oferecimento de cursos e seminários que desenvolvam o domínio de técnicas
de identificação e uso da informação em ciência, tecnologia e inovação na Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. Para sua contextualização é necessária a apresentação do
SBUFRGS e do processo de construção do projeto que gerou o curso.
O SBUFRGS é integrado pela Biblioteca Central, órgão coordenador, 28 bibliotecas
setoriais, 1 biblioteca de ensino fundamental e médio e 1 biblioteca depositária da
documentação da ONU (Organização das Nações Unidas) que disponibilizam um rico acervo
de documentos em variados suportes e oferecem serviços de informação e documentação à
comunidade universitária. As bibliotecas setoriais estão distribuídas entre os campi da
UFRGS: Campus Centro, Campus Saúde, Campus do Vale, Campus Olímpico, Campus
Litoral Norte e Ceclimar.
Todos os servidores do SBUFRGS, num total de 200 (entre bibliotecários, assistentes
em administração, técnicos em restauração, técnicos em assuntos educacionais entre
outros) foram convidados, por correio eletrônico, a participar das reuniões gerais e temáticas
que ocorreram no período de fevereiro a dezembro de 2017. Desse quadro, 23 bibliotecários
se candidataram para participar do curso ministrando módulos. Neste período foram
realizadas oito reuniões gerais nas quais foram estabelecidos os principais parâmetros para
criação do Curso de Extensão.
Dentre as decisões estão a estrutura e o nome do Curso, a criação dos módulos, a
organização da agenda comum, a decisão quanto à formalização do Curso junto à Pró-Reitoria
de Extensão no formato de curso de extensão, a carga horária, os ministrantes de cada módulo
e a escolha dos gerenciadores de referência que serviriam como base para as capacitações,
incentivando os usuários a usar essas ferramentas para coletar, armazenar e criar uma
biblioteca pessoal.
840
�Com base nos conteúdos relacionados ao processo de busca e uso da informação
científica foram criados inicialmente dez módulos que vieram a compor o Curso de Extensão.
Cada módulo possui denominação, carga horária e conteúdos próprios definidos pelos
bibliotecários participantes que se dividiram em grupos temáticos de acordo com seus
interesses. A comunicação entre eles se deu por meio de reuniões presenciais, comunicação
em ferramentas do Google e no ambiente virtual de aprendizagem Moodle Colaboração.
São os módulos do Curso Super 8:
a) Seminário SBUFRGS e SABi: Apresenta o SBUFRGS e os serviços oferecidos.
Indica boas práticas dentro da biblioteca. Demonstra os recursos do Catálogo
online (SABi): uso dos serviços de empréstimo/devolução e reservas nas
bibliotecas, catálogos, opções e recursos de pesquisa (salvamento de resultados
por e-mail e em gerenciadores de referência), funcionalidades para o usuário e
como gerar a Guia de Recolhimento da União (GRU) para o pagamento de taxas;
b) Introdução à pesquisa com Mendeley e Zotero: Apresenta a metodologia do
Super 8, os gerenciadores de referências (o que são, comparativo entre Zotero e
Mendeley, importação de resultados e texto completo) e o Google Acadêmico
(critérios para avaliação dos resultados de pesquisa; uso de operadores booleanos
e outros recursos de pesquisa; exportação de resultados);
c) Pesquisa no Portal CAPES: Apresenta as formas de acesso, cobertura,
estratégias e tipos de busca, recursos e ferramentas do Portal de Periódicos da
CAPES. Inclui exemplos de exportação de resultados da busca para os principais
gerenciadores de referência e capacita o usuário para o melhor uso dos recursos do
Portal;
d) Pesquisa no repositório institucional Lume: Apresenta panorama sobre
repositórios, acesso aberto, Lume (objetivo; abrangência; regulamentação,
políticas e mandatos; fluxos de TCCs, Teses e Dissertações; estatísticas;
rankings);
e) Pesquisa com E-books: Apresenta as diferentes bases de livros eletrônicas
assinadas pela UFRGS;
f)
Pesquisa em bases de dados específicas: Apresenta as funcionalidades, as
estratégias de busca (operadores booleanos, truncagem, aspas etc.), o acesso e a
cobertura de diferentes bases de dados como Web of Science, Scopus e PubMed;
g) O pesquisador e sua produção científica: Módulo dividido em 2 partes. A
primeira apresenta bases de dados e recuperação da informação. Escrita e
841
�ferramentas de visibilidade da produção científica (acesso aberto, preenchimento
do Lattes, IDs para nomes de autores, identificação da afiliação institucional,
perfis de autores e redes sociais). A segunda apresenta as bases de dados de
indexação e indicadores de produção e impacto científicos (Fator de Impacto,
Índice H e Qualis CAPES);
h) Trabalho Acadêmico com Mendeley ou Zotero: Apresenta a norma de
trabalhos acadêmicos (ABNT 14724) com aplicação prática em editores de texto
vinculados ao uso dos plugins dos gerenciadores de referência Mendeley ou
Zotero;
i)
Gerenciadores de Referências
Mendeley ou Zotero: Apresenta diversos
recursos dos gerenciadores como: grupos, pastas, tags, anotações, importação
direta de resultados (plugins), duplicatas, inserção de citações e referências dentre
outros;
j)
Ética na publicação científica: Apresenta aspectos gerais sobre questões éticas
na pesquisa científica.
A definição da denominação, da ementa e dos conteúdos de cada módulo permitiu
uma padronização na apresentação, ou seja, cada módulo, oferecido em diferentes campi e
com diferentes ministrantes, manteve a mesma forma e o conteúdo. Para auxiliar nesta
padronização, todo o material instrucional foi elaborado de acordo com a identidade visual
criada para o Curso, como templates para as apresentações em PowerPoint, cartazes de
divulgação virtual e impressa para redes sociais e locais de circulação de alunos,
respectivamente. A agenda e demais informações sobre o Curso de Extensão foram
disponibilizadas
através
de
um
site
próprio
com
a
mesma
identidade
visual
(www.ufrgs.br/super8). Esta padronização permitiu que os participantes escolhessem datas,
locais e horários mais adequados a suas necessidades e que os ministrantes tivessem material
de qualidade elaborado de forma colaborativa pelos grupos de bibliotecários que participaram
de reuniões temáticas sobre os módulos.
Figura 1- Identidade visual do Curso de Extensão
Fonte: Arte desenvolvida por Agatha Taylor.
842
�O título do Curso surgiu
verificar-se a necessidade de incorporação de passos que contemplassem temáticas referentes
à escrita científica, tais como os indicadores de pesquisa, as ferramentas de identificação dos
autores e questões éticas relativas ao uso da informação.
Quanto à logística de organização do curso, foi criada uma agenda no Google
compartilhada entre os ministrantes e, quando as datas e os locais eram confirmados, os
eventos eram incluídos na plataforma específica da Pró-Reitoria de Extensão da UFRGS
(PROREXT) e na agenda do curso disponível para os usuários. Esta plataforma também foi
utilizada como meio de inscrição dos participantes, de emissão de relatórios e certificados de
participação.
Escolheu-se submeter o Curso enquanto atividade vinculada à extensão universitária
para formalizar as atividades de capacitação oferecidas pelas bibliotecas do SBUFRGS e pelo
fato de que os certificados emitidos pela PROREXT podem ser utilizadas como créditos
complementares pelos alunos de graduação, com destaque para o fato de que a soma de um
mínimo de 15h de capacitação representa o valor de um crédito complementar.
Este aproveitamento atrai mais participantes do nível de graduação, os quais irão
desenvolver as competências informacionais antes de chegarem ao final do curso, o que deve
influenciar positivamente a qualidade dos trabalhos de conclusão que virem a ser defendidos
por estes alunos na UFRGS.
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Este artigo classifica-se como uma pesquisa descritiva de uma experiência de curso de
extensão universitária. Marconi e Lakatos (2002) afirmam que este tipo de pesquisa é
utilizada para a descrição e registro de fenômenos ou situações em um determinado espaçotempo. Portanto, aplica-se a este estudo pelo fato de que o mesmo descreve uma experiência
de atividade de extensão universitária.
Quanto à natureza da abordagem, a pesquisa utiliza-se da abordagem quantitativa, pois
apresenta os resultados numéricos das atividades relatadas.
Em termos materiais foram utilizados, na realização do curso, recursos de
infraestrutura: auditórios de pequeno porte ou salas de aula, com prioridade para laboratórios
de informática por favorecerem um ambiente colaborativo e de prática individualizada; e,
equipamentos de informática: computadores e projetores de tela. Já para a organização e
apresentação deste relato de experiência foram utilizados dados provenientes da agenda de
843
�eventos, de relatórios da Plataforma da PROREXT, de listas de presença das capacitações e
de formulários de avaliação preenchidos pelos participantes dos cursos.
5 RESULTADOS
2017. Neste período foram realizadas 75 atividades, nos diversos módulos oferecidos.,
totalizando cerca de 180 horas de capacitação. O Quadro 1 apresenta a distribuição numérica
das atividades.
Quadro 1- Quantidade de módulos oferecidos
Quantidade de
Nome do módulo
atividades oferecidas
Ética na publicação científica
Carga
Horária
1
2
Gerenciadores de Referências
Mendeley
10
3
Gerenciadores de Referências
Zotero
4
3
Introdução à pesquisa com Mendeley e Zotero
17
2
O pesquisador e sua produção científica
6
4
Pesquisa com E-books
3
2
Pesquisa com PubMed
3
2
Pesquisa com Scopus
3
2
Pesquisa com Web of Science
4
2
Pesquisa no Portal CAPES
9
2
Pesquisa no repositório institucional Lume
4
2
Seminário SBUFRGS e SABi
5
2
Trabalho Acadêmico com Mendeley ou Zotero
6
2
Total
75
30
Fonte: Dados do Curso de Extensão
Além da quantidade numérica dos módulos realizados, foi feito o mapeamento da
quantidade de vagas oferecidas, de usuários inscritos nas atividades e de usuários que
efetivamente participaram das capacitações. Foram ofertadas um total de 1825 vagas nas 75
capacitações ministradas, com uma média de 25 vagas por atividade, com variações de
quantidade devido aos diferentes espaços físicos utilizados. Em termos de usuários inscritos,
o resultado foi de 1024 inscrições, o que representa 56,10% das vagas oferecidas. No entanto,
percebe-se no Gráfico 1, que o número de inscritos e participantes diferencia-se
percentualmente em 39,16%, isto porque do total de usuários inscritos apenas 401
participaram das capacitações oferecidas. Esse dado evidencia que algumas ações devem ser
tomadas para reduzir essa discrepância, como o aumento da oferta de horários, a identificação
de horários de maior demanda e definição do público-alvo de cada atividade realizada, por
844
�exemplo. Na próxima edição do curso será feita divulgação em sala de aula e no período de
matrícula dos calouros, além das divulgações já realizadas nos sites e redes sociais das
bibliotecas.
Gráfico 1
Quantitativo de usuários inscritos e participantes
Fonte: Dados do Curso de Extensão
Participaram, da elaboração e da execução do Curso, 23 bibliotecários, o que
representa cerca de 18% da quantidade total de bibliotecários do SBUFRGS, além de uma
equipe administrativa com 2 servidores (um assistente em administração e um técnico em
assuntos educacionais) responsáveis pelo gerenciamento de inscrição, comunicação com os
participantes, registro de certificados e elaboração de relatórios. Já em termos de quantidade
numérica de bibliotecas participantes, o resultado foi de 12 bibliotecas, de 4 dos 6 campi da
Universidade, e uma bibliotecária que atua no Centro de Processamento de Dados, o que
representa 38,7% da totalidade de bibliotecas do SBUFRGS.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
perspectiva do Ensino, Inovação, Criação,
apresentar formas inovadoras para cativar usuários e agregar valor na atuação dos
profissionais da informação no âmbito universitário. A realização de um projeto para o
desenvolvimento de competências informacionais como o Curso de Extensão Super
8 representa uma experiência enriquecedora no âmbito da extensão universitária tanto para os
servidores das bibliotecas do SBUFRGS quanto para os alunos e servidores que participaram
845
�desta primeira edição. A formalização da atividade de capacitação aliada à união de saberes,
práticas e experiências entre os membros do Curso foi fundamental para que a atividade fosse
realizada de forma padronizada, contemplando deste modo a comunidade acadêmica da
UFRGS, ainda que esta esteja dispersa nos diversos campi da Universidade.
Neste primeiro semestre de execução do curso não foram instituídos pré-requisitos ou
uma ordem determinada para participação dos módulos pelos universitários. No entanto, para
o próximo semestre os módulos serão ofertados pensando no aprofundamento dos conteúdos,
de forma que auxiliem a aprendizagem dos alunos.
A ferramenta de avaliação, utilizada pelos ministrantes após a realização de cada um dos
módulos permitiu obter um retorno quase que imediato a respeito do impacto que a iniciativa
deste projeto de extensão teve sobre cada um dos participantes. Os relatos foram quase
sempre positivos, mostrando a importância de compartilhar esta experiência que evidencia a
contribuição positiva do bibliotecário na formação acadêmica.
Mesmo com a maioria de feedbacks positivos, em que participantes relatam a pertinência do
módulo assistido e a satisfação com o ministrante, ainda é necessário fazer ajustes no curso,
como solucionar a discrepância entre o número de inscritos e de participantes (Gráfico 1),
otimizar a divulgação dos módulos, centralizar esforços, dentre outras sugestões.
A nova edição do curso de 2018 refletirá o resultado das reuniões e das análises dos
grupos de bibliotecários participantes do Curso que avaliam e aprimoram o conteúdo dos
módulos periodicamente e permitirá que novos bibliotecários participem das atividades, o que
pode aumentar o percentual de participação dos mesmos no curso. Para a próxima edição,
serão oferecidas capacitações específicas para os servidores das bibliotecas. O conteúdo
destas capacitações permite, não somente habilitar o servidor a ministrar ou colaborar nos
módulos, mas também irá qualificar o atendimento local das demandas dos usuários que
frequentam qualquer uma das bibliotecas do SBUFRGS.
REFERÊNCIAS
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letramento informacional. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 3, fev. 2004. ISSN
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846
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847
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Curso de extensão Super 8 : um relato de experiência.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jacobsen, Priscila Saraiva et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata as experiências vivenciadas pelos bibliotecários do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul na elaboração e implementação do curso de extensão ―Super 8: pesquisa e uso da informação científica" cujo objetivo é expandir a abrangência da formação acadêmica e profissional pelo oferecimento de cursos e seminários que desenvolvam o domínio de técnicas de identificação e uso da informação em ciência, tecnologia e inovação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para isso, um grupo de bibliotecários do Sistema estudou e aprimorou a abordagem de metodologia de ensino de competência informacional Big6, acrescentando a ela duas etapas do processo de pesquisa para abranger conhecimentos e habilidades de visibilidade e comunicação da produção intelectual. Apresenta o processo de elaboração do curso, os conteúdos trabalhados em cada um dos 10 módulos e detalha os métodos de trabalho. Classifica-se metodologicamente como uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa por apresentar numericamente os resultados das ações realizadas durante o segundo semestre letivo de 2017. Conclui que a experiência da realização de atividade de extensão universitária pelos servidores das bibliotecas foi satisfatória e permitiu a formalização e a padronização da atividade de capacitação, e ainda a união de saberes, práticas e experiências dos ministrantes e colaboradores do curso.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5764/SNBU2018_162.pdf
f2e0a9a0971215b49b7b0ed555bb31ad
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ATIVIDADES DE EXTENSÃO DE UMA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
EXTENSION ACTIVITIES OF A UNIVERSITY LIBRARY: EXPERIENCE REPORT
Resumo: Relata as ações desenvolvidas pela biblioteca universitária Maria Auxiliadora Feio
Gomes, da Universidade Federal Rural da Amazônia de Capitão Poço, através do relato de
experiência. Tem por objetivo descrever as ações solidárias e de incentivo à leitura,
ressaltando a importância e a necessidade de atuação das bibliotecas universitárias nos campi
fora de sede, pois verifica-se a carência nos interiores. Enfatiza que a biblioteca deve ir além
dos muros da universidade, permitindo a interação com a comunidade externa. Neste
contexto, foram realizadas duas campanhas de cunho solidário (Campanha do Natal Solidário)
e parcerias como a realizada com a Caravana da Leitura, o qual permitiu atividades lúdicas de
incentivo a leitura com duas escolas públicas infantis, além da parceria entre a universidade e
o município na disseminação da informação sobre os cuidados com a gestação e o bebê.
Assim, a biblioteca universitária demonstra o seu papel social para a comunidade interna e
externa a universidade, contribuindo para o desenvolvimento humano.
Palavras-chave: Biblioteca Interativa. 2. Biblioteca universitária - Ação sociocultural. 3. Biblioteca universitária - Projeto de extensão. 4. Ação solidária - Biblioteca universitária.
Abstract: It reports the actions developed by the University Library of the Maria Auxiliadora
Feio Gomes, of the Federal Rural University of the Amazon of Captain Well, through the
report of experience. It aims to describe the solidarity actions and the incentive to read,
emphasizing the importance and the necessity of acting of the university libraries on the
campuses outside of headquarters, because there is the lack in the interiors. It emphasizes that
the library must go beyond the walls of the university, allowing interaction with the external
community. In this context, two campaigns of solidarity (Christmas campaign solidarity) and
partnerships such as the one held with the caravan of reading, which allowed playful activities
of incentive to read with two public schools children, in addition to the partnership between
the University and the municipality in the dissemination of information on the care of
pregnancy and the baby. Thus, the University library demonstrates its social role for the
internal and external community of the university, contributing to human development.
821
�Keywords: Interactive library. 2. University Library-socio-cultural action. 3.-University
Library-extension project. 4. Solidarity action-University library.
1 INTRODUÇÃO
A atuação de uma Biblioteca Universitária (BU) vai além dos muros da universidade,
podendo atuar em projetos de extensão que possibilitem ações, tanto solidárias como de
incentivo à leitura. A BU tem importante papel social e cultural, portanto, o bibliotecário tem
a incumbência de mediar alternativas que possam estreitar relações com a comunidade local,
desenvolver e oferecer atividades e serviços que visem o bem comum.
A Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) do Campus de Capitão Poço
(UFRA (BU MAFG), atende à comunidade externa (local) a partir da execução de seus projetos de
extensão, visa assistir, principalmente, famílias carentes e escolas públicas do município.
Observa-se que, de um modo geral, as dificuldades estruturais no ramo da educação, nos
municípios do interior do estado, são frequentes e mais acentuadas. Nesse sentido, as
desde as séries iniciais, já que, geralmente, essas crianças são de famílias pobres, onde até a
alimentação é escassa, não possibilitando a eles outros meios de experimentar o primeiro
contato com a leitura, que poderia vir de casa, se, em outra realidade vivessem. Porém,
constata-se, de imediato, que não é o que ocorre, pois, na maioria das escolas públicas não há
oferta de um ambiente agradável e bem estruturado como espaço para leitura e, muitas vezes,
não possuem bibliotecas em suas dependências. Portanto, acredita-se no papel do profissional
Bibliotecário como intermediador nas ações de cunho social, - apresentando, dessa forma, a
sua função de interventor diante das necessidades e demandas de incentivo à leitura da
comunidade local.
A partir do exposto, surge a motivação à prática e trabalho (embasado nos valores
institucionais da UFRA - CCP) em prol da sociedade local. Assim, os relatos deste estudo
enfatizam as atividades realizadas pela B
- e revelam sua importância quanto à educação sociocultural em
que se associa ao ensino e à pesquisa, além de oportunizar a relação ativa entre universidade e
sociedade.
Contudo, espera-se que as experiências apresentadas sejam de grande relevância para
outras bibliotecas e seus bibliotecários. Sugerindo, de forma colaborativa, a integração ao
822
�meio, através de atividades e projetos socioculturais e que fomentem o ensino e extensão de
suas respectivas universidades e comunidades locais.
2 REVISÃO DE LITERATURA
As bibliotecas devem ser vistas como um espaço dinâmico, com atividades lúdicas,
educativas e sociais para atrair o público e mostrar o seu papel cultural junto à comunidade
um local de encontro e discussão, um espaço onde é possível aproximar-se do conhecimento
registrado e onde se discute criticamente esse conhecimento
Sendo assim, este ambiente seria um ponto de encontro para a realização de diversos
eventos interativos, tais como: debates, declamações de poesias, encontro com escritores de
obras literárias e científicas, palestras com especialistas de diferentes áreas do conhecimento
para abordar assuntos do interesse dos usuários, etc. Milanesi (2002) comunga desse
pensamento, relata que as bibliotecas necessitam mudar o seu perfil de um lugar passivo, onde
apenas são organizados e armazenados livros que muitas vezes não são consultados, para um
centro de ações culturais que disponibilize conhecimento e arte no qual a população irá ter, de
fato, acesso a informação utilitária para o seu dia a dia:
Na medida em que a biblioteca assume a função de casa da cultura, que mantém uma
infraestrutura que permite o exercício de uma série de atividades no campo das artes,
tornando-se claro que a biblioteca abrigue também o fazer. Isso significa uma
transformação radical, uma vez ela sempre se caracterizou como a instituição que
organiza a informação, colocando-a a disposição do público. Agora o que se propõe
é a transformação da biblioteca em um espaço também do fazer criativo.
(MILANESI, 1983, p. 103).
Neste sentido, o profissional bibliotecário deve além de exercer suas atividades
técnicas (catalogação, classificação e indexação), o mesmo também necessita cumprir o seu
lado humanista e/ou social da profissão promovendo na biblioteca ações de cidadania, cultura
e lazer.
Almeida (1987) enfatiza que o bibliotecário deve exercer seu papel de agente cultural
interagindo com a comunidade no qual está inserida promovendo mudanças em seu meio
sendo capaz de estabelecer relações, observar as necessidades existentes e elaborar projetos
sociais para intervir na sociedade de forma proativa. A autora ainda destaca a importância da
promoção de ações culturais as quais não se limitam a um ambiente específico. Pois, uma vez
deflagrada dentro de um espaço se propaga e os benefícios se estendem para além de um
823
�público determinado alcançando a comunidade de forma global. Coelho (2001, p. 8) conceitua
Com base nessas considerações, convém destacar o papel social e cultural da
biblioteca no contexto da universidade. Sá (2013, p. 8) fala sobre a importância de atividades
culturais em bibliotecas universitárias:
O fomento de ações socioculturais em bibliotecas universitárias visa à
democratização e socialização da leitura de lazer no ambiente acadêmico
promovendo encontros, eventos e projetos que contribuam com o desenvolvimento
cultural e social da comunidade de usuário, bem como a divulgação para toda a
comunidade externa a fim de viabilizar e democratizar o acesso a informação através
dos serviços de extensão.
Observa-se que a autora citada apresenta um modelo de biblioteca universitária bem
atuante, a qual tem a função de promover ações de educação e cidadania que vai além do
espaço físico da universidade, atingindo também a população externa com diversos serviços
de extensão.
Viana e Pereira (2016) enfatizam que a BU deve transpor o espaço que lhe é
tradicionalmente atribuído, planejando e executando projetos que envolvam não só a
comunidade acadêmica como a sociedade como um todo.
Para Santos, Santos e Silva (2014) a prática de atividades extensionistas dentro da
universidade são de suma importância para o desenvolvimento político, social e cultural,
aprimorando competências profissionais e contribuindo para o progresso social.
A BU deve auxiliar a universidade no desenvolvimento do ensino, pesquisa e
extensão. Dentre estes três aspecto se nota que é preciso desenvolver de forma mais intensiva
processo educativo cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma
Ferreira (2012) destaca a relevância da realização de projetos de extensão
desenvolvidos pela biblioteca. Viabilizam-se, por meio da extensão, ações direcionadas às
necessidades informacionais e sociais da população. Estas atividades transformam os
bibliotecários em agentes de intervenção na realidade caracterizada pelo fosso social.
Propicia-se assim, com a execução das atividades de extensão, melhoria nas condições de vida
de homens, mulheres e crianças.
Andrade et al. (2012) defendem que a BU deve ser um espaço de cidadania, construído
por meio de experiências de extensão planejadas não somente para atender a comunidade
acadêmica, como também aqueles sem vínculo formal com a universidade, isto é, as pessoas
824
�que residem ao redor e possuem acesso precário à informação, devido às condições
socioeconômicas que marcam a vida cotidiana de parte significativa dos brasileiros.
No que se refere à extensão universitária como forma da biblioteca estender os seus
serviços e produtos informacionais para aquelas pessoas que não fazem parte do ambiente
acadêmico, mas são demandas que necessitam ser atendidas, Andrade et al. (2012) expõem
um projet
pelo sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará (UFC) tendo como finalidade
despertar a competência em informação nos alunos de escolas da rede pública de ensino,
localizadas em Fortaleza para que os mesmo possam utilizar a informação com sabedoria,
autonomia e com um olhar crítico acerca de fontes de informações confiáveis, especialmente,
quando realizarem pesquisas escolares, ou seja, quando recuperada esse tipo de informação
utilitária tende a trazer benefícios o cotidiano das pessoas.
Para Novelli (2014) a biblioteca universitária pode ser considerada um lugar de
convivência, onde todos se reúnem, através de atividades culturais, sociais e lúdicas, com
muita informação e entretenimento, possibilitando maior interação e integração com as
pessoas. Sendo assim a autora propõe a criação de um programa de ação cultural no Instituto
de Química (IQ) da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Araraquara (SP) baseando-se
na opinião dos próprios membros da instituição acadêmica os quais apoiam esse pensamento
de uma biblioteca interativa. Assim, a BU tornara-se um espaço mais atraente, prazeroso e
humanizado proporcionando diversos benefícios à vida dos alunos.
3 METODOLOGIA
Inicialmente, foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre a importância da promoção de
atividades culturais na BU a fim de compreender a relevância do papel social que esta
desempenha na sociedade. Marconi e Lakatos (2003, p. 183) dizem que este tipo de pesquisa
avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias, teses, material cartográfico
A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso, pois mostra as ações sociais e
culturais desenvolvidas pela BU MAFG. Fonseca (2002 apud GERHARDT; SILVEIRA,
entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema educativo, uma
825
�O método utilizado foi o qualitativo buscando mostrar como a BU MAFG tem atuado
objetivando alcançar não só a comunidade interna como a externa, por meio das ações sociais
e de incentivo à leitura. Gerhardt e Silveira (2009, p. 31) discorrem sobre a pesquisa
O trabalho fundamenta-se na metodologia de caráter participativo da pesquisa-ação.
educacional, técnico ou out
O trabalho junto à comunidade foi realizado por meio de atividades culturais
promovidas pela BU MAFG nos três últimos anos (2015 a 2017): campanha do natal solidário
(2015), caravana da leitura (2016), campanha do natal solidário (2017) e a II semana do bebê.
A BU MAFG vem intervindo na comunidade adotando práticas que visam
proporcionar auxílio às famílias de baixo poder aquisitivo e incentivo a leitura. A campanha
de coleta de alimentos, brinquedos e materiais escolares é feita por meio da sensibilização em
redes sociais a fim de arrecadar um expressivo quantitativo de doações para realizar a
montagem das cestas básicas que, posteriormente, são distribuídas as famílias carentes no
período do natal. A biblioteca também mantém parcerias com as escolas públicas e
instituições para conseguir desenvolver as atividades sociais e culturais.
4 RESULTADOS
A UFRA possui entre seus valores, a cooperação, que visa trabalhar o bem comum da
sociedade local, regional e nacional. Neste sentido, o campus da UFRA do município de
Capitão Poço promoveu através da BU MAFG, em parceria com outras entidades, ações
sociais e atividades culturais de promoção da leitura.
As ações solidárias foram realizadas através das Campanhas de Natal Solidário,
realizado em 2015 e 2017. Já a campanha de incentivo à leitura foi realizada em abril de 2016.
Além disso, a biblioteca fez parceria com a equipe do Psicossocial do campus e a prefeitura
do município para realização de palestra dentro da Semana do Bebê realizada pelo município
em 2017. A seguir, foi feito o relato das atividades desenvolvidas.
826
�4.1 Campanha do Natal Solidário (2015)
O objetivo geral desta campanha foi:
Arrecadar alimentos não perecíveis, brinquedos, kit escolar e produtos de higiene pessoal
para doar para famílias carentes do município.
Público Atendido:
Cem (100) famílias e cem (100) crianças carentes dos bairros Coutilândia e Vila Nova.
No dia da entrega dos donativos, houve a participação da comunidade acadêmica que
realizou atividades de educação social e coletiva, através das atividades listadas a seguir:
supervisão de um professor;
as caseiras e
visita técnica ao campo e doação de pitaias sob a supervisão de um professor.
Após, ocorreu a entrega dos donativos arrecadados durante a campanha.
Segue as fotos da culminância da campanha:
Figura 1 Arrecadação de donativos e organização para entrega
Fonte: Rede social da biblioteca
Figura 2- Atividades de educação social realizada pelos alunos. (Hortas caseiras e Teatro de Fantoche)
827
�Fonte: Rede social da biblioteca.
Figura 3
Entrega de donativos
Fonte: Rede social da biblioteca.
4.2 Caravana da Leitura (2016)
O projeto Caravana da Leitura, do Centro Cultural Tancredo Neves (CENTUR), em
parceria com a BU MAFG realizou, nos dias 19 e 20 de abril de 2016, atividades lúdicas de
incentivo à leitura, tais como: apresentação de filme infantil, Worshop para os professores das
escolas convidadas, contação de estórias e visita ao ônibus biblioteca.
Duas escolas infantis, do município de Capitão Poço, foram beneficiadas com a
realização deste evento no campus da universidade: Janelinha do Saber e Mickey.
Segue abaixo alguns registros do evento:
Figura 4
Visita ao Ônibus Biblioteca da Caravana da Leitura
828
�Fonte: Rede social da biblioteca
Figura 5
Filme infantil e teatro de fantoches
Fonte: Rede social da biblioteca.
Figura 6 Contação de estórias
Fonte: Rede social da biblioteca.
829
�Figura 7
Workshop ministrado pela equipe da caravana aos professores das escolas infantis
Fonte: Rede social da biblioteca.
4.3 Campanha do Natal Solidário (2017)
O objetivo geral desta Campanha foi:
Arrecadar alimentos não perecíveis, tais como: brinquedos, kit escolar, produtos de
higiene pessoal, material de limpeza e livros de literatura infantil.
Público Atendido:
Foram (100) cem famílias e cerca de (300) trezentas crianças atendidos pelos Centro de
Referência de Assistência Social - CRAS e sete (07) famílias que trabalham em torno do
Lixão do município.
830
�Figura 8 - Doação as famílias que trabalham em torno do lixão
Fonte: Rede social da biblioteca
4.4 Minicurso realizado na Biblioteca, dentro da II Semana do Bebê em Capitão Poço.
Realizou-se nas dependências da BU MAFG, do Campus Capitão Poço, nos dias 17 e
18 de maio de 2017, o Minicurso "Resiliência e Direitos Sociais". O evento foi ministrado
pela MSc. Jorgeane Ribeiro (Assistente Social da Divisão Psicossocial) em parceria com
prefeitura municipal de Capitão Poço, dentro da programação da II Semana do Bebê.
A Semana do Bebê tem por finalidade orientar às jovens mães para os cuidados na
gestação e com o bebê, além do pré-natal. Trazer o evento para a universidade significa
disseminar a informação acerca da gravidez entre a comunidade acadêmica.
831
�Figura 9 - Minicurso sobre Resiliência
Fonte: Rede social da biblioteca
5 DISCUSSÃO
A BU MAFG por meio das ações sociais e culturais tem praticado de forma proativa
as atividades de extensão. Pois, em suas atividades tem contribuído para o fomento do espírito
solidário e proporcionado a educação da comunidade interna e externa.
Observou-se que as atividades sociais realizadas pelas BU MAFG são importantes
para promover a cidadania. As famílias são assistidas por meio da campanha do Natal
Solidário realizadas, anualmente. Por meio desta ação a biblioteca mobiliza toda a sociedade
convidando-os a contribuir para ajudar aquelas pessoas de baixa renda, as quais na maioria
das vezes, não tem o mínimo para a subsistência. Isso corrobora o que Almeida (1987) diz
sobre o papel de agente promotor de mudanças na comunidade a qual serve. Sua preocupação
deve ser não só suprir suas necessidades informacionais, como também promover ações que
garantam qualidade de vida a estes.
Quanto às iniciativas que promovem o enriquecimento cultural, a biblioteca também
tem participado de ações de incentivo a leitura como o projeto Caravana da Leitura, do Centro
Cultural Tancredo Neves com a qual a biblioteca mantém parceria e também apoiando a
realização de cursos e minicursos como o Minicurso realizado na Biblioteca, dentro da II
Semana do Bebê. Andrade et al. (2012), Ferreira (2012), Sá (2013) e Santos, Santos e Silva
(2014) ratificam a importância da realização das atividades culturais que propiciam a
educação da população.
A BU MAFG tem transposto os muros da universidade, alcançando a comunidade
residente nas proximidades. Isso faz com que a biblioteca seja um agente transformador
imprimindo mudanças na vida da comunidade local na qual se insere e os bibliotecários estão
sendo agentes catalisadores de mudanças na vida destes. Está completamente inserida no
cotidiano da comunidade. Seu trabalho tem promovido a melhoria nas condições de vida da
832
�população. As ações de caráter social realizadas pela BU MAFG estão ressaltando o viés
social que a biblioteca precisa ter como Novelli (2014) defende.
Ferreira (2012) e Viana e Pereira (2016) evidenciam este fato explicitando que a BU
tem o dever de ir além do seu espaço tradicionalmente atribuído, a biblioteca, indo ao
encontro não só da comunidade acadêmica, como também daqueles sem vínculo com a
instituição. O bibliotecário, neste contexto, além de exercer suas atividades técnicas mostra
seu lado humanista.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo revelou que é de fundamental importância a biblioteca universitária
desenvolver atividades sociais e culturais tanto para comunidade acadêmica interna como
também para população externa, nesse caso com serviços de extensão. Desse modo, a unidade
de informação tornar-se- ia um ponto de encontro responsável por promover diversos eventos
interativos e dinâmicos, tais como: palestras, encontros, debates, peças teatrais, músicas, hora
da leitura dentre outros. Ou seja, a biblioteca seria vista como um centro de promoção
cultural, um espaço acolhedor, atuante e ativo na sociedade.
Observou-se que a biblioteca universitária, BU MAFG tem cumprido o seu papel
sociocultural junto aos usuários reais (estudante, professores e funcionários da universidade) e
também a comunidade do município de Capitão Poço.
Verificou-se a importância das parcerias que existe entre a universidade e outras
instituições, os quais colaboraram e trabalharam em conjunto para o sucesso dos eventos,
nesse sentido os profissionais bibliotecários pertencentes a essa instituição mostraram o lado
humanista da profissão.
REFERÊNCIAS
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834
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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Atividades de extensão de uma biblioteca universitária: relato de experiência.
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Silva, Regiane Vanessa de Souza Baía da et al.
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UFBA
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Relata as ações desenvolvidas pela biblioteca universitária Maria Auxiliadora Feio Gomes, da Universidade Federal Rural da Amazônia de Capitão Poço, através do relato de experiência. Tem por objetivo descrever as ações solidárias e de incentivo à leitura, ressaltando a importância e a necessidade de atuação das bibliotecas universitárias nos campi fora de sede, pois verifica-se a carência nos interiores. Enfatiza que a biblioteca deve ir além dos muros da universidade, permitindo a interação com a comunidade externa. Neste contexto, foram realizadas duas campanhas de cunho solidário (Campanha do Natal Solidário) e parcerias como a realizada com a Caravana da Leitura, o qual permitiu atividades lúdicas de incentivo a leitura com duas escolas públicas infantis, além da parceria entre a universidade e o município na disseminação da informação sobre os cuidados com a gestação e o bebê. Assim, a biblioteca universitária demonstra o seu papel social para a comunidade interna e externa a universidade, contribuindo para o desenvolvimento humano.
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pt
-
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
UNIVERSITÁRIA
UNIVERSITY EXTENSION
Resumo: Traz um relato de experiência de um projeto de extensão desenvolvido na biblioteca
do campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins de 2016 a 2017. Objetiva
compreender como a biblioteca universitária pode ser um centro formador de comunidades,
bem como apresentar um relato de experiência. Valida-se da pesquisa qualitativa de
fundamentação fenomenológica. Traz quatro categorias manifestas em atividades do projeto
de extensão: formação por meio de filmes/documentários, minicursos, biblioteca humana e o
procedimento de construção de um Boletim InfoMemorial. Conclui reforçando a atividade de
extensão como formativa e construtora de conhecimentos e comunidades.
Palavras-chave: Extensão. Biblioteca universitária. Transdisciplinaridade.
Abstract: It brings an experience report of an extension project developed in the Palmas
campus library of the Federal University of Tocantins from 2016 to 2017. It aims to
understand how the university library can be a center for community formation, as well make
an experience report. It is validated from the qualitative research of phenomenological
foundations. It brings four manifest categories in activities of the extension project: formation
through movies/documentaries, mini-courses, human library and the procedure of
construction of an InfoMemorial Bulletin. It concludes by strengthening the activity of
extension as a formative and constructor of knowledge and communities.
Keywords: Extension. University library. Transdisciplinarity.
INTRODUÇÃO
Este texto é um relato de experiência de extensão desenvolvida no campus de Palmas
da Universidade Federal do Tocantins. Uma terra quente, diversa e multicultural. Por meio
desse projeto de extensão pudemos experimentar uma possível alternativa para o que Cunha
805
�(2010) nos alertou: a biblioteca universitária está na encruzilhada: o que fazer? E com a
paródia de Paul Gauguin: Quem somos nós? De onde viemos e para onde vamos?
Com este relato objetivamos compreender como a biblioteca universitária pode ser um
centro formador de comunidades. Além de Cunha (2010) inspira-nos a fala de Lankes (2012)
para quem a biblioteca deve vencer sua condição de construção de acervos, de produtos e
serviços e seguir para a missão de construir comunidades.
A seguir problematizamos algumas categorias teóricas tais como biblioteca
universitária, formação/educação e extensão. Trazemos um relato breve das quatro atividades
principais do projeto e fazemos algumas reflexões finais. Boa leitura!
REVISÃO DA LITERATURA
A biblioteca universitária possui uma condição problemática em sua definição, ainda
mais quando se pensa em sua funcionalidade, missão e demanda pela comunidade; sua
finalidade tem se alterado ao longo das transformações históricas, sociais, culturais e
tecnológicas da sociedade (CUNHA, 2008, 2010). Compreendemos com Lankes (2012) que
excelentes bibliotecas devem ultrapassar a simples visão de acervos para o foco na construção
de comunidades. A biblioteca universitária deixa de ser a primeira fonte de busca de
informações (CUNHA, 2010) para ser um centro formador, educador, da cultura, da
transformação de comunidades (LANKES, 2012).
Muitas daquelas informações registradas em suportes são lidos e estudados
continuamente, entretanto, os saberes e conhecimentos não podem ser registrados. Por isso,
compreendemos que os saberes, tradicionais e não-tradicionais (DIEGUES, 2001), são das
pessoas, são sujeitados (FOUCAULT, 2007), mas nem sempre são valorizados como
processos formativos (MAIA; SANTOS, 2016).
expressa nas duas significações de cultura, entendida como educação e como sistema de
70; JAEGER, 2011). Por ser inacabado o ser
autonomia, da liberdade, da igualdade, da justiça e da efetiva participação de todos na
discussão, definição e realização da v
processo de formação integral do ser. Entendida assim como paideia, IldeuCoêlho (2012)
806
�afirma que a educação está a serviço do bem viver a vida boa para todos. Isto é, para a vida
coletiva, no reconhecimento de que todos os seres humanos têm direitos iguais.
A educação, então, seria responsável pela transformação social. Entretanto, por si só a
educação não é capaz de fazer a transformação do mundo, mas a implica (FREIRE, 2011).
Para Paulo Freire (2011) não basta tomar consciência da realidade, em especial a
socioeconômica, para que se altere, mas é necessário desvelar o mundo, descortiná- lo, e
conjuntamente com o engajamento na luta política é que se pode realizar aquela
transformação social. E para tal a educação é prática necessária. Por isso, é prática política e
social (MANACORDA, 2006). Nesse cenário compreendemos a extensão universitária.
A extensão pode ser entendida enquanto atividade e enquanto função acadêmica.
Como atividade acadêmica: integra a comunidade acadêmica e a sociedade em programas,
projetos, cursos, eventos, etc. Enquanto função acadêmica da universidade a extensão integra
ensino e pesqu
extensão identifica as demandas sociais, promovendo o intercâmbio entre universidade e
receber as demandas da sociedade e trabalhar com elas para não agir de maneira
assistencialista ou a mandos do mercado (SANTOS; ROCHA; PASSAGLIO, 2016; PAULA,
2013).
Naves (2015) reconhece esse caráter assistencialista da extensão no Brasil. Para a
autora a extensão surge no Brasil na década de 1960 como uma aproximação com a
comunidade, mas a partir de uma visão assistencialista. Nos anos 1980 ultrapassa essa visão e
começa a focar na função social e acadêmica. Nesse âmbito foi importante a atuação do
Fórum de Pró reitores de Extensão (FORPROEX), que prevê a íntima ligação das atividades
com a formação acadêmica e o protagonismo dos estudantes, além da vinculação da
comunidade acadêmica com a comunidade externa.
Nesse sentido, a Universidade garante que suas funções não sejam isoladas do
contexto social, mas que haja uma intervenção na realidade que contribua para o
processo de formação política e crítica que, por sua vez, favoreça a participação dos
sujeitos no processo de constituição de sua história individual e social (NAVES,
2015, p. 18).
As atividades de extensão devem ser compreendidas como processos formativos e de
produção de conhecimento que promovem intercâmbios entre a comunidade acadêmica e a
atividade externa. Apesar de sua pouca valorização como produtora de conhecimento e de
formação, ela é importante tanto na formação do corpo discente, quando na promoção e
valorização de experiências e vivências que dialógica e dialeticamente se relacionam com
807
�aquelas atividades. Nesse sentido, as atividades de extensão contribuem para a formação e
emancipação dos sujeitos envolvidos (NAVES, 2015; PAULA, 2013).
Para Paula (2013), bem como para Naves (2015) a extensão não é ainda bem
assimilada pelas universidades. E ressalta a sua importância social e sua interdisciplinaridade:
[...] a extensão universitária é o que permanente e sistematicamente convoca a
universidade para o aprofundamento de seu papel como instituição comprometida
com a transformação social, que aproxima a produção e a transmissão de
conhecimento de seus efetivos destinatários, cuidando de corrigir, nesse processo, as
interdições e bloqueios, que fazem com que seja assimétrica e desigual a apropriação
social do conhecimento, das ciências, das tecnologias (NAVES, 2015, p. 6).
Na organização das atividades de extensão no Brasil o Fórum de Pro Reitores de
universitária em oito áreas temáticas: saúde, educação, trabalho, meio ambiente,
comunicação, direitos humanos e justiç
p. 20). Essas oito áreas são uma forma de se trabalhar os direitos humanos tanto de primeira
quanto de segunda geração, bem como dos direitos humanos emergentes, aqueles que pensam
a ampliação dos direitos e da cidadania (PAULA, 2013).
À extensão universitária cabe motivar a inteligência da universidade nessas oito
áreas temáticas, articulá-las internamente, e mobilizá-las no sentido do
enfrentamento das questões contemporâneas do ponto de vista da solidariedade e da
sustentabilidade. Nesse esforço são sujeitos tanto os professores, técnicos e
estudantes, quanto os destinatários das ações de extensão, que não se trata de impor,
prescrever, ditar, senão que de compartilhar, dialogar, interagir, que são as
referências dos princípios que regem a extensão universitária brasileira hoje: i) a
indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão; ii) a interação dialógica com a
sociedade; iii) a inter e a transdisciplinaridade como princípios organizadores das
ações de extensão; iv) a busca do maior impacto e da maior eficácia social das
ações;v) a afirmação dos compromissos éticos e sociais da universidade. Tendo o
mais visível de sua ação voltada para a relação dialógica com a sociedade, a
extensão universitária tem também uma importante função interna na universidade,
que é o fato de abrigar órgãos e desenvolver atividades que permitem a decisiva
interligação entre a cultura científica e a cultura das humanidades, que é o papel
decisivo de museus, espaços expositivos, teatros, galerias, bibliotecas, arquivos,
centros de documentação, que são veículos indispensáveis de mediação entre os
produtores de conhecimentos e bens simbólicos e os destinatários dessas ações,
sejam eles estudantes, sejam eles os vários sujeitos externos à universidade,
igualmente legítimos destinatários da ação universitária (PAULA, 2013, p. 22).
É por meio da extensão que se pode fazer uma nova forma de pensar, de agir e
construir o mundo. Os saberes, ciências e vivências são constituintes da experiência e são
também uma forma de construção de conhecimentos (FREUD, 1973; NAVES, 2015;
MORIN, 2000). Por isso compreendemos a complexidade da aprendizagem e do
conhecimento, contra uma visão reduzida de escola, de aprendizagem, de aprender, de viver
(MORIN, 2000).
808
�No cenário da Universidade Federal do Tocantins (UFT) desenvolvemos um projeto
de extensão com quatro atividades: cine-biblio, minicursos de pesquisa em bases de dados e
normatizações técnicas, biblioteca humana e boletim infomemorial que serão descritas e
analisadas mais a frente.
METODOLOGIA
Este é um relato descritivo de uma experiência de extensão (DUARTE, et al, 2013); de
abordagem metodológica qualitativa com fundamentação fenomenológica. A pesquisa
qualitativa não é a pretensa separação das ditas ciências duras, matemáticas, físicas, químicas
e biológicas, mas antes uma nova percepção de mundo, da impossibilidade da separação entre
A lente teórica da fenomenologia nos inspira a perceber os sujeitos como
subjetividades formativas no processo de vivência que consubstancia sua própria construção
tempo vivido, da subjetividade na constituição não somente dos sujeitos, mas do mundo numa
interPara Maria Aparecida Bicudo (2011, p. 30) fenomenologia é uma palavra composta
refere a articulação dos atos da consciência por meio da linguagem enquanto estrutura e
entendido enquanto tradução do vocábulo da língua alemã Lebenswelt (Leben, vida e Welt,
mundo), Lebenswelt, então, é espacialidade e temporalidade do vivido em comunidade, na
cultura.
As atividades de extensão ocorreram de agosto de 2016 a setembro de 2017. Foram
quatro atividades: cine-biblio, minicursos de pesquisa em bases de dados e normalizações
técnicas, biblioteca humana e boletim infomemorial. Todas as atividades foram desenvolvidas
no campus universitário de Palmas, da Universidade Federal do Tocantins. Participaram os
servidores/as da biblioteca, estagiários/as e alunos/as dos cursos de pedagogia, jornalismo e
administração e um professor do curso de biologia do campus de Porto Nacional.
Substanciaram nossas análises pesquisas bibliográficas e documentais. A pesquisa
bibliográfica é sempre utilizada para fundamentar teoricamente o objeto de estudo, entretanto
difere da revisão bibliográfica porque vai além da simples observação de dados contidos nas
fontes pesquisadas já que imprime sobre eles a teoria e a compreensão crítica do significado
neles existentes (LIMA; MIOTO, 2007). A pesquisa documental nos auxiliou na análise da
809
�produção e avaliação de documentos escritos e falados, seus contextos históricos, autoria,
procedência, natureza e conceitos chave (SÁ-SILVA; ALMEIDA; GUINDANI, 2009).
Além desses procedimentos, as duas entrevistas realizadas para a construção do
Boletim InfoMemorial foram conduzidas por meio da metodologia de História Oral. Esta
metodologia busca outras versões para a História, não é uma forma de construção de
com a humanidade, com o ser, com o indivíduo muitas
vezes homogeneizado em dados estatísticos, ditos históricos. [... destaca a] substancialidade e
subjetividade daqueles que fazem A Hi
708).
RESULTADOS
A Universidade Federal do Tocantins (UFT) foi criada com a Lei 10.032 de 23 de
outubro de 2000 e regulamentada pelo Decreto 4.279 de 21 de junho de 2002. Seu primeiro
Vice-Presidente da República José de Alencar em 20 de agosto de 2003. A UFT possui
18.881 alunos, 50 cursos de graduação, 7 campi (Araguaína, Arraias, Miracema, Palmas,
Porto Nacional, Gurupi e Tocantinópolis) e oito bibliotecas, uma em cada campus, sendo que
em Araguaína são duas, 21 programas de mestrado e 5 de doutorado e conta com 2.659
servidores (933 professores e 1.726 técnicos administrativos) (MAIA; OLIVEIRA, 2017;
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS, 2015, passim).
O projeto de extensão desenvolvido na biblioteca do campus de Palmas se deu de
agosto de 2016 a setembro de 2017. As atividades desenvolvidas foram:
1. Cine biblio. Foram apresentados dois docume
ransexual: a busca pela
identidade
2. Minicursos de pesquisas em bases de dados. Foram duas edições, cada um em um
final de semana. Foram capacitadas 80 pessoas para utilizarem o portal Scielo, o Portal
de Periódicos da CAPES e normatizações técnicas da ABNT.
3. Biblioteca humana, um projeto onde pessoas de diversas idades, credos, classes e
ideologias se encontram e conversam entre si, a ideia é ao invés de se ler um livro, que
se leia uma pessoa e
4. Boletim infomemorial, onde a memória da instituição e das pessoas são contadas,
gravadas e registradas numa perspectiva de valorização de saberes sujeitados. Foram
810
�entrevistadas duas pessoas. As entrevistas foram gravadas e analisadas com base em
procedimentos metodológicos da História Oral.
DISCUSSÃO
O cine biblio trouxe dois documentários com temas sensíveis na contemporaneidade:
foi produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e pela TV Brasil
(VASCONCELLOS, 2014). O documentário traz vivências de pessoas que transitaram para
um outro gênero, diferente daquele atribuído ao nascimento, como uma nova forma de ser e
estar no mundo e sua complexa relação com as questões de identidades, legais e subjetivas, de
preconceitos e performatividades (BUTLER, 2013). Para Butler (2013) gênero não é uma
categoria estanque que se dá no nascimento, mas nas negociações culturais e subjetivas e
performativas. Para Scott (1995) o gênero possui uma característica de significação social,
histórica e cultural. E é justamente com as pessoas transexuais que essas questões de
performatividade e identificação da transgressão das identidades ficam mais evidentes
(BUTLER, 2013; BENTO, 2006).
l foi produzido durante o Primeiro Jogos Mundiais dos Povos
Indígenas, realizado em Palmas/TO em 2015 (SAMARCO, 2015). São apresentadas as
vivências de diversas pessoas indígenas de vários povos do Brasil e do mundo e suas
experiências identitárias, subjetivas, políticas, sociais, econômicas e suas relações com povos
não indígenas. Em todos fica a questão do que é a identidade indígena. Pierre Bourdieu (1998)
problematizou as questões sobre a prentensa ideia de identidade, nossas fotografias,
assinaturas, documentos e as ações culturais que nos forçam a ter e assumir uma pretensa
identidade natural.
Em todos esses momentos de exibição de filmes o foco era sempre o outro, o olhar
com alteridade na constituição tanto da identidade pessoal, da alteridade, da coletividade e
intersubjetividade construídas nas micropolíticas (GUATTARI; ROLNIK, 2005). Sempre
pensando na valorização dos sujeitos e de seus saberes sujeitados (FOUCAULT, 2007, 1979).
811
�Figuras 1 e 2 - exibição dos documentários no projeto de extensão. Da esquerda para a
busca pela
foyer
do primeiro piso. O espaço foi pensado para ser aberto e convidativo.
Fonte: dos autores/as.
Os minicursos aconteceram em dois finais de semana. Na primeira edição o curso foi
totalmente presencial. Foram apresentadas bases de dados de várias áreas do conhecimento,
técnicas de pesquisas online etc. Na segunda edição, o curso foi dividido em dois momentos:
um presencial e outro virtual. Isso se deu para podermos ampliar o contato com os cursistas e
aumentar as possibilidades de interações para o melhor desenvolvimento das habilidades de
pesquisas em bases de dados (MAIA et al, 2016).
O foco desses minicursos era de ampliar a alfabetização científica (LORENZETTI,
2016) e a literácia informacional (LE COADIC, 1996) já que a maioria dos alunos usam
somente o google para fazer suas pesquisas. Seja no ensino por investigação em espaços
formais e não formais o componente crítico é importante para saber avaliar, selecionar e
utilizar as informações científicas com qualidade e acurácia (LORENZETTI, 2016; LE
COADIC, 1996).
Dessa maneira, com os minicursos, acreditamos que auxiliamos nossos usuários a
melhor compreender os processos de construção de conhecimentos, suas validações,
falseamentos e paradigmas (POPPER, 1980; KUHN, 1992).
biblioteca humana
LIBRARY, 2017). Inicialmente íamos utilizar o nome traduzido do original, mas devido a
demora na resposta da ONG Human Library, sediada na Dinamarca utilizamos uma variação
812
�humana essa ação já que finalmente temos a aprovação
daquela ONG para tal. A proposta é que ao invés de se ler um livro, leiam-se pessoas.
A fala é um importante recurso de transmissão de saberes e de memórias (MAIA;
ROCHA; SANTANA, 2017). Por isso nos inspiramos na História Oral e trouxemos pessoas
que queriam contar suas vidas em forma de livros falados. A primeira e única edição se deu
com alunos e alunas de um outro projeto de extensão da UFT, a Universidade da Maturidade
(UMA) que foca na formação de pessoas velhas e sua incorporação na universidade de seus
sab
desenvolver
uma abordagem holística, com prioridade para a educação, a saúde, o esporte, o lazer, a arte e
a cultura, concretizando, desta forma um verdadeiro desenvolvimento integral dos alunos,
DA MATURIDADE, 2017).
Figura 3
Humana
Fonte: dos autores
O espaço físico foi o foyer do primeiro andar, o mesmo utilizado para a projeção dos
filmes. Decoramos o espaço com cadeiras, livros, cordel, imagens, fios e barbantes. Cada
participante/livro vivo escolheu um título que ficou sobre os livros no chão para indicar o
tema do livro-humano e que ficasse visível para os transeuntes, alunos, usuários da biblioteca.
813
�A ação durou duas horas e cada um conversou com duas pessoas, em média. As falas não
foram gravadas, o objetivo era a troca de informações, saberes e vivências, um espaço para
mostrar que o conhecimento pode estar em espaços diferentes daqueles tradicionalmente
acessados, e que são momentâneas e transitivos.
ornasse
frequente, como um boletim, (mas acabou que ficou em somente uma edição). Foram
entrevistadas duas pessoas: Regina Elizabeth Ferreira Freitas Balduíno, uma bibliotecária, e
senhor Bira, extensionista do projeto UMA. Suas falas se relacionam com a memória
institucional da UFT: Ambos tem importância histórica na memória dessa instituição: Regina
foi uma das primeiras bibliotecárias dessa universidade e o senhor Bira é um velho muito
atuante na UMA e em projetos de quadrilhas de São João. Aqui, por questão de espaço
apresentamos algumas falas somente da Regina.
A Regina é uma goiana, que morou muitos anos em Brasília, onde se formou em
biblioteconomia na Universidade de Brasília (UnB) na década de 1970. As falas a seguir são
suas memórias de formação, de vivência na UnB, na UFT e no Tocantins, como mulher,
bibliotecária, servidora pública:
UnB, meu
marido fez economia lá, mais ou menos na mesma época, sim, e depois que nós
casamos, muito novos, resolvemos vir para o interior. Pra Arraias, que ainda era
Goiás, ainda não era Tocantins. E lá eu deixei minha profissão, meu emprego,
depois de alguns anos que a gente ficou lá, uns cinco anos depois de casados,
voltamos pra cuidade dele. E ... pra... trabalhar com agricultura na fazenda, nas
terras dele. A gente achou que era melhor pra nós e depois ele enveredou por um
lado político, Foi prefeito da cidade;... ai em 88 quando dividiu o estado ele
ainda era prefeito, se candidatou a deputado estadual, ganhou eleição, e o
mandato foi tampão de dois anos.. eEle ficou aqui [em Palmas] e eu lá e ai ele
concorreu de novo, tornou eleger e ai eu vim pro Tocantins, porque eu já tinha
três filhos pequenos., Aacabamos ficando em PortoNacional..é... dois anos
porque aqui [em Palmas] nem escola tinha. Então, quando Palmas começou eu já
estava aqui. E fiquei por aqui, não queria emprego público que não fosse na
minha área., Ttive comércio... sim, eEm Arraias nós moramos uns dez anos antes
de vir pra cá, ...comércio,... e depois eu encontrei uma amiga bibliotecária, a
814
�minha vinda pra UFT depois de muito tempo aqui eu encontrei uma amiga
professora da, bibliotecária, a Kátia Maia Flores
Sobre os projetos da UFT ela diz:
os professores fazem. Kalunga vc sabe, é uma
comunidade quilombola. Lá tem esse projeto,tem do mimos, na Canabrava. E tem
uns projetos muito bonitos,. Iinclusive tem um que escreveu um livro agora sobre
os costumes dessa comunidade quilombola, ela leva os alunos e eles fizeram.,
cCada um escreveu uma coisa., uUm artigo., fFoi lançado esse livro agora, dela.,
tTem a tese que já fez também, que escreveu um livro muito bonito com os
quilombolas de... dalagoa da pedra, que é outra comunidade quilombola...esse
trabalho eu acho que os professores de Arraias tão fazendo muito bem
valorizando a cultura de lá. E eu vi no site um desfile de moda quilombola que
acho que vai vir até pra cá [Palmas] que teve lá, as mulheres de lá,vestidas com
vestuário de lá da comunidade deles e tudo, claro que... mas assim, eu acho que é
um trabalho de extensão, é um trabalho bonito, a universidade também, esse lado
no interioré bem desenvolvido, eu não conheço os outros lugares, mas eu sei que
em Porto [Nacional] parece que,pelo fato de lá ter uns... ter comprado uma
biblioteca antiga com obras raras, também, que lá é uma cidade histórica, a
universidade também tem um trabalho histórico com a... a parte história de Porto
[Nacional]. Sim, eu acho que tem sim. Envolvendo a universidade, a comunidade
[...]
Como a UFT é muito nova, foi criada em 2000 e regulamentada em 2002, e
efetivamente iniciou seus trabalhos em 2003, quem trabalha nessa instituição tem sempre o
sentimento de ineditismo, de impotência e das dificuldades. Dessa entrevista com a Regina
ficou a sensação de que ainda somos jovens, podemos fazer muito. O que podemos fazer não
nos é imposto, mas proposto (SARTRE, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ensino, pesquisa e extensão.: O famoso tripé da universidade. Sabemos que os dois
primeiros são mais valorizados que a extensão, mas sabemos também que já existe um
815
�extenso debate, bem como trabalhos e lutas para que a extensão tenha seu lugar reconhecido
como produtora de conhecimentos e formadora de comunidades.
Aqui problematizamos a biblioteca universitária como espaço de diálogo na
construção de conhecimento junto com a comunidades por meio da extensão.
Um projeto foi desenvolvido de agosto de 2016 a setembro de 2017 na biblioteca do
campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins.
Foram momentos lúdicos, formativos, críticos e trans-formativos com Filmes,
documentários, formações em bases de dados, contatos com experiências diversas, entre
classes, raças, gêneros, sexualidades e intergeracionalidades.
Se como nos lembra Murilo Bastos da Cunha (2010) que a biblioteca universitária está
na encruzilhada e não é mais a primeira fonte de informações de nossos usuários, aprendemos
com ele também e com tantos outros Lankes, Freires, Foucaults, que essa mesma biblioteca
pode ser um centro cultural, de formação com comunidades, de contato com o outro... Outros
saberes sujeitados, necessários, esquecidos, mas sempre necessários. Outras realidades menos
mortas, como nos lembra Chico Buarque.
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819
�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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Title
A name given to the resource
“Biblioteca Viva” saberes, ciências e vivências na extensão universitária.
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Maia, Marcos Felipe Gonçalves; Viana, Rodney Haulien Oliveira; Almeida, Paulo Roberto de
Coverage
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Salvador (Bahia)
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Traz um relato de experiência de um projeto de extensão desenvolvido na biblioteca do campus de Palmas da Universidade Federal do Tocantins de 2016 a 2017. Objetiva compreender como a biblioteca universitária pode ser um centro formador de comunidades, bem como apresentar um relato de experiência. Valida-se da pesquisa qualitativa de fundamentação fenomenológica. Traz quatro categorias manifestas em atividades do projeto de extensão: formação por meio de filmes/documentários, minicursos, biblioteca humana e o procedimento de construção de um Boletim InfoMemorial. Conclui reforçando a atividade de extensão como formativa e construtora de conhecimentos e comunidades
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BIBLIOTECAS: O PROJETO BIBLIOTECA
SOLIDÁRIA DO CAMPUS RIO DE JANEIRO DO IFRJ
SOCIAL RESPONSIBILITY IN LIBRARIES: THE SOLIDARY LIBRARY PROJECT OF THE
CAMPUS RIO DE JANEIRO DO IFRJ
Resumo: O conceito de responsabilidade social abrange as atividades e relações que as
instituições desenvolvem voltadas para a comunidade a que pertencem e com a sociedade
como um todo. Através das questões éticas, ambientais, sociais, econômicas e de inclusão, a
responsabilidade social vem adquirindo maior visibilidade na sociedade contemporânea
vinculada aos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. O presente estudo
aborda esses conceitos sob a perspectiva das bibliotecas, analisando como essas podem se
apropriar deles no desenvolvimento de suas atividades. Apresenta o Projeto Biblioteca
Solidária desenvolvido na Biblioteca Professor Eurico de Oliveira Assis, pertencente ao
Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - Campus Rio de
Janeiro, como um exemplo de atividade desenvolvida e implementada dentro do conceito de
responsabilidade social pode reverter um dos grandes problemas da biblioteca que é a
devolução de livros.
Palavras-chave: Responsabilidade social. Sustentabilidade. Biblioteca. Desenvolvimento
sustentável.
Abstract: The concept of social responsibility encompasses the activities and relationships
that institutions develop towards the community to which they belong and with society as a
whole. Through ethical, environmental, social, economic and inclusion issues, social
responsibility has become more visible in contemporary society linked to the concepts of
sustainability and sustainable development. The present study approaches these concepts from
the perspective of libraries, analyzing how they can appropriate them in the development of
their activities. It presents the Solidarity Library Project developed at the Professor Eurico de
Oliveira Assis Library, belonging to the Federal Institute of Science and Technology
Education of Rio de Janeiro - Campus Rio de Janeiro, as an example of activity developed
within the concept of social responsibility can reverse one of the great problems of the library
that is the return of books.
Keywords: Social responsibility. Sustainability. Library. Sustainable development.
795
�INTRODUÇÃO
ampanhas
de arrecadação de itens que possam proporcionar o bem-estar e ajudar na melhoria da
qualidade de vida dos integrantes da Comunidade externa do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro (IFRJ) - Campus Rio de Janeiro. A proposta objetiva
despertar na comunidade interna o sentimento e atitudes de solidariedade por meio do gesto
da doação, assim como ressaltar a importância da Responsabilidade Social da Biblioteca
Professor Eurico de Oliveira Assis (BPEOA) e dos seus serviços e produtos, despertando a
responsabilidade social em toda comunidade acadêmica da instituição.
SUSTENTABILIDADE E RESPONSABILIDADE SOCIAL
Responsabilidade social é uma temática que vem crescendo nas últimas décadas a
partir de uma maior preocupação da sociedade com questões ambientais e sociais, ligadas ao
conceito de sustentabilidade, que, também, vem evoluindo ao longo do tempo e assume
atualmente as dimensões econômica, social e ambiental, constituindo o tripé conhecido como
triple bottom line (GESTÃO, 2012).
A ideia de sustentabilidade pode ser entendida em seu conceito mais restrito como
algo sustentável, capaz de se manter, que nunca se esgota. Ampliando-se esse conceito podese entender a sustentabilidade como ações que visem uma melhor qualidade de vida,
satisfazendo as necessidades do presente sem comprometer as das futuras gerações
(ARAÚJO, 2006). De acordo com Claro, Claro e Amâncio (2008):
-land
(WCED, 1987), a qual considera que o desenvolvimento sustentável deve satisfazer
às necessidades da geração presente sem comprometer as necessidades das gerações
futuras. Essa definição deixa claro um dos princípios básicos de sustentabilidade, a
visão de longo prazo, uma vez que os interesses das futuras gerações devem ser
Em setembro de 2015, na Assembleia Geral da ONU, durante a Cúpula de
Desenvolvimento Sustentável, foi lançado o documento: Transformar o nosso mundo: a
agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030 da ONU) para suceder aos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), estabelecidos no ano de 2000, que
incluíam um conjunto de oito objetivos de combate à pobreza a serem alcançados até o final
de 2015.
796
�A Agenda 2030 da ONU é um conjunto que inclui a declaração com a visão de mundo
para 2030, apresentando 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que englobam
169 metas para que todos os países se empenhem com a finalidade de tornar nosso mundo um
lugar melhor, abrangendo o desenvolvimento econômico, ambiental e social. Foi adotada
pelos Estados-membros da ONU, depois de um esforço conjunto por mais de três anos de
negociações destes e de muitas partes interessadas da sociedade civil, incluindo a Federação
Internacional das Associações e Instituições ligadas às Bibliotecas (IFLA). Além da
declaração e dos ODS inclui, também, os meios para implementação e acompanhamento da
agenda.
funcionando como motores do desenvolvimento local em todos os níveis da sociedade, uma
Neste contexto as bibliotecas podem contribuir para o desenvolvimento sustentável
das comunidades na qual estão inseridas ao promover o acesso à informação e desenvolver
ações de responsabilidade social.
RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BIBLIOTECAS
A informação e o conhecimento são fatores essenciais para o desenvolvimento dos
indivíduos e da sociedade como um todo, e as bibliotecas, enquanto instituições que
trabalham com a informação em seus diferentes suportes, possuem um papel fundamental
como facilitadoras do acesso público e universal à informação e ao conhecimento.
esso público
a eles se tornam mais aptas para resolver seus problemas com relação à saúde, agricultura,
educação, inovação, cultura, combatendo a pobreza e a desigualdade.
Nessa perspectiva pode-se evidenciar o caráter social da biblioteca enquanto
instrumento capaz de contribuir para o desenvolvimento sustentável através de ações que
garantam o acesso à informação e ao conhecimento, entendendo-se essas práticas como
ferramentas de promoção de responsabilidade social, oferecendo aos indivíduos poder de
transformação social (DANTAS; GARCIA, 2013).
797
�Para além da garantia do acesso universal à informação e ao conhecimento, o conceito
de responsabilidade social pode ser empregado nas demais atividades que a biblioteca pode
promover voltadas para a comunidade, abrangendo atividades de mediação e incentivo à
leitura, ações culturais, projetos comunitários, dentre outras. O conceito de responsabilidade
social faz referência a uma base ética que remete às relações das instituições com a
comunidade com a qual interage. Desde a década de 90, observa-se no Brasil uma maior
conscientização com os problemas sociais, com questões envolvendo a inclusão social, a
promoção da cidadania e a preservação ambiental (GESTÃO, 2012). A sociedade de um
modo geral está mais preocupada com essas questões e passa a exigir das instituições ações
que abranjam tais temas. Por sua vez as instituições que se preocupam com as questões de
sustentabilidade e responsabilidade social tem sua imagem fortalecida junto a este público
cada vez mais exigente e consciente.
A biblioteca enquanto instituição apresenta em sua essência um caráter social ao
realizar atividades e ações voltadas para a comunidade na qual está inserida além de estar
desempenhando seu papel social pode contribuir para melhoria de sua imagem junto a essa
comunidade, estabelecendo parcerias e promovendo atividades com a comunidade interna e
externa da instituição e principalmente se tornando um local onde a informação flua, não
apenas sendo um espaço estático. Os novos desafios da biblioteca estão em tornar essas ações
parte do planejamento de atividades, e que seja um espaço onde essas questões possam ser
enfatizadas e discutidas.
O PROJETO BIBLIOTECA SOLIDÁRIA DO IFRJ - CAMPUS RIO DE JANEIRO
As instituições de ensino também vem incorporando os conceitos de responsabilidade
social aos seus fazeres, quer seja nos conteúdos e disciplinas dos seus currículos, quer seja no
engajamento de projetos voltados para a comunidade na qual estão inseridas, como promover
e incentivar trabalho voluntário dos alunos, promover campanhas de doação de sangue, de
arrecadação de doações, dentro de uma perspectiva da educação para a cidadania,
contribuindo para a formação do indivíduo como agentes de transformação econômica e
social (GESTÃO, 2011).
A Biblioteca Profº Eurico de Oliveira Assis tem como um de seus objetivos dar apoio
ao projeto pedagógico da instituição mantenedora. Para isso constam em seu acervo livros que
fazem parte da bibliografia dos cursos que são oferecidos pelo IFRJ, campus Rio de Janeiro.
Sabe-se que na formação e desenvolvimento acadêmico dos alunos é de suma importância a
798
�Biblioteca da Instituição, o seu acervo e os serviços prestados pela mesma A não devolução
de um livro impacta diretamente na comunidade acadêmica, já que poderá impossibilitar o
acesso à informação.
de 2017, com o objetivo de despertar o sentimento de solidariedade na comunidade
acadêmica, aproximando-a mais da comunidade externa, através de ações sociais em parceria
com outras instituições e organizações situadas no entorno do Campus Rio de Janeiro.
Um dos grandes problemas da BPEOA, é a devolução dos livros, sendo assim através
de análise das estatísticas foi observado um elevado índice de livros em atraso, o que motivou
a elaboração do objetivo do projeto no conceito de responsabilidade social aliado ao retorno
dos livros, disponibilizando-os novamente no acervo, resgatando usuários em suspensão de
uso do serviço de empréstimos devido a atrasos a situação normal de uso.
A BIBLIOTECA PROFESSOR EURICO DE OLIVEIRA ASSIS
A Biblioteca Professor Eurico de Oliveira Assis foi inaugurada em 1978, durante a I
Semana da Química da Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (FONTAN,
2011) a mesma está localizada no primeiro andar do Prédio do IFRJ Campus Rio de Janeiro.
Rua Senador Furtado 121, Bairro Maracanã, zona norte da cidade do Rio de Janeiro
RJ. Seu
horário de funcionamento é das 08:00h às 21:00h de segunda a sexta-feira e sábados das
08:00h às 12:00h. Seu espaço atual é de 218,40 m2, distribuídos entre área administrativa,
acervo, salão de leitura, setor de circulação e setor de guarda volumes, baias para estudo
individual e espaço com terminais de computadores para os usuários.
O acervo conta aproximadamente com cerca de 27.000 itens para atender às
necessidades de cursos técnicos e superiores oferecidos na instituição e de acordo com as
estatísticas do setor, no ano de 2017 a biblioteca registrou uma frequência de cerca de
23675(vinte e três mil seiscentos e setenta e cinco usuários), ratificando assim a intensa
circulação no setor, bem como a suma importância do mesmo.
BIBLIOTECA SOLIDÁRIA: UM PROJETO EM CONSTRUÇÃO
O projeto foi idealizado no ano de 2017 quando foi constatado, por meio de um
levantamento de dados, que muitos livros se encontravam fora do acervo por estarem com
usuários em atrasos. A partir dessa necessidade, surgiu a ideia da realização de uma campanha
solidária. Com a finalidade de procurar aproximar a biblioteca da comunidade interna e
799
�externa do Campus Rio de Janeiro através de ações sociais voltadas para a comunidade dentro
da perspectiva da responsabilidade social corporativa, foi pensada a campanha de suspensão
de penalidades junto com uma campanha de cunho social, atendendo, assim, à própria missão
Promover a formação profissional e humana, por meio de uma educação
inclusiva e de qualidade, contribuindo para o desenvolvimento do país nos campos
educacional, científico, tecnológico, a
Surgiu, assim, o projeto Biblioteca Solidária com o objetivo de despertar o sentimento de
solidariedade na comunidade acadêmica, contribuindo para o desenvolvimento da cidadania.
Figura 1 - Logo da Biblioteca Solidária elaborado por uma das funcionárias da BPEOA
Fonte: Os Autores, 2017
Como primeiro projeto solidário de 2017 a Biblioteca Professor Eurico de Oliveira
doe um agasalho e
A ação solidária ocorreu no período de 10 a 24 de julho,
tendo como objetivo arrecadar doações de agasalhos e cobertores a serem doados durante o
inverno para população de rua da cidade do Rio de Janeiro.
Toda a comunidade acadêmica foi convidada a participar, como forma de incentivo
para arrecadar mais doações foi feita paralelamente uma campanha de perdão de penalidades,
em que os usuários que se encontravam em situação irregular (atraso ou suspensão) foram
dispensados das penalidades ao efetuarem a doação, garantindo a esses o retorno ao acesso ao
acervo e a disponibilidade de material emprestado que se encontrava em atraso para toda a
comunidade.
800
�Oportunizou-se o período das festividades juninas para o lançamento da Campanha.
Foram elaborados informativos, marcadores de livros, cartazes e os mesmos foram
distribuídos na BPEOA, também foram afixados cartazes nos murais localizados nos
corredores do IFRJ e fora realizada a divulgação em redes sociais, como na página da
Biblioteca no Facebook, divulgação no grêmio estudantil além do envio de e-mails para os
diversos Departamentos da Instituição.
Figura 2
Caixa e informativos para doação
Fonte: Os Autores, 2017
Figura 3- Página do Facebook
Fonte: Os autores, 2017
801
�As doações recebidas foram doadas para uma Organização não Governamental (ONG)
que também estava arrecadando agasalhos e cobertores a serem distribuídos para moradores
de rua da cidade do Rio de Janeiro durante o inverno.
Em novembro do mesmo ano foi lançada a segunda campanha do Projeto, intitulada
arrecadar brinquedos e livros infantis a serem doados para crianças das comunidades
adjacentes. O período da campanha foi de 21 de novembro a 13 de dezembro, sendo as
doações entregues à um abrigo que atua na Educação Infantil-Creche e na Educação Infantil
Pré-escolar, localizado próximo ao próprio IFRJ Campus Rio de Janeiro.
Figura 4
Caixa e cartaz para doação de livros e brinquedos
Fonte: Os Autores, 2017
802
�Figura 5 - Entrega dos brinquedos
Fonte: Os Autores, 2017
CONCLUSÃO
As campanhas tiveram boa aceitação por parte da Comunidade do IFRJ
Campus Rio
de Janeiro, foi constatado a diminuição de usuários inadimplentes e o retorno de muitos livros
ao acervo, e o despertar do sentimento de solidariedade nos alunos e servidores do Campus.
Notou-se também, que mesmo após o término do período de recolhimento das doações
continuaram a aparecer usuários no intuito de oferecer doações. É importante ressaltar, que
diversos alunos que usaram a primeira campanha para sair da suspensão doaram na segunda
mesmo não estando com penalidades.
A Biblioteca Profº Eurico de Oliveira Assis pretende continuar realizando ações como
estas, contribuindo assim com seu papel social, pois sabe-se que bibliotecas como agentes de
disseminação da informação e do conhecimento apresentam na própria definição de seu papel
traços relacionados à responsabilidade social, pois ao garantirem o acesso público à
informação contribuem para a melhoria de vida das pessoas, dentro da perspectiva do
desenvolvimento sustentável.
803
�Através de ações de responsabilidade social, algumas exemplificadas no decorrer deste
trabalho, a biblioteca ganhou maior visibilidade promovendo seus serviços e produtos dentro
da comunidade que por ela é assistida. Vale destacar, que fideliza clientes, desempenhando
seu papel social para além da disseminação da informação e do conhecimento, mas também
como propulsora da educação para a cidadania.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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A name given to the resource
Responsabilidade social em bibliotecas: o projeto biblioteca solidária do Campus Rio de Janeiro do IFRJ.
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Silva, Marcia da
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Date
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2018
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Evento
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An account of the resource
O conceito de responsabilidade social abrange as atividades e relações que as instituições desenvolvem voltadas para a comunidade a que pertencem e com a sociedade como um todo. Através das questões éticas, ambientais, sociais, econômicas e de inclusão, a responsabilidade social vem adquirindo maior visibilidade na sociedade contemporânea vinculada aos conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável. O presente estudo aborda esses conceitos sob a perspectiva das bibliotecas, analisando como essas podem se apropriar deles no desenvolvimento de suas atividades. Apresenta o Projeto Biblioteca Solidária desenvolvido na Biblioteca Professor Eurico de Oliveira Assis, pertencente ao Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro - Campus Rio de Janeiro, como um exemplo de atividade desenvolvida e implementada dentro do conceito de esponsabilidade social pode reverter um dos grandes problemas da biblioteca que é a devolução de livros.
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-
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
REDES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O SISTEMA DE
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (SIBI/UFBA)
INFORMATION NETWORKS AND SYSTEMS: A LOOK AT THE LIBRARY SYSTEM OF
THE FEDERAL UNIVERSITY OF BAHIA (SIBI / UFBA)
Resumo: O Presente trabalho vem trazer uma análise sobre o sistema de bibliotecas da
Universidade federal da Bahia, onde busca-se apontar o contexto histórico do mesmo e seu
funcionamento. Com isso o objetivo geral apresentado ao decorrer do texto é demonstrar os
serviços que são oferecidos e suas características, em consonância a isso busca-se elucidar a
importância do sistema de bibliotecas para a Universidade, e como ela pode contribuir para o
desenvolvimento do ensino e da pesquisa. A justificativa dessa pesquisa é elucidar como as
redes e sistemas de informação podem contribuir para o serviço desenvolvido nas bibliotecas
universitárias, e que isso pode potencializar os serviços de informação prestados. O
fundamento metodológico deste estudo se baseia em uma abordagem qualitativa que se
propõe a responder questões particulares inerentes às Ciências Sociais. Partindo de uma
pesquisa do tipo descritiva. Como resultado desse trabalho espera-se o entendimento da
importância dos serviços do sistema de bibliotecas universitárias e sua importância para
comunidade acadêmica.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Redes. Sistemas de Informação. SIBI.
Abstract: The present work presents an analysis about the library system of the Federal
University of Bahia, where it is aimed to point out the historical context of the same and its
operation. With this, the general objective presented throughout the text is to demonstrate the
services that are offered and their characteristics, in accordance with this it seeks to elucidate
the importance of the library system for the University, and how it can contribute to the
development of teaching and of the research. The justification for this research is to elucidate
how networks and information systems can contribute to the service developed in university
libraries, and that this can enhance the information services provided. The methodological
foundation of this study is based on a qualitative approach that proposes to answer particular
questions inherent in the Social Sciences. Starting from a descriptive type search. As a result
of this work it is expected the understanding of the importance of the services of the system of
university libraries and their importance for academic community.
Keywords: University library. Networks. Information systems. SIBI.
�1 INTRODUÇÃO
As sociedades se apresentam em constante processo de desenvolvimento o qual é
edificado por meio de entrelaçamentos de ações de grupos interligados dentro de um mesmo
organismo e existem através de um modelo sistêmico. Tais sistemas são um conjunto de
elementos governados pelas relações que estabelecem, como organizações (empresas, órgãos
públicos e outros).
Os acervos de uma biblioteca, ao longo da história está em processo de transformação,
os serviços de informação então surgem como uma necessidade humana de memória. Sendo
assim o sistema presente dentro de uma biblioteca auxilia da dinâmica social, ora como causa
ora como efeito, que esteve, e ainda está presente na vida cotidiana, no processo histórico, na
sociedade da informação e na era do conhecimento.
Esse trabalho vem apresentar a Universidade Federal da Bahia - UFBA, o Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal da Bahia (SIBI/UFBA), na condição de Órgão
Suplementar, para conduzir de forma coordenada e sistêmica o desenvolvimento da pesquisa,
do ensino e da extensão. O Qual é responsável por coordenar sistemicamente o trabalho com a
informação em um ambiente universitário agindo assim estrategicamente.
A ideia do SIBI/UFBA, deve ser compreendida como uma forma de cooperação entre
suas bibliotecas, no sentido de cooptar os diversos saberes dispersos nos setores da biblioteca
ou nas bibliotecas do sistema. E consequentemente significa buscar construir parcerias
múltiplas entre os setores da biblioteca e nas bibliotecas do sistema, no sentido de obter
parceria e compartilhar experiências satisfatórias.
Dessa forma busca-se destacar nesse trabalho a importância do referido sistema e
como ocorre seu funcionamento, bem como as redes que o mesmo estabelece para efetuar seu
funcionamento de maneira adequada. O entendimento desse processo tem como objetivo
agregar valor ao serviço que já é desenvolvido e qualificar o entendimento do sistema já
existente.
Esse artigo traz dentro de sua estrutura a descrição do SIBI, seu contexto histórico
bem como seus principais serviços ofertados, foi apresentado a importância desse sistema
diante dos serviços de informação ofertados pela biblioteca da UFBA- Universidade Federal
da Bahia, e por fim foi tratado da análise dos sistemas detalhando os serviços que são
oferecidos, bem como as características principais das redes e relações estabelecidas. O
objetivo principal desse trabalho é elucidar o entendimento diante dos serviços ofertados pelo
�Sistema de bibliotecas da UFBA, bem como trazer uma reflexão diante das possíveis
melhorias que o mesmo pode ter.
2 METODOLOGIA
O fundamento metodológico deste estudo se baseia em uma abordagem qualitativa que
se propõe a responder questões particulares inerentes às Ciências Sociais. Partindo de uma
pesquisa do tipo descritiva.
Ao entender que as bibliotecas são sistemas sociais e nesta área tem havido uma
tendência à ação planejada, onde a avaliação é uma ferramenta auxiliar, que permite ao
administrador verificar os efeitos de seus serviços e fazer os ajustamentos necessários à
implementação dos mesmos, este estudo propõe uma análise crítico-avaliativa a partir de uma
pesquisa documental online que foram observados os seguintes critérios: Tipo de sistema;
Semelhanças, diferenças e integração; Finalidade; Estrutura; Organização; Funcionamento;
Normas e padrões; Cooperação (Nacional e/ou Internacional) Avaliação dos serviços
disponibilizados online como usuários(as) de informação do SIBI/UFBA.
3 REDES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Segundo Jannuzzi et. al. (2014) as redes são conjuntos de pontos que se comunicam
entre si, por meio do estudo de redes podemos perceber onde a informação está centralizada e
as relações que estabelecem entre si. As redes de informação que é o enfoque desse trabalho,
desempenha um papel vital para a efetivação e compartilhamento de recursos. As redes
podem servir como um meio pelo qual o serviço de uma biblioteca pode ter acesso aos dados
de outra unidade de informação.
Já os sistemas por sua vez é um conjunto de elementos governados pelas relações que
estabelecem. Esses elementos são complexos e ordenados, dessa forma o sistema permite
organizar a informação. As redes de informação não necessariamente precisam de um sistema
para existir, porém o mesmo vai potencializar o uso da informação. Dessa forma por meio dos
sistemas de informação pode-se manter os serviços de informação.
Segunda Dantas (1992) os serviços de informação por sua vez tentam resolver o
problema da comunicação. Isso ocorre devido o processo de transformação das sociedades, e
o jeito de ver a informação, que vem mudando no decorrer do tempo. Dessa forma os serviços
de informação surgem como uma necessidade humana de memória.
783
�4 ANÁLISE E DESCRIÇÃO DO SIBI (HISTÓRICO E MISSÃO)
O Estatuto e o Regimento Geral da UFBA, revistos em 2010 pelo Conselho
Universitário, criaram os órgãos estruturantes, entre eles o Sistema Universitário de
Bibliotecas
SIBI
subordinado à Reitoria, com a finalidade de articular, coordenar,
promover, superintender e fiscalizar o funcionamento sistêmico das bibliotecas da UFBA.
Visa promover o acesso e uso da informação, contribuindo para o desenvolvimento do ensino,
da pesquisa, da criação, da inovação e da extensão.
Tais decisões modificam a Resolução Nº 03/2009 do CONSUNI, que criou o Sistema
de Bibliotecas da Universidade Federal da Bahia (SIBI/UFBA), na condição de Órgão
Suplementar. Na altura, foi assim pensado para conduzir de forma coordenada o
desenvolvimento das atividades fins das bibliotecas da UFBA, concretizando a reivindicação
da categoria bibliotecária, ao entender que as bibliotecas tratadas de forma sistêmica
fortalecem a missão de promover e disseminar o acesso à informação, em apoio àquelas
atividades já referidas.
A consolidação do SIBI favorece à comunidade UFBA compartilhando recursos
informacionais, na medida em que é responsável pelos serviços de aquisição de acervo,
tratamento da informação e normatização de serviços centralizados e, consequentemente,
padronizados, facilitando o acesso ao acervo geral da Universidade, a consulta e o empréstimo
entre as bibliotecas. O acervo eletrônico adquirido é outro avanço que se destaca na
contemporaneidade e que o Sistema acompanha.
Ao adotar o Sistema Pergamum para tratamento e organização da informação, o SIBI
promoveu um grande passo no apoio à pesquisa, à criação e à inovação, através do
compartilhamento e da possibilidade maior de acesso à informação de forma virtual aos
pesquisadores, discentes e docentes da UFBA, assim como de outros grupos sociais.
No que se refere a fontes virtuais, o SIBI como responsável pela gestão da informação
e preservação da memória da UFBA, organiza e cuida dos acervos científico, artístico e
cultural hospedados, nas bases de dados do Repositório Institucional e do Portal de Periódicos
da UFBA, além de gerenciar a ferramenta SEER, software que permite a criação de
periódicos eletrônicos pelas Unidades Acadêmicas e Administrativas da UFBA. Com a
finalidade de democratizar o acesso e uso de diferentes bases de dados nacionais ou
estrangeiras, o SIBI orienta usuários à pesquisa, à identificação e ao levantamento de
informações no Portal de Periódicos CAPES, a seguir podemos ver a página inicial do SIBI.
784
�Figura 1
Pagina principal do SIBI
Fonte: SIBI, (2016).
Em 2015, foi criada em sua estrutura a coordenação LUGARES DE MEMÓRIA
constituída pelo Núcleo de Estudos Baianos, formado pelas coleções: Frederico Edelweiss
(1974), Cícero Dantas (1981), Pinto de Aguiar (1983), José Calasans (1983), Carlos Ott
(1997), Luís Henrique Dias Tavares (2008), Consuelo Pondé de Sena (2016) e Núcleo
Memorial UFBA formado por acervos de professores desta Universidade e de personalidades
baianas, depósito obrigatório de publicações da Editora da UFBA, acervo de teses e
dissertações, fotografias e objetos que contam a história da Universidade. Também nesse
espaço está instalado o Núcleo de Arquivos Históricos, que mantém acervos relativos à
História da música, na Bahia (ADHON); das Lutas Políticas, no período da Ditadura Militar;
documentos de Arquivos Pessoais de estudiosos da cultura baiana e Arquivos Institucionais,
que retratam a História política e social da Bahia. (SIBI, 2016)
4.1 O SISTEMA PERGAMUM
O sistema Pergamum é um serviço exclusivo que permite o usuário das bibliotecas da
Universidade Federal da Bahia ter acesso a materiais bibliográficos, através de um a
ferramenta de busca padronizada. Atualmente o serviço conta com 136 Instituições com
bibliotecas cadastradas com 319 Bibliotecas cadastradas. Dessa forma o sistema contempla as
principais funções de uma Biblioteca, funcionando de forma integrada, com o objetivo de
785
�facilitar a gestão dos centros de informação, melhorando a rotina diária com os seus usuários.
A seguir alguns dos produtos que compõem o leque de serviços oferecidos pelo Pergamun:
Consultoria: visa adequar novas rotinas para melhoria dos trabalhos oferecidos
por sua empresa, o que permite uma atenção melhor aos seus clientes
possibilitando ao usuário aprender mais, explorar, descobrir e crescer com
pesquisas que atendam suas necessidades.
Capacitação / Treinamentos: O qual contribui para gerar mais conhecimentos e
habilidades no exercício das funções dos profissionais e na criação de novos
serviços.
Gestão de acervos bibliográficos: Controle de coleções (kardex) e assinaturas
para
periódicos;
disponibilizar
aos
seus
clientes,
terminais
de
autoatendimentos.
Gestão de acervos documental e museológicos
Desenvolvimento de sites
Personalização de Layouts - Meu Pergamum®
Assim, o conjunto documental da UFBA, formado de bens materiais e imateriais,
custodiado pelo SIBI, é organizado, divulgado, disponibilizado, e preservado através das
bases de dados administradas ou desenvolvidas pelo Sistema Universitário de Bibliotecas
SIBI/UFBA, permitindo avanços na pesquisa, na criação e na inovação, contribuindo para
conquistas nas áreas sócio culturais, na ciência e tecnologia.
4.2 ANÁLISE DO SIBI E SEU FUNCIONAMENTO
O Sistema de bibliotecas da UFBA possui diferentes propostas de serviços para seus
usuários. É através desse sistema que o serviço ofertado pela biblioteca se qualifica, tornando
o acesso a docentes, discentes e comunidade em geral. Os serviços ofertados podem ser
acessados de qualquer biblioteca da rede UFBA, permitindo assim aos usuários ter maior
acessibilidade e comodidade.
786
�Figura 2 Estrutura Organizacional do SIBI
Fonte: SIBI, (2016).
Serviços:
1. Empréstimo, Renovação, Devolução e Reservas
Dentre os principais serviços oferecidos pelas bibliotecas do Sistema estão o
empréstimo, renovação, devolução e reserva de material bibliográfico.
2. Consulta ao acervo (Pergamum)
É o sistema de gerenciamento do acervo bibliográfico das bibliotecas do SIBI/UFBA
no qual é possível consultar os títulos e ter acesso aos serviços online. A seguir imagem da
página inicial do Pergamum
787
�Figura 3 Página principal do Pergamum
Fonte: Pergamum (20--).
3. COMUT (Comutação Bibliográfica)
O SIBI/UFBA integra o Programa de Comutação Bibliográfica - COMUT, que
permite a obtenção de cópias de documentos técnico-científicos disponíveis nas principais
bibliotecas e serviços de informações nacionais e internacionais.
4. Formação de Usuários
Tem por finalidade capacitar a comunidade universitária para usar de forma adequada
e eficiente a biblioteca e os recursos de informação disponíveis na UFBA.
5. Modelo de Ficha Catalográfica (Geração automática)
O Sistema Universitário de Bibliotecas da UFBA disponibiliza para sua comodidade e
rapidez um Modelo de Ficha Catalográfica através do serviço de Geração Automática de
Ficha Catalográfica online. Esse sistema é voltado para a comunidade acadêmica da UFBA
onde é possível confeccionar a ficha e imprimi-lá.
6. Bases de dados de acesso aberto
Confira a lista de bases de dados nacionais e internacionais de acesso livre que podem
ser acessadas por qualquer usuário para obter trabalhos acadêmicos e científicos.
7. Portal de Periódicos Eletrônicos da UFBA
Abaixo a figura da página inicial do portal de periódicos eletrônicos da UFBA.
788
�Figura 4 Página principal Periódicos eletrônicos da UFBA
Fonte: Portal de Periódicos (20--).
O Portal de Periódicos UFBA tem por objetivo promover o acesso aberto, a
visibilidade, a segurança e o suporte para os periódicos científicos da UFBA.
8. Portal de Periódicos da Capes
Abaixo podemos ver a página principal do portal de periódicos da Capes:
Figura 5 Página principal do portal de periódicos da Capes
Fonte: Portal de Periódicos CAPES/MEC, [20--].
789
�O Portal de Periódicos da CAPES oferece acesso à textos completos de artigos, livros
digitais, teses e dissertações nacionais e internacionais, além de oferecer bases de dados com
resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento.
9. Repositório Institucional UFBA
Abaixo temos a figura da página Principal do repositório institucional UFBA:
Figura 6 Página Principal do repositório institucional UFBA
Fonte: Repositório Instituicional, (201-).
O RI tem como objetivo reunir num único local virtual o conjunto da produção
científica e acadêmica da Universidade Federal da Bahia, contribuindo para ampliar a
visibilidade da Instituição e dos seus pesquisadores, bem como o impacto da investigação,
além da preservação da memória intelectual, seja na área das artes, das ciências ou
humanidades.
10. Livros Digitais assinados pela UFBA
A UFBA oferece a sua comunidade acadêmica o acesso ao Portal de acesso a conteúdo
científico digital contendo títulos de livros digitais assinados pela UFBA.
11. Doação e Intercâmbio
O Sistema Universitário de Bibliotecas da UFBA recebe doações de materiais
bibliográficos novos e/ou usados, provenientes de autores, comunidades, editores, livreiros e
outras instituições.
A seguir apresentamos um quadro que elenca as bibliotecas que fazem parte dessa
rede, público alvo e principais serviços oferecidos:
790
�Quadro 1
Ficha de avaliação
BIBLIOTECA
Biblioteca Universitária Reitor Macedo
Costa
PÚBLICO ALVO
Instituto de Letras, Faculdade de
Comunicação,
Instituto
de
Humanidades, Artes e Ciências,
Instituto de Biologia, Faculdade de
Farmácia,
Escola
de
Medicina
Veterinária e Escola de Dança.
Biblioteca Universitária de Saúde - BUS
Prof. Álvaro Rubim de Pinho
Enfermagem,
Nutrição,
Medicina,
Odontologia, Ciências da Saúde, Saúde
Coletiva e do Hospital Universitário
Prof. Edgard Santos.
Biblioteca Universitária Isaías Alves
(Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas)
Campus Federação / São Lázaro
Faculdade de Filosofia e Ciências
Humanas.
Biblioteca Universitária Bernadeth
Sinay Neves da Escola Politécnica
Atende Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores
e
pesquisadores;
A
comunidade em geral.
Biblioteca Anísio Teixeira da Faculdade
de Educação
Filosofia,
Educação,
Psicologia,
Sociologia, Educação física, Esportes,
Lazer etc. direcionados aos cursos
residentes de Pedagogia, Educação
Física, Licenciatura em Ciências, além
das metodologias de ensino das
licenciaturas, Mestrado e Doutorado em
Educação Brasileira e Difusão do
Conhecimento.
Atende Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores
e
pesquisadores;
A
comunidade em geral.
Biblioteca da Escola de Administração
Biblioteca da Escola de Música
Biblioteca da Faculdade de Economia
Biblioteca de Arquitetura
Curso
de
música
(Estudantes
universitários; Estudantes de pósgraduação, professores e pesquisadores;
A comunidade em geral)
Faculdade de Economia (Estudantes
universitários; Estudantes de pósgraduação, professores e pesquisadores;
A comunidade em geral)
Arquitetura (Estudantes universitários;
SERVIÇOS OFERECIDOS
Atende a comunidade interna e externa para
fins de consulta local ao seu acervo, bem como
presta atendimento a pesquisadores de outras
localidades do país e do exterior, através de
telefone, correio eletrônico e convencional,
bem como através do serviço de Comutação
Bibliográfica COMUT.
Treinamento de usuários em grupo e orientação
individual no portal de periódicos CAPES e
outras bases de dados;
Orientação de estudantes ingressos na
utilização da Biblioteca;
Orientação para elaboração de referências ABNT e Vancouver;
Levantamento e pesquisa referencial;
Visita orientada.
Processamento técnico, orientação de trabalhos
acadêmicos,
empréstimo/devolução,
Orientação à pesquisa, elaboração de fichas
catalográficas, treinamento de usuários.
Atendimento ao usuário - Empréstimo de livros
(Comunidade Interna), consultas (serviço
personalizado);
Orientação à normalização de trabalhos
científicos
e
técnicos;
quanto
ao
autoarquivamento no Repositório Institucional
das produções científicas; quanto ao uso do
sistema de gerenciamento da base de dados dos
acervos;
Promover acesso, recuperação e transferência
da informação para a comunidade universitária,
contribuindo para formação profissional e
social, colaborando para a produção científica
e tecnológica da sociedade.
Consulta ao acervo, formado de livros,
folhetos, periódicos, teses e outros. Sala
climatizada, com wi-fi aberto, 120 lugares
disponibilizados à comunidade, 25 estações
para estudo individual, duas cabines para
estudo em grupo, três computadores para
consulta ao acervo utilizando o sistema
Pergamum.
Consulta ao acervo, composto de livros,
periódicos, partituras, discos vinil, CDs, alguns
DVDs.
Pesquisa bibliográfica;
Empréstimo
domiciliar
para
alunos,
professores e funcionários da UFBA;
Empréstimo entre bibliotecas;
Consulta e empréstimo informatizado;
Renovação e reserva de publicações pela
Internet;
Acesso a texto completo dos trabalhos de
conclusão de curso, dissertações e teses
produzidas na UFBA através do Repositório
Institucional (RI);
Orientação na normalização de trabalhos
técnico-científicos, segundo normas da ABNT;
Elaboração de Fichas Catalográficas;
Treinamento de usuários: orientação sobre uso
do sistema Pergamum e Portal da CAPES,
atualização em normalização bibliográfica,
palestras sobre utilização dos serviços
oferecidos pelo SIBI/UFBA e outros;
Orientação sobre fontes de informação nas
áreas de Economia
Consulta ao acervo: ECirculante; Referência;
791
�Coordenação Lugares de Memória
Biblioteca do Centro de Estudos e
Terapia do Abuso de Drogas CETAD
Biblioteca do Instituto de Ciência da
Informação
Estudantes
de
pós-graduação,
professores
e
pesquisadores;
A
comunidade em geral)
Atende Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores
e
pesquisadores;
A
comunidade em geral.
Técnicos, estagiários e alunos do
CETAD;
Técnicos de outras instituições;
Estudantes do ensino fundamental e
médio dos estabelecimentos da rede
pública e privada;
Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação
e
pesquisadores;
Pacientes do CETAD e seus familiares;
Instituto de Ciência da Informação
(Estudantes universitários; Estudantes
de pós-graduação, professores e
pesquisadores;).
Biblioteca do Museu de Arte Sacra
Atende Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores e pesquisadores;
Biblioteca Nelson de Araújo da Escola
de Teatro
Escola
de
Teatro
(Estudantes
universitários; Estudantes de pósgraduação, professores e pesquisadores).
Atende
Estudantes
universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores e pesquisadores.
Atende Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores e pesquisadores;
Faculdade de Direito (Estudantes
universitários; Estudantes de pósgraduação, professores e pesquisadores).
Biblioteca no Centro de Estudo AfroOriental CEAO
Biblioteca Sofia Olszewski Filha da
Escola de Belas Artes
Biblioteca Teixeira
Faculdade de Direito
de
Bibliotheca Gonçalo Moniz
da Saúde Brasileira
Freitas
da
Memória
Atende Estudantes universitários;
Estudantes
de
pós-graduação,
professores e pesquisadores;
Biblioteca Prof. José Bernardo Cordeiro
Filho - Faculdade de Ciências Contábeis
Faculdade de Ciências Contábeis
(discentes, técnicos administrativos e
docentes
da UFBA,
além
da
comunidade em geral).
Biblioteca do Campus Universitário
Anísio Teixeira
Alunos, professores, pesquisadores,
funcionários e comunidade em geral.
Biblioteca Universitária de Ciências e
Tecnologia Omar Catunda
Matemática, Estatística, Ciência da
Computação,
Física
e
Química
(discentes, técnicos administrativos e
docentes
da UFBA,
além
da
comunidade em geral).
Periódicos; Produção acadêmica da FAUFBA
Composta de teses e dissertações.
Consulta local e visitas guiadas
Consultas de livros e periódicos; Atendimento
e orientação sobre o acervo existente;
Empréstimo de livros (restrito aos técnicos do
CETAD/UFBA);
Empréstimo
entre
bibliotecas;
Pesquisa
bibliográfica;
Normalização bibliográfica segundo as normas
da ABNT; Oficina de leitura com os pacientes;
Leitura na recepção
Acesso à base Pergamum; Acesso à base de
dados em Cd-Rom on line; Acesso a internet;
Acesso ao Portal Capes; Comutação
bibliográfica; Orientação ao usuário; visitas
orientadas;
empréstimo
domiciliar
a
professores, alunos e funcionários; Serviço de
Alerta.
Consulta ao acervo de mais de 4.800
exemplares entre livros, folhetos, periódicos e
catálogos relativos a Religião, Artes, História,
entre outras áreas.
Atendimento ao usuário, consulta, empréstimo,
processamento técnico
Tratamento
técnico
da
informação,
empréstimo, consulta e orientação ao usuário
Tratamento
técnico
da
informação,
empréstimo, consulta e orientação ao usuário
Consulta ao acervo, empréstimo de livros,
orientação
individualizada
ao
usuário,
localização
de
documentos,
pesquisa
bibliográfica,
divulgação
do
acervo,
empréstimo entre bibliotecas, elaboração de
ficha
catalográfica,
intercâmbio
entre
bibliotecas.
Consulta ao acervo
Guardar, preservar e difundir obras históricas
importantes para a memória da saúde na Bahia
e no Brasil.
Orientação à pesquisa; Empréstimo, reserva e
renovação de exemplares na base Pergamum;
Elaboração de fichas catalográficas para alunos
de pós graduação; Treinamento de usuários no
Portal de Periódicos da Capes, COMUT,
Repositório Institucional da UFBA, dentre
outros; Orientação na normalização de
trabalhos acadêmicos.
Tratamento
técnico
da
informação,
empréstimo, consulta e orientação ao usuário
na área de saúde.
Empréstimo; Empréstimo entre bibliotecas;
Renovação; Consulta local;
Reservas; Acesso a Livros Digitais assinados
pela UFBA; Cadastro de sugestões para
compra de livros e periódicos; Visitas
monitoradas; Orientação e Capacitação dos
Usuários para uso do: Sistema bibliográfico;
Pergamum; Portal de Periódicos Eletrônicos da
UFBA; Portal de Periódicos da Capes;
Repositório Institucional UFBA; Bases de
dados de acesso aberto; COMUT (Comutação
Bibliográfica); Normalização de trabalhos
científicos (TCC, Dissertação e Tese);
Referências
bibliográficas;
Ficha
catalográficas.
792
�Fonte: SIBI, (2016).
Com o quadro acima podemos perceber a quantidade de bibliotecas que fazem parte
do sistema SIBI, bem como a variedade de serviços que elas oferecem. Diante disso fica
evidente a importância de um sistema integrado e estruturado para a qualidade do serviço que
é ofertado para a comunidade acadêmica. O sistema apresentado no decorrer desse trabalho é
abrangente e traz maior comodidade para a aquisição de materiais e serviços, tornando-se um
agente incentivador do ensino e pesquisa, já que as bibliotecas trabalham de maneira
integrada proporcionando mais dinamismo e rapidez na aquisição da informação.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho trouxe como um de seus objetivos fazer um detalhamento do
sistema de bibliotecas da UFBA, trazendo um olhar diante de seu funcionamento, bem como
sua utilidade para a comunidade acadêmica. Diante de tal analise pode-se entender que o
presente sistema faz parte de uma rede, na qual os serviços se integram, e permitem que a
informação chegue de maneira mais rápida e precisa ao usuário.
A presente analise permitiu consequentemente o conhecimento de como é importante
atualizar-se diante dos serviços ofertados por uma biblioteca universitária, e que o
treinamento e atualização torna-se constantemente necessário. Todos os serviços apresentados
contribuem para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa, o que nos certifica da relevância
de uma biblioteca universitária atuando dentro de redes e sistemas de informação.
REFERÊNCIAS
DANTAS, Marcos. Sistemas de informação: a evolução dos enfoques. Ciência da
Informação, Brasília, DF, v. 21, n. 3, p. 192-196, 1992. Disponível em:
<http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/431/431>. Acesso em:26/01/2018
JANNUZZI, C. A. S. C.; FALSARELLA, O. M.; SUGAHARA, C. R. Sistema de
informação: um entendimento conceitual para a sua aplicação nas organizações empresariais.
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794
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Redes e sistemas de informação: um olhar sobre o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal da Bahia (SIBI/UFBA).
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Calheira, Fausto José Silva; Silva, Leyde Klebia Rodrigues da
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2018
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O Presente trabalho vem trazer uma análise sobre o sistema de bibliotecas da Universidade federal da Bahia, onde busca-se apontar o contexto histórico do mesmo e seu funcionamento. Com isso o objetivo geral apresentado ao decorrer do texto é demonstrar os serviços que são oferecidos e suas características, em consonância a isso busca-se elucidar a importância do sistema de bibliotecas para a Universidade, e como ela pode contribuir para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa. A justificativa dessa pesquisa é elucidar como as redes e sistemas de informação podem contribuir para o serviço desenvolvido nas bibliotecas universitárias, e que isso pode potencializar os serviços de informação prestados. O fundamento metodológico deste estudo se baseia em uma abordagem qualitativa que se propõe a responder questões particulares inerentes às Ciências Sociais. Partindo de uma pesquisa do tipo descritiva. Como resultado desse trabalho espera-se o entendimento da importância dos serviços do sistema de bibliotecas universitárias e sua importância para comunidade acadêmica.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
LEITURAS NA CORDELTECA DA FACULDADE DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DA UERJ: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
READINGS IN CORDELTECA OF THE UERJ TEACHER TRAINING FACILITY:
CONTRIBUTIONS TO THE TEACHING OF HISTORY
Resumo: Este estudo trata da influência da literatura de cordel nos hábitos de leitura de
alunos das escolas públicas do município de São Gonçalo. Busca-se fazer um resgate
historiográfico das ações realizadas no projeto de extensão Leituras na Cordelteca da
Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Investiga a utilização dos folhetos de cordel como recurso paradidático no ensino de história.
Situa o surgimento da literatura de cordel, com o foco voltado às suas características e
estrutura. Serão expostas questões concernentes à resistência da literatura de cordel até a
contemporaneidade. O gênero Cordel será apresentado como uma boa oportunidade do aluno
de escola pública ter contato com a experiência cultural que emana desta literatura e toda sua
riqueza expressiva, quanto à articulação de várias linguagens - oral, escrita, musical e visual
e quanto aos diversificados temas que a abordam. Torna-se oportuno discutir com a
comunidade acadêmica a resistência desse ramo da literatura popular frente às inovações da
indústria editorial, bem como os caminhos que a tornaram mais rica e diversificada.
Palavras-chave: Cultura popular. Literatura de Cordel. Ensino de história. Escolas públicas.
Abstract: This study deals with the influence of cordel literature on the reading habits of
students from public schools in the municipality of São Gonçalo. It is sought to make a
historiographic rescue of the actions carried out in the extension project Readings in
Cordelteca of the Faculty of Teacher Training of the State University of Rio de Janeiro. It
investigates the use of cordel leaflets as a paradidical resource in the teaching of history. It
situates the emergence of cordel literature, with a focus on its characteristics and structure.
Questions will be raised regarding the resistance of cordel literature to contemporaneity. The
Cordel genre will be presented as a good opportunity for the public school student to have
contact with the cultural experience that emanates from this literature and all its expressive
richness in the articulation of several languages - oral, written, musical and visual and the
diversified themes that approach it. It is opportune to discuss with the academic community
the resistance of this branch of popular literature to the innovations of the publishing industry,
as well as the paths that have made it richer and more diversified.
Keywords: Popular culture. Literature of twine. History teaching. Public schools.
�1. Introdução
A falta de políticas de leitura e acesso à informação, a pobreza e a exclusão social e
digital contribuem para que o Brasil seja um país onde o índice de leitores é extremamente
baixo. Por isso, discutir a relação entre a leitura e sua influência no exercício da cidadania é
algo necessário.
O desenvolvimento das noções de cidadania deve ser iniciado durante a infância e a
adolescência e a leitura tem papel fundamental neste processo porque, entre outras coisas, ela
desenvolve o senso crítico. Nesse sentido, fomentar ações e projetos de leitura para servirem
indistintamente a diferentes interesses e classes sociais deveria ser prioritário em nossas
comunidades. Uma boa proposta é utilizar espaços já existentes, como as bibliotecas, que são
locais onde se acumulam informações e conhecimento.
Nesse sentido, buscar-se-á fazer uma reflexão sobre a literatura de cordel como um
bom instrumento no hábito de leitura e aprendizagem de alunos das escolas públicas
gonçalenses.
carregam em si, uma série de pressupostos excludentes e preconceituosos, oriundos dessa
obsessão por critérios literários, que termina por marginalizar e/ou diminuir essa produção por
não corresponder aos padrões eruditos e canônicos. Porém, podemos constatar que os folhetos
de cordel compõem o complexo repertório social e cultural brasileiro. É possível concebê-los
como um discurso da realidade, como uma prática cultural que pode contribuir para a
elaboração de uma série de representações de um período histórico. Nesse sentido, os poetas
de cordel produzem em meio as suas práticas, versos rimados que tratam de uma realidade e
de um cotidiano, que representam vidas, alegrias, sofrimentos, amor, ódio, riso, fé, cidadania,
cultura, política e história.
2. Revisão de Literatura
A Biblioteconomia por ser uma área interdisciplinar, apresenta um leque de assuntos dos mais simples aos mais complexos, o que proporciona ao pesquisador trabalhar com outras
áreas do conhecimento. Pensar em cordel é deixar fluir as ideias e lançar propostas que
enalteçam as práticas escolares.
Para Vicentini et. al. (2007),
�onde se acumulam contradições, oposições, afirmações, negações, tradições e
inovações. O bibliotecário deve ser um articulador de atividades literárias estimulando
a leitura por meio da exibição de filmes, indicação de livros e textos, organização de
exposições, encontros para o resgate da oralidade e dentre outras atividades motivar
Para a formulação de um novo olhar, não só sobre a história da literatura de cordel,
mas sobre a história literária como um todo; Lemaire (2010) nos incita a uma ruptura
epistemológica radical, que implica na desconstrução do mito de uma literatura única, e no
rompimento de verdades até então inquestionáveis, e de padrões etnocêntricos superiores e
excludentes, ainda vigorantes na sociedade contemporânea. Esse convite é partilhado por
Mendes (2010), que nos expõe a necessidade de repensar conceitos e paradigmas, resignificar
termos, direcionandopalavras e concepções já desgastadas por sentidos modernos e que substituem outros sentidos
historicamente situados. Resgatar o cordel, para ajustar o foco, seria, então, repensar o
discurso acadêmico existente, procurando re-significar termos, tais como, leitor, autor, texto,
escrita e oralidade.
A construção do conhecimento, por meio de um trabalho com o cordel, seja no espaço
da Cordelteca localizada na Biblioteca da FFP/UERJ ou atividades externas nas escolas a
partir da biblioteca, permite uma aprendizagem funcional, pelo fato da literatura se apresentar
no contexto sociocultural como rica fonte de pesquisa linguístico-literária, despertando nas
pessoas um interesse maior no que diz respeito à aquisição de saberes, ainda mais com
orientações de pesquisadores/profissionais que atuam nas áreas da Biblioteconomia,
Educação e História.
Albuquerque (2011) alega a inexistência de consenso entre os teóricos, sobre a origem
da literatura de cordel no Brasil, havendo ainda uma série de desencontros no que se refere às
definições do termo. De acordo com Pinto (2009) uma das teorias mais propagadas e aceitas
é de que a literatura de cordel brasileira seja descendente da literatura de cordel de Portugal.
sua vez reforça valores etnocêntricos, expressos na noção de uma matriz ou texto fonte
superiores. Diégues Júnior foi um dos estudiosos desse campo, e sintetizou essa filiação da
seguinte forma:
-nos com o romanceiro peninsular, e possivelmente começam esses. A presença
da literatura de cordel no Nordeste tem raízes lusitanas; romances a ser divulgados,
entre nós, já no século XVI, ou, no mais tardar, no XVII, trazidos pelos colonos em
�No entanto, Pinto (2009) afirma que esta concepção acaba por reduzir, em maior ou
menor grau, o cordel brasileiro à condição de imitação de um texto tutor. Questionando essa
possível ligação e dependência, Abreu (2006) elenca inúmeras diferenças entre as duas
produções (a brasileira e a portuguesa), através de um estudo bastante atento e bem detalhado,
trazendo a tona abordagens pertinentes que se contrapõem a essa origem e evidenciam a
impossibilidade de vinculação entre essas duas formas literárias.
Podemos dizer que existem diversos tipos de letramento. Assim, podemos falar em
letramentos múltiplos e variados. Cosson (2009) afirma que o letramento literário tem uma
relação diferenciada com a escrita e por consequência, é um tipo de letramento singular.
A escola é a instituição responsável pela alfabetização dos indi
sociedade delega a responsabilidade de prover às novas gerações as habilidades,
conhecimentos, crenças, valores e atitudes, considerados essenciais à formação de todo e
s não basta que os
indivíduos saibam ler, é preciso que eles façam uso dessa habilidade. Daí, o termo letramento
incorporar a leitura/escrita não somente como um saber ler e escrever de caráter instrumental,
mas, como comenta Bezerra (2000), uma forma de agir e interagir nas práticas sociais como
um cidadão atuante na sociedade.
Os alunos, principalmente de escolas públicas, apresentam enormes dificuldades de
leitura possivelmente devido a herança escolar e a falta de hábito de leitura de gêneros
diversos em sala de aula. Muitas pesquisas estão sendo desenvolvidas com o intuito de
despertar nos alunos o gosto pela leitura. Adquirir a capacidade de ler significa, sobretudo, a
condição de compreender um mundo que vai se mostrando cada vez maior e mais
surpreendente. O processo de ensino aprendizagem da leitura é, sem duvida, muito instigante
e desafiador, tanto para o aluno quanto para o professor.
Kleiman (1995), Solé (1996), entre outros estudiosos que atuam com a perspectiva
interacionista de leitura, mostram que o texto, em geral, não pode ser visto como um produto
acabado e sim como um processo, uma proposta de sentido que se acha aberta a várias
alternativas de compreensão, considerando a compreensão de um texto como uma atividade
de interação entre o leitor e o autor por intermédio do próprio texto.
Paulino e Cosson (2009, p.66) falam que o letramento literário se inscreve numa base
comum de sentido entre o mundo e a leitura crítica da sociedade, em que o aluno é dessa
forma capacitado, através do processo de construção de sentidos, a se relacionar com o mundo
�transformação em que os conhecimentos produzidos nos acompanharão por toda a vida, se
p. 67). Para os autores, o letramento literário envolve tanto a leitura quanto a escrita, pois
ambas são parte do mesmo processo de construção de sentidos da literatura.
A leitura é de fundamental importância para aquisição de novos saberes, ajudando na
compreensão da realidade. Seu processo busca subsídios para a formação de leitores, que
sejam capazes de criarem seus próprios significados diante do texto, reconstruído seus
pensamentos através de suas experiências pessoais, o que proporciona a inclusão e melhoria
na sua formação.
Para muitos, a literatura pode ser agradável e prazerosa; já outros não conseguem
enxergar sentido na leitura dos textos literários preferindo assistir televisão, ouvir música,
fazer outras atividades que exija menos esforço na compreensão. Por isso, é preciso repensar
algumas práticas tentando valorizar e explorar o vasto campo de leituras que um texto possui,
buscando estabelecer pontes capazes de fazer com que indivíduos percebam os diferentes
sentidos, frutos da união do contexto de escrita e o contexto do leitor, preparando-o para ser
um leitor perspicaz que sabe buscar, no texto, sua essência tendo em mente que ler significa
interpretar utilizando o conhecimento de outras leituras que já fez. Sendo assim,
[...] o conhecimento e a leitura não são um patrimônio de eleitos, não são a magia de
adivinhos ou bruxos, não são uma experiência particular de poucos; mas algo
socialmente construído, pela informação e pela observação coletiva partilhada.
(AMORIM, 2003, p. 54)
3. Metodologia
Esse estudo tem como propósito analisar as ações desenvolvidas pelo projeto de
ext
-se verificar o impacto dessas ações nos hábitos de leitura
dos alunos e saber se os folhetos de cordel podem contribuir como um recurso paradidático no
ensino da disciplina de história ministrado aos alunos da rede pública do município de São
Gonçalo. Nesse intuito, se propõe:
�-
Analisar o percurso histórico do projeto de extensão Leituras na Cordelteca da FFP.
Apresentando seu início, seus principais desafios e seus desdobramentos nos dias
atuais com vistas a perceber a eficácia de sua aplicação nas escolas atendidas;
-
investigar a utilização dos folhetos de cordel como recurso paradidático no ensino de
história das escolas públicas do ensino médio gonçalense;
-
analisar as exigências colocadas pela indústria editorial no que diz respeito à
publicação das expressões da cultura popular, utilizando como base o estudo da
coleção Ciência em versos de Cordel, escrita pelo patrono da Cordelteca da UERJ
(busca-se saber aqui se essas exigências facilitam ou dificultam a expansão do gênero
cordel nas escolas).
Portanto, nesse estudo, deverá ser feita uma pesquisa bibliográfica a partir de materiais
já publicados em livros, artigos de periódicos, anais de congressos e sites da internet relativo
ao tema Literatura de cordel no ensino de história.
Será feita aplicação de questionários aos bibliotecários, professores, bolsistas e outros
profissionais
medir o grau de envolvimento dos usuários nas práticas dessas atividades e avaliar os
mecanismos de divulgação das ações.
4. Discussão
Do estudante do ensino médio é exigido um repertório maior de leitura e, por isso,
deve-se evitar um mero estudo mecanicista, muitas vezes desprovido de significado para o
jovem, que se depara com uma sequência de conteúdos aleatórios e desconexos.
A leitura ou escrita, quando imposta, seja para cumprimento de um programa
curricular ou uma necessidade corriqueira de informação, torna-se prática desestimulante e
improdutiva. Por muitas vezes se apresenta distante da realidade e das perspectivas de cada
um. Diante desse cenário, direcionou-se esse estudo de forma que pudesse responder a
seguinte indagação: como a literatura de cordel pode contribuir para estimular o hábito da
leitura em alunos de escolas públicas gonçalences? No intuito de alcançar uma resposta para
essa inquietação, almeja-se desenvolver um estudo com base nas atividades realizadas a partir
do projeto de extensão Leituras na Cordelteca da Faculdade de Formação de Professores da
�UERJ, mais precisamente no que se refere ao evento Folheto aberto: cordel em cena123,
atividade realizada semestralmente na Biblioteca.
O cordel atualiza temas vários como: sociedade, história, ciência, religião, filosofia,
diferenças regionais, sociais e culturais, bem como oferece uma tomada de atenção para os
aspectos da variação linguística, o que é confirmado pela constatação de um processo de
identificação que se estabelece pela aproximação do leitor local com o folheto de cordel e a
linguagem utilizada como expressão/interação dos atores envolvidos no processo de leitura.
Dessa maneira, o tema escolhido certifica a valorização de um dos primeiros suportes de
alfabetização da população. As leituras dos folhetos, na maioria das vezes feitas pelo próprio
poeta, chamavam a atenção de quem o escutava e, partir daí, surgia o interesse e a vontade de
se tornar cidadãos alfabetizados.
Através dos folhetos de cordel, os saberes e a cultura são difundidos com mais
facilidade. Isso acontece porque os cordéis possuem estrutura simples e textos de fácil
entendimento. Os escritos contidos nos folhetos tornam as aulas mais dinâmicas, cujos temas
podem ser utilizados em várias disciplinas escolares, como também pode incentivar o
professor no desenvolvimento de atividades como: contação de histórias, peças teatrais,
oficinas de desenho e na didática da aula com a leitura de folhetos sobre o assunto abordado.
A literatura de cordel, esse poderoso veículo de comunicação de massa, tem sido
responsável, durante muitos anos, pela alfabetização de milhares de nordestinos, constituindo,
em muitos casos, o único tipo de leitura a que tinham acesso as populações rurais na primeira
metade do século XX. O principal motivo desse fato é que as sociedades humanas, quando
são iletradas, têm a memória como único recurso para guardar o que considera importante.
Daí a tendência de ordenar toda a espécie de mensagens em forma poética. O ritmo das frases
e a semelhança das partes finais ou iniciais facilitam a memorização. Atualmente, o cordel
tem se expandido para todas as regiões do país e sido utilizado como suporte paradidático nas
escolas.
De acordo com Luyten, na segunda metade do século XX, houve uma das mais
significativas migrações internas de que se tem história:
Até por volta de 1950, mais de 75% da população brasileira morava em regiões
rurais, e 25%, em urbanas. Atualmente, essa cifra inverteu-se e já estamos indo para
os 80% de população urbana. E todos nós conhecemos a miséria e a intranqüilidade
social que isso está causando. Com isso, passamos a ter uma cultura popular mais
voltada para os problemas urbanos, que se torna, em termos sociais e políticos, mais
123 Evento organizado por professores do Departamento de Letras da Faculdade de Formação de Professores da
UERJ, sob a coordenação da professora Maria Isaura Rodrigues Pinto.
�A literatura de cordel é exatamente isso
cultura popular. Os versos estão sempre
relatando acontecimentos, fatos políticos, artísticos, lendários, folclóricos ou pitorescos da
vida como ela realmente é. Sua produção é simples como o povo; não requer tanto "estilísmo"
ou "formalidades"; sua abrangência alcança todas as classes sociais. Assim, o que falta é o
reconhecimento e a valorização. Logo, ao propor atividades com os folhetos de cordel à
comunidade usuária da Cordelteca e às escolas públicas do entorno, estaremos oferecendo um
leque de recursos que irá ajudá-la em várias carências de aprendizagem, como a produção
textual, a leitura, a escrita, a linguagem não verbal (na análise da xilogravura), apreciação
artístico-literária e um universo para a socialização e cidadania.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais enfatizam que a leitura é um processo pelo qual
o leitor constrói o significado do texto, a partir do seu referencial pessoal (seus objetivos; seus
conhecimentos sobre o assunto, o autor e a língua). Não basta apenas decodificar as letras, é
preciso antes compreender o que se lê. Ainda é abordado que:
o trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e,
conseqüentemente, a formação de escritores, pois a possibilidade de produzir textos
eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção da
intertextualidade e fonte de referências modelizadoras. (PCN, 2000, p. 53)
As instituições de ensino têm o compromisso educacional e social de incentivar e
promover ações que visem a formação dos estudantes. Nesse sentido, propõem-se também, a
investigação do uso dos folhetos de cordel no ensino de história. Busca-se encontrar respostas
para as seguintes questões: esse recurso paradidático é utilizado na rede pública de ensino do
município de São Gonçalo? De que maneira o projeto Leituras na Cordelteca da FFP
incentiva essa prática? Analisar os impactos que as atividades realizadas a partir desse projeto
de extensão proporcionam no município de São Gonçalo só vem ratificar que a utilização dos
folhetos de cordel como recurso paradidático assegura excelentes resultados para professores
e alunos que o utilizam em sala de aula.
Considerada um dos elementos de maior comunicabilidade dos meios populares, a
literatura de cordel contempla a necessidade que todo ser humano tem de conhecer suas
origens, o passado, sua história, a cultura e os costumes da sociedade onde vive e de sua
região.
�5. Resultados
Através desse estudo preliminar, constatou-se que o projeto de extensão Leituras na
Cordelteca da FFP/UERJ, aciona mecanismos de operacionalização da leitura e dinamização
do acervo. Para tanto, promove encontros com a poesia de cordel, utilizando práticas
diversificadas de leitura. O trabalho desenvolvido, atuando dentro do encaminhamento lúdico
e intertextual que o próprio gênero cordel suscita, prevê a associação das narrativas dos
folhetos com outras formas de expressão, como a declamação, o desafio, a dramatização, o
teatro, o cinema, dentre outras. Reveste-se, portanto, de uma função integradora de
linguagem, cuja ação multicultural favorece o diálogo acadêmico entre alunos, professores,
funcionários e comunidade externa. Por aí, acredita-se que, entre outros ganhos, são
construídos instigantes caminhos de aproveitamento do potencial literário e histórico dessa
forma de produção.
6. Considerações finas
Como conclusão, percebemos que, ao proporcionar a inclusão da Literatura de Cordel
no ambiente escolar
e a difusão dessa arte literária entre os alunos e comunidade do
município gonçalence, estaremos promovendo um trabalho de ação sócio-cultural que
ultrapassa os limites da área acadêmica, integrando universidade e sociedade na busca pela
cidadania.
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Leituras na cordelteca da Faculdade de Formação de Pofessores da UERJ: contribuições para o ensino de história.
Creator
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Monteiro, Rejane Rosa do Amaral;Miguel, Nadya Maria Deps
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
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UFBA
Date
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Este estudo trata da influência da literatura de cordel nos hábitos de leitura de alunos das escolas públicas do município de São Gonçalo. Busca-se fazer um resgate historiográfico das ações realizadas no projeto de extensão Leituras na Cordelteca da Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Investiga a utilização dos folhetos de cordel como recurso paradidático no ensino de história. Situa o surgimento da literatura de cordel, com o foco voltado às suas características e estrutura. Serão expostas questões concernentes à resistência da literatura de cordel até a contemporaneidade. O gênero Cordel será apresentado como uma boa oportunidade do aluno de escola pública ter contato com a experiência cultural que emana desta literatura e toda sua riqueza expressiva, quanto à articulação de várias linguagens - oral, escrita, musical e visual e quanto aos diversificados temas que a abordam. Torna-se oportuno discutir com a comunidade acadêmica a resistência desse ramo da literatura popular frente às inovações da indústria editorial, bem como os caminhos que a tornaram mais rica e diversificada
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A language of the resource
pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5755/SNBU2018_157.pdf
a61696c855c0d254f0987c0adb06d5d9
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
DIGITALIZAÇÃO E TRATAMENTO TÉCNICO DE ACERVO FOTOGRÁFICO:
RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL DA
EESC/USP
DIGITALIZATION AND TECHNICAL TREATMENT OF PHOTOGRAPHIC COLLECTION:
RETRIEVAL AND PRESERVATION OF THE INSTITUCTIONAL MEMORY OF EESC/USP
Resumo: A Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo
tem, dentre outras atividades, a preocupação com o resgate e a preservação da memória
institucional. A tarefa de reunir, gerir e garantir o acesso aos documentos históricos da Escola
teve i
acervo fotográfico da Escola de Engenharia de São Carlos
possível executar a digitalização e a inserção da coleção de fotografias no Repositório
Institucional. A metodologia adotada no projeto incluiu a digitalização da coleção de 447
fotografias impressas, execução da representação descritiva e temática com base nos
metadados Dublin Core para posterior incorporação no referido Repositório e registro no
Banco de Dados Bibliográfico da Universidade, o Dedalus. O acervo fotográfico impresso
recebeu tratamento técnico, limpeza e acondicionamento adequado e passou a compor o
acervo da Biblioteca. A expectativa é dar continuidade ao projeto integrando as atividades a
rotina da Biblioteca para reunir, em um único acervo histórico, o maior número de fotografias
produzidas no decorrer dos 65 anos de funcionamento da Escola. Para tanto está em
andamento também a migração de registros fotográficos digitais produzidos pela Assessoria
de Comunicação e pelo Centro de Tecnologia Educacional para Engenharia para curadoria da
Biblioteca.
Palavras-chave: Coleção Fotográfica. História - Escola de Engenharia de São Carlos
Universidade de São Paulo. Repositório Institucional. Digitalização de fotografias.
Abstract: The Library of the São Carlos School of Engineering of the University of São
Paulo has, among other activities, a concern for the rescue and preservation of institutional
memory. The task of collecting, managing and guaranteeing access to the historical
documents of the School began in 2011 and in 2017, through the project "Digitalization and
Technical Processing of the Photographic Collection of the School of Engineering of São
Carlos - Institutional Memory", it was possible to perform the digitization and the insertion of
the collection of photographs in the Institutional Repository. The methodology adopted in the
project included the digitization of the collection of 447 printed photographs, execution of the
�descriptive and thematic representation based on the Dublin Core metadata for later
incorporation in the said Repository and registration in the of the University´s Bibliographic
Database - Dedalus. The photographic collection printed received technical treatment,
cleaning and adequate packaging and began to compose the collection of the Library. The
expectation is to continue the project integrating into the routine of the Library to gather in a
single historical collection the largest number of photographs produced during the 65 years of
operation of the School. To this end, the migration of digital photographic records produced
by Office of Communication and the Center for Educational Technology for Engineering for
custody of the Library are in progress.
Keywords: Photographic Collection. History- São Carlos School of Engineering - University
of São Paulo. Institutional Repository. Digitalization photos.
1. Introdução
A Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo (EESC/USP)
teve sua aula inaugural em abril de 1953. Nesse ano de 2018, portanto, completa 65 anos de
atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Ao longo de sua trajetória já formou 10.741 engenheiros aeronáuticos, ambientais,
civis, de computação, elétricos/eletrônicos, de materiais e manufatura, mecânicos,
mecatrônicos e de produção, bem como conferiu 6.880 títulos de mestrado e de doutorado.
Também ofereceu capacitação por meio de cursos de especialização e de curta duração. Mais
recentemente foi criado um Programa de Pós-Graduação em Rede Nacional para o Ensino das
Ciências Ambientais, em conjunto com as Universidades Federal do Paraná (UFPR), Federal
de Pernambuco (UFPE), Federal de Sergipe (UFSE), Federal do Amazonas (UFAM), Federal
do Pará (UFPA), Estadual de Maringá (UEM), Estadual de Feira de Santana (UEFS) e de
Brasília (UnB).
Com o fortalecimento das áreas do conhecimento, alguns departamentos foram
desmembrados para a criação de outros Institutos do Campus, como o Instituto de Ciências
Matemática e de Computação (ICMC), o Instituto de Física e Química de São Carlos (IFQSC)
e o Instituto de Arquitetura e Urbanismo (IAU).
Nesse percurso foram feitos registros documentais, com destaque para a fotografia.
Mais recentemente, em formato digital, essas fotos contam, de maneira mais informal, a
história da Escola. E para garantir o registro e a preservação adequada desse tipo de
documento, está em andamento o trabalho de digitalização e tratamento técnico aqui
apresentado. Essa ação vem corroborar ações anteriores de resgate histórico, iniciadas pela
Diretoria da Escola e pela Biblioteca em conjunto com a STI
antigo CPD Centro de Processamento de Dados.
Seção Técnica de Informática,
�A importância do registro fotográfico envolve seu caráter histórico, político e cultural além
de ser um meio de comunicação responsável por relatar os fatos que marcaram época e foram
relevantes para uma instituição.
Segundo Calaça e Huber (2009, p.1) a fotografia como um "artifício de preservação da
memória histórica" representa a identidade de um grupo ou do próprio indivíduo e constitui-se como
uma das formas mais eficientes de retomar as lembranças e preservar essa identidade.
Enquanto fonte histórica, a fotografia é um documento que pode compor projetos como a
publicação de livros, memoriais e trabalhos de levantamento histórico em diferentes contextos
socioeconômicos e políticos. Trabalhar com uma coleção de fotografias para assegurar a preservação
da memória institucional abrange também outras questões como a finalidade e a missão da própria
instituição. (CALAÇA; HUBER, 2009)
O trabalho de Albuquerque e Klein (1987, p.297) apresenta a relevância do Projeto
Iconográfico da Casa de Oswaldo Cruz, que tratou a fotografia como "fonte histórica e como registro
referencial, para pesquisas no campo das ciências biológicas, sociais, políticas e da saúde pública,
além de contribuir para enriquecer abordagens sobre arquitetura do início do século, mentalidade,
cultura, etc (... )".
Simionato (2017, p.533) explica que "a fotografia retrata características e fragmenta
momentos, por essa razão, o documento fotográfico é considerado por seu valor histórico e por seus
elementos próprios de realidade direta que são transmitidos por sua sintaxe visual". A autora explica
que a fotografia documental é responsável por acrescentar "diferentes análises da história [ ... ]
revoluciona a memória, multiplicando-a e democratizando-a, dando uma precisão e uma verdade
que permitem guardar a memória do tempo e da evolução da sociedade". Associado à questão do
resgate histórico, o tratamento documental de fotografias deve assegurar a qualidade da descrição
representativa e temática individualmente ou reunidos em álbuns ou plataformas da web.
Segundo o Centro de Pesquisas Genealógicas (2013, p.8) "a evolução da fotografia permite
inferir a relevância da imagem como fonte de informação, a partir do momento em que ela é
registrada e contextualizada". Assim, a preservação dos registros fotográficos é de fundamental
importância para relatar a evolução de uma instituição. Para Simionato et aI. (2017, p.7), a fotografia
utilizada como comprovação e perpetuação da herança cultural tem valor comprovado em arquivos
institucionais como de jornais, revistas, instituições públicas e privadas.
Segundo Alves e Valério (1998, p.5) "A Biblioteca é, originalmente, a casa do livro", mas com
o desenvolvimento tecnológico e o crescente processo de "aprofundamento" das pesquisas com
relação às imagens, deve-se repensar o tratamento da informação, preservação e divulgação dessas
imagens. Cabe a Biblioteca reunir essa coleção, tratar e facilitar o acesso, concentrando-se nas
759
�3. Relato da experiência
�para realização desse trabalho inicial foi muito grande e o projeto atingiu parcialmente os seus
objetivos, como pode ser verificado no relatório final (ALVES, 2012).
Em 2015, a Biblioteca desenvolveu um novo projeto em conjunto com a Seção Técnica de
Informática (STI/EESq, a Comissão de Qualidade e produtividade e o Departamento de Engenharia
de Produção da Escola para resgatar a memória do Centro de Processamento de Dados (CPD) que,
em 2017, completou 50 anos.
Esse trabalho teve como foco o resgate fotográfico do CPD e a gravação de entrevistas com
funcionários e docentes na ativa ou aposentados, que exerceram atividades profissionais junto
àquele Centro. (SILVA, et ai. 2016).
Como produto final desse projeto foi lançado um selo comemorativo junto ao Correios
(figura 1) e um documentário em vídeo com as entrevistas e fotos históricas relacionadas à
construção, instalações, equipamentos e funcionários do CPD. Isso se deu em um evento organizado
e co-patrocinado pela IBM Brasil, fornecedora do primeiro computador do CPD para uso dos
professores e pesquisadores para apoio ao desenvolvimento de pesquisas e produção científica,
didático-pedagógica e de atividades de extensão 119 • Ressalta-se que, conforme Silva et ai. (2016), o
Centro foi responsável, durante algum tempo, pelo processamento de dados da Prefeitura Municipal
e Empresas da cidade de São Carlos.
Dando prosseguimento a essas ações, dois novos projetos foram aprovados no âmbito do 1º
Edital USP/FUSP/SANTANDER - Fomento às Iniciativas de Cultura e Extensão. Um deles coordenado
pela STI/EESC visa à publicação de um e-book com a transcrição das entrevistas que constam do
referido documentário (SILVA et aI., 2016). O segundo, coordenado pela Biblioteca, intitulado
"Digitalização e Tratamento técnico do acervo fotográfico da EESC - memória institucional" tem
como objetivo de realizar o tratamento técnico e de representação descritiva e temática de
fotografias, a formação da coleção do material fotográfico impresso na sala "Memorial EESC" e do
material digitalizado no RI. Destacam-se nesse trabalho os procedimentos metodológicos com vistas
ao compartilhamento dos critérios adotados para tratamento técnico da coleção e da experiência
como um todo.
119
http://www.eesc.usp.br/eesc/administracao/biblioteca/pub/semana_sti2017/index.php
761
�A Biblioteca executou o projeto no período de 01 de agosto de 2017 a 2 de janeiro de
2018, elaborou o relatório final e fez a prestação de contas junto a Fundação USP, responsável
pela distribuição dos recursos e gerenciamento dos investimentos.
Para organização da equipe e definição das fases do projeto foi realizado um
benchmarking junto às Unidades da USP para identificar as melhores práticas. Assim o
trabalho contou com 3 etapas de execução:
Etapa 1 - Elaboração do projeto executivo, constituída de 5 fases:
Fase 1: Análise das fotos recebidas da Diretoria da EESC e da STI/EESC para compor
a coleção na Biblioteca. As fotos estavam soltas em pastas e envelopes sem descrição
ou identificação. Foi realizada uma triagem para registro das dimensões e quantidades
de fotos, para posterior definição e organização da coleção;
Fase 2: Descrição dos requisitos e atividades previstas para inclusão na carta convite
para envio às empresas prestadores de serviço, especializadas na área;
Fase 3: Elaboração da planilha orçamentária com os custos relativos à compra de
material de conservação e armazenamento (cola, caixa álbum, folhas display, papel
kraft e glassine);
Fase 4: Envio das planilhas para a Fundação USP para verificação e aprovação;
Fase 5: Recebimento do material de conservação e validação do contrato de prestação
de serviço com a empresa selecionada. Ressalta-se aqui a participação da InfoJr,
empresa júnior do curso de Biblioteconomia e Ciência da Informação da Universidade
Federal de São Carlos
UFSCar.
�Etapa 2 - Execução do projeto e rotina de trabalho, constituída de 6 fases:
Fase 1: Alinhamento entre as demandas do projeto e as condições de atuação da
InfoJr. Nessa fase foram realizadas reuniões com a equipe da Biblioteca e da Empresa
para definição do cronograma de atividades, apresentação e treinamento no
equipamento de digitalização120;
Fase 2: Distribuição das tarefas entre a equipe da Biblioteca e a InfoJr para a execução
das atividades. Definiu-se que todo trabalho executado pela Empresa seria validado
pela equipe da Biblioteca sob os aspectos da qualidade, objetividade e padrões
técnicos adotados na representação descritiva e temática da coleção;
Fase 3: Higienização e execução de pequenos reparos nas fotografias;
Fase 4: Digitalização de 447 fotografias impressas;
Fase 5: Definição do formulário para representação descritiva com base no padrão de
metadados do DSpace121 utilizado no RI e indicação de nomes de funcionários e
professores do Campus, para identificação dos elementos nas fotografias (construções,
pessoas, objetos, datas, dentre outros);
Fase 6: Inclusão dos metadados no RI.
Etapa 3: Armazenagem e validação do trabalho, constituída de 3 fases:
Fase 1: Organização das fotografias de acordo com a década e temática identificada
durante as entrevistas e descritas no formulário de metadados; disposição das fotos em
folhas display acondicionadas em caixa-álbuns.
Fase 2: Validação dos dados inseridos no RI pela equipe da Biblioteca conforme
previsto na Etapa 1, Fase 2;
Fase 3: Validação final do trabalho mediante relatório apresentado pela InfoJr.
5. Resultados
A coleção com 447 fotografias impressas está à disposição para consulta na sala
o
em caixa-álbuns, em papel glassine e kraft de PH neutro. As 6 fotos que
Equipamento Atiz, fornecido em comodato pelo Departamento Técnico do Sistema Integrado de Bibliotecas
da USP (DT/SIBi) que utiliza a plataforma BookDrive Mini equipado com berço em acrílico, conjunto de
iluminação em LED, duas câmeras Canon EOS5D - Mark III e um computador com drivers e softwares
instalados.
Software de código fonte aberto que fornece facilidades para o gerenciamento de acervo digital, utilizado
para implementação de repositórios institucionais.
�apresentam dimensões maiores que uma folha A3 (297 x 420mm) serão digitalizadas
externamente e acondicionadas em álbum especial.
A digitalização das fotos foi feita nos formatos TIFF e JPEG pela empresa InfoJr nas
dependências da Biblioteca, que pode acessar e manipular os arquivos digitais a partir do
acesso remoto ao disco virtual da conta Google institucional. Desta forma, o trabalho entre os
membros da equipe foi executado em diferentes momentos, conforme disponibilidade de cada
um. Isso foi fundamental para cumprir o prazo determinado para a execução do projeto.
Para a coleta dos dados, em especial para a identificação das fotos (pessoas, locais,
data) a Biblioteca forneceu à InfoJr uma lista de possíveis colaboradores. Com isso foi
possível realizar 13 entrevistas com funcionários e professores mais antigos da
Unidade/Campus.
A título de ilustração, são apresentadas algumas fotografias digitalizadas:
Figura 2: Fotos históricas digitalizadas
Fonte: Escola de Engenharia de São Carlos (2017)
A descrição dos metadados no formato Dublin Core foi feita com base na planilha
(fotos, vídeos e áudio). Os campos, subcampos e picklists122 descritos obrigatoriamente
foram: acessibilidade do original (Picklist 4), assunto, autor, autor institucional, classificação
Lista de seleção no DSpace
�e localização de armazenamento, cor (Picklist 5), data de publicação, dimensão física, estado
físico do original, local de publicação, notas, série, suporte original do documento (Picklist 6),
título e URL. Os demais campos, como por exemplo, data de produção e autor (fotógrafo) são
opcionais e foram preenchidos seguindo as regras de catalogação do Marc 21 e do AACR2.
Figura 2: Interface do Repositório da EESC
Fonte: Escola de Engenharia de São Carlos (2017)
Os indicadores de acompanhamento definidos na primeira etapa do projeto foram os
seguintes: a) número de fotografias digitalizadas/tratadas; b) número de fotografias digitais
inseridas no RI; c) número de fotografias devidamente acondicionadas. Mas no decorrer dos
trabalhos, um novo indicador foi considerado relevante: identificação das fotografias (datas,
locais, pessoas). Esses indicadores estão identificados e quantificados no quadro 1:
Quadro 1: Indicadores de acompanhamento da execução do projeto(*)
Indicador
Digitalização
Previsão
441 fotografias
Realização
98,8%
Inserção no RI
441 fotografias
98,8%
Acondicionamento
441 fotografias
18,12%
Identificação
447 fotografias
100%
(*) dados coletados dia 09 de janeiro de 2018.
Observação
Faltam 6 fotografias com dimensões
maiores que uma folha A3 (297 x 420mm)
Faltam 6 fotografias com dimensões
maiores que uma folha A3 (297 x 420mm)
Atividade em andamento e executada pela
equipe da Biblioteca
Atividade contínua visando a
complementação dos metadados
�Ressalta-se que durante a execução das entrevistas, os envolvidos não conseguiram
reconhecer todos os elementos das fotos mais antigas. A InfoJr solicitou então, ajuda da
equipe da Biblioteca, que indicou uma lista de publicações que retratam a história da Escola
para subsidiar o levantamento dos dados.
O investimento no projeto foi de R$ 9.915,64 (nove mil e novecentos e quinze reais e
sessenta e quatro centavos) foi destinado ao pagamento da empresa prestadora de serviço, a
compra de material de consumo para conservação e para o acondicionamento das fotografias.
6. Considerações finais
O resgate da memória fotográfica da Escola não se encerra com esse projeto. Ao
contrário, transforma-se em processo. O trabalho de identificação, fundamental para a efetiva
preservação da memória da Escola é uma ação de curto, médio e longo prazo.
Associadas a estas 447 fotografias iniciais em tratamento, foram identificadas outras,
especialmente em formato digital, armazenadas em computadores do Centro de Tecnologia
Educacional para Engenharia
CETEPE que dentre as suas atribuições, está o registro
fotográfico de eventos comemorativos e/ou científicos da Escola. Essa coleção, composta de
mais de 40 mil fotos já foram armazenadas no servidor da Escola (blade servers), sob
responsabilidade da STI e deverão receber da Biblioteca o tratamento técnico que envolve a
representação temática e descritiva para posterior inserção no acervo do Repositório
Institucional.
Outra ação prevista pela Biblioteca é a solicitação de acesso e uso das fotografias
digitais gerenciadas pela Assessoria de Comunicação da Escola, que desde 2011 tem realizado
também os registros fotográficos das atividades técnicas e científicas da Escola.
A Biblioteca pretende ainda construir uma rede solidária entre os membros da
comunidade acadêmica e externa para ajudar no processo de identificação e recuperação das
fotografias da Escola. Nesse sentido, será necessário estudar a implementação de novas
funcionalidades no Repositório Institucional para facilitar a interação dos usuários para
colaborativamente preservar a história da Escola de Engenharia de São Carlos.
�Referencias
ALBUQUERQUE, M; B. M.; KLEIN, L. E. Pensando a fotografia como fonte histórica. Cad.
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<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102311X1987000300008&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 21 Mar. 2017.
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ALVES, M.C.; VALERIO, S.A. Manual para indexação de documentos fotográficos. Rio
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CALAÇA, M. C.; HUBER, E. R. Fotografia - Instrumento de registro e alguns efeitos de
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�SIMIONATO, A.C. et al. Álbuns fotográficos digitais: organização, representação e
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SIMIONATO, A.C. Métodos de análise de assunto em fotografias: estudo no âmbito do
ensino da representação da informação. Inf. Inf., Londrina, v. 22, n. 2, p. 532 545,
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http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/31502. Acesso em: 12 dez.
2017.
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Escola de Engenharia de São Carlos. Comemoração
do quinquagenário da criação do Centro de Processamento de Dados [Selo postal]. São
Carlos: Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Digitalização e tratamento técnico de acervo fotográfico: recuperação e preservação da memória institucional da EESC/USP.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Araujo, Elenise Maria de; Silva, Eduardo Graziosi; Coletta,Teresinha das Graças
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Biblioteca da Escola de Engenharia de São Carlos, da Universidade de São Paulo tem, dentre outras atividades, a preocupação com o resgate e a preservação da memória institucional. A tarefa de reunir, gerir e garantir o acesso aos documentos históricos da Escola teve início em 2011 e, em 2017, por meio do projeto ―Digitalização e Tratamento técnico do acervo fotográfico da Escola de Engenharia de São Carlos – memória institucional‖ foi possível executar a digitalização e a inserção da coleção de fotografias no Repositório Institucional. A metodologia adotada no projeto incluiu a digitalização da coleção de 447 fotografias impressas, execução da representação descritiva e temática com base nos metadados Dublin Core para posterior incorporação no referido Repositório e registro no Banco de Dados Bibliográfico da Universidade, o Dedalus. O acervo fotográfico impresso recebeu tratamento técnico, limpeza e acondicionamento adequado e passou a compor o acervo da Biblioteca. A expectativa é dar continuidade ao projeto integrando as atividades a rotina da Biblioteca para reunir, em um único acervo histórico, o maior número de fotografias produzidas no decorrer dos 65 anos de funcionamento da Escola. Para tanto está em andamento também a migração de registros fotográficos digitais produzidos pela Assessoria de Comunicação e pelo Centro de Tecnologia Educacional para Engenharia para curadoria da Biblioteca.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5753/SNBU2018_156.pdf
4a3782e0f5156737022736ef4001c8d8
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
BIBLIOTECAS EM REDE: ANÁLISE DE FANPAGES DE BIBLIOTECAS DE
UNIVERSIDADES FEDERAIS DO CENTRO-OESTE
LIBRARIES IN NETS: EVALUATION OF BRAZILIAN MIDWEST FEDERAL UNIVERSITIES
ACADEMIC LIB
Resumo: Avalia páginas no Facebook de bibliotecas de universidades federais do CentroOeste, analisando a existência de redes de páginas, a participação de usuários e outros
elementos. Parte-se da premissa que tanto a comunicação das bibliotecas universitárias como
sua oferta de serviços são beneficiados pela utilização de redes sociais de internet, como o
Facebook. Para tanto, realiza pesquisa básica, com abordagem quanti-qualitativa, descritiva e
exploratória. Os métodos digitais Netvizz e Crowdtangle foram usados para a coleta de dados,
que se deu em 19 de janeiro de 2018. Os resultados apontam disparidades entre as fanpages
de bibliotecas das universidades federais do Centro-Oeste, seja em relação a pontos positivos
como desafios a serem enfrentados. Sugere-se, ainda, a criação de mecanismos que permitam
o compartilhamento de experiências entre os gestores de páginas de bibliotecas universitárias.
Conclui-se que são necessárias políticas específicas para a gestão das fanpages, bem como a
oferta de formação aos administradores das páginas.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Comunicação organizacional. Facebook.
Abstract:
es,
networks of pages, how users are engaged by pages etc. We understand that the
communication of academic libraries and the services they offer are benefit from the
utilization of social media, especially Facebook. In order to do that, we promoted a basic
research, from a quantitative-qualitative, descriptive and exploratory approach. Netvizz and
Crowdtangle, digital methods, allowed the extraction of data, in January 19, 2018. Results
prominent challenges. It is suggested the creation of tools which allows exchange of
knowledge and experiences between personnel which manage fanpages of academic libraries.
Finally, there is a need for specific policies to Facebook pages management and for academic
formation to their managers.
Keywords: Academic library. Organizational communication. Facebook.
�1 INTRODUÇÃO
Os espaços reticulares do ciberespaço redesenham a interação social, a manifestação
política e artística, bem como reorganizam a oferta de produtos e serviços. (SANTAELLA,
2016). Neste contexto, a presença das bibliotecas universitárias nas redes sociais de internet é
cada vez maior, já que seus usuários ali estão. Em suas páginas e perfis, estas instituições
ampliam sua oferta de produtos e serviços, o que envolve alguns desafios e oportunidades.
Dentre os desafios, destaca-se a necessidade de uma presença efetiva nestas redes,
engajando usuários e produzindo conteúdo específico para cada uma delas. Deve-se
considerar, ainda, que embora é importante estar no mesmo espaço que os usuários, nem toda
plataforma é adequada para uma biblioteca. Há, ainda, os desafios relacionados a políticas de
uso destas mídias, a oferta de recursos necessários e a metrificação do impacto destas
ferramentas (CHATTEN; ROUGHLEY, 2016).
Não se pode olvidar, ainda, os desafios relacionados à formação das equipes gestoras,
que devem ter conhecimentos específicos para administrar estas plataformas. As bibliotecas
universitárias, especialmente em instituições públicas, enfrentam déficit de servidores. Seus
quadros, muitas vezes, não envolvem profissionais da comunicação. Assim, a inserção de uma
biblioteca nas redes sociais de internet implica em ampliação da carga horária destes
profissionais, a necessidade de formação e questões relacionadas.
Outro desafio está relacionado ao acesso. No Brasil, o acesso à internet só é possível
para 54% da população e está relacionado à classe econômica - enquanto 97% dos domicílios
da classe A já possuem acesso, apenas 16% dos lares das classes D e E têm internet
e
escolaridade (PESQUISA..., 2016). Entre a população que acessa a rede, a maioria o faz por
meio do celular
72%, segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2016 (BRASIL, 2016). Já a
TIC Domicílios aponta que 93% dos usuários da internet se conectaram à rede pelo celular.
(PESQUISA..., 2016).
Apesar da divisão digital, há uma parcela significativa de brasileiros que são usuários
da internet e das redes sociais. Estes possuem demandas específicas, que devem ser atendidas.
Em um país em que faltam bibliotecas públicas, as bibliotecas universitárias têm papel de
destaque, preenchendo, parcialmente, uma lacuna na oferta destas instituições. Neste sentido,
sua presença nas redes sociais
universidade
e, também, em outros espaços virtuais e atuais além
é importante e deve compreender, também, ações para aprimorar a inclusão e o
acesso à cultura digital.
Entre as oportunidades, está a ampliação da oferta de serviços por parte da biblioteca.
Tella e Oyedokun (2014), por sua vez, destacam que a introdução das redes sociais alterou
�significativamente os serviços de referência, que passam a ser oferecidos também nestas
plataformas. Há, ainda, a possibilidade de realizar uma curadoria de conteúdos importantes
para o usuário (CHATTEN; ROUGHLEY, 2016), acesso ao catálogo pelo Facebook (SILVA;
RUFINO, 2016), dentre outras funcionalidades.
A partir deste contexto, este artigo avalia a presença no Facebook de bibliotecas de
universidades federais da região Centro-Oeste brasileira, a partir da página destas instituições.
São avaliadas a rede de páginas curtidas, a participação de usuários, dentre outros elementos.
2 EXPERIÊNCIAS E SERVIÇOS
Em pesquisa que avalia a percepção de bibliotecários do estado nigeriano de Oyo
sobre o uso do Facebook e do Twitter para divulgar as instituições que trabalham, Fasola
(2015) observou que há relação entre o tipo de biblioteca e o uso destas redes. Há uma maior
percepção da importância deste uso entre bibliotecas universitárias e bibliotecas especiais.
Chatten e Roughley (2016), por sua vez, relatam que as bibliotecas universitárias têm
utilizado as mídias sociais com diferentes usos e de diversas maneiras.
Em relação ao serviço de referência, diversos autores discutem sua implantação nas
páginas de Facebook de bibliotecas universitárias. Não se pode esquecer, contudo, que o
serviço de referência virtual
oferece um ponto de acesso único em linha que o usuário pode identificar
imediatamente, ao qual ele apresenta uma solicitação, entregue aos cuidados de
profissionais qualificados, solicitação esta que enseja uma resposta rápida, pertinente
e de qualidade. (ACCART, 2012, p. 181).
Nas redes sociais, a celeridade da resposta é essencial e uma página pouco monitorada
perde seguidores rapidamente (CHATTEN; ROUGHLEY, 2016). Além disto, é preciso
garantir a oferta de informações de qualidade a solicitações apresentadas pelo usuário. Não se
deve confundir, então, o serviço de referência com a divulgação de informações sobre a
biblioteca no site: certamente, a disseminação também envolve o setor de referência, mas nem
sempre é resposta à pergunta de um usuário. Assim, quando se fala em serviço de referência
por meio do Facebook, é preciso considerar que as demandas dos usuários serão atendidas.
Tella e Oyedokun (2014) avaliam o serviço de referência on-line oferecido por
bibliotecas universitárias nigerianas por meio das redes sociais. O estudo aponta que, embora
muitos usuários sabiam da presença destas instituições nas redes sociais, poucos estavam
cientes da existência do serviço de referência realizado nestas plataformas. Naquele contexto,
�a desigualdade de acesso à computadores e internet, aliada ao desconhecimento dos usuários
da oferta destes serviços, resultaram na pouca eficiência do serviço de referência virtual.
Chatten e Roughley (2016) apontam desafios enfrentados pela University of
Liverpool Library em sua inserção nas redes sociais. Naquele contexto, existiam recursos
humanos limitados para a gestão destes perfis, bem como não se compreendia a abordagem
mais adequada. A biblioteca decidiu replicar suas postagens do Twitter no Facebook,
envolver-se minimamente com os usuários e abordar, fora das redes sociais, comentários
recebidos nestas plataformas. Adotou-se, no Twitter, a publicação de textos curtos e factuais,
feed monótomo no Twitter e
nenhuma identidade individual no Faceboo
117
).
Esta situação se transforma a partir de orientações da nova chefia de assuntos
acadêmicos, quando se adota uma abordagem mais personalizada da biblioteca. A proposta
envolvia dar personalidade e caráter à instituição, de forma que fosse reconhecida pelos
usuários. Cabe destacar, ainda, a existência de uma política de mídias sociais na University of
Liverpool, adotada pela biblioteca. A equipe de mídias sociais é composta por onze pessoas,
de diversas áreas da biblioteca. Geralmente, são funcionários dos departamentos de serviços
ao usuário, de assuntos acadêmicos, de coleções especiais e de recursos eletrônicos. São
realizadas reuniões, a cada duas semanas, a fim de avaliar o trabalho realizado. (CHATTEN;
ROUGHLEY, 2016).
No Brasil, várias pesquisas discutem o uso do Facebook por bibliotecas universitárias,
apresentando os serviços oferecidos na plataforma. Destaca-se, aqui, Satur et al. (2016), que
realizaram a avaliação da oferta de serviços on-line oferecidos por bibliotecas de
universidades federais nordestinas; e Azevedo et al. (2017), que relatam o uso do Facebook
pelas bibliotecas do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Alagoas.
No contexto brasileiro, há de se levar em conta ainda o que define a Lei de Acesso a
Informação (lei 12.527 / 2011). A norma, que no serviço público federal, é regulamentada
pelo Decreto nº 7.724, de 2012, estabelece práticas de transparência ativa no site de
instituições ligadas ao governo federal. Por que não ampliar a oferta destas informações
também pelo Facebook? Embora as universidades possuam seus próprios Sistemas de
Informação ao Cidadão (SIC), a própria biblioteca poderia utilizar seu Facebook como espaço
de atendimento a estas demandas, dentro das premissas de um serviço de referência em
sentido lato.
117
individual identity
�3 DESAFIOS DA COMUNICAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Diante do desafio de manter as páginas sempre atualizadas (FASOLA, 2015;
CHATTEN; ROUGHLEY, 2016), mesmo diante de equipes reduzidas e, muitas vezes, sem
um profissional específico de comunicação, como devem se organizar as bibliotecas? Chatten
e Roughley (2016) sugerem que a equipe que faz a gestão destas redes seja composta por um
grupo amplo, de modo a envolver pessoal de todos os serviços oferecidos pela instituição.
Fasola (2015), por sua vez, orienta designar um bibliotecário para a biblioteca virtual,
responsável pela atualização dos perfis e páginas da instituição. Nos casos em que isto não
seja possível, em função de recursos financeiros, ele sugere reduzir a carga horária de alguns
bibliotecários, para que estes realizem atualização on-line. Em qualquer um dos casos, devese considerar que uma efetiva comunicação organizacional procura atender as necessidades
dos públicos, buscando o alinhamento com as demandas da instituição.
Kunsch (2013) aponta que a comunicação organizacional envolve a comunicação
institucional, a comunicação mercadológica, a comunicação interna e a comunicação
administrativa. Nem todas instâncias envolvem, necessariamente, a atuação da biblioteca
universitária, mas devem ser consideradas. O mix de comunicação integrada considera a
comunicação
organizacional
um
composto
feito
pela
comunicação
institucional,
mercadológica e administrativa.
A face institucional envolve relações públicas, marketing cultural, jornalismo e
assessoria de imprensa, a identidade corporativa e a propaganda institucional. Por sua vez, a
comunicação mercadológica compreende o marketing, a propaganda, merchandising, entre
outras áreas. Por fim, a comunicação interna relaciona-se à administração
administrativa
comunicação
dos fluxos de comunicação na organização, redes formais e informais, bem
como veículos internos. (KUNSCH, 2003).
Dentro das bibliotecas universitárias, a comunicação institucional é extremamente
importante. A comunicação interna, por sua vez, tem sua complexidade potencializada de
acordo com o tamanho da equipe de cada instituição e as relações que ela tem. No entanto,
nos contextos de cortes de financiamento é cada vez maior adesão ao Modo III de ciência
tríplice hélice -, a comunicação mercadológica parece ganhar importância nas bibliotecas.
Agora é necessário garantir, também, o apoio de instituições externas para a manutenção
destes espaços.
Neste contexto, ressalta-se a importância de compreender as reações dos usuários.
Considerando a comunicação mercadológica de empresas, Fortes comenta que
�Quando a empresa pretende crescer, incrementando as suas vendas por meio de
inovações, as suas estratégias não se restringem ao arranjo ou desenvolvimento de
programas, porém se baseiam nas reações de distribuidores e consumidores dos seus
produtos antigos ou novos (FORTES, 2003, p. 16).
Assim, é preciso que a comunicação das bibliotecas adote os princípios das relações
s componentes do cenário estratégico de atuação das
estabelecimento do processo de
p. 21). Em todas as ações de comunicação, é preciso considerar processos que fortaleçam a
identidade, a imagem e a reputação das bibliotecas universitárias (KUNSCH, 2003). Neste
sentido, deve-se elencar, também, os conhecimentos da inteligência competitiva.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A fim de proceder a avaliação da presença de bibliotecas de universidades federais do
Centro-Oeste no Facebook, realiza-se uma pesquisa básica, com abordagem quantiqualitativa, descritiva e exploratória. Dentre as ferramentas de coleta e análise, destacam-se
alguns métodos digitais, como o Netvizz (RIEDER, 2013) e Crowdtangle (BOUNEGRU et
al., 2017). Considera-se, nesta pesquisa, páginas do Facebook mantidas por sistemas de
bibliotecas destas instituições de ensino.
A coleta dos dados foi realizada em 19 de janeiro de 2018, a partir do Netvizz,
aplicação on-line integrada ao Facebook que permite a extração de dados de postagens
realizadas em grupos e, também, páginas daquela rede social. Foram consideradas páginas de
sistemas de bibliotecas ou bibliotecas centrais das universidades federais do Centro-Oeste118.
Foi realizada consulta no site destas instituições, a fim de identificar o link para as fanpages.
No entanto, este método só permitiu encontrar a página do Facebook da Biblioteca Central da
Universidade de Brasília (BCE / UnB).
A partir de então, foi realizada busca na interface de pesquisa do Facebook, a fim de
encontrar as referidas páginas. Nos casos em que há páginas para cada biblioteca do sistema e,
também, para o sistema em si, escolheu-se aquela com maior hierarquia, desde que seja a
Uma consulta ao E-MEC, realizada em 15 de janeiro de 2018, apresentou as seguintes universidades públicas
federais no Centro-Oeste: Universidade de Brasília (DF), Universidade Federal de Grande Dourados (UFGD, no
Mato Grosso do Sul), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS).
�página atualizada mais frequentemente. Foram coletados, a partir do Netvizz, as cem últimas
postagens de cada página, os comentários nelas postados, as curtidas e reações. Também
foram extraídos grafos das redes de curtidas da página e, também, das redes de usuários e
postagens.
A interação de usuários foi avaliada a partir das postagens feitas pelas páginas entre
01º de janeiro de 2017 e 19 de janeiro de 2018, bem como pelo compartilhamento de links de
notícias sobre a biblioteca. A fim de avaliar o compartilhamento de notícias sobre as
bibliotecas, utilizou-se o Crowdtangle. Esta ferramenta indica páginas do Facebook,
LinkedIn, Pinterest e Twitter que publicaram, em suas postagens determina URL, mesmo que,
para tanto, seja utilizado o encurtador de links bit.ly ou código UTM. O Crowdtangle
considera, no entanto, apenas postagens em páginas e perfis públicos. Para garantir
algumas bibliotecas universitárias não possuem site específico
Como
é o caso da Biblioteca
Central da UFMT e, parcialmente, da UFGD, em que a URL http://biblioteca.ufgd.edu.br dá
acesso ao catálogo on-line de acesso público (OPAC) -, foi necessário restringir esta etapa da
análise.
Assim, os sites das bibliotecas foram acessados e foram selecionadas as dez últimas
notícias neles publicada. As URLs destas publicações foram avaliadas pela extensão do
Crowdtangle para Google Chrome. Importa salientar que este procedimento metodológico
permite avaliar tão-somente notícias postadas nos sites das bibliotecas e não possíveis versões
publicadas em outros domínios. Um exemplo: a notícia postada no site do Sistema de
Bibliotecas da UFG (http://bc.ufg.br) foi, também, publicada no portal geral da UFG
(http://ufg.br). Não se considera, aqui, esta replicação do conteúdo. Considera-se, também,
apenas os sites destas bibliotecas que postam notícias sobre estas instituições.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A Tabela 1 apresenta as páginas avaliadas, a quantidade de curtidas em 19 de janeiro
de 2018 e a quantidade de nós nas redes mantidas pelas páginas. Ainda se demonstra os sites
destas bibliotecas que apresentam links para a página do Facebook:
Nome da página
Curtidas
Rede de likes das
páginas (nós)
Presença de link
no site
Biblioteca Central da Universidade
de Brasília (BCE)
13743
15
Link correto
Biblioteca Central da UFMS
2.665
7
Não há
�Sistema de Bibliotecas
UFG
1840
3
Link quebrado
Biblioteca Central da UFGD
929
3
Não há
Biblioteca Central da UFMT
140
7
Não há
Tabela 1 - Fanpages de bibliotecas de universidades federais do Centro-Oeste
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
5.1 Redes de páginas
O quadro 1 apresenta a rede de páginas mantida pelas fanpages de bibliotecas de
universidades federais do Centro-Oeste.
Página
Páginas curtidas
Página curte
de volta?
Não
Não
Sim
Não
Idiomas sem Fronteiras Facale / UFGD
Indexa Eventos
Vila Itatiaia
Sistema de Bibliotecas UFG
Biblioteca Cajuí
UFMS Universidade Federal do Mato
Não
Grosso do Sul
TV Universidade UFMS
Sim
Mais cultura na UFMS
Não
Biblioteca Central da UFMS
Clube de Astronomia Carl Sagan
Sim
Casa de Ciência e Cultura de Campo
Sim
Grande
Faculdade de Medicina - UFMS
Não
Biblioteca Central da Universidade de
Não
Brasília (BCE)
Laboratório de Pesquisa e Ensino de
Não
Química - UFMT
Biblioteca Central da UFMT
PROEG - UFMT
Não
UFMT - ICHS
Não
EdUfmt Editora
Não
Secri UFMT
Não
UnB Universidade de Brasília
Não
DCE UnB Honestino Guimarães
Não
UnBTV
Sim
Semana do Bibliotecário 2018
Não
Secretaria de Cultura do Distrito Federal
Não
Ministério da Cultura
Não
Instituto Federal Brasília IFB
Não
Biblioteca Central da
Universidade de Brasília
Acha Brasília
Não
(BCE)
Instituto Cervantes de Brasilia
Não
Sistema de Bibliotecas Públicas do Distrito
Sim
Federal
Eventoslet Unb
Não
Museu Nacional da República DF
Não
Espaço Chatô
Não
Brasília de graça
Sim
Quadro 1 Redes de páginas de fanpages de bibliotecas de universidades federais do Centro-Oeste
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
Biblioteca Central da UFGD
�A existência de uma rede de páginas pode formatar a colaboração entre diversas
instituições no Facebook, de modo que uma compartilhe conteúdo produzido por outra. Entre
as fanpages aqui avaliadas, não se percebe a formação de redes tão significativas, o que pode
ser resultado de uma política específica destas bibliotecas. Chama a atenção, contudo, o fato
que muitas delas não curtem a página da universidade à qual estão vinculadas e, quem segue,
não é seguido de volta.
Um resultado interessante é a inexistência de relacionamentos, no Facebook, entre
estas bibliotecas. Acredita-se que uma rede de colaboração entre as páginas de bibliotecas das
IFES seria relevante para a produção de conteúdo, seu compartilhamento e disseminação de
informação. Ainda seria possível o compartilhamento e divulgação de produções acadêmicas,
de modo a ampliar o seu score altmétrico.
5.2 Conteúdos e participação de usuários
A tabela 2 apresenta os tipos de conteúdos compartilhados pelas páginas das
bibliotecas:
Página
Biblioteca Central da
Universidade de Brasília
(BCE)
Postagens
Fotos
Vídeos
Links
Eventos
Status
235
183
8
37
5
0
Biblioteca Central da
UFGD
74
32
5
19
9
0
Biblioteca Central da
UFMT
21
10
1
10
0
Biblioteca Central da
UFMS
184
124
22
20
2
16
Sibi / UFG
154
80
1
68
5
0
Tabela 2
0
Tipo de conteúdo postado por bibliotecas das universidades federais do Centro-Oeste em suas
páginas entre 01º de janeiro de 2017 e 19 de janeiro de 2018.
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
A página da Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE) tem, como
postagem de maior engajamento (score 981, com 236 curtidas, 42 comentários, 275 reações e
664 compartilhamentos) uma imagem que detalha a estrutura de um texto acadêmico,
compartilhada do Centro de Informações Nucleares. Na página, 14 postagens possuem mais
�de 100 curtidas, totalizando 2190 likes, e correspondem a 27,7% do total de curtidas (7093). A
média de curtidas da página é de 33,63 por post, enquanto a média de comentários é de 6,52.
O maior engajamento da página da Biblioteca Central da UFGD (score 39, com 33
curtidas, 5 comentários, 33 reações e um compartilhamento) responde a críticas feitas por
usuários sobre o horário de atendimento da instituição. A página possui uma média de 8,12
curtidas por postagem, enquanto a média de comentários é de 0,64. A página da biblioteca da
UFMT, por sua vez, teve como postagem de maior engajamento (score 28, com 8 curtidas, 10
reações e 18 compartilhamentos) um texto que apresenta um serviço oferecido aos usuários,
que permite cópia parcial de obras por meio de um scanner, sem nenhum custo. A média de
curtidas é de 4,57, enquanto não há comentários postados no período analisado.
A fanpage da biblioteca da UFMS teve como post de maior engajamento (score 146,
com 73 curtidas, 20 comentários, 112 reações e 14 compartilhamentos) a apresentação da
Campanha Suspensão Solidária, que abonava multas e suspensões causadas pelo atraso na
devolução de materiais informacionais em troca de doações de alimentos para instituições
sociais. A média de curtidas da página é de 7,64, enquanto a de comentários é de 0,83. Na
página do Sistema de Bibliotecas da UFG, nove posts respondem por 36,8% de todas as
curtidas. A postagem com maior engajamento (score 106, com 62 curtidas, 15 comentários,
83 reações e oito compartilhamentos) apresentava o cantinho relax da Biblioteca Setorial do
Câmpus Colemar Natal e Silva (BSCAN).
Os usuários destas páginas também compartilham, em seus perfis, notícias e outros
conteúdos presentes nos sites das bibliotecas. Para aferir este compartilhamento, fez-se uso do
Crowdtangle. Há, contudo, de se apontar que a ferramenta só consegue avaliar perfis públicos
e páginas. As interações, apresentadas abaixo, são as reações
grr
curtir, amei, uau, haha, triste,
e compartilhamentos. As referências, por sua vez, são menções feitas em páginas
verificadas, ou com mais de 125 mil curtidas, ou novas páginas. Também se referem a contas
com mais de 100 mil seguidores no Instagram, ou aquelas verificadas, bem como contas
públicas no Twitter. O quadro 2 apresenta o compartilhamento de URLs de sites de
bibliotecas federais do Centro-Oeste nas redes sociais:
Sibi / UFG
Link
FACEBOOK
Interações
https://bc.ufg.br
6 reações
1 comentário
3 compartilhamentos
https://bc.ufg.br/n/103239biblioteca-jatai-campus-
Nenhum
TOTAL
Referências
19 postagens
479 interações
Principal página:
UFG
Nenhum
Outros
Nenhum
Nenhum
�Sibi/ UFG
riachuelo-tem-horarioespecial
https://bc.ufg.br/n/14885funcionamento-entre-onatal-e-o-ano-novo-e-emjaneiro-2018
https://bc.ufg.br/n/102770exposicao-do-do-descartea-arte-reaproveita-sucatasdiversas
https://bc.ufg.br/n/102381sistema-de-emissao-degru-sera-alterado-a-partirde-30-11-2017
https://bc.ufg.br/n/97245acesso-remoto-ao-portalde-periodicos-capes-viacafe
BC/ UFMS
BCE / UnB
http://www.bce.unb.br/
http://www.bce.unb.br/201
7/12/suspensao-da-grevee-funcionamento-da-bce/
http://www.bce.unb.br/201
7/12/atencao-para-ofuncionamento-da-bcepara-os-proximos-dias/
http://www.bce.unb.br/201
7/12/clube-de-leitura-dabce-reuniao-2018/
http://www.bce.unb.br/201
7/11/treinamento-ebookcentral-proquest-2911/
http://www.bce.unb.br/201
7/11/funcionamento-dabiblioteca-central-noperiodo-de-greve/
https://biblioteca.ufms.br/
https://biblioteca.ufms.br/2
017/12/22/bibliotecas-daufms-desejam-boas-festas/
https://biblioteca.ufms.br/2
017/12/19/horario-defuncionamento-dabiblioteca-central-nasferias-academicas/
https://biblioteca.ufms.br/2
017/11/20/nesta-tercabiblioteca-centralrealizara-dedetizacao-dopredio/
https://biblioteca.ufms.br/2
017/10/30/bibliotecas-daufms-aderem-identidadeestudantil/
https://biblioteca.ufms.br/2
017/09/04/bibliotecariosda-ufms-tem-artigos-
3 reações
1 compartilhamento
Nenhum
Nenhum
2 reações
1 compartilhamento
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
3 reações
2 compartilhamentos
Nenhum
Nenhum
89 reações
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463 compartilhamentos
4 postagens
71 interações
4 menções
no LinkedIn
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
55 compartilhamentos
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
Nenhum
�BC/UFGD
https://biblioteca.ufgd.edu.
br/
3 compartilhamentos
Nenhum
Nenhum
BC/UFMT
aceitos-em-congressobrasileiro-debiblioteconomia-edocumentacao/
http://www.biblioteca.ufmt
.br/
6 reações
26 compartilhamentos
Nenhum
Nenhum
Quadro 2
Compartilhamento de URLs das bibliotecas universitárias federais do Centro-Oeste em redes sociais
Fonte: elaborado pelos autores, 2018.
5.3 Informações sobre a biblioteca
usuário. No entanto, algumas apresentam são mais detalhadas na descrição. Há que se
destacar, também, as páginas da biblioteca de Grande Dourados, que apresenta uma aba
específica para divulgar os serviços ofertados ao usuário, e da Biblioteca Central da UnB, que
permite serviço de consulta ao catálogo. Durante a avaliação, o sistema não estava disponível,
no entanto. A página ainda divulga suas políticas de moderação, baseadas nas políticas da
Ai
biblioteca.
5.4 Discussão
Os resultados apresentam disparidades entre as fanpages de bibliotecas das
universidades federais do Centro-Oeste. Percebe-se, a partir da avaliação, que algumas das
páginas são recentes e sua administração ainda constrói a participação dos usuários. Há,
ainda, casos como o do Sistema de Bibliotecas da UFG, que mantém um perfil e página.
Neste sentido, seria interesse o intercâmbio de informações entre as instituições, bem como a
criação de uma rede entre estas páginas, que auxiliasse na produção e compartilhamento de
conteúdo.
Também é possível perceber, a partir dos resultados, que cada biblioteca possui
desafios específicos na gestão de suas páginas. Se a página da BC/ UFMT ainda precisa
manter uma regularidade de postagens e, também, envolver mais o público, a página da BCE/
UnB deve envolver mais postagens sobre a própria biblioteca. São desafios a serem
�enfrentados por todas as bibliotecas aqui apresentadas e que podem ser enfrentados com o
apoio de assessorias de comunicação das universidades e, também, projetos de extensão.
6 CONSIDERAÇÕES
Além de uma Biblioteca 2.0, é preciso pensar uma biblioteca adequada a um modelo
semântico de Web, em que os serviços atendam as demandas do usuário a partir de seu
comportamento prévio. Em um contexto em que emergem as inteligências artificiais, diversas
possibilidades para a comunicação das bibliotecas surgem. Há, contudo, muitas questões a
serem dirimidas antes de se almejar este patamar. Este artigo procurou avaliar as páginas de
Facebook de bibliotecas de universidades federais do Centro-Oeste, a fim de apontar
características de sua participação na rede e desafios existentes.
Sugere-se a criação de mecanismos para o intercâmbio de informações, práticas,
produções e conteúdos entre estas instituições. Isto, certamente, pode começar pelo
compartilhamento de postagens de outras bibliotecas até, quem sabe, a formação de uma rede
nacional de páginas de bibliotecas universitárias. Apesar disto, ainda devem ser feitas mais
pesquisas nesta temática, a fim de avaliar o desempenho das instituições também em outras
redes sociais, considerando o crescimento das páginas, práticas de gestão e, também, conteúdos
mais bem avaliados.
Os desafios que as bibliotecas universitárias devem enfrentar para realizar uma efetiva
extensão
neste caso, pelo Facebook - perpassam, sem dúvidas, questões de ensino e, também,
de pesquisa. É necessário garantir que o egresso do curso de Biblioteconomia tenha condições
de realizar o planejamento da comunicação das bibliotecas em que atua, considerando seus
públicos. Neste sentido, a criação de políticas para as redes sociais por parte das universidades é
um grande auxílio a estes profissionais. Além disto, a oferta de cursos de formação aos
bibliotecários que atuam nestas instituições é relevante.
REFERÊNCIAS
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FORTES, Waldyr Gutierrez. Relações públicas: processo, funções, tecnologia e estratégias.
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�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
The nature or genre of the resource
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Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Bibliotecas em rede: análise de fanpages de Bibliotecas de Universidades Federais do Centro-Oeste.
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An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Frederico Ramos
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Avalia páginas no Facebook de bibliotecas de universidades federais do Centro- Oeste, analisando a existência de redes de páginas, a participação de usuários e outros elementos. Parte-se da premissa que tanto a comunicação das bibliotecas universitárias como sua oferta de serviços são beneficiados pela utilização de redes sociais de internet, como o Facebook. Para tanto, realiza pesquisa básica, com abordagem quanti-qualitativa, descritiva e exploratória. Os métodos digitais Netvizz e Crowdtangle foram usados para a coleta de dados, que se deu em 19 de janeiro de 2018. Os resultados apontam disparidades entre as fanpages de bibliotecas das universidades federais do Centro-Oeste, seja em relação a pontos positivos como desafios a serem enfrentados. Sugere-se, ainda, a criação de mecanismos que permitam o compartilhamento de experiências entre os gestores de páginas de bibliotecas universitárias. Conclui-se que são necessárias políticas específicas para a gestão das fanpages, bem como a oferta de formação aos administradores das páginas
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR: O CASO DA BIBLIOTECA
JOSÉ DE ARIMATÉIA PEREIRA NO IFRN CAMPUS NATAL-ZONA NORTE
EVALUATION OF CONSUMER SATISFACTION: THE CASE OF JOSÉ DE ARIMATÉIA
PEREIRA LIBRARY IN IFRN CAMPUS NATAL-NORTH ZONE
Resumo: Atualmente vivemos com um mundo globalizado, cada vez mais as instituições
buscam o aperfeiçoamento dos seus serviços e produtos, e uma das maneiras possíveis para
alcançar esse resultado é fazendo avaliações sucessivas internas e externas, onde através de
ferramentas específicas, buscam diferenciais para atingir seu público alvo e se destacar no
mercado onde atua. A pesquisa objetiva verificar o nível de satisfação dos usuários da
biblioteca de um campus do Instituto Federal. Utiliza estudo de pesquisa aplicada, com
objetivo descritivo e a forma de abordagem quantitativa com a aplicação de questionário.
Identifica que os usuários, em sua maioria, são estudantes do ensino técnico integrado e
apresenta a satisfação com os serviços prestados, no entanto apontam pontos que precisam ser
revistos. Conclui destacando que um dos aspectos passíveis de melhoria foi o número de
exemplares insuficientes de alguns títulos técnicos e a questão do silêncio adequado a um
ambiente de estudos.
Palavras-chave: Marketing de serviços. Satisfação do cliente. Biblioteca.
Abstract: Currently we live in a globalized world, more and more institutions seek to
improve their services and products, and one of the possible ways to achieve this result is to
make successive internal and external evaluations, where through specific tools, seek
differential to reach their audience target and stand out in the market where it operates. The
research aims to verify the level of satisfaction of users of the library of a campus of the
Federal Institute. It uses an applied research study, with descriptive purpose and the form of
quantitative approach with the application of questionnaire. It identifies that the majority of
users are students of integrated technical education and presents satisfaction with the services
provided, however they point out points that need to be revised. It concludes by pointing out
that one of the aspects that could be improved was the insufficient number of technical titles
and the question of silence appropriate to a study environment.
Keywords: Service marketing. Customer satisfaction. Library.
�1 INTRODUÇÃO
A qualidade dos serviços prestados em bibliotecas não está atrelada somente ao
desempenho dos funcionários e da estrutura física existente, mas também aos recursos
computacionais que compõem o sistema de informação. As bibliotecas que desejam manter
um padrão de qualidade necessitam adotar, de forma periódica, a coleta e análise das
expectativas e percepções dos clientes quanto aos serviços prestados (BOLSANELLO;
VIANA, 2008).
Dessa forma, cabe o seguinte questionamento: será que os serviços que a biblioteca
do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN)
Campus Natal-Zona Norte vem ofertando está conseguindo satisfazer as necessidades dos
seus usuários?
Esta pesquisa teve como objetivo principal verificar o nível de satisfação dos usuários
da biblioteca do IFRN-ZN. Para tanto, foi necessário conhecer o perfil do usuário da
biblioteca, avaliar o nível de satisfação dos usuários em relação às variáveis: Atendimento,
Competência, Imagem, Produto e Recursos utilizados e, por fim, verificar o nível de
satisfação dos usuários, de modo geral, com os serviços prestados pela biblioteca.
As bibliotecas necessitam adotar, de forma periódica, a coleta e análise da percepção
dos clientes quanto a qualidade aos serviços prestados (BOLSANELLO; VIANA, 2008). As
unidades de informação devem ser ajustadas de acordo com as necessidades e expectativas de
seus usuários, na busca e no uso da informação, de forma a maximizar a eficiência dessas
unidades.
Portanto, não se pode minimizar a importância da satisfação do cliente, já que sem
clientes não existe necessidades de as empresas de serviços existirem. É uma atitude ingênua
esperar que cheguem até a prestadora de serviço as reclamações, para só assim identificar
algum problema ser identificado. Nessa situação, as empresas de serviços precisam definir e
medir constantemente a satisfação do seu cliente para que não haja perdas ou transtornos, para
as empresas que optaram por centrar-se no cliente, devem ter como meta e ferramenta de
marketing a satisfação total do consumidor (KOTLER, 2000).
�2 MARKETING DE SERVIÇOS
Gil (2008) atualmente é um dos termos mais
utilizados popularmente e dentro de grandes organizações, no entanto, alguns apresentam uma
visão erronia sobre o termo.
O Marketing pode ser definido como a área do conhecimento que engloba todas as
atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos
e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos da
organização ou indivíduo e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o
impacto que estas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 2002,
p. 15).
Para Churchill Junior e Peter (2000) o marketing é o desenvolvimento de trocas entre
organizações e clientes a fim de satisfazer metas e trazer benefícios para ambos, ocorrendo o
processo de planejamento, execução, estabelecimento de preços, promoção e distribuição de
ideias para que cada meta individual de ambas as partes seja alcançada com eficiência, essa é
a essência do marketing.
Ambos os autores citados afirmam que o marketing é feito através de trocas como base
para a comercialização, no entanto para que haja de fato são necessárias que cinco condições
sejam satisfeitas:
a) Duas partes devem estar envolvidas no processo;
b) Cada parte possui algo que é de valor ou interessa a outra;
c) Ambas as partes possuem a capacidade de comunicação e entrega;
d) Cada parte é livre para aceitar ou rejeitar a proposta;
e) As partes devem acreditar que estão em condições de lidar uma com a outra.
Para que a estratégia de marketing funcione é necessário haver um composto de
marketing, ou mix de marketing, que são combinações entre os fatores: produto, preço, ponto
de distribuição e promoção, utilizadas a fim de criar valor ao cliente e alcançar os objetivos
ng podem ser
visualizados na figura 1.
�Fonte: Kotler (2000).
características físicas do serviço, o preço é uma das variáveis mais relevantes; uma vez que
tem grande impacto no processo de venda, a praça é responsável por fazer o produto chegar
benefícios do serviço. Todos esses itens citados formam um composto focado na relação da
empresa com o consumidor, com a finalidade de superar suas necessidades e ganhar a sua
confiança e fidelidade (LIMA et al., 2007).
Geralmente existe certa confusão sobre as definições de bens e serviços. Hoffman
(2013) classifica bens como objeto ou dispositivos e serviços como ações, esforços ou
desempenhos e que o termo produto pode referir-se tanto a bens quanto a serviços. Contudo, a
principal diferença entre bens e serviços é a intangibilidade, significando que produtos
intangíveis não possuem forma física.
A definição de serviços muitas vezes pode ser difícil de ser compreendida, pois muitos
produtos ou insumos são classificados como intangíveis, contudo, Lovelock e Wright (2001 p.
um ato ou de desempenho que
cria benefícios para clientes por meio de uma mudança desejada no
ou em nome do
3 COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
A partir da década de 50 o marketing passou a ser orientado para o consumidor,
buscando entende-los e avalia-los para elaborar um plano de marketing adequado. A partir de
�então, o estudo do comportamento do consumidor fez-se necessário para ser possível
conhecer e mapear todos os impulsos que criam e definem valor para aquele produto e serviço
que está ou pode ser adquirido (LAS CASAS, 2013).
A maioria dos processos de compra passa antes pela percepção de uma necessidade,
no momento em que essa necessidade surge no consumidor, o que a faz atender tal anseio é
denominado de motivação. Existem fatores que influenciam nessa geração de necessidades e
desejos no consumidor que o fazem adquirir produtos e serviços variados, esses fatores
caracterizam o comportamento do consumidor e podem ter tanto uma origem interna quanto
externa. Esses fatores podem ser visualizados na figura 2.
Figura 2: Fatores que influenciam no processo de compra.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
4 SATISFAÇÃO DO CLIENTE
A satisfação do cliente é atualmente uma das áreas mais estudadas no marketing.
Segundo Hoffman (2013, p. 340) nos últimos 20 anos, foram publicados mais de 15 mil
artigos acadêmicos e editoriais sobre esse tópico . Ainda de acordo com o autor, a dedicação
em cima desse assunto é compreensível, dado que a satisfação é o principal tema dentro do
conceito de marketing. Através de uma perspectiva histórica, os trabalhos na área de
satisfação do cliente iniciaram-se durante a década de 70, quando o consumismo estava em
alta.
Satisfação consiste na sensação de prazer ou desapontamento resultante da
comparação do desempenho (ou resultado) percebido de um produto em relação às
expectativas do comprador. (KOTLER, 2000, p. 58).
O mesmo autor relata que algumas empresas estão buscando elevar suas expectativas e
formas de garantir um desempenho superior ao desejado. Além de acompanhar com
�frequência as expectativas e a satisfação do cliente, as empresas precisam monitorar o
desempenho dos concorrentes nessas áreas, para essas empresas que optaram por centrar-se
no cliente, tem como meta e ferramenta de marketing a satisfação total do consumidor.
Empresas que conseguem alcançar altos índices de satisfação fazem questão de que o seu
público-alvo saiba disso (KOTLER, 2000).
5 IDENTIFICAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
De acordo com informações retiradas do site do IFRN, a primeira instituição no
Estado do Rio Grande do Norte, na época denominada como Escolas de Aprendizes Artífices,
foi instalada na cidade do Natal em janeiro de 1910, onde atualmente funciona a Casa do
Estudante de Natal. A Escola de Aprendizes Artífices oferecia curso primário, de desenho e
oficinas de trabalhos manuais, 20 anos depois a escola passou a ofertar cursos técnicos
industriais de nível médio e passou a se chamar Escola Industrial Federal.
Durante 57 anos a instituição ficou migrando de lugar na capital e somente em 1967 o
campus central instalou-se na avenida Senador Salgado Filho, no bairro do Tirol, onde hoje
funciona o Campus Natal-Central do IFRN, recebendo a denominação de denominação de
Escola Técnica Federal do Rio Grande do Norte (ETFRN).
Com o passar dos anos, a ETFRN transformou-se em Centro Federal de Educação
Tecnológica (CEFET), com oferta de educação profissional nos níveis básico, técnico e
tecnológico. Além do ensino médio hoje é possível se matricular em cursos de graduação
tecnológica.
Com todas essas mudanças visíveis desde a ETEFRN houve cada vez mais a atração e
curiosidade dos jovens em frequentar uma escola técnica, com isso o Governo Federal
começou a distribuir campi pelo Estado. Houve três fases de expansão, o que fez ser possível
existir vinte e um campi no Estado e cerca de vinte e oito mil alunos desfrutando da estrutura
e ensino de qualidade que a escola técnica oferece hoje.
Foi durante a primeira leva do processo de expansão que o Campus Natal-Zona Norte
foi inaugurado, no dia 19 de abril de 2007. De acordo com dados atualizados, a escola ocupa
uma área de 30.822,73 m², no Conjunto Santa Catarina com capacidade para 1.200 alunos,
abrangendo aproximadamente 30% da população da Zona Norte da cidade do Natal. Para
fazer tudo isso funcionar o Instituto conta com a força de trabalho de 60 professores, 45
técnicos-administrativos.
�O Campus tem como principais focos tecnológicos as áreas de eletrônica e gestão e
negócios, com os cursos técnicos de Comércio, Eletrônica, Informática para Internet,
Manutenção e Suporte em Informática. Além disso, também oferece curso superior de
Licenciatura em Informática e de Marketing.
Mesmo o IFRN existindo já a alguns anos, as bibliotecas não possuíam uma Política
de Funcionamento de Sistema registrada. Apenas no ano de 2015, em 11 de novembro, foi
definida uma política de funcionamento que permitiu ter uma visão mais geral sobre o
funcionamento, objetivos, e organização das bibliotecas do IFRN. No artigo 1° da política
podemos ter uma visão e definição do objetivo social que as bibliotecas apresentam (IFRN,
2015).
Art. 1º. [...] tem por objetivo criar condições para o funcionamento sistêmico das
Bibliotecas da Instituição, a fim de oferecer suporte ao desenvolvimento acadêmico
do ensino, da pesquisa e da extensão.
Com um espaço amplo, a Biblioteca José de Arimatéia Pereira se divide entre as
prateleiras do acervo de 2.984 títulos e 11.886 exemplares, espaço para estudo em grupo,
computadores para pesquisa e sala de estudo individualizado. A biblioteca está organizada
administrativamente em setores de Gestão de Processos Técnicos; Gestão de Empréstimo,
Informação e Documentação; Gestão dos Recursos Contínuos (periódicos) e Gestão dos
Recursos Eletrônicos. Por esses e outros motivos, a biblioteca do campus conta com uma
força de trabalho que se divide em 4 servidores (uma bibliotecária e três técnicos) e 2
bolsistas por turno: manhã, tarde e noite. Tudo isso a fim de garantir conforto e comodidade
ao usuário na hora em que a biblioteca é requisitada. Com isso, estudo em questão busca
analisar se seus usuários estão de fato satisfeitos com o serviço que está sendo oferecido a
eles.
6 METODOLOGIA
problemas a partir do método científico e no caso da pesquisa de marketing não é diferente, as
pesquisas têm como fatores a definição do problema, coleta de dados, analise e disseminação
das informações. Malhotra et al. (2005) apresenta uma definição bastante parecida com a de
Gil (2011), só que dessa vez, associando ao Marketing:
�É a identificação, a coleta, a análise e a disseminação sistemática e objetiva das
informações; e esse conjunto de ações é compreendido para melhorar as tomadas de
decisão relacionadas à identificação e à solução de problemas (estas também
conhecidas como oportunidades) em marketing. (MALHOTRA et al, 2005, p. 04).
Do ponto de vista metodológico, o presente estudo pode ser classificado como
pesquisa aplicada.
Para o desenvolvimento do estudo, optou-se por realizar uma pesquisa descritiva, cujo
intuito é descrever a situação em que o objeto da pesquisa se encontra, no caso, a Biblioteca
José de Arimatéia Pereira. A pesquisa descritiva é definida como conclusiva, cujo objetivo
central é a descrição de algo ou caso em um contexto específico (GIL, 2011; MALHOTRA et
al. 2005). Além disso, a pesquisa também apresenta carácter quantitativo, ou seja, determina a
frequência da ocorrência de cada situação que foi levantada na fase descritiva do estudo
(COBRA, 2015).
Os indivíduos que participaram da pesquisa, são usuários que estavam frequentando
nos períodos da manhã, tarde e noite a biblioteca do campus Natal-Zona Norte. Ao todo foram
aplicados 90 questionários, no mês de março de 2016.
A escolha das pessoas foi realizada de forma aleatória, dependendo da disponibilidade
para responder ao questionário, tanto alunos quanto servidores. A partir desses dados, buscouse definir o perfil do usuário e sua perspectiva quanto aos serviços prestados pela biblioteca
do instituto.
O instrumento utilizado na pesquisa foi elaborado e adaptado a partir do proposto por
Las Casas (2006); foram alteradas as dimensões e adicionadas perguntas coerentes ao caso em
questão. Os 90 questionários, com 22 questões baseadas nas seguintes dimensões:
atendimento, competência, imagem, produto, recursos utilizados e avaliação geral. Além das
questões sobre a biblioteca como um todo, o questionário apresentava perguntas a fim de
identificar o perfil do usuário, perguntas que buscavam identificar, por exemplo, a frequência,
faixa etária e o motivo de interesse.
Os dados foram analisados e tabulados a partir do Excel, ferramenta que permitiu
agrupar e mensurar a porcentagem das respostas, a partir dessas informações, na mesma
ferramenta foram construídos os gráficos utilizados para ilustrar e comparar as respostas de
cada usuário.
�7 RESULTADOS
A partir dos resultados da pesquisa, foi possível constatar que o perfil do usuário da
Biblioteca José de Arimatéia Pereira é constituído de forma equilibrada tanto por mulheres
(53%) quanto homens (47%), possuem diferentes níveis de idade, no entanto, a maioria dos
usuários possuem 19 anos ou mais (35%), considerando que tanto alunos quanto servidores
utilizam os recursos da biblioteca.
Conforme o esperado, o perfil dos usuários da biblioteca são os alunos de nível médio
integrado (75%), pode-se constatar um baixo índice por parte das outras modalidades como
por exemplo a do Educação de Jovens e Adultos (EJA) que durante o período da pesquisa
nenhum aluno da modalidade respondeu ao questionário. A maior participação dos alunos do
nível médio pode ser explicada, porque existe um maior número de cursos e turmas nessa
modalidade no campus.
A frequência constatada na entrevista é que os usuários em sua maioria frequentam a
biblioteca diariamente (61%) e semanalmente (22%) essa assiduidade pode ser devido ao fato
da biblioteca ser um espaço que se adapta as necessidades, onde os alunos tem a possibilidade
de retirar livros (8%), de estudar (33%), pesquisar através dos computadores (4%), para
encontrar os amigos (1%), acessar as redes sociais (1%) e também para usufruir de todos os
recursos para retirar livros, estudar e usar os computadores (53%).
Como pode ser visualizado no gráfico 1, a percepção dos usuários com relação aos
responsáveis pelo atendimento ao público sobre a demonstração de educação e cordialidade.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
O gráfico 1 mostra que mais da metade dos entrevistados percebem que os
responsáveis pelo atendimento ao público, tanto os bolsistas, quanto os servidores,
�demonstram educação e cordialidade. Além da formação técnica que os servidores devem
possuir eles precisam ter uma imagem ética para atender bem aos usuários.
O bom atendimento ao cliente deve fazer parte da estratégia de marketing de qualquer
empresa de serviços, uma vez que se faz necessário esclarecer dúvidas, disponibilizar
informações, ouvir sugestões e reclamações. Tornando o convívio com o usuário agradável
para ambas as partes (BEZERRA, 2009; COBRA, 2015).
O gráfico 2 apresenta as respostas sobre os funcionários do setor em relação a
resolução de problemas no primeiro contato.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
O gráfico 2 aponta que os entrevistados estão satisfeitos com a forma que o setor
busca resolver os problemas, principalmente no primeiro contato, tendo em vista que a opção
5 significa que o usuário está muito satisfeito com o assunto em questão. Nota-se que a
dimensão Atendimento foi constatada como um ponto forte, partindo do princípio que nas
questões analisadas os usuários responderam que estavam muito satisfeitos, com 48 %.
Podemos associar esse resultado ao fato dos usuários frequentarem a biblioteca
diariamente, pois além dos serviços oferecidos, a solução de problemas para o consumidor é
um fator que agrega valor para a satisfação do usuário com o serviço (COBRA, 2015).
O resultado sobre a questão do silêncio na biblioteca apresentou que 35% dos
entrevistados afirmaram que a biblioteca não é um lugar tão adequado para estudo em relação
ao silêncio. Um resultado curioso, pois a biblioteca tendo como uma de suas funções ser um
ambiente de estudo, deveria manter um certo padrão de silêncio. No entanto, no ambiente
público como a biblioteca, os responsáveis por manter o silencio são os próprios usuários.
Nessas condições é necessário que a prestadora de serviços identifique e diferencie os
�em contrapartida, são responsáveis pela ação ou problema que o próprio apontou (COBRA,
2015).
O gráfico 3 mostra a percepção do usuário sobre atualização, inovação e renovação do
acervo da biblioteca de forma regular.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
O gráfico 3 tem um resultado bastante homogêneo em relação a atualização do acervo
da biblioteca, 32% dos entrevistados não estão nem satisfeitos/nem insatisfeitos, entretanto,
mais da metade dos entrevistados 25% e 28% estão muito satisfeitos e satisfeitos com o
acervo que é disponibilizado. Mesmo com o resultado positivo, esse é um ponto em que deve
ser revisto posteriormente, já que, materiais diversificados são imprescindíveis para um
serviço de qualidade (SANTOS, 2011).
Sobre a limpeza do espaço físico, 92%, afirmaram estar satisfeitos ou muito satisfeitos
com o ambiente da biblioteca em relação a limpeza e à higiene que é realizada pelos
funcionários terceirizados. Ao comparar os dados com a literatura, o resultado coincide
variando entre Bom e Excelente fazendo com que o ambiente seja harmônico e propício para
o estudo (SANTOS, 2011).
Já sobre o quesito sinalização da biblioteca, 64% dos usuários afirmaram estar
satisfeitos ou muito satisfeitos. No entanto os 20% de entrevistados que não estão insatisfeitos
e muito insatisfeitos é um dado importante, pois revela a necessidade de melhorar a
sinalização de forma clara e objetiva dentro da biblioteca afim de atender as necessidades
desses usuários.
Relacionando aos dados da literatura os elementos coincidem, pois em ambos, a
sinalização foi apontada como irregular. A sinalização dentro das bibliotecas tem por objetivo
orientar e facilitar o acesso aos usuários dinamizando seu funcionamento. Para que essa
�sinalização seja notável e com êxito, deve-se sinalizar recursos, áreas de serviços e
acomodações para que essas áreas sejam reconhecidas de imediato (SANTOS, 2011).
O resultado da questão se o número de exemplares dos livros da área do
respondente é suficiente está demonstrado no gráfico 4.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Ao analisar o gráfico 4, é notável que a maior parte dos usuários não estão satisfeitos
com o número de exemplares da sua área de abrangência. Esse resultado revela a necessidade
de ampliar a quantidade de livros da área técnica da biblioteca, com a finalidade de satisfazer
esses usuários. Essa ação pode se refletir num melhor desempenho dos alunos nas avalições.
Sobre a satisfação da proteção e armazenagem adequada dos produtos, maioria dos
entrevistados (78%) estão satisfeitos ou muito satisfeitos com a proteção e armazenamento
dos produtos. Porém, tratando-se de livros públicos, o papel de manter em boas condições é
tanto da biblioteca, quanto dos alunos e servidores que utilizam esse recurso.
O gráfico 5 apresenta a percepção dos respondentes sobre a facilidade de acesso ao
setor e aos recursos disponibilizados.
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
�O resultado sobre o acesso aos recursos da biblioteca foi bastante positivo, 76% dos
respondentes disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos. Isso é um fato, pois a instituição
se preocupa com a acessibilidade do campus em todas as áreas, e na biblioteca não é
diferente.
Sobre a funcionalidade das instalações da biblioteca, 45% dos usuários revelaram
estar muito satisfeitos e 42% estão satisfeitos, provando que na visão dos usuários, a
instalação tem qualidade.
O último questionamento levou em consideração todos os itens anteriores e questiona
qual o nível de satisfação quanto aos serviços prestados pela biblioteca de modo geral. A
maioria das respostas teve um feedback muito positivo. Mais da metade dos entrevistados
buscam satisfação total, contudo, não é porque o cliente está satisfeito que a pesquisa de
qualidade deve parar. Constantemente novas pesquisas devem ser feitas no setor a fim de
identificar novos pontos positivos e novas questões a ser melhoradas.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa teve como intenção analisar o nível de satisfação dos usuários da biblioteca
do IFRN campus Natal-Zona Norte com relação a qualidade dos serviços que lhes era
entregue. O diagnóstico revelou que a biblioteca apresenta resultados insatisfatórios na
dimensão produtos, principalmente tratando-se do número de exemplares disponíveis da área
técnica e na dimensão competência quando foi abordado o silencio adequado para um
ambiente de estudo. Em compensação, com relação as dimensões atendimento, instalação e
imagem, os usuários demonstraram estar satisfeitos ou muito satisfeitos.
Foi constatado, de modo geral, que os usuários estão satisfeitos com os serviços
prestados pela biblioteca do IFRN-ZN.
O estudo trouxe ganhos para ambas as partes, para o pesquisador ao utilizar os
conhecimentos adquiridos por matérias técnicas proporcionou com que fosse possível se
aprofundar cada vez mais na área, conhecendo novos métodos e maneiras de apontar e
solucionar problemas e para a instituição, que ao analisar os resultados tem como
possibilidade rever alguns conceitos com relação a pontos que os entrevistados apontaram
como insatisfeitos.
�Uma limitação encontrada no decorrer do estudo foi a falta de trabalhos sobre essa
temática, é muito difícil encontrar um estudo sobre as bibliotecas dos institutos federais de
modo geral. Essas bibliotecas que tem tanto conteúdo quanto uma biblioteca universitária,
com essa pesquisa ficou registrado que o trabalho e a evolução que está ocorrendo seja no
acervo ou modernização dos aparelhos faz com que os alunos aprovem, mas isso não é um
motivo para esquecer a pesquisa de qualidade, pelo contrário, merece sempre novas
investigações.
Para haver total satisfação do cliente é necessário conhece-los, saber o que querem e o
que desejam. O campus está sempre em movimento constante de turmas, por isso o perfil do
usuário vai mudando constantemente a medida que entram novas turmas. Aplicar
questionários procurando analisar a satisfação do cliente é um método muito simples e eficaz
para medir e descobrir pontos que as vezes podem deixar a desejar.
A biblioteca aliada a gestão mostrou que se compromete para entregar o melhor aos
usuários e isso foi comprovado através da resposta dos entrevistados, no entanto, ainda
existem postos a melhorar como por exemplo no acervo e uma possibilidade futura é
identificar as áreas que se sentem prejudicadas e procurar alimentar o acervo trazendo novos
títulos e exemplares.
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LAS CASAS, Alexandre Luzzi, Marketing: conceitos, exercícios, casos. 7 ed. São Paulo:
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______. Marketing de Serviços. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LIMA, Miguel Ferreira et al. Gestão de marketing. 8. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2007.
LOVELOCK, C.; WRIGHT, L. Serviços: marketing e gestão. São Paulo: Saraiva, 2001.
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Prentice Hall, 2005.
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RICHERS, Raimer. O enigmático mais indispensável consumidor: teoria e prática. Revista
da Administração, jul./set. 1984.
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Monografia (Especialização)- Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2011.
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Disponível em: <http://www.unisantos.br/mestrado/gestao/egesta/artigos/169.pdf>. Acesso
em: 03 set. 2015.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Português
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Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
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Avaliação da satisfação do consumidor: o caso da Biblioteca José de Arimatéia Pereira no IFRN Campus Natal-zona norte.
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Silva, Mariana Mayara Santos; Cavalcanti, Vanessa Oliveira de Macêdo; Tacconi Neto, Ernesto Alexandre
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Salvador (Bahia)
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2018
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Atualmente vivemos com um mundo globalizado, cada vez mais as instituições buscam o aperfeiçoamento dos seus serviços e produtos, e uma das maneiras possíveis para alcançar esse resultado é fazendo avaliações sucessivas internas e externas, onde através de ferramentas específicas, buscam diferenciais para atingir seu público alvo e se destacar no mercado onde atua. A pesquisa objetiva verificar o nível de satisfação dos usuários da biblioteca de um campus do Instituto Federal. Utiliza estudo de pesquisa aplicada, com objetivo descritivo e a forma de abordagem quantitativa com a aplicação de questionário. Identifica que os usuários, em sua maioria, são estudantes do ensino técnico integrado e apresenta a satisfação com os serviços prestados, no entanto apontam pontos que precisam ser revistos. Conclui destacando que um dos aspectos passíveis de melhoria foi o número de exemplares insuficientes de alguns títulos técnicos e a questão do silêncio adequado a um ambiente de estudos.
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A language of the resource
pt
-
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f83c895f0cae9e4a70f4596f8301bbab
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DA BIBLIOTECA PADRE FELIX ZAVATTARO
ACCESSIBILITY AND INCLUSION OF THE LIBRARY FELIX ZAVATTARO
Resumo: Trata-se de uma análise das políticas para inclusão de acessibilidade na Biblioteca
Padre Felix Zavattaro, localizada na Universidade Católica Dom Bosco, na cidade de Campo
Grande/MS. A importância deste estudo foi analisar os dados sobre a incidência de
deficiências no Brasil, na região Centro Oeste e no estado do Mato Grosso do Sul, bem como
o número de alunos com deficiência na Universidade em questão para verificar a
aplicabilidade das normas de acessibilidade na biblioteca. A metodologia utilizada foi um
estudo de caso, através de observação direta dos autores. A revisão de literatura baseou-se nos
dados governamentais sobre pessoas com deficiência e norma regulamentadora de
acessibilidade. Os resultados apontam que o índice apresentado de pessoas com deficiência na
instituição fica muito abaixo dos índices nacional, regional e estadual, porém é necessário a
biblioteca aplicar de forma mais completa as orientações em atendimento à regulamentação
sobre acessibilidade, sendo necessárias melhorias, visto que há uma necessidade de
complementar alguns requisitos estabelecidos pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas, especificamente na Norma Brasileira 9050:2015, para a excelência no atendimento
deste importante público e, consequentemente, aumento do número de pessoas com
deficiência no ensino superior.
Palavras-chave: Acessibilidade. Biblioteca universitária. Inclusão. Pessoas com deficiência.
Políticas públicas.
Abstract: This work is an analysis of politics for accessibility in Padre Felix Zavattaro
Library, which is located in Universidade Católica Dom Bosco, Brazil. Main objective was to
make an analysis of data about the incidence of disabilities in: the whole country of Brazil, in
its Midwest region, and in the state of Mato Grosso do Sul. Also, the number of students with
disabilities was determined to verify the applicability of the accessibility standards in the
library. Methodology of this work was a case study by direct observation. Literature review
was based on governmental data on physical disability and the ABNT 9050:2015 standard
rule of accessibility. Results point out that the rate of disabled in the institution is much lower
than national, regional and state rates. Nevertheless, still there is a need for a more complete
application of the accessibility rules in the library. Improvements shall be executed as some
requisites of standard ABNT 9050:2015 which are not applied could improve excellency in
�the library. Thus, as a consequence, the population of disabled would improve in the higher
education.
Keywords: Accessibility. University Library. Inclusion. People with Disabilities. Public
Policies.
1 Introdução
O Brasil chega ao terceiro milênio ainda caminhando a passos lentos no quesito de
acessibilidade, não conseguindo atingir em sua totalidade os bens fundamentais da sua
Constituição Federal, há uma luta árdua para propormos que as questões sejam atendidas.
A acessibilidade é considerada:
um atributo essencial do ambiente que garante a melhoria da qualidade de vida das
pessoas. Deve estar presente nos espaços, no meio físico, no transporte, na
informação e comunicação, inclusive nos sistemas e tecnologias da informação e
comunicação, bem como em outros serviços e instalações abertos ao público ou de
uso público, tanto na cidade como no campo (BRASIL, 2018).
A construção dessa proposta para a biblioteca da Universidade Católica Dom Bosco
(UCDB), é que sejam atendidos todos os itens estabelecidos na NBR 9050:2015
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS - ABNT, 2015), dessa forma
buscando adequar-se às necessidades informacionais das pessoas com deficiência (PCD).
A UCDB, presente há mais de 50 anos na educação superior em Campo Grande/MS,
fundamenta-se nos valores éticos e cristãos da pedagogia de seu fundador, São João Bosco, no
objetivo de capacitar profissionais e contribuir na formação de cidadãos conscientes de suas
responsabilidades com o ser humano e com o meio ambiente, comprometidos com a ética e
justiça social. A sua biblioteca central, denominada Padre Felix Zavattaro, tem como visão ser
um referencial de excelência na gestão para o acesso, conservação e disseminação da
informação, de forma a contribuir para produção de novos conhecimentos em prol do
desenvolvimento social (UCDB, 2018).
Desta forma, objetiva permitir a acessibilidade à informação a toda a sua comunidade
acadêmica, entre elas as PCD, com segurança e autonomia para utilizar todos os espaços e os
recursos disponíveis na biblioteca. Atualmente, a universidade dá apoio especial a 20
acadêmicos PCD (informação verbal)116.
Informação fornecida por uma representante do Núcleo de Apoio Pedagógico (NAP) da UCDB.
�2 Revisão de Literatura
2012, p. 26),
entos de longo prazo de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir
sua participação plena e efetiva na sociedade, em igualdades de condições com as demais
pessoas".
As deficiências apresentadas pelas pessoas são auditiva, mental/intelectual, motora e
visual (BRASIL, 2017). No país, atualmente há mais de 208 milhões de habitantes
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE, 2017).
Utilizando-se dados do último censo realizado em 2010, a população brasileira era de 190
milhões de pessoas: destas, praticamente 1/4 possuía alguma deficiência, enquadrando-se
como PCD mais de 45 milhões de pessoas em 2010 (Quadro 1) (BRASIL, 2017).
Quadro 1
População brasileira e índice de PCD em 2010.
População total
190.755.799
(2010)1
População com pelo menos
45.623.910
uma deficiência (PCD)
(2010)2
Fonte: Brasil 2017 (adaptado).
100%
23,92%
1
As pessoas incluídas em mais de um tipo de deficiência foram contadas apenas uma vez.
Inclusive as pessoas sem declaração dessas deficiências.
2
As pessoas incluídas em mais de um tipo de deficiência foram contadas apenas uma vez.
Dentre as PCD, a maior ocorrência absoluta recai para a deficiência visual,
correspondendo a mais de 35 milhões de pessoas, seguida da motora (mais de 13 milhões),
auditiva (mais de 9 milhões) e mental/intelectual (mais de 2 milhões de pessoas) (BRASIL,
2017), conforme Gráfico 1.
As deficiências, excetuando-se a mental/intelectual, possuem três categorias ou níveis:
a) não consegue [visualizar] de modo algum; b) grande dificuldade [para ouvir]; e c) alguma
dificuldade [para se locomover] (BRASIL, 2017). Assim, não é necessário falta de visão total
(cegueira), para se considerar o indivíduo como PCD, pois alguma ou grande dificuldade para
enxergar já o enquadra nesta definição.
�Gráfico 1
Tipos de deficiência e incidência na população brasileira em 2010 (milhões).
Fonte: Brasil
2017 (adaptado).
Qualificando-se as PCD pelo nível/categoria de deficiência, temos que a imensa
maioria é de PCD com alguma dificuldade visual, registrando-se mais de 29 milhões dos 35
milhões de PCD visual (BRASIL, 2017). Ou seja, nem toda deficiência visual significa não
enxergar totalmente, sendo alguma dificuldade em visualizar sua maior ocorrência; bem como
a deficiência auditiva não é somente não ouvir e a motora não se locomover (Tabela 1).
Tabela 1
Tipos, níveis/categorias de deficiências e incidência na população brasileira em 2010.
Deficiência
Não consegue de modo algum
Grande dificuldade
Alguma dificuldade
Total
Visual
Motora
Auditiva
528.624
740.456
347.481
6.056.684
3.701.790
1.799.885
29.206.180
8.831.723
7.574.797
13.273.969 9.721.863
35.791.488
Fonte: Brasil 2017 (adaptado).
Mental/
Intelectual
Nenhuma
deficiência
2.617.025
145.084.578
Por regiões do país (Gráfico 2), a maior incidência de PCD em relação ao total da
população brasileira ocorre na região Sudeste, com 9,7% dos habitantes sendo PCD,
consequência de maior concentração populacional, seguida do Nordeste (7,4%), Sul (3,2%),
Norte (1,9%) e Centro Oeste (1,6%) (BRASIL, 2017).
�Gráfico 2
Participação das PCD nas regiões brasileiras em relação à população brasileira em 2010.
Fonte: Brasil
2017.
Na região Centro-Oeste, onde localiza-se a biblioteca em questão, com população de
cerca 14 milhões de pessoas, 22,5% (mais de 3 milhões de pessoas) da população, possui
algum tipo de deficiência (Tabela 2) (BRASIL, 2017).
Tabela 2
Região
PCD por regiões brasileiras em 2010.
Pelo menos com
Porcentagem em relação
uma deficiência
à população residente
14.058.094
3.163.497
22,50%
53.081.950
14.133.713
26,63%
15.864.454
3.655.568
23,04%
80.364.410
18.506.974
23,03%
27.386.891
6.164.158
22,51%
Fonte: Brasil 2017 (adaptado).
População
Centro Oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
Das deficiências registradas na região, assim como no país, a deficiência visual
expoente entre as PCD (BRASIL, 2017). A deficiência motora, seguida da auditiva e
mental/intelectual acompanham também os índices nacionais (Quadro 2).
Quadro 2
Tipos, níveis de deficiências e incidência na população do Centro Oeste em 2010.
Deficiência
Visual
Motora
Auditiva
Mental/Intelectual
Nenhuma deficiência
Grande
dificuldade
411.886
222.566
115.969
170.428
10.891.894
2017 (adaptado).
Não consegue
de modo algum
31.471
47.602
25.380
Fonte: Brasil
Alguma
dificuldade
2.093.140
549.627
491.902
�Mato Grosso do Sul, estado de referência do nosso estudo (localização da biblioteca),
com população de praticamente 2,5 milhões de pessoas, apresenta 21,5% de PCD (mais de
500 mil pessoas). Também a deficiência visual é a protagonista entre as PCD, acompanhando
a tendência brasileira e regional das PCD com alguma dificuldade para enxergar ser a maioria
absoluta (BRASIL, 2017).
Quadro 3
Tipos, níveis de deficiências e incidência na população sul-matogrossense em 2010.
Não consegue de
Grande
Deficiência
modo algum
dificuldade
Visual
5.141
68.381
Motora
8.990
42.828
Auditiva
3.668
20.886
Mental/Intelectual
32.664
Nenhuma deficiência
1.922.106
Fonte: Brasil 2017 (adaptado).
Alguma
dificuldade
336.733
98.437
83.024
3 Metodologia
A pesquisa se caracterizou como uma pesquisa de campo, a partir do método de estudo
de caso, sob uma concepção descritiva. O cenário da pesquisa foi a Biblioteca Padre Felix
Zavattaro, biblioteca central da UCDB em Campo Grande/MS. Utilizou-se a observação
direta pelos autores a partir das exigências da ABNT NBR 9050:2015 (ABNT, 2015), que
trata de critérios de acessibilidade para edificações, mobiliários, espaços e equipamentos
urbanos.
Apresentam-se, ainda, alguns resultados e conclusões das práticas e desafios de
acessibilidade para a Biblioteca da UCDB. Para fins de análise, destacamos alguns dados
relativos à quantidade de PCD na instituição (Quadro 4).
Quadro 4
Tipos, níveis/categorias de deficiências e incidência na UCDB em 2017.
nº de
% quanto ao total
Deficiência
alunos
de deficiências
Auditiva
6
30%
Motora
5
25%
Visual
5
25%
Mental/Intelectual
4
20%
Total
20
100%
Fonte: Elaboração própria 2018.
A UCDB possui aproximadamente 10 mil alunos, dos quais apenas 0,2% são PCD,
índice muito abaixo em relação aos indicadores nacional, regional e estadual, que são em
�torno de 20% da população (BRASIL, 2017). Infere-se que o ensino superior, já de difícil
acesso à população, se torna ainda mais para PCD.
4 Resultados e discussões
A partir da análise dos critérios estabelecidos na ABNT NBR 9050:2015 (ABNT,
2015), percebe-se que algumas ações foram implementadas na Biblioteca Pe. Felix Zavataro,
a fim de atender as PCD ou com mobilidade reduzida; outras, no entanto, estão em fase de
adaptação como mostra-se a seguir.
O acesso principal à biblioteca está sinalizado com piso tátil (Figura 1), porém, a porta
de entrada não possui o tipo de maçaneta indicada e não apresenta a faixa de sinalização
(Figura 2) conforme descrito no item 5.4.1 da ABNT NBR 9050:2015 (ABNT, 2015).
Necessita adequação, pois a norma recomenda que portas e passagens devem possuir
informação visual, tátil ou sonora e sinalizadas com sinais em relevo, incluindo braile e deve
estar localizada entre 1,20m e 1,60m em plano vertical (ABNT, 2015).
Figura 1
Acesso principal da biblioteca.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
Figura 2
Porta de entrada da biblioteca.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
O balcão de atendimento e referência possui um espaço acessível para cadeirantes,
com 0,84m de sua superfície livre e altura de 0,81m (Figura 3), permitindo a aproximação
frontal com identificação, rota acessível e circulação adjacente que permite giro de 180º
�(Figura 4). Desta forma encontra-se nos padrões recomendados pelas normas vigentes
(ABNT, 2015).
Figura 3
Balcão de atendimento.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
Figura 4 - Acesso ao balcão de atendimento.
2018.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
A biblioteca possui rota acessível a seu elevador com sinalização tátil (Figura 5),
porém, não possui sinalização visual, informando a instrução de uso como descrito na norma,
onde deve constar:
sinalização tátil e visual estabelecida na seção 5, informando instrução de uso,
fixada próximo à botoeira; indicação da posição para embarque e desembarque;
indicação dos pavimentos atendidos nas botoeiras e batentes; dispositivo de
chamada dentro do alcance manual (ABNT, 2015, p. 67).
No entanto, está em construção outro elevador exclusivo para PCD, que atenderá os
requisitos exigidos.
Figura 5
Acesso ao elevador.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
�O acesso aos banheiros também está em conformidade com a norma (Figura 6). Os
bebedouros são de alturas adequadas, bem como sinalizados pelo piso tátil (Figura 7), porém,
frontal do bebedouro, permitir a utilização por meio de copos e ser de fácil higienizaç
(ABNT, 2015, p. 115).
Figura 6
Acesso aos banheiros.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
Figura 7
2018.
Acesso a um dos bebedouros.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
Entre as mesas e demais espaços de convívio, também há espaços suficientes para um
fácil deslocamento de cadeiras de rodas e de usuários com problemas de deslocamento, que
utilizem muletas, bengalas ou demais auxiliares. Na biblioteca há mesas exclusivas para
permitir a aproximação com cadeiras de rodas e com espaços entre elas que permitem, assim,
a circulação com facilidade (Figura 8). É possível observar também que os corredores são
livres de barreiras ou obstáculos, com extensões para grande fluxo de pessoas (Figura 9).
�Figura 8 - Mesa com acesso à cadeirantes.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
Figura 9 - Corredores.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
Quanto aos terminais de consulta, destaca-se que de um total de oito terminais, dois
são destinados e acessíveis à PCD, encontrando-se nas dimensões recomendadas (Figura 10).
Ressalta-se que, infelizmente, os terminais carecem de tecnologias do tipo de leitor de tela
para deficientes visuais. Entre as estantes existe largura suficiente para fluxo de cadeira de
rodas e espaço para circulação e manobras (Figura 11).
Figura 10
Terminal de consulta para cadeirante.
Fonte: Imagem extraída pelos autores
2018.
Figura 11
Espaço entre as estantes.
Fonte: Foto extraída pelos autores
2018.
�5 Considerações
A inclusão social é imprescindível para quebrar o ciclo da exclusão de PCD. As
últimas décadas foram marcadas por movimento sociais e políticos em defesa da inclusão no
sentido de inserir esta população aos ambientes sejam eles públicos ou privados. E neste
sentido houve uma preocupação por parte das bibliotecas em adequar-se aos padrões
estabelecidos para proporcionar acesso a toda informação disponível em todos os seus
suportes. A biblioteca Pe. Felix Zavattaro, nesta mesma perspectiva, vem buscando
corresponder à legislação bem como os anseios dessa parcela de sua comunidade acadêmica.
Percebe-se, entretanto, apesar do esforço da instituição, uma sensível discrepância
entre as ações adotadas e à legislação, mas as medidas necessárias para um total atendimento
à normalização são implementadas. As principais fraquezas encontram-se na falta de:
sinalização adequada em alguns pontos; tecnologias como leitores de tela e sintetizadores de
voz em terminais de busca e recuperação da informação; recursos em braile ou audiobooks; e
capacitação da equipe técnica para a entrega de produtos e serviços que vão ao encontro
destas específicas necessidades.
Estima-se que, com a aplicação das normas para acessibilidade na biblioteca, aumente
a quantidade de alunos PCD nesta instituição de ensino superior para uma efetiva inclusão e
participação destes na sociedade. Porém, é importante lembrar que a cultura inclusiva se
consolida não apenas com as adequações físicas e estruturais recomendadas, mas também em
atitudes que rompam as fronteiras da reflexão por parte de todo agente mediador da
informação. No contexto da biblioteca universitária, que tem por objetivo preparar
profissionais conscientes, a inclusão de qualidade, ou seja, contemplando todos os seus
aspectos, gera autonomia a estes futuros profissionais e promove a sua competência
informacional.
REFERÊNCIAS
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Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Indicadores. Resultados preliminares da
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<http://site.ucdb.br/institucional/1/boas-vindas/289/>. Acesso em: 02 fev. 2018.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A PRÁTICA DISCENTE
BIBLIOTECONOMIA DA UNIRIO
THE DISCIPLINE PRACTICE IN THE TEACHING OF THE DISCIPLINE
DEGREE OF BIBLIOTECONOMY OF UNIRIO
Resumo: Pesquisa que objetivou relatar a prática discente de docência na disciplina
Organização e Administração de Bibliotecas II, do bacharelado em Biblioteconomia da
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). O exercício da monitoria
ocorreu em duas turmas ao longo de 2017, permitindo que os discentes pudessem aprender
sobre temas referentes à gestão de bibliotecas, por meios teóricos e práticos. Soma-se a isso a
identificação de competências requeridas atualmente no âmbito do mercado de trabalho. Teve
como objetivo principal propiciar o engajamento de discentes na prática de docência, através
das atividades de planejamento, organização, atualização de conteúdo, além da atuação
mediadora entre docente e corpo discente. Como recursos metodológicos da monitoria,
utilizou-se a criação de mídia em rede social, revisão bibliográfica, pesquisa em periódicos e
outros meios com conteúdos pertinentes às disciplinas, além de eventos na área. Destaca-se a
atuação do monitor com forma de dirimir possíveis problemas em relação ao conteúdo, à
forma ou à agenda propiciando, assim, melhor comunicação entre corpo discente e docente da
disciplina.
Palavras-chave: Monitoria. Docência. OAB. Biblioteconomia. Gestão de Bibliotecas.
Abstract: This research aimed to describe the student teaching practice in the discipline
Organization and Administration of Libraries II, from the bachelor's degree in Librarianship
of the Federal University of the State of Rio de Janeiro (UNIRIO). The monitoring exercise
took place in two classes throughout 2017, allowing students to learn about library
management issues, through theoretical and practical means. It adds to this the identification
of skills currently required within the labor market. Its main objective was to foster the
engagement of students in teaching practice, through planning, organizing, updating content,
and mediating between teacher and student body. As methodological resources of the
monitoring, the creation of media in social network, bibliographical revision, research in
periodicals and other means with contents pertinent to the disciplines, besides events in the
area, was used. It stands out the performance of the monitor in order to solve possible
�problems in relation to the content, the form or the agenda, thus providing a better
communication between the student body and the teacher of the discipline.
Keywords: Monitoring. Teaching. OAB. Librarianship. Library Management.
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista as mudanças frequentes na sociedade e no mundo do trabalho, a
constante busca por novas competências é fator primordial para futuros bibliotecários obterem
mais informações ainda no âmbito da graduação, seja través de palestras, visitas técnicas,
leituras atualizadas ou ações que requeiram uma análise mais teórica sobre o assunto.
O presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência no Projeto de Monitoria
na disciplina: Organização e Administração de Bibliotecas II, que tem como propósito
docente e discentes
no planejamento, coordenação, controle e avaliação de atividades
.
Soma-se ao objetivo principal a compreensão dos conceitos avançados sobre
organização, administração de bibliotecas e unidades de informação, como forma de estimular
o pensamento estratégico, e a aplicação do conteúdo apreendido na futura prática profissional.
Tais conceitos são importantes devido à complexidade da Biblioteconomia na atualidade, traz
em seu arcabouço teórico uma série de discussões no que tange as mais variadas
possibilidades em relação à gestão de unidades de informação, e em bibliotecas (públicas,
escolares, universitárias, especializadas e ou privadas). Logo, é preciso compreender quais são
as habilidades e competências requeridas para a formação de tais profissionais, para sua
atuação como futuros gestores.
Na atividade de monitoria trabalha-se junto ao professor-orientador, auxiliando-o no
que diz respeito ao planejamento, organização, seleção, discussão e avaliação das atividades a
serem realizadas, na elaboração de trabalhos práticos e experimentais, atividades em classe,
visitas técnicas, criação de página da turma no facebook, dentre outras atividades.
A justificativa para este empreendimento foi a necessidade de se abordar, juntamente
com os alunos, conteúdos atualizados sobre gestão de bibliotecas e unidades de informação,
que os conduzissem a refletir sobre a realidade encontrada em detrimento à revisão de
literatura. Soma-se a isso o trabalho de interlocução feito pelo discente monitor da disciplina.
Este trabalho foi elaborado da seguinte forma: além dessa introdução, a seção seguinte
apresenta a metodologia utilizada no projeto de monitoria; em seguida, é apresentado um
�breve histórico da graduação de bacharelado em Biblioteconomia na UNIRIO, como forma de
contextualizar a disciplina de OAB. A quarta seção é destinada a apresentar a monitoria, sua
função, atribuições e legislação, além da prática discente de docência implementada na
UNIRIO no ano de 2017. Por fim, são expostas as conclusões geradas pela prática das
atividades presentes neste trabalho.
2 METODOLOGIA DA PESQUISA
O objeto desta pesquisa foi a prática discente na docência da disciplina de Organização
e Administração de Bibliotecas II. Para classificação da metodologia da pesquisa, toma-se por
base a taxonomia apresentada por Vergara (2011), que a qualifica em relação a dois aspectos:
quanto aos fins e quanto aos meios.
(VERGARA, 2011, p.42). Visa explicar as atividades ocorridas no decorrer da prática
discente na docência na referida disciplina, e os resultados obtidos.
Quanto aos meios, a pesquisa é bibliográfica e participante. Bibliográfica porque, para
a fundamentação teórico-metodológica do trabalho e atividades desenvolvidas, foi realizada a
revisão de literatura sobre planejamento estratégico, processo decisório, gestão da qualidade e
inovação, marketing e empreendedorismo, além de práticas de docência por discentes no
ensino superior.
Quanto aos fins, trata-se
do docente e indireta dos discentes das turmas de OABII dos semestres de 2017.
3 O BACHARELADO EM BIBLIOTECONOMIA DA UNIRIO
O curso de Biblioteconomia da UNIRIO é o mais antigo do Brasil, pois se originou do
curso instituído pela Biblioteca Nacional, criado em 1911 e efetivado em 1915. É
considerado, também, o terceiro curso de biblioteconomia no mundo, após o da École de
Chartes, na França, e do curso do Columbia College, da cidade de Nova York, nos Estados
Unidos, conforme citado no Plano Pedagógico Curricular (UNIVERSIDADE..., 2010, p.1516).
�O Bacharelado em Biblioteconomia da UNIRIO é oferecido em dois turnos (matutino
e noturno) que, segundo o e-MEC114 tem como principal objetivo
[...] formar profissionais aptos a atuar como agentes engajados nos processos sociais,
culturais, educacionais e de democratização da informação; capazes de contribuir
para o progresso das pesquisas em ciência e tecnologia para o desenvolvimento
social e econômico do país e de dar suporte informacional a empresas e
organizações no contexto globalizado (UNIVERSIDADE..., 2010, p.50).
De acordo com a UNIRIO, o Bacharel em Biblioteconomia tem um campo de atuação
diversificado, sendo
[...] amplo e em transformação contínua, podendo desempenhar sua profissão em
bibliotecas públicas, especializadas ou não, em grandes corporações e empresas, que
por seu porte têm implantado modernos modos de gestão de conhecimento, em
museus, centros culturais e de memória e em instituições que têm em vista a
preservação da memória e do patrimônio, o ensino e o enriquecimento cultural
(UNIVERSIDADE..., 2010, p. 50).
Conforme o Projeto Político Pedagógico Curricular da UNIRIO (2010, p.51-52), o
Bacharelado em Biblioteconomia é sustentado pelo tripé: ensino, pesquisa e extensão,
conforme toda universidade pública, sendo o ensino o
[...] domínio dos códigos da modernidade e as ferramentas necessárias para viver e
conviver em sociedade de informação/conhecimento por meio dos instrumentos
básicos de aprendizagem: as competências linguísticas e as competências cognitivas.
A pesquisa é considerada
[...] uma atitude processual de investigação diante do desconhecido e dos limites que
a natureza e a sociedade nos impõem e como capacidade de questionamento que não
admite resultados definitivos, estabelecendo a provisoriedade metódica como fonte
principal de renovação científica, pois é mais do que descoberta da realidade é um
diálogo inteligente com a realidade (UNIVERSIDADE..., 2010, p.52).
E a extensão é considerada um processo educativo, cultural e científico por articular o
ensino e a pesquisa, tendo como consequência uma ação entre a Universidade e a Sociedade
(UNIVERSIDADE..., 2010, p.52).
O curso de Biblioteconomia possui a matriz curricular dividida em duas perspectivas:
três linhas curriculares que apontam os conjuntos de saberes necessários à formação do
bacharel em biblioteconomia., e a de três eixos curriculares, compreendendo o saber
biblioteconômico especializado.
114
O e-MEC foi criado para fazer a tramitação eletrônica dos processos de regulamentação. Pela internet, as
instituições de educação superior fazem o credenciamento e o recredenciamento, buscam autorização,
reconhecimento e renovação de reconhecimento de cursos. Em funcionamento desde janeiro de 2007, o sistema
permite a abertura e o acompanhamento dos processos pelas instituições de forma simplificada e
transparente. Fonte:< http://portal.mec.gov.br/e-mec-sp-257584288>. Acesso em 02 jan. 2018.
�Segundo o PPC115 da UNIRIO (2010, p.53), cada eixo compreende um conjunto de
espaços cujas finalidades definem as necessidades de formação dos profissionais que neles
estão envolvidos, de maneira a desenvolver suas habilidades e competências. Os eixos
estágios curriculares supervisionados e o aprofundamento pessoal do estudante nos
conhecimentos necessários para o seu TCC
Pode-se melhor compreender o curso através do esquema abaixo:
Componentes curriculares, Organização e Administração de Bibliotecas I e II fazem
parte da linha Teóricoapresentam os princípios da área, suas teorias, métodos e técnicas e que compõem o saber
-se de disciplinas obrigatórias, ofertadas nos sétimo e oitavo
períodos para todos os cursos de biblioteconomia (bacharelado e licenciatura), com sessenta
horas cada, que, em conjunto as disciplinas de Formação e Desenvolvimento de Coleções e
Gestão Estratégica de Informação e Conhecimento, encerram o eixo de gestão em
biblioteconomia.
115
PPC Projeto Pedagógico Curricular
�Tais disciplinas promovem o desenvolvimento de competências, habilidades e
atributos para os futuros bibliotecários gestores e profissionais da informação que, segundo a
Classificação Brasileira de Ocupações (2010), são os profissionais que atuarão em bibliotecas,
centros de documentação, centros de informação e correlatos, redes e sistemas de informação,
além de prestar serviços de assessoria e consultoria.
4 A FUNÇÃO DE MONITORIA (PRÁTICA DE DOCÊNCIA POR DISCENTE)
A monitoria é uma estratégia de apoio ao ensino onde os estudantes colaboram no
processo de apropriação do conhecimento de seus colegas através do apoio às atividades do
docente (SILVEIRA; SALES, 2016 apud FRISON; MORAES, 2010).
Silveira e Sales (2016, p.133-134) identificam na legislação brasileira o
desenvolvimento da função de monitoria no Brasil. Os autores afirmam que, para ingressar na
monitoria, o aluno tenha capacidade intelectual para as práticas pedagógicas da disciplina
desejada. No decorrer do tempo, a legislação foi se adequando às demandas ao ponto que, na
década de 1980, houve o crescimento de pesquisas nas universidades, o que ocasionou o
aumento de ofertas de bolsas de iniciação científica (SILVEIRA; SALES, 2016, p.133-134).
Em 1996, através da publicação da Lei de Diretrizes e Base a Educação Nacional
Lei
nº 9.394 , enfatizou-se a atuação dos discentes da educação superior, estabelecendo que eles
poderão ser aproveitados em tarefas de ensino e pesquisa em suas instituições, exercendo
atividades de monitoria, de acordo com o próprio plano de estudos.
Nunes (2007, p.53) afirma que o monitor, por ainda ser aluno na graduação,
proporciona maior integração com os demais alunos da disciplina de forma a favorecer a
aprendizagem cooperativa, onde há troca de informações, e sanar possíveis dúvidas. Silveira e
Sales (2016, p.135) declaram que o professor tem por função ser o mediador dos
conhecimentos, estabelecendo uma relação entre os conhecimentos específicos e a prática
pedagógica. No entanto, delimitam a função do monitor como:
[...] para os alunos, o monitor ajuda a tirar dúvidas em horários diferentes das aulas,
principalmente em períodos de avaliações. Para o professor, o monitor atua também
fora de sala de aula e ajuda na seleção de materiais e na elaboração de exercícios.
[...] poderá participar também do planejamento da aula, buscando novos textos e
mídias referentes ao assunto que o professor orientador vai apresentar no decorrer da
disciplina. Assim, pode apresentar novos conceitos, trazer inovações e também
novas publicações na área.
�Esta interação entre discentes e monitor, corrobora para que a disciplina seja
conduzida da melhor forma possível, minimizando possíveis ruídos informacionais.
5
PRÁTICA
DISCENTE
NA
DOCÊNCIA
EM
OAB
II:
ATIVIDADES
DESENVOLVIDAS
A prática discente na docência, também conhecida por monitoria, é uma oportunidade
única de proporcionar ao discente a vivência docente e, de certa forma, incentivá-lo a ser
tornar um futuro professor. No início do ano letivo de 2017, foram programadas atividades
mediante o calendário acadêmico e o plano de estudo disponibilizado para as turmas do
primeiro e segundo semestres. As turmas foram divididas em grupos com conteúdo específico
a ser pesquisado. Ao final das tarefas em sala e da visita técnica às bibliotecas do Centro
Cultura Banco do Brasil (CCBB-RJ) e Biblioteca Nacional (BN), foram elaboradas
apresentações em sala e relatório para avaliação final.
As atividades propostas ao longo do ano de 2017 tiveram como objetivos específicos:
Como estratégia para o apoio e aprendizado dos alunos, foram criadas duas páginas na
rede social Facebook para as turmas 2017.1 e 2017.2, funcionando como canal de
comunicação e interlocução entre monitoria, alunos e docente, e auxiliando na orientação de
leituras e proposição de exercícios. Cabe ressaltar que essa mídia foi amplamente utilizada
para publicação de conteúdo, divulgação de atividades, agendamento de visitas técnicas,
sugestões de textos para leitura e matérias de apoio ao conteúdo obrigatório. As páginas foram
recebidas de forma positiva pelos alunos, pois promoveram a comunicação, a interação de
forma ágil, além de comunicação pela ferramenta de mensagens instantâneas, o Messenger.
�Figura 2: Página do Facebook da Turma OABII 2017/1
Fonte: O autor (2017)
Figura 3: Página do Facebook da Turma OABII 2017/2
Fonte: O autor (2017)
No que tange à atividade de visita técnica à biblioteca ou unidade de informação, no
primeiro semestre de 2017, foi agendada a presença dos alunos da turma de OABII e
�convidados os da de OABI para conhecer as rotinas de gestão da Biblioteca do Centro
Cultural Banco do Brasil (CCBB), localizada no Centro do Rio de Janeiro. O evento foi
realizado em um sábado pela manhã, por haver disponibilidade de agenda da equipe da
biblioteca do CCBB e disponibilidade das turmas em horário fora de aula.
Os alunos foram recebidos pela bibliotecária
terceirizada
da instituição, que fez
questão de explicar todos os meandros de gestão de uma biblioteca tão distinta, além de
responder aos questionamentos, dúvidas e curiosidades de quem esteve presente. Como
resultado, os alunos puderam produzir seus trabalhos como forma de avaliação, podendo
somar o embasamento teórico com análise crítica e real. Uma das alunas, utilizou as
informações colhidas na visita como parte de sua pesquisa sobre marketing em bibliotecas,
apresentada como trabalho de conclusão de curso no segundo semestre de 2017.
Figura 4: Visita técnica à Biblioteca do Centro Cultural Banco do Brasil/RJ
Fonte: O autor (2017).
Com a finalidade de oportunizar o conhecimento de tipologias de diferentes
bibliotecas e de fazer distinção entre elas, para o segundo semestre de 2017, foi agendada a
visita técnica ao Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Nacional. O evento foi
realizado numa sexta-feira à tarde, previamente agendado por e-mail, em um dia específico e
direcionado pela BN, para atendimento de turma de graduação de até 40 alunos.
Em novembro, a bibliotecária Luciana Grings, servidora e coordenadora do Setor de
Processamento Técnico da BN, recebeu a turma de OABII e, em um período de
aproximadamente três horas, respondeu aos mais diversos questionamentos, dúvidas e
inquietações sobre gestão no âmbito da Biblioteca Nacional.
�Como resultado desta visita, a turma do segundo semestre de 2017 desenvolveu
estudos de caso sobre: gestão estratégica, empreendedorismo, processo decisório, inovação,
gestão da qualidade em unidades de informação, inovação em produtos e serviços e marketing
em unidades de informação. Os grupos apresentaram os resultados das pesquisas através de
seminários, onde puderam pesquisar, mapear a realidade, argumentar e propor melhorias à
BN.
Figura 5: Visita técnica a Biblioteca Nacional
Fonte: MOREIRA, Bruno (2017).
As atividades de visitas às bibliotecas tiveram como resultado a elaboração de um
documento de análise técnica de gestão em bibliotecas, como forma de avaliação da
disciplina, cujos temas foram os mesmos trabalhados em classe: planejamento estratégico,
processo decisório, marketing, gestão da qualidade e inovação e empreendedorismo. Todo o
processo, desde o agendamento da visita até a elaboração dos relatórios, contou com a
presença e a participação da monitora, tanto para auxiliar o professor no planejamento de
aula, quanto para minimizar dúvidas dos alunos.
No decorrer dos semestres houve, também, a participação de palestrantes convidados,
o que foi de suma importância para demonstrar a atuação de profissionais no mercado do
trabalho, assim como suas experiências contextualizadas. Tais bibliotecários, atuantes em sua
maioria em instituições públicas, foram convidados com antecedência, para que pudessem
elaborar material adequado aos temas: gestão da qualidade, inovação e marketing.
A interação entre alunos e bibliotecários tem como intenção a promoção das práticas
reais em bibliotecas, demonstrando as dificuldades, as possibilidades e as decisões efetuadas
para gerenciar uma unidade de informação de forma eficiente e eficaz. Um dos exemplos
abordados em sala foi a palestra da bibliotecária Laura Fischer. Recém-saída da Força Aérea
�Brasileira (FAB), com especialização em Gestão do Conhecimento e Gestão de Projetos,
ministrou uma palestra sobre Gestão da Qualidade em Unidades de Informação, aliando a
teoria à prática na gestão de bibliotecas na FAB.
Figura 6 : Palestrante convidado
Aula sobre Gestão da Qualidade em Unidades de
Informação
Fonte: O autor (2017).
Dentre as responsabilidades assumidas pela monitora está a participação na Semana de
Integração Acadêmica da UNIRIO - SIA
com apresentação de um pôster cujo título foi
Organização e Administração de Bibliotecas (OABII): uma experiência a partir da visita à
Biblioteca do Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) .
Figura 7: Apresentação de Pôster na SIA 2017
Foto: O autor (2017).
�A apresentação oral foi a oportunidade de conversar com dois avaliadores cujas
formações não têm vínculo com a biblioteconomia. Foi uma oportunidade ímpar de apresentar
a função e a importância do bibliotecário e as suas inúmeras possibilidades de atuação na
sociedade, promovendo, assim, as múltiplas competências e habilidades e, dentre elas, a de
gestor. Outro ponto importante abordado foi a realidade encontrada na Biblioteca do CCBBRJ. Tais condições nos levaram a refletir sobre a realidade encontrada nas bibliotecas e a
atuação dos bibliotecários.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo relatar a experiência da prática discente na docência
em uma disciplina de gestão, do bacharelado em Biblioteconomia da UNIRIO durante o ano
de 2017, cujo propósito foi incentivar o engajamento de discentes à prática docente, por meio
de projeto de monitoria.
Soma-se ao objetivo principal a compreensão curricular na qual a disciplina OABII
está inserida, para poder contextualizar a definição, a função e a importância da monitoria no
âmbito acadêmico do ensino superior.
Para tanto, a atualização de conteúdo através de atividades sobre práticas de
Organização e Administração de Bibliotecas ajudou o corpo discente ao longo do semestre a
avaliar de forma criteriosa as instituições visitadas. Através das respostas recebidas nas duas
instituições
por meio de questionamento às bibliotecárias
, ficou evidente que tais
bibliotecas/unidades de informação sofrem empecilhos (administrativos, políticos e de ordem
diversa) para implementar melhorias significativas no que tange à gestão de um modo geral.
Tendo em vista as mudanças frequentes na sociedade e no mundo do trabalho, a
constante busca por novas competências é fator primordial para futuros bibliotecários obterem
mais informações ainda no âmbito da graduação. Seja através de palestras, visitas técnicas,
leituras atualizadas ou ações que requeiram uma análise mais teórica sobre o assunto.
Para os estudantes do bacharelado em Biblioteconomia é uma oportunidade de se
ambientar ao mundo da docência na medida em que atua em conjunto ao professor orientador
nas atividades de planejamento, organização das atividades e material para turma. A atuação
do monitor é de suma importância, pois ele age como mediador entre os discentes e o docente,
dentro e fora da classe, com a finalidade de minimizar possíveis problemas de entendimento
de conteúdo ou ações.
�A experiência de atuar como monitora da disciplina de OABII foi de grande
importância na trajetória acadêmica de um discente, principalmente quando este tem por
objeto de pesquisa a gestão em unidades de informação. A atuação em parceria com o
discente como prática de docência por discente
corrobora para intenção futura do retorno à
universidade para o curso Strictu Sensu, buscando o conhecimento e a habilitação como
futuro docente.
Todas as atividades ao longo do ano de 2017 foram válidas por serem consideradas
vitais para compreender todo o processo de condução de uma disciplina por parte do docente
desde o planejamento até a conclusão do período letivo, quando há o lançamento de notas.
Todo o processo de comunicação entre discentes, docentes e monitor corrobora para que haja
compreensão e importância do conteúdo ministrado. Soma-se a isso a busca constante por
atualização de conteúdo e de melhores práticas para avaliar o corpo discente, pois somente
avaliação mediante prova não demonstra se o conteúdo foi absorvido pela turma.
A prática discente na docência deveria ser uma das prioridades para trajetória
acadêmica do discente de graduação, principalmente do bacharelado, pois demonstra uma
segunda possibilidade de atuação, além da de bibliotecário (a).
REFERÊNCIAS
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Disponível em: < http://www.ocupacoes.com.br/>. Acesso em: 27 dez. 2017
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educação nacional. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>
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VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração. São
Paulo: Atlas, 2011.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A prática discente da docência da disciplina "Organização e Administração de Bibliotecas II" no bacharelado em Biblioteconomia da UNIRIO.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souza, Claudia Barbosa dos Santos de; Barradas, Jaqueline Santos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Pesquisa que objetivou relatar a prática discente de docência na disciplina Organização e Administração de Bibliotecas II, do bacharelado em Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). O exercício da monitoria ocorreu em duas turmas ao longo de 2017, permitindo que os discentes pudessem aprender sobre temas referentes à gestão de bibliotecas, por meios teóricos e práticos. Soma-se a isso a identificação de competências requeridas atualmente no âmbito do mercado de trabalho. Teve como objetivo principal propiciar o engajamento de discentes na prática de docência, através das atividades de planejamento, organização, atualização de conteúdo, além da atuação mediadora entre docente e corpo discente. Como recursos metodológicos da monitoria, utilizou-se a criação de mídia em rede social, revisão bibliográfica, pesquisa em periódicos e outros meios com conteúdos pertinentes às disciplinas, além de eventos na área. Destaca-se a atuação do monitor com forma de dirimir possíveis problemas em relação ao conteúdo, à forma ou à agenda propiciando, assim, melhor comunicação entre corpo discente e docente da disciplina
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b111e60691784f65384e83308f0c87de
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A ORGANIZAÇÃO DA BIBLIOTECA DA ASSOCIAÇÃO DOS REMANESCENTES
DOS QUILOMBOLAS ILHA DE SÃO VICENTE/TO
THE ORGANIZATION OF THE LIBRARY OF THE REMANESCENTS ASSOCIATION
OF THE KILOMBOLAS ISLAND OF SÃO VICENTE / TO
Resumo: O trabalho é um projeto de extensão Campus Curitiba, do Instituto Federal do
Paraná (IFPR). O objetivo foi promover a organização do acervo da biblioteca no sentido de
proporcionar acesso à comunidade quilombola da Ilha de São Vicente/TO. A execução das
ações buscou envolver a comunidade, para possibilitar a autonomia em relação a continuidade
da organização no uso de técnicas e tecnologias adequadas a sua realidade e condições
materiais existentes. A execução do projeto, durante seis dias, foi realizada para treinar
membros da comunidade, de modo que pudessem dar continuidade ao projeto de forma
autônoma, tanto tecnicamente, quanto no uso da tecnologia para automação do acervo
sugerida. O projeto contou com a doação de materiais, dentre eles: etiquetas para os materiais,
um computador de mesa (desktop) e periféricos e a licença para o sistema operacional,
Windows. A parceria desenvolvida proporcionou o compartilhamento de conhecimentos e a
oportunidade em reconhecer que uma biblioteca pode ser desenvolvida a partir das
necessidades postas pela própria comunidade.
Palavras-chave: Bibliotecas Comunitárias. Biblioteca Quilombola. Acervo - organização e
automação.
Abstract: The extension project was approved by the Research and Extension Committee
(COPE) of Curitiba Campus, Instituto Federal do Paraná (IFPR). The objective of the project
Vicente Island/TO. The execution of the actions sought to involve the community, in the
sense of enabling autonomy in relation to the continuity of the organization in the use of
techniques and technologies appropriate to its reality and existing material conditions. During
a visit to the community, for six days, it was possible to train members of the community so
that they could continue the project autonomously, both technically and in the use of
technology for automation of the collection. The project counted on materials donation,
among them: labels for materials, a desktop computer and peripherals and the license for the
operating system, Windows. The partnership developed provided the sharing of knowledge
and the opportunity to recognize that a library can be developed from the needs of the
community itself.
�Keywords: Community Libraries. Kilombola Library. Collection - organization and
automation.
INTRODUÇÃO
Organização da Biblioteca da Associação dos Remanescentes dos Quilombolas Ilha de São
23397.001051/2017-02, do Campus Curitiba, do Instituto Federal do Paraná (IFPR), em
out./17.
Em viagem à Curitiba para participação em um congresso de geografia, da
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Fátima, em reunião com duas pesquisadoras/es do
grupo de pesquisa Xuê, do Programa de Pós-Graduação em Tecnologia e Sociedade
(PPGTE), da Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR), contou a história da
comunidade que reside e como seu projeto se tornou em um projeto para biblioteca.
Fátima, ao saber da formação em Biblioteconomia de uma109 das pesquisadoras do
Xuê e de sua atuação profissional no Instituto Federal do Paraná (IFPR), pediu sua ajuda para
a organização da biblioteca da comunidade. Considerando que as/os 110 bibliotecárias/os do
IFPR estão em ampla campanha pela valorização das bibliotecas, a proposta de ajudar no
circulação do conhecimento. Uma oportunidade de promover a autonomia da comunidade em
relação às técnicas de organização e tecnologias abertas.
Para que o projeto pudesse alcançar êxito, a bibliotecária membro do grupo Xuê
propôs apresentar algumas/ns servidoras/es do IFPR à Fátima que poderiam contribuir para a
viabilidade do projeto. Dessa forma e com a confiança de Fátima, ela convidou as/os
servidoras/es a conhecer pessoalmente a comunidade, compreender suas necessidades e
estabelecer um convívio mais próximo à comunidade, de modo que os objetivos sejam
109
Os nomes foram preservados no sentido de atender as normas do evento SNBU/2018, respeitando a avaliação
double-blind. Por essa razão, parte da introdução foi alterada.
110
As/os autoras/es deste artigo decidiram flexionar os artigos e substantivos na forma feminina e masculina,
respeitando esta ordem de importância, no sentido de romper os discursos hegemônicos acadêmicos, postos no
�alcançados e compreendidos por todas as pessoas da comunidade para que a continuidade do
projeto fosse garantida.
O projeto foi desenvolvido junto à comunidade durante o período de 08 a 14 de
dez./17. Participaram ativamente do projeto duas bibliotecárias e um sociólogo; o projeto
recebeu apoio de uma das bibliotecárias do campus (submissão do projeto no Comitê de
Pesquisa e Extensão - COPE, do Campus Curitiba/IFPR), Sueli Terezinha Heimbecher
(doação de um desktop) e Adriano Willian da Silva (Diretor Geral do Campus Curitiba/IFPR,
liberação de diárias e passagens).
Durante o curto período para execução do projeto, a equipe decidiu treinar a
comunidade em relação ao uso do software livre para automação de bibliotecas, Biblivre,
instalado no desktop que foi doado à biblioteca e; treiná-las/os quanto a aplicação de uma précatalogação para o acervo. O acervo é composto, segundo informações de Fátima, por
aproximadamente 10 mil exemplares de livros, revistas, gibis, enciclopédias, dicionários e
outros materiais.
O objetivo do projeto foi proporcionar autonomia técnica, tecnológica e preservação
da liberdade da comunidade em relação aos rumos do seu projeto originário. Compreendemos
que não levamos conhecimento a elas/es, mas que compartilhamos e elas/es compartilharam
conosco também.
Dessa forma, seguindo uma metodologia de ação dialógica, posta por Paulo Freire,
buscou-se a promoção de uma autonomia técnica e tecnológica tem por base os fundamentos
educativos de Paulo Freire (1985) e o reconhecimento de saberes em todas as comunidades,
sejam elas acadêmicas ou não. Portanto, proporcionar autonomia, a partir do diálogo
estabelecido para a compreensão da realidade, historicidade e postura ética da comunidade,
foi também estabelecer uma relação de independência entre todas e todos envolvidas/os.
1 A COMUNIDADE QUILOMBOLA DA ILHA DE SÃO VICENTE/TO
A comunidade quilombola Ilha de São Vicente, fica localizada no município de
Araguatins, Tocantins, na região do Bico do Papagaio, no extremo norte do estado, região
norte do Brasil. O território da Ilha de São Vicente possui cerca de 586 alqueires, que
equivale a 2.851 hectares de terras.
A Ilha de São Vicente abriga 49 famílias de remanescentes quilombola, das famílias
Barros e Noronha.
�É um território em processo de regularização fundiária, reconhecida pela Fundação
Cultural Palmares desde dezembro de 2010, pesquisa antropológica realizada pela professora
antropóloga mestre e doutoranda Rita de Cassia da UFT, Campus Tocantinópolis, o Relatório
Técnico de Identificação e Delimitação (RTID) foi publicado em fevereiro de 2015
(FUNDAÇÃO, 2017a).
A comunidade está localizada em uma ilha fluvial no Rio Araguaia, território onde
existe uma transição do bioma cerrado para a floresta amazônica.
A comunidade foi certificada e reconhecida pela Fundação Palmares Cultural,
conforme a Portaria n. 268/2017, publicada no DOU em 02 out. 2017 (FUNDAÇÃO, 2017b).
De acordo com informações do Blog da Fundação Barros (FUNDAÇÃO, 2017c), a
Associação dos Remanescentes dos Quilombolas da Ilha de São Vicente/TO (CNPJ:
13.933.703/0001-14) é composta por uma diretoria jovem e recentemente posta a frente da
associação, em 2013. O presidente da associação é o senhor Miguel Batista Barros.
2 O PROJETO
De acordo
africanos escravizados que mantêm tradições culturais, de subsistência e religiosas ao longo
O projeto da biblioteca foi idealizado pela remanescente quilombola Fátima Barros e
faz parte da liderança da comunidade. Fátima tem formação em pedagogia e é estudante de
engenharia ambiental, além militante pela emancipação e libertação da população negra
brasileira, principalmente a luta que envolve as comunidades tradicionais quilombolas.
Fátima elaborou o projeto a partir de uma campanha de arrecadação de livros e
conseguiu um acervo com aproximadamente 10 mil exemplares. Os materiais,
majoritariamente livros, estão em um galpão que pertence ao presidente da associação, senhor
Para que os materiais, em sua maioria compostos por livros, possam circular por entre
todas as pessoas da comunidade, identificaram entre elas/eles a necessidade de organizar a
biblioteca com aplicação de processo técnico e implementação de aparato tecnológico
(software de automação de bibliotecas), visto que seu maior objetivo é preservar o patrimônio
doado e fazer circulá-lo com responsabilidade e consciência.
�3 JUSTIFICATIVA E FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A região norte e nordeste do Brasil, são as regiões mais afetadas pela má distribuição
econômica e social, de modo a resultar na brutal desigualdade social que assola a população
brasileira. É considerável destacar essa evidência em relação às regiões sul e sudeste.
A desigualdade social traz os piores resultados para o desenvolvimento do país. Um
dos fatores a serem considerados é em relação a falta de acesso a direitos fundamentais, tais
como: educação, saúde e moradia.
Os Institutos Federais (IFs) foram criados com o objetivo de diminuir a desigualdade
em relação ao acesso à educação. E que essa redução ocorresse proporcionando uma educação
pública de qualidade, a ponto de garantir que trabalhadoras/es e suas/seus filhas/os tivessem
oportunidade à educação em vários níveis, modalidades e formas de oferta.
Com relação a implantação e expansão dos campi dos Institutos Federais, observa-se
que o Instituto Federal do Paraná (IFPR) expandiu muito mais que o Instituto Federal do
Tocantins (IFTO), por exemplo. Enquanto o IFPR possui 25 campi, o IFTO possui 11.
Paralela a essa realidade, a população negra brasileira possui um passado histórico de
diáspora africana provocado por um período de comercialização desumana de povos
provenientes de diversos países africanos. O Brasil foi o país que mais tempo permaneceu a
escravizar os povos africanos (aproximadamente 350 anos).
O resultado dessa prática comercial desdobrou diversas situações. Um dos
desdobramentos negativos foi o fato da população negra não ter tido condições materiais e
sociais de reintegração à sociedade após a assinatura da Lei Áurea. Permanecendo, assim, de
modo marginalizado, invisibilizado e destituído de direitos fundamentais que uma parte da
população brasileira teve e tem acesso, evidenciando um abismo de desigualdades
promovidas na formação da sociedade brasileira.
O recorte que Lélia realiza em sua análise sobre a população negra, a ascensão social e
econômica é quase nula, principalmente para o mercado de trabalho. Lélia argumenta,
As possibilidades de ascensão a determinados setores da classe média têm sido
praticamente nulas para a maioria da população negra. É certo que, de 1950 para cá,
ocorreu o crescimento das classes médias no Brasil. Todavia, em termos relativos,
isto significou a deterioração das possibilidades de acesso ao mercado de trabalho
para a população negra. Excluída da participação no processo de desenvolvimento
(desigual e combinado, não esqueçamos), ficou relegada à condição de massa
puros, trabalho ocasional, ocupação intermitente, trabalho por temporada etc. Ora,
tudo isso implica condições de vida em termos de habitação, saúde, educação etc.
(GONZALEZ, 1982, p. 96).
�Para Moura (2014, p. 253) a população negra é sujeitada a mecanismos seletores
racistas, o que resulta em opressão e discriminação. Logo, a população negra, de forma
reativa e como parte de uma dinâmica social, tenta expor seu passado africano por meio da
Id. Ibid., p. 253).
Necessário informar que a formação de quilombos111 no Brasil faz parte de sua
história e da história da diáspora africana. Para tanto, recorre-se à Gonzalez (1982, p. 91),
[...] já em 1559 se tem notícia da formação dos primeiros quilombos, essas formas
alternativas de sociedade, na região das plantações de cana do nordeste. E os
quilombos existiram em todo o país como contrapartida, o modo de resistência
organizada do povo negro contra a superexploração de que era objeto. Sua
distribuição geográfica articulou-se com a migração interna da população escrava
(principalmente depois de 1850), forçada a satisfazer as exigências econômicas
escravista (açúcar, mineração e café, além de outros mais secundários, como
algodão, fumo etc.) obrigavam a população escrava a tais deslocamentos e esta, por
sua vez, resistia com a formação dos quilombos (GONZALEZ, 1982, p. 91).
A organização de quilombos não obteve reconhecimento histórico, como Gonzalez
(1982, p. 91)
Estado livre de todo o continente americano existiu no Brasil colonial, como denúncia viva do
egra
dos Palmares, vigente no país entre o período 1595 a 1695, na antiga Capitania de
Pernambuco (Id. Ibid., p. 91).
Os quilombos eram atuantes e combatentes, inclusive com expressivo armamento
bélico. Um exemplo de combate e participação em movimentos de libertação contra invasores
europeus, tanto no período colonial quanto no império, seriam a Revolta dos Alfaiates,
Confederação do Equador, Sabinada, Balaiada, Revolução Praieira etc. (Id. Ibid. p. 91).
Gonzalez segue na denúncia que a história oficial do Brasil não menciona o que foi e o
que representou a República Negra dos Palmares, não sendo restrita apenas aos combates:
Palmares foi a primeira tentativa brasileira no sentido da criação de uma sociedade
democrática e igualitária que, em termos políticos e socio-econômicos, realizou um
grande avanço. Sob a liderança da figura genial de Zumbi, ali existiu uma efetiva
harmonia racial já que sua população, constituída por negros, índios, brancos e
mestiços, vivia do trabalho livre cujos benefícios revertiam para todos, sem exceção.
Na verdade, Palmares foi o berço da nacionalidade brasileira. E o mesmo se pode
111
Para Gonzalez (1982, p. 90) o conceito da palav
em Angola. A tradução exata seria capital, povoação, união
confusão, bordel
bantu falada
�padres, é claro) a religião comum (GONZALEZ, 1982, p. 91) (Grifos da autora).
Atualmente, as comunidades tradicionais remanescente foram reconhecidas pelo
Governo Federal como quilombolas. Em 1988 o governo criou a Fundação Cultural Palmares
e a vinculou ao Ministério da Cultura (MinC). Conforme informações da entidade, seus
objetivos são:
-
Comprometimento com o combate ao racismo, a promoção da igualdade, a
valorização, difusão e preservação da cultura negra;
-
Cidadania no exercício dos direitos e garantias individuais e coletivas da população
negra em suas manifestações culturais;
-
Diversidade no reconhecimento e respeito às identidades culturais do povo brasileiro.
A entidade já certificou mais de 2.476 comunidades quilombolas, a certificação
reconhece os direitos das comunidades quilombolas e dá acesso aos programas sociais do
Governo Federal. É referência na promoção, fomento e preservação das manifestações
culturais negras e no apoio e difusão da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da
História da África e Afro-brasileira nas escolas. A Fundação Palmares já distribuiu
publicações que promovem, discutem e incentivam a preservação da cultura afro-brasileira e
auxiliam professoras/es e escolas na aplicação da Lei.
Participar de projetos que envolvam comunidades tradicionais, sejam quilombolas
e/ou indígenas, faz-se necessário por meio da confiança que a comunidade estabelece e
adquire. Portanto, as comunidades tradicionais, de forma geral e devido a um contexto social
de exclusão, exploração e invisibilização de suas necessidades, têm por costume convidar
pessoas externas para participarem de projetos que as auxiliem, condicionando que essa
participação externa traga resultados positivos para a comunidade. Não obstante, isso ocorre
após reuniões presenciais, estabelecimento de confiança e comprometimento de que qualquer
ação estabelecida terá etapas de início, meio e fim cumpridas em sua integralidade.
A integrante da comunidade quilombola da Ilha de São Vicente/TO, Fátima Barros,
estabeleceu contato com alguns servidores do IFPR. Nesses servidores, Fátima, segundo suas
palavras, identificou uma postura política semelhante a dela e membros da comunidade para
A confiança estabelecida se deu a partir do compartilhamento de experiência com
outro quilombo (Kalunga), formação acadêmica das/os servidoras/es, postura em relação a
�uma educação aberta e que oportuniza a autonomia da comunidade, além da experiência com
tecnologias.
Para tanto e fundamentando a questão de identidades que se encontram e se
identificam como sujeitos cognoscentes112, nos apoiamos em Paulo Freire (1985).
Compreendemos que o relacionamento estabelecido com a comunidade das/os remanescentes
quilombolas da Ilha de São Vicente/TO ocorre de forma igualitária e de troca. A esse respeito,
Freire faz um apont
27).
Ao estabelecer o compartilhamento de conhecimento por meio do diálogo, em ação
dialógica,
E ser dialógico, para o humanismo verdadeiro, não é dizer-se
descomprometidamente dialógico; é vivenciar o diálogo. Ser dialógico é não invadir,
é não manipular, é não sloganizar. Ser dialógico é empenhar-se na transformação
constante da realidade. Esta é a razão pela qual, sendo o diálogo o conteúdo da
forma de ser própria à existência humana, está excluído de toda relação na qual
homens que são
-se numa relação antagônica.
O diálogo é o encontro amoroso dos homens que, mediatizados pelo mundo, o
-o, o humanizam para a
humanização de todos (FREIRE, 1985, p. 28).
No entanto, Freire não pode ser considerado romântico, nem ingênuo ao desenvolver a
ideia de humanismo quando descreve a relação entre as pessoas e suas culturas, saberes,
quereres e poderes.
Humanismo que, recusando tanto o desespero quanto o otimismo ingênuo, é, por
isto, esperançosamente crítico. E sua esperança crítica repousa numa crença também
crítica: a crença em que os homens podem fazer e refazer as coisas; podem
transformar o mundo. Crença em que, fazendo e refazendo as coisas e
transformando o mundo, os homens podem superar a situação em que estão sendo
um quase não ser e passar a ser um estar sendo em busca do ser mais (FREIRE,
1985, p. 51) (grifos do autor).
Proporcionar autonomia é promover a liberdade na relação estabelecida entre pessoas
de comunidades diferentes ou da mesma comunidade. A ação que, pode parecer simples a
uma/um bibliotecária/o e/ou educadora/r, na aplicação de uma técnica e um conhecimento não
pode ser vista como uma simples transferência. Poderia ser, caso fosse realizada apenas por
máquinas. Mas no caso deste projeto de extensão, há o envolvimento de pessoas, culturas e
questões sociais.
112
Na perspectiva de Paulo Freire (1985), sujeitos cognoscentes são aqueles que participam ativamente da
transformação social a que se propõem em suas ações, de forma consciente e crítica.
�Freire, mais uma vez, nos auxilia no fundamento de tal pensamento sobre a liberdade
por meio da educação e seu processo,
transferência ou a transmissão do saber nem da cultura; não é a extensão de
conhecimentos técnicos; não é o ato de depositar informes ou fatos nos educandos;
Aquela em que o ato cognoscente não termina no objeto cognoscível , visto que se
comunica a outros sujeitos, igualmente cognoscentes (FREIRE, 1985, p. 55).
E nessa relação em que se transmite um conhecimento a outra pessoa e/ou comunidade
que não o domina ou possui, est
centralizou seus esforços.
Educador-educando e educando-educador, no processo educativo libertador, são
ambos sujeitos cognoscentes diante de objetos cognoscíveis, que os mediatizam.
Poder-se-á dize
possível por o educador e o educando num mesmo nível de busca do conhecimento,
se o primeiro já sabe? Como admitir no educando uma atitude cognoscente, se seu
papel é o de quem aprende do educador? (FREIRE, 1985, p. 55).
mas espaços para relações onde a praxis educativa é viva, ativa, reflexiva e solidária. É o
encontro consigo mesmo, no momento em que se encontra com a outra pessoa. E foi nesta
perspectiva que o projeto foi executado.
4 OBJETIVOS
Objetivo Geral
Promover a organização dos materiais da biblioteca da comunidade quilombola da Ilha
de São Vicente/TO. A promoção das ações envolveu a comunidade local, no sentido de
possibilitar autonomia em relação a continuidade da organização no uso de técnicas e
tecnologias adequadas a sua realidade e condições materiais existentes.
Objetivos Específicos:
-
Organizar os 10 mil materiais doados à comunidade quilombola da Ilha de São
Vicente/TO;
�-
Propor um sistema de organização autônomo e sustentável que garanta a continuidade
da organização inicial ao acervo de livros e quaisquer materiais que venham a compolo;
-
Conscientizar a comunidade local, por meio de reuniões, sobre a importância em
manter a biblioteca funcionando para atender as demandas educacionais das pessoas
que a compõe;
-
Identificar as necessidades educacionais da comunidade local;
-
Implantar sistema de gerenciamento de acervo para bibliotecas aberto e livre;
-
Capacitar as pessoas para terem condições em manter a biblioteca funcionando, tanto
em relação ao sistema de gerenciamento, quanto à organização do acervo conforme
sua circulação ocorre.
5 RESULTADOS OBTIDOS
Os resultados do projeto de extensão foram apresentados em forma de relatório ao
Comitê de Ensino e Extensão (COPE), do Campus Curitiba, do IFPR, para atender aos
trâmites processuais necessários.
Em relação à participação in loco e relacionamento com a comunidade, foi elaborado
um treinamento para utilização do software livre de automação de bibliotecas, Biblivre. Além
disso, o treinamento também foi ministrado em relação a pré-catalogação do acervo, ação
importante para identificação dos elementos nos materiais a serem catalogados e,
posteriormente, informações inseridas no sistema. Tais ações foram implementadas visto que
teríamos apenas seis dias para execução do projeto junto à comunidade.
No sentido de estabelecer um primeiro contato, tivemos a oportunidade de conhecer o
campus Araguatins, do Instituto Federal do Tocantins (IFTO) e sua biblioteca. Conversamos
com a diretora de ensino do campus e uma das bibliotecárias, de modo informal, sobre nosso
projeto junto à comunidade da Ilha de São vicente/TO e a possibilidade de continuidade por
parte de outras pessoas, incluindo o IFTO.
Ao observar as necessidades educacionais da comunidade, percebemos que ela é
formada por voluntárias/os de diversas faixas etárias e escolaridade. No entanto, estavam a
disposição para os treinamentos apenas em seu tempo livre, uma vez que dedicam a maior
parte de seu tempo em atividades escolares e trabalho remunerado para provimentos de
necessidades básicas.
�Pré-Catalogação dos Materiais
Devido ao curto tempo que teríamos para executar o projeto, elaboramos uma ficha
com dados essenciais para que uma pré-catalogação ocorresse antes da inserção das
informações no sistema.
Para tanto, nos baseamos nos elementos obrigatórios propostos pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), especificamente a NBR 6023/2002. Os elementos
extraídos foram: autoria (pessoal e entidade), título e subtítulo, edição, local, editora e data.
Elaboramos um manual com a definição de cada elemento para melhor compreensão
das pessoas da comunidade e, dessa forma, pudessem ter condições de continuidade sobre a
pré-catalogação.
O objetivo da pré-catalogação foi proporcionar à comunidade a possibilidade de
identicação dos elementos essenciais dos materiais da biblioteca, de forma independente, sem
o auxílio de uma/um bibliotecária/o. No entanto, caso a comunidade decida e queira participar
de projetos junto à/a bibliotecárias/os, será possível avançar nos elementos inseridos tanto
manualmente quanto no sistema, a fim de completar as informações e ampliar a recuperação
dos materiais via sistema.
Automação do Acervo
A biblioteca comunitária é um elemento fundamental para elevar o patamar dos
processos de ensino-aprendizagem e desenvolvimento sócio-cultural. Por esta razão, a
informatização das atividades de gerenciamento de acervos é um fator importante de
qualidade e controle deste bem cultural, sua automação a partir da escolha e funcionamento de
software para automação de acervos faz parte desse processo. Para Bastos, Almeida e Romão
r, é compreendida como fator
indispensável nessas instituições, transformando-se em um recurso de valor cultural,
A escolha do software de automação de acervos, Biblivre, deu-se pela facilidade e
viabilidade na adequação às necessidades da comunidade. Tais como: é livre e aberto, dessa
forma, permite que, por meio do código fonte, seus módulos sejam programados conforme as
necessidades administrativas e informacionais da comunidade local; é gratuito, a comunidade
não necessitará dispor de valores monetários para seu acesso e funcionamento; as versões
�atualizadas (com correção de erros) estão disponíveis no sítio eletrônico da comunidade que
desenvolve o software; participação no fórum da comunidade, possibilitando troca de
experiências, dificuldades e sugestões para melhorias.
O Biblivre é um software que possibilita a inclusão digital das pessoas e suas diversas
realidades; adequado para catalogação e divulgação de acervos de bibliotecas públicas e
privadas, de diversos portes.
Ao acessarmos o software pela primeira vez, iniciamos os testes buscando a
identificação e definição dos campos a serem utilizados na catalogação, conforme a
necessidade da Biblioteca da Comunidade Quilombola da Ilha de São Vicente/TO.
O treinamento das pessoas da comunidade teve início com uma breve explanação
sobre o motivo da escolha das informações a serem inseridas na planilha de entrada do
software.
Durante os dias que se seguiram foram treinados cinco pessoas. As atividades
desenvolvidas foram: inserção das informações a partir da pré-catalogação. Não foram
identificadas maiores dificuldades pelas/os participantes, pois a usabilidade do sistema se
apresenta de modo simples e eficiente. Além disso, algumas/ns pessoas da comunidade
possuem formação e conhecimento na área de informática, algo que facilita o manuseio e
usabilidade do software.
Foram realizadas orientações no uso das grandes áreas do conhecimento, para isso
utilizamos a Classificação Decimal de Dewey (CDD), para classificação de áreas e uso e para
classificação de autoria, a Tabela Cutter. Assim, o arranjo físico apresentou a organização
temática formal técnica, seguindo padrões determinados pela Biblioteconomia.
Por fim, para completar a organização física, as etiquetas foram preenchidas
manualmente, após a realização dos testes para recuperação dos títulos inseridos no sistema e
execução dos serviços de empréstimos e devoluções. Considera-se que a capacitação nas
atividades de automação foi exitosa, porém incompleta e com tempo insuficiente para troca de
ideias com a comunidade e compartilhamento de conhecimento a respeito do sistema.
Diante disso, recomenda-se que a comunidade estabeleça parcerias para continuidade
do projeto, automação completa da biblioteca, incluindo alimentação das informações do
acervo no sistema, divulgação e circulação do material entre a comunidade e, se assim
quiserem, com a comunidade da cidade de Araguatins/TO.
�CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que o projeto proporc
continuidade por outras pessoas da própria comunidade e fora dela, de modo autônomo e
preservando a liberdade de decisões de suas/seus idealizadoras/es.
Durante os momentos de diálogo com membros da comunidade, principalmente com
Fátima (que nos recebeu, acompanhou pelos espaços e nos apresentou às pessoas da
comunidade), compartilhamos ideias e sugestões para futuros projetos, uma vez que a biblioteca
da comunidade, a partir dessa etapa, passa a possuir um computador (desktop) próprio, com
sistema operacional e sistema de automação de biblioteca instalados, etiquetas, treinamento
sobre a funcionalidade de uma biblioteca e informações sobre o que significa automatizar um
acervo para circular entre a comunidade.
Apesar de alcançar os objetivos específicos deste projeto, os desafios para a comunidade
da Ilha de São Vicente/TO ainda são inúmeros. Para que a biblioteca funcione bem e
plenamente, o envolvimento da comunidade deverá ocorrer por meio de sua consciência,
identidade e importância de existir enquanto pessoas que possuem uma história, um território,
um lugar de pertencimento e a esperança em resistir lutando. A biblioteca será o resultado dessa
consciência e atenderá parte das necessidades postas pela própria comunidade, além de nutrir
sua existência e resistência com conhecimento por meio de um acervo que reflita sua história.
Para nós, apesar do fim formal do projeto, o compromisso social com a comunidade
passa a ser individual, de postura política e valorização de sua continuidade, mesmo à distância,
sociabilizaram sua história e a esperança de uma sociedade mais
justa, inclusiva e igualitária conosco, nos renovaram na busca e na luta por essa sociedade.
Axé Muntu!113
113
Expressão criada por Lélia Gonzalez, misturando as línguas ioruba (axé, poder, força, energia, tudo de bom)
intelectuais-militantes/lelia-gonzales/>. Acesso em: 21 jan. 2018.
�REFERÊNCIAS
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Biblioteca comunitária: mapeando conceitos e analisando discursos. Inf. & Soc.: Est., João
Pessoa, v. 21, n.3, p. 87-100, set./dez. 2011. Disponível em:
<http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/10822/6998>. Acesso em: 22 dez. 2017.
FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 8. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
FUNDAÇÃO Barros. História da família quilombola da Ilha de São Vicente. Blog. Disponível
em: <http://fundacaobarros.blogspot.com.br/2013/11/historia-da-familia-quilombola-dailha.html>. Acesso em: 31 out. 2017c.
Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/comunidades-remanescentes-de-quilomboscrqs>. Acesso em: 31 out. 2017a.
FUNDAÇÃO Palmares Cultural. Certidões expedidas às comunidades remanescentes de
quilombos (crqs) atualizada até a portaria nº 268/2017, publicada no dou de 02/10/2017.
Disponível em: <http://www.palmares.gov.br/file/2017/10/CERTID%C3%95ESEXPEDIDAS-%C3%80S-COMUNIDADES-REMANESCENTES-DE-QUILOMBOS-03-102017.pdf>. Acesso em: 31 out. 2017b.
GONZALEZ, Lélia. A mulher negra na sociedade brasileira. In: LUZ, Madel T. (Org.). O lugar
da mulher. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1982.
MOURA, Clóvis. Dialética radical do Brasil negro. 2.ed. São Paulo: Fundação Maurício
Grabois; Anita Garibaldi, 2014.
O QUE é biblivre. Disponível em: <http://biblivre.org.br/index.php/sobre-biblivre>. Acesso em:
22 dez. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A organização da biblioteca da Associação dos Remanescentes dos Quilombolas Ilha de São Vicente/TO.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cassiano, Elisete Lopes; Teixeira, Patricia; Pereira, Ricardo Alexandre
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
O trabalho é um projeto de extensão Campus Curitiba, do Instituto Federal do Paraná (IFPR). O objetivo foi promover a organização do acervo da biblioteca no sentido de proporcionar acesso à comunidade quilombola da Ilha de São Vicente/TO. A execução das ações buscou envolver a comunidade, para possibilitar a autonomia em relação a continuidade da organização no uso de técnicas e tecnologias adequadas a sua realidade e condições materiais existentes. A execução do projeto, durante seis dias, foi realizada para treinar membros da comunidade, de modo que pudessem dar continuidade ao projeto de forma autônoma, tanto tecnicamente, quanto no uso da tecnologia para automação do acervo sugerida. O projeto contou com a doação de materiais, dentre eles: etiquetas para os materiais, um computador de mesa (desktop) e periféricos e a licença para o sistema operacional, Windows. A parceria desenvolvida proporcionou o compartilhamento de conhecimentos e a oportunidade em reconhecer que uma biblioteca pode ser desenvolvida a partir das necessidades postas pela própria comunidade.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5741/SNBU2018_151.pdf
70d4ffd7bfbca325aeec36146dd16ab9
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PRÁTICAS EXTENSIONISTAS NO ÂMBITO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA:
AÇÕES EMPREENDIDAS
EXTENSIONIST PRACTICES IN THE UNIVERSITY LIBRARY AMBIT: ACTIONS
UNDERTAKEN
Resumo: Discute acerca das práticas extensionistas em bibliotecas universitárias, abordando
sobre a biblioteca universitária e o papel da extensão como prática que envolve a universidade
e a sociedade. Objetiva identificar ações de extensão empreendidas na biblioteca universitária
por meio da análise de comunicações em eventos científicos, como Seminário Nacional de
Bibliotecas Universitárias, realizados no Brasil, de 2012 a 2016. Caracteriza-se como uma
pesquisa bibliográfica e documental de natureza exploratória e descritiva, com base em um
levantamento nos anais do evento supramencionado, acerca do assunto projeto de extensão
em bibliotecas universitárias, bem como na realização de um mapeamento das ações
extensionistas empreendidas. Como resultado, percebe-se que grande parte dos trabalhos
analisados, vinculam-se ao eixo temático: responsabilidade política, técnica e social, e que, no
último ano estudado, muitas foram as ações envolvendo práticas para o hábito da leitura, tanto
da própria comunidade universitária, como da comunidade externa. Obtém-se como
conclusão que, diante da quantidade de comunicações sobre a temática projeto de extensão
em bibliotecas universitárias, muitas ações extensionistas são empreendidas neste âmbito,
corroborando assim, com a interação dialógica entre ensino, pesquisa e extensão,
proporcionando impacto tanto na comunidade interna quanto externa, bem como na
transformação social.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias. Extensão universitária. Bibliotecas
extensão.
Serviços de
Abstract: It discusses extensional practices in university libraries, approaching the university
library and the role of extension as a practice involving university and society. It aims to
identify extension actions undertaken in the university library through the analysis of
communications in scientific events, such as National Seminar of University Libraries, held in
Brazil from 2012 to 2016. It is characterized as a bibliographic and documentary research of
an exploratory and descriptive nature, based on a survey in the annals of the aforementioned
�event, about the subject of extension project in university libraries, as well as in the mapping
of the extension actions undertaken. As a result, it can be seen that a large part of the works
analyzed are linked to the thematic axis: political, technical and social responsibility, and in
the last year studied many actions involving practices for the habit of reading, university
community, and the outside community. It is concluded that, in view of the number of
communications on the theme of extension project in university libraries, many extension
actions are undertaken in this context, thus corroborating with the dialogic interaction
between teaching, research and extension, providing impact both in the internal community as
well as in social transformation.
Keywords: Academic libraries. University extension. Library extension.
INTRODUÇÃO
Desde o surgimento da sociedade que o homem busca guardar e registrar o
conhecimento, as bibliotecas existem desde a antiguidade, famosas como a de Alexandria.
Porém os estudos sobre a biblioteca, os livros e a Biblioteconomia são datados apenas no
século XIX (LINDEMANN; SPUDEIT; CORRÊA, 2016).
As guerras, a Revolução Científica, o Iluminismo e, principalmente a invenção da
imprensa, permitiu a biblioteca expandir o acervo, se tornando um local de guarda, centro de
estudo e espaço de sociabilidade de ideias e troca de informações (LINDEMANN; SPUDEIT;
CORRÊA, 2016).
Com o advento da sociedade da informação, os profissionais que atuam na biblioteca
passaram a necessitar de especializações e a desempenhar atividades específicas, de acordo
com o segmento da biblioteca/ambiente de informação. Foi justamente neste momento, que a
biblioteca se dividiu, passando a receber diversas denominações e público específico, como a
biblioteca pública, escolar, comunitária e a universitária, campo empírico escolhido para
aplicação deste estudo.
Com isso, esse breve esboço histórico, tem em vista entender como o contexto da
biblioteca se desenvolveu ao longo do passar dos tempos e a biblioteca universitária se tornou
não apenas um local de pesquisa para acadêmicos e docentes, mais um ambiente de
aprendizagem e de convívio social.
Por esse motivo, a biblioteca buscou ao longo de sua trajetória se envolver com as
atividades universitárias que reforçam a sua importância e função. Destarte, as próximas
seções irão brevemente abordar os conceitos e as definições sobre biblioteca universitária e o
papel que a mesma desempenha realizando atividades de extensão que são um dos pontos
�necessários que a universidade deve proporcionar para os estudantes e, dessa maneira,
cumprir seu papel político, cultural e social com a comunidade.
REVISÃO DE LITERATURA
A biblioteca universitária apresenta-se como um instrumento de produção e
disseminação do conhecimento e está inserida no contexto da educação superior. Esta
concepção veio se modificando de acordo com o percurso histórico de sua trajetória.
No entanto, cabe uma breve definição de biblioteca universitária, que segundo
Bernardino e Alcântara (2013) pode ser entendida como instância que possibilita a
universidade atender às necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral por meio
da administração do seu patrimônio informacional e do exercício de uma função educativa, ao
orientar os usuários na utilização da informação.
Partindo do pressuposto de sua função social e educativa, entende-se que este tipo de
biblioteca tem uma responsabilidade, não somente com seus usuários, mas também com a
sociedade como um todo, de atender e responder questionamentos informacionais. Sendo
assim, entender sua história é importante para entender seu objetivo, características e funções
que a classificam como uma instituição que acompanha as mudanças da sociedade.
A história das bibliotecas universitárias está ligada as ordens religiosas que existiram
entre os séculos V e X, e consequentemente as bibliotecas dos mosteiros. Neste contexto a
biblioteca tinha a função de resguardar o conhecimento. Um importante acontecimento foi o
surgimento das primeiras universidades na Europa, com isso a produção e acesso ao
conhecimento tornam-se indispensáveis para o desenvolvimento da sociedade.
Para Silveira (2014, p. 70):
[...] as universidades surgem ligadas à Igreja Católica, com acesso restrito
inicialmente a religiosos, e, em um segundo momento, aos poucos intelectuais que
tinham acesso ao conhecimento universitário. Essas bibliotecas, consequentemente,
nascem ligadas às universidades e aos mosteiros.
Diante destas mudanças, as bibliotecas universitárias foram se aperfeiçoando e
deixaram de ser apenas um depósito para salvaguardar o acervo e passaram a ser um
instrumento de produção do conhecimento e se tornaram uma ferramenta fundamental para a
pesquisa universitária. Neste sentido, Varela et al. (2012, p. 1642), ressalta que:
�Por sua vez, a biblioteca universitária, entendida como um lastro de conhecimento
subjacente e estimulante ao ensino e ao acesso à ciência, acompanha as políticas e
concepções da universidade, mediando o processo dinâmico de aprendizagem e o
desenvolvimento cognitivo do sujeito na direção da apreensão do conhecimento
científico. É mister esclarecer, no entanto, que a função da biblioteca universitária,
neste movimento de ensinar, aprender, pesquisar, inovar e criar, transcende ao apoio
à sala de aula, às atividades laboratoriais e extensionistas, à pesquisa de campo etc.,
pois que, suas ações e serviços potencializam a formação do habitus de
aprendizagem contínua e de internalização da atitude científica.
A biblioteca universitária está inserida no contexto da educação superior, que
possibilita o acesso a educação pública e de qualidade e parte do pressuposto de
desenvolvimento social e inclusão, a partir do tripé: ensino, pesquisa e extensão. Esse tripé é
desenvolvido nas atividades diárias da universidade. A extensão, por exemplo, objetiva o
envolvimento com a comunidade, dentro e fora da universidade, procurando oferecer um
retorno à sociedade a partir do desenvolvimento de atividades e projetos.
De acordo com o marco histórico do I Encontro de Pró-Reitores de Extensão das
processo educativo, cultural e científico que articula o ensino e a pesquisa de forma
Sob o olhar de Santos (2011), a universidade do futuro deve transformar-se em uma
grande agência de serviços de extensão, tendo como objetivo prioritário, o apoio solidário na
resolução dos problemas de exclusão e discriminação social, por meio do engajamento e do
empoderamento de grupos socialmente excluídos, assim como em defesa da diversidade
cultural e contra a degradação ambiental.
Em tese, a extensão constitui-se atividade convencional da universidade, porém, no
futuro próximo, necessita passar por uma reconfiguração para tornar-se essencialmente
especial e relevante no plano social, maximizando suas potencialidades (SANTOS, 2011).
A partir do entendimento de extensão universitária, entende-se que, a biblioteca por
estar inserida neste contexto, também tem a responsabilidade de desenvolver praticas
extencionistas por meio de projetos que envolvam suas atividades diárias, que perpassam pelo
desenvolvimento do acervo até o atendimento ao usuário, bem como pela comunidade interna
e externa da biblioteca, procurando contemplar o cunho social e científico da biblioteca
universitária, assim como da própria universidade.
�METODOLOGIA
O delineamento desta pesquisa concebe-se a partir da pesquisa bibliográfica sobre
extensão universitária e serviços de extensão empreendidos em bibliotecas universitárias, bem
como da pesquisa documental por meio da análise de comunicações em eventos científicos,
como Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU), realizados no Brasil, de
2012 a 2016 sobre o assunto projeto de extensão em bibliotecas universitárias.
Para tanto, procedeu-se o levantamento nos anais dos eventos supracitados,
majoritariamente, por meio do recurso de busca em texto completo, com as palavras-chave
extensão e/ou projeto de extensão, inseridas no contexto de bibliotecas acadêmicas.
Após a análise documental, realiza-se um mapeamento das ações de extensão
empreendidas pelas bibliotecas universitárias.
Quanto aos objetivos da pesquisa, realiza-se o estudo de cunho exploratório-descritivo,
com o intuito de identificar ações de extensão empreendidas na biblioteca universitária.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Conforme exposto na metodologia, realiza-se o mapeamento das ações extensionistas
empreendidas pelas bibliotecas universitárias, por meio de 3 quadros que serão discutidos e
analisados mais adiante. Os quadros estão divididos pelo título do trabalho, nome do projeto
de extensão e Instituição/Biblioteca promotora.
Em relação aos trabalhos compilados, boa parte deles estão cadastrados na PróReitoria de Extensão de suas respectivas Instituições de Ensino Superior (IES).
Sistematiza-se no quadro 1, as comunicações apresentadas no SNBU de 2012.
Quadro 1 Comunicações XVII SNBU (2012)
Título do trabalho
Projeto de extensão
Livros raros e documentos históricos da
Projeto Livros Raros e Especiais
Coleção Brasiliana da Universidade Federal
de Minas Gerais
Reflexões sobre a interpretação do livro raro
em exposições e visitas orientadas
Projeto Livros Raros e Especiais
Educação de usuários a partir da avaliação
das condições físicas da coleção em uma
biblioteca universitária
Projeto Saber preservar é
preservar o saber
Instituição
Divisão de Coleções
Especiais da Biblioteca
Universitária (Dicolesp-BU)
da Universidade Federal de
Minas Gerais
Divisão de Coleções
Especiais da Biblioteca
Universitária (Dicolesp-BU)
da Universidade Federal de
Minas Gerais
Biblioteca da Escola de
Educação Física da
Universidade Federal do
Rio Grande do Sul
�Recuperação e preservação de memória:
digitalização de acervo de obras raras
Digitalização e Catalogação de
Reproduções Fotográficas de
Personalidades das Revistas
Biblioteca Central da
Universidade Federal do
Espírito Santo (BC-UFES)
Theses inauguraes: recuperação, acesso e
divulgação de conteúdo histórico
Theses Inauguraes: recuperação
e registro
A biblioteca digital de peças de teatro da
Unirio: preservando e divulgando o repertório
fundamental do teatro
Banco de peças de teatro da
biblioteca setorial do centro de
letras e artes da UNIRIO
Biblioteca Central da
Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo
Biblioteca setorial do
Centro de Letras e Artes da
Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro
Organização e acesso à informação em
bibliotecas móveis: o caso do programa carrobiblioteca: frente de leitura do
CENEX/ECI/UFMG
Ações de extensão em uma biblioteca
universitária: promovendo a competência em
informação e a pesquisa escolar em escolas
públicas
Biblioteca universitária e treinamentos à
distância: relatos de uma experiência
Programa Carro-Biblioteca/
Frente de Leitura
Capacitação de usuários: experiência como
projeto de extensão da Biblioteca da Unesp,
Campus de Rio Claro
Projeto Literacia: competência
informacional nas escolas
Curso de extensão universitária
trabalhos científicos e pesquisa
Curso de extensão para o uso
das normas da ABNT e
ferramentas Word
Sistema de Bibliotecas e
Escola de Ciência da
Informação da Universidade
Federal de Minas Gerais
Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do
Ceará
Divisão Técnica de
Biblioteca e Documentação
da Universidade Estadual
Paulista Campus
Botucatu-Rubião Junior
Biblioteca da Universidade
Estadual Paulista Campus
de Rio Claro
Fonte: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (2012).
O primeiro trabalho, Livros raros e documentos históricos da Coleção Brasiliana da
Universidade Federal de Minas Gerais, do projeto de extensão Projeto Livros Raros e
Especiais apresenta uma pesquisa bibliológica, a partir de 1966, sobre documentos e livros
raros da Coleção Brasiliana da Universidade Federal de Minas Gerais, com o objetivo de
instrumentalizar a gestão de acervos raros das bibliotecas universitárias. O trabalho intitulado
Reflexões sobre a interpretação do livro raro em exposições e visitas orientadas, também do
Projeto Livros Raros e Especiais, tem o objetivo de apresentar os resultados das exposições e
visitas dos acervos bibliográficos preservados da Divisão de Coleções Especiais da BU.
O trabalho Educação de usuários a partir da avaliação das condições físicas da coleção
em uma biblioteca universitária, do projeto Saber preservar é preservar o saber, tem o objetivo
de avaliar o estado físico dos livros da Biblioteca da Escola de Educação Física da UFRGS.
De outra maneira, o trabalho intitulado Recuperação e preservação de memória: digitalização
de acervo de obras raras, do projeto Digitalização e Catalogação de Reproduções Fotográficas
memórias de personalidades capixabas que viveram na primeira metade do século XX.
�Intitulado Theses inauguraes: recuperação, acesso e divulgação de conteúdo histórico,
do projeto Theses Inauguraes: recuperação e registro, este trabalho identifica, recupera e
divulga as teses do curso de Medicina entre 1918 e 1969 da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, visto que a demanda pela busca desses trabalhos por
pesquisadores da área é intensa. Por outro lado, o projeto Banco de peças de teatro da
biblioteca setorial do centro de letras e artes da UNIRIO, divulgado no trabalho A biblioteca
digital de peças de teatro da Unirio: preservando e divulgando o repertório fundamental do
teatro, trata do desenvolvimento de uma metodologia para catalogação e automatização de
peças de teatro da UNIRIO.
Do projeto de extensão, Programa Carro-Biblioteca/Frente de Leitura foi apresentado
o trabalho Organização e acesso à informação em bibliotecas móveis: o caso do programa
carro-biblioteca: frente de leitura do CENEX/ECI/UFMG, em que descreve as etapas de
seleção, avaliação, processamento técnico e consolidação de políticas aplicadas ao acervo do
Carro-Biblioteca. O trabalho Ações de extensão em uma biblioteca universitária: promovendo
a competência em informação e a pesquisa escolar em escolas públicas, do projeto Literacia:
competência informacional nas escolas, da Universidade Federal do Ceará, traz à baila este
projeto de extensão, com o objetivo de demonstrar como o desenvolvimento da educação
contribui para a autonomia e espírito de investigação científica através da implementação de
programas de competência em informação nas escolas de Fortaleza.
O trabalho intitulado Biblioteca universitária e treinamentos à distância: relatos de
nião dos
acadêmicos sobre um curso a distância de normalização de trabalhos científicos e pesquisas
em bases de dados desenvolvidos em 2009, pela Divisão Técnica de Biblioteca e
Documentação da UNESP
Campus Botucatu-Rubião Junior em parceria com o Núcleo de
Educação a Distância e Tecnologias da Informação em Saúde da Faculdade de Medicina de
Botucatu. Em seguida, do projeto Curso de extensão para o uso das normas da ABNT e
ferramentas Word, concebe-se o trabalho Capacitação de usuários: experiência como projeto
de extensão da Biblioteca da Unesp, Campus de Rio Claro, com o objetivo de apresentar os
resultados obtidos através dos treinamentos de usuários desta biblioteca em 2011.
É possível observar no quadro 2, as comunicações apresentadas no SNBU de 2014.
�Quadro 2 Comunicações XVIII SNBU (2014)
Título do trabalho
Projeto de extensão
A biblioteca vai à SBPC: uma experiência
com projeto de extensão
científicos segundo a NBR
A extensão universitária, cultural e
educadora como inclusão sociocultural na
Biblioteca José de Alencar FL/UFRJ:
adesão ao programa formação de plateia
Curso de extensão para utilização de
recursos informacionais disponibilizados
pelo Sistema de Bibliotecas (SiBi) da
Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Etiquetdo movil: una experiencia en el
area academia y de extensión
universitaria
Extensão em bibliotecas universitárias: o
caso do projeto literacia na Universidade
Federal do Ceará
Núcleo de extensão do Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do
Vale do São Francisco: uma proposta para
a educação a distância
Projeto águas: informação que se
transforma em conhecimento, o poder das
palavras: água que vai.... Água que vem
Instituição
Biblioteca Central da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE)
Projeto Formação de Plateia
Biblioteca da Faculdade de
Letras/Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ)
Curso piloto de extensão
Sistema de Bibliotecas (SiBi) da
Universidade Federal do Paraná
(UFPR)
Implementação de código
QR em projetos de extensão
Bibliotecas da Universidad de la
República, Uruguai
Projeto de extensão
Literacia: competência
informacional nas escolas
Programas de treinamento a
distância
Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Ceará
Projeto Águas realizado na
Semana Nacional do Livro
e da Biblioteca
Fonte: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (2014).
Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Vale do
São Francisco (Univasf)
Instituto de Ensino Superior
Presidente Tancredo de Almeida
Neves - IPTAN
O primeiro trabalho, intitulado A biblioteca vai à SBPC: uma experiência com projeto
de extensão, do projeto
Universidade Federal de Pernambuco, apresenta uma pesquisa com os participantes do
minicurso que leva o nome do projeto, com o objetivo de auxiliar a comunidade acadêmica na
elaboração de trabalhos científicos.
Por conseguinte, do projeto Formação de Plateia compõe-se o trabalho A extensão
universitária, cultural e educadora como inclusão sociocultural na Biblioteca José de Alencar
FL/UFRJ: adesão ao programa formação de plateia, que apresenta o bibliotecário de
referência e da biblioteca universitária como agente de ações culturais.
O trabalho intitulado Curso de extensão para utilização de recursos informacionais
disponibilizados pelo Sistema de Bibliotecas (SiBi) da Universidade Federal do Paraná
(UFPR), do projeto Curso piloto de extensão, identifica os resultados deste curso de extensão,
voltado para a comunidade acadêmica. O trabalho Etiquetdo movil: una experiencia en el
area academia y de extensión universitária, do projeto Implementação de código QR em
projetos de extensão, que apresenta a utilização do QR Code como ferramenta para
bibliotecas.
�Do Projeto de extensão Literacia: competência informacional nas escolas, tem-se,
novamente, sua divulgação por meio do trabalho: Extensão em bibliotecas universitárias: o
caso do projeto literacia na Universidade Federal do Ceará, cujo objetivo é demonstrar como
o desenvolvimento da educação contribui para a autonomia e espírito de investigação
científica através da implementação de programas de competência em informação nas escolas
de Fortaleza. O trabalho Núcleo de extensão do Sistema de Bibliotecas da Universidade
Federal do Vale do São Francisco: uma proposta para a educação a distância, do projeto
Programas de treinamento à distância - cursos sobre a utilização de fontes de informações
eletrônicas e normalização de trabalhos científicos, objetiva-se a proposição deste núcleo para
o treinamento a distância sobre utilização de fontes de informações eletrônicas e normalização
de trabalhos acadêmicos.
Posteriormente, o trabalho intitulado Projeto águas: informação que se transforma em
conhecimento, o poder das palavras: água que vai.... Água que vem, do Projeto Águas
realizado na Semana Nacional do Livro e da Biblioteca, do IPTAN, apresenta este projeto,
realizado em 2013, com o objetivo de conscientização do uso da água de maneira racional.
Quadro 3 Comunicações XIX SNBU (2016)
Título do trabalho
Projeto de extensão
Biblioteca na praça: uma atividade
de extensão da Biblioteca Prof.
Iranilse Pinheiro da Escola
Superior Madre Celeste
Leitura dramática na biblioteca
em libras e português: relato de
experiência de uma ação de
extensão
O bibliotecário no incentivo à
socioambiental pelo IFMT educação socioambiental: um
projeto de extensão
Projeto: Vamos Ler!
Projeto Vamos Ler!
Projetos culturais em bibliotecas:
um relato de experiência do Projeto
Farol Cultural: Contando histórias
de Goiás a Paraty do Sistema de
Bibliotecas do Instituto Federal
Goiano
Projeto amigos da biblioteca: um
relato de experiência na biblioteca
setorial da Escola Normal Superior
da Universidade do Estado do
Amazonas - UEA
Projeto cinema ao meio-dia: a
experiência de ação cultural da
Biblioteca Central da UFRR
Projeto Farol Cultural: Contando
histórias de Goiás a Paraty
Instituição
Biblioteca Prof. Iranilse Pinheiro
da Escola Superior Madre Celeste
Ananindeua (PA)
Biblioteca de Letras e Linguística
da Universidade Federal de Goiás
Biblioteca do Instituto Federal de
Mato Grosso (IFMT) Campus Alta
Floresta
Biblioteca da UFJF/GV Universidade Federal de Juiz de
Fora Campus Avançado de
Governador Valadares
Sistema de Bibliotecas (SIBI) do
Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia Goiano (IF
Goiano)
Biblioteca setorial da escola
normal superior da Universidade
do Estado do Amazonas - UEA
Projeto Cinema ao Meio-Dia
Biblioteca Central da
Universidade Federal de
Roraima
�Feira de produtos orgânicos:
atuação da biblioteca especializada
em gestão ambiental do IFPE
Conhecimento e informação para
acesso a uma alimentação
saudável: feira de produtos
orgânicos no IFPE campus
Recife
A biblioteca universitária como
agente de transformação social
Fonte: Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (2016).
Biblioteca especializada em
Gestão Ambiental do Instituto
Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Pernambuco
(IFPE)
Biblioteca da Universidade
Federal do Pará UFPA
Primeiramente, no quadro 3 apresenta-se o trabalho Biblioteca na praça: uma atividade
de extensão da Biblioteca Prof. Iranilse Pinheiro da Escola Superior Madre Celeste
(ESMAC), do projeto de extensão Biblioteca na Praça, que propõe ações educativas e
recreativas da biblioteca para a comunidade. O trabalho intitulado Leitura dramática na
biblioteca
em libras e português: relato de experiência de uma ação de extensão, do projeto
de extensão Leitura Dramática na Biblioteca, da Universidade Federal de Goiás, com o
objetivo de apresentação em libras de leituras dramáticas.
Com o título O bibliotecário no incentivo à educação socioambiental: um projeto de
extensão, do projeto Incentivo à educação socioambiental pelo IFMT - Campus Alta Floresta,
este trabalho apresenta uma pesquisa sobre a participação do bibliotecário na educação
ambiental. Por outro lado, o trabalho do Projeto: Vamos Ler!, da Universidade Federal de Juiz
de Fora, objetiva o incentivo do hábito da leitura através de textos poéticos e prosas nos
discentes e servidores desta universidade.
Em seguida, o trabalho Projetos culturais em bibliotecas: um relato de experiência do
Projeto Farol Cultural: Contando histórias de Goiás a Paraty do Sistema de Bibliotecas do
Instituto Federal Goiano analisa este projeto, que tem o objetivo de desenvolver o hábito de
leitura e criatividade dos discentes através de concurso com premiação. Do Projeto Amigos da
Biblioteca UEA, tem-se o trabalho Projeto amigos da biblioteca: um relato de experiência na
biblioteca setorial da Escola Normal Superior da Universidade do Estado do Amazonas
UEA, em que apresenta o projeto cujo objetivo é o de desenvolver o hábito da leitura nas
comunidades acadêmica e externa.
O trabalho Projeto cinema ao meio-dia: a experiência de ação cultural da Biblioteca
Central da UFRR trata da formação crítico-reflexiva da comunidade acadêmica através da
exibição diária de filmes e documentários. Do projeto Conhecimento e informação para
acesso a uma alimentação saudável: feira de produtos orgânicos no IFPE
campus Recife,
apresenta-se o trabalho Feira de produtos orgânicos: atuação da biblioteca especializada em
gestão ambiental do IFPE, em que objetiva a implementação à comunidade acadêmica de
hábitos saudáveis de alimentação e comercialização de alimentos orgânicos.
�Por fim, identifica-se o projeto A biblioteca universitária como agente de
transformação social, com o trabalho de mesmo nome, que promoveu no período de 2012 a
2014, ações de extensão envolvendo biblioteca universitária e biblioteca escolar.
Percebe-se que grande parte dos trabalhos analisados, do Seminário Nacional de
Bibliotecas
Universitárias
(2012;
2014;
2016),
vinculam-se
ao
eixo
temático:
responsabilidade política, técnica e social. E que, no último ano estudado, muitas foram as
ações envolvendo práticas para o hábito da leitura, tanto da própria comunidade universitária,
como da comunidade externa.
Ao encontro do exposto, Ferreira (2012, p. 83-84) relata propostas de ações
extensionistas no âmbito da biblioteca universitária, além daquelas que incentivam a leitura, a
saber: apoio à implantação de bibliotecas comunitárias; oficinas de restauro de acervos em
papel e/ou de encadernação; difusão do patrimônio cultural; letramento informacional.
Sob uma perspectiva de atuação mais incisiva, tem-se o Centro de Extensão (Cenex)
da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Minas Gerais, aprovado em 2009
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2009).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisou-se as práticas extensionistas empreendidas no âmbito da biblioteca
universitária por meio da análise de comunicações em eventos científicos, realizados no
Brasil, de 2012 a 2016, sendo essas práticas de extensão um método educativo, científico e
cultural que auxiliam na pesquisa e no ensino, proporcionando conexão associada entre
sociedade e universidade. A extensão promove a ligação da teoria e da prática, sendo um
exercício que traz o favorecimento da questão social no meio acadêmico.
Pode-se compreender diante do exposto, que os objetivos traçados na pesquisa foram
atingidos de forma precisa e de fácil compreensão, pela busca por meio da análise de
comunicações em eventos científicos, como SNBU, visto que, foi realizado o mapeamento
das ações extensionistas empreendidas pelas bibliotecas universitárias, por meio de 3 quadros
que foram discutidos e analisados na pesquisa.
Após a análise documental e a realização do mapeamento das ações de extensão
empreendidas pelas bibliotecas universitárias, obtém-se como conclusão que, diante da
quantidade de comunicações sobre a temática projeto de extensão em bibliotecas
universitárias, muitas ações extensionistas são empreendidas pelas bibliotecas universitárias,
corroborando assim, com a interação dialógica entre ensino, pesquisa e extensão,
�proporcionando impacto tanto na comunidade interna quanto externa, bem como na
transformação social.
Por fim, em tempos de uma Biblioteconomia social, a biblioteca universitária deve
estreitar laços, firmar parcerias e transcender os muros da universidade.
REFERÊNCIAS
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da biblioteca universitária como mediadora no processo de ensino-aprendizagem nas
bibliotecas universitárias na cidade de Juazeiro do Norte - CE. Múltiplos olhares em Ciência
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FERREIRA, Rubens da Silva. Transpondo muros, construindo relações: uma reflexão sobre
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Gramado: UFRGS, 2012. p. 1641-1653. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/70710?show=full>. Acesso em: 22 dez. 2017.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Práticas extensionistas no âmbito da biblioteca universitária : ações empreendidas.
Creator
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Araújo, Ana Rafaela Sales de et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Discute acerca das práticas extensionistas em bibliotecas universitárias, abordando sobre a biblioteca universitária e o papel da extensão como prática que envolve a universidade e a sociedade. Objetiva identificar ações de extensão empreendidas na biblioteca universitária por meio da análise de comunicações em eventos científicos, como Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, realizados no Brasil, de 2012 a 2016. Caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica e documental de natureza exploratória e descritiva, com base em um levantamento nos anais do evento supramencionado, acerca do assunto projeto de extensão em bibliotecas universitárias, bem como na realização de um mapeamento das ações extensionistas empreendidas. Como resultado, percebe-se que grande parte dos trabalhos analisados, vinculam-se ao eixo temático: responsabilidade política, técnica e social, e que, no último ano estudado, muitas foram as ações envolvendo práticas para o hábito da leitura, tanto da própria comunidade universitária, como da comunidade externa. Obtém-se como conclusão que, diante da quantidade de comunicações sobre a temática projeto de extensão em bibliotecas universitárias, muitas ações extensionistas são empreendidas neste âmbito, corroborando assim, com a interação dialógica entre ensino, pesquisa e extensão, proporcionando impacto tanto na comunidade interna quanto externa, bem como na transformação social.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5739/SNBU2018_150.pdf
644615c052a8285b0c881aa3e76395e5
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
EMPREENDEDORISMO, AGENDA 2030 E ADVOCACY: REFLEXÕES SOBRE A
PRÁTICA COLABORATIVA ENTRE OS BIBLIOTECÁRIOS
ENTREPRENEURSHIP, AGENDA 2030 AND ADVOCACY: REFLECTIONS ON
COLLABORATIVE PRACTICE AMONG LIBRARIANS
Resumo: O trabalho visa promover uma reflexão sobre valores da Biblioteconomia e o novo
desafio do bibliotecário em assumir o papel de empreendedor, promotor das ações de
extensão e advocacy e agente ativo em ações para a implementação dos objetivos de
desenvolvimento sustentável. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico, a
revisão de políticas e manuais da International Federation of Library Associations and
Institutions, American Library Association e da Federação Brasileira de Associações de
Bibliotecários e Cientistas da Informação e Instituições e o apontamento de ações realizadas
nacionalmente para advocacy e desenvolvimento da Agenda 2030. Por fim, observa-se que
além de ações, tanto no âmbito da biblioteca universitária, como fora dela, cada vez mais
verifica-se a necessidade de práticas profissionais colaborativas voltadas para a valorização do
profissional, como o empreendedorismo, o engajamento em políticas públicas das pautas
mundiais para aplicação na biblioteca, a participação no movimento associativo da categoria e
o advocacy.
Palavras-chave: Biblioteca
práticas colaborativas.
empreendedorismo. Biblioteca
advocacy. Biblioteca
Abstract: This paper aims to promote a reflection on the values of librarianship and
actions promoter and active agent in actions for the sustainable development objectives
implementation. First, a literature review, as well as, a review of policies and manuals of the
International Federation of Library Associations and Institutions, the American Library
Association and the Brazilian Federation of Associations of Librarians and Information
Scientists and Institutions were made. Second, we present the national actions carried out for
actions,
both within and outside the university library, there is an increasing need for collaborative
professional practices aimed at valuing the professional, such as entrepreneurship, the
�engagement in public policies of the global guidelines for application in the library,
participation in the category associative movement, and advocacy.
Keywords: Library - entrepreneurship. Library - advocacy. Library - collaborative practices.
1 Introdução
Atualmente, diversas Instituições de Ensino Superior (IES) estão enfrentando
mudanças que impactam diretamente em suas atividades acadêmicas e que exigem ações de
engajamento em prol de suas comunidades. No âmbito educacional, têm-se as Tecnologias de
Informação e Comunicação (TICs) como propulsoras dessas mudanças. As TICs trazem um
impacto na relação de ensino-aprendizagem e na prestação de serviços e produtos pelos
profissionais que atuam nesse contexto.
Por trazer as TICs em seu escopo de atuação, a biblioteca universitária apresenta-se
como um dos constituintes acadêmicos mais adequados para a prestação de serviços recentes
(gestão de dados de pesquisa, desenvolvimento de habilidades digitais, dentre outros) visto
que possui o conhecimento adequado para oferecê-lo. No entanto, para alcançar a efetiva
atuação nesse novo cenário, verifica-se a necessidade de formação e capacitação continuada
do bibliotecário para que os conhecimentos, habilidades e atitudes o contemplem.
A respeito da gestão organizacional acerca da informação, pode-se dizer que essa
funciona de maneira complexa atendendo a uma variedade de solicitações. Os profissionais,
por sua vez, necessitam de uma formação e capacitação constantes para que os
conhecimentos, habilidades e atitudes estejam em função de sistemas de informação,
operação, divulgação e avaliação da informação, por exemplo.
A atuação da biblioteca universitária, cujos serviços e produtos até então inexistentes
apresentam potencial para serem oferecidas por ela, exige uma ação coordenada junto àqueles
que dispõem de representatividade acadêmica para tomar decisões para que, como
constituinte acadêmico, seja essencial no apoio à realização das atividades de ensino, pesquisa
e extensão.
Segundo a American Library Association (ALA) (AMERICAN LIBRARY
ASSOCIATION, 2004), a Biblioteconomia moderna baseia-se em um conjunto de valores que
definem e orientam as práticas profissionais, que refletem o desenvolvimento exponencial
alcançado pela profissão diante das demandas da sociedade da informação contemporânea.
Essas declarações compõem um conjunto de políticas que devem nortear as ações dos
bibliotecários em todo o mundo. Nesse sentido, destaca-se o conjunto de valores apresentados
�na Seção B do Manual de Política da ALA (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2017),
a saber: acesso, confidencialidade e privacidade, democracia, diversidade, educação e
aprendizagem ao longo da vida, liberdade intelectual, preservação, bem público,
profissionalismo, serviço e responsabilidade social. Convêm enfatizar que os valores
apresentados já foram discutidos, cuidadosamente articulados e debatidos no âmbito dos
Conselhos, compostos por profissionais renomados da nossa área, da ALA. Todavia, o
trabalho se torna importante à medida em que vislumbra realizar uma aproximação entre 1)
valores de acesso, privacidade, bem público, profissionalismo e responsabilidade social, 2)
empreendedorismo, 3) Agenda 2030 e 4) prática do bibliotecário no Brasil. Entendemos que
é necessária uma contribuição à área advinda do diálogo entre os 4 aspectos ressaltados.
1.1 Objetivos do trabalho
Este trabalho visa promover uma reflexão sobre alguns dos valores da
Biblioteconomia descritos no Manual de Política da ALA (AMERICAN LIBRARY
ASSOCIATION, 2017), e o novo desafio do bibliotecário em assumir o papel de
empreendedor e promotor das ações de advocacy em favor das Bibliotecas em suas diferentes
tipologias e nomenclaturas, em especial no contexto das Bibliotecas em Instituições de Ensino
Superior (IES).
A intenção, também, é apontar que a conscientização e autovalorização do
bibliotecário contribuem na proposição e execução de programas de cooperação entre
profissionais da área e de áreas multidisciplinares, assim como fortalecem as entidades de
classe, que sempre apoiam novas iniciativas.
Inicialmente, propõe-se uma aproximação entre valores apresentados no Manual de
Política da ALA (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2017) e os conceitos de
empreendedorismo, que podem motivar o profissional na idealização e realização de ações
práticas de advocacy, promovendo acesso à informação e ao conhecimento visando o bem
público.
1.2 Metodologia
Os procedimentos metodológicos adotados na execução deste trabalho seguiram as
indicações de Hernández Sampieri, Fernández Collado e Baptista Lucio (2006) para a
composição de um estudo exploratório. O estudo aborda o tema advocacy na Biblioteconomia
�e também correlaciona os valores declarados por entidades e associações representativas da
profissão com a literatura existente.
1.3 Corpus
Nosso corpus é composto por pesquisas em bases de dados nacionais e publicações,
orientações, políticas e manuais disponíveis nos sites da International Federation of Library
Associations and Institutions (IFLA), ALA e da Federação Brasileira de Associações de
Bibliotecários e Cientistas da Informação e Instituições (FEBAB), entidades representativas
que tem entre suas ações abordagens sobre advocacy, empreendedorismo e empoderamento.
2 Os valores da Biblioteconomia
A Biblioteconomia é alicerçada em valores fundamentais que orientam sua prática. A
ALA enfatiza os seguintes valores em seu Manual de Política da ALA (AMERICAN
LIBRARY ASSOCIATION, 2017): acesso, confidencialidade e privacidade, democracia,
diversidade, educação e aprendizagem ao longo da vida, liberdade intelectual, preservação,
bem público, profissionalismo, serviço e responsabilidade social. No âmbito deste trabalho,
optou-se por fazer um recorte e tratou-se especificamente dos seguintes: acesso, privacidade,
bem público, profissionalismo e responsabilidade social.
Quanto ao acesso, a ALA (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2017, p.14)
fornecidos direta ou indiretamente pela biblioteca, independentemente da tecnologia, formato
ou métodos de entrega, devem ser acessíveis, igualmente e de forma equitativa a todos os
O acesso à informação também foi estabelecido dentre os Objetivos de
ação das Nações Unidas
(ORGANIZAÇÃO
DAS
NAÇÕES
UNIDAS,
2016)
e
transposto
para
a
área
biblioteconômica nos documentos106 elaborados pela International Federation of Library
Associations
and
Institutions
(INTERNATIONAL
FEDERATION
OF
LIBRARY
ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS, 2015, 2016). As ações do bibliotecário na
Os documentos abordam como as bibliotecas podem contribuir para a Agenda 2030 das Nações Unidas, para
que tais objetivos se tornem ações efetivas.
�promoção do acesso à informação devem estar norteadas pelos princípios da igualdade e
equidade entre todos. Ademais, como agente empreendedor, o bibliotecário deve promover
ações inclusivas, que efetivamente atendam as pessoas com qualquer tipo de necessidade, seja
física, intelectual ou socioeconômica. É possível afirmar que, na perspectiva apresentada, a
Biblioteconomia é uma atividade essencialmente social, uma profissão de mediação e de
contato.
O bibliotecário, por sua vez, precisa fazer parcerias e, assim, contar com a colaboração
de outros profissionais. Para alcançar tal objetivo, é importante lembrar a afirmação de
Bezerra (2015) sobre o fato de que todas as pessoas possuem habilidades únicas e são capazes
de realizarem as atividades com maestria. O autor propõe uma distinção: um primeiro grupo
passa a vida toda sem descobrir suas habilidades; um segundo grupo conhece suas aptidões,
mas desconhecem ou são incapazes de se beneficiar delas e um terceiro grupo identifica e cria
ações para transformar vidas. A este último grupo, chamamos de empreendedores. Logo, além
de ser bibliotecário, é necessário ser empreendedor.
Torna-se possível, que através do empreendedorismo, o bibliotecário adquira e
construa mais conhecimento por meio do compartilhamento de informações com outros
profissionais da área ou fora dela, criando uma rede multidisciplinar e, consequentemente,
conquistando novos espaços de atuação. Além disso, ele precisa se adequar frente às
demandas, cada vez mais crescentes e inéditas, e, também, ao que concerne aos problemas
relativos à informação. Dessa forma, é necessária a adoção de visão e atitude empreendedora.
Na perspectiva de Jesus e Machado (2009), o empreendedorismo tem sido abordado
como o ato de fazer algo novo, diferente, de mudar a situação atual e buscar, de forma
incessante, novas oportunidades de negócio, tendo como foco a inovação e a criação de valor.
Atitudes empreendedoras são impulsionadas por uma grande necessidade de auto realização,
coragem
para
assumir
riscos
e
autoconfiança.
Vivenciando
oportunidades
de
empreendedorismo, o bibliotecário atingirá a valorização e a realização profissional que
implicam necessariamente em atualização constante.
Outra fonte de referência para subsidiar as discussões sobre empreendedorismo é a
obra organizada por Spudeit (2016) que reúne os aspectos teóricos e exemplos práticos de
modelos de negócio em Biblioteconomia e Ciência da Informação. O livro oferece aos
profissionais condições para avaliar oportunidades e criar novos negócios ligados à gestão da
informação para atender demandas mercadológicas e sociais.
�Em 2018 será realizado em Campo Grande (MS), o 3º Fórum de Inovação e
Empreendedorismo
na
Biblioteconomia
(FIEB)
que
reúne
os
bibliotecários
empreendedores do país para compartilhar as novas experiências e práticas que contribuem
também para a valorização profissional.
Pode-se afirmar, também, que novas atitudes alteram antigos padrões mentais e
motivam mudanças, estabelecendo novos comportamentos que levem à ação. Dessa forma, é
essencial que os bibliotecários busquem-nas, compartilhem seus serviços e recursos,
colaborando para suprirem as necessidades de informação da sociedade. A prática do
bibliotecário deve garantir a privacidade do usuário especialmente durante o desenvolvimento
e implantação de produtos e serviços da biblioteca. Os recursos devem ser planejados levando
em consideração também a acessibilidade, sustentabilidade e permanência dos dados em
sistema e bases de dados criadas para gestão e disseminação da informação.
Neste sentido, surge um novo perfil profissional, que de acordo com Semeler, Pinto e
e conservação de dados, advocacy, promoção, marketing,
conscientização, coordenação de ações em unidades informacionais nas instituições,
em o dever de se tornar um programador e se responsabilizar em
estruturar sistemas complexos para softwares ou base de dados, mas deve interessar-se em
aprender sobre as linguagens e lógica de programação e sobre os fundamentos das
ferramentas de recuperação e gestão de dados.
profissional mais requisitado e competente para cuidar, repartir, proteger e tornar disponível o
- e educador-, o bibliotecário pode ser considerado um
agente que promove a cidadania a partir de ações educativas e informativas para que os
indivíduos possam participar do processo de criação e transformação de uma sociedade.
Assim, além de assumir o papel de curador, o bibliotecário deve empenhar-se em organizar,
tratar e divulgar, com responsabilidade social, todo tipo de informação e conhecimento.
Nesse contexto, o valor democrático da Biblioteconomia pressupõe que as bibliotecas
devem oferecer suporte público e acesso gratuito a informações para todas as pessoas da
comunidade (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2017). Além disso, o conceito de
https://www.fieb.net.br/
�cidadania pressupõe que as pessoas possam desfrutar dos serviços e espaços de forma
igualitária e que os princípios de universalidade sejam garantidos durante o processo de
inclusão.
O bibliotecário, enquanto gestor de serviços e produtos deve ir além da preocupação
pertinente aos aspectos espaciais dos prédios, instalações, equipamentos e recursos
tecnológicos que integram todo processo inclusivo, ou seja, deve também elaborar medidas de
acessibilidade atitudinal que abrange as relações humanas (PONTE; SILVA, 2015).
Convém ressaltar que, de acordo com Medeiros e Olinto (2016), a dificuldade na
clareza entre as funções educacionais e culturais pode afetar a atuação do bibliotecário. Esse
profissional geralmente está subordinado ao setor cultural, mas sua atuação é também afeita à
educação, seja ela formal, informal ou continuada.
Outro valor da Biblioteconomia citado no Manual de Políticas da ALA (AMERICAN
LIBRARY ASSOCIATION, 2017) está relacionado ao papel das bibliotecas que são
iedades
pertencentes à União, Estados, Distrito Federal, Municípios e suas respectivas autarquias e
108
. Desta forma, a Biblioteca - como objeto e organismo ativo na
sociedade - deve contar com a dedicação e atenção do poder público e privado. O
bibliotecário, por sua vez, deve seu maior defensor.
Garantir a existência, manutenção e criação de bibliotecas, enquanto espaço público de
acesso livre é uma tarefa de maior relevância para a área. O próprio Código de Ética do
Conselho
Federal
de
Biblioteconomia
(CFB)
(CONSELHO
FEDERAL
DE
interessar-se pelo bem público e, com tal finalidade, contribuir com seus conhecimentos,
funções, na prestação de serviços e consultorias, nos cargos em empresas públicas ou
privadas, cabe ao bibliotecário agir eticamente e estar engajado politicamente no processo de
criação, desenvolvimento e manutenção das bibliotecas.
Segundo dados de abril de 2015, disponíveis no site do Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas, o Brasil
possui um total de 6102 bibliotecas (públicas municipais, distritais, estaduais e federais) nos 26 estados do país
juntamente com o Distrito Federal. As proporções geográficas são: 503 na Região Norte, 1.847 na Região
Nordeste, 501 na Região Centro-Oeste, 1.958 na Região Sudeste e 1.293 na Região Sul (BRASIL, 2015)#. No
Censo Escolar da Educação Básica do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira
(INEP) de 2016, as Bibliotecas são apontadas como infraestrutura presente em 67.088 (37%) das 183.376
(100%) escolas de educação básica cadastradas na rede pública e privadas (INEP, 2016). Nas Instituições de
Ensino Superior, o Censo de 2013 do INEP identifica 7.565 bibliotecas. (INEP, 2014).
�A Biblioteconomia contemporânea, mais do que nunca, deve assumir sua
responsabilidade social visando à melhoria da sociedade e propondo soluções para seus
inúmeros problemas (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2004). O bibliotecário deve
empreender esforços para ajudar na formação dos indivíduos encorajando a troca de
experiências e de pontos de vistas, buscando soluções junto com a comunidade que
representa.
Sob esses aspectos de promoção do acesso à informação, democracia e
responsabilidade social, o bibliotecário-empreendedor deve reunir novas habilidades e
competências para exercer sua profissão com o intuito de promover relações de difusão do
conhecimento de forma igualitária e respeitando a diversidade.
3 O trabalho de advocacy
Na perspectiva das ações, pode-se considerar o advocacy como uma ferramenta na
promoção e mobilização de profissionais junto às instituições, gestores e tomadores de
decisão na formulação de planos, que podem ser convertidos em políticas públicas ou
legislações, promovendo, assim, a melhoria da qualidade de vida daqueles que serão
beneficiados por tais ações.
Segundo Hicks (2016, p. 615), ao realizar a prática do advocacy como atividade
advocacy é usualmente considerado parte das
estratégias de marketing e relações públicas, mas Hicks (2016) afirma que o objetivo do
trabalho com o advocacy é, principalmente, construir relacionamentos com organizações e
indivíduos para ajudar a defender uma causa. Na Biblioteconomia, o advocacy abrange
relacionamentos bidirecionais baseados em necessidade mútua, ou seja, serviços e usuários
das bibliotecas e outras demandas relacionadas ao cotidiano da comunidade e do bibliotecário.
A ALA (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2006) atribui a denominação
para todos os indivíduos que defendem as bibliotecas e que acreditam e
lutam pelo acesso aberto e igualitário à informação. Esse grupo é formado por bibliotecários,
amigos da biblioteca, usuários, administradores, líderes comunitários, e demais cidadãos que
potencialmente podem contribuir para a defesa das bibliotecas. Segundo a associação, para a
construção de uma rede de advocacy para as bibliotecas, será necessário um recrutamento
contínuo de estrutura clara e comunicação regular, somente assim, é possível informar,
�envolver e engajar outros profissionais. É importante ressaltar que ações dessa natureza
devem incluir membros da comunidade, empresários, ex-alunos, editores de jornais e
legisladores, assim como usuários de bibliotecas e funcionários. Quanto maior e diversificada
for a rede e mais poderosos forem os seus membros, mais forte será a influência exercida.
A Canadian Associations of Public Libraries (CAPL, 2011) recomenda que um
programa de advocacy adote estratégias relacionadas às características e interesses de um
grupo para que essas possam influenciá-lo com o intuito de se envolver com o programa. No
contexto bibliotecário, o envolvimento pode ocorrer tanto de forma emocional, por meio da
evocação de memórias ou histórias (por exemplo, um testemunho de um usuário que foi
beneficiado por um produto ou serviço da biblioteca), quanto pelo engajamento da
comunidade a favor da própria biblioteca. Sobre a ideia de engajamento, é pertinente ressaltar
que esse promove a identidade de uma instituição e, simultaneamente, pode auxiliar na
criação de relacionamentos, parcerias e coalizões que defendam a causa promovida pelo
programa de advocacy. (CANADIAN ASSOCIATIONS OF PUBLIC LIBRARIES, 2011).
Ainda na perspectiva de elos a serem construídos, a busca pela cooperação de
bibliotecários de outras instituições, além das de IES, oportunizará uma ação empreendedora
cujos engajamentos, comprometimento e sentimento de valorização profissional serão o início
para uma grande mudança. Trata-se, pois, de um desafio que despertará pensamentos críticos
sobre a valorização da profissão de bibliotecário. No contexto universitário, o acesso à
informação permite aos pesquisadores conhecerem as pesquisas mais recentes em suas áreas
de especialidade de forma a realizarem melhor suas atividades e, assim, alcançarem resultados
que promovam o desenvolvimento da sociedade. As atividades de extensão bibliotecária que
possuem valor cultural, educacional e informacional transcendem a promoção do acervo e,
segundo Araújo e Francelin (2016), podem assumir as características de um processo
dialógico propiciando a realização de projetos internos e externos à instituição. Mesmo sendo
facultativo esse diálogo durante as ações de extensão, as bibliotecas no contexto acadêmico
O trabalho com o advocacy também deve ser entendido como um plano de marketing
que valoriza o exercício da profissão e atrai o empreendedor externo viabilizando as ações ou
advocacy, tanto para os serviços
como para a profissão é particularmente importante para este empreendimento, especialmente
tendo em conta as mudanças culturais que questionaram o entendimento tradicional do
�Hicks (2016) sugere que para defender efetivamente os serviços e a Biblioteconomia,
o bibliotecário precisa refletir sobre as relações que deseja com seus grupos de usuários e os
serviços que são oferecidos. Além disso, ele deve considerar o que realmente espera dos
usuários, dos serviços e como essas relações e entendimentos se cruzam. Advocacy e serviço
constituem o repertório do qual o bibliotecário deve lançar mão para construir sua identidade
e suas ações. De posse desse repertório, ele pode interagir com a comunidade e com situações
de demanda levando em conta seus insights e observando as melhores formas para projetar e
oferecer seus serviços assim como deve relacionar-se com a comunidade. Essa postura
influencia diretamente os resultados que obterá junto aos defensores da Biblioteca (HICKS,
2016).
4 Sobre advovacy
4.1 Iniciativas de advocacy
O International Advocacy Program (IAP) da IFLA promove e apoia as iniciativas das
bibliotecas em nível mundial, incentivando o planejamento e a implementação da Agenda
2030 das Nações Unidas e o Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.
Como resultado do trabalho de advocacy realizado pela IFLA, pelos associados, pelos
signatários da Declaração de Lyon, parceiros e aliados na sociedade civil e Estados Membros
da ONU, o acesso à informação foi reconhecido nos ODS como um alvo sob o Objetivo 16:
Promover sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento
sustentável, facilitar o acesso à justiça para todos e criar instituições eficazes,
responsáveis e inclusivas em todos os níveis. [...]
Assegurar o acesso público à informação e proteger as liberdades
fundamentais, em conformidade com a legislação nacional e os acordos
FEDERATION
OF
LIBRARY
internacionais.
(INTERNATIONAL
ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS, 2016, p.3).
A IFLA, juntamente com as Nações Unidas, contribui para a implementação da
Agenda 2030 com o intuito de alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável em
relação às bibliotecas e ao acesso à informação. É importante ressaltar que se trata de um
momento de enorme oportunidade às bibliotecas, uma vez que se tem maior visibilidade sobre
a sua importância, o seu trabalho e o seu impacto na sociedade.
Cabe aos bibliotecários atuar urgentemente para garantir que as bibliotecas façam
parte das metas e iniciativas do Plano de Desenvolvimento Nacional para os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável. Somente assim, com a conscientização da importância da
�valorização do papel social das bibliotecas, sensibilizar-se-á a sociedade para que haja
apropriação de conhecimento, cultura e lazer.
4.2 Situação atual: foco nas ações
Em outubro de 2017, a IFLA (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY
ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS, 2017) publicou um documento com a situação das
bibliotecas na África, Ásia e Oceania, Europa e América Latina e o Caribe. É possível
encontrar no documento as ações sugeridas para atingir as metas da Agenda 2030. Notam-se
iniciativas que trazem à discussão as inúmeras formas de compartilhamento e troca de
informações e experiências sobre a prática do advocacy nas bibliotecas.
No Brasil, as ações do Programa Internacional de Advocacy, realizado no ano de 2017,
buscam, sobretudo, conscientização. Na Reunião Regional do Estado do Pará, ocorreu um
momento em que os participantes adquiriram conhecimento da realidade local e consciência
para desenvolver e melhorar os serviços alinhados com as metas do Desenvolvimento
Sustentável, com intuito de se reconhecerem como estratégicos parceiros para os seus
municípios.
No Encontro Regional de Sergipe, com a participação de bibliotecários públicos e
secretários de Cultura dos municípios, divulgou-se a Agenda ONU 2030. Além disso, foram
destacados 1) o papel das bibliotecas no apoio às metas de desenvolvimento sustentável e 2)
motivações para que os alunos se envolvessem em atividades de advocacy.
O Encontro Regional de Minas Gerais reuniu bibliotecários, professores de Belo
Horizonte, integrantes do Programa Internacional de Advocacy, a Presidente da FEBAB. Esse
encontro permitiu uma reunião com a Secretaria do Governo do Estado para defender as
bibliotecas e sua inclusão no Plano Nacional de Desenvolvimento. Ocorreram também
reuniões em Pernambuco e em Santa Catarina sobre a Agenda da ONU 2030 e o papel das
bibliotecas.
Convém ressaltar que o grande destaque para o ano de 2017 foi a organização do 27º
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação 2017 (CBBD), pela FEBAB, cujo
das Nações Unidas: como as bibliotecas
evento. A Presidente da IFLA fez a abertura oficial do evento com a apresentação: "Agenda
2030, a visão da IFLA e seu alinhamento com
tendências e integrar os profissionais da biblioteconomia brasileira. Alinhado com o Programa
�Internacional de Advocacy (IAP), o CBBD proporcionou situações exemplares de como o
bibliotecário comprometido pode fazer diferença na sociedade e contribuir ativamente para o
seu desenvolvimento.
importante para a área. Esse consiste em uma iniciativa da FEBAB, durante o 25º CBBD, que
aconteceu no ano de 2013, na cidade de Florianópolis, Santa Catarina, Brasil. O movimento
foi criado para mobilizar a sociedade e mostrar que as bibliotecas não são apenas um espaço
para guardar livros, mas espaços convidativos que, além de incentivar a leitura, oferecem uma
-se em andamento e conta com o apoio de vários órgãos e instituições da
área. O principal objetivo do movimento consiste em motivar os cidadãos para cobrarem e
esperarem por uma biblioteca de qualidade, que promova a inclusão e a formação cidadã com
inúmeras formas de conhecimento, cultura, arte e lazer. Um ano antes, em 2012, a FEBAB já
se mostrava ser referência para a área. Nesse mesmo ano, ela foi responsável pela tradução do
Manual das pessoas que advogam pela Biblioteca, lançado pela ALA (AMERICAN
LIBRARY ASSOCIATION, 2008) visando orientar defensores da Biblioteca no Brasil.
Dimário et al. (2017) relatam a experiência de criação de um grupo de bibliotecários
empenhados em fortalecer as relações e a interação entre profissionais, em uma proposta
efetiva de troca de experiências e crescimento mútuo. A partir dessa ação, foi realizado um
evento para marcar a formação de um grupo maior de profissionais que atuam na região
central do Estado de São Paulo, interessados em realizar atividades e discussões profícuas
para o desenvolvimento das bibliotecas, e centros de informação e documentação. O
encontro teve como objetivo o fortalecimento da visão da profissão e do profissional na
sociedade local, propiciando uma oportunidade para que os bibliotecários pudessem estudar
e aplicar o conceito de advocacy com o intuito de revitalizar as bibliotecas da região, por
meio de uma rede de apoio e cooperação. A proposta do evento foi de reunir profissionais
com o objetivo de lutar e crescer para a melhoria e reconhecimento da área. O evento
mobilizou os bibliotecários para uma mudança de atitude em sua comunidade, em seu local
de trabalho e, mais particularmente, em seu crescimento pessoal.
Por fim, a partir da revisão dos eventos que contaram com ações, observa-se que a
prática colaborativa entre profissionais é um meio para adequar as práticas profissionais no
cenário atual e demonstra que uma ação local, iniciada no âmbito da extensão universitária,
pode ser realizada em conjunto com profissionais de outros âmbitos bibliotecários, revelando
�que os anseios e desejos são comuns, independentemente do contexto de atuação, seja ele
universitário, escolar, público ou especializado.
5 Considerações finais
Além de ações que ressaltem a importância da biblioteca universitária, cada vez mais
verifica-se a necessidade daquelas voltadas para a valorização do profissional, como o
empreendedorismo, o engajamento em políticas públicas das pautas mundiais para aplicação
na biblioteca, a participação no movimento associativo da categoria e o advocacy.
O trabalho com o advocacy também deve ser entendido como um plano de marketing
que valoriza o exercício da profissão. Esse contribui para que os profissionais e suas
bibliotecas estejam inseridos nos esforços institucionais e sejam cumpridas as relevantes
políticas públicas e o acesso à informação. Assim, vivenciando oportunidades de
empreendedorismo, o bibliotecário atingirá a valorização e a realização profissional que
implicam necessariamente em investimento na atualização constante.
Portanto, a missão do bibliotecário é facilitar o acesso à informação, possibilitando
aprendizado ao longo da vida. Somente assim, conseguir-se-á ir além da profissão e ser agente
de transformação social para a melhoria da sociedade em que vivemos.
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Empreendedorismo, agenda 2030 e advocacy: reflexões sobre a prática colaborativa entre bibliotecários.
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Alves, Ana Paula Meneses et al.
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Salvador (Bahia)
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho visa promover uma reflexão sobre valores da Biblioteconomia e o novo desafio do bibliotecário em assumir o papel de empreendedor, promotor das ações de extensão e advocacy e agente ativo em ações para a implementação dos objetivos de desenvolvimento sustentável. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico, a revisão de políticas e manuais da International Federation of Library Associations and Institutions, American Library Association e da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários e Cientistas da Informação e Instituições e o apontamento de ações realizadas nacionalmente para advocacy e desenvolvimento da Agenda 2030. Por fim, observa-se que além de ações, tanto no âmbito da biblioteca universitária, como fora dela, cada vez mais verifica-se a necessidade de práticas profissionais colaborativas voltadas para a valorização do profissional, como o empreendedorismo, o engajamento em políticas públicas das pautas mundiais para aplicação na biblioteca, a participação no movimento associativo da categoria e o advocacy
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5737/SNBU2018_149.pdf
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
BIBLIOTECA 24 HORAS: ALGUMAS REFLEXÕES E PROSPECTOS
24-HOUR LIBRARY: SOME REFLECTIONS AND PROSPECTS
Resumo: O texto aborda algumas reflexões e prospectos sobre o modelo de funcionamento 24
horas implementado na Biblioteca Professor Emílio Guimarães Moura, que em 2018,
completa 10 anos. A biblioteca pertence à Faculdade de Ciências Econômicas da
Universidade Federal de Minas Gerais. A concepção teórica deste ensaio se baseia na ideia de
conhecimento aproximado, o que possibilita acreditar que, tantos forem os olhares lançados
sobre este tema, provavelmente serão também igualmente múltiplas as visões e conclusões
sobre ele. Neste caso, o texto é escrito por bibliotecários que estiveram a frente da biblioteca
da FACE na maior parte destes dez anos de funcionamento do modelo 24 horas. Ressaltam-se
os desafios trazidos pela Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, além do
elemento complicador do caráter extensionista da universidade, em conseqüência a criação de
uma demanda da sociedade para utilização dos produtos e serviços da Biblioteca no modelo
24 horas. Outro ponto importante é a reflexão sobre a concepção de cultura e conhecimento
com a qual estamos lidando, numa sociedade que prima cada vez para o consumo e o
individualismo. Ainda são discutidas as possibilidades e razões para este modelo de
funcionamento 24 horas, bem como explicitado a importância da atuação do profissional
bibliotecário na mediação da informação neste contexto. Como considerações são
evidenciadas as dificuldades em se qualificar o atendimento durante as 24 horas de
funcionamento, o problema em se conseguir focar no público específico da comunidade
FACE, além da unidade estar cobrindo uma carência de uma biblioteca pública que oferecesse
estes serviços.
Palavras-chave: Biblioteca 24 horas. Conhecimento aproximado. Mediação da Informação.
Concepção de cultura.
Abstract: The text addresses some reflections and prospects regarding the 24-hour working
model implemented at the Professor Emílio Guimarães Moura Library, which in 2018,
reaches 10 years of operation. The library belongs to the Faculty of Economic Sciences
(FACE) at the Federal University of Minas Gerais. The theoretical conception of this essay is
based on the idea of approximate knowledge, which makes it possible to believe that, given
the many glances cast on this subject, the visions and conclusions regarding the same are
likely to be equally numerous. In this case, the text is written by librarians who have been at
the front of the FACE library for most of these ten years operating the 24-hour model. The
challenges brought by the Restructuring and Expansion of Federal Universities are
�highlighted, as well as the complicating element of the extensionist character of the
university, as a consequence of the creation of a societal demand for the use of the Library's
products and services in the 24-hour model. Another important point is the reflection on the
conception of culture and knowledge with which we are dealing, in a society that presses for
ever greater consumption and individualism. The possibilities and reasons for this 24-hour
operation model are still discussed, as well as the importance of the professional librarian's
role in mediating information in this context. As a consideration, the difficulties in qualifying
service throughout the 24 hours of operation, the problem of being able to focus on the
specific public of the FACE community, and the fact that the unit is covering for a shortage of
a public library that offers these services, are evidenced.
Keywords: 24-Hour Library. Approximate Knowledge. Mediation of Information.
Conception of Culture.
1 As origens
A Biblioteca Professor Emílio Guimarães Moura foi criada em 1946. No entanto, foi
com a mudança de localização para o campus Pampulha da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) em 2008 que inaugurou o funcionamento 24 horas. Essa mudança contou com
a incorporação de outros acervos que se encontravam dispersos no antigo prédio da Faculdade
de Ciências Econômicas (FACE) da UFMG, bem como a adesão do acervo da Biblioteca do
Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar). Neste sentido, ganhou ainda
mais corpo a construção de uma grande biblioteca com uma estrutura que fosse compatível com
o volume de acervo, comunidade acadêmica (reais e potenciais) e, além disso, pudesse ter
atendimento 24 horas. Surge então, a biblioteca 24 horas da FACE que funciona de forma
ininterrupta desde 2008, completando em 2018, portanto, dez anos de funcionamento deste
modelo.
Sobre o funcionamento 24 horas, cabe ressaltar que a biblioteca não trabalha com
atendimento pleno durante todo o período. O atendimento pleno é de 07h: 30 às 22 horas, de
segunda a sexta-
ade de
empréstimos e devoluções através de um terminal de autoatendimento (sem mediação humana).
Este trabalho versa sobre os desafios, possibilidades e limites deste modelo de
Biblioteca 24 horas, implementado na Biblioteca da FACE
UFMG e que totaliza dez anos de
funcionamento no ano de 2018. A concepção teórica deste ensaio se baseia na ideia de
conhecimento aproximado desenvolvida por Bachelard:
Logo, a aproximação é a única feição fecunda do pensamento. Um conhecimento só é
claro em sua aplicação ao real quando se podem distinguir, como marcos naturais, os diversos
�estágios de seu progresso. Por outro lado, é conhecimento aproximado que põe no justo lugar
uma Realidade que conserva sempre em alguma parte, como tentamos mostrar, características
individuais e movediças. (BACHELARD, 2004, p 279).
Isto porque tantos forem os olhares lançados sobre este tema, provavelmente serão
também igualmente múltiplas as visões e conclusões sobre ele. Por outro lado, como disse
Bachelard, é somente através destas aproximações do real que o conhecimento se solidifica,
embora deva sempre ser relativizado e circunstanciado. Neste caso, em específico por
bibliotecários que estiveram a frente da biblioteca da FACE na maior parte destes dez anos de
funcionamento 24 horas.
2 Vinte e quatro horas (desafios, possibilidades e razões)
O tensionamento entre a missão específica da instituição e as demandas que surgem
quando da criação do modelo 24 horas, basicamente colocam numa relação inversa a prioridade
entre ensino e pesquisa em detrimento da extensão. Neste sentido, a Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais - o REUNI, nos coloca o desafio do grande fluxo de alunos e do
equacionamento do espaço numa relação de acervo (para um número maior de alunos) versus
espaço para estudo. Outro elemento complicador para a questão é o caráter extensionista do
funcionamento 24 horas, que criou toda uma demanda da sociedade, de modo geral, para usar a
para identificar
evidente que a Biblioteca da FACE cumpre relevante papel social, mas é fundamental
prospectar a abertura 24 horas de outras bibliotecas no CAMPUS para dividir esta
responsabilidade e contingente entre as unidades da UFMG.
Colocando a questão em números, temos hoje, segundo relatório emitido pelo software
utilizado pelo Sistema de Bibliotecas da UFMG, o número de 2982 Usuários Externos ativos. A
soma de todas as outras categorias (alunos, funcionários e professores basicamente), para as
quais a biblioteca FACE foi idealizada e para qual possui acervo e serviços específicos, somam
3956 usuários. Ou seja, claramente se percebe o quantitativo muito representativo de usuários
externos, principalmente se colocarmos a questão de que o cadastro dos mesmos tem validade
de seis meses (podendo ser renovado) e os alunos, por exemplo, ficam em média quatro anos na
instituição sem perder o vínculo. Tendo-se em conta de que a biblioteca possui cerca de 450
lugares disponíveis para estudo, é notável que se estabelece um conflito de finalidade para a
�biblioteca. Isso sem contar a grande quantidade de alunos de outras unidades acadêmicas da
UFMG que também utilizam o espaço.
Importante ressaltar, no entanto, que aqui não se propõe a prevalência de uma categoria
sobre outra. Apenas se chama a atenção para a construção de uma biblioteca universitária
voltada para uma comunidade específica, no caso da FACE, tendo uma demanda que em muito
supera sua previsibilidade de espaço, acervo e pessoal para atendimento. Outro ponto
importante é a reflexão sobre a concepção de cultura e conhecimento com a qual estamos
lidando, numa sociedade que prima cada vez para o consumo e o individualismo.
O modelo de biblioteca 24 horas em funcionamento na FACE abre muitas
possibilidades para a Comunidade Acadêmica da UFMG, bem como para os usuários externos à
instituição. A unidade oferece neste horário especial o espaço para estudo: o conforto dos
móveis pensados e comprados para dar suporte à atividade de leitura e escrita. Conta-se também
com computadores conectados à Internet, bem como acesso à rede wifi UFMG via dispositivos
eletrônicos individuais. Há ambiente com pouco ruído propício para o estudo individual,
facilitando a concentração e espaços para estudo em grupo. Ainda são disponibilizados
terminais para busca ao acervo, acesso físico ao acervo aberto (obras de referencia, teses,
dissertações, monografias, periódicos e livros) e a possibilidade de fazer empréstimos através de
uma máquina de auto-atendimento.
As razões para o funcionamento neste horário especial é a disponibilidade e atendimento
aos produtos e serviços citados acima num período de tempo em que a maioria das instituições
que os fornecem estão fechadas, em contraposição de ser justamente as horas consideras livres
pelas pessoas.
Vale ressaltar a importância do profissional bibliotecário em todas as etapas para que o
funcionamento deste modelo ocorra. Neste sentido, é fundamental pensar nas ações de
mediação da informação. Estas consideradas por Almeida Júnior (2008, p. 46) como
[...] toda a ação de interferência realizada pelo profissional da informação -, direta
ou indireta; consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; que
propicia a apropriação de informação que satisfaça, plena ou parcialmente, uma
necessidade informacional. [...] a mediação não estaria restrita apenas a atividades
relacionadas diretamente ao público atendido, mas em todas as ações do profissional
bibliotecário, em todo fazer desse profissional.
Assim, é fundamental pensar em todas as ações dos bibliotecários e demais equipe da
biblioteca para que esta engrenagem se mova e disponibilize os produtos e serviços aos
usuários. É essencial perceber às atividades de gerencia da Biblioteca, de seus recursos
materiais e físicos até a gestão do capital humano. Vale refletir sobre as ações de bibliotecários
�catalogadores que ao fazer o processamento do exemplar tem este usuário em mente, no que
concerne à especificação e localização do item, entre outros aspectos. Ponderar também nas
atividades do bibliotecário de referência que tem que se desdobrar nas tarefas de sinalização e
visibilidade do material. Enfim, todas as etapas e setores da Biblioteca são pensados para
facilitar e atender o público potencial e os Usuários Externos neste horário especial de
funcionamento.
Almeida Júnior (2008, p. 46) ainda nos leva a refletir sobre a mediação implícita da
informação e afirma que
A mediação estaria presente, de maneira não explicitada, na seleção, na escolha dos
materiais que farão parte do acervo da biblioteca, em todo o trabalho de
processamento técnico, nas atividades de desenvolvimento de coleções e, também, no
serviço de referência e informação.
É perceptível assim, que neste modelo de Biblioteca 24 horas o papel do bibliotecário é
mais imprescindível que nunca, além de ser insubstituível, pois é este profissional no processo
diário de trabalho, coletando informações, utilizando seu savoir a faire que possibilita e alicerça
o funcionamento da Biblioteca tanto em seu horário normal como no especial.
3 A cultura na sociedade do consumo
Instituições de cultura, por vezes, sofrem com a falta de reconhecimento por parte do
Estado e da própria sociedade. Tais relações refletem a estrutura social em que estamos
inseridos e a valorização ou não da cultura de modo geral está posta no quadro de forças da
Propomos o seguinte, como distinção inicial: por um lado, as relações variáveis entre
organizados ou se têm
organizado eles próprios, suas formações. (WILLIAMS, 2000, p 35).
Evidentemente, a estes atores e instituições se somam intermediários na construção da
cultura, sobretudo os consumidores, que podem ganhar vários tipos de feição e característica,
conforme de aproximam ou se distanciam de uma concepção clientelista no trato com as
instituições.
motivo e seu maior propósito, um consumidor satisfeito não é motivo, nem propósito
e sim
�Dessa forma, o que por vezes assistimos em relação aos serviços públicos, sobretudo
aqueles ligados a educação e cultura, é um completo desinteresse de uma parte e de outra uma
consciência de direito e fiscalização do gasto público não como exercício da cidadania e sim
como consciência de consumo, visando sempre a sua satisfação imediata, de forma individual e
descolada de uma ideia de bem comum. Posto que, se exige cada vez mais a
p. 111). É a ideia da satisfação a qualquer custo e da eficiência máxima dos serviços prestados,
mas não em direção ao bem estar social, ao contrário, quanto mais personalizado melhor.
Na experiência de condução da biblioteca da FACE-UFMG muitos foram os casos de
reivindicações que guardam este tipo de espírito, como por exemplo, o questionamento de se ter
de mudar de portaria, quando se fecha uma entrada e se abre pelo acesso externo que irá
continuar durante toda a madrugada aberto. Para explicitar melhor, vale informar que para
funcionamento 24 horas durante o fechamento da Faculdade é fundamental que se troque o
local de entrada da Biblioteca, a passagem é realizada por uma porta que se localiza na área
externa ao prédio da FACE. No momento de troca, os usuários que estão dentro da Biblioteca
são convocados a mudarem seus pertences para armários que estão nesta portaria externa, essa
transição demanda alguns minutos. Assim, se questiona o fato de alguns minutos gastos, onde é
necessário interromper os estudos, em detrimento de o espaço continuar aberto 24 horas. Ainda
mais desconcertante é saber que a FACE é a única Instituição que oferece este serviço
atualmente em Belo Horizonte, possivelmente em Minas Gerais, e dos poucos que temos notícia
em todo o país.
Outros casos de conflito surgem quando a biblioteca tenta promover ações culturais que
possam interditar algum espaço de estudo na biblioteca, como por exemplo: exposições,
palestras acadêmicas, visitas técnicas, entre outros. Nestes casos, as manifestações vão desde a
confecção de abaixo-assinados a reclamações formais à Ouvidoria da UFMG. São recebidas
também diversas reclamações referentes ao barulho dos maquinários (lavadoras, aspiradores de
pó) utilizados pelos agentes de limpeza e a solicitação de mudança no horário de realização das
mesmas, mas os reclamantes se esquecem de que em uma biblioteca que funciona 24 horas é
praticamente impossível que o trabalho seja realizado sem incômodo para os usuários.
Evidentemente existem reclamações plausíveis e necessárias ao aprimoramento da
individualist
�4 Sonhos, insônias e realidades
A biblioteca que nunca dorme, está é uma expressão com a qual nos deparamos quando
se faz referência ao serviço que prestamos. Na realidade, entre sonhos, insônias e realidades,
temos um quadro ainda distante deste ideal. Além da dificuldade em se conseguir focar no
público específico da comunidade FACE, uma vez que a UFMG possui uma biblioteca para
cada unidade de ensino, existe também a dificuldade em se qualificar o atendimento durante as
24 horas de funcionamento. De segunda a sexta-feira a biblioteca possui atendimento integral,
contando com bibliotecários e demais servidores do quadro, de 07 h: 30 às 22 horas. Após este
horário entra o modelo 24 horas que funciona também nos fins de semana e feriados. Este
modelo consiste na abertura de uma portaria externa à Faculdade com a presença de dois
porteiros terceirizados que controlam entrada e saída de pessoas e de bens materiais. Possui
ainda portal de segurança e uma máquina de autoatendimento que gerencia empréstimos e
devoluções, o que possibilita de fato, uma maior oferta de compartilhamento de conhecimento e
informação. No entanto, por conta do modelo de atendimento 24 horas não contar com
bibliotecários durante todo o seu período de funcionamento como explicado acima, fica inviável
iniciativas como as citadas por Arellano (2001) onde bibliotecas, em sua maioria americanas,
possuem serviços de referência 24/7 (expressão usada para indicar que funciona todos os dias
por 24 horas). Neste caso, o funcionamento poderia também ser remoto e indicar outro tipo de
funcionamento 24 horas sem a abertura do espaço físico por exemplo, ou ser complementar a
esta iniciativa agregando valor ao funcionamento 24 horas.
Muitos, também, são os fatores que justificam a oferta de uma Biblioteca pública 24
horas. No nosso caso, estamos cobrindo uma carência deste tipo de biblioteca enquanto
categoria de instituição que oferecesse os serviços de biblioteca pública a toda população de
Belo Horizonte e região. Mas, dentro do contexto da biblioteca universitária, também não
podemos negar que muitas pessoas se beneficiam deste modelo. Notadamente alunos em
processo de produção de trabalhos finais acadêmicos, professores com prazos curtos para
entrega de relatórios, artigos ou planos de aula entre outras situações. De fato, a oferta de
informação e conhecimento durante 24 horas é algo desejável para qualquer pesquisador, o que
de fato tem se de avaliar é se este propósito tem ainda um peso considerável na atual demanda
de serviços da biblioteca.
A condução desta questão deve levar em conta, sobretudo, os valores éticos máximos
pelos quais as instituições de cultura (vistas de forma ampla) devem se pautar e dentro deste
�processo, nós os produtores ou mediadores, como sujeitos construtores também nos
posicionarmos.
É então que o sujeito-construtor se revelará como demiurgo-legislador e gerador dos
valores, permitindo a rearticulação entre a ética e o conhecimento: sendo este
integralmente sua obra, caberá ao sujeito zelar por sua guarda e responder por suas
aplicações. Eis, junto com o sujeito epistemológico, instalado no umbral do
conhecimento o sujeito ético - uma só e mesma coisa. (DOMINGUES, 2002, p. 9).
A solução seria a extinção do modelo 24 horas? Ou ainda, a supressão do atendimento à
comunidade externa? De fato, estas são questões que se apresentam aos gestores públicos que
dirigem a Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG. Do ponto de vista da demanda pelo
horário da madrugada, a resposta seria o fechamento, pois a grande maioria frequenta até no
máximo meia noite e chegam à biblioteca por volta das 06 da manhã. A frequência durante o
dia nos fins de semana e feriado também é grande. Este seria um bom caminho para se iniciar
uma avalição. No entanto, temos de pesar sempre por um compromisso ético de ouvir os
diferentes segmentos que frequentam a biblioteca para então tentar formular uma proposta que
seja democrática e que vá de encontro ao bem estar comum e mais amplo de toda a
comunidade. Sobretudo que possa atender de forma satisfatória ao tripé do ensino, pesquisa e
extensão.
A avaliação empreendida aqui, assim como na formulação do conhecimento aproximado
de Bachelard (2004) levanta mais questões do que respostas. Entretanto, a discussão
empreendida não se pretende neutra, nem tampouco vazia. Fica claro para nós que existem
ajustes a serem feitos neste modelo, sob pena de causar a extinção deste serviço, seja por conta
da insuficiência de recursos, seja pelo desvio de finalidade a que a biblioteca corre o risco de se
submeter. Por outro lado, as diferenças e contradições, sob nosso ponto de vista, não devem ser
simplesmente tomadas como problemas para o gestor público. Ao contrário, devem ser
abraçadas, confrontadas e colocadas numa perspectiva de pluralidade e de inclusão.
O momento em que completa dez anos de funcionamento do modelo 24 horas deve
servir para a biblioteca da FACE, bem como seus agentes, reflitam e prospectem um serviço
com ainda mais qualidade e focado nos interesses da comunidade. O que se espera, acima de
tudo, é que a biblioteca seja reposicionada como importante instituição cultural no sentido de
provocar a reflexão transformadora que impulsiona o conhecimento e a vida de todos os
cidadãos.
�Referências
ALMEIDA JÚNIOR, Oswaldo Francisco de. Mediação da informação: ampliando o conceito
de disseminação. In: VALENTIM, M. L. P. (Org.). Gestão da informação e do
conhecimento. São Paulo: Polis; Cultura Acadêmica, 2008. p.41-54.
ARELLANO, M. A. M. Serviços de referência virtual. Ci. Inf., v. 30, n. 2, p. 7-15, 2001.
BACHELARD, Gaston. Ensaio sobre o conhecimento aproximado. Rio de Janeiro:
Contraponto, 2004. 316p.
BAUMAN, Zygmunt. Vida para o consumo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008.
DOMINGUES, Ivan. A crise da verdade e o sujeito ético. 2002. p. 1-10. Disponível em:
<
http://www.ivandomingues.com.br/wpcontent/uploads/2017/02/wfd_12708361834bbf6bd74956ca_crise_da_verdade_e_o_sujeito_etico_2002.pdf >. Acesso em: 12 jan. 2017.
WILLIAMS, Raymond. Cultura. 2. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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2018
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Biblioteca 24 horas: algumas reflexões e prospectos.
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An entity primarily responsible for making the resource
Renault, Leonardo Vasconcelos; Santos, Fabiana Pereira dos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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O texto aborda algumas reflexões e prospectos sobre o modelo de funcionamento 24 horas implementado na Biblioteca Professor Emílio Guimarães Moura, que em 2018, completa 10 anos. A biblioteca pertence à Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais. A concepção teórica deste ensaio se baseia na ideia de conhecimento aproximado, o que possibilita acreditar que, tantos forem os olhares lançados sobre este tema, provavelmente serão também igualmente múltiplas as visões e conclusões sobre ele. Neste caso, o texto é escrito por bibliotecários que estiveram a frente da biblioteca da FACE na maior parte destes dez anos de funcionamento do modelo 24 horas. Ressaltam-se os desafios trazidos pela Reestruturação e Expansão das Universidades Federais, além do elemento complicador do caráter extensionista da universidade, em conseqüência a criação de uma demanda da sociedade para utilização dos produtos e serviços da Biblioteca no modelo 24 horas. Outro ponto importante é a reflexão sobre a concepção de cultura e conhecimento com a qual estamos lidando, numa sociedade que prima cada vez para o consumo e o individualismo. Ainda são discutidas as possibilidades e razões para este modelo de funcionamento 24 horas, bem como explicitado a importância da atuação do profissional bibliotecário na mediação da informação neste contexto. Como considerações são evidenciadas as dificuldades em se qualificar o atendimento durante as 24 horas de funcionamento, o problema em se conseguir focar no público específico da comunidade FACE, além da unidade estar cobrindo uma carência de uma biblioteca pública que oferecesse estes serviços.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ALFABETIZAR PARA LIBERTAR: TRANSFORMANDO CIDADÃOS POR MEIO
DA ALFABETIZAÇÃO
LITERACY FOR FREEDOM: TRANSFORMING CITIZENS THROUGH LITERACY
Resumo: Este trabalho visa apresentar um Projeto de Alfabetização para jovens e adultos a
partir de 18 anos que possuem dificuldades na prática da leitura e da escrita proposto pela
Biblioteca Professor Ricardo Teixeira de Barros. Localizada no Munícipio de Soure no
Arquipélago do Marajó
PA. Objetivos: Formar leitores através da alfabetização e do
letramento mostrando qual o seu valor na sociedade criando seres críticos acerca de seus
problemas sociais incentivando o retorno a escola, além de contribuir para a transformação
social, profissional e acadêmica dos discentes da Universidade na condição de alfabetizador.
Fundamentação teórico metodológica: Para realização da Pesquisa e justificativa para o
funcionamento do Projeto foram utilizados como base a pesquisa bibliográfica através de
revisões da literatura e a prática da observação participante relacionando a escassez de
projetos de educação e a demanda de acordo com as necessidades locais apresentadas pelas
comunidades próximas a Universidade. Resultados: Esperamos ao final do projeto alfabetizar
25 jovens e adultos e capacitar os graduandos voluntários desta ação na pratica docente além
de formar novas turmas com o mesmo tema ou adequá-lo a uma nova realidade estudada.
Conclusões: O tema deste projeto é de suma importância para a educação de jovens e adultos,
pois os ensinará a ter experiências significativas de aprendizagem e impulsionar o hábito da
escrita e da leitura, construindo assim um espaço de ampliação das capacidades de
comunicação e acesso à informação através da Universidade que tem como papel a
disseminação do conhecimento.
Palavras-chave: Alfabetização. Leitura e escrita. Jovens e adultos. Prática docente
Abstract: This work aims to present a Literacy Project for youngsters and adults from 18
years old who have difficulties in reading and writing practice proposed by the Professor
Ricardo Teixeira de Barros Library. Located in the Municipality of Soure in the Marajó
Archipelago - PA. Objectives: To train readers through literacy and literacy, showing their
value in society by creating critical beings about their social problems, encouraging their
return to school, as well as contributing to the social, professional and academic
transformation of university students as literacy teachers . Methodological and theoretical
basis: To carry out the research and justification for the operation of the Project,
bibliographical research was based on literature reviews and participant observation practice,
relating the shortage of education projects and the demand according to the local needs
presented communities near the University. Results: We hope that at the end of the project, 25
�youngsters and adults will be able to teach and to train the volunteer undergraduates in this
practice in addition to forming new groups with the same theme or adapting it to a new reality
studied. Conclusions: The theme of this project is of great importance for the education of
young people and adults, as it will teach them to have significant learning experiences and to
boost the habit of writing and reading, thus building a space for expanding communication
and access to information through the University whose role is the dissemination of
knowledge.
Keywords: Literacy. Reading and writing. Young people and adults. Teaching practice
1 INTRODUÇÃO
Alfabetizar jovens e adultos não é apenas ensiná-los a escrever o seu próprio nome. É
oferecer uma educação de qualidade e se preocupar em não só diminuir os índices de
analfabetismo no país, mas em formar leitores porosos, inquietos, críticos, perspicazes,
capazes de receber tudo que uma boa leitura pode lhe proporcionar. Todavia, fazer esta
formação acontecer é um dos principais e mais fortes problemas que os países
subdesenvolvidos enfrentam.
A necessidade de projetos que visem a educação se torna cada vez mais importantes
na sociedade atual. Sendo assim, ensinar a técnica de leitura e escrita é o alvo a ser atingido
por meio da Biblioteca Professor Ricardo Teixeira de Barros para jovens e adultos a partir de
18 anos que não puderam continuar seus estudos mas, que possuem formação até o nível
fundamental.
Criar condições sociais de convívio mútuo na sociedade é papel do Estado e isto é
possível quando o mesmo fornece escolas de boa qualidade, educadores interessados e
motivados a ensinar, politicas públicas de inclusão dos menos favorecidos entre outras ações.
É na medida em que se vive num meio sobre o qual é possível agir, no qual é possível, com os
outros, discutir, decidir, realizar, avaliar, que são criadas as condições mais favoráveis ao
aprendizado. Todos os aprendizados, não só o da leitura. E isso vale para todos, inclusive para
os adultos. (FORMANDO, 1994)
Este projeto se iniciou no dia 01 de agosto de 2017 com previsão de conclusão em 31
de julho de 2018. Ocorrerá no turno da noite nos dias de terças, quartas e quintas no horário
de 19h as 21h. Atendemos 30 pessoas dentro do perfil estabelecido os quais realizaram sua
matrícula na Biblioteca, responsável pelo projeto.
São ministradas aulas de português na modalidade aperfeiçoamento, através do
ensino da escrita e da leitura se utilizando de atividades lúdicas e de práticas já estabelecidas
�no projeto, visando o aprendizado deste grupo e a sua inclusão na sociedade, além de
contribuir com o retorno á escola através do aumento de estímulos pessoais e profissionais.
As metodologias necessárias são utilizadas com o objetivo de auxiliar na
alfabetização de jovens e adultos aperfeiçoando-os e colaborando para o retorno a escola e
contribuir para capacitação acadêmica e profissional dos discentes da Universidade, dandolhes a oportunidade de adquirir técnicas de didática e prepará-los para a prática docente.
O projeto tem como objetivos específicos:
Formar leitores através da alfabetização e do letramento mostrando qual o seu valor na
sociedade criando seres críticos acerca de seus problemas sociais incentivando o
retorno a escola, além de contribuir para a transformação social, profissional e
acadêmica do alfabetizador.
Possibilitar o resgate da auto estima do individuo a ser alfabetizado a partir do
momento em que ele é visto com habilidades para desenvolver a sua aprendizagem;
Considerar opiniões diversas, valorizando diferentes formas de cultura e de
pensamento;
Atender as demandas sociais da Comunidade externa à Universidade contribuindo
para a sua formação social e profissional;
Contribuir para a formação acadêmica e profissional dos discentes da Universidade em
questão;
Evidenciar o papel social da Biblioteca, na promoção da educação através de projetos
como este e incentivar a criação de outros que venham para beneficio da sociedade;
Produzir artigos científicos acerca deste projeto; relatos de experiência; apresentação
em eventos; criação de novos projetos e trabalhos acadêmicos em geral;
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nos tornamos leitor a partir do momento em que lemos, seja uma placa de rua, um
jornal ou uma embalagem. Ler é atribuir um sentido a algo escrito.
a partir de uma expectativa real. (FORMANDO, 1994, p. 15).
Segundo Barbosa (1994, p. 70)
referencial histórico as contribuições da Psicologia Associacionista, que concebe o processo
de alfabetização como a mecânica de associação entre estímulos visuais e respostas
Corroborando a importância da leitura e da escrita, Bamberger (1995, p.9) explica
que:
�A pesquisa sobre a leitura [...] projetou uma luz sobre o seu significado, não
só em relação às necessidades da sociedade mas também às do indivíduo. O
intelectuais e espirituais, o de aprender e progredir.
A leitura favorece a remoção das barreiras educacionais, concede oportunidades mais
justas de educação principalmente através da promoção do desenvolvimento da linguagem e
do intelectual.
Uma das propostas utilizadas até os dias atuais que inspira diversos programas de
alfabetização e de educação popular é a de Paulo Freire que através de sua compreensão
inovadora da problemática educacional brasileira interpreta o analfabetismo como produto de
estruturas sociais desiguais e, portanto, efeito e não como causa da pobreza e propunha que os
processos educativos operassem no sentido de transformar a realidade, e a alfabetização era
vista como uma ferramenta propícia ao exame crítico e à superação dos problemas que
afetavam as pessoas e comunidades. (FREIRE, 1987).
Assim sendo, é possível dizer que cada sujeito constrói sua experiência com
a leitura em uma via de mão dupla: um movimento de dentro para fora e de
fora para dentro guiado pela subjetividade enlaçados pelo outro que lhe
transmite não apenas traços do ato de ler, mas aquilo que fundamenta o
sentido do próprio ato. (SOUZA, 2017,p. 10).
A Constituição Federal de 1988 em seu Art. 6º, Cap. II- Dos direitos sociais - afirma
que :
São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a
moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade
e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição
(BRASIL, 1988, p. 4)
Reforçando esta determinação ainda podemos citar. O Art. 208, Cap. III
Da
educação, da cultura e do desporto - que entre outras palavras dispõe sobre o dever do Estado
em garantir o direito ao ensino fundamental a todos os cidadãos sem diferença de idade, raça,
cor, religião, local de moradia ou situação econômica. ((BRASIL, 1988, p. 70). Saber ler e
escrever representa um acontecimento social importante na vida de um indivíduo pois aprende
a reconhecer o processo cognitivo da leitura e da escrita, através da alfabetização.
A educação é a forma pela qual o homem acredita fazer parte da sociedade em que
conscientizar. [...] Alfabetizar-se é aprender a ler essa palavra escrita em que a cultura se diz,
e dizendo-
(FREIRE,
1987, p. 9). Criar condições sociais de convívio mútuo na sociedade é papel do Estado e isto é
�possível quando o mesmo fornece escolas de boa qualidade, educadores interessados e
motivados a ensinar, políticas públicas de inclusão dos menos favorecidos entre outras ações.
É na medida em que se vive num meio sobre o qual é possível agir, no qual é
possível, com os outros, discutir, decidir, realizar, avaliar, que são criadas as
condições mais favoráveis ao aprendizado. Todos os aprendizados, não só o
da leitura. E isso vale para todos, inclusive para os adultos. (FORMANDO,
1994,p.12)
O processo de alfabetização ocorre de forma diferente em cada individuo e cada um
alcança determinado nível de acordo com a sua capacidade cognitiva de aprendizagem. Criar
condições sociais de convívio mútuo na sociedade é papel do Estado e isto é possível quando
o mesmo fornece escolas de boa qualidade, educadores interessados e motivados a ensinar,
politicas públicas de inclusão dos menos favorecidos entre outras ações.
3 METODOLOGIA
Este trabalho tem como principal campo de estudo a Comunidade externa ao Campus
colocar o observador e o observado do mesmo lado, tornando-se o observador um membro do
grupo de molde a vivenciar o que eles vivenciam e trabalhar dentro do sistema de referência
(MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 194), analisamos de fato como o alfabetismo e o
letramento contribui para a transformação social dos cidadãos participantes do projeto.
Quanto a modalidade de pesquisa usaremos a Bibliográfica que segundo Severino (2007, p.
anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses etc. Utiliza-se de dados ou
de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadore
Os métodos didáticos utilizados no projeto possuem o objetivo de auxiliar na
alfabetização de jovens e adultos aperfeiçoando-os e colaborando para o retorno a escola
contribuindo para capacitação acadêmica e profissional dos discentes da Universidade, dandolhes a oportunidade de adquirir técnicas de didática preparando-os para a prática docente.
Para o alcance dos objetivos e das metas, utilizaremos as metodologias básicas
necessárias à formação de leitores. O alfabetizador deverá se utilizar de técnicas de letramento
e de escrita para auxiliar o aprendizado do aluno-alfabetizando, tais como:
Rodas de conversa: nesta fase o alfabetizador estará conhecendo o seu público alvo
através de uma conversa onde o mesmo irá identificar a regionalidade dos alunos
identificando quais frases, palavras, ditos ou expressões, os alunos mais utilizam para
�que assim se use destes meios para realizar outras atividades que integrem a cultura
dos alunos;
Exercícios de Silabação: Realização da separação tradicional das silabas das palavras,
mostrando a família de cada silaba para formação de outras palavras;
Criação de palavras novas: formação de palavras novas a partir do conhecimento da
família das silabas;
Reconhecimento : entender as palavras novas e conscientizar o jovem e o adulto dos
problemas cotidianos e conhecimento da realidade social;
Alfabetização por meio do conto: leitura e escrita dentro da regionalidade utilizandose a cultura local;
Atividades práticas: leitura e escrita através do ditado;
Exercícios de fixação : conhecendo a pronuncia das palavras através de exercício de
escrita e oralidade;
4 RESULTADOS
O Projeto ainda está em vigor e por isso os resultados ainda são parciais.
Conseguimos atingir uma população de 25 participantes para um total de 30 vagas ofertadas.
Todos possuem o nível fundamental completo porém trazem na bagagem estudantil
dificuldades de aprendizado na leitura e na escrita pois como justificaram, não conseguiram
aprender no período de vida escolar ou estão muito tempo sem retornar a escola.
Dentre as metas a serem atingidas, conseguimos realizar uma ampla divulgação do
projeto no Munícipio ganhando destaque nas mídias locais incentivando outros projetos do
tipo em outras comunidades. A Biblioteca enquanto gestora do conhecimento recebeu muitos
elogios e apoio da Prefeitura Local e de outros orgãos em relação a material didático e
transporte quando for necessário. Os discentes na condição de alfabetizadores se sentem mais
confiantes em sua prática docente principalmente nas disciplinas de estágio que possuem em
seu currículo acadêmico. E por fim, e mais importante, dos 25 participantes, 10 já se
matricularam em escolas de nível médio para terminar seus estudos através da motivação que
o Projeto ofereceu.
Esperamos ainda, que ao final do projeto consigamos concluir a primeira turma com
todos os 25 jovens e adultos e finalizar a capacitação dos graduandos voluntários desta ação
na prática docente além de formar novas turmas com o mesmo tema ou adequá-lo a uma nova
realidade estudada.
�Figura 01 Alunos e equipe do Projeto
Fonte: Figueiredo, 2017
Figura 02
Lúcio na Biblioteca
Fonte: Brito,2017
Figura 03 Raquel praticando a leitura
Fonte: Brito, 2017
�Figura 04
Equipe do Projeto
Fonte: Oliveira, 2017
5 DISCUSSÃO
Nosso país possui um grande número de analfabetos, onde a alfabetização é vista
apenas como saber escrever um bilhete. Entretanto, não constitui uma forma de continuação
da educação entre Jovens e Adultos que procuram se inserir na sociedade através do
conhecimento adquirido em sala de aula. Para eliminar o analfabetismo, precisa-se muito mais
do que ensinar a decodificar as letras e números, é necessário oferecer além daquelas, o seu
significado no mundo. Alfabetizar jovens e adultos não é apenas ensiná-los a escrever o seu
próprio nome. É oferecer uma educação de qualidade e se preocupar em não só diminuir os
índices de analfabetismo no país, mas em formar leitores porosos, inquietos, críticos,
perspicazes, capazes de receber tudo que uma boa leitura pode lhe proporcionar. Todavia,
fazer esta formação acontecer é um dos principais e mais fortes problemas que os países
subdesenvolvidos enfrentam.
A Biblioteca enquanto gestora do conhecimento, trabalha em prol da sua comunidade
acadêmica visando a formação de profissionais habilitados e capacitados para desenvolver
trabalhos voltados para o bem-estar social da comunidade em que está inserida. O
conhecimento deve ser universal, na igualdade, na pluralidade de pensamento visando
�resultados contínuos através da educação adquirida a partir de suas interações na sociedade.
Neste contexto, o Projeto faz com que o processo de alfabetização ocorra de forma diferente
em cada individuo contribuindo para que cada um consiga alcançar determinado nível de
acordo com a sua capacidade cognitiva de aprendizagem.
A alfabetização contribui para a formação do individuo como uma atitude positiva,
de conhecimento, de interpretação e de descoberta e novos caminhos para a aprendizagem da
leitura e da escrita. Sendo assim, alfabetização, leitura e cidadania se complementam
formando cidadão de fato e de direito.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Projeto nos permitiu analisar o grau da qualidade da educação no país e mais
especificamente no Munícipio em que está sendo realizado. Observamos que não basta apenas
ir à escola. A escola e os professores têm que oferecer qualidade de ensino e instrumentos
capazes de ensinar e não apenas informar. Como bem sabemos, a informação só se transforma
em conhecimento quando é transferida e interpretada da maneira correta. De nada adianta
palavras se não sabemos formar frases. Saber ler e escrever bem é um direito garantido na lei
mas por muitas vezes não cumprindo a regra e é nosso dever enquanto cidadãos de bem e
papel da Biblioteca, trazer à tona este conhecimento através de ações voltadas para a
comunidade. Ler é importante. Aprender é essencial, mas interpretar é fundamental.
O conhecimento nunca é demais e está ligado a formação do senso crítico, ao modo
de como nos comportamos na sociedade em que vivemos e como a queremos transformá-la.
REFERÊNCIAS
BAMBERGER, Richard. Como incentivar o hábito de leitura. 6. ed. São Paulo: Atica,
1995.
BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. 2. ed. rev. São Paulo: Cortez, 1994?
(Coleção magistério 2º grau - Série formação do professor; v. 16)
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil : texto
compilado. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em 10 jan 2018
FORMANDO crianças leitoras. Porto Alegre: Artes Médicas, 1994.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido . 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
�MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003
SOUZA, Nilo. Experiências literárias e o processo de formação de novos leitores.
Revista Linhas. Florianópolis, v. 18, n. 37, p. 08-21, maio/ago. 2017. Disponível em:
<http://www.periodicos.udesc.br/index.php/linhas/article/viewFile/19847238183720170
08/pdf> Acesso em 20 setembro 2017
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. 23. ed. rev. atual. São
Paulo: Cortez, 2007
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Ciência da Informação
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Alfabetizar para libertar: transformando cidadãos por meio da alfabetização.
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An entity primarily responsible for making the resource
Brito, Camila de Cassia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
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An account of the resource
Este trabalho visa apresentar um Projeto de Alfabetização para jovens e adultos a partir de 18 anos que possuem dificuldades na prática da leitura e da escrita proposto pela Biblioteca Professor Ricardo Teixeira de Barros. Localizada no Munícipio de Soure no Arquipélago do Marajó – PA. Objetivos: Formar leitores através da alfabetização e do letramento mostrando qual o seu valor na sociedade criando seres críticos acerca de seus problemas sociais incentivando o retorno a escola, além de contribuir para a transformação social, profissional e acadêmica dos discentes da Universidade na condição de alfabetizador. Fundamentação teórico metodológica: Para realização da Pesquisa e justificativa para o funcionamento do Projeto foram utilizados como base a pesquisa bibliográfica através de revisões da literatura e a prática da observação participante relacionando a escassez de projetos de educação e a demanda de acordo com as necessidades locais apresentadas pelas comunidades próximas a Universidade. Resultados: Esperamos ao final do projeto alfabetizar 25 jovens e adultos e capacitar os graduandos voluntários desta ação na pratica docente além de formar novas turmas com o mesmo tema ou adequá-lo a uma nova realidade estudada. Conclusões: O tema deste projeto é de suma importância para a educação de jovens e adultos, pois os ensinará a ter experiências significativas de aprendizagem e impulsionar o hábito da escrita e da leitura, construindo assim um espaço de ampliação das capacidades de comunicação e acesso à informação através da Universidade que tem como papel a disseminação do conhecimento.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ESTRATÉGIAS DE BUSCA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: COMO RECUPERAR
ESTUDOS RELEVANTES
SEARCH STRATEGIES IN HEALTH SCIENCES: RECOVERING RELEVANT STUDIES
Resumo: O artigo discute a importância da pesquisa bibliográfica, especialmente para a área
das Ciências da Saúde, com foco nas bibliotecas universitárias que atuam nesta área.
Apresenta os argumentos para a construção de uma boa estratégia de busca a fim de que a
recuperação de informações e evidências seja precisa e exaustiva. Relaciona a qualidade da
expressão de busca com a consistência da revisão de literatura, salientando as diferenças entre
os tipos de revisão narrativa e sistemática. Aborda a hierarquia dos níveis de evidência
científica e sua relevância para a Medicina Baseada em Evidências. Aponta os aspectos que
influenciam a qualidade das estratégias e detalha as três etapas fundamentais da pesquisa
bibliográfica: 1. dados referentes à pesquisa, 2. elaboração da estratégia e 3. teste da
estratégia. Conclui que a conversão do problema em estratégia de busca e o método para sua
elaboração podem influenciar e/ou condicionar a qualidade dos resultados e
consequentemente da produção científica.
Palavras-chave: Recuperação da informação. Pesquisa bibliográfica. Estratégias de busca.
Medicina Baseada em Evidências. Bibliotecas universitárias.
Abstract: This article discusses the importance of bibliographic research, especially for the
area of Health Sciences, focusing on the university libraries that work in this area. It presents
the arguments for building a good search strategy so that the retrieval of information and
evidence is accurate and exhaustive. It relates the quality of the search expression to the
consistency of the literature review, highlighting the differences between the types of
narrative and systematic review. It addresses the hierarchy of levels of scientific evidence and
its relevance to Evidence-Based Medicine. It points out the aspects that influence the quality
of the strategies and details the three fundamental stages of the bibliographic research: 1.
research data, 2. strategy formulation and 3. strategy test. It concludes that the conversion of
the problem into the search strategy and the method for its elaboration can influence and / or
condition the quality of the results and consequently of the scientific production.
Keywords: Information retrieval. Bibliographic research. Search strategies. Evidence-Based
Medicine. University Libraries.
�1 INTRODUÇÃO
É incontestável a importância da pesquisa bibliográfica para o avanço da ciência,
especialmente quando esta se torna serviço e missão das bibliotecas universitárias da área da
Saúde. É a partir da disponibilização dos novos conhecimentos gerados neste âmbito que seus
profissionais se formam e se atualizam, colocando em prática a possibilidade de salvar vidas
ou amenizar o sofrimento do corpo físico e psíquico.
Do mesmo modo, é consensual na literatura da área de Ciência da Informação que toda
pesquisa bibliográfica em bases de dados, vislumbra, fundamentalmente, dois aspectos:
exaustividade e precisão na recuperação dos documentos indexados. A eficiência desse
processo depende, por um lado, da escolha das bases de dados pela área de domínio (se
multidisciplinares e/ou específicas). É preciso conhecer a cobertura temática da base
escolhida, sob pena de não lograr êxito na busca por ela não cobrir determinada área do
conhecimento. Por outro lado, a eficiência está relacionada com a estratégia de busca adotada
e sua adequação às especificações de busca na base, assim como da competência na
usabilidade de seus recursos.
Na área de Ciências da Saúde tal situação ganha relevo em razão da pluralidade de
fontes de informação, do volume e complexidade da literatura publicada
-se que,
hoje, existam aproximadamente 30.000 revistas biomédicas, com dois milhões de artigos
publicados, sem considerar o grande número de livros da área, e, mais, as palestras e
congressos realizados em tor
razão, a pesquisa bibliográfica na área da Saúde exige habitualmente a elaboração de
estratégias avançadas para busca e recuperação de estudos relevantes, o que extrapola,
portanto, a simples articulação entre descritores e operadores booleanos nas bases de dados.
Ressalva-se, porém, que a construção das estratégias de busca é um processo
complexo. Ela exige habilidades e competências tanto de ordem técnica quanto
comportamental. Por essa razão, os bibliotecários estrategistas105 são essenciais para auxiliar
profissionais e pesquisadores.
Em face dos elementos acima indicados, este trabalho se orienta pela seguinte questão:
como transformar o problema de pesquisa numa estratégia de busca que recupere informações
e evidências com precisão e exaustividade na área da Saúde? Há, portanto, como objetivo
geral, apresentar as etapas e diretrizes que devem orientar a elaboração de estratégias de busca
105
Designação dos bibliotecários especialistas em busca bibliográfica e, notadamente, no processo de elaboração
das estratégias. Há na literatura outras nomenclaturas como bibliotecário clínico ou médico, que, de um modo
geral, realizam as mesmas atribuições: intermediar e facilitar o acesso à literatura especializada.
�em bases de dados na área da Saúde. Concluiu-se que, apesar das especificidades de casa base
de dados, do ponto de vista técnico, os procedimentos gerais para elaboração das estratégias
de busca na área da Saúde independem desta questão.
2 REVISÃO DA LITERATURA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Analisando a produção científica numa perspectiva geral e em termos quantitativos, é
possível afirmar que nas últimas décadas ela cresceu com velocidade em praticamente todas
as áreas do conhecimento. Nesse mesmo período o acesso à informação foi facilitado com o
advento da internet e das Tecnologias de Informação e Comunicação. Como resultante natural
do aumento do volume de publicações e de fontes de informação, um dos grandes desafios
atuais consiste em recuperar informações e evidências científicas com relevância e
credibilidade.
de regras para tornar possível o encontro entre uma pergunta formulada e a informação
eficiente limita o escopo da pesquisa, possibilitando um recorte em determinada temática.
Partindo do pressuposto que a revisão de literatura se efetiva através da pesquisa
bibliográfica, é possível inferir que as estratégias adotadas na busca podem influenciar e/ou
condicionar os resultados da pesquisa. Por essa razão,
O processo de revisão de literatura requer a elaboração de uma síntese pautada em
diferentes tópicos, capazes de criar uma ampla compreensão sobre o conhecimento.
A revisão da literatura é um primeiro passo para a construção do conhecimento
científico, pois é através desse processo que novas teorias surgem, bem como são
reconhecidas lacunas e oportunidades para o surgimento de pesquisas num assunto
específico. (BOTELHO; CUNHA, MACEDO, 2011, p. 123).
O principal objetivo da revisão de literatura é mapear estudos relevantes. Há na área
da Saúde uma predileção por artigos (originais e de revisão) e diretrizes/protocolos
(guidelines), em razão da atualização constante e, em tese, da acessibilidade proporcionada
pelas bases de dados. Subsidiariamente, também há a utilização de teses, dissertações,
trabalhos apresentados em congresso ou evento e obras elaboradas por entidades da área.
Há diversas categorias/tipos de artigos técnico-científicos. Convencionou-se a dividilas, principalmente, em duas categorias: originais (inéditos) e de revisão (avaliação crítica da
literatura sobre determinado assunto).
�No cenário atual, marcado pela quantidade e complexidade das informações na área da
Saúde e o tempo limitado dos profissionais, os métodos de revisão proporcionam caminhos
concisos até os resultados da pesquisa, uma vez que permitem a sistematização de grandes
volumes informacionais. Rother (2007, p. 5) corrobora com essa perspectiva ao afirmar que
os
bibliográficas ou eletrônicas para obtenção de resultados de pesquisa de outros autores, com o
De um modo geral, encontra-se na literatura dois tipos de artigos de revisão: narrativa
e sistemática. Esta última está subdividida em meta-análise, revisão sistemática, revisão
qualitativa e revisão integrativa. (ROTHER, 2007). Alguns autores consideram a revisão
integrativa como um terceiro tipo dos artigos de revisão.
As principais diferenças entre revisão narrativa e sistemática estão relacionadas no
Quadro 1:
Quadro 1 - Diferenças entre revisão narrativa e sistemática
Itens
Questão
Fonte
Seleção
Avaliação
Síntese
Inferências
Revisão Narrativa
Ampla
Frequentemente não especificada,
potencialmente com viés
Frequentemente não especificada,
potencialmente com viés
Variável
Qualitativa
Às vezes baseada em resultados de
pesquisa clínica
Revisão Sistemática
Específica
Fontes abrangentes, estratégia
de busca explícita
Seleção baseada em critérios
aplicados uniformemente
Avaliação criteriosa e
reproduzível
Quantitativa*
Frequentemente baseada em
resultados de pesquisa clínica
* Uma síntese quantitativa que inclui um método estatístico é uma metanálise (Cook, 1997).
Fonte: Rother (2007, p. 6).
A metodologia adotada para condução de pesquisa bibliográfica em estudos de revisão
narrativa é diferente das sistemáticas. De acordo com Rother (2007, p. 5) as revisões
tradicionais
(ZOLTOWSKI et al., 2014, p. 97). Por outro lado, um artigo de revisão sistemática para ter
sua validade reconhecida depende, basicamente, da sua qualidade metodológica. Sua
elaboração requer que os procedimentos sejam realizados de forma rigorosa, transparente e
�verificável. Essa abordagem sistemática tem como objetivo reduzir o risco de vieses e facilitar
a análise crítica das sínteses.
Ferreira e Martinez-Silveira (2016), tendo como referência as orientações da
Colaboração Cochrane, sistematizam os principais itens da revisão bibliográfica que devem
constar nas revisões sistemáticas:
Listar todas as bases de dados pesquisadas; a data em que a pesquisa foi realizada
para cada base de dados; o período que a busca abrange; se houve alguma restrição
de língua ou outros limites usados (anos, faixa etária, estudos em animais, somente
humanos, idioma, etc.). Na busca eletrônica devem ser apresentados os termos livres
e os descritores utilizados e a sintaxe elaborada com os operadores booleanos e
demais combinações. Na busca suplementar devem ser apresentados os recursos da
literatura cinzenta utilizados; contatos realizados com pessoas ou com instituições
relacionadas ao tema; busca manual de periódicos e anais de eventos e qualquer
outro recurso, como, por exemplo, lista de referências na internet. (Ferreira;
Martinez-Silveira, 2016).
Nesse contexto, Ferreira e Martinez-Silveira (2016) desenvolveram interessante estudo
sobre a qualidade das estratégias de busca dos estudos de revisão sistemática Há, inclusive,
análise da viabilidade do Peer Review Eletronic Search Strategy (PRESS) como instrumento
de avalição das buscas eletrônicas.
Em face dos elementos acima indicados, fica claro que a pesquisa bibliográfica em
bases de dados não pode desconsiderar as especificidades de cada tipo de estudo e a
metodologia adotada para sua consecução. Esses fatores determinam o modo com a pesquisa
deverá ser conduzida, documentada e publicada, para, posteriormente, ser indexada e
recuperada.
2.1 A importância dos níveis de evidência para seleção das fontes de informação
O método científico é reconhecido por suas técnicas especuladas de verificação,
interpretação e inferência da realidade. (MEDEIROS, 2014). Tendo em vista que as
implicações da pesquisa na área da Saúde são de caráter prático-teórico, a aplicação do
método científico na prática profissional tem sido objeto de ampla discussão desde o final do
século XX.
A demanda por qualidade máxima do cuidado em saúde, combinada com a
necessidade de uso racional de recursos tanto público quanto privado, tem
contribuído para aumentar a pressão sobre os profissionais da área no sentido de
�assegurar a implementação de uma prática baseada em evidências científicas. A
descrever a aprendizagem baseada em problemas, usada pela MacMaster University
Medicine School. Prática baseada em evidência (PBE) e cuidado em saúde baseado
em evidência compreendem os mesmos conceitos e princípios da medicina baseada
em evidência, sendo empregados por diferentes profissionais e em diversos
contextos de saúde. (SAMPAIO; MANCINI, 2007, p. 84).
da saúde, mas existem especificidades relacionadas com os diferentes domínios da prática e
com os modelos teóricos adotados por determinado grupo de profissionais, como nas
Na área médica, por exemplo, esse movimento é conhecido como Medicina Baseada
isa científica e a
prática clínica. Em outras palavras, a MBE utiliza provas científicas existentes e disponíveis
no momento, com boa validade interna e externa, para a aplicação de seus resultados na
Apesar das especificidades relacionadas à PBE em cada área da Saúde, Sampaio e
Mancini (2007, p. 84) apontam que essa metodologia de trabalho implica a superação de
alguns desafios, tais como: como se manter atualizado diante da crescente disponibilidade de
informações na área da saúde? Quais as melhores fontes de informação? Como avaliar
criticamente a informação encontrada? Como integrar as evidências selecionadas e a
experiência clínica diante das necessidades apresentadas pelos pacientes?
Diante dessa situação, a revisão de literatura de um modo geral, e a pesquisa
bibliográfica, em particular, requer dos profissionais que a realizam (tanto bibliotecários
quanto pesquisadores e profissionais da saúde) diversas competências informacionais.
Afinal, sabe-se que até nas pesquisas realizadas em bases de dados reconhecidas, nem
toda informação científica é relevante, possui credibilidade e é aplicável. Historicamente,
critérios como autoridade, atualidade e local de publicação são parâmetros utilizados para
aferir a qualidade da produção científica. Porém, em decorrência da prática profissional
baseada em evidências, o rigor metodológico empregado na elaboração dos trabalhos se
consolidou em um dos principais indicadores para mensurar a qualidade da informação na
área da Saúde.
Originou36). Para classificar os diferentes estudos clínicos de acordo com sua metodologia, uma das
escalas (score) existentes é a do Centro de Medicina Baseada em Evidências de Oxford.
�O Quadro 2 apresenta uma representação mais complexa da hierarquia dos níveis de
evidência científica e o grau de recomendação por tipo de estudo:
Quadro 2 - Nível de Evidência Científica por Tipo de Estudo - "Oxford Centre for Evidence-based Medicine"
Grlu
Grau di
da
daçlo
recomendaçlo
racomlndaçlo
racomen
Niw l IM
Niv.ldi
evidência
avldêncla
Tratlmllnto TrltllT\8nto
Prevençlo -_ Etiologia
Pravlnçlo
,.
Revisao
Revlsao sistemática
sistematica de
slsterMlica
ensaios dtnlcos
e!lsalos
dloicos
controlados
WIltrolllÔOS
lA
._~
-~
A
,.,.
em d~s
êITld~s
Revlsao Sistemática
Sistematica de
estudos diagnósticos nlval
nlvel
1.
I. Critérkl
Critério Dlaslnóstico
OtasInóstico de
estudos nlveilB.
nlve! 16. em
oiferentes centro!!
diferllfltes
cenI1O!1 clinico!.
dlni:::ol.
dlnicos.
Ol.gnóstieo
Oifantnel.U
laU
Diagnós tico Oifervnc
Prvvalêncla da
Prevalência
de Sintomas
RevI~
Revi~
sistemática de
sistêlTlática
estuaos de coorte
estuoos
(contemporanea
(contêlTl~nea ou
prospectiva)
pompeçtiva)
Coo!te
Cooote desde o inIcio
inicio
doença, com ~
~a
da doença.
< 20%.
20%. Critério
prognóstico val
validado
idado
em uma única
úniciI
POPUtac30.
POPUI~.
Coorte vatldada.
validada. com bom
padrão
pactrào de fefeffmcia.
padrào
refer!ocia.
Clitério
Critério
Crit~oo Diagnóslial
Diagl1Ó$tico
testado em um Onico
Unico
único
Cllntro
CII!1tro
centro clinico.
dlnico.
Est\ldo de coorte com
Estudo
poucas peidas
perdas
Resultados
ResuttOOos temp6uticos
terapêuticos
do tipo "tudo
'tudo ou nada"
Série
Séfie de casos do tipo
5ensibi Klade a
SensibiMlade
e
especi1ieIdade próximas
especificidade
especifieIdade
Série de
~po
Séfie
oe casos do tipo
"tudo ou nada"
nada·
Revisao Sfstematica
SiStemática de
EslodO!l de Coorte
EslllOOs
Revlsao Sistemática de
Revisao
coortes históricas
(retrospectivas)) ou de
(retrospectivas
SllSlUimento
SllS/UÍITlento
ses/Uimento de casos
nao tratados
n30
tratado!; de grupo
controle de ensaio
clinico
dlnico randonúado
dfnico
rafldo.núado
randomiZado
Revisao
Revi~ SistemMica
Sistematica de
estudos diaUOOstiCOS
d~ de
nlvel >2
~2
Revlsao
RevisAo Sistemática
Siste~ de
estudos sobre diaAf,6stico
dla!:lnóStico
dJanr,6stico
dif!!f1!flCial
d~lIfencial da
de nlvfd
nlvel >2
2.
Estudo de Coorte
(incluindo
(indulndo Ensaio
Olnico Randomizado
ClInico
Randomizaclo
de
oe menor qua*lade)
qualidade)
Estudo de coorte
h!5tOrica.
l'óst6rlca. seguimento
de pacientes
pilCH:tntes nIonaotralados de grupo de
trlIlados
controle de ensaio
clinico
dlnico IIndomizac1o.
ranclomiLado.
CrMno Prognóstico
Critério
PrognOstico
prognóstico
derivado ou validado
BOmIIflIa
BOmef11a
soml!f1le de amostras
fragmentadas.
fragmentadas.
2e
2C
Observaçao
O!Iservaç30
QbSllf\'aç;\o de
oe
resuttaóos
resuttados
terapêuticos
rapêuticos
resultaOOs te
(ouIC'Offll!'
(outcomes
(outC'OlfH!II'9SNrdI).
"SNrro).
I'9SNrdI).
Estudo EooI6gIco.
EooIógIco.
Eslodo
Eoot6gIco.
3A
Revlsao S'slematica
Revisao
Sfslematica
S'stematica de
Estudos Gaso-Controle
caso.COOtrole
Revisao
Revi~ SistemAtica
Sistemalica de
estudo!! diagnósticos
estudos
d~sticos de
nlvel >38
n[vel
nfvel
Revlsao Sistemática de
estudos de nfvt'l
eslodos
nlvel
"IVIII >3B
3.
Estudo Gaso-Controle
Caso-Control!!
Seleçao nlo
Seleçlo
nao conW<:UliViI
con1~Vil
de casos. (lIJ
ou padr30
OIJ
padrão de
refeftncia aplicado
referência
reiefência
aplicaOO de
forma pouco con~tente
Coorte com Ieleçao
ieleçao nJo
nIo
casos,. (lIJ
ou
consecutiva de casos
OIJ
populaçao
poputaçao de estudo
muito limitada
lim~ada
Estooo de caso-eonlrole
Estudo
caso.rontrole
caso-eontrole
ou pad!io
padrao de refefeocia
refefência
pobre ou !\AO
fIA0
inOependente
indepelldente
inOepelldente
SMie de casos.
casos. ou padrao
de referência supelldo
superildo
2A
•
B
D
O
_.
--
Revisao Sistematica
SistemAti(:a de
Coortes deSde
desde o Inicio
da doença. Critério
prognóstico vaUdaoo
valKlado
Progoostico
OI,gnóstleo
DIagnóstico
Ensaio dlnm
EnsakI
d lni:::o
randomlzado
controlado
controlaOO randomllado
com intervalo
inteJ'o'alo de
confiança estre ito
1e
'C
eC
Prognóstico
•
,•
Relato de
oe Casos
(;oouindo coorte ou
(rouindo
caso-eontrole
ca!KHXlf1tro1e de menor
qua~ade)
qua~aoe)
qua~ade>
"tudo ou nada"
nada·
.,,"'"
0''"""
Coate
COorta explaatOtia
exploralllfia com
Estvdo
Estudo de
oe
De coorte /lIst6rica
hlst6rica
bom padrAo de referência.
referênclll.
ref!!fArda.
ou com 5e!IUimento
~Imento da
~lmllf1to
de
Clitério
CrItério Diagnóstico
Diagl1Ó$tioo
casos comprometido
derivado ou validado em
(numero grande óe
de
amoslnls
amostras tr..gmentadas
fr<Igmentadas (lIJ
frcIgmentadas
ou
OIJ
perdilll)
perdas)
OOrKXI
boooo de dados
Observll(:3o de
O!IservaçJo
EvollçOes
Evok.JçOes Clinicas
Olnlcas
Estudo Ecológico
EcoIógk:o
(ou/comes
(outccmes
(oU/comes rese.rcll)
Séfie de CiIlIOS
St!fle
casos (e
coorte PfOIloos!ica
P<O!lnostlca de
oe
menor qualidade)
Opiniao de eSpeddstas
despfovidil
a~aliilçAo critica ou baseada em IIIiItérias
matérias
especialistas desp(ovidiI
desprovida de avaliaçAo
avallaç30
matérill!l WsK:as
~1I.K:as (estudo
fisiológico
ani~)
fislológlco ou estudo com anima">
Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde (2018).
O nível de evidência, tradicionalmente representados em pirâmide, varia de acordo
com o tipo de estudo. O topo da pirâmide é ocupado por evidências obtidas através de revisão
sistemática de ensaios clínicos controlados/randomizados, seguido de estudos adequadamente
613
�controlados (coorte ou de caso-controle) e, por fim, ocupando o nível mais baixo da pirâmide
dos níveis de evidência científica, encontram-se os relatos de caso, a opinião de especialistas e
os estudos descritivos.
Baseando-se nesses aspectos, do ponto de vista da pesquisa bibliográfica, a Figura 1
apresenta os elementos que influenciam o processo de elaboração das estratégias de busca:
Figura 1: Elementos que influenciam a elaboração das estratégias de busca
Fonte: Elaborado pelos autores
É oportuno destacar, entretanto, que os aspectos acima relacionados influenciam o
processo de elaboração das estratégias de um modo geral, isto é, na técnica que será adotada.
Afinal, cada tema e/ou tipo metodologia exigirá estratégias mais ou menos robustas. Observe
que neste ponto não estamos discutindo a seleção de descritores, termos ou palavras para
compor a estratégias, mas, especificamente, chamando a atenção para a fase que precede esse
processo.
Fica evidente, portanto, que antes de elaborar as estratégias de busca deve-se ter a
clareza do tema/problema, do tipo de estudo realizado (requisitos metodológicos para sua
condução e o nível de evidência pretendido), bem como do tipo de revisão de literatura a
pesquisa adota. Paralelo a essas questões é que haverá a seleção das bases de dados, escolha
dos descritores e palavras-chaves e a realização efetiva das buscas. No tópico a seguir serão
apresentados os requisitos que devem ser observados nessa etapa.
�3 ETAPAS E DIRETRIZES QUE DEVEM ORIENTAR A ELABORAÇÃO DE
ESTRATÉGIAS DE BUSCA EM BASES DE DADOS NA ÁREA DA SAÚDE
Numa perspectiva geral, o processo de pesquisa bibliográfica é composto,
basicamente, por três etapas, conforme indicado na Figura 2:
Figura 2: Principais etapas da pesquisa bibliográfica
Fonte: Elaborado pelos autores
Antes de discutir cada etapa da pesquisa bibliográfica, é oportuno rememorar que
estratégias pouco específicas resultam em um número excessivo de resumos não
relacionados ao tema e estratégias pouco sensíveis podem resultar na perda de referências
Apesar das especificidades de casa base de dados, do ponto de vista técnico, os
procedimentos gerais para elaboração das estratégias de busca na área da Saúde independem
desta questão. Estão relacionadas a seguir as principais etapas da pesquisa bibliográfica:
a) 1ª etapa: entrevista de referência (pré-busca):
neste momento o Bibliotecário conversa com usuário para entender qual é a sua
demanda. As seguintes atividades devem ser realizadas na ordem em que se
encontram:
identificação do tema/problema de pesquisa, a metodologia proposta e o tipo de
revisão bibliográfica adotada (elementos indicados na Figura 1);
identificação dos limites estabelecidos para realização da busca bibliográfica:
período, idioma das publicações, período de tempo, tipo de material, grupos etários
etc.;
seleção das bases de dados para pesquisa: é importante conhecer o escopo/cobertura
da base. Essa questão é importante, pois nem toda base multidisciplinar, por exemplo,
escolha das bases de dados a serem
investigadas depende da pergunta de pesquisa. Se a revisão incluir apenas estudos
observacionais, não há necessidade, por exemplo, de se pesquisar em bases de registro
�de ensaio
p. 371). Em continuidade, Pereira e
Galvão (2014, p. 371) apontam
ara cada base localizada, deve ser mantido o
registro da estratégia de busca utilizada, os resultados encontrados e a data da busca.
Tal apontamento será útil na redação do artigo e para manter a memória dos
procedimentos realizados
Verificar se base selecionada para pesquisa utiliza vocabulário controlado para
indexação e recuperação dos materiais. Por exemplo, na LILACS (Literatura Latinoamericana e do Caribe em Ciências da Saúde) e na MEDLINE (Medical Literature
Analysis and Retrieval System Online), a busca deve ser realizada, respectivamente,
com os descritores do DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical
Subject Headings). Na ausência de descritores para a temática ou subtema pesquisado,
deve-se utilizar termos livres mais relevantes. A observância dessa questão é
importante para que a busca seja assertiva, exaustiva e precisa.
Identificação e seleção dos descritores ou determinação das principais palavraschave;
Organização dos descritores e/ou palavras-chave em grupos temáticos, tendo como
base o tema/problema da pesquisa. A partir da definição dos grupos de assunto, passase para a fase de identificação e seleção dos termos do vocabulário controlado e os
termos livre ou palavras-chave indicados pelo usuário. Como o pesquisador é detentor
do conhecimento específico de sua área, será ele o sujeito mais indicado para eleger os
descritores que melhor representam sua demanda. No entanto, a expertise do
Bibliotecário poderá auxiliar neste processo. Exemplo: uma pesquisa que trata do
planejamento arquitetônico de unidades de terapia intensiva em hospitais psiquiátricos
terá, naturalmente, três grupos: arquitetura hospitalar, unidades de terapia intensiva e
hospitais psiquiátricos.
b) 2ª etapa: elaboração da estratégia de busca: após identificar o problema, selecionar
as bases, os descritores e as palavras-chave, chega a hora de montar a estratégia de
busca propriamente dita, com a utilização dos operadores lógicos de pesquisa. Esses
operadores poderão ampliar e/ou tornar mais específicas as pesquisas. De um modo
geral, os operadores booleanos mais utilizados nas bases de dados da área da saúde
são: AND
interseção; OR
união; NOT e AND NOT
exclusão. Os parênteses ( )
são utilizados para limitar os descritores dentro dos diferentes grupos e as aspas duplas
delimitar expressões exatas, evitando que as palavras
sejam
pesquisadas
separadamente. Caso a pesquisa seja realizada na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS)
�ou na LILACS através da BVS, como o DeCS é um vocabulário trilíngue (português,
inglês e espanhol), o idioma dos termos utilizados na busca modificam o resultado.
Portanto, como para pesquisa na BVS com descritores, deve-se utilizá-los nos três
enfermedad de los
idiomas. Exemplo: (
ensiladores OR silo filler's disease
. Para pesquisa com termos livres, a fim de ter
melhores resultados na pesquisa, incluí-los, pelo menos, em português e inglês. É
oportuno destacar que muitas bases possibilitam direcionar a pesquisa para
determinados campos de pesquisa. No exemplo anterior, busca foi realizada no campo
MH que representa o descritor de assunto na BVS;
c) 3ª etapa: teste da estratégia e avaliação dos resultados da busca: aneste momento
deve-se colar a estratégia montada na(s) base (s) escolhidas. É necessário ter
conhecimento prévio das mesmas para saber se é viável a busca por expressões com
um grande número de descritores. Muitas bases são suportam grandes estratégias,
sendo necessário simplificá-las para depois inseri-las novamente. Na BVS e na
MEDLINE via PubMed é possível coordenar grande quantidade e grupos de
descritores;
se for preciso, utilize os filtros da base para limitar o escopo da busca (conforme
estabelecido na etapa pré-busca);
sugerir ao pesquisador que avalie os resultados da busca. Deve-se verificar se as
referências recuperadas tem relação com tema/problema da pesquisa, isto é, ao que se
traduziu através da expressão de busca. Essa etapa é fundamental, pois indicará se
estamos seguindo no caminho correto ou se será necessário refazer a estratégia,
retirando ou adicionando descritores;
por fim, é preciso documentação do processo de pesquisa: uma pesquisa
bibliográfica precisa ser documentada e datada, tendo seus resultados salvos, na
medida em que seu histórico contará a evolução do estudo e as decisões tomadas
durante o processo.
Em face dos elementos indicados anteriormente, e tendo como referência os
apontamentos de Sampsom e outros (2009) citados por Ferreira e Martinez-Silveira (2016), os
principais critérios para garantir a qualidade das buscas são: tradução exata da questão de
pesquisa para a expressão de busca; escolha correta dos operadores booleanos; adequação das
�estratégias de busca para cada base de dados; inclusão de cabeçalhos de assuntos relevantes;
ausência de erros de grafia.
Acredita-se, portanto, que as etapas sugeridas para a busca bibliográfica podem
subsidiar a elaboração de protocolos de busca na área de Ciências da Saúde.
5 CONCLUSÃO
A partir dos elementos discutidos neste texto, tornou-se claro que toda pesquisa
bibliográfica realizada em bases de dados não pode desconsiderar as especificidades, limites e
perspectivas de cada área do conhecimento. Na área da Saúde, por exemplo, o próprio
desenvolvimento científico passou a exigir métodos mais robustos para pesquisa, análise e
interpretação dos dados.
Vale ainda enfatizar que a tarefa de transformar o problema de pesquisa numa
estratégia de busca que recupere informações e evidências com precisão e exaustividade na
área da Saúde não é tarefa fácil. Assim, partindo do pressuposto de que a estratégia de busca é
o eixo central da pesquisa bibliográfica, fica evidente que os procedimentos adotados na sua
elaboração determinam não só a precisão/exaustividade dos materiais recuperados nas bases
de dados, mas, em última análise, podem influenciar/condicionar a qualidade da produção que
motivou a pesquisa bibliográfica.
O caráter subjetivo presente no campo das pesquisas bibliográficas também não
deveria ser negligenciado e parece não ser relevante para a maioria dos profissionais da área.
No entanto, acreditamos que, para haver consistência e coerência no processo, é preciso
considerar esta variável (motivações pessoais e profissionais, urgência, conhecimento prévio
do tema, relação pessoal com o tema, etc.). Além do mais, é preciso avançar na elaboração,
sistematização e publicação de diretrizes gerais para busca e recuperação da informação na
área de Ciências da Saúde.
REFERÊNCIAS
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Portal Regional da BVS. Nível de Evidência
Científica por Tipo de Estudo -based Medicine. [S. l.]: Portal
Regional da BVS, 2018. Disponível em:
<http://portal2.saude.gov.br/rebrats/visao/estudo/recomendacao.pdf>. Acesso em: 18 jan.
2018.
�BOTELHO, Louise Lira Roedel; CUNHA, Cristiano Castro de Almeida; MACEDO,
Marcelo. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade,
v. 5, n. 11, p.121-136, maio/ago. 2011.
EL DIB, Regina Paolucci. Como praticar a medicina baseada em evidências. Jornal Vascular
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�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Estratégias de busca em ciências da saúde: como recuperar estudos relevantes.
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Xavier Junior, Gesner Francisco; Ferraz, Marina Nogueira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo discute a importância da pesquisa bibliográfica, especialmente para a área das Ciências da Saúde, com foco nas bibliotecas universitárias que atuam nesta área. Apresenta os argumentos para a construção de uma boa estratégia de busca a fim de que a recuperação de informações e evidências seja precisa e exaustiva. Relaciona a qualidade da expressão de busca com a consistência da revisão de literatura, salientando as diferenças entre os tipos de revisão narrativa e sistemática. Aborda a hierarquia dos níveis de evidência científica e sua relevância para a Medicina Baseada em Evidências. Aponta os aspectos que influenciam a qualidade das estratégias e detalha as três etapas fundamentais da pesquisa bibliográfica: 1. dados referentes à pesquisa, 2. elaboração da estratégia e 3. teste da estratégia. Conclui que a conversão do problema em estratégia de busca e o método para sua elaboração podem influenciar e/ou condicionar a qualidade dos resultados e consequentemente da produção científica.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
SOBRE REPOSITÓRIOS DIGITAIS E REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
ABOUT DIGITAL REPOSITORIES AND INSTITUTIONAL REPOSITORIES
Resumo: O artigo discorre sobre a distinção entre repositórios digitais e repositórios
institucionais. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico em livros, artigos de
periódicos e bases de dados, buscando os conceitos e aplicações destas duas aplicações. Tratase, portanto, de pesquisa bibliográfica descritiva, de natureza qualitativa, realizada na
literatura produzida no período entre 2000 e 2017. Após a identificação de conceitos sobre
repositórios digitais e institucionais, nas discussões são apresentadas as funcionalidades
desejadas em repositórios institucionais, com o intuito de auxiliar as bibliotecas universitárias
sobre as características que podem nortear seu planejamento para implementação e uso.
Dentre os aspectos que devem ser considerados constam o compartilhamento dos dados do
repositório com provedores de serviço, a presença de interface de pesquisa específica para o
repositório institucional, separada da pesquisa realizada no catálogo online, e a possibilidade
de identificação dos usuários que acessaram os arquivos digitais disponibilizados. O artigo
conclui que as bibliotecas podem possuir repositórios digitais e institucionais e que ambos
compõem a coleção. Ressalta-se que a biblioteca pode possuir diversos repositórios, mas a
entrada de dados deve ocorrer por meio de interface única, enquanto a descoberta dos
registros deve ser realizada no catálogo online, na interface do repositório institucional, ou
ainda por meio de compartilhamento de registros com provedores de serviços.
Palavras-chave: Repositório institucional. Repositório digital. Biblioteca digital. Protocolo
OAI-PMH. Interoperabilidade.
Abstract: This paper discusses the distinction between digital repositories and institutional
repositories. To do so, it was made a bibliographic research in books, articles published in
journals, and databases, looking for concepts and use about these two applications. It is a
descriptive bibliographic research, with a qualitative nature, made in the literature produced
from 2000 to 2017. After the identification of concepts about digital and institutional
repositories, in the discussions were presented the aimed functionalities in institutional
repositories, with the objective to help the academic libraries about characteristics, which can
guide the planning to implementation and use. Among the aspects which must be considered,
are listed the data sharing with service providers, the presence of specific search interface to
�the institutional repository, separated from the search made in the online catalog, and the
possibility of identifying the users who accessed the digital files. The paper concludes that the
libraries can have digital and institutional repositories and both to support and form the
collection. Libraries can have several repositories, but the entry the entry of data must occur
by a unique interface, while the records discovery can be made in the online catalog, in the
institutional repository interface, or even by the sharing of records with service providers.
Keywords: Institutional repository. Digital repository. Digital library. OAI-PMH Protocol.
Interoperability.
INTRODUÇÃO
A produção, conversão ou recebimento de documentos no formato digital estão
presentes nas bibliotecas, fazendo parte das coleções e demandando o emprego de ferramentas
para garantir sua preservação em longo prazo e seu acesso aos usuários. Repositórios digitais
são ferramentas que permitem o armazenamento de objetos digitais, que podem conter
conteúdo de recursos variados, como livros, artigos, teses e dissertações, vídeos, gravações
sonoras, imagens etc. Repositórios são locais onde as mídias são armazenadas, com conjunto
de metadados que garantem sua identificação e, consequentemente, acesso. Com o avanço da
popularização de recursos tecnológicos, textos são criados já no formato digital, facilitando o
envio de arquivos para armazenamento. Porém, recursos que não estão disponibilizados no
formato digital podem ser convertidos a este, permitindo assim sua inclusão nos repositórios.
É indiferente à biblioteca se o conteúdo nasceu digital ou se foi convertido a este formato. Ele
fará parte do acervo, juntamente com o material impresso ou o digital armazenado em mídia
física.
Os repositórios são parte presente de bibliotecas digitais, afinal são as ferramentas que
asseguram o armazenamento dos objetos digitais. Os repositórios digitais nasceram com o
intuito de garantir acesso aberto aos documentos, sem aplicação de restrições
legais ou
institucionais - às mídias. Aos repositórios digitais é possível a aderência ao protocolo OAIPMH (Open Archives Initiative
Protocol Metadata Harvesting), permitindo a
interoperabilidade de metadados e arquivos com outras bibliotecas, instituições ou projetos de
bibliotecas digitais. Entretanto também é possível a implantação de repositórios sem o uso do
protocolo OAI, quando não existe o intuito de compartilhar informações, mas somente
preserva-las, uma vez que os repositórios proporcionam a integridade dos objetos digitais,
garantindo ao usuário que as mídias não foram alteradas desde o momento da submissão.
Assim, os repositórios protegem os conteúdos, garantindo seu acesso e preservando sua
autenticidade ao impedir alterações ou exclusões das mídias armazenadas.
�Ao armazenar objetos digitais em repositórios, a biblioteca passa a ser identificada
como um provedor de dados (data provider), sendo a responsável pelo conteúdo oferecido,
assim como a possibilidade de consulta. Registros que possuam restrições de acesso podem
ser armazenados nos repositórios, porém demandam de controle de permissões aos usuários
que podem ter ou não direito de consulta ao conteúdo. Isto é possível porque, ao permitir a
coleta de seus dados por provedores de serviços (service providers), os metadados são
disponibilizados para consulta, porém o acesso ao conteúdo é realizado no sítio da instituição
que o disponibilizou, que é quem controla o uso que será feito deste recurso informacional.
Provedores de serviços coletam os dados disponibilizados pelos provedores de dados
por meio do protocolo OAI-PMH, reunindo metadados de diversas instituições que ficam
passíveis de pesquisa por meio de interface única, reunindo registros diversos para consulta
pública.
Portanto, as bibliotecas digitais são caracterizadas pela presença de repositórios
digitais de provedores de dados, que permitem que seus dados sejam coletados por provedores
de serviços, e que respondem aos verbos do protocolo OAI-PMH. Assim, uma instituição
pode possuir diversos repositórios, sendo que alguns podem ser somente aplicados para
preservação, sem compartilhamento com provedores de serviços. Outros podem ter
comunicação estabelecida com provedores de serviços e expandir a divulgação da instituição
e o acesso aos conteúdos mantidos sobre sua custódia. Nesse sentido, um dos repositórios que
tem sido bastante difundido nos últimos tempos é o repositório institucional.
Buscando dirimir interpretações por vezes equivocadas, este artigo discorre sobre a
distinção entre repositórios digitais e institucionais, pontuando a aplicação e escopo de cada
um.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este artigo foi elaborado a partir de revisão de literatura produzida em artigos de
periódicos, capítulos de livros e trabalhos apresentados em congressos sobre a temática de
repositórios digitais e institucionais.
Para a realização da seleção da literatura foram utilizadas as palavras chave
(digital repository e institutional repository). Em ambos idiomas foram realizadas buscas no
singular e no plural. O período analisado abrangeu as produções entre 2000 e 2017, nos
idiomas inglês, português e espanhol. Foram consultadas a Base de Dados em Ciência da
Informação (BRAPCI) e a Scopus, além de outras citações utilizadas nos textos consultados.
�Após a seleção da literatura, foi dada ênfase nos textos que discutiam sobre
repositórios de forma a consolidar seu conceito e casos de aplicação. As discussões sobre
acesso aberto e monopólio de revistas, por não serem o foco central deste artigo, foram, em
sua maioria, descartados, a não ser quando os textos também discorriam sobre a importância
dos repositórios na reunião e disponibilização da produção institucional.
Trata-se, portanto, de uma pesquisa qualitativa e descritiva que visa analisar a
literatura acerca de repositórios digitais e repositórios institucionais, buscando subsídios para
diferenciar suas características e identificar suas aplicações.
REPOSITÓRIOS DIGITAIS
A conceituação de repositório digital foi coletada em algumas fontes, a saber:
Segundo o IBICT:
Muitas instituições de ensino e bibliotecas estão ativamente engajadas em construir
coleções digitais de livros, artigos, dissertações, mídias e outros trabalhos de
interesse da instituição atendida, como um meio de preservar e disseminar
informações de cunho educacional. O conteúdo, usualmente autorizado e produzido
localmente, pode nascer digital ou ter sido convertido a este formato. O acesso
normalmente é irrestrito, em aderência ao protocolo Open Archives Initiative (OAI)
para coleta de metadados, que torna os arquivos interoperáveis e passíveis de
recuperação (REITZ, 2017, não paginado, tradução nossa).
Os repositórios digitais (RDs) são bases de dados online que reúnem de maneira
organizada a produção científica de uma instituição ou área temática. Os RDs
armazenam arquivos de diversos formatos. Ainda, resultam em uma série de
benefícios tanto para os pesquisadores quanto às instituições ou sociedades
científicas, proporcionam maior visibilidade aos resultados de pesquisas e
possibilitam a preservação da memória científica de sua instituição (INSTITUTO
BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2012, não
paginado).
Para Camargo e Vidotti (2009),
Os repositórios podem ser considerados como locais de armazenamento de coleções
digitais de uma determinada instituição ou comunidade e utilizam sistemas de
informação que possibilitam funções como: criação de comunidades e de coleções,
cadastro de usuários, gerenciamento de políticas de conteúdos e auto-arquivamento
de documentos (CAMARGO; VIDOTTI, 2009, p. 55).
De a
utilizada para denominar os vários tipos de provedores de dados que constituem vias
Já para Heery e Anderson (2005), repositórios digitais consistem em diversas áreas de
atividade presentes no ambiente de informação, caracterizada pelo depósito de conteúdos.
Para os autores, a diferença entre um repositório e uma coleção digital consiste nas
características atribuídas ao primeiro, que são:
�Analisando os conceitos acima, pode-se afirmar que os repositórios digitais permitem
o armazenamento de objetos digitais, usualmente de acesso aberto, e seus metadados, que
foram reunidos por instituições e disponibilizados para consulta e/ou coleta.
Os repositórios digitais podem ser divididos por tipologia:
a)
b)
c)
O repositório temático é formado por um conjunto de trabalhos de pesquisa de uma
determinada área do conhecimento. Esta coleção pode ser formada pelo conteúdo produzido
na própria instituição, mas também por documentos de terceiros, como obras em domínio
público, de acesso aberto com aplicação de licenças Creative Commons, ou ainda obras com
autorização expressa dos autores. Trata-se, portanto, de um local para reunir conjunto de
informações e fontes sobre um determinado assunto, de acordo com as demandas da
comunidade atendida.
Algumas iniciativas de repositórios temáticos podem ser observadas como o consórcio
BDJur101, mantido pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que coleta a legislação produzida
por diversos tribunais e órgãos brasileiros; ou a Brasiliana Fotográfica Digital102, mantido pela
Fundação Biblioteca Nacional e o Instituto Moreira Salles com o intuito de reunir, preservar e
disseminar imagens fotográficas relativas à história brasileira.
101
102
BDJur: https://bdjur.stj.jus.br/jspui/
Brasiliana Fotográfica Digital: http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/
�Os repositórios de teses e dissertações reúnem somente estes tipos documentais e, por
questões históricas na organização da estrutura digital, concentram, em algumas instituições,
parte da produção científica de instituições de ensino, porém não sua totalidade, uma vez que
artigos, trabalhos apresentados em congressos, relatórios, materiais de aula, trabalhos de
conclusão de curso (TCC) e demais produções não são contempladas nesta estrutura.
Usualmente os repositórios de teses e dissertações têm seus conteúdos compartilhados com
provedores de serviços, como a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações 103 (BDTD), no
Brasil, ou, em nível internacional, com a Networked Digital Library of Theses and
Dissertations104 (NDLTD).
Em diversas instituições tais repositórios têm sua origem com a implantação de
bibliotecas digitais que agregavam não somente teses e dissertações, mas também parte da
produção científica das instituições, além de outros conteúdos digitais. O que tem sido uma
prática em algumas instituições atualmente é que boa parte desses repositórios de teses e
dissertações tem sido migrado para os repositórios institucionais, que é outro tipo de
repositório digital, o qual será abordado a seguir.
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
O repositório institucional (RI) é a reunião de toda a produção de uma instituição,
usualmente de ensino, com conteúdo e tipologia documental heterogênea e multidisciplinar,
produzido por pesquisadores e estudantes. O RI centraliza a produção e demais atividades da
instituição, como eventos, material pedagógico ou outras ações promovidas pela mesma, de
diversas unidades de pesquisa, além de teses, dissertações, artigos científicos, trabalhos
apresentados em eventos ou demais comunicações sobre resultados de pesquisas. Sua função
principal é, portanto, preservar e disponibilizar a produção intelectual da instituição, buscando
sua representação, documentação e compartilhamento em formato digital (CAFÉ et al, 2003).
Este tipo de repositório não armazena produções ou resultados de pesquisas não produzidas
pela instituição ou por pessoas não vinculadas a ela.
Assim, instituições podem ter repositórios digitais, coletando e preservando
informações sobre áreas de conhecimento específicas, com conteúdo de autores variados e
não limitados aos membros afiliados; e repositórios institucionais, reunindo e difundindo a
produção intelectual, técnica e cultural produzida por elas.
103
104
BDTD: http://bdtd.ibict.br/
NDLTD: http://www.ndltd.org/
�Na literatura sobre repositórios institucionais destacam-se os trabalhos de Raym Crow
(2002) e de Clifford Lynch (2003), onde ambos discutem sobre o RI como uma forma de
enfrentamento aos modelos de negócios de publicações acadêmicas, proporcionando
visibilidade às instituições a partir da produção disponibilizada. Já Plutchak (2017), enxerga o
RI como componente de sistemas de administração de pesquisas (research information
management system), como o Symplectic (sistema proprietário) ou o VIVO (sistema aberto),
que permitem a criação de perfis de usuários, com dados sobre suas produções, além de
informações sobre financiamentos, afiliação institucional etc.
De acordo com Crow (2002), o RI proporciona dois aspectos às instituições de ensino:
1) expande o acesso à pesquisa ao divulgar a produção científica de forma aberta, e; 2)
proporciona indicadores tangíveis da qualidade da instituição, destacando as relevâncias
científica, societária e econômica de suas atividades de pesquisa, contribuindo com o aumento
da visibilidade, posicionamento e valoração pública da instituição.
Para Lynch (2003, p. 2, tradução nossa),
conjunto de serviços que uma universidade oferece aos membros da sua comunidade, para a
gestão e disseminação de materiais digitais, criados pela instituição e pelos seus membros.
Um repositório institucional é distinto de um repositório temático por seu escopo
institucionalmente definido. Os RIs fazem parte de um esforço crescente para reformar a
comunicação acadêmica. Também podem servir como um indicador do alcance e da extensão
das atividades de pesquisa da universidade.
O repositório institucional, além de suas funções de armazenar, preservar e disseminar,
também pode ser aplicado em metodologias de avaliação do impacto da produção científica,
considerando-se o conteúdo disponibilizado pelas universidades como um dos critérios de
avaliação (SUNYE et al, 2009).
Costa e Leite (2009) pontuam muito bem alguns equívocos relacionados aos
repositórios institucionais como:
�DISCUSSÕES
A implantação de RI deve considerar uma série de quesitos como: 1) tipos
documentais; 2) recorte temporal; 3) formatos de arquivos; 4) padrões de metadados; 5)
política de sigilo; 6) autorização para disponibilização de conteúdo; 7) provedores de serviços
com os quais o RI será cooperante; 8) ferramenta do repositório; 9) formato de metadados na
exportação; etc.
Antes de ser definida a ferramenta adotada, recomenda-se que a instituição defina que
tipos de produções farão parte do repositório. Também deve ser estabelecido como será a
seleção e coleta de dados retrospectivos, assim como será a comunicação entre autores e a
biblioteca para inclusão de novos trabalhos. Uma alternativa é integrar o repositório com
ferramentas disponíveis na Web, como a Plataforma Lattes ou o ORCID e, a partir dos dados
disponíveis nestas ferramentas, popular o RI. Além de essas duas maneiras, algumas grandes
instituições têm utilizado os dados indexados em algumas das principais bases de dados, tais
como Web of Science, Scopus, PubMed, SciELO, entre outras.
A biblioteca deve avaliar se é necessário trabalhar com duas estruturas ou
comunidades para o RI, sendo uma somente para armazenar teses e dissertações, e outra para
armazenar as demais produções dos autores vinculados à instituição. Esta separação pode ser
interessante caso a biblioteca compartilhe os registros de teses e dissertações com provedores
de serviços que recebem somente estes tipos de produções, não cabendo, portanto, o envio de
outros materiais. Por outro lado, caso a estrutura de comunidades e subcomunidades estejam
�definidas por unidades de uma instituição, por exemplo, é importante que as teses e
dissertações estejam em coleções separadas. Nestas situações é necessário que o RI possua
estruturas distintas de armazenamento dos objetos digitais, onde somente uma delas permitirá
o harvesting de provedores de serviço como a BDTD ou a NDLTD.
É interessante que o RI possua uma interface diferente e separada da do OPAC
(Online Public Access Catalog), sem, contudo, exigir catalogação dupla no sistema de
automação da biblioteca e no repositório. A produção institucional deve fazer parte da coleção
da biblioteca, porém não é producente o cadastro do mesmo recurso informacional em
duplicidade em decorrência de adoção de ferramentas diferentes. Assim, o repositório deve
estar interligado com o sistema de automação, observando duas situações: 1) permitir que no
momento da catalogação o registro seja sinalizado como uma produção institucional; e 2)
vincular o objeto digital ao RI pela interface do sistema de automação, sem necessidade de
acessar duas ferramentas, sendo uma para descrever o registro e outra para fazer o upload do
arquivo.
O sistema de automação da biblioteca deve possuir integração com a ferramenta de
repositório escolhida, evitando, além da dupla catalogação, que as alterações e atualizações de
metadados tenham que ser realizadas nos dois ambientes. Assim, ao alterar os metadados no
sistema de automação, deve ocorrer a atualização dos metadados no repositório, dispensando
ajustes manuais nas duas ferramentas.
Apesar da produção institucional também ser passível de consulta no catálogo, é
interessante que o RI possua interface de busca exclusiva, permitindo agrupar as informações
por comunidades, unidades da instituição, tipologia documental, autores etc. Assim, os
usuários podem contar com três fontes de pesquisa: a coleção da biblioteca disponibilizada no
OPAC, com recursos produzidos por autorias diversas, cujo conteúdo digital pode estar
armazenado ou não em repositórios digitais; um recorte de seu catálogo expondo o repositório
em interface diferente, apresentando somente a produção de autores que possuem ou
possuíram vínculo com a instituição; e ainda um serviço de descoberta, que agrega registros
provenientes do catálogo, do repositório e de demais fontes que a biblioteca possui acesso.
Embora as opções de visualização dos registros estejam duplicadas, a entrada dos dados é
única e centralizada, facilitando a organização e gestão dos conteúdos, proporcionando opções
de descoberta aos usuários.
É interessante também que o RI possua denominação (nome) e identidade visual
próprios, distinguindo-os do OPAC. Na interface do RI, somente a produção institucional
deve estar disponível, permitindo identificação da tipologia existente (livros, capítulos, artigos
�em periódicos acadêmicos, textos apresentados em congressos, patentes etc.), organizada em
facetas, com os dados agrupados por critérios diversos como ano de publicação, autores,
assuntos etc., de acordo com os interesses e organização definidos pela instituição.
O RI deve permitir a pesquisa com recursos de busca simples, booleana ou por
expressões, além de destacar os termos recuperados, facilitando a identificação aos usuários.
Também é interessante que permita a navegação em agrupamentos de dados, apresentando
aos usuários a organização aplicada aos recursos informacionais disponíveis. Para isso, pode
contar com aceleradores de pesquisa, disponibilizando estratégias de busca prontas, com os
dados agrupados de forma dinâmica, com a instituição definindo quais produções devem ser
visualizadas com destaque, como teses e dissertações, ou ainda, organizados por
departamento, áreas de pesquisa ou atuação dos autores.
Os registros recém cadastrados devem ser apresentados com destaque, facilitando aos
usuários a identificação das últimas inclusões realizadas. A divulgação das novidades deve ser
dinâmica, dispensando atividade manual de bibliotecários para disseminação.
A pesquisa pode ser aberta e livre (anônima), disponível a qualquer pesquisador que
entre no sítio do RI, vinculado ou não à instituição. Entretanto, algumas universidades
consideram importante conhecer a identificação dos usuários que acessaram seus conteúdos,
exigindo, assim, a realização de login, o que restringe o acesso ao conteúdo somente a pessoas
cadastradas e com validade ativa na biblioteca. Uma alternativa para proporcionar o acesso
aos conteúdos de forma aberta, porém identificada, é permitir que usuários não vinculados à
instituição (externos) realizem cadastros temporários, fornecendo dados mínimos de contato
como nome, e-mail e telefone, por exemplo. Estes usuários externos possuiriam vínculo
somente com o RI, com restrição aos demais produtos e serviços oferecidos pela biblioteca.
O interesse em identificar os usuários que realizaram download dos arquivos centra-se,
muitas vezes, não somente na demanda de acompanhamento de indicadores de acesso, mas
por permitir a identificação e eventual contato caso seja observada alguma restrição de uso do
arquivo, que demandaria uma comunicação com as pessoas que fizeram o download.
Os indicadores de quantidade de acessos realizados são importantes para mensurar o
alcance de uma determinada produção institucional, porém eles podem ser monitorados por
outras ferramentas, como o Google Analytics, por exemplo, e não com a obrigatoriedade de
identificação para acessar um conteúdo. Por outro lado, a identificação dos usuários que
fizeram o download, mais do que a questão numérica, permite o conhecimento de outros
aspectos, como área de atuação, perfil de usuário, instituição à qual está vinculado etc., dados
�estes que nem sempre podem ser rastreados por aplicações de medição genéricas, como o
Google Analytics.
No RI podem estar dispostos gráficos com as métricas da produção institucional,
proporcionando visibilidade dos recursos disponibilizados. Estes gráficos podem ser do tipo
linha, coluna, pizza etc., e ilustram a produção da instituição por diversos critérios, como ano,
tipo de trabalhos, áreas do conhecimento, cursos, departamentos etc. Devem ser gerados de
forma dinâmica, a partir dos dados presentes no RI. Também podem apresentar a evolução
das produções, tornando visual a exposição dos dados.
Se possível, é interessante que toda a produção institucional seja cadastrada no RI, e
não somente aquela que possui objeto digital vinculado. Isso reuniria em um único local toda
a produção institucional e não somente a que está no formato digital. A ferramenta DSpace,
muito utilizada para a construção de repositórios, não permite a inclusão de registros sem um
objeto digital, porém seria interessante poder reunir em um único local toda a produção
realizada pela instituição, afinal, podem ocorrer situações de trabalhos que foram produzidos
somente na forma analógica e ainda não foram digitalizados, ou ainda, produções que, embora
digitais, não permitem autonomia da biblioteca para disseminação nos RIs, como é o caso de
artigos de periódicos de fornecedores contratados, ou ainda textos que estão em período de
embargo. Algumas instituições adotam essa prática, mantendo os registros que possuem
alguma restrição como fechados. Estes registros devem ser incluídos no RI e, na ocasião em
que os objetos digitais tiverem as restrições de acesso público expiradas, a biblioteca
vincularia o objeto digital ao metadado da produção, porém a mesma já constaria nas
estatísticas da instituição, não comprometendo os indicadores de avaliação. Esta solução
também poderia suportar o controle e acompanhamento de digitalização de materiais
analógicos, proporcionando clareza à biblioteca das produções que ainda não estão no formato
digital, onde as ações de captura dos textos podem ocorrer em simultaneidade com as
solicitações de autorização junto aos autores.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme discutido neste artigo, repositórios digitais e institucionais possuem
aplicações de uso distintos, não podendo ser compreendidos como a mesma coisa. Enquanto o
repositório digital armazena produções de autoridades diversas, incluindo produções da
própria instituição, mas não somente, o RI deve comportar somente registros produzidos por
autores que possuem ou possuíram vínculos com a instituição.
�A coleção da biblioteca pode ser armazenada em mais de um repositório ou
comunidade. Esta situação é decorrente da tipologia da produção (institucional e de terceiros),
e também do compartilhamento que será realizado. Assim, a biblioteca pode contar com a
seguinte estrutura: 1) repositório digital para arquivos de terceiros; 2) RI para armazenamento
exclusivo de teses e dissertações; e 3) RI para armazenamento das demais produções,
excetuando as teses e dissertações. Esta separação do RI pode se fazer necessária caso a
biblioteca compartilhe seus registros de teses e dissertações com provedores de serviços como
a BDTD, NDLTD ou outros, onde não existe interesse em receber as produções institucionais
oriundas de revistas acadêmicas, livros ou anais de eventos. Neste caso, é possível aplicar o
protocolo OAI-PMH somente ao RI que armazena as teses e dissertações, facultando o
compartilhamento do RI com as demais produções a outras fontes, se aplicável. Entretanto,
caso a instituição mantenha suas teses e dissertações em um único RI junto com as demais
produções da instituição, é importante que a estrutura do RI permita o harvesting (colheita)
somente de teses, dissertações ou outros materiais definidos, afim de realizar o
compartilhamento parcial do conteúdo armazenado.
Indiferentemente da estrutura de repositórios criados pela instituição, todos os
registros devem ser passíveis de descoberta no OPAC. A produção institucional completa
deve estar disponível para pesquisa e visualização em interface própria do RI, sem, contudo,
acarretar em duplicidade de cadastramento ou realização de atividades com redundância. O
ponto de entrada de dados é único, com a distribuição dos registros (pelo protocolo OAI-PMH
com envio a provedores de serviços) ou visualização (demais produções institucionais e
objetos digitais produzidos por terceiros) ocorrendo de forma transparente para bibliotecários
e usuários.
Ao disponibilizar o RI em interface separada da do OPAC a biblioteca permite a
exposição da produção institucional, contribuindo com a avaliação da universidade. É
desejável que o RI possua ferramenta de geração automática de gráficos e estatísticas,
facilitando a compreensão dos indicadores apresentados. É interessante poder mensurar e
acompanhar as visualizações de conteúdo presente no RI. Para tanto, deve ser possível o
cadastro temporário para usuários externos, identificando os usuários que realizaram o
download dos arquivos.
A implantação de repositórios digitais ou institucionais deve ser planejada de forma a
evitar redundância de trabalho, incompatibilidade entre ferramentas e complexidades para
descoberta de recursos informacionais, proporcionando ganhos à instituição, tanto na
�preservação de registros de terceiros presentes na coleção, quanto no acompanhamento e
disseminação da produção institucional realizada.
REFERÊNCIAS
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Rede. In: ENDOCOM, Belo Horizonte. Anais... . Belo Horizonte: Intercom, 2003. p. 1 - 12.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Sobre repositórios digitais e repositórios institucionais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Serra, Liliana Giusti; Eliel, Oscar
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo discorre sobre a distinção entre repositórios digitais e repositórios institucionais. Para tanto, foi realizado levantamento bibliográfico em livros, artigos de periódicos e bases de dados, buscando os conceitos e aplicações destas duas aplicações. Tratase, portanto, de pesquisa bibliográfica descritiva, de natureza qualitativa, realizada na literatura produzida no período entre 2000 e 2017. Após a identificação de conceitos sobre repositórios digitais e institucionais, nas discussões são apresentadas as funcionalidades desejadas em repositórios institucionais, com o intuito de auxiliar as bibliotecas universitárias sobre as características que podem nortear seu planejamento para implementação e uso. Dentre os aspectos que devem ser considerados constam o compartilhamento dos dados do repositório com provedores de serviço, a presença de interface de pesquisa específica para o repositório institucional, separada da pesquisa realizada no catálogo online, e a possibilidade de identificação dos usuários que acessaram os arquivos digitais disponibilizados. O artigo conclui que as bibliotecas podem possuir repositórios digitais e institucionais e que ambos compõem a coleção. Ressalta-se que a biblioteca pode possuir diversos repositórios, mas a entrada de dados deve ocorrer por meio de interface única, enquanto a descoberta dos registros deve ser realizada no catálogo online, na interface do repositório institucional, ou ainda por meio de compartilhamento de registros com provedores de serviços.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5725/SNBU2018_145.pdf
fc5926b14e5af4179709ebf6dd28bcdd
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DO PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE
MULHERES, GÊNERO E FEMINISMO: UM OLHAR SOBRE OS TERMOS
INDEXADOS NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UFBA
REPRESENTATION OF THE INFORMATION IN THE DISSERTATIONS OF THE
GRADUATE PROGRAM IN INTERDISCIPLINARY STUDIES ON WOMEN, GENDER AND
FEMINISM: AN ASSESSMENT OF THE INDEXED TERMS IN THE INSTITUTIONAL
REPOSITORY OF UFBA
Resumo: O objetivo desta comunicação é verificar a coerência na representação temática das
dissertações da subcomunidade do Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares
sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) e o uso de vocabulários controlados para
sua devida recuperação na base de dados do Repositório Institucional (RI) da Universidade
Federal da Bahia (UFBA). Os termos indexados facilitam ou dificulta a recuperação dos itens
depositados e o trabalho de mediação entre a informação e o usuário torna-se recorrente. O
método empregado constituiu de seleção por amostragem das dissertações do PPGNEIM
vinculada à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA. Utilizou-se os
vocabulários controlados dos catálogos de autoridade da Biblioteca Nacional do Brasil e
Library of Congress, para verificar se as palavras-chave dispostas nos resumos das
dissertações eram controladas ou não. Conclui-se que existe inconsistência em algumas
dissertações entre o conteúdo e as palavras-chave, alguns termos utilizados não são coerentes
com o conteúdo do item depositado e os termos indexados. Sugere-se que o RI adicione
vocabulários controlados na sua indexação por assunto, como é feito em outras universidades,
assim como o aprofundamento de pesquisas voltadas para a temática deste artigo e de novas
pesquisas que tratam de representação da informação.
Palavras-Chave: Organização da informação.
Recuperação da Informação.
Indexação. Mediação. Sistemas de
Abstract: The objective of this communication is to assess the suitability in the thematic
representation in the dissertations of the Graduate Program in Interdisciplinary Studies on
Women, Gender and Feminism (PPGNEIM) and the use of controlled vocabularies for their
recovery in the Institutional Repository database (RI) of the Federal University of Bahia
(UFBA). The index terms facilitate or hinder the recovery of deposited items and the
�mediation between the information retrieval and the user necessity. The methods used was
sample selection of the dissertations of the PPGNEIM linked to the Faculty of Philosophy and
Human Sciences of UFBA. The controlled vocabulary of the authority control catalog of the
Brazilian National Library and Library of Congress was used to verify if the keywords
arranged in the abstracts of the dissertations were controlled or not. It is concluded that there
is inconsistency in some dissertations between the content and the keywords, some terms used
are not consistent with the content of the item deposited and the terms indexed. It is suggested
the usage of controlled vocabularies for IR indexing by subject, as it is done in other
universities, as well as the deepening of research focused on the theme of this article and
further research that deal with information representation.
Keywords: Organization of information. Index preparation. Mediation. Automatic
information retrieval.
1 INTRODUÇÃO
O homem utiliza de metodologias e recursos tecnológicos para garantir o acesso à
informação no contexto da Sociedade em Rede (SR). Este contexto é caracterizado pelo uso
da microeletrônica para produção, compartilhamento e acesso a informação. Tal fato gera um
volume de informações produzidas e exige recursos para a Representação da Informação.
de indexação e redação do resumo. Trata-se, em ambos os casos, de alcançar uma nova
expressão da informação fundamental do texto, buscando sua comunicabilidade a partir de
Representação da Informação, a exemplo das categorias universais de classificação, sofreram
mudanças em razão dos avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). As
ontologias podem ser exemplificadas como um modelo digital de Representação da
Informação, adequado para os ambientes virtuais (e.g. Portais; Sites; Google; Bibliotecas).
A representação se configura como um meio para a recuperação de determinada
informação, serve como ponte entre o usuário e o conteúdo informacional. A informação
quando trabalhada de forma efetiva é capaz de manter e estabelecer relações sociais de
grupos. Tais grupos se organizam considerando características em comum, a fim de definir
uma identidade, quais sejam, feministas, partidos políticos, universitários, Lésbicas, Gays,
Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) e suas variações, dentre outros.
A informação pode atuar como componente das trans(formação) do sujeito, além de
ser um elemento para o desenvolvimento social, individual e coletivo. A apresentação da
figura feminina foi representada de diversas maneiras através dos séculos (e.g. pintura;
música; dança; literatura; fotografia).
�No século XXI, a figura feminina pode estar presente no discurso de embate feminino
e no estudo do comportamento, como objeto e instrumento de comunicação social em meio à
perspectiva de atuação dos grupos femininos com a finalidade de garantir espaços na SR. Essa
SR é:
[...]uma estrutura social baseada em redes operadas por tecnologias de comunicação
e informação fundamentadas na microelectrónica e em redes digitais de
computadores que geram, processam e distribuem informação a partir de
conhecimento acumulado nos nós dessas redes [...] (CASTELLS, 2005, p. 20).
A sociedade sempre foi constituída por redes e informação, no entanto, o acesso à
informação torna-se amparada por uma dimensão virtual que transcende o tempo e o espaço
nestes dois últimos séculos (CASTELLS, 2005).
As pessoas na SR usam as redes
microeletrônicas para se comunicar, divulgar e acessar a informação por meio das TIC. A
informação neste cenário é insumo básico para estabelecer as relações de poder e para auxiliar
nas tomadas de decisão.
As novas TIC permitem o dinamismo na comunicação. Nesse novo cenário, o usuário
é produtor, consumidor e compartilhador de informação, principalmente pelas novas
ferramentas de comunicação, tais como: as redes sociais, os repositórios digitais, os editores
de conteúdo em rede, dentre outros. Tais possibilidades de acesso e uso da informação
permitem reflexões e aprendizados nas diversas áreas do conhecimento e dentro dessas
diversas áreas se enquadram o feminismo e os estudos sobre a mulher.
A figura feminina e o contexto feminista são caracterizados pelo empoderamento e
autoafirmação através do comportamento e manifestações políticas e sociais. Tal fato leva a
necessidade de verificar como a representação da figura feminina no novo cenário da SR está
sendo processada. A Representação da Informação possibilita fomentar os processos de
construção identitários com base nas novas formas de transformação social, na perspectiva da
representação temática por meio de sistemas de recuperação da informação (e.g. vocabulários
controlados; tesauros) para a coerência e a efetiva recuperação das informações por parte dos
usuários.
Como são utilizados os vocabulários controlados nas representações das dissertações
da subcomunidade do Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre
Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) inseridas do RI da UFBA? A fim de responder
essa pergunta, foram delineados como objetivo geral: verificar a coerência na representação
temática das dissertações da subcomunidade do PPGNEIM e o uso de vocabulários
controlados para sua devida recuperação. Os objetivos específicos são: 1) examinar se os
�termos utilizados para representar o conteúdo das dissertações são autorizados; 2) averiguar a
coerência entre o conteúdo e os termos utilizados na representação das dissertações do
PPGNEIM; 3) constatar a adaptação da linguagem natural para linguagem documentária a fim
de garantir a melhor Representação da Informação e atender as demandas de recuperação das
dissertações.
Consoante a narrativa preponderante da representação da informação a pesquisa tem
por intuito apontar o papel da terminologia no desempenho da recuperação da informação. A
fim de poupar o tempo do leitor, como defende Ranganathan (2009) na quarta lei de sua
autoria. Este artigo tem por intuito investigar a correspondência no processo da representação
e escolha dos termos junto ao Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre
Mulheres, Gênero e Feminismo.
2 A MULHER E O NÚCLEO DE ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE A
MULHER (NEIM)
CONTEXUALIZAÇÃO DO OBJETO EMPIRÍCO
O contexto de universalização do feminismo surge como condição de expressividade
favorecendo condições de suscitar o dito lugar de fala do sujeito. Neste entorno é que a
mulher assume expressividade e notoriedade dentro do cenário dos estudos na ciência.
Movimentos e grupos estabelecem relações de fortalecimento para composição e estruturação
das linhas de defesa e confronto, em busca de ideais que evidenciem a luta pelo
reconhecimento e autonomia dos ditos subalternos da situada construção da sociedade,
entendendo aqui como negros, mulheres, homossexuais e transexuais.
A construção de alternativas de percepção na produção do conhecimento como uma
categoria divergente dos parâmetros de avaliação hegemonicamente aceitos são um dos
questionamentos na formação dos grupos subjugados, tendo como axioma a compreensão que
as possibilidades de narrativas e apreensão dos sentidos biológicos, sociais e culturais
condicionam diferentes formas de percepção da realidade. Doroty Smith (1987) já
mencionava como o conhecimento do mundo a partir do olhar situado poderia contribuir para
a construção de alternativas que valorizassem as experiências femininas. Embora seja uma
constatação a dificuldade em atribuir validade ao conhecimento proveniente das experiências
do senso comum, o qual é utilizado como aporte de justificativa para invalidar as formas
femininas de conhecimento.
parâmetros de entendimentos equivocados, pelo qual a grosso modo a maioria da população
�compreende gênero como um sinônimo a terminologia mulher, quando seu verdadeiro
conceito de acordo com Fausto-Sterling (2001, p. 15): gênero seja proveniente de uma decisão
Ao mesmo tempo em que é utilizado como atributo de significado que evidencia uma
condição e construção social que direciona o homem e a mulher em condições hierárquicas
situadas. A universalidade da desigualdade sexual é prerrogativa persuasiva para condicionar
e limitar o acesso das mulheres, dominantemente atrelada à predominância de privilégios e
construções político, econômicas e sociais tradicionalmente masculinizadas proveniente da
construção eurocêntrica, cartesiana e ocidental.
A tentativa de revelar as articulações e os efeitos perversos das relações desiguais de
poder surge com o fortalecimento de grupos que discutem e estudam essas construções
históricas e hegemonicamente estabelecidas. Nesse contexto, é que o NEIM fundado em 1983
tem atuado e caracterizado como espaço de luta e reflexão na atuação das mulheres e grupos
subalternizados pelo processo de opressão social.
A criação de um Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre
Mulheres, Gênero e Feminismo é o pioneiro na América Latina encabeçando no ano de 2006,
com prerrogativa para criação de outros cursos, bacharelado e graduação na área de gênero e
diversidade no âmbito da UFBA e com condições inéditas no Brasil e na América latina. O
movimento feminista tem sofrido violentas ameaças como tentativa de invisibilidade ao
processo de construção e reflexões em torno da produção e estabelecimento de espaços.
Suscitar possibilidades de construções teóricas e epistemológicas em prol de uma
ciência feminista tem colocando em risco a autoritária e hegemônica ciência masculina,
articulada em dar ênfase a seus interesses. No processo de fortalecimento de construções para
políticas públicas e sociais de promoção da igualdade de gênero, o NEIM assume
expressividade por promover articulações a fim de dar subsídio a proposições políticas, a
debates em torno da interseccionalidade98 e da formação dos sujeitos.
98
A interseccionalidade remete a uma teoria transdisciplinar que visa apreender a complexidade das identidades
e das desigualdades sociais por intermédio de um enfoque integrado. Ela refuta o enclausuramento e a
hierarquização dos grandes eixos da diferenciação social que são as categorias de sexo/gênero, classe, raça,
etnicidade, idade, deficiência e orientação sexual. O enfoque interseccional vai além do simples reconhecimento
da multiplicidade dos sistemas de opressão que opera a partir dessas categorias e postula sua interação na
produção e na reprodução das desigualdades sociais (BILGE, 2009, p. 70, tradução livre).
�3 A MEDIAÇÃO NO PROCESSO DE REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
A Representação da Informação tornou-se um desafio para os bibliotecários em razão
do volume de informações bibliográficas disponibilizadas e pelas TIC. É fato a amplitude e a
diversidade dos dispositivos, as fontes informacionais e a interdisciplinaridade na produção
do conhecimento no contexto da SR. Tal fato faz do bibliotecário mediador no processo de
produção de competências, a fim de suprimir as necessidades dos usuários e auxiliá-los na
filtragem da informação a satisfazer as demandas.
Outro desafio é manter a postura de neutralidade e imparcialidade no trabalho da
representação e organização da informação. Este trabalho demanda do profissional uma
atenção para a subjetividade, assim é recomendável que a representação e a organização da
nhecimento,
bem como sua comunidade usuária. Para que essa relação se efetive de fato, considera-se que
não há como o profissional manter uma postura neutra, sobretudo em relação à realidade
A Representação da Informação se constitui um dos processos do tratamento
ciclo informacional, visto que as operações fundamentais são: a produção, o tratamento ou
organização, a recuperação, a disseminação e o uso da informação que por sua vez, poderá
conjunto está inserida no momento do tratamento ou organização, onde é feita a tradução do
documento para uma linguagem documentária, a fim de posteriormente ser recuperado pelo
usuário. O sucesso da Representação da Informação é determinado pelo nível de satisfação do
usuário. Satisfazer a necessidade de informação do usuário é o objetivo principal do trabalho
do bibliotecário.
Nas últimas décadas, numerosos estudos de usuários dos serviços de bibliotecas e
centros de documentação têm sido realizados com o intuito de constatar perfis de
interesse e, com base nestes estruturar sistemas que possam suprir necessidades de
informação provenientes de questões múltiplas. Figuram, nesse processo, dois pólos
de ação. De um lado está o usuário, cuja satisfação é o fim último desses estudos e a
quem cabe elucidar ao máximo os termos da pesquisa. Do outro, o bibliotecário, ou
gestor da informação, cuja função é investigar o desejo do usuário e aparelhar o
sistema de forma a dotá-lo de mecanismos eficazes de recuperação de dados.
(LOUREIRO, 2015, p. 1)
Toda a atividade desenvolvida pelo bibliotecário visa o usuário. Este é o consumidor
do serviço realizado e demanda um processo de mediação (implícita ou explícita). A mediação
da informação
�[...] não está restrita apenas às atividades relacionadas diretamente ao público
atendido, mas em todas as ações do profissional bibliotecário, em todo o fazer desse
profissional. A mediação estaria presente, de maneira não explicita, na seleção, na
escolha dos materiais que farão parte do acervo da biblioteca, em todo o trabalho de
processamento técnico, nas atividades de desenvolvimento de coleções e, também,
no serviço de referência e informação (ALMEIDA JÚNIOR, 2008, p. 46).
Gomes e Santos (2013) chamam a atenção para as atividades de representação e
conhecimento já produzido pelo autor/pesquisador e a apropriação do conhecimento realizada
pelo usuário/leitor.
Alvarenga (2003, p. 22) distingue dois níveis de representação, a
responsabilidade do autor que manifesta seu conhecimento por meio de uma linguagem
elementos constitutivos fundamentais, escolhendo-se os pontos de acesso [...] que garantem a
Para a Representação da Informação no âmbito secundário, alguns atributos são
necessários aos bibliotecários: conhecimento prévio do catalogador; formação e experiência
na área; a capacidade de leitura e compreensão do texto. Tais atributos influenciam na
vai
dar força para o catálogo e para os interesses dos usuários, levando em consideração suas
forma consistente dará retorno mais concreto aos interesses de busca cumprindo o papel da
A mediação está presente em todas as atividades desenvolvidas pelo bibliotecário. No
contexto da Ciência da Informação, a mediação é compreendida como fator implícito do
desenvolvimento do protagonismo social através da dialogia entre o profissional da
no meio, portanto, é também um protagonista social, e nessa condição se constitui em sujeito
Almeida Júnior (2009, p. 92) define mediação da informação como toda ação de:
u
inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; que propicia a apropriação de
contexto, se configura também o processamento técnico do profissional da informação -
�atividade meio da biblioteca. Este processamento compreende a seguintes atividades: seleção,
aquisição, registro, leitura, catalogação, classificação e indexação . Essas atividades evidenciam
as bases da mediação implícita. É este processamento que possibilitará uma recuperação da
informação, consequentemente, o atendimento da necessidade de informação do usuário.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Atenuante a proposição de mediação no processo de representação da informação
considerando a necessidade de atender as relações termológicas de conteúdo e precisão na
recuperação. A pesquisa se debruça em mapear o processo de escolha e correspondência no
uso dos termos, para tal justificam-se a escolha dos parâmetros mencionados abaixo para
construção metodológica de investigação.
MENEZES, 2001, p.20). A abordagem é qualitativa por considerar que há uma relação
dinâmica entre o mundo real (i.e. dissertações depositadas no RI) e o sujeito (i.e. responsável
pela indexação dos termos). Em relação aos objetivos enquadra-se enquanto exploratória e
descritiva. É exploratória, pois implica verificar os termos das dissertações do PPGNEIM em
vocabulários controlados. É descritiva, pois elenca características de determinada população
ou fenômeno (i.e. dissertações do PPGNEIM no RI da UFBA) ou o estabelecimento de
relações entre variáveis (i.e. termos/palavras-chave com vocabulário controlado).
A pesquisa tem por finalidade verificar o grau de coerência semântica das palavraschave e do conteúdo do documento, para tal foi delimitada uma amostra de 44 (quarenta e
quatro) dissertações dos 106 (cento e seis) trabalhos cadastrados na subcomunidade do
PPGNEIM do RI UFBA até o dia 31/01/2018. A indexação e escolha dos descritores
encontrados nas dissertações, tomando como base principal os referenciais teóricos de
Lancaster (2004) para concepção da coerência semântica e Gardin (1973) para estudos e
conceitos da linguagem documentária.
Assim, o intuito do trabalho consistiu em estabelecer uma análise documentária, com a
finalidade de buscar coerência semântica no processo de tradução da linguagem natural para a
linguagem documentária, considerando vocabulários controlados de uso corrente no processo
de indexação. As bases de pesquisas terminológicas se deram por meio dos catálogos de
autoridade da Biblioteca Nacional do Brasil (BN) e da Library of Congress (LC),
considerando a equivalência de termos.
�As leituras técnicas das dissertações foram realizadas para averiguar a correspondência
dos termos aos conteúdos informacionais. O resumo, o sumário, a introdução e os objetivos
das dissertações subsidiaram o processo de análise para a descrição temática, a consulta dos
termos sinalizados no cadastro do RI com a finalidade de viabilizar uma correspondência
temática e conceitual.
5 ANÁLISE E SÍNTESE DOS RESULTADOS DA PESQUISA NAS DISSERTAÇÕES
DO PPGNEIM NO RI DA UFBA
O presente artigo analisou as 44 dissertações do PPGNEIM da subcomunidade da
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFCH) considerando as palavras-chaves
indexadas com uma média de 3 a 5 descritores de representação. Verificando a coerência na
representação temática das dissertações do PPGNEIM e o uso de vocabulários controlados
para sua devida recuperação.
A política institucional do RI da UFBA estabelece o auto arquivamento. Tal
procedimento promove o uso de termos não autorizados na base de descritores (i.e. palavraschave) na representação dos trabalhos em função do desconhecimento acerca do uso dos
vocabulários controlados pelos usuários. Segundo Cunha e Cavalcanti (2008, p. 360) termo
se-sinônimo de um termo
autorizado é o termo permitido na indexação de um documento, portanto um termo
controlado.
Os usuários se caracterizam como pesquisadores e esses desconhecem as técnicas para
indexar os termos de uma linguagem natural para uma documentária. A linguagem
documentária é um instrumento de padronização e propicia o uso terminologias no processo a
fim de diminuir a ambiguidade.
Na análise das dissertações foi constatada que havia 02 títulos duplicados, as
importante que sejam evitadas duplicações no procedimento de inserção, o que pode ser
evitado fazendo uma busca com o nome dos autores no RI para verificar se o item já não foi
duplicação, a mais de uma sub-comunidade dentro da comunidade, ou a mais de uma
o, o software do repositório permite que um mesmo título seja
inserido mais de uma vez no RI.
�Em conversa informal com os representantes do RI vinculados ao Sistema
Universitário de Bibliotecas UFBA recomendam-se que não sejam excluídos os documentos
duplicados, considerando a impossibilidade de migrar as informações estatísticas da contagem
do número de acessos ao documento, por tal motivo, alguns documentos são mantidos
duplicados no RI, tal problema, segundo os mesmos, poderia ser solucionado assim que o RI
mudasse a versão do DSpace99. Além disso foi encontrado 01 (2%) dissertação sem palavraschave/termos indexados, o que compromete e inviabiliza a recuperação por assunto, como
também reduz o número da amostragem de 44 para 41 dissertações.
Da amostra utilizada, foram encontradas 12 (27%) dissertações com nenhum termo
autorizado; 28 (64%) dissertações com termos autorizados e não autorizados e 01 (2%)
dissertação com todos os termos autorizados. Como ilustra a figura abaixo.
Figura 1: Palavras-chave na Dissertações do PPGNEIM
Fonte: Elaborado pelos autores.
99
O DSpace é um software livre que, ao ser adotado pelas organizações, transfere a elas a responsabilidade e os
custos com as atividades de arquivamento e publicação da sua produção institucional. O DSpace possui natureza
operacional específica de preservar objetos digitais, iniciativa de grande interesse da comunidade científica.
(IBICT, c2012)
�Figura 2: Termos autorizados e não autorizados
Fonte: Elaborado pelos autores.
As 41 dissertações investigadas foram encontrados no vocabulário da BN 138 termos
(ver figura 2), constituindo em 30 (22%) termos autorizados e 108 (73%) termos não
autorizados. No catálogo de autoridade da LC foram localizados 19 (14%) termos autorizados
e 112 (81%) termos não autorizados. Dos 108 termos não autorizados, 07 (5%) termos são de
associações genéricas e/ou ambíguas que não representam correspondência com o conteúdo
informacional dos documentos, além de acarretar a falta de precisão (capacidade de evitar
documentos inúteis) na recuperação da informação.
A investigação permitiu verificar a condição de maior amplitude na representação
terminológica no vocabulário da BN, haja vista a constatação de 30 (22%) termos autorizados
em contrapartida a LC que apresentou 19 (14%) termos autorizados. Tratando-se da LC a
diferença idiomática estabelece dificuldades no processo de tradução e representação dos
termos utilizados, considerando algumas limitações de traduções literais e de correspondência
conceitual, o que pode justificar a diferença de termos autorizados encontrados.
�Figura 3 Termos autorizados que mais se repetem
Fonte: Elaborado pelos autores.
No estudo das palavras-chaves foram encontrados termos autorizados que se repetiam
nas amostras. Enfatizando os termos: feminismo, patriarcado, mulheres, representações
sociais, violência contra as mulheres, violência. Tais repetições se justificam pelas temáticas
abordadas pelo NEIM, que enfatizam a figura da mulher e suas relações dentro da sociedade.
Figura 4 - Ambiguidade terminológica para designação Identidade de gênero
Fonte: Elaborado pelos autores.
A verificação constatou a assiduidade de termos similares, a exemplo da constância
dos termos: gênero, identidade, relações de gênero, convenções de gênero, para descrever as
�conotações discursivas da construção social e política da formação de uma identidade para os
aspectos diversos nas dissertações, em lugar de uso do termo autorizado: Identidade de
gênero.
A partir dos dados coletados e de sua análise, foi verificado que mais de 70 % dos
termos utilizados não são autorizados e 5% dos termos não correspondem ao conteúdo do
documento. Haja vista a tradução dos termos utilizados nas dissertações para uma linguagem
documentária e considerando o conteúdo informacional das dissertações, indicam-se alguns
termos: direito das mulheres, feminismo e educação, discriminação de sexo contra as
mulheres, violência familiar, direitos humanos, discriminação de sexo no emprego; divisão do
trabalho por sexo, crime sexual, crianças, assédio sexual, vítimas de abuso sexual, dentre
outros. Tais indicações poderiam ser utilizadas pelos revisores dos metadados e/ou o próprio
software do RI poderia remeter para o termo autorizado no momento da submissão. As
recomendações terminológicas podem auxiliar na precisão da recuperação dos documentos,
evitando ambiguidade e recuperação de arquivos inúteis, visto que, a frequência temática
abordada nas dissertações remete aos termos indicados.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa recomenda a adequação no uso terminológico de vocabulários controlado
para subsidiar a equivalência dos termos mais aproximada com os trabalhos indexados na
base. Das 41 dissertações analisadas apenas 1 (uma) dissertação contempla na integralidade os
descritores com termos autorizados, tal lacuna, pode estar associada a falta de orientação do
PPGNEIM e do RI, tendo em vista que tanto o programa quanto o RI poderiam contribuir
para o uso de termos controlados nas áreas afins, auxiliando na precisão da recuperação da
informação.
As demais dissertações foram verificadas indicações para inclusão de termos
autorizados, o que aponta para a uma possível inclusão de um vocabulário controlado
associado no processo de auto arquivamento na base do RI UFBA já de uso comum em
algumas instituições como por exemplo, na Fundação Getúlio Vargas100. Também foi
constatado através da leitura técnica (análise do resumo, sumário, introdução e objetivos das
dissertações) a existência de inconsistência em algumas dissertações entre o conteúdo e as
Vocabulário controlado do Repositório Digital da Fundação Getúlio Vargas.
<http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/browse?type=controlledvoc>
�palavras-chave, alguns termos utilizados não são coerentes com o conteúdo do item
depositado, sugere-se que tal inconsistência seja revista pelo PPGNEIM.
É condição básica a existência da mediação entre o conteúdo do documento e aquele
usuário de que dela necessita para o alcance da representação e da organização da informação.
O processo pode ser sanado com o uso associado de palavras-chave e descritores autorizados,
assim como o uso associado de vocabulário controlado específico a fim de atender as
delimitações e especificidades das áreas.
O uso de vocabulário controlado configura uma estratégia de mediação informacional
com vista ao processo de interferência do profissional da informação. A estratégia reflete na
representação da informação e do conhecimento, a fim de estabelecer uma ponte entre usuário
e o conteúdo, afinado pelo processo de representação e de recuperação da informação.
A verificação requer um estudo mais aprofundado, sendo assim sugere-se investigação
com amostras mais ampliadas para confirmação da inconsistência no processo de escolha das
palavras-chave. A adoção de vocabulário controlado é uma alternativa viável para maior
amplitude na recuperação dos itens depositados no RI, consequentemente maior divulgação e
visibilidade das produções acadêmicas da Universidade.
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�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Representação da informação das dissertações do programa de pós-graduação em estudos interdisciplinares sobre mulheres, gênero e feminismo: um olhar sobre os termos indexados no repositório institucional da UFBA.
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Moura, Ana Valeria de; Reis, Vanessa Jamile Santana dos; Cunha, Francisco José Aragão Pedroza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo desta comunicação é verificar a coerência na representação temática das dissertações da subcomunidade do Programa de Pós-graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (PPGNEIM) e o uso de vocabulários controlados para sua devida recuperação na base de dados do Repositório Institucional (RI) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Os termos indexados facilitam ou dificulta a recuperação dos itens depositados e o trabalho de mediação entre a informação e o usuário torna-se recorrente. O método empregado constituiu de seleção por amostragem das dissertações do PPGNEIM vinculada à Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da UFBA. Utilizou-se os vocabulários controlados dos catálogos de autoridade da Biblioteca Nacional do Brasil e Library of Congress, para verificar se as palavras-chave dispostas nos resumos das dissertações eram controladas ou não. Conclui-se que existe inconsistência em algumas dissertações entre o conteúdo e as palavras-chave, alguns termos utilizados não são coerentes com o conteúdo do item depositado e os termos indexados. Sugere-se que o RI adicione vocabulários controlados na sua indexação por assunto, como é feito em outras universidades, assim como o aprofundamento de pesquisas voltadas para a temática deste artigo e de novas pesquisas que tratam de representação da informação
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
REFLEXÕES PARA REVISÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS EM FACE DA
MISSÃO DA BIBLIOTECA
REFLECTIONS FOR REVISION OF THE COPYRIGHT LAW IN THE FACE OF THE
LIBRARY MISSION
Resumo: Após a Convenção de Berna, as bibliotecas sofreram modificações. A convenção
protege a exclusividade de exploração da obra pelo seu autor. O acervo das bibliotecas é
constituído de documentos geralmente protegidos por direitos autorais: direitos patrimoniais e
direitos morais. Porém, a sociedade da informação está sob a égide de um novo
comportamento, tanto de criação como de uso das criações de espírito, o que requer medidas
de adequação a essa nova realidade em vários âmbitos do ensino, especialmente na
universidade. À medida que a exploração da produção intelectual passou a representar uma
fonte de recursos econômicos, as atividades bibliotecárias passaram a despertar a atenção do
mercado. Essa realidade interfere no papel que a biblioteca tem a cumprir com o dever de
reunir, organizar, preservar, disponibilizar e realizar a difusão desse conhecimento gerado
para a sociedade. As bibliotecas, em virtude de lei, devem observar as normas de direitos
autorais, entretanto, faz-se necessário harmonizar esses interesses num novo texto legal. A
relação entre ambos deve ser discutida, pois, assim como se procura proteger o direito
individual do autor, busca-se, ao mesmo tempo, garantir o direito da sociedade ao acesso às
obras protegidas. Discussões são levantadas pelo fato de estes dois direitos serem
considerados fundamentais. Para harmonizar interesses dos envolvidos é vital garantir limites
à Lei. A legislação brasileira de direitos autorais é omissa quanto aos serviços bibliotecários,
o que torna a atuação das bibliotecas um cenário de incertezas. A Lei de Direitos Autorais em
vigor está sendo discutida e há um anteprojeto em andamento, tornando a discussão atual e
necessária. As bibliotecas precisam participar deste debate, e as universitárias devem servir
como protagonistas na construção de um cenário equilibrado. A metodologia utilizada baseiase em pesquisa bibliográfica na área jurídica e na área da ciência da informação.
Palavras-chave: Direito Autoral, Brasil. Direitos Autorais, Brasil. Biblioteca. Acesso à
informação, Brasil.
Abstract: Following Berne Convention, libraries underwent modifications. The convention
protects the exploration exclusivity of the creation by its author. The library collection
consists of documents commonly protected by copyright: property rights and moral rights.
However, the information society is under the aegis of a new behavior, related to both the
intellectual creation and the use of its fruits, which requires adaptation measures to this new
reality in various fields of education, specially in the university. As the exploitation of
�intellectual production came to represent a source of economic resources, library activities
began to attract the attention of the market. This reality interferes with the role that the library
has to fulfill in line with the duty to gather, organize, preserve, make available and carry out
the diffusion of this knowledge generated to society. By the rule of law, libraries must observe
the norms of copyright, however, it is necessary to harmonize these interests in a new legal
text. The relationship between them must be discussed, since, as well as seeking to protect the
individual right of the author, it seeks at the same time to guarantee the society's right to the
access to the protected works. Discussions are raised because these two rights are considered
fundamental. In order to conciliate these interests, it is vital to establish limits to the Law.
Brazilian copyright law is silent on library services, which makes the library's work a scenario
of uncertainties. The Copyright Law in force is being discussed and there is a draft bill in
progress, making of this a current and necessary discussion. Libraries need to take part in this
debate and university libraries should assume the main role in the building of a balanced
scenario. The methodology applied is based on bibliographic research in legal field and
information science field.
Keywords: Copyright, Brazil. Copyright, Brazil. Library. Access to information, Brazil.
Introdução
A origem das bibliotecas é de longa existência e atividade prestando serviços à
sociedade. O mundo ocidental tem como marco sua primeira biblioteca na história fundada
em 668 a.C. pelo rei da Babilônia, Assurbanipal, em Nínive, Assíria, atual Iraque. A sua
coleção contava com placas de argila em escrita cuneiforme. Passados alguns milhares de
anos as bibliotecas da atualidade se encontram numa sociedade impulsionada pela evolução
da técnica e do conhecimento e, neste panorama, implica nas relações sociais e jurídicas
Cabral (1998, p. 13).
Neste contexto toda nova criação é uma contribuição individual à sociedade, valendose de criações precedentes para esta nova criação, assim, uma obra intelectual não deve ser
considerada apartada do conhecimento já existente, justificando o não reconhecimento dos
direitos autorais como um direito absoluto.
Porém, com a Convenção de Berna, paulatinamente, as bibliotecas tem sofrido
mudanças na sua liberdade para atender as demandas pertinentes à missão. Em alguns países
mudanças legislativas alteraram significativamente a atuação das bibliotecas, como Itália,
Espanha, França e Portugal, entre outros.
No Brasil há anos se discute a revisão da LDA
Lei dos Direitos Autorais, alguns
projetos de lei foram apresentados tais como de José Genuíno, Paulo Teixeira e Nazareno
Fonteneles, alguns mais flexíveis quanto ao uso da propriedade intelectual.
Para Beffa (2016, p. 87) o direito autoral,
�[...] ficou muito evidente na sociedade da informação, tornando-se um assunto muito discutido. [...]
porque interfere nas atividades das bibliotecas. Principalmente considerando que produtos digitais estão cada vez
mais fazendo parte dos acervos, tais como bases de dados, livros digitais, digitalização de obras e outros.
É preciso também considerar que os direitos autorais estão previstos em cláusula
pétrea da Constituição Federal de 1988. A matéria está recepcionada no art. 5.º
Direitos e
Garantias Fundamentais, e acolheu o mesmo preceito consagrado no art. 27 da Declaração
Universal dos Direitos Humanos. A LDA, Lei infraconstitucional, por sua vez seguiu os
princípios de ambas.
A Declaração dos Direitos do Homem, no seu art. 27 estabelece que:
Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da
comunidade, de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus
benefícios.
Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais
decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.
Deste modo o direito ao acesso á informação e os direitos autorais foram
recepcionados e considerados fundamentais.
Vale registrar que no artigo não será tratado das licenças para acesso aberto, pois o
entendimento é que o acesso aberto não representa dificuldade para alcance e aproveitamento,
contrariamente ao que ocorre com os conteúdos que estão protegidos pela LDA que envolvem
restrições.
O eixo do artigo está voltado aos impedimentos de acesso e à necessidade de
discussão e envolvimento para assegurar num novo texto legal posições límpidas para atuação
das bibliotecas.
O MinC, no ano de 2010, abriu uma consulta pública, porém, s.m.j., não contou com a
participação da classe nas propostas de alterações, o que deixa uma indagação em face dessa
ausência. Entretanto, os canais devem ser sempre explorados para amealhar os ideais de
acesso à informação.
Quanto à metodologia, está baseada em pesquisa bibliográfica da área jurídica e da
área da ciência da informação.
O artigo é composto de introdução, quatro seções e mais as conclusões: a introdução
além de dar um panorama sobre o assunto esclarece quanto à metodologia do
desenvolvimento do trabalho; a primeira seção é introduzida a Convenção de Berna
precursora de mudança na relação das bibliotecas com os direitos autorais; na segunda seção
são introduzidos os direitos morais e direitos patrimoniais do autor, institutos inerentes aos
�documentos que compõem o acervo de uma biblioteca; na terceira seção é abordada a
biblioteca universitária que em virtude dos direitos morais, patrimoniais e da Convenção de
Berna sofre restrições ao cumprimento de sua missão e, além de ser o segmento mais visado
pelos defensores contumazes dos direitos autorais; na seção quarta há uma reflexão quanto à
importância das bibliotecas e demais instituições culturais se engajarem para garantir
legalmente no capítulo das limitações, previsões que garantam o exercício das atividades
bibliotecárias sem uma névoa de incertezas e na última seção, são apresentadas as conclusões
do trabalho.
1 Convenção de Berna
Em 1886, alguns países da Europa se reuniram na cidade de Berna, Suíça, para
elaborar uma convenção para regulamentar a propriedade intelectual denominada Convenção
de Berna, entre os presentes estiveram Itália, Alemanha, Espanha, Bélgica, Inglaterra, França
e Suíça.
A última revisão da Convenção de Berna data de 24 de julho de 1971, e foi
incorporada pelo direito brasileiro conforme Decreto n. o 75.699, de 6 de maio de 1975,
portanto, o Brasil é signatário e isto significa que o país concorda com o texto da Convenção e
deve aplicá-la na sua norma interna, o que foi feito.
Na Convenção está prevista a regra dos três passos que limita os direitos autorais e
permite a reprodução da obra observado nos casos especiais.
Os três passos são: para casos determinados em lei; não atentem contra a exploração
normal da obra; e não prejudiquem de forma injustificada os interesses legítimos do autor.
A incorporação da regra dos três passos às leis internas é relevante para atuação das
bibliotecas, embora na convenção não tenha feito exceções e limitações explícitas às
bibliotecas, porém a partir da interpretação da regra dos três passos as bibliotecas encontram
mais espaço e estarão mais seguras para atuação.
Na Convenção o autor recebe proteção exclusiva quanto à exploração de sua autoria,
isto é, de util
autor domínio sobre sua criação e para qualquer pretensão de utilização da obra é preciso
pedir o consentimento ao autor, daí a relevância de ter explícito na norma limitações para a
atuação das entidades culturais, tais como as bibliotecas.
�2 Direitos Morais e Direitos Patrimoniais
O acervo das bibliotecas é constituído de documentos, geralmente protegidos pelos
direitos autorais: pelos direitos patrimoniais, e pelos direitos morais, assegurados na Lei n.o
9.610/1998 (Lei dos Direitos Autorais
LDA). Razão pela qual, o profissional bibliotecário
precisa entender e distinguir os dois institutos.
O direito moral de autor está recepcionado no art. 24, e, tem como função, proteger
direitos de ordem moral, isto é, está associado à defesa da personalidade do autor.
O direito moral de autor é a ligação entre a obra e seu autor, por meio da qual as ideias
expostas são protegidas pela lei. Trata-se de um direito absoluto, ou seja, indivíduo algum
pode apropriar-se ou usufruir de uma obra sem autorização do autor. Este direito tem como
características a perpetuidade, imprescritibilidade, irrenunciabilidade, inalienabilidade e
impenhorabilidade. Ainda que em domínio público esses efeitos são válidos por toda
existência da obra. Para a biblioteconomia o direito moral do autor é requisito fundamental
visando à precisão da paternidade da obra, quando do tratamento da informação.
Os direitos patrimoniais estão assegurados no art. 28 - o dir
direitos patrimoniais decorrentes de sua criação, como um monopólio por período
determinado pela Lei. A questão econômica, direitos patrimoniais, e o acesso à informação
geram discussões no âmbito da ciência da informação e na seara do direito de autor, motivo
pelo qual uma harmonização precisa ser encontrada para ambos interessados.
A escritora e então presidente da ABL, Ana Maria Machado (2012), afirmou que em
um país que aboliu e não aceita o trabalho escravo não pode aceitar que o trabalho intelectual
não seja remunerado. Pautado na manifestação de Machado é importante observar as
mudanças nos países da União Europeia em face às bibliotecas para aplicação da
compensação equitativa.
Neste panorama, e, pautado na norma legal, é preciso refletir e propor limitações mais
favoráveis aos serviços bibliotecários, porém, é preciso também reconhecer o trabalho
intelectual para obter um equilíbrio.
As características do direito moral e patrimonial de autor para Beffa (2016) são
distintas e se justifica, uma vez que o direito patrimonial apresenta aspectos de natureza
econômica ou de exploração, já o direito moral está ligado entre o criador e a obra, com
características peculiares, diferentes daquelas relativas aos direitos patrimoniais. O direito de
paternidade, uma vez produzido, é inerente à criação.
�3 Bibliotecas Universitárias
Numa biblioteca seu acervo pode ser constituído de material analógico ou digital, hoje
nossas bibliotecas são híbridas, isto compreende que todos esses documentos, em qualquer
tipo de suporte, estão protegidos pelos direitos autorais: os direitos patrimoniais, mais
especialmente pelos direitos morais, pois nos acervos há muitas obras já em domínio público.
Porém, é o direito patrimonial que exige um cuidado no dia a dia da biblioteca.
Entretanto, as bibliotecas sofreram uma grande transformação com os recursos
tecnológicos que impactou nos seus serviços e recursos. Para Bittar (1994, p. 13-14), era
motivo de preocupação de que as obras poderiam ser transmitidas e reproduzidas na íntegra e
instantaneamente, sem barreiras, disseminando a informação para grandes distâncias.
Embora no entendimento de autores de renome como Ascensão (2007, p. 246-247), o
prejuízo ao autor, causado pela reprografia, em consequência da evolução tecnológica, é mais
artificial do que real, mas ainda assim as bibliotecas são manifestamente observadas pela
possibilidade de efetuar e/ou oferecer o serviço de reprografia.
É um novo comportamento, tanto de criação como do uso das criações. Hoje é muito
fácil reproduzir um documento e mandar para uma lista de solicitantes, ou encaminhar para
uma biblioteca de outra região ou país, não temos mais uma fronteira que impossibilite esse
intercâmbio.
As bibliotecas em várias partes do mundo, a partir da década de 1990 a Europa, estão
passando por esta adequação à realidade da sociedade tecnológica, esta mudança tem causado
muitas discussões, algumas acirradas ao ponto dos bibliotecários terem sido chamados de
mini-aiatolás pelo jornal francês Le Monde, em 2004.97
Para Souza e Almeida (2015, p. 149) os direitos patrimoniais, bem como a baixa
compensação aos autores, são pelo poder das multinacionais estabelecidas nas grandes
potências capitalistas e, consequentemente, os maiores defensores das ampliações da
proteção. Este interesse tem uma razão de ser, ou seja, as tecnologias permitem a exploração
da produção intelectual e isso representa uma interferência nos recursos econômicos para
multinacionais.
natureza digital, a tecnologia agregou valor à informação no mundo contemporâneo, da qual a
97
Cf. a citação mencionada no artigo de RENEAUD, Fabrice. La Lou du 18 Juin. 2003 (1): une nouvelle
réglementation du prêt public des livres dans les bibliothèques. Revue Internationale du Droit D´Auteur, Neuilly,
v. 199, trim., Jan. 2004. p. 88.
�sociedade não pode desconsiderar. Neste panorama as bibliotecas universitárias são as
grandes clientes dessas corporações comprando bases de dados e acervos digitais.
As grandes corporações tem grande poder de mobilização, e assim as bibliotecas
começaram a incomodar, basta verificar o novo tratamento dado pelas diretivas da União
Europeia.
O discurso da presidente do Sindicato Nacional dos Editores de Livros - SNEL, Jardim
(2013), dá uma dica de como a questão que envolve os direitos autorais é delicada:
Nossa indústria vive momentos de mudanças. O novo modelo de negócio para o
livro digital; o ingresso no mercado brasileiro dos gigantes de varejo e tecnologia; a
concorrência muito acirrada de novos títulos; a queda nas margens das editoras, que
vivem a pressão no aumento dos seus custos, são alguns dos inúmeros fatores que
impactam o futuro do negócio do livro. É fundamental que as alterações na lei dos
direitos autorais não venham inviabilizar a indústria editorial brasileira.
As bibliotecas, instituições sem fins lucrativos, modernizaram suas atividades para dar
acesso à informação e com isso passaram a despertar a atenção do mercado.
A legislação brasileira que trata dos direitos autorais não aborda limitações específicas
para as bibliotecas, museus e arquivos. Esta lacuna interfere na atuação das bibliotecas no
tocante a missão de reunir, organizar, preservar, disponibilizar e realizar a difusão do
conhecimento. Numa interpretação fiel ao nosso texto legal algumas atividades tradicionais
como reprodução e o empréstimo podem ser questionadas.
Como ninguém pode ignorar a lei, as bibliotecas, devem cumprir o que está escrito
quanto aos direitos autorais. E, por esta razão, faz-se necessário harmonizar esses interesses
num novo texto legal.
O espaço desta previsão está no capítulo IV, artigo 46, das limitações aos direitos
autorais. Neste capítulo os interesses das bibliotecas precisam ser inseridos, como há alguns
anos tem-se tratado da revisão da Lei a discussão precisa ser feita, embora, às vezes o assunto
da atualização é deixado de lado. Porém, os bibliotecários e as entidades de classe precisam
mais do que nunca estar atentos e com argumentos consolidados para fazer-se representar.
Ressalta-se que em países da América Latina esta previsão já é fato, o Brasil,
infelizmente, não avançou e por isso não incorporou a ideia no texto legislativo em vigor.
Outra questão salutar está na formação do profissional bibliotecário, o assunto devia
constar numa disciplina de tão relevante é a matéria e o quanto impacta no cumprimento da
missão das bibliotecas.
�Friamente, pode-se dizer que o polo envolvido na exploração econômica da produção
intelectual ainda não se apresentou por aqui com a mesma sanha de regulação como na
Europa, mas na nossa literatura jurídica já é possível encontrar intenções semelhantes ao
aplicado nos países europeus.
É relevante e preciso destacar novamente, que criar estudos que abordem os direitos
autorais nas escolas de biblioteconomia do país é salutar. Com as tecnologias as atividades
estarão cada vez mais intricadas com a temática dos direitos autorais e para cumprir seu papel
a biblioteca e o profissional, precisa estar preparado para atuar.
Assim, como se procura proteger o direito individual do autor, deve-se buscar, ao
mesmo tempo, garantir o direito da sociedade ao acesso às obras protegidas que compõem os
acervos das bibliotecas sem fins lucrativos.
4 Limitações aos Direitos Autorais
Como já mencionado, a lei brasileira de direitos autorais, em sintonia com a
Convenção de Berna, assegurou limitações para que o direito não seja absoluto, impedindo o
aproveitamento pela sociedade.
Na convenção de Berna está a limitação representada pela regra dos três passos.
Baseados nesta regra fundamental os países signatários na convenção harmonizam suas
legislações internas.
No artigo 46, da nossa Lei (LDA), encontramos estas limitações, porém é momento de
repensá-las.
O monopólio da informação é motivo de preocupação que pode dificultar e prejudicar
notadamente países em fase de desenvolvimento. O preço a ser pago pela informação pode
tornar a informação inacessível a certos estratos sociais.
Muitas mudanças já ocorreram desde a promulgação da Lei em 1998, por exemplo, a
Internet não estava em grande parte nas nossas bibliotecas, não se assinava bases de dados, as
bibliotecas não dispunham de equipamentos que facilitassem a transmissão de artigos, e o
acesso a bancos de dados para recuperar a informação também não era significativo.
Segundo Wachowicz (2008, p. 290; 302) as
evoluiu e, em decorrência, é responsável pela geração de novas necessidades sociais, ou seja,
há um ciclo recorrente. Assim, a evolução tecnológica é um movimento, um processo
contínuo e sempre inacabado também presente nas bibliotecas.
�Ascensão (2007, p. 246-247), por sua vez, tem entendimento que a evolução
tecnológica não necessariamente causa prejuízo ao autor, que isto é mais artificial que real. E
segundo o autor as bibliotecas não passaram a adquirir menos exemplares de livros em razão
das facilidades reprográficas e mesmo o usuário não alterou seu perfil de comprador.
Portanto, para Ascensão não há relação entre a expansão tecnológica e ou reprográfica e o
prejuízo econômico ao autor, pois quem faz cópia não é necessariamente um consumidor.
Com as mudanças desde então, e a qualquer momento, um projeto de lei pode surgir,
daí ser a discussão premente e atual nos fóruns de atuação profissional.
A lei dos direitos autorais afeta e pode acometer muito mais o ensino na medida que,
ao invés de termos assegurado a missão da biblioteca dentro do capítulo das limitações numa
lei futura, corre-se o risco de sofrer um retrocesso como a cobrança pelos empréstimos nas
bibliotecas.
É salutar considerar o parecer a pedido do SNEL para a Associação Brasileira de
Direitos Reprográficos
ABDR (2013), a respeito da aquisição de livros impressos pelo
Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
FNDE/MEC, determinando que os
titulares de direitos autorais cedessem, sem compensação equitativa, o uso em sala de aula de
suas obras no formato eletrônico com fins didáticos.
O parecer é do entendimento que a compra do livro em papel configura uma
modalidade de uso e no formato digital é outro uso, deste modo, para o aproveitamento nas
duas formas é sustentado no parecer que é necessária a autorização e a compensação aos
autores, conforme o art. 28 da LDA.
Este fato pode se repetir nas bibliotecas, por exemplo, quanto ao empréstimo de obras
ou quanto ao acesso ao livro digital em rede.
Assim sendo, para harmonizar interesses das bibliotecas e dos autores, é vital garantir
limites às leis de direitos autorais que beneficiem especificamente a missão das bibliotecas. E,
nesse espaço, é que vai se dar a liberdade legítima para atuação das bibliotecas e
bibliotecários. E, as bibliotecas universitárias, devem ser a lanterna na popa que guia para um
cenário mais equilibrado.
Esta premissa tem alguma ressonância no mundo jurídico como o parecer solicitado
pela Comissão de Propriedade Intelectual do Instituto dos Advogados Brasileiros (2014). A
posição do jurista é a de que se justifica a inclusão no projeto de lei limitações ao direito de
autor que favoreçam as bibliotecas. Para o parecerista a tela do computador dentro de uma
�sugere a não permissão para a cópia, seja em papel ou gravação em dispositivo de memória
USB.
Neste contexto ressalta-se que os profissionais da informação devem considerar como
fundamental o estudo das implicações dos direitos autorais tão inerentes no mundo
bibliotecário ao acesso à informação.
Conclusões
A Lei 9.610/98 não incluiu as bibliotecas dentro do capítulo das limitações aos direitos
autorais;
A revisão da Lei de Direitos autorais- LDA está sempre em pauta, no momento há o
anteprojeto de lei no MinC, tornando a discussão necessária;
As bibliotecas atuam num cenário de incertezas;
O papel da biblioteca deve ser discutido no âmbito da LDA, pois, assim como se procura
proteger o direito individual do autor, busca-se, ao mesmo tempo, como missão da biblioteca
garantir o direito da sociedade ao acesso às obras protegidas.
A falta de previsão para as bibliotecas afeta o ensino no âmbito da universidade;
A formação do profissional bibliotecário na disciplina de direitos autorais é fundamental pela
implicação direta impactando no cumprimento da missão das bibliotecas.
A informação é um produto valioso, pois é recurso primordial para o desenvolvimento
econômico e social, e muitas vezes transformada em lucro e as bibliotecas são guardiãs desse
patrimônio bibliográfico com a missão de dar acesso à informação;
As bibliotecas apresentam em seu âmago a finalidade de disseminação do conhecimento
humano, contribuindo para a divulgação da obra do autor.
Referências
ASCENSÃO, José de Oliveira. Direito autoral. 2 ed. refund. e ampl. Rio de Janeiro: Renovar,
2007.
ABDR. Parecer. Disponível em:
Associação Brasileira de Direitos Reprográficos
<http://app.snel.org.br/ui/noticia/jornal_anterior.aspx>. Acesso em: 08 jan. 2018.
BEFFA, Maria Lucia. Direitos autorais nas bibliotecas. 2016. 316 f. Dissertação (Mestrado)
Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
BITTAR, Carlos Alberto. O Direito de autor e o impacto das novas técnicas. Revista dos
Tribunais, São Paulo, v. 83, n. 701, p. 13-14, mar. 1994.
�BRASIL. Instituto dos Advogados Brasileiros. Comissão de Propriedade Intelectual.
Indicação n.o 052, de 2014. Indicante: Fernando Máximo de Almeida Pizarro Drummond.
Relator: João Carlos de Camargo Eboli. Ementa: Considero justificável a inclusão na
legislação autoral pátria, ... Parecer à Comissão de Propriedade Intelectual do Instituto dos
Advogados Brasileiros. Rio de Janeiro, 11 fev. 2015. Disponível em:
<http://www.iabnacional.org.br/IMG/pdf/doc-19133.pdf>. Acesso em: 14 out. 2015.
CABRAL, Plínio. Revolução tecnológica e direito autoral. Porto Alegre: Sagra Luzatto,
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Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, p. 148-149, jan./abr. 2007.
JARDIM,
Sônia
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[Novo
ano,
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Disponível
em:<http://app.snel.org.br/ui/noticia/jornal_anterior.aspx>. Acesso em: 08 jan. 2018.
MACHADO, Ana Maria. Viver do próprio trabalho. Disponível em:
http://www.academia.org.br/artigos/viver-do-proprio-trabalho. Acesso em 12 nov. 2017.
SOUZA, Allan Rocha de; ALMEIDA Júnior, Vitor de Azevedo. Direitos autorais como
direitos
culturais: os efeitos sobre a interpretação das limitações. In: SIMÃO, José Fernando;
BELTRÃO, Sílvio Romero (Coord.). Direito civil: estudos em homenagem a José Oliveira
Ascensão. São Paulo: Atlas, 2015. v.1.
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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2018
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Português
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Title
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Reflexões para a revisão da lei dos direitos autorais em face da missão da biblioteca.
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Beffa, Maria Lucia
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2018
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The nature or genre of the resource
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Após a Convenção de Berna, as bibliotecas sofreram modificações. A convenção protege a exclusividade de exploração da obra pelo seu autor. O acervo das bibliotecas é constituído de documentos geralmente protegidos por direitos autorais: direitos patrimoniais e direitos morais. Porém, a sociedade da informação está sob a égide de um novo comportamento, tanto de criação como de uso das criações de espírito, o que requer medidas de adequação a essa nova realidade em vários âmbitos do ensino, especialmente na universidade. À medida que a exploração da produção intelectual passou a representar uma fonte de recursos econômicos, as atividades bibliotecárias passaram a despertar a atenção do mercado. Essa realidade interfere no papel que a biblioteca tem a cumprir com o dever de reunir, organizar, preservar, disponibilizar e realizar a difusão desse conhecimento gerado para a sociedade. As bibliotecas, em virtude de lei, devem observar as normas de direitos autorais, entretanto, faz-se necessário harmonizar esses interesses num novo texto legal. A relação entre ambos deve ser discutida, pois, assim como se procura proteger o direito individual do autor, busca-se, ao mesmo tempo, garantir o direito da sociedade ao acesso às obras protegidas. Discussões são levantadas pelo fato de estes dois direitos serem considerados fundamentais. Para harmonizar interesses dos envolvidos é vital garantir limites à Lei. A legislação brasileira de direitos autorais é omissa quanto aos serviços bibliotecários, o que torna a atuação das bibliotecas um cenário de incertezas. A Lei de Direitos Autorais em vigor está sendo discutida e há um anteprojeto em andamento, tornando a discussão atual e necessária. As bibliotecas precisam participar deste debate, e as universitárias devem servir como protagonistas na construção de um cenário equilibrado. A metodologia utilizada baseiase em pesquisa bibliográfica na área jurídica e na área da ciência da informação.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
STRATEGIC PLANNING IN UNIVERSITY LIBRARIES: EXPERIENCE REPORT
Resumo: O estudo apresenta o processo de implantação do planejamento estratégico no
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas. O modelo de Planejamento
adotado foi produto da dissertação de mestrado da autora defendida em 2012, a qual
apresentou uma proposta de modelo de planejamento estratégico para sistema de bibliotecas
universitárias, a implantação ocorreu a partir do segundo semestre de 2013 até o segundo
semestre de 2015, período em que a autora foi gestora da Divisão de Bibliotecas Setoriais. O
estudo caracteriza-se como exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa do tipo
bibliográfico. A implantação do planejamento permitiu um diagnóstico do Sistema de
Bibliotecas, contribuindo para a conscientização da importância de trabalhar com objetivos e
metas, além de possibilitar avanço em relação à gestão participativa.
Palavras-chave: Planejamento Estratégico. Biblioteca Universitária. Gestão em Bibliotecas
Universitárias.
Abstract: The study presents the strategic planning implementation process in the Libraries
System of the Universidade Federal do Amazonas. The planning model adopted was the
product the master's dissertation of the author defended in 2012, which presented a proposal
of strategic planning model for university library system, the implementation occurred from
the second half of 2013 until the second half of 2015, during which time the author was
manager of the Sectoral Libraries Division. The study is characterized as exploratory and
descriptive, with a qualitative approach of the bibliographic type. The implementation of the
planning allowed for a diagnosis of the Library System, contributing to the awareness of the
importance of working with objectives, as well as making possible progress in relation to
participatory management.
Keywords: Strategic planning. University Library. Management in University Libraries.
1 INTRODUÇÃO
É indiscutível o crescimento e a importância da informação na sociedade
contemporânea, ela está presente em todos os aspectos de nossas vidas. Entende-se que a
informação foi uma inovação no campo da produção e comunicação do conhecimento
�científico, pois permitiu a possibilidade da criação de novas tecnologias as quais se
desenvolveram e continuam a evoluir, se em um primeiro momento a ênfase era no
armazenamento da informação e na sua disseminação para grupos específicos, atualmente, o
desafio para as bibliotecas universitárias passa a ser a disponibilização de informação para a
sociedade em geral. A informação sempre foi relevante para o desenvolvimento da sociedade,
mas vem ganhando destaque como necessidade presente em todos os aspectos da atividade
humana. (FREIRE, 2006)
A aplicação de grandes recursos para a resolução do acesso a informação teve e
continua a ter importância estratégica, inicialmente para alavancar a ciência, em seguida para
tudo aquilo que envolve a sociedade moderna. Com a evolução da sociedade da informação os
papéis sociais e econômicos das atividades de informação estão tornando-se cada vez mais
evidentes, sua importância estratégica está crescendo. Isto traz novos participantes para o
campo de trabalho da informação (SARACEVIC, 1995).
As universidades brasileiras e, consequentemente, suas bibliotecas, são atingidas pelas
mudanças ambientais impostas pela sociedade da informação e buscam utilizar ferramentas
para lidar com as constantes mutações que enfrentam diariamente, e o planejamento
estratégico é uma ferramenta que pode ser usado para a resolução de inúmeros problemas com
os quais se defrontam. Em tal perspectiva, o estudo apresenta um relato da adoção do
planejamento estratégico no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas.
O estudo caracteriza-se como exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa do
tipo bibliográfico, tem por objetivo apresentar o processo de implantação do planejamento
estratégico no sistema de bibliotecas da Federal do Amazonas. O modelo de Planejamento
estratégico utilizado foi produto da dissertação de mestrado da autora defendida em 2012
(Planejamento Estratégico para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do
Amazonas: proposta de modelo), a qual apresentou uma proposta de modelo de planejamento
estratégico para sistema de bibliotecas universitárias, a aplicação ocorreu no Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM) no segundo semestre
de 2013 ao segundo semestre de 2015, período em que a autora assumiu a direção da Divisão
de Bibliotecas Setoriais (DBS), é a essa divisão que estão subordinadas as treze bibliotecas
setoriais do SISTEBIB/UFAM. O estudo relata as principais atividades desenvolvidas para
implantação da metodologia do planejamento no SISTEBIB.
�2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
As Bibliotecas Universitárias (BUs) tem como missão dá suporte ao ensino, a pesquisa
e a extensão nas universidades, a obtenção da qualidade na prestação dos serviços deve ser
um processo contínuo e a comunidade acadêmica é ator fundamental para o reconhecimento
da atuação da biblioteca. Por isso, a satisfação ou não das necessidades dos usuários pode
determinar o prestígio da BUs.
As universidades e suas bibliotecas devem integrar-se às mudanças impostas em seus
ambientes, sejam elas: sociais, políticas e econômicas, pois, inserem-se em um sistema de
informação, o qual propicia conhecimento e integração de pessoas aos novos paradigmas da
sociedade.
Os gestores das BUs necessitam se adaptar a essas mudanças, muitas delas advindas
da tecnologia da informação e comunicação. É primordial para essas unidades de informação
acompanhar a inovação e a criatividade que são impostas pela sociedade da informação na
comunidade em que agem.
Na literatura existe extenso material a respeito de planejamento estratégico
empresarial. Porém, nota-se uma carência de publicações voltadas às organizações sem fins
lucrativos, portanto é necessário levar em consideração as peculiaridades dessas organizações
que exigem adaptações das técnicas de modo a contemplar aspectos essenciais para seu
desenvolvimento. A adoção do planejamento estratégico em instituições universitárias é uma
tarefa delicada devido às características da organização: alto nível profissional,
descentralização das decisões, multiplicidade de concepções, dispersão e ambiguidade do
poder, diversidade de tecnologias entre outras questões.
As bibliotecas universitárias necessitam de autonomia para planejar suas ações, ainda
que sigam as diretrizes básicas traçadas pelas Instituições de Ensino Superior. As que tendem
a adquirir maior êxito na concretização de seus objetivos são, sem dúvida, aquelas que
possuem em seus quadros, profissionais engajados na estruturação de sua política
administrativa e pedagógica. O empenho coletivo proporciona orientação homogênea e
coerente em busca da concretização de suas metas. (OLIVEIRA, 2004)
Oliveira (2004) salienta que quanto maior o grau de consciência dos profissionais,
maiores são as chances de buscar o equilíbrio entre a adaptação ao novo e a implementação
dos serviços essenciais. Pode-se dizer que essa é a forma adequada de assegurar a atualização
ante as transformações do meio externo.
�A gestão da BU deve concentrar seus esforços para encarar os desafios de um mundo
em transformação, tornando-se necessária a adoção de modelos da administração que priorize
a ação e a prática no sentido de incentivar os indivíduos envolvidos nesse processo a atuarem
de forma crítica em seu contexto social e com autonomia para direcionar suas habilidades
profissionais.
As BUs começaram a utilizar o planejamento estratégico como ferramenta na solução
de questões que enfrentam diariamente, entre elas a escassez de recursos humanos e
financeiros, além de uma política instável, o que dificulta a realização dos seus objetivos,
ameaça a manutenção e atualização de seus acervos, além de não conseguir suprir as
necessidades de seus usuários.
Nesse contexto, o planejamento estratégico apresenta-se como um instrumento para
que os gestores da biblioteca possam estabelecer suas diretrizes e definir as políticas e metas a
serem alcançadas.
embora não vise lucro econômico, administram recursos financeiros da instituição e verbas
recebidas por meio de agências que financiam projetos para a aquisição de bibliografias,
mobiliários, entre outros.
As BUs devem estar atentas às mudanças, já que elas podem oferecer tanto ameaças
quanto oportunidades, portanto cabe acompanhar cuidadosamente o ambiente interno e
externo, para tirar proveito das oportunidades e minimizar as ameaças, analisando se a
mudança contempla a estratégia atual ou se implica em modificações que trarão melhorias.
Assim, o planejamento estratégico é uma ferramenta que permite aos gestores definir
missão, políticas e diretrizes que nortearão as atividades da organização a médio e longo
prazo.
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO AMAZONAS (SISTEBIB/UFAM)
96
http://biblioteca.ufam.edu.br
�Figura 1 - Estrutura organizacional do SISTEBIB
Fonte: Adaptado do Regimento Interno do SISTEBIB, 1996.
�Das sete bibliotecas setoriais da capital, quatro funcionam doze horas e três dez horas
diárias, ininterruptamente, de segunda a sexta-feira, enquanto as setoriais dos Campi fora da
sede funcionam doze horas diárias com exceção da BSIEAA que atende apenas por oito horas
diárias. O horário de funcionamento das bibliotecas setoriais é organizado de acordo com a
demanda de usuários e quantitativo de recursos humanos. As bibliotecas setoriais estão
localizadas próximas às unidades acadêmicas, agrupando seus acervos por áreas de
conhecimento referentes às temáticas, as quais estão destinadas a prestar seus serviços.
�4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O emprego da gestão estratégica em bibliotecas universitárias é importante para gerir
os serviços disponibilizados por essas unidades de informação. Em agosto de 2013 a autora
foi convidada a assumir a direção da Divisão de Bibliotecas Setoriais (DBS) do
SISTEBIB/UFAM com o objetivo de implantar o modelo de planejamento estratégico em
bibliotecas universitárias proposto em sua dissertação de mestrado em Engenharia de
Produção defendida em 2012.
Ao assumir a DBS, a autora juntamente com a diretora do SISTEBIB e os demais
gestores do sistema decidiram pela realização de uma pesquisa de opinião junto à comunidade
universitária com intuito de avaliar os serviços oferecidos pelo SISTEBIB. O resultado da
consulta permitiu conhecer a opinião do usuário em relação aos serviços disponibilizados pelo
SISTEBIB, conhecimento importante como suporte para diagnosticar os pontos fracos e fortes
do Sistema.
Como o modelo proposto tratava do planejamento estratégico participativo, foi
necessária a conscientização dos colaboradores do Sistema, para isso foi realizado em outubro
de 2013 o I Encontro do SISTEBIB, com a participação de todos os Bibliotecários do Sistema
(Capital e Interior). Nesse Encontro foi apresentado o modelo de planejamento estratégico
prospectado para o SISTEBIB, bem como palestras com professores doutores da área da
administração a respeito de planejamento e gestão estratégica, além da explanação da Próreitora de Planejamento do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da Universidade,
todas essas ações tiveram como intuito não só conscientizá-los da importância da adoção do
planejamento estratégico para o SISTEBIB, mas principalmente tornar os colaboradores parte
desse processo.
Paralelo a isso foi solicitado de cada Biblioteca Setorial uma análise SWOT (strengths,
weaknesses, opportunities, threats) da sua unidade de informação, a orientação foi que tal
análise fosse realizada por todos os colaboradores do setor, e não apenas pelo diretor da
Setorial. Após o recebimento da análise de SWOT das treze bibliotecas setoriais a época, foi
realizada a compilação desses dados para elaborar uma única matriz SWOT do Sistema, o
passo seguinte foi reunir com os diretores das bibliotecas setoriais para analisar a matriz final
e delinear o planejamento estratégico para as Bibliotecas Setoriais do SISTEBIB.
Um dos pontos negativos que as setoriais relataram como impactante na qualidade de
seus serviços foi em relação à distribuição de recursos humanos, a qual era realizada sem
levar em consideração as reais necessidades de cada biblioteca setorial, ou seja, o SISTEBIB
�não adotava nenhum critério ou padrão para distribuir seus colaboradores. Para minimizar
essa demanda foi realizado um estudo sobre padrões mínimos de recursos humanos
recomendados pela literatura especializada para Bibliotecas Universitárias para ser adequado
ao Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas.
O estudo sobre padrões mínimos de recursos humanos contemplou um diagnóstico
com o intuito de saber o quantitativo de usuários de cada setorial, os serviços oferecidos, o
quantitativo de recursos humanos (Bibliotecário, Assistente, Bolsista e Estagiário) e o horário
de funcionamento. De posse desses dados e com base nas recomendações encontradas na
literatura, elaborou-se um padrão mínimo de recursos humanos por setorial, bem como
padrões mínimos de serviços. Os resultados parciais desse estudo foram apresentados no
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias em 2014 realizado em Belo Horizonte pela
Universidade Federal de Minas Gerais.
Para Lira, Vale e Barbalho (2014) os recursos humanos que atuam nas bibliotecas
universitárias são fatores preponderantes para proporcionar boa qualidade na oferta de
serviços, portanto, a experiência de implantação da política de planejamento no Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas proporcionou melhoria nos serviços
prestados, além de mostrar a importância de trabalhar com metas, relatórios e seguir padrões
para aperfeiçoar os serviços disponibilizados nas bibliotecas setoriais.
Atualmente o SISTEBIB promove anualmente pesquisa de opinião junto a
comunidade acadêmica para aperfeiçoar os serviços disponibilizados, além disso, o resultado
dessa consulta serve como feedback e fonte de informação para realização do plano anual de
atividades desde de 2013, quando foi realizada a primeira pesquisa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A sociedade contemporânea exige postura proativa por parte dos gestores e o
planejamento estratégico é uma ferramenta que pode auxiliá-los nessa árdua tarefa. A
implantação da ferramenta no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas
permitiu conhecer seus pontos fortes e fracos e suas capacidades quando realizou o
diagnóstico interno do Sistema, bem como conhecer a visão externa ao Sistema por meio dos
usuários, quando realizou a pesquisa de opinião junto à comunidade acadêmica. De posse
destas informações o SISTEBIB pode avançar em relação à gestão participativa e a
conscientização da importância de trabalhar com objetivos e metas e mostrou que o
imprevisto é muito mais trabalhoso e dispendioso.
�A crise econômica que atingiu o país, e consequentemente as universidades, acarretou
na redução de repasse de verbas para a Universidade, além da greve geral dos técnicos
administrativos em educação em 2015, tais fatos, inviabilizou a realização dos próximos
Encontros dos Servidores do SESTEBIB, além da não realização de ações que haviam sido
prospectadas e que dependiam de recursos para sua efetivação. Porém considerou-se válida e
exitosa a aplicação prática da Proposta de Modelo de Planejamento estratégico em Bibliotecas
Universitárias, pois permitiu diversos ajustes e o SISTEBIB continua a adotar a cultura de
planejamento em suas ações e vem ganhando destaque na Universidade por meio da oferta e
aperfeiçoamento de serviços à comunidade universitária.
REFERÊNCIAS
DI FOGGI, Rafael Antonio; COLETTA, Teresinha das Graças; CRISTIANINI, Glaucia
Maria Saia. Planejamento estratégico em bibliotecas universitárias estaduais públicas do
estado de São Paulo: análise, avaliação e proposta de um roteiro. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 16. e SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS DIGITAIS BRASIL, 2., 2010, Rio de Janeiro.
Anais... Rio de Janeiro: [UFRJ], 2010.
FREIRE, G. H. Ciência da Informação: temática, histórias e fundamentos. Perspectivas em
Ciência da Informação, v. 11, n. 1, p. 6 19, 2006.
LIRA, Raquel Alexandre de; Barbalho, Célia Regina Simonetti ; Vale, Milene Miguel do.
Padrões de Recursos Humanos para o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do
Amazonas. In: XVIII SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS,
18.,2014, Belo Horizonte. Anais do XVIII Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias,
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OLIVEIRA, Leila Rabello de. Biblioteca universitária: uma análise sobre os padrões de
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SARACEVIC, T. Interdisciplinarity nature of Information Science. Ciência da Informação,
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SARACEVIC, Tefko. Ciência da Informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em
Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996.
UNIVERSIDADE DO AMAZONAS. Biblioteca Central. Regimento do Sistema de
Bibliotecas da Universidade do Amazonas. Manaus: UA, 1996.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS. Sistema de Bibliotecas. Planejamento
estratégico do SISTEBIB. Manaus: UFAM, 2013.
�
Dublin Core
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Biblioteconomia
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Português
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Planejamento estratégico em biblioteca universitária: relato de experiência.
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Lira, Raquel Alexandre de
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2018
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O estudo apresenta o processo de implantação do planejamento estratégico no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas. O modelo de Planejamento adotado foi produto da dissertação de mestrado da autora defendida em 2012, a qual apresentou uma proposta de modelo de planejamento estratégico para sistema de bibliotecas universitárias, a implantação ocorreu a partir do segundo semestre de 2013 até o segundo semestre de 2015, período em que a autora foi gestora da Divisão de Bibliotecas Setoriais. O estudo caracteriza-se como exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa do tipo bibliográfico. A implantação do planejamento permitiu um diagnóstico do Sistema de Bibliotecas, contribuindo para a conscientização da importância de trabalhar com objetivos e metas, além de possibilitar avanço em relação à gestão participativa.
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221dc451aa05f1789e7b895e6faf3c4d
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PATRIMÔNIO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL: O PAPEL DA BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
BIBLIOGRAPHICAL AND DOCUMENTARY HERITAGE: THE ROLE OF UNIVERSITY
LIBRARIES
Resumo: As bibliotecas universitárias são guardiãs e promotoras de uma expressão do
patrimônio cultural, o patrimônio bibliográfico e documental. Os profissionais precisam
resgatar o caráter humanista na formação para identificar e preservar o patrimônio
bibliográfico e documental e atuar numa área que é inerente à competência do bibliotecário. O
próprio conceito de patrimônio bibliográfico ainda não é específico mesmo pelos autores que
estudam o patrimônio bibliográfico, geralmente associado ao patrimônio documental. A
literatura que trata do assunto é relativamente recente. Normalmente quando o assunto é
abordado está pautado nas coleções raras ou valiosas, porém a questão deve ser analisada de
forma mais ampla. O tema requer para estabelecer uma base teórica que permita uma política
em latu sensu, partindo dos conceitos tradicionais e reconhecendo a função social desse
patrimônio, e criando princípios e metodologia nas bibliotecas universitárias.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Brasil. Patrimônio bibliográfico. Patrimônio
documental.
Abstract: University libraries are guardians and promoters of an expression of cultural
heritage, bibliographical and documentary heritage. Professionals need to rescue the humanist
character in the formation to identify and preserve the bibliographic and documentary heritage
and to act in an area that is inherent to the librarian's competence. The concept of
bibliographic heritage is not yet specific even by authors who study the bibliographic
heritage, usually associated with documentary heritage. The literature on the subject is
relatively recent. Usually when the subject is addressed it is based on rare or valuable
collections, but the question should be analyzed more broadly. The theme requires to establish
a theoretical basis that allows a policy in latu sensu, starting from the traditional concepts and
recognizing the social function of this patrimony, and creating principles and methodology in
the university libraries.
Keywords: University library. Brazil. Bibliographical heritage. Documentary heritage.
�1 Introdução
Este trabalho se propõe a abordar o patrimônio bibliográfico e documental a partir dos
conceitos extraídos na literatura e da problemática encontrada na prática profissional, com
enfoque em bibliotecas universitárias.
Para Moralejo Álvarez (1998, p.228) a explicação para as bibliotecas universitárias
espanholas adiarem a atenção aos seus patrimônios bibliográficos deve-se provavelmente à
priorização da aquisição de bibliografia acadêmica atualizada, dos serviços ou do simples
funcionamento cotidiano, aliada a uma permanente escassez de recursos materiais e humanos.
Quase uma década depois, Osório Antas de Barros e Villén Rueda (2007, p.313) recuperaram
a mesma justificativa para tratar da situação do patrimônio bibliográfico nas bibliotecas
universitárias da Iberoamérica, já considerando a importância e o impacto das novas
tecnologias de comunicação e informação no registro e divulgação dos acervos. E em 2018,
como se pode descrever a situação do patrimônio bibliográfico nas bibliotecas universitárias
no Brasil?
Há indícios de uma atenção crescente - ainda que incipiente
na literatura, nas
pesquisas acadêmicas e na atuação profissional que pode ser traduzida pelo estudo de Sousa,
Azevedo e Loureiro (2017): a afirmação de bibliotecas como lugares de memória deve-se
conjuntamente ao seu caráter de instituição cultural e ao valor das coleções patrimoniais que
abrigam. Esses acervos constituem o patrimônio e representam a memória científica das
instituições universitárias, por isso requerem esforços para seu conhecimento e preservação,
resultando na valorização das memórias institucionais.
Historicamente, uma cronologia de leis e programas voltados à proteção e preservação
do patrimônio bibliográfico e documental, enquanto expressões do patrimônio cultural, pode
ser traçada a partir da Conferencia de Haia de 1954, passando pela destruição da Biblioteca de
Sarajevo em 1992, durante a Guerra da Bósnia, que motivou o Programa Memória do Mundo,
e chegando à Recomendação da UNESCO de 2015. (BEFFA et al., 2016; BEFFA;
NAPOLEONE, 2017).
Três fatores principais contribuíram para que o documento de arquivo e o documento
bibliográfico fossem enquadrados no âmbito do patrimônio, conforme a análise de Pereira
(2011, p.152-158):
o surgimento das ciências sociais entre os séculos XIX e XX, saberes decorrentes de
uma nova ordem de valores como a sociologia, a antropologia, a história, a
�arqueologia, para os quais os documentos, tornando-se elementos de registro e
adquirindo valor cientifico, ocupam um importante papel;
o surgimento das ciências documentais, posteriormente chamadas ciências da
linguagens e processos de comunicação próprios e aperfeiçoados, e contribuindo
diretamente para a investigação cientifica;
a ocorrência de dois conflitos armados mundiais no século XX, a partir do qual surge a
consciência do valor de patrimônio dos documentos e a necessidade de preserva-los,
diante da destruição produzidas pelas guerras.
2 Metodologia
Em relação à metodologia, trata-se de um estudo exploratório com enfoque
qualitativo, baseando-se na pesquisa bibliográfica e na reflexão sobre o tema a partir da
experiência profissional e participação em eventos nacionais e internacionais da área.
A literatura estudada foi levantada e selecionada a partir do recorte de estudos sobre
patrimônio bibliográfico e documental, com enfoque para patrimônio bibliográfico. Para a
pesquisa foram utilizados os termos específicos em português e inglês (patrimônio
bibliográfico, patrimônio documental, bibliographical heritage, documentary heritage) em
bancos de dados nacionais e internacionais. De uma forma geral, a literatura é recente, tendo
sido a maior parte dos artigos localizados publicados no século 21.
3 Literatura sobre patrimônio bibliográfico
Devido à importância e repercussão do Programa Memória do Mundo (Memory of the
World - MoW), da UNESCO, para a preservação do patrimônio documental, parte dos
trabalhos localizados versam sobre relatos de projetos e coleções incluídas no Programa. A
título exemplificativo, segue breve apresentação de alguns textos:
Blanco (2002) e Vannini (2004) apresentam o trabalho do Comitê Regional do Programa
Memória do Mundo para América Latina e Caribe e as principais coleções latinoamericanas inclusas no Programa;
Palomino Londoño (2004) trata da experiência da Biblioteca Pública Piloto de Medellin
para a América Latina;
�Sinay (2004) trata das bibliotecas chilenas durante a ditadura e o processo de recuperação
de arquivos de direitos humanos;
Fernández de Zamora (2009) traz uma discussão do Programa e relata uma experiência
mexicana voltada para o patrimônio bibliográfico, e (2013) traça um panorama histórico
do Programa;
Zaimovic e Stancic (2013) analisam a participação da Bósnia e Herzegovina e Croácia no
Programa;
Outro eixo da literatura volta-se para os estudos sobre patrimônio bibliográfico, sejam
conceituais, sejam voltados para sua identificação, preservação e gestão nas instituições:
Moralejo Álvares (1998) inicia a análise do patrimônio bibliográfico em universidades
espanholas, e (2002-2003) discute o patrimônio bibliográfico e documental na região de
Aragón;
Osório Antas de Barros e Villén Rueda (2007) discutem o papel das novas tecnologias na
valorização da memória escrita constituída pelas bibliotecas universitárias espanholas;
Pedraza Gracia (2010) analisa a responsabilidade social e jurídica diante do patrimônio
bibliográfico, e em (2014) faz reflexões sobre bibliotecas históricas ou patrimoniais como
novo paradigma de serviços de informação;
Palma Peña (2011) discute os conceitos de patrimônio bibliográfico e documental e faz
uma análise em relação aos direitos culturais, e (2013) analisa os conceitos e legislação
relativos ao patrimônio cultural e ao patrimônio bibliográfico e documental;
Varella-Orol (2014) analisa a legislação e práticas de bibliotecas espanholas em relação ao
patrimônio bibliográfico;
Jaramillo e Marín-Agudelo (2014) analisam o patrimônio bibliográfico em bibliotecas
públicas da Colômbia;
Rodrigo (2015) retrata a questão do patrimônio bibliográfico nas bibliotecas públicas da
Catalunha.
Os autores espanhóis e mexicanos consultados destacam-se pelo nível de reflexão a
respeito do patrimônio bibliográfico, da função social deste patrimônio, o papel das
bibliotecas e bibliotecários e a educação patrimonial.
�3.1 O conceito do patrimônio bibliográfico e documental na literatura
Primeiramente, a respeito do conceito de patrimônio bibliográfico, observa-se a sua
utilização na literatura frequentemente associado ao patrimônio documental:
Queda fuera de toda duda que constituyen el patrimonio bibliográfico las piezas del
fondo antíguo, los manuscritos antigos, todos ellos piezas únicas y fuentes
históricas, literárias, o jurídicas; los incunables e impresos antigos, obras raras e
incluso únicas por las características de la imprenta manual, com ilustraciones,
miniaturas, dibujos, grabados, mapas; los propios suportes, pergaminho, vitela,
papeles de procedencia diversa, las encuadernaciones, etc. Pero la consideración de
patrimônio se extiende a otras obras: manuscritos modernos, autógrafos, originales
literários, ediciones príncipes, ediciones de bibliófilo, fac-símiles, encuadernaciones
artísticas, obras de tirada mui limitada, literatura gris, publicaciones de carácter
efímero, las generadas por la propia universidad, y otras que pueden llegar a ser
raras y cuya conservación es importante. (MORALEJO ÁLVAREZ, 1998, p.228)
[...] consideramos que constituyen el patrimonio bibliográfico y documental
turolense:
- los documentos, manuscritos y impresos, ejecutados em Teruel, se encuentren em
Teruel o no.
- la producción manuscrita e impresa de los turolenses sobre cualquier matéria.
- los documentos manuscritos e impresos que traten de Teruel bajo cualquier
aspecto.
- los fondos documentales y bibliográficos que em algón momento han formado
parte de coleciones turolenses.
- todos los fondos documentales y bibliográficos que actualmente se hallan en
coleciones de Teruel. (MORALEJO ALVARES, 2002, p.30)
[...] el patrimonio bibliográfico y documental pude pensarse como: aquéllas
expresiones artísticas, históricas, culturales, folklóricas, educativas, intelectuales,
científicas, entre otras, que han sido producidas para ser testigo fiel del desarollo de
las sociedades; que a su vez, han sido objetivadas en manuscritos, impresos, médios
audiovisuales, documentos electrónicos, etc, cuya finalidade es almacenar,
transmitir, preservar, conservar, comunicar y difundir la suma de conocimentos.
(PALMA PEÑA, 2011, p.294)
El patrimonio bibliográfico, como parte integrante del patrimonio documental, está
conformado
por
um
tipo
de
documento
con
características
propias,
fundamentalmente determinado pos su información de carácter bibliográfico, lo que
significa que es produto de un proceso de edición, reproducido en escala y con fines
de distribución o comercializació; además, creado por voluntad e intencionalidad del
autor, em cualquier época; este tipo de patrimonio, historicamente ha sido
�conservado y organizado por las bibliotecas. (JARAMILLO; MARÍN-AGUDELO,
2014, p.428)
El patrimonio documental es uma c o n s t r u c c i ó n s o c i o - c u l t u r a l , p u e s
e s t á asociada a la percepción del paso del t i e m p o y d e l a n e c e s i d a d
d e r e t e n e r l o materialmente a través de documentos q u e f i j a n y
registran
acontecimientos
del
pasado
que
necesitan
ser
r e c o r d a d o s por la significación social que disponen. Son precisamente en estas
construcciones s o c i o c u l t u r a l e s e n l a s q u e s e b a s a n y sustenta y se
construye y se reconstruye la Memoria Colectiva y con ella la identidad cultural. Es
en todo este escenario donde intervienen las Ciencias de la Información dándole
tratamiento a mencionadas construcciones socioculturales en forma de documentos.
Son las Ciencias de la Información las que buscan el camino, los medios, las
mejores prácticas para tratar, preservar y difundir dichas construcciones. (DORADO
SANTANA; HERNÁNDEZ GALÁN, 2015, p.33)
Fugindo à ocorrência do binômio bibliográfico e documental, destaca-se a definição de
Jaramillo e Marin-Agudelo, voltando-se especificamente para o patrimônio bibliográfico:
Siendo el libro la máxima expresión del patrimonio bibliográfico, el interés de éste
no sólo radica em su sentido textual, sino también en los aspectos relativos a la
creación, procedencia y usos que la comunidade hace de ellos, ya que han
acompañado en su desarrollo a las sociedades e impulsado la conformación de las
identidades nacionales, convirtiéndose en fieles testemonios de la memoria histórica
y colectiva. (JARAMILLO; MARÍN-AGUDELO, 2014, p.428)
No âmbito internacional, há a consolidação do conceito de patrimônio documental, e
de documento, a partir da Recomendação da UNESCO relativa à preservação e acesso ao
patrimônio documental, de 17/11/2015:
[...] se entenderá por documento un objeto con contenido informativo analógico o
digital y el soporte en el que se consigne. Un documento puede preservarse y es,
normalmente, un bien mueble. El contenido podrán ser signos o códigos (por
ejemplo, texto), imágenes (fijas o en movimiento) y sonidos susceptibles de ser
copiados o migrados. El soporte puede tener propiedades estéticas, culturales o
técnicas de importancia. La relación entre el contenido y el soporte puede ser desde
accesoria hasta esencial.
El patrimonio documental comprende los documentos o grupos de documentos de
valor significativo y duradero para una comunidad, una cultura, un país o para la
humanidad en general, y cuyo deterioro o pérdida supondrían un empobrecimiento
perjudicial. Es posible que el carácter significativo de este patrimonio solamente se
evidencie con el paso del tiempo. El patrimonio documental del mundo tiene una
importancia global y es responsabilidad de todos, y debería ser plenamente
preservado y protegido para todos, teniendo debidamente en cuenta y reconociendo
�los hábitos y prácticas culturales. Debería ser accesible para todos y reutilizable de
manera permanente y sin obstáculos. Es un medio para entender la historia social,
política y colectiva, así como personal, y puede contribuir a constituir la base de la
buena gobernanza y el desarrollo sostenible. Para cada Estado, su patrimonio
documental refleja su memoria e identidad y contribuye así a determinar su lugar en
la comunidad mundial.
Las instituciones encargadas de la memoria pueden ser, entre otras, archivos,
bibliotecas, museos y otras organizaciones educativas, culturales y de investigación.
(UNESCO, 2015, grifo nosso)
4 O papel do bibliotecário e das bibliotecas
Os bibliotecários são os principais responsáveis da memória documental depositada
nas bibliotecas, e deverão adquirir o compromisso de empreender diversas atividades com
enfoque educativo formal e não formal, impulsionar o acesso à informação, propugnar para o
valor da vivencia sobre o patrimônio, entre outras, com a finalidade de promover a tomada de
consciência por parte dos cidadãos. As bibliotecas são de suma importância para a
preservação do patrimônio documental e para os direitos sociais e culturais, seja pelos fins
sociais que lhe são historicamente atribuídos, seja porque constituem elementos sociais que
formam e informam através de recursos e serviços para acesso, difusão e fruição desse
patrimônio (PALMA PEÑA, 2011, p.308-309, 2014, p.45).
Diante desta responsabilidade, espera-se dos bibliotecários uma sólida formação
humanista. Contundente, Garcia (2005) discute a supressão do caráter humanista na formação
profissional do bibliotecário no México, gerando uma capacitação debilitada para a
identificação e tratamento dos acervos raros e antigos como patrimônio bibliográfico e
documental, colocando esses acervos em risco, à mercê de saques e deterioração:
México tiene un vasto patrimonio documental que actualmente se encuentra em
permanente riesgo de pérdida. Esta situación se mantendrá mientras el bibliotecario
ni siquiera conozca las características de un fondo antiguo ni mucho menos los
elementos que lo distinguen como patrimonio cultural. Esta imperdonable ausência
de conocimiento en la formación profesional ha posibilitado que en ocasiones sean
los propios bibliotecarios quienes favorecen la pérdida patrimonial y a su vez que la
los propios bibliotecarios quienes favorecen la pérdida patrimonial y a su vez que la
opinión de otras disciplinas humanísticas sobre la bibliotecología sea muy poco
favorable. No hay que olvidar que la falta de conocimiento genera ignorancia,
desidia y negligencia en la custodia de bienes patrimoniales. (GARCIA, 2005, p.
172)
�Para Carter (2004, p.34), a educação patrimonial pode ser considerada uma das novas
áreas em que o bibliotecário, identificado com as questões de memória e patrimônio históricocultural, pode atuar. Adotando uma postura diferenciada em virtude da experiência
profissional e trazendo as colocações de Garcia (2005), a educação patrimonial não deveria
ser vista como área de atuação recente ou nova, mas parte inerente do trabalho do
bibliotecário, pelo cunho humanista que faz parte de seu juramento profissional. Entretanto,
não se observa uma atuação evidente, destacada, proativa do profissional bibliotecário em
relação ao patrimônio bibliográfico e documental, e, registre-se, tem sido realizada por
profissionais de outras áreas, de forma competente, como historiadores.
5 Patrimônio bibliográfico e documental em bibliotecas universitárias
A literatura traz vários aspectos da gestão de patrimônio bibliográfico e documental
em bibliotecas universitárias. Embora a maior parte dos textos refira-se a bibliotecas
estrangeiras, o mesmo pode ser observado ou aplicado às bibliotecas universitárias brasileiras.
Na pesquisa de Moralejo Alvarez (1998) podem ser ressaltados diversos pontos
referentes à política e gestão do patrimônio bibliográfico:
Não existia à época, de fato, uma política universitária para patrimônio bibliográfico;
Algumas bibliotecas de universidades não dedicavam atenção especial às suas coleções,
outras não tinham consciência da dimensão e da responsabilidade patrimonial que suas
coleções demandavam;
O tratamento de suas coleções estava atrasado ou incompleto devido à falta de recursos
humanos para o trabalho com a formação exigida;
Faltava material de referência adequado para o tratamento de coleções antigas e especiais
em algumas bibliotecas (hoje há muito material de qualidade disponível online);
Bibliotecas de universidades históricas em geral não se preocupavam em formar ou
enriquecer seu acervo bibliográfico antigo já volumoso, mas bibliotecas mais novas
apresentavam interesse em adquirir patrimônio bibliográfico (talvez como forma de
valorizar seus acervos);
Importância do projeto de catalogo coletivo de patrimônio bibliográfico espanhol, apesar
da baixa participação de bibliotecas universitárias;
�Uma referencia merece destacada importância e requer a máxima atenção é o patrimônio
bibliográfico futuro, que traz maior problemática que os fundos antigos porque incluem
documentos que não são importantes desde sua aparição mas possuem certas características
especiais como tiragem reduzida, circulação limitada, folhas soltas, manuscritos, originais de
autores, correspondência (MORALEJO ÁLVAREZ, 2002, p. 49).
Da mesma forma Varela-Orol (2014, p.11,13,14) chama a atenção que os critérios de
patrimonialização das bibliotecas universitárias incluem aqueles tradicionais como
antiguidade, valor e escassez de exemplares mas deixam de contemplar seu acervo local,
considerado na maior parte das vezes como o fundo emanado da própria instituição ou
resultante de depósito legal. Menciona ainda a ausência de indicação de preservação das
coleções de publicações periódicas cientificas, objeto de investimento de parte significativa
de seu orçamento e traduzem um elo entre a produção cientifica da universidade e a
comunidade científica internacional.
Tal como descrito por Osório Antas de Barros e Villén Rueda (2007, p. 302) em
relação às bibliotecas universitárias e de pesquisa europeias, as bibliotecas universitárias
brasileiras também conservam coleções de obras raras e acervos em suportes diversificados,
importantes em termos quantitativos e qualitativos, que acumulam a história do pensamento
nacional em diferentes períodos, ajudando a constituir uma memória escrita nacional.
No Brasil, uma iniciativa bastante recente é a da Universidade de São Paulo que
manifestou preocupação com seu patrimônio cultural, através de sua Carta Patrimonial,
incluindo os acervos bibliográficos.
3. Os bens culturais universitários incluem, mas não se limitam, a manifestações e
referências culturais de estudantes, professores, funcionários da Universidade, bem
como da sociedade a ela externa, como festas, lugares, paisagens e celebrações;
rotinas, práticas, modos de fazer, de criar e tradições acadêmicas; acervos de
natureza arquivística, museológica e bibliográfica; espaços, sítios e conjuntos
arquitetônicos e urbanísticos; lugares de memória e consciência e paisagens.
(UNIVERSIDADE..., 2017; CAMARGO, 2017).
6 Conclusões e perspectivas
A prática profissional bibliotecária em bibliotecas universitárias no Brasil precisa
incorporar de imediato conscientização e ações de valorização e salvaguarda do patrimônio
bibliográfico e documental.
�Ao se falar em patrimônio bibliográfico, é feita referência imediata a acervos de obras
raras, coleções ou bibliotecas históricas. Embora o patrimônio bibliográfico e documental
inclua necessariamente este tipo de material, é imprescindível ressaltar que não se restringe a
fundos raros e antigos, antes inclui os acervos locais, o patrimônio bibliográfico futuro, as
coleções periódicas, a literatura cinzenta, em suporte físico ou digital. Lembre-se que no
Brasil muitas bibliotecas universitárias funcionaram informalmente ou funcionam como
bibliotecas depositárias da Universidade, da Faculdade, da região ou localidade, da área de
conhecimento.
A identificação desses acervos e coleções é o passo inicial e essencial para sua
patrimonialização e requer a visão humanista que se espera dos bibliotecários e bibliotecas. A
discussão de critérios de identificação já encontra representantes em diversas iniciativas de
bibliotecas públicas e universitárias brasileiras, para processos de digitalização ou de acervo
raro, mas há necessidade de sistematizar princípios e metodologia referente ao patrimônio
bibliográfico e documental nas bibliotecas universitárias.
Uma ressalva é que a preservação de patrimônio se realiza em diversos níveis, ou
aspectos. No aspecto material, estão os programas de preservação, conservação, restauração, e
os projetos de digitalização, formação de bibliotecas digitais e repositórios institucionais. A
conservação física e disponibilização digital atendem à preservação material do patrimônio e
à difusão de seu acesso.
Outro nível de preservação do patrimônio bibliográfico e documental é o imaterial,
intelectual, de construção de sentido das coleções e acervos. Neste nível os documentos são
objeto de ressignificação para além da sua finalidade de estudo e pesquisa, e atingem o status
de patrimônio como expressão da história local ou institucional. O cadastramento de livros e
coleções com o detalhamento previsto na bibliografia material, a elaboração de catálogos e
exposições temáticas evidenciando o relacionamento com outras coleções de memória, a
geração de conhecimento através de linhas de pesquisa sobre o acervo bibliográfico são
exemplos de ações para recuperação ou reconstituição de identidade desses documentos e
coleções enquanto patrimônio bibliográfico e documental.
Para este processo de construção de sentido, a formação humanista do bibliotecário é
vital. Por isso requer avanços na reflexão no âmbito da educação formal e continuada, e das
práticas profissionais, sem se restringir aos aspectos tecnicistas e tecnológicos da profissão, e
resgatando para o profissional bibliotecário seu espaço como pesquisador e estudioso.
�Esta atuação deve ser prontamente articulada com outras ações, programas ou projetos
de patrimônio cultural, dentro da Universidade ou fora dela. A articulação permitirá a inserção
e o reconhecimento do patrimônio bibliográfico e documental junto às demais expressões de
patrimônio cultural.
A missão de guardiã e promotora de patrimônio bibliográfico e documental, e de
espaço privilegiado de memória, não se limitando a um papel utilitarista, precisa ser
recuperada pelas bibliotecas universitárias brasileiras, e constituir um eixo permanente de
trabalho, não apenas uma ação eventual.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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Evento
Coverage
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Patrimônio bibliográfico e documental : o papel da bibliotecas universitárias.
Creator
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Beffa, Maria Lucia; Napoleone, Luciana Maria
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas universitárias são guardiãs e promotoras de uma expressão do patrimônio cultural, o patrimônio bibliográfico e documental. Os profissionais precisam resgatar o caráter humanista na formação para identificar e preservar o patrimônio bibliográfico e documental e atuar numa área que é inerente à competência do bibliotecário. O próprio conceito de patrimônio bibliográfico ainda não é específico mesmo pelos autores que estudam o patrimônio bibliográfico, geralmente associado ao patrimônio documental. A literatura que trata do assunto é relativamente recente. Normalmente quando o assunto é abordado está pautado nas coleções raras ou valiosas, porém a questão deve ser analisada de forma mais ampla. O tema requer para estabelecer uma base teórica que permita uma política em latu sensu, partindo dos conceitos tradicionais e reconhecendo a função social desse patrimônio, e criando princípios e metodologia nas bibliotecas universitárias.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
OS ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA E SUAS COMPETÊNCIAS NO USO
DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
BIBLIOTECONOMIC STUDENTS AND THEIR COMPETENCES IN THE USE OF
INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES
Resumo: As tecnologias de informação e comunicação dentro da academia. Pesquisa sobre as
competências digitais dos alunos do Curso de Biblioteconomia, da Universidade Federal do
Maranhão. Objetiva investigar o uso e frequência das TIC como ferramentas de estudo e
pesquisa pelos discentes do Curso de Biblioteconomia da UFMA. Trata-se de uma pesquisa
de natureza descritiva, que consiste na interpretação de informações obtidas com abordagem
quantitativa e coleta de dados realizada por meio de um questionário, com perguntas de
múltipla escolha, aplicados através da plataforma Google Forms. Os resultados evidenciaram
que os alunos pesquisados possuem habilidades no uso do computador, da internet e das
demais ferramentas, canalizando-as, muitas vezes, para o estudo e pesquisa.
Palavras-chave: Tecnologias de Informação e Comunicação. Competência Tecnológica.
Biblioteconomia.
Abstract: Information and communication technologies within the academy. Research on the
digital competences of the students of the Library Science Course, Federal University of
Maranhão. It aims to investigate the use and frequency of ICT as tools of study and research
by the students of the UFMA Librarianship Course. It is a descriptive research, consisting of
the interpretation of information obtained with a quantitative-qualitative approach, and data
collection through a questionnaire, with multiple choice questions, applied through the
Google Forms platform. The results showed that the studied students have skills with the
computer, the internet and other tools that are often channeled to study and research.
Keywords: Information and Communication Technologies. Technological Competence.
Librarianship.
INTRODUÇÃO
A sociedade, na sua história, passa por várias mudanças. Muitas delas foram
intensificadas pela expansão das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC). Em uma
escala evolutiva, da linguagem oral, forma mais antiga de expressão, passou-se para a
�linguagem escrita, onde a presença do autor não se faz necessária no momento da leitura, e,
seguidamente, para a linguagem digital, que favorece a mudança na forma de acesso e troca
da informação (KENSKI, 2012).
colidem e causam conflitos em diferentes espaços. Para o autor, a primeira onda corresponde
à sociedade agrária, onde o capital era concentrado na terra e no que dela vinha. Nessa onda, o
conhecimento e a cultura eram acumulados a partir de experiências vividas e por transmissão
dos mais velhos. Na sociedade industrial, que corresponde à segunda onda, a memória social
se expandia e transcendia os limites mentais do indivíduo, sobretudo com o surgimento das
novas formas de armazenamento informacionais. Já a terceira onda, que faz referência à
sociedade da informação, considera que os que dela dispõem são aqueles que atingirão,
diretamente, o setor produtivo (TOFFLER, 1980).
sociólogo David Bell, possui relação direta com a sociedade do conhecimento, ou sociedade
do saber. De acordo com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura,
incorpora uma concepção mais ampla e não se restringe apenas à concepção econômica
(UNESCO, 2016).
De forma paralela, têm-se as revoluções da informação e comunicação, sendo a
primeira delas a escrita, seguida da imprensa e, posteriormente, da internet. A criação do
alfabeto (manuscrito) e a invenção da imprensa ampliaram a capacidade física de
disseminação da informação registrada, e a internet favoreceu a capacidade mental de
transformação da informação em conhecimento (SILVEIRA, 2001). Assim, a web permitiu a
transformação da comunicação, tornando-a massificada, interativa e colaborativa.
Nos últimos anos, as tecnologias digitais ganharam espaço promovendo crescimento
de dispositivos móveis, como tablets, smartphones, entre outros. Estes, por sua vez,
possibilitam um acesso maior à internet e, consequentemente, à produção de conteúdo,
completando o ciclo informacional da atualidade.
Nessa perspectiva, as TIC agem diretamente na sociedade, alterando as relações de
tempo e espaço, agilizando a comunicação e agregando novas redes informacionais como
ferramentas de estudo e pesquisa. O interesse em estudar a temática junto aos estudantes de
Biblioteconomia e suas competências no uso das tecnologias de informação e comunicação,
efetivou-se pelo cenário presente no cotidiano acadêmico, do qual fazem parte as
pesquisadoras.
A partir das proposições relatadas, percebe-se a necessidade de considerar o discente
�no que se refere às competências no uso das tecnologias digitais como ferramenta de estudo e
pesquisa. Assim, considerando o argumento referido, questionacomo ferramentas de pesquisa e estudo pelos alunos do Curso de Biblioteconomia da
Diante dessa inquietação, a pesquisa tem por objetivo geral investigar o uso e a
frequência das TIC como ferramentas de estudo e pesquisa pelos discentes do Curso de
Biblioteconomia da UFMA. Propõem-se, ainda, como objetivos específicos:
- Identificar o perfil dos discentes da disciplina Representação Descritiva II do Curso
de Biblioteconomia da UFMA;
- Verificar quais são e qual a frequência das TIC utilizadas pelos discentes do Curso
de Biblioteconomia da UFMA;
- Analisar a relação do uso das TIC com atividades acadêmicas pelos discentes do
Curso de Biblioteconomia da UFMA.
De forma a contextualizar o estudo em questão, serão apresentadas a seguir algumas
considerações sobre as TIC na sociedade e na formação discente.
2 AS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO, E A EDUCAÇÃO
É perceptível a demanda que se estabelece para a capacitação e instrução no uso das
TIC, movimento que gera oportunidades para os mais habilitados e, ao mesmo tempo,
contemporâneo apresenta, entre outras características, as do crescimento acelerado, maior
ucação é a melhor
alternativa para minimizar tal distanciamento.
As tecnologias sempre estiveram presentes na sociedade, cada uma à sua maneira,
tendo em vista que a tecnologia atual é oriunda de tecnologias já existentes (KENSKI, 2012).
Então, de forma dinâmica, as tecnologias foram se aprimorando a partir das necessidades
sociais, as quais, ao mesmo tempo, modificam a sociedade e geram novas informações. Por
consequência, novas tecnologias ocasionam novas mudanças sociais e assim sucessivamente.
Nesse contexto, pode-se dizer que os impactos da tecnologia da informação atingem o
indivíduo e a sociedade de diversas formas, em particular na educação e na qualificação da
mão de obra.
Sobre a educação, pode-se dizer que a utilização das novas tecnologias da informação
facilita, cada vez mais, a aprendizagem, fornece melhores oportunidades de conhecimento
especializado e capacita o estudante à proporção que, através do uso da internet, tem à sua
�disposição um grande número de provedores, com milhares de arquivos que poderão ser
pesquisados, além de outros instrumentos, como os livros eletrônicos - livros, anais,
enciclopédias, etc., que se reúnem à grafia, à fonologia e ao movimento -, tornando o estudo
mais atraente.
A competência digital é a capacidade de utilizar tecnologias digitais na resolução de
problemas do cotidiano. No campo acadêmico, essa competência refere-se ao uso das TIC
para o ensino, estudo e pesquisa, a partir da avaliação daquela que mais se adequa à situação.
O ambiente virtual de aprendizado (AVA), por exemplo, associado ao modelo tradicional,
caracteriza de forma híbrida o processo de ensino e aprendizagem, o que exige do estudante
competências e habilidades diante dessas ferramentas.
Híbrido significa misturado, mesclado, blended. A educação sempre foi misturada,
híbrida, sempre combinou vários espaços, tempos, atividades, metodologias,
públicos. Agora esse processo, com a mobilidade e a conectividade, é muito mais
perceptível, amplo e profundo: trata-se de um ecossistema mais aberto e criativo
(BACICH; MORAN, 2015, p. 1).
Não se pode negar que o uso dos recursos das novas tecnologias da informação na
educação proporciona uma formação mais completa do indivíduo, de forma que este
desenvolva melhor suas habilidades e competências no uso da
tecnologia deve abrir novas perspectivas à prática educativa, deve ser utilizada para fomentar
competência do indivíduo está diretamente relacionada à educação e à assimilação
tecnológica, visando maior igualdade entre os cidadãos e passando pelo sistema educacional.
O estudante que não souber manusear minimamente as TIC estará, cada vez mais,
afastado do campo de trabalho que a sociedade da informação impõe. A educação vem,
portanto, superar obstáculos, ou seja, impeditivos para o desenvolvimento das competências
no manuseio das TIC.
Diante do exposto, são consideradas TIC, segundo Marinho (2010), as seguintes
ferramentas:
- Computadores pessoais, impressoras, câmeras de vídeo, CDs e DVDs, discos rígidos,
HDs (interno e externo), cartões de memória e pendrives;
- Celulares, smartphones, tablets, notebooks;
- TV a cabo;
- Correio eletrônico, lista de discussão, lista de grupos;
�- Internet, word wide web, streaming, podcasting, scanners, fotografia, vídeo, cinema
e rádio no formato digital;
- Tecnologias de acesso remoto como wifi, wi-
.
Na sociedade contemporânea, as formas de comunicação, aprendizagem e demais
relações sociais são potencializadas pelas conexões entre o físico e o virtual, gerando novas
formas de aprendizagem.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia empregada para responder à questão de pesquisa corresponde a uma
abordagem descritiva, que se configura pela descrição de determinada população ou
fenômeno, estabelecendo relações entre as suas variáveis (GIL, 2010). Quanto à natureza, a
pesquisa possui natureza quantitativa, desenvolvida com os alunos do curso de
Biblioteconomia da UFMA devidamente matriculados. Desse modo, os dados obtidos de
forma estatística estão sujeitos às análises subjetivas (FIGUEIREDO; SOUZA, 2011).
Primeiramente foi elaborado um questionário com perguntas de múltipla escolha
relacionadas ao objeto de investigação, em dois blocos diferentes. O primeiro bloco pontua o
perfil dos estudantes e o segundo sinaliza o uso e a frequência das TIC pelos alunos
investigados.
A aplicação do questionário se efetivou por meio do Google Forms, que integra um
pacote de ferramentas fornecido gratuitamente pela plataforma Google. Tal instrumento gera
formulários que permitem a coleta e organização de informações em grandes ou pequenas
quantidades. Os resultados podem ser visualizados em gráficos e planilhas, otimizando a
análise dos dados. O link originado a partir da criação do formulário foi compartilhado com os
respondentes, via rede social (WhatsApp) e e-mail, o que proporcionou uma pré-avaliação das
competências no uso das tecnologias digitais dos sujeitos investigados.
O lócus da pesquisa foi a Universidade Federal do Maranhão, instituição pública de
ensino superior, localizada no estado do Maranhão, instituída pelo Governo Federal nos
termos da Lei nº 5.152, de 21 de outubro de 1966 (UFMA, 2017). Participaram da pesquisa os
alunos matriculados na disciplina Representação Descritiva II, do primeiro semestre de 2017,
do curso de Biblioteconomia da UFMA.
4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Atendendo à proposta deste estudo, a análise dos resultados foi feita a partir do objetivo
geral, que é investigar sobre o uso e a frequência das TIC como ferramentas de pesquisa e
�estudo pelos alunos do curso de Biblioteconomia da UFMA. O questionário foi destinado a
100% dos alunos inscritos na disciplina Representação Descritiva II, dos quais 77%
responderam.
Quanto ao perfil dos respondentes, buscou-se analisar o gênero, a idade, o período
cursado e se os mesmos eram estudantes regulares, ou seja, se eram alunos que ingressaram
legalmente na universidade e estavam devidamente matriculados em um curso de graduação.
Constatou-se que 84% são do gênero feminino e 16% do gênero masculino, o que mostra uma
predominância feminina na amostra da pesquisa, reflexo da área das ciências sociais já
apontada na literatura. Com relação à idade, a pesquisa demonstrou que 38% dos
respondentes estavam na faixa etária entre os 20 e 26 anos, e 31% entre as idades de 32 e 38
anos e na faixa etária dos 46 e 56 anos, o que significa que a maior parte dos discentes é de
uma geração mais nova. Por isso, presume-se que esses alunos tenham mais aptidão e
habilidade no manuseio das TIC.
No que tange ao período cursado, 76% dos alunos eram do 6º período, levando em
consideração que esse é o período determinado para a oferta da disciplina Representação
Descritiva II. Somente 24% dos respondentes eram do 7º período, isto é, a maioria dos alunos
estava cursando o período compatível com a oferta da disciplina. No que se refere aos
discentes como estudantes regulares, 92% afirmaram que são alunos regulares, ou seja,
ingressaram e estão matriculados regularmente no curso.
Os dados obtidos por meio das questões que compõem o segundo bloco trouxeram
indícios que permitem tecer um panorama da utilização das TIC pelos discentes. Com relação
à frequência de utilização do computador, a maioria (67%) atesta utilizar o computador uma
ou mais vezes ao dia, seguido de 25% que utilizam duas ou três vezes por semana e de 8%
que usam com menos frequência. O uso descontínuo do computador não foi demonstrado por
nenhum dos alunos.
Quando inqueridos sobre o local que costumam utilizar o computador, os alunos
declararam que o local com maior frequência de uso é a universidade, seguido de suas casas e,
posteriormente, do ambiente de trabalho (67%, 58% e 33%, respectivamente). Os locais
públicos, sejam pagos ou gratuitos, não ultrapassaram a margem de 24%. Cabe esclarecer que
essa questão poderia ter mais de uma resposta. Ainda sobre o uso do computador, 67% dos
alunos afirmaram possuir computador em casa.
A alta frequência da utilização do computador demonstrada pelos respondentes reitera
a prática da sociedade da informação, onde essa ferramenta está inserida no cotidiano das
pessoas, já que os computadores possibilitam a realização de diversas atividades acadêmicas,
�a exemplo do editor de texto, programas de apresentação e de análise estatística, entre outros.
diferentes modalidades de uso do computador mostram que esta tecnologia pode ser bastante
útil no processo de ensino-aprendiz
Os locais de maior incidência do uso do computador pelos entrevistados, como
universidades e casas, refletem a disponibilidade das máquinas nos laboratórios de
informática, o acesso livre à internet (wifi na UFMA) e, ainda, a necessidade de otimização do
tempo nos intervalos entre as aulas e as demais atividades do dia a dia, como estágios não
obrigatórios, empregos, etc. Ao utilizarem essa ferramenta em casa, validam-se o aumento do
poder de compra nos lares brasileiros e o barateamento de mercado desses equipamentos nos
últimos anos.
No que diz respeito ao acesso à internet, 100% dos respondentes alegaram acessá-la a
partir de múltiplos suportes, dos quais destacam-se o celular com 83%, o computador e
notebook com 75% e 58%, respectivamente, e o tablet com 25%. A maioria dos discentes
(91%) afirmou possuir internet em casa.
O alto índice de utilização da internet pelos alunos revela como ela está inserida nos
diversos segmentos sociais, inclusive na educação, como relata Ruediger
Brasil, apresenta índices semelhantes ao de países desenvolvidos, em termos absolutos do
mais utilizado para
acessar a internet, seguido do computador e do notebook. Isso se deve ao fato de os celulares
-DA-COSTA, 2004, p. 166) ampliaram suas funções nos últimos
as possibilidades de autonomia
individual na medida em que não há mais a necessidade de se estar em algum lugar
-DA-COSTA, 2004,
p. 167).
Mais de 67% dos alunos utilizam com maior frequência a internet para enviar e
receber e-mail; usar navegadores, como Google, Bing, etc.; interagir em redes sociais, como
Facebook, WhatsApp e para atividades de educação e ensino. Do total, 50% dos respondentes
alegaram usar a internet para acessar sites sobre livros ou temas literários. Em menor escala,
ou seja, menos de 50% têm acesso à pesquisa em base de dados; leitura de jornal e revista;
sites com salas de bate-papo, os chats; compartilhamento de post, fórum; leitura e edição de
blogs; Skype e oficina Moodle.
As competências digitais acadêmicas são aquelas em que o uso das TIC está
�diretamente relacionado ao estudo, pesquisa e ensino. Sobre isso, os respondentes desta
pesquisa afirmam utilizar, em sua maioria, o editor de texto (Word) e o celular, seguido do
laboratório de informática e dos programas de apresentação, como Power Point. A baixa
frequência está atrelada ao uso de programas de análise estatística, videoconferências e
projetor multimídia. O gráfico a seguir ilustra esse uso:
Gráfico 1
Competências digitais acadêmicas
Fonte: as autoras.
Enviar e receber e-mails, acessar as redes sociais e buscar conteúdos educacionais são
as ações mais praticadas pelos alunos na internet. Tal dado enfatiza a integração dos serviços
da internet com o cotidiano dos alunos, incluindo a universidade. Ademais, essas ferramentas
e colaborativamente, não só através de pesquisa livre ou estruturada, mas também como meio
par
revelação propõe uma reflexão sobre a necessidade de aprofundamento da pesquisa no que se
refere ao nível de apropriação dessas TIC enquanto instrumentos de aprendizagem.
Quando questionados sobre a existência de dificuldades na utilização das tecnologias
digitais, apenas 33% dos alunos disseram existir e o restante afirmou que não encontrou
dificuldade no uso dessas tecnologias, validando a afirmação anterior em relação à faixa etária
entre os 20 e 26 anos, uma vez que ela é mais comum entre os discentes. Por esse motivo,
apenas uma minoria relatou que possui dificuldade, ou seja, que não domina essas
ferramentas.
�No entanto, é imprescindível ficar atento quanto à necessidade de orientar aqueles que
não dominam as TIC e estimular o aprimoramento daqueles que possuem habilidades para
manuseá-las, principalmente porque a web está em constante evolução. Com a web surge a
necessidade de adquirir novas competências no uso dessas ferramentas e possibilita a sua
agregação ao processo de ensino e aprendizagem como recursos de estudo e pesquisa.
5 CONCLUSÃO
O uso das tecnologias digitais está presente em diferentes espaços da sociedade atual,
entre eles as instituições de ensino. Os alunos da disciplina Representação Descritiva II do
curso de Biblioteconomia da UFMA, aqui pesquisados, apontam para o uso contínuo do
computador e da internet nas atividades de estudo e pesquisa.
Diante disso, parte-se para exposição dos resultados encontrados neste estudo, tendo
em vista os objetivos propostos:
- Quanto ao objetivo identificar o perfil dos discentes, percebe-se que os alunos têm
um perfil tecnológico quando fazem uso das TIC em diferentes ambientes, agregando-as à sua
formação discente, ou seja, no uso concreto de estudo e pesquisas;
- No que tange ao segundo objetivo, acerca de quais são e qual a frequência das TIC
utilizadas pelos alunos, observa-se que as tecnologias mais usadas na prática são o celular, o
computador e o notebook. Esse resultado alinha-se ao perfil dos discentes pesquisados e
configurados como nativo digitais;
- Sobre a competência digital caracterizada pela relação do uso das TIC com
atividades acadêmicas pelos discentes, terceiro objetivo, a maioria dos alunos parece entender
que as TIC contribuem de forma direta para a sua formação acadêmica.
Vale ressaltar que, embora poucos tenham demonstrado dificuldades em utilizar essas
ferramentas, sugere-se que haja criação de mecanismos que apresentem suportes e os auxiliem
quanto à superação dos obstáculos assinalados. Ressalta-se, também, a necessidade de
aprofundamento de pesquisas que ampliem o uso das tecnologias digitais aplicadas
diretamente ao ensino e à pesquisa, em especial no contexto da Biblioteconomia e da Ciência
da Informação.
REFERÊNCIAS
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híbrida. Revista Pátio, Porto Alegre, v. 1, n. 25, p.45-47, jun. 2015. Disponível em:
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sociedade do conhecimento: cinco anos depois da conferência
mundial sobre educação superior. Brasília: UNESCO, 2008. 44 p. Disponível em: <
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dos recursos e ferramentas online aos LMS. Revista de Ciências da Educação, São Paulo, n.
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<https://repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/7142/1/sisifo03PT02.pdf>. Acesso em:
20 de jun. 2016.
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<http://cetic.br/noticia/cgi-br-divulga-indicadores-ineditos-sobre-a- internet-no-pais/>. Acesso
em: 20 jun. 2016.
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monografias, dissertações e teses: da redação científica à apresentação do texto final. Rio de
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GIL, Antonio Carlos. Como elaborar um projeto de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2010. 175 p.
KENSKI, V. N. Educação e tecnologia: o novo ritmo da informação. 8. ed. Campinas, SP:
Papirus, 2012.
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Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAABAiMAB/novas-tecnologiasinformacao-comunicacao-ntics#>. Acesso em: 4 mar. 2016.
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RUEDIGER, Marco Aurélio. Governo eletrônico ou governança eletrônica conceitos
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VALENTE, José Armando. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador.
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em: <http://cmapspublic.ihmc.us/rid=1HXFXQKSB-23XMNVQM9/VALENTE_2005.pdf>. Acesso em: 3 jul. 2016.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Os estudantes de biblioteconomia e suas competências no uso das tecnologias de informação e comunicação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pecegueiro, Cláudia Maria Pinho de Abreu
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As tecnologias de informação e comunicação dentro da academia. Pesquisa sobre as competências digitais dos alunos do Curso de Biblioteconomia, da Universidade Federal do Maranhão. Objetiva investigar o uso e frequência das TIC como ferramentas de estudo e pesquisa pelos discentes do Curso de Biblioteconomia da UFMA. Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, que consiste na interpretação de informações obtidas com abordagem quantitativa e coleta de dados realizada por meio de um questionário, com perguntas de múltipla escolha, aplicados através da plataforma Google Forms. Os resultados evidenciaram que os alunos pesquisados possuem habilidades no uso do computador, da internet e das demais ferramentas, canalizando-as, muitas vezes, para o estudo e pesquisa.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5707/SNBU2018_140.pdf
ec66f3c68793b771365e2cc5bbb2f6f7
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
O USO DA FERRAMENTA LIVRE OMEKA PARA APRESENTAÇÃO DE
COLEÇÕES DIGITAIS EM BIBLIOTECA
COLLECTIONS SHOWCAS
Resumo: Com a digitalização de documentos, as bibliotecas começaram a renovar seus
serviços aumentando as formas de acesso a conteúdos completos que estavam restritos. Neste
mesmo cenário, a oferta de ferramentas para a criação de sites que gerenciam conteúdos
digitais, tanto livres quanto licenciadas, aumentou, desafiando os profissionais de informação
na sua seleção. Dessa forma, apresenta-se e avalia o uso do software livre Omeka por
bibliotecas. A abordagem utilizada no estudo é quanti-qualitativa, utilizando a técnica de
pesquisa documental, entendendo os sites como coleções de documentos disponíveis na web.
Foi identificado que o Omeka é utilizado mundialmente por diferentes tipos de bibliotecas,
principalmente para a disseminação de coleções digitais, na sua maioria para conteúdos raros.
Com isso, destaca-se a flexibilidade desse software na criação de sites para disseminar
conteúdos digitais, colaborando com insumos para apoiar estudos que visam a seleção de
ferramentas de apoio a bibliotecas.
Palavras-chave: Omeka. Software livre. Acervo digital. Serviços de informação.
Abstract: The libraries began to renew their services, increasing the forms of access to
complete contents that were restricted with digitalization documents. In the scenario, the
increasing provision of tools, open source or not, to create websites that manage digital
documents challenges the information professionals. Therefore, this papers aims to present
and evaluate the use of open source software Omeka in libraries. The research approach is
�qualitative and quantitative, using the methods of documental analysis, but considering
websites like documents collections. The results is that Omeka is use worldwide by differents
types of libraries, the mainly application of this tools is to disseminate digital content, mostly
it is to exhibit rare collections. This highlights the flexibility of this software in the creation of
websites to disseminate digital content, collaborating with inputs to support studies aimed at
the selection of tools to support libraries.
Keywords: Omeka. Open source software. Digital collection. Information services.
INTRODUÇÃO
Com a mudança do paradigma analógico para o digital, é cada vez mais comum a
necessidade de gerir coleções digitais, visto que muitas obras são nato-digitais. Esse ponto é
tão crucial às bibliotecas, que Lee (2000) advoga pela expansão do conceito de coleção, para
que este abarque as mudanças trazidas pela evolução tecnológica, considerando dois pilares: o
contexto e interação da informação e a centralidade dos usuários.
No presente estudo, adota-se uma compreensão coleção digital que mescla a definição
de Lagoze e Fielding (1999) com as considerações de Lee (2000). Assim, entende-se que uma
coleção digital é criada utilizando um conjunto de critérios contextualizados e voltados ao
atendimento de determinados usuários. Deve-se pensar na flexibilidade, de forma que se
permita rearranjos automáticos das coleções, ou a criação de novas formas de organização dos
itens das coleções.
Entretanto, para implantar coleções digitais a partir deste entendimento, deve-se
verificar as tecnologias que possibilitam essa nova concepção, na medida em que a maior
parte dos Sistemas Integrados de Gestão de Bibliotecas (SIGB) atuais ainda não possuem
ferramentas que atendem esta demanda. Mesmo softwares para desenvolvimento de
repositórios digitais, possibilitam exclusivamente coleções fixas, com flexibilidade para
criação de coleções ou destaque à obras específicas.
Nesse contexto, o estudo apresenta o uso da ferramenta livre Omeka, em bibliotecas,
Restringe-se à utilização desse software nas bibliotecas, visto que, como defende Royo
(2008), um site deve ser o resultado das ações de uma instituição, representando os seus
negócios. Entende-se que a utilização do Omeka em uma biblioteca representa um serviço que
ela oferta. Enfoca-se, ainda, que o Omeka é um software desenvolvido como plataforma web
e tem por finalidade a disseminação de conteúdos digitais de forma simplificada.
�OMEKA
Omeka é uma ferramenta livre mantida por um consórcio de instituições lideradas pelo
Roy Rosenzweig Center for History and New Media (RRCHNM). O projeto iniciou em 2007
e conta, dentre as instituições parceiras, com a Biblioteca do Congresso Americano (Library
of Congress) e a Fundação Getty. Procurava-se aliar a simplicidade da construção de blogs
com as funcionalidades de sistemas para exposição de coleções digitais, utilizando padrões
internacionais de descrição de conteúdos.
O nome Omeka vem do Suaíli (swahili), uma das línguas mais faladas no leste da
sistema procura atender a necessidade de simplificar a exibição de coleções digitais, sendo o
resultado de esforços para atender a comunidade na disseminação de conteúdos digitais.
Destaca-se que o Omeka possui várias aplicações, em áreas distintas. Marshall e
Hobbs (2017) relatam a experiência de criar um arquivo digital fotográfico para a biblioteca
do Centro Médico Cedars-Sinai, como forma de divulgar o acervo fotográfico da instituição.
Joy, Keane e Corrigan (2017) utilizam o Omeka para disseminar o acervo cartográfico e de
gravuras do cartógrafo e escritor Tim Robsom para a Universidade da Irlanda. Werla (2017)
desenvolveu estudo para a criação de acervos em nuvens com o Omeka. Kim e Roeschley
(2017) revelam a possibilidade do uso do Omeka na educação, entre outros estudos.
METODOLOGIA
O presente estudo utiliza a técnica de pesquisa documental, visto que, Meyer et al
(2000) defendem que um site é como uma coleção de documentos disponibilizados na web,
relacionados entre si e destinados a um público. Da mesma forma que Sá-Silva, de Almeida e
Guindani (2009) afirmam que a pesquisa documental faz uso de diversos tipos de documentos
para a extração de conhecimento, entre outras atividades de pesquisa.
A coleta de dados dá-se no diretório de instalações, presente no portal do Omeka 92.
Entre os 235 registros existentes, foram selecionadas as instalações desse software em
bibliotecas. Cada site selecionado foi analisado como uma coleção de documentos para se
verificar o uso, de forma a determinar como essa ferramenta é utilizada e por quais tipos de
92
http://omeka.org/classic/directory/
�bibliotecas, atendendo aos objetivos do estudo. Assim, contribui-se com a discussão sobre
ferramentas para disseminação de coleções digitais.
RESULTADOS
O
estudo
levantou
113
instalações
do
Omeka
em
bibliotecas,
sendo
predominantemente em universidades, que representam 67,3% das instalações (Gráfico 1),
Estes dado pode indicar a predileção dessas instituições em ofertar acesso à coleções digitais.
Assim, as bibliotecas universitárias seriam as principais usuárias dessa ferramentas, muito
provavelmente porque seus conteúdos e infraestrutura são ofertados pela universidade, o que
facilita o uso de ferramentas informatizadas.
Gráfico 3 - Tipos de bibliotecas que utilizam o softwre OMEKA
Fonte: Elaborado pelo autor
Analisando os conteúdos disponibilizados pelos sites desenvolvidos com o Omeka
pelas bibliotecas universitárias, nota-se que quase todas possuem documentos históricos e
fotos. Isto revela a necessidades das bibliotecas de expor parte do acervo composto por obras
raras ou únicas. Infere-se que, com as mudanças desde o advento da internet, as bibliotecas
universitárias com sites desenvolvidos com o Omeka atendem a necessidade social de acesso
confiáveis, organizados e raros.
Outro ponto forte das coleções digitais disponibilizadas pelas bibliotecas universitárias
em sites desenvolvidos com o Omeka repousa nos temas ou acervos de personalidades.
Universidades, muitas vezes, desejam destacar professores, alunos ou temas que marcaram a
sua história ou foram destaque no seu país. As coleções analisadas revelam um cenário
�diferenciado das bibliotecas universitárias, em que pode destacar o papel da instituição e seus
colaboradores na história do país.
Grande parte das bibliotecas usuárias do Omeka estão nos Estados Unidos (78
instalações) e, em seguida, França (13 instalações). A predominância de bibliotecas
estadunidenses pode ser justificada já que o Omeka é ferramenta desenvolvida naquele país e
apoiada por instituições dos EUA. Destaca-se a Biblioteca do Congresso Americano, que
possui influência em outras bibliotecas em todo o mundo. Entretanto, o grande número de
usuários franceses pode ser resultado do grande acervo existente nas bibliotecas do país. Isto é
tão significativo que há até mesmo uma comunidade de usuários do Omeka, que realiza
eventos como a Jornada PSO: Projetos Científicos com o Omeka93.
Os resultados apresentados aqui não são completos, visto que são apenas uma amostra
resultante dos registros feitos voluntariamente no site oficial da ferramenta. No entanto,
apresentam parte significativa do cenário do uso deste software em bibliotecas. Aponta, ainda,
a flexibilidade dessa ferramenta, que a permite ser utilizada tanto por uma biblioteca
comunitária na Espanha94 como pela Biblioteca Nacional da Bielorrússia95, para disseminação
de conteúdos digitais destas instituições.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os serviços ofertados pelas bibliotecas têm sofrido grandes mudanças desde a
emergência da internet e seus documentos digitais. Cada vez mais, requer-se facilidades para
acesso a conteúdo que, anteriormente, ficavam restritos à presença dos usuários na biblioteca
ou à exigência de pedidos especiais para que se obtivesse acesso, como nos casos de obras
raras. Com a digitalização e a formação de coleções digitais, o acesso a conteúdo
anteriormente restritos tem sido ampliado.
Neste sentido, o estudo revela que o Omeka pode ser uma boa opção para que as
bibliotecas deem acesso a suas coleções digitais. Nesse ponto, desloca-se o desafio da oferta
de acesso para a formação de políticas de criação de coleções. Isto porque a disseminação
desses documentos já possui uma opção válida e robusta, na medida em que várias
bibliotecas, de tipos e tamanhos diferentes, fazem uso dessa ferramenta.
93
Journée PSO: Projets Scientifiques avec Omeka: tradução dos autores.
http://bd.centrelectura.cat/
95
http://belbook.nlb.by/about
94
�Destaca-se que as bibliotecas podem ter usos diferentes para uma mesma ferramenta,
pois as suas políticas e ofertas de serviços transcendem os instrumentos pelos quais estes são
implementados. Assim, o Omeka se apresenta como um bom instrumento em função de
flexibilidade, que permite que as bibliotecas oferecem novos serviços, orientados por políticas
específicas.
REFERÊNCIAS
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interaction design, preservation, access, and mapping: a case study. Journal of Web
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<http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/19322909.2017.1378149?journalCode=wjwl2
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WERLA, Marcin. Cloud technologies as a solution for digital collections management in
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O uso da ferramenta livre OMEKA para apresentação de coleções digitais em bibliotecas.
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An entity primarily responsible for making the resource
Brito, Ronnie Fagundes de et al.
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Com a digitalização de documentos, as bibliotecas começaram a renovar seus serviços aumentando as formas de acesso a conteúdos completos que estavam restritos. Neste mesmo cenário, a oferta de ferramentas para a criação de sites que gerenciam conteúdos digitais, tanto livres quanto licenciadas, aumentou, desafiando os profissionais de informação na sua seleção. Dessa forma, apresenta-se e avalia o uso do software livre Omeka por bibliotecas. A abordagem utilizada no estudo é quanti-qualitativa, utilizando a técnica de pesquisa documental, entendendo os sites como coleções de documentos disponíveis na web. Foi identificado que o Omeka é utilizado mundialmente por diferentes tipos de bibliotecas, principalmente para a disseminação de coleções digitais, na sua maioria para conteúdos raros. Com isso, destaca-se a flexibilidade desse software na criação de sites para disseminar conteúdos digitais, colaborando com insumos para apoiar estudos que visam a seleção de ferramentas de apoio a bibliotecas.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5704/SNBU2018_139.pdf
76d201bb9da4ae5e38399d0a76063e31
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
O LINKED DATA E OS DADOS DE AUTORIDADE DAS BIBLIOTECAS DE
UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
THE LINKED DATE AND THE AUTHORITY DATA OF THE PUBLIC UNIVERSITY
LIBRARIES OF THE STATE OF SÃO PAULO
Resumo: O Linked Data foi desenvolvido visando atender ao contexto tecnológico vigente e
pode ser aplicado potencialmente ao domínio bibliográfico. Objetivou-se verificar nos
catálogos de autoridade das bibliotecas universitárias públicas do estado de São Paulo se
existe uma adequação dos dados de autoridade para o cenário Linked Data. A coleta de dados
baseou-se em uma metodologia de caráter qualiquantitativo, pautado na realização de uma
Revisão Sistemática da Literatura e no estudo dos catálogos de autoridade das bibliotecas.
Definiu-se as seguintes categorias de análise: enfoque dos documentos, requisitos necessários
para a adequação de dados bibliográficos ao Linked Data, vantagens e desafios relacionados a
essa adequação. Como resultados, identificou-se o RDF e o URI como requisitos necessários
para prover a adequação de dados bibliográficos ao Linked Data. As principais vantagens
identificadas foram a interoperabilidade de dados, melhores resultados de busca, maior
visibilidade dos dados das bibliotecas no ambiente Web e promoção de descoberta acidental
de recursos. Os principais desafios identificados foram a heterogeneidade dos dados
disponibilizados na Web e a conversão dos dados descritos em formato MARC21. Concluiuse que os dados de autoridade das bibliotecas públicas paulistas não estão adequados ao
movimento Linked Data, pois não atendem nem aos requisitos mais fundamentais propostos
por esse movimento.
Palavras-chave: Catálogos bibliográficos. Controle de autoridade. Linked Data. Revisão
Sistemática da Literatura.
Abstract: Linked Data was developed in order to meet the current technological context and
can potentially be applied to the bibliographic domain. The objective was to verify in the
authority catalogs of the public university libraries of the state of São Paulo, if there is an
adequacy of the authority data for the Linked Data scenario. The data collection was based on
a qualitative-quantitative methodology, based on the accomplishment of a Systematic Review
of Literature and the study of the catalogs of authority of the libraries. Categories of analysis
were defined: document focus, requirements for the adequacy of bibliographic data to Linked
Data, advantages and challenges related to this adequacy. As a result, RDF and URI were
identified as necessary requirements to provide bibliographic data adequacy to Linked Data.
The main advantages identified were data interoperability, better search results, greater
�visibility of library data in the Web environment and promotion of accidental discovery of
resources. The main challenges identified were the heterogeneity of the data available on the
Web and the conversion of the data described in MARC21 format. It was concluded that the
authority data of the São Paulo public libraries are not adequate to the Linked Data
movement, since they do not meet the most fundamental requirements proposed by this
movement.
Keywords: Bibliographic catalogs. Authority Control. Linked Data. Systematic Review of
Literature.
1 INTRODUÇÃO
O desenvolvimento da World Wide Web (Web) em 1989 aproximou a internet, antes
restrita ao uso militar e acadêmico, do público geral. O ambiente Web foi desenvolvido tendo
como escopo a disponibilização de diversos conteúdos informacionais em formato digital, não
havendo uma preocupação em garantir a recuperação desses conteúdos e/ou ainda, a
interoperabilidade entre as diversas fontes de informação nesse ambiente.
Dentre as iniciativas propostas para propiciar a recuperação e o aproveitamento efetivo
da informação disponibilizada no ambiente Web encontra-se o movimento Linked Data que
2016, p. 17).
As bibliotecas são tradicionalmente conhecidas pela consistência dos dados
armazenados e instanciados em seus catálogos. Elas adequaram-se ao ambiente Web,
disponibilizando seus catálogos online, mas, ainda enfrentam o desafio de migrar os dados em
formatos cujo objetivo final é apresentação a usuários humanos para formatos que
possibilitem o uso e reuso coletivo de informação no ambiente Web.
Apresentado o cenário tecnológico atual caracterizado pelas iniciativas de dados
ligados, chegou-se a seguinte pergunta de pesquisa: Os dados bibliográficos de autoridade
gerados pelas bibliotecas de universidades públicas paulistas estão em consonância ou podem
caminhar para o movimento Linked Data?
Partiu-se da hipótese de que a adequação dos dados bibliográficos de autoridade às
práticas e às tecnologias do Linked Data pode contribuir para uma maior padronização dos
dados de autoridade, garantindo assim a unicidade das informações de forma a viabilizar a
interoperabilidade no ambiente digital.
Este trabalho tem por objetivo verificar nos catálogos bibliográficos das universidades
públicas paulistas se existe uma adequação dos dados de autoridade para o cenário Linked
Data de forma a: (1) apresentar o conceito de Linked Data; (2) apresentar os conceitos
�relacionados aos dados de autoridade; (3) analisar a relação entre Linked Data e dados
bibliográficos; (4) apresentar os principais requisitos para a adequação de dados bibliográficos
ao Linked Data; (5) apresentar os benefícios e os desafios relacionados à adequação dados
bibliográficos ao Linked Data.
Para atender esses objetivos baseou-se na realização de uma Revisão Sistemática (RS)
e na análise de uma amostra de dados de autoridade coletados dos catálogos bibliográficos das
universidades públicas paulistas para verificar se esses atendiam aos requisitos identificados
na RS.
2 OS CATÁLOGOS BIBLIOGRÁFICOS E OS DADOS DE AUTORIDADE
A Catalogação Descritiva é caracterizada pela elaboração de formas de representação
do conhecimento registrado, que resultam na criação de dados bibliográficos, que são
armazenados em bancos de dados denominados catálogos, com o objetivo de permitir a
recuperação da informação. Dentre as formas de representação do conhecimento registrado
encontram-se os pontos de acesso de autor e título.
Os pontos de acesso do tipo autor são fundamentais para promover a recuperação da
informação, pois:
Pode-se afirmar que o criador (autor, artista, ou qualquer outro responsável pelo
conteúdo intelectual de uma obra) espera que o fruto de seu trabalho seja conhecido
ou descoberto por um usuário. Por sua vez, o usuário espera encontrar aquele item
de seu interesse (não apenas a obra, mas o item em si, acessível). (MEY;
SILVEIRA, 2010, p. 127)
Para que o usuário possa encontrar os itens de seu interesse a partir do responsável
intelectual pela produção desses itens, é necessário que os pontos de acesso do tipo autor
sejam capazes de identificar exclusivamente uma entidade, individualizando-a, e que também
sejam capazes de agrupar entidades e obras semelhantes, provocando descobertas acidentais
de conteúdo.
Para atender a essa demanda são construídos os dados de autoridade, que podem ser
definidos
acesso autorizados em registros bibliográficos
que são agrupados em registros de autoridade
antir
a eficácia dos pontos de acesso do tipo autor, a consulta a um arquivo de autoridade é
fundamental. O arquivo de autoridades caracteriza-se como:
�[...] um instrumento derivativo e auxiliar do catálogo bibliográfico, cuja função
básica é a de estabelecer pontos de acesso padronizados (autoridades) que irão servir
ao usuário como chaves de pesquisa segura, garantindo a localização confiável e
eficaz da informação (MODESTO; SALGADO, 2014, n.p.).
O arquivo de autoridade é composto pelos registros de autoridade, que segundo o
relatório publicado pelo FRANAR (2013) são compostos por dados de autoridade, como a
forma controlada do nome de uma entidade, as formas variantes desse nome e outras
informações que as instituições utilizam para identificar obras produzidas por uma pessoa
específica, família, corpo corporativo, ou as várias edições de um título, bem como as
relações existentes entre eles e outras entidade presentes no catálogo.
Para garantir que os registros de autoridade sejam consistentes e confiáveis e ainda
possam fornecer a padronização necessária aos catálogos, busca-se alcançar o controle de
autor particular com muitas formas diferentes de um nome ou um autor particular com um
(2004) o controle de autoridade depende do uso de sistemas limitados e padronizados para a
representação de informação, incorrendo necessariamente em uniformidade.
O processo que garante o controle de autoridade é o trabalho de autoridade, um
trabalho intelectual e complexo que envolve pesquisa, uso de padrões de descrição, tomada de
decisões e registro dessas decisões. Por se tratar de um trabalho tão metódico, é considerado
(MARAIS, 2004, p. 60,
tradução nossa).
3 O LINKED DATA
A popularização do ambiente Web alterou o paradigma de compartilhamento e de
busca por informação. Segundo Ramalho (2006), desde o início da Web focou-se nos
formatos de apresentação de conteúdo, que se limitam a possibilitar a visualização dos
conteúdos informacionais aos usuários humanos. Nesse sentido negligenciou-se a questão da
representação dos conteúdos, impedindo que tanto usuários humanos quanto não-humanos
(computadores) pudessem recuperar, utilizar e reutilizar a informação disponibilizada neste
ambiente.
�Para atingir a Web of Data, um ambiente onde os dados estão amplamente
relacionados, acessíveis e reutilizáveis, estabeleceu-se um conjunto de melhores práticas,
conhecido como Linked Data. O Linked Data propõe a ligação de dados representados em
um formato padrão, a partir da utilização de links semânticos, da utilização de ferramentas e
de práticas propostas pelo movimento.
Os chamados princípios do Linked Data são compostos por quatro recomendações
básicas, como aponta Berners-Lee (2006):
1 - Uso de Uniform Resource Identifier (URIs) - Os URIs são identificadores que
servem para representar documentos, locais, endereços da Web, figuras ou até mesmo
pessoas. A diferença entre os Uniform Resource Locator (URLs), identificadores tradicionais
URLs [...] os URIs são
da Web 2.0, e URIs consi
identificadores únicos no espaço de um dado servidor, resultando, portanto, em
identificadores únicos no espaço da Web
caminho para a informação se perca com o tempo.
2. Uso de HTTP URIs - Para permitir que o URI que representa um recurso possa ser
entre algum computadorservidor conectado à Internet e ao computador-cliente que solicitou o
2006, p. 33) é necessário a utilização de um protocolo, sendo o mais comum deles o HTTP.
3. Uso do Resource Description Framework (RDF) - O modelo foi proposto em 1999
com o objetivo de promover a interoperabilidade e a padronização dos recursos hospedados
na Web. As declarações em RDF
-
propriedade-valor, usadas para descrever recursos, onde um recurso é qualquer "coisa" do
mundo real identificada por um endereço Web
CYNTO, 2016, p. 2).
4. Inclusão de links para outros URIs, - É essa recomendação que dá nome ao
movimento, a criação de links entre URIs é o que possibilitar a descoberta acidental de
conteúdos.
Embora nenhuma dessas recomendações seja indispensável, não adotar uma delas,
segundo Berners-Lee (2006), limitaria as formas como os dados podem ser utilizados e
reutilizados no ambiente Web.
4 METODOLOGIA
Para possibilitar a construção de um referencial teórico do tema abordado optou-se
pela realização da Revisão Sistemática da Literatura (RS) que foi dividida em três etapas
�principais, a saber: (1) Planejamento, contemplando o preenchimento do protocolo de busca;
(2) Condução, que consiste na busca em bases de dados e na aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão; (3) Extração de dados. Para auxiliar no processo de realização utilizou-se
a ferramenta denominada StArt (State of the Art through Systematic Review). Foram
consultadas as bases Library and Information Science Abstracts, Information Science &
Technology Abstracts, Library, Information Science & Technology Abstracts with full text,
Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação, considerando documentos em
português, inglês e espanhol, publicados entre 2006 e 2016.
Realizou-se ainda um estudo dos dados bibliográfico de autoridade nos catálogos das
bibliotecas de universidades públicas do estado de São Paulo, a fim de identificar se há um
movimento dessas bibliotecas para adequação de seus registros de autoridade ao Linked Data.
O estudo foi dividido nas seguintes etapas: (1) Busca realizada por um mesmo autor em todos
os catálogos (Clarice Lispector); (2) Localização dos registros de autoridade; (3) Identificação
dos requisitos a serem avaliados; (4) Verificação da presença dos requisitos nos registros
recuperados; (5) Consulta às bibliotecas quanto a informações adicionais necessárias; (6)
sistematização do resultado de busca em um quadro resumo contendo o nome da universidade
e a ocorrência ou não dos requisitos definidos como indispensáveis e observações.
5 DOS RESULTADOS: RELATÓRIO DA REVISÃO SISTEMÁTICA
Durante a etapa de busca foram recuperados 1376 documentos. 764 (56%) foram
identificados como duplicados, 434 (32%) foram rejeitados de acordo com os critérios de
exclusão e 178 (13%) foram aceitos de acordo com os critérios estabelecidos.
extraction
selection
realizada a partir da leitura da introdução e das conclusões dos documentos, ou ainda, do texto
completo, caso se mostrasse necessária para a seleção. Ao final foram aceitos 56 documentos.
Para essa pesquisa foram definidas quatro categorias de análise conforme figura 1:
�Figura 1- Categorias de análise da Revisão Sistemática de Literatura
Fonte: Autores (2017)
A seguir serão apresentados de maneira resumida os resultados de cada uma dessas
categorias de análise.
5.1 Enfoques dos documentos obtidos
Durante a etapa de extração de dados da Revisão Sistemática foram identificados 9
temas como enfoques dos documentos aceitos. Dentre as temáticas abordadas nos estudos
destacabiblioteca ao Linked data
sido abordado por 15 documentos. Esse fato demonstra uma
forte tendência de aplicação prática nessa temática, já que os artigos objetivaram apresentar o
trabalho realizado por uma biblioteca para adotar as práticas e os princípios do Linked Data.
O segund
autoridade e o Linked Data
Linked Data
abordado por 10 documentos, demonstrando uma preocupação com o reaproveitamento das
grandes coleções de dados bibliográficos das bibliotecas. Essa preocupação também se
confirma na análise dos principais desafios a adequação dos dados bibliográficos ao Linked
Data. Observa-se também, entre os documentos recuperados, uma ausência de uma tentativa
conjunta para construir e adequar os esquemas, os padrões, os códigos e os formatos do
domínio bibliográfico para serem utilizados no processo de construção de dados
bibliográficos semânticos e interligados.
�5.2 Requisitos necessários para a adequação de dados bibliográficos ao Linked Data
Dos 57 artigos estudados, 48 indicaram um ou mais requisitos necessários para a
publicação de dados de autoridade de acordo com os princípios do Linked Data. Desses 48
documentos, 42 citaram o RDF como um requisito para a publicação, 35 citaram URIs e/ou
URIs HTTPs como requisitos para a publicação, 18 citaram a necessidade de reutilizar
ontologias existentes e criar ontologias/vocabulários próprios para possibilitar a descrição de
recursos bibliográficos em Linked Data. Em apenas 4 dos documentos foi mencionada a
necessidade do uso de um padrão para descrição de conteúdos, sendo que o único padrão
utilizado como exemplo foi o RDA; 2 documentos mencionaram o uso dos requisitos
funcionais FRBR como um possível facilitador do processo de adequação e 2 documentos
citaram a necessidade do uso de um formato para descrição de recursos bibliográficos.
É um destaque entre os estudos realizados, que para publicar dados bibliográficos de
acordo com o Linked Data, os requisitos fundamentais são o RDF e o uso de URIs/URIs
HTTP para identificar as entidades relacionadas ao item descrito e ao próprio item.
5.3 Vantagens de adequar os dados bibliográficos ao Linked Data
Dos 57 artigos analisados, 29 citaram uma ou mais vantagens de adequar os dados das
bibliotecas ao Linked Data. A interoperabilidade de dados com fontes externas ao ambiente
das bibliotecas como outras instituições do setor cultural, fontes comerciais (casas
publicadoras, e-commerce etc.) e os mais variados sites do ambiente Web, foram citados por
23 documentos. A interoperabilidade reduziria o retrabalho, o tempo gasto com o tratamento
de novos itens (MYUNG-JA, 2016), permitiria a construção de descrição mais granulares
(GONZALES, 2014), bem como promoveria a ligação entre os diversos suportes e
manifestações de uma obra (XU et al., 2016).
Uma maior visibilidade dos recursos das bibliotecas no ambiente Web foi citada como
vantagem por 6 documentos, essa vantagem seria importante pois as bibliotecas precisam ser
relevantes na Web, e, para isso, dependem da visibilidade obtida através dos resultados dos
buscadores, além disso, coleções das bibliotecas que antes só seriam utilizadas por um público
muito restrito estariam disponíveis para toda a comunidade (WENZ, 2013).
Melhores resultados de busca foram citados por 8 documentos e prover a descoberta
acidental de recursos por 6 documentos; com buscas mais intuitivas, os usuários poderiam
saber quais títulos relacionados existem em uma biblioteca, o melhor lugar para comprar esse
�item e serem direcionados para conteúdos que de alguma forma tem relação com o item de
interesse, mesmo que esses conteúdos não estejam nos bancos de dados das bibliotecas
(CATARINO; SOUZA, 2012); localizar recursos relacionados a um período histórico ou
relacionados a um local geográfico, seriam exemplos de refinamento de busca que dados
bibliográficos semânticos e interligados permitiriam aos usuários.
5.4 Desafios relacionados à adequação de dados bibliográficos ao Linked Data
Dentre os 57 artigos avaliados, 27 citaram um ou mais desafios relacionados à
publicação e à adequação de dados bibliográficos ao Linked Data. Dois desafios se
destacaram entre os resultados, a heterogeneidade dos dados disponibilizados na Web e a
conversão do grande volume de dados descritos em MARC21 a um formato compatível com
o Linked Data.
O primeiro caso se deve ao fato de que são adotados diversos níveis de granularidade
(LEIVA-MEDEROS et al., 2013) e consistência de dados na Web, fazendo com que a
verificação da veracidade e da qualidade dos dados seja complexa. Esse desafio cria uma certa
resistência das bibliotecas em confiar nos dados de fontes externas e a necessidade de
desenvolver ferramentas que permitam identificar os dados externos e internos
(MALMSTEN, 2013).
O segundo é agravado pelo fato de que a prototipagem é uma etapa importante do
processo de conversão de dados de um formato para outro (RICHARD; THOMPSON, 2013);
essa prototipagem envolve a necessidade de recursos financeiros e de mão de obra
especializada, porém, os catalogadores normalmente possuem pouco tempo e incentivo para
realizar testes e investir em novas tecnologias (FREDERICK, 2016).
Outro agravante é o fato de que mesmo nos catálogos de bibliotecas a qualidade e a
granularidade dos dados são irregulares (WENZ, 2013), isso tornaria complexa a criação de
ferramentas que permitam a conversão automatizada de grandes quantidades de dados
descritos utilizando o formato MARC21 para um novo formato.
�6 DADOS DE AUTORIDADE DOS CATÁLOGOS BIBLIOGRÁFICOS DAS
UNIVERSIDADES PÚBLICAS PAULISTAS
Embora fique claro, após a apresentação dos resultados da Revisão Sistemática, que
muitas questões ainda permeiam a construção e a publicação de dados de autoridade de
acordo com as propostas e os princípios do Linked Data, foi possível observar que a utilização
de dois requisitos (os URIs e o RDF) é indispensável para a publicação de dados interligados
no ambiente Web. Sem a adoção desses requisitos, os links semânticos com diversas fontes
alojadas no ambiente Web se tornam inviável.
O Estado de São Paulo abriga 6 universidades públicas entre federais e estaduais,
sendo elas: Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista (UNESP),
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de São Paulo
(UNIFESP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e Universidade Federal do
ABC (UFABC).
O quadro 3 representa o resultado do estudo dos registros de autoridade dessas
bibliotecas universitárias, visando verificar se existe ao menos um cenário mínimo de
adequação desses dados aos princípios do Linked Data.
Quadro 3: Estudo dos registros de autoridade das bibliotecas das universidades públicas do estado de São Paulo.
Universidade
Utiliza
RDF
Utiliza
URI
Os dados
podem ser
acessados
Observações
USP
Não
Não
Não
Não se manifestou até o momento.
UNESP
Não
Não
Não
Informou, por e-mail, que os registros de
autoridade são para uso interno da biblioteca.
UNICAMP
Não
Não
Sim
Dados disponíveis: descrição, Remissiva,
Referência histórica, Fonte positiva dos
dados e campos MARC 21.
UFABC
Não
Não
Não
Recolhe os dados da Biblioteca Nacional
(BN) e da Library of Congress (LC) quando
necessário.
�UFSCar
Não
Não
Sim
UNIFESP
Não
Nâo
Sim
.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Nenhuma das bibliotecas se manifestou, até o momento desse estudo, quanto a
possibilidade de, em um futuro próximo, adotarem o uso de URI e RDF para construir e
publicar seus dados de autoridade. Mesmo o acesso aos dados de autoridade utilizados nos
catálogos das bibliotecas se mostrou algo complexo, tendo em vista que dos 6 sistemas
integrados de bibliotecas universitárias, somente em 3 foi possível localizar informações
sobre os autores, o catálogo das bibliotecas da UNICAMP, UFSCar e UNIFESP.
O catálogo da UNICAMP permite acesso a elementos como o termo preferido, os
termos alternativos e relacionados, fonte dos registros de autoridade e o responsável pela
criação dos mesmos, todos esses dados de autoridade são registrados e apresentados no
Já nos catálogos da UFSCar e da UNIFESP os dados de autoridade podem ser
localizados a partir de um refinamento de busca, selecionando a categoria autoridades. A
variantes de registro no catalogo da UFSCAR e 6 formas variantes no catalogo da UNIFESP
para um mesmo.
A granularidade de informações sobre os autores não é constante e varia mesmo entre
as diversas formas de registro de um único autor, nota-se que entre eles existem dados para os
quais somente a data de nascimento e morte foram registradas; dados mais completos
(contendo formas variáveis, fonte consultada e recursos online) e ainda registros de autoridade
para os quais nenhum dado complementar foi registrado.
Notou-se ainda que entre as 18 variações de registros para Clarice Lispector (somando
o catálogo da UNIFESP e da UFSCar) somente 1 registro possuí dados de autoridade com
maior nível de granularidade, enquanto 12 possuem somente a data de nascimento e morte do
autor como dados complementares, os outros 5 registros não possuem nenhum dado
complementar.
A dificuldade em acessar os dados de autoridade e/ou a inconsistência desses dados
impediria o reaproveitamento, mesmo que estivessem nos formatos propostos pelo Linked
Data.
�7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa foi pautada na Revisão Sistemática da Literatura, um método de coleta
de dados pouco utilizado no campo da Ciência da Informação e que permite a realização de
uma pesquisa estruturada e metódica, que resulta em dados consistentes e auditáveis.
A realização da Revisão Sistemática permitiu que este estudo alcançasse seus
objetivos específicos ao apresentar os benefícios e os desafios relacionados à adequação dos
dados bibliográficos ao Linked Data e, ainda, se os dados de autoridade dos catálogos
bibliográficos das universidades públicas paulistas, estão adequados a este cenário.
Comparados os desafios e as vantagens relacionados à aplicação dos princípios do
Linked Data para a elaboração e a publicação de dados bibliográficos, conclui-se que embora
muitos esforços tenham de ser empregados, as vantagens apresentadas justificam esses
esforços já que permitiriam grades melhorias tanto na rotina interna das bibliotecas quanto na
percepção do usuário dos serviços que essas têm a oferecer.
Dentre os resultados da Revisão Sistemática foram destacados dois requisitos
indispensáveis para a publicação de dados bibliográficos semânticos e interligados, a
atualização de URIs e do formato RDF. Acredita-se que os requisitos funcionais identificados
possam nortear a aplicação dos padrões propostos pelo Linked Data em catálogos
bibliográficos de dados de autoridade das universidades públicas paulistas.
Em relação ao estudo dos dados de autoridade gerados pelas universidades públicas
paulistas conclui-se que esses não estão em consonância com o movimento Linked Data, pois
não estão adequados nem aos requisitos mais fundamentais propostos por esse movimento.
Além disso, agrava-se a situação com o fato de que os dados de autoridade de duas bibliotecas
(USP e UNESP) não estão disponíveis para acesso, o compartilhamento desses dados é a
chave para a interoperabilidade, principal vantagem identificada durante a realização da
Revisão Sistemática.
Os dados de autoridade das bibliotecas de universidades públicas paulistas podem
caminhar para o movimento Linked Data, porém, muitos desafios ainda circundam a
publicação de dados bibliográficos semânticos e interligados.
Conforme apresentado nesse estudo esses desafios não são restritos às bibliotecas de
universidades públicas do estado de São Paulo, bibliotecas de todo o mundo estão enfrentando
os desafios de se adequar a esse novo contexto tecnológico. O fato de essas já estarem
buscando soluções para esses desafios contribui para facilitar o processo a nível nacional, já
�que as bibliotecas brasileiras podem aprender com a experiência prática relatada nos artigos
listados nesse trabalho e em outros ainda a serem publicados.
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O Linked Data e os dados de autoridades das bibliotecas de universidades públicas do Estado de São Paulo.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jesus, Ananda Fernanda de; Castro, Fabiano Ferreira de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Linked Data foi desenvolvido visando atender ao contexto tecnológico vigente e pode ser aplicado potencialmente ao domínio bibliográfico. Objetivou-se verificar nos catálogos de autoridade das bibliotecas universitárias públicas do estado de São Paulo se existe uma adequação dos dados de autoridade para o cenário Linked Data. A coleta de dados baseou-se em uma metodologia de caráter qualiquantitativo, pautado na realização de uma Revisão Sistemática da Literatura e no estudo dos catálogos de autoridade das bibliotecas. Definiu-se as seguintes categorias de análise: enfoque dos documentos, requisitos necessários para a adequação de dados bibliográficos ao Linked Data, vantagens e desafios relacionados a essa adequação. Como resultados, identificou-se o RDF e o URI como requisitos necessários para prover a adequação de dados bibliográficos ao Linked Data. As principais vantagens identificadas foram a interoperabilidade de dados, melhores resultados de busca, maior visibilidade dos dados das bibliotecas no ambiente Web e promoção de descoberta acidental de recursos. Os principais desafios identificados foram a heterogeneidade dos dados disponibilizados na Web e a conversão dos dados descritos em formato MARC21. Concluiuse que os dados de autoridade das bibliotecas públicas paulistas não estão adequados ao movimento Linked Data, pois não atendem nem aos requisitos mais fundamentais propostos por esse movimento.
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d6f60c363f7b831a99159c2b2c470fd9
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
LA NORMALIZACIÓN DE NOMBRES DE AUTORES A TRAVÉS DE UN ESTUDIO
BIBLIOMÉTRICO EN BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS
METRIC STUDIES, USERS AND CONTROL OF AUTHORITY IN THE RETRIEVAL OF
INFORMATION FROM THE UNIVERSITY LIBRARY
Resumen:En este trabajo se analiza la importancia tanto de los estudios métricos como del
control de autoridad y su relación en la producción científica a través de su impacto en el
proceso de recuperación de la información de los usuarios de la biblioteca universitaria.
La normalización de los nombres de autores en publicaciones arbitradas, ha sido desde hace
tiempo un tema en debate, ya que las diversas formas de nombres con las que una persona
pública impactan directamente en la recuperación de la información de los usuarios, por lo
tanto se hace indispensable llevar a cabo un proceso de normalización, a través del control de
autoridad de nombres personales. La normalización es imprescindible para mejorar la
visibilidad del autor, no solo en las publicaciones científicas, sino en cualquier publicación, ya
que al realizar esta actividad se contribuye a identificar correctamente la producción de cada
uno de los autores, el no hacerlo implica que los usuarios al realizar sus búsquedas, no
localicen trabajos y que se comentan errores al tratar de localizar la información.
Palabras clave: Bibliometría, Control de Autoridad, Usuarios, Comportamiento informativo.
Abstract: This paper analyzes the importance of both metric studies and the control of
authority and its relationship in scientific production through its impact on the process of
retrieving information from users of the university library.
The normalization of the names of authors in peer-reviewed publications has long been a
subject in debate, since the different forms of names with which a public person directly
impacts the recovery of user information, therefore It is essential to carry out a normalization
process, through the control of the authority of personal names.
Normalization is essential to improve the visibility of the author in scientific publications,
since by doing this activity it helps to correctly identify the production of each of the authors,
failure to do so implies that users when searching, do not locate works and that errors are
commented when trying to locate the information.
Keywords: Bibliometrics, Authority Control, Users, Information Behavior.
�Metodología
Esta investigación es un estudio exploratorio en la base Scopus, ORCID y catálogos de la
biblioteca universitaria, la metodología empleada para este trabajo fue cuantitativa, la cual
consiste en el análisis de la base de datos, el método utilizado fue indirecto de recolección de
datos en el proceso de búsqueda de información de los usuarios, utilizando como instrumento
el registro automatizado de consulta.
Objetivos:
a) Detectar las diferentes variantes de nombres de investigadores adscritos a la UNAM
b) Diseñar el control de autoridad para la localización de información de los usuarios de
la biblioteca universitaria.
c) Establecer la normalización para mejorar la búsqueda y recuperación de la
información en la biblioteca universitaria
Introducción:
Para finalidad de este trabajo se hizo un análisis de la recuperación de 100 investigadores
adscritos a diferentes institutos de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM),
en la base Scopus, ORCID, así como el comportamiento informativo de los usuarios en los
catálogos de la biblioteca universitaria, los resultados obtenidos, se compararon todas las
variantes de nombres, en las bases de datos donde se identificó los números de identificadores
de ambas bases para poder comparar en los catálogos de autoridad y el que usa el usuario,
donde se detectaron casos muy específicos que tienen mayor problemática en cuanto a las
variantes de nombres y por lo tanto ocasionan ruido a los usuarios en el momento de realizar
sus búsquedas, y por ende en la recuperación de la información.
La información publicada en revistas arbitradas, en la actualidad ha tenido un enorme
crecimiento, teniendo como consecuencia que los usuarios de las bibliotecas universitarias, se
les complique la búsqueda y recuperación de la información, sobre todo de los autores,
convirtiéndose en un problema complejo si dicha información no se encuentra debidamente
registrada, es por esto que el control de autoridad se hace indispensable dentro de este
proceso, ya que se encarga de identificar los nombres a través de un proceso de normalización
y uniendo todas sus diferentes variantes con las palabras que utilizan los usuarios para realizar
sus búsquedas de información, con el objetivo de tener una forma única y uniforme del
nombre.
�Los estudios bibliométricos y de usuarios juegan un papel fundamental en la medición de la
producción científica y el comportamiento en la búsqueda información, estas técnicas
aplicadas de manera adecuada permiten obtener un panorama general de la repercusión y el
desempeño de la actividad científica y del usuario. Los diversos indicadores tanto de
producción como de búsqueda ayudan a obtener un panorama general de dicha actividad en
cualquier ámbito; por otro lado el control de autoridad se hace imprescindible durante todo el
proceso de registro y recuperación de la información del usuario.
La ciencia y la tecnología adquieren una enorme importancia en la sociedad, debido a la
influencia que ejercen en el desarrollo económico, político y cultural de los países. Esto hace
que las expectativas de bienestar social estén fijadas en ellas, hasta el punto que se produce
una fuerte competencia entre los países por la carrera del desarrollo científico y tecnológico,
considerándolo como una de las mayores aspiraciones de la humanidad. Paralelamente surge
la necesidad de evaluar el rendimiento de la actividad científica y su impacto en la sociedad
con el fin de adecuar convenientemente la asignación de recursos destinados a los usuarios de
las bibliotecas universitarias.
Para medir la actividad científica
la literatura científica y el comportamiento informativo de los usuarios, los que se emplean
para analizar el tamaño, crecimiento y distribución en la búsqueda de bibliografía científica a
fin de mejorar las actividades de los usuarios de la información, y por otro lado, para analizar
los procesos de generación, propagación y uso de la literatura científica por medio de los
usuarios y llegar a conocer el comportamiento informativo considerada como actividad social;
como de la estructura y dinámica de los colectivos de usuarios e investigadores que
producen y utilizan dicha literatura.90
Los indicadores se pueden definir como los parámetros que se utilizan en el proceso del
comportamiento informativo de cualquier actividad. Normalmente se emplea un conjunto de
ellos, cada uno de los cuales pone en relieve una faceta del objeto de la evaluación 91.
90
91
-4. 1990. p. 842.
�Figura 1 Diferentes variantes de nombres. Fuente: elaboración propia
El desarrollo de los indicadores cada vez más fiables es uno de los principales objetivos de la
Bibliometría y de los estudios de usuarios, cada vez más utilizados por organismos y
dependencias responsables de evaluar la actividad científica y de los usuarios en las
bibliotecas universitarias.
Control de autoridad para la recuperación de información del usuario
La biblioteca universitaria es una de las principales instituciones dedicada a la organización ,
difusión y recuperación de documentos, para llevar a cabo esta función se realiza un trabajo
de análisis documental y estudios de usuarios (catalogación, clasificación y comportamiento
informativo en la búsqueda de información) que tiene como resultado el catálogo al público,
en segundo lugar los estudios de usuarios permiten desarrollar las colecciones e implementar
nuevos servicios para la biblioteca universitaria.
Las unidades que conforman el catálogo son los registros bibliográficos, que tienen entre sus
objetivos la búsqueda y recuperación de documentos específicos de la colección por los
�usuarios, para que se puedan cumplir estas funciones, los registros bibliográficos tienen
puntos de acceso, que posibilitan la búsqueda y localización de un documento o documentos
en el catálogo y posteriormente en la estantería. Entre las distintas variedades de puntos de
acceso existentes tenemos los que representan a nombres de personas y nombres de entidades
corporativas que faciliten la búsqueda y localización de la información del usuario de la
biblioteca universitaria.
Se debe de tener en cuenta que los puntos de acceso se construyen de acuerdo con los
documentos de la colección por lo que es imprescindible someter esta información a un
proceso de normalización que debe tener toda biblioteca universitaria, actividad que se
denomina Control de Autoridad, con el objetivo de tener una forma única y uniforme para
cada punto de acceso facilitando la recuperación de información del usuario. Estas formas
normalizadas y predeterminadas de los puntos de acceso son las autoridades, que constituyen
la mejor garantía para una recuperación óptima de información para el usuario de la
información. A su vez, las autoridades forman parte del registro de autoridad, donde se
registra la información necesaria y suficiente sobre ese punto de acceso en la cual se
localizaron las siguientes variantes de acuerdo a la investigación como se muestra a
continuación. (Fig. 2)
Resultados:
Los autores con mayores incidencias en documentos fueron los siguientes:
Nombre
Scopus
ORCID
Bosh, Pedro
194
0
Bokhimi, Xi
142
0
Martínez Dávalos, Arnulfo
112
0
Armienta, M. A.
111
76
Cuevas, Salvador
74
0
Ferrari, Luca
66
66
Kostoglodov, Vladimir V.
64
64
Cuevas, Sergio
46
0
Figura 2 Autores con mayores incidencias. Fuente: elaboración propia
Con base en los resultados anteriores se buscaron cada uno de los autores en las bases Scopus
y ORCID para determinar las diferentes variantes que cada una de ellas contempla en sus
registros.
�Pedro Bosh
Fig
ura 3. Fuente: elaboración propia
Con esta persona (Fig. 3), se observa que tiene tres números ID Scopus diferentes y una forma
variante de nombre, en cuanto a ORCID se puede apreciar que unicamente cuenta con un solo
nombre, es decir no hay variantes y tiene un número de ID.
Xi Bokhimi
Para este investigador (Fig. 4) se observa que en la base Scopus tiene un numero ID para cada
variante no de nombre registrada, es decir que se encuentra con 8 identificadores diferentes,
por el contrario no se encontraron registros asociados con el el la base de ORCID
Figura 4. Fuente: elaboración propia
Arnulfo Martínez Dávalos
Figura 5. Fuente: elaboración propia
�Para Martínez Dávalos (Fig. 5), se encontraron dos identificadores en Scopus con sus
respectivas variantes 12 asociados con un ID y 8 con el otro, en ORCID se localizó
únicamente una variante asociada a un identificador.
M. A. Armienta
Figura 6. Fuente: elaboración propia
Esta investigadora (Fig. 6), se encuentra registrada en Scopus con 3 identificadores, 8 para
uno, 9 para otro y dos para un último, en ORCID se encientra unicamente una variante con su
identificador.
Salvador Cuevas y Sergio cuevas
respecto a estos dos investigadores (Fig. 7) se observa que sus variantes se encuentran como
Cuevas, S. por lo que representa un problema a la hora de la recuperación, puesto que se
considera un homónimo, si se deja sin hacer alguna diferencia, sin duda, esto repercute en la
producción científica de cada uno de ellos, es importante normalizar y separar cada uno de los
trabajos de estos dos investigadores.
�Luca Ferrari
Figura 8. Fuente: elaboración propia
Este investigador (Fig. 8) contempla en Scopus solamente tres formas variantes asociadas a
un número identificador, y en ORCID solamente una forma, sin embargo se recuperó un
documento que contiene una variante de esta persona y que no está contemplada en ninguna
de las dos bases mencionadas. Como se puede ver a continuación en la fig. 9:
�Figura 9. Fuente:Scopus. elaboración propia
Vladimir V. Kostoglodov
Figura 10. Fuente: elaboración propia
Con respecto a Vladimir (Fig. 10), se observa que en Scopus se registra un numero
identificador asociado con 4 variantes de nombre y en ORCID únicamente se encuentra una.
Conclusiones:
Existe una gran variedad de nombres con respecto a cada uno de los autores, los resultados
nos permiten identificar las variantes y darnos cuenta de la falta de normalización en las dos
�bases de datos consultadas, se debe hacer un trabajo enorme para poder agrupar las variantes
que se encuentran asociadas a cada uno de los identificadores ya que como se vio reflejado en
los resultados existe inconsistencia en los registros de estas bases, esto sin duda, perjudica en
la búsqueda y recuperación de información de los usuarios pues al no estar normalizada el
comportamiento en la búsqueda, es mucho más difícil para el usuario pues existen muchas
variantes en los nombres de los autores ocasionando confusión a la hora de recuperar la
información.
Con los resultados se determina que el trabajo de control de autoridad influye en el
comportamiento informativo del usuario cuando este requiere buscar la información, la cual
repercute en la recuperación de información, por consiguiente es de gran importancia, que los
registros sean más completos en sus procesos de agrupar todas las variantes en un solo
registro y asociarlo a un solo nombre autorizado, para facilitar la búsqueda y recuperación de
documentos que contiene el acervo de la biblioteca universitaria y así lograr la satisfacción de
los usuarios que asisten a ella. .
Fuentes Consultadas:
CARRIZO SAINERO, G. Ha
octubre-12]. Disponible en:
http://www.ucm.es/info/multidoc/publicaciones/journal/pdf/bibliometria-esp.pdf
-
CALVA GONZÁLEZ, Juan José. Las necesidades de información: fundamentos teóricos y
métodos. [En línea] [Consultado el 23-noviembre-2017]. Disponible en:
file:///C:/Users/Biblioteca1/Downloads/necesidades_informacion_fundamentos%20(3).pdf
CR
p. 243-266.
8479861460.
No. 3-4. 1990. p. 842-865.
romolibro, 1996. 128 p. ISBN
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
La normalizacion de nombres de autores a traves de un estudo bibliométrico en bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Escalera Alvarez, Jorge Luciano; Olguin Camacho, Cesar Salvador
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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En este trabajo se analiza la importancia tanto de los estudios métricos como del control de autoridad y su relación en la producción científica a través de su impacto en el proceso de recuperación de la información de los usuarios de la biblioteca universitaria. La normalización de los nombres de autores en publicaciones arbitradas, ha sido desde hace tiempo un tema en debate, ya que las diversas formas de nombres con las que una persona pública impactan directamente en la recuperación de la información de los usuarios, por lo tanto se hace indispensable llevar a cabo un proceso de normalización, a través del control de autoridad de nombres personales. La normalización es imprescindible para mejorar la visibilidad del autor, no solo en las publicaciones científicas, sino en cualquier publicación, ya que al realizar esta actividad se contribuye a identificar correctamente la producción de cada uno de los autores, el no hacerlo implica que los usuarios al realizar sus búsquedas, no localicen trabajos y que se comentan errores al tratar de localizar la información
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
O LUGAR DA MEMÓRIA NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: O CASO DO
MEMORIAL DENIS BERNARDES
THE PLACE OF MEMORY IN THE UNIVERSITY LIBRARY: THE CASE OF DENIS
BERNARDES MEMORIAL
Resumo: O trabalho apresenta a discussão sobre o lugar da memória dentro das bibliotecas
universitárias. Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica com o objetivo de
elucidar a importância da memória como elemento fundamental na construção da indenidade.
Apresentamos os conceitos de memória, lugares de memória, instituições de memória e o
conceito de bibliotecas universitárias. Mostramos como exemplo o caso do Memorial Denis
Bernardes da Universidade Federal de Pernambuco, como um local de coleta, guarda e
disseminação da memória. O espaço criado em 2013 como a intenção de guardar a memória
institucional da Universidade de Pernambuco, abriga em seu acervo documentos das mais
variadas tipologias, que narram não apenas a história da universidade, mas também fatos e
personalidades da história de Pernambuco e do Brasil. Concluímos que o Memorial Denis
Bernardes atua como uma instituição de memória dentro da universidade e que a memória
pode e deve dialogar com o futuro, uma vez que a memória humana é a grande responsável
pela conservação e transmissão do conhecimento.
Palavras-chave: Memória. Memorial Denis Bernardes. Biblioteca Universitária. Instituições
de memória. Universidade Federal de Pernambuco.
Abstract: The paper presents the discussion about the place of memory within university
libraries. We used as methods the bibliographic research with the objective of elucidating the
importance of memory as a fundamental element in the construction of indentity. We present
the concepts of memory, places of memory, memory institutions and the concept of university
libraries. The case of the Denis Bernardes Memorial of the Federal University of Pernambuco,
as a place of collection, storage and dissemination of memory, is shown as an example. The
space created in 2013 with the intention to keep the institutional memory of the Federal
University of Pernambuco storages in its collection documents of the most varied typologies,
which tell not only the history of the university, but also facts and personalities of the history
of Pernambuco and Brazil. We conclude that Memorial Denis Bernardes acts as an institution
of memory within the university and that memory can and should dialogue with the future,
�since the human memory is the great responsible for the conservation and transmission of
knowledge.
Keywords: Memory. Denis Bernardes Memorial. University Libraries. Memory Institutions.
Federal University of Pernambuco.
1 Introdução
A memória é um elemento essencial do que se costuma
chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é
uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das
sociedades de hoje, na febre e na angústia.
(LE GOFF, 1996, p.476)
Este trabalho pretende apresentar o lugar da memória dentro da biblioteca
universitária, para isso apresentaremos o Memorial Denis Bernardes da Universidade Federal
de Pernambuco (UFPE), como um espaço responsável pela guarda, preservação e divulgação
da memória institucional da UFPE. Para nos servir de guia, faremos uso dos pensamentos de
Pierre Nora e Armando Malheiro, autores que nos apresentam a biblioteca, ora como lugar de
memória, ora como instituição de memória, respectivamente.
(1993, p.27). As limitações da memória humana levaram o homem a buscar, em recursos
externos, as chamadas memórias artificiais. Para isso, foi preciso conceber um sistema de
utilização de signos por meio dos quais as ideias eram fixadas em um suporte físico, o que
deu origem à escrita, o mais antigo auxílio à memória utilizado pelo homem. Feito
inicialmente em placas de argila ou de cera, os registros de memória passaram a ser inscritos
nos mais diversos suportes, graças à evolução científica e tecnológica que permitiu ao homem
registrar não apenas signos, mas também sons, imagens e imagens em movimento. A
necessidade de possibilitar o acesso a esses registros no decorrer do tempo levou à criação das
chamadas instituições de memória (OLIVEIRA, 2010).
Armando Malheiro (2006) nos aponta que as instituições de memória (arquivos,
bibliotecas e museus) são produtos da revolução francesa, o autor nos diz que toda a memória
acumulada nos conventos, bibliotecas reais, arquivos privados, longe do acesso popular, irá
explodir logo após a revolução francesa, onde cada entidade, ou seja, biblioteca, arquivo e
museu ganharão características que os tornarão distintos, tais como conhecemos nos dias
atuais.
�Assim sendo, acreditamos que o registro do conhecimento humano é antes de tudo
uma forma de tornar inesquecíveis e imortais as obras produzidas pela a humanidade, a
biblioteca enquanto instituição de memória contribui de forma singular para que esses
registros sejam perpetuados, atravessando os tempos e chegando até nós, nos alertando que
,ao contrário, do que imaginamos, a memória esta comprometida não com o passado mas com
o futuro.
2 Revisão de Literatura
2.1 Memória
O Conceito de memória é crucial, nos alerta Le Goff (1996, p.423). Mnemosine, filha
de Urano, deus do céu e das estrelas, e de Gaia, deusa da Terra, casada com Zeus, o rei dos
deuses, é a deusa da Memória, mãe de nove musas que protegiam todas as artes e ciências. A
deusa da memória dava aos poetas e adivinhos o poder de voltar ao passado e de relembrá-lo
para a coletividade. Em seu poço, ela fazia com que os mortos que bebiam de sua água
relembrassem de suas vidas; ao contrário, os mortos que bebiam água do poço de Lethe
esqueciam a mesma. Mnemosine tinha também o poder de imortalizar artistas e historiadores
que ao criar suas obras eram mantidos inesquecíveis (VERNANT, 2002).
A memória tinha, portanto, um sentido místico, supraindividual, já que as divindades
se expressavam através de seus intérpretes: os homens que lembravam. Durante muito tempo,
a memória permaneceu vinculada a explicações míticas ou metafísicas. (BARRENECHEA,
2005, p.55).
Yates (2007) em sua obra A arte da memória nos mostra a trajetória da memória e sua
laicização através das diferentes práticas, uma delas foi a retórica, a qual desempenhou um
papel fundamental neste processo, uma vez que esta foi responsável pelo desenvolvimento das
ideias no continente europeu. Por sua vez, Le Goff (1996, p.435) aponta o aparecimento da
escrita como fator determinante na laicização da memória, o que permitiu o desenvolvimento
da mnemotécnica, que Yates prefere chamar de arte da memória.
Nas sociedades sem escrita a oralidade foi um recurso utilizado para a narração de
acontecimentos que devem ser lembrados, comemorados. Especialistas da memória, homensda corte. As sociedades sem escrita se baseiam na memória de autênticos especialistas, afirma
Leroi-Gourh
família já idosos, bardos, sacerdotes, que
assumem, na humanidade tradicional, o importantíssimo papel de mantenedores da coesão do
grupo
�Durante a Idade Média a memória e a mnemotécnica passaram por um processo de
cristianização. Houve, segundo Le Goff (1996, p.443), a repartição da memória entre uma
memória litúrgica girando em torno de si mesma e uma memória laica de fraca penetração
cronológica.
Até o aparecimento da imprensa pouco se distingue entre transmissão oral e a
transmissão escrita da memória. Foi, sobretudo, para a rememoração de sermões (a
transformação medieval da oratória) que a transformação medieval da memória artificial foi
utilizada (YATES, 2007). Foi com o aparecimento da imprensa que se deu efetivamente a
separação entre transmissão oral e a transmissão escrita, afirma Leroi-Gourhan (1965).
A progressiva exteriorização da memória individual e a rápida dilatação da memória
coletiva, a partir da vulgarização da imprensa no século XIX, fizeram com que o conceito de
memória e seu funcionamento começassem a ser estudados, de forma sistemática, por
diversas áreas do conhecimento. Diante deste contexto, surgirão conceitos como Lugares de
memória e instituições de memória, o primeiro desenvolvido pelo Historiador Pierre Nora e o
segundo sob a responsabilidade do Bibliotecário Armando Malheiro.
2.2 Lugares e Instituições de memória
Conforme Nora (1993), os lugares de memória são se limitam aos lugares
topográficos, onde podemos situar as bibliotecas e os arquivos, por exemplo. Estes lugares
também são os objetos simbólicos tais como bandeiras, monumentos e dicionários. Nora,
ainda informa festas e comemorações como exemplos de lugares de memória.
Assim, procurando ser específico, optamos por não usar o conceito de lugares de
memória cunhado por Pierre Nora e tão amplamente utilizado na Ciência da Informação e nas
suas disciplinas basilares: Biblioteconomia e Arqueologia. Utilizamos Instituições de
memória, termo utilizado por Armando Malheiro (2006, p.158), que trata de instituições
legitimadas, arquivos, bibliotecas e museus, como instituições de memória.
Será a Revolução Francesa, segundo Malheiro e Ribeiro (2011, p.21), a patrocinadora
das instituições de memória
jurisdição espiritual e temporal da Igreja Católica colocaram, na posse directa do Estado
Liberal, um acervo de bens materiais que incluía milha
livrarias e cartórios. Tão vasto caudal de papel e pergaminho exigiu a criação de Bibliotecas e
is (Le Goff) antes privados e de acesso restrito,
tornaram-
�Messidor criou o Archives Nationales com a incumbência expressa de que todo o cidadão
poderá pedir em todos os depósitos, em dias e horas fixados, o acesso aos documentos aí
Públicos abrem-se ao cidadão, mas cedo se tornam lugares de memória para a história, sem
perderem, completamente, o cordão umbilical com a instância produtora tutelada pelo Direito
-se uma nova fase, diz Le Goff (1996, p.464), a da pública
disponibilidade dos documentos da memória nacional.
As instituições de memória nasceram vocacionadas para incorporar a produção
intelectual e político-administrativa de um povo; guardam os testemunhos escritos de sua
identidade, lugar da memória nacional, espaço da conservação do patrimônio intelectual,
literário e artístico de uma nação para uma partilha coletiva. Com nos diz Baratin e Jacob
2.3 Bibliotecas Universitárias
arquivos e bibliotecas constituíam praticamente a mesma entidade, pois organizavam e
ade permaneceu
motivos, levou a que as bibliotecas passassem a existir separadamente e a adquirir maior
Ainda na Idade Média, a organização do conhecimento, passara a reconhecer outro
lugar, as bibliotecas universitárias. Estas surgem no século XIII com a criação das primeiras
ordens eclesiásticas: franciscanos e dominicanos encontram(MARTINS, 2002, p.89).
Também no Brasil s Bibliotecas Universitárias tiveram suas origens a partir de acervos
de ordens religiosas (BARATIN, 2008), e de acordo com Carvalho (2004) esse tipo de
biblioteca começara a ganhar destaque no final do século XlX e inicio do século XX com o
aparecimento das escolas de nível superior.
�3 O Memorial Denis Bernardes
Denis Bernardes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) surge em 2013 como um
espaço dentro da Biblioteca Universitária da UFPE.
A UFPE completou no ano de 2017 setenta anos, no contexto brasileiro é uma das
mais importantes Universidades do Brasil e a que esta em maior destaque entre as
universidades do norte/nordeste, de acordo com o QS World University Rankings (WORLD
UNIVERSITY RANKINGS, 2018), responsável pelos rankings do ensino superior no mundo,
essa colocação leva em consideração os níveis das pesquisas desenvolvidas, o ensino, a
produção acadêmica e disponibilização de conhecimento produzido pelas universidades.
Dessa forma, o Memorial Denis Bernardes foi criado com a intenção de coletar,
preservar e divulgar a memória institucional da UFPE, todavia, o seu espaço também passou a
abrigar acervos importantes para a cultura do Estado.
Seu objetivo é viabilizar o acesso aos conjuntos documentais indispensáveis à
reconstituição da memória institucional e da cultura local, visando aperfeiçoar o emprego dos
recursos tecnológicos necessários para o acesso ao seu conteúdo informacional.
É formado por acervo com várias tipologias documentais: documentos arquivísticos,
bibliográficos, audiovisuais, manuscritos e museológicos. Este último é composto por uma
coleção de cerâmica - cerca de 200 peças - que pertencia ao professor Ruy da Costa Antunes e
foi doada por sua família. O arquivístico contém documentos administrativos das antigas
Escolas de Belas Artes e de Medicina; o bibliográfico é formado por parte dos livros das
bibliotecas pessoais de Ruy Antunes, Marcos Freire, Joaquim Cardozo, Methodio Maranhão,
Coleção de Produção Intelectual da Universidade (PIU) e Coleção Especial. Além disso,
constam também clippings - recortes de jornais da Assessoria de Comunicação (ASCOM) da
UFPE e de Marcos Freire; periódicos diversos e teses e dissertações defendidas na UFPE.
A coleção de manuscritos é composta por correspondências do Conselheiro João
Alfredo Correia de Oliveira, que foi Senador do Império, e por poemas, sonetos e cadernos de
anotações do Padre Daniel dos Santos Lima, ex-professor de Filosofia da UFPE, e que ganhou
o prêmio Alphonsus de Guimaraens da Fundação Biblioteca Nacional 2011 - Categoria:
Poesia, divulgando o seu nome nacionalmente e colocando-o no hall dos grandes escritores
brasileiros do momento.
Por fim, o acervo audiovisual é constituído por discos de vinil, fitas cassetes, CDs,
DVDs, fitas U-Matic e Betacam do Núcleo de TV e Rádios Universitárias (NTVRU), discos
�que pertenceram ao professor Álvaro Alves Camello, bem como fotografias da ASCOM e
negativos fotográficos em vidro do começo do século XX, que pertenceram ao colecionador
pernambucano Fernando Figueiredo.
4 Metodologia
Assim como Chizzotti (1995, p.11), acreditáramos que:
No entanto, a pesquisa só existe com o apoio de
procedimentos metodológicos adequados, que permitam a aproximação ao objeto de estudo.
Dessa forma, Para o desenvolvimento do trabalho realizamos a pesquisa bibliográfica,
que de acordo com
desenvolvida com base em material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científi
E que ainda, segundo o autor, a
pesquisa bibliográfica apresenta a vantagem de permitir ao pesquisador ter uma grande
cobertura maior sobre o assunto que esta sendo abordado. Utilizamos este tipo de pesquisa na
intenção de elucidar a proposta aqui apresentada,ou seja, o lugar da memória dentro da
biblioteca universitária.
5 Discussão
É interessante notarmos quando iremos escrever sobre as origens da das bibliotecas,
temos sempre que atravessar alguns séculos e chegar aos primeiros registros humanos, a sua
guarda e mais posteriormente a sua recuperação (ORTEGA, 2004). Assim passamos pela
Biblioteconomia, Documentação e Arquivística, disciplinas basilares, de acordo com Galindo
(2010), para finalmente chegarmos a Ciência da Informação propriamente dita. Queremos
com isso dizer que a história da memória coletiva, também é a história do conhecimento
humano, da biblioteca. Black (2006) ao escrever sobre a história da informação compartilha
da mesma opinião, acrescentando ainda a história das bibliotecas e dos bibliotecários. Essas
das bibliotecas. Sugerimos que a história da memória está intimamente ligada ao surgimento
das primeiras bibliotecas, da necessidade do homem de tudo guardar para de nada se
esquecer.
6 Considerações finais
A representação da informação caracterizada como exteriorização da memória se deu
com o surgimento da escrita. A partir deste momento podemos falar em exomemória, através
�de diversos suportes como os tabletes de argila utilizados na mesopotâmia, o papiro na Egito,
o pergaminho utilizado durante a idade média. O advento da imprensa, tecnologia inventada
por Gutenberg no século XV, teve grande contribuição para este processo. O homem já não
precisava utilizar-se de recursos para armazenar em sua mente um número relevante de
informações, a arte da memória como nos mostrou Yates (2007). A memória coletiva agora
poderia ser exteriorizada através dos diversos suportes. Há uma interessante passagem em Os
tornará os homens esquecidos, pois deixarão de cultivar a memória; confiando apenas nos
livros escritos, só se lembrarão de um assunto exteriormente e por meios de sinais, e não em si
lugares para que elas fossem guardadas: os arquivos, as bibliotecas, os museus.
Apresentamos neste trabalho a importância do lugar da memória dentro da biblioteca
universitária, utilizamos como exemplo o caso do Memorial Denis Bernardes da UFPE para
mostrar que memória pode e deve dialogar com o futuro, uma vez que a memória humana é a
grande responsável pela conservação e transmissão do conhecimento.
Referências
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GONDAR, Jô; DODEBEI, Vera (Orgs.) O que é memória social? Rio de Janeiro: Contra
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�NORA, Pierre. Entre memória e história - A problemática dos lugares. Projeto História:
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YATES, Frances A. A arte da memória. Campinas: Editora UNICAMP, 2007.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
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2018
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Português
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
O lugar da memória na biblioteca universitária:o caso do Memorial Denis Bernardes.
Creator
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Macedo, Tony Bernardino; Tenório, Rafaela Maria de Mello Cavalcanti; Lima, Beatriz Santos Silva de; Araújo, Ana Cláudia Gouveia
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2018
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The nature or genre of the resource
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An account of the resource
O trabalho apresenta a discussão sobre o lugar da memória dentro das bibliotecas universitárias. Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica com o objetivo de elucidar a importância da memória como elemento fundamental na construção da indenidade. Apresentamos os conceitos de memória, lugares de memória, instituições de memória e o conceito de bibliotecas universitárias. Mostramos como exemplo o caso do Memorial Denis Bernardes da Universidade Federal de Pernambuco, como um local de coleta, guarda e disseminação da memória. O espaço criado em 2013 como a intenção de guardar a memória institucional da Universidade de Pernambuco, abriga em seu acervo documentos das mais variadas tipologias, que narram não apenas a história da universidade, mas também fatos e personalidades da história de Pernambuco e do Brasil. Concluímos que o Memorial Denis Bernardes atua como uma instituição de memória dentro da universidade e que a memória pode e deve dialogar com o futuro, uma vez que a memória humana é a grande responsável pela conservação e transmissão do conhecimento
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
INFORMAÇÃO E AMBIENTE NOS CURSOS DE BIBLIOTECONOMIA
BRASILEIROS
INFORMATION AND THE ENVIRONMENT IN BRAZILIAN LIBRARIANSHIP COURSES
Resumo: O presente trabalho analisa a status do tema informação e ambiente nos cursos de
Biblioteconomia brasileiros. Adota como contexto de discussão a importância da relação entre
informação e ambiente. Pergunta se as habilidades e competências do profissional da
informação estão de acordo com as demandas da sociedade, especialmente, no campo
ambiental. Parte da hipótese de que o tema informação e ambiente é parcialmente abordado
nos currículos da área. Também, não se trata de um conteúdo obrigatório dos cursos.
Metodologicamente é uma pesquisa exploratória, com base em revisão bibliográfica,
levantamento e análise de dados. São 6 cursos, no universo de 39, que oferecem 7 disciplinas
na temática informação e ambiente. A ementa e o conteúdo programático foram recuperados
em duas disciplinas. Conclui que a presença de disciplinas específicas é um importante
indicativo de novas habilidades e competências que são exigidas por instituições conscientes
de seu papel socioambiental e de novas demandas de mercado.
Palavras-chave: Informação. Ambiente. Bibliotecário. Habilidades e Competências.
Biblioteconomia.
Abstract: This article analyzes the present status of the topic of information and the
environment in Brazilian librarianship courses. We adopt as the context for our discussion the
relevance of the relation between information and the environment. We investigate if the
abilities and skills of the information professional fall in line with the demands of society,
especially in the environmental area. We set off from the assumption that the topic of
information and the environment is approached to some extent in the curricula of information
science courses, all the while keeping in mind that this is not a mandatory topic for these
courses. In terms of methodology, this is an exploratory research, based on a bibliographic
review, data collection and analysis. We found 6 courses, out of the 39 that composed our
universe of research, which together offered a total of 7 disciplines on the topic of information
and the environment. We had access to the syllabus for 2 of these disciplines. We conclude
that the presence of specific disciplines in the curricula of these courses is an important
indicator of new abilities and skills whose development is encouraged by institutions which
are aware of their socio-environmental role, as well as of the new demands of the labor
market.
�Keywords: Information. Environment. Librarians. Abilities and Skills. Librarianship.
1 Introdução
O presente trabalho apresenta como tema e objeto de análise a questão da informação
e do ambiente nos cursos de Biblioteconomia. Tem como principal objetivo apresentar a
s
nas grades curriculares dos cursos de
Biblioteconomia brasileiros.
Justifica-se o recorte, pois, as universidades representam uma comunidade
especializada
de
pesquisadores,
professores
e
estudantes.
Institucionalmente,
sua
representação é abrangente e complexa porque diz respeito ao seu entorno socioambiental.
Em tempos recentes a sociedade manifesta sua necessidade e dependência
informacional e tecnológica, mas também é chamada a um compromisso com sua
responsabilidade ambiental e alertada sobre seus direitos de acesso à informação (BARROS,
2017).
A motivação para a pesquisa está fundamentada no contexto atual, que apresenta
discussões
sobre
os
fenômenos
sociais
associadas
às
preocupações
ambientais
(FERNANDES; SAMPAIO, 2008). Sabe-se que o espaço físico é o ambiente prioritário do
bibliotecário (CONTE, 2018), mas ele não parece tão distante das questões sobre o meio
ambiente em geral (SILVA; VITA; PINHEIRO, 2017). Nesse contexto, a seguinte pergunta
foi levantada: a temática informação e ambiente
nas grades curriculares
dos cursos de Biblioteconomia no Brasil?
Metodologicamente, a pesquisa é caracterizada como exploratória, descritiva e
explicativa (GIL, 2002). Explora o tema com base em revisão de literatura, descreve as
informações coletadas nos levantamentos junto às Instituições de Ensino Superior em
Biblioteconomia brasileiras e analisa as ementas das disciplinas selecionadas.
A primeira parte do trabalho revisa os perfis e as competências do profissional
bibliotecário no contexto das diretrizes curriculares, pois são elas que traduzem as demandas
da sociedade. Na segunda parte está o levantamento dos cursos de Biblioteconomia no Brasil
2 Revisão da literatura
As diretrizes curriculares para os cursos de Biblioteconomia orientam o
desenvolvimento de projetos pedagógicos, verificando a exposição objetiva de perfis
profissionais, competências e habilidades, conteúdos curriculares gerais e específicos,
estágios, atividades complementares, estrutura e formas de avaliação do curso.
�No que diz respeito ao perfil dos formandos e suas habilidades e competências, as
diretrizes dizem, inicialmente, que a formação do bibliotecário
[...] supõe o desenvolvimento de determinadas competências e habilidades e o
domínio dos conteúdos da Biblioteconomia. Além de preparados para enfrentar com
proficiência e criatividade os problemas de sua prática profissional, produzir e
difundir conhecimentos, refletir criticamente sobre a realidade que os envolve,
buscar aprimoramento contínuo e observar padrões éticos de conduta, os egressos
dos referidos cursos deverão ser capazes de atuar junto a instituições e serviços que
demandem intervenções de natureza e alcance variados: bibliotecas, centros de
documentação ou informação, centros culturais, serviços ou redes de informação,
órgãos de gestão do patrimônio cultural etc. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,
2001, p. 32)
Esse perfil profissional pode não ser tão abrangente à primeira vista, porém, as
(Instituições de Ensino Superior) a composição de perfis específicos. Significa que, cumprida
as exigências com o perfil exigido, os perfis poderão ser desenvolvidos, visando a atualização
e a modernização (GUIMARÃES, 1997) das habilidades e competências do profissional
bibliotecário. O desenvolvimento dos perfis específicos é fundamental na atualização de
competências e habilidades, que são constantemente exigidas numa sociedade cada vez mais
plural e preocupada com a natureza e com as futuras gerações.
Nas diretrizes, as competências e habilidades estão divididas em gerais e específicas.
As competências gerais buscam:
ir dos conhecimentos adquiridos e divulgá-los;
ias;
de atuação;
assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e pareceres;
tecnológicas que caracterizam o mundo contemporâneo. (MINISTÉRIO DA
EDUCAÇÃO, 2001, p. 32).
Já as competências e habilidades específicas estabelecem que os graduados em
Biblioteconomia devem estar aptos a:
informação, em todo e qualquer ambiente;
informação;
aplicação de conhecimentos teóricos e práticos de coleta, processamento,
armazenamento e difusão da informação;
lizar pesquisas relativas a produtos, processamento, transferência e uso da
informação. (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2001, p. 32-33).
�Fica evidente que são competências e habilidades que estão em conformidade com
uma série de exigências profissionais (VALENTIM, 2000; BAPTISTA; MUELLER, 2004)).
Além do mercado, também é possível relacionar, interdisciplinarmente, essas competências e
habilidades com outras definidas na literatura especializada da área.
Essas novas competências do profissional bibliotecário serão definidas por novos
contextos sociais, técnicos e científicos trazidos pelo fenômeno que se convencionou chamar
de sociedade da informação (CASTRO; RIBEIRO, 1997). De acordo com Guimarães (2005,
p. 89, grifo do autor), a globalização
[...] permite, no âmbito educacional, o acesso a diversificadas realidades, e o
compartilhamento e intercâmbio de experiências distintas, seja pela formação de
espaços integrados como é o caso dos eventos sobre formação profissional na área
de Informação no Mercosul, na Ibero-América e na União Europeia -, seja pelo
aporte da Internet, com o desenvolvimento das páginas web dos distintos cursos e a
formação de grupos de discussão em temáticas específicas. Assim, cada vez mais a
dimensão educacional da área assume um caráter mundial, em que as experiências
deixam de ter conotações eminentemente locais e passam a contribuir para uma
reflexão mais ampla.
Junto à dimensão educacional, a pesquisa científica forma um conjunto necessário
para as novas perspectivas curriculares na universidade, especialmente nas universidades que
oferecem cursos de Biblioteconomia. Porém, a investigação realizada no dia-a-dia da pesquisa
exige permanente capacidade de mudança e atualização.
Na universidade, a ideia de fazer da pesquisa um cotidiano didático, tanto para o
professor, como para o aluno, precisa de ser trabalhada para que a articulação
ensino/pesquisa realmente se efetive. Para isso, será fundamental que se tenha
coragem de alterar consistentemente a lógica dos currículos vigentes, onde a
dissociação entre a teoria e a prática gera desinteresse e falta de sentido para a vida
dos acadêmicos. Para isso, a prática da pesquisa deve estar presente em todos os
momentos da formação universitária, conjugando reciprocamente teoria e prática
(GUIMARÃES; RODRIGUES, 2003, p. 58).
Seguindo as observações de Guimarães e Rodrigues (2003) fica evidente que a
pesquisa, junto com o ensino e a extensão, é importante para a formação universitária em
Biblioteconomia. Por outro lado, os autores lembram que o interesse pela pesquisa está
relacionado à capacidade de se trabalhar a teoria e a prática em currículos atualizados. Nessa
mesma linha de argumentação, pode-se observar que a sociedade passou, de acordo com
Morin (2002a), por constantes mudanças em sua forma de pensar e conhecer.
Apesar da rapidez das transformações, alguns temas podem ser destacados como
preocupação geral em obras que analisam as sociedades da informação e do conhecimento
(CASTELLS, 2005; MATTELART, 2002). Além das tecnologias, esses temas são fortemente
representados por questões ecológicas, ambientais e humanas (DAVENPORT, 1998;
MORIN, 2002b). Essas abordagens enfatizam a importância do ambiente como fundamental
�para a própria sobrevivência humana. Por exemplo, a questão da sustentabilidade ganhou, nas
últimas décadas, espaço ao lado das questões tecnológicas. Ou seja, falar de ambiente e
sustentabilidade implica numa compreensão do uso que a humanidade vem fazendo da ciência
e das técnicas.
A Biblioteconomia, como muitas outras áreas do conhecimento, tratou apenas dos
impactos dos avanços técnicos e científicos na sociedade, destacando, na maioria das vezes,
seus benefícios de ambientes gerais e específicos (TARAPANOFF, 1984). Porém, como é
possível notar em pesquisas da área (CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 1992), o campo da
informação já se interessa pelos desafios do meio ambiente há algumas décadas.
Para tentar verificar a situação desse interesse foi realizada uma pesquisa nas grades
curriculares disponíveis nos sites dos cursos de graduação em Biblioteconomia no Brasil. A
seguir são detalhados os métodos usados e os principais resultados da pesquisa.
3. Procedimentos metodológicos
Os procedimentos metodológicos foram divididos em três etapas:
Etapa 1
Levantamento dos cursos de graduação em Biblioteconomia foi realizado no mês de
fevereiro de 2016 e usou como base a lista oferecida pela ABECIN (Associação Brasileira de
Educação em Ciência da Informação) em seu site
adas 38 instituições de Biblioteconomia.
O Quadro 1 lista as Escolas identificadas.
Quadro 1 - Escolas de Biblioteconomia no Brasil.
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
9.
10.
11.
12.
13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.
22.
23.
Centro Universitário Assunção UNIFAI. São Paulo. SP.
Centro Universitário Curso de Biblioteconomia. UNIRONDON. Cuiabá. MT
Centro Universitário de Formiga UNIFOR. Formiga. MG
Faculdades Integradas Coração de Jesus FAINC. Santo André. SP
Faculdades Integradas Teresa D'Ávila FATEA/Lorena. Lorena. SP
Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo FESPSP. São Paulo. SP
Instituto de Ensino Superior da Funlec IESF. Campo Grande. MS
Pontifícia Universidade Católica de Campinas. PUCCAMP. Campinas. SP
Universidade de Brasília UnB. Brasília. DF
Universidade de São Paulo USP - Campus Ribeirão Preto. Ribeirão Preto. SP
Universidade de São Paulo USP. São Paulo. SP
Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC. Florianópolis. SC
Universidade Estadual de Londrina UEL. Londrina. PR
Universidade Estadual Paulista Unesp. Marília. SP
Universidade Federal da Bahia UFBA. Salvador. BA
Universidade Federal da Paraíba UFPb. João Pessoa. PB
Universidade Federal de Alagoas UFAL. Maceió. AL
Universidade Federal de Goiás UFG. Goiânia. GO
Universidade Federal de Minas Gerais UFMG. Belo Horizonte. MG
Universidade Federal de Pernambuco UFPE. Recife. PE
Universidade Federal de Rondônia UNIR. Porto Velho. RO.
Universidade Federal de Santa Catarina UFSC. Florianópolis. SC
Universidade Federal de Santa Maria UFSM. Santa Maria. RS
�24.
25.
26.
27.
28.
29.
30.
31.
32.
33.
34.
35.
36.
37.
38.
Universidade Federal de São Carlos UFSCar. São Carlos. SP
Universidade Federal de Sergipe UFS. São Cristóvão. SE
Universidade Federal do Amazonas UFAM. Manaus. AM
Universidade Federal do Cariri UFCA. Juazeiro do Norte. CE
Universidade Federal do Ceará UFC. Fortaleza. CE
Universidade Federal do Espírito Santo UFES. Vitória. ES
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO. Rio de Janeiro. RJ
Universidade Federal do Maranhão UFMA. São Luís. MA.
Universidade Federal do Pará UFPA. Belém. PA
Universidade Federal do Paraná UFPR. Curitiba. PR
Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. Rio de Janeiro. RJ
Universidade Federal do Rio Grande FURG. Rio Grande. RS.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN. Natal. RN
Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFRGS. Porto Alegre. RS
Universidade Federal Fluminense UFF. Niterói. RJ
39. Universidade Vale do Rio Verde de Três Corações UNINCOR. Três Corações. MG
Fonte: elaborado pelos autores.
Etapa 2
Depois de identificadas as Instituições de Ensino Superior em Biblioteconomia no
Brasil, foi realizada a análise dos cursos em seus respectivos sites. Inicialmente, buscou-se
informações sobre: identificação das disciplinas obrigatórias; Projeto Pedagógico de Curso; e,
Planos completos das disciplinas.
Etapa 3
Verificou-se se os títulos das disciplinas obrigatórias oferecidas apresentavam a
temática informação e ambiente ou alguma correlação com o tema
.
Em alguns cursos, além dos títulos das disciplinas, também estavam disponíveis os
planos completos. Os planos selecionados foram analisados para identificar as ementas e os
conteúdos programáticos dessas disciplinas.
4. Análise e discussão dos resultados
Conforme a Figura 1, em 6 dos 39 sites dos cursos de Biblioteconomia não foi
possível identificar informações sobre os currículos dos cursos oferecidos. Outras 33
instituições disponibilizam informações sobre as disciplinas obrigatórias oferecidas.
Verificou-se que 17 instituições disponibilizam os planos completos das disciplinas
obrigatórias e 19 estão com seus projetos pedagógicos de cursos acessíveis em seus sites.
�Figura 1 - Informações sobre os cursos de Biblioteconomia no Brasil (2016).
Fonte: elaborado pelos autores.
Ainda, segundo a Figura 1, nos sites de 14 instituições foi possível localizar os
projetos pedagógicos de curso, os nomes das disciplinas obrigatórias e seus respectivos
programas completos. Em 11 sites foram encontrados apenas a identificação das disciplinas.
Os nomes das disciplinas e os projetos pedagógicos foram identificados em 5 instituições,
enquanto que 6 cursos de Biblioteconomia analisados não apresentaram nenhuma informação
sobre suas disciplinas, planos de aula e projetos pedagógicos.
Figura 1 - Cursos que oferecem disciplina sobre Informação e ambiente (2016).
Fonte: elaborado pelos autores.
�A Figura 2 apresenta o número de cursos que oferecem disciplina sobre o tema
informação e ambiente . Dos 33 cursos analisados, 6 oferecem e 27 não oferecem disciplinas
na temática indicada.
É um número representativo, pois, demonstra que há preocupação com a temática.
Também vale destacar que são disciplinas de graduação, portanto estão sendo ministradas na
formação de novos profissionais bibliotecários, com novas competências e habilidades.
Colaborando com a última afirmação, e de acordo com a Figura 3, seis instituições do
total pesquisado oferecem 7 disciplinas optativas na temática informação e ambiente.
Figura 3 - Disciplinas nos Cursos de Biblioteconomia (2016).
Fonte: elaborado pelos autores.
O Quadro 2 apresenta as ementas e os conteúdos programáticos das disciplinas
recuperadas.
Quadro 2 - Ementas e conteúdo programático das disciplinas (2016).
Disciplina
Informação, meio
ambiente
e
sustentabilidade
(USP)
Ementa
Fornecer elementos que permitam compreender
as
necessidades
informacionais
das
organizações para a solução de seus problemas
socioambientais.
Mostrar como as organizações podem
evidenciar, a partir do correto provisionamento
de
informações,
suas
atividades
socioambientais, tanto para os seus acionistas
ou controladores (stockholders) quanto para as
partes afetadas ou interessadas (stakeholders).
Proporcionar uma visão sobre as principais
questões ambientais relacionadas às atividades
das organizações e as repercussões sociais
decorrentes, discutindo a importância da
informação ambiental para os cidadãos e
mostrando sua relevância para o pleno exercício
da cidadania.
Conteúdo Programático
1. Apresentação da disciplina, do programa, da
metodologia de ensino e do sistema de avaliação.
A evolução do conceito de responsabilidade
social, sua diferença da simples filantropia e a
importância das ações organizacionais. As
perspectivas normativa, contratual e estratégica.
2. O conceito de sustentabilidade e sua aplicação
à economia e ao meio ambiente. Os principais
problemas ambientais que afetam os solos, águas
e o ar e suas repercussões sociais.
3. Os princípios básicos da legislação ambiental.
principais normas e diretrizes internacionais e seu
impacto em diferentes países.
4. A informação como catalisadora de mudanças
nas organizações e na sociedade. Estudos de
casos nacionais e internacionais, evidenciando a
�importância da informação.
5. A informação no contexto científico e
tecnológico. As Políticas de Ciência, Tecnologia,
Inovação e Meio Ambiente.
6. Serviços de informação ambiental: natureza,
tipologia, função. Os repositórios de informações
ambientais e os processos de transferência de
informação. A importância do acesso público às
informações ambientais.
7. Estudos de casos sobre repositórios de
informações no Brasil e no exterior.
8. A informação ambiental e as necessidades das
organizações privadas em função das exigências
legais, normas e diretrizes nacionais e
internacionais.
9. A evidenciação das ações socioambientais
pelas
organizações.
Os
10. A gestão das informações ambientais tendo
e governança das organizações.
11. Os programas de educação ambiental nas
organizações,
comunidades,
escolas
e
universidades.
12. As informações no contexto da rotulagem e
no marketing ambiental.
13. Sistematização dos conteúdos apresentados e
perspectivas para o futuro da gestão das
informações ambientais.
Informação e meio
ambiente (UFPE)
Necessidades, fluxos e sistemas informacionais
na gestão da informação ambiental. Legislação
e políticas públicas para o Meio Ambiente.
Educação Ambiental e informação.
1) Meio Ambiente Natural e Social Conceitos
básicos de Meio Ambiente e Educação Ambiental
2)
Desenvolvimento
Sustentável
e
Sustentabilidade
Conceitos
básicos
de
desenvolvimento sustentável e sustentabilidade
3) Necessidade Informacionais para a Gestão
Ambiental Estudos de usuários aplicados às
necessidades informacionais específicas para a
gestão da informação ambiental.
4) Fluxos e Sistemas de Informação para a Gestão
Ambiental Mapeamento de fluxos informacionais
e métodos de avaliação de sistemas
informacionais para a gestão da informação
ambiental.
5) Legislação e Políticas Públicas para o Meio
Ambiente Dimensão política para a cidadania e
para o cuidado com o meio ambiente local,
regional e global.
6) Formação humana de sujeitos histórico e
socialmente situados para a cidadania ambiental.
Promoção de reflexões para a convivência
interpessoal, respeito às diferenças e o diálogo
para a convivência e a paz.
Educação
ambiental (UFCA)
Informação e meio
ambiente (FURG)
Não localizado
Não localizado
Mostrar os diversos graus de inter-relações
entre os diversos ecossistemas. Fundamentar o
bibliotecário para uma visão integrada do meio
ambiente através de referencial teórico na área,
estimulando ações com enfoque a questões
ambientais locais. Relacionar os conhecimentos
de Biblioteconomia nas unidades em que que se
desenvolverá a disciplina. Destacar o
importante papel do profissional da informação
Não localizado
�Educação
ambiental (FURG)
Introdução
à
ecologia (UFRGS)
como educador para uma ecologia consciente.
Conceitos básicos em ecologia. Caracterização
básica da Biosfera: aspectos evolutivos e
estruturais. A hipótese Gaia. Ecossistemas:
organização
e
dinâmica.
A
pressão
antropogênica no meio: aspectos sociais e
econômicos. Impactos antrópicos globais:
causas e consequências. Sustentabilidade.
Caracterização geral da estrutura de política e
controle ambiental no Brasil.
Conceitos
fundamentais
da
ecologia.
Populações, comunidades, ecossistemas. Ciclos
biogeoquímicos.
Caracterização
dos
ecossistemas terrestres e aquáticos. O ambiente
antrópico. Sistema urbano e agro-ecossistemas.
Poluição.
Não localizado
Não localizado
Não localizado
Não localizado
Ecologia II (UFF)
Fonte: USP, UFPE, UFCA, FURG, UFRGS e UFF. Adaptado pelos autores.
Analisando as ementas e os conteúdos programáticos das disciplinas é possível notar
que existe grande preocupação com a gestão das informações ambientais no sentido de melhor
orientar as organizações no enfrentamento de problemas socioambientais.
Também fica evidente a necessidade de formar um profissional bibliotecário
consciente de suas responsabilidades sociais e ambientais. Um profissional que seja
conhecedor de políticas informacionais para o meio ambiente e, principalmente, que consiga
atuar como um promotor de programas e ações de informação junto à comunidade.
Recuperando as diretrizes curriculares e a literatura especializada, é possível verificar
que os perfis dos profissionais da informação estão se atualizando de acordo com as
demandas da sociedade.
As iniciativas, apesar de numericamente reduzidas, são positivas para manter o perfil
de um profissional bibliotecário criativo, envolvido com os problemas socioambientais
contemporâneos e, principalmente, consciente das maneiras teóricas, metodológicas e práticas
de assumir o seu papel institucional, social e ambiental.
5. Considerações finais
O bibliotecário é destacado nas diretrizes curriculares de curso e na literatura
especializada da área de Biblioteconomia como um profissional da informação apto a gerar
produtos, elaborar e coordenar projetos, utilizar de forma racional recursos, desenvolver
tecnologias, mediar necessidades informacionais, responder demandas sociais, além de outras
aptidões como agregar valores, avaliar recursos, processar informações e realizar pesquisas.
Também está, entre as habilidades dos profissionais da informação, a capacidade de
atualização diante de demandas da sociedade. Acredita-se que um dos ambientes de
�verificação dessas demandas é a universidade. O perfil dinâmico do profissional da
informação exige um ensino igualmente ágil e pronto a responder as exigências da realidade.
Nesse sentido, a pesquisa procurou verificar a existência da temática informação e
ambiente nas grades curriculares dos cursos de Biblioteconomia brasileiros. Verificou-se a
presença do tema do tema nas grades analisadas, indicando que existe uma demanda das
instituições para um profissional com tais habilidades e competências.
Por fim, destaca-se que as universidades são instituições de destaque no contexto
social e suas bibliotecas são centros de referência que materializam e refletem as
características desse entorno. Cabe, portanto, às instituições de ensino superior em
Biblioteconomia dar suporte acadêmico ao profissional bibliotecário para que possa
identificar mudanças e responder aos desafios sociais da atualidade.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Informação e ambiente nos cursos de biblioteconomia brasileiros.
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Francelin, Marivalde Moacir; Paletta, Francisco Carlos
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O presente trabalho analisa a status do tema informação e ambiente nos cursos de Biblioteconomia brasileiros. Adota como contexto de discussão a importância da relação entre informação e ambiente. Pergunta se as habilidades e competências do profissional da informação estão de acordo com as demandas da sociedade, especialmente, no campo ambiental. Parte da hipótese de que o tema informação e ambiente é parcialmente abordado nos currículos da área. Também, não se trata de um conteúdo obrigatório dos cursos. Metodologicamente é uma pesquisa exploratória, com base em revisão bibliográfica, levantamento e análise de dados. São 6 cursos, no universo de 39, que oferecem 7 disciplinas na temática informação e ambiente. A ementa e o conteúdo programático foram recuperados em duas disciplinas. Conclui que a presença de disciplinas específicas é um importante ndicativo de novas habilidades e competências que são exigidas por instituições consciente de seu papel socioambiental e de novas demandas de mercado.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
FURTO DE OBRAS RARAS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
THEFT OF RARE BOOKS IN ACADEMIC LIBRARIES
Resumo: Bibliotecas, arquivos e museus são guardiões de patrimônio cultural ameaçado pela
cobiça de colecionadores particulares e consequentemente pela cobiça de criminosos atraídos
pelo alto retorno financeiro que podem obter e pelo baixo risco enfrentado. Como as
instituições devem conciliar gestão de acervo, divulgação e acesso, sem comprometer a
segurança patrimonial? Como podem se defender desse tipo de crime? O que fazer quando se
percebe vítima de furto? Em 2016 aconteceu uma série de furtos em bibliotecas universitárias
brasileiras e um dos alvos foi a Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo. Como reação, ela reviu procedimentos de trabalho; iniciou
estudos para um plano de segurança; e realizou o Encontro sobre Segurança de Acervos Raros
e Especiais, primeiro espaço aberto para debate de temas sempre velados: segurança
patrimonial, legislação, gestão de coleções raras e relatos de casos de furto. Assumir-se vítima
desse tipo de crime é constrangedor, mesmo assim não se deve omitir a ocorrência. As
instituições precisam criar uma rede de cooperação para fortalecer as estratégias de
preservação do patrimônio cultural nacional.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias. Furto de obras raras. Segurança patrimonial.
Abstract: Libraries, archives and museums are guardians of cultural heritage threatened by
the selfishness of private collectors and, consequently, by the greed of criminals due to the
high financial profit and the low risk of punishment. How can cultural institutions coordinate
collection management, disclosure and access, without risking its security? What are the
strategies for preventing theft and vandalism of collections? How to respond to theft? In 2016,
several thefts happened in Brazilian academic libraries and one of the targets was the
. In response to
Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo
that, it reviewed working procedures; initiated studies for a security plan; and held Encontro
sobre Segurança de Acervos Raros e Especiais, the first open forum for debating usual veiled
issues: heritage security, legislation, management of rare collections and reports of theft cases.
o assume being a victim of this type of crime, nevertheless institutions
it. Institutions must create a network of cooperation to strengthen the strategies
of security and preservation of the national cultural heritage.
Keywords: Academic libraries. Theft of rare books. Security measures.
�1 INTRODUÇÃO
Ser guardião de patrimônio cultural é uma honra para as instituições. Honra que exige
muita responsabilidade, que exige zelar e garantir a preservação ao mesmo tempo em que
exige garantir a difusão e o acesso. Mas, como conciliar essas demandas? Especialmente
quando não se dispõe de todos os recursos necessários.
Devido à sua importância histórica e cultural o patrimônio sob custódia das
instituições de cultura, ensino e pesquisa é alvo constante da cobiça de colecionadores
particulares dispostos a pagar qualquer quantia por ele no mercado paralelo, ou mesmo em
leilões oficiais, como expõe Kushnir (2009).
A ganância que atravessa a sociedade, o individualismo que deseja particularizar,
que pretende, para si, determinados bens de natureza intrinsecamente coletiva.
Objetos de grande significação vão perdendo o sentido histórico, para se tornarem
bens de valor monetário e de mercado. (KUSHNIR, 2009, p.12)
O presente trabalho se apoia na realização do Encontro sobre Segurança de Acervos
Raros e Especiais, idealizado pelo Serviço Técnico de Biblioteca da Faculdade de Arquitetura
e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), para compartilhar a ocorrência e os
desdobramentos do caso de furto do qual foi vítima em 2016; para destacar algumas diretrizes
na elaboração de um plano de segurança patrimonial; e para provocar o debate sobre esse
tema tão relevante e paradoxalmente tão relegado por todos.
Apesar da óbvia dificuldade em fazê-lo, entende-se que este é o momento oportuno
para expor fragilidades que talvez sirvam de alerta a outras bibliotecas, ou a outras
instituições públicas ou privadas guardiãs de patrimônio, cujas coleções, por fortúnio, ainda
não tenham sido alvo de furto ou roubo.
2 BIBLIOTECA DA FAUUSP E O FURTO DE OBRAS RARAS
O Serviço Técnico de Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da
Universidade de São Paulo, aqui denominado Biblioteca da FAUUSP, foi criado juntamente
com a Faculdade em 1948 e figura entre as mais importantes bibliotecas universitárias
especializadas em Arquitetura, Planejamento Urbano, Design, Artes Visuais e áreas afins.
Destaca-se também por abrigar uma das maiores coleções universitárias no Brasil de desenhos
originais de arquitetura, relacionados especialmente à arquitetura paulista, frutos do trabalho de
escritórios e profissionais renomados, completando sua coleção iconográfica com fotografias,
diapositivos, negativos, gravuras e cartazes.
�Como toda biblioteca universitária, seu público principal são os docentes e os discentes
de Graduação e Pós-Graduação nos cursos de Arquitetura e Urbanismo e de Design. Mas, seus
acervos atraem também a comunidade acadêmica de outras Faculdades e Institutos da USP; de
outras instituições de ensino superior; pesquisadores independentes; veículos de comunicação;
museus; escritórios de arquitetura; editoras; e o público em geral. Brasileiros e estrangeiros.
Cada vez mais se observa que parte do acervo da Biblioteca da FAUUSP passa a
configurar-se como importante fonte para a historiografia da arquitetura, demandando novas
estratégias para sua gestão, tanto por parte da equipe técnica quanto por parte da Faculdade. A
própria Universidade de São Paulo deveria debruçar-se em um planejamento amplo para
garantir a salvaguarda do patrimônio cultural depositado em suas bibliotecas, arquivos e
museus.
A Biblioteca da FAUUSP tem a sua sede instalada, desde 1969, no edifício Vilanova
Artigas, no campus Butantã - Cidade Universitária. Passou por reforma das instalações e
ganhou novo layout em 1997, e desde então segue com a mesma configuração, apenas
incorporando alguns pequenos espaços de reserva técnica no mesmo edifício. Seus
procedimentos de trabalho também seguiam razoavelmente padronizados até que em 2016 foi
uma das vítimas da série de furtos de obras raras que acometeu bibliotecas da USP e de outras
instituições, orquestrada por um indivíduo já condenado anteriormente por esse tipo de crime.
Os criminosos se valeram de diversas técnicas para subtrair o patrimônio cultural da
USP: arrombaram vitrines e substituíram as obras em exposição; apresentaram-se como
pesquisadores assíduos e tiveram a liberdade para consultar, o que lhes permitiu recortar
fotografias e gravuras, deixando como vestígio a violação de páginas e miolo dos livros;
levaram os miolos, deixando as capas; levaram publicações inteiras escondidas por baixo do
casaco; e tantas outras violações que talvez serão percebidas apenas daqui a alguns anos quando
estas coleções passarem por um inventário-descritivo (análise bibliológica) ou quando um
pesquisador notificar a equipe da biblioteca de que a obra em consulta está incompleta.
Uma das bibliotecas visitadas pela dupla de criminosos na USP conseguiu evitar o furto,
especialmente devido ao controle de acesso mais rigoroso e por desconfiar do interesse dos
foi ágil para fotografar a
carteira de RG apresentada por um dos criminosos; reconhecê-lo em matérias disponíveis na
internet sobre seu histórico de furtos e prisões; e alertar a equipe de segurança universitária.
Alertou também as demais bibliotecas, entre elas a da FAU, e foi o que fez com que esta
desconfiasse de que poderia ter sido vítima de furto, afinal a dupla tinha frequentado a
biblioteca por alguns dias, semanas antes.
�Perceber-se vítima de furto de itens da coleção, especialmente de itens raros, gera
sentimento de vergonha, de incompetência, de desorientação; gera receio de repreensão legal;
de repreensão administrativa; de depreciação de todo o trabalho realizado em décadas; de
descrédito sobre a competência para administrar uma biblioteca e zelar pelo patrimônio sob sua
responsabilidade. As consequências legais e administrativas ainda não são conhecidas no caso
da Biblioteca da FAUUSP, pois o caso ainda tramita judicialmente, tendo sido feita ainda em
julho de 2017 uma prestação de informação à 18ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do
Estado de São Paulo, e por não ter sido concluída a sindicância interna na Faculdade.
O furto provocou a inevitável revisão de procedimentos, buscando identificar falhas na
preservação do acervo circulante e do acervo raro, minimizando-as com os recursos disponíveis.
A primeira medida foi estabelecer um maior controle de acesso às áreas de reserva especial e
alterar o esquema de consulta; foram iniciados estudos para implantação de uma política de
segurança patrimonial e de gestão das coleções especiais; cooperação com outras instituições;
participação em grupo de trabalho interdisciplinar para promover estudos e apoio às instituições
guardiãs de patrimônio cultural que deve ser encarado como patrimônio cultural nacional. Os
furtos não afetam apenas as instituições guardiãs, mas a sociedade como um todo, ainda que
esta não se dê conta (ENCONTRO..., 201788; KUSHNIR, 2009; GREENHALGH, 2014).
Patrimônio cultural de um povo compreende as obras de seus artistas, arquitetos,
músicos, escritores e cientistas e também o trabalho de artistas anônimos, expressões da alma
popular, e o conjunto de valores que dão sentido à vida. Sejam expressões materiais e imateriais
da criatividade desse povo: idiomas, ritos, crenças, lugares e monumentos históricos, literatura,
obras de arte, arquivos e bibliotecas.
Todo povo tem o direito e o dever de defender e preservar seu patrimônio cultural, dado
que uma sociedade se reconhece através dos valores que lhes servem de inspiração criadora.
(UNESCO, 1982, p. 3, tradução nossa, grifo nosso)
Toda essa revisão de procedimentos exige mudança da cultura organizacional, mudança
que enfrenta resistência, uma reação esperada porque mexe com as relações de poder vigentes
(GREENHALGH, 2016). Por isso, faz-se necessário o trabalho contínuo de conscientização de
todos
gestores, equipe e usuários
sobre a importância dos procedimentos estabelecidos e o
envolvimento para garantir o êxito do plano de segurança patrimonial.
88
Toma-se a liberdade de adaptar esta citação às palestras proferidas no ENCONTRO SOBRE SEGURANÇA
DE ACERVOS RAROS E ESPECIAIS (2017) e que serão relatadas no próximo tópico deste artigo. Todas
destacaram a importância da valorização das coleções de bibliotecas como patrimônio cultural nacional junto às
equipes técnicas, gestores e sociedade civil. Ao longo do texto serão feitas outras menções a algumas falas.
�3 ENCONTRO SOBRE SEGURANÇA DE ACERVOS RAROS E ESPECIAIS
Em resposta à lastimável ocorrência de furto na Biblioteca da FAUUSP, se realizou este
evento pioneiro no debate aberto e exclusivo sobre temas tão preocupantes: segurança
patrimonial e furto de coleções raras e especiais. Apesar de não serem temas novos costumam
ficar velados e, por isso, desconhecidos por muitos profissionais e pela sociedade. Era evidente
a urgência em criar um espaço para discussão; para compartilhar experiências; proporcionar
orientação sobre prevenção contra esse tipo de crime; sobre como agir quando se descobre
vítima; e discutir questões legais.
O Encontro sobre Segurança de Acervos Raros e Especiais foi construído em
colaboração com alguns dos palestrantes, com o Serviço de Biblioteca e Documentação da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e com a Biblioteca Brasiliana
Guita e José Mindlin. Foi realizado em outubro de 2017 durante a Semana do Livro e da
Biblioteca na USP, oferecendo em sua programação as palestras Segurança na Universidade de
São Paulo, pelo Prof. Dr. José Antonio Visintin, Diretor da Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnica da USP e Superintendente de Prevenção e Proteção Universitária, que apresentou
o plano de segurança geral USP Segura e algumas propostas de segurança para as bibliotecas
cujo projeto está em andamento junto com o Sistema Integrado de Bibliotecas, embora a
execução dependerá de cada Faculdade.
Epidemia de roubo de livros em bibliotecas?: os acervos nas universidades em risco,
proferida pelo Prof. Fabiano Cataldo de Azevedo, bibliotecário professor da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e integrante dos comitês da IFLA Rare Books
and Special Collection Section e Cultural Heritage Programme Advisory Committee, que
comentou sobre a importância em reconhecer os crimes de roubo e furto como risco ao
patrimônio bibliográfico e que devem ser encarados como desastre nacional, perda coletiva e
não exclusiva da instituição que foi vítima. É premente compreender o que é patrimônio
bibliográfico nacional; conscientizar e formar bibliotecários para gestão de bens patrimoniais;
conscientizar gestores; reconhecer que a gestão de acervos raros não se resume a livros
tradicionalmente denominados como tal. É preciso saber o que preservar. Qual é a característica
do crime de furto e roubo de livros no Brasil? Por que bibliotecas universitárias são alvo? Por
que divulgamos pouco? Por que falamos pouco? Existe culpado?
Economia do crime e cultura organizacional: implicações na segurança de bens foi a
palestra do Dr. Raphael Diego Greenhalgh, bibliotecário Chefe do Setor de Obras Raras da
Biblioteca Central da Universidade de Brasília (UnB), que destacou a importância de se ter
�ciência de que as instituições guardiãs são parte de um cenário complexo, não depende apenas
delas o combate a esse tipo de crime e a tentativa de dissuadir os criminosos. Casos de furto e
roubo são comuns no mundo todo, registra-se ao menos um por ano, mas certamente há
muitas outras ocorrências que ficam silenciadas pelas próprias instituições. Foram
apresentados os conceitos de Economia do Crime; Teoria do Crime; Teoria da Dissuasão;
alguns crimes de furto no Brasil e o índice de recuperação de obras; a influência da cultura
organizacional na gestão da segurança de acervos; e a importância das instituições
promoverem suas coleções perante a sociedade para despertar a valorização do patrimônio por
parte desta e para que casos de furto e roubo de livros provoquem a mesma comoção que furto
de obras de arte, observação semelhante feita por Fabiano Cataldo.
Aprendendo com o sinistro: as medidas de segurança adotadas pela Biblioteca
Nacional foi a palestra de Maria José da Silva Fernandes, bibliotecária de carreira da
Fundação Biblioteca Nacional (FBN), Coordenadora-Geral do Centro de Coleções e Serviços
aos Leitores. Foram apresentados casos de furtos ocorridos em 2004, 2005 e 2010; seus
desdobramentos até recentemente, quando em 2016 funcionários foram convocados pelo
Ministério Público Federal a depor como testemunhas de acusação no julgamento de um dos
casos. Foram descritas as estratégias dos criminosos nos três casos, respectivamente:
tumulto para distrair a equipe técnica. As mudanças implementadas para evitar futuras
ocorrências foram a instalação de sistema de vigilância por câmera e central de
monitoramento; sistema de identificação diferenciada para cada público; restrições de acesso
aos espaços; detector de metal na entrada da FBN; e capacitação da equipe de segurança. Foi
apresentado o catálogo digital de obras furtadas; atividades do Plano Nacional de
Recuperação de Obras Raras
PLANOR; e a participação da FBN no Grupo de Trabalho de
combate ao tráfico ilícito de bens culturais com a Interpol e Polícia Federal.
Segurança patrimonial em bibliotecas universitárias: desafios e perspectivas foi
proferida por Diná Marques Pereira Araújo, bibliotecária conservadora-restauradora,
Coordenadora Técnica do Acervo de Livros Raros da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e membro do Comitê brasileiro do Programa UNESCO Memória do Mundo, que
compartilhou uma experiência de furto (décadas 1990 e 2000); uma de quase furto
(2012/2013); e algumas iniciativas em resposta a essas ocorrências. O caso de furto
biblioteca semanalmente por meses e passou a desfrutar da confiança da equipe técnica.
Tomou-se conhecimento do furto no início dos anos 2000, por alerta de livreiro que observou
�marcas de propriedade de UFMG em livros que estavam sendo comercializados. As mudanças
implementadas foram realizar inventário da coleção; transferir livros antigos para as coleções
especiais da Biblioteca Central; recomendar às bibliotecas da UFMG medidas de restrição de
acesso; capacitar equipe para cumprir o protocolo de segurança. Em 2013, outro
Central, interagindo com agentes de segurança, membros da equipe técnica e bolsistas
pesquisadores, cativando e conquistando a confiança. Por falha no protocolo, ele teve acesso a
uma obra rara já digitalizada, formato que costuma ser oferecido a qualquer interessado,
evitando o manuseio do livro original. Tentativa frustrada. Quando voltou para consultar o
mesmo livro e não teve acesso à obra, exaltou-se e entrou em confronto com integrante da
equipe que não estava treinado para o protocolo de segurança. O criminoso estava armado na
ocasião. Novas rotinas de segurança foram implantadas e os procedimentos vigentes
permanecem em avaliação periódica.
Furto de livros raros: características do crime e como preveni-lo foi a palestra
proferida pelo investigador de polícia Klaus Deodato Simões89, da Unidade de Inteligência
Policial do DECADE - Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas da Polícia
Civil do Estado de São Paulo, que apresentou a perspectiva policial em relação ao furto de
livros raros, crime mais frequente do que se imagina, porém sem cobertura da mídia.
Comentou sobre legislação penal; características dos criminosos e como atuam; e comentou
os casos da USP em 2016. A legislação que versa sobre furto, roubo e receptação engessa a
atuação da polícia, oferece penas brandas e por isso se tem a falsa ideia de ineficiência
policial. Os Crimes de furto geralmente são planejados e acontecem por encomenda de
colecionadores e receptadores especializados como leiloeiros, sebos e antiquários nacionais e
internacionais. Os criminosos estudam as instalações, a rotina, fazem reconhecimento prévio
da coleção e do espaço, procuram cativar pessoas ou até mesmo cooptar. Furto de obras raras
é um crime que oferece baixo risco e alto retorno financeiro. Algumas medidas de contenção
são fundamentais: controle de acesso; local adequado para consulta do acervo; sistema de
vigilância; treinamento da equipe; exposição dos casos quando acontecem; e criação de uma
rede de comunicação entre as instituições.
O caso da Biblioteca Mário de Andrade foi o relato de Rizi
,
bibliotecário e curador da Seção de Obras Raras e Especiais da Biblioteca Mário de Andrade
(BMA), sobre mudanças básicas de procedimentos de segurança implantadas por ele quando
89
Responsável pelas investigações dos crimes de furto na USP e pela prisão dos criminosos algum tempo depois.
�assumiu a Seção na década de 1980, mas que não foram suficientes para evitar o furto que
aconteceu em 2006. No caso estavam envolvidos um estudante de Biblioteconomia, estagiário
da BMA, e o restaurador membro da equipe, funcionário de longa data. Novamente se
reiterou a importância da comunicação entre as instituições e que, apesar de ser difícil, é
importante divulgar o ocorrido. O caso da BMA teve grande veiculação na mídia e isso foi
crucial para a recuperação de alguns itens. Nas investigações se apurou a venda de obras da
Biblioteca por uma livraria especializada em livros e documentos raros que alegou
desconhecer a procedência do material que um dos criminosos lhe havia entregado, apesar das
nítidas marcas de propriedade. Por isso, a sugestão de marcar as obras como for possível e
registrar a existência delas enquanto acervo: a BMA tinha catálogos do acervo publicados há
décadas.
O furto do patrimônio: o caso da Biblioteca Pedro Calmon da UFRJ foi o relato de
José Tavares da Silva Filho, bibliotecário documentalista Coordenador Técnico da Biblioteca
Pedro Calmon do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), sobre o maior furto de livros raros no Brasil. Informações sigilosas não puderam ser
compartilhadas na palestra. Foram quase 600 itens furtados durante a realização de uma obra
no edifício e posteriormente no espaço interno da Biblioteca. Alguns itens foram recuperados
na ocasião da prisão do criminoso autor dos furtos nas bibliotecas da USP, outras foram
interceptadas pela Polícia Alfandegária de São Paulo em tentativa de envio para a Holanda,
mas que ainda aguardam autorização da justiça para serem devolvidas à UFRJ. Após o furto
foi feito inventário e reorganização das coleções; alteração de algumas estratégias de
água. Além disso, foi feito
contato com autoridades, livreiros e casas de leilão na cidade do Rio de Janeiro; com
antiquários e associações de livreiros nos Estados Unidos, Canadá e países da Europa; e com
a coordenação de The Art Loss Register, que tem por objetivo dissuadir o roubo de arte e
reduzir o comércio de arte roubada.
Caso Fiocruz: histórico, repatriação e segurança preventiva foi a última palestra.
Relato de Maria Claudia Santiago, historiadora Chefe da Seção de Obras Raras A. Overmeer
da Biblioteca de Manguinhos/ICICT/FIOCRUZ, sobre o furto descoberto em 2006 quando
algumas obras foram apreendidas na fronteira com a Argentina. Foram três lotes de
recuperação de itens furtados, 2010, 2011 e 2014. A recuperação de dois volumes de uma das
obras furtadas foi possível por meio de parceria com a Delegacia de Repressão a Crimes
contra o Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (DELEMAPH) para a realização de
inventário, inclusive fotográfico, no depósito de obras e documentos apreendidos, que até
�então estavam sem identificação e sem chance de serem devolvidos às instituições furtadas.
As marcas de propriedade são muito importantes para reconhecimento e comprovação da
procedência. Apenas o carimbo não é suficiente, pois quando ele não existe, foi apagado ou
recortado da obra, é fundamental se valer de outras provas como registros de catalogação
detalhados que indiquem as marcas presentes na obra; registros de intervenções de
conservação realizadas; ex-libris; marcas de propriedade (por exemplo, encadernação
personalizada); reprodução digital ou microfilmagem da obra etc. Foram apresentadas
algumas estratégias de segurança preventiva e destacado o imprescindível envolvimento da
instituição como um todo. Depois de um tempo os novos procedimentos se tornam naturais à
rotina, mas devem estar sempre em observação para os ajustes necessários; devem ser
comunicados, juntamente com ações de educação patrimonial que minimizem possíveis
descontentamentos em relação a procedimentos minuciosos de cuidado com o patrimônio que
é de todos.
Além das palestras o Encontro proporcionou dois momentos de debate Segurança
patrimonial e Casos de furto que infelizmente foram curtos demais para tanta demanda em
compartilhar experiências e expor dúvidas.
A carência de espaços para debater gestão de coleções raras e especiais, mais
amplamente gestão de patrimônio cultural em seus diversos aspectos; estratégias de prevenção
contra crimes de furto e roubo; desdobramentos legais; e compartilhamento de experiências foi
comprovada pela pronta disponibilidade dos palestrantes em aceitar o convite e a igual
disposição em colaborar com a organização; pela rede de comunicação que se formou entre eles
mesmo antes do dia do evento; pela grande procura do público, profissionais de diversas áreas
atuantes em instituições de naturezas distintas; e pelos comentários recebidos no dia do evento e
posteriormente nas avaliações.
As avaliações permitiram identificar os temas de interesse do público para a
continuidade dos debates: mais sobre crimes de roubo e furto; legislação; gestão de coleções
raras (identificação do que é raro, catalogação, conservação e restauração, combate a ataques
biológicos; gerenciamento de riscos); planejamento e adequação de edificações; digitalização e
preservação digital. Foram feitas sugestões para reservar mais tempo para debate e contar com a
participação de palestrantes atuantes em arquivos e museus, além de advogados e arquitetos
para tornar as discussões mais abrangentes.
Certamente o Encontro sobre Segurança de Acervos Raros e Especiais despertou a
atenção para a questão de segurança de acervo e outros aspectos importantes para a gestão de
patrimônio, provocando reflexão sobre os procedimentos adotados nas instituições e instigando
�a busca pelo aprimoramento; proporcionou a criação de redes de intercâmbio entre os
profissionais e as instituições ali representadas; estimulou a multiplicação entre os pares e o
diálogo entre coordenadores técnicos e gestores. Ficou evidente a importância da comunicação
e cooperação entre os profissionais, e entre instituições, justiça e polícia no zelo pelo patrimônio
cultural.
4 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE PLANO DE SEGURANÇA
PATRIMONIAL: REFLEXÕES SOBRE A BIBLIOTECA DA FAUUSP
A Política de Segurança para Arquivos, Bibliotecas e Museus publicada pelo Museu de
Astronomia e Ciências Afins (MAST) e pelo Museu Villa-Lobos leva em consideração a
realidade brasileira, dificuldades e necessidades de instituições públicas e privadas, de pequeno
ou grande porte, de todas as regiões do país para tornar sua aplicação viável (MUSEU DE
ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS, 2006). Por isso e pela abrangência dos tipos de
instituição considerados no estudo, esse documento foi adotado para nortear algumas reflexões
acerca das práticas de segurança patrimonial na Biblioteca da FAUUSP, destacadas na
sequência, relacionando aos respectivos itens da Política (MAST, 2006), e foi instrumento para
ratificar alguns procedimentos adotados logo após o furto.
Observa-se que muitas diretrizes dependem do empenho da administração central da
instituição e não apenas da equipe técnica da biblioteca. Consideramos administração central a
Direção da Faculdade e em um cenário ideal, a gestão central da Universidade, assumindo a
responsabilidade direta pela segurança, pela proteção das pessoas, da propriedade e do acervo;
providenciando a instalação de mecanismos de combate a incêndio, circuito interno de
vigilância por câmera, sistema eletrônico de controle de acesso, alarme, sensor de presença; e
providenciando áreas para reserva técnica ou para escoamento das coleções em caso de sinistro
ou emergência. Entretanto, há diretrizes que podem ser rapidamente adotadas pela equipe
técnica e outras que exigem estudo sobre as opções mais viáveis para uma implementação bem
sucedida.
Na Biblioteca da FAUUSP, por muitos anos e pelas mais diversas razões, não foram
adotadas medidas que parecem óbvias para muitas bibliotecas, tanto em relação ao acervo
circulante quanto em relação aos acervos raro e especial. Era muito comum escutar que
acontece nada, n
e foi nesse contexto que a coleção ficou vulnerável. Não se cumpria a
recomendação da Política do MAST de que a consulta de acervo especial seja feita na presença
de um funcionário e a recomendação de conferir a obra no momento da entrega ao usuário e no
�momento da devolução por parte deste (itens 5.6.6 e 5.6.12). Estes, certamente, foram dois dos
pontos que facilitaram a ação dos criminosos em 2016. Prática que não demanda recurso
financeiro ou o envolvimento de terceiros além da própria equipe. Infelizmente, as alterações
nos procedimentos para controle de acesso e consulta aos livros raros não foram implantadas a
tempo, conforme proposta feita meses antes; prova da dificuldade para a mudança de cultura
mencionada anteriormente. Mas, após o furto se confirmaram indispensáveis.
As consultas passaram a ser feitas fora do espaço de guarda e as obras solicitadas não
são mais entregues todas de uma vez, conforme sugerido no item 5.6.6, 5.6.12 e 5.6.13. Falta
aprimorar a consulta sob a supervisão direta de um funcionário, que parece cada vez mais difícil
de ser praticada devido à redução na quantidade de membros da equipe técnica e acúmulos de
merece esforço em nome da preservação do patrimônio contra algum tipo de vandalismo aos
quais as coleções estão permanentemente suscetíveis, conforme apresentado por Costa (2010):
Recorte profissional: uso de objeto cortante para extrair partes da obra;
Recorte amador: extração de partes ou de páginas inteiras sem uso de objeto
cortante;
Manuseio inadequado: pode ser inconsciente, mesmo assim representa risco à
conservação;
Furto parcial ou da obra inteira.
A atenção deve ser redobrada para a consulta de coleção documental, lâminas ou
fotografias, por exemplo.
Outra mudança nos procedimentos da Biblioteca da FAUUSP foi o controle de acesso à
área ocupada pela Seção Técnica de Materiais Iconográficos e a Seção Técnica de Preservação
e Conservação de Materiais, onde estão espaços de guarda da coleção iconográfica, laboratório
de conservação e a sala de obras raras (itens 2.5, 2.9, 2.10), que até então era livre. O
atendimento ao público interno e externo passou a ser feito mediante agendamento prévio
através de email encaminhado pelo pesquisador interessado, que deve apresentar dados de
identificação pessoal, indicação das obras que deseja consultar e justificativa, destacando a
recomendação de que este registro seja guardado por um longo período (itens 5.6.10, 5.6.11 e
5.6.11.1). Vale ressaltar que, com menor frequência, essa diretriz continua sendo desrespeitada.
Destacamos também as recomendações do MAST para que as áreas de reserva técnica sejam
tratadas como de alta segurança, de acesso restrito a funcionários previamente designados pela
chefia do setor responsável, e que não devem ser utilizadas como área de trabalho em nenhuma
situação (itens 5.3.1 e 5.3.2).
�O fluxo de acesso a essa área da Biblioteca está em avaliação permanente para
identificar falhas e fazer os ajustes necessários. Neste espaço se desenvolvem projetos de
pesquisa coordenados por docentes da FAU em parceria com a Biblioteca, resultando na
presença de bolsistas em diversos períodos do dia, mesmo sem a presença de funcionários
dessas duas seções, devido à necessid
de cada um e o cronograma de trabalho a ser realizado. Quanto ao acesso de equipe terceirizada,
há apenas uma pessoa responsável pela limpeza dos espaços da Biblioteca e não costuma haver
rotatividade. Equipes internas da FAU responsáveis por serviços de manutenção costumam
trabalhar sem acompanhamento de funcionários da Biblioteca.
explicam pela necessidade de diálogo constante com a equipe para paulatinamente incorporar as
novas práticas em substituição as de longa data. Novas diretrizes afetam também o costume dos
usuários, especialmente os internos, por isso é necessário o trabalho de conscientização e
adaptação de todos aos novos procedimentos. Como disse Prof. Fabiano Cataldo em sua
palestra no Encontro, é preciso entender que nas bibliotecas horário de funcionamento não
corresponde necessariamente a horário de atendimento, especialmente em relação a coleções
especiais.
Antes de comentar os aspectos humanos, que influem na implantação e êxito de um
plano de segurança, não podemos deixar de registrar a digitalização de acervo como técnica
para a preservação, poupando os documentos de manuseio excessivo, além de facilitar sua
promoção e ampliar o acesso (itens 5.9.2.1 a 5.9.2.10). Nas palestras do Encontro e na literatura
se comprova, a digitalização de acervos raros muitas vezes foi útil para evitar o furto, ou será
útil para comprovar a propriedade da obra em caso de recuperação. Vale lembrar que não basta
digitalizar, é fundamental planejar todas as atividades pré e pós-digitalização que demandam
recursos financeiros, técnicos e humanos, investimentos permanentes, que nem sempre os
gestores conhecem ou estão dispostos a bancar. Na Biblioteca da FAUUSP não existe projeto
regular de digitalização, foram sempre projetos pontuais e aos poucos se consegue digitalizar
itens da coleção quando é necessária a reprodução para algum uso específico. Tem-se buscado
parceria para utilizar recursos técnicos disponíveis na Universidade, porém sem sucesso até o
momento devido ao acúmulo de demanda para os polos existentes.
Avaliando as diretrizes elaboradas pelo MAST (2006), assim como a exposição de todos
os palestrantes no Encontro, está evidente que, independentemente dos recursos mais
sofisticados que se possa instalar para segurança de acervo, o elemento fundamental para a
eficácia é o humano, corroborando o que se tem observado na prática. Ou seja, sem capacitação,
�sem conscientização e, sobretudo, sem comprometimento das pessoas envolvidas com o
patrimônio cultural sob custódia, sejam gestores, equipe técnica, equipe terceirizada, equipe
temporária e agentes de segurança, o desafio da preservação e segurança é sempre maior.
Parece não ser natural para todos o valor da coleção e a ciência da responsabilidade que recai
sobre cada um. Consequentemente, não parece natural a percepção das ameaças às quais a
online).
A esse respeito destacamos alguns itens (1.5, 1.9k, 5.1.2, 6.3, 7.1.6, 7.1.7, 7.2.4, 8.1,
8.28) da Política referentes à equipe técnica da biblioteca (MAST, 2006):
Todos os integrantes devem estar cientes sobre todas as questões de segurança
e acatar suas respectivas responsabilidades;
Conscientizar sobre o cuidado com os bens culturais;
Conscientizar sobre os cuidados com o acervo para evitar, ao máximo, danos
causados por negligência;
Exigir e estimular permanentemente o empenho no respeito às normas de
segurança determinadas, exceto em casos de emergência, que devem estar
previstos no plano de segurança;
Exigir compromisso com o sigilo das informações sobre a segurança,
referentes aos sistemas de alarme e circuito interno de câmeras.
Acrescentaríamos aqui o sigilo na divulgação indiscriminada de procedimentos
e rotinas da biblioteca;
Capacitação, incentivando a atualização profissional, inclusive das equipes
terceirizadas;
Conscientizar e treinar a equipe para prevenir e identificar ameaças e
sinistros; agir em casos de violações, crimes, emergência ou violência,
respondendo imediatamente a um alarme acionado ou à uma situação anormal
detectada; notificar ocorrências à equipe de segurança; obedecer às regras e aos
procedimentos de emergência.
Recomenda-se ainda nas diretrizes do MAST fiscalizar o cumprimento do plano de
segurança por parte de todos os envolvidos, inclusive dos usuários e das demais pessoas que
circulam pela instituição, e prever sanções para os casos de descumprimento. Como em
qualquer outro processo, é imprescindível manter a avaliação periódica para identificar as
necessidades de adequação, e se recomenda que seja feita por comissão composta de técnicos e
funcionários administrativos (itens 6.4, 11.1 e 11.2).
�Na Biblioteca da FAUUSP os procedimentos ainda não estão consolidados em uma
política, os que estão em prática foram documentados por email e em conversas pontuais com a
equipe e pessoas envolvidas. A maioria da equipe demonstrou interesse em acompanhar as
palestras do Encontro, que contou também com o interesse de funcionários da administração
geral da Faculdade. Para algumas dessas pessoas as palestras foram o primeiro contato com o
tema e o início da conscientização. Há estudos em andamento para o projeto de segurança da
Biblioteca inclusive com assessoria da Superintendência de Segurança da USP.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acervos culturais de caráter público pertencem ao cidadão e compete às instituições
salvaguardar e promovê-los; devem ser objeto de ação administrativa
Compete aos gestores equipar bibliotecas, arquivos e museus com recursos eletrônicos
que facilitam o controle e a prevenção dos crimes de roubo, furto e vandalismos. Todos os
gastos para a instalação de equipamentos, lembrando que demandarão manutenção para seguir
em bom funcionamento; para a permanente capacitação das equipes, cujo empenho e dedicação
são imprescindíveis; e para gestão e manutenção dos acervos se justificam ao longo prazo,
efetivando o cumprimento da missão das instituições em relação ao patrimônio cultural.
Não acreditamos que ocultar as coleções especiais dos catálogos é uma alternativa
plausível para evitar crimes de roubo e furto. Na condição de instituição pública, e
especificamente no caso da Biblioteca da FAUUSP, sendo biblioteca universitária guardiã de
um importante patrimônio bibliográfico e iconográfico, não devemos ocultar sua existência e
deixar de cumprir nosso dever de promover o acesso à informação, apoio ao ensino e à
pesquisa. Existem alternativas simples, por exemplo, controle de acesso ao acervo raro e
especial, que são eficazes, mas sujeitas a enfrentar resistência da equipe e de usuários que dirão
que estão
ndo
medidas
trabalhar para educar e mudar práticas consolidadas por anos, assim como revisar
procedimentos de gestão de um acervo que começa a se desenhar como raro em alguns
aspectos.
Como ficou explícito em todos os relatos de furto feitos no Encontro e no caso da FAU,
o crime não começa e não termina no dia em que foi praticado. Todos estão são vítimas em
potencial se não estiverem atentos aos perigos eminentes, como
palestra,
difícil saber quando confiar, quando não confiar
desses crimes
�acompanham os profissionais por muito tempo; são episódios delicados que desejamos
esquecidos, porém mantê-los vivos é uma estratégia para tentar evitar que se repitam.
ser [...] o de sublinhar, reiteradas vezes, a singularidade do patrimônio cultural, que não poderá
ser substituído por cópias jamais. São originais e únicos (KUSHNIR, 2009, p. 19)
REFERÊNCIAS
COSTA, Patricia da Silva. Vandalismo e furto em bibliotecas universitárias. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS - SNBU, 16. E SEMINÁRIO
INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS DIGITAIS - SIBDB, 2., 2010, Rio de Janeiro. Anais
eletrônicos... Rio de Janeiro: UFRJ, 2010. Disponível em:
<https://www.gapcongressos.com.br/eventos/z0070/trabalhos/final_283.pdf>. Acesso em: 2
dez. 2017.
GREENHALGH, Raphael Diego. Segurança contra roubo e furto de livros raros: uma
perspectiva sob a ótica da Economia do Crime e da Teoria da Dissuasão. 2014. v.1, 253 p. Tese
(Doutorado em Ciência da Informação) Universidade de Brasília, Brasília, 2014. Disponível em:
<http://www.repositorio.unb.br/bitstream/10482/17800/1/2014_RaphaelDiegoGreenhal
ghV1.pdf>. Acesso em: 30 maio 2017.
KUSHNIR, Beatriz. Da manchete à notinha de canto: os furtos do patrimônio público, a
privatização dos acervos do cidadão. Museologia e Patrimônio, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, p. 921, jan./jun. 2009. Disponível em:
<http://revistamuseologiaepatrimonio.mast.br/index.php/ppgpmus/article/view/42/22>.
Acesso em: 20 dez. 2017.
�MANINI, Miriam Paula; GREENHALGH, Raphael Diego. A relevância da cultura
organizacional na implementação de sistemas de segurança contra roubo e furto de livros raros.
In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO ENANCIB, 17., 2016, Salvador. Anais eletrônicos... Salvador: UFBA, 2016. Disponível em:
<http://www.ufpb.br/evento/lti/ocs/index.php/enancib2016/enancib2016/paper/viewFile/3637/2
439>. Acesso em: 2 dez. 2017.
MUSEU DE ASTRONOMIA E CIÊNCIAS AFINS; MUSEU VILLA-LOBOS. Política de
Segurança para Arquivos, Bibliotecas e Museus. Rio de Janeiro: MAST, 2006. 121 p.
Disponível em: <http://museuvillalobos.org.br/poldeseg.pdf>. Acesso em: 30 set. 2017.
UNESCO. Mexico City Declaration on Cultural Policies. 1982. Disponível em:
<http://unesdoc.unesco.org/images/0005/000546/054668mb.pdf >. Acesso em: 23 dez. 2017.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Furto de obras raras em bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Correa, Amarilis M. Gomes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Bibliotecas, arquivos e museus são guardiões de patrimônio cultural ameaçado pela cobiça de colecionadores particulares e consequentemente pela cobiça de criminosos atraídos pelo alto retorno financeiro que podem obter e pelo baixo risco enfrentado. Como as instituições devem conciliar gestão de acervo, divulgação e acesso, sem comprometer a segurança patrimonial? Como podem se defender desse tipo de crime? O que fazer quando se percebe vítima de furto? Em 2016 aconteceu uma série de furtos em bibliotecas universitárias brasileiras e um dos alvos foi a Biblioteca da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Como reação, ela reviu procedimentos de trabalho; iniciou estudos para um plano de segurança; e realizou o Encontro sobre Segurança de Acervos Raros e Especiais, primeiro espaço aberto para debate de temas sempre velados: segurança patrimonial, legislação, gestão de coleções raras e relatos de casos de furto. Assumir-se vítima desse tipo de crime é constrangedor, mesmo assim não se deve omitir a ocorrência. As instituições precisam criar uma rede de cooperação para fortalecer as estratégias de preservação do patrimônio cultural nacional.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5685/SNBU2018_134.pdf
0c125f8e71b4ca3c463ffa9b9d53bb9c
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
FERRAMENTAS E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO VIRTUAL DISPONÍVEIS EM
WEBSITES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS
TOOLS AND VIRTUAL COMMUNICATION SERVICES AVAILABLE ON BRAZILIAN
UNIVERSITY LIBRARY WEBSITES
Resumo: Este trabalho aborda sobre o uso das ferramentas e serviços de comunicação virtual
disponibilizados nos websites das bibliotecas universitárias de universidade federais
brasileiras a fim de facilitar e promover a interação da unidade de informação com os seus
usuários. Aborda sobre a importância da internet juntamente com as Tecnologias de
Informação e Comunicação para a oferta dos serviços de comunicação online, bem como
enfatiza a necessidade de as bibliotecas universitárias se desenvolverem tecnologicamente.
Como objetivos desta pesquisa procurou-se conhecer as ferramentas e serviços de
comunicação virtual disponibilizados nos websites das bibliotecas e, a partir dos seus
resultados, listar quais são as que mais encontramos disponibilizadas nas mesmas, bem como
se enfatiza o papel do profissional bibliotecário como mediador da informação para além das
paredes de uma biblioteca tradicional. Como resultados são apresentados as ferramentas de
comunicação virtual disponibilizadas pelas bibliotecas universitárias em seus websites, onde
conclui-se que estas unidades de informação podem usufruir com maior propriedade das
funcionalidades da internet e também de ferramentas e serviços de comunicação virtual
disponibilizados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, podendo dar maior
amplitude da posição social e tecnológica as mesmas.
Palavras-chave: Comunicação virtual. Bibliotecas universitárias. Biblioteconomia.
Abstract: This work deals with the use of the tools and services of virtual communication
made available on the websites of the federal university university libraries in order to
facilitate and promote the interaction of the information unit with its users. It addresses the
importance of the Internet together with Information and Communication Technologies for
the provision of online communication services, as well as emphasizes the need for university
libraries to develop technologically. The objective of this research was to know the tools and
services of virtual communication made available on the websites of libraries and, based on
their results, list which are the most found available in them, as well as emphasizes the role of
the professional librarian as mediator information beyond the walls of a traditional library. As
results are presented the virtual communication tools made available by university libraries on
their websites, where it can be concluded that these information units can take greater
advantage of the Internet's functionalities and also of virtual communication tools and
services provided by Information Technologies and Communication, and can give greater
amplitude of social and technological position the same.
�Keywords: Virtual communication. University libraries. Biblioteconomy.
1 INTRODUÇÃO
O acesso virtual as informações tem facilitado a vida de muitas pessoas tendo em vista
principalmente a sua economia de tempo, pois pode ser desnecessária a sua locomoção física
até o lugar onde se pretende obtê-las, bem como se destaca a possível rapidez no atendimento
da solicitação.
Com o avanço da internet e das Tecnologias de Informação e Comunicação - TIC a
propagação das informações e o acesso a elas é bem mais fácil, prático e rápido. Tudo está
apenas a um clique, um toque. Seja na tela do celular ou do computador.
A revolução informacional, propiciada pelo surgimento da Internet, traz consigo
novas formas de gerar, organizar, armazenar, processar e disseminar informações.
Se, até pouco tempo, a informação era disseminada somente na forma impressa,
hoje, tem-se várias fontes de informação, disponíveis no meio eletrônico.
(VITORINO et al., 2007).
Ao longo dos anos as bibliotecas universitárias vêm aderindo e implantando, mesmo
que lentamente, serviços de informação virtuais em seus sites a fim de facilitar a comunicação
e interação com os usuários, atendendo de forma individual as suas necessidades seja para
conhecimento de algum produto ou serviço ou, ainda, para auxílio no uso de ferramentas de
pesquisa oferecidas pelas unidades de informação.
Com o surgimento da Web 2.0, as bibliotecas universitárias tem a possibilidade de
fazer uso de várias ferramentas e recursos nos seus websites a fim de facilitar a comunicação
com o usuário.
Este trabalho tem como objetivo geral conhecer as ferramentas e serviços de
comunicação virtual que as bibliotecas de universidades federais brasileiras disponibilizam
em seus websites para facilitar a interação com seus usuários, bem como listar as ferramentas
de comunicação mais disponilizadas em websites de bibliotecas universitárias e, ainda,
enfatizar o papel do bibliotecário como mediador da informação não somente no ambiente
físico das bibliotecas, mas também em plataformas virtuais.
2 REVISÃO DE LITERATURA
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
O surgimento das bibliotecas universitárias se deu, de forma tímida, junto com as
universidades, ainda na Idade Média (DIÓGENES, 2012, p. 37) e ambas se desenvolvem
�juntas até os dias de hoje. Não tem como separar a biblioteca universitária da sua instituição
promotora, pois, se assim fosse, seria outra sua tipologia.
Essa categoria de unidade de informação
biblioteca universitária
é considerada
elemento fundamental em instituições de nível superior, pois se trata do maior e mais amplo
apoio pedagógico disponibilizado a sua comunidade acadêmica.
Em estudo realizado por Crespo, Rodrigues e Miranda (2006, p. 4) estes afirmam em
rias são aquelas que refletem as características da
instituição à qual vinculam-se, a Universidade, buscando orientar-se através destes objetivos e
essências do nível superior.
Vinculada a uma Instituição de Ensino Superior, a biblioteca universitária deve
seguir suas diretrizes administrativas e políticas tendo sua autonomia limitada. Sua
missão é proporcionar apoio às atividades de ensino, pesquisa e extensão, sendo que,
sua estrutura e serviços prestados têm características próprias. (SOUSA, 2009, p. 28)
Atualmente, muitas das características e serviços das bibliotecas universitárias tem se
desenvolvido em torno das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), pois estas
oferecem ferramentas que auxiliam na disseminação da informação e colaboram para
automatização das mesmas.
Não é de hoje que se aborda sobre o relacionamento das tecnologias com as
bibliotecas universitárias, principalmente quando se trata de disseminação da informação,
como afirma Morigi e Souto:
Os impactos sociais causados pelas tecnologias não são um fato novo nas
bibliotecas. Durante toda história, as bibliotecas passaram por diversas
transformações. No passado, as bibliotecas repletas de livros grandes e pesados eram
administradas por monges e freqüentadas por membros da Igreja. Com o decorrer do
tempo, esse caráter restrito cedeu lugar a uma biblioteca fornecedora de informação
em diferentes formatos, podendo ser acessada por qualquer pessoa. (2005, p. 1).
O desenvolvimento das características das bibliotecas universitárias permite as
mesmas sua evolução junto com sociedade, pois antes o que era possível ter acesso somente
de modo presencial, hoje também é possível acessar de forma virtual a partir de qualquer
lugar do mundo, necessitando apenas de um dispositivo móvel com acesso a internet.
Vale ressaltar que de modo algum se coloca aqui a ideia de fugir ou extinguir o
modelo tradicional de biblioteca definida, a qual é definida por Lemos:
Um acervo de materiais impressos (livros, periódicos, cartazes, mapas etc.), ou nãoimpressos, como filmes cinematográficos, fotografias, fitas sonoras, discos,
microformas, CDROMs, programas de computador etc., organizados e mantidos
para leitura, estudo e consulta. (1998, p. 348 apud MIRANDA; CARVALHO, 2014,
p. 16).
�Porém, os dias atuais trazem a necessidade de que as unidades de informação,
principalmente as bibliotecas universitárias, estejam disponíveis aos seus usuários tanto de
modo presencial quanto virtual, não sendo necessariamente essa disponibilização ser tão e
somente do seu acervo.
Atualmente se faz primordial que a unidade de informação mantenha ao menos um
canal de comunicação para com seus usuários. Tanto isto já é realidade e tem se tornado
comum que conseguimos encontrar e verificar vários websites de bibliotecas universitárias
nacionais e internacionais, onde em sua maioria estão vinculados ao da sua instituição
promotora.
No website dessas bibliotecas é possível disponibilizar informações e notícias para
seus usuários, bem como produtos, ferramentas e serviços
inclusive de comunicação
que
proporcionem maior interação e aproximação da unidade de informação para com seus
usuários no intuito de prover melhor qualidade no atendimento de suas necessidades
informacionais.
TIC, BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
Em estudo realizado por Novelli, Hoffmann e Gracioso a partir do levantamento de
literatura sobre Mediação da Informação em Websites de Bibliotecas Universitárias
Brasileiras, estes afirmam que as bibliotecas podem
... visualizar a possibilidade de inovar suas atividades a partir de uma maior
utilização e exploração das TIC, especialmente da web, de atitudes mais pró-ativas,
oferecendo a disponibilização de informações institucionais, de seus produtos/
serviços, implantar novas ações de comunicação com seus usuários, que poderiam
resultar em vantagens na mediação da informação. (2011, p. 159).
A mediação da informação é uma atividade importantíssima para as unidades de
informação e as bibliotecas, especialmente as universitárias, precisam disponibilizar
ferramentas e serviços de comunicação virtuais que possibilitem maior interação com o
usuário de modo que seja possível ao mesmo questionar alguma dúvida, conhecer e aprender
sobre a usabilidade de qualquer outro produto, ferramenta ou serviço que a unidade de
informação disponibilize ou, ainda, realizar outra solicitação de qualquer natureza a qual
possa necessitar.
De acordo com Lopes e Silva, 2006 apud Novelli, Hoffmann e Gracioso, em trabalho
publicado em 2011, estes afirmam que
da internet nas atividades das bibliotecas contribuem para a migração da filosofia de posse da
informação para a filosofia do acesso, do u
essa
�filosofia e com todas as possibilidades e oportunidades que as bibliotecas têm de
disponibilizar a informação e facilitar a comunicação e interação com seus usuários,
principalmente através de seus websites e usufruindo das TIC, isso ainda vem se
desenvolvendo de forma tímida nas unidades de informação brasileiras.
É evidente que nos dias atuais o acesso à internet já é realidade de grande parte da
população brasileira, pois tem possibilitado a ampliação dos canais de comunicação na
sociedade como um todo, sejam entre indivíduos, instituições, empresas etc.. Nesse sentido
acredita-se que devemos intensificar nosso posicionamento, enquanto unidades de
informação, em estar cada vez mais inseridos nesse ambiente virtual tecnológico
ferramentas oferecidas pela internet, uma Biblioteca Universitária pode estar mais presente
Outra questão que deve ser apontada para o melhor usufruto das TIC nas bibliotecas
universitárias acredita-se que seja quanto ao profissional bibliotecário, uma vez que estes
podem e devem buscar aperfeiçoamento e capacitação na área para conseguir superar os
domínios dessas tecnologias e aplicá-los as suas atividades laborais, pois com toda certeza
isso lhe permitirá um novo perfil profissional, bem como lhe agregará grande diferencial na
sua unidade de informação e instituição onde atua.
Souto, em um dos capítulos de um livro que aborda sobre O Profissional da
Informação em Tempos de Mudanças afirma que
É muito importante que se tenha a preocupação com a capacitação tecnológica dos
profissionais que atuam em Unidades de Informação e com Gestão da Informação. A
constante atualização tem papel significativo no processo de transferência de
informação, pois, já que a tecnologia é operada pelos profissionais, estes têm que
dominar todas as técnicas/metodologias de uso dos equipamentos. (2005, p. 46).
Com isso acredita-se que o bibliotecário é um dos profissionais que mais passaram por
transformações para adequação de sua demanda de trabalho tendo em vista que ao longo da
evolução da história das bibliotecas os tipos de materiais inseridos em seus acervos também
foram passando por alterações, acréscimos e diversificações quando se trata de suporte da
informação.
Isso pode ser confirmado em texto publicado no livro de Luís Milanesi, que tem como
título Bibliotecas, onde uma das formas a qual apresenta o bibliotecário é de sobrevivente da
era tecnológica:
É provável que os bibliotecários tenham sido os profissionais que mais sofreram
com as rápidas mudanças tecnológicas. [...] Não bastavam apenas as atualizações
�que são necessárias a todos os ramos do conhecimento, mas mostrar que poderiam
sobreviver no reino da computação e da internet. (MILANESI, 2013, p. 7).
Mais uma questão significativa para o bom desempenho de produtos e serviços de
comunicação de modo virtual das bibliotecas universitárias é a colaboração de outros
profissionais de área específica da Tecnologia de Informação, o que possibilita o trabalho com
uma equipe multidisciplinar visionando amplo desenvolvimento tecnológico e de processos
dessas unidades de informação.
O mercado está exigindo profissionais dinâmicos, ágeis e criativos, que consigam
trabalhar em equipes multidisciplinares e que estejam atentos aos processos de
desenvolvimento tecnológico. O maior benefício resultante disto é a rapidez, a
agilidade, a eficiência no atendimento ao usuário. (POTY et al., 2011, p. 7).
Com a adequação de uma equipe multidisciplinar para o desenvolvimento da
comunicação virtual nos websites das bibliotecas universitárias acredita-se que o benefício
dessa atividade pode ser para todos os envolvidos, seja o usuário da biblioteca, o bibliotecário
e também a instituição ao qual estão vinculados.
3 METODOLOGIA
O desenvolvimento deste trabalho é de caráter exploratório e procurou averiguar junto
aos websites de bibliotecas de universidades federais brasileiras, localizadas em capitais dos
Estados da Federação (especificamente 27 unidades de informação), quais as ferramentas e
serviços de comunicação virtual que estas disponibilizam em seus websites a fim de facilitar a
comunicação e interação com os usuários.
A partir dessa pesquisa foi elaborado um quadro onde neste foi listado todas as
referidas bibliotecas, bem como a descrição das ferramentas e serviços de comunicação
virtual que cada uma disponibiliza em seu websites.
Também foi realizado levantamento bibliográfico a fim de averiguar na literatura o
que tem sido abordado sobre as bibliotecas universitárias no contexto da utilização das TIC,
bem como procurou-se investigar qual o papel do bibliotecário frente à disponibilização
destas ferramentas e serviços de comunicação virtual e suas potencialidades.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A proposta de abordar sobre a comunicação com os usuários a partir de ferramentas e
serviços de comunicação virtual disponibilizados nos websites de bibliotecas universitárias
brasileiras parte de um breve levantamento realizado em páginas online de algumas unidades
�de informação vinculadas às universidades federais, especialmente as que têm sua sede
localizada em cidade considerada capital de Estados Federativos.
Com base nesse levantamento o total de websites de bibliotecas universitárias,
visitadas e analisados foi de 27, contando também com a universidade localizada na sede do
país, em Brasília, levando sempre em consideração os dados da sua Biblioteca Central.
Desse total de 27 unidades de informação vinculadas às universidades federais,
podemos verificar no quadro abaixo quais são as ferramentas e serviços de comunicação
virtual que cada uma disponibiliza aos seus usuários:
Quadro 4
BIBLIOTECAS
Serviços de informação eletrônicas das bibliotecas de universidade federais.
ENDEREÇO ELETRÔNICO
SERVIÇOS
Universidade Federal
do Acre UFAC
http://www.ufac.br/site/nucleos/biblioteca-central-1
Disponibilização de
endereço de e-mail.
Universidade Federal
de Alagoas UFAL
http://www.sibi.ufal.br/
Visita virtual, tutoriais e
disponibilização de
endereço de e-mail.
http://www2.unifap.br/biblioteca/
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
Universidade Federal
do Amapá
UNIFAP
Universidade Federal
do Amazonas
UFAM
Universidade Federal
da Bahia UFBA
Universidade de
Brasília UNB
Universidade Federal
do Ceará UFCE
Universidade Federal
do Espírito Santo
UFES
Universidade Federal
de Goiás UFG
Universidade Federal
do Maranhão
UFMA
Universidade Federal
do Mato Grosso
UFMT
Universidade Federal
do Mato Grosso do
Sul UFMS
Universidade Federal
de Minas Gerais
UFMG
http://biblioteca.ufam.edu.br/
https://sibi.ufba.br/
http://www.bce.unb.br/
http://www.ufc.br/biblioteca
Tutoriais, chat e
disponibilização de
endereço de e-mail.
Disponibilização de
endereço de e-mail e
formulário de contato.
Disponibilização de
endereço de e-mail.
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
http://www.biblioteca.ufes.br/
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
https://bc.ufg.br/
Disponibilização de
endereço de e-mail e
formulário de contato.
http://portais.ufma.br/PortalUfma/paginas/biblioteca.jsf
-
http://www.ufmt.br/ufmt/unidade/?l=biblioteca
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
http://biblioteca.sites.ufms.br/
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
https://www.bu.ufmg.br/bu/
Disponibilização de
endereço de e-mail.
Universidade Federal
do Pará UFPA
http://bc.ufpa.br/site/
Universidade Federal
da Paraíba UFPB
http://www.biblioteca.ufpb.br/
Disponibilização de
endereço de e-mail e
formulário de contato.
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
�Universidade Federal
do Paraná UFPR
Universidade Federal
de Pernambuco
UFPE
http://www.portal.ufpr.br/
https://www.ufpe.br/sib/
Universidade Federal
do Piauí UFPI
http://ufpi.br/biblioteca
Universidade Federal
do Rio Grande do
Norte UFRN
http://sisbi.ufrn.br/bczm/
Universidade Federal
do Rio Grande do
Sul UFRGS
Universidade Federal
do Rio de Janeiro
UFRJ
Universidade Federal
de Rondônia UNIR
Universidade Federal
de Roraima UFRR
Universidade Federal
de Santa Catarina
UFSC
Universidade Federal
de São Paulo
UNIFESP
Universidade Federal
do Sergipe UFSE
Universidade Federal
do Tocantins UFTO
https://www.ufrgs.br/bibliotecas/
http://www.sibi.ufrj.br/
http://www.bibliotecacentral.unir.br/
http://www.bc.ufrr.br/
http://portal.bu.ufsc.br/
http://www.bibliotecacsp.unifesp.br/
http://bibliotecas.ufs.br/pagina/152-bibliotecas-da-ufs
http://ww2.uft.edu.br/gestao/orgaoscomplementares/11047-sisbib
Tutorais e disponibilização
de endereço de e-mail.
Ouvidoria, tutoriais e
disponibilização de
endereço de e-mail.
Visita virtual, tutoriais,
disponibilização de
endereço de e-mail.
DSI eletrônico, tutoriais,
disponibilização de
endereço de e-mail e
formulário de contato.
Blog, tutoriais e
disponibilização de
endereço de e-mail.
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
Disponibilização de
endereço de e-mail.
Disponibilização de
endereço de e-mail.
Boletim informativo,
ensino a distância
(instruções para alunos,
tutores e professores da
modalidade para o uso dos
recursos físicos e virtuais
da biblioteca) e
disponibilização de
endereço de e-mail.
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
Tutoriais e disponibilização
de endereço de e-mail.
De todos os 27 websites de bibliotecas de universidades federais pôde-se averiguar
que a maioria delas disponibilizam ferramentas e serviços básicos de comunicação virtual
para o usuário, como o endereço de e-mail e tutoriais, sendo que este último permite a
comunicação apenas em uma via, ou seja, apenas do emissor para o receptor sem a feedback
imediato.
Também foi possível averiguar que apenas sete websites das bibliotecas acima listadas
ofertam ferramentas e serviços de comunicação virtual diferenciado, os quais são: visita
virtual, chat, ouvidoria, DSI eletrônico, blog, boletim informativo e ensino a distância.
os quais são endereço de e-mail e formulário para contato com preenchimento online.
Apenas uma biblioteca disponibiliza um serviço diferenciado: chat.
�Partindo de uma visão geral, verifica-se que há uma variação entre pouco (número de
possibilidades que os usuários podem encontrar em apenas uma unidade de informação) e
suficiente (número de possibilidades encontradas como um todo em todas as unidades de
informação) referente ao quantitativo de ferramentas e serviços de comunicação virtual que as
bibliotecas universitárias disponibilizam em seu websites.
Em relação ao levantamento bibliográfico realizado durante o desenvolvimento da
pesquisa foi possível verificar que as bibliotecas universitárias ainda estão em processo de
adequação às TIC e que os profissionais bibliotecários que nelas atuam precisam se adequar
as novas demandas tecnológicas, buscando subsídios de conhecimento em cursos de
capacitação e aperfeiçoamento profissional.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mesmo com o avanço das TIC as bibliotecas universitárias ainda se mostram tímidas
quanto à adesão e utilização de recursos por ela disponíveis no que se refere à ferramentas e
serviços de comunicação que podem ser disponibilizados nos seus websites.
Vale ressaltar que neste atual cenário da sociedade mundial já ocorrem relações de
comunicação entre indivíduos sem a necessidade de estarem frente uns aos outros, onde a
comunicação é realizada através de aplicativos e/ou softwares de mensagens instantâneas,
redes sociais e/ou correio eletrônico.
Portanto é necessária maior e melhor exploração dessas ferramentas e serviços de
comunicação proporcionadas pelas TIC pelas bibliotecas, a fim de que estas consigam
acompanhar o desenvolvimento tecnológico e social pelo qual a sociedade vem passando,haja
vista que já tem algum tempo que as bibliotecas não são mais vistas em sua forma tradicional
um lugar onde livros são armazenados. Deve-se pensar em proporcionar a estas unidades de
informação maior visibilidade e conceito de inovação, propiciando as unidades de informação
ampliação do seu relacionamento e comunicação com os usuários.
Também acredita-se que seja necessário um estudo para averiguação da pouca oferta
de opções de ferramentas e serviços de comunicação virtual nos websites das bibliotecas
universitárias.
Não se pretende fixar a ideia de que as bibliotecas com seus espaços físicos podem ser
substituídos por ambientes totalmente virtuais, mas sim de propor um melhor posicionamento
social e tecnológico para essas unidades de informação tendo em vista que os usuários estão
cada vez mais sedentos por informações e as requerem onde quer que seja em qualquer lugar
do mundo e a qualquer momento.
�REFERÊNCIAS
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Bibliotecas universitárias e as fontes de informação eletrônica: o bibliotecário e as novas
demandas. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS, 14.,
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MIRANDA, Ana Cláudia Carvalho de; CARVALHO, Mônica Marques. Desenvolvimento de
coleções de fontes de informação eletrônicas em bibliotecas universitárias. Biblionline, João
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MORIGI, Valdir José; SOUTO, Luzane Ruscher. Entre o passado e o presente: as visões de
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NOVELLI, Valéria Aparecida Moreira; HOFFMANN, Wanda Aparecida Machado;
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Disponível em: <
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POTY, Edigar Pires et al. O uso de novas tecnologias aplicadas a biblioteca universitária:
estudo de caso. In: ENCONTRO REGIONAL DOS ESTUDANTES DE
BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTAÇÃO, CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO E GESTÃO
DA INFORMAÇÃO, 14., 2011, São Luís. Anais... São Luís: UFMA, 2011. Disponível em: <
http://rabci.org/rabci/sites/default/files/O%20USO%20DE%20NOVAS%20TECNOLOGIAS
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�SILVA, Fabiano Couto Corrêa da; SCHONS, Claudio Henrique; RADOS, Gregório Jean
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https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/496/639>. Acesso em: 28 jan. 2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Ferramenta e serviços de comunicações virtual disponíveis em websites de bibliotecas universitárias brasileiras.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Costa, Denise Xavier
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho aborda sobre o uso das ferramentas e serviços de comunicação virtual disponibilizados nos websites das bibliotecas universitárias de universidade federais brasileiras a fim de facilitar e promover a interação da unidade de informação com os seus usuários. Aborda sobre a importância da internet juntamente com as Tecnologias de Informação e Comunicação para a oferta dos serviços de comunicação online, bem como enfatiza a necessidade de as bibliotecas universitárias se desenvolverem tecnologicamente. Como objetivos desta pesquisa procurou-se conhecer as ferramentas e serviços de comunicação virtual disponibilizados nos websites das bibliotecas e, a partir dos seus resultados, listar quais são as que mais encontramos disponibilizadas nas mesmas, bem como se enfatiza o papel do profissional bibliotecário como mediador da informação para além das paredes de uma biblioteca tradicional. Como resultados são apresentados as ferramentas de comunicação virtual disponibilizadas pelas bibliotecas universitárias em seus websites, onde conclui-se que estas unidades de informação podem usufruir com maior propriedade das funcionalidades da internet e também de ferramentas e serviços de comunicação virtual disponibilizados pelas Tecnologias de Informação e Comunicação, podendo dar maior amplitude da posição social e tecnológica as mesmas
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5682/SNBU2018_133.pdf
5046d45a6f627053f068b320094d68f5
PDF Text
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
STUDY OF USERS OF THE CENTRAL LIBRARY OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF
VIÇOSA
Resumo: Pretende-se por meio desta pesquisa, identificar o perfil dos usuários da Biblioteca
Central da Universidade Federal de Viçosa, conhecer quais são as demandas pelos serviços
ofertados e se os atuais produtos e serviços atendem as suas expectativas no aspecto de
direcionamento para a informação desejada. Utilizou-se da técnica do questionário virtual
disponibilizado em rede social e no site da universidade como metodologia para avaliar o grau
de satisfação do usuário perante os serviços oferecidos. Os resultados mostraram que os
usuários são predominantes do sexo feminino, da graduação, frequentam a Biblioteca Central
algumas vezes por semana com a finalidade de estudar e realizar empréstimo de livros.
Desconhecem a oferta dos serviços do Setor de Referência e reivindicam melhorias na infraestrutura, no acervo de literatura e atualização das informações nos canais oficiais de
comunicação. Apresentaram dificuldades em localizar os livros na estante, consulta ao
catálogo online e o uso do mesmo para realização de reserva e renovação das obras. Concluise que alguns serviços devem ser repensados de forma a atender o usuário mais
satisfatoriamente.
Palavras-chave: Serviços de informação Estudo de usuários. Bibliotecas universitárias
Estudo de usuários. Universidade Federal de Viçosa.
Abstract: The purpose of this research is to identify the profile of the users of the Central
Library of the Federal University of Viçosa, to know what the demands are for the services
offered and whether the current products and services meet their expectations in the aspect of
targeting the desired information. It was used the virtual questionnaire technique made
available in social network and in the university site as methodology to evaluate the degree of
satisfaction of the user with the offered services. The results showed that users are
predominantly female, undergraduate, attend the Central Library a few times a week for the
purpose of studying and performing book lending. They do not know the offer of the services
of the Reference Sector and they demand improvements in the infrastructure, in the collection
of literature and update of the information in the official channels of communication. They
presented difficulties in locating the books on the shelf, consulting the online catalog and the
use of the same for the reservation and renovation of the works. We conclude that some
services must be rethought in order to serve the user more satisfactorily.
�Keywords: Information services - Study of users. University libraries - Study of users.
Federal University of Viçosa.
INTRODUÇÃO
A biblioteca universitária é o espaço responsável por auxiliar o processo de construção
de aprendizagem, uma vez que compila diversos materiais técnicos e científicos com o
objetivo de suprir as necessidades informacionais de pesquisa, ensino e extensão dos
estudantes universitários e comunidade. Ela tem como papel fundamental de estabelecer o elo
entre a universidade e os usuários da informação de forma a contribuir na produção de
conhecimentos por meio de acesso ao acervo físico/virtual, bases de dados, periódicos entre
outra
educacionais e conhecer as inovações da área a fim de aprimorar, adaptar e adequar os seus
A,
SANTOS e BARBOSA, 2015, p. 45).
A Biblioteca Central (BBT), criada em 1969, é um órgão suplementar da Universidade
Federal de Viçosa localizada no centro do campus universitário da cidade de Viçosa no estado
de Minas Gerais. Possui quatro andares e uma área superior a 12.000m2, disponibiliza espaço
para estudo individual e em grupo, sala de videoconferência, coleções especiais, coleções de
obras raras, multimídia, mapoteca, espaço para pesquisa às bases de dados e periódicos
eletrônicos e um auditório (UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, 201-). Atualmente
conta com onze bibliotecários divididos entre os setores de Referência, Processamento
Técnico, Seleção e Aquisição e Vice Direção e mais de 30 colaboradores nos três turnos que
contribuem com a funcionalidade dos serviços.
A BBT possui 48 anos de existência e desde a sua fundação, sempre demonstrou
preocupação em relação a sua infraestrutura, por meio da ampliação da sua construção,
atualização do acervo com aquisições atualizadas e periódicas, gestão de pessoas com a
realização de concursos públicos para bibliotecários, assistentes administrativos e auxiliares
de biblioteca. No entanto, percebeu-se que nunca houve uma sensibilização em conhecer,
ouvir, aqueles que são considerados a razão de ser de uma biblioteca: o usuário.
Com a justificativa em conhecer o perfil do usuário e identificar se os produtos e
serviços estão otimizados para os mesmos, o presente estudo se mostra necessário também
para avaliar a satisfação do usuário em relação aos produtos e serviços oferecidos pela
biblioteca e que possa servir de subsídio para as futuras tomada de decisão.
�REVISÃO DE LITERATURA
Os estudos de usuários é um canal de comunicação entre a biblioteca e o usuário, pois
por meio dele será possível identificar o que a comunidade pensa em relação aos produtos e
serviços oferecidos pela unidade de informação. É uma forma do usuário emitir a sua opinião,
realizar sugestões, críticas e manifestar os seus anseios. Além disso, esses estudos podem
contribuir para o planejamento de serviços, produtos e treinamentos, otimizar o uso da
informação e a potencialização do acervo da biblioteca.
Cunha, Amaral e Dantas (2015, p. 39) corroboram a ideia supracitada ao afirmarem
que
[...] os estudos de usuários da informação podem ser considerados excelentes
instrumentos de planejamento e gestão por contribuírem no planejamento de
unidades prestadoras de serviços de informação, à medida que podem ser mais bem
conhecidos os diversos aspectos que envolvem tanto a informação quanto a sua
disseminação para os usuários que a demandam, além de propiciar condições
favoráveis aos estudos no sentido de obter tendências, quanto ao comportamento dos
usuários da informação, que facilitarão a tomada de decisão dos gerentes na
prestação de serviços proativos capazes de prover a informação de interesse do
usuário antecipadamente à sua manifestação expressa.
Os usuários são considerados a razão de ser de uma unidade de informação, uma vez
que são os sujeitos determinantes das atividades a serem desempenhadas pelas bibliotecas.
Dessa forma, a realização de um estudo de usuários é fundamental para compreender e
entender as necessidades informacionais, além de direcionar os serviços oferecidos. Segundo
Dias e Pires (2004, p. 13) esses estudos tem como objetivos:
explicar um fenômeno observado de uso ou necessidade expressa de informação;
compreender o comportamento dos usuários quanto ao uso da informação;
controlar o fenômeno e aperfeiçoar o uso da informação oferecendo condições
essenciais;
identificar as relações causais entre o uso da informação e outros aspectos
associados;
melhorar o serviço de informação como subsídio ao planejamento e à definição de
produtos e serviços, escolhendo o tipo de serviço de informação que melhor se
adequa às diferentes circunstâncias;
analisar as motivações e as atitudes, isto é, os valores, os desejos de informação
expressos e não-expressos e a imagem dos serviços de informação e dos
especialistas.
Cunha, Amaral e Dantas (2015) relatam que independente da técnica utilizada para a
realização da coleta de dados, os estudos de usuários seguem princípios fundamentais
determinantes para a sua aplicação:
�1. Os usuários e as suas reações em relação ao prestador de serviço de informação
são as chaves para a qualidade dos serviços prestados.
2. A utilização tanto das estatísticas agregadas como daquelas relacionadas a um
indivíduo devem ser consideradas.
3. Pense no usuário, mas não negligencie o não usuário.
4. Compreenda a realização do estudo de usuário como um processo contínuo.
5. As técnicas de coleta de dados e informações utilizadas devem permitir que as
respostas dos usuários sejam apresentadas e descritas numa variedade de maneiras
ou em mais de um formato (narrativas descritivas, respostas escalonadas etc.).
6. É essencial a análise da opinião da comunidade que utiliza os serviços ou
produtos de informação para avaliar a oferta disponível.
7. Apesar de todas as dificuldades e barreiras que possam existir, é preciso
identificar os interesses, determinar os relacionamentos causais do uso para
satisfazer a demanda de informação.
8. É factível medir e quantificar os impactos da prestação dos serviços de
informação no processo educacional.
9. Um indicador de qualidade pode ser derivado de medida quantitativa. (CUNHA,
AMARAL e DANTAS, 2015, p. 39)
Os estudos de usuários precisam ser incorporados como prática de rotinas nas
bibliotecas universitárias visto que é um instrumento relevante que pode contribuir na
quantificação e qualificação dos produtos e serviços que são oferecidos, além de servir de
subsídios para ampliação, inovação ou propor mudanças de ações que estavam consolidadas.
METODOLOGIA
A realização dos estudos de usuários depende da escolha de uma metodologia para que
seja feita a coleta de dados. Inúmeras técnicas podem ser utilizadas, sejam as escalas e
índices, grupo focal ou entrevista, cabe ao pesquisador escolher aquela que mais se adequada
ao seu objeto de estudo. Por se tratar de um instrumento que não requer a presença física do
entrevistador e permite coletar dados de sujeitos localizados nos mais diversos lugares, o
questionário foi a metodologia usada para a presente pesquisa.
O questionário consiste em uma lista de perguntas abertas e/ou fechadas com o
objetivo de coletar informações direcionadas a um grupo representativo da população em
estudo. Durante muitos anos, o questionário era disponível apenas no formato impresso, o que
resultava em custos de impressão, gastos com papel e postagem pelos correios (quando fosse
necessário). Com o surgimento da World Wide Web (WWW) e outras ferramentas foi possível
o desenvolvimento do questionário no formato virtual, o que viabilizou o seu envio,
preenchimento e devolução
O instrumento está disponível num computador conectado a Internet, durante 24
horas por dia, sete dias na semana (o chamado 24/7). Isto pode facilitar para o
possível respondente que poderá escolher a hora e o local mais adequados para
�colaborar com uma determinada coleta de dados; Menor tempo para: o envio do
instrumento para os participantes; para o recebimento das respostas; para a
transcrição das respostas (que poderão ser inseridas de forma automática numa
planilha eletrônica ou base de dados); para a tabulação e análise estatística dos
resultados;
O uso do instrumento numa página da Web permite a inclusão de textos, imagem e
som. Essas facilidades eram praticamente inacessíveis nos instrumentos baseados no
suporte físico em papel. (BAPTISTA; CUNHA, 2007, p. 177-178
Para conhecer as características dos usuários da BBT, buscar identificar as suas
necessidades informacionais e avaliar seu grau de satisfação quanto aos serviços oferecidos, a
presente pesquisa será de forma quantitativa. Realizar o levantamento de dados como sexo,
idade, nível de escolaridade, entre outros, é relevante, considerando serem estes elementos
quantitativos essenciais para estabelecer o perfil do usuário da biblioteca.
O presente trabalho utilizou-se da técnica de questionário virtual, com uma questão
aberta e nove fechadas por meio da ferramenta colaborativa, Googledocs. O link do
questionário87 foi disponibilizado em uma rede social e no site da Universidade Federal de
Viçosa ficando disponível para ser respondido durante 30 dias. Ao fim deste período, foi
acessado o link do questionário, na aba Summary responses, para verificar quantos foram
respondidos (contabilizou-se 197 questionários respondidos) e a partir deles foram realizadas
as análises necessárias para identificar o perfil do usuário da biblioteca, as suas necessidades
informacionais e suas possíveis sugestões quanto ao melhoramento dos produtos e serviços
oferecidos.
DISCUSSÃO E RESULTADOS
Após identificar inicialmente os dados levantados a partir da aplicação do
questionário, evidenciou-se a necessidade de analisá-los para que fossem transformados em
informações pertinentes e que pudessem entender e conhecer mais o perfil, as necessidades de
informação e a avaliação do grau de satisfação do usuário referente a Biblioteca Central da
Universidade Federal de Viçosa.
87
QUESTIONÁRIO DE ESTUDO DE USUÁRIOS AS BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA. Disponível em: <https://docs.google.com/forms/d/1Erju98NNi7HTLFEJmWw5hXUGsadHcz55oLFwb5NYYI/edit>. Acesso em: 19 dez. 2017.
�GRÁFICO 1 - IDADE
FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
De acordo com o Gráfico 1, 81% dos usuários da biblioteca possuem entre 18 a 28
anos, pois são muitos os jovens que finalizam o ensino médio e já ingressam na universidade.
O perfil dos usuários da Biblioteca Central segue uma tendência nacional de ingressantes nas
-se e consolida-se a
predominância de usuários com a faixa etária supracitada.
GRÁFICO 2 - SEXO
FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
�A ascensão feminina no meio acadêmico já é uma crescente nos últimos anos e
conforme corroborado pelo Portal Brasil (2016), as mulheres já são maioria nas universidades
e em cursos de qualificação. De acordo com os dados apresentados pelo Gráfico 2, o
participantes do questionário acompanham a estimativa nacional, no qual há a prevalência de
profissionais que se consideram do gênero feminino. Destaca-se a presença, ainda mínima, de
indivíduos que se identificam como outro, o que ainda mostra que a inserção dessas pessoas
ainda é pequena em ambientes acadêmicos.
GRÁFICO 3 - ESCOLARIDADE
FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
A pesquisa apresentou que a maioria dos usuários possuem o título de graduação, já
que a universidade possui maior quantidade de cursos e vagas em cursos de bacharel e
licenciatura. Como o gráfico 2 apresenta o destaque na participação feminina no ambiente
educacional, o gráfico 3 segue a mesma estimativa, no qual as mulheres predominam.
proporção de mulheres brasileiras com títulos acadêmicos de nível superior é maior que a de
homens a parcela da população feminina adulta com diploma é de 12%, ante 10% da
�GRÁFICO 4
FREQUÊNCIA DE USO DA BIBLIOTECA
FONTE: Dados da pesquisa, 2017
Segundo o gráfico 4, 40% dos usuários frequentam a Biblioteca Central alguns dias
por semana, o que mostra a importância deste espaço para a comunidade acadêmica com o
uso contínuo e a sua representatividade perante a universidade. Mensurar a frequência de uso
da biblioteca contribui para um melhor planejamento das atividades administrativas. Segundo
necessidade de mais funcionários para certos períodos, como à noite ou nos fins de semana e
para cálculos relativos a esp
com a autora supracitada, os dados de frequência destina-se ao uso administrativo e
interessante compará-lo ao número de usuários em potencial.
�GRAFICO 5
FINALIDADE DE USO DA BIBLIOTECA
FINALIDADE DE USO DA BIBLIOTECA
1%
4%
13%
31%
22%
29%
FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
Dos usuários que possuem o hábito de frequentar a biblioteca, no Gráfico 5, observase que 31% dos usuários responderam que sua finalidade para uso da biblioteca é realizar
empréstimo de livros e 29% para estudar individualmente. Surpreende o fato de que poucos
usuários disseram que vão à biblioteca solicitar a ajuda ao bibliotecário, mas essa ajuda ocorre
de forma correlacionada a outros serviços prestados pela unidade de informação.
GRAFICO 6
SERVIÇOS DO SETOR DE REFERÊNCIA
�FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
O Setor de Referência geralmente é o primeiro contato do aluno com a biblioteca, uma
vez que é o setor responsável em realizar a recepção dos calouros, visitação técnica e
treinamento para o uso de catálogo online e bases de dados. No entanto, este estudo mostra
que 72.2% dos usuários não conhecem os serviços do Setor de Referência, assim, é necessário
que haja uma maior divulgação desses serviços e mostrar ao usuário que a biblioteca não se
resume apenas em um espaço para empréstimo de livros e estudo.
GRÁFICO 7
URGENTES PARA MELHORIAS
FONTE: Dados da pesquisa, 2017.
De acordo com o gráfico 7, 62.4% dos usuários afirmam a necessidade de aumentar o
número de exemplares para pesquisa e empréstimo. A biblioteca possui uma sala de reserva,
no qual os livros mais consultados são disponibilizados para empréstimo de 3 horas podendo
ser renovados pelo aluno, caso não haja reserva da obra. Em período de provas na
universidade, os livros mais utilizados possuem uma alta rotatividade no acervo e devido à
alta demanda não atendem satisfatoriamente, o que justifica a ampliação de exemplares como
uma melhoria urgente. A criação da sala de estudo individual também foi destacada com
48.2% visto que a biblioteca não possui quantidade suficiente para atender a atual demanda
dos usuários.
Indagou-se aos usuários da pesquisa sobre como eles avaliavam o acervo da biblioteca
nos quesitos ótimo, muito bom, regular, péssimo e desconheço, os livros, periódicos, obras de
�referência (Dicionários e enciclopédias) e as mídias (CD e DVD). Os livros foram avaliados
no quesito muito bom, no entanto os periódicos, obras de referência e as mídias foram
avaliadas como desconheço. Percebe-se então, que os usuários não sabem avaliar as outras
tipologias disponíveis no acervo da biblioteca.
Outra pergunta realizada foi em relação ao grau de satisfação de atendimento no Setor
de Empréstimo. A grande maioria dos usuários responderam que se consideram satisfeitos em
relação aos quesitos: agilidade e rapidez; cordialidade dos servidores; quantidade de
servidores para atendimento; habilidade de servidores para oferecer orientações. Segundo
um produto ou serviço, que será influenciada por atributos específicos do serviço e pelas
biblioteca deve medir o índice de satisfação dos usuários e
não esperar por reclamações para averiguar a qualidade e/ou problemas dos serviços
oferecidos. Segundo Hoffmam e Bateson (2003) apud Baptista e Leonardt (2011, p. 50)
melhorar seus níveis de satisfação, deve primeiro descobrir se
seus usuários estão satisfeitos ou insatisfeitos, o que pode ser feito com uma avaliação de
Na questão aberta pediu que o usuário relatasse se ele possuía alguma sugestão para a
melhoria dos produtos e serviços da BBT e inúmeras propostas foram elencadas tais como:
instalação de mais tomadas para o uso de notbook, tablets, smartphones; conserto do elevador;
atualização das obras de literatura; orientação quanto a busca de obras nas estantes e o uso do
catálogo online da biblioteca; aquisição de mais exemplares dos livros mais consultados;
instalação de mais ventiladores entre outros. Ao possibilitar esse tipo de questão permitiu-se
contribuir com a valorização do usuário, pois dessa forma pode-se entender as suas reais
necessidades e dificuldades quanto a utilização da biblioteca como um todo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O planejamento de uma biblioteca envolve diversos aspectos como o espaço físico, a
sua localização, o acervo, o mobiliário, os produtos e serviços oferecidos, os gestores, os
colaboradores que juntos contribuem para o bom funcionamento da unidade de informação.
Ainda que todos elementos citados funcionem adequadamente é necessário ressaltar que o
objetivo fundamental a ser alcançado é resolver as necessidades informacionais daquele
indivíduo considerado o protagonista da biblioteca: o usuário.
�Para administrar uma biblioteca é fundamental conhecer o seu público para que
produtos e serviços sejam realizados para atender as suas reais necessidades. Segundo
do acervo e de todos os serviços que a unidade de
informação pode oferecer, ou não sabem como utilizá-
como uma realidade em
diversas bibliotecas, inclusive na Biblioteca Central, percebeu-se a necessidade em mudar
essa perspectiva ao realizar um estudo de usuários, com a finalidade em conhecer o perfil
deles, além das suas necessidades informacionais e suas possíveis sugestões quanto ao
melhoramento dos produtos e serviços oferecidos.
Por meio deste estudo de usuários pôde-se avaliar o grau de satisfação em relação aos
produtos e serviços oferecidos pela BBT. Percebeu-se a necessidade de realizar mais
treinamentos e orientações quanto ao uso do catálogo online e a localização de livros na
estantes. Constatou-se também alguns ruídos na comunicação e divulgação de determinados
serviços. Dessa forma, busca-se então alcançar o ambiente ideal, pois, por mais que haja
planejamento, estratégias traçadas, arrecadação de recursos, contratação e gestão de pessoas é
preciso conhecer as necessidades e anseios daquele indivíduo que é o protagonista da
biblioteca: o usuário. Levar em conta a opinião do consulente é muito importante, pois isso
mostra a valorização do mesmo e contribui para que a biblioteca possa desenvolver produtos e
serviços que possam atrair, cativar e conquistar cada vez mais o seu público.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, Maria Christina Barbosa de. Planejamento de bibliotecas e serviços de
informação. 2 ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2005.
BAPTISTA, Michele Marques; LEONARDT, Michele Poleto Lesina. A qualidade dos
serviços prestados e a satisfação dos usuários em uma biblioteca universitária. Bibl. Univ.,
Belo Horizonte, v.1, n.1, p. 50-59, jan./jun. 2011. Disponível em:
<https://www.bu.ufmg.br/rbu/index.php/localhost/article/viewFile/9/14>. Acesso em: 20 dez.
2017.
BAPTISTA, Sofia Galvão; CUNHA, Murilo Bastos da. Estudo de usuários: visão global dos
métodos das coletas de dados. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte,
v.12, n. 2, p. 168-184, maio/ago. 2007. Disponível em:
<http://portaldeperiodicos.eci.ufmg.br/index.php/pci/article/view/48/89>. Acesso em: 20 dez
2017
�COSTA, Maria Elizabeth de Oliveira, SANTOS, Marizete Silva, BARBOSA, Anderson Luiz
da Rocha. Educação a distância e as bibliotecas universitárias: uma interação necessária.
Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 20, n. 2, p. 38 - 57, abr./jun.
2015.
CUNHA, Murilo Bastos da; AMARAL, Sueli Angélica do; DANTAS, Edmundo Brandão.
Manual de estudo de usuários da informação. São Paulo: Atlas, 2015.
ENSINO SUPERIOR. Disponível em:
<https://www.revistaensinosuperior.gr.unicamp.br/notas/mulheres-sao-maioria-com-nivelsuperior-mas-homens-dominam-mercado-de-trabalho>. Acesso em: 14 jun. 2017.
PORTAL BRASIL. Economia e Emprego. Mulheres são a maioria em universidade e cursos
de qualificação. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/economia-eemprego/2016/03/mulheres-sao-maioria-em-universidades-e-cursos-de-qualificacao>. Acesso
em: 13 jun. 2017.
______. Educação. Em 2014, 58,5% dos estudantes de 18 e 24 anos estavam na faculdade.
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/educacao/2015/12/numero-de-estudantesuniversitarios-cresce-25-em-10-anos>. Acesso em: 11 jul. 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA. A biblioteca. Viçosa, [201-]. Disponível em:
http://www.bbt.ufv.br/?page_id=143>. Acesso em: 10 jul. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Estudo de usuário da Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pinheiro, Alejandro de Campos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Pretende-se por meio desta pesquisa, identificar o perfil dos usuários da Biblioteca Central da Universidade Federal de Viçosa, conhecer quais são as demandas pelos serviços ofertados e se os atuais produtos e serviços atendem as suas expectativas no aspecto de direcionamento para a informação desejada. Utilizou-se da técnica do questionário virtual disponibilizado em rede social e no site da universidade como metodologia para avaliar o grau de satisfação do usuário perante os serviços oferecidos. Os resultados mostraram que os usuários são predominantes do sexo feminino, da graduação, frequentam a Biblioteca Central algumas vezes por semana com a finalidade de estudar e realizar empréstimo de livros. Desconhecem a oferta dos serviços do Setor de Referência e reivindicam melhorias na infraestrutura, no acervo de literatura e atualização das informações nos canais oficiais de comunicação. Apresentaram dificuldades em localizar os livros na estante, consulta ao catálogo online e o uso do mesmo para realização de reserva e renovação das obras. Concluise que alguns serviços devem ser repensados de forma a atender o usuário mais satisfatoriamente.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5679/SNBU2018_132.pdf
0bd1617ed772803fe1c5f09658470263
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
BIBLIOTECA DA UFPR LITORAL NO FACEBOOK: RELATO DE EXPERIÊNCIA
E ESTRATÉGIAS DE PUBLICAÇÃO
THE LIBRARY OF UFPR COASTAL CAMPUS ON FACEBOOK: CASE REPORT AND
PUBLICATION STRATEGIES
Resumo: A Biblioteca da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Litoral, mantém
uma página no Facebook desde 2012. Em 2017, a frequência de publicações da página
aumentou, o que fez crescer a quantidade de fãs e de seguidores de cerca de 2,5 mil para mais
de 30 mil. Considerando esse caso de sucesso, este relato de experiência tem por objetivo
geral apresentar a página da Biblioteca no Facebook. Para tanto, são apresentados dados
quantitativos coletados no próprio Facebook. São descritos o crescimento da página, as
principais características de seu público e o envolvimento com a página e com as publicações,
e são relatadas algumas das estratégias de publicação utilizadas na página. Após a
apresentação e a análise dos resultados, nas considerações finais é recomendado que as
páginas de bibliotecas nas redes sociais sejam tratadas como serviços, apoiadas por políticas,
planejamento e avaliações.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias. Redes sociais. Facebook. Relato de experiência.
Abstract: The Library of Federal University of Paraná (UFPR) in Coastal Campus has
maintained a Facebook fan page since 2012. In 2017, the frequency of page publications was
increased, which raised the number of page fans and followers from around 2.5 thousand to
more than 30 thousand. Considering this success case, in this report we aim to present the
page of the Library on Facebook. In order to do that, we present quantitative data collected
from Facebook itself. We describe the page growth, the main characteristics of its audience
and the audience engagement with the page and the publications, and we report some
publication strategies used on the page. After presenting and analyzing the results, we
conclude by recommending that the pages of libraries in social networks should be considered
services, and therefore, should be supported by policies, planning and assessment.
Keywords: University libraries. Social networks. Facebook. Case report.
1 INTRODUÇÃO
O crescente uso de redes sociais tem levado instituições das mais diferentes naturezas a
buscarem a atenção de seus públicos no ambiente digital com o uso de estratégias para a
�promoção de sua imagem, de seus produtos e/ou de seus serviços. Com as bibliotecas
universitárias isso não tem sido diferente: essas bibliotecas estão aderindo aos perfis e às
páginas nas redes sociais, o que é notado a partir das duas edições anteriores no Seminário
Nacional de Bibliotecas Universitárias (SNBU), em que foram apresentados dez trabalhos sobre
bibliotecas e redes sociais em 2014 e cinco em 2016 (SEMINÁRIO NACIONAL DE
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIA, 2014, 2016).
As redes sociais são ambientes característicos da chamada Web 2.0 ou Web social.
Blattmann e Silva (2007, p. 199) abordam essa Web contrapondo-a a
Web 1.0,
criada na década de 1990:
Se antes a web era estruturada por meio de sites que colocavam todo o conteúdo on-line,
de maneira estática, sem oferecer a possibilidade de interação aos internautas, agora é possível
criar uma conexão por meio das comunidades de usuários com interesses em comum, resultado
do uso da plataforma mais aberta e dinâmica.
Além das redes sociais, são característicos da Web 2.0 os blogs e outros ambientes que
trazem em seu conceito a presença dos usuários não somente como consumidores, mas,
também, como produtores de conteúdo (textos, imagens, sons, vídeos, etc.). O uso de redes
sociais por bibliotecas vai ao encontro do conceito de Biblioteca 2.0, cunhado por Michael
Casey (BLATTMANN; SILVA, 2007, p. 195).
aplicação da tecnologia, é uma mudança de atitude, uma nova maneira de se relacionar,
interagir e de se comunicar com o usuário, de oferecer produtos e serviços informacionais no
âmbito da biblioteca. A biblioteca 2.0 coloca o usuário como o foco central de seus processos.
(AGUIAR; SILVA, 2013, p. 9-10).
Aguiar e Silva (2013), em seu estudo sobre a contribuição das ferramentas de redes
sociais na melhoria da comunicação e da qualidade dos serviços e produtos das bibliotecas
universitárias, explicam que
As redes sociais, em geral, possuem ferramentas síncronas (chat) e assíncronas (fóruns,
grupos, eventos, notas etc.); interface customizável; recursos como vídeos, fotos e imagens, e
links para outras interfaces. Além disso, possibilitam uma comunicação mais direta e informal,
com trocas de informações entre os próprios usuários; a oportunidade de criar comunidades de
interesse e perfis; a divulgação e o compartilhamento de informações, produtos e serviços, a
exposição das conexões sociais de um indivíduo a outros de uma determinada comunidade e a
participação e a colaboração do público nos processos e produtos. (AGUIAR; SILVA, 2013, p.
8, grifo do autor).
�para a melhoria da qualidade na prestação de serviços, ofertas de produtos e no atendimento ao
(AGUIAR; SILVA, 2013, p. 15) por conduzirem às inovações e ao acréscimo de valor
aos processos já existentes, visto que novos conteúdos e formas de divulgação de informações,
serviços e produtos são concebidos nas bibliotecas universitárias em razão da existência das
redes sociais (AGUIAR; SILVA, 2013, p. 14).
Uma das bibliotecas universitárias que se utiliza de uma rede social é a do Setor Litoral
da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que mantém uma página no Facebook desde 2012.
A Biblioteca da UFPR Litoral, uma das vinte que compõem o Sistema de Bibliotecas (SiBi) da
UFPR, está situada em Matinhos, município de litoral paranaense com aproximadamente 33 mil
habitantes. A Biblioteca tem como seus principais usuários aproximadamente duas mil pessoas,
divididas entre alunos, servidores técnicos e docentes, que compõem o Setor Litoral. Ao todo, o
SiBi da UFPR tem como principais usuários cerca de 43 mil pessoas, entre alunos, servidores
técnicos e docentes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ, 2016).
A página81 da Biblioteca da UFPR Litoral no Facebook foi criada em março de 2012 e,
em abril de 2014, optou-se pela criação também de um perfil82 para representar a Biblioteca
nessa rede social. A criação de um perfil foi motivada pela necessidade de um meio impessoal
para contatar os usuários da Biblioteca na rede social, por exemplo, para a notificação ou
cobrança de devoluções em atraso, uma vez que o uso dos perfis pessoais da equipe da
Biblioteca poderia gerar constrangimentos aos usuários e/ou aos servidores. Outra motivação
foi o baixo alcance das publicações iniciais da página. Com a existência do perfil, os informes
da Biblioteca sobre seus produtos e serviços poderiam alcançar uma quantidade maior de
pessoas, uma vez que eram publicados tanto na página quanto no perfil.
Durante o ano de 2017, os novos bibliotecários incluídos no serviço de referência
aumentaram a frequência das publicações, o que ocasionou um aumento expressivo da
usuário do Facebook que curtiram a página): em dezembro de
2016 a página contava com 2.438 fãs, em dezembro de 2017, já registrava 30.116.
Considerando esse caso de sucesso, este relato de experiência tem por objetivo geral
apresentar a página da Biblioteca da UFPR Litoral no Facebook, mais especificamente:
descrever o crescimento da página mantida pela Biblioteca no Facebook;
identificar as principais características do perfil do público da página (faixa etária,
gênero, localização, idioma e dispositivo utilizado) e o envolvimento (reações,
81
82
Disponível em: <https://www.facebook.com/biblitoral>. Acesso em: 16 jan. 2018.
Disponível em: <https://www.facebook.com/BibliotecaUFPRLitoral>. Acesso em: 16 jan. 2018.
�comentários, compartilhamentos, avaliações e mensagens) desse público com a página e
as publicações;
relatar as estratégias de publicação utilizadas na página da Biblioteca.
A justificativa para a apresentação deste relato de experiência está nas contribuições que
ele pode proporcionar às bibliotecas universitárias que mantêm ou desejam criar páginas em
redes sociais, uma vez que ele indica estratégias de publicação para as páginas de bibliotecas e
exemplifica como os dados coletados no Facebook podem ajudar na avaliação dessas páginas.
Após essa introdução, o relato está organizado em quatro partes: procedimentos
metodológicos, resultados, discussão dos resultados e considerações finais.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para descrever o crescimento da página da Biblioteca da UFPR Litoral, o perfil e o
envolvimento de seu público, foram coletados dados quantitativos sobre: a quantidade, os tipos
e o alcance das publicações; as publicações com maior alcance em 2017; a quantidade de fãs e
seguidores; o gênero, a faixa etária, a localização e o idioma dos fãs; os dispositivos utilizados
na visualização da página; as avaliações; e as mensagens.
somente aos administradores e editore
qualquer pessoa e reúne as avaliações recebidas pela página numa escala de uma a cinco
armazena as mensagens e está disponível somente aos administradores e editores. Na guia
nformações , os dados sobre o alcance e o envolvimento com as publicações foram
exportados no formato Comma-Separated Values (CSV) e tratados no LibreOffice Calc; os
dados que não puderam ser exportados foram coletados manualmente e inseridos em planilhas
no LibreOffice Calc.
Os dados foram coletados em janeiro de 2018 e cobrem o período de 26 de março de
2012 a 31 de dezembro de 2017. Os dados sobre o alcance das publicações puderam ser
coletados somente a partir de junho de 2013, devido a uma limitação do próprio Facebook.
Uma vez que as atividades na página da Biblioteca foram intensificadas a partir de 2017,
optou-se pelo detalhamento dos dados referentes a esse ano no que se refere ao crescimento
mensal da quantidade de fãs, às publicações com maior alcance total e aos dispositivos
utilizados para a visualização da página.
�3 RESULTADOS
Durante os cinco primeiros anos de existência da página, de março de 2012 a dezembro
de 2016, foram realizadas 321 publicações (conteúdo próprio e compartilhamento de
publicações de outras páginas), variando entre imagens, álbuns de imagens, links, textos e
vídeos. Já em 2017, foram realizadas 349 publicações. A Tabela 1 apresenta a quantidade de
publicações, seus tipos e sua média de alcance em cada um dos anos.
Tabela 1 Publicações por ano e por tipo, alcance total e média de alcance
Ano
*2012
2013
2014
2015
2016
2017
Total
Total de
publicações
por ano
72
88
35
73
53
349
670
Média de
publicaçã
o por dia
0,25
0,24
0,09
0,20
0,14
0,95
0,31
Publicações por tipo
Imagem Link
Texto
Víde
o
30
33
8
1
39
34
15
0
19
8
8
0
43
19
11
0
35
8
10
0
245
88
12
4
411
190
64
5
Fonte: Elaborada pelos autores.
Alcance das publicações
Alcance
Média de alcance
total
por publicação
**
**
**7.501
**85
3.299
94
10.266
140
33.847
638
5.541.287
15.877
5.596.200
8.352
Notas:
* O ano 2012 foi considerado a partir de 26 de março, data de criação da página.
** Os dados sobre o alcance estão disponíveis somente para publicações a partir de
junho de 2013.
É necessário observar que, para o cálculo da média de publicações por dia, na terceira
coluna da Tabela 1, foram levados em conta todos os dias do ano, incluindo os períodos de
férias acadêmicas e de greve. Ressalta-se também que o t
imagens/fotos publicadas individualmente, álbuns de fotos (cada álbum é considerado uma
única publicação) e imagens compartilhadas de outras páginas. Em relação aos quatro vídeos de
2017, três deles não foram publicados pela página, apenas compartilhados na página.
Também foram coletados dados sobre o alcance das publicações de cada ano (duas
últimas colunas da Tabela 1). O alcance de uma publicação é a quantidade de usuários do
Facebook para os quais ela foi exibida. Para que uma pessoa seja contabilizada no alcance de
uma publicação não é necessário que ela clique sobre a publicação e nem mesmo que seja uma
fã ou seguidora da página, a simples exibição na timeline já conta como alcance.
Além do aumento da quantidade de publicações e de seu alcance, registrou-se também o
aumento na quantidade de fãs e de seguidores da página. Fãs são usuários do Facebook que
curtiram a página, enquanto seguidores são usuários que estão inscritos para receber as
publicações da página em sua timeline. A divergência entre quantidade de seguidores e de fãs
�ocorre porque um usuário pode ser fã de uma página, mas deixar de segui-la, assim como pode
segui-la sem ser seu fã. Ao término de seus primeiros cinco anos de existência, a página da
Biblioteca contava com 2.438 fãs e 2.420 seguidores. Em dezembro de 2017, registrava 30.116
fãs e 30.328 seguidores, o que significa um aumento de 1.235% na quantidade de fãs e de
1.253% na quantidade de seguidores em relação a dezembro de 2016.
Os dados disponíveis aos administradores e aos editores da página permitem a
identificação de algumas características que compõem o perfil dos fãs, seguidores, usuários
alcançados e envolvidos (que reagiram, comentaram ou compartilharam as publicações), no que
diz respeito ao gênero, à faixa etária, à localização geográfica (país e cidade) e ao idioma. O
Gráfico 1 traz alguns desses dados, apresentando o percentual de fãs em relação ao gênero
sobre
gênero e faixa etária dos seguidores, alcançados e envolvidos não estão aqui apresentados,
porém, seguem o mesmo padrão dos dados dos fãs: a maior parcela está classificada como
mulher e entre 25 e 34 anos.
Gráfico 1 Gênero e faixa etária dos fãs da página
Fonte: Facebook, coletado em 16 de janeiro de 2018.
Em relação aos dados de localização, a Tabela 2 apresenta as 45 cidades que concentram
53,3% dos atuais 31.083 fãs da página. Em relação ao país e ao idioma dos fãs, o Brasil e a
língua portuguesa estão em primeiro lugar, sendo que os demais países e idiomas apresentam
percentual pouco significativo para este relato.
�Tabela 2 Cidades com maior concentração de fãs da página
Cidade
Curitiba, PR
Rio de Janeiro, RJ
Belém, PA
São Paulo, SP
Matinhos, PR
Manaus, AM
Fortaleza, CE
Paranaguá, PR
Porto Alegre, RS
Salvador, BA
São Luís, MA
Recife, PE
Brasília, DF
Teresina, PI
Belo Horizonte, MG
Fãs
2.390
1.377
1.306
1.157
999
806
508
468
413
365
348
344
322
287
284
Cidade
João Pessoa, PB
Ananindeua, PA
Florianópolis, SC
Goiânia, GO
Macapá, AP
Natal, RN
Londrina, PR
Ponta Grossa, PR
Pontal do Paraná, PR
Campo Grande, MS
Porto Velho, RO
Cuiabá, MT
Santarém, PA
Santa Maria, RS
Joinville, SC
Fonte: Elaborada pelos autores.
Fãs
274
267
249
243
241
221
207
205
201
199
194
190
182
170
168
Cidade
Pelotas, RS
Foz do Iguaçu, PR
São José dos Pinhais, PR
Maceió, AL
Aracaju, SE
Maringá, PR
Rio Branco, AC
Guaratuba, PR
Maputo, (Moçambique)
Campinas, SP
Niterói, RJ
Campina Grande, PB
Caxias do Sul, RS
Boa Vista, RR
Guarapuava, PR
Fãs
151
147
147
147
146
146
145
133
129
128
120
119
112
109
106
Destaca-se também a quantidade de mensagens recebidas na página: em 2012 (2
mensagens), 2013 (7), 2014 (4), 2015 (6), 2016 (7) e 2017 (48). O conteúdo das mensagens é de
natureza diversificada, tais como dúvidas de normalização, funcionamento da biblioteca,
empréstimo/devolução/renovação, solicitação de materiais ou links, contato com outras
bibliotecas ou bibliotecários, etc.
Até dezembro de 2016, a página contava com apenas três avaliações, uma realizada em
avaliadores da página se encontram servidores da Biblioteca da UFPR Litoral e de outras
bibliotecas da mesma Universidade, além do perfil de uma biblioteca de outra universidade.
Uma vez que a quantidade de publicações, pessoas alcançadas, fãs, seguidores,
mensagens e avaliações da página da Biblioteca aumentou significativamente em 2017, a seguir
são apresentados dados detalhados em relação a esse ano. Primeiramente, no Gráfico 2, é
apresentado o aumento da quantidade de fãs no decorrer de 2017.
�Gráfico 2 Aumento da quantidade de fãs em 2017
Fonte: Elaborado pelos autores.
Na Tabela 3 são apresentadas as quarenta publicações com maior alcance em 2017
(responsáveis por 89,54% do alcance anual) acompanhadas de uma breve descrição de seu
Tabela 3 Publicações de 2017 com maior alcance
Envolvimento
Tipo
Data e horário
Alcance
total
Partes do trabalho acadêmico
Imagem
11/04/2017 21h54
1.041.219
9.176
29.259
1.846
Citações de citações
Imagem
22/08/2017 21h42
914.644
10.123
30.211
1.881
Questões para a elaboração de um
projeto de pesquisa
Imagem
10/08/2017 21h15
899.035
11.811
28.010
1.486
Espaçamentos nas chamadas das
citações
Imagem
31/10/2017 20h15
467.313
3.307
15.819
949
Modelo de resumo
Imagem
23/05/2017 21h15
449.302
4.697
14.681
768
O que é avaliado em um artigo?
Imagem
06/07/2017 21h45
159.499
1.808
4.775
208
Encontrar as Teses e Dissertações
defendidas em todo o mundo!
Imagem
07/06/2017 14h45
94.096
892
3.193
82
Evite o plágio
Imagem
17/08/2017 21h15
81.976
785
2.246
51
Mapa mental no Coogle
Imagem
28/09/2017 19h45
78.727
528
1.460
139
Alertas no Google Acadêmico
Imagem
19/10/2017 19h15
70.871
572
1.526
110
Formatação do sumário
Imagem
17/10/2017 19h15
67.154
746
1.846
102
Manual de normalização da UFPR
Imagem
08/08/2017 21h34
49.985
283
927
96
Publicação
Compartilhamentos
Reações
Comentários
�Publicação
Alcance
total
Envolvimento
Tipo
Data e horário
Formatação da lista de referências
Imagem
12/09/2017 21h53
48.988
581
1.200
59
Por que meu artigo/trabalho foi
rejeitado?
Imagem
01/06/2017 20h45
46.812
332
950
64
10 erros de português comuns em
teses, artigos e relatórios
Link
24/11/2017 19h10
42.969
821
259
64
Sobrenomes especiais em citações
Imagem
07/11/2017 19h15
42.000
997
409
70
Documento sem data de publicação
Imagem
29/08/2017 21h15
39.832
483
1.152
56
Paginação correta no Word
Imagem
06/06/2017 21h20
34.008
519
1.532
331
Diferença entre apêndice e anexo
Imagem
11/07/2017 21h15
31.987
170
562
31
Etapas do desenvolvimento de um
projeto de pesquisa
Imagem
24/08/2017 21h15
24.969
381
815
41
Citação de documento não publicado
Imagem
19/09/2017 21h15
23.224
337
694
23
Agrupamento de autores em citações
Imagem
03/10/2017 21h44
22.941
306
529
20
Referência de vídeos do YouTube
Imagem
24/10/2017 20h39
20.751
232
500
46
Sumário automático no Word (aviso
sobre o tutorial)
Imagem
20/11/2017 19h15
18.715
896
144
130
Destaque em citações
Imagem
28/11/2017 19h15
14.786
372
174
41
Sumário automático no Word
Imagem
21/11/2017 19h15
14.606
174
76
38
Questionário
Imagem
21/09/2017 21h45
13.827
203
324
12
Dicas para apresentação oral
(compartilhada do Centro de
Informações Nucleares)
Imagem
04/12/2017 11h25
13.405
608
0
53
Diferença entre dedicatória,
agradecimentos e epígrafe
Imagem
26/09/2017 21h45
13.337
184
341
14
Indique um livro de História
Imagem
18/08/2017 20h15
13.157
56
383
19
Templates e tutoriais para formatação
Imagem
25/07/2017 20h15
12.848
81
172
12
Link
24/10/2017 18h45
12.687
68
210
20
Divulgação da oficina de
normalização
Imagem
14/06/2017 22h45
12.465
12
56
26
Partes do trabalho acadêmico
(compartilhamento da publicação
anterior)
Imagem
03/08/2017 21h41
11.614
0
668
43
Todo bebê conhece o método
científico (compartilhada de
Ciencianautas)
Imagem
18/09/2017 10h23
11.015
0
733
33
Falta tempo para escrever um artigo,
TCC, dissertação, etc.?
Imagem
20/07/2017 20h15
10.599
82
241
11
Ajude-nos a preservar o acervo da
nossa biblioteca
Imagem
03/07/2017 21h15
9.541
30
169
12
Distribuição de pessoas com
doutorado pelo Brasil
Compartilhamentos
Reações
Comentários
�Publicação
Alcance
total
Envolvimento
Tipo
Data e horário
Publicação de artigos científicos
(compartilhada do Portal de
Periódicos da UFSC)
Imagem
11/09/2017 17h51
9.369
0
355
21
Citação de páginas não numeradas
Imagem
10/10/2017 21h45
9.108
102
177
8
9 perguntas de um artigo científico
(compartilhada do Centro de
Informações Nucleares)
Imagem
15/09/2017 19h08
8.757
0
390
12
52.755 147.168
9.028
Compartilhamentos
Total 4.962.138
Reações
Comentários
Fonte: Elaborada pelos autores.
No Facebook, também estão disponíveis dados sobre a quantidade de usuários que
visualizaram a página da Biblioteca, e não somente suas publicações. Esses dados estão
organizados por período, gênero, faixa etária, localização e dispositivo. Destacam-se aqui os
dados sobre os dispositivos utilizados: em 2017, dos 15.895 usuários que visualizaram a página,
8.231 (51,78%) acessaram via dispositivo móvel (celular ou tablet), enquanto 7.664 (48,22%) o
fizeram utilizando um computador.
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Nesta seção são discutidos os dados sobre a página, o público e o envolvimento
apresentados na seção anterior. Durante essa discussão, são relatadas algumas das estratégias de
publicação adotadas na página da Biblioteca da UFPR Litoral.
A média de publicações por dia em 2017 teve um aumento significativo em relação aos
demais anos, sendo quase uma publicação por dia (0,95) (Tabela 1). Entende-se aqui que este
aumento é um dos principais motivos para o crescimento da página ao longo de 2017, uma vez
que as publicações são o principal chamariz para que os usuários do Facebook curtam e/ou
passem a seguir a página. Partindo dessa compreensão, busca-se a realização de, no mínimo,
uma publicação por dia, de segunda à sexta-feira durante o período letivo.
Em 2017, a maioria das publicações com maior alcance (Tabela 3) foi criada pelos
editores da página a partir da ponderação acerca de sua utilidade e potencial interesse para o
público. Os editores da página não são servidores dedicados exclusivamente à página, portanto,
não dispõem de todo o tempo para a criação de conteúdo para as publicações. Assim, para que a
frequência de publicações seja mantida, alternam-se entre publicações produzidas pelos editores
�e publicações de terceiros, tais como da página da UFPR, do Setor Litoral, de outras bibliotecas,
de notícias, etc.
Entre o conteúdo das publicações, estão: produtos, serviços, eventos, políticas e horários
da Biblioteca e do SiBi; ciência, pesquisa científica, fontes de informação, normalização de
trabalhos acadêmicos e redação científica; publicações, eventos e notícias do Setor Litoral e da
UFPR; e informações de cunho social e comunitário, como outubro rosa, doação de sangue,
educação
ambiental
e
datas
comemorativas.
Nunca
foram
utilizadas
publicações
pagas/patrocinadas.
As publicações na página da Biblioteca são realizadas em diferentes horários, sendo
utilizada, quando necessária, a opção de programar uma publicação para determinada data e
horário. As publicações com maior alcance, em sua maioria, foram publicadas no período
noturno, entre 19h e 22h (Tabela 3), no entanto, devido às limitações deste trabalho e dos dados
coletados no Facebook, não foram realizadas análises para identificar os horários em que houve
maior alcance e maior envolvimento (reações, comentários e compartilhamentos) com as
publicações.
As imagens têm sido o tipo de publicação mais frequente na página, seguidas pelos links
(Tabela 1); ao mesmo tempo, as imagens correspondem a 38 das 40 publicações com maior
alcance, sendo as duas restantes do tipo link (Tabela 3). A opção pelo uso de imagens decorre
de sua atratividade ao público das redes sociais e capacidade informativa.
Os links são o segundo tipo de publicação mais frequente. No entanto, implicam um
esforço adicional ao usuário e a saída do espaço do Facebook, o que pode ser determinante na
decisão pelo acesso ou não à informação compartilhada. Assim, uma das práticas adotadas na
página da Biblioteca é a inclusão, na medida do possível, de informações na forma de imagens,
de modo que os usuários consigam conhecer o teor da publicação rapidamente e, com o menor
esforço possível, possam decidir se o conteúdo é ou não relevante.
Seguindo essa orientação, por exemplo, em vez de publicar somente o link para
download do manual de normalização da UFPR, é publicada uma imagem contendo o título do
manual, sua capa, o link para download e uma breve indicação de seu conteúdo. Essas
informações são acrescentadas também na descrição/legenda da imagem, possibilitando, assim,
o acesso rápido ao link, a recuperação da publicação em uma busca no próprio Facebook ou em
uma ferramenta de busca externa (Google, Bing, etc.) e, principalmente, a acessibilidade do
conteúdo às pessoas com deficiência visual. A Figura 1 apresenta dois exemplos de imagens
publicadas na página dessa forma.
�Figura 1 Exemplos de imagens publicadas na página da Biblioteca da UFPR Litoral
Fonte: Disponível em: <https://www.facebook.com/biblitoral/posts/1784735651555922> e em
<https://www.facebook.com/biblitoral/posts/1666339680062187>. Acesso em: 16 jan. 2018.
Na criação das imagens, preza-se pelo uso de poucas palavras e de letras em tamanho
grande, facilitando uma leitura rápida. Além disso, deve-se levar em conta a visibilidade das
imagens em celulares, sem a necessidade de ampliação (zoom), uma vez que, em 2017, 51,78%
dos usuários visualizaram a página em dispositivos móveis.
Esse dado sobre a quantidade de acessos a partir de dispositivos móveis também conduz
ao questionamento: os demais ambientes digitais da Biblioteca e do SiBi (site, catálogo,
ferramenta de descoberta) possuem interfaces responsivas adequadas ao acesso via dispositivos
móveis?
Outra prática utilizada na página da Biblioteca em relação às imagens é seu uso para
disseminar informações de forma fragmentada e de rápida assimilação. Por exemplo, em vez de
compartilhar somente os links das páginas do SiBi que listam as bases de dados públicas e as
restritas disponíveis na UFPR, são criadas imagens descrevendo as bases de dados de forma
individual ou em pequenos agrupamentos, tais como as bibliotecas digitais de teses e
�dissertações, o Portal de Periódicos da CAPES, o Directory of Open Access Journals (DOAJ), a
Redalyc, etc. De forma semelhante, é compartilhado o link para acesso ao manual, aos modelos
e tutoriais de normalização do SiBi e, semanalmente, uma imagem abordando individualmente
aspectos da normalização de trabalhos acadêmicos.
Os comentários têm um importante papel como indicadores do envolvimento do público
com as publicações da página. Na página da Biblioteca, nota-se uma presença significativa dos
comentários, que ultrapassam a quantidade 1 mil em algumas das publicações com maior
alcance (Tabela 3). Embora uma análise do conteúdo desses comentários não esteja entre os
objetivos deste trabalho, relata-se aqui que os mesmos são utilizados quase
Refletindo sobre esse comportamento do
público da página, é possível considerá-lo um indicador da utilidade e/ou da confiabilidade das
indicando/recomendando a publicação a esse amigo. De forma semelhante atuam os
compartilhamentos, que também ultrapassam a quantidade de 1 mil em algumas das
publicações com maior alcance (Tabela 3): ao compartilhar uma publicação, uma pessoa está
recomendando-a aos seus amigos.
Ainda sobre o envolvimento do público com a página, concorda-se com Aguiar e Silva
(2013, p. 15, grifo do autor):
Ressalta-se que o grau de envolvimento que os usuários desejam, ou desejarão, ter com
as BUs [bibliotecas universitárias] por meio das redes sociais dependerá do que é oferecido
como conteúdo e interação, mas também do próprio usuário, que é livre para escolher atuar ou
não no ambiente colaborativo propiciado pela Web. Assim, a BU precisa manter um diálogo
constante com seu público, a fim de identificar suas necessidades, expectativas, sugestões,
frustrações e anseios, enfim, é necessário conhecê-lo.
Conseguir o apoio de outras páginas é de relevante importância para a ampliação do
público. No caso da página da Biblioteca, um dos principais apoios veio da página oficial da
UFPR, que compartilhou algumas das publicações da Biblioteca. O primeiro compartilhamento
ocorreu dia 8 de junho de 2017 com as imagens que compunham um tutorial para paginação de
arquivos do Microsoft Office Word. Esse compartilhamento recebeu mais de 2.100 reações,
mais do que o tutorial recebeu na página da Biblioteca. Além da ampliação do alcance das
publicações, esses compartilhamentos trouxeram novos fãs e seguidores para a página, visto
que, em 2017, a UFPR ocupou o primeiro lugar no ranking das universidades federais com
�maior quantidade de seguidores no Facebook (193 mil) (UNIVERSIDADE FEDERAL DO
PARANÁ, 2017, p. 10).
O compartilhamento das publicações por páginas de outras bibliotecas que não são da
UFPR também contribuiu para o crescimento da página como um todo e é entendido aqui como
o principal motivo que leva a página da Biblioteca a ter quantidades significativas de fãs em
cidades quem não têm proximidade geográfica com o Setor Litoral da UFPR, com a própria
UFPR ou com o estado do Paraná, por exemplo, Belém (1.306 fãs), Manaus (806) e Fortaleza
(508) (Tabela 2).
O perfil do público da página (gênero, faixa etária e localização) auxilia na criação de
publicações, bem como no compartilhamento de publicações de outras páginas. Por exemplo,
Curitiba é a cidade que concentra a maior quantidade de fãs da página da Biblioteca (Tabela 2),
portanto, são pertinentes as publicações sobre eventos acadêmicos ou culturais que ocorrem em
tal cidade. Os dados sobre a localização dos fãs da página também justificam o recebimento de
mensagens e de avaliações de usuários vinculados a outras universidades, cidades ou estados
que não a UFPR, Matinhos e o Paraná.
Durante a discussão dos resultados, foram apresentadas algumas das estratégias de
publicação utilizadas na página da Biblioteca da UFPR Litoral. A seguir, são listadas outras
estratégias que podem auxiliar as bibliotecas na gestão de suas páginas:
o preenchimento das informações sobre a Biblioteca, por exemplo, site, telefone, horário
de funcionamento, etc.
o compartilhamento das publicações da página em grupos de alunos da universidade;
a identificação da Biblioteca nas imagens publicadas, por meio de logotipo;
a utilização de bancos de dados com imagens disponíveis sob licenças que permitem sua
modificação e redistribuição, por exemplo, o Freepik83 e o Pexels84;
o uso de softwares livres como o Inkscape,85 para a edição de vetores, e o GIMP,86 para
a edição de fotos e outras imagens em bitmaps;
o uso de imagens quadradas ou com pouca diferença entre altura e largura, de modo que
todo seu conteúdo possa ser visualizado sem a necessidade de cliques adicionais;
a indicação dos créditos das imagens originais;
83
Disponível em: <https://www.freepik.com>. Acesso em: 16 jan. 2018.
Disponível em: <https://www.pexels.com>. Acesso em: 16 jan. 2018.
85
Disponível em: <https://inkscape.org/pt-br>. Acesso em: 16 jan. 2018.
86
Disponível em: <https://www.gimp.org>. Acesso em: 16 jan. 2018.
84
�o acompanhamento dos comentários, respondendo-os ou reagindo a eles sempre que
necessário e possível, de modo que as pessoas notem a preocupação da Biblioteca com
os desdobramentos de suas publicações.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os dados quantitativos deste trabalho representam variáveis diversificadas: quantidades
e tipos de publicações, alcance, fãs, seguidores, faixa etária, gênero, localização, dispositivos,
mensagens e avaliações. A escolha pela abordagem de todas essas variáveis teve por objetivo
mostrar que apenas as quantidades de fãs ou de publicações não são suficientes enquanto
indicadores para uma avaliação da página de uma biblioteca numa rede social como o
Facebook. A esses indicadores devem ser somados dados sobre o envolvimento do público com
a página (avaliações e mensagens) e com suas publicações (reações, comentários e
compartilhamentos), além de dados sobre o próprio público (faixa etária, gênero, dispositivos e
localização), que podem contribuir para a melhoria da página.
Além das variáveis apresentadas neste trabalho, outras que se referem à página no
Facebook também podem ser estudadas, por exemplo, a quantidade de cliques nos links, o
número de vezes em que um vídeo foi executado, ou de fãs da página que são usuários
cadastrados na Biblioteca e/ou no SiBi da UFPR, variáveis essas que embasam uma análise
ainda mais qualitativa acerca da página. Além dessa possibilidade de aprofundamento das
análises, pode-se questionar qual o impacto da página para os produtos e serviços da biblioteca,
por exemplo, se as aquisições recentes e outros materiais divulgados na página estão sendo mais
utilizados em razão dessa divulgação.
Com o crescimento da página observado em 2017, a Biblioteca da UFPR Litoral, de
certa forma, estendeudesvantagens. Entre as vantagens, está o reconhecimento da qualidade da página por outros
profissionais bibliotecários. Esse reconhecimento motiva os editores da página e é observado
pela quantidade de bibliotecas que compartilham as publicações da Biblioteca. Outra vantagem
é que, ao alcançar todo o Brasil, a página pode beneficiar, mais diretamente, toda a comunidade
brasileira que mantém a universidade federal, pública e gratuita, da qual a Biblioteca é parte.
Por outro lado, o rápido crescimento da página e seu alcance atual geram expectativas quanto à
continuidade das ações que vêm sendo realizadas.
�Por fim, considera-se que, diante do crescente uso das redes sociais como ambientes não
só para a criação e o consumo de informações pessoais, mas, também, comunitárias, políticas,
culturais e científicas, as páginas de bibliotecas nas redes sociais devem ser mais que simples
reproduções de seus sites, que geralmente disponibilizam seu endereço, suas políticas e horários
de funcionamento, os links para suas bases de dados e pouca ou nenhuma interação com seus
usuários. Assim, é necessário tratar a página em uma rede social como um serviço mantido pela
biblioteca, requerendo, portanto, políticas para sua gestão, planejamento para sua execução e
avaliações para sua melhoria contínua.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, G. A. de; SILVA, J. F. M. da. Uso das ferramentas de redes sociais em bibliotecas
universitárias: um estudo exploratório na UNESP, UNICAMP e USP. In: ENCONTRO
NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (ENANCIB), 14., 2013,
Florianópolis.
Anais...
Florianópolis:
UFSC,
2013.
Disponível
em:
<http://enancib2013.ufsc.br/index.php/enancib2013/XIVenancib/paper/viewFile/400/325>.
Acesso em: 22 fev. 2018.
BLATTMANN, Ú.; SILVA, F. C. C. da. Colaboração e interação na web 2.0 e biblioteca 2.0.
Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 12, n. 2, p. 191-215,
jul./dez., 2007. Disponível em: <https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/530>. Acesso em:
22 fev. 2018.
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIA, 18., 2014, Belo
Horizonte.
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Belo
Horizonte:
UFMG,
2014.
Disponível
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<https://www.bu.ufmg.br/snbu2014/anais/>. Acesso em: 16 jan. 2018.
SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIA, 19., 2016, Manaus.
Anais...
Manaus:
UFAM,
2014.
Disponível
em:
<http://www.periodicos.ufam.edu.br/anaissnbu>. Acesso em: 16 jan. 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. Anuário 2017. Curitiba, 2017. Disponível em:
<https://issuu.com/ufprdigital/docs/anuarioissuu>. Acesso em: 16 jan. 2018.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ. UFPR em números. Curitiba, 2016. Disponível
em: <http://www.proplan.ufpr.br/portal/rel_atv/UFPR-Numeros2016.pdf>. Acesso em: 16 jan.
2018.
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Biblioteca da UFPR litoral no facebook: relato de experiencia e estratégias de publicações.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Assumpção, Fabrício Silva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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A Biblioteca da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Setor Litoral, mantém uma página no Facebook desde 2012. Em 2017, a frequência de publicações da página aumentou, o que fez crescer a quantidade de fãs e de seguidores de cerca de 2,5 mil para mais de 30 mil. Considerando esse caso de sucesso, este relato de experiência tem por objetivo geral apresentar a página da Biblioteca no Facebook. Para tanto, são apresentados dados quantitativos coletados no próprio Facebook. São descritos o crescimento da página, as principais características de seu público e o envolvimento com a página e com as publicações, e são relatadas algumas das estratégias de publicação utilizadas na página. Após a apresentação e a análise dos resultados, nas considerações finais é recomendado que as páginas de bibliotecas nas redes sociais sejam tratadas como serviços, apoiadas por políticas, planejamento e avaliações.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5674/SNBU2018_131.pdf
85cf65655b01862c5e452bd46fa619f8
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AS TIC NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE
LITERATURA
ICT IN INFORMATION SCIENCE: A SYSTEMATIC REVIEW OF LITERATURE
Resumo: Tecnologia de informação na perspectiva da Ciência da Informação (CI).
Conscientes da importância da tecnologia em satisfazer as necessidades de recuperação e
acesso à informação, esta pesquisa objetiva mapear estudos que abordem as tecnologias de
informação no âmbito da CI, a fim de analisar sob quais perspectivas são tratadas.
Caracteriza-se como pesquisa exploratória, com coleta de dados pautada na pesquisa
bibliográfica. Como meio de alcançar os objetivos propostos, utiliza-se como método a
revisão sistemática de literatura e a análise de artigos científicos dos periódicos Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Ciência da Informação e Perspectiva em
Ciência da Informação, com conceito qualis A e B, disponíveis online na base de dados da
plataforma Sucupira. Os resultados mostram um total de 80 trabalhos recuperados nas bases
de dados das revistas
e 15 por não possuírem os descritores selecionados no título, resumo e palavras-chave, corpus
de análise deste estudo. Com referência ao tratamento da literatura dado sobre as TIC,
analisando à luz do Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, observou-se maior
ocorrência do tema sob o ponto de vista profissional e administrativo, seguido do científico,
comercial e educativo. Com base nesses resultados, é possível concluir que estudos acerca da
TIC vêm sendo efetuados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Esses
trabalhos, por sua vez, têm contribuído para esclarecer que as tecnologias já estão integradas
nas unidades de informação, cabendo ao profissional bibliotecário se apropriar dessas
ferramentas e otimizar suas ações.
Palavras-chave: Tecnologia de Informação. Tecnologia de Informação e Comunicação.
Periódicos de Ciência da Informação.
Abstract: Information technology in the perspective of Information Science (Is). Aware of
the importance of technology to satisfy the needs of recovery and access to information, this
research aims to map studies that approach the information technologies within the scope of
IS to analyze under which perspectives are addressed. It is characterized as exploratory
research, whose data collection was based on the bibliographic research. As a means of
achieving the proposed objectives, it uses as a method the systematic review of the literature
and analyzes the scientific articles of the periodicals Brazilian Journal of Library Science and
Documentation, Information Science and Perspective in Information Science with a qualis A
�and B concept, available online, based on data from the Sucupira platform. The results show a
number of 80 works retrieved in the databases of the journals, with the descriptors
'Information Technology'; 'Information and Communication Technology'; 'Information
Technology'; 'Information and Communication Technologies'; 45 articles were excluded, 30
because they were repeated articles and 15 because they did not have the descriptors selected
in the title, abstract and keywords, corpus of analysis of this study. With reference to the
treatment of the given literature on ICT, analyzing in the light of the Dictionary of
Librarianship and Archives, it was observed a greater occurrence of the subject from the
professional and administrative point of view, followed by scientific, commercial and
educational. Based on these results it is possible to conclude that studies about ICT have been
carried out in the area of Library and Information Science, has contributed to clarify that such
technologies are already integrated in the information units, and it is up to the professional
librarian to appropriate these tools and thus, optimize your actions.
Keywords: Information Technology.
Periodicals of Information Science.
Information and Communication Technology.
1 INTRODUÇÃO
A gênese da Ciência da Informação (CI) ainda é discutida e não é nada consensual.
Enquanto alguns acreditam que se originou no período após a Segunda Guerra Mundial, com
o objetivo de resolver problemas informacionais causados pela guerra e auxiliar no controle
dessas informações pelo uso de computadores (CAPURRO, HJORLAND, 2005; BARRETO,
2008), outros concordam que a CI é mais antiga e nasce junto com a primeira sociedade
científica, a American for Information Science (ASIS) (LECOADIC, 1996, p. 109).
Independente do período em que se originou a Ciência da Informação, esta caracterizase por ser interdisciplinar, ao colaborar com as diversas disciplinas que levaram à sua criação;
por sua natureza prática, quando se preocupa em entender o processo de transferência da
informação; e por sua ligação com a tecnologia no que tange à recuperação e transferência da
informação (SARACEVIC, 1996). Dessa forma, desenvolve-se como ciência de natureza
essencialmente técnica e que busca solução para problemas informacionais da sociedade
(NHACUONGUE; FERNEDA, 2015).
A tecnologia, parceira direta da Ciência da Informação, contribui quando permite a
universalização da informação. Torna-se necessário, então, capacitar os usuários da
informação para utilizar a tecnologia (ação individual) e criar políticas de acesso tecnológico
às comunidades (ação institucional).
A informação registrada impressa ou eletrônica se constitui no objeto da CI. No
contexto contemporâneo, dominado pelas tecnologias de informação que permitem um
crescimento exponencial de documentos, demanda alternativas para a recuperação e acesso a
�esses documentos. Por isso, existe a necessidade de mais estudos sobre a temática,
principalmente pelos profissionais da área da CI, que lidam com a informação intensamente e
com usuários considerados nativos digitais (PRENSKY, 2001).
Conscientes da importância da tecnologia para satisfazer as necessidades de
recuperação e acesso à informação, esta pesquisa objetiva mapear estudos que abordem as
tecnologias de informação no âmbito da CI, a fim de analisar os resultados mais expressivos
dos trabalhos identificados.
Este estudo caracteriza-se por ser uma pesquisa do tipo exploratória, com coleta de
dados pautada na pesquisa bibliográfica. Como meio de alcançar os objetivos propostos,
utiliza-se como método a revisão sistemática de literatura, a qual analisou 35 artigos na área
de Biblioteconomia e Ciência da Informação, classificados com Qualis A e B, disponíveis
online na base de dados Sucupira. Acredita-se que a técnica de revisão sistemática de
literatura dará a visão analítica pretendida à pesquisa.
2 INFORMAÇÃO E TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Inicialmente, entende-se por informação o produto que se necessita sempre que se tem
que fazer uma escolha ou tomar uma decisão; o que dá a certeza de que foi eleito aquilo que é
mais apropriado no momento. Mas, para que seja útil e aplicada corretamente, a informação
guma forma, senão permanecerá amorfa e
Dentro de uma perspectiva mais ampla, a informação serviria como um instrumento
modificador da consciência do homem e do seu grupo social, deixando de ser uma simples
redutora de incertezas para ser uma mediadora da produção do conhecimento. Fica, assim,
estabelecida a relação entre informação e conhecimento, que só acontecerá quando a
informação transmitida for compreendida, aceita e transformada.
A comunicação científica, obedecendo a essa dinâmica, é um processo de
compartilhamento de informação entre os pesquisadores, que, por meio de canais diversos,
disseminam as informações científicas e tecnológicas intrapares e extrapares. Ademais, os
pesquisadores das diversas áreas do conhecimento lançam mão de diferentes formas para
divulgar os resultados de seus estudos, obedecendo às regras impostas pela sua comunidade.
A produção científica, fruto da comunicação científica, é uma ação intelectual que
provoca as discussões entre os pesquisadores. Analisar essa produção possibilitará revelar
tendências e formas do caminhar da ciência, inferindo, até mesmo, no desenvolvimento de
áreas.
�A produção científica gerada no âmbito da comunidade mostra o nível e a qualidade
do desenvolvimento científico alcançado e abre novas frentes relativas ao estado da
arte de determinado campo. Coletivizar os resultados significa transferir à sociedade
os conhecimentos gerados a partir da investigação sistemática (PECEGUEIRO, 2017,
p. 23).
Atualmente, devido às ferramentas de tecnologias da informação e comunicação, a
divulgação científica se efetiva muito rapidamente. As TIC ocupam um lugar de destaque na
sociedade e são consideradas indispensáveis ao progresso científico, tecnológico e
econômico. A rede mundial de computadores, Internet, um dos maiores expoentes das TIC,
potencializa o acesso aos conteúdos informacionais, técnicos e científicos.
3 METODOLOGIA
consideradas estudos secundários,
, 2014, p. 183).
que têm no
Neste estudo serão priorizadas a avaliação crítica e científica dos artigos analisados,
respeitando os pressupostos do método. Seguiu-se, então, as etapas propostas por Galvão e
Pereira (2014), embasados em estudiosos, como Stewart; Oliver (2012), Levin (2011),
Harden. Gough (2012) e etc. As etapas são as seguintes:
(1) elaboração da pergunta de pesquisa; (2) busca na literatura; (3) seleção dos
artigos; (4) extração dos dados; (5) avaliação da qualidade metodológica; (6) síntese
dos dados (metanálise); (7) avaliação da qualidade das evidências; e (8) redação e
publicação dos resultados (GALVÃO, PEREIRA, 2014, p.183).
A reaplicação da pesquisa só está assegurada, segundo os autores, se todos os passos
forem seguidos. A sequência metodológica garantirá a veracidade e o rigor científico do
estudo.
Na primeira etapa da RSL, foi definido o objetivo da pesquisa, que é mapear estudos
que abordem as tecnologias de informação no âmbito da CI, a fim de analisar os resultados
mais expressivos dos trabalhos identificados. Para tanto, são considerados os seguintes
questionamentos: Qual o percentual de ocorrência dos termos Tecnologia de Informação e
Tecnologia de Informação e Comunicação na área de Biblioteconomia e CI nos periódicos
selecionados? Como a CI vem tratando a necessidade de utilização de tecnologias de
informação?
Para atingir a segunda etapa, que corresponde à busca na literatura, utiliza-se como
campo de pesquisa o título, o resumo e as palavras-chave.
A seleção dos documentos, que se refere à etapa três, foi feita a partir dos seguintes
critérios: artigos na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, indexados na base de
�dados Sucupira, classificados com Qualis A e B, no período de 2013 a 2016, e disponíveis
online.
Os critérios de inclusão e exclusão estabelecidos, que correspondem às etapas 4 e 5,
encontram-se no Quadro 1 a seguir:
Quadro 1
Critérios de inclusão e exclusão.
Somente Artigos
INCLUSÃO
Somente artigos publicados em periódicos científicos
brasileiros online, com Qualis A e B, da área de
informação e comunicação, que abranjam o campo
da Biblioteconomia e Ciência da Informação;
Artigos que tratem dos seguintes temas: Informação,
Tecnologia(s) de Informação, Tecnologia(s) de
Informação e Comunicação, e TIC.
Unicamente artigos publicados entre 2011 a 2016;
Fonte: da autora.
EXCLUSÃO
Demais seções das revistas, como: Editorial,
Entrevistas, Resenhas, Relatos de Experiência, etc.
Artigos que não são publicados em periódicos
científicos brasileiros online com Qualis A e B, da
área de informação e comunicação, que abranjam o
campo da Biblioteconomia e Ciência da Informação;
Artigos que possuem outras temáticas que não as
determinadas como corpus desta pesquisa.
Artigos publicados fora do período de 2011 a 2016;
Na síntese dos dados ou depuração e avaliação da qualidade das evidências, etapas 6 e
7, respectivamente, foram retirados possíveis documentos duplicados e todos os que se
encontravam nos critérios de exclusão, seguido do tratamento e registro de todos os passos da
pesquisa. Após essas ações, realizou-se a oitava e última etapa, que corresponde à redação e
publicação dos resultados.
No processo de seleção dos artigos, efetuou-se buscas na Plataforma Sucupira,
obedecendo ao evento de classificação mais recente (2013 a 2016). Na área de avaliação
Comunicação e Informação da referida plataforma, a partir dos títulos definidos, foram
encontrados 20 registros periódicos sobre Ciência da Informação e oito registros com o título
Biblioteconomia.
A busca pelo número de registros de periódicos com o título de Ciência da Informação
e Biblioteconomia, indexados na plataforma Sucupira, totalizou um quantitativo de 28
revistas, das quais somente três são caracterizadas como online, tornando-se objeto desta
investigação. São elas: Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação (Qualis B1),
Ciência da Informação (Qualis B1) e Perspectiva em Ciência da Informação (Qualis A1).
Mapeando os periódicos objetos da pesquisa, observou-se que a revista que mais
publicou artigos, no período de 2013 a 2016, foi a Perspectiva em Ciência da Informação,
com um total de 197 publicações, seguida da Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação, que publicou 140 artigos. Por último está a revista Ciência da Informação,
com um total de 76 artigos publicados, perfazendo um quantitativo final de 533 artigos.
�Nas buscas efetuadas nas bases de dados das revistas selecionadas e dos artigos que
traziam os descritores pré-
(5), Perspectivas em Ciência da Informação (48) e Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação (27), como pode ser visualizado no Quadro 2:
Quadro 2
Total de artigos recuperados por descritores
REVISTAS
Revista Brasileira de
Biblioteconomia
e
Documentação
Ciência da Informação
Perspectiva em Ciência da
Informação
Tecnologia
de
Informação
DESCRITORES
Tecnologias Tecnologia de
de
Informação e
Informação
Comunicação
Tecnologias
de
Informação e
Comunicação
Total de
artigos
recuperados
por revista
10
8
1
8
27
0
3
0
2
5
17
18
2
11
48
29
3
21
80
Total
de
Artigos
27
Recuperados
por
Descritores
Fonte: RBBD; Cin. Inf.; Perspec. Ci. Inf.
de informação e
-se um total de 30 artigos repetidos, os
quais foram desprezados. Dos 50 artigos restantes, 35 deles possuíam os descritores
selecionados nos títulos e/ou resumos e/ou palavras-chave, corpus de análise desta pesquisa.
Os 15 artigos restantes foram desprezados por não mencionarem os termos pré-determinados
no corpus de análise, estando estes talvez distribuídos nas demais seções do artigo.
4 A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO:
ANÁLISE DOS ARTIGOS SELECIONADOS
Conforme já descrito anteriormente, a RSL baseia-se em questões que norteiam o
processo de estudo. Neste caso, buscou-se responder aos seguintes questionamentos: Qual o
perspectivas a CI vem tratando as tecnologias de informação?
�A fim de responder o primeiro questionamento, torna-se necessário identificar os
periódicos que fizeram parte desta pesquisa. As características consideradas essenciais à
identificação do periódico foram: título; local de publicação; editor (entidade responsável);
data (ano do primeiro volume e se a publicação cessou também do último); periodicidade;
ISSN. Acrescentou-se ainda o total de artigos publicados no período pesquisado.
Quadro 3
Identificação dos periódicos.
TÍTULO DO
PERIÓDICO
LOCAL DE
PUBLICAÇÃO
EDITOR
DATA
PERIODICIDADE
ISSN
CI. Inf.
Brasília
IBICT
1972
Quadrimestral
Belo Horizonte
Esc. Bib.
UFMG
FEBAB
1996
Trimestral
1973
Semestral
15188353
19815344
19806949
Perspec.
Inf.
RBBD
Ci.
São Paulo
Fonte: da autora.
TOTAL DE
ARTIGOS
PUBLICADOS
(2013-2016)
76
197
140
De forma a contextualizar, explicita-se que os três periódicos estudados estão
localizados na região sudeste, onde se concentra o maior número de instituições que publicam
ambém na região Sudeste que concentra o
maior número de cursos de pósdas revistas estão ligados direta ou indiretamente à área de CI.
Quanto à data de publicação, têm-se dois periódicos da década de 1970. O periódico
editado no ano de 1996 foi criado em substituição à Revista da Escola de Biblioteconomia, da
UFMG, também da década de 1970. No que se refere à periodicidade, não parece haver
nenhuma equivalência entre as três revistas estudadas.
Em resposta ao questionamento número um, que trata do percentual de ocorrência dos
ae
Tecnologias de
CI nos periódicos selecionados, observouInformação e Comunicação
chave (10). Em seguida encontrou-
Tecnologia da Informação
com 13
ocorrências distribuídas em título (2), resumo (4) e palavras-chave (7). Na terceira posição
Tecnologias de Informação
resumo. Duas ocorrências distribuídas no resumo (1) e palavras-chave (1) foram identificadas
Tecnologia de Informação e Comunicação
Quando se analisa a frequência de ocorrência dos termos, o que se percebe é que o
tecnologias de
�informação e comunicação
Ciência da Informação e Biblioteconomia, que utiliza a tecnologia na troca de conteúdos
informacionais. Segundo Costa (2014, p. 151), o comportamento informacional com um
procedimento de obtenção da informação atrelado às TIC's bem concatenado tende a facilitar
O termo tecnologia da informação aparece 13 vezes, mas o mesmo se encontra
repetido nos diferentes campos do corpus de análise, ou seja, no título, resumo e palavraschave. Essa ocorrência nos impede de fazer qualquer inferência, tal como os demais
descritores com quantitativos menores e sem representação.
Na segunda questão da RSL buscou-se compreender em que perspectivas as
tecnologias de informação e comunicação são tratadas na ciência da informação. Tal
categorização se deu por base do Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, que
is, comerciais, administrativas,
2008, p. 356).
A partir do mapeamento das categorias nos artigos pesquisados, conforme ilustrado no
Gráfico 1, pode-se fazer as seguintes inferências:
Gráfico 1
Fonte: A autora.
Quantidade de artigos por categoria
�Os quantitativos maiores dos trabalhos analisados estão na categoria administrativa e
profissional, com nove artigos em cada um. A categoria administrativa foi subdividida em
unidades de informação: Arquivo com dois artigos, Biblioteca com cinco e Museu com dois,
todos eles utilizando a tecnologia como ferramenta de pesquisa e acesso à informação.
Nos artigos categorizados como profissional, quatro deles estão voltados para o uso da
tecnologia na preservação digital, ressaltando aspectos técnicos e legais da área. Os cinco
restantes referem-se à criação de ferramentas facilitadoras nas operações de bibliotecas,
arquivos e centros de informação.
Em seguida, com oito ocorrências, está a categoria científica, com artigos voltados
para uso e mediação da tecnologia da informação, sendo dois textos no campo social, dois na
área da comunicação, um na filosofia e três relacionados à análise temática, empregando a
técnica de mineração de textos.
No contexto da categoria comercial, cinco textos apresentaram modelos e ferramentas
de inovação para os sistemas de informação. Todos os artigos defendem que a apropriação das
A categoria educativa apresentou quatro artigos, todos centrados nas necessidades de
competências ligadas à busca e ao uso da informação. As demais categorias, industriais,
médicas e domésticas, não foram encontradas em nenhum artigo analisado neste estudo.
5 CONCLUSÃO
Conforme observado no mapeamento realizado por esta pesquisa e respondendo às
questões levantadas na RSL, fica claro que a categorização dos termos
informação
foi bem representada nos artigos analisados.
Com referência ao tratamento da literatura dado às TIC, analisadas à luz do Dicionário
de Biblioteconomia e Arquivologia, oito categorias fazem parte da definição de Tecnologia da
Informação; três delas - industrial, médica e doméstica - não foram localizadas, talvez por não
estarem diretamente relacionadas à área da CI. O restante apresentou maior quantidade, com
nove ocorrências, profissional e administrativa, seguida de oito ocorrências relacionadas à área
científica, e cinco e quatro ocorrências ligadas à área comercial e educativa, respectivamente.
Com base nesses resultados, é possível concluir que estudos acerca das TIC vêm sendo
efetuados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, e têm contribuído para
�esclarecer que as tecnologias já estão integradas nas unidades de informação, cabendo ao
profissional bibliotecário se apropriar dessas ferramentas e otimizar suas ações.
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
As TIC na Ciência da Informação: uma revisão sistemática de literatura.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pecegueiro, Cláudia Maria Pinho de Abreu
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Tecnologia de informação na perspectiva da Ciência da Informação (CI). Conscientes da importância da tecnologia em satisfazer as necessidades de recuperação eacesso à informação, esta pesquisa objetiva mapear estudos que abordem as tecnologias de informação no âmbito da CI, a fim de analisar sob quais perspectivas são tratadas. Caracteriza-se como pesquisa exploratória, com coleta de dados pautada na pesquisa bibliográfica. Como meio de alcançar os objetivos propostos, utiliza-se como método a revisão sistemática de literatura e a análise de artigos científicos dos periódicos Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Ciência da Informação e Perspectiva em Ciência da Informação, com conceito qualis A e B, disponíveis online na base de dados da plataforma Sucupira. Os resultados mostram um total de 80 trabalhos recuperados nas bases de dados das revistas, com os descritores ‗Tecnologia de Informação‘; ‗Tecnologia de Informação e Comunicação‘; ‗Tecnologias de Informação‘; ‗Tecnologias de Informação e Comunicação‘. Desse total, foram excluídos 45 artigos, 30 por se tratarem de artigos repetidos e 15 por não possuírem os descritores selecionados no título, resumo e palavras-chave, corpus de análise deste estudo. Com referência ao tratamento da literatura dado sobre as TIC, analisando à luz do Dicionário de Biblioteconomia e Arquivologia, observou-se maior ocorrência do tema sob o ponto de vista profissional e administrativo, seguido do científico, comercial e educativo. Com base nesses resultados, é possível concluir que estudos acerca da TIC vêm sendo efetuados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Esses trabalhos, por sua vez, têm contribuído para esclarecer que as tecnologias já estão integradas nas unidades de informação, cabendo ao profissional bibliotecário se apropriar dessas ferramentas e otimizar suas ações.
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5671/SNBU2018_130.pdf
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ANÁLISE DE CITAÇÕES DOS ARTIGOS PUBLICADOS NA REVISTA ARQUIVOS
EM ODONTOLOGIA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA UFMG
CITATION ANALYSIS OF THE ARTICLES PUBLISHED IN THE ARCHIVES JOURNAL IN
DENTISTRY OF THE FACULTY OF DENTISTRY OF UFMG
Resumo: O trabalho analisou as citações dos artigos publicados na revista Arquivos em
Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG (quadriênio 2013 a 2016). Procedeu-se a
revisão de literatura a fim de entender os conceitos sobre estudos métricos na ciência e suas
aplicações na avaliação de periódicos científicos. A medição da produção científica acontece
em diferentes contextos e são diferentes os critérios e instrumentos de análise, dentre os quais
se encontram a Bibliometria, a Cientometria, a Informetria e a Webometria. Para esta
pesquisa, optou-se por analisar os dados sob os preceitos da Bibliometria utilizando análise de
citação. Realizou-se a análise de citação a fim de verificar as frequências das citações por ano,
os autores mais citados, tipologia documental, a idade das citações e o idioma das
publicações. Levantou-se 2469 citações e identificou-se 7892 autores. O autor mais citado foi
Saul Martins de Paiva com 34 citações. O tipo de documento mais citado foi o artigo
científico, e o periódico mais utilizado foi o Ciência e Saúde Coletiva. A média de citações
por artigo foi de 25,19, e de citações por ano foi de 617,25. O período de 2000-2009 teve
maior número de documentos citados. Identificou-se 4 idiomas nas publicações com
predominância para o inglês. A pesquisa foi importante para entender como os pesquisadores
da área de Odontologia se comportam no processo de uso de fontes de informação. Os dados
obtidos são úteis para elaborar políticas de desenvolvimento de coleções e definir estratégias
atuação da Revista Arquivos em Odontologia no cenário científico.
Palavras-chave: Bibliometria. Análise de citações. Publicações periódicas. Odontologia.
Abstract: The work examined the citations of articles published in the journal Arquivos em
Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG (quadrennium 2013 to 2016). We
proceeded to the literature review in order to understand the concepts on metric studies in
science and its applications in the evaluation of scientific journals. The measurement of
scientific production happens in different contexts and are different from the criteria and
analysis instruments, among which are the Bibliometrics, Scientometrics, Informetrics and
Webometrics. For this research, we decided to analyze the data under the precepts of
Bibliometrics using citation analysis. The analysis of citation in order to check the frequencies
of citations per year, most cited authors, documental typology, the quotes and the language of
�the publications. Rose 2469 quotes and 7892 identified authors. The most cited author was
Saul Martins de Paiva with 34 citations. The most cited document type was the scientific
paper, and the paper used was the Ciência e Saúde Coletiva. The average number of citations
per article was 25.19, and citations per year was 617.25. The 2000-2009 period had the
highest number of documents cited. Four languages identified in publications with
predominance to the English. The research was important to understand how the dental
researchers behave in case of use of sources of information. The data obtained are useful for
policy-making development of collections and set actuation strategies of the magazine files in
Dentistry in the scientific scenario.
Keywords: Bibliometrics. Citation analyses. Periodicals. Dentistry.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, o periódico científico tem sido objeto de muitos estudos, em função do
papel que ele representa na construção do conhecimento científico. Do ponto de vista de
mais utilizado para
a publicação dos resultados de pesquisa em
Os periódicos, segundo Mueller (1999), podem ser usados como indicadores do
desenvolvimento científico de um país ou de uma região. Constituem também como
instrumentos para medir o estágio do desenvolvimento de uma área do saber, ou, ainda, para
medir um desempenho de um pesquisador individualmente ou de uma instituição de pesquisa.
Neste contexto, o presente estudo teve como objetivo estudar a revista Arquivos em
Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais), observando as citações dos artigos publicados no quadriênio de 2013-2016. O
periódico escolhido para análise é revisado pela Biblioteca da Faculdade de Odontologia da
UFMG. Desde 2017 a Biblioteca tem realizado estudos que buscam responder a indagação de
como funciona a dinâmica da comunicação dentro da revista. Espera-se ter subsídios para
pensar em estratégias e acompanhar seu desempenho frente ao universo da pesquisa em
Odontologia.
Em se tratando de avaliação de desempenho, Costa e Ramos (2014) observam que
muitos periódicos da área de Odontologia brasileiros estão em posição inferior nos índices de
avaliação, se for comparar com os periódicos internacionais do mesmo ramo do saber.
Segundo estes autores, os resultados de avaliação de desempenho desses periódicos apontam
para a existência de um círculo vicioso que impede sua melhora. Por um lado, os
pesquisadores brasileiros preferem publicar suas pesquisas em periódicos internacionais com
�alto desempenho, e dessa forma, eles citam títulos em semelhante situação. No outro lado,
citações recebidas são na sua maioria de pesquis
. (COSTA;
RAMOS, 2014).
Seguindo o propósito de estudar a revista Arquivos em Odontologia, o resultado da
primeira análise foi apresentado na 52ª Reunião da ABENO (Associação Brasileira do Ensino
de Odontologia) com o enfoque nos artigos publicados na revista, lançando olhar sobre as
seguintes variáveis: tipos de co-autoria, os autores mais produtivos, as instituições mais
influentes, as regiões geográficas de maior representação e as temáticas mais abordadas.
A título de contextualização, a revista Arquivos em Odontologia, vinculada à
Faculdade de Odontologia da UFMG, ocupa um importante espaço no campo da Saúde e da
educação em Odontologia. É publicada ininterruptamente desde 1964 e anteriormente era
chamada
entro de Estudos da Faculdade de Odontologia da Universidade
Vale destacar que é uma das primeiras publicações científicas
nacionais da área e veicula importantes trabalhos científicos de autores sobre diversas
temáticas relativas ao campo.
Este trabalho se insere em uma série de estudos observados na Ciência da Informação
e em outras áreas do conhecimento, que visam investigar a produção científica de
determinada área. Sua elaboração possibilita mapear o que tem sido publicado na revista
Arquivos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG com o intuito de revelar os
autores mais citados, a tipologia documental mais utilizada, a idade das citações, os
periódicos escolhidos e o idioma das publicações citadas.
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Estudos métricos na ciência
De acordo com Holbrook (1992), a ciência apresenta dimensões que podem ser
medidas por indicadores, dos quais se esperam obter informações relevantes sobre o
desenvolvimento científico de um país. Uma dessas dimensões é a análise que tem na
produção científica seu objeto de estudo.
Segundo Castro (1985), como a produção científica é algo tangível, ela pode ser
medida e contada. Ademais, as instituições de pesquisa e os pesquisadores são julgados pelo
que conseguem apresentar por escrito. Dessa forma é mais viável conhecer o processo de
�comunicação científica dos diferentes ramos do saber por meio do que os pesquisadores
publicam.
A medição da produção científica, propriamente dita, acontece em diferentes contextos
e são diferentes os critérios e instrumentos de análise, dentre os quais se encontram a
Bibliometria, a Cientometria, a Informetria e a Webometria. São instrumentos ou métodos
que, apesar de possuírem funções semelhantes, muitas vezes, são destinados a fins diversos.
De um modo geral, todos se utilizam de medidas quantitativas para tratar os dados, a
diferença está na escolha dos objetos de estudo.
Quaisquer que sejam os métodos empregados nos estudos métricos da ciência, há
que se considerar um conjunto de variáveis componentes do processo das atividades
científicas, que podem e devem ser medidas, para que as investigações realizadas
atinjam resultados positivos (NORONHA; MARICATO, 2008, p. 118).
Para esta pesquisa, optou-se por analisar os dados sob os preceitos da Bibliometria
para atingir o objetivo proposto. Sendo assim, serão explanadas brevemente algumas noções
do que vem a ser este instrumento.
2.2 Análise bibliométrica
Estudos bibliométricos têm sido utilizados, em larga escala, para mapear o
conhecimento científico, avaliar seu desenvolvimento e estabelecer indicadores de qualidade
para as publicações científicas.
Tague-Sutcliffe (1992) afirma que a bibliometria estuda os aspectos quantitativos da
produção, disseminação e uso da informação registrada. Neste sentido, pode-se definir
bibliometria como sendo uma ferramenta metodológica composta por um conjunto de técnicas
métricas que permitem fazer análises quantitativas no universo da produção e da comunicação
científica.
A Bibliometria é uma junção do grego biblion (livro) com os termos em latim metricus
e em grego metrikos (medição, mensuração) e busca, através de métodos quantificáveis,
descrever o perfil de produção do conhecimento registrado (BUFREM; PRATES, 2005, p.
11). Ela se configura co
uma instituição em relação ao seu país e, até mesmo, cientistas em relação às suas próprias
comunidades.
-CHAPULA, 1998, p. 135).
�Além de discutir os conceitos da Bibliometria, é muito importante, mencionar o nome
de três pesquisadores de grande destaque e de suas respectivas leis: Alfred Lotka (Lei de
Lotka), Samuel Bradford (Lei de Bradford) e George Kingsley Zipf (Lei de Zipf).
A Lei de Lotka, que ficou conhecida como a Lei do Quadrado Inverso é constituída a
partir de um estudo sobre a produtividade dos autores, mediante modelo de distribuição
tamanho X frequência aplicável a um conjunto de documentos (ALVARADO, 2007, p. 191).
A Lei de Bradford teve sua origem na análise da literatura sobre Geologia e
Lubrificação. Bradford observou que existe uma alta concentração de artigos num pequeno
número de periódicos. Havia um núcleo de periódicos que se dedicavam a um determinado
assunto, os periódicos de fronteira e os periódicos de dispersão. A Lei de Bradford é
conhecida também como Lei da Dispersão, por tratar-se da dispersão dos autores em
diferentes publicações periódicas (ALVARADO, 2007, p. 193).
A Lei de Zipf ou Lei do Mínimo Esforço estuda a frequência da ocorrência de palavras
num determinado texto (SANTOS; KOBASHI, 2009, p. 157). Zipf (1935 citado por
assunto randômico, estava relacionada à frequência de seu uso
Outro estudioso que deve ser mencionado em virtude dos objetivos desta pesquisa é
Derek de Solla Price. Ele formulou uma lei que parte do princípio de que todo ramo do saber
possui uma elite. Este preceito foi nomeado como Lei do Elitismo. Segundo esta lei, a raiz
quadrada do número total de pesquisadores de uma área do conhecimento é responsável pela
produção de metade de todas as publicações (ALVARADO, 2009, p. 70).
Dentro da Bibliometria existem diferentes técnicas. Para a presente pesquisa será
utilizada a análise de citações. Vanz e Caregnato (2003) observam que por meio da análise
métrica das referências é possível identificar características que mapeiam a comunicação
científica.
2.3 Análise de citações
A citação é uma pratica social inerente ao universo científico, pois confere qualidade e
confiabilidade na produção do conhecimento. Dentro do processo de comunicação científica,
a citação pode ser utilizada enquanto indicador de qualidade para determinada publicação.
O entendimento sobre a capacidade da citação representar, de modo fidedigno, a
ciência é suportado pela ideia de que esta funciona como uma instituição com
normas e valores que os praticantes tendem a seguir. Neste modelo, a citação é vista
�como parte dos sistemas de recompensa e reconhecimento existentes (como os
prêmios e bolsas), que atuam ajustando o comportamento dos investigadores. O
crédito dado a um pesquisador por outro, por meio de uma citação, representaria
uma forma de reconhecimento (SILVA, 2000, p. 22).
As citações constituem uma rede de relacionamentos de fundamental importância para
os estudos métricos. Segundo Silva (2000) essa rede possui certa arquitetura, passível de
possibilidades de uso das citações no estudo da ciência de maneira mais ampla, pois o nível
micro (a citação) conecta-se com o macro (o sistema científico da qual a citação faz parte).
(SILVA, 2000, p. 20).
Entender as nuances envolvendo este processo de citação bibliográfica é fundamental.
Silva (2000 citado por ROMANCINI, 2010) observa as posturas envolvendo o ato de citar:
Há nesta postura muito mais do que um simples processo de exegese
epistemológica. Ela é também política. Sabemos de antemão que as citações
bibliográficas, em um trabalho (assim como as páginas de agradecimentos) são
as legitimam.
Romancini (2010) chama atenção para os aspectos epis
estariam envolvidos no processo das citações bibliográficas. Além de observar a tensão
envolvendo esses dois aspectos.
As diferentes publicações científicas, como livros, trabalhos acadêmicos, artigos de
periódicos, dentre outros, são passíveis de análise das citações contidas nela, uma vez que é
imperativo nestes trabalhos a menção de pesquisas semelhantes disseminadas em períodos
anteriores. Como, nesta pesquisa, serão analisadas as citações de um periódico científico, é
preciso considerar, mesmo que rapidamente, suas definições e origem.
2.4 Periódicos
Os periódicos científicos são considerados o principal meio de comunicação da
comunidade científica. É por meio deste veículo que os pesquisadores comunicam e divulgam
os resultados de suas pesquisas.
A origem dos periódicos ocorreu no ano de 1665. Segundo Houghton (1975) e
Meadows (1999), O Journal des Sçavans é geralmente citado como o primeiro periódico, que
tempos depois passou a se chamar Journal des Savants. Ele começou a ser publicado em
Paris, semanalmente e foi o primeiro a fornecer informações regulares sobre a ciência,
�disseminando relatos de experimentos e observações em física, química, anatomia e
meteorologia. No mesmo ano o Philosophical Transactions também começou a ser publicado
em virtude da criação da Royal Society. A criação desta publicação foi inspirada no Journal
des Savants.
Diversas foram as motivações que levaram à criação das revistas, dentre elas a
expectativa de lucro dos editores e a socialização do conhecimento para promover novas
descobertas. Mas o motivo principal, na visão de Meadows (1999), encontra-se na
necessidade de comunicação, do modo mais eficiente possível, com uma clientela que cresce
rapidamente interessada em novas realizações.
Atualmente, o periódico científico tem sido objeto de muitos estudos, em função do
papel que ele representa na construção do conhecimento científico. De acordo com Mueller
(1999) os periódicos podem ser usados como indicadores do desenvolvimento científico de
um país ou de uma região. Podem também ser usados como instrumentos para medir o estágio
do desenvolvimento de uma área do saber, ou, ainda, para medir um desempenho de um
pesquisador individualmente ou de uma instituição de pesquisa.
3 METODOLOGIA
A pesquisa buscou analisar os trabalhos citados pelos autores que publicaram seus
artigos na revista Arquivos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG no
período de 2013 a 2016. O material empírico utilizado foi constituído de 2469 citações
dispostas em 98 artigos. Cumpre esclarecer que a revista, até o ano de 2016, era publicada
trimestralmente. No ano de 2017, adotou-se o sistema de submissão contínua, com o volume
único no final do ano. Sendo assim, não houve tempo hábil para incluir o ano de 2017 nesta
análise.
Com a coleta inserida na planilha, realizou-se levantamento das referências
incompletas e pesquisa das mesmas na Internet pelo título do documento, com o intuito de
acrescentar os dados que faltaram. Feito isso, a planilha foi estruturada, no editor Microsoft
Excel, discriminando as seguintes variáveis
Citações por ano: foram apresentadas a quantidade de referências coletadas em cada
ano do período analisado, com o intuito de saber se existe uma correlação entre
quantidade de artigos publicados com o número de citações;
�Autores citados: foram considerados todos os autores discriminados nas citações. A
revista adota o Estilo Vancouver para a normalização das referências. Neste tipo de
normalização são apresentados até seis autores e, caso o documento apresente mais
autores, é inserida a sigla et al depois do sexto nome. Dessa forma, foram inseridos na
contabilização até seis autores de forma individual;
Tipo de documento: os documentos foram divididos em 7 categorias: (1) artigos de
periódico; (2) livros e capítulos de livros; (3) documentos jurídicos (leis, decretos,
portarias, e outros da mesma natureza); (4) Documentos eletrônicos (sites, textos
considerados não científicos publicados na Internet). (5) trabalhos acadêmicos (teses,
dissertações e monografias); (6) trabalhos publicados em eventos científicos; (5)
relatórios; (6) Relatórios;
Título do periódico: registrou-se o título das revistas em que foram publicados nos
artigos científicos. Nesta etapa, foi preciso pesquisar o nome dos periódicos por
extenso, uma vez que, no estilo Vancouver, eles apresentam de forma abreviada;
Idioma: registrou-se o idioma de todos os documentos citados pelos autores.
No final, todas as variáveis foram tabuladas e contabilizadas para serem apresentadas
em forma de tabelas nos resultados da pesquisa,
4 RESULTADOS
Por meio dos resultados obtidos na análise das publicações, é possível refletir sobre as
características das escolhas dos autores para embasar seus estudos em diferentes sentidos.
Para melhor compreensão dos resultados, os dados estão dispostos em tabelas nas quais estão
detalhados o somatório das frequências das ocorrências em cada variável estudada, bem como
sua representação em quantidades percentuais. Os valores em percentagem facilitam a
Biblioteca da Faculdade de Odontologia da UFMG visualizar de forma mais rápida o que é
mais representativo dentre os itens analisados para uma possível tomada de decisão para um
futuro desenvolvimento de coleções.
No período de 2013 a 2016 foram levantadas 2469 citações, distribuídas entre 98
artigos e 16 fascículos da revista. Conforme já foi dito, até 2016, a revista era publicada
trimestralmente, totalizando 4 fascículos por ano e, portanto, 16 no quadriênio estudado.
Quanto ao número de artigos, são publicados, normalmente, 6 por fascículo, somando 24 por
�ano. A única diferença no período foi no ano de 2016, que teve um fascículo com 8 artigos,
dando um total de 26.
As citações coletadas no período estipulado estão relativamente coerentes com a pouca
variação de artigos publicados. Tal variação encontra-se entre 565 e 660 artigos. O maior
número de citações, com frequência de 660, encontra-se no ano de 2016, o ano com dois
artigos a mais em relação ao restante do período. A média de citações por artigo foi de 25,19 e
de citações por ano foi de 617,25. Apesar do período de análise ser relativamente curto para
formular uma conclusão desta variável, nota-se na Tabela 1, que o aumento na quantidade de
artigos publicados em 2016 refletiu na quantidade de citações.
Tabela 1 - Frequência de citações por ano
Ano
2013
2014
2015
2016
Total
Fonte: Dos autores, 2017.
Frequência de citações
565
637
607
660
2469
(%)
22,87
25,80
24,61
26,72
100
De acordo com Meadows (1999), as Ciências da Saúde têm predileção em disseminar
suas descobertas em artigos de periódicos. Este fato foi confirmado nesta pesquisa, uma vez
que as publicações em artigos tiveram o maior número de citações, com 2053, como é
possível observar na Tabela 2. Esta tipologia documental representa 83,16% das citações,
sendo bem significativa a sua representação na preferência nos embasamentos teóricos dos
pesquisadores. Em seguida, e dentro do esperado, foram encontradas 265 citações de livros e
capítulos de livros. Houve grande número de documentos jurídicos, como decretos, leis e
portarias. Os documentos normativos, apesar de não pertencerem ao meio científico, são
importantes para o avanço nas pesquisas em Odontologia. Nota-se também um número
significativo documentos eletrônicos, como sites e textos publicados na Internet. Não foi
realizada uma análise mais profunda de cada documento desta variável, mas pode ser que as
informações destes estejam mais atualizadas, já que são desprovidas do rigor e, em alguns
casos, da morosidade de tempo que um artigo científico possui para ser publicado. Atenta-se
para a pouca quantidade de trabalhos publicados em eventos científicos, com apenas 6, mas
espera-se em estudos futuros verificar se este fenômeno é comum.
�Tabela 2 - Frequência de citações por tipologia documental
Documento
Artigos de periódico
Livro de capitulo de livro
Documento jurídico
Documentos eletrônicos
Trabalhos acadêmicos
Trabalhos publicados em eventos
científicos
Relatórios
Total
Fonte: Dos autores, 2017.
Frequência de citações
2053
265
58
49
36
6
(%)
83,16
10,74
2,35
1,98
1,45
0,24
2
2469
0,08
100
Após a análise mais geral sobre a quantidade de citações, parte-se para análise de
variáveis que possam melhor caracterizar o corpus teórico no qual a revista está embasada. A
primeira variável é a dos autores. É uma importante categoria, por ela tem objetivo de revelar
os autores que compõem a frente de pesquisa de uma determinada área do conhecimento.
Apesar deste trabalho estar analisando apenas um periódico da área de Odontologia, é
possível obter uma noção das lideranças em uma das revistas mais antigas da área de
Odontologia.
Considerando que não há como levantar os nomes de todos os autores que fizeram
parte das referências, devidos as regras de normalização das referências já mencionadas na
metodologia, foram levantados 5862 autores. Para ficar mais simples a análise, foram
destacados os autores com mais de 10 citações. Além disso, foram descartados os autores
entidade, que deram um total de 63 citações. Com o intuito de exemplificar, os autores
entidade estiveram distribuídos entre órgãos governamentais, como Ministério da Saúde, e
associações nacionais e internacionais, como American Academy of Pediatric Dentistry e
Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos.
Conforme a Tabela 3, os três autores mais citados foram PAIVA, S. M. (Saúl Martins
de Paiva), professor do curso de Odontologia da UFMG, com 34 citações. O segundo foi
PERES, M. A. (Marco Aurélio Peres), da University of Adelaide, localizada na Austrália, com
33 citações. O terceiro foi PORDEUS, I. A. (Isabela Almeida Pordeus), também professora da
Faculdade de Odontologia da UFMG, com 26 citações.
�Tabela 3 - Frequência dos autores mais citados
Autores
PAIVA, S. M.
PERES, M. A.
PORDEUS, I. A.
ANTUNES, J. L. F.
GARBIN, C. A. S.
GRANVILLE-GARCIA, A. F.
CAVALCANTI, A. L.
CURY, J. A.
FEFFEIRA, E. F.
PERES, K. G.
SHEIHAM, A.
SOUZA, M. L. R.
TRAEBERT, J.
MARCENES, W.
MENEZES, V. A.
MOIMAZ, S. A. S.
ROSENBERG, A.
SALIBA, N. A.
ANDREASEN, J. O.
MASSONI, A. C. L. T.
BAHIA, M. G.
BROTHWELL, D.
FERREIRA, J. M. S.
GARBIN, A. J. I.
NARVAI, P. C.
VALENÇA, A. M. G.
ANDERSON, L.
BUONO, V. T.
CALDAS JÚNIOR, A. F.
GARCIA, P. P. N. S.
SALIBA, O.
Outros 5826 autores
Total
Fonte: Dos autores, 2017.
Frequência de citações
34
33
26
23
18
18
16
16
15
15
15
15
14
13
13
13
13
13
12
12
11
11
11
11
11
11
10
10
10
10
10
7429
7892
(%)
0,43
0,42
0,34
0,29
0,23
0,23
0,20
0,20
0,19
0,19
0,19
0,19
0,18
0,16
0,16
0,16
0,16
0,16
0,15
0,15
0,14
0,14
0,14
0,14
0,14
0,14
0,13
0,13
0,13
0,13
0,13
94,13
100
A análise dos periódicos citados é semelhante a dos autores. O resultado permite
conhecer as revistas mais influentes da área e quem também compõem a frente de pesquisa na
Arquivos em Odontologia. Foram coletados 618 periódicos, que receberam no total 2051
citações. Conforme aconteceu com a autoria, houve um pequeno núcleo de periódicos com
número mais elevado de citações, e muitos com poucas citações. Para facilitar a análise,
foram apresentados na Tabela 4 os periódicos que receberam mais de 20 citações e o restante
foi agrupado. A revista mais citada foi a Ciência e Saúde Coletiva, com 85 citações. Cadernos
de Saúde Pública e Dental Traumatology também tiveram destaque com 75 e 68 citações,
respectivamente. Mais da metade dos periódicos receberam menos de 20 citações,
representando 67,58% do total de citações nesta categoria.
�Tabela 4 - Frequência de periódicos mais citados
Periódico
Ciência e Saúde Coletiva
Cadernos de Saúde Pública
Dental Traumatology
Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada
Revista Salud Publica
Journal of Periodontology
Journal of Endodontics
Community dentistry and oral epidemiology
Journal of Dental Research
Revista de Odontologia da UNESP
Journal of Clinical Periodontology
Dental Materials
International Journal of Paediatric Dentistry
Odontologia Clínico-Científica
Revista Gaúcha de Odontologia
Arquivos em Odontologia
Pediatric Dentistry
Outros 601 periódicos
Total
Fonte: Dos autores, 2017.
Frequência de
citações
85
75
68
55
44
43
41
33
33
29
27
23
23
23
22
21
20
1388
2053
(%)
4,14
3,66
3,32
2,68
2,15
2,10
2,00
1,61
1,61
1,41
1,32
1,12
1,12
1,12
1,07
1,02
0,97
67,58
100
Segundo Silva e Bianchi (2001, p. 7)
referenciada nas diferentes áreas do saber varia em função da velocidade do progresso
assim, torna-se imperativo nesta pesquisa analisar a idade das citações. Elas foram analisadas
com base da data de publicação dos documentos citados e agrupadas por décadas para facilitar
a visualização e análise.
De acordo com a análise da Tabela 5, a maior quantidade de citações remete aos
documentos publicados no período de 2000-2009. Ou seja, uma década anterior das
publicações da revista. Publicações de mais idade, mesmo que em menor número, continuam
sendo usadas, como no caso das décadas de 1930 a 1990. Essa quantidade mais expressiva de
citações das duas últimas décadas levanta a hipótese do tempo em que as obras levam para
serem incorporadas à literatura da área, ou seja, os autores levam em média dez anos para
serem citados. Outra observação importante, é que com as novas tecnologias de disseminação
da informação, como os documentos eletrônicos, há o aparecimento de citações de
documentos sem data. No caso deste estudo, foram 20 documentos.
Tabela 5 - Idade das citações
Período
1930-1939
1940-1949
1950-1959
1960-1969
Frequência de citações
2
3
5
12
(%)
0,08
0,12
0,20
0,48
�1970-1979
1980-1989
1990-1999
2000-2009
2010-2017
Sem data
Total
Fonte: Dos autores, 2017.
24
43
217
1368
775
20
2469
0,98
1,75
8,79
55,40
31,39
0,81
100
No que se refere aos idiomas das publicações escolhidas pelos autores, a análise
identificou 4 idiomas. De acordo com a Tabela 6, houve quase um equilíbrio entre as
publicações de língua portuguesa e inglesa. A soma dos dois idiomas mais utilizados
representa 99,39% das citações analisadas. Neste ponto, é importante ter cautela. De acordo
com Stumpf e Branco (2010) mesmo identificando o idioma inglês como o mais
predominante das citações, não quer dizer que os as pesquisas publicadas são originárias dos
países de língua inglesa, por exemplo. No caso desta análise, os três autores e os três
periódicos mais citados são brasileiros. Isso pode levar a crer que os documentos resultam de
traduções do português para o inglês. Os idiomas de menor expressão neste estudo, foram o
espanhol e o italiano, representando 0,04% das citações.
Tabela 6 - Frequência de citações por idioma
Idioma
Português
Inglês
Espanhol
Italiano
Total
Frequência de citações
1168
1286
14
1
2469
Fonte: Dos autores, 2017.
(%)
47,31
52,08
0,57
0,04
100
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho teve como objetivo maior contribuir para os estudos da produção
científica e destacar a capacidade dos profissionais das Bibliotecas Universitárias realizarem
este tipo de trabalho como forma de parceria com o corpo editorial das revistas dos cursos na
qual ela está vinculada. Os resultados deste tipo de análise podem identificar aspectos que
podem fazer com que determinada revista possa melhorar sua posição no cenário científico,
que, por vezes, é bastante competitivo. No caso desta pesquisa foi possível verificar a média
de citações em cada ano do quadriênio analisado; os tipos de documentos mais utilizados
pelos autores em sua pesquisa; os autores e periódicos mais citados; a idade das citações e os
idiomas citados.
�A princípio, os objetivos da pesquisa foram contemplados, mas se espera, que mais
estudos desta natureza sejam desenvolvidos, apesar do esforço que uma pesquisa deste porte
exige. Durante a coleta registrou-se problemas relativos a referências incompletas ou erradas,
o que evidencia necessidade de maior rigor na normalização da revista. A maior dificuldade
foi quanto a diferença de padronização dos nomes dos autores e periódicos. A Biblioteca da
Faculdade de Odontologia da UFMG tem intenção de fazer pesquisas periódicas envolvendo a
revista Arquivos em Odontologia e pesquisar em outros trabalhos bibliométricos semelhantes
mais categorias de análise que possam vir a enriquecer os estudos da revista.
Por fim, a pesquisa foi importante para entender como os pesquisadores da área de
Odontologia se comportam no processo de uso de fontes de informação. Os dados obtidos,
também, são úteis para elaborar políticas de desenvolvimento de coleções na Biblioteca da
Faculdade de Odontologia da UFMG e para definir estratégias de melhor desempenho da
revista Arquivos em Odontologia no ambiente científico.
REFERÊNCIAS
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ZIPF, G. K. The psycho-biology of language: an introduction to dynamic philology. Boston:
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Análise de citações dos artigos publicados na Revista Arquivos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Almeida, Aline Alves de; Chagas, Leonardo Borges Rodrigues; Lauriano, Valéria Ferreira de Jesus
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho analisou as citações dos artigos publicados na revista Arquivos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da UFMG (quadriênio 2013 a 2016). Procedeu-se a revisão de literatura a fim de entender os conceitos sobre estudos métricos na ciência e suas aplicações na avaliação de periódicos científicos. A medição da produção científica acontece em diferentes contextos e são diferentes os critérios e instrumentos de análise, dentre os quais se encontram a Bibliometria, a Cientometria, a Informetria e a Webometria. Para esta pesquisa, optou-se por analisar os dados sob os preceitos da Bibliometria utilizando análise de citação. Realizou-se a análise de citação a fim de verificar as frequências das citações por ano, os autores mais citados, tipologia documental, a idade das citações e o idioma das publicações. Levantou-se 2469 citações e identificou-se 7892 autores. O autor mais citado foi Saul Martins de Paiva com 34 citações. O tipo de documento mais citado foi o artigo científico, e o periódico mais utilizado foi o Ciência e Saúde Coletiva. A média de citações por artigo foi de 25,19, e de citações por ano foi de 617,25. O período de 2000-2009 teve maior número de documentos citados. Identificou-se 4 idiomas nas publicações com predominância para o inglês. A pesquisa foi importante para entender como os pesquisadores da área de Odontologia se comportam no processo de uso de fontes de informação. Os dados obtidos são úteis para elaborar políticas de desenvolvimento de coleções e definir estratégias atuação da Revista Arquivos em Odontologia no cenário científico.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5668/SNBU2018_129.pdf
d4c51a394980f1a0ece553e1ad6bb52d
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A QUALIDADE DOS SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS NA
PERCEPÇÃO DOS GESTORES
THE QUALITY OF SERVICES IN UNIVERSITY LIBRARIES IN THE PERCEPTION OF
MANAGERS
Resumo: A gestão da qualidade é um processo contínuo, algo de responsabilidade de todos os
colaboradores na unidade de informação, é uma atitude ativa no sentido de prevenir ou
resolver as possíveis distorções na disponibilização de um serviço de qualidade. Esse estudo
tem por objetivo identificar a qualidade dos serviços nas bibliotecas da Universidade Federal
do Amazonas na percepção dos gestores. A pesquisa teve como população os doze gestores
das bibliotecas setoriais do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas, a
gestora da divisão de bibliotecas setoriais e a gestora do Sistema de Bibliotecas, o
levantamento foi realizado por meio de questionário eletrônico com questões abertas e
fechadas. A pesquisa possui abordagem quali/quantitativa e se classifica quanto aos fins como
descritiva e quanto aos meios como estudo de caso. O estudo permitiu o levantamento das
percepções dos gestores em relação a qualidade dos serviços disponibilizados a comunidade
universitária da Federal do Amazonas, bem como o apontamento de questões críticas que
devem merecer especial atenção por parte da gestão do Sistema de Bibliotecas.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Gestão da qualidade. Sistema de Biblioteca.
Abstract: Quality management is an ongoing process, which is the responsibility of all the
employees in the information unit. It is an active attitude in order to prevent or resolve
possible distortions in the provision of a quality service. This study aims to identify the
quality of services in the libraries of the Universidade Federal do Amazonas in the perception
of the managers. The research had as a population the twelve managers of the sectoral
libraries of the Libraries System of the Universidade Federal do Amazonas, the director of the
division of sector libraries and the director of the System, the survey was carried out by means
of an electronic questionnaire with open and closed questions. The research has a qualitative /
quantitative approach and is classified as descriptive and as a case study. The study allowed
the survey of the managers' perceptions regarding the quality of the services offered to the
university community of the Federal do Amazonas, as well as the pointing out of critical
issues that should merit special attention on the part of the Library System management.
Keywords: University library. Quality management. Library system.
�1 INTRODUÇÃO
É indiscutível o crescimento e a importância da informação na sociedade
contemporânea, ela está presente em todos os aspectos de nossas vidas. Entende-se que a
informação foi uma inovação no campo da produção e comunicação do conhecimento
científico, pois permitiu a possibilidade da criação de novas tecnologias as quais se
desenvolveram e continuam a evoluir, se em um primeiro momento a ênfase era no
armazenamento da informação e na sua disseminação para grupos específicos, atualmente, o
desafio para as bibliotecas universitárias passa a ser a disponibilização de informação para a
sociedade em geral (FREIRE, 2006).
As universidades e, consequentemente, suas bibliotecas, são atingidas pelas mudanças
ambientais impostas pela sociedade da informação e buscam utilizar ferramentas para lidar
com as constantes transformações que enfrentam diariamente. A adoção da gestão da
qualidade em bibliotecas universitárias tem como objetivo a melhoria contínua dos bens e/ou
serviços disponíveis nessas unidades de informação, com o intuito de satisfazer as
necessidades e expectativas dos usuários de informação.
A gestão da qualidade pode ser definida como um processo contínuo, algo que é
responsabilidade de todos os colaboradores da unidade de informação, é uma atitude ativa no
sentido de prevenir ou resolver as possíveis distorções na disponibilização de um serviço de
qualidade. A aplicação dessa filosofia nos processos das bibliotecas, além de melhorar a
qualidade dos serviços aos usuários, permite aos gestores uma adequação dos processos
diários.
Diante desse cenário, esse estudo tem como objetivo conhecer a percepção dos
gestores em relação à qualidade dos serviços nas bibliotecas da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM), para tanto, a população da pesquisa são os 12 (doze) gestores das
bibliotecas setoriais (BS), a diretora do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do
Amazonas (SISTEBIB/UFAM) e a diretora da divisão de bibliotecas setoriais (DBS).
O levantamento foi realizado por meio de questionário eletrônico com sete questões de
múltipla escolha e duas abertas. O instrumento foi encaminhado aos 14 (quatorze) gestores e
após uma semana devido ao baixo número de resposta, foi enviado e-mail lembrando a
importância das respostas para o andamento da pesquisa.
Apesar de não ser possível contar com a colaboração de todos os gestores, ou seja, os
12 (doze) gestores das bibliotecas setoriais, a gestora do SISTEBIB e a gestora da DBS,
�considera-se que a pesquisa representa a percepção dos gestores do SISTEBIB em relação à
qualidade dos serviços oferecidos, tendo em vista que a população investigada tratava-se de
14 (quatorze) gestores, e obteve-se a opinião de 12 (doze).
A pesquisa possui abordagem quali/quantitativa e se classifica quanto aos fins como
descritiva que, segundo Vergara (2007), detalha as características de um fenômeno, porém
não tem como objetivo explicá-los. Quanto aos meios a pesquisa se caracteriza como um
estudo de caso que foi realizado com os gestores do SISTEBIB da universidade Federal do
Amazonas e possibilitou uma análise profunda e contextualizada do objeto (GIL, 2010; YIN,
2010).
O estudo está dividido em sessões, na introdução é feita uma breve contextualização
do estudo, bem como são expostos os procedimentos adotados na pesquisa. O referencial
teórico traz conceitos e autores da qualidade em serviço de informação, além da
contextualização do SISTEBIB/UFAM, na próxima sessão são expostos e analisados os
resultados e encerra-se com as considerações finais.
2 QUALIDADE EM SERVIÇO DE INFORMAÇÃO
A aplicação da gestão da qualidade em serviços de informação corrobora com a
predisposição por parte dos dirigentes destes serviços em modernizar as práticas gerenciais
empregadas, buscam-se novas formas de organização do trabalho, com foco no atendimento
das necessidades dos usuários da informação. A gestão da qualidade, de forma geral, vem
aliando os componentes de maneira integrada, tendo como base a filosofia da melhoria
contínua de cada processo implantado e uma orientação à satisfação do usuário (GÓMEZ
HERNÁNDEZ, 2002).
Os gestores de unidades de informação tendem a vincular qualidade à ideia de valor
agregado na geração de bens e serviços bibliotecários, ou com a modernização de processos,
mediante aplicação de determinadas práticas gerenciais, além do enfoque tecnológico.
A busca pela qualidade em bibliotecas se encontra articulada com as teorias da
qualidade, em função do processo de participação em iniciativas relacionadas à gestão da
qualidade, influenciadas pelas instituições mantenedoras que, ao se integrarem a programas de
qualidade, envolvem diretamente os serviços da biblioteca em seus conceitos e fundamentos,
ou a partir da iniciativa dos próprios profissionais que buscam oportunidades para melhoria e
avanço dos serviços prestados (VALLS; VERGUEIRO, 2006).
�A adoção de um sistema de gestão da qualidade é uma decisão estratégica para uma
organização que pode ajudar a melhorar seu desempenho global e a prover uma base sólida
para iniciativas de desenvolvimento. Os conceitos, princípios e elementos da gestão da
qualidade são aplicáveis a todas as formas de fornecimento de bens e/ou serviços bem como
para qualquer tamanho de organização e baseia-se em sete princípios de gestão da qualidade
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015):
Foco no usuário: consiste em atender e superar as necessidades e expectativas dos
usuários, o que contribuirá para o sucesso da organização em longo prazo. É importante não
somente atrair, mas manter a confiança de seus usuários, portanto, é fundamental adaptar-se
às expectativas futuras;
Liderança: ter um direcionamento ou missão unificados, conduzidos por uma liderança
forte, é essencial para garantir que todos na organização entendam o objetivo;
Engajamento das pessoas: é menos difícil gerar valor aos seus usuários se a equipe for
competente, dedicada e qualificada em todos os níveis dos serviços disponíveis aos usuários;
Abordagem de processo: entender as atividades como uma série de processos que se
juntam para funcionar como um sistema que ajuda a alcançar resultados mais consistentes e
previsíveis. Assegurar que as equipes estejam familiarizadas com as atividades da
organização e como elas se conectam acabará melhorando a eficiência desta;
Melhoria: organizações de sucesso estão focadas em melhoria contínua. É necessário
reagir às mudanças no ambiente interno e externo, aproveitando as oportunidades e
minimizando as ameaças para continuar gerando valor aos usuários;
Decisão baseada em evidências: não é fácil tomar decisões, e elas naturalmente
envolvem certo grau de incerteza, mas a possibilidade de obter os resultados esperados é
maior se suas decisões forem baseadas na análise e na avaliação de dados;
Gestão de relacionamento: é importante identificar relacionamentos importantes com
partes interessadas e estabelecer um plano para administrá-los levará ao sucesso contínuo da
organização.
Os estudos de uso e de usuários da informação no Brasil na década de 1970,
basicamente relacionavam-se com a satisfação do usuário sem, no entanto, ter relação estreita
entre qualidade sob o ponto de vista da gestão da qualidade (ALVES, 2006). A maioria dos
estudos abordava o desempenho do sistema levando em consideração o quantitativo de títulos
e a eficácia dos serviços prestados (FREITAS; BOLSANELLO; VIANA, 2008).
A implantação da gestão da qualidade em serviços de informação no Brasil, surgi a
�serviços de informação que eram, basicamente, comunicações sobre a aplicação de
há uma relativa
inadequação do entendimento sobre qualidade, não havendo uma base teórica sedimentada na
literatura nacional sobre o tema. A gestão da qualidade, até então era abordada de maneira
pragmática e ganhava aos poucos, espaço nas escolas e faculdades de biblioteconomia e
ciência da informação, como tema de estudos e análises teóricas mais aprofundadas. (VALLS;
VERGUEIRO, 2006, p. 119).
Diante ao exposto, a pesquisa busca investigar a qualidade dos serviços nas bibliotecas
setoriais da UFAM na visão dos 14 (quatorze) gestores. Dos quais, 12 (doze) são gestores de
BS, 1 (um) é gestor do SISTEBIB e 1 (um) é gestor da DBS. Na próxima sessão apresenta-se
uma breve contextualização do SISTEBIB/UFAM com o intuito de dá suporte a discussão dos
resultados.
3 CONTEXTUALIZAÇÃO DO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO AMAZONAS
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas80 foi criado em 12 de
setembro de 1974. É um órgão suplementar subordinado diretamente à reitoria, composto por
uma Biblioteca Central (BC) com cinco divisões, sete bibliotecas setoriais na capital
(Manaus), e cinco nos municípios do estado do Amazonas (Benjamim Constant, Coari,
Humaitá, Itacoatiara e Parintins).
O Sistema de Bibliotecas da UFAM tem como missão
informação para subsidiar o ensino, a pesquisa e a extensão contribuindo para a formação de
estrutura organizacional do SISTEBIB/UFAM de acordo com o Regimento Interno de 1996.
�Figura 1 - Estrutura organizacional do SISTEBIB
Divisão de Aquisição e Seleção
Serviço de Desenvolvimento do
Acervo
Serviço de Registro
Serviço de Bibliotecas Setoriais
Diretoria do
Sistema de Bibliotecas
Divisão de Bibliotecas Setoriais
Serviços de Bibliotecas de
Extensão
Divisão de Documentação
Serviço de Informação e
Divulgação
Divisão de Intercâmbio
Serviço de Livros e Monografias
Divisão de Processamento da
Informação
Serviço de Multimeios
Divisão de Restauração e
Conservação
Serviço de Periódicos
Fonte: Adaptado do Regimento Interno do SISTEBIB, 1996.
A administração do SISTEBIB/UFAM é parcialmente centralizada e cada divisão tem
suas atribuições específicas, segundo o regimento interno são:
Diretoria do Sistema de Bibliotecas - responsável pela administração do SISTEBIB;
Divisão de Seleção e Aquisição (DSA)
controlar e supervisionar as atividades
relacionadas aos processos de aquisição e de incorporação ao patrimônio da UFAM de todo
material informacional;
Divisão de Bibliotecas Setoriais (DBS)
coordenar, supervisionar e avaliar as
Bibliotecas Setoriais.
Divisão de Documentação (DD)
responsável pelo planejamento, supervisão e
avaliação das atividades desenvolvidas pelo serviço de informação e divulgação bem como
pela reunião, organização e preservação da memória documental da UFAM;
Divisão de Intercâmbio (DI)
nacionais e internacionais;
estabelecer programas de intercâmbio com entidades
�Divisão de Processamento Técnico da Informação (DPI)
coordenar, executar e
controlar o processamento técnico de todo material informacional e de sua inserção no
sistema de gerenciamento da utilização do acervo;
Divisão de restauração e conservação
divisão responsável por restaurar o acervo
do SISTEBIB, porém essa divisão só existe no regimento não foi implantada.
Consideram-se bibliotecas setoriais aquelas localizadas nas Unidades Acadêmicas e
nos cinco Campis localizados nos municípios do estado do Amazonas. Os acervos de cada
setorial estão por áreas do conhecimento, e assim distribuídos:
Biblioteca Setorial da Escola de Enfermagem de Manaus (BSEEM)
Ciências da
saúde, biblioteca destinada a tender os acadêmicos de enfermagem;
Biblioteca Setorial da Faculdade de Direito (BSFD)
Ciências sociais aplicadas,
apesar de está à disposição de toda a comunidade universitária, seu foco são os discentes de
direito;
Biblioteca Setorial de Ciências Exatas e Engenharias (BSCEE) - Ciências Exatas e
da Terra, e Engenharias e Ciências Sociais Aplicadas. Essa biblioteca atende os acadêmicos
dos cursos de matemática, estatística, ciência da computação, física, química e arquitetura;
Biblioteca Setorial de Ciências da Saúde (BSCS) - Ciências da saúde, essa
biblioteca atende aos cursos de medicina e odontologia;
Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN), a partir de 2001, constitui-se da junção
do acervo das Bibliotecas Setoriais da Faculdade de Educação (BSFACED), da Faculdade de
Estudos Sociais (BSFES) e Setorial do Instituto de Ciências Humanas e Letras (BSICHL)
Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Letras;
Biblioteca Setorial do Setor Sul (BSSS), a partir de 2015 recebeu o acervo da
Biblioteca Setorial de Ciências Farmacêuticas (BSCF) - Ciências Biológicas, Ciências
Agrárias, Ciências da Saúde e Engenharia de Pesca;
Biblioteca Setorial do Museu Amazônico (BSMA)
Coleções especiais voltadas à
temática amazônica;
Biblioteca do Instituto Natureza e Cultura (BSINC)
Ciências Agrárias, Ciências
Biológicas, Ciências Extas e da terra e Letras. Esta biblioteca está localizada no município de
Benjamim Constant.
Biblioteca Setorial do Instituto de Ciências Exatas e Tecnologia (BSICET)
Ciências Agrárias e Engenharias, biblioteca situada no município de Itacoatiara;
�Biblioteca do Instituto de Saúde e Biotecnologia (BSISB)
Ciências da Saúde,
biblioteca localizada no município de Coari;
Biblioteca do Instituto de Ciências Sociais Aplicadas e Zootecnia (BSICSEZ) Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas e Letras, biblioteca localizada no município de
Parintins;
Biblioteca do Instituto Educação, Agricultura e Ambiente (BSIEAA) - Ciências
Agrárias, Ciências Biológicas, Ciências Exatas e da Terra, Letras, biblioteca localizada no
município de Humaitá.
Das sete bibliotecas setoriais da capital, quatro funcionam doze horas e três dez horas
diárias, ininterruptamente, de segunda a sexta-feira, enquanto as setoriais dos Campis fora da
sede funcionam doze horas diárias com exceção da BSIEAA que atende apenas por oito horas
diárias. O horário de funcionamento das bibliotecas setoriais é organizado de acordo com a
demanda de usuários e quantitativo de recursos humanos.
As bibliotecas setoriais localizadas nos municípios de: Benjamin Constant, Coari,
Humaitá, Itacoatiara e Parintins respondem apenas tecnicamente ao SISTEBIB, e
administrativamente a Unidade Acadêmica a qual pertencem.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A partir de 2013 o SISTEBIB decidiu implantar o planejamento estratégico como
ferramenta de gestão, e uma das primeiras atividades foi a realização de pesquisa de opinião
junto à comunidade universitária com intuito de avaliar os serviços oferecidos. Atualmente o
SISTEBIB promove anualmente pesquisa de opinião junto à comunidade acadêmica para
aperfeiçoar os serviços disponibilizados, além disso, o resultado dessa consulta serve como
feedback e fonte de informação para realização do plano anual de atividades.
É importante ressaltar que a pesquisa é realizada apenas com docentes e discentes do
SISTEBIB, e que até o momento não houve pesquisa para ouvir os gestores das bibliotecas
setoriais, por isso a autora resolveu realizar esse levantamento.
O levantamento teve como objetivo conhecer a percepção dos gestores das BS, a
gestora da DBS e a gestora do SISTEBIB da Universidade Federal do Amazonas em relação a
qualidade dos serviços disponibilizados a comunidade acadêmica. Para isso o levantamento
buscou identificar a qualificação dos profissionais, por ser esse um requisito importante
quando está se tratando de qualidade. A titulação dos gestores pode ser visualizada no
Gráfico 1.
�Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Como é possível visualizar no Gráfico 1, a maioria dos gestores são especialistas, dois
são mestres e um possui apenas graduação. O SISTEBIB não possui bibliotecário doutor entre
seus colaboradores.
Quanto ao tempo na direção da biblioteca setorial, seis estão na função a menos de um
ano e quatro estão no exercício a mais de três anos e o restante de um a dois anos. O Gráfico 2
expõe em percentual o tempo dos gestores no exercício da função.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Como exposto no Gráfico 2, 50% dos gestores estão no exercício da função de diretor
a menos de um ano. Tal fato pode ser atribuído à mudança da gestão superior da
Universidade, ocorrida em julho de 2017.
A pesquisa tem como objetivo identificar a percepção dos gestores em relação a
qualidade dos serviços disponíveis a comunidade acadêmica, portanto a pesquisadora
�questionou os gestores quanto aos serviços disponíveis, e quais mereciam destaque e porquê.
Os principais destaques foram:
Sinalização por cores: sinalização adotada a partir de 2016, na Biblioteca Setorial
do Setor Norte, a maior do sistema tanto em relação a acervo como de atendimento ao
usuário;
Treinamentos de usuários: consiste em capacitar os usuários para o uso de bases de
dados e o sistema integrado de bibliotecas Pergamum;
Emissão de nada consta on line: documento emitido pelo SISTEBIB para discentes,
finalistas de cursos de graduação ou pós-graduação para colação de grau e recebimento de
diploma, bem como para fins administrativos para os servidores em caso de afastamento ou
aposentadoria;
Elaboração de ficha catalográfica on line: consiste na elaboração da ficha
catalográfica de acordo com as informações digitadas pelos usuários do sistema. A ficha
catalográfica é elabora pelo sistema levando em consideração o Código de Catalogação
Anglo-Americano (AACR2);
Atendimento via chat: atendimento realizado por meio do site do SISTEBIB;
Disponibilização de tutoriais: ferramenta utilizada pelo SISTEBIB como forma de
facilitar o uso dos serviços disponibilizados pelo sistema;
Boletim bibliográfico: consiste na divulgação bimestral das novas incorporações ao
acervo;
Acesso ao portal de periódicos: acesso por meio da rede CAFe ou por IP, quando
do acesso remoto;
Apoio ao ensino: ferramenta disponibilizada pelo sistema para auxiliar na
aprendizagem, ensino, transferência de conhecimentos e formação, utilizando recursos on
line.
O modelo de capacitação de usuários adotado pelo SISTEBIB também foi identificado
na pesquisa, e na opinião dos gestores, 8 (oito) consideraram o resultado como bom, e 2 (dois)
como regular, um dos gestores o avaliou como insuficiente, o resultado demonstra
necessidade de melhoria no processo de realização dessa capacitação, tendo em vista que
nenhum dos gestores o considerou-o como ótimo, esse resultado é exposto no Gráfico 3, em
percentual.
�Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
O que chama atenção no Gráfico 3, é um gestor desconhecer o programa de
capacitação de usuários, tendo em vista ser um dos principais serviços disponibilizados a
comunidade acadêmica pelo SISTEBIB, pois é por meio dessa capacitação que são
apresentados aos usuários os recursos tecnológicos disponíveis, como as bases de dados do
portal de periódicos Capes, o sistema Pergamum e as bases assinadas pela Universidade.
Os gestores foram instigados a responder ainda, questões relacionadas à infraestrutura
da biblioteca como: salas de estudo; condições de acessibilidade; instalações físicas; e horário
de funcionamento. No Gráfico 4, é possível visualizar a opinião dos gestores.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
O Gráfico 4, expõe a visão dos gestores das bibliotecas setoriais da UFAM em relação
a infraestrutura. Quanto à disponibilidade de sala de estudos, cinco dos gestores avaliam como
�bom e quatro gestores consideram insuficiente, enquanto dois avaliaram como regular e um
dos gestores afirmou desconhecer o serviço.
Quanto as instalações das bibliotecas como é possível visualizar no Gráfico 4, houve
empate entre bom e regular, o que pode ser um indicativo crítico. Esse resultado aponta
necessidade de providências em relação a: mobiliário; instalações físicas; climatização; e
limpeza, a fim de adequar as instalações.
O atendimento aos usuários é o serviço fim das bibliotecas setoriais, e a principal
razão de sua existência. Procurou-se identificar a opinião dos gestores quanto ao atendimento
de seus colaboradores a comunidade acadêmica, o Gráfico 5, ilustra as principais percepções
desses gestores.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Como pode ser visualizado no Gráfico 5, é possível inferir a necessidade de melhorias
no apoio ao usuário, principalmente quanto a qualidade no atendimento, tendo em vista que
na opinião dos 12 (doze) gestores, eles consideraram o atendimento como bom ou regular e
especificamente nesse quesito não houve uma avaliação ótima.
Foi questionado ainda, questões que pudessem inferir quanto o sistema integrado de
gerenciamento Pergamum, sinalização do acervo, questões relacionadas à sonorização do
ambiente, internet, organização do ambiente, equipamento de informática, organização do
acervo, quantidade de colaboradores e localização da biblioteca, esses pontos foram
destacados na pesquisa como positivos ou negativos, como pode ser visualizado no Gráfico 6.
�Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Quanto a análise do ambiente interno os pontos críticos na opinião dos gestores, foram
em relação à sonoridade e a internet. O ponto negativo que merece atenção no sentido de
resolução urgente é a quantidade de colaboradores, tendo em vista que 8 (oito) dos 12 (doze)
gestores, considerou como ponto negativo. É importante ressaltar que para disponibilizar
serviços de qualidade é essencial a quantidade adequada de colaboradores capacitados, pois
deve-se ter sempre como princípio de gestão que em uma biblioteca setorial o serviço
principal é o atendimento ao usuário com qualidade.
A pesquisa buscou identificar quais ações deveriam ser desenvolvidas na visão dos
gestores para que o SISTEBIB atenda seu público com qualidade, as principais
recomendações são listadas a seguir:
Capacitação e qualificação dos servidores;
Padronização dos serviços (ou seja, como estamos falando de um sistema de
bibliotecas, o atendimento deveria ser o mesmo em quaisquer das setoriais, o que infelizmente
não é realidade);
Construção e adequação do espaço físico das Bibliotecas do SISTEBIB;
Contratação de novos colaboradores;
Capacitação continua, tanto para colaboradores como para usuários;
�Flexibilização de horário (o SISTEBIB, atualmente está no regime de 40 horas
semanais e há uma negociação em curso para a redução para 30 horas);
Majorar o valor das funções gratificas;
Melhorar a infraestrutura física e tecnológica;
Manter a cultura de ouvir o usuário por meio de pesquisa de opinião;
Elaboração e execução de um planejamento efetivo e participativo.
A pesquisa com os gestores das bibliotecas setoriais, a diretora do SISTEBIB e a
diretora da divisão de bibliotecas setoriais, permitiu a realização de um levantamento das
percepções em relação à qualidade dos serviços disponíveis a comunidade universitária da
Federal do Amazonas, bem como o apontamento de questões críticas que devem merecer
especial atenção por parte da gestão do SISTEBIB.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo procurou identificar e analisar a qualidade dos serviços na percepção dos 12
(doze) gestores das BS, a diretora da DBS e a gestora do SISTEBIB/UFAM. Para tanto foi
realizado um levantamento por meio de questionário eletrônico com questões abertas e
fechadas. O resultado da pesquisa aponta vários pontos críticos no sistema, como por
exemplo, o caso de recursos humanos, considerado insuficiente, além de demonstrar a
necessidade de melhorias quanto ao atendimento ao usuário. Outros aspectos devem ser
levados em consideração por parte do gestor do SISTEBIB, como estrutura física e internet os
quais foram considerados pelos gestores como ponto negativo.
É importante ressaltar que um dos gestores afirmou não conhecer serviços básicos
ofertados pelo SISTEBIB, como treinamento de usuários e desconhecer a disponibilidade de
salas de estudo, tal atitude deve ser observada, pois como é possível administrar uma
biblioteca setorial que faz parte de um Sistema de bibliotecas e sequer conhecer os serviços
disponíveis. Os resultados foram considerados satisfatórios para a pesquisa, porém
recomenda-se fazer um comparativo entre a qualidade dos serviços na percepção dos gestores
e a percepção dos usuários que efetivamente utilizam as bibliotecas setoriais da Universidade
Federal do Amazonas, pois isso permitirá ações efetivas para implantar uma gestão de
qualidade no SISTEBIB.
�REFERÊNCIAS
ALVES, Tarciso. Como a busca da qualidade em produtos evoluiu para o conceito da
Excelência em Gestão, a partir de uma visão sistêmica do negócio. In: FUNDAÇÃO
NACIONAL DA QUALIDADE. 15 anos da Qualidade no Brasil. [São Paulo], 2006. p. 615. Disponível em: <http://www.fnq.org.br/download/classe_mundial/15anos.pdf>. Acesso
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YIN, Robert K. Estudo de Caso: planejamento e métodos. 4. ed. Porto Alegre: Bookman.
2010.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A qualidade dos serviços de bibliotecas universitárias na percepção dos gestores.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Lira, Raquel Alexandre de; Rados, Gregorio Jean Varvakis
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A gestão da qualidade é um processo contínuo, algo de responsabilidade de todos os colaboradores na unidade de informação, é uma atitude ativa no sentido de prevenir ou resolver as possíveis distorções na disponibilização de um serviço de qualidade. Esse estudo tem por objetivo identificar a qualidade dos serviços nas bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas na percepção dos gestores. A pesquisa teve como população os doze gestores das bibliotecas setoriais do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas, a gestora da divisão de bibliotecas setoriais e a gestora do Sistema de Bibliotecas, o levantamento foi realizado por meio de questionário eletrônico com questões abertas e fechadas. A pesquisa possui abordagem quali/quantitativa e se classifica quanto aos fins como descritiva e quanto aos meios como estudo de caso. O estudo permitiu o levantamento das percepções dos gestores em relação a qualidade dos serviços disponibilizados a comunidade universitária da Federal do Amazonas, bem como o apontamento de questões críticas que devem merecer especial atenção por parte da gestão do Sistema de Bibliotecas
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5664/SNBU2018_128.pdf
52980fc4b3519518ba451c4decd3a3cb
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS PPGCI DAS
UNIVERSIDADES NORDESTINAS
THE ORGANIZATION AND REPRESENTATION OF KNOWLEDGE IN THE PPGCI OF
NORTHEAST UNIVERSITIES
Resumo: A temática de Organização e Representação do Conhecimento é amplamente
debatida nas produções científicas e acadêmicas brasileiras. A iniciativa da presente pesquisa
surgiu durante a disciplina Organização e Representação do Conhecimento do Mestrado
Profissional em Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizada no
segundo semestre de 2015. O presente artigo tem como objetivo apresentar um breve
panorama da Organização e Representação do Conhecimento nas escolas brasileiras da
Região Nordeste de Biblioteconomia e Ciência da Informação. O levantamento se restringiu
às dissertações e teses dos cursos de Mestrado e Doutorado dos Programas de Pós-Graduação
em Ciências da Informação das seguintes universidades: Universidade Federal da Bahia
(UFBA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), no período compreendido entre 2001 a 2015. Os estudos de Ingetraut Dahlberg, em
1993, auxiliaram a identificação e análise das dissertações e teses. O trabalho também aponta
as dificuldades e perspectivas das escolas brasileiras para fomentar e disseminar a
Organização e Representação do Conhecimento.
Palavras-chave: Organização do conhecimento. Representação do conhecimento.
Classificação de Dahlberg. Produção científica. Programas de Pós-Graduação em Ciência da
Informação.
Abstract: The theme of Organization and Representation of Knowledge is widely debated in
Brazilian scientific and academic productions. The initiative of this research arose during the
Librarianship of the Universidade Federal do Rio de Janeiro, held in the second half of 2015.
The present article aims to present a brief overview of the Organization and Representation of
the Knowledge in Brazilian schools of the northeast region of Librarianship and Information
Science. The survey was restricted to the dissertations and theses of the Master and Doctoral
programs of the Post-Graduate Programs in Information Science of the following universities:
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) and
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) between the period from 2001 to 2015.
�Ingetraut Dahlberg studies in 1993 helped to identify and analyze dissertations and theses.
The paper also points out the difficulties and perspectives of Brazilian schools to foster and
disseminate the Organization and Representation of Knowledge.
Keywords: Organization of knowledge. Representation of knowledge. Dahlberg
classification. Scientific production. Post-Graduate Programs in Information Science.
1 INTRODUÇÃO
Haja vista o crescente número de produção científica, e que a todo momento surgem
novos bancos de dados das diversas instituições acadêmicas, estimulando a produção de
novos conhecimentos, houve o interesse em potencializar a busca do conhecimento produzido
na área da Ciência da Informação, principalmente nas pós-graduações brasileiras a respeito da
Organização e Representação do Conhecimento (ORC).
No Brasil, a área de Organização e Representação do Conhecimento (ORC) tem sua
comunidade científica ligada à Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência
da Informação (ANCIB).
O conhecido GT2, Grupo de Trabalho, Organização e
Representação do Conhecimento, passou a funcionar em função da ANCIB. Anualmente, os
pesquisadores da área de ORC, produzem e avaliam os trabalhos de pesquisas realizados.
Cabe ressaltar que a área de Organização e Representação do Conhecimento no Brasil
avança na busca por consolidação e visibilidade junto à comunidade científica internacional,
que tem na International Society for Knowledge Organization
ISKO sua principal sociedade
científica, formada por capítulos nacionais de diversos países, que agregam seus
pesquisadores como associados.
Segundo Brascher e Café (2008, p. 1quanto à delimitação do conceito, o que, de acordo com as autoras, culmina em ineficiência
na comunicação, que depende da precisão no uso de termos e seus respectivos conceitos.
O objetivo deste trabalho não é buscar uma definição para o conceito de ORC, visto
que isso já foi feito por vários autores. Contudo, para realizar esta pesquisa utilizamos
algumas definições de ORC. Para Dahlberg (2006, p. 12), a Organização do Conhecimento
(conceitos) segundo elementos de conhecimento (características) inerentes e a aplicação
�Sobre Representação do conhecimento, a partir do entendimento de Dahlberg, Fujita
(2008) coloca que este conceito pode ser compreendido:
identificação de conceitos por termos determinados em função da terminologia
utilizada. A esse respeito, entendemos que a representação do conhecimento em
nossa área possui dois aspectos distintos: o resultado da representação de conteúdo
pela identificação de conceitos e a representação da estrutura lógica do
conhecimento. Este último, como resultado da atividade de Organização do
Conhecimento. (FUJITA, 2008).
Sendo assim, esta pesquisa procura analisar a produção científica sobre Organização e
Representação do Conhecimento nos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação
da Região Nordeste do Brasil, com o objetivo de identificar e analisar as teses e dissertações a
partir do esquema de classificação idealizado por Ingetraut Dahlberg, em 1993.
O levantamento se restringiu aos cursos de Mestrado e Doutorado dos Programas de
Pós-Graduação em Ciências da Informação das seguintes universidades: Universidade Federal
da Bahia (UFBA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), no período compreendido entre 2001 a 2015.
2 DESENVOLVIMENTO
Nesta seção, apresentaremos um breve percurso da criação da Pós-Graduação em
Ciência da Informação no Brasil e dos respectivos Programas (PPGCI/ UFBA, PPGCI/UFPB,
PPGCI/UFPE) abordados neste trabalho.
O primeiro Curso de Mestrado em Ciência da Informação foi criado em 1970, pelo
Instituto Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação (IBBD), em parceria com a
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Mas, antes do surgimento do Mestrado em
CI, o IBBD já desenvolvia algumas atividades como, por exemplo, a oferta do Curso de
Pesquisas Bibliográficas, o que culminou na criação de novos cursos de mestrado na área por
outras universidades. Pode-se citar: Universidade Federal de São Paulo, 1972; Universidade
de Minas Gerais, 1976; Pontifícia Universidade Católica de Campinas, 1977; Universidade de
Brasília, 1978; Universidade Federal da Paraíba, 1978. Cabe destacar que, entre os anos de
1978 e 1998, o único estado do Nordeste brasileiro que possuía mestrado na área da CI era a
Paraíba.
Posteriormente, na década de 1990, foi implantada a Pós-Graduação em Ciência da
Informação no Estado da Bahia. Em 1980, foi criado o Doutorado na Escola de
�Comunicações da Universidade de São Paulo (ECA/USP), com linhas de pesquisa
diretamente voltadas para a área da CI. Já o primeiro doutorado específico em Ciência da
Informação foi criado em 1992, na Universidade de Brasília (UnB).
linhas de pesquisas, elas se modificaram desde a década de 1970 até os dias atuais, de
acordo com o contexto hi
2.1 UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (UFBA)
A Universidade Federal da Bahia foi criada em 1946, composta pela união de algumas
escolas superiores da época e de novas unidades universitárias, dentre as quais figurava a
Escola de Biblioteconomia, criada em 1942, e que mais tarde passou a se denominar Instituto
de Ciência da Informação. O curso de Biblioteconomia da UFBA passou por diversas
mudanças, contudo devido à experiência com o mestrado interinstitucional, foi apresentada
uma proposta de implantação de um Programa de Pós-Graduação sob responsabilidade
exclusiva da UFBA, que teve como objetivo a instalação do primeiro mestrado na área de
Ciência da Informação na Região Nordeste e atender a demanda da sociedade local, regional e
nacional, visando a formação de professores pesquisadores da área nos níveis de Mestrado e
Doutorado (PPGCI/UFBA, 2015). Desta forma, houve a intitulação do curso em Mestrado em
Ciência da Informação, que recebeu o credenciamento da CAPES no final de 2001, com nota
3.
74
.
No ano de 2011, foi constituído o Doutorado com a mesma intitulação, sendo o
Doutorado em Ciência da Informação o primeiro da Região Nordeste do Brasil. Ambos os
cursos foram avaliados em 2017 com a nota 4 pela CAPES. O corpo docente do
PPGCI/UFBA é composto por dezesseis professores permanentes, quatro colaboradores e um
visitante75.
https://ppgci.ufba.br/area-de-concentracao
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira
�2.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB)
A Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade Federal da Paraíba teve
sua origem a partir da criação do Mestrado em Biblioteconomia, no ano de 1977. Em 1997, o
se iniciou no ano de 1996, a partir da realização de um seminário, que teve o intuito de
analisar possíveis mudanças da área de atuação do referido Mestrado. Com isso, no ano de
mação para o
existente na Região Nordeste. Contudo, em 2001, de acordo com a avaliação da CAPES, o
mestrado em CI da UFPB foi descredenciado.
Porém, em 2007 foi aberto o Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
(PPGCI) da Universidade Federal da Paraíba. Desde então, sua área de concentração é
76
.
O PPGCI/UFPB teve seu Doutorado constituído em 2012. Ambos os cursos obtiveram
a nota 4 pela CAPES, na avaliação de 2017. O corpo docente do PPGCI/UFPB é composto
por vinte e três professores permanentes e três colaboradores 77.
2.3 UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE)
O Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI), vinculado ao
Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco, iniciou suas
atividades no ano de 2008, com a finalidade de desenvolver e aprofundar a formação
adquirida nos cursos de graduação na área de Ciência da Informação e levar ao grau de
Mestre. Visa também à formação de docentes, pesquisadores e recursos humanos
especializados, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico. O curso é
oferecido na modalidade de Mestrado Acadêmico em Ciência da Informação, com área de
articulados e
coerentes entre si.
http://www.ccsa.ufpb.br/ppgci/contents/paginas/ppgci-ufpb/linhas-de-pesquisa
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira
�78
Recentemente, foi criado o
Doutorado (2017). O PPGCI/UFPE é composto por um corpo docente de quatorze professores
permanentes e três colaboradores79. Ambos os cursos obtiveram a nota 4 pela CAPES, na
avaliação de 2017.
3 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO
A natureza da pesquisa se caracteriza como descritiva e bibliográfica, pois, de acordo
com Gil
características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre
Conforme Gil (2007, p. 65), no que se refere à pesquisa bibliográfic
específico deste trabalho, foram levantadas informações contidas nas teses e dissertações de
mestrado e doutorado dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Região
Nordeste do Brasil (UFBA, UFPB e UFPE), do período de 2001 a 2015.
Para o tratamento dos dados coletados, a abordagem adotada foi a quali-quantitativa,
visto que a análise dos trabalhos dos Programas se deu de forma tanto quantitativa
quantificar os dados coletados, quanto qualitativa
ao
ao analisar o conteúdo para realizar a
classificação das temáticas.
O levantamento dos trabalhos e dos dados foram realizados entre agosto e dezembro
de 2015. Primeiramente houve o acesso aos sites dos Programas para coletar as informações
sobre os mesmos (processo de criação, área de conhecimento, linhas de pesquisa,
representação do quadro docente), e posteriormente, a quantidade e a relação dos trabalhos a
serem analisados. Contudo, o maior acesso aos trabalhos foi por meio dos Repositórios
Institucionais da UFBA, UFPB e UFPE.
Para atingir o objetivo da pesquisa, foram realizadas leituras e análises dos seguintes
indicadores: títulos, resumos, palavras-chave e, quando necessário, leu-se ainda as
introduções e as fundamentações teóricas dos trabalhos. Foi elaborada uma planilha para
cada Programa, para tabular as informações observadas nos trabalhos com os seguintes
indicadores: quantidade, instituição, ano, linha de pesquisa, título, palavras-chave, orientador,
https://www.ufpe.br/ppgci
https://sucupira.capes.gov.br/sucupira
�autor, classificação Dahlberg e link para o texto completo. Além das planilhas, foram
elaborados gráficos para as análises dos dados coletados. Por fim, foi construída uma tabela
com as palavras-chave identificadas nos trabalhos dos três Programas abordados, classificados
em ORC.
Para a classificação das teses e dissertações dos Programas de Pós-Graduação em
Ciência da Informação da UFBA, UFPB e UFPE, foi utilizado o sistema de classificação
criado por Dahlberg (1993):
tilizado para a elaboração da lista de conteúdo da bibliografia da literatura
publicada sobre Organização do conhecimento no final de cada fascículo do
periódico Knowledge Organization. Esse esquema, embora seja utilizado para
todos os conteúdos de cunho científico, didático, profissional, legislativo e de
normalização, serve aos propósitos desse estudo por oferecer detalhamento de temas
em suas divisões. (FUJITA, 2008).
Desta forma, buscou-se relacionar os indicadores trabalhados com um esquema
estrutural de organização do conhecimento
a classificação de Dahlberg, que está dividida
em nove grupos como mostra o Quadro 1, abaixo:
Quadro 1
Classificação de Dahlberg
GRUPOS
TEMAS
Grupo 0
Divisão de forma
Grupo 1
Considerações teóricas e gerais
Grupo 2
Conceitos e classes sociais
Grupo 3
Metodologia de classificação e indexação
Grupo 4
Sistemas de classificação universais
Grupo 5
Sistemas de classificação orientados à objetos (taxonomias) nas diferentes áreas de conhecimento
Grupo 6
Sistemas de classificação de assuntos específicos
Grupo 7
Conceitos de outros campos relacionados externamente com a área
Grupo 8
Métodos da área aplicados à forma de documentos e conteúdos de assunto
Grupo 9
Ambiente da organização do conhecimento
Fonte: Elaboração das autoras baseado no texto da FUJITA (2008).
4 RESULTADOS
Apresentaremos a seguir os resultados obtidos e a interpretação dos mesmos, após a
realização de um breve histórico dos Programas de Pós-Graduação em Ciência da Informação
da Região Nordeste do Brasil, bem como dos levantamentos e as análises das dissertações
�desses Programas, cujo propósito foi identificar e classificar os trabalhos que tratam da
Organização e Representação do Conhecimento.
Inicialmente, considerou-se necessário saber a quantidade de Programas da área da CI
na Região Nordeste, assim como as características de cada programa (descritas
anteriormente). No início do mapeamento dos programas, chegou-se ao resultado de três
programas em atuação, contudo, no segundo semestre de 2017, constatou-se a criação de três
novos programas de mestrado na Região Nordeste do Brasil e um projeto recomendado:
Programa de Pós-Graduação em Gestão da Informação e do Conhecimento pela
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (PPGIC/UFRN)
Mestrado
Profissional criado em 2015, com nota 3 na avaliação da CAPES de 2017, área de
e
10 docentes permanentes;
Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Cariri
(PPGB/UFCA)
Mestrado Profissional criado em 2016, com nota 3 na avaliação da
- Informação, Cultura e
Memória; e Linha 2- Produção, Comunicação e Uso da Informação, com um quadro
de 17 docentes permanentes e 3 colaboradores;
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação pela Universidade Federal do
Ceará (PPGCI/UFC)
Mestrado criado em 2016, com nota 3 na avaliação da CAPES
- Representação da Informação
e do Conhecimento e Tecnologia; e Linha 2- Produção, Comunicação e Uso da
Informação, com um quadro de 14 docentes permanentes e 3 colaboradores;
Projeto recomendado em 2016: Mestrado Profissional em Ciência da Informação pela
Universidade Federal de Sergipe (FUFSE).
Portanto, após o levantamento dos trabalhos de final de curso dos três Programas em
CI: PPGCI/UFBA, PPGCI/UFPB e PPGCI/UFPE, foram localizadas 202 dissertações.
Contudo, no período de abrangência deste trabalho (2001 a 2015) não foi localizada nenhuma
tese referente aos Programas, isso se deve à criação recente dos cursos de Doutorado em CI na
Região Nordeste (2011/UFBA, 2012/UFPB e 2017/UFPE).
�Em porcentagens, o Gráfico 1 apresenta qual programa da Região Nordeste teve o
maior número de dissertações localizadas no período levantado. Assim, o PPGCI/UFBA se
destacou com 63%, porém esta representação se deve ao fato de o Programa ser um dos
pioneiros da Região. Em seguida apresenta-se o PPGCI/UFPE com 19%, e seguidamente o
PPGCI/UFPB com 18%.
Gráfico 1
Dissertações localizadas nos PPGCI da Região Nordeste do Brasil até 2015
Fonte: Elaboração das autoras, 2016.
No Gráfico 2, podemos observar a diferença das dissertações dos programas
localizadas, analisadas e classificadas como Organização e Representação do Conhecimento.
Os três programas possuem praticamente a mesma porcentagem do total de dissertações
localizadas (média de 76%) e de publicações em ORC (média de 23%), mesmo com a grande
diferença existente entre as dissertações localizadas do PPGCI/UFBA e a dos PPGCI da
UFPB e da UFPE. No PPGCI/UFBA, foi possível localizar 127 dissertações aprovadas no
mestrado entre os anos de 2001 e 2013, das quais foi possível identificar que 32 delas estão
relacionadas à ORC. No PPGCI/UFPB, foram localizadas 36 dissertações entre os anos de
2008 e 2015, das quais 11 estão relacionadas à ORC. Foi possível localizar 39 dissertações
entre os anos de 2011 e 2015 no PPGCI/UFPE, das quais 14 estão relacionadas à ORC. Desta
forma, o número de trabalhos a serem analisados em ORC foi de 57 dissertações.
�Gráfico 2
Número de dissertações localizadas e classificadas em ORC (2001 a 2015)
Fonte: Elaboração das autoras, 2016.
Após a classificação em Organização e Representação do Conhecimento das
dissertações, o Gráfico 3, mostra quantas dissertações foram classificadas em cada grupo da
abrange técnicas para organizar o conhecimento, foi o que mais obteve dissertações
classificadas, com o total de 15 (somando as dissertações dos três programas). Em seguida
(FUJITA, 2008), com 10 dissertações.
(FUJITA, 2008), com 9 dissertações.
�Gráfico 3 Análise da classificação de Dahlberg nas dissertações localizadas nos PPGCI do Nordeste brasileiro
(2001 a 2015)
Fonte: Elaboração das autoras, 2016.
Após o levantamento das palavras-chave das 57 dissertações dos PPGCI classificadas
como Organização e Representação do Conhecimento, onde foram levantados um total de
188 assuntos, sendo: 135 do PPGCI/UFBA; 43 do PPGCI/UFPB; e 23 do PPGCI/UFPE, os
FIGURA 1).
Com relação às demais palavras-chave abordadas nas dissertações, a maioria apareceu apenas
entre outras.
�Figura 1
Nuvem dos termos mais citados nas dissertações dos PPGCI do Nordeste brasileiro (2001 a 2015)
Fonte: Elaboração das autoras, 2017.
Portanto, os dados descritos e a análise realizada evidenciam as pesquisas
desenvolvidas nos PPGCI, e demonstram as tendências das pesquisas em Ciência da
Informação na Região Nordeste do Brasil. Assim, tendo como base os programas com um
período menor de existência na Região, constatou-se que os mesmos têm desenvolvido uma
porcentagem considerável de pesquisas em Organização e Representação do Conhecimento.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, a pesquisa em ambiente web tem sido fundamental, sendo uma ponte
entre pesquisadores e sociedade. O usuário, em qualquer parte do mundo, pode acessar a
produção científica de uma universidade brasileira, e assim, por meio das pesquisas, pode
criar, avaliar e fomentar a discussão em determinada área.
Este trabalho tem o mesmo propósito e traz algumas reflexões, como:
Através dos dados, percebemos que a produção científica das universidades necessita
de mais pesquisadores trabalhando na área de ORC;
O PPGCI/UFPB, de acordo com a pesquisa realizada por meio deste trabalho, é o
programa que mais pesquisa sobre identidade e população negra. Em um país em que
mais de 51% da população é negra, segundo o Governo Federal, esse tema deveria ser
corrente no campo da Ciência da Informação e Biblioteconomia no Brasil;
�O PPGCI/UFPE, no período levantado, teve suas pesquisas voltadas mais para
organização e recuperação da informação, indexação e memória;
Já o PPGCI/UFBA teve como foco a gestão e gerenciamento da informação, bem
como análise de documentos arquivísticos, acesso livre, representação da informação
e sistemas.
O levantamento e a análise das dissertações não foi uma tarefa fácil de se realizar,
pois foram encontradas algumas inconsistências nas listas contidas nos sites dos Programas,
bem como nas listagens cadastradas na CAPES, e também por não ser possível localizarmos
todas as dissertações nos repositórios institucionais. Houve também uma dificuldade por
parte das autoras para classificar as dissertações em Organização e Representação do
Conhecimento e principalmente nos grupos da Dahlberg, sendo muitas das vezes necessária
uma análise mais precisa dos trabalhos.
Desta forma, sugere-se aos Programas em CI da Região Nordeste abordados neste
trabalho, que revejam as listagens dos trabalhos nos sites dos Programas e os trabalhos que
não foram inseridos nos repositórios institucionais. Outra sugestão é que conste nos próximos
trabalhos as linhas de pesquisa, o que pode vir a corroborar com trabalhos como este.
REFERÊNCIAS
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conhecimento: o caso das micro e pequenas empresas. In: NAVES, Madalena Martins Lopes;
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conhecimento? In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO, 9., 2008, São Paulo. Anais... São Paulo: ENANCIB - USP, 2008.
CAPES. Disponível em: <http://www.capes.gov.br/avaliacao/sobre-as-areas-deavaliacao/paginas-das-areas>. Acesso em: 20 set. 2015.
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DAHLBERG, Ingetraut. Knowledge organization: a new science? Knowledge Organization,
Frankfurt, v. 33, n. 1, p. 11-19, 2006.
�FUJITA, Mariângela Spotti Lopes. Organização e representação do conhecimento no Brasil:
análise de aspectos conceituais e da produção científica do enancib no período de 2005 a
2007. Tendências da Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação, João Pessoa, v. 1, n.
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GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
OLIVEIRA, Marlene. Temáticas das dissertações da pós-graduação em Ciência da
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2013.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A organização e representação do conhecimento nos PPGCI das Universidades Nordestinas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gomes, Verônica de Souza; Oliveira, Andréa Carvalho de; Monteiro, Vera Regina Barbosa Dias
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A temática de Organização e Representação do Conhecimento é amplamente debatida nas produções científicas e acadêmicas brasileiras. A iniciativa da presente pesquisa surgiu durante a disciplina ―Organização e Representação do Conhecimento‖ do Mestrado Profissional em Biblioteconomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, realizada no segundo semestre de 2015. O presente artigo tem como objetivo apresentar um breve panorama da Organização e Representação do Conhecimento nas escolas brasileiras da Região Nordeste de Biblioteconomia e Ciência da Informação. O levantamento se restringiu às dissertações e teses dos cursos de Mestrado e Doutorado dos Programas de Pós-Graduação em Ciências da Informação das seguintes universidades: Universidade Federal da Bahia (UFBA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no período compreendido entre 2001 a 2015. Os estudos de Ingetraut Dahlberg, em 1993, auxiliaram a identificação e análise das dissertações e teses. O trabalho também aponta as dificuldades e perspectivas das escolas brasileiras para fomentar e disseminar a Organização e Representação do Conhecimento
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5661/SNBU2018_127.pdf
2d5086c7e0aa0d1bd0d0e3ce1a23e09e
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO COMO SUPORTE À
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: DIÁLOGOS E
POSSIBILIDADES
THE MANAGEMENT OF INFORMATION AND KNOWLEDGE AS A SUPPORT FOR THE
ADMINISTRATION OF UNIVERSITY LIBRARIES: DIALOGUES AND POSSIBILITIES
Resumo: A pesquisa pretende trazer à luz e cooperar com o desenvolvimento da temática
Gestão da Informação e do Conhecimento em Bibliotecas Universitárias. Os objetivos
consistem em analisar as dinâmicas gerenciais relativas às questões de criação, uso e
compartilhamento de informações e de conhecimentos na conjuntura da administração de
bibliotecas universitárias. Os aspectos investigados exploram as concepções dessa gestão
como subsídio às práticas administrativas do bibliotecário-gestor. Assim, a pesquisa
classifica-se quanto aos objetivos como exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa
e vale-se da pesquisa bibliográfica. A interpretação dos dados obtidos utiliza-se do conjunto
de técnicas de análise de conteúdo elaborado por Bardin. Quanto à fundamentação teórica,
elegeu-se o modelo Ciclo do Conhecimento Organizacional proposto por Choo. O percurso
metodológico traduz-se na elaboração de uma revisão da literatura dos trabalhos dedicados à
gestão da informação e do conhecimento em organizações correlacionando-as com os
aspectos administrativos das bibliotecas universitárias. Os resultados de pesquisa convergem
para uma conjunção e alinhamento entre a gestão da informação e do conhecimento e a
administração de bibliotecas universitárias. Essa interligação é possível por meio do uso
racional dos recursos tangíveis e intangíveis existentes nas bibliotecas universitárias, aliado à
ressignificação das competências do bibliotecário gestor. Diante do exposto, concluiu-se que a
gestão da informação e do conhecimento é capaz de apoiar ações que interfiram de modo
prático, inovador e criativo, nas dinâmicas administrativas das bibliotecas universitárias e em
benefício da qualidade de seus produtos e serviços.
Palavras-chave: Gestão da informação. Gestão do conhecimento. Administração de
biblioteca. Biblioteca universitária. Bibliotecário.
Abstract: The research aims to bring to light and cooperate with the development of the
Information and Knowledge Management in University Libraries. The objectives are to
analyze the managerial dynamics related to the creation, use and sharing of information and
knowledge in the context of the administration of university libraries. The investigated aspects
explore the conceptions of this management as a subsidy to the administrative practices of the
librarian-manager. Thus, the research is classified as exploratory and descriptive, with a
qualitative approach and uses bibliographical research. The interpretation of the data obtained
is based on the set of techniques of content analysis elaborated by Bardin. As for the
�theoretical basis, Choo proposed the Organizational Knowledge Cycle model. The
methodological course is the elaboration of a literature review of the works dedicated to the
management of information and knowledge in organizations correlating them with the
administrative aspects of university libraries. The research results converge to a conjunction
and alignment between information management and knowledge and the administration of
university libraries. This interconnection is possible through the rational use of tangible and
intangible resources in university libraries, together with the redefinition of the skills of the
librarian manager. In view of the above, it was concluded that information and knowledge
management is capable of supporting actions that interfere in a practical, innovative and
creative way, in the administrative dynamics of university libraries and for the benefit of the
quality of their products and services.
Keywords: Information management. Knowledge management. Library administration.
University library. Librarian.
1 INTRODUÇÃO
O atual cenário político-econômico das Instituições de Ensino Superior é de incertezas
quanto ao seu futuro. Nesse seguimento, as bibliotecas enfrentam o desafio de se
reinventarem e de se adequarem às mudanças pretendidas pela sociedade da informação.De
igual modo, ressalta-se o momento histórico no qual essas instituições educacionais recebem
acusações relacionadas à sua (suposta) ineficiência.
Nesse contexto, a parca discussão aprofundada sobre os aspectos gerenciais da
informação e do conhecimento no campo da Biblioteconomia e da Administração
educacional, representa uma incômoda lacuna na trajetória construtiva da administração
bibliotecária. Esse estado da arte basal impossibilita diálogos que corroborem para uma
análise mais efetiva e transformadora sobre essa temática, denotando um campo fértil para ser
explorado.
Motivado por esses fatores, esta pesquisa tem como objetivo contribuir para o
acréscimo de referenciais pertinentes à Gestão da Informação e do Conhecimento (GIC) em
bibliotecas universitárias. Igualmente, esses objetivos visam compreender a GIC como
subsídio à administração dessas bibliotecas. Em suma, a partir do pressuposto de liderança do
bibliotecário-gestor, pretende-se analisar as dinâmicas gerenciais relativas às questões de
criação, uso e compartilhamento de informações e de conhecimentos nas bibliotecas
universitárias.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A orientação metodológica deste trabalho apoia-se na obra de Gil (2002) . Constitui-se
de uma pesquisa bibliográfica. Diante disso, utiliza-se como percurso metodológico a
�elaboração de uma revisão da literatura dos trabalhos dedicados à GIC correlacionando-a com
os aspectos administrativos das bibliotecas universitárias. Assim, a pesquisa classifica-se
quanto aos objetivos como exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa. A
interpretação dos dados obtidos utiliza o conjunto de técnicas de análise de conteúdo
elaborado por Bardin (2004).
Face o exposto, são descritos os conhecimentos e interpretações sobre a temática, além
das suas semelhanças e contradições. Posteriormente, são discutidos os aspectos de
construção do sentido, criação de conhecimento e tomada de decisões em organizações,
destacando-se as bibliotecas universitárias. Os resultados e as discussões apontadas, aliadas às
suas possibilidades de aplicação em bibliotecas universitárias, foram desenvolvidos de modo
simultâneo e dispostos nas etapas do Ciclo do Conhecimento Organizacional (CHOO, 2003).
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
A fundamentação teórica desta pesquisa considera a multiplicidade dimensional que
envolve os conceitos de gestão, de informação e de conhecimento. Nesse intento, elegeu-se o
modelo gerencial da informação proposto por Choo (2003). Essa escolha ocorre pela
abordagem cíclica da informação e do conhecimento evidenciada nesse padrão e a sua
semelhança, de modo formal ou informal, ao modelo existente em bibliotecas universitárias
(FERREIRA; MAIA, 2013).
Diante do exposto, para o desenvolvimento dessa pesquisa foram concatenados os
aspectos conceituais da informação e do conhecimento nas organizações. Posteriormente,
foram abordadas as dinâmicas relativas à administração de bibliotecas, suas particularidades
organizacionais e o papel de seu gestor, o bibliotecário. Para isso, foram consultados livros,
artigos e demais trabalhos científicos de autores da Ciência da Informação, da Administração
e da Biblioteconomia.
A informação e o conhecimento possuem divergências conceituais entre si. Deste
modo, alguns autores afirmam que a informação, exclusivamente, não constrói conhecimento,
ambas
(SMIT, 2012, p.
94). Em contrapartida, uma das vertentes existentes na Ciência da Informação (CI) ratifica a
inexistência da diferenciação entre informação e conhecimento, exceto sob um contexto
linguístico (MACHLUP, 1962).
Ainda nessa acepção, a informação estabelece-se como o elemento de comunicação
entre pessoas ante uma sucessão de processos orientados pelas necessidades humanas (LE
COADIC, 2004). Neste trabalho, assume-se que esse processo de comunicação ocorre pela
�incorporação da informação a uma rede cognitiva/intelectual, que possibilita gerar novos
conhecimentos de modo individualizado (SMIT, 2012). Assim sendo, a informação, por si só,
é incapaz de proporcionar conhecimento, o mesmo atua como um auxiliar na resolução de um
problema (LE COADIC, 2004; OLIVEIRA, 2008).
A informação registrada, armazenada para socialização e potencialmente utilizável,
integra-se a uma abordagem de comunicação que é direcionada ao usuário/receptor. Nesse
seguimento, o receptor (ou usuário), ao processar a informação, deve encontrar, em sua rede
cognitiva, a condição à qual esse novo elemento poderá se conectar (SMIT, 2012). O
conhecimento, por sua vez, é próprio do indivíduo/usuário e configura-se como complexo e
imprevisível, diferenciando-se da informação por contemplar crenças e compromisso
humanos (NONAKA; TAKEUSHI, 2008).
Entende-se que as organizações, de modo formalizado ou não, já fazem uso de práticas
em gestão estratégica, da inovação, do capital humano e da informação (CHOO, 2003). Desse
modo, tais práticas transcorrem no gerenciamento do conhecimento organizacional e,
consequentemente, demandam a identificação das práticas e definição das metas em benefício
do amadurecimento das etapas de captação e compartilhamento de conhecimento.
3.1 GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO (GIC)
A GIC estabelece-se como um campo interdisciplinar da ciência, sendo seus principais
colaboradores oriundos das áreas da Administração; da Ciência da computação e da Ciência
da informação (ALVARENGA NETO, 2008). Enquanto o domínio da Administração abrange
questões de planejamento, organização e controle, o campo da Ciência da computação
contempla características de distribuição e armazenamento da informação (ALVARENGA
NETO, 2008; ARAÚJO; DIAS, 2008). A Ciência da Informação, por sua vez, contribui
quanto à recuperação, ao armazenamento e a utilização de documentos e dados (BARBOSA;
PAIM, 2003).
Não há uma delimitação única e estática sobre quando começa ou termina a gestão da
informação (GI) e a gestão do conhecimento (GC), porém, é possível destacar suas principais
características. A GI tem uma preocupação com a administração dos registros e documentos
que levam à criação, organização e manutenção de repositórios de conhecimento
(ALVARENGA NETO, 2008; ARAÚJO; DIAS, 2008). Os estudos acerca da GI perpassam,
entre outros, aspectos técnicos da Biblioteconomia, como a coleta, o tratamento, a
organização e a indexação (LANCASTER, 2004; OLIVEIRA, 2008; SARACEVIC, 1996).
Quanto à GC, ela incorpora questões relativas à criação, ao uso e ao compartilhamento
�do conhecimento sob um contexto de gestão e capacitação (ALVARENGA NETO, 2008). No
ambiente organizacional, a GC é estudada como fonte de informações para a competitividade
empresarial (DAVENPORT; PRUSAK, 1998) e no gerenciamento de questões estratégicas
(CHOO, 2003). Complementarmente, a temática é trabalhada na perspectiva da gestão da
inovação e do capital intelectual (NONAKA; TAKEUCHI, 2008).
Percebe-se que entre a GI e a GC existem fortes conexões que são assimiladas como
modelos complementares (TEIXEIRA; VALENTIM; 2012). Outrossim, o paradigma
produtivo pautado no conhecimento, demanda a organização dos fluxos informacionais e de
conhecimento (workflow) existentes entre as pessoas de uma organização (VITAL et al.,
2010). Nesse contexto, ao se considerar o conhecimento como derivado de uma mescla de
elementos informacionais fluídos, torna-se necessário, sua compreensão.
De acordo com Valentim (2010) os fluxos de informação no ambiente organizacional
dividem-se entre fluxos formais (estruturados) e fluxos informais (não estruturados). Os
fluxos de informação formais estão em registros tangíveis enquanto que os informais são, por
sua vez, originários das experiências dos sujeitos organizacionais (VALENTIM, 2010). Nessa
continuidade, Davenport e Prusak (1998) determinam que os fluxos de informação, sejam eles
estruturados ou não, são intrínsecos à dinâmica das organizações e, por isto, podem ser
mapeados, identificados e caracterizados sob a perspectiva do ambiente informacional.
Nesse viés, segundo Valentim (2010), essas ações gerenciais na organização visam
prospectar, selecionar, organizar e disseminar seus ativos informacionais e intelectuais. Para
isso, integram-se desde documentos e bancos de dados produzidos pela organização até o
reconhecimento individual dos sujeitos organizacionais na organização (ALVARENGA
NETO, 2008).
3.2 ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Diante do exposto, denota-se que os espectros de atuação da GIC e dos fluxos
informacionais são amplos e abrangentes. Nesse sentido, percebe-se que nas IES, destacandose as bibliotecas universitárias, tal fenômeno não é diferente. Ressalta-se que as bibliotecas
universitárias, mesmo submetidas a uma organização superior, são consideradas como
organizações (MACIEL; MENDONÇA, 2006).
Assim, as bibliotecas universitárias têm como principal função subsidiar as práticas de
ensino, de pesquisa e de extensão desenvolvidas no ensino superior, intermediando a provisão
de recursos de informação seletivos, diversificados e organizados (ALMEIDA, 2005;
NUNES; CARVALHO, 2016). A incorporação de aspectos direcionados à organização da
�informação gerencial, além da criação e compartilhamento de conhecimentos, proporciona,
consequentemente, incrementos de ordem qualitativa essenciais às bibliotecas universitárias
(BEM; AMBONI, 2013, CASTRO, 2005).
Davenport e Prusak (1998) alegam que a administração da informação transcorre em
ambientes inter-relacionados: o ambiente de informações, o ambiente externo e o ambiente
organizacional. Nesse sentido, as bibliotecas universitárias apresentam tanto relações internas
(equipe administrativa e técnica) quanto externas (clientes/usuários). A troca contínua de
informações e de conhecimentos entre o pessoal da biblioteca e o usuário possibilita o
aprendizado mútuo e agiliza o fluxo de conhecimento (VALENTIM, 2010).
A GIC em bibliotecas, nos últimos anos, foi analisada sob algumas perspectivas interrelacionadas. No âmbito das bibliotecas universitárias, são mencionadas as práticas de GIC
em sistemas de bibliotecas federais (BEM; AMBONI, 2013; FERREIRA; MAIA, 2013); a
análise de produtos e serviços inovadores (ALVARENGA NETO, 2008) e a gestão da
qualidade (SOUZA et al., 2016). Adicionalmente, ainda no contexto das bibliotecas
acadêmicas, procura-se abranger as competências de gerenciamento e prestação de seus
serviços de informação (SOUZA et al, 2016) e as pesquisas referentes à gestão de fluxo de
informação como suporte ao processo decisório (VALENTIM, 2010).
Em retomada aos objetivos desta pesquisa, reforça-se que eles visam compreender a
GIC como subsídio à administração de bibliotecas universitárias. Nesse intento, elegeu-se o
modelo gerencial da informação proposto por Choo (2003). Essa escolha ocorre pela
abordagem cíclica da informação e do conhecimento, evidenciada naquele modelo e pela sua
semelhança, de modo formal ou informal, ao adotado em bibliotecas universitárias
(FERREIRA; MAIA, 2013).
4 CONSTRUÇÃO DO SENTIDO E CRIAÇÃO DE CONHECIMENTO E TOMADA
DE DECISÃO
Nessa perspectiva, as organizações, incluindo as bibliotecas universitárias, fazem uso
estratégico da informação para atuação em uma tríade de campos distintos, porém, conectados
(FIG.1): sensemaking; criação de conhecimento e tomada de decisão (ALVARENGA NETO,
2008; CHOO, 2003).
Dada amplitude do tema sensemaking (ou a construção do sentido), optou-se por um
recorte que aponta para as questões da construção de sentido em organizações. São abordados,
portanto, os aspectos de análise e interpretação do ambiente informacional e seus sistemas
interpretativos (CHOO, 2003). O sensemaking permite a construção de um entendimento
�compartilhado dos sujeitos organizacionais, do que é a organização e o que ela faz
(ALVARENGA NETO, 2008).
Ainda no tocante à construção de sentido e do valor às atividades das organizações,
Choo (2003) apresenta a sua estruturação por meio das etapas de necessidade, busca e uso de
informação. Sob a perspectiva bibliotecária, as necessidades de informação em bibliotecas
universitárias implicam em um reconhecimento aprofundado das perspectivas da equipe de
trabalho e dos usuários de seus produtos e serviços.
FIGURA 1 A organização do conhecimento
Fonte: Adaptado de Choo (2003, p.51).
A próxima etapa, intrínseca à construção de sentido, refere-se à busca da informação.
Para isso, a GIC de Choo (2003) indica o escaneamento ambiental e a pesquisa em sistema de
informações.
O último passo para a construção de sentido consiste no uso da informação e alude às
questões de redução da incerteza e administração de ambiguidade. A informação pode reduzir
ou aumentar a incerteza em uma tomada de decisão (ALVARENGA NETO,2016; VITAL et
al., 2010). Diante disso, torna-se mais relevante o gerenciamento de ambiguidades
informacionais por meio de um entendimento coletivamente construído.
O segundo elemento da tríade desenvolvida por Choo (2003) destina-se à criação de
conhecimento, cuja construção exige o conhecimento tácito de indivíduos ou grupos
(NONAKA; TAKEUCHI, 2008). Conforme Alvarenga Neto (2008), as organizações criam,
adquirem, organizam e processam a informação com o objetivo de gerar novos
conhecimentos, utilizando-se para tanto, a aprendizagem organizacional. A partir disso, o
�desenvolvimento de novas habilidades e capacidades, a criação de novos produtos e serviços
BARTON, 1998 apud ALVARENGA NETO, 2008, p. 81).
A última área descrita por Choo (2003) refere-se à tomada de decisão estruturada por
regras e rotinas, sendo aqui trabalhada no limite da racionalidade. Assim, quanto às limitações
desse processo, Simon (1971) explica a impossibilidade prática de o gestor acessar a
totalidade de opções possíveis para um processo decisório racional integral. Desta forma, o
administrador é auxiliado por um número limitado de informações que o subsidiará para uma
decisão suficientemente boa em relação aos objetivos da organização (SIMON, 1971;
ALVARENGA NETO, 2008).
Assim, a prática da GIC ocorre por intermédio de abordagens gerenciais e de
ferramentas orientadas para o diálogo entre informação e conhecimento em prol do processo
decisório (SANTOS; VALENTIM, 2014). Deste modo, cabe ao gestor atentar-se à diferença
entre fatos objetivos de valores que possuem natureza subjetiva. Ressalta-se, porém, que
ambos, fatos e valores, influenciam o processo decisório (SIMON, 1971; FERREIRA; MAIA,
2013).
4.1 CICLO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL DIRECIONADO ÀS
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Apresentadas as concepções fundamentais de construção de sentido, criação de
conhecimento e tomada de decisões, aventa-se discutir o ciclo da informação gerencial. Para
isso, procede-se a incorporação das dinâmicas e ferramentas administrativas que conduzam à
GIC sob a ótica da biblioteca universitária e do seu gestor, o bibliotecário.
Nesse sentido, Choo (2003) aponta um modelo processual de administração indicativo
de um ciclo constante de atividades administrativas (FIG.2) que se comunicam: identificação
das necessidades de informação; à aquisição da informação; à organização e armazenamento
da informação; ao desenvolvimento de produtos e serviços de informação; à distribuição da
informação e ao uso da informação.
O primeiro passo trabalhado refere-se à identificação das necessidades de informação.
e não é responder, mas
identificar as necessidades de informação a serem gerenciadas tornam-se ações primordiais da
GIC na biblioteca universitária.
�FIGURA 2 Ciclo do Conhecimento Organizacional
Fonte: Adaptado de Choo (2003, p.404).
Diante do exposto, torna-se pertinente o desenvolvimento de uma série de objetivos
VALENTIM, 2010). Segundo Choo (2003), os sujeitos organizacionais sempre tentam
compreender o que acontece à sua volta. Assim, a instrumentalização dos processos
necessários para essa compreensão pode acontecer por meio de um mapeamento de
necessidades dos sujeitos organizacionais (CHOO, 2003) e, sob a ótica bibliotecária, dos
estudos de usuários de bibliotecas (CUNHA; AMARAL, 2015).
A identificação das necessidades de informação ocorre pela mediação entre os
processos comunicacionais e os sujeitos envolvidos (FERREIRA; MAIA, 2013). Diante desse
fluxo contínuo informacional, a definição de políticas de informação proporciona uma
descrição meticulosa das necessidades existentes (ALVARENGA NETO, 2008). Nesse viés, é
característico da biblioteca, especialmente da universitária, a adoção de políticas
bibliotecárias.
informal, está ligada ao atendimento da missão da biblioteca, bem como os critérios de
cam-se as relativas ao acervo (Política de
desenvolvimento de coleções) e as que contemplam diretrizes direcionadas à seleção,
aquisição e descarte (ALMEIDA, 2005). De igual modo, estão presentes políticas
direcionadas aos aspectos técnicos (LANCASTER, 2004) de tratamento da informação
(Política de Classificação e de Indexação) e de serviços (Política de empréstimos).
Após a identificação, o processo posterior do ciclo informacional apresentado por
Choo (2003) remete à aquisição da informação. A multiplicidade de fontes e de formatos de
�informação existente tornou ainda mais complexa essa etapa (FERREIRA; MAIA, 2013).
Assim, Davenport e Prusak (1998) afirmam que pessoas são os melhores meios para
identificação e filtragem da informação a ser adquirida. No âmbito da biblioteca universitária,
a informação pode ser buscada em registros internos ou externos, por meio de sistemas de
inteligência. Nesse aspecto, Choo (2003) ressalta o papel do bibliotecário e dos profissionais
de informação no monitoramento externo e na utilização das tecnologias de informação.
No decorrer do processo de busca é possível que a informação demandada inexista e,
nesse caso, Alvarenga Neto (2008) cita a necessidade de investigação em prol da descoberta
de uma nova informação. O autor complementa que, ao refinar, avaliar e monitorar
percepções, a compreensão do próprio processo é incrementada, superando eventuais
omissões informacionais e proporcionando condições para a organização da informação.
A etapa conseguinte do modelo de Choo (2003) relaciona-se à organização da
informação criada e/ou acumulada. Para isto, é indicado o uso da tecnologia da informação
como amparo ao armazenamento de dados estruturados coletados pela administração
bibliotecária (CHOO, 2003; LIMA, 1998). As ferramentas e instrumentos derivados do
sistema informacional adotado devem ser capazes de organizar a informação, oriundas de
fontes diversas, de modo a classifica-la, armazená-la e trata-la (ALVARENGA NETO, 2008;
CHOO, 2003).
Conforme Cunha e Cavalcanti (2008), sistemas de gerenciamento da informação são
integrados a suportes lógicos (softwares) e têm por objetivo a administração da informação.
Assim, na perspectiva das bibliotecas, Lima (1998) apresenta três sistemas de informação
essenciais que visam o gerenciamento do acervo, dos dados bibliográficos e a estruturação de
bases de dados.
O primeiro sistema citado por Lima (1998) é o de gerenciamento de bibliotecas e tem
a função de administrar o acesso aos documentos do acervo, monitorando o seu paradeiro
(CUNHA; CAVALCANTI, 2008). O segundo sistema refere-se ao gerenciamento de bases de
dados bibliográficos e tem a incumbência de atender às situações específicas do repertório
bibliográfico (LIMA, 1998). Nesse sistema, quando determinada informação bibliográfica é
modificada, todas as demais associadas a ela também serão modificadas imediatamente
(CUNHA; CAVALCANTI, 2008). Por fim, o terceiro sistema aplica-se ao gerenciamento de
base de dados, que é definido pela estrutura lógica e física dos dados estruturados em uma
base.
Se, por um lado, não faltam recursos e mecanismo para a administração das
informações estruturadas (formais), por outro lado há uma inquietação quanto à organização
�de dados não estruturados (informais). Nesse intuito faz-se necessário o desenvolvimento de
uma memória organizacional que atue como um repositório de conhecimentos e experiências
(CHOO, 2003; FERREIRA; MAIA, 2013). No ambiente das bibliotecas universitárias, esse
armazenamento é de extrema valia, haja vista a possibilidade de que sejam aproveitados os
conhecimentos da equipe profissional da biblioteca.
A compreensão desse conhecimento e sua efetiva possibilidade de consulta pelos
demais membros da organização demandam ações sistemáticas organizacionais (CHOO,
2003; NONAKA; TAKEUSHI, 2008). Nesse sentido, ao estimular a interação e a
aprendizagem entre os colaboradores, o bibliotecário-gestor propicia aumento do
conhecimento individual e coletivo de seus membros, impactando em seus serviços e rotinas.
O desenvolvimento de produtos e serviços de informação é o próximo passo do ciclo
organizacional de Choo (2003). Tal processo estabelece-se via mapeamento do conhecimento
e das necessidades do cliente/usuário. Nessa acepção, Choo (2003) afirma que o objetivo de
desenvolver produtos e serviços de informação é estabelecer relações com a necessidade de
informação do usuário.
Nesse contexto, a biblioteca universitária, por meio de seus sujeitos atuantes, em
especial o bibliotecário, deve compreender os processos de produção, aquisição, organização
e disseminação da informação (SOUZA et al; 2016). Assim, ao propiciar os serviços e
produtos na biblioteca universitária, novos conhecimentos são gerados. Esses conhecimentos
criados permitem a concepção de novos serviços e produtos, o aperfeiçoando dos antigos e a
melhora dos processos da organização (ALVARENGA NETO, 2008).
Os conhecimentos organizados e traduzidos de forma harmônica nos produtos e
serviços, proporcionam condições necessárias para disseminação da informação. Dessa forma,
o próximo passo do ciclo de Choo (2003) consiste na distribuição da informação. Nessa linha,
distingue-a difusão da informação, considerada relevante, para as pessoas certas, no momento
devido e no formato adequado (CHOO, 2003; VALENTIM et al., 2014).
Nos trabalhos biblioteconômicos, a distribuição da informação é trabalhada sob o
olhar de antecipação de desejos do cliente (problema, tomar uma decisão, negociar uma
-se considerar o contexto social do uso
da informação, quando a mesma adquire sentido intermediada pelo compartilhamento dos
envolvidos (CHOO, 2003).
Portanto, a percepção sobre o problema enfrentado, subsidiado pela informação
administrada, pode ser alterada, gerando para o bibliotecário, novas dúvidas e incertezas.
Dessa maneira, é reiniciado o ciclo do conhecimento organizacional do modelo de Choo
�(2003).
Sendo a própria biblioteca uma fonte de informação, seus serviços de disseminação
seletiva da informação podem ser referência na padronização do modo de distribuição da
informação.
Conforme Choo (2003), o processo de disseminação e compartilhamento da
informação, a partir de fontes amplas, diversificadas e trabalhadas de modo factual, geram
novas soluções e perspectivas de uso. Deste modo, a distribuição articulada da informação
contribui para a codificação da mensagem pelo receptor dessa informação, além da promoção
de um maior aprendizado organizacional (CHOO, 2003). Consequentemente, ao se trabalhar a
distribuição da informação de forma criteriosa, aumenta-se os aspectos qualitativos para o uso
dessa informação. .
O próximo estágio do ciclo modelado por Choo (2003) consiste no uso da informação
e suas ligações com o contexto social e as condições em que ocorre tal emprego da
informação. Nesse sentido, Ch
a seleção e o processamento da informação de modo a responder uma pergunta ou resolver
Os resultados de pesquisa convergem para o alinhamento entre a GIC e a
administração de bibliotecas universitárias. Essa interligação é possível por intermédio de um
uso racional dos recursos intangíveis e tangíveis presentes nas bibliotecas universitárias, além
da ressignificação das competências do bibliotecário gestor (FIG.3).
FIGURA 3
Ações do Bibliotecário perante a informação gerencial.
Fonte: Elaborado pelo autor.
�Isto posto, a função do bibliotecário não se restringe ao mero gerenciamento das
informações documentárias (SILVA; DUARTE, 2015), sendo o mesmo a figura central na
administração da biblioteca e, por conseguinte, do processo decisório. Nesse seguimento, no
espaço das Bibliotecas universitárias, cabe ao bibliotecário não desempenhar a função
exclusiva de solucionador de problemas e, sim, de agente vigilante.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em face disto, concluiu-se que a gestão da informação e do conhecimento, analisada
sob a ótica da administração bibliotecária, é capaz de apoiar ações que interfiram de modo
prático, inovador e criativo, no desenvolvimento de produtos e serviços da biblioteca
universitária. Assim sendo, enfatiza-se que a GIC, estruturada pelas formas de comunicação
organizacional e as tecnologias de informação, são elementos que apoiam o processo de
compartilhamento do conhecimento. Nesse sentido, reforça-se o uso racional de todos os
recursos disponíveis nas bibliotecas universitárias, incluindo a informação registrada e o
conhecimento dos sujeitos organizacionais envolvidos, são promissores para o aprimoramento
da sua eficiência administrativa.
A
combinação
existente
entre
as
tradicionais
atividades
administrativas
biblioteconômicas e a incorporação de novos olhares pautados pelas perspectivas práticas de
identificação e desenvolvimento de conhecimento organizacional, são propulsores de novas
estratégias nas bibliotecas universitárias. Essa ressignificação sobre o exercício gerencial
universitário denota maior participação do bibliotecário sobre um todo coletivo. Nesse
seguimento, a partir da compreensão da GIC em bibliotecas universitárias, o processo
decisório do bibliotecário adquire maior valor agregado o que conduz a administração de
bibliotecas universitárias para a concretização de sua missão primordial: subsidiar as práticas
de ensino, de pesquisa e de extensão desenvolvidas no ensino superior.
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�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A gestão da informação e do conhecimento como suporte à administração de bibliotecas universitárias: diálogos e possibilidades.
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Santos, Allan Julio
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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A pesquisa pretende trazer à luz e cooperar com o desenvolvimento da temática Gestão da Informação e do Conhecimento em Bibliotecas Universitárias. Os objetivos consistem em analisar as dinâmicas gerenciais relativas às questões de criação, uso e compartilhamento de informações e de conhecimentos na conjuntura da administração de bibliotecas universitárias. Os aspectos investigados exploram as concepções dessa gestão como subsídio às práticas administrativas do bibliotecário-gestor. Assim, a pesquisa classifica-se quanto aos objetivos como exploratória e descritiva, com abordagem qualitativa e vale-se da pesquisa bibliográfica. A interpretação dos dados obtidos utiliza-se do conjunto de técnicas de análise de conteúdo elaborado por Bardin. Quanto à fundamentação teórica, elegeu-se o modelo Ciclo do Conhecimento Organizacional proposto por Choo. O percurso metodológico traduz-se na elaboração de uma revisão da literatura dos trabalhos dedicados à gestão da informação e do conhecimento em organizações correlacionando-as com os aspectos administrativos das bibliotecas universitárias. Os resultados de pesquisa convergem para uma conjunção e alinhamento entre a gestão da informação e do conhecimento e a administração de bibliotecas universitárias. Essa interligação é possível por meio do uso racional dos recursos tangíveis e intangíveis existentes nas bibliotecas universitárias, aliado à ressignificação das competências do bibliotecário gestor. Diante do exposto, concluiu-se que a gestão da informação e do conhecimento é capaz de apoiar ações que interfiram de modo prático, inovador e criativo, nas dinâmicas administrativas das bibliotecas universitárias e em benefício da qualidade de seus produtos e serviços.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DO INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS DO CURSO DE PÓSGRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS, DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2012-2016
THE SCIENTIFIC COMMUNICATION OF THE PROFESSORS OF THE INSTITUTE OF
EDUCATION IN SCIENCES AND MATHEMATICS OF THE POSTGRADUATE COURSE
IN EDUCATION IN SCIENCES AND MATHEMATICS, FEDERAL UNIVERSITY OF PARÁ,
IN THE PERIOD OF 2012-2016
Resumo: Aborda a comunicação científica do corpo docente do Instituto de Educação em
Ciências e Matemáticas, com o objetivo de mapear a produção científica gerada em revistas
científicas, Qualis A1 e A2, no período compreendido entre 2012-2016 e quantificar o número
de artigos aceitos nos periódicos científicos de acordo com as áreas de pesquisa do Programa
de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas. Quanto à metodologia, é uma
pesquisa descritiva, quali-quantitativa, com o levantamento do perfil da produção
bibliográfica dos docentes realizado na plataforma Lattes, sendo a certificação dos periódicos
científicos validada com a identificação do Qualis da revista por meio da plataforma Sucupira.
Ao fim do estudo, aponta como resultado a divulgação dos periódicos científicos identificados
com a produção de 78 artigos publicados em revistas de Qualis A1 e A2. Isso perfaz um
crescimento positivo na produção científica, potencializando o avanço da ciência na área da
educação e formação de professores nas Ciências Matemáticas, o que eleva o grau científico
das linhas de pesquisa do Programa.
Palavras-chave: Produção científica. Comunicação científica. Periódico científico.
Abstract: This paper covers the faculty members scientific communication of the Institute of
Education in Sciences and Mathematics, aiming to map the scientific production generated in
scientific journals, Qualis A1 and A2, in the period between 2012-2016 and to quantify the
number of articles accepted in scientific journals according to the research areas of the
postgraduate program in Education in Science and Mathematics. Through the methodology
and established criteria, it is a descriptive, qualitative-quantitative research, with the survey of
the bibliographical production profile of the lecturers carried out on the Lattes platform, with
the certification of scientific journals validated considering the identification of the journal's
Qualis through the Sucupira platform. At the end of the study, the results show the
dissemination through scientific journals identified in tables 1 and 2 of the production of 78
�articles published in Qualis A1 and A2 journals, which represents a positive growth in
scientific production, enhancing the advancement of science in teacher education and training
in Mathematical Sciences, which raises the scientific grade of the research lines of the
program.
Keywords: Scientific production. Scientific communication. Scientific journal
1 INTRODUÇÃO
O conhecimento é uma constante em todas as áreas do saber, atrai o indivíduo na
busca de informações em quaisquer meios, do impresso ao eletrônico, entre livros, periódicos,
dissertações, teses e outros suportes informacionais. Hoje, com a globalização e a difusão da
ciência, cresce acentuadamente a produção de artigos científicos e a facilidade de
intercambiar a informação, além de que, com o avanço tecnológico, surgem novos softwares
que facilitam a busca de informações por meio do acesso aberto. Tal realidade chega à
comunidade científica ganhando em espaço e tempo na disseminação dos resultados de suas
pesquisas.
A comunicação científica ocorre dinamicamente em periódicos científicos, o canal de
diálogos entre os pesquisadores. Os periódicos podem ser disponibilizados em plataformas em
âmbito virtual institucional, como é o caso do portal de periódicos da UFPA-Universidade
Federal do Pará ou em diversas bibliotecas tradicionais de instituições de ensino, pesquisa e
extensão do país. Certamente a divulgação produzida no ambiente universitário corrobora
capital intelectual , conforme discorre
Edvinson e Sullivam (1996) apud (FARENHOF et al 2014, p. 23) definindo como o
conhecimento que pode ser transformado em valor e ainda valoração dos ativos do
conhecimento, o fluxo das informações e a prática nas organizações. Essas pesquisas são
iniciadas provavelmente nos cursos de pós-graduação promovidas pelos programas
institucionais à comunidade acadêmica.
O PPGECM - Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática
teve seu início em 2002, sendo o primeiro da região Norte. Faz parte das atividades do
IEMCI-Instituto de Educação Matemática e Científica, antigo NPADC - Núcleo de Pesquisa e
Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica da UFPA. O PPGECM visa oferecer
aos graduados e formadores de professores das áreas de Ciências (Física, Química e
Biologia), Matemática, Educação Ambiental e áreas afins, oportunidade de estudos e
pesquisas sobre os fundamentos atuais do ensino e pesquisa na área de Ensino de Ciências e
Matemática (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, 2017). Dessa forma, a comunicação
�científica entre essas disciplinas do Programa é enriquecedora para o desenvolvimento das
pesquisas e o aprimoramento no ensino, já que o objetivo é a formação de doutores nessa
área, motivando os doutorandos para a realização de futuros estudos científicos, a fim de
poderem (re) inventar, reformular, reconstruir ou ainda modernizar as técnicas de ensinar a
matemática e as ciências atreladas ao que o Programa se propõe.
O problema é a comunicação científica entre os sujeitos da pesquisa, no âmbito da
divulgação científica, cujo objetivo geral desse estudo é mapear a produção científica gerada
pelos docentes do IEMCI em revistas científicas com Qualis A1 e A2, no período
compreendido entre 2012-2016, e, os objetivos específicos: quantificar o número de artigos
que foram aceitos nos periódicos científicos de acordo com as áreas de concentração do
PPGECM; identificar a produção dos docentes/autores do IEMCI por artigos publicados
nessas revistas. A justificativa é decorrente do Programa que foi iniciado em 2002 e ao longo
desse período não houve análise da produção científica entre os docentes do Instituto,
tornando-se, por isso, um campo de pesquisa instigante para futuros estudos bibliométricos
neste Instituto da universidade.
O Programa possui duas áreas de concentração: Educação em Ciências, que englobam
temáticas atinentes às relações Ciência Tecnologia, Sociedade e Ambiente (CTSA); História
da Educação Científica, Cultura, Subjetividade, Linguagem e Cognição e a Educação
Matemática, cujas pesquisas enfocam temas que discutem as relações entre Saberes
Científico-Escolares e Culturais, Modelagem Matemática, Cognição e Linguagem
Matemática (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, 2017). A pesquisa realizada se
caracteriza como descritiva com abordagem quali-quantitativa. Ocorreu em duas etapas,
sendo a primeira um levantamento realizado no site do PPGECM para identificar o corpo dos
docentes permanentes do Programa e na segunda os dados levantados na plataforma Lattes
para certificação da produção dos artigos científicos dos docentes do Instituto, considerandose o estrato da revista na plataforma Sucupira. Utilizou-se para sistematizar em planilha o
Software MS Excel como recurso metodológico para aferição dos dados coletados, a fim de
mapear as variáveis e quantificar. Em seguida foi realizado o diagnóstico da produção dos
autores, nos períodos analisados, no Qualis A1 e A2 das destacadas revistas.
O trabalho está divido em cinco partes: a primeira é esta introdução sobre o tema
proposto com o objetivo e metodologia utilizados; a segunda abarca a comunicação científica
pelos estudiosos e renomados autores sobre o tema; a terceira traz uma breve abordagem
sobre a produção científica, dividida em subseções, discorrendo sobre a distinção do periódico
científico impresso x eletrônico x online, seguida do entendimento sobre a representatividade
�do Qualis A1 e A2; na quarta parte está o mapeamento da produção científica, com as análises
dos dados; e a quinta última parte contém as considerações finais, acompanhadas das
referências.
2 COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA: aporte teórico
Abordar o conhecimento científico é reportar aos estudos de Meadows (1999, p.5-8 )
que apresenta em sua obra a contextualização do surgimento da revista científica, que se inicia
com pequenos grupos com as mesmas afinidades e que se reuniam para tratar de questões
filosóficas. Atualmente, a ciência se encontra dividida em disciplinas específicas, as quais
tratam de assuntos específicos, tais como: causas sociais e socioambientais, sustentabilidade,
tecnologias educacionais entre outros, sendo que as informações são veiculadas em revistas
científicas de Qualis como continuidade aos moldes anteriormente traçados em meados de
1662, com o início da Royal Society.
Meadows (1999, p. 39-49) enfoca as tradições da pesquisa e a base conceitual da
ciência como maneira de estudar o mundo a sua volta, sendo validada por métodos científicos,
independentemente das divisões do conhecimento acrescido ao fato de que essas distintas
matérias apresentam várias misturas de tipos de conhecimento, como é o caso da produção
científica analisada na área de Educação em Ciências e Matemáticas do já mencionado
Programa de Pós-Graduação. Meadows (1999, p.93-111) ressalta, ainda, em sua obra, quem
são os pesquisadores e quais são os resultados, a produtividade e qualidade da pesquisa e o
impacto causado pela nova tecnologia. Diante disso, procurou-se demonstrar a produtividade
intelectual do corpo docente do Programa, apresentando o maior e menor número entre o
período estabelecido, já que sabemos, por meio dos normativos das agências de fomento
CAPES-Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, FINEPFinanciadora de Estudos e Projetos, CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico e outros recursos oriundos do governo e das políticas públicas de
incentivo à pesquisa, das exigências que existem no que concerne à produtividade.
Outro autor importante e que merece ser enfatizado é Burke (2003) que, com a
produção de conhecimentos do corpo docentes do IEMCI. Também não se pode deixar de
mencionar a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a qual trata sobre as regras
da produção de artigos científicos, e que diz o seguinte:
Artigo científico:
Parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias (sic),
métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento.
�Artigo de revisão: Parte de uma publicação que resume, analisa e discute
informações já publicadas.
Artigo original: Parte de uma publicação que apresenta temas ou abordagens
originais (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 6022,
2003, p.2).
Os estudos de Pinheiro (2014) tratam do acesso livre à ciência aberta, conceitos e
implicações na comunicação científica. A autora discorre sobre os novos paradigmas e acerca
de como o acesso livre afetou a comunicação científica. Incluem-se aqui a propriedade
intelectual, autoria coletiva, os direitos autorais, a produtividade científica, citação etc., além
da indústria editorial das revistas.
Na comunidade científica muito se observam estudos semelhantes, mas com diferentes
ênfases para a escolha dessa temática, por exemplo, Coelho e Silva (2016), realizaram em
nível regional um estudo sobre a produção intelectual dos docentes da pós-graduação em
Educação na região Norte abrangendo o período de 2010-2014. Os citados autores afirmam
que a institucionalização dos cursos de pós-graduação no Brasil completou, em 2015, 50 anos
e hoje, após dois anos, a pesquisa trouxe um resultado positivo, revelando certa regularidade
no volume e na diversidade de temas na maioria dos programas em universidades, em especial
o programa do IEMCI, escopo deste estudo.
Por ser esta uma proposta instigante, será mapeada a produção científica dos docentes
do curso de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, que sem dúvida é
relevante à pesquisa dos autores Coelho e Silva (2016, p.390), que ressaltam que nas últimas
décadas tem se consolidado, tanto em nível nacional, quanto internacional, as relações
acadêmico-políticas com profissionais do campo, devido a expansão dos cursos de mestrado e
dos programas, e, sobretudo em função da exponencial interlocução havida entre parte do
quadro de docente dessa região.
3 O FAZER DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA
O que é produção científica? O fazer ciência traz um reconhecimento entre os pares,
para quem a pesquisa é um diálogo enriquecedor para o desenvolvimento da ciência e da
tecnologia, Targino enfatiza que:
A produção intelectual diz respeito ao que é produzido (leia-se publicado) por
intelectuais: seres dotados de inteligência e com flagrante inclinação pelas coisas
do espírito. A dúvida persiste: como mensurar tais dotes ou tais inclinações? A
produção científica, por sua vez, parece mais fácil de ser conceituada: propicia o
avanço da ciência e tecnologia (C&T), ou seja, acrescenta algo de novo ao
manancial de conhecimentos consolidados em determinada área ou especialidade.
(TARGINO, 2010, p. 32).
�Nesse sentido, a autora faz uma diferenciação na produção intelectual e produção
científica em que cada pesquisador explora o que é produzido para ser publicado. Assim, o
pesquisador deve divulgar o resultado de suas pesquisas em determinada área ou
especialidade em periódicos de grande impacto para obter o feedback com seus pares, a fim
de alcançar o avanço da ciência e da tecnologia. Para Bourdieu (2004) o Capital Científico
constata-se que o saber científico nasce em diversos campos do conhecimento. Na própria
história da Ciência há episódios que mostram que o conhecimento científico nasce de
perguntas, da curiosidade e experimentos fora do âmbito acadêmico (empresas. amadores,
autodidatas também estudam o comportamento da natureza, das pessoas, das sociedades, bem
como fenômenos físicos e eventos naturais).
3.1 Breve distinção do periódico científico impresso x eletrônico x online
O periódico científico é uma publicação com periodicidade regular e ilimitada, tem
formatos e regras pré-estabelecidas e definidas, e composto de um corpo editorial e seus
respectivos pareceristas, por área do conhecimento. É o elo de comunicação entre os cientistas
nos diversos ramos das ciências. Vejamos as seguintes definições:
Fascículo numa série contínua sob o mesmo título, publicado a intervalos regulares,
por tempo ilimitado, identificado pelo ISSN, mas o periódico acadêmico ou
periódico científico, geralmente é editado por uma instituição acadêmica, na qual a
maioria dos artigos relata os resultados de pesquisa. (CUNHA;
CAVALCANTI, 2008, p.279).
Ainda sobre documento eletrônico, entende-o como:
O disponibilizado em formato digital, seja na Web ou em mídias eletrônicas.
Periódicos eletrônicos são as edições de uma revista na Internet. As publicações
eletrônicas são importantes para o desenvolvimento da ciência e estão consolidados.
Os periódicos eletrônicos são cada vez mais utilizados e respeitados pelos
pesquisadores, embora inicialmente fossem utilizados apenas como uma alternativa
aos periódicos impressos. (FERREIRA, 2010, p. 8).
Porém, além dos impressos, existem outros formatos de apresentação, especificados na
e-journal, e-serial, electronic
journal, online journal e periódicos online
279). Estes são diferentes do impresso no formato papel, além de que podem ser
transformados eletronicamente em vários formatos, como PDF, e disponibilizados em
repositórios institucionais ou editoras que provém do recurso tecnológico.
�Os periódicos científicos mudaram com a revolução nas TIC - Tecnologias da
Informação e Comunicação passaram de impresso para o meio digital e, com a crise dos
periódicos na década de 80 e a dificuldade de assinaturas pelas bibliotecas universitárias,
surge o movimento de acesso livre ao conhecimento científico e a criação dos periódicos
científicos eletrônicos, sendo esse um marco da comunicação na ciência (SANTOS; BRASIL;
GOMES, 2017). Isso contribuiu para as instituições de ensino minimizassem os gastos com
assinatura e mantivessem o periódico científico com acesso livre aos seus usuários.
3.2 A Estratificação do periódico: Qualis A1 e A2
Para ser incluído nos quatro estratos superiores, o periódico deve ter fator de impacto
medido pelo ISI- Institute for Scientific Information. A função do Qualis é exclusivamente
para avaliar a produção científica dos programas de pós-graduação. Qualquer outro uso fora
do âmbito da avaliação dos programas de pós-graduação não é de responsabilidade da
CAPES. A estratificação da qualidade dessa produção é realizada de forma indireta, de
maneira que o Qualis afere a qualidade dos artigos e de outros tipos de produção a partir da
análise da qualidade dos veículos de divulgação, ou seja, dos periódicos científicos.
Além disso, a partir da identificação do tipo de autoria dos artigos, se individual ou
coletiva, acredita-se que, haja vista autoria múltipla neste mundo globalizado, expressiva
produção e facilidade na comunicação entre os pares, esta seja uma tendência na comunidade
científica. Dessa forma, apreende-se que a comunicação científica, segundo estudos de Ziman
(1968 apud MUELLER, 2000), além de publicar novos conhecimentos, possibilita apresentar
o trabalho dos pesquisadores à avaliação dos pares a fim de obter sua anuência que concede a
confiabilidade e a credibilidade. Logo, é papel fundamental da comunicação científica buscar
a verdade através do conhecimento científico, lançar luzes sobre as questões e problemáticas
das relações objetos e sujeitos; sujeitos e sujeitos; objetos e fenômenos.
A produção intelectual do corpo docente é decorrente do ingresso na vida acadêmica,
desde o início da formação até a pós-graduação, e, ao tratar de sua produção científica, devese levar em consideração as afinidades nas áreas e as linhas de pesquisa do pesquisador.
Contudo, Mueller e Passos (2000) enfatizam que o processo de avaliação de artigos pelos
pares é um sistema aceito pela maioria dos cientistas, mas considerado muito pouco
satisfatório, mas, ainda assim, o artigo científico é o elo para o desenvolvimento da ciência
entre os pares. Os autores afirmam ainda que o periódico científico é a fonte por excelência a
ser consultada e citada nos trabalhos científicos. Nota-se que:
�O mesmo periódico, ao ser classificado em duas ou mais áreas distintas, pode
receber diferentes avaliações. Isto não constitui inconsistência, mas expressa o valor
atribuído, em cada área, à pertinência do conteúdo veiculado. Por isso, não se
pretende com esta classificação que é específica para o processo de avaliação de
cada área, definir qualidade de periódicos de forma absoluta (BRASIL, 2017a, não
paginado).
Em 2008 houve uma reestruturação do Qualis para avançar a qualidade da produção
científica de uma comunidade. A maior certificação foi dividida em dois estratos superiores
que estimulam pesquisadores, visto que elevam a credibilidade da revista científica e seus
artigos produzidos e consolidados para a divulgação científica, além da comunicação entre os
cientistas de determinada área do saber. Ressalta-se que os demais estratos têm seus valores e
níveis de aceitação. Há níveis de avaliação que devem ser respeitados pelo comitê editorial de
cada revista, considerando que cada uma delas tem suas normas estabelecidas, as quais
garantem minimizar a submissão inadequada de artigos, como nos casos em que o texto não é
da área exigida. Neste caso em estudo, enfatiza-se a área da educação específica em Ciências
e em Matemáticas, não deixando de destacar que todas estão em situação regular e em
crescimento, cada uma objetivando o reconhecimento para o desenvolvimento da ciência e o
fortalecimento da comunidade científica, tendo em conta que apenas os veículos com corpo
editorial reconhecido, dotados de ISSN e com avaliação pelos pares (pareceristas ad hoc)
devem ser considerados periódicos, de acordo com o Conselho Técnico Científico da
Educação Superior (BRASIL, 2017b, não paginado).
4 MAPEANDO A PRODUÇÃO INTELECTUAL DO CORPO DOCENTE DO (IEMCI)
Respeitando o Código de Ética para pesquisa e a Resolução CNS n. 510, de 07 de abril
de 2016, e por se tratar de coleta de informações encontradas no perfil do docente, os achados
da pesquisa são fatos ou informações encontradas pelo pesquisador no decorrer da
investigação e que foram considerados de relevância para os participantes ou comunidades
participantes. Logo, não houve a necessidade de entrevistá-los. Importante frisar que foram
validadas as informações extraídas na página do PPGECM, em consonância com Plataforma
Lattes, na qual foi observado com rigor o período em que cada autor/docente atualizou seus
dados, além de que vale destacar que a maioria realizou atualizações de dezembro de 2016 a
setembro de 2017, no que se refere à produção bibliográfica de artigos científicos.
Na tabela 1 é demonstrado o quantitativo geral da produção científica em todos os
estratos de cada revista pelos 26 docentes do Programa, sendo que 11 autores publicaram 17
artigos em revistas de Qualis A1 e 20 autores, 54 artigos publicados em A2, conforme
demonstrado na Tabela 2, que sinaliza ser autoria coletiva, e quatro com autoria individual,
�perfazendo 58 artigos (tabela 1). Ressalta-se, ainda, que houve a necessidade de demonstrar a
produção do universo dos docentes do IEMCI. Contudo, não foi a intenção da pesquisa. Com
essa pesquisa, percebe-se um crescimento acentuado entre os estratos de B1 para A2.
Tabela 1 - Quantitativo de artigos publicados por autor na estratificação das revistas
QUALIS/PUBLICAÇÃO COLETIVA INDIVIDUAL
TOTAL
A1
17
0
17
A2
58
4
62
TOTAL
71
4
79
Fonte: Elaborada pela autora, 2017
Tabela 2 - Quantitativo por autores do estrato Qualis A1 e A2
QUALIS
PUBLICAÇÕES QUANT./AUTORES
A1
17
11
A2
62
20
B1
46
19
B2
58
15
B3
24
11
B4
22
9
B5
7
5
C
1
1
TOTAL
237
91
Fonte: Elaborada pela autora, 2017
Portanto, foi realizado um mapeamento quanti e qualitativo das 237 produções
científicas identificadas pelo currículo Lattes de cada doutor do Programa, seus respectivos
artigos em periódicos científicos, validados por estratos A1 e A2 na plataforma Sucupira.
Infelizmente foram detectados no decorrer da pesquisa alguns títulos de periódicos que
há títulos de publicações periódicas que não se encontram nessa plataforma. Contudo, tal fato
não impossibilitou de avaliar e apontar a produção dos pesquisadores, conforme Quadro 1 e
Quadro 2 referentes à identificação das revistas em A1 e A2, respectivamente, alvo do estudo.
Além disso, conseguiu-se uma amostragem capaz de revelar o crescimento e uma
peculiaridade referente às linhas de pesquisa no campo científico da Educação em Ciências e
Matemáticas, porém não foi o teor desta pesquisa dimensionar e relacionar os artigos de cada
autor. A escolha pelo Qualis A1 e A2 nesta pesquisa teve como objetivo fazer um
levantamento das revistas, certificando-se do que é produzido nas linhas de pesquisa em
Educação em Ciências e Matemáticas. Essa constatação visa dar ao leitor uma maior
visibilidade da produção científica dos docentes do IEMCI.
O que se demonstrou por meio da coleta de dados dos docentes do Instituto certamente
traz um benefício para a Instituição e para o desenvolvimento da Ciência, acrescendo também
�para os objetivos centrados na educação do respectivo Programa. O mapeamento e análise
abordados, nesta seção.
Na tabela 2 se observa a contribuição científica dos 26 docentes do IEMCI/PPGECM,
sinalizando a produção dos artigos por autoria coletiva ou individual. Observa-se que, dos 17
artigos publicados pelos 22 autores, quatro autores-docentes não aparecem com publicações
no período estudado. Não houve produção em A1 com autoria individual, a maioria escreveu
coletivamente nesse período, porém nas publicações Qualis A2 é possível verificar quatro
artigos escritos individualmente, dos 58 produzidos, somando um total entre coletivo e
individual de 62 artigos dos docentes do PPGECM.
No estrato A1 se reconhece o valor e mérito dos autores que divulgaram seus artigos
nessas revistas. Os periódicos são A1 e A2 listados no quadro 1 e quadro 2, respectivamente,
sendo a produção dos docentes quantificada por número de artigos. Os demais estratos
indicados na Tabela 1 demonstram o esforço dos autores em apresentar o resultado das suas
pesquisas, destacando a importância de disseminar informações relacionadas ao ensino e às
experiências no âmbito do trabalho científico, a fim de atingir as exigências de alto nível dos
estratos A1 e A2. A distribuição geral da estratificação de toda a produção dos docentes foi de
grande valia, de modo que foi oportuno apresentá-la nesta amostragem para futuras pesquisas.
Quadro 1-Lista de periódicos levantados na plataforma Sucupira
TÍTULO DO PERIÓDICO
Archivos Analíticos de Políticas
Educativas / Education Policy
Analysis Archives
Qualis A1 - (2012-2016)
QUALIS / (QUANT de artigos)
CONTEÚDO E AVALIAÇÃO
A1 (1)
Área de educação e ensino- revista internacional, multilíngue e multidisciplinar
preocupada com a política educacional.
BOLEMA: Boletim de Educação
Matemática (Online)
A1/ (1)
Ciência & Educação
A1/ (1)
Currículo sem Fronteiras
A1/ (1)
Área de educação e ensino -É uma das mais antigas e importantes publicações na
área da Educação Matemática no Brasil. A Educação Matemática, em síntese, é
uma região de inquérito que busca dar respostas a fenômenos educacionais
relacionados à Matemática.
Área de educação - a revista publica artigos científicos sobre resultados de
pesquisas empíricas ou teóricas e ensaios originais sobre temas relacionados à
educação em ciências, educação matemática e áreas afins.
Área de ensino- revista acadêmica com avaliação duplo-cega por pares e com
acesso livre.
Área de ensino - A revista prioriza artigos científicos, inéditos no Brasil, da área
de Educação Matemática, particularmente os relacionados às linhas de pesquisa do
Programa: A Matemática na Estrutura Curricular e Formação de Professores;
História, Epistemologia e Didática da Matemática e, também, Tecnologias da
Informação e Didática da Matemática.
Educação Matemática Pesquisa
(Online)
A1/ (1)
Educar em revista
A1/ (1)
Ensaio: Pesquisa em Educação em
Ciências (Online)
A1/ (2)
Enseñanza de lãsciencias
A1/ (8)
Área de educação - É uma revista científica, espanhola, através da rede dedicada à
investigação sobre ensino e aprendizagem das ciências experimentais nos
diferentes níveis educacionais(infantil, primária, secundária, universitária).
A1/ (1)
Área de ensino - A revista compõe-se das seguintes seções: Estudos, Relatos de
Experiências e Resenha.
Revista Brasileira de Estudos
Pedagógicos RBEP-INEP
Fonte: Brasil, 2017
Área de educação e ensino-aborda questões atuais e significativas para a
compreensão dos fenômenos educativos, e aceita trabalhos diretamente
relacionados à área de Educação.
Área de educação- publica relatos de pesquisa, revisões críticas de literatura,
resenhas de livros e discussões fundamentais de temas relacionados à educação em
ciências da natureza em todos os níveis de ensino.
Nota explicativa: Na segunda coluna encontra-se o número de artigos escritos de acordo com as áreas de abrangência e conteúdo da revista com
estratos A1.
�Quadro 2 - Lista de periódicos levantados na plataforma Sucupira
TÍTULO DO PERIÓDICO
Qualis A2 - (2012-2016)
QUALIS / (QUANT. de artigos)
CONTEÚDO E AVALIAÇÃO
Acta Scientiarum. Education
(Online)
A2 (1)
Área de educação e ensino- publica textos originais de temáticas vinculadas à educação
sob dois eixos temáticos. O primeiro, História e Filosofia da Educação,tem por
finalidade divulgar pesquisas a respeito dos processos formativos de natureza
biográfica, institucional, social, formal e não formal. O segundo, Formação de
Professores.
Alexandria (UFSC)
A2 (5)
Área de ensino e educação- é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em
Educação Científica e Tecnológica da UFSC. Seu objetivo principal é a divulgação de
trabalhos de pesquisa na área de ensino de ciências e matemática.
A2 (14)
Área de ensino- revista aberta à comunidade científica, destinada à publicação de
pesquisas sobre formação de professores e processos de ensino e de aprendizagem nas
áreas de Educação em Ciências (Biologia, Física e Química), Matemáticas e Educação
Ambiental.
Areté (Manaus)
A2 (4)
Área de ensino- uma publicação semestral do Programa de Pós-Graduação em
Educação e Ensino de Ciências da Universidade do Estado do Amazonas.
Areté (Manaus)
A2 (1)
Área de ensino - traz uma série de artigos sobre o Ensino de Ciências, com destaque
para três pesquisas no Ensino de Matemática.
BOLEMA: Boletim de Educação
Matemática (Online)
A2(1)
Área de educação e ensino - é uma das mais antigas e importantes publicações na área
da Educação Matemática no Brasil. A Educação Matemática, em síntese, é uma região
de inquérito que busca dar respostas a fenômenos educacionais relacionados à
Matemática.
Eccos Revista Científica (Impresso)
A2 (1)
Área de educação- difundindo manuscritos que tenham sua fundamentação na área
educacional e no campo das humanidades. Desde a sua fundação tem publicado
produções acadêmicas relevantes para as temáticas relativas à educação, mantendo a
publicação regular, com a colaboração de uma multiplicidade de autores das diversas
universidades brasileiras, de outros países da América Latina, da Europa e da América
do Norte.
Educação e Pesquisa (USP.
Impresso)
A2 (1)
Área de educação e história- Os artigos inéditos na área educacional resultantes de
pesquisa de caráter teórico ou empírico, bem como revisões da literatura de pesquisa
educacional. Desde 2017 é somente online.
Educação Matemática em Revista
A2 (3)
Área de ensino - a revista destina-se aos educadores de matemática apresentando
artigos teóricos; atividades para a aula de matemática; pesquisa com implicação para a
sala de aula; produções matemáticas de alunos; e avaliação da aprendizagem
matemática.
Educação Matemática Pesquisa
(Online)
A2 (5)
Área de ensino - prioriza artigos científicos, inéditos, da área de Educação Matemática,
particularmente os relacionados às linhas de pesquisa do Programa: A Matemática na
Estrutura Curricular e Formação de Professores; História, Epistemologia e Didática da
Matemática e, também, Tecnologias da Informação e Didática da Matemática.
Educação Unisinos (online)
A2 (3)
Ciências e Matemáticas (Online)
Ensaio: Pesquisa em Educação em
Ciências (Online)
A2 (1)
Interfaces da Educação
A2 (1)
área da Educação, em especial nas subáreas: História da Educação, Filosofia da
Educação, Políticas Educacionais, Gestão e Avaliação educacional, Formação de
Professores, Currículo, Práticas Pedagógicas, Educação em Espaços não-escolares e
Cultura Digital.
ou ensaios teóricos) de interesse ao campo da Educação em Ciências atendendo a um
público de pesquisadores e estudantes de pós-graduação das áreas de Educação
Científica, Ensino das Ciências da Natureza (Biologia, Física, Química, Geociências e
Astronomia), da Educação em Saúde e Ambiental e, ainda, a um público de formação
inicial e continuada das Licenciaturas no campo das Ciências Naturais, de áreas afins e
outros profissionais da Educação Básica envolvidos com a educação em ciências em
ciências.
Área de ensino - editada pelo Programa de Pós-graduação em Educação da
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)/Unidade Universitária de
Paranaíba. Atualmente está avaliada noQualis da Capes em estrato A2 em Ensino.
�Investigações em Ensino de Ciências
(Online)
A2 (1)
Área de ensino e educação- voltada exclusivamente para a pesquisa na área de
ensino/aprendizagem de ciências (Física, Química, Biologia ou Ciências Naturais,
quando enfocadas de maneira integrada).
Jornal Internacional de Estudos em
Educação Matemática
A2 (1)
Área de ensino - é uma publicação aberta no campo da Educação Matemática.
Paradigma (Maracay)
A2 (1)
Área de ensino - la revista orientar a los cursantes de los diferentes programas de
Postgrado em Educación em cuanto al diseño de las investigaciones que deben realizar
como requerimiento de grado; (b) contribuir a proyectar lãs experiencias de los
docentes venezolanos y de otros países iberoamericanos en diferentes campos de su que
hacer profesional.
Reflexão e Ação (Online)
A2 (2)
Área de ensino - comprometida com a discussão das problemáticas contemporâneas da
área educacional, compreendidas em sua historicidade e complexidade.
Revemat: Revista Eletrônica de
Educação Matemática
A2 (3)
Área de ensino- revista científica que visa promover o aprofundamento da investigação
sobre temas ligados à epistemologia, à formação de professores e ao ensino e
aprendizagem da matemática, com ênfase nas contribuições dos estudos semióticos na
aprendizagem de conceitos.
Revista Brasileira de Pesquisa em
Educação em Ciências
A2 (2)
Área de educação e ensino em Ciências - Educação em Ciências, com ética e eficiência,
de forma a contribuir para a consolidação da área, para a formação de pesquisadores.
Revista Cocar (online)
A2 (1)
Área de ensino- publica trabalhos de ciências humanas, com ênfase em educação, na
forma de artigo, relato de pesquisa ou experiências educacionais e resenha de livro.
Revista de Educação em Ciências e
Matemáticas (Online)
A2 (1)
Área de ensino - revista aberta à comunidade científica, destinada à publicação de
pesquisas sobre formação de professores e processos de ensino e de aprendizagem nas
áreas de Educação em Ciências (Biologia, Física e Química), Matemáticas e Educação
Ambiental.
Revista Exitus
A2 (1)
Área de ensino - publica trabalhos originais, referentes à área da Educação sob
diferentes campos da pesquisa como: Estudos em Formação Docente, Práticas
Pedagógicas, Políticas e Gestão Educacional, dentre outras temáticas da Educação.
Revista Ibero-Americana de
Estudos em Educação
A2 (1)
Área de educação - artigos relacionados à grande área de Educação, em seus vários
temas: Filosofia e Historiografia da Educação; Política e Gestão de Unidades
Educacionais; Pesquisa e Avaliação; Inovações Tecnológicas voltadas para a Educação;
Formação do Educador, Trabalho Docente e Práticas Pedagógicas; Educação Sexual,
Gênero e Valores; Escola Inclusiva e Educação Especial; Educação Básica; Educação
Profissional e Técnica; Educação de Jovens e Adultos; Educação Superior; e Padrões
de Internacionalização.
Revista Práxis (Volta
Redonda.Impresso)
A2 (1)
Área de ensino de ciências-apresenta resultado de pesquisa de natureza empírica,
experimental ou conceitual (máximo de 8000 palavras).
Revista Tempos e Espaços em
Educação
A2 (1)
em História, Sociedade e Pensamento
Educacional; Formação de Educadores; Educação e Movimentos Sociais; Educação
Ambiental; Educação e Comunicação; Educação, Práticas Culturais e Escolares.
Vidya (Santa Maria. Online)
A2 (1)
Área de ensino e educação- destina-se à divulgação da produção científica de
professores e pesquisadores da UNIFRA, bem como de outras Instituições de Ensino
Superior.
Fonte: Brasil, 2017.
Nota explicativa: Na segunda coluna encontra-se o número de artigos escritos de acordo com as áreas de
abrangência e conteúdo da revista com estratos A2.
Reportando a vários estudos realizados nos anos de 1990, semelhante a esta pesquisa,
Schwartzman (1991, p.22) afirma que, no princípio deste período, parecia estar começando
uma fase, marcada por crescente sensibilidade às particularidades do trabalho científico e as
suas complexas interações com a educação superior, as tecnologias e as profissões. Contudo,
pode-se perceber pelo perfil dos docentes levantado no currículo Lattes e suas linhas de
pesquisa, comparados com a sua formação, que as revistas traçam o interesse aos objetos de
estudo referentes ao que eles produzem e demonstram para a comunidade científica,
�certificando a credibilidade dos resultados das pesquisas e estudos inerentes à Educação, ao
ensino em Ciências e Matemáticas.
Nesse levantamento, que teve duração aproximada de três meses, a maioria dos artigos
direciona ao Ensino, com produção que se entrelaça com a Educação. Por fim, o estudo
ratifica a ide
brasileiros têm enfatizado a utilidade do seu trabalho para o Estado e para a população, em
Certamente cumprindo o papel
educacional, social, o desenvolvimento científico e tecnológico.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao finalizar este estudo conclui-se que cada pesquisador procura divulgar o resultado
de suas pesquisas em periódicos de grande impacto, os quais foram apresentados,
considerando também os objetivos a que o Programa de Pós-Graduação se propõe alcançar,
sendo o caso analisado especificamente a Educação e Ensino. Nota-se que, neste espaço de
tempo analisado, cresce a produção científica nos chamados periódicos científicos por área do
saber, expostos nesta pesquisa.
No levantamento realizado na plataforma Lattes, observou-se que a produção
científica em sua maioria foi coletiva, o que é tendência na comunidade científica.
Normalmente essas publicações têm apoio e recursos financeiros da instituição de ensino, a
exemplo da Universidade Federal do Pará, à qual está vinculado o pesquisador ou docenteautor. Ressalta-se que a intenção não foi de avaliar os periódicos científicos e sim apresentar a
comunicação científica provida pelos autores-docentes, no âmbito do Qualis A1 e A2, o que
demonstrou um crescimento e amadurecimento no desenvolvimento das pesquisas inerentes a
área do saber Educação em Ciências e Matemáticas.
O estudo sobre o mapeamento da produtividade científica realizado com os 26
docentes do IEMCI, entre os anos de 2012 a 2016, apresentou uma dinâmica bem
enriquecedora no âmbito da comunicação científica, destacando publicações científicas de
Qualis da área da Educação em Ciências e Matemáticas e trazendo um resultado positivo que
revela certa regularidade no volume e na diversidade de temas na maioria dos programas, o
que potencializa os estudos e pesquisas, mas sugere-se realizar uma nova pesquisa para
analisar o conteúdo referente às linhas do programa.
Percebe-se que a produção intelectual dos docentes tem contribuído nacional e
internacionalmente para o crescimento exponencial na troca de saberes no âmbito educacional
e institucional do IEMCI, incluindo também as relações didático-pedagógicas com
�profissionais que atuam no campo, como é o caso do ensino da etnomatemática, uma das
linhas de pesquisa do Programa, a qual se insere na Educação e no Ensino das Ciências e
Matemáticas, como se constatou a partir da aceitação dos artigos condizente aos padrões da
política editorial de cada revista, listadas na seção 4 deste trabalho, referente à produção de
artigos do Programa.
Em momento oportuno se sugere um estudo bibliométrico da produção dos docentes,
uma vez que o princípio da dispersão (Lei de Bradford) está presente e provavelmente
resultará de forma positiva para o Instituto em futuro próximo.
REFERÊNCIAS
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documentação: artigo em publicação periódica científica impressa: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003. 5 p.
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Histórico. Disponivel em: <http://www.iemci.ufpa.br/index.php/historico> . Acesso em: 30
out.2017
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A comunicação científica dos docentes do Instituto de Educação em Ciências e Matemáticas do Curso de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas, da Universidade Federal do Pará, no período de 2012-2016.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Martins, Katia Luciane Macedo; Condurú, Marise Teles; Benchimol, Alegria C.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda a comunicação científica do corpo docente do Instituto de Educação em Ciências e Matemáticas, com o objetivo de mapear a produção científica gerada em revistas científicas, Qualis A1 e A2, no período compreendido entre 2012-2016 e quantificar o número de artigos aceitos nos periódicos científicos de acordo com as áreas de pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemáticas. Quanto à metodologia, é uma pesquisa descritiva, quali-quantitativa, com o levantamento do perfil da produção bibliográfica dos docentes realizado na plataforma Lattes, sendo a certificação dos periódicos científicos validada com a identificação do Qualis da revista por meio da plataforma Sucupira. Ao fim do estudo, aponta como resultado a divulgação dos periódicos científicos identificados com a produção de 78 artigos publicados em revistas de Qualis A1 e A2. Isso perfaz um crescimento positivo na produção científica, potencializando o avanço da ciência na área da educação e formação de professores nas Ciências Matemáticas, o que eleva o grau científico das linhas de pesquisa do Programa.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5654/SNBU2018_125.pdf
44ca83ada89296b673efe7020daf24f4
PDF Text
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ACESSO ABERTO: O ANTES E O DEPOIS DA
INICIATIVA DE BUDAPESTE
SCIENTIFIC PRODUCTION IN OPEN ACCESS: BEFORE AND AFTER THE BUDAPEST
INITIATIVE
Resumo: O estudo objetivou analisar o aumento absoluto e relativo da produção científica em
Acesso Aberto no Brasil e no Mundo levando-se em consideração que no ano de 2017 a
Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto
revisão de literatura apresentou os principais marcos e iniciativas do Acesso Aberto, como os
portais de periódicos, e em especial a SciELO. Para a realização do estudo foram coletados
dados da Web of Science (utilizando-se o novo filtro de Acesso Aberto) e SciELO dos anos
de 1998 a 2016 (5 anos antes da publicação da Iniciativa de Budapeste e 14 anos depois) para
análise comparativa da produção em Acesso Restrito e em Acesso Aberto. Os resultados
demonstraram que a produção em Acesso Aberto é crescente no mundo, sendo ainda mais
pronunciada no Brasil. Conclui-se o estudo atestando que a Inciativa de Budapeste e todas
aquelas que se seguiram fortaleceram e instituíram o Acesso Aberto como um modelo
sustentável e necessário para a divulgação dos resultados de pesquisas financiadas
majoritariamente com recursos públicos.
Palavras-chave: acesso aberto. BOAI. produção científica. Web of Science. SciELO.
Abstract: The study aimed to analyze the absolute and relative increase of scientific
production in Open Access in Brazil and in the World, taking into account that in the year
2017 the "Budapest Initiative for Open Access" completed 15 years of its publication. The
literature review presented the main Open Access milestones and initiatives, such as journal
portals, and especially SciELO. For the study, data from the Web of Science (using the new
Open Access filter) and SciELO from the years 1998 to 2016 (5 years before the publication
of the Budapest Initiative and 14 years later) were collected for a comparative analysis of the
restricted access and open access. The results showed that Open Access production is
increasing in the world, being even more pronounced in Brazil. The study concludes by
confirming that the Budapest Initiative and all those that followed have strengthened and
instituted Open Access as a sustainable and necessary model for the dissemination of the
results of research funded mainly by public resources.
Keywords: open access. BOAI. scholarly communication. Web of Science. SciELO.
�INTRODUÇÃO
Produzir ciência e torná-la acessível. Este é o mantra atual dos pesquisadores, uma vez
que apenas produzir conhecimento já não basta mais, esse conhecimento tem que ser de fácil
recuperação e, principalmente, acessível para que outros pesquisadores possam lê-lo,
compartilhado e/ou citá-lo.
Vivemos um momento de alta produtividade, estudos estimam que a produção científica
tem crescido entre 8% e 10% ao ano (VAN RAAN, 2000; BORNMANN; MUTZ, 2015). Em
uma taxa de crescimento médio de 9% ao ano, o número de publicações científicas duplicaria a
cada 9 anos, isso levando-se em conta somente publicações indexadas em bases de dados, ou
seja, há ainda uma grande parcela de conteúdos sendo produzidos e não contabilizados, uma vez
que as bases de dados indexam apenas uma parte do que se produz mundialmente.
Mas a principal questão acerca desse crescimento exponencial do conhecimento é: qual
é/será o custo do acesso a esse conteúdo?
Tal preocupação poderia ser remontada aos primeiros estudos de desenvolvimento de
coleções estabelecidos por Samuel C. Bradford em 1934 (BRADFORD, 1985) ou às análises
bibliométricas de Eugene Garfield (1955), porém a mudança tem início na década de 1990,
quando um grupo de cientistas das áreas de exatas, percebendo e prevendo a movimentação das
editoras comerciais no sentido de ampliar seu domínio sobre as publicações científicas
cobrando não só pelo acesso ao conteúdo impresso (como já vinham fazendo há séculos), mas
agora, no início da internet vislumbravam um novo modelo de negócios com o acesso
eletrônico. Esses cientistas, então, dão início a um movimento pela abertura do conhecimento
produzido e lançam o primeiro repositório eletrônico de preprints, o arXiv56 na Universidade de
Cornell nos Estados Unidos.
Na década seguinte o movimento já havia crescido e em dezembro de 2001 o Open
Society Institute (OSI) convoca uma reunião em Budapeste com os principais defensores do
acesso aberto para literatura de periódicos científicos e acadêmicos. O objetivo era ver até que
ponto as muitas iniciativas atuais poderiam ajudar uns aos outros e como a OSI poderia usar
seus recursos para ajudar a causa (BOAI, 2002).
Nessa reunião o grupo cria aquela que se tornaria a divisora de águas para a ciência, a
Budapest Open Access Initiative
uma carta assinada por 16 cientistas e editores científicos, dentre eles os Professores Stevan
Harnad, Peter Suber e Jean-Claude Guédon, o grupo lança a pedra fundamental do Movimento
56
arXiv: https://arxiv.org/
�do Acesso Aberto (AA) ao mundo, conceituando e descrevendo as regras para o
estabelecimento desse novo modelo de fazer ciência; o documento é publicado dois meses
depois em 14 de fevereiro de 2002 (BOAI, 2002).
No Brasil o AA ao conhecimento tem como principal elemento o lançamento em 1998
Scientific Electronic Library Online
SciELO)57. Antes mesmo de o termo AA ter sido
cunhado, a SciELO já trazia conteúdos de periódicos científicos brasileiros revisados por pares
gratuitamente sem pagamento de taxas para acesso. Tal iniciativa modelou e fomentou o
surgimento de outros portais de periódicos e modelos de AA em toda a América Latina
(PACKER et al., 2014).
No ano de 2017 a publicação da BOAI completou 15 anos e a grande questão que surge
é: o quanto evoluiu a publicação em AA ao longo desses anos? Responder esta questão é o
objetivo deste estudo analisando-se a produção dos conteúdos em AA comparativamente aos de
Acesso Restrito (conteúdos não abertos, restritos ou embargados sob licenças de uso de editoras
comerciais).
Para tanto, foram extraídos dados da base Web of Science (Core Collection - WoS)58,
que a partir do final do ano de 2017 adotou um novo e mais preciso filtro para identificação dos
documentos disponíveis em AA59. Os dados permitiram analisar a tendência de crescimento dos
documentos em AA no Brasil e no mundo. E pelo fato da WoS abranger parte da produção
científica brasileira, foram agregados os dados referentes às publicações exclusivas de
periódicos indexados somente na SciELO para mensuração de seu efeito.
REVISÃO DE LITERATURA
A ciência tem como objetivo avançar no desenvolvimento de um conhecimento novo e
os pesquisadores do passado sabiam que tal avanço somente seria possível se o processo fosse
desenvolvido de forma coletiva, com a participação de sua comunidade científica.
A literatura de um assunto científico é tão importante para ele quanto a própria
pesquisa, pois esta não estaria completa se seus resultados não fossem divulgados. A
publicação em periódicos científicos possibilita a disseminação ampla e
relativamente rápida dos resultados de pesquisa, permitindo que sejam lidos,
criticados e talvez utilizados (e então citados) por outrem. Os resultados de uma
pesquisa são assim absorvidos por gerações subsequentes de pesquisadores
(MUELLER, 1995, p. 63).
57
SciELO Disponível em: http://www.scielo.org/
Web of Science Disponível em: http://www.webofknowledge.com/
59
Clarivate Analytics Open Access - The Future of Open Access Discovery is NOW! Disponível em:
http://info.clarivate.com/openaccess
58
�Dessa forma, considerando-se que um dos principais propulsores tanto do
desenvolvimento da ciência quanto de sua comunicação foram os periódicos científicos, é
necessário registrar seu surgimento.
Até metade do século XVII os resultados de pesquisa eram compartilhados por meio de
livros, ou correspondências entre pesquisadores, ou ainda por intermédio dos encontros e
eventos de renomadas autoridades da sociedade acadêmica e civil. São aproximadamente 350
anos do surgimento dos dois primeiros periódicos científicos, publicados com poucos meses de
diferença, no ano de 1665: o frânces
Journal des Sçavans
inglês
Philosophical
estabeleciam princípios para o processo de comunicação
Transactions
científica que perduram até o presente, que consiste basicamente em: avançar o conhecimento
científico baseando-se nos resultados anteriores, evitando a duplicação de resultados, e
estabelecendo os princípios de prioridade científica e revisão por pares. Além disso, tais
veículos de publicação proporcionavam uma rápida distribuição e traziam relatos objetivos dos
resultados das principais pesquisas (MEADOWS, 1999; LARIVIÈRE; HAUSTEIN;
MONGEON, 2015). Desde então, um crescimento expressivo permite a confirmação da
importância deste veículo de comunicação da ciência, ao se considerar que em 2016 mais de 1,1
milhão de seriados correntes estavam registrados pelo Centro Internacional do International
Standard Serial Number (ISSN)60.
Nesse sentido, com o desenvolvimento de novos e cada vez mais profissionalizados
títulos de periódicos, grandes editoras comerciais surgiram. Em estudo publicado por Larivière;
Haustein e Mongeon (2015), os autores analisaram a evolução da participação por editora na
publicação de aproximadamente 45 milhões de artigos indexados na base de dados WoS entre
os anos de 1973 a 2013. Os autores constataram que no ano de 2013 cinco editoras foram
responsáveis pela publicação de mais de 50% dos artigos publicados e no caso da área de
Ciências Sociais, esse número chegava a 70%.
Entretanto, tal monopólio representa barreiras ao processo de comunicação científica,
além de um empecilho à disseminação da informação, haja vista o alto valor das assinaturas.
E foi justamente esse o motivo pelo qual os pesquisadores na década de 1990
começaram a desenvolver seu próprio repositório de conteúdos preprint de acesso livre, o
arXiv, dando início ao que em 2002 tornou-se a iniciativa pelo AA ao conhecimento, a BOAI. E
60
The ISSN International Register
international-register/
Disponível em: http://www.issn.org/understanding-the-issn/the-issn-
�A literatura a se tornar acessível gratuitamente online é aquela que acadêmicos doam
ao mundo sem esperar pagamento. Esta categoria envolve principalmente artigos
publicados em periódicos arbitrados, mas inclui também qualquer pré-publicação
não revisada que se tenha a intenção de disponibilizar online para comentar ou
alertar colegas a importantes achados de pesquisa. Há muitos graus e tipos de acesso
mais amplo e facilitado a esta literatura.
referimos à sua disponibilidade gratuita na internet, permitindo a qualquer usuário a
ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar ou usar desta literatura com qualquer
propósito legal, sem nenhuma barreira financeira, legal ou técnica que não o simples
acesso à internet. A única limitação quanto à reprodução e distribuição, e o único
papel do copyright neste domínio sendo o controle por parte dos autores sobre a
integridade de seu trabalho e o direito de ser propriamente reconhecido e citado
(BOAI, 2002) [grifo nosso].
A BOAI (2002) trazia como proposição o desenvolvimento de um ecossistema científico
aberto, que permitisse a livre publicação dos resultados de pesquisa, tal conquista seria possível
por meio de: I. Auto arquivamento; e II. Periódicos de acesso aberto. Na primeira, seria
necessário que os acadêmicos tivessem a infraestrutura de um repositório para depositar seus
trabalhos; e na segunda seriam necessários meios para fomentar uma nova geração de
periódicos já iniciada com os princípios do AA e que servisse como modelo para a migração de
periódicos comerciais.
Para Harnad et al (2008), a publicação em AA teria duas vias: Gold (Dourada) - na qual
os custos para publicação são pagos pelo autor do trabalho ou pela instituição do autor por meio
de uma taxa para processamento do artigo (Article Processing Charge Taxa de Processamento
de Artigo
APC) e; Green (Verde)
na qual o autor publica seu trabalho em um periódico
comercial (sem custo para si), todavia, ele tem direito a depositar sua obra (versão final ou
preprint) em um repositório de forma imediata após a publicação ou depois de um período de
embargo, dependendo do tipo de licenciamento assinado com o periódico.
Quanto aos modelos de publicação em AA Spinak (2013) afirma que há ao menos cinco
variantes:
Via dourada: periódicos que são financiados por instituições e oferecem os
conteúdos de forma gratuita aos leitores desde o início, como os periódicos
SciELO;
Via verde: artigos que são arquivados pelo autor em seu próprio site, mas
artigos que foram aceitos para publicação mediante processo de revisão por
periódicos acadêmicos;
Híbrido: autores pagam para que seus artigos sejam disponibilizados em acesso
aberto em um periódico comercial. O periódico, portanto, fica disponibilizado
pela Via dourada apenas nos artigos pagos pelo autor;
�Embargo: periódicos por assinatura que, após um período de tempo (de 1 a 2
anos) liberam os artigos, tornando-se esses também de acesso aberto pela Via
dourada;
Por tempo limitado: periódicos oferecem alguns artigos em acesso aberto por
um tempo limitado, como uma promoção, mas em seguida são removidos.
No Brasil as iniciativas de acesso livre ao conhecimento começaram bem antes de 2002.
Em 1997, o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde
(BIREME), órgão da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) da Organização Mundial
de Saúde (OMS) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) lançam o projeto SciELO.
O SciELO tinha dois objetivos simultâneos. O primeiro era desenvolver
competência e infraestrutura para indexar e publicar na Internet um conjunto
selecionado de periódicos brasileiros, de diferentes disciplinas, que adotassem a
avaliação pelos pares, e lidar com textos em diversos idiomas. O segundo foi de
aumentar a visibilidade, uso e impacto dos periódicos indexados e das pesquisas que
publicam (PACKER et al., 2014).
O projeto piloto envolvia 10 títulos de periódicos científicos já indexados pelo Science
Citation Index (SCI), do então Institute for Scientifc Information (ISI) e atualmente conta com
números impressionantes compreendendo mais de 1200 títulos de periódicos e mais de 700 mil
artigos, com presença em 14 países, a saber: Brasil, África do Sul, Argentina, Bolívia, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. O
SciELO é considerado, juntamente com a Red de Revistas Cientificas de America Latina y el
Caribe, España y Portugal (Redalyc) o principal expoente do AA na América Latina, servindo
como modelo para o desenvolvimento de muitos outros portais de periódicos, como os da
Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM)61, da Universidad de Chile62 e da USP63,
todos os três contando com mais de 100 periódicos cada, sendo o da USP o maior deles, com
mais de 170 títulos registrados (BABINI, 2014).
Outra importante iniciativa surge do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT), principal órgão institucional na defesa e desenvolvimento de iniciativas
em prol do AA. Em 2005, O IBICT lançou o "Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à
Informação Científica" que objetivava:
promover o registro da produção científica brasileira em consonância com o
paradigma do acesso livre à informação;
61
Revistas UNAM Disponível em: http://www.revistas.unam.mx/
Portal de Revistas Académicas de la Universidad de Chile Disponível em: https://revistas.uchile.cl/
63
Portal de Revistas da USP Disponível em: http://www.revistas.usp.br/
62
�promover a disseminação da produção científica brasileira em consonância
com o paradigma do acesso livre à informação;
estabelecer uma política nacional de acesso livre à informação cientifica;
buscar apoio da comunidade cientifica em prol do acesso livre à informação
cientifica. (BRASIL, 2005).
E no que compete aos editores de periódicos científicos, o documento aborda no item
seguintes recomendações:
D. É imprescindível que as editoras comerciais de publicações científicas:
1. concordem em que os trabalhos por elas publicados com autoria de
pesquisadores que obtiveram recursos públicos para suas pesquisas tenham
uma cópia depositada em repositório de acesso livre;
2. tenham disponível uma versão eletrônica, em ambiente de acesso livre, das
publicações impressas por elas editadas cuja autoria seja de pesquisadores
que obtiveram recursos públicos para suas pesquisas (BRASIL, 2005).
O AA foi fortalecido ainda graças ao desenvolvimento de uma tecnologia que
possibilitou o surgimento de periódicos e portais de periódicos por todo mundo, especialmente
na América Latina. O Open Journal System (OJS), um sistema que gerencia todo o fluxo
editorial de um periódico desde a submissão até a publicação e que segue os preceitos políticos
e estruturais do AA. O OJS foi desenvolvido como parte de um projeto de pesquisa do Public
Knowledge Project (PKP) liderado por John Willinsky na University of British Columbia e teve
sua primeira versão lançada no ano de 2001. Seu diferencial era o software ser distribuído em
uma licença de código-aberto (open source) e com isso a comunidade pôde participar efetuando
melhorias no sistema, comunidade esta que só fez crescer ao longo desses anos.
De acordo com o Willinsky (2005) na época do desenvolvimento do OJS o movimento
do AA estava começando a surgir, porém a dificuldade de fazê-lo se expandir estava ligada
principalmente aos custos de manutenção de um periódico nesse modelo e, portanto, a PKP
decidiu investir em um sistema que utilizasse tecnologias open source e pudesse ser distribuído
sem custo a quem o quisesse utilizar. Assim, uma parte dos custos, aquela que estaria ligada ao
pagamento para a utilização de softwares de gestão de periódicos comerciais, poderia ser
eliminada. Atualmente o OJS tem sido utilizado64 na hospedagem de mais de 10 mil periódicos
em aproximadamente 3,7 mil instalações; e um terço desses periódicos estão localizados na
América Latina e Caribe, sendo o Brasil o país com o maior número de periódicos.
64
OJS Usage
Disponível em: https://pkp.sfu.ca/ojs/ojs-usage/
�Assim, após todas as iniciativas locais e os desenvolvimentos de portais de periódicos,
repositórios institucionais e portais de livros, todos em AA, o Brasil tem-se tornado um
expoente do movimento na América Latina e um destaque para o mundo65, tendo o segundo
maior número de periódicos registrados no Directory of Open Access Journals (DOAJ)66, o
oitavo país com o maior número de repositórios indexados no Directory of Open Access
Repositories (OpenDOAR)67, a décima primeira posição em quantidade de registros indexados
no Bielefeld Academic Search Engine (BASE)68 e o primeiro da América Latina em quantidade
de registros indexados na Red de Repositórios de Acceso Abierto a la Ciencia (LA
Referencia)69.
Podemos constatar, com base nas informações apresentadas que a ciência produzida e
publicada pelas instituições de ensino no Brasil, em geral, tem sido bem representada em termos
de veículos de comunicação científica. Isso, em princípio, fortalece a recomendação das
iniciativas brasileiras no sentido de que a produção científica financiada com recursos públicos
deva privilegiar sua publicação em AA.
Toda essa evolução do AA nos últimos anos levou ao estabelecimento de novos
modelos de negócios para os editores científicos comerciais, fazendo surgir, por exemplo, os
megajournals que são periódicos científicos que publicam conteúdos de todas as áreas do
conhecimento e que possuem um alto índice de publicação anual. O primeiro periódico a surgir
com esse modelo foi o PLOS ONE70. Lançado em 2006, a PLOS tinha como objetivo ser um
periódico acadêmico de AA capaz de englobar toda a ciência, fornecendo um local de
publicação eficiente para todos os artigos cientificamente saudáveis que pudessem explorar todo
o potencial do meio eletrônico, como os recursos da Web 2.0, criando, assim, uma ruptura
quanto à repetição do modelo impresso adotado pelos periódicos eletrônicos na época
(BINFIELD, 2009). Os números deste periódico impressionam, em uma busca por seu ISSN
(1932-6203) na base de dados WoS entre os anos de 2013 a 2017 filtrando somente artigos
65
As informações apresentadas a seguir referem-se a dados coletados no dia 19 de janeiro de 2018, podendo
sofrer alterações ao longo do tempo.
66
DOAJ Disponível: https://doaj.org/
67
OpenDOAR Disponível em:
http://www.opendoar.org/onechart.php?cID=&ctID=&rtID=&clID=&lID=&potID=&rSoftWareName=&search
=&groupby=c.cCountry&orderby=Tally%20DESC&charttype=pie&width=600&height=300&caption=Proporti
on%20of%20Repositories%20by%20Country%20-%20Worldwide
68
BASE Disponível: https://www.basesearch.net/about/en/about_countries_doc_dn.php?menu=2&submenu=1&subpage=about_countries_#table
69
LA Referencia Disponível em:
http://www.lareferencia.info/vufind/Search/Results?lookfor=&type=AllFields
70
PLOS ONE Disponível em: http://journals.plos.org/plosone/
�temos mais de 130 mil documentos indexados, com uma média de publicação de 26 mil artigos
por ano.
Mas o diferencial desse periódico é que ele segue o modelo da Via Dourada no qual o
autor paga a APC para publicar seu artigo, no caso da PLOS ONE o valor base é de USD$
1,495.00 por artigo; todavia, eles oferecem formas de desconto para autores habilitados, por
exemplo, universidades podem pagar uma taxa para obter descontos nas publicações de artigos
de seus pesquisadores, ou pesquisadores sem financiamento podem receber um desconto
percentual no pagamento da taxa (PLOS, 2018).
Porém a situação que se apresenta é se iniciativas como essa realmente fortalecem o AA,
ou o AA abriu um precedente para que as editoras comerciais possam continuar a lucrar sobre a
ciência. Empresas não podem ter prejuízo e com os constantes cortes de assinaturas de
periódicos em grandes Universidades as editoras precisaram se reorganizar (ANDERSON,
2017; SCHIERMEIER, 2018). Com isso, tem-se tornado comum os periódicos comerciais
adotarem um modelo híbrido de publicação: caso o autor queira que o artigo seja publicado em
AA ele terá que pagar uma taxa, caso deseje que o artigo fique restrito aos assinantes basta
ceder os direitos de comercialização à editora.
Estudos que permitam avaliar o percentual de artigos publicados em AA no modelo
híbrido ainda são imprecisos e demandam muito esforço para que possam ser gerados, pois
carecem de metadados específicos para isso nas bases de dados (LAAKSO; BJÖRK, 2016). A
Clarivate Analytics adicionou à WoS em dezembro de 2017 um novo filtro, específico para
documentos em AA, filtro este utilizado neste estudo, e que permitirá análises futuras mais
granulares das publicações, enriquecendo os debates e iniciativas para tornar o conhecimento
científico público e acessível.
Por fim, devemos lembrar que no ano de 2017 a BOAI completou 15 anos de sua
publicação e as palavras do Professor Jean-Claude Guédon resumem de forma bastante
preocupante o atual cenário do AA no mundo:
Nos quinze anos que nos separam do BOAI de 2002, o destino do Open Access
mudou marcantemente: de um movimento pequeno e marginal, passou a ocupar o
centro do palco em debates entre editores, bibliotecários, agências de financiamento,
administradores de pesquisa e pesquisadores. As posições foram invertidas, ao ponto
de muitos editores, incluindo todos os grandes e importantes, promoverem
ativamente uma forma de Acesso Aberto ou o que aparece como tal. Essas
inversões, como são, particularmente entre editores poderosos, sugerem que a
própria moldagem do Acesso Aberto está agora em jogo. Em particular, a promoção
dos editores do Acesso Aberto apresentado como Gold, mas limitando-se ao APCGold, representa uma clara indicação de que a batalha em torno do Acesso Aberto
foi reformulada de uma nova maneira: o Acesso Aberto lida com um sistema de
comunicação que pode ajudar a ciência, ou é um modelo de negócios no qual o
�Acesso Aberto está designado para reforçar a posição de alguns editores. Um critério
simples permite apontar de forma infalível para a questão central: quem controla o
quê? E se parece que o controle da comunicação científica escapa às comunidades
de pesquisa, até que ponto ameaça corromper a própria natureza da comunicação
científica. Visto da perspectiva dos países em desenvolvimento ou emergentes, ou
seja, visto da perspectiva de cerca de 80% da humanidade, a resposta é clara.
Encontrar dificuldades em seguir certas linhas de pesquisa ao receber o tipo de
reconhecimento que esse trabalho deve merecer é o lugar comum de muitos
pesquisadores em muitas partes do mundo (GUÉDON, 2017).
METODOLOGIA
O presente estudo se pauta em análise quantitativa, com finalidade exploratória,
utilizando-se de levantamento de dados e análise bibliométrica
As fontes de dados utilizadas foram a WoS e a SciELO.
Para o levantamento dos dados na WoS utilizou-se a Busca Avançada da base
utilizando-se os códigos de definição de período temporal de publicação (Publication Year /
Ano de Publicação: PY) definido para 1998-2016 (PY=1998-2016
5 anos antes do
71
lançamento da BOAI mais 14 anos posteriores) . Com a busca lançada verificou-se o total de
documentos indexados por ano e, posteriormente, utilizando o filtro de AA, verificou-se o total
de documentos indexados nessa categoria por ano.
Para a realização da análise comparativa específica do Brasil, utilizou-se o código de
ano de publicação para o mesmo período mencionado anteriormente, acrescido do código para
nome de país (Country/País: CU), estabelecendo a seguinte estratégia: PY=1998-2017 AND
CU=(Brasil OR Brazil).
Adotou-se a mesma estratégia apresentada anteriormente para a obtenção dos dados
completos e de AA do Brasil.
Ainda na análise específica do Brasil, recorreu-se à SciELO para obtenção da produção
científica publicada em periódicos não indexados na WoS, com vistas à análise do efeito da
consideração de um cenário mais abrangente, já que parte significativa dos periódicos
brasileiros não está indexada na WoS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados aqui apresentados encontram-se divididos entre a evolução do Acesso
Aberto no Mundo e no Brasil. Dessa forma, a Tabela 1 apresenta os dados referente a análise da
produção de documentos em Acesso Aberto (AA) comparada com aquela de Acesso Restrito
(AR) entre os anos de 1998 e 2016 no mundo:
71
O ano de 2017 não foi incluído nesta análise devido aos dados desse ano ainda não terem sido incluídos em
sua totalidade na base de dados, o que geraria uma discrepância nas análises.
�Tabela 1 Distribuição anual da produção científica mundial na WoS: total e documentos
em AR e AA (1998-2016)
A BOAI foi lançada em 2002 e com os dados de cinco anos anteriores à Iniciativa
podemos realizar uma comparação de crescimento percentual do Antes de 1998 a 2002 e do
Depois de 2003-2016. A tabela evidencia o constante crescimento do percentual de artigos em
AA na produção científica mundial, passando de 9,7% em 2002 a 23,8% em 2016, com um
crescimento médio nos dois períodos de 9% Antes e 17,3% Depois
ou seja,
aproximadamente o dobro. O final do período expressa que aproximadamente um quarto da
produção indexada na WoS já se encontra em AA à comunidade e se compararmos a
quantidade de documentos indexados em 2002 e aqueles indexados em 2016 temos um
aumento de mais de 500%. Todavia, analisando-se os dados de forma mais granular no que
diz respeito ao crescimento da média anual do número absoluto de artigos em AA, Antes da
BOAI temos 6,9% e no Depois 12,3%. Por outro lado, se analisarmos a produção científica
em AR verificamos que o percentual de crescimento médio de um ano para outro foi de 0,6%
Antes e 4% Depois. Assim, por meio dos dados apresentados, podemos verificar que os
conteúdos em AA indexados na WoS têm tido uma taxa percentual de crescimento anual bem
superior da produção em AR. Demonstrando que após o lançamento da BOAI as iniciativas se
intensificaram e os resultados têm sido bastantes positivos para o AA. O aumento pode ser
explicado pela maior qualificação dos periódicos, pelo aumento de títulos em AA indexados
�na WoS, em especial no ano de 2008, além da adoção do modelo híbrido de publicação por
boa parte das editoras comerciais.
Tabela 2 Distribuição anual da produção científica brasileira: total e documentos em AR
na WoS, e documentos em AA na WoS e SciELO (1998-2016)
Quanto à produção brasileira podemos verificar nos dados apresentados na Tabela 2
que o percentual de documentos em AA no Brasil é superior ao mundial. O aumento desse
percentual mostra-se constante, assim como no resto do mundo, porém mais expressivo:
enquanto em 2001 o AA mundial encontrava-se em 10%, no Brasil chegava a 16,3%, e ao
considerar-se as publicações em periódicos exclusivamente SciELO teríamos 20,5%; em 2016
os valores são ainda mais discrepantes, sendo de 23,8% para o mundo, e para o Brasil, 35,2%,
chegando a 41,4% com o SciELO; porém o ano que registrou os maiores índices no Brasil foi
o de 2011 com a participação do AA em 37,3%, e 43,6% considerado o SciELO. Vale
salientar ainda que Antes da BOAI a participação média de um ano para outro do AA era de
15,8%, passando a 30% Depois da BOAI. Adicionalmente, um fenômeno interessante foi
identificado no crescimento da média anual do número absoluto de artigos, que Antes da
BOAI era de 21,6%; diminuindo para 16,6% Depois. Mesmo assim pudemos identificar um
aumento entre 2002 a 2016 de 785% em termos de documentos indexados por ano. Somandose os dados da WoS aos da SciELO a média de participação anual brasileira melhora ainda
mais: Antes da BOAI era 19,8% e Depois atingiu o percentual de 36,3%. Demonstrando que
�além dos conteúdos indexados pelas bases de dados há uma vasta produção científica de
qualidade sendo feita em AA.
Tabela 3 Impacto de documentos em AR e AA no Mundo e no Brasil na WoS (19982016)
Considerou-se pertinente ainda para o estudo verificar o impacto dessa produção
científica em AA. A Tabela 3 apresenta dados comparativos de Impacto dos documentos AA
e AR somados e publicados entre 1998 e 2016 para o Mundo e para o Brasil em duas
categorias: Artigos mais citados e Hot Papers . Podemos verificar, analisando-se o Mundo,
que o total de artigos mais citados corresponde a somente 0,41% do total produzido no
período, porém em termos de participação entre AR e AA os dados demonstram que o
percentual do AA é três vezes maior que o do AR, 0,97% e 0,30% respectivamente. Em Hot
Papers evidencia-se situação similar, o percentual de AA é duas vezes mais o percentual de
AR, 0,2% e 0,1% respectivamente. Quanto ao Brasil, o percentual de documentos do país
mais citados é de 0,38% e o percentual de participação dos conteúdos em AA apesar de menor
que no resto mundo ainda assim é aproximadamente duas vezes superior aos em AR, 0,60% e
0,28 respectivamente; porém em relação aos Hot Papers o percentual de AA é três vezes
maior que o de AR sendo, respectivamente, 0,03% e 0,01%.
Dessa forma, com base nos dados aqui apresentados podemos atestar que a BOAI e
todas as iniciativas que se seguiram, e que a antecederam, foram fundamentais para tornar o
conhecimento científico mais acessível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto
publicação, em 2018 o arXiv completa 27 anos de lançamento, assim como a SciELO
72
Artigos mais citados são os documentos na WoS que obtiveram os mais altos índices de citação.
Hot Papers (artigos interessantes) são artigos que receberam reconhecimento rapidamente após sua publicação
atingindo assim um número considerável de citações e, portanto, ganhando destaque na base da WoS.
73
�comemora seus 20 anos de sucesso. Todas essas iniciativas marcaram a história do AA pelo
mundo e impactaram, positivamente, a vida de milhões de pesquisadores; e continuam a lutar
e fortalecer o movimento, pois a proposta se mostrou possível e coerente com os
investimentos públicos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação tornando seus resultados
acessíveis e sem custo à comunidade em geral.
Não obstante, as editoras comerciais continuam a deter o mando do jogo aplicando
modelos de AA, que diferentemente dos preceitos que moldaram o movimento, visam, em
primeiro estágio, o lucro. A preocupação do Prof. Jean-Claude Guédon quanto ao futuro do
AA não é uma voz solitária. A ele se unem vários pesquisadores e ativistas do movimento do
AA. Todavia, o objetivo maior da Iniciativa que era tornar o conhecimento livre à população
está se concretizando em um crescimento acentuado como pudemos verificar, especialmente
no Brasil, mas que pode ser verificado também na América Latina como um todo, graças ao
projeto SciELO, a adesão ao OJS e ao fortalecimento dos repositórios institucionais.
Finalmente, pode-se retomar a indagação inicial, concluindo que a publicação em AA vem
demostrando certo nível de consolidação, à medida que atinge cerca de um quarto de toda a
publicação indexada e mais de 500% de aumento dos documentos indexados anualmente
desde 2002. Definitivamente o Acesso Aberto veio para ficar e modificar as regras do jogo
científico.
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Produção científica em acesso aberto: o antes e o depois da iniciativa de Budapeste.
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Santana, Anderson; Mugnaini, Rogério
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O estudo objetivou analisar o aumento absoluto e relativo da produção científica em Acesso Aberto no Brasil e no Mundo levando-se em consideração que no ano de 2017 a ―Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto‖ completou 15 anos de sua publicação. A revisão de literatura apresentou os principais marcos e iniciativas do Acesso Aberto, como os portais de periódicos, e em especial a SciELO. Para a realização do estudo foram coletados dados da Web of Science (utilizando-se o novo filtro de Acesso Aberto) e SciELO dos anos de 1998 a 2016 (5 anos antes da publicação da Iniciativa de Budapeste e 14 anos depois) para análise comparativa da produção em Acesso Restrito e em Acesso Aberto. Os resultados demonstraram que a produção em Acesso Aberto é crescente no mundo, sendo ainda mais pronunciada no Brasil. Conclui-se o estudo atestando que a Inciativa de Budapeste e todas aquelas que se seguiram fortaleceram e instituíram o Acesso Aberto como um modelo sustentável e necessário para a divulgação dos resultados de pesquisas financiadas majoritariamente com recursos públicos.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA: PRESERVAÇÃO E TECNOLOGIA A
FAVOR DA MEMÓRIA
OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA: PRESERVATION AND TECHNOLOGY IN FAVOR
OF MEMORY
Resumo: O artigo visa mostrar o trabalho desenvolvido pelo Memorial Denis Bernardes da
Universidade Federal de Pernambuco em relação à catalogação, uso de técnicas de
preservação e o uso de tecnologia para a salvaguarda da memória em seus acervos.
Destacamos o acervo da Oficina Guaianases de Gravuras, movimento artístico cultural
ocorrido na década de 1970 em Pernambuco, o qual contou com a participação de artistas
como Ariano Suassuna, João Câmara e Tereza Costa Rêgo. Nos seus vinte e um anos de
existência, o Movimento produziu mais de 2.000 (duas mil) obras utilizando a técnica de
litogravura. Diante da importância artística e histórica do acervo, apresentamos o objetivo do
trabalho que consiste em relatar a experiência em foco, bem como, ressaltar a importância de
preservar e divulgar este acervo em mídia física e em mídia digital. Tais ações facilitarão o
acesso às obras para fins de pesquisa e conhecimento deste acervo, visto que, ele documenta o
passado da litogravura pernambucana e brasileira, que configura uma considerável fonte de
pesquisa não só na área de artes, como em toda a comunidade acadêmica.
Palavras-chave: Memória. Preservação. Acervo. Oficina Guaianases de Gravuras. Memorial
Denis Bernardes.
Abstract: The article aims to show the work developed by Memorial Denis Bernardes of the
Federal University of Pernambuco in relation to cataloging, use of preservation techniques
and the use of technology to safeguard memory in its collections. We highlight the collection
of the Guaianases de Gravuras Workshop, a cultural artistic movement that took place in the
1970s in Pernambuco, with the participation of artists such as Ariano Suassuna, João Câmara
and Tereza Costa Rêgo. In its twenty-one years of existence, the Movement produced more
than 2,000 (two thousand) works using the lithographed technique. Considering the artistic
and historical importance of the collection, we present the objective of the work that consists
in reporting the experience in focus, as well as highlighting the importance of preserving and
disseminating this collection in physical media and in digital media. Such actions will
facilitate access to works for the purposes of research and knowledge of this collection, since
it documents the past of the Pernambuco and Brazilian lithographs, which constitutes a
considerable source of research not only in the arts area, but also in the entire academic
community.
�Keywords: Memory. Preservation. Collection. Oficina Guainases de Gravuras. Memorial
Denis Bernardes.
1 INTRODUÇÃO
Inventada pelo Tcheco Aloysius Senefelder (1771-1834), a litografia ou litogravura é um
tipo de gravura que utiliza a técnica de impressão a qual envolve a criação de desenhos, marcas,
das outras técnicas da gravura, a litografia é planográfica, ou seja, o desenho é feito através da
gordura aplicada sobre a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos na matriz, como
Criada em 1974, a Oficina Guaianases de Gravuras (OGG) foi um movimento artístico
pernambucano, iniciado pelos artistas plásticos João Câmara e Delano e com os impressores
Alberto Souza Barros e Hélio Soares dos Santos, que aos sábados reuniam um pequeno grupo
de artistas para a produção das litogravuras, no ateliê de João Câmara na Rua Guaianases, bairro
de Campo Grande - Recife. Contudo o número de associados logo cresceu e passou a ser uma
sociedade sem fins lucrativos, mudando-se para o Mercado da Ribeira - Olinda, onde tornou-se
um movimento artístico com repercussão nacional, do qual fizeram parte muitos artistas como
Ariano Suassuna, Tereza Costa Rêgo, Raul Córdula e Inalda Xavier. A partir daí deixou de ser
apenas um ateliê, passando a abrigar também uma galeria para exposições, cursos, etc.
Este movimento durou cerca de 21 (vinte e um) anos, sendo desfeito oficialmente numa
assembleia geral em janeiro de 1995 por dificuldades e crise administrativa. Neste mesmo ano,
seu acervo com mais de 2.000 (duas mil) litogravuras, duas prensas e cerca de 700 pedras
litográficas, foram doados à Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), sendo abrigados
pelo Departamento de Teoria da Arte onde passou a ser chamado de Coleção Histórica da
Oficina Guaianases e criando o Laboratório Oficina Guaianases de Gravura (LOGG),
localizado no Centro de Artes e Comunicação (CAC) da mesma universidade.
No ano seguinte, a UFPE convidou o ex-impressor da OGG Mestre Hélio Soares dos
Santos para comandar o LOGG. Aceitando o convite, ele voltou da Paraíba e passou a morar no
bairro da Várzea
Recife. No laboratório, ele fez a higienização de todo o material e passou a
orientar os alunos de vários cursos, entre eles, de Artes Plásticas e Licenciatura em Educação
Artística.
O presente trabalho está estruturado em cinco seções, sendo a primeira, a Introdução,
onde é apresentado um pouco da história do Movimento e do acervo em questão; a segunda
seção, Materiais e Métodos, descreve a metodologia utilizada para a construção do estudo; a
�terceira seção, Revisão de Literatura, explica alguns conceitos básicos sobre biblioteca
universitária, biblioteca universitária virtual ou ubíquas e instituições de memória; a quarta
seção, relata experiências e resultados da pesquisa e a quinta seção, contém as considerações
finais seguida das referências.
2 Materiais e métodos
Para a realização desse trabalho foram utilizados artigos científicos, monografias, entre
outros, dos quais tratavam de assuntos relacionados a Oficina Guaianases de Gravuras e afins.
A partir dos mesmos foi realizada uma pesquisa bibliográfica para obtenção de dados que
enriqueceram este relato.
3 Revisão de literatura
3.1 Biblioteca universitária
As universidades trouxeram mudanças para as bibliotecas, a exemplo da Sorbonne de
Paris, onde as pessoas tentaram organizar os livros pelo alfabeto. Em Oxford, no século
seguinte, já se usava o sistema arábico de numeração. Dessa forma, de acordo com Battles, é
entre os Séculos XIII e XIV que os estudiosos começam a tentar sistematizar as bibliotecas
universitárias através da elaboração de sistemas racionais, listagens e catálogos. (2003, p.80
apud SOUSA, 2009, p. 11).
As bibliotecas universitárias são bibliotecas especializadas em informações inerentes a
unidades de ensino superior, com o objetivo de fornecer insumos para a formação de
profissionais e pesquisadores. Disponibilizam materiais e documentos de acordo com as
necessidades de informação dos pesquisadores, professores e alunos de todas as áreas da
instituição. Além disso, apresentam a função de guarda da memória institucional, ou seja, do
material que é produzido pela universidade. Diante desse contexto, buscam priorizar que a
informação adequada chegue de forma otimizada ao usuário, ampliando o campo de estudo e
direcionando as informações necessárias ao pesquisador.
As bibliotecas guardam parte de nossa história e informações de diversas áreas do
conhecimento, sendo fundamentais para o desenvolvimento cultural e social dos cidadãos.
Desempenham um papel importante na sociedade e tem como objetivo disseminar informação,
sendo, portanto, importante manter o acervo longe de qualquer perigo que coloque em risco o
material. Assim, é preciso preservar e conservar os acervos de bibliotecas, visando a sua
proteção e garantia de uso e proteção (BARBOSA, 2015, p. 10).
�3.1.1 Biblioteca universitária virtual ou ubíquas
Além de acervos físicos, as bibliotecas se mantiveram atualizadas e começaram a
adquirir acervos virtuais com o intuito de otimizar o acesso à informação, facilitando a
realização de pesquisas em seu ambiente ou fora dele.
O oferecimento de serviços de acesso, distribuição, preservação e integridade
correspondem às demandas do público que necessitam de atendimento em tempo hábil.
Contudo, ocasionalmente, tais demandas não são totalmente satisfeitas por motivos variados,
como a falta de profissionais especialistas ou a escassez de investimentos para o devido
tratamento de conservação e restauro das obras. As bibliotecas físicas, especialmente as
universitárias, são
melhor canal para que tais finalidades sejam atingidas, do desenvolvimento de
produtos/serviços de informação à socialização dos mesmos a fim de atender demandas
específicas de uma sociedade que faz do aprendizado contínuo, a sua maior marca (ABREU,
2012, p. 34).
Na universidade, a preservação do conhecimento é uma das funções primordiais. O
computador ou mais precisamente, a convergência digital dos vários meios de comunicação
(impresso, vídeo e sonoro) e das experiências sensoriais por meio da realidade virtual já foi
além da imprensa e de seus impactos no conhecimento. Através dos séculos, o ponto focal da
universidade tem sido a biblioteca, com o seu acervo de obras impressas preservando o
conhecimento da civilização. Atualmente, esse conhecimento existe sob muitas formas: texto,
gráfico, som, algoritmo e simulação da realidade virtual e, ao mesmo tempo, ele existe
literalmente no éter, isto é, distribuído em redes mundiais, em representações digitais, acessíveis
a qualquer indivíduo e, com certeza, não mais uma prerrogativa de poucos privilegiados da
academia (CUNHA, 2000, p. 72).
Esse tipo de biblioteca foi nomeado de biblioteca Ubíqua. Bibliotecas ubíquas são
ambientes sem barreiras de tempo ou espaço, acessíveis em tempo integral. Fazem uso de
dispositivos móveis para oferecer serviços e além disso, o usuário pode acessar o site e o
catálogo de qualquer lugar e ter acesso a uma diversidade de materiais. Para isso, serão
utilizadas as ferramentas do século XXI, como tablets, celulares, e-books, e redes sociais,
ferramentas estas que permitem ao usuário estar conectado 24h. Sendo assim, as bibliotecas
também devem buscar meios para garantir que o acesso seja cada vez mais facilitado, por meio
de serviços online ou fisicamente. Esta é a nova missão da biblioteca universitária: tornar
absolutamente ubíquos e pervasivos o acesso à informação, à comunicação e à aquisição de
conhecimento (SILVEIRA, 2014, p. 72).
�3.2 Instituições de Memória
A expressão lugares de memória foi criada pelo historiador francês Pierre Nora.
Convencido de que no tempo em que vivemos, os países e os grupos sociais sofreram uma
profunda mudança na relação que mantinham tradicionalmente com o passado, Pierre Nora
acredita que uma das questões significativas da cultura contemporânea situa-se no
entrecruzamento entre o respeito ao passado
seja ele real ou imaginário
e o sentimento de
pertencimento a um dado grupo; entre a consciência coletiva e a preocupação com a
individualidade; entre a memória e a identidade (NEVES, 2007).
Para Pierre Nora, os lugares de memória são em primeiro lugar, lugares em uma tríplice
acepção: são lugares materiais onde a memória social se ancora e pode ser apreendida pelos
sentidos; são lugares funcionais porque tem ou adquiriram a função de alicerçar memórias
coletivas e são lugares simbólicos onde essa memória coletiva
vale dizer, essa identidade - se
expressa e se revela. São, portanto, lugares carregados de uma vontade de memória (NEVES,
2007).
A memória é um dos alicerces que dá sentido à vida. Com uma instituição não é
diferente. Preservar a memória institucional é manter a instituição viva e uma forma de
fortalecer suas bases. Para que essa memória seja preservada, é preciso conservar fotos,
documentos, objetos e organizar os registros dos fatos. Os erros e acertos do passado ajudam a
entender o presente e a planejar ações futuras (BRASIL, 2017.).
No século XXI, as instituições deixaram visíveis o grande interesse em resgatar,
organizar, assegurar e disponibilizar a história da instituição, seus objetivos e suas memórias.
Por lidar com o tratamento da informação, pesquisa, preservação, organização, registro e
divulgação, compete ao profissional da informação o dever de organizar, projetar e desenvolver
a Memória Institucional (SILVA, 2015).
Preservar a memória institucional não é só resgatar o passado. Também é compreender
as diferenças e reconhecer os limites de cada período. É ter referenciais consistentes para
construir o presente e planejar o futuro. É descobrir valores e renovar os vínculos. É refletir
sobre a história, não apenas como quem recorda, mas exercitando uma verdadeira práxis, em
que a reflexão e a prática andam lado a lado (BRASIL, 2017)
4 Relato de experiência
O acervo em questão ficou sob guarda da Biblioteca Joaquim Cardozo (BJC) no CAC
por um período relativo em que não houve tratamento específico com o material. Em
�decorrência disso, a maioria dessas gravuras não foi tratada tecnicamente, despertando
preocupação nos funcionários que, desde 1998, buscavam ações efetivas para o tratamento
técnico do acervo, unindo-se aos professores do departamento de Ciência da Informação,
professores do curso de Biblioteconomia, estudantes e técnicos em informática da UFPE.
Em 2002, a Biblioteca Joaquim Cardozo dá início aos trabalhos de preservação e ao
tratamento técnico de suas coleções especiais. Por meio do projeto financiado pela Petrobrás
, a coleção passou por
Cult
higienização, restauração, catalogação, digitalização e publicação de 929 imagens (todas
autorizadas pelos artistas) na internet. Após o término das atividades do projeto, com o acervo
higienizado e restaurado, foram realizadas exposições com o intuito de divulgar a coleção
(MENDES; SANTOS; SANTIAGO, 2010, p.60), dentre elas, uma que foi realizada no
Consulado Geral do Brasil em Nova York.
Em junho de 2008, o Consulado Geral do Brasil em Nova York, com produção da
Universidade Federal de Pernambuco e o patrocínio do Ministério das Relações Exteriores do
Brasil, sediou a exposição Oficina Guaianases e Laboratório OGG da UFPE: Tradição e
Experimentação, apresentando litogravuras produzidas no período de 1975-1994, além de
trabalhos de professores do Laboratório Oficina Guaianases de Gravuras (LOGG) da UFPE. Em
fevereiro de 2009, a Galeria Capibaribe, no Centro de Artes e Comunicação da UFPE, realizou
a exposição Oficina Guaianases de Gravuras - Anos 70, divulgando peças do acervo doado à
UFPE que vai do popular ao erudito de inspiração popular, além de produções abstratas de arte
moderna e contemporânea. Grande parte da coleção é de arte figurativa, com predominância de
figuras femininas (GASPAR, 2009).
Entre 2011 e 2013, a professora Irani Garbuglio incentivou uma aluna da disciplina de
Gravura a levar o conhecimento da gravura a uma turma de artes do 8º ano em escola particular
do município de Jaboatão dos Guararapes, região me-tropolitana de Recife-Pe. Ela conta que
sua aluna-professora Milena Leite dividiu a experiência em três momentos, sendo o primeiro
em sala de aula, onde os alunos viram os aspectos históricos e técnicas possíveis de serem
realizadas. No segundo, eles fizeram uma experiência de xilogravura em sala de aula utilizando
madeira reciclada ou MDF, ponta seca em suporte de acetato, CDs usados, entre outros
materiais com as impressões feitas com tinta guache. E por fim, eles foram levados ao ateliê da
UFPE onde tiveram contato com todos os materiais e equipamentos utilizados na produção de
gravura no curso de Licenciatura em Artes Visuais e vivenciaram todo o processo da produção
das gravuras. O resultado esperado não poderia ter sido melhor, os educandos vivenciaram a
teoria e a prática da gravura, conheceram o espaço acadêmico onde ela é ensinada, tiveram
�contato com o artista e impressor Hélio Soares, responsável pelo ateliê de Litogravura da
UFPE (GARBUGLIO, 2015, p. 127).
4.1 Acondicionamento de Memória
Em 2016, o acervo da Oficina Guaianases de Gravuras (OGG) foi realocado novamente
por meio dos esforços do professor Maurício Rocha de Carvalho, coordenador do Memorial e
de toda equipe. A coleção foi transportada para o Memorial Denis Bernardes, localizado na
Biblioteca Central da UFPE, pois se encontrava em um local que não apresentava condições
adequadas para a guarda e acondicionamento das obras.
O acervo contendo litogravuras, pedras, álbuns, folders, cartazes e documentos passou
por processos de inventário, classificação, indexação e catalogação. Durante a análise do
material, percebeu-se que, o catálogo produzido pelo projeto Arte e Tecnologia: Cuidando da
Memória, não abrange todas as obras do acervo. Notou-se também que há obras descritas que
não contém imagens, visto que só foram digitalizadas 929 pelo projeto, além de que não há
registro imagético das pedras, álbuns, folders, cartazes e documentos.
Propõe-se, dessa forma, a produção de um novo catálogo, que contemple a totalidade do
acervo com imagens resultantes de digitalização em parceira com o Laboratório de Tecnologia
da Informação da UFPE (Liber). O resultado final desse trabalho seria disponibilizado e
divulgado na Internet, de forma gratuita, possibilitando, assim, o acesso remoto. Contudo,
algumas litogravuras ainda permanecem sem identificação de artista e/ou data e passarão pela
avaliação de um especialista, antes que sejam divulgadas de forma mais ampla.
As litogravuras identificadas passaram por todo processo citado anteriormente e
encontram-se acondicionadas em 34 gavetas de mapotecas, que foram organizadas por ordem
alfabética dos artistas. As demais se encontram em outras mapotecas à espera da avaliação. Os
álbuns, folders, cartazes e documentos também estão em mapotecas separadas por tipo de
acervo, estando apenas as pedras em uma estante. Todos esses materiais ainda aguardam o
tratamento devido.
�Fonte: Print screen do site da biblioteca UFPE
Fonte: Tony Macedo (2017)
�Além da proposta da digitalização do acervo e produção do catálogo, há também uma
proposta de divulgar este acervo no site Flickr. Ele é um site da web onde pode ser sediado e
partilhado fotos e vídeos em álbuns, podendo ser compartilhados de modo público ou privado.
Alguns serviços online que fazem parte do conceito Web 2.0 são: iGoogle, Google
Docs, Joost, Flickr e muito mais, os quais provam ser possível utilizar programas como edição
de textos, por exemplo, sem precisar instalar nenhum aplicativo. Sem dúvida, o Flickr é um dos
melhores serviços online para compartilhamento de imagens atualmente (CAMARGO, 2008).
Como para explorar o Flickr não é necessário cadastro, qualquer um pode acessar as
publicações em modo público. Visando essa facilidade de acesso, pensou-se na possibilidade de
disponibilizar todas as imagens do acervo da Oficina Guaianases de Gravuras (OGG). Em 2017,
foram postadas mais de 100 (cem) imagens das obras desse acervo no Flickr, tendo como
objetivo, estender a ação às outras imagens.
Fonte: Print screen do site Flickr
No mesmo ano, com o apoio do Memorial Denis Bernardes e outros, foi realizada a
Exposição Pedra Nua no hall do Centro de Artes e Comunicação, que teve como objetivo
mostrar a nudez como forma artística em algumas das obras da Oficina Guaianases de Gravuras
(OGG). Na exposição, foram utilizadas reproduções de 20 (vinte) obras que foram digitalizadas
pelo projeto Arte e tecnologia: Cuidando da Memória. As obras da Oficina Guaianases de
Gravuras estão incluídas em outros projetos de exposições que visam divulgar esse grande e
importante acervo.
�5 Considerações finais
Ressaltamos, então, a importância de mantermos o acervo original da Oficina
Guaianases de Gravuras (OGG) preservado e conservado, para resguardar a memória dessas
obras de importância ímpar. Em mídias em mídia física, onde as obras vão sempre estar
catalogadas, classificadas, iventariadas, indexadas, acondicionadas corretamente e disponível
para acesso local, quanto em mídia digital, a qual ficará disponível 24 horas com livre acesso,
fazendo assim com que ele possa ser sempre consultado e utilizado para o conhecimento e
aprendizado de muitos com qualidade e facilidade.
Assim, a biblioteca ubíqua vem para somar na preservação da memória, visto que , vai
facilitar nesse aspecto da melhor acessibilidade e quebra o conceito de que preservação de
memória é algo velho, uma vez que se usa a tecnologia para preservar e disponibilizar diversos
acervos.
Referências
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�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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Oficina Guaianases de gravura: preservação e tecnologia a favor da memória.
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O artigo visa mostrar o trabalho desenvolvido pelo Memorial Denis Bernardes daUniversidade Federal de Pernambuco em relação à catalogação, uso de técnicas de preservação e o uso de tecnologia para a salvaguarda da memória em seus acervos. Destacamos o acervo da Oficina Guaianases de Gravuras, movimento artístico cultural ocorrido na década de 1970 em Pernambuco, o qual contou com a participação de artistas como Ariano Suassuna, João Câmara e Tereza Costa Rêgo. Nos seus vinte e um anos de existência, o Movimento produziu mais de 2.000 (duas mil) obras utilizando a técnica de litogravura. Diante da importância artística e histórica do acervo, apresentamos o objetivo do trabalho que consiste em relatar a experiência em foco, bem como, ressaltar a importância de preservar e divulgar este acervo em mídia física e em mídia digital. Tais ações facilitarão o acesso às obras para fins de pesquisa e conhecimento deste acervo, visto que, ele documenta o passado da litogravura pernambucana e brasileira, que configura uma considerável fonte de pesquisa não só na área de artes, como em toda a comunidade acadêmica
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Eixo II- Pesquisa e Extensão
O LUGAR DA COMUNICAÇÃO NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
THE PLACE OF COMMUNICATION IN UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
LIBRARY SYSTEM
Resumo: Pesquisa concluída no mestrado em Comunicação na Universidade Federal de
Goiás, na linha de Mídia e Cultura. O objetivo principal foi o de refletir sobre o modelo de
comunicação do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás a partir da
observação da Biblioteca Central como parâmetro e representação do todo. Utilizou-se o
estudo de caso como método e técnicas de coleta de dados consideradas apropriadas ao que se
desejava compreender, tais como a revisão de literatura, o diário de campo e a pesquisa
institucional ou administrativa. A fundamentação teórico-metodológica foi baseada no
pensamento complexo de Edgar Morin. Observou-se que o Sistema de Bibliotecas possui um
modelo de comunicação próprio que é baseado em sua cultura organizacional, bem como em
seus valores, missão, visão e filosofia; e que também é coerente com o modelo de gestão do
da biblioteca, que é o da corresponsabilidade. Concluiu-se que a comunicação ocupa um lugar
estratégico na gestão da biblioteca.
Palavras-chave:
universitária.
Comunicação.
Comunicação
organizacional.
Cultura.
Biblioteca
Abstract: Research completed by the masters in Communication at the Federal University of
Goiás, in the line of Media and Culture. The main goal was to reflect on the communication
model of the Library System at the Federal University of Goiás from observation of the
Central Library as a parameter and representation of the whole. Using the case study method
and data collection techniques considered appropriate when that longed to understand, such as
the literature review, the field journal and institutional or administrative research. The
theoretical-methodological ground was based on Edgar Morin complex thought. It was
observed that the Library System has a communication model that is based on your
organizational culture, as well as in its values, mission, vision and philosophy; and that is also
consistent with the library's management model, which is that of co-responsibility. It was
concluded that the communication occupies a strategic place in the management of the
library.
Keywords: Communication. Organizational communication. Culture. University library.
�INTRODUÇÃO
disponibilidade de publicações sobre a mesma foram o ponto de partida para a pesquisa
empreendida no mestrado em Comunicação da Universidade Federal de Goiás (UFG). A
partir disso, aliado aos resultados de pesquisas anteriormente realizadas sobre a temática,
propôs-se investigar o modelo de comunicação do Sistema de Bibliotecas da UFG
(Sibi/UFG).
O objetivo principal da pesquisa foi o de refletir sobre o modelo de comunicação do
Sibi/UFG a partir da observação da Biblioteca Central (BC) como parâmetro e representação
do todo52. Através da análise da comunicação instituída, buscou-se perceber a filosofia, os
valores e as políticas adotadas para a comunicação no Sibi/UFG visando projetar ângulos e
facetas deste processo. Neste sentido, foi dada ênfase à comunicação como um fenômeno que
é, ao mesmo tempo, complexo, multidimensional e plural; que acontece de maneira formal e
informal, com ou sem a anuência da organização
tendo-se em vista que a comunicação é um
processo inerente às pessoas e, consequentemente, às organizações.
Para se alcançar os objetivos propostos utilizou-se o estudo de caso como método e
técnicas de coleta de dados consideradas apropriadas ao que se desejava compreender, tais
como a revisão de literatura, o diário de campo e a pesquisa institucional ou administrativa
que foi ótima na busca por compreender quem é o Sibi/UFG, como trabalha, quem são seus
públicos e o que prioriza como diretrizes para a comunicação.
Foi realizada uma pesquisa de natureza qualitativa, envolvendo grande variedade de
materiais empíricos que, de certa forma, descrevem a rotina e os significados da comunicação
no do Sibi/UFG. No entanto, não se abriu mão dos dados quantitativos, considerando-os
complementares à pesquisa. Neste sentido, foram pesquisados empiricamente dois grupos
distintos: GRUPO 1
composto por colaboradores da BC de três seções consideradas
relevantes para a pesquisa; GRUPO 2
composto por usuários da BC escolhidos
aleatoriamente a partir do software gerenciador das bibliotecas da UFG. Foi construído um
questionário para cada um dos grupos, sendo que para o GRUPO 1 (25 sujeitos) o
52
O Sibi/UFG, na época, possuía nove unidades: sendo quatro em Goiânia, capital do Estado, e as demais no
interior. Hoje são dez unidades, sendo cinco na Capital.
�questionário foi aplicado pessoalmente, um a um; e para o GRUPO 2 (316 sujeitos) foi
enviado via Google Forms.
A pesquisa foi desenvolvida à luz do pensamento de Morin (2002, 2005a; 2005b,
2008) sobre a complexidade e das concepções de Wolton (2010) acerca da comunicação
dois dos autores guia ao longo de todo o estudo. Além destes, a pesquisa exigiu leituras
específicas também da área de Ciência da Informação/Biblioteconomia por haver
convergência das duas áreas no trabalho realizado na Assessoria de Comunicação do
Sibi/UFG.
A PESQUISA NO SIBI/UFG
A pesquisa bibliográfica permitiu levantar obras e trabalhos oriundos de outras
pesquisas que tangenciam a temática estudada. Já a partir da pesquisa documental se levantou
a história não só do Sibi/UFG como também da Assessoria de Comunicação, que é o ponto de
partida do projeto que deu origem à pesquisa realizada.
Criado em 1992 a partir de um projeto de fim de curso de alunos do curso de Relações
Públicas da UFG, a Assessoria de Comunicação está instalada na Biblioteca Central (BC),
órgão gestor do Sistema de Bibliotecas da UFG, e configura como um departamento
consolidado na estrutura do Sibi/UFG. O setor funcionou, durante seus primeiros anos, como
parte da Seção de Referência. A partir de 1997 uma profissional de Jornalismo, lotada na BC,
assumiu a função de gerir o processo de comunicação nas bibliotecas e o setor foi
desmembrado, tomando corpo próprio.
No entanto, isto não significa que o setor tenha passado a atuar de forma
independente; pelo contrário, na pesquisa ficou claro que a maior parte de suas atividades está
interligada à Seção de Referência e à Gerência de Circulação, por estes serem os dois setores
que oferecem a maioria dos produtos e serviços da biblioteca. Percebeu-se que há um modelo
de comunicação do Sibi/UFG e que este está impregnado do modelo de gestão da biblioteca, o
qual é baseado na participação, nas decisões colegiadas e na corresponsabilidade. De modo
que as decisões inerentes à Assessoria de Comunicação, e ao processo de comunicação em si,
também são tomadas de forma colegiada, com participação e corresponsabilidade da direção
do Sibi. Mesmo porque, não faria sentido algum o planejamento de comunicação não estar
alinhado às propostas, ideias e visões da gestão da biblioteca.
A Assessoria de Comunicação do Sibi/UFG
cuja implantação completou 25 anos em
2017, reúne e executa 38 atividades, entre permanentes e esporádicas. Tais atividades são
�previamente definidas em um plano anual de comunicação que é construído em conjunto com
a direção do sistema e as gerências das seções. Este plano reúne desde as atividades mais
simples
como elaborar a lista de aniversariantes e o envio de agradecimentos por doações
recebidas, até as mais complexas
como: a produção do vídeo institucional da biblioteca, do
roteiro à finalização; a manutenção do site do Sibi/UFG, incluindo aí o contato com os
usuários pelo Fale Conosco; o contato via redes sociais com os usuários e o público em geral,
entre outros.
Observou-se que a responsabilidade principal da Assessoria de Comunicação do
Sibi/UFG é a de gerir a comunicação das bibliotecas com seus públicos, facilitando o diálogo
entre um lado e outro. Para tanto, utiliza das ferramentas disponíveis, desde os meios
tradicionais
telefone, boletim informativo, cartaz, panfleto e folder; até os mais recentes:
website, e-mail, intranet e redes sociais (no caso, Facebook e WhatsApp).
No Sibi/UFG a Assessoria de Comunicação segmenta o público em três categorias
bem definidas, o que permite direcionar melhor as ações. São eles:
a) P
colaboradores das bibliotecas, que inclui servidores do
quadro permanente, terceirizados, bolsistas, estagiários, pessoal da limpeza e da segurança;
b) P
terceirizados e visitantes, e pelos estudantes da instituição de todos os níveis, da creche até a
pós-graduação, passando pelos intercambistas e oriundos de projetos;
c) P
53
.
A partir de entrevistas com ex-diretores e servidores mais antigos de casa que atuavam
na BC, ainda na fase inicial da pesquisa, foi possível inferir que a inserção do trabalho de
comunicação, desde o princípio, foi bem aceita pelo grupo de colaboradores. O que leva a crer
que havia uma lacuna a ser preenchida. E, talvez por isso, conseguiu-se firmar sua
necessidade na estrutura da biblioteca, de forma que as equipes já não veem a organização
sem a Assessoria de Comunicação. E, apesar de o setor não existir oficialmente no
organograma do Sibi/UFG, cujo desenho utilizado era, à época da pesquisa, baseado no
primeiro regimento, de 1980, não havia conflitos acerca de sua necessidade e de sua atuação,
seja dentro do Sistema de Bibliotecas, seja na instituição maior, a UFG54.
53
Por questões metodológicas, o público externo não foi considerado para efeito da pesquisa empírica.
No Regimento do Sibi/UFG aprovado no final de 2015 a Assessoria de Comunicação foi oficializada no
organograma.
54
�Pelo contrário, a Assessoria de Comunicação do Sibi é reconhecida institucionalmente
e inclusive, atua em parceria com a Assessoria de Comunicação da universidade
a
Ascom/UFG. Assim, não é demais afirmar que a comunicação na biblioteca se constitui em
um processo no qual todo o Sibi/UFG participa, de forma direta ou indireta, e que vem sendo
constituído e consolidado ao longo destes anos na cultura55 da organização como um setor que
é imprescindível para o bom desenvolvimento de suas atividades.
Outro aspecto identificado, utilizando-se de relatórios gerais e das seções e das
entrevistas, é que a implantação de um novo software gerenciador nas bibliotecas do
Sibi/UFG em 2004 contribuiu para o fortalecimento da Assessoria de Comunicação em sua
estrutura, de forma direta e indireta. Conforme os relatos coletados entre os servidores, a
partir daquele ano o setor passou a atuar de forma mais integrada às demais seções da
biblioteca, em particular no que diz respeito à divulgação dos novos produtos e serviços
propiciados pelo software implantado. Percebeu-se que, por um lado, tal integração aumentou
significativamente o montante de serviço do setor; por outro, acabou por reforçar sua
importância na estrutura da biblioteca.
Daí se pôde inferir que a Assessoria de Comunicação do Sibi/UFG foi fortalecida com
a mudança de software, pois teve sua importância ampliada, alcançando todas as instâncias do
um setor de comunicação presente em suas estruturas para assessorá-las. Como já dito, a
Assessoria está fisicamente instalada na BC e realiza suas atividades com o apoio das gestões
locais de cada biblioteca.
O que, aliás, pode ser considerado um ponto fraco
a ausência de um setor, ou de uma
pessoa dedicada, para gerenciar o processo de comunicação em cada uma das bibliotecas de
acordo com suas necessidades locais, visto que a quantidade de serviço tem aumentado e que
as bibliotecas seccionais têm sentido a necessidade de ter um apoio mais próximo para suas
atividades de comunicação. Até 2005 o Sibi/UFG era composto por três bibliotecas, todas
instaladas em Goiânia; à época da pesquisa eram nove, hoje já são dez e há previsão de mais
duas a serem construídas em médio prazo. O novo software gerenciador permitiu a
incorporação das unidades seccionais ao sistema, o que levou ao aumento do raio de atuação
tanto do Sibi/UFG quando da sua Assessoria de Comunicação.
Foi usada
[...] caracteriza as sociedades
humanas é organizada/organizadora via o veículo cognitivo da linguagem, a partir do capital cognitivo coletivo
dos conhecimentos adquiridos, das competências aprendidas, das experiências vividas, da memória histórica, das
crenças míticas de uma sociedade. [...] E, dispondo de seu capital cognitivo, a cultura institui as regras/normas
�RESULTADOS E DESAFIOS
Neste estudo partiu-se da ideia de que a biblioteca é uma organização complexa.
Considerou-se que seja complexa em si mesma, como organização, pois reúne e realiza todas
as funções administrativas
de planejamento, organização, direção, coordenação e controle. E
também mantém relações de complexidade com o ambiente do qual faz parte, que, no caso, é
a UFG.
No pensamento acerca da complexidade de Morin (2005a) as organizações são vistas
como sistemas vivos, que interagem com o ambiente que integram, estabelecendo relações de
causalidade linear, circular e retroativa. Assim, as organizações estão em constante processo
de ordem e desordem, de junção e disjunção, de certeza e incerteza, provocando e
estimulando movimentos simultâneos de auto-organização e autoprodução. É o caso das
bibliotecas, que estão em contínuo processo de organizar e reorganizar acervos; de unir e
separar atividades conforme as necessidades; de produzir de acordo com as demandas ou
previamente a elas, entre outras ações diárias.
A compreensão destes movimentos simultâneos requer uma visão complexa,
multidimensional, pois há, entre os componentes de um sistema complexo, uma
interdependência. O que reforça o princípio hologramático, que diz que o todo está gravado
na parte que está incluída no todo, sem, no entanto, significar que a soma das partes seja igual
ao todo
MORIN,
2005b, p. 114). Trazendo para a pesquisa em questão, observou-se que a biblioteca tem uma
cultura própria, que afeta e é afetada pelo meio em que ela está inserida, ou seja, pela cultura
da UFG. E, ao se ampliar o olhar, notar-se-á que a biblioteca também é afetada pela cultura da
sociedade goiana enfim.
Na pesquisa foi possível apreender a comunicação como um mundo de significações
que produz e que é produtora de sentidos
a partir de Edgar Morin, com a visão da
complexidade, que é multidimensional e foge do simplismo; e da visão de Dominique
Wolton, da comunicação como um processo, não produtor de mera informação, mas sim de
comunicação. Ao longo da pesquisa foi possível perceber que comunicar é um processo mais
amplo, relacional, que envolve negociação com a alteridade, principalmente em tempos de
novas tecnologias, internet e redes sociais. E que os processos de trabalho, de relacionamento,
�de intercâmbio de informações, entre outros aspectos, fazem parte da cultura e da
comunicação, por isso a comunicação e a cultura foram situadas como processos recursivos,
dialógicos e hologramáticos
que são os três pilares do pensamento de Edgar Morin acerca
da complexidade.
Foi possível observar que há um modelo de comunicação próprio do Sibi/UFG, que
representa a cultura vivida na organização, por isso o modelo de comunicação é tal como é.
Ele expressa, de certa forma, a cultura do Sibi/UFG, que tem, por princípio de gestão, o da
corresponsabilidade, porém ainda bastante hierarquizado, como a grande maioria das
instituições. Na perspectiva estudada, ambos os processos
de cultura e de comunicação,
foram vistos como estando interligados, um influenciando o outro; em um processo sempre
em construção, pois vão sendo moldados à medida que o próprio Sibi, seus colaboradores e
usuários se relacionam, interagindo de forma contínua e permanente.
Em seu modelo, a comunicação do Sibi/UFG com seus públicos é baseada na
democratização da informação, no sentido de que todos devem ter acesso às informações de
forma igualitária
seja a informação como insumo, sobre um curso ou um serviço novo, seja
a informação materializada nos livros, por exemplo. Esta premissa
da democratização da
informação, inclusive, é um dos princípios básicos que regem o funcionamento do Sistema de
Bibliotecas da UFG. E para dar acesso às informações de forma igualitária a todos os públicos
são utilizados variados meios de comunicação visando alcançá-los. Sendo que a comunicação
com o público interno, ou seja, com aqueles que atuam nas bibliotecas como colaboradores, é
privilegiada. Mas privilegiada no sentido de este ser o primeiro público a ser informado
pois, como nos dizem Brandolini, Frígoli e Hopkins (2009), é preciso gerar confiança entre os
empregados e o projeto de trabalho que se realiza na organização, bem como reproduzir sua
cultura.
Ao longo da pesquisa vi que há um plano de comunicação estruturado em conjunto
com a direção do Sistema de Bibliotecas e cujas ações se fazem presentes nas várias
atividades realizadas pelas bibliotecas da UFG, em particular no que diz respeito ao
atendimento aos usuários
atividade fim da biblioteca. Neste sentido, o processo de
comunicação no Sibi/UFG, mesmo que ainda contenha traços de verticalização, tenta atender
às necessidades dos públicos da biblioteca
desde seus colaboradores (público interno) até os
usuários da mesma (público misto). Digo tenta porque, por ser um processo relacional, onde a
alteridade deve ser levada em conta, nem sempre a organização consegue atender aos anseios
de seus públicos em termos comunicacionais. Como é um processo recursivo e dialógico, a
meta é sempre a busca pelo ideal.
�Observou-se, ainda, algumas características que, por conta do dia a dia do trabalho
como assessora de comunicação do Sibi/UFG, passaram em branco, mas que se fizeram
relevantes durante a pesquisa empírica. E outras que foram realmente surpresa. Por exemplo:
ainda há uma expressiva lentidão no processo de emissão da comunicação do Sibi/UFG para
os seus públicos-alvo. Não por falta de tecnologia e/ou da presença da biblioteca no mundo
digital, mas sim por falta de pessoal dedicado à área de comunicação para reforçar a equipe. A
lentidão, mediante a velocidade do processo de comunicação na atualidade, é um ponto
negativo importante.
A falta de uma política de recursos humanos, por parte do governo federal,
direcionada para as especificidades de uma biblioteca universitária, acaba por refletir
negativamente no processo de comunicação da mesma com seus públicos. O setor de
comunicação do Sibi/UFG conta com apenas um funcionário efetivo e, eventualmente, com
um bolsista/estagiário. Mediante o tamanho da organização, esta quantidade de pessoal,
mesmo contando com o apoio de colaboradores nas outras bibliotecas, pode gerar falhas no
trabalho e, consequentemente, lacunas na comunicação.
Uma das surpresas que a pesquisa empírica trouxe foi a descoberta de que havia um
desconhecimento quase total da presença do Sibi/UFG na rede social Facebook. Os dados da
pesquisa empírica dão conta que, na época do levantamento, menos da metade dos
entrevistados no GRUPO 1 e apenas 5% do GRUPO 2 tinham conhecimento da presença do
Sibi/UFG nesta rede social. Outra surpresa foi constatar que dois dos meios de comunicação
mais tradicionais ainda são muito necessários no âmbito da biblioteca, segundo os
respondentes. São eles: cartazes e contato face a face. Surpreendeu porque, em tempos de
internet e de velocidade na comunicação, há uma tendência a se dar mais importância para os
meios digitais de comunicação.
Este resultado pode significar que a comunicação virtual não está dando conta de
corresponder às necessidades comunicacionais dos públicos, sendo preciso ainda o reforço da
comunicação tradicional. O que é bastante compreensível, tendo em vista o que nos diz
Wolton (2010): a internet não substitui a necessidade de encontros presenciais, amplia-a.
Afinal, somos seres sociais, não seres de informação. Para este autor, por haver cada vez mais
informação disponível circulando, cada vez mais há incomunicação. Talvez isto explique
porque a conversa informal ainda está entre os cinco meios mais utilizados para se tomar
conhecimento das informações divulgadas pela biblioteca.
A implantação de um novo software gerenciador de bibliotecas, em 2004, influenciou
de forma positiva o processo de comunicação no Sibi/UFG, tanto no âmbito interno do
�sistema
gerando integração das unidades instaladas fora da capital (são cinco atualmente);
quanto em relação aos usuários
permitindo unicidade na linguagem e na forma de a
biblioteca se comunicar com os mesmos. Uma confirmação, na verdade, do que já se havia
percebido empiricamente.
CONSIDERAÇÕES
Não se teve a ambição de captar todo o universo da comunicação que rege o processo
no Sibi/UFG, por isso foram selecionados três departamentos
a Circulação, a Referência e o
de Comunicação, que proporcionaram alguns indicadores para a reflexão proposta. Mas o
trabalho também não se limitou a ver somente os efeitos do modelo de comunicação no
Sibi/UFG. Buscou-se investigar a comunicação sem separá-la do seu mundo de significações,
quer dizer, de sua cultura. Isto porque se considerou que comunicação e cultura são dois
sistemas que estão em coprodução e sempre in fieri, em movimentos de recursividade,
dialogicidade e hologramaticidade, de acordo com o pensamento acerca da complexidade de
Morin (2005a).
Assim, a partir dos resultados obtidos na pesquisa empírica e das inferências feitas ao
longo do trabalho
as quais foram baseadas em descobertas durante todo o processo de
construção do mesmo, considerou-se que os meios de comunicação que utilizados estavam
adequados e eram suficientes ao processo de comunicação no Sibi/UFG. No entanto, como os
resultados de uma pesquisa são um retrato do momento, não significa que a Assessoria de
Comunicação e o Sibi/UFG em si devem ficar presos apenas a estes meios. Mesmo porque,
como nos diz Bauman (1999), as novas tecnologias e a modernidade trouxeram consigo, entre
outras coisas, o conceito de flexibilidade estruturada na base da alta velocidade, do virtual e
da comunicação acessível, onde tudo é mutável conforme os interesses envolvidos. Assim, é
preciso evoluir sempre, também tendo em vista o que diz Morin (2008), que considera que
toda cultura está vitalmente aberta ao mundo exterior, não existindo fechada em si mesma. E,
desta forma, conhecimentos e ideias migram entre as culturas.
No que se refere à linguagem e às estratégias utilizadas para emitir a comunicação, a
pesquisa empírica mostrou que estavam adequadas apenas a uma parte dos públicos
pesquisados. Havia pontos em que a informação emitida pela BC ao grupo dos colaboradores
estava truncada. Durante as análises dos dados coletados foi possível inferir que o grupo dos
terceirizados entre os colaboradores era a parte desprivilegiada na comunicação com o
público interno. Assim, era preciso melhorar o modo de efetivar a comunicação para este
�público, deixando mais clara as funções da Assessoria de Comunicação e dando mais
agilidade às ações para que estes colaboradores possam, também de forma mais ágil e
frutífera, atuar como participantes ativos do processo.
Considerou-se que a aprovação dos meios e das estratégias utilizadas na emissão da
comunicação com os públicos não exime o Sibi/UFG de estar sempre buscando melhorar. Por
ser um processo in fieri, a comunicação com os públicos é dinâmica e o processo deve ser
flexível na medida em que surgem novidades a respeito de meios de comunicação. Há menos
de cinco anos não se tinha uma rede social tão dinâmica quanto o WhatsApp, por exemplo. É
certo que ela ainda não está sendo utilizada pelo Sibi/UFG para contatos com os usuários, mas
já foi dado o primeiro passo: ela está em uso para contatos com as equipes de trabalho das
bibliotecas.
No que diz respeito à comunicação em geral da biblioteca com os usuários, esta foi
considerada: acessível, confiável, ágil, clara e atual, nesta ordem de classificação. A avaliação
positiva da comunicação da biblioteca com os usuários é bem-vinda, no entanto, em ambos os
grupos pesquisados houve um alto índice de respostas que consideram que o processo é lento.
Dado que não pode ser desconsiderado. Vale uma nova pesquisa mais detalhada para se
identificar em que ponto está lento, de que tipo é esta lentidão e o que pode ser feito para
melhorar. Até mesmo porque, em tempos de internet e de velocidade da disseminação das
informações, esta lentidão pode não estar do lado do emissor, mas sim relacionada ao
interesse do sujeito em buscar a informação sobre a biblioteca
já que a comunicação é um
processo relacional, como diz Wolton (2010); apresentando-se como uma eterna construção e
disputa de sentidos e como lugar organizativo dos sentidos postos em circulação, como diz
Baldissera (2008).
Corroborando as ideias de Baldissera (2008) e de Wolton (2010), no âmbito da
organização, estabelecer relações que atualizem a comunicação organizacional implica em
correr o risco de ser perturbado por outros sistemas do ambiente, ou seja, pelo contexto em
que se insere a organização, independentemente de se tratar de relações voluntárias ou não.
As perturbações podem ser materializadas de diversas formas. Neste trabalho entendi que elas
se materializaram nas sugestões que foram dadas pelos colaboradores e pelos usuários na
pesquisa empírica. As quais não devem ser ignoradas pela biblioteca, já que apontam para
dobras e fissuras relativas ao atendimento e à comunicação em si.
Considerando-se que a velocidade e o fluxo informacional em tempos atuais são
superiores à possibilidade de seu acompanhamento pela organização, o poder de comunicação
tem passado da organização para colaboradores, clientes e fornecedores. Assim, as
�organizações não estão mais sozinhas na hora de decidir o que vão compartilhar; na maioria
das vezes, e se a reação for demorada, a informação já foi disseminada por algum ou alguns
destes componentes da organização via tecnologia (PROCTOR, 2011).
Na relação de comunicação, bem como na de atendimento, tem grande importância a
interpretação realizada pela outra força em relação, ou seja, pela alteridade. Afinal, comunicar
é cada vez menos transmitir e cada vez mais negociar, conviver, respeitando a pluralidade dos
pontos de vista e a necessidade de um princípio comum. Esta convivência permite que se
perceba que a comunicação também acontece nas transversalidades; contemplando os ruídos,
a diversidade e o acaso, indo para além da fala planejada.
Baldissera (2008) aponta algumas sugestões para se lidar com a transversalidade, os
ruídos, a diversidade, o acaso e outros aspectos possíveis de serem encontrados na
comunicação organizacional, de forma a se aproveitar o que há de potencial positivo em cada
um deles. E é o que eu também sugeri para incrementar o modelo de comunicação do
Sibi/UFG: pensar que, cada vez mais, a comunicação é multidirecional e é preciso saber lidar
com a imprevisibilidade; ver a alteridade como força que constrói e disputa sentidos, mas cuja
disputa pode impulsionar a criatividade; potencializar os lugares de escuta para que se tenha
maior manifestação da diversidade, fomentando mais o diálogo com colaboradores e usuários;
pensar os conflitos de comunicação e também de atendimento, já que se considera que ambos
caminham juntos, como potencializadores de crítica, mas também de inovação.
REFERÊNCIAS
BALDISSERA, Rudimar. Por uma compreensão da comunicação organizacional. In:
SCROFERNEKER, Cleusa Maria Andrade (Org.). O diálogo possível: comunicação
organizacional e o paradigma da complexidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2008. p. 31-50.
BAUMAN, Zygmunt. Tempo e classe. In: BAUMAN, Zygmunt. Globalização: as
consequências humanas. Tradução Marcus Penchel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 1333.
BRANDOLINI, Alejandra; FRÍGOLI, Martín González; HOPKINS, Natalia. Comunicación
interna: claves para una gestión exitosa. Buenos Aires: La Crujía, 2009.
MORIN, Edgar. Introdução ao pensamento complexo. Tradução do francês Eliane Lisboa.
Porto Alegre: Sulina, 2005a.
MORIN, Edgar. O método 1: a natureza da natureza. Tradução: Ilana Heineberg. Porto
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�MORIN, Edgar. O método 3: conhecimento do conhecimento. Tradução: Juremir Machado
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MORIN, Edgar. O método 4: as idéias habitat, vida, costumes, organização. Tradução:
Juremir Machado da Silva. 4. ed. Porto Alegre: Sulina, 2008.
PROCTOR, Rasha. Social media impact on organization s structure and behavior. 2011.
Disponível em: <http://www.rashaproctor.com/2011/03/social-media-impact-onorganizations-structure-and-behavior/>. Acesso em: 25 maio 2015.
WOLTON, Dominique. Informar não é comunicar. Porto Alegre: Sulina, 2010.
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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Português
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A name given to the resource
O lugar da comunicação no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás.
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Silva, Rose Mendes da; Nogueira, Maria Francisca Magalhães
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Pesquisa concluída no mestrado em Comunicação na Universidade Federal de Goiás, na linha de Mídia e Cultura. O objetivo principal foi o de refletir sobre o modelo de comunicação do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Goiás a partir da observação da Biblioteca Central como parâmetro e representação do todo. Utilizou-se o estudo de caso como método e técnicas de coleta de dados consideradas apropriadas ao que se desejava compreender, tais como a revisão de literatura, o diário de campo e a pesquisa institucional ou administrativa. A fundamentação teórico-metodológica foi baseada no pensamento complexo de Edgar Morin. Observou-se que o Sistema de Bibliotecas possui um modelo de comunicação próprio que é baseado em sua cultura organizacional, bem como em seus valores, missão, visão e filosofia; e que também é coerente com o modelo de gestão do da biblioteca, que é o da corresponsabilidade. Concluiu-se que a comunicação ocupa um lugar estratégico na gestão da biblioteca.
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pt
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942d016fc528aaeb3401d2d6cf7741a5
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
CURSOS E PERCURSOS DA BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DOS
VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
COURSES AND JOURNALS OF THE LIBRARY OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF
JEQUITINHONHA AND MUCURI VALLEYS
Resumo: Este artigo tem como objetivo central investigar a trajetória histórica da Biblioteca
da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, desde a sua primeira
instalação em 1957, percorrendo todas as eras da Instituição. Para tal, foram delimitados os
seguintes objetivos específicos: a) verificar o contexto histórico da cidade de Diamantina na
década de 1950, quando foi criada a Faculdade de Odontologia de Diamantina; b) investigar
como se deu a criação da Biblioteca na Instituição; c) registrar a transformação da Biblioteca
nos diferentes períodos e fases da Instituição. A metodologia utilizada envolveu a pesquisa
qualitativa, tendo como procedimentos a pesquisa bibliográfica e a documental. O aporte
teórico desta pesquisa foi norteado por autores como FERNANDES; CONCEIÇÃO (2005;
2007) e fontes documentais pertencentes ao arquivo da própria instituição de ensino. A
discussão e a interpretação dos dados coletados foram realizadas mediante a análise de
conteúdo na perspectiva de BARDIN (2011). Como resultado, este estudo apresentou um
registro da história da criação e da trajetória da Biblioteca desde a sua criação até os dias
atuais.
Palavras-chave: Biblioteca. Faculdade. Universidade
Abstract: This article has as main objective to investigate the historical trajectory of the
Library of the Federal University of the Jequitinhonha and Mucuri Valleys, since its first
installation in 1957, covering all the eras of the Institution. For this purpose, the following
specific objectives were defined: a) to verify the historical context of the city of Diamantina in
the 1950s, when the Faculty of Dentistry of Diamantina was created; b) investigate how the
Library was created in the Institution; c) record the transformation of the Library in the
different periods and phases of the Institution. The methodology used involved the qualitative
research, having as procedures the bibliographical and documentary research. The theoretical
contribution of this research was guided by authors such as FERNANDES; CONCEIÇÃO
(2005; 2007) and documentary sources belonging to the archive of the educational institution
itself. The discussion and interpretation of the collected data were performed through content
analysis from the perspective of BARDIN (2011). As a result, this study presented a record of
the history of the creation and trajectory of the Library from its creation to the present day.
�Keywords: Library. College. University
1. Introdução
Na década de 1950, a cidade de Diamantina vivia os áureos tempos, vislumbrando um
progresso local ao fazer parte dos planos de desenvolvimento do ilustre diamantinense
Juscelino Kubitschek de Oliveira. Destaca-se como expoente de uma nova era a construção da
rodovia 367, com 762,5 km, desbravando os rincões da nossa terra e ligando Diamantina ao
litoral baiano.
Existiam também duas fábricas de tecidos, a do Biribiri e a Antonina Duarte e
despontavam as construções de cimento armado, mudando a paisagem da pequena cidade,
como o prédio do Diamantina Tênis Clube, a conhecida Praça de Esportes, o Grupo Escolar
Júlia Kubitschek, o Hotel Tijuco e a Faculdade de Odontologia de Diamantina, sendo o
projeto destes quatro edifícios magistralmente desenhados pelo renomado arquiteto Oscar
Niemeyer, a pedido de JK.
Neste contexto, destaca-se a Faculdade de Odontologia de Diamantina (FAOD), objeto
de interesse deste estudo.
2. Material e Método
Para conduzir esta investigação, a metodologia utilizada envolveu a pesquisa
qualitativa, tendo como procedimentos a pesquisa bibliográfica e a documental. O aporte
teórico desta pesquisa foi norteado por autores como FERNANDES; CONCEIÇÃO (2005;
2007) e fontes documentais pertencentes ao arquivo da própria UFVJM.
A discussão e a interpretação dos dados coletados foram realizadas mediante a análise
de conteúdo na perspectiva de BARDIN (2011), com a definição das categorias de análise.
Como resultado, este estudo apresentou um registro da história da criação e da trajetória da
Biblioteca desde a FAOD, a FAFEOD, a FAFEID até a UFVJM.
3. Discussões e Resultados
A partir da análise dos dados deste estudo, emergiram quatro categorias de análise: a
Biblioteca na era da FAOD; a Biblioteca na era da FAFEOD; a Biblioteca na era da FAFEID;
a Biblioteca na era da UFVJM.
�3.1 A Biblioteca na era da FAOD
A Faculdade de Odontologia de Diamantina (FAOD) foi criada pela Lei Estadual nº
990, de 30 de setembro de 1953, pelo diamantinense Juscelino Kubitschek de Oliveira,
quando ocupava o cargo de Governador de Minas Gerais. O prédio da Faculdade de
Odontologia foi construído numa área bem localizada da cidade, especificamente na Rua da
Glória, em um terreno de propriedade da Santa Casa de Caridade de Diamantina.
A Santa Casa de Caridade foi construída com uma frente voltada para a atual rua da
Caridade, guardando, em sua parte posterior, um terreno onde, no final do século
XIX, plantava-se extensa videira para complementar a produção da vinícola do
Colégio Nossa Senhora das Dores. Este terreno estendia-se até a Rua da Glória e
ocupava espaço suficiente para se erigir o prédio da Escola. (FERNANDES;
CONCEIÇÃO, 2005, p. 27).
A aquisição do terreno ocorreu em forma de permuta com o Governo do Estado,
devendo as rendas provenientes de bens patrimoniais serem revertidas na própria Santa Casa
de Caridade. Dessa forma, o terreno para a construção da FAOD foi cedido e o governo
estadual construiu um pavilhão naquela instituição, visando à otimização do atendimento e à
ampliação daquele estabelecimento de saúde.
Segundo relatam Fernandes; Conceição (2005), o moderno prédio da Faculdade de
Odontologia possuía policlínica, vinte consultórios dentários, aparelhagem de Raio X, salas
de aulas, bem como salas individuais para as aulas práticas necessárias.
A autorização para o funcionamento da Faculdade de Odontologia de Diamantina se
deu mediante o Decreto Federal nº 35.375, de 13 de abril de 1954 35.
O primeiro Regimento Interno da Faculdade de Odontologia de Diamantina foi
aprovado pelo Governador do Estado através do Decreto nº 4.196, de 18 de março de 1954.
Este documento previa que o curso de Odontologia tinha a duração de três anos, distribuídos
em três séries anuais 36.
Mas como as obras do prédio na Rua da Glória ainda não estavam concluídas, a
Faculdade de Odontologia de Diamantina iniciou suas atividades administrativas em 21 de
abril de 1954, em apenas duas salas do Grupo Escolar Júlia Kubitschek, cujas instalações já
estavam em processo de conclusão. No dia seguinte, foi publicado o edital para o primeiro
35
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Relatório do 1º Período letivo de 1954. Fl. 2.
25/08/1954. Protocolado no MEC sob o nº 115605. p. 30. Diamantina, 1954.
36
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Regimento Interno da Faculdade de Odontologia
de Diamantina. Decreto nº 4.196, de 18 de março de 1954. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1955, p. 6.
�vestibular desta escola de Odontologia, sendo aprovados todos os dezessete candidatos
inscritos, e com o início das aulas no dia 12 de maio de 195437.
Para lecionar nesta Faculdade de Odontologia de Diamantina, foram selecionados e
contratados os professores mais renomados de Minas Gerais para constituírem o seu quadro
funcional.
No ano seguinte, em 1955, o Grupo Escolar Júlia Kubitschek foi concluído e a escola
ocupou o seu espaço, pois diversas séries se encontravam distribuídas em três instalações
diferentes na cidade, até que o prédio fosse construído.
Foi então que a FAOD transferiu-se para um casarão na Rua Jogo da Bola, nº 08, na
para o novo Grupo Júlia Kubitschek. As instalações do curso continuavam em condições
precárias, pois não existiam laboratórios, consultórios para aulas práticas, materiais básicos e
nem mesmo uma biblioteca.
A solução encontrada para a prática odontológica foi estabelecer parceria com outros
estabelecimentos que possuíam consultórios, dentre eles o do Seminário Arquidiocesano de
Diamantina, sendo o padre Jorge Xavier de Oliveira um dos alunos da FAOD.
Quanto à biblioteca, a direção e os professores desta escola de Odontologia também
tiveram que buscar alternativas para que as aulas pudessem ser ministradas a contento. Como
não existia acervo bibliográfico disponível nem previsão para aquisição dos mesmos, os
materiais didáticos eram confeccionados pelos próprios alunos e muitos dos livros eram
fornecidos pelos próprios professores, num esforço contínuo. Conforme relatam Fernandes;
Conceição (2005, p. 38),
Outro grande desafio a ser vencido era a falta de uma biblioteca. Tanto os
profissionais de Diamantina, quanto os de Belo Horizonte empenharam-se em
emprestar livros de suas bibliotecas particulares que, em sua grande maioria,
constituíam-se de livros argentinos em língua espanhola, ou de livros em língua
francesa.
Como as instalações do casarão eram inadequadas e algumas salas do novo prédio da
Faculdade de Odontologia já estavam em condições de uso, ocorreu a mudança para a Rua da
Glória, enquanto as obras continuavam sendo realizadas.
A primeira biblioteca da FAOD só foi instalada em 1957, com recursos levantados
37
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Arquivo da História da Universidade. 2º Relatório
1954. Fl. 2. 25/08/1954. Protocolado no MEC sob o nº 115605. Diamantina, 1945.
�de Diamantina, (...) sob a direção do colega Eudes de Campos, recentemente eleito,
vem empreendendo um vasto programa de realizações. (...) O D.A. fez instalar a
biblioteca destinada ao uso do corpo discente, e que recebeu o nome de Horace
Wells, em homenagem ao dentista pioneiro da anestesia. Possuindo seleta parte
especializada, está à disposição também do público em geral, constituindo uma
grande contribuição do estudante diamantinense para a elevação do nível cultural da
cidade. (FERNANDES; CONCEIÇÃO, 2005, p. 44).
Percebe-se que a primeira biblioteca da FAOD só foi instalada um ano após a
formatura da primeira turma dos cirurgiões dentistas. Até então, os livros utilizados eram
restritos aos emprestados pelos professores do quadro funcional daquela escola.
Nas dependências da Biblioteca Horace Wells eram executadas tarefas de gráfica,
como reprodução de material didático, cartazes, folhetos ou outras duplicações de documentos
e materiais diversos.
O mobiliário era muito precário tanto para disponibilizar o empréstimo ou consulta
local aos livros, como também para as atividades da pequena gráfica, resumindo a um
mimeógrafo a álcool para produção e duplicação de material, tarefa executada manualmente,
através de uma manivela.
E 1959, o Diretor em exercício Prof. José Severiano Brasil de Lima encaminhou o
ofício nº 335, datado de 05 de setembro de 1959, para o chefe da Seção de Expedição do
Ministério da Fazenda, no Rio de Janeiro, solicitando a remessa de uma Tabela de CUTTER
para que fosse feita a classificação e organização dos livros que constituíam o pequeno acervo
da Biblioteca da Faculdade naquela época38.
Esta primeira biblioteca da Faculdade foi instalada na primeira parte do prédio,
localizada no segundo piso do lado direito da entrada principal, com acesso pela grande
escadaria central, onde atualmente funciona a Secretaria do Curso de Odontologia.
Gradativamente, o número de livros foi aumentando na Biblioteca, graças ao empenho
dos alunos no investimento dos recursos captados pelo Diretório Acadêmico, algumas
doações e raras aquisições pela administração da Faculdade, já que a situação financeira da
Instituição era bastante precária.
3.2 A Biblioteca na era da FAFEOD
Em 1960, a Faculdade de Odontologia de Diamantina foi federalizada, ainda no
governo de Juscelino Kubitschek, após um longo processo, pela Lei Federal nº 3.846, de 17
de dezembro de 1960, mantendo o nome da instituição.
38
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Ofício nº 335/FAOD/D, 05 de setembro de 1959.
Diamantina, 1959. Arquivo.
�O curso de Odontologia, que desde a sua primeira turma de alunos em 1954, tinha a
duração de três anos, a partir de 1963 passou a ser de quatro anos39.
No ano seguinte, o Diretor Rubens Guzella encaminhou um ofício datado de 28 de
fevereiro de 1964, ao Ministro de Estado de Negócios da Educação e Cultura, Senhor Júlio
Furquim Sambaquy, no qual solicitava a alteração do nome da Faculdade de Odontologia de
Diamantina (FAOD) para Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina (FAFEOD), por
proposta do Professor Fausto de Paula Pinto40.
Mas as expectativas desta alteração do nome da instituição foram frustradas e a
solicitação foi indeferida, por meio de uma correspondência enviada pelo Ministério da
Educação e Cultura, datada de 16 de setembro de 196441.
Com a experiência da implantação do Plano Piloto de Ensino Integrado, no período de
1965 a 1969, com metodologias e métodos inovadores de ensino em tempo integral, a
Faculdade de Odontologia de Diamantina despontou como uma das melhores faculdades de
Odontologia do Brasil.
Esta Faculdade foi transformada em uma autarquia de Regime Especial através do
Decreto 70.686, de 07 de junho de 1972, transformando-a em uma entidade estatal autônoma,
com patrimônio e receita próprios, podendo executar suas atividades típicas de administração
pública, de maneira descentralizada. Só então é que foi efetuada a alteração do nome da
instituição para Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, com a sigla FAFEOD.
Neste período, a biblioteca contava com um número pequeno de material
bibliográfico, específico para atender ao único curso que existia naquela instituição. Em 1973,
o inventário da Biblioteca registrava o mobiliário constituído de: 1 armário de aço; 1
bebedouro; 1 bureaux de aço; 1 cadeira para datilógrafo; 1 carteira de madeira; 1 estante para
revistas; 1 crucifixo esculpido na madeira; 24 estantes de aço para livros; 1 fichário; 1
máquina de escrever; 1 mesas de aço para a máquina de escrever; 1 mesa de madeira
jacarandá; 15 poltronas de madeira; 1 poltrona de aço com estofamento; 1 Eletrola com
coleção de discos em inglês, ano 1968; 1476 livros. Este patrimônio era avaliado em
39
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo ao MEC, cópia nº 16 35.
29/08/1964. Determinações Ministeriais Vol. III. Caixa Departamento Pessoal 1954 a 1966. Diamantina, 1964.
Arquivo.
40
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Ofício nº 54/FAOD, de 28/02/1964.
Diamantina, 1964. Arquivo.
41
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Ofício nº 3.036/Ministério da
Educação e Cultura, de 16/09/1964. Diamantina, 1964. Arquivo.
�Cr$63.376,77 (Sessenta e três mil, trezentos e setenta e seis cruzeiros e setenta e sete
centavos)42.
A construção da sala para uma melhor instalação da biblioteca foi possível com o
processo de expansão da parte física da Faculdade, na gestão do Diretor Augusto César,
período compreendido entre junho de 1971 a janeiro de 1978 (FERNANDES; CONCEIÇÃO,
2005).
As obras dos Anexos I e II iniciaram-se em março de 1974 e finalizaram em maio de
1975. Foi então que ocorreu a transferência da Biblioteca para as novas instalações no Anexo
I, no segundo piso, contando com um ambiente mais amplo e mais adequado para o
funcionamento daquele setor. Mas a denominação de Biblioteca Horace Wells não foi adiante.
A partir desta instalação, denominou-se apenas Biblioteca daquela instituição de ensino.
No ano de 1977, os recursos orçamentários recebidos pela FAFEOD somaram o valor
de Cr$12.585.508,78 (Doze milhões, quinhentos e oitenta e cinco mil, quinhentos e oito
cruzeiros e setenta e oito centavos).
O corpo docente era formado por 47 professores
pertencentes às categorias funcionais de Titular, Adjunto, Assistente, Auxiliar de Ensino,
Colaborador e Visitante. Aproximado número apresentava o corpo administrativo, contando
com 48 servidores ocupantes de todas as categorias funcionais da área administrativa43.
Nesta época ainda não existia um bibliotecário-documentalista para conduzir o setor
da Biblioteca da FAFEOD. Quem respondia pela Chefia da Biblioteca e Setor Gráfico era o
Assessor de Gabinete, como mostra o Relatório Anual da Diretoria 1977.
Item 3.4.6 - Biblioteca: A Biblioteca é setor que integra a estrutura da FAFEOD,
com serviço independente tendo, no entanto, à sua chefia um responsável pelo seu
expediente neste caso, o Assessor de Gabinete na falta de Bibliotecário NS no
seu quadro de Pessoal. Seu acervo, em 31/12/77, registrou 2.781 volumes. Este
setor, dentre outros, executou:
- serviço de fotocópia;
- serviço de reprodução por mimeógrafo;
- serviço de reprodução por fotocopiadora.
Nesta época, a Auxiliar de Biblioteca era a Senhora Zélia Motta Pires da Silva,
alcançando a ocupar o cargo de Chefe da Biblioteca no final da década de 1970.
Na gestão do Diretor Dr. João Antunes de Oliveira, para o quadriênio 1982-1986,
42
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Antigos Termos de Baixa e Termos de
Referência nº 1, de 02/03/1973. Diamantina, 1973. Arquivo.
43
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Relatório Anual da Diretoria Referente
ao Exercício do Ano de 1977, de 31 de dezembro de 1977. p. 4. Diamantina, 1977. Arquivo.
�consta no Relatório Anual da Diretoria Gestão 1982.
Neste ano, a FAFEOD possuía 186 alunos, contava com 46 professores e 53 técnicos
administrativos, sendo 23 no regime estatutário e 30 pertencentes à CLT.
of.
nesse exercício o Diretório não recebeu ajuda do MEC para a manutenção de seu restaurante.
No organograma geral da FAFEOD de 1993, no qual mostra a estrutura básica
organizacional, a biblioteca era subordinada à Secretaria Geral, chefiada pela servidora Delza
Pádua Bruce, que era subordinada à Chefia de Gabinete, tendo à sua frente a Senhora Maria
Helena Santos Neves.
Para suprir as necessidades básicas dos alunos e professores no tocante ao
enriquecimento do acervo da Biblioteca, foram adquiridos no ano de 1983, 161 livros, 144
exemplares e 2 teses, totalizando 4.021 exemplares existentes no setor, conforme o Relatório
Anual da Diretoria Gestão 1983.
Havia um número reduzido de servidores em todos os setores da FAFEOD nesta
ocasião, mas a força, o dinamismo e o engajamento de todos os envolvidos alavancavam a
FAFEOD rumo à constante evolução. Nas palavras do então Diretor Dr. João Antunes de
Oliveira, extraído de
uma administração não repousa num só
indivíduo. Evidentemente há os que planejam, organizam, coordenam, controlam e
comandam, mas, numa ação conjunta e harmoniosa de setores e pessoas .
Em 1984, a Egrégia Congregação da FAFEOD aprovou a criação de um Curso
Superior de Enfermagem, cuja carta-consulta e projeto foram encaminhados ao Conselho
Federal de Educação para apreciação, no ano seguinte.
Como o quadro de funcionários da Faculdade era escasso, não existia um bibliotecário
com conhecimento e qualificação para o processamento técnico do acervo, a organização, o
controle de circulação de material, como empréstimo, devolução, reserva, enfim, não havia
um profissional especializado para conduzir todo o funcionamento de uma biblioteca. Mas o
funcionário Senhor Gustavo Botelho Júnior, executava as atividades da maneira como era
possível, responsabilizando-se pela Biblioteca e pela Gráfica da Faculdade.
Foi somente no final de 1984 que a FAFEOD conseguiu uma vaga de um servidor
com a qualificação profissional de bibliotecário para a Instituição.
Em outubro de 1984, atendendo antiga reivindicação, conseguimos, junto aos órgãos
superiores da esfera federal, a criação de um cargo de Bibliotecária NS a fim de
�dotar nossa Faculdade de adequada reorganização e condições de atender as
atividades de pesquisa, já implantadas na Instituição 44.
Neste ano, a Biblioteca registrava um acervo totalizado 9.663 obras, sendo 4.150
livros, 213 teses e 5.300 periódicos. Mas houve também um processo licitatório, na
modalidade de convite, para aquisição de livros didáticos, no valor d
45
.
E enfim, a tão esperada bibliotecária chegou à FAFEOD. Conforme registrou o
Informativo Realce46,
Após cinco anos de incessantes trabalhos junto ao MEC, DASP e SEPLAN/PR,
conseguimos finalmente a criação de um emprego de bibliotecária (NS) para nossa
Faculdade.
Consequentemente, providenciamos, de imediato, o aproveitamento do concurso
público realizado na UFMG para aquela classe respectiva, ensejando admitir na
Tabela Permanente/FAFEOD a nova Servidora, que já se acha em atividade.
Portanto, a biblioteca desta Faculdade só conseguiu preencher a vaga do cargo da
primeira bibliotecária, em outubro de 1984, quando tomou posse e iniciou as atividades a
Senhora Carmem Maria Silva Cortez. Isso só ocorreu 27 anos após a instalação da biblioteca,
no mesmo ano em que a Faculdade adquiriu o primeiro microcomputador, um aparelho marca
ITAUTEC I-7000, composto por um módulo base, terminal de vídeo, dois drives para
disquetes e uma impressora. Mas estes aparelhos não eram destinados à biblioteca, embora
neste setor executassem também atividades de gráfica, mas sim ao setor de administração,
sistema de
elaboração do orçamento e acompanhamento financeiro do MEC e, também, a outras
47
aplicações de n
.
Foi então que nessa ocasião a Chefia da Biblioteca e do Setor de Gráfica foi
transferida
à
bibliotecária,
conforme
constam
os
Termos
de
Transferência
de
Responsabilidade datados de 15 de outubro de 1984, assinados por Gustavo Botelho Júnior,
então chefe do setor, pela bibliotecária Carmem Maria Silva Cortez e pelo Diretor Dr. João
Antunes de Oliveira48.
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce, Nº 01, de 15 out.
1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
45
Loc. cit
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce, nº 02, de 22 out.
1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
47
Idem
48
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Termos de Transferência de
Responsabilidade, de 15 de out. de 1984. Diamantina, 1984. Arquivo.
46
�Os serviços na Gráfica eram intensos. São inúmeras as correspondências constantes
nos arquivos da Biblioteca com solicitações de serviços demandados não só pelos setores da
Faculdade, como a administração, os professores e os alunos, como também por outros órgãos
da cidade, externos à Faculdade. Mesmo assim, o horário de atendimento aos usuários da
Biblioteca foi expandido, conforme consta no Informativo Realce 49:
Em caráter experimental, a Biblioteca está funcionando ininterruptamente, a partir
das 7:30 horas, com fechamento às 22 horas, exceto aos sábados.
Por sinal, a nossa bibliotecária e sua equipe estão entusiasmadas em inovações, que
irão proporcionar melhores condições de atendimento.
Em 1985, o Informativo Realce50 também registrou uma atuação da Biblioteca, tanto
no que se refere à aquisição de obras, como também na preservação do acervo já existente.
No intuito de proporcionar aos nossos Docentes e Alunos um melhor atendimento, a
Biblioteca vem se empenhando na aquisição de novas obras, bem como na
encadernação de Periódicos. Para conhecimento de todos, relacionamos a seguir, as
obras recém-adquiridas e títulos dos Periódicos encadernados: 32 livros, 1 tese e
encadernação de periódicos referentes ao período de 1929 a 1980.
Devido à escassez de estantes e mobiliários adequados, uma grande parte dos livros e
materiais de consulta dos acadêmicos ficavam armazenados, ou melhor, empilhados em mesas
improvisadas no local.
Mas a FAFEOD estava em uma nova fase de expansão do seu espaço físico e na
gestão do Professor Geraldo Walter de Aguilar, de 1992 a 1998,
Sobre o prédio do antigo biotério, ocorreu a construção de uma biblioteca-modelo,
com 542m2 de área física, dotada de bancada para atendimento rápido na entrada,
quatro salas para estudo em grupo, sala de audiovisuais e sistema de iluminação e
ventilação. (FERNANDES; CONCEIÇÃO, 2005, p. 94).
Em 24 de dezembro de 1994 foi inaugurado este prédio próprio da biblioteca nas
dependências da FAFEOD, instalando adequadamente um setor de suma importância para a
construção do saber em uma instituição de ensino superior, bem como proporcionando mais
conforto aos usuários para realizar as suas atividades no ambiente. Já nesta época, o acervo
bibliográfico já se encontrava mais substancial, possibilitando aos usuários enriquecimento
dos estudos e pesquisas.
O local onde antes funcionava a biblioteca, no Anexo I, foi reformado, transformandose em salas de aula para os alunos do novo curso superior que se iniciava na Faculdade, o de
Enfermagem, em 1997, fruto de uma antiga aspiração de muitos servidores da instituição.
49
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce, nº 02, de 22 out.
1984. Diamantina, 1984. Arquivo .
FACULDADE FEDERAL DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo Realce nº 03, Ano II, 03
de jun. de 1985. Diamantina, 1985. Arquivo.
�O acervo bibliográfico foi aumentando gradativamente, tendo em vista a necessidade
de atualização dos livros para apoio às atividades acadêmicas e a carência de material
principalmente para as disciplinas específicas dos cursos.
A primeira Bibliotecária da FAFEOD encerrou suas atividades na biblioteca da
FAFEOD no ano de 1996, sendo substituída pela Senhora Ieda Maria Silva.
As primeiras Normas de Funcionamento da Biblioteca da FAFEOD foram aprovadas
em de 17 de junho de 1999, pela Egrégia Congregação, em conformidade com o Estatuto
vigente.
3.3. A Biblioteca na era da FAFEID
Em 2001, seis novos cursos de graduação foram autorizados pelo Ministério da
Educação: Fisioterapia, Nutrição, Farmácia, Agronomia, Engenharia Florestal e Zootecnia. A
partir de então, a FAFEOD foi transformada em Faculdade Ciências da Saúde e a Faculdade
de Ciências Agrárias. Passou então a oferecer oito cursos, somando estes seis aos dois já
existentes - Odontologia e Enfermagem.
Devido a esta expansão, a Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina
(FAFEOD) se transforma em Faculdades Federais Integradas de Diamantina (FAFEID), por
meio da Lei 10.487, de 4 de julho de 2002, após 49 anos de existência.
Com este aumento de cursos de graduação, a Biblioteca da FAFEID passou por uma
significativa modificação, no sentido de suprir o acervo de material bibliográfico
diversificado, que atendesse às demandas não só das áreas da saúde, como também das
agrárias.
Assim foi que em 2003, o acervo total da Biblioteca contabilizava 11.154 livros e
17.212 periódicos; e em 2004, estes números subiram para 13.216 livros e 18.005 periódicos,
conforme o Relatório de Anual de Atividades 2003 e 2004.
Importante lembrar que além das atividades pertinentes a um setor de biblioteca, no
que se refere principalmente aos serviços de empréstimos, devoluções, aquisição,
processamento técnico de material, organização e controle do acervo, expedição de
documentos e apoio às pesquisas, a Biblioteca continuava sendo o setor responsável pela
Gráfica da Faculdade, cumprindo uma grande carga de serviços.
3.4. A Biblioteca na era da UFVJM
A FAFEID se transforma em Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e
Mucuri (UFVJM) através da Lei nº 11.173, de 06 de setembro de 2005, publicada no Diário
�Oficial da União em 08/09/2005, com a proposição de ampliar e dar continuidade a um ensino
de qualidade, com a integração do ensino, pesquisa e extensão, voltada para o
desenvolvimento regional e nacional.
Nessa época, a UFVJM passou a ofertar 18 cursos de graduação distribuídos entre as
quatro unidades acadêmicas: Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e da Saúde e Ciências
Exatas e Sociais Aplicadas, sediadas na cidade de Diamantina; e Ciências Sociais Aplicadas e
Exatas sediada no Campus do Mucuri, na cidade de Teófilo Otoni.
A partir desta nova fase da Instituição, agora como Universidade, a Biblioteca deixou
de ser a única, pois houve a expansão e construção de mais dois campus, o JK e o do Mucuri,
com a instalação de uma biblioteca em cada um deles.
Mas como a Biblioteca do Campus I era a pioneira, esta passou a ser considerada
como a Central e as outras, setoriais. A última edição do Jornal da UFVJM do ano de 2006 51
mostra como se dava o início do funcionamento das Bibliotecas Setoriais da Instituição.
Biblioteca Central Informa:
Encontram-se disponíveis no balcão de empréstimo da Biblioteca central da UFVJM
todas as carteiras do DCE/Biblioteca, solicitadas a partir de setembro de 2006. A
Biblioteca está com livre acesso através do Portal de Periódicos da Capes à base de
dados da IEEE, disponíveis para publicações periódicas, normas técnicas e anais de
congressos e conferências publicados pelo Institute of Electrical and Eletronic
Engineers (IEEE), EUA, e pela Instituition of Engeneering and Technology (IET).
Já a Biblioteca do Campus JK recebeu novos títulos para os novos cursos. Parte
deles já está disponível para empréstimo desde o dia 30 de outubro, e o horário de
atendimento é de 08h00 às 21h00. A Bibliotecária Andréa de Paula Brandão Martins
é a chefe do setor e está no local toda tarde para atendimento.
No Campus Avançado do Mucuri já está instalada uma biblioteca que tem como
bibliotecária a servidora Nirley Dias Leandro. Grande parte do acervo adquirido
para os cursos já se encontra disponível para consulta local. O horário de
funcionamento é de 14h00 às 21h00, de segunda a sexta-feira.
A Biblioteca Central, localizada no Campus I, além de dar suporte para a implantação
e início de funcionamento das bibliotecas setoriais, também promovia eventos relacionados
com a produção científica da UFVJM, como mostra a notícia abaixo, veiculada no Jornal da
UFVJM, em agosto/setembro de 2007.
A Biblioteca Central da UFVJM promoveu, no dia 28 de setembro, o I Seminário de
Produção Científica da instituição, com a participação dos professores Marcelo
Mattos Pedreira (UFVJM), Gercina A. B. Lima (UFMG), do editor de revista
científica, Héctor F. Ospina (Colômbia), da Técnica em Assuntos Educacionais,
Alessandra Orsetti (UFVJM) e do acadêmico Rômulo D. Neves (UFVJM). O
Seminário contou com cerca de 2000 participantes.
51
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI. Jornal da UFVJM Ano II
Nº 14 O/N/D de 2006. Diamantina, 2006, p. 8. Arquivo.
�A Biblioteca do Campus I, desde a sua instalação, executava serviços de gráfica e
mesmo após ser criada uma Superintendência de Biblioteca em 2007, recebeu também a
incumbência de se responsabilizar pelos serviços de encadernações na UFVJM.
No final de 2007, o Setor de Editoração e Gráfica foi transferido para o Campus JK,
desvinculando-se da Biblioteca Central, mas esta ainda continuou a confeccionar e imprimir
cartões de identificação dos usuários das Bibliotecas pertencentes à Universidade, atividade
exercida até o ano de 2017.
O primeiro Regimento do Sistema de Bibliotecas da UFVJM foi regulamentado pelo
Anexo da Resolução nº 06
A Resolução nº 22
Consu, de 04/04/2008.
CONSU, de 03 de dezembro de 2010, estabelece as novas
Normas de Funcionamento das Bibliotecas- Sisbi da UFVJM, alterando as Normas previstas
na Resolução de 1999, já que o Sistema de Bibliotecas era constituído pelas bibliotecas
instaladas nos três campi (Campus I, Campus JK e Campus Mucuri).
Mas como a sede da UFVJM foi transferida para o Campus JK, ali concentrando todo
o complexo administrativo, compreendendo Reitoria, Pró-Reitorias e unidades acadêmicas a
ele vinculadas, neste Campus estabeleceu-se também a Superintendência do Sistema de
Bibliotecas
Sisbi/UFVJM.
Devido à transferência dos cursos do Campus I para as novas instalações no Campus
JK, de forma gradativa, assim também ocorreu com o acervo da Biblioteca do Campus I. A
cada curso que era transferido, transferia-se também o material específico referente às
disciplinas.
Desta forma, em consonância com a criação de novos cursos na Instituição, a
Biblioteca do Campus JK foi se expandindo, ganhando dimensão, tanto em quantidade de
acervo bibliográfico e de serviços oferecidos, como também no aumento do corpo
administrativo, passando a ser o setor com o maior desenvolvimento de programas e
resoluções de questões atinentes a todo o sistema de bibliotecas da Instituição.
Então, a Biblioteca do Campus JK passou a ser a unidade Central e a Biblioteca
Campus I, atualmente, é considerada uma biblioteca setorial, com o acervo específico do
Curso de Odontologia, já que se trata do único curso que ainda possui as suas instalações no
antigo Campus I.
Com a criação de mais dois campi, o de Unaí e o de Janaúba, mais duas bibliotecas
foram criadas para atender à demanda dos cursos ali existentes, além das bibliotecas dos polos
de Educação à Distância pertencentes à UFVJM.
�A partir de 2015, a Biblioteca do Campus I passou a funcionar de forma integrada com
o Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG). Mas percebe-se que esta Biblioteca
do Campus I está com os anos contados, pois o seu acervo será incorporado ao existente na
Biblioteca Central do Campus JK, quando o curso de Odontologia também for transferido.
Considerações Finais
Como foi possível perceber, durante muito tempo, a Biblioteca desta instituição
constituiu-se de uma sala instalada visível e fisicamente, no que se refere ao aspecto
arquitetônico, com o mobiliário, os poucos equipamentos e o escasso acervo bibliográfico.
Era a Biblioteca na sua materialidade, com as instâncias básicas de funcionamento do setor e
organismo de oferecimento de serviços básicos à comunidade acadêmica.
Mas esta Biblioteca, junto com a Instituição, foi evoluindo e transformando. Da
simples sala com poucos livros, foi se avolumando, englobou os aspectos relativos à sua
memória, aos arquivos, às normas e aos regimentos que emergiram por necessidade de
padronização das ações e critérios regulamentados.
As práticas e ações desempenhadas pela referida Biblioteca resultaram de um
aprendizado ao longo de toda a trajetória FAOD, FAFEOD, FAFEID até a UFVJM, definindo
a identidade dos sujeitos e da instituição, bem como a projeção e a história de vida.
Assim foi o nascimento de uma instituição de ensino superior em Diamantina, criada
para atender às necessidades educacionais e que, trilhando um longo caminho, permanece e
permanecerá transformando sujeitos, pois uma Instituição evolui e transforma-se.
A trajetória da UFVJM, desde a FAOD, espelha o engajamento de todos os envolvidos
no processo de transformação da Instituição ao longo destas últimas décadas.
E a Biblioteca, como se pode perceber, trilhou todos os caminhos percorridos pela
Instituição e que, apesar de todas as dificuldades e entraves, demonstrou a parceria e
contribuição para a implantação, o desenvolvimento e a consolidação de uma cultura do saber.
Referências
BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011.
FACULDADE DE ODONTOLOGIA DE DIAMANTINA. Informativo ao MEC. 29 ago.
1964. Diamantina, 1964. Arquivo.
______. Informativo Realce, Ano I, nº 01, de 15 de out. de 1984. Diamantina, 1984.
Arquivo.
�______. Informativo Realce, Ano I, nº 02, de 22 de out. de 1984. Diamantina, 1984.
Arquivo.
______. Informativo Realce, Ano II, nº 03, de 03 de jun. de 1985. Diamantina, 1985.
Arquivo.
______. Ofício nº 3.036/Ministério da Educação e Cultura, de 16/09/1964. Determinações
Ministeriais Vol. III. Caixa Departamento Pessoal 1954 a 1966. Diamantina, 1964. Arquivo.
______. Ofício nº 54/FAOD, de 28/02/1964. Diamantina, 1964. Arquivo.
______. Regimento Interno da Faculdade de Odontologia de Diamantina. Decreto nº
4.196, de 18 de março de 1954. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1955, p. 6. Arquivo.
______. Relatório Anual da Diretoria Referente ao Exercício do Ano de 1977, de 31 de
dezembro de 1977. Diamantina, 1977. Arquivo.
______. Relatório Anual da Diretoria Gestão 1982. Diamantina, 1982. Arquivo.
______. Relatório Anual da Diretoria Gestão 1983. Diamantina, 1983. Arquivo.
______. Relatório Anual de Atividades 2003-2004. Diamantina, 2004. Arquivo.
______. Relatório do 1º Período Letivo de 1954. F. 2. 25/08/1954. Protocolado no MEC sob
o nº 115605. Diamantina, 1954. Arquivo.
FERNANDES, Antônio Carlos; CONCEIÇÃO, Wander. Caminhos do Desenvolvimento:
Síntese Histórica da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 1953-2005.
Diamantina: UFVJM, 2005.
FERNANDES, Antônio Carlos; CONCEIÇÃO, Wander. La mezza noche: o lugar social do
músico diamantinense e as origens da Vesperata 1751 1895 - 1997. 2. ed. Diamantina:
UFVJM, 2007.
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI. Antigos
Termos de Baixa e Termos de Referência. Diamantina, 1984. Arquivo.
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI. CONSU
Resolução nº 22 CONSU, de 03 de dezembro de 2010 - Normas de Funcionamento das
Bibliotecas- Sisbi da UFVJM. Diamantina, 2010. Arquivo.
______. Resolução nº 06 Consu, de 04/04/2008 - Regimento do Sistema de Bibliotecas da
UFVJM. Diamantina, 2008. Arquivo.
UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI.
Correspondências Expedidas Ofício nº 335/FAOD/D. Diamantina, 05 de set. de 1959.
Arquivo.
�UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI. Jornal da
UFVJM. Ano I, nº 20. Diamantina, 2005. Arquivo.
______. Jornal da UFVJM. Ano II Nº 14
O/N/D de 2006. Diamantina, 2006. Arquivo.
______. Jornal da UFVJM. Ano II Nº 17
Ago./Set. de 2007. Diamantina, 2007. Arquivo.
______. Termos de Transferência de Responsabilidade. Diamantina, 15 de out. de 1984.
Arquivo.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Cursos e percursos da biblioteca da Universidade Federal do Vales do Jequitinhonha e Mucuri.
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Figueiredo, Wanderléia Lopes Libório
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Este artigo tem como objetivo central investigar a trajetória histórica da Biblioteca da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, desde a sua primeira instalação em 1957, percorrendo todas as eras da Instituição. Para tal, foram delimitados os seguintes objetivos específicos: a) verificar o contexto histórico da cidade de Diamantina na década de 1950, quando foi criada a Faculdade de Odontologia de Diamantina; b) investigar como se deu a criação da Biblioteca na Instituição; c) registrar a transformação da Biblioteca nos diferentes períodos e fases da Instituição. A metodologia utilizada envolveu a pesquisa qualitativa, tendo como procedimentos a pesquisa bibliográfica e a documental. O aporte teórico desta pesquisa foi norteado por autores como FERNANDES; CONCEIÇÃO (2005; 2007) e fontes documentais pertencentes ao arquivo da própria instituição de ensino. A discussão e a interpretação dos dados coletados foram realizadas mediante a análise de conteúdo na perspectiva de BARDIN (2011). Como resultado, este estudo apresentou um registro da história da criação e da trajetória da Biblioteca desde a sua criação até os dias atuais.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
MARKETING PARA REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: UM ESTUDO PARA O
MEMORIA REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DO IFRN
MARKETING FOR INSTITUTIONAL REPOSITORIES: A STUDY FOR MEMORIA - IFRN
INSTITUTIONAL REPOSITORY
Resumo: Os repositórios institucionais possibilitam aumentar a visibilidade das produções
científicas de uma instituição. Objetiva identificar as necessidades quanto ao marketing.
Apresenta o mapeamento em torno da produção do conhecimento sobre a aplicação do
marketing para Repositórios Institucionais no Portal Brasileiro de Publicações científicas em
acesso aberto do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia. Explana sobre a
aplicações do marketing em repositórios. Comenta o percurso percorrido pelo Memoria e as
ações desenvolvidas pela Equipe Técnica e Grupo Gestor quando a divulgação do repositório
institucional desde a sua implantação em 2015. Utiliza a aplicação de entrevista e
questionários eletrônicos com a comunidade interna do Instituto Federal de Educação, Ciência
e Tecnologia do Rio Grande do Norte Campus Natal-Zona Norte, a fim de identificar o nível
de conhecimento e utilização dos mesmos acerca do repositório da instituição para elaboração
de um plano de marketing para o repositório, objetivando aumentar a visibilidade do mesmo
na comunidade interna e externa da instituição. Conclui apontando a necessidade de um plano
de marketing para o repositório.
Palavras-chave: Repositório institucional. Plano de Marketing. Acesso aberto.
Abstract: Institutional repositories make it possible to increase the visibility of the scientific
productions of an institution. Objective to identify the marketing needs. It presents the
mapping around the production of knowledge about the application of marketing to
Institutional Repositories in the Brazilian Portal of Scientific Publications in open access of
the Brazilian Institute of Information, Science and Technology. Explain about the application
of marketing in repositories. Said the route traveled by the Memory and the actions developed
by the Technical Team and Steering Group when disclosure of institutional repository since
its inception in 2015. It uses the application of interviews and electronic questionnaires with
the internal community of the Federal Institute of Education, Science and Technology Rio
Grande do Norte Campus Natal-Zona Norte, in order to identify the level of knowledge and
use of them about the institution's repository to prepare a marketing plan for the repository,
aiming to increase the visibility of the same in the internal community and external of the
institution. It concludes by pointing out the need for a marketing plan for the repository.
�Keywords: Institutional repository. Marketing plan. Open access.
1 INTRODUÇÃO
Evidentemente, nos dias atuais, é incontestável que a informação chegue até nós num
piscar de olhos. Muitas dessas informações que nos é divulgada, fazem parte de toda uma
ação executada através da aplicação do marketing desenvolvido por empresas e instituições,
permitindo a todos uma interação, compartilhamento e até mesmo a colaboração antes
contestada. Os meios de divulgação ficam cada vez mais maleáveis, passando a existir
aplicações que faltavam em uma era cheia de informações.
Agora elaborada por tecnologia a um nível elevado, a era da informação é marcada por
uma maior interação e colaboração. Nada mais justo pensarmos em conteúdos e
possibilidades andando no mesmo ritmo.
pelos meios eletrônicos tem, como aspecto positivo, dentre outros, o fato de proporcionar uma
comu
utilizam o uso de plataformas virtuais como uma forma de divulgação e colaboração para uma
maior interatividade em torno de seus produtos, desde o conhecimento empírico ao científico.
Muitas dessas instituições possuem uma quantidade significativa de trabalhos expostos
e publicados em diferentes suportes. No Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte (IFRN) não é diferente, pois alguns expostos em seu repositório são a
prova de que possibilidades e conteúdos podem andar na mesma direção.
Todas essas informações atreladas à tecnologia no repositório do IFRN possibilita a
necessidade de um agente capaz de promovê-las. Por isso, se faz cada vez mais necessário um
plano em torno do marketing para um maior entendimento e conhecimento da produção
acadêmica e científica produzida da instituição.
O projeto tem como principal objetivo identificar as necessidades do Memoria Repositório Institucional do IFRN quando ao marketing. Para tanto, foi necessário realizar o
levantamento da produção do conhecimento sobre a temática, conhecer o repositório e
verificar ações já existentes.
A pesquisa de natureza qualitativa e quantitativa, tem o caráter exploratório e
bibliográfico. Foi iniciada com o levantamento da produção do conhecimento sobre a
aplicação do marketing para Repositórios Institucionais, realizando a coleta no Portal
�Brasileiro de Publicações Científicas em Acesso Aberto (Oasisbr) do Instituto Brasileiro de
Informação, Ciência e Tecnologia (IBICT).
Para entender melhor e compor, o microambiente de Marketing, foi aplicado
questionários eletrônicos com os estudantes e docentes do IFRN Campus Natal-Zona
Norte26,a fim de obtemos informações sobre o nível de conhecimento e utilização que os
mesmos possuem em relação a existência do Memoria.
Para a verificação das ações já existentes, foi realizada uma entrevista com a
bibliotecária da instituição que desenvolve atividades no repositório desde a sua implantação
no IFRN27. Além disso, nos foi fornecido produções apresentadas em eventos científicos e
que relatam as ações desenvolvidas pela equipe que atua no Memoria.
Após a verificação da produção e o levantamento das ações já implementadas no RI
foi necessário proceder com a construção do referencial teórico e em seguida construir o
plano de Marketing para o Memoria por meio da observação participante. Para Gil (2011, p.
da da
participante a utilizamos para buscar orientações em experiências.
2 MAPEAMENTO DE PRODUÇÕES CIENTÍFICAS SOBRE O USO DO
MARKETING EM REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL (RI)
O presente estudo realizou um mapeamento em artigos científicos objetivando
identificar produções que tratassem sobre a aplicação do marketing em repositórios
institucionais, sendo a coleta realizada no Oasisbr 28 no período de 12 a 18 de maio de 2017 e
foi desenvolvido considerando os seguintes campos: título, assuntos indexados e resumo.
do site para uma melhor recuperação da informação, ou seja, o uso do símbolo "+" requerendo
que o termo apresentado depois do "+" exista em qualquer campo do registro.
26
Utilizaremos a sigla IFRN-ZN sempre que mencionado o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
do Rio Grande do Norte campus Natal-Zona Norte.
27
A bibliotecária Vanessa Oliveira de Macêdo Cavalcanti, CRB-15/454, coordenou, em 2013 o Projeto de
desenvolvimento do seu repositório institucional
gestor do repositório, além de desenvolver atividades técnicas no Memoria.
28
Aproveitamos para sugerir aos leitores desta pesquisa a utilização do Portal em suas pesquisas. O Oasisbr é
uma biblioteca digital multidisciplinar de acesso gratuito que coleta produções científicas de pesquisadores das
universidade e institutos de pesquisa. Disponível em: <http://oasisbr.ibict.br>. Acesso em: 09 maio 2017.
�Logo após a aplicação foram obtidas 128 produções científicas. Porém, não
identificamos nenhuma produção que discutisse sobre a aplicação de um plano de marketing
para repositório institucional. Apesar disso, o levantamento das produções contribuiu para o
referencial teórico sobre marketing, mesmo sendo aplicado em outras situações problema.
3 REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
O acesso aberto às informações é um dos avanços mais significativos atualmente
dentro da perspectiva científica e tecnológica. Este movimento mundial tem a intenção de
equalizar o acesso a informação científica para todos os pesquisadores, com a
disponibilização irrestrita do conhecimento produzido.
Como estratégias para o acesso aberto, foram sugeridas vias que contribuíssem para
uma melhor leitura científica. Logo, há duas vias para o acesso aberto:
[...] a Via Dourada, que significa o acesso aberto promovido nos próprios periódicos
científicos, de modo que os artigos científicos possam ser disseminados sem
restrições de acesso ou uso; a Via Verde, que significa o sinal verde de editores
científicos para o arquivamento da produção científica pelos próprios autores em
repositórios digitais de acesso aberto, especialmente em repositórios institucionais.
(LEITE, 2009, p. 17).
Neste texto, faremos a opção em não abordar a via dourada, pois, temos como objetivo
um plano de marketing para um repositório institucional.
Segundo Leite (2009) a via verde tem como estratégia o arquivamento da produção
científica, podendo ser armazenada em repositórios temáticos e institucionais. Os repositórios
temáticos (RTs) são ambientes digitais que recebem produções em torno de um mesmo
assunto, como afirma Monteiro e Brascher (2007, p. 03) considerando que os RTs objetivam a
"gestão e disseminação da produção técnico-cientifica em meio digital, de uma área ou
subárea especifica do conhecimento".
Os repositórios institucionais (RIs) armazenam as produções de uma determinada
organização ou instituição.
O Repositório Institucional (RI) está sob a responsabilidade técnica e administrativa
de uma instituição ou organismo. Por consequência, este tipo de repositório é
multidisciplinar e possui uma gama de tipos de documentos ainda maior que os
temáticos. Além de agregar o conjunto de informações relativas e/ou de interesse
para a instituição, dispõem de serviços relativos à organização, tratamento, acesso e
disseminação desse conteúdo digital. (MONTEIRO; BRÄSCHER, 2007, p. 03).
Os RIs tem como função:
melhorar a comunicação científica interna e externa à instituição;
�maximizar a acessibilidade, o uso, a visibilidade e o impacto da produção
científica da instituição;
retroalimentar a atividade de pesquisa científica e apoiar os processos de
ensino e aprendizagem;
apoiar as publicações científicas eletrônicas da instituição;
contribuir para a preservação dos conteúdos digitais científicos ou
acadêmicos produzidos pela instituição ou seus membros;
contribuir para o aumento do prestígio da instituição e do pesquisador;
oferecer insumo para a avaliação e monitoramento da produção científica;
da instituição. (LEITE, 2009, p. 22).
Diante do exposto, compreendemos que estes avanços proporcionam a comunidade
científica uma nova oportunidade de visibilidade de suas produções.
3.1 O MEMORIA - REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DO IFRN
O IFRN foi o primeiro dentre os Institutos Federais (IFs) a criar o seu repositório
institucional para armazenar suas produções acadêmicas, científicas, artísticas e técnicas.
Em 2013 iniciou-se as primeiras discussões sobre o Movimento do Acesso Aberto
IFRN atrav
ausência de um ambiente digital capaz de preservar o conhecimento científico da instituição.
No ano de 2014, com outro projeto de pesquisa ocorreu a união de esforços de diferentes
profissionais da instituição.
Assim, a partir destes dois projetos de pesquisa submetidos a editais da Pró-reitora de
Pesquisa e Inovação do IFRN ocorreu a implementação do RI. Durante a fase de
desenvolvimento do software29, foi definido o nome a partir do entendimento de que
[...] a palavra memoria origina-se do latim e denota significado de conservação de
uma lembrança. Trata-se de um termo presente e utilizado por várias ciências sendo
absorvida pelas novas correntes historiográficas (CHAUÍ, 2005, p. 138).
Assim, optou-se pelo uso do nome Memoria para o Repositório do IFRN.
Também em 2015 foi criada a comissão de implantação e manutenção do Memoria
com as seguintes representações: Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação, Diretoria de Gestão e
Tecnologia da Informação (DIGTI), Sistema Integrado de Bibliotecas (SIBi) e Comunicação
Social e Eventos. Neste mesmo ano também foi aprovada a Resolução nº 15 pelo Conselho
29
Para a compreensão das atividades de desenvolvimento recomendamos a leitura do TCC dos alunos-bolsistas.
Disponível em: <https://memoria.ifrn.edu.br/handle/1044/712>.
�Superior (CONSUP) que trata da Política de Informação Técnico-Científica e traz as
seguintes considerações:
a necessidade de preservar, ampliar e difundir a produção técnico-científica da
Instituição; favorecer e ampliar o acesso, a visibilidade e a recuperação dessa
produção e contribuir com o desenvolvimento das pesquisas; potencializar o
intercâmbio entre o IFRN e outras instituições; otimizar a gestão de investimentos
em pesquisas neste Instituto Federal e contribuir para a elaboração de indicadores da
produção científica e tecnológica institucional; e apoiar os processos de ensino e
aprendizagem por meio do acesso facilitado ao conhecimento. (IFRN, 2015) .
Em 2016 ocorre a formação do Grupo Gestor do repositório através de portaria e a
participação de seus representantes em eventos científicos dentro e fora do país, com o
objetivo principal de tornar o RI conhecido pela comunidade científica.
Em 2017 algumas ações foram desenvolvidas dentro da instituição, como:
treinamentos para os bibliotecários do IFRN com relação a administração do Dspace 30, além
disso a equipe técnica que atua no repositório tem sido constantemente solicitada para
contribuir com a implementação de repositórios na Rede Federal.
Sobre a sua estrutura, o Memoria está organizado por tipo de material em
comunidades e coleções. As comunidades são: Teses e Dissertações, Editora, Eventos,
Legislação e Resoluções, Produção científica e Trabalhos técnicos e acadêmicos, com um
total de 1.016 documentos31.
Diante do exposto, entendemos que o Memoria - Repositório Institucional do IFRN é
um arquivo eletrônico de toda a produção científica da instituição, pode importar, identificar,
armazenar, preservar, recuperar, e exportar um conjunto de objetos digitais, aumenta a
visibilidade do IFRN e de seus pesquisadores, é uma via de comunicação científica, preserva
a memória intelectual do IFRN e promove a transparência com a gestão dos recursos públicos.
3.2 O MARKETING EM REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
Engana-se erroneamente quem pensa que o marketing serve apenas para vender algo.
forma de sentir o mercado
e adaptar produtos ou serviços - é um compromisso com a busca da melhoria da qualidade de
30
Software livre mais utilizado em repositórios institucionais.
Informações extraídas do site do Memoria. Disponível em: <https://memoria.ifrn.edu.br/>. Acesso em: 06 dez.
2017.
31
�Numa era em que o marketing se faz presente em todos os âmbitos empresariais, é
válido ressaltar que essa visibilidade também está ganhando força dentro do âmbito científico.
O marketing científico pode ser considerado, de uma maneira geral, uma modalidade
de marketing que auxilia a alavancar o crescimento do mercado de produtos científicos.
Sendo assim,
[...] o princípio básico a ser adotado pelo marketing científico é o de que o
conhecimento, sobretudo o discurso que o contém, é um produto como outro
qualquer, bastando que se estabeleça como alvo desse produto, o público em geral e
não somente o público especializado. (BIZZOCCHI, 2002 apud ARAÚJO, 2015, p.
71).
Diante de uma ampla esfera do Marketing ao redor do campo científico, é importante
ressaltar a ligação do mesmo com o RI dentro de todo um planejamento, implementação e
participação da comunidade como uma estratégia para a visibilidade de um sistema unificado
e aberto. Com isso,
[...] um dos grandes desafios em uma iniciativa de repositório institucional não é o
planejamento nem tampouco a implementação, mas sim a garantia da participação
da comunidade. (LEITE, 2009, p. 78)
O autor também afirma que,
Para desenvolver-se e manter um RI não basta ter a disponibilidade de tecnologias e
um parque computacional, mas principalmente desenvolver mecanismos que
estimulem a comunidade institucional a depositar a sua produção científica e,
finalmente, mecanismos de gestão do repositório. (LEITE, 2009, p. 10).
Desenvolver e implementar estratégias de marketing torna-se fundamental para a
visibilidade do RI, entendendo principalmente as necessidades da comunidade externa e
interna. Leite aponta o povoamento como uma ação que precisa ser considerada pela
instituição, assim sugere uma política obrigatória.
Os repositórios institucionais com mais sucesso no que diz respeito ao seu
povoamento têm sido aqueles cujas instituições estabeleceram política de depósito
obrigatório. Como exposto anteriormente, a implementação da obrigatoriedade do
arquivamento da produção científica é o fator primordial para que as taxas de
depósito sejam consideravelmente aumentadas. (LEITE, 2009, p. 86).
Sendo uma ferramenta de livre acesso que armazena e divulga as suas produções
científicas, torna-se um compromisso ajustá-lo para que a comunidade perceba o quanto esta
ação institucional é necessária para a visibilidade da instituição.
�4 AÇÕES DESENVOLVIDAS NO MEMORIA
Para essa sessão do plano de Marketing, foi elaborada uma entrevista com a
bibliotecária Vanessa Oliveira de Macêdo Cavalcanti do IFRN-ZN em 27 de novembro de
2017.
Após as informações obtidas com a entrevista, demais informações extraídas do
próprio site do Memoria32 e de publicações apresentadas em eventos científicos, organizamos
as seguintes atividades:
Ações desenvolvidas33:
Uso das mídias sociais (Facebook, Instagram, Twitter);
Elaboração de lâminas e marcadores de textos para distribuição;
Totens e realização de palestras para divulgação do RI em eventos internos:
Semana de Ciência, Tecnologia e Extensão do IFRN (Secitex) e Encontro dos
Coordenadores de Cursos e de Bibliotecários do IFRN;
Reuniões sistemáticas do grupo gestor do Memoria: realização de treinamento
com os bibliotecários da Instituição; elaboração dos padrões de metadados; e
tutoriais de submissão e elaboração do fluxo de depósito de TCCs no RI;
Divulgação em eventos nacionais e internacionais: o XIX Seminário Nacional
de Bibliotecas Universitárias (SNBU), Encontro Nacional de Dirigentes de
Pessoal e Recursos Humanos das Instituições Federais de Ensino (ENDP) e o I
Fórum Nacional de Repositórios Digitais.
5 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Para a análise da visibilidade do repositório optamos por entender o comportamento da
comunidade interna quanto ao seu uso. Para tanto, foi desenvolvido dois questionários
eletrônicos aplicados a estudantes e docentes do IFRN-ZN. A aplicação no campus citado se
deu pela proximidade do autor com esta comunidade e por entendermos como uma amostra
significativa para a pesquisa.
32
33
Recomendamos ao leitor o acesso às produções do IFRN. Disponível em: <memoria.ifrn.edu.br>.
Além do site, estas informações foram extraídas do artigo apresentado no Congresso Brasileiro de
Memoria - Repositório
�5.1 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO COM OS ESTUDANTES
Durante quatro dias, no período de 27 a 30 de novembro de 2017, um link esteve
disponível para os estudantes de todos os cursos, obtendo 124 respostas no universo de 999
estudantes matriculados34 no semestre 2017.2. A divulgação do link foi feita por meio de
visitas a salas de aula e também com o auxílio de redes sociais. O mesmo link com o
questionário para os estudantes foi disponibilizado no grupo do Facebook do IFRN-ZN. Esta
ação possibilitou um melhor desempenho diante do número de questionários respondidos.
Dentre os respondentes, aqueles que já produziram algum trabalho científico e que
poderiam ser potenciais depositantes no repositório. Segundo as respostas, 40,3% já
produziram alguma produção científica durante seu período de vínculo com o IFRN, sendo
que apenas 10,6% publicaram esta produção.
Embora o número de projetos produzidos durante o período dentro do IFRN possua
um percentual favorável, a quantidade desses mesmos projetos concluídos, acabam por não
serem publicados.
Foi nítida o não conhecimento acerca de um ambiente digital voltado para o
armazenamento e divulgação de trabalhos acadêmicos e científicos, pois mais de 80% dos
estudantes afirmaram não conhecerem o repositório institucional.
A pesquisa apontou que 18,5% dos estudantes conhecem o repositório, porém, nos
mostra que 100% de todos os 124 estudantes respondentes marcou que não depositaram
nenhum trabalho dentro do Repositório Institucional.
Ressaltamos que um dos fatores que interfere neste resultado é a limitação da
plataforma, pois atualmente apenas os servidores podem realizar os depósitos.
5.2 APLICAÇÃO DE QUESTIONÁRIO COM OS DOCENTES
Assim como os estudantes, os docentes possuem uma grande importância para o
Repositório Institucional do IFRN, pois o deposito das suas produções científicas no Memoria
podem revelar o quanto esta comunidade reconhece a relevância deste espaço para a
visibilidade do conhecimento produzido pela instituição.
Na nossa pesquisa participaram 35 docentes lotados no IFRN-ZN e que responderam
ao questionário no período de 27 a 30 de novembro de 2017. Desse total, 22,9% dos docentes
34
Dados foram extraídos do Sistema Unificado de Administração Pública (SUAP). Disponível em:
<suap.ifrn.edu.br>. Acesso em: 20 nov. 2017.
�afirmaram não conhecer o repositório institucional implantado na instituição desde 2015,
conforme a resolução nº 15/2015 que trata da sua Política de Informação Técnico-Científica.
Contudo, é necessário enfatizar que, embora os docentes possuam uma maior
aproximação com artigos científicos, projetos e afins, seu direcionamento acerca do Memoria
se torna quase que nulo se compararmos com a quantidade de trabalhos produzidos para a
quantidade de produções depositadas, o que se torna um número de alerta mesmo que inferior
a quantia dos que compreendem do que se trata.
O ponto crucial do questionário aponta que 97,1% dos docentes nunca, em hipótese
alguma, submeteram seus trabalhos no repositório do IFRN. Esses 2,9% que sobraram, foi de
apenas um professor que enviou sua produção para o RI. Esses dados favorecem cada vez
mais a carência de que o Memoria possui quanto a sua visibilidade dentro do IFRN.
5.3 MATRIZ FOFA (FORÇAS, OPORTUNIDADES, FRAQUEZAS E AMEAÇAS)
FATORES
INTERNOS
Quadro 01
Fatores internos e externos
FORÇAS
Logomarca;
Marca Registrada;
Acesso aberto (comunidade externa
e interna do IFRN);
Auto arquivamento;
Amplitude de comunidades e
coleções;
Busca de maior visibilidade.
OPORTUNIDADES
FATORES
EXTERNOS
Conhecimento
da
produção
científica e participação pela
comunidade;
Divulgação diante a magnitude do
software em diversas instituições e
feiras científicas.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2017.
FRAQUEZAS
Mídias digitais desatualizadas;
Falta de conhecimento da
comunidade interna;
Site não funcional;
Poucos trabalhos submetidos;
Não possui acessos frequentes.
AMEAÇAS
Baixo índice de conhecimento
da comunidade acerca do
repositório;
Não possui uma divulgação
necessária.
5.3.1 Forças
A logomarca evidencia uma caixa de conhecimento que se abre para o mundo,
possuindo assim uma conservação de lembranças atrelado a um histórico memorável. Nesse
contexto, podemos relacionar a marca com o acesso aberto, já que o mesmo possui um
movimento de pensamento em que o conhecimento é para todos. Além disso, é válido
destacar que esse acesso permite o auto arquivamento dos que possuem vínculo com IFRN.
Sendo prático e de fácil acessibilidade, o campo científico dentro do software se abre
em meio a coleções de diversos documentos para diversas comunidades, como eventos, teses
�e dissertações, entre outros. É importante ressaltar ainda que a instituição busca uma maior
visibilidade em torno do Memoria.
5.3.2 Fraquezas
Embora o site seja uma ferramenta de imprescindível uso, ele possui um déficit na
criatividade. É até adequado, mas não chama atenção. Outras formas de acesso também
possibilitam uma interação com o público. Um exemplo disso são as mídias digitais que até
existem, mas que são falhas visualmente e participativamente. Suas últimas postagens acabam
demorando e gerando um certo desinteresse. Some-se a isso poucos trabalhos submetidos,
gerando automaticamente poucos acessos nas ferramentas digitais. E para onde vão esses
tantos projetos? Há uma concorrência indefinida, ou mesmo não existente. Isso justifica a
falta de uma estratégia definida na divulgação, frequentemente.
5.3.3 Oportunidades
Um aspecto bastante significativo e abrangente é a possibilidade do conhecimento da
produção científica armazenada no Memoria para a comunidade externa fora da instituição.
Esse conhecimento parte do tão falado acesso aberto. Jovens e adultos principalmente que
buscam uma variedade de assuntos, podem acessar o software quando quiserem. Quem sabe a
partir dessas novas descobertas surja uma nova ideia?
Em meio à toda essa abrangência, a oportunidade de disseminação do Repositório
Institucional diante as pessoas e seus respectivos ambientes, se torna algo grandioso a medida
em que essas informações possam chegar até mais pessoas, sejam em feiras pelo mundo a fora
ou até mesmo em rodas de conversas entre amigos, colegas de turma, etc.
5.3.4 Ameaças
O baixo índice de conhecimento da comunidade interna e externa acerca do repositório
possibilita uma ameaça em torno da divulgação do mesmo, já que ela é bem fraca diante dos
meios virtuais. Com isso, o Memoria não possui uma divulgação precisa, acarretando assim,
na impossibilidade de se fazer alguma ação que atinja um público alvo necessário, para
melhor ser disseminado.
�5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É nítida a presença de produções científicas na instituição. Mas é mais nítida ainda à
não percepção, o não conhecimento dos estudantes e demais servidores do quanto o
armazenamento pode contribuir com a visibilidade da instituição e de seus pesquisadores.
Diante da expansão do IFRN, é notório o crescimento das suas produções acadêmicas,
científicas, artísticas e administrativas. Este fato se dá graças à investimentos em estudantes,
materiais, viagens, etc. Entretanto, ainda há um grande desconhecimento acerca do
arquivamento dessas produções, onde apontamos uma ausência efetiva na divulgação. Essa
dispersão se dá justamente pela falta de orientação por meio do marketing, da participação e
da autogestão do canal de divulgação.
A concepção desse trabalho poderá reafirmar a magnitude que possuem as produções
científicas de uma maneira geral no âmbito da publicação, seja ela principalmente virtual, já
que o Memoria faz parte do mesmo. A relevância se dá justamente na divulgação, podendo
modificar e atuar em melhorias contínuas na vida acadêmica dos demais.
Assim, após o estudo apresentado, um plano de marketing poderá contribuir com as
ações do repositório. Para tanto, pretende-se apresentar para o grupo gestor do Memoria, com
a intenção de aumentar a visibilidade do Repositório Institucional na comunidade interna e
externa do IFRN.
REFERÊNCIAS
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visibilidade ao engajamento. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 20, n. 3, p. 67-84,
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contexto do Acesso Livre. Enc. Bibli: R. Eletr. Bibliotecon. Ci. Inf., Florianópolis, n. esp.,
2007. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/15182924.2007v12nesp1p1>. Acesso em: 03 maio 2017.
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GABRIEL, M. Marketing na era digital: conceitos, plataformas e estratégias. [S.l.]:
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�GOMES, Sandra Lúcia Rebel. A comunicação do conhecimento científico nos ambientes
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Técnico-Científica do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRN) para
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GESTÃO E TECNOLOGIA, 9., 2012. Anais... [S.l.], 2012. Disponível em:
<https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos12/63316798.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2017.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Marketing para repósitorios institucionais: um estudo para a memória- repositório instituicional do IFRN.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cavalcanti, Vanessa Oliveira de Macêdo; Galvão, Sebastião Felipe; Momo, Denise Cristina
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Os repositórios institucionais possibilitam aumentar a visibilidade das produções científicas de uma instituição. Objetiva identificar as necessidades quanto ao marketing. Apresenta o mapeamento em torno da produção do conhecimento sobre a aplicação do marketing para Repositórios Institucionais no Portal Brasileiro de Publicações científicas em acesso aberto do Instituto Brasileiro de Informação, Ciência e Tecnologia. Explana sobre a aplicações do marketing em repositórios. Comenta o percurso percorrido pelo Memoria e as ações desenvolvidas pela Equipe Técnica e Grupo Gestor quando a divulgação do repositório institucional desde a sua implantação em 2015. Utiliza a aplicação de entrevista e questionários eletrônicos com a comunidade interna do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Campus Natal-Zona Norte, a fim de identificar o nível de conhecimento e utilização dos mesmos acerca do repositório da instituição para elaboração de um plano de marketing para o repositório, objetivando aumentar a visibilidade do mesmo na comunidade interna e externa da instituição. Conclui apontando a necessidade de um plano de marketing para o repositório
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
MODELAGEM DE DADOS DE CURADORIA DIGITAL: ALGUMAS APLICAÇÕES
NO BRASIL
MODELLING OF DATA OF DIGITAL CURATION: SOME APLICATIONS IN BRAZIL
Resumo: A presente investigação foca um mapeamento de casos práticos registrados na
literatura sobre curadoria digital, visando mostrar sua situação e perspectivas no cenário
brasileiro. Com base nos modelos de ciclo de vida dos dados, foi possível responder à
primeira questão de pesquisa, sobre os locais onde são aplicadas as ações curatoriais. A
pesquisa identificou vários ambientes e projetos, que realizam prática de curadoria digital,
representados em um quadro. Também foi possível sumarizar as categorias temáticas que
descrevem as atividades curatoriais de cada modelo. O aspecto inovador desta pesquisa é a
apresentação de vários modelos de ciclo de vida testados em diferentes ambientes reais. Com
este mapeamento, os profissionais inexperientes em curadoria de dados podem localizar e
selecionar determinados modelos e adaptá-los às suas necessidades. Para trabalhos futuros,
pretendem-se estudar as teorias sobre cultura digital e ferramentas computacionais em
ambientes que empregam curadores algorítmicos para seleção, organização e distribuição de
conteúdo informativo, assim como buscar informações sobre os profissionais que estão
envolvidos em atividades curatoriais, suas qualificações técnicas, tempo de experiência,
competências e habilidades requeridas.
Palavras-chave: Modelagem de dados. Ciclo de vida. Curadoria digital. Gerenciamento de
dados.
Abstract: The present study focuses a map of the practical, cases registered in the literature,
about digital curation, seeking to show the situation and perspectives of the digital curation in
Brazilian context. Based on the models of life cycle of the data, it was possible to answer to
the first research subject, on the spaces where curational activities are applied. The research
identified several places and projects, which accomplish practice of digital curation,
represented in a picture. It was also possible summarize the thematic categories that describe
the curational activities of each model. The innovative aspect of this research is the
presentation of several models of life cycle tested in different real spaces. With this map, the
inexperienced professionals in data curation can locate and select certain models and adapt
them to their needs.For future works, we intend to study the theories on digital culture and
computational tools in spaces that use algorithmic curators for selection, organization and
distribution of informative content, as well as to find information on the professionals that are
�involved in curatorial activities, their technical qualifications, time of experience and
requestedcompetences and abilities.
Keywords: Modelling of data. Life cycle. Digital curation. Data management.
1. Introdução
A coleta de grandes quantidades de dados registradano século XV, período das
grandes navegações europeiaspermitiu conhecer a cultura dos povos conquistados, mas
também o clima, a fauna e a flora local. O conhecimento desses dados facilitaram a
dominação e exploração dos novosterritórios e, por extensão, a criação dos primeiros mapasmundi para a orientação dos navegadores e a construção de teorias que foram transformadas
em disciplinas científicas como a geografia, a biologia, a antropologia e outras (HARARI,
2015). Esta referência histórica demonstra que o uso inteligente dos dados foi imprescindível
para a concentração do conhecimento e do poder por parte potências mundiais da época.
Atualmente os dados gerados ou coletados nas atividades de pesquisa servem, entre
outras aplicações, como insumos para a criação regular de fármacos, para a prevenção de
doenças, humana e animal, o melhoramento da produção industrial, do agronegócio e do
gerenciamento de novos dispositivos tecnológicos, porque a ciência e a tecnologia estão
imbricadas uma na outra.
Vale destacar que, dos laboratórios de pesquisas surgem novas ferramentas
computacionais que impactam profundamente as formas de produção, comunicação e
distribuição da informação. Consequentemente, numerosos dados e informação estão
disponíveis através da internet, trazendo inúmeros desafios para o gerenciamento da
informação no meio digital, sobretudo em relação aos aspectos que dizem respeito à
modelagem e tradução de dados para torná-los informações úteis e acessíveis, ao longo do
tempo, para o público em geral.
Através da internet ampliou-se consideravelmente a possibilidade de consulta,
arquivamento, geração e compartilhamento de dados e informações entre indivíduos e
empresas em qualquer espaço geográfico. Hoje, os setores públicos e privados coletam
volumes enormes de dados, criando novas informações e/ou produtos tecnológicos que são
empregados em diversos sistemas produtivos para solucionar problemas na área militar,
saúde, social, ambiental e político, entre outras.
Quanto às soluções tecnológicas disponíveis para o tratamento e recuperação de dados,
observa-se que elas já não constituem uma barreira significativa para o gerenciamento de
�dados, uma vez que, conforme afirmam Sayão e Sales (2012), se observa, no âmbito de várias
disciplinas, o desenvolvimento de repositórios digitais, orientados, especialmente, para uma
gestão ativa de dados de pesquisa.No mesmo sentido, Brayner (2016) adotou as ferramentas
wiki, feed para a análise em massa de dados. Portanto, é nesse contexto que surgiram os
termos
2014). Contudo, estes temas ainda
são pouco divulgados e conhecidos, como por exemplo, quem são os profissionais
responsáveis pelas atividades de curadoria no gerenciamento da informação digital. Por ora,
buscaremos responder aos seguintes questionamentos:
1) Em que locais a curadoria de dados/informação digital vêm sendo aplicada na
prática?
2) Como são estruturados os modelos de ciclo de vida dos dados nos programas de
curadoria digital?
A nossa investigação foca no mapeamento da curadoria digital, identificando casos
práticos registrados na literatura, visando formar um quadro com as experiências brasileiras
para mostrar a situação e perspectivas da curadoria digital no cenário nacional, além de
fornecer informações sobre a modelagem de dados em diferentes domínios para incentivar
mais experiências similares e auxiliar os novos praticantes de curadoria digital.
Assim o objetivo neste artigo foi fazer uma revisão sistemática da literatura para a
coleta e análise dos dados bibliográficos sobre a modelagem de dados para curadoria digital
efetuada por investigadores brasileiros.
2 A curadoria digital
Kouper (2016) afirma que o conceito de curadoria digital emergiu,no Reino Unido, a
partir de uma série de workshops sobre a preservação de recursos digitais, na década de 1990.
Naquela época, os investigadores já começavam a discutir estratégias e implementação de
políticas de gerenciamento de materiais digitais, que incluíam os dados e resultados de
pesquisas, o desenvolvimento de ferramentas, bem como a criação uma rede colaborativa para
dar suporte às organizações, que estavam enfrentando essa problemática. Entretanto, o foco na
preservação digital tem-se aplicado, ao longo dos anos, e incorporado na terminologia relativa
ao gerenciamento de recursos contínuos e à curadoria.
A maioria dos autores consultados coincide em considerar que o registro do termo
curadoria digital apareceu pela primeira vez em 2001, n
Archives, Librariesand e-
s
�conhecimentos e as práticas acumulados na última década em preservação e acesso a recursos
digitais resultaram num conjunto de estratégias, abordagens tecnológicas e atividades que
agora são coletivamente conhecidas como curadoria digital . A curadoria digital é uma prática
de gerenciamento, que envolve a criação, seleção, manutenção, arquivamento, preservação,
avaliação, acesso e reuso de recursos digitais (Kouper, 2016).
Um elemento intrínseco no conceito de curadoria digital é a preservação de dados para
o reuso no futuro. Para atingir tal objetivo, deve ser traçado um plano de ações no decorrer do
processo de curadoria.Para Sayão e Sales (2012), os modelos de curadoria são ações que
compreendem atividades que permeiam todo o ciclo de vida da curadoria digital.
Como o patrimônio cultural e científico está a desenvolver-se cada vez mais em
formato digital, traz muitas vantagens, mas também enormes desafios, uma vez que os meios
e as técnicas para codificá-lo e armazená-lo são instáveis e tornam-se rapidamente obsoleto e
sua preservação é difícil, pela sua extensão e efemeridade (UNESCO PERSIST, 2016).
Ball (2012) elaborou uma revisão sobre os modelos de ciclo de vida para o
gerenciamento dos dados, com o objetivo de especificar os requisitos para o planejamento das
ações curatoriais,antes da implantação de repositórios, para evitar falhas no momento de
registro e criação dos dados.
O Centro de Curadoria Digital em Londres desenvolveu uma ferramenta, denominada
o DCC Curation Lifecycle Model, que contempla as ações do ciclo de vida, modelo utilizado
como roteiro para obtenção de informações junto de pesquisadores na fase inicial da
modelagem de sistemas para o gerenciamento da informação (ALVES, 2015), porque os
modelos de ciclo de vida de dados, nas palavras de Ball (2012), fornecem uma estrutura ao
considerar as várias operações necessárias para efetuar o registro dos dados ao longo de sua
vida25.
Alves e Alves (2017) reconhecem que o paradigma de e-science, no qual a curadoria
digital ocupa um espaço, relativamente novo, de prática profissional e pesquisa, focado em
solucionar problemas decorrentes do crescimento exponencial do volume de dados científicos,
conhecidos como os big data.
Nesse sentido, Costa e Cunha (2014) consideram o papel emergente de um novo
profissional de informação no tratamento de dados e na gestão eficiente da informação digital,
o curador digital, fato que pressupõe a qualificação de recursos humanos com conhecimentos
25
for considering the many
�específicos de gestão de sistema de informação, de requisitos e tecnologias de metadados,
para exercer de forma eficiente suas atividades profissionais.
Considerando o contexto desta pesquisa, realizou-se um levantamento de alguns
modelos de ciclo de vida dos dados, aplicados por pesquisadores brasileiros para as ações de
curadoria digital, não com o objetivo compará-los, mas a com pretensão de fazer um
mapeamento que possa contribuir para ajudar os profissionais a conhecer os modelos de ciclo
de vida de dados que estão sendo aplicado na prática no contexto nacional.
3 Metodologia
A abordagem metodológica dessa pesquisa é de caráter exploratório, documental e
descritivo (GIL, 2008). Quanto ao delineamento, recorre-se à pesquisa bibliográfica e ao
levantamento de informação, utilizando recursos tecnológicos de
neste caso, o Google
acadêmico. Por ser uma base de dados multidisciplinar, de texto completo e de livre acesso na
web, que dispõe de recursos de busca avançado, possibilitou o cruzamento de termos para o
refinamento nas buscas. Além disso, esta base de dados integra as principais fontes de
informação digitais da web. Os descritores empregados nas buscas foram: plano OR modelo
No que tange ao critério de inclusão para aceitação dos estudos sobre a modelagem
para o ciclo de vida dos dados, as estratégias adotadas para o aceite foram:
a) Apresentar uma estrutura de informação que compreendesse diversas operações
para o registro dos dados ao longo da vida (BALL, 2012);
b) Estudos sobre caso prático de gerenciamento de dados e informação, independente
do domínio.
Os documentos que não estavam incluídos nos escopos referidos foram eliminados. Por outro
lado, os modelos replicados em mais de um estudo foram citados apenas uma vez,
alcançando-se um corpus documental final foi de157 documentos no período compreendido
entre 14 de maio a 6 de junho de 2017.
Tabela 1 Documentos recuperados no Google Acadêmico
Trabalhos Aceitos
26
Trabalhos rejeitados
131
Total
157
Fonte: Dados da pesquisa
�4. Resultados e discussão
Os resultados obtidos foram sistematizados em cinco grupos, a autoria, o título do
estudo e o modelo proposto,organizados por ordem cronológica decrescente, de 2016 a 2006, as
categorias temáticas correspondentes, que descrevem no nível abstrato os procedimentos para
operação, a data da publicação e a aplicação do respetivo modelo, como se pode observar no
quadro 1.
Quadro 1- Modelos para o Ciclo de Vida dos Dados
Autoria
Dutra,
M. L.;
Macedo,
D. D.
J.de
Sayão,
L. F;
Sales, L.
F.
Título do
estudo/modelo
proposto
Curadoria digital:
proposta de um
modelo para
curadoria digital em
ambientes big data
baseado numa
abordagem
semiautomática para
a seleção de objetos
digitais.
Algumas
considerações sobre
os repositórios
digitais de dados de
pesquisa.
Rossi,
T. et al.
Suporte à pesquisa e
gerenciamento de
dados: proposta de
concepção de serviço
para Biblioteca
Universitária da
UFSC.
Santos,
N. M. S.
dos
O processo decisório
de governança de
dados.
Vieira,
B. F. M.
Uma abordagem
baseada em jogos
sérios para o ensino
de qualidade de
dados.
Cidades Inteligentes:
conceitos,
plataformas e
Kon, F.;
Santana,
E. F. Z.
Categorias temáticas
Data
Aplicação
(Validação)
a) Algoritmo Coletor é responsável
pelo processo de busca, tratamento e
seleção dos dados brutos;
b) Algoritmo Curador, que tem a
função de estabelecer a relevância do
recurso para as curadorias que estão
interconectadas;
c) Algoritmo Seletor, como um
possível objeto a ser preservado pelas
CD (Curadorias digitais).
a) Captura de dados;
b) Catalogação das coleções de
dados;
c) Arquivamento e preservação;
d) Interoperabilidade;
e) Recuperação, acesso e reuso.
a) Estágio 1: identificação dos
tópicos da pesquisa e revisão do
status quo;
b)Estágio 2: preparação de um
cronograma e aquisição de recursos;
c) Estágio 3: coleta de dados e
análise;
d) Estágio 4: publicação dos
resultados e dos dados, transferência
de conhecimento.
a) Princípios de Dados;
b) Qualidade de Dados;
c) Arquitetura e Segurança de Dados;
d) Ciclo de Vida dos Dados.
a) Preparação;
b) Definição;
c) Avaliação;
d) Análise;
e) Ação.
a) Coletar os dados com a rede de
sensores e atuadores,
b) Gerenciar os dados na plataforma,
2016
Repositórios
digitais, sem
aplicação em
um caso real.
2016
Repositório de
dados,sem
aplicação em
um caso real.
2016
Universidade
Federal de
Santa Catarina.
2016
Indústria e
empresa de
serviços.
2016
Jogo
eletrônico para
avaliação da
qualidade dos
dados.
Cidades
inteligentes.
2016
�desafios.
c) Processar os dados da cidade
utilizando seu modelo de dados e
d) Compartilhar os dados coletados e
processados permitindo acesso
externo a esses dados
Sayão,
Guia de gestão de
a) Descrição dos dados;
L. F;
dados de pesquisa
b) Metadados;
Sales, L. para bibliotecários e
c)Política de acesso,
F.
pesquisadores.
compartilhamento e reuso;
d) Gestão do arquivamento de longo
prazo: preservação digital dos dados
de pesquisa;
e) Orçamento: custos envolvidos na
gestão de dados.
Machad Dados de pesquisa
a) Responsabilidade;
o, D. R. em repositório
b) Conteúdo;
institucional: o caso
c) Aspectos legais;
do Edinburgh
d) Padrões, preservação digital;
DataShare.
e) Política de acesso e uso;
f) Sustentabilidade e financiamento.
Gattelli, Gestão de dados de
a) Coleta dos dados brutos (bióticos e
investigação no
R. T.;
abióticos);
Ribeiro, domínio da
b)Transposição dos dadospara
M. C. de oceanografia
planilhas Excel e armazenamento;
C. A.
biológica: criação e
c) Análise estatística dos dados (uso
avaliação deum perfil de softwares específicos);
de aplicação baseado d) Elaboração de produtos finais
(teses, artigos publicados, etc.).
em ontologia.
Drucker, Preservação e
a)Pessoas envolvidas com o
D. P. et organização da
planejamento, aaquisição, o
al.
geoinformação em
tratamento, a catalogação, a gestão, a
instituições: o caso
análise, a oferta e o uso da
da construção da
geoinformação;
Infraestrutura de
b) Dados propriamente ditos, ou seja,
Dados Espaciais da
informação geoespacial obtidas por
Embrapa.
diversas fontes;
c)Tecnologia que viabiliza a
infraestrutura computacional que
viabilizará a organização,
preservação e disseminação da
geoinformação;
d) Normas e Padrões que permitem a
descoberta, intercâmbio, integração e
usabilidade da informação
geoespacial;
e) Arcabouço institucional, ou seja, o
contexto de governança e
coordenação que garante a
implementação elongevidade da
infraestrutura, por meio de acordos,
articulações e regras.
Sales, L. Seleção e avaliação
a) Dificuldade de reprodução e
F.;
de coleções de dados fragilidade dos dados-dados gerados
Cavalca digitais de pesquisa:
por experimentos de difícil
2015
Não
especificado,
sem aplicação
em um caso
real.
2015
Repositório
institucional
de dados de
pesquisa:
Edinburgh
DataShare.
Oceonografia
biológica via a
plataforma
digital Dendro.
2015
2015
Embrapa.
2015
Instituto de
Energia
Nuclear.
�nti, M.
T.
uma possível
abordagem
metodológica.
Souza
Júnior,
G. M.
de.
Framework de apoio
à construção de uma
arquitetura de dados.
Agune,
R.;
Bolliger
; S. P;
Takahas
hi, S. V.
R.
Brito,
E.;
Costa,
R.;
Duarte,
A.N.
Desafios da abertura
de bases e da
colaboração cidadã
em São Paulo.
Sobre o uso do
modelo Canvas em
Plano de
gerenciamento de
dados para curadoria
digital em projeto de
pesquisa.
reprodução ou com grande custo para
serem reproduzidos.
b) Potencialidade dos dados que
possuem grande potencial de reuso
deve ser prioritária.
c) Formatos/Mídia-dados gerados por
software que mudam com constância
devem ser prioritários e preservados
junto com a versão do software.
d) Proveniência-dados que possuem
proveniência significa que possuem
uma história e que mudam com
constância e merecem ser
preservados
e) Embargos-dados que não podem
ser disponibilizados devem ser
preservados, mas tendo o processo de
curadoria encurtado podem ficar para
depois.
f)Ética-dados que precisam ser
anonimizados tem o processo de
curadoria mais detalhado e devem ser
deixados para depois.
a) A origem dos Dados é responsável
por referenciar como os dados são
gerados, no ambiente operacional,
com seus processos de negócio,
cálculo de impacto, usuários afetados
e outros processos relacionados,
incluindo entidades de dados;
b)As referências sobre os dados
relacionadas à arquitetura do dado,
com os sistemas de informações que
geram esses dados, os bancos de
dados e seus objetos, o ciclo de vida
dos dados utilizados no processo e as
regras de negócio.
a) Abertura de dados;
b) Web Semântica;
c) Linguagem clara.
a) Dados Administrativos, que
abordam informações gerais sobre o
projeto como o nome, natureza e
objetivos da pesquisa;
b) Coleta de Dados, que tenta
responder quais e como os dados
serão coletados ou criados;
c) Metadados, com informações
necessárias para organização e
gerenciamento dos dados;
2015
Empresa
Farmacêutica.
2015
iGovSP Governo
Aberto SP.
2014
Em sites de
informação em
saúde.
�Sales, L.
F.
Integração semântica
de publicações
científicas e dados de
pesquisa: proposta de
modelo de
publicaçãoampliada
para a área de
ciências nucleares.
Santos,P
. L. V.
A. da
C.;
Simiona
to; A.
C.;
Arakaki,
F.A.
Brasil.
Ministér
io do
Planeja
mento,O
rçament
oe
Gestão
Definição de
metadados para
recursos
informacionais:
apresentação da
metodologiabeam.
Manual para
elaboração do de
Plano de Dados
Aberto.
d) Preservação, para endereçar
questões de retenção dos dados,
custos de curadoria e reuso dos
dados;
e) Compartilhamento, sobre os
mecanismos de compartilhamento
aplicáveis, como os dados serão
compartilhados e quando estarão
disponíveis;
f) Responsáveis e Recursos, que trata
de informações sobre quem serão os
responsáveis pelo gerenciamento dos
dados e quais recursos necessários
para o ciclo de curadoria previsto;
g)Observância legal, que
compreendem questões éticas, legais
e de direito autoral;
h) Armazenamento e Acesso, para
aspectos sobre cópia de segurança e
controle de acesso.
a) Política,
b) Infraestrutura organizacional,
c) Desenvolvimento decoleções de
dados,
d) Pesquisa,
e)Infraestrutura tecnológica e de
padronização,
f) Formação derecursos humanos,
g) Sustentabilidade econômica,
h) Implicações sociais, legais e
éticas;e
i) Disponibilização de serviços.
a) Planejar;
b) Executar;
c)Seleção de esquemas para a
definição de metadados;
d) Criar diretrizes de uso;
e) Gerar registros de metadados;
f) Avaliar;
g) Ação para correções
a) Dados referentes aoPlano
Plurianual (PPA);
b) Dados referentes ao Orçamento
Fiscal e Orçamento daSeguridade
Social;
c) Curadoria;
d) Monitoramento eControle;
e) Participação Social
2014
Área de
Ciências
Nucleares.
2014
Catálogo e
base de dados.
2013
Organizações
públicas
brasileiras.
�Alonso,
J. et al
Avaliação de dados
espaciais e
capacitação para o
desenvolvimento de
WEBGIS.
Santana,
R. C. G.
Ciclo de vida dos
dados e o papel da
ciência da
informação
Medeiro
s, L. O.
Avaliação da
Maturidade em
Gestão de Dados
das Empresas de
Uberlândia e Região
Costa,
L. H. M.
K.et al.
Grandes Massas de
Dados na Nuvem:
Desafios e Técnicas
para Inovação
a) A inventariação,normalização e
catalogação dos conjuntos de
dadosgeográficos (CDG) segundo as
orientações da diretivaINSPIRE e
normas ISO 19115 e 19131;
b) A definição deindicadores de
avaliação da qualidade interna dos
CDGsegundo as normas ISO 19113,
19114 e 19138;
c) A avaliaçãoda qualidade dos CDG,
centrada nas características
intrínsecasà base de dados,
salvaguardando o respetivo ciclo de
vida(histórico), a acessibilidade
(política de privacidade e gestãodos
dados) e propriedade, com vista à
definição de padrões deuso e
manuseamento dos dados e
identificação das principais lacunas
de informação;
d) A elaboração de propostas
degestão de qualidade que garantam
a integridade e adisponibilidade dos
dados no quadro da
capacitaçãoinstitucional para a
sustentabilidade do sistema de
informação.
a) Coleta;
b) Armazenamento;
c) Recuperação;
d) Descarte.
e) Estas fases são permeadas pelos
objetivos de: privacidade, qualidade,
direitos autorais,integração,
disseminação e preservação.
a) Governança de Dados;
b) Gestão de arquitetura de dados;
c) Desenvolvimento de dados;
d) Gestão de operações de dados;
e) Gestão da segurança dos dados;
f) Gestão de dados mestres e de
referências;
g) Gestão de DW e BI;
h) Gestão de documentos e conteúdo;
i) Gestão de meta-dados;
j) Gestão da qualidade dos dados
a) Geração,
b) Agregação;
c) Análise;
d) apagamento
2013
Recursos
hídricos.
2013
Ciência da
Informação.
2013
Empresas de
TI.
2012
Migração de
massas de
dados entre
centros de
distribuídos.
�Farinelli
, F.
Gestão da Segurança
de Dados:
um processo de
gestão
de dados do
framework
DAMA-DMBok®
Ayub,
G. G.
Integração de dados
para a inteligência
empresarial em
tempo real.
Catarino
, R. M.
G. P.
Concepção de um
repositório de Master
Data de Entidades
numa Seguradora.
Severin
o, E. M.
de O. P.
Sistemas de
informação
geográfica nas
Autarquias locais Modelo de
implementação.
a) Governança dedados;
b) Gestão da arquitetura de dados;
c) Desenvolvimentode dados;
d) Gestão de operações com dados;
e) Gestão da segurança de dados;
f) Gestão de dados mestre;
g)Gestão de data warehousing &
business intelligence;
h)Gestão de conteúdo e
documentação;
i) Gestãode meta-dados; e
j) Gestão da qualidade de dados
a) Aquisição dos dados;
b) Armazenamento dos dados;
c) Entrega ou apresentação dos
dados.
2012
Negócio
empresarial,
sem aplicação
em um caso
real.
2011
a) Identificar e perceber quais as
fontes de dados e a qualidade dos
mesmos;
b) Recolher e analisar os dados
mestres e a sua metadata;
c) Consolidar os dados no repositório
central
1. Implementar a infraestrutura de
suporte e escolher as ferramentas
adequadas para limpar, transformar,
consolidar e enriquecer os dados
mestre consoante as regras
previamente definidas;
2. Criar o Hub de Dados utilizando as
ferramentas desenvolvidas
ouadquiridas para integrar e
consolidar os dados mestres.
a) Formação da equipa do SIG;
b) Diagnostico;
c) Desenho conceptual do SIG;
d) Aquisição do software;
e) Construção da base de dados;
f) Desenvolvimento de aplicações
técnicas e funcionais;
g) Desenvolvimento de aplicações
dedicada a disponibilização da
informação;
h) Manutenção do sistema SIG.
2011
Setor
Financeiro
através do
datawarehouse
.
Companhia de
seguros.
2006
Cartografia
urbana.
Fonte: Elaboração dos autores
Os resultados assinalam que, no período estudado, vários autores e estudos se dedicam ao
tema da curadoria e curador digital, tendo sido selecionadas aplicações de diferentes modelos,
adaptados às necessidades do cada contexto. A maioria das pesquisas teóricas e das
experiências práticas relatadas concentra-se, principalmente, entre os anos 2011 e 2016 e têm
�aumentado gradualmente, pelo que se conclui o interesse dos pesquisadores brasileiros por
este tema.
Um aspecto relevante diz respeito às políticas de governança de dados visando à transparência
e acesso às informações no contexto da administração pública brasileira, através de várias leis
e normativas, e iniciativas, entre as quais, os portais eletrônicos, para o fortalecimento da
política pública de dados abertos e como uma das medidas de combate a corrupção efetuada
por agentes públicos.
Os modelos do ciclo de vida dos dados assinalam um conjunto de atividades a
executar nas 'categorias temáticas' para o gerenciamento dos dados, de acordo com o domínio
de aplicação. Embora não seja possível identificar um modelo generalista com todos os
requisitos-chave, porque cada domínio tem uma especificidade, que precisa ser levado em
consideração, encontram-se nos modelos selecionados, requisitos comuns referentes à
captura/aquisição, análise, arquivamento e preservação, qualidade, compartilhamento, política
e normas, responsabilidade, aspectos éticos e legais, interoperabilidade, metadados,
infraestrutura computacional etc., independentemente do domínio de aplicação.
A informação levantada indica em que contexto se aplica o gerenciamento de dados,
pelo que se podem mapear a curadoria para o gerenciamento do ciclo de vida dos dados, as
universidades e os centros de pesquisa, a indústria e os serviços, as plataformas digitais, bem
como em áreas específicas como a Oceanografia, os Recursos Hídricos, a Geoespacial e a
Computação em nuvem e outros.
6 Conclusão
Com base nas informações ao longo deste trabalho sobre os modelos de ciclo de vida
foi possível responder a primeira questão de pesquisa, que se refere aos locais onde são
aplicadas as atividades curatoriais. A pesquisa identificou vários ambientes, representados no
quadro I, onde os modelos estão sendo aplicados. No entanto, foi impossível saber quem são
os profissionais envolvidos nessas atividades, nem suas qualificações técnicas, tempo de
experiência e competências e habilidades necessárias.
Quanto à segunda questão de pesquisa, no que tange a estrutura dos modelos, constase a presença de categorias temáticas (as operações) necessárias para a realização das ações
curatoriais, previstas por BALL (2012). A inovação incide na inclusão de modelo testado em
diferentes projetos de pesquisa. Com este mapeamento, os profissionais inexperientes em
�curadoria digital podem localizar e selecionar determinados modelos e adaptá-lo às suas
necessidades.
Futuramente,
identificaremos
teorias
sobre
cultura
digital
e
ferramentas
computacionais voltadas para ambientes que empregam curadores algorítmicos para seleção,
organização e distribuição de conteúdo informativo.
Referências
ALVES, R. M. Gestão da informação em empresa de Biofábrica: um modelo teórico para
sistema de informação. 2015. 116 f. Dissertação (Mestrado Interdisciplinar Ciências da Saúde
e Biológica). Universidade Federal do Vale do São Francisco, CampusPetrolina.
ALVES, F. M. M.; ALVES, R. M. Curadoria digital: situação e perspectivas no Brasil. Atas
do VIII Encontro Ibérico EDICIC. Universidade de Coimbra, 20 a 22 de novembro de
2017. Disponível em: <http://sci.uc.pt/eventos/atas/edicic2017.pdf Acesso 01 jan. 2018.
BALL, A. Reviewof Data Management Lifecycle Models (version 1.0). 2012. Bath, UK:
University of Bath. REDm-MEDProject Document redm1rep120110ab10.Disponível em:
<http://opus.bath.ac.uk/28587/1/redm1rep120110ab10.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
BARROS, N. N. Apropriação da curadoria na web por uma empresa de mídia
tradicional: um caso de convergência entre narrativa e banco de dados. Campinas, SP: 2014.
Dissertação (mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da
Linguagem.Disponível
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pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
BRAYNER, A. A. Entrevista com Aquiles Alencar Brayner. Acervo, Rio de Janeiro, v.29,
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COSTA, M. M; CUNHA, M. B.O bibliotecário no tratamento de dados oriundos da e-science:
considerações iniciais. Perspectivas em ciência da informação, v.19, n.3, p.189-206, jul./set.
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HARARI, Y. N.A revolução científica. In:______. Tradução Janaina Marcoantonio. Porto
Alegre: L&PM, 2015. Parte 4, p.256-426.
KOUPER, I. Professional participation in digital curation.Library & Information Science
Research, May (2016). Disponívelem: <file:///C:/Users/Roberto/Downloads/Kouper-2016professional-participation-preprint.pdf>.Acesso em: 20 dez. 2017.
�SAYÃO, L.F.; SALES, L.F. Curadoria digital: um novo patamar para preservação de dados
digitais de pesquisa. Inf. &Soc.:Est., João Pessoa, v.22, n.3, p.179-191, set./dez. 2012.
Disponível em:<http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/12224>. Acesso 11 jan.
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UNESCO/PERSIST Content Task Force. The UNESCO/PERSIST Guidelines for the
selection of digital heritage for longterm preservation, 20016.Disponível em:
<https://www.unesco.nl/sites/default/files/uploads/Comm_Info/persistcontentguidelinesfinal1
march201 6.pdf>. Acesso 11 jan. 2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Modelagem de dados de curadoria digital: algumas aplicações no Brasil.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Alves, Renato;Alves, Fernanda Maria Melo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A presente investigação foca um mapeamento de casos práticos registrados na literatura sobre curadoria digital, visando mostrar sua situação e perspectivas no cenário brasileiro. Com base nos modelos de ciclo de vida dos dados, foi possível responder à primeira questão de pesquisa, sobre os locais onde são aplicadas as ações curatoriais. A pesquisa identificou vários ambientes e projetos, que realizam prática de curadoria digital, representados em um quadro. Também foi possível sumarizar as categorias temáticas que descrevem as atividades curatoriais de cada modelo. O aspecto inovador desta pesquisa é a apresentação de vários modelos de ciclo de vida testados em diferentes ambientes reais. Com este mapeamento, os profissionais inexperientes em curadoria de dados podem localizar e selecionar determinados modelos e adaptá-los às suas necessidades. Para trabalhos futuros, pretendem-se estudar as teorias sobre cultura digital e ferramentas computacionais em ambientes que empregam curadores algorítmicos para seleção, organização e distribuição de conteúdo informativo, assim como buscar informações sobre os profissionais que estão envolvidos em atividades curatoriais, suas qualificações técnicas, tempo de experiência, competências e habilidades requeridas
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5632/SNBU2018_119.pdf
be188251930e9d89e175070bac060abc
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
LIVROS DIGITAIS E BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: SOBRE MODELOS DE
NEGÓCIOS E FORMAS DE ACESSO AO CONTEÚDO
DIGITAL BOOKS AND ACADEMIC LIBRARIES: ABOUT BUSINESS MODEL AND
CONTENT ACCESS FORMS
Resumo: O artigo discorre sobre os principais modelos de negócios para licenciamento de
livros digitais que podem ser aplicados por bibliotecas universitárias. Trata-se de uma
pesquisa qualitativa e descritiva realizada em literatura coletada no período de 2012 a 2017.
Primeiramente é realizado um breve panorama sobre livros digitais que podem ser licenciados
por bibliotecas, apontando a presença de fornecedores específicos, realização de leitura
mediada por plataformas e a não garantia de seleção dos títulos que podem ser contratados.
Também são discutidos brevemente os riscos de rupturas contratuais entre autores,
fornecedores e bibliotecas que podem acarretar na indisponibilidade de títulos. Na sequencia
são apresentados seis modelos de negócios utilizados em bibliotecas, sendo um perene e cinco
transitórios, pontuando sobre suas principais características, formas de funcionamento, opções
de acesso, e sinalizando a existência de aplicações no Brasil. O modelo de acesso é
apresentado como um atributo do modelo de negócio, oferecendo opções de uso monousuário,
por número definido de acessos simultâneos ou ainda, de uso ilimitado. O artigo conclui que
as bibliotecas universitárias brasileiras possuem relato de somente três modelos de negócios e
que a utilização de livros digitais deve ser negociada em conjunto com fornecedores, com o
intuito de obtenção de equilíbrio entre as partes. Também proporciona subsídios para
definição de modelos de negócios e de acessos que estejam alinhados com a comunidade
atendida, otimizando o investimento dos recursos disponíveis.
Palavras-chave: Modelos de negócios. Livro digital licenciado. Modelos transitórios.
Modelo de acesso.
Abstract: The paper discusses the main business models for licensing e-books by academic
libraries. It is a qualitative and descriptive research carried out in literature collected in the
period of 2012 to 2017. First is made a brief overview of e-books that can be licensed by
libraries, pointing to the presence of specific providers, the platform-mediated reading and,
the inexistence of guarantees of selection of titles that can be contracted. Also is briefly
discussed the risks of contractual breaches between authors, providers and libraries that may
lead to the unavailability of titles. In sequence, six business models used in libraries are
shown, one perennial and five transitory, pointing out their main characteristics, ways of
working, access options, and signaling the existence of applications in Brazil. The access
model is presented as an attribute of the business model, offering options for single-user use,
for a defined number of concurrent accesses, or for unlimited use. The article concludes that
�Brazilian academic libraries report only three business models and that the use of e-books
must be negotiated with providers in order to obtain a balance between the parties. It also
provides subsidies for defining business models and accesses that are aligned with the served
community, optimizing the investment of available resources.
Keywords: Business models. Licensed digital book. Transitory models. Access model.
1 INTRODUÇÃO
Os livros digitais estão presentes nos acervos das bibliotecas universitárias e sua gestão
representa complexidade aos bibliotecários. Este entendimento foi reforçado no relatório da
reunião do Grupo de Interesse das Relações com Editores, Vendedores e Bibliotecas da
Associação para Coleções de Bibliotecas e Serviços Técnicos (ALCTS - Association for
Library Collections & Technical Services (ALCTS Publisher, Vendor, Library Relations
Interest Group Meeting, tradução nossa) que ocorreu em Atlanta em janeiro de 2017
(KEMPERMAN, 2017). Apesar do número de vendas de livros digitais aparentemente estar
diminuindo em comparação com anos anteriores, o desenvolvimento de novos modelos de
negócios para realização de licenciamentos está aumentando, com as bibliotecas precisando
lidar com as variadas plataformas de leitura, ofertas de preços dos livros e a presença de poucos
fornecedores para bibliotecas.
Os livros digitais podem ser de acesso aberto (open access) ou licenciados. Quando são
de acesso aberto, as preocupações oriundas são de naturezas diversas como disponibilidade para
consulta e leitura, depósito do objeto em repositório digital, implantação de política de
preservação digital - para garantir que o conteúdo esteja disponível em longo prazo -, obtenção
de autorização de autores (quando necessário) etc. Esforços devem ser empregados para que os
livros digitais sejam incluídos nas coleções sem que isto proporcione questionamentos à
biblioteca ou à instituição. Assim, cuidados de proteção aos direitos autorais devem ser
tomados. Se a obra estiver em domínio público, a biblioteca pode utiliza-la livremente,
dispensando a necessidade de obtenção de autorizações. Entretanto é importante atentar-se que,
o texto encontra-se em domínio público, mas não necessariamente uma edição específica.
Portanto, o fato de uma obra estar em domínio público não significa que a biblioteca pode
digitalizar a sua edição e disponibiliza-la para uso no catálogo livremente, afinal, a edição em
questão pode estar coberta por direitos autorais, e engloba os direitos que a editora tem sobre a
publicação, assim como a participação de tradutores, ilustradores etc. Outro aspecto que deve
demandar atenção das bibliotecas é a implantação de política de preservação digital, com
�definição de procedimentos recorrentes para atualizar formatos de arquivos para versões mais
recentes, garantindo que o mesmo possa ser acessado por bastante tempo.
Em relação aos livros digitais licenciados os questionamentos sobre conversão de
formatos ou proteção de direitos autorais passam a ser de responsabilidade do fornecedor,
cabendo à biblioteca apenas acompanhar ações destas naturezas. A complexidade derivada
dos livros digitais licenciados, entretanto, acarreta em situações diferentes das experimentadas
com os livros impressos ou os digitais de acesso aberto, exigindo capacitação do profissional
para que fique ciente das condições existentes e para que resguarde sua biblioteca e instituição
de problemas futuros. Muitas destas situações representam desafios e, embora já sejam
visualizadas flexibilidade em tratativas com fornecedores, ainda observa-se um longo
percurso até a estabilização das possibilidades de utilização de livros digitais nos acervos.
Dentre os desafios enfrentados destaca-se a aplicação de modelos de negócios para
realização do licenciamento dos livros digitais. Se com os livros impressos a biblioteca
escolhe o título de seu interesse, encomenda junto ao fornecedor, aguarda a entrega, realiza o
processamento técnico e disponibiliza a obra para consulta, com os livros digitais a biblioteca
pode disponibilizar o livro sem que tenha ocorrido a seleção ou o licenciamento do mesmo,
sem necessidade de aguardar pela entrega do volume ou realizar a catalogação.
Na era da Internet tem se falado bastante sobre modelos de negócios, afinal as
possibilidades que existiam para um mundo analógico não atendem plenamente um mundo
conectado, sendo necessário o desenvolvimento de outras formas de negociação de produtos e
serviços. De acordo com Jansen, Steenbarkkers e Jäegers (2017), os modelos de negócios
podem ser vistos sob variadas perspectivas, como tecnológica, econômica, de marketing (com
foco no consumidor), sociológica e de design. Para Farace e Schöpfel (2010), os modelos de
negócios atendem às seguintes condições: 1) devem criar valor ao negócio em questão; 2)
devem prover mecanismos que sustentem o processo; e 3) devem gerar valor comercial.
Constata-se que a oferta de conteúdo digital alterou a forma como o conhecimento
pode ser obtido. De comprado o conteúdo passa a ser licenciado. Se antes era necessário
investir em mídias (impresso, CD etc.), agora o conteúdo pode ser baixado pela Internet,
depositado em dispositivos de leitura ou em computadores, ou ainda, acessado sem que ocorra
o download, por streaming. Também observa-se a fragmentação de conteúdo nos mercados de
música, filmes e programas de televisão, com o usuário podendo licenciar somente uma
música, sem necessidade de comprar o álbum completo, ou assistir a somente um episódio de
uma temporada de seriado de televisão, por exemplo.
�No mercado editorial os modelos de negócios são oferecidos para realização de
licenciamento de conteúdo, com aplicação em bibliotecas. Alguns modelos possuem
características dinâmicas, com títulos entrando e saindo do pacote à revelia do bibliotecário.
Existem também modelos que engajam usuários, com a escolha destes repercutindo na
formação da coleção. O fato é que livros digitais causam profundas transformações nas
bibliotecas. Dentre estas podem ser citadas a obrigatoriedade de uso de plataformas dos
fornecedores para realização da leitura, a variação de preços dos digitais em relação às obras
impressas, as opções de descoberta dos títulos licenciados da biblioteca, as possibilidades de
acesso a plataformas e conteúdos, a presença de embargos ou restrições para oferta de
lançamentos etc. No cenário brasileiro ainda contamos com a pequena oferta de fornecedores
para bibliotecas e poucas opções de modelos de negócios são oferecidos.
Este artigo discorre sobre modelos de negócios para licenciamento de livros digitais,
analisando as principais modalidades aplicadas no exterior e no Brasil, apresentando suas
características e possibilidades de uso em bibliotecas universitárias brasileiras.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Trata-se de pesquisa qualitativa, de natureza descritiva, realizada por meio de
levantamento bibliográfico com textos identificados em livros, artigos de periódicos e
trabalhos apresentados em eventos. Como o tema é novo e modelos de negócios são lançados
e testados com frequência, para o modelo de negócio divulgado este ano foram consultados
sítios, blogs e matérias jornalísticas. Isto é decorrente da não identificação de artigos nas
bases de dados BRAPCI, Scopus e Web of Science.
A literatura coletada sobre os modelos de negócios atende ao intervalo de 2011 a
2017. Apesar de existirem textos em períodos anteriores, este recorte foi feito em decorrência
de evoluções sofridas por alguns dos modelos que, ou mudaram de denominação, ou
proporcionaram a criação de outras modalidades de licenciamento. Além de textos sobre os
modelos de negócios, foram coletadas produções sobre livros digitais e bibliotecas, para
proporcionar a elaboração do cenário a ser analisado.
As pesquisas nas bases de dados supra citadas foram feitas pelos nomes ou siglas dos
modelos de negócios, em seus termos em inglês, uma vez que algumas destas modalidades
ainda não possuem aplicação no Brasil. Como alguns modelos não são oferecidos para a
realização de licenciamento no país, a literatura deste conjunto é essencialmente estrangeira.
�3 LIVROS DIGITAIS E BIBLIOTECAS
Os livros digitais são licenciados pelas bibliotecas por meio de fornecedores
específicos. Embora seja possível o licenciamento em livrarias virtuais, nestes meios a conta
da pessoa ou instituição na loja é vinculada a um dispositivo de leitura, que pode ser um ereader ou tablet, equipamento onde ocorrerá o download do título contratado (SERRA;
SILVA, 2017). Independentemente da loja onde foi licenciado, o acesso será monousuário,
sem possibilidade de uso simultâneo do livro.
Os fornecedores que atendem as bibliotecas são os editores
conteúdos -, agregadores de conteúdo
responsáveis pelos
que representam editores -, e distribuidores
que
comercializam o conteúdo de editores e/ou agregadores. A distinção entre agregadores e
distribuidores é que o primeiro possui plataforma de leitura, enquanto o segundo entrega o
acesso aos livros na plataforma do responsável pelo conteúdo (RONCEVIC, 2013). Os
editores podem comercializar seus títulos diretamente com as bibliotecas caso tenham uma
plataforma de leitura. Se não realizaram este investimento, uma alternativa é firmar contratos
com agregadores, que passam a representar seus catálogos. Os agregadores usualmente
possuem plataformas robustas, que conferem segurança e confiabilidade para que editores
disponibilizem seus títulos para acesso. Mesmo que um editor tenha uma plataforma, ele
também pode licenciar seu catálogo com agregadores, ampliando as possibilidades de uso de
seus títulos e, consequentemente, obter retornos financeiros.
A leitura sempre ocorrerá com mediação de plataforma e, como cada fornecedor
possui a sua, os títulos digitais contratados pela biblioteca podem ser de complexa
localização, afinal o usuário deve primeiramente saber de qual fornecedor o título foi
licenciado para, a partir desta informação, acessar a plataforma correspondente, realizar a
pesquisa e acessar o conteúdo. Dependendo do dispositivo de leitura utilizado, pode ser
necessário realizar o download de uma aplicação (APP), que será acionada sempre que for
desejado o acesso. Cada plataforma possui características próprias, com funcionalidades e
recursos distintos, o que pode proporcionar confusão aos usuários.
Os livros digitais licenciados podem ser disponibilizados nas plataformas dos
fornecedores, no catálogo online, ou ainda, por serviços de descoberta, que indexam o
conteúdo, facilitando sua localização. Recomenda-se que a biblioteca inclua os livros
licenciados no catálogo mesmo que sua instituição tenha condições de contratar um serviço de
descoberta, afinal os títulos fazem parte do acervo, nem que seja somente por um período prédeterminado, e é interessante a bibliotecários e usuários que o conteúdo fique centralizado em
um ponto. Ao realizar um licenciamento, via de regra o fornecedor encaminha arquivo com
�metadados dos títulos que foram contratados para que sejam importados ao catálogo.
Infelizmente nem sempre pode-se contar com a qualidade destes metadados. Entretanto, é
preferível importar estes registros a não inclui-los no acervo, afinal, um recurso que não é de
fácil localização, dificilmente será utilizado, não justificando o investimento que foi realizado.
É interessante às bibliotecas proporcionar várias possibilidades de localização dos livros
digitais. Ressalta-se, porém, que esta dispersão pode resultar em dificuldades para aferir a
quantidade de acessos realizados, afinal duas ou mais fontes devem ser confrontadas,
correndo-se o risco de ter informações redundantes.
Normalmente os livros digitais são licenciados em pacotes (RONCEVIC, 2013;
LALLA, 2012; GRIGSON, 2011; MORRIS; SIBERT, 2011). Evidentemente existe a opção
de seleção individual de títulos, porém esta prática não é interessante aos fornecedores, que
preferem a oferta de volumosos conjuntos. A quantidade de recursos não representa
qualidade, porém, em termos financeiros, a contratação de diversos títulos mostra-se
vantajosa, além de ampliar significativamente a oferta de conteúdo. Um aspecto que preocupa
é que os títulos nos pacotes não são fixos, podendo ocorrer alterações frequentes, mesmo
durante a vigência do licenciamento. Esta situação é decorrente dos contratos firmados entre
autores e editores, e destes com demais fornecedores. Se um autor ou editor optar por romper
ou não renovar um contrato com um agregador, por exemplo, este deverá remover o conteúdo
deste autor ou editor de sua plataforma, visto que não possui mais autorização para
representa-lo (SERRA; SILVA, 2016). Esta situação é observada em qualquer modelo de
negócio, inclusive na Aquisição Perpétua. O título que foi licenciado deve ser retirado da
plataforma, visto que o fornecedor não possui mais direitos de representação do mesmo.
Algumas situações desta natureza já foram observadas no Brasil, porém relatos de casos ainda
não foram identificados na literatura.
Além de rompimentos ou não renovações de contratos, os livros digitais também
podem ser removidos dos catálogos caso não ocorra a renovação do licenciamento, cessando
o acesso que existia aos títulos. Ao possuir títulos que podem entrar ou sair das plataformas, a
biblioteca observa concretos casos de descontrole da coleção, uma vez que não possui
autonomia para definir quais títulos farão parte do acervo, ou por quanto tempo estarão
disponíveis para consulta.
4 MODELOS DE NEGÓCIOS PARA BIBLIOTECAS
Os modelos de negócios para bibliotecas estão sendo testados e aprimorados.
Frequentemente são apresentados novos modelos, com nomenclaturas diferentes e variações
�de possibilidades. Usualmente estes modelos são propostos pelos fornecedores, que estão em
busca de formas de licenciamento que proporcionem segurança e remuneração compatíveis.
Embora existam críticas em relação à postura de fornecedores que objetivam aferir lucros,
deve ser lembrado que editores são empresas que necessitam ser remuneradas pelas atividades
prestadas e que, observando as transformações das formas de contratação de conteúdo, e,
tendo assistido às mudanças ocorridas no mercado audiovisual, é até esperado que tenham
postura conservadora e protecionista, visando resguardar e perpetuar seus negócios.
Os modelos de negócios possuem atributos. O modelo é a forma de contratação,
enquanto as opções de acesso são seus atributos. A literatura não é clara ao distinguir modelo
de negócio de modelo de acesso, porém são questões distintas. Os modelos de negócios
podem ser perenes ou transitórios (SERRA; SILVA, 2016). Os modelos de acesso norteiam
sobre o uso simultâneo ou não do conteúdo. A seguir serão relacionados os principais
modelos de negócios e de acessos para contratação de livros digitais por bibliotecas.
4.1 AQUISIÇÃO PERPÉTUA
O modelo de aquisição perpétua é o que proporciona maior familiaridade aos
bibliotecários, uma vez que emula um livro impresso. Nesta modalidade a seleção é realizada
título a título, transmitindo a sensação que o livro foi comprado e que fará parte da coleção
por tempo indefinido. Este licenciamento é perene, ou seja, não possui data de validade
definida. Entretanto, caso ocorram rompimentos com autores, editores e agregadores, pode
ocorrer a remoção do título da plataforma.
Embora seja realizado o pagamento uma única vez, em alguns casos pode ocorrer a
cobrança pelo uso da plataforma, afinal é custoso ao fornecedor manter e atualizar uma
ferramenta para mediação da leitura. Segundo Grigson (2011), este modelo apresenta valores
elevados em relação aos demais, com o livro podendo, inclusive, custar mais que a sua versão
impressa. Doucette e Lewontin (2012) ponderam que este modelo de negócios pode ser
interessante de ser aplicado para licenciar títulos que a biblioteca deseja manter por longos
períodos. Descarta-se deste conjunto títulos sobre áreas que possuem rápida atualização, como
obras jurídicas, da área da saúde ou tecnologia, visto que em pouco tempo o conteúdo pode
ficar desatualizado. Para este conjunto o modelo indicado pode ser a assinatura (GRIGSON,
2011), contando com a agilidade de atualização dos pacotes.
Na aquisição perpétua usualmente é oferecido o modelo de acesso PIP (
Print, Faz de conta que é Impresso, tradução nossa), que foi denominado por Doucette e
Lewontin (2012) como SUPO (Single-User Purchase Option, Opção de Compra
�Monousuário, tradução nossa), mas também é conhecido como One Copy, One User (Uma
Cópia, Um Usuário, tradução nossa).
Este modelo de negócios é adotado com maior frequência por editores, porém também
podem ocorrer licenciamentos por aquisição perpétua oferecidos por agregadores e
distribuidores. Ele está disponível para bibliotecas brasileiras, embora a tendência, de acordo
com os encaminhamentos observados no mercado norte-americano, é que esta modalidade
não seja a principal opção de licenciamento oferecida pelos fornecedores.
4.2 ASSINATURA
O modelo de assinatura utilizado para livros digitais é semelhante ao empregado para
periódicos. A diferença consiste que para periódicos são assinados títulos específicos,
enquanto para os livros digitais são oferecidos pacotes de publicações, sem opção de seleção
das obras que comporão este conjunto. Alguns fornecedores, entretanto, permitem que a
biblioteca escolha os pacotes por áreas do conhecimento, evitando o investimento em temas
que não são de interesse da instituição.
Esta forma de licenciamento proporciona familiaridade aos bibliotecários, porém
representa custos altos. Normalmente quando a biblioteca realiza uma assinatura de periódico,
caso não renove a assinatura, os exemplares recebidos são seus e podem ser mantidos no
acervo. Esta situação não ocorre com os livros digitais. Caso a assinatura não seja renovada,
os títulos do pacote ficarão inacessíveis.
As assinaturas podem oferecer algumas vantagens, afinal novos títulos podem ser
incluídos no pacote, ocorrendo assim um aumento da oferta de conteúdo sem a exigência de
ajustes financeiros (LALLA, 2012). Caso sejam lançadas novas edições de um título presente
no pacote, a mesma poderá ser agregada, proporcionando rápida atualização do acervo. Se for
analisada a quantidade de títulos e o custo da contratação, é um modelo interessante, afinal a
biblioteca pode propiciar um vasto conjunto com preços menores caso ocorra o licenciamento
de títulos individuais. Segundo Lalla (2012), o fato do pacote conter muitos títulos não
assegura qualidade, afinal podem estar presentes obras de editores ou autores desconhecidos,
ou ainda que não sejam relevantes à instituição que fez o licenciamento.
Como os títulos podem entrar e sair dos pacotes, a contratação por assinaturas não
proporciona estabilidade, com a possibilidade de remoção de obras mesmo durante a vigência
do contrato. Por ser um modelo transitório, as renovações devem ser realizadas com
regularidade, a fim de não interromper o acesso aos títulos.
�Os fornecedores que atuam no Brasil oferecem o modelo de negócios de assinatura. Os
modelos de acesso da assinatura podem ser o PIP, o MUPO (DOUCETTE; LEWONTIN,
2012, Multile-User Purchase Option, Opção de Compra Multiusuário, tradução nossa), ou
ainda o acesso ilimitado. Normalmente este modelo é oferecido por agregadores de conteúdo
e distribuidores, porém também pode ser uma opção para editores.
4.3 DDA
O DDA (Demand Driven Acquisition, Aquisição Orientada ao Usuário, tradução
nossa) é um modelo transitório que delega ao usuário a seleção dos livros digitais que serão
incluídos na coleção. Apesar de ser empregado para livros digitais desde 1999 (POLANKA;
DELQUIÉ, 2011), ganhou força em 2014 com a publicação de recomendação pela NISO
(National Information Standards Organization). Nesta modalidade a biblioteca seleciona
conjuntos de títulos que ficarão disponibilizados aos usuários, tanto no catálogo quanto na
plataforma do fornecedor. Os usuários podem consulta-los livremente e a biblioteca somente
remunera o fornecedor, de forma parcial, sobre os títulos que foram acessados. Este
pagamento, que é semelhante a um aluguel, e pode variar entre 5 a 15% para Swords (2011)
ou, de acordo com Albitz e Brennan, (2012), de 10 a 15% do valor da obra. Caso ocorram
mais alugueis do que o limite que foi acordado entre biblioteca e fornecedor, será realizado
um licenciamento no valor total da obra, usualmente por aquisição perpétua, de forma
automática, com a obra passando a fazer parte do acervo. Assim, se a biblioteca estipulou que
poderiam ser feitos 10 alugueis de um título digital, no 11o acesso a obra será licenciada por
outro modelo de negócios de forma automática.
Esta modalidade é interessante por proporcionar farta oferta de títulos aos usuários,
sem necessidade de realização de acertos financeiros na implantação. Pagamentos ocorrerão
somente se as obras forem acessadas. Por outro lado, exige forte acompanhamento de
métricas de utilização e orientações aos usuários, evitando que diversos títulos sejam
licenciados por outros modelos que possuem valores mais altos. Se bem utilizado, este
modelo amplia o atendimento aos usuários sem investir em obras que possuem interesse
sazonal dos usuários, situação recorrente em bibliotecas universitárias.
Este modelo transitório não possui relatos de aplicação no Brasil. Neste caso é de
interesse de fornecedores que o modelo de acesso seja ilimitado, afinal a cada acesso
realizado é computada remuneração correspondente, não existindo justificativas para
aplicação do acesso por PIP. Esta modalidade é, usualmente, oferecida por agregadores de
conteúdo, exatamente por contarem com diversidade de títulos em suas coleções.
�4.4 STL
O STL (Short Term Loan, Empréstimo de Curto Prazo, tradução nossa) é um modelo
transitório que é uma variação do DDA (POLANKA; DELQUIÉ, 2011). Nesta forma de
licenciamento não existe um limite de alugueis que podem ser realizados. Assim, ilimitados
aluguéis podem ser feitos sem que dispare um licenciamento de forma automática por outro
modelo, como ocorre no DDA. Assim como no modelo que o originou, no STL os valores
parciais pagos por acessos são variados, de acordo com a política adotada pelo fornecedor.
Segundo Grigson (2011), os valores dos alugueis são mais altos que os praticados no DDA, na
ordem de 10 a 20%, enquanto para Morris e Sibert (2011) variam de 10 a 15%, e para Porter,
Weaver e Newman (2012) os custos estão na faixa de 10 a 30% do valor do título.
Não é interessante à biblioteca permitir que um livro seja acessado de forma recorrente
na modalidade STL, afinal seu uso transitório pode ficar mais elevado que sua inclusão em
pacote de assinatura ou, até mesmo, numa aquisição perpétua. Este modelo é interessante
quando alguns poucos títulos apresentam baixa demanda sazonal, muitas vezes para
atendimento de projetos de pesquisas, não justificando o investimento de um licenciamento
por prazo maior que os poucos alugueis que serão solicitados. Assim como no DDA, é
importante acompanhamento dos licenciamentos ocorridos por meio deste modelo, evitando
gastos desnecessários. Novamente é fundamental capacitação dos usuários para que realizem
acessos somente de títulos que efetivamente possuem interesse, evitando que a biblioteca
realize pagamentos de títulos não pertinentes ou que pague por consultas exploratórias de seus
usuários, a fim de identificar se o título disponível é ou não de seu interesse.
Da mesma forma que com o DDA, não foram identificados relatos de fornecedores
que ofereçam o STL no Brasil. O modelo de acesso é ilimitado, com o fornecedor
normalmente os agregadores de conteúdo - proporcionando farta oferta e divulgação de
conteúdo, com o intuito de instigar a utilização dos recursos.
4.5 ATO
O modelo ATO (Access To Own, Acesso para Aquisição, tradução nossa) é oferecido
pelo fornecedor ProQuest desde agosto d
bibliotecas para construir coleções de livros digitais de qualidade, com base na real
O objetivo deste modelo transitório é auxiliar as bibliotecas na realização de
licenciamentos sem sobressaltos oriundos de usos excessivos ou indiscriminados de usuários
realizados por outros modelos como o DDA ou o STL. Ele é uma extensão do DDA.
�A proposta é oferecer preços mais atrativos para bibliotecas em relação ao STL e, na
medida em que os acessos (alugueis) vão ocorrendo, o valor é abatido do custo total do título.
Depois de uma quantidade de alugueis realizados, o livro passa a fazer parte da coleção, ao
ser incluído em um pacote de assinatura ou por meio de aquisição perpétua. É como se os
alugueis fossem prestações para licenciar o livro. Se não forem feitos alugueis que totalizem o
valor do livro, a cobrança não sofre alterações. Por outro lado, se forem feitas as quantidades
de acessos máximos definidos, não é necessário novo aporte financeiro, porque o valor do
licenciamento completo já foi realizado.
A biblioteca pode definir quais títulos que serão acessados por ATO, tendo em vista
que, caso ocorram recorrentes acessos, a obra fará parte da coleção por outra forma de
licenciamento, porém já prevista e, teoricamente, dentro do orçamento da instituição, não
causando surpresas. Caso não seja alcançada a quantidade de acessos necessários para
licenciar a obra, o valor investido foi empregado para atender demandas de usuários que
efetivamente utilizaram o recurso.
A modalidade foi oferecida com ênfase em bibliotecas universitárias e pode funcionar
em conjunto com os demais modelos transitórios ou perene. Uma das motivações para o
lançamento deste modelo foi o preço praticado no STL, que não é interessante nem para as
bibliotecas, nem para os editores (PROQUEST, 2015).
Assim como o DDA e o STL, não foram localizados relatos de aplicação do ATO em
bibliotecas brasileiras, apesar da ProQuest atuar no país. O modelo de acesso do ATO é o
ilimitado, permitindo a simultaneidade de uso.
4.6 EBS
O EBS (Evidence Based Selection, Seleção Baseada em Evidencia, tradução nossa) é
um modelo transitório que define os títulos que serão licenciados de acordo com a quantidade
de acessos ocorridos. Diferentemente do DDA e do STL, um conjunto de títulos e um
montante financeiro são acordados com a biblioteca, com base em estimativa de acessos que
serão realizados, na quantidade de títulos oferecidos e na comunidade atendida. Após um
período, normalmente de um ano, são analisadas as estatísticas de acesso do conjunto e
somente as obras que foram acessadas de forma recorrente serão licenciadas no modelo de
aquisição perpétua. Assim, neste modelo não existe o pagamento de um aluguel a cada acesso
realizado, mas um ajuste de quais títulos efetivamente são de interesse dos usuários e que
justificam uma contratação por outro modelo de negócio.
�A biblioteca e o fornecedor definem qual o valor limite que será contratado a cada
encerramento de ciclo, onde as obras que foram mais acessadas serão identificadas. Títulos
que não foram muito acessados também podem entrar neste conjunto, afinal um montante foi
estabelecido entre as partes, dando autonomia à biblioteca para que inclua títulos individuais
de seu interesse na seleção, suprindo, assim, lacunas do acervo. Caso não ocorram muitos
acessos no período de utilização, a biblioteca continua com o compromisso de selecionar
obras até atingir o valor que foi estabelecido, portanto é interessante que os usuários sejam
orientados para utilizar os recursos que estão disponibilizados por este modelo, afinal a
biblioteca já tem ciência do valor que será investido ao término da contratação e, caso
ultrapasse o que foi estabelecido, não ocorrerão cobranças adicionais (LEVINE-CLARK,
2015). É interessante buscar um equilíbrio entre a expectativa de acessos que serão realizados
e os efetivamente confirmados, resultando em bom aproveitamento do investimento feito.
Existem relatos orais de aplicação deste modelo de negócios no Brasil, porém não
foram identificados trabalhos sobre o tema. Esta modalidade é oferecida por agregadores de
conteúdo e a forma de acesso esperada é ilimitada.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As bibliotecas encaram um cenário nebuloso onde as formas de atuação e
possibilidades de licenciamento não são claras, gerando incertezas e inseguranças. Se por um
lado isto transmite a impressão que os fornecedores estão sob o controle da situação e que
podem oferecer modelos e valores de acordo com seu interesse, bibliotecas precisam se
conscientizar que, caso não ocorram contratações, estes fornecedores não terão espaço para
atuação e, consequentemente, irão perecer. Deve-se buscar, assim, um equilíbrio nas
negociações, com as duas partes analisando prós e contras da adoção de modelos e realizar
ajustes a cada renovação contratual.
Da mesma forma que a biblioteca não consegue ser abastecida por um único
fornecedor, não é interessante a aplicação de um único modelo de negócio. As possibilidades
de uso de outros modelos podem ser interessantes e parte do orçamento para ser destinado
para contratações por DDA, STL ou ATO, por exemplo. Ao agir desta forma, a biblioteca
pode se familiarizar com modelos desconhecidos e avaliar suas características para constatar
se valem ou não o investimento realizado.
Nem todos os títulos precisam ser licenciados com modelo de acesso ilimitado, afinal
algumas obras não apresentam esta demanda. A biblioteca deve ter subsídios para decidir
quais títulos precisam ser acessados de forma simultânea, assim como estabelecer um valor
�médio de acessos necessários, dispensando o uso ilimitado para todo o pacote disponível, uma
vez que isto contribui para a formação do valor do licenciamento.
Deve ficar claro aos bibliotecários que modelos de negócios e modelos de acesso são
questões distintas, mas que a segunda interfere no valor do primeiro e que devem ser
analisadas e discutidas as opções com os fornecedores.
É interessante que a biblioteca se resguarde em alguns aspectos, como ser notificada
com antecedência de alterações nos pacotes contratados, com informações claras dos títulos
que serão agregados e removidos da contratação. Um ponto de destaque é que, sempre que
ocorram alterações nos títulos disponibilizados, os bibliotecários devem realizar os ajustes nos
catálogos, incluindo ou inibindo as obras, para que sejam descobertas pelos usuários.
Caso uma nova edição seja lançada, é interessante que a anterior seja mantida para
acesso, aumentando a oferta aos usuários. Por outro lado, caso um título seja retirado,
dependendo de sua pertinência no acervo
presente em planos de ensino, por exemplo -,
compensações devem ser negociadas, evitando comprometer a formação da coleção.
Ao decidir pela inclusão de livros digitais no acervo, a biblioteca deve ter bem claro
que tipo de modelo de negócio é adequado em relação à área e o uso que será feito do mesmo.
Recomenda-se que obras que possuem rápida atualização sejam licenciadas por assinaturas,
enquanto títulos que possuem uso recorrente sejam contratadas por aquisição perpétua.
Por fim, seria interessante aos bibliotecários brasileiros ter a opção de usar modelos
transitórios orientados aos usuários, como o DDA, STL, ATO e EBS, uma vez que, de acordo
com a literatura consultada, eles proporcionam economia de recursos ao investir em obras que
são de efetivo interesse dos usuários. O fato de uma obra acessada por diversas vezes por
DDA é uma sinalização que a mesma é demandada pela comunidade e, a partir deste dado, o
bibliotecário tem condições de avaliar se não é vantajoso o licenciamento por outro modelo.
Entretanto, cabe cobrar os fornecedores sobre outros modelos de negócios, para que as
bibliotecas universitárias brasileiras não fiquem restritas somente a aquisição perpétua e a
assinatura e que possam se familiarizar com as demais opções disponíveis para bibliotecas.
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�
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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2018
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Português
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Title
A name given to the resource
Livros digitais e bibliotecas universitárias: sobre modelos de negócios e formas de acesso ao conteúdo.
Creator
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Serra, Liliana Giusti
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2018
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O artigo discorre sobre os principais modelos de negócios para licenciamento de livros digitais que podem ser aplicados por bibliotecas universitárias. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e descritiva realizada em literatura coletada no período de 2012 a 2017. Primeiramente é realizado um breve panorama sobre livros digitais que podem ser licenciados por bibliotecas, apontando a presença de fornecedores específicos, realização de leitura mediada por plataformas e a não garantia de seleção dos títulos que podem ser contratados. Também são discutidos brevemente os riscos de rupturas contratuais entre autores, fornecedores e bibliotecas que podem acarretar na indisponibilidade de títulos. Na sequencia são apresentados seis modelos de negócios utilizados em bibliotecas, sendo um perene e cinco transitórios, pontuando sobre suas principais características, formas de funcionamento, opções de acesso, e sinalizando a existência de aplicações no Brasil. O modelo de acesso é apresentado como um atributo do modelo de negócio, oferecendo opções de uso monousuário, por número definido de acessos simultâneos ou ainda, de uso ilimitado. O artigo conclui que as bibliotecas universitárias brasileiras possuem relato de somente três modelos de negócios e que a utilização de livros digitais deve ser negociada em conjunto com fornecedores, com o intuito de obtenção de equilíbrio entre as partes. Também proporciona subsídios para definição de modelos de negócios e de acessos que estejam alinhados com a comunidade atendida, otimizando o investimento dos recursos disponíveis.
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c9def5e51e63568e07b4ec096fba59f5
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
BIBLIOTECA DIGITAL: GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
DIGITAL LIBRARY: INFORMATION TECNOLOGY MANAGEMENT
Resumo: Para muitas bibliotecas digitais, a crescente disponibilização das tecnologias tem
demonstrado uma ambiguidade em seu gerenciamento. No aspecto positivo, estas novas
tecnologias têm ajudado a aumentar a produtividade dos profissionais da informação,
aprimorar o processo de tomada de decisão e acentuar a satisfação do usuário final. Porém, a
gestão e o suporte destes ambientes heterogêneos e complexos - repletos de diferentes PCs,
desktops, tablets, dispositivos móveis, impressoras, redes e aplicativos comprovadamente
têm se revelado difíceis e dispendiosos para os departamentos de Tecnologia da Informação.
Neste artigo abordaremos os principais desafios que as bibliotecas digitais terão que enfrentar
com relação ao gerenciamento do ciclo de vida de suas tecnologias, consolidação e
simplificação de seus processos dentro de seus ambientes de computação, com objetivo de
aumentar a produtividade e construir ambientes ágeis que permite às bibliotecas a responder
as demandas da gestao da informação digital.
Palavras-chave: Biblioteca Digital. Tecnologia da Informação. Recursos Computacionais.
Usuários da Informação. Competência Informacional.
Abstract: For many digital libraries, the increasing number of new technologies has resulted
in a conflicting managing process. The up side is that such technologies have helped increase
the productivity of information technology professionals, enhance the decision making
process and contribute to end user satisfaction. However, the management and support of
these multiple complex environments, which are replete with a huge quantity of different PCs,
desktops and notebooks, portable and wireless devices, printers, networks and applications
have indeed turned out to be cumbersome and expensive for IT library department. In this
article, we intend to approach the main challenges digital libraries will have to face with
regard to the management to the life cycle of their technologies, consolidation and
simplification of processes inside their computer environments, aiming at increasing its
productivity and building flexible environments that may allow those libraries to respond to
the demands imposed by the management of digital information.
Keywords: Digital Library. Information Technology. Computational Resources. Information
User. Information Literacy.
�INTRODUÇÃO
A gestão consolidada do ambiente de trabalho exige que as bibliotecas digitais adotem
uma abordagem holística orientada a pessoas, processos e tecnologia em todo o ambiente de
computação. Ela também exige que as bibliotecas
trabalhem com fornecedores de TI
(Tecnologia da Informação) que possam analisar suas necessidades operacionais, que
assessorem a implementação e o gerenciamento e suporte contínuos das soluções
implementadas.
Os desafios básicos que as bibliotecas digitais enfrentam dentro dos ambientes
computacionais incluem:
Redução de custos
Os ambientes de atendiamento ao usuário estão mudando
rapidamente para locais de pesquisa móveis, globais e virtuais, diversificados culturalmente,
que são onerosos para manter e suportar. Através da consolidação de hardware, dos
aplicativos e processos de suporte dentro de seus ambientes de trabalho, as bibliotecas digitais
podem gerenciar e reduzir os custos de TI, ao mesmo tempo que aprimoram o retorno no
investimento.
Aumento da produtividade dos profissionais da informação
Para realizar este
objetivo, as bibliotecas digitais estão buscando maneiras de aumentar a colaboração e o
trabalho de equipe, através da criação de um ambiente de trabalho sem fronteiras, confiável e
seguro, proporcionando a conecção e acesso à informaçao a qualquer hora de qualquer lugar.
Redução da complexidade da TI
A falta de padronização dentro do ambiente
computacional pode aumentar o tempo e os custos necessários para gerenciar e suportar este
ambiente. Ao mesmo tempo, à medida que os ambientes de computação se tornam mais
complexos, o nível de conhecimento e especialização necessários para oferecer suporte a eles
aumenta. As ferramentas de gestão do ciclo de vida de TI permitem a padronização da
plataforma de hardware; redução de dispositivos redundantes; simplifica e automatiza os
processos computacionais; além de gerenciar as funções de suporte e construir a flexibilidade
e estabilidade que permite a criação das condições dinâmicas da gestão da informação digital.
Com base neste cenário, este artigo propõe-se a analisar os fatores críticos que devem
ser considerados pelas bibliotecas digitais na gestão do ciclo de vida de seus recursos de
tecnologia da informação.
�CICLO DE VIDA DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
O gerenciamento da infraestrutura de Tecnologia da Informação e Comunicações
TICs, torna-se cada vez mais caro e complexo. Estudos indicam que mais que 50% de todos
os gastos de TI são alocados para configurar, atualizar, migrar e gerenciar recursos.
FIGURA 1
Gerenciamento do Ciclo de Vida de TI
A maior despesa da propriedade de recursos de TI não reside na compra inicial do
hardware e software, mas sim na complexidade de implementar e de manter estes
dispositivos.
A fim de reduzir esses custos, as organizações estão investindo em software de
gerenciamento de sistemas para melhorar a confiabilidade e a disponibilidade do hardware e
do software através de todas as fases do ciclo de vida de um recurso.
Ao avaliar uma ferramenta de gestão do ciclo de vida de TI, conforme FIGURA 1,
observar as seguintes características relevantes da solução:
Gestão do ciclo de vida de ativos de TI via WEB
Identificação e localização física do ativo
Configuração física e lógica dispositivos de hardware e software
Monitoramento do uso de software e hardware
Gestão de contratos de manutenção de HD e SW
Diagnósticos e informações em tempo real para tomada de decisão
Estrutura modular com flexibilidade de implantação
Integração via WEB: banco de dados e repositórios de informação
Suporte Técnico e Treinamento do usuário
�Ganho de produtividade uso de recursos de TI
Resolução de problemas e disponibilidade dos recursos e serviços
As soluções de gestão do ciclo de vida dos ativos devem permitir um tratamento
adequado às complexidades associadas ao gerenciamento dos recursos de TI. Os sistemas
devem ser modulares, permitindo a definição de uma estrutura tecnológica compatível com as
necessidades computacionais da organização. Podemos destacar as 8 melhores práticas de
gestão de TI com maior impacto financeiro para as organizações.
Inventário de Hardware e Software
Administração de Usuários
Administração de Sistemas
Implementação de Soluções
Controle Remoto
Help Desk
Administração de Dados
Administração de Mudanças
Padronização e Compliance
Para muitas bibliotecas digitais, a crescente disponibilização das tecnologias tem
demonstrado uma ambigüidade em seu gerenciamento. No aspecto positivo, estas novas
tecnologias têm ajudado a aumentar a produtividade dos profissionais da informação,
aprimorar o processo de tomada de decisão e acentuar a satisfação do usuário da informação.
Porém, a gestão e o suporte destes ambientes heterogêneos e complexos - repletos de
diferentes PCs, desktops e portáteis, dispositivos móveis e sem fios, impressoras, redes e
aplicativos
comprovadamente têm se revelado difíceis e dispendiosos para os departamentos
de TI (Tecnologia da Informação).
Neste contexto torna-se relevante avaliar os principais desafios que as bibliotecas
digitais terão que enfrentar com relação ao gerenciamento do ciclo de vida de suas
tecnologias, consolidação e simplificação de seus processos dentro de seus ambientes
computacionais, com objetivo de aumentar a produtividade e construir ambientes ágeis que
permitam às bibliotecas responder as demandas da gestão da informação digital.
BIBLIOTECA DIGITAL E A GESTÃO DE TI
A crescente comprexidade dos ativos tecnológicos tem incentivados os gestores de TI
a buscarem meios de melhorar a eficiência na operação visando reduzir custos, estar de
acordo com os aspectos reguladores e responder às constantes exigências das bibliotecas
digitas por uma melhor resposta do departamento de TI. Esses fatores têm sido um impulsor
�para que os gestores de TI procurem formas eficientes de ter o controle de tudo o que existe
em sua rede.
De acordo com ROCKART et al., 1996, os oitos imperativos para que uma
organização de TI alcance a excelência operacional e maximize o seu desempenho são:
Obter alinhamento estratégico entre TI e operação
Desenvolver relacionamento eficazes entre TI e operação
Entregar e implantar novos sistemas
Construir e administrar a infra-estrutura
Recapacitar a organização de TI
Administrar parcerias com fornecedores
Desenvolver alto desempenho
Reprojetar e administrar uma organização de TI
Uma solução integrada de gestão de ativos combina as disciplinas de gerenciamento
de recursos e de serviços da biblioteca digital em uma única arquitetura baseada na WEB,
repositório e console, ajudando a unir departamentos e processos diferentes. A FIGURA 2
ilustra a modularidade necessária para o desenvolvimento da infra-estrututra de TI necessária
para a implantação de uma solução de gestão de ativos.
FIGURA 2
Gerenciamento de recursos, clientes, equipamentos móveis e servidor.
Ao gerenciar ativamente todo o ciclo de vida dos recursos, a solução ajuda as
organizações a eliminar custos desnecessários de software e de hardware, a gerenciar
proativamente contratos com fornecedores e alinhar os recursos dos serviços com ITIL
�(Information Technology Infrastructure Library), para assegurar a otimização dos
investimentos em TI. Os benefícios incluem:
Monitorar a configuração, as versões implementadas, os relacionamentos e as
informações históricas dos recursos de TI;
Monitorar o uso do software e hardware para realocação e negociação de
contratos;
Assegurar a disponibilidade dos recursos através do gerenciamento de
incidentes e de problemas.
O gerenciamento de clientes e equipamentos móveis permite que os administradores
implementem, gerenciem e solucionem problemas de sistemas a partir de qualquer lugar. Os
beneficios incluem:
Gerenciamento consolidade de desktops, notebooks e mobiles;
Implementação do SO (Sistema Operacional) e migração de personalidade do
PC com intervenção zero;
Inventário abrangente de software e hardware com geração de relatórios pela
Internet;
Avaliação das vulnerabilidades do sistema com distribuição de software e
gerenciamento de patches em tempo real;
Gerenciamento de estados atraves dos recursos de autocorreção e reverção de
aplicativos.
O gerenciamento de servidores oferece as funções de implementação, gerenciamento
e monitoração a partir de um console centralizado, reduzindo os custos totais de infraestrutura. Os beneficios incluem:
Melhorar a confiabilidade e a estabilidade de servidores, minimizando
paralizações da biblioteca digital e melhorando a satisfação do usuário;
Automatizar o gerenciamento das operações de TI para responder rapidamente
às mudanças das necessidades da biblioteca digital;
Monitorar o desempenho, restaurar a operação e minimizar os patches de
segurança, de modo a assegurar a continuidade da operação.
Gestores de TI estão cada vez mais envolvidos no desenvolvimento, controle e
monitoração dos ativos tecnológicos de sua organização. A constante pressão por manter os
investimentos de TI eficientes mostra que é prioritário administrar estes ativos de duas
formas: como função do departamento de TI bem como parte de um processo integral da
organização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conduzir efetivamente o ciclo de vida de seus ativos de TI deixou de ser uma opção, é
essencial. Independente do tipo de ativo, as bibliotecas precisam compreender de forma
�mínima o que foi adquirido, qual é o seu valor e onde ele está alocado. As soluções de gestão
do ciclo de vida de TI compreendem uma combinação de políticas, processos, tecnologias e
recursos para utilizar, monitorar, prestar serviço, controlar e atualizar os ativos de hardware e
software de maneira eficaz. A solução de gerenciamento do ciclo de vida de TI está
organizada em três níveis ao longo de um modelo de maturidade conforme as necessidades de
recursos computacionais conforme apresentado na FIGURA 3.
FIGURA 3
Modelo de Maturidade.
O incremento contínuo do número de servidores e PCs, tendência à mobilidade
refletida em uma lista maior de equipamentos (notebooks, celulares, mobiles, entre outros),
crescimento exponencial de Datacenter, assim como a quantidade de departamentos dentro de
uma biblioteca, contribuem para uma maior complexidade na administração dos ativos de TI.
Adicionalmente, as bibliotecas sofrem uma forte pressão para atender a necessidades como:
�Administrar os ativos de TI com maior precisão e integração, oferece maior eficiência
no trabalho dos usuários, bem como maior controle e simplificação dos recursos. A visão de
administração de ativos de TI, no entanto, precisa ser expandida a um nível superior de
processos e funcionalidades. No entanto, esta visão de administração de ativos de TI, precisa
ser expandida a nível superior de processos e funcionalidades, pois administrar ativos ao
longo de todo o ciclo de vida envolve muito mais do que contabilizá-los para reduzir custos.
Para administrar os ativos físicos e de software dentro de uma organização requer uma
abordagem, desde o ponto de vista tecnológico até processos de negócios. Consciente desta
necessidade, os gestores de TI precisam alinhar as estratégias da biblioteca digital com as
políticas de implantação e uso da Tecnologia da Informação considerando como essenciais os
seguintes itens:
Quais os desafios enfrentados e os caminhos seguidos pelas bibliotecas
digitais;
Quais os serviços oferecidos aos usuários com a implementação da prática de
gestão do ciclo de TI;
Como administrar decisões e processos de compra de ativos de TI;
Como desenvolver informação preditiva e uma visão em tempo real dos ativos
de TI para melhorar o nível de serviço, a segurança e o uso destes;
Como manter uma consistência e controle de custos em um nível mais
profundo por usuário/departamento;
Em que nível encontra-se sua organização e quais passos deve seguir para
otimizar sua prática de IT Asset Management.
O uso de tecnologias digitais esta evoluindo em direção a soluções abrangentes de
gerenciamento de TI que utilizem um único repositório e uma única interface, reduzindo
radicalmente os custos e a complexidade do gerenciamento de seus recursos, incluindo
desktops, thinclients, notebooks, handhelds e dispositivos de redes. É fundamental
automatizar, simplificar e integrar suas funções de gerenciamento de TI a partir de um único
console com base na Web.
REFERÊNCIAS
ALTIRIS. Gerenciamento do ciclo de vida de TI. Disponível em: < http://www.altiris.com >.
Acesso em: 6 abr. 2014.
COEN, L. Gerenciamento de ativos: maior controle em TI. Disponível em: <
http://www.companyweb.com.br/lista_artigos.cfm?id_artigo=192 >. Acesso em: 24 abr. 2007.
�LAURINDO, F. J. B. Um estudo sobre a avaliação da eficácia da Tecnologia da Informação
nas organizações. São Paulo, 2000. 165p. Dissertação de Mestrado. Escola Politécnica.
Universidade de São Paulo
LAURINDO, F. J. B. et al. O papel da tecnologia da informação (TI) na estratégia das
organizações. Gestão & Produção, São Carlos, v.8, n.2, p.160-179, ago. 2001.
PERES, M. TI e o ciclo de vida de seus ativos: em busca da continuidade, eficiência e
transparência. Disponível em: <http://www.idclatin.com > Acesso em: 01 abril. 2014.
ROCKART, J. F. et al.
Review, Massachusetts, v.38, n.1, p.43-55, Fall .1996.
Sloan Management
SCHWABER, C. Soluções abertas para o gerenciamento do ciclo de vida da aplicação (ALM)
Disponível em: < http://www.borland.com >. Acesso em: 04 abril. 2014.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Biblioteca digital: gestão da tecnologia da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Paletta, Francisco Carlos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Para muitas bibliotecas digitais, a crescente disponibilização das tecnologias tem demonstrado uma ambiguidade em seu gerenciamento. No aspecto positivo, estas novas tecnologias têm ajudado a aumentar a produtividade dos profissionais da informação, aprimorar o processo de tomada de decisão e acentuar a satisfação do usuário final. Porém, a gestão e o suporte destes ambientes heterogêneos e complexos - repletos de diferentes PCs, desktops, tablets, dispositivos móveis, impressoras, redes e aplicativos – comprovadamente têm se revelado difíceis e dispendiosos para os departamentos de Tecnologia da Informação. Neste artigo abordaremos os principais desafios que as bibliotecas digitais terão que enfrentar com relação ao gerenciamento do ciclo de vida de suas tecnologias, consolidação e simplificação de seus processos dentro de seus ambientes de computação, com objetivo de aumentar a produtividade e construir ambientes ágeis que permite às bibliotecas a responder as demandas da gestao da informação digital.
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7c01d5392ea4317823ec3852f4965306
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
SOBRE AUTORIDADES E IDENTIFICADORES ÚNICOS
ABOUT AUTHORITIES AND UNIQUE IDENTIFIERS
Resumo: Este artigo discute sobre o controle de autoridades e a utilização de identificadores
únicos como fontes de informação para o estabelecimento de pontos de acesso e como
recursos a serem incluídos nos catálogos visando proporcionar outras opções de consulta aos
usuários. Trata-se de pesquisa exploratória qualitativa realizada por meio de levantamento
bibliográfico coletado no período de 2002 a 2018 sobre controle de autoridades, com análise
de sítios dos identificadores únicos. Para este estudo foram selecionados os identificadores
ORCID, ResearcherID, Plataforma Lattes, que reúnem informações de autores do tipo pessoa
que atuam na área acadêmica, e o VIAF, que possui registro de autores de amplitude
internacional, não somente da área acadêmica. Foram identificados os tipos de dados
presentes nas plataformas selecionadas e realizada análise dos dados existentes utilizando
como exemplo um autor pessoa vinculado a uma universidade pública brasileira. O texto
conclui que os dados presentes nos identificadores únicos contribuem com o detalhamento do
catálogo de autoridades, proporcionando diminuição de ambiguidades dos nomes, além de
serem fontes para auxiliar na seleção de registros para o acervo. Incluir os identificadores nas
autoridades permite aos usuários a realização de buscas expandidas, conferindo as produções
bibliográficas dos autores que estão cadastradas no catálogo da instituição de ensino e os
demais textos que não fazem parte da coleção.
Palavras-chave: Controle de autoridades. Plataforma Lattes. ORCID. ResearcherID. VIAF.
Abstract: This paper discusses authority control and the use of unique identifiers as sources
of information to help the establishment of access points and as including resources in the
catalog aiming to offer to patrons other options of research. It is an exploratory qualitative
research, developed by bibliographic selection of a period from 2002 to 2018, discussing
authority control, and analyzing websites of unique identifiers. To this paper were selected the
identifiers ORCID, ResearcherID, Lattes Platform, tools with person authority data, especially
the ones who work at the academic area, and the VIAF, which has records of authors from an
international amplitude, not restricted to the authors who are attached to universities or
researcher centers. To illustrate the research was collected the data of an academic author,
present in all the selected sources and in the library catalog of the university. This author
works in a Brazilian public university. The paper concludes that the unique identifiers
contribute with the detailing in the authority catalog, reducing the names ambiguity, besides
be a source to help in the selection of records to the collection. The inclusion of identifiers in
�authorities allow patrons to do expanded researches, checking the bibliographic productions
of authors who are registered in the library catalog and in others texts that are not part of the
collection.
Keywords: Authority control. Lattes Platform. ORCID. ResearcherID. VIAF.
1 INTRODUÇÃO
Os dados de autoridades são elementos fundamentais na descrição de registros
bibliográficos. Ao investir esforços na elaboração de catálogos de autoridades, a biblioteca
proporciona a seus usuários e demais instituições elementos que permitem a identificação de
autores, entidades, nomes de eventos, títulos uniformes, termos tópicos e demais cabeçalhos,
dirimindo dúvidas ou ambiguidades. Ao centralizar a descrição sob um único termo autorizado,
garante-se a reunião de todos os recursos de informação, facilitando a descoberta e utilização
dos itens daquele autor ou assunto presentes na coleção da biblioteca.
A web contribui com diversas fontes para busca de dados sobre autoridades. Alguns
sítios, muitos dos quais estruturados com padrões da web semântica, apresentam dados
detalhados sobre as autoridades, funcionando como fontes de informação para o
estabelecimento do cabeçalho a ser adotado. Assim, dados diversos como produções (livros,
capítulos, artigos de periódicos, apresentações em eventos, etc.), afiliações e áreas de interesse,
podem ser identificados nestes sítios. Além de auxiliarem no estabelecimento da autoridade,
estas fontes podem ajudar na identificação e seleção de novos recursos informacionais,
acarretando em enriquecimento do catálogo e oferta aos usuários.
Este artigo elenca algumas das fontes para obtenção de informações sobre autoridades
do tipo pessoa em nível internacional [ORCID, ResearcherID e VIAF (The Virtual
International Authority File)] e nacional (Plataforma Lattes), a fim de proporcionar subsídios
para estabelecimento de descrição e localização de dados complementares. Estas ferramentas,
além de proporcionarem elementos que contribuem com o estabelecimento de nomes de
autoridades do tipo pessoa, provem identificadores únicos, que possibilitam a criação de
vínculos no catálogo, oferecendo outras possibilidades de pesquisas.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Este artigo foi desenvolvido a partir de levantamento bibliográfico realizado para
identificar textos que discorrem sobre o catálogo de autoridades e identificadores únicos, com
recorte temporal de 2002 a 2018. A literatura coletada discorre sobre a importância do
controle de autoridade pelas bibliotecas e a presença de ferramentas e vocabulários que
�disponibilizam dados de autoridades do tipo pessoa na web, a fim de verificar as formas
adotadas em outras instituições ou identificar demais elementos que permitam sua descrição,
como formas não adotadas do nome, produções realizadas, datas extremas etc. Dentre os
sítios localizados destacam-se dois grupos de fontes: as que apresentam as produções e áreas
de atuação de um autor e as que apresentam dados sobre um nome. Estas fontes se
complementam e propiciam aos bibliotecários informações que favorecem a elaboração de
catálogo de autoridade rico em dados, dirimindo dúvidas em relação a ambiguidades, além de
permitir a reunião de diversas produções. Aos usuários são proporcionadas outras fontes para
que possam aprofundar seu conhecimento sobre determinado autor.
Trata-se, portanto, de pesquisa qualitativa, de natureza descritiva exploratória, que visa
identificar as fontes mais utilizadas por bibliotecas universitárias, contribuindo com a
elaboração de catálogos de autoridades, principalmente de autores com atuação no meio
acadêmico. A seleção das fontes foi realizada no âmbito nacional e internacional. No Brasil
foi selecionada a Plataforma Lattes, que reúne a produção dos autores acadêmicos que atuam
no país. Dentre as fontes internacionais foram selecionados para esta pesquisa o ORCID, o
ResearcherID e o VIAF. A escolha das fontes foi resultado da utilização da maioria no
ambiente acadêmico. O VIAF foi selecionado por ser um consórcio internacional que conta
com a participação de agências nacionais catalogadoras de diversos países, inclusive do
Brasil, que disponibilizou seus dados a partir de agosto de 2017.
3 CONTROLE DE AUTORIDADES
De acordo com Maxwell (2002) ao estabelecer formas para descrever autoridades, os
pontos de acesso aos registros são fixados de forma única e convencional. Isto facilita ao
usuário a identificação de todos os recursos de um autor ou sobre um assunto que estão
presentes no catálogo, contribuindo para que o resultado da pesquisa apresente todas as opções
existentes na biblioteca, uma vez que os registros bibliográficos são passíveis de identificação
por estarem relacionados com uma única forma descritiva da autoridade. Assim,
independentemente de como uma autoridade é grafada na fonte primária, ao adotar uma forma
autorizada para descreve-la, as possibilidades de recuperação são ampliadas, principalmente se
a descrição desta autoridade reunir todas as formas não adotadas que podem ser utilizadas para
representar o termo.
[A elaboração do catálogo de autoridade] tem por objetivo evitar
ambiguidades, sinônimos ou diversidades de nomes pelos quais as
pessoas, entidades, obras, temáticas ou conceitos possam ser
denominados. Esses catálogos desenvolvidos por serviços de
�informação auxiliam no intercâmbio de informações, sendo benéficos
na redução dos custos globais para a manutenção e elaboração das
bases de dados bibliográficas e de autoridade (SALGADO, 2015, p.
20-21).
De acordo com Chan (2007, p. 166 apud ASSUMPÇÃO; SANTOS, 2012, p. 4), o
controle de autoridades possui três principais propósitos:
(a)
garantir que todas as obras escritas por um determinado autor,
ou relacionadas a uma mesma entidade coletiva, sejam recuperados
com o mesmo ponto de acesso (ou sob o mesmo cabeçalho); (b)
garantir que um determinado ponto de acesso conduza somente às
obras de um autor específico ou relacionadas a uma entidade coletiva
específica; e (c) poupar o tempo e esforço de ter que estabelecer o
cabeçalho cada vez que uma obra de um mesmo autor ou relacionada
à mesma entidade coletiva é catalogada.
Algumas das dificuldades encontradas na definição de cabeçalhos de autoridade são as
ambiguidades, a presença de homônimos e a falta de informações sobre um autor ou entidade
coletiva. Atualmente é possível consultar fontes que trabalham na padronização de descrição de
autoridades e reúnem demais dados sobre as mesmas. Algumas destas soluções visam descrever
essencialmente autores do tipo pessoa, usualmente vinculados com o meio acadêmico, foco que
adotado nesta pesquisa.
4 IDENTIFICADORES DE AUTORIDADES
Ao publicar um texto nem sempre o autor tem autonomia para definir como seu nome
será grafado pela fonte. Existem publicações que utilizam o nome completo, enquanto outras
abreviam os prenomes ou alguns sobrenomes quando os mesmos são extensos. Este fato
acarreta em dificuldade para padronização de nomes de autoridades, gerando ambiguidades.
Outra questão a ser observada é o estabelecimento da forma do nome adotado pelo autor, que
pode se alterar durante sua vida. Isto é decorrente de alterações decorrentes de casamentos ou
divórcios, adoção de nome social, ou ainda mudanças realizadas para distinguir homônimos.
Usualmente são consultados sítios na Web que reúnem e disseminam dados sobre
autoridades. No ambiente acadêmico estes dados são fornecidos pelos próprios pesquisadores,
visando mensurar suas produções. Esta característica é observada na Plataforma Lattes, no
ResearcherID e no ORCID. Por serem elaboradas pelos próprios pesquisadores, estes dados
podem apresentar ambiguidades e carecerem de padronização. Nestas três plataformas são
apresentadas as variações com que seus nomes foram grafados nas publicações. Também
possuem dados complementares, como afiliações, áreas de interesse, projetos de pesquisas
dos quais participam ou participaram, além de relação das produções realizadas.
�Outras fontes com dados de autoridades são elaboradas por serviços de informação.
Para exemplificar este conjunto observa-se o VIAF, o ISNI (International Standard Name
Identifier) e os catálogos de autoridades de bibliotecas nacionais e de instituições de ensino.
Algumas destas fontes de informações de autoridades serão analisadas a seguir.
4.1 PLATAFORMA LATTES21
A Plataforma Lattes é uma iniciativa do CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico) para reunir os currículos de pesquisadores,
grupos de pesquisas e instituições em local único. É utilizado como ferramenta para
formulação das políticas do Ministério de Ciência e Tecnologia e de outros órgãos
governamentais (CNPQ, 2018). A plataforma foi lançada em agosto de 1999.
De acordo com Estacio (2017), na plataforma é registrado o Currículo Lattes, com as
atividades desenvolvidas por profissionais de nível superior, identificando suas atuações no
mercado de trabalho ou no ambiente universitário, uma vez que o cadastro é pré-requisito para
obtenção de bolsa de estudos ou financiamentos de projetos, em decorrência dos dados
presentes serem utilizados para análise de mérito e competência de solicitações realizadas
pelos pesquisadores junto ao CNPq. Também é utilizada em processos seletivos e contribui na
mensuração da produção realizada pelos pesquisadores.
A plataforma está integrada com bases de dados de outras instituições como SciELO,
LILACS, SCOPUS, Crossref, universidades e ORCID. Os dados são abertos e podem ser
extraídos pela ferramenta Lattes Extrator. Este recurso pode ser utilizado para povoar
repositórios institucionais, coletando as produções de pesquisadores, mediante cadastro e
solicitação de acesso aos dados pela instituição interessada (CNPQ, 2018).
4.2 RESEARCHERID22
O ResearcherID é um sítio onde pesquisadores podem cadastrar um perfil de forma
gratuita, gerando um número identificador único. Nos perfis são inseridos dados gerais, com
possibilidade de construir lista de publicações com integração com o Web of Science ou
adicionando arquivos de forma manual. As produções registradas são artigos apresentados em
eventos ou publicados em revistas acadêmicas, patentes, prêmios etc. O pesquisador pode
organizar seu perfil com as suas publicações e mais duas listas adicionais, onde pode salvar e
organizar materiais de seu interesse. O pesquisador pode definir se seu perfil será público ou
21
22
http://lattes.cnpq.br/
http://www.researcherid.com/Home.action
�privado. A ferramenta oferece geração de métricas de citações (THOMSON REUTERS,
2018).
O ResearcherID busca eliminar ambiguidades em nomes de autores atuantes na área
acadêmica. No diretório, além do registro de produções, a identificação permite a
diferenciação entre pesquisadores e a identificação de potenciais colaboradores. O
ResearcherID está integrado com o ORCID, facilitando a gestão do cadastro das produções.
A plataforma é proprietária, desenvolvida pela Thomson Reuters. O identificador
único é formado por 11 a 13 caracteres e possui informações semânticas como afiliação, emails ou áreas de estudo (SERRA; SILVA; SANTARÉM SEGUNDO, 2018).
4.3 ORCID23
O ORCID foi lançado em 2012 e é uma instituição que não visa lucros. Sua missão é
criar e manter registros de pesquisadores com atuação no meio acadêmico, individualizados
por meio de identificadores únicos. Uma de suas motivações é diminuir problemas de
ambiguidades de nomes de autores, além de reunir as publicações, vinculando produções a
resultados de pesquisas. Foi criado a partir do ResearcherID, porém sem carregar dados
semânticos no identificador que vinculem o pesquisador com uma área geográfica, instituição
ou área de atuação (SERRA; SILVA; SANTARÉM SEGUNDO, 2018).
A ferramenta permite a interação com outros sistemas de identificação como o
ResearcherID e a Plataforma Lattes. Também permite a integração com revistas acadêmicas,
facilitando a submissão de textos e atualização da produção. O cadastro é criado de forma
gratuita, porém podem existir cobranças para uso institucional, quando é estabelecido o
vínculo com repositórios, revistas ou plataformas de submissão de artigos para eventos.
O identificador é formato pela URL do ORCID seguido de 16 caracteres separados por
hífen a cada grupo de quatro dígitos. O formato adotado é semelhante ao utilizado pelo ISNI e
utiliza o padrão da norma ISO 27729 (BILDER, 2012). Os dados do ORCID estão
organizados em grupos de informações como dados biográficos, educação, emprego,
produções e financiamentos.
4.4 VIAF24
O VIAF é um consórcio desenvolvido e mantido pela OCLC (Online Computar
Library Center), visando reunir os esforços de bibliotecas nacionais e demais agências
23
https://orcid.org/
http://viaf.org/
�catalogadoras na padronização de descrição de autoridades. A reunião de autoridades busca
diminuir os esforços para estabelecimento de nomes de autores pessoais e para reunir as
produções existentes (SERRA; SILVA, SANTARÉM SEGUNDO, 2017). Diferentemente das
ferramentas analisadas acima, o VIAF não atua com ênfase na área acadêmica, mas em
aspecto global, uma vez que se pretende a reunir a produção dos autores independente do país
onde foram publicados. Desta forma, consiste em um referencial para auxiliar as bibliotecas
apresentando as formas que foram estabelecidas para nomes nas bibliotecas nacionais e
demais agencias catalogadoras de relevância mundial.
No VIAF, a cooperação internacional é estabelecida a partir da
formação de registros por cluster, que identificam variações
nacionais, linguísticas e culturais na forma de descrição de
valores, a partir da agregação de elementos de autoridades que
compõem padrões de metadados (ROMANETTO; SANTOS;
ALVES, 2017, p. 580).
De acordo com Salgado (2015), os nomes presentes no VIAF contam com os seguintes
dados: 1) identificador; 2) formas adotadas de um nome em cada agência catalogadora; 3)
identificação do país que estabeleceu o termo; 4) locais onde obras vinculadas a um nome
foram publicadas; 5) links para fontes externas dos nomes; e 6) representação do registro nos
formatos MARC, XML e RDF.
5 ANÁLISES E DISCUSSÕES
Para ilustrar a utilização que pode ser feita no controle de autoridades e dos dados
presentes em fontes identificadoras disponíveis na web foi selecionado o autor acadêmico
Roger Abramino Levy, vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Foram
identificados cadastros deste autor em todas as fontes analisadas neste artigo e no catálogo da
Rede Sirius
Rede de Bibliotecas UERJ.
Sua representação na biblioteca da UERJ está enxuta, constando apenas da descrição,
remissivas ver (termos não adotados), nota pública com descrição das atividades do autor e o
link para o Currículo Lattes (Figura 1). Ao pesquisar as publicações de Levy cadastradas no
catálogo da biblioteca, nove registros foram localizados, onde quatro são dissertações de
mestrado e quatro teses de doutorado onde atuou como orientador, além de seu próprio
doutorado, defendido em 1994 no Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
�Figura 1: Registro de autor no catálogo da Rede Sirius
Na Plataforma Lattes Levy possui extenso cadastro, com identificação, formas como
seu nome aparece em citações bibliográficas, formação acadêmica e titulação, atuação
profissional, linhas e projetos de pesquisa, área de atuação, prêmios e títulos, produção
bibliográfica, com 149 artigos de periódicos, dois livros, 48 capítulos, 59 textos publicados
em anais de eventos, participações em bancas de trabalhos de conclusão, orientações de
mestrado e doutorado, participação e/ou organização de eventos, entre outros dados, conforme
ilustrado na Figura 2.
�Figura 2: Registro do autor na Plataforma Lattes
O autor possui cadastro no ResearcherID, sob o identificador K-3087-2014, onde
estão disponíveis dados sobre outras formas de representação de seu nome, suas áreas de
interesse, palavras-chave, instituições vinculadas (presente e passado), descrição e links para o
ORCID e Lattes, conforme Figura 3. Foram identificados neste cadastro 55 produções. A
ferramenta dispõe de geração dinâmica de gráfico com as citações ocorridas por ano.
Figura 3: Registro do autor no ResearcherID
�No ORCID este autor possui a identificação 0000-0001-6393-6031 e, além de
informações semelhantes ao ResearcherID como afiliação, link para o Lattes, palavras-chave
e outras formas de grafia de seu nome, aparecem o país, e-mail para contato e número
identificador na base SCOPUS. No ORCID sua produção conta com 114 contribuições e
distinção entre as instituições onde estudou e onde trabalha (Figura 4). No ResearcherID estes
a
relação do autor com a instituição. Observa-se que no ORCID a quantidade de formas como o
nome foi grafado é menor, com apenas uma ocorrência.
Figura 4: Registro do autor no ORCID
No VIAF o autor está representado pela Library of Congress. Provavelmente isto se
deve por ter tido vínculo com o Centro Médico da Universidade de Cornell, nos Estados
Unidos, durante sua formação acadêmica e experiência profissional. No VIAF é possível
verificar os metadados da autoridade no formato MARC (Figura 5), cluster em XML, RDF e
links no JSON. Não foram identificados registros de publicações vinculados a esta autoridade
no VIAF. Os dados dispostos no formato MARC permitem a importação da autoridade em
sistemas de automação de bibliotecas. Nas demais fontes não são visíveis as estruturas em
MARC, porém são aplicações que estão estruturadas de forma semântica, com utilização de
modelo de dados RDF, o que favorece a criação de dados interligados (linked data) em
projetos futuros.
�Figura 5: Registro do autor no VIAF
Observando os dados identificados nas fontes pesquisadas, percebe-se que os são
semelhantes, e podem ser utilizados de forma complementar. Embora existam referencias para
outras fontes (Lattes, ORCID etc.), as informações são organizadas e apresentadas de formas
diversas, o que pode proporcionar confusão no momento de pesquisar os dados. Como os
cadastros nas fontes analisadas usualmente são realizados pelos próprios pesquisadores,
observa-se variação nas produções e afiliações, dificultando uma eventual coleta e análise de
artigos publicados e trabalhos apresentados em eventos. O fato de existirem diversas fontes
acarreta em redundância nos cadastros, exigindo esforços dos autores para cadastrarem suas
produções e para bibliotecários identificarem estes dados.
No ResearcherID e no ORCID foram notadas a presença de mais de um cadastro do
mesmo autor, porém somente uma entrada com dados completos. As ferramentas deveriam
emitir algum alerta ou controlar entradas duplicadas. No VIAF observou-se a presença de
homônimos, que foram distinguidos do autor utilizado como exemplo por elementos
complementares como datas extremas e áreas de atuação.
Foram identificadas formas variantes do nome do autor em todas as fontes, com
exceção do VIAF, que abreviou um dos nomes do autor na descrição principal e utilizou o
subcampo 100|q para registrar a forma completa do nome.
No catálogo da biblioteca observou-se baixa quantidade de registros produzidos pelo
autor e foi dado destaque para sua participação como orientador. Isto, provavelmente, é fruto
�da impossibilidade da biblioteca em acompanhar e cadastrar a produção do corpo docente da
instituição, limitando-se a incluir os trabalhos acadêmicos que compõem a Biblioteca Digital
de Teses e Dissertações.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo coletou e analisou dados de autoridades do tipo pessoa dispostos em
sítios da web que proporcionam identificadores únicos, reunindo dados sobre autores,
principalmente com atuação na área acadêmica. A pesquisa constatou que as fontes
Plataforma Lattes, ResearcherID, ORCID e VIAF reúnem dados diversos sobre as
autoridades como descrição, áreas de atuação, afiliação institucional, formação, atuação no
mercado de trabalho, linhas e projetos de pesquisa etc. Via de regra estas ferramentas
permitem conhecimento sobre as produções dos autores, auxiliando na identificação e seleção
de registros bibliográficos, o que contribui com a formação da coleção. Estas fontes podem
ser utilizadas pelas bibliotecas para embasar as pesquisas realizadas para o estabelecimento
dos pontos de acesso do catálogo de autoridades, visando enriquecer o cadastro dos autores.
Aos bibliotecários, estas bases de dados ajudam a dirimir dúvidas em relação às
formas de descrição dos autores, contribuindo com a eliminação de ambiguidades e distinção
de homônimos. É recomendado que a biblioteca inclua no seu cadastro de autoridades todas
as grafias localizadas nestas fontes externas, visando reunir os termos não autorizados no
cabeçalho principal, aferindo qualidade ao catálogo de autoridades e, consequentemente, no
resultado das pesquisas realizadas pelos usuários no catálogo online.
Uma estratégia que pode ser adotada é incluir nos registros de autoridades links para
os cadastros dos autores nestes sítios que possuem identificadores únicos, permitindo que o
usuário seja transferido à fonte externa para buscar dados adicionais sobre o autor de seu
interesse. Assim, mesmo que a biblioteca opte por não cadastrar ou não tenha condições de
incluir os registros de toda a produção de sua comunidade docente e discente, é oferecido aos
usuários no catalogo online a possibilidade de expandir a pesquisa onde estas autoridades
possuem cadastros. Desta forma, além de apresentar os registros bibliográficos vinculados aos
autores que existem no acervo, a biblioteca também provê acesso a outros cadastros,
facilitando a experiência dos usuários durante as pesquisas.
Evidentemente é possível aventar a aplicação de elementos do linked data,
enriquecendo o catálogo de forma dinâmica, uma vez que parte destes sítios possuem
estrutura no modelo de dados RDF e seguem padrões da web semântica, porém estudos sobre
estas aplicações precisam ser realizados para analisar as possibilidades de desenvolvimento.
�REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. V. A. da C. A importância do controle de autoridade: uma
abordagem baseada nos objetivos e nas funções dos catálogos. In: ENCONTRO NACIONAL
DE CATALOGADORES, 1., 2012, Rio de Janeiro. Anais
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https://docs.google.com/document/d/1awd6PPguRAdZsC6CKpFSSSu1dulliT8E3kHwIJ3tD5
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CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO CIENTÍFICO E TECNOLÓGIC
(Brasília). Sobre a plataforma Lattes. 2018. Disponível em: <http://lattes.cnpq.br/>. Acesso
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ESTACIO, L. S. S. A importância do currículo lattes como ferramenta que representa a
ciência, tecnologia e inovação no país. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina,
v. 22, n. 2, 2017. Disponível em: <http://www.brapci.inf.br/v/a/23556>. Acesso em: 02 jan
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MAXWELL, R. L.
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ROMANETTO, L. de M.; SANTOS, P. L. V. A. da C.; ALVES, R. C. V. O Virtual
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Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 15, n. 3, 2017.
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SALGADO, D. M. O controle de autoridade sob a norma RDA: análise da aplicação e
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SERRA, L. G. SILVA, J. F. M. da; SANTARÉM SEGUNDO, J. E. Aplicação de linked data
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http://www.contecsi.fea.usp.br/envio/index.php/contecsi/14CONTECSI/paper/view/4462/283
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�SERRA, L. G.; SILVA, L. C. da; SANTARÉM SEGUNDO, J. E. O ORCID como aplicação
de linked data no catálogo da biblioteca. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 18., 2017, Marília, SP. Anais... Marília, SP: UNESP, 2017.
Disponível em:
http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/xviiienancib/ENANCIB/paper/view/52/323. Acesso
em: 2 jan. 2018.
THOMSON REUTERS. ResearcherID. 2018. Disponível em:
<http://www.researcherid.com/Home.action>. Acesso em: 2 jan. 2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sobre autoridades e identificadores únicos.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Serra, Liliana Giusti; Andrade, Leila Cristina Rodrigues de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este artigo discute sobre o controle de autoridades e a utilização de identificadores únicos como fontes de informação para o estabelecimento de pontos de acesso e como recursos a serem incluídos nos catálogos visando proporcionar outras opções de consulta aos usuários. Trata-se de pesquisa exploratória qualitativa realizada por meio de levantamento bibliográfico coletado no período de 2002 a 2018 sobre controle de autoridades, com análise de sítios dos identificadores únicos. Para este estudo foram selecionados os identificadores ORCID, ResearcherID, Plataforma Lattes, que reúnem informações de autores do tipo pessoa que atuam na área acadêmica, e o VIAF, que possui registro de autores de amplitude internacional, não somente da área acadêmica. Foram identificados os tipos de dados presentes nas plataformas selecionadas e realizada análise dos dados existentes utilizando como exemplo um autor pessoa vinculado a uma universidade pública brasileira. O texto conclui que os dados presentes nos identificadores únicos contribuem com o detalhamento do catálogo de autoridades, proporcionando diminuição de ambiguidades dos nomes, além de serem fontes para auxiliar na seleção de registros para o acervo. Incluir os identificadores nas autoridades permite aos usuários a realização de buscas expandidas, conferindo as produções bibliográficas dos autores que estão cadastradas no catálogo da instituição de ensino e os demais textos que não fazem parte da coleção.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5621/SNBU2018_116.pdf
3ca4a59fa02593ea5fd4010123dce082
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
SERVIÇOS ON-LINE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS
BRASILEIRAS: ESTUDO DA DISPONIBILIDADE
ON-LINE SERVICES IN BRAZILIAN UNIVERSITY FEDERAL LIBRARIES: STUDY OF
AVAILABILITY
Resumo: A biblioteca universitária é elemento primordial na disseminação da informação e
do conhecimento científico, especialmente para a comunidade acadêmica e, nesse contexto, se
beneficia da internet para dinamizar sua atuação. As novas formas de comunicação
tecnológica estão criando novos hábitos, novas formas de interação social, fomentadas pelo
desenvolvimento das mídias digitais. Nesse contexto, em que o fluxo constante de
informações se efetiva pelos mais diversos meios comunicacionais, este estudo teve como
objetivo geral conhecer a disponibilidade dos serviços on-line oferecidos pelas bibliotecas
universitárias brasileiras e sua relação com o nível de desenvolvimento das respectivas
Instituições de Ensino Superior. Adotou-se o método de estudo de múltiplos casos, de caráter
exploratório-descritivo e teve como base as abordagens quantitativa e qualitativa. A
contextualização teórica foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica, em fontes impressas
e eletrônicas. Logo, procedeu-se à identificação das universidades federais, posteriormente, o
levantamento dos serviços on-line por elas ofertados. Os resultados evidenciaram que as
universidades federais da região Norte ainda estão em processo inicial na disponibilização de
produtos e serviços on-line. Nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, a oferta de
serviços é mais ampla e atual, o que atende em parte ao que as Tecnologias de Informação e
Comunicação oferecem, contudo, apesar de disponibilizarem determinados serviços, constatase que ainda há o que melhorar. Vale ressaltar que uma nova análise foi realizada no ano de
2017, contemplando apenas as universidades da região Nordeste, visando atualizar em parte
os dados da pesquisa e averiguar mudanças nos resultados obtidos em 2014.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária. Serviços On-line. Tecnologia de Informação e
Comunicação.
Abstract: The university library is a key element in the dissemination of information and
scientific knowledge, especially for the academic community and, in this context, benefits
from the internet to boost its performance. The new forms of technological communication
are creating new habits, new forms of social interaction, fostered by the development of
digital media. In this context, in which the constant flow of information is effected by the
most diverse communication media, this study had as general objective to know the
availability of the online services offered by the Brazilian university libraries and its relation
with the level of development of the respective Teaching Institutions Higher. We adopted the
�multiple-case study method, which was exploratory-descriptive and based on quantitative and
qualitative approaches. The theoretical contextualization was carried out through
bibliographical research, in printed and electronic sources. Then, the federal universities were
identified, later, the survey of the services and online offered by them. The results showed
that in the Central-West, Northeast, Southeast and South regions, the service offer is broader
and more modern, which partially responds to what Information and Communication
Technologies offer. However, despite the availability of certain services, there is still room for
improvement. It is worth mentioning that a new analysis was carried out in 2017,
contemplating only the universities of the Northeast region, aiming to partially update the data
of the research and to verify changes in the results obtained in 2014.
Keywords: University Library. Online Services. Information and Communication
Technology.
1 INTRODUÇÃO
Os serviços on-line ofertados por bibliotecas universitárias, tema objeto deste estudo,
inserem-se em duas vertentes de interesse na literatura especializada: de um lado, as
tecnologias de informação e comunicação (TIC) e sua repercussão no mundo acadêmico; de
outro, os recursos disponibilizados por essas unidades de informação, no cumprimento de sua
função primordial, qual seja, a de apoiar o desenvolvimento dos programas de ensino e
pesquisa das instituições que as abrigam.
O presente artigo representa uma compilação dos resultados obtidos com a conclusão
da dissertação em Ciência da Informação ocorrida no ano de 2014. Contudo, visando atualizar
os resultados então obtidos, uma nova análise foi realizada em 2017, focando desta vez os
estados do Nordeste, visando analisar se o quadro encontrado há quatro anos havia se alterado
com relação a alguns itens analisados. Vale ressaltar que a região Nordeste foi escolhida por
ter em seu território o maior número de Estados.
Diante do exposto, o presente estudo buscou responder a seguinte questão norteadora:
- os serviços oferecidos pelas bibliotecas universitárias brasileiras estão acordes ao que as TIC
oferecem para otimizar o desempenho 16 das instituições? Para responder a essa questão,
estabeleceu-se como objetivo geral: Conhecer os serviços on-line oferecidos pelas bibliotecas
universitárias federais brasileiras e identificar como a disponibilidade desses serviços pode
contribuir para o desenvolvimento17 das respectivas IES; e como objetivos específicos: a)
Identificar e caracterizar os serviços on-line oferecidos pelas bibliotecas universitárias
16
O verbo desenvolver utilizado neste objetivo geral, de acordo com o dicionário de Aurélio (2004), está tecido
no sentido de progredir, crescer.
17
O verbo desempenhar empregado na questão norteadora, nesse contexto, está associado a questões específicas
relacionadas a serviços on-line ofertados pelas BU.
�brasileiras; b) Averiguar e analisar quais serviços on-line são oferecidos com maior
frequência nas instituições observadas; e, c) Associar a oferta de serviços das bibliotecas
universitárias federais com a posição das universidades no ranking de desempenho.
2 TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO E BIBLIOTECONOMIA
A Sociedade da Informação, desde 1990, vem sendo implantada em vários países. No
Brasil, Governo e sociedade buscam andar juntos para assegurar a perspectiva de que seus
benefícios efetivamente alcancem a todos os brasileiros. O advento da Sociedade da
Informação é o fundamento de novas formas de organização e de produção em escala
mundial, reorganizando a situação dos países na sociedade internacional e no sistema
econômico mundial. (TAKAHASCHI, 2000, p. v).
empobrecer a humanidade, se não forem combinadas com o desenvolvimento cultural e social
facilitando a vida do usuário, disseminando informação e colaborando para que ela seja
apropriada por ele como meio de desenvolver sua condição de cidadão e, assim, buscando as
informações de que necessita para tal. As tecnologias da informação e comunicação vêm
contribuindo continuamente com a vida cotidiana e do mesmo modo que elas modificam a
sociedade, a sociedade é modificada por elas.
Segundo o Livro verde, no ano de seu lançamento (2000), o personal computer (PC)
era o equipamento mais usado para acesso à internet, em função de suas possibilidades.
Contudo, naquele período, um computador pessoal era um produto caro e tinha seu uso
reduzido por conta da complexidade das interfaces, da fragilidade e da instabilidade dos
sistemas operacionais. Atualmente, vive-se em um contexto diferenciado. Os computadores
vêm sendo barateados e a inserção de dispositivos móveis, tais como notebooks, netbooks,
palm tops, tabletes e celulares smartphones entre outros, vêm permitindo o acesso imediato à
internet. Em determinados locais, já é possível se conectar facilmente sem fio, pelos sistemas
wifi, 3G, 4G e outros. A relação do homem com o computador é facilitada pelo ícone, ou seja,
pela interface gráfica, intuitiva para os nativos digitais, mas que representa ainda comandos
complexos para os (socialmente) excluídos, isto é, sem acesso à grande rede, bem como para
os chamados imigrantes digitais, isto é, representantes de uma geração que embora tenha
condição de acesso, não cultiva o aprendizado necessário para se conectar. Estes últimos
integram uma população cada dia menor, diferentemente dos socialmente excluídos.
�A utilização de dispositivos móveis digitais a cada dia conquista mais adeptos e
enriquece a experiência de usuários, principalmente entre os nativos digitais, expressão que
(digital natives). (ACCART, 2012). Tal proliferação deve-se ao avanço tecnológico que
permite que os aparelhos, como os já citados e outros dispositivos, estejam entre os
equipamentos de acesso à Internet. (TOMAÉL et al., 2014). Essa mudança de paradigma
facilita ainda mais a disseminação de informações na web. As novas formas de comunicação
tecnológica estão criando novos hábitos, novas formas de interação social, fomentadas pelo
desenvolvimento das mídias digitais. Nesse contexto, em que o fluxo constante de
informações se efetiva pelos mais diversos meios comunicacionais, torna-se possível a criação
de vínculos sociais nas comunidades virtuais. (MORIGI; PAVAN, 2004)
A web 2.0 é a uma ferramenta que se caracteriza por utilizar a web no
desenvolvimento de serviços e atividades on-line em alta velocidade, com mais capacidade de
armazenamento e de forma interativa.
A Biblioteconomia, para inserir-se nesse contexto, apropriou-se de parte da
expressão, passando a designar as bibliotecas bem providas de TIC de biblioteca 2.0. Nesse
contexto, a biblioteca 2.0 se apoia na web social para disseminar e executar seus serviços.
A interatividade é uma exigência crescente dos usuários das bibliotecas e deve ser
entendida de maneira mais ampla que a simples possibilidade de transferência
bidirecional de dados por meio do website da biblioteca. Deve ser percebida como a
possibilidade do usuário, por meio dessa troca de dados, encontrar a informação ou
facilidade que deseja. (AMARAL, 2005 p. 32)
Assim, a web 2.0 é um termo usado recentemente no campo da Biblioteconomia e se
caracteriza pela utilização de recursos e tecnologias na comunicação e interação com usuários.
p. 183)
Isso não significa que a web 2.0 se aplica apenas a bibliotecas digitais e virtuais, mas
Web 2.0 todos
os usuários são participantes de um processo de criação coletiva, em conjunto desenvolvem a
web
Essa tecnologia, como se percebe, permite que a biblioteca esteja cada vez mais em
interação com os sujeitos e se fundamenta em quatro teorias: 1) É centrada no usuário; 2)
Oferece experiência multimídia; 3) É socialmente rica; 4) É comunitariamente inovadora.
informação pôde ser disponibilizada em volumes tão grandes, com distribuição tão barata,
�com tamanha rapidez de
(AMARAL, 2005, p. 33). Um problema proveniente do constante crescimento do volume de
informações na rede é a falta de padronização na disponibilização de informações, conforme
se pronuncia ain
informação são pontos fortes da Internet, a falta de organização e de estrutura, bem como a
Obviamente, o bibliotecário pode minimizar esses problemas, empregando técnicas de
pesquisa pertinentes ao seu labor no serviço de referência.
Atualmente, já se discute o aprimoramento da web 3.0, ou web semântica, que se
caracteriza principalmente pela proposta de categorizar a informação na web de forma
relevante e associar a informação presente como um conjunto de etiquetas de dados que
descrevem adequadamente os metadados, desenvolvendo assim softwares que possibilitem
conexões que fazem sentido. (TOMAÉL et al, 2014). Sobre o mesmo tema, Accart (2012, p.
linguagem natural em vez de estruturada. A web 3.0 caracteriza-se como um assunto extenso
e específico que possibilita outras discussões, contudo essa abordagem não será aqui
aprofundada, pois foge ao escopo deste estudo.
3 SERVIÇOS BIBLIOTECÁRIOS DE INFORMAÇÃO ON-LINE
Os conteúdos obtidos na internet nem sempre são os mais adequados para trabalhos de
caráter acadêmico ou científico, mas há como sanar esse problema, mediante a consulta a
bases de dados especializadas ou bibliotecas digitais, que têm a mesma confiabilidade das
bibliotecas tradicionais. Com o uso da internet, podem ser oferecidos serviços de informação
que facilitam a vida do usuário, poupando-o, por exemplo, de se deslocar e permitindo acesso
além das limitações de horário, a exemplo dos serviços disponíveis nos websites. (AMARAL,
2005, p. 29) A autora diz ainda que o website da biblioteca universitária atua principalmente
como mediador da informação, facilitando e dinamizando o acesso dos usuários aos serviços
on-line.
Os profissionais da informação tiveram seu perfil aperfeiçoado para conviver com os
avanços tecnológicos que adentraram as unidades de informação. Tais avanços alteram as
relações dos profissionais da Informação e a sua práxis, trazendo mudanças na forma de
relação pessoal e urbanidade. Ressaltando que o presente trabalho tem como foco principal os
�serviços, considera-se relevante caracterizá-los, segundo o que explicita Lubisco (2014). Na
sua concepção, os serviços se enquadram como
[...] atividades, benefícios ou a geração de satisfações; são essencialmente
intangíveis e na sua fase inicial não passam de uma promessa do que ainda não
existe. Portanto, têm que ser materializados, no sentido de serem operacionalizados
por alguém ou por uma máquina, para passar a existir. [...] Entenda-se, assim, por
serviço o conjunto organizado que materializa as funções de determinado tipo de
organização, orientado para atender a seu usuário/cliente/beneficiário
específico. (LUBISCO, 2014, p. 19) (grifo nosso).
A seguir, apresentam-se os serviços na mesma ordem em que aparecem no formulário
de coleta de dados, segundo as funções dadas pelos autores indicados. Os serviços estão
classificados sob essa ótica, conforme segue:
a) FUNÇÃO INFORMACIONAL - Item 1 - Link direto para o site da
biblioteca, Item 2 - Telefone para contato, Item 3 - Horário de
funcionamento, Itens 4 e 5 - E-mail da biblioteca e Fale Conosco, Item 6 Tutorial na página web que orienta na utilização da biblioteca
b) FUNÇÃO PROMOCIONAL - Item 7 - Feed de notícias ou Rich Site
Summary (RSS), Item 8 - Rankings de desempenho de avaliação das
universidades
c) FUNÇÃO INSTRUCIONAL - Item 9 - Mapa do site, Item 10 Normalização de trabalhos acadêmicos
d) FUNÇÃO REFERENCIAL - Item 11 - Links para bases nacionais e
estrangeiras: Portal Capes, BRAPCI e SciELO, Item 12 - Sugestões de
novas aquisições18, Item 13 - Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas
(SEER)19, Item 14 - Repositório Institucional (RI), Item 15 - Biblioteca de
Teses e Dissertações (BDTD)
e) FUNÇÃO DE PESQUISA - Item 16 - Catálogo on-line, Item 17 Comutação bibliográfica (COMUT), Item 18 - Reserva e renovação on-line
de empréstimo, Item 19 - Perguntas frequentes/FAQ, Item 20 - Livros
digitais
18
O sistema Pergamum de gerenciamento de coleções e serviços, adotado pela UFBA e por outras bibliotecas
universitárias brasileiras, dispõe dessa função sugestões como também a de divulgar últimas aquisições. Esse
é um diferencial que pode ser apresentado também no website da biblioteca.
19
http://www.ibict.br/pesquisa-desenvolvimento-tecnologico-e-inovacao/sistema-eletronico-de-editoracao-derevistas-seer
�f) FUNÇÃO DE COMUNICAÇÃO - Item 21 Flicker, Item 22 - YouTube,
Item 23-Mensagens Instantâneas (MI), Item 24
Blogs, Item 25 -
Facebook, Item 26 -Twitter.
As bibliotecas, especialmente as universitárias, devem considerar a frequente
utilização das ferramentas disponíveis na web para aperfeiçoar a interação
entre usuário e profissional e otimizar a disseminação de informações.
Assim, ela estará cumprindo tanto sua finalidade de prestar serviços de
informação para sua comunidade-alvo, como de dar visibilidade à sua
instituição.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo em questão se enquadra no âmbito de pesquisa social aplicada que, de acordo
Gil (2008), preocupa-se com sua utilização e aplicação prática, da investigação, visando a
colaborar com intervenções e transformações na sociedade. Foram definidas as abordagens
qualitativa e quantitativa, pois a associação dessas duas abordagens permitiu uma análise mais
completa. Prosseguindo com o percurso metodológico, sob a linha de pensamento de Triviños
(2013), ressalta-se que o estudo se enquadra no âmbito exploratório- descritivo, pois, buscou
se aprofundar nos limites de uma realidade específica para encontrar os elementos necessários
que permitam, em contato com determinada população
amostra
obter os resultados que se
deseja sobre um determinado universo.
Como método de investigação foi utilizada a pesquisa documental. Para Gil (2008, p.
-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda
método de estudos de
múltiplos casos foi utilizado por observar 26 websites das bibliotecas universitárias federais,
organizações etc." A técnica de coleta de dados foi a observação direta e extensiva por meio
de formulários websites, sem interferência ou comunicação com os profissionais das referidas
bibliotecas. E também o levantamento.
Para a identificação do número de Bibliotecas Centrais e/ou órgãos coordenadores de
Sistemas de Bibliotecas nas universidades, foi pesquisada uma IES de cada Estado, sendo 7
da região Norte, 3 da Centro-Oeste, 9 da Nordeste, 4 da Sudeste e 3 no Sul do país. A coleta
de dados ocorreu entre março e maio de 2014. As informações referentes ao endereço
eletrônico e localização das universidades foram recolhidas no website do Ministério da
�Educação (MEC). A coleta de dados referente à nova etapa da pesquisa, focada nos estados do
Nordeste, ocorreu entre setembro de 2017 e janeiro de 2018, utilizando o mesmo processo
metodológico.
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Ao identificar e caracterizar os serviços on-line oferecidos pelas bibliotecas
universitárias federais brasileiras, que corresponde ao primeiro objetivo deste estudo, foi
realizado o levantamento nas bibliotecas centrais e/ou órgãos coordenadores de Sistemas de
Bibliotecas, a fim de conhecer a realidade das instituições. Antes disso, no entanto, foi
necessário identificar quais bibliotecas federais disponibilizavam sites na web por meio do
portal da instituição e de buscadores da internet, quando necessário.
Em 100% das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) pesquisadas foram
encontrados websites com informações institucionais e outras informações correlatas sobre a
universidade. No entanto, essa porcentagem não se repete com relação à disponibilização de
link direto para acesso ao portal da biblioteca universitária (BU), como será observado na
tabela a seguir:
Em associação com o desenvolvimento do primeiro objetivo, buscou-se atingir o
segundo objetivo de averiguar quais serviços on-line são oferecidos com maior frequência
nas instituições observadas.
É fato que todas as bibliotecas centrais e/ou órgãos coordenadores de Sistemas de
Bibliotecas analisados dispõem de websites, todavia, o acesso ao site nem sempre é facilitado
pelo portal principal da instituição. Dessa forma, para ter acesso ao website, com a ausência
do link direto para o site da biblioteca, muitas vezes deve-se recorrer a outros buscadores da
internet. Isso limita as possibilidades do usuário que, em tese, deveria encontrar no sítio da
universidade tanta informação quanto possível.
Análise sobre a distribuição comparativa de serviços de acordo com sua disponibilidade
Fazendo uma média geral dos serviços correspondentes a cada função, observa-se que
os serviços representados na função Informacional têm maior expressividade, 75,2%. Esse é
um fato frustrante porque a oferta desses serviços é relativamente esperada, pois são serviços
que divulgam informações básicas da BU. Outros serviços que se destacam com boa
representatividade são apresentados na função Pesquisa, 65,4%.
São serviços básicos,
�todavia, sem a oferta do catálogo on-line, por exemplo, a instituição fica muito limitada e
pode ter grande redução de visitas ao seu website, já que o usuário não pode ao menos
localizar determinada obra virtualmente. Os itens que contemplam a função Promocional,
57,7%, poderiam ter um melhor desempenho, ou seja, serem mais bem aproveitados, pois
podem promover o perfil da biblioteca, atraindo novos alunos e pesquisadores. Já os serviços
com função de Comunicação, 21,1%, têm uma baixa representatividade, o que só reforça a
necessidade de que as BU federais necessitam estreitar as relações com as TIC no quesito
comunicação on-line. Com a web 2.0, muda-se a forma de lidar com a Internet. A web 1.0 era
estruturada por meio de sites que colocavam todo o conteúdo on-line, de maneira estática,
sem que fosse possível a interação entre usuários virtuais. Com a web 2.0 é possível criar
ligações através das comunidades de usuários com interesses semelhantes, por meio de
plataformas mais abertas e dinâmicas. (BLATTMANN; SILVA, 2007) Os dados integrais
podem ser visualizados na tabela a seguir:
�Tabela 1
Distribuição comparativa de serviços de acordo com sua disponibilidade
Função
Informacional
Função
Promocional
%
Item 1 - Sites de
IFES que
disponibilizam os
links direto
Item 7 - Feed
de notícias ou
73,1 RSS
Item 8 Presença de
notícias sobre
rankings de
desempenho de
avaliação no
Item 2 - Telefone
site inicial das
para contato
100 universidades
Função
Instrucional
%
Função
Referencial
%
Item 9 - Mapa
do website da
80,8 Biblioteca
Item 11 Portal
CAPES,
BRAPCI e
26,9 SciELO
Item 10 Instruções online para
Normalização
de trabalhos
34,6 acadêmicos
Item 12 Espaço para
Sugestão de
novas
53,9 aquisições
Item 3 - Horário
de
funcionamento
53,9
Item 13 SEER
Item 4 - Email
84,7
Item 14 - RI
69,3
Item 15 BDTD
Item 5 - Fale
conosco
Item 6 - Tutorial
para utilização de
serviços
Média total
Função de
Pesquisa
%
Item 16 Catalogo online da
96,2 biblioteca
Item 17 19,2 COMUT
Item 18 Reserva e
renovação
on-line de
15,4 empréstimo
Item 19 Perguntas
38,5 faq
Item 20 Livros
73,1 digitais
Função de
Comunicação
%
Item 21 96,2 Flicker
3,8
Item 22 69,3 YouTube
11,5
Item 23
Mensagem
69,3 Instantânea
11,5
30,8 Item 24 - Blogs
19,2
Item 25 61,6 Facebook
42,3
Item 26 Twitter
38,5
73,1
75,6
Fonte: Dados da pesquisa
57,7
40,4
48,5
%
65,4
21,1
�Análise sobre a distribuição da média de serviços comparados por região
Numa análise geral e comparativa entre regiões, observa-se que as regiões CentroOeste e Sul apresentam, respectivamente, 60,2% e 79,5%. O Norte do país apresenta índice
bastante baixo (36,8%). Por sua vasta extensão geográfica, o Brasil mostra disparidades entre
regiões, problema ocasionado especialmente pela má distribuição de renda. A região Nordeste
que, em 2014, apresentava oferta de serviços de 51, 2%, em 2017 demonstra elevação e sua
oferta já é de 59,7; em análise geral, esses dados representam menos que 10%, contudo
individualmente, determinados estados tiveram intenso desenvolvimento, o que de todo modo
é um reflexo do empenho das BU federais na melhoria de ofertas de serviços on-line.
Ademais, outros serviços foram identificados tais como Mecanismo On-line para Referências
(MORE) e similar, geração de ficha catalográfica, link pra o Portal de domínio Público,
ferramentas voltadas para acessibilidade (livros falados), apresentação da biblioteca em
imagens 3D, entre outros.
maior igualdade no acesso à educação de qualidade devem ser objetivos prioritários das
. O reflexo desse contexto pode ser observado na tabela a seguir.
Tabela 2
Distribuição da média de serviços comparados por região
�Na perspectiva de alcançar o terceiro objetivo, ou seja, associar a oferta de serviços
das Bibliotecas Universitárias federais, com a posição das universidades em ranking de
desempenho, foram utilizadas as técnicas de levantamento e observação, com abordagem
qualitativa e quantitativa. Para obter-se um critério de classificação das IFES localizadas nas
capitais brasileiras, população objeto deste estudo, foram adotados os dados do ranking Web
of World Repositories
Webometrics20.
Os critérios adotados pelo Webometrics para estabelecer a relação entre
disponibilidade de serviços e a presença das universidades na web referem-se a:
Visibilidade, atividade, análise de links para avaliação da qualidade e presença
na web;
Número de arquivos na rede e o número de publicações científicas na internet.
O exame de tal relação analisa se a presença das universidades no ranking é refletida
na oferta dos serviços on-line pelas universidades federais pesquisadas.
O Webometrics divulga uma nova listagem a cada semestre, que pode ser consultada
em seu portal. Atualmente, estão disponibilizadas informações sobre avaliação referente ao
ano de 2018.1.
Em conformidade com o objetivo geral, a presença das universidades no referido
ranking é um reflexo real da preocupação das instituições em estar de acordo ao que as TIC
disponibilizam para otimizar seu desempenho. A reanálise considerou a posição das
universidades brasileiras comparadas com outras instituições do mundo, da América Latina e
do Brasil. Não foi possível reapresentar de forma completa os dados trazidos em 2014, pois
naquele ano apresentamos apenas instituições da América Latina e somente a UFBA e UFPE
tinham presença no referido ranking Webometrics, mediante os métodos utilizados para
pesquisa. Já na listagem apresentada em 2018.1, foi possível detectar as IES do Nordeste que
compõem o estudo, umas com posição mais expressiva, outras nem tanto. Contudo, é
gratificante constatar a presença de todas. Na pesquisa realizada em 2014, os dados
disponíveis eram referentes aos anos de 2010, 2011 e 2012. A UFBA e UFPE tiveram
presença em 2011.1 e 2011.2 estando na 14º e 16º posição em ambos os períodos,
respectivamente. A UFBA manteve presença e se elevou para 12º em 2012.1 e 2012.2. Em
2018.1 observa-se que ambas as universidades anteriormente citadas, com relação à mesma
região, têm posição a partir da 20ª colocação, o que demonstra que, apesar da maior
disponibilidade de serviços apresentada na Tabela 2, houve uma pequena queda. Assim,
�infere-se que outras IES da América Latina também estão focadas no desenvolvimento
tecnológico, oferta de serviços on-line e na disponibilidade de acesso aberto para trabalhos
científicos, o que as colocou numa posição mais elevada que as universidades brasileiras.
Numa análise da posição (Brasil-América Latina-Mundo), presente na Tabela 3, é possível
observar que IES brasileiras ainda necessitam de muito investimento humano e financeiro
para se aproximar do topo.
Tabela 3 -Distribuição de IFES que apresentam posição no Ranking Webometris
Fonte: Dados da pesquisa
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
À frente desse novo modelo de organização de Sociedade da Informação em que
informações são criadas e compartilhadas permanentemente, fomenta-se um cenário de
desenvolvimento social e econômico no qual o conhecimento se forma pela obtenção cada vez
maior e mais rápida de informação especializada.
O Serviço de Referência, que pode ser considerado um alicerce da biblioteca
universitária, ao oferecer assistência personalizada ao usuário, teve seu perfil igualmente
alterado pelas imposições tecnológicas. Tal serviço, que tinha a característica do atendimento
frente a frente, rendeu-se à tecnologia e criou a possibilidade do Serviço de Referência
Virtual, que pode ser considerado uma extensão do Serviço de Referência tradicional, mas
com a vantagem de sanar a dúvida de um montante mais extenso de usuários simultaneamente
e de forma remota.
Na contextualização teórica e empírica, foram realizadas a identificação e
caracterização das universidades federais existentes nas capitais brasileiras e, posteriormente,
foi feito um levantamento dos serviços virtuais e on-line ofertados por elas. Esse foi um
�procedimento essencial para a constatação do diagnóstico atual das universidades nessa
particularidade.
Considera-se que este trabalho está inserido em uma categoria de pesquisa em
constante renovação. A realidade encontrada na análise dos dados possivelmente será alterada
em pouquíssimos anos, pois no que diz respeito ao uso de tecnologias as mudanças são
constantes.
Os resultados evidenciaram que as universidades brasileiras da região Norte ainda
estão em processo embrionário na oferta de produtos e serviços on-line. Isso pode ser
associado, em tese, a questões econômicas e/ou ausência de pessoal capacitado. As demais
regiões, contudo, disponibilizam serviços virtuais e on-line de maneira mais volumosa e
efetiva, embora se tenha constatado que ainda há o que melhorar.
Diante dos resultados encontrados, considera-se que as universidades federais
brasileiras estão acordes, em parte, ao que as TIC disponibilizam para melhorar seu
desempenho. Para elevar a melhoria desses serviços, infere-se que devem ser realizados
maiores investimentos na aquisição de equipamentos e dispositivos modernos, adesão a
serviços de internet de ponta, contratação e qualificação permanente de pessoal.
Na pesquisa realizada em de 2017, que analisou os estados do Nordeste, pode-se
observar relativa melhora no quadro apresentado em 2014, mas nada que possa alterar
substancialmente as informações teóricas contidas na pesquisa anterior. Esse é um caminho
longo e que está sendo percorrido aos poucos, levando-se em consideração o atual contexto
social e econômico desfavorável à conjuntura do país como um todo e particularmente às
universidades federais. Todavia almeja-se que brevemente novas pesquisas nessa perspectiva
sejam realizadas e exponham resultados prósperos.
REFERÊNCIAS
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Briquet de Lemos Livros, 2012. 312 p.
AMARAL, Sueli Angélica do. Web sites: uso de tecnologias no cumprimento das funções da
biblioteca. Informação & Sociedade, João Pessoa, v. 15, n. 2, p. 15-40, jul./dez., 2005.
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�BLATTMANN, Ursula; SILVA, Fabiano Couto Corrêa da. Colaboração e interação na web
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<http://eprints.rclis.org/18873/1/Colaboracao%20e%20Interacao%20na%20Web.pdf>.
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GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
JOB, Ivone. A biblioteca universitária brasileira na sociedade global. [S.l: s.n.] 2006.
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LUBISCO, Nídia M. L. Relatório de pesquisa desenvolvida durante o estágio pós-doutoral, na
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MORIGI, Valdir José; PAVAN, Cleusa. Tecnologias de informação e comunicação: novas
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qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 2013.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Serviços on-line em bibliotecas universitárias federais brasileiras: estudo da disponibilidade.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Reis, Leidiane Santos dos; Lubisco, Nidia Maria L.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A biblioteca universitária é elemento primordial na disseminação da informação e do conhecimento científico, especialmente para a comunidade acadêmica e, nesse contexto, se beneficia da internet para dinamizar sua atuação. As novas formas de comunicação tecnológica estão criando novos hábitos, novas formas de interação social, fomentadas pelo desenvolvimento das mídias digitais. Nesse contexto, em que o fluxo constante de informações se efetiva pelos mais diversos meios comunicacionais, este estudo teve como objetivo geral conhecer a disponibilidade dos serviços on line oferecidos pelas bibliotecas universitárias brasileiras e sua relação com o nível de desenvolvimento das respectivas Instituições de Ensino Superior. Adotou-se o método de estudo de múltiplos casos, de caráter exploratório-descritivo e teve como base as abordagens quantitativa e qualitativa. A contextualização teórica foi realizada por meio de pesquisa bibliográfica, em fontes impressas e eletrônicas. Logo, procedeu-se à identificação das universidades federais, posteriormente, o levantamento dos serviços on-line por elas ofertados. Os resultados evidenciaram que as universidades federais da região Norte ainda estão em processo inicial na disponibilização de produtos e serviços on-line. Nas regiões Centro-Oeste, Nordeste, Sudeste e Sul, a oferta de serviços é mais ampla e atual, o que atende em parte ao que as Tecnologias de Informação e Comunicação oferecem, contudo, apesar de disponibilizarem determinados serviços, constatase que ainda há o que melhorar. Vale ressaltar que uma nova análise foi realizada no ano de 2017, contemplando apenas as universidades da região Nordeste, visando atualizar em parte os dados da pesquisa e averiguar mudanças nos resultados obtidos em 2014.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5618/SNBU2018_115.pdf
28853783e7cde070e7c9115fac2a450a
PDF Text
Text
Eixo II - Pesquisa e Extensão
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
ANALISE DA PERCEPÇÃO DE GESTORES E TÉCNICOS BIBLIOTECÁRIOS
STRATEGIC PLANNING IN UNIVERSITY LIBRARY - ANALYSIS OF THE PERCEPTION
OF LIBRARIAN MANAGERS AND TECHNICIANS
Resumo: O Planejamento Estratégico é uma ferramenta metodológica que proporciona
segurança nas tomadas de decisão dos gestores, cuja aplicação em Bibliotecas Universitárias
pode favorecer as rotinas organizacionais, além de ser importante componente em situações
de complexidade para melhoria no desempenho dessas unidades de informação. Tem por
objetivo analisar a percepção dos bibliotecários atuantes em sistema de bibliotecas de uma
instituição de ensino quanto ao Planejamento Estratégico desenvolvido por esta organização.
A pesquisa é bibliográfica, documental e descritiva com abordagem qualitativa. Mediante as
análises, evidenciou-se que, os atores participantes da pesquisa em sua maioria, não detinham
a formalização de conceitos teóricos acerca da temática, bem como a inexistência na
atualidade de documento descritivo e cartorial que apresente metas, estratégias e planos de
ação para a referida organização. Conclui-se que, a inobservância de uma política de
planejamento e, consequentemente não utilização dessa ferramenta de gestão em bibliotecas
universitárias, inviabiliza o alcance de seus objetivos e metas institucionais, deixando de
ocupar o lugar social almejado.
Palavras-chave: Planejamento Estratégico. Gestão - bibliotecas universitárias.
participação
Gestão -
Abstract: The Strategic Planning and a methodological tool that provides security in the
managers decision making, in applications in University Libraries can favor as organizational
routines, besides being an important component in situations of complexity to improve
without the performance of the units of information. It aims to analyze the perception of
librarians working in the basic education system for the Strategic Planning developed by this
organization. The research is bibliographical, documentary and descriptive with a qualitative
approach. Through the analysis, it was evidenced that, in the majority of research actors, it is
not a way of conceptualizing concepts on the subject, as well as a lack of a descriptive and
documentary document that presents goals, strategies and plans of action for an organization.
It is concluded that the non-observance of a planning policy and, consequently, is not the
database of management in university libraries, makes it impossible to reach its institutional
objectives and goals, failing to occupy the desired social place.
�Keywords: Strategic planning. Management - university libraries. Management
participation
1 INTRODUÇÃO
O processo do Planejamento Estratégico (PE) compreende a tomada de decisões
conforme o padrão de comportamento que a organização pretende seguir, produtos e serviços
que pretende oferecer, bem como de mercados e clientes que deseja atingir. Além disso,
planejar estrategicamente obriga os gestores pensarem e repensarem no futuro baseados na
flexibilidade e dinamismo, direcionados por variáveis internas, externas e mutáveis as quais
revelam os segmentos sociais, políticos, econômicos, legais e tecnológicos.
Portanto, essa ferramenta antevê e prepara a realização de adaptações adversas
estabelecendo mudanças positivas para um direcionamento de sucesso das organizações, de
modo que, se percebe o PE como uma ação multiplicadora desenvolvida em e por todos os
segmentos da organização, possibilitando resultados em cadeia.
Neste sentido, é que as Bibliotecas Universitárias (BU) como organizações integrantes
e interdependentes na estrutura das Universidades, tornam-se obrigadas a participarem no
delineamento das diretrizes e metas da instituição de ensino superior observando as políticas,
as quais se voltam para a C&T e a educação superior com abrangência micro e macro.
Finalmente, é preciso desenvolver ações de planejamento nos níveis estratégico, tático e
operacional desembocando na elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI),
nos Programas e projetos.
A fim de entender a concepção dos bibliotecários do Núcleo Integrado de Bibliotecas
(NIB) da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) possuem acerca do PE desenvolveu-se
a pesquisa de Conclusão de Curso, que oportunamente neste texto apresenta-se a síntese dos
resultados. Como procedimento metodológico, priorizou-se a pesquisa de caráter
bibliográfico, documental e descritiva, com abordagem qualitativa utilizando questionário
aberto com os sujeitos gestor e bibliotecários do NIB responsáveis pelas unidades setoriais.
2 PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA ALIADO AO
PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
A biblioteca universitária é uma instituição dinâmica que dá suporte às atividades de
ensino, pesquisa e extensão, e vinculada hierarquicamente a uma Instituição de Ensino
�Superior (IES), cujo propósito é suprir as necessidades informacionais da comunidade
acadêmica. E, dada esta dimensão de alcance faz-se necessário o desenvolvimento de
planejamento, e o que mesmo esteja de acordo com definições globais.
Portanto, será o plano, documento este que norteia o planejamento da biblioteca, pois
este é o compromisso que irá adequar os anseios dela de acordo com a missão, visão e
filosofia da instituição. A esse respeito, é preciso situar, nas palavras de Barros e Mendes
(2011, p. 49), o papel da universidade na comunidade acadêmica:
A universidade tem papel ímpar na formação de profissionais e pesquisadores das
mais diversas áreas do saber, bem como na formação de sujeitos críticos, reflexivos,
criativos, autônomos e éticos; formação esta que é reflexo do processo de ensino, da
pesquisa e da extensão. Entende-se que é nesse ambiente [...] integrante fundamental
na construção do conhecimento, que além de formar-se em uma área específica,
possuirá uma consciência que o levará a entender os problemas emergentes no meio
social, político, econômico e cultural, podendo inclusive modificá-lo.
O Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), dentro de uma instituição como a
universidade, é um requisito importantíssimo para o credenciamento e planejamento
institucional, abordando os problemas atuais da IES, os objetivos e metas, além de viabilizar
operações planejadas para atingir os objetivos, buscando o uso adequado e dinâmico dos
recursos para obter efetividade.
Este instrumento é reconhecido pelo MEC, através da Portaria nº 2051/200413, como
uma regulamentação para os procedimentos de avaliação do SINAES (Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior), que aborda, no capítulo III, a avaliação institucional como
referencial básico para o processo de credenciamento e recredenciamento das instituições,
com os prazos de validade estabelecidos pelos órgãos de regulação do MEC; no requisito para
a realização da avaliação é de responsabilidade das Comissões Externas de Avaliação das
Instituições, que tomam como parâmetro, dentre outros documentos, o PDI (BRASIL, 2004).
De acordo com Faury (2013, p. 38):
As bibliotecas universitárias seguem as diretrizes e as políticas de sua universidade
mantenedora e, por isso, sua autonomia é limitada. Sua missão é apoiar as atividades
de ensino, pesquisa e extensão da universidade, contudo, sua estrutura e serviços, de
forma geral, têm características próprias.
Entendida como uma organização intencionalmente constituída nas palavras de Faccio
(2006), a BU não poderá ser caracterizada como um órgão independente, mas como um
sistema pertencente a uma organização maior, em função da qual seu objetivo principal
poderá ser estabelecido. Como organização dependente de outra maior, a biblioteca deve
possuir a mesma missão e visão da universidade, pois ela está sujeita às mesmas influências
internas e externas que a universidade pode sofrer.
13
O documento se encontra disponível em: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/PORTARIA_2051.pdf.
�Um dos objetivos da universidade é o processo de ensino, então a biblioteca deve
proporcionar boas condições de acesso ao material bibliográfico, documental e informacional,
de forma que seus usuários tenham o melhor atendimento. É com essa finalidade que buscam
desempenhar suas atividades de processamento técnico, atendimento ao público e
disponibilidade de acervo, como reflexo do cuidado que a universidade tem com o tripé
acadêmico: ensino, pesquisa e extensão. Essa visão está exemplificada nos produtos e
serviços que a biblioteca oferece à comunidade, passando a receber destaque não somente no
meio acadêmico, mas na sociedade em geral.
Nesta perspectiva, o staff gestor da biblioteca universitária tem diante de si um grande
desafio, o qual seja, o de transformar a realidade a partir da formulação de políticas
universitárias e educacionais vislumbrando desenvolvimento de produtos, e serviços para o
cumprimento de objetos e metas de desempenho.
Certamente, o ato de planejar não é uma tarefa fácil. Tendo em vista que, o gestor
encontrará muitas barreiras que deverão ser eliminadas, principalmente que, historicamente, a
biblioteca não possui receitas próprias por estar organicamente subordinada a órgão ou
departamento hierárquicos e superior. Também, existirão outras dificuldades relacionadas à
compreensão dos conceitos empregados, instabilidade política, reivindicações e atitudes
ideológicas. Esses aspectos propiciam segmentos da universidade a uma postura
inconformista e, muitas vezes, contestatória ao planejamento.
O PE em bibliotecas universitárias é um tema relativamente novo, embora tenha se
difundido nas instituições de ensino após a década de 70. No Brasil, ele começou a ser
utilizado com mais afinco a partir da expansão das Instituições de Ensino Superior (IES) no
século XXI (AMBONI, 2013).
Este planejamento segue as mesmas normas e conceitos de uma organização com fins
lucrativos. Apesar de não objetivar o lucro econômico, as bibliotecas gerenciam verbas da
própria universidade e de agências financiadoras para projetos de compra de livros,
infraestrutura física, mobiliário, conservação, restauração, entre outras necessidades. Essas
verbas passam por critérios de controle e distribuição de gastos, e precisam ser administradas
de forma competente.
É nesse contexto que o PE se apresenta como ferramenta apropriada, para que os
dirigentes de bibliotecas possam utilizar da melhor forma os meios disponíveis na
organização, buscando o estabelecimento de suas diretrizes e a definição das políticas e metas
para alcançá-las.
�Nas universidades devem buscar os meios necessários para que, o pensamento
estratégico penetre em todos os setores ou unidades de informação, e desenvolva seu próprio
PE, tendo como base o planejamento da instituição. Desse modo, o sistema de bibliotecas tem
que observar e avaliar sua postura em função do planejamento maior
no caso, o PDI
da
universidade, o que significa que o sistema pode ter sua estratégia própria, desde que a mesma
seja consistente e respeite a filosofia da instituição.
Sendo assim, as BU devem estar atentas às mudanças, já que estas trazem consigo
tanto ameaças como oportunidades, e são desafios a serem vencidos. Neste momento, cabe
acompanhar cuidadosamente o ambiente interno e externo, aproveitar as oportunidades e
afastar as ameaças, analisando se a mudança contempla a estratégia atual e se implica em
modificações que trarão melhorias.
3 METODOLOGIA
Neste estudo acerca do processo de elaboração do planejamento, desenvolveu-se de
modo conjugado, a pesquisa de caráter bibliográfico, documental e descritivo com abordagem
qualitativa. Utilizam-se como fontes as diversas bases de dados, como SCIELO e Biblioteca
Digital de Teses e Dissertações (BDTD).
3.1 Ambiência do estudo
A escolha do Núcleo de Bibliotecas da UFMA justifica-se por ter sido a instituição
razão, sentiu-se motivado a desenvolver o presente estudo no referido local.
Mediante a não existência da formalização do planejamento, pressupõe-se que este
mecanismo não faz parte da cultura organizacional da instituição. Essa dúvida só foi dirimida
quando o pesquisador chegou à Direção e deparou-se com a falta de um documento maior, no
caso o PE, que abraça a organização no todo e que tem a finalidade de orientar o alcance dos
objetivos em um determinado prazo.
3.2 Instrumentos e coleta de dados
Com relação à técnica e instrumentos utilizados na pesquisa, elaborou-se um
questionário aberto, composto por dezesseis perguntas sendo a última de livre resposta, caso o
�participante achasse necessário discorrer sobre algo que não tivesse sido comtemplado nas
outras questões. A disponibilidade de participação foi verificada através de um contato
presencial com os bibliotecários da Cidade Dom Delgado (campus do Bacanga, localizado em
São Luis
MA), que englobam parte das setoriais (Colégio Universitário, Centro de Ciências:
Exatas, Humanas e Sociais), do bibliotecário gestor do NIB e das bibliotecas de pós-graduação
desse campus.
Somente o bibliotecário gestor responsável pelo NIB e um bibliotecário responsável
por uma setorial aceitaram responder in loco o questionário. Os demais alegaram falta de
tempo e solicitaram que o questionário fosse enviado por e-mail. Diante dessa demanda, foram
enviados seis questionários pelo e-mail institucional de cada biblioteca setorial localizado no
campus do Bacanga, com a devida justificativa da necessidade do agente na participação da
investigação, porém apenas três foram respondidos.
Considerando o retorno dos questionários, é necessário que se apresente o perfil dos
bibliotecários que aceitaram participar da pesquisa. As informações dispostas a seguir foram
retiradas da Plataforma Lattes14 e do Portal da Transparência15. Ademais, todos os envolvidos
possuem graduação em Biblioteconomia.
a) O bibliotecário gestor possui mestrado em Administração e trabalha no NIB há
mais de 20 anos;
b) Bibliotecário 1 (B1) é especialista em Biblioteconomia e Gestão da Educação e
está há quatro anos no NIB;
c) Bibliotecário 2 (B2) possui trinta e cinco anos de trabalhos prestados ao NIB. Não
conseguimos obter mais informações sobre a sua formação nas plataformas Lattes
e no Portal da Transparência;
d) Bibliotecário 3 (B3) é especialista em Direito da Tecnologia da Informação e
trabalha no Núcleo há dez anos;
e) Bibliotecário 4 (B4) possui oito anos de serviços prestados ao NIB. Não
conseguimos localizar sua formação continuada nas plataformas relatado.
Após a elaboração do questionário, retirou-se do conjunto de dezesseis perguntas
cinco categorias, a saber: 1) conceito de planejamento estratégico, 2) percepção dos
bibliotecários sobre PE, 3) biblioteca e universidade, 4) metodologia e ambiências, e 5)
filosofia, avalição e transparência. Essas categorias têm a finalidade de facilitar a
contextualização, interpretação e análise dos dados obtidos acerca do problema investigado.
Disponível em: http://lattes.cnpq.br/
Disponível em: http://www.portaldatransparencia.gov.br/servidores/
�A partir dessas categorias, foi proposta a análise do que é explícito no texto para
obtenção de indicadores que permitissem fazer inferências. Segundo Gomes (2015, p. 80), a
a
Uma vez coletados os dados, o
pesquisador poderá, por meio da análise, confrontar o que obteve com o que se encontra na
literatura.
Com a interpretação dos dados coletados, procurou-se dar uma significância que só
ocorreu com parte da revisão bibliográfica devidamente fechada e que abraçasse todas as
perguntas envolvidas. Em relação à interpretação, Gomes (2015, p. 79) relata que a
Portanto, elaborou-se uma redação coerente e fluída que misturasse na análise a
interpretação dos dados, consubstanciando-se com o referencial teórico, o qual será
apresentado no próximo capítulo. A fim de entender no decorrer da análise as falhas que
impedem a não operacionalização do planejamento, assim como, o porquê do PE não ser
elaborado nessa organização.
4 RESULTADOS
Para a consecução da pesquisa, conforme discorrido na metodologia, foram analisados
cinco questionários. Os bibliotecários que aceitaram participar por questões ética do sigilo,
serão denominados, como discorrido na metodologia, de: B1, B2, B3, B4. Quanto ao
bibliotecário gestor do NIB, decidiu-se denominá-la assim para diferenciá-la dos demais
bibliotecários.
Para melhor organização do texto, retomam-se as cinco categorias: conceito de
planejamento estratégico, percepção dos bibliotecários sobre PE, biblioteca e universidade,
metodologia e ambiências, e, por fim, filosofia, avalição e transparência. Essas categorias
serão trabalhadas no decorrer do texto, sem a necessidade de abrir seções para não quebrar o
encadeamento lógico desta secção, já que, como as perguntas apresentam singularidades,
foram abertas essas categorias.
No que diz respeito à primeira categoria, procurou-se investigar se os sujeitos da
pesquisa possuem conhecimento sobre a teoria do planejamento e como obtiveram esse
conhecimento, e se por meio da academia ou da experiência empírica. Todos os participantes
afirmaram que têm conhecimento acerca do Planejamento Estratégico, embora somente os
�sujeitos B1 e B2 afirmaram terem tido a disciplina no curso. Isso nos remete aos Currículos
anteriores (20, 10, 1R) do Curso de Biblioteconomia da UFMA, quando ainda não havia um
rol de disciplinas sobre gestão em comparação ao Currículo 30, vigente até o momento (2017)
no qual se percebe claramente a concepção de gestão voltada às unidades de informação.
Por outro lado, os sujeitos B3 e B4 relatam que possuem a teoria fruto da vivência
profissional, embora eles justifiquem que o currículo nos quais estudaram não abordava
disciplinas sobre gestão. É importante destacar que o gestor possui especialização na área, o
que possibilita uma maior integralização de sua gestão, sobretudo por possuir conhecimentos
sobre o tema, embora isso não seja pré-requisito para uma direção frutífera e muito menos
fortuita. Haja vista, que é necessário que toda a equipe tenha conhecimento técnico e
científico, além de prática no ambiente organizacional, o que contribui para as tomadas de
decisão e dirimição da duplicidade de trabalho e recursos.
Embora o sujeito B2, que possui 35 (trinta e cinco) anos de formado, e afirme ter
adquirido o conhecimento de PE na graduação, é oportuno ressaltar que tanto o currículo 10
quanto o 20 abordava algumas noções sobre gestão, ainda que essas disciplinas não tenham
sido trabalhadas com afinco, como é abordado, atualmente, no currículo 30. Outro
contraponto a ser feito é com relação aos sujeitos B3 e B4, que possuem, respectivamente, 10
e 8 anos de formação em que afirmaram não terem disciplinas voltada a gestão. É complexo
deduzir o porquê dessa afirmação haja vista que ao adentrar no curso embora o currículo
pudesse estar em transição para um atualizado, as disciplinas com enfoque de gestão se
mantiveram no currículo 30.
Quanto à segunda categoria
Percepção dos bibliotecários sobre PE
, foram
elaboradas questões que possibilitam averiguar se os sujeitos lotados nas setoriais estão
atentos e harmonizados com o que está acontecendo no NIB, especialmente sobre a partilha
na tomada de decisão e o planejamento. Em sequência, aproveita-se para confrontar a
comunicação do nível de gestão com os demais níveis tático e operacional da organização, em
que através das falas dos sujeitos é nítida a falta de transparência e feedback no cotidiano
operacional do sistema, e entre os pares.
O sujeito B1 relata que o NIB desenvolve suas atividades na perspectiva do PE. Já, o
sujeito B2 afirma que não tem planejamento desde os anos de 2012. Tanto o B3 quanto o B4
acreditam que o planejamento é desenvolvido, mas não são, também, capazes de afirmar.
Acerca da validade do planejamento, os sujeitos (B1 a B4) não souberam afirmar com
precisão como ocorre o processo de elaboração e o prazo de vigência, e, muito menos, se a
�gestão atual deu continuidade ao planejamento da gestão passada, ou elaborou um novo
planejamento.
Contrariando os dados colhidos com os bibliotecários, o gestor afirma que estão sendo
aproveitadas muitas coisas boas da gestão anterior, porém mudou aquilo que considerava
impertinente.
No requisito dos envolvidos na elaboração do planejamento, o B2 deixou a pergunta
de número seis em branco. O B1 pressupõe que seja a direção do NIB. O B3 entrou no mérito
do quantitativo de profissionais, que, para ele, é pouco para atender às solicitações, como
inventário e conferência. Já o B4 mostrou um melhor entrosamento quando comparado aos
outros relando que era a direção.
Contudo, vale destacar a fala do gestor: Todos os setores participam do planejamento
de suas atividades enquanto atividade inerente do setor. Todo mundo está envolvido no
planejamento
Percebe-se que há um descompasso entre as respostas dos envolvidos e do
gestor. Se, por um lado, os bibliotecários, em sua maioria, afirmam desconhecer o processo de
elaboração e o prazo de vigência. Já o gestor assevera que é elaborado e que todos os setores,
conforme a sua fala, estão envolvidos na elaboração do planejamento.
Na categoria
Biblioteca e Universidade , verificou-se através das respostas dos
questionários a importância e finalidade do NIB em fazer parte do PDI da universidade.
Constatou-se que os sujeitos envolvidos, inclusive o gestor, relataram que é de extrema
importância o NIB fazer parte do PDI, pois, devido à sua representatividade, é possível levar
ao conselho superior da instituição as necessidades informacionais, entre outras solicitações
dos acadêmicos da UFMA. O gestor confirmou a concepção dos bibliotecários e explanou que
é função nata do diretor do NIB participar da elaboração do plano institucional da UFMA.
Infere-se que, nesse ponto, todos os envolvidos se mostraram alinhados e preocupados da
biblioteca desempenhar com excelência aquilo que lhe foi designado por direito, que é atender
a comunidade acadêmica com recursos informacionais para subsidiar o ensino, pesquisa e
extensão.
Questionou-se aos bibliotecários e ao gestor se o PE do NIB estava de acordo com o
PDI da UFMA. O gestor enfatizou que essa é uma atividade institucional do núcleo. O B1
também confirmou o questionamento e os demais disseram que desconheciam a relação entre
o Núcleo e o plano institucional. A respeito da representativa do NIB na elaboração do PDI,
apenas o B1 disse que conhece quem representa a diretora do núcleo. Os demais narraram que
desconhecem quem faça parte.
�Com relação à décima pergunta indagou-se se os bibliotecários das setoriais
conheciam a importância do gestor em elaborar o PE. Todos os questionados responderam
que sim. Reconhece-se, então, que o PE é a organização das ações que se destinam a atingir
um determinado objetivo orientado para o futuro e prever mudanças econômicas, políticas,
entre outras. É o PE que tenta sempre superar as expectativas dos usuários.
Na quarta categoria
Metodologias e Ambiências , procurou-se entender a percepção
que os bibliotecários tinham a respeito do papel da diretoria do NIB frente à elaboração do
PE, investigar qual a metodologia que eles utilizariam e se as intempéries sociais, como a
política e economia, influem ou prejudicam no processo de elaboração do planejamento.
No requisito de Metodologia foi indagado se eles consideravam o PE como
metodologia crucial para alcançar os objetivos. As respostas foram surpreendentes, pois todos
os participantes afirmaram que consideram o planejamento um excelente instrumento para
alcançar os objetivos. Porém, a maioria dos participantes não soube informar qual método era
utilizado na confecção do PE. Somente o B3 ousou afirmar por meio do empirismo que o NIB
-se que há um descompasso na
técnicas e métodos. A
metodologia, epistemologicamente, significa o caminho ou viés para a realização de algo. Em
outras palavras, investigação e observação fazem parte da metodologia, mas não são os únicos
itens que norteiam um planejamento estratégico.
O sujeito que desempenha a função de gestor, por outro lado, explicou a metodologia
A metodologia que a gente segue é a mesma da universidade na elaboração do
PDI. E também a participação, todo mundo é conhecedor da sua participação, da atribuição
do seu setor, das atribuições inerentes do cargo. E como aqui nós somos bibliotecários
trabalhando em uma biblioteca universitária, a metodologia fica fácil . Percebe-se que há um
distanciamento do gestor com as setoriais envolvidas. Nesse caso, existe sim uma
metodologia, ainda que subtendida, mas, pela falta de comunicação e de integralização da
equipe, os bibliotecários que estão na setorial não são comunicados do que ocorre
administrativamente na direção.
Nesse sentido, procurou-se entender se as ambiências eram levadas em conta no
planejamento. Todos os participantes, inclusive o gestor, concordaram que esse aspecto
influencia diretamente no ato de planejar.
A fim de entender o norteamento acerca da filosofia, avaliação e transparência do PE
do NIB, criou-se a quinta categoria, que aborda três questionários a respeito desse assunto.
Com relação ao primeiro assunto, os dois sujeitos (B1 e B2) desconhecem a utilização de
�alguma filosofia e os outros dois (B3 e B4) acham que seja a filosofia adaptativa. Percebe-se
que os que apontaram a filosofia adaptativa o fizeram pela força da palavra do que por possuir
conhecimento sobre a Filosofia do Planejamento. Ainda que o gestor confirme que seja a
filosofia adaptativa, infere-se a presença do empirismo em sua escrita, especificamente pelo
Acredito que seja adaptativo, ele é muito flexível.
A gente tem que trabalhar de acordo com a realidade como ela se apresenta.
No requisito avaliação, os B1 e B2 desconhecem a utilização de métodos que
averiguem se os objetivos propostos no planejamento estão sendo cumpridos. Já o B3 relata
que a única avaliação que conhece é a que é feita pela universidade, relacionada à
produtividade do funcionário. O B4, por sua vez, acredita que seja o estudo de comunidade e
do usuário. No entanto, o gestor afirma que o núcleo está sempre avaliando suas atividades
dentro do que foi proposto no PDI.
Com relação à transparência do planejamento, foi feito um levantamento tanto no site
da UFMA quanto o do NIB e não foi constatado nenhum documento que operacionaliza os
objetivos em longo prazo. Questionou-se, então, aos bibliotecários sobre a importância do
NIB possuir um documento acessível para todos os funcionários e acadêmicos. Os B1 e B2
responderam que não sabiam informar o porquê disso. Já o B3 tentou explicar que, pelo fato
de não estar disponível, ele acreditava não existir. B4, por sua vez, foi bastante enfático ao
afirmar que desconhece. Entretanto, o gestor justificou alegando que, como o PDI 2017-2021
ainda não tinha sido aprovado, a criação do plano do Núcleo dependia dessa aprovação.
O gestor ainda informa que está dando continuidade ao planejamento da gestão
passada, porém, com uma certa ressalva, pois ele afirma que está melhorando aquilo que
poderá ser feito. Na verdade, talvez seja encontrado seu punho gestacional quando o PDI
2017-2021 for aprovado e, consequentemente, a partir disso, criar o PE do NIB, com seus
anseios e expectativas para a melhoria e crescimento da organização.
5 DISCUSSÃO
Mediante ao exposto na seção anterior será abordado alguns pontos que servem de
reflexão quanto ao PE dentro de uma BU. Entende-se que o ato de planejar não é uma tarefa
fácil, pois o gestor encontrará muitas barreiras que devem ser eliminadas, principalmente no
ambiente universitário, onde a biblioteca não possui recursos próprios, além de estar
subordinada a outro órgão ou departamento.
�Em linhas gerais, é marcante a dualidade entre o fazer e não fazer o PE. Os
bibliotecários, em sua maioria, afirmaram desconhecer se o Núcleo possui planejamento, e, se
possui, não sabem como ocorre o processo de elaboração, já que eles não são chamados para
participar. Por outro lado, o gestor assevera que as setoriais participam do planejamento.
Infelizmente, não se tem como afirmar quem está certo, pois não foi encontrado disponível,
por meio do endereço eletrônico da UFMA e do NIB, um documento que formalizasse esse
planejamento, assim como não foi disponibilizado ao pesquisador nenhum registro sobre o
plano, especialmente no momento da aplicação dos questionários.
Outro ponto a destacar é a falta de integralização e comunicação organizacional da alta
gerência, no caso do NIB, com as setoriais. Foi claramente evidenciado pelos questionários
que as setoriais não são vistas como unidades ativas do núcleo. Entendeu-se que no decorrer
da análise as setoriais funcionam passivamente no processo. Em outras palavras, as setoriais
somente recebem ordens e as executa, sem que a direção do NIB veja a viabilidade das
atividades ou se preocupe com o andamento dos trabalhos.
A comunicação positiva, como discorrido na análise, é um mecanismo ativo e direto
entre os envolvidos. Funciona como uma sinergia, ambas trocando informações. Não é que os
atuais meios de comunicação do NIB, como o e-mail, que é muito utilizado por eles, não
tenham eficácia, mas poderia ser utilizado o feedback. Nesse caso, a sinergia seria positiva,
pois daria voz ativa às setoriais, sobretudo na exposição dos seus problemas, dilemas e até
sugestões, contribuindo para o crescimento da organização.
Por fim, é necessário que o gestor tenha mais afinidade com as unidades setoriais e
que, de fato, usufrua dos recursos humanos que essas unidades possuem para a confecção de
um planejamento sólido e frutífero. Em relação ao planejamento, espera-se que ela seja
realmente elaborada após a aprovação do PDI 2017-2021, pois o objetivo proposto nesse
documento para a biblioteca é superficial em comparação ao planejamento próprio do Núcleo.
O PE do Núcleo é o que, de fato, operacionalizará todos os objetivos, nos mínimos detalhes,
para o prazo determinado.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Levando-se em consideração as dificuldades vivenciadas pelas
bibliotecas
universitárias, o PE é uma forma de garantir a sobrevivência e crescimento. Nesse sentido, a
biblioteca define e redefine seus objetivos e metas, e seleciona as estratégias e meios para
atingi-los num determinado período de tempo, através de constante interação com os
�ambientes. É importante ter em mente que as ambiências nas quais a biblioteca está inserida
afetam-na diretamente. Essas forças ambientais influenciam todo o processo de formulação de
objetivos e terminam por atingir todo o comportamento da biblioteca.
Dada a importância desse assunto, percebe-se que o PE não é uma ferramenta
especificamente utilizada na área da administração, mas sim em áreas que preveem cargos de
liderança e gerência. Essas áreas necessitam do PE para operacionalizar objetivos em longo
prazo, visando o cumprimento e consequente crescimento da instituição. Deve-se, então,
reconhecer que não apenas os bibliotecários devem possuir o conhecimento sobre PE, mas
também ser dado o devido respeito à academia, onde os universitários devem estudar o tema
como se fosse uma disciplina essencial para a sua formação profissional. No mercado de
trabalho, os bibliotecários devem perseguir a educação continuada e se familiarizar com o
tema.
Após essas constatações, extraiu-se como sugestão que o NIB melhore os canais de
comunicação, tendo em mente que as setoriais não são unidades passivas e sim unidades
ativas do Núcleo. Por conta disso, elas necessitam de mecanismos eficientes e diretos entre os
envolvidos para que funcionem com sinergia e efetiva troca de informações.
Outra sugestão é que, assim que for aprovado o PDI 2017-2021 da UFMA, a gestora
chame imediatamente todos os setores do NIB para ouvirem seus anseios e colocarem em
prática a elaboração do PE. Isso, indubitavelmente, trará grande melhorias à instituição, além
de institucionalizar a sua visão como gestora no decorrer do prazo estabelecido.
Dessa forma, conclui-se que o PE é uma excelente forma de alcançar os objetivos
desejados, desde que tenha racionalidade. Para elaborá-lo, é preciso conhecer as ambiências
internas e externas, escutar os envolvidos e refletir sobre um planejamento sólido e
consistente. Somente assim serão evitados problemas, como duplicidade de trabalho,
incoerências nas tomadas de decisão, conflitos internos, entre outros.
REFERÊNCIAS
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projetos da UFSC. Florianópolis: UFSC, 2013.
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Trabalho Científico do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão
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(SINAES), instituído na Lei no 10.861, de 14 de abril de 2004. Diário Oficial [da]
República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Diário Oficial, 2004. Disponível em: <
http://www.cpa.ufpa.br/docs/PORTARIA_2051.pdf>. Acesso em: 16 ago. 2017.
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GOMES, Romeu. Analise e interpretação de dados de pesquisa qualitativa. MINAYO, Maria
Cecília de Sousa (Org.). Pesquisa social: teoria, métodos e criatividade. Petrópolis: Vozes,
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Planejamento estratégico em biblioteca universitária – analise da percepção de gestores e técnicos bibliotecários.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Márcio André Pereira da; Marinho, Raimunda Ramos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Planejamento Estratégico é uma ferramenta metodológica que proporciona segurança nas tomadas de decisão dos gestores, cuja aplicação em Bibliotecas Universitárias pode favorecer as rotinas organizacionais, além de ser importante componente em situações de complexidade para melhoria no desempenho dessas unidades de informação. Tem por objetivo analisar a percepção dos bibliotecários atuantes em sistema de bibliotecas de uma instituição de ensino quanto ao Planejamento Estratégico desenvolvido por esta organização. A pesquisa é bibliográfica, documental e descritiva com abordagem qualitativa. Mediante as análises, evidenciou-se que, os atores participantes da pesquisa em sua maioria, não detinham a formalização de conceitos teóricos acerca da temática, bem como a inexistência na atualidade de documento descritivo e cartorial que apresente metas, estratégias e planos de ação para a referida organização. Conclui-se que, a inobservância de uma política de planejamento e, consequentemente não utilização dessa ferramenta de gestão em bibliotecas universitárias, inviabiliza o alcance de seus objetivos e metas institucionais, deixando de ocupar o lugar social almejado.
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5613/SNBU2018_114.pdf
21f1b48d035f929fc37db2f220a9b25f
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Text
Eixo II - Pesquisa e Extensão
MAPEAMENTO DAS LICENÇAS DE USO ADOTADAS EM PERIÓDICOS
ABERTOS DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
MAPPING OF THE LICENSES OF USE ADOPTED IN OPEN JOURNALS IN
INFORMATION SCIENCE
Resumo: Examina as licenças de uso adotadas em periódicos eletrônicos abertos da área de
Ciência da Informação no Brasil. O advento da web fomentou transformações no cenário da
comunicação científica, dinamizando a divulgação e o acesso às pesquisas, a partir do
surgimento do periódico em formato eletrônico. Igualmente, reivindicou o acesso igualitário,
ao romper com a exclusividade dos editores comerciais sobre as publicações acadêmicas.
Concebido como movimento para possibilitar o acesso aberto sobre os registros científicos,
também roupeu com as restrições de acesso impostas pelos direitos autorais, propondo uma
forma de licenciamento que declara as formas de uso permitidas, tanto para o leitor como para
os autores. Dada a rápida adesão dos periódicos de acesso aberto às variadas tipologias de
licenciamento de uso do padrão Creative Commons, este estudo se destina a mapear um
conjunto de periódicos, a fim de verificar se as licenças adotadas estão claramente
disponibilizas para os usuários e os autores. A pesquisa, de natureza aplicada, constituiu-se de
abordagem quantitativa, de caráter descritiva, a partir de levantamento das publicações da
área de Ciência da Informação, classificadas com Qualis A1 a B2 da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os resultados demonstraram que
77,27% dos títulos que constituíram a amostra da pesquisa declaram o tipo de licença de uso
adotada pela publicação. Constatou-se que a tipologia mais recorrente é a de atribuição,
denominada CC-BY, concluindo-se que a área da Ciência da Informação no Brasil aderiu,
praticamente em toda a sua totalidade, ao movimento do acesso aberto.
Palavras-chave: Acesso Aberto. Licenças de uso. Creative Commons. Periódicos eletrônicos.
�Abstract: Examines the licenses of use adopted in open electronic journals of the area of
Information Science in Brazil. The advent of the web fostered changes in the scenario of
scientific communication, streamlining the dissemination and access to research, from the
appearance of the journal in electronic format. It also claimed equal access by breaking with
the exclusivity of commercial publishers over academic publications. Conceived as a
movement to allow open access to scientific records, it also rooted with the access restrictions
imposed by copyright, proposing a form of licensing that declares the forms of use allowed,
both for the reader and for the authors. Given the rapid adherence of open access journals to
the various types of licensing for use of the Creative Commons standard, this study is
intended to map a set of journals in order to verify that the licenses adopted are clearly
available to users and authors. The research, of an applied nature, consisted of a quantitative
approach, of a descriptive nature, based on a survey of publications in the area of Information
Science, classified with Qualis A1 to B2 of the Coordination of Improvement of Higher
Education Personnel (Capes). The results showed that 77.27% of the titles that constituted the
research sample state the type of use license adopted by the publication. It was verified that
the most recurrent typology is the assignment, called CC-BY, and it was concluded that the
Information Science area in Brazil practically adhered to the open access movement.
Keywords: Open Access. Use licenses. Eletronic journals. Creative Commons.
1 Introdução
Os avanços das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), principalmente
aqueles ocorridos na segunda metade do século XX, proporcionaram à comunidade científica,
novas formas de comunicar a ciência. Antes, a comunicação entre os pares acontecia por meio
de cartas e reuniões, até o surgimento dos periódicos impressos e, depois, foi acelerada pela
Internet por meio dos periódicos eletrônicos. Dessa forma, pode-se afirmar que as tecnologias
foram responsáveis pelas mudanças de paradigma da comunicação científica estando
presentes, nos dias de hoje, em várias etapas da pesquisa. Consequentemente, os processos de
comunicação da ciência foram impactados pelas TICs afetando todos os sistemas de
tratamento, recuperação, disseminação e principalmente a estrutura do fluxo tradicional da
comunicação, que trazia uma série de limitações e restrições ao acesso ao conhecimento
publicado. Essas mudanças possibilitaram modificações nas formas tradicionais de
comunicação científica, uma vez que aceleram a velocidade com que as pesquisas são
disponibilizadas e recuperadas.
Príncipe (2013, p.197) ratifica que o advento das TICs, principalmente da Internet e da
Web, passaram a ser aliadas nos processos de comunicação científica, uma vez que alteram os
possibilitando novas formas de produção, circulação, disseminação, recuperação e uso da
�Em conformidade com Castro (2006) é importante salientar que nas últimas décadas
do século XX, a Internet alterou não apenas a dinâmica do fluxo da comunicação científica,
mas também a maneira de fazer ciência, ao aumentar a integração da comunidade científica
com seus pares e a outros setores da sociedade.
As transformações ocorridas nesse novo cenário da comunicação científica,
fomentaram mudanças nas formas de acesso às produções do conhecimento, aliadas à
necessidade de socialização do acesso, surgindo no limiar do século XXI, um movimento
nascido na Europa, denominado Budapest Open Access Initiative, que sinalizou a necessidade
de promover o acesso aberto à produção científica, fazendo frente ao monopólio centenário de
distribuição e publicação, concentrado nos editores acadêmicos. Revolucionária em sua
proposição, a ideia do Open Access, materializou-se nos periódicos acadêmicos e, desde
então, vem popularizando-se e ampliando o número de publicações que aderiram a esse
movimento.
No Brasil, onde considerável parcela de publicações científicas é subsidiada com
verba pública, o apelo ao acesso aberto rapidamente reverberou. Assim, o país destaca-se
entre as nações com maior número de periódicos científicos, em formato eletrônico, com
acesso aberto ao texto integral. Conforme dados recuperados no Directory Open Access
Journal (DOAJ), o Brasil possui 1.123 títulos de periódicos eletrônicos indexados nesse
diretório.
Por outro lado as mudanças introduzidas pela Internet, refletidas no universo da
comunicação científica não foram acompanhadas por alterações na legislação que normatiza a
produção, o uso e a disseminação da produção intelectual em ambiente eletrônico, visto que a
lei dos direitos autorais, não foi idealizada especificamente para este contexto.
Na tentativa de solucionar esse problema, surge, no início dos anos 2000, a iniciativa
do engenheiro norte-americano Lawrence Lessig visando o estabelecimento das licenças
Creative Commons, com o objetivo de indicar à sociedade a forma de liberação de uso do
conteúdo produzido e registrado. Essas licenças são alternativas legais que podem minimizar
o paradoxo entre ambiente informacional da web
e re-mixagem
caracterizado por práticas de colaboração
e o que a lei estabelece quanto à produção, uso e disseminação da
informação.
A criação de Lessig rapidamente se difundiu e as licenças se popularizaram, sendo as
revistas científicas de acesso aberto um espaço propício e oportuno para a difusão do Creative
Commons e que, rapidamente, aderiram ao licenciamento e passaram a declarar as formas de
�permições de uso, tanto para o leitor como para os autores, interessados em publicar em
acesso aberto o resultado das suas pesquisas.
Diante dessa conjuntura, afloraram as seguintes questões norteadoras desse estudo: os
periódicos eletrônicos de acesso aberto no Brasil adotam algum tipo de licença aberta? Se a
resposta for sim, quais são essas licenças? E como elas são apresentadas aos autores e aos
usuário?
Na busca de responder tais indagações, o objetivo do estudo é mapear um conjunto de
periódicos, a fim deverificar quais licenças, são adotadas pelas revistas abertas da área da
Ciência da Informação, e se estas estão claramente disponibilizada ao usuário e ao autor. Para
tanto, optou-se pelos periódicos eletrônicos da área de Ciência da Informação, classificados
como Qualis A1 a B2 pela Capes.
Como objetivos secundários, o estudo busca identificar as tipologias de licença de uso
empregadas e a forma de disponibilização no sítio eletrônico da revista.
Para tanto, o estudo se constitui de uma pesquisa aplicada, de abordagem quantitativa
e com caráter descritivo, a partir do levantamento das informações recuperadas nos periódicos
que comporão o universo da pesquisa.
O estudo está organizado da seguinte forma: a seção 2 aborda a literatura sobre os
periódicos em formato eletrônico, o movimento de acesso aberto e o surgimento das licenças
Creative Commons. A seção 3 apresenta o trajeto metodológico que norteou a pesquisa. A
seção 4 descreve os resultados obtidos, seguida da análise dos dados. O estudo finaliza com as
considerações finais e sugestões para novos estudos.
2 Revisão de literatura
2.1. Surgimento do formato eletrônico e a adesão das revistas científicas
O periódico científico constituiu-se, desde o século XVII, como o canal preferencial
para a divulgação das descobertas científicas. Algumas das razões para a consolidação desse
suporte são apontadas por Mueller (2000), e se construíram ao longo da história, como: a
preservação do conhecimento registrado, o estabelecimento da propriedade intelectual e a
manutenção do padrão de qualidade na ciência.
Ocorre que, igualmente à sua aceitação pela comunidade científica, com o avançar dos
anos, o amadurecimento enquanto suporte para registro das descobertas científicas, trouxe
reflexões sobre a continuação do formato estabelecido, já que a demora na publicação de um
�artigo, a rigidez do modelo impresso, a dispersão de artigos publicados sobre um mesmo
assunto, tornando onerosa a recuperação, e os custos elevados para aquisição e manutenção
das coleções, foram alguns dos problemas arrolados por Mueller (2000) e também
observáveis no ambiente das bibliotecas universitárias. Soma-se a esse cenário, a explosão
bibliográfica ocorrida desde a década de 1950, que elevou de maneira substancial o número
de títulos publicados.
Ao mesmo tempo, como subsídio às reflexões, o advento dos recursos eletrônicos,
substanciados pelas TICs, fez emergir a possibilidade de migração do formato impresso para
como nas estratégias de visibilidade do conhecimento
2).
Se, de início, uma das críticas ao formato impresso do periódico, com distribuição às
bibliotecas controlados pelos editores, se dava em razão dos elevados custos de investimento
para a continuidade da coleção, também os autores sentiam-se lesados, ao publicarem em
revistas comerciais, não conseguiam acesso a elas, em razão, do seu elevado custo,. Desse
modo, o crescimento da comunicação eletrônica, já na década
muitos dos que estão inseridos no mundo acadêmico que a publicação eletrônica de periódicos
.
Para tanto, Ornelas e Arroyo (2003, p. 49) definem o periódico em formato eletrônico
a digital
difundida pela Internet, com características editoriais que se apegam estritamente às normas
Frisa-se que, essas características, somadas a rapidez e versatilidade, típicos do
ambiente web, na disponibilização das pesquisas logo após a sua conclusão, e o rompimento
das barreiras geográficas e hierárquicas, potencializaram ainda mais o periódico em formato
eletrônico.
Assim, além de relacionar-se com a evolução tecnológica, atenuar o problema de
espaço físico destinado ao armazenamento em bibliotecas, o periódico em formato eletrônico
tem a capacidade de subverter, em parte, os mecanismos restritivos da indústria editorial,
oferecendo um acesso mais igualitário à informação científica.
Ademais, a noção de conjunto e totalidade da coleção é significativa, à medida que a
pesquisa, outrora realizada nos catálogos de bibliotecas e com acesso a parte da coleção,
�artigo pode
GOLIN, 2006, p. 4).
Não obstante, em artigo que analisou a transição do impresso para o meio eletrônico,
Meadows (2001) assinala alguns elementos que poderiam dificultar a adaptação esse novo
cenário, destacando a dificuldade da parte do usuário em manusear a informação online, como
também o conservadorismo de associações científicas em adotarem o formato eletrônico
como o principal meio para propagar as descobertas. Depreende-se que, desde então, essas
barreiras foram derrubadas e, passados alguns anos desde sua análise, o periódico em formato
eletrônico já é uma realidade que, se não suplantou por completo o formato impresso,
caminha nessa direção.
Toma-se como parâmetro, periódicos nacionais da área de Ciência da Informação no
Brasil, que à exceção de exemplos, ainda adotam a publicação mista, isto é, impressa e
eletrônica. Observa-se que o campo migrou de forma ligeira para a web, padronizando suas
publicações no formato eletrônico.
À ascensão do periódico eletrônico, agregou-se um movimento que ganhou pujança
em 2002, a partir da declaração formulada na cidade de Budapeste 12, objetivando a construção
de uma ação para promover o livre acesso à produção científica, distanciando-se, na medida
do possível, com os vínculos das editoras científicas.
2.2. O movimento de acesso aberto como uma forma de equalizar o acesso à informação
científica
O acesso aberto simboliza a quebra de paradigmas do modus operandis da
comunicação científica. De acordo com Björk (2004) o sistema Open Access, funciona da
seguinte forma: o leitor de uma publicação científica pode ler por meio da Internet, imprimir e
distribuir o conteúdo para fins não comerciais sem quaisquer pagamentos ou restrições. As
publicações são substancialmente facilitadas, uma vez que o leitor não encontra barreiras
legais, e sim licenças de uso. Em geral, o autor retém os direitos autorais quase completos e
também pode publicar o material em outro lugar.
12
Declaração na qual resultou o movimento de Acesso Aberto que constitui-se numa ação que permite a
qualquer usuário a ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar ou usar da literatura com qualquer propósito
legal, sem nenhuma barreira financeira, legal ou técnica que não o simples acesso à internet. A única limitação
quanto à reprodução e distribuição, e o único papel do copyright neste domínio sendo o controle por parte dos
autores sobre a integridade de seu trabalho e o direito de ser propriamente reconhecido e citado.
�Há pesquisadores que consideram que o acesso aberto está inserido no âmbito da
Ciência Aberta que embora ainda seja um conceito não consolidado, é percebida como um
termo guarda-chuva
[...] incluídas desde a disponibilização gratuita dos resultados da
pesquisa (acesso aberto), até a valorização e a participação direta de não cientistas e não
especialistas no fazer ciência (ciência cidadã) (ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 2014,
p. 435).
Dentro deste contexto, este novo modo de pensar a comunicação científica equaliza o
acesso e traz conforto e presteza na disseminação da informação (MUELLER, 2006).
Aspectos como aumento na produtividade e os benefícios da colaboração online diminuem ou
até mesmo eliminam as barreiras geográficas. Isto agiliza os avanços da ciência, evita
redundância, além de facilitar a reprodutibilidade dos experimentos (WILBANKS; BOYLE;
REYNOLDS, 2006 apud ALBAGLI; CLINIO; RAYCHTOCK, 2014, p. 436).
A filosofia do acesso aberto, surgida em fins da década de 1990, foi discutida e melhor
fundamentada a partir da elaboração de declarações, que, apontando diretrizes, atuam como
instrumento norteador para a constituição do acesso aberto. A primeira delas, publicizada em
1999, como resultado da Conferência Mundial sobre Ciência para o Século XXI, destacava a
importância do amplo acesso à informação financiada com dinheiro público, bem como a
necessidade do compartilhamento dos conhecimentos gerados com pesquisa (SARMENTO et
al., 2005).
Como complemento a esse documento, em 2002 na cidade de Budapeste, construiu-se
a Budapest Open Access Iniative (BOAI), também conhecida como Declaração de Budapeste
e que foi norteadora para as ações subsequentes relacionadas ao acesso aberto, resultando em
duas estratégias a serem adotadas, para que se almeje o acesso livre à literatura científica: o
autoarquivamento em repositórios e a publicação em periódicos de acesso livre.
Destacando as condições a serem inseridas numa publicação, a fim de que sejam
consideradas como de acesso livre, a Declaração de Bethesda, publicada em 2003, estabelece
que o autor ou o detentor dos direitos, concedem a todos os utilizadores o uso gratuito para o
acesso, a partir do estabelecimento de uma licença para cópia, utilização, distribuição,
transmissão e exibição do trabalho, demandando, apenas, a atribuição de autoria. Nessa
perspectiva, permite-se a construção de novos trabalhos derivados dos originais.
Ainda no mesmo ano, em Berlim, as propostas da Bethesda são ratificadas e avança-se
na discussão quanto aos direitos do autor depositário de documentos em repositórios digitais,
evidenciando o direito moral sobre a obra, obrigando ao usuário do conteúdo a citar ou
referir-se ao autor original.
�Na busca de tornar clara a relação entre o direito do autor e as formas de utilização do
conteúdo em acesso aberto, visando a prevenção de situações de plágio, comércio e uso
indevido, repositórios e revistas tem explicitado as condições de utilização do conteúdo,
valendo-se de licenças de atribuição, como o Creative Commons Attribution License, que
atuam de forma inversa ao copyright, isto é, ao invés de restringir o uso, o amplia, instruindo
as possibilidade de manuseio.
2.3 Licenças Creative Commons
O Creative Commons se caracteriza como uma organização sem fins lucrativos que
permite o compartilhamento e uso da criatividade e do conhecimento por meio de
instrumentos jurídicos gratuitos (CREATIVE COMMONS, 2017). Oferece licenças flexíveis
para obras intelectuais, com liberdades de uso, em que a propriedade intelectual do autor é
totalmente preservada. Essas licenças de uso foram criadas oficialmente em 2001, nos Estados
Unidos, pelo professor Lawrence Lessig da Universidade de Stanford com o objetivo de
[...] construir uma camada de conteúdo regulada por uma camada plausível de
legislação do copyright, na qual outros possam se basear. A escolha voluntária de
indivíduos e criadores tornará o conteúdo disponível. E esse conteúdo nos permitirá
reconstruir um domínio público. (LESSIG, 2005, p. 276).
Lessig é considerado um dos maiores defensores da Cultura Livre, movimento cujo
objetivo é permitir que os elementos culturais produzidos por uma dada sociedade estejam
disponíveis para que outros tenham acesso.
Segundo Vercelli (2002), entre as principais metas do Creative Commons, está a
criação de um espaço que promova, facilite e garanta o intercâmbio coletivo de obras e
trabalhos de cientistas, artistas e analistas de sistemas, como forma de possibilitar uma cultura
livre baseada na confiança o que pode facilitar intercâmbios criativos comunitários. Além de
não se restringir em somente aumentar o material disponível na Internet, mas também fazer
com que esse material seja barato e de fácil intercâmbio.
O Creative Commons possibilita o emprego de seis diferentes atribuições de uso, onde
o autor ou o titular dos direitos autorais poderá optar por aquela que for de sua preferência. O
Quadro 1 sintetiza os tipos de licença e as permissões concedidas.
�Quadro 1 - Licenças de uso
TIPO DE LICENÇA
Creative Commons
PERMISSÕES
Atribuição BY permite edição, uso comercial e sem fins comerciais. É
necessário dar créditos ao autor original. É a licença menos restritiva.
Fonte: Creative Commons, 2017
Atribuição compartilhamento pela mesma licença (BY-SA)
permite
edição, criação de obras derivadas ainda que para fins comerciais, o crédito
deve ser atribuído ao autor. As obras devem ser licenciadas sob os mesmos
termos. Desta forma, as obras derivadas também poderão ser usadas para fins
comerciais.
Atribuição não comercial (BY-NC) permite edição e criação de obras
derivadas sobre a obra licenciada. Proibido o uso comercial. Os créditos ao
autor são obrigatórios. As obras derivadas não precisam ser licenciadas aos
mesmos termos desta licença.
Atribuição não comercial compartilhamento pela mesma licença (BYNC-AS) permite edição, adaptação e criação de obras derivadas. Proibido
uso comercial. Deve ser dado crédito ao autor original e as novas obras devem
ser licenciadas sob os mesmos parâmetros.
Atribuição não a obras derivadas (BY-ND) Proibida a edição. Permite a
redistribuição e o uso para fins comerciais e não comerciais, contanto que a
obra seja redistribuída sem modificações e completa, que os créditos sejam
atribuídos ao autor.
Atribuição não comercial não a obras derivadas (BY-NC-ND) Proibida
a edição. Proibido o uso comercial. Permite somente redistribuição. É a
licença mais restritiva. Permite download e compartilhamento, contanto que o
autor seja mencionado e a obra inalterada.
Mantovani, Dias e Liesenberg (2006, p. 46) esclarecem como as licenças de uso Creative
Commons
[...] permitem que cópias possam ser tiradas livremente e sem a necessidade de
consulta prévia ao autor da obra que está sendo copiada. Uma outra cláusula permite
ou não o uso comercial da obra liberada e uma terceira permite ou não a derivação
de novos trabalhos. Caso autorizada a derivação de novos trabalhos, então o autor
original pode ainda requerer ou não que a obra derivada seja liberada sob a mesma
licença de uso adotada para o trabalho original. (MANTOVANI; DIAS;
LIESENBERG, 2006, p. 264).
Vale ressaltar que essas licenças não são contrárias aos direitos do autor, tendo função
complementar aos direitos autorais e permitindo que o autor atribua seus termos de direitos
autorais para melhor atender às suas necessidades. Contudo, são uma alternativa para
promover o uso e distribuição do conhecimento científico de forma livre. Com as tecnologias
da informação em conjunto com esse tipo de licença, é possível fazer a utilização correta do
conteúdo informacional sem violar os direitos autorais pré-determinados pelo autor do
documento.
3 Metodologia
A pesquisa proposta, constitui-se de um estudo de caso que, de acordo com Fonseca
isa conhecer em profundidade o como e o porquê de uma determinada
�situação que se supõe ser única em muitos aspectos, procurando descobrir o que há nela de
mais essencial e característico
Adota uma abordagem quantitativa, com caráter descritivo, que possui a intenção de
especificar fatos e fenômenos de determinada realidade (TRIVIÑOS, 1987).
Para a identificação do objeto de pesquisa, tomou-se como referencial o relatório de
classificação de periódicos, elaborado pela Capes, no quadriênio 2013-2016. A síntese da
classificação é disponibilizada no Qualis Capes, integrante da plataforma Sucupira, sistema
que relaciona a produção científica dos programas de pós-graduação, registrada em periódicos
a partir da adoção de oito estratos
A1, A2, B1, B2, B3, B4, B5 e C. As produções da área de
onde são avaliadas produções de Comunicação Social e Ciência da Informação. De acordo
com dados divulgados em 2017, a área de Ciência da Informação conta com 41 títulos
nacionais correntes.
Considerando o cunho preliminar dessa pesquisa, optou-se por trabalhar com os títulos
classificados entre os estratos A1 e B2, faixa considerada a mais alta na avaliação e que reúne
títulos de maior interesse para publicação, da parte de docentes e pesquisadores, já que o
aceite em nesses periódicos influencia na avaliação positiva do docente ou pesquisador,
possibilitando-lhe ascensão na carreira. Desse modo, a partir do critério supra estabelecido, o
universo de análise compôs-se de 22 títulos, ilustrados no quadro 2:
Quadro 2 Títulos de periódicos de Ciência da Informação e classificação no Qualis Capes
TÍTULO
ESTRATO - QUALIS CAPES
Perspectiva em Ciência da Informação
Informação & Sociedade
A1
Transinformação
Em Questão
Encontros Bibli
A2
Informação & Informação
Ágora (Florianópolis)
Brazilian Journal of Information Science
Ciência da Informação
InCID: revista de Ciência da Informação e documentação
Liinc em Revista
Perspectivas em Gestão e Conhecimento
Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação e Biblioteconomia
B1
Ponto de Acesso
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde
Revista Iberoamericana de Ciência da Informação
Tendências de Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
Atoz: novas práticas em informação e conhecimento
Comunicação e Informação
B2
Revista ACB
Fonte: Capes, 2017
�Transcorrida a identificação dos títulos, a etapa posterior consistiu-se na observação da
licença adotada pelo periódico. Dado que toda a amostra da pesquisa é composta de
periódicos eletrônicos, empreendeu-se pesquisa em seus referidos sítios, a fim de se averiguar
a menção ao tipo de licença de uso adotada pelos editores. Durante a tarefa, além da
observação do leiaute da página inicial
espaço onde normalmente se insere a simbologia do
tipo de licença empregada -, buscouda não identificação da licença de uso na página inicial do sítio.
Como etapa complementar ao levantamento e, visando confirmar a inexistência da
informação quanto ao tipo de licença de uso, empreendeu-se uma checagem no Directory of
Open Access Journals (DOAJ), diretório que indexa e disponibiliza periódicos na modalidade
de acesso aberto. Atualmente, o DOAJ possibilita acesso a mais de 10 mil títulos de
periódicos, publicados em 121 países.
Considerou-se relevante a realização dessa conferência, pois, é elemento integrante do
registro e indexação do periódico à base, a disponibilização da licença de uso adotada pelo
editor.
4 Discussão dos resultados
A adoção de licenças de uso apresentam-se como uma solução legal adequada para
evidenciar, promover e fomentar a reutilização de resultados de pesquisa, concedendo ao
autor a manutenção dos direitos que julgar conveniente. Se por um lado o direito autoral visa
restringir a reutilização, as licenças de uso, nascidas no seio do movimento de acesso aberto,
objetivam regular e incentivar o reuso.
Neste sentido, investigar o comportamento dos periódicos nacionais, de forma
específica os relacionados a área de Ciência da Informação, pode fornecer um panorama
acerca da adoção de licenças, bem como das várias tipologias associadas ao padrão Creative
Commons, que visam conceder aos usuários diferentes tipos de liberdades. (SANTOS;
SALES; PACKER, 2015).
Assim, os dados coletados evidenciaram que parte considerável (77,27%) da amostra
dos periódicos nacionais de Ciência da Informação tomados para o estudo, disponibilizam a
licença de uso. O quadro 3 arrola os títulos com licença de uso exibidas em seus sítios
eletrônicos, bem como a tipologia da licença adotada.
�Quadro 3
Títulos de periódicos de Ciência da Informação e tipos de licença de uso adotadas
TÍTULO
Perspectivas em Ciência da Informação
Transinformação
Em Questão
Encontros Bibli
Informação & Informação
Ágora (Florianópolis)
Brazilian Journal of Information Science
Liinc em revista
Perspectivas em Gestão e Conhecimento
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação
Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde
Revista Iberoamericana de Ciência da Informação
Tendências de Pesquisa Brasileira em Ciência da Informação
Atoz: novas práticas em informação e conhecimento
Comunicação e Informação
Revista ACB
Fonte: Os autores, 2017
TIPO DE LICENÇA DE USO
CC-BY
CC-BY
CC-BY-NC
CC-BY
CC-BY-NC
CC-BY
CC-BY-SA
CC-BY
CC-BY-NC-ND
CC-BY
CC-BY-NC
CC-BY-NC
CC-BY-NC
CC-BY
CC-BY-NC-SA
CC-BY-NC
CC-BY-NC-ND
No universo das publicações nacionais de Ciência da Informação, integrantes dos
estratos A1 a B2, observou-se a predominância da licença de uso denominada CC-BY, que
caracteriza-se por proporcionar maior grau de liberdade de reutilização dos conteúdos,
assegurando, igualmente às demais licenças, crédito ao autor ou autores, periódicos ou outro
meio onde o documento fora publicado originalmente. (SANTOS; SALES; PACKER, 2015).
O gráfico 1, demonstra a distribuição dos tipos de licenças identificados nos periódicos
tomados no estudo.
Gráfico 1
Tipologias de licenças Creative Commons identificados em periódicos de Ciência da
Informação Estratos A1 a B2 Qualis Capes
Fonte: Os autores, 2017.
�Outra característica investigada, relacionada à arquitetura da informação, diz respeito
ao local de exibição da tipologia da licença de uso. Comumente, a notação padrão das licenças
Creative Commons são exibidas no rodapé das páginas iniciais dos sítios web. Contudo,
observou-se a inexistência de tal simbologia em cinco periódicos: Em Questão, Liinc em
Revista, Revista Eletrônica de Comunicação, Informação e Inovação em Saúde e Brazilian
Journal of Information Science, o que representa 18,18% da amostragem. Como a busca
referente às licenças de uso foi realizada em outros espaços, além da página inicial, tais
informações foram recuperadas nas quatro revistas, na seção destinada à declaração de direito
autoral.
No cenário nacional, e de forma particular, no domínio da Ciência da Informação,
observou-se uma ampla adesão a proposta do acesso aberto, vislumbrando-se nos periódicos
da área, que migraram num reduzido espaço tempo para a publicação em formato eletrônico.
Ocorre que, igualmente importante à disponibilidade de acesso aberto ao conteúdo
publicado é o reconhecimento e garantia de proteção aos autores que adotam esse modelo,
bem como a possibilidade de escolha por uma licença que lhe seja mais conveniente. Como já
refletido no decorrer desse estudo, o modelo Creative Commons tem alcançado relativo
sucesso no cumprimento de tal objetivo.
Acerca das variações de tipologias adotadas, a partir do modelo de licenças Creative
Commons, conforme relatado na seção anterior, observou-se um predomínio da licença de
atribuição (CC-BY). A razão para adoção de tal modelo encontra aceitação em razão de ser a
mais efetiva para maximizar a disseminação da informação, tendo em vista que, é a menos
(SANTOS;
SALES; PACKER, 2015).
Por fim, em relação à disponibilização da notação padronizada indicativa do tipo de
licença de uso adotada pelo periódico, apesar da não existência de uma determinação prévia
sobre onde ela deve ser veiculada, observa-se que comumente é inserida na página inicial do
periódico. No entanto, em cinco títulos integrantes da pesquisa, constatou-se a inexistência de
tal notação naquele espaço, o que demandou maior esforço para identificação da tipologia de
licença. Do ponto de vista da arquitetura da informação, depreende-se a existência de uma
lacuna, ao dificultar a conexão das pessoas com a informação por elas procuradas.
�6 Considerações finais
O ascendente movimento de acesso aberto às publicações científicas, acompanha
mecanismos que possam instruir usuários, autores e consumidores de informação quanto ao
uso e permissões, visando reutilização e compartilhamento, aumentando a sua visibilidade e
influenciando o impacto entre os seus pares. Neste sentido, depreende-se a importância da
adoção de licenças de uso pelos periódicos científicos, a fim de maximizar o acesso aos
resultados de pesquisa, validar a autoria e equacionar o acesso das produções científicas.
Retomando o objetivo da pesquisa, observa-se que os títulos tomados como amostra
para a consecução do estudo, se não em sua totalidade, mas uma parte representativa (77,
27%), tenha evidenciado o tipo de licença de uso a serem vinculados aos trabalhos
publicados.
Ademais, observa-se nessa prática consonância com a Iniciativa de Acesso Aberto de
Budapeste
10 anos, que recomenda a adoção da licença CC-BY, como a ideal para a
publicação, distribuição, uso e reutilização de trabalho acadêmico.
Todavia, em se tratando de um domínio do conhecimento onde se investiga práticas de
comunicação científica e os fluxos de informação, disponibilizar o acesso a todos os
elementos que compõem o processo comunicacional é importante. Desta feita, numa
perspectiva ideal, seria oportuno que os demais periódicos da área de Ciência da Informação
envidassem esforços para disponibilização do tipo de licença de uso, facultando ao usuário os
usos que poderá fazer do conteúdo utilizado e ao autor, os direitos que lhe estarão
salvaguardados.
Nesse cenário, dada a constante participação do bibliotecário, quer seja em processos
de editoração de periódicos eletrônicos, quer seja no gerenciamento de repositórios
informacionais, subsidiando as atividades de pesquisa das instituições de ensino superior e
dos institutos de pesquisa, vislumbra-se a potencialidade de sua contribuição, fazendo com
que, se oportunize, de um lado a garantia de acesso igualitário à informação científica e, de
outro lado, ao autor a garantia e o reconhecido da sua atividade intelectual.
Referências
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Information Research, v. 9 n. 2, jan. 2004. Disponível em: <http://InformationR.net/ir/92/paper170.html>. Acesso em 17 nov. 2017.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Mapeamento das licenças de uso adotadas em periódicos abertos de ciência da informação.
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França, Claudio Márcio de et al.
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2018
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Examina as licenças de uso adotadas em periódicos eletrônicos abertos da área de Ciência da Informação no Brasil. O advento da web fomentou transformações no cenário da comunicação científica, dinamizando a divulgação e o acesso às pesquisas, a partir do surgimento do periódico em formato eletrônico. Igualmente, reivindicou o acesso igualitário, ao romper com a exclusividade dos editores comerciais sobre as publicações acadêmicas. Concebido como movimento para possibilitar o acesso aberto sobre os registros científicos, também roupeu com as restrições de acesso impostas pelos direitos autorais, propondo uma forma de licenciamento que declara as formas de uso permitidas, tanto para o leitor como para os autores. Dada a rápida adesão dos periódicos de acesso aberto às variadas tipologias de licenciamento de uso do padrão Creative Commons, este estudo se destina a mapear um conjunto de periódicos, a fim de verificar se as licenças adotadas estão claramente disponibilizas para os usuários e os autores. A pesquisa, de natureza aplicada, constituiu-se deabordagem quantitativa, de caráter descritiva, a partir de levantamento das publicações da área de Ciência da Informação, classificadas com Qualis A1 a B2 da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os resultados demonstraram que 77,27% dos títulos que constituíram a amostra da pesquisa declaram o tipo de licença de uso adotada pela publicação. Constatou-se que a tipologia mais recorrente é a de atribuição, denominada CC-BY, concluindo-se que a área da Ciência da Informação no Brasil aderiu, praticamente em toda a sua totalidade, ao movimento do acesso aberto.
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
INICIAÇÃO CIENTÍFICA E O MATERIAL INFORMACIONAL EM BIBLIOTECA
SCIENTIFIC INITIATION AND INFORMAL MATERIAL IN LIBRARY
Resumo: Apresenta-se parte do resultado de uma pesquisa de iniciação científica cadastrada
no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Durante a investigação
procurou-se identificar o papel da biblioteca universitária enquanto provedora do acesso à
informação a bolsistas de iniciação científica. Para que o bolsista desenvolva sua pesquisa é
preciso competência informacional durante todo processo de investigação, independentemente
da área de conhecimento abrangida pelo projeto. Para que ocorra o protagonismo científico
cabe ao orientador conduzir o bolsista no processo de educação para informação. O estudo se
desenvolveu por meio de pesquisa bibliográfica e análise documental utilizando abordagem
qualitativa para compreensão da totalidade do objeto de estudo. O conceito competência
informacional na iniciação científica por universitários foi discutido a partir dos pressupostos
teóricos de Hatschbach (2002), Campello (2009) e Gasque (2012). Durante o estudo
identificou-se a necessidade da instituição investir em programa de ensino-aprendizagem que
contemple trabalho colaborativo entre bibliotecários e orientadores para provimento de
educação para a informação dos bolsistas. A biblioteca universitária tem papel fundamental
no provimento da acessibilidade aos recursos informacionais para quem desenvolve
pesquisas.
Palavras-chave: biblioteca universitária. iniciação científica. Material informacional.
Abstract: A part of the results of a scientific initiation research registered at the Federal
Institute of Education, Science and Technology of Goiás was presented. During the
investigation, the paper sought to identify the role of the university library as a provider of
access to information for scientific initiation fellows. In order for the fellow to develop his /
her research, informational competence is required throughout the research process,
regardless of the area of knowledge covered by the project. In order for the scientific
protagonism to occur, it is up to the supervisor to lead the scholarship holder in the process of
education for information. The study was developed through bibliographic research and
documentary analysis using a qualitative approach to comprehend the totality of the study
object. The concept of informational competence in scientific initiation by university students
was discussed from the theoretical assumptions of Hatschbach (2002), Campello (2009) and
Gasque (2012). During the study it was identified the need of the institution to invest in a
teaching-learning program that contemplates collaborative work between librarians and
counselors to provide education for the information of the scholars. The university library
�plays a fundamental role in providing accessibility to information resources for those who
conduct research.
Keywords: university library. scientific research. Informational material.
1 INTRODUÇÃO
Apresentamos neste artigo o resultado parcial do estudo realizado sobre os materiais
informacionais explicitados nos resultados finais de projetos de pesquisa de iniciação
científica de bolsistas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás (IFG)
e sua disponibilização pelas bibliotecas dessa instituição.
Um dos objetivos específicos do estudo foi analisar as preferências dos bolsistas do
Programa Institucional de Bolsistas de Iniciação Científica (PIBIC) do IFG no que tange a
busca e recuperação de informação por determinados buscadores.
Na sociedade atual, saber buscar, recuperar e utilizar informação em uma biblioteca
representa
desenvolvimento
científico,
social
e
econômico.
Para
promover esse
desenvolvimento, o Governo Federal brasileiro tem fomentado pesquisa no âmbito
educacional por meio da Lei de incentivo à inovação e à pesquisa, Lei n. 10.973, de dezembro
de 2004.
Um dos programas de incentivo a pesquisa garantido pela Lei supracita é PIBIC,
desenvolvido no IFG. Esses tipos de programas impactam diretamente nos serviços e produtos
oferecidos pelas bibliotecas da instituição que os fomentam.
No IFG, desde 2006, período em que ainda era Centro Federal de Educação
Tecnológico (CEFET), vem ampliando cada vez mais o número de projetos de iniciação
científica. Por exemplo, em 2013, saltou de uma média/ano de 40 projetos para 140, sendo os
45 primeiros colocados com possibilidade de bolsa pelo Conselho Nacional de Pesquisa
(CNPq), os demais recebem bolsa com recursos do IFG.
Além do PIBIC, no IFG são ofertados o Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), o Programa Institucional de
Iniciação Científica nas Ações Afirmativas (PIBIC-Af) e o Programa Institucional de Bolsas
de Iniciação Científica para o Ensino Médio (PIBIC-EM). Todos esses programas têm
convênio firmados com o CNPq e o IFG, visando incentivar os estudantes a buscar, usar,
produzir e comunicar novos saberes (COSTA et al., 2012).
Dada a importância de se fomentar projetos de iniciação cientifica, a Pró-Reitoria de
�Pós-Graduação e Pesquisa (ProPPG), órgão do IFG11 responsável por promover e
implementar ações, busca garantir a articulação entre ensino, pesquisa e extensão, conforme o
Art. 27 do Estatuto (IFG, 2009) da instituição. Um dos setores da ProPPG destinado a apoiar
as pesquisas com suporte informacional é o Sistema Integrado de Bibliotecas (SIB).
Nesse cenário de fomento à pesquisa científica, em atendimento à sociedade da
informação e do conhecimento, implica o discente-bolsista ter competência informacional.
Para tanto, orientadores e bibliotecários precisam ter domínio e conhecimento de materiais
informacionais que atenda as necessidades dos bolsistas.
Segundo Hatschbach (2002) e Gasque (2012) o ambiente universitário é propício à
educação para a informação para uso eficiente e eficaz dos materiais informacionais.
Participar de programas de iniciação científica é uma oportunidade a mais ao acadêmico para
receber educação para a informação. Ao serem orientados a buscar e recuperar a informação
para elaboração e execução de seus projetos, os bolsistas saberão utilizar melhor os materiais
informacionais de uma biblioteca física e/ou virtual. Uma vez que precisarão selecionar fontes
de pesquisa, usar e produzir novos conhecimentos, segundo padrões científicos. Nesse
processo o bolsista apresenta suas necessidades de informação.
2 REVISÃO DA LITERATURA
Por meio de programas de iniciação científica é possível aos bolsistas desenvolverem
competências para resolução de problemas, e, em especial, aprimorar o processo de busca,
recuperação e uso da informação.
Sobre a importância da iniciação científica na graduação, Gasque (2012, p. 131)
ao uso da informação, mas abranger a busca da informação, que, por sua vez, evoca questões
ensino superior necessitam ter consciência mais abrangente dos processos envolvidos no ciclo
da produção do conhecimento e das competências [...] a serem desenvolvidos no processo de
11
O IFG foi ensino criado no século passado e sofreu mudança de nomenclatura por quatro vezes Escola de
Aprendizes Artífices, Escola Técnica Federal de Goiás, Centro Federal de Educação Tecnológica e, por fim,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Ele é regulamentado pela Lei Federal Nº 11.982,
de 29 de dezembro de 2008. A lei o tornou uma autarquia federal vinculada ao Ministério da Educação, detentora
de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e disciplinar, equiparada às
universidades. Os Institutos Federais oferecem educação básica, profissional, superior e pós-graduação de
maneira pluricurricular e multicampi, especializada em educação profissional e tecnológica.
�A partir dessas duas reflexões, estudar as materiais informacionais usualmente
acessadas por bolsistas PIBIC se justifica, pois esse processo favorece a melhoria dos serviços
prestados pelas bibliotecas universitárias. E mais, um dos suportes para a pesquisa são as
fontes informacionais. Essas são forças motrizes que fazem girar toda a engrenagem para a
promoção do conhecimento.
O número crescente de programas de incentivo à iniciação científica, na última
década, tem-se, na mesma proporção, aumentado o quantitativo de estudos referentes à
formação pela iniciação científica, como os de Demo (2009), e mais recentemente Hatschbach
(2002) e Gasque (2012) no que se refere ao letramento informacional. No nosso
entendimento, há duas razões que justificam essa tendência: a primeira é estarmos numa
sociedade da informação; a segunda é em virtude da importância dada a inovação científica e
tecnológica garantida pela Lei Nº 10.973/2004, na contemporaneidade.
A iniciação científica é o processo no qual é fornecido o conjunto de conhecimentos
indispensáveis para iniciar o jovem nos ritos, técnicas e tradições da ciência. Nela, ocorre o
s de uma prática ou os rudimentos relativos a
a, atrelada ao letramento
informacional, empodera o bolsista para buscar, avaliar, criar e usar informações de forma a
atingir seus objetivos. E se o bolsista desde o início da investigação puder contar com o
material informacional disponível na biblioteca da instituição, mais profícuo será o resultado
do projeto.
Estudos de Hatschbach (2002), Gasque (2012), Varela, Cebreiro e Morante (2013)
revelam que a promoção de letramento informacional na universidade são fundamentais para
o desenvolvimento de pesquisa. Isso acontece pelo desenvolvimento de competência
informacional adquirida em algum momento na vida acadêmica em cursos de capacitação
para uso de materiais disponíveis em bibliotecas digitais ou físicas. Ser capaz de realizar
pesquisa envolve uma multiplicidade de fatores, dentre eles a busca, recuperação e uso da
informação em seus mais variados suportes.
A responsabilidade de educar para a informação em instituições de ensino superior é
tanto dos orientadores quanto de bibliotecários (VARELA, CEBREIRO, MORANTE, 2013).
Estes últimos, por estarem à frente do processo de apresentação de novas demandas de
aquisição, organização e disponibilização dos recursos informacionais nos espaços das
bibliotecas universitárias. A educação para a informação, em espaços e tempos digitais, para
uso das bibliotecas decorre do acesso às tecnologias digitais disponíveis na sociedade em rede
(SOUZA, 2016).
�O bibliotecário tem o papel educativo de desenvolver nos usuários das bibliotecas
-os] capazes de aprender de forma autônoma
do letramento informacional. Esse se constitui na capacidade dos
[...] cidadãos para se adaptar à cultura digital, à globalização e à emergente
sociedade baseada no conhecimento. [Implica] fundamentalmente que as pessoas
[tenham] capacidade de entender suas necessidades de informação e de localizar,
selecionar e interpretar informações, utilizando-as de forma crítica e responsável
(CAMPELLO, 2009, p. 12-13).
O usuário da informação hoje está diante de um universo complexo e amplo.
Dependendo do seu objetivo tem a sua disposição materiais informacionais em diversos
suportes e locais diferentes. Cabe ao usuário tem competência informacional para buscar e
usar a informação.
Para Gasque (2012, p. 51),
-se à capacidade de
buscar e usar a informação eficazmente, isto é, a aplicação do conhecimento
por exemplo,
surge nosso interesse em saber que fontes informacionais bolsistas PIBIC buscaram e usaram
na apresentação dos resultados de suas pesquisas.
viver na sociedade da informação significa conviver com
abundância e diversidade de informação, e a tecnologia é o instrumento que facilita o acesso a
esse universo informacional amplo e complexo, bem
13). Assim, nesse contexto prevê-se por fontes informacionais uma diversidade de formatos,
bases de dados e buscadores para consulta.
Segundo Gasque (2012), é preciso buscar informações de pontos de vistas diferentes,
atendo-se à contextualização, à reflexão e à orientação adequadas. Para tanto, quem
desenvolve pesquisa precisa ser competente e capaz de reconhecer a informação necessária,
analisando e utilizando-a da melhor maneira.
No Brasil, mesmo na u
programa de aprendizagem com os conteúdos de busca e de uso da informação integrados aos
conteúdos da área de estudo específica, extensivo ao corpo docente e ao corpo
(GASQUE, 2012, p. 49). A criação de cursos de letramento informacional capacitaria
pesquisadores a utilizarem mais e melhor as bibliotecas. Sem a oferta de cursos dessa natureza
resta a orientação solitária do professor e o trabalho isolado dos bibliotecários para
cumprimento das políticas de acesso e organização da informação nos espaços das bibliotecas
universitárias.
�3 METODOLOGIA
Optamos pela abordagem qualitativa para realização da pesquisa. Esse tipo de
abordagem, segundo Ludke e André (2004), permite compreender o dinamismo interno da
realidade no campo educacional. Durante todo o processo de investigação, esteve presente a
revisão da literatura para dar sustentação teórica ao estudo.
A análise de conteúdo deucomunicações que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo
Nº 005/2013, referente a submissão de projetos PIBIC/IFG. A escolha por este Edital se deu
pelo número de trabalhos apresentados.
A leitura e a análise do Edital 005/2013 apresentaram indícios (GINZBURG, 1989) de
que um projeto de pesquisa só se concretiza por meio da busca e recuperação de informação
ao longo do processo, o que implica letramento informacional. A partir das pistas encontradas
no documento supracitado, foi possível depreender as competências informacionais, no que se
refere à busca e recuperação de informação pelos bolsistas.
Para atingir o objetivo da investigação adotamos por procedimentos metodológicos:
a) Identificação, nos artigos produzidos pelos bolsistas PIBIC/IFG/2013, dos
materiais informacionais utilizados para produzir conhecimento;
b) Análise das possibilidades de acesso as fontes de informação mencionadas nos
artigos finais de pesquisa escolhidos.
Para análise das fontes informacionais, utilizadas pelos bolsistas PIBIC, foram
escolhidos 47 trabalhos. Estes estão publicados no volume de Nº 8 dos Anais Seminário de
Iniciação Científica do IFG de 2015. Essa escolha foi motivada por ser a última publicação do
IFG disponível para consulta na ocasião do estudo.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Constatou-se nos objetivos do Edital 005/2013 PIBIC/IFG, com base nos estudos
sobre letramento informacional, que algumas categorias (Quadro 1) requerem que o bolsista
de iniciação científica possua previamente competência informacional para participar do
detém, a experiência adquirida pela prática e
51). No processo de busca de informação para concretude da pesquisa, o bolsista PIBIC
precisa de meio físicos e tecnológicos para chegar até aos dados que deseja.
�Quadro 1. Letramento informacional para participação em PIBIC/IFG
Categoria de análise
Interpretação
Desenvolver pensamento científico
Atividade de pesquisa
Fomento à pesquisa científica
Competências ligadas à produção do conhecimento;
Aprendizagem baseada na busca, seleção e recuperação de
informação;
Incorporação de novas tecnologias de informação na iniciação
científica.
Fonte: Autoria própria.
A partir dos dados do Quadro 1, nota-se que é um desafio à instituição a
implementação de um programa específico de letramento informacional, usando uma base
metodológica de interação busca-recuperação-uso de informação baseada no trabalho
colaborativo entre orientador-bibliotecário, bem como, condições estruturais e tecnológicas
para provimento do acesso as informações em qualquer suporte. Sem isso, o candidato a bolsa
PIBIC é o único responsável pela educação pela informação.
Ao analisar os 47 artigos publicados (IFG, 2014), notou-se pela citações e referências
que os bolsistas utilizaram artigos, dissertações, livros e dados de pesquisa de campo, para
produzir novos conhecimentos apresentados em forma de gráficos, tabelas, dentre outros.
A internet foi o principal recurso para buscar informações pelos bolsistas, conforme
Figura 1.
Figura 1. Local onde os bolsistas acessam os materiais informacionais
Fonte: Autoria própria.
Identificou-se, portanto, por meio das referências citadas nos trabalhos produzidos
pelos bolsistas PIBIC/IFG, a importância das bibliotecas físicas e digitais. Se fizermos um
ranking dos buscadores utilizados pelos bolsistas, o primeiro recurso destacado é o Google.
�Segundo Gasque (2012), o motivo principal do uso desse recurso relaciona-se à facilidade de
acesso como critério de seleção das fontes. No entanto, foram feitas pesquisas também no
acervo da SciELO e no Portal de Periódicos Capes. Esse dado pode significar uma tendência à
preferência de periódicos de acesso aberto, pela facilidade de se chegar ao conteúdo desejado.
A diversidade de materiais utilizados em formatos impressos e eletrônicos (Figura 2)
indicam que o bolsista PIBIC conseguiu atingir a performance de incorporar a informação
selecionada em sua base de conhecimento.
Figura 3. Material informacional citados no relatório de pesquisa
Fonte: Autoria própria.
Dos 47 artigos analisados, quatorze deles continham referências de materiais
informacionais eletrônicos nas áreas do conhecimento de Engenharia, Ciências Exatas da
Terra, Ciências Sociais Aplicadas e outras. Os materiais utilizados são dos gêneros atlas, teses,
portarias, artigos científicos, relatórios, guias, sites institucionais, anais de eventos, normas,
tutoriais, leis e material didático.
Os materiais informacionais citados nos relatórios finais dos bolsistas PIBIC que
analisamos são de acesso aberto e passíveis de serem divulgados pelo SIB/IFG a comunidade
acadêmica.
A análise dos relatórios de conclusão dos projetos permite-nos chegar a materiais
informacionais primários (teses, dissertações, relatórios) identificando sua importância na
pesquisa para construção do novo conhecimento e autonomia na pesquisa. Esse tipo de
material se destacou pela possibilidade de acesso pela internet.
�5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para buscar materiais informacionais, os bolsistas utilizam a internet como principal
recurso. Citaram nos artigos de finalização da pesquisa livros que localizaram no catálogo
eletrônico das bibliotecas do IFG. Para buscar materiais informacionais, os bolsistas utilizamse de alguns recursos tecnológicos disponíveis na página do SIB/IFG como: Portal de
Periódicos
Capes,
Scielo Google Acadêmico.
Uma necessidade
que surgiu
no
desenvolvimento do projeto é continuar a pesquisa para investigar quais seriam as
contribuições das bibliotecas para o desenvolvimento do letramento informacional do bolsista
durante a iniciação científica.
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Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Iniciação científica e o material informacional em bibliotecas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souza, Maria Aparecida Rodrigues de; Medeiros, Brendo Carlos Caetanos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta-se parte do resultado de uma pesquisa de iniciação científica cadastrada no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Durante a investigação procurou-se identificar o papel da biblioteca universitária enquanto provedora do acesso à informação a bolsistas de iniciação científica. Para que o bolsista desenvolva sua pesquisa é preciso competência informacional durante todo processo de investigação, independentemente da área de conhecimento abrangida pelo projeto. Para que ocorra o protagonismo científico cabe ao orientador conduzir o bolsista no processo de educação para informação. O estudo se desenvolveu por meio de pesquisa bibliográfica e análise documental utilizando abordagem qualitativa para compreensão da totalidade do objeto de estudo. O conceito competência informacional na iniciação científica por universitários foi discutido a partir dos pressupostos teóricos de Hatschbach (2002), Campello (2009) e Gasque (2012). Durante o estudo identificou-se a necessidade da instituição investir em programa de ensino-aprendizagem que contemple trabalho colaborativo entre bibliotecários e orientadores para provimento de educação para a informação dos bolsistas. A biblioteca universitária tem papel fundamental no provimento da acessibilidade aos recursos informacionais para quem desenvolve pesquisas.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5607/SNBU2018_112.pdf
7192a360f7c35eb46430ff120ded3ea4
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
GESTÃO DE DADOS DE PESQUISA: UM NOVO DESAFIO DAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
RESEARCH DATA MANAGEMENT: A NEW CHALLENGE OF UNIVERSITY LIBRARIES
Resumo: Analisa as competências requeridas aos bibliotecários na gestão de dados de
pesquisa e no desenvolvimento de metodologias que permitam a verificação, reutilização e a
valorização de construção de conjuntos de dados, assim como o desenvolvimento de novas
formas de pesquisa utilizando dados já produzidos. Considera que os dados de pesquisa
apresentam um papel central dentro do cenário científico mundial e que a gestão e a
disponibilização desses dados para o reúso são preocupações cada vez mais significativas para
pesquisadores, bibliotecários, instituições de pesquisa, agências de fomento e revistas
científicas. Para tanto, foi realizado um estudo exploratório com o objetivo de construir um
referencial teórico a partir da literatura recuperada em bases de dados especializadas, bem
como apontar as responsabilidades requeridas para as bibliotecas universitárias e de pesquisa
começarem a trabalhar com o gerenciamento desses dados. O estudo concluiu que uma gestão
eficiente dos dados é fundamental para o desenvolvimento de pesquisas de alta qualidade e
excelência.
Palavras-chave: Gerenciamento de dados. Bibliotecário de dados. Biblioteca universitária.
Dados de pesquisa.
Abstract: It analyzes the skills required for librarians in the management of research data and
in the development of methodologies that allow the verification, reuse and valorization of data
set construction, as well as the development of new ways of research using data already
produced. It considers that research data has a central role within the world scientific scenario
and that the management and availability of such data for reuse are increasingly significant
for researchers, librarians, research institutions, development agencies and scientific journals.
In order to do so, an exploratory study was carried out, with the objective of constructing a
theoretical reference from the literature retrieved in specialized databases, as well as pointing
out the responsibilities required for university and research libraries to begin to work with the
management of research data. The study concludes that efficient data management is critical
to the development of high-quality and excellent research.
Keywords: Data management. Data librarian. University library. Research data.
�INTRODUÇÃO
Em um momento em que a abertura dos dados de pesquisa vem sendo reconhecida
como uma importante ação da atividade científica, esta comunicação traz um relato sobre as
habilidades e competências necessárias para enfrentar essa realidade.
Apresenta diversos recursos e ferramentas de apoio à gestão de dados de pesquisa
associadas às práticas que visam à verificação, construção e reutilização dos dados, dando
uma visão geral da complexidade desse tema, ao mesmo tempo em que chama atenção para as
novas responsabilidades que estão tendo que ser assumidas pelos bibliotecários de
universidades e instituições de pesquisa, como atores corresponsáveis na construção da
ciência.
A gestão dos dados de pesquisa não é mais uma tendência internacional como muitos
imaginam. Essa é uma prática recorrente no âmbito da pesquisa internacional, que se fortalece
a partir do momento em que as agências de fomento à pesquisa passam a exigir um plano de
gestão de dados aos seus beneficiários. A Comissão Europeia, por exemplo, divulgou
oficialmente, em janeiro de 2017, essa exigência ao noticiar que só libera recursos financeiros
com a entrega de um plano de gestão de dados anexado às propostas dos projetos. Além disso,
ressalta que até 2020 todos os dados produzidos, assim como os resultados das pesquisas por
ela financiadas, deverão estar disponíveis em acesso aberto em repositórios digitais
apropriados.5
No Brasil, essa iniciativa começa a se delinear a partir do Manifesto de Acesso Aberto
a Dados da Pesquisa Brasileira para Ciência Cidadã, lançado pelo Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), com o objetivo de
[...] estimular e apoiar movimentos e iniciativas para Ciência Aberta no
Brasil, traduzidos pelo amplo e irrestrito acesso a fontes primárias de
pesquisa utilizadas por pesquisadores e outros segmentos sociais,
possibilitando o compartilhamento, reprodutibilidade, verificação, avaliação,
reutilização e redistribuição em novos contextos e em pesquisas colaborativas
e interdisciplinares. (INSTITUTO BRASILEIRO DE INFORMAÇÃO EM
CIÊNCIA E TECNOLOGIA, 2017).
Mais recentemente, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP), divulgou, em outubro de 2017, a notícia que considera importante a gestão de
dados como parte fundamental das boas práticas do processo de elaboração da pesquisa, além
da cobrança do devido gerenciamento dos dados gerados, decorrentes dos projetos por ela
financiados. Ressalta, ainda, que um plano de gestão de dados deve responder a duas
5
EUROPEAN COMMISSION. Directorate-General for Research & Innovation. H2020 programme guidelines on fair
data management in horizon 2020. 2016. Disponível em:
<http://ec.europa.eu/research/participants/data/ref/h2020/grants_manual/hi/oa_pilot/h2020-hi-oa-data-mgt_en.pdf>. Acesso
em: 26 dez. 2018
�preservados e
(FUNDAÇÃO DE AMPARO À PESQUISA, 2017).
Diante desse cenário que começa a se configurar no Brasil, houve a preocupação de
tentar apresentar a complexidade em que o tema gestão de dados de pesquisa está inserido,
além de dar destaque ao importante papel das bibliotecas universitárias diante dessa realidade.
Utilizou-se como metodologia um estudo exploratório e descritivo por meio de um
levantamento bibliográfico em bases de dados especializadas, tais como BRAPCI, Lisa,
Emerald, Repositórios Institucionais de Universidades e euroCRIS (Current Research
Information Systems) para buscar o referencial teórico e as experiências de sucesso. Como
resultado desse trabalho são apresentadas as habilidades e práticas que os bibliotecários
dessas instituições terão que dominar para apoiar os pesquisadores nesse processo conjunto de
construção da ciência.
DADOS DE PESQUISA, GESTÃO DE DADOS E INFRAESTRUTURA
O entendimento sobre o conceito de dados ainda é um pouco confuso, pois nos remete
a diferentes realidades pouco conhecidas. O mundo de hoje respira dados e tudo que fazemos
por intermédio de tecnologias pode gerar dados. Desde as mensagens do Twitter, WhatsApp,
Facebook, e-mails, cadastros contendo dados pessoais que preenchemos a todo momento, até
aqueles que estão dentro de bases de dados estatísticas, numéricas. Isto sem falar dos Big
Datas que se apresentam em sua forma bruta e são passíveis de serem processados, analisados
e interpretados. Esses são os grandes bancos de dados que podem ser públicos ou privados,
estruturados ou não, passíveis de análise, de agregação de valor e monitoramento.
Conforme Sayão e Sales (2016, p. 67), os registros contidos nos bancos de Big Datas
comportamento, negócios, formas de governar, de ensinar, inaugurando padrões inéditos de
No entanto, os dados a que nos referimos nesse trabalho não estão relacionados à sua
procedência e sim à sua utilização. Nos referimos aos dados de pesquisa que podem ser
provenientes de diferentes origens.
A produção de conhecimento em grande escala vem, nas últimas décadas, apontando
para a diversificação do modus operandi das atividades científicas, onde sua criação,
desenvolvimento e disseminação não se expressam apenas por intermédio das publicações em
revistas, mas também via captura, análise e processamento de dados.
�Para Dudziak (2016)
Dados de pesquisa são os materiais comumente registrados e aceitos na comunidade
científica como necessários para validar os resultados de pesquisa e incluem: fatos e
estatísticas recolhidas para posterior referência ou análise, documentos (texto,
Word), planilhas (Excel, etc), cadernos de laboratório, cadernos de campo, diários,
questionários, transcrições, fitas de áudio, fitas de vídeo, fotografias, filmes,
sequências de proteínas ou genéticos, respostas de teste, slides, artefatos, amostras,
coleção de objetos digitais adquiridos e gerados durante o processo de pesquisa,
conteúdos de banco de dados (vídeo, áudio, texto, imagens), modelos, algoritmos,
scripts, arquivos de log, software de simulação, metodologias e fluxos de trabalho,
procedimentos operacionais, padrões e protocolos.
Sayão e Sales (2013, p. 6) já apresentam uma outra abordagem, caracterizando-os de
várias formas
[...] de acordo com sua natureza (números, imagens, vídeos, áudio, software, etc.);
origem, que podem ser observacionais (são dados obtidos por meio de observações
diretas), computacionais (são resultados da execução de modelos computacionais ou
de simulações) e experimentais (são provenientes de situações controladas em
bancadas de laboratórios) ou de acordo com seu status no fluxo de trabalho da
pesquisa, que podem ser brutos, crus ou preliminares (são dados que vêm
diretamente dos instrumentos científicos), derivados (são resultados do
processamento ou combinação de dados brutos ou de outros dados) e canônicos ou
referenciais (são coleções de dados consolidados e arquivados geralmente em
grandes centros de dados).
E, segundo os princípios e diretrizes da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico, dados de pesquisa são:
[...] registros factuais (escores numéricos, registros textuais, imagens e sons)
utilizados como fontes primárias para pesquisas científicas, e que são comumente
aceitos na comunidade científica como necessários para validar resultados de
pesquisa. (OECD, 2017, p. 13).
Reconhecemos que dados são elementos complexos e embora representem a base do
conhecimento científico, nem sempre são estruturados, descritos, mantidos e disponibilizados
de forma adequada. Seus propósitos e métodos pelos quais são produzidos variam de acordo
com o campo científico ou com a área ou disciplina em que estão inseridos.
Por outro lado, é possível afirmar que essa realidade de uma ciência orientada aos
dados de pesquisa está em processo de solidificação. As agências de fomento, instituições de
pesquisa e universidades norteiam a submissão dos projetos de pesquisa à apreciação de
financiamentos, desenvolvimento de políticas, diretrizes, modelos e infraestrutura tecnológica
que já estão estruturando-se para apoiar essa nova realidade. (ALBAGLI; ALBAGLI;
MACIEL, 2014).
Nesse sentido, uma boa gestão dos dados se faz necessária demandando novos
conhecimentos e técnicas, cobrindo todas as fases do acesso aos dados, desde a fase de
planejamento, coleta e geração até a visualização e, nesse sentido, ganha importância a
participação de todas as áreas do conhecimento como, por exemplo, a elaboração da gestão e
manutenção de recursos tecnológicos pela ciência da computação, a busca por
�aprimoramentos da análise pela matemática e o know-how da biblioteconomia e
documentação nas fases seguintes de produção de informação: coleta, armazenamento,
recuperação e descarte, além dos fatores que estão presentes em cada uma dessas fases, tais
como privacidade, integração, qualidade, direitos autorais, disseminação e preservação.
A recente valorização desses dados vem levantando uma cadeia de questionamentos a
respeito da criação de políticas de tratamento, organização e disponibilização desses itens e
divulgação dos mesmos. O plano de gestão de dados deve ser tratado como uma carta de
intenções que considere o que realmente é necessário para a preservação, compartilhamento e
reúso dos dados, e além do mais, deve auxiliar os pesquisadores a considerar, ainda na fase de
concepção e planejamento do seu projeto de pesquisa, como os dados serão geridos no
decorrer da pesquisa e como serão posteriormente preservados e compartilhados com a
comunidade científica.
Sayão e Sales (2015, p. 17) esclarecem esta preocupação ao afirmarem que:
A pesquisa científica produz e coleta dados que são muito variados e
heterogêneos e que têm natureza, formatos diferentes e são coletados em
volumes variados e passam por diferentes processos que dependem de cada
disciplina e dos objetivos da pesquisa, portanto é necessário descrever, com
algum grau de detalhe, as principais características desses dados, incluindo a
natureza e origem, escopo e a escala dos dados que serão produzidos. Isto vai
ajudar os revisores e outros pesquisadores a compreenderem os dados, sua
relação com os dados existentes e os possíveis riscos de disseminá-los.
Esses mesmos autores declaram ainda que um plano de gestão de dados deve ser
elaborado e listar os dados que o projeto irá produzir, caracterizando-os em termos de
natureza, origem e processamento; a quantidade de dados que será gerada pela pesquisa; e
deve-se especificar também de que forma os dados serão adquiridos e como eles serão
especificados e processados. Os formatos de arquivo dos dados a serem usados devem ser
declarados e sua escolha deve ser justificada. É importante descrever também a convenção
adotada para dar nomes a seus conjuntos de dados, arquivos e pastas, além de identificar que
medidas se planeja adotar para garantir e controlar a qualidade dos dados. (SAYÃO; SALES,
2015).
Os pesquisadores podem salvar seus dados de pesquisa em nuvens de computação
devido ao acesso pessoal a terabytes de armazenamento ou em repositórios de dados
institucionais ou públicos. Dessa forma, será possível visualizar uma gama de redes informais
de potenciais novas pesquisas e inúmeros compartilhamentos entre aqueles que criam
conhecimento e os que irão reusá-lo.
�Imersos nessa realidade, onde uma enorme quantidade de dados compõe um tsunami
de informação, a complexidade crescente nas pesquisas e a necessidade de gerenciamento dos
processos de gestão desses dados proporcionam o surgimento de infraestruturas tecnológicas
que garantam o seu tratamento e recuperação. Os dados de pesquisa podem permitir uma
melhor compreensão científica como descobertas de novas drogas, melhor compreensão do
clima da Terra, melhor capacidade de examinar a história e a cultura. Contudo, para que os
dados gerados por essas situações possam estar disponíveis aos pesquisadores e a futuros
pesquisadores, é importante investir em infraestruturas capazes de armazená-los e
compartilhá-los. Conforme salientam Sayão e Sales (2014, p. 86):
[...] essas infraestruturas permitem a contextualização das atividades científicas,
otimizam os fluxos de trabalho, tornando a produção mais transparente, além de
padronizá-las e permitir sua avaliação e reavaliação para o bom andamento das
pesquisas, bem como para o reúso de dados e para a viabilização de novas
descobertas.
Para atender a tais demandas existem várias possibilidades de repositórios de dados
públicos disponíveis na Internet que, segundo Corrêa
qualquer pesquisador
pode usar, independentemente da sua filiação institucional, para preservar qualquer tipo de
produção acadêmica. Os exemplos mais conhecidos são os repositórios de uso geral Figshare6
7
Figshare é uma plataforma criada pela Digital Science para compartilhar e exibir os
resultados de pesquisas multidisciplinares e é destinada a pesquisadores, cientistas,
projetos e instituições. Zenodo é uma iniciativa do portal OpenAIRE que dispõe de
infraestrutura adequada para acomodar conjuntos de dados e outros resultados de
investigação de projetos europeus. (CORRÊA, 2016. p. 399).
Ainda podemos destacar o diretório de repositórios denominado Registry of Research
Data Repositories - re3data,8 criado desde 2012, e financiado pela German Research
Foundation (DFG).
Um exemplo de infraestrutura voltada para atender às necessidades dos pesquisadores
é o Current Research Information
descreve um conjunto de objetos de interesse para as atividades de pesquisa e uma série de
ferramentas que possibilitam ao usuário (pesquisador, gestor etc.) a gestão de seus dados de
6
FIGSHARE: data management for institutions. Disponível em: < https://figshare.com>. Acesso em: 26 dez.
2017.
7
ZENODO: research data repositor. Disponível em: <https://zenodo.org>. Acesso em: 26 dez. 2017.
8
RE3DATA: registry of research data repositories. Disponível em: <http://www.re3data.org>. Acesso em: 26
dez. 2017.
�Como desdobramento do CRIS, foi criado o European CRIS com a missão de
promover a cooperação e compartilhar conhecimentos entre a comunidade de informações de
pesquisa e a interoperabilidade da informação de pesquisas. As áreas de interesse também
abrangem bancos de dados de pesquisa, dados relacionados ao CRIS, como conjuntos de
dados científicos, repositórios institucionais (acesso aberto), bem como mecanismos de acesso
e intercâmbio de dados, padrões e diretrizes e melhores práticas para CRIS.
Considerando a grande quantidade de dados de pesquisa, e ainda que esses dados
devem ser preservados e compartilhados para novos usos e reúsos, o grande desafio é o
estabelecimento de uma política nacional criada pelas agências de fomento que possa receber
o apoio das instituições de pesquisa. A valorização de dados de pesquisa está pondo em
evidência a fragilidade da infraestrutura que o bibliotecário terá que tratar, organizar e
disponibilizar.
Assim, pode se dizer que a biblioteconomia contribui para que este cenário de acesso e
uso intenso de dados se desenvolva da melhor maneira possível, buscando identificar e
estudar fatores/características que propiciem ampliação do equilíbrio entre: os atores
envolvidos no processo de produção de dados
infraestrutura para mantê-los.
RESPONSABILIDADE DAS UNIVERSIDADES E DOS BIBLIOTECÁRIOS
Tendo em vista o cenário que se configura, ressaltamos que a responsabilidade desses
profissionais, especialmente daqueles que atuam em universidades e instituições de pesquisa,
se intensifica, não apenas com o encargo de gestor de dados e de informação, mas também
auxiliando os pesquisadores em um nível mais amplo do processo de pesquisa, em vez de se
concentrar unicamente em
388).
Para atender a tal demanda o Quadro 1 apresenta um resumo de um documento criado
pelo grupo de trabalho em E-Science/Research Data Management da Ligue des Bibliothèques
Européennes de Recherche (LIBRE), contendo as dez recomendações sugeridas por essa
associação para as bibliotecas começarem a trabalhar com o gerenciamento de dados de
pesquisa.
�QUADRO 1
RECOMENDAÇÕES DA LIBRE9
(1) Oferecer suporte de gerenciamento de dados de pesquisa, incluindo planos de gestão de dados para
aplicações de concessão, direitos de propriedade intelectual e materiais de informação. Apoiar as
universidades nos planos de gestão de dados e a integração desse gerenciamento com o currículo.
(2) Engajar no desenvolvimento de metadados e padrões de dados e fornecer serviços de metadados
para dados de pesquisa.
bibliotecário de dados.
(4) Participar ativamente no desenvolvimento de políticas de dados institucionais de pesquisa,
incluindo planos de recursos. Incentivar a adoção de políticas de dados abertas apropriadas para o
ciclo de vida dos dados da pesquisa.
(5) Estabelecer contatos e parcerias com pesquisadores, grupos de pesquisa, arquivos de dados e
centros de dados para promover uma infraestrutura interoperável para o acesso, descoberta e
compartilhamento de dados.
(6) Apoiar o ciclo de vida dos dados de pesquisa fornecendo serviços de armazenamento, descoberta e
acesso permanente.
(7) Promover a citação de dados de pesquisa aplicando identificadores persistentes para esses dados.
(8) Produzir um catálogo de dados institucional ou um repositório de dados, dependendo da
disponibilidade de infraestrutura.
(9) Ficar envolvido com a prática específica de gerenciamento de dados.
(10) Oferecer ou mediar o armazenamento seguro para dados de pesquisa dinâmicos e estáticos em
cooperação com as unidades de TI e/ou busca e exploração de serviços da nuvem apropriados.
Fonte: Versão em português adaptada do documento original da E-Science/Research Data Management da Ligue
des Bibliothèques Européennes de Recherche (LIBRE)
Outro documento que também mereceu destaque foi apresentado pelo grupo de
trabalho da Research Data Aliance (RDA) no congresso anual da Federação Internacional de
Associações de Bibliotecas (IFLA), em agosto de 2015. Este dá uma visão geral dos recursos
úteis e das ferramentas on-line livres que podem servir para integrar a gestão de dados
científicos no trabalho prático dos bibliotecários. O Quadro 2 apresenta de forma resumida
esse documento denominado 23 coisas: Bibliotecas e Dados Científicos.10
QUADRO 2 - 23 COISAS: BIBLIOTECAS E DADOS CIENTÍFICOS
Recursos e Ações Práticas de Aprendizagem
Os bibliotecários devem aprender como aplicar os
princípios da Biblioteconomia e da Ciência da
Informação para resolver problemas e providenciar
novos serviços relacionados com a Gestão de Dados
Científicos.
1-Lista das 10 recomendações da LIBER
2-Tesauro de e-Science
3-Ciclo de vida dos dados
4-Formação online para Bibliotecários
5-Curadoria Digital
6-Guias sobre Gestão de Dados
CHRISTENSEN-DALSGAARD, Birte. et al. Ten recommendations for libraries to get started with
research data management: final report of the LIBER working group on e-science / research data management.
ligue des bibliothèques européennes de recherche (LIBER). 2012. Disponível em: < http://libereurope.eu/wpcontent/uploads/The%20research%20data%20group%202012%20v7%20final.pdf.>. Acesso em: 26 dez. 2017.
10
THE RESEARCH DATA ALLIANCE (RDA). 23 Things: Libraries for Research Data. 2015. Disponível em:
<https://www.rd-alliance.org/system/files/documents/23Things_Libraries_For_Data_RDA.pdf>. Acesso em: 26
dez. 2017.
�Dados de referência e disseminação
Os bibliotecários devem responder a questões dos
usuários e realizar atividades de disseminação para
diagnosticar as necessidades dos pesquisadores e
estudantes no domínio da Gestão dos Dados.
Planos de Gestão de Dados
Os bibliotecários devem se familiarizar com os
requisitos das agências de fomento à pesquisa
providenciando consultoria aos pesquisadores para
apoiá-los na elaboração e implementação dos seus
Planos de Gestão de Dados.
Letramento de Dados
Os profissionais das bibliotecas devem incluir os
Dados nos programas de Letramento de Informação,
para reconhecer as necessidades de dados que seus
usuários têm e a capacidade de localizá-los, avaliálos e utilizá-los.
Metadados
Os bibliotecários devem apoiar a organização,
classificação e descrição dos dados de pesquisa e
desenvolver normas e esquemas de metadados para
tornar os dados mais facilmente pesquisáveis e
preserváveis.
Citação de dados
Os bibliotecários devem apoiar a promoção dos
dados na pesquisa científica e acadêmica,
incentivando a citação de dados, facilitando a
atribuição de identificadores persistentes para
conjuntos de dados e para a criação de interligações
entre publicações e dados, e ainda ajudando os
utilizadores a atribuírem os devidos créditos aos
produtores de dados.
Licenças e Privacidade
Os bibliotecários devem apoiar os investigadores a
partilharem seus dados usando as licenças
apropriadas e simultaneamente proteger a
informação confidencial.
Preservação Digital
Os bibliotecários devem trabalhar com a comunidade
arquivística para desenvolver e implementar
infraestruturas e práticas que assegurem que as
coleções de dados são acessíveis e reutilizáveis em
cinco, vinte, cinquenta, cem anos ou mais.
Repositórios de Dados
Muitas bibliotecas disponibilizam repositórios
institucionais para permitir que os seus utilizadores
publiquem e arquivem os seus dados, ou auxiliem na
7-Conduzindo uma entrevista sobre os dados e
a sua gestão
8-Criando o seu Perfil de Curadoria de Dados
9-Kits de Disseminação
10-Perguntas sobre Gestão de Dados
11-DMPTool
12-Data Information Literacy
13-Metadata Standards
14-DataCite
15-Licenças aos Dados
16-Lista de Discussão: DATA-PROTECTION
17-Vocabulários e normas para arquivos
digitais, Registro COPTR,
18-re3data.org
19 repositórios: figshare, Zenodo, Open
Science Framework, ou DataVerse
�identificação do repositório apropriado para um
determinado financiador ou disciplina.
Comunidades de Prática
Os bibliotecários colaboram entre eles e através de
uma comunidade mais ampla de investigadores,
tecnólogos, financiadores e editores para desenvolver
soluções e partilhar boas práticas de gestão de dados.
20-Comunidades de Gestão de Dados
21-National Data Service
22-Conferências anuais
23-Junte-se à Research Data Alliance
(concluído)
Fonte: Versão em português adaptada do documento original da Research Data Alliance (RDA)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme esse estudo apresenta, bibliotecas universitárias e de pesquisa estão tendo
que repensar o seu papel para proporcionar um melhor atendimento às demandas ora
apresentadas por seus pesquisadores durante o processo de produção do conhecimento.
Historicamente o bibliotecário sempre teve a função de intermediador na busca e
recuperação da informação junto a seus usuários. No entanto, com o avanço da tecnologia e
especialmente da Web essa intermediação se distanciou devido às facilidades que os sistemas
de busca e bases de dados foram se apresentando, dando maior autonomia aos pesquisadores.
Hoje, esse quadro mudou. Com a valorização dos dados nos processos de construção
da ciência, uma nova realidade se apresenta no mundo cientifico, que se fortalece quando as
agências de fomento à pesquisa internacionais e nacionais começam a exigir planos de gestão
de dados anexados aos projetos, como contrapartida para a liberação dos recursos financeiros
pleiteados pelos pesquisadores.
Se por um lado essa decisão está deixando a comunidade científica extremamente
oportunidade de trabalho para o bibliotecário que lida com sistemas digitais e tecnologia. O
bibliotecário de dados é aquele que poderá ajudar os seus usuários-pesquisadores no
desenvolvimento de um projeto de gestão de dados, além de poder recomendar as melhores
práticas que possam garantir o bom desempenho de sua produção. No mais, conhecendo e
dominando todas as ferramentas, normas e padrões, assim como os procedimentos legais de
curadoria e de gestão relacionadas aos dados, o bibliotecário poderá será considerado um
coadjuvante ou, até mesmo, um coautor do desenvolvimento científico.
�REFERÊNCIAS
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Kristin. The Fourth Paradigm: Data-Intensive Scientific Discovery, 2009. Disponível
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ALBAGLI, Sarita; ALBAGLI, André Luiz; MACIEL, Maria Lucia. E-science, ciência aberta
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Ciência da Informação, v. 7, n. 1, jan./jun. 2014.
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<http://www.planejamento.gov.br/secretarias/upload/arquivo/governoaberto/copy_of_manual
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BUDAPEST DECLARATION. In: OPEN SOCIETY INSTITUTE CONFERENCE,
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Porto Alegre, 2014. Disponível em: <
http://sedici.unlp.edu.ar/bitstream/handle/10915/62987/Documento_completo__.pdfPDFA.pdf?sequence=1>. Acesso em: 31 out 2017.
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Gestão de dados de pesquisa: um novo desafio das bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Henning, Patrícia; Silva, Maria Helena Ferreira Xavier da et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa as competências requeridas aos bibliotecários na gestão de dados de pesquisa e no desenvolvimento de metodologias que permitam a verificação, reutilização e a valorização de construção de conjuntos de dados, assim como o desenvolvimento de novas formas de pesquisa utilizando dados já produzidos. Considera que os dados de pesquisa apresentam um papel central dentro do cenário científico mundial e que a gestão e a disponibilização desses dados para o reúso são preocupações cada vez mais significativas para pesquisadores, bibliotecários, instituições de pesquisa, agências de fomento e revistas científicas. Para tanto, foi realizado um estudo exploratório com o objetivo de construir um referencial teórico a partir da literatura recuperada em bases de dados especializadas, bem como apontar as responsabilidades requeridas para as bibliotecas universitárias e de pesquisa começarem a trabalhar com o gerenciamento desses dados. O estudo concluiu que uma gestão eficiente dos dados é fundamental para o desenvolvimento de pesquisas de alta qualidade e excelência
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5603/SNBU2018_111.pdf
ba868df723add8b9b2aa254af8e110f1
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O DESAFIO DE GERIR PESSOAS EM
AMBIENTE PÚBLICO: PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO PÚBLICO INTERNO
COM NOVA GESTÃO NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), PARAÍBA, BRASIL
UNIVERSITY LIBRARY AND THE CHALLENGE OF MANAGING PEOPLE IN PUBLIC
ENVIRONMENT: INTERNAL PUBLIC SATISFACTION SURVEY WITH NEW
MANAGEMENT IN THE CENTRAL LIBRARY OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF
CAMPINA GRANDE (UFCG), PARAÍBA, BRAZIL.
Resumo: Gerir pessoas é tarefa árdua e prazerosa a medida que o tempo de relacionamento
entre as partes avança. As pessoas são o principal ativo da empresa. No ambiente público,
especificamente, no ambiente universitário, às variações de políticas públicas não
recompensam financeiramente os servidores, muitas vezes os danos são maiores à imagem do
servidor perante o público atendido do que o a realização de suas funções. Cabe a gestão
buscar estratégias que favoreçam um ambiente motivador ao desempenho das funções dos
servidores contribuindo para o reconhecimento da importância desse sujeito para toda a
sociedade. Esta pesquisa objetivou verificar a receptividade dos servidores da Biblioteca
Central da UFCG quanto a atuação da gestão administrativa e as ações realizadas para
melhorias dos processos de trabalho. Utilizou-se a ferramenta enquete fácil e questionário
impresso para os servidores com dificuldades de operacionalizar computadores e recursos de
internet, contendo 34 questões, sendo 32 objetivas e 2 subjetivas. O período de coleta foi
amplo e democrático, onde tanto os que responderam pelo site quanto os que responderam
pelo questionário impresso, não precisaram se identificar e todas as respostas foram
consideradas para a análise quanti-qualitativa da pesquisa. Dos resultados obtidos, pode-se
observar uma excelente receptividade das ações implementadas, principalmente nas que estão
diretamente relacionadas com o reconhecimento do trabalho dos servidores e melhoras na
infra-estrutura predial e dos processos de informação tecnológica e de comunicação interna.
Os desafios são muitos, mas todos possíveis de serem superados com o esforço mútuo da
gestão com os servidores.
Palavras-chave: Biblioteca universitária - gestão. Gestão de pessoas
Estratégia gestão - pessoas.
serviço público.
Abstract: Managing people is an arduous and pleasurable task as the time of relationship
between the parties moves forward. People are the main asset of the company. In the public
environment, specifically in the university environment, the variations of public policies do
not reward financially the servers, often the damages are greater to the image of the server
�before the attended public than the accomplishment of its functions. It is up to the
management to seek strategies that favor a motivating environment to the performance of the
functions of the servers contributing to the recognition of the importance of this subject for
the whole society. This research aimed to verify the receptivity of the servers of the UFCG
Central Library regarding the performance of administrative management and the actions
taken to improve work processes. We used the easy poll tool and printed questionnaire for the
servers with difficulties to operate computers and internet resources, containing 34 questions,
32 of which were objective and 2 were subjective. The collection period was broad and
democratic, where both respondents through the site and respondents through the printed
questionnaire did not need to identify themselves and all responses were considered for the
quantitative-qualitative analysis of the research. From the obtained results, one can observe an
excellent receptivity of the implemented actions, mainly in those that are directly related to
the recognition of the work of the servants and improvements in the building infrastructure
and the processes of technological information and internal communication. The challenges
are many, but all are possible to overcome with the mutual effort of the management with the
servers.
Keywords: University library - management. Management of people - public service.
Strategy - management - people.
1 INTRODUÇÃO
Em julho de 2016, fomos provocados pelo Reitor em exercício, Professor Edilson,
quanto a possibilidade de vir trabalhar na gestão da Biblioteca Central, na cidade de Campina
Grande e consequentemente assumir o papel de gestor do Sistemoteca em virtude de
problemas recorrentes que vinham impossibilitando o andamento dos processos
administrativos necessários para colocar as bibliotecas da Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) no merecido local de destaque que todas merecem. Estava há mais de dez
anos desempenhando minha função de diretor de Biblioteca Setorial no campus de Cuité,
onde, auxiliamos o desenvolvimento de ferramentas administrativas para dar suporte ao
desempenho de atividades necessárias ao atendimento das demandas dos usuários, como
exemplo, o sistema eletrônico de empréstimo de livros, modificação de layout da planta baixa
da biblioteca, ordenamento de manuais de elaboração de monografias e catalogação dos
materiais técnicos do acervo, treinamentos técnicos para a equipe de trabalho, pesquisas no
Sistemoteca e desenvolvimento de projetos de extensão junto a comunidade circunvizinha do
campus de Cuité PB.
O desafio era sabido e não poderíamos nos furtar a enfrentar o mesmo, pois, ao longo
de todo o tempo em que somos servidores da UFCG, tínhamos a angustia de contribuir para
um Sistemoteca de qualidade e de condições semelhantes a demais outros sistemas de
bibliotecas em que outras instituições de ensino superior já desenvolveram e tem.
�Administrativamente a Biblioteca Central da UFCG tem desafios tanto no aspecto técnico
quanto no aspecto gerencial das pessoas que lá trabalham e compartilham seu cotidiano.
1.1 OBJETIVO GERAL
Verificar a receptividade dos servidores da Biblioteca Central da UFCG quanto a
atuação da nova gestão administrativa e as ações realizadas para a melhoria dos processos de
trabalho.
1.2 JUSTIFICATIVA
A liderança sempre foi um dos tópicos de maior importância para os estudiosos e
práticos, e o interesse atual é intenso porque as organizações lutam para sobreviver em nosso
mundo competitivo. Na busca de obter resultados por intermédio de pessoas, o administrador
vive com a missão de liderar profissionais.
Não é apenas o domínio de alguns poucos membros da alta gerência. Hoje em dia a
liderança se caracteriza pela habilidade de assumir responsabilidades em todos os níveis de
gerenciamento, inclusive a resultados de excelência de forma descentralizada (equipe,
projetos, times, etc). Isso é verdade porque os funcionários iniciantes geralmente apresentam
falta de experiência. A liderança envolve influenciar outros a alcançar objetivos que são
importantes para eles e para a organização.
Embora seja uma função importantíssima no gerenciamento, não é a mesma coisa; o
gerenciamento lida com as complexidades, que requer a preservação da ordem e da
consistência.
A liderança, por sua vez, lida com as mudanças em meio às variações e
transformações. Por isso, se faz fundamental realizar este estudo na empresa proposta tendo
em vista ser de fundamental importância a análise do papel da liderança no alcance das metas
e objetivos do Sistemoteca da UFCG.
2 GESTÃO DE PESSOAS: desafios
Há uma clara divisão, não proporcionada pelas gestões que já atuaram na BC, entre os
servidores pela finalidade de seu trabalho, ou seja, a função tem influenciado no
comportamento de alguns servidores em questões de trabalho a tal ponto em que há barreiras
�para um bom fluxo na consecução de projetos necessários para o engrandecimento da
biblioteca.
O desafio continua enorme mesmo após 365 dias de gestão, contudo, com a pesquisa
apresentada, temos um norte a seguir e um porto seguro nos encaminhamentos que os
próprios servidores deram de contribuição para que a gestão possa continuar a alcançar metas
e objetivos necessários para que a Biblioteca Central permaneça continuamente em
crescimento, padronização e qualificação de seus serviços aos seus usuários.
Aqui é necessário pensar que o desafio de gerir na Biblioteca Central (BC) torna-se
maior em virtude da própria estrutura estabelecida pela forma de entrada dos servidores e da
cultura arraigada em muitos dos que atuam na BC. Não podemos mais pensar o mundo, e
consequentemente nossos usuários, como há décadas atrás.
É preciso passar a ver a empresa como resultado de encontros multidisciplinares. Para
chegar a esse estágio, deve-se começar a levantar as habilidades, conhecimentos e
competências das pessoas e equipes da empresa, descentralizando a coordenação de fato para
os gestores.
Com isso haverá o momento em que o local de trabalho será uma espécie de área de
lazer dessas pessoas, pois as atividades produtivas serão colocadas em prática de qualquer
ponto do mundo.
A gestão de pessoas em uma organização é, na atualidade, elemento preponderante
para investimento dos gestores, pois é na obtenção de profissionais qualificados e motivados
que reside à garantia de resultados empresariais. Para Gil (2001, p. 17), a gestão de pessoas
pode ser conceituada como sendo:
[...] a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que atuam nas
organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto individuais.
Constitui, a rigor, uma evolução das áreas designadas no passado como
Administração de Pessoal, Relações Industriais e Administração de Recursos
Humanos. Essa expressão aparece no final do século XX e guarda similaridade com
outras que também vêm popularizando-se, tais como Gestão de Talentos, Gestão de
Parceiros e Gestão do Capital Humano.
Para que as pessoas possam trabalhar satisfatoriamente em equipe, ou seja, para que
as pessoas possam produzir resultados, a gestão, outra peça fundamental no meio empresarial,
precisa desempenhar muitas funções ativadoras. Dentre estas funções, sobressai a liderança.
O líder precisa saber como lidar com pessoas e, para isto, a principal ferramenta
gerencial existente é a liderança, por direcionar as pessoas em função do alcance dos objetivos
organizacionais. Além disso, a habilidade de liderança não é nata, nem privativa de alguns
�poucos superdotados. Ela tem de ser apreendida e incorporada ao comportamento do líder
para fazer parte do seu cotidiano de trabalho.
Liderar não significa apenas ter seguidores, mas saber quantos líderes se conseguiu
criar entre esses seguidores. A essência da liderança só é possível praticar, sentir, intuir, ou
desenvolver em nossa própria essência; o verdadeiro líder está em busca contínua de
evolução.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Toda pesquisa é feita pelo confronto entre seus dados, suas evidências e as
informações coletadas sobre determinado assunto e o conhecimento teórico acumulado a
respeito dele. Em geral, isso se faz a partir de estudo de um problema, que ao mesmo tempo
desperta o interesse do pesquisador e limita sua atividade de pesquisa a uma determinada
porção do saber, a qual ele se compromete a construir naquele momento (LUDKE, 1986).
3.1 TIPO E NATUREZA DO ESTUDO
O trabalho em questão trata-se de uma pesquisa descritiva, na qual pretende-se avaliar
a influência da liderança gerencial no Sistemoteca da UFCG pela visão dos servidores da
Biblioteca Central da UFCG, visando captar o máximo de informações acerca do objeto de
estudo, ao mesmo tempo em que percebe-se neste tipo de pesquisa, as melhores condições de
resposta às indagações quando do início deste trabalho. De acordo com Cervo e Bervian
(1996, p. 49), a pesquisa descritiva:
Observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômeno (variáveis) sem
manipulá-los. Procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um
fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e características.
Busca conhecer as diversas situações e relações que ocorrem na vida social,
política, econômica e demais aspectos do comportamento humano.
Considerando o modelo de pesquisa de Vergara (2006, p.47), esta pesquisa se
caracteriza como estudo de caso, pesquisa de campo, e bibliográfica quanto aos meios.
�3.2 CARACTERIZAÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA
Para a pesquisa ora apresentada consideramos como universo de trabalho todos os
servidores da Biblioteca Central da UFCG. Todos tiveram acesso e possibilidades de conhecer
o instrumento de coleta de dados e oportunidade de participar da pesquisa.
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
Conforme as características
da população a ser pesquisada e pelos objetivos
pretendidos com essa pesquisa, utilizar-se-á o questionário. Para Minayo (1998, p. 89):
[...] é a forma mais usada para coletar dados, pois possibilita medir com melhor
efere-se a um meio de
obter respostas às questões por uma fórmula que o próprio informante preenche.
Assim, qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a experiência de
responder a um questionário. Ele contém um conjunto de questões, todas
logicamente relacionadas com um problema central.
Segundo Laville e Dionne (1999) a principal vantagem do questionário padronizado
como instrumento de coleta de dados é o fato de ser um instrumento que se mostra econômico
no uso, permitindo alcançar rápida e simultaneamente um grande número de pessoas.
3.4 TRATAMENTO DOS DADOS
O questionário proposto aos servidores foi disponibilizado de forma on line e também
impresso, sendo que a maioria dos participantes da pesquisa optou por responder o
questionário impresso.
4 RESULTADOS DA PESQUISA
Inúmeros são os conceitos existentes de liderança. Chiavenato (1994, p. 147),
descrevesituação e dirigida através do
Diante deste conceito, vê-se que a influência entre as pessoas é o principal elemento
para se trabalhar uma equipe. Para isto, o relacionamento existente entre elas é de suma
�importância. Para o líder, não basta uma convivência pacífica com seus comandados ou
companheiros de equipe. O líder precisa utilizar a convivência para influenciar as pessoas a
aplicarem todos os seus recursos visando a realização de planos.
Seu comportamento na equipe, porém, deve ser levado em conta para que possa
exercer uma influência positiva. Deve-se fazer respeitado, agir corretamente, ter uma boa
comunicação, dedicar tempo para orientar as pessoas. Agindo desta forma, seu poder de
influência estará fortalecido e ele terá melhores condições de exercer a sua função.
5 RESULTADOS
100 % respondeu SIM
96% respondeu SIM
100% respondeu SIM
�77% responderam EXCELENTE e BOM
81% responderam EXCELENTE E BOM
62% responderam EXCELENTE e BOM
�96% responderam ACERTADA E NECESSÁRIA
69% responderam EXCELENTE E BOM
80% responderam ACERTADO e NECESSÁRIO
69% responderam SATISFATÓRIO
�100% responderam SIM
92% responderam que SIM
46% responderam QUE NÃO SABIA DO CONVÊNIO
�50% responderam QUE DEVE-SE DAR OPORTUNIDADE AS PESSOAS
54% ESPERAVAM MUITO POR ESTA IMPLANTAÇÃO
100% responderam QUE É IMPORTANTE SIM
73% responderam QUE É EXCELENTE E BOM
�92% responderam QUE SIM
100% responderam que SIM
69% responderam que É ACERTADO
96% responderam que SIM
�96% responderam que SIM
100% responderam QUE SIM
100% responderam QUE SIM
92% responderam EXCELENTE e BOM
�84% responderam EXCELENTE e BOM
88% responderam EXCELENTE e BOM
23% TEM TODA A SUA VIDA DE TRABALHO NA BIBLIOTECA CENTRAL
50% responderam ESCOLHA PRÓPRIA
�54% responderam que SENTIAM MOTIVAÇÃO EM TRABALHAR NA BC
35% AGUARDAVAM MELHORIAS
88% SENTEM CONFIANÇA E ESTÁ MOTIVADO EM SER RECONHECIDO
Pergunta:
Imagine que você assumiu a direção da Biblioteca Central da UFCG por um dia. E se fosse possível
realizar uma ação, qual realizaria?
Inscrição
12/09/2017
20:18:59
13/09/2017
11:13:55
13/09/2017
18:17:06
Respostas
Não me sinto capaz de dá uma opinião.
Um curso de atendimento ao público com todos os servidores.
Colocaria uns dias a mais nos empréstimos (30 dias) e deixaria dois ou três dias para
que os alunos pudessem renovar seus livros. pois renovar por um dia é muito pouco.
�19/09/2017
09:47:09
19/09/2017
11:43:23
09/10/2017
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19:37:25
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19:42:29
09/10/2017
19:53:24
Implantaria novos computadores em maior quantidade existente para atender
melhor os usuários internos e externos.
Realizar uma pesquisa de opinião ao usuário, onde todos que deixarem seus materiais
na recepção, preencheriam um questionário de 5 perguntas.
As perguntas versariam sobre: * 2 perguntas a respeito de ações que a biblioteca
pretende implantar * 2 perguntas a respeito dos atuais serviços disponíveis *
1 pergunta sobre sugestões do usuário.
Um dia é pouco, mas me preocuparia em consertar o elevador e instalações
dos ar condicionados nos locais que faltam.
Treinamento de usuários para uso adequado e consciente dos materiais
informacionais oferecidos para a comunidade.
Treinamento aos servidores e terceirizados para atendimento ao público em geral.
Continuar o trabalho do atual diretor.
A implementação ou ajuste do elevador para fácil mobilização.
Organizar cada vez melhor a biblioteca central da UFCG. Sejam realizadas
mensalmente, reunião com todos os servidores da Biblioteca Central da UFCG.
Solicitar as empresas terceirizadas, mais funcionários de apoio para a limpeza
da biblioteca, principalmente do sexo masculino, para os serviços pesados.
-Minha ação: convidar um bom palestrante para dar uma palestra para todos os
funcionários sobre: irmandade, solidariedade, respeito e amor ao próximo.
Depois da palestra comemorar com comes e bebes em um bom restaurante,
todo pago pelo diretor.
-Climatização de todas as dependências da biblioteca central da UFCG.
Na ausência da direção deixaria alguém encarregado para resolver possíveis
problemas (ter sempre alguém disponível) -Colocaria ar condicionado nas salas.
Mudaria o empréstimo para o 1 andar.
Melhorar a disponibilidade de computadores para a pesquisa dos alunos.
Números insuficiente.
Pergunta:
Por fim, e já agradecendo a sua participação, se for de sua vontade, registre alguma colaboração,
sugestão ou crítica construtiva para a atual gestão da Biblioteca Central da UFCG.
Inscrição
Respostas
12/09/2017
20:18:59
13/09/2017
11:13:55
13/09/2017
18:17:06
19/09/2017
09:47:09
Formar parcerias com a iniciativa privada e sensibilizar ex alunos a fazerem
doações.
19/09/2017
11:43:23
09/10/2017
16:51:33
09/10/2017
17:00:24
Que a BC contonue subindo nas meçlhoras implantadas.
Minha opinião é que nos três turnos deveria ter alguém responsável pela direção,
para alguns problemas que possam existir.
Que continue tentando melhorar e buscar novas formas de melhor contribuir para a
melhoria da qualidade dos serviços prestados pela BC
A gestão poderia criar um comitê de biblioteca, composto por 2 bibliotecários,
2 estudantes, e 2 docentes, o qual teria o objetivo de conseguir a aprovação de
reivindicações junto à Reitoria sobre os diversos assuntos
(material, informacional, estrutural, renovação de acervo, etc)
Sei das dificuldades, sei do esforço da direção em fazer o melhor. Apenas parabenizar.
Tenho convicção de que a direção tem agido de forma acertada, tanto nas decisões
administrativas quanto nas relações interpessoais, e, que, as mudanças ocorridas
melhoraram o ambiente de trabalho e proporcionaram crescimento profissional.
�09/10/2017
18:12:42
09/10/2017
18:20:09
09/10/2017
18:28:39
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18:45:23
09/10/2017
18:49:28
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19:03:24
09/10/2017
19:53:24
09/10/2017
20:18:57
Quando for chegando funcionários novos para trabalhar na biblioteca,
apresentar em cada setor de trabalho.
Que a direção continue a fazer o trabalho que esta fazendo, pois a maioria dos
funcionários estão satisfeito.
A direção em geral é razoável até ótima. Atende as necessidades dos alunos e
profissionais da biblioteca, não dando motivo para críticas.
Que todos os servidores seja, tratados por igual. A participação de todos é muito
importante e pode fazer a diferença na biblioteca central da UFCG.
Treinamento para os servidores e terceirizados: como atender o público.
-Minha sugestão: direitos iguais para todos.
Agradecer pela dinâmica em tentar humanizar a nossa classe, alguns parceiros
muito resistentes a novas mudanças. Eu gosto de gente doida (Ariano Suassuma)
Colocar um bibliotecário para dar assistência aos usuários nas estantes. Mais terminais
de computadores para facilitar nas pesquisas feitas pelos usuários.
Não se desfazer do acervo mais antigo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pelo exposto nas respostas dos participantes da pesquisa, tem-se claramente que a
atual gestão tem trilhado um caminho coerente e acertado em suas decisões e,
consequentemente, tem atingido os anseios e metas dos próprios servidores que esperavam
pelas melhorias e atuação de uma gestão mais democrática e eficiente.
Há muitos pontos a serem melhorados, muitos objetivos a serem alcançados, mas, pelo
que se percebe, o caminho esta sendo trilhado de forma firme e focada em permitir melhorias
que possam contribuir para um espaço de trabalho cada vez mais harmonioso, tranquilo,
especializado e voltado para os anseios dos servidores e dos usuários da biblioteca como um
todo.
Também é interesse desta gestão ter um Sistemoteca integrado, atuante e
modernizado, permitindo a todos os profissionais envolvidos nas demais bibliotecas, uma
padronização dos serviços, respostas padronizadas dos serviços oferecidos e amplitude
qualitativa da oferta de mecanismos que possam proporcionar o acesso a informação e
contribuir para o melhoramento dos índices quantitativos da UFCG em suas áreas
administrativas e pedagógicas. Ouvir os servidores muito contribuirá para se ter uma gestão
mais madura, focada e alinhada aos que se precisa para ter-se um Sistemoteca amplo,
moderno e de qualidade.
Esperamos com o suporte dado tanto pela Reitoria quanto pelos demais Diretores de
centro, além dos próprios servidores que atuam na Biblioteca Central, ter possibilidade de
contribuir cada vez mais com as melhorias já implantadas e que serão em breve apresentadas
aos usuários internos e externos.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Biblioteca universitária e o desafio de gerir pessoas em ambiente público: pesquisa de satisfação do público interno com nova gestão na Biblioteca Central da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), Paraíba, Brasil.
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Kilvya, Jesiel Ferreira Gomes; Braga,Simone de Leão
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Gerir pessoas é tarefa árdua e prazerosa a medida que o tempo de relacionamento entre as partes avança. As pessoas são o principal ativo da empresa. No ambiente público, especificamente, no ambiente universitário, às variações de políticas públicas não recompensam financeiramente os servidores, muitas vezes os danos são maiores à imagem do servidor perante o público atendido do que o a realização de suas funções. Cabe a gestão buscar estratégias que favoreçam um ambiente motivador ao desempenho das funções dos servidores contribuindo para o reconhecimento da importância desse sujeito para toda a sociedade. Esta pesquisa objetivou verificar a receptividade dos servidores da Biblioteca Central da UFCG quanto a atuação da gestão administrativa e as ações realizadas para melhorias dos processos de trabalho. Utilizou-se a ferramenta enquete fácil e questionário impresso para os servidores com dificuldades de operacionalizar computadores e recursos de internet, contendo 34 questões, sendo 32 objetivas e 2 subjetivas. O período de coleta foi amplo e democrático, onde tanto os que responderam pelo site quanto os que responderam pelo questionário impresso, não precisaram se identificar e todas as respostas foram consideradas para a análise quanti-qualitativa da pesquisa. Dos resultados obtidos, pode-se observar uma excelente receptividade das ações implementadas, principalmente nas que estão diretamente relacionadas com o reconhecimento do trabalho dos servidores e melhoras na infra-estrutura predial e dos processos de informação tecnológica e de comunicação interna. Os desafios são muitos, mas todos possíveis de serem superados com o esforço mútuo da gestão com os servidores.
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pt
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
AVALIAÇÃO CENTRADA NO USO DAS COLEÇÕES: ESTUDO PILOTO NA
COLEÇÃO DE LASTRO PELO MÉTODO DE FATOR DE USO E REGRA 80-20
EVALUATION CENTERED IN THE COLLECTION USE: COVERAGE COLLECTION
PILOT STUDIES THROUGH THE USAGE FACTOR AND RULE 80-20
Resumo: A atividade de avaliação de coleções possibilita ao bibliotecário gestor das coleções
conhecimento de áreas núcleo e periférica das coleções ou de parte dela. Esse estudo teve
como objetivo testar dois métodos centrados no uso da coleção, sendo eles o Fator de Uso e a
Regra 80-20. Para tanto foram selecionados dois componentes curriculares do curso de
Biblioteconomia e Documentação (UFBA) tendo como unidade de análise os livros elencados
nas bibliografias básica e complementar. Os resultados direcionam a tomada de decisão por
parte do bibliotecário, em conjunto com o docente responsável pelos componentes, a fim de
manter as coleções em um nível satisfatório de atendimento das necessidades informacionais
da comunidade de usuários. Concluí que a avaliação centrada no uso das coleções e os
métodos de Fator de Uso e Regra 80-20 foram viáveis para o objetivo do estudo.
Palavra-chave: Avaliação de coleção. Uso das coleções.
Abstract: The activity of collection eval
objective two methods centered in the collection use, those being the Usage Factor and the
Rule 80-20. For such task, two curricular components of the Library Science and
Documentation courses (UFBA) were selected, with the listed books in the bibliography
alongside with the teacher responsible by the components, in order to keep the collections in a
satisfactory level of attending to the informational needs of the user community. I concluded
that the evaluation centered in the collection use and the methods of Usage Factor and the
Rule 80Keywords: Collection Evaluation. Collection Usage.
1 INTRODUÇÃO
A avaliação de coleções compõe o rol das atividades relacionadas com o
desenvolvimento de coleções de materiais informacionais. Quando realizada, fornece insumos
para que o bibliotecário, gestor das coleções, possa tomar as decisões com bases em dados
�que foram examinados com rigor metodológico, direcionando ações que venham a contribuir
para um melhor desempenho das coleções segundo os objetivos de sua formação e
desenvolvimento.
Desse modo o bibliotecário avalia o que foi adquirido por compra, permuta ou doação
após passar por criterioso estudo de seleção pautado nas necessidades de informação da
comunidade de usuários da biblioteca e nos objetivos da biblioteca e da mantenedora
(EVANS, 1995).
Esse estudo tem como objetivo examinar a viabilidade dos métodos Fator de Uso e
Regra 80-20, que tem no uso da coleção sua principal fonte de dados visando, desse modo,
um exame mais acurado com toda a coleção de lastro da Biblioteca do Instituto de Ciência da
Informação (ICI), da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Este trabalho, além da introdução, possui mais quatro seções. A seção dois apresenta
um panorama da avaliação de coleções e, na subseção, a descrição dos métodos de Fator de
Uso e Regra 80-20. Na sequencia, o método de natureza quantitativa e os procedimentos
utilizados para o desenvolvimento desse estudo. Na quarta seção são descritos os dados em
três subseções, a primeira contém os dados da coleção, a segunda os dados de uso e a última
subseção a discussão dos dados, em seguida a conclusão e referências que constituíram a base
do estudo.
2 AVALIAÇAO DE COLEÇÃO
A atividade de avaliação de coleções de matérias informacionais insere-se no elenco
das atividades que compõem o ciclo de formação e desenvolvimento de coleção, visto que, ao
avaliar o acervo, o bibliotecário gestor das coleções terá o mapeamento da intensidade de uso,
e com esse resultado, terá elementos para tomada de decisão no desenvolvimento das
coleções, que tem por objetivo básico atender as demandas informacionais da comunidade de
usuários.
Cabe então ao bibliotecário gestor conhecer as coleções bem como as atividades que
foram relacionadas com a sua formação e as que estão diretamente ligadas ao
desenvolvimento, a fim de gerenciar da melhor forma possível um contexto com forte apelo
do eletrônico/digital e do reduzido número dos recursos humanos, materiais e financeiros que
rodeia o meio ambiente da biblioteca.
Hoje, com o avanço dos sistemas de automatização das bibliotecas, os dados estão
disponíveis, como por exemplo no setor de empréstimo que contém os dados relacionados
com o uso das coleções. Isso que propicia um terreno fértil para estudos em torno das
�coleções
possibilitando ao bibliotecário desenvolver um estudo de avaliação centrada na coleção, visto
que os dados de circulação das coleções estão disponíveis em sistemas automatizados (AGEE,
2005). Hoje esses sistemas disponibilizam um conjunto de dados de natureza quantitativa que
antes era impossível de coletar com tanta rapidez e confiança (BORIN; YI, 2008).
Evans (1995) sinaliza razões internas e externas para avaliar uma coleção, sendo as
internas referentes às necessidades relacionadas ao desenvolvimento de coleções e a dotação
orçamentária, e as externas às necessidades da organização mantenedora bem como a extra
organizacional, o que requer do gestor das coleções um constante monitoramento do meio
ambiente, interno e externo, identificando as possíveis influências para o desenvolvimento de
coleções. O objetivo da avaliação de coleção é identificar áreas da coleção considerada núcleo
e periféricas, as primeiras tem um volume de uso ideal, enquanto que a segunda um volume
de uso considerado baixo.
As abordagens quantitativa e qualitativa (EVANS, 1995; FIGUEIREDO, 1998) que
permeiam o estudo de avaliação de coleções reúnem uma série de técnicas de exame
direcionadas à coleção de livros e periódicos, por exemplo, mas que podem ser estendias a
outras tipologias de matérias da coleção.
Estudos centrados no uso da coleção vêm sendo realizados em distintas áreas do
conhecimento, principalmente no cenário das bibliotecas universitárias. No Quadro 1
selecionamos três desses estudos, realizados em diferentes épocas, 1986, 1996, 2006, que tem
no uso da coleção seu principal método de análise.
Unidade de
análise
Livros das
Borinelli e
Avaliar a coleção de
Comércio
obras da Biblioteca
Exterior
bibliografias
Nascimento
Central Comunitária da
básicas dos
(2006)
Universidade do Vale do
programas
Itajaí
de ensino
Chiara,
Analisar o uso da coleção Áreas de Ciências Livros
Prazeres e
de livros da biblioteca Humanas, Sociais
central da Universidade Aplicadas, Letras,
Luz (1996)
Estadual de Londrina
Linguística
e
Artes
Rzyzanowski Avaliar o uso da coleção
Odontologia
Livros
didáticos
e Monteiro
de livros didáticos da
(1986)
Faculdade de
Odontologia da
Universidade de São
Paulo
Autores(as)
Quadro 1
Objetivo
Área de estudo
Sinopse dos estudos de avaliação de coleções com foco no uso das coleções.
Método
Uso da
coleção, vida
média e
obsolescência
Uso da
coleção
Uso da
coleção
�O interessante dos estudos apresentados no Quadro 1 está nos aspectos metodológicos
de cada estudo, que tem nos dados de volume de circulação das coleções seu potencial de
estudo. Entre os estudos elencados, o de Borinelli e Nascimento (2006) amplia o olhar, ou
seja, acrescenta técnicas bibliométricas que são empregadas em avaliação de coleção, como a
vida média da coleção e obsolescência, que estão direcionadas a tomada de decisões com fins
para desbastamento.
Os resultados dos estudos deram a possibilidade de identificar o estado atual das
coleções, possibilitando tomada de decisões não somente do ponto de vista da biblioteca,
(visto que o bibliotecário gerente das coleções contou com subsídios para promover uma
seleção positiva, seleção para duplicação e um desbastamento) como também do ponto de
vista docente, pois o professor tem um retrato do uso das coleções identificando aqueles
títulos de maior circulação entre o alunado.
2.1 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE COLEÇÃO
Nesta subseção o ponto de atenção serão os métodos de cunho quantitativo e
, visto que compõem a metodologia deste estudo, nesse caso:
fator de uso (BONN, 1977) e Regra 80-20 (TRUESWELL, 1969), que tem por base o uso das
coleções.
O Fator de Uso, também conhecido como Uso Relativo (LANCASTER, 1998) é uma
técnica de análise de natureza quantitativa aplicada às coleções, podendo abranger toda
coleção, parte dela, ou uma coleção especifica (KNIEVEL; WICHT; CONNAWAY, 2006;
BONN, 1974). Por exemplo, como a desse estudo que tem sua atenção na coleção dos livros
relacionados nas bibliografias de dois componentes curriculares, podendo o bibliotecário
avaliador estipular o período de análise bem como a amostragem que fará parte do estudo.
O Fator de Uso refere-se ao volume de circulação, interna ou externa, e é expresso
pelo quociente do total da proporção da circulação pelo total da proporção de títulos (BONN,
1974), dados esses coletados na consulta in loco e/ou pelo empréstimo domiciliar. Nessa
mesma linha de raciocino Figueiredo (1998, p. 106) resulta que o Fator de Uso está
relacionad
O resultado da aplicação do Fator de Uso fornece ao bibliotecário, gestor das coleções,
insumos básicos para tomada de decisão, quer para seleção com fins de duplicação, quer para
o desbastamento, uma vez que identifica classes de assuntos que estão supre utilizadas com
�altos índices de circulação e subutilizadas que detém níveis inferiores de circulação. Isto é,
não correspondendo ao previsto na probabilidade de uso.
um método para determinar o que compreende uma coleção
(1969), chegou à conclusão que 20% dos itens responderam por 80% do volume de
circulação, possibilitando, nesse caso, identificar conjuntos de itens que podem ser
considerados núcleo de uma coleção. A Regra 80-20 é influenciada por vários fatores
relacionados ao uso de uma coleção, e nem sempre a proporção estabelecida chega a coincidir
com os resultados de Trueswell (LANCASTER, 1996). Por outro lado há procedimentos
diferenciados na coleta dos dados, o que pode também causar um viés na Regra 80-20
(NASH, 2016) bem como na análise e interpretação dos mesmos.
Tanto o Fator de Uso como a Regro 80-20 estão relacionados com a compilação de
dados quantitativos extraídos do Setor de Empréstimo de uma biblioteca, constituindo-se sua
principal fonte de dados. Hoje esses dados estão disponíveis graças aos sistemas
automatizados o que possibilita agilidade na coleta, podendo inclusive ser realizada por
características específicas como, por exemplo, tipologia de usuários e/ou da coleção e
período, tornando ágil uma tarefa que antes levava muito mais tempo e possibilidade de falhar
na coleta.
3 MÉTODO E PROCEDIMENTOS
Para examinar o uso da coleção foram selecionados dois componentes curriculares,
ICI014 Introdução a Biblioteconomia e Ciência da Informação e ICI010 Formação e
Desenvolvimento de Coleções, do curso de graduação em Biblioteconomia e Documentação
(UFBA), optando pela abordagem quantitativa descritiva pautada nos métodos de Fator de
Uso (BONN, 1974) e regra 80-20 (TRUESWELL, 1969). Os dados coletados referem-se ao
uso externo que, neste estudo, equivale ao empréstimo domiciliar. O uso interno não foi
examinado visto que não houve viabilidade de coletar dados dessa modalidade de uso da
coleção. A seleção dos componentes curriculares caracteriza o tipo de amostragem, ou seja,
amostragem não probabilística por convivência. E o período de análise compreendeu quatro
anos (2013 a 2016). Vale ressaltar ainda que a seleção de componentes curriculares serviu, só
e somente só, para levantar as unidades de análises não fazendo nenhuma análise de cunho
comparativo entre os mesmos, tratando com uma única coleção.
A coleta dos dados foi realizada no mês de outubro de 2017 e compreendeu os itens
elencados na bibliografia básica e complementar, contidos nos planos de cursos dos
�componentes curriculares selecionados, fornecidos pelo departamento no qual os
componentes curriculares estão alocados. Em seguida foram selecionados aqueles itens
classificados na tipologia de livros e capítulos de livros, constituindo nas unidades de
análises, totalizando 19 títulos, sendo 11 para ICI014 e 8 para ICI010. Com esses dados foi
estruturado um banco de dados no Microsoft Excel contendo os campos de (a) autor, (b)
título, (c) número de classificação, (d) edição, (e) ISBN, (f) quantidade de exemplares e (g)
uso por ano, que correspondeu aos quatro anos, ou seja, 2013 a 2016. Cada componente
curricular foi ofertado a cada primeiro semestre letivo dos anos supracitados.
De posse dos dados de autoria e título passou-se a coletar os dados na base de dados
bibliográfica disponível no site do Sistema de Bibliotecas da UFBA, optando pela a busca
simples. Os dados coletados referem ao uso da coleção relacionada a Biblioteca do Instituto
de Ciência da Informação, unidade universitária que oferece os componentes curriculares
ICI014 e ICI010 e somente aos dados de volume de empréstimo por ano.
Finda a etapa de coleta dos dados, passou-se a agrupar as subclasses do sistema de
classificação adotado pela biblioteca, Classificação Decimal Universal (CDU), nas repetitivas
classes e em seguida procedeu às análises pertinentes. Essas foram realizadas no Microsoft
Excel, iniciando pela análise exploratória dos dados a fim de conhecer melhor a natureza
destes para depois examinar o uso da coleção pela técnica selecionada. Para o cálculo do
Fator de Uso (FU) foi adotada a fórmula:
, para: FU = 1 a coleção tem uso
adequado, FU < 1, denotada a subutilização da coleção e FU > 1 a coleção encontra-se supra
utilizada, ou seja, está além de sua capacidade de atendimento, e para a Regra 80-20 a
distribuição de frequência acumulada para dados não agrupados;
Toda atividade de avaliação de coleções precisa de uma definição de termos a fim de
evitar erros, desse modo definimos alguns termos utilizados nesse estudo.
Circulação serviço de empréstimo.
Desbastamento compreende as atividades de remanejamento e descarte
(FIGUEIREDO, 1998).
Empréstimo externo o mesmo de empréstimo domiciliar.
Exemplar Cada uma das cópias da mesma edição ou tiragem de um documento em
duplicata CUNHA: CAVALCANTI, 2008, p. 161).
Seleção negativa o mesmo que descarte (CUNHA: CAVALCANTI, 2008, p. 118).
Seleção para duplicação refere ao alto de selecionar com base na demanda
reprimida.
Descarte "Operação que consiste em separar ou retirar do acervo de uma biblioteca,
os documentos supérfluos, antiquado
(CUNHA: CAVALCANTI, 2008, p. 118).
Volume de empréstimos quantidade de empréstimo de uma coleção.
�4 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Essa seção encontra-se dividida em três subseções. A primeira apresenta os dados da
coleção proveniente do cotejo dos itens elencados nos planos de curso com o acervo; a
segunda os dados de uso, isto é, Fator de Uso e Regra 80-20; na terceira e última subseção a
discussão dos dados.
4.1 DADOS DA COLEÇÃO
Os componentes curriculares ICI014 Introdução a Biblioteconomia e à Ciência da
Informação e ICI010 Formação e Desenvolvimento de Coleções, compõem o elenco de
componentes
curriculares,
de
natureza
obrigatória,
do
curso
de
graduação
em
Biblioteconomia e Documentação do Instituto de Ciência da Informação da Universidade
Federal da Bahia, localizados na matriz curricular no 1º e 7º semestre respectivamente. Os
títulos examinados compõem a
Miranda (1993, p. 32),
coleção de lastro
cuja categoria de coleção, segundo
visa a oferecer o que é considerado de maior valor e permanência
Após o cotejo das bibliografias com a coleção foram levantadas 19 unidades de
análises, assim a coleção correspondeu a 100% dos itens elencados nos planos de cursos. Em
seguida esses livros foram alocados em sete classes de assuntos da CDU, variando de um
título ao máximo de seis por classe. Na Tabela 1 são descritos a quantidade relativa de título
por classe bem como o número de exemplares que totalizou 135 unidades, sendo incluídas as
várias edições de um mesmo título bem como seu equivalente em língua estrangeria (para
esse fato apenas foi registrada uma ocorrência). Para o período foi estimado uma relação de
7,5 exemplar por título.
Tabela 1 - Relação dos títulos da coleção de
ICI014 e ICI010 (2013-2016)
Classe de
Assunto (CDU)
007
02
023
025
027
316
Total
Fonte: dados do estudo.
Total
Título
Exemplar
3
31
6
37
1
9
5
31
2
22
1
3
19
135
Exemplar
por título
10,3
6,2
9,0
6,2
11,0
3,0
7,5
Pelos dados da Tabela 1 pode-se verificar que a classe 007 possui três títulos e 31
exemplares com a maior relação exemplar por título (10,3) seguida pela classe 027 que conta
�com dois títulos e 11,0 exemplares por títulos. A classe 02 detém a maior quantidade de
títulos (6) e de exemplares (37) enquanto que classe 316 possui a melhor relação
exemplar/título visto que possui apenas um título e três exemplares.
No período de 2013 a 2016 a volume de empréstimos externos correspondeu a 1.992,
com média estimada em 498 empréstimo/ano e desvio padrão igual a 236, uma pequena
variabilidade no uso da coleção. Na Tabela 2 são descritos os dados referentes aos
empréstimos externos, sendo eles: volume, proporção e média de empréstimo. Quanto ao
volume de empréstimos para o período (2013-2016) a classe 002 foi a menor em circulação
totalizando 6 (0,3%), o máximo foi para classe 007 que contabilizou 676 (33,9%)
empréstimos estabelecendo uma média de 169,0 empréstimo por ano.
Tabela 2 Volume de empréstimos externo
da coleção de ICI014 e ICI010 (2013-2016)
Classe de
assunto (CDU)
002
007
02
023
025
027
316
Total
Fonte: dados do estudo.
Total
6
676
520
107
544
110
29
1992
Empréstimo externo
%1192
Média
0,3
1,5
33,9
169,0
26, 1
130,0
5,4
26,8
27,3
136,0
5,5
27,5
1,5
7,3
100,0
498,0
A distribuição temporal do volume de empréstimos externos é apresentada na Tabela
3, sendo descritos o total por ano e por classe. Observa-se assim que as classes 02 e 316
tiveram apenas um registo de saída, 2013 e 2016 respectivamente e, para as demais,
ocorreram registros de saída durante o período analisado. Em 2013 as classes 007 e 025
tiveram alto volume de empréstimos externos ocorridos em 2013 e 2015. Quando analisado o
espaço atemporal essas classes também obtiveram as maiores médias de empréstimo (Tabela
1).
�Tabela 3 Distribuição do volume de empréstimos externo
da coleção de ICI014 e ICI010 (2013-2016)
Classe de
assunto (CDU)
002
007
02
023
025
027
316
Total
2013
6
305
116
51
253
56
787
Período (Ano)
2014
2015
79
195
109
63
8
32
11
201
2
14
209
505
2016
97
232
16
79
38
29
491
Total
6
676
520
107
544
110
29
1992
Fonte: dados do estudo.
4.2 DADOS DO USO DAS COLEÇÕES
Nessa subseção são descritos os dados relacionados ao uso da coleção. Para Chiara,
Prazeres e Luz (19
identificando a coleção núcleo e a coleção periférica, características essas pautadas no volume
de uso num determinado período.
O Fator de Uso refere-se neste estudo ao volume de circulação externa do título no
período analisado (2013-2016), sendo esse apresentado no Quadro 2 que é formado pela
classe de assunto (CDU), total de títulos, probabilidade de uso, exemplares e o Fator de Uso.
A probabilidade de uso refere-se ao uso ideal de uma classe de assunto no determinado
período, visto que qualquer acréscimo de novo título a altera (LANCASTER, 1996). A última
coluna é dedicada ao Fator de Uso FU), sinalizando para as classes com alta ou baixa
intensidade de uso.
Quadro 2 Fator de Uso da coleção de
ICI014 e ICI010 (2013-2016)
Título
Probabilidade Empréstimo Fator de
de uso
Uso
Total
%
Total
%
1
5,26
5,26
6
0,30
0,06
3
15,79
15,79
676 33,94
2,15
6
31,58
31,58
520 26,10
0,83
1
5,26
5,26
107
5,37
1,02
5
26,32
26,32
544 27,31
1,04
2
10,53
10,53
110
5,52
0,52
1
5,26
5,26
29
1,46
0,28
Fonte: dados do estudo.
Classe de
assunto (CDU)
002
007
02
023
025
027
316
�Pelo Quadro 1 podemos visualizar que as classes de assuntos apresentaram
comportamentos diferenciados quanto à probabilidade de uso e ao Fator de Uso. A classe 002,
02, 027 e 316 foram subutilizadas (FU < 1), isto é, por algum motivo não atenderam as
necessidades informacionais dos usuários. A classe 002 compreendeu 5,26% da coleção e seu
sinalizando que a classe foi subutilizada.
A classe 316 correspondeu a 5,26% da coleção, seu uso também foi menor (1,46%)
que o esperado (5,26%) com FU = 0,28, que é o mesmo que FU < 1, conclui-se que a classe
foi subutilizada. Vale ressaltar ainda que essa classe de assunto teve seu volume de uso
apenas em 2016 (Tabela 3) portanto uma classe que requer monitoramento e verificação de
seu FU nos próximos anos.
Os títulos classificados na classe 023, que abrangem aqueles títulos associados a
administração de bibliotecas, obtiveram o Fator de Uso ideal (FU = 1), isto quer dizer que a
coleção atendeu as solicitações de empréstimos no período analisado. O mesmo podemos
dizer quanto à classe 025 (FU = 1), com temas relacionados aos departamentos
administrativos de bibliotecas, incluindo assuntos relacionados à formação e desenvolvimento
de coleções. Podemos então inferir que as classes 023 e 025 estão atendendo de forma
satisfatória as solicitações de empréstimo externo.
Examinado as classes 023 e 025 sob o prisma da probabilidade de uso, elas atenderam
a previsão de uso, embora a classe 025 tenha ultrapassado um pouco essa probabilidade, isto
é, sendo a previsão estimada em 26,32% e o real foi de 27,31%.
A classe 007 foi super utilizada (FU > 1), visto que a quantidade de títulos não atende
à demanda do setor de empréstimo e seu Fator de Uso foi considerado muito alto (FU = 2,2)
em relação aos demais. Nessa classe de assuntos estão aqueles relacionados a aspectos ligados
a informação, introdução a biblioteconomia, documentação e a ciência da informação. Outro
ponto a ser observado foi o uso real (33,79%) superior ao estimado (15,79%). No Gráfico 1
podemos visualizar a dimensão da circulação da coleção pelo FU.
�Gráfico 1 - Fator de uso da coleção de
ICI014 e ICI010 (2013-2016)
2,50
2,00
1,50
1,00
0,50
-
002
007
02
023
025
027
316
Classe de assunto (CDU)
Fonte: dados do estudo
Com o resultado do FU a classe 007 foi considerada super utilizada e a seleção para
duplicação de títulos é uma ação a ser pensada a fim de atender a demanda. Para as classes
023 e 025 deve-se manter o ritmo de seleção, visto que essas classes estão se comportando
dentro do projetado para o seu uso. As classes 002, 027 e 316 consideradas subutilizadas
devem proceder ao desbastamento, enfatizando o remanejamento e monitoramento, uma
hipótese indicada seria seleção negativa, o que poderá ser confirmada ou refutada numa
avaliação futura.
O próximo passo foi verificar o quanto as coleções respondem às demandas de
empréstimos. Para tanto foi aplicada a regra 80-20 (TRUESWELL, 1969), o resultado
estimou que 66% do volume de empréstimo respondeu a 58% da coleção, portanto não se
aproximou da regra de 80-20, proposta por Trueswell. Entretanto, foi possível identificar o
quanto as coleções responderam aos pedidos de empréstimo externo efetuados pela
comunidade de usuários.
O uso das coleções está de certa forma condicionado a fatores como, por exemplo,
conteúdos ministrados em aula pelo docente e trabalhos desenvolvidos (como o de conclusão
de curso). Estas variáveis podem levar a um maior uso das coleções e consequente maior
frequência do empréstimo externo.
4.3 DISCUSSÃO DOS DADOS
Os fatores que levam um título a estar situado na zona periférica da coleção são bem
diversificados, um deles poderia ser a sua cópia digitalizada e disponível na Internet;
�exemplar desatualizado, visto que há edição recente; a não indicação, pelo docente, de leitura
com fins de discutir o material em aula ou então exclusão do item da bibliografia.
Com base na análise pelo Fator de Uso, o bibliotecário gerente das coleções deverá
desenvolver ações a fim de identificar o porque do declínio do uso, o que requer estudo de
natureza qualitativa. Lancaster (1996) sinaliza que tanto uma classe com alto índice de uso
(super utilizada) como aquela com níveis mínimos de uso (subutilizada), por tanto periférica,
deixam de atender à demanda de informações dos usuários. E em ambas situações o usuário
não encontra o livro disponível para empréstimo, visto que ou todos os exemplares estão
emprestados, ou a biblioteca possui uma edição desatualizada, não interessante do ponto de
vista do usuário, ou então não possui o título desejado pelo usuário causando uma
subutilização.
As decisões de seleção para duplicação e remanejamento devem ser vistas com cautela
e examinada em conjunto com a equipe responsável pelo desenvolvimento de coleções, setor
de empréstimo e corpo docente, a fim de analisar todas as possiblidades tendo em conta a
progresso da área examinada, sua produção científica, inovação didática e atualizações nas
bibliografias.
A convivência com uma coleção híbrida, ou seja, impressa e digitalizada (visto que
podem haver cópias digitalizadas e disponíveis na Internet) deverá ser levada em conta na
análise do declínio da coleção, fato esse que poderá ser apontado numa avaliação centrada no
usuário, o que requer avaliações sistemáticas das coleções impressas.
A avaliação de coleções requer do bibliotecário, gestor das coleções, conhecimento da
coleção e da comunidade usuária da mesma, bem como dos dados disponíveis pelo setor de
empréstimo da biblioteca, uma vez que esses dados, quando analisados adequadamente, (ou
] revelar diferenças entre
(LANCASTER, 1996, p. 58), subsidiando tomada de decisão importante no contexto das
coleções avaliadas.
CONCLUSÃO
Esse estudo piloto possibilitou um exame, embora sucinto, de dois métodos centrados
no uso da coleção, Fator de Uso e Regra 80-20. Como resultado foram indicadas partes da
coleção que estão com o uso acima do esperado, situação essa que requer do bibliotecário a
identificação das unidades que estão com intensidade de empréstimo, como também os
motivos desse alto uso, para então tomar a decisão coerente com a realidade. Deve-se, por
�exemplo, examinar a taxa de retenção de um título que fica com o usuário além do prazo
estabelecido pelo setor de empréstimo, acarretando em uma longa lista de demanda reprimida,
como também a quantidade de exemplares para cada título. O mesmo procedimento deverá
ser adotado para os títulos considerados periféricos, ou seja, subutilizados. Em ambos os
casos o trabalho em conjunto do bibliotecário com o professor constitui-se um ponto relevante
na tomada de decisão, tornando a coleção dinâmica e atualizada dentro das possiblidades da
biblioteca.
Concluí que a avaliação de coleção centrada no uso foi adequada para chegar ao
objetivo delineado nesse estudo, e que o Fator de Uso e Regra 80-20 foram apropriadas,
podendo ser aplicadas na próxima avaliação abrangendo a coleção como um todo ou a
coleção do lastro, por exemplo. Contudo, fica clara a necessidade de desenvolver
metodologias e testá-las nesse novo ambiente das coleções, em constantes mudanças,
caracterizando as coleções como híbridas, na qual o impresso convive com o digital, exigindo
mais atenção do bibliotecário gestor das coleções e uma avaliação constante das coleções
impressas.
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TRUESWELL, R. L. Some behavioral patterns of library users: the 80/20 rule. Wilson Libr
Bull., v. 43, n. 5, p. 458-461, 1969.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Avaliação centrada no uso das coleções: estudo piloto na coleção de lastro pelo método de fator de uso e regra 80-20.
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Machado, Raymundo N.
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Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A atividade de avaliação de coleções possibilita ao bibliotecário gestor das coleções conhecimento de áreas núcleo e periférica das coleções ou de parte dela. Esse estudo teve como objetivo testar dois métodos centrados no uso da coleção, sendo eles o Fator de Uso e a Regra 80-20. Para tanto foram selecionados dois componentes curriculares do curso de Biblioteconomia e Documentação (UFBA) tendo como unidade de análise os livros elencados nas bibliografias básica e complementar. Os resultados direcionam a tomada de decisão por parte do bibliotecário, em conjunto com o docente responsável pelos componentes, a fim de manter as coleções em um nível satisfatório de atendimento das necessidades informacionais da comunidade de usuários. Concluí que a avaliação centrada no uso das coleções e os métodos de Fator de Uso e Regra 80-20 foram viáveis para o objetivo do estudo.
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pt
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dc911d2c20f7d4a59e4f5d98291119ad
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
ANÁLISE COMPARATIVA DE BASES DE DADOS PARA SELEÇÃO EM
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
COMPARATIVE ANALYSIS OF DATABASES FOR SELECTION IN UNIVERSITY
LIBRARIES
Resumo: As bibliotecas, pela impossibilidade de armazenar, organizar e disponibilizar tudo
que é publicado, complementam a oferta de fontes de informação para a comunidade
atendida, para isso proveem acesso à bases de dados que agrupam, organizam e disseminam a
produção bibliográfica em diversas áreas. Entretanto, com a variedade de bases de dados e
fornecedores, torna-se fundamental analisar diversos elementos para a sua seleção, entre os
quais o conteúdo disponibilizado, as publicações indexadas e sua exclusividade. Nesse
sentido, o estudo objetiva comparar a disponibilidade do conteúdo de duas bases de dados
acadêmicas com cobertura na área de administração e negócios. Trata-se de uma pesquisa
exploratória e documental que teve como corpus de análise a lista de títulos de periódicos
indexados nas bases analisadas. Os resultados demonstram que há similaridade no conteúdo,
pois quase metade dos periódicos estão indexados em ambas as bases analisadas. Conclui-se
que é fundamental que os bibliotecários reforcem a importância da seleção para a formação de
coleções e disponibilização de conteúdos aos usuários e para tal analisem diversos elementos
antes de decidir pela assinatura de determinada base de dados.
Palavras-chave: Seleção. Aquisição. Bases de dados.
Abstract: Due to the impossibility of storing, organizing and making available everything
that is published, libraries complement the options of sources of information to the
community served. To do so, they provide access to databases that group, organize and
disseminate the bibliographic production in several areas. However, due to a variety of
databases and suppliers, it is fundamental to analyze different elements to select them,
including, available content, indexed publications and its exclusivity. This study aims to
compare content availability of two academic databases in the business and administration
fields. It is an exploratory and documentary research that considered as corpus of analysis the
list of titles of journals indexed in the databases analyzed. Results showed that there is a
similarity in content, since almost half of the journals are indexed in both databases analyzed.
It can be concluded that it is fundamental that the librarians reinforce the importance of
selection to form collections and make content available to users and to analyze several
elements before deciding to sign up for a certain database.
�Keywords: Selection. Aquisition. Databases.
1 INTRODUÇÃO
A informação e o conhecimento são insumos valiosos na sociedade, desde a
antiguidade alavancam o desenvolvimento social, político e econômico. Entretanto para que
se possa utilizar a informação é necessário existir instituições, como as bibliotecas,
responsáveis pela organização, disseminação e preservação da informação. As bibliotecas
nervoso para a interação entre aqueles que
providenciam as informações e seus usuários, dos quais o ensino moderno e a pesquisa
Em decorrência do aumento da produção de livros e periódicos tornou-se praticamente
impossível para as bibliotecas armazenar, organizar e disponibilizar tudo que é publicado.
Assim, a acumulação exaustiva de materiais para a formação de coleções foi substituída pela
seleção de obras de relevância e de qualidade (WEITZEL, 2012).
Também devido ao
aumento da produção bibliográfica, a partir do século XVII, foram criados os serviços de
indexação e resumos para a edição de bibliografias (índices, abstracts) como mecanismos para
agrupar, organizar e disseminar a produção bibliográfica de diversas áreas (SILVA; RAMOS;
NORONHA, 2006).
As bibliotecas universitárias atendem as necessidades de informação das instituições a
que estão vinculadas, mais especificamente das atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Então, é imprescindível que disponibilizem as mais variadas fontes de informação para a sua
comunidade. As publicações tais como as revistas, enciclopédias e bibliografias são
(CARVALHO, 2011, p. 27).
Para disponibilizar um amplo leque de informações e possibilitar aos usuários
identificar, localizar e obter fontes de informação além daquelas presentes nas coleções locais,
as bibliotecas buscam oferecer outras fontes de informação, como as bases de dados textuais evolução dos serviços de indexação e resumos devido as novas possibilidades tecnológicas e a
Internet. Entretanto, com a diversidade de bases de dados oferecidas por diferentes editores
nas mais variadas áreas do conhecimento é imperativo buscar mecanismos para analisar
diferentes elementos ao selecionar a base de dados mais representativa em determinada área
do conhecimento e que possibilite disponibilizar conteúdo de qualidade para a comunidade
atendida pela biblioteca.
�A Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) vem
trabalhando para ampliar a disponibilidade de fontes de informação, especialmente
considerando os recursos tecnológicos, mas diante da escassez de recursos financeiros e da
grande oferta de fontes e fornecedores é fundamental incitar reflexões acerca da seleção e
aquisição das bases de dados e, principalmente, enaltecer o papel dos bibliotecários no
desenvolvimento de coleções.
Diante do exposto e considerando a vivência das autoras na seleção e aquisição e as
inúmeras situações que surgem no cotidiano, o objetivo do estudo relatado no presente
trabalho foi comparar a disponibilidade do conteúdo de duas bases de dados acadêmicas com
cobertura na área de administração e negócios, com o intuito de verificar se o conteúdo
ofertado é exclusivo, uma vez que no Brasil a inexigibilidade de licitação (atestada por cartas
de exclusividade) é a modalidade de compra mais utilizada para assinatura de bases de dados.
2 SELEÇÃO DE BASES DE DADOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Diante da explosão informacional e impossibilidade das bibliotecas darem visibilidade
a todo conhecimento produzido foram criados os índices bibliográficos, em meados do século
determina
Os serviços de indexação e resumos evoluíram devido ao desenvolvimento da
tecnologia e dos sistemas automatizados e do acesso facilitado pelo uso dos computadores
para a recuperação da informação que possibilitaram a sua comercialização na forma de bases
criadas em todas as áreas do conhecimento, com diferentes critérios de seleção do material
indexado, âmbitos de cobertura temática e ge
computadores centrais e se tornavam acessíveis aos usuários em localizações remotas, via
Vale
eletrônico, suas origens remontam ao controle bibliográfico feito pelas bibliotecas de seus
Noronha
necessidade da existência do controle da disseminação e visibilidade do conhecimento
�Ainda, devido aos desenvolvimentos tecnológicos e ao advento da Internet, atualmente
p.227). São as bases de dados textuais, conforme denominação atribuída por Cunha (2001, p.
mpletos de artigos de periódicos, jornais ou outras modalidades
com a
denominação de Silva, Ramos e Noronha (2006, p. 271).
As bases de dados de fontes contém informações originais ou textos completos
eletrônicos. Responde diretamente à uma consulta formulada pelo usuário, sem a necessidade
de reorientá-lo a outras fontes de informação. Essas bases são consideradas como documentos
eletrônicos incluindo o texto integral dos documentos (artigos de periódicos, jornais, boletins,
noticiários, dicionários, teses, etc..) e outros materiais-fonte como números, valores, cifras,
fotos, animações, etc. A maioria das bases de fontes possui um equivalente impresso que, via
de regra, contém uma cobertura seletiva do conteúdo completo da base automatizada.
pode ser apresentado com base no assunto ou temática, na tipologia dos documentos
NORONHA, 2006, p. 271). Segundo Cendón (2002, p. 32) as bases de dados podem ser
generalistas ou especializadas.
As generalistas têm uma abordagem diversificada em relação às bases que oferecem,
cobrindo diferentes tipos (numéricas, referenciais, texto completo etc.) e uma variedade de
assuntos (negócios, notícias, ciências sociais e as mais diversas áreas de ciências e tecnologia,
como agricultura, agronomia, química, engenharia, informática, educação, energia,
administração, patentes etc.). As especializadas focalizam-se em um assunto específico, por
exemplo, bases de dados da área financeira.
Outro ponto que merece destaque é que a indexação em bases de dados é considerada
um fator fundamental para a visibilidade dos periódicos. Segundo Packer e Meneghini (2006,
seus artigos sejam acessados, lidos e citados, especialmente no âmbito da sua disciplina ou
�em geral, os periódicos que são reconhecidos como referências obrigatórias em uma
disciplina ou área temática são também os indexados nos principais índices internacionais e
vice-versa, isto é, os periódicos com alta presença e poder de resposta nos índices
internacionais tendem a consolidar-se como referência (PACKER; MENEGHINI, 2006, p.
239).
Os periódicos são considerados o principal veículo para divulgação da informação
R; MENEGHINI,
tempo e no espaço e atravessa[m] os séculos chamando para si a responsabilidade de veicular
RVALHO, 2011, p. 39),
são fontes de informação essenciais para a pesquisa. Quartiero e Vargas (2016, p. 120)
ressaltam que
Os periódicos científicos representam o principal canal de divulgação de informações
da ciência. Neles, os cientistas ou pesquisadores podem registrar publicamente o produto de
suas pesquisas e consultar os resultados de trabalhos desenvolvidos pela comunidade
científica. Para que um periódico conquiste a publicação de contribuições relevantes para
determinadas áreas do conhecimento pode tornar-se fundamental o reconhecimento
proporcionado pela indexação em bases de dados internacionais. Essas bases responsabilizamse
por
compilar,
selecionar
e
agrupar
títulos notáveis do cenário mundial, atendendo critérios estabelecidos.
...] todas as bases são pautadas em critérios de seleção, pois mesmo as que
definem apenas o âmbito, cobertura e público-alvo, selecionam com que porção do universo
de dados também são elementos fundamentais para a biblioteca selecionar e adquirir
determinada base, ainda mais aquelas que procuram incluir periódicos de referência em suas
coleções.
As bibliotecas universitárias baseiam a seleção de fontes de informação considerando
1989, p. 43). Segundo Weitzel (2002, p. 63), o desenvolvimento de coleções é fundamental
que necessitam de
especialistas grande capacidade de análise da informação para selecionar as mais relevantes e
�da internet o desenvolvimento de coleções retoma como centro da atenção dos profissionais
da informação, pois a disponibilidade de recursos informacionais em meio eletrônico on-line
consolida novas metodologias e soluções (WEITZEL, 2002).
Ao longo da história desde a biblioteca de Alexandria até as bibliotecas digitais
questões como: o quê, o porquê, o para quê, o como e o para quem colecionar estiverem
presentes no desenvolvimento de coleções (WEITZEL, 2012). Mesmo com os avanços
tecnológicos tais questões continuam presentes no processo de seleção e organização das
coleções seja no ambiente tradicional como no digital (WEITZEL, 2002).
A diversidade de recursos informacionais disponíveis faz com que o papel do
Pinheiro (2017) defende que a seleção seja orientada pelo paradigma social da Ciência
da Informação, mais especificamente pela análise de domínio (HJØRLAND; ALBRECHTSEN,
1995),
deste modo destaca que a coleção seja concebida segundo a organização do
conheci
conhecimento produzido no domínio, o conhecimento existente sobre o assunto e disponível
seleção e avaliação está relacionada à produção e uso da informação pelas comunidades, o
que possibilita a formação de coleções mais representativas dos campos do conhecimento ao
mesmo tempo em que atendam as necessidades de informação (PINHEIRO, 2017).
Na visão de Lancaster (2004) é fundamental que as bases de dados sejam avaliadas
considerando a sua utilidade para responder as necessidades de informação com base nos
seguintes critérios: cobertura, a completude do conteúdo da base de dados em relação ao
assunto; recuperação, possibilidade de itens serem recuperados através de uma estratégia de
busca simples; previsibilidade, reconhecimento do documento como relevante a partir das
informações contidas na base de dados; e atualidade, tempo de inclusão de novas publicações
na base. Silva, Ramos e Noronha (2006, p. 276dados e seus respectivos produtos podem ser avaliados e selecionados segundo critérios
a origem, conteúdo,
data de produção, produção e manutenção); conteúdo (cobertura, abrangência e capacidade);
acesso (linguagem de indexação, recuperação e recursos de busca); desenho (interface,
mídias, legibilidade e facilidade de navegação); valores agregados (links, transferência de
�arquivos, consultas em outros idiomas, acessos múltiplos); disponibilização (meio de
divulgação, custo e forma de aquisição); produtos gerados (serviços de notificação, busca e
concessão de licenças) e outras considerações pertinentes a cada base específica.
Outro ponto que merece atenção, é o fato dos serviços de indexação e resumos
constituírem uma indústria, são várias empresas produzindo um grande número de índices.
Essa indústria cresce a cada dia e os produtores criam novos produtos para atender
necessidades específicas das bibliotecas (CÉNDON, 2000, p. 227). Diante de tantas empresas
fornecendo acesso online, a seleção de bases de dados torna-se um dilema para as bibliotecas
universitárias, que enfrentam restrições orçamentárias para formar suas coleções e
disponibilizar outros recursos de informação aos usuários, e precisam selecionar entre as
diversas bases de dados disponíveis no mercado as que oferecem conteúdo de qualidade,
referência para a área temática coberta e que realmente atendam a comunidade acadêmica.
Ademais, com a oferta de inúmeras bases de dados observacomerciais provedoras de informação empacotam (negociam) registros de bases de dados e
-2009, p. 79). Soma-se a
isso a oferta de diferentes fornecedores e os variados modelos de negócios, como destaca
Céndon (2000, p. 227):
O cliente pode escolher um ou vários fornecedores e acessar todas ou algumas entre as
centenas de bases disponíveis. Algumas podem ser oferecidas por vários fornecedores; outras
por apenas um. O custo do acesso é determinado por diferentes métodos, variando conforme o
vendedor e o tipo de contrato de fornecimento. O preço pode ser estabelecido com base em
assinaturas anuais, número de buscas realizadas ou número permitido de usuários com acesso
simultâneo ao sistema.
Considerando ainda o cenário das bibliotecas de universidades federais, que seguem
as diretrizes da legislação para a contratação dos serviços de bases de dados, torna-se
necessário além de considerar a qualidade do conteúdo indexado em cada base, o que pode
balizar-se pelos indicadores de qualidade dos periódicos indexados, tal como o Fator de
Impacto3, verificar a oferta dos diferentes fornecedores e quais as potencialidades e vantagens
oferecidas por cada um. As aquisições e contratações nas universidades federais seguem a Lei
8.666, de 21 de junho de 1993, e as assinaturas de bases de dados vem, geralmente, sendo
Fator de impacto ou FI é um indicador bibliométrico que atribui a periódicos indexados na Web of Science
seguintes à sua publ
2016).
�contratadas com base no inciso II do Art. 25, que indica a inexigibilidade de licitação quando
o objeto a ser adquirido só pode ser fornecido por produtor, empresa ou fornecedor exclusivo
com a devida comprovação de exclusividade atestada pelos órgãos competentes (BRASIL,
1993). Embora, as bases de dados são comercializadas exclusivamente por determinados
fornecedores, o questionamento que baliza o estudo ora apresentado é quanto o conteúdo
indexado e disponível em cada base de dados é realmente exclusivo? Os procedimentos
metodológicos são relatados a seguir:
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa realizada caracteriza-se como exploratória e documental. É exploratória
tornárelacionados ao conteúdo das bases de dados de modo a aprofundar o conhecimento sobre as
mesmas e respaldar a seleção em bibliotecas universitárias. É documental pois contou como
fonte de pesquisa com as listas de periódicos que integram as bases analisadas fornecidos
pelos editores ou obtidos em suas homepages
documental vale-se de toda sorte de documentos, elaborados com finalidade
Diante das diversas ofertas de informações disponíveis no mercado e com o objetivo
de selecionar uma base de dados da área de administração e negócios que seja mais
representativa do conhecimento publicado na referida área e melhor atenda aos interesses da
comunidade acadêmica da UFSC, realizou-se uma consulta, primeiramente a dois
fornecedores para verificar a existência de recursos que atendam a demanda levantada. O
fornecedor da base de dados A tem sede nos Estados Unidos da América e afirma oferecer
conteúdo de alta qualidade através de bases de dados, livros eletrônicos e periódicos que
atendem as necessidades dos pesquisadores em todos os níveis. O outro fornecedor, da base
de dados B, também tem sede nos Estados Unidos da América e publica principalmente bases
de dados bibliográficos em formatos eletrônicos e microfilme para fornecimento de
informação para universidades, escolas, empresas públicas e bibliotecas em todo o mundo. O
quantitativo de títulos disponíveis em cada uma e a data da atualização da base de dados estão
representados no Quadro 1.
�Quadro 1: Comparativo do número de títulos
Base de dados
Base A
Base B
Número Total
Data de atualização
de Títulos
47.142
30/06/2017
10.113
25/08/2017
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
Após a identificação de duas bases de dados com cobertura na área de administração e
negócios, buscou-se obter a lista de títulos de periódicos indexados em cada base. Com o
auxílio dos recursos no software Microsoft Excel® foi realizada uma análise comparativa
visando desvelar se os conteúdos disponibilizados são exclusivos, bem como o quantitativo de
títulos disponíveis em ambas as bases e sua distribuição por tipo de publicação, a saber:
revistas (Magazines), periódicos acadêmicos (Academic Journals) e publicações comerciais
4
(Trade Publication). Para fins de comparação, foram selecionados somente publicações
periódicas, assim utilizou-se apenas os títulos que possuíam Número Internacional
Normalizado para Publicações Seriadas ou International Standard Serial Number (ISSN),
foram excluídas as duplicidades em cada base, e fez-se o cruzamento de dados entre os títulos
de cada base pelo ISSN das publicações indexadas.
4 RESULTADOS: ANÁLISE E DISCUSSÃO
A análise dos dados considerou publicações periódicas, isto é, 5573 títulos na Base A
e 5486 títulos na Base B após a eliminação dos títulos duplicados ou de materiais que não se
tratavam de periódicos.
O tipo de publicações indexadas pode ser um indicador do público alvo da base de
dados. Nesse sentido, verificou-se que entre os títulos indexados na base de dados A a maior
parte (60,45%) são de periódicos acadêmicos, seguidos por revistas (20,99%) e publicações
comerciais (18,55%). Enquanto que na base de dados B a maior parte é de periódicos
acadêmicos (52,46%), seguidos por publicações comerciais (41,83%) e revistas (5,71%). A
distribuição das publicações por tipo em cada base pode ser visualizada na figura 1.
4
As publicações comerciais são periódicas escritas especificamente para participantes da indústria, freqüentemente contêm
dados que não podem ser encontrados em outros lugares e geralmente contêm artigos que discutem questões ou importância
para os participantes no setor. (YALE UNIVERSITY LIBRARY, [2007])
�Figura 2: Comparativo do número de títulos
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
A indexação e resumos da literatura em uma área especializada geralmente abrangem
vários tipos de publicações para garantir uma cobertura extensa. Podem abranger artigos de
periódicos, trabalhos de congressos, relatórios ou capítulos de livros (CENDÓN, 2000). A
análise do tipo de publicações indexadas nas bases de dados é essencial para atender as
necessidades de informação da comunidade. Nesse sentido, além de conhecer a fonte de
informação a ser selecionada e adquirida pela biblioteca é imprescindível conhecer a
desenvolvimento de
coleções está relacionado ao c
informações mais apuradas sobre as suas práticas informacionais, desde a produção ao uso da
No caso das bases analisadas o quantitativo de fontes de informação associado as
necessidades da comunidade a ser atendida pode auxiliar na tomada de decisão. Embora o
estudo considerou apenas as publicações periódicas, a distribuição de periódicos científicos,
revistas e publicações comerciais já demonstra diferenças no público alvo, pois enquanto os
pesquisadores têm o periódico científico como o principal canal de comunicação científica,
devido a importância dos artigos publicados em periódicos científicos para a ciência
(MUELLER, 2000), outros profissionais da área de administração e negócios podem precisar
tomada de decisões empresariais, a informação para
negócios é usada para redução de incertezas, monitoração da concorrência, identificação de
, 2002, p. 30).
Tais diferenças no público que utiliza as publicações indexadas e informações contidas
nas bases de dados em determinadas áreas podem estar relacionadas a organização da
comunidade que utiliza e produz informação, visto que existem visões diferentes do que é
�necessário ou pertinente e a necessidade de informação constitui-se a partir de diferentes
pontos de vista teóricos (HJØRLAND, 2002), assim diferentes objetos são considerados como
informativos devido a divisão do trabalho na sociedade (CAPURRO; HJØRLAND, 2007) e
diferentes domínios científicos, acadêmicos ou profissionais apresentam estruturas únicas de
comunicação e publicação bem como tipos de documentos (SONDERGAARD; ANDERSEN;
HJØRLAND, 2003).
Em relação ao conteúdo exclusivo nas bases de dados, os resultados obtidos indicam
que 2592 publicações estão indexadas e disponíveis tanto na base de dados A quanto na base
de dados B, conforme figura 2. Do total de 5573 periódicos analisadas da base de dados A
46,5% são duplicadas e do total de 5486 da base de dados B são 47,2% os duplicados.
Embora o quantitativo de títulos duplicados seja igual, isto é, 2592 publicações, a diferença
nos percentuais está relacionada aos quantitativos de periódicos indexados em cada base.
Figura 2: Comparação dos títulos indexados nas bases de dados analisadas
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
Constatou-se que os conteúdos disponibilizados pelas bases não são totalmente
exclusivos, ou seja, quase metade do conteúdo das bases analisadas é similar, corroborando as
afirmações de Cuenca et al. (2008-2009) de que os fornecedores das bases incrementam os
recursos tecnológicos oferecidos, mas os conteúdos são similares. Este ponto é algo que
merece atenção nas bibliotecas universitárias de modo a evitar a sobreposição de conteúdo,
sabe-se que as bibliotecas contam com um orçamento limitado e os estudos da coleção
associados as análises das fontes de informação a serem adquiridas podem contribuir para o
desenvolvimento de coleções mais planejadas e representativas das áreas do conhecimento,
bem como condizentes com as necessidades da comunidade atendida.
�Ao verificar o quantitativo distribuído por tipo de publicação em cada base, observouse que na base A os periódicos acadêmicos e as revistas possuem uma maior quantidade de
títulos exclusivos, conforme figura 3.
Figura 1: Duplicados e exclusivos da Base A
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
Já a base de dados B possui um maior quantitativo de publicações comerciais
exclusivas, como pode ser visto na figura 4.
Figura 2: Duplicados e exclusivos da Base B
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
Vale destacar que apesar do quantitativo de títulos similares existentes em ambas as
bases ser o mesmo (2592 títulos), os totais por tipo de publicação são diferentes, o que
significa que os fornecedores das bases de dados têm entendimentos distintos sobre a
classificação dos periódicos indexados, implicando em divergências nas informações
�fornecidas pelas bases a respeito da classificação do tipo da publicação de periódicos,
divergência comprovada ao verificar que se trata do mesmo título pelo ISSN.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do número crescente de publicações e do aumento do fornecimento de serviços
de indexação e resumos na forma de bases de dados, somado aos interesses comerciais das
empresas fornecedoras das bases de dados, torna-se imprescindível que os bibliotecários
analisem diversos elementos antes de decidir pela assinatura de determinada base de dados.
As bases de dados são selecionadas e avaliadas considerando sua cobertura e
qualidade do conteúdo, os tipos de publicações indexadas, a atualidade, os recursos oferecidos
e as características da comunidade atendida.
Ainda no que se refere ao conteúdo, os resultados obtidos demonstram que há
duplicidade de títulos indexados nas bases analisadas. Devido ao fato de cada base ser de um
fornecedor diferente, percebe-se a similaridade na política de seleção das bases bem como os
diferentes entendimentos quanto ao tipo de publicações incluídas em cada uma das bases,
demonstrando a imprecisão ou ausência de homogeneidade nos tipos de classificação dos
recursos.
Os resultados encontrados demonstram a importância da realização de análises mais
aprofundadas para respaldar a seleção de recursos de informação, uma vez que fortalece a
compreensão dos bibliotecários a respeito do que, de fato, estão escolhendo para
disponibilizar para a comunidade acadêmica, garantindo assim a inserção de conteúdos de
qualidade a um menor custo e evitando a sobreposição de conteúdos.
Outra preocupação que surge é com relação ao enquadramento legal das aquisições de
bases de dados, adquiridas na sua maioria como exclusividade, pois embora se saiba que as
contratações também considerem as funcionalidades da plataforma e ferramentas de busca,
percebe-se que o principal subsídio para as atividades da universidade - o conteúdo
informacional - não é exclusivo.
Nesse sentido, o estudo ora apresentado explicita apenas uma parte inicial da análise
mais detalhada ainda em elaboração, que considerará também o impacto das publicações
periódicas indexadas, as publicações de acesso aberto, a disponibilidade no Portal de
Periódicos da Capes, para assim fundamentar a seleção e assinatura das bases de dados em
uma determinada área do conhecimento.
Embora parciais, os resultados obtidos corroboram a necessidade de verificar com
mais atenção os conteúdos oferecidos pelos fornecedores, o que traz à tona a importância da
�seleção para a formação de coleções consoantes a organização do conhecimento e condizentes
com as necessidades da comunidade acadêmica.
Espera-se que o estudo apresentada possa incitar a reflexão dos profissionais
bibliotecários, bem como dos estudantes e docentes dos cursos de Biblioteconomia acerca da
seleção como atividade fundamental e, principalmente, seja um incentivo para o
empoderamento dos bibliotecários e das bibliotecas frente a ofertas e modelos de negócios
impostos pelos fornecedores.
REFERÊNCIAS
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Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e
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<https://guides.library.yale.edu/businessstrategy/trade_pubs_and_associations>. Acesso em
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�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Análise comparativa de bases de dados para seleção em bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pinheiro, Liliane Vieira; Rietjens, Manoela Hermes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas, pela impossibilidade de armazenar, organizar e disponibilizar tudo que é publicado, complementam a oferta de fontes de informação para a comunidade atendida, para isso proveem acesso à bases de dados que agrupam, organizam e disseminam a produção bibliográfica em diversas áreas. Entretanto, com a variedade de bases de dados e fornecedores, torna-se fundamental analisar diversos elementos para a sua seleção, entre os quais o conteúdo disponibilizado, as publicações indexadas e sua exclusividade. Nesse sentido, o estudo objetiva comparar a disponibilidade do conteúdo de duas bases de dados acadêmicas com cobertura na área de administração e negócios. Trata-se de uma pesquisa exploratória e documental que teve como corpus de análise a lista de títulos de periódicos indexados nas bases analisadas. Os resultados demonstram que há similaridade no conteúdo, pois quase metade dos periódicos estão indexados em ambas as bases analisadas. Conclui-se que é fundamental que os bibliotecários reforcem a importância da seleção para a formação de coleções e disponibilização de conteúdos aos usuários e para tal analisem diversos elementos antes de decidir pela assinatura de determinada base de dados.
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5591/SNBU2018_108.pdf
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Eixo II - Pesquisa e Extensão
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO SOB A PERSPECTIVA DA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
THE CONSTRUCTED IMAGE OF THE LIBRARIAN UNDER THE PERSPECTIVE OF THE
UNIVERSITY LIBRARY
Resumo: Esta pesquisa trata da construção da imagem de uma categoria profissional, os
bibliotecários, com o auxílio da teoria semiótica, a fim de se entender como se dá tal
construção e a percepção dessa imagem para usuários e comunidade de bibliotecas
universitárias. Assim, nesta pesquisa, conceituamos os princípios de signo, objeto e
interpretante, estabelecidos na semiótica de Charles Sanders Pierce (1839-1914), como base
teórica para o estudo da imagem formada do bibliotecário. Para a coleta de dados, utilizamos
questionários a fim de entender qual era a percepção do aluno e da comunidade de bibliotecas
universitárias com relação aos bibliotecários. Dessa maneira, constatamos que a imagem
construída do bibliotecário é de uma pessoa ligada à organização, que trabalha em bibliotecas,
detentora de conhecimento, que cataloga, que é simpática e que ajuda o usuário a encontrar a
informação que precisa, demonstrando, deste modo, o comportamento dos signos e como as
pessoas os apreendem para formular a construção do profissional em sua mente, inclusive
com conceitos anteriormente pré-estabelecidos.
Palavras-chave: Construção de Imagem. Bibliotecário. Biblioteca Universitária. Semiótica.
Abstract: This study deals with the construction of the image of a professional category, the
librarians, with the aid of the semiotic theory, in order to understand how such construction
and perception of this image appeals for users and community of university libraries. Thus, in
this research, we conceptualize the principles of sign, object and interpretant, established in
the semiotics of Charles Sanders Pierce (1839-1914) as the theoretical framework for the
study of the image which is constructed concerning the librarians. To collect information, we
used questionnaires to understand the perception of the student and the community of
university libraries in relation to the librarians. This way, we find that the librarian's
constructed image is a person linked to the organization, who works in libraries, who owns
knowledge, who catalogs, who is friendly and who helps the user to find the information he
needs, showing the behavior of the signs and how people apprehend them to formulate the
construction of the professional in their mind, even with previously pre-established concepts.
�Keywords: Image Construction. Librarian. University Libraries. Semiotics.
1 INTRODUÇÃO
Há diversas maneiras de se explicar a construção de uma imagem e como esta pode ser
formada e percebida. Uma vez que a imagem pode ser explicada pelo estereótipo, pelo perfil e
também pela semiótica, utilizada para exemplificar a complexa relação sígnica, pode-se
entender de que forma se dá o processo de construção de imagem e de como os indivíduos a
percebem, por exemplo, na construção da imagem do bibliotecário.
Para explicar a análise defendida pela semiótica, é preciso compreender como o signo é
formado: pelo representamen (como o signo se apresenta), pelo objeto (aquele que carrega o
signo em si mesmo) e pelo interpretante (que é o resultado dos dois anteriores, o que produzirá
um efeito, sendo este o significado ou interpretante). Um dos principais precursores da
semiótica, Charles Sanders Pierce (1839-1914), analisa três modos em que os fenômenos
(signos) aparecem à consciência e que não apresentam rigidez hierárquica. São eles: a
primeiridade (que diz respeito aos aspectos mais sensíveis da leitura, praticamente desprovidos
de conhecimento e cultura, as qualidades dos signos); a secundidade (que é a soma das
qualidades, que formam singularidades para a leitura dos signos) e, por fim, a terceiridade (que
é a propriedade de lei que faz o signo funcionar como tal, ganhando caráter de lei pela
linguagem, generalizando a tradução do sentido). Vale ressaltar que esses três modos de
conexão dos signos à consciência estão interconectados.
Diante dessas considerações iniciais, a escolha do tema desta pesquisa deve-se à função
social da universidade e da biblioteca universitária, bem como, ao impacto que estas têm sobre
os indivíduos que a frequentam. Propor a construção da imagem do bibliotecário universitário
por tal perspectiva traz algo mais complexo do que simplesmente traçar um perfil ou
estereotipar um profissional, mostrando como a imagem é criada na mente das pessoas, algo
que está além do que é apresentado pela literatura especializada, sendo a imagem do
bibliotecário o objeto deste estudo. Desta maneira, esta pesquisa visa responder ao seguinte
questionamento: Qual a imagem construída do bibliotecário na biblioteca universitária? Para
isto, tomamos como base o público universitário e a comunidade de bibliotecas universitárias.
O tema deste trabalho surgiu ao constatarmos a falta de um estudo que abordasse, do
ponto de vista semiótico, a construção da imagem do bibliotecário. Tal informação é importante
por contribuir para a melhor compreensão da imagem da classe profissional para a sociedade,
uma vez que podemos, então, compreender como ela é construída individualmente num
processo semiótico em suas mentes. Para promover esta pesquisa, além do aprofundamento
�teórico em semiótica, consideramos os questionários aplicados como parte fundamental para
entender como os signos foram apresentados para os usuários dessas bibliotecas demonstrando,
dessa maneira, a forma como estes foram apreendidos e ajudaram a compor a imagem do
bibliotecário para esse público. Assim, cada elemento se configura como essencial para a
pesquisa aqui exposta.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O referencial teórico aborda as bibliotecas universitárias e os bibliotecários, objeto de
estudo deste trabalho, e a construção da imagem deste objeto.
2.1 As bibliotecas universitárias e os bibliotecários
As bibliotecas universitárias fazem parte da vida de estudantes, pesquisadores e
professores, conforme Lück (2000, p. 2), que define bibliotecas universitárias como instâncias
al, através da
administração do seu patrimônio informacional e do exercício de uma função educativa, ao
. Diante do exposto, somos levados a
reconhecer o papel que essas bibliotecas possuem na formação das pessoas que a frequentam,
sendo tais usuários expostos ao conhecimento e necessidade informacional desses indivíduos
neste espaço.
Ao mencionarmos a biblioteca universitária, é impossível não mencionar o papel do
bibliotecário em sua organização da maneira harmoniosa e instituição de políticas que
auxiliem na recuperação da informação.
Ao falarmos do bibliotecário, temos de ter em mente a definição deste profissional
explicitado por Ferreira (2000) como aquele que superintende uma biblioteca. Fonseca (1992)
nos lembra que o sufixo ario forma substantivos de cunho erudito, como é o caso de
bibliotecário, que subentendemos como uma pessoa que exerce atividade em biblioteca.
Observa-se que o profissional sempre esteve ligado de algum modo à biblioteca, o que
permanece no senso comum; por isso as definições de dicionários que não são especializados
o definem deste modo, sendo estas percepções modificadas ao longo dos anos para que se
adaptassem às mais diversas realidades.
Em uma consulta à literatura, percebemos a construção e atuação de três papéis do
bibliotecário: sábio, guardião e, por fim, disseminador.
�2.2 A construção da imagem do bibliotecário
A imagem é um instrumento usado pelo Homem desde os seus primórdios,
representando o seu cotidiano, como por exemplo, as pinturas rupestres deixadas pelos
homens das cavernas. A imagem sempre esteve e continua presente de várias maneiras nos
dias atuais, seja em propagandas, em revistas e jornais, em filmes, novelas, séries e na internet
ou diante de nossos olhos; além disso, temos a imagem subjetiva que criamos acerca de algo
que lemos ou até mesmo imaginamos, como por exemplo, as formas que vemos nas nuvens.
Observando a definição dada por Ferreira (2000, p. 373), a imagem é uma
imagem designa algo que mesmo que não remeta a algo visível, se vale do empréstimo, desde
alguns traços até o visual, dependendo então da produção de um sujeito, sendo que imaginária
ou não e
Segundo Joly (2012), devemos recorrer a uma teoria mais geral que nos permita
ultrapassar as categorias funcionais da imagem, sendo a teoria da semiótica a teoria certa para
abordar esse aspecto. Ain
aspecto semiótico é considerar o seu modo de produção de sentido, por outras palavras, a
o,
a autora afirma que tudo pode ser signo, pois somos seres socializados e aprendemos a
interpretar o mundo que nos cerca, seja ele cultural ou natural.
Para Peirce (2003, p. 46-47) o signo deve ser distinto de seu Objeto, reforçando que:
Se um Signo é algo distinto de seu Objeto, deve haver, no pensamento ou na
expressão, alguma explicação, argumento ou outro contexto que mostre como,
segundo que sistema ou por qual razão, o Signo representa o Objeto ou conjunto de
Objetos que representa. [...] O Signo pode apenas representar o Objeto e referir-se a
ele. Não pode proporcionar familiaridade ou reconhecimento desse objeto; isto é o
que se pretende significar, nesta obra, por Objeto de um Signo, ou seja, que ele
pressupõe uma familiaridade com algo a fim de veicular alguma informação ulterior
sobre esse algo.
Percebemos então que, para Peirce, o signo pode representar uma outra coisa: o seu
objeto. Assim, o signo não é o objeto, pois apenas está no lugar do objeto, podendo
representá-lo de certo modo e numa certa capacidade. Exemplo disso é a palavra bibliotecário,
a pintura de um bibliotecário, o desenho de um bibliotecário, a fotografia de um bibliotecário,
o esboço de um bibliotecário, um filme de um bibliotecário ou mesmo o nosso olhar para um
bibliotecário, os quais são todos signos do objeto bibliotecário, sendo que cada um deles
depende da natureza do próprio signo, ou seja, a natureza de uma fotografia não é mesma que
�a de um filme ou a de uma pintura não é a mesma de uma fotografia e assim por diante,
cumprindo ainda, reter a informação de interpretante que não se refere ao intérprete do signo,
mas a um processo de relação que se cria na mente do intérprete. A partir dessa relação de
interpretação que o signo mantém com seu objeto é que se produz, na mente interpretadora,
outro signo que traduz o significado do primeiro (é o interpretante do primeiro). Dessa
maneira compreendeimagem mental ou palpável, uma ação ou mera reação gestual, uma palavra ou um sentimento
esse seja lá o que for, que é criado na mente pelo signo, é um outro signo que é a tradução do
primeiro.
Para Peirce (2003, p.51) os signos são divididos conforme três categorias:
[...] a primeira conforme o signo em si mesmo for uma mera qualidade, um existente
concreto ou uma lei geral; a segunda, conforme a relação do signo para com seu
objeto consistir no fato de o signo ter algum caráter em si mesmo, ou manter alguma
relação existencial com esse objeto ou em sua relação com um interpretante; a
terceira, conforme seu Interpretante representa-lo como um signo de possibilidade
ou como um signo de fato ou como um signo de razão.
Sendo assim, para Peirce (2003, p. 46), signo ou representamen, é uma palavra usada
para mostrar um objeto perceptível, ou apenas imaginável, ou mesmo inimaginável num
determinado sentido, sendo que para que algo seja um signo, é necessário esse mesmo algo
objeto e não todas as suas facetas, que por vezes, o autor denomina de fundamentos do
representamen. O autor ainda reforça que o signo acaba por dar origem a outro, assim como
observado na seguinte situação: um bibliotecário recebe dois usuários na biblioteca, os quais
olham para as estantes. O bibliotecário aponta, então, para
usuários não estiver
vendo a cor dos livros, a primeira informação que ele extrai do dito pelo bibliotecário tem por
objeto a parte da estante que ele enxerga, informando-o de que uma pessoa com um olhar
mais atento que o seu, ou mais treinado para observações desse tipo, pode, ali, distinguir a
existência dos livros; e assim, tendo sido a estante e os livros contextualizados em seu campo
de conhecimento, esse usuário está preparado para receber a informação que a estante possui
livros vermelho e vinho.
�Tendo o entendimento do que é signo, objeto e interpretante, podemos perceber que a
semiótica apresentada por Charles S. Peirce tem um caráter triádico, e que tal relação é
nomeada primeiridade (signo), secundidade (objeto) e terceiridade (interpretante).
Uma imagem (objeto) traz consigo várias características (signos) quando descritas ou
visualizadas, recebendo sempre interpretações (pelo interpretante) no meio em que se
inserem. Pimentel e Silva (2009) mostram que a imagem é um fenômeno cultural que faz com
que o homem veja as coisas de uma certa maneira. Essa visão que o homem tem pode ser
empregada a um ser, mostrando assim, a construção da imagem de um grupo profissional, no
nosso caso, o bibliotecário universitário.
Podemos então sintetizar que o objeto proposto por Peirce será aqui o próprio
bibliotecário. O signo é o conjunto de todas as informações contidas nas imagens em que ele
está inserido e suas descrições, sendo o interpretante, todo aquele que interagir com o signo e
o objeto. A figura 1 mostra como a imagem do bibliotecário pode ser construída:
Figura 01- Construção da imagem do bibliotecário
Interpretante
(Usuários/comunidade)
Representamen/signo
(O que representa o
bibliotecário)
Objeto
(Bibliotecário)
Fonte: os autores
Pela figura 1, é possível compreender a aplicação dos conceitos semióticos que
ajudarão a compor a imagem da classe profissional bibliotecária; são apresentados signos
sobre o objeto bibliotecário para que o interpretante use como referencial pré-existente,
gerando assim, a secundidade, para que o representamen, que é a terceiridade, construa uma
imagem do objeto, através dos signos fornecidos ao interpretante (signo dos signos), sejam
eles visuais, descritivos ou quaisquer outras maneiras que o signo possa se manifestar.
Este princípio possibilita ao observador unir os três elementos que constituem um
signo. Assim, tendo em vista as referências arroladas, é possível compreender, que a
construção da imagem se dá a partir da atribuição da significação ao objeto pelo signo e pelo
�interpretante, possibilitando a construção das imagens (sejam elas quais forem), através de
existências identitárias já determinadas. Dessa forma, segundo Baldissera (2008), essas
existências são criadas pelos humanos por meio do conhecimento de seu entorno ou pela
possível existência de definições em sua mente, pois por meio dessa significação pré-existente
há a tendência de atribuição de significação ao mundo que cerca o indivíduo. A construção da
imagem de determinada empresa, instituição, pessoa ou classe profissional, que neste estudo é
a de bibliotecários, poderá ser feita na qualidade da significação.
3 METODOLOGIA
A pesquisa bibliográfica que, segundo Manzo (1971 apud MARCONI; LAKATOS,
2006, p. 185),
inicialmente no Google Acadêmico e também no banco de dados de teses e dissertações da
Universidade de São Paulo (USP) buscando literatura sobre a imagem do bibliotecário.
Podemos, então, trazer novo olhar para a questão, como por exemplo, a imagem consolidada
do profissional que, neste estudo, é o bibliotecário universitário. Esta pesquisa tem caráter
exploratório que, de acordo com Marconi e Lakatos (2006, p.191) tem como finalidade
realização de uma pesquisa futura mais precisa ou modificar e clarificar conc
disso, esta é uma pesquisa de caráter quanti-qualitativo que, segundo Creswell et al. (2003, p.
212 apud Gray, 2012, p.165-166), é considerada quanti-qualitativa de método misto, definida
alitativos em um único estudo, no qual
os dados são coletados de forma concomitante e sequencial, recebem prioridade e envolvem a
define a pesquisa quantitativa como a
Ainda como referencial teórico, utilizamos conceitos da semiótica peirceana, trazendo
os conceitos de signo, objeto e interpretante, associando tais conceitos à construção da
imagem do bibliotecário universitário. Utilizamos documentos bibliográficos que, de acordo
com sua natureza, podem ser, conforme definição de Cervo, Bervian e Silva (2007): primários
(quando coletados em pesquisa de campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas,
�questionários e quando se faz laboratório) e secundários (quando retirados de relatórios,
livros, revistas, jornais e outras fontes impressas, magnéticas ou eletrônicas).
A investigação por questionários foi aplicada visando a percepção do universitário e
da comunidade acadêmica com relação ao bibliotecário. Neste sentido, Marconi e Lakatos
coleta de dados, constituído
por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença
Os questionários foram aplicados através da rede social Facebook para alunos e
comunidade do Centro Universitário Ibero Americano, Centro Universitário São Camilo,
Faculdade Cantareira, Faculdade das Américas, Faculdade Impacta de Tecnologia, Faculdade
Paulista de Serviço Social, Faculdade Santa Rita de Cássia, Faculdades Integradas Rio
Branco, Faculdades Associadas de São Paulo (FASP), Faculdade de Tecnologia de São Paulo
(FATEC), Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), Faculdades
Metropolitanas Unidas (FMU), Mackenzie, Metodista, Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo (PUC-SP), Centro Universitário Assunção (UNIFAI), Universidade Federal de São
Paulo (UNIFESP), Universidade Paulista (UNIP), Universidade Ibirapuera, Universidade
Nove de Julho (UNINOVE) e Universidade de São Paulo (USP). Obtivemos 42 respostas até
o momento da submissão desta pesquisa. Tal questionário foi formulado com as seguintes
perguntas: Qual a idade?, Qual o gênero?, Onde você estudou?, Qual o nome da sua
Faculdade/Universidade?, Você já foi à biblioteca da sua Faculdade/Universidade?, Com que
frequência você usa/utilizava a biblioteca?, Você acredita que na biblioteca da sua
Faculdade/Universidade tenha/tinha um bibliotecário?, Caso você tenha respondido sim, quais
características (físicas, psicológicas e de personalidade) o levam a acreditar que essa pessoa
seja um(a) bibliotecário(a)?, Caso tenha respondido não, quais características (físicas,
psicológicas e de personalidade) você acredita que um(a) bibliotecário(a) precisa ter para
exercer tal função na biblioteca de sua faculdade/universidade? E O que você acredita que um
bibliotecário faz?. Utilizamos o Google Forms 2 para aplicação de questionários on-line, que
para Gray (2012, p. 188) são ferramentas cada vez mais comuns de realizar pesquisa de
levantamento.
2
Ferramenta do Google Docs que permite a criação de questionários, automatizando o processo de desing da
página, e que traz vários estilos de perguntas pré-construídas.
�4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dos respondentes, 67% são mulheres e 33% homens, com uma idade média de 32,78
anos. Destes, 89,52% estudaram/estudam em faculdades e os outros 10,14% estão divididos
entre aqueles que fizerem pós-graduação, MBA e doutorado. Ainda, 92,85% dos respondentes
frequentam ou já frequentaram a biblioteca de suas universidades, contra 7,15% que não
frequentam, com média de frequência à biblioteca de 1 a 2 vezes por semana. 85,71%
acreditam que em suas bibliotecas universitárias havia um bibliotecário, contra 14,29% que
não acreditavam que a biblioteca tinha um bibliotecário.
Para entender quais signos que os usuários e comunidade apreenderam para acreditar
que as bibliotecas pesquisadas possuíam bibliotecários, demonstraremos categorização das
respostas colhidas nos questionários seguida por alguns comentários dos entrevistados.
Tabela 01- Categorização das respostas da pergunta: Quais características (físicas, psicológicas e de
personalidade) o levam a acreditar que essa pessoa seja um (a) bibliotecário?
Categorias
Número de
citações das
categorias
Porcentagem
Fonte: Desenvolvido pelos autores, 2017.
A partir da categorização das respostas abertas, percebemos como os signos foram
importantes para a construção da imagem do bibliotecário, e constatamos que eles estão
ligados à informação, indicação de leitura, à organização dos livros e da biblioteca, ao
conhecimento sobre vários assuntos, ficar separado numa sala ou mesa, trabalhar em uma
biblioteca, além do fato de se apresentarem como bibliotecário. E esses signos refletem o
exemplo da figura 01, na qual nos é mostrada como se dá a relação triádica de objeto, signo e
interpretante. Um fator que destacamos é que as citações referentes à organização, conhecer o
acervo e ter informações ocorreram 15 vezes, demonstrando que a imagem que esta
comunidade atribui ao bibliotecário é de alguém que está ligado a organização da biblioteca, o
�que mostra como o signo age para a composição da imagem do bibliotecário. Algo que nos
chama atenção, são algumas das respostas dadas:
A pessoa sabia aonde estavam localizados todos os livros da
biblioteca, sempre que procuravamos por algo e não achavamos ele ia
ate o setor em que estavamos para tentar.
Acredito que por trabalhar e organizar a biblioteca sejam
bibliotecários. Nenhuma característica específica.
Se identificou como bibliotecário e oferecia auxílio para encontrar
livros.
A seriedade e o conhecimento rápido dos significado dos números e
das estantes.
atenciosa, prestativa, mal humorada. (Grifo nosso)
A partir das respostas destacadas é possível compreender como a relação dos signos,
objeto e telespectadores (interpretantes) foi construída. Percebemos que muitos signos
apontam para o objeto e os interpretantes externalizaram tal percepção por meio de suas
respostas. Partindo deste entendimento, atribuímos que a construção da imagem do
bibliotecário é constituída pelos seguintes fatores: saber a localização dos livros, trabalhar e
organizar a biblioteca, oferecer auxílio, a seriedade, ser atencioso e mal humorado, sendo
esses os signos que fizeram com que o usuário percebesse os profissionais das unidades
informacionais universitárias como o bibliotecário. Dessa forma vemos como a semiótica
apresentada por Peirce se constrói, mostrando de uma maneira clara como a imagem do
bibliotecário foi construída para esses usuários e quais foram as suas percepções acerca do
bibliotecário.
Para aqueles que não acreditam que a biblioteca possuía um bibliotecário, destinamos
a pergunta 09 do questionário, conforme consta na Tabela 2:
�Tabela 02- Categorização das respostas da pergunta daqueles que não acreditam que a biblioteca de sua
universidade possui um bibliotecário
Categorias
Número de citações
das categorias
Porcentagem
Fonte: os autores.
A partir da categorização das respostas abertas da questão 08 percebemos como os
signos foram importantes para a construção da imagem de um bibliotecário. Constatamos que
os signos representam o objeto da seguinte maneira: organizado, tem conhecimento,
acolhedor, receptivo, boa comunicação, carisma e não soube indicar material. Esses signos,
quando foram apresentados aos interpretantes (usuários), fizeram com que eles atribuíssem
esses signos aos bibliotecários ou as pessoas que estavam na biblioteca e que apresentaram
tais signos a eles. Para compreender como os telespectadores perceberam os bibliotecários ou
possíveis bibliotecários, seguem algumas respostas dadas:
Boa comunicação, organização
Acredito que o bibliotecário tenha conhecimento e se faça fácil de
entender.
Ser carismático e generalista para saber indicar bibliografias das
áreas de conhecimento existentes na instituição.
A partir dessas respostas, percebemos a clara apreensão dos signos apreendidos, como
por exemplo, signos relacionados à organização, sendo que o objeto é organizado, instrui
acerca de informações que outras pessoas precisam. A percepção dos usuários nesta questão
nos faz crer que mesmo que não acreditem que a biblioteca possua um bibliotecário, os signos
apresentados a eles, fazem com que acreditem que o bibliotecário seja quem apresente tais
signos, sendo aqui aplicados os princípios apresentados por Peirce sobre primeiridade,
secundidade e terceiridade.
A primeiridade é pertencente à natureza da qualidade, sendo tão somente um
sentimento, ou a primeira apreensão feita, quando os espectadores constatam um signo que é
ligado à biblioteca, ao conhecimento, ou às características do objeto. A secundidade ocorre
�quando há a interação dos signos com o objeto, ou seja, a ligação destes de uma forma que
implique ao objeto a ideia de existência já estabelecida pelos pensamentos, sem a necessidade
de um mediador com os primeiros signos apresentados. E por fim obtemos os princípios da
terceiridade que nada mais são do que a percepção dos usuários, numa síntese intelectual, na
qual o pensamento vai ao encontro daquilo que percebemos o que neste caso, significa que os
signos apreendidos com relação ao objeto, se posicionam com aquilo que percebemos como o
objeto bibliotecário.
Por fim, os respondentes foram questionados acerca do que acreditam que um
bibliotecário faz, e as respostas foram compiladas na Tabela 3.
Tabela 03- Categorização das respostas da pergunta: O que você acredita que um bibliotecário faz?
Categorias
Número de citações
das categorias
Porcentagem
Fonte: os autores
Analisando a compilação das respostas dadas, percebemos como a relação triádica
descrita por Peirce é feita, percebemos vários signos que apontam para o objeto bibliotecário,
sendo o interpretante que os interpreta e relacionando-os com o objeto. Assim, é possível
compreender que as categorias se comportam como signos, que dão significação ao objeto,
graças ao interpretante que possibilita a construção da imagem em sua mente por causa de
existências identitárias já determinadas, pelo conhecimento ou pré-conhecimento de seu
entorno ou pela definição em sua mente, assim signos como organização, catalogação,
informação, orientar e indicar leituras e gerir unidades de informação acabam se tornando um
reflexo do objeto bibliotecário na mente dos usuários. Para compreender como os usuários
perceberam o que faz um bibliotecário destacamos algumas respostas dadas por eles:
Organiza a biblioteca
Cuida da informação
Organiza, dissemina, gerencia a informação e pessoal de apoio.
Facilita a busca e uso da informação e se insere no contexto
ensino/aprendizagem da instituição a qual está inserido.
�Organiza os livros da biblioteca
Classifica as obras e define os destinos dos livros .
Ajuda na escolha de livros ou aonde eles se encontram
Sabe a localização dos livros imagino.
Cuida da biblioteca, supervisiona os atendentes que ficam no balcão,
tira dúvidas
não sei ao certo, mais creio que organizar a biblioteca, os livros e
melhor entendimento da historia como um todo.
Ajuda os frequentadores e mantem o lugar em ordem (Grifo nosso)
Retomando o dito de Peirce sobre o objeto do signo como sendo aquilo com que o
signo possui uma familiaridade, de tal maneira, que o signo possa fornecer alguma
informação adicional, assim o signo não só pode fornecer a informação de algo como pode
agregar sua possível continuidade de conhecimento, ou seja, no caso do bibliotecário
universitário, os signos que se apresentaram em formas de conhecimento (inteligência), os
signos que a descrevem o que fazem (atribuição) e signos que reforçam até mesmo a
dependência dos usuários em buscar ajuda com os bibliotecários (sabedoria), vemos então,
que o objeto bibliotecário tem uma continuidade do que já é pré-definido na mente das
pessoas do que é um bibliotecário e em alguns momentos os signos refutam até mesmo o
senso comum, trazendo à tona outras nuances do objeto bibliotecário, mas não se distanciando
do que a sociedade acredita que um bibliotecário faça.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no estudo teórico e prático desenvolvido nesta pesquisa, resultado das
pesquisas bibliográficas realizadas e das análises dos questionários aplicados, conectando
aspectos teóricos e pesquisa de campo, somos levados a crer que o desenvolvimento do
presente estudo possibilitou uma análise e o entendimento de como a imagem é formada na
mente humana, através da tríade sígnica composta por: objeto, signo e representamen,
explicado por meio da semiótica Peirciana, podendo descrever como se deu a construção da
imagem do bibliotecário para os alunos e comunidade de universidades.
�De modo geral, a imagem do profissional bibliotecário universitário é retratada com
significativa frequência no âmbito acadêmico. Entretanto, debruçar-se sobre este tema que
enfoca a construção da imagem do profissional, sem a abordagem de perfil e estereótipo, são
realidades menos comuns, sobretudo quando analisada a comunidade acadêmica de uma
universidade. Na busca pelo entendimento desse olhar, o foco deste trabalho de pesquisa,
centrou-se no objeto bibliotecário e suas relações sígnicas que possibilitaram o conhecimento
de qual é a imagem construída do bibliotecário para estudantes e comunidade dessas
bibliotecas.
Diante deste recorte específico, a realização deste trabalho contribui para compreender
a construção da imagem do bibliotecário na mente dos frequentadores e comunidade no
entorno destas bibliotecas, que apreendem os signos relacionados ao objeto bibliotecário e
constroem uma determinada imagem de tal profissional. Essa construção imagética explicada
pela semiótica pode ser alterada se conceitos pré-concebidos acerca do profissional forem
modificados, o que afetaria diretamente os signos apreendidos e a percepção com relação ao
profissional bibliotecário: a imagem construída foi de bibliotecários ligados à organização,
que trabalham em bibliotecas universitárias, que possuem conhecimento, facilitam o acesso à
informação, profissionais ligados aos livros, simpáticos e que ajudam os usuários a encontrar
a informação que precisam.
Somos então levados a compreender que a realização deste trabalho contribui para o
entendimento de como é construída a imagem do bibliotecário, sem a utilização de
estereótipos e o traçar de perfil nas universidades. Essa análise não somente colabora para o
entendimento dessa construção como também ajuda na ampla compreensão da imagem do
bibliotecário que foi apresentada para estudantes e comunidade através dos signos. Assim, a
escolha temática aqui apresentada resulta na percepção do outro, da comunidade,
frequentadores e estudantes com relação aos profissionais da área de biblioteconomia,
percebendo-os além da senhora de coque e que pede silêncio, graças à composição sígnica
apresentada a eles.
Aprendendo como a semiótica pode ajudar a compreender a maneira como uma
imagem é formada na mente e suas nuances formadas por meio da tríade sígnica, esperamos
que esta pesquisa possa contribuir também para uma certa desconstrução da imagem do
bibliotecário, aquela que se forma principalmente através de signos como livros, leitura,
inteligência, sábio e tantos outros signos atribuídos ao profissional. Não que essas imagens
não sejam importantes. De forma alguma. São muito importantes, mas, desse modo,
esperamos que outros signos possam agregar novas imagens e atributos que ajudem a
�construção e o reflexo atual da imagem do bibliotecário, a qual é muito maior do que alguém
mais. Somos
que guarda e organiza, mas que
também dissemina e ajuda os outros a encontrarem a informação que necessitam.
REFERÊNCIAS
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Revista Fronteiras: estudos mediáticos, v. 10, n.3, p. 193-200, set./dez. 2008. Disponível
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FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Mini Aurélio século XXI escolar: o
minidicionário da Língua Portuguesa. 4. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
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GRAY, David E.. Pesquisa no mundo real. 2. Porto Alegre: Penso, 2012.
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MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa: planejamento
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SANTAELLA, Lúcia. O que é semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A construção da imagem do bibliotecário sob a perspectiva da biblioteca universitária.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souza, Gabriel Justino de; Mendes, Jose Mario de Oliveira; Funaro, Vânia Martins Bueno de Oliveira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Esta pesquisa trata da construção da imagem de uma categoria profissional, os bibliotecários, com o auxílio da teoria semiótica, a fim de se entender como se dá tal construção e a percepção dessa imagem para usuários e comunidade de bibliotecas universitárias. Assim, nesta pesquisa, conceituamos os princípios de signo, objeto e interpretante, estabelecidos na semiótica de Charles Sanders Pierce (1839-1914), como base teórica para o estudo da imagem formada do bibliotecário. Para a coleta de dados, utilizamos questionários a fim de entender qual era a percepção do aluno e da comunidade de bibliotecas universitárias com relação aos bibliotecários. Dessa maneira, constatamos que a imagem construída do bibliotecário é de uma pessoa ligada à organização, que trabalha em bibliotecas, detentora de conhecimento, que cataloga, que é simpática e que ajuda o usuário a encontrar a informação que precisa, demonstrando, deste modo, o comportamento dos signos e como as pessoas os apreendem para formular a construção do profissional em sua mente, inclusive com conceitos anteriormente pré-estabelecidos.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5588/SNBU2018_107.pdf
ec374f80bbf55a50363d67890ba0304f
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Eixo I - Inovação e Criação
PROTÓTIPO DE UM APLICATIVO PARA A BIBLIOTECA DO CAMPUS
MEU PERGAMUM APP
PROTOTYPE OF AN APPLICATION FOR THE QUIXADÁ CAMPUS LIBRARY: "MY
PERGAMUM APP"
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este Trabalho tem como intuito apresentar e discorrer sobre as funções do
que
houvesse colaboração do público alvo, realizamos questionários por meio de formulários
do Google Docs, ferramenta que foi de extrema importância e possibilitou a visualização
de maneira quantitativa acerca do impacto positivo que o aplicativo poderá vir a atingir.
Também expressamos por intermédio de gráficos o grau de satisfação dos usuários que
obtiveram ciência do protótipo, e que já utilizam as recursos onlines disponibilizadas pela
Biblioteca Universitária (BU) da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Palavras-chave: Aplicativo ; Biblioteca do Campus Quixadá; Meu Pergamum App.
Abstract: This paper aims to present and discuss the functions of the "pilot application"
for the Quixadá Campus Library (BCQ). In addition, in order for the target audience to
collaborate, we conducted questionnaires through Google Docs forms, a tool that was
extremely important and made it possible to quantify the positive impact that the
application could achieve. We also expressed by graphs the degree of satisfaction of the
users who obtained the science of the prototype, and who already use the online resources
provided by the University Library (BU) of the Federal University of Ceará (UFC)
Keywords: App ; Quixadá Campus Library; My Pergamum App.
1179
�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
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Date
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2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
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Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Protótipo de um aplicativo para a biblioteca do campus Quixadá: “Meu Pergamum app”. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Kauane Lysien Costa; Santos, Regiane Pereira dos; Noronha, Daisy Pires
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este Trabalho tem como intuito apresentar e discorrer sobre as funções do ―aplicativo piloto‖ referente à Biblioteca do Campus Quixadá (BCQ). Ademais, para que houvesse colaboração do público alvo, realizamos questionários por meio de formulários do Google Docs, ferramenta que foi de extrema importância e possibilitou a visualização de maneira quantitativa acerca do impacto positivo que o aplicativo poderá vir a atingir. Também expressamos por intermédio de gráficos o grau de satisfação dos usuários que obtiveram ciência do protótipo, e que já utilizam as recursos onlines disponibilizadas pela Biblioteca Universitária (BU) da Universidade Federal do Ceará (UFC)
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A language of the resource
pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5585/SNBU2018_106.pdf
d600a83cd98771ff03077cdce82734b1
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Eixo I - Inovação e Criação
MONITORAMENTO ALTMÉTRICO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS:
A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E
ESPORTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ALTMETRIC MONITORING OF THE SCIENTIFIC ARTICLES: THE EXPERIENCE OF
LIBRARY OF THE SCHOOL OF PHYSICAL EDUCATION AND SPORT OF THE
UNIVERSITY OF SÃO PAULO
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O trabalho descreve a experiência da equipe da Biblioteca da Escola de Educação
Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP) no monitoramento altmétrico de
artigos científicos publicados pela Revista Brasileira de Educação Física e Esporte e
divulgados por meio das redes sociais online institucionais. O monitoramento visa (i) coletar,
analisar e contextualizar indicadores altmétricos dos artigos científicos divulgados nas redes
sociais institucionais e (ii) fornecer subsídios para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de
estratégias de divulgação da publicação. São apresentadas as etapas para a implementação do
monitoramento: (a) levantamento das ferramentas de monitoramento de redes sociais; (b)
seleção das ferramentas de monitoramento; (c) definição dos indicadores a serem coletados;
(d) desenvolvimento de diretrizes de monitoramento; (e) elaboração do relatório de
monitoramento; (f) capacitação técnica de equipe.
Palavras-chave: Altmetria; Estudos métricos da Informação; Divulgação científica; Redes
Sociais; Tecnologias digitais.
Abstract: The present work describes the School of Physical Education and Sports of the
University of São Paulo (EEFE-USP) Library team´s experience with the altmetrics of
Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. The monitoring aims to (i) collect, analyze
and context altmetric indicators of the scientific production dissemination in social media, and
(ii) provide ways to develop and improve scientific production dissemination strategies. The
implementation phases of monitoring are presented: (a) social media monitoring tools
collection; (b) monitoring tools selection; (c) definition of the collected indicators; (d)
monitoring guidelines development; (e) monitoring report preparation; (f) technical training
of the team.
Keywords: Altmetrics; Metric studies of information; Science diffusion; Social media;
Digital technologies.
1177
�
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Evento
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Title
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Monitoramento altmétrico de artigos científicos: a experiência da biblioteca da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo. (Pôster)
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2018
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O trabalho descreve a experiência da equipe da Biblioteca da Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP) no monitoramento altmétrico de artigos científicos publicados pela Revista Brasileira de Educação Física e Esporte e divulgados por meio das redes sociais online institucionais. O monitoramento visa (i) coletar, analisar e contextualizar indicadores altmétricos dos artigos científicos divulgados nas redes sociais institucionais e (ii) fornecer subsídios para o desenvolvimento e aperfeiçoamento de estratégias de divulgação da publicação. São apresentadas as etapas para a implementação do monitoramento: (a) levantamento das ferramentas de monitoramento de redes sociais; (b) seleção das ferramentas de monitoramento; (c) definição dos indicadores a serem coletados; (d) desenvolvimento de diretrizes de monitoramento; (e) elaboração do relatório de monitoramento; (f) capacitação técnica de equipe.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5582/SNBU2018_105.pdf
244d0aff674ed4572aa930ddeb771f89
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Eixo I - Inovação e criação
MAPEAMENTO DE PROCESSOS DE TRABALHO DA BIBLIOTECA DO CAMPUS
DE QUIXADÁ DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
MAPPING OF WORK PROCESSES LIBRARY OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF CEARÁ
IN QUIXADÁ
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Apresenta o relato de experiência acerca do mapeamento de processos de trabalho
da Biblioteca do Campus da Universidade Federal do Ceará em Quixadá. Define processos,
notação de modelagem de processo de negócio e aborda os elementos representativos dos
fluxos de processos. Utiliza o mapeamento de processos para a identificação de nove
processos da Biblioteca, a notação da modelagem foi feita com a ferramenta Bizagi Process
Modeler®. Tendo como metodologia aplicada a pesquisa-ação, com abordagem qualitativa,
como também pesquisa documental. O resultado foi a elaboração do Manual de
Procedimentos da Biblioteca do Campus de Quixadá da Universidade Federal do Ceará que
contribuiu para a padronização das atividades da Biblioteca, como também no auxílio aos
novos servidores que chegam ao Campus, facilitando o entendimento do funcionamento dos
processos do setor, agregando valor a organização - o Campus da Universidade Federal do
Ceará em Quixadá.
Palavras-chave: Mapeamento de processos; BPMN; Biblioteca universitária.
Keywords: Process Maping; BPMN; University Library.
1175
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Mapeamento de processos de trabalho da biblioteca do campus de Quixadá da universidade federal do Ceará. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Mendes, Aline Rodrigues de Lima
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o relato de experiência acerca do mapeamento de processos de trabalho da Biblioteca do Campus da Universidade Federal do Ceará em Quixadá. Define processos, notação de modelagem de processo de negócio e aborda os elementos representativos dos fluxos de processos. Utiliza o mapeamento de processos para a identificação de nove processos da Biblioteca, a notação da modelagem foi feita com a ferramenta Bizagi Process Modeler®. Tendo como metodologia aplicada a pesquisa-ação, com abordagem qualitativa, como também pesquisa documental. O resultado foi a elaboração do Manual de Procedimentos da Biblioteca do Campus de Quixadá da Universidade Federal do Ceará que contribuiu para a padronização das atividades da Biblioteca, como também no auxílio aos novos servidores que chegam ao Campus, facilitando o entendimento do funcionamento dos processos do setor, agregando valor a organização - o Campus da Universidade Federal do Ceará em Quixadá.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5579/SNBU2018_104.pdf
7afa45336a553c511eafb69429ef881f
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Eixo I - Inovação e Criação
DIGITALIZAÇÃO DE LIVROS: EBOOKS COMO ALTERNATIVA PARA
INSUFICIÊNCIADEEXEMPLARES NAUNIVERSIDADEFEDERALDO
CEARÁ - CAMPUS QUIXADÁ
DIGITIZATION OF BOOKS: EBOOKS AS AN ALTERNATIVE FOR
INSUFFICIENT COPIES AT THE FEDERAL UNIVERSITY OF CEARÁ QUIXADÁ CAMPUS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O termo eBook é uma abreviatura de eletronic book e surge como proposta de
democratização da leitura, em especial pelo fato de que seu custo varia em torno de 30% a
50% menor que o livro impresso. O presente estudo foi desenvolvido no âmbito da biblioteca
da Universidade Federal do Ceará (UFC) campus Quixadá com objetivo analisar como a
digitalização (eBook) amenizaria o limitado número de livros físicos interferindo
positivamente na expansão de uma biblioteca virtual.
demonstrar a relevância do estudo e aplicação de um questionário com professores e alunos
tisfação dos usuários da biblioteca em relação à
disponibilidade dos livros. Assim, é possível concluir com os resultados encontrados que a
digitalização se apresenta como uma solução interessante para a quantidade limitada de
volumes físicos que acabam por não contemplar a grande demanda de solicitações por parte
dos alunos bem como por ser uma ferramenta de fácil acesso já que pode está disponível em
qualquer aparelho eletrônico.
Palavras-chave: Biblioteca. Digitalização de livros. Ebook.
Abstract: The term eBook is an abbreviation for electronic book and it appears as a proposal
for democratization of reading, especially because its cost varies around 30% to 50% lower
than the printed book. The present study was developed within the scope of the library of the
Federal University of Ceará (UFC) Quixadá campus with the purpose of analyzing how the
eBook would lighten the limited number of physical books interfering positively in the
expansion of a virtual library. To do so, the research is classified as an exploratory nature and
1173
�is structured in a bibliographic review in order to demonstrate the relevance of the study and
application of a questionnaire with the institution's teachers and students in order to
understand the satisfaction of library users in relation to availability of books. Thus, it is
possible to conclude from the results found that the digitization presents itself as an
interesting solution for the limited amount of physical volumes that end up not to contemplate
the great demand of requests on the part of the students as well as being a tool of easy access
since can be available on any electronic device.
Keywords: Library. Scanning of physical books.
1174
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Digitalização de livros: Ebooks como alternativa para insuficiência de exemplares na universidade Federal do Ceará - Campus Quixadá. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Kauane Lysien Costa; Melo Junior, Antonio Edval Tavares de; Barroso,Dias, Antonia Claudia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O termo eBook é uma abreviatura de eletronic book e surge como proposta de democratização da leitura, em especial pelo fato de que seu custo varia em torno de 30% a 50% menor que o livro impresso. O presente estudo foi desenvolvido no âmbito da biblioteca da Universidade Federal do Ceará (UFC) campus Quixadá com objetivo analisar como a digitalização (eBook) amenizaria o limitado número de livros físicos interferindo positivamente na expansão de uma biblioteca virtual. Para tanto, a pesquisa é classificada como de natureza exploratória e está estruturada em revisão bibliográfica com o intuito de demonstrar a relevância do estudo e aplicação de um questionário com professores e alunos da instituição a fim de compreender a satisfação dos usuários da biblioteca em relação à disponibilidade dos livros. Assim, é possível concluir com os resultados encontrados que a digitalização se apresenta como uma solução interessante para a quantidade limitada de volumes físicos que acabam por não contemplar a grande demanda de solicitações por parte dos alunos bem como por ser uma ferramenta de fácil acesso já que pode está disponível em qualquer aparelho eletrônico.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5576/SNBU2018_103.pdf
b2c4f8c86d2c0191369af06b83077036
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Eixo I - Inovação e Criação
AÇÕES DE REESTRUTURAÇÃO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE
PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER (BVS)
RESTRUCTURING ACTIONS OF THE VIRTUAL LIBRARY ON HEALTH CANCER
PREVENTION AND CONTROL (VHL)
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A construção da Biblioteca Virtual Prevenção e Controle de Câncer (BVS) é um
projeto coordenado pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da
Saúde (BIREME), da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)/ Organização Mundial
da Saúde (OMS), sob a liderança do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da
Silva (INCA). O trabalho apresenta a dinâmica de reestruturação da BVS. Aponta as
iniciativas desenvolvidas e aplicadas para aprimorar a gestão e governança com o objetivo de
fortalecer sua rede. A rede cooperativa BVS, formada por instituições usuárias, intermediárias
e produtoras de informação, desenvolve suas atividades através de um modelo de governança
que atua em ampliar o fluxo de informação científica e técnica na temática. Destaca o
compromisso das instituições cooperantes em garantir a qualidade do conteúdo, a
continuidade e atualização permanente de suas fontes de informação, possibilitando a
consistência e consolidação da BVS como referência para outras iniciativas da Rede BVS,
bem como ter um papel primordial de facilitar o acesso à informação significativa e de
qualidade na área e de ser um espaço planejado de discussão e excelência de profissionais e
interessados no tema de Prevenção e Controle de Câncer.
Palavras-chave: 1. Biblioteca Virtual em Saúde; 2. Divulgação Científica em Saúde; 3.
Gestão da Informação em Saúde.
Abstract: The creation of the Virtual Library for Prevention and Control of Cancer (VHL) is
a project coordinated by the Latin American and Caribbean Center for Health Sciences
Information (BIREME), Pan American Health Organization (PAHO) / World Health
Organization (WHO), under the leadership of the National Cancer Institute José Alencar
Gomes da Silva (INCA). The paper presents the restructuring dynamics of the VHL. It points
1171
�out the initiatives developed and applied to improve management and governance in order to
strengthen its network. The VHL cooperative network, made up of user, intermediary and
information-producing institutions, develops its activities through a governance model that
works to broaden the flow of scientific and technical information on the subject. It highlights
the commitment of the cooperating institutions to guarantee the content quality, continuity
and permanent updating of their information sources, ensuring the consistency and
consolidation of the VHL as a reference for other initiatives of the VHL Network, as well as
having a primary role of facilitating access to significant and quality information in the area
and to be a planned space for discussion and excellence of professionals and interested in the
topic of Cancer Prevention and Control.
Keywords: 1. Virtual Health Library; 2. Scientific Dissemination in Health; 3. Health
Information Management.
1172
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Ações de reestruturação da Biblioteca Virtual em Saúde prevenção e controle de câncer (BVS). (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Simões, Kátia Oliveira et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A construção da Biblioteca Virtual Prevenção e Controle de Câncer (BVS) é um projeto coordenado pelo Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (BIREME), da Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)/ Organização Mundial da Saúde (OMS), sob a liderança do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). O trabalho apresenta a dinâmica de reestruturação da BVS. Aponta as iniciativas desenvolvidas e aplicadas para aprimorar a gestão e governança com o objetivo de fortalecer sua rede. A rede cooperativa BVS, formada por instituições usuárias, intermediárias e produtoras de informação, desenvolve suas atividades através de um modelo de governança que atua em ampliar o fluxo de informação científica e técnica na temática. Destaca o compromisso das instituições cooperantes em garantir a qualidade do conteúdo, a continuidade e atualização permanente de suas fontes de informação, possibilitando a consistência e consolidação da BVS como referência para outras iniciativas da Rede BVS, bem como ter um papel primordial de facilitar o acesso à informação significativa e de qualidade na área e de ser um espaço planejado de discussão e excelência de profissionais e interessados no tema de Prevenção e Controle de Câncer.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5573/SNBU2018_102.pdf
0f05a5be07cd918ec0cbb8801db23cf0
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Eixo I
Inovação e Criação
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO INOVANDO
BIBLIOTECAS
INFORMATION AND COMMUNICATION TECHNOLOGIES INNOVATING LIBRARIES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: As bibliotecas públicas e privadas passam por mudanças constantes. A atualização
no conhecimento de novas tecnologias é uma necessidade imperativa para seu usuário. Nesse
sentido, este texto aborda a inovação dos serviços no Sistema de Bibliotecas da Universidade
Estadual de Feira de Santana e da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Santa Cruz,
ambas localizadas no Estado da Bahia, através do uso de tecnologias de informação e
comunicação. Tem como objetivo explanar sobre os avanços advindos nestas bibliotecas após
informatização dos seus produtos e serviços. A fundamentação teórica sobre o processo de
informatização baseou-se nos estudos de Jennifer Rowley e demais autores que são citados no
transcorrer do texto. A metodologia utilizada é a da análise qualitativa de estudo de casos, por
meio de relatos de experiências. Inicialmente o texto expõe uma breve história das referidas
bibliotecas, em seguida, descreve o processo de informatização e o impacto que ocorreu
nestas bibliotecas. Relata os motivos que determinaram a conversão do sistema, relaciona os
avanços que sucederam após esta migração e esclarece por que foram fundamentais para
garantir, às Bibliotecas, as condições indispensáveis para um atendimento de excelência
condizente com a demanda crescente do público. Enfim, ressalta que as inovações incluídas
nas Bibliotecas em estudo, ainda permanecem em vigor, mas são apenas algumas das
tecnologias de informação e comunicação existentes no mercado.
Palavras-chave: Bibliotecas. Tecnologia de Informação e Comunicação. Inovação.
Informatização.
1169
�Abstract: The public and private libraries are constantly changing. The knowledge update
about the new technologies is imperative for their users. In this sense, the text presents an
approach concerning the innovation of the services in the Universidade Estadual de Feira de
Santana Libraries System and in the Universidade Estadual de Santa Cruz Central Library,
both located in the state of Bahia, by using Information and Communication Technologies
(ICT). Its main goal is to explain the achieved headways in these libraries with the
computerization of their products and services. The theoretical background on this
computerization process is based on the studies developed by Jennifer Rowley and other
authors quoted in the text. The adopted methodology is the qualitative analysis of some case
studies, considering the reported experiences. Firstly, the text exposes a brief history of the
studied libraries; soon after, it describes the computerization process and the impact that
occurred in these libraries. It reports the reasons that determined the change of system, relates
the advances obtained after the migration and makes clear why it was fundamental in order to
guarantee to the libraries the needful conditions for a service of excellence in a context of
increasing demand of the public. To sum up, it highlights that the included innovations in the
studied libraries keep on use, but they are only some of ICT which can be used.
Keywords: Libraries. Information and Communication Technology. Innovation.
Computerization.
1170
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Tecnologias de informação e comunicação inovando bibliotecas. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santana, Suely et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas públicas e privadas passam por mudanças constantes. A atualização no conhecimento de novas tecnologias é uma necessidade imperativa para seu usuário. Nesse sentido, este texto aborda a inovação dos serviços no Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana e da Biblioteca Central da Universidade Estadual de Santa Cruz, ambas localizadas no Estado da Bahia, através do uso de tecnologias de informação e comunicação. Tem como objetivo explanar sobre os avanços advindos nestas bibliotecas após informatização dos seus produtos e serviços. A fundamentação teórica sobre o processo de informatização baseou-se nos estudos de Jennifer Rowley e demais autores que são citados no transcorrer do texto. A metodologia utilizada é a da análise qualitativa de estudo de casos, por meio de relatos de experiências. Inicialmente o texto expõe uma breve história das referidas bibliotecas, em seguida, descreve o processo de informatização e o impacto que ocorreu nestas bibliotecas. Relata os motivos que determinaram a conversão do sistema, relaciona os avanços que sucederam após esta migração e esclarece por que foram fundamentais para garantir, às Bibliotecas, as condições indispensáveis para um atendimento de excelência condizente com a demanda crescente do público. Enfim, ressalta que as inovações incluídas nas Bibliotecas em estudo, ainda permanecem em vigor, mas são apenas algumas das tecnologias de informação e comunicação existentes no mercado.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5571/SNBU2018_101.pdf
38999377209b138c290208c78332c619
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Eixo I
Inovação e Criação
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFAM: EXPLORANDO A REFERÊNCIA
VIRTUAL POR CHAT
UFAM LIBRARY SYSTEM: EXPLORING THE VIRTUAL REFERENCE BY CHAT
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O contexto das bibliotecas é dinâmico igual como acontece em outros lugares e
contextos sociais. Logo, devem adaptar-se com certa celeridade às mudanças que ocorrem no
mundo contemporâneo e orientadas para o formato digital e o acesso virtual. Acessibilidade é
palavra de ordem; usuários querem e precisam ter acesso a qualquer momento e em qualquer
lugar e por isso as bibliotecas precisam atender, dentro do possível, estas demandas. Dessa
forma, surge a criação de a experimentação do serviço de atendimento virtual via chat como
uma proposta inovadora para dinamizar o contato com a comunidade de usuários do Sistema
de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas. Utiliza as tecnologias disponíveis
aplicada a oferta de serviços de atendimento adequadas as necessidades dos usuários.
Conclui-se que o atendimento virtual embora timidamente em números, tem apresentado
resultados satisfatórios de uso pelos usuários e acredita-se agregar valor aos serviços
disponibilizados pelo sistema de bibliotecas da instituição.
Palavras-chave: Serviço de referência; Atendimento virtual; Chat; Bibliotecas. UFAM.
Abstract: The context of libraries is as dynamic as it is in other places and social contexts.
Therefore, they must adapt with some celerity to the changes occurring in the contemporary
world and oriented towards digital format and virtual access. Accessibility is a word of order;
users want and need access anytime, anywhere and so libraries need to meet, as much as
possible, these demands. In this way, the creation of the experimentation of the virtual chat
service as an innovative proposal to dynamize the contact with the community of users of the
Libraries System of the Federal University of the State of Amazonas. It uses the available
technologies applied to the provision of appropriate services to the needs of users. It was
concluded that the virtual service although timidly in numbers, has presented satisfactory
results of use by the users and is believed to add value to the services provided by the
institution's library system.
Keywords: Reference service; Virtual assistance; Chat; Libraries. UFAM.
1167
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sistema de bibliotecas da UFAM: explorando a referência virtual por chat. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Siqueira, Thiago Giordano de Souza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O contexto das bibliotecas é dinâmico igual como acontece em outros lugares e contextos sociais. Logo, devem adaptar-se com certa celeridade às mudanças que ocorrem no mundo contemporâneo e orientadas para o formato digital e o acesso virtual. Acessibilidade é palavra de ordem; usuários querem e precisam ter acesso a qualquer momento e em qualquer lugar e por isso as bibliotecas precisam atender, dentro do possível, estas demandas. Dessa forma, surge a criação de a experimentação do serviço de atendimento virtual via chat como uma proposta inovadora para dinamizar o contato com a comunidade de usuários do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas. Utiliza as tecnologias disponíveis aplicada a oferta de serviços de atendimento adequadas as necessidades dos usuários. Conclui-se que o atendimento virtual embora timidamente em números, tem apresentado resultados satisfatórios de uso pelos usuários e acredita-se agregar valor aos serviços disponibilizados pelo sistema de bibliotecas da instituição.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5567/SNBU2018_100.pdf
beb5a08438ec513d939cbb2b8eb10184
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Eixo I
Inovação e Criação
RECURSOS DA REALIDADE AUMENTADA APLICADA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
AUGMENTED REALITY RESOURCES APPLIED IN UNIVERSITY LIBRARIES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A Realidade Aumentada em bibliotecas por meio de aplicativos em smartphones é
um recurso que já vem sendo estudado nas universidades, por exemplo, do Instituto Nacional
de Design em Bangalore - Índia que já o utilizam. A aplicação desta proposta em bibliotecas
universitárias pode trazer soluções para uma melhor usabilidade em diversos serviços
oferecidos por unidades de informação, sendo uma solução prática com respostas
significativas. Os serviços que podem ser feitos por meio de RA são: a codificação da CDU
ou CDD transformadas em linguagem natural; visitas guiadas na biblioteca; indicação correta
na busca de livros nas estantes; marcadores de RA em capas de livros permitindo à exibição
de resumos e etc. A utilização deste recurso tem como objetivo colaborar na construção da
independência dos usuários ao realizarem suas pesquisas em unidades de informação e tendo
uma maior acessibilidade a elas. Essa proposta foi pensada após uma avaliação feita de forma
direta nas ferramentas tecnológicas que são utilizadas por essas unidades para auxiliar o
acesso às informações, onde surgiu a ideia de implementar o recurso de RA, visando melhorar
a encontrabilidade da informação por meio de uma linguagem usual. Este recurso poderá
trazer para as bibliotecas uma diminuição na demanda do setor de referência e acessibilidade
para todos.
Palavras-chave: Realidade Aumentada.
Encontrabilidade da informação.
Serviço
de
referência.
Acessibilidade.
Abstract:
been studied in universities, for example, the National Institute of Design in Bangalore-India
that already use it. The proposal for this application in university libraries can bring solutions
for a best use in several services offered by information units being a practical solution with
significant answers. The services that can be done through AR are: the coding of the UDC or
DDC transformed into natural language, guided tours in the library, correct indication in the
search of books on the shelves, bookmarks of AR in book covers allowing the display of
1165
�abstracts and so on. The use of this resource aims to collaborate in the construction of the
independence of the users when carrying out their research in units of information and having
a greater accessibility to them. This proposal was conceived after a direct evaluation of the
technological tools that are used by these units to aid the access to the information, where the
idea of implementing the AR resource appeared, in order to improve the information viability
in a usual language . This resource could bring to the libraries a decrease in the demand of the
sector of reference and accessibility for all.
Keywords: Augmented Reality. Reference service. Acessibility. Findability of information
1166
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Recursos da realidade aumentada aplicada em bibliotecas universitárias. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Endlich, Juliana Norato
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Realidade Aumentada em bibliotecas por meio de aplicativos em smartphones é um recurso que já vem sendo estudado nas universidades, por exemplo, do Instituto Nacional de Design em Bangalore - Índia que já o utilizam. A aplicação desta proposta em bibliotecas universitárias pode trazer soluções para uma melhor usabilidade em diversos serviços oferecidos por unidades de informação, sendo uma solução prática com respostas significativas. Os serviços que podem ser feitos por meio de RA são: a codificação da CDU ou CDD transformadas em linguagem natural; visitas guiadas na biblioteca; indicação correta na busca de livros nas estantes; marcadores de RA em capas de livros permitindo à exibição de resumos e etc. A utilização deste recurso tem como objetivo colaborar na construção da independência dos usuários ao realizarem suas pesquisas em unidades de informação e tendo uma maior acessibilidade a elas. Essa proposta foi pensada após uma avaliação feita de forma direta nas ferramentas tecnológicas que são utilizadas por essas unidades para auxiliar o acesso às informações, onde surgiu a ideia de implementar o recurso de RA, visando melhorar a encontrabilidade da informação por meio de uma linguagem usual. Este recurso poderá trazer para as bibliotecas uma diminuição na demanda do setor de referência e acessibilidade para todos.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5565/SNBU2018_099.pdf
9b12df9eada758a1b89818e8361e5803
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Eixo I
Inovação e Criação
PROPRIEDADE INDUSTRIAL, INOVAÇÃO E PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA
INDUSTRIAL PROPERTY, INNOVATION AND PROSPECTING STUDIES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Um dos grandes desafios para Instituições Científica e Tecnológica e empresas é
saber investir em pesquisas sem prejuízos, é inovar sem medo, tendo como aliado a previsão
de cenário futuro. Para isso, o investidor ou pesquisador podem fazer uso de estudos de
prospecção tecnológica, onde a análise de patente contribui substancialmente para montar este
cenário, tentando evitar possíveis prejuízos em pesquisas e desenvolvimento. Não é possível
estudar prospecção tecnológica em patentes sem relaciona-las a Inovação, propriedade
intelectual e propriedade industrial, porém tais estudos ainda são incipientes, dada à cultura de
inovação em desenvolvimento no país e os poucos investimentos em educação.
Palavras-chave: Prospecção tecnológica. Patentes. Inovação. Propriedade intelectual.
Propriedade Industrial.
Abstract: One of the great challenges for Scientific and Technological Institutions and
companies is knowing how to invest in research without losses, is to innovate without fear,
having as an ally the prediction of future scenario. For this, the investor or researcher can
make use of studies of technological prospection, where the analysis of patent contributes
substantially to mount this scenario, trying to avoid possible damages in research and
development. It is not possible to study technological prospecting in patents without relating
them to innovation, intellectual property and industrial property, but these studies are still
incipient given the culture of innovation in development in the country and the few
investments in education.
Keywords: Technology prospecting. Patents. Innovation. Intellectual property. Industrial
Property.
1163
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Propriedade industrial, inovação e prospecção tecnológica. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Morais, Sara Maria Peres
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Um dos grandes desafios para Instituições Científica e Tecnológica e empresas é saber investir em pesquisas sem prejuízos, é inovar sem medo, tendo como aliado a previsão de cenário futuro. Para isso, o investidor ou pesquisador podem fazer uso de estudos de prospecção tecnológica, onde a análise de patente contribui substancialmente para montar este cenário, tentando evitar possíveis prejuízos em pesquisas e desenvolvimento. Não é possível estudar prospecção tecnológica em patentes sem relaciona-las a Inovação, propriedade intelectual e propriedade industrial, porém tais estudos ainda são incipientes, dada à cultura de inovação em desenvolvimento no país e os poucos investimentos em educação.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5562/SNBU2018_098.pdf
15dca371fbfb1f395c2157c325a5b140
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Eixo I
Inovação e Criação
O REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO
CIENTÍFICA NA PÓS-GRADUAÇÃO
THE INSTITUTIONAL REPOSITORY AND THE MANAGEMENT OF SCIENTIFIC
INFORMATION IN POST-GRADUATION
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Apresenta reflexões iniciais de uma pesquisa que tem como objetivo identificar de
que forma a biblioteca universitária pode explorar o repositório institucional enquanto
ferramenta de gestão da informação científica, e que contribui para o desenvolvimento dos
programas de pós-graduação. Os repositórios institucionais são ambientes digitais voltados ao
armazenamento, organização e disseminação da produção intelectual de uma instituição,
geralmente universidades ou institutos de pesquisa. Neste momento inicial, caracteriza-se
como uma pesquisa do tipo exploratória com uma abordagem, buscando a contextualização
do fenômeno estudado. No decorrer de seu desenvolvimento, este estudo será de natureza
documental, quanto aos procedimentos. Mas desde já destacamos que a biblioteca
universitária deve se apropriar de seu papel de mediadora da informação e produção do
conhecimento e bem como propor indicadores que potencializem o uso dos repositórios
institucionais.
Palavras-chave: Repositório institucional; Biblioteca universitária; Comunicação científica.
Abstract: It presents initial reflections of a research that aims to identify how the university
library can explore the institutional repository as a tool for scientific information
management, and that contributes to the development of postgraduate programs. Institutional
repositories are digital environments for the storage, organization and dissemination of the
intellectual production of an institution, usually universities or research institutes. In this
initial moment, it is characterized as an exploratory type research with an approach, seeking
the contextualization of the phenomenon studied. In the course of its development, this study
will be of documentary nature, regarding the procedures. However, we stress that the
university library must assume its role of mediating information and knowledge production,
as well as proposing indicators that enhance the use of institutional repositories.
Keywords: Institutional repository; University library; Scientific Communication.
1161
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O repositório institucional e a gestão da informação científica na pós-graduação. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Raimundo Nonato Ribeiro dos; Nascimento, Eliene Gomes Vieira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta reflexões iniciais de uma pesquisa que tem como objetivo identificar de que forma a biblioteca universitária pode explorar o repositório institucional enquanto ferramenta de gestão da informação científica, e que contribui para o desenvolvimento dos programas de pós-graduação. Os repositórios institucionais são ambientes digitais voltados ao armazenamento, organização e disseminação da produção intelectual de uma instituição, geralmente universidades ou institutos de pesquisa. Neste momento inicial, caracteriza-se como uma pesquisa do tipo exploratória com uma abordagem, buscando a contextualização do fenômeno estudado. No decorrer de seu desenvolvimento, este estudo será de natureza documental, quanto aos procedimentos. Mas desde já destacamos que a biblioteca universitária deve se apropriar de seu papel de mediadora da informação e produção do conhecimento e bem como propor indicadores que potencializem o uso dos repositórios institucionais.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5560/SNBU2018_097.pdf
81878fbd297795c9d1aca028fa0b5e22
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Eixo I
Inovação e Criação
MÍDIAS SOCIAIS NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A COMPETÊNCIA EM
INFORMAÇÃO
SOCIAL MEDIA IN THE UNIVERSITY LIBRARY AND INFORMATION LITERACY
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Trata-se da utilização das mídias sociais nas bibliotecas universitárias, como
instrumento do desenvolvimento da competência em informação, do graduando em relação à
ambientação da terminologia utilizada no campo do Direito. Na biblioteca universitária, o
profissional da informação deve se preocupar em focar seu trabalho para o usuário e seu
assunto de estudo. Analisa essa situação na Biblioteca da Faculdade de Direito da
Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre uma iniciativa em utilizar as redes sociais online, principalmente, a página institucional da biblioteca no Facebook, como forma de auxiliar
os alunos no desenvolvimento das suas habilidades no campo jurídico e acadêmico.
Palavras-chave: Competência em informação; Biblioteca universitária; Ensino superior;
Facebook; Mídias sociais.
Abstract: This is the use of social media in university libraries, as an instrument for the
development of information competence, of the graduate in relation to the ambience of the
terminology used in the field of Law. In the university library, the information professional
should be concerned with focusing his work on the user and his subject matter. It analyzes this
situation in the Library of the Faculty of Law of the Federal University Fluminense (UFF),
about an initiative to use online social networks, mainly the institutional page of the library on
Facebook, as a way to assist students in the development of their skills in the legal and
academic field.
Keywords: Information literacy; University library; University; Facebook; Social media.
1159
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Mídias sociais na biblioteca universitária e a competência em informação. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Bragante, Dempsey de Lima
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata-se da utilização das mídias sociais nas bibliotecas universitárias, como instrumento do desenvolvimento da competência em informação, do graduando em relação à ambientação da terminologia utilizada no campo do Direito. Na biblioteca universitária, o profissional da informação deve se preocupar em focar seu trabalho para o usuário e seu assunto de estudo. Analisa essa situação na Biblioteca da Faculdade de Direito da Universidade Federal Fluminense (UFF), sobre uma iniciativa em utilizar as redes sociais on-line, principalmente, a página institucional da biblioteca no Facebook, como forma de auxiliar os alunos no desenvolvimento das suas habilidades no campo jurídico e acadêmico.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5557/SNBU2018_096.pdf
645c5abef9879eab842c9811e7a1602f
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Eixo I
Inovação e Criação
FOLKSONOMIA RESTRITA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA BU/UFSC
NARROW FOLKSONOMY: EXPERIENCIAL REPORT OF BU/UFSC
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Relata a experiência da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa
Catarina na aplicação de um modelo de indexação híbrida, cujo objetivo foi tornar a
recuperação dos recursos informacionais provenientes da produção intelectual da
Universidade mais eficiente. Seu problema relaciona-se às dificuldades encontradas na
utilização de assuntos autorizados para a indexação das teses e dissertações depositadas no
catálogo da Biblioteca Universitária devido às constantes evoluções terminológicas que
proporcionam o surgimento de novos termos. A folksonomia se resume na atribuição de
termos referentes a determinado recurso informacional com a finalidade de recuperá-lo mais
facilmente em ambientes digitais. Os procedimentos metodológicos adotados referem-se ao
estudo de caso da referida Universidade com abordagem qualitativa e fundamentados na
pesquisa bibliográfica. Após a definição dos campos bibliográficos a serem utilizados para a
aplicação da folksonomia restrita e dos testes para ajustes necessários, partiu-se para a
aplicação direta do modelo de indexação híbrida. Como resultados, destaca-se que a
indexação obteve mais consistência e que houve significativa eficiência na busca e na
recuperação das teses e dissertações disponibilizadas pela Biblioteca. Conclui-se que a
folksonomia restrita atende às necessidades informacionais dos usuários à medida que
apresenta no catálogo opções de consulta mais específicas e que apoiam o descobrimento de
recursos, atendendo ao principal objetivo de um catálogo que é a recuperação da informação.
Palavras-chave: Folksonomia; Recuperação da informação; Biblioteca Universitária da
UFSC.
Abstract: This paper describes and reflects on the experience of applying the hybrid index
model to the Universidade Federal de Santa Catarina's libraries systems. Such methodological
approach aimed to make the intellectual production of the University more efficiently
accessible. Our paper analyzes the problems around index according to the approved
categories within the dissertations and thesis cataloged within the University library system.
While such categories are dynamic and terminologies are constantly changing, there are new
terms developing side by side with research. Folksonomy refers to the process of attributing
terms (categories) to a specific informational resource in which the aim is its simple digital
1157
�recovery. Our qualitative methodology is based on the case study of the university, as well as
secondary bibliographic research. Upon defining the bibliographic approach to apply on the
narrow folksonomy, as well as running tests and adjusting models as needed, we've applied
the hybrid index process. As final results, our research indicates that the index provided both
consistencies as well as efficient in locating and recovering data on the dissertations and
thesis in the available at the library system. We've concluded that the narrow folksonomy
allows the users to retrieve information from the library catalog more efficiently. Moreover,
the narrow folksonomy also allows the users to specify their search tools and support them in
finding more resources.
Keywords:
Library.
1158
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Folksonomia restrita: relato de experiência da BU/UFSC. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Brigidi, Fabiana Hennies; Machado, Raquel Bernadete
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a experiência da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina na aplicação de um modelo de indexação híbrida, cujo objetivo foi tornar a recuperação dos recursos informacionais provenientes da produção intelectual da Universidade mais eficiente. Seu problema relaciona-se às dificuldades encontradas na utilização de assuntos autorizados para a indexação das teses e dissertações depositadas no catálogo da Biblioteca Universitária devido às constantes evoluções terminológicas que proporcionam o surgimento de novos termos. A folksonomia se resume na atribuição de termos referentes a determinado recurso informacional com a finalidade de recuperá-lo mais facilmente em ambientes digitais. Os procedimentos metodológicos adotados referem-se ao estudo de caso da referida Universidade com abordagem qualitativa e fundamentados na pesquisa bibliográfica. Após a definição dos campos bibliográficos a serem utilizados para a aplicação da folksonomia restrita e dos testes para ajustes necessários, partiu-se para a aplicação direta do modelo de indexação híbrida. Como resultados, destaca-se que a indexação obteve mais consistência e que houve significativa eficiência na busca e na recuperação das teses e dissertações disponibilizadas pela Biblioteca. Conclui-se que a folksonomia restrita atende às necessidades informacionais dos usuários à medida que apresenta no catálogo opções de consulta mais específicas e que apoiam o descobrimento de recursos, atendendo ao principal objetivo de um catálogo que é a recuperação da informação
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5554/SNBU2018_095.pdf
c855dacfa4ea15c998f15d17642d29ce
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Eixo - Inovação e Criação
DINÂMICA DAS COLEÇÕES NO REPOSITÓRIO DIGITAL DE UMA
UNIVERSIDADE
DYNAMICS OF COLLECTIONS IN THE DIGITAL REPOSITORY OF A UNIVERSITY
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Nos tempos atuais, as Instituições de Ensino, em especial as universidades,
precisam manter ágeis seus processos de produção e disseminação do conhecimento. Nesse
cenário, destacam-se os repositórios institucionais, que se apresentam como alternativas para
a rápida evolução da comunicação científica em ambiente virtual. O presente trabalho tem
como objetivo avaliar a dinâmica das coleções no Repositório Institucional da Universidade
Federal Fluminense, que, através de política de depósito da produção técnico-científica, tem
incentivado o uso dessa ferramenta pela comunidade acadêmica para o desenvolvimento das
coleções digitais em várias áreas do conhecimento. Apresenta ainda referencial teórico sobre
acesso aberto e repositórios, e breve histórico sobre o surgimento do Repositório Institucional
da universidade. O procedimento metodológico utilizado inclui as pesquisas bibliográfica,
documental e o levantamento quantitativo das coleções. Com base nos dados obtidos,
verificou-se que os trabalhos de conclusão de curso e as teses e dissertações são as coleções
mais desenvolvidas no repositório, enquanto os artigos, trabalhos de eventos, livros, capítulos
de livros e materiais didáticos tem baixa representatividade. Aponta-se nas considerações a
necessidade de investimento maior junto à comunidade acadêmica, para o desenvolvimento
das coleções no repositório institucional. Destaca-se que o repositório aumenta a visibilidade
das teses e dissertações, contribuindo para o ensino e a pesquisa, ao promover o acesso aos
seus conteúdos.
Palavras-chave: Repositório institucional; Desenvolvimento de coleções; Acervo digital.
Abstract: On present times, the Institutions of Education, especially the universities, need to
maintain agile their production processes and dissemination of knowledge. In this scenario,
institutional repositories stand out as alternatives for the rapid evolution of scientific
communication in a virtual environment. The present work aims to evaluate the dynamics of
collections in the Institutional Repository of the Federal Fluminense University, which,
through deposit policy for technical-scientific production, has encouraged the use of this tool
by the academic community for the development of digital collections in various areas of
knowledge. It also presents theoretical reference on open access and repositories, and a brief
history about the emergence of the Institutional Repository of the university. The
1155
�methodological procedure includes bibliographical, documentary and quantitative survey of
collections. Based on the data obtained, it was verified that the monographies, theses and
dissertations are the most developed collections in the repository, while articles, events,
books, book chapters and didactic materials have low representativeness. It is pointed out in
the considerations the need for greater investment with the academic community, for the
development of collections in the institutional repository. It should be noted that the
repository increases the visibility of theses and dissertations, contributing to teaching and
research, by promoting access to their contents.
Keywords: Institutional repository; Development of collections; Digital collection
1156
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Dinâmica das coleções no repositório digital de uma universidade. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Drumond, Geisa Meirelles; Figueiredo, Jussara Moore
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Nos tempos atuais, as Instituições de Ensino, em especial as universidades, precisam manter ágeis seus processos de produção e disseminação do conhecimento. Nesse cenário, destacam-se os repositórios institucionais, que se apresentam como alternativas para a rápida evolução da comunicação científica em ambiente virtual. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a dinâmica das coleções no Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense, que, através de política de depósito da produção técnico-científica, tem incentivado o uso dessa ferramenta pela comunidade acadêmica para o desenvolvimento das coleções digitais em várias áreas do conhecimento. Apresenta ainda referencial teórico sobre acesso aberto e repositórios, e breve histórico sobre o surgimento do Repositório Institucional da universidade. O procedimento metodológico utilizado inclui as pesquisas bibliográfica, documental e o levantamento quantitativo das coleções. Com base nos dados obtidos, verificou-se que os trabalhos de conclusão de curso e as teses e dissertações são as coleções mais desenvolvidas no repositório, enquanto os artigos, trabalhos de eventos, livros, capítulos de livros e materiais didáticos tem baixa representatividade. Aponta-se nas considerações a necessidade de investimento maior junto à comunidade acadêmica, para o desenvolvimento das coleções no repositório institucional. Destaca-se que o repositório aumenta a visibilidade das teses e dissertações, contribuindo para o ensino e a pesquisa, ao promover o acesso aos seus conteúdos.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5550/SNBU2018_094.pdf
4b926b44d7a6381ddb80e1460da89670
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Eixo I
Inovação e Criação
CULTURA DIGITAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
DIGITAL CULTURE IN UNIVERSITY LIBRARIES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Diante da modernização da produção científica e suas comunicações, as bibliotecas
universitárias promovem novas formas de acesso e disponibilização da informação para
pesquisadores, professores, alunos e técnicos, consolidando seus saberes e gerando
conhecimento. Dentro desse novo cenário, a cultura digital, fortemente alicerçada pela
internet, contribui para o aumento exponencial de acessos a artigos, e-books, vídeos, podcasts
e demais recursos digitais, utilizados em todo mundo. A partir deste contexto, este trabalho
tem a finalidade de discutir a influência da cultura digital em bibliotecas universitárias, bem
como conhecer as estratégias de ensino-aprendizagem, observando a questão dos grandes
estoques de informação e de conhecimento. Retoma o conceito de informação com um papel
central na sociedade contemporânea adentrando na cultura digital alicerçada no avanço das
tecnologias da informação e comunicação. Como objetivo desta pesquisa, propõe-se refletir
sobre a cultura digital em bibliotecas universitárias e sua influência nas aprendizagens e
saberes necessários à construção do conhecimento profissional pretendido pelos usuários que
a frequentam. Como procedimento metodológico, realizou-se a pesquisa bibliográfica, com
caráter descritivo-explicativa-exploratória-comparativa. Este artigo justifica-se na questão da
emergência de estudos sobre cultura digital em bibliotecas universitárias tornando-a um
espaço de aprendizagem e conhecendo seu público, diminuindo o tecnicismo e tornando a
biblioteca universitária mais inclusiva. Conclui-se que as bibliotecas podem se configurar
como elo de conexão entre estudantes e professores que cada vez mais fazem uso de redes de
colaboração e de recursos ubíquos de aprendizagem, mediado pelas tecnologias interativas de
informação.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Cultura digital. Ensino-aprendizagem. Informação.
Conhecimento.
Abstract:
The modernization of scientific production and its communications are evident. This way,
university libraries promote new ways of access and to make information available to
researchers, professors, students and technicians, consolidating and generating knowledge. In
1153
�this new scenario, digital culture, strongly based on the internet, contributes to the exponential
increase of access to scientific papers, e-books, videos, podcasts and other digital resources
used worldwide. Based on this context, the present paper aims to discuss the influence of
digital culture in university libraries, as well as to know the strategies of teaching and
learning, emphasizing the issue of large stocks of information and knowledge. It retakes the
concept of information with a central role in contemporary society entering the digital culture
based on the advance of information and communication technologies. As a general objective
of this research paper, it can be mentioned the understanding of the digital culture in
university libraries and their influence on the learning and knowledge required to build a
professional knowledge needed by its users. As a methodological procedure, it was done a
bibliographic research, which is descriptive, explanatory, exploratory and comparative. This
paper is justified in the question of the emergence for studies on digital culture in university
libraries. These libraries could become a better learning space, knowing the behavior of its
users, reducing the technological barriers and making the university library more inclusive.
Thus, it was concluded that libraries can be characterized as a link between students and
professors that use collaboration networks and ubiquitous learning resources, mediated by
interactive information technologies.
Keywords: University library. Digital culture. Teaching-learning. Information. Knowledge.
1154
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Cultura digital em bibliotecas universitárias. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Alves, Ariovaldo Jesus; Wilmers, Júlia Tereza Abrão Vieira Lourenço; Gracioso, Luciana de Souza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Diante da modernização da produção científica e suas comunicações, as bibliotecas universitárias promovem novas formas de acesso e disponibilização da informação para pesquisadores, professores, alunos e técnicos, consolidando seus saberes e gerando conhecimento. Dentro desse novo cenário, a cultura digital, fortemente alicerçada pela internet, contribui para o aumento exponencial de acessos a artigos, e-books, vídeos, podcasts e demais recursos digitais, utilizados em todo mundo. A partir deste contexto, este trabalho tem a finalidade de discutir a influência da cultura digital em bibliotecas universitárias, bem como conhecer as estratégias de ensino-aprendizagem, observando a questão dos grandes estoques de informação e de conhecimento. Retoma o conceito de informação com um papel central na sociedade contemporânea adentrando na cultura digital alicerçada no avanço das tecnologias da informação e comunicação. Como objetivo desta pesquisa, propõe-se refletir sobre a cultura digital em bibliotecas universitárias e sua influência nas aprendizagens e saberes necessários à construção do conhecimento profissional pretendido pelos usuários que a frequentam. Como procedimento metodológico, realizou-se a pesquisa bibliográfica, com caráter descritivo-explicativa-exploratória-comparativa. Este artigo justifica-se na questão da emergência de estudos sobre cultura digital em bibliotecas universitárias tornando-a um espaço de aprendizagem e conhecendo seu público, diminuindo o tecnicismo e tornando a biblioteca universitária mais inclusiva. Conclui-se que as bibliotecas podem se configurar como elo de conexão entre estudantes e professores que cada vez mais fazem uso de redes de colaboração e de recursos ubíquos de aprendizagem, mediado pelas tecnologias interativas de informação .
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5548/SNBU2018_093.pdf
3ebe6948603b3efcc6cd3e044b64b1a9
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Eixo I
Inovação e Criação
CONTROLE DE QUALIDADE E PADRONIZAÇÃO DE METADADOS EM
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: O CASO DO REPOSITÓRIO DIGITAL FGV
QUALITY CONTROL AND STANDARDIZATION OF METADATA IN INSTITUTIONAL
REPOSITORIES: THE CASE OF FGV DIGITAL REPOSITORY
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O Repositório Digital FGV vem passando por processos de melhorias dos
metadados, a fim de promover o armazenamento dos documentos, a sua visibilidade e
preservação dos dados com mais qualidade. Para isto, foi feito a depuração de metadados,
implementando a normalização e padronização dos dados. O projeto em questão visou criar
padrões para entrada de dados e, principalmente, instruções de trabalho que normalizam e
melhoram a qualidade dos metadados ao inserir os documentos no Repositório. Na primeira
fase foram realizados levantamentos das ocorrências de inconsistências na plataforma. Após
este processo e diante dos resultados, foram desenvolvidas estratégias e ações para o acerto
dos registros. A adoção de um vocabulário controlado como forma de normalizar os assuntos,
e a criação do glossário para definir os tipos de materiais existentes na plataforma, assim
como implantação de uma política para entrada dos documentos, fizeram parte da
metodologia adotada no projeto. Atualmente, o grande desafio é o povoamento do RD com
artigos acadêmicos e científicos de professores e pesquisadores da FGV que se encontram em
fontes internas e externas. Além de adequar o RD aos padrões e diretrizes de redes de
repositórios nacionais e internacionais de acesso aberto. Estas medidas visam incrementar seu
uso, projetar a produção intelectual da FGV e torná-lo mais robusto e confiável.
Palavras-chave:
Institucionais.
Repositórios
Digitais;
Metadados;
Povoamento
de
Repositórios
1151
�Abstract: The FGV Digital Repository has been going through processes of metadata
improvement processes in order to promote the storage of documents, their visibility and
preservation of the data with more quality. For this, the metadata was depurated,
implementing the normalization and standardization of the data. The project in question aimed
at creating standards for data entry and, mainly, working instructions that normalize and
improve the quality of the metadata when inserting the documents in the Repository. In the
first phase, there were surveys of the occurrence of inconsistencies in the platform. After this
process and before the results, strategies and actions were developed for the correctness of the
records. The adoption of a controlled vocabulary as a way to normalize the subjects, and the
creation of the glossary to define the types of materials in the platform, as well as the
implementation of a policy for the entry of documents, were part of the methodology adopted
in the project. Currently, the great challenge is the settlement of the DR with academic and
scientific articles of FGV teachers and researchers that are found in internal and external
sources. Besides adapting the RD to the standards and guidelines of national and international
open access repositories networks. These measures aim to increase its use, design the
production of the FGV and make it more robust and reliable.
Keywords: Digital Repositories; Metadada; Populating institutional repositor.
1152
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Controle de qualidade e padronização de metadados em repositórios institucionais: o caso do repositório digital FGV. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Bacha, Marcia Nunes; Almeida, Maria doPerpétuo Socorro Gomes de; Moraes, Rafaela Ramos de; Ayala, Kelly
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O Repositório Digital FGV vem passando por processos de melhorias dos metadados, a fim de promover o armazenamento dos documentos, a sua visibilidade e preservação dos dados com mais qualidade. Para isto, foi feito a depuração de metadados, implementando a normalização e padronização dos dados. O projeto em questão visou criar padrões para entrada de dados e, principalmente, instruções de trabalho que normalizam e melhoram a qualidade dos metadados ao inserir os documentos no Repositório. Na primeira fase foram realizados levantamentos das ocorrências de inconsistências na plataforma. Após este processo e diante dos resultados, foram desenvolvidas estratégias e ações para o acerto dos registros. A adoção de um vocabulário controlado como forma de normalizar os assuntos, e a criação do glossário para definir os tipos de materiais existentes na plataforma, assim como implantação de uma política para entrada dos documentos, fizeram parte da metodologia adotada no projeto. Atualmente, o grande desafio é o povoamento do RD com artigos acadêmicos e científicos de professores e pesquisadores da FGV que se encontram em fontes internas e externas. Além de adequar o RD aos padrões e diretrizes de redes de repositórios nacionais e internacionais de acesso aberto. Estas medidas visam incrementar seu uso, projetar a produção intelectual da FGV e torná-lo mais robusto e confiável.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5545/SNBU2018_092.pdf
fd9551b847a07a0620f0471005ea3234
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Eixo I
Inovação e Criação
AÇÕES DA SEÇÃO DE REFERÊNCIA: INOVANDO ATRAVÉS DAS TICS
ACTIONS OF THE REFERENCE SECTION: INNOVATING THROUGH TICS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: A partir do século XX, com a informatização das bibliotecas, o uso da informação e
os serviços desenvolvidos e disponibilizados aos seus usuários são inovados com economia de
tempo e, muitas vezes, sem a necessidade de deslocamento do usuário ao local físico da
biblioteca pois surgem as bibliotecas virtuais. Com isto, vários serviços ganharam nova
roupagem e agilidade na sua disponibilização. Esse trabalho expõe as inovações ocorridas na
Seção de Referência das Bibliotecas Centrais da Universidade Estadual de Santa Cruz e da
Universidade Estadual de Feira de Santana, advindas da adoção das tecnologias de
informação e comunicação. Com base na pesquisa de natureza qualitativa e de cunho
descritivo, com foco em levantamento de dados, aborda sobre a sociedade da informação no
âmbito das universidades, destacando as bibliotecas, que são órgãos que têm a missão de
organizar, preservar e disseminar a informação; elenca as principais atividades desenvolvidas
nas referidas bibliotecas, pertencentes às universidades estaduais da Bahia; e destaca a
importância dos serviços oferecidos como apoio e subsídio da tríplice função da universidade:
ensino, pesquisa e extensão. Ressaltamos que as inovações, no momento que foram
implementadas nas bibliotecas, tiveram grande impacto; porém, isso não significa que as
necessidades de melhorias constantes se esgotaram. Por isso, recomenda-se permanente
avaliação dos serviços e atenção para as reais necessidades dos usuários.
Palavras-chave: Seção de Referência; Tecnologia de Informação e Comunicação; Serviços;
Inovação.
Abstract: This work exposes the innovations that occurred in the Reference Section of the
Central Libraries of the State University of Santa Cruz and the State University of Feira de
Santana resulting from the adoption of information and communication technologies. It
focuses on the information society within the universities, with the emphasis on libraries,
which are bodies whose mission is to organize, preserve and disseminate information. It lists
1149
�the main activities carried out in the mentioned libraries that belong to the state universities of
Bahia. And it aims to highlight the importance of services offered as support and subsidy of
the university's threefold function of teaching, research and extension. It emphasizes that the
innovations currently implemented in the libraries have had a great impact, but it does not
mean that the needs for constant improvements have been exhausted. Therefore, it is
recommended that you continue to evaluate the services and the actual needs of the users.
Keywords: Reference Section; Information and Communication Technology; Services;
Innovation.
1150
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Ações da seção de referência: inovando atraves das TICS. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ribeiro, Rejane Maria Rosa; Oliveira, Gerusa Maria Telles; Moreira, Maria de Fátima de Jesus; Santana, Suely; Cerqueira, Silvana Reis
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A partir do século XX, com a informatização das bibliotecas, o uso da informação e os serviços desenvolvidos e disponibilizados aos seus usuários são inovados com economia de tempo e, muitas vezes, sem a necessidade de deslocamento do usuário ao local físico da biblioteca pois surgem as bibliotecas virtuais. Com isto, vários serviços ganharam nova roupagem e agilidade na sua disponibilização. Esse trabalho expõe as inovações ocorridas na Seção de Referência das Bibliotecas Centrais da Universidade Estadual de Santa Cruz e da Universidade Estadual de Feira de Santana, advindas da adoção das tecnologias de informação e comunicação. Com base na pesquisa de natureza qualitativa e de cunho descritivo, com foco em levantamento de dados, aborda sobre a sociedade da informação no âmbito das universidades, destacando as bibliotecas, que são órgãos que têm a missão de organizar, preservar e disseminar a informação; elenca as principais atividades desenvolvidas nas referidas bibliotecas, pertencentes às universidades estaduais da Bahia; e destaca a importância dos serviços oferecidos como apoio e subsídio da tríplice função da universidade: ensino, pesquisa e extensão. Ressaltamos que as inovações, no momento que foram implementadas nas bibliotecas, tiveram grande impacto; porém, isso não significa que as necessidades de melhorias constantes se esgotaram. Por isso, recomenda-se permanente avaliação dos serviços e atenção para as reais necessidades dos usuários.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5542/SNBU2018_091.pdf
2e9e29a866d530e917248b7d4c638db7
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Eixo I
Inovação e Criação
A ELABORAÇÃO DO MANUAL DE PROCESSOS TÉCNICOS DA BU/UFSC
ELABORATING THE BU/UFSC'S MANUAL FOR THE TECHNICAL PROCESSES
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O presente relato apresenta a experiência da Coordenação de Desenvolvimento de
Coleções e Tratamento da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina na
elaboração do Manual de Processos Técnicos. Elaborou-se o manual com a finalidade de
contribuir com a memória organizacional e a Gestão do Conhecimento na Biblioteca
Universitária, bem como às tomadas de decisões referentes aos procedimentos técnicos
desenvolvidos. Os procedimentos para elaboração do manual basearam-se em discussões e
definições acerca das atividades técnicas desempenhadas pela Coordenação. Com a renovação
da equipe em função de aposentadorias e as novas contratações no ano de 2013 houve uma
preocupação em documentar e entender os processos existentes. A partir de reuniões e
debates, inicialmente foram criados templates para os materiais catalogados. Em seguida as
autoras deste estudo iniciaram a redação do manual propriamente dito. Ainda em 2013, após
a revisão dos colegas foi concluída a primeira edição do manual seguida por outras duas em
2015 e 2017. Esta última em novo formato passível de atualizações a qualquer tempo entre
outras opções mais dinâmicas. Conclui-se que a elaboração do manual foi fundamental para a
preservação da memória da Coordenação bem como para o enriquecimento da Gestão do
Conhecimento da Biblioteca, além de se tornar uma ferramenta indispensável para as
atividades técnicas da Coordenação.
Palavras-chave: Biblioteca universitária; Manual técnico; Memória organizacional.
Abstract: Our paper looks at the methodological experience in the creation and elaboration
of the BU/UFSC's Manual for the Technical Processes. Our Manual aimed to contribute to the
organizational memory as well as the knowledge management of the University Library while
assisting in the decision making processes that inform the relevant technical procedures. The
Manual's elaborative procedures were based on the debate and technical definitions set by the
Coordenação de Desenvolvimento de Coleções e Tratamento da Informação of UFSC. Since
the staff shifts and new hirings in 2013, there was an increasing concern regarding the
documentation and understanding of the existing processes. Initially, templates of the
cataloged materials were created based on guidelines derived from staff meetings. We have
concluded the writing and editing of the first edition in 2013. Upon our peers' feedback, we've
written two other revised editions, one in 2015 and another in 2017. We consider the most
1147
�recent version of the manual as a living and dynamic document to be updated as needed. We
conclude that the creation and elaboration processes of these materials were crucial steps for
the memory preservation of both the Coordenação as well as the Library's knowledge
management. We also argue that our manual became an invaluable search tool for all
technical activities related to the Coordenação.
Keywords: University Library; Technical manual; Organizational memory.
1148
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A elaboração do manual de processos técnicos da BU/UFSC. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Brigidi, Fabiana Hennies; Pinheiro, Liliane Vieira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O presente relato apresenta a experiência da Coordenação de Desenvolvimento deColeções e Tratamento da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina na elaboração do Manual de Processos Técnicos. Elaborou-se o manual com a finalidade de contribuir com a memória organizacional e a Gestão do Conhecimento na Biblioteca Universitária, bem como às tomadas de decisões referentes aos procedimentos técnicos desenvolvidos. Os procedimentos para elaboração do manual basearam-se em discussões e definições acerca das atividades técnicas desempenhadas pela Coordenação. Com a renovação da equipe em função de aposentadorias e as novas contratações no ano de 2013 houve uma preocupação em documentar e entender os processos existentes. A partir de reuniões e debates, inicialmente foram criados templates para os materiais catalogados. Em seguida as autoras deste estudo iniciaram a redação do manual propriamente dito. Ainda em 2013, após a revisão dos colegas foi concluída a primeira edição do manual seguida por outras duas em 2015 e 2017. Esta última em novo formato passível de atualizações a qualquer tempo entre outras opções mais dinâmicas. Conclui-se que a elaboração do manual foi fundamental para a preservação da memória da Coordenação bem como para o enriquecimento da Gestão do Conhecimento da Biblioteca, além de se tornar uma ferramenta indispensável para as atividades técnicas da Coordenação.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5539/SNBU2018_090.pdf
62e80099a8683984a5a8e7133b5f624b
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Eixo I
Inovação e Criação
PROPOSTA TECNOLÓGICA PARA COMPETÊNCIA INFORMACIONAL NA PÓSGRADUAÇÃO
TECHNOLOGICAL PROPOSAL TO INFORMATION LITERACY ON POSTGRADUATION
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este trabalho apresenta uma pesquisa em desenvolvimento que visa a produção de
um objeto de aprendizagem para a inserção, a investigação e a evidenciação de conceitos
relacionados à competência informacional no currículo de cursos de pós-graduação
brasileiros. Aborda aspectos conceituais sobre a competência informacional e breve descrição
dos modelos de instrução da Association of College & Research Libraries e da Organização
das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura utilizados como bases para construção
do objeto. Em termos metodológicos, o estudo tem por finalidade ser uma pesquisa de
desenvolvimento experimental de natureza aplicada através da produção de objeto de
aprendizagem. Utiliza a pesquisa-ação como procedimento técnico, que envolve etapas de
planejamento, execução e avaliação. Tem por resultado o estabelecimento das unidades
temáticas do objeto a partir dos elementos dos modelos de instrução e da análise de conteúdo
de trabalhos tematicamente relacionados ao tema em âmbito brasileiro. Conclui que, por meio
da subdivisão do objeto em três unidades temáticas, foi possível perceber que o objeto
proposto vai além de conceitos relacionados à busca e recuperação da informação. Isto porque
apresenta conteúdos relacionados à síntese e organização de documentos, à avaliação das
fontes de informação, às métricas de publicação e às questões éticas da pesquisa científica.
Palavras-chave: Competência informacional; Pesquisa científica; Objeto de aprendizagem;
Desenvolvimento de competências.
Abstract: This work presents an ongoing research that aims to produce a learning object
designed to insert, investigate and evidence concepts related to information literacy into
postgraduate courses curriculum of Brazilian postgraduate courses. Presents conceptual
aspects about information literacy and brief description about the instruction models of the
Association of Colleges and Research Libraries and of the United Nations Educational,
Scientific and Cultural Organization used as basis in object construction. In methodological
terms, the study aims to be an experimental development research of an applied nature
through the production of an learning object. Uses action research as a technical procedure,
involving planning, execution, and evaluation steps. It results in the establishment of thematic
units of the object from the elements of the instructional models and the content analysis of
1145
�works thematically related to the theme in Brazilian requirements. It concludes that, through
subdivision of the object into three thematic units, it was possible to perceive that the
proposed object goes beyond concepts related to the search and retrieval of information. This
is because it presents content related to the synthesis and organization of documents, the
evaluation of information sources, publication metrics, and the ethical questions of scientific
research.
Keywords: Information literacy; Scientific research; Learning object; Competence
development.
1146
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Proposta tecnológica para competência informacional na pós-graduação. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jacobsen, Priscila Saraiva; Miletto, Evandro Manara
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho apresenta uma pesquisa em desenvolvimento que visa a produção de um objeto de aprendizagem para a inserção, a investigação e a evidenciação de conceitos relacionados à competência informacional no currículo de cursos de pós-graduação brasileiros. Aborda aspectos conceituais sobre a competência informacional e breve descrição dos modelos de instrução da Association of College & Research Libraries e da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura utilizados como bases para construção do objeto. Em termos metodológicos, o estudo tem por finalidade ser uma pesquisa de desenvolvimento experimental de natureza aplicada através da produção de objeto de aprendizagem. Utiliza a pesquisa-ação como procedimento técnico, que envolve etapas de planejamento, execução e avaliação. Tem por resultado o estabelecimento das unidades temáticas do objeto a partir dos elementos dos modelos de instrução e da análise de conteúdo de trabalhos tematicamente relacionados ao tema em âmbito brasileiro. Conclui que, por meio da subdivisão do objeto em três unidades temáticas, foi possível perceber que o objeto proposto vai além de conceitos relacionados à busca e recuperação da informação. Isto porque apresenta conteúdos relacionados à síntese e organização de documentos, à avaliação das fontes de informação, às métricas de publicação e às questões éticas da pesquisa científica.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5536/SNBU2018_089.pdf
93c95951ee56dac471e40fbd2ff5e5bf
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Eixo I
Inovação e Criação
AQUISIÇÃO ON LINE, UMA INOVAÇÃO NAS BIBLIOTECAS DA PUCPR
2017
ON-LINE ACQUISITION, AN INNOVATION IN THE LIBRARIES OF PUCPR 2017
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: O principal objetivo da biblioteca universitária é atender as necessidades
informacionais da instituição a qual está inserida, dar apoio ao corpo docente, discente,
pesquisadores no que tange ao ensino, pesquisa e extensão. A formação de seus acervos dever
obedecer a padrões pré-estabelecidos no que diz respeito a seleção e aquisição de obras, estas
devem compor os projetos pedagógicos dos cursos ofertados pela IES, de forma a dar suporte
a sua comunidade acadêmica. Por meio de um estudo descritivo de ações aplicadas no
SIBI/PUCPR, o documento em questão relata a experiência da implantação do serviço de
aquisição on-line no ano de 2017, utilizando o módulo de aquisição do Sistema Pergamum.
Como resultado, tornou-se claro que a implantação do serviço online, cumpriu a meta de
agilizar e facilitar o processo de aquisição bem como otimização dos recursos da IES.
Palavras-chave: Aquisição. Desenvolvimento de Coleções. Automação de Serviços.
Abstract: The main objective of the university library is to meet the information needs of the
institution that is inserted to support the faculty, students, researches in teaching, research and
extension. The formation of the collections must obey pre-established standards regarding the
selection and acquisition of works, these should compose the pedagogical projects of the
courses offered by the IES, in order to support its academic community. Through a
descriptive study of actions applied in SIBI/PUCPR, the document in question reports the
experience of the implementation of the online acquisition service in the year 2017, using the
Pergamum System acquisition module. As a result, it became clear that the implementation of
the online service, met the goal of streamlining and facilitating the acquisition process as well
as optimization of the resources of the IES.
Keywords: Acquisition. Development of collections. Automation of Services.
1143
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Aquisição on line, uma inovação nas bibliotecas da PUCPR – 2017: proposta tecnológica para competência informacional na pós-graduação. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ficht, Nadia; Comin, Kely; Schiavon, Sandra Helena
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O principal objetivo da biblioteca universitária é atender as necessidades informacionais da instituição a qual está inserida, dar apoio ao corpo docente, discente, pesquisadores no que tange ao ensino, pesquisa e extensão. A formação de seus acervos dever obedecer a padrões pré-estabelecidos no que diz respeito a seleção e aquisição de obras, estas devem compor os projetos pedagógicos dos cursos ofertados pela IES, de forma a dar suporte a sua comunidade acadêmica. Por meio de um estudo descritivo de ações aplicadas no SIBI/PUCPR, o documento em questão relata a experiência da implantação do serviço de aquisição on-line no ano de 2017, utilizando o módulo de aquisição do Sistema Pergamum. Como resultado, tornou-se claro que a implantação do serviço online, cumpriu a meta de agilizar e facilitar o processo de aquisição bem como otimização dos recursos da IES.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5534/SNBU2018_088.pdf
c58c61973ac857b76b3d8aaa4830fd09
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Eixo I
Inovação e Criação
DESENVOLVIMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PORTAL DE PERIÓDICOS UFPEL
DEVELOPMENT AND ORGANIZATION OF THE UFPEL NEWSPAPER PORTAL
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: Este trabalho se propõe a descrever o desenvolvimento e a organização do Portal de
Periódicos da Universidade Federal de Pelotas, sendo esse uma plataforma digital que tem
como objetivo reunir todos os periódicos da universidade em um único ambiente. Para um
maior desenvolvimento e organização foi criado o Núcleo de Apoio aos Periódicos, tendo
como principais atividades: auxiliar as revistas hospedadas no portal, a solicitação do
International Standard Serial Number (ISSN), a aquisição do Digital Object Identifier (DOI),
além de disponibilizar através de um ambiente virtual de acesso aberto, os resultados de
estudos científicos, proporcionando, dessa forma, o aumento da visibilidade e da divulgação
da produção na área de ensino, pesquisa e extensão no espaço universitário. O presente
trabalho consiste em um relato de experiência nas atividades de uma bolsista no Núcleo de
Apoio aos Periódicos da Universidade Federal de Pelotas. Constatamos durante a vivência da
rotina de trabalho a importância do ISSN e do DOI para identificação, proteção e
autenticidade das publicações hospedadas no portal, sendo esse um meio de comunicação de
acesso aberto, compreendendo a relevância desse espaço de conhecimento gratuito para os
discentes de instituições públicas, dessa forma possibilitando um maior desempenho
acadêmico e estimulando novos pesquisadores científicos.
Palavras-chave: Portal de Periódicos. Acesso aberto. ISSN. DOI. Periódicos.
Abstract: This work aims to describe the development and organization of the Journal Portal
of the Federal University of Pelotas, which is a digital platform that aims to bring together all
university journals in a single environment. For further development and support was
established a Support Journals Centre, the main activities complementary in request to
International Standard Serial Number (ISSN), acquisition of Digital Object Identifier (DOI) in
addition to making available through the open access virtual environment, the results of
scientific studies, thus increasing the visibility and dissemination of production in the area of
teaching, research and extension in the academic space. The present work consists of an
account of experience in the activities of a fellow Support Journals Centre in Federal
1141
�University of Pelotas. We verified during the work routine the importance of the ISSN and
DOI for the identification, protection and authenticity of the publications hosted in the portal,
which is an open access communication medium understanding the relevance of this free
space of knowledge to the students of public institutions, thus enabling a greater academic
performance and stimulating new scientific researchers.
Keywords: Jounal Portal. Open Access. ISSN. DOI. Journal.
1142
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desenvolvimento e organização do Portal Periódicos UFPEL. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Peters, Juliane Weber; Buzo, Leonardo Bärwaldt; Silveira, Raquel Padilha; Freitas, Dafne Silva de; Pereira, Patrícia de Borba
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho se propõe a descrever o desenvolvimento e a organização do Portal de Periódicos da Universidade Federal de Pelotas, sendo esse uma plataforma digital que tem como objetivo reunir todos os periódicos da universidade em um único ambiente. Para um maior desenvolvimento e organização foi criado o Núcleo de Apoio aos Periódicos, tendo como principais atividades: auxiliar as revistas hospedadas no portal, a solicitação do International Standard Serial Number (ISSN), a aquisição do Digital Object Identifier (DOI), além de disponibilizar através de um ambiente virtual de acesso aberto, os resultados de estudos científicos, proporcionando, dessa forma, o aumento da visibilidade e da divulgação da produção na área de ensino, pesquisa e extensão no espaço universitário. O presente trabalho consiste em um relato de experiência nas atividades de uma bolsista no Núcleo de Apoio aos Periódicos da Universidade Federal de Pelotas. Constatamos durante a vivência da rotina de trabalho a importância do ISSN e do DOI para identificação, proteção e autenticidade das publicações hospedadas no portal, sendo esse um meio de comunicação de acesso aberto, compreendendo a relevância desse espaço de conhecimento gratuito para os discentes de instituições públicas, dessa forma possibilitando um maior desempenho acadêmico e estimulando novos pesquisadores científicos
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5531/SNBU2018_087.pdf
95a37ec12a4d0974f293bdbdb47b50d2
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Eixo I
Inovação e Criação
GESTÃO DE SISTEMA DE BIBLIOTECAS NO DESENVOLVIMENTO DE
SERVIÇOS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS
Modalidade da Apresentação: Pôster
Resumo: As mudanças sociais percebidas com o advento tecnológico e a globalização
trouxeram com elas necessidades de novos aportes gerenciais tanto no âmbito público como
privado. Como parte deste cenário e fator de relevância no desenvolvimento técnico e
científico de um país, as universidades tiverem que se adaptar as emergentes demandas
sociais, e juntamente com elas suas bibliotecas. Nesta perspectiva, este estudo tem com
objetivo analisar os impactos gerados pela gestão centralizada nos órgãos coordenadores
mediante a atuação dos Sistemas de Bibliotecas e/ou Bibliotecas Centrais para o
desenvolvimento de seus serviços, diante da importância da integração e otimização de
recursos na prestação de serviços qualificados. Para tanto, a metodologia empregada como
forma de traçar um caminho para compreensão do problema proposto, foi o estudo descritivo
com uma abordagem qualitativa, com o intuito de caracterizar o processo de gestão
centralizada nos órgãos coordenadores e sua contribuição para o desenvolvimento dos
serviços das bibliotecas universitárias federais brasileiras. Procurou-se, ainda, identificar os
pontos positivos e negativos da gestão centralizada, mediante a opinião dos gestores destes
OC. A revisão de literatura e análise documental, permitiu a fundamentação teórica do
objetivo de estudo, bem como o delineamento da mostra da pesquisa, que dentre as 61
bibliotecas universitárias federais brasileiras, destacou 44. A coleta de dados foi realizada
mediante a aplicação de questionário encaminhado aos 44 gestores. Para análise de dados
utilizou-se critérios relacionados à gestão de bibliotecas universitárias, mediante três macro
funções ou setores, a saber: administrativo, social e técnico. Os resultados encontrados
demonstram que as bibliotecas universitárias apesar de terem evoluído muito na sua
constituição estrutural na gestão centralizada de seus serviços, ainda precisam avançar mais
em torno de questões como a participação nas instâncias decisórias da universidade, na
padronização, integração dos serviços, bem como de seus processos de controle e avaliação.
Palavras-chave: Gestão de serviços. Biblioteca universitária. Teoria dos Sistemas.
Abstract: The social changes perceived with the advent of technology and globalization
brought with them needs for new managerial contributions in both the public and private
spheres. As part of this scenario and a factor of relevance in the technical and scientific
1139
�development of a country, universities have to adapt to emerging social demands, and with
them their libraries. In this perspective, this study has the objective of analyzing the impacts
generated by the centralized management in the coordinating bodies through the operation of
the Libraries and / or Central Libraries for the development of their services, considering the
importance of the integration and optimization of resources in the provision of services
qualified staff. In order to do so, the methodology used as a way to draw a path to
understanding the proposed problem was the descriptive study with a qualitative approach,
with the purpose of characterizing the centralized management process in the coordinating
bodies and their contribution to the development of library services university students. It was
also sought to identify the positive and negative aspects of centralized management, through
the opinion of the managers of these CBs. The literature review and documentary analysis
allowed for the theoretical basis of the study objective, as well as the outline of the research
sample, which among the 61 federal university libraries in Brazil, highlighted 44. Data
collection was performed through the application of a questionnaire sent to the 44 managers.
For data analysis we used criteria related to the management of university libraries, through
three macro functions or sectors, namely administrative, social and technical. The results
show that university libraries, although they have evolved greatly in their structural
constitution in the centralized management of their services, still need to advance more about
issues such as participation in university decision-making, standardization, integration of
services, and of its control and evaluation processes.
Keywords: Management services. University library. Systems Theory.
1140
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Gestão de sistema de bibliotecas no desenvolvimento de serviços nas universidades federais brasileiras. (Pôster)
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Alexsandra Barreto da; Azevedo, Hozana Maria Oliveira Campos de; Oliveira, Ana Cristina Portela de Santana
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As mudanças sociais percebidas com o advento tecnológico e a globalização trouxeram com elas necessidades de novos aportes gerenciais tanto no âmbito público como privado. Como parte deste cenário e fator de relevância no desenvolvimento técnico e científico de um país, as universidades tiverem que se adaptar as emergentes demandas sociais, e juntamente com elas suas bibliotecas. Nesta perspectiva, este estudo tem com objetivo analisar os impactos gerados pela gestão centralizada nos órgãos coordenadores mediante a atuação dos Sistemas de Bibliotecas e/ou Bibliotecas Centrais para o desenvolvimento de seus serviços, diante da importância da integração e otimização de recursos na prestação de serviços qualificados. Para tanto, a metodologia empregada como forma de traçar um caminho para compreensão do problema proposto, foi o estudo descritivo com uma abordagem qualitativa, com o intuito de caracterizar o processo de gestão centralizada nos órgãos coordenadores e sua contribuição para o desenvolvimento dos serviços das bibliotecas universitárias federais brasileiras. Procurou-se, ainda, identificar os pontos positivos e negativos da gestão centralizada, mediante a opinião dos gestores destes OC. A revisão de literatura e análise documental, permitiu a fundamentação teórica do objetivo de estudo, bem como o delineamento da mostra da pesquisa, que dentre as 61 bibliotecas universitárias federais brasileiras, destacou 44. A coleta de dados foi realizada mediante a aplicação de questionário encaminhado aos 44 gestores. Para análise de dados utilizou-se critérios relacionados à gestão de bibliotecas universitárias, mediante três macro funções ou setores, a saber: administrativo, social e técnico. Os resultados encontrados demonstram que as bibliotecas universitárias apesar de terem evoluído muito na sua constituição estrutural na gestão centralizada de seus serviços, ainda precisam avançar mais em torno de questões como a participação nas instâncias decisórias da universidade, na padronização, integração dos serviços, bem como de seus processos de controle e avaliação
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5526/SNBU2018_086.pdf
58a6a9d8aea2abdd75680fb345d0432e
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MIGRAÇÃO DE DADOS ENTRE SISTEMAS GERENCIADORES DE
BIBLIOTECA: UMA EXPERIÊNCIA DO SOFTWARE PHL PARA O KOHA NA
BIBLIOTECA DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BIBLIOGRAPHIC DATA MIGRATION FROM DIFFERENTS SYSTEMS:
EXPERIENCE AT THE LIBRARY OF PUBLIC ADMINISTRATION SCHOOL, PHL
SOFTWARE TO KOHA
Resumo: Para a atualização da biblioteca um dos processos é a escolha de softwares que
gerenciam as atividades da biblioteca A conversão entre sistemas de gestão de bibliotecas
requer planejamento, visto que diferentes sistemas podem não compartilhar os mesmos
padrões. Nesse contexto, o presente estudo apresenta a migração de dados do sistema PHL
para o Koha, realizado na Biblioteca Graciliano Ramos da Escola Nacional de Administração
Pública, através do projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Informação
em Ciência e Tecnologia. A metodologia utilizada foi baseada nos módulos ofertados pelo
Koha para receber os dados do PHL em 5 etapas: migração dos dados dos periódicos,
catálogo, autoridades, usuários e por último circulação. Com isso, desenvolveu-se um modelo
de migração de dados, que apesar de particularizado ao PHL/Koha, pode ser ajustado para
outros sistemas, muitos aspectos são comum em sistemas de bibliotecas. Portanto, como este
processo requer a participação de profissionais que conheçam os dados e suas especificidades,
a presença dos bibliotecários na elaboração do modelo é importante para uma migração de
dados concisa e eficaz.
Palavras-chave: Migração de dados. Koha. PHL. Software livre. Sistema Gerenciadores de
Biblioteca.
Abstract: The choice of a software, which manage the activities, is one of the process to
upgrade the libraries. Changing the library software is an action that requires a planning,
because different software may not use same standards. This paper aims to describe the data
1121
�migration from PHL to Koha in the library of the Brazilian National School of Public
Administration named Graciliano Ramos, that was carried through the research project
developed by Brazilian Institute of Information in Science and Technology. The methodology
authorities, users information and circulation registers. The migration model from PHL to
Koha developed in this study can be customized and used with other systems. Therefore, the
migration process requires the participation of librarians, because it is important that a
professional who know the data and their specificities be available to help formulate the
migration model, thus it is possible to migrate the data in a concise and efficient way..
Keywords: Data migration. Koha. PHL. Open source. Integrated Library System.
Introdução
As bibliotecas utilizam catálogos online, também conhecidos como Online Public
Access Catalog (OPAC), para a oferta de ferramenta de busca e a disseminação de seus
acervos. Tais catálogos são sistemas de recuperação da informação que possibilitam o acesso
e a busca de recursos informacionais. Mais do que isso, os OPACs possibilitam aos usuários
interação com os sistemas gerenciadores de bibliotecas, que foram desenvolvidos para
facilitar a execução das atividades da biblioteca.
No Brasil, historicamente, pode-se destacar a atuação do Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), pela disseminação do uso do sistema de
biblioteca Computerized Documentation System / Integrated Set of Information System
(CDS/ISIS), desenvolvido pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO) para mainframes133. Mais tarde, uma versão denominada Micro-ISIS,
para microcomputadores, foi desenvolvida e distribuída pelo Ibict, como relata Miki (1989),
tornando-se mais fácil a sua implementação.
Na discussão atual sobre sistemas de bibliotecas, tem-se verificado as potencialidades
do uso da internet das coisas (PATIL et al. 2017), assim como dos sistemas integrados em
redes nas nuvens (BRANCH, 2017). Com isso, verifica-se um alinhamento dos sistemas de
biblioteca com os outros sistemas informatizados, como a integração de vários tipos de
dispositivos, facilitando a operação das atividades de biblioteca.
Atualmente, existem diversos sistemas computadorizados na área de gestão de
bibliotecas, que informatizam as atividades rotineiras das bibliotecas, estes são denominados
Sistemas Integrados de Gestão de Biblioteca (SIGB). No âmbito das bibliotecas universitárias
133
Um mainframe é um computador de grande porte dedicado normalmente ao processamento de um volume
enorme de informações. (LAUDON; LAUDON, 2010).
1122
�federais, por exemplo, Schiessl et al. (2016) verificou que na amostra de 63 instituições
federais, 41% utilizam o sistema Pergamum para o gerenciamento do acervo e atividades da
biblioteca. Relatam, ainda, que nos 59% restantes, estão presentes softwares como o Sophia,
Aleph, SIGAA e outros de desenvolvimento próprio, com uma pequena presença do uso de
softwares livres. Destaca-se a recente iniciativa dos Institutos Federais (IF) da Paraíba e de
Pernambuco ao iniciar o uso da ferramenta livre Koha para o gerenciamento de suas
bibliotecas.
Em muitos casos, o pouco uso de softwares livres em bibliotecas se deve, segundo
Hexsel (2005), a pouca documentação e falta de suporte. Didio (2005), em sua lista de
desvantagens do software livre, corrobora relatando as dificuldades de adaptações, somadas
ao fato de haver carência de profissionais especializados em desenvolver e gerenciar software
livre, o que é agravado por conta de usuários não familiarizados com o sistema. Além do que,
há uma mudança no modelo de negócio, o qual isenta o pagamento de licenças como advoga
Sabino e Kon (2009), mas que pode-se contratar suporte.
Entre os problemas relacionados ao uso de ferramentas livres em bibliotecas, consta a
migração de dados, que pode ser complexa em casos. Mesmo entre softwares proprietários ou
de desenvolvimento próprio, a migração pode ser um processo longo, no qual não deve-se
perder nenhuma informação, como relatado por Kara, Rabner e Stow (2002).
Assim, o presente estudo descreve a migração de dados do software Personal Home
Library (PHL) para o software Koha, desenvolvido na Biblioteca Graciliano Ramos,
vinculada à Escola Nacional de Administração Pública (ENAP), por meio de um projeto de
pesquisa desenvolvido pelo Ibict. A fim de contribuir com a discussão sobre o uso de
softwares livres em bibliotecas e apresentar resultados que apoiem a migração de dados entre
sistemas que utilizem parcialmente o padrão Marc21 para o Koha. Além disso, segue a
indicação do uso de softwares livres no âmbito das entidades públicas pelo governo federal,
formalizada na Instrução Normativa 04 (IN04), publicada em 11 de Setembro de 2014.
Revisão de literatura
O Koha é um SIGB isento de pagamento de licenciamento, desenvolvido pela
Biblioteca Horowhenua Library Trust, da Nova Zelândia, e mantido por uma comunidade
internacional, sendo um dos únicos softwares para gestão de bibliotecas totalmente livres de
uso mundial. Eyler (2003) relata que Koha significa presente ou doação na língua Maori,
1123
�podendo ser compreendido como entendido como um presente da Nova Zelândia ao mundo,
principalmente para as bibliotecas. Para o referido autor, bibliotecas e softwares livres
compartilham conceitos de democratização do conhecimento, por meio da colaboração e da
comunicação.
Em comparação com as ferramentas livres Evergreen e Voyager, Yang e Hoffmann
(2010) defendem que o Koha apresenta melhor desempenho, mesmo que não apresente
funcionalidades de descoberta e entrega. Para estes autores, o Koha está um passo a frente dos
outros softwares livres para gestão de bibliotecas, na medida em que apresenta boa interface,
com oferta de serviços de buscas intuitivos e navegação por facetamento.
Numa avaliação mais minuciosa entre softwares livres de biblioteca, Müller (2011)
considera o Koha como o mais indicado, mesmo que outros SIGB ofereçam serviços
semelhantes e possam ser avaliados como opção pelo gestores de biblioteca. Para a autora, um
dos pontos fortes do Koha é o uso de padrões internacionais, como o Marc21 e com traduções
para mais de 25 idiomas, possibilitando sua utilização em diversos países. Outra ponto
positivo, é a implementação de protocolos como o Open Archives Initiative - Protocol
Metadata Harvesting (OAI-PMH) e a utilização do modelo conceitual Functional
Requirements for Bibliographic Records (FRBR).
O uso de Marc 21 ou Unimarc oferta outras possibilidades como a descrição
bibliográfica padronizada e o uso de outras formas de escrita, como japonês ou chinês - o que
é considerado como grande vantagem, por Chang e Tsai (2009). Assim, o uso de protocolos
de interoperabilidade e padrões descritivos, juntamente com possibilidades multiplas de
representar as informações, tornam o Koha uma opção viável para uso em vários tipos de
bibliotecas.
O Koha está muito associado à bibliotecas públicas, principalmente porque países
como Turquia e Filipinas o adotaram como sistema padrão para todas as suas bibliotecas
públicas. Entretanto, há muitas iniciativas de bibliotecas universitárias utilizando o Koha,
como relatado em Portugal, por Carvalho, Rodrigues e Marcos (2017) e Rosa e Ribeiro
(2017); em países menos desenvolvidos como a Índia (KUMAR, 2012) e Bangladesh
(AHAMMAD, 2014), além dos países africanos (EGUNJOBI e AWAYEMI, 2012),
(CHISENGA, 2012), (ONTULA e AKANMU-ADEYEMO, 2010), entre outros.
Em muitos relatos, descreve-se a implementação do Koha como um sistema inicial.
No entanto, a grande preocupação das bibliotecas está na troca de SIGBs, com a migração dos
dados, sem que haja perda de informação ou retrabalho. Nesse sentido, Karak e Dutta (2017)
1124
�apresentam um modelo, que recorre à ferramenta de apoio Marc Edit, para converter os dados
para o formato Marc 21, com dados iniciais em planilhas no formato Excel e posteriormente
importando os dados já formatados em Marc 21. Um modelo similar foi utilizado por
Chatt
dois casos os autores se restringiram apenas nos dados bibliográficos de catálogo. Em ambos,
foram apresentados as etapas da migração, que ajudam na execução da migração dos dados.
De forma mais geral, nota-se que a migração dá-se na formatação dos dados a serem
carregados para o formato Marc 21. Assim, independe-se do sistema existente, basta que se
exporte os dados em formato de planilha para que possa ser convertido no formato de entrada
do Koha, facilitando o processo. Dessa forma, o desafio é como obter os dados para que possa
ser convertido.
Metodologia
A metodologia utilizada foi baseada nos módulos (Quadro 4) ofertados pelo Koha,
sintetizados na Figura 9, na medida em que cada módulo oferta serviços que tratam de dados
específicos, esses são:
Quadro 4 - Descrição dos dados migrados
Módulo
Usuários
Catálogo
Descrição dos dados migrados
dados pessoais e informações do sistema como, tipos de usuários e suas permissões
registros bibliográficos das diversas obras contidas no acervo, além da quantidade de
exemplares;
Circulação
Periódicos
Autoridades
itens emprestados, reserva, histórico de empréstimo e devoluções, dados de atrasos e outros.
os registros de dados depositado na base Kardex do sistema PHL.
registros de autoridade de autoria (pessoal e institucional) e de assunto.
Fonte: Elaboração dos autores
Optou-se por dividir em duas grandes etapas, a primeira de testes, realizada em
ambiente de desenvolvimento e a segunda conversão do sistema. A etapa de testes foi
necessária para assegurar a integridade dos dados ou a eficácia do processo de migração de
dados automático.
1125
�Figura 8 - Módulo do Koha
Fonte: Elaboração dos autores
Nos testes realizados no ambiente de desenvolvimento, foram utilizadas pequenas
amostras de 1.000 registros para cada módulo do Koha.
Essas amostras auxiliaram na
elaboração das folhas de estilos134, as quais foram utilizadas para fazer a correspondência
entres os campos do PHL com os campos Marc21; na identificação de problemas; na criação
de rotinas de migração e na customização do Koha, de forma a se adequar às necessidades da
biblioteca.
Após a finalização da etapa de teste, realizou-se a migração dos dados, seguindo o
método testado foram realizadas as seguintes ações: a) extração dos dados do PHL; b)
conversão dos arquivos para o formato de entrada do Koha; c) importação para o Koha.
Entretanto, cada etapa possui dados em formatos distintos, requerendo ações específicas a
serem apresentados nos resultados com maiores detalhes.
Resultados
A migração de dados efetuada durante o presente estudo deu-se por meio da
exportação de dados do sistema PHL, para ser importado pelo SIGB Koha, com um cenário
134
Funciona basicamente como um template que controla a formatação dos elementos HTML de uma página
(UNIVERSIDADE DO PORTO, [s.d])
1126
�composto por: um acervo com 51.992 registros bibliográficos; o total de 3.406 usuários
cadastrados no sistema, que agregam o total de 80.754 movimentações no acervo, ou seja,
empréstimos, devoluções, multas, renovações, cadastros, alterações etc.
Para realizar a migração dos dados sem prejuízo às informações disponíveis na base
foram priorizadas as seguintes etapas:
Etapa 01 - Migração dos periódicos: registros de periódicos armazenados no banco Kardex
do software PHL
A partir da base de dados, foram exportados todos os registros correspondentes ao
Kardex em um arquivo de formato de texto (.txt). Posteriormente, o arquivo Kardex.txt foi
convertido para XML e em seguida converteu-se para arquivo MARCXML. Para a última
conversão, foi criada a folha de estilo, na qual se encontra a correspondência entre os campos
do PHL e os campos no Marc 21, conforme a Quadro 01.
Quadro 5 - Correspondência dos campos PHL e Marc21 para o Kardex
Descrição
Campos PHL
Campos MARC 21
769
Menção e Responsabilidade
710$a
772
ISSN
022$a
773
Título do periódico
245$a
774
Título da continuação do periódico
785$a
775
Título encerrado do periódico
780$a
776
Periodicidade
008/18
776
Periodicidade
310$a
777
Local de publicação
008/15-17
777
Local de publicação
260$a
778
Editora
260$b
781
Disciplina
521$a
782
Procedência
500$a
785
Subtítulo
245$b
787
Permuta com
500$a
1127
�Descrição
Campos PHL
Campos MARC 21
789
Idioma do texto
008/35-37
789
Idioma do texto
041$a
790
Coleção
952$h
791
Notas Gerais
500$a
792
Descritores de conteúdo
650$a
793
Área temática
541$c
794
Variações do título
246$a
796
Ano de publicação do primeiro fascículo
362$a
797
Ano de encerramento
362$a
798
Número do título no CCN
091$a
799
Título abreviado
210$a
999
Datas de controle
005
Fonte: Elaboração dos autores
Adicionalmente, foi incorporado ao arquivo Kardex.mrc o campo Marc21 Leader para
definição do tipo de material. No campo Marc21 Leader posição 06, para cada registro, o
valor definido foi a - que representa um material não manuscrito. No campo Marc21 Leader
posição 07, utilizou-se o valor s - que representa material de revista.
Em algumas posições135 do campo Marc21 008, cujo tamanho é fixo, utilizou-se os
dados do PHL como observado na coluna da esquerda da Tabela 1. No campo Marc21 008
posição 21 (008/21) utilizamos o valor p, que representa que o material do registro é
periódico. Nas outras partes do campo 008 empregou-se o valor | que representa sem código.
Para completar a planilha bibliográfica, foram adicionados os campos Marc21 942 e
952, ambos nativos do Koha. O campo Marc21 942 subcampo c é responsável pela indicação
do tipo de material. O campo Marc21 952 é responsável pela descrição do exemplar, neste
campo existe o subcampo y que é vinculado ao subcampo c do campo 942.
Posteriormente, o arquivo Marc21 Kardex.mrc foi importado para o Koha, usando o
recurso do módulo Ferramentas > Tratamento Marc21 para importação no Koha. A partir da
importação dos registros bibliográficos, iniciou-se a criação das Assinaturas no módulo
135
posições refere-se ao campo 008, que não possui indicadores ou subcampos. É composto 40 posições,
numeradas de 00 a 39 e contém informações codificadas sobre o registro como um todo. (MARANHÃO;
MENDONÇA, 2017)
1128
�Periódicos e, optou-se por criar assinaturas apenas das obras que possuíam o status de
'corrente, pois, esse recurso exerce a mesma função da ficha Kardex, ou seja, permite o
gerenciamento dos fascículos, desta forma auxiliando o profissional na gestão do acervo dos
recursos continuados.
Como nem todos os campos utilizados pelo PHL puderam ser correspondidos a um
campo Marc21 (conforme a Quadro 6), realizou-se a inserção das informações durante a
criação das assinaturas, ao preencher o formulário.
Quadro 6 - Campos PHL sem correspondência no MARC que foram importados diretamente no Koha
Campos PHL 8.0
Descrição
783
Assinatura (corrente ou não-corrente)
784
Forma de aquisição
786
Histórico da coleção
788
Data de renovação
Fonte: Elaboração dos autores
Etapa 02: Migração do catálogo
Os dados do catálogo (os registros bibliográficos) e do tombo (os exemplares) foram
exportados, separadamente, em lotes de dez mil registros no padrão CISIS e salvos em
formato HTML. Em seguida, esses arquivos foram transformados em um arquivo no formato
texto (.txt) por meio de um script136 na linguagem python e depois convertidos em XML.
Após o tratamento dos arquivos realizou-se o processo de transformação em um único
arquivo denominado Catalogo.xml e, posteriormente, a conversão em um arquivo
MARCXML, utilizando a folha de estilo disponibilizada por Assumpção (2013) em seu
website, com algumas modificações:
a) Atribuição do valor a no campo LDR/06 para todos os Tipos de Materiais, com
exceção do tipo de material vídeo, o valor definido foi g;
b) Modificação da correspondência do campo 003 do PHL para o campo 090 do
Marc21, referente a classificação dos documentos na biblioteca da ENAP;
136
Script é um texto contendo um conjunto de instruções a serem executadas em determinada ordem.(MORIN;
BROWN, 1999)
1129
�c) Inclusão do campo 770 do Marc21 que irá corresponder ao campo suplemento 034
do PHL;
d) Exclusão do campo 033 do PHL correspondente ao Kardex já que este campo não
era utilizado na prática;
e) Realização da correspondência seguintes campos:
do campo 005 do PHL com o campo 952 subcampo c do Marc21 que
refere-se ao tipo de material no Koha;
do campo 090 do PHL com o campo 952 subcampo 1 para permitir ou não
a visualização de registros na OPAC do Koha;
do campo 026 do PHL com o campo 952 subcampo 8 do Marc21 que
refere-se às coleções do catálogo
do campo 001 do PHL com o campo 952 subcampos a e b do Marc21 que
refere-se às bibliotecas de origem e destinos, respectivamente;
do campo 001 do PHL com o campo 952 subcampo o do Marc21;
do campo 005 do PHL com o campo 952 subcampo y do Marc21 que
refere-se ao tipo de material e com o campo 942 subcampo c.
Para a conversão do arquivo MARCXML para Marc21, utilizou-se as ferramentas do
software MarcEdit. A fim de facilitar a migração do catálogo, dividiu-se o arquivo
Catalogo.mrc - gerado pelo software MarcEdit - em 5 arquivos contendo 10 mil registros e 1
arquivo contendo os 1.518 registros Marc restantes.
Etapa 03: Migração das autoridades
O Koha conta com um módulo de autoridades e um banco de dados específico. Como
o PHL não possui tal recurso, para criar o banco de autoridade foi necessário gerar relatórios,
por meio do módulo Relatório do Koha, para extrair os campos, 100, 700, 710 e 650, Marc21
das planilha bibliográficas.
Após gerados os relatórios, em arquivo CSV, realizou-se um tratamento dos arquivos,
no software Excel, para construir as planilhas de autoridades Marc21 foi utilizado o software
MarcEdit. Após a migração dos registros de autoridade para a base de autoridades do Koha,
que utilizou o mesmo processo de migração do catálogo, foi preciso criar um vínculo entre os
registros de autoridades e registros bibliográficos correspondentes, de forma que o recurso de
pesquisa de assunto e autoridade funcionassem corretamente.
1130
�Etapa 04: Migração dos usuários
Os registros dos usuários foram exportados, do PHL, em um arquivo em formato
texto. Porém, o Koha utiliza o formato CSV para importação dos dados dos usuários e ainda
disponibiliza um documento padrão com os campos necessários para importação. Desta
forma, utilizou-se um script em python para fazer a correspondência entre os campos do PHL
e do Koha e para criar um arquivo CSV de acordo com o documento padrão.
Antes da importação do arquivo CSV contendo os usuários, foram criados os tipos de
usuários no módulo Administração > Categoria de usuários, conforme a Figura 9.
Figura 9 - Categorias de usuários no módulo Administração
Fonte: Print screen da tela do sistema Koha implementado na ENAP
Etapa 05: Migração da circulação
A migração da circulação foi feita após todas as outras migrações, uma vez que o
histórico de circulação era relativamente volumoso. Além disso, as informações das
migrações anteriores eram necessárias para o funcionamento dos dados migrados.
Os registros correspondentes ao histórico de circulação foram exportados do PHL em
ção
1131
�biblioteca é interrompido por algum problema, permitindo que a circulação da biblioteca
continue a funcionar apenas com um software instalado localmente nos computadores. De
modo que toda atividade de circulação ocorrida nesse período é registrada, nesse software, e
com acesso a internet é possível inserir essas informações no Koha, atualizando assim as
atividades de circulação da biblioteca.
Problemas encontrados
Na migração do usuário, o CPF foi mantido como identificador único do usuário e foi
escolhido para preencher os campos cardnumber e userid. Caso o usuário não tenha CPF
registrado no sistema PHL ou, seja digitado de maneira incorreta, utilizou-se a matrícula do
usuário no PHL para compor os dois campos.
Como o CPF dos usuários foi utilizado no campo cardnumber e este campo também é
utilizado na circulação para identificação dos usuários, foi utilizado um script para
corresponder o número de matrícula no PHL e do CPF dos usuários. Importa ressaltar que, no
PHL, o número de matrícula era utilizado para identificação dos usuários nas transações de
circulação.
Ao efetuar os empréstimos e devoluções dos exemplares dois problemas foram
identificados: a) as multas não estavam sendo calculadas de acordo com as regras criadas; b)
os usuários não estavam recebendo os comprovantes via e-mail. Isto ocorreu, pois, as regras
de circulação e multas, ou seja, as permissões de renovação e reserva, prazo para empréstimo,
montante da multa, etc, foram criadas após a migração dos usuários e histórico de circulação,
como esta ação não é retroativa as regras não foram aplicadas aos registros migrados.
Considerações finais
A migração de dados é uma tarefa complexa mesmo entre sistemas semelhantes. No
presente estudo, foram migrados dados de sistemas distintos utilizando padrões diferenciados,
que se apresenta comum em sistemas de bibliotecas, mesmo quando existem padrões. Antônio
(2012) relata as dificuldades de migração de dados, principalmente pela falta do uso de
protocolos de comunicação e dos diferentes padrões utilizados pelos sistemas.
Nesse sentido, verifica-se que a migração de dados entre SIGB trata-se de um
processo, que exige habilidade profissional para manipular dados que estão além daqueles
1132
�relacionados ao acervo, visto que possuem mais dados além dos relacionados ao acervo. Por
isso, faz se necessário criar um modelo de migração para cada sistema, facilitando o processo
a ser seguido ou aprimorado, uma vez que modelos são criados como ponto de partida para
melhorias.
Assim, o presente estudo apresenta um modelo inicial de migração do sistema PHL,
usuário parcial do padrão Marc21 para o Koha, na medida em que a evolução da tecnologia
afeta os sistemas de informação e as possibilidades de integração com outros sistemas,
facilitando a migração ou compartilhamento de dados. Com isso, apoia-se o uso do Koha no
Brasil, diante da necessidade de oferta de um software livre, usuário de padrão internacional,
capaz de ofertar todas as funcionalidades necessárias à gestão de bibliotecas.
Alia-se a questão apresentada por Moresi (2000), no qual as informações e seus
sistemas são estratégicos para as suas organizações e requerem cuidado para a sua
preservação, mesmo quando troca-se de sistema. Assim, entende-se que o SIGB da biblioteca
é um sistema de informação importante para atingir as metas da ENAP, como apoio às suas
atividades de ensino e com isso, as suas informações tornam-se estratégicas.
Da mesma forma, considera-se que os serviços ofertados pela biblioteca possuem
valor relativamente alto, como apresentado por França, de Souza e Portela (2017), e o sistema
que informatiza as suas atividades é importante para o funcionamento geral da ENAP. A
migração total dos dados de um sistema para outro atendeu, dessa forma, a questão da
manutenção dos serviços e do valor estratégico das informações.
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1136
�
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Migração de dados entre sistemas gerenciadores de biblioteca: uma experiência do software PHL para o KOHA na biblioteca da escola de administração pública.
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Schiessl, Ingrid et al.
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Para a atualização da biblioteca um dos processos é a escolha de softwares que gerenciam as atividades da biblioteca A conversão entre sistemas de gestão de bibliotecas requer planejamento, visto que diferentes sistemas podem não compartilhar os mesmos padrões. Nesse contexto, o presente estudo apresenta a migração de dados do sistema PHL para o Koha, realizado na Biblioteca Graciliano Ramos da Escola Nacional de Administração Pública, através do projeto de pesquisa desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia. A metodologia utilizada foi baseada nos módulos ofertados pelo Koha para receber os dados do PHL em 5 etapas: migração dos dados dos periódicos, catálogo, autoridades, usuários e por último circulação. Com isso, desenvolveu-se um modelo de migração de dados, que apesar de particularizado ao PHL/Koha, pode ser ajustado para outros sistemas, muitos aspectos são comum em sistemas de bibliotecas. Portanto, como este processo requer a participação de profissionais que conheçam os dados e suas especificidades, a presença dos bibliotecários na elaboração do modelo é importante para uma migração de dados concisa e eficaz.
Language
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5523/SNBU2018_085.pdf
f89718b5cbf4ab5645fa1172eb64b3bf
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Eixo I - Inovação e Criação
INOVAÇÃO NO SERTÃO: A MEDIAÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ
CAMPUS PAULISTANA
INNOVATION IN SERTÃO: CULTURAL MEDIATION IN LIBRARY OF FEDERAL
INSTITUTE OF EDUCATION, SCIENCE AND TECHNOLOGY OF PIAUÍ CAMPUS
PAULISTANA
Resumo: Pesquisa realizada com o intuito de analisar a proposta de mediação cultural
desenvolvida pela Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí
Campus Paulistana. Esse processo, considerado como inovador, desenvolveu-se a partir da
realização do evento denominado Café Literário, que tem como objetivo desenvolver o
processo crítico-reflexivo da comunidade ifipiana por meio de atividades culturais como:
apresentação teatral e musical, cinema, exposição, além de bate papo literário e mesa redonda.
A construção do projeto e a execução das atividades é resultado da parceria entre discentes,
docentes e técnicos administrativos do campus e a equipe da biblioteca, sendo que os 3 (três)
primeiros grupos de sujeitos atuam como protagonistas e as bibliotecárias como mediadoras.
Para a estruturação metodológica, a pesquisa apresentou um estudo bibliográfico com eixo
metodológico de cunho qualitativo e quanto aos objetivos, caracterizou-se como Descritiva e
Exploratória. Para a análise do evento como processo de mediação cultural, foram traçados os
seguintes objetivos específicos: descreveu-se as 2 (duas) edições do café literário realizadas
nos anos de 2015 e 2017; realizou-se um estudo comparativo entre as duas edições para
verificar suas potencialidades e pontos a serem corrigidos e ao final, analisou-se em que
medida o evento vem atuando como proposta de mediação cultural.
Palavras-chaves: Mediação cultural. Café Literário. Evento cultural. Inovação em Biblioteca.
Bibliotecário Mediador cultural.
Abstract: This research was carried out for analyzing the proposal of cultural mediation
developed by the library of Federal Institute of Education, Science and Technology of Piauí Campus Paulistana. This process, considered as innovative, developed from the event called
-reflexive process of IFPI community
through cultural activities such as: theatrical and musical presentation, cinema, exhibition,
besides chatting literary and round table. The project and execution construction of activities
is a result of partnership between students, faculty and administrative staff and the library
staff of campus, with the first three groups of subjects acting as protagonists and the librarians
as mediators. For the methodological structuring, the research presented a bibliographic study,
1105
�with methodological axis of qualitative character and regarding objectives, it was
characterized as Descriptive and Exploratory. For event analysis as a cultural mediation
2017 were described; a comparative study was carried out
between the two editions to verify their potentialities and points to be corrected. At the end, it
was analyzed the extent to which the event has been acting as a proposal for cultural
mediation.
Keywords
Librarian - Cultural mediator.
Innovation in Library.
1 INTRODUÇÃO
Inovar e criar são palavras que na atualidade permeiam a escrita e a fala das
organizações e do mundo do trabalho. Em meio a competitividade, as organizações trabalham
cada vez mais a ideia de que o novo e o criativo ganham espaço no mercado, os clientes das
organizações dos mais variados gêneros, sentem-se estimulados a adquirirem produtos e
serviços gerados e divulgados como resultado da capacidade inovadora do ser humano.
As bibliotecas como organizações que trabalham com a informação em diversos
suportes, e diante de mudanças proporcionadas por vários processos em torno dos objetos de
informação (livros, periódicos, bases de dados) e das formas de acesso a informação e de
comunicação, têm buscado mesclar o tradicional modo de operacionalizar serviços e produtos
com propostas inovadoras de acesso e de uso da informação. Assim, falar em criação e
inovação na biblioteca, remete-nos ao uso de sistemas de gerenciamento, criação de
aplicativos, uso das redes sociais e outras ferramentas resultantes da produção de uma
tecnologia recente.
Pensando assim, cabem questionamentos ao título desse trabalho e ao evento Café
Literário como proposta inovadora e criativa da Biblioteca do Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia do Piauí. A análise do evento a que se propõe essa pesquisa contribui
para minimizar dúvidas a respeito, para tanto fez-se uso da literatura sobre: mediação cultural,
ação cultural, inovação e criação na biblioteca universitária.
Assim,
apresenta-se a
Biblioteca do
IFPI Campus
Paulistana de bases:
multidisciplinar, que traz as características de biblioteca universitária conforme preconiza o
§1º do art. 2º da lei nº 11.892/2008 disponível em Brasil (2008) e escolar, que desenvolve
uma proposta baseada nos pilares do Ensino, Pesquisa e Extensão, atuando em áreas de
formação técnica e de ensino superior com os cursos de Química e de Zootecnia, objetivando
também a formação de um sujeito crítico e capacitado para o mundo do trabalho.
1106
�Apresentando as percepções criativa e inovadora da proposta de mediação cultural,
essa biblioteca está localizada em uma cidade com cerca de 20.000 habitantes, carente de
universidades e de bibliotecas, localizada na região da Caatinga, no sudeste do Piauí e distante
aproximadamente 460 km da capital Teresina-PI.
Mantenedora de uma estrutura tecnológica razoável e acervo mediano, a Biblioteca do
IFPI Campus Paulistana, concorre com as tecnologias e com as redes sociais que atraem os
adolescentes e os jovens estudantes do campus. Sua proposta de trabalho, baseia-se na
consciência de que, aliado aos mecanismos tradicionais de acesso a informação, deve-se
trabalhar o incentivo a leitura e o acesso a cultura, de forma a desenvolver o processo crítico
reflexivo da comunidade a que atende. Assim, são realizados projetos como o Música na
biblioteca e eventos como o da pauta desse artigo, visando a interação da unidade de
informação com o público alvo, a dinamização do espaço e o auxílio no processo de
construção do ensino-aprendizagem.
Como problematização a pesquisa apresenta o seguinte questionamento: Qual a
importância do Café Literário para o processo de mediação cultural proposto pela Biblioteca
do Instituto Federal do Piauí
Campus Paulistana?.
No que se refere ao objetivo, entende-se a necessidade de: analisar a contribuição do
Café Literário para o processo de mediação cultural proposto pela biblioteca do Instituto
Federal do Piauí
Campus Paulistana. Para a concretização desse objetivo algumas ações
foram necessárias como: descrever as 2 (duas) edições do café literário realizadas nos anos de
2015 e 2017; realizar um estudo comparativo entre as duas edições para verificar as
potencialidades e os pontos a serem corrigidos; analisar em que medida o evento vem atuando
como proposta de mediação cultural.
Por esse processo de mediação cultural a que o evento Café Literário pretende inserirse, cabe o entendimento de que é necessário que existam elementos e ações nessa proposta
que demonstrem cultura como aspecto relevante para aquela comunidade; elementos que são
potencializados durante a ação da mediação cultural onde a biblioteca e o bibliotecário atuam
como mediadores e não como produtores de cultura a ser absorvida pelo público.
Diante dessa reflexão, cabe-nos questionar: de que maneira esse processo pode ocorrer
sem que seja confundido com as atividades de animação cultural na biblioteca? Possíveis
respostas surgem como: adotar na prática da mediação o protagonismo do público, a
biblioteca deve manter o máximo possível de neutralidade quando da elaboração e execução
das atividades, as temáticas desenvolvidas devem atender aos interesses informacionais e
1107
�culturais da comunidade envolvida e as atividades devem proporcionar discussões e reflexões
entre o público.
2 REVISÃO DA LITERATURA
O pesquisador, ao deparar-se com um problema e caminhos a serem seguidos para
amenizar a problemática, necessita de um aparato teórico construído por outros pesquisadores.
Assim, compreender conceitos em torno dos temas inovação, invenção e cultura em biblioteca
é essencial no caso dessa pesquisa.
Flusser (1983, p. 156) diz que
própria, a descoberta de suas potencialidades de imaginação. A invenção é também dar a cada
homem, através da animação cultural (e bibliotecária) os meios de inventar o seu código
Seria então o sujeito, um ser criativo e com capacidades inovadoras por natureza,
caberia a ele externalizar essas capacidades por meio das artes, da educação e de tantos outros
mecanismos. A biblioteca atuaria como um dos espaços apropriados para fazer emergir a
criatividade. Em Viana; Pereira (2016, p. 2) temos que:
O intuito da realização de eventos culturais na biblioteca universitária, justifica-se
por promover a biblioteca como um dos canais de referência para apropriação do
saber por alunos da instituição e comunidade em geral como também interagir com a
comunidade acadêmica de forma lúdica e cultural, enfatizando de forma sistemática
o papel social da própria biblioteca universitária no contexto histórico, político e
social de determinadas comunidades. Desse modo, a biblioteca universitária rompe
as fronteiras de seu espaço e estrutura tradicional e traz a conscientização à
comunidade universitária do papel social da biblioteca. Como organismo vivo e
dinâmico é um ambiente de preservação do conhecimento, disseminação da
informação e promotora da cultura e da educação como apoio à construção do saber
em seus mais diferentes formatos.
Reforçando essa assertiva em torno da relação mediação e biblioteca universitária,
cabe a importância de reafirmar a diferença entre animação cultural e mediação cultural,
fazendo uso de uma breve contextualização do processo por Teixeira Coelho (1999) apud
Rasteli; Cavalcanti (2014, p. 45) quando observam que:
O mediador cultural como o sujeito que exerce atividades de aproximação entre
indivíduos ou coletividade e as obras de cultura e arte. Nessa ponderação, mediar
cultura consiste em movimentar relações sociais pelo uso de instrumentos e
linguagens artísticas e culturais. Trata-se, portanto, da versão contemporânea
atualizada dos termos empregados na década de 1980 animador cultural e agente
atualização essa ocorrida tanto no discurso quanto na prática. Na
cultural
contemporaneidade, a mediação cultural se organiza em torno de novos paradigmas
e, necessariamente, mediante outros valores, ressaltando as bibliotecas como um dos
muitos espaços de trocas simbólicas.
1108
�Como agente ativo do processo de mediação cultural temos os sujeitos da comunidade,
da escola, da universidade sem os quais o processo não há razão para existir. Outro sujeito
importante no processo é o bibliotecário que detém habilidades e que se identifica com a
mediação cultural. Esclarecemos que essa fala não deve ser confundida como uma espécie de
supremacia do saber do bibliotecário em detrimento da cultura e do saber de outra pessoa.
Nosso posicionamento encontra reforço na citação de Sanches; Rio (2010, p. 113)
Ao refletirmos acerca do conceito de cultura no fazer biblioteconômico, percebemos
a importância da participação do bibliotecário mediador no contexto cultural. Para
que essa participação aconteça o ponto de partida é a tomada de consciência de seu
papel critico, científico e porque não dizer revolucionário. Esse profissional, ao se
posicionar como um agente canalizador de ações de interferência propicia um
espaço promotor da formação da autonomia do indivíduo. Criando espaços dentro da
unidade de informação que potencialize no indivíduo clareza dos conceitos que
atuaram e atuam como fatores condicionantes de sua personalidade sociocultural, o
bibliotecário disponibiliza a sua comunidade usuária recursos cognitivos que
permitam a revisão criteriosa dos princípios constituintes dos valores que orientam
sua ação individual no social [...].
Diante do já exposto, corrobora-se a necessidade do uso das habilidades que o
bibliotecário possui para realizar a mediação cultural em bibliotecas. No caso do evento Café
Literário, busca-se aperfeiçoar o conhecimento existente com atividades culturais
arte,
música, literatura, teatro e debates - que possam agregar valores pessoal e profissional aos
participantes.
3 METODOLOGIA
Toda pesquisa para acontecer deve ser estruturada com base em métodos e
procedimentos que fortalecem seu viés científico e demonstrem o rigor com as variáveis
envolvidas. Assim, a pesquisa bibliográfica é método presente nesse trabalho dela obtivemos
fontes teóricas de outros pesquisadores em temáticas como: mediação cultural e inovação em
bibliotecas.
Para a concretização do objetivo do trabalho, as pesquisadoras, utilizaram-se
principalmente dos projetos das 2 (duas) edições do evento Café Literário que foram
cadastrados na plataforma da Pró-Reitoria de Extensão do IFPI em 2015 e 2017. Além desse
material, outras fontes de informação do evento como: fotografias, convites e filmagem,
foram importantes para a descrição, a comparação e a análise do evento em sua totalidade.
A metodologia de Pesquisa Qualitativa estruturou o trabalho, logo, as 3 (três) etapas
descritas nos objetivos específicos culminaram em processo de avaliação da biblioteca como
espaço de mediação cultural, observando a importância das ações dentro do espaço
1109
�pedagógico. Na concepção de Oliveira (2007) esse procedimento, baseia-se na reflexão e na
análise da realidade, visando a compreensão detalhada do objetivo mediante uso de métodos e
de técnicas, observando seu contexto histórico e sua estruturação.
Quanto aos objetivos, a pesquisa caracterizou-se como Descritiva, considerando a 1ª
etapa dos objetivos específicos que abordou a descrição das duas edições do evento.
Ainda no rol dos objetivos, as características de Pesquisa Exploratória foram
observadas, pois além de descrever as duas edições realizadas em 2015 e 2017, caracterizando
o público e as atividades desenvolvidas, aprofundou-se o estudo a partir da comparação e da
análise do evento como um todo, observando pontos fortes e pontos fracos, apontando ajustes
para edições posteriores. Sobre esse procedimento metodológico Cervo; Bervian; Silva (2007)
destacam que, definido o objetivo e realizada a descrição, outras ações ocorrem como a
descoberta da relação entre as variáveis para a obtenção de novas ideias e aprofundamento do
fenômeno estudado.
Com base nessa estrutura metodológica, segue descrição das 3 (três) etapas do evento
relacionadas nos objetivos específicos da pesquisa. Inicialmente, apresenta-se a biblioteca e
sua estrutura para conhecimento do locus da pesquisa pelo leitor.
4 A EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA DO IFPI
CAMPUS PAULISTANA
A biblioteca iniciou suas atividades no ano de 2011 quando da inauguração do
Campus Paulistana. Atualmente, tem em seu corpo administrativo 2 bibliotecárias e 1 uma
assistente administrativa e seu horário de funcionamento é das 7:30 às 21:00. O acesso ao
acervo é aberto e o atendimento aos usuários é todo informatizado, realizado por meio do
Sistema Pergamum. As bibliotecárias trabalham com as propostas de incentivo a leitura e
dinamização do espaço, visando fortalecer o papel da biblioteca no quesito sociocultural.
Abaixo segue imagem da biblioteca:
1110
�Fotografia 1
Biblioteca do Campus Paulistana
Fonte: Francisca Viana
4.1
Etapa de descrição da 1ª edição do Café Literário
A ideia para a organização para a 1ª edição do Café literário realizada pela biblioteca
do IFPI
Campus Paulistana surgiu da necessidade de incentivo a leitura; divulgação de
autores da literatura brasileira; mesclar poesia e música de forma lúdica; divulgar a biblioteca
como espaço de lazer, estudo e cultura. Aliada as essas necessidades, um trabalho realizado
por 1(uma) aluna e (um) aluno do campus, chamou a atenção da bibliotecária Francisca
Viana. Os alunos apresentaram para a turma, no espaço da biblioteca, a vida e a obra de
Carlos Drummond de Andrade. A bibliotecária Francisca Viana falou com os alunos do
interesse em adaptar o trabalho, após a permissão destes, as bibliotecárias resolveram elaborar
um evento sob a vida e a obra Vinicius de Moraes durante a programação de aniversário do
IFPI Campus Paulistana nos dias 30/11/2015 e 01/12/2015.
O protagonismo dos participantes, configurou-se como fator primordial para a
concretização do projeto, pretendeu-se o mínimo de intervenção da equipe da biblioteca, sua
participação teve foco na elaboração do projeto do evento, organização do espaço, do coffee
break e do cronograma das atividades.
Da divulgação e organização:
As servidoras da biblioteca divulgaram o evento enviando um convite para o e-mail
institucional dos servidores e disponibilizando no mural da biblioteca. Foram organizadas
comissões: equipe da biblioteca (2 bibliotecárias, 2 estagiários e 1 auxiliar de biblioteca);
equipe de declamação de poesias (5 alunos do campus); equipe de Músicos (3 alunos
1111
�indicados por outros alunos de acordo com usas habilidades musicais); equipe de músicos (1
auxiliar de biblioteca, 1 aluna e 1 aluno do campus) e a equipe do Bate papo literário (2
alunos, 1 professor de física e 1 servidora que atuou como mediadora).
Para que o público fosse o maior possível, as bibliotecárias solicitaram da direção
geral e da direção de ensino, a parceria no sentido de conscientizar os docentes da importância
da participação deles e dos alunos durante o evento. O evento foi registrado em fotos:
Fotografia 2
Apresentação musical
Fonte: William Oliveira
Fotografia 3
Aluna declamando uma poesia de Vinícius de Moraes
Fonte: William Oliveira
1112
�Fotografia 4
Bate papo literário = vida e obra de Vinicius de Moraes
Fonte: William Rodrigues
Fotografia 5
Encerramento do 1º Café literário
Fonte: William Oliveira
Da execução:
No dia 30/11/2015, no turno da tarde, ocorreram declamações de poesias de Vinicius,
realizadas por 3 alunos durante intervalos de palestras. No dia 01/12/2015, foram realizadas
apresentações culturais com músicas de Vinicius de Moraes, declamações de poesias,
exposição sobre vida e obra do escritor trabalhada conjuntamente com um bate papo literário
que teve a participação de 2 discentes e 1 docente. As atividades ocorreram durante o dia com
intervalos para almoço e foram apresentadas no pátio do campus, pois o espaço da biblioteca
não comportava o público. O café literário foi finalizado com o corte do bolo de aniversário
em comemoração aos 5 anos de aniversário do Campus Paulistana.
O evento foi elogiado pelo público presente e foi sugerido que uma nova edição
acontecesse no ano seguinte.
1113
�Do cronograma:
O evento teve um projeto estruturado que foi apresentado à coordenação de extensão
do Campus para a solicitação de declaração para todos os membros das comissões. Sua
estrutura foi dividida em duas etapas, a saber: Fase de elaboração (período 26/10/2015 a
25/11/2015) = A biblioteca contribuiu com a localização de livros de Vinicius de Moraes que
estivessem no acervo da biblioteca e também organizou a exposição em formato de filme que
foi apresentada durante o bate papo literário; os músicos pesquisaram e ensaiaram as músicas
do cantor e compositor; os declamadores pesquisaram e ensaiaram as poesias e os integrantes
do bate papo literário pesquisaram sobre vida e obra de Vinícius de Moraes.
A fase de Execução do projeto ocorreu entre os dias 26 e 27/11/2015, a equipe da
biblioteca cuidou da infraestrutura do pátio onde ocorreu o evento e nos dias 30/11/2015 e
01/12/2015 o evento foi realizado.
4.2 Etapa de descrição da 2ª edição do Café Literário
O tema do II Café Literário veio com a proposta de trabalhar a consciência críticopolítica da comunidade do IFPI Campus Paulistana. A partir disso, a equipe da biblioteca
reuniu-se e outros participantes da instituição com o intuito de proporcionar a discussão e a
reflexão em torno da situação do Brasil durante o período da Ditatura Militar, a fim de que
algumas questões atuais da política brasileira pudessem ser compreendidas.
Essa proposta teve como pressuposto a construção do conhecimento e o protagonismo
dos alunos e dos servidores do campus, partindo das reflexões em torno dessa temática.
Ressalta-se que esse foi um momento rico em manifestações literárias e musicais como:
apresentação teatral e musical, exibição de um filme, mesa redonda com o tema: Ditadura
Militar no Brasil. As reflexões históricas, filosóficas, educacionais, literárias e informacionais,
fizeram-se presentes durante a mesa redonda e em outros momentos do evento.
Especificamente, buscou-se atender as propostas de:
Trabalhar o espírito crítico da comunidade do IFPI Campus Paulistana, com
foco na Ditadura Militar no Brasil;
Mesclar história do Brasil durante a ditadura, com a literatura, a música, o
teatro, o cinema e seus aspectos filosóficos de forma lúdica.
Da divulgação e organização
A divulgação do evento, efetivou-se via envio de convite, por e-mail, para os servidores
do campus, por divulgação no facebook da biblioteca. Os professores ajudaram no convite aos
1114
�discentes. Não houve aula nessa data e a equipe da biblioteca providenciou a cobertura do
evento pela mídia local, a Web TV Valle do Itaim que filmou as atividades realizadas e
entrevistou os participantes.
Fase de construção:
Fase de elaboração do projeto pela bibliotecária Francisca Viana, com a cooperação da
bibliotecária Neuda Fernandes Dias e da assistente Administrativa Rosiane Carvalho e Thalita
Figueiredo, servidora do setor administrativo. A etapa seguinte foi marcada pela formação das
equipes do evento (músicos, debatedores da mesa, mediadora da mesa redonda, cinema e
teatro). A constituição desse grupo foi baseada em alguns critérios como: disponibilidade de
tempo, conhecimentos nas áreas de história, literatura, filosofia, música e teatro brasileiro no
período citado. No caso dos professores e dos técnicos administrativos foi feito convite. Os
3(três) alunos participantes da mesa de discussão foram selecionados, sendo 1(um) aluno
representante de cada turno.
Após a formação das equipes, as bibliotecárias encaminharam o projeto via e-mail
institucional para a direção geral do campus, técnicos administrativos e professores. Em um
segundo momento, as equipes partiram para a pesquisa e organização de suas atividades.
Fase de execução:
A equipe da biblioteca organizou os espaços para receber os participantes do evento
um dia antes do início do evento. No dia 03/05/2017, houve a apresentação do grupo de
teatro, da mesa redonda, os músicos tocaram nos intervalos da mesa de discussão e foi exibido
o filme Zuzu Angel. As atividades ocorreram durante todo o dia com intervalo para o almoço
e o coffe break. As atividades foram apresentadas no Hall de entrada do Campus, no pátio e
no auditório.
Abaixo seguem imagens das atividades realizadas durante o II Café Literário.
1115
�Fotografia 6 - Cinema
Filme Zuzu Angel (turno da manhã e noite
local auditório)
Fonte: Cibelle Rezende
Fotografia 7 - Apresentação Musical (turno da tarde
local pátio)
Fonte: Cibelle Rezende
1116
�Fotografia 8
Mesa redonda (turno da tarde- local pátio)
Fonte: Cibelle Rezende
Fotografia 9 - Intervenção artística - (18:00 horas
local auditório)
Fonte: Cibelle Rezende
5 ESTUDO COMPARATIVO DO CAFÉ LITERÁRIO EM SUAS 2 (DUAS) EDIÇÕES
A proposta do Café Literário é a de promover a reflexão e o diálogo em torno de
temáticas que envolvam educação, sociedade e política, criando um espaço cultural que
propicie a criação e protagonismo da comunidade Ifpiana- Campus Paulistana. As atividades
fazem parte do processo criativo desse público, a biblioteca auxilia, no entanto, pretende-se
1117
�que a dinâmica gire em torno das reflexões e dos debates que surgem durante a exposição, a
sessão de cinema, no espaço da música, no teatro e no bate papo da mesa redonda, que
contribuem para a promoção da Mediação Cultural.
De acordo com Rasteli; Cavalcanti (2014, p. 45)
Na mediação cultural, práticas de incentivo à leitura objetivam alavancar o processo
de produção artística e cultural no âmbito das bibliotecas e de outros dispositivos
presentes na sociedade, articulando diferentes experiências para que ocorra a
apropriação cultural, tida como atividade de invenção, apropriação e de produção de
r-se, portanto, é
ação afirmativa, é invenção e criação e não simples recepção mecânica e automática
como produtores de sentido é também verificar as ações de mediação cultural como
atos de significação, vivenciados com modos de interação entre diferentes
experiências culturais.
Partindo desse pressuposto e após descrição das 2 (duas) do evento realizadas,
algumas observações foram elencadas nessa seção do trabalho:
- A 1ª edição trouxe elementos de mediação cultural em seu processo de construção
pois nesse momento o protagonismo dos sujeitos pode ser percebida, a saber: houve pesquisa
em torno da temática, construção das atividades, discussões durante o bate papo literário, a
banda de música não existia e a partir de sua formação os alunos pesquisaram, ensaiaram e
apresentaram ao público músicas compostas e cantadas por Vinícius de Moraes; os alunos que
declamaram poesias nunca haviam se envolvido com tal atividade e tiveram que trabalhar
suas habilidades de entonação de voz e memorização aliadas a emoção.
- A 2ª edição do Café Literário foi melhor estruturada, com a inserção do convite na
página do facebook o evento teve maior visibilidade, as bibliotecárias mais experientes,
posicionaram-se de forma mais neutra, o evento foi filmado e divulgado em mídia local. A
formação de equipes foi menos trabalhosa, pois a comunidade ifipiana já conhecia o evento e
não houve dificuldades em conseguir parceiros para a formação de equipes; em todas as
atividades o público foi mais participativo e as discussões foram mais dinâmicas. Como
resultado desse momento, podemos citar que o grupo de teatro Tiquim do Sertão pesquisou
sobre o período da ditadura e construiu uma peça que passou a ser apresentada em outros
eventos do IFPI.
1118
�6 ANÁLISE DO EVENTO CAFÉ LITERÁRIO COMO PROPOSTA DE MEDIAÇÃO
CULTURAL
A análise do processo refletido em 2 (edições) do evento proporcionou uma avaliação
das práticas realizadas pela biblioteca enquanto espaço de mediação cultural e a partir disso, a
pesquisa demonstrou a necessidade de alguns ajustes como: menor interferência da equipe da
biblioteca durante o processo; maior participação dos alunos e servidores durante a construção
do projeto; que seja realizado um concurso para eleger a temática da 3ª edição do Café
Literário que deverá acontecer em setembro de 2018; premiação para o ganhador da proposta
de temática; inclusão de um concurso literário entre as atividades; manutenção da divulgação
do evento na página da biblioteca no facebook e disponibilização de um espaço para
sugestões ao evento nessa página; aplicação de questionário avaliativo do evento; criação de
um grupo do evento no whatsApp; contabilizar o número de participantes por meio impresso
ou eletrônico.
É importante ressaltar que durante essa análise, foram consideradas ações a serem
implementadas durante a execução da 3ª edição a ser realizada em 2018. Esse procedimento
ocasionou uma avaliação do trabalho da equipe da biblioteca do IFPI
Campus Paulistana
como ente que atua para além do seu espaço físico.
Embora o fenômeno estudado já faça parte do calendário do campus e as bibliotecárias
já o tenha definido como proposta de trabalho anual, sua análise não havia sido realizada,
dessa forma, fez-se extremamente importante a pesquisa para a biblioteca.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Defendemos que o evento Café literário, situa-se como proposta de mediação cultural.
A biblioteca nesse sentido busca desenvolver seu papel de agente social, fortalecendo a
relação com as demais instâncias da instituição. O caráter criativo e inovador do evento,
reflete-se na dinâmica da construção e da execução do projeto que tem a participação dos
discentes, docentes e técnicos administrativos de vários setores do Campus e provoca durante
sua execução a capacidade crítico-reflexiva em torno da temática em discussão.
A percepção da contribuição da atividade como partícipe no processo de ensinoaprendizagem, ocorre quando professores e alunos de diferentes áreas do campus pesquisam e
desenvolvem atividades em torno de uma temática única, porém sob vários olhares e a partir
disso constroem conhecimento: discutindo, refletindo e criando novas proposições.
1119
�Ao final, percebemos a importância desse estudo para o processo de construção de
uma proposta de mediação cultural a que se propõe a biblioteca, visto que, fazendo uso de
aparelhos culturais é possível articular cultura e ensino onde os atores principais possam atuar
de forma mais efetiva como protagonistas.
REFERÊNCIAS
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InCID: R. Ci. Inf. e Doc., Ribeirão Preto, v. 1, n. 2, p. 103-121, jul./dez. 2010. Disponível
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VIANA, Mourâmise Moura; PEREIRA, Rodrigo. A biblioteca universitária como cenário à
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Grande MS. In: SEMINÁRIO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (SECIN), 6, 2016.
Anais eletrônicos... Londrina: (UEL), 2016, p. 1- 11. Disponível em:
<http://www.uel.br/eventos/cinf/index.php/secin2016/secin2016/paper/viewFile/349/170>.
Acesso em 02 jan. 2018.
1120
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Inovação no sertão: a mediação cultural na biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Paulistana.
Creator
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Viana, Francisca das Chagas; Dias, Neuda Fernandes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Pesquisa realizada com o intuito de analisar a proposta de mediação cultural desenvolvida pela Biblioteca do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí – Campus Paulistana. Esse processo, considerado como inovador, desenvolveu-se a partir da realização do evento denominado Café Literário, que tem como objetivo desenvolver o processo crítico-reflexivo da comunidade ifipiana por meio de atividades culturais como: apresentação teatral e musical, cinema, exposição, além de bate papo literário e mesa redonda. A construção do projeto e a execução das atividades é resultado da parceria entre discentes, docentes e técnicos administrativos do campus e a equipe da biblioteca, sendo que os 3 (três) primeiros grupos de sujeitos atuam como protagonistas e as bibliotecárias como mediadoras. Para a estruturação metodológica, a pesquisa apresentou um estudo bibliográfico com eixo metodológico de cunho qualitativo e quanto aos objetivos, caracterizou-se como Descritiva e Exploratória. Para a análise do evento como processo de mediação cultural, foram traçados os seguintes objetivos específicos: descreveu-se as 2 (duas) edições do café literário realizadas nos anos de 2015 e 2017; realizou-se um estudo comparativo entre as duas edições para verificar suas potencialidades e pontos a serem corrigidos e ao final, analisou-se em que medida o evento vem atuando como proposta de mediação cultural.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5520/SNBU2018_084.pdf
7c4fd4e2648ae802ff3c3003f4bdbdc3
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USO E APROPRIAÇÃO DE MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
FEDERAL: UMA ANÁLISE SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO BIBLIOTECÁRIO
NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (SIBIUFPA)
USE AND APPROPRIATION OF SOCIAL MEDIA IN A FEDERAL UNIVERSITY LIBRARY:
AN ANALYSIS OF THE COMPETENCES OF THE LIBRARIAN IN THE LIBRARY SYSTEM
OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF PARÁ (SIBI-UFPA)
Resumo: O presente artigo aborda um estudo acerca do uso e apropriação de mídias sociais
em uma biblioteca federal, com o intuito de analisar as competências do bibliotecário nesse
processo. O objetivo do estudo foi de analisar as competências do bibliotecário de
Universidade Federal mediante ao uso das mídias sociais nas bibliotecas, identificando suas
competências, habilidades, conhecimentos e atitudes frente ao processo de apropriação dessas
ferramentas junto aos serviços e produtos da biblioteca. O método de pesquisa utilizado foi
baseado em um estudo de campo no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará
(SIBI-UFPA) com enfoque no Campus Belém (Biblioteca Central) e os demais campis
setoriais e do interior do Estado do Pará, caracterizando-se por ser uma pesquisa descritiva e
exploratória. Observou-se que boa parte das bibliotecas do SIBI-UFPA já desenvolvem
atividades através do gerenciamento de mídias sociais, entretanto, ainda não existe um padrão
gerencial para uso e apropriação das mídias sociais na instituição. As resultantes apresentadas
nesse trabalho partiram de um projeto de pesquisa para a seleção do mestrado em Ciência da
Informação (PPGCI/UFPA - 1.2018) cujo estudo ainda se encontra em fase de
desenvolvimento.
Palavras-chave: Mídias sociais. Biblioteca Universitária. Competências.
Abstract: This article deals with a study about the use and appropriation of social media in a
federal library, in order to analyze the librarian 's skills in this process. The objective of the
study was to analyze the competencies of the Federal University librarian through the use of
social media in libraries, identifying their skills, abilities, knowledge and attitudes regarding
the process of appropriation of these tools with library services and products. The research
method used was based on a field study in the Library System of the Federal University of
Pará (SIBI-UFPA) with focus on the Belém Campus (Central Library) and the other sectorial
campuses and the interior of the State of Pará, it is a descriptive and exploratory research. It
was observed that most libraries of SIBI-UFPA already develop activities through the
1091
�management of social media, however, there is still no management standard for use and
appropriation of social media in the institution. The results presented in this work started from
a research project for the selection of the Master in Information Science (PPGCI / UFPA 1.2018), whose study is still in the development phase.
Keywords: Social media. University Library. Skills.
INTRODUÇÃO
A biblioteca tem a importante missão de ser a guardiã e a disseminadora de
informação, devendo assim, atender as necessidades informacionais dos seus usuários, seja a
comunidade acadêmica ou local, como também a comunidade externa na sociedade onde está
inserida. Contudo, para que a mediação da informação ocorra, a biblioteca deverá interagir da
melhor forma possível com os seus usuários, buscando dispor de uma comunicação efetiva e
dinâmica com os mesmos.
Nessa perspectiva, destacam-se as mudanças que vêm ocorrendo especialmente na
área da Biblioteconomia e da Ciência da Informação por meio do surgimento das novas
Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), o que reflete diretamente no trabalho das
unidades de informação, em especial das bibliotecas, interferindo de forma significativa no
modo de trabalhar dos bibliotecários, exigindo que esses adquiram novos conhecimentos e
desenvolvam novas habilidades para gerenciar e disponibilizar a informação, usufruindo
assim, das inovações tecnológicas a serviço do usuário e na prestação de seus serviços a
sociedade como um todo.
A Internet foi à precursora desta transformação tecnológica, sendo ela a principal
tecnologia que proporcionou o surgimento das demais, possibilitando as trocas de
informações de forma muito mais rápida e em grande quantidade, até mesmo mais do que o
possível pelas bibliotecas há tempos atrás, mesmo dispondo de acervos de anos de história.
Todavia, atualmente a internet tem aproximado ainda mais as bibliotecas de seus
usuários, favorecendo assim, a realização da mediação da informação de forma muito mais
dinâmica e personalizada. Segundo Melo (2004), no passado, a qualidade dos serviços da
biblioteca era dada em função do tamanho da coleção, mas atualmente está relacionada aos
serviços disponibilizados por esta.
No entanto, a própria internet também vem passando por transformações e se
desenvolvendo dia após dia. Sendo assim, para Blattmann e Silva (2007): A evolução da web
1092
�possibilita a criação de espaços cada vez mais interativos, nos quais os usuários possam
modificar conteúdos e criar novos ambientes hipertextuais.
Todos estes recursos somente são possíveis em função de uma nova concepção de
web, a chamada Internet 2.0 (web 2.0 ou web social), que segundo Anjos (2016) se diferencia
da web 1.0 pela forma de comunicação entre o usuário da internet em relação ao conteúdo.
Pois, na web 1.0 os usuários apenas consumiam o conteúdo, enquanto que na web 2.0 os
usuários possuem mais participação na produção dos conteúdos.
Segundo Furtado (2013) a Biblioteca 2.0 oriunda da web 2.0, oferece conteúdos e
serviços digitais, disponibilizando assim, serviços de forma personalizada e ambientes de
socialização, criação e partilha do conhecimento. Desse modo, a biblioteca deixa de ser
simplesmente um espaço físico para ser uma instituição de serviço presente no dia- a- dia do
usuário/cliente, participando também das relações sociais dos mesmos a partir da geração de
conexões entre informações e indivíduos, em ambientes de integração e partilha.
Desse modo, a web 2.0 proporcionou novos meios de comunicação e interação entre a
biblioteca e o usuário, dentre eles, pode-se mencionar as redes sociais, blogs, wikis, serviços
de mensagens instantâneas (bate-papo, MSN), disponibilização de vídeos (Youtube) e fotos
(Flickr). Para Recuero (2009), as redes sociais ou redes sociais virtuais, se definem como um
conjunto de dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós das redes) e suas
conexões (interações ou laços sociais).
Seguindo essa lógica, verifica-se a necessidade de estudos com relação às mídias
sociais a serviço da mediação da informação por parte das bibliotecas, pois essas precisam se
apropriar dessas tecnologias para o efetivo desenvolvimento dos seus produtos e serviços ao
novo perfil dos usuários que a mesma dispõe atualmente.
Com base nas informações explanadas nos parágrafos anteriores, compreende-se que
as bibliotecas podem desenvolver vários produtos, serviços e divulgação das suas atividades a
partir da utilização das inovações tecnológicas, e, portanto, esta pesquisa pretende abranger
apenas as mídias sociais que trazem uma interatividade mais de cunho social e colaborativo
no que se refere à mediação da informação no âmbito de biblioteca universitária de instituição
federal.
1093
�SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E
Na atualidade, a tecnologia modificou intensamente o modo de viver e de pensar, e
cada vez mais as pessoas estão participando de algum tipo de comunidade online, dentre elas,
destacam-se algumas redes sociais disponíveis, como: F
,
,
, e que as redes sociais são os sites mais acessados. Além disso, a
pesquisa também reforça que um considerável percentual de pessoas utilizam as redes sociais
para se atualizar com relação às notícias, visto que a informação chega de forma mais rápida
(AGÊNCIA BRASIL, 2014).
Com o surgimento da sociedade da informação, as mídias sociais alcançaram uma
força e uma importância extremamente significativa em nossas vidas. Já que hoje, ela é muito
mais do que um simples interagir, pois representa um mundo cheio de oportunidades, como:
um meio para fazer amizades, criar conteúdo, divulgar produtos, dentre outras coisas.
Estas transformações iniciaram- se, na transição do século XX para o século XXI, com
o advento TICs, as quais passaram a estar cada vez mais presentes em nosso dia-a-dia, seja
por meio da internet, da cibercultura e o ciberespaço, pois são as tecnologias que propiciam
quase um estado permanente de conexão, caracterizando assim, as grandes mudanças
ocorridas durante a passagem destes séculos.
Nota-se que as tecnologias propiciam comodidade, acarretando assim, uma mudança
de rotina, hábitos e valores. Dentre os vários recursos disponibilizados na sociedade da
informação, destacam- se a web 2.0 ou (web social) e as mídias sociais, pois estas tornaramse recursos muito evidentes e conhecidos no universo das unidades da informação. Portanto,
em se tratando de unidades de informação, as bibliotecas, estão cada vez mais presentes no
ciberespaço, assim como, a criação e a manutenção de espaços de interlocução entre estas
unidades de informação e seus usuários, além da considerável utilização de algumas das
chamadas ferramentas da Web 2.0, o qual originou a chamada Biblioteca 2.0
Nessa perspectiva, o Comitê Gestor da Internet no Brasil CGI.br (COMITÊ, 2011)
sinaliza que, houve um crescimento no número de brasileiros que possuem computadores e
internet em suas residências, o que muito favorece a forte adesão desta população ao
ciberespaço e as práticas sociais da cibercultura. Pois, pesquisas recentes da We are SocialDigital (2016) revelou que atualmente, as redes sociais mais usadas no Brasil (em ordem
1094
�crescente de preferência) são: Facebook, whatsapp, Messenger, Youtube, Instagram,
Google+, Skype, Twitter, Linkedln, Snapchat e Pinterest, segundo Ribeiro (2016 apud
ANJOS, 2016).
Silva (2015) demonstra que as organizações públicas têm adotado as mídias sociais
para atingir o público- alvo de seus serviços. Assim, se faz necessário ressaltar a Portaria n 38
de 11 de junho de 2012, a qual homologou a Norma Complementar nº 15/ IN01/ DSIC/
GSIPR. Sendo que, esta define regras para a utilização de mídias sociais por órgãos públicos
brasileiros, tendo como objetivo principal, o uso institucional dessas mídias destacando os
aspectos relacionados à Segurança da Informação e Comunicação (BRASIL, 2012),
evidenciando a preocupação e o interesse do poder público na boa utilização dessas
ferramentas.
Dessa forma, estudar o uso e apropriação das mídias sociais a partir das competências
do bibliotecário é relevante do ponto de vista acadêmico por trazer à tona estudos e análises
sobre o uso das mídias sociais, bem como o conhecimento mais aprofundado e de que forma
este tema está sendo debatido no meio científico.
Corroborando, Silva (2014) destaca que o surgimento de ambientes mais
colaborativos, de comunidades virtuais e mecanismos de interação, como bate- papos e
registro de comentários só são possíveis graças às ferramentas da mídia social, o que
possibilitou uma maior interação entre a biblioteca e o usuário e para o feedback entre ambas
as partes, ou seja, a realização de uma mediação da informação por meios tecnológicos, ou
simplesmente, uma mediação tecnológica da informação.
Assim, compreende- se o quanto o advento da internet e das novas
transformaram a relação entre biblioteca e o usuário, quanto à perspectiva de serviços
oferecidos e o modo como estes estão sendo disponibilizados, e, portanto esta pesquisa
justifica-se do ponto de vista social, pois trata dessa relação no qual o usuário assume o papel
central, adquirindo a oportunidade de participar do processo de produção de conteúdos,
recebendo informações e dados mais personalizados, buscando novos meios de identidade.
Reforçando assim, a importância do estudo do usuário no âmbito das bibliotecas e
nesta perspectiva que, hoje as bibliotecas precisam cada vez mais se apropriar das novas
tecnologias, em especial as mídias sociais, para ampliarem ainda mais o alcance dos seus
produtos e serviços, buscando uma maior interação com o usuário e se fortalecendo enquanto
unidades de informação, que disponibiliza informações de qualidade, personalizadas e de fácil
acesso.
1095
�MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
A crescente popularização do acesso à internet e com a grande aquisição de
computadores, tablets e smartphones fez com que as tecnologias pudessem ser fortemente
utilizadas por um considerável percentual de pessoas, provocando assim, uma intensa
mudança no modo de pensar, agir e interagir da população.
Com o advento das tecnologias, acompanhado pelo surgimento e o desenvolvimento
da internet, as unidades de informação, em especial as bibliotecas, passaram a dispor de novas
ferramentas para a realização de seus serviços e produtos, assim como, para a divulgação das
atividades realizadas, possibilitando a criação de ambientes virtuais que são considerados
como espaços de interlocução entre o bibliotecário e o usuário da biblioteca.
No entanto, mesmo estando ciente dos benefícios que as tecnologias proporcionam aos
serviços e produtos da biblioteca, Calil Júnior (2013) apresenta a realidade das bibliotecas
universitárias federais ao realizar um mapeamento nas cinco regiões do Brasil para identificar
as universidades federais que possuem ambientes virtuais e utilizam as mídias sociais no
intuito de interagir com os seus usuários e divulgar seus serviços e produtos. Esta pesquisa
aponta a existência de 57(cinquenta e sete) universidades federais e um universo de 521
(Quinhentos e vinte e um) bibliotecas, porém, também se constatou que o número de
ambientes virtuais não correspondia ao número de bibliotecas, realidade essa identificada em
todas as regiões do país.
Dentre as 521 (Quinhentos e vinte e uma) bibliotecas universitárias federais
identificadas, apenas 415 (quatrocentos e quinze) possuem ambientes virtuais, esta realidade
ocorre em virtude de algumas redes ou sistemas de bibliotecas, os quais são compostos de
várias bibliotecas setoriais, estarem reunidas apenas em um ambiente virtual, disponibilizados
em links que se direcionam aos ambientes virtuais das respectivas bibliotecas, o que não
garante a visibilidade das mesmas, pois em alguns casos, esse link pode estar presente em
local com pouca visibilidade, afastando potenciais usuários e dificultando a divulgação dos
produtos e serviços disponibilizados pela biblioteca (CALIL JÚNIOR, 2013).
Esse autor também faz uma análise das tipologias desses ambientes virtuais, que
podem ser classificados e quantificados em: ambientes estáticos (217), ambientes interativos
(102) e ambientes participativos (133). A esse respeito Silva (2015, p. 18) trata como a mídia
social está positivamente relacionada à participação do cidadão:
1096
�Seu estudo evidencia que a confiança em mídias sociais está positivamente
relacionada com a participação social do cidadão. Assim, pode-se inferir que essa
relação se deve ao potencial estímulo ao envolvimento comunitário que as mídias
sociais promovem.
Silva (2014) afirma que as bibliotecas também estão diante de novas demandas,
acarretando as alterações no comportamento dos indivíduos, assim como nos métodos de
trabalho, resultando em novas formas de obtenção e utilização da informação.
Entende-se que as novas tecnologias também contribuem para estas mudanças, visto
que elas acarretam diferentes perspectivas para o uso das bibliotecas. Desta forma, a referida
autora também retrata que neste sentido, o bibliotecário é direcionado a reflexão enquanto o
seu papel no mundo globalizado, assim como, questionar sobre a sua inserção e capacidade
para agir neste ambiente dinâmico e dominado pelas tecnologias.
Anjos (2016) demonstra que os bibliotecários estão cientes da necessidade das
bibliotecas acadêmicas se conectarem com as tecnologias, consequentemente, elas devem
estar presentes também no ambiente virtual, no entanto, ficou evidenciada pelos profissionais
a falta de clareza sobre o propósito de uso das mídias sociais no âmbito das bibliotecas
universitárias.
Assim, a autora também reforça que o objetivo de uso das mídias sociais, em
bibliotecas, é muito específico, podendo variar de biblioteca para biblioteca, de acordo com a
realidade a qual ela está inserida e também de acordo com as necessidades dos seus usuários.
No entanto, estas tecnologias se fazem necessárias por proporcionarem uma
comunicação direta e informal que pode complementar os outros canais de atendimento ao
usuário/cliente, além de minimizar o fluxo de atendimento na rotina diária da biblioteca,
beneficiando diretamente aos funcionários como também os usuários.
Conquanto, na Biblioteconomia ainda hoje, se discute sobre os benefícios das mídias
sociais para as bibliotecas. Porém, todos já estão cientes que esses recursos sociais
proporcionam oportunidade para desenvolver as atividades da biblioteca no próprio ambiente
dos usuários. Sendo considerada a maneira mais eficaz de interação da biblioteca com o
usuário.
Sobre isso Silva (2015, p. 159) explica:
Vê-se que a mídia social tem o seu papel na promoção do engajamento de
participantes, ao oferecer condições para a capitação das contribuições, mecanismos
de divulgação das informações, recursos para a criação de comunidades,
oportunidades de desenvolvimento de redes de contatos, além de poder abarcar
algumas dinâmicas, pré- estabelecidas, capazes de engajar seus usuários.
1097
�Nessa perspectiva Furtado (2013, p.30) demonstra que:
A participação em redes sociais on-line envolve questões mais profundas para além
do acesso, pois este ponto concentra-se unicamente na tecnologia. A efetiva
participação demanda competências e literacias para leitura de textos multiformes,
em plataformas digitais com características diversas. Requer participação em tomada
de decisões, expressão de ideias e produção de informação, enfim, envolve práticas
culturais e educacionais.
Por isso, reforça-se a necessidade do bibliotecário se engajar nesta causa, pois são eles
que gerenciam os serviços e os produtos oferecidos pelas bibliotecas, e os responsáveis pela
realização do estudo do usuário, uma importantíssima ferramenta para a identificação do
perfil dos usuários da biblioteca e consequentemente mapearem as reais necessidades destes e
assim, poder usufruir das mídias sociais para adquirir a eficácia nas atividades da biblioteca.
Diante do exposto torna-se pertinente questionar: Quais as competências do
bibliotecário para uso e apropriação de mídias sociais em biblioteca universitária federal?
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ (SIBIUFPA)
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará (SIBI/UFPA), estabelecido
como modelo de funcionamento sistêmico, em rede, integra as bibliotecas da UFPA e postos
deliberativo o Conselho de Bibliotecas (UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, 2009).
O SIBI/UFPA é composto por 36 bibliotecas universitárias e coordenado tecnicamente
pela Biblioteca Central. Sendo que, um considerável percentual concentra- se no Campus
Belém e as demais estão distribuídas nos campi dos interiores. No Campus Belém tem 26
bibliotecas participantes do SIBI/UFPA presentes em institutos, Faculdades, Escolas, Museus,
Núcleos e Hospitais Universitários, incluindo a Biblioteca Central. Enquanto que, as demais
estão distribuídas nos 09 Campi localizados municípios de Abaetetuba, Altamira,
Ananindeua, Bragança, Castanhal, Breves, Soure, Salinópolis, Cametá e Tucuruí.
O SIBI-UFPA, por meio de seus serviços e produtos, vem buscando nos últimos anos
ários. Alguns desses produtos e serviços
1098
�como a implantação do Repositório Institucional da UFPA (RI-UFPA) e os canais de
comunicação oferecidos pelas mídias sociais através das páginas e perfis no Facebook,
Instagram e Twitter, exemplifica os esforços feitos pelo sistema para veicular a informação de
forma mais rápida e com qualidade para o seu usuário.
METODOLOGIA
A partir da compreensão de que uma pesquisa pode ser definida como um
procedimento racional e sistemático no intuito de dar resposta ao problema proposto, esta
pesquisa foi realizada com base em procedimentos e métodos voltados a esta linha de
raciocínio. Assim, no campo do objeto investigado, escolheu-se examinar as competências do
bibliotecário a partir do uso e apropriação das mídias sociais, tendo como universo o SIBIUFPA e os seus 10 (dez) campis que compõem a sua estrutura administrativa, técnica e
funcional.
Quanto ao tipo de pesquisa, com base nos objetivos esta pesquisa caracteriza-se como
exploratória e descritiva, pois de acordo com Gil (2007) a pesquisa exploratória permite maior
familiaridade com o problema para aprimorar ideias, e seu planejamento envolve pesquisa
bibliográfica, entrevistas com pessoas que tiveram experiências com o problema pesquisado;
e ainda, análise dos dados coletados. Com relação à pesquisa descritiva, este autor aponta que
o objetivo principal desse tipo de pesquisa é a descrição das características de determinada
população ou fenômeno (GIL, 2007).
Com relação aos procedimentos técnicos, foi realizada a pesquisa bibliográfica e
documental, com levantamento em livros, teses de doutorado, dissertações de mestrado,
revistas científicas, e documentos como relatórios de pesquisa entre outros.
Quanto às abordagens metodológicas, foram utilizadas as abordagens qualitativa e
quantitativa, e os dados qualitativos e quantitativos obtidos para a pesquisa serão coletados
por meio de visitas in loco com a utilização de roteiros de entrevistas semi-estruturados e
questionários.
RESULTADOS
Foi realizado o levantamento das bibliotecas que dispõem de mídias sociais para a
interação com seus usuários e divulgação de seus produtos e serviços. Chegamos à conclusão
que no Campus Belém, o qual dispõe de 26 bibliotecas (01 Central e 25 setoriais) apenas a
1099
�Biblioteca Central dispõem de redes sociais como: Facebook, Instagram e Twitter. Com
relação aos Campi dos interiores que em um universo de 09 bibliotecas, apenas 02 bibliotecas,
Campus Ananindeua e Tucuruí dispõe de redes sociais, como: Facebook e Twitter.
Em suma observou-se que, por se tratar de um sistema de biblioteca, onde as
bibliotecas setoriais da Universidade Federal do Pará estão subordinadas tecnicamente à
Biblioteca Central, as mesmas acabam perdendo a sua individualidade, e consequente a sua
visibilidade e autonomia ficam comprometidas. Visto que, os produtos, serviços e usuários
acabam sendo compartilhados. No entanto, concluímos que as unidades gerais da referida
universidade como (Institutos, Núcleos, Escolas, etc.) já despertaram para a importância das
redes sociais no que tange a comunicação com os seus usuários, sendo eles: alunos,
funcionários, docentes e a comunidade acadêmica como um todo. Pois, na visita aos sites das
unidades identificamos links direcionando para as redes sociais de forma funcionante e com
localização estratégica.
A próxima etapa da pesquisa consistiu no envio de um formulário estruturado via
email aos gerentes das bibliotecas com prazo de devolução estipulado, considerando este
procedimento como uma prévia organização para a entrevista semiestruturada, realizada um
agendamento e uma solicitação de autorização prévia para a realização da entrevista in loco.
Esta pesquisa ainda está em andamento com objetivo de analisar as competências do
profissional bibliotecário da Universidade Federal do Pará, perante o uso e a apropriação das
mídias sociais, por meio da identificação do conhecimento, habilidade e atitude do
bibliotecário.
Assim, reitera-se que mediante as inovações tecnológicas, um novo cenário se desenha
também para as Bibliotecas Universitárias (BUs), que para continuarem sendo úteis à
pesquisa e à produção de conhecimento no ambiente universitário devem reorganizar seus
serviços para serem mais ativas no apoio aos usuários/clientes e esta mudança deve começar
pelo gestor, aferindo as mídias sociais a devida importância e eficiência. Como também, a
utilização do Manual Básico de Uso de Mídias Sociais (ANJOS, 2016) como fonte de
orientação para o uso dessas ferramentas no cenário biblioteconômico.
Por ser uma pesquisa que ainda está em fase de desenvolvimento, infere-se, de acordo
com os dados coletados, que haverá possíveis modificações na estrutura de gerência quanto às
mídias sociais por parte das bibliotecas que compõem o SIBI-UFPA, visto que algumas
unidades ainda estão se aperfeiçoando no uso das ferramentas para criar os canais de
comunicação institucionais via redes sociais.
1100
�Sugere-se que seja feito um estudo sobre o perfil dos profissionais bibliotecários que
fazem uso e apropriação das mídias sociais no âmbito das Bibliotecas Universitárias para que
possamos identificar o perfil de profissional que mais se adequa para trabalhar com o
gerenciamento das mídias sócias no âmbito das bibliotecas acadêmicas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Delinear competências do profissional bibliotecário para o uso e apropriação de mídias
sociais não é algo tão simples, pois a biblioteconomia sempre foi uma área munida de
procedimentos técnicos, que até pouco eram realizados de forma manual. Mas, apesar das
inúmeras vantagens que as Tecnologias da Informação e Comunicação (
) nos
proporcionam, em especial as mídias sociais, autores como Silva (2014) e Anjos (2016)
corroboram que as bibliotecas estão diante de novas tendências e que os bibliotecários estão
cientes da necessidade das bibliotecas acadêmicas se conectarem com as tecnologias, porém
ficou evidenciada a falta de clareza do profissional bibliotecário com relação ao propósito de
uso das mídias sociais no âmbito das bibliotecas universitárias.
Visto que é fundamental a inserção da tecnologia da informação na sociedade da
informação, é de suma importância compreender qual o papel do bibliotecário nesse cenário
de modificações, além de entender as suas habilidades e competências frente a esse aparato de
evoluções tecnológicas e sociais.
As bibliotecas vêm sofrendo com diversas mudanças durante os anos, assumindo um
papel muito mais de produtora do que de apenas disseminadora e mediadora do processo de
transmissão da informação. As mídias sociais são web-plataformas de grande poder e
influência social e comunicacional nas quais absorvem uma gama de novos enlaces de
informação, e a biblioteca precisa aprimorar o seu papel nesse contexto.
A usabilidade das mídias sociais e a competência do bibliotecário são pontos cruciais
para o desenvolvimento da biblioteca, independente da sua tipologia. As bibliotecas
universitárias, por exemplo, abarcam a um público cada vez mais redirecionado ao uso das
plataformas digitais para consumir informação, mas até que ponto o bibliotecário pode
auxiliar nesse processo?
A sociedade da informação atual é caracteriza por ser consumidor de uma informação
cada dia mais volátil, intensa e reprodutora, e a biblioteca precisa compreender de qual forma
ela vai contribuir para potencializar esse consumo. As mídias sociais estão evoluindo a um
1101
�patamar mais interacionista e o surgimento de novas plataformas é consequência desse novo
cenário, na qual o bibliotecário precisa desenvolver e reinventar suas habilidades e
competências.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA BRASIL. Ibope: Internet dispara, jornais impressos afundam. 2014.
Disponível em: <https://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/132453/Ibope-internet-disparajornais-impressos-afundam.ht>. Acesso em: 20 out. 2017.
ANJOS, Cláudia Regina dos. Mídias sociais nas bibliotecas da UFRJ: adoção e
monitoramento. 162 f. 2016. Dissertação de Mestrado (Mestrado em Ciência da informação)Programa de Pós- Graduação em Biblioteconomia, Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2016. Disponível em:
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1103
�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Uso e apropriação de mídias sociais em biblioteca universitária federal: uma análise sobre as competências do bibliotecário no sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Pará (SIBI-UFPA).
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Fonseca, Diego Leonardo de Souza; Mota, Kelren Cecília dos Santos Lima da
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UFBA
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
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O presente artigo aborda um estudo acerca do uso e apropriação de mídias sociaisem uma biblioteca federal, com o intuito de analisar as competências do bibliotecário nesse processo. O objetivo do estudo foi de analisar as competências do bibliotecário de Universidade Federal mediante ao uso das mídias sociais nas bibliotecas, identificando suas competências, habilidades, conhecimentos e atitudes frente ao processo de apropriação dessas ferramentas junto aos serviços e produtos da biblioteca. O método de pesquisa utilizado foi baseado em um estudo de campo no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pará (SIBI-UFPA) com enfoque no Campus Belém (Biblioteca Central) e os demais campis setoriais e do interior do Estado do Pará, caracterizando-se por ser uma pesquisa descritiva e exploratória. Observou-se que boa parte das bibliotecas do SIBI-UFPA já desenvolvem atividades através do gerenciamento de mídias sociais, entretanto, ainda não existe um padrão gerencial para uso e apropriação das mídias sociais na instituição. As resultantes apresentadas nesse trabalho partiram de um projeto de pesquisa para a seleção do mestrado em Ciência da Informação (PPGCI/UFPA - 1.2018) cujo estudo ainda se encontra em fase de desenvolvimento.
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REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS E BIBLIOTECAS DIGITAIS DE TESES
E DISSERTAÇÕES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS:
POLÍTICAS E DOCUMENTOS
INSTITUTIONAL REPOSITORIES AND DIGITAL LIBRARIES OF THESES AND
DISSERTATIONS OF THE BRAZILIAN UNIVERSITIES FEDERAL:
POLICIES AND DOCUMENTS
Resumo: Os repositórios institucionais são caracterizados como bases digitais de informação
científica, que visam gerenciar a disseminação das informações produzidas nas instituições.
Neste contexto e da necessidade de criação de políticas, o objetivo da pesquisa consiste no
levantamento das políticas de informação e documentos explícitos em repositórios
institucionais e das Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações em âmbito nacional, mais
especificamente nas Universidades Federais Brasileiras. A pesquisa tem abordagem
quantitativa e para a coleta de dados foram pesquisadas 65 Universidades Federais Brasileiras,
distribuídas dentre as cinco regiões do país, sendo verificadas se às mesmas possuem
Repositórios Institucionais com políticas ou documentos em seus sites. Dentre os resultados
obtidos: 52 (80%) possuem Repositórios; 8 (12%) Biblioteca Digital de Teses e Dissertações
e 5 (8%) não possui nem um tipo. Por Região destaca-se o sudeste (15), a qual concentra o
maior número de repositórios, o Sul tem 13, a Região Nordeste possui 11 (21%), a Norte com
7 (13%) e a Região Centro-Oeste possui 6 (12%). Os Repositórios institucionais cadastrados
no Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia com políticas e documentos, foram localizados
25 no total, distribuídos entre as regiões brasileiras: Sudeste: 8, Nordeste: 7, Sul: 6, Norte: 2 e
Nordeste 2. As Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações que possuem políticas e
documentos: Nordeste com 3 e Norte com apenas 1. Dentre os resultados, considera-se que as
políticas e documentos ainda não são uma realidade presente em todas as instituições
pesquisadas.
Palavras-chave: Repositório Institucional. Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações.
Políticas de Informação. Universidades Federais Brasileiras Bases digitais. Repositórios
Digitais.
1077
�Abstract: Institutional repositories are characterized as digital databases of scientific
information, aimed at managing the dissemination of information produced in institutions. In
this context and the need to create policies, the objective of the research is the survey of
information policies and explicit documents in institutional repositories and Digital Libraries
of Theses and Dissertations in the national scope, more specifically in the Brazilian Federal
Universities. The research has a quantitative approach and for the collection of data 65
Brazilian Federal Universities were searched, distributed among the five regions of the
country, being verified if they have Institutional Repositories with policies or documents in
their sites. Among the results obtained: 52 (80%) have Repositories; 8 (12%) Digital Library
of Theses and Dissertations and 5 (8%) do not have one type. The Southeast region (15)
(which has the largest number of repositories, the South has 13, the Northeast Region has 11
(21%), the North has 7 (13%) and the Central-West Region (S & P), with 6 (12%).
Institutional repositories registered with the Brazilian Institute of Science and Technology
with policies and documents were located 25 in total, distributed among Brazilian regions:
Southeast: 8, Northeast: 7, South: 6, North: 2 and Northeast 2. The Digital Libraries of Theses
and Dissertations that have policies and documents: Northeast with 3 and North with only 1.
Among the results, it is considered that the policies and documents are not yet a present
reality in all the researched institutions.
Keywords: Institutional Repository. Digital Libraries of Theses and Dissertations.
Information Policies. Brazilian Federal Universities - Digital Bases. Digital repositories.
1 INTRODUÇÃO
Com a finalidade de agrupamento da produção científica das instituições de ensino e
pesquisa, os repositórios institucionais digitais/institucionais (RI) visam disponibilizar
conteúdos documentários na tentativa de driblar as problemáticas referentes ao acesso à
informação, contribuindo assim para o acesso livre, sem barreiras à comunidade científica.
Os RIs, segundo a concepção de Costa e Silva (2008), são ambientes que além de
reunir a produção científica da instituição, permitem o acesso digital por meio da internet.
implementação e adoção promovem o aumento da visibilidade dos resultados da pesquisa, do
Diante disso e observando o pensamento de Cohen (2002, p. 28), que exprime a ideia
que u
estar em entender como a informação é
É
correto afirmar que uma das preocupações voltadas aos RIs está na construção de políticas de
tratamento e acesso aos conteúdos documentários.
No mesmo sentido de transmissão da informação apresentada por Cohen (2002),
Prestes (2010, p. 13) salienta que é necessária atenção voltada à adequação dos repositórios
institucionais (RI) a procedimentos essenciais à plena utilização dos mesmos .
1078
�Desta forma, no nascimento dos RIs é essencial adequá-los para que hajam políticas e
documentos em sua formação inicial, pois isto possibilitará um gerenciamento eficaz da
informação, assim como possibilitará delimitar diretrizes que nortearão os procedimentos de
inserção de informações, de uso, direito autoral, povoamento, fluxos de trabalho, tratamento
da informação, preservação digital etc.
O objetivo deste artigo está no levantamento das políticas de informação e documentos
explícitos em repositórios institucionais e das Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações
(BDTD) em âmbito nacional, mais especificamente nas Universidades Federais Brasileiras.
2 REVISÃO DE LITERATURA
O Movimento de Acesso Aberto, advindo da crise dos periódicos na década de 90
trouxe com ele a criação de estratégias e alternativas para a comunicação científica, entre elas
estão a via Verde que agrega os Repositórios digitais, e a via dourada (de periódicos
científicos de acesso aberto) (SANTOS; BRASIL; GOMES, 2017; LEITE, 2009; SAYÃO et
al., 2009), o primeiro será estudado neste trabalho com suas políticas e documentos.
Os Repositórios digitais podem ser de 3 tipos: Temáticos ou Disciplinares,
Institucionais e de Teses e Dissertações (são as Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações
- BDTDs), todos relacionados às instituições de ensino e pesquisa que os agregam. Nesta
pesquisa serão abordados apenas os dois últimos tipos de bases digitais ou repositórios.
Alguns autores definem Repositórios Digitais/Institucionais (RIs): Leite (2009) e
Costa e Leite (2010) o tratam como serviço de informação científica em instituições de ensino
e pesquisa.
aos seus membros para o gerenciamento e disseminação de materiais digitais criados na
Instituto Brasileiro de Informação Científica e Tecnológica (IBICT) o tratam
como Base de Dados online que reúnem de maneira organizada a produção científica de uma
concordam que os RIs têm como finalidades
básicas: reunir, armazenar, organizar, preservar e recuperar informações científicas.
Os RIs possuem vários benefícios para as instituições que o abrigam, assim como para
seus pesquisadores, entre eles estão: aumento da visibilidade dos resultados de pesquisa
(instituição e pesquisadores), preservação digital a longo prazo, auto arquivamento, acesso
livre, redução de custos de gestão da informação científica, mensuração (avaliação de
impacto) e direitos autorais (LEITE, 2009). Tourino (2017, p. 94) complementa afirmando
Mas para a criação de um
1079
�RI, é fundamental que haja uma análise institucional, de modo que possa ser formulado
políticas de gestão de acordo com às especificidades, interesses e necessidades individuais
destas (TOMÁEL; SILVA, 2007).
fundamental que ele nasça com propósitos bem
,
2009, p. 21). Nestas circunstâncias, suas políticas e normas devem ser determinadas
inicialmente, especificando, por exemplo: objetivos do repositório, tipos de materiais e
conteúdos que poderão ser inseridos, quem poderá incluir arquivos, as coleções que serão
criadas, equipe responsável pela implantação e manutenção, os direitos e as responsabilidades
dos envolvidos, fluxo de trabalho, prazo para depósito e quem poderá fazê-lo, deveres da
biblioteca no processo, tipos de acesso, questões de privacidade, preservação, metadados,
edição do material, direitos autorais, entre outros aspectos relevantes para a gestão da
informação nos RIs (VARGAS, 2009; LEITE et al., 2012).
Algumas políticas essenciais na criação dos RIs e destacadas por Leite (2009) são:
política de depósito compulsório; política de desenvolvimento de coleções; política de direitos
autorais; política de preservação digital; política de informação; política de gestão de
informação em ambiente digital; política de submissão; política de metadados; política de
autoarquivamento e política de conteúdo. Tais normativas devem ser redigidas de forma clara,
detalhada e explicitadas para os usuários no próprio repositório, pois são estas diretrizes que
nortearão a prestação de serviços à comunidade, assim como seu reconhecimento perante ela.
Segundo Sayão et al. (2009, p. 208) nas instituições de ensino superior onde foram
estabelecidos mandatos ou políticas, tornando obrigatório o registro e depósito das teses e
dissertações, as suas respectivas bibliotecas evoluíram e vêm crescendo
elas parecem estagnadas e sem evolução.
A aplicação de políticas, associadas a um bom gerenciamento de preservação,
divulgação e armazenamento, facilitam a recuperação de documentos existentes em seus
bancos de dados, como teses, dissertações e tudo que se produz no meio científico e
acadêmico de uma instituição (GOMES; ROSA, 2017).
Com isso observa-se a importância da criação de políticas para o desenvolvimento
dessas bases digitais (RIs e BDTDs), considerando que estas não são apenas depósito de
documentos, mas sim uma coleção digital da produção científica institucional, na qual há
visibilidade, seja nacional ou internacionalmente.
1080
�3 METODOLOGIA
O estudo se caracteriza como exploratório e bibliográfico, pois pretende familiarizarse com o objeto de estudo usando para isto às fontes de informação, tais como: periódicos,
sites, trabalhos acadêmicos e artigos de eventos. Quanto ao tipo de abordagem ela é tida como
quantitativa, visto que os dados pesquisados foram analisados quantificadamente gerando
gráficos informativos.
Para a coleta de dados foram selecionados os repositórios digitais/institucionais
incialmente a partir do site do Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia (IBICT)130, os que
não foram encontrados neste, buscou-se a partir das universidades presentes nos sites do
Ministério da Educação (MEC)131 e da lista do ISF MEC132, de onde também foram
encontradas as BDTDs.
As etapas da coleta de dados da pesquisa estão descritas a seguir:
1) Os repositórios digitais brasileiros foram identificados a partir do site do IBICT;
2) Os dados foram organizados em uma tabela no Word com as seguintes
informações: nome do repositório, site e se possuíam políticas e documentos nos
RIs;
3) A partir da tabela foi feita a busca diretamente nos sites dos repositórios
verificando se possuíam políticas e documentos;
4) Para os Repositórios não encontrados no site do IBICT, foi feita uma busca no site
do MEC de Universidades Federais brasileiras e também na lista do ISF MEC por
regiões, as quais foram consultadas para verificar a existência de Repositórios,
algumas foram encontradas apenas BDTDs e outras não existem nem um tipo de
base digital;
5) Com todos os dados levantados, organizou-se uma tabela no Word com duas
categorias: Repositórios digitais/institucionais cadastrados no site do IBICT e
Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com Repositórios ou
BDTD;
6) Verificaram-se quais categorias eram comuns aos repositórios presentes no IBICT
separando-as pelos seguintes tipos: Possui políticas e documentos no site; Não
existem políticas, nem documentos no site; Site fora do ar e para os
130
http://www.ibict.br/informacao-para-ciencia-tecnologia-e-inovacao%20/repositorios-digitais/repositoriosbrasileiros
131
http://www.consultaesic.cgu.gov.br/busca/dados/Lists/Pedido/Item/displayifs.aspx?List=0c839f31-47d7-4485ab65-ab0cee9cf8fe&ID=513023&ContentTypeId=0x0100AE261DF45E46AD47A7DEBCBDF8776B88
132
http://isf.mec.gov.br/ingles/images/2015/janeiro/UniversidadesCA2015.pdf
1081
�Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com Repositórios ou
BDTD foram definidas as categorias a seguir: Possui políticas e documentos no
site; Não existem políticas, nem documentos no site; BDTD com políticas e
documentos; BDTD sem políticas e documentos e Não possui Repositório,
nem BDTD.
7) Os dados foram separados em uma planilha no Excel, organizando as instituições
pesquisadas por categorias descritas anteriormente;
8) As categorias analisadas dos repositórios e BDTDs das universidades federais
foram organizadas a partir das cinco regiões do Brasil;
9) Os dados foram tabulados e condensados em gráficos a partir de planilha do Excel,
com o total de universidades federais brasileiras pesquisadas e o tipo de base
digital presente nelas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram pesquisadas 65 (sessenta e cinco) Universidades Federais brasileiras,
distribuídas nas regiões Centro-oeste, Norte, Nordeste, Sudeste e Sul, sendo verificadas se às
mesmas possuem Repositórios Institucionais com políticas ou documentos em seus sites.
Entre às POLÍTICAS encontradas estão: Política Institucional de Informação,
política de metadados, Política de direitos autorais, Política de autoria; e dentre os
DOCUMENTOS: Termo de autorização, tutorial/instrução para submissão de documentos,
normas/orientações de uso, portaria da criação do Comitê Gestor, guia/manual de
normalização, resoluções de criação das BDTDs, Licença Creative Commons, termo de
direitos autorais, solicitação de criação de comunidades e coleções.
É importante destacar que inicialmente a distribuição geográfica dos RIs ocorreu entre
as regiões brasileiras, o cotejo está representado no Gráfico 1, onde observa-se que o Sudeste
concentra uma maior parte destes, com total de 15 (29%), o Sul tem 14 (27%), a Nordeste
possui 11 (21%), a Norte com 7 (13%) e a Centro-Oeste possui 6 (12%).
1082
�Gráfico 1
por região
Distribuição dos Repositórios Digitais/Institucionais das Universidades Federais Brasileiras
Fonte: Elaborado pelas autoras
Observa-se que estes resultados se assemelham aos mostrados por Murakami e Fausto
(2013) sobre o panorama dos RIs das Instituições Federais de Ensino Superior e seu
povoamento, onde a Região Sudeste continua no topo da pesquisa desde 2013 até o ano
corrente.
Das
65
Universidades
Federais
investigadas,
52
possuem
repositórios
digitais/institucionais (80%), 8 possuem BDTDs (12%) e 5 (8%) não possui nem um, nem
outro tipo de base digital, como apresentado a seguir no Gráfico 1.
Gráfico 2
Universidades Federais Brasileiras e suas bases digitais
REPOSITÓRIOS
DIGITAIS/INSTIT
UCIONAIS
BDTDs
8
5
52
NÃO POSSUI RI,
NEM BDTD
Fonte: Elaborado pelas autoras
Sobre as BDTDs, foram localizadas um total de 8 nas regiões brasileiras, constatandose que existe uma maior concentração no Nordeste, com 3 delas (37%), 2 no Norte (25%), 2
no Sudeste (25%) e 1 no Sul (13%), podendo ser observado no gráfico 3.
1083
�Gráfico 3 BDTs das Universidades Federais Brasileiras por região
Fonte: Elaborado pelas autoras
Em relação aos RIs cadastrados no IBICT com políticas e documentos, foram
localizados 25 no total, distribuídos entre as regiões brasileiras: Sudeste: 8 (32%), Nordeste:
7(28%), Sul: 6(24%), Norte: 2(8%), como mostrado no Gráfico 4.
Gráfico 4
Repositórios brasileiros cadastrados no IBICT com políticas e documentos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Quanto aos sites dos RIs cadastrados no IBICT sem políticas e documentos, foram
localizados 10 no total, sendo que a região Sudeste continua liderando com 3 instituições
(30%), as outras estão com os dados distribuídos assim: Centro-Oeste (20%), Sul (20%) e
Nordeste (20%), estando 2 em cada região; Norte com apenas 1 universidade (10%), como
ilustra o Gráfico 5.
1084
�Gráfico 5
Repositórios brasileiros cadastrados no IBICT sem políticas e documentos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Duas instituições estavam com os sites fora do ar (Gráfico 6), o Repositório
Institucional da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (RIUFBR) e o Repositório
Institucional da Universidade Federal do Acre (UFAC), não sendo possível fazer a análise de
suas políticas e documentos.
Gráfico 6
Repositórios brasileiros cadastrados no IBICT com sites fora do ar
Fonte: Elaborado pelas autoras
Na análise dos sites dos RIs das Universidades Brasileiras cadastradas no MEC com
Repositórios Digitais/Institucionais e com políticas e documentos no total de 5, na qual se
pode observar que a Região Norte é a que mais apresenta as diretrizes das bases digitais (2)
(40%), depois vem às regiões Centro Oeste (20%), Sul (20%) e Sudeste (20%), cada uma
com apenas 1 instituição que dispõe de normas e documentos, na Região Nordeste não foram
localizadas diretrizes. Os resultados estão apresentados no Gráfico 7 a seguir.
1085
�Gráfico 7
Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com Repositórios Digitais/Institucionais:
com políticas e documentos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Os RIs das Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com Repositórios
Digitais/Institucionais sem políticas e documentos no total de 10, estão distribuídos segundo o
Gráfico 8. A Região Sul é a que possui uma maior parte das instituições sem estas normativas
(4) (40%), vindo em seguida às regiões Sudeste, com 3 delas (30%) e Centro-Oeste (10%),
Nordeste (10%) e Norte (10%) com apenas 1 instituição0020cada região.
Gráfico 8
Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com Repositórios Digitais/Institucionais
sem políticas e documentos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Na análise dos sites das BDTDs das Universidades Federais Brasileiras cadastradas no
MEC, as quais possuíam políticas e documentos, foram encontradas apenas 4 distribuídas nas
regiões: Nordeste, com 3 delas e Norte com apenas 1 (Gráfico 9).
1086
�Gráfico 9
Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com BDTDs: com políticas e documentos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Já nos sites de BDTDs de Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC,
sem políticas e documentos, somente em 4 Universidades Federais foram localizados nas
regiões: Sudeste (2), Norte (1) e Sul (1) (Gráfico 10).
Gráfico 10
Universidades Federais Brasileiras cadastradas no MEC com BDTDs: sem políticas e documentos
Fonte: Elaborado pelas autoras
Quando verificadas às Universidades Federais cadastradas no MEC que não possuíam
nenhum tipo de base digital (nem repositório, nem BDTD), verificou-se que não existem em
apenas três regiões brasileiras: Nordeste (2), Sudeste (2) e Norte (1) (Gráfico 11).
1087
�Gráfico 11
Universidades Federais não cadastrados no IBICT que não possuem repositórios, nem BDTD
Fonte: Elaborado pelas autoras
Embora muitos RIs ainda não possuam estas políticas e documentos, observou-se que
muitos deles já possuem implementadas políticas e existem documentos que direcionam os
que a
disponibilização e o funcionamento do RD estejam formalmente documentados, podem ser
definidos um ou mais documentos que apresentem as suas diretrizes e linhas norteadoras .
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os resultados desta pesquisa demonstraram que as bases digitais (repositórios e
BDTDs) estão cada vez mais presentes nas instituições de Ensino Superior pelo Brasil,
reforçando a força de projetos de Lei, como a PL nº 387, de 2011, que dispõe sobre o
processo de registro e disseminação da produção técnico-científica pelas instituições de
educação superior, o qual obriga às instituições a construírem Repositórios de acesso livre
para publicação técnico-científica (BRASIL, 2011).
Ainda dentre os resultados obtidos, considera-se que às políticas e documentos
explícitos nas bases digitais estão cada vez mais presentes, pois como mostrou a pesquisa,
mais da metade dos RIs das Universidades Federais Brasileiras (30) e metade das BDTDs (4)
possuem políticas e documentos em seus sites. No entanto, estas devem está presentes em
todas às bases digitais, pois como ressalta Baggio (2016) é importante que haja política de
informação e estas estejam disponíveis nas bases digitais, para melhorar às informações
prestadas aos usuários em relação a estas, sendo assim, são essenciais.
Esta pesquisa consistiu apenas no levantamento quantitativo das políticas de
informação e documentos explícitos em repositórios institucionais e das Bibliotecas Digitais
1088
�de Teses e Dissertações em âmbito nacional, mais especificamente nas Universidades
Federais Brasileiras, não revelando motivos dessas normativas não estarem disponibilizadas
nos sites respectivos, destacando ainda que estas políticas e documentos podem prever muitos
aspectos, como Tomáel e Silva (2007) expuseram: responsabilidade pela criação,
implementação e manutenção do repositório; conteúdo proposto e implementado; aspectos
legais relativos e licenças de softwares; padrões; diretrizes para preservação digital; política e
níveis de acesso; sustentabilidade e financiamento.
Por essas razões sugere-se para estudos futuros: averiguação de tais razões ou ainda
pesquisa sobre as várias políticas às quais estão regidas as bases digitais e que foram
explanadas por Leite (2009).
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1090
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Repositórios institucionais e bibliotecas digitais de teses e dissertações das universidades federais brasileiras: políticas e documentos.
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An entity primarily responsible for making the resource
Gomes, Nilzete Ferreira; Redigolo, Franciele Marques
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Os repositórios institucionais são caracterizados como bases digitais de informação científica, que visam gerenciar a disseminação das informações produzidas nas instituições. Neste contexto e da necessidade de criação de políticas, o objetivo da pesquisa consiste no levantamento das políticas de informação e documentos explícitos em repositórios institucionais e das Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações em âmbito nacional, mais especificamente nas Universidades Federais Brasileiras. A pesquisa tem abordagem quantitativa e para a coleta de dados foram pesquisadas 65 Universidades Federais Brasileiras, distribuídas dentre as cinco regiões do país, sendo verificadas se às mesmas possuem Repositórios Institucionais com políticas ou documentos em seus sites. Dentre os resultados obtidos: 52 (80%) possuem Repositórios; 8 (12%) Biblioteca Digital de Teses e Dissertações e 5 (8%) não possui nem um tipo. Por Região destaca-se o sudeste (15), a qual concentra o maior número de repositórios, o Sul tem 13, a Região Nordeste possui 11 (21%), a Norte com 7 (13%) e a Região Centro-Oeste possui 6 (12%). Os Repositórios institucionais cadastrados no Instituto Brasileiro de Ciência e Tecnologia com políticas e documentos, foram localizados 25 no total, distribuídos entre as regiões brasileiras: Sudeste: 8, Nordeste: 7, Sul: 6, Norte: 2 e Nordeste 2. As Bibliotecas Digitais de Teses e Dissertações que possuem políticas e documentos: Nordeste com 3 e Norte com apenas 1. Dentre os resultados, considera-se que as políticas e documentos ainda não são uma realidade presente em todas as instituições pesquisadas.
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e8622d82ea9ba229bcd5de265dc68efc
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Eixo I
Inovação e Criação
POLÍTICA DE ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS: ACESSIBILIDADE INFORMACIONAL NAS BIBLIOTECAS
INTEGRANTES DO SISTEMA
ACCESSIBILITY POLICY AT THE FEDERAL UNIVERSITY OF TOCANTINS:
INFORMATIONAL ACCESSIBILITY IN LIBRARIES THAT ARE PART OF THE SYSTEM
Resumo: O presente texto objetiva apresentar as ações que garantam a inserção e a
permanência das pessoas com deficiência na Universidade Federal do Tocantins, no contexto
da efetivação das políticas de inclusão voltadas ao ensino superior. Neste sentido, será dando
ênfase à acessibilidade informacional como uma condição para garantia de acesso ao
conhecimento, por meio das bibliotecas universitárias, que integram o Sistema de Bibliotecas.
A pesquisa trata-se de um estudo bibliográfico, que tem como base uma análise documental
das resoluções institucionais da Universidade, os decretos e as leis que tratam das pessoas
com deficiência. Por outro lado, situa as orientações dos órgãos de controle externo, que
através de fiscalização orientam o cumprimento e a obrigatoriedade por parte da instituição, o
desenvolvimento de ações políticas de acessibilidade que tem finalidade de atender
integralmente os requisitos legais e normativos estabelecidos pelo Ministério da Educação,
Ministério da Justiça e Tribunal de contas da União, que no rol de recomendações apontam a
acessibilidade informacional como umas condições para melhorar os indicadores de inclusão
no Ensino Superior.
Palavras-chave: Acessibilidade. Biblioteca Universitária. Pessoa com Deficiência. Ensino
Superior.
Abstract: The present text aims to present the actions that guarantee the insertion and
permanence of people with disabilities at the Federal University of Tocantins, in the context
of the implementation of inclusion policies directed at higher education. In this sense, it will
be emphasizing information accessibility as a condition to guarantee access to knowledge,
through the university libraries, which integrate the Library System. The research is a
bibliographical study, which is based on a documentary analysis of the University's
institutional resolutions, decrees and laws dealing with people with disabilities. On the other
hand, it establishes the guidelines of the external control bodies, which, through supervision,
guide the compliance and the obligation on the part of the institution, the development of
political actions of accessibility that has the purpose to fully meet the legal and normative
1063
�requirements established by the Ministry of Education, the Ministry of Justice and the Federal
Audit Court, which in the list of recommendations point to informational accessibility as
conditions for improving inclusion indicators in Higher Education.
Keywords: Accessibility. University Library. People with Disabilities. Higher Education.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas universitárias, administrativamente, estão subordinadas as instituições
de Ensino Superior à qual pertence e da qual recebe insumos. Essas unidades administrativas
no âmbito dessas instituições compartilham objetivos comuns, formas de organização, e a
partir de suas finalidades, elas assumem o compromisso de contribuir com a socialização do
conhecimento científico em diferentes áreas. Além disso, contribuem para o processo
formativo dos indivíduos que passarão a atuar em diversos setores da sociedade.
Outro aspecto relacionado às bibliotecas universitárias no processo de gerenciamento e
organização do conhecimento, refere-se ao fato de não serem apenas espaços que registram e
divulgam a produção acadêmica Universitária. Pois, elas se constituem como locais onde os
pesquisadores possam buscar novos canais para geração de pesquisas a partir de uma
sistematização já disponível,
Para Stroparo (2014, p. 17), para que as bibliotecas universitárias cumpram seu papel,
são necessários que elas assumam alguns novos paradigmas, entre eles: modificar suas
estruturas, remodelar seus processos, implantar inovações tecnológicas e, sobretudo, atender
às necessidades, os interesses e às expectativas de seus alunos. Desta forma, as bibliotecas
universitárias devem apoiar os alunos na busca da informação, garantindo-lhes o direito ao
conhecimento com acessibilidade. Respeitando tais aspectos, as políticas e diretrizes das
bibliotecas universitárias se estiverem voltadas para a prática da valorização do ser humano e
garantindo o exercício dos direitos a informação, podem contribuir para que o conhecimento
seja mais acessível e democrático.
Nesta perspectiva, segundo Pupo e Santos (2001), as bibliotecas universitárias
enquanto agente mediador entre o conhecimento produzido e o usuário tem compromisso de
democratizar seus espaços, facilitando o acesso de qualquer sujeito, sem segregação ou
discriminação, pois, o direito à informação reflete também o exercício da cidadania. Desta
forma, as pessoas com deficiência no âmbito universitário têm colocado para a gestão
universitária e para as bibliotecas a necessidade de ambientes mais acessíveis, adaptados com
tecnologias assistivas, materiais de fácil acesso, e profissionais qualificados para atender as
1064
�demandas oriundas desses novos sujeitos presentes no interior das instituições de ensino
superior.
Para alcançar tais objetivos, os autores, em conformidade com a literatura
internacional e a nossa realidade, apontam que um ambiente de biblioteca acessível deve-se:
Realizar um censo, no campus, para identificar pessoas deficientes;
Incentivar que os alunos com necessidades especiais organizem-se em
grupos para buscar soluções a suas necessidades de informação;
Facilitar para os bibliotecários interessados discutirem e proporem ajuda; a
interação dos bibliotecários com usuários é facilitada por cursos específicos;
Implantação de uma base de dados local, dedicada aos assuntos da
deficiência, que reuna também os centros e núcleos de pesquisa e atendimento
existentes na Universidade, visando a interação e troca de informações. (PUPO E
SANTOS 2001, p. 4)
A partir dessas primeiras aproximações com a temática, o presente trabalho tem como
objetivo analisar os serviços implantados nas bibliotecas integrantes do Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do Tocantins
Informacional
Sisbib/UFT, Setor de Acessibilidade
SAI, o qual se destina a oferecer um ambiente acessível às pessoas com
deficiência.
2 ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS
A Fundação Universidade Federal do Tocantins (UFT), instituída pela Lei 10.032, de
23 de outubro de 2000, vinculada ao Ministério da Educação é uma entidade publica
destinada à promoção do ensino, pesquisa e extensão, dotada de autonomia didáticocientífica, administrativa, de gestão financeira e patrimonial, embora tenha sido criada em
2000, a UFT iniciou suas atividades somente a partir de maio de 2003, com a posse dos
primeiros professores efetivos e a transferência dos cursos de graduação regulares da
Universidade do Tocantins, mantida pelo Estado do Tocantins. (UFT, 2010, p. 1)
A Universidade Federal do Tocantins tem uma estrutura multicampi, distribuídos de
norte a sul do Tocantins, possui 8 (oito) bibliotecas distribuídas nos 7 (sete) câmpus: Palmas,
Miracema do Tocantins, Porto Nacional, Tocantinópolis, Gurupi e Arraias. Em Araguaína, a
biblioteca é dividida em duas unidades: EMVZ (Medicina Veterinária e Zootecnia) e Unidade
de Licenciaturas, estas bibliotecas também integram o Sistema de Bibliotecas da UFT (UFT,
2017, p.1).
Em relação à gestão universitária das bibliotecas, a UFT criou a Diretoria do Sistema
de Bibliotecas - Sisbib UFT, vinculada a Vice-Reitoria, como órgãos complementares. O
1065
�Sisbib tem a função de coordenar e acompanhar as atividades desenvolvidas nas 08 (oito)
bibliotecas dos câmpus da UFT, tendo como objetivo principal a modernização, incluindo a
informatização das mesmas, interligando o sistema de bibliotecas da UFT.
Neste sentido, nos últimos anos foram desenvolvidas várias ações e atividades visando
alcançar os objetivos propostos. As bibliotecas dos câmpus da Universidade atendem aos 64
(sessenta e quatro) cursos de graduação licenciatura e bacharelado nas modalidades
presenciais e EAD, 17 (dezessete) programas de mestrados acadêmicos e 12 (doze) Mestrados
profissionais e 06 (seis) Programas de Doutorado oferecidos pela UFT, aos 1.031 membros
corpo docente e 854 membros do corpo técnico administrativo em educação e aos programas
de Pós-Graduação Stricto Sensu. A biblioteca tem como finalidade oferecer apoio aos
programas acadêmicos da UFT através de serviços e produtos que forneçam suportes
informacionais para o ensino, a pesquisa, extensão e gestão e recentemente o apoio à
acessibilidade da pessoa com deficiência. (UFT, 2017, p.1)
Para adequação a estes cenários também estarão sendo construídos novos prédios para
as bibliotecas dos câmpus de Araguaína Cimba e Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia,
Tocantinópolis, Miracema, Gurupi, Arraias e Porto Nacional. Estas construções foram
discutidas de forma participativa com os bibliotecários, partiu-se de um marco conceitual de
biblioteca, para a prestação de serviços e produtos informacionais, atendimento,
acondicionamento de acervo, áreas administrativas e sempre pensando num ambiente de
acessibilidade informacional e estrutural.
Além disso, a UFT com o objetivo de cumprir a legislação relacionada aos direitos da
pessoa com deficiência e os direitos humanos, tem buscado fortalecer sua política de inclusão,
adotando e desenvolvendo ações e programas que garantam acessibilidade, conhecimento e
autonomia aos diferentes sujeitos que compõem sua comunidade universitária. Isso porque
como instituição pública de ensino preocupa-se, não apenas com o ingresso do aluno aos seus
Cursos de Graduação e Pós-graduação, mas com a permanência, com aprendizagem, com o
acompanhamento psicossocial e assistência estudantil. Nesta perspectiva, a UFT é uma das
universidades da região norte, que adotou os principais programas voltados à assistência
estudantil e inclusão para o ensino superior, entres, o PROGRAMA INCLUIR
que teve
tem como objetivo apoiar a criação e a consolidação de núcleos de acessibilidade nas IFES
com apoio financeiro. O PROGRAMA VIVER SEM LIMITES (Plano Nacional das Pessoas
com Deficiência, Decreto Nº 7. 612, pensado para favorecer ações de integração e articulação
de políticas equitativas de educação, trabalho, saúde, acessibilidade e outras em acordo com a
1066
�Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, do qual o Estado
brasileiro é signatário.
Os programas citados favoreceram a criação do Programa de Acessibilidade e
Educação Inclusiva (PAEI/UFT), para apoiar as ações de inclusão em seus 7 (sete) Campus
universitários com a criação das Coordenações de Acessibilidade e Educação Inclusiva e
Acessibilidade Informacional.
O objetivo do PAEI articulado com o Sisbib é garantir equipes multidisciplinares para
atendimento em Língua Brasileira de Sinais, a elaboração de material didático-pedagógico em
Braille para as pessoas com deficiências visual, além de outras ações necessárias para
acompanhamento de acordo com deficiência apresentada pela comunidade universitária.
Por outro lado, além de buscar cumprir a legislação nacional sobre inclusão, a atuação
dos órgãos de controle externo também foram fundamentais para a UFT colocar em pauta a
necessidade de uma política de inclusão. Assim, tanto a criação do PAEI/UFT e os debates
sobre bibliotecas acessíveis foram influenciados pela atuação do Tribunal de Contas da União,
ACORDÃO Nº 55/2015-TCU-Plenário, que recomenda a Universidade Federal do Tocantins
que implemente uma série de adaptações em seus espaços para garantir acessibilidade em
diferentes frentes. O TCU
9.2.1, dos art. 17 a 20 da Lei 10.098/2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos
para a promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida,
e dá outras providências.
Art. 17. O Poder Público promoverá a eliminação de barreiras na
comunicação e estabelecerá mecanismos e alternativas técnicas que tornem
acessíveis os sistemas de comunicação e sinalização às pessoas portadoras de
deficiência sensorial e com dificuldade de comunicação, para garantir-lhes o direito
de acesso à informação, à comunicação, ao trabalho, à educação, ao transporte, à
cultura, ao esporte e ao lazer.
Art. 18. O Poder Público implementará a formação de profissionais
intérpretes de escrita em braile, linguagem de sinais e de guias-intérpretes, para
facilitar qualquer tipo de comunicação direta à pessoa portadora de deficiência
sensorial e com dificuldade de comunicação. Regulamento.
Art. 19. Os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens adotarão
plano de medidas técnicas com o objetivo de permitir o uso da linguagem de sinais
ou outra subtitulação, para garantir o direito de acesso à informação às pessoas
portadoras de deficiência auditiva, na forma e nos prazos previstos em regulamento.
Outro aspecto, referente ao ACORDÃO Nº 55/2015-TCU-Plenário, refere-se a
recomendação 109, que justifica a necessidade de suporte técnico ou à produção de ajudas
técnicas para as pessoas com deficiência, responsabilizando o poder público como agente
fundamental para superação de barreiras de acessibilidade:
1067
�A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver de forma
independente e participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes
tomarão as medidas apropriadas para assegurar às pessoas com deficiência o acesso,
em igualdade de oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte,
à informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação e
comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ao público ou de uso
público, tanto na zona urbana como na rural. Essas medidas, que incluirão a
(BRASIL, 2015)
3 O PROGRAMA DE ACESSIBILIDADE E EDUCAÇÃO INCLUSIVA. -PAEI E A
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NAS BIBLIOTECAS DO SISTEMA DE
BIBLIOTECA SISBIB/UFT
O PAEI/UFT integra a proposta do Ministério da Educação, no tocante à promoção e o
atendimento educacional especializado nas instituições de ensino superior, por meio da
criação e estruturação no âmbito da Universidade Federal do Tocantins, a orientação,
acompanhamento inclusivo, condições de acesso e alguns serviços especializados aos
estudantes e servidores da UFT.
Nesse cenário, o Sisbib/UFT como parte da política universitária tem apoiado a
implantação da Política Nacional de Inclusão na UFT em apoio ao PAEI, por meio do
atendimento especializado na área informacional. Dessa forma apoiar a Diretoria de
Acessibilidade e Educação Inclusiva na implementação do Programa de Inclusão e
Acessibilidade da UFT, o Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Tocantins
(Sisbib) teve seus funcionamentos regulamentados pela resolução n° 07/2015 e n° 14/2015,
aprovada no Consuni - Conselho Universitário da UFT. A resolução destaca a necessidade de
melhorar o atendimento especializado às pessoas com deficiência no âmbito da UFT.
Na referida resolução foi criada a Seção de Acessibilidade Informacional - SAI onde a
equipe de bibliotecários e servidores que atuam nas bibliotecas e de profissionais ligados à
questão da inclusão da UFT debateram a necessidade de as bibliotecas universitárias
tornarem-se mais inclusivas, para facilitar o acesso ao conhecimento e uso do acervo sem
barreiras. O art. 44 da resolução afirma que:
1068
�Art. 44. Compete à Seção de Acessibilidade Informacional
SAI a
prestação de serviços que atendam exclusivamente às demandas informacionais de
estudantes identificados por meio do laudo como com necessidades educativas
especiais:
I - atender aos usuários com deficiência visual, auditiva, paralisia cerebral,
dislexia, Síndrome de Irlem;
II - disponibilizar acervo especializado (Braille, digital acessível e falado);
III - adaptar materiais didáticos e pedagógicos (leitura e digitalização);
IV - emprestar equipamentos de tecnologia assistiva (lupa, CDs, DVDs,
notebooks, etc.);
V - disponibilizar computadores com software específicos para os usuários
(para acesso a estes serviços serão instalados scanners e os softwares;
VI - disponibilizar impressão (braile, texto em fontes maior para baixa
visão e copia ampliadas);
VII - promover eventos inclusivos em parceria com os cursos (UFT, 2017,
p.17).
As competências do SAI ao destacar a prestação de serviços informacionais com
acervo especializado em Braille, formato digital acessível ou falado estão plenamente
contemplados pela Tecnologia Assistiva Leitor Autônomo. Outra vantagem para os alunos
com deficiência visual é que finalmente poderão utilizar o serviço de empréstimos de livros
das bibliotecas, o que garante autonomia e acessibilidade, pois, no momento o conjunto do
acervo não conta com livros especializados em Braille nas bibliotecas do Sisbib.
O público alvo para apoio nas atividades acadêmicas são estudantes de graduação e
pós-graduação, professores e técnicos administrativos da Instituição com deficiência visual,
auditiva, paralisia cerebral, dislexia e demais deficiências que dificultem o acesso a acervo.
Este público é identificado e mapeado a partir do questionário socioeconômico preenchido no
ato da matrícula e comprovados por laudos.
Seguindo a orientação de Pupo e Santos (2001) para que a Universidade assuma e
efetue um censo para contabilizar e identificar as pessoas com e quais são suas necessidades
especiais, onde estão alocadas e quais suas reais necessidades de atendimento, realizamos
preliminarmente esse levantamento da demanda com apoio da Pró-Reitoria de Graduação
Prograd, conforme quadro abaixo:
1069
�Quadro de Dados de alunos com necessidades especiais mediante auto declaração
CAMPUS
Araguaína
DEFICIENCIA
Auditiva
Cegueira
Deficiência Física
Deficiência Intelectual
Portador de Baixa Visão
Visão subnormal ou Baixa visão
Total
6
1
30
4
1
6
48
Arraias
Auditiva
14
Deficiência Física
18
Deficiência Intelectual
1
Visão subnormal ou Baixa visão
19
52
Gurupi
Cegueira
1
Deficiência Física
7
Deficiências Múltiplas
6
Monoparesia
1
Visão subnormal ou Baixa visão
2
17
Miracema
Auditiva
1
Cegueira
2
Deficiência Física
6
Deficiência Intelectual
2
Deficiências Múltiplas
1
Mobilidade Reduzida, Permanente ou Temporária
2
Visão subnormal ou Baixa visão
4
18
Palmas
Auditiva
16
Cegueira
1
Deficiência Física
41
Deficiência Intelectual
3
Deficiências Múltiplas
15
Síndrome de Asperger
2
Visão subnormal ou Baixa visão
12
90
Porto Nacional
Auditiva
25
Cegueira
2
Deficiência Física
5
Deficiência Intelectual
2
Deficiências Múltiplas
1
Surdez
18
Surdo
2
55
Tocantinópolis
Cegueira
2
Deficiência Física
14
Visão subnormal ou Baixa visão
1
17
TOTAL 297
Fonte: Relatório SIE 16.11.31 - Contagem de Matriculas dezembro de 2107.
Segundo o quadro apresentado, a UFT apresenta uma realidade bastante diversa com a
permanência de alunos com deficiência em seus espaços, o que requer um ambiente acessível
1070
�e adequado com direito ao acesso às tecnologias assistivas, serviços e produtos
informacionais, que favoreçam autonomia e independência.
Considerando a realidade apresentada, a UFT no processo de implantação do SAI tem
como proposta: atender aos usuários com deficiência visual, auditiva, paralisia cerebral,
dislexia, entre outros; disponibilizar acervo especializado (Braille, digital acessível e falado);
adaptar materiais didáticos e pedagógicos (leitura, digitalização, formatação e correções,
pesquisas direcionadas a internet, bases de dados e instituições e parceiros); emprestar
equipamentos de tecnologia assistiva (lupa, CDs, DVDs, notebooks, leitor autônomo, linha
braille, etc.); disponibilizar de computadores (estação de trabalho) com softwares e outras
aplicações de leitura para pessoas com baixa visão; disponibilização de impressão (braile,
texto em fontes ampliadas para baixa visão).
Além desses objetivos, o SAI atenta para a necessidade de promover com o PAEI
eventos inclusivos em parceria com os cursos e a comunidade externa, buscando a interação
social do aluno com deficiência e conhecer mais de perto nossos usuários e suas demandas. A
realizar práticas culturais e sociais que incorpore a comunidade interna e externa.
O projeto do SAI é de natureza interdisciplinar e será implementado em parceria com
o Programa de Acessibilidade e Educação Inclusiva (PAEI/UFT), por meio da Diretoria de
Acessibilidade e Educação Inclusiva, Diretoria do Sistema de Bibliotecas e das bibliotecas
integrantes, dos cursos dos campus da Universidade, principalmente as licenciaturas, para
viabilizar o aproveitamento do espaço físico assegurando atendimento especializado de
qualidade aos membros da comunidade acadêmica e comunidade externa.
Com vários desdobramentos e ações, dentre estas destacamos:
Atendimento com recursos didáticos e pedagógicos aos usuários com deficiência
visual, auditiva, paralisia cerebral, dislexia, entre outros, por meio de acervo com
características de fonte, corpo, número de caracteres, entrelinhas, espaços entre
palavras e as letras, com cor do papel e da tinta, opacidade do papel e das ilustrações
que viabilizam sua utilização com autonomia por parte da pessoa com baixa visão;
Promoção de atividades de extensão e eventos inclusivos em parceria com os cursos e
a comunidade externa que terão como principal foco o aprimoramento dos serviços e
produtos informacionais ofertados pelo Setor de Acessibilidade Informacional nas
Bibliotecas da UFT, mediante contato e troca de experiência com os envolvidos,
facilitando a interação social do aluno com deficiência e conhecer mais de perto
nossos usuários e suas demandas.
1071
�Café com tato:
Aprimoramentos
dos
serviços
e
produtos
informacionais
ofertados
pede
Acessibilidade Informacional nas Bibliotecas da UFT, mediante contato e troca de
experiência com os envolvidos. Facilitar a interação social do aluno com deficiên
Participação na organização dos Seminários de Acessibilidade na Universidade:
Os projetos pilotos serão implantados em Tocantinópolis, Arraias e Miracema com a
inauguração das novas bibliotecas, em parceria com a Direção dos câmpus, cursos de
Pedagogia e Educação do Campo, em Arraias; Pedagogia, Educação do Campo e
Educação Física em Tocantinópolis e, Cursos de Psicologia, Pedagogia e Serviço
Social em Miracema, por meio da Diretoria de Acessibilidade e Educação Inclusiva e
Diretoria do Sistema de Bibliotecas.
4 TECNOLOGIA ASSISTIVA
Equipamentos serão disponibilizados de acordo com demanda da comunidade
abaixo.
Item
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
14
16
Descrição
Qtd.
Computador desktop
01
Teclado para baixa visão
01
Acionadores (mause estacionário de esfera, mause por toque, mause 01
óptico padrão adaptado com 01 ou 2 entradas para acionador)
Software Leitor de telas JAWS (Job Access Winth Speech)
01
Linha Braille de 40 e 80 celulas
01
Softawe OpenBook
01
Lupa Fixa
01
Leitor Autônomo
01
Scanner com OCR
01
Leitor Digital
01
Maquina de escrever Perkins Braille
01
Impressora Braille Viewplus
01
Televisão de 55 polegadas
01
Mesa Redonda para 4 lugares
04
Cadeira fixa com encosto e descanso de braço
15
1072
�5 RECURSOS HUMANOS
O SAI é um projeto de natureza interdisciplinar, cuja amplitude e complexidade
exigem a interação e integração de várias áreas de conhecimento como: da educação, da
ciência da computação, da psicologia, da assistência social e da pedagogia, essas áreas são
fundamentais para o atendimento educacional especializado, para a planificação e execução
de ações são necessários bibliotecários, pedagogo, bolsistas, estagiários voluntários e
pesquisadores que compõem o ambiente para atendimento aos usuários. Ainda buscará com
SAI/PAEI agregação de projetos de pesquisa e extensão, para efetivação de estudos de nível
superior em ambientes inclusivos de ensino e aprendizagem. Além disso, este projeto
pretende disseminar o uso de novas tecnologias assistivas como ferramentas de apoio à
aprendizagem e ao ensino, que sirvam de complemento ao processo de formação integral dos
alunos com deficiência na educação superior.
6 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS/FINAIS
A construção de sistemas educacionais inclusivos requer novas formas de elaboração e
organização de políticas públicas de acessibilidade. Essas políticas devem contemplar a
pluralidade e a diversidade de sujeitos presentes na sociedade. Nesta lógica, as universidades
como instituições de ensino superior são fundamentais para contribuir com ambientes mais
inclusivos, na eliminação da segregação e desenvolvimento de ações e projetos pedagógicos
emancipatórios que devem ser compartilhados com toda a comunidade universitária.
Neste sentido, a UFT por meio de atividades de ensino, pesquisas, projetos de
extensão tem contribuído para que as políticas de inclusão seja realidade em todos os cursos
de graduação e pós-graduação. Considerando que inclusão pressupõe também acessibilidade
informacional, a criação do Programa de Acessibilidade e Inclusão
PAEI, o Sisbib/SAI , até
o momento configuram-se como setores fundamentais à comunidade universitária, pois,
ambos os setores assumiram o compromisso de tornar uma realidade na UFT, aplicabilidade
da legislação nacional sobre inclusão, e aquelas presentes na Convenção da ONU sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência, ratificada no Brasil como emenda constitucional, em
2008, demarca um grande avanço na defesa dos direitos humanos, ao afirmar o compromisso
do Estado em assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os níveis.
1073
�Referência
BRASIL. Decreto Nº. 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a Educação
Especial, o Atendimento Educacional Especializado AEE e dá outras providências.
Brasília- DF, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato20112014/2011/decreto/d7611.htm. Acesso em: 10 out. 2017.
BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília- DF, 2015. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 10 out.
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Comitê de Ajudas Técnicas. Tecnologia Assistiva. Brasília: CORDE, 2009. 138 p.
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Dantas.
Sessão
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21/01/2015.
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<
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SILVEIRA, Júlia Gonçalves da. Biblioteca inclusiva? Repensando sobre barreiras de acesso
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de Santa Catarina, 2000. Disponível em: http://snbu.bvs.br/snbu2000/parallel.html. Acesso
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1074
�STROPARO, Eliane Maria. Políticas inclusivas e acessibilidade em bibliotecas
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Brasília-DF, 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Diretoria de Acessibilidade e Educação
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Plano Institucional (PDI) da
Universidade Federal do Tocantins (UFT) 2011-2015. Palmas, 2010.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Plano Institucional (PDI) da
Universidade Federal do Tocantins (UFT) 2016-2021. Palmas, 2016.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Resolução n° 007/2015. Dispõe sobre o
Regimento Geral do Sistema de Bibliotecas (SISBIB) no âmbito da Universidade Federal do
Tocantins. Palmas/TO, 2015.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Resolução nº 03/2015. Dispõe sobre a
criação do Programa de Acessibilidade e Educação Inclusiva (PAEI/UFT) e sua estruturação
no âmbito da Universidade Federal do Tocantins. Palmas/TO, 2015.
1075
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Política de acessibilidade na Universidade Federal do Tocantins: acessibilidade informacional nas bibliotecas integrantes do sistema.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Oliveira, Edson de Sousa; Porto Junior, Francisco Gilson Rebouças; Amorim, Manoel Mendes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O presente texto objetiva apresentar as ações que garantam a inserção e a permanência das pessoas com deficiência na Universidade Federal do Tocantins, no contexto da efetivação das políticas de inclusão voltadas ao ensino superior. Neste sentido, será dando ênfase à acessibilidade informacional como uma condição para garantia de acesso ao conhecimento, por meio das bibliotecas universitárias, que integram o Sistema de Bibliotecas. A pesquisa trata-se de um estudo bibliográfico, que tem como base uma análise documental das resoluções institucionais da Universidade, os decretos e as leis que tratam das pessoas com deficiência. Por outro lado, situa as orientações dos órgãos de controle externo, que através de fiscalização orientam o cumprimento e a obrigatoriedade por parte da instituição, o desenvolvimento de ações políticas de acessibilidade que tem finalidade de atender integralmente os requisitos legais e normativos estabelecidos pelo Ministério da Educação, Ministério da Justiça e Tribunal de contas da União, que no rol de recomendações apontam a acessibilidade informacional como umas condições para melhorar os indicadores de inclusão no Ensino Superior.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5509/SNBU2018_081.pdf
dd149fee8c8b6f20c99f25372a161c93
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MARKETING ON-LINE NO DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE
REFERÊNCIA VIRTUAL EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO: ANÁLISE DOS
SITES DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS PÚBLICAS DE SÃO LUÍS MA
ON-LINE MARKETING IN THE DEVELOPMENT OF THE VIRTUAL REFERENCE
SERVICE IN INFORMATION UNITS: ANALYSIS OF THE SITES OF THE PUBLIC
UNIVERSITY LIBRARIES OF SÃO LUÍS MA
Resumo: Analisa a aplicação do Marketing on-line no Serviço de Referência Virtual no site
das bibliotecas universitárias públicas de São Luís - MA. Apresenta uma abordagem sobre
biblioteca universitária e seu surgimento no Brasil, e o Serviço de Referência e Informação e
seu desenvolvimento a partir dos avanços tecnológicos. Conceitua o Marketing tradicional e
Marketing on-line e como essa ferramenta contribui para o desenvolvimento do Serviço de
Referência Virtual. Objetiva verificar se há aplicação do Marketing on-line no Serviço de
Referência Virtual nas bibliotecas universitárias públicas de São Luís MA, apresentando
como metodologia a pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Conclui que não há
aplicação do Marketing on-line no Serviço de Referência Virtual das bibliotecas universitárias
públicas de São Luís
MA e com a aplicação da ferramenta os serviços poderão ser
melhorados de acordo com a necessidade dos usuários.
Palavras-chave: Marketing on-line. Serviço de Referência Virtual. Unidades de Informação.
São Luís - MA.
Abstract: Analyzes the application of on-line Marketing at Virtual Reference Service (SRV)
on the site of public university libraries of São Luís - MA. It presents an approach on
university library and its emergence in Brazil, and the Reference and Information Service
(SRI) and how from there comes the SRV with technological advances. Conceptualizes the
traditional Marketing and on-line Marketing and how this tool contributes to the development
of the Virtual Reference Service. Objective check for application of on-line Marketing at SRV
in public university libraries in São Luís - MA, presenting as methodology the bibliographical
research, documentary and field. It is concluded that there is no application of on-line
Marketing at Virtual Reference Service of public university libraries in São Luís - MA and the
implementation of the Services tool may be improved according to the needs of users.
Keywords: On-line Marketing. Virtual Reference Service. Information Units. São Luís - MA.
1047
�1 INTRODUÇÃO
Diante das transformações ocorridas no ambiente das bibliotecas, em que deixam de
agir apenas no ambiente físico e passam a trabalhar de forma digital e virtual, surge a
necessidade de desenvolver novos métodos de atendimento ao usuário, em que o contato
passa a ser não somente presencial, mas a distância.
De acordo com o atendimento oferecido ao usuário e a rapidez na disponibilização das
informações desejadas por ele, coloca-se em questão a imagem da instituição, em que os
serviços e produtos ofertados por ela devem buscar a qualidade. É a partir daí que surge a
necessidade da ampliação do Marketing no Serviço de Referência e Informação (SRI), pois o
mesmo é o primeiro contato do usuário com a instituição e deixa as primeiras impressões da
mesma, boas ou ruins. Com o auxílio do Marketing nesse setor, a visibilidade da instituição
tem chances reais de tornar-se positiva a partir das ferramentas utilizadas para desenvolver
trabalhos e atendimentos.
O Marketing não deve ser entendido apenas como uma ferramenta de uso comercial,
mas neste caso, como instrumento de valorização da informação para disponibilizar ao
usuário a melhor forma de sanar sua necessidade informacional. Por meio do Marketing são
pensadas estratégias de trabalho que visam a qualidade por meio do estabelecimento de
planos, treinamentos, comunicação, etc., que ampliam determinados serviços (AMARAL,
1998).
No meio virtual é feita a adoção do Marketing on-line, que se diferencia do Marketing
tradicional pela utilização e distribuição de informações, que são realizadas por meio de
recursos digitais para a promoção de produtos, marcas, ideias e demais ações (OLIVEIRA,
2010). Desta forma, com a utilização do Marketing on-line na execução dos Serviços de
Referência Virtual surge a possibilidade de desenvolver trabalhos que visem não apenas a
qualidade dos serviços prestados, mas também a elevação do nome da instituição ao ampliar
ideias e realizar atividades que facilitem e satisfaçam a necessidade informacional do usuário.
Desta forma, estudou-se o problema de pesquisa: há ações referentes ao Marketing online aplicadas ao Serviço de Referência Virtual (SRV) das bibliotecas universitárias públicas
para oportunizar a divulgação e uso dos serviços e produtos?
Para tal, esta pesquisa teve por objetivo geral verificar se há aplicação do Marketing
on-line no Serviço de Referência Virtual (SRV) nas bibliotecas universitárias da Universidade
Federal do Maranhão (UFMA) e da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). E por
objetivos específicos:
1048
�a) apontar as ferramentas utilizadas nos sites das bibliotecas que facilitem o processo
de referência na construção do Marketing da unidade de informação;
b) avaliar quais os pontos encontrados nos sites que facilitam ou dificultam a
realização do SRV;
c) identificar em cada site as alternativas on-line de provisão de documentos,
provisão de auxilio bibliográfico, serviço de alerta eletrônico e orientação ao
usuário definidas por Carvalho e Lucas (2009);
d) mostrar como o Marketing pode ser favorável no oferecimento dos serviços e
produtos de referência virtual;
e) identificar se os usuários estão satisfeitos com os serviços e produtos ofertados.
Como procedimento metodológico desenvolveu-se a pesquisa bibliográfica, com a
utilização de autores como Kotler e Armstrong (2007) trabalhando o Marketing tradicional e
on-line em parceria com Las Casas (2006) e Cobra (2011), Amaral (1998) no que se refere a
Marketing em unidades de informação, Figueiredo (1996), Márdero Arellano (2001) e Accart
(2012), sobre o Serviço de Referência Virtual. A pesquisa documental, com a análise dos sites
das bibliotecas universitárias públicas de São Luís, e por fim, a pesquisa de campo, com
aplicação de questionários com os usuários e entrevista com bibliotecários das Bibliotecas
Centrais da UFMA e UEMA.
2 MARKETING ON-LINE NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA VIRTUAL DAS
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Apesar de suas diversas definições apontadas por diferentes autores, como Cobra
(2011) e Las Casas (2006), o Marketing sempre foi levado para o caminho mercadológico.
Somente quinze anos após a as primeiras utilizações do termo no Brasil que o Marketing
começou a ser visto não apenas como forma de adquirir lucro, mas também como um
mecanismo de desenvolvimento das unidades não lucrativas. Os primeiros a utilizarem essa
nova denominação foram Kotler e Levy (1969).
Kotler (1978) afirma que a principal razão para que as organizações sem fins
lucrativos se interessem pela utilização do Marketing, é visando uma organização mais eficaz,
tanto para alcançar seus objetivos como para obtenção de recursos. De acordo com Amaral
(1998) essa afirmação se justifica pelos princípios básicos do Marketing, que se sustentam em
dois benefícios: satisfação e eficiência.
1049
�Webster Júnior (1978) aponta quais os fatores responsáveis pela valorização das
organizações não lucrativas na utilização do Marketing em seus ambientes de atuação, ao
destacar o reconhecimento fundamentado no comportamento; a crítica social ao Marketing
como prática de negócios; compreensão das competências; crescimento da importância das
atividades não lucrativas como forma de obter aumento de bens e serviços públicos.
O Marketing denominado por Kotler (1978) como Marketing social é aquele
trabalhado em organizações públicas, hospitais, escolas, campanhas políticas, buscando
vender a imagem de algo ou alguém. Também pode ser visto tal momento quando é lançada
uma campanha contra algum tipo de doença ou por órgãos públicos para apresentar à
sociedade alguma conquista, lei, regra, para que a mesma possa tomar conhecimento e seguir
o que é proposto.
A biblioteca segue o mesmo caminho, por não ser uma organização lucrativa, a busca
pelos usuários é para que a disponibilização dos serviços e produtos seja feita de forma
eficiente para que os mesmos alcancem satisfação. A melhor forma de mostrar para a
organização que investir na biblioteca não é um dinheiro aplicado em vão, é retornar aos
diretores com respostas, resultados positivos e tais resultados podem ser alcançados pelo
Marketing (AMARAL, 1998).
O Serviço de Referência e Informação é o canal por excelência onde esses resultados
podem ser visualizados, por meio do comportamento dos usuários, a demanda, os serviços
utilizados, etc. A eficiência no SRI de uma biblioteca é de extrema importância para a
obtenção dos resultados favoráveis à utilização do Marketing na organização.
Amaral (1998, p. 70) apresenta cinco etapas para a implantação do Marketing na
unidade de informação:
1.
2.
3.
4.
definição dos objetivos e metas da biblioteca, em função da satisfação do
consumidor;
integração dos objetivos de marketing, atitudes e habilidades em todas as
operações da biblioteca;
identificação dos usuários da biblioteca e seus públicos;
ser responsiva aos interesses e desejos dos usuários.
Com a utilização de sites para as bibliotecas e transformação de serviços físicos em
virtuais, como é o caso do SRV, é necessário que haja atenção e planejamento para a
disponibilização das informações neste novo ambiente.
O SRV deve ser visto como uma empresa, trabalhando os 4Ps do Marketing:
1050
�a) o produto da biblioteca universitária, como organização não lucrativa, se reveste
na forma da informação, que são os livros, periódicos, assistência aos usuários e
estrutura que são disponibilizados a eles;
b) o preço desse produto são os resultados devolvidos a sociedade através de sua
utilização, como forma de desenvolvimento educacional, social e cultural para a
classe acadêmica;
c) o ponto de venda da informação é a própria biblioteca, física ou na rede;
d) e a promoção, que é onde a maioria das bibliotecas fracassam, é a divulgação dos
serviços e produtos ofertados por elas, que podem ser realizados por meio do
envio coletivo de e-mails à classe acadêmica, panfletagem ou sua presença em
redes sociais (KOTLER; ARMSTRONG, 207).
Quando a biblioteca passa a disponibilizar serviços por meio de sites, é interessante
que haja a divulgação desses serviços para a classe acadêmica, tanto para que cheguem ao
conhecimento dos mesmos como para promover a organização. A implantação do Marketing
on-line neste caso é primordial, seguindo com o que Kotler e Armstrong (2007) apresentam
para que isto aconteça: criação do site, divulgação e anúncio, e criação ou participação de
comunidades na web.
Segundo os passos apresentados por Kotler e Armstrong (2007) para a implantação do
Marketing on-line nas empresas, as bibliotecas têm errado a partir do segundo passo. A
criação do site acontece, mas quando parte para a divulgação dos serviços surgem lacunas.
No caso da terceira etapa apresentada pelos autores, criação de comunidades na web
ou participação nelas, a redes sociais são uma ótima opção para as bibliotecas universitárias,
observando que grande parte do público utiliza as redes para se comunicar e se manter
atualizado do que acontece pelo mundo.
3 METODOLOGIA
O universo da pesquisa se constituiu de 2 (duas) bibliotecas universitárias públicas de
São Luís e seus sites, sendo elas: Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade
Estadual do Maranhão (UEMA), as quais possuem os serviços disponíveis em rede.
A pesquisa se caracterizou como bibliográfica, documental e campo, sendo
trabalhadas da seguinte forma:
a)
pesquisa bibliográfica: é desenvolvida a partir de material já existente, em formato
de livros e artigos científicos, dentre outros;
1051
�b)
pesquisa documental: usa materiais que ainda não receberam um tratamento
analítico ou que podem ser reelaborados de acordo com o objetivo da pesquisa.
São trabalhados não apenas documentos impressos, mas outros tipos de materiais
como jornais, fotos, filmes, sites, gravações, documentos legais;
c)
pesquisa de estudo de campo: a coleta de dados é feita no ambiente natural em que
ocorre o fenômeno, utiliza técnicas de observação, se concentra na análise de
estruturas e formas de associação (SEVERINO, 2007).
Para o estudo documental e campo, realizou-se, respectivamente, a análise dos sites
das Bibliotecas em estudo, aplicação de questionários aos usuários e entrevistas desenvolvidas
com os bibliotecários das Bibliotecas Centrais da UFMA e UEMA.
Como estratégia investigativa sobre os serviços e produtos disponibilizados pelos sites
das bibliotecas foi necessário elaborar instrumento de coleta de dados baseado no que é
apresentado por Figueiredo (1990) sobre os serviços que compõe o SRI, Amaral (1998) com o
Marketing em unidades de informação, Kotler e Armstrong (2007) com o Marketing on-line e
Carvalho e Lucas (2009) acerca das alternativas on-line em unidades d informação.
Este instrumento também foi baseado nos critérios de qualidade, ergonomia,
acessibilidade, arquitetura de informação, bem como o Composto do Marketing em
apresentação aos 4Ps (produto, preço, ponto de venda e promoção) destacando, assim, os
pontos a serem analisados nos sites das Instituições de Ensino Superior.
Para a coleta de dados na pesquisa de estudo de campo foram adotados dois
instrumentos: questionário e entrevista.
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA
A análise dos dados está dividida em três partes: a primeira apresenta os resultados
obtidos a partir da análise dos sites das bibliotecas universitárias públicas de São Luís
MA,
para identificar como ocorre a execução do SRV pelas bibliotecas; a segunda parte expõe os
resultados dos questionários aplicados aos usuários das bibliotecas, para apontar seus
conhecimentos acerca dos serviços ofertados e a satisfação dos mesmos, e, por fim, exibem-se
os dados coletados através das entrevistas realizadas com as bibliotecárias da Biblioteca
Central da UFMA e Biblioteca da UEMA, com objetivo de mapear a situação da organização
a respeito do Marketing on-line.
O Serviço de Referência e Informação propicia o atendimento ao usuário face a face
com o intuito de possibilitar a recuperação das informações para seu acesso e uso (SILVA,
1052
�2001). Entretanto, é perceptível cada vez mais que as bibliotecas assumem um formato além
do tradicional lugar físico, isto é, passa a existir também em ambiente virtual.
Com o intuito de identificar os serviços oferecidos a partir do Setor de Referência, é
apresentada uma análise, de acordo com as alternativas on-line propostas por Carvalho e
Lucas (2009) para o SRV. Foram analisados os sites das bibliotecas públicas universitárias de
São Luís, constando resultados do site da Biblioteca da UEMA e Biblioteca Central da
UFMA.
Carvalho e Lucas (2009) apresentam as alternativas on-line para o SRV, que são
divididas em quatro tipos: Provisão de documentos, Provisão de auxilio bibliográfico, Serviço
de alerta eletrônico e Orientação ao usuário.
Para o tipo provisão de documentos foram consideradas quatro características:
pesquisa on-line ao acervo, comutação entre bibliotecas, entrega de material e preparação de
tradução. Na provisão de auxilio bibliográfico consideraram-se três características: questão de
referência simples e complexa, localização de materiais e levantamento bibliográfico em
assuntos específicos. No serviço de alerta eletrônico são apresentadas duas características:
formais e informais. E na orientação ao usuário foram trabalhadas duas características:
orientação e normalização bibliográfica web e vocabulário controlado.
Observando os serviços disponibilizados no site, é possível afirmar que os mesmos
contribuem para facilitar o processo de referência na construção do Marketing, pois o site
possui ferramentas suficientes para a implantação e execução do Marketing on-line. A
quantidade de serviços oferecidos no site e por meio de e-mails é um ponto que facilita a
realização do SRV, mas um ponto que pode complicar na oferta desses serviços é a linguagem
utilizada, que muitas vezes pode apresentar-se estranha aos usuários por não conhecerem a
linguagem técnica da Biblioteconomia. Outro ponto a dificultar é a localização de alguns
serviços no site, por exemplo, o canal de sugestões, opiniões e reclamações, deveriam estar
em local que permita um acesso mais rápido e visível aos usuários.
Deste modo, o que seria adequado ao site coaduna-se ao que é afirmado por Las
Casas (2006, p. 251) a
atuação, pois o potencial de mercado determina a capacidade máxima que um mercado
adequada do Marketing on-line pode gerar frutos consideráveis para a biblioteca.
Seguindo a mesma linha de análise do site da seção anterior, apresenta-se o resultado
dos dados coletados no site da Biblioteca Central da UFMA, para compreender como é
1053
�realizado o SRV e quais serviços são disponibilizados. Para a coleta dos dados foram
utilizadas as alternativas on-line definidas por Carvalho e Lucas (2009) para o Serviço de
Referência Virtual em sites de bibliotecas. Durante a pesquisa foi descoberto que a
organização em questão não possui um site próprio, pois o que era utilizado encontra-se
desativado e seus serviços são oferecidos por meio do Sistema Acadêmico (Sigaa).
Percebeu-se que a Biblioteca Central da UFMA ainda precisa trabalhar para
desenvolver um SRV adequado aos usuários. Levando em consideração uma organização que
deve trabalhar orientada para o Marketing, esta deve prósatisfação dos desejos e necessidades dos consumidores. Em outras palavras, é a empresa que
adota o conceito do
trabalhar para oferecer aos usuários serviços de acordo com a necessidade dos mesmos, pois
por ser uma biblioteca universitária, a demanda de solicitações e informações é grande e a
organização deve manter-se atenta para os serviços que oferece.
Desse modo, é possível afirmar que não há no site ferramentas que facilitem o
processo de Referência na construção do Marketing on-line, pois como os serviços
disponibilizados são poucos e divididos entre dois sites, desfavorecem a execução de um SRV
de qualidade.
Para adquirir mais informações, foi aplicado questionários aos usuários das
Bibliotecas. Os questionários foram aplicados nas Bibliotecas da UFMA e UEMA,
especificamente com os usuários que se dirigiam ao Balcão de Referência e se indagava, se
tinham alguma experiência com o site da organização.
Os usuários de ambas as Bibliotecas quando perguntados a respeito da importância da
utilização do site para a comunicação, foram unanimes em afirmar que o uso do site como
ferramenta de comunicação entre biblioteca e usuário é importante, destacando que o seu uso
Encurta o tempo para adquirir materiais
serviços
Facilita a vida do estudante na utilização dos
Mais prático e mais rápido
acadêmica reconhece a importância de um site para a organização, provando que a utilização
do site facilita a vida do usuário em questão de economia de tempo e praticidade. O que os
usuários apresentam em suas argumentações vem para comprovar que o uso do SRV vem
para facilitar a vida dos mesmos, tornando mais prático o cumprimento de atividades,
principalmente a economia de tempo e locomoção para adquirir uma informação.
Em se tratando do manuseio do site, 46% dos questionados consideram-no fácil,
enquanto 54% dos 40 (quarenta) usuários afirmam que encontram dificuldade, mas
1054
�conseguem manusear. Este demonstrativo de dificuldade sentida pelos usuários pode dar-se
ao fato de que no site alguns mecanismos não se encontram de maneira destacada que possa
facilitar a identificação pelos usuários. Para este critério, os entrevistados queixaram-se da
dificuldade em recuperar os livros através da consulta on-line, pois afirmam que nem sempre
os livros solicitados são identificados no sistema.
usar, de aparência profissional e fisicamente atraente. Basicamente, entretanto, os sites webs
tanto, é necessário que a organização esteja atenta às
atualizações pelas quais o site deve passar para manter um serviço de qualidade aos usuários,
e principalmente para que os mesmos sintam vontade de utilizar os serviços.
Tratando-se de satisfação, 39% consideram-se satisfeitos com os serviços e produtos
disponibilizados no site da organização, os outros 61% demonstraram insatisfação
classificando o site como lento, arcaico, não possui uma boa interface e que não conseguem
recuperar os materiais desejados através do site. Os alunos que se consideram satisfeitos
determinam sua satisfação por serem bem atendidos quando solicitam algum serviço e que
conseguem adquirir as informações desejadas no site.
O site da UEMA disponibiliza diversos serviços à comunidade acadêmica, alguns são
utilizados em larga escala outros são solicitados em menor quantidade, na Figura 1 é possível
observar os serviços disponíveis no site da biblioteca que são os mais populares entre os
usuários.
Figura 1 - Conhecimento dos alunos acerca dos serviços disponibilizados no site da Biblioteca
da UEMA
40%
40%
40%
100%
90%
consulta on-line ao acervo
renoovação de materiais
pesquisa/levantamento bibliográfico
reserva on-line de material
normas da ABNT
Fonte: As Autoras.
1055
�Os serviços de consulta on-line ao acervo e renovação de materiais são os mais
populares entre os usuários. A reserva de material, pesquisa/levantamento bibliográfico e as
normas da ABNT encontram-se em nível equilibrado de conhecimento dos consulentes. Os
serviços de normalização e elaboração de fichas catalográficas fazem parte do quadro de
serviços ofertados de forma virtual pela biblioteca, mas a solicitação por meio do site não é do
conhecimento dos alunos. Apenas a ficha catalográfica que é solicitada via e-mail.
Mas apesar dos usuários terem conhecimento da maioria dos serviços disponibilizados
no site o uso dos mesmos é baixo, pois apenas 31% dos usuários já utilizaram algum desses
serviços, obtendo êxodo na solicitação, sendo basicamente a utilização de consulta on-line ao
acervo, renovação de materiais e consulta as normas da ABNT, enquanto que 69% destes não
utilizam nenhum serviço.
É interessante que a organização aproxime-se do usuário, possibilitando assim seu
alcance. A internet é um espaço que proporciona diversos meios para comunicar-se, seja por
redes sociais, e-mails, chats, etc., são vários mecanismos que permitem a interação entre
usuário e organização. Mas na Biblioteca da UEMA quando observado o uso da internet para
comunicar-se com os usuários é possível notar uma fraqueza da organização com tal
modalidade, pois os questionados dizem nunca terem recebido nenhum tipo de boletim
informativo sobre os serviços da biblioteca, assim como a divulgação de novas aquisições, em
que apenas 7% dos usuários afirmam que adquiriram informação das novas aquisições por
meio do site, os outros 93% dizem nunca terem tomado conhecimento sobre as aquisições por
nenhum meio de comunicação da organização.
Na UFMA, com a amostra de usuários utilizada para a pesquisa na organização
representada por 40 (quarenta) sujeitos, foi possível detectar que 85% deles utilizam o site
para consulta de informações semanalmente, enquanto que 7,5% acessam mensalmente e
outros 7,5% consultam diariamente. Diante do observado é possível constatar que a utilização
do site é significativamente alta, podendo ser considerado como um canal fluente de contato
entre usuário e biblioteca.
Ao serem questionados sobre o manuseio do site, 85% dos 40 (quarenta) usuários
dizem considerar de fácil manuseio e 15% dizem conseguirem manusear, mas tem dificuldade
em utilizar alguns recursos, como, por exemplo, a pesquisa avançada de materiais, outros
reclamam que algumas vezes o sistema encontra-se fora de funcionamento, o que
impossibilita a realização das pesquisas desejadas.
1056
�Ao disponibilizar o acesso aos serviços da biblioteca por meio de um site, é
fundamental pensar nas funções que serão oferecidas, na execução adequada de cada uma
delas e na linguagem utilizada, pois os usuários não têm conhecimento da linguagem técnica
da área e um palavreado considerado estranho aos usuários pode ocasionar em falha na
comunicação e utilização dos serviços.
Levando em consideração o que a biblioteca tem possivelmente trabalhado para
divulgar os serviços com a ideia do Marketing on-line, foi perguntado aos questionados como
obtiveram conhecimento da existência do site (Figura 2).
Figura 2 - Como os usuários tomaram conhecimento do site da Biblioteca da Central UFMA
008% 008%
024%
062%
por meio do (a) bibliotecário (a)
pesquisas na internet
através de amigos
outros
Fonte: As Autoras.
Por meio desses dados é perceptível a ausência da divulgação por parte da biblioteca.
A participação dos próprios usuários na divulgação dos serviços é alta, podendo ser utilizada
como uma estratégia de Marketing viral, como é apresentado por Kotler e Armstrong (2007)
quando falam das mensagens instantâneas que as empresas usam por meio dos consumidores.
Considerando a satisfação e insatisfação dos usuários com os serviços oferecidos pela
biblioteca 69% afirmam estarem satisfeitos, pois consideram o sistema prático e nunca
tiveram nenhum problema para utilizar, enquanto que 31% consideram-se insatisfeitos,
principalmente ao que se refere a localização de materiais, afirmando que necessita de maior
clareza por parte do site.
Diante do exposto é possível notar mais uma vez a grande influência que os usuários
exercem na divulgação dos serviços da biblioteca, em que 70% dos questionados afirmam
terem tomado conhecimento da existência dos serviços através de outras pessoas. O
bibliotecário tem participação de 15% na apresentação dos serviços aos usuários, enquanto
que outros 15% dizem terem adquirido conhecimento da existência do site através de suas
próprias pesquisas na internet.
1057
�É importante observar a não participação da Biblioteca na divulgação dos serviços,
pois nenhum dos entrevistados citou ter conhecido os serviços por meio de alguma ação da
seja uma consequência da precária infraestrutura informacional disponível
organização não possui ainda meios suficientes para prestar serviços de forma virtual, pois é
preciso que haja um aperfeiçoamento de seus recursos.
A fim de analisar a compreensão da gestão referente aos termos Marketing on-line no
Serviço de Referência Virtual da biblioteca, foi estruturada uma entrevista com nove
perguntas abordando a temática, que foram respondidas por uma das bibliotecárias
responsáveis pela gestão da Biblioteca da UEMA.
A Biblioteca da UEMA não possui plano de Marketing para disponibilização das
informações no site. Segundo a bibliotecária, a princípio, o site era alimentado por um analista
de sistema que trabalhava dentro da biblioteca, posteriormente passou a ser responsabilidade
do Núcleo de Tecnologia e Informação da UEMA, onde seriam realizadas uma série de
modificações no site. Neste momento a biblioteca teve uma participação direta por meio da
gestora da organização, essa atividade se caracterizou, segundo a bibliotecária, da seguinte
forma:
biblioteca participou de forma bem ativa na reformulação desse site,
especificamente por meio da direção, no sentido de falar com eles, falar pra eles como
queríamos esse site, o que queríamos que tivesse no site, até a questão do designer, as cores,
então ai a biblioteca atuou de perto de forma bem direta. . Após esse período a
responsabilidade do site passou novamente para o analista de sistema, que para a organização
foi melhor por ele trabalhar dentro da biblioteca e facilitar a comunicação com a gestão.
Apesar do que é exposto pela bibliotecária, mesmo com a participação da biblioteca na
criação do site, não houve um planejamento prévio de como seria a elaboração do veículo de
comunicação, o que pôde contribuir para a falta de alguns serviços. Las Casas (2006, p. 269)
documento que contém todos os detalhes para a acha a ser desenvolvida pelos administradores
ara a elaboração de um site de uma unidade de
informação, faz-se preciso um estudo sobre as necessidades informacionais dos usuários na
web e como deve ser trabalho do SRV para que as ferramentas disponibilizadas possam suprir
com a demanda dos usuários.
Na Biblioteca Central da UFMA, a bibliotecária pontuou que o site encontrava-se sem
uso e que o SRV disponibilizado aos usuários ocorre por meio de um link de acesso da
1058
�biblioteca através do site da Universidade e do Sigaa na plataforma Biblioteca, ofertando
serviços de renovação de materiais, consulta ao acervo, elaboração de ficha catalográfica e
reserva de materiais.
Quando questionada quanto ao quantitativo de acesso dos usuários aos serviços
disponibilizados em rede pela biblioteca, a bibliotecária diz desconhecer, pois nunca foi
informada se a organização tem contato com esse tipo de informação.
Tratando-se de um plano de Marketing para a organização, a bibliotecária diz que A
Biblioteca Central não tem plano de Marketing. Estou aqui na Biblioteca Central há pouco
tempo, aproximadamente três semanas e vim para cá justamente com essa missão. . O plano
de Marketing, entretanto, segundo a bibliotecária encontra-se em vias de execução para o ano
de 2017, por já se encontrar na metade do ano de 2016 não seria mais viável a elaboração do
plano neste momento para a organização.
Aplicando essa realidade as bibliotecas, é preciso que haja preparo por parte da organização
em criar um plano de Marketing, para que suas atividades e como serão executadas sejam
descritas.
5 CONCLUSÃO
Fazer com que os serviços oferecidos pela biblioteca sejam os melhores aos usuários é
a missão da organização, seja em espaço físico ou virtual, assim como conhecer as
necessidades informacionais dos consulentes para que os mesmos sejam atendidos com
excelência
tivo da biblioteca
digital que cada vez mais, solicitará aos usuários que se cadastrem e defina os serviços que lhe
Por meio da pesquisa foi possível identificar como ocorre a prestação dos serviços de
forma virtual pelas bibliotecas universitárias públicas de São Luís - MA. Apesar de serem
bibliotecas universitárias públicas e os recursos serem em sua maioria escassos para
atividades rotineiras, é possível a criação de sites que comportem adequadamente um Serviço
de Referência Virtual, pois não há necessidade de grandes gastos já que as universidades
possuem setores de informática capacitados para elaboração de sites e possuem domínios para
construção.
1059
�De acordo com os objetivos da pesquisa e os resultados alcançados nas Bibliotecas
Centrais da UEMA e UFMA, é possível admitir que as referidas precisam oportunizar a
melhoria dos serviços aos usuários em ambiente virtual e valorizar o site como meio de
comunicação com a comunidade.
Com relação à problemática desta
Há ações referentes ao
Marketing on-line aplicadas ao Serviço de Referência Virtual (SRV) das bibliotecas
universitárias públicas para oportunizar a divulgação e uso dos serviços e produtos?
resposta diante do que foi analisado é não. As bibliotecas universitárias públicas de São Luís MA ainda precisam trabalhar muito a questão da aplicação do Marketing, tanto tradicional
como on-line, pois apesar desta ferramenta ser do conhecimento dos profissionais não há uso
em escala por parte das organizações.
REFERÊNCIAS
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Lemos/Livros, 2012.
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São Paulo: Associação Paulista de Bibliotecários, 1990.
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KOTLER, P.; LEVY, S. J. Broadening the concept of marketing. Journal of Marketing,
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KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. São Paulo: Pearson Prentice
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1060
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MARDERO ARELLANO, M. A. Serviços de referência virtual. Ciência da Informação,
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WEBSTER JÚNIOR, F. E. Aspectos sociais do marketing. São Paulo: Atlas, 1978.
1061
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Marketing on-line no desenvolvimento do serviço de referência virtual em unidades de informação: análise dos sites das bibliotecas universitárias públicas de São Luís – MA.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Freitas, Georgete Lopes; Brito, Jéssica Gomes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Analisa a aplicação do Marketing on-line no Serviço de Referência Virtual no site das bibliotecas universitárias públicas de São Luís - MA. Apresenta uma abordagem sobre biblioteca universitária e seu surgimento no Brasil, e o Serviço de Referência e Informação e seu desenvolvimento a partir dos avanços tecnológicos. Conceitua o Marketing tradicional e Marketing on-line e como essa ferramenta contribui para o desenvolvimento do Serviço de Referência Virtual. Objetiva verificar se há aplicação do Marketing on line no Serviço de Referência Virtual nas bibliotecas universitárias públicas de São Luís – MA, apresentando como metodologia a pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Conclui que não há aplicação do Marketing on-line no Serviço de Referência Virtual das bibliotecas universitárias públicas de São Luís – MA e com a aplicação da ferramenta os serviços poderão ser melhorados de acordo com a necessidade dos usuários.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5504/SNBU2018_080.pdf
8f42f9ae0c7c26dc0334a01608a0d9b2
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Eixo I
Inovação e Criação
BIBLIOTECA HABITADA : RELATO DA COMEMORAÇÃO DA SEMANA
NACIONAL DO LIVRO E DA BIBLIOTECA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
GOIÁS- REGIONAL CIDADE DE GOIÁS
INHABITED LIBRARY: A
NATIONAL BOOK AND LIBRARY WEEK COMMEMORATION, FROM THE REGIONAL
SECTION OF GOIÁS CITY
-
Palavras-chave: Semana Nacional do Livro e da Biblioteca 1. Produção cultural 2.
Biblioteca universitária 3.
Abstract: The present work focuses on the Federal University of Goiás's National Book and
Library Week, from the Regional Section of Goiás city, held on October 25, 26 and 27, 2017.
The schedule was constituted by lectures, cineteca (film exhibition), jongo workshop, book
launch, origami workshop, tale time, cultural gathering and exhibitions. The diversified
schedule aimed to attract the university students, including the community that frequents the
library and also children. This work, it is a descriptive research focused on the experience
report form, based on the results obtained with the actions carried out, which showed the
importance of performing cultural actions, considering the number of potential users, together
with the everyday users of the library. In this sense, the previously mentioned actions will
Keywords: National Book and Library Week 1. Cultural production 2. University library 3.
1035
�1 Introdução
''A Biblioteca é um confronto inacabado''
(Cristian Brayner, 2017)
A Semana Nacional do Livro e da Biblioteca é um evento comemorativo instituído
pelo Decreto nº 84.631, de 09.04.1980. A data original da comemoração é de 23 a 29 de
outubro, no entanto, a Biblioteca da Seccional Regional Goiás (UFG) realizou o evento nos
dias 25, 26 e 27 de outubro de 2017. Todas as atividades do evento foram gratuitas e abertas a
todos os interessados. O objetivo do decreto nº 84.631 é de incentivar a leitura e a construção
do conhecimento através da promoção da biblioteca, da informação e do acesso a diversas
formas de ações culturais.
Na Biblioteca Seccional da Regional Goiás (UFG), ocorreu a primeira edição do
evento em comemoração a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca no ano de 2017. Todas
as atividades propostas tiveram sucesso de público, de modo que o evento em comemoração a
Semana Nacional do Livro e da Biblioteca será realizado todos os anos em nossa biblioteca.
As ações propostas durante o evento tiveram como principal objetivo promover a integração
da biblioteca com a comunidade. Por outro lado, os objetivos específicos foram: incentivar a
leitura, consolidar o habito de crianças e adolescentes frequentarem a biblioteca, de modo a
democratizar o conhecimento. Nesse sentido, o público-alvo atingido por essas ações foram
os usuários da comunidade UFG e comunidade externa. O evento contou com a participação
de aproximadamente 300 pessoas durante os três dias do evento, sendo composta por
discentes da UFG, escolas convidadas, crianças do ensino infantil, servidores, docentes e
comunidade em geral da Cidade de Goiás.
2 Revisão de Literatura
A Biblioteca Universitária é um centro disseminador da informação e promotora da
construção do conhecimento. Além desse papel, a biblioteca universitária é compreendida
como um lugar social, onde devemos nos empenhar para cumprir metas organizacionais
relacionadas ao ensino, pesquisa e extensão. Todavia, o compromisso de aproximar a
comunidade externa e interna da universidade ao espaço da biblioteca seja com a promoção
de ações culturais ou tornando nosso trabalho cotidiano da biblioteca atrativo para os
usuários, é um desafio no qual toda a equipe da biblioteca (UFG) se empenha para cumprir
diariamente.
1036
�Nossa biblioteca integra o Sistema de Bibliotecas da UFG (SiBi/UFG), o qual abrange
10 bibliotecas localizadas nas regionais da UFG. Nossa Biblioteca oferece diversos serviços,
sendo alguns restritos apenas à comunidade da UFG
composta por estudantes de graduação
e de pós-graduação com matrícula atualizada na instituição, servidores docentes e técnicoadministrativos ativos e inativos-. A Biblioteca da Seccional Regional Goiás possui sede
própria e com amplo espaço físico. Para Ferreira (2012), as bibliotecas são categorizadas no
plano teórico, de acordo com a categoria do público alvo.
universitárias são
tipos de bibliotecas classificadas no campo da Biblioteconomia que, em termos
didáticos e gerenciais servem para demarcar fronteiras simbólicas sobre até onde
essas organizações podem desenvolver suas ações sem invadir os limites de atuação
das demais. FERREIRA,2012,p.06)
Nossa biblioteca é universitária, entretanto, temos o objetivo de ser um centro de
pesquisa e estudos da Cidade de Goiás, pois a cidade não possui nenhuma biblioteca
municipal ou comunitária. Nesse trilhar, a biblioteca universitária da UFG assume o papel
hibrido ao ser um espaço de referência de biblioteca para toda cidade. Neste sentido, nosso
acervo é aberto a qualquer pessoa para consulta, bem como nossos espaços de estudos podem
ser utilizados por quaisquer interessados.
O conjunto de ações culturais desenvolvidas durante a Semana Nacional do Livro e da
Biblioteca se converge para a proposta maior da UFG, objetivando em ser uma instituição de
ensino superior próxima da comunidade, para além dos muros da universidade. Flusser (1980)
em seu artigo intitulado 'Uma biblioteca verdadeiramente pública', explana sobre a diferença
de públicos existentes para frequentar o espaço da biblioteca.'' A diferença entre público
(mesmo em estado potencial) e não-público é fundamental. Se no nosso sistema cultural o
público potencial pode vir a ser público efetivo, o não público não o será jamais'' (Flusser,
1980,p.132).
Sob esse viés, Flusser (1980) foi assertivo ao afirmar que é necessário que a biblioteca
promova ações que alcancem o não-público com o intuito de romper a discrepância histórica e
promover a democratização da cultural. Nesse sentido, a Biblioteca Seccional Regional Goiás
busca desenvolver o papel de espaço cultural de forma plena no intuito de transformar o
público potencial em público efetivo da biblioteca.
No campo da educação e da cultura, é visível a importância da formação de leitores
para a construção de indivíduos autônomos e conscientes do seu papel de cidadãos. Nessa
perspectiva, a literatura é imprescindível para a formação do hábito de ler, o qual é um dos
1037
�pilares para a solidificação do caráter da criança, logo, a biblioteca é o ambiente propício para
o desenvolvimento do habito da leitura desde a tenra idade. Nesse seguimento, a nossa
biblioteca possui uma grande variedade de livros, gibis, livros infantis, justamente para
ampliar o leque de possibilidades para os usuários de diversas faixas etárias, ou seja, nossa
biblioteca visa atender toda a comunidade, além da comunidade acadêmica da instituição.
3 Materiais e métodos
Para atingir os objetivos do evento, foram executadas algumas etapas para a produção
da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Na primeira etapa, as equipes de colaboradores
da biblioteca se reuniram para discutir as possíveis atividades que poderiam compor a
programação do evento. Na reunião, ficou decidido que as atividades seriam diversificadas e
compostas por palestras, contação de histórias, lançamento de livro e oficinas para abarcar
vários públicos. Em seguida, realizamos o convite para os docentes e demais colaboradores
que gostariam de realizar alguma ação durante o evento em comemoração a Semana Nacional
do Livro e da Biblioteca.
Com a programação fechada, solicitamos a assessoria de comunicação da universidade
para que confeccionasse uma arte com a programação para darmos publicidade ao evento nos
canais de comunicação, como, por exemplo: sites, redes sociais e mídia impressa. Com o
material gráfico em mãos, realizamos a divulgação em escolas estaduais e municipais, bem
como nas unidades acadêmicas da universidade. As inscrições foram realizadas na hora de
cada atividade no evento. Toda a programação foi executada nas dependências da biblioteca.
3.1 Primeiro dia do evento
Na manhã dia 25 de outubro, iniciou-se o evento com uma palestra, o qual ocorreu na
ministrada pela Professora. Dra. Denise Oliveira Alves. A palestra teve como público-alvo
alunos do ensino médio do Colégio Lyceu de Goyaz e servidores da universidade. Ao todo
participaram 35 pessoas nesta ação.
1038
�Fotografia 1- Registro da palestra
Fonte: Weberson Dias/Ascom/UFG(2017)
De forma didática, a professora Denise explanou para ao público as estratégias e as
ações possíveis para integrar o colega que tenha algum tipo de deficiência. Asseverou ainda
que, o mais importante em nossas relações cotidianas, seja na escola ou em casa é o respeito
às diferenças sejam físicas ou intelectuais. A palestra foi bem interativa e profícua.
3.1.1 Cineteca
Logo após a palestra, tivemos o Cineteca, realizado na sala de Áudio e Vídeo com a
exibição do longa-metragem, a saber: 'Meu nome é Radio'. Tratou-se de um filme do gênero
drama, o qual abordou a questão de tolerância e sensibilidade. Na ocasião, foi distribuído
pipoca para o público durante a exibição do filme. O público que assistiu ao filme foram os
alunos do Colégio Lyceu de Goyaz.
3.1.2 Oficina de Jongo
No período vespertino, foi realizada a oficina de Jongo, com o tema: ancestralidade e
empoderamento, realizada pelo instrutor Ronaldo Oliveira. A oficina ocorreu na sala didática
multifuncional. O jongo é uma dança brasileira de origem africana, a qual faz parte da cultura
popular brasileira e praticada ao som de tambores. Tivemos apenas seis participantes nesta
oficina. Apesar do número pequeno, a oficina foi muito significativa, pois a dança realizada
1039
�no espaço da biblioteca tornou-se uma novidade que, de certa forma, demonstrou o amplo
gama de possibilidades de ações culturais que podem ocorrer no espaço da biblioteca.
Fotografia 2 -Oficina de Jongo
3.1.3 Lançamento de Livro
Ainda no dia 25, no período da noite, ocorreu o lançamento do livro de poesias
'Afagos e Afetos: Sopros ao Vento' da escritora, professora e doutora Maria Meire de
Carvalho. O lançamento ocorreu no corredor do térreo, concomitantemente sucedeu a abertura
da exposição ''Female Folego'', o qual expôs uma sequência de ilustrações resultantes do
processo de criação para o livro 'Afagos e Afetos: sopros ao vento' a exposição da artista
Nayara Gonçalves, podendo ser encontrada encontra no hall do andar superior da biblioteca.
grafia 3 - Registro do lançamento do livro
Fonte: (Weberson Dias/Ascom/UFG(2017)
1040
�Tratou-se de um livro de poesias com a temática feminista. A exposição foi composta
por desenhos que ilustram o livro da autora Meire de Carvalho. No lançamento do livro,
compareçam aproximadamente 50 pessoas, dentre elas docentes, servidores, discentes e
autoridades da cidade.
3.2 Segundo dia do evento
No dia 26 de outubro, no segundo dia do evento, houve a inauguração do 'Cantinho da
Leitura: Aparecida Fogaça', um espaço destinado à literatura infantil e infanto juvenil. Apesar
de nossa biblioteca ser universitária, temos um espaço exclusivo destinado as crianças e
adolescentes, como atividade da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca. Na ocasião,
realizamos a Hora do Conto, ministrada pela professora pedagoga Hellen Araujo. O público
convidado para participar dessa ação foi composto por crianças do Jardim de Infância, com
aproximadamente 30 crianças.
Fotografia 4
Hora do Conto
Fonte: Weberson Dias/Ascom/UFG(2017)
3.2.1 Oficina
No período da tarde, foi realizado a Oficina de Origamis com os instrutores Elismar
Oliveira e João Pedro Carvalho. Os participantes aprenderam a fazerem dobraduras com
papeis como por exemplo, o tsuru, sapo e barco. Compareçam a essa oficina crianças e alunos
universitários das instituições da Universidade Federal de Goiás e Universidade Estadual de
Goiás. A oficina foi realizada na sala de didática multifuncional.
1041
�Fotografia 5 - Oficina de Origamis
Fonte: Weberson Dias/Ascom/Ufg(2017)
3.2.2 Palestra
No período noturno, ainda com o escopo de comemorar a Semana Nacional do Livro e
da Biblioteca, foi realizada uma palestra, com o tema: a Normalização Documentária de
referências e citações de acordo com as normas da ABNT, ministrada pela instrutora
bibliotecária documentalista- Esdra Basílio. A palestra ocorreu na sala de Áudio e Vídeo,
tendo como público alvo os estudantes das universidades.
O intuito da palestra foi elucidar as dúvidas dos universitários sobre as normas da
ABNT. Na oportunidade, de modo geral, foi explanado sobre a elaboração de trabalhos
acadêmicos, bem como as normas referentes a citações e referências.
Fotografia 10- Palestra normalização documentaria
1042
�Fonte:Weberson Duas/Ascom/UFG(2017)
4- 27 de outubro
No último dia de programação em comemoração a Semana Nacional do Livro e da
Biblioteca, realizou-se atividades no período matutino e noturno. Pela manhã, novamente
tivemos a contação de história na sala 'Cantinho da Leitura: Aparecida Fogaça', ministrada
pela professora pedagoga Hellen Araujo. O público-alvo foram as crianças do Colégio Júbe.
Na realização desta oficina, notamos que as crianças se divertiram e gostaram bastante da
atividade.
Fotografia 11- Contação de História
Fonte: Weberson Dias/Ascom/UFG(2017)
4.1 Sarau
No período noturno, para encerrar o evento, promovemos um sarau com música e poesia no
espaço do Teatro de Arena. A ação foi aberta a toda à comunidade com um público
aproximado de 40 pessoas.
1043
�Fotografia 12- Sarau
Fonte(Weberson Dias/Ascom/UFG(2017)
Por fim, com a realização do Sarau, encerrou-se com sucesso de público as ações em
comemoração a Semana Nacional do Livro e da Leitura promovidas pela biblioteca da
Seccional Regional Goiás.
5 Considerações finais
Com as ações realizadas na biblioteca durante a Semana Nacional do Livro e da
Biblioteca, foi possível atingir os objetivos previamente propostos, quais sejam: promover a
integração da biblioteca com a comunidade, incentivar a leitura, consolidar o habito de
crianças e adolescentes frequentarem a biblioteca, de modo a democratizar o conhecimento.
Com a programação diversificada e amplamente divulgada nas escolas e universidades da
cidade de Goiás, conseguimos unir as ações culturais ao ambiente acadêmico, atraindo assim
uma variedade de público, como crianças, adolescentes e adultos. Desse modo, tais ações
potencializaram a democratização do uso dos espaços da biblioteca, aproximando a
comunidade universitária à biblioteca da Seccional Regional Goiás.
A partir das ações promovidas durante a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca,
consideramos profícuos e animadores os resultados obtidos com a primeira edição do evento
na Biblioteca da Seccional Regional Goiás.
1044
�Diante dos resultados, a celebração da Semana Nacional do Livro e da Biblioteca fará
parte do calendário de atividades culturais da biblioteca, uma vez que conseguimos fortalecer
a imagem da biblioteca com a comunidade acadêmica e externa, a partir das atividades
desenvolvidas durante o evento.
Assim, o bibliotecário como agente cultural, além de também exercer o papel de
mediador da informação, organizador e gestor de uma unidade de informação, também deve
possuir habilidades do profissional bibliotecário moderno dinâmico e consciente do seu papel
na sociedade da informação.
Portanto, em uma biblioteca plural incumbe ao bibliotecário cumprir o papel de
biblioteca multifuncional municipal, pública, escolar além de universitária e desenvolver a
profissão de maneira política.
Referências
FERREIRA, Rubens da Silva. Transpondo muros, construindo relações: uma reflexão sobre
bibliotecas universitárias e extensão no Brasil. Rev. Digit. Biblio. Cienc. Inf., v.9, n.2, p. 7578, jan./jun. 2012. Disponível em:
http://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1912/pdf_21. Acesso em:
25/12/17.
FLUSSER,V.Uma biblioteca verdadeiramente pública. Revista da Escola de
Biblioteconomia da UFMG, Belo Horizonte,v.9,n.2,p.131-138,1980. Disponivel em:
http://www.brapci.ufpr.br/documento.php?dd0=00000002888&dd1=d93b1. Acesso em 20
dez.2017.
Milanesi, Luís. Biblioteca. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
ORLANDI, Eni Puccinelli. A leitura e os leitores. Campinas: Pontes,1998.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS.Biblioteca Universitária.VII Semana do Livro
e da biblioteca da UFLA: 100 anos de Vinícius de Moraes: relatório do
evento.Lavras:UFLA,2013.
1045
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Biblioteca habitada : relato da comemoração da semana nacional do livro e da biblioteca na Universidade Federal de Goiás- Regional cidade de Goiás.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Basilio, Esdra
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Esse trabalho explana sobre a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca da Universidade Federal de Goiás, Seccional Regional Goiás realizada nos dias 25,26 e 27 de outubro de 2017. A programação foi constituída por palestras, cineteca (exibição de filme), oficina de jongo, lançamento de livro, oficina de origami, hora do conto, sarau, exposições. A programação diversificada teve como objetivo atrair o público universitário e também a comunidade que frequenta a biblioteca como as crianças. Trata-se de uma pesquisa descritiva no formato de relato de experiência, a partir dos resultados obtidos com as ações realizadas que evidenciaram a importância da realização de ações culturais, considerando o número de usuários em potencial e os usuários frequentadores cotidianos da biblioteca. Nesse sentido, tais ações contribuirão para a promoção da biblioteca e interação dos usuários.
Language
A language of the resource
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ae08f419e7caf2e9d937006ee526a2de
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RELATO DE EXPERIÊNCIA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB: A
INOVAÇÃO E RENOVAÇÃO DOS SERVIÇOS, PRODUTOS E AMBIENTES
INTERNOS
EXPERIENCE REPORT CENTRAL LIBRARY OF THE UFPB: THE INNOVATION
AND RENEWAL OF SERVICES, PRODUCTS AND INTERNAL ENVIRONMENTS
Resumo: Face ao processo de inovação e renovação que vem ocorrendo nas Bibliotecas
Universitárias, caracterizado por mudanças tecnológicas e metodológicas nos serviços e
produtos, esta mudança mostra-se como uma temática bastante importante. Nesse contexto, o
trabalho apresenta um relato de experiência de dois Bibliotecários da Biblioteca Central da
UFPB, lotados na Divisão Serviços aos Usuários, seção de Referência, a experiência aborda
aspectos da mudança de postura da gestão da biblioteca com o início de uma nova biblioteca
que passou por várias dificuldades, teve a capacidade de lidar com seus problemas,
adaptando-se às mudanças, superando vários obstáculos ou resistindo à pressão de situações
adversas. As principais ações foram a reorganização da equipe, início do trabalho de
desbaste/descarte, atualização do regimento do sistema de bibliotecas, reorganização dos
espaços físicos da biblioteca, reorganização do sistema de atendimento ao usuário, criação de
novos espaços e novos serviços, o início da implantação do sistema de segurança RFDI, a
aquisição do sistema de auto-atendimento.
Palavras-chave:Biblioteca Universitária. Inovação de Serviços. Relato de Experiência.
Gestão de Bibliotecas.
Abstract: Faced with the process of innovation and renewal that has been taking place in
University Libraries, characterized by technological and methodological changes in services
and products, this change is a very important theme. In this context, the paper presents an
experience report of two Librarians of the UFPB Central Library, filled in the Users Services
Division, Reference section, the experience addresses aspects of the change of posture of
library management with the beginning of a new library that had many difficulties, had the
capacity to deal with their problems, adapt to changes, overcome various obstacles or resist
the pressure of adverse situations. The main actions were the reorganization of the team, the
beginning of the debasement / disposal work, updating the regiment of the library system,
reorganization of the physical spaces of the library, reorganization of the user assistance
system, creation of new spaces and new services, the implementation of the RFID security
system, the acquisition of self-service system.
1023
�Keywords: University Library. Service Innovation. Experience Reporting. Library
Management.
1 INTRODUÇÃO
Este trabalho faz uma abordagem da Inovação e Criação e da experiência do desavio
de enfrentado com coragem pela direção da Biblioteca Central da UFPB, que fez uso das
novas tecnologias da Informação para renovar os serviços universitários e seus espaços. Neste
sentido, foi fundamental a união dos servidores que abraçaram o projeto, buscaram as
capacitações e treinamentos para atenderem as novas demandas.
A Biblioteca Central chegava a uma das piores situações desde a sua criação, com dificuldades
em todos os setores numa ascendente de desvalorização e desmotivação e desorganização da
instituição, estávamos desacreditados de que pudesse haver alguma reação ou melhora, as
perspectivas eram de que a biblioteca virasse um elefante branco e alguns anos depois viesse a
fechar.
A biblioteca precisava de diversas adequações, que ou não foram feitas ou feitas muito
lentamente, tardiamente, como por exemplo, mudanças no atendimento, da estrutura física e dos
serviços da biblioteca para que a Biblioteca Central pudesse atender às demandas de seus
usuários. As bibliotecas, em sua essência, devem suprir as necessidades informacionais,
promover o incentivo à leitura e fomentar a pesquisa, para isso vários ajustes devem ser feitos a
fim de que possa atender seus usuários.
Neste sentido, houve a mudança com a posse de uma nova administração que começou a
verificar as reais necessidades do seu público para assim criar ou melhorar sua estrutura e
serviços prestados. Administrar essas demandas foi um dos desafios encontrados pela Corpo
diretor da Biblioteca Central de uma Instituição de Ensino que precisou readequar suas rotinas
ao público acadêmico universitário, para incluir novos serviços, experienciando uma Biblioteca
inovada e transformada. Neste sentido, o objetivo deste trabalho é relatar as ações como reforma
do telhado, reforma elétrica, aquisição de novos equipamentos,atualização do regimento e
normas da biblioteca, o desbaste e descarte no acervo, a aquisição de mobiliário novo, a
implantação do serviço de segurança RFID, implantação do serviço de auto-atendimento e
criação de novos espaços reorganização de antigos e outras ações positivas dentro da biblioteca.
Portanto nosso relato dessa experiência serve como modelo para que outras bibliotecas com as
mesmas dificuldades e necessidades de reestruturação dos seus serviços.
1024
�2 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
As bibliotecas universitárias têm papel fundamental no que concerne proporcionar a
disseminação, organização, preservação e fomento da informação e conhecimento, dando
suporte ao ensino, pesquisa e extensão, nos mais diversos aspectos sociais e culturais.
No decorrer da última década do século XX, as bibliotecas universitárias,
acompanhando a dinâmica de seu macro ambiente, entram numa fase de transição,
buscando definir uma nova identidade, adaptar-se às mudanças socais, econômicas e
tecnológicas que influem na questão da socialização do conhecimento e conviver
com dois modelos, aparentemente, antagônicos: o da biblioteca convencional e o da
virtual, já que por muito tempo os átomos e os bits deverão estar presentes em nosso
cotidiano. (CARVALHO, 2004, p.90).
A autora complementa ainda, que são imprescindíveis investimentos em práticas de
contribuindo para o processo de socialização do
conhecimento, representa pautá-la, obrigatoriamente, no emprego das tecnologias da
informação
educacionais.
que
também
vêm
provocando
mutações
nas
práticas
.91).
Diante disso, as bibliotecas universitárias parecem, de um lado, estar atentas a essa
questão, pois, ao analisarmos as metas estabelecidas quando da tomada de decisão
para implantação das tecnologias da informação e comunicação, constatamos duas
tendências: a primeira, englobando decisões direcionadas ao uso dessas tecnologias,
visando à reformulação dos serviços básicos e dos serviços-fim, abrangendo também
a implantação de novos serviços; e a segunda, envolvendo o desenvolvimento de
ações direcionadas à parametrização da base de dados bibliográficos, representada
pela estruturação, reformulação, reformatação, alimentação e geração de dados
compatíveis e consistentes com o estoque informacional acumulado, levando-nos a
inferir que há um reconhecimento sobre a importância da precisão dos dados tanto
na sua entrada como no seu processamento, sendo essa variável diretamente
relacionada com a eficiência na recuperação de itens informacionais. (CARVALHO,
2004, p.92).
Conforme Sousa (2008, p.29) a
nível superior; funciona como parte integrante do processo de ensino desenvolvido na
instituição, atuando como verdadeiro centro de estudo, pesquisa, capacitação e extensão.
Não obstante, a biblioteca universitária tem que proporcionar ambientes de
aprendizagem cominado a espaços de comunicação, de variados itens de informação, com
padrões uniformes com intuito de proporcionar novos conhecimentos, com vistas ao
compromisso da função pedagógica. (CARVALHO, 2004).
Por conseguinte, temos a adesão de fatores que envolvem o usuário e a informação, ou
seja,
como centralidade no acesso à informação e centralidade no usuário, apoiada pelo
1025
�uso adequado das tecnologias da informação e comunicação, representa uma das
oportunidades de a biblioteca universitária assumir a função de socializadora do
conhecimento. (CARVALHO, 2004, p.102).
Bibliotecas não existem de forma independente da sociedade e das instituições às
quais se vinculam. Elas acompanham as tendências que se verificam na vida social,
em especial aquelas relacionadas ao campo do conhecimento e da educação. Em
razão disso as bibliotecas foram se especializando à medida que instituições
científicas e educacionais foram se diferenciando uma das outras em torno de um
objeto, de uma teoria ou de uma prática. (LEITÃO, 2005, p.24).
De acordo com Leitão (2005, p.27) a responsabilidade das bibliotecas universitárias
para com a comunidade acadêmica e público geral é presente à medida que seja necessário
mesmo com recursos escassos e tendo de
avaliar como manter e administrar o ensino, a pesquisa e a extensão, cabe ainda aos
administradores das bibliotecas demonstrar o real e devido aproveitamento dos recursos
investidos,
3 GESTÃO DE BIBLIOTECAS
A gestão de bibliotecas é um elemento primordial e essencial para as bibliotecas
A gestão
participativa consiste no envolvimento regular e significativo dos colaboradores na tomada de
decisão. Administrar de forma participativa permite que as decisões sejam compartilhadas.
(AMBONI, 2013, p.37), ou seja, é fundamental a participação e comprometimento de todos
os atores inseridos, através de reuniões, debates e padronização dos serviços.
Vale ressaltar que,
O investimento na biblioteca - seja por meio de recursos materiais, financeiros ou
humanos para a manutenção ou ampliação de sua infra-estrutura - dependerá de
como a comunidade acadêmica for atendida e perceber a qualidade dos serviços
prestados. Portanto, até mesmo a administração e gestão da biblioteca, como
instituição, é submetida a uma avaliação de seu desempenho. (LEITÃO, 2005, p.2728).
[...] à gestão e à autoavaliação das bibliotecas para que elas, não só
cumpram suas funções e enfrentem a avaliação externa, mas para que se insiram e sejam
vistas na universidade como um recurso pedagógico indispensável de apoio ao
desenvolvimen
LUBISCO, 2011, p.37).
A seguir, na Figura 1, foi possível elaborar um Organograma, com base na nova proposta do
Regimento Interno.
1026
�Figura 1 Proposta de Organograma SIB/UFPB.
Sistema Integrado
de Bibliotecas
(SIB) /UFPB
Conselho de
Coordenação
Biblioteca
Central (BC)
Conselho Consultivo
(CC)
Secretaria
Administrativa
Contabilidade,
Orçamento e
Compras e
Licitação
Patrimônio
(SP)
Gestão de Marketing
Bibliotecário e Comunicação
Almoxarifad
o (SA)
Tecnologia de
Informação
Divisão de
Desenvolvime
nto das
Coleções
Seção de
Seleção
(SS)
Seção de
Intercâmb
io (SI)
Divisão de
Serviços ao
Usuário
(DSU)
Divisão de
Processos
Técnicos
(DPT)
Seção de
Classificaç
ão e
Catalogaçã
o (SCC)
Seção de
Manutenç
ão do
Patrimônio
Document
al (SMPD)
Seção
Seção
de
de
Referênc Circulaçã
ia (SR)
o (SC)
Seção
de
Periódic
os (SP)
Seção
de
Coleçõ
es
Seção de
Inclusão
para
Usuários
com
Deficiênc
ia (SIUD)
Bibliotecas
Setoriais
(BS)
Fonte: Minuta do Regimento Interno do SIB/UFPB, 2017.
Com esse Organograma do SIB, fica evidenciada a estrutura hierárquica da Biblioteca,
representada pelos diversos setores e suas ligações.
4 METODOLOGIA
A Biblioteca em que acontece o relato de experiência, pertence a Universidade Federal da
Paraíba, no campus I, na cidade de João Pessoa, Paraíba.Em novembro de 2016 a Biblioteca
Central da UFPB passava por varias dificuldades: financeiras, políticas e administrativas. Os
dados da pesquisa foram resultados da observação das ações administrativas tomadas pela
1027
�Gestão da Biblioteca durante o ano de 2017 até a presente data. A teoria da pesquisa se apóia no
levantamento bibliográfico sobre Bibliotecas Universitárias e Gestão de Bibliotecas. Usaremos
algumas fotos de espaços da biblioteca de antes e depois das intervenções administrativas, para
fazer as observações.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Faltava recursos para aquisições de equipamentos e renovação das estantes que estavam
enferrujadas. Havia também problemas estruturais como infiltrações por vazamentos na parte
hidráulica e pelo telhado danificado, problemas elétricos com muitas ligações improvisadas que
provocavam muitas queimas de equipamentos. Os computadores não eram suficientes e a
maioria estava sucateado funcionando precariamente. Nas estantes muitos livros que não
circulavam a anos contaminados e empoeirados, o sistema de busca do acervo já estava
informatizado, mas estava com um alto índice de falha, onde os livros constavam no sistema e
não constavam no acervo nas estantes, por vários motivos (extravio, danificados, em
processamento técnico ou fora do local devido). Na parte de pessoal, muitos servidores se
aposentaram ou faleceram e as reposições não foram feitas na mesma proporção pelo Governo
Federal, o resultado era o aumento da carga de trabalho para os ficavam no setor. Fora isso o
quadro de desmotivação era perceptível, muitos colegas intrigados, e um ambiente de trabalho
estressante.
Trabalhando no balcão de orientação ao usuário no serviço de referência tínhamos contato com
praticamente todos os setores para que pudéssemos estar encaminhando as demandas dos alunos
dos cursos de graduação e pós-graduação ofertados pela instituição.
No final de 2016 assume a nova gestão da Biblioteca Central sobre os olhares desconfiados dos
servidores, nomeadas as novas chefias de setores e divisões, já começavam as primeiras
reuniões, a princípios os diretores buscavam um diagnóstico da real situação administrativa,
técnica e estrutural.
Feito os primeiros levantamentos das mudanças necessárias passamos a por em prática. Então o
ano de 2017 começou com muito trabalho em todos os setores, apesar das muitas
aposentadorias o que reduziu bastante o quadro de servidores.
Vários processos foram encaminhados à reitoria, de compra de acervo, de mobiliário, ar
condicionado, de segurança eletrônica, reforma da biblioteca e manutenção elétrica, hidráulica e
estrutural.
1028
�Na parte de normas foi criada uma comissão para atualização do regimento interno do sistema
integrado de bibliotecas da UFPB, com a fusão de extinção e criação de novos setores.
Na parte de circulação e referência os maiores problemas eram a necessidade de um
desbaste/descarte de materiais que não eram consultados a anos, o outro maior problema era o
número de exemplares disponíveis no sistema que não batiam com o os materiais disponíveis
nas estantes conferência das matérias existentes nas estantes alinhando com o que estava sendo
informado no sistema.
Foto 1 - Acervo atual segundo andar.
Fonte: Autoria própria 2018.
Foto 2 - Acervo atual primeiro andar.
Fonte: Autoria própria 2018.
.
Na foto acima podemos ver perceber o segundo andar com as estantes antigas, o acervo sem os
espaços para o crescimento da coleção, ainda não foi feito o desbaste e o descarte, a posição das
estante causa desconforto térmico por bloquear a passagem de ar das janelas para o centro do
salão onde hoje ficam as mesas de estudo.
Na outra foto do primeiro andar, o desbaste e o descarte foram feitos, foram feitas a troca das
estantes velhas por as novas, mudamos também o local do acervo para o centro do andar e
colocamos as mesas de estudo mais próximo as janelas, foi feita também a nova sinalização e a
reorganização do acervo conferindo os que realmente estavam nas estantes.
1029
�A criação e transformação dos espaços continua com a instalação do Biblio relax, no
primeiro andar na sala onde funcionava a seção de braile, o espaço foi um sucesso os usuários
podem ler de forma mais relaxada ou simplesmente torarem um cochilo para poderem voltar
aos estudos. Já seção de braile foi para o terreio resolvendo um antigo problema de
acessibilidade dos seus usuários que na maioria são cegos e tinha muita dificuldade de
chagarem ao setor pelas escadas.
1030
�As infiltrações foram um problema durante muito tempo na Biblioteca Central, mas
em setembro de 2017, a situação ficou insustentável, uma chuva forte provocou alagamento
da biblioteca quase toda e colocou a instalação elétrica em curto. A biblioteca ficou fechada
para que os reparos fossem feitos durante três meses, nesse período a nova gestão montou
grupos de trabalho para tentar adiantar ao máximo as mudanças no acervo e na estrutura da
biblioteca e dos seus setores. Durante os três meses movimentamos cerca de duzentos mil
volumes, instalamos as novas estantes, fizemos o desbaste, o descarte a higienização do
acervo, os reparos elétricos, a pintura da biblioteca, o reparo do telhado e muitas outras
atividades.
1031
�Na circulação conseguimos mudar algumas coisas como a diminuição das filas, a
renovação dos empréstimos pelo sistema online, o pagamento de muita somente em bancos ou
aplicativos com a baixa integrada.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho é um relato de experiência desenvolvimento por bibliotecários da
Biblioteca Central da UFPB ao decorrer dos últimos meses.
Vale ressaltar que foi válido o empenho por parte da gestão em anos anteriores, no
entanto, a nova gestão em pouco espaço de tempo, teve uma imediata mudança de paradigma
no modelo, e de forma a melhorar e aperfeiçoar as reais necessidades da biblioteca conseguiu
diversos avanços, sobretudo a partir da implantação de Comissões para atualização do
Regimento e outras normativas relacionadas aos setores no estabelecimento do seu uso;
política de desbaste; mudanças de mobiliário (estantes), pois é necessário periodicamente
realizar a renovação destes; implantação do sistema de segurança, com intuito de proteger o
patrimônio; obras de manutenção de infra-estrutura (telhado); otimização dos serviços;
criação e modernização de novos espaços e layout; maior integração entre funcionários e
usuários; comunicação interna e externa entre setores com mais efetividade, a fim de reduzir
ruídos; adoção de estratégias de marketing, tendo em vista à divulgação de sua imagem,
dando mais visibilidade, e interligando os usuários aos serviços e produtos disponibilizados.
Por fim, é imprescindível a gestão participativa da biblioteca, integrando todos os
profissionais dos diversos setores da unidade, sobretudo no acompanhamento de demandas
conjuntas, além da regulamentação das normativas e compromissos com as atividades
rotineiras. Deste modo, a gestão e o planejamento da biblioteca têm nessas medidas não
apenas o benefício da Biblioteca Central, mas do Sistema Integrado de Bibliotecas como um
todo, em prol da melhoria do atendimento, prestação dos serviços e produtos bibliotecários,
tanto no âmbito funcional, institucional e tecnológico, englobando a organização do acervo,
informatização e infra-estrutura.
REFERÊNCIAS
AMBONI, Narcisa de Fátima (Org.).Gestão de bibliotecas universitárias: experiências e
projetos da UFSC. Florianópolis: UFSC, 2013.
1032
�CARVALHO, Isabel Cristina Louzada. A socialização do conhecimento no espaço das
bibliotecas universitárias. Niterói: Intertexto; Rio de Janeiro: Interciência, 2004.
LEITÃO, Bárbara Júlia Menezello. Avaliação qualitativa e quantitativa numa biblioteca
universitária: grupos de foco. Niterói: Intertexto; Rio de Janeiro: Interciência, 2005.
LUBISCO, Nídia M. L. O seminário avaliação da biblioteca universitária brasileira: contexto,
dinâmica e resultados. In: LUBISCO, Nídia M. L. (Org.).Biblioteca universitária: elementos
para o planejamento, avaliação e gestão. Salvador: EDUFBA, 2011.
SOUSA, Beatriz Alves de. Glossário: biblioteconomia arquivologia
ciência da informação. 2. ed. rev. e atual. João Pessoa: UFPB, 2008.
comunicação
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA. Minuta do Regimento Interno do Sistema
Integrado de Bibliotecas, João Pessoa, 2017.
1033
�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Relato de experiência Biblioteca Central da UFPB: a inovação e renovação dos serviços, produtos e ambientes internos.
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Maia, Marcio Klever Jorge; Costa,João Henrique Lucena da
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Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Face ao processo de inovação e renovação que vem ocorrendo nas Bibliotecas Universitárias, caracterizado por mudanças tecnológicas e metodológicas nos serviços produtos, esta mudança mostra-se como uma temática bastante importante. Nesse contexto, o trabalho apresenta um relato de experiência de dois Bibliotecários da Biblioteca Central da UFPB, lotados na Divisão Serviços aos Usuários, seção de Referência, a experiência aborda aspectos da mudança de postura da gestão da biblioteca com o início de uma nova biblioteca que passou por várias dificuldades, teve a capacidade de lidar com seus problemas, adaptando-se às mudanças, superando vários obstáculos ou resistindo à pressão de situações adversas. As principais ações foram a reorganização da equipe, início do trabalho de desbaste/descarte, atualização do regimento do sistema de bibliotecas, reorganização dos espaços físicos da biblioteca, reorganização do sistema de atendimento ao usuário, criação de novos espaços e novos serviços, o início da implantação do sistema de segurança RFDI, a aquisição do sistema de auto-atendimento.
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c6ff70abf379989fdf225ce1739015fc
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DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA PARA APOIAR O
APRENDIZADO DOS FORMATOS MARC 21: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
DEVELOPING A PLATFORM TO ASSIST MARC 21 FORMATS LEARING: A CASE
REPORT
Resumo: Considerando a necessidade de ensinar os Formatos MARC 21 em um curso online,
foi desenvolvida uma plataforma para auxiliar no aprendizado desses formatos. Este relato de
experiência tem por objetivo descrever essa plataforma, o contexto de sua criação, suas
especificações técnicas, suas funcionalidades e suas limitações. A plataforma foi criada em
2013 com base no software MediaWiki, ao qual foram acrescentadas extensões para a criação
de formulários de entrada de dados e para apresentar os registros bibliográficos e de
autoridade em diferentes formas. As funcionalidades da plataforma são: criação de registros a
partir da seleção dos campos e subcampos pelo próprio aluno; feedback automático; feedback
do professor; apresentação do registro em quadro, em ficha catalográfica e simulando a
codificação da norma ISO 2709. As limitações atuais da plataforma não prejudicaram sua
aplicação nos cursos de formação continuada. Nas considerações finais são ressaltados o
propósito didático da plataforma e sua funcionalidade que instiga os alunos na busca por
conhecimento durante o processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Formatos MARC 21. Catalogação. Ensino de catalogação. Softwares.
MediaWiki.
Abstract: Considering the teaching of MARC 21 Formats in an online course, we developed
a platform to assist students in the learning of these formats. In this case report we aim to
describe this platform, the context of its creation, its technical specifications, its features and
limitations. The platform was created in 2013 based on the MediaWiki software, to which
extensions were added in order to create data entry forms and to display bibliographic and
authority records in different views. The platform features are: creating records with fields
and subfields selected by the students; automatic feedback; teacher feedback; displaying
records in a table, in a card catalog and encoded using ISO 2709. The current limitations of
the platform did not affect its application in the courses of continuing education. We conclude
by highlighting the educational purpose of the platform and its feature that instigates students
in the search for knowledge during the learning process.
Keywords: MARC 21 Formats. Cataloging. Teaching cataloging. Software. MediaWiki.
1005
�1 INTRODUÇÃO
As disciplinas de organização da informação, que compreendem a representação temática e a
catalogação/representação descritiva, são um dos conteúdos basilares dos currículos dos cursos
brasileiros de graduação em Biblioteconomia. Entre os conteúdos abordados nas disciplinas de
catalogação ou representação descritiva, estão os formatos para o intercâmbio de dados,
principalmente os Formatos MARC 21 (ROCHA; SILVEIRA, 2013, p. 8-13). Para o ensino
desse formato, recorre-se a ferramentas como os sistemas de gerenciamento de bibliotecas, que
nem sempre estão disponíveis para uso em sala de aula e não são desenvolvidos com propósitos
didáticos.
Partindo da necessidade de ensinar os Formatos MARC 21 em um curso de formação
continuada para bibliotecários, buscou-se o desenvolvimento de uma plataforma que, além da
disponibilidade de acesso, auxiliasse na aprendizagem. Este relato de experiência tem por
objetivo descrever essa plataforma, o contexto de sua criação, suas especificações técnicas,
funcionalidades e limitações.
2 CONTEXTO DE CRIAÇÃO
O Formato MARC (Machine-Readable Cataloging) foi criado pela Library of Congress, nos
Estados Unidos, no final da década de 1960. Inicialmente voltado à impressão de fichas
catalográficas, esse formato passou a ser utilizado, após a implantação de sistemas de
gerenciamento de bibliotecas, para o intercâmbio de dados catalográficos em ambientes digitais
(ASSUMPÇÃO; SANTOS, 2015). O Formato MARC foi adaptado em diversos países e,
atualmente, a versão mantida pela Library of Congress compreende cinco formatos: para dados
bibliográficos, de autoridade, de itens, de classificação e de informação comunitária,
denominados coletivamente Formatos MARC 21 (LIBRARY OF CONGRESS, 2018).
Atualmente, no Brasil, os sistemas de grande porte utilizados para o gerenciamento de
bibliotecas adotam os Formatos MARC 21 para os registros bibliográficos e de autoridade.
Um registro bibliográfico ou de autoridade no Formato MARC 21 compreende:
um líder, um campo com 24 caracteres que inicia o registro provendo informações
técnicas para o processamento do registro;
campos, identificados por tags (etiquetas) numéricas de 001 a 999;
1006
�indicadores, duas posições que podem ser preenchidas com os dígitos de 0 a 9 para
prover informações sobre o conteúdo de um campo; não são utilizados em todos os
campos;
utilizados para separar as partes do conteúdo de um campo; para fins didáticos,
conteúdo do registro, decorrente das atividades de catalogação, classificação, indexação,
controle de autoridade, etc.
Os campos, que podem ser repetidos em um registro ou não, dependendo de sua natureza, são
agrupados de acordo com o tipo de dados que incluem. Os campos do Formato MARC 21 para
Dados Bibliográficos, por exemplo, são agrupados da seguinte forma:
00X
campos de controle, que não possuem indicadores e nem subcampos; conteúdo é
dividido em posições nos campos 006, 007 e 008;
01X-09X campos de números e códigos;
1XX campos do ponto de acesso principal;
20X-24X campos de título e relacionados ao título;
25X-28X campos de edição, imprenta, etc.;
3XX campos de descrição física, etc.;
490 e 800-830 campos de série;
5XX campos de notas;
6XX campos de pontos de acesso de assunto;
70X-75X campos de pontos de acesso secundários;
76X-78X campos de vínculos;
841-88X campos de itens, localização, grafias alternativas, etc.;
9XX
campos de uso local, que também podem incluir os campos 09X, 59X e 69X
(LIBRARY OF CONGRESS, 2018).
O campo 245
Indicação de título, por exemplo, possui entre os seus subcampos, o subcampo
$a (título principal), $b (outras informações sobre o título) e $c (indicação de responsabilidade).
O primeiro indicador desse campo é utilizado para indicar a criação de um ponto de acesso
secundário para o título do documento que está sendo catalogado; o segundo indicador indica a
quantidade de caracteres que será desprezada na alfabetação do título em uma lista de
resultados.
1007
�Os registros nos Formatos MARC 21 são codificados de forma que possam ser intercambiados
e processados pelos sistemas de gerenciamento de bibliotecas. Uma das codificações utilizadas
para isso é reconhecida pela International Organization for Standardization (ISO) como a
norma ISO 2709
Information and documentation
Format for information Exchange,
publicada pela primeira vez em 1981. Essa norma organiza um registro em três partes: o líder
(os primeiros 24 caracteres do registro), o diretório (que contém a tag, o tamanho e a posição
inicial de cada campo) e os campos (que contem os indicadores, códigos e conteúdo dos
subcampos) (ASSUMPÇÃO; SANTOS, 2015; LIBRARY OF CONGRESS, 2018).
O uso de sistemas de gerenciamento de bibliotecas para a realização de atividades práticas com
os Formatos MARC 21 nas disciplinas de catalogação é relatado na literatura, por exemplo, por
Silva e Baptista (2013) e por Hillesheim e Fachin (2016). No entanto, esse uso nem sempre é
possível, devido à indisponibilidade de instalações ou de bases de dados desses sistemas para o
uso em sala de aula.
Além disso, os sistemas de gerenciamento de bibliotecas, em geral, não são criados com o
propósito didático ou instrutivo, mas sim com o propósito de facilitar a realização de atividades.
Com isso, o uso de um único sistema pode conduzir os alunos à criação de vícios, decorrentes
da forma como tal sistema implementa os Formatos MARC 21 e não instigá-los à busca por
informações sobre outros campos e subcampos além dos definidos em planilhas, formulários ou
templates de catalogação presentes no sistema.
A indisponibilidade de sistemas e a natureza (não didática) deles impactam também nos cursos
de formação continuada ou atualização profissional que contemplam bibliotecários de diferentes
instituições, usuários de diferentes sistemas e com diferentes graus de conhecimento e
experiência em catalogação. A partir da realização de dois desses cursos é que surgiu a
necessidade de desenvolvimento da plataforma apresentada neste trabalho, que, embora
utilizada inicialmente na formação continuada, pode ser aplicada também em cursos de
graduação.
O referido curso foi ministrado à distância entre setembro de 2013 e janeiro de 2016 utilizando
um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) criado com o software Moodle. Como forma de
aplicação do curso, optou-se por não criar turmas, o que deu a cada aluno a liberdade para
realizar as atividades em 120 dias conforme seu próprio ritmo de aprendizado. Isso permitiu
também que inscrições ficassem abertas durante todo o período do curso.
Com a carga horária de 120 horas, o curso incluía sete unidades:
1008
�1. Relembrando o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2r);
2. Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos;
3. Controle de autoridade;
4. MarcEdit: utilização de software gratuito nas atividades de catalogação;
5. XML para catalogadores;
6. Modelo conceitual Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR);
7. Resource Description and Access (RDA).
Ao longo de aproximadamente dois anos e meio, o curso contou com 78 alunos. Partindo dessa
primeira experiência, foi proposto, a partir de setembro de 2015, um segundo curso com carga
horária e conteúdo reduzidos: 60 horas e quatro unidades: 1. AACR2r; 2. Formato MARC 21
para Dados Bibliográficos; 3. Controle de autoridade; e 4. Questões de concurso (unidade
complementar opcional).
Os dois cursos contemplavam os Formatos MARC 21 para Dados Bibliográficos e para Dados
de Autoridade, com abordagem teórica e com a realização de exercícios práticos de criação de
registros bibliográficos e de registros de autoridade. Para a criação desses registros foi
desenvolvida a plataforma Aprendendo Catalogação, do qual são apresentadas a seguir as
especificações técnicas, as funcionalidades e as atuais limitações.
3 ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
A plataforma Aprendendo Catalogação foi criada tendo como base o software MediaWiki,
atualmente em sua versão 1.29.2. O MediaWiki é um software livre, de código aberto,
conhecido por ser utilizado pela Wikipédia e por outros projetos wiki da Fundação Wikimedia.
Escrito em PHP, o MediaWiki requer um servidor Web como o Apache e um sistema de
gerenciamento de banco de dados, como o MySQL (MEDIAWIKI, 2017).
Ao MediaWiki foram acrescentadas extensões que adicionam funcionalidades ao software e
permitem o dia a dia do funcionamento e o gerenciamento da plataforma, são elas: Semantic
MediaWiki, Semantic Result Formats, Semantic Extra Special Properties, Page Forms, Arrays,
Header Tabs, MyVariables, ParserFunctions, Regex Fun, Scribunto, SubPageList, SubString
and StrLen, UrlGetParameters, Variables, ConfirmEdit, SpamBlacklist, IDProvider, Lockdown,
SimpleTooltip, Substitutor e WikiEditor.
Com o acréscimo dessas extensões, foi possível configurar os formulários de entrada de dados e
os formatos de apresentação dos registros de acordo com as especificações dos Formatos
MARC 21 e com os propósitos didáticos do curso.
1009
�A plataforma funciona online no navegador e, por estar baseada em um software do tipo wiki,
pode ser customizada de acordo com as necessidades do professor e dos alunos.
4 FUNCIONALIDADES
A apresentação das funcionalidades da plataforma Aprendendo Catalogação é conduzida de
acordo com o fluxo de trabalho do professor e do aluno.
Primeiramente, o professor inclui a lista com os títulos dos recursos informacionais a serem
catalogados (Figura 1) e cadastra os alunos (ou solicita que eles se cadastrem). Essa lista pode
Figura 1 Recursos informacionais a serem catalogados
Fonte: os autores.
(Figura 2) e iniciando a catalogação. Primeiramente, o aluno preencherá o líder e os campos de
controle.
1010
�O campo 001
008
inclui dados técnicos do registro informados pelo sistema. Outras posições são preenchidas
Figura 2 Formulário de catalogação
1011
�Fonte: os autores.
Após o preenchimento do líder e dos campos de controle, o aluno segue para os campos de
dados, em que incluirá a descrição bibliográfica e os pontos de acesso. Como exemplifica a
Figura 3, o aluno seleciona o campo do Formato MARC 21 que deseja utilizar e os valores de
seus indicadores; no espaço destinado aos subcampos, o aluno digita o código de subcampo
seguido de seu respectivo conteúdo. O aluno também tem a possibilidade de reordenar os
campos por ele criados, além de acrescentar e remover campos em meio a outros já criados.
1012
�Figura 3 Preenchimento dos campos de dados
Fonte: os autores.
A seleção dos campos e dos subcampos pelo aluno é uma das funcionalidades com propósito
didático da plataforma. Uma vez que não há um formulário, template ou planilha pré-definida
para a catalogação, os alunos são instigados a buscarem, na documentação dos Formatos
MARC e em outros materiais, explicações sobre o propósito e o funcionamento dos campos,
subcampos e indicadores.
O aluno adiciona novos campos conforme a necessidade da catalogação e, ao concluir, salva o
registro. O registro salvo é exibido ao aluno de três formas: em um quadro que lista os campos,
os indicadores, os subcampos e seu conteúdo (Figura 4); em uma ficha catalográfica (Figura 5)
e simulando a codificação da norma ISO 2709 (Figura 6).
1013
�Figura 4 Apresentação do registro bibliográfico em um quadro
Fonte: os autores.
1014
�Figura 5 Apresentação do registro bibliográfico em uma ficha catalográfica
Fonte: os autores.
A apresentação do registro na forma de uma ficha catalográfica (Figura 5) tem por objetivo
mostrar que o Formato MARC 21 para Dados Bibliográficos, por ter em sua origem a
impressão de fichas catalográficas, ainda carrega características voltadas à geração de fichas,
tais como o preenchimento do primeiro indicador dos campos 245
(pontos de acesso) secundárias, elas não constarão na ficha catalográfica.
A terceira forma de apresentação do registro (Figura 6) simula sua codificação de acordo com a
norma ISO 2709, em que um registro é apresentado em uma linha contínua para propósitos de
intercâmbio (importação e exportação). Nessa apresentação do registro, têm-se a preocupação
em mostrar ao aluno os componentes de um registro MARC 21 quando codificado com a ISO
2709: líder, diretório e campos de dados.
1015
�Figura 6
Apresentação do registro bibliográfico simulando a codificação com a norma ISO
2709
Fonte: os autores.
feedback automático para o
aluno (Figura 6). Esse feedback, dado a partir da verificação automática de alguns dos itens do
registro, pode auxiliar o aluno na identificação do uso indevido de campos, indicadores e
subcampos. Após salvar o registro, ainda é possível que o aluno altere-o, bastando, para isso,
Editar
Os registros criados por um aluno são agrupados em sua página. O professor acessa a página,
aluno, surgirá uma área destinada ao feedback do professor (Figura 7). O professor pode utilizar
1016
�a área de feedback para indicar os acertos e/ou os erros do aluno, bem como para atribuir uma
pontuação ou realizar qualquer comentário sobre o registro.
Figura 7 Área para o feedback do professor
Fonte: os autores.
O feedback
funcionalidade de auto completar, o professor pode atribuir a um registro um comentário
utilizado anteriormente. O aluno acessa o registro e verifica o feedback do professor, fazendo os
ajustes necessários.
Essas funcionalidades da plataforma são empregadas também na criação de registros de
autoridade no Formato MARC 21 para Dados de Autoridade, porém, com algumas diferenças.
Primeiramente, no formulário utilizado para a criação de registros de autoridade (Figura 8)
códigos disponíveis para o preenchimento das posições do líder e do campo 008. Esses balões
de ajuda foram incluídos para suprir a falta de uma tradução em língua portuguesa, disponível
online, do Formato MARC 21 para Dados de Autoridade.
1017
�Figura 8 Formulário para a criação de registros de autoridade
Fonte: os autores.
1018
�Outra diferença é que a apresentação dos registros de autoridade não está disponível no formato
de ficha catalográfica, apenas em um quadro (Figura 9) e codificado com a ISO 2709.
Figura 9 Apresentação dos registros de autoridade
Fonte: os autores.
5 LIMITAÇÕES
A plataforma Aprendendo Catalogação foi criada em 2013 e, desde então, tem sido atualizada
para incorporar novas funcionalidades. A apresentação do registro bibliográfico em uma ficha
catalográfica e com a ISO 2709 são algumas das últimas atualizações. Embora a plataforma
consiga atingir os objetivos a que se propõe, ela ainda apresenta limitações, entre elas:
1019
�não há relacionamento entre registros bibliográficos e registros de autoridade, como
ocorre nos sistemas de gerenciamento de bibliotecas
essa funcionalidade auxiliaria na
compreensão da importância do controle de autoridade;
não estão disponíveis as opções de busca que geralmente estão presentes nos sistemas de
gerenciamento de bibliotecas
essas opções permitiriam visualizar como se dá a
recuperação e a navegação pelos registros bibliográficos e de autoridade;
não é possível importar registros
essa funcionalidade auxiliaria no ensino dos
programas e redes de catalogação cooperativa.
Ao notar essas limitações, é necessário ponderar, primeiramente, que a plataforma em questão
não tem por objetivo ser um sistema de gerenciamento de bibliotecas, apenas uma ferramenta de
apoio ao ensino de catalogação. Em segundo lugar, cabe notar que essas limitações atuais não
prejudicaram o ensino dos Formatos MARC 21 nos cursos em que a plataforma foi utilizada,
mas que, se um dia elas forem superadas, converter-se-ão em funcionalidades que poderão
auxiliar ainda mais no ensino de catalogação.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A plataforma Aprendendo Catalogação, apresentada nesse trabalho, embora tenha sido utilizada
até o momento em cursos de formação continuada ministrados à distância, tem potencial para
ser utilizada também nos cursos de graduação em Biblioteconomia, presenciais ou à distância,
auxiliando nas práticas pedagógicas do ensino de catalogação.
Nessas considerações finais são ressaltados também o propósito didático da plataforma e uma
de suas principais funcionalidades: a não existência de formulários/planilhas/templates de
catalogação pré-definidos, o que instiga os alunos na busca por conhecimento durante o
aprendizado dos campos, subcampos e indicadores dos Formatos MARC 21. A liberdade para
escolher, nos Formatos MARC 21, quais campos e subcampos serão utilizados em um registro
gera, certamente, situações de uso indevido desses campos e subcampos. Essas situações, no
entanto, fazem parte do processo de aprendizagem e devem ser destacadas pelo professor no
momento da verificação dos registros criados durante o exercício.
O desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação tem dado origem a
movimentos para a revisão dos instrumentos de catalogação utilizados atualmente, bem como
para a proposição de novos, exemplos são o desenvolvimento do RDA, como um substituto do
AACR2r, e do Bibliographic Framework (BIBFRAME), como um substituto dos Formatos
1020
�MARC 21. Nesse contexto de mudança, também são destacadas nessas considerações finais a
flexibilidade da plataforma desenvolvida e a possibilidade de sua futura atualização para apoiar
o ensino dos novos instrumentos de catalogação.
REFERÊNCIAS
ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. L. V. A. da C. Representação no domínio bibliográfico:
um olhar sobre os Formatos MARC 21. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 20, n. 1,
p. 54-74, 2015. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1981-5344/2054>. Acesso em: 25
fev. 2018.
HILLESHEIM, A. I. de A.; FACHIN, G. R. B. Prática de tratamento da informação: relato de
experiência docente. Revista ACB, Florianópolis, v. 21, n. 3, p. 627-638, 2016. Disponível
em: <https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/1204>. Acesso em: 10 jan. 2018
LIBRARY OF CONGRESS. MARC Standards. Washington, D. C., 2018. Disponível em:
<http://www.loc.gov/marc/>. Acesso em: 25 fev. 2018.
MEDIAWIKI. Welcome to MediaWiki. [S.l.: s.n.], 2017.
<https://www.mediawiki.org/wiki/MediaWiki>. Acesso em: 10 jan. 2018.
Disponível
em:
ROCHA, G. P.; SILVEIRA, N. C. O ensino da representação descritiva na perspectiva dos
alunos. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE CATALOGADORES, 9.; ENCONTRO
Rio de Janeiro:
NACIONAL DE CATALOGADORES, 2., 2013, Rio de Janeiro.
Biblioteca Nacional, 2013. Disponível em: <http://www.telescopium.ufscar.br/index.php/eicenacat/eic-enacat/paper/viewFile/28/9>. Acesso em: 10 jan. 2018.
SILVA; L. C.; BAPTISTA, D. M. Entre a teoria e a prática no ensino do Formato MARC 21:
a metodologia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE
CATALOGADORES, 9.; ENCONTRO NACIONAL DE CATALOGADORES, 2., 2013, Rio
de Janeiro.
Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2013. Disponível em:
<http://www.telescopium.ufscar.br/index.php/eic-enacat/eic-enacat/paper/viewFile/61/32>.
Acesso em: 10 jan. 2018.
1021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desenvolvimento de uma plataforma para apoiar o aprendizado dos formatos MARC 21: um relato de experiência.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Assumpção, Fabrício Silva; Ferreira, Jaider Andrade
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Considerando a necessidade de ensinar os Formatos MARC 21 em um curso online, foi desenvolvida uma plataforma para auxiliar no aprendizado desses formatos. Este relato de experiência tem por objetivo descrever essa plataforma, o contexto de sua criação, suas especificações técnicas, suas funcionalidades e suas limitações. A plataforma foi criada em 2013 com base no software MediaWiki, ao qual foram acrescentadas extensões para a criação de formulários de entrada de dados e para apresentar os registros bibliográficos e de autoridade em diferentes formas. As funcionalidades da plataforma são: criação de registros a partir da seleção dos campos e subcampos pelo próprio aluno; feedback automático; feedback do professor; apresentação do registro em quadro, em ficha catalográfica e simulando a codificação da norma ISO 2709. As limitações atuais da plataforma não prejudicaram sua aplicação nos cursos de formação continuada. Nas considerações finais são ressaltados o propósito didático da plataforma e sua funcionalidade que instiga os alunos na busca por conhecimento durante o processo de aprendizagem.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5492/SNBU2018_077.pdf
a95c73cddda6782ec70f17378a7a8474
PDF Text
Text
A CONSTRUÇÃO DE REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
THE CONSTRUCTION OF INSTITUTIONAL REPOSITORIES IN
UNIVERSITY LIBRARIES
Resumo: Reflete sobre a construção de repositórios institucionais de bibliotecas
universitárias, por meio das experiências relatadas na literatura da Ciência da Informação
observando os processos de construção de repositórios institucionais e reflete sobre o
processo de construção de quatro repositórios analisados. Fundamentado na literatura da
Ciência da Informação de autores que versam sobre as experiências na construção de
repositórios. Foram relacionadas quatro experiências de construção de repositórios
institucionais de universidades federais presentes em cinco artigos publicados que nos permite
conhecer as práticas utilizadas nesse processo de implementação, onde destacam-se o
envolvimento de autores e gestores no processo de construção do repositório; necessidade de
padronização de autores para o repositório; política de repositório; apoio do centro e
processamento de dados; espaço piloto para testar o repositório; observação de experiências já
concretizadas. Outrossim, entre os repositórios observados, três deles tem como uma
necessidade o envolvimento de autores e gestores no processo de construção do repositório.
Conclui-se que basear-se nas experiências relatadas, diminui os riscos de erros e melhora o
desempenho nas atividades desenvolvidas na construção de Repositórios Institucionais.
Palavras-chave: Repositório Institucional Experiência. Bibliotecas Universitárias
Repositório. Repositórios Institucionais Processos de construção.
Abstract: It reflects on the construction of institutional repositories of university libraries,
through the experiences reported in the literature of Information Science observing the
processes of construction of institutional repositories and reflects on the process of
construction of four analyzed repositories. Based on the literature of the Information Sciences
of authors who talk about the experiences in the construction of repositories. We have related
four experiences of building institutional repositories of federal universities present in five
published articles, one of which shows the evolution of the repository, which allows us to
know the practices used in this implementation process, in which the authors and managers
are involved in the process of building the repository; need to standardize authors for the
repository; repository policy; center support and data processing; pilot space to test the
repository; In addition, among the observed repositories, three of them have as a necessity the
991
�involvement of authors and managers in the process of building the repository. It is concluded
that based on the experiences reported, reduces the risk of errors and improves performance in
the activities developed in the construction of Institutional Repositories.
Keywords: Institutional repository-experience. University Libraries-Repository. Institutional
repositories-construction processes.
1 INTRODUÇÃO
O aumento do fluxo informacional e o avanço tecnológico influenciaram a criação de
novos canais de gestão e disseminação da informação, como os Repositórios Institucionais
(RI). Vários estudos identificam motivações das instituições de ensino superior para o
estabelecimento de RI, dentre as quais: o desejo de garantir a preservação em longo prazo dos
conteúdos produzidos pelos membros da instituição, melhorar a acessibilidade e potencial
impacto de pesquisa desse conteúdo, oferecer um lugar onde professores e alunos possam
compartilhar seu trabalho e fornecer um caminho seguro para que membros da instituição
respondam à crise da comunicação acadêmica/científica (CHAN, 2004; GIBBONS, 2004
apud RIEH et al., 2008).
A motivação de uma instituição para estabelecer um RI também pode surgir de um
desejo de manter o controle sobre sua própria produção intelectual, potencialmente derivando
benefícios econômicos (BRANIN, 2005 apud RIEH et al., 2008).
Nessa perspectiva, muitas universidades públicas federais se motivaram para a
construção de seus repositórios visando o armazenamento, a preservação e recuperação da
produção científica institucional, permitindo melhorar a divulgação das pesquisas e de seus
pesquisadores.
Na criação de repositórios institucionais é importante que seus criadores busquem
experiências dos repositórios já implementados, pois serve para maximizar o tempo durante o
desempenho das ações da equipe envolvida.
Desta forma, este trabalho busca refletir sobre a construção de repositórios
institucionais de bibliotecas universitárias, por meio das experiências relatadas na literatura da
Ciência da Informação. Para alcançar esse objetivo, optou-se por analisar trabalhos que
indicam os processos de construção de repositórios institucionais, bem como refletir o
processo de construção dos repositórios selecionados para a pesquisa.
992
�Para esta pesquisa, limitamos a literatura relevante de trabalhos publicados sobre a
construção de repositórios institucionais em universidades federais, caracterizada como uma
pesquisa bibliográfica.
A
partir
do
levantamento
bibliográfico,
identificou-se
quatro
repositórios
institucionais, dos quais foram analisadas as experiências de sua construção, por meio dos
relatos publicados dos processos de implementação de repositórios, a saber: Repositorium, da
Universidade do Minho, em Portugal (RODRIGUES, 2010; RODRIGUES et al., 2004);
Universidade do Rio Grande Sul (CORRÊA et al., 2012); Universidade Federal do Recôncavo
da Bahia (UFRB) (SANTOS; SILVA, 2014);
Universidade Federal da Bahia (ROSA;
MEIRELLES; PALACIOS, 2011).
Em suma, foi observado nos relatos as práticas mais utilizadas pelos gestores da
informação na construção de repositórios institucionais em bibliotecas universitárias,
possibilitando visualizar possíveis vantagens e desvantagens na construção dos mesmos.
Este artigo está estruturado em seis capítulos O primeiro apresenta a introdução na
qual constam os objetivos, geral e específicos, e a metodologia de pesquisa para elaboração
desta pesquisa. No segundo capítulo é realizada a revisão da literatura, sendo apresentados
conceitos sobre repositório institucional e as fases para a construção desses repositórios, além
da indicação de software para criação de repositórios.
No terceiro capítulo são discutidos os resultados e no quarto capítulo a discussão.
Finalizando com as considerações finais alusivas a esta pesquisa e, por último, as referências
que fundamentaram este trabalho.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Nesta seção são apresentados conceitos sobre repositório institucional e as fases para
sua construção, bem como os softwares utilizado como infraestrutura tecnológica de
gerenciamento dos repositórios.
2.1 Repositório institucional: conceitos
desenvolvidas para reunir, organizar e tornar mais acessível a produção científica dos
993
�Segundo Costa e Leite (2009, p.166), os repositórios digitais são classificados em três
tipos: disciplinares ou temáticos, teses e dissertações e institucionais, os quais são descritos a
seguir:
a) repositórios disciplinares ou temáticos: voltados às comunidades científicas específicas.
Tratam, portanto, da produção intelectual de áreas do conhecimento em particular;
b) repositórios de teses e dissertações (Electronic Theses and Dissertation
ETDs):
repositórios que lidam exclusivamente com teses e dissertações. Muitas vezes a coleta das
ETDs é centralizada por um agregador;
c) repositórios institucionais: dedicados à produção intelectual de uma instituição,
especialmente universidades e institutos de pesquisa.
Para Marcondes e Sayão (2009, p
como elementos de uma rede ou infraestrutura informacional de um país ou de um domínio
institucional destinados a garantir a guarda, preservação a longo prazo e, fundamentalmente, o
livre acesso à prod
Ware (2004 apud DODEBEI, 2009) relata que os RIs surgiram durante o segundo
semestre de 2002, a partir da criação do software Dspace. Ressalta-se que este software foi
criado pelo Massachussetts Institute of Technology (MIT) como uma forma das instituições
Os RIs são identificados pela realização de uma avaliação das necessidades locais, que
são recomendadas como o primeiro passo a ser realizado nos processos de definição do RI
para a instituição, a fim de esta possa decidir quais serviços o RI oferecerá
(BARTON;WATERS, 2004-2005). Os diversos fatores a serem considerados no curso de
uma avaliação de necessidades incluem características de conteúdo, necessidades dos usuários
e recursos humanos e tecnológicos disponíveis (RIEGER, 2007).
A partir da compreensão do que são os repositórios, na próxima seção serão abordadas
as etapas para criação de repositórios institucionais.
2.2 Construção de repositório institucional
Leite et al. (2012) classificam em três etapas a construção de repositórios
institucionais: planejamento, implantação e funcionamento.
994
�Outra classificação é dada por Leite (2009) que relaciona em três etapas para a
construção de repositórios institucionais: planejamento, implementação do RI e participação
da comunidade, detalhadas a seguir:
a) Planejamento
Custos, Constituição da equipe e competências necessárias, Levantamento dos
principais atores, seus interesses e papéis
planejamento de serviços e Avaliação das necessidades da comunidade;
b) Implementação do repositório institucional
Escolha do software, Metadados, Diretrizes e procedimentos para criação de
comunidades/ Coleções, Fluxo de submissão, pós-submissão e depósito de
Documentos, Políticas de funcionamento (Diretrizes gerais para elaboração,
Propriedade intelectual, Direitos autorais e licenciamento de conteúdos) e
Condução de um projeto-piloto;
c) Assegurando a participação da comunidade
Marketing e povoamento do repositório, Política de depósito obrigatório: diretrizes
para a criação e Avaliação e indicadores de desempenho do repositório institucional
Na etapa de planejamento são estimados os custos necessários para a criação do RI,
bem como o estabelecimento da equipe e suas competências, com indicação dos atores
A etapa seguinte, de implementação do RI, tem-se a escolha do software, dos
metadados a serem utilizados, das diretrizes para a criação de comunidades/coleções (cada RI
estrutura seus conteúdos da melhor maneira e de acordo com suas necessidades), fluxo de
submissão, pós-submissão e depósito de Documentos, políticas de funcionamento e condução
de um projeto-piloto.
Por último, para a participação da comunidade com o marketing e povoamento do
repositório, a política de depósito obrigatório com as diretrizes para a criação, avaliação e
indicadores de desempenho do repositório institucional.
Rieh et al. (2008) realizaram investigação nos Estados Unidos envolvendo vários
cargos, funcionais como: diretores de biblioteca, diretores de bibliotecas auxiliares associadas,
arquivistas ou diretores de arquivos, chefes ou diretores em bibliotecas e pesquisadores
associados. O resultado da pesquisa revelou que os diretores e bibliotecários das bibliotecas
estão em grande parte assumindo a liderança em termos de planejamento, implementação e
manutenção de RIs e esses indivíduos avaliam a importância de uma grande variedade de
995
�benefícios previstos nos RIs, bem como apontam algumas etapas importantes que devem ser
seguidas.
A pesquisa de Rieh et al. (2008) abordou uma série de questões importantes associadas
aos Ris, como:
as posições das pessoas envolvidas, o orçamento, os sistemas técnicos, as atividades
de investigação realizadas antes do estabelecimento de RIs, decisões sobre quais
tipos de documentos digitais incluir no RI, contribuintes, beneficiários, métodos de
avaliação e políticas que precisam ser considerados ou decididos durante o processo
Consideraram relevantes cinco questões. A primeira se refere às motivações e
propósitos a que servirá o RI, seguidos da seleção do sistema que será utilizado, depois as
políticas que serão observadas, que serviços serão oferecidos aos contribuintes e usuários
finais e, por fim, os desafios e barreiras à sustentabilidade (RIEH et al., 2008)
Como se observa, a literatura aponta que para o funcionamento do repositório não só
nas instituições de língua portuguesa como na inglesa é necessário levar em consideração não
só questões motivacionais, políticas de funcionamento, beneficiários e métodos de avaliação,
mas também como fator preponderante está o sistema que será utilizado e a escolha de um
software adequado, o que será abordado na próxima seção.
2.3 Softwares para a criação de repositórios
Sayão e Marcondes (2009) listam os softwares gerenciadores de RIs mais usados e/ou
mais conhecidos no país, são eles: DSpace, Eprints, Greeenstone, Nou-Rau e Fedora.
Para Rosa, Meirelles e Palacios (2011), o DSpace é o software mais utilizado na
construção de repositórios institucionais e suas principais caraterísticas são: software livre;
software
aberto; desenvolvido intencionalmente pa
armazenamento, preservação e disseminação de registros; permite a organização de dados de
comunidades/coleções.
Gibbons (2004 apud RIEH et al., 2008) indica que ao decidir sobre um sistema de RI,
as instituições devem levar muitos fatores diferentes em consideração, tais como: o quanto é
difícil usar a interface, se o sistema pode aceitar o formato do arquivo desejado, se é
compatível com a infraestrutura e competências tecnológicas e de pessoal da instituição.
996
�Rieh et al. (2008) citam pesquisas realizadas anteriormente por Piorun, Palmer e
Comes (2007) que desenvolveram um cartão de pontuação para avaliar e comparar três
produtos de software para RI (DSpace, ProQuest Digital Commons, e Open Repository).
Além de muitos dos fatores mencionados por Gibbons, este cartão de pontuação também
incorpora fatores relacionados a serviços específicos que eles gostariam de oferecer como
alimentação de dados e serviços de alerta e se a própria empresa de software, por exemplo,
oferece viabilidade econômica e referências de clientes.
A importância de considerar esses diversos fatores de seleção do sistema à luz da
comunidade acadêmica distinta de cada instituição, cultura de pesquisa e infraestrutura
tecnológica devem ser observados no momento de criação de um RI.
3 METODOLOGIA
Foi realizada uma revisão de literatura de trabalhos publicados sobre a construção de
repositórios institucionais em universidades federais, sendo selecionados quatro repositórios
institucionais, sendo um português e três brasileiros: Repositorium, da Universidade do
Minho, em Portugal (RODRIGUES et al., 2004); Universidade do Rio Grande Sul (CORRÊA
et al., 2012); Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) (SANTOS; SILVA,
2014); Universidade Federal da Bahia (ROSA; MEIRELLES; PALACIOS, 2011).
Rodrigues et al. (2004), da Universidade do Minho em Portugal, abordam o processo
mais acelerado e desenvolvido de sistemas de gerenciamento de repositórios e também grupos
de pesquisadores envolvidos com brasileiros na tentativa de produção colaborativa; Rodrigues
(2010) discorre sobre o Repositorium, já com quase sete anos de criação, onde considerou
como um repositório que já atingiu a maturidade e com uma longa experiência acumulada;
Rosa, Meirelles e Palacios (2011) mostram a Universidade Federal da Bahia como uma
instituição Brasileira que hoje é referência na área para povoamento de RI; Corrêa et al.
(2012), da Universidade do Rio Grande Sul, que reflete as inquietações e dificuldades de uma
instituição renomada e com produção científica diversificada por causa de seu campo
ampliado; Santos e Silva (2014) mostram a experiência da Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia (UFRB).
Na análise desses repositórios se identifica os relatos mais específicos dos processos
de implementação de repositórios, discutidos no próximo capítulo.
997
�4 RESULTADOS
As experiências na construção dos repositórios institucionais selecionados
(Repositorium, da Universidade do Minho, em Portugal; RI FURG da Universidade do Rio
Grande Sul; RI-UFRB da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia; RI-BAHIA da
Universidade Federal da Bahia) são analisadas com base nas informações coletadas nos
trabalhos publicados que relatam questões que devem ser seguidas para a criação de RIs como
veremos a seguir.
4.1 RepositoriUm Universidade do Minho
Do artigo produzido por Rodrigues et al. (2004) sobre este repositório, considera-se
pertinente destacar alguns pontos:
Foi escolhido o software Dspace para a construção deste R.I.;
Uma das estratégias utilizadas e que poderia ser classificado como vantagem nesse
processo de construção é a avaliação e planejamento das próximas fases. A fase de
teste é uma prática comum, segundo os autores;
A constatação a que chegaram Rodrigues et al. (2004) é a falta de consciência que
muitos autores têm do potencial desses sistemas;
A estratégia utilizada pelos autores é: realizar uma boa divulgação e promoção para
obtenção de sucesso na implementação do Repositório Institucional, por meio de
ações como: apresentações, reuniões, artigos etc. que proporcionaram a promoção
do repositório junto a instituição e do auto arquivamento das publicações, junto aos
docentes;
Citam a adoção de políticas formalmente constituídas para obrigação de depósito.
Além dessas características, ressalta-se alguns problemas que foram elencados por
Rodrigues et al. (2004, p.8):
as relacionadas com a propriedade intelectual e direitos de autor (copyright) dos
resultados da investigação e das publicações;
a adoção, promoção e envolvimento dos vários interessados, como sejam, as
próprias instituições, os produtores de investigação científica e as bibliotecas;
o controle de qualidade dos conteúdos dos repositórios e de que forma é que eles
poderão acrescentar valor à investigação como um todo e à sociedade em geral;
a forma como estes sistemas se devem enquadrar no sistema de comunicação
científica e acadêmica tradicional.
Os autores colocam como dificuldade observada durante a experiência:
998
�envolver esses atores nesse processo de construção.
4.2 RI FURG
Universidade Federal do Rio Grande
Do artigo de Corrêa et al. (2012), retirou-se a dificuldade encontrada e a solução
proposta:
dificuldade inicial da utilização de metadados de autores, devido às inconsistências
nas citações bibliográficas da Plataforma do Currículo Lattes, visto que a entrada
era conforme a escolha de cada autor. O artigo versa sobre a implantação do
catálogo de autoridades, utilizando-se o AACR2.
Os autores relatam que as
se restringem a uma única
et al., 2012);
Eles discutem a importância do catálogo decisório para a padronização dos mesmos
e nas considerações aborda a adoção do AACR2 como instrumento a ser
considerado para a implementação do Repositório Institucional.
4.2 RI-UFRB - Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)
Santos e Silva (2014) versam sobre a experiência de criação do repositório da UFRB,
sendo as informações mais pertinentes listadas abaixo:
O software utilizado é o Dspace;
Pode-se observar, pelo relato de Santos e Silva (2014), que a divulgação e
marketing são fatores a serem desenvolvidos para mobilizar o envolvimento dos
autores das pesquisas, no caso o corpo docente, para o autoarquivamento, como
divulgação e marketing, no sentido de sensibilizar as comunidades internas, a fim
de obter apoio, principalmente do corpo docente, quanto ao sistema de auto-
999
�4.4 Repositório Institucional da Universidade Federal da Bahia
Deste artigo de Rosa, Meirelles e Palacios (2011), tem-se as seguintes informações:
O software utilizado para criação desse repositório é o DSPACE;
A proposta foi apresentada como uma das alternativas possíveis para minimizar o
uso de cópias de livros disponibilizando a produção da Editora para acesso livre;
a necessidade de uma política sobre repositório e outras medidas para o uso de
acesso livre à produção científica;
um elemento importante, desde o momento de implantação, é o apoio do Centro de
Processamento de Dados, além de uma presença técnica contínua;
a criação de um espaço piloto para o repositório da UFBA mostrou-se importante
para testar o sistema e identificar os possíveis problemas para buscar soluções
adequadas. No caso desta Universidade, eles utilizaram o material da Editora;
os autores citam um aspecto a ser levado em conta que é a observação das
experiências já consolidadas. A UFBA utilizou a Universidade do Minho como
experiência;
outro aspecto destacado é sobre o entendimento dos pesquisadores para a
importância do repositório, fato destacado por Rosa, Meirelles e Palacios (2011,
p.138):
a comunidade científica tem que estar ciente da importância de sua participação
nesse processo, que requer adesão, entendimento do processo e suas possibilidades
e, acima de tudo, motivação, entendendo que a visibilidade, a acessibilidade e o
impacto serão as principais razões para incentivar essa comunidade.
5 DISCUSSÃO
Foram relacionadas quatro experiências de construção de repositórios institucionais de
universidades federais, permitindo conhecer as práticas utilizadas nesse processo de
implementação: RepositoriUm (Universidade do Minho); RI FURG (Universidade Federal
do Rio Grande); RI-UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) e Repositório
Institucional da Universidade Federal da Bahia.
É importante observar que para o Repositorium existem dois artigos, um na época de
sua construção e outro, após sete anos de sua construção, o que nos leva a analisar essa
evolução do repositório. Além disso, outros autores citam o primeiro artigo.
1000
�Dos resultados encontrados, podemos destacar sobre a necessidade observada e a
prática concretizada nas experiências analisadas nos RIs quanto ao envolvimento dos autores
e gestores, padronização de nomes de autores, política, apoio ao processamento de dados,
repositório piloto e observação de experiências já concretizadas, conforme apresentado no
Quadro 1.
Quadro 1
Experiências dos RIs: resultado quantitativo da pesquisa
EXPERIÊNCIAS
Envolvimento de
autores e gestores
no processo de
construção do
repositório
Necessidade de
padronização de
autores para o
repositório
Política de
repositório
Apoio do centro e
processamento de
dados
Espaço piloto para
testar o repositório
Observação de
experiências já
concretizadas
REPOSITORIUM
Necessidade
observada
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
RI-FURG
RI-UFRB
RI-BAHIA
Necessidade Necessidade
observada
observada
Prática
concretizada
Necessidade
Observada
Necessidade
Observada
Prática
concretizada
Utilização
da
experiência do
repositorium
De acordo com os resultados, em três repositórios (REPOSITORIUM, RI-UFRB e RIBAHIA) foram destacados o envolvimento dos autores e gestores como uma necessidade
observada.
Quanto à necessidade de padronização de autores, somente no RI-FURG foi
observada, devido a dificuldade inicial da utilização de Metadados de autores, uma vez que
havia inconsistências nas citações bibliográficas da Plataforma do Currículo Lattes, pois a
entrada era conforme a escolha de cada autor. Por este motivo, para este repositório
realizaram a implantação do catálogo de autoridades, utilizando-se o AACR2.
A necessidade de uma política para o repositório foi relatado para o RI-BAHIA.
1001
�O apoio do Centro de Processamento de Dados, assim como uma consultoria contínua
foi a necessidade observada para o RI-BAHIA. Isso se deu pelo fato da implementação de um
repositório exigir todo um aparato tecnológico, assim como sua manutenção.
A necessidade de criação de um espaço de testes piloto foi também apresentada pelo
RI-BAHIA. Neste caso, foi o material da editora.
Por último, também o RI-BAHIA demonstra a importância de observar outras
experiências.
Portanto, dos repositórios investigados, observa-se que o RI-BAHIA atende quatro dos
cinco requisitos de experiências destacados nesta pesquisa, enquanto os demais repositórios,
Repositorium, RI-FURG e RI-UFRB, atenderam apenas um dos quatro critérios.
Dessa forma, destaca-se a necessidade de maior atenção para a construção e
implantação de repositórios institucionais, a fim de se obter as vantagens desses recursos
informacionais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Basear-se nas experiências de outrem diminui os riscos de erros durante a estruturação
de repositórios, assim como possibilita a verificação de acertos que permitem um melhor
desempenho nas atividades desenvolvidas.
Neste trabalho verificou-se os aspectos críticos para um bom desempenho (por meio
dos artigos publicados) sobre os RIs de bibliotecas universitárias federais.
Conforme levantamento realizado, os aspectos observados neste estudo foram
referentes ao:
Envolvimento de autores e gestores no processo de construção do repositório.
Observou-se que três repositórios (Repositorium; RI-UFRB; RI-BAHIA) enfatizam
essa questão. Isso mostra a importância da união de forças entre pesquisadores (autores),
gestores institucionais e bibliotecários, pois as dificuldades que surgirem poderão ser melhor
solucionadas com o apoio e participação de todos, conforme apontado na literatura
retrospectiva:
Necessidades de padronização da nomenclatura de autores para o repositório.
Uma das dificuldades encontradas é relacionada a uniformização de autores;
Política de repositório;
Apoio do centro e processamento de dados da instituição.
1002
�Para criar um repositório é preciso aparato tecnológico que possibilite o
desenvolvimento do sistema. Por isso, é preciso que haja um setor interessado em dar suporte
a equipe de bibliotecários responsáveis pelo repositório.
Espaço piloto para testar o repositório;
Antes de disponibilizado para utilização é necessário fazer testes para verificar
possíveis erros que poderão ocorrer e assim evitar problemas futuros quando estiver
disponível. Uma das soluções encontradas por um dos repositórios, foi colocar o acervo da
editora para testes.
Observação de experiências já concretizadas.
O conhecimento obtido por meio da observação da prática de outros corrobora o que já
dissemos anteriormente: a diminuição de riscos e o melhor desempenho das atividades.
Dentre os desafios que podemos apontar encontram-se a capacidade dos gestores de
RIs em conseguir conquistar o compromisso institucional para a manutenção e ou ampliação
dos serviços ofertados pelos RIs.
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1004
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A construção de repositórios institucionais em bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Regiane Vanessa de Souza Baía da; Santos, Ana Cristina Gomes; Condurú, Marise Teles
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Reflete sobre a construção de repositórios institucionais de bibliotecas universitárias, por meio das experiências relatadas na literatura da Ciência da Informação observando os processos de construção de repositórios institucionais e reflete sobre o processo de construção de quatro repositórios analisados. Fundamentado na literatura da Ciência da Informação de autores que versam sobre as experiências na construção derepositórios. Foram relacionadas quatro experiências de construção de repositórios institucionais de universidades federais presentes em cinco artigos publicados que nos permite conhecer as práticas utilizadas nesse processo de implementação, onde destacam-se o envolvimento de autores e gestores no processo de construção do repositório; necessidade de padronização de autores para o repositório; política de repositório; apoio do centro e processamento de dados; espaço piloto para testar o repositório; observação de experiências já concretizadas. Outrossim, entre os repositórios observados, três deles tem como uma necessidade o envolvimento de autores e gestores no processo de construção do repositório. Conclui-se que basear-se nas experiências relatadas, diminui os riscos de erros e melhora o desempenho nas atividades desenvolvidas na construção de Repositórios Institucionais.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5489/SNBU2018_076.pdf
115ebde4802d6e75c61ea4962a85a832
PDF Text
Text
ESTRATÉGIAS PARA INCREMENTAR A DISPONIBILIZAÇÃO DE
ARTIGOS DE PERIÓDICOS EM REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
STRATEGIES FOR INCREASING THE PROVISION OF JOURNAL ARTICLES IN
INSTITUTIONAL REPOSITORIES
Resumo: Este trabalho aborda as estratégias adotadas para incrementar a disponibilização de
artigos de periódicos em repositórios institucionais, enfocando as ações realizadas pela equipe
do Lume, repositório digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para tal.
Apresenta uma breve abordagem sobre o papel dos repositórios institucionais na reformulação
e melhoria do processo de comunicação científica. Menciona, sucintamente, os desafios
enfrentados no povoamento dos repositórios, decorrentes das restrições impostas pela Lei de
Direitos Autorais vigente, e acerca do uso das licenças Creative Commons no que tange a
artigos de periódicos, bem como os recursos disponíveis para acesso às políticas das editoras e
às permissões concedidas para armazenamento e acesso aos artigos em repositórios
institucionais. Conclui que as iniciativas implementadas para o povoamento contínuo da
subcomunidade de artigos de periódicos no Lume têm se mostrado bastante eficazes, como
mostra o crescimento de depósitos, em mais de 14 mil artigos, entre 2010 e 2017, contribuindo
para proporcionar mais visibilidade à produção científica da UFRGS e para maximizar o seu
uso.
Palavras-chave: Repositórios institucionais. Artigos de periódicos. Acesso aberto.
Comunicação científica. Produção científica.
Abstract: This work addresses the strategies adopted in Lume (digital repository of Federal
University of Rio Grande do Sul - UFRGS) to increase the provision of journal articles in
institutional repositories. It briefly presents how institutional repositories contribute to the
improvement of the scientific communication process. It summarizes the challenges faced in
repositories population, due to the restrictions imposed by the current copyright law; the use
of Creative Commons license related to the journal articles; as well as the available resources
to find the publishing policies and authorizations for deposit and access of journal articles in
institutional repositories. It concludes that the adopted strategies to ongoing populating of
nity in Lume have been effective, leading to a growth of more than
979
�14 thousand items, between 2010 and 2017, allowing more visibility to scientific production
of UFRGS and maximizing its use.
Keywords: Institutional repositories. Journal articles. Open access. Scientific communication.
Scientific production.
1 Introdução
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), através do Sistema de
Bibliotecas (SBUFRGS), vem trabalhando sistematicamente na coleta e registro da produção
intelectual (PI) do seu corpo docente e técnico-administrativo, ao longo de 28 anos, quando
foi implantada a automação nas 31 bibliotecas. Dentre os objetivos desta iniciativa destacamse o controle bibliográfico institucional e a divulgação da PI.
Em 2001, foi implementada a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da UFRGS.
Com os avanços das tecnologias da informação e comunicação, o interesse e a necessidade de
ampliar a disponibilização e o acesso a outros tipos de publicações foi criado, em 2008, o
Lume, repositório institucional. Importante salientar que o Lume foi concebido como mais
uma ferramenta para ampliar a visibilidade e o acesso ao conteúdo da produção intelectual
institucional, com todas as vantagens proporcionadas pelos repositórios institucionais (RI),
uma vez que este trabalho já era realizado por meio do SABi, Sistema de Automação de
Bibliotecas.
Os repositórios surgiram na década de 1990, quando as revistas científicas eram o
principal meio de divulgação da produção científica de pesquisadores e universidades. Eles
podem, portanto, ser considerados como uma alternativa ou complemento à comunicação
científica tradicional, que se encontrava um pouco restrita e elitista devido aos altos custos de
publicação e aquisição por parte das bibliotecas e pesquisadores. (MARQUES; MAIO, 2007)
Em 2001, o Movimento pelo Acesso Aberto propôs duas estratégias para tornar as
publicações científicas acessíveis publicamente, via internet, sem qualquer custo e de forma
irrestrita, denominadas Via Verde e Via Dourada. A Via Verde é a do autoarquivamento,
consiste na disponibilização realizada pelos próprios autores de artigos científicos já
publicados ou aceitos para publicação, a partir da autorização expressa pelos editores. A Via
Dourada consiste na disponibilização de artigos publicados nos periódicos científicos
eletrônicos, cujo acesso aberto a seus conteúdos é garantido pelos próprios editores, no
momento da publicação.
980
�O número crescente de publicações disponíveis em acesso aberto na internet aumentou
as possibilidades de difusão e acesso à produção científica das universidades. A ampla
visibilidade proporcionada por esta exposição impulsiona a competitividade entre as
instituições, também de certa forma incentivada pelos rankings nacionais e internacionais das
universidades, que se utilizam de uma série de indicadores, dentre os quais a produção
científica institucional e a visibilidade da instituição na web.
O ritmo acelerado da produção de conhecimento preocupa as instituições e agências de
fomento. A ampla difusão evita gastos desnecessários com pesquisas repetitivas e possibilita
o uso dos resultados para acelerar os avanços da ciência. As universidades, institutos e centros
de pesquisa estão cada vez mais preocupados com isto e, em consequência, têm se
comprometido a implementar mecanismos para facilitar o acesso ao que está sendo
desenvolvido pelos seus pesquisadores.
Neste cenário, os RI desempenham um importante papel na reformulação e melhoria
do processo de comunicação científica, sobretudo ao incluírem também, artigos de periódicos
que, tradicionalmente, têm como finalidade primordial a divulgação dos resultados de
pesquisa para a comunidade científica e para a sociedade em geral.
Este trabalho apresenta as estratégias utilizadas para incrementar a disponibilização de
artigos de periódicos no Lume, com foco na metodologia adotada para povoamento desta
subcomunidade, que integra a comunidade Produção Científica. Está estruturado da seguinte
forma: a seção 2 aborda aspectos teóricos sobre comunicação científica; a seção 3 acerca de
direitos autorais e licenças de uso; a seção 4 trata sobre os artigos de periódicos no Lume e a
seção 5 traz as conclusões.
2 Comunicação científica
A grande quantidade de produção de conhecimento dentro das universidades faz com
que seja necessário, além da sua disseminação e uso, a sua preservação. De acordo com Leite
e Costa (2006) a comunicação científica demanda mecanismos que garantam a realização
efetiva de todos os processos relacionados com a produção até o uso do conhecimento
científico.
A rapidez com que a mudança científica e tecnológica é produzida atualmente tem
feito com que muitos dos resultados dos estudos publicados em canais formais de
comunicação estejam obsoletos quando são publicados. Em 2000, Campello assegurava que
981
�isto tem privilegiado o surgimento de novas formas de difusão do conhecimento científico,
principalmente graças aos meios de comunicação eletrônicos.
A mercantilização da informação pelas grandes editoras, para as quais os
pesquisadores entregam gratuitamente os resultados do seu trabalho, financiado com verbas
públicas das universidades ou das agências de fomento, para que retornem às universidades,
disponíveis a preços bastante elevados, levou ao surgimento do movimento em favor do
acesso aberto à informação. (SARMENTO et al., 2005)
Com a divulgação, as produções podem ser avaliadas por importantes indicadores que
considerem a quantidade e a qualidade da informação que o pesquisador comunica. No caso
dos pesquisadores acadêmicos, uma maneira de avaliar a produtividade é medindo a
quantidade de artigos de periódicos que publicam e uma forma de avaliar a qualidade da
produção científica consiste em determinar o grau de interesse que os outros têm pela
pesquisa. Esta última, mediante o número de citações que um trabalho recebe. A importância
de uma publicação é determinada por ser altamente citada durante um longo período de
tempo. Para que isto ocorra, devem estar associadas algumas características, como a
novidade da pesquisa, inserida em um campo em constante mudança, a absorção de conceitos
mais ou menos rápida e desenvolvimentos importantes. Podemos adicionar a tendência de
aumento nas citações de publicações em acesso aberto, livre de quaisquer restrições de acesso
e uso.
Os periódicos científicos, considerados canais formais de comunicação, têm sido o
principal meio utilizado pelos autores para a divulgação dos resultados parciais ou finais de
pesquisa. Esta preferência está relacionada ao prestígio que, historicamente, este tipo de
publicação proporciona à comunidade científica e a escolha desta opção depende, em grande
parte, da visibilidade alcançada a partir da publicação de um artigo em periódico.
Segundo Biojone (2001),
O periódico científico pode ser visto, portanto, como o canal formal utilizado no
processo de comunicação científica e os artigos científicos, neles inseridos, como a
forma definitiva de publicação dos resultados de pesquisa, que serão lidos e citados
pela comunidade científica. Para que esse processo de citação ocorra, os
pesquisadores procuram divulgar seus trabalhos em periódicos específicos de sua
área e também naqueles que gozam de prestígio internacional. Esses periódicos são
os que publicam artigos considerados de alta qualidade, realizados por
pesquisadores altamente qualificados, além de serem veículos que, normalmente, já
existem há um período de tempo determinado, que publica com pontualidade e de
peer review
dos
por pesquisadores de renome, citados frequentemente no meio acadêmico.
(BIOJONE, 2001, p.16)
982
�3 Direitos autorais e licenças de uso
O direito autoral constitui-se numa evidente dificuldade no processo de povoamento
dos RI.
A legislação que rege o direito autoral no país, Lei nº 9.610, de 19.02.1998, é clara
quanto ao direito exclusivo do autor de utilizar, usufruir e dispor da obra literária, artística ou
científica e depende de autorização prévia e expressa do autor a utilização da obra, por
quaisquer modalidades. Desde 2007, passou a ser discutida a reforma da Lei de Direitos
Autorais, muito defasada em relação aos avanços proporcionados pelas novas tecnologias da
informação e comunicação. Uma vez aprovada, a reforma possivelmente trará benefícios para
a criação e povoamento dos RI.
A Lei do Direito Autoral vigente caracteriza-se por dois tipos de direitos: os direitos
morais, que não são transferidos nem expiram, e os direitos patrimoniais, designados direitos
de exploração ou econômicos, que podem ser transferidos e têm uma validade de 70 anos
após a morte do autor.
No caso específico dos artigos de periódicos, objeto deste trabalho, os direitos autorais
representam, sem dúvida, um dos grandes desafios a serem vencidos para o povoamento dos
repositórios.
Os periódicos não publicados em acesso aberto, normalmente, detêm os direitos
patrimoniais dos artigos, ou seja, o autor transfere a exclusividade de publicação para o
periódico. Por esta razão é necessário que os gestores de RI se utilizem dos serviços que
reúnem e difundem as políticas das editoras e as permissões concedidas para armazenamento
e acesso aos artigos por meio dos repositórios digitais, para que as instituições não o façam
indevidamente, contrariando a legislação. Neste sentido, são disponibilizados alguns serviços,
tais como: Diadorim, que inclui revistas brasileiras; SHERPA/RoMEO, que inclui revistas
européias, canadenses, norte americanas e australianas; Dulcinea, para revistas espanholas, e
Blimunda, para as portuguesas. Além destes, há os serviços destinados aos autores para
publicação de artigos em acesso aberto como, por exemplo, SciELO; BioMed Central (BMC),
Public Library of Science (PLOS) e PubMed Central (PMC).
Os RI contribuem muito no sentido de zelar pelos direitos autorais, uma vez que, ao
proporcionarem ampla visibilidade à publicação de um autor, diminuem as chances do
mesmo ter seus direitos lesados.
983
�Há, ainda, as licenças Creative Commons (CC), que permitem socializar o
conhecimento sem tirar o direito do autor. São reconhecidas pelo marco jurídico do Direito
Autoral que regula o uso, impedindo a alteração e a comercialização do original. Respeitadas
as condições da licença utilizada na publicação, as pessoas que fazem uso da mesma ou a
redistribuem estão protegidas de quaisquer preocupações acerca de violação de direitos
autorais.
4 Artigos de periódicos no Lume
Os artigos de periódicos passaram a ser disponibilizados no Lume a partir de abril de
2010 e estão classificados como uma subcomunidade, dentro da comunidade Produção
Científica. Inclui artigos publicados em periódicos nacionais e estrangeiros de autoria e/ou
coautoria de docentes ou técnicos administrativos da UFRGS, organizados pelas grandes áreas
do conhecimento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq).
A estratégia adotada, inicialmente, com a finalidade de povoar esta subcomunidade
consistiu em enviar correspondência, por e-mail, a 557 editores de periódicos da coleção
SciELO e a 68 editores de periódicos editados na UFRGS solicitando autorização para
disponibilizar os artigos que eram produção intelectual da Universidade no Lume. Na época,
verificou-se certa resistência, por parte dos editores, em manifestar esta permissão, porém
com o passar do tempo e evidenciando-se os benefícios e visibilidade alcançada pelos
repositórios institucionais, esta barreira foi sendo vencida. Também, a utilização das licenças
CC agilizou a verificação das permissões de uso atribuída aos periódicos científicos
disponíveis no SciELO.
A partir da autorização dos editores e da verificação das licenças CC iniciou-se o
processo de identificação dos artigos disponíveis no SciELO e registrados como Produção
Intelectual (PI) na base SABi. A estratégia de busca utilizada, na base de dados virtual Artigos
de periódicos, pretendia identificar os artigos de periódico que são PI da UFRGS, que
possuíam link para o SciELO e que ainda não continham link para o Lume. A estratégia de
busca foi construída da seguinte maneira: (wpi=prod and wur=scielo) not wur=nrb. O Quadro
1 descreve os detalhes da busca realizada.
984
�Quadro 1 - Índices de busca para recuperação de artigos de periódicos na base SABi, com link para o
SciELO e sem link para o Lume
Índice de busca
Função
wpi
Recupera palavras do campo Produção intelectual, preenchido automaticamente pelo
- Classificação por áreas
de conhecimento do CNPq e 909 - Produção intelectual da instituição.
wur
Recupera palavras do campo 856 Localização eletrônica, neste caso específico, que
contenha na url de acesso ao documento eletrôni
que não
descartar aqueles registros bibliográficos nos quais já
foi incluído o endereço eletrônico do Lume.
Fonte: Formato SABi, baseado no Formato MARC 21, adotado pelo SBUFRGS para registro bibliográfico
O resultado da busca gerou um arquivo .txt, com os registros em formato de referência
bibliográfica, onde era possível identificar o número de sistema para abrir o registro no
catálogo das bibliotecas, disponível na web, acessar o link do SciELO, salvar o arquivo em
Portable Document Format - PDF, a fim de que o texto seja visualizado exatamente como
publicado na forma impressa ou mesmo eletrônica, e incluir outro campo 856 - Localização
eletrônica para acesso no Lume. O referido campo faz parte do formato adotado para
descrição bibliográfica do acervo do Sistema de Bibliotecas da UFRGS, definido com base no
Formato MARC 21, e implementado no sistema Aleph 500, utilizado para automação das
rotinas e serviços das bibliotecas.
Além da inclusão do link para o Lume, foram acrescentados, nos registros
bibliográficos, o título do artigo, o resumo e as palavras-chave atribuídas pelo autor nos
demais idiomas disponíveis na publicação, exceto aquelas em português pois, neste caso, o
bibliotecário responsável pela descrição temática o faz mediante o uso de vocabulário
controlado adotado pela biblioteca, conforme a área do conhecimento. Quando o artigo está
publicado também em outro idioma, o link foi incluído numa outra ocorrência do campo 856,
disponibilizando ao usuário todas as versões do documento. Estas versões são identificadas
para facilitar o acesso do usuário da seguinte forma: Texto completo, para aqueles que estão
em português, Texto completo (espanhol), Texto completo (inglês), entre outras. Esta
iniciativa representa uma das ações que visam à internacionalização do Lume, ampliando as
possibilidades de acesso ao seu conteúdo por pesquisadores de outros países.
A metodologia mostrou-se bastante satisfatória para incrementar o povoamento da
subcomunidade Artigos de Periódicos. Assim sendo, a estratégia de busca vem sendo
reproduzida com uma frequência trimestral, a fim de manter o Lume atualizado com os artigos
em acesso aberto, tanto da coleção SciELO como dos periódicos editados pela UFRGS. A
Figura 1 mostra o crescimento anual desta subcomunidade.
985
�Figura 1 - Número de artigos de periódicos incluídos no Lume, 2010-2017
Fonte: Lume, jan. 2018.
Passados oito anos e diante do acréscimo observado acima pode-se afirmar que a
estratégia adotada foi um sucesso. O fluxo contínuo de envio de arquivos, por parte das
bibliotecas, tem permitido que a coleção de artigos, de cada uma das áreas do conhecimento,
cresça de forma sistemática e sustentável, como ilustra a Figura 2.
Figura 2 - Número de artigos de periódicos no Lume, por área do conhecimento, 2010-2017
Fonte: Lume, jan. 2018.
Concomitantemente ao aumento da quantidade de artigos de periódicos, verificou-se o
crescimento das estatísticas de acessos e downloads, como ilustra a Figura 3.
986
�Figura 3 - Estatísticas de acessos e downloads de artigos de periódicos no Lume, 2010-2017
Fonte: Lume, jan. 2018.
Os acessos ao conteúdo do Lume são registrados sempre que o usuário navega pelo
repositório, mas os downloads não provêm necessariamente do acesso ao site. Em muitos
casos, acontecem por meio de provedores de serviços dedicados à coleta automática de
metadados de repositórios digitais que adotam o padrão de arquivos abertos. Porém, a maioria
dos acessos é realizada a partir de mecanismos de busca na internet como, por exemplo, o
Google. Isso explica o aumento do número de downloads ser maior que o de acessos em
alguns anos.
Os cinco países que mais efetuaram downloads foram: Brasil, China, Estados Unidos,
Alemanha e Portugal, Estes foram, também, os países que mais acessaram artigos de
periódicos, porém com uma mudança na ordem, ou seja, os Estados Unidos em segundo lugar
e a China em terceiro.
Em 2013, enfrentou-se o desafio de incluir os artigos de periódicos de PI disponíveis
no Portal de Periódicos CAPES. Foi proposta aos profissionais do SBUFRGS uma estratégia
para identificar os direitos e licença de uso manifestada pelos editores permitindo ou não e em
que condições, a disponibilização de artigos de periódicos em repositórios institucionais. A
solução encontrada foi treinar e orientar os bibliotecários responsáveis pelo registro da PI
publicada em artigos de periódicos no SABi acerca dos recursos disponíveis para identificar as
políticas estabelecidas pelas editoras dos periódicos.
Após o treinamento dos profissionais, no qual foram abordados tópicos referentes a
direitos autorais, licenças CC, sistema de cores que categorizam as políticas editoriais segundo
987
�a permissão de armazenamento dos artigos em RI, e a apresentação dos serviços que reúnem e
difundem as políticas das editoras, as bibliotecas começaram a verificar as permissões no
momento do registro do artigo na base SABi e, quando permitida a sua disponibilização em
RI, recuperavam o texto completo do artigo e encaminhavam para inclusão no Lume. Várias
bibliotecas também iniciaram o processo de digitalização e disponibilização dos artigos de PI
do acervo retrospectivo, propiciando maior visibilidade, não somente aos artigos novos,
publicados originalmente em meio eletrônico, bem como à imensa e valiosa coleção de artigos
de periódicos disponíveis apenas na forma impressa nos seus acervos.
5 Conclusões
Os RI têm se dedicado a tornar o acesso aberto uma realidade. Os dados de inclusão de
artigos de periódicos, no Lume, confirmam uma mudança na qual pode ser observada a
cultura de acesso menos restritivo à literatura científica. No entanto, há muito por fazer
quando se trata de acesso aberto à literatura científica para promover de forma mais eficiente e
eficaz e divulgar mais amplamente o vasto volume de informação científica produzido, com a
finalidade de desenvolvimento da ciência e progresso da humanidade.
A democratização do conhecimento faz parte do processo de desenvolvimento social e
democratizá-lo significa torná-lo disponível para todos. Apesar do aumento significativo no
acesso à informação, ainda são impostas inúmeras barreiras pelos editores comerciais, órgãos
de fomento e pelas próprias universidades e institutos de pesquisa, que privilegiam a
publicação em periódicos de acesso restrito, para os quais é atribuído maior prestígio. As
ações realizadas decorrem da necessidade do compartilhamento da produção pela comunidade
científica, com vistas à socialização do conhecimento.
As estratégias adotadas para ampliar a disponibilização de artigos de periódicos no
Lume têm se mostrado bastante eficazes e, sem dúvida, têm contribuído para proporcionar
mais visibilidade à produção científica da UFRGS, maximizando o seu uso.
Referências
BIOJONE, M. R. Forma e função dos periódicos científicos na comunicação da ciência.
2001. 107 f. Dissertação (Mestrado) Ciências da Informação e Documentação. Universidade
de São Paulo, São Paulo, 2001.
988
�CAMPELO, B. S. Pesquisas em andamento. In: FONTES de informação para
pesquisadores e profissionais. Belo Horizonte: UFMG, 2000. p. 49-54.
LEITE, F. C. L.; COSTA, S. M. S. Repositórios institucionais como ferramentas de gestão do
conhecimento científico no ambiente acadêmico. Perspectivas em ciência da informação,
Belo Horizonte, v. 11, n. 2, maio/ago. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/pci/v11n2/v11n2a05.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2017.
MARQUES, A. M. N.; MAIO, S. R. S. Repositórios institucionais. 2007. Disponível em:
<https://pt.scribd.com/document/159833744/Artigo-Repositorios-Institucionais#scribd>.
Acesso em: 28 dez. 2017.
SARMENTO, F. et al. Algumas considerações sobre as principais declarações que
suportam o movimento Acesso Livre. 2005. Trabalho apresentado no 9º World Congress
on Health Information and Libraries, Salvador, 2005. Disponível em:
<http://hdl.handle.net/1822/4282>. Acesso em: 8 jan. 2018.
989
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Estratégias para incrementar a disponibilização de artigos de periódicos em repositórios institucionais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Pavão, Caterina; Costa, Janise Silva Borges da; Horowitz, Zaida; Ferreira, Manuela Klanovicz; Behr, André
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho aborda as estratégias adotadas para incrementar a disponibilização de artigos de periódicos em repositórios institucionais, enfocando as ações realizadas pela equipe do Lume, repositório digital da Universidade Federal do Rio Grande do Sul para tal. Apresenta uma breve abordagem sobre o papel dos repositórios institucionais na reformulação e melhoria do processo de comunicação científica. Menciona, sucintamente, os desafios enfrentados no povoamento dos repositórios, decorrentes das restrições impostas pela Lei de Direitos Autorais vigente, e acerca do uso das licenças Creative Commons no que tange a artigos de periódicos, bem como os recursos disponíveis para acesso às políticas das editoras e às permissões concedidas para armazenamento e acesso aos artigos em repositórios institucionais. Conclui que as iniciativas implementadas para o povoamento contínuo da subcomunidade de artigos de periódicos no Lume têm se mostrado bastante eficazes, como mostra o crescimento de depósitos, em mais de 14 mil artigos, entre 2010 e 2017, contribuindo para proporcionar mais visibilidade à produção científica da UFRGS e para maximizar o seu uso.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5486/SNBU2018_075.pdf
b0bff6981fa5e38aa69f388df92cd6c8
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COMUNICAÇÃO E MARKETING NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA:
ALIADOS ESTRATÉGICOS
COMMUNICATION AND MARKETING IN THE UNIVERSITY LIBRARY:
STRATEGIC ALLIES
Resumo: As bibliotecas enquanto centros de informação precisam gerir a disseminação
informacional, e para planejar esta gestão a comunicação é um dos pontos essenciais.
Problemas com a comunicação, seja externa ou interna, podem acarretar retrabalhos e
prejuízos para a administração que, no caso de bibliotecas inseridas em instituições públicas,
lidam com verbas controladas por uma administração governamental e respondem para a
sociedade por seus atos. As bibliotecas universitárias, neste cenário de avanços tecnológicos
de toda ordem e do desenvolvimento das redes, estão revendo os processos e adequando os
produtos e serviços para atender necessidades e gerar satisfação a um usuário cada vez mais
exigente e, para incorporar novas práticas de gestão, a gestão da comunicação e do marketing
tem que estar presente. Este artigo é um relato de experiência que se propõe apresentar a
constituição e as atividades desenvolvidas pela Comissão de Comunicação e Marketing,
criada na biblioteca de uma universidade federal como resposta a demandas desta área. Esta
comissão tem por objetivos o planejamento, organização e coordenação de ações de
comunicação e marketing, no âmbito da biblioteca.
Palavras-chave: Comunicação. Marketing. Bibliotecas Universitárias - marketing.
Abstract: Libraries as information centers need to manage information dissemination, and to
plan this management communication is one of the essential points. Problems with
communication, whether external or internal, can lead to rework and damage to the
administration that, in the case of libraries in public institutions, deal with funds controlled by
a government administration and respond to society for their actions. University libraries, in
this scenario of technological advances of all kinds and the development of networks, are
reviewing processes and adjusting products and services to meet needs and generate
satisfaction for an increasingly demanding user, and to incorporate new management
practices, the management of communication and marketing has to be present. This article is
an experience report that proposes to present the constitution and activities developed by the
Communication and Marketing Commission, created in the library of a federal university in
response to the demands of this area. The purpose of this committee is to plan, organize and
coordinate communication and marketing activities within the library.
965
�Keywords: Communication. Marketing. University Libraries - marketing.
1 INTRODUÇÃO
Toda e qualquer organização depende da comunicação para alcançar eficiência dos
seus serviços. De modo geral, a comunicação se dá com a interação dos indivíduos, por meio
das mensagens. As organizações lidam com informação de todo tipo, em muitos casos é seu
insumo, produto e serviço. Mas informar não é comunicar. Informar é via de mão única, é
entrega ou recebimento, não troca. A informação é recebida, e dependendo do entendimento
de seu receptor, a comunicação se efetivará, ou não.
As bibliotecas enquanto centros de informação precisam gerir a disseminação
informacional, e para planejar esta gestão a comunicação é um dos pontos essenciais.
Problemas com a comunicação, seja externa ou interna, podem acarretar retrabalhos e
prejuízos para a administração que, no caso de bibliotecas inseridas em instituições públicas,
lidam com verbas controladas por uma administração governamental e respondem para a
sociedade por seus atos.
Contemporaneamente as mudanças tecnológicas e a globalização impuseram ao
ambiente organizacional adaptações para continuarem no mercado competitivo. Este
movimento não trouxe reflexos só para o setor produtivo, mas também para as bibliotecas, e
especialmente para as bibliotecas universitárias.
As bibliotecas universitárias, neste cenário de avanços tecnológicos de toda ordem e do
desenvolvimento das redes, estão revendo os processos e adequando os produtos e serviços
para atender as necessidades e gerar satisfação a um usuário cada vez mais exigente e, para
incorporar novas práticas de gestão, a gestão da comunicação e do marketing tem que estar
presente.
Este artigo é um relato de experiência que se propõe apresentar a constituição e as
atividades desenvolvidas pela Comissão de Comunicação e Marketing (CCM), criada na
Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina (BU/UFSC), como
respostas as demandas desta área. Iniciando o relato com uma breve busca por conceitos
fundantes de comunicação e de marketing, seguido da metodologia utilizada na criação da
Comissão, as atividades desenvolvidas pela mesma e as pretensões futuras.
966
�2 COMUNICAÇÃO E MARKETING
Neste artigo não se buscou uma revisão da literatura da área, mas encontrar os
principais teóricos do vasto campo da Comunicação e do Marketing, com o objetivo de iniciar
a comissão na busca dos conceitos fundantes de sua atuação na biblioteca.
Comunicação como conceito, pode ser entendida como um processo de interação
social através de símbolos e sistemas de mensagens que produzimos, como parte da atividade
humana (MARCONDES FILHO, 2014).
A comunicação acontece na troca, na interação, gera entendimento, criação e retorno.
comunicar consiste em compartilhar com o outro. Simplesmente não há vida individual e
Algumas das mudanças que as tecnologias da informação proporcionaram à sociedade
foram o imediatismo, abundância e meios de distribuir a informação. Todavia, esta facilitação
não resulta necessariamente em comunicação, que só ocorrerá se efetivar o entendimento da
informação enviada.
Os receptores da informação lidam com um fluxo intenso de informação vindo de
meios facilitadores, como a popularização dos aparelhos ligados a rede Internet. Este fluxo
requer discernimento ao receptor, que na maioria das vezes não assimila a mensagem, por
uma variedade de motivos, como abundância, choque cultural ou mesmo por dificuldade
cognitiva. A interatividade não é necessariamente comunicação. Um dos desafios decorrentes
deste imediatismo, abundância da informação e de seus meios, tem sido conseguir
proporcionar eficácia na comunicação, em todos os âmbitos.
Wolton (2004) salienta que na nossa contemporaneidade os receptores são diferentes,
e um dos maiores desafios da atualidade será com respeito à diversidade cultural, pois esta
influencia diretamente no entendimento da informação. A diversidade cultural é um dos
pontos, e somados aos graus de instrução, ideologias, erudição e realidade social, tornam estes
desafios maiores e os estudos da comunicação prementes em nossa sociedade.
As bibliotecas são organizações que lidam diretamente com estes desafios.
Responsáveis por gerir a informação em vários suportes, atendem um público, externo e
interno, cada dia mais exigente em toda sua diversidade, e precisam trabalhar a comunicação
em suas várias formas e meios.
967
�Mesmo em organizações que não visam lucro, a gestão da comunicação se faz
necessária para a qualidade dos serviços oferecidos e a diminuição dos desperdícios, tanto de
tempo como de verbas.
Uma das formas de gerir a comunicação é aplicando teorias e modelos criados neste
sentido. Temos em Krunsch (2003), um modelo de comunicação organizacional que engloba
todo tipo de comunicação que ocorrem em uma organização. Utilizando-se das conceituações
destacadas pela autora, pode-se entender como:
a) Comunicação administrativa a que acontece dentro da organização, nos seus fluxos
informacionais diários atendendo as funções administrativas;
b) Comunicação interna deve ser um setor com planejamento que visa gerenciar toda
interação entre a organização e seus colaboradores, utilizando-se de ferramentas
comunicacionais;
c) Comunicação mercadológica é toda produção comunicativa utilizada para divulgar os
produtos e serviços, se vincula ao setor de marketing que deve gerenciar este tipo de
comunicação;
d) Comunicação institucional gerencia a identidade da organização para a sociedade, é o lado
público e político da organização.
O gerenciamento destas comunicações, de forma integrada, auxilia na eficiência dos
serviços oferecidos pela organização e potencializa o planejamento estratégico. Destacando a
comunicação mercadológica, vemos a importância do setor de marketing de uma organização,
pois encontra-se neste a ligação direta com os utilizadores dos serviços prestados.
De forma amplificada, marketing é a busca da satisfação do cliente, empregando-se
métodos e técnicas para antever as suas necessidades. A maioria dos conceitos trazem este
termo ligado à vendas, mas ele é utilizado para todo tipo de negócio que envolva oferta de
produtos, serviços ou ideias, não essencialmente ligados ao lucro.
e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e que desejam com a criação, oferta e
definido como uma área do conhecimento que
[...] engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a
satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores visando alcançar
determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o
ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem estar da
sociedade.
.
968
�Nas bibliotecas a comunicação e o marketing acontecem mesmo sem a consciência de
sua utilização, pois quando são criados produtos, serviços ou atividades que visam satisfazer
aos usuários, percebem-se as aplicações relacionadas à estas áreas. A aplicação das teorias da
comunicação e do marketing, em bibliotecas, pode fornecer um conjunto de técnicas e
instrumentos amplamente testados para identificação das necessidades e preferências do
usuário. Para Silveira (1987, p. 23):
O marketing é um elemento vital na função de planejamento do administrador e na
criação do futuro. Sua função, quando empregada da forma ideal, permanece antes,
durante e depois das mudanças planejadas. O marketing é um instrumento de
planejamento que ajuda a dar forma a visão, testa sua viabilidade, inicia e depois
modifica sua operação. Quando usado conscientemente e com habilidade, o
marketing pode manter a biblioteca numa posição visível e relevante.
Quando uma biblioteca tenta influenciar o comportamento do seu público, já está
envolvida em processos de comunicação e de marketing. A BU/UFSC, não é diferente. É uma
biblioteca que se caracteriza como instituição sem fins lucrativos e a direção da biblioteca
reconhece a importância de aperfeiçoar a comunicação e o marketing para dar visibilidade e
qualificação dos produtos e serviços à comunidade usuária.
KOTLER (1978, p. 20), aponta que:
[...] toda organização é uma aglutinação proposital de pessoas, matérias e
instalações, procurando alcançar algum propósito do mundo exterior. Para sobrevier
e ser bem sucedida, a organização deve atrair recursos suficientes, converter esses
recursos em produtos, serviços e ideias e distribuir esses produtos a vários públicos
consumidores.
A BU/UFSC, por meio de sua estrutura organizacional, sempre buscou atender as
necessidades de seus usuários, criando produtos e serviços para satisfazê-los. Mesmo sem
estrutura sistematizada ou uma dinâmica consciente, já utilizava os métodos e conceitos da
comunicação e do marketing.
Em 2016, após a verificação da necessidade de se organizar as atividades concernentes
a estas áreas, criou-se a Comissão de Comunicação e Marketing da BU/UFSC. A Comissão
coloca em prática, de maneira formal, a preocupação da BU/UFSC no que se refere a
qualidade da comunicação e ações de marketing junto a sua comunidade interna de usuários, e
com um grande contingente de usuários externos que usufrui do sistema para estudos e
pesquisa.
969
�3 METODOLOGIA DE CRIAÇÃO
A CCM iniciou seus trabalhos em 02 de março de 2016, na BU/UFSC. Foi instituída e
atualizada pelas portarias nº 1146/2016/GR e nº 403/2017/GR, respectivamente. A ideia de
formalizar a CCM partiu da Comissão de Gestão do Conhecimento (CGC) da BU, que ao
implementar o Framework GC@BU126 percebe a necessidade de organizar uma comissão
neste sentido,
.
Constituída por servidores com formação em diversas áreas, e em parceria com a
Agência de Comunicação da UFSC (AGECOM), atualmente está sob a coordenação de uma
bibliotecária da instituição, com a participação da Diretora da BU/UFSC, uma docente
representando o curso de Biblioteconomia do CED/CIN/UFSC127, um representante da
AGECOM, servidores e chefias das Bibliotecas Setoriais do Sistema, e alguns bolsistas.
A comissão tem por objetivos o planejamento, organização e coordenação das
seguintes ações de comunicação e marketing no âmbito da BU/UFSC: campanhas educativas;
divulgação de produtos e serviços; pesquisas de opinião de usuários; definição e
acompanhamento da presença digital; exposições e eventos; desenvolvimento da comunicação
visual; assessoria em eventos de outras unidades da UFSC, bem como da comunidade
externa, realizados na BU.
4 AÇÕES COORDENADAS PELA COMISSÃO
Para atender os objetivos traçados pela comissão, fez-se necessário o planejamento de
ações estratégicas, que têm abrangência significativa e se efetivam nas atividades
desenvolvidas pela comissão. Salienta-se que algumas destas atividades não foram criadas no
âmbito da comissão, mas posteriormente passaram a ser coordenados por ela ou receberam
atualizações e melhorias, para dar prosseguimentos e encaminhar as ações. Todas serão
descritas nas subseções, que seguem.
4.1 Amigo
da Biblioteca
Tem como objetivo prestar homenagem e registrar reconhecimento à pessoa física ou
jurídica que se destacaram no apoio e na promoção da BU/UFSC. Formalizado pelo Projeto
de extensão nº 2015.7612. Este projeto foi criado pela CGC e posteriormente a coordenação
126
É resultado de uma tese de doutorado. Seu uso consiste na aplicação de três módulos, além de um plano de
fundo que reconhece a BU como um Sistema Adaptativo Complexo. A CGC e o Framework GC@BU
encontram-se disponíveis em: <http://gestaodoconhecimento.bu.ufsc.br/>.
127
Centro de Ciências da Educação/ Departamento de Ciência da Informação/UFSC.
970
�passou para a CCM. Sem periodicidade definida, pode acontecer conforme ocorram as
indicações.
As sugestões de homenageados podem partir de um servidor ou setor da biblioteca, e a
indicação passa pela CCM para ser homologada.
A cerimônia de premiação pode ser atrelada a algum evento ou ser organizada de
forma priorizada, com a data sendo definida conforme necessário.
O projeto possui uma identidade visual, criada para representar a gratidão pelo apoio
recebido. Na cerimônia de premiação faz parte do rito entregar uma medalha e um certificado
ao homenageado.
projeto128.
4.2
Boletim informativo interno com encaminhamento semanal de notícias relevantes aos
servidores, disponibilizado nos e-mails institucionais e murais da BU/UFSC, todas as terçasfeiras. As notícias são enviadas pelos servidores para a equipe de editoração, que faz o
tratamento necessário e distribuição por data e relevância.
A criação deste informativo veio em resposta a necessidade de liberar a caixa de
entrada do e-mail institucional, abarrotada com todo tipo de comunicado geral, bem como
solucionar falhas na comunicação interna.
4.3 Bibliotecentros
Trata-se de uma comissão permanente de bibliotecários responsáveis por Centros de
Ensino e pelos Cursos de Educação a Distância (EaD), atuando na promoção dos serviços da
BU/UFSC, visando ampliar a participação da BU/UFSC no atendimento às demandas de
informação da comunidade universitária. Foi criada a partir da CCM, mas possui coordenação
própria.
Utilizando-se de um plano de trabalho, os bibliotecários agem diretamente nos centros
de ensino oferecendo os serviços da BU e buscando entender as demandas de cada centro. As
atividades desta comissão se desenvolvem durante o ano letivo. A comissão faz reuniões
trimestrais e compartilha os resultados e necessidades dos centros, para buscar estratégias de
melhores atendimentos.
128
Disponível em: <http://portal.bu.ufsc.br/servicos/eventos/amigo-da-biblioteca-projeto-de-extensao-no-20157612/galeria-dos-homenageados/>
971
�4.4 Bom Dia Biblioteca
nº
2015.7474. São realizados encontros presenciais, em formato de apresentação expositiva em
que são exibidas as atualizações e inovações em serviços, efetuadas por determinado setor da
biblioteca. Posteriormente é realizada uma confraternização da equipe. Tem por objetivo o
registro do conhecimento, por meio do compartilhamento de experiências, estimulando o
aprendizado organizacional e a reflexão sobre os processos da BU/UFSC.
As contribuições deste projeto são percebidas de diversas formas: na maior
visibilidade dos serviços; no auxílio ao planejamento estratégico; nas mudanças na visão dos
servidores aos serviços oferecidos; no reconhecimento das inovações pelos demais servidores;
na divulgação das melhores práticas proporcionando um contínuo aprender e transformando a
BU/UFSC em um sistema pró-ativo.
O projeto não tem periodicidade definida, ocorrendo na medida em que cada setor ou
coordenadores de serviços sentem a necessidade de apresentar as inovações. Possui identidade
visual própria, utilizada nos convites e no banner exposto no dia do evento.
4.5 Calendário de eventos
Criação de um calendário/agenda, para uso interno, com datas comemorativas que
podem ser utilizadas em ações, indicativo de reuniões, notas sobre eventos e inicio da
organização de cada ação durante o ano letivo, pautado no calendário acadêmico da UFSC.
Este calendário auxilia os servidores no desenvolvimento de ações relacionadas à
datas especiais, além de permitir anotações de compromissos e lembretes.
4.6 Exposições e promoções de acervos
Os espaços da BU/UFSC são utilizados constantemente para expor temáticas, projetos,
exibir obras de arte, entre outras ações culturais e educativas. Estas ações são coordenadas
pela CCM, conforme vão surgindo ideias ou demandas.
As promoções de acervo são criadas para chamar atenção à determinada temática e aos
acervos disponíveis na BU/UFSC, utilizando-se de exposições criativas. Já as exposições são
organizadas conforme as demandas que surgem, tanto interna como da comunidade. As
propostas são aceitas desde que ofereçam ligação com o ensino, pesquisa e extensão, tríplice
máxima que fundamentam a universidade.
972
�Algumas exposições advêm de projetos, como o Colecionismo129, projeto de extensão
nº 2014.0005, que tem por objetivo promover e criar possibilidades de difusão de
modalidades de colecionismo, ampliando o papel didático e pedagógico da BU para além das
disponibilidades de acessos aos seus diferentes tipos de acervos bibliográficos. Neste projeto a
comunidade interna ou externa da biblioteca é convidada a participar diretamente, expondo
suas coleções particulares. O projeto apresenta logo, utilizada nos cartazes ao expor uma nova
edição.
4.7 Livros, Câmera, Ação!
Esta ação consiste na exibição de filmes, durante uma semana, todos os meses, no
período do meio dia, conjuntamente com promoções do acervo de livros que sigam a mesma
temática. A temática de cada semana é escolhida por votação dos usuários via fanpage da BU,
a partir de uma lista disponibilizada previamente pela CCM.
O
bem como materiais bibliográficos relacionados com a temática de cada semana, e
proporcionar um espaço de vivência cultural aos usuários. O projeto tem logo própria
utilizada na divulgação dos filmes.
4.8 Manual do usuário
Elaboração e eventual atualização de um manual básico explicitando os serviços
oferecidos pela BU/UFSC, de forma prática e de fácil entendimento, para servir como um
guia das primeiras utilizações dos serviços. Disponibilizado de forma on-line, no repositório
da BU.
4.9 Marcadores informativos
Criação de marcadores de páginas atrativos (Foto 1), com informações importantes,
para os usuários da biblioteca. Estes marcadores são utilizados na educação dos usuários, pois
dão acesso a códigos QR (código de barras que pode ser escaneado por celulares) de manuais,
endereços do portal da BU/UFSC, endereço de redes sociais e demais informações relevantes.
129
http://portal.bu.ufsc.br/servicos/eventos/colecionismo-na-biblioteca/
973
�Foto 1
Marcadores de página Corujas
Fonte: criado pelas autoras em 2017.
4.10 Recepção aos calouros
Série de ações voltadas ao recebimento dos novos alunos dos cursos da UFSC, para
um acolhimento mais receptivo com exposições, promoções de acervos, capacitações, visitas
guiadas, distribuição de marcadores de páginas e manuais de usuários, entre outras ações
específicas para o início dos semestres letivos.
4.11 Sinalizações
Verificação das necessidades de sinalizações físicas no ambiente das bibliotecas, com
atenção as questões de acessibilidade. A Comissão operacionaliza as demandas e encaminha
para execução.
4.12 Semana Nacional do Livro e da Biblioteca
Ações específicas para celebrar a Semana Nacional do Livro e da Biblioteca (SNLB).
Uma semana de comemorações de caráter cultural e popular com o objetivo de promover a
leitura, o livro e as bibliotecas.
É criada uma programação com exposições, palestras, capacitação, exibição e debate
de filmes, apresentações artísticas, contação de histórias, entre outras ações elaboradas para o
evento, amplamente divulgadas na comunidade acadêmica.
974
�4.13 Web TVs
TVs distribuídas nas bibliotecas do sistema, com vídeos informativos sobre os serviços
oferecidos pelas bibliotecas, bem como vídeos educativos e convites para eventos.
Projetos em desenvolvimento:
4.14 Campanha Gênios pensando
Visa educar os usuários para baixar o tom de voz em respeito aos que precisam de
propõe educar os usuários a respeitar os espaços da biblioteca, baixando o tom de voz e assim
permitir um ambiente tranquilo para estudos. A intenção é evitar proibições radicais, ao
entender que os espaços oferecidos na biblioteca são fluidos, de uso constante para toda forma
de aprendizado, seja internalizado na leitura ou explanado num diálogo.
Esta campanha está em fase de finalização da identidade visual e elaboração do
projeto gráfico.
4.15 Identidade visual
Projeto que está sendo desenvolvido com o apoio do Laboratório de Orientação da
Gênese Organizacional (LOGO/UFSC) e o setor de Identidade Visual (AGECOM/UFSC).
Visa atualização da identidade visual da BU/UFSC, melhorando as aplicações gráficas da
marca, bem como uma modernização visual, com a ressalva de manter suas origens
representativas.
4.16 Memória fotográfica servidores BU
Objetiva criar um registro fotográfico de todos os servidores da BU/UFSC, para
guardar na Memória BU e possivelmente, de acordo com a autorização de uso de imagem
assinada por cada um, utilizar em vídeos e campanhas internas da BU. Este projeto será
realizado em parceria com fotógrafos profissionais da AGECOM.
A Biblioteca é uma entidade ativa e para tanto é necessário dar continuidade nas ações
estratégias sempre alinhada com o que vem auxiliar a totalidade de sua comunidade. Deste
modo, a seguir apresentam-se algumas considerações da comissão para serem implantadas
paulatinamente na BU/UFSC.
975
�5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
A CCM foi instituída com o objetivo de atender as demandas da BU nesta área. Com a
ausência de um setor específico para atender estas necessidades e a dificuldade de se
formalizar um na velocidade que a realização das tarefas afetas exigem, a comissão foi a
solução mais eficaz. Entretanto, tem-se consciência de que a institucionalização de um setor
deverá estar num futuro breve da BU, e a própria atuação da comissão contribui para a
fundamentação desta necessidade.
Neste primeiro ano de atuação a comissão atendeu as demandas conforme surgiram
ao mesmo tempo em que verificava a necessidade de estruturar-se, buscar fundamentação
teórica e definir seu papel perante a instituição. É composta, na sua grande maioria, por
servidores da própria BU/UFSC, e muitas das ações ou projetos criados terminam por ser
executados por membros da própria comissão. Esta dinâmica por vezes causa confusão para
entender o papel da mesma.
A estruturação e o planejamento fazem-se necessários para um melhor desempenho
das funções concernentes a esta comissão, bem como a delimitação teórica dos termos
comunicação e marketing, para que possam pautar as ações desenvolvidas pela comissão.
Neste contexto, a comissão entende que a busca de um conjunto de ações,
harmonizadas com o planejamento estratégico da biblioteca, se faz necessário visando a
construção de um plano para gerir a comunicação organizacional desta instituição.
Um plano de comunicação e de marketing deve ser elaborado e funcionará como um
ponto de referência, podendo ser adaptado a realidade da instituição. Acabará por dirimir o
peso de novas decisões, evitando assim seguir por caminhos completamente diferentes
daqueles que se planejou inicialmente. É este o caminho que a comissão deve seguir.
REFERÊNCIAS
MARCONDES FILHO, C. Dicionário da comunicação. 2. ed. rev. ampl. São Paulo: Paulus,
2014. 496 p.
KOTLER, P. Administração de marketing: a Edição do Novo Milênio 10ª Edição - São
Paulo Ed. Prentice Hall 2000.
SILVEIRA, A. - Marketing em serviços de informação: textos selecionados. Brasília:
IBICT, 1987.
976
�KUNSCH, M.M.K. Planejamento de relações publicas na comunicação integrada. 4. ed.
rev. São Paulo: Summus Editorial, 2003. 417p. (Novas buscas em comunicação ; V. 17).
LAS CASAS, A.L. Plano de marketing para micro e pequena empresa. São Paulo, SP :
Editora Atlas, 1999.
WOLTON, D. Pensar a comunicação. Brasília, DF: Ed. da UnB, 2004. 544p.
(Comunicação).
977
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Comunicação e marketing na biblioteca universitária: aliados estratégicos.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ordovás, Gleide Bitencourte José; Pinto, Marli Dias de Souza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas enquanto centros de informação precisam gerir a disseminação informacional, e para planejar esta gestão a comunicação é um dos pontos essenciais. Problemas com a comunicação, seja externa ou interna, podem acarretar retrabalhos e prejuízos para a administração que, no caso de bibliotecas inseridas em instituições públicas, lidam com verbas controladas por uma administração governamental e respondem para a sociedade por seus atos. As bibliotecas universitárias, neste cenário de avanços tecnológicos de toda ordem e do desenvolvimento das redes, estão revendo os processos e adequando os produtos e serviços para atender necessidades e gerar satisfação a um usuário cada vez mais exigente e, para incorporar novas práticas de gestão, a gestão da comunicação e do marketing tem que estar presente. Este artigo é um relato de experiência que se propõe apresentar a constituição e as atividades desenvolvidas pela Comissão de Comunicação e Marketing, criada na biblioteca de uma universidade federal como resposta a demandas desta área. Esta comissão tem por objetivos o planejamento, organização e coordenação de ações de comunicação e marketing, no âmbito da biblioteca
Language
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5481/SNBU2018_074.pdf
c621e1bfa3cd6d0cfc5cbcd8db710298
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Eixo I
Inovação e Criação
DEMONSTRATIVO DAS AÇÕES PARA O ATENDIMENTO AO NOVO
INSTRUMENTO DO INEP/MEC: ADEQUAÇÕES DA BIBLIOGRAFIA, SERVIÇOS
E RECURSOS DIGITAIS EM UMA IES
DEMONSTRATION OF ACTIONS FOR THE SERVICE OF THE NEW DOCUMENT OF
INEP/ MEC: ADDITIONS TO THE BIBLIOGRAPHY, SERVICES AND DIGITAL
RESOURCES IN AN IES
Resumo: Motivado por novos cenários, o INEP/MEC recentemente publicou uma versão do
instrumento de avaliação de cursos superior causando inúmeras incertezas diante das
mudanças propostas. Fomentando as bibliografias básica e complementar, a biblioteca
universitária deve protagonizar ações que auxiliem as IES no atendimento aos indicadores.
Nesse sentido, o objetivo principal deste relato é apresentar ações promovidas pela Biblioteca
de uma Instituição de Ensino Superior para atendimento às novas diretrizes do instrumento de
Avaliação de cursos de graduação presencial e à distância do INEP/MEC. A metodologia
empregada incluiu a combinação de algumas técnicas como a investigação ação (IA), que
permitiu abordar a resolução de problemas reais de forma prática e aplicada, e a observação
participante, que auxiliou na coleta de dados importantes para o trabalho e a construção do
relato de caso. O método de Análise de Conteúdo possibilitou o estudo comparativo do
instrumento atual de 2017 e de 2015 traçando um paralelo e permitindo interpretações dos
itens 3.6 e 3.7 sobre as bibliografias básica e complementar. Como resultado, o relato
apresenta comentários das experiências promovidas pela biblioteca para adaptação da
estrutura física, serviços e recursos digitais frente as novas diretrizes.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária. Avaliação de IES. Recursos Digitais. Instrumento
de Avaliação de Cursos de Graduação.
Abstract: Motivated by new scenarios, INEP/MEC recently published a new document
causing numerous uncertainties in the face of the proposed changes. By fostering as a basic
and complementary bibliography, a university library should carry out actions that assist as
HEIs in meeting the indicators. In this sense, the main objective of this report is to present
actions promoted by the Library of an Institution of Higher Education to meet the new
guidelines of the evaluation instrument of undergraduate and distance courses of INEP /
MEC. A methodology used with a combination of techniques such as a research action, which
allowed to approach the real problem solving in a practical and applied way, a participative
observation, that assists in the collection of data important for the work and construction of
the story of case. The Content Analysis Method made possible or comparative study of the
951
�current instrument of 2017 and 2015 drawing a parallel and allowing interpretations of items
3.6 and 3.7 on basic and complementary bibliographies. As a result, the report presents
comments on the library's promising experiences in adapting the physical structure, services
and digital resources as new guidelines.
Keywords:
for Undergraduate Courses.
ment
1 INTRODUÇÃO
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) tem
como responsabilidade a avaliação das Instituições de Ensino Superior (IES) e de seus cursos
de graduação. Para tanto, planeja, coordena e realiza ações para avaliação externa orientando
seus processos de autorização e reconhecimento por meio do Instrumento de avaliação de
cursos de graduação presencial e à distância.
Em outubro de 2017 o Inep divulgou uma nova versão do Instrumento aprimorando a
avaliação externa às novas demandas, perfis e atuação das condições de ensino ofertadas aos
estudantes pelas instituições. De acordo com o órgão, a avaliação garante a regulamentação
dos cursos resultando na qualidade da Educação Superior no Brasil.
As políticas públicas educacionais da educação superior são direcionadas pelo
princípio constitucional da garantia de padrão de qualidade, previsto no art. 206,
inciso VII da Constituição Federal de 1988. Fundamentando-se nessa máxima, em
2004 foi instituído o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes),
que tem como finalidade a melhoria da qualidade da educação nos cursos de
graduação e instituições de educação superior. (INSTITUTO NACIONAL DE
ESTUDOS DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA, 2017, p. 5).
Após a autorização, os cursos de graduação devem manter os mesmos requisitos de
qualidade para garantir sua permanência no mercado. A avaliação in loco faz parte do fluxo
processual, traz como resultado um relatório comparativo das informações fornecidas versus à
realidade encontrada durante a visita. Assim, o conceito do curso é estabelecido com base na
avaliação do relatório.
O instrumento, portanto, é um guia para orientar as dimensões de organização
didático-pedagógica, corpo docente e tutorial e infraestrutura dos cursos de graduação
assegurando a manutenção de sua qualidade.
As mudanças da última versão trouxeram outra dimensão aos periódicos e novas
exigências para a bibliografia básica e complementar. Observa-se ainda maior cuidado na
oferta de recursos digitais, buscando a garantia do acesso por meio de infraestrutura
tecnológica adequada com instalações que atendam a demanda.
952
�Os trabalhos de conclusão de curso também ganharam destaque. O indicador 1.11
considera, pa
acessível pela internet, impulsionando a criação de ambientes virtuais para gestão e
armazenamento destes documentos.
É essencial a apropriação do bibliotecário para atender as exigências do instrumento
diante do novo cenário. Para Maia e Santos (2015, p. 101):
Os processos de avaliação institucional no âmbito das Instituições Ensino Superior
(IES) têm despertado, nos profissionais bibliotecários, uma preocupação com a
definição de um conjunto de dados estatísticos incluindo tipo, formas de obtenção,
métodos e processos de coleta desses dados para fins de avaliação dos serviços
prestados pelas bibliotecas universitárias. Afinal, avalia-se com o objetivo de
analisar o cumprimento de algo planejado.
Nesse sentido, tendo em vista o impacto nos serviços, bibliografia e recursos digitais
da biblioteca, os pontos destacados nesse relato de experiência competem aos Indicadores: 3.6
- Bibliografia básica por Unidade Curricular (UC) e 3.7 - Bibliografia complementar por
Unidade Curricular (UC).
O objetivo do presente trabalho é apresentar às ações propostas por uma Biblioteca
em Instituição de Ensino Superior para atendimento às novas diretrizes do instrumento de
avaliação de cursos de graduação presencial e à distância definido pelo Ministério da
Educação - MEC. Acredita-se que a abordagem da temática seja essencial diante de tantas
incertezas na compreensão do novo instrumento, trazendo ainda discussões necessárias para
melhoria das IES e bibliotecas universitárias.
2 METODOLOGIA
O trabalho teve por base a investigação-ação (IA), já que a situação exigiu uma
transformação de atitude para que houvesse a adequação ao novo instrumento de avaliação de
cursos de graduação presencial e à distância. O método é focado na resolução de problema
reais, ou seja, essencialmente prático e aplicado.
de metodologias de investigação que incluem simultaneamente ação (ou mudança) e
investigação (ou compreensão), com base em um processo cíclico ou em espiral, que alterna
O presente trabalho respaldou-se no desenvolvimento de um um relato de caso. Nessa
perspectiva Yoshida (2007, p.1
singularidade do relato, a acurácia do diagnóstico e a sua validade em comparação com os
dados da literatura, e os subsídios para se levantar novas perspectivas, aplicações ou
953
�conhecimentos com o m
biblioteca para garantir a qualidade do acervo, instalações e recursos tecnológicos para a
comunidade acadêmica.
O método de Análise de Conteúdo permite o estudo comparativo das versões de 2015
e 2017 do Instrumento de Avaliação de Cursos, gerando uma discussão sobre o tema de forma
institucional e direcionando ideias e ações para o atendimento ao novo instrumento. sobre a
Análise de conteúdo podemos entender que trata-
o utilizado na
análise de dados qualitativos [...] compreendida como um conjunto de técnicas de pesquisa
p.611.
A observação participante (ROESCH; BECKER; MELLO, 2009) auxilia na coleta de
dados importantes para o trabalho cujas experiências são relatadas por duas bibliotecárias de
setores distintos, com vivências diferentes. Uma sendo bibliotecária do Setor de Referência,
atuando diretamente com capacitações da comunidade acadêmica, acessibilidade e com o
processo de assinatura de bases de dados e plataformas de livros digitais. A outra é também
bibliotecária, gestora do Setor de Periódicos, responsável pela aquisição e manutenção do
acervo e atua em serviços de curadoria de títulos e artigos para grupos de pesquisa. A busca
pelo entendimento do instrumento foi percebida na urgência em atender exigências que
impactam na biblioteca universitária de uma Instituição de Ensino Superior.
3 DISCUSSÃO
Segundo o INEP (2017) a mudança busca atender novas legislações e necessidades
identificadas em estudos realizados. Tais indicadores revelam a necessidade de respeito á
diversidade das IES na organização acadêmica e administrativa, na mensuração de resultados
e de processos, na clareza entre os indicadores e na promoção da qualidade do ensino.
Dentre as questões observadas no novo instrumento verificamos mudanças de
parâmetros quantitativos para qualitativos, redefinição de conceitos, adoção de infraestrutura
tecnológica adequada e preocupação com a acessibilidade.
No tocante aos itens 3.6 e 3.7 correspondentes á bibliografia complementar e básica,
as novidades contemplam ainda o planejamento de serviços que permitam sua execução em
situações atípicas. O plano de contingência tem o propósito manter o serviço em
funcionamento garantindo o acesso ininterrupto. Demais detalhes podem ser verificados nos
quadros 1 e 2 a seguir.
954
�Quadro 1: Comparativo dos parâmetros da Bibliografia Básica do Instrumento de Avaliação de Cursos de
Graduação (2015/2017)
ANTIGO
NOVO
3.6 BIBLIOGRAFIA BÁSICA
3.6 BIBLIOGRAFIA BÁSICA COM UNIDADE CURRICULAR
(UC)
Nota
Critério de análise
1
Quando o acervo da bibliografia básica
não está disponível; ou quando está
disponível na proporção média de um
exemplar para 20 ou mais vagas anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma
das unidades curriculares, de todos os
cursos que efetivamente utilizam o
acervo; ou quando o acervo existente
não está informatizado e tombado junto
ao patrimônio da IES; ou quando não
existe um mínimo de três títulos por
unidade curricular
2
3
4
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para a faixa de
15 a menos de 20 vagas anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma
das unidades curriculares, de todos os
cursos que efetivamente utilizam o
acervo, além de estar informatizado e
tombado junto ao patrimônio da IES.
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para a faixa de
10 a menos de 15 vagas anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma
das unidades curriculares, de todos os
cursos que efetivamente utilizam o
acervo, além de estar informatizado e
tombado junto ao patrimônio da IES.
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para a faixa de 5
a menos de 10 vagas anuais
pretendidas/autorizadas, de cada uma
das unidades curriculares, de todos os
cursos que efetivamente utilizam o
acervo, além de estar informatizado e
Nota
Critério de análise
1
O acervo físico não está tombado e informatizado; ou o
virtual não possui contrato que garante o acesso ininterrupto
pelos usuários; ou, pelo menos, um deles não está registrado
em nome da IeS.
Ou o acervo da bibliografia básica não é adequado em
relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no
PPC ou não está atualizado, considerando a natureza das UC.
Ou, ainda, não está referendado por relatório de adequação,
ou não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo
2
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia básica é adequado em relação às
unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC.
Porém, não está referendado por relatório de adequação, ou
não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Ou nos casos dos títulos virtuais, não há garantia de acesso
físico na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, ou de
ferramentas de acessibilidade ou de soluções de apoio à
leitura, estudo e aprendizagem.
3
O acervo físico está tombado e informatizado o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia básica é adequado em relação às
unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza as UC.
Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de acesso físico
na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem
à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de apoio à leitura,
estudo e aprendizagem.
4
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia básica é adequado em relação às
unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC.
Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
955
�tombado junto ao patrimônio da IES.
5
Quando o acervo da bibliografia básica,
com no mínimo três títulos por unidade
curricular, está disponível na proporção
média de um exemplar para menos de 5
vagas anuais pretendidas/autorizadas,
de cada uma das unidades curriculares,
de todos os cursos que efetivamente
utilizam o acervo, além de estar
informatizado e tombado junto ao
patrimônio da IES.
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de acesso físico
na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem
à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de apoio à leitura,
estudo e aprendizagem.
O acervo possui exemplares, ou assinaturas de acesso virtual,
de periódicos especializados que suplementam o conteúdo
administrado nas UC.
5
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia básica é adequado em relação às
unidades curriculares e aos conteúdos descritos no PPC e está
atualizado, considerando a natureza das UC.
Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de acesso físico
na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem
à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de apoio à leitura,
estudo e aprendizagem.
O acervo possui exemplares, ou assinaturas de acesso virtual,
de periódicos especializados que suplementam o conteúdo
administrado nas UC.
O acervo é gerenciado de modo a atualizar a quantidade de
exemplares e/ou assinaturas de acesso mais demandadas,
sendo adotado plano de contingência para a garantia do
acesso e do serviço.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos instrumentos do INEP/MEC.
Quadro 2: Comparativo dos parâmetros da Bibliografia Complementar do Instrumento de Avaliação de Cursos
de Graduação (2015/2017)
ANTIGO
NOVO
3.7 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
3.7 BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR COM UNIDADE
CURRICULAR (UC)
Nota
1
2
Critério de análise
Quando o acervo da bibliografia
complementar não está disponível; ou
quando o acervo da bibliografia
complementar possui menos de dois
títulos por unidade curricular
Quando o acervo da bibliografia
complementar possui, pelo menos, dois
títulos por unidade curricular, com dois
exemplares de cada título ou com acesso
Nota
Critério de análise
1
O acervo físico não está tombado e informatizado; ou o
virtual não possui contrato que garante o acesso
ininterrupto pelos usuários; ou, pelo menos, um deles não
está registrado em nome da IeS.
Ou o acervo da bibliografia complementar não é
adequado em relação às unidades curriculares e aos
conteúdos descritos no PPC ou não está atualizado,
considerando a natureza das UC.
Ou, ainda, não está referendado por relatório de adequação,
ou não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo
2
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia complementar é adequado em
956
�relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no
PPC e está atualizado, considerando a natureza das UC.
Porém, não está referendado por relatório de adequação, ou
não está assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Ou nos casos dos títulos virtuais, não há garantia de acesso
físico na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que
atendem à demanda e à oferta ininterrupta via internet, ou de
ferramentas de acessibilidade ou de soluções de apoio à
leitura, estudo e aprendizagem.
virtual
.
3
4
5
Quando o acervo da bibliografia
complementar possui, pelo menos, três
títulos por unidade curricular, com dois
exemplares de cada título ou com acesso
virtual.
Quando o acervo da bibliografia
complementar possui, pelo menos,
quatro títulos por unidade curricular,
com dois exemplares de cada título ou
com acesso virtual
.
Quando o acervo da bibliografia
complementar possui, pelo menos, cinco
títulos por unidade curricular, com dois
exemplares de cada título ou com acesso
virtual
.
3
O acervo físico está tombado e informatizado o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia complementar é adequado em
relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no
PPC e está atualizado, considerando a natureza as UC.
Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de acesso físico
na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem
à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de apoio à
leitura, estudo e aprendizagem.
4
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia complementar é adequado em
relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no
PPC e está atualizado, considerando a natureza das UC.
Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de acesso físico
na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem
à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de apoio à
leitura, estudo e aprendizagem.
O acervo possui exemplares, ou assinaturas de acesso
virtual, de periódicos especializados que suplementam o
conteúdo administrado nas UC.
5
O acervo físico está tombado e informatizado, o virtual
possui contrato que garante o acesso ininterrupto pelos
usuários e ambos estão registrados em nome da IeS.
O acervo da bibliografia complementar é adequado em
relação às unidades curriculares e aos conteúdos descritos no
PPC e está atualizado, considerando a natureza das UC.
Da mesma forma, está referendado por relatório de
adequação, assinado pelo NDE, comprovando a
compatibilidade, em cada bibliografia básica da UC, entre o
número de vagas autorizadas (do próprio curso e de outros
que utilizem os títulos) e a quantidade de exemplares por
título (ou assinatura de acesso) disponível no acervo.
Nos casos dos títulos virtuais, há garantia de acesso físico
na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem
957
�à demanda e à oferta ininterrupta via internet, bem como de
ferramentas de acessibilidade e de soluções de apoio à
leitura, estudo e aprendizagem.
O acervo possui exemplares, ou assinaturas de acesso
virtual, de periódicos especializados que suplementam o
conteúdo administrado nas UC.
O acervo é gerenciado de modo a atualizar a quantidade de
exemplares e/ou assinaturas de acesso mais demandadas,
sendo adotado plano de contingência para a garantia do
acesso e do serviço.
Fonte: Elaborado pelas autoras com base nos instrumentos do INEP/MEC.
virtuais, há garantia de
acesso físico na IeS, com instalações e recursos tecnológicos que atendem à demanda e à
oferta ininterrupta via internet, bem como de ferramentas de acessibilidade e de soluções de
Em contexto geral o acervo virtual ganhou maior visibilidade e, por consequência, as
formas de acesso devem ser garantidas. Na biblioteca, dispomos 8 Access Points e mais 5
dispositivos no setor Videoteca, juntos suportam até 3.000 mil usuários. A Instituição é adepta
à rede da RNP (Rede Nacional de Pesquisa) e a Embratel, com dois links de dados para vazão
do tráfego, um de 1Gbps e outro de 10Gbps. Essas informações passaram a ser inseridas nos
relatórios como uma forma de comprovar ofertar ininterruptamente o acesso à Internet.
Também temos um nobreak, que tem por objetivo função ser fonte de energia ininterrupta, em
caso de queda de energia.
Para atender outro ponto do instrumento divulgado em 2017 o layout do espaço físico
está sendo revisto para que haja mais instalações de tomadas, no entendimento que deve haver
computadores para consulta/acesso, mas também condições favoráveis para o uso de recursos
tecnológicos próprios, como uma sala de estudo individual com duas tomadas em casa cabine.
As diretrizes incluem que as instituições devem comprovar as assinaturas/compras de
livros e periódicos digitais por meio da apresentação dos contratos. Uma das ações por parte
da Biblioteca foi enviar cópias digitais dos contratos via comunicação interna para os
diretores de centro e coordenadores dos cursos. A medida teve por objetivo o acesso aberto a
essas informações, até então restrita a um pequeno grupo. Houve uma certa surpresa, pois até
então os valores pagos eram desconhecidos, não havendo assim a real noção do montante
financeiro investido.
Apesar das constantes ações de treinamentos, na mesma comunicação a Biblioteca se
ofereceu para um encontro presencial para sanar dúvidas e explicar as formas de acesso às
958
�bases de dados, para que os docentes tenham mais segurança nas interfaces e possam cada
mais indicar livros digitais nas bibliografias de suas disciplinas.
o conteúdo
de uma coleção privada ou pública, podendo ser de caráter bibliográfico, artístico, fotográfico,
Como uma das soluções de apoio à leitura, estudo e aprendizagem estão os
treinamentos das principais normas utilizadas para escrita científica no Brasil: ABNT, APA e
Vancouver. Os principais conteúdos são a elaboração das citações e referências segundo essas
normas. Devido a praticidade das ferramentas de gerenciamento de referências o treinamento
de Mendeley foi inserido nas opções disponibilizadas a comunidade acadêmica.
Além da importância do processo de treinamento e de extrema relevância acompanhar
todo os resultados, já que se deve demonstrar por meio de dados quantitativos os resultados
durante as avaliações presenciais.
O INEP (2017, p. 47) define acessibilidade comunicacional como:
Ausência de barreiras na comunicação interpessoal, na comunicação escrita e na
comunicação virtual (acessibilidade no meio digital). Para garantir essa dimensão de
acessibilidade, é importante a aprendizagem da língua de sinais, utilização de textos
em Braille, textos com letras ampliadas para quem tem baixa visão, uso do
computador com leitor de tela, etc.
Na referida instituição foi criado o há um ano um grupo de estudo em Libras, o
objetivo foi capacitar e incentivar os funcionários para que fiquem aptos a se comunicar na
linguagem de Libras com deficientes auditivos.
Nos computadores da bancada de consulta da biblioteca foram instalados os teclados
virtuais e o software de leitor de tela NVDA (Non Visual Desktop Access). Algumas bases de
bases de dados de artigos científicos e bases de livros eletrônicos tem compatibilidade com
leitores de tela como: Jaws, Virtual Vision, DOSVOX etc. Para atender as exigências do
MEC as bibliotecas das IES devem ter a preocupação de disseminar as informações para
subsidiar o estudo buscando vários recursos. Essas ações visam atender a acessibilidade
onibilidade de comunicação, de acesso
físico, de tecnologias assistivas, compreendendo equipamentos e programas adequados, de
Entendemos a importância dos livros em braile, todavia os discentes que temos tido
contato não são alfabetizados para ler em braile, preferem utilizar os recursos digitais como
smartphones, tablets e notebooks. Levando em consideração esse perfil criamos vídeos
(tutoriais) sobre as bases de dados disponibilizadas pela Biblioteca, os vídeos contam com
959
�áudio e são habilitados com a função de legenda em Português e Inglês. Investimos em um
monitor 27" LED curvo, que amplia o campo de visão dos textos e das imagens facilitando a
utilização dos alunos com baixa visão. Outra tecnologia foi o scanner BookReader V200,
equipamento de mesa para digitalização de textos, que reconhece por OCR (Reconhecimento
Ótico de Caracteres) e cria arquivos em MP3/narração digital nos idiomas Português e Inglês
de alta qualidade com voz realista.
Os periódicos ganharam outra interpretação. Na nova versão, houve a exclusão do
item 3.8 - Periódicos Especializados e sua inclusão nos indicadores 3.6 e 3.7, suplementando
possui exemplares, ou
assinaturas de acesso virtual, de periódicos especializados que suplementam o conteúdo
Tendo em vista a mudança, a IES incluiu os periódicos intitulando-os como
Bibliografia Suplementar. A seleção dos títulos é realizada de acordo com os eixos de atuação
do curso considerando critérios que qualificação como Qualis 123 e Fator de Impacto124. Os
títulos devem estar com status de publicação corrente e ser avaliados por pares.
A listagem é enviada à coordenação para validação e inclusão nas Bibliografias. O
instrumento não é claro quanto á quantidade de títulos devem ser inseridos como bibliografia
suplementar, portanto foi estabelecido a seleção de no mínimo 10 títulos por eixo, buscando
abranger ao máximo as temáticas centrais de cada disciplina. O projeto pedagógico do curso e
o contato com professores/ coordenação auxiliam no entendimento da real necessidade e na
busca de títulos confiáveis.
A análise preliminar da documentação enviada pela IES permit
síntese da missão, objetivos, histórico, características e prioridades da instituição ou do curso,
de forma a refletir o conjunto de elementos fundamentais para a compreensão da constituição
e do seu funcionamento, como subsídios pa
análise tem o intuito de reunir informações relevantes para a compreensão da IES e do curso
para obtenção de dados mais precisos no processo de avaliação.
Qualis é o conjunto de procedimentos utilizados pela Capes para estratificação da qualidade da produção
intelectual dos programas de pós-graduação. Tal processo foi concebido para atender as necessidades específicas
do sistema de avaliação e é baseado nas informações fornecidas por meio do módulo Coleta de Dados da
Plataforma Sucupira. Como resultado, disponibiliza uma lista com a classificação dos veículos utilizados pelos
programas de pós-graduação para a divulgação da sua produção. (BRASIL, 2017)
O Fator de Impacto (FI), ou Impact Factor (IF) como foi originalmente nomeado, é a principal métrica
utilizada para avaliar as revistas científicas por todo o mundo ao contabilizar as citações recebidas, sendo que até
mesmo no Brasil algumas comissões do Qualis Periódicos utilizam a ferramenta para compor suas avaliações.
(KISHI, 2017)
960
�Dentre as ações solicitadas no formulário eletrônico de avaliação está a descrição de
política de atendimento para discentes estrangeiros. Apesar de não ser obrigatória,
entendemos que seja necessária ao passo que instituições buscam a internacionalização devem
agir na capacitação de funcionários e adaptação de seus serviços aos alunos intercambistas.
A instituição deste relato mantém convênio com mais de 130 instituições de ensino
superior, distribuídas em 20 países. Para oferta de serviços de qualidade a comunicação com
os intercambistas torna-se essencial, nesse sentido foi criado um grupo de estudos em Língua
Inglesa com 10 funcionários com representantes de todos os setores da Biblioteca.
Anualmente o grupo realiza uma capacitação modular com professor fluente em Inglês a fim
de aperfeiçoar a gramática e conversação.
Dentre outras modificações em relação aos instrumentos anteriores, o atual indica a
necessidade das Instituições de Ensino Superior explicitaram as suas práticas exitosas ou
inovadoras. Tendo em vista a necessidade de disponibilizarmos essas informações, acerca das
Práticas Exitosas ou Inovadoras125 dos setores, no Relatório de Autoavaliação Institucional da
IES a ser postado no e-MEC.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A adaptação aos novos cenários se descortinam devido às exigências do novo
instrumento do INEP/MEC. As interpretações sugerem uma mudança mais subjetiva do que
qualitativa reiterando a necessidade de compromisso das IEs com a excelência na oferta de
cursos.
O uso de recursos digitais parece sair da zona de desconforto para o protagonismo
assumindo sua presença no processo educacional, pois o cálculo matemático tão discutido no
instrumento anterior, se desfaz com o acesso multiusuário do virtual. Dentre os pontos
positivos também podemos citar a nova dimensão atribuída aos periódicos científicos quando
deixam de ser um indicador e passam a suplementar as bibliografias. Tal ação deve incentivar
aos professores e alunos jovens ao maior contato com fontes de informações que antes não
eram tão valorizadas durante a graduação.
A exigência de repositórios institucionais dá fôlego e incentivo na criação de
plataformas que garantem a memória institucional e visibilidade das IES. Junto a isso
Práticas exitosas ou inovadoras: são aquelas que a IES encontrou para instituir uma ação de acordo com as
necessidades da sua comunidade acadêmica, tendo como consequência o êxito do objetivo desejado. Podem ser
também inovadoras quando se constatar que são raras na região, no contexto educacional ou no âmbito da
universidade. Para isso, a IES pode se valer de recursos de ponta, criativos, adequados ou pertinentes ao que se
deseja alcançar. (INEP, 2017, p. 52).
961
�enfatizamos a necessidade de responsabilidade ética na produção de trabalhos com maior
rigor científico.
Dentre os pontos negativos ressaltamos a escrita do instrumento que deixa fluir as
mais variadas interpretações. A sugestão de um acesso ininterrupto parece inviável e radical a
primeira vista causando dúvida e angústia na oferta de serviços virtuais. Pouco a pouco novas
interpretações abrem possibilidades de atuar e garantir o uso viável da bibliografia virtual.
periódicos, visto que o material carrega um formato diferenciado do livro e não deve ser
tratado como tal. Outra questão não compreendida é como será feita a indicação de títulos de
periódicos, não sendo citado nenhum critério de qualificação, quantidade ou status de
publicação corrente como no documento anterior.
Concluímos diante do exposto que grandes oportunidades surgem para as bibliotecas
universitárias. É hora de garantir investimento em tecnologias, abraçar a utilização e incentivo
de recursos digitais, valorizar os periódicos na graduação, promover infraestrutura adequada.
Além disso, é hora de uma participação ativa dos Bibliotecários nas IES.
REFERÊNCIAS
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http://www.capes.gov.br/acessoainformacao/perguntas-frequentes/avaliacao-da-posgraduacao/7422-qualis>. Acesso em: 18 fev. 2018.
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de dados qualitativos no campo da saúde. Rev Bras Enferm, Brasília, v. 57, n. 5, p. 611-614,
set/out. 2004. Disponivel em: <http://www.scielo.br/pdf/reben/v57n5/a19v57n5>. Acesso em:
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CARVALHO, Selma Janes Regino. O papel econômico da biblioteca: motor ou engrenagem
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COUTINHO, Clara Pereira et al. Investigação-acção: metodologia preferencial nas práticas
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INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA. Nota técnica nº 16, 2017. Brasília, 2017. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/legislacao_nor
mas/2017/nota_tecnica_sei_inep_0126132.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2018.
962
�_______. Instrumento de Avaliação de cursos de graduação presencial e a distância:
reconhecimento e renovação de reconhecimento. Brasília, 2017. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2
017/curso_reconhecimento.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2018.
______. Instrumento de Avaliação de cursos de graduação presencial e a distância:
reconhecimento e renovação de reconhecimento. Brasília, 2015. Disponível em:
<http://download.inep.gov.br/educacao_superior/avaliacao_cursos_graduacao/instrumentos/2
015/instrumento_cursos_graduacao_publicacao_agosto_2015.pdf>. Acesso em: 5 fev. 2018.
KISHI, Kátia. O que é Fator de Impacto das revistas científicas? Galoá Journal. [2017?].
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963
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Demonstrativo das ações para o atendimento ao novo instrumento do INEP/MEC: adequações da bibliografia, serviços e recursos digitais em uma IES.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Lima, Mírian Cristina de ; Albuquerque, Morgana
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Motivado por novos cenários, o INEP/MEC recentemente publicou uma versão do instrumento de avaliação de cursos superior causando inúmeras incertezas diante das mudanças propostas. Fomentando as bibliografias básica e complementar, a biblioteca universitária deve protagonizar ações que auxiliem as IES no atendimento aos indicadores. Nesse sentido, o objetivo principal deste relato é apresentar ações promovidas pela Biblioteca de uma Instituição de Ensino Superior para atendimento às novas diretrizes do instrumento de Avaliação de cursos de graduação presencial e à distância do INEP/MEC. A metodologia empregada incluiu a combinação de algumas técnicas como a investigação ação (IA), que permitiu abordar a resolução de problemas reais de forma prática e aplicada, e a observação participante, que auxiliou na coleta de dados importantes para o trabalho e a construção do relato de caso. O método de Análise de Conteúdo possibilitou o estudo comparativo do instrumento atual de 2017 e de 2015 traçando um paralelo e permitindo interpretações dos itens 3.6 e 3.7 sobre as bibliografias básica e complementar. Como resultado, o relato apresenta comentários das experiências promovidas pela biblioteca para adaptação da estrutura física, serviços e recursos digitais frente as novas diretrizes.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5478/SNBU2018_073.pdf
e89e12ea9aa168e1bcc9fa4e22391cca
PDF Text
Text
REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO DE CASO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
EDUCATION OF NETWORKS OF UNIVERSITY LIBRARIES: A CASE STUDY IN
THE FEDERAL RURAL UNIVERSITY OF AMAZONIA)
Resumo: As bibliotecas procuram, cada vez mais, novas formas de disponibilizar o seu
acervo e dinamizar os serviços e produtos, buscando trabalhar de maneira cooperativa com
outras unidades de informação. O presente trabalho tem como objetivo mostrar o processo de
formação da Rede de Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia, visando
melhorar os processos de gestão e acesso a informação. Foi realizado um estudo de caso na
instituição, por meio da descrição dos encontros de bibliotecários. A coleta de dados foi
realizada através do registro documental dos materiais gerados nestas reuniões. Considera-se
pontos importantes para a fundamentação teórica, os conceitos de rede, cooperativas de
bibliotecas, os fatores de sucesso e fracasso e cita-se alguns exemplos de consócios, sistemas
e redes de bibliotecas no Brasil. Entende-se com este estudo que as bibliotecas universitárias,
necessitam trabalhar de forma integrada como é o caso da instituição em questão, objeto deste
estudo. No que se refere aos resultados foi possível observar também que a formação das
redes permitiu o compartilhamento da informação em escala maior alcançando assim a
comunidade interna e externa e o estudo de caso demonstrou a importância do trabalho
participativo, sendo as tomadas de decisões igualmente democráticas.
Palavras-chave: Redes de bibliotecas. Trabalho cooperativo. Bibliotecas universitárias.
Abstract: Libraries increasingly seek new ways of making their collections available and
invigorating services and products, seeking to work cooperatively with other information
units. The present work aims to show the process of formation of the Libraries Network of the
Federal Rural University of Amazonia, aiming to improve the processes of management and
access to information. A case study was carried out at the institution, through the description
of the librarian meetings. The data collection was done through the documentary record of the
materials generated in these meetings. It is considered important points for the theoretical
foundation, network concepts, library cooperatives, success and failure factors, and some
935
�examples of partnerships, systems and networks of libraries in Brazil. It is understood with
this study that the university libraries, need to work in an integrated way as is the case of the
institution in question, object of this study. Regarding the results, it was also possible to
observe that the formation of networks allowed the sharing of information on a larger scale,
thus reaching the internal and external community, and the case study demonstrated the
importance of participatory work, and decision making is equally democratic.
Keywords: Library networks. Cooperative work. University libraries.
1 INTRODUÇÃO
As redes de bibliotecas proporcionam o compartilhamento de informações,
desenvolvimento de padrões comuns entre as unidades participantes, intercâmbio entre
bibliotecas e dentre outros serviços informacionais que visam atender de modo eficiente às
necessidades de informação da comunidade de usuários na qual está inserida. Isso foi possível
também com a evolução das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), as quais
ajudam a oferecer serviços de informação de qualidade, pois trouxeram com elas novas
ferramentas para a melhoria nos serviços dos sistemas de biblioteca. Com a complexidade do
ambiente informacional as unidades de informação em rede, passaram a ser orientadas quanto
aos novos cenários tecnológicos (CARVALHO, 2016).
As Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) estão sendo
integradas a rede de bibliotecas universitárias, em busca de vantagens para instituição e seus
pesquisadores, com a oferta de serviços e produtos que contribuem para o ensino, pesquisa e
extensão. Para alcançar tal finalidade, foram planejados encontros de bibliotecários de todos
os campi da UFRA, que através do trabalho de estudo em grupos se planejava o
funcionamento desta rede, bem como, previa problemas como: custos, registros duplicados,
falta de pessoal qualificado, entre outros.
Para discussão do assunto, este trabalho se estruturou com a revisão de literatura sobre
o tema redes de bibliotecas, os fatores de sucessos e fracasso mostrados pelos autores. Foram
destacados, igualmente, alguns casos brasileiros de formação de redes de bibliotecas para
ilustrar os benefícios do trabalho cooperativo. Na metodologia foi feito um estudo de caso
sobre a experiência do processo de criação da Rede de Bibliotecas da UFRA
(REDETECA/UFRA), identificando os principais objetivos e a metodologia para formação da
rede. O método foi qualitativo e a pesquisa documental, com materiais resultantes dos
936
�encontros, que reuniram os bibliotecários da instituição. Portanto, serão descritos os
resultados obtidos nesse processo para a criação da REDETECA/UFRA e a importância desta
para a comunidade acadêmica.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Um dos
entende-se por rede de bibliotecas quando mais de uma unidade de informação, mesmo
afastadas entre si, estão interligadas com objetivos semelhantes, as quais trocam ideias e
informações, visando sempre melhorias nos serviços prestados aos usuários. Conforme a
American Library Association (1983, p. 82 apud CARVALHO, 2016, p. 177) tem-se uma
rede de bibliotecas quando:
Duas ou mais bibliotecas e/ou outras organizações aderem a um padrão comum de
troca de informações, por intermédio de ferramentas de comunicação, com algum
propósito funcional. Uma rede normalmente consiste de um arranjo formal, no qual,
materiais, informações e serviços, fornecidos por uma variedade de tipos de
bibliotecas e/ou organizações são colocados à disposição de todos os usuários
potenciais.
No fragmento citado, vemos a importância de as bibliotecas participantes das redes
terem um mesmo padrão de linguagem entre elas, ou seja, uma linguagem comum, justamente
Brown
interligação de bibliotecas independentes que usam ou constroem uma base de dados comum
[...] vendem serviços ou produtos ou têm membros em muitos estados ou regiões, e desejam
formar pro
Cunha e Cavalcanti (2008, p. 309) consideram como rede bibliotecária:
um grupo de bibliotecas, criado formal ou informalmente, que tem por objetivo
realizar atividades cooperativas com o objetivo de mostrar o conteúdo de um grande
número de bibliotecas ou de um grande número de publicações, principalmente por
meio do acesso a bases de dados catalográficos, com emprego de interfaces de
catálogos em linha de acesso público.
Ou seja, tratam-se da junção de aspectos de redes de bibliotecas, redes bibliográficas e
redes de informação, isto é, trata-se da reunião de todas estas sob essa referida denominação.
937
�A Code of Federal Regulations chama de redes de bibliotecas, o consórcio destas,
conceituando-a como:
Qualquer associação de cooperação local, regional, ou nacional de bibliotecas que
provê uma coordenação sistemática e eficaz dos recursos de bibliotecas escolares,
públicas, acadêmicas, especializadas e centros de informação, para melhorar os
serviços aos usuários prestados por estas bibliotecas (ESTADOS UNIDOS, 2011, p.
134).
Sintetizando os conceitos, se pode dizer que as redes de bibliotecas são organizações
sem fins lucrativos que disponibilizam serviços de automação, processamento técnico,
serviços administrativos e compra de material bibliográfico e de consumo para um grupo de
bibliotecas integrantes.
2.1 Fatores de sucesso e fracasso do trabalho em rede
Para a garantia do sucesso do trabalho em rede alguns fatores são necessários, tais
como: compartilhamento de dados, padrões comuns de linguagem de comunicação,
intercâmbio entre unidades de informação, catalogação cooperativa, redução de custos, acesso
compartilhado a conteúdos eletrônicos (revistas e bases de dados), serviços de informação e
referência virtual, acesso a catálogos virtuais e a Centro de Recursos de Aprendizagem,
educação continuada para bibliotecários entre outros (CARVALHO, 2016).
Entre os fatores mais estudados no sucesso das redes de bibliotecas estão o trabalho
cooperativo, o qual Aragon (2017, p. 41) destaca alguns benefícios:
(...) as redes de cooperação entre bibliotecas podem ser vistas como um recurso para
a busca da condição competitiva de baixo custo com maior acesso à informação e ao
conhecimento. Elas também abrem espaço para um conjunto de benefícios como:
aumento de barganha na aquisição de recursos informacionais; maior capacidade de
aprendizado; maiores possibilidades de inovação; redução de custos com o
desenvolvimento de ações conjuntas e otimização do serviço técnico.
A economia de tempo e recursos são os benefícios mais citados pelos autores no
trabalho cooperativo em rede. Um exemplo disso é a catalogação cooperativa de materiais
como aponta Balby (1995, p. 30):
Uma biblioteca jamais deveria catalogar novamente um material que já foi
catalogado por outra biblioteca, para cada material que chega à mesa do catalogador,
é necessário saber antes se alguém, em algum lugar do país ou do mundo já o
catalogou; se o material já tiver sido catalogado, todos os esforços devem ser
enviados para se ter acesso a essa informação e aproveitá-la.
938
�Portanto, a catalogação cooperativa permite otimizar o tempo do bibliotecário para
desempenhar outros papéis, além do trabalho de catalogador. Pois, existem outras atribuições
que este profissional precisa desenvolver dentro das bibliotecas.
Quanto aos fatores de fracasso nas redes de bibliotecas estão: falta de planejamento,
individualismo, competição entre instituições acadêmicas, recursos orçamentários, falta de
pessoal, ausência de apoio da administração superior, falta de linguagem padronizada entre a
rede, não formalização da rede, o descumprimento pela rede das obrigações colocadas pelo
grupo, gerando diminuição no ritmo de trabalho e desmotivação; e o efeito camaradagem por
parte da rede aos participantes que descumprem suas obrigações (BROWN, 1998;
CARVALHO, 2016).
Sendo assim, fazendo um comparativo entre os pontos de sucesso e fracasso, observase que há mais benefícios, que malefícios na criação de rede de bibliotecas, mesmo assim
quase todos são passíveis de ser revertidos, uma vez que são de ordem organizativa e
comportamental.
2.2 Alguns casos brasileiros de formação de redes de bibliotecas
A formação de rede de bibliotecas objetiva interligarem as instituições entre si construindo uma
base dos dados em comum, a fim de promover a utilização de seus serviços e produtos de forma
cooperativada. No Brasil muitas bibliotecas integram a rede CALCO.
A integração das bibliotecas por meio da rede CALCO contribuiu para o crescimento da base de
dados central reunindo registros bibliográficos de diferentes bibliotecas formando-se um
catálogo cooperativado do qual todas podem usufruir. O projeto CALCO foi proposto por
Barbosa (1978) e tem por objetivos:
Elaborar um catálogo que arrole a maior parte da produção bibliográfica atual
servindo de instrumento para a pesquisa nos pontos mais distantes do país;
Obter bibliografias especializadas;
Fazer a permuta de informações no Brasil e fora do país;
Obter catálogos coletivos especializados;
Padronizar normas de catalogação e cabeçalhos de assuntos;
Acelerar a duplicação de fichas; e
Economizar tempo e mão-de-obra para bibliotecas que possuem as mesmas obras.
(BARBOSA, 1978, p. 223).
939
�O CALCO passou por algumas modificações e no ano de1980 passou a ser operacional já sob a
denominação de rede Bibliodata/CALCO que é uma rede cooperativa de bibliotecas brasileiras,
coordenada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). As bibliotecas participantes possuem seus
acervos compartilhados. Isso proporciona a catalogação cooperativa e o compartilhamento de
produtos e serviços, desfrutam também dos benefícios na divulgação dos acervos de suas
instituições e redução dos custos.
O sistema de biblioteca da Universidade de São Paulo (SIBI\UPS) é outro exemplo de trabalho
cooperativo entre unidades de informação no ambiente universitário. Criado na década de 1980,
desde o início preocupava-se com a melhoria de qualidade nos serviços e produtos
pode-se dizer que o Sistema de
Bibliotecas da USP apresentou um progressivo incremento de ações relacionadas com o
CARVALHO, 2011, p. 141).
Outro destaque é o consorcio do Conselho de reitores das Universidades Estaduais de São Paulo
(CRUESP), as quais fazem parte: a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual
de São Paulo (UNESP) e a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), esta é uma de
rede de informação bibliográfica (Cruesp-Bibliotecas), que iniciou suas atividades em 1999
como grupo de estudos que objetivava a integração dos sistemas das entidades participantes,
trabalha de modo compartilhado disponibilizando seu catálogo em uma única plataforma que
possibilita a consulta simultaneamente (ARAÚJO, 2012). Destaca-se de mais interessante nesta
rede o serviço que disponibiliza e-books cuja coleção contempla diferentes ramos do ensino e
pesquisa das instituições envolvidas.
A rede de biblioteca e centro de informação em arte (REDARTE), localizada no Estado do Rio
de Janeiro, iniciou o seu trabalho de colaboração no final de 1995. Dela faz parte, ao todo, 34
unidades de informação participantes tanto do poder público, privado e de economia mista,
além de sócios colaboradores da rede. No que se refere às finalidades da REDARTE pode-se
destacar as seguintes: promover ao público o acesso à informação sobre arte; informar aos
usuários quais instituições que integram a rede; oferecer serviços e produtos sobre arte;
promover a troca de experiências profissionais entre as instituições integrantes da rede, entre
outras (OLIVEIRA; CIANCONI, 2013).
As Bibliotecas de Instituições de Ensino Superior do Estado do Rio de Janeiro (CBIES/RJ) é
outro caso de compartilhamento entre unidades de informação. O trabalho cooperativo iniciou
com a bibliotecária Maria José Gomes Monteiro Vianna a qual participou de um evento de
940
�bibliotecários nos Estados Unidos no ano de 1998. Na oportunidade ela conheceu o trabalho dos
consócios entre bibliotecas e procurou apoio no Brasil com a Universidade Veiga de Almeida
(UVA), para implantar esta ideia. Foram feitos encontros do CBIES/RJ com a finalidade de
implantar o sistema integrado de maneira eficiente e organizado. Convém citar algumas razões
que fizeram as bibliotecas tornarem-se membros do (CBIES/RJ), tais como: aperfeiçoamento
profissional, ampliação do acervo, comutação de artigos de revistas científicas, entre outras
(ARAGON, 2017).
Destacou-se nesta pesquisa, apenas cinco exemplos de consócios, sistemas e redes de
bibliotecas no Brasil (Bibliodata/CALCO, SIBI\UPS, REDARTE, CRUESP, CBIES/RJ), mas
além destes, existem no país várias outras experiências, bem-sucedidas, de trabalho em rede.
Por isso tudo, a formação de redes é primordial para às instituições que primam por qualidade e
(SOUZA; ORTEGA, 2014, p. 5).
3 METODOLOGIA
Inicialmente, foi feita uma pesquisa bibliográfica sobre a conceituação de rede de
bibliotecas, os benefícios que o trabalho cooperativo entre bibliotecas proporciona e também
sobre alguns casos brasileiros relevantes de formação de rede de bibliotecas. O intuito foi
compreender teoricamente a temática abordada. Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 183)
afia já tornada pública em relação ao tema de
estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros, pesquisas, monografias,
A pesquisa se caracteriza como um estudo de caso, pois mostra o processo de criação
da rede de bibliotecas da UFRA (REDETECA). Fonseca (2002 apud GERHARDT;
estudo de uma entidade bem definida como um programa, uma instituição, um sistema
educativo, u
O método utilizado foi o qualitativo, pois se realizou uma análise sobre a formação da rede de
mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização,
941
�Como ação do planejamento da Biblioteca central da UFRA estava a criação da Rede de
Bibliotecas. Para organizar as atividades foi criada uma comissão interna que estabeleceu uma
agenda de encontros de todos os Bibliotecários de todos os campi da UFRA, para isso elaborou
uma metodologia inicial para dar andamento a ação. Como definição inicial, a comissão
estabeleceu que o sistema seria criado de forma participativa, sendo realizados encontros para
efetivar tal ação.
Os Encontros para a criação da REDETECA foram realizados da seguinte forma:
1º Encontro:
Apresentação de sistemas de bibliotecas da Universidade Federal do Pará (UFPA) e
Universidade do Estado do Pará (UEPA);
Criação de grupos de trabalho;
Definição do tipo de sistema de bibliotecas.
2º Encontro:
Formação de grupos de trabalho;
Pesquisa sobre a estrutura de organograma para as bibliotecas;
Desenho para proposta de organograma;
Apresentação das propostas;
Exposição e escolha da estrutura mais adequada para o sistema;
Organograma do sistema.
3º Encontro:
Definiram-se as divisões do organograma proposto no 2º encontro;
Organizaram-se as seções das divisões do organograma;
Definiram-se as competências dos setores da Rede de Bibliotecas da UFRA.
4º Encontro:
Definiram-se cargos necessários e quantitativo de pessoal para atuar em cada divisão e
suas seções;
Elaborou-se a proposta de regimento da Rede de Bibliotecas da UFRA;
Abertura e acompanhamento do processo para aprovação do Regimento.
4 RESULTADOS
942
�Nos seus 65 anos de existência, os quais começaram com a Escola de Agronomia da Amazônia
(EAA), depois Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP) e atualmente sendo a
Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), ela é considerada referência no ensino em
Ciências Agrárias tanto no âmbito regional, no norte do país, como em âmbito nacional
(SANTOS; BARROS, 2017).
Este foi um estudo de caso, tendo com objeto as atividades realizadas na UFRA e também
relatar como foi à experiência do processo de formação da rede de bibliotecas da UFRA
denominada REDETECA/UFRA.
Em relação às bibliotecas da UFRA convêm citar que a universidade possui seis unidades de
informação localizadas em pontos diferentes, tanto na capital (Belém), como nos campi fora de
sede nos municípios de Capitão Poço, Capanema, Parauapebas, Paragominas e Tomé-Açu.
Para a formação da rede foram realizados encontros com todos bibliotecários com a finalidade
de planejar o processo para a criação do sistema. Todas as reuniões foram desenvolvidas, no
auditório da Biblioteca da UFRA Belém.
É de fundamental importância citar os objetivos desses encontros:
Discutir a construção do sistema de bibliotecas da UFRA (Belém e campi fora de
sede);
Criar condições para um funcionamento sistêmico e integrado da gestão dos seus
acervos e das atividades desenvolvidas;
Contribuir para o alcance da missão institucional de apoio ao ensino, pesquisa e
extensão.
O primeiro encontro de bibliotecários da UFRA foi realizado no dia 29 de abril de 2016, tendo
-se
conhecer alguns exemplos de sistemas de bibliotecas universitárias e a importância do trabalho
em rede nas universidades.
Para a primeira atividade foi convidado o Pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento
Institucional para fazer uma apresentação do ambiente institucional para que todos tivessem
conhecimento da estrutura na qual o sistema seria inserido, uma vez que havia bibliotecários
novos no quadro funcional da UFRA.
Foram convidadas também as bibliotecárias das instituições: Universidade do Estado do Pará
(UEPA) e Universidade Federal do Pará (UFPA), as quais relataram suas experiências com seus
943
�sistemas, destacando suas experiências nas bibliotecas onde atuam e respondendo às indagações
a seguir propostas pela comissão organizadora:
Qual a metodologia utilizada na criação do Sistema da instituição?
Como foi criado o Sistema de Bibliotecas da instituição?
Quais documentos nortearam a criação do Sistema (leis, portarias etc)?
Qual o tipo de Sistema de Bibliotecas da Instituição (centralizado ou descentralizado
etc)?
Em seguida dividiram-se os grupos de trabalho entre os bibliotecários da UFRA, tendo como
objetivo determinar um modelo de sistema de biblioteca para a universidade. Neste sentido,
ficou definido que o sistema seria do tipo:
Misto, isto é, alguns serviços serão descentralizados e outros centralizados;
Estaria vinculada a Reitoria;
Teria um órgão colegiado consultivo, composto por representantes discentes,
docentes e bibliotecários.
Ao final do primeiro encontro, algumas recomendações foram direcionadas para os grupos:
troca de ideias e informações por meio de e-mail e redes sociais e pesquisas sobre uma estrutura
de sistemas de bibliotecas, tais como: composição do sistema, divisão dos setores, relação entre
as bibliotecas, ou seja, a estrutura de um organograma para a construção do modelo para às
bibliotecas da UFRA. A fotografia 1 mostra a reunião dos bibliotecários presentes.
Fotografia 1 Primeiro Encontro de Bibliotecários da UFRA
944
�Fonte: Biblioteca Lourenço José Vieira da Silva/ UFRA Belém (2016).
O segundo encontro de bibliotecários da UFRA foi realizado no dia 30 de novembro de 2016,
sucesso na comunicação online pelos bibliotecários para pesquisa do organograma por vários
motivos profissionais, desta forma esta reunião iniciou-se com os grupos desenvolvendo a
pesquisa sobre a estrutura de organograma para as bibliotecas. Posteriormente fizeram uma
análise do material coletado e começaram a elaborar o desenho para proposta de organograma.
Na segunda parte da tarefa houve a apresentação das propostas elaboradas pelos grupos de
trabalho para os demais participantes do evento. Foi escolhido um representante de cada equipe
para defender a proposta e apresentar através de uma exposição a sugestão da estrutura mais
adequada para o sistema. Depois foi realizada a apreciação de um mural de sugestões, no qual
um membro de cada equipe exibiu um cartaz com a representação da estrutura. Logo após a
moderadora submeteu cada sugestão à opinião de todos. Fez-se a compilação e montou-se o
desenho do organograma do sistema. A fotografia 2 mostra o momento da exposição das
propostas.
Fotografia 2 Exposição das propostas da estrutura de organograma
Fonte: Biblioteca Lourenço José Tavares Vieira da Silva UFRA/Belém (2016).
O terceiro encontro de bibliotecários da UFRA ocorreu nos dias 28 e 29 de junho de
as para a os setores da rede de bibliotecas
945
�Apresentou-se inicialmente a retrospectiva do primeiro e segundo encontro, a fim
de mostrar os avanços já ocorridos no processo de formação da rede de bibliotecas da UFRA.
Na ocasião ainda foram apresentados os novos bibliotecários que passaram a integrar a equipe
da instituição.
Os questionamentos que surgiram foram os seguintes: o Repositório Institucional (RI)
deveria ser uma divisão e não uma seção da Divisão de Produtos Tecnológicos? As
Comissões devem ser temporárias ou permanentes? A editora deveria ser uma diretoria
independente da rede de bibliotecas?
Discutiu-se ainda a aprovação da proposta do organograma, construído no segundo
encontro e definidas as seções, divisões e competências de cada divisão e/ou seções.
No processo de aprovação do organograma no último dia do encontro, o pró-reitor de
ensino da UFRA esteve presente e discutiu juntamente com os bibliotecários o organograma
proposto. Foram feitas sugestões de modificação que foram realizadas no encontro seguinte.
Na fotografia 3 estão os bibliotecários e o pró-reitor de ensino no momento final do terceiro
encontro.
Fotografia 3 - Terceiro encontro de bibliotecários da UFRA
Fonte: Biblioteca Lourenço José Tavares Vieira da Silva UFRA/Belém (2017).
No quarto encontro ocorrido de 16 a 18 de agosto de 2017, os bibliotecários da UFRA
foram divididos em grupos para dar continuidade aos trabalhos do terceiro encontro. O intuito
desta reunião foi realizar modificações no organograma propostas no terceiro encontro,
definir ainda sobre cargos necessários e o quantitativo de pessoal para atuação em cada
divisão e/ou seção e redigir o regimento da rede. Definiu-se de forma conjunta, o quadro de
946
�pessoal que será lotado nas seguintes assessorias e divisões: assessoria de planejamento,
avaliação e marketing, divisão de produtos tecnológicos, divisão de desenvolvimento de
coleções, biblioteca Lourenço José Tavares Vieira da Silva e divisão de Repositório
Institucional da UFRA (RIUFRA). Ao final foi escolhido o nome da rede de bibliotecas da
UFRA. Cada participante sugeriu um nome para depois proceder a votação. Ao final o nome
escolhido foi REDETECA/UFRA. A fotografia 4 mostra os bibliotecários no quarto encontro.
Fotografia 4 - Quarto encontro de bibliotecários da UFRA
Fonte: Biblioteca Lourenço José Tavares Vieira da Silva
UFRA/Belém (2017).
Finalizado o evento, a comissão organizadora ficou com a missão de revisar a proposta
de regimento da REDETECA/UFRA, encaminhar para que todos os bibliotecários
sugestionares no documento e posteriormente será encaminhado a gestão superior da UFRA
para aprovação.
5 DISCUSSÃO
Os encontros realizados na UFRA com o intuito de formação da rede foram resultado
da percepção da importância e necessidade de sua criação. A literatura aponta vários sucessos
de redes pelo Brasil, Bibliodata/CALCO, SIBI\UPS, REDARTE, CRUESP, CBIES/RJ, entre
tam que redes de bibliotecas são mecanismos eficazes para
UFRA isto não é diferente, sendo benéfico para a instituição.
A constituição da REDETECA/UFRA já tem mostrado muitos benefícios como a
promoção do compartilhamento de dados, padrões comuns de linguagem de comunicação,
intercâmbio entre unidades de informação, catalogação cooperativa e redução de custos no
947
�processamento técnico. Isso ratifica os sucessos apresentados por Barbosa, (1978), Balby
(1995), Aragon (2017) e Carvalho (2016) em seus estudos.
Sendo assim, os conceitos apresentados nesse trabalho sobre redes, serviram como
embasamento para compreender o seu papel de unir os membros em prol de objetivos comuns
e esta união tem trazido vantagens e benefícios a todos, principalmente aos usuários dos
serviços da REDETECA/UFRA.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho permitiu compreender a atuação das bibliotecas inseridas em uma rede e/ou
sistema. Observou-se ainda no decorrer da pesquisa a experiência da UFRA na criação e
escolha de um sistema integrado das bibliotecas pertencentes à instituição, localizadas tanto
na capital (Belém), como nos campi fora de sede nos municípios de Capitão Poço, Capanema,
Parauapebas, Paragominas e Tomé-Açu, o que vem a contribuir na disseminação da
informação, em maior escala, cumprindo com uma das missões principais da biblioteca
universitária que é a de dar apoio ao ensino, pesquisa e extensão.
Nesse sentido, foi possível observar que a inserção das bibliotecas da UFRA em rede é
de fundamental importância, visto que, há uma necessidade de padronizar a linguagem de
comunicação entre as unidades de informação participantes, para dinamizar os diversos
serviços e produtos informacionais, economizando o tempo dos profissionais bibliotecários,
otimizando os recursos materiais e humanos, assim como atendendo melhor os usuários dos
serviços da biblioteca.
Constatou-se através dos encontros de bibliotecários realizados na instituição, a
importância do trabalho participativo, sendo as tomadas de decisões igualmente,
democráticas, onde todos puderam expor suas opiniões, alcançando-se, desta forma, bons
resultados como o compartilhamento das ideias dos participantes, isso resultou na
estruturação do organograma e na elaboração do regimento da REDETECA/UFRA.
Muito embora a implantação de uma rede de biblioteca seja um projeto de longo
prazo, dada sua complexidade é necessário envolvimento de todos os profissionais da
informação com os demais sistemas corporativos da gestão superior para o comprometimento
com a viabilidade e a exequibilidade do trabalho coordenado, para dar retorno em qualidade
de prestação de serviço informacional para a sociedade.
948
�REFERÊNCIAS
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REDARTE/RJ e CBIES/RJ. 2017. 139 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Bens
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950
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Redes de Bibliotecas Universitárias: um estudo de caso na Universidade Federal Rural da Amazônia.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Corrêa, Jean Pereira; Sousa, Leticia; Gomes, Nilzete Ferreira; Ferreira Larisse; Santos, Ana Cristina Gomes
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas procuram, cada vez mais, novas formas de disponibilizar o seu acervo e dinamizar os serviços e produtos, buscando trabalhar de maneira cooperativa com outras unidades de informação. O presente trabalho tem como objetivo mostrar o processo de formação da Rede de Bibliotecas da Universidade Federal Rural da Amazônia, visando melhorar os processos de gestão e acesso a informação. Foi realizado um estudo de caso na instituição, por meio da descrição dos encontros de bibliotecários. A coleta de dados foi realizada através do registro documental dos materiais gerados nestas reuniões. Considera-se pontos importantes para a fundamentação teórica, os conceitos de rede, cooperativas de bibliotecas, os fatores de sucesso e fracasso e cita-se alguns exemplos de consócios, sistemas e redes de bibliotecas no Brasil. Entende-se com este estudo que as bibliotecas universitárias, necessitam trabalhar de forma integrada como é o caso da instituição em questão, objeto deste estudo. No que se refere aos resultados foi possível observar também que a formação das redes permitiu o compartilhamento da informação em escala maior alcançando assim a comunidade interna e externa e o estudo de caso demonstrou a importância do trabalho participativo, sendo as tomadas de decisões igualmente democráticas.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5475/SNBU2018_072.pdf
2dd0704d767331d6a140c726167cf6b1
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Eixo I
Inovação e Criação
CLUBE DO LIVRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS - CAMPUS MAUÉS
CLUB OF THE BOOK: EXPERIENCE REPORT IN THE LIBRARY OF THE FEDERAL
INSTITUTE OF THE AMAZONAS - CAMPUS MAUÉS
Resumo: O artigo relata a experiência de criação do clube do livro da biblioteca do Instituto
Federal do Amazonas enquanto atividade cultural e pedagógica de incentivo à leitura com a
participação de discentes, docentes e a bibliotecária do Campus IFAM/Maués. Objetiva
relatar a experiência de criação do referido clube, descrevendo aspectos, etapas, indicação do
critério para escolha das obras lidas e de seu público. Apresenta ainda as dificuldades e
benefícios desse tipo de ação cultural, tendo como campo a biblioteca do IFAM - Campus
Maués. O clube foi criado em 2017 e tem seus encontros presenciais semanais na biblioteca
do Instituto buscando promover a interação entre alunos-sujeitos no âmbito acadêmico.
Justifica-se pela necessidade de integrar novas formas de aprendizado e discussões por meio
da leitura fora da sala de aula. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa exploratória e
descritiva tendo como público participantes, uma turma de alunos de um dos cursos
oferecidos no IFAM/Campus Maués. Resulta no relato de experiência da execução do projeto
que reúne diferentes agentes e conscientiza para práticas pedagógicas no uso do espaço da
biblioteca enquanto extensão do ambiente de aprendizagem. Conclui que o clube do livro
pode se tornar uma das ações promovidas que estimulam o senso crítico do discente,
despertando sua capacidade de integração social e espírito cidadão. Espera que a iniciativa de
criação do clube do livro seja percebida como oportunidade de dinamização e promoção das
bibliotecas, além de estímulo para profissionais de diferentes áreas envolverem um público
específico na realização de práticas pedagógicas.
Palavras-Chave:
cultural.
Biblioteca. Clube do livro. Leitura. Práticas pedagógicas. Atividade
Abstract: The article reports on the experience of creating the library club of the Federal
Institute of Amazonas as a cultural and pedagogical activity to encourage reading with the
participation of students, teachers and the librarian of the IFAM / Maués Campus. It aims to
report on the experience of creating this club, describing aspects, stages, indication of the
criterion for choosing the works read and its audience. It also presents the difficulties and
benefits of this type of cultural action, having as a field the library of IFAM - Campus
Maués. The club was created in 2017 and has its weekly meetings in the library of the
Institute seeking to promote interaction between students and subjects in the academic field. It
923
�is justified by the need to integrate new forms of learning and discussion through reading
outside the classroom. Methodologically, it is an exploratory and descriptive research having
as public participants, a group of students from one of the courses offered at IFAM / Campus
Maués. It results in the report of experience of the execution of the project that brings together
different agents and makes aware of pedagogical practices in the use of library space as an
extension of the learning environment. It concludes that the book club can become one of the
promoted actions that stimulate the critical sense of the student, awakening its capacity of
social integration and citizen spirit. He hoped that the initiative to create the book club would
be perceived as an opportunity to stimulate and promote libraries, as well as stimulating
professionals from different areas to involve a specific audience in the realization of
pedagogical practices.
Keywords: Library. Book Club. Reading. Pedagogical practices. Cultural activity.
1 INTRODUÇÃO
A leitura sempre foi um instrumento capaz de influenciar no processo de
aprendizagem, sendo utilizada como instrumento pedagógico, quer por profissionais da
educação, quer por agentes responsáveis pela mediação do conhecimento. Ao ser utilizada
como elemento educativo é comum que faça parte de ações culturais vinculadas ao livro e aos
profissionais que atuam em bibliotecas.
Por meio dessas ações culturais, particularmente em se tratando de clubes do livro,
unem profissionais por meio de parcerias e relações multidisciplinares contribuindo para o
desenvolvimento de práticas didáticas oportunizando a participação e o aprendizado dos
indivíduos aqui representados pelos alunos.
Este trabalho relata a experiência de criação e a importância do clube do livro como
ação cultural capaz de apoiar pedagogicamente o ensino, por meio de leituras e discussões de
obras específicas indicadas em vestibulares e processos seletivos. Discorre sobre a as
influências no desempenho escolar de alunos das séries inicias de uma instituição de ensino e
pesquisa.
O clube do livro da biblioteca do IFAM - Campus Maués está vinculado aos
programas integrais da Política de Assistência Estudantil na linha de ação apoio pedagógico.
O relato pretende proporcionar um olhar diferenciado sobre as bibliotecas sob a ótica da
viabilidade e oportunidade aos alunos se integrarem em iniciativas que a entendam como um
espaço contínuo de aprendizagem.
Indaga e pretende tecer considerações a partir desse relato, quais as dificuldades e
benefícios da criação de um clube do livro como atividade de incentivo à leitura.
924
�Com base no exposto, tem como objetivo geral, relatar a experiência de criação do
Clube do Livro no IFAM Campus Maués. Como objetivos específicos descrevem-se as etapas
de criação do clube do livro, identificando critérios envolvidos na escolha das obras e do
público participante da ação. Encerra apresentando dificuldades e benefícios da criação do
clube como consequência da participação dos alunos, de membros do corpo docente e de
bibliotecários que entendem a necessidade de se apropriarem do espaço da biblioteca para
práticas de aprendizagem.
A justificativa social considera que as bibliotecas, independentemente de sua
tipologia, tenham o propósito de reunir, tratar e preservar o conhecimento humano a fim de
disseminar a informação ao seu público, mas também exercer dentro da organização na qual
está integrada, a função de formadora de cidadãos com mais cultura, educação e senso crítico
na sociedade.
A justificativa profissional destaca a necessidade de bibliotecários conhecerem seus
papeis de agentes culturais de transformação e mediação do conhecimento para que seu
público identifique, entenda e se familiarize com a biblioteca além dos produtos e serviços por
ela oferecidos. Assim, a atividade de um clube do livro é uma maneira criativa de permitir a
atuação dos profissionais como mediadores e curadores que desempenham tarefas além dos
processos técnicos.
Sobre a justificativa pessoal, considera a necessidade de se formar um público leitor
integrado ao espaço das instituições de ensino, com senso crítico, participativo e que por meio
da leitura torna-se um ser cada vez ciente de sua participação social. Particularmente ao
considerar a experiência do clube do livro, esse público percebe nos relatos de autores que
viveram épocas importantes da história da humanidade, os registros da beleza, da dor e do
sofrimento que viveram.
O referencial apresentado a seguir destaca a participação dos bibliotecários como
curadores responsáveis pela idealização de ações culturais voltadas para um público que
devem atender. Detalha ainda, nuances acerca da leitura e criação do clube do livro na
biblioteca do IFAM Campus Maués enquanto prática pedagógica capaz de criar interação
entre alunos, professores e bibliotecários.
925
�2 BIBLIOTECÁRIOS COMO AGENTES DE PROMOÇÃO DE AÇÕES CULTURAIS
EM BIBLIOTECAS
Entre os sujeitos envolvidos nas ações culturais em bibliotecas estão: bibliotecários,
parceiros, colaboradores, alunos, mas também os professores e membros da comunidade
acadêmica.
Embora alguns alunos em sua pluralidade, tenham a visão de que a biblioteca é
apenas um local punitivo e de castigo, para desmistificar essa ideia é necessário que os
bibliotecários cativem a comunidade a partir de suas habilidades pessoais e profissionais. Ao
profissional, deve agir como agente de transformação social, com capacidade de dinamizar o
ambiente da biblioteca tornando-o atrativo, dinâmico, aprazível e integrante da comunidade
acadêmica.
Ao planejarem e desenvolverem ações com a participação dos alunos promovendo a
cultura e dando visibilidade ao seu ambiente de trabalho, os bibliotecários tornam-se agentes
culturais - aqueles que agem e praticam a cultura. Além disso, acabam sendo protagonistas
de uma ação curatorial de organização e mediação desse tipo ação.
Para idealizar e promover uma ação cultural, percebendo a necessidade de ter
parcerias institucionais com profissionais de outras áreas do conhecimento, é preciso
dominar algumas habilidades informacionais: divulgar, comunicar e difundir os eventos,
aproximar a comunidade escolar, ter um conhecimento prévio sobre o que será promovido,
orientar os alunos, estimulando-os pelo trajeto e tarefas a serem desenvolvidas.
A ação cultural não se limita somente a disponibilização dos bens culturais, deve
possibilitar também a participação e a criação de novos bens culturais e
conhecimentos. O bibliotecário deve proporcionar um ambiente para que o usuário
participe, no sentido de opinar, formular e criar (ROSA, 2009, p. 373).
O bibliotecário deve agir com o trabalho de democratização da cultura estimulando
os alunos a criarem, opinarem, expondo o que pensam e o sentem, além de se expressarem
por meio de conhecimentos adquiridos ao longo da vida, tornando um cidadão crítico e com
uma visão ampla de mundo.
Quando os indivíduos aprendem algo e são estimulados a criarem algum produto em
que possam se expressar, é comum que se sintam realizados e com elevada autoestima.
Consideram-se parte de uma ação cultural libertadora capaz de estimular suas habilidades.
Sobre isso, Cabral (1989, p. 27) propõe que
926
�[...] os indivíduos não sejam apenas receptores, mas sujeitos da criação cultural; a
elaboração da cultura com o povo e não para o povo; facilitar a utilização de
instrumentos adequados ao desenvolvimento da capacidade criadora dos
indivíduos; a desalienação da cultura e a busca de uma identidade cultural; a
democratização da cultura.
Sendo assim, o indivíduo se tornará um cidadão crítico, além de produtor cultural.
Deve levar em consideração, que o bibliotecário com uma visão abrangente em relação à
promoção da cultura, bem como o estímulo da criatividade, ele tornará o ambiente mais
atrativo e aprazível para a comunidade escolar, pois cada um se sentirá integrado em cada
ação se tornando um cidadão satisfeito na produção da cultura, além de se sentir livre em
poder se expressar.
O bibliotecário como agente cultural deve ter a competência de abrir espaços para
outros profissionais dispostos a participarem do desenvolvimento de ações, como também
participar de editais em que submeta projetos a agências de fomento e órgãos
governamentais que ofereçam custeio e apoio financeiro para a realização de eventos de
determinada natureza.
Vale ressaltar que para tornar a biblioteca atrativa e dinâmica é necessário que os
colaboradores envolvidos na ação cultural, sejam diferenciados, com competências
habilidades e atitudes voltadas para o público e para os objetivos propostos da ação.
3 A LEITURA COMO INSTRUMENTO DA CRIAÇÃO DO CLUBE DO LIVRO
A leitura é um veículo imprescindível para o processo de transformação de leitores em
cidadãos com senso crítico, capacidade de diferenciar valores e percepções dentro do grupo
social com o qual convive, adquirindo consciência dos direitos e deveres.
No ambiente escolar a leitura instrui não apenas no cotidiano na relação alunoprofessor, mas pode representar um suporte metodológico envolvendo atividades sociais,
educativas e culturais. Além disso, além da associação obrigatória advinda do acesso a textos
propostos em sala de aula, a leitura deve fazer
parte da educação e do processo de ensino e aprendizagem por isso deve ser
praticada com prazer. Consequentemente, para que se desenvolva o gosto pela
leitura, faz-se necessário que os educadores apontem-na como uma alternativa de
lazer desde a infância (SOUZA, 2009, p. 7).
Na relação docente, ambiente escolar e biblioteca, surge uma oportunidade de
927
�realização da leitura dialógica entre diferentes agentes, promovendo a reflexão crítica de um
público com diferentes opiniões e expectativas. Quando se promove essa interação, entendese que
[...] a cada leitura, o leitor competente consolida seu modo de existir e afina seu
modo de interagir com os outros membros dos grupos sociais que vive. Como obter
senso crítico e acima de tudo como depurá-los se não for atuando sobre os esquemas
cognitivos do leitor? A leitura é dos meios mais eficazes para fazê-lo (TELLES,
2010, p. 17).
Embora a iniciativa de perceber a leitura como instrumento facilitador e capaz de
integrar profissionais e um público com diferentes formações e faixas etárias, ainda é
necessário superar alguns estereótipos: de que aluno não seja um coagente no processo de
troca de aprendizagem, de que o ato de ler esteja vinculado a algo cansativo e pouco
prazeroso, sendo apenas atividade obrigatória do processo avaliativo que culminará com
obtenção de uma nota na sala de aula.
A escolha do tipo de texto somada a um objetivo futuro preferencialmente não
avaliativo do público que lê pode ser determinante para mudar esse cenário já que a leitura de
bons e variados textos, é capaz de formar um leitor, é capaz de municiá-lo com
elementos que favorecem mais e melhor compreensão, [...] justamente nos vastos
domínios da literatura que pode ser encontrada a chave para a formação do brasileiro
leitor que tanto desejamos ver proliferar em nosso país (REIS, 2009, p. 8).
Ao ressaltar a necessidade de domínio de obras literárias, o clube do livro ou clube de
leitura vem sendo alternativa comumente idealizada no cenário acadêmico independente do
grau de ensino, do público. Além disso, a criação do clube pode envolver parcerias entre
profissionais de diferentes áreas do conhecimento.
Sobre o clube do livro, a determinação de um público específico ou variado, os
encontros em datas previstas, as oportunidades de interação e trocas de opiniões e impressões
por meio de diálogos com participantes de diferentes faixas etárias, o desenvolvimento de
metodologias paralelas de estudo a partir do ato de ler ou o próprio acréscimo de novos
aprendizados são diferenciais desse tipo de iniciativa.
Segundo Pedrão (2017, p. 1218), são muitos os benefícios do clube do livro já que sua
na possível a interação de pessoas e a troca de experiências, pois um livro e
uma leitura nunca são iguais para todos, e assim todo o processo de ler e interpretar uma
É importante perceber que o clube do livro é apenas uma das muitas iniciativas que
podem ser utilizadas para criar interação e aproximação de um público para as bibliotecas,
928
�integrando profissionais de diferentes áreas e beneficiando seus participantes por intermédio
da leitura.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
4.1 CAMPO DE PESQUISA
O Instituto Federal do Amazonas (IFAM) - Campus Maués faz parte da Rede Federal
de Educação Profissional, Científica e Tecnológica e tem como missão promover com
excelência a Educação, Ciência e Tecnologia para o desenvolvimento sustentável da
Amazônia e como visão a consolidação do Instituto Federal do Amazonas de referência
nacional em Educação, Ciência e Tecnologia.
Já o IFAM Campus Maués é uma instituição de ensino regular, com cursos técnicos e
profissionalizantes que foi inaugurado em 2010 tendo em sua rede uma Política de Assistência
Estudantil com a prerrogativa de garantir a democratização das condições de acesso,
permanência e êxito dos estudantes matriculados na Rede EPCT.
Seu objetivo é proporcionar aos estudantes, mecanismos que garantam o seu
desenvolvimento educacional, através da concessão de benefício social mensal, com vistas a
minimizar os efeitos das desigualdades sociais e reduzir as taxas de retenção e evasão.
Os programas integrais fazem parte dessa Política de Assistência Estudantil dos
Institutos e são um conjunto de projetos contendo ações prioritárias voltadas para o
suprimento das necessidades sociais dos discentes. Dentro de um programa existem projetos
de acordo com diferentes linhas de ações e o projeto do clube do livro faz parte da linha com
ações inerentes ao apoio pedagógico.
A biblioteca do Campus começou suas atividades em abril de 2011, aberta ao público
acadêmico e à comunidade em geral com acesso livre ao acervo de cerca de 1200 obras entre
periódicos, obras gerais, obras especializadas, obras de referência, além de um acervo
multimídia com DVDs e CDs.
A iniciativa de criação do clube do livro na biblioteca fez parte do projeto aprovado
em 2017 que foi inserido na linha de ação do programa de apoio pedagógico que visa
proporcionar a interligação entre os profissionais de ensino e os estudantes, numa perspectiva
929
�de construção de uma educação de qualidade e transformadora, contribuindo de maneira
exitosa para a formação humana e profissional dos estudantes.
4.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa é de natureza qualitativa, pois para Severino (2007, p. 128) existe a
intenção de permitir se utilizar do conhecimento, contribuindo para ampliá-lo por mais
ramificações de assuntos relacionados a leitura, clube do livro a o papel de mediação
exercido por bibliotecários e professores.
Quanto aos objetivos desta pesquisa é de caráter exploratório já que recorreu a
diversas fontes relacionadas a ações culturais em bibliotecas: livros, artigos de periódicos
eletrônicos. Sendo uma pesquisa de natureza básica, conforme descreve Gil (2002, p. 26)
tem a função de contribuir e ampliar o conhecimento, com características práticas para
resolver ou melhorar um problema. irá em busca de diversas literaturas.
Severino (2007, p. 123) afirma que este tipo de pesquisa são levantamentos sobre
determinado assunto, sendo este delimitado para mapear todas as informações possíveis que
estão relacionadas ao objeto principal da pesquisa, que são as Ações Culturais em
Bibliotecas Escolares.
Gil (2002, p. 27) mostra a pesquisa exploratória como o meio para o pesquisador
obter familiaridade com o problema, com o objetivo de clarificar o que será abordado.
Quanto aos procedimentos técnicos a pesquisa constituiu-se como bibliográfica, pois
de acordo com Marconi e Lakatos (2010, p. 166) são todos os meios de informações já
consideradas públicas sobre um determinado assunto. Os dados foram analisados com base
no relato.
5 RESULTADOS
A idealização do projeto de criação do clube do livro surgiu por iniciativa da
bibliotecária em promover a leitura juntamente com uma professora do instituto que pretendia
fazer análises sobre obras literárias brasileiras. Com isso, juntaram-se as ideias e surgiu o
930
�Como a publicação anual do edital de Processo de Seleção de Projetos Integrais no
IFAM - Maués, em 2017 submeteu-se o projeto que após o resultado e aprovação culminou
com o início das atividades no mês de junho do mesmo ano.
Sabendo da dificuldade dos adolescentes com a leitura de obras literárias brasileiras, o
projeto foi direcionado aos discentes do primeiro ano do ensino médio que fariam a primeira
etapa do processo seletivo contínuo - PSC da Universidade Federal do Amazonas e o Sistema
de Ingresso Seriado - SIS da Universidade do Estado do Amazonas, ambos certames que
servem de ingresso a universidades públicas da cidade de Manaus.
Durante as três etapas o mesmo grupo participará dos encontros presenciais embora o
ingresso ao clube possa ser feito por qualquer membro da comunidade acadêmica que goste
ou queira iniciar o hábito pela leitura.
O clube iniciou com 20 participantes, sendo 5 bolsistas e 15 discentes voluntários
tendo encontros totalizando quatro horas mensais. Acerca da escolha desse público, os alunos
recebiam uma bolsa-auxílio oriunda de recursos institucionais do projeto e atendessem alguns
critérios socioeconômicos para recebimento do benefício.
Era realizado sempre às sextas-feiras após as aulas com início no horário das 17h e
30min sendo o espaço da biblioteca cedido para os encontros já que a coordenação e
idealização do projeto era por uma bibliotecária.
O critério para a escolha das obras foram:
a) o uso das obras indicadas no ensino pelos docentes de língua portuguesa do IFAM;
b) as literaturas exigidas no edital publicado do vestibular das universidades públicas
estadual e federal do estado do Amazonas já que o clube do livro é um projeto de
leitura de obras literárias brasileiras constantes nesses certames.
Como os encontros eram semanais, as leituras e diálogos eram realizados por capítulos
que deveriam ser lidos durante a semana e debatidos no dia do encontro. As discussões eram
mediadas por duas coordenadoras e os discentes participantes comentavam sobre diversos
aspectos da obra a partir de um roteiro que incluía a análise de acontecimentos da história
lida, os personagens, as principais dificuldades da leitura, o enredo, o vocabulário, a opinião
do autor e as principais dúvidas dos participantes do clube.
Cada aluno observava e emitia opiniões relacionando fatos das histórias com aspectos
do cotidiano e da realidade do nosso tempo a partir de sua vivência e experimentação pessoal.
Essa troca de experiências fazia com que o grupo interagisse e criasse um laço para além das
portas da biblioteca em virtude do clube.
931
�A cada início de leitura de uma nova obra os coordenadores faziam uma breve
apresentação, sobre o contexto histórico em que se passava, o enredo e o estilo literário da
obra.
Quadro 1: Número de participantes durante as reuniões do clube do livro.
Reuniões
Média de
participantes
por reunião
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
4
4
4
4
2
6
18
14
17
11
10
12
Fonte: Elaborado pelas próprias autoras (2018)
Foram realizados no ano de 2017, 25 encontros com a participação de membros do
clube, tendo sido lidas as obras: a moreninha de José de Alencar e Quincas Borba de Machado
de Assis. Ao final do projeto, foi aplicado um simulado com possíveis questões sobre as duas
obras, sendo produzido um curta metragem de aproximadamente 60 minutos da obra a
moreninha com a participação de todos os integrantes do clube que foi exibido na mostra de
extensão do IFAM/Campus Maués.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O clube do livro foi desenvolvido para atrair participantes da comunidade acadêmica
do IFAM tendo como instrumento base a prática da leitura, o auxílio na compreensão de
textual de literaturas brasileiras. Seu planejamento, incluía discussões em encontros
previamente agendados em que capítulos dessas obras eram lidos e posteriormente debatidos
por discentes de faixas etárias e opiniões diferenciadas.
O relato de experiência da criação desse tipo de ação a partir de iniciativas entre
diferentes profissionais cria um instrumento de promoção e difusão que auxilia na formação
de leitores e desenvolve uma prática pedagógica fora das quatro paredes da sala de aula.
Acerca das dificuldades encontradas na experiência de criação do Clube do Livro do
campus Maués, destaca-se que o Instituto Federal do Amazonas é uma instituição pública de
tempo integral que desenvolve muitas atividades paralelas com a participação de seus
discentes durante o decorrer do ano letivo. Por essa razão, alguns alunos envolvidos no
932
�projeto justificavam ausências e não compareciam nos encontros alegando outros
compromissos vinculados a atividades acadêmicas da instituição e até mesmo avaliações.
A periodicidade semanal foi um fator positivo já que os alunos se esforçaram na
leitura dos capítulos mesmo com a falta de tempo alegada por alguns.
Em relação à necessidade de familiarização dos discentes com as obras literárias
brasileiras alguns fatores como: linguagem dos autores, vocabulário, sentido e significado de
algumas palavras usadas por personagens assim como percepções sobre o enredo das obras
também foram motivos de dificuldades para alguns.
Para suprir as dificuldades em relação ao vocabulário e significado e sentido de
algumas palavras utilizadas pelos autores, eram sugeridos que os alunos recorressem a
dicionários impressos e aplicativos de celular com essa finalidade durante as discussões.
O uso de recursos tecnológicos e outros recursos didáticos também eram permitidos
nas discussões presenciais nos dias e horários programados, auxiliando no entendimento dos
textos e notadamente aumentando o interesse dos participantes na continuidade das leituras
em cada encontro. Percebeu-se que todos tinham a curiosidade de entender corretamente o
enredo, os acontecimentos e o encerramento da obra.
Compreender a linguagem literária dos autores, criar o gosto e incentivo ao hábito da
leitura em encontros semanais por meio de capítulos de uma obra sem a pressão de ser
avaliado foram motivadores para o perceptível crescimento pessoal, intelectual e vocabular
dos alunos.
Ademais, é preciso tornar efetiva a presença e participação de bibliotecários nesse tipo
de ação, para maior conscientização da comunidade acadêmica em relação ao seu papel e
atuação. Esses profissionais, além de processos técnicos devem assumir seu papel social,
educativo e de mediação do conhecimento, principalmente ao criar parceiras com
profissionais de outras áreas do saber.
Como ações futuras, pretende-se ampliar o número de participantes do projeto, criar
uma página do clube nas redes sociais, divulgando futuras leituras e dando visibilidade e
reconhecimento institucional ao projeto e aos próprios participantes envolvidos. Pretende-se
ainda, definir um calendário informando previamente quais obras serão lidas em 2018 e quais
as metas de leitura podem ser definidas pelos seus coordenadores.
Por fim, acredita-se que a participação dos atuais alunos do primeiro ano do clube
tenha propiciado diferenciais na construção do senso crítico, no entendimento da leitura de
933
�novas obras e na própria interação social com professores, gestores e outros membros da
comunidade acadêmica.
REFERÊNCIAS
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Belo Horizonte: UFMG, 1989. Disponível em:
<http://www.bibliotecadigital.ufmg.br/dspace/handle/1843/BUOS-933EC5>. Acesso em: 5
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TELLES, Tenório (Org.). A importância e significado da leitura. In: TELLES, Tenório.
Leitura: conceito, prática e literatura. Manaus: Valer, 2010. Cap. 2.
934
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Clube do livro: relato de experiência na biblioteca do Instituto Federal do Amazonas - Campus Maués.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cativo, Edinara Sobrinho da Silva; Souza, Amélia Jandrea de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo relata a experiência de criação do clube do livro da biblioteca do Instituto Federal do Amazonas enquanto atividade cultural e pedagógica de incentivo à leitura com a participação de discentes, docentes e a bibliotecária do Campus IFAM/Maués. Objetiva relatar a experiência de criação do referido clube, descrevendo aspectos, etapas, indicação do critério para escolha das obras lidas e de seu público. Apresenta ainda as dificuldades e benefícios desse tipo de ação cultural, tendo como campo a biblioteca do IFAM - Campus Maués. O clube foi criado em 2017 e tem seus encontros presenciais semanais na biblioteca do Instituto buscando promover a interação entre alunos-sujeitos no âmbito acadêmico. Justifica-se pela necessidade de integrar novas formas de aprendizado e discussões por meio da leitura fora da sala de aula. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa exploratória e descritiva tendo como público participantes, uma turma de alunos de um dos cursos oferecidos no IFAM/Campus Maués. Resulta no relato de experiência da execução do projeto que reúne diferentes agentes e conscientiza para práticas pedagógicas no uso do espaço da biblioteca enquanto extensão do ambiente de aprendizagem. Conclui que o clube do livro pode se tornar uma das ações promovidas que estimulam o senso crítico do discente, despertando sua capacidade de integração social e espírito cidadão. Espera que a iniciativa de criação do clube do livro seja percebida como oportunidade de dinamização e promoção das bibliotecas, além de estímulo para profissionais de diferentes áreas envolverem um público específico na realização de práticas pedagógicas.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5472/SNBU2018_071.pdf
109a0b78523212a1e84e4fc223d616e1
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Eixo I
Inovação e Criação
O SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO DAS NOVAS
AQUISIÇÕES EM UMA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: RELATO DE
EXPERIÊNCIA
THE DISCLOSURE SERVICE OF THE NEW
ACQUISITIONS IN A UNIVERSITY LIBRARY: EXPERIENCE REPORT
Resumo: Relato da evolução do serviço de divulgação das novas aquisições de uma biblioteca
universitária, a Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (Fabico-UFRGS), com base nas teorias do serviço de
referência, da disseminação da informação e do marketing de serviços. O foco deste relato de
experiência é o serviço de disseminação da informação através da divulgação das novas
aquisições, atividade integrante dos serviços de referência numa biblioteca. Apresenta um
retrospecto histórico-ilustrado sobre a prestação do serviço pela Biblioteca, bem como suas
mudanças de formato e finalidade, acompanhando as necessidades dos usuários. Descreve
detalhadamente a metodologia empregada na elaboração do novo formato do serviço e mostra
a socialização desse modelo criado pela Biblioteca da Fabico, que foi adotado e adaptado por
outras bibliotecas do Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBUFRGS).
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Serviço de referência. Marketing de serviços.
Divulgação de novas aquisições.
Abstract: Account of developments in the dissemination service of the new acquisitions of a
university library, the library of Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, of the
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, based on the theories of reference service,
information dissemination and marketing services. Presents a historical-illustrated
retrospective on the service provided by the library, as well as their shape changes and
purpose, following the needs of users. It presents the methodology used in preparing the new
format of the service and shows the socialization of the new model created by the library of
FABICO, which was adopted and adapted by other libraries of the Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Rio Gran de do Sul.
Keywords: University library. Reference work. Dissemination of new acquisitions.
Marketing services.
909
�1 INTRODUÇÃO
A biblioteca universitária é um dos organismos responsáveis pela prestação de
serviços de informação aos usuários, serviços esses que precisam passar por processos
contínuos de planejamento, controle e avaliação. Gestores de bibliotecas devem procurar
qualificar os serviços prestados se desejam estar em consonância com os anseios do público e
com os objetivos da instituição.
O foco deste relato de experiência é o serviço de disseminação da informação através
da divulgação das novas aquisições, parte dos Serviços de Referência, que segundo Grogan,
rápido e seguro à informação. . (GROGAN, 2001, p.7).
Mesmo se tratando de um ponto importante em qualquer biblioteca, raramente os
poucos bibliotecários utilizam as estratégias de marketing de serviços (recursos diferenciados
e atuais) para melhor divulgar os serviços/aquisições/infraestrutura de suas Unidades de
Informação, ou para alcançar os usuários em potencial de serviços de informação.
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (SBUFRGS),
formado por 30 bibliotecas setoriais, foi constituído em 1971, e desde então busca meios de
padronizar e racionalizar seus serviços para melhor atender a comunidade. Na década de
1980, o Grupo de Trabalho em Serviço de Referência, criou diretrizes para vários serviços,
incluindo o serviço de Disseminação da Informação no Sistema de Bibliotecas. Nesse
documento, o serviço de divulgação das novas aquisições apresentava as seguintes
características:
a) Apresentação das referências bibliográficas em ordem alfabética de título
(periódicos); ou em ordem alfabética de autor ou assunto (livros) e número de
chamada de itens processados no período de abrangência da lista;
b) Divulgação na forma de publicação independente ou incluída como seção dentro
do Boletim Bibliográfico da Biblioteca;
c) Frequência mensal ou trimestral;
d) Distribuição gratuita para os departamentos e/ou corpo docente da instituição e
coordenação dos cursos de pós-graduação; e também para outras bibliotecas da
área. (UNIVERSIDADE..., 1982).
A partir dessas orientações, a Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e
Comunicação (Fabico), produzia e editava, trimestralmente, o informativo Comunicação &
Informação: boletim da Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação, que foi
o veículo de divulgação das novas aquisições até 1987. Após o encerramento da publicação,
910
�em 1988, passou a adotar uma listagem impressa de referências, afixada em locais de
circulação da Faculdade; sendo que os itens físicos permaneciam em exposição, em uma
estante diferenciada, no salão de leitura da Biblioteca.
Esta modalidade de divulgação perdurou até 2010, quando um novo formato foi
proposto e implantado. O formato anterior era de cunho meramente informativo/expositivo, já
o novo formato tem forte apelo visual, visto que reproduz a imagem das capas dos livros que
compõe a exposição. É um formato eletrônico e dinâmico, pois nas imagens das capas, são
aplicados os hiperlinks permanentes119 que levam o usuário diretamente para o catálogo online das bibliotecas da UFRGS (SABi), agilizando a dinâmica de empréstimos e reservas, pois
permite aos interessados a identificação dos itens que estão disponíveis ou não no acervo.
A implantação de um processo deste porte demandou mudanças e investimentos no
Setor de Processamento Técnico, tanto nos aspectos operacionais quanto no que tange a
recursos materiais e humanos. Graças à aplicação de conceitos de marketing, durante o
planejamento do novo serviço, os esforços empregados obtiveram uma grande aceitação pela
comunidade acadêmica e também pelo SBUFRGS, perceptível através dos elogios recebidos
verbalmente, por e-mail e pelas redes sociais. Observou-se também que outras bibliotecas do
Sistema adotaram e/ou adaptaram e implementaram este novo formato nas suas respectivas
unidades.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Neste capítulo serão tecidas considerações sobre os principais conceitos que
fundamentam nossa reflexão sobre a importância do planejamento de serviços de qualidade
em bibliotecas universitárias e, em especial, o serviço de divulgação das novas aquisições da
Biblioteca da Fabico.
A satisfação das necessidades de informação do usuário é um indicador intangível e
depende da qualidade dos serviços oferecidos ao mesmo. Enquanto bens de consumo podem
ser adquiridos através da compra, os serviços das bibliotecas são contratados de acordo com a
experiência de vida e com a necessidade do público-alvo em certo momento (GIANESI;
CORRÊA, 1996). Desta forma, a biblioteca deve atuar para preencher estas lacunas
informacionais, promovendo o acesso à informação existente em seu acervo de maneira
119
Os links de pesquisas no SABi, gerados no momento da pesquisa do usuário, durando o tempo de sua sessão
links perm
registro bibliográfico sempre que utilizado.
911
�eficaz. Murilo Bastos (2010) corrobora a ideia de que o acesso à informação deve ser o centro
das discussões nas bibliotecas universitárias, afirmando que:
As bibliotecas universitárias são organizações complexas, com múltiplas funções e
uma série de procedimentos, produtos e serviços que foram desenvolvidos ao longo
de décadas. No entanto, o seu propósito fundamental permaneceu o mesmo, isto é:
proporcionar acesso ao conhecimento. Esse acesso ao conhecimento é que irá
permitir que o estudante, o professor e o pesquisador possam realizar suas
aprendizagens ao longo da vida. (BASTOS, 2010) 120.
O setor responsável pelo planejamento de serviços a partir do perfil dos usuários é o
Setor de Referência, que deve estar em consonância com as atividades realizadas no Setor de
Processamento Técnico.
As operações de referência, segundo A Reference and User Services Association
(RUSA), divisão da American Library Association (ALA), caracterizam-se por consultas de
informação em que o bibliotecário recomenda, interpreta, avalia e/ou utiliza recursos
informacionais para auxiliar o usuário a encontrar repostas para necessidades específicas de
informação. A entidade também afirma que, atualmente, o serviço de referência abrange não
só as operações de referência, como também incluem outras atividades que envolvam a
criação, gestão e auxílio no uso de recursos de busca da informação, ferramentas e serviços
(AMERICAN..., 2008, tradução nossa).
Não é raro, observar que, em muitas bibliotecas brasileiras, o setor de referência
mescla-se aos setores de processamento técnico e/ou circulação. Assim, o polivalente
bibliotecário responsável pelo processamento técnico não só assume a responsabilidade pela
criação e gestão de produtos e serviços, a partir do fluxo de trabalho e conhecimento da
clientela, como também realiza o atendimento de questões genuínas de referência que visam
capacitar seus usuários no conhecimento das fontes de informação e na busca.
Todos os setores da biblioteca precisam se comunicar e trabalhar em conformidade
com os anseios da comunidade acadêmica e da instituição como um todo. Rothstein afirma
que:
o serviço de referência é a assistência pessoal e individual fornecida pelo
bibliotecário aos clientes da biblioteca que buscam informação; também implica o
reconhecimento definitivo desta área da biblioteca, das suas responsabilidades e
organização para o oferecimento de cada serviço. Em suma, é a disposição em
ajudar, o que é parte importante das obrigações do bibliotecário. (ROTHSTEIN,
1961, p.11, tradução nossa)
120
Documento eletrônico
912
�Neste sentido entendemos que a utilização dos diversos serviços e produtos
desenvolvidos para potencializar o atendimento ao usuário no decorrer do serviço de
referência, deve ser entendida também como uma forma de disseminar a informação contida
no acervo.
Macedo (1990) define os serviços de disseminação da informação como ações para
divulgar novidades da biblioteca e atualizar o usuário. Atualmente, muitos são os meios para
promover o acesso à informação disponível no acervo (ou fora dele): exposições
bibliográficas, divulgação da lista de novas aquisições, disseminação seletiva da informação;
além destes, a informação pode ser divulgada por meio das redes sociais, jornais diários, rádio
e outros.
A divulgação das novas aquisições é um serviço de disseminação da informação
dirigido a toda a comunidade acadêmica e difere do serviço de disseminação seletiva da
informação (DSI), que visa informar o usuário sobre a chegada de itens de seu interesse
específico, recebidos pela biblioteca (MACEDO, 1990).
A DSI é um tipo de alerta mais específico e relacionado a perfis informacionais prédeterminados. Com o auxílio da tecnologia, este serviço, que era trabalhoso e elaborado
manualmente pelo bibliotecário, transformou-se numa atividade rápida através da automação
dos catálogos das bibliotecas. A comunidade da UFRGS pode obter a DSI atualmente através
do SABi: o usuário cadastra o perfil no sistema, indicando suas preferências e sempre que um
novo documento do interesse daquele perfil fica disponível no sistema, é enviado um alerta
para o usuário através de e-mail.
Apesar do avanço das tecnologias de informação e comunicação, muitas bibliotecas
ainda se limitam às tradicionais formas de divulgação do acervo através de listas de
referências de cunho informativo, desprovidas de atrativos; exposição física dos novos títulos
em uma estante de maior destaque no interior da biblioteca, não raro com restrições ao
empréstimo, inviabilizando o rápido acesso à informação; ou ainda, divulgação sem
tratamento da imagem das capas nos sites institucionais.
A divulgação das novas aquisições remete aos princípios fundadores da
Biblioteconomia, segundo a assertiva Lei de
. Para que isso aconteça é essencial planejar serviços de
divulgação informacional eficientes e aperfeiçoá-los, acompanhando as mudanças no perfil
comportamental e informacional dos usuários de bibliotecas universitárias.
913
�Em suma, as bibliotecas universitárias de instituições de ensino público oferecem à
comunidade acadêmica vários produtos e serviços que necessitam de divulgação.
Bibliotecários no afã de apresentar o produto ao cliente e de aproximar os usuários da
biblioteca, apropriam-se de conceitos de marketing que já são utilizados no ramo empresarial,
porém de uma forma menos agressiva.
A concepção de marketing é a do levantamento de informações que procuram
esclarecer as regras e leis de mercado, apoiado no conhecimento das demandas,
destinado a tornar-se um instrumento de apoio às decisões das organizações para que
estas se adaptem às exigências do mercado.
Em unidades de informação, que são organizações que não visam ao lucro, pois seu
objetivo é a satisfação das necessidades dos usuários, o marketing tem por objetivo a
melhoria da qualidade dos produtos e serviços oferecidos. (COSSICH, 2014, p.32).
Segundo Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), o marketing é relação estratégica que a
empresa mantém com o cliente. Segundo os autores, o marketing visa não só atrair novos
clientes com a promessa de valor superior, como também manter e cativar os clientes atuais,
propiciando-lhes satisfação.
De acordo com Lovelock e Wright (2001), serviços são ações que agregam valor e
fornecem benefícios, propiciando mudanças desejadas pelas pessoas. Os clientes de um
serviço adquirido absorvem seu valor sem, entretanto, adquirir a propriedade permanente de
elementos tangíveis. Quando surge uma necessidade, o cliente é motivado a buscar ações para
satisfazê-la. Assim, um serviço será avaliado como de qualidade superior quando superar as
expectativas e atender as necessidades do cliente com eficácia. Ainda segundo os autores,
clientes encantados e satisfeitos disseminam informações positivas e passam a agir como
anúncios ambulantes, reduzindo o custo para captar novos clientes.
Estes autores identificaram na literatura, cinco dimensões analisadas pelo cliente ao
perceber a qualidade do serviço:
a) Confiabilidade: capacidade de executar o serviço de maneira confiável e
precisa;
b) Sensibilidade: capacidade de resposta e prestação do pronto-atendimento;
c) Segurança: capacidade de agir com inteligência e cordialidade;
d) Empatia: demonstração de interesse/cuidado no trato com o cliente;
e) Tangibilidade: aspectos em relação ao visual (da empresa, do produto, das
pessoas, etc). (LOVELOCK ; WRIGHT, 2001).
Com base nestas cinco características, pode-se inferir que a excelência dos serviços
em bibliotecas deveria contemplar os seguintes aspectos:
914
�a) Tangibilidade: produzir/elaborar materiais visualmente atraentes;
b) Confiabilidade: realizar o serviço sem erros, respeitar os prazos prometidos,
solucionar prontamente os problemas do cliente;
c) Sensibilidade: informar ao usuário quando exatamente o serviço será realizado
(aplica-se aos treinamentos da biblioteca);
d) Segurança: possuir conhecimento para responder as perguntas dos usuários;
e) Empatia: Compreender as necessidades específicas dos usuários.
Apesar de a biblioteca ser vista como uma organização sem fins lucrativos, a
preocupação com a melhoria na qualidade na prestação de serviços de informação e no
atendimento ao usuário deve ser constante em seu planejamento estratégico.
Em razão das permanentes mudanças e inovações, gestores bibliotecários não podem
deixar de prestar atenção aos avanços conceituais que permeiam as rotinas administrativas no
sentindo de se tornar cada vez mais atrativas e essenciais para seus usuários.
3 REPAGINANDO O SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO
O serviço de divulgação de novas aquisições é uma importante ferramenta
informacional. Na Biblioteca da Fabico, este serviço remonta a década de 1980 com a
elaboração das publicações: Sumários Correntes em Biblioteconomia, Sumário Correntes em
Comunicação e o Comunicação & Informação, que não se detinham apenas às novas
aquisições, mas também informavam ao leitor notícias da área, eventos, levantamentos
bibliográficos realizados no período, resenhas, entre outros.
Numa época de parcos recursos (suportes para disseminação da informação), o
material impresso produzido e editado pela Biblioteca da Fabico (Imagem 1) era o mais
eficiente para divulgar as novas aquisições, atualizar os usuários e ainda estimular a
circulação dos itens na Biblioteca.
No final dos anos 1980, com o fim destas publicações, o serviço de divulgação
assumiu uma roupagem mais simples, constituindo-se de uma lista impressa com as
referências dos novos livros ou fascículos, diretamente ligada à exposição física das novas
aquisições em uma estante reservada para este fim na Biblioteca. O leiaute da listagem pode
ser conferido na imagem 2.
915
�Esse modelo de exposição das novas aquisições exigia diversas alterações nos status121
de processamento do item122 no catálogo on-line. Os itens saíam do Setor de Processamento
Técnico com o status
no interior da Biblioteca, impedindo a circulação dos mesmos (empréstimos e reservas) por
um período de no mínimo quinze dias. Findo o prazo da exposição física, os itens retornavam
ao processamento técnico para alteração do status
disponíveis para a guarda na estante do acervo geral, para consulta e empréstimo.
Na imagem 3, pode-se observar a referida estante onde eram colocados os livros e
fascículos em exposição no ambiente da Biblioteca:
121
Status: condição, situação de um determinado item do acervo em um determinado momento do
processamento técnico (aquisição, catalogação, circulação). No Aleph 500 essa terminologia é utilizada para
definir a política de circulação para o material bibliográfico na Biblioteca.
122
Item é um suporte único onde a informação é armazenada podendo ser livro, fascículo de periódico, CDROOM, DVD, tese, dissertação etc.
916
�Imagem 3 - Modelo de exposição física dos livros, em 2008.
Fonte: do autor
Em 2009, estudou-se a necessidade de um modelo diferenciado de exposição, surgindo
então a ideia da implementação de um novo formato de divulgação das novas aquisições.
Entretanto, a implementação dessas mudanças, ocorreram somente a partir de 2010. O período
de incubação foi necessário para realizar as alterações necessárias no fluxo do processamento
técnico, incorporando essas novas etapas do serviço de divulgação das novas aquisições.
Esse novo formato deveria contemplar tanto a forma impressa, já conhecida pelos
usuários, como um formato eletrônico que propiciasse a melhor difusão do material. Para isso,
foi elaborado em dois tamanhos, A3 para livros e A4 para fascículos de periódicos,
apresentando as reproduções das imagens as capas dos livros ou fascículos, bem como seu
número de localização e quantidade de exemplares.
Em 2016 ocorreu uma descontinuidade na exposição de periódicos, isto em
decorrência da gradual migração das publicações para o meio digital, o que ocasionou uma
917
�acentuada diminuição no fluxo de recebimento de fascículos impressos, inviabilizando o
serviço de divulgação de periódicos recebidos pela Biblioteca.
No formato eletrônico, para cada livro foi associado um link para o respectivo registro
bibliográfico no catálogo on-line SABi, a fim de agilizar a busca pelos usuários. A versão
eletrônica, em formatos PDF e JPG, destinam-se à publicação no site da Biblioteca da Fabico,
envio por e-mail aos professores e técnicos-administrativos da Unidade e às bibliotecas do
SBUFRGS, bem como, para a divulgação nas redes sociais.
Esse novo formato pode ser conferido na Imagem 4:
Imagem 4
Modelo do novo formato da divulgação das novas aquisições de livros.
Fonte: Biblioteca da Fabico.
918
�Em 2016 ocorreu uma descontinuidade na exposição de periódicos, isto em
decorrência da gradual migração das publicações para o meio digital, o que ocasionou uma
acentuada diminuição no fluxo de recebimento de fascículos impressos, inviabilizando o
serviço de divulgação de periódicos recebidos pela Biblioteca.
Com o intuito de manter a uniformidade na apresentação deste serviço, o modelo é
Word
-
a ser preservado, isto é, o número máximo de 15 (quinze) livros por divulgação, a localização
da identidade visual da Biblioteca, o espaçamento entre as imagens, o tamanho de cada
imagem, etc.
Em casos excepcionais são elaboradas listas temáticas com o objetivo de divulgar itens
de uma área especifica, aquisição via projetos, doações vultosas, entre outros, agregando
versatilidade ao serviço e mantendo a atenção dos usuários nas atividades da Biblioteca. Em
resumo, o serviço é realizado seguindo as seguintes etapas:
a)
b)
c)
d)
e)
f)
Seleção dos livros para integrar a exposição;
Digitalização das capas;
Word (.doc);
Impressão de cinco cópias em formato A3;
Fixação em displays nos elevadores e murais da Fabico;
Criação das versões eletrônicas em PDF (protegido para evitar edições) e JPEG.
Recentemente, o serviço sofreu alterações devido à adoção de uma nova identidade
visual para a Biblioteca. O cabeçalho padrão do site da Fabico cedeu lugar à logomarca da
Biblioteca, o que contribuiu para passar aos usuários um novo conceito sobre a Biblioteca e
seus serviços, colaborando também com a diferenciação da exposição de outros cartazes
afixados pelos espaços da Faculdade.
Os objetivos deste serviço continuam sendo o marketing do acervo e o estímulo a
circulação dos itens recém incorporados ao acervo da Biblioteca. Em relação à nova
roupagem do serviço, ao divulgar somente as capas dos livros através dos cartazes afixados
nas dependências da Faculdade, ou por correio eletrônico ou ainda no site da Biblioteca, o
item físico cede lugar ao item virtual, ampliando a divulgação, uma vez que o material é
difundido nas redes sociais e os itens se tornam mais conhecidos e cobiçados pelo público,
agilizando o empréstimo. Vale ressaltar que o formato atual não contempla documentos como
919
�teses, dissertações e anais de eventos, documentos já disponibilizados respectivamente no
Repositório Digital da UFRGS (Lume) e internet.
Na Biblioteca da Fabico, a frequência da divulgação das novas aquisições depende do
fluxo de inclusão de novos itens no acervo, mas geralmente apresenta-se semanalmente. Todo
este processo acontece sob a responsabilidade e supervisão de um bibliotecário do
processamento técnico, visto que integra as rotinas deste setor, e a preparação propriamente
dita, é delegada a um bolsista, geralmente estudante do Curso de Biblioteconomia.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este relato de experiência revela que é possível encontrar soluções criativas e de fácil
execução para o aprimoramento de um serviço em um contexto de recursos escassos. Obtevese com este novo processo de produção e formato de exposição das novas aquisições, uma
substancial melhoria na prestação do serviço de divulgação das novas aquisições, pois
permitiu:
a)
b)
c)
d)
e)
maior número de itens divulgados;
maior alcance da divulgação impressa (displays em locais do prédio);
a divulgação nas redes sociais (2.500 usuários), e e-mails de docentes;
maior periodicidade;
melhor agilidade para o usuário poder retirar por empréstimo ou reservar o
item em menor tempo;
f) grande aceitação da comunidade pelo novo modelo, avanços que seriam
inviáveis no formato anterior.
Outros impactos positivos em relação a essa ferramenta puderam ser observados desde
sua implantação. Ato contínuo a implementação do serviço, a Biblioteca recebeu retorno
positivo de professores e colegas do SBUFRGS, no intuito de parabenizar o novo formato da
ferramenta de divulgação das novas aquisições.
Ao longo deste período, desde a implantação desse novo formato, várias outras
Bibliotecas do SBUFRGS,
link
procedimentos básicos para implementarem esse tipo de divulgação em suas Unidades.
Também ficou visível o aumento do número de usuários abrangidos pela divulgação, visto
que além das redes sociais, que atinge cerca de 2 mil e quinhentos usuários, é enviada por email para os 81 professores da Faculdade.
Percebeu-se também um aumento não só na motivação por parte dos integrantes da
equipe diante do novo desafio, como também na confiança e empatia do usuário pela
920
�Biblioteca. O êxito deste formato de divulgação das novas aquisições, via web, é tão
contundente que possibilita, num futuro próximo, tornar-se apenas virtual, por ser mais
ecológico e mais econômico, pois evita o consumo de papel e tinta.
Como todo serviço oferecido em unidades de informação, este formato de divulgação
das novas aquisições da Biblioteca também está em constante avaliação, buscando aprimorar
o processo de elaboração e, consequentemente melhorar o fluxo da comunicação entre a
Biblioteca e seus usuários.
REFERÊNCIAS
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Ciência da Informação, [s.l.], v. 11, n. 6, dez. 2010. Disponível em:
<http://www.dgz.org.br/dez10/Art_07.htm>.
COSSICH, Marília. O papel da qualidade e do marketing no serviço de referência. Biblos,
Rio Grande, v. 28, n. 2, p. 27-36, ago. 2015. Disponível em:
<https://www.seer.furg.br/biblos/article/view/4248/3306>. Acesso em: 31 out 2017.
GIANESI, Irineu G. N. ; CORREA, Henrique Luiz. Administração estratégica de serviços:
operações para a satisfação do cliente. São Paulo : Atlas, 1996.
GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília: Briquet de Lemos, 2001.
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que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier:
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LOVELOCK, Christopher; WRIGHT, Lauren. Serviços: marketing e gestão. São Paulo:
Saraiva, 2001.
MACEDO, Neusa Dias de. Princípios e reflexões sobre o serviço de referência e informação.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 23, n. 1/4, p. 9-37,
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RANGANATHAN, S. R. The Five Laws of Library Science. Madras: Madras Library
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ROTHSTEIN, Samuel. Reference service: the new dimension in librarianship. College &
Research Libraries, Chicago, Ill., v. 22, n. 1, p. 11-18, Jan. 1961.
921
�UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL. BIBLIOTECA CENTRAL.
GRUPO DE TRABALHO EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA. Disseminação da
informação. Porto Alegre: UFRGS, 1982. (Padrões para os Serviços Bibliotecários na
UFRGS, 3).
922
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O serviço de divulgação das novas aquisições em uma biblioteca universitária: relato de experiencia.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Loss, Miriam Moema; Bernini, Ismael Maynard; Costa, Josiane Gonçalves da; Gasperin, Inês Maria de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relato da evolução do serviço de divulgação das novas aquisições de uma biblioteca universitária, a Biblioteca da Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Fabico-UFRGS), com base nas teorias do serviço de referência, da disseminação da informação e do marketing de serviços. O foco deste relato de experiência é o serviço de disseminação da informação através da divulgação das novas aquisições, atividade integrante dos serviços de referência numa biblioteca. Apresenta um retrospecto histórico-ilustrado sobre a prestação do serviço pela Biblioteca, bem como suas mudanças de formato e finalidade, acompanhando as necessidades dos usuários. Descreve detalhadamente a metodologia empregada na elaboração do novo formato do serviço e mostra a socialização desse modelo criado pela Biblioteca da Fabico, que foi adotado e adaptado por outras bibliotecas do Sistema de Bibliotecas da UFRGS (SBUFRGS).
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5467/SNBU2018_070.pdf
3a197e46a62113869811be4dd820d76e
PDF Text
Text
Eixo I
Inovação e Criação
MAPEAMENTO E MENSURAÇÃO DE COMPETÊNCIA NA BIBLIOTECA
CT/UFRJ
MAPPING AND MEASUREMENT OF COMPETENCE AT CT/UFRJ LIBRARY
Resumo: Este estudo, focado nos bibliotecários, aborda a competência informacional sob a
ótica dos profissionais envolvidos na realização das atividades de biblioteca no âmbito
universitário. Realiza uma revisão bibliográfica, de estudos relacionados ao conceito de
competência, suas origem e discussões em diferentes áreas do conhecimento. Comenta as
mudanças no cenário social e profissional global, e mais especificamente para o bibliotecário,
que ocorreram com o advento das novas tecnologias. Investiga quanto à autoavaliação dos
bibliotecários sobre algumas habilidades específicas necessárias para o atendimento eficaz aos
usuários no ambiente universitário, domínio de línguas e de interação com as novas
tecnologias. Comenta sobre a necessidade de qualificação e capacitação admitida pelos
profissionais envolvidos. Conclui que deve haver uma maior preocupação na
qualificação/capacitação dos profissionais da informação, os bibliotecários, que devem ser os
facilitadores, coadjuvantes do processo ensino-aprendizadem, desempenhar suas funções
bibliotecárias de forma eficaz, e utilizar as novas tecnologias no processo de comunicação
científica.
Palavras-chave: Competência informacional. Bibliotecas universitárias. Gestão de
competência.
Abstract: The study focuses exclusively on librarians and treats information competence
from the standpoint of professionals involved in the execution of activities in university
libraries. In the study, a bibliographical search is carried out on studies related to the concept
of competence, its origins, and a discussion is presented on various areas of the aforesaid
competence. Commentaries are provided on changes in social and professional global
scenarios, with an emphasis on the needs of librarians in view of the introduction of new
technologies. The study investigates the auto assessment of the aforesaid librarians from the
standpoint of specific capacities which are necessary for an effective response to users in a
university environment, and the absorption of new technologies. The study presents
comments on the necessity of the professional qualification and preparation of the
aforementioned professional. The study concludes that there should be more concern in such
qualification and preparation of information professionals, the librarians who need to be
facilitators, supporting actors in the learning process of the user, as well as carrying out
library functions in an effective manner and utilizing new technologies in the scientific
communication process.
895
�Keywords: Information competence. University libraries. Competence management.
Introdução
O conceito de competência permeia diversas áreas profissionais. O termo surgiu no
meio empresarial, no início dos anos 1970, para designar o profissional que exercia sua
função de forma eficiente, com resultados eficazes. Sob diferentes focos para áreas como, por
exemplo, sociologia, administração e educação, de forma geral, o conceito tende a definir uma
série de requisitos que mantém o profissional atento para sua formação e o desenvolvimento
de habilidades, alinhadas a demanda dos mercados emergentes.
No campo da biblioteconomia, o conceito de competência passou a ser discutido,
também desde o início dos anos 1970, com o surgimento do termo Information literacy, e
mais ampla e intensamente, partir dos anos 2000.
Competência informacional segundo Brucce (1999, p.33 apud VITORINO, 2007, p.
-atividade, a
competência informacional, em Biblioteconomia, requer do bibliotecário, como profissional, a
busca do aprendizado contínuo, assim como a melhoria contínua da comunicação e do
relacionamento interpessoal, para o aperfeiçoamento de suas qualificações e habilidades, com
o objetivo de exercer suas funções de forma eficiente e eficaz.
Com o surgimento das novas tecnologias, ocorreram mudanças mundiais e o ambiente
de trabalho alcançou rapidamente o patamar cibernético. Surgiu assim uma sociedade
impregnada de informações, globalmente conectada e extraordinariamente competitiva,
obrigando a capacitação e qualificação profissional para todas as atividades em geral.
Este movimento profissional também impôs ao bibliotecário a busca pelo
conhecimento e melhoria contínua incorporando o uso da tecnologia, o caráter pedagógico,
educador, pesquisador e inovador.
No âmbito da Universidade, o profissional bibliotecário tem seu papel educador,
atuante do processo ensino-aprendizagem. Deve articular entendimentos com docentes,
alunos, administradores, outros bibliotecários e profissionais para estabelecer redes de
comunicação e promover melhorias de desempenho informacional.
Neste contexto, o presente trabalho, de natureza qualitativa, aborda a competência
informacional sob a ótica dos profissionais envolvidos na realização da rotina da biblioteca
universitária. A motivação para a realização desta pesquisa partiu da observação da carência
de um profissional bibliotecário especializado que fosse responsável pelo planejamento,
896
�implementação, administração e gestão de uma biblioteca setorial. Esta biblioteca setorial,
seria implementada como produto de desenvolvimento de um Projeto de Pesquisa, aprovado
por um importante órgão de fomento e se tornaria parte integrante da Biblioteca Central do
Centro de Tecnologia (BC/CT) de uma Instituição Federal de Ensino Superior no Rio de
Janeiro (IFES), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e atenderia às necessidades
informacionais específicas de uma área do conhecimento: a área das Engenharias.
Após uma pesquisa bibliográfica para melhor entendimento do conceito competência
informacional e a visão de autores sobre o assunto, foi realizada uma coleta de dados, através
de questionário semiaberto com o objetivo de investigar a visão do profissional bibliotecário
com relação à competência informacional e sua importância no fazer bibliotecário no contexto
universitário. Os dados coletados foram analisados e discutidos.
Revisão de literatura
Podemos entender o conceito de competência informacional, de forma geral nas áreas
profissionais, como o conjunto de habilidades que os profissionais tem em reconhecer quando
a informação é necessária, e a destreza em localizar, avaliar e usar esta informação. Este
conjunto de ações realizado de modo rápido e eficiente denota um perfil profissional que é
buscado por indivíduos e empresas, e é bastante discutido desde a origem do conceito, em
várias áreas do conhecimento.
O conceito de competência muito discutido em várias áreas, teve sua origem datada
antes mesmo de se ter a consciência que seria tão ampla e profundamente utilizado nas
disciplinas e áreas do conhecimento. Loiola (2013) procura levantar a origem do termo em
seu texto e afirma que a origem data da idade média, conjugado à linguagem jurídica e
ara tratar certos
Discutido no Brasil primeiramente na área de administração, a partir dos anos 1970, e
posteriormente em educação, sociologia, biblioteconomia e outras áreas, o termo apareceu
sucedido por vários adjuntos adnominais: competência gerencial, competência comunicativa,
competência sociológica, competência informacional, etc. De cerne individualista, geralmente
aponta um modelo comportamental ideal para o profissional eficaz que realiza atividades de
forma eficiente.
A administração é a área em que o termo competência foi vinculado ao exercício
profissional de forma eficaz e há muito é exaustivamente discutido. A competência é
897
�diferenciada da qualificação e por isso não é aprendida nas escolas, e a diferenciação do termo
qualificação para o termo competência é muito importante. Segundo Barbosa (2015, p. 40),
qualificação significa preparar uma pessoa para assumir um posto de trabalho, a competência,
ao contrário, destaca em primeiro lugar o sujeito do processo de trabalho, convergindo a
atenção sobre os indivíduos e suas qualidades e não mais sobre o posto (função).
Na educação, o conceito de competência surgiu e foi discutido com o objetivo de
repensar novas práticas no ambiente escolar. Tornou-se novo objeto de debate da educação, e
alicerce da educação profissional em escolas técnicas.
O novo paradigma a orientar a educação profissional é de que o currículo é um meio
de desenvolver competências e aprender a aprender, com crescente grau de
autonomia intelectual e profissional (ZARIFIAN, 2003, p.30).
O conceito foi debatido na sociologia, baseando-se nas capacidades individuais dos
pois o contexto e a realidade social também são fontes de saberes e conhecimentos e virtudes
ilidades permitindo a
A importância da competência é apontada por Campello (2003, p.67) contextualizando
com a informação, no ambiente da competência informacional, a sociedade da informação,
tecnologias, teorias educacionais e o bibliotecário (compreendido como um agende educador).
Observando que o tema é ampla e intensamente discutido partir dos anos 2000, até os
dias atuais, não é intenção esgotar todas as diferentes definições e compreensões do termo
para cada campo do conhecimento, e sim levantar um breve olhar sobre o tema em algumas
áreas a atrelá-lo a discussão no campo biblioteconômico.
Na biblioteconomia, o conceito de competência passou a ser discutido, também desde
o início dos anos 1970, com o surgimento do termo Information literacy. Vitorino (2009, p.
131) ao realizar uma busca em bases de dados afirma:
É importante destacar que, desde seu surgimento, o uso do termo information
literacy tem sido alvo de intensas discussões, já que historicamente se entende
literacy apenas em um nível básico de aquisição de habilidades, mais
especificamente, de leitura e de escrita. Por isso, termos como library skills
(habilidades em biblioteca), library use (uso de bibliotecas) ou bibliographic
instructions (instruções bibliográficas) foram muitas vezes utilizados como
sinônimos de information literacy.
898
�Information literacy pode ser entendido como competência informacional. Literacy,
segundo Lyman (1979 apud DUDZIAK 2003, p.24), pode ser definido como a
de compreender matérias, ler criticamente, usar materiais complexos e aprender por si
Com o surgimento de novas e crescentes ofertas de informações, a chamada explosão
informacional, a informação passou a ser considerada insumo essencial para a sociedade, e a
expressão competência informacional ganhou vulto.
de informação, capacidade
informacional entendida por De Souza e Farias (2011, p.4). As autoras indicam ainda o
bibliotecário de referência como peça primordial no tratamento das questões informacionais já
Gonçalves (2013, p.2) fala sobre a necessidade do profissional desenvolver a
ades e atitudes mais específicas exigidas em sua
para a necessidade que ele se gradue tendo como referência um perfil de profissional ideal,
-se em relação ao uso de
Zarifian (2001, p.67) em sua obra Objetivo competência: por uma nova lógica define
competência profissional como:
Uma combinação de conhecimentos, de saber-fazer, de experiências e
comportamentos que se exerce em um contexto preciso. Ela é constatada quando de
sua atualização em situação profissional, a partir da qual é passível de validação.
Compete então à empresa identificá-la, avaliá-la, validá-la e fazê-la evoluir.
Para ele, a competência vem do próprio individuo, é o tomar iniciativa e assumir
responsabilidades diante das situações profissionais com as quais se depara, ou seja, o
arcabouço intelectual que vai definir as ações diante das situações.
De forma geral, o conceito interdisciplinar tende a definir uma série de condições
que impulsiona o profissional para atualização da sua formação e para o desenvolvimento de
qualidades, coordenadas a demanda dos mercados emergentes. Para o profissional da
informação, o bibliotecário, competência informacional requer a busca da educação
continuada com o objetivo da atualização no exercício profissional, melhoria contínua da
899
�comunicação e do relacionamento interpessoal. Este conjunto de ações de pró-atividade
impacta diretamente na qualidade do trabalho, aperfeiçoando-o de forma eficiente e eficaz.
Vitorino (2007, p.60), pressupondo que o bibliotecário seja competente
-
informacional, questio
remete imediatamente a reflexão sobre o perfil atuante do bibliotecário, seu perfil educador e
as razões de suas atividades.
Com o surgimento das novas tecnologias, surgiu assim um sociedade da informação,
globalmente conectada e extremamente competitiva, obrigando a capacitação e qualificação
profissional para todas as atividades em geral.
A mudança comportamental em busca da competência impeliu ao bibliotecário a
perseguição do conhecimento e da melhoria contínua inserindo no labor o uso da tecnologia, o
caráter pedagógico, educador, pesquisador, inovador.
aprendiz de sua própria competência, incutindo-lhe autoconfiança para continuar o
aprendizado, transformando(DUDZIAK, 2003, p.33).
O bibliotecário se vê a frente de usuários cada vez mais exigentes à procura de
informações e um verdadeiro arsenal tecnológico o qual é obrigado a dominar para exercer o
seu papel de especialista no processo de filtragem de material de relevância informacional:
Metodologia
A metodologia escolhida para realização da pesquisa foi de elaboração de questionário
semiaberto devido à natureza do tema e o tempo escasso de coleta dados. Outros fatores que
influenciaram, além da otimização de recursos, foi o perfil dos entrevistados, e o alcance dos
resultados. A questão principal foi definida pra ser respondida livremente para entender a
percepção do profissional sobre o tema. Foram examinadas as percepções de habilidades e o
conhecimento dos bibliotecários sobre si mesmos para lidar com as questões de organização,
Gaskell (2002, p.68), o objetivo deste trabalho é observar a visão de competência
informacional por parte dos bibliotecários da BC/CT.
O primeiro ponto de partida é o pressuposto de que o mundo social não é um dado
natural, sem problemas: ele é ativamente construído por pessoas em suas vidas
cotidianas, mas não sob condições que elas mesmas estabeleceram. Assume-se que
900
�essas construções constituem a realidade essencial das pessoas, seu mundo vivencial
(GASKELL, 2002, p.65).
Algumas reflexões precisaram ser feitas antes de se optar pelo questionário. Ele oferece
algumas vantagens sobre as entrevistas pessoais como, por exemplo, as respostas por escrito
para questões que podem ser embaraçosas não são percebidos pelos inquiridos, como o caso
da entrevista pessoal, nem estão sujeitas a distorções e interpretações ambíguas. O tempo de
resposta geralmente é mais curto, o que possibilita o tratamento mais rápido dos dados
coletados, quase que automatizando o processo de análise de dados.
A facilidade de
operacionalização, e a vantagem de menor custo foram fatores decisivos, além dos
referenciados acima para a tomada de decisão a favor do questionário.
A amostragem para a coleta de dados garante a eficiência da pesquisa por conta do
critério da representatividade, afirma Gaskell (2002). A amostragem da população total da
biblioteca foi definida após o levantamento do perfil sócio-demográfico dos profissionais da
informação da biblioteca. O n amostral foi representado pelo número de nove questionados do
total dos profissionais, escolhidos por método aleatório, todos graduados, que desempenham
tarefas inerentes aos profissionais da informação, de setores variados da biblioteca, sem serem
identificados para preservação das identidades.
As questões foram elaboradas levando-se em conta a idade, gênero, tempo de
desempenho das tarefas e se foi sentido, pelo questionado, alguma dificuldade no seu
desempenho ao longo das suas atividades principalmente com o surgimento da demanda
específica. Foi indagado também se foi sentido, por parte do questionado, algum impacto no
acolhimento da demanda informacional, no uso das tecnologias, no acesso a bases de dados,
assim como uso do apoio de um instrumento de organização do conhecimento, ou ainda se em
algum momento do cumprimento das atividades, houve a sensação de necessidade de
aperfeiçoamento para um resultado eficaz.
Dentre os bibliotecários questionados, 44% estão a mais de 20 anos na Unidade de
Informação (UI), 56% estão a menos de 20 anos. A mesma porcentagem cronológica é
apresentada para o tempo de função na UI. Uma pequena parcela, 11%, não possuem domínio
de outro idioma, 89% possuem este domínio, e entre estes, 44% dominam mais de uma
língua. Apesar de 78% dos bibliotecários questionados assumirem que já tiveram dificuldades
de realizar suas tarefas, e de 22% alegarem que estas dificuldades afetaram no produto/serviço
final que é oferecido pela biblioteca aos usuários, apenas 44% procuraram algum curso de
901
�capacitação. Dentre essas dificuldades, o acesso a bases de dados nos atendimentos as
questões de usuários, e o processo de desenvolvimento de coleções e utilização de recursos
tecnológicos estão relacionados como impeditivos de bom desempenho. Com relação aos
recursos tecnológicos, 33% perceberam algum impacto das novas tecnologias na realização da
sua rotina bibliotecária.
Como já era de se esperar, cada profissional questionado que mencionasse a real
necessidade, poderia fazê-lo, comentando o tipo do treinamento que acha conveniente
relacionado a tarefa que executa. Os resultados obtidos mostram que 89% dos bibliotecários
sentem necessidade de um treinamento para desempenhar suas tarefas mais facilmente.
Gerenciamento de unidades de informação, bases de dados, sistema de automação, estão
citados como pontos fortes para aplicação de treinamento profissional.
Ao relacionar o desempenho de atividades e a necessidade de treinamento, pôde-se
perceber que a idade e tempo de serviço não influenciam no primeiro, uma vez que 100% dos
entrevistados sentiram a necessidade de um treinamento periódico. O que chama a atenção,
nesta relação, é o fato da idade dos entrevistados variar de 30 a 63 anos e possuírem de 2 a 38
anos de exercício profissional. Ou seja, a necessidade de treinamento foi percebida por todos
os profissionais questionados, independente da idade, do tempo de serviço (experiência
profissional) e do desempenho na função. Atualização dos conhecimentos e das práticas
bibliotecômicas configuram necessidade de 100% dos bibliotecários questionados.
Por fim, ao se questionar sobre a adoção de política que ofereça com frequência
treinamento direcionado para os profissionais da biblioteca, e que tipo de treinamento e em
quê frequência, todos os bibliotecários questionados acham necessária esta ação, nos mais
variados cursos/treinamentos/capacitações para melhor desempenho das práticas, e sugerem
que se realize pelo menos de forma anual.
902
�Bibliotecários
Gráfico 1 - Auto avaliação dos Bibliotecários da BC/CT quanto as habilidades portadas.
Auto avaliação de habilidades portadas
Legenda:
a) 78% se sentem preparados para desenvolver novos métodos ou
procedimentos para facilitar e otimizar as tarefas dentro da biblioteca;
b) 67% sabem reconhecer as existentes ou sabem pesquisar novas fontes de
informação;
c) 67% se sentem capazes de promover treinamento didático - pedagógico
aos usuários no uso das diversas fontes de informação;
d) 67% interagem com outros profissionais da área, discentes, docentes e
pesquisadores para a melhoria da comunicação científica;
e) 67% realizam pesquisa e avaliação de coleções bibliográficas;
f) 56% utilizar as diversas fontes de informação, empregando dados reais
relativos as necessidades dos usuários
g) 56% podem desenvolver novos produtos ou novos serviços à comunidade
atendida pela biblioteca;
h) 56% utilizam técnicas de marketing para os produtos e serviços
disponibilizados pela biblioteca;
i) 56% consideram ter habilidades de utilizar tecnologias de informação;
j) 56% processam informação com instrumentos de organização do
conhecimento;
k) 44% sabem formular políticas de aquisição;
l) 44% se sentem preparados para formular políticas econômico-financeiro
da biblioteca.
Fonte: Autora, 2017.
Discussâo
As respostas descontextualizadas e vagas refletem a lacuna de conhecimento dos
profissionais bibliotecários inquiridos sobre a questão. As respostas mais completas por terem
rabalhar no
903
�p
questões na unidade de informação foram:
Habilidade/capacidade para utilizar o conhecimento/informação de maneira
correta ou inovando de alguma forma, a fim de alcançar um determinado
objetivo .
É quando o profissional da informação está capacitado para transmitir ao seu
usuário o que ele precisa para realizar suas pesquisas .
Estas respostas representam 22% do total dos bibliotecários da BC/CT que tem um
bom entendimento do conceito competência informacional, conforme levantamento
biográfico sobre o tema. De forma geral as respostas se complementam, porém de forma
individual o entendimento de que um profissional qualificado e capacitado, bem preparado
para atender, no desempenho de suas funções, a demanda informacional dos usuários,
principalmente no âmbito universitário, onde a comunicação científica está em constante
desenvolvimento e evolução, com eficácia e eficiência, está muito aquém para uma UI de alto
valor como a BC/CT da UFRJ.
O dinamismo do conhecimento impulsiona os profissionais envolvidos na rotina e
gestão bibliotecárias a uma conscientização no sentido de aprimorar a qualificação
profissional com o objetivo de alcançar a qualidade total na biblioteca, em termos de serviços,
produtos e no atendimento aos usuários sejam eles reais ou potenciais; administração correta
dos equipamentos em face do advento das novas tecnologias inseridas na rotina bibliotecária;
gerenciamento responsável, sua adaptabilidade e necessidade de treinamento constante.
Considerações finais
Com o presente estudo, foi identificado que o treinamento profissional é uma
necessidade para eles que encontraram, em algum momento do exercício de suas tarefas,
alguma dificuldade.
É importante evidenciar que os bibliotecários especificaram treinamento relacionado
tanto com as tarefas que exercem, quanto de maneira geral, além de sugerirem trocas de
experiências entre profissionais da biblioteconomia. Pode-se concluir daí que há a consciência
por parte dos profissionais que a biblioteca é um organismo e por isso não pode ser concebida
pelas partes e sim pelo todo. Além disso, conclui-se que o fluxo de informação para
construção do conhecimento do coletivo é insuficiente.
904
�A percepção do profissional em relação às responsabilidades do desempenho de suas
funções na biblioteca, as necessidades de possuir habilidades no processo de identificação de
um problema específico e a seleção de uma linha de ação para resolvê-lo, denota a melhor
compreensão sobre o conceito competência informacional.
A visão dos bibliot
sentido de atender satisfatoriamente aos usuários e capacidade de satisfazer aos requisitos
necessários para implementação de um Centro de Informações especializado e atendimento ao
público universitário, foi levantada satisfatoriamente neste estudo. Através da autoavaliação
pode-se perceber que apesar de se declararem com algumas habilidades e capacidades de
desenvolver algum tipo de produto/serviço, 100% dos profissionais sentem a necessidade de
treinamento/capacitação, o que denota uma busca ela melhoria contínua no desempenho se
suas funções.
É muito importante essa observação na postura adotada pelo profissional para que se
faça, futuramente, uma análise dos perfis profissionais da informação e uma investigação
mais aprofundada das necessidades e tipos de treinamento desejados e necessários, na visão
do próprio profissional, com a finalidade de se propor o estabelecimento de uma política de
treinamento permanente, que objetive a qualificação do profissional e consequente melhoria
contínua da qualidade dos produtos e serviços de uma biblioteca.
Espera-se que este trabalho possa contribuir com elementos levantados para uma
avaliação constante do conjunto das habilidades reais especificas do quadro de bibliotecários
e tomada de decisão no que refere a gestão da unidade de informação. As necessidades de
aperfeiçoamento/acompanhamento, apontadas pelos bibliotecários pode subsidiar a escolha de
profissionais adequados para cada tipo de atividade dentro de uma biblioteca.
Para se alcançar o objetivo maior da biblioteca, deve haver uma maior preocupação na
qualificação dos profissionais da informação quanto ao atendimento ao usuário, rotinas
bibliotecárias e utilização de bases de dados e dos recursos tecnológicos.
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907
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Mapeamento e mensuração de competencia na biblioteca.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Machado, Luciana Ferreira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este estudo, focado nos bibliotecários, aborda a competência informacional sob a ótica dos profissionais envolvidos na realização das atividades de biblioteca no âmbito universitário. Realiza uma revisão bibliográfica, de estudos relacionados ao conceito de competência, suas origem e discussões em diferentes áreas do conhecimento. Comenta as mudanças no cenário social e profissional global, e mais especificamente para o bibliotecário, que ocorreram com o advento das novas tecnologias. Investiga quanto à autoavaliação dos bibliotecários sobre algumas habilidades específicas necessárias para o atendimento eficaz aos usuários no ambiente universitário, domínio de línguas e de interação com as novas tecnologias. Comenta sobre a necessidade de qualificação e capacitação admitida pelos profissionais envolvidos. Conclui que deve haver uma maior preocupação na qualificação/capacitação dos profissionais da informação, os bibliotecários, que devem ser os facilitadores, coadjuvantes do processo ensino-aprendizadem, desempenhar suas funções bibliotecárias de forma eficaz, e utilizar as novas tecnologias no processo de comunicação científica.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5463/SNBU2018_069.pdf
bd01d80ba636bf71ea952375664a469b
PDF Text
Text
GESTÃO DA INFORMAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
PROJETO COLETAR
INFORMATION MANAGEMENT IN UNIVERSITY LIBRARIES: PROJECT
COLETAR
Resumo: A boa gestão de uma biblioteca, ou de um sistema de bibliotecas, necessita de um
grande volume de informações visto abarcar, nessa atividade, perspectivas e enfoques
diferenciados. Conhecer a composição do acervo, os produtos e serviços ofertados, o perfil
dos usuários, as características do corpo de colaboradores, a infraestrutura existente, além de,
dentre outras, registrar a memória e o histórico dessas unidades é tarefa hercúlea e que exige
um aporte tecnológico para que seja exercida de forma adequada e possa propiciar uma
recuperação de informação efetiva. Nesta perspectiva, o presente trabalho visa apresentar as
atividades realizadas pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais no
intuito de estruturar sua gestão de dados administrativos. Retrata-se, assim, a implantação do
Sistema Coletar, sendo demonstrados os resultados obtidos no desenvolvimento dessa nova
ferramenta. Como conclusão desse processo, considera-se que houve um avanço na gestão de
informação ao incorporar questões de usabilidade, por meio de uma melhor interface, e de
organicidade da informação. Foi vislumbrada e contemplada, neste trajeto, a necessidade de
que os sistemas de suporte tecnológico sejam flexíveis de modo a incorporar novas dimensões
de análise, visto que as bibliotecas precisam acompanhar a dinâmica das instituições a que
pertencem e a crescente demanda de informações que são requeridas de, e por, suas
administrações.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária. Gestão da Informação. Gestão de bibliotecas.
Abstract: Effective management of a library or library system requires a great deal of
information because it encompasses different perspectives and approaches in this activity.
Knowing the composition of the collection, the products and services offered, the profile of
the users, the characteristics of the staff, the existing infrastructure, and besides that, among
others, recording the memory and history of these units is a herculean task and requires a
technological support so that it is properly exercised and can provide an effective information
retrieval. In this perspective, the present paper aims to present the activities carried out by the
Library System of the Federal University of Minas Gerais in order to structure its
management of administrative data. It is, thus, portrayed the implantation of the Coletar
System, showing the results obtained in the development of this new tool. As a conclusion of
this process, it is considered that there has been an advance in information management by
881
�incorporating usability issues, through a better interface, and organicity of information. It was
envisioned and contemplated in this path, The need for technological support systems to be
flexible in order to incorporate new dimensions of analysis, since libraries need to keep up
with the dynamics of the institutions to which they belong, and the growing demand for
information that is required of, and by, their administrations.
Keywords: University Library. Information management. Library management
INTRODUÇÃO
A administração pública federal é pautada por iniciativas que visam a melhoria da
qualidade da gestão e do desempenho institucional. Esta premissa é visível em uma série de
programas e projetos propostos pelo poder executivo com o intuito de promover a realização
de mudanças significativas para melhorar e inovar os processos, serviços e produtos, além de
criar novos valores institucionais. O Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão,
por exemplo, instituiu nos últimos anos o projeto Inovagov, o Processo Eletrônico Nacional
(PEN), o projeto Agiliza, a Carta de Serviços ao Cidadão, dentre outros, visando a
desburocratização, a simplificação de processos internos, a disponibilização de informação
em tempo real, a melhoria da eficiência na gestão dos recursos públicos e o incentivo e
viabilização da inovação no setor público.
Essas iniciativas vêm ao encontro de uma visão administrativa que procura articular
esforços que resultem em melhoria de processos e serviços com o objetivo de fortalecer e
aprimorar as capacidades do Estado na entrega de resultados à sociedade. Considera-se que
essa visão acerca da inovação é essencial no contexto atual visto que, nesse século em que a
informação tem sido considerada um recurso organizacional, seu gerenciamento passou de um
simples procedimento administrativo para uma ação estratégica. Esta percepção é reforçada
principalmente quando se considera o ambiente digital, pois se tem verificado, segundo
ormação está
sendo rapidamente alterada, deixando de ser física e analógica para se tornar eletrônica e
Conforme mencionado por Oliveira et al (2010), a mudança que tem ocorrido no
relacionamento com a informação aponta para a necessidade das organizações utilizarem uma
estrutura tecnológica atualizada a fim de exercerem suas funções de forma eficaz. Essa
perspectiva implica cada vez mais no desenvolvimento de ferramentas e na adaptação dos
processos administrativos de forma a incorporarem novos procedimentos.
882
�Como parte integrante da estrutura organizacional de uma instituição de ensino
superior, as bibliotecas universitárias, considerando tanto a evolução ocorrida no âmbito das
tecnologias de informação e comunicação, quanto o advento da sociedade da informação, têm
sido impulsionadas a implementarem novos produtos e serviços. Para atender às demandas
decorrentes desse novo cenário, têm procurado conduzir suas ações visando alcançar uma
gestão de excelência que se dá por meio da incorporação de processos inovativos que possam
culminar em uma prática administrativa focada na qualidade e na responsabilidade
institucional.
Nesse sentido, partindo
método de trabalho que permita maior rendimento da capacidade produtiva com menor
esforço operacional, menores custos, menores riscos, menor tempo na operação e melhor
001), a Biblioteca Universitária
Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal de Minas Gerais (SB/UFMG) tem envidado esforços, desde 2010, na
construção de plataformas que possam garantir a gestão de sua informação institucional
dentro das premissas governamentais de excelência e qualidade, visto que o centro da gestão
pública eficaz se baseia nesses princípios.
Inicialmente com o GEDAG - ferramenta para gestão de relatórios gerenciais das
bibliotecas da UFMG
a Biblioteca Universitária evoluiu seus padrões de coleta,
armazenamento e gestão de dados por meio da implementação do Coletar, um novo sistema
que, por meio de interfaces e recursos diferenciados, visa realizar uma gestão da informação
mais adequada às demandas crescentes da sociedade da informação e das exigências
governamentais. Essa necessidade se fez premente em função da requisição por um melhor
conhecimento sobre o que se passa em todas as 25 unidades que compõem o SB/UFMG, visto
que algumas informações ainda se encontravam armazenadas de forma não integrada,
dificultando o acesso e o desempenho adequado das atividades de gestão, e comprometendo,
por conseguinte, uma visão global do Sistema de Bibliotecas. Colaborou também para a
implantação de um novo sistema a concepção da importância da interação do usuário com a
plataforma que deve contemplar noções de usabilidade da interface web e buscar uma lógica
de preenchimento e opções intuitivas, colaborando para o uso adequado e a satisfação na
realização da atividade por parte da equipe que fornece as informações ao Sistema.
Para a consecução deste propósito a Biblioteca Universitária instituiu uma Comissão
composta por servidores bibliotecários e técnicos visando reestruturar o sistema utilizado,
recomendando novas funcionalidades e interfaces. A opção pela reestruturação, e não pela
883
�necessidade e as características do SB/UFMG, de modo a se construir uma ferramenta de
apoio à gestão da informação e de suporte à tomada de decisão mais efetiva e adequada ao
perfil do Sistema de Bibliotecas da UFMG.
REVISÃO DE LITERATURA
Um aspecto importante quando se fala sobre gestão de bibliotecas foi destacado por Le
Coadic na década de 1990 ao mencionar que a Biblioteconomia consiste em uma prática de
amplitude das atividades que envolvem essa prática, a afirmativa acima destaca uma vertente
fundamental no gerenciamento das bibliotecas que é a organização, viés responsável pela
efetividade dos serviços prestados quando se considera que a biblioteca como parte de uma
estrutura administrativa. Essa vertente já havia sido destacada por Domingo Buoconore, em
1976, quando, ao discriminar sobre as atividades relativas à Biblioteconomia em seu
Dicionário de Bibliotecologia117, menciona que a gestão administrativa de uma biblioteca
que compreende recursos, mobiliário, pessoas, uso, dentre outros
deve ser exercida visando
maior eficácia e menor esforço no atendimento aos objetivos institucionais.
Nesse sentido, a utilização de sistemas informatizados tem se consolidado como uma
tendência e um forte aliado das instituições para o bom desempenho das funções relacionadas
à gestão. O atingimento de padrões de excelência nessas unidades de informação está
relacionado a uma gestão de informação adequada que possa retratar o cenário, direcionar as
ações em pontos que necessitem de intervenção e reforçar aquelas que têm trazido resultados
relevantes. Apesar das bibliotecas não se inserirem em um mercado competitivo, no qual a
captação de clientes e a maior geração de lucros são referências de sucesso, sua medida de
competência relaciona-se, dentre outros, à satisfação do usuário, a prestação de serviços de
qualidade e ao investimento de recursos pela instituição a qual se filia.
117
Dziekaniak (2003) menciona a publicação de Buoconore
O Dicionário de Bibliotecologia: términos
relativos a la bibliologia, bibliografia, bibliofilia, biblioteconomia, archivologia, tipografia y materiais afines
procurando definir conceitos relativos a uma definição de Biblioteconomia. Segundo transcrição da autora (2003,
organización y administración de una biblioteca. Compreende una parte doutrinaria que estudia la teoria de la
selección y aquisición de libros, catalogación, clasificación y el régimen econômico administrativo de la
biblioteca: recursos, local y mobiliário, personal, conservación de los libros y uso de la biblioteca, y una parte
que se relaciona propiamente com el arte de administrarla de gobernala, para realizar com la mayor eficácia y el
menor esfuerzo los fines específicos de la institución. La primera parte es cientifico-técnica, la segunda, en
cambio, politica-administrativa, pues comprende el estudio de los métodosm medios y formas más convenientes
884
�A satisfação do usuário, uma das principais premissas que orientam o trabalho das
bibliotecas, tem ampliado o seu escopo: de uma visão interna contemplando a comunidade
usuária vinculada à instituição de ensino/pesquisa a qual pertence, para o conceito de usuáriocidadão entendido como qualquer indivíduo da sociedade que utilize ou possa a vir a utilizar
os serviços prestados pelas bibliotecas. Essa tendência é visível nas instituições públicas de
ensino, entidades sujeitas às normativas do Estado no tocante ao fornecimento de serviço de
qualidade, esfera que tem editado diversas normas infraconstitucionais modificando a forma
de gestão em benefício do cidadão.
Silva e Araújo (2014) destacam um aspecto dessa nova relação fomentada pelo
Estado, que objetiva inverter o polo da relação Estado-Cidadão em favor desse último, como a
edição do Decreto nº 6.932, de 2009, que institui a Carta de Serviços ao Cidadão, e da Lei nº
12.527, de 2011 (denominada Lei de Acesso à Informação - LAI), que confere ao cidadão o
direito de obter do Estado as informações necessárias ao pleno exercício da liberdade e da
cidadania. Segundo os autores (2014, p. 1663-1664),
Essa Carta de serviços, obrigatória a sua elaboração e divulgação por todos os órgãos e
entidades do Poder Executivo Federal que prestam serviços diretamente à sociedade, é
um documento que tem por objetivo informar ao cidadão dos serviços prestados, as
formas de acesso e os respectivos compromissos e padrões de qualidade de
atendimento ao público.
A LAI, por sua vez, pressupõe a existência de uma estrutura informacional, nas
instituições públicas, que possa atender às demandas dos cidadãos no que se refere ao
fornecimento de informações diversas. Por estar amparada em conceitos como transparência
pública e participação cidadã, esta Lei garante ao indivíduo condições para a construção da
cidadania ao assegurar o direito ao acesso à informação produzida e/ou gerenciada por
entidades públicas.
Sob esta perspectiva, a implantação de sistemas de informação em ambientes digitais
tem se configurado como uma necessidade para os gestores de instituições públicas poderem
atender as determinações legais e garantir o cumprimento das premissas de transparência e
publicidade. Mais, ainda, possibilitam a realização da gestão dos setores e órgãos de modo
eficaz. No caso das bibliotecas universitárias, essa necessidade e imprescindibilidade são
visíveis pela quantidade de elementos que estão subjacentes à prestação de um serviço de
qualidade ao usuário e à realização de uma gestão adequada da máquina pública.
Um sistema de gestão de informação contempla a coleta, a armazenagem,
processamento e distribuição de informação a partir de dados organizados em uma plataforma
885
�digital. Uma de suas vantagens é subsidiar a tomada de decisão com mais rapidez, bem como
atender as demandas em tempo hábil, atributos que no contexto da sociedade da informação
possuem valor imensurável. Conforme menciona Zorrinho (1991), gerir a informação é,
decidir o que fazer com base em informação e também decidir o que fazer sobre informação.
Segundo o autor, associa-se a esse entendimento a capacidade de selecionar, em um
repositório, aquela informação que é relevante para uma determinada decisão.
O bom desempenho das instituições está relacionado à habilidade de processar
informações, o que pode culminar em geração de conhecimento e/ou execução de
procedimentos de forma eficiente. Compreende-se, desta forma, que a informação, assim
como os outros recursos organizacionais, deve ser gerenciada visando auxiliar os gestores a
um desempenho adequado de suas tarefas. Por esse motivo é fundamental que a instituição
desenvolva mecanismos que permitam o armazenamento e processamento da informação, o
que se configura como um processo de valor agregado. Esse processo compreende, de
maneira genérica, um amplo acesso a informação institucional, consolidada e integrada em
uma única via de acesso, personalizada por meio de relatórios específicos e criação de
relacionamentos entre as informações armazenadas, disponível por meio de interfaces
próprias individualizadas, e que enfatiza o gerenciamento de conteúdo visando, dentre outros,
o apoio à tomada de decisão (BERGERON, 1996).
PERCURSO METODOLÓGICO
Foi utilizada para fins deste artigo uma análise em fonte primária: a plataforma em
ambiente digital do Sistema Coletar.
RESULTADOS
O Coletar (Figura 1), assim como o sistema anterior, foi desenvolvido utilizando
software livre, o que lhe confere baixo custo no desenvolvimento e a possibilidade de
instalação em ambientes heterogêneos. A ferramenta foi implementada utilizando o software
PHP 5.0 e o banco de dados MySQL, ambientes gratuitos que possuem ótima performance e
garantem a segurança dos dados. Os requisitos para a implantação foram o Sistema
operacional Linux e o Servidor web Apache. A plataforma utiliza links intuitivos para
navegação e os padrões utilizados no sistema atendem aos requisitos de usabilidade, o que
torna desnecessário o treinamento prévio dos usuários para o preenchimento dos dados.
886
�Figura 1. Tela principal
Fonte: Coletar
A primeira versão do sistema foi implantada em 2017 para coletar dados referentes ao
ano de 2016. O layout desenvolvido buscou agrupar em cinco grandes grupos as informações
a serem coletadas (Figura 2), que contemplam os itens: Dados Gerais, Informações
Administrativas, Formação e Desenvolvimento do Acervo, Tratamento Técnico e Serviço de
Referência. O usuário, por meio de um identificador e uma senha, cria uma visão
personalizada do sistema, acessando uma página que só ele preenche. As informações
consolidadas de todo o sistema são acessíveis ao administrador que gerencia a plataforma,
cuja operacionalização é feita por duas divisões técnicas do SB/UFMG: Divisão de
Planejamento, Gestão e Apoio a Projetos (DPGAP), responsável pelo gerenciamento do
sistema e Divisão de Tratamento e Tecnologia da Informação (DITTI), responsável pela
administração da rede.
Figura 2. Coletar
tela principal
Fonte: Coletar
unidade de informação, como o nome da biblioteca, área de conhecimento, endereço físico,
telefones, horário de funcionamento, endereço do site institucional e outros canais de
887
�comunicação em ambiente digital (a exemplo de blogs mantidos pela biblioteca, página de
facebook, twitter) dentre outros. Também são contemplados nesse campo informações sobre a
visão e missão da biblioteca, registro de sua história institucional (Informações Estruturais),
seus acervos especiais e participação em redes de colaboração (Informações Especializadas).
Figura 3. Dados Gerais
Fonte: Coletar
No campo Informações Administrativas buscou-se contemplar questões relativas a
equipe, infraestrutura física, de equipamento e mobiliário, além de questões sobre
acessibilidade (Figura 4). Nessa última, foi incorporada a demanda anual do Instituto
Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) feita às bibliotecas
sobre acessibilidade de modo a facilitar o envio de informações para o Censo da Educação
Superior. Como ferramentas de auxílio desse tópico (e de outros afins), foram importadas
para o Sistema as informações de orientação ao preenchimento fornecidas pelo manual
daquele Instituto, que são acionadas por meio do ícone de ajuda
(Figura 5):
Figura 4. Informações Administrativas
Fonte: Coletar
Figura 5. Opção de auxílio ao preenchimento
888
�Fonte: Coletar
Sobre as informações fornecidas ao Inep, cabe destacar que todos os itens relativos ao
Censo são contemplados no Coletar, estando distribuídos no Sistema conforme a temática,
mas sendo agrupados, ao final do preenchimento, em um relatório específico para facilitar o
envio de informações quando solicitado pelo Ministério da Educação (Figura 6).
Figura 6. Dados para Inep
Fonte: Coletar
Em relação à Formação e Desenvolvimento do Acervo são coletadas informações
estruturadas em cinco grupos: Acervo, Aquisições, Controle patrimonial, Inventário e
Conservação (Figura 7). No menu sobre Acervo, as informações se relacionam a quantidade
de títulos de livros, periódicos e outros materiais, monográficos ou não, discriminação do
formato (impresso, digital ou outro formato) e informações sobre bases de dados. Sobre a
Aquisição de Material, o sistema coleta informações relativas tanto a sugestões efetuadas pela
comunidade universitária, quanto sobre o que foi realmente adquirido conciliando, em um
único local, informações que permitam uma avaliação sobre as demandas e seu atendimento.
Neste tópico é importante destacar que o Coletar configura-se uma ferramenta capaz de
auxiliar não apenas a diretoria do SB/UFMG no acompanhamento das atividades de suas
889
�bibliotecas setoriais, mas também de auxiliar as bibliotecas na organização de suas
informações gerenciais, consolidando em uma plataforma seus registros administrativos
internos facilitando sua gestão e eliminando a geração de várias planilhas em softwares
diferenciados.
Figura 7. Formação e desenvolvimento do acervo
Fonte: Coletar
No campo relativo ao Controle Patrimonial são informadas as entradas e saídas de
material no acervo, bem como seu valor contábil. No tocante ao Inventário, coletam-se
informações sobre desbastamento e dados do último inventário realizado e no item referente à
Conservação, dados sobre encadernação artesanal, comercial e reparos realizados.
O quarto grupo temático do Sistema se refere ao Tratamento Técnico (Figura 8).
Neste, busca-se a coleta de informações relativas tanto ao processamento técnico do acervo,
quanto ao registro das monografias, dissertações e teses na biblioteca digital.
Figura 8. Processamento técnico
Fonte: Coletar
O último campo do Coletar é relativo aos Serviços de Referência (Figura 9). Dividido
em quatro blocos, nele são inseridas informações relativas a Produtos e serviços, Educação
890
�do usuário, Circulação e atividades de Divulgação e Cultura. O primeiro item subdivide-se em
quatro áreas: Serviços básicos
que coleta informações específicas para o Inep, serviços de
Normalização, Comutação e Publicações relacionadas à biblioteca. Em Educação do usuário
coletam-se informações sobre treinamentos, palestras, dentre outras atividades educativas
promovidas por, ou com participação da biblioteca. O campo Circulação compreende
informações sobre empréstimos e consultas ao acervo e o relativo à Divulgação e Cultura
contempla as ações relacionadas a eventos promovidos ou sediados na biblioteca e atividades
comunicativas realizadas, como Boletins, Alertas, Exposição de novas aquisições, dentre
outras.
Figura 9. Serviços de Referência
Fonte: Coletar
Um aspecto importante do Sistema como um todo é a possibilidade dos usuários
poderem migrar dados do ano anterior, o que facilita o preenchimento de campos que não se
alteram anualmente, como missão, endereço e dados estruturais (como área física, mobiliário,
etc). Outro aspecto funcional constante do Sistema refere-se ao suporte no preenchimento:
além dos ícones de ajuda presentes em todas as questões a serem preenchidas, está sendo
elaborado um manual para auxiliar no preenchimento e visualização do sistema de forma
integralizada. Como o Coletar está em sua primeira fase de implantação algumas
funcionalidades ainda estão sendo estruturadas estando previsto a implementação total do
sistema até o final de 2018. Como implementação futura, também está sendo analisada a
possibilidade de extração de dados que já existem no Pergamum, por meio de extração
automática, para contemplar alguns dados no sistema.
O Coletar possui em sua estrutura de suporte, na parte do Administrador (Figura 10),
campos que permitem a criação e personalização de relatórios, atribuição de usuários e senhas
e a inserção de novos argumentos a serem preenchidos conforme novas demandas forem
surgindo.
891
�Figura 10. Área do Administrador do Sistema
Fonte: Coletar
O desenvolvimento do Sistema, apesar de ter sido feito por equipe multidisciplinar na
área de Biblioteconomia, Gestão e Projetos e Tecnologia da Informação, contou com a
participação de todos os servidores do SB/UFMG, na apresentação de sugestões e melhorias.
Dentro do cronograma de finalização da implantação está prevista uma avaliação
individualizada por cada gestor de biblioteca, a fim de contemplar os ajustes necessários e as
peculiaridades de cada unidade informacional que possuem demandas específicas em função
de suas áreas de conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A modernização das estruturas de coleta e processamento de informações gerenciais é
fator essencial ao bom desempenho das organizações, sejam elas públicas ou privadas. Esta
visão é referendada pela existência de várias normas, como as ISO 11620:2014 e
16439:20148, editadas pela The British Standards Institution, que tratam respectivamente,
sobre indicadores de desempenho para bibliotecas e sobre o impacto social das bibliotecas 118.
Na esfera estatal, a imprescindibilidade desta visão vincula-se não apenas à característica de
suporte a tomada de decisão, mas também à necessidade de atendimento de demandas da
sociedade que tem sido cada vez mais empoderada por meio de medidas governamentais,
exemplificada no presente artigo pela Lei de Acesso à Informação.
Neste sentido, para que essas condições de eficácia sejam atendidas de forma
satisfatória, duas questões devem ser observadas: a primeira refere-se à capacidade dos
sistemas informatizados de gestão serem desenvolvidos em estruturas que permitam seu
remodelamento pelos administradores. Considerando que novas demandas surgem
anualmente, quer pelo Inep, outros órgãos governamentais ou pelas administrações locais, os
sistemas devem incorporar a característica de ser autogerido, não dependendo dos
desenvolvedores para a inclusão de ajustes pontuais. Essa possibilidade traz dinamicidade ao
118
As normas ISO 11620:2014 : Information and documentation : Library performance indicators e ISO
16439:2014 : Methods and procedures for assessing the impact of libraries são apresentadas por Silva (2014) em
estudo sobre indicadores de desempenho.
892
�sistema, fator chave em tempos de uma sociedade da informação e do fortalecimento da figura
do usuário-cidadão.
A segunda questão refere-se à responsabilidade dos usuários no fornecimento de
informações ao sistema. Uma plataforma digital apenas processa e modela os dados, mas não
os cria. As informações geradas, registradas em relatórios e divulgadas como oficiais são
oriundas do trabalho de servidores que atuam nas bibliotecas designados para alimentar o
sistema.
Desta forma, para que os sistemas sejam funcionais, as decisões tomadas tenham
referências sólidas e os usuários das informações possam ter suas demandas atendidas de
forma satisfatória, o sistema deve conter dados precisos, corretos e referendados. Somente
com o cumprimento dessa premissa os sistemas informatizados poderão cumprir o papel a
eles destinado e se configurarem realmente como o suporte esperado para uma gestão da
informação eficaz.
REFERÊNCIAS
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BRASIL. Decreto n. 6.932, de 11 de ago. de 2009. Dispõe sobre a simplificação do
atendimento público prestado ao cidadão, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma em
documentos produzidos no Brasil, institui a Carta de Serviços ao Cidadão e dá outras
providências. Brasília, DF, ago 2009
BRASIL. Lei n. 12.527, de 18 de nov de 2011. Regula o acesso a informações previsto no
inciso XXXIII do art. 5o, no inciso II do § 3o do art. 37 e no § 2o do art. 216 da Constituição
Federal; altera a Lei no 8.112, de 11 de dezembro de 1990; revoga a Lei no 11.111, de 5 de
maio de 2005, e dispositivos da Lei no 8.159, de 8 de janeiro de 1991; e dá outras
providências. Brasília, DF, nov 2011
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DZIEKANIAK, C. V. Sistema de gestão para biblioteca universitária (SGBU).
Dissertação. Universidade Federal de Santa Maria. 2003
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893
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http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/03/pdf_51329ff1a0_0008767.pdf
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ZORRINHO, C. Gestão da Informação. Lisboa: Presença, 1991
894
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Gestão da informação em bibliotecas universitárias: projeto coletar.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Araujo, Eliane Pawlowski Oliveira; Oliveira, Jacqueline Pawlowski
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A boa gestão de uma biblioteca, ou de um sistema de bibliotecas, necessita de um grande volume de informações visto abarcar, nessa atividade, perspectivas e enfoques diferenciados. Conhecer a composição do acervo, os produtos e serviços ofertados, o perfil dos usuários, as características do corpo de colaboradores, a infraestrutura existente, além de, dentre outras, registrar a memória e o histórico dessas unidades é tarefa hercúlea e que exige um aporte tecnológico para que seja exercida de forma adequada e possa propiciar uma recuperação de informação efetiva. Nesta perspectiva, o presente trabalho visa apresentar as atividades realizadas pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais no intuito de estruturar sua gestão de dados administrativos. Retrata-se, assim, a implantação do Sistema Coletar, sendo demonstrados os resultados obtidos no desenvolvimento dessa nova ferramenta. Como conclusão desse processo, considera-se que houve um avanço na gestão de informação ao incorporar questões de usabilidade, por meio de uma melhor interface, e de organicidade da informação. Foi vislumbrada e contemplada, neste trajeto, a necessidade de que os sistemas de suporte tecnológico sejam flexíveis de modo a incorporar novas dimensões de análise, visto que as bibliotecas precisam acompanhar a dinâmica das instituições a que pertencem e a crescente demanda de informações que são requeridas de, e por, suas administrações
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5460/SNBU2018_068.pdf
b6a72656e8dcfda7b1924a48291ebf61
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LABORATÓRIO DE PRODUÇÃO DE VÍDEO EM BIBLIOTECAS
LABORATORY OF VIDEO PRODUCTION IN LIBRARIES
Resumo: O artigo visa apresentar os princípios para a criação de um laboratório de produção
de vídeo dentro de uma Biblioteca. A metodologia utilizada, foi a realização de um
levantamento bibliográfico na literatura da área sobre a temática e em busca de aplicações
deste tipo de laboratórios em outros países. Ainda, esclarecer sobre a relevância do tema, e
descrever quais os softwares, equipamentos e as ferramentas necessárias para a implantação
de um laboratório de produção de vídeo. Traz como objetivo orientar os bibliotecários da
necessidade da criação deste tipo de laboratório dentro de uma unidade de informação, para
atender a nova demanda da sociedade, que são o uso das mídias de comunicação, que se
fazem presente do cotidiano de muitas pessoas. O estudo traz uma nova visão para os
profissionais da área da Biblioteconomia, em que precisam estar preparados para as
transformações da sociedade, e tem como dever suprir aos anseios de seus novos usuários.
Palavras-chave: Tecnologia da informação. Multimídia. Unidades de Informação.
Laboratório de produção de vídeo.
Abstract: The article aims to present the principles for the creation of a video production
laboratory within a Library. The methodology used was the accomplishment of a
bibliographical survey in the literature of the area on the subject and in search of applications
of this type of laboratories in other countries. Also, clarify on the relevance of the theme, and
describe what software, equipment and tools needed to deploy a video production lab. It aims
to guide the librarians from the need to create this type of laboratory within an information
unit, to meet the new demand of society, which are the use of communication media, which
are present in the daily lives of many people. The study brings a new vision for professionals
in the area of Library Science, in which they need to be prepared for the transformations of
society, and have as a duty to meet the wishes of their new users.
Keywords: Information Technology. Multimedia. Information Units. Laboratory of video
production.
865
�1 INTRODUÇÃO
O advento da tecnologia da informação e comunicação (TIC) introduziu novos
recursos sociais para criar e comunicar informações. Uma atividade que se tornou popular no
cotidiano das pessoas é produção de vídeos digitais. Eles trazem informativos, orientações
sobre tarefas diárias, lazer e muitos outros conteúdos. Em sua grande maioria estão
disponilizados em sites gratuitos, permitindo o acesso a um número grande de expectadores.
A sua produção ocorre de várias formas, com uso de máquinas e softwares modernos ou com
uso de aparelho celular sem nenhum tipo de edição.
Os recursos midiáticos, apresentam-se como uma demanda dos indivíduos que
convivem em sociedade, pois a sua aplicação vai desde a educação como um recurso
pedagógico, tutoriais com divulgação de produtos e serviços. É considerada uma ferramenta
de aprendizado atraente que minimiza os problemas de compreensão, e além de hoje, ter se
tornado uma fonte de renda para várias pessoas.
O YouTube, que é um site de compartilhamento de vídeos na Internet, divulgou em
2017116 que 1,3 bilhões de pessoas acessam o site por mês e que seus usuários passam mais
de uma hora por dia assistindo vídeos em seus dispositivos móveis no mundo inteiro.
No contexto das bibliotecas, com base no que descreve o relatório The Canadian
as bibliotecas devem oferecer espaços para que as pessoas trabalhem de forma colaborativa
em projetos com equipamentos que estariam além do seu próprio alcance pessoal, entre eles,
laboratórios de mídia, scanners, impressoras 3-D, etc, ofertando além do espaço suporte para
o uso destas mídias digitais.
Diante desse cenário, uma nova demanda se apresenta para o ambiente da biblioteca, a
oferta de um novo serviço, espaço e disponibilização de equipamentos multimídia. Para tanto,
faz-se necessário que os bibliotecários adquiram novas competências para dar suporte a este
tipo de serviço, assim como atuar como multiplicador para capacitar toda a equipe da
biblioteca.
As tecnologias de informação e comunicação (TIC) tem causado mudanças e
transformações no cotidiano das pessoas, tanto nas suas atividades pessoais, quanto nas
atividades profissionais, que de acordo com Morig
tecnologias de informação e comunicação (TICs) é sentido sobre toda a vida social, seja no
116
http://tecnologia.ig.com.br/2017-06-22/youtube-usuarios.html
866
�trabalho, no lazer e nas relações entre os indivíduos, principalmente na maneira com que se
intensificação do uso dos meios de comunicação,
equipamentos eletrônicos em que as pessoas interagem e trocam informações por meio da
Internet.
Desta forma, o presente artigo busca estabelecer os elementos norteadores para a
criação de um laboratório de produção de vídeo em uma biblioteca. Neste artigo serão
indicados os equipamentos (hardwares e softwares) além de orientações gerais para a
montagem do laboratório.
Assim, este artigo tem como objetivo alertar os bibliotecários sobre uma demanda
emergente na sociedade que poderá ser suprida por bibliotecas. E ainda dar subsídios para a
implantação de um laboratório de produção de vídeo em qualquer unidade de informação.
2 SERVIÇOS EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO E AS TICS
As bibliotecas são centros de informação, especializados em atender estudantes,
professores,
pesquisadores
que
buscam
responder
suas
questões
e
necessidades
informacionais. Para isto oferecem diversos serviços, como empréstimo e devolução de
materiais bibliográficos, consulta ao acervo, serviço de referência entre outros.
Com o desenvolvimento das tecnologias, automaticamente um novo perfil de usuários
surge, com novos interesses, novas demandas, com anseios de informação diferenciada. Para
satisfazer esse público, as bibliotecas se preparam para atender suas necessidades e oferecer
novos serviços. Também para se adaptar a nova ordem digital que atinge todos os setores da
sociedade, como define Leitão (1999, p. 36).
A integração deste universo tecnológico constitui para as bibliotecas um momento
de excepcional importância pelas oportunidades que traz, quer através da capacidade
de aumentar a eficácia da prestação dos serviços tradicionais, mas sobretudo pela
possibilidade de criar novos serviços [...]
Como a biblioteca é uma instituição social, ela sofre grande influência do contexto no
qual está inserida, adotando a partir das novas mudanças da sociedade um novo perfil.
Segundo Tammaro e Salarelli (2008, p.114), a nova biblioteca que emprega as tecnologias
nasce da reflexão sobre necessidades de acesso à informação da comunidade científica.
Diante de tantas mudanças, as bibliotecas começam a repensar os seus serviços e
produtos, buscando atender da melhor forma a sua comunidade com seus novos anseios de
informação. Serviços são criados a partir das demandas tecnológicas dos seus usuários,
867
�principalmente pela internet, como o uso das redes sociais, que servem como ferramentas de
apoio para a comunicação e gestão das bibliotecas. Ribeiro (2012, p. 46) destaca:
Como exemplos de novos meios de interação com o usuário têm os chats, as redes
de relacionamento etc. Esses novos meios de interação propiciaram um aumento do
fluxo de usuários naquelas bibliotecas que fazem parte de uma rede social de
relacionamento [...] a exemplo do facebook, orkut, myspace, twitteretc, o que mostra
uma mudança na forma de acesso a informação e frequência as bibliotecas.
Com o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), a inovação dos
serviços e produtos oferecidos pelas bibliotecas ganha um novo valor na sociedade da
informação, diante da agilidade e eficácia destes novos serviços. O levantamento bibliográfico
agora é feito em bases de dados na internet, para o gerenciamento da biblioteca, são utilizados
software próprios de gestão, permitindo ao usuário consultar o acervo sem sair de casa. De
Carvalho e Silva (2009, p. 128), acredita
revelar como um retrato do novo paradigma, onde sempre surge uma nova tecnologia para
gestores das bibliotecas observem as mudanças tecnológicas e saibam definir as melhores
estratégias para beneficiar seus usuários com novos serviços, e oferecer produtos com maior
valor agregado.
Para que as TICs desempenhem um papel importante dentro das bibliotecas, é
necessário estabelecer uma ligação entre a biblioteca e o ambiente no qual ela está inserida,
como uma escola, universidade ou comunidade. Para tanto, é necessário que se integrem as
necessidades dos usuários e bibliotecários a partir dos novos serviços disponibilizados pela
unidade de informação.
[...] as tecnologias da informação e comunicação não podem ser mais encaradas
apenas como ferramenta instrumental no trabalho das bibliotecas, mas como
ferramenta substantiva [...], sobretudo porque associadas a novos conteúdos e as
formas diferentes de os recuperar, capacidade de gerar uma nova biblioteca.
(LEITÂO, 1999. p. 37)
As bibliotecas precisam se adaptar as inovações tecnológicas para manter e/ou atrair
novos usuários, pois, com o acesso a internet, as opções de pesquisa e recuperação de
informações são facilmente atendidas sem que o usuário precise sair de casa. A biblioteca
precisa continuar cumprindo seu papel de oferecer informações impressas e até de conservar o
acervo, mas precisa acima de tudo saber gerenciar o conhecimento e oferecer acesso a
informação em qualquer suporte.
868
�3 O VÍDEO E A INTERNET
O vídeo nasce como resultado da transformação tecnológica das imagens estáticas da
fotografia, por meio da montagem, edição e roteirização, para imagens eletrônicas. Segundo
Lucen
digital, até mesmo suas menores unidades constitutivas
os pixels
tornam-se passíveis de
É grande a gama de imagens consideradas vídeos, como um o conjunto de fotos em
sequência, uma gravação de uma cena diária por máquina fotográfica. Também são
diferenciados como vídeos profissionais, em que sua produção envolve financiamento e se
espera retorno financeiro, ou amadores, quem o intuito é registrar imagens para armazenar
como memória.
Esta nova linguagem proporciona uma nova experiência de criação, por possuir uma
interface mais amigável e simples de ser manipulada, desde o uso de equipamentos e
softwares, permitindo a qualquer pessoa se aventurar na construção de vídeos.
A internet, é uma plataforma que oferece a possibilidade de publicar múltiplos
formatos comunicativos. Salaverría (2014) descreve que a partir de meados da primeira
década deste século, houve a popularização das páginas de publicação de vídeos e que
atualmente tem um recurso que aumenta a dinâmica das páginas e oferece resultados
significativos em termos de audiência.
O vídeo disponibilizado via internet proporciona um visionamento relativamente curto
com navegação ativa e interativa. O uso do vídeo via internet possibilita ao usuário um
ambiente multidimensional de informações. E sua produção consiste na construção de
conteúdos compostos por imagens em movimento e/ou imagens estáticas, sons ou trilhas
sonoras, textos e legendas dos conteúdos. Tudo por meio da edição, que consiste em um
processo de corte, montagem de cenas.
De acordo com as estatísticas do Fortunelords (2017) o YouTube é a maior plataforma
de conteúdos audiovisuais gerados pelos usuários e disponibilizados na internet, o segundo
site mais visitado no mundo, com visualizações diárias por volta de um bilhão e trezentos
milhões e a cada minuto, trezentos minutos de vídeo são baixados para o YouTube. De acordo
com Ramos-Serrano e Herrero-Diz (2016) o YouTube é uma das redes sociais mais
importantes porque democratizou a produção de vídeo, mas, especialmente, por ser uma
869
�oportunidade de conexão e expressão entre as pessoas, que deu origem a um conjunto de
novos práticas culturais, a cultura do conteúdo em movimento.
Diante da difusão do uso do vídeo na sociedade, o conteúdo dos vídeos produzidos
pode ter inúmeras aplicações. De maneira generalizada, a sua aplicação será para fins
educativos, seja por meio de vídeos pedagógicos até tutoriais. Tan e Pearce (2011) afirmam
que o uso de vídeos educativos em ensino em sala de aula, além de ajudar os alunos a
compreender os novos e desafiadores temas, incentivam a valiosa discussão, permitindo que
os alunos se sintam confiantes o suficiente para oferecer opiniões, comentários e também
tornar-se um meio de apresentar diversas perspectivas sobre o tema abordado. Eles também
ob
É crescente o uso das tecnologias em ambientes educacionais nos últimos anos. Os
professores e alunos buscam novas ferramentas para desenvolver suas atividades em sala de
aula, com intuito de criar um ambiente mais atrativo.
Para Almeida, (2009, p. 78),
As tecnologias são elementos relevantes do contexto que reconfiguram a situação e
criam possibilidades diferentes para o ensino e a aprendizagem, uma vez que, além
da expressão material de instrumentos, englobam as dimensões técnica, social e
cultural envolvidas em sua produção, expandem o potencial humano e propiciam
que, através da Internet, alunos, professores e membros da comunidade, situados em
diferentes territórios, possam compartilhar experiências educativas centradas nas
relações que se estabelecem em contexto virtual.
Pode-se entender segundo Moran (2005, p.3), o uso da linguagem audiovisual como
informação porque:
imaginação e reinveste a afetividade com um papel de mediação primordial no mundo,
Para Ramos-Serrano e Herrero-Diz (2016) o YouTube tem contribuído para uma
transformação econômica por meio dos youtubers que alimentam a plataforma YouTube com
o conteúdo que criam e carregam constantemente em suas contas ou perfis e, além disso, eles
ganharam notoriedade entre os visitantes por causa de razões diferente que, de acordo com as
estatísticas, geram milhões de dólares por ano pelo que os participantes recebem por meio da
publicidade. Um padrão youtuber pode receber dez mil dólares em um ano médio, graças à
propaganda, enquanto o mais popular pode ganhar até cem mil dólares.
870
�O vídeo permite uma nova forma de comunicação entre as pessoas. Por meio da
captação de imagens e sons elas podem ser transformadas em conhecimento, e permite ao
expectador uma nova experiência. Além de despertar a criatividade, exploração dos sentidos,
sensações e emoções. Esta ferramenta de comunicação e informação, está ao alcance de
grande parte população, que faz uso dos vídeos para obter respostas de dúvidas do cotidiano
por meio de tutoriais
Mas nem todos tem acesso a internet ou um possuem equipamentos de mídia ao seu
alcance. Para minimizar essa lacuna, as bibliotecas podem disponibilizar acesso a esse tipo de
material, uma vez que são ambientes de inclusão social, por permitir acesso a informação e
disseminação do conhecimento.
A implantação de um laboratório de produção de vídeo aplica-se em bibliotecas de
qualquer segmento: pública, escolar, universitária, especializada, tendo como objetivo
principal, proporcionar infraestrutura adequada, equipamentos e ferramentas que possam
atender a demanda dos usuários que necessitam de um serviço diferenciado. Além disso,
proporcionar um espaço na biblioteca em que os usuários poderão gerar seus produtos e
receber suporte para o desenvolvimento da atividade.
Em países como Estados Unidos, os laboratórios de mídia digital são um serviço
consolidado nas bibliotecas, onde contam além da estrutura para produção de vídeo, estrutura
para produção musical até impressora 3D. Com exemplos de laboratórios de mídia digital
pode-se citar: THE LIBRARY UC SAN DIEGO (2017); CARMEL CLAY PUBLIC
LIBRARY (2017); TACOMA PUBLIC LIBRARY (2017); SKOKIE PUBLIC LIBRARY
(2017); UNIVERSITY OF MIAMI (2017).
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Com o uso constante das tecnologias, as bibliotecas procuram se familiarizar com esse
contexto para fazer parte da rotina dos seus usuários, como a tendência de fazer vídeos sobre
esporte, música, notícias e tutoriais de variadas temáticas. A partir dessa necessidade, as
bibliotecas se preocupam de que forma vão alcançar esse público.
Uma das iniciativas é a criação de um laboratório em que o usuário tenha um espaço
adequado para que ele possa criar seus vídeos, com a disponibilização de equipamentos
adequados, softwares e suporte técnico.
871
�Desta forma a pesquisa tem como objetivo apresentar um roteiro estruturado, com a
descrição das etapas para a criação de um laboratório de vídeo dentro de uma biblioteca.
E para alcançar este objetivo, optou-se por realizar uma pesquisa exploratória, através
do levantamento bibliográfico, em variadas fontes de informação. Principalmente em livros e
artigos científicos, com a finalidade de encontrar estudos de casos sobre laboratórios de
produção de vídeos em unidades de informação que já estão em operação.
maior familiaridade com o problema, com vistas a torna-lo mais explícito ou a construir
A partir do lavamento bibliográfico e das leituras, foi possível perceber que no Brasil
ainda não foram realizados estudos sobre a temática. Como base nesta pesquisa, foram
utilizadas experiências de outros países, como os Estados Unidos, em que se encontrou
diversos materiais bibliográficos que tratam da relação da produção de vídeos dentro das
Bibliotecas.
5
ELEMENTOS
NORTEADORES
PARA
A
IMPLANTAÇÃO
DE
UM
LABORATORIO DE PRODUÇÃO DE VIDEO EM BIBLIOTECAS
A implantação de um Laboratório para produção e edição de vídeo aplica-se em
bibliotecas de qualquer segmento: pública, escolar, universitária, especializada. O laboratório
tem como objetivo principal proporcionar infraestrutura adequada, equipamentos e
ferramentas que possam atender a demanda dos usuários que necessitam de um serviço
diferenciado. Além disso, proporcionar um espaço na biblioteca em que os usuários poderão
gerar seus produtos e receber suporte para o desenvolvimento da atividade.
Dentre as atividades que serão oferecidas pela biblioteca para dar suporte ao uso do
laboratório, são minicursos com treinamento para uso dos equipamentos, de hardware e
software utilizados para a criação e edição de vídeos, através de tutoriais demonstrando o uso
das ferramentas oferecidas no laboratório.
872
�5. 1 Equipamentos e hardware
O laboratório de produção de vídeo na biblioteca deve ter estrutura mínima, com uma
sala medindo 12m² com isolamento acústico e uma boa iluminação. Os sistemas de hardware
são:
Os microcomputadores (Processador Intel Core I3-3.07 Ghz; 4 Gb de RAM;
500 Gb de disco rígido, monitor LCD de 20 polegadas).
Câmera: (Canon EOS Rebel T3i) escolhida porter alta definição (HD).
Webcam: C920 Logitech Full Hd
Tripê: universal alumínio 1.30 mt
Microfone: de início de usará o de mão.
Alto-falantes estereofônicos para saída de voz e de sons,
Teclado
Digitalizador de imagens (scanners)
Mouse
Fone de ouvido
Tablet
O Sistema de armazenamento da informação: discos compactos, para armazenamento
dos vídeos, discos óticos e compactos de diversos tipos (CD_ROM, CD/Interactive e Pen
drive)
YouTube.
O mercado oferece vários softwares para a produção e edição de vídeo. Os softwares a
seguir são sugestões de ferramentas que podem ser utilizadas. O MovieMaker deve estar
instalado no computador do laboratório, We Vídeo que pode ser operado de maneira on-line e
o Adobe PremiereClip, um aplicativo para IOS que permite editar vídeos e áudios diretos no
celular.
5. 2 Software para Edição de Vídeo
A equipe da biblioteca oferece suporte nas três ferramentas citadas na subseção
anterior que são:
873
�a)
O MovieMaker é um programa da Microsoft de fácil utilização, principalmente
para quem trabalha com as abas do Office. No entanto, para usuários avançados apresenta
algumas limitações de recursos. Oferece opções de publicar no OneDrive, Youtube,
Facebook, Vímeo, Flickr. O MovieMaker estará instalado no computador do laboratório de
produção de vídeo.
b)
We Vídeo é um software on-line para produção e edição de vídeo que poderá
ser usado no computador e smarthphone. É uma ferramenta que possui interface amigável,
acessível, criativo e colaborativo. Suporta oito idiomas e possui três modos de edição para
atender a iniciantes e experientes: Storyboard, Linha de Tempo e Modo Avançado. Oferece
opções de publicar no YouTube ou Google Drive, Facebook e Twitter. Com o Google Drive o
usuário poderá convidar outras pessoas para colaborar.
c)
Adobe Premiere Clip é um aplicativo para IOS e Android que permite editar
vídeos e áudios direto no celular ou tablet possibilitando ao usuário compartilhar
publicamente os vídeos nas redes sociais como Facebook, Twitter e YouTube ou deixar salvo
no dispositivo móvel para compartilhar mais tarde.
Caso o usuário opte por trabalhar com outra ferramenta é de sua livre escolha, desde
que seja uma ferramenta on-line que não tenha necessidade de ser instalada no computador do
laboratório de produção de vídeo. Desta forma, a biblioteca isenta da obrigatoriedade em
prestar suporte quanto ao desta outra ferramenta.
Além do suporte presencial, para cada ferramenta é disponibilizado um tutorial básico
no canal do laboratório de produção de vídeo no Youtube para que o usuário tenha a opção de
trabalhar de maneira autodirigida.
5.3 Política de Uso
As regras internas quanto ao uso do laboratório de produção de vídeo são dispostas na
Política de Uso que a biblioteca descreve e institui conforme a sua realidade. Goodman (2014)
sugere que a política de uso de um laboratório de produção de vídeo deva abranger a
quantidade de pessoas que podem utilizar o laboratório ao mesmo tempo; quais atividades não
são permitidas dentro do laboratório; se alimentos e bebidas são permitidos. Se houver perigo
das pessoas se machucarem no laboratório, essas deverão ser alertadas desse perigo e se
necessário, assinar um termo de reconhecimento das suas responsabilidades em relação a esse
assunto. Junto com suas políticas habituais e formulário de responsabilidade, a biblioteca
874
�deverá orientar o usuário do laboratório como lidar com violações de direitos autorais e
pirataria. Se a biblioteca não possuir política de uso da internet, estas deverão ser descritas na
política de uso do laboratório. A política deverá prever questões quanto ao uso dos
equipamentos, se poderão ser retirados do ambiente da biblioteca e quais as penalidades
quanto ao mal-uso ou extravio. Deverão ser estabelecidas regras quanto ao volume do som e o
tempo que as pessoas poderão permanecer no laboratório desenvolvendo suas atividades
(horas/dia ou dias/semana), além do agendamento para o uso.
5.4 Direito Autoral e Direito de Imagem
A biblioteca oferece orientações aos usuários produtores de vídeo sobre direito autoral
e o direito de imagem com base nas informações que seguem.
A lei de direitos autorais (Lei 9610/1998) define com
- a pessoa física ou
jurídica que toma a iniciativa e tem a responsabilidade econômica da primeira fixação do
(BRASIL, 1998) e considera como obras protegidas
não, inclusive as cinematográficas [e] as obras fotográficas e as produzidas por qualquer
vínculos existentes entre o autor e a sua criação intelectual. Ao contrário das informações
impressas que citada a fonte podem ser usadas normalmente, para as produções visuais
(fotografia, ilustração) e audiovisuais (filme, documentário). O uso das produções visuais e
audiovisuais que tenham autoria de terceiros, poderá ser feito somente mediante cessão ou
licença do(s) seu(s) autor(es).
O direito de imagem é um direito garantido pela Constituição da República Federativa
do Brasil (1988) no artigo 5º, X e XXVIII, a, tratado, portanto, dentre os Direitos e Garantias
Fundamentais e como um Direito de Personalidade
inerente a pessoa. Desta forma, o
produtor do vídeo deverá ter a autorização/licença para o uso (cessão) da imagem da pessoa
retratada/filmada para poder compor a sua obra.
875
�5.5 Publicar o Vídeo
Se o usuário do laboratório de produção de vídeo quer publicar seu vídeo nos sites de
compartilhamento como Youtube, Vímeo, Flickr é importante que seja realizada uma boa
indexação para que o vídeo consiga maior exposição nas ocorrências de uma pesquisa.
O produtor do vídeo atribui um título que seja atraente e que traduz o conteúdo do
material, de preferência algum adjetivo que dê qualidade ao vídeo. As Tags são palavras
chave que podem ser usadas extensivamente para melhor indexar e automaticamente
recuperar o conteúdo via robôs de análise. Recomenda-se que as tags não excedam 120
caracteres. Para a definição das Tags, não deve ser utilizada linguagem técnica ou
complicada, a ideia fornecer informação acessível para qualquer tipo de usuário, de
preferência que recupere o vídeo indexado com o mesmo termo que pesquisou.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta do laboratório para produção e edição de vídeo segue a mesma linha do
paradigma atual das bibliotecas: a oferta de laboratórios em que os usuários desenvolvam e
executem seus projetos de maneira concomitante em um mesmo ambiente. Esta necessidade é
uma tendência das bibliotecas do futuro, oferecendo um serviço inovador, acessível e de baixo
custo.
Pode-se compreender o laboratório como um espaço de disseminação da informação
para o usuário através da conectividade e interatividade com a internet. Permite ainda que seja
utilizado como fonte de renda para os usuários, a partir da criação e disponibilização de
vídeos na internet, a partir do uso da estrutura do laboratório, como por exemplo, se tornar um
YouTuber, onde pode criar canais com temáticas específicas de opiniões, games, maquiagem,
culinária, humor, música e disponibilizar por meio do YouTube.
Os benefícios de se ter um laboratório para produção e edição de vídeo na biblioteca é
oferecer um serviço diferenciado para a comunidade em que a biblioteca está inserida e que
além da estrutura, oferece programas de alfabetização digital sobre como criar conteúdos
digitais
Neste sentido, a biblioteca, assim como qualquer organismo vivo, terá que se adaptar
as constantes mudanças com base nas demandas dos seus usuários. Os recursos tecnológicos,
como é o caso dos equipamentos e ferramentas para a produção e edição de vídeo,
876
�proporcionando as bibliotecas novas experiências e novas formas de se relacionar com o
usuário.
O bibliotecário precisa estar familiarizado a este novo contexto e ir em busca de
conhecimento específico para atender as necessidades de seu público. Além de adquirir novas
habilidades e possibilitar que o uso do novo espaço seja aproveitado da melhor forma.
O laboratório para produção e edição de vídeo sinaliza esse avanço na oferta de um
serviço com diferencial tecnológico. Espera-se que a oferta deste ambiente com as
características mínimas descritas neste trabalho, possa contribuir de maneira efetiva com o
espaço e que reforce o papel que a biblioteca desempenha na sua comunidade.
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879
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Laboratório de produção de video em bibliotecas .
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Martignago, Deisi
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo visa apresentar os princípios para a criação de um laboratório de produção de vídeo dentro de uma Biblioteca. A metodologia utilizada, foi a realização de um levantamento bibliográfico na literatura da área sobre a temática e em busca de aplicações deste tipo de laboratórios em outros países. Ainda, esclarecer sobre a relevância do tema, e descrever quais os softwares, equipamentos e as ferramentas necessárias para a implantação de um laboratório de produção de vídeo. Traz como objetivo orientar os bibliotecários da necessidade da criação deste tipo de laboratório dentro de uma unidade de informação, para atender a nova demanda da sociedade, que são o uso das mídias de comunicação, que se fazem presente do cotidiano de muitas pessoas. O estudo traz uma nova visão para os profissionais da área da Biblioteconomia, em que precisam estar preparados para as transformações da sociedade, e tem como dever suprir aos anseios de seus novos usuários.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5457/SNBU2018_067.pdf
2f5b86aca4584eaa95a1f1ca7484d0dc
PDF Text
Text
Eixo I
Inovação e Criação
O QUE UM LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO FAZ NA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA? A EXPERIÊNCIA DO LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO E
RESTAURAÇÃO DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO GRANDE DO SUL
WHAT DOES A CONSERVATION LABORATORY DO IN THE UNIVERSITY LIBRARY?
THE EXPERIENCE OF THE LABORATORY OF CONSERVATION AND RESTORATION
OF THE CENTRAL LIBRARY OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF RIO GRANDE DO SUL
Resumo: O presente trabalho relata a experiência do Laboratório de Conservação e
Restauração da Biblioteca Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Objetiva
apresentar as diferentes atividades que um laboratório de conservação e restauração pode
fazer em uma biblioteca universitária para além da intervenção direta no acervo. Aponta a sua
metodologia de trabalho em relação as rotinas de conservação preventiva, pequenos reparos,
capacitações, treinamentos, e o registro desses procedimentos e atendimentos. Apresenta os
resultados obtidos até então na documentação da sua rotina, no registro de ocorrências de
incidentes, nas capacitações e treinamentos oferecidos, no canal do YouTube entre outras
ações e a intenção de conectar-se a outros laboratórios em uma rede de trocas de experiências,
conhecimentos e aprendizados, bem como de atuar via projeto de extensão e estender sua
atuação para a comunidade externa. Conclui que a presença de um espaço destinado a
discussão e ação em prol da conservação de acervos em bibliotecas universitárias tem um
impacto positivo na gestão de coleções, na remediação de danos e incidentes, mas também no
ensino, pesquisa, extensão e comunicação com a comunidade acadêmica.
Palavras-chave: Laboratório de Conservação. Conservação preventiva. Bibliotecas
Universitárias.
Abstract: This paper reports on the experience of the Laboratory of Conservation and
Restoration of the Central Library of the Federal University of Rio Grande do Sul. It aims to
present the different activities that a conservation and restoration laboratory can do in a
university library in addition to direct intervention in the collection. It points out its
methodology of work in relation to the preventive conservation routines, small repairs,
capacities, and the registry of these procedures and services. It presents the results obtained so
853
�far in the documentation of its routine, in the record of occurrences of incidents, in the
training offered, in the YouTube channel among other actions and the intention to connect to
other laboratories in a network of exchanges of experiences, knowledge and learning, as well
as acting through an extension project and extending its activities to the external community.
It concludes that the presence of a space for discussion and action for the conservation of
collections in university libraries has a positive impact on collections management, damage
and incident remediation, but also on teaching, research, extension and communication with
the community academic.
Keywords: Conservation Laboratory. Preventive conservation. University Libraries.
1 Introdução
De acordo com Becker e Fortes (1961), a Biblioteca Central da Universidade Federal
do Rio Grande do Sul foi criada em 13 de dezembro de 1971, e desde então coordena e
supervisiona tecnicamente o conjunto de bibliotecas da Universidade.
Seu acervo originou-se da Coleção Eichenberg, adquirido pela UFRGS em 1969,
constituído por cerca de 50.000 volumes publicados desde o século XVI ao século XX,
incluindo obras raras, dos mais variados assuntos com predominância em História, Literatura,
Filosofia e Arte.
Além deste conjunto de obras, fazem parte do acervo da Biblioteca Central, a Coleção
U, com documentos emanados da Administração Central e selecionados com o objetivo de
manter um histórico das atividades das diferentes gestões da Universidade; a Coleção R,
formada por obras de referência; a Coleção Edit, formada pelas obras da editora da UFRGS; e
a Coleção de Periódicos da mencionada Coleção Eichenberg que tratam tanto de assuntos
científicos quanto de temas gerais. (BIBLIOTECA CENTRAL, online)
Diante da importância desse acervo e visando sua preservação e acesso, foi realizada a
reforma da Biblioteca Central, entre 2011 e 2012, pautada em diretrizes de conservação e que
também levaram a criação do Laboratório de Conservação e Restauração (LACOR).
O laboratório tem como principal atribuição a conservação preventiva de todo o
acervo, realizada através do monitoramento e o controle ambiental, a higienização das obras e
estantes e o acondicionamento e pequenos reparos dos livros. Mas também auxilia as trinta
bibliotecas que compõem o Sistema de Bibliotecas da Universidade (SBUFRGS) bem como a
outros setores e a outras instituições, seja informando quanto a fornecedores de materiais,
equipamentos de segurança e prestadores de serviço; orientando quanto ao tratamento de
danos em acervos contaminados por fungo, danificados por água ou com infestação de
854
�insetos; além de receber visitas técnicas e realizar capacitações e treinamentos sobre as rotinas
de conservação preventiva, entre outras questões e demandas.
Suas atividades são desempenhadas em uma sala de aproximadamente 34m²,
devidamente equipada com mesa de higienização, mesa de umectação e sucção, mesa de luz,
seladora, prensa de encaixe, microscópio, secadora de papel, capela de exaustão, deionizador
multifuncional, etc., e, atualmente, conta com uma equipe formada por uma BibliotecáriaDocumentalista, duas Técnicas em Restauração e uma bolsista aluna do curso de
Biblioteconomia.
Assim, a partir do relato de experiência do LACOR, o presente trabalho tem como
objetivo geral apresentar as diferentes atividades que um laboratório de conservação e
restauração pode fazer em uma biblioteca universitária para além da intervenção direta no
acervo.
Quanto aos objetivos específicos, propõe-se a:
a) relatar a sua metodologia de trabalho em relação as rotinas de conservação preventiva,
pequenos reparos, capacitações, treinamentos, e o registro desses procedimentos e
atendimentos;
b) apresentar os resultados obtidos até então na documentação da sua rotina, no registro
de ocorrências de incidentes, nas capacitações e treinamentos oferecidos, no canal do
YouTube entre outras ações;
c) compartilhar os planejamentos futuros como a intenção de conectar-se a outros
laboratórios em uma rede de trocas de experiências, conhecimentos e aprendizados, e
a de atuar, via projeto de extensão, e assim estender sua atuação para a comunidade
externa.
Justifica-se pela necessidade de discussão do tema enquanto objeto de estudo e
atuação na área.
2 Revisão de literatura
Conservar bens requer atuar no sentido de diminuir a velocidade das reações de
degradação, prolongando a vida útil do acervo com o mínimo de dano possível, e mantendo o
máximo de autenticidade e fidelidade à sua trajetória pregressa.
Segundo o ICOM-CC (2010), entende-se por conservação preventiva todas aquelas
medidas e ações que tenham como objetivo evitar ou minimizar futuras deteriorações ou
855
�perdas. Elas são realizadas no contexto ou na área circundante ao bem, ou mais
frequentemente em grupo de bens, seja qual for sua época ou condições. Estas medidas e
ações são indiretas
não interferem nos materiais e nas estruturas dos bens, e, portanto, não
modificam sua aparência.
São exemplos de ações de conservação preventiva: medidas e ações necessárias para o
registro, armazenamento, manuseio, embalagem e transporte, segurança, controle das
condições ambientais (luz, umidade relativa, poluição atmosférica e controle integrado de
pragas), plano de emergências, treinamento de pessoal, sensibilização do público e aprovação
legal (ex.:tombamento).
As bibliotecas, juntamente com os arquivos e museus, representam importantes locais
de custódia, preservação e acesso da memória coletiva (CHAUÍ, 2006, p. 114).
Em instituições públicas, sendo os acervos bibliográficos considerados bens
permanentes nas bibliotecas das Universidades Federais segundo a Lei 4320/64 e o Manual de
Despesa Nacional (2008) do Ministério da Fazenda, tais ações ganham ainda mais
importância para que permaneçam acessíveis e disponíveis aos usuários pelo maior tempo
possível.
Na BC UFRGS, a Coleção Eichenberg compõe uma importante representação coletiva
tanto da história do livro, pelo seu aspecto físico e estrutural (seus diferentes processos
editoriais, gráficos, materiais, etc.), quanto do conhecimento e produção intelectual nas mais
diversas áreas, línguas e espaço-tempo.
Devido ao excepcional valor histórico que a coleção retrata em relação a trajetória
executados a partir da literatura produzida, principalmente, por instituições de referência tais
como o Northeast Document Conservation Center, o Canadian Conservate Institute, a
Library of Congress, e por orientações de profissionais e instituições de referência na área no
Brasil, a fim de garantir a adoção de parâmetros e técnicas apropriados à manutenção da sua
autenticidade.
3 Metodologia
No que diz respeito a conservação preventiva do acervo geral e das obras raras da BC,
o LACOR, realiza diariamente o monitoramento das áreas de guarda e de quatro vitrines
856
�expositivas a partir do Sistema de Gerenciamento Ambiental CLIMUS 108, e o controle dos
índices de Umidade Relativa através do REAQUIS109 e de cinco desumidificadores.
As obras raras são acondicionadas em jaquetas de poliéster quando a lombada ou a
encadernação estão danificadas, ou em caixas em papel alcalino feitas sob medida quando o
miolo está separado da capa, ou as páginas estão comprometidas. Reparos com papel japonês
com a gramatura apropriada e Tylose® são realizados quando há danos nas folhas.
Nas obras do acervo geral, utiliza-se o critério da mínima intervenção para os
pequenos reparos, ou seja, mantém-se a mesma estrutura e encadernação original,
recuperando danos existentes com materiais compatíveis e de qualidade arquivística (papel
japonês, papel alcalino ou neutro, linha de algodão, carboximetilcelulose, etc.), sem
guilhotinar ou lixar os cortes, sem serrotar os festos, acrescentar furos ou qualquer outra
medida irreversível.
A higienização do acervo e das estantes é feita com o uso de Equipamento de Proteção
Individual (EPI)110, carrinho de transporte, aspirador de pó, pano levemente umedecido em
uma mistura de álcool e água para a estante e flanela seca para os livros, com periodicidade
determinada pelo acúmulo de sujidade, que varia de acordo com a localização em relação a
circulação dos usuários e proximidade com as janelas. Quando necessário, o procedimento é
realizado individualmente, folha a folha, com trincha macia e bisturi na mesa de higienização.
Para as demais bibliotecas do SBUFRGS, professores, usuários, outros setores da
Universidade e outras instituições, a equipe do LACOR realiza atendimentos e orientações de
forma presencial, por telefone e e-mail, informando quanto a fornecedores para compra de
materiais de conservação e ou equipamentos de segurança, prestadores de serviço de
encadernação e restauração, orienta no tratamento de danos em acervos contaminados por
fungo, danificados por água ou com infestação de insetos e recebe visitas técnicas de alunos
de cursos afins ou equipes de outras bibliotecas e instituições.
Desde junho de 2017, todas essas atividades passaram a ser registradas em um
Formulário criado no Google Drive (Figura 1) no qual são anotados os atendimentos
prestados ao público interno (servidores, professores, alunos da UFRGS, etc) e ao público
externo, bem como os procedimentos realizados em cada livro, seu número de chamada,
código de barras e título para localização posterior.
108
Sistema de Gerenciamento Térmico para Conservação de Coleções, criado pelo Prof. Dr. Saulo Güths
(UFSC).
109
Sistema de Controle de Umidade Relativa, criado pelo Prof. Dr. Saulo Güths (UFSC).
110
Máscara PFF2 e jaleco ou avental.
857
�Figura 1 -
Fonte: LACOR
Além disso, desde 2015, em uma planilha compartilhada com toda a equipe da
biblioteca (Figura 2), são anotadas todas as ocorrências e/ou incidentes estranhos à sua rotina,
como infiltração causada por entupimento das calhas do andar superior, ar-condicionado
vazando, equipamento danificado, queda de luz, ou qualquer outro evento que possa
repercutir em danos ou risco para o acervo.
Figura 2 - Planilha de Registro de Ocorrências
Fonte: LACOR
Especificamente para os servidores que atuam no SBUFRGS, é realizado capacitações
através da Escola de Desenvolvimento (EDUFRGS)111 e treinamentos individuais sobre as
rotinas de conservação preventiva e técnicas de pequenos reparos.
111
de Servidores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EDUFRGS)
tem como objetivo promover a capacitação de servidores, por meio da promoção de ações de aperfeiçoamento e
de qualificação voltadas ao aprimoramento de competências, possibilitando o desenvolvimento pessoal e
858
�Tanto os atendimentos quanto as capacitações e treinamentos realizados levaram a
criação de um canal no YouTube112, no qual são demonstrados procedimentos adotados pelo
LACOR para as dúvidas frequentemente encaminhadas ao setor, tornando-se outro canal de
divulgação e comunicação com o público externo por meio dos comentários nos vídeos e
compartilhamentos em redes sociais.
4 Resultados
Quanto às atividades cotidianas do Laboratório registradas no formulário (Figura 3),
146 deles foram de tratamentos realiz
113,
.
Figura 3 - Atividades registradas no formulário
Fonte: LACOR
público interno e nove ao público externo.
Figura 4 - Relação de atendimentos e respectivos públicos.
Fonte: LACOR
Acesso: 03 de Jan. de 2018.
112
Disponível em:<https://www.youtube.com/channel/UCI20OwGKkFXFeFUslmrnvEg>. Acesso em: 05 Jan de
2018.
113
Considerando como total de respostas o período entre 1/06/2017 (o início dos registros) até 08/01/2018.
859
�Dentre os principais atendimentos listados (Figura 5), nove foram em treinamento e
informação em pequenos reparos, seis foram acondicionamento em poliéster para a
sinalização da biblioteca, cinco foram em treinamento e informação em higienização, quatro
foram em indicação de prestador de serviços de conservação e restauração, três especificações
de material de conservação, três indicações de fornecedor, três pedidos de diagnóstico, e três
visitas técnicas entre alunos de universidades e equipes de bibliotecas de outras instituições.
Figura 5- Relação de atendimentos prestados
Fonte: LACOR
Com relação aos registros de ocorrências, (10 em 2015, 13 em 2016 e 10 em 2017, no
total por ano respectivamente, a maioria foi sobre problemas no funcionamento de arcondicionado (seis incidentes com vazamento de água); três, no mesmo ano (2017), de
infiltração de água da chuva devido a entupimento de calha do andar superior; um incidente
com cano estourado no terceiro andar e que causou o alagamento no piso da biblioteca; dois
registros de curto-circuito em equipamento elétrico além de outros de menor impacto.
Desde a sua criação em cinco de junho de 2017, foram disponibilizados oito vídeos no
Canal do YouTube que já registra 3.717 visualizações e atualmente114 conta com 182 inscritos.
bibliográfi
114
Dados de 18 de Janeiro de 2018.
860
�31h, ministrado por Ana Virgínia Pinheiro da Biblioteca Nacional, aos bibliotecários do
sistema.
no saguão da Reitoria na qual foram expostos alguns dos itens higienizados integrantes do
acervo de obras raras Coleção Eichenberg tratados e catalogados durante a sua execução.
p
convidado o Prof. Dr. Saulo Güths que abordou os principais parâmetros de influência da
temperatura e umidade; a definição de Umidade Relativa e Umidade Absoluta; a elucidação
do fenômeno de condensação superficial; a compreensão do fenômeno da migração e
adsorção de umidade em materiais porosos; a definição do Índice de Preservação; e a
apresentação das técnicas de medição e métodos de controle da temperatura e umidade
relativa.
Junto à EDUFRGS, o LACOR realizou duas capacitações para os servidores que
de acervos; discutir o controle integrado de pragas; abordar a importância do monitoramento
ambiental e desenvolver a percepção de risco. Foram oferecidas 50 vagas, e houve 34
inscritos. O conteúdo foi distribuído em três aulas com 4h cada, tendo como conteúdo
programático: conceitos de conservação preventiva, conservação curativa e restauração (aula
1); os dez agentes de degradação (aula 2); as competências e atribuições dos profissionais
responsáveis por acervos bibliográficos e a importância da adoção de ferramentas e rotinas de
prevenção a partir da percepção de riscos (aula 3).
identificada nas sugestões das avaliações feitas pelos participantes da capacitação anterior,
com o objetivo de instruir servidores do Sistema de Bibliotecas na prática de pequenos
reparos em acervo bibliográfico correntes (não raros, históricos ou especiais). Foram
oferecidas duas turmas, cada uma com 18 vagas. Na primeira turma houve 11 inscritos, e na
segunda 20. O conteúdo foi distribuído em cinco aulas, com 3h cada, divididas entre teoria e
prática, e tendo como conteúdo programático: conservação preventiva x restauração,
conservação curativa, porque e quando fazer pequenos reparos, costura em três e cinco pontos
(para folhetos, jornais, livros infantis), e costura japonesa (para polígrafos, ou qualquer
material em folhas soltas)
aula 1; materiais básicos para pequenos reparos: o que, porque, e
861
�onde encontrar, costura cruzada (livro em cadernos)
aula 2; estrutura do livro, encadernação
brochura e capa dura, colagem do lombo e costura espinha de peixe (para livros com folhas
aula 3; problemas recorrentes, agentes de degradação, a quem recorrer (fontes e
soltas)
instituições), reforço, fólio, carcela e reintegração/colagem do miolo à capa
discussão: como aplicar, problemas e soluções
aula 4;
aula 5.
Além das capacitações, realizou treinamentos no próprio Laboratório sobre técnicas de
pequenos reparos com servidores e bolsistas das bibliotecas da Faculdade de Direito,
Economia, Engenharia, Instituto de Ciências Básicas da Saúde (ICBS), Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Dança; e em higienização de acervos com o Instituto de Artes, Centro de
Ciências Sociais e Humanas e ICBS.
Por fim, cabe destacar o reconhecimento da sua atuação nos convites feitos à sua
equipe para ministrar workshops e oficinas, além de participar de mesas redondas em
importantes eventos nacionais como o III Simpósio Nacional de Crítica Genética e
Arquivologia em 2016, e o XXVI Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação
em 2015.
5 Discussão
As atividades em curso têm sido constantemente avaliadas e acompanhadas para
aprimoramento de acordo com as necessidades observadas. Para o LACOR, os resultados
demonstram que está atendendo às demandas de forma bastante satisfatória, mas também, que
há um grande campo de possibilidades de atuação e expansão das suas atividades.
As capacitações e treinamentos realizados demonstram a clara necessidade e interesse
pelo tema nas bibliotecas do SBUFRGS, e o reconhecimento da sua atuação no Sistema.
Além disso, o contato feito pelo público externo e por outras instituições do Brasil,
reflete que o laboratório pode atuar como uma referência para auxiliar na conservação de
acervos para além dos muros da Universidade. Nesse sentido, intenta conectar-se a outros
laboratórios para criar uma rede de troca de conhecimentos, aprendizados e experiências.
Para os próximos anos, o LACOR pretende cadastrar uma ação de extensão por meio
da qual desenvolverá diferentes projetos em cada um dos eixos nos quais atua e almeja atuar.
Acredita-se que a proposição de uma ação de extensão permitirá que as suas atividades
ganhem maior vulto e abrangência (tanto no público beneficiado quanto no rol dos campos de
862
�possibilidades), assim como contribuirá para a sustentabilidade do seu fazer em relação aos
recursos disponibilizados e requeridos.
Para planejamento dos próximos anos, a equipe do LACOR identificou os seus
propósitos individuais e tendo eles como base, fez um brainstorm para projetar, em conjunto,
Primeiramente, listou as atividades que gostaria de realizar. Depois, as reuniu por
eixos afins: ensino (treinamento de usuários, alunos, servidores e de terceirizados), pesquisa
(convênios e desenvolvimento teórico-prático), aperfeiçoamento (intercâmbio e estágios),
divulgação das atividades (através do canal do YouTube, do UFRGS Portas Abertas 115, e
organização/participação em eventos), prestação de serviços (consultoria, recuperação de
encadernação para o SBUFRGS, e diagnósticos de preservação) e o jeito de ser LACOR, ou
seja, valores que orientam o trabalho e a equipe (inclusão, valorização e acolhimento das
pessoas e dos seus saberes).
6 Considerações finais
A atuação de um laboratório de conservação em biblioteca universitária cria um
espaço de estudo, discussão, pensamento, planejamento e ação em prol da integridade e
disponibilidade dos acervos e coleções.
Sem esse espaço, esses cuidados ou são relegados, ou não são contemplados,
impactando na gestão do acervo tanto pela retirada de circulação de obras danificadas (e a
necessidade de recuperá-las em um prestador de serviço com todas as implicações relativas ao
tempo de contratação, execução, e entrega do material), quanto pelos possíveis impactos que
danos e incidentes com água, fogo, fungos ou como infestações de insetos, etc. podem causar.
Na UFRGS, o LACOR foi criado para atender as demandas da BC, mas beneficia
todas as bibliotecas do sistema, outros setores da Universidade, bem como a outras
instituições e mesmo ao público externo a Universidade, a partir da troca de experiência e
conhecimentos com a sua equipe, com a sua estrutura e materiais, e com a divulgação das
suas atividades.
A experiência do LACOR demonstra que a atuação de um laboratório de conservação
em biblioteca universitária pode ir muito além da intervenção no acervo e dos cuidados com a
115
rtas integra Universidade e comunidade e mostra aos futuros alunos o que
<https://www.ufrgs.br/portasabertas/>. Acesso em: 09 Jan 2018.
863
�coleção. Ele pode atuar como um canal de ensino, pesquisa, extensão e comunicação com a
comunidade acadêmica nos cursos, capacitações, treinamentos, trocas de experiências,
contatos e na divulgação do seu fazer; e também, como estrutura de apoio na gestão da
coleção e do uso dos recursos informacionais, garantindo a disponibilidade das obras em
condições de consulta com mais agilidade e com menor custo além de responder a incidentes
com rapidez e o mínimo de danos.
Referências
BECKER, Lia; FORTES, Yvonne. O Serviço Central de Informações Bibliográficas da
Universidade do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Gráfica da UFRGS, 1961. 8p.
BIBLIOTECA CENTRAL. O que tem nas estantes. Disponível em:
<https://www.ufrgs.br/bibliotecacentral/pesquisa/o-que-voce-encontra-na-bibliotecacentral/>. Acesso em: 05 Jan. 2018.
BRASIL. Lei 4320 de 17 de Março de 1964. Diário Oficial da União, 23 de Março de 1964.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4320compilado.htm#anexo>.
Acesso em: 09 Jan 2018.
BRASIL. Ministério da Fazenda. Manual de Despesa Nacional: Aplicado à União, Estados,
Distrito Federal e Municípios. Brasília : Secretaria do Tesouro Nacional, Coordenação-Geral
de Contabilidade, 2008. Disponível em:<http://www.cjf.jus.br/cjf/orcamento-efinancas/manuais/Manual_Despesa_Nacional.pdf/view>. Acesso em: 09 de Jan de 2018.
CHAUÍ, Marilena. Direito à memória: natureza, cultura, patrimônio histórico-cultural e
ambiental. In.: CHAUÍ, Marilena. Cidadania Cultural: o direito à cultura. São Paulo,
Editora Fundação Perseu Abramo, 2006. p. 103-128
ICOM-CC. Terminologia para definir a conservação do patrimônio cultural tangível. Boletim
eletrônico da ABRACOR, n.1 jun. 2010. Disponível em:
<http://antoniomirabile.com/images/competence/56bf5dfd06e968.57668508areservatecnicatambememuseu.pdf>. Acesso em: 09 Jan. 2018.
864
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O que um laboratório de conservação faz na biblioteca universitária? a experiência do laboratório de conservação e restauração da Biblioteca Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cunha, Catherine da Silva; Souto, Maria Lúcia; Pereira, Sabrina; Damiani, Maria Luisa; Schinoff, Letícia Dutra
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O presente trabalho relata a experiência do Laboratório de Conservação Restauração da Biblioteca Central da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Objetiva apresentar as diferentes atividades que um laboratório de conservação e restauração pode fazer em uma biblioteca universitária para além da intervenção direta no acervo. Aponta a sua metodologia de trabalho em relação as rotinas de conservação preventiva, pequenos reparos, capacitações, treinamentos, e o registro desses procedimentos e atendimentos. Apresenta os resultados obtidos até então na documentação da sua rotina, no registro de ocorrências de incidentes, nas capacitações e treinamentos oferecidos, no canal do YouTube entre outras ações e a intenção de conectar-se a outros laboratórios em uma rede de trocas de experiências, conhecimentos aprendizados, bem como de atuar via projeto de extensão e estender sua atuação para a comunidade externa. Conclui que a presença de um espaço destinado a discussão e ação em prol da conservação de acervos em bibliotecas universitárias tem um impacto positivo na gestão de coleções, na remediação de danos e incidentes, mas também no ensino, pesquisa, extensão e comunicação com a comunidade acadêmica.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5452/SNBU2018_066.pdf
0c36dfc7814ef043f33ed1bb37e08c09
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Text
Eixo I
Inovação e Criação
BIBLIOTECA DIGITAL DE MONOGRAFIAS DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO TOCANTINS: ACESSO ABERTO E DEMOCRATIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO ACADÊMICA
DIGITAL LIBRARY OF MONOGRAPHS OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF
TOCANTINS: OPEN ACCESS AND DEMOCRATIZATION OF ACADEMIC PRODUCTION
Resumo: Com advento das tecnologias informação e comunicação e a difusão da informação
após o período da modernidade e pós-modernidade estamos lidando com a explosão da
informação, na qual é disponibilizada em vários suportes. Nos dias atuais a era da informática
e os materiais digitais estão em evidência, neste sentido o artigo propõe uma apresentação da
biblioteca digital monografias da Universidade Federal do Tocantins como ferramenta do
Repositório Institucional. Em sua amplitude, visa complementar a comunidade científica com
mais um mecanismo informacional para disponibilizar o acesso aos materiais produzidos na
Instituição, proporcionando visibilidade não apenas para comunidade acadêmica, mas para
sociedade por meio de uma rede de acesso aberto. Com objetivo em disponibilizar
eletronicamente as monografias de trabalhos de conclusão de cursos das graduações e
especializações realizadas no âmbito da Universidade Federal do Tocantins por meio do
repositório institucional. Por meio desta demanda citaremos algumas prerrogativas essenciais
e critérios que serão estabelecidos para a inclusão das monografias no Repositório
Institucional com finalidade de permite maior visibilidade, credibilidade e organicidade na
disseminação da produção científica tocantinense.
Palavras-chave: Biblioteca Digital de Monografia. Repositório Institucional. Produção
Científica. Acesso Aberto.
Abstract: With the advent of information and communication technologies and the diffusion
of information after the period of modernity and postmodernity we are dealing with the
explosion of information, in which it is made available in various media. Nowadays the era of
computer science and digital materials are in evidence, in this sense the article proposes a
presentation of the digital library monographs of the Federal University of Tocantins as a tool
of the Institutional Repository. In its amplitude, it aims to complement the scientific
community with another informational mechanism to provide access to the materials
produced in the Institution, providing visibility not only for the academic community, but also
for society through an open access network. With the objective of electronically making
available the monographs of graduation papers and specializations held at the Federal
University of Tocantins through the institutional repository. Through this request we will cite
839
�some essential prerogatives and criteria that will be established for the inclusion of the
monographs in the Institutional Repository with the purpose of allowing greater visibility,
credibility and organicity in the dissemination of the scientific production in Tocantins.
Keywords: Digital Library of Monograph. Institutional Repository. Scientific production.
Open Access.
1 INTRODUÇÃO
As universidades são centros de estudos, aprendizagem e produção de conhecimento, é
neste contexto que estão inseridos professores, pesquisadores, iniciantes ou experientes, que
produzem regularmente artigos, teses, dissertações e outros tipos de materiais. Após
produzida, esta informação esbarra em um problema; sua disseminação, o sistema de
divulgação nas universidades não tem tido a mesma atenção dos estudos sobre o
desenvolvimento de tecnologias da informação. As universidades são centros de excelência de
produção de conhecimento, mas precisam de mecanismos que efetivem sua difusão. As
atividades e iniciativas de produção, portanto, não podem prescindir da comunicação
científica, visto que, como argumenta Meadows (1999), a comunicação reside no coração da
ciência, sendo tão vital quanto à própria pesquisa.
Para resolver o problema da publicização do material produzido uma ferramenta vem
sendo amplamente utilizada pelas universidades de todo o mundo, os repositórios
gerenciar e ampliar a visibilidade da informação
científica, artística e cultural produzida pelas instituições
ferramenta vem sendo utilizada para resolver problemas como falta de espaço físico, os custos
dos documentos, a carência de funcionários, a pressão de editores e das editoras por
exclusividade, entre outros, pois sendo uma ferramenta digital os custos de manutenção,
espaço e servidores são menores.
Essa inserção dos RI´s chega para vencer outra barreira apontada por Leite (2009, p.
tes do globo terrestre se reuniram e deram
(LEITE, 2009, p. 7),
Mas o que são repositórios institucionais? Para Rodrigues (2004) são coleções digitais
que armazenam, preservam e divulgam e dão acesso à produção intelectual de comunidades
840
�universitárias, por cumprirem essa missão, os repositórios pretendem intervir e dar respostas a
duas questões estratégicas que as universidades enfrentam:
contribuir para o aumento d
instituição, servindo como indicador tangível da qualidade dessa universidade e
demonstrando a relevância científica, económica e social das suas actividades de
investigação e ensino;
contribuir para a reforma do sistema de comunicação científica, expandindo o
acesso aos resultados da investigação, reassumindo o controlo académico sobre a
publicação científica, aumentando a competição e reduzindo o monopólio das
revistas científicas, o que se pode traduzir também em economias para as
universidades e as bibliotecas que as servem. (RODRIGUES, 2004, p. 2)
Segundo Rodrigues (2004), no que diz respeito a primeira estratégia, os repositórios
institucionais servem não apenas para preservar a produção intelectual de uma dada
comunidade acadêmica, mas sobretudo para difundir e dar visibilidade a essa produção junto
de outras comunidades universitárias e científicas, e da sociedade em geral. A constituição de
um RI, ao concentrar a produção dos pesquisadores dessa Instituição, torna-a mais visível e
facilita a demonstração do seu valor científico, cultural, social e econômico. Ainda, quanto a
segunda estratégia, os repositórios institucionais inserem-se num movimento mais amplo de
acesso livre ao conhecimento científico e acadêmico. Na origem do movimento de acesso
aberto estão os problemas, limitações e contradições do sistema de comunicação da ciência,
em particular os relacionados com as revistas científicas. De fato, nas últimas décadas do
século XX o crescimento acentuado da literatura científica, nos mais diversos ramos do saber,
erda de controle por parte do mundo
acadêmico, do sistema de comunicação da ciência.
Com as iniciativas exposta na filosofia de acesso aberto e o movimento de acesso
livre, as revistas científicas passaram a dividir sua atenção com os Repositórios Digitais que
surgem como alternativa ou complemento dos sistemas tradicional de comunicação científica.
Esse novo mecanismo de divulgação do conhecimento permitiu uma maior integração entre
comunidades científicas e o compartilhamento de ideias, experiências e do conhecimento
produzido. Portanto, os repositórios institucionais têm em sua essência o objetivo de permitir
e estimular o acesso à produção da universidade, sendo o acesso aberto a todos os
interessados. Para tanto, deve reunir toda a produção científica ou acadêmica produzida na
universidade, em formato digital, formando coleções de documentos digitais.
De acordo com orientações e definições de Muller quando afirma que:
841
�Os repositórios podem ser formados por todo tipo de documento produzido na
universidade, tais como: trabalhos de professores e pesquisadores (trabalhos
apresentados em congressos e reuniões profissionais, versões de artigos impressos,
relatórios de pesquisa, programas de disciplinas e textos elaborados para aulas, entre
outros) e trabalhos elaborados por alunos, como: teses, dissertações, trabalhos de
disciplinas e de conclusão de cursos, entre outros. (FACHIN, 2006, p. 215)
Diante do exposto, percebeu-se que o advento das ferramentas de trabalhos advindas
das novas tecnologias e da comunicação a informação quebraram paradigmas de acesso a
informação e mudaram efetivamente a forma de publicação do conhecimento registrado, está
cada vez mais acessível em vários suportes.
Neste cenário de ampliação da disseminação das produções institucionais surge a
biblioteca digital de monografias (BDM) da Universidade Federal do Tocantins. A
implantação da biblioteca digital tem como objetivo disponibilizar eletronicamente as
monografias de trabalhos de conclusão de cursos das graduações e especializações latu senso
realizadas no âmbito da Universidade Federal do Tocantins (UFT). Para os cursos de pósgraduação stritu sensu, mestrado e doutorado, esses materiais já estão disponíveis no
repositório institucional da instituição, na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. A BDM
estará voltada para cada campus da Universidade a saber Palmas, Porto Nacional, Gurupi,
Miracema, Tocantinópolis, Arraias e Araguaia. A biblioteca de cada campus será a curadora
dos materiais e alimentará o Sistema Educacional de Ensino (SIE)107, assim como a BDM,
com as informações disponíveis nos trabalhos. Está baseada na filosofia do movimento de
acesso aberto em suas diretrizes e princípios, como: a democratização da informação,
publicações em formato eletrônico e a promoção da acessibilidade à produção dos Cursos de
Graduação da UFT, por meio do Repositório Digital da Universidade Federal do Tocantins,
em conformidade com a (UFT, 2011, p. 4)
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Além da crise dos periódicos, o advento da internet e dos computadores pessoais
impulsionaram as iniciativas de acesso aberto. A partir desse contexto, o Movimento de
Acesso Aberto propôs duas estratégias para a disponibilização livre e irrestrita da literatura
científica. Uma delas, a via dourada, corresponde a publicações de artigos em periódicos
científicos de acesso aberto, os quais devem disponibilizar gratuitamente por meio da
107
É uma base de dados em módulos que são gerenciados os setores da universidade, bem como a biblioteca.
842
�Internet todos os artigos que publicam. A outra estratégia, a via verde, diz respeito ao
depósito dos artigos em repositórios de acesso aberto (COSTA, 2014).
Este papel assumido pelas universidades conta com a importante contribuição das
bibliotecas e dos bibliotecários que neste processo aproximam-se dos pesquisadores de forma
significativa (COSTA; LEITE, 2009). Com isso, buscam-se alternativas viáveis para gerenciar
e tornar a informação produzida disponível. Foi então que surgiram modelos alternativos para
comunicação científica, tais como repositórios institucionais e temáticos, periódicos de acesso
aberto, constituindo hoje o Movimento pelo Acesso Aberto à Informação Científica (LEITE,
2009). Neste sentido desde 2004, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (Ibict) vem trabalhando na sensibilização da comunidade científica quanto à
importância do acesso livre ao conhecimento científico.
No Brasil, o acesso livre ainda enfrenta muitas barreiras, pois o sistema de
comunicação científica tradicional limita, mais do que expande, a disponibilidade e
legibilidade da maior parte da pesquisa científica ao mesmo tempo em que obscurece suas
origens institucionais (JOHNSON, 2002). Dessa forma, não basta apenas publicar, os
trabalhos científicos precisam ser divulgados de maneira eficiente para que possam ser
utilizados e citados, promovendo a troca de conhecimento (MACIAS-CHAPULA, 1998). O
acesso à informação técnico-científica se torna fundamental para o desenvolvimento da
ciência, pois permite maior visibilidade e disseminação da produção científica brasileira.
No contexto das universidades, que captam recursos de agências de fomento para
financiar suas pesquisas, o acesso aberto à informação é também uma forma de promoção da
transparência dos gastos públicos. Os órgãos de apoio à pesquisa necessitam rastrear os
resultados de seus investimentos em projetos e programas de pesquisa (LEITE, 2009). Dessa
forma, as pesquisas financiadas com recursos públicos devem estar publicamente acessíveis.
Levando em consideração a evolução do livro e do suporte, existe uma diferença entre
a biblioteca tradicional e a biblioteca digital. De acordo com Oliveira e Carvalho (2011, p. 2)
Uma biblioteca tradicional é aquela onde a maioria dos itens do seu acervo é
constituída de documentos em papel ou de outro artefato físico. Uma característica
das bibliotecas tradicionais é que tanto a coleção como o seu catálogo utilizam o
papel como suporte de registro da informação.
Por outro lado, temos a biblioteca digital tornando as informações mais dinâmicas e
acessíveis, pois possibilita o acesso em diversos suportes eletrônicos como: computador,
tablet, notetbook entre outros. Ainda levando em consideração as análises dos autores,
843
�digital em um repositório de dados centralizado ou distribuído. Associado a este repositório
de dados, existe um sistema de informações com as funcionalidades necessárias à
(OLIVEIRA; CARVALHO, 2011, p. 2). De acordo com o
autor Sayão:
As bibliotecas digitais surgem num contexto que sobrepõe, por um lado, a
integração e uso das tecnologias de informação e de comunicação, das redes de
computadores, das tecnologias de apresentação e o barateamento dos meios de
armazenamento em massa; e, por outro, a disponibilidade crescente de conteúdos
digitais em escala planetária, a possibilidade de digitalização a um custo
economicamente viável de conteúdos em mídias convencionais e, ainda, o fenômeno
conhecido como coerência das mídias digitais, que abre a possibilidade singular para
a concepção de novos serviços de informação a partir da integração de objetos
digitais heterogêneos (SAYÃO, 2010, p. 7).
Conforme o autor as bibliotecas digitais surgiram em um momento oportuno, como
um novo serviço para atender os usuários das bibliotecas tradicionais, com várias
possibilidades de acesso e em vários suportes eletrônicos.
Grande parte da produção científica do país são produzidos nas instituições superiores
de ensino. E, as monografias aparecem como importante divulgador de informação científica,
visto que, existe no desenvolvimento de uma monografia muito esforço cognitivo, disciplina e
comprometimento por parte do aluno e muita exigência e controle por parte do professor,
além de que são avaliadas por uma banca examinadora (PETINARI, 2007).
Segundo Reis, Bulhões e Santos (2016, p. 2)
curso são documentos originados das disciplinas de final de curso, como mecanismo de
avaliação e comprovação dos conhecimentos e competências adquiridos no decorrer do curso.
É uma forma de despertar o lado investigativo e reflexivo do aluno, fazendo que ele deixe de
alunos desenvolvem um tema com base em suas observações, pesquisas, interesses e
afinidades desenvolvidos no processo de formação.
Para Petinari (2007) no desenvolvimento de uma monografia exigi esforço intelectual,
disciplina, dedicação e comprometimento por parte do aluno e muita exigência e controle por
parte do professor orientado. No entanto, após a conclusão e apresentação à banca
examinadora e aprovado, as monografias tornavam-se mais uma peça em uma coleção, em
suporte de papel, nas prateleiras e estantes das bibliotecas universitárias. Desse modo, as
instituições disponibilizavam os conteúdos à comunidade acadêmica, porém, seria mais
844
�interessante se essas coleções tivessem a mesma disponibilidade das teses e dissertações em
meio digital.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Para implantação e a manutenção da BDM serão geridas pela Diretoria de Bibliotecas
e Coordenações de Bibliotecas nos câmpus, que terão como atribuições: definição das
diretrizes para inclusão das monografias na BDM bem como a formulação de projetos para
captação de humanos recursos que possam garantir o funcionamento e aprimoramento da
BDM. Conta com a promoção da divulgação da BDM junto à comunidade acadêmica da
UFT, viabilização e preservação da hospedagem da BDM junto a Diretoria de Tecnologia da
Informação (DTI), garantindo a integração da BDM com os sistemas de informação e de
gestão da UFT.
A gestão técnica da Biblioteca Digital de Monografias será efetivada pela Diretoria de
Bibliotecas, por meio da equipe que atua no Repositório Institucional com a assessoria dos
coordenadores e gerentes de biblioteca e terá como principal atividade a articulação das ações
e atividades da BDM junto a Reitoria, Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e Diretoria de
Tecnologia da Informação (DTI), no que concerne à integração da BDM aos sistemas de
informação e de gestão da UFT, por meio do Repositório Institucional. A biblioteca digital no
contexto atual irá fortalecer a divulgação do conhecimento e da informação no âmbito da
universidade.
A proposta para implantação BDM/UFT foi pensada inicialmente em 2016, pelos
bibliotecários numa tentativa de tornar os materiais produzidos pelos alunos mais acessíveis,
pois esses materiais eram entregues as bibliotecas somente em formato físico, impresso, o
trabalho em meio digital não era obrigatório. Neste sentido, com a biblioteca digital esses
materiais serão divulgados e consequentemente mais acessados tanto para a comunidade
acadêmica interna à Universidade e também com usuários externos que tenham interesse nos
materiais que são produzidos na instituição.
O diferencial com relação a disponibilização d
de especialização / pós-graduação latu senso, na biblioteca digital de monografias, do
Repositório Institucional da UFT, será a criação da Comissão Interdisciplinar em cada
campus, nomeado pela direção que será responsável pela emissão de parecer final sobre o
cumprimento de exigências legais e da Resolução Consepe n°. 005/2011, obedecendo aos
845
�seguintes critérios: Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), conforme
o Manual de Normalização e orientação de Trabalhos Acadêmicos da UFT, atualidade e
relevância da temática da pesquisa, verificação da originalidade de autoria, no ato de assinar
ou apresentar uma obra intelectual de qualquer natureza (texto, música, fotografia, obra
audiovisual, etc.) lembrando sempre em citar e referenciar o autor consultado.
Como metodologia será institucionalizada algumas prerrogativas para a seleção dos
trabalhos para compor a biblioteca digital. Seguem algumas informações relevantes quanto a
seleção desse material:
a) avaliação
o processo avaliação levará em consideração a contribuição social que o
trabalho apresenta para a sociedade civil, ineditismo, bem como sua originalidade, a
nota do trabalho, superior a 8,0 para garantir a padronização levando em consideração
a nota no ato da defesa do trabalho. Os trabalhos deverão passar por uma revisão
ortográfica e também por uma revisão na formatação, utilizando como referência para
correção o Manual de Trabalhos Acadêmicos da Universidade Federal do Tocantins;
b) relação ensino pesquisa e extensão
a difusão da informação desses materiais será de
suma importância para referência levando em consideração trabalho futuros com a
mesma temática. Ou seja, trabalhos atuais serão citados por trabalhos futuros tornando
assim uma comunidade científica mais ativa na universidade;
c) seleção do material
após os trabalhos serem selecionados o aluno deverá preencher o
termo de autorização de publicização (ver anexo A), para submissão de sua obra. Esse
termo deverá ser entregue para a coordenação do curso e logo em seguida a
coordenação fará o repasse para a biblioteca.
Para sistematizar o trabalho que será desenvolvido em cada campus as bibliotecas dos
sete câmpus, terão as seguintes competências:
a) gerenciamento do desenvolvimento, a alimentação, a customização e a manutenção
da BDM;
b) desenvolvimento de programas de treinamento nos sistemas específicos ao fluxo de
funcionamento da BDM;
c) assessoria e capacitação tecnicamente os servidores diretamente ligados ao processo
de desenvolvimento e manutenção da BDM;
d) promoção de capacitação da equipe para a alimentação das monografias na BDM;
e) garantia de acesso à informação de forma segura e eficiente, dentro dos padrões
nacionais e internacionais.
846
�Para disponibilizar as informações contidas nas monografias as Bibliotecas dos
câmpus da instituição terão as seguintes prerrogativas:
a) seguir os padrões nacionais e internacionais e critérios de organização e
administração da BDM para garantir o acesso à informação de forma segura e eficiente
à comunidade acadêmica;
b) gerenciar a implantação, alimentação, manutenção e relatórios de acesso da BDM, a
curadoria dos cursos vinculados ao câmpus;
c) estabelecer um canal de comunicação permanente com a Diretoria do Sistema de
Bibliotecas e Repositórios Institucional;
d) participar das capacitações voltadas ao processo de desenvolvimento e manutenção
da BDM e equipe;
e) promover a capacitação da equipe técnica envolvida no projeto da Biblioteca Digital
de Monografias;
f) Propor medidas visando ao aprimoramento e à modernização da Biblioteca Digital de
Monografias, Repositório Institucional e ao Sistema de Informação e de Gestão da UFT.
As disponibilizações das monografias na Biblioteca Digital de Monografia deverão
estar em acordo com a lei de direito autoral em vigor no País, e seu acesso será livre nos
contextos nacional e internacional. A BDM deverá ter capacidade de integração com outros
sistemas nacionais e internacionais, observando-se o uso de padrões e protocolos de
integração, em especial aqueles definidos no modelo Open Archives.
O depósito das monografias e outros produtos de trabalhos de conclusão de cursos de
graduação e especialização da UFT na Biblioteca Digital de Monografias tem caráter
obrigatório e serão realizados através dos à Biblioteca do Campus por meio de memorando
encaminhado pela coordenação do curso com o termo de aceite assinado, após homologação
do orientador e examinadores assinando a folha de aprovação e da Comissão interdisciplinar,
na Biblioteca do Campus, que fará a inclusão na BDM.
A equipe de execução do processo de implantação da BDM será formada por
bibliotecários, técnicos administrativos, estagiários e/ou alunos voluntários, bem como corpo
docente. Os recursos humanos integrarão a implementação da biblioteca digital do Sistema de
Bibliotecas da UFT. As atividades serão desenvolvidas no prazo de um ano, para depois
ocorrer o processo avaliativo, iniciando especificadamente em agosto de 2017. Com mais
detalhamento segue a distribuição de algumas atividades no cronograma de implementação:
Formação da comissão, estudo e especificação técnica da estrutura de metadados,
847
�desenvolvimento da solução no Dspace, organização do material para submissão na BDM,
treinamento da equipe, digitalização, avaliação do sistema, produtos e relatórios.
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS/FINAIS
O grande crescimento dos documentos em meio digital é uma realidade nas
instituições de ensino superior e o repositório digital é o grande aliado da gestão para
disponibilização dessa massa de novos conhecimentos produzidos. Atualmente, os
repositórios digitais se constituem como um dos principais atores no movimento de acesso
livre a informação científica e surge da necessidade de ampliar o acesso a comunicação
científica e a disseminação da informação, visando também a manutenção da memória
institucional. Porém, para que esse processo de disseminação ocorra segundo o uso do modelo
Open Archives, sendo elas: maior rapidez na disseminação da literatura científica publicada
nesses repositórios; acesso livre, ocorrendo maior rapidez na disseminação da informação
científica; maior visibilidade dos trabalhos publicados; maior impacto, tendo acesso livre
acontece uma maior visibilidade e por consequência maior possibilidade de ser citado; maior
interoperabilidade com outros repositórios.
Com a implantação da Biblioteca Digital de Monografia, as bibliotecas que integram o
Sistema de biblioteca da UFT ampliaram seu leque de serviços oferecidos, possibilitando
desta forma acesso as monografias de seus cursos a qualquer usuário, a qualquer tempo, de
qualquer lugar, bastando para isso ter acesso a internet para acessar a literatura produzida no
âmbito dos cursos da instituição.
Por meio da implantação da BDM UFT ganhou-se com o reaproveitamento dos
espaços que seriam necessários para acondicionamento do acervo de monografias nas
estantes, pois com a disponibilização dos conteúdos digitais, o armazenamento ocorrerá em
servidor, acessível para acesso ininterruptamente na internet, reduzindo significativamente os
problemas com espaço físico. Outro benefício alcançado está relacionado à imagem da
biblioteca sustentável, perante a comunidade universitária, pois a BDM é ecologicamente
correta por não consumir papel.
As universidades produzem artigos, teses de doutorado, dissertações de mestrado e
monografias de graduação e especialização. Desses documentos alguns são publicados, no
entanto, muitos são arquivados nas coordenações de cursos e bibliotecas, de certa forma
impossibilitando que o conhecimento gerado no âmbito da instituição chegue à sociedade. As
848
�bibliotecas digitais têm como premissa maior organizar, armazenar, atualizar e divulgar essas
informações, cumprindo assim a função social uma vez que permitem que toda comunidade
acadêmica ou em geral, tenham acesso às primeiras iniciativas de pesquisa, monografias de
graduação, elaboradas e desenvolvidas por alunos da graduação, colaborando com a
disseminação do conhecimento científico.
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<http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/13709/15527>. Acesso em: 22 maio 2017.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS. Resolução Consepe nº 05/2011. Dispõe
sobre a criação e regulamentação do Repositório Institucional e da Biblioteca Digital de Teses
e Dissertações da Universidade Federal do Tocantins. Palmas/TO, 2011.
850
�ANEXO A
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
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Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
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Biblioteca digital de monografias da universidade federal do tocantins: acesso aberto e democratização da produção acadêmica.
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Oliveira, Edson de Sousa; Nascimento, Núbia Nogueira; Porto Junior, Francisco Gilson Rebouças
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
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2018
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Com advento das tecnologias informação e comunicação e a difusão da informação após o período da modernidade e pós-modernidade estamos lidando com a explosão da informação, na qual é disponibilizada em vários suportes. Nos dias atuais a era da informática e os materiais digitais estão em evidência, neste sentido o artigo propõe uma apresentação da biblioteca digital monografias da Universidade Federal do Tocantins como ferramenta do Repositório Institucional. Em sua amplitude, visa complementar a comunidade científica com mais um mecanismo informacional para disponibilizar o acesso aos materiais produzidos na Instituição, proporcionando visibilidade não apenas para comunidade acadêmica, mas para sociedade por meio de uma rede de acesso aberto. Com objetivo em disponibilizar eletronicamente as monografias de trabalhos de conclusão de cursos das graduações e especializações realizadas no âmbito da Universidade Federal do Tocantins por meio do repositório institucional. Por meio desta demanda citaremos algumas prerrogativas essenciais e critérios que serão estabelecidos para a inclusão das monografias no Repositório Institucional com finalidade de permite maior visibilidade, credibilidade e organicidade na disseminação da produção científica tocantinense.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5449/SNBU2018_065.pdf
810a2bb110572f42bcb9bc3314345893
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Eixo I
Inovação e Criação
POLÍTICA DE INFORMAÇÃO E REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL PARA
ACERVOS AUDIOVISUAIS EM TV UNIVERSITÁRIA
INFORMATION POLICY AND INSTITUTIONAL REPOSITORY TO AUDIOVISUAL
COLLECTIONS OF ACADEMIC TELEVISION STATIONS
Resumo: Este trabalho consiste na primeira etapa metodológica de uma pesquisa de mestrado
em Ciência da Informação, que tem como objetivo desenvolver uma política de informação
para repositório institucional visando à gestão de acervos audiovisuais. A partir da pesquisa
bibliográfica e da análise documental, apresenta as diretrizes publicadas pela International
Federation of Library Associations and Institutions e pela International Association of Sound
and Audiovisual Archives, com a finalidade de definir os elementos para uma política de
informação audiovisual. Para coleta de dados, o procedimento utilizado foi a observação
participante, que se deu por meio de visitas realizadas na redação de um programa de
televisão produzido por uma universidade pública brasileira, onde houve conversas informais
com a equipe de jornalistas e anotações em diário de campo. Na estruturação do protótipo de
um repositório institucional, três vídeos foram selecionados para análise de conteúdo, descrita
em planilhas e resultando na definição de metadados no software DSpace e na proposta inicial
de comunidade, subcomunidade e coleções para repositório digital da TV universitária
visitada. Conclui apresentando inferências acerca dos possíveis resultados da pesquisa,
discutindo os elementos a serem levados em consideração na elaboração da política
audiovisual, a saber: política de seleção e desenvolvimento de acervos audiovisuais; política
de metadados baseados no padrão Dublin Core e no DSpace; e política de acesso e uso do
repositório.
Palavras-chave: Política de informação. Repositório institucional. Acervo audiovisual.
Programa de televisão. TV universitária.
Abstract: This paper presents the first methodological stage of a post-graduation research on
Information Science, which aims to develop an information policy to manage audiovisual
collections on digital repository. Bibliographical research and documentary analysis made
possible the discussion of the guidelines published by the International Federation of Library
Associations and Institutions and the International Association of Sound and Audiovisual
Archives, focusing on deciding the elements that will be proposed as audiovisual information
policy. The participant observation was used as a procedure to collect data, by visiting a
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�production department, taking notes, and also by talking to the crew of an academic television
station placed in a federal university in Brazil. The prototype of an institutional repository was
developed on DSpace, from watching three videos and analyzing its content, which was
described on spreadsheets and, after that, its metadata had resulted in the initial proposal of
communities and collections to a digital repository. Finally, this study concludes that it is
possible to make inferences on the results of the post-graduation research through discussing
some elements which should be taken into consideration at developing the information policy,
such as: selection and development of audiovisual collections; metadata based on the Dublin
Core format from DSpace; and guidelines to promote the access and use of the repository.
Keywords: Information policy. Institutional repository. Audiovisual collections. TV program.
Academic television station.
1 INTRODUÇÃO
Uma das responsabilidades que cabe diretamente ao bibliotecário é a definição de
políticas de informação enquanto documentos normativos que estabeleçam diretrizes para a
gestão de acervos e norteiem procedimentos a serem adotados por uma determinada
comunidade no que se refere à disponibilização de sua produção científica, técnica, artística
ou cultural. Para além dos muros de uma biblioteca universitária, existem acervos que
necessitam da mediação do bibliotecário para que sejam disponibilizados eficazmente ao seu
respectivo público. Dentre esses acervos, estão os audiovisuais, que nem sempre receberam a
devida atenção por parte das bibliotecas (SMIT, 1993).
A produção informacional e documental em larga escala que caracteriza os ambientes
de informação audiovisual, tais como emissoras de televisão, cinematecas e agências de
publicidade, dentre outros, exige do bibliotecário uma postura diferenciada, no sentido de
propor metodologias de trabalho que venham ao encontro da dinâmica específica desses
ambientes. No meio acadêmico, por exemplo, são muitas as possibilidades de produção
audiovisual, com realidades distintas, de acordo com cada comunidade, haja vista algumas das
situações com as quais já nos deparamos: recebimento de DVDs como doação para o acervo
das bibliotecas; trabalhos de conclusão de curso em formato de documentário; eventos
científicos gravados e exibidos online; palestras, videoconferências, videoaulas, premiações
importantes, lançamentos de livros, defesas de teses e dissertações, cerimônias de posse e de
colação de grau, espetáculos teatrais e musicais etc.
Diante dessa realidade, compartilharemos neste trabalho uma proposta de atuação do
bibliotecário na gestão do acervo audiovisual de um programa de televisão produzido por uma
826
�universidade pública. O objetivo é apresentar a primeira etapa metodológica de uma pesquisa
de mestrado que visa desenvolver uma política de informação para repositório institucional de
acervos audiovisuais, cujo ambiente de pesquisa é o referido programa de TV universitária.
2 GESTÃO DA INFORMAÇÃO AUDIOVISUAL
Desde o início dos anos 2000, há diretrizes para a gestão da informação e
documentação audiovisual sendo aperfeiçoadas nacional e internacionalmente, com o
respaldo de importantes instituições. Nesse sentido, consideramos quatro documentos
pertinentes para a Biblioteconomia e Ciência da Informação: a versão oficial e a proposta de
atualização das Directrizes para Materiais Audiovisuais e Multimedia em Bibliotecas e Outras
Instituições, da International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA,
2006, 2017), as Guidelines on the Production and Preservation of Digital Audio Objects e o
Handling and Storage of Audio and Video Carriers, da International Association of Sound
and Audiovisual Archives (IASA, 2009, 2014).
Em seus princípios gerais, as diretrizes da IFLA destacam o papel mediador do
bibliotecário como o
-se em disponibilizar informação nos
formatos mais adequados às diferentes necessidades e tipos de utilizador [usuário], que devem
claramente discernirbibliotecário definir estratégias que permitam o acesso livre de uma determinada comunidade
ao que está sendo produzido na instituição ou no ambiente de onde acessa informação. Tendo
em vista o ano de 2006, essas mesmas diretrizes estabelecem que:
Um grande volume de informação, em constante crescimento
cobrindo quer
interesses educacionais e recreativos, quer necessidades de informação tem vindo
a ser produzido numa grande variedade de formatos audiovisuais e electrónicos. O
acesso a estes materiais deve ser tão livre e gratuito como o acesso a materiais
impressos. (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS
AND INSTITUTIONS, 2006, p. 3, grifo nosso).
Percebemos, na verdade, uma grande mudança ao compararmos o cenário dos anos
pós-2010 com o da citação acima, pois muitas nuances se destacam na produção audiovisual,
tais como: a chegada da alta definição das imagens, a popularização da TV a cabo, a
consolidação dos serviços de streaming, a era da convergência e transmídia (COSTA, 2010;
JENKINS, 2009), o amplo alcance do YouTube, o autoarquivamento, a preservação digital e,
dentre outras especificidades, a produção cada vez maior de registros audiovisuais nas
827
�universidades públicas. Neste último caso, a biblioteca universitária como ambiente híbrido
de informação (RODRÍGUEZ BRAVO, 2002), isto é, onde coexistem acervos físicos e
digitais, precisa incorporar à sua rotina a gestão da produção audiovisual de maneira
institucional, determinando critérios e diretrizes para gestão das coleções físicas e do material
em meio digital. Associada à formação desses dois tipos de acervo com informação
audiovisual, Primo e Cabral (2014) trazem uma abordagem que se relaciona diretamente com
a produção de conteúdo quando diferenciam os vídeos analógicos dos digitais:
Os vídeos analógicos são aqueles que foram gravados em mídias como fitas
magnéticas. Esse tipo cedeu lugar para os vídeos digitais graças à evolução da
tecnologia e ao fácil acesso aos dispositivos de captura. [...] Vale lembrar que o
vídeo digital é aquele que pode ser manipulado em computador. Os formatos de
arquivo mais comuns são MPEG, AVI e DivX. Para a TV Digital, o formato usado é
o DVB e para o consumo são adotados os formatos DVD-Vídeo e Vídeo CD. O
vídeo digital pode ser transmitido pela internet e por redes telefônicas digitais.
(PRIMO; CABRAL, 2014, p. 136).
No anexo C da proposta de atualização das diretrizes da IFLA (2017, p. 17-19), estão
descritos os principais suportes físicos utilizados no registro da informação audiovisual, dos
quais os DVDs são tidos como predominantes nos acervos das bibliotecas, na medida em que
as fitas DV e, mais recentemente, os cartões de memória e HDs predominam na rotina de
gravação das emissoras de televisão. Com isso, um detalhe importante que precisa ser
considerado pelo bibliotecário é a definição sobre qual o formato de vídeo será incorporado
ao acervo digital, quais sejam: FLV, AVI, WMV, MOV, RMVB, MPEG, MKV, dentre
outros.
Sobre os vídeos digitais como meio de visibilidade do que se produz na universidade
em termos de audiovisual, os repositórios institucionais são a ferramenta essencial para que as
imagens sejam salvaguardadas, preservadas e acessadas por uma comunidade de usuários
stitucional é
uma biblioteca digital destinada a guardar, preservar e garantir livre acesso, via internet, à
Entretanto, tendo em vista som e imagens em movimento, esse conceito se estende
para além da produção técnico-científica, pois as manifestações artísticas, culturais, políticas e
de cunho não científico caracterizam a produção do documento audiovisual, e a proposta de
um repositório institucional deve englobar a configuração de metadados e interface própria de
acordo com o tipo de coleção a ser incorporado ao acervo digital. Como exemplo, os
metadados destinados à catalogação e indexação de um documentário nem sempre serão os
828
�mesmos adotados para um programa de televisão. Acerca da escolha dos metadados, as
diretrizes da IASA (2009), uma das associações mais atuantes na gestão audiovisual,
estabelecem o padrão Dublin Core como o mais flexível para configurar os campos e a
interface de busca em repositórios audiovisuais.
No que se refere ao desenvolvimento de coleções de áudio e vídeo, sejam físicas ou
tipo de recursos, os quais podem variar de formato para formato. Tais critérios serão a base do
desenvo
IFLA, 2006, p. 6). Neste aspecto, o manual da
IASA (2014) apresenta diretrizes que visam subsidiar as tomadas de decisão quanto às mídias
de arquivamento, preservação digital e condições de temperatura nos acervos físicos de
documentação audiovisual, dentre outras variáveis que influenciam na gestão da informação.
Vergueiro (2010) sinaliza a formação de acervos audiovisuais num capítulo
exclusivamente sobre seleção de materiais especiais e multimeios, no qual o autor destaca os
filmes, vídeos e DVDs como materiais passíveis de serem incorporados aos acervos das
bibliotecas. Em sua discussão, independente do tipo de material informacional, a incorporação
do audiovisual dependerá da natureza e
busca de critérios, deve-se discutir o papel que esse material representará no conjunto do
ou, em alguns casos, substituídos pela disponibilização do conteúdo em ambiente digital, a
exemplo do que ocorre nos canais de vídeos do YouTube e em outros veículos de
comunicação que consolidam o fenômeno da transmídia (COSTA, 2010).
3 PERCURSO METODOLÓGICO
No desenvolvimento deste trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica e a análise
documental visando à definição das bases para elaboração de uma política de informação
audiovisual. Com a finalidade de delimitar a abordagem, dentre a amplitude que o tema
gestão da informação audiovisual nos possibilita pesquisar, adaptamos, para a pesquisa
bibliográfica, a técnica da pirâmide invertida apresentada por Hohendorff (2014), a qual
permite delinearmos a temática de pesquisa partindo do assunto mais geral para o mais
específico, conforme as perguntas e respostas da figura 1:
829
�Figura 1
Pirâmide invertida para a delimitação da pesquisa bibliográfica.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017), baseado em Hohendorff (2014, p. 42).
Desse modo, tivemos acesso a estudos recuperados pelas palavras-chave da pirâmide
invertida, a saber: informação audiovisual (CALDERA-SERRANO, 2014; PRIMO;
CABRAL, 2014); repositório institucional (COSTA; LEITE, 2009; MARCONDES; SAYÃO,
2009); e política de informação (TOMAÉL; SILVA, 2007). Baseado nesse aporte teórico,
discutimos, na seção anterior, as características dos acervos audiovisuais e sua incorporação
em repositório digital.
A análise documental foi realizada com base em quatro publicações de caráter
normativo e enquanto diretrizes para a gestão audiovisual (IFLA, 2006, 2017; IASA, 2009,
2014), possibilitando-nos definir os elementos para elaboração de uma política de informação
(TOMAÉL; SILVA, 2007). Referente à análise documental, concordamos com Sá-Silva,
Almeida e Guindani (2009, p. 10) quando afirmam que esse método se propõe, dentre outros
compreender os fenômenos. [...] O investigador deve interpretá-los, sintetizar as informações,
documentos, a síntese das informações e as nossas inferências foram registradas em
fichamentos e em diário de campo durante o primeiro semestre do ano de 2017, e os
principais pontos acerca dos quatro documentos também foram discutidos na seção anterior.
Para coleta de dados, recorremos à observação participante (ABIB; HOPPEN;
HAYASHI JUNIOR, 2013; CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015) em visitas técnicas à
redação de um programa de televisão com conteúdo produzido para uma universidade
pública. Durante as visitas, houve conversas informais com os profissionais envolvidos no
830
�desenvolvimento das atividades de produção do material audiovisual, o qual é gravado e
veiculado para posterior disponibilização online no YouTube. Procedemos com anotações em
diário de campo, por meio do software Evernote, que também nos conduziram a pensar nos
elementos para uma política de informação.
Após essa etapa, selecionamos, aleatoriamente, três programas, datados do ano de
2016, para assistirmos a fim de nos familiarizar com o conteúdo produzido e extrair as
principais informações de cada vídeo. Para o preenchimento das informações sobre os
programas, estruturamos três planilhas, contendo os seguintes campos: título do programa;
data de exibição; título da reportagem; tempo de duração da reportagem, de cada bloco e do
programa na íntegra; nome dos entrevistados, repórteres, cinegrafistas,
editores,
apresentadores e produtores; local de gravação; sinopse, palavras-chave e descrição das
imagens de cada matéria (CALDERA-SERRANO, 2014).
Tomando como base as planilhas preenchidas, fez-se necessária a representação
descritiva e temática da informação em repositório digital, onde constatamos que a
configuração dos metadados no software DSpace permite uma maior visibilidade ao acervo
audiovisual. Instalamos, portanto, o DSpace em computador pessoal e definimos uma
estrutura hierárquica flexível (COSTA; LEITE, 2009) na criação de comunidade,
subcomunidade e coleções a partir do material assistido, categorizando (BARDIN, 2016) os
metadados de acordo com os campos definidos nas planilhas. A figura 2 ilustra o resultado
dessa etapa inicial da pesquisa:
Figura 2
Comunidades e coleções da proposta de repositório audiovisual.
Fonte: Elaborado pelos autores no DSpace (2017).
831
�Nessa estrutura, temos: o setor responsável pela produção do programa como
comunidade do repositório; o título do programa como subcomunidade; e as coleções
preestabelecidas de acordo com os dois semestres do ano de 2016, a fim de que os vídeos
sejam incorporados segundo a data de exibição. O ano de 2016 foi escolhido como parâmetro
para a construção desse modelo de repositório devido ao fato de as visitas à redação da TV
universitária terem ocorrido no início do primeiro semestre de 2017. Logo, as visitas e a
estruturação do protótipo do repositório institucional se deram concomitantemente.
Por fim, desenvolvemos um mapa conceitual que apresenta os elementos para uma
política de informação destinada à gestão de acervos audiovisuais em repositório institucional.
Esse mapa, por sua vez, originará um modelo para nortear a elaboração da política, na medida
em que avançarmos na pesquisa de mestrado. Assim, a proposta inicial de delineamento do
repositório institucional e da política de informação pode ser visualizada na figura 3:
Figura 3
Elementos para elaboração da política de informação audiovisual.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017), baseado em Tomaél e Silva (2007).
Ao analisarmos a figura 3, temos como ambiente de pesquisa uma TV universitária
que disponibiliza online todos os programas na íntegra, porém, sem a presença de um
bibliotecário para gerir eficazmente o acervo audiovisual. Para tanto, a proposta de um
repositório institucional no DSpace, com a finalidade de incorporar as reportagens produzidas,
exige, consequentemente, a elaboração de uma política de informação, objetivo geral da
pesquisa, que contemple os seguintes elementos: critérios específicos para seleção e
832
�desenvolvimento de acervos audiovisuais (IFLA, 2006, 2017; VERGUEIRO, 2010),
configuração de metadados (IASA, 2009, 2014) e diretrizes para indexação (RUBI, 2012),
autoarquivamento, preservação digital e estratégias de acesso e uso (TOMAÉL; SILVA,
2007).
Nessa vertente, os objetivos específicos da pesquisa norteiam a proposta de elaboração
da política de informação: analisar o acervo audiovisual da TV universitária, disponível no
YouTube, a fim de incorporá-lo ao repositório institucional; definir diretrizes para construção
da política de informação audiovisual; e propor a atuação do bibliotecário na implantação da
política e na gestão dos acervos audiovisuais da universidade. O objeto de estudo é, portanto,
o acervo de imagens; e o ambiente da pesquisa, a TV universitária.
Do mapa conceitual ilustrado na figura 3, extraímos o recorte a ser abordado nas
considerações parciais deste trabalho, que vão ao encontro do que foi discutido até aqui (ver
figura 4):
Figura 4
Recorte dos elementos para elaboração da política de informação audiovisual.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017), baseado em Tomaél e Silva (2007).
A figura 4 traz os elementos-chave para a elaboração das primeiras diretrizes a
constarem na política de informação para repositório audiovisual, para o qual definiremos,
833
�inicialmente, as orientações relativas às políticas de seleção e desenvolvimento de acervos, de
metadados e de acesso e uso. Nesse sentido, haverá metodologias próprias que nos conduzirão
a definir cada orientação a ser preestabelecida na política, dadas as especificidades das
diretrizes e as inferências dos resultados que esperamos alcançar a partir da aplicação da
pesquisa. A seguir, teceremos algumas considerações parciais sobre esses aspectos.
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
A primeira abordagem da política de informação determinará os critérios de seleção e
desenvolvimento de acervos audiovisuais, partindo da definição do formato de vídeo,
espaço de armazenamento e análise de conteúdo das imagens.
Após os processos de captura e edição de imagens, o programa na íntegra vai ao ar
num canal de televisão UHF. Para realizar o percurso da universidade à sede da TV que
transmite o programa, os vídeos são salvos em HD externo e transportados para a central de
exibição, comumente denominada de setor Master na maioria das emissoras de TV. Após a
veiculação, os vídeos são deletados do HD, no intuito de otimizar o espaço de armazenamento
para os demais programas e matérias editadas. Em seguida, cada programa é postado na
íntegra em canal do YouTube, e nessa convergência de mídias há uma questão a ser pensada
antes de estabelecermos a primeira diretriz da política: qual o formato de vídeo mais
adequado às necessidades informacionais da comunidade de jornalistas?
O formato exibido pela TV aberta é o MOV, com imagens em alta definição, mas, ao
fazer o upload do vídeo para o YouTube, ocorre, inevitavelmente, a perda na qualidade de
som e imagem, se comparados à exibição original. A conversão do vídeo se dá para o formato
MPEG; portanto, este será o formato definido na política para submissão ao repositório
institucional. Quanto à seleção do material a ser incorporado ou não ao repositório, a própria
comunidade é quem decidirá se o programa será catalogado e indexado na íntegra, por bloco
ou por matéria, considerando sempre o cadastro do programa mais recente para o mais antigo.
O método da análise de conteúdo também será utilizado nesse processo. Na medida
em que assistirmos às reportagens, a categorização dos programas far-se-á necessária para
determinar o assunto principal de cada vídeo, que chamaremos, na pesquisa, de retranca. Não
será possível atribuir as palavras-chave nessa categorização inicial, pois o objetivo é a
familiarização com as produções da TV universitária. Para isso, escolheremos uma
amostragem a partir do acervo disponível no YouTube, e os anos de 2017 e 2018 serão
834
�priorizados para a execução da análise, seguindo o critério de serem trabalhados os programas
mais recentes e, além disso, pelo fato dos programas passarem a ser exibidos novamente em
TV aberta no início de 2017.
Na estruturação do protótipo do repositório, definimos a primeira comunidade,
subcomunidade e coleção, porém, para incluir efetivamente os campos inseridos nas planilhas
preenchidas, será necessária a realização de testes na composição de cada metadado no
DSpace. O título do programa e a data de exibição serão os metadados norteadores das
diretrizes acerca da configuração dos campos para representação descritiva e temática da
informação, por isso a comunidade definida foi o setor responsável pela produção dos
programas, tendo como subcomunidade o título do programa e como coleções os programas
divididos por semestre, visando a uma melhor navegação e visualização do usuário no
momento da busca por data de exibição. Em arquivos de TV, é convencional a organização do
acervo físico por título do programa e data de exibição; assim, replicamos esse método na
proposta de repositório digital e o abordaremos na política de metadados.
Torna-se insignificante toda e qualquer estratégia ou tentativa de gestão da informação
audiovisual se não houver a efetiva participação da comunidade e a mediação do bibliotecário
em todo o fluxo de submissão. Por isso, estabeleceremos a política de acesso e uso com base
nos princípios de mediação da informação. Desde as conversas informais até a apresentação
da estrutura do repositório, a opinião dos (futuros) usuários é essencial para o sucesso deste
desafio. Portanto, determinar critérios para o estudo de comunidade e usuários, designar
responsabilidades na implantação e gestão do repositório, assim como padronizar os fluxos de
submissão e arquivamento, constituir-se-ão em vertentes a serem trabalhadas nesta política.
Iremos propor à comunidade a submissão por autoarquivamento, da mesma forma
como os jornalistas incorporam o acervo ao YouTube, com a diferença de que a universidade
institucionalizará a sua produção audiovisual por meio de uma biblioteca digital específica
para esse tipo de coleção e, por consequência, atuará em conjunto com bibliotecários
especialistas na gestão de informação sonora e de imagens em movimento.
Encerraremos, parcialmente, esta discussão inicial sobre gestão da informação
audiovisual em TV universitária evocando os aspectos metodológicos que nos motivaram a
propor um modelo de repositório audiovisual e uma consequente política de informação: a
formulação de hipótese em consonância com os objetivos da pesquisa, apresentados na seção
anterior. Partimos, então, da seguinte hipótese: ainda que os programas da TV universitária
estejam disponíveis, na íntegra, em canal do YouTube, é necessário institucionalizar a gestão e
835
�promover o acesso aberto à informação audiovisual; logo, a elaboração de uma política de
informação se constitui em fator-chave para levar adiante toda e qualquer estratégia de gestão
informacional e documental. Dessa forma, entendemos que essa hipótese vai ao encontro das
inferências deste trabalho, ou seja, daquilo que almejamos como resultados de pesquisa.
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838
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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A name given to the resource
Política de informação e repositório institucional para acervos audiovisuais em TV universitária.
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Santos, Francisco Edvander Pires; Farias, Maria Giovanna; Feitosa, Luiz Tadeu
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Este trabalho consiste na primeira etapa metodológica de uma pesquisa de mestrado em Ciência da Informação, que tem como objetivo desenvolver uma política de informação para repositório institucional visando à gestão de acervos audiovisuais. A partir da pesquisa bibliográfica e da análise documental, apresenta as diretrizes publicadas pela International Federation of Library Associations and Institutions e pela International Association of Sound and Audiovisual Archives, com a finalidade de definir os elementos para uma política de informação audiovisual. Para coleta de dados, o procedimento utilizado foi a observação participante, que se deu por meio de visitas realizadas na redação de um programa de televisão produzido por uma universidade pública brasileira, onde houve conversas informais com a equipe de jornalistas e anotações em diário de campo. Na estruturação do protótipo de um repositório institucional, três vídeos foram selecionados para análise de conteúdo, descrita em planilhas e resultando na definição de metadados no software DSpace e na proposta inicial de comunidade, subcomunidade e coleções para repositório digital da TV universitária visitada. Conclui apresentando inferências acerca dos possíveis resultados da pesquisa, discutindo os elementos a serem levados em consideração na elaboração da política audiovisual, a saber: política de seleção e desenvolvimento de acervos audiovisuais; política de metadados baseados no padrão Dublin Core e no DSpace; e política de acesso e uso do repositório.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5445/SNBU2018_064.pdf
77ea21658209beb959d7f83afce58ae0
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Eixo I
Inovação e Criação
AÇÃO CULTURAL EM BIBLIOTECAS DE ENSINO SUPERIOR: UM ENFOQUE
NAS EXPOSIÇÕES CULTURAIS
CULTURAL ACTION IN UNIVERSITY LIBRARIES: FOCUSING CULTURAL
EXHIBITIONS
Aborda as diferentes atividades culturais que podem ser realizadas no espaço das
bibliotecas universitárias, em específico, as exposições culturais. Fizeram parte da pesquisa
três bibliotecas de carácter universitário, as Bibliotecas do Instituto Federal Farroupilha
Campus Santa Rosa e Campus São Vicente do Sul e a Biblioteca Latino-Americana, da
Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Inicia-se com as atividades culturais
desenvolvidas pela Biblioteca Campus Santa Rosa as quais destacam-se as exposições
temáticas em comemoração à datas especiais, como o dia do gaúcho, os destaques literários
que consiste na exposição de obras com resumos e a exposição de móveis, criação dos
próprios discentes do respectivo Campus. Na Biblioteca Campus São Vicente do Sul realizouse a exposição bibliográfica voltada a temática afrocentrada, ocorrida durante a semana da
consciência negra. Objetivou-se através da referida exposição instigar os frequentadores sobre
diferentes assuntos como a visibilidade da cultura europeia em detrimento da cultura afro e
contribuir para o debate da descolonização do pensamento no ensino. Já a Biblioteca LatinoAmericana utiliza-se das exposições realizadas nos últimos dois anos para demonstrar as
diferentes temáticas relatadas. Abordam-se desde exposições de artistas locais, datas
comemorativas a produção acadêmica de seus docentes e discentes. Acredita-se que seja
possível através da ação cultural tornar o espaço biblioteca mais atrativo e educativo. Esperase sobretudo, por meio dessa exposição de relatos e experiências contribuir na formação de
profissionais que atuam direta ou indiretamente nesse segmento de atividade.
Resumo:
Palavras-Chave:
Afrocentrismo.
Ação
Cultural.
Exposições.
Bibliotecas
Universitárias.
Ensino.
Abstract: Depicts
different cultural activities developed at the university libraries environment,
in specific, cultural exhibitions. This study comprises three university type libraries, those
from the Federal Institute of Education Farroupilha Campus Santa Rosa and Campus São
Vicente do Sul and the Latin American Library, from Federal University of Latin American
811
�Integration. It begins presenting the cultural activities developed by the Library at Campus
Santa Rosa focusing thematic exhibitions celebrating special dates, such as gaucho's day, the
literary highlights exhibiting works with abstracts and furniture exhibition, created by the
students themself. At Campus São Vicente do Sul the library highlights a bibliographic
exhibition towards the afrocentric thematic, carried out during black consciousness week.
That exhibition aimed to incite users about different topics as the excessive adoption of a
Eurocentric culture perspective. Latin American Library, through the expositions carried out
in the last two years, showed the variety of their topics. It ranges from exhibitions of local
artists and commemorative dates to academic production of their teachers and students. It is
believed that cultural action can make the library space more interesting and educational. It is
expected, mostly, through this sharing of cases e experiences to contribute on the qualification
of professionals who act directly or indirectly in this field.
Keywords: Cultural Action. Cultural Exhibitions. University Libraries. Education.
Afrocentrism.
1 INTRODUÇÃO
Embora a ação cultural já tenha sido objeto de grandes estudos em países vistos como
avançados, como a França - no Brasil os trabalhos desta natureza podem ser considerados
relativamente recentes. Observa-se que muitos dos estudos que abordam esta temática datam
de meados da década de 1970 e que alguns teóricos e suas manifestações artístico-culturais
foram fundamentais para que a ação cultural fosse vista e implementada sob novos
paradigmas. Alguns desses teóricos, foram fundamentais para que novos ares trouxessem uma
Biblioteconomia mais social e humanística.
Nesse contexto, dentre os autores que abordam a temática da ação cultural, destaca-se
os professores Teixeira Coelho, Luís Milanesi e Victor Flusser. Uma das principais acepções
de ação cultural segue a linha de Flusser (1983
acordo com o autor supracitado, o acervo naquela época era basicamente impresso, limitando
o acesso mas permitindo uma relação de proximidade entre texto/leitor.
Milanesi (2002, p. 95), traz uma visão conceitual mais próxima a realidades das
diferentes tipos de atividades e meramente associada à biblioteca. De um modo geral giram
No âmbito das bibliotecas, independente da sua tipologia, são muitas as atividades
culturais que podem ser realizadas, muitas dessas carecem de recursos financeiros. Contudo,
812
�acredita-se que por meio de um bibliotecário atuante, exercendo o seu papel de agente cultural
é possível criar rodas de leitura, recitais, saraus, clubes de leitura, concursos literários, hora do
conto, teatro, exposições culturais, projeção de filmes, debates sobre determinado assunto,
entre outras atividades inerentes a estas.
Apesar da literatura ainda escassa com relação as atividades culturais realizadas em
bibliotecas universitárias, toma-se como base a pesquisa de conclusão de curso do
bibliotecário Brito Filho (2011), pesquisa em que foi feito um mapeamento de algumas
bibliotecas federais localizadas nas capitais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. O Autor
valeu-se de dados encontrados por meio de pesquisa descritiva-exploratória no site das
respectivas Bibliotecas. Nessa pesquisa foi possível concluir que as exposições culturais
estavam elencadas em grande parte dos sites institucionais.
Em outro recente levantamento de dados 105, utilizando-se de questionários para a
coleta de dados, realizada com bibliotecários que compõe a Comissão Brasileira de
Bibliotecas das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e
Tecnológica (CBBI), constatou-se que entre as diferentes formas de manifestação cultural, a
que possui maior preponderância são as exposições culturais.
As exposições culturais são importantes meios de comunicação e aprendizagem,
atuando como um importante mecanismo de mediação cultural (Vieira, 2009). A mesma
autora pondera que a partir de uma exposição:
Conjugando os vários sentidos: visão, audição, olfacto, tacto e por vezes até mesmo
o paladar, as exposições proporcionam novas experiências e, de forma informal,
permitem a desmontagem de alguns factos, o contacto com novas interpretações, a
construção de novos conhecimentos, a estruturação de novas representações e o
desenvolvimento de valores e atitudes ao mesmo tempo que se apresentam como
locais de lazer capazes de criar momentos de evasão para os seus visitantes.
(VIEIRA, 2009, p. 1).
Portanto, ao se levar esse contexto teórico/histórico em consideração, ressalta-se a
importância de mais estudos e relatos sobre o tema proposto. Este trabalho toma por base as
atividades desenvolvidas por bibliotecários de 3 instituições de ensino: Instituto Federal
Farroupilha (IFFar) no Campus Santa Rosa e no Campus São Vicente do Sul e, Universidade
Federal da Integração Latino-Americana (UNILA).
Tendo presente a premissa de que as bibliotecas, por meio da realização de ações
culturais atuam como mediadoras de cultura, uma das unidades de informação que compõe o
A pesquisa mencionada acima foi recentemente tabulada e será objeto de uma futura publicação, assim que
for feita a revisão de literatura.
813
�corpus da pesquisa aborda a realização de exposições temáticas em comemoração à datas
especiais, assim como, destaques literários e exposição de móveis.
Defende-se neste trabalho a ideia de que a ação cultural é um elemento importante a
ser desenvolvido, continuado e aprimorado, pois, promove no usuário uma transformação
enquanto cidadão. A ação cultural mostra-se como um poderoso instrumento de formação
social e cultural.
No que tange a formação social e cultural, dentre as temáticas abordadas nas
exposições em bibliotecas, apresenta-se o tema afrocentrismo que objetiva provocar a
reflexão sobre a perspectiva recorrente da branquitude nas coleções bibliográficas que
compõem os acervos das bibliotecas, sobretudo as universitárias. Tal fato, traz como
consequência a invisibilização das narrativas afrocentradas o que retrata, em certa medida, a
formação da sociedade brasileira, visto que, ignora a contribuição afro para a formação social
e cultural do país.
Ainda no que concerne à temáticas abordadas pelas bibliotecas, na realização de
exposições culturais no contexto universitário, tem-se exposições de artistas locais, de datas
comemorativas, bem como a produção acadêmica dos docentes e discentes da instituição de
nível superior.
As atividades de ação cultural neste trabalho são apresentadas de maneira isolada e
inerentes às particularidades das instituições em que acontecem e portanto é proposto um
relato conjunto apenas com fim descritivo. As diferenças verificadas entre as unidades passam
pelo cariz e missão das instituições de ensino, planos curriculares, público acadêmico, perfil
dos discentes e docentes além do contexto geográfico e cultural. Ponderando todos esses
fatores, optou-se por desconsiderar qualquer abordagem comparativa.
2 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO ESPAÇO CULTURAL
Percebe-se na produção científica da área da Biblioteconomia que a ação cultural está
está frequentemente associada às bibliotecas de cunho comunitário e pública, porém, cabe
salientar que a biblioteca universitária também revela um grande aporte para o
desenvolvimento de atividades ligadas à cultura através das diferentes atividades de ensino,
pesquisa e extensão.
A vocação das bibliotecas universitárias é servir a sociedade, de forma a garantir o
acesso à informação, tendo como foco principal o atendimento a comunidade escolar formada
814
�pelos discentes, docentes e funcionários. Tal tipo de instituição também presta atendimento ao
público que deseja fazer uso do espaço e serviços prestados pela biblioteca. Araújo e Oliveira
(2005) situam a biblioteca como um organismo vivo a serviço da comunidade, que colabora
para o aprimoramento intelectual, humanístico, cultural, técnico e científico de todos os
segmentos sociais.
A ação cultural na biblioteca universitária tem a característica de tornar a biblioteca
viva através das exposições culturais e por meio de suas diversas temáticas são possibilitadas
reflexões que podem gerar uma transformação na vida do sujeito.
Para que a biblioteca possa oferecer serviços de qualidade é necessário que a mesma
desempenhe algumas funções fundamentais: educativa, incentivo à leitura e a apreciação
cultural.
Assim, a ação cultural assume papel de relevância para todas as instituições de ensino
e devendo-se fazer presente por todos os espaços/ambientes de uma instituição. A biblioteca,
que serve como um suporte às atividades de ensino-aprendizagem, também pode se utilizar de
sua função na formação de leitores e do estímulo à apreciação de artes/cultura para reforçar a
formação de um leitor mais crítico e mais capaz de exercer sua cidadania.
As atividades propostas pelas bibliotecas do IFFar Campi Santa Rosa, São Vicente do
Sul e UNILA têm como objetivo desenvolver o gosto pela leitura, reforçar a aprendizagem,
promover o debate sobre questões sociais, fomentar a cultura e assim aumentar a frequência
do usuário em seu espaço. Acredita-se que ao tornar a biblioteca um espaço mais dinâmico e
capaz de despertar mais interesse em seu público aumentam também as chances de sucesso
em seu papel como agente de transformação por meio de ações culturais.
2.1 Exposições culturais realizadas no espaço da Biblioteca do Instituto Federal
Farroupilha Campus Santa Rosa
Os Institutos Federais são instituições criadas pela Lei n° 11.892 de 29 de dezembro
de 2008, tendo como principais características a verticalização do ensino, a oferta de educação
superior, básica e profissional, como uma estrutura pluricurricular e multicampi,
especializadas na oferta de educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de
ensino.
Segundo Pacheco (2010) os Institutos Federais têm um trabalho coletivo que
permeiam a diversidade sociocultural, reunindo princípios e valores para uma educação em
sintonia com os valores universais do ser humano, daí a importância de assegurar nessas
815
�instituições, o lugar da arte e da cultura. Sob essa ótica, a biblioteca sendo parte
imprescindível no processo educacional, deve estar em sintonia com a sua Instituição
oferecendo seu espaço para oportunizar práticas socioculturais garantindo o acesso a arte e a
cultura em suas diferentes expressões.
A biblioteca do Campus Santa Rosa iniciou suas atividades no ano de 2010, desde
então procurou ir além da oferta de serviços considerados básicos, como atendimento no
balcão, processamento técnico e aquisição. Assim, passou a ofertar algumas ações que
aproximassem o usuário da unidade de informação como a exposição de destaques literários,
concurso literário, premiação do usuário mais assíduo, oficina: A literatura pelos sentidos,
momento literário, exposição de móveis e exposições temáticas.
Dentre as diversas ações culturais realizadas, neste estudo são destacadas as
exposições culturais. Tais exposições se traduzem numa forma de ação cultural em que é
possibilitado ao usuário conhecer obras de arte e por meio da observação, diálogo, reflexão e
exercer sua capacidade crítica, inferindo valor para si e para o mundo.
A exposição de destaques literários funciona de forma ininterrupta. São colocadas
obras nas estantes/expositores com a descrição e o resumo. Também são expostas obras na
posição vertical, com o apoio do bibliocanto, em outros locais da biblioteca para que o usuário
tenha maior contato com o acervo e visualize as capas dos livros.
As exposições temáticas são referentes às datas comemorativas, como por exemplo o
dia do gaúcho, em que são escolhidas obras de escritores do Rio Grande do Sul para
receberem espaço nos destaques literários. Em outro caso semelhante, dia da mulher, são
destacadas as escritoras femininas.
-se na
criação ou organização das condições necessárias para que as pessoas inventem seus próprios
fins e se tornem assim, sujeitosA exposição de móveis vai ao encontro do pensamento de Coelho pois é
protagonizada pelos alunos do Curso Técnico de Móveis e superior de Arquitetura,
possibilitando que esses usuários possam publicizar no espaço da biblioteca suas criações,
com o nome e a descrição da obra de arte, sendo assim sujeitos da cultura.
816
�2.2 Exposição de obras bibliográficas afrocentradas no espaço da Biblioteca do Instituto
Federal Farroupilha
Campus São Vicente do Sul
Tendo em vista a necessidade de dar visibilidade aos conhecimentos nãohegemônicos, os quais são comumente renegados na universidade, entende-se como sendo
uma das funções sociais da biblioteca que se insere no contexto da educação superior
promover o acesso a informação que parta de uma perspectiva afrocentrada.
tudo deve ser passado na peneira da dúvida até chegarmos ao leito sólido da
Refletindo-se sobre o conhecimento disponibilizado em bibliotecas observa-se ser de
senso comum que as bibliotecas têm a função de salvaguardar o conhecimento produzido pela
sociedade, mas de que conhecimento se está falando? De fato, tem-se acesso a diferentes tipos
de conhecimento nas bibliotecas universitárias e escolares, ou o desenvolvimento de coleções
em bibliotecas refletem a valorização do conhecimento produzido pela hegemonia
dominante?
Os conhecimentos que possuem status social, em geral, provém do que é produzido
nas universidades, conforme Santos (2010). Porém, essas instituições têm como maior público
pessoas de maior poder aquisitivo, brancas, que não se encontram à margem da sociedade.
Com base no exposto, tem-se que o conhecimento produzido nas universidades e que
compõe os acervos das bibliotecas foi em grande parte produzido por pessoas dotadas de
privilégios sociais. Logo, o que se difundiu como sendo a cultura, a história, a memória da
sociedade brasileira parece ser uma versão contada por um único segmento da sociedade, ou
seja, uma perspectiva pouco diversificada e plural e portanto de menor representatividade em
relação à totalidade da população.
O conhecimento sobre negros, indígenas, mulheres é muitas vezes visto como a
representação apenas da perspectiva adotada pelo homem branco. Assim sendo, cabe
considerar a importância de promover o acesso à informações que versem sobre a cultura
brasileira a partir de pontos de vista que partam de outras perspectivas, como o ponto de vista
afrocêntrico.
Para tanto, a biblioteca do Campus São Vicente do Sul do Instituto Federal
Farroupilha, que possui públicos que compreendem a educação básica e superior, com o
817
�auxílio dos profissionais das áreas de Sociologia e História realizou um levantamento sobre os
livros da biblioteca que abordam temas relacionados à negritude, a partir de uma
afroperspectiva.
Na ocasião uma exposição foi montada em lugar de destaque na biblioteca, a fim de
dar visibilidade às obras e, consequentemente, ao tema afro. Entende-se que essa ação
contribui para o debate sobre a descolonização do pensamento que segundo Gomes (2012, p.
107) é um ponto de partida para,
[...] outros processos de descolonização maiores e mais profundos, ou seja, do poder e do
saber. Estamos diante de confrontos entre distintas experiências históricas, econômicas e
visões de mundo. Nesse processo, a superação da perspectiva eurocêntrica de conhecimento
e do mundo torna-se um desafio para a escola, os educadores e as educadoras, o currículo e
a formação docente. Compreender a naturalização das diferenças culturais entre grupos
humanos por meio de sua codificação.
A exposição de obras com perspectiva afrocentrada é uma ação que promove a
discussão sobre o tema afro na instituição de ensino. Provoca-se a comunidade a pensar por
que a grande maioria do acervo possui uma abordagem eurocentrada, por que a cultura com
maior valor em termos de status social é a europeia. A formação social brasileira é formada
por negros, indígenas e europeus, é relevante a reflexão dos motivos que levaram apenas um
grupo a ter voz.
A exposição realizada contou com títulos das áreas de Literatura estrangeira e
brasileira, História, Geografia e Sociologia, totalizando vinte obras dentre um acervo de 13
mil exemplares. O destaque para as obras afrocentradas ocorreu durante a semana da
consciência negra em 2017, em meio a outras atividades que abordaram a temática afro como
rodas de conversa e cineclube.
-se importante esse tipo de ação como a
exposição de obras com tema afrocentrado nas bibliotecas de instituições de ensino, sejam
elas escolares, universitárias ou ambas como é o caso das bibliotecas dos institutos federais.
2.3 Exposições culturais realizadas no espaço da Biblioteca Latino-Americana e
Biblioteca Paulo Freire
A Biblioteca Latino-Americana (Biunila), situada em Foz do Iguaçu
PR, é parte
818
�essencial do inovador projeto da UNILA e possui uma estrutura com duas unidades: a
Biblioteca Central (Biunila) que está em seu polo dentro do Parque Tecnológico Itaipu - PTI e
a Biblioteca Setorial (Biunila JU), localizada no polo do Jardim Universitário.
Por ainda carecer de um edifício próprio, na sua maior extensão a universidade
UNILA ainda funciona no espaço físico cedido dentro da estrutura física do Parque
Tecnológico (PTI) e deste modo a biblioteca universitária Biunila funciona dentro da estrutura
É importante esclarecer que apesar de serem ligadas à duas instituições distintas,
neste trabalho a Biunila e a Biblioteca Paulo Freire são tratadas como uma única biblioteca
pois coexistem no mesmo espaço físico e por esta razão desenvolvem muito de seu trabalho
em parceria. A missão e objetivos da Biunila pautam-se nos de sua instituição mantenedora e
se destacam:
[...] contribuir para a integração solidária e a construção de sociedades na América
Latina e Caribe mais justas, com equidade econômica e social, por meio do
conhecimento compartilhado e da geração, transmissão, difusão e aplicação de
conhecimentos produzidos pelo ensino, a pesquisa e a extensão, de forma
indissociada, integrados na formação de cidadãos para o exercício acadêmico e
profissional e empenhados na busca de soluções democráticas aos problemas latinoamericanos. (BRASIL. Ministério da Educação, 2012, p. 1-2).
Nesse âmbito a Biunila destaca-se como um órgão suplementar à promoção e acesso à
informação - contribuindo para o intercâmbio cultural, científico, educacional e a produção de
conhecimento voltada à integração da América-Latina, Caribe e, ao Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL). O seu foco não está apenas voltado ao desenvolvimento dos seus recursos
bibliográficos, mas sim, cumprindo a sua missão social e humanística.
Como forma de pensar a ação cultural e fazer jus a sua missão, a Biunila em conjunto
com a Biblioteca Paulo Freire106, vem sendo palco de diferentes exposições culturais. Essas
exposições retratam as atividades desenvolvidas pelos acadêmicos da UNILA, sua
comunidade local demonstrando assim uma cultura transfronteiriça.
Conforme pode-se visualizar no quadro 1, a Biunila e a Biblioteca Paulo Freire
oportunizaram à comunidade acadêmica diferentes tipos de exposição, recorrendo a materiais
Com 4 mil m² de área total, a Biblioteca Paulo Freire está localizada no PTI, o seu acervo é composto por 90
mil exemplares. Faz parte de sua estrutura: UNILA, polo presencial da Universidade Aberta do Brasil (UAB), do
Centro de Engenharias e Ciências Exatas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), da Itaipu
Binacional e da Fundação PTI. Biunila e PTI compartilham boa parte da estrutura física, inclusive, realizam
atividades culturais, como é o caso de algumas exposições com curadoria compartilhada.
819
�como livros, fotografias, xilogravuras, telas, jornais, entre outros. Foram realizadas cerca de
dez exposições entre os anos de 2016 a 2017. As exposições foram divulgadas via redes
sociais, página institucional da UNILA e PTI , além dos jornais de circulação local.
QUADRO 1 - Exposições culturais na Biblioteca Latino-Americana e Biblioteca Paulo Freire entre 2016/2017
Período
Exposição
Tipo de exposição
Curadoria e/ou parceria
"Rosa de los Vientos / Rosa
Curadoria: Cristiane Grando.
Abr. / 2016 dos Ventos": 10 fotos de Exposição de fotográfica de Montagem: Suzana Mingorance
Pedro Genaro Rodríguez
Pedro Genaro Rodríguez.
e Francielle Amaral da Silva.
Exposição sobre a história,
Curadoria das bibliotecárias:
Maio / 2016 cultura e costumes do Livros e folhetos pertencentes Francielle Amaral (UNILA) e
Paraguai
aos acervos da Biunila e PTI. Ana Gabriela Freitas (PTI)
Cataratas: A lenda em Xilogravuras
da
artista
gravura / Cataratas: La iguaçuense, Ju Hickmann. A
Jun./2016 leyenda en imágenes / obra narra a Lenda das
Cascades: La légende en Cataratas por meio de uma
gravure
série de dez xilogravuras.
Jul./ago.
2016
Out./ 2016
Exposição itinerante Prêmio
Panambi de Poesia 2016 /
Premio Panambi de Poesía
2016: a irmandade entre a
Argentina e o Brasil / la
hermandad entre Argentina y
Brasil.
Projeto envolva-se
24 poemas finalistas de
estudantes de escolas públicas
e particulares de Foz do
Iguaçu. Os poemas foram
expostos no hall da Biblioteca
por cerca de um mês.
Fotografias de Fabiana Copetti;
modelo: Nelly Antunes temática de prevenção ao
câncer de mama.
PTI/UNILA
PTI/UNILA
PTI/UNILA
Diários Gráficos de Viagem
dos estudantes da disciplina
Mar./ 2017 "Arquitetura
e
Utopia
Modernista"
Cadernos
pessoais,
com
desenhos, croquis, anotações,
fotos e outras formas de
registro a Brasília.
Abr./2017
Artigos do periódico editado
pela UNILA expostos em
varal. A exposição da Peabiru Curadoria: Céline Veríssimo e
conta com mostra de imagens Leonardo Name, PTI/UNILA
do acervo da revista, última
edição, revistas impressas e a
mostra faces latino-americanas.
Exposição da Peabiru
PTI/UNILA
Exposição com trabalhos de Curadoria: Gabriele Batista,
As mulheres na Arquitetura e discentes
do
curso
de Yuri Yang, Nicole Garay e
Out./ 2017
arquitetura da revolução
arquitetura e urbanismo para as Gioavnny Flores, PTI/UNILA
disciplinas de crítica e história.
820
�Nov./out.
2017
Dez./17
18 releituras das obras de Frida
Releituras de obras de Frida Kahlo, expressas em diferentes
Kahlo
tipos de material: telas,
aquarelas, papelão e colagens.
Perceba a floresta através
Estimular os sentidos de forma
interativa em espaços não
formais.
Exposição
de
fotografias, aromas, sons e
texturas da floresta.
Curadoria: Jane Glauce em
parceria com a Associação
Cultural dos Artistas Plásticos
de Foz do Iguaçu (ACAPI),
UNILA e PTI
Curadoria: Giovana
Vendruscolo, PTI/UNILA
Fonte: Arquivos institucionais.
Analisando o quadro constata-se que a diversidade de temas observada retrata a forte
ligação que a instituição busca construir com o seu contexto para além da comunidade
acadêmica e ultrapassando os limites geográficos e culturais característicos da região.
Acredita-se que de uma forma geral essas exposições contribuíram substancialmente aos
processos de ensino, pesquisa e extensão, pois aproximaram comunidade e biblioteca por
meio das atividades de ação cultural.
A biblioteca nesse contexto possibilitou a inserção da comunidade externa através da
Freire assumem cada vez mais o seu papel no exercício da cidadania, da inclusão social e
cultural.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Do ponto de vista teórico ainda cabe ponderar o potencial de entretenimento que
autores como Gifford (2002), Chadbourne (1976) e Schaeffer (1991) reconhecem como parte
das funções das exposições em bibliotecas. Nesta perspectiva, esse tipo de iniciativa/dinâmica
é visto como espaço de fuga para o pesquisador, ou seja, alguma distração cultural também
para os momentos de descanso.
Quando realizou sua investigação Williams (2011) obteve das instituições consultadas
um feedback sinalizando as principais finalidades de tais ações: Promoção de coleções;
Educação; Interação com comunidade; Exposições comemorativas. Fato é que todas estas
iniciativas parecem dar à biblioteca a
claro de aumentar seu uso e potencialmente relevância.
O contexto em evolução e as perspectivas apontam para que as bibliotecas passem a
821
�contar cada vez mais com as exposições como uma ferramenta e que, por esta razão,
preocupem-se também com a capacitação/qualificação dos bibliotecários e demais
profissionais da informação que estejam envolvidos com projetos de exposição no seu
ambiente.
Acredita-se também que a formalização das diretrizes ou políticas para a realização e
configuração das exposições na biblioteca pode contribuir para dar consistência e eficácia às
mesmas. Assim, isto passa também por conhecer melhor o público visitante de modo a
garantir também que as exposições lhe pareçam interessantes e atendam suas expectativas.
É possível, sobretudo após considerados os relatos e experiências apresentados,
observar a forte associação que se estabelece entre a realização de exposições em bibliotecas e
seu contributo educacional para os usuários de universidades e Institutos Federais. Parece
haver grande potencial para que, por meio de estudos, qualificação e gestão, os bibliotecários
façam desta tendência um instrumento aliado para reforçar sua importância e função central
na comunidade acadêmica.
REFERÊNCIAS
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823
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Ação cultural em bibliotecas de ensino superior: um enfoque nas exposições culturais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Giacomoni, Lucia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda as diferentes atividades culturais que podem ser realizadas no espaço das bibliotecas universitárias, em específico, as exposições culturais. Fizeram parte da pesquisa três bibliotecas de carácter universitário, as Bibliotecas do Instituto Federal Farroupilha Campus Santa Rosa e Campus São Vicente do Sul e a Biblioteca Latino-Americana, da Universidade Federal da Integração Latino-Americana. Inicia-se com as atividades culturais desenvolvidas pela Biblioteca Campus Santa Rosa as quais destacam-se as exposições temáticas em comemoração à datas especiais, como o dia do gaúcho, os destaques literários que consiste na exposição de obras com resumos e a exposição de móveis, criação dos próprios discentes do respectivo Campus. Na Biblioteca Campus São Vicente do Sul realizou- se a exposição bibliográfica voltada a temática afrocentrada, ocorrida durante a semana da consciência negra. Objetivou-se através da referida exposição instigar os frequentadores sobre diferentes assuntos como a visibilidade da cultura europeia em detrimento da cultura afro e contribuir para o debate da descolonização do pensamento no ensino. Já a Biblioteca Latino- Americana utiliza-se das exposições realizadas nos últimos dois anos para demonstrar as diferentes temáticas relatadas. Abordam-se desde exposições de artistas locais, datas comemorativas a produção acadêmica de seus docentes e discentes. Acredita-se que seja possível através da ação cultural tornar o espaço biblioteca mais atrativo e educativo. Espera- se sobretudo, por meio dessa exposição de relatos e experiências contribuir na formação de profissionais que atuam direta ou indiretamente nesse segmento de atividade.
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pt
-
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Eixo I
Inovação e Criação
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO EQUIPAMENTO DE (IN)FORMAÇÃO:
LEVANTAMENTO DE FONTES PARA EDUCAÇÃO ETNICORRACIAL NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
THE UNIVERSITY LIBRARY AS EQUIPMENT OF (IN)FORMATION: LIFTING OF
SOURCES FOR ETHNIC-RACIAL EDUCATION AT THE FEDERAL UNIVERSITY OF
GOIÁS
Resumo: Trata de um estudo sobre fontes de informação institucionais e jurídicas para
educação etnicorracial na Universidade Federal de Goiás. Objetiva fazer o levantamento das
fontes mencionadas para que as informações contribuam às comunidades interessadas a fim
de que exista uso efetivo nos espaços de direito da comunidade acadêmica. Parte da premissa
de que esta discussão oportuniza uma perspectiva distintiva, a qual questiona o olhar
eurocêntrico naturalizado na universidade. Identifica, classifica, reúne e apresenta os dados de
acordo com a metodologia sugerida por Lopes (2002), pesquisa classificada
metodologicamente como aplicada, qualiquantitativa, descritiva e levantamento de dados para
estudo de caso. Conclui que as fontes esparsas corroboram ao silenciamento da população
negra nas instituições de ensino quando deveriam estar reunidas na biblioteca em seu pleno
exercício de respaldo às atividades de ensino, pesquisa, extensão e eminentemente
permanência na universidade. Sugere que o futuro da biblioteca universitária está na inovação
de seus serviços, os quais, neste caso, envolvem a criação de atividades que atendam as novas
configurações, garantindo a representatividade negra nas trajetórias acadêmicas.
Palavras-chave: Levantamento de fontes. Educação etnicorracial. Informações institucionais
e jurídicas-Universidade Federal de Goiás. Criação e Inovação-Biblioteca universitária.
Abstract: It is a study about institutional and legal sources of information for ethnic-racial
education at the Federal University of Goiás. It aims to survey the sources mentioned so that
the information contributes to the interested communities, so there is effective use in the legal
spaces of the academic community. It starts from the premise that this discussion offers a
distinctive perspective which questions the naturalized Eurocentric gaze in the university. It
identifies, classifies, collects and presents the data according to the methodology suggested by
Lopes (2002), a research methodologically classified as applied, qualiquantitative, descriptive
and data collection for case study. It concludes that the sparse sources corroborate the silence
of the black population in the educational institutions when they should be gathered in the
library in their full exercise of support to the activities of teaching, research, extension and
eminently permanence in the university. It suggests that the future of the university library is
795
�in the innovation of its services, which, in this case, involve the creation of activities that meet
the new configurations, guaranteeing the black representativeness in the academic trajectories.
Keywords: Lifting of sources. Ethnic-racial education. Institutional and legal informationFederal University of Goiás. Creation and Inovation-University library.
1 INTRODUÇÃO
É sabido que a origem das bibliotecas universitárias está associada à criação das
universidades na Europa Medieval (SILVEIRA, 2014). Discuti-las implica em assumir sua
condição de instrumento para apoio bibliográfico e assistência teórica às necessidades
intelectuais envolvidas nos processos de ensino. Essa essência atravessou o tempo e,
guardadas as proporções, permanece a mesma até hoje. Entretanto, enfrenta desafios para
acompanhar as necessidades pedagógicas e científicas, bem como as novas demandas
político-sociais na coletividade contemporânea. Sendo assim, suas atividades de ensino,
pesquisa e extensão precisam contribuir fundamentalmente para a permanência dos sujeitossociais nos espaços de direito, sujeitos estes que historicamente estão à margem da sociedade;
logo, a experiência de estar na universidade, para muitos, representa uma ação transgressora
(DIAS; GOMES, 2017).
No contexto de articulação dos movimentos sociais, negros e estudantis, estão as ações
afirmativas, as quais propuseram novas possibilidades à população negra no Brasil no tocante
ao acesso à universidade. De acordo com o IBGE (2014 apud CERQUEIRA, 2016), entre
2004 e 2014, a referida população passou de 5,6% a 14,0% nos cursos de graduação em
Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). Embora os indicadores estejam longe das
expectativas ideais, o desafio se estabelece, pois, na permanência frente aos obstáculos
estruturais para o negro na universidade brasileira.
O processo de escuta entre estudantes cotistas e universidade, uma vez estabelecido,
garantiria o entendimento das demandas estudantis por meio da implementação de políticas de
permanência; entretanto, observa-se a opção pela passividade, negação e a invisibilidade da
presença desses discentes (DIAS; GOMES, 2017). Ao não proporcionar a adequação às
exigências impostas pelo sistema de ensino, uma das consequências é a evasão desse
universitário. O aspecto determinante nos índices de evasão deflagra-se, então, pela
inacessibilidade de informações que orientem e respaldem essas trajetórias acadêmicas, já que
existem algumas iniciativas institucionalizadas que se posicionam a fim de constituir
efetivamente um local de emancipação intelectual e construção da identidade.
796
�Apresenta-se assim um levantamento, cujo objeto se estabelece nas fontes internas da
Universidade Federal de Goiás (UFG) disponibilizadas na internet a fim de que a comunidade
interessada tenha orientações sobre onde e como buscar informações institucionais e jurídicas
independentemente da necessidade. Endossa a premissa de que essa atividade
implica construir e juntar os fragmentos da memória coletiva da história da
população negra, a fim de possibilitar uma concepção de um conhecimento que sirva
para erradicar as discriminações, os racismos e os preconceitos que submetem os
negros a humilhações e os excluem dos diversos âmbitos da sociedade (AQUINO,
2009, p. 12).
A problematização procura respostas sobre quais são as fontes para educação
etnicorracial na UFG, por acreditar que iniciativas institucionais e jurídicas estão esparsas,
corroborando ao silenciamento da população negra no ambiente universitário. Acredita na
prerrogativa de que a biblioteca universitária, em seu pleno exercício de respaldo às
atividades acadêmicas, deve reunir essas informações e torná-las acessíveis, corroborando à
descolonização do pensamento hegemônico e se efetivando como locus da emancipação a
partir do acesso à informação. Estabelece-se as diretrizes teóricas com base na literatura da
área e faz-se uma busca exaustiva para que o mapeamento aconteça em sua completude, de
acordo com a metodologia proposta por Lopes (2002). Justifica-se no posicionamento da
biblioteca frente às novas configurações sociais enquanto um ambiente oportuno ao incentivo,
ao encorajamento e à visibilidade daqueles que são marginalizados cotidianamente para que,
somente assim, a universidade seja para todos, sem incongruências entre o discurso e a
prática.
2 FONTES DE INFORMAÇÃO: ASPECTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS
Dentre as muitas acepções, adota-se a noção de fonte de informação enquanto itens
que dão respostas específicas frente aos posicionamentos exigidos pela sociedade moderna, o
humanas, isto é, o conteúdo das representações sociais que comportam elementos científicos,
tecnológicos, financeiros, econômicos, legais, políticos e, também, culturais, literários,
artísticos É a manifestação concreta da informação passível de compartilhamento; pode ser
uma pessoa, instituição ou documento e comumente é categorizada quanto à natureza em
primária, secundária e terciária.
Desse modo, pode-se dizer que as fontes de informação configuram estímulos
intelectuais para o desenvolvimento do sujeito, numa contribuição direta para sua
797
�emancipação nas diversas esferas, sejam políticas, econômicas ou sociais. Em outras palavras,
trabalham para colocá-lo crítica e autonomamente no mundo. Analisá-las é assumir a
complexidade pós-moderna de modo a enxergar o indivíduo como sujeito político-social, dos
que se constituem de informação e inegavelmente a utilizam para realizar quaisquer que sejam
suas atividades diárias. No contexto do presente estudo, possibilita que os estudantes e demais
interessados saibam quais as informações desse universo acontecem na UFG, bem como onde
procurar as instâncias que dão respaldo no acesso aos seus direitos.
Embora a informação tenha sofrido constantes modificações no seu formato de
registro, armazenamento e disseminação em virtude do desenvolvimento tecnológico,
acredita-se que as fontes são, independentemente do momento histórico, uma extensão da
memória humana, imortalizando os caminhos da própria civilização (LYONS, 2011). Quanto
à organização, representa uma preocupação desde os tempos remotos, quando os pensadores
de diferentes épocas começaram a estabelecer formas de dividir, esquematizar e guardar o
conhecimento. Ela é imprescindível à recuperação da informação, pois possibilita que as
fontes estejam em seus devidos lugares quando houver demanda de acesso. Para Choo (2006),
recuperá-la é torna-la disponível ao solicitante, que, por necessidades espontâneas e/ou
induzidas, objetiva construir significado, produzir novo conhecimento e tomar decisões, sejam
pessoais e/ou profissionais.
Na sociedade contemporânea, também conhecida como Sociedade da Informação, os
indivíduos se constituem a partir das fontes e a utilizam como capital para realizarem suas
atividades e desenvolverem suas atribuições. Produzidas num ritmo vertiginoso, sobretudo a
partir do surgimento de informações eletrônicas, os suportes transgrediram a barreira do
tradicional e a internet representa uma revolução; locus virtual onde são produzidos,
armazenados e compartilhados conteúdos enquanto ferramenta de e para o universo
informacional. Mostra um novo paradigma, uma vez que se tornou um ambiente de
convivência cujas experiências delineiam as necessidades estruturais do indivíduo moderno.
Embora ganhem novas roupagens no decurso do tempo, as fontes permanecem com a
mesma essência de guardar as descobertas e processos criativos da humanidade. O
desenvolvimento intelectual de uma civilização pode ser determinado, assim, na forma com
que o sujeito interage com a informação, no modo com que se relaciona com as marcas
deixadas para contar a própria história e na simbiose de um que contribui ao outro.
798
�3 EDUCAÇÃO ETNICORRACIAL: APONTAMENTOS NECESSÁRIOS
Abordar a educação etnicorracial é, de acordo com Pacheco e Silva (2007, p. 10),
luta do
Movimento Negro, legitimadas num contexto minimamente representativo das esferas
decisórias. Na conjuntura da falsa democracia racial, dizer que a desigualdade não acontece
nas universidades não só legitima esse tipo de prática como fecha os olhos para o processo
histórico de estruturas racistas que se formaram desde a escravidão. Embora o preconceito
esteja em todos os segmentos sociais, considera-se que a educação ocupa posição de destaque
ilicalmente vinculadas todas outras
instâncias, tais quais o mercado de trabalho, o sistema de saúde, o setor político-econômico, o
É necessário dizer que, tanto o ensino obrigatório de História e Cultura da África,
quanto as políticas de cotas raciais, configuram uma designação interventiva do Estado a
partir da demanda civil, organizada através dos movimentos sociais, de modo a garantir o
cumprimento dos direitos aos cidadãos socialmente marginalizados. São mecanismos éticopedagógicos para que os grupos que vivenciam cenários socioeconômicos adversos tenham
acesso ao ensino no pleno exercício de cidadania e igualdade (SILVÉRIO, 2007).
Representam a luta e a resistência para democratizar a educação num país cujos indicadores
apontam para a segunda maior participação negra na construção da identidade em nível
mundial, com aproximadamente 45% da população negra, mas indicadores discrepantes na
distribuição de oportunidades, sobretudo nessa esfera (SÁ, 2012).
A negação de acesso aos direitos também vem acompanhada do processo de
desumanização da população negra, em que os números da violência física são consequência
imediatas: de acordo com Instituto Econômico de Pesquisa Aplicada (2017 apud OLIVEIRA,
2017), a cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Não obstante, pesquisas
recentes apontam que a intolerância simbólica pelo racismo interfere diretamente no
desempenho escolar (MORAES; LISBOA; OLIVEIRA, 2012). Quanto às práticas
pedagógicas, segundo Santos (199
ostentação eurocêntricos. Diante do quadro pessimista, a educação etnicorracial é, nesse
sentido, a perspectiva capaz de subverter os olhares naturalizados e mostrar possibilidades
799
�REIS, 2012, p. 385).
Pensa-se, portanto, a educação para relações etnicorraciais como ferramenta para
estabelecer uma consciência coletiva que liberte o indivíduo a partir da retomada de valores
identitários e insira novas narrativas que fazem parte do contexto de sujeitos que têm a própria
trajetória intelectual. Torna-se imprescindível considerar a presença do africano na Diáspora
enquanto sujeitos detentores de saber, com o intuito de construir a identidade dos negros que
estão na universidade, pois o pertencimento se dá à medida que se supera o etnocentrismo
inibidor das diferentes formas de conhecimento. O desafio se estabelece na superação dos
paradigmas colonizantes que interferem na efetivação de políticas afirmativas para formar
cidadãos e criar princípios que questionem as práticas racistas. Iniciativas dessa natureza
fomentam princípios democráticos que questionam e alteram práticas racistas, orientando
espaços de formação e experiências que constroem o pensamento a partir da memória
(BARRETO, 2002, p. 49) para uma coletividade democrática de promoção participativa.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa em questão configura-se como aplicada, uma vez que estabelece
(MATIAS-PERERIRA, 2007, p. 70), visto que propõe um levantamento de fontes para as
necessidades informacionais da comunidade acadêmica da UFG sobre educação etnicorracial.
Aborda o problema de forma quantitativa e também qualitativa, pois, embora enfoque
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo
-PEREIRA,
2007, p. 71). Isso acontece porque a pesquisa serve, senão, para subsidiar demandas e
interesses sobre o assunto, fazendo com que a referida parcela possa se contextualizar no
universo acadêmico. À luz dos enunciados de Gil (2000 apud MATIAS-PEREIRA, 2007),
pode-se dizer que trata de uma pesquisa descritiva por ressaltar as particularidades das fontes
e trazê-las em levantamento. Ainda para o teórico, com relação aos procedimentos técnicos, é
definida como estudo de caso pelo fato de apresentar um ou poucos objetos para detalhamento
amplo e exaustivo de suas características.
800
�Sabendo da complexidade na recuperação da informação, utiliza enquanto método as
estratégias de Lopes (2002) para garantir acesso às fontes com qualidade. De acordo com a
autora, são instrumentos de operacionalização para restringir os resultados, ampliando as
possibilidades
uma técnica ou conjunto de regras para tornar possível o encontro entre uma pergunta
ainda elementos que interferem neste processo, tais como erros ortográficos, dificuldade de
tradução da linguagem natural para artificial, necessidade de treinamento do usuário, entre
outros. Para dirimir estes obstáculos, Lopes (2002) propõe algumas etapas, utilizadas neste
estudo, que sugerem 1) a reflexão do tema, 2) o entendimento dos termos que melhor
representam o assunto e 3) conhecimento dos instrumentos de busca.
As discussões sobre o atual cenário das fontes de informação, bem como os contornos
da educação etnicorracial, são frutos das vivências acadêmicas levantadas na órbita do
contexto universitário. Para sustentar a argumentação, realizou-se buscas na Base de Dados
em Ciência da Informação (BRAPCI) para leitura de materiais científicos sobre o assunto a
partir dos artigos de periódicos e eventos indexados no portal. Deve-se ressaltar que levou em
10 principais resultados.
Na formulação da estratégia de busca, definiu-se como descritor primário o termo
princípio de precisão e pressuposto na prática de indexação específica, pois, mesmo que se
tenha um número menor de documentos, trata especificamente do assunto que foi solicitado
(RUBI, 2009). Aplicou-se então no portal da UFG através de recursos booleanos como as
aspas duplas para que fosse possível recuperar as informações exatamente da forma com que
foi escrita, dirimindo, desse modo, a pluralidade de resultados. A recuperação das
informações segue a seguir conforme mostram os quadros, trazendo a totalidade de iniciativas
institucionais e jurídicas do mencionado domínio.
5 EXPOSIÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
A título de conceituação, fontes institucionais são, em conformidade com Villaseñor e
Rodrigues (1998, p. 33), aquelas que dizem respeito a instituições e, na maioria das vezes,
sobre elas mesmas. Caracterizam-se geralmente por entidades com metas estabelecidas em
estruturas com espaço para crescimento e competição. Verticalizadas para a seara de pesquisa
801
�do presente artigo, correspondem aqui às categorias pré-estabelecidas tais como projetos de
extensão, eventos de extensão, cursos de extensão, linha/núcleos de pesquisa, instituições,
laboratórios e órgãos administrativos. Desse modo, a atividade contempla as fontes a partir
das esferas supraditas apresentando, a seguir, a completude de esforços institucionalizados
para a educação etnicorracial na UFG. Todas as categorias propostas foram recuperadas,
dispostas no quadro em 23 itens apresentados cronologicamente até a proposta mais atual.
Quadro 1
Fontes institucionais sobre educação etnicorracial na UFG
TÍTULO
DESCRIÇÃO
ENDEREÇO
Grupo de estudos sobre educação e
diversidade etnicorracial
Projeto de extensão e cultura sob
responsabilidade de Murilo Borges
Silva
muriloborges.historia@gmail.com
Campus Jataí
Ações afirmativas e relações
etnicorraciais no ensino superior
Evento de extensão e cultura sob
responsabilidade de Maria Zenaide
Alves
zenpiaui@yahoo.com.br
Campus Catalão
Grupo de estudos em educação e
relações etnicorraciais
Projeto de extensão sob
responsabilidade de Cristiane
Maria Ribeiro
crismariaufg@hotmail.com
Campus Goiânia
Educação antirracista: desafios e
possibilidades
Curso de extensão sob
responsabilidade de Mariana
Cunha Pereira
mcunhap@yahoo.com.br
Campus Goiânia
Fortalecimento institucional e
promoção da igualdade racial
Programa Brasil Quilombola
Projeto de extensão sob
responsabilidade de Alecsandro
José Prudêncio Ratts
alex.ratts@gmail.com
Campus Goiânia
Geografia e relações etnicorraciais:
campos de pesquisa e perspectivas
de ensino
Evento de extensão e cultura sob
responsabilidade de Alecsandro
José Prudêncio Ratts
alex.ratts@gmail.com
Campus Goiânia
Educação alimentar e nutricional
como coadjuvante na
sociobiodiversidade: um estudo e
caso da comunidade quilombola de
Pombal
Projeto de extensão sob
responsabilidade de Estelamaris
Tronco Mônego
estelamaris@ufg.br
Campus Goiânia
Projeto de extensão com ênfase
para direitos humanos de minorias
sob responsabilidade de Edma José
Reis
edma.ufg@gmail.com
Campus Goiânia
Projeto de extensão sob
responsabilidade de Maurides
Batista de Macedo Filha
maurinha1312@hotmail.com
Campus Goiânia
dialética materialista e histórica
relações etnicorraciais
Nina
Direitos humanos: diferenças e
violência
Linha de pesquisa
Pós-Graduação em Sociologia
Ênfase em diferenças sociais
Docentes: Dalva Borges Souza
Dijaci David de Oliveira
Eliane Gonçalves
Campus Goiânia
FCS
802
�Luiz Mello
Ricardo Barbosa Lima
Telma Ferreira
Linha de Pesquisa
Pós-Graduação em Sociologia
Ênfase em dinâmicas culturais
Cultura, representações e práticas
simbólicas
Movimentos sociais, poder político
e transformação social
NER Núcleo de Estudos de
Religião Carlos Rodrigues Brandão
Docentes: Ivanilda Aparecida de
Andrade Junqueira
Flávio Munhoz Sofiati
Francisco Chagas Evangelista
Rabelo
Manuel Ferreira Lima Filho
Marina de Souza Sartore
Marta Rovery de Souza
Linha de Pesquisa
Pós-Graduação em Sociologia
Ênfase em movimentos sociais
Docentes: Cleito Pereira Flávio
Munhoz Sofiati
Heloisa Bezerra
Nildo Viana
Núcleo de pesquisa com ênfase na
realidade das minorias goianas
Campus Goiânia
FCS
Campus Goiânia
FCS
sofiati@gmail.com
Campus Goiânia
Linha de pesquisa
Pós-Graduação em História
Ênfase em colonização da América
Latina
Poder, Sertão e Identidade
Etnopolítica e processo de exclusão
social: antropologia de processos
de exclusão social, econômica,
cultural e territorial, com ênfase na
etnologia e etnopolítica de
sociedades indígenas, negros,
migrantes e grupos em fronteiras
Etnografia dos patrimônios,
memórias, paisagens e cultura
material: processos e expressões
dos patrimônios culturais; políticas
públicas culturais; interfaces
conceituais dos patrimônios,
Docentes: Alberto Baena
Cristina de Cássia Pereira David
Maciel
João Alberto da Costa Pinto Luiz
Sérgio Duarte da Silva
Marcos Antônio de Menezes
Maria Amélia Garcia de Alencar
Campus Goiânia
FH
Linha de pesquisa
Programa de Pós Graduação em
Antropologia
Docentes: Alexandre Ferraz
Herbetta
Alecsandro José Ratts
Alessandro Roberto De Oliveira
Gabriel O. Alvarez
Joana Aparecida Fernandes Silva
Mônica T. Soares Pechincha
Roberto Cunha Alves de Lima
Linha de pesquisa
Programa de Pós Graduação em
Antropologia
Docentes: Camila Azevedo De
Moraes Wichers
Campus Goiânia
FCS
Campus Goiânia
FCS
803
�museus e cultura material;
etnografia das memórias e
paisagens
Gabriel O. Alvarez
Izabela Tamaso
Janine Helfst Leicht Collaço
Manuel Ferreira Lima Filho
Telma Camargo da Silva
Linha de pesquisa
Programa de Pós Graduação em
Antropologia
Etnografia das ideias e dos
repertórios culturais: etnografia dos
saberes, valores e crenças; das
instituições e das produções
simbólicas; trajetórias de pessoas e
de bens culturais
Docentes: Alessandro Roberto De
Oliveira
Carlos Eduardo Henning
Cintya Maria Costa Rodrigues
Flávio Munhoz Sofiati
Izabela Tamaso
Janine Helfst Leicht Collaço
Luis Felipe Kojima Hirano
Manuel Ferreira Lima Filho
Maria Luiza Rodrigues Souza
Roberto Cunha Alves de Lima
Instituição sem fins lucrativos
veiculada à Pró-Reitoria de
Pesquisa e Inovação para
preservação de informações
etnográficas e arqueológicas
Museu Antropológico
Cine UFG
com exposição de temas diversos
para incentivo à apreciação
cinematográfica
Ouvidoria UFG
Órgão administrativo interno da
universidade para denúncias
LaGENTE
Laboratório sobre estudos étnicoraciais sob coordenação de
Alecsandro Ratts e Vinícius Aguiar
LEPQI
Laboratório de estudos afrobrasileiros e educação em química
sob coordenação de Anna
Canavaro e Claudio Machado
Campus Goiânia
FCS
Av. Universitária nº 1166 - Setor
Universitário -Goiânia Goiás
(62) 3209-6010
Prédio da Faculdade de Letras
Campus Samambaia
Telefone: (62) 3521-1267
e-mail: cineufg@gmail.com
Campus Samambaia
Prédio da Reitoria
Andar Superior
(62) 3521-1149 / 3521-1063
lagente.iesa.ufg@gmail.com
(62) 3521 1184
Prédio do IESA
Prédio do IQ
(62) 3521 1097
aproximações entre os saberes Griô
Coordenadoria de Ações
Afirmativas CAAF
Órgão administrativo da UFG que
se preocupa com políticas
afirmativas
Campus Samambaia
Prédio da Reitoria
Primeiro andar
(62) 35211031
acoesafirmativas.ufg@gmail.com
Fonte: Elaborada pelos autores (2017)103
103 Sites consultados:
http://sistemas.ufg.br/SIEC/catalogo_proec/catalogo.php
http://pos-sociologia.cienciassociais.ufg.br/p/1247-linhas-de-pesquisa
http://pos-sociologia.cienciassociais.ufg.br/p/3566-nucleos-de-pesquisa
804
�Foram contabilizados 7 projetos, 2 eventos, 1 curso, 8 linhas/núcleos de pesquisa, 1
instituição, 2 laboratórios e 2 órgãos administrativos vigentes. Mesmo obedecendo aos
processos de operacionalização salientados por Lopes (2002), fez-se necessário utilizar outros
mecanismos de busca para localizar as referidas fontes. A página principal oferece
recuperação apenas para as notícias compartilhadas e, só foi possível, então, tendo em vista as
esferas administrativas da universidade e suas respectivas dimensões. As instâncias
responsáveis são, portanto, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação e a Pró-Reitoria de
Extensão e Cultura, conduzindo a investigação para as respectivas páginas.
Ambas apresentam portais para localização do conteúdo desejado, possibilitando a
com que todos tenham a mesma arquitetura. De acordo com os critérios de avalição para
fontes de informação na web (TOMAÉL et al, 2001), apresentam legibilidade satisfatória e de
fácil navegação, com estrutura bem definida. As informações estão dispostas em abas e é
possível percorrer com o cursor sobre o item de interesse. Exibem recursos de acessibilidade,
tradução, redes sociais e telefones para contato. Encontrou-se um link que recuperou a
totalidade de fontes a partir do descritor, pelo qual o usuário é redirecionado a uma página
de recuperar as mesmas fontes.
Quanto às informações jurídicas, caracterizam-se pela abordagem dos direitos e
deveres que regulamentam a vida em sociedade numa contribuição direta para a tomada de
decisões. É uma fonte especializada que se manifesta em três tipos: legislação, jurisprudência
e doutrina. Em linhas gerais podem ser definidas, respectivamente, como um conjunto de leis;
um compilado de decisões jurídicas, e uma interpretação de normas, leis e demais documentos
nesse setor. Essa fonte representa as ações e esforços que legalizam determinados direitos e
corroboram para que as comunidades afetadas pela decisão sintam-se representadas também
na esfera política. Durante a busca, não houve possibilidade de recuperação pelo termo-chave
e a atividade desenvolveu-se através da localização automática. O resultado apresenta a seguir
https://pos.historia.ufg.br/p/6715-linhas-de-pesquisa
http://ppgas.cienciassociais.ufg.br/p/2111-linhas-de-pesquisa
http://www.museu.ufg.br/
https://www.ufg.br/n/84461-caaf
http://www.proec.ufg.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=49&Itemid=66
https://ouvidoria.ufg.br/
https://lagente.iesa.ufg.br/#
https://lpeqi.quimica.ufg.br/p/11002-nano-conto
805
�12 itens dispostos do mais específico ao mais geral no que tange aos regulamentos que regem
à universidade em suas instâncias jurídicas.
Quadro 2
Fontes jurídicas sobre educação etnicorracial na UFG
TÍTULO
Edital
001/2016
Estatuto da
UFG
Regimento da
UFG
UFGInclui
Consuni
29/2008
Políticas
Afirmativas
para PósGraduação na
UFG
Consuni
07/2015
LEI Nº 11.645,
DE 10
MARÇO DE
2008
LEI No 10.639,
DE 9 DE
JANEIRO DE
2003
LEI Nº 9.394,
DE 20 DE
DEZEMBRO
DE 1996
LEI Nº 7.716,
DE 5 DE
JANEIRO DE
1989
LEI No 10.558,
DE 13 DE
NOVEMBRO
DESCRIÇÃO
Dispõe sobre as inscrições para de bolsas,
nível mestrado, para pós-graduação, do
Programa Afirmativo Institucional de Bolsas
de Pós-Graduação
Rege os princípios, finalidades, estruturas
administrativas e acadêmicas, além de outros
parâmetros para o funcionamento da
Universidade, fundada em 1960
Disciplina a organização e o funcionamento
da UFG, bem como estabelece a dinâmica das
atividades acadêmicas e administrativas e das
relações entre os organismos institucionais
Diz sobre a geração de vaga extra em cada
curso onde houver demanda indígena e
quilombola, bem como para candidatos surdos
na graduação Letras Libras, quando oriundos
de escola pública
Dispõe sobre a política de ações afirmativas
para pretos, pardos e indígenas na PósGraduação stricto sensu na UFG
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, modificada pela Lei no 10.639, de 9 de
janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e
bases da educação nacional, para incluir no
currículo oficial da rede de ensino a
Cultura Afro-Brasileira e Indígena
Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo
oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da
temática "História e Cultura Afro-Brasileira",
e dá outras providências
ENDEREÇO
https://www.prpg.ufg.br/up/85/o/Edital_B
olsas_Afirmativas_23_08_2016.pdf
https://www.ufg.br/up/1/o/ESTATUTO_d
a_UFG_2014.pdf
https://www.ufg.br/up/1/o/RESOLUCAO3CO-01-2015.pdf
https://prograd.ufg.br/up/90/o/Resolucao_
CONSUNI_2008_0029.pdf
https://prpg.ufg.br/up/85/o/Resolucao_CO
NSUNI_2015_0007.pdf
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_at
o2007-2010/2008/lei/l11645.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis
/2003/L10.639.htm
Estabelece as diretrizes e bases da educação
nacional
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Lei
s/L9394.htm
Define os crimes resultantes de preconceito de
raça ou de cor
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Lei
s/L7716.htm
Cria o Programa Diversidade na
Universidade, e dá outras providências
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Lei
s/2002/L10558.htm
806
�DE 2002
LEI No 10.678,
DE 23 DE
MAIO DE
2003
Cria a Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial, da Presidência
da República, e dá outras providências
DECRETO Nº
Institui a Política Nacional de Promoção da
4.886, DE 20
Igualdade Racial - PNPIR e dá outras
DE
providências
NOVEMBRO
DE 2003
Fonte: Elaborada pelos autores (2017)104
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Lei
s/2003/L10.678.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/dec
reto/2003/D4886.htm
Embora exista um portal para consulta de resoluções da UFG, a recuperação não se
efetiva quando o usuário não sabe o número do regulamento ou decreto, uma vez que o campo
textual no site. O conteúdo acima exposto é fruto de uma pesquisa minuciosa que detalhou
todas as resoluções da Pró-Reitoria de Graduação e Pós-Graduação, cujo enfrentamento se
estabeleceu, portanto, ao localizar os itens de interesse a partir do breve comentário sobre
cada documento, analisados individualmente.
A distinção dos procedimentos de construção do quadro 1 para o quadro 2 se dá no
fato de que, para o primeiro, as estratégias estabelecidas não só recuperaram as fontes a partir
das etapas propostas, como o próprio site apresenta arquitetura de recuperação que explora as
possibilidades de localização a partir da busca textual. Já na segunda atividade, de acordo com
os critérios de avaliação para fontes de informação na web (TOMAÉL et al, 2001), a
navegação é restritiva, induzindo a busca exclusivamente pelo número da lei, regulamento ou
decreto correspondente. Ainda à luz dessa perspectiva, a página em questão deveria se
preocupar com os parâmetros de qualidade para fontes de informação pública, de forma que a
indexação e consequentemente recuperação não restrinja as possibilidades do usuário,
limitando-o à atribuição numérica do documento as quais ele muitas vezes desconhece.
6 CONCLUSÃO
A implementação das ações afirmativas implica numa mudança de olhar sobre todas as
práticas de ensino, pesquisa e extensão promovidas pela universidade. Elas devem
104 Sites consultados:
https://www.ufg.br/n/63397-resolucoes
https://www.ufg.br/p/6383-estatuto-e-regimento
https://prograd.ufg.br/p/7194-ufg-inclui
https://prograd.ufg.br/p/7657-resolucoes-do-programa-ufginclui
https://prpg.ufg.br/p/6589-resolucoes
807
�necessariamente incluir os sujeitos-sociais na sua complexidade, permitindo voz e escuta aos
que não são ouvidos, subvertendo a perspectiva tradicional e excludente, se ressignificando a
partir das demandas que surgem. Não só nas Instituições Federais de Ensino Superior, mas na
coletividade de maneira geral, precisa-se atentar às políticas que efetivam a inclusão e
sustentam o Estado Democrático de Direito. Nessa perspectiva, fontes de informação para a
diversidade corroboram aos princípios constitucionais, pressupostos em políticas de
desenvolvimento social, de modo que o sujeito exista e se faça presente na sua permanência
pelas relações dele para com o mundo.
Cabe à educação ensinar a transgredir como prática de liberdade que restrinja o
pensamento colonizante através de uma atividade social interdisciplinar e descentralizadora
da hegemonia ideológica (HOOKS, 2013). A universidade, assim, lança mão da biblioteca
como equipamento imprescindível para efetivação de seus princípios de modo a posicionar
propositivamente quanto à utilização dos espaços de direito e permanência dessas
comunidades em suas trajetórias acadêmicas. O público negro na universidade não representa
uma demanda nova, tampouco a forma de organização institucional que, em todas as
instâncias, inclusive a biblioteca, exclui a participação dessa parcela desde o princípio. Pensase, então, que o futuro dessa instituição pauta-se na sua capacidade de reinvenção de acordo
com os novos paradigmas sociais para que cumpra com o seu papel. Assim sendo, deve criar
serviços que reúnam e compartilhem informações na premissa das ações afirmativas, evitando
a exclusão sobretudo nesse setor.
As fontes aqui reunidas anseiam que o leitor não abandone o artigo com sentimento de
desamparo, já que fazer parte de uma parcela socialmente marginalizada e estar inserido na
academia, um ambiente povoado pela elite, não é tarefa fácil. Responde-se à problematização
de modo que, ao final das investigações, sabe-se quais são as fontes institucionais e jurídicas
para a educação etnicorracial na UFG, bem como aqueles que as coordenam e constroem
relações antiautoritárias na educação superior. Confirma-se a hipótese de que as fontes
esparsas corroboram para o silenciamento dos(as) estudantes negros e negras nas instituições
de ensino já que, sem informação, os diálogos acontecem unilateralmente.
Para combater esse contexto excludente, é de extrema importância o acesso a
informações que levam os estudantes universitários ao conhecimento dos seus direitos
garantindo o fortalecimento da sua trajetória acadêmica, e, assim, sua permanência. A
biblioteca enquanto centro de referência para a (in)formação deve assumir na criação e
inovação seu mais novo papel para uma universidade diversa, incentivando, encorajando e
dando visibilidade aos estudantes, sem distinção ou pré-requisitos. Atinge-se o objetivo
proposto ao sobrevoar os contornos do atual ensino superior e fundamentalmente o papel da
808
�biblioteca nesse cenário de modo que todo esforço aqui empenhado se dá para dizer: vocês
não estão sozinhos.
REFERÊNCIAS
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inclusão a partir do uso de objetos multimídia na sociedade da aprendizagem (Projeto
Técnico-Científico). João Pessoa: UFPB, 2009.
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informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. São Paulo: Senac
São Paulo, 2003.
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MORAES, C. C. P.; LISBOA, A. S.; OLIVEIRA, L. F (Orgs). Educação para as relações
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universidade: o direito à inclusão. Brasília, DF: Fundação Cultural Palmares, 2007. P. 7-21.
809
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VILLASEÑOR RODRIGUES, Isabel. Los instrumentos para la recuperación de la
información: las fuentes. In: TORRES RAMÍREZ, Isabel de (Coord.). Las fuentes de
información: estudios teórico-prácticos. Madrid: Editorial Sintesis, 1998. p. 29
810
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
A biblioteca universitária como equipamento de (in)formação: levantamento de fontes para educação etnicorracial na Universidade Federal de Goiás.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Araújo, Vitor Paiva Machado Martins de; Gomes, Elisângela
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata de um estudo sobre fontes de informação institucionais e jurídicas para educação etnicorracial na Universidade Federal de Goiás. Objetiva fazer o levantamento das fontes mencionadas para que as informações contribuam às comunidades interessadas a fim de que exista uso efetivo nos espaços de direito da comunidade acadêmica. Parte da premissa de que esta discussão oportuniza uma perspectiva distintiva, a qual questiona o olhar eurocêntrico naturalizado na universidade. Identifica, classifica, reúne e apresenta os dados de acordo com a metodologia sugerida por Lopes (2002), pesquisa classificada metodologicamente como aplicada, qualiquantitativa, descritiva e levantamento de dados para estudo de caso. Conclui que as fontes esparsas corroboram ao silenciamento da população negra nas instituições de ensino quando deveriam estar reunidas na biblioteca em seu pleno exercício de respaldo às atividades de ensino, pesquisa, extensão e eminentemente permanência na universidade. Sugere que o futuro da biblioteca universitária está na inovação de seus serviços, os quais, neste caso, envolvem a criação de atividades que atendam as novas configurações, garantindo a representatividade negra nas trajetórias acadêmicas
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5438/SNBU2018_062.pdf
a2a28dc8d9f5250f11fa022f06012c0e
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AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS VISTAS SOB A PERSPECTIVA DE
CENTROS CULTURAIS: INFORMAR, DISCUTIR E CRIAR
THE UNIVERSITY LIBRARIES UNDER THE PERSPECTIVE OF CULTURAL CENTERS:
INFORM, DISCUSS AND CREATE
Resumo: Trata das bibliotecas universitárias vistas sob a perspectiva de centros culturais.
Objetiva apresentar, discutir e refletir teoricamente sobre as bibliotecas públicas universitárias
enquanto espaços polivalentes que integram o acesso ao conhecimento às ações de discussão,
criação de novos conhecimentos e difusão de novas informações, além de estarem atentas às
mudanças sociais, necessidades coletivas e formulações culturais características do mundo
contemporâneo. Trata-se de uma pesquisa tem como objeto de estudo as bibliotecas públicas
universitárias. Caracteriza-se como sendo uma pesquisa exploratória por ser estabelecida em
critérios, métodos e técnicas. Utiliza-se de um método qualitativo permitindo o
aprofundamento do objetivo a ser estudado a partir de levantamento bibliográfico com base
em material já elaborado, constituído a análise das contribuições de diversos autores que já
abordaram a questão como Milanesi (1997), Ramos (2008), Cenni (ano) abordando aspectos
históricos e conceituais sobre o tema enfatizando nas considerações finais que o caminho é o
do espaço polivalente, que integra o acesso ao conhecimento às ações de discussão, criação de
novos conhecimentos e difusão de novas informações. Por fim, traz ainda o entendimento de
Milanesi (1997) e outros teóricos acerca dos desafios que deverão ser encarados pelas
bibliotecas universitárias em suas práticas culturais, são eles: informar, discutir e criar.
Palavras-chave: bibliotecas universitárias. centros culturais. ações culturais. práticas
culturais.
Abstract: It deals with university libraries seen from the perspective of cultural centers. It
aims to present, discuss and theoretically reflect on public university libraries as multipurpose
spaces that integrate access to knowledge to discussion activities, creation of new knowledge
and dissemination of new information, as well as being attentive to social changes, collective
needs and characteristic cultural formulations of the contemporary world. It is a research
whose object is to study public university libraries. It is characterized as being an exploratory
research because it is established in criteria, methods and techniques. It is used a qualitative
method allowing the deepening of the objective to be studied from a bibliographical survey
based on material already elaborated, constituting the analysis of the contributions of several
authors who have already addressed the issue such as Milanesi (1997), Ramos (2008) , Cenni
(year), discussing historical and conceptual aspects of the subject emphasizing in the final
considerations that the way is the polyvalent space, which integrates the access to knowledge
777
�to the discussion actions, creation of new knowledge and diffusion of new information.
Finally, Milanesi (1997) and other theorists on the challenges faced by university libraries in
their cultural practices are: inform, discuss and create.
Keywords: university libraries. cultural centers. cultural actions. cultural practices.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas públicas, especialmente as universitárias, enquanto espaços de
informação têm acompanhado a evolução do aumento significativo do número e da
variedade de documentos produzidos no século XX, abrindo espaços para novas
possibilidades de conhecer, estabelecendo novas formas de organização, permitindo ao
público o acesso livre à informação, contudo, de acordo com Milanesi (1997) na obra
Casa de Invenção
essas instituições se estabeleceram a serviço quase que
exclusivamente do ensino e da pesquisa, deixando de desempenhar um papel próprio no
campo das atividades culturais.
Milanesi (1997) discute a relação entre biblioteca e centro cultural e descreve vários
casos de criação de casas de cultura no país. Segundo o autor, a política cultural
estabelecida no Brasil a partir da década de 40 colocou as bibliotecas públicas dentro de
uma categoria à parte, sem relações orgânicas com o tecido cultural.
Diante disso, o presente trabalho objetiva apresentar, discutir e refletir teoricamente
sobre as bibliotecas públicas universitárias vistas sob a perspectiva de centros culturais,
visto que, conforme defende Ramos (2008), sabe-se que já não é mais possível construir
uma biblioteca pública e um centro de cultura, como entidades distintas, pois a primeira
deixou de ser apenas uma coleção de livros e a segunda só pode existir se as informações
estiverem disponíveis.
Alguns autores, como Milanesi (1997), Cardoso & Nogueira (1994) e Nascimento
(2004), sustentam que com a evolução tecnológica e desenvolvimento das TICs
(Tecnologias de Informação e Comunicação) foram criados novos mecanismos de acesso,
seleção, organização e difusão das informações e, ao mesmo tempo, foram desenvolvidos
outros modos de registrar e acessar a informação, relacionados ao aparecimento de novos
suportes e mídias para registro; por isso, hoje, mais do que nunca, as bibliotecas públicas e,
em especial as públicas universitárias, precisam evoluir do perfil tradicional para se
tornarem, cada vez mais, centros culturais.
778
�Nesse sentido, entende-se que as bibliotecas públicas, dentre elas, as universitárias,
vistas sob a perspectiva de centros culturais, são instituições que nasceram no contexto da
Sociedade da Informação, e que por isso, devem estar atentas às mudanças sociais,
necessidades coletivas e formulações culturais características do mundo contemporâneo.
Sendo assim, este trabalho com base em pesquisa exploratória e bibliográfica, traz aspectos
históricos e conceituais sobre bibliotecas públicas vistas como centros culturais com o
objetivo de mostrar que o caminho é o do espaço polivalente, que integra o acesso ao
conhecimento às ações de discussão, criação de novos conhecimentos e difusão de novas
informações. Por fim, traz ainda o entendimento de Milanesi (1997) acerca dos desafios que
deverão ser encarados pelas bibliotecas universitárias em suas práticas culturais, são eles:
informar, discutir e criar.
2 AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
CULTURAIS: ALGUMAS CONCEPÇÕES
VISTAS
COMO
CENTROS
De acordo com Martins (2002), no decorrer de sua existência material e espiritual, o
homem sentiu a necessidade da criação de um ambiente que permitisse armazenar,
organizar, controlar e recuperar as informações, impedindo assim sua dispersão. A
criação da Biblioteca de Alexandria pode ser considerada um exemplo de biblioteca
concebida para ser um centro cultural.
Segundo Battles (2003), exemplo de grande influência exercida na cultura antiga, foi
fundada durante o reinado de Ptolomeu Sóter, no século III a.C., para ser o espaço capaz
de concentrar em si toda a sabedoria acumulada pelo mundo grego e reunir, num mesmo
lugar, todos os livros da terra, ação que produziu efeitos intelectuais, influenciou os
modos da escrita, da leitura e a forma de gerir a memória da humanidade.
Aliada a um museu e a uma academia, em termos atuais, essa biblioteca seria
uma combinação de centro de pesquisa, editora, instituto de estudos
linguísticos, museu e repositório cultural, funções essas que muitas bibliotecas
de hoje ainda estão por alcançar (BRAGA, 2004, p. 25).
Já no Ocidente, constatafinalidades das bibliotecas, não constava a difusão dos saberes para uma coletividade
bliotecas não eram concebidas para
atender às necessidades do leitor, este era quase inexistente, pois os progressos
instrucionais eram lentos, mesmo entre as classes privilegiadas.
779
�Martins (2002) reforça essa afirmativa quando diz que do ponto de vista intelectual,
a humanidade se dividiu, por séculos e séculos, entre iniciados à palavra e os não
iniciados, sendo compreensível que a presença de leitores circulando por espaços de
leitura não fosse uma prática comum.
É com a invenção da imprensa, entre 1450 e 1455, por Gutenberg (1398-1468), que
era sagrado e que, por isso, merecia ser guardado e escondido, para celebrar a vida que,
marcadamente,
em
relação
às
bibliotecas,
se
caracterizava
pela
laicização,
democratização, especialização e socialização.
Segundo Braga (2004), é nesse contexto que várias transformações são verificadas,
por exemplo, os avanços na ciência e tecnologia, certa diminuição do analfabetismo, a
criação de universidades e, consequentemente, a necessidade de atendimento aos estudos
acadêmicos, os quais dentre outros fenômenos, contribuíram para uma revolução nas
funções da biblioteca, que se torna, progressivamente, um centro de divulgação do saber
(grifo nosso).
A biblioteca passa a gozar, [...] do estatuto de instituição leiga e civil, pública e
aberta, tendo o seu fim em si mesma e respondendo a necessidades
inteiramente novas [...]foi o livro, ou seja, a biblioteca, um dos instrumentos
-324).
A uma democratização do espaço, correspondia o preparo do ambiente para atender
as especificidades próprias das necessidades sociais e das relações que os leitores, agora
provenientes de classes diversificadas, passavam a ter com a leitura e a escrita. Desse
modo, a biblioteca:
não apenas abriu largamente as portas, mas ainda sai à procura de leitores; não
apenas quer servir ao indivíduo isolado, proporcionando-lhe a leitura, o
instrumento, a informação de que necessita, mas ainda deseja satisfazer às
necessidades do grupo, assumindo voluntariamente o papel de um órgão
sobrecarregado, dinâmico e multiforme da coletividade [...] (MARTINS, 2002,
p. 325).
O autor continua dizendo que, ao desempenhar esse papel, a biblioteca também
se aplicar só à biblioteca
administrada por órgãos governamentais ou por entidades particulares, mas passa a ter
101
, 1939, citado por
MARTINS, 2002, p. 326).
CAIN, Julie. La civilisation écrite. In: Encyclopédie Française, v. 18. Paris: Larousse, 1939.
780
�Ao tratar do tema, Jacob (2008) traz uma definição ampla de biblioteca quando
afirma que:
lugar de memória nacional, espaço de conservação do patrimônio intelectual,
literário e artístico, uma biblioteca é também o teatro de uma alquimia
complexa em que, sob o efeito da leitura, da escrita e de sua interação, se
liberam as forças, os movimentos do pensamento. É um lugar de diálogo com o
passado, de criação e inovação, e a conservação só tem sentido como fermento
dos saberes e motor dos conhecimentos, a serviço da coletividade inteira
(JACOB, 2008, p.53).
Nuñes (2002) amplia a missão da biblioteca, defendendo-a como:
um centro cultural, um lugar de encontro onde cabem todos os cidadãos,
independentemente de sua idade, formação, sexo, classe social ou profissional.
A biblioteca é para todos e, por isso, deve dar respostas às necessidades
informativas, de entretenimento, etc., que solicitem. Essas necessidades devem
formular-se tanto
no continente (edifício) como no conteúdo (fundo
documental de diferente suporte) (NUÑES, 2002, p.242).
Para Nuñes (2002):
é muito importante saber que biblioteca queremos, que biblioteca
consideramos a mais idônea para nossos usuários, qual vai ser o funcionamento
da mesma e de cada uma de suas seções. Isso requer conhecer a fundo a cidade
e o tipo de biblioteca que vamos planificar e outras características, como tipo
de usuários tanto reais como potenciais, para adaptar a biblioteca a essas
características (...) (NUÑES, 2002, p.243-244).
A ideia contemporânea de biblioteca é, portanto, a de um centro cultural. É o que
afirma também Teixeira Coelho (1997):
se a biblioteca moderna e pré-moderna era o lugar da coleção, a biblioteca pósmoderna se apresenta (ou quer ser) como o lugar da informação, da discussão e
da criação, rompendo vastamente com seus modelos passados (COELHO,
1997, p. 78).
Os centros culturais surgem como um modelo alternativo, que vem sendo desenhado
e experimentado em diversos lugares do mundo. Abrigam, ao mesmo tempo, a identidade
individual e a coletiva, por isso a sua democratização é fundamental como instrumentos
que possibilitam ao homem o contato com a produção cultural para fruir e produzir.
Campos (1995) afirma que as bibliotecas entendidas como centros culturais, são
núcleos de uma expressão cultural viva, criados para propiciar e desenvolver uma
dinâmica cultural, com o objetivo de favorecer uma ação cultural na qual importa a
criação, e não apenas o consumo, de cultura.
781
�A mesma questão também é observada por Botelho (2003) que, ao analisar os
equipamentos culturais da cidade de São Paulo, descreve a situação das bibliotecas
públicas da capital:
pertencentes à esfera municipal, a maioria das bibliotecas têm ações que
ultrapassam suas obrigações tradicionais, mantendo projetos para públicos
específicos, tais como os de estímulo à leitura, voltado para crianças, assim
como projetos para a terceira idade. Desenvolvem, ao mesmo tempo, uma
gama de atividades ligadas às artes (dança, música, teatro, por exemplo).
Algumas têm um núcleo Braille, outras mantêm pequenos museus ligados à
história do bairro. Uma delas mantêm sessões semanais de cinema, numa
região em que não há nenhuma sala cinematográfica comercial. Ou seja,
percebe-se um esforço de se responder a demandas mais amplas do que
simplesmente colocar livros à disposição de consulentes, funcionando, em
alguns casos, como pequenos centros culturais (BOTELHO, 2003, p.6).
Portanto, dentro de uma concepção contemporânea, as bibliotecas públicas, aqui
estão incluídas as universitárias, enquanto centros culturais, devem buscar caminhos para
que sua atuação seja a de um centro aglutinador, gerador e disseminador de ações
culturais e de informação.
Para Milanesi (1997), o que caracteriza esses espaços é a reunião de produtos
culturais, sejam de que natureza forem, a possibilidade de discuti-los e a prática de criar
novos pro
centro cultural deve viver experiências significativas e rever a si próprio e suas relações
Quando se pensa nas bibliotecas que vêm atuando como centros culturais espalhadas
pelo mundo, é possível observar uma tendência para o acúmulo de funções; o uso da
tecnologia de forma a propiciar a criação de ambientes interativos e a espetacularização
da cultura e da arte, visto que a cultura necessita de um espaço para si, pois é aquela que
nasce da inquietação, do conhecimento, da reflexão compartilhada. Como coloca
Milanesi,
(MILANESI, 1997, p. 145).
Assim, os centros de cultura são espaços que aglutinam atividades de criação,
reflexão, fruição, distribuição de bens culturais. Constituem um núcleo articulador e
gerador de ações culturais de criação. Devem dispor de infraestrutura que permita o
trabalho cultural e devem propiciar o encontro criativo entre as pessoas.
Para Teixeira Coelho (1997), estes centros têm que criar condições para o
surgimento de uma cultura viva, uma cultura que se faz pela experiência, que implica em
consciência, entrega, disciplina e comprometimento. Uma cultura viva é construída pelos
782
�próprios sujeitos, em interação com outros sujeitos, com a obra de arte, com a
informação; inseridos em um processo crítico, criativo, provocativo, grupal e dinâmico.
3 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
INFORMAR, DISCUTIR E CRIAR
E
SUAS
PRÁTICAS
CULTURAIS:
Ramos (2006) afirma que sejam quais forem as condições de atuação, o centro de
cultura deve ser um espaço de descoberta, de desvelamento da realidade. Um centro de
cultura deve fazer uma clara opção pelo indivíduo numa situação coletiva; ele só tem
razão de existir se está comprometido com a formação de sujeitos e sua inserção na
coletividade, valorizando ao mesmo tempo a diversidade e a individualidade.
Primeiramente, as bibliotecas públicas universitárias devem se apresentar como
sendo um espaço da comunidade acadêmica, mas também da comunidade em seu
entorno, interagindo com os acontecimentos locais, onde as pessoas devem se sentir
convidadas a entrar e participar; tais centros culturais devem estimular seus
frequentadores a expressarem o que percebem e sentem, devem possibilitar que todos
participem ativamente como criadores e se apropriem do espaço.
Ainda segundo Ramos (2006), os centros culturais são o lugar onde a experiência
deve se dar e, por isso, deve haver espaço para fazer circular ideias, sons, imagens,
pensamentos que propiciem que o frequentador explore sua própria subjetividade e se
encontre com suas próprias emoções.
Desta forma, as bibliotecas universitárias vistas como espaços de cultura, segundo
Cenni (1991), devem proporcionar algo que vá além dos modelos escolares, das
cultural é procurar reativar as diferenças, diversificar o pensamento e mostrar que há
outras formas de se olhar para o mundo além dos discursos oficializados pela escola, pela
A biblioteca pública universitária pode, através da ação cultural, fazer com que as
pessoas tomem consciência de si mesmas diante de si mesmas e do coletivo. E como a
experiência da vida social situa-se, em sua maior parte, em grupos, o centro cultural deve
promover trabalhos com grupos, utilizando a matéria cultural do coletivo, de modo a
propiciar a conscientização da pessoa e da sociedade.
O centro cultural deve promover encontros, debates, estimular e favorecer a
convivência, como é colocado por Widmer15 (1979, citado por RAMOS, 2008),
783
�apropriado de encontro e transformação [...] dos homens entre si. Têm a finalidade da
102
, 1979, p. 32, citado por
RAMOS, 2008, p.97).
Para o referido autor, o centro cultural é um instrumento de prática ideológica e
política, e não um posto de serviço ou um centro de compras culturais. Não deve estar
vinculada a uma camada ou classe social, mas também não pode ser apolítica ou neutra
em suas ações.
Milanesi (1997) também toca na relação entre o centro e a cidade; para ele, o centro
cultural deve estar conectado à cidade, deve estar atento e responder às demandas e
anseios dos cidadãos, deve propiciar o encontro entre as pessoas e a cidade, deve
possibilitar o entendimento dos acontecimentos contemporâneos e deve prestar serviços à
população (fornecer informações e dados, esclarecer dúvidas, facilitar o acesso).
Para Ramos (2006), questões como globalização, tecnologias de informação e
comunicação, identidade cultural e a importância da informação e do conhecimento estão
na ordem do dia e devem estar contempladas nas ações e na própria maneira como esses
espaços se organizam e atendem a seus usuários.
Ainda segundo Ramos (2006), os centros culturais atuam como espaço de encontro,
experimentação e reflexão, mas, também como equipamento disseminador de
informação. Isso acontece quando divulga suas atividades entre os usuários; quando
promove seminários e debates; quando possibilita o acesso à internet e disponibiliza para
seu público equipamentos multimídia; quando promove lançamento de livros, sessões de
cinema, etc. Enfim, ao mesmo tempo em que realiza a ação cultural, o centro realiza a
ação informacional.
Silva (1995) caracteriza o centro cultural como um organismo de informação, pois
seria um local onde as pessoas encontram as informações úteis no dia-a-dia. Para ela, o
centro cultural:
visa reunir bens culturais e colocá-los à disposição do público. [...] Entretanto,
ele quer mais, quer ser um espaço de criação de novos bens. Isto garante a sua
funcionalidade. Ao reunir os bens culturais pode se promover também a sua
reinterpretação. O conhecimento adquire um caráter dinâmico. [...] Tudo passa
a ser informação (SILVA, 1995, p.46).
102
WIDMER, Ernst. Problemas da Difusão Cultural. In: Cadernos de Difusão Cultural. Salvador: Universidade
Federal da Bahia UFBA, 1979.
784
�Para Teixeira Coelho (1986) e também Milanesi (1997), os centros devem realizar
ações que integrem três campos comuns ao trabalho cultural: criação, circulação e
preservação. Para o primeiro campo, devem-se incorporar ações que visam estimular a
produção de bens culturais. Devem-se promover oficinas, cursos e laboratórios; deve-se
investir na formação artística e na educação estética de modo a possibilitar o contato
sensível com o mundo, a ampliação das percepções e o aprendizado das diferentes formas
de expressão artística.
Outra responsabilidade que os centros culturais têm é com a distribuição dos bens
culturais e a circulação de informação. Uma vez produzido o bem cultural este deve ser
tornado público, através de ações que possibilitem a participação da sociedade. A
circulação do bem cultural e da informação, de acordo com Milanesi (1997), cria novas
demandas culturais e informacionais, e esta é uma condição básica do trabalho cultural.
Da mesma forma, as demais funções a que se destinam os centros de cultura, como
formação artística, estética e de público; fruição e recepção crítica de bens culturais;
reflexão e construção da identidade estão ancoradas no acesso à informação. Por isso,
Milanesi (1997) entende que os três verbos fundamentais a serem conjugados num centro
de cultura são: informar, discutir e criar.
Informar seria o primeiro verbo conjugado num centro de cultura. A
informação deve estar organizada e acessível. O centro deve disponibilizar a
mais variada coleção de registros do conhecimento humano, apresentados em
livros, jornais, revistas, fotos, discos, filmes e tantos outros tipos de suporte
quanto a tecnologia permitir. As informações devem ser organizadas com os
recursos da informática, que ficam mais baratos a cada dia e que permitem o
acesso via computador e internet (RAMOS, 2006, p.103).
Ainda segundo a mesma autora, outro verbo importante a ser conjugado num centro
cultural é: discutir. A biblioteca universitária vista como centro de cultura deve
abandonar a postura passiva das antigas bibliotecas que organizavam as informações para
atender a uma demanda e passar a oferecer a oportunidade de reflexão e crítica. Devem
ser organizados seminários e ciclos de debates para que a ação de discutir potencialize a
informação e, desta forma, se torne peça fundamental da ação cultural.
Por fim, o terceiro verbo, criar, é aquele que dá sentido aos demais. É, segundo
Ramos (2006) o objetivo primeiro de um centro cultural, que deve ser gerador de
estímulos, de novos discursos, de novas propostas. Assim, junto ao acervo e às atividades
785
�de discussão, deverão estar disponíveis salas para oficinas, laboratórios, experiências
criativas, onde os frequentadores possam investigar, propor, expressar-se.
A invenção, segundo Milanesi (1997), só é possível mediante um trabalho de
organização de estímulos e eliminação de obstáculos à liberdade de expressão. As
que pedem aos homens que não inventem, que não ousem, que não saiam da rotina,
devem centrar na invenção de discursos o seu objetivo. Ou há criatividade ou não existe
Assim se dá, nestes espaços, o ciclo da ação cultural:
o público tem acesso às informações, as elabora e discute para, finalmente,
criar seu próprio discurso, expressá-lo por meio de diversas linguagens
expressivas e, sempre que possível, registrá-lo para possibilitar a uma ação
cultural contínua e permanente (RAMOS, 2006, p. 104).
Para Milanesi (1997), no que diz respeito à informação, a preocupação básica de um
centro cultural deve ser com a gerência da informação para uma determinada coletividade
e não com a gerência de um acervo. O acervo é posto a serviço da coletividade, mas a
ação que objetiva informar vai muito além dos limites de uma coleção. O autor afirma
que a base de toda atividade cultural é a disponibilidade de informações.
É preciso, essencialmente, conhecer o que já foi criado para poder criar uma nova
expressão. Mas nada disso seria possível, no mundo atual, sem a organização, o acesso e
a distribuição da informação. Por isso, a biblioteca universitária enquanto centro cultural,
além de local de encontro, criação e fruição estética, deve ser um banco de informações
culturais, com seu acervo bibliográfico, sua hemeroteca, discoteca e videoteca.
De acordo com Ramos (2006), nesse processo de promover acesso e a transmissão
do conhecimento, os autores alertam para a necessidade de se levar em conta o perfil do
usuário, suas demandas informacionais e o uso que cada frequentador do centro cultural
faz da informação ali recebida ou acessada, po
conhecimento quando de sua assimilação e incorporação ao mundo do receptor, e aquele,
p.42-43).
Cenni (1991) propõe que os centros culturais funcionem como um espaço de
e informações transmitidas pelos meios de comunicação de massa.
786
�A principal função destes espaços, nesta perspectiva, seria a de auxiliar as pessoas a
processarem os símbolos presentes em sua cultura, capacitando-se para dialogar com
estes símbolos e, inclusive, tornarem-se produtores de novos símbolos, novas
significações e novas atitudes. Assim, as bibliotecas universitárias ao atuarem como
oderiam funcionar como um espaço de leitura crítica, apropriação,
conciliação e intervenção na contemporaneidade, propondo uma relação de diálogo com a
Segundo Ramos (2006), originando-se nas bibliotecas tradicionais, os centros de
cultura têm a função primordial de garantir o direito à informação, de permitir a liberdade
de chegar ao conhecimento, discuti-lo e produzir novo conhecimento. A informação é a
matéria-prima da cultura dos homens contemporâneos. É forma e fundo, é linha e tecido,
é também o divisor de águas.
Assim, cabe às bibliotecas públicas, aqui estão incluídas as universitárias, enquanto
espaços de invenção e criatividade, fornecer aos seus usuários a matéria-prima para
transformar a realidade em que vivem e, desta forma, possibilitar que cada um, junto com
todos, possa apropriar-se de sua cultura.
A matéria-prima, no mundo contemporâneo, é a informação produzida, transmitida,
preservada. Essas instituições, nos moldes dos centros de cultura, caracterizam-se, então,
como legítimos centros de informação.
Ao tratar de biblioteca pública, enquanto local inegável aberto a transmissão do
conhecimento, que oferece oportunidades para o cidadão, o Manifesto da Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) traz a seguinte
definição e diretrizes:
a biblioteca pública é o centro local de informação, tornando prontamente
acessíveis aos seus utilizadores o conhecimento e a informação de todos os
géneros. Os serviços da biblioteca pública devem ser oferecidos com base na
igualdade de acesso para todos, sem distinção de idade, raça, sexo, religião,
nacionalidade, língua ou condição social. [...] Todos os grupos etários devem
encontrar documentos adequados às suas necessidades. As colecções e serviços
devem incluir todos os tipos de suporte e tecnologias modernas apropriados,
assim como fundos tradicionais. É essencial que sejam de elevada qualidade e
adequadas às necessidades e condições locais. As colecções devem reflectir as
tendências actuais e a evolução da sociedade, bem como a memória da
humanidade e o produto da sua imaginação. As colecções e os serviços devem
ser isentos de qualquer forma de censura ideológica, política ou religiosa e de
pressões comerciais (MANIFESTO DA UNESCO SOBRE BIBLIOTECAS
PÚBLICAS, 1994).
787
�Esse Manifesto retrata a biblioteca pública, seja ela municipal ou universitária, como
força em prol da educação, da cultura e da informação, além de instrumento
indispensável para promover a paz e a compreensão entre povos e nações, sendo, pois,
útil, deve estar de acordo com os determinantes econômicos, políticos e culturais da
população a que se de
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi desenvolvida com base em procedimentos metodológicos (métodos e
técnicas) considerados apropriados para alcançar os objetivos propostos, e envolveu fases, que
foram desde a formulação do problema até a apresentação dos resultados.
Nesta pesquisa, portanto, a partir dos conceitos teóricos acerca das bibliotecas públicas
vistas como centros culturais, pretendeu-se apresentar elementos que corroborassem a
necessidade das bibliotecas públicas universitárias atuarem como verdadeiros centros de
informação e cultura, espaços polivalentes.
Em relação à natureza da pesquisa, trata-se de uma pesquisa aplicada, pois pretende
conforme explica Moresi (2003), gerar conhecimentos que possam ser aplicados na solução
de problemas específicos, ligados, neste caso, ao campo das bibliotecas universitárias.
Quanto à forma de abordagem do problema, neste aspecto, a pesquisa é qualitativa,
pois conforme explicação de Nascimento (2008) possui especificidades não passíveis de
quantificação. A escolha também se apoiou na concepção de GONSALVES (2007), para a
qual, a pesquisa qualitativa preocupa-se com a compreensão, e com a interpretação de um
fenômeno, considerando o significado que os outros dão às suas práticas, o que impõe ao
pesquisador uma abordagem hermenêutica, ou seja, a adoção do método interpretativo.
Entende-se, portanto, que para atingir os objetivos propostos nesta pesquisa, foi
necessário compreender os fenômenos ligados às bibliotecas públicas universitárias enquanto
espaços culturais que podem possibilitar o acesso, disseminação e uso da informação e da
cultura em suas práticas culturais.
Sob o ponto de vista dos seus objetivos, é uma pesquisa exploratória, pois conforme
Gil (2009), a pesquisa exploratória tem como objetivo possibilitar uma maior familiaridade
com o problema, tornando-o mais claro. Ou ainda, é aquela que se caracteriza pelo
desenvolvimento e esclarecimento de ideias, com objetivo de oferecer uma visão panorâmica,
uma primeira aproximação a um determinado fenômeno que é pouco explorado. Esse tipo de
788
�suporte para a realização de estudos mais aprofundados sobre o tema (GONSALVES, 2007,
p.67).
Assim, ainda segundo Gil (2009), neste trabalho, podem ser identificadas a pesquisa
pesquisa bibliográfica entendese como aquela desenvolvida com base em material já elaborado, constituído a análise das
contribuições de diversos autores que já abordaram a questão.
Pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material
publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público
em geral. Fornece instrumental analítico para qualquer outro tipo de pesquisa, mas também
pode esgotar-se em si mesma.
Quanto à Identificação das fontes, foram utilizadas, em sua maioria, fontes impressas (em
papel), livros técnicos, artigos de periódicos científicos (revistas), teses e dissertações, anais
de encontros científicos; e de fontes digitais
e-books, textos da internet, oriundos de blogs,
sites, artigos de repositórios digitais.
5 RESULTADOS
Tendo em vista que o presente trabalho é de natureza exploratória, eminentemente
uma revisão de literatura, durante a pesquisa bibliográfica foram encontrados vários autores
que produziram a respeito do tema de pesquisa abordado. Para tanto, elaborou-se um quadro
comparativo dos autores mais citados no referido trabalho contendo os seguintes itens: título,
autores e ano, tema desenvolvido, principais considerações sobre o trabalho, cujo objetivo
foi apresentar uma breve análise sobre a concepção de cada autor acerca da visão que se tem
sobre biblioteca pública como centro cultural e suas proposições para que a instituição
informação e cultura, voltado não só pra o acesso, mas para a produção da cultura.
789
�Autor
BOTELHO,
Isaura.
Título
Os equipamentos culturais na
cidade de São Paulo: um
desafio para a gestão pública.
Ano
2003
CENNI,
Roberto.
Três centros culturais
cidade de São Paulo.
da
1991
COELHO
NETO, J.T.
Dicionário Crítico de Política
Cultural.
1997
JACOB,
Christian.
Prefácio. In:
BARATIN,
Marc.; JACOB, Christian. O
poder das bibliotecas: a
memória dos livros no
Ocidente.
A palavra escrita: história do
livro, da imprensa e da
biblioteca.
2008
A casa da invenção.
O que é biblioteca.
1997
1989
MARTINS,
Wilson.
MILANESI,
Luis.
2002
Principais considerações sobre a obra
Traz uma análise dos equipamentos culturais da cidade de São
Paulo, dentre eles, descreve a situação das bibliotecas públicas
da capital que em 2003 a maioria das bibliotecas realizava ações
que ultrapassavam suas obrigações tradicionais, desenvolvendo,
ao mesmo tempo, uma gama de atividades ligadas às artes
(dança, música, teatro, por exemplo), algumas funcionando
como pequenos centros culturais.
Traz conceitos sobre a função do centro cultural e sua missão de
ser um espaço que procura reativar as diferenças, diversificar o
pensamento e mostrar que há outras formas de se olhar para o
mundo além dos discursos oficializados pela escola, pela
instituição e pela mídia.
Com relação à temática discutida neste trabalho, traz a ideia
contemporânea de biblioteca vista e entendida como um centro
cultural, afirmando que se a biblioteca moderna e pré-moderna
era o lugar da coleção, a biblioteca pós-moderna se apresenta
(ou quer ser) como o lugar da informação, da discussão e da
criação, rompendo vastamente com seus modelos passados.
Traz uma definição ampla de biblioteca como lugar de memória
nacional, espaço de conservação do patrimônio intelectual,
literário e artístico, lugar de diálogo com o passado, de criação e
inovação;
livro, dos primeiros registros escritos, da imprensa, o
surgimento da instituição biblioteca e suas características ao
longo da idade antiga, média, moderna incluindo a revolução de
suas funções que, progressivamente, vai se constituindo um
centro de divulgação do saber, passando a gozar do estatuto de
instituição leiga e civil, pública e aberta.
Traz aspectos históricos da biblioteca pública no Brasil, seu
perfil e serviços quase que exclusivamente voltados ao ensino e
à pesquisa, deixando de desempenhar um papel próprio no
campo das atividades culturais; discute a relação entre
biblioteca e centro cultural e descreve vários casos de criação de
Proposições do autor
Nessa obra, Botelho não traz conceitos sobre os centros
culturais, bibliotecas, mas aponta uma série de dados
quantitativos e análise qualitativa sobre as bibliotecas
públicas da cidade de São Paulo com o objetivo de apontar
possibilidades de melhor investimento de políticas públicas
de cultura e usabilidade dos equipamentos pelas pessoas.
Propõe que os centros culturais devem proporcionar algo
que vá além dos modelos escolares, das propostas eruditas e
das práticas desinteressadas do lazer;
Propõe que estes centros criem condições para o surgimento
de uma cultura viva, uma cultura que se faz pela experiência,
que implica em consciência, entrega, disciplina e
comprometimento. Propõe ainda que os centros devam
realizar ações que integrem três campos comuns ao trabalho
cultural: criação, circulação e preservação
Não traz propostas específicas para as bibliotecas como
centros culturais, mas traz conceitos de biblioteca que
podem ser adotados para as bibliotecas universitárias na
perspectiva de se tornarem espaços de criação, diálogo,
inovação e de estímulo à imaginação e à arte e a cultura.
Não trata especificamente do conceito de bibliotecas como
centros culturais, mas traz exemplos de bibliotecas ainda na
antiguidade que tinham características de espaços para além
de acervos de livros para consulta.
Traz os desafios que deverão ser encarados pelas bibliotecas
em suas práticas culturais: informar, discutir e criar; as
bibliotecas públicas como centros culturais devem atuar
como um núcleo articulador e gerador de ações culturais de
criação; devem dispor de infraestrutura que permita o
790
�casas de cultura no país;
NUÑES,
Eloy
Martos.
RAMOS,
Kátia et. al
Espaços de leitura: projetos,
conteúdos e animação cultural.
In: RÖSING, Tânia M. K.;
BECKER, Paulo. (Orgs).
Leitura e animação cultural:
repensando a escola e a
biblioteca.
Centro de Cultura Belo
Horizonte: relatório de visita
apresentado como trabalho
Cultural
como
Centro
2002
2006
Traz conceitos e amplia a função/missão da biblioteca,
defendendo-a como um centro cultural, um lugar de encontro
onde cabem todos os cidadãos, independentemente de sua idade,
formação, sexo, classe social ou profissional. Traz a concepção
de biblioteca para todos que deve ter o compromisso em dar
respostas às necessidades informativas, de entretenimento, etc.,
que sejam solicitadas.
Traz conceitos sobre os centros culturais como
lugares onde a experiência deve se dar; espaços para
fazer circular ideias, sons, imagens, pensamentos que
de
propiciem que o frequentador explore sua própria
subjetividade e se encontre com suas próprias emoções.
Descreve os centros culturais como instituições que atuam
como espaço de encontro, experimentação e reflexão e
também como equipamento disseminador de informação.
RAMOS,
Luciene
Borges.
Centros de cultura, espaços de
informação: um estudo sobre
estudo sobre a ação do Galpão
Cine Horto.
trabalho cultural e devem propiciar o encontro criativo entre
as pessoas. Propõe também que o centro cultural deve estar
conectado à cidade, deve estar atento em responder às
demandas e anseios dos cidadãos, deve propiciar o encontro
entre as pessoas e a cidade, deve possibilitar o entendimento
dos acontecimentos contemporâneos e deve prestar serviços
à população (fornecer informações e dados, esclarecer
dúvidas, facilitar o acesso).
Propõe que é preciso saber que biblioteca queremos, que
biblioteca consideramos a mais idônea para nossos usuários,
qual vai ser o funcionamento da mesma e de cada uma de
suas seções;
Propõe que haja o conhecimento a fundo da cidade e o tipo
de biblioteca que vamos planificar e outras características,
como tipo de usuários tanto reais como potenciais, para
adaptar a biblioteca a essas características.
Propõe que sejam quais forem as condições de atuação, o
centro de cultura deve ser um espaço de descoberta, de
desvelamento da realidade, fazendo uma clara opção pelo
indivíduo numa situação coletiva; propõem ainda que as
bibliotecas públicas universitárias devem se apresentar como
sendo um espaço da comunidade acadêmica, mas também da
comunidade em seu entorno, interagindo com os
acontecimentos locais, onde as pessoas devem se sentir
convidadas a entrar e participar; estimulando seus
frequentadores a expressarem o que percebem e sentem e
possibilitando que todos participem ativamente como
criadores e se apropriem do espaço.
2008
Defende que já não é mais possível construir uma biblioteca Propõe que os centros culturais não devam estar vinculados
pública e um centro de cultura, como entidades distintas; a uma camada ou classe social, mas também não sejam
defende o centro cultural como um instrumento de prática apolíticos ou neutros em suas ações; propõe ainda que
ideológica e política, e não um posto de serviço ou um centro de promovam encontros, debates, estimulando e favorecendo a
compras culturais.
convivência.
Com o quadro, foi possível identificar que CENNI (1991), COELHO NETO (1997), MILANESI (1997), NUÑES (2002), RAMOS (2006) e RAMOS (2008) são os autores que trazem
uma série de conceitos sobre bibliotecas públicas, centros culturais e a indissociabilidade entre biblioteca pública e centro cultural visto que não há mais espaço na contemporaneidade
para bibliotecas nos moldes tradicionais. Os referidos autores trazem uma série de desafios que deverão ser encarados pelas bibliotecas públicas enquanto centros culturais: informar,
discutir e criar; atuando como núcleos articuladores e geradores de ações culturais de criação; atendendo as demandas e anseios dos cidadãos, contribuindo para a cidadania plena.
791
�6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora o Manifesto da Unesco sobre as Bibliotecas Públicas (1994) defenda que as
bibliotecas públicas, aqui inclui-se as universitárias, atuem como um centro de informação
para a coletividade, um espaço que se abre para o lazer; e de preservação da memória, sabe-se
que a biblioteca pública ainda permanece distante dessas formas de ação. É preciso que essas
bibliotecas direcionem o seu acervo e atividades a fim de atender aos desejos de seus
usuários.
Para que isso aconteça, a mudança precisa começar na escola, visto que se não há um
ensino voltado para a valorização da biblioteca enquanto espaço de acesso, produção,
disseminação e uso da informação, da cultura, da educação o povo não irá procurar essa
instituição.
A biblioteca não pode ser algo distante da população, ela deve ser um local de
encontro e discussão, um espaço onde é possível aproximar-se do conhecimento registrado e
onde se discute criticamente esse conhecimento e com base nessa reflexão se produz
conhecimento novo. Quando essa instituição não consegue cumprir essa missão, passa a atuar
como um local onde há acervos inúteis ou enciclopédias para estudante copiar verbetes.
Fica evidente, portanto, que não é possível pensar a biblioteca hoje sem que se
considere a liberdade de acesso à informação como um direito humano para o exercício do
pensamento criador. É preciso entender que há um círculo perpétuo, ou seja, a informação
produzida é organizada e colocada à disposição de um determinado público que acessa os
dados, combinando-os, faz análise e crítica, gerando um novo produto informativo que, por
sua vez, deve ser integrado num serviço que permita o acesso do público.
Nesse sentido,
o esforço deverá ser incrementar a biblioteca, transformando-a
efetivamente num centro onde não apenas se tem o acesso à produção cultural da humanidade,
mas onde também se produz cultura, pois, a partir do momento que a biblioteca assume a
função de casa da cultura, que disponibiliza uma infraestrutura que permite a realização de
uma série de atividades no campo das artes, torna-se claro que ela deixa de ser apenas lugar
de memória, preservação e acesso, passa a ser também o lugar do fazer.
Quando a biblioteca passa a ser espaço também do fazer criativo, há uma
transformação radical, uma vez que a biblioteca sempre se caracterizou como sendo uma
instituição que organiza a informação, colocando-a a disposição do público. Portanto, trata-se
de um esforço de crescimento coletivo pois é a ação que leva a repensar a informação.
792
�Milanesi já afirmava que a biblioteca só atinge plenamente a sua função quando, além de
propiciar a leitura, garante a seu público o ato de dizer e escrever.
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794
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
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Coverage
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
As bibliotecas universitárias vistas sob a perspectiva de centros culturais: informar, discutir e criar.
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Silva, Gilvanedja Ferreira Mendes da
Coverage
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata das bibliotecas universitárias vistas sob a perspectiva de centros culturais. Objetiva apresentar, discutir e refletir teoricamente sobre as bibliotecas públicas universitárias enquanto espaços polivalentes que integram o acesso ao conhecimento às ações de discussão, criação de novos conhecimentos e difusão de novas informações, além de estarem atentas às mudanças sociais, necessidades coletivas e formulações culturais características do mundo contemporâneo. Trata-se de uma pesquisa tem como objeto de estudo as bibliotecas públicas universitárias. Caracteriza-se como sendo uma pesquisa exploratória por ser estabelecida em critérios, métodos e técnicas. Utiliza-se de um método qualitativo permitindo o aprofundamento do objetivo a ser estudado a partir de levantamento bibliográfico com base em material já elaborado, constituído a análise das contribuições de diversos autores que já abordaram a questão como Milanesi (1997), Ramos (2008), Cenni (ano) abordando aspectos históricos e conceituais sobre o tema enfatizando nas considerações finais que o caminho é o do espaço polivalente, que integra o acesso ao conhecimento às ações de discussão, criação de novos conhecimentos e difusão de novas informações. Por fim, traz ainda o entendimento de Milanesi (1997) e outros teóricos acerca dos desafios que deverão ser encarados pelas bibliotecas universitárias em suas práticas culturais, são eles: informar, discutir e criar.
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pt
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Eixo I Inovação e Criação
USO DE MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: RELATO DE
EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
USE OF SOCIAL MEDIA IN UNIVERSITY LIBRARIES: EXPERIENCE REPORT OF THE
CENTRAL LIBRARY FROM THE UNIVERSITY OF BRASILIA
Resumo: O uso de mídias sociais tem se tornado cada vez mais uma necessidade para que
bibliotecas possam efetivar a promoção e o uso de seus produtos e serviços de informação. O
presente artigo tem como objetivo relatar a experiência em comunicação com mídias sociais
da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. A biblioteca sempre teve uma forte
presença nas mídias sociais, contudo viu-se a necessidade da criação de uma comissão de
comunicação em mídias sociais, além da parceria com a secretaria de comunicação da
universidade para a realização de reuniões, workshops e capacitação. As mídias sociais usadas
na biblioteca são descritas, com especial atenção para a página oficial no Facebook, bem
como os exemplos das ações realizadas. Estatísticas e ações de acessibilidade são exploradas
e detalhadas. Constatou-se aumento de acesso e engajamento dos usuários por meio das
mídias sociais após a criação da comissão, além de uma alavancada na gestão de suas
comunicações e gestão nos perfis oficiais da Biblioteca Central nessas mídias.
Palavras-chave: Marketing. Mídias sociais. Acessibilidade. Bibliotecas universitárias.
Abstract: Use of social media has become an increasing necessity for libraries in order to
effectively promote and use their information products and services. This paper aims to report
on the experience in communication with social media from the Central Library of the
University of Brasília. The library has always had a strong presence in social media.
However, it felt the need to create a communication committee in social media and strike a
meetings, workshops, and training. The social media profiles used by the library are described
in this paper, with special attention to the official Facebook page, as well as some examples of
the actions taken. Statistics and accessibility actions were explored and thoroughly detailed.
After the creation of the commission, there has been a noticeable increase in users' access and
engagement through social media, as well as an improvement in the management of their
communications and in the handling of the official profiles of the Central Library in these
media.
761
�Keywords: Marketing. Social media. Accessibility. Academic libraries.
1 Introdução
As mídias sociais e a tecnologia agregada fizeram com que muitas instituições,
empresas, bibliotecas e demais órgãos utilizem estes meios de comunicação para alcançar
seus usuários/clientes. Muitas bibliotecas já estão ativas no uso de mídias sociais, a gestão
entra como fator crucial para o sucesso e o engajamento dos usuários nas ações das
bibliotecas, principalmente nas bibliotecas universitárias, foco deste artigo.
O artigo tem como objetivo relatar a experiência da Biblioteca Central da
Universidade de Brasília (BCE/UnB) no uso das mídias sociais, sendo assim uma pesquisa
descritiva. Foi criada uma comissão, composta por bibliotecários e um profissional da área de
design gráfico, além da parceria com a secretaria de comunicação da universidade que
capacitou a equipe por meio da realização de reuniões e workshops presenciais. Exemplos das
ações realizadas pela BCE nas mídias sociais são citados, demonstrando que a capacitação da
equipe foi fundamental para a melhoria da gestão e do uso das mídias no processo de
promoção dos produtos e serviços. São apresentadas estatísticas que comprovam o aumento
no número de usuários das mídias, consequentemente um aumento das interações entre a BCE
e seus seguidores no ambiente digital.
2 Mídias sociais
O uso de mídias sociais tem se tornado cada vez mais uma necessidade para que
bibliotecas possam efetivar a promoção e o uso de seus produtos e serviços de informação. Na
era dos smartphones, onde os dados são armazenados rapidamente e a comunicação é feita de
forma instantânea, torna-se imprescindível que empresas e organizações estejam conectadas
com seus consumidores e usuários. A comunicação é o condutor para que as organizações se
mantenham ativas e alcancem seus objetivos, mesmo que não tenham como foco o lucro,
como é o caso de bibliotecas.
As mídias sociais fazem parte da era Web 2.0, na qual usuários possuem total
consolidaram como alternativas aos meios de comunicação tradicionais (TV, rádio, revistas,
jornais, etc.) e seu público, e vêm oferecendo a possibilidade de dar um toque mais humano a
Fagundes (2016, p. 7):
762
�As mídias sociais contribuem tanto para as empresas (vendas) quanto para os
usuários (compras), proporcionando uma satisfatória amplitude de pesquisas. Além
disso, apresenta-se com uma característica contemporânea, que é a criação de laços
de proximidade através das redes sociais, transformando o típico mercado digital
para uma relação bilateral, possibilitando o diálogo entre vendedor e comprador,
mesmo através dos canais eletrônicos e automatizados, quebrando, portanto, a
sensação de ausência da negociação.
Com as mídias sociais, o usuário tem a possibilidade de ser um crítico imediato de
uma publicação e pode até mesmo disseminar as informações para uma rede de contatos sem
que haja nenhum tipo de permissão por parte de quem publica. Portanto, os profissionais que
atuam na área de comunicação das organizações devem criar formas de atrair o público-alvo
utilizando as mídias sociais de forma criativa e atrativa, sem esquecer, contudo, que é
necessário manter níveis mínimos de boa conduta e regras de uso, assim como ocorre no
ambiente físico.
3 Mídias sociais e bibliotecas universitárias
As mídias sociais, também denominadas redes sociais que utilizam as novas
Brasil, a primeira rede que se popularizou foi o Orkut no ano de 2004. Criada em parceria
com a empresa Google, o Orkut permaneceu ativo por dez anos chegando a quase 30 milhões
de usuários (WIKIPEDIA, 2018). Ao longo do tempo, outras redes importantes surgiram,
destacando-se: Facebook, Twitter, Instagram, Linkedin, Youtube, Pinterest, Whatsapp e
Snapchat (CUSTÓDIO, 2017). Considerando que o uso das mídias sociais é uma realidade
que promove a comunicação e a conexão entre pessoas e organizações, é fato que bibliotecas
enquanto espaços de promoção e uso da informação sob diferentes meios devem tornar
indissociável o marketing com relação às mídias sociais. Salgado e Pacios (2016) nomeiam
esta interação de social media marketing, no qual toda a promoção e divulgação dos serviços
da biblioteca é feita por meio das redes sociais. Os autores analisam o social media marketing
especificamente em bibliotecas universitárias:
É pois neste contexto que a web social assume um papel de relevo no âmbito da era
digital, dando origem ao termo social media marketing, isto é, toda a divulgação e
promoção realizada através dos social media. O que no caso das bibliotecas
académicas corresponderá à divulgação dos serviços, atividades, recursos, notícias e
respetiva marca, através da web social (SALGADO; PACIOS, 2016, p. 16).
O contexto universitário é propício para o sucesso do uso das mídias sociais, já que
seu público é formado em grande parte por pessoas jovens que cresceram envoltas na era das
763
�denominadas tecnologias de informação. Além disso, Calil Júnior (2013, p. 1056) faz a
seguinte análise sobre a biblioteca universitária:
Neste contexto, alguns dos atores do mundo acadêmico estão entre aqueles que mais
circulam no ciberespaço, que vem se tornando um dos mais importantes, se não o
principal, lócus de produção, circulação e disseminação da informação. E, ao
acompanhar essa ocupação do ciberespaço por parte desses atores, é possível
afirmar que entre as bibliotecas brasileiras, as universitárias vêm se destacando no
uso das ferramentas colaborativas.
Estudo realizado na Biblioteca da Universidade de Liverpool por Chatten e Rouhley
(2017) confirma que o uso das mídias sociais é uma necessidade para o sucesso da
comunicação efetiva com os usuários. Para isso é necessário a formação de equipes
multidisciplinares dentro da instituição que fiquem responsáveis por planejar e gerenciar os
conteúdos postados nas diferentes plataformas que são utilizadas pela biblioteca (Facebook,
Twitter e Instagram). Os autores também recomendam conhecer e saber diferenciar as
diferentes redes, já que cada uma possui objetivos e atributos específicos.
4 Mídias sociais, bibliotecas universitárias e acessibilidade
As bibliotecas universitárias, apresentam destaque no uso das mídias sociais, o que de
certa maneira, é impulsionado pelo fato de possuírem ambientes multidisciplinares formados
por públicos diversos e que possuem como característica principal a universalização do
acesso à informação. Ademais, não se pode relegar o dever social, especialmente com relação
à inclusão e acessibilidade de pessoas com deficiência.
No Decreto n°. 5296 de 2004 que trata das normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, o
termo acessibilidade é definido como:
condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida (BRASIL, 2004).
No capítulo que trata do acesso à informação e à comunicação da lei brasileira de
inclusão da pessoa com deficiência, lei n°. 13.146 de 2015, inclui recomendações de
acessibilidade e inclusão para pessoas com deficiência, tais como: a obrigatoriedade de
acessibilidade das páginas da internet, iniciativas do poder público para adotar medidas de
incentivo de produção, distribuição e comercialização de livros em formatos acessíveis, além
também de estimular a adaptação de artigos científicos, entre outras recomendações. A
mesma lei tem capítulo sobre tecnologia assistiva (BRASIL, 2015).
764
�A biblioteca faz parte do desenvolvimento acadêmico dos alunos, sendo
imprescindível dar atenção à acessibilidade e a inclusão, principalmente digital, em suas
múltiplas necessidades. Fialho e Silva (2012) num estudo sobre acessibilidade de deficientes
visuais em bibliotecas universitárias, constatam que os usuários com deficiência visual
tendem a ser mais autônomos na busca informacional desde que os instrumentos sejam
adequados, e além disso, as bibliotecas devem adequar suas unidades para atender a qualquer
importante na permanência da pessoa com deficiência no ensino superior e, por isso, devem
atuar ativamente na
5 Relato de experiência: comissão de comunicação em mídias sociais da BCE/UnB
No primeiro semestre de 2017, a direção da BCE/UnB solicitou à Secretaria de
Comunicação da UnB (Secom/UnB) apoio e orientações sobre como melhorar as práticas de
comunicação da biblioteca, tanto interna como externamente. Um estudo junto à BCE/UnB
foi realizado pela Secom/UnB. Nesse trabalho foi sugerido à direção que algumas alterações
fossem realizadas, principalmente com relação à comunicação externa da biblioteca em seus
meios de comunicação, como suas mídias sociais e site institucional.
Diante dessas sugestões, em maio de 2017 foi criada a Comissão de Comunicação em
Mídias Sociais da biblioteca (CMS/BCE), composta por sete bibliotecários, com o apoio de
um estagiário de design gráfico, sendo oficializada em julho do mesmo ano, com a publicação
de um ato oficial do Diretor da BCE/UnB.
A capacitação da Comissão foi realizada com apoio da Secom/UnB, que ofereceu dois
treinamentos para a equipe: um workshop em redes sociais, em maio de 2017; e um workshop
em produção de conteúdo, em junho de 2017. Inicialmente, foi pensado que a Comissão
poderia ser dividida em um conjunto de pessoas responsáveis pela produção de conteúdo e
outro responsável pela gestão das mídias sociais. Contudo, praticamente todos os membros da
Comissão participaram de ambos os treinamentos.
Após treinamentos e novas orientações passadas pela Secom/UnB, algumas decisões
foram tomadas a fim de otimizar e melhorar ainda mais o desempenho das mídias sociais e
site da BCE/UnB.
Em maio de 2017, quando a Comissão foi criada, a biblioteca contava com quatro
ferramentas de mídias sociais, além de seu site institucional:
Página oficial da BCE no Facebook: https://pt-br.facebook.com/unb.bce/
765
�Perfil da BCE no Twitter: https://twitter.com/bceunb
Perfil oficial da BCE no Instagram: https://www.instagram.com/bceunb/
Canal da BCE no YouTube: https://www.youtube.com/user/BCEUnB
Site institucional da BCE: www.bce.unb.br/
Destes, a página da BCE no Facebook, o perfil do Instagram e o site institucional
possuíam frequências em suas publicações.
A comunicação veiculada no site institucional da BCE, de forma geral, sempre fora
conduzida pelas equipes do Núcleo de Informática e Tecnologia (NIT), Gerenciamento da
Informação Digital (GID) e, principalmente, pelo setor de Referência (REF). Os avisos e
notícias tinham, e têm, a prática de serem publicados tanto na página oficial da BCE no
Facebook quanto no site institucional. O conteúdo principal dessas publicações foram e são:
avisos sobre o funcionamento da biblioteca e informativos sobre seus serviços oferecidos,
como treinamentos em base de dados e eventos.
A participação da BCE no Twitter e Instagram sempre ficou a cargo dos colegas que
alimentavam a página do Facebook e do site. Contudo, essas mídias não eram prioridade nas
comunicações gerais com os usuários. O Twitter não possuía uma rotina de publicação ativa,
diferente do Instagram que sempre foi mais utilizado para publicar as imagens da biblioteca e
demais interações com cunho fotográfico.
Após a criação da Comissão, decidiu-se utilizar a ferramenta TweetDeck para
agendamento das publicações no perfil da BCE no Twitter. As postagens nesta plataforma são
caracterizadas por mensagens mais instantâneas e diretas, logo, as postagens precisam ser um
pouco diferentes das demais mídias. Após o uso da ferramenta de programação de postagens e
da ressignificação das publicações feitas, percebeu-se um ganho nas interações dos seguidores
do perfil da biblioteca no Twitter.
766
�Figura 1: Programação no TweetDeck do perfil oficial da BCE no Twitter
Fonte: TweetDeck do perfil oficial do Twitter da BCE/UnB, 2018
O perfil oficial da BCE no Instagram continuou sendo alimentado, em geral com
publicações diversas das feitas no Twitter e Facebook da biblioteca. Nessa mídia é possível
participar de algumas tags mundiais e nacionais promovidas por bibliotecas, além de realizar
uma interação mais próximas com outras unidades de informações e seus usuários.
Figura 2: Perfil oficial da BCE no Instagram
Fonte: Perfil oficial no Instagram da BCE/UnB, 2018
5.1 Página oficial da BCE/UnB no facebook
Quando a comissão (CMS/BCE) foi criada, a página do Facebook já contava com uma
presença significativa na rede, com mais de doze mil curtidas e um bom número de
interações, o que a configurava já como um canal de comunicação reconhecido e necessário
entre a biblioteca e seus usuários. Apesar disso, não possuía uma equipe formal que a
gerenciasse, funcionando com a colaboração dedicada de alguns servidores voluntários que
alimentavam a página, além da equipe de Referência da biblioteca, que cuidava de publicar
767
�postagens informativas da instituição, com especial atenção para notícias sobre
funcionamento da biblioteca e produtos e serviços oferecidos por este setor. Algumas
tentativas de normatização e periodicidade de publicações foram realizadas, contudo nem
sempre com êxito, já que nem todos os servidores com acesso à página realizavam postagens
com frequência fixa ou com pautas pré-estabelecidas.
Uma das primeiras recomendações da Secom/UnB foi a de reduzir o número de
servidores que possuíam autorização de postar na página. À época foi constatado que havia
mais de 10 colegas com acesso irrestrito à página, ou seja, com perfis de administradores.
Outra questão levantada pela Secom/UnB, e já suscitada pelos colegas que geriam a página
anteriormente, era a necessidade de consolidar e atualizar a Política de Moderação da página,
que estava um pouco frágil. Uma das ações realizadas diante dessas situações foi decidir e
redefinir as autorizações de acesso da página entre administradores e editores. A Política de
Moderação foi alterada e ficou bastante próxima com a política já existente na página oficial
da UnB, feita pela própria Secom/UnB, que contemplou com sucesso as necessidades da
página da BCE.
A Comissão, assim como os antigos colegas responsáveis pela página, sentiram a
necessidade de ter essa política de moderação mais específica e detalhada, para evitar
possíveis mal entendidos, como, por exemplo, possibilidades de banimento de seguidores ou
exclusão de interações ou comentários impróprios, baseados nas normas definidas na política.
Além de buscar pela saudável prática da comunicação nas mídias sociais, levou-se em
consideração o respeito à dignidade humana e aos direitos humanos com o objetivo de
alcançar a missão e os valores tanto da BCE como da própria UnB.
Outra grande questão que se colocou à época para a Comissão foi a tarefa de
padronizar os avisos e informativos gerais da biblioteca, tanto no site quanto na página oficial
do Facebook, os dois principais canais de comunicação virtual desse tipo de informação da
BCE com seus usuários. Novas artes padronizadas foram criadas e esse tipo de postagem
começou a ser publicada com uma nova identidade visual. Com a colaboração do profissional
em design gráfico, as demais imagens publicadas na página também seguiram uma identidade
nova, sempre procurando seguir o manual da marca da UnB e as orientações da Secom/UnB.
Outra grande prática agregada pela Comissão foi a de promover acessibilidade nas
publicações. Foi incorporada a hashtag #PraCegoVer em todas as postagens do site e do
Facebook da BCE.
768
�5.2 #PraCegoVer
Em julho de 2017, uma das autoras, após a participação no I Encontro Internacional de
Estudos de Usos e Usuários da Informação, propôs uma mudança nas redes sociais da BCE. A
proposta tinha o objetivo de trazer acessibilidade para pessoas com deficiência visual, por
meio da descrição das imagens elaboradas para a página do Facebook da biblioteca. O
trabalho iniciou-se com a pesquisa e a elaboração do projeto, que foi apresentado para a
direção da BCE e logo após, para a Comissão Permanente de Comunicação em Mídias
Sociais. Na ocasião, foram apresentados diversos exemplos de outras instituições, públicas e
privadas, que já estavam descrevendo suas imagens nas páginas do Facebook e outras mídias.
Os membros da Comissão receberam um material informativo, que incluía explicações sobre
o ingresso e permanência de pessoas com deficiência no ensino superior, a forma como esses
usuários interagem com a informação e como as descrições deveriam ser realizadas. Houve
uma necessidade de repensar o processo de elaboração de postagens: a imagem deveria
complementar o texto incluído na postagem, e não ser apenas uma repetição de informações.
A partir desse momento, as postagens do Facebook precisavam incluir a tag
#PraCegoVer e, logo após a descrição da imagem elaborada. Algumas instituições utilizam
outros formatos. A hashtag, no formato que foi escolhido para a BCE, foi idealizada pela
professora baiana Patrícia Braille, pioneira no uso de descrição de imagens no Facebook100.
No dia 11/07/2017, foi publicada a primeira postagem incluindo a hashtag
#PraCegoVer. A iniciativa repercutiu de forma positiva. A descrição passou a ser adotada no
site da BCE, sempre que as publicações envolvessem imagens. No dia 18/08/2017, elaborouse uma postagem com dois objetivos: anunciar que a biblioteca tinha aderido ao projeto e dar
informações básicas sobre o que é o #PraCegoVer.
Figura 3: Primeira publicação na página oficial da BCE no Facebook do #PraCegoVer
Fonte: Página oficial do Facebook da BCE/UnB, 2018.
Para saber mais: https://goo.gl/YNRUZ5
769
�As bibliotecas, ao se inserirem no contexto de mídias sociais, precisam estar atentas à
multiplicidade de usuários e as suas necessidades específicas. A descrição se faz necessária,
pois os leitores de tela utilizados por pessoas com deficiência não são capazes de reconhecer
imagens.
Ao incluir descrições de imagens em suas mídias, a BCE está reafirmando o respeito à
pessoa com deficiência visual e o compromisso com as legislações vigentes, contribuindo
para a permanência desses usuários no ensino superior e com a democratização do acesso à
informação.
6 Facebook da BCE - breve histórico
Para realizar uma análise da evolução da página oficial da BCE no Facebook, foi
realizada uma coleta de dados dentro das próprias estatísticas fornecidas pela rede social,
baseada numa abordagem metodológica mista (quantitativa e qualitativa). O recorte de tempo
escolhido para a análise foi de 30 de janeiro de 2017 a 30 de janeiro de 2018. O dados
analisados foram: aumento da quantidade e média de crescimento de seguidores, assim como
exemplos de publicações realizadas na página desde sua criação. Desta maneira, procurou-se
realizar uma análise da evolução da presença da BCE no Facebook nesse período, com foco
nas ações realizadas após a criação da Comissão.
De 30 de janeiro de 2017 a 30 de janeiro de 2018A página da BCE no Facebook saltou
de 11.490 seguidores para 13.786, conforme gráfico abaixo:
Figura 4: Total de seguidores da página oficial da BCE no Facebook
Fonte: Página oficial do Facebook da BCE/UnB, 2018.
Em 8 de julho de 2017, dois dias depois da edição do ato que criou a comissão em
mídias sociais da BCE, o número de seguidores era 12.417. Nesse mesmo período de um ano,
770
�o número de seguidores que começaram a seguir a página foi em média, maior do que o
número de seguidores que deixaram de seguir.
Figura 5: Seguidores da página oficial da BCE no Facebook
Fonte: Página oficial do Facebook da BCE/UnB, 2018
A primeira postagem na página foi feita em 01 de junho de 2011:
Figura 6: Primeira publicação na página oficial da BCE no Facebook
Fonte: Página oficial do Facebook da BCE/UnB, 2018.
Neste primeiro momento, boa parte das postagens consistia em avisos sobre o
funcionamento da biblioteca e divulgação de alguns serviços, como os então recém-criados
Repositório Institucional e Biblioteca Digital de Monografias, além de alguns eventos da
771
�Universidade. Já nessa época, algumas datas comemorativas eram lembradas, como o dia do
filatelista, em postagem de 5 de março de 2013.
A partir de 2015, o olhar sobre o Facebook se intensificou. Era preciso explorar mais
essa forma de comunicação com nosso público-alvo. Estabeleceu-se que uma pessoa de cada
setor teria acesso à página e cada setor poderia fazer uma publicação semanal (ou mais).
Nesse período, alguns quadros fixos foram criados, como o #bookfacefriday:
Figura 7: Publicação do #BookFaceFriday na página oficial da BCE no Facebook
Fonte: Página oficial do Facebook da BCE/UnB, 2018.
de pessoas da equipe (com prévia autorização) com uma breve descrição a respeito delas; o
colaboradores indicavam livros para os usuários conforme seus gostos pessoais.
Em eventos como a
eventos físicos e as redes sociais, um complementando o outro.
Nesse mesmo ano, foi muito intensivo o uso dos memes, para dar um ar mais divertido
aos avisos. O resultado foi uma maior interação dos usuários:
772
�Figura 8: Publicação de memes na página oficial da BCE no Facebook
Fonte: Página oficial do Facebook da BCE/UnB, 2018
Atualmente, a página mantém os avisos, agora devidamente padronizados
esteticamente. Algumas das publicações promovidas são as dicas voltadas para o universo
acadêmico e campanhas como o Setembro Amarelo (prevenção ao suicídio), Outubro Rosa
(prevenção ao câncer de mama) e Novembro Azul (prevenção ao câncer de próstata).
7 Considerações Finais
A BCE já tinha perfis ativos nas principais mídias sociais, contudo a criação da
comissão, a parceria com a secretaria de comunicação da universidade, o planejamento das
ações a serem publicadas, e, principalmente, o feedback dos usuários fizeram com que a
visibilidade da biblioteca aumentasse perante a comunidade acadêmica, tornando as mídias
sociais adotadas um meio efetivo de divulgação dos produtos e serviços oferecidos pela
biblioteca. Constatou-se aumento de acesso, uso e engajamento dos usuários por meio das
mídias sociais e site da biblioteca, assim como a inclusão da prática de acessibilidade, por
meio da hashtag #PraCegoVer, contribuindo para uma comunicação mais cidadã e
democrática.
Diante da experiência da BCE com o uso institucional das mídias sociais e da
literatura da área que trata do assunto, é possível afirmar que as unidades de informação que
trabalham com essas mídias possuem uma grande chance de alavancar sua capacidade de
transferir conteúdo informacional de forma orgânica e ao mesmo tempo funcional, ao
proporcionar um contato rápido e ativo, além de acessível, com seus usuários.
773
�Referências
ANJOS, Cláudia Regina dos. A presença da biblioteca universitária nas mídias sociais: um
estudo baseado no sistema de bibliotecas da UFRJ. Biblionline, João Pessoa, v. 12, n. 4, p.
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8 de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e
10.098, de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade
reduzida, e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/decreto/d5296.htm>. Acesso em: 3
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BRASIL. Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da
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em bibliotecas universitárias: estudo aplicado na Biblioteca Digital e Sonora da Universidade
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CUSTÓDIO, Mônica. Conheça as dez redes sociais mais usadas no Brasil. Spoiler: Facebook
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775
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Uso de mídias sociais em bibliotecas universitárias: relato de experiência da Biblioteca Central da Universidade de Brasília.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Dantas, Gabriella Lima
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O uso de mídias sociais tem se tornado cada vez mais uma necessidade para que bibliotecas possam efetivar a promoção e o uso de seus produtos e serviços de informação. O presente artigo tem como objetivo relatar a experiência em comunicação com mídias sociais da Biblioteca Central da Universidade de Brasília. A biblioteca sempre teve uma forte presença nas mídias sociais, contudo viu-se a necessidade da criação de uma comissão de comunicação em mídias sociais, além da parceria com a secretaria de comunicação da universidade para a realização de reuniões, workshops e capacitação. As mídias sociais usadas na biblioteca são descritas, com especial atenção para a página oficial no Facebook, bem como os exemplos das ações realizadas. Estatísticas e ações de acessibilidade são exploradas e detalhadas. Constatou-se aumento de acesso e engajamento dos usuários por meio das mídias sociais após a criação da comissão, além de uma alavancada na gestão de suas comunicações e gestão nos perfis oficiais da Biblioteca Central nessas mídias.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5430/SNBU2018_060.pdf
3e20ee14b26697615371d97ec5091da7
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Eixo I
Inovação e Criação
RECURSOS ELETRÔNICOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: PANORAMA
MUNDIAL
ELECTRONIC RESOURCES IN UNIVERSITY LIBRARIES: GLOBAL OVERVIEW
Resumo: Na sociedade da informação as tecnologias de informação auxiliam na
democratização do acesso a informação e possibilitam que as bibliotecas disponibilizem a
seus usuários variados recursos informacionais entre os quais os documentos eletrônicos e
digitais, tais como livros eletrônicos, bases de dados e periódicos eletrônicos. O presente
estudo objetiva verificar a denominação utilizada pelas bibliotecas, ao redor do mundo, para
se referir a estes recursos. Com relação aos objetivos este estudo é exploratório com
abordagem quali-quantitativa, além de bibliográfico e documental para a construção do
corpus de análise, que considerou as bibliotecas universitárias das cinco melhores
universidades por região estabelecidas pelo QS World University Rankings 2018. Da análise,
observou-se que a maior parte das bibliotecas utilizam uma denominação para agrupar os
rsos mais
encontrados nessa denominação são periódicos eletrônicos, bases de dados e livros
eletrônicos. Constatou-se que a falta de precisão no uso de denominações e definições é
generalizada e que não existe um consenso quando se trata de abordar recursos informacionais
que existem como consequência do desenvolvimento das tecnologias de informação.
Palavras-chave: Recursos eletrônicos. Bibliotecas universitárias. Documentos eletrônicos.
Documentos digitais.
Abstract: In the society of information, information technologies support on democratization
of access to information and enable libraries to provide users with a variety of information
resources, including electronic and digital documents, such as electronic books, databases and
electronic journals. This study aims to analyze the denomination used by libraries around the
world to refer to these resources. Regarding the objectives, this is an exploratory study with
qualitative and quantitative approach, as well as a bibliographic and documentary study to
build a corpus analysis, which considered libraries of the top five universities per region,
according to the QS World University Rankins 2018. The analysis showed that the majority
of the libraries use a denomination to group resources in electronic and digital format and that
and that most of the resources found under this denomination are electronic journals,
747
�databases and electronic books. It was noted that the lack of accuracy on the use of
denomination and definition is widespread and that there is no consensus when it comes to
approach information resources that exist as a consequence of information technology
development.
Keywords: Electronic resources. University libraries. Electronic documents. Digital
documents.
1 INTRODUÇÃO
A chamada sociedade da informação, marcada sobretudo pelo uso das tecnologias na
democratização do acesso e na produção e disseminação da informação, criou novas
demandas de suporte, de busca e identificação da informação, sobretudo no meio científico.
Surgem, a partir do desenvolvimento das Tecnologias de Informação e de
armazenar as informações, que dão origem aos documentos eletrônicos e digitais.
Miranda (2003, p. 11
migração dos documentos e dos demais registros do conhecimento para a era digital
desencadeou modificações nos conceitos da área da Ciência da Informação, e seus
pesquisadores tiveram que repensar a biblioteca, a localização e o acesso aos documentos
(OLIVEIRA, 2005).
conteúdos, principalmente científicos, e que um dos papeis das bibliotecas é o de servir como
mediadora entre as informações e quem delas necessitam, estas tiveram que se reorganizar, ou
seja, tornou-se necessário, além da disponibilização de novos tipos de recursos, como livros
eletrônicos, bases de dados online e periódicos eletrônicos, também pensar em uma
denominação adequada, que considere nomenclaturas, conceitos e definições a serem
aplicadas à área da ciência da informação. Neste sentido pretende-se verificar a abordagem
utilizada pelas bibliotecas, ao redor do mundo, para denominar e conceituar recursos de
informação que surgem a partir dos suportes eletrônicos, tais como documentos eletrônicos e
digitais.
Este estudo se justifica no sentido de apresentar, para a área da Ciência da Informação
bem como para os profissionais que atuam em bibliotecas universitárias, um panorama
mundial da abordagem utilizada pelas bibliotecas para indicar, em suas coleções, recursos que
748
�o intuito de oferecer uma reflexão acerca do
assunto.
Para isso, primeiramente explana-se brevemente sobre as transformações com oferta
de recursos informacionais em meio eletrônico e o tipos de publicações comumente
disponibilizados pelas bibliotecas, como livros eletrônicos, periódicos eletrônicos e bases de
dados.
2
AS
TRANSFORMAÇÕES
NOS
RECURSOS
INFORMACIONAIS
E
AS
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Para melhor compreender o impacto dos recursos eletrônicos no campo da Ciência da
Informação, em especial na área da Biblioteconomia, torna-se necessário apresentar uma
contextualização sobre o tema.
As novas tecnologias de informação e comunicação contribuíram para a evolução dos
suportes de informação e alteraram a maneira como a informação é processada, com
mudanças na seleção, armazenamento, recuperação e disseminação e que culminaram no
sistema eletrônico de informação com outra realidade para acesso e uso da informação.
o rompimento de barreiras geográficas, a livre circulação
passam a reunir suportes não convencionais, facilitando a
disseminação da informação em tempo real (BENÍCIO, SILVA, 2005, p. 3).
Nesse sentido, o uso de recursos eletrônicos em bibliotecas, teve início na década de 1960,
com o desenvolvimento do Machine Readable Castaloging
(MARC), ou seja, trinta anos antes do
surgimento da World Wide Web na década de 90, quando surgem os catálogos online que alteram a
forma com que os usuários acessam os recursos das bibliotecas. Entre esse período, as bibliotecas
oferecem outros recursos eletrônicos, como alguns exemplos, citam-se o acesso a bases de dados, a
conjuntos de dados como censos e dados de pesquisa, softwares, dados em disquetes que continham
(BHARDWAJ;
SHARMA, 2015, p, 2, tradução nossa).
Entretanto, apesar da biblioteconomia reconhecer como recursos eletrônicos tudo o que pode
ser potencializado pelo uso das tecnologias de informação e pelo computador para tornar os recursos
98
Catalogação legível por computador. O formato MARC mudou a forma de processar e acessar os recursos da
biblioteca e surgiu da necessidade de automação e da definição de padrões de dados em um momento crítico
do desenvolvimento das tecnologias (BHARDWAJ; SHARMA, 2015).
749
�das biblioteca mais acessíveis, quando se fala em recursos eletrônicos enquanto coleção das
bibliotecas o sentido tem substancialmente sofrido alterações. Bhardwaj e Sharma (2015, p. 2,
tradução nossa) consideram recursos eletrônicos como sinônimo de publicações eletrônicas, uma vez
que apresentam a seguinte definição para e-resources
lentamente pela publicação eletrônica. Este novo meio de publicação deu margem para meios mais
eficientes de armazenamento, manu
Nesse sentido, existe uma diversidade de
instituições
estão produzindo, transformando e adaptando seus documentos em formato eletrônico: livros,
periódicos, bases de dados, planilhas, imagens, gravações sonoras, material gráfico,
fotografia, páginas da Web
DIAS; SILVA; CERVANTES, 2012, p. 46). Para as
autoras,
de apresentação da
DIAS; SILVA; CERVANTES, 2012, p. 49).
A International Federation of Library Associations and Institutions99 (IFLA)
apresenta um guia para as bibliotecas desenvolverem suas coleções de recursos eletrônicos,
sendo que considera estes como todos os materiais que requerem acesso via um computador,
seja ele portátil ou não, podendo o acesso ocorrer no local, remotamente ou pela internet
(IFLA, 2012). Como exemplos destes recursos citam-se os periódicos eletrônicos, os livros
eletrônicos, imagens eletrônicas, recursos eletrônicos audiovisuais e as bases de dados, que
podem ser de texto completo, de índices e resumos, de referência (biografias, dicionários,
diretórios, enciclopédias, etc), numéricas e estatísticas (IFLA, 2012). Bhardwaj e Sharma
(2015) ainda acrescentam informações baseadas na Internet e CDROM.
Os recursos eletrônicos apresentam algumas características, tais como: podem ser
utilizadas simultaneamente por mais de um usuário, seu acesso pode ser realizado sempre que
necessário, não há necessidade de utilizar espaço físico da biblioteca, contém informaçoes
multimídia, não há necessidade de processamento técnico e físico do material, gera serviços
de alerta automaticamente e facilidade na busca e recuperação da informação (BHARDWAJ;
SHARMA, 2015).
O gerenciamento destes recursos criou uma mudança de paradigma nas bibliotecas em
vários níveis. As conseqüências dessa mudança na publicação e acesso à informação
continuam a ser sentidas em toda a biblioteca, uma vez que se tenta lidar com dois paradigmas
simultaneamente, o antigo, das bibliotecas enquanto espaço físico para uso e provedor de
serviços e de recursos impressos e o novo, com plataformas de recursos eletrônicos e sistemas
99
Federação Internacional das Instituições e Associações Bibliotecárias. É uma organização internacional de
bibliotecas que representa os interesses de bibliotecas, serviços de informações e seus usuários (IFLA, 2012).
750
�de descoberta, fornecimento de acesso com serviços online e ferramentas tecnológicas de
pesquisa (MANGRUM; POZZEBON, 2012).
Para as bibliotecas, os recursos eletrônicos representam um elemento cada vez mais
importante para o desenvolvimento de suas coleções (IFLA, 2012), além de estarem se tornando cada
vez mais fundamentais para a comunidade acadêmica (BHARDWAJ; SHARMA, 2015). Para as
bibliotecas universitárias, torna-se fundamental uma adaptação a esse mundo digital além de adequarfunções
para se tornar um sistema de informação universitário unificado, ampliando sua missão de conservar e
preservar o ensino e realizar a pesquisa nas suas coleções para torná(SAN JOSE MONTANO, 2014, p. 95, tradução nossa).
A seguir são especificados alguns recursos de informação eletrônicos, como livros,
periódicos e bases de dados.
Para a IFLA (2012), livro eletrônico é um livro em formato digital para empréstimo ou
uso via um navegador de internet, um computador ou um outro dispositivo eletrônico como
um leitor de livros eletrônicos (e-reader). O que diferencia um livro impresso de um livro
eletrônico, para Darnton (2010), é que o segundo pode ser organizado em forma de pirâmide e
pode conter diversas camadas, ou seja, os leitores podem fazer o download, podem ir com um
clique em outra camada do livro, podem contar com iconografia, música de fundo, corpus de
documentos, ler horizontalmente, verticalmente ou diagonalmente, enfim, pode ter a
disposição os mais variados mecanismos que permitam a compreensão a respeito do tema
estudado.
Já os periódicos eletrônicos continuam com a mesma função dos impressos, ou seja,
ser um veículo de comunicação entre estudiosos e cientistas, com a única diferença que os
eletrônicos são projetados para serem lidos somente ou prioritariamente em rede
(TAMMARO; SALARELLI, 2008). Para a IFLA (2012), é uma publicação periódica
eletrônica disponível em formato digital que pode ser acessada via um navegador de Internet,
um computador ou outro dispositivo eletrônico.
Bases de dados são coleções de dados armazenados em um computador ou servidor,
para seu rápido acesso e recuperação. (IFLA, 2012). Podem ser consideradas como grandes
arquivos de informações digitalizadas, que são atualizados, sendo que o conteúdo pode tanto
ser criado pelo editor como ser a agregação de materiais publicados em outras entidades,
normalmente apresentando acesso pela Internet, podem ser relacionadas a assuntos
específicos e são organizadas com o objetivo de facilitar a recuperação, como exemplo citam751
�se registros bibliográficos, texto completo, imagens, estatística, entre outros (TEXAS A&M
UNIVERSITY CORPUS CHRISTI, 2006).
Vale destacar que os recursos informacionais em meio eletrônico vem alterando o
paradigma do desenvo
tecnologias da informação em bibliotecas, certamente revolucionou todos os processos e
informacional em me
perenidade das coleções digitais disponíveis na Internet e sua influência no conhecimento
desenvolvimento de coleções enquanto instrumento para identificar, selecionar e categorizar o
Nesse sentido, acredita-se que o presente estudo cujo foco é verificar as denominações
que vem sendo utilizadas nas bibliotecas universitárias para designar os recursos advindos das
TICs possa contribuir para identificar como os bibliotecários estão lidando com tais recursos
e, possivelmente, contribuir para as ações relacionadas ao desenvolvimento de coleções em
bibliotecas universitárias.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
O estudo ora apresentado é considerado quali-quantitativo quanto à abordagem. A
pesquisa qualitativa tem como característica a
2011, p. 31). Também classifica-se como exploratório com relação aos objetivos, pois visa
aumentar o conhecimento sobre determinado tema ou assunto, tornando a situação em questão
mais explícita (MALHEIROS, 2011), isto é, procura verificar a denominação utilizada pelas
bibliotecas ao redor do mundo para designar os recursos em formatos eletrônicos e digitais. É
é colocar o pesquisador em contato direto com tudo o que
Ainda é documental por ter como fonte de dados os documentos das bibliotecas
disponibilizados nas homepage das mesmas, pois segundo Marconi e Lakatos (2010, p. 157),
752
�a pesquisa documental caracteriza-se pela coleta de dados em documentos escritos ou não e
que constituem no que se denomina de fontes primárias.
O universo da pesquisa levou em consideração as bibliotecas universitárias das cinco
melhores universidades, por região do planeta, estabelecidas pelo QS World University
Rankings (2018), que avalia a performance de cada universidade e estabelece um ranking das
1.000 melhores universidades do mundo. De cada uma das seis regiões foram consideradas as
cinco melhores universidades, perfazendo desta forma trinta bibliotecas universitárias para
análise.
As bibliotecas selecionadas por região foram:
Quadro 1: Corpus do estudo: bibliotecas universitárias, por região.
REGIÃO
UNIVERSIDADE/BIBLIOTECA
University of Cape Town (UCT)
Stellenbosch University
África
University of the Witwatersrand
The American University in Cairo (AUC)
Cairo University
Nanyang Technological University (NTU)
National University of Singapore (NUS)
Ásia
Tsinghua University
The University of Hong Kong
The University of Tokyo
University of Cambridge
University of Oxford
Europa
University College London (UCL)
Imperial College London
ETH Zurich - Swiss Federal Institute of Technology
Universidad de Buenos Aires (UBA)
Universidade de São Paulo
América Latina
Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM)
Pontificia Universidad Católica de Chile (UC)
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Massachusetts Institute of Technology (MIT)
Stanford University
América do Norte
Harvard University
California Institute of Technology (Caltech)
University of Chicago
The Australian National University (ANU)
The University of Melbourne
Oceania
The University of New South Wales (UNSW Sydney)
The University of Queensland
The University of Sydney
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
753
�O corpus de análise considerou os documentos publicados na homepage das
bibliotecas selecionadas, com base em tais documentos buscou-se detectar:
a) Como as bibliotecas universitárias do redor do mundo denominam recursos em meio
eletrônico? Esse dado foi buscado primeiramente em Políticas de Desenvolvimento de
Coleções, na inexistência destas verificaram-se relatórios de gestão e em terceiro lugar
a própria homepage da biblioteca;
b) Apresentam alguma definição?
c) O que as bibliotecas universitárias incluem na denominação?
Foram coletados dados em português, inglês e espanhol, sendo que houve tradução
para o português quando necessário.
Para a apresentação dos resultados, fez-se uso de quadros e gráficos.
4 RESULTADOS: ANÁLISE E DISCUSSÃO
A análise dos dados levou em consideração trinta universidades espalhadas ao redor
do mundo. Destas, não foi possível coletar a informação em duas, em função das informações
de uma delas estar em alemão e pela outra não apresentar as denominações de interesse para o
presente estudo. Foram consideradas então, para a apresentação dos resultados, vinte e oito
universidades.
Das informações apresentadas, a maior parte foi localizada diretamente na homepage
da biblioteca (57%), seguido da Política de Desenvolvimento de Coleções (32%) e de
relatórios de gestão (11%), também divulgados na homepage.
A Política de Desenvolvimento de Coleções é o documento que propõe diretrizes para
2007, p. 4), observa-se que das bibliotecas universitárias analisadas, apenas nove fizeram
menção a recursos eletrônicos como parte das coleções em suas políticas e destas, apenas uma
apresentou uma definição para tal denominação.
Dentre o universo pesquisado, conforme indica o Gráfico 1, percebe-se que 82% das
bibliotecas apresentam uma denominação para aglutinar os recursos que disponibilizam em
formato eletrônico ou digital e que 18% apresenta cada recurso individualmente. Tal
informação demonstra que existe a preocupação de agrupar os recursos semelhantes
754
�oferecidos pelas bibli
documentos disponibilizados à comunidade, independente do suporte ou formato em que a
CERVANTES, 2012, p. 44).
Gráfico 1: Denominação dos recursos
Denominação dos recursos
Apresenta cada
recurso
individualmente
18%
Apresenta uma
denominação
geral
82%
Das bibliotecas que apresentam uma denominação para agrupar os recursos em meio
eletrônico, verificou-se que 60,87% das bibliotecas utilizam a denominação recursos
eletrônicos ou e-recursos (e-resources) para fazer referência as coleções de documentos
eletrônicos e digitais. Outras bibliotecas analisadas utilizam a expressão coleções eletrônicas
(8,70%), ainda existem as que mencionam e-recursos e bases de dados em conjunto (8,70%),
recursos online (4,35%), publicações eletrônicas (4,35%), materiais eletrônicos (4,35%),
coleção online (4,35%) e acervo digital (4,35%). Os dados descritos podem ser verificados no
Gráfico 2.
755
�Gráfico 2: Denominações utilizadas pelas bibliotecas universitárias
Denominações utilizadas pelas
bibliotecas
Recursos online
Recursos eletrônicos / E-resources
Publicações eletrônicas
Materiais eletrônicos
Coleções eletrônicas
Coleção online
Bases de dados e e-recursos
Acervo digital
1
14
1
1
2
1
2
1
0
2
4
6
8
10
12
14
16
Os resultados demonstram que não existe um consenso com relação a denominação a
ser utilizada para abordar recursos em formato eletrônico e digital.
Situação que fica ainda mais evidente, ao verificar que, das vinte e oito bibliotecas
analisadas, apenas três (11%) apresentaram definições a respeito da denominação utilizada.
As definições estão disponíveis no Quadro 1.
DEFINIÇÕES
Quadro 2: Definições de recursos eletrônicos utilizados por bibliotecas universitárias
E-recursos faz parte da "Web Invisível", em que a informação é essencialmente acessível por meio
da Internet, mas normalmente não pode ser encontrada no Google. A maioria dos recursos
eletrônicos não estão disponíveis gratuitamente para todos na World Wide Web (as exceções são os
de acesso aberto ou Open Access) e eles podem não aparecer em mecanismos de pesquisa como o
Google.
Os "recursos eletrônicos" referem-se aos materiais que exigem acesso ao computador, seja por
meio de microcomputador, mainframe ou outros tipos de computadores, e que podem ser montados
localmente ou acessados remotamente pela Internet. Abrangem os recursos gratuitos da Internet e
os recursos eletrônicos comprados ou licenciados pelas bibliotecas de uma fonte comercial, uma
organização sem fins lucrativos, uma organização profissional ou qualquer instituição externa.
E-recursos e bancos de dados são repositórios eletrônicos de informações.
Percebe-se que, das definições encontradas, todas referem-se a denominação recursos
eletrônicos, entretanto, não existe uma concordância com relação ao seu significado.
Com relação aos recursos de informação incluídos nas denominações encontradas, por
serem muitos, foram divididos nas seguintes categorias, conforme quadro 3: bases de dados
(23,46%), bibliotecas e coleções eletrônicas (8,64%), periódicos eletrônicos (24.69%),
monografias e livros eletrônicos (23,46%), obras de referência (2,47%), documentos (3,70%),
portais (3,70%), áudio visuais (2,47%) e recursos auxiliares de busca ou navegação (7,41%).
756
�Quadro 3: Recursos eletrônicos, por categoria
Categoria
Recursos
Base de dados de texto completo ou bibliográfico
Bases de dados
Bases de dados de indexação e resumo
Bases de dados de referência (diretórios,
Bases de dados
dicionários, enciclopédias, etc.)
Ferramentas de indexação e resumo
Bases de dados de texto completo
Bases de dados numéricas e estatísticas
Coleções retrospectivas de periódicos
Coleções digitais
Coleções digitalizadas
Coletânea de texto completo, imagens e sons
Biblioteca eletrônica
Bibliotecas e
coleções eletrônicas Bibliotecas digitais (periódicos, obras raras e
documentos especiais, produção científica e
acadêmica, vídeos, fotos)
Bibliotecas digitais (tese, TCC, produção técnica
científica, hemeroteca, revista eletrônica, evento,
coleções especiais, obras raras)
Jornais eletrônicos
Jornais eletrônicos correntes e retrospectivos
Periódicos
eletrônicos
Periódicos eletrônicos
Periódicos em texto completo
Livros eletrônicos
Livros em texto completo
Versão eletrônica de livros raros e manuscritos
Leituras online (cópias de artigos ou capítulos de
livros didáticos)
Monografias e
livros eletrônicos Publicações eletrônicas gratuitas de materiais de
ensino e pesquisa, tanto em texto como em
multimídia
Publicações governamentais em versão eletrônica
Teses
Obras de referência (especialmente enciclopédias
Obras de
e dicionários)
referência
Obras de referências
Documentos de exame
Documentos digitais
Documentos
Documentos históricos e mapas
Portais e repositórios institucionais
Repositório institucional
Portais
Portal de periódicos eletrônicos
Serviços de streaming
Áudio visual
Publicações multimídia
Catálogo
Formulário online de direitos autorais
Recursos auxiliares
Google Scholar
de busca ou
Guias da biblioteca
navegação
Índices
Conjunto de páginas da web
Fonte: dados da pesquisa, 2018.
Quantidade
1
13
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Quantidade
Total
19
7
1
2
1
16
1
13
1
1
1
20
19
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
2
3
3
2
6
757
�Vale desacatar que optouencontradas, como ebooks, e-books
publicações jornalísticas informativas. Os demais termos foram traduzidos o mais fielmente
possível a língua original.
substancialmente os meios de comunicação nos
(DIAS; SILVA; CERVANTES, 2012, p. 46). Nesse sentido, nota-se a grande diversidade de
recursos identificados como decorrentes das publicações eletrônicas ou digitais, visto que em
vinte e oito bibliotecas, sem agrupar em categorias, encontrou-se quarenta e um (41) termos
diferentes utilizados para apontar os recursos em formatos eletrônicos e digitais.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo é parte de um trabalho maior que envolve políticas de seleção de
recursos eletrônicos, dessa forma foi desenvolvido para possibilitar uma familiarização mais
adequada com o objeto a ser estudado e minimizar algumas dificuldades no discernimento das
denominações de documentos eletrônicos, documentos digitais e recursos eletrônicos. Na
busca bibliográfica inicial não foi possível obter-se de forma satisfatória as respostas
almejadas, por esta razão partiu-se para uma busca mais aprofundada, nos documentos
disponibilizados pelas próprias bibliotecas universitárias ao redor do mundo.
Com base na literatura levantada, observa-se que o termo recursos eletrônicos é
utilizado na biblioteconomia de modo geral, para fazer menção a qualquer tipo de tecnologia
eletrônica empregada na área, para oferecer qualidade no uso, disseminação e localização da
informação. Entretanto, na área de desenvolvimento de coleções, o termo recursos eletrônicos
é empregado como sinônimo de publicações eletrônicas, para fazer referência a recursos
informacionais em suporte ou formato eletrônico.
Diante do percebido na literatura e com base nos dados levantados, percebe-se que na
prática das bibliotecas existe ausência de precisão no uso de denominações e
consequentemente de definições e que não existe um consenso quando se trata de abordar
recursos que existem
O termo recursos eletrônicos é o mais utilizado como denominação mas, no entanto,
não existe uma concordância com relação ao seu significado. Nesta análise também percebe758
�se uma confusão na utilização do termo, ora utilizado para designar todos os recursos produto
das tecnologias, ora para indicar publicações eletrônicas. Entretanto, foram mencionados com
maior ênfase: periódicos eletrônicos (16), bases de dados (13) e livros eletrônicos (13),
demonstrando que são os tipos de publicações em meio eletrônico mais presentes nas coleções
das bibliotecas universitárias analisadas.
Recomenda-se que sejam fomentadas discussões sobre a questão terminológica, onde
sejam discutidos e definidas nomenclaturas que sedimentem os termos a serem usados pelos
profissionais da área da ciência da informação.
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760
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Recursos eletrônicos em bibliotecas universitárias: panorama mundial.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rietjens , Manoela Hermes; Kroeff, Marcia Silveira; Pinheiro, Liliane Vieira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Na sociedade da informação as tecnologias de informação auxiliam na democratização do acesso a informação e possibilitam que as bibliotecas disponibilizem a seus usuários variados recursos informacionais entre os quais os documentos eletrônicos e digitais, tais como livros eletrônicos, bases de dados e periódicos eletrônicos. O presente estudo objetiva verificar a denominação utilizada pelas bibliotecas, ao redor do mundo, para se referir a estes recursos. Com relação aos objetivos este estudo é exploratório com abordagem quali-quantitativa, além de bibliográfico e documental para a construção do corpus de análise, que considerou as bibliotecas universitárias das cinco melhores universidades por região estabelecidas pelo QS World University Rankings 2018. Da análise, observou-se que a maior parte das bibliotecas utilizam uma denominação para agrupar os recursos em formatos eletrônicos e digitais e que o termo mais utilizado é ―recursos eletrônicos, porém não existe concordância na sua definição e que os recursos mais encontrados nessa denominação são periódicos eletrônicos, bases de dados e livros eletrônicos. Constatou-se que a falta de precisão no uso de denominações e definições é generalizada e que não existe um consenso quando se trata de abordar recursos informacionais que existem como consequência do desenvolvimento das tecnologias de informação.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5426/SNBU2018_059.pdf
683792ac0c34d60148be1add7b5c1e5b
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Text
OBRAS RARAS ONLINE: UM SERVIÇO DIGITAL DA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
RARE BOOKS ONLINE: A DIGITAL SERVICES IN THELIBRARYOFINSTITUTO DE
FÍSICA ATUNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO (IF/UFRJ)
Resumo: A presente pesquisa busca articular mecanismos para a elaboração de uma
Biblioteca Digital de Obras Raras como ferramenta de enfrentamento aos desafios impostos
pelas atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na disseminação da informação
nas Universidades Públicas Brasileiras, tendo como parâmetro um estudo de caso no setor de
referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física da Universidade
Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ). Para tanto, desenvolveu-se o projeto em etapas, que
consistiu numa pesquisa para verificar quais obras raras já estão em domínio público;
avaliação das condições físicas delas; preparo dos arquivos digitais para disponibilização e
criação do site. A partir daí, os arquivos foram disponibilizados para leitura e download.
Portanto, todos os objetivos engendrados foram cumpridos, o site Obras Raras Online já está
disponível para consulta. Espera-se que ele cumpra o papel de disseminador da informação,
fazendo com que a biblioteca busque realizar um trabalho ligado aos interesses da
comunidade científica, onde ela participa, interroga e descobre valores, além de poupar o
tempo do usuário através da otimização do serviço.
Palavras-chave: Biblioteca de Obras Raras. Serviço de Referência. Biblioteca Universitária.
Sistemas de Informação. Tecnologia da Informação e Comunicação.
Abstract: The present research seeks to articulate mechanisms for the elaboration of a Digital
Library of Rare books as a tool to face the challenges imposed by current Information and
Communication Technologies (ICT) in the dissemination of information in the Brazilian
Public Universities, having as a parameter a case study in the A reference area of the Plínio
Sussekind Rocha Library of the Institute of Physics of the Federal University of Rio de
Janeiro (IF/UFRJ). For this, the project was developed in stages, which consisted of a
research to verify which rare works are already in the public domain; Assessment of their
physical condition; Preparation of the digital files for availability and creation of the site.
From there, the files were made available for reading and download. Therefore, all generated
objectives were fulfilled, the site Obras Raras Online is available for consultation. It is
expected that it will fulfill the Role of disseminator of information, making the Library seek
to carry out work linked to the interests of the scientific community, where it participates,
interrogates and discovers values, and saves user time by optimizing the service.
731
�Keywords: Library of Rare books. Reference Service. University Library. Information
Systems. Information and Communication Technology.
1 INTRODUÇÃO
A ideia de desenvolver uma Biblioteca Digital de Obras Raras surgiu a partir do
questionamento dos usuários sobre a capacidade do Serviço de Referência da Biblioteca
atender de forma satisfatória as suas necessidades. A partir deste questionamento e da
constatação de que a biblioteca necessitava de um canal de maior disponibilidade de acesso
(em tempo integral); de possibilidade de ampliação de modos de interação; de ampliação de
acesso mais dinâmico e atual para disseminação da informação, surgiu à necessidade de
desenvolver a página de Obras raras online, que é um link dentro do site da Biblioteca do
Instituto de Física.
A Biblioteca Digital de Obras Raras do Instituto de Física da Universidade Federal do
Rio de Janeiro (IF/UFRJ) disponibiliza ao público em geral o conteúdo integral de oito (08)
títulos que fazem parte do acervo de obras raras da Biblioteca. As obras selecionadas para a
digitalização seguiram o critério de antiguidade para o cumprimento da lei n° 9.610 de
1998que estabelece o prazo de 70 anos após a morte do autor para o título ser considerado de
domínio público.
A Biblioteca Digital de Obras Raras é uma iniciativa dos profissionais da informação
da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (IF/UFRJ) para enfrentar os desafios impostos pelas Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) que mudaram a forma das bibliotecas oferecerem produtos e serviços aos
seus usuários, fazendo com que elas tenham que reavaliar suas funções e objetivos na Era do
Conhecimento.
Pelo exposto, a presente pesquisa tem por meta articular mecanismos para a
elaboração de uma Biblioteca Digital de Obras Raras, objetivando o enfrentamento dos
desafios impostos pelas Tecnologias da Informação e Comunicação na disseminação da
informação nas Universidades Públicas Brasileiras. Dentro deste quadro, têm-se os seguintes
objetivos específicos: Quantificar as obras existentes no acervo; Analisar as obras pelo viés da
sua categoria (obra rara e/ou antiga) e desenvolver uma representação virtual do acervo, com
732
�a criação da página da Biblioteca Digital de Obras Raras dentro do site
da Biblioteca
utilizando o layout padrão já existente para outras seções.
Para tanto, a metodologia foi dividida em etapas, que consistiu numa pesquisa
bibliográfica para verificar quais obras raras já estão em domínio público; avaliação das
condições físicas delas; preparo dos arquivos digitais para disponibilização e criação do site.
2 AMBIENTE DA PESQUISA
As bibliotecas obedecem às normas estabelecidas pelo Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (SiBI/UFRJ), que tem o objetivo de dar apoio aos
programas de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvendo-se de acordo com o planejamento
da Instituição e formando o seu acervo em consonância com as ementas das diferentes
disciplinas oferecidas, em nível de graduação e de pós-graduação. O SiBI/UFRJ disponibiliza
o acervo e serviços das Bibliotecas através do sistema Aleph/Minerva, desenvolvido para
tratamento, armazenamento e recuperação de informações bibliográficas e multimídia.
A Biblioteca Plínio Sussekind Rocha, vinculada ao Instituto de Física (IF/UFRJ), tem
um acervo de aproximadamente 13.000 livros e 267 títulos de periódicos (nacionais e
estrangeiros). A Biblioteca do IF está completamente automatizada, e oferece vários serviços
e produtos aos seus usuários, tais como: Renovação & Reserva Online e o Espaço Conexão,
que é um espaço destinado à pesquisa ao Portal Capes, livros Eletrônicos, Bases de Dados e o
novo site da Biblioteca.
2.1 SITE DA BIBLIOTECA DO IF/UFRJ
O site da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física, que utiliza a
plataforma Wordpress.org, foi criado em fins de 2012, com a intenção de facilitar o processo
de busca de informação, assim como viabilizar um espaço colaborativo de informação e
conhecimento, por isso ela abarca uma gama de serviços e produtos voltados para a
comunidade acadêmica da Física e áreas afins. O Instituto de Física da UFRJ é uma área com
tradição de pesquisa consolidada, dessa forma, levou-se em consideração para a elaboração do
site da biblioteca os benefícios que os indivíduos buscam como ganhar tempo com a rapidez
na obtenção de dados ou segundo Arellano (2001) informação útil e relevante via fontes de
93
Disponível em: <http://biblioteca.if.ufrj.br/acervo/colecoes/obras-raras/>.
733
�informação especializadas [...]. Dessa forma, as bibliotecas estão sendo designadas para
cumprir essa função, por facilitarem o acesso simples e efetivo a recursos online.
As atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) acarretaram mudanças no
acesso à informação e consolidou a internet como fonte de informação ampla e multivariada.
Afirmativa que encontra respaldo nas argumentações de Prado, Peruzzo e Ohira (2005, p. 77)
Dentre essas
unidades de informação, dá-se destaque aos sites das bibliotecas universitárias, que
necessitam de um planejamento e monitoramento para obterem bons resultados.
A implantação do site da biblioteca foi direcionada para a total interação do usuário
com a biblioteca universitária, cuja missão é facilitar o acesso dos alunos, professores e
funcionários à informação e fornecer suporte às atividades de ensino, pesquisa e extensão.
Nesse sentido, a principal motivação para o desenvolvimento do site consistiu em agir
conforme as necessidades dos usuários, em função da eficácia dos produtos e serviços
prestados pela Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do IF/UFRJ.
3 REVISÃO DE LITERATURA
Em se tratando de uma pesquisa voltada para uma biblioteca universitária, convém
tratar da sua definição e de outros termos arrolados na presente pesquisa, como por exemplo,
os Sistemas de Informação e o Serviço de Referência em Bibliotecas Universitárias, para o
melhor entendimento a respeito dos elementos que constituem a base desta pesquisa.
Como parte integrante da Universidade, a biblioteca universitária pode ser definida,
informacionais às instituições de ensino superior para desempenhar suas atividades de ensino,
desempenhando um papel importante para o desenvolvimento do país.
Numa sociedade competitiva, como a que se configura atualmente, o usuário da
informação tem necessidade de respostas rápidas e eficientes que se transformam em
importantes ferramentas para a tomada de decisões. E na área científica, a informação é de
fundamental importância para o desenvolvimento dos estudos e pesquisas.
Desse modo, a revisão de literatura calcou-se, também, em alguns estudos sobre
o sistema de informação pode ser
tecnicamente definido como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleciona
734
�ou recupera, processa e distribui informação
Os dados extraídos da pesquisa demonstram
que os sistemas de informação não são usados apenas para manter os usuários atualizados
sobre recentes desenvolvimentos científicos e tecnológicos, mas, também, como instrumentos
de comunicação com o público da instituição.
Para compreender as características do serviço de referência e informação de uma
biblioteca universitária é necessário inicialmente conceituá-la. Segundo Alves e Viotti (2006,
a informação
Assim, o serviço de referência representa a interface
direta entre a informação e o usuário, através do bibliotecário, que responde as questões e
auxilia com seus conhecimentos profissionais.
Desta forma, é necessário preocupar-se não apenas em desenvolver serviços
direcionados ao atendimento e interação direta com o usuário, mas também em antecipar-se às
demandas de informações e orientar o usuário no uso dos recursos de informação disponíveis
(BURIN; HOFFMAN, 2015).
Mesmo com estas particularidades, percebe-se uma forte tendência à virtualização dos
serviços de informação, conforme destacam trabalhos como Guilhem (2010, p.132), que
Web 2.0 oferece a seus
Web 2.0 diz respeito a uma segunda geração de serviços e
aplicativos da rede e a recursos, tecnologias e conceitos que permitem um maior grau de
interatividade e colaboração na utilização da Internet (BRESSAN, 2008, p.4).
Ao considerar a Biblioteca Digital de Obras Raras da Biblioteca Plínio Sussekind
como uma extensão lógica da biblioteca, se aplicam a ela as funções de preservação do acervo
e também ampliação do acesso para a comunidade acadêmica e também para o público
externo. Segundo Fujita (2005, p.12)
Com a Biblioteca Digital, a Universidade torna acessível, de forma gratuita, sua
produção científica e posteriormente algumas coleções do seu acervo, como: obras
raras, mapas, coleções especiais, dentre outros. Isto significa otimizar e agilizar a
divulgação da pesquisa por ela desenvolvida com acesso em tempo real,
extrapolando as barreiras inerentes ao formato em papel: consulta monousuário, se
um documento é emprestado, todos os demais interessados ficam impossibilitados
da consulta, problema que a disponibilização on-line resolve: acesso multiusuário,
simultâneo, não limitado pelo espaço físico, esteja o pesquisador onde estiver, desde
que conectado à Internet (FUJITA, 2005, p.12).
Vislumbra-se aí o papel desempenhado pelo Instituto de Física com a criação da
biblioteca de obras raras, levantando discussões sobre questões de preservação e acesso às
735
�coleções de Ciência e Tecnologia (C&T). Neste sentido, a Biblioteca Digital de Obras Raras
pode ser vista como uma ferramenta fundamental para a preservação da história e memória da
instituição, uma vez que preserva informações e promove o acesso a elas.
3.1 LIVROS RAROS: DESENHANDO UMA DEFINIÇÃO
Como definir um livro como obra rara?Esta é uma questão complexa, pois envolve
fatores e circunstâncias variáveis que são de ordem subjetiva. Ou seja, trata-se de uma
avaliação na qual para definir a raridade de um livro não existem regras exatas. Para Pinheiro
manifestações culturais, originais e
Porém, de maneira bastante simplificada, pode-se dizer que livro raro é aquele difícil
de encontrar por ser muito antigo, ou por tratar-se de um exemplar manuscrito, ou
ainda por ter pertencido a uma personalidade de reconhecida projeção e influência
no país e mesmo fora dele [...] ou reconhecidamente importantes para determinada
área do conhecimento [...]. Torna-se necessário, portanto, sistematizar uma
metodologia a fim de explicitar e justificar os critérios adotados para identificar
livros raros dentro de uma coleção. (RODRIGUES, 2006, p. 115)
Em geral, o critério de raridade adotado pelas bibliotecas está vinculado à ideia de
antiguidade e valor histórico-
idade cronológica
leva em conta a aparição da imprensa nos diversos lugares do mundo e/ou na região onde
publicados artesanalmente merecem ser considerados raros.
De aco
seus procedimentos, baseados nas experiências de outras instituições e na determinação de
raridade adotada pela Biblioteca Nacional , é o caso da Biblioteca do Instituto de Física da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ), que adotou os mesmos critérios de
raridade utilizados pelo Catálogo Coletivo do Patrimônio Bibliográfico Nacional - CPBN.
Baseado em Pinheiro (1989), pode-se dizer que os critérios norteadores utilizados ou
adaptados refletem às realidades de cada instituição.
A autora em suas considerações metodológicas propõe que curadores de acervos raros
levem em consideração primeiramente os aspectos ligados à: limite histórico, isto é, observar
BIBLIOTECA NACIONAL (Brasil). Divisão de Obras Raras. Planor.Critérios de raridade [e] Catálogo
Coletivo do Patrimônio Bibliográfico Nacional CPBN: séculos XV e XVI.Rio de Janeiro: FBN, [2000]. 1 CDROM.
736
�os períodos que caracterizam a produção artesanal de impressos, bem como a fase inicial da
imprensa em determinado lugar (PINHEIRO, 1989). Pinheiro (1989) relata, também, que
devem ser considerados os aspectos bibliográficos como a presença de ilustrações produzidas
artesanalmente, os materiais utilizados para a confecção do suporte na impressão, como tipo
de papel, emprego de pedras ou materiais preciosos na encadernação.
Em terceiro, a especialista em Obras Raras Ana Virgínia Pinheiro (1989) enumera o
valor cultural, que é determinado pelas observações às publicações em pequenas tiragens,
personalizadas, censuradas, expurgadas. Já em quarto lugar, segundo a autora deve-se fazer
uma pesquisa bibliográfica, mediante consulta a dicionários e enciclopédias bibliográficas
especializadas neste tipo de publicação, que apontam certas particularidades da obra, como
preciosidade e raridade (PINHEIRO, 1989). E, finalmente, as características do exemplar, isto
é, observar as características peculiares do exemplar que se tem em mãos, como a presença de
autógrafos ou dedicatória de personalidade importante, marcas de propriedade e outros
(PINHEIRO, 1989).
Baseado no referencial teórico acredita-se que o termo obras raras, referindo-se a
acervos bibliográficos, algumas vezes, tem o seu significado associado a livro velho.
Entretanto, essas associações são feitas por quem não tem um entendimento acadêmico e/ou
científico deste objeto dito raro. Uma obra rara precisa de uma avaliação a partir das suas
características, estas avaliações dependem de critérios pré-estabelecidos pela instituição
responsável.
Sobre o livro raro é importante que sejam observados dois critérios: potencial de
informação do livro e sua procura; para definir esses critérios, os profissionais da informação
da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do IF/UFRJ estudaram sobre o acervo e também um
pouco de história da área e do livro. Os profissionais analisaram o valor cultural do acervo,
isto é, as características intrínsecas, como por exemplo, Obras científicas que datam do início
de ascensão da ciência; Obras científicas editadas até o início do século XX e as edições
clássicas em qualquer ramo do conhecimento.
3.2 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E SEUS ACERVOS RAROS
de prover infraestrutura bibliográfica, documental e informacional para apoiar as atividades
acadêmicas, buscando centrar seus objetivos nas necessidades de informação dos indivíduos,
737
�centro de referência deve assessorar a produção do conhecimento e preservá-lo, captar e
monitorar informações que possam responder às novas demandas do mercado, estruturando e
agregando valor à informação, de maneira que passe a ter uma importância contextual,
transformando o conhecimento científico em inteligência prática (DIAS; PIRES, 2003).
as universitárias, como suportes à
produção de conhecimento, devem, portanto, assumir uma política de preservação dos acervos
históricos, visto que, por meio desta documentação, desenvolvem-se pesquisas que trazem
benefícios para o futuro e salvaguarda dos
históricos deve ser, portanto, a responsabilidade de conservar o patrimônio cultural
bibliográfico, tornando-o ac
fonte de pesquisa para gerar novas informações, pois informações antigas, transportadas para
uma nova geração e inseridas no cotidiano de uma realidade existente no presente, servem de
As obras raras administradas pelas bibliotecas universitárias são beneficiadas ainda
pelo fato de estarem em instituições preocupadas com a pesquisa de novas técnicas de
preservação e difusão do conhecimento contido em seus acervos, buscando tornar acessível
esse material para pesquisa e garantir a memória da instituição. Nesta perspectiva, surge a
necessidade de definir critérios norteadores para o reconhecimento e tratamento técnico do
acervo raro e/ou antigo disponível na Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física
da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Faz-se necessário reforçar que uma política de preservação é um tipo de ação de
possui objetivos, limites e diretrizes para atingir um resultado, visando definir orientações
globalizantes, sistemáticas e contínuas a serem alcançadas e são consideradas as linhas de
trabalho institucional (GALVÃO E BERNARDES, 2011), como a que a Biblioteca do
Instituto de Física está fazendo com a criação da Biblioteca de Obras Raras, isto é, levantando
discussões sobre questões de preservação e acesso às coleções de Ciência e Tecnologia
(C&T). Acredita-se que a Biblioteca Digital de Obras Raras é uma ferramenta fundamental
para a preservação da história e memória desta instituição, uma vez que preserva as
informações e promove o acesso a elas.
738
�Todas as coleções de uma biblioteca devem ser alvo de um programa de preservação.
Porém, desenvolver medidas de preservação de todo o acervo da Unidade de Informação está
fora da realidade da maioria das bibliotecas públicas universitárias brasileiras. Por este
motivo, ao se planejar ferramentas de preservação do acervo da Unidade de Informação do
IF/UFRJ, houve a necessidade de se estabelecer prioridades, como a seleção das obras mais
relevantes do acervo e em melhores condições físicas para a digitalização. Neste contexto,
pode-se identificar a importância de se conhecer o valor do acervo de Obras Raras do
IF/UFRJ
tanto do ponto de vista de seu conteúdo, como de sua representatividade e uso.
4 METODOLOGIA
Para cumprir os objetivos traçados neste trabalho, a equipe de profissionais da
informação desenvolveu o projeto em etapas, que serão descritas a seguir:
A primeira etapa consistiu em pesquisa para verificar quais obras que compõem o
acervo estariam em domínio público. Inicialmente, foi utilizada a base de dados Minerva da
UFRJ para identificar as datas de falecimento dos autores. Nos casos em que a informação de
nascimento e falecimento dos autores não estava registrada na entrada, foram realizadas
também buscas na internet por verbetes dos autores.
Na segunda etapa ocorreu a avaliação das condições físicas dos materiais que
atenderam ao critério da pesquisa. Após a análise, as oito obras que fazem parte da Biblioteca
Digital de Obras Raras foram separadas para a realização da terceira etapa - a digitalização
das obras propriamente dita.
Na terceira etapa, as oito obras foram digitalizadas. Ao observar as orientações sobre a
apresentação visual do material contidas nas Diretrizes para planejamento de digitalização de
livros raros e coleções especiais (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY
ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS, 2015), verificou-se que os arquivos digitalizados
de três obras apresentaram baixa qualidade. Por essa razão, optou-se por substituir essas três
obras digitalizadas por exemplares digitais fornecidos por outras fontes, em caráter provisório.
Os arquivos digitais substituídos foram: Principia (Isaac Newton), Experimental researches in
electricity (Michael Faraday) e Théorie du potentiel newtonien (Henri Poincaré).
A quarta etapa do projeto consistiu na preparação dos arquivos digitais para
disponibilização online. Esta etapa compreende a união das partes do arquivo final em
formato .pdf, utilizando o software PDF Architect.
739
�A quinta etapa foi a criação da página da Biblioteca Digital de Obras Raras dentro do
site da Biblioteca. Para a criação, foi utilizado o layout padrão já existente para outras seções
do site. A Biblioteca Digital encontra-se no item Acervo>Coleções>Obras Raras>Biblioteca
Digital de Obras Raras.
A sexta e última foi a disponibilização dos arquivos digitais no site para leitura e
download. Os arquivos digitais são abertos em nova janela a partir de um clique na miniatura
da folha de rosto correspondente à obra. Ao lado da miniatura, encontram-se as informações:
autor, título e o link para a catalogação da obra na Base Minerva (onde se lê Mais
informações).
Posteriormente, a intenção do projeto é adequar a qualidade dos arquivos digitalizados
para integrá-los a Biblioteca Digital de Obras Raras da UFRJ, projeto coordenado pelo
SiBI/UFRJ, disponível no endereço: http://bdor.sibi.ufrj.br/. Para tanto, as obras serão
novamente digitalizadas no padrão das recomendações para digitalização de documentos
arquivísticos permanentes (300 dpi de resolução mínima em escala de cinza para textos em
preto e branco e 300 dpi 4 bits (8 bits por canal de cor, modo RGB para textos coloridos). Para
garantir a preservação será
adotado, também, o padrão PDF/A com OCR para Texto,
MP4/H264 para vídeos, TIFF para imagens e MP3 para áudios.
5 RESULTADOS
O processo de implementação do serviço digital - o site Biblioteca Digital de Obras
Raras da Unidade de Informação do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (IF/UFRJ) ocorreu no primeiro semestre de 2015 e também utiliza a plataforma
Wordpress.org. O objetivo deste serviço digital é facilitar o processo de busca de informação
no acervo de Obras Raras do IF/UFRJ; possibilitando que os usuários ganhem tempo com a
rapidez na obtenção de dados.
A partir das etapas descritas na metodologia, têm-se os seguintes resultados: o acervo
da biblioteca de obras raras é constituído de 54 (cinquenta e quatro) livros, divididos da
seguinte forma:
22 livros considerados Obra Rara
32 livros classificados como Obra Antiga.
O critério de raridade seguiu as orientações definidas pela Biblioteca Nacional. E
baseando-
-se que a raridade de um documento pode ser
expressada na dificuldade de encontrar o documento, ele torna-se invulgar, diferente,
740
�incomum, de valor maior do que documentos disponíveis no mercado. Seguindo esta reflexão,
Pinheiro (2003, p. 19) concorda na assertiva da dificuldade em atribuir um conceito ao
documento raro. Ao enfocar o livro como sendo sua base enquanto objeto de estudo, diz que o
-originais e acrescentadas" e
assume a posição do quanto é frágil atribuir a raridade apenas no caráter da antiguidade.
Dessa forma, ela constrói uma metodologia que justifica a adoção de critérios na identificação
da raridade de um documento em uma coleção.
A autora confronta os conceitos: raro, único e precioso e orienta ao profissional que
trabalha com este tipo de acervo, que ele pode determinar seus próprios critérios,
estabelecendo como ponto de partida, limites históricos, aspectos bibliológicos, valor cultural,
pesquisa bibliográfica e as características de cada exemplar (PINHEIRO, 2003). Dentro deste
contexto, a Biblioteca do IF/UFRJ utilizou a mesma metodologia para classificar suas obras
Raras e/ou Antigas, que estão digitalizadas e disponíveis para consulta online.
5.1 OBRAS CONSIDERADAS RARAS PARA O INSTITUTO DE FÍSICA DA UFRJ
A Biblioteca do Instituto de Física da UFRJ tem em seu acervo 22 (vinte e duas) obras
raras, o critério utilizado para defini-las como tal foram o ano de publicação da obra e o valor
histórico que elas representam para história e memória da Física e suas áreas afins. Em função
da sua raridade, estes documentos receberam um tratamento diferenciado, pois todos têm seu
valor histórico e cultural.
A Biblioteca Digital de Obras Raras do Instituto de Física disponibiliza o conteúdo
integral de 02 (dois) títulos que fazem parte do Acervo de Obras Raras da Biblioteca (vide
quadro1). Ressalta-se que as obras selecionadas para a digitalização seguem o critério de
antiguidade (decurso do tempo) para o cumprimento da Lei Nº 9.610 de 1988 que estabelece
o prazo de 70 anos após a morte do autor para o título ser considerado de domínio público.
Quadro1 - Obras Raras digitalizadas
Autor
Título
Ano
Poincaré,
Henri
Theorie du
potential
Newtonien
L'Atmosphere
Flammarion,
Camille
Fonte: Minerva-UFRJ (2016).
1899
1873
Assunto
Equações
diferenciais
parciais
Atmosfera
Número de
exemplares
01
Critério para disponibilização da
cópia digital na internet
Data de Morte do autor anterior a
1946
01
741
�Theorie du potential Newtonien
considerada Rara por ter sido publicada em 1899. No século 19, as obras de Poincaré foram
de extrema importância, apresentando contribuições nas áreas de teoria das funções, teoria de
números, equações diferenciais e topologia. Ele desenvolveu o estudo de funções
automórficas (1884), chamadas de funções Fuckianas (em homenagem ao matemático
Lazarus Fuchs). Poincaré foi o primeiro a introduzir a ideia de preencher multiplicidade por
uma sequência de regiões compactas e obter o mapeamento por um processo de limite, além
de desenvolver teorias em funções abelianas e geometria algébrica. Poincaré também
contribuiu no estudo da álgebra para resolução de problemas de análise e nos estudos de Lie
sobre grupos .
L'Atmosphere: description des grands
phénoménes de la nature
publicada no século XIX (1875) e por Flammarion ter sido considerado popularizador da
Astronomia. Ele foi um astrônomo célebre, sábio e filósofo, um extraordinário investigador
francês. Baseando-se em suas investigações consegue-se responder a algumas questões, como
por exemplo, de que o Universo é um dinamismo regido por forças invisíveis e pensantes, à
qual a matéria obedece.
Ocupou-se da observação das manchas do sol, das configurações lunares, das
constelações e das estrelas duplas coloridas ou as cintilantes, dos anéis de Saturno, do disco
de Júpiter, das nebulosas e dos cometas. Para estudar o estado higrométrico e a direção das
correntes aéreas, interessa-se a partir de 1867 pela navegação aérea .
5.2 OBRAS CONSIDERADAS ANTIGAS PARA O INSTITUTO DE FÍSICA DA UFRJ
O critério utilizado pela Biblioteca do IF/UFRJ para definir o acervo como obra antiga
foi o fato desses livros não fazerem parte do acervo de obras raras de outras bibliotecas, tais
como: Biblioteca Nacional e a Library of Congress .O critério utilizado também foi o ano de
publicação da obra e o valor histórico que elas representam para história e memória da Física
e áreas afins.
A Biblioteca do Instituto de Física da UFRJ tem em seu acervo 32 (trinta e duas) obras
antigas, o critério utilizado também foi o ano de publicação da obra e o valor histórico que
Adaptado da biografia disponibilizada pelo Grupo de História, Teoria e Ensino de Ciências da USP, disponível
em:<http://www.ghtc.usp.br/Biografias/index.html>. Acesso em: 09 maio de 2016.
Fonte: Grandes vocações: Cientistas. v. 5. São Paulo: Donato, [s/d].
97
Endereços eletrônicos: https://www.bn.br/ e https://www.loc.gov/
742
�elas representam para história e memória da Física e áreas afins. No caso das Obras Antigas, a
Biblioteca Digital de Obras Raras disponibiliza o acesso a 06 (seis) títulos digitalizados (vide
quadro 2).
Quadro2 - Obras Antigas digitalizadas
Autor
Newton, Isaac
Título
Principia
Routh, Edward
John
Tachinardi, Alberto
Fresnel, Augustin
Faraday, Michael
A Treatise on
analytical statics
Acustica musicale
De la lumiere
Experimental
researches in
electricity
Palmieri, Luigi
Lois et origines de
l'électricité
atmosphérique
Fonte: Minerva-UFRJ (2016).
Ano
Assunto
Nº de
exemplares
01
1871
1896
Física
teórica
Estática
1912
1914
1855
Som
Ótica
Eletricidade
01
01
01
1885
Eletricidade
01
Critério para
disponibilização da cópia
digital na internet
01
Data de Morte do autor
anterior a 1946
Ao analisar essas 06 (seis) obras digitalizadas, todas têm em comum o fato de terem
sido publicadas em meados do século XIX e início do século XX (entre os anos de 18551914), no entanto, a justificativa para separar as Obras Raras das Antigas, embora os mesmos
critérios tenham sido adotados em ambas as categorias, foi o fato de não existirem exemplares
dessas Obras Antigas em outras bibliotecas da UFRJ, a exemplo da Biblioteca de Obras Raras
do Centro de Tecnologia e/ou do Instituto de Matemática da UFRJ, que servisse de parâmetro
para a classificação dessas Obras Antigas como Raras; dessa forma optou-se em classificá-las
apenas como Obras Antigas.
É factual a inexistência de uma política nacional propondo a identificação de um
documento raro. Rodrigues (2
elabora seus próprios procedimentos, relacionando critérios, muitas vezes baseados nas
propõe que:
A política da instituição que guarda um acervo considerado raro deverá ditar os
limites daquilo que for merecedor de uma proteção maior, e estas obras deverão ser
armazenadas junto às raras, mesmo que objetivamente não pertençam a este grupo.
Neste sentido, todos os materiais bibliográficos especiais merecem os cuidados de
preservação que as obras raras recebem.
De acordo com o exposto, os critérios aqui definidos para a identificação de livros
raros e antigos foram: 1) a data de publicação; e 2) o valor histórico de cada livro para o
campo da Física. Essa escolha se justifica, pelo fato desses critérios permitirem selecionar
documentos representativos para a história do conhecimento no campo da Física. Assim, os
critérios visam salvaguardar documentos estudados no Instituto de Física da UFRJ em
743
�determinado período de sua atuação. Eles dialogam com a política de acervo dedicada à
memória institucional.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os objetivos fixados para este artigo não permitem que o assunto Serviço de
Referência em bibliotecas universitárias seja tratado com a profundidade que merece, ele é
por demais amplo. Porém, o objetivo principal desta pesquisa
constituir uma Biblioteca
Digital de Obras Raras, que permita acesso à coleção de Obras Raras e/ou Antigas do Instituto
de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro
foi alcançado. O site está disponível
aos usuários através do endereço: http://biblioteca.if.ufrj.br/acervo/colecoes/obras-raras/.
Acredita-se que o serviço digital cumpre o papel de ser um disseminador da
informação, fazendo com que a Unidade de Informação busque realizar um trabalho ligado
aos interesses da comunidade científica, além de poupar o tempo do usuário, através da
otimização do serviço. A forma tradicional de disponibilizar produtos e serviços de referência
e informação ainda é largamente difundida, no entanto buscar formas virtuais para melhor
atender as necessidades de informação do usuário, ainda é a forma dinamicamente mais
efetiva de disponibilizar informação.
Em se tratando de um relato de experiência, esta implementação de um serviço digital
possibilitou alcançar de maneira mais ágil e efetiva as demandas dos usuários que utilizam a
Unidade de Informação, e oferecer uma resposta eficaz e de fácil acesso, pois o mundo
contemporâneo exige das organizações uma gestão eficiente que pode ser facilitada com o
suporte de recursos inteligentes oferecidos pela tecnologia e pelos diversos sistemas de
informações à disposição.
Espera-se que, num futuro próximo, todo o acervo de Obras Raras e/ou Antigas
estejam totalmente digitalizadas e disponíveis para consulta no site, para que a Biblioteca
possa desempenhar o seu papel de disseminadora de informação, em consonância com as
atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC). Faz-se necessário ressaltar que a
Biblioteca Digital de Obras Raras destaca-se por contribuir para que a comunidade acadêmica
cumpra com seus compromissos educacionais e tenham como aliado nos momentos mais
difíceis, o Serviço de Referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física
da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ).
744
�REFERÊNCIAS
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e Ciência da Informação, Campinas, v. 5, n. 2, p. 1-24, jan/jun. 2008.
746
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Obras raras online: um serviço digital da biblioteca do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Porto, Raquel de Melo; Teixeira, Robson da Silva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A presente pesquisa busca articular mecanismos para a elaboração de uma Biblioteca Digital de Obras Raras como ferramenta de enfrentamento aos desafios impostos pelas atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) na disseminação da informação nas Universidades Públicas Brasileiras, tendo como parâmetro um estudo de caso no setor de referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ). Para tanto, desenvolveu-se o projeto em etapas, que consistiu numa pesquisa para verificar quais obras raras já estão em domínio público; avaliação das condições físicas delas; preparo dos arquivos digitais para disponibilização e criação do site. A partir daí, os arquivos foram disponibilizados para leitura e download. Portanto, todos os objetivos engendrados foram cumpridos, o site Obras Raras Online já está disponível para consulta. Espera-se que ele cumpra o papel de disseminador da informação, fazendo com que a biblioteca busque realizar um trabalho ligado aos interesses da comunidade científica, onde ela participa, interroga e descobre valores, além de poupar o tempo do usuário através da otimização do serviço.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5423/SNBU2018_058.pdf
d6af178db00700222a955611d3365058
PDF Text
Text
Eixo I
Inovação e Criação
O BIBLIOTECÁRIO INTRAEMPREENDEDOR: A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO
EMPREENDEDORA NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
THE INTRAPRENEUR LIBRARIAN: THE IMPORTANCE OF ENTREPRENEURIAL
MANAGEMENT IN THE UNIVERSITY LIBRARIES
Resumo: Trata-se de uma análise sobre a gestão dos bibliotecários intraempreendedores nas
bibliotecas universitárias. Busca-se compreender o que é ser um bibliotecário
intraempreendedor e contemplar suas principais competências. Como este profissional poderá
proporcionar as bibliotecas universitárias inovações e otimização dos seus processos, serviços
e produtos, na busca por satisfazer as necessidades informacionais de seus usuários com
qualidade e maiores ganhos. A metodologia adotada para a realização desta pesquisa foi um
levantamento bibliográfico na literatura científica, incluindo além dos livros, a utilização das
bases de dados da Scielo, Brapci, Revista Biblioo e Google Acadêmico. Ao entender o
universo do empreendedorismo corporativo, constata-se a necessidade dos bibliotecários
desenvolverem técnicas com vistas à prática deste conceito, como também, se propor a estar
em constante atualização. Além de apresentar competências variadas, tais quais: liderança,
empatia, espírito empreendedor, possuir boa comunicação e entre outros atributos que o
propicie a alcançar resultados positivos e que traga um diferencial as organizações a e seus
usuários. Em contrapartida, as universidades precisam fornecer autonomia aos profissionais
da informação, possibilitando a criação, a inovação, a formulação e a implementação de novas
ideias, projetos e a otimização dos processos em virtude das melhorias do aprendizado, do
conhecimento, compartilhamento e disseminação da informação. Constatou-se ainda que,
embora no Brasil o conceito de intraempreendedorismo seja praticado ainda de maneira
incipiente, é possível encontrar bibliotecas universitárias que desenvolvem e incentivam
ações atreladas a este princípio.
Palavras-chave:
Bibliotecários
intraempreendedores.
Bibliotecas
Bibliotecários inovadores. Bibliotecas universitárias intraempreendedoras.
universitárias.
Abstract: This is an analysis on the management of intrapreneurs librarians in university
libraries. It seeks to understand what it is to be an intrapreneur librarian and to contemplate
his main competences. As this professional can provide the university libraries innovations
and optimization of their processes, services and products, in the quest to satisfy the
informational needs of its users with quality and greater gains. The methodology adopted for
the accomplishment of this research was a bibliographical survey in the scientific literature,
715
�including besides the books, the use of the databases of Scielo, Brapci, Revista Biblioo and
Google Scholar. Understanding the universe of corporate entrepreneurship, we note the need
for librarians to develop techniques for the practice of this concept, as well as to propose to be
constantly updated. In addition to presenting varied skills, such as: leadership, empathy,
entrepreneurial spirit, good communication and other attributes that allow it to achieve
positive results and that brings a differential to organizations and their users. On the other
hand, universities need to provide autonomy for information professionals, enabling the
creation, innovation, formulation and implementation of new ideas, projects and optimization
of processes due to improvements in learning, knowledge, sharing and dissemination of
information. It was also observed that, although in Brazil the concept of intrapreneurship is
still practiced in an incipient way, it is possible to find university libraries that develop and
encourage actions linked to this principle.
Keywords: Intrapreneurs librarians. University libraries. Innovative librarians.
Intrapreneurship university libraries.
1 INTRODUÇÃO
Percorrendo a evolução histórica da biblioteca universitária (BU), nota-se o importante
trabalho dos bibliotecários nos processos de otimização do ensino científico, tecnológico,
espaços de aprendizado e desenvolvimento intelectual, que necessitam constantemente de
atualizações e inovações. O conhecimento deve estar sempre em movimento, possibilitando
aos usuário a produção, o intercâmbio e o compartilhamento entre docentes, discentes e toda a
comunidade
envolvida.
Nesse
sentido,
o
papel
dos
bibliotecários
considerados
empreendedores internos é de suma relevância na evolução e disseminação de serviços e
produtos de forma eficaz e eficiente. Tais profissionais são capazes de desenvolver projetos,
otimizar processos e observar mudanças relevantes para o cenário das BU, trazendo melhorias
e qualidade aos usuários e as instituições de ensino.
Desta forma, esta pesquisa irá apresentar um panorama de ações efetuadas dentro das
bibliotecas universitárias e mostrar como os bibliotecários foram os principais agentes de
mudanças e mobilizadores de atitudes capazes de transformar comportamentos e melhorar
progressivamente os serviços e produtos ofertados dentro das unidades de informações.
Ao analisarmos a h
embora que de forma breve e pontual, é
possível vislumbrar a figura do profissional bibliotecário intraempreendedor atuando de forma
estratégica e em busca dos objetivos institucionais. Bem como, compreender o significado do
716
�termo intraempreendedorismo91 e a importância do incentivo da sua prática nas bibliotecas
universitárias, sendo um advocacy pela biblioteconomia e pelos profissionais bibliotecários.
2 BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIAS: BREVE RETROSPECTO
status
bibliotecas desde o seu surgimento até os dias atuais, têm evoluído e se adaptado às mudanças
que estabeleceram suas atuais características e seu papel social (CARVALHO, 2004, p. 81).
Ao tratarmos, especificamente, a respeito das bibliotecas universitárias, observa-se que estas
configuram-se como unidades informacionais vinculadas às instituições de ensino superior
(IES). Sua missão é atuar no tripé ensino, pesquisa e extensão; possibilitando à universidade
atender às necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral, através da
administração do seu patrimônio informacional e do exercício de uma função educativa, ao
orientar os usuários na utilização da informação. Trata-se, portanto, de um ambiente de
fundamental importância, pois promove a cooperação, gera conhecimento e produção
científica na comunidade acadêmica em que está inserida, bem como contribui para o
desenvolvimento intelectual da sociedade à qual ela pertence (MACHADO, 2009, p. 22).
Assim sendo, os serviços e produtos oferecidos por uma biblioteca universitária devem
ser definidos em consonância com os desígnios da IES na qual se encontra inserida. O
conteúdo do acervo relaciona-se diretamente aos conteúdos programáticos ou aos projetos
acadêmicos dos cursos oferecidos direcionando pela universidade. Infere-se, então, que cada
BU possui especificidades próprias, pois deve adotar uma política de gestão coerente com
fatores ambientais internos e externos, a fim de permitir que seus serviços agreguem valor ao
atendimento e, consequentemente, proporcionar satisfação contínua ao usuário.
Nesse sentido, ao tentarmos construir uma visão retrospectiva, a literatura
especializada aponta que a BU no Brasil, assim como na Europa, surge a partir das bibliotecas
de ordens religiosas que apoiavam as atividades de ensino, ou seja, dos colégios jesuítas,
franciscanos, carmelitas e beneditinos, durante o período colonial (entre o final do Século
XIX e início do XX). Nota-se, que a trajetória das BU
de ensino brasileiro, conforme afirma Diogenes (2012, p 123):
É preciso esclarecer a diferença entre empreendedorismo e intraempreendedorismo: enquanto o primeiro
termo se refere a criação de novas empresas e negócios por meio da criatividade e da vontade de obter
independência financeira e sem nenhum vínculo empregatício com outra organização. O segundo termo
relaciona-se com a capacidade dos indivíduos de constituir liberdade de atuação dentro dos limites das
organizações, criando, inovando e moldando as atividades com total autonomia e respaldo dos gestores e líderes.
717
�no Brasil só se conhece livros a partir da segunda metade do século XVI, desde que
se instala, em 1549, o Governo-geral em Salvador, na Bahia, marcando o início da
vida administrativa, econômica, política, militar, espiritual e social. Nessa data
também chegaram os jesuítas que, junto à criação dos colégios, fundaram também as
bibliotecas.
Ao passo que, de acordo com Cunha e Diógenes (2016), o processo de criação da
universidade no Brasil foi longo, tardio, envolvendo questões religiosas, ideológicas, uma
marcante presença do Estado.
Os vários séculos que antecederam a criação das universidades no Brasil foram
épocas em que houve a desarticulação do sistema educacional dos jesuítas, no século
XVIII, a reforma de Pombal, a configuração do Brasil como Estado nacional, o
surgimento do ensino superior no Brasil, em 1808, com viés profissionalizante e de
preparação de pessoal para o serviço público na Corte. Somente nas primeiras
décadas do século XX, no contexto da formação da nação brasileira, é que se dá a
origem das universidades brasileiras: a do Rio de Janeiro em 1920, criada por meio
da junção de faculdades, e a da USP que surge em 1934, com a proposta do modelo
que introduz nas funções da universidade as atividades de ensino e pesquisa
(CUNHA; DIÓGENES, 2016, p. 117).
Segundo as autoras supracitadas, o ensino superior no Brasil nasceu em 1808, com a
transferência da sede da corte portuguesa de Lisboa para o Rio de Janeiro e a emergência do
Estado Nacional. Depois de várias tentativas de criação de universidades, foi criada a
Universidade do Rio de Janeiro, reunindo três faculdades já existentes, a de Direito, a de
Medicina e a Politécnica, passando a ter um caráter integrado somente em 1931. Observa-se
que somente a partir de 1931 foi fixado o regime universitário no Brasil. O qual ocorreu após
a Revolução de 1930, com as Reformas Francisco Campos. Mas, de acordo com Diógenes
(2012), os fatos históricos indicam que as modificações no modelo da universidade foram, de
fato, introduzidas com a criação da Universidade de São Paulo (USP), em 1934. Por isso, é
atribuído a ela o mérito de ter sido a primeira universidade do País que integrou às suas
funções a missão de desenvolver ações de pesquisa e ensino.
Ainda sob esse viés, a autora ressalta que a Fundação Universidade de Brasília (FUB),
instituída em 15 de janeiro de 1962, foi a primeira universidade do País totalmente concebida
no modelo moderno, ou seja, não é resultado da união de escolas e faculdades isoladas, mas
baseou-se na concepção tecnocrática norte-americana e com os princípios de produtividade,
eficiência, eficácia e fundacional, com departamentos em vez de cátedras. Em suma, é
somente depois da década de 1940 que, segundo Diógenes (2012), vê-se o crescimento das
universidades, a consolidação do ensino privado, a exigência de mercado de trabalho em
termos de ciência e tecnologia e com eles a criação de bibliotecas ligadas às universidades,
718
�com o nome de biblioteca central da universidade, ou bibliotecas ligadas às diversas
faculdades que foram reunidas e levavam o nome da universidade.
Sendo assim, em 1945, surge a Biblioteca Central da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ). Em 1947, cria-se a primeira Biblioteca Central na Universidade de São
Paulo, desenvolvendo o serviço de catálogo coletivo de livros e periódicos. Em 1953, a
Biblioteca da Universidade de Recife desenvolve o serviço central de bibliotecas. No ano
1960, a Biblioteca da Universidade Federal da Bahia. E, assim, foram se sucedendo a criação
Reforma Universitária (Lei n.5.540/68) que, de acordo com Lubisco (2001) e Diogenes
(2012), fixou
normas de organização e funcionamento do ensino superior e atribuiu à
universidade a visão de sistema, estabeleceu a obrigatoriedade da associação de ensino e
pesquisa, impôs o controle do Estado sobre as IES, como também, ofereceu uma ampla
liberdade de atuação ao setor privado. Entretanto, na concepção de Lubisco (2001), a Reforma
Universitária omitiu as bibliotecas e estas foram relegadas a uma posição coadjuvante no
ensino superior. Visto que, o governo preocupou-se em atender à pressão social por mais
vagas na universidades, mas não atentou-se para a qualidade do ensino que estava sendo
ofertado.
De acordo com Reis (2008), a partir de 1970, surgem várias discussões a respeito da
-se 1º Encontro Nacional de Diretores
de Bibliotecas Centrais Universitárias e cria-se a Comissão Nacional de Diretores de
Bibliotecas Centrais Universitárias (CNBU).
Em 1978, tem origem a Comissão de
Bibliotecas Universitárias (CBU), ligada a Federação Brasileira de Associação de
Bibliotecários (FEBAB) e realiza-se o 1º Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
(SNBU). Sob esse viés, após várias iniciativas visando o estabelecimento de processos
avaliativos na educação, tem-se a aprovação do Decreto nº 2.026 de 10 de outubro de 1996,
que fixou os procedimentos de avaliação dos cursos superiores no Brasil e atribuiu um papel
para a avaliação que permitiria a autorização de novos cursos de graduação, bem como o
reconhecimento daqueles já existentes, a biblioteca deveria ser considerada. Com atenção ao
acervo bibliográfico, inclusive livros e periódicos, regime de funcionamento, modernização
dos serviços e adequação ambiental (LUBISCO, 2001).
Através da apreciação de tudo que foi exposto, pode-se observar que a trajetória das
-se necessário destacar que,
719
�segundo Morigi e Souto (2005, p. 193), foi a partir da criação desse tipo de biblioteca, que o
bibliotecário surgiu de fato, como o organizador da informação.
3 O BIBLIOTECÁRIO INTRAEMPREENDEDOR
2016. p. 18).
-
Segundo autores como (LIMA, 2015; DRUCKER, 2008; HASHIMOTO, 2006;
PINCHOT, 1989), o capital humano e intelectual aspira à satisfação e o prazer pelo fazer e
pelo contribuir. Percebendo isso, muitas instituições observaram que reter talentos e
aproveitar o conhecimento dos seus colaboradores era o melhor meio de progredir e inovar,
dando-lhes autonomia, liberdade, estimulando a criatividade, e, assim, se sentirem úteis,
capacitados e valorizados. Assim, os funcionários deixaram de ser meros coadjuvantes
cobrados por trabalhos mecanizados e rotineiros, passando a ser reconhecidos como
intraempreendedores, ou seja, àqueles que possuem uma visão macro da organização e do
mercado, como ressalta o blog (EGESTOR, 2017):
O termo intraempreendedorismo vem da expressão inglesa intrapreneur, ou
seja, empreendedor interno. Ela diz respeito a um processo que ocorre dentro
dos limites de uma organização, independentemente de seu porte. Esse
processo envolve o desenvolvimento de novidades que podem ser negócios,
atividades e, até mesmo, técnicas administrativas, tecnologias e estratégias.
Como visto, o intraempreendedor atua dentro da empresa, sendo assim,
podemos defini-lo como um profissional que realiza mudanças ou
aperfeiçoamentos inovadores no ambiente interno dela, buscando oferecer
alto nível de competitividade a partir de um tipo de colaboração muito
próxima da característica empreendedora.
Ainda nessa direção, de acordo com Lima (2015), o termo intraempreendedor foi
cunhado por Gifford Pinchot III na década de 1980. O intraempreendedor remete para aquela
pessoa que trabalha dentro das organizações públicas ou privadas, inovando, criando seus
serviços direcionados aos usuários, com foco na melhoria contínua e luta contra a estagnação
de seu departamento ou da sua empresa. Nessa perspectiva, Drucker (2008) entende que as
organizações necessitam de uma competência fundamental para que o intraempreendedorismo
grandes empresas quiserem acelerar o ritmo da inovação e nisso serem eficazes no que tange
aos custos, elas devem valorizar e delegar poderes aos intrapreneurs
encontrarmos intraempreendedores frustrados que aguardam a permissão para agir e que veem
720
�organizações em observar o perfil empreendedor dos seus funcionários e, assim, não perdê-los
ou torná-los um concorrente em potencial. Com as pessoas cada vez mais qualificadas faz-se
necessário as empresas proporcionar um ambiente de trabalho atrativo, motivacional e
satisfatório.
Sabendo que o intraempreendedorismo pode ser praticado por profissionais com
capacidades variadas, multifacetadas, bem como de várias áreas do conhecimento, destaca-se
a relevância da atenção por parte dos bibliotecários à esta prática. Considerando que o perfil
do bibliotecário foi nitidamente modificado ao longo do tempo. Se no início o seu papel era o
de guardião, com o desenvolvimento tecnológico e o fluxo intenso de informações foi
necessário que o profissional desenvolvesse habilidades, por vezes, desconhecidas e fora da
concepção
estereotipada que o acompanhou (e ainda acompanha) durante sua trajetória
profissional.
Assim, a imagem do bibliotecário tradicional que se preocupava, sobretudo, com a
organização técnica, física e representativa, transfigura-se no profissional que, em conjunto
com estas funções, busca estar atento ao mercado, que se posiciona mediante os conflitos
internos e externos da organização a qual faz parte, é conhecedor das novas tendências, aberto
as novas tecnologias e voltado às questões gerenciais e humanísticas.
Ribas (2015) afirma que o bibliotecário na atualidade não atua somente em bibliotecas
e por conta disso, existe a necessidade de uma nova visão em relação a profissão ao longo da
sua formação. Durante o desenvolvimento de suas habilidades na academia deve aprimorar
questões relacionadas a gerencia e a criação de novos produtos e serviços para proporcionar,
tanto as unidades de informações mais tradicionais, quanto aquelas organizações não
convencionais, práticas empreendedoras conectadas ao crescimento e as mudanças do
mercado. Pensamento reforçado pelo Conselho Regional de Biblioteconomia (CRB, 2017), ao
definir o profissional bibliotecário como aquele que:
[...] desenvolve atividades de organização, tratamento, análise e recuperação de
informações em diversos níveis e suportes físicos, por meios manuais e
automatizados, com vistas ao atendimento das necessidades informacionais de todos
os segmentos da sociedade, ao avanço científico-tecnológicos e ao desenvolvimento
social do país.
Partindo desse pressuposto (LANKES 2016. p. 20) argumenta que:
Os bibliotecários de hoje estão utilizando as lições que aprenderam ao longo de
aproximadamente três mil anos de história para construir uma nova biblioteconomia
que não seja baseada em livros e outros artefatos, mas no conhecimento e na
comunidade. Eles estão aproveitando os atuais avanços tecnológicos para capacitar
as comunidades a progredirem.
721
�Exacerbando ainda mais esta análise e retomando os objetivos desta pesquisa, Conti,
Pinto e Davok (2009) defendem que para um bibliotecário ser intraempreendedor deve ser
criativo, flexível, possuir espírito de liderança, competência, ser inovador, ter visão de
negócio e boa comunicação. Silva (2015) por sua vez, entende que as atitudes
empreendedoras possuem um papel fundamental na desmitificação de tais ideias préconcebidas, nos informando que o comportamento proativo e iniciativa são fatores essenciais
que contribuem para a libertação dos estigmas que o profissional é geralmente associado.
Pensamento complementado por (SPUDEIT e FRIVIER 2016, p. 56):
[...] pode-se dizer que o bibliotecário precisa estar sempre de olho às mudanças que
ocorrem rapidamente na sociedade e desenvolver competências profissionais que lhe
permitam criar, inovar e oferecer serviços confiáveis e de qualidade aos seus
clientes, esses os usuários da informação. Isso é independente do tipo de organização
em que ele trabalhe, sendo ela de caráter público ou privado, pois o que importa são
as suas condutas diante das adversidades e a sua capacidade de se adaptar aos
diversos ambientes.
Enquanto que Spudeit (2016) enaltece que os bibliotecários estão saindo da sua zona
de conforto, ultrapassando as paredes das bibliotecas e conquistando novos terrenos. Esta
postura relaciona-se com o fato destes apresentarem uma postura disposta a fazer algo novo,
algo que alinha-se a essa nova demanda informacional que a sociedade exige. Segundo a
autora, a inovação não está somente na invenção ou na melhoria dos processos, serviços e
produtos, mas principalmente no valor a ser agregado às organizações e como as pessoas
passam a enxergá-las após os bibliotecários tornarem-se protagonistas de suas carreiras e
mostrar a importância de um profissional empoderado e capaz de transformações sociais,
econômicas e culturais.
4 A GESTÃO EMPREENDEDORA NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UMA
PRÁTICA EM BUSCA DO PROGRESSO
possuem uma função de extrema importância ao incentivar a
produção e o intercâmbio do conhecimento tecnológico e científico com excelência e
responsabilidade entre os membros de sua comunidade, requerendo assim, uma gestão com
foco nas competências, como também, capacidades de seus colaboradores em alcançar metas
e objetivos organizacionais (VALENTIM, 2017). Dentro deste contexto, os bibliotecários que
atuam nessas instituições são instigados a prover serviços e produtos da unidade de
informação, visando a inovação e o atendimento dos seus usuários de forma que os satisfaçam
722
�e os surpreendam de maneira positiva, buscando no mercado as melhores técnicas e ações que
vão de encontro com as características e demandas do seu público alvo. Ou seja, tais
profissionais da informação devem desenvolver competências que lhe proporcionem uma
visão estratégica de mercado, compreendendo a organização como um todo e praticando seu
papel como líder que assume responsabilidades, que comunica-se de forma clara e efetiva e
que principalmente agrega valor a empresa e a sociedade.
Seguindo essa linha, autores como Vergueiro (2002), Valls e Vergueiro (1998; 2006),
dentre outros, reverberam que, desde a década de 1990, as bibliotecas brasileiras têm a
preocupação em desenvolver serviços com foco na qualidade e, em especial, oferecer
produtos de informação de acordo com a demanda e o perfil do seu público. Sendo assim,
salienta-se a importância do entendimento dos bibliotecários no campo da gestão
organizacional, se inteirando completamente dos objetivos, metas e planos institucionais e
adequando a sua atuação ao cenário que presta serviços (ASSIS e MAIA, 2014). Atuando
como empreendedores em suas instituições, assim como afirma Honesko (2002, p. 3):
A gestão empreendedora com ênfase na inovação e criatividade, se adotada pelas
bibliotecas, provavelmente proporcionará a possibilidade da abertura de novos
caminhos e oportunidades para que os gestores tenham uma ampla visão dos
objetivos corporativos e compreensão do propósito das atividades e dos serviços que
a biblioteca oferece, tornando-os diferenciados e relevantes. A efetivação de
mudanças nesse sentido sinaliza a possibilidade de prover os usuários com o que
lhes falta, antecipando dessa forma suas necessidades e superando suas expectativas.
Por outro lado, para que de fato ocorra uma gestão empreendedora, faz-se necessário
uma cultura organizacional que promova, incentive essa prática. Ou seja, um ambiente no
qual se permita que o risco calculado possa ser encorajado, proporcionando abertura às
mudanças e, principalmente, direcionando os esforços com vistas o cumprimento da missão
da biblioteca (HONESKO, 2001).
No entender de Honesko (2001, p.35 apud ST CLAIR, 1995, p. 29), a gestão de uma
biblioteca que assume riscos:
permite projetos de auto-iniciação, partilha a solução de problemas, estabelece
valores nas transações da informação, centraliza o foco no cliente, busca
relacionamentos interdepartamentais, encoraja o risco calculado e não só a mera
mudança. Fornece infra-estrutura para a inovação, tem forte compromisso da equipe
com a distribuição da informação, planeja suas atividades, respeita as metas do
indivíduo, encoraja a educação continuada e admite a utilização do tempo da
empresa para buscar idéias e pensar inovadoramente.
Silva e Fernandes (2015) ressaltam que o gestor deve possuir a perspicácia para lidar
com os diferentes perfis e subjetividades inerentes a cada pessoa.
723
�A função diretiva consiste em assumir a responsabilidade da operação de uma
atividade ou setor, e implica em competência técnica, largueza de pontos de vista,
inteligência social, capacidade para perceber o significado das coisas, além de exigir
coragem para levar até o fim qualquer trabalho ou mudança programada.
Tendo em vista as competências dos bibliotecários, como também, a importância das
de unidade de informação como um advocacy92. Sabendo que o intraempreendedorismo
envolve mudanças comportamentais, os bibliotecários devem apropriar-se destes conceitos
para modificar a visão distorcida da sociedade e conquistar a merecida valorização da área e
da profissão, compreendendo sua função como gestor e os fatores que circundam a sua função
(SOARES, 2016).
7 ANÁLISE DE RESULTADOS
Tratou-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa e de método exploratório,
embasada em uma revisão bibliográfica a respeito dos assuntos aqui tratados.
A partir da coleta e análise dos dados, observou-se que apesar da carência de estudos
específicos sobre intraempreendedorismo em bibliotecas universitárias, vários autores da área
têm dado ênfase às qualidades empreendedoras durante a formação do novo perfil
bibliotecário frente às exigências do mercado de trabalho, bem como novas perspectivas para
a profissão. Verificou-se que uma das principais barreiras ao intraempreendedorismo é a
cultura organizacional. A motivação no ambiente interno é essencial para que os funcionários
se sintam à vontade e trabalhem desta maneira.
Destaca-se ainda que quando o bibliotecário possui além das competências técnicas
tradicionais inerentes à área, competências intraempreendedoras, tem mais facilidade para
criar, inovar e oferecer serviços confiáveis e de qualidade aos seus clientes, e assim, tornamse mais competitivos no mercado de trabalho, que está em constantes mudanças, obtendo com
isso, maior eficácia e eficiência na prestação de serviços em bibliotecas.
Nessa direção, com base nos referenciais teóricos aqui abordados, o quadro a seguir
apresenta algumas competências e características inerentes às práticas intraempreendedoras:
Advocacy, na atualidade, é utilizado como sinônimo de defesa e argumentação em favor de uma causa. É um
processo de reivindicação de direitos que tem por objetivo influir na formulação e implementação de políticas
públicas que atendam às necessidades da população. Disponível em<http://www.politize.com.br/advocacy-oque-e/>. Acesso em 02 jan 2017.
724
�Quadro 1
Competências
Proatividade
Competências dos Bibliotecários Intraempreendedores
Características
Ter iniciativa e mostrar disposição ao praticar suas atividades.
Liderança
Ter a capacidade de influenciar pessoas, traçar metas e objetivos, ter
motivação e ser capaz de inspirar as pessoas em busca de resultados.
Inovador
Promover melhorias contínuas no dia a dia, otimizando os serviços, processos
e produtos.
Dedicação
Oferecer o melhor de si com muito empenho, esforço e entrega.
Coragem
Ter ousadia para arriscar e encarar os desafios no decorrer da sua jornada.
Criatividade
Otimista
Planejamento
Pensar de maneira diferente, ter a capacidade de olhar o contexto e inserir
novas técnicas que gerem valor as organizações.
Acreditar que tudo dará certo, pensar de forma positiva e não desanimar caso
algo não saia como planejado.
Capacidade de traçar metas e objetivos com prazos determinados, moldar um
plano de ação e acompanhar cada etapa por meio do gerenciamento.
Fonte: Desenvolvido pelas autoras.
Observa-se que profissionais que têm ou que desenvolvem essas competências,
possuem uma capacidade diferenciada de analisar cenários, criar ideias, inovar e buscar novas
oportunidades. São eles que ajudam na criação de ideias dentro das organizações, mesmo que
indiretamente.
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo norteador analisar a atuação dos bibliotecários
por meio do intraempreendedorismo dentro do contexto das bibliotecas universitárias.
Conforme o referencial teórico utilizado, notou-se que, embora no Brasil o conceito de
que desenvolvem e incentivam ações atreladas a este princípio, tendo em vista que estas
unidades de informação anseiam por dinamizar seus produtos e serviços em prol da sua
comunidade, priorizando a qualidade dos seus processos, aprimorando suas técnicas de
gestão, para melhor atender as expectativas dos que buscam acesso à informação.
Observou-se que os bibliotecários intraempreendedores são pessoas de visão, com um
perfil arrojado, proativo, capacitado a entender como tudo a sua volta é estruturado e
organizado. Além disso, planejam como querem alcançar seus objetivos, capazes de
725
�influenciar pessoas com uma liderança democrática e persuasiva, pensando sempre na
perspectiva do outro com empatia e otimismo.
Por fim, salienta-se que ao gerenciar uma BU, o bibliotecário é instigado a mostrar
disposição e vontade de mudar e construir algo que valorize esta instituição e sua forma de ser
vista na sociedade, agir em prol de um propósito, procurar inovar tanto nos processos,
serviços e produtos, qualificar-se e não ter medo de arriscar. Pode ser que algum projeto não
se concretize e não seja aproveitado, mas sempre continuar tentando propor novas formas de
fazer algo, mostrar que vale a pena um novo olhar e uma nova perspectiva, valorizando suas
expertises e seu modo de trabalhar com a informação e com seus principais ativos, as pessoas.
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729
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O bibliotecário intraempreendedor: a importância da gestão empreendedora nas bibliotecas universitárias.
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Sousa, Daniele Maria De; Lima, Aldenira da Costa; Valls, Valéria Martind
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata-se de uma análise sobre a gestão dos bibliotecários intraempreendedores nas bibliotecas universitárias. Busca-se compreender o que é ser um bibliotecário intraempreendedor e contemplar suas principais competências. Como este profissional poderá proporcionar as bibliotecas universitárias inovações e otimização dos seus processos, serviços e produtos, na busca por satisfazer as necessidades informacionais de seus usuários com qualidade e maiores ganhos. A metodologia adotada para a realização desta pesquisa foi um levantamento bibliográfico na literatura científica, incluindo além dos livros, a utilização das bases de dados da Scielo, Brapci, Revista Biblioo e Google Acadêmico. Ao entender o universo do empreendedorismo corporativo, constata-se a necessidade dos bibliotecários desenvolverem técnicas com vistas à prática deste conceito, como também, se propor a estar em constante atualização. Além de apresentar competências variadas, tais quais: liderança, empatia, espírito empreendedor, possuir boa comunicação e entre outros atributos que o propicie a alcançar resultados positivos e que traga um diferencial as organizações a e seus usuários. Em contrapartida, as universidades precisam fornecer autonomia aos profissionais da informação, possibilitando a criação, a inovação, a formulação e a implementação de novas ideias, projetos e a otimização dos processos em virtude das melhorias do aprendizado, do conhecimento, compartilhamento e disseminação da informação. Constatou-se ainda que, embora no Brasil o conceito de intraempreendedorismo seja praticado ainda de maneira incipiente, é possível encontrar bibliotecas universitárias que desenvolvem e incentivam ações atreladas a este princípio.
Language
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5418/SNBU2018_057.pdf
25a12db91b267d3c96d32928c7f03f7b
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INTEGRAÇÃO DA PLATAFORMA COLABORATIVA WIKIPAMPA NO
SISTEMA DE BIBLIOTECAS EM UMA UNIVERSIDADE MULTICAMPI
INTEGRATION OF THE WIKIPAMPA COLLABORATIVE PLATFORM IN THE LIBRARY
SYSTEM IN A MULTICAMPI UNIVERSITY
-
Palavras-chave: Gestão do conhecimento. Bibliotecas universitárias. Wiki. Colaboração.
Abstract: The present work presents the results of a dissertation research that proposed to
integrate a wiki tool to support the knowledge management in the Libraries System of the
Federal University of Pampa. In this way, we proposed an applied nature research with
procedures based on the Design-Based Research methodological approach that occurred in
four phases, with three iterative cycles. For data collection, survey and participant observation
questionnaires were used. As theory the combination was used, which is one of the ways of
knowledge converting, and the basic elements of knowledge management in university
libraries. A diagnosis was made initially and after the analysis of the data, a survey of the
infrastructure needs for the implementation of the tool was elaborated. For implementation
and development, the categorization of the WikiPampa platform was performed. The
preparation of a manual with guidelines and policies for use was the final product of this
research, in addition to the collaborative platform itself. We obtained as results and
conclusion, that the integration of the wiki tool as support to the knowledge management is
699
�possible and the design principles were developed, the possibilities and challenges of this
integration were also listed.
Keywords: Knowledge management. University libraries. Wiki. Collaboration.
1. INTRODUÇÃO
A gestão do conhecimento em unidades de informações, como bibliotecas
universitárias, é um grande desafio. Para os bibliotecários desta área prestarem serviços de
qualidade para seus alunos, professores e funcionários nas atividades fim de uma universidade
(ensino, pesquisa e extensão), demanda organização, infraestrutura e gestão de pessoal. As
tecnologias digitais auxiliam esses processos e torna-os cada vez mais dinâmicos.
Um dos exemplos dessas tecnologias em rede são as ferramentas wiki. Elas têm
demonstrado, a partir de pesquisas sobre o tema, diversas possibilidades no trabalho
colaborativo em equipes, na gestão do conhecimento e também na retenção e
compartilhamento de informações. Para Davenport e Prusak (1998, p. 61), gestão do
Desenvolver gestão do conhecimento dentro de uma única biblioteca universitária já é
um grande desafio; o que dirá então de um sistema de bibliotecas formado por dez bibliotecas,
em diversos campi, espalhadas pela região do Pampa no estado do Rio Grande do Sul, que é o
caso da Universidade Federal do Pampa
UNIPAMPA. Diante desta realidade e da
dificuldade de promover gestão do conhecimento no Sistema de Bibliotecas da Universidade
Federal do Pampa, buscou-se uma alternativa para otimizar e promover suporte para a gestão
do conhecimento no sistema de bibliotecas.
A partir desse contexto, este trabalho visa apresentar e analisar os resultados de uma
pesquisa sobre integração da ferramenta wiki para suporte à gestão do conhecimento em
sistema de bibliotecas. Os resultados apresentados foram produzidos com a abordagem de
investigação Design-Based Research (DBR) (WANG e HANNAFIN, 2005), que é uma
tipologia de pesquisa sistemática, mas flexível, que emprega análise iterativa de design,
desenvolvimento e implementação, com base na colaboração entre pesquisadores e
profissionais do ambiente em contexto.
700
�2. GESTÃO DO CONHECIMENTO, BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Gestão do conhecimento é um conceito que surgiu na sociedade do conhecimento na
década de 80 e busca gerenciar o conhecimento para obter vantagem competitiva. Wiig
(2002) considera gestão do conhecimento como
processos e capacidades relacionadas aos ativos de capital intelectual, sejam eles
pessoal ou organizacional. Gestão do conhecimento também envolve planejar,
facilitar, monitorar e controlar das perspectivas da empresa e do stakeholder (WIIG,
2002, p. 1, tradução nossa).
Para Takeuchi e Nonaka (2008), gestão do conhecimento pode ser entendida como o
gerenciamento dos dois tipos de conhecimento, tácito e explicito, na transformação dos dois
entre um e outro (tácito em explicito ou explicito em tácito) e assim gerar cada vez mais
conhecimento organizacional.
A teoria da criação do conhecimento organizacional proposta por Takeuchi e Nonaka
conhecimento organizacional na abordagem destes autores é a mobilização e conversão do
conhecimento tácito em conhecimento explícito.
A teoria da criação do conhecimento tem duas dimensões: epistemológica e
ontológica, segundo os autores. Partindo do pressuposto que o conhecimento somente é
gerado pelo indivíduo, na dimensão ontológica, a aquisição de conhecimento organizacional
envolve a expansão do conhecimento individual para a rede de conhecimento da organização.
Já na dimensão epistemológica, o conhecimento tácito, próprio do indivíduo, interage com o
conhecimento explícito, o conhecimento codificado em documentos e que é simplificado para
toda a organização (TAKEUCHI; NONAKA, 2008).
O conhecimento é criado através da interação entre o conhecimento tácito e
conhecimento explícito; portanto, para Takeuchi e Nonaka (2008, p. 60), os quatro modos
possíveis de conversão de conhecimentos são: socialização, externalização, combinação e
internalização, sendo que:
processo de compartilhamento de experiências e, com isso, de criação de conhecimento tácito
701
�NONAKA, 2008, p. 60). É uma troca de conhecimento que pode acontecer sem utilizar a
linguagem; o indivíduo pode observar outro indivíduo e aprender através da observação, da
imitação e da prática.
tipicamente, no processo da criação de conceitos e é desencadeado pelo diálogo ou pela
conhecimento tácito em linguagem, forma de metáfora, analogias, conceitos, hipóteses ou
modelos.
Combinação: é a conversão do conhecimento explíc
NONAKA, 2008, p. 65). Este tipo de conversão envolve a combinação de diversos
conhecimentos explícitos, os quais formam um novo conhecimento explícito. Essa
combinação pode ser aplicada numa ferramenta wiki quando diversos conhecimentos já
explícitos se combinam, se unem, se classificam ou se separam para levar a um novo
conhecimento explícito. Essa sistematização é chave para a criação de um novo conhecimento
(RODRIGUES E GRAEML, 2013).
quando as experiências dos outros três tipos de conversões são internalizadas no
conhecimento tácito do indivíduo, na forma de modelos mentais compartilhados ou know-how
técnico.
organizacional é uma interação contínua e dinâmica entre o conhecimento tácito e o
conversão de conhecimento, os quais são induzidos por vários desencadeadores, formando,
desta forma, o que os autores denominam de espiral do conhecimento.
A Figura 1 demonstra os quatro modos de conversão do conhecimento, bem como a
espiral do conhecimento. Essas quatro formas de conversão ficaram conhecidas, de acordo
com Rodrigues e Graeml (2013, p. 13
702
�Figura 3 - Espiral do conhecimento
Fonte: Takeuchi e Nonaka, 1997, p. 80.
Nesse sentido, as bibliotecas universitárias, que são organizações, necessitam e devem
se preocupar com questões relacionadas à informação, dados, criação de conhecimento
organizacional e principalmente com a gestão do conhecimento. Assim como o tema gestão
do conhecimento se desenvolveu e começou a fazer parte das organizações, ela também se
tornou presente na área de Ciência da Informação. A gestão do conhecimento em bibliotecas
vem sendo discutida e estudada por autores nacionais e internacionais na busca de
conhecimento e desenvolvimento da atuação nessas organizações.
Castro (2005) desenvolveu uma pesquisa na sua dissertação de mestrado em que
propôs um instrumento para diagnóstico de Gestão do conhecimento em bibliotecas
universitárias. Na Figura 2, Castro (2005) considera os elementos básicos para a gestão do
conhecimento em bibliotecas universitárias.
As inovações tecnológicas são ferramentas que estão presentes no cotidiano
das bibliotecas universitárias e que podem auxiliar nesta tarefa, e a ferramenta wiki é uma
delas.
A wiki é uma ferramenta da Web 2.0 que integra o conjunto designado por software
social. As wikis são páginas web abertas, algumas livres, onde colaboradores podem criar,
recriar, gerenciar e publicar conteúdos na web em hipertextos, construindo, assim, uma
plataforma colaborativa e interativa.
O termo wiki
ologia wiki, de acordo com a
Wikipédia (2013), foi criada no período de 1993-1994, a partir do trabalho de Ward
703
�Cunningham, que tinha como objetivo desenvolver uma ferramenta onde qualquer usuário
pudesse produzir dados na Web, mesmo que leigo em computação, alimentando, dessa forma,
uma base de dados comuns de forma colaborativa.
Figura 4 - Elementos básicos para a gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias
Fonte: Castro, 2005.
Portanto, essas pré-condições de design e princípios fundamentais de teorias foram
seguidos na integração da ferramenta wiki no suporte à gestão do conhecimento no Sistema de
Bibliotecas da UNIPAMPA.
3. BASES METODOLÓGICAS
A pesquisa implementada caracterizou-se pela natureza aplicada, com abordagem
baseada em Design-Based Research (DBR) que Wang e Hannafin (2005, pp. 2-3, tradução
nossa) definem como:
educativas através da análise iterativa, design, desenvolvimento e implementação,
com base na colaboração entre pesquisadores e profissionais em ambientes de
mundos reais, e levando a princípios de design contextualmente sensíveis e teorias
(WANG e HANNAFIN, 2005, pp.2-3, tradução nossa).
704
�Os sujeitos da pesquisa foram os servidores do Sistema de Bibliotecas da Universidade
Federal do Pampa, composta por dez bibliotecas universitárias localizadas em dez cidades
diferentes da região do Pampa do Rio Grande do Sul.
Como instrumentos para coleta de dados, foram empregados dois questionários survey,
um de diagnóstico e um final, com perguntas fechadas e abertas. Observação do participante
no acompanhamento e desenvolvimento, planejamento e integração da ferramenta wiki,
discussão na lista de e-mails e histórico de edição da wiki.
A pesquisa ocorreu em quatro fases, contendo três ciclos iterativos. Neste sentido, está
estruturada de acordo com as fases da DBR e seus ciclos iterativos conforme o Quadro 1:
Quadro 1 - Fases baseada em DBR para a dissertação
Fases da DBR
Ações
Definido com a participação dos
envolvidos através de um
Fase 1 Identificação do problema questionário de diagnóstico sobre
e definição do tema de pesquisa
gestão do conhecimento e trabalho
colaborativo.
Revisão de literatura.
Fase 2 Desenvolvimento da
proposta
Fase 3
Ciclos Iterativos
Análises
Organização e disponibilização do
questionário de diagnóstico.
Análise e síntese dos dados.
Definição do problema.
Enquadramento teórico.
Organização e planejamento da
implantação da ferramenta wiki.
Categorização da wiki.
Confecção do manual sobre o
WikiPampa.
Fundamentação teórica e design de
investigação.
Proposta de implementação.
Primeiro Ciclo iterativo.
Implementação da intervenção.
Inserção de conteúdos no wiki.
Observação participante.
Análise dos dados quantitativos e
qualitativos, síntese e definição dos
aspectos a serem replanejados para
o ciclo seguinte.
Segundo Ciclo iterativo.
Redesign da ferramenta de acordo
com os dados da observação
participante
Redesign do manual sobre o
WikiPampa.
Discussões com o grupo sobre
novas possibilidades do artefato.
Análise dos dados e definição dos
aspectos a serem replanejados para
o próximo ciclo.
Terceiro Ciclo Iterativo.
Análise dos dados quantitativos e
Aplicação das novas possibilidades. qualitativos finais.
Questionário final.
Fase 4 Reflexão sobre a
implantação da ferramenta
Avaliação das atividades.
Redesign da ferramenta e manual
para melhorias.
Análise, síntese e representação
dos dados.
Propostas e novas ideias para
inspirar novos projetos.
Fonte: Elaborado pela autora
705
�4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A primeira fase consistiu na identificação do problema e definição do tema de
pesquisa, bem como na elaboração e organização do questionário como diagnóstico, com sua
aplicação em março de 2016. Realizou-se um questionário survey de perguntas abertas e
fechadas com os 47 servidores do SISBI, sendo 20 bibliotecários e 27 assistentes
administrativos atuantes nos dez campi da universidade, incluindo a reitoria. O objetivo do
questionário foi diagnosticar a percepção dos servidores do Sistema de Bibliotecas sobre o
trabalho colaborativo, gestão do conhecimento dentro da instituição e ferramentas
colaborativas. Foram realizadas, em abril, a análise e síntese dos dados coletados e, por fim, a
definição do problema de pesquisa.
Em suma, a partir do diagnóstico inicial, realizou-se a identificação de algumas
reflexões de pesquisa, tais como: a gestão do conhecimento é uma responsabilidade coletiva;
o trabalho colaborativo pode tornar as atividades mais produtivas; as ferramentas
colaborativas podem ser uma alternativa para gestão do conhecimento e incentivo ao trabalho
colaborativo. Enfim, sistematizou-se como problema norteador da pesquisa: como implantar e
integrar uma ferramenta colaborativa, como wiki, para suporte à gestão do conhecimento no
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pampa?
No próximo item, apresenta-se a implementação da implantação da ferramenta
WikiPampa, ação da Fase 2 da DBR desenvolvimento da proposta de estratégia.
4.1 A proposta plataforma colaborativa WikiPampa
Na segunda fase, desenvolveu-se a proposta de estratégia da pesquisa. Nesta fase, que
ocorreu em meados de maio de 2016, realizou-se a fundamentação teórica do trabalho, o
design de investigação e a proposta de implementação da ferramenta wiki para a Reitoria e
Coordenação de Bibliotecas da UNIPAMPA. Houve uma reunião com a reitoria em junho, na
cidade de Bagé/RS, na qual a coordenadora do SISBI apresentou a proposta de integração da
WikiPampa ao vice-reitor da universidade e aos demais chefes bibliotecários dos campi; após
alguns dias dessa reunião, foi aprovada a implantação da WikiPampa na universidade. Depois,
foi realizado o levantamento das necessidades de infraestrutura para a criação da ferramenta
wiki dentro do setor de Diretoria de Tecnologia da Informação e Comunicação (DTIC) da
Unipampa.
Diante da ciência da reitoria e coordenação, partiu-se para a implantação da
ferramenta, com início em julho e término em setembro de 2016. O software escolhido para a
706
�implantação da ferramenta wiki foi o software livre MediaWiki. Nesta fase, efetuaram-se a
categorização da wiki e a confecção da primeira versão dos manuais de utilização, com
diretrizes e políticas de uso, sobre a WikiPampa, que é o produto final gerado a partir desta
pesquisa. Na categorização da WikiPampa, foram usados o organograma institucional da
universidade e o organograma interno do SISBI, além de temáticas relacionadas a bibliotecas
universitárias.
A WikiPampa tem como objetivos principais ser uma plataforma colaborativa para
suporte e gestão do conhecimento e, também, promover um espaço para o trabalho
colaborativo dentro da UNIPAMPA.
Todo o conteúdo produzido no WikiPampa está licenciado pela Licença Creative
Commons
Atribuição
Uso não comercial
Partilhada nos mesmos termos. A plataforma
foi implantada com o software livre MediaWiki, que é um pacote wiki, open source, escrito
em PHP, o qual foi desenvolvido para a utilização da Enciclopédia Livre Wikipédia.
Entretanto, após seu sucesso com a Wikipédia, o software é utilizado por vários projetos da
Wikimedia Foundation e por outros wikis na rede.
Portanto, para a implantação da ferramenta, foram necessárias a criação de uma
máquina virtual com sistema operacional Linux com acesso ao público externo, a criação do
domínio "wikipampa.unipampa.edu.br" para disponibilização na rede, acesso ao Lightweight
Directory Access Protocol
LDAP da instituição, e também a criação de instância de banco
de dados para o Wiki. Quanto ao software, foi necessária a instalação do Software Mediawiki e
as extensões LDAP, para acesso utilizando login institucional, bem como a instalação da
wiki.
Foram incluídos, no grupo de usuários da plataforma, todos os servidores da
instituição (professores e técnicos administrativos). Essa decisão foi tomada na intenção de
tornar a plataforma aberta e não delimitada a um grupo restrito da universidade, como, por
exemplo, o dos professores, que interagem com o SISBI em projetos de ensino envolvendo as
bibliotecas. A edição da plataforma é limitada ao grupo de usuários da WikiPampa; porém, o
acesso ao conteúdo/páginas é aberto na rede. Dessa maneira, conclui-se a Fase 2 da DBR com
o desenvolvimento da proposta WikiPampa com o seguinte design Figura 3:
707
�Figura 5 - Design Inicial da WikiPampa
Fonte: WikiPampa, 2017.
4.2 Ciclos iterativos
O primeiro ciclo iterativo foi um período de adaptação e reconhecimento da
ferramenta wiki pelos envolvidos, tendo, como atividade, uma produção simples de páginas
sobre a história de cada biblioteca e a criação do mapa de conhecimento do SISBI através das
páginas do usuário.
Já o segundo ciclo de intervenção foi realizado com produções de combinações de
documentos e processos já existentes para páginas na wiki, onde se observou que os
servidores procuraram saber como tornar essas páginas mais dinâmicas com inserção de
hiperlinks, inclusão de arquivos, imagens e vídeos.
O terceiro e último ciclo iterativo caracterizou-se por produções e edições voltadas
para o melhoramento de páginas já existentes, bem como na criação de páginas de
compartilhamento de informações. A análise e a reflexão da pesquisa encontram-se na
próxima seção.
4.3 Reflexões sobre a integração e implantação da plataforma colaborativa
708
�A análise e reflexão sobre os dados da pesquisa foram realizadas através da
triangulação, que consiste no entrelaçamento dos dados obtidos pelos diversos instrumentos
de coleta de dados durante a pesquisa.
Utilizaram-se duas categorias de reflexão que emergiram da fundamentação teórica:
Gestão do conhecimento mediado por tecnologias, que envolve aspectos da implantação e
integração da ferramenta relacionados às teorias de conversão do conhecimento e os
elementos básicos da gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias; Design e
redesign para integração, que aborda sobre a criação de princípios de design para integração
de ferramentas wiki em sistema de bibliotecas.
Utilizou-se o modo de conversão do conhecimento combinação nas atividades de
intervenções da plataforma. O modo combinação ocorre quando o conhecimento explícito já
existente em processos, documentos, reuniões, conversas por telefone ou redes de
comunicação na organização é combinado para formar outro conhecimento explícito, como
no caso as produções na WikiPampa.
Porém, como a criação do conhecimento organizacional de acordo com Takeuchi e
Nonaka (2008) ocorre através da espiral do conhecimento, não se pode afirmar que somente o
modo de conversão combinação ocorre em uma plataforma colaborativa. Deste modo, pode-se
afirmar que na WikiPampa ocorreram essas combinações de conhecimentos a partir de:
Socialização: Este ocorre de indivíduo para indivíduo na experiência direta,
geralmente em encontros, reuniões, vídeo conferencias, conversas de chats, cursos, visitas
técnicas quando o servidor observa outro colega realizando uma atividade e socializa através
do diálogo, ocorrendo assim interação e comunicação. Estas atividades servem de apoio para
criação de novos conhecimentos tácitos, que, no futuro, se tornarão conhecimentos explícitos
na WikiPampa.
Externalização: Na articulação do conhecimento explícito de cada servidor a partir da
reflexão individual e/ou com outros colegas, e da externalização do seu conhecimento através
das páginas da WikiPampa, e também nas trocas de e-mails e discussões sobre criação de
novas páginas.
Combinação: Nas propostas de atividades sugeridas ao longo da pesquisa, na
transferência de documentos e processos já existem do SISBI para a plataforma WikiPampa.
Em cada ciclo iterativo, sugeriu-se a criação de páginas de conhecimentos explícitos do
SISBI, realizando combinação com outros conhecimentos e criando novos na produção das
páginas.
709
�Internalização: Na utilização e visualização das páginas criadas por outros colegas,
assim os servidores observavam os demais e adquiriam novos conhecimentos, é o que os
2008).
Chegou-se então ao seguinte quadro da Figura 4:
Figura 6 - Quadro conversão do conhecimento mediado por tecnologia
Fonte: Elaborado pela autora.
Todos os processos de conversão do conhecimento devem estar alinhados a um
planejamento maior da gestão do conhecimento das bibliotecas universitárias. Castro (2005)
enumerou os elementos básicos para a GC em BUs, destacando em quais desses elementos e
processos a plataforma WikiPampa pode oferecer suporte.
Identificação dos conhecimentos: a partir da criação dos mapas de conhecimentos na
wiki, entre outros modos de identificação do conhecimento no SISBI.
Aquisição do conhecimento: Segundo Castro (2005, p. 107)
A aquisição do conhecimento nas bibliotecas universitárias pode ocorrer de formas
diferentes, em função das fontes internas e externas de conhecimento. As fontes
internas de conhecimento, como o conhecimento gerado pelos seus colaboradores
em relação aos processos, serviços, atendimentos, entre outros, podem ser
registradas pelas BUs por meio de:
a) registro de melhores práticas;
b) criação de tutorias para facilitar as consultas às bases de dados;
c) registro de mapas de caminhos de pesquisa;
d) registro das perguntas e solicitações mais frequentes no atendimento ao usuário;
e) criação de manuais de procedimentos de serviços. (CASTRO, 2005, p.107)
A WikiPampa pode apoiar a criação dessas fontes de conhecimento servindo como
base de conhecimento para produção e armazenamento.
710
�Desenvolvimento do conhecimento: neste processo, entra a interação dos
conhecimentos e os modos de conversão do conhecimento dentro da WikiPampa.
Compartilhamento do conhecimento: segundo Castro (2005,
central no processo de gestão do conhecimento, tendo como função compartilhar
conhecimento, experiência e sabedoria, transferindo o know-how que cada membro possui
wiki tem um papel fundamental porque
auxilia e proporciona o compartilhamento do conhecimento por meio de suas produções e
páginas.
Uso do conhecimento: aqui a wiki também tem papel importante, pois facilita os
conhecimentos a trazer desenvolvimento, crescimento, inovação e qualidade para a
organização através da retenção e acesso a esses conhecimentos pela plataforma.
Tecnologia da informação: como ferramenta principal dentro desse suporte
organizacional.
Percebe-se que dentro da GC em BUs a ferramenta wiki é sempre um suporte de apoio
aos processos, mas não os processos em si; esses devem vir de um planejamento
organizacional do sistema de bibliotecas e da universidade, alicerçados através de outros
processos estruturados da gestão do conhecimento.
Na Figura 5, apresenta-se um mapa mental de como ocorreu o suporte da WikiPampa
em relação aos elementos básicos na gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias:
Figura 7 - Mapa Mental sobre Integração da ferramenta wiki em sistema de bibliotecas
Fonte: Elaborado pela autora.
711
�No decorrer da pesquisa, foram criados princípios iniciais para a integração da
ferramenta por meio da metodologia de pesquisa com a abordagem DBR. No decorrer da
pesquisa, ela sofreu alguns ajustes e refinamentos.
Concluiu-se, portanto, que, para a integração de wikis em sistema de bibliotecas
universitárias, pode-se enumerar os seguintes princípios de design:
a) Realizar um diagnóstico inicial no sistema de bibliotecas sobre o assunto como
estratégia de mobilização;
b) Escolher o software wiki mais adequado ao contexto do sistema de bibliotecas;
c) Promover um ambiente e cultura de colaboração e compartilhamento de informações e
conhecimentos;
d) Criar o design e categorias iniciais da plataforma;
e) Desenvolver manuais, apresentações e cursos sobre a proposta da plataforma;
f) Apresentar a plataforma para a equipe envolvida;
g) Desenvolver proposta de atividades e cronogramas;
h) Manter interação e comunicação constantemente e retrospectivamente com a equipe
sobre a integração (diálogo constante).
Destaca-se que esses princípios de design são somente uma orientação do como fazer,
uma direção, e, por isso, devem ser adaptados ao contexto de cada biblioteca ou sistema de
bibliotecas.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebe-se que a integração de tecnologias educacionais em rede por meio de
plataformas livres e abertas como a wiki otimiza o trabalho em equipes em sistemas de
bibliotecas universitárias. Integrar uma ferramenta wiki para suporte à gestão do
conhecimento no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pampa tornou-se
possível com a implementação e categorização da ferramenta WikiPampa com informações
do Sistema de bibliotecas da Unipampa; desenvolvimento de manual de utilização com
diretrizes e políticas de uso da ferramenta WikiPampa para os servidores do SISBI e produção
de páginas na WikiPampa com os conhecimentos explícitos do SISBI. Tendo em vista que os
princípios metodológicos da DBR configuram-se no design, desenvolvimento e avaliação de
produtos, destacam-se a instalação, a configuração e a customização da plataforma
colaborativa WikiPampa; Manual da WikiPampa; Tutoriais em vídeo de uso da WikiPampa;
Princípios de design para a integração de ferramentas wiki em sistema de bibliotecas.
712
�Espera-se, a partir deste momento, também, como resultado deste trabalho, que a
integração da ferramenta wiki otimize a gestão do conhecimento, contribuindo para
organização dos processos e compartilhamento de informações no Sistema de Bibliotecas da
UNIPAMPA subsidiando o trabalho colaborativo dentro da instituição de ensino superior.
A ferramenta wiki é, conforme as pesquisas científicas no tema, uma tecnologia que
promove o trabalho colaborativo, autonomia, aprendizagem colaborativa e também
proporciona contribuições no suporte à gestão do conhecimento organizacional em empresas e
instituições. A WikiPampa, como ferramenta institucionalizada na UNIPAMPA, proporciona
a retenção e compartilhamento da informação enquanto alternativa viável e sustentável para a
otimização da gestão do conhecimento em sistema de bibliotecas universitárias.
Desta forma, verificou-se, através dos resultados obtidos, que a integração da
plataforma colaborativa WikiPampa foi bem aceita pelos participantes da pesquisa, os quais
demonstraram interesse pela ferramenta, já que foram agentes ativos no desenvolvimento e
produção de conhecimentos na wiki. Lista-se, no estudo princípios de design, que podem ser
utilizados por outros sistemas de bibliotecas como direção e orientação para integração de
ferramentas wiki no suporte à gestão do conhecimento.
Sabe-se que a iniciativa e a aplicação de uma ferramenta que envolva o trabalho
colaborativo dependem do esforço conjunto de todos os envolvidos, e este é o maior desafio
da integração da tecnologia. Entretanto, a tecnologia não é tudo para uma gestão do
conhecimento eficiente e eficaz, pois é preciso todo um planejamento e organização do
sistema de bibliotecas para que a tecnologia se integre nesse processo de forma harmônica e
útil.
Neste contexto, este estudo pode ser o passo inicial para a integração de tecnologias
educacionais em rede, não somente no âmbito de professor e/ou aluno, mas em todo o
contexto
da
universidade,
promovendo,
assim,
colaboração,
gestão
democrática,
democratização do conhecimento, bem como a autonomia dos servidores dentro das
instituições de ensino.
REFERÊNCIAS
CASTRO, Gardenia de. Gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias: um
instrumento de diagnóstico. 2005. 160 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)
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Catarina, Florianópolis, 2005.
713
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as organizações gerenciam o seu capital intelectual. Tradução Lenke Peres. Rio de Janeiro:
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explícito? A dimensão epistemológica do conhecimento organizacional na pesquisa brasileira
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3, n. 2, p. 131-144, jul./dez., 2013. Disponível
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WIKIPÉDIA. Wiki. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Wiki>. Acesso em: 25 out.
2015.
714
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Integração da plataforma colaborativa WIKIPAMPA no sistema de bibliotecas em uma universidade multicampi.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Medeiros, Marlucy Farias; Mallmann, Elena Maria
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O presente trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de dissertação de mestrado, que propôs integrar uma ferramenta wiki para suporte à gestão do conhecimento no Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Pampa. Desta forma, propusemos uma pesquisa de natureza aplicada com procedimentos baseados na abordagem metodológica Design-Based Research que ocorreu em quatro fases, com três ciclos iterativos. Para coleta de dados foram utilizados questionários survey e observação participante. Como teoria foi empregada a combinação, que é um dos modos de conversão do conhecimento e os elementos básicos da gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias. Realizou-se inicialmente um diagnóstico e após a análise dos dados foi elaborado um levantamento das necessidades de infraestrutura para implantação da ferramenta. Para implementação e desenvolvimento foi realizada a categorização da plataforma WikiPampa. A confecção de manual com diretrizes e políticas de uso, foi o produto final desta pesquisa, além da própria plataforma colaborativa. Obtivemos como resultados e conclusão, que a integração da ferramenta wiki como suporte à gestão do conhecimento é possível e desenvolveu-se princípios de design, também foram elencadas as possibilidades e desafios dessa integração.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5415/SNBU2018_056.pdf
1969b95f06401306f5ff3e376b002fca
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Eixo I
Inovação e Criação
ACERVO DE PARTITURAS: GERENCIAMENTO DIGITAL
Resumo: Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de uma biblioteca universitária
(BU) que tem em seu acervo uma seção especial com cerca de 5.000 partituras consideradas
raras, que após discussões e diálogos, a equipe bibliotecária mesmo sem condições técnicas
necessárias, decide pela organização e digitalização do acervo. O pressuposto motivador de
ações como esta vincula-se à necessidade cada vez maior de intensificar o acesso e prestar
serviços que superem as expectativas dos usuários, oferecendo caminhos alternativos de
pesquisa que não só ampliem a oferta de espaços, produtos e serviços da BU, mas inovem no
oferecimento de acervos digitalizados. O processo ainda está em andamento e conta com uma
equipe multidisciplinar dando suporte ao projeto que se encontra em fase final. Destacam-se
os obstáculos encontrados, as necessidades, mas também as oportunidades de aprendizado e
resiliência encontrados durante todo o percurso, considerando que o campus que sedia a BU
localiza-se em uma cidade interiorana com 18.000 habitantes, no estado de SP. O processo de
digitalização das partituras teve início em 2015 e, com a finalização do processo prevista para
breve, a biblioteca terá como resultado um acervo digital de partituras, abrindo caminho para
a digitalização de outros materiais, o que amplia a possibilidade de outras forças-tarefas como
essa e leva à quebra de paradigmas. Mais um serviço oferecido aos usuários, atingindo um
público ainda maior para além de suas paredes.
Palavras-chave: Biblioteca digital.
Gerenciamento eletrônico de partituras.
Acervo
digital.
Digitalização
de
partituras.
Abstract: This work aims to report on the experience of a university library (BU) that has in
its collection a special section with about 5,000 scores considered rare, that after discussions
and dialogues, the librarian team, even without the necessary technical conditions, decides by
the organization and of the acquis. The motivating assumption of actions such as this is linked
to the increasing need to increase access and provide services that surpass users' expectations,
offering alternative ways of research that not only expand the offer of BU spaces, products
and services, but the offer of digitized collections. The process is still underway and has a
multidisciplinary team supporting the project that is in the final phase. The obstacles
encountered, the needs, but also the learning and resilience opportunities encountered during
the whole course, considering that the campus that hosts BU is located in an inner city with
18,000 inhabitants, in the State of São Paulo. The process of digitizing the scores began in
2015 and, with the completion of the expected process, the library will result in a digital
collection of scores, opening the way for the digitization of other materials, tasks like this and
leads to the breaking of paradigms. One more service offered to users, reaching an even wider
audience beyond their walls.
687
�Keywords: Digital library. Digital collection. Scanned music. Electronic management Scores.
Introdução
Este projeto aborda o processo de gerenciamento eletrônico das partituras de um
acervo pessoal que foi doado a uma biblioteca universitária. O mesmo já foi organizado e
agora está em fase de digitalização para preservação. De acordo como Bellotto (apud
SANTOS, 2016, p.55):
Os documentos pessoais traduzem a concepção de arquivos privados, uma vez que
reúnem papéis produzidos ou recebidos por entidades ou pessoas físicas de direito
privado, onde os documentos refletem a personalidade e o comportamento de seu
titular, ligados a seu cotidiano, atuação social, política, econômica e cultural.
Quando a pessoa doa ela transfere para a biblioteca toda responsabilidade de guarda e
preservação de algo que era seu, mas que agora será compartilhado com mais pessoas. Em se
tratando deste acervo de partituras, de modo especial, que estava sem condições de uso, todo
um tratamento e organização precisou ser feito. Santos et al. (2016, p. 56), elucidam essa
necessidade quando dizem que:
Os acervos pessoais em sua maioria são gerados aleatoriamente por meio de
acúmulos que originam uma coleção muitas vezes sem organização definida. É
comum se deparar com situações de grandes volumes e sem prática de conservação
preventiva, o que propicia o aparecimento de danos como sujidade, poeiras, entre
outros.
Se não fosse a doação, é provável que estes documentos desapareceriam, pois muitas
vezes os familiares não têm condição econômica ou interesse em manter a documentação
preservada. Além disso, dificilmente as administrações públicas têm interesse ou condições de
fazê-lo, em se tratando de terceiros. Por isso, defendemos que a digitalização é o meio
encontrado para permitir o acesso do usuário, com mais flexibilidade, a materiais que se não
fosse o processo de digitalização, estariam perdidos.
A literatura tem apresentado relatos de acervos e espaços digitais nas suas mais
variadas experiências. Conforme defende Dodebei (2011, p. 6),
a passagem acelerada do patrimônio cultural para o território do ciberespaço, com a
criação dos museus virtuais, das bibliotecas digitais e dos documentos eletrônicos
(de arquivo) implicou a mudança das mídias tradicionais para as mídias digitais, o
que resultou numa convergência que passa a ser a do objeto informacional.
688
�Em seu relato de experiência, Ferreira; Gadelha; Gamba (2012, p. 143) ratificam que
os processos de digitalização de conteúdos em bibliotecas universitárias já vêm sendo prática
contínua e sistemática há tempo, seja pela preservação de acervos raros e especiais, seja
possibilitando acesso à produção intelectual da universidade, aumentando assim sua
o
da Internet e da Web, as memórias documentárias passaram a estar disponíveis em ambiente
Ao nos depararmos com as mídias existentes, verificamos que as bibliotecas não podem ficar
longe da realidade digital, mas infelizmente no país em que vivemos ainda não são todas que
possuem este privilégio.
Diante disso, este trabalho tem como objetivo relatar a experiência e o processo de
digitalização de partituras antigas, e assim contar a trajetória da BU nessa empreitada de
implantação de uma biblioteca digital de partituras. Nesse sentido, o projeto de digitalização
das partituras antigas é uma iniciativa que merece destaque, pois abre outras possibilidades de
inserir, via digitalização, outros tipos de materiais, ao longo dos anos.
Metodologia
O processo de digitalização das partituras antigas envolveu diversas fases, mas neste
texto daremos ênfase à etapa da digitalização. O trabalho de digitalização, que está em
andamento, tem sido realizado pelos funcionários da própria biblioteca e envolve basicamente
1 bibliotecária, 1 aluna bolsista e a equipe de TI da Instituição de Ensino (IES), pois sem um
pensamento coletivo com os diversos autores da IES, especialmente com o pessoal de
tecnologia da informação, não seria possível qualquer iniciativa concernente ao processo de
digitalização.
A metodologia adotada foi de caráter qualitativa, uma vez que foi possível discutir e
relacionar valores, as aplicações e os feitos nessa pesquisa. Com relação à classificação da
pesquisa, esta se mostrou por meio da pesquisa-ação em que tem sido possível vivenciar o
problema coletivo e implantar soluções.
Com relação aos fins a que se destina, a pesquisa aplicada se mostrou adequar-se à
pesquisa realizada, uma vez que visa à aplicação, criação e oferecimento de serviços em prol
de melhorias da qualidade de vida dos indivíduos e de suas realidades. Quanto aos métodos, a
pesquisa experimental apresentou possuir a aplicação mais funcional devido à proposta da
689
�pesquisa exigir e empregar a organização na biblioteca envolvida. Em relação ao tipo de
raciocínio utilizado, se escolheu o indutivo, por auxiliar o registro de fatos peculiares com
vistas a obter a experiência por meio das teorias e suas aplicações.
De acordo com o método de coleta de dados, nesta pesquisa a observação indireta foi
empregada como método já que obtenção dos dados pode ser analisada a partir de leituras e
por meio da interpretação dos dados registrados no material. A técnica de análise documental
foi estabelecida para auxiliar na identificação da coleta de dados para o avanço da pesquisa.
Revisão de Literatura
O surgimento das bibliotecas digitais aconteceu quando se verificou a possibilidade de
representação do texto, som e imagem sob a forma de arquivos digitais, a partir de 1990. Uma
biblioteca digital é definida por Lesk (2005) como sendo uma coleção organizada de recursos
em formato digital, em que os recursos são organizados e identificados através de campos
descritivos, denominados metadados. Da mesma forma que ocorre em bibliotecas tradicionais,
os recursos de uma biblioteca digital são catalogados quando de sua inclusão. Na etapa de
catalogação são utilizadas técnicas e metodologias da área de biblioteconomia.
No entanto, quando se tem um acervo raro, sem condições de manuseio pelos usuários,
devido às precárias condições físicas do material, mas com um valor imensurável para a
instituição, o que fazer?
Para um leigo talvez a solução fosse o descarte, mas em se tratando de um acervo de
cerca de 5.000 exemplares de uma doação recebida e destinada à coleção especial de uma
biblioteca, o descarte não seria a solução ideal. Foi o que aconteceu com a Biblioteca
Universitária Dr. Enoch de Oliveira, no interior de SP. Trata-se de uma doação de partituras
consideradas raras, mas na sua maioria sem condições de uso. Chegaram em caixas de
papelão, amontoadas, empoeiradas, sujas, cujas folhas se achavam amareladas, rasgadas,
enquanto outras se desmanchavam literalmente. No início pensou-se no descarte, mas levando
em consideração o doador, a relevância histórica do material para o acervo, decidiu-se pela
limpeza, organização, preparo e inserção no acervo, aproveitando as que estivessem em
melhores condições. Imediatamente, alguns professores do curso de licenciatura em música da
IES foram chamados para fazer uma melhor avaliação. A princípio houve a esperança de
utilização do acervo pelos docentes e discentes do curso de música, mas não houve interesse.
O descarte a esta altura seria um desperdício de tempo, dinheiro e até mesmo de sabedoria,
690
�uma vez que o acervo já estava incorporado ao sistema e alocado em pastas, guardadas em
local especial.
Para a classificação e catalogação do acervo, a biblioteca buscou o auxílio de bolsistas
do curso de licenciatura em música, pois tratava-se de um acervo que estava todo misturado e
que envolvia músicas de orquestra, banda, vocal, piano, avulsos, etc. Além disso, não havia
um tesauro para descrever os termos técnicos que só músicos conhecem e que facilitam a
classificação das obras. Na verdade, quase não há publicação que norteie a organização deste
tipo de documento, como comenta Souza (2008, p.11), ao dizer que:
Poucas são as publicações e pesquisas científicas abordando os aspectos
representacionais de documentos no domínio da música. Exemplos são vistos nas
discussões sobre a recuperação da informação em música (RIM), mas esses se
encontram em fase inicial. Em linguagens documentárias há exemplos internacionais
de tesauro, como os encontrados no site Web Thesaurus Compendium, o
Thesaurus Musicarum Latinarum
contemplando a música latina do século 4
d.C ao século 17 d.C. e o Thesaurus of oriental Hebrew melodies sobre
música hebraica. No Brasil, observa-se o uso de tesauros e microtesauros em
diversas áreas do conhecimento, porém para a Música, não há alguma referência ou
modelo prático difundido em centros de documentação.
Após discussões e diálogos, chegou-se à conclusão de que a melhor solução seria a
digitalização deste acervo, uma vez que o estado físico do material estava com seus dias
contados. Foi dessa forma que em 2015, iniciamos o processo de digitalização do acervo de
partituras, que dura até hoje, mas que já está em estágio final.
O desafio estava apenas começando, porque a biblioteca não dispõe de equipamentos
profissionais e nem de pessoal especializado para esta atividade. No geral, os trabalhos são
feitos por alunos bolsistas em horários variados, cujos alunos são itinerantes. Para se ter uma
ideia, neste período de 2 anos desde o início do processo de digitalização, vários alunos já
passaram pelo processo, o que resulta em interrupção do processo e demora na conclusão,
embora no momento, o processo já se encontre em estágio bem avançado.
A digitalização das referidas partituras é feita no escâner incorporado à máquina de
xerox, em horários em que não há solicitações do serviço (xerox). Depois o arquivo é enviado
para um arquivo público onde é capturado, sendo em seguida transferido para nuvem e
incorporado ao gerenciador do acervo e ao repositório do sistema. Após o processo, todo o
apenas no campus da IES.
A expansão da web coincidiu com o surgimento das bibliotecas digitais e a facilidade
de acesso às mesmas, via Internet é uma de suas principais vantagens. Embora seja este um
691
�tema bastante tratado em congressos, o acervo digital neste campus está aquém do que
poderia se apresentar. Inicialmente ao fazer-se um contraponto entre biblioteca tradicional e
biblioteca digital percebe-se que conceitualmente a biblioteca tradicional é aquela que tem a
maioria do seu acervo constituída de documentos em papel. A biblioteca digital que também é
conhecida como eletrônica ou virtual, armazena a informação de modo eletrônico e sua
disseminação independe de sua localização física ou do seu horário de funcionamento. Assim,
este acervo digital de partituras nasce como um acervo especial, e faz parte de um repositório
existente no sistema gerenciador utilizado pela Biblioteca Universitária.
Como dissemos, o acervo de partituras já faz parte do acervo da biblioteca, mas no
momento está sendo digitalizado e transformado em formato digital, alterando seu formato no
sistema e oferecendo assim uma nova possibilidade aos usuários de preservar através da
memória digital um acervo de partituras. Confirmando as palavras de Côrbo e Cardoso (2012,
p.161):
Desde a invenção da escrita existe manifesta preocupação pela preservação dos bens
culturais que resultam de processos intelectuais e criativos do ser humano. A
preservação desses bens permite às gerações futuras compreender e contextualizar a
história e a cultura dos seus povos. Os museus, as bibliotecas e os arquivos, que são
instituições detentoras de acervos culturais, ou seja, bens culturais tangíveis,
assumem nesse contexto um papel determinante, responsabilizando-se pela
preservação e longevidade dos acervos.
Sabe-se que para tal projeto há a necessidade de vários conhecimentos envolvidos,
bibliotecários, técnicos em informática, uma equipe multidisciplinar e que quando todos
trabalham juntos realizam o trabalho com maior eficiência. Boeres e Cunha (2012, p. 105),
esclarecem que:
Se antes as bibliotecas digitais podiam contar com bibliotecários, que se tivessem
conhecimentos básicos de informática eram considerados ótimos, hoje isto não é
mais suficiente. Além de se requerer cada vez mais especializações dos
profissionais, a gestão dos centros de informação digital necessita de equipes
multidisciplinares, onde as competências de um se ligam às de outro, com outra área
de formação, e um elo de conhecimento de forma para atender às demandas cada vez
mais singulares, precisas e específicas.
O processo precisa de planejamento, assim como todas as atividades relevantes de
uma biblioteca, pois os detalhes serão a mola propulsora dos resultados obtidos. As pessoas
envolvidas devem estar treinadas e preparadas para que durante o percurso, mesmo apesar dos
obstáculos, o processo avance. O foco é a preservação e o tratamento dos materiais que
692
�salvaguardam a memória social e individual juntamente com os seus diversos aspectos como a
importância na preservação, funcionamento, procedimentos e recursos.
Para que ocorra a preservação digital é necessário implementar a cultura
organizacional que entendemos ser a forma como as pessoas e os grupos interagem dentro da
instituição, como elas repassam os valores e os princípios organizacionais para as pessoas que
chegam, e como a própria instituição define as responsabilidades e tarefas para o sujeito
organizacional no seu cotidiano (FADEL apud VALENTIM, 2013, p. 114).
Durante o processo de digitalização das partituras houve a preocupação com a
preservação dos dados, com a confiabilidade do sistema utilizado e com a forma como o
trabalho estava sendo executado. Pois caso houvesse qualquer erro, em alguns casos, não
teríamos mais o original para corrigir ou refazer o trabalho. Há experiências relatadas que
mostram que por conta de softwares e programas desatualizados, trabalhos se perderam e
informações deixaram de existir. Segundo Santos e Flores (2015, p. 202):
A evolução da tecnologia em ritmo acelerado provocou o fascínio da sociedade,
desta forma, diversos setores incorporaram as ferramentas de tecnologias da
informação a fim de executar suas atividades. Observa-se que a rápida expansão
para o meio digital ocorreu sem mensurar os possíveis impactos desencadeados pela
tecnologia, colocando parte significativa da memória social em risco. Logo, grandes
volumes de documentos digitais podem ser perdidos devidos às falhas de
planejamento e a insuficiência de conhecimentos sobre os efeitos da obsolescência
tecnológica.
Contudo, uma vez salvos no repositório do gerenciador dos dados do acervo, nossa
confiança estava assegurada. Afinal, as bibliotecas continuam incorporando em seus sistemas
gerenciais as possibilidades que a tecnologia oferece; ou seja, ampliar a acessibilidade aos
acervos por meios digitais, locais e remotos. Além disso, a tecnologia de digitalizações cria
novos espaços para o estudo e a reflexão sobre as produções culturais inovadoras e ainda
busca estabelecer as pontes necessárias entre as expressões populares e as formas de
conhecimento que transcendem o imediatismo. Tudo isso, entretanto, não muda em nada a
relação entre o estudante e o texto, entre o leitor e o livro, pois essa é a essência e a razão de
ser das bibliotecas (BRITO, 2014, p. 13).
Fazer parte da vida cultural do campus através de um acervo com cerca de 120.000
volumes é fato; no entanto, esta realidade pode ser acrescida de um acervo digital com uma
abrangência muito maior, criando possibilidades que o acervo local não dispõe mesmo com os
empréstimos entre bibliotecas. É um sonho que se torna realidade a cada dia, a cada página
escaneada e a cada arquivo disponibilizado no repositório. Conforme Prado e Correa (2016, p.
693
�conhecida, criar e manter redes de comunicação e informação, ampliar seu espectro de
inse
Nesse contexto, busca-se criar diretrizes para aperfeiçoar este projeto e a criação de
outros, dando prosseguimento à era digital na biblioteca deste campus, pois pretende-se fazer
parte da biblioteca do futuro tão comentada no texto de Cunha (2010, p.7):
Hoje, porém a biblioteca universitária está deixando o seu lugar como a principal
fonte de busca. Ela está perdendo a sua supremacia na realização deste papel
fundamental devido, é claro, ao impacto da tecnologia digital. Como essa tecnologia
tem permeado todas as facetas da nossa civilização, estabelecendo uma revolução
não só na forma como armazenamos e transmitimos o conhecimento registrado e
uma série de outros tipos de comunicação, mas também na forma como procurar e
ter acesso a esses materiais.
Em seu texto o autor enfatiza que mudanças precisam ocorrer nas bibliotecas
tradicionais, pois os usuários estão cada vez mais buscando informações na web, onde
encontram com facilidade e muitas vezes sem a preocupação com a qualidade. Não há espaço
para competição entre a biblioteca tradicional e a digital, mas é um momento adaptação de
novos espaços, acervos, profissionais, tudo isso com o propósito de continuar
disponibilizando a informação segundo as necessidades de quem procura.
Considerações finais:
Este trabalho relatou um projeto que nasceu a partir de uma coleção de documentos
que precisava de tratamento, organização e preparo para uso. Para mantê-lo vivo e
permanente dentro da IES optou-se pela digitalização do mesmo dentro das possibilidades
existentes, mas com o planejamento necessário. Resultou no nascimento de uma biblioteca
digital dentro de uma convencional. Verificou-se que para construir uma biblioteca digital,
segundo Cunha (2008, p. 6):
É necessário ter conteúdo, que pode ser material antigo, convertido no formato
digital, ou material novo, nascido digitalmente. Os itens que formam o seu acervo
podem ser comprados, doados, trocados ou digitalizados localmente, a partir de
documentos que não mais estão sujeitos aos ditames legais do direito autoral.
A equipe que desempenhou o trabalho também foi bastante relevante já que precisou
se identificar com o acervo, pois o levantamento de dados é um processo que precisa ser
analisado por mais de uma pessoa. A pesquisa mostrou que à medida que o processo avança,
694
�percebe-se a prioridade de alinhar as aplicações da biblioteca digital com a coleção e os
serviços da biblioteca convencional, e isso exige que os profissionais se qualifiquem para
atender as essas novas dimensões da prática bibliotecária. Além disso, é preciso ter paciência,
persistência, resiliência e acima de tudo, profissionalismo para não perder o foco.
Em meio a tanta informação, há uma tecnologia crescente que castiga quem não está
nela inserida ou dela faz uso; ainda existem unidades de informação que precisam caminhar
muito para se inserir neste universo. A preservação digital só existe quando há o objeto
digital. Mas apesar de toda esta tecnologia ainda há instituições que não acompanharam a
evolução e caminham a passos lentos desempenhando seus serviços com dificuldades, em
uma atmosfera de luta, mas na esperança de conseguir disseminar a informação contida em
seu acervo aos usuários de sua comunidade. A missão da biblioteca universitária continua
sendo de assegurar o acesso ao conhecimento; nesse ponto vale relembrar Cunha (2010, p. 7)
quando diz que:
As bibliotecas universitárias são organizações complexas, com múltiplas funções e
uma série de procedimentos, produtos e serviços que foram desenvolvidos ao longo
das décadas. No entanto, o seu propósito fundamental permaneceu o mesmo, isto é:
proporcionar acesso ao conhecimento. Esse acesso ao conhecimento é que irá
permitir que o estudante, o professor e o pesquisador possam realizar suas
aprendizagens ao longo da vida.
Cumprir essa missão com todo empenho é o desejo dessa biblioteca que inicia aqui seu
processo de aperfeiçoamento, para continuar contribuindo para o aprimoramento cultural dos
cidadãos, estudantes e comunidade que dela fazem uso.
A trajetória continua, afinal, o trabalho ainda não está finalizado, entretanto, os
resultados embora parciais, já podem ser verificados à medida que se percebe a utilização
deste acervo digital que após divulgação nos campi da IES, está se tornando conhecido. Uma
proposta de estrutura eficiente e apropriada para a continuação do projeto é necessária, mas
enquanto não se efetiva, o trabalho caminha rumo ao seu destino final.
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697
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Acervo de partitura: gerenciamento digital.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Guariento, Katia Vieira
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho tem por objetivo relatar a experiência de uma biblioteca universitária (BU) que tem em seu acervo uma seção especial com cerca de 5.000 partituras consideradas raras, que após discussões e diálogos, a equipe bibliotecária mesmo sem condições técnicas necessárias, decide pela organização e digitalização do acervo. O pressuposto motivador de ações como esta vincula-se à necessidade cada vez maior de intensificar o acesso e prestar serviços que superem as expectativas dos usuários, oferecendo caminhos alternativos de pesquisa que não só ampliem a oferta de espaços, produtos e serviços da BU, mas inovem no oferecimento de acervos digitalizados. O processo ainda está em andamento e conta com uma equipe multidisciplinar dando suporte ao projeto que se encontra em fase final. Destacam-se os obstáculos encontrados, as necessidades, mas também as oportunidades de aprendizado e resiliência encontrados durante todo o percurso, considerando que o campus que sedia a BU localiza-se em uma cidade interiorana com 18.000 habitantes, no estado de SP. O processo de digitalização das partituras teve início em 2015 e, com a finalização do processo prevista para breve, a biblioteca terá como resultado um acervo digital de partituras, abrindo caminho para a digitalização de outros materiais, o que amplia a possibilidade de outras forças-tarefas como essa e leva à quebra de paradigmas. Mais um serviço oferecido aos usuários, atingindo um público ainda maior para além de suas paredes.
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5412/SNBU2018_055.pdf
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QUALIDADE DE SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: ANÁLISE
DAS BIBLIOTECAS CENTRAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
E UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO NA PERSPECTIVA DA ISO
11620:2014 E DO MODELO SERVQUAL
QUALITY OF SERVICES IN UNIVERSITY LIBRARIES: ANALYSIS OF THE CENTRAL
LIBRARIES OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF MARANHÃO AND THE STATE
UNIVERSITY OF MARANHÃO FROM THE PERSPECTIVE OF ISO 11620: 2014 AND THE
MODEL SERVQUAL
Resumo: Análise da qualidade na prestação de serviços e produtos em Bibliotecas
Universitárias. Objetiva analisar as Bibliotecas Centrais da Universidade Federal do
Maranhão e Biblioteca Estadual do Maranhão a fim de avaliar a qualidade dos serviços e
produtos oferecidos por estas unidades de informação sob a ótica do usuário e do Serviço de
Referência e, especificamente, selecionar indicadores da ISO 11620:2014, e indicadores do
modelo SERVQUAL para avaliar o desempenho das Bibliotecas; conhecer a percepção dos
usuários e do bibliotecário sobre os serviços e produtos prestados pelas Bibliotecas e propor
ações para melhoria da prestação se serviços e produtos das Bibliotecas em análise, a partir
dos resultados obtidos. Caracteriza a pesquisa como bibliográfica e campo embasada no
instrumento de coleta de dados, questionário. Conclui que, mesmo com a crescente
conscientização do quão importante é a Biblioteca Universitária para a produção do
conhecimento, há o descontentamento com os serviços e produtos prestados, assim como a
forma de interação com os usuários.
Palavras-chave: Qualidade. Bibliotecas Universitárias. ISO 11620:2014. SERVQUAL.
Usuário.
Abstract: Quality analysis in the provision of services and products in University Libraries. It
aims to analyze the Central Libraries of the Federal University of Maranhão and the State
Library of Maranhão in order to evaluate the quality of the services and products offered by
these information units from the point of view of the user and the Reference Service and
specifically select indicators from ISO 11620:2014, and indicators of the SERVQUAL model
to evaluate the performance of libraries; to know the perception of the users and the librarian
about the services and products provided by the Libraries and to propose actions for
improvement of the services and products of the Libraries in analysis, based on the results
obtained. Characterizes the research as bibliographical and field based on the instrument of
data collection, questionnaire. Concludes that, even with the growing awareness of how
673
�important the University Library is for the production of knowledge, there is discontent with
the services and products provided, as well as the way of interacting with users.
Keywords: Quality. University Libraries. ISO 11620: 2014. SERVQUAL. User.
1 INTRODUÇÃO
As Bibliotecas são organizações em constante desenvolvimento que visam contribuir
para a democratização do acesso à informação e produção de conhecimento. A crescente
complexidade nos processos administrativos resulta na busca por alternativas eficazes de
organização e controle que auxiliem na decisão e execução das ações em prol do acesso ao
conhecimento.
A qualidade é um elemento de estratégia para toda e qualquer organização, logo, as
bibliotecas estão inseridas. Nesse sentido, devem ser gerenciadas de forma que sejam capazes
de atender às necessidades dos usuários, proporcionando a eficiência e eficácia nos processos
de busca e recuperação da informação. A gestão da qualidade de serviços em unidades de
informação deve ser considerada um meio para melhor avaliar, organizar, aprimorar e
gerenciar as tarefas da mesma, a fim de uniformizar/padronizar os serviços, reduzir custos e
obter melhor qualidade naquilo que é oferecido ao usuário.
As constantes mudanças tecnológicas herdadas do processo de globalização, as
facilidades de acesso às informações e a ascendente competividade no mercado das mais
diversas áreas, levaram as organizações a se preocuparem com a qualidade dos seus serviços,
com o objetivo de conquistar novos clientes ao satisfazer suas necessidades de forma mais
ampla e eficaz.
Com as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), surge a maior necessidade
do agir nas unidades de informação, com novos aparatos capazes de proporcionar a interação
biblioteca/usuário. Nesse sentido, são vistos crescentes e altos investimentos das
organizações, na tentativa de agregar maior qualidade aos serviços prestados e a qualidade
dos serviços de informação deve ter como objetivo maior corrigir e/ou aprimorar os serviços e
produtos, tendo em vista atender às necessidades informacionais ou até mesmo superar as
expectativas dos usuários.
As Bibliotecas Universitárias (BU) são espaços de práticas voltadas para a prestação
de serviços de informação e socialização do conhecimento. A BU tem a missão de prover
674
�qualidade em serviços e produtos oferecidos, uma vez que, a cada dia torna-se um fator de
suma importância para maximizar a relação entre a organização e cliente.
Dessa forma, o questionamento da pesquisa versou sobre: As Bibliotecas da
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) desenvolvem ações para primazia da qualidade no atendimento das necessidades dos
clientes?
Portanto, tivemos como objetivo geral, analisar as Bibliotecas Centrais da UFMA e
UEMA a fim de avaliar a qualidade dos serviços e produtos oferecidos sob a ótica do usuário
e do bibliotecário do Serviço de Referência. E, por objetivos específicos:
a) selecionar indicadores da ISO 11620:2014, e indicadores do modelo
SERVQUAL para avaliar o desempenho das Bibliotecas;
b) conhecer a percepção dos usuários e do bibliotecário sobre os serviços e
produtos prestados pelas Bibliotecas.
A pesquisa é caracterizada como bibliográfica e campo. A coleta de dados foi
realizada por meio de questionário aplicado aos usuários e bibliotecários.
2 GESTÃO DA QUALIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Paladini (2012, p.25) ressalta que [...] qualidade é um conceito dinâmico, ou seja, é
de Calarge (2001) a qualidade está constantemente sendo relacionada como uma das maiores
prioridades competitivas que as organizações devem possuir a fim de serem bem-sucedidas
nos atuais mercados em que se colocam.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio NBR ISO:9000
Nesse sentido, a qualidade busca entender as verdadeiras necessidades daqueles que
utilizarão os serviços e produtos a serem oferecidos. Assim, em relação às unidades de
informação, no contexto de mudanças e incertezas de ordem política, econômica e social que
se atravessa é fundamental antecipar e planejar o futuro (MACIEL; MENDONÇA, 2000).
Ainda na concepção de Maciel e Mendonça, (2000), as bibliotecas não são imutáveis
nem independentes do resto do mundo, o ambiente da biblioteca muda e é melhor lidar com
algo diagnosticado do que com uma situação súbita e inesperada.
Na concepção de Cóquero (2014, p. 125),
675
�As bibliotecas, por serem unidades prestadoras de serviços precisam oferecer aos
seus usuários/clientes serviços que apresentem uma melhoria continua, além de
estarem comprometidas com prazos de entregas e precisão na busca da informação
desejada, passando credibilidade aos usuários. Portanto, um efetivo planejamento e
estratégias direcionadas às necessidades do usuário são necessários para constantes
aperfeiçoamentos e satisfação dos mesmos.
ão da qualidade é realizada
ao longo do processo de prestação do serviço. Cada contato feito com cliente é referido como
5 (cinco) dimensões da qualidade
para avaliar os serviços esperados e os prestados:
Confiabilidade: a capacidade de prestar serviço prometido com confiança e exatidão;
Receptividade: a disposição para auxiliar os clientes e fornecer o serviço
prontamente; Segurança: cortesia aos funcionários; Empatia: demonstrar interesse e
atenção personalizada aos clientes; e, Aspectos tangíveis: aparências das instalações
físicas, equipamentos, pessoal e matérias dos serviços (FITZSIMMONS;
FITZSIMMONS, 2014, p. 116-117).
A qualidade é um dos elementos estratégicos, inovador e gerador de mudanças, para
que qualquer tipo de organização obtenha o sucesso, não sendo diferente para as Bibliotecas
Universitárias. Estas têm buscado a eficiência na aplicação das ferramentas e sistemas da
qualidade para assim, corrigir e aprimorar suas atividades, na perspectiva de que:
Agregar valor à prestação de serviços em unidade de informação significa fidelizar
usuários, aumentar a percepção da qualidade e, em última instância, aumentar a
competitividade. Para tanto, deve-se ter clareza dos processos oferecendo-se
serviços que atendam às necessidades dos usuários. (PASSOS, 2013, p. 158).
A aplicação da Gestão da Qualidade em Bibliotecas Universitárias contribui para uma
melhor organização interna, uma definição mais clara e documentada de suas funções,
atividades e responsabilidades, melhor imagem da biblioteca, mais valorização e dedicação e
melhor entendimento das reais necessidades do público alvo por meio dos indicadores de
qualidade.
Os indicadores de qualidade são sistemas usados para representar estatisticamente a
qualidade de um serviço ou produto, ou seja, trata-se da sua mensuração. Dessa forma, é
necessário que todas as decisões e tarefas operacionais a serem executadas, levem em
consideração as necessidades e expectativas da clientela, e ainda que tente superá-las.
Vergueiro e Carvalho (2001) definem os indicadores de qualidade para Bibliotecas
Universitárias
com
as
variáveis:
Comunicação,
Acesso,
Confiança,
Cortesia,
676
�Efetividade/Eficiência,
Qualidade,
Resposta,
Tangíveis,
Credibilidade,
Segurança,
Extensividade, Garantia, Satisfação do Usuário, Custo/Benefício e Tempo de Resposta.
Há normas específicas para a avaliação e mensuração da qualidade em bibliotecas,
como a ISO 11620:2014, publicada pela primeira vez em 1998, com alterações em 2003 e
publicada em 2008 sua segunda edição atualizada. Sua última atualização ocorreu em 2014 e
é aplicável em toda e qualquer biblioteca levando em consideração suas características
particulares.
A ISO 11620:2014 expressa indicadores de desempenho para atividades e serviços
prestados ou realizados em bibliotecas objetivando a qualidade: B1
Infraestrutura; B2
Uso; B3
Eficiência; B4
Recursos Acesso e
Potenciais e Desenvolvimento e objetiva
fornecer ferramentas para avaliar a eficácia dos serviços e outras atividades prestadas por uma
biblioteca, embasada nos critérios: Conteúdo Informativo, Confiabilidade, Validade,
Adequação, Praticidade e Comparabilidade (PIMENTA, 2016).
No que se refere ao Modelo SERVQUAL, o mesmo é utilizado para analisar
qualitativa e quantitativamente o grau de satisfação e ainda identificar as falhas e a percepção
e as expectativas dos clientes quanto à prestação de serviços.
Nesse Modelo são mensuradas 5 (cinco) dimensões da qualidade, as quais
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014) destacam: Confiabilidade; Responsabilidade; Segurança;
Empatia e Aspectos tangíveis como instalações físicas, equipamentos, pessoal e material de
comunicação.
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa foi caracterizada como bibliográfica e campo. Para a intervenção no
campo, elaboramos dois questionários que corresponderam aos objetivos do trabalho. Para o
aplicado aos usuários, dentre os indicadores mostrados pela ISO 11620:2014, selecionamos
aqueles que mais se adequaram para o desdobramento da pesquisa e as dimensões do modelo
SERVQUAL, utilizadas para elaborar o questionário aplicado ao Bibliotecário do Serviço de
Referência, conforme Quadro 1.
Para a estruturação do questionário aplicado aos usuários, usamos como base
norteadora os modelos de Bezerra (2010) e Pimenta (2016). E, para elaboração do
questionário aplicado ao Bibliotecário do Serviço de Referência, usamos as afirmativas do
modelo SERVQUAL (BOLSANELLO; VIANA, 2008), aplicados nas Bibliotecas Centrais da
677
�Universidade Federal do Maranhão e Universidade Estadual do Maranhão e como sujeitos os
usuários e bibliotecários concernentes ao Serviço de Referência das respectivas unidades.
Indicadores utilizados
Quadro 1
Indicadores ISO 11620:2014
Modelo SERVQUAL
B 1 - Recursos, acesso e infraestrutura
B 1.1.1 - Disponibilidade de títulos
B 1.3.3
Horas abertas em comparação com a
Aspectos tangíveis ou Tangibilidade
procura
Responsabilidade
B2
Segurança
Uso
B 2.3 - Instalações
Empatia
B 2.4 - Geral
Confiabilidade
B 2.4.2 - Satisfação do usuário
B3
Eficiência
B 3.3.1
Equipe de atendimento ao usuário como
porcentagem da equipe total
B 3.3.2 Taxa de preenchimento de resposta correta
Fonte: As Autoras.
Para verificar e mensurar os padrões de qualidade adotados nas Bibliotecas
Universitárias organizamos 2 (dois) questionários distintos, um para os usuários e outro
direcionado aos bibliotecários responsáveis pelo atendimento no Serviço de Referência. Ao
todo em cada Biblioteca foram aplicados 48 (quarenta e oito) questionários aos que
frequentam a BC, e aos bibliotecários aplicamos 3 (três) em cada Biblioteca. Em seguida
codificamos as respostas e tabulamos os dados com os devidos cálculos numéricos e
estatísticos.
4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS
Ressaltamos que as informações obtidas, subsidiaram uma análise geral sobre a
percepção dos usuários acerca dos serviços e produtos prestados pelas BC e também a dos
bibliotecários do Serviço de Referência, as quais variaram de 1 a 5, sendo 1 correspondente a
Inadequado, 2 a Péssimo, 3 a Regular, 4 a Bom e 5 a Excelente.
678
�Enfatizamos que as variáveis concernentes à ISO 11620:2014, para análise dos
serviços das Bibliotecas sob a percepção dos usuários, também foram enfocadas na aplicação
do modelo SERVQUAL para verificar o olhar do bibliotecário para atendimento das
necessidades dos usuários.
Sobre a atualização do acervo disponível nas Bibliotecas, a BC-UFMA obteve uma
média de (2,7) e a BC-UEMA, em termos de média, atingiu (2,9). Ao avaliar um acervo, o
que se procura de fato é determinar o que a biblioteca deveria possuir e não possui, e o que
possui, mas não deveria possuir, tendo em vista fatores de qualidade quanto à adequação da
literatura publicada, sua obsolescência, as mudanças de interesses dos usuários, e a
necessidade de otimizar o uso de recursos financeiros limitados.
melhorar as políticas de desenvolvimento de coleções, aprimorar as políticas relacionadas
com períodos de empréstimo e taxas de duplicação, ou embasar decisões relacionadas com o
Quando falamos em Bibliografia disponível na biblioteca, e se atende ao usuário e seu
respectivo curso, na opinião dos participantes, a BC UFMA apresentou média (2,8). A BCUEMA atingiu a média (3,4), o que representa uma nota regular para bom em relação à outra
Biblioteca avaliada.
No referente às Instalações, questionamos aos usuários das bibliotecas pesquisadas
sobre o grau de satisfação em relação aos equipamentos disponíveis, bem como computadores
com rede de Internet para uso, a climatização, a iluminação, a limpeza do ambiente, a
sinalização, os espaços para estudo em grupo e individual e o mobiliário (Gráfico 1).
Ao avaliarmos a percepção do usuário em relação aos equipamentos da Biblioteca,
observamos que ambas as bibliotecas pesquisadas, ao olhar do usuário, não satisfazem às
necessidades, uma vez que, na BC-UFMA, atingiu uma média de (3,1) em uma escala de
satisfação, considerada assim, regular. Na BC-UEMA, estes números não têm muita
diferença, e na escala de satisfação os equipamentos da BC atingiu (3,0) o que equivale a
regular.
Em relação à climatização da Biblioteca, a BC-UFMA atingiu uma média de (3,8),
ficando entre o regular e bom. Na BC-UEMA, os dados mostram que o usuário está
insatisfeito com a climatização da Biblioteca. Desse modo, atingiu uma média de (2,8), o que
nos permite dizer que aos olhos dos usuários sua climatização é péssima.
679
�Gráfico 1
Avaliação das instalações
MÉDIA ATINGIDA
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
UFMA
UEMA
Fonte: As Autoras.
Quanto à iluminação, percebemos uma melhora na média geral de cada Biblioteca
avaliada. A primeira teve (3,6), ficando entre o regular e o bom. Na segunda BC avaliada, a
média obtida foi de (3,5). Em relação à limpeza da Biblioteca como um todo ambas tiveram
média respectiva de (4,0) e (3,6).
Ao falarmos de sinalização, em ambas as instituições avaliadas, os usuários têm
opiniões distintas, na primeira, avaliam como sendo uma boa sinalização, o que a deixou com
média (3,4), considerando-a, mesmo assim, regular, porém satisfaz aos usuários. Na segunda,
BC-UEMA, os usuários alegaram a falta de placas de sinalizações simples, com a indicação
dos setores, e avisos, como por exemplo, onde guardar os pertences, para poder assim
adentrar ao acervo. Em termos de média a referida BC ficou com (2,9), sendo assim, de
acordo com os usuários, um ambiente com péssima sinalização.
Ao avaliarmos o mobiliário, de acordo com os usuários de ambas as Bibliotecas,
consideraram o disponível regular. Porém, partindo para as médias, ambas tiveram a mesma
pontuação (2,8), o que as deixam em um grau de satisfação de péssima a regular.
680
�No concernente à Satisfação do usuário avaliamos, de acordo com a ISO 11620 (2014,
a como um
não paginado)
Diante disso, questionamos os usuários sobre sua satisfação em relação aos serviços:
formas de acesso ao acervo, empréstimo, renovação, devolução, treinamento em bases de
dados (Portal CAPES), orientação sobre o uso das normas da ABNT (normalização), serviço
de reserva de material, orientação sobre busca no catálogo online e orientação sobre busca de
material do acervo, resultando nas informações visualizadas no Gráfico 2.
Gráfico
2
Avaliação
da
satisfação
do
usuário
1900ral
MÉDIA ATINGIDA
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
SERVIÇOS AVALIADOS
UFMA
UEMA
Fonte: As Autoras.
Em relação às formas de Acesso ao Acervo, o Gráfico 2 mostra que, considerando a
Biblioteca física e o atendimento presencial e também os serviços online disponíveis,
681
�observamos que a BC-UFMA possui em média (3,8), deixando-a entre o conceito regular e o
bom. A BC-UEMA teve média de (3,4) e também é considerada regular.
Sobre o Serviço de Empréstimo, de acordo com os usuários participantes da pesquisa
em ambas as Bibliotecas, o empréstimo é bom, portanto os satisfaz. E em uma escala de
satisfação do usuário atingiram as médias de (4,2) e (3,9), respectivamente.
Em relação à Renovação, os resultados mostram que em sua maioria, os usuários de
ambas as Bibliotecas estão satisfeitos com o serviço. Na BC-UFMA, metade dos participantes
(50%) consideram o serviço bom ou satisfatório, o mesmo ocorre na BC-UEMA, onde 52%
dos respondentes afirmaram que o serviço da Biblioteca é bom. O que rendeu médias de (4,1)
e (4,0), respectivamente.
Quando questionados sobre o grau de satisfação sobre a orientação recebida na busca
de material das estantes, 48% dos usuários da BC-UFMA apontam-no como regular, o que em
uma escala de satisfação obteve a média (3,0). Os usuários da BC-UEMA alegaram que não
recebem auxilio na busca do material nas estantes, representados por 40% dos participantes,
deixando a biblioteca com uma média de (2,9).
Quanto à equipe de atendimento ao usuário, enfatizamos que o Bibliotecário do
Serviço de Referência é o portal de diálogo entre a Biblioteca e o usuário. A capacidade de o
bibliotecário se comunicar com efici
(LANCASTER, 2004, p.100).
Porém, de acordo com os resultados aqui mostrados, em relação à Receptividade do
Atendente ao usuário percebemos que ambas as bibliotecas pesquisadas, obtiverem média
(3,6) quanto ao grau de satisfação do usuário, ou seja, o atendimento é considerado regular,
conforme o Gráfico 3.
Em comentários às respostas, alguns usuários manifestaram o desejo de serem
recebidos com sorrisos e boa vontade, pois alegam que muitas das vezes são atendidos por
pessoas de mau humor. Quando questionados sobre como avaliam a comunicação do
atendente, o Gráfico 3 mostra que a BC-UFMA alcançou uma média de (3,6), o que
representa um meio termo entre o regular e o bom. E a outra Biblioteca em relevo, aparece
com a média (3,4), sendo assim considerada regular. Os questionados alegaram que os
atendentes quase não falam, ou só dizem o necessário.
682
�Gráfico 3
Avaliação da equipe de atendimento
1900ral
MÉDIA ATINGIDA
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
Receptividade
ao usuário
Comunicação
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
1900ral
Educação do Demonstração Aparência do
usuário
de interesse em
atendente
atender o
(higiene e
usuário
vestimenta)
SERVIÇOS AVALIADOS
UFMA
UEMA
Fonte: Fonte: As Autoras.
Sobre a Educação e Gentileza dos atendentes sob o olhar dos usuários, esta é
considerada Regular para Bom em ambas as Bibliotecas avaliadas, uma vez que a BC-UFMA
obteve média de (3,8) e a BC-UEMA atingiu uma média de (3,6). Quanto à Demonstração de
Interesse em atender os usuários, as médias ficaram em (3,4) e (3,2), e os usuários reclamaram
que, muitas vezes, o responsável pelo atendimento, expressa pouca vontade em realizá-lo.
Quando falamos em aparência do profissional, ou seja, no tocante à higiene e vestes daqueles
que estão à frente do atendimento, as médias foram (4,0) e (3,7), índices com média boa e
regular.
Ao serem questionados sobre se confiavam nas informações fornecidas pela
Biblioteca, as médias não tiveram grande diferença, na qual a BC-UFMA atingiu (3,8) e a
BC-UEMA uma média (3,6), numa escala de satisfação de 5 pontos.
A partir da média geral das respostas apresentadas, depreendemos que os usuários da
BC-UFMA e BC-UEMA consideram os serviços recebidos como regulares para bom e tais
indicadores reforçam o imperativo de as instituições buscarem a melhoria contínua, base da
qualidade na gestão de qualquer organização.
683
�5 CONCLUSÃO
Retomamos o problema de pesquisa que buscou entender: As Bibliotecas da
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Universidade Federal do Maranhão
(UFMA) desenvolvem ações para primazia da qualidade no atendimento das necessidades dos
clientes?
Acerca dos indicadores utilizados para realizar a avalição da qualidade das Bibliotecas
Centrais da Universidade Federal do Maranhão e Universidade Estadual do Maranhão, a partir
dos dados coletados depreendemos que, em relação à disponibilidade de exemplares, ambas
deixam a desejar, quando avaliadas e consideradas não satisfatório às demandas do usuário.
No tocante à organização do acervo e facilidade de localização do livro, ambas
atingiram média entre regular e bom. Na BC-UFMA, a principal queixa dos usuários é a
do acervo, ambas ficaram entre o péssimo e regular, pois de acordo com os usuários, os
á novas aquisições, sem novidades. Na concepção do
Bibliotecário do Serviço de Referência, ambas as médias ficaram entre o regular e o bom, pois
declararam que o acervo tem sua atualização devida, dentro dos patamares possíveis.
Em relação às instalações, as duas Bibliotecas, mostraram problemas, principalmente
no que se diz respeito à mobília, pois os usuários reclamaram das cadeiras desconfortáveis,
sem conservação e, às vezes, insuficientes. Em relação aos equipamentos, como por exemplo,
computadores com acesso à internet, vale aqui ressaltar que a BC-UFMA, não dispõe desse
dispositivo, oferece apenas lugares para que o aluno utilize seu próprio computador
(notebook). A BC-UEMA, disponibiliza máquinas para uso do aluno, que funcionam como
um sistema de lan house. Quanto à climatização, a BC-UFMA, é considerada entre regular e
bom, pois disponibiliza salão com ar condicionado, o que não ocorre na Biblioteca da UEMA
e os usuários reclamam do calor, uma vez que a climatização no salão de estudos é feita por
ventiladores, que às vezes não funcionam.
Quanto ao atendimento, as médias de ambas as Bibliotecas ficaram entre regular e
bom, o que de certa forma, mostra uma tímida satisfação do usuário, porém como todo
serviço precisa de melhorias, por exemplo, que os atendentes sejam mais cordiais e
atenciosos, pois os usuários de ambas as bibliotecas afirmaram que às vezes os atendentes os
recebem de mau humor ou nem sequer os fitam.
684
�No concernente às dimensões Tangibilidade, Responsabilidade, Segurança, Empatia, e
Confiabilidade, existem lacunas, pois as médias mostram que as Bibliotecas não atingem as
reais expectativas, tanto ao ver do usuário como no olhar do serviço de referência. Analisando
os resultados dos indicadores investigados, mediante suas médias, é possível afirmar que
quanto à Tangibilidade, o ambiente de ambas as bibliotecas precisa passar por melhorias. No
caso da BC-UEMA, é necessário rever a iluminação no salão de leitura e sinalização em geral,
inclusive dos funcionários.
Sobre a Segurança, é possível dizer que, em ambas as BC, os funcionários procuram
realizar seu trabalho e transmiti-la ao usuário. Há Empatia de acordo com as afirmativas dos
usuários, porém com algumas ressalvas, como por exemplo, que os atendentes demonstrem
mais entusiasmo em atendê-los. Sobre a Confiabilidade, os bibliotecários conhecem o acervo
e suas funções e buscam passar confiança a partir das informações emitidas.
Assim, concluímos que, mesmo com a crescente conscientização do quão importante é
a informação na Educação superior e outros segmentos, a Biblioteca Universitária de fato
ainda não conseguiu acompanhar a evolução proveniente da crescente e célere demanda dos
usuários nos diferentes aspectos abordados com a incursão das inovações e mudanças
esperadas no seu entorno.
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gestão da qualidade: fundamentos e vocabulário. Rio de Janeiro, 2000.
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686
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
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Qualidade de serviços em bibliotecas universitárias: análise das Bibliotecas Centrais da Universidade Federal do Maranhão e Universidade Estadual do Maranhão na perspectiva da ISO 11620:2014 e do modelo SERVQUAL
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Freitas, Georgete Lopes; Santos, Helenilza Santana dos
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Análise da qualidade na prestação de serviços e produtos em Bibliotecas Universitárias. Objetiva analisar as Bibliotecas Centrais da Universidade Federal do Maranhão e Biblioteca Estadual do Maranhão a fim de avaliar a qualidade dos serviços e produtos oferecidos por estas unidades de informação sob a ótica do usuário e do Serviço de Referência e, especificamente, selecionar indicadores da ISO 11620:2014, e indicadores do modelo SERVQUAL para avaliar o desempenho das Bibliotecas; conhecer a percepção dos usuários e do bibliotecário sobre os serviços e produtos prestados pelas Bibliotecas e propor ações para melhoria da prestação se serviços e produtos das Bibliotecas em análise, a partir dos resultados obtidos. Caracteriza a pesquisa como bibliográfica e campo embasada no instrumento de coleta de dados, questionário. Conclui que, mesmo com a crescente conscientização do quão importante é a Biblioteca Universitária para a produção do conhecimento, há o descontentamento com os serviços e produtos prestados, assim como a forma de interação com os usuários.
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pt
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f967dcc606589943c559a2e326979de9
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POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UMA BREVE ANÁLISE DA BSSN/UFAM
PUBLIC POLICIES OF ACCESSIBILITY IN UNIVERSITY LIBRARIES:
AN ANALYSIS OF BSSN/UFAM
Resumo: Este estudo traz a avaliação de uma biblioteca universitária na cidade de Manaus à
luz das legislações em vigor e faz uma reflexão acerca da importância da adequação deste
espaço para atender à demanda por informação da pessoa com deficiência. Trata-se de uma
análise crítica realizada na Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) pertencente ao Sistema
de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM), utilizando-se de
observação in loco. O referencial teórico foi buscado em livros, periódicos e bases de dados
que discutem sobre a importância da diminuição das barreiras para que a pessoa com
deficiência possa ter pleno acesso aos direitos garantidos pela Declaração Universal dos
Direitos Humanos, pela Constituição de 1988 e pela Lei n. 13.146/2015, mais especificamente
o direito de acesso à educação, cultura e informação. Foram buscadas recomendações dentro
da Norma Regulamentadora da ABNT, n. 9050, referente à acessibilidade, como modelo para
que a Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) esteja adequada para atender às demandas
por informação da pessoa com deficiência. Esta análise resultou na discussão da necessidade
de se criar, analisar, avaliar e implementar políticas públicas que visem o acesso às bibliotecas
universitárias pela pessoa com deficiência.
Palavras-chave: Políticas públicas. Bibliotecas universitárias. Pessoa com deficiência.
Acessibilidade.
Abstract: This study brings the evaluation of a university library in the city of Manaus in
light of the legislation in force and reflects on the importance of adapting this space to meet
the demand for information of the disabled person. This is a critical analysis carried out at the
Sectorial Library of the Northern Sector (BSSN) belonging to the Libraries System of the
Federal University of Amazonas (SISTEBIB/UFAM), using in situ observation. The
theoretical framework has been searched in books, periodicals and databases that discuss the
importance of reducing barriers so that the disabled person can have full access to the rights
guaranteed by the Universal Declaration of Human Rights, the 1988 Constitution and Law n .
13.146/2015, more specifically the right of access to education, culture and information.
Recommendations were sought within the Regulatory Norm of ABNT, n. 9050, regarding
accessibility, as a model so that Sectorial Library of the Northern Sector (BSSN) is adequate
661
�to meet the demands for information of the disabled person. This analysis resulted in the
discussion of the need to create, analyze, evaluate and implement public policies aimed at
accessing university libraries by the person with disabilities.
Keywords: Public policies. University libraries. Disabled person. Accessibility.
1 INTRODUÇÃO
Este estudo tem como objetivo discutir a perspectiva inclusiva da acessibilidade em
ambientes de ensino, cultura e informação em bibliotecas universitárias à luz dos Direitos
Humanos, da Constituição de 88 e da Lei n. 13.146. Para tal, foi selecionado como sujeito
desta pesquisa a BSSN/UFAM. Dentre as palavras-chave que indexam este trabalho cabe
aqui, antes de tudo, ser feito um resgate na literatura para definição de alguns conceitos, a
saber: espaços culturais, de ensino e informação; inclusão social; acessibilidade.
Segundo Sarraf (2015) os espaços culturais existem para acolher, divulgar e preservar
os vestígios dos territórios e das sociedades, focalizando nas experiências humanas e nas artes
e, também, no cotidiano das comunidades em suas ações de subsistência, celebração e
representação. Em outras palavras, os ambientes de cultura têm um importante papel na
preservação da identidade, não só do homem enquanto pessoa, mas também das cidades
enquanto território, pois atuam na coleta, tratamento e disseminação de dados e bens
históricos, sejam eles, materiais e/ou imateriais.
Para Maciel (2000) a inclusão social traz em seu bojo a equiparação de oportunidades,
a mútua interação de pessoas e o pleno acesso aos recursos da sociedade. Desta forma, incluir
socialmente é permitir que todos os membros da sociedade tenham os mesmos direitos,
deveres e oportunidades.
No que se refere à acessibilidade, a Lei n. 13.146 possibilitou condições de alcance
para utilização, de forma segura e autônoma, dos serviços e instalações disponíveis ao
público, independentemente de sua natureza pública ou privada (BRASIL, 2015). Sendo
assim, discutir a questão é, acima de tudo, pensar em maneiras de diminuir as barreiras que
impedem a pessoa de acessar qualquer instrumento disponibilizado na-pela sociedade.
Este estudo levantará discussões acerca do direito da pessoa com deficiência em
acessar os ambientes de cultura, ensino e informação disponíveis a partir das legislações
vigentes em nosso país, a saber: a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948; a
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; e, a Lei n. 13.146, Lei Brasileira de
Inclusão da Pessoa com Deficiência, Estatuto da Pessoa com Deficiência de 2015.
662
�Dentre os ambientes de ensino, cultura e informação da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM) foi selecionada a BSSN/UFAM como objeto de análise nesta pesquisa. O
espaço a ser avaliado foi selecionado a partir das bibliotecas universitárias, pertencentes à
UFAM localizadas na cidade de Manaus:
1. Biblioteca Central (BC/UFAM);
2. Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN/UFAM);
3. Biblioteca Setorial do Setor Sul (BSSS/UFAM);
4. Biblioteca Setorial de Ciências Exatas e Engenharias (BSCEE/UFAM);
5. Biblioteca Setorial da Faculdade de Direito (BSFD/UFAM);
6. Biblioteca Setorial da Escola de Enfermagem de Manaus (BSEEM);
7. Biblioteca Setorial de Ciências da Saúde (BSCS/UFAM);
8. Biblioteca Setorial do Museu Amazônico (BSMA/UFAM).
Dentre as bibliotecas universitárias acima listadas, a BSSN/UFAM foi escolhida por
ser a maior biblioteca da UFAM em termos de acervo, de cursos atendidos e de usuários.
Deste modo, espera-se que a mesma esteja adequada para receber e atender a pessoa com
deficiência consumidora de informação e cultura.
Foram realizadas duas visitas ao local: no primeiro momento, se conheceu sua
estrutura e instalações, identificou-se sua missão, seu público alvo e seu horário de
funcionamento. Durante a segunda visita, que ocorreu após a escolha desse espaço como
objeto de análise, foi realizado uma investigação mais voltada para a inclusão da pessoa com
deficiência enquanto usuária deste espaço.
2 A PESSOA COM DEFICIÊNCIA E OS ASPECTOS LEGAIS
A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUHU) é um documento, adotado
pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 10 de dezembro de 1948, que possui 30
artigos em sua composição.
Os direitos humanos são compreendidos como direitos inerentes ao ser humano. Este
conceito reconhece que cada pessoa pode e deve desfrutar plenamente de seus direitos sem
distinção de raça, origem social, cor, sexo, língua, religião, nacionalidade, opinião política ou
de qualquer outro tipo. Para a ONU (2017) os direitos humanos são direitos inerentes a todos
663
�os seres humanos, independentemente de raça, sexo, nacionalidade, etnia, idioma, religião ou
qualquer outra condição.
Os direitos humanos correspondem àqueles direitos fundamentais aos quais todo
homem deve ter acesso, em virtude puramente de sua qualidade de ser humano e
que, portanto, toda a sociedade, que se pretenda uma sociedade autenticamente
humana, deve assegurar aos seus membros. [...] por direitos humanos hão de se
entender as prerrogativas inerentes à dignidade da espécie humana e que são
reconhecidos na ordem constitucional (SILVA; BONIFÁCIO, 2012, p. 101).
No contexto deste estudo, vale identificar, dentre os 30 artigos da DUHU, um dos
direitos essenciais à pessoa humana, que por diversas vezes é comprometido no que diz
respeito à pessoa com deficiência, visto seu caráter singular : o artigo 27, transcrito a seguir:
ud BUSCHEL,
2014, p. 4).
Desta forma, adentramos ao objeto do estudo e às questões que norteiam esta pesquisa:
1. As bibliotecas enquanto espaço de ensino, informação e cultura estão organizadas para
atender à pessoa com deficiência? 2. Como os ambientes culturais, de ensino e informação se
adequam para atender a essa demanda?
Se pensarmos a pessoa com deficiência enquanto suas limitações, as ações propostas a
essa parcela da sociedade deve atender às suas peculiaridades. Se o acesso à cultura, ao ensino
e à informação é algo universal, como permitir o acesso e/ou oferecer produtos e serviços
culturais e de informação à pessoa com deficiência?
Diminuindo a jurisdição, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988
traz em seu capítulo 1, artigo 5º, que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza. Por sua vez, o capítulo 3, seção 2, artigo 215, delimita como papel do Estado,
garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes da cultura
nacional (BRASIL, 1988).
Da mesma forma, a Emenda Constitucional n. 85 de 2015 trás como função do Estado,
Analisando os artigos acima mencionados vemos que é obrigação do Estado,
promover e permitir o acesso do cidadão aos meios de produção e reprodução de ensino, de
informação [científica] e de cultura, independentemente de suas características enquanto
pessoa com deficiência ou não.
664
�Desta forma, e no contexto desta pesquisa, indistintamente, o Estado deve prever e
evitar impedimentos à pessoa, dentre eles o acesso à cultura, ao ensino e à informação.
Em tese, o Estado cria, mantém e fomenta ambientes promotores e de salvaguarda de
conhecimento, informação e cultura, de modo que as bibliotecas universitárias estejam
disponíveis e acessíveis a todos. Em virtude das especificidades motoras e/ou sensoriais da
pessoa com deficiência, atribui-se ao Estado a responsabilidade de adequar e transformar estas
bibliotecas, passando a atender às necessidades da pessoa com deficiência enquanto
consumidora de informação e cultura.
Em 1982 o Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência da ONU já
reconhecia a responsabilidade da estrutura social na questão das diferenças e sinalizava para a
importância de outro padrão de vida social, visando tanto à necessidade de oportunidades
quanto a equiparação delas (ONU, 1982).
Este princípio de equiparação de oportunidades pressupõe o ajuste do meio ambiente
ao sujeito. Assim, em 1999 a ONU estabelece a Carta para o Terceiro Milênio que prescreve
que as sociedades necessitam evoluir no sentido de assegurar os direitos das pessoas com
deficiência, garantindo inclusão em todos os aspectos da vida (ONU, 1982, p. 1).
O Brasil, na tentativa de alinhar-se com o conceito mundial, em 2006, realiza a
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, trazendo uma nova definição e um
Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo, de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas
barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade, em
igualdade de condições com as demais pessoas (BRASIL, 2012, p. 26).
O conceito de pessoa com deficiência que advém da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência demonstra que existe um consenso mundial em sintonia com a
análise das interdições contextuais, como um fator importante a ser considerado na
organização social.
As barreiras físicas, culturais e sociais, passam a ser pensadas como impedimentos e,
portanto, precisam ser eliminadas, em processos que possibilitem aos sujeitos uma maior
acessibilidade à vida em sociedade, em sentido amplo.
As deficiências estão na estrutura da sociedade e em suas diversas instâncias, que as
padronizam, e por consequência, levam à segregação. As diferenças estão nas pessoas, em
outras palavras, cada ser humano é único e possui suas especificidades. Da mesma forma, a
665
�pessoa com deficiência caracteriza-se por sua particularidade, não cabendo, então, a partir
destas diferenças, segregar.
Dados recentes do Censo de 2015 mostram que 23,9% da população,
aproximadamente 46 milhões de pessoas, contemplam algum tipo de deficiência (IBGE,
2015), total equivalente à população do Uruguai. E o Brasil carece de políticas públicas que
possam contemplar estes cidadãos nas mais diferentes áreas: saúde, assistência social,
educação, mobilidade urbana, entre outras.
Como dito anteriormente, a Constituição de 1988 assegura que o Estado garantirá a
todos o pleno exercício dos direitos culturais e o acesso às fontes de cultura nacional e apoiará
e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais.
É na dinâmica da vida em sociedade que a cidadania se concretiza, ratificando-se a
importância da criação de políticas públicas que implementem o respeito à cultura e à
acessibilidade.
ço social,
no interior do qual está em jogo um tipo particular de alvos sociais, interesses que podem ser
o pela quantidade de
pessoas, mas sim, suportar a ideia de que o mundo perdeu literalmente a força de juntar-se e
dialeticamente relacionar-se, separaramA sociedade atual sofre de um desengajamento, de acordo com Serpa (2007, p. 32,
grifo do
simbolicamente. Falta interação entre esses territórios, percebidos (e utilizados), como
outro
Ainda sobre adequação e acessibilidade, o desenho universal é um conceito de
arquitetura que torna todo ambiente acessível e disponível, respeitando a diversidade humana,
garantindo ambientes inclusivos (SARRAF, 2015).
O Movimento Internacional de Inclusão Social defende a ideia de que a acessibilidade
em espaços culturais não se restringe a garantir somente o direito de ir e vir, mas também, que
o ambiente traga o benefício das práticas e linguagens acessíveis, colaborando, assim, para
que os indivíduos se sintam acolhidos e despertando o desejo de permanecer, participar e
considerar os espaços culturais como opções de lazer e cultura (SARRAF, 2015).
É importante ressaltar, que a proposta de inclusão social é contrária à exclusividade
para um determinado tipo de usuário. O conceito de desenho universal deve trazer o
666
�sentimento de bem-estar social e não de segregação. A meta é que todo espaço possa ser
alcançado por qualquer pessoa, seja ela, deficiente ou não.
No Brasil, o conceito de desenho universal é amparado pelo Decreto Federal n. 5.296
de 2004 e têm suas referências básicas advindas da Norma Brasileira n. 9050 de 2015 da
Associação Brasileira Normas Técnicas (ABNT) que legisla sobre acessibilidade a
edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Porém, os espaços que foram
construídos e/ou reformados antes desse período, muitas vezes não estão em conformidade
com esta regulamentação, o que, também, não significa que todos os ambientes construídos
e/ou reformados em posterior à norma contemplem suas especificações.
Gilberto Gil, trazia a cultura como direito básico e que deveria estar no mesmo patamar de
prioridades da nação, juntamente com a saúde e a educação (BRASIL apud MANEVY,
2010).
Desta forma, a biblioteca universitária em questão será analisava a fim de verificarmos
se a mesma encontra-se adequada e acessível para atender às demandas do usuário enquanto
pessoa com deficiência.
3 MÉTODO
3.1. NATUREZA DO ESTUDO
O presente estudo configura-se como uma pesquisa qualitativa, descritiva e
exploratória, recortada transversalmente. Utilizando-se de observação in loco - com base nas
recomendações da Norma Regulamentadora (NR) da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT), n. 9050, referentes à acessibilidade em edificações, mobiliário, espaços e
equipamentos urbanos - realizou-se uma análise crítica da Biblioteca Setorial do Setor Norte
da Universidade Federal do Amazonas (BSSN/UFAM).
As discussões teóricas foram fundamentadas por estudos acessados em livros,
periódicos e bases de dados que discutem a importância da diminuição das barreiras para que
a pessoa com deficiência possa ter pleno acesso aos direitos básicos.
3.2. A BIBLIOTECA SETORIAL DO SETOR NORTE (BSSN/UFAM)
667
�A Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN/UFAM), inaugurada no ano de 2001, está
localizada na Av. General Rodrigo Octávio Jordão Ramos, n. 3000, Setor Norte do Campus
Universitário, no bairro Coroado, seu horário de funcionamento é de segunda a sexta, das 08h
às 20h.
Figura 1 Fachada da BSSN/UFAM
Fonte: os autores (2017)
O prédio possui dois andares. No piso térreo estão localizados o acervo informativo, o
balcão de atendimento e a sala administrativa da biblioteca, além de duas cabines individuais
para estudo e uma sala de estudo em grupo destinadas exclusivamente para usuários com
mobilidade reduzida. No primeiro andar estão localizadas diversas cabines individuais e salas
de estudos em grupo para os demais usuários da unidade de informação.
O acervo informativo da BSSN/UFAM é constituído por 3.212 títulos online (ebook) e
38.740 títulos físicos divididos entre livros, folhetos, teses, dissertações, dicionários, mapas,
cd-rom, DVD e outros suportes. O quantitativo total do acervo informativo da BSSN/UFAM
é de 111.378 exemplares.
4 ACESSIBILIDADE: ANÁLISE E AVALIAÇÃO
Conforme a ABNT 9050 (2015), tendo em vista a pessoa em cadeiras de rodas, há
uma série de recomendações a serem seguidas, de forma a tornar o ambiente adequado e
668
�acessível : 1. presença de elevadores e/ou rampas de acesso; 2. altura do balcão de
atendimento; 3. altura das mesas de leitura; 4. altura das estantes; 5. distância entre as
estantes; 6. banheiros adaptados.
A partir da visita in loco, verificou-se a conformidade dos itens descritos acima:
Item
Sim
Elevador e/ou rampas de acesso
Altura do balcão de atendimento
Altura das mesas de leitura
Altura das estantes
Distância entre as estantes
Banheiros adaptados
Conformidade
X
Quadro 1
Não
X
X
X
X
X
Acessibilidade para cadeirantes
Fonte: os autores (2017)
Dentre os itens avaliados, percebe-se que 83% estão em desconformidade com
recomendações referentes à infraestrutura do local, o que resulta na impossibilidade de
mobilidade do cadeirante naquele espaço. A primeira barreira seria o espaço entre o balcão e a
divisória de entrada, uma vez que o espaço disponível não é suficiente para a passagem de
uma cadeira de rodas, o que faz com que o cadeirante não adentre a área do acervo e não
possa acessar nem as cabines individuais, nem a sala de estudo em grupo disponível no térreo.
Porém, mesmo que houvesse um alargamento da área de passagem entre o balcão e a
divisória da parede, as distâncias entre as estantes, bem como a altura das prateleiras,
impossibilitariam o acesso do cadeirante ao acervo em sua totalidade. Desta forma, percebe-se
que a BSSN/UFAM não consegue ser acessível ao deficiente físico cadeirante, não permitindo
que ele utilize os recursos disponíveis na biblioteca de forma autônoma.
Da mesma forma, por possuir mais de um andar, e por não disponibilizar rampas de
acesso e/ou elevadores, o primeiro andar da BSSN/UFAM está fora dos limites de acesso para
o usuário enquanto pessoa com deficiência física.
669
�Figura 2 balcão de atendimento e área do acervo
Fonte: os autores (2017)
Figura 3 Cabines individuais localizadas no 1. andar
Fonte: os autores (2017)
Em relação ao deficiente auditivo enquanto consumidor de informação, cultura e
usuário deste espaço, a NBR 9050 (2015) determina a Linguagem Brasileira de Sinais
(Libras) com um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos. Neste contexto,
verificou-se que não há, no ambiente, a presença de interpretes da linguagem de sinais e/ou
funcionários que dominem este sistema de comunicação, ou seja, o atendimento ao deficiente
auditivo é deficitário.
Quanto ao atendimento e infraestrutura para cegos, foram avaliados a partir da NBR
9050 (2015), os itens de: 1. sinalização e piso tátil; 2. livros em Braille; e, 3. audiolivros.
Item
Sim
Sinalização e piso tátil
Livros em Braille
Audiolivros
Possui?
Não
X
X
X
Quadro 2 Acessibilidade para cegos
Fonte: os autores (2017)
Considerando os itens representados acima, percebe-se que não há conformidade com
a NBR 9050, uma vez que o deficiente visual enquanto consumidor de informação não tem
acesso às obras disponíveis no acervo.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos objetivos deste trabalho verificou-se que a biblioteca universitária tomada
aqui como objeto do estudo não está preparada para atender as demandas da pessoa com
670
�deficiência. A BSSN/UFAM demonstra, por meio de sua estrutura, estar longe do desejado
para que possa ser considerada acessível e promotora de informação e cidadania para o
usuário com deficiência.
Ratifica-se então, a importância da criação, análise, avaliação e implementação de
políticas públicas que visem o acesso à cultura e informação pela pessoa com deficiência,
devendo haver uma preocupação não somente com a barreira arquitetônica, mas também com
a visual, a cinestésica, a motora e/ou sensorial.
Porém, não cabe ao espaço tornar-se acessível apenas à pessoa com deficiência, e sim
estar disponível para todo e qualquer cidadão que demande o consumo de informação e
cultura, evitando assim o estigma.
Cabe à BSSN/UFAM reestruturar seu espaço físico, a partir da NBR 9050:2015, a fim
de promover uma mobilidade ao deficiente físico cadeirante levando, assim, à sensação de
inclusão social e promovendo cidadania e autonomia. Quanto ao deficiente auditivo, deve
haver a preocupação em capacitar seus servidores para ofertar atendimento digno e de
qualidade. Da mesma forma, precisam ser pensadas soluções quando o acesso do deficiente
visual ao conteúdo documental do acervo informativo, quer seja na compra de audiolivros e
/ou livros em braile, quer na compra de tecnologias leitoras.
Seguindo estas recomendações, a biblioteca universitária em foco estará mais próxima
de atender aos seus objetivos e à sua missão institucional e social, que é estar preparada e
equipada para atender as demandas por informação, cultura e conhecimento de usuários com e
sem deficiências físicas e/ou sensoriais.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050: acessibilidade a edificações,
mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2015. Disponível
em:
<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/arquivos/%5Bfield_generico
_imagens-filefield-description%5D_24.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017.
BOURDIEU, Pierre. Coisas ditas. São Paulo, SP: Brasiliense, 2004.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 20 out.
2017.
_____. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Brasília, DF: Secretaria
dos Direitos Humanos, 2012. Disponível em:
671
�<http://www.pessoacomdeficiencia.gov.br/app/sites/default/files/publicacoes/convencaopesso
ascomdeficiencia.pdf>. Acesso em: 01 nov. 2017.
_____. Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. Brasília, DF: Senado Federal, 2015.
Disponível em: <https://goo.gl/DuPizT> Acesso em: 01 jul. 2017.
_____. Emenda Constitucional n. 85, de 26 de fevereiro de 2015. Brasília, DF: Senado
Federal, 2015. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc85.htm#art1>. Acesso
em: 01 jul. 2017.
BUSCHEL, Inês do Amaral. Declaração Universal dos Direitos Humanos adotada pela
ONU em 10 de dezembro de 1948. 2014. Disponível em:
<https://blogdaines.wordpress.com/2014/12/10/declaracao-universal-dos-direitos-humanosadotada-pela-onu-em-10-de-dezembro-de1948/>. Acesso em: 04 nov. 2017.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Censo demográfico: deficiência. Brasil:
IBGE, 2015. Disponível em:
<https://ww2.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/08052002tabulacao.shtm>. Acesso em:
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MACIEL, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social.
Revista São Paulo em perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 2, 2000. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/spp/v14n2/9788.pdf >. Acesso em: 20 out. 2017.
MANEVY, Alfredo. Dez mandamentos do Ministério da Cultura nas gestões de Gil e Juca.
In: Cardenos CENPEC, n. 7, 2010. Disponível em:
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_____. Programa de Ação Mundial para as Pessoas com Deficiência. 1982. Disponível
em: <http://www.mbonline.com.br/cedipod/W6pam.htm>. Acesso em: 01 nov. 2017.
SARRAF, Viviane Panelli. Acessibilidade em espaços culturais: mediação e comunicação
sensorial. São Paulo, SP: EDUC, 2015.
SERPA, Ângelo. O espaço público na sociedade contemporânea. São Paulo, SP: Contexto,
2007.
SILVA, Aurélia Carla Queiroga da; BONIFÁCIO, Artur Cortez. Reflexos dos direitos
humanos nas relações jurídicas de direito privado face às decisões do STF. In: Revista
Direito e Liberdade, v. 14, n.1, p. 99-121, jan./jun. 2012. Disponível em:
<http://www.esmarn.tjrn.jus.br/revistas/index.php/revista_direito_e_liberdade/article/viewFile
/485/460>. Acesso em: 04 nov. 2017.
672
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Políticas públicas de acessibilidade em bibliotecas universitárias: uma breve análise da BSSN/UFAM
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An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Rafael Lima Medeiros; Ferreira, Natasha Lima Medeiros; Panhoca, Ivone
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este estudo traz a avaliação de uma biblioteca universitária na cidade de Manaus à luz das legislações em vigor e faz uma reflexão acerca da importância da adequação deste espaço para atender à demanda por informação da pessoa com deficiência. Trata-se de uma análise crítica realizada na Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) pertencente ao Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM), utilizando-se de observação in loco. O referencial teórico foi buscado em livros, periódicos e bases de dados que discutem sobre a importância da diminuição das barreiras para que a pessoa com deficiência possa ter pleno acesso aos direitos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela Constituição de 1988 e pela Lei n. 13.146/2015, mais especificamente o direito de acesso à educação, cultura e informação. Foram buscadas recomendações dentro da Norma Regulamentadora da ABNT, n. 9050, referente à acessibilidade, como modelo para que a Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) esteja adequada para atender às demandas por informação da pessoa com deficiência. Esta análise resultou na discussão da necessidade de se criar, analisar, avaliar e implementar políticas públicas que visem o acesso às bibliotecas universitárias pela pessoa com deficiênciaEste estudo traz a avaliação de uma biblioteca universitária na cidade de Manaus à luz das legislações em vigor e faz uma reflexão acerca da importância da adequação deste espaço para atender à demanda por informação da pessoa com deficiência. Trata-se de uma análise crítica realizada na Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) pertencente ao Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Amazonas (SISTEBIB/UFAM), utilizando-se de observação in loco. O referencial teórico foi buscado em livros, periódicos e bases de dados que discutem sobre a importância da diminuição das barreiras para que a pessoa com deficiência possa ter pleno acesso aos direitos garantidos pela Declaração Universal dos Direitos Humanos, pela Constituição de 1988 e pela Lei n. 13.146/2015, mais especificamente o direito de acesso à educação, cultura e informação. Foram buscadas recomendações dentro da Norma Regulamentadora da ABNT, n. 9050, referente à acessibilidade, como modelo para que a Biblioteca Setorial do Setor Norte (BSSN) esteja adequada para atender às demandas por informação da pessoa com deficiência. Esta análise resultou na discussão da necessidade de se criar, analisar, avaliar e implementar políticas públicas que visem o acesso às bibliotecas universitárias pela pessoa com deficiência
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5404/SNBU2018_053.pdf
3127a1ffb5d07c8cef50541e5ea3ec10
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PAPÉIS (RE)EDITADOS: O BIBLIOTECÁRIO E A ATUAÇÃO EM PROJETOS
EDITORIAIS
(RE)EDITED PAPERS: THE LIBRARIAN AND THE PERFORMANCE IN
EDITORIAL PROJECTS
Resumo: Este trabalho consiste na apresentação do projeto BU Publicações desenvolvido na
Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina. Trata-se de um serviço
que se propõe a ser um canal de disponibilização à sociedade de obras técnico-científicas e
artístico-literárias provenientes dos projetos e dos conhecimentos desenvolvidos e concebidos
pelos servidores que trabalham na biblioteca ou desenvolvidos em parceria com outros setores
da universidade. Além disso, analisa as competências profissionais necessárias para os
bibliotecários que trabalham com o processo de editoração de livros impressos e/ou
eletrônicos e destaca as diretrizes que norteiam o processo de editoração e envolvem as etapas
de avaliação, seleção e edição do material bibliográfico. Conclui ressaltando o caráter
inovador do projeto e que revela como a biblioteca se antecipa às demandas alinhada aos
movimentos das editoras independentes e consolida-se como um espaço de compartilhamento,
aprendizagem e de produção de conhecimento pautado pelo diálogo e estreitamento da
relação com a sociedade.
Palavras-chave: Projetos editoriais. Editoração. Biblioteca Universitária.
Abstract: This work consists of the presentation of the BU Publications project developed at
the University Library of the Federal University of Santa Catarina. It is a service that proposes
to be a channel for making available to the society technical-scientific and artistic-literary
works from the projects and knowledge developed and designed by the employees who work
in the library or developed in partnership with other sectors of the university. It analyzes the
professional skills required for librarians working with the printed and / or electronic book
publishing process. It highlights the guidelines that guide the publishing process and involves
the stages of evaluation, selection and editing of bibliographic material. It concludes by
highlighting the innovative character of the project and reveals how the library anticipates the
demands aligned with the movements of independent publishers and consolidates itself as a
space of sharing, learning and production of knowledge guided by dialogue and closer
relationship with society.
Keywords: Editorial projects. Publishing. University Library.
647
�1 INTRODUÇÃO
A equipe da Biblioteca Universitária (BU) da Universidade Federal de Santa Catarina
(UFSC) busca continuamente aprimorar e ampliar os serviços e produtos que são oferecidos à
comunidade universitária. Dentro dessa perspectiva, criou-se o projeto BU Publicações que
objetiva, primordialmente, ser um canal de disponibilização à sociedade de obras técnicocientíficas e artístico-literárias provenientes de projetos e dos conhecimentos desenvolvidos e
concebidos pelos servidores que trabalham na biblioteca. Inclui-se nesse rol, aqueles projetos
criados em parceria com outros setores da UFSC oportunizando, assim, a divulgação, o acesso
e o debate acerca dos conteúdos resultantes dessas iniciativas. Essa proposta vem ao encontro
de uma biblioteca mais proativa, reforçando seu papel, não só na disponibilização de
conteúdo, mas também como protagonista na construção de novos conhecimentos.
Esse projeto iniciou-se no momento em que um grupo de bibliotecários observando o
mercado editorial mundial e o cenário brasileiro, especialmente, no que diz respeito ao
crescente movimento de acesso aberto (Open Access
AO) e de autopublicação - no qual os
autores atuam como produtores editoriais coordenando todo o processo de editoração de seus
manuscritos - pensou na criação de um serviço que contribuísse para dar visibilidade ao
trabalho intelectual, aos projetos e aos eventos produzidos pelos servidores da biblioteca ou
em parcerias, além disso, o projeto visa a atender de modo eficiente, os aspectos relacionados
à preservação da memória tangível e intangível da biblioteca. Desse modo, a biblioteca
participa incorporando-se nesse novo cenário editorial que tem contribuído para que novas
editoras surjam como alternativa para as publicações independentes.
Para além das publicações independentes, cabe destacar que, no contexto das
bibliotecas universitárias, observa-se que alguns profissionais bibliotecários já estão
oferecendo serviços de editoração, especialmente, após o uso de softwares de gestão de
periódicos científicos como o Open Journal Systems (OJS). No caso da BU/UFSC, os
bibliotecários que trabalham na gestão do Portal de Periódicos UFSC possuem habilidades
específicas quando o assunto é editoração de revistas científicas. Essas habilidades passam
pela atuação em forma de consultorias oferecendo apoio necessário aos editores de revistas
científicas tanto em relação ao fluxo editorial das edições quanto ao processo de indexação
em diretórios e bases de dados nacionais e internacionais e a normalização de conteúdo.
Conceitualmente, sobre as publicações produzidas por bibliotecas, Santillán-Aldana e
Muller (2016) afirmam que a acepção mais difundida é aquela proposta por Hahn (2008 apud
MULLINS et al., 2011, p. 11)
648
�[...] a produção e disseminação organizada
de publicações acadêmicas em qualquer formato [...]
Assim, retoma-se o cerne desse texto ressaltando que, no caso específico do serviço
BU Publicações, o foco é o trabalho de editoração na produção e disseminação de livros
publicados prioritariamente em versão eletrônica, podendo ou não possuir também uma
versão impressa.
Trabalhar com a editoração de livros quer seja em formato eletrônicos ou impressos é
mais uma oportunidade de atuação para os bibliotecários. Isso porque, essa atividade não se
distancia de um dos princípios fundamentais da profissão que é se posicionar como interface
entre o leitor/usuário e a informação/conteúdo. O que diferencia, no caso da editoração, é a
participação ativa do bibliotecário atuando como editor e se colocando entre o
autor/organizador da obra e o leitor final. Transformando, assim, os estudos e as ideias do
primeiro em material acessível para o segundo.
Para atender a esse tipo de demanda, os bibliotecários precisam observar às inúmeras
etapas necessárias (processuais e técnicas) que necessitam sem atendidas para que o livro seja
finalizado e esteja disponível aos seus leitores. Nesse transcurso, o profissional que trabalha
com a produção editorial deve estar atento à importância e a necessidade da criação de um
bom catálogo, isso quer dizer, produzir uma lista com livros interessantes, oriundos de fontes
seguras e confiáveis. Associado a essa questão qualitativa das publicações, outras
competências são necessárias. Competências, estas, que podem se desenvolver conhecendo as
principais práticas editoriais, pois ao atuar como editor será necessário ter claro todos
processos de editoração (avaliação, seleção e edição), além do conhecimento da informação
que será convertida em livro, conforme dito anteriormente.
Sobre o processo para se realizar a edição de um livro, Silva (2012, p. 137) elencou os
principais passos a serem seguidos
- reunir e organizar o material a ser publicado
(digitando, fotografando ou de outro modo); 2- providenciar a documentação legal para isto
(ISBN, ISSN ou outra) e catalog
estiv
- organizado (ou
diagramado) o livro, providenciar pelo menos três boas revisões; 4- por fim, providenciar a
A observância de todos esses fatores foi fundamental para que a ideia inicial de se
criar um núcleo editorial na BU, pensada inicialmente em 2012, tomasse corpo e se
desenvolvesse resultando na publicação do livro Gestão de bibliotecas universitárias:
experiências e projetos da UFSC (2013), organizado pela bibliotecária Narcisa De Fátima
649
�Amboni, à época diretora da BU. Esse livro, publicado em formato impresso e eletrônico foi o
marco inicial do projeto e das definições das diretrizes para o processo de publicação de obras
com o prefixo editorial da BU/UFSC. Após esse período, o projeto em si passou por um
momento de análise, avaliação, reestruturação dos objetivos e das suas diretrizes. Todos esses
aspectos culminaram com a oficialização formal do projeto, por meio da portaria n.
1272/2017/GR, de 06 de junho de 2017, aprovada pelo reitor e publicada no Boletim Oficial
da UFSC. Essa portaria cria o Conselho Editorial (CE) do projeto BU Publicações e designa
os membros integrantes.
Cabe ressaltar que durante o processo de concepção do projeto e reestruturação das
diretrizes, outros títulos, além do citado acima, foram publicados com o selo BU Publicações.
Cita-se, por exemplo, as obras do projeto Cinema Mundo/UFSC 86 e o livro literário Entre
estantes e entre tantos: histórias inusitadas na biblioteca, publicado em março de 2017. A
publicação dessas obras foi essencial para o aperfeiçoamento do projeto e motivação da
equipe envolvida.
Particularmente, o livro Entre estantes e entre tantos: histórias inusitadas na
biblioteca é resultado da iniciativa de um projeto de extensão, coordenado por bibliotecários,
que visava reunir em formato de textos literários, parte das histórias, experiências e
acontecimentos inusitados que ocorrem no ambiente da biblioteca, transformando-os em obra
de ficção, porém com inspiração em fatos reais. Sobre a concepção de um livro literário com
essas características, Bem e Grants (2015) afirmam que a criação de um livro nesses moldes é
uma proposta de inovação em gestão, primeiramente pela originalidade do projeto e a
valorização do capital humano da biblioteca, além de incorporar o caráter participativo e
integrativo por parte da equipe.
A idealização desse livro e a sua construção, em especial, contaram com o apoio e
participação de várias pessoas numa demonstração da interdisciplinaridade de saberes. Assim,
o grupo foi formado por bibliotecários, professores, escritores, poetas e profissionais com
habilidades na área de revisão, diagramação e ilustração. Sobre a ilustração do livro, cabe
86
O projeto Cinema Mundo/UFSC é uma parceria entre a BU/UFSC e o curso de
cinema da UFSC. O projeto criou a coleção Cadernos de Crítica e foram publicados, até o
momento, três volumes
<goo.gl/h39C87>; v.2
v.1 Mulheres no/do audiovisual (2016), disponível em:
Cinema de culto (2017), disponível em: <goo.gl/fSidxs>; v.3
Expressões do horror: escritos sobre cinema de horror contemporâneo (2017), disponível em:
<goo.gl/41DnTu>.
650
�registrar que, esta, foi desenvolvida por um colega bibliotecário que criou as imagens a partir
da leitura dos textos que compõem o livro. Atualmente, essa imagem tornou-se representativa
do espaço da biblioteca e está sendo usada como estampa plotada na entrada principal da
Biblioteca Central e em sacolas de eventos promovidos pela BU. O uso dessa imagem permite
dar um caráter de pertencimento aos servidores que adentram todos os dias o espaço que
recria e publica as histórias por eles vividas no cotidiano da Biblioteca.
Figura 1- Capa do livro Entre estantes e entre tantos: histórias inusitadas na biblioteca
Fonte: Grants, Markendorf, Bem (2017)
A seguir serão apresentadas as principais ações e diretrizes que norteiam o trabalho do
CE do serviço BU Publicações.
2 AS DIRETRIZES DO PROJETO BU PUBLICAÇÕES
Anterior a elaboração/revisão das diretrizes foi necessária a composição do CE e, para
tal, estabeleceu-se os seguintes critérios: os membros integrantes do CE devem ser servidores
públicos lotados na BU, sendo que um destes assumirá a coordenação dos trabalhos e a
651
�direção da BU atuará como membro permanente no conselho. Após a nomeação oficial, o
grupo se reuniu para revisar o documento que continha as primeiras diretrizes do projeto e que
havia sido elaborado em 2012. Esse documento foi revisto e atualizado visando alinhar às
atuais necessidades da BU com o projeto.
Portanto, de modo geral, definiu-se que o serviço consistirá na seleção de propostas
para a publicação e na prestação de assessoria relacionada aos outros trâmites administrativos
que envolvem a publicação de obras como, por exemplo, revisão e diagramação. O serviço
BU Publicações, é destinado aos autores e organizadores que desejam produzir e editar obras,
prioritariamente, de acesso aberto publicadas em formato eletrônico. Alguns títulos podem ser
publicados nos dois formatos: eletrônico e impresso. As publicações são registradas com o
prefixo editorial 65044, inscrito pela BU na Agência Brasileira do International Standard
Book Number
ISBN da Biblioteca Nacional (BN).
No tocante à seleção dos títulos a serem publicados estabeleceu-se como premissa para
aprovação dos originais, que o autor(es) ou organizador(es) da obra ou seu(s) representante(s)
apresente ao CE uma solicitação expressa por meio de carta ou e-mail, juntamente com uma
primeira versão da obra a ser publicada. O CE analisará e avaliará se a proposta está em
consonância com as diretrizes e emitirá o parecer favorável ou não à publicação. Em casos de
coautoria, será necessário apresentar documento que comprove a concordância de todos os
autores em incluir seus trabalhos na publicação. Será exigido a assinatura do(s) autor(es) no
contrato de edição no qual o(s) mesmo(s) cede(m) exclusividade à BU, por tempo
indeterminado, os direitos de publicação da obra.
Após essa fase introdutória de avaliação e aceite dos originais, definiu-se que, para
cada proposta, será composta uma comissão editorial específica que se encarregará de
acompanhar o processo de publicação. Essa comissão poderá, quando achar necessário e a
qualquer momento, solicitar que consultores ad hoc avaliem a obra a ser publicada,
objetivando, nesse caso, manter a diretiva qualitativa das publicações.
Quanto às questões contratuais e de direitos autorais deliberou-se que o autor(es) ou
organizador(es), cuja obra foi aceita para a publicação, será contatado pela coordenação do
BU Publicações para assinar o contrato de edição87 que estabelece os direitos e deveres de
ambas as partes. Caso a obra seja produzida a partir de coleta de relatos de pessoas, o
autor(es) ou organizador(es) é responsável por formalizar e coletar as assinaturas dos
87
O modelo de contrato será apresentado, na sua íntegra, ao final deste trabalho.
652
�88
de
arquivados na memória documental do projeto.
Ainda sobre a questão de direitos autorais, por se tratarem de livros de acesso aberto,
serão concedidos aos títulos, o modelo de licença Creative Commons
atribuição CC BY
(https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/)89. Essa licença:
[...] permite que outros distribuam, remixem, adaptem e criem a partir do seu
trabalho, mesmo para fins comerciais, desde que lhe atribuam o devido crédito pela
criação original. É a licença mais flexível de todas as licenças disponíveis. É
recomendada para maximizar a disseminação e uso dos materiais licenciados.
(CREATIVE COMMONS BRASIL, 2017)
Destaca-se que o autor(es) ou organizador(es) assumirá total responsabilidade sobre o
conteúdo publicado, inclusive sobre a reprodução de trechos e imagens de outros trabalhos em
sua obra, devendo assegurar-se das autorizações necessárias para a reprodução desses
conteúdos.
No que concerne aos aspectos estruturais, o processo de editoração das obras segue
como orientação, as normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As principais normas utilizadas são:
NBR6023:2002
NBR6029:2006
NBR10520:2002
ISO2108:2006
Elaboração de referências, NBR6028:2003
Informação e documentação
Livros e folhetos
Apresentação,
Informação e documentação: citações em documento - apresentação, NBR
Informação e documentação
(ISBN), NBR 6025:2002
6027:2012
Elaboração de resumos,
Número Padrão Internacional de Livro
Informação e documentação
Informação e documentação
Informação e documentação
Sumário
Lombada
Revisão de originais e provas, NBR
Apresentação, NBR 12225:2004
Apresentação IBGE:1993
normas de
apresentação tabular.
88
esclarecer e proteger o participante da pesquisa, assim como, o pesquisador que por este meio
manifesta seu respeito
FEDERAL DE SANTA CATARINA, 2017a). O modelo de TCLE usado nesse projeto será
apresentado ao final deste artigo.
89
Sobre esse aspecto, cabe ressaltar que foi feita uma consulta à Procuradoria Federal
junto à UFSC quanto a escolha dessa licença Creative Commons estar alinhada ao Estatuto da
Universidade. O CE está aguardando o retorno.
653
�Caso julgue necessário, a comissão editorial de cada submissão, criará um template
para os autor(es) para facilitar a criação do conteúdo padronizado. Além disso, a obra a ser
publicada deve passar, obrigatoriamente por um processo de revisão ortográfica e gramatical
sendo necessário constar nos créditos da publicação o nome do responsável por essa revisão.
Nos casos de livros resultantes de parceria com a BU, a solicitação do ISBN é de
responsabilidade da equipe do serviço BU Publicações, entretanto, os custos relacionados a
essa solicitação, bem como, ao lançamento da obra, à divulgação e distribuição dos
exemplares (caso sejam confeccionados exemplares impressos) é de responsabilidade do
autor(es) ou organizador(es).
Ao final do processo de edição, o acesso à obra se dará por meio do catálogo
gerenciador da BU - Pergamum e do Repositório Institucional da UFSC (RI)90. As políticas
voltadas à preservação digital são definidas entre a BU e a Superintendência de Governança
Eletrônica e Tecnologia da Informação e Comunicação - SeTIC.
O CE se reunirá periodicamente ou quando for necessária a realização de avaliação e
seleção de alguma proposta de publicação, para resolver casos não previstos nas diretrizes ou
mesmo, para atualização das diretrizes ajustando-as às políticas, valores e objetivos
estratégicos da BU.
A seguir será apresentado o fluxograma do serviço BU Publicações. Esse fluxograma
foi adaptado do modelo resultante do trabalho realizado pela Comissão de Mapeamento de
Processos da BU.
90
Na página do projeto é possível acessar as diretrizes na íntegra e visualizar as obras publicadas.<
http://portal.bu.ufsc.br/servicos/bu-publicacoes/>.
654
�Figura 1 - Fluxograma BU Publicações
Fonte: Adpatado de Comissão de mapeamento de processos (2016).
655
�3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A BU/UFSC se propõe constantemente a inovar os produtos e os serviços à
comunidade universitária antecipando às demandas e consolidando-se como um espaço de
compartilhamento, aprendizagem e, sobretudo, de produção de conhecimento. Pautando-se
pelo diálogo com a sociedade e procurando cada vez mais estreitar essa relação, a BU/UFSC
criou o projeto BU Publicações. Trata-se de um projeto moderno, audacioso, pois desenvolve
competências profissionais (habilidades e atitudes) na produção de informação e de
conhecimento.
Acompanhando o movimento das editoras independentes que proporcionam um
aumento na diversidade de títulos disponíveis para os leitores, a BU/UFSC apresenta no
serviço BU Publicações uma estrutura que nos permite dizer que, o material produzido sob o
selo do projeto, é de qualidade tanto ao aspecto conteudista quanto aos aspectos gráficos.
Diante dos resultados da pesquisa realizada pelo grupo Retratos da leitura no Brasil
em 2015, na qual se aponta que existe certo otimismo e uma crescente adesão dos livros
eletrônicos em função da absorção e acesso às inovações tecnológicas disponíveis, como
aparelhos de notebooks, tablets e smartfones optou-se por publicar preferencialmente livros
eletrônicos e, em alguns casos, os dois formatos: eletrônico e impresso.
Quando ocorre a impressão do material produzido, este, possui uma tiragem limitada
(em média 300 a 500 exemplares). Desses, um exemplar é enviado para a Biblioteca
Nacional, em cumprimento da lei 10.994/2004 que regulamenta o depósito legal de
publicações e outros são direcionados às bibliotecas de Instituições de Ensino Superior (IES).
O conteúdo eletrônico é disponibilizado no catálogo da biblioteca - Pergamum, no
Repositório Institucional (RI/UFSC).
O projeto BU Publicações norteia-se a partir das iniciativas de acesso aberto,
observando as questões voltadas ao direito autoral e ao compartilhamento e acesso ao
conteúdo. Além disso, são empreendidas ações de marketing e endomarketing que visam a
divulgação da obra, tais como o envio de release para o site da BU e UFSC, lista de e-mails
de alunos e servidores; jornais locais, redes sociais (facebook, twitter), blogs literários, listas
de discussão diversas, dentre outros.
Em suma, com a criação desse projeto reforçamos o comprometimento estabelecido e
explicitado nos objetivos estratégicos para os próximos da BU/UFSC, a saber: ampliação da
participação da BU na comunidade, fortalecimento da imagem da BU, potencialização do uso
656
�do acervo, aperfeiçoamento do marketing, melhoria na qualidade dos serviços e alargamento
do uso de novas tecnologias, dentre outros (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA, 2017b).
REFERÊNCIAS
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MULLINS, J. et al. Library Publishing Services: strategies for success research. Report
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Horizonte, v. 21, n. 2, p. 84-99, jun. 2016. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S141399362016000200084&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 25 jul. 2017.
SILVA, José Pereira. Como se faz a edição de um livro? In: CONGRESSO NACIONAL DE
LINGUÍSTICA E FILOLOGIA, 16., Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: UERJ, 2012, p.
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http://cep.ufsc.br/submissao-de-novos-projetos/>. Acesso em: 28 set. 2017.
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Visão, Valores e Objetivos Estratégicos. 2017b. Disponível em:
<http://portal.bu.ufsc.br/conheca-a-bu/administrativo/missao-visao-valores-e-objetivosestrategicos/>. Acesso em: 14 ago. 2017.
657
�Anexo A
CONTRATO DE EDIÇÃO
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Santa Catarina, com sede no Campus
Universitário da Trindade, Florianópolis, SC, doravante denominada BU/UFSC, representada por sua
diretora, a Bibliotecária Roberta Moraes de Bem, matrícula UFSC 140494, CPF no 04584437947,
designada
pela
Portaria
no
1.055/2016/GR,
de
________________________________________________,
16
de
maio
de
2016
e
CPF
n°
____________________,
residente em ___________________ doravante denominado AUTOR, ajustam e contratam, por meio
deste instrumento, de acordo com a Lei n° 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, a publicação da obra
intitulada (___________________) doravante denominada OBRA, segundo as condições abaixo
descritas.
CLÁUSULA PRIMEIRA: O AUTOR cede exclusivamente a Biblioteca Universitária os direitos de
publicação da OBRA, por período indeterminado a contar da data de assinatura do presente contrato.
§ 1o Os direitos mencionados nesta cláusula compreendem a publicação em língua portuguesa no
Brasil e no exterior.
§ 2o O AUTOR garante à BU/UFSC a autenticidade e a originalidade do texto cedido, bem como a
faculdade de dispor dos direitos ora transacionados, sujeitando-se a perdas e danos se, em favor de
terceiros e em conformidade com a Lei supracitada, constar registro de direitos ou de cessão de
direitos a outrem.
CLÁUSULA SEGUNDA: A BU/UFSC publicará ou mandará publicar a OBRA, sob forma de livro
eletrônico e impresso, este último na quantidade de 300 exemplares, dos quais será proprietária.
Parágrafo único. É facultada à BU/UFSC a possibilidade de publicar a obra em regime de co-edição
com outra(s) editora(s).
CLÁUSULA TERCEIRA: Como pagamento de direitos autorais, o AUTOR receberá da BU/UFSC,
em livros, o equivalente a 3 (três) dos exemplares da OBRA.
Parágrafo único. A BU/UFSC se reserva o direito de utilizar até 5% dos exemplares para depósitos,
permutas, doações e distribuição gratuita como mecanismo de divulgação e promoção da OBRA.
CLAÚSULA QUARTA: As características gráficas de edição, inclusive a decisão sobre capa, formato
e material serão de competência exclusiva da BU/UFSC.
§ 1o Cabe ao AUTOR o fornecimento dos originais em meio eletrônico, compatível com os
equipamentos e procedimentos técnicos da BU/UFSC, incluindo-se ilustrações previstas na obra, foto
do autor e textos de capa, competindo-lhe, ainda, conferir as provas finais no prazo estipulado pela
BU/UFSC.
§ 2o Emendas, alterações e atualizações que se fizerem necessárias serão acordadas entre a BU/UFSC
e o AUTOR, antes da reedição da obra.
§ 3o As reedições e reimpressões ocorrerão a partir da demanda da obra e a pedido da BU/UFSC, com
a anuência dos autores, fazendo novo contrato.
CLÁUSULA QUINTA: Fica eleito o foro de circunscrição da Justiça Federal. Seção Judiciária de
Santa Catarina, para dirimir questões oriundas deste contrato ou de sua interpretação.
E por estarem de acordo, assinam este contrato em duas vias de igual teor as partes
interessadas e as testemunhas presentes.
658
�Anexo B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a contribuir com a confecção do livro com
título provisório (___________________________________________________).
Este projeto não possui fins lucrativos, tem a proposta de construir um livro a partir da
transcrição e adaptação de narrativas dos colaboradores da Biblioteca Universitária para o
formato de textos literários. De modo a registrar as memórias dos envolvidos na trajetória da
BU desde sua criação.
O procedimento de coleta de material será da seguinte forma: os depoentes terão seus relatos
gravados em áudio para posterior adaptação e publicação, caso seja selecionado.
Salienta-se que a identidade do entrevistado será preservada, bem como das pessoas que
por ventura vieram a ser citadas em seu relato. Para tal utilizaremos nomes fictícios.
Os depoentes serão mencionados no livro na seção de agradecimentos sem relação do
depoente com o conto desenvolvido.
Eu, _______________________________________, CPF nº: _______________, declaro que
fui informado (a) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci
minhas dúvidas.
Autorizo, mediante assinatura deste documento, que o relato seja utilizado pela comissão
editorial para os fins mencionados. Estou consciente de que o aceite em participar do projeto
não implica em reinvindicação de direitos autorais.
Nome
Assinatura do Depoente
Data
Nome
Assinatura do Entrevistador
Data
Nome
Assinatura da Entrevistador
Data
659
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Papéis (re)editados: o bibliotecário e a atuação em projetos editoriais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Grants, Andréa Figueiredo Leão; Bem, Roberta Moraes de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho consiste na apresentação do projeto BU Publicações desenvolvido na Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina. Trata-se de um serviço que se propõe a ser um canal de disponibilização à sociedade de obras técnico-científicas e artístico-literárias provenientes dos projetos e dos conhecimentos desenvolvidos e concebidos pelos servidores que trabalham na biblioteca ou desenvolvidos em parceria com outros setores da universidade. Além disso, analisa as competências profissionais necessárias para os bibliotecários que trabalham com o processo de editoração de livros impressos e/ou eletrônicos e destaca as diretrizes que norteiam o processo de editoração e envolvem as etapas de avaliação, seleção e edição do material bibliográfico. Conclui ressaltando o caráter inovador do projeto e que revela como a biblioteca se antecipa às demandas alinhada aos movimentos das editoras independentes e consolida-se como um espaço de compartilhamento, aprendizagem e de produção de conhecimento pautado pelo diálogo e estreitamento da relação com a sociedade.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5401/SNBU2018_052.pdf
a04cf9d10f4baf611292932671592d73
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Eixo I - Inovação e Criação
O USO DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS E DIGITAIS: O PERFIL DO
CONHECIMENTO E PREPARO DOS FUTUROS PROFISSIONAIS
BIBLIOTECÁRIOS
THE USE OF VIRTUAL AND DIGITAL LIBRARIES: THE PROFILE OF THE
KNOWLEDGE AND SKILLS OF THE FUTURE PROFESSIONAL LIBRARIANS
Resumo: Descreve o uso de bibliotecas digitais, suas diferenças e semelhanças, além de
tentar saber se a graduação em biblioteconomia acessa e usa essas ferramentas em seu
cotidiano. Tendo como objetivo geral mostrar um perfil qualificado dos alunos de
biblioteconomia e como eles operarão neste novo conceito de bibliotecas digitais e tendo
como objetivo específico estabelecer um novo quadro conceitual sobre o estado atual da
formação desses novos profissionais. A ferramenta de coleta foi um questionário on-line,
aplicado aos alunos de graduação de Biblioteconomia mediante grupos do Facebook, de 15 a
18 de novembro de 2017, obtendo 103 respostas. O método de pesquisa foi quantitativo e
qualitativo demonstrado por tabelas, gráficos e quadros. Conclui-se que a maioria dos
graduandos de Biblioteconomia já as conhecia e usava estas ferramentas, no entanto, eles não
possuíam o domínio nem se sentiam totalmente aptas a usá-las em seu cotidiano
informacional e para seus usuários. Portanto, demonstra-se que há necessidade de disciplinas
mais específicas para uma melhor formação, que os capacitem de forma satisfatória, além de
prática e teoria.
Palavras-chave: Uso de bibliotecas virtuais e digitais. Ambiente informacional. Graduandos
em Biblioteconomia.
Abstract: Describes the use of digital libraries, their differences and traditions, and tries to
know if a undergraduates in librarian science accesses and uses the tools in their daily lives.
Having as a general objective showing a qualified profile of the library science
undergraduates and how they will operate on this new concept of digital libraries, and having
as a specific objective establishing a new conceptual chart on the current state of the ongoing
library science graduation. The collection tool was an online questionnaire, applied to
undergraduate students of Librarianship through Facebook groups, from 15th to 18th
November 2017, obtaining 103 responses. The research method was quantitative and
qualitative demonstrated by tables and graphs. Concludes that most of the undergraduates of
633
�Library science already knew them and used these tools, however, they did not have the
domain nor did they feel fully apt to use them in their informational daily life and for their
users. Therefore, it is shown that there is a need for more specific disciplines for better
training, which is to measure satisfactorily, in addition to practice and theory.
Keywords: Digital libraries. Usage of digital libraries. Information environment. Library
science undergraduates.
1 INTRODUÇÃO
As bibliotecas são organizações que sempre estão em constante evolução, se
adaptando às novas tecnologias e quebrando barreiras de novos paradigmas. Como isso a
evolução das bibliotecas tradicionais até as digitais e virtuais não foi diferente, com a
evolução da tecnologia e a produção de informação cada vez mais assídua, a biblioteca mais
uma vez teve que se adaptar e mudar durante esse processo, passando aos poucos a existir
nesses dois novos mundos.
A evolução da biblioteca tradicional até a que conhecemos atualmente se dividiu em
vários momentos, passando pelas bibliotecas tradicionais, modernas, eletrônicas até chegar as
virtuais e digitais, assim, evidenciando a constante construção da biblioteca na sua busca de
estar sempre suprindo a necessidade de informações de uma sociedade de acordo com as
novas realidades.
Contudo, todas essas evoluções de nada valem se os profissionais que atuam nesse
ambiente também não crescem junto, sendo necessário que todas essas mudanças também
ocorram na formação desses bibliotecários, conhecendo os novos mercados, demandas e
sabendo lidar com novos quadros de realidades. Mas será que esses futuros profissionais têm
um real domínio das novas demandas de mercados que podem encontrar pela frente durante
sua atuação como um bibliotecário? O mercado exige a inserção do bibliotecário nas novas
tecnologias, e para que isso aconteça os cursos da área da Biblioteconomia devem estar
preparados para a demanda do mercado profissional exigindo a reformulação e atualização
das grades curriculares oferecidas.
Evidenciando tal questionamento, esta pesquisa exploratória tem como objetivo geral
apresentar um perfil qualificado dos futuros profissionais que irão atuar neste novo mercado
de bibliotecas virtuais e digital e como específico, estabelecer um quadro conceitual no qual
se encontra a formação dos futuros profissionais da informação.
O método de pesquisa de forma qualitativa e quantitativa se deu mediante um
questionário digital expondo uma análise estatística através de quadros, tabelas e gráficos. A
634
�pesquisa foi efetuada com alunos e ex-alunos do curso de Biblioteconomia em universidades
de várias regiões do Brasil.
Portanto, foi possível estabelecer um perfil do uso das bibliotecas digitais e virtuais
dos alunos de Biblioteconomia do Brasil de acordo à formação do conhecimento através da
graduação desses futuros profissionais bibliotecários, bem como os dos profissionais
bibliotecários.
2 BIBLIOTECAS SOB INFLUÊNCIA DAS NOVAS TECNOLOGIAS: UNIDADES
DIGITAIS E VIRTUAIS
Em uma nova era da globalização, as novas tecnologias da informação e comunicação
surgem cada vez mais e sempre com novas atualizações, juntamente a produção das
informações cresce de forma exacerbada e às vezes maçante, se tornando uma avalanche de
novos conhecimentos e de acesso fácil e rápido. Contudo estas mudanças nessa nova era
também desencadeou novas formas de pesquisar informações pelos usuários, onde os mesmos
procuram ter acesso ao que precisam de forma fácil, simples e prática e para acompanhar essa
nova forma de pesquisa e conseguir acompanhar o fluxo crescente de novas informações da
atualidade. As bibliotecas digitais e virtuais foram surgindo, sendo elas uma maneira de
evolução das bibliotecas tradicionais, o que segundo Wagner et al. (2007, p. 6) f
esse processo, as bibliotecas tradicionais, para melhor atender aos usuários, sentiram a
necessidade de acompanhar tais transformações, utilizando o ambiente digital, para oferecer
a como essa evolução
ocorreu, evidenciando que:
A evolução das bibliotecas foi determinada pelas tecnologias vigentes em cada
época. Em um primeiro momento tem-se a biblioteca tradicional com seu acervo
impresso e espaço físico bem delimitado. Depois, a biblioteca passa a utilizar os
computadores para os serviços de catalogação, indexação e organização do acervo.
dimensão: deixa de ser somente um espaço físico e ganha um novo espaço.
(WAGNER et al. 2007 p. 6)
As bibliotecas digitais e virtuais surgem com novos suportes, para suprir as funções
que uma biblioteca tradicional deve exercer e ampliando a forma de acesso às informações e
suas atualizações e viabilizando de forma eficiente o armazenamento e compartilhamento do
conhecimento.
Apesar da semelhança entre a biblioteca digital e a virtual, existem diferenças em seus
ambientes que é possível comparar com os conceitos de TAMMARO e SALARELLI (2008 p.
321), sendo eles:
635
�A biblioteca virtual mesmo não tendo todo o seu acervo direcionado a materiais digitais,
ela pode não existir fisicamente;
A biblioteca digital tem como divergência o fato de precisar existir fisicamente e de ter o
seu acervo constituído apenas por matérias no formato digital;
A biblioteca digital não é meramente equivalente a uma coleção digitalizada com
ferramentas de gestão da informação, trata-se, também, de uma série de atividades que
integram coleções, serviços e pessoas em suporte de completo ciclo de criação,
disseminação, uso e preservação de dados, informação e conhecimento.
Mas para compreender de forma precisa as divergências entre elas, é preciso ter um
domínio dos conceitos de cada uma, para entender o porquê da necessidade de cada uma e a
existência das duas atualmente.
2.1 BIBLIOTECA DIGITAL
O conceito de biblioteca digital que conhecemos atualmente surgiu na década de 90,
porém, para alguns autores a ideia de uma biblioteca digital surgiu no período dos anos 40,
com o surgimento da ideia do MEMEX (Memory Extension85), que foi idealizado por
Vannevar Bush no qual, segundo Procópio, tal ferramenta já agregava a biblioteca o conceito
conteúdo informacional interligada, que claramente Bush considerava ser a biblioteca
universal do futuro [e o que é hoje para nós a World Wide Web²
(PROCÓPIO, 2004, p. 11).
Tal mecanismo surgiu a partir da necessidade de viabilizar o armazenamento e o
compartilhamento das informações produzidas. No qual a mesma necessidade que criou o
surgimento do MEMEX, é o mesmo pelo qual continuou ocorrendo a evolução da biblioteca
digital.
As bibliotecas digitais são atualmente uma unidade que permite o acesso e a
recuperação de um determinado acervo digitalizado. Sendo um ambiente formado por
documentos e serviços que podem ser acessados de forma direta ou indireta pelo meio
eletrônico ou digital. Seu conceito ainda se difere muito de autor para autor, sendo algo em
fase de maturação, mas segundo Sayão, uma biblioteca Digital é:
O conceito de biblioteca digital não é algo que desponta desvinculado da idéia
ancestral que temos de biblioteca, ao contrário, ele se desenvolve tendo como
fundamento uma analogia direta com a biblioteca tradicional e com a sua missão de
organizar coleções impressas e outros artefatos, de operar serviços e sistemas que
facilitem o acesso físico e intelectual e também o acesso de longo prazo aos seus
estoques informacionais. (SAYÃO, 2009 p. 19).
Tradução: Memória extensiva.
² Tradução: Rede mundial de computadores.
636
�A biblioteca digital se diferencia da biblioteca tradicional pelo suporte onde o seu
acervo e serviços estão disponibilizados, porém, como o próprio autor Sayão fala, seu
conceito não se distancia tanto de uma biblioteca tradicional. Já Toutain nos traz uma segunda
definição similar.
Biblioteca que tem como base informacional conteúdos em texto completo em
formatos digitais - livros, periódicos, teses, imagens, vídeos e outros que estão
armazenados e disponíveis para acesso, segundo processos padronizados, em
servidores próprios ou distribuídos e acessados via rede de computadores em outras
bibliotecas ou redes de bibliotecas da mesma natureza. (TOUTAIN, 2005 p. 16)
2.2 BIBLIOTECAS VIRTUAIS
O termo biblioteca virtual foi primeiramente utilizado por Tim Berners-Lee (criador
da internet) e ele utilizou esse termo para designar o processo de um site que direcionava o
leitor a uma coleção de documentos com textos completos na internet que agrega links a
objetos digitais e páginas na web. Para Rowley a biblioteca virtual:
[...] não implica localização física, seja para o usuário final, seja para a fonte. O
usuário pode acessar a informação a partir de qualquer ponto e a informação está em
qualquer lugar. Há um sentido de aleatoriedade, pois é irrelevante para o usuário
saber onde a informação é mantida. [...] a biblioteca virtual independe de local, é
acessada e fornecida pelas redes de comunicações, enquanto a biblioteca eletrônica
pode ser visitada fisicamente pelo usuário. A biblioteca virtual, é claro, pode ser
oferecida pela biblioteca eletrônica, mas a recíproca não é verdadeira. (ROWLEY,
2002 p.21),
Atualmente, a biblioteca virtual compreende uma unidade de informação que pode ser
totalmente nato digital, ou que ofereça todos seus serviços (e acervo), de forma online para
seus usuários, operando em tempo real e trazendo mais comodidade, em que se pode ter
acesso em qualquer tempo e lugar, sem que seja necessária a ida ao ambiente físico de uma
biblioteca. A rapidez do acesso à informação, facilitada pela consulta às bases de dados
substitui os antigos fichários, e a longa leitura do conteúdo.
3 FUTUROS PROFISSIONAIS NO ÂMBITO DOS NOVOS SUPORTES
INFORMACIONAIS
Assim como a biblioteca, o profissional da informação também deve estar em
constantes mudanças, sempre se adaptando para as novas realidades dos usuários e das novas
tecnologias que surgem a cada minuto, mas para podermos entender se os futuros
profissionais dessa área estão preparados para isso e se sua formação está suprindo,
precisamos entender qual o conceito de um profissional da informação. A Classificação
Brasileira de Ocupações (CBO) traz como definição de suas funções:
637
�Disponibilizam informação em qualquer suporte; gerenciam unidades como
bibliotecas, centros de documentação, centros de informação e correlatos, além de
redes e sistemas de informação. Tratam tecnicamente e desenvolvem recursos
informacionais; disseminam informação com o objetivo de facilitar o acesso e
geração do conhecimento; desenvolvem estudos e pesquisas; realizam difusão
cultural; desenvolvem ações educativas. Podem prestar serviços de assessoria e
consultoria. (CBO, 2017)
ervação da informação e
disseminar essas informações para facilitar o seu acesso, mas para isso é necessário que ela
tenha domínio de diversos suportes onde estas informações podem estar contidas, seja de
forma física, eletrônica, digital ou virtual.
Dessa forma, esses novos suportes que vem sendo trazidos exige do bibliotecário
constante atualizações de suas atividades e reformulações de suas práticas, tornando assim o
bibliotecário um profissional apto com os seus conhecimentos técnicos para tratar as
informações em qualquer suporte, assim como Santos afirma tal importância:
bibliotecas e disponibilizando informações abrigadas em sistemas distantes, de
modo quase instantâneo, foi o grande argumento utilizado para exigir do
profissional, além de um corpo de conhecimentos especializados na área do
tratamento da documentação, outros conhecimentos e habilidades para a gerência de
informações em suportes e locais diversificados. (SANTOS, 2000, p. 107).
Diante desta nova realidade desse profissional, outra pergunta surge, será que os novos
profissionais da informação estão tendo uma formação que os prepara para essa nova
realidade ou que os incentivam a estar sempre em atualização com essas novas práticas?
Indo muito mais além de apenas afirmar a importância do bibliotecário em procurar
sempre se capacitar, é saber se os futuros profissionais têm plena ciência de tal necessidade,
se eles conhecem de forma profunda os novos suportes, se dominam as ferramentas contida
neles e se fazem uso destes novos suportes como forma de obter maior conhecimento e
capacitação.
4 METODOLOGIA
Neste trabalho foi utilizado um estudo exploratório com alunos e ex alunos do curso
de graduação em Biblioteconomia. O método de pesquisa de forma qualitativa e quantitativa
se deu através de um questionário digital expondo uma análise estatística através de quadros,
tabelas e gráficos. O questionário digital de formulação própria foi divulgado nos dias 15 a 18
de novembro de 2017 em 12 grupos da rede social Facebook voltados para Biblioteconomia.
Os grupos são de alunos, turmas, universidades e grupos generalizados voltados para a área, e
638
�o objetivo dessa divulgação foi para que alunos e ex-alunos do curso de Biblioteconomia de
várias universidades brasileiras colaborassem com suas respostas como mostrado na Tabela 1.
O questionário utilizado possui 16 questões sendo uma de múltipla-escolha e uma em
que era permitido que o indivíduo respondesse com suas próprias palavras. O questionário foi
dividido em três partes para que seguisse um fluxo de ideias, como mostra o quadro 1.
5 OBJETIVO DO QUESTIONÁRIO
O questionário apresentado no quadro 1 foi elaborado para obter um perfil dos
estudantes de Biblioteconomia, para isso foi dividido em três partes, a de caracterização dos
indivíduos, considerações sobre a graduação e, conhecimento em bibliotecas virtuais e
digitais.
Na primeira divisão foi possível abordar usuários de diversas instituições,
traçar um perfil do sexo, faixa etária, ano de ingresso e conclusão do curso, período no curso,
e se o usuário possui outra formação em outro curso. Já na segunda divisão foi possível
identificar opiniões sobre os cursos de graduação em Biblioteconomia, como o conhecimento
do próprio indivíduo. Por fim, na terceira divisão foi traçado um perfil de conhecimento do
indivíduo em bibliotecas virtuais e digitais pelo seu conhecimento, domínio e aptidão nessa
plataforma como futuro bibliotecário.
Quadro 1 - Questionário aplicado aos alunos e ex-alunos de Biblioteconomia
Caracterização dos alunos
1) Qual a instituição de ensino do seu curso de graduação em biblioteconomia?
2) Sexo
3) Faixa etária
4) Ano de ingresso no curso
5) Ano de conclusão do curso (ou previsão de conclusão)
6) Período do curso em que se encontra
7) Possui outras formações de nível superior ou técnico?
Considerações sobre a graduação
8) Você considera que apenas as disciplinas obrigatórias da grade curricular do seu curso são suficientes para
capacitação de um futuro bibliotecário?
9) O que você mudaria ou acrescentaria na grade curricular do seu curso, julgando ser necessário para sua
formação profissional?
639
�10)De acordo com os seus conhecimentos adquiridos na graduação, você se considera apto a lidar com qualquer
tipo de suporte informacional?
11) Você acha necessário que um bibliotecário esteja sempre se atualizando e se capacitando nas novas
tecnologias e nos novos métodos de lidar com a informação?
Conhecimento em bibliotecas virtuais e digitais
12) Você conhece alguma biblioteca virtual ou digital?
13) Você costuma fazer pesquisas nessas bibliotecas?
14) Você considera ter domínio na utilização destas ferramentas?
15) Você considera apto a ser bibliotecário capaz de auxiliar o usuário e ou gerenciar bibliotecas digitais e
virtuais de acordo com os seus conhecimentos?
16) Caso a sua resposta na questão anterior tenha sido não, nos informe entre essas possíveis razões.
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
6 RESULTADOS DA PESQUISA
A pesquisa realizada com alunos e ex alunos do curso de biblioteconomia através do
questionário digital. Foi disponibilizado por um período de três dias, o objetivo era obter cem
respostas, o questionário obteve cento e três respostas. Logo após atingir esse número foi
encerrado a aplicação do mesmo.
Na tabela 1, mostrada abaixo, são indicados todos dados obtidos na caracterização dos
alunos. A maioria cursa a graduação em universidades do Nordeste, de sexo feminino, entre
18-23 anos. A maioria irá concluir o curso em 2018 e metade desses alunos estão na sua
segunda formação. No gráfico 1, destaca-se a faixa etária dos alunos da maioria é entre 18-29
anos, mostrando que os atuais alunos de biblioteconomia são jovens adultos.
Tabela 1 Respostas da caracterização dos usuários
CARACTERIZAÇÃO DOS ALUNOS
UNESP
1
UFMG
1
Instituição de ensino do curso de graduação em Biblioteconomia
FESPSP FURG
PUC
UCS
UDESC UFC
UFES
UFF
2
1
2
2
1
4
1
8
UFPA
UFPE UFRGS UFRJ
UFRN UFSC UNIFAI UNIRIO
4
22
20
2
18
1
2
6
Sexo
Masculino
19
Feminino
81
18-23
41
24-29
25
Faixa etária
30-39
20
UFG
1
USP
4
Outro
1
40-50
11
51+
6
Ano de Ingresso
640
�1976
1
2009
1
1990
1
2010
2
1991
1
2011
3
1978
1
2013
1
1995
1
2014
1
1996
1
2015
1
1-2
16
3-4
21
1996
2
2012
2
2000
1
2013
13
2003
1
2014
16
2005
1
2015
24
2006
2
2016
16
2008
1
2017
15
Ano de previsão de conclusão de curso
1999
2005
2006
2009
2
1
1
2
2016
2017
2018
2019
2
11
26
24
2010
1
2020
16
2012
1
2021
10
Período do curso em que se encontra
5-6
7-8
9
23
21
2
10
2
Formado
18
Possui outra formação de nível superior ou técnico
Sim
Não
52
51
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Gráfico 1
Faixa etária
Faixa etária
6%
11%
40%
19%
24%
18-23
24-29
30-39
40-50
51++
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na segunda parte do questionário, o foco era sobre a graduação do indivíduo. Como
mostra a tabela 2. A grande maioria não considera que as disciplinas ofertadas na graduação
são suficientes para a capacitação de um futuro profissional bibliotecário, por consequência a
maioria ou não se considera apto a lidar com qualquer tipo de suporte informacional ou não
tem segurança para tanto. Todos eles concordam que o bibliotecário deve sempre se atualizar
nas tecnologias e nos novos métodos de lidar com a informação.
641
�Tabela 2
Respostas das considerações sobre a graduação do usuário
CONSIDERAÇÕES SOBRE A GRADUAÇÃO DO USUÁRIO
Considera que apenas as disciplinas obrigatórias da grade curricular do curso são suficientes para
capacitação de um futuro bibliotecário
Sim
Não
Talvez
88
9
6
Considera-se apto a lidar com qualquer tipo de suporte informacional
Sim
Não
Talvez
44
42
17
Acha necessário que um bibliotecário esteja sempre se atualizando e se capacitando nas novas
tecnologias e nos novos métodos de lidar com a informação
Sim
Não
Talvez
0
0
103
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Gráfico 2
Disciplinas da grade curricular suficientes na capacitação do aluno
As disciplinas obrigatórias da grade
curricular são suficientes na capacitação
do futuro profissional bibliotecário?
9% 6%
85%
SIM
NÃO
TALVEZ
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Na terceira e última parte do questionário o foco foi o conhecimento em bibliotecas
virtuais e digitais. A maioria conhece bibliotecas virtuais e digitais, mas não possui domínio
ao utilizá-las. Não se considera apto a gerenciar e ou auxiliar usuários, ou não se sente seguro
para tanto, como mostra nos gráficos 3 e 4. Aos que responderam que não se consideram
aptos, foi pedido para que respondessem dentre as opções listadas na tabela 3. A maioria
respondeu que não foi ensinado e ou treinado satisfatoriamente, esse resultado aponta uma
deficiência na graduação.
642
�Tabela 3
Respostas sobre o conhecimento em bibliotecas virtuais e digitais
CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS VIRTUAIS E DIGITAIS
Você conhece alguma biblioteca virtual ou digital?
Sim
Não
10
93
Considera ter domínio na utilização destas ferramentas
Sim
Não
67
36
Considera-se apto a ser bibliotecário capaz de auxiliar o usuário e ou gerenciar bibliotecas digitais e
virtuais de acordo com os conhecimentos que possui.
Sim
Não
Talvez
41
43
19
Não se considera apto a auxiliar usuários ou gerenciar bibliotecas virtuais e digitais pelos motivos
listados
4
Não é uma parte da biblioteconomia que me interesse
3
Possuo dificuldade ao lidar com bibliotecas virtuais e digitais.
25
Não fui ensinado/treinado satisfatoriamente.
15
Não há nenhuma disciplina, grupo de extensão e ou pesquisa no meu departamento que aborde
esse assunto.
5
Outro.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Gráfico 3
Conhecimento em bibliotecas virtuais e digitais
O usuário conhece bibliotecas virtuais e digitais
10%
90%
SIM
NÃO
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Gráfico 4
Possui domínio ao utilizar bibliotecas virtuais e digitais
Possui dominio ao utilizar bibliotecas virtuais e
ou digitais
34%
66%
SIM
NÃO
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
643
�No quadro 1 a questão de número 9, uma pergunta não obrigatória aberta, foi dado
espaço para respostas sobre o que o aluno mudaria ou acrescentaria na grade curricular do
curso levando em conta a formação profissional. Das 103 pessoas que responderam a este
questionário, 88 responderam essa questão. Dessas respostas treze foram selecionadas, como
mostra o quadro 2, resumindo a opinião dos demais usuários. As críticas e sugestões possuem
em comum a ausência de disciplinas voltadas à tecnologia, mediação de leitura, gestão,
marketing, empreendedorismo e a flexibilização das grades curriculares.
Quadro 2
Resposta aberta para sugestão de mudanças na grade curricular do curso
Respostas da questão sobre o que mudaria ou acrescentaria na grade curricular do curso, julgando ser
necessário para a formação profissional.
Acrescentaria mais disciplinas que envolvessem tecnologia, que envolvessem preservação de
1
documentos e trabalho com arquivos.
Mediação e informática.
2
3
Uma disciplina para lidar com usuários, marketing na biblioteca.
4
Mais disciplinas voltadas a gestão, empreendedorismo e captação de recursos.
5
Aplicações mais práticas e expansão para as várias possibilidades de campo de trabalho.
6
Revisar a atuais disciplinas obrigatórias, que acabam se tornando defasada pela falta de uso atual e tornálas mais práticas a vivência profissional. Pois o que a gente vê é muito conteúdo teórico que na prática
tem 0 funcionamentos. Outro ponto seria ofertar mais disciplinas fora da esfera técnica de
biblioteconomia, visto que o curso tem um caráter multidisciplinar o que permite que o aluno "crie" seu
próprio foco acadêmico, isso já acontece em algumas universidades no Brasil. Aqui na UFPE ainda está
começando a ter essa abertura, mas o caminho é longo.
Acrescentaria disciplinas voltadas para a ciência da informação e para a tecnologia.
Psicologia, inovação, inteligência artificial.
- em
7
8
9
10
11
12
13
atualmente ainda é feita manualmente.
Disciplinas voltadas para o uso da tecnologia.
Disciplinas sobre gestão da Informação e do conhecimento, bem como disciplinas sobre sistemas de
informação para controle bibliográfico (prática em laboratório de diferentes tipos de sistemas); disciplina
que apliquem conhecimentos consistentes, teóricos, técnicos e práticos sobre Repositórios digitais,
bibliotecas virtuais e digitais (planejamento, criação e avaliação); creio que professores de outras áreas
como a computação, Análise de sistemas, Engenharia de Produção e muitos outros poderiam contribuir
com o departamento de biblioteconomia para aplicar disciplinas que preparem melhor o "profissional da
Informação" para atuar em diferentes segmentos do mercado informacional, em especial, em empresa,
com o propósito também de estimular o empreendedorismo e criatividade.
Mais disciplinas que tratem sobre tecnologias e repositórios.
Acrescentaria empreendedorismo, marketing e gerenciamento de informação em redes sócias/internet.
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Abordou-se nessa pesquisa o uso das bibliotecas virtuais e digitais, além de apresentar
seus conceitos, sua importância, e a partir de questionário aplicados de forma virtual
respondido pelos alunos e ex-alunos de Biblioteconomia de várias regiões do Brasil. Foi
possível avaliar como se sentem, visto que, o panorama da Ciência da Informação está cada
644
�vez mais voltado para esses aspectos tecnológicos, e percebeu-se a dificuldade de repassar
isso a usuários ao utilizar como ferramenta de trabalho, com as estatísticas negativas
resultantes.
Essa pesquisa pôde evidenciar as lacunas existentes dentro das estruturas curriculares
de Biblioteconomia. Como apontado pelos alunos a suas queixas em relação a satisfação,
compreensão e conhecimento dessas lacunas, principalmente na área de tecnologia na prática
profissional.
O perfil dos alunos de Biblioteconomia é de maioria mulheres, jovens adultos entre 18
a 29 anos, metade estando em sua segunda formação acadêmica. Também foi constatada a
dificuldade e insegurança nesses alunos na prática profissional e o domínio em ferramentas,
principalmente nas de tecnologia. Apesar de conhecerem bibliotecas virtuais e digitais,
poucos usam e não se sentem seguros em passar seu conhecimento adiante, quando
profissionais formados e gestores. O maior ponto dessa pesquisa coletada foi ao constatar que
a grande maioria está insatisfeita com a estrutura curricular de seu curso, considerando muito
tecnicista, não funcional, defasada, não preparando um futuro profissional para as exigências
do mercado de trabalho.
Apesar dessa pesquisa ter sido originalmente focada em bibliotecas virtuais e digitais,
foi possível considerar que a obsolescência das estruturas curriculares do curso de graduação
em Biblioteconomia é um problema generalizado, e atinge 20 universidades pelo país citadas
nessa pesquisa. Esse problema acarreta no despreparo do profissional que não possui uma
segurança e um conhecimento para o cotidiano profissional e nas necessidades dos usuários,
não acompanhando as novas tecnologias. Constatando esse fato cabe futuramente os
departamentos de Ciência da Informação repensarem as estruturas dos cursos que estão
fazendo e no futuro dos profissionais que estão formando.
REFERÊNCIAS
PROCÓPIO, Ednei. Construindo uma biblioteca digital. São Paulo: Edições Inteligentes,
2004.
ROWLEY, Jennifer. A biblioteca eletrônica. Brasília: Briquet de Lemos/ Livros, 2002.
SAYÃO, Luis Fernando. Afinal, o que é biblioteca digital?. Revista USP: SP, n.80, p. 6-17,
dez./fev. 2008-2009.
645
�SANTOS, Jussara Pereira. O perfil do profissional bibliotecário. In: VALENTIM, Marta
Lígia Pomim (Org.). O profissional da informação: formação, perfil e atuação
profissional. São Paulo: Polis, 2000. p. 107-117.
TAMMARO, Anna Maria; SALARELLI, Alberto. A biblioteca digital. Brasília: Briquet de
Lemos, 2008.
TOUTAIN, Lídia Maria Batista Brandão. Biblioteca digital: Definição de termos. In:
MARCONDES, Carlos H. et al. Bibliotecas digitais: saberes e práticas. Brasília: IBICT,
2005. cap 1. p. 15 - 24.
WAGNER, Morgana Magnus et al. Bibliotecas digitais integradas a ambientes virtuais de
aprendizagem. Novas Tecnologias na Educação. v 5. n 2. dez. 2007. Disponível em:
<http://www.cinted.ufrgs.br/ciclo10/artigos/4cSilvia.pdf>. Acesso em: 22 nov. 2017.
646
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O uso das bibliotecas virtuais e digitais: o perfil do conhecimento e preparo dos futuros profissionais bibliotecários.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Endlich, Juliana Norato; Farias, Ronnie Anderson Nascimento de; Bezerra, Flávia Alves; Araujo, Emily Lima Galdino de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Descreve o uso de bibliotecas digitais, suas diferenças e semelhanças, além de tentar saber se a graduação em biblioteconomia acessa e usa essas ferramentas em seu cotidiano. Tendo como objetivo geral mostrar um perfil qualificado dos alunos de biblioteconomia e como eles operarão neste novo conceito de bibliotecas digitais e tendo como objetivo específico estabelecer um novo quadro conceitual sobre o estado atual da formação desses novos profissionais. A ferramenta de coleta foi um questionário on-line, aplicado aos alunos de graduação de Biblioteconomia mediante grupos do Facebook, de 15 a 18 de novembro de 2017, obtendo 103 respostas. O método de pesquisa foi quantitativo e qualitativo demonstrado por tabelas, gráficos e quadros. Conclui-se que a maioria dos graduandos de Biblioteconomia já as conhecia e usava estas ferramentas, no entanto, eles não possuíam o domínio nem se sentiam totalmente aptas a usá-las em seu cotidiano informacional e para seus usuários. Portanto, demonstra-se que há necessidade de disciplinas mais específicas para uma melhor formação, que os capacitem de forma satisfatória, além de prática e teoria.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5397/SNBU2018_051.pdf
cb24865e5d2afde3e4dfde7f5a4f18c1
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O PANORAMA DOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS DAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS BRASILEIRAS DAS REGIÕES SUL E CENTRO-OESTE: UMA
ANÁLISE COMPARATIVA
THE PANORAMA OF INSTITUTIONAL REPOSITORIES OF BRAZILIAN FEDERAL
UNIVERSITIES IN THE SOUTH AND MIDWEST REGIONS: A COMPARATIVE ANALYSIS
Resumo: Apresenta resultados de pesquisa comparativa nos repositórios institucionais das
universidades federais das regiões Sul e Centro-oeste do Brasil, totalizando uma população de
estudo de 16 repositórios. O objetivo consiste em estudar os repositórios institucionais dessas
universidades no que diz respeito: ao software, equipe, manual, tutorial, política e arquitetura
da informação. O marco teórico aborda a evolução do acesso livre, termo este intrinsecamente
ligado à ciência aberta; os benefícios em relação à preservação da memória e a visibilidade
científica institucional que um repositório pode proporcionar para uma organização. A
escolha por universidades federais ocorreu pelo destaque que as mesmas apresentaram no ano
de 2017 em um ranking anual de um grande jornal nacional. Como estratégia metodológica
foi adotada a abordagem descritiva, e os aspectos qualitativos e quantitativos, uma vez que
são analisadas as diferenças e similaridades destes repositórios, assim como a quantificação
numérica dos mesmos. Concluiu-se que os repositórios das universidades federais da região
Sul apresentam algumas vantagens em relação aos da região Centro-oeste, principalmente na
adoção de políticas, confecção e disponibilização de manuais e tutoriais de funcionamento dos
repositórios.
Palavras-chave: Universidade federal. Repositório institucional. Acesso livre.
Abstract: This paper presents comparative results of a research in institutional repositories of
federal universities in the South and Midwest regions of Brazil, totaling a study population of
16 repositories. The objective is to study the institutional repositories of these universities
with respect to: software, staff, manual, tutorial, politics and informational architecture. The
theoretical milestone approaches the evolution of the open access, a term intrinsically linked
to the open science; the benefits of the preservation of memory and the institutional scientific
visibility that a repository can provide to an organization. The choice for federal universities
was made because of the highlight that they had in the year of 2017 in an annual ranking of a
large national newspaper. As a methodological strategy was the descriptive approach and the
qualitative and quantitative aspects were adopted, since the differences and similarities of
619
�these repositories are analyzed, as well as their numerical quantification. It was concluded that
the federal universities repositories of the South region presents some advantages in relation
to the Midwest, especially in the adoption of policies, confection and availability of manuals
and tutorials of the repositories operation.
Keywords: Federal university. Institutional repository. Open access.
INTRODUÇÃO
A crise dos periódicos proporcionou o surgimento de alguns movimentos na ciência no
que diz respeito ao acesso à informação científica. O movimento de acesso livre (open access
movement) surge em meio aos altos preços das publicações científicas e a dificuldade de
acesso às mesmas. Na Reunião de Budapeste em 2002 foram definidas duas estratégias de
acesso à informação científica: a via verde e a via dourada. Este trabalho tem como finalidade
apresentar uma análise comparativa realizada na via verde, ou seja, em repositórios das
universidades federais das regiões Sul e Centro-oeste do Brasil. A escolha por essas regiões se
deu por, em análises prévias, apontarem que são as únicas em que todas as universidades
federais possuem repositórios institucionais. Os objetivos estão pautados no estudo dos
repositórios respeitando os critérios: do software, equipe, presença de manuais, tutoriais,
política e arquitetura da informação. Com esta pesquisa será possível no futuro apresentar
questionamentos sobre aplicação e acessibilidade dessas ferramentas, uma vez que, o
repositório institucional possui elementos científicos que fundamentam seu estudo. O trabalho
contextos elementares para o surgime
O ACESSO LIVRE E A IMPORTÂNCIA DOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
As dificuldades para o acesso à literatura científica podem ser observadas pelo prisma
das constantes tensões entre editoras científicas comerciais e bibliotecas. O movimento de
acesso livre à informação científica tem por essência a contrariedade aos dois contextos: altos
preços cobrados pelas editoras científicas comerciais para o acesso às suas publicações e a
620
�dificuldade de os pesquisadores acessarem a informação inserida em seus documentos. Na
Com o tempo, novas expressões começaram a ser pensadas no meio científico para
suprir as necessidades informacionais, uma vez que a internet e o uso massivo das
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC´s) começavam a ser inseridas na ciência
(CRESPO; CORRÊA, 2006; GUANAES; GUIMARÃES, 2012). É neste limiar que surge o
movimento de acesso livre à informação científica. O acesso livre é um termo alocado dentro
movimento de movimentos que incorpora elementos da ciência em diferentes frentes.
Uma das primeiras iniciativas do movimento de acesso livre está no lançamento, em
1991, do repositório digital temático Arxiv, por Paul Ginsparg do laboratório de Los Alamos,
Novo México, Estados Unidos (MUELLER, 2006). O Arxiv é um repositório voltado para as
áreas de Física, Matemática, Ciência da Computação e correlatas, cuja finalidade estava no
depósito de manuscritos, pelos autores dessas áreas, que poderiam ter acesso ao mesmo em
diversas localidades do planeta. Esses manuscritos inseridos no repositório são chamados de
preprints, pois os mesmos não passaram pelo crivo da revisão pelos pares (MUELLER,
2006). O sistema de avaliação dos textos submetidos no Arxiv foi motivo para críticas por
parte da comunidade científica ao movimento que começava a ser desenhado (GUANAES;
GUIMARÃES, 2012).
Em 1999 é anunciada a Convenção de Santa Fé que, entre diversos pontos discutidos e
debatidos, foram definidos alguns princípios, como: a obrigatoriedade da revisão pelos pares
nas publicações de acesso livre, a interoperabilidade entre os sistemas de filosofia aberta e o
autoarquivamento (TRISKA; CAFÉ, 2001). Na mesma Convenção, foi compactuada a
iniciativa dos arquivos abertos (open archives initiative) onde o uso de softwares de código
aberto passou a ser utilizado como estratégia de interoperabilidade entre sistemas de acesso
livre (GUANAES; GUIMARÃES, 2012). O Open Archives Initiative Protocol for Metadata
Havesting, o protocolo OAI-PMH, surge neste cenário com a finalidade de possibilitar a
interoperabilidade entre bibliotecas e repositórios digitais, assim como o compartilhamento de
metadados utilizando o padrão Dublin Core (GARCIA; SUNYE, 2003).
Na Reunião de Budapeste em 2002, duas estratégias foram definidas: a via verde e a
via dourada (HANARD et al., 2004). A via verde é representada pelo autoarquivamento, ou
seja, o depósito de materiais em repositórios digitais; e a via dourada constitui o fomento e
621
�editoração de periódicos científicos com a filosofia aberta. A via dourada, por sua vez, está
dividida em pura e híbrida (VEIGA et al., 2017).
A via dourada pura é aquela financiada por instituições e que não apresenta
dificuldades para o acesso aos periódicos de acesso livre. Esta via também pode ser
concretizada por editoras comerciais, ocorrendo o pagamento de taxas pelo o autor ou
instituição, mas sem barreiras de acesso ao leitor. O modelo híbrido da via dourada é aquele
em que o periódico possui a filosofia aberta e restrita ao mesmo tempo, mediante a taxa
ocasionando barreira financeira ao autor e para a instituição (VEIGA et al., 2017).
Em relação à via verde, Mueller (2006) define os repositórios institucionais como
ferramentas que buscam reunir documentos produzidos por uma instituição. Leite (2009)
justifica que o objetivo dos repositórios institucionais está no aumento da visibilidade da
produção científica pelo corpo funcional da instituição; maximização da comunicação
científica interna e externa; acessibilidade, uso e impacto da produção científica institucional.
Sayão e Marcondes (2009, p. 24) contribuem afirmando que
[...] os repositórios institucionais são serviços vinculados organicamente aos
seus ambientes institucionais; são cumulativos e persistentes e, portanto, têm
compromissos fortes com a formação da memória digital acadêmica, com a
preservação de longo prazo de materiais de valor contínuo e com os
movimentos de livre acesso. Para tal, esses repositórios têm como base
tecnológica sistemas abertos e interoperáveis e aderência aos padrões das
áreas de Biblioteconomia, Ciência da Informação e Tecnologia da
Informação.
Portanto, em linhas gerais, os repositórios institucionais buscam reunir e preservar a produção
acadêmica e científica do seu corpo funcional, constituindo uma memória institucional, que
possibilita o aumento do acesso e da visibilidade da instituição por meio da produção
disponibilizada nessas ferramentas. Outro viés de repositórios digitais são os temáticos que
para Kuramoto (200
associação ou organização, para gestão e disseminação da produção técnico-científica em
repositório temático é aquele cuja produção depositada contempla o escopo de estudo de uma
área ou subárea do conhecimento. Ainda há definições para repositórios governamentais, que
reúnem documentos dos órgãos governamentais; repositórios agregadores que dispõe dos
registros de outros repositórios (KURAMOTO, 2012); e, mais recentemente, repositórios
objetivo
622
�captar, guardar, preservar e garantir livre acesso sobre o conteúdo, ou experiência registrada,
Na visão de Hanard et al. (2004) e Rodrigues (2004b), a via verde é tida como a
principal na propagação do acesso livre. Os repositórios institucionais tornaram-se
importantes ferramentas para a disseminação da ciência. Ao se levar em consideração que um
dos objetivos da universidade é o de auxílio na produção e disseminação de conhecimento
técnico-científico, os repositórios institucionais passaram a constituir um papel estratégico
neste processo.
CENÁRIO DOS REPOSITÓRIOS E DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
Em busca realizada no mês de janeiro de 2018, pelos autores deste trabalho, verificouse no site do Directory of Open Access Repositories (OpenDoar) que a maioria dos
repositórios cadastrados no diretório são classificados como institucionais. O OpenDoar é um
diretório oficial de repositórios de acesso livre mantido pela Universidade de Nottingham,
Reino Unido, em conjunto com a Universidade de Lund, Suécia, constituindo em um grupo de
serviços desenvolvidos pela SHERPA (MELIS, 2013). Os dados reportam aos seguintes
números: 2.968 repositórios estão cadastrados como institucionais, 304 como temáticos, 107
como agregadores e 85 como governamentais. Lembrando que o OpenDoar apresenta um
recorte mundial de repositórios.
Neste trabalho, a escolha pelas regiões Sul e Centro-oeste se deu, conforme já
mencionado, por serem as únicas que possuem repositórios institucionais em todas as
universidades federais, assim como, pela grande representatividade que as mesmas
apresentam no cenário científico e tecnológico nacional. Em ranking divulgado pelo jornal
universidades brasileiras. Centralizando os nossos esforços em um top 10 do ranking, nos
ques
federais.
Para a discussão dos resultados, este estudo concentrará os esforços nos critérios
adotados por Silva (2017) que consiste nas análises de: software do repositório; equipe
responsável; disponibilização de manual e/ou tutorial e política. Ainda foi adicionada a
623
�análise da arquitetura da informação dessas ferramentas. A arquitetura da informação,
subsidia a estruturação e a organização da
informação em ambientes informacionais digitais, bem como a otimização de seu acesso e
METODOLOGIA
A abordagem metodológica adotada é quantitativa e qualitativa, além de descritiva,
pois os dados coletados serão quantificados e evidenciados as suas diferenças e similaridades.
Serão descritas as informações encontradas nos repositórios e alguns aspectos constitutivos da
arquitetura da informação.
O primeiro passo metodológico foi a busca no Google pelos repositórios. A estratégia
foram colocados os dados das instituições, tais como: nome, sigla e endereço eletrônico do
repositório. Após a verificação que algumas instituições não colocavam de forma aparente em
seus repositórios a política, tutoriais e manuais, passou-se a buscar no Google e dentro dos
constituídas por 63 instituições conforme informação disponibilizada no site do Ministério da
Educação no ano de 2017.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O quadro a seguir apresenta as universidades federais que serviram de base para este
estudo, por regiões geográficas (Centro-Oeste e Sul).
Quadro 1: Universidades Federais presentes no estudo
INSTITUIÇÃO
Universidade de Brasília
CENTRO-OESTE
SIGLA
UnB
Universidade Federal de Goiás
UFG
Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
UFMS
Universidade Federal da Grande Dourados
UFGD
624
�UFMT
Universidade Federal de Mato Grosso
SUL
Universidade Federal da Fronteira Sul
UFFS
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
UFCSPA
Universidade Federal de Santa Catarina
UFSC
Universidade Federal do Pampa
UNIPAMPA
Universidade Federal do Rio Grande
FURG
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
UTFPR
Universidade Federal da Integração Latino-Americana
UNILA
Universidade Federal de Pelotas
UFPel
Universidade Federal de Santa Maria
UFSM
Universidade Federal do Paraná
UFPR
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRGS
Fonte: Adaptado do Ministério da Educação (2017).
A região Centro-oeste possui 5 universidades federais e a região Sul 11, totalizando
uma população de estudos de 16 repositórios. Com base em Silva (2017) foi realizado um
checklist desses repositórios tendo em vista: software do repositório; equipe responsável;
disponibilização de manual e/ou tutorial e política. Foi acrescentada também a análise de
arquitetura de informação. Silva (2017) também estudou a versão do software dos repositórios
e foi ressaltado em seu estudo que a maioria dos repositórios não apresenta esta informação.
Inicialmente a ideia era estudar também a versão do software, mas não obtivemos êxito.
Portanto, esta informação não será objeto de análise neste estudo. A seguir os resultados
obtidos pela análise. O que está marcado (X) significa que foi encontrado.
Quadro 2: Checklist dos repositórios das universidades federais
Instituição
UnB
UFG
UFGD
UFMT
UFMS
UFCSPA
UFFS
UFSC
UNIPAMPA
FURG
UTFPR
UNILA
UFPEl
Software
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Dspace
Equipe
X
Manual
X
X
Tutorial
X
X
X
X
Política
X
X
X
X
X
X
X
X
X
625
�UFSM
UFPR
UFRGS
Dspace
Dspace
Dspace
Fonte: Adaptado de Silva (2017).
X
X
X
Todos os repositórios institucionais das universidades federais analisados utilizam o software
Dspace. O software Dspace é uma iniciativa do Massachusetts Institute of Technology (MIT)
e a Hewlett-Packard (HP). O Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
(IBICT) disponibiliza download gratuito em sua página do software. Segundo os
desenvolvedores do Dspace, o programa caracteriza-se como: um software sem fins lucrativos
ou comerciais para a criação de repositórios digitais livre, com características personalizáveis
para atender às necessidades de qualquer organização. A customização do software ficou
presente na análise, representando diferenças na arquitetura da informação dos repositórios
pesquisados. Sabe-se que a cada versão lançada novas funcionalidades são desenvolvidas o
que pode diferenciar o visual de um repositório do outro. No entanto, o foco da análise neste
atribuindo fotografias a cada unidade que possui uma comunidade na ferramenta, além de
criar um ambiente restrito para uso interno das bibliotecas centrais e outra comunidade, de
acesso livre, para as coleções temáticas. A navegação pelo repositório da UnB é de fácil
assimilação, além de ser um ambiente clean, ou seja, não é visualmente poluído por ter
fotografias. A FURG apresenta uma arquitetura um pouco confusa e poluída com quantidade
excessiva de texto. O ideal, neste caso, seria minimizar a quantidade textual com abas e links.
A UFGRS apresenta interface customizada de fácil compreensão e navegabilidade. UFG,
UFFS, UFMS, UFSC, UFSM, UFPR, UFPel e UNIPAMPA também possuem interfaces
amigáveis. A interface da UFMT também é amigável, mas as constantes oscilações do
repositório são preocupantes. Quase sempre está fora do ar. UFGD, UNILA apresentam
interfaces, que aparentemente, parecem ainda estar em desenvolvimento. A UFCSPA
apresenta um ambiente voltado para as teses e dissertações dos programas de pós-graduação
da instituição. A navegação pelo repositório da UTFPR é um pouco confusa, mas o mesmo
apresenta detalhamentos importantes como a apresentação do repositório e o mapa site.
Silva (2017) em seu estudo definiu como equipe de um repositório a informação
inserida no mesmo que direcionava ao Centro de Documentação, Biblioteca ou Setor de
Tecnologia da instituição pressupondo que há um profissional da informação envolvido na
gestão e desenvolvimento do mesmo. Para fins qualitativos, neste estudo foi pensado que a
definição de equipe está no detalhamento dos profissionais que atuam no repositório. Nesta
perspectiva, apenas a FURG e a UnB apresentam a equipe nominalmente em seus
626
�repositórios. Acreditamos na importância da disponibilização da equipe para que saibamos
como a mesma está composta, além de também poder servir como um instrumento primário
de pesquisa para outras instituições que ainda não possuem o seu repositório pensarem na
formação da sua equipe de trabalho. O repositório da FURG conta com bibliotecários,
bolsistas e analistas em tecnologia da informação. O da UnB conta com duas bibliotecárias.
Segundo Leite (2009) a necessidade de recursos humanos para um repositório irá variar de
instituição para instituição. Ainda assim, segundo o autor, a composição da equipe é, em
muitos casos, constituída principalmente de forma multidisciplinar com as presenças de
bibliotecários, analistas de sistemas e profissionais de comunicação / marketing.
O manual foi encontrado apenas no repositório da UFSC. A presença de um manual é
importante para explicar e exemplificar as funcionalidades de todo o repositório. Explicar
como as comunidades são constituídas, os procedimentos para as buscas simples e avançada,
uso de operadores booleanos etc, faz com que a informação disposta no manual seja clara para
quem navega no repositório. Em compensação, 6 instituições apresentam tutoriais em seus
repositórios. O tutorial é um procedimento simples, condensado e direto sobre as práticas
cotidianas de uso do repositório. A sua importância está na simplificação da informação ao
usuário. É menos completo que um manual, mas apresenta funcionalidades. Um tutorial pode
estar em um documento em formato pdf, em formato de vídeos, pode conter ilustrações,
perguntas e respostas, etc, em linhas gerais, é um passo a passo rápido das funcionalidades do
repositório.
A política de um repositório caracteriza-se em um documento que fundamenta a
existência do mesmo. Dos 16 repositórios analisados, 10 apresentam política definida.
Segundo Marcondes e Sayão (2009, p.18) as políticas irão variar
[...] desde a simples sugestão de que os pesquisadores depositem cópias de
livre acesso de seus trabalhos aceitos em periódicos ou congressos, passando
por diferentes tipos de incentivos para que seja feito o autoarquivamento até
a obrigatoriedade institucional de o fazerem.
Portanto, a importância da política está fundamentada na influência que pode ocorrer no
processo do autoarquivamento. Segundo Camargo e Vidotti (2009, p. 65) as políticas em um
ambiente científico digital
[...] orientam as coleções e garantem a visibilidade do ambiente, prevendo:
forma de acesso, tipo de documentos, restrições ao nível do conteúdo do
documento, formas de depósito de documentos, tipologias de formatos,
formato de documentos, digitalização de documentos, normalização de
formatos, segurança e preservação da informação e normalização para
documentos eletrônicos. Cada política varia de acordo com o tipo de
ambiente e deve ser adequada ao contexto do objeto informacional. É
importante ressaltar que os ambientes informacionais precisam adotar
627
�políticas e diretrizes de auto-avaliação e auto-reajuste/realimentação, bem
como ter transparência na divulgação de resultados e utilizar critérios de
reconhecimento pessoal para impulsionar a motivação para o sucesso do
ambiente informacional.
As políticas são elementares para a existência do repositório. A definição de uma política de
repositório cria regras, estabelece etapas e padroniza as ações realizadas dentro do repositório.
A política do repositório da UFPel e da UFCSPA foram encontradas via Google. A UFMS
possui política do repositório, mas foi encontrada na página de Coordenadoria de Bibliotecas
da instituição. É possível encontrar o documento dentro do repositório, mas quando esta
análise foi realizada o link não abria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nenhuma instituição alcançou, em sua totalidade, os cinco pontos propostos: software,
equipe, manual, tutorial e política. Todos os pontos são considerados importantes, mas ter
uma política definida, disponibilizar manuais e/ou tutoriais são fatores imprescindíveis para
que o usuário e o corpo funcional da instituição entendam o funcionamento, assim como, a
razão de existência do repositório. A política e o tutorial do repositório da UNILA não
estavam aparentes no repositório. Na verdade, esses dados foram encontrados no Google. A
partir deste fato passou-se a procurar no Google as políticas dos repositórios, os manuais e
tutoriais, além de fazer buscas dentro dos repositórios, isso quando não estava aparente essa
informação. Seria interessante à UNILA, UFCSPA e a UFPel disporem das políticas de forma
visível dentro dos repositórios para a melhor orientação do usuário e do seu corpo funcional.
E no caso da UNILA, segue o mesmo para os seus tutoriais.
Construir um repositório envolve planejamento, etapas e procedimentos que precisam
ser seguidos para fundamentar a sua existência. A política é uma delas. Com a política
institucional fica definido o propósito do repositório, servindo como um norteador para passos
futuros, podendo ser considerada também como um instrumento de advocacy. Leite (2009)
aponta que outras políticas podem compor um repositório, como: políticas de
desenvolvimento de coleções, políticas de direitos autorais, política de preservação digital,
política de informação, políticas de gestão da informação em ambiente digital, entre outras.
Todas funcionam em conjunto, padronizando e fortalecendo as ações que forem tomadas
dentro do repositório.
A definição da equipe responsável é outra etapa decisiva no processo de construção e
manutenção de um repositório. Conforme mencionado por Leite (2009), acredita-se que
628
�quanto mais multidisciplinar for a equipe, melhor. Trazer nomes e competências desses
profissionais no próprio repositório seria uma informação relevante para que se saiba como o
mesmo é composto e pode servir de referência para outras instituições comporem a sua equipe
na criação de seus repositórios. A literatura sobre repositório digital é vasta, mas verificar na
prática como a equipe é formada seria um diferencial.
Os manuais e tutoriais são instrumentos norteadores para iniciantes acessarem os
repositórios. Nem todo mundo tem facilidade para buscar ou mesmo inserir um documento no
repositório pelo autoarquivamento. Ter um documento que apresenta esses procedimentos
supre qualquer dificuldade inicial que possa surgir.
Percebe-se que os repositórios da região Sul apresentam maiores detalhamentos no
aprimoramento e funcionalidades de seus repositórios do que os da região Centro-oeste. A
UFSC possui um estudo sobre a usabilidade de seu repositório. Observar iniciativas como a
desenvolvida pela UFSC demonstra que de fato a instituição está preocupada com o
repositório, o seu propósito de existência e as perspectivas para o futuro. Conforme
mencionado acima, um repositório institucional possui elementos científicos que justificam o
seu estudo e a UFSC apresenta isso no estudo aqui relatado. Já o repositório da UFRGS é
bastante organizado, mas nesta pesquisa não apresentou informação da equipe e do manual.
Na pesquisa, concluiu-se que a instituição que preenche mais quesitos é a FURG,
ainda que a arquitetura informacional do repositório seja bem confusa. A UnB oferece uma
arquitetura da informação bem funcional com equipe, mas não apresenta manual ou tutorial
do repositório. A UFG também possui interface funcional, mas não apresenta equipe, não
disponibiliza manual, tutorial e política. O repositório da UFFS e o da UFPel também
possuem interfaces amigáveis, mas o da UFPel não apresenta documentos visíveis voltados
para o uso administrativo, como a política, por exemplo, que foi encontrada no Google e não
dentro do repositório. Esta última, por sinal, é a mesma situação da UNILA e da UFCSPA. A
UNIPAMPA apresenta repositório com interface clean, assim como a presença da política e
tutorial.
Na grande maioria dos repositórios verificaram-se plug-ins de compartilhamento que
remetem às mídias sociais como Facebook e Twitter. Por essa lógica podemos inferir que há a
possibilidade da informação ali disposta ter alcance a um público maior, pois segundo
Damasceno (2015) são por meio das mídias sociais que 72% da população de países
emergentes buscam informação. Esta informação poderá servir de base para estudos futuros
no que diz respeito ao impacto das mídias sociais nos repositórios institucionais.
629
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632
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O panorama dos repositórios institucionais das universidades federais brasileiras das regiões sul e centro-oeste: uma análise comparativa.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Borges, Leandro Conceição; Belinato, Bruna Beltrão; Silva, Diego Martins Aragão; Vitiello, Barbara Christian
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta resultados de pesquisa comparativa nos repositórios institucionais das universidades federais das regiões Sul e Centro-oeste do Brasil, totalizando uma população de estudo de 16 repositórios. O objetivo consiste em estudar os repositórios institucionais dessas universidades no que diz respeito: ao software, equipe, manual, tutorial, política e arquitetura da informação. O marco teórico aborda a evolução do acesso livre, termo este intrinsecamente ligado à ciência aberta; os benefícios em relação à preservação da memória e a visibilidade científica institucional que um repositório pode proporcionar para uma organização. A escolha por universidades federais ocorreu pelo destaque que as mesmas apresentaram no ano de 2017 em um ranking anual de um grande jornal nacional. Como estratégia metodológica foi adotada a abordagem descritiva, e os aspectos qualitativos e quantitativos, uma vez que são analisadas as diferenças e similaridades destes repositórios, assim como a quantificação numérica dos mesmos. Concluiu-se que os repositórios das universidades federais da região Sul apresentam algumas vantagens em relação aos da região Centro-oeste, principalmente na adoção de políticas, confecção e disponibilização de manuais e tutoriais de funcionamento dos repositórios.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5394/SNBU2018_050.pdf
8a609b1f91e2cfb4e18b4045f649c05d
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REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
TITLE IN ENGLISH: SUBTITLE IN ENGLISH INSTITUTIONAL REPOSITORY OF
THE UNIVERSITY OF THE STATE OF AMAZONAS: experience report
Resumo: A implantação de Repositórios Institucionais tem se apresentado como uma solução
viável para a divulgação de resultados de pesquisas, promovendo a difusão da comunicação
científica. Desse modo, são como estratégias amplamente utilizadas por universidades e
institutos de pesquisas com o objetivo de reunir, organizar e disseminar as produções
científicas. São arquitetados dentro da filosofia do Movimento de Acesso Aberto, assim
garantindo a preservação, o livre acesso e a ampla difusão por parte das instituições e
pesquisadores, com essa postura assegura a preservação, o livre acesso, aumentando a
visibilidade da instituição e, sobretudo, do pesquisador e por esse motivo aumenta a
visibilidade da instituição e, sobretudo do pesquisador. O presente trabalho é um relato sobre
o processo de implantação do Repositório Institucional da Universidade do Estado do
Amazonas, que tendo como objetivo contribuir com soluções praticadas a partir de roteiros ou
etapas propostas pela literatura consultada para os obstáculos vivenciados. A metodologia
empregada foi exploratória, gerada por intermédio de levantamento bibliográfico com
perspectiva qualitativa, incluindo principais conceitos de Acesso Aberto, Plataforma Dspace e
Repositórios Institucionais. Como resultado, são apresentadas políticas de funcionamento,
sensibilização da comunidade, software de acesso livre eleito, estrutura informacional e
características relevantes. Conclui-se que o Repositório Institucional da Universidade do
Estado Amazonas precisará ser dinâmico, adotando ações de marketing para maior adesão e
participação da comunidade científica, atualizações frequentes da plataforma e pessoal com
participações em eventos e a futura implantação de Repositório de Pesquisa.
Palavras-chave: Repositórios institucionais. Acesso Aberto. Universidade. Repositório.
Plataforma Dspace
Abstract: The implementation of Institutional Repositories has been presented as a viable
solution for the dissemination of research results, promoting the diffusion of scientific
communication. In this way, they are like strategies widely used by universities and research
institutes with the aim of gathering, organizing and disseminating scientific productions. They
are architected within the philosophy of the Open Access Movement, thus ensuring the
preservation, free access and wide dissemination of institutions and researchers, with this
attitude, ensures the preservation, free access and for that reason increases the visibility of the
institution and especially the researcher. The present work is an account of the
implementation process of the Institutional Repository of the University of the State of
605
�Amazonas, whose objective is to contribute with solutions practiced from scripts or steps
proposed in the literature consulted for the obstacles experienced. The methodology used was
exploratory, generated through a bibliographical survey with a qualitative perspective,
including main concepts of Open Access, DSpace Platform and Institutional Repositories. As
a result, operating policies, community awareness, elected free access software, information
structure and relevant characteristics are presented. It is concluded that the UEA Institutional
Repository will need to be dynamic, adopting marketing actions for greater participation and
participation of the scientific community, frequent updates of the platform and personnel with
participation in events and the future implementation of Research Repository.
Keywords: Institutional repositories. Open Access. University. Repository. Dspace Platform.
INTRODUÇÃO
Com o crescente avanço das tecnologias da informação e comunicação (TICs), o
conhecimento científico passou a ser difundido em formato eletrônico, e, como conseqüências
destacaram-se a mudança da pesquisa, com o compartilhamento da informação passando a ser
em tempo real. É visível também a sua portabilidade, tornando-a acessível a qualquer tempo e
espaço facilitando dessa forma a comunicação científica entre pesquisadores e comunidade.
Comunicar o que foi produzido é tão importante quanto fazer pesquisa, pois a pesquisa
terá validação e legitimação no momento que é conhecida por outros pesquisadores. Dias
(1999, p. 2) afirma que:
outros cientistas que p
de definir e legitimar novas disciplinas e campos de estudos, institucionalizando o
conhecimento e rompendo suas fronteiras.
O dinamismo que a inovação tecnológica nos impõe é um desafio constante, sobretudo
para as Universidades públicas que precisam reunir, organizar, armazenar, preservar e
disseminar o conhecimento científico produzido para todos os níveis da comunidade de modo
e a comunicação de seus resultados são atividades inseparáveis [...] a responsabilidade social
O conceito de tornar o conhecimento acessível, podendo ser consultado sem ônus,
citado e descarregado é a premissa maior do Movimento de Acesso Aberto que surgiu como
resposta ao acesso limitado aos resultados de pesquisas científicas. Como caracteriza Leite
(2009, p. 21)
606
�- em ambiente
.
Em razão disso, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) adotou como
estratégia de boas práticas do Movimento de Acesso Aberto para a criação do Repositório
Institucional (RI-UEA).
A respeito disso Marcondes (2009 p. 19) afirma que os:
Repositórios institucionais trazem agora para universidades e instituições de
pesquisa a oportunidade de se fortalecerem institucionalmente a partir da
visibilidade de sua produção acadêmica organizada e disponível, como um retrato
fiel de sua instituição a partir de seu repositório institucional.
Da mesma forma, Leite et al. (2012) diz que é importante frisar que repositórios
institucionais são veículos de maximização da disseminação de resultados de pesquisa, dado
que tornam seus conteúdos disponíveis e acessíveis amplamente.
Como enfatiza Kuramoto (2009), os Repositórios Institucionais (RI) constituem, hoje,
uma das principais iniciativas para a implantação do acesso livre no mundo. Os benefícios que
essa iniciativa traz para os pesquisadores, as instituições de ensino e pesquisa, assim como
para os países são expressivos. Podemos mencionar do ganho da visibilidade imediata pela
produção científica, aumento da colaboração internacional e novas fontes e oportunidades de
financiamento.
Outro aspecto apontado por Café et al. (2009, p. 10)
Em todo este processo de criação e manutenção dos repositórios institucionais, os
pesquisadores, beneficiários diretos desta forma de publicação, possuem um papel
fundamental de articulação e na formulação de políticas junto às suas instituições.
Ficará a cargo deles, mostrar a importância e necessidade desse tipo de ferramenta.
Será também necessária a atuação do pesquisar na tarefa de convencimento de seus
colegas sobre os benefícios de publicação e utilização dos repositórios institucionais,
tais como o rápido impacto que a pesquisa pode vir a alcançar a comunidade
acadêmica.
607
�Dessa forma, a comunicação científica é o suporte para a valorização do conhecimento
cientifico e o Repositório é uma das suas ferramentas, capaz de possuir uma arquitetura de
informação simples, de fácil compreensão e acessível suficiente para promover aumento da
visibilidade e uso da informação em acesso aberto. O papel dos repositórios é exposto de
maneira clara por Marcondes (2009, p.17)
Dentro das políticas de livre acesso que vão se formulando por todo o mundo, os
repositórios institucionais assumem um papel-chave. Longe de serem somente um
aparato tecnológico, os repositórios institucionais se inserem como um instrumento
dentro de uma política institucional, de determinada área de conhecimento ou
comunidade acadêmica e, mesmo, nacional.
Diante do contexto, apresentaremos os pontos relevantes para o planejamento e
implantação do Repositório Institucional da Universidade do Estado do Amazonas que tem
por objetivo agrupar em um único local toda a produção científica e acadêmica da
Universidade para a divulgação pública da ciência, e, sua missão é de preservar, armazenar,
divulgar e disponibilizar a produção cientifica e acadêmica da Universidade.
REVISÃO LITERÁRIA
A crise econômica que as Bibliotecas enfrentaram com altos custos para ter acesso aos
principais periódicos científicos, a dificuldade dos próprios pesquisadores de não terem
acesso às suas publicações, são alguns dos motivos que impulsionaram o surgimento de
alternativas em acesso aberto como a criação de periódicos científicos eletrônicos e
bibliotecas digitais.
Para que o Movimento do Acesso Aberto tivesse amplitude foram feitos encontros da
comunidade atuante que resultaram em axiomas seguidos mundialmente. As principais
declarações e manifestos de definição de Acesso Aberto são: Declaração de Budapest Open
Access Initiative - BOAI (dez. 2001) e a Declaração de Berlim sobre Acesso Aberto
concretizando a Iniciativa do Movimento do Acesso Aberto mundial. No Brasil o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia - IBICT divulgou o documento intitulado
Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica (2005).
Tais declarações reforçaram a importância da criação de repositórios como destaca
movimento de arquivos abertos, acesso aberto e outros, principalmente pelas possibilidades de
608
�interoperabilidade e autoarquivamento, o qual permitiu troca de informações entre sistemas e
Os Repositórios Digitais (RDs) são sistemas de informação abertos e interoperáveis
destinados à gestão da informação científica e acadêmica, capazes de armazenar arquivos de
diversos formatos, constituindo-se em vias alternativas de comunicação científica e ampliação
de visibilidade da produção (TORINO, 2017).
Estudos realizados por Leite e Costa (2009, p.165) apontam que os repositórios
digitais podem ser três tipos: Repositórios disciplinares ou temáticos - áreas específicas do
conhecimento; Repositórios de teses e dissertações - armazenam exclusivamente teses e
dissertações e Repositório institucionais - que são dedicados à produção intelectual de uma
instituição.
Tão importante quanto disponibilizar o acesso à informação em meio digital
gratuitamente, foi à criação de protocolos e padrões abertos para interoperabilidade dos
metadados como, por exemplo, Iniciativa OAI e Protocolo OAI-PMH que são padrões
internacionais reconhecidos que garantem maior integração e interoperabilidade com outros
sistemas.
Ainda nessa mesma linha de consideração, Sayão e Marcondes (2009) dizem que
interoperabilidade é a troca de informações entre bibliotecas digitais e a possibilidade de
buscas em repositórios heterogêneos administrados por diferentes instituições organizadas em
diferentes níveis de federação.
Cabe citar as definições de Protocolo e Metadado como proposto por Kuramoto
(2006). Protocolo é um conjunto de regras de comunicação entre dois sistemas, como
exemplos podemos citar: Protocolo Open Archives, FTP, HTTP, Z39-50 entre outros,
Metadado é um termo que designa um tipo de dado que descreve um determinado objeto,
exemplos: título, autor, resumo, etc.
A iniciativa Open Archives Iniatitive
de e-prints
estabelecer (KURAMOTO, 2006). De fato, Garcia e Sunye (2003) afirmam que os padrões
609
�desenvolvidos independem do conteúdo que é disponibilizado bem como questões
econômicas que possam restringir o acesso aos documentos armazenados.
O Protocolo Open Archives Initiave Protocol for Metadata Harvesting (OAI-PMH) foi
lançado em 20018 e é o responsável pelo compartilhamento dos metadados dos quais devem
seguir ao padrão Dublin Core que por sua vez é base para a interoperabilidade.
Para um funcionamento eficaz dos RI é necessário que se determine qual a plataforma
digital que irá hospedádiretrizes e políticas gerais adotadas pelo repositório, que poderemos chamar de perfil do
repositório. Esses requisitos vão estabelecer uma métrica para avaliação dos pacotes de
Sayao e Marcondes, 2009, p.28).
São exemplos de requisitos: escalabilidade, extensibilidade, facilidade de implantação,
plataforma computacional, implantações de sucesso, suporte do sistema, base de
conhecimento das comunidades envolvidas, estabilidade da organização de desenvolvimento,
perspectivas para o futuro, limites do sistema, documentação disponível, cursos, publicações.
As plataformas mais conhecidas são: Archimede, GNU, CDSware, Fedora, Eprints e DSpace.
Uma plataforma que se destaca na comunidade é o DSpace, utilizado por mais de 1000
organizações entre bibliotecas, arquivos e museus como ferramenta de ambientação de
repositórios. Alem disso, o DSpace é um projeto comunitário, no qual qualquer desenvolvedor
pode contribuir na sua continuidade, aperfeiçoando assim seu uso e leque de funcionalidades.
Baseado na filosofia livre, fornece facilidade para acesso aos arquivos abertos.
(SHINTAKU; MEIRELLES, 2010). Como citado no site do DSpace o seguinte conceito:
s e
comerciais que criam repositórios digitais abertos. É gratuito e fácil de instalar "fora
da caixa" e completamente personalizável para atender às necessidades de qualquer
organização. O DSpace preserva e permite acesso fácil e aberto a todos os tipos de
conteúdo digital, incluindo texto, imagens, imagens em movimento, mpegs e
conjuntos de dados.
Shintaku e Meirelles (2010 p. 61) enfatizam que um objeto digital com extensão
desconhecida ao DSpace não impede a completude do processo de submissão, apenas registra
o formato como desconhecido.
O DSpace é licenciada sob a licença BSD open source, isto é, uma vez instalado
poderá ser usado, modificado e até integrar o seu código em aplicação comercial da
organização que está o operando.
Segundo Kuramoto (2009 p. 203)
610
�o desenvolvimento e implantação de RI, em princípio, hoje, não apresentam grandes
dificuldades técnicas ou tecnológicas, uma vez que existem pacotes de software
open source que permitem o seu desenvolvimento e implantação e oferecem
facilidades para a sua construção de forma a adequar as necessidades de informações
de cada instituição. Além disso, existem na internet diversos textos contendo
metodologias de desenvolvimento de um repositório e, também, documentos
contendo diversas iniciativas e experiências.
Ainda nessa mesma linha de consideração Sayao e Marcondes (2009, p. 23) citam que
por todo o mundo, as universidades e os centros de pesquisas estão, planejando,
implementando ou operando repositórios institucionais.
A respeito disso, na literatura há vários modelos de roteiros para planejamento e
implantação, alguns com mais etapas ou menos, contudo a base é a mesma citada por Leite
(2009, p. 29) divido em quatro partes que correspondem às fases da criação de repositórios
institucionais: planejamento, implementação do repositório institucional, assegurando a
participação da comunidade e estratégias para construir o sistema global e aberto de gestão e
comunicação da informação científica.
Em outro modelo Torino (2009 p.111) apresenta um quadro sintético das etapas da
implementação de repositórios digitais. A saber: objetivo; equipe, instâncias e atribuições;
mandato e mecanismos de acompanhamento; arquitetura da informação; gestão de coleções;
metadados; tipologias, formato e tamanho de arquivos; direito autoral e embargo; formas de
povoamento; fluxo de trabalho; tratamento da informação; preservação digital e atualização.
611
�REPOSITÓRIO
INSTITUCIONAL
DA
UNIVERSIDADE
DO
ESTADO
DO
AMAZONAS - RI-UEA
De início é interessante destacar que em 2014 foi inserido no planejamento estratégico
do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade do Estado do Amazonas - SIB/UEA a
criação e implantação do Repositório Institucional, mas essa foi a segunda tentativa de
implantar o RI, a primeira foi em 2013, com fracasso de implantação da plataforma, no
entanto, gerou uma política de implantação e acesso restritos do qual foi aprovada.
A primeira providência foi sensibilizar a alta gestão da Universidade para a
importância de adotar medidas e estratégias que aumentassem a visibilidade e consulta da
produção cientifica e acadêmica, do qual foi aceita e deliberadas as ordens propicias para a
execução do projeto e inclusão no Plano de Desenvolvimento Institucional (2017-2021).
Para execução da implantação da plataforma DSpace, solicitamos à Coordenadoria de
Tecnologia e Informação da UEA (CTIC). Contudo, devido a algumas dificuldades como
recursos humanos, falta de espaço de armazenamento, excesso de demandas, entre outros, a
execução do projeto sofreu adiamentos. Somente com a cr
obstáculos educacionais e de pesquisas da Universidade, e entre as soluções proposta foi a
implantação e lançamento do Repositório Institucional da Universidade e com a colaboração
da equipe Samsung Ocean , o resultado foi lançamento da plataforma na data de 20 de
outubro de 2017.
POLÍTICAS DO RIU-UEA
No decorrer no período (2014-2017) foi aprovado por unanimidade no dia 06 de maio
de 2016 a política de funcionamento e implantação do RI-UEA no Conselho Universitário CONSUNIV-UEA a Resolução de n. 18/2016- Alteração da Resolução n. 04/2013 CONSUNIV que dispõe da proposta de política de informação para a implantação do
Repositório Institucional.
De forma mais abrangente a nova Resolução é dividida em 16 capítulos que fazem
determinação da finalidade, dos objetivos, da preservação dos conteúdos, da organização, das
comunidades e subcomunidades, das coleções, dos conteúdos, dos depositantes, da submissão,
do arquivamento, das condições de deposito, dos metadados, do termo de autorização do
autor, dos documentos, do uso e reprodução dos documentos, do Comitê Gestor, da atribuição
do Comitê Gestor.
612
�Citando de forma sucinta, os objetivos do RI-UEA enfatizam o que os conceitos de
repositórios institucionais proporcionam, o de depositar, preservar e divulgar sua produção
científica, bem como produções acadêmicas em formato eletrônico para compartilhamento.
Visando, dessa forma, alcançar maior visibilidade da sua produção científica. Os responsáveis
pelo desenvolvimento, implantação e manutenção do RI foram o SIB-UEA e a CTIC.
SENSIBILIZAÇÃO DA COMUNIDADE CIENTÍFICA E ACADÊMICA
No intuito de aumentar a participação da comunidade científica e acadêmica da
Universidade, foi realizado nos dias 26 e 27 de abril de 2017 no auditório Samsung Ocean ,
organizado pelo Grupo de Trabalho do qual foi uma das suas ações propostas para dar
visibilidade à Universidade a realização do I Workshop sobre Acesso Livre à Informação
Científica: Compartilhar para Divulgar. Com objetivos de promover conhecimento sobre
Direitos Autorais, Discutir o conceito de desafios do acesso livre e seus benefícios. Contamos
com o apoio da Prof. Dra. Bianca Amaro Coordenadora do Laboratório de Metodologias de
Tratamento e Disseminação da Informação - COLAB como palestrante, além de contar a
presença do Reitor da Universidade.
Como forma de alcançar o maior número possível de pesquisadores, professores e
alunos, o evento foi transmitido pela TV-UEA e Sistema Presencial Mediado por Tecnologia
da UEA. Além disso, esse Workshop gerou a parceria firmada com a Samsung Ocean para
customizar, sobretudo no aspecto da usabilidade do RIU-UEA. A equipe foi composta por 4
profissionais (programadores e designers) o prazo curto estabelecido, de 5 dias foi o suficiente
para a entrega do projeto em uma clara demonstração de empenho e competência.
PLATAFORMA ESCOLHIDA
A plataforma escolhida foi o DSpace. Quanto à
interface web para o usuário,
escolhemos a Java Server Pages User Interface (JSPUI) sendo para alguns técnicos mais fácil
de manipular e por ser a interface utilizada pelo IBICT- Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia, órgão referência em projetos voltados ao movimento do acesso livre ao
conhecimento no Brasil. O sistema operacional é o Debian e a versão do DSpace é a 6.0.
Utilizamos o esquema de metadados padrão do Dspace, o Qualified Dublin Core para
a interoperabilidade por meio do (OAI-PMH) para a alimentação do repositório.
613
�ESTRUTURA INFORMACIONAL DO RI-UEA
A estrutura informacional refere-se como se organiza para dispor seu acervo.
Composta por dois elementos distintos, comunidade/subcomunidades e coleções, é
estruturada de forma hierárquica, com as comunidades sendo de mais alto nível, seguidas
pelas subcomunidades e por ultimo coleções (SHINTAKU; MEIRELLES, 2010 p. 35).
Do mesmo modo, a estrutura do RI-UEA foi concebida de acordo com a estrutura da
Universidade, de forma que as comunidades são as Escolas, Centros e Núcleos, as coleções
serão os tipos de documentos ou objetos.
URL DO RI-UEA
A
URL
(Uniform
Ressource
Locator),
do
RI
-
UEA
é
<http://repositorioinstitucional.uea.edu.br> seguindo o padrão proposto por Leite et al. (2012
p. 23) comenta que o endereço web do repositório (URL) é um fator importante para propiciar
visibilidade para os documentos armazenados.
FUNCIONALIADE DO RI-UEA
Seguimos etapas de verificação dos objetos, desde a sua formatação, conteúdo para
povoar na comunidade correta, Termo de Autorização de Publicação Digital para liberação
de publicação aberto ou restrito, depósito dos objetos (nome do arquivo do documento, neste,
elegemos o título do documento como padrão de identificação).
CARACTERÍSTICAS RELEVANTES
Foi instituída uma Portaria n. 487/2017 - GR/UEA que determina a entrega das
produções científicas e acadêmicas às bibliotecas setoriais da Universidade, em se tratando de
depositório e povoamento. O povoamento é mediado pela Biblioteca Central e Bibliotecas
Setoriais.
Quanto às buscas no RI, foi disponibilizada a opção DSI - Disseminação Seletiva da
Informação, notificação enviada por e-mail de novos objetos depósitos com o assunto de
interesse do usuário. As formas de buscas são por meio das comunidades e coleções e
614
�específicos por autor, títulos, orientador, ano de publicação e podem ser feitas nos idiomas:
português, inglês e espanhol.
Disponibilizamos no ícone Documentos Úteis a Política do Repositório Institucional, o
Termo de Autorização de Publicação Digital (Licenças Creative Commons) e o serviço de
geração de ficha catalográfica.
A
coleta
dos
dados
é
feita
pela
Rede
Norte
de
Repositórios
<http://redenorte.ufam.edu.br> do qual fazemos parte e esta por sua fez é coletada pelo
Repositório OASISBr um mecanismo de busca multidisciplinar que permite o acesso gratuito
à produção científica de autores vinculados a universidades e institutos de pesquisas
brasileiros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os Repositórios Institucionais nos ambientes das universidades e institutos de
pesquisas proporcionam além de estratégia de visibilidade da produção científica, a promoção
da comunicação científica. Reune, armazena, organiza, preserva, recupera e dissemina a
informação científica, por conseguinte, há maior integração da informação, criando redes de
conexões entre os pesquisadores, visto que a plataforma adotada segue padrões de protocolos
de interoperabilidade.
Ainda há muitos desafios para o RIU-UEA, considerando a adiamento da implantação
da plataforma, talvez por carência de recursos humanos, o que ocasionou a demora em
atender as demandas solicitadas e como vivemos em uma avalanche de novas tecnologias da
comunicação e informação é recomendável que tenha prioridade nas tarefas quanto às
atualizações do software.
É importante ressaltar ainda o estudo contínuo e participação em eventos que
promovam o Movimento de Acesso Aberto tanto no Brasil quanto no exterior para troca de
informações e aprimoramento das boas práticas com vistas às atualizações do RIU-UEA.
Recomenda-se que o RIU-UEA seja dinâmico com ações de divulgação dos benefícios do
depósito e povoamento de objetos em acesso aberto com a criação de um Plano de Marketing
assegurando a participação da comunidade. Além disso, solicitar a contratação de um
profissional técnico em programação para implantar melhorias contínuas na plataforma
Dspace visto que vivemos velocidade.
615
�Tão imprescindível quanto foi a implantação do RIU-UEA será a implantação do
Repositório de Dados de pesquisa para o reuso de dados criando uma ponte confiável entre
pesquisadores que estão geograficamente distantes, próximo passo a ser seguido.
Certamente, o lançamento do RIU-UEA foi um marco para a Universidade do Estado
do Amazonas colocando-a em posição de reconhecimento e utilização dos resultados das suas
produções científicas, bem como a entrega à sociedade dos recursos financeiros investidos.
REFERÊNCIAS
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Acesso Aberto: a abertura como caminho a seguir. Disponível em:
<http://www.budapestopenaccessinitiative.org/boai-10-translations/portuguese-braziliantranslation>. Acesso em: 27 dez. 2017.
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2009. p. 163-202.
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Acesso ao Conhecimento nas Ciências e Humanidades. Disponível em:
<https://repositorium.sdum.uminho.pt/about/DeclaracaoBerlim.htm>. Acesso em: 27 dez.
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<http://www.reocities.com/claudiaad/comunica.pdf>. Acesso em: 26 dez. 2017.
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KURAMOTO, Hélio. Arquivos abertos e a democratização da informação científica. In:
SIMPÓSIO COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA: DESAFIOS DA INCLUSÃO DIGITAL. 1..,
2006, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis, SC: Encontros Bibli: revista eletrônica de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, 2006. Disponível em:
<http://slideplayer.com.br/slide/10732161/>. Acesso em: 27 dez. 2017.
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616
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MARCONDES, Carlos Henrique; SAYÃO, Luis Fernando. À guisa de introdução:
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de repositórios institucionais. 1 ed. Salvador: EDUFBA, 2009. p. 09-21.
MARCONDES, Luis Fernando Sayão, Carlos Henrique. Softwarelivre para repositórios
institucionais: alguns subsídios para a seleção. In: (ORG.), Luis Sayão et. all. Implantação e
gestão de repostiórios institucionais: políticas, memória, livre acesso e prervação. 1. ed.
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TORINO, Emanuelle. Políticas em repostirórios digitais: das diretrizes à implementação. In:
(ORG.), Fernando Vechiato et. all. Repositórios digitias: teoria e prática. 1. ed. Curitiba:
EDUTFPR, 2017. p. 93-104.
617
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Repositório institucional da Universidade do Estado do Amazonas: relato de experiência.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Galves, Jeane Macelino
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A implantação de Repositórios Institucionais tem se apresentado como uma soluçãoviável para a divulgação de resultados de pesquisas, promovendo a difusão da comunicaçãocientífica. Desse modo, são como estratégias amplamente utilizadas por universidades e institutos de pesquisas com o objetivo de reunir, organizar e disseminar as produções científicas. São arquitetados dentro da filosofia do Movimento de Acesso Aberto, assim garantindo a preservação, o livre acesso e a ampla difusão por parte das instituições e pesquisadores, com essa postura assegura a preservação, o livre acesso, aumentando a visibilidade da instituição e, sobretudo, do pesquisador e por esse motivo aumenta a visibilidade da instituição e, sobretudo do pesquisador. O presente trabalho é um relato sobre o processo de implantação do Repositório Institucional da Universidade do Estado do Amazonas, que tendo como objetivo contribuir com soluções praticadas a partir de roteiros ou etapas propostas pela literatura consultada para os obstáculos vivenciados. A metodologia empregada foi exploratória, gerada por intermédio de levantamento bibliográfico com perspectiva qualitativa, incluindo principais conceitos de Acesso Aberto, Plataforma Dspace e Repositórios Institucionais. Como resultado, são apresentadas políticas de funcionamento, sensibilização da comunidade, software de acesso livre eleito, estrutura informacional e características relevantes. Conclui-se que o Repositório Institucional da Universidade do Estado Amazonas precisará ser dinâmico, adotando ações de marketing para maior adesão e participação da comunidade científica, atualizações frequentes da plataforma e pessoal com participações em eventos e a futura implantação de Repositório de Pesquisa
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5390/SNBU2018_049.pdf
21bced2c446170252c9e187f76943155
PDF Text
Text
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO DIGITAL
PARA O SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP (SBU)
PLAN FOR THE DEVELOPMENT OF THE DIGITAL PRESERVATION POLICY FOR THE
O SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP (SBU)
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo apresentar as ações do Sistema de
Bibliotecas da UNICAMP em torno do seu plano de desenvolvimento da política de
preservação digital para as bibliotecas da Universidade. O tema, de fundamental importância
para o acesso em longo prazo aos conteúdos informacionais, é considerado estratégico para o
Sistema de Bibliotecas da UNICAMP. Assim, são apresentadas as ações e parcerias
desenvolvidas pela Universidade, visando à efetivação da sua memória da informação digital.
Descreve-se também nesse trabalho a etapa seguinte de implantação dos pacotes de
preservação segundo modelo OAIS. Como resultados, apresentam-se ações do plano de
desenvolvimento de preservação digital da UNICAMP SBU. Conclui-se que é primordial
que as instituições brasileiras se engajem, ainda mais, em questões e discussões a cerca da
preservação digital, já que o acesso futuro às informações produzidas no presente e no
passado passa necessariamente pela preservação digital, ou seja, esse é um tema fundamental
para a memória das sociedades e acesso pelas gerações futuras.
Palavras-chave: Preservação digital. Plano de desenvolvimento estratégico. Acervo digital
Preservação. Rede Cariniana. Sistema de Bibliotecas da UNICAMP.
Abstract: This article aims to present the actions of the State Universty of Campinas
Libraries around its plan of development the digital preservation policy for the University
libraries. The theme, which is fundamental for long-term access to the information contents, is
considered strategic for the UNICAMP libraries. Thus the actions and partnerships developed
by the University are presented, aiming at the realization of its memory of digital information.
This paper also describes the next step in the implementation of OAIS preservation packages.
As results, the actions of the digital preservation development plan of UNICAMP libraries are
presented. It is concluded that it is essential that Brazilian institutions engage even more in
issues and discussions about digital preservation, since future access to information produced
in the present and in the past necessarily passes through the digital preservation, that is, it is a
key theme for the memory of societies and access for future generations.
Keywords: Digital preservation. Strategic development plan. Digital collection Preservation. Carinian Network. Sistema de Bibliotecas da UNICAMP.
591
�INTRODUÇÃO
A questão da preservação digital possui várias frentes de desenvolvimento: das
políticas às técnicas, um grande conjunto de pontos críticos é encontrado e, por isso, os
profissionais interessados na manutenção das informações sob sua responsabilidade devem
entender e envolver-se com a elaboração políticas que contemplem tais questões.
O interesse comum dos gestores de acervos em aprofundar-se em temas relativos à
preservação digital é o motivo que leva o desenvolvimento de pesquisas nessa área, bem
como ao consequente desenvolvimento de soluções de aplicação na realidade em que estamos
inseridos, coletiva ou individualmente. (SANTOS; CAMARGO, 2012).
Instituições culturais estão, cada vez mais, investindo recursos financeiros na
construção de suas coleções digitais, o que ocorre tanto por meio da reformatação de materiais
físicos, quanto pela criação e aquisição de originais em formato digital. Garantir a
sustentabilidade desse ativo digital requer mais do que armazenamento estático e regimes de
backups, são necessários sistemas e softwares capazes de realizar a gestão ativa desses
conteúdos ao longo do tempo, para assegurar a sua viabilidade e acessibilidade.
O bibliotecário tem nas práticas de preservação digital um objeto de estudo que
engloba todas as tarefas envolvidas no fluxo informacional, que após serem vivenciadas pelo
pesquisador, podem chegar a ser pontos focais de originalidade da área. (SANTOS, PASSOS,
SAE, 2014).
Na área da Biblioteconomia, assim como em toda a Ciência da Informação, o uso da
tecnologia digital que toma o lugar dos tradicionais meios de preservação, como a
microfilmagem, trouxe consigo a preocupação com as normas para o uso das
técnicas digitais e sua prontidão na tarefa da preservação em longo prazo
(CHEPESUIK, 1997). Os especialistas da área que trabalham com informação em
formatos digitais estão elaborando normas necessárias para armazenar e
compartilhar de maneira adequada desses materiais, assim como buscam a
formulação de políticas institucionais de preservação. Segundo Webb (2000), as
bibliotecas são responsáveis por manter coleções para uso permanente, protegendoas de ameaças, ou salvando-as e reparando-as para compensar seus impactos
(MÁRDERO ARELLANO; ANDRADE, 2006). (Grifo nosso).
A preocupação com a preservação dos documentos digitais nas instituições brasileiras
teve início no começo deste século, e tem como marco a reestruturação da Câmara Técnica de
Documentos Eletrônicos do Conselho Nacional de Arquivos (CTDE/CONARQ), sendo ainda
um assunto pouco explorado e duvidoso para toda a área da Ciência da Informação e demais
áreas no Brasil (INNARELI, 2011 apud SANTOS, PASSOS, SAE, 2014).
592
�A preservação digital, por ser um assunto complexo, não se atém apenas ao estudo das
mídias, técnicas de backup, técnicas de migração, técnicas de autenticação etc. O tema merece
um estudo interdisciplinar e institucional, cabendo aos profissionais da informação e aos
demais profissionais envolvidos no assunto a garantia da preservação e manutenção do
documento digital de forma íntegra e autêntica (INNARELI, 2011 apud SANTOS, PASSOS,
SAE, 2014).
A preservação digital possui diferentes significados para os profissionais da
informação dependendo do contexto; por exemplo, para alguns pode ser a infraestrutura e o
comprometimento institucional necessário para proteger a informação representada
digitalmente, enquanto para os especialistas das ciências da computação ela seria a maneira de
atenuar a obsolescência tecnológica e aumentar a memória humana.
De acordo com Márdero Arellano (2007)83
-se aos
mecanismos que permitem o armazenamento em repositórios de dados digitais, e garantem a
Márdero Arellano (2014, p.90) afirma ainda que:
A preservação digital pode ser considerada como um conjunto de atividades
complexas, que requerem anos de planejamento e custos significativos. A adoção de
tecnologias orientadas à criação de redes colaborativas pode auxiliar na mudança
dessa realidade. A opção de softwares de preservação digital para bibliotecas de
pesquisa é o passo inicial na solução do problema da salvaguarda dos documentos
digitais.
Para a State Library - New South Wales84, a preservação digital pode ser definida
conjunto coordenado e contínuo dos processos e atividades que garantem o
armazenamento de longo prazo, livre de erros de informação digital, com meios para a
recuperação e interpretação que abranjam a informação necessária, durante todo o tempo .
(Tradução nossa).
Pensando em preservar digitalmente a produção científica nacional, o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia (IBICT) iniciou, em 2012, uma parceria com
a Universidade de Standford, Estados Unidos, criadora e detentora do software LOCKSS,
para propor a criação de uma subrede de preservação digital dos periódicos brasileiros que
utilizam a plataforma OJS do Projeto PKP e, desde então, tem ocorrido grandes avanços por
83
Disponível em: <http://www.stf.jus.br/arquivo/sijed/17.pdf>. Acesso em: 26 jul. 2013.
State Library
New South Wales. Introduction to digital preservation. Disponível
<http://www.sl.nsw.gov.au/public-library-services/digital-practice-guidelines-public-libraries/digitalpreservation>. Acesso em: 18 jul. 2016.
84
em:
593
�parte de algumas instituições na intenção de preservar digitalmente suas coleções por meio da
referida Rede.
AS BIBLIOTECAS DA UNICAMP
A missão do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP (SBU) é prover informação, por
meio de produtos e serviços de excelência para as atividades de ensino, pesquisa e extensão,
garantido um ambiente de respeito à diversidade e à socialização.
A coordenadoria do sistema é responsável pela implementação das políticas de
desenvolvimento e pela coordenação das atividades de interesse conjunto das bibliotecas da
universidade, sendo constituído pelo um órgão colegiado, pelo coordenador, coordenador
associado, assistentes técnicos, diretores técnicos de serviços e grupos técnicos de trabalho.
Atualmente, a UNICAMP possui 27 bibliotecas seccionais, uma biblioteca central e
uma biblioteca de área (engenharias). Essas unidades de informação têm assumido novas
competências, visando o alinhamento de suas ações com os objetivos estratégicos da
Universidade, a fim de fomentar as atividades de ensino e pesquisa de excelência. Nesse
sentindo, as bibliotecas têm trabalhado para prover serviços de informação qualificados à
comunidade acadêmica, implantando novos instrumentos e possibilidades de acesso e uso de
informações eletrônicas, bem como instrumentos que estimulem a aprendizagem, a produção
e o compartilhamento de novos conhecimentos, além da implantação de infraestruturas
emergentes no gerenciamento de informação em Pesquisa.
A trajetória do SBU tem sido pautada na melhoria contínua dos seus serviços e
produtos, fazendo uso permanente das tecnologias de informação e comunicação, a fim de
possibilitar a integração das rotinas de trabalho, a qualificação dos produtos e serviços e,
principalmente, assegurar o acesso e uso de seus acervos e das informações técnicas e
científicas geradas pela Universidade. Para tanto, é imperativo que o Sistema conte com
políticas de gestão muito bem delimitadas. Nesse contexto, o planejamento estratégico é a
ferramenta que possibilita implementar mudanças de forma estruturada
e eficiente,
estabelecendo prioridades, objetivos e metas com prazos definidos.
Em 2015 o Sistema de Bibliotecas da UNICAMP elaborou seu planejamento e
estratégico (PLANES) para o período de 2015-2019. Tendo como o norte o Planejamento
Estratégico da Universidade, o desenvolvimento do PLANES do SBU envolveu 150 pessoas,
que se reuniram em 10 oficinas, as quais contaram com participantes de diversas funções e
594
�áreas internas e externas à Universidade. Como resultado foi criado um mapa estratégico com
05 dimensões (usuários, sociedade, financeiro, pessoas e processos), contendo dez objetivos
estratégicos (abaixo), desdobrados, em seguida, em 28 projetos, com seus respectivos
indicadores e metas, que, ao atingirem seus objetivos, concretizarão os sonhos e levarão o
SBU
a
alcançar
a
visão
de
futuro
estabelecida
para
o
período
2015-2019.
(UNIVERSIDADE..., 2015).
Dentre esses 28 projetos, consta, na ação 2.4, o desenvolvimento da política de
preservação digital para o Sistema de Bibliotecas da UNICAMP (SBU), que visa estabelecer
diretrizes para garantir uso e acesso aos conteúdos no longo prazo.
PARCERIAS E POSSIBILIDADES DA PRESERVAÇÃO DE DIGITAL NA
UNIVERSIDADE
As parcerias que visam à preservação digital no âmbito Universidade, focam projetos
nacionais e internacionais, com os quais foram estabelecidos convênios, especialmente os que
são mantidos até o momento. Assim, é necessário mencionar que um dos primeiros projetos
de implementação de instrumentos e políticas de preservação digital na UNICAMP, foi o
InterPARES, que é financiado e mantido pelo The Social Sciences and Humanities Research
-University Research Alliances (SSHRC-CURA), mantido,
atualmente, por meio de convênio institucional, como a Rede Brasileira de Serviços de
Preservação Digital - Cariniana, promovida e desenvolvida pelo Instituto Brasileiro de
Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).
A preservação digital, definida por Ferreira (2006) como:
[...] Conjunto de atividades ou processos responsáveis por garantir o acesso
continuado a longo-prazo à informação e ao restante do patrimônio cultural existente
em formatos digitais. A preservação digital consiste na capacidade de garantir que a
informação digital permanece acessível e com qualidades de autenticidade
suficientes para que possa ser interpretada no futuro, recorrendo a uma plataforma
tecnológica diferente da utilizada no momento da sua criação [...]. (FERREIRA,
2006, p. 20).
Resumindo, a preservação digital é um processo que possibilita a manutenção da
informação em formato digital, que necessita também ser preservada digitalmente,
obedecendo a modelos estabelecidos pela organização que se propõe a armazenar e preservar
tais informações, levando em consideração modelos e condições necessárias para obtenção
595
�destes objetivos. Nesse sentindo, a participação em redes e os estabelecimentos de parceria
parece ser fator indispensável.
InterPARES
O Projeto InterPARES - International Research into the Preservation of Authentic
Records in Electronic Systems - foi lançado em 1999 para abordar as preocupações levantadas
pelo fato de organizações e indivíduos terem confiado de maneira fundamental na criação,
intercâmbio e processamento de informações digitais sem reconhecer a grave ameaça
representada aos registros, pela rápida obsolescência de Hardware e software, além da
fragilidade dos meios de armazenamento digital e da facilidade de manipulação das entidades
digitais. (DURANTI, 2012).
A trajetória do Projeto InterPARES desenvolveu-se em três fases, entre 2001-2012:
InterPARES 1 - 1999 a 2001: preservação de registros administrativos
autênticos e legais;
InterPARES 2 - 2002 a 2007: teoria e métodos capazes de garantir a
confiabilidade, precisão e autenticidade dos registros eletrônicos;
InterPARES 3 - 2007 a 2012: implementação das duas primeiras fases do
Projeto.
A UNICAMP passou a integrar o projeto a partir da sua terceira fase, já que nessa
etapa o InterPARES visava a implantação de projetos em organizações ou unidades de
arquivo.
A UNICAMP participou colaborando com a indicação de seis projetos, apresentados
como estudos de caso, a saber:
Estudo de caso 01 - Assessoria de Comunicação e Imprensa - registros
fotográficos digitais;
Estudo de caso 02 - Rádio e Televisão - registros audiovisuais: programas de
TV;
Estudo de caso 03 - Sistema de Bibliotecas - teses e dissertações digitais;
Estudo de caso 04 - Diretoria de Serviço de Registro e Gerenciamento
Acadêmico da Diretoria Acadêmica - boletim de notas e frequência dos alunos
de graduação.
596
�Estudo de caso 05 - Universidade Estadual de Campinas - plantas de
engenharia e arquitetura.
Estudo de caso 06 - Diretoria Geral de Recursos Humanos - Demonstrativo de
pagamento de pessoal.
O SBU teve sua participação no projeto com o Estudo de Caso BR04 intitulado
Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Campinas: Teses e dissertações
digitais
das teses e dissertações digitais produzidas pelos alunos de pós-graduação para a obtenção de
títulos de doutor e de mestre, inseridas, gerenciadas e dispostas ao acesso pela Biblioteca
Digital, visando mantê-las confiáveis, autênticas e acessíveis ao longo do tempo, dada sua
importância como prova de conclusão, pelos alunos, dos cursos dos programas de pósgraduação. Para tal, foi criado, na UNICAMP, um grupo de trabalho liderado pelo Arquivo
Central do Sistema de Arquivos, com a participação de representantes do próprio Arquivo e
do Sistema de Bibliotecas (SBU), sob a orientação do Arquivo Nacional do Brasil.
(VICENTINI et al., 2012).
O estudo de caso seguiu a metodologia proposta pelo Projeto InterPARES 3. Os
pesquisadores designados na UNICAMP realizaram coleta de dados com base em roteiros
específicos definidos pelo projeto, com o objetivo de reunir informações sobre os contextos
em ambiente de produção e armazenamento, bem como características da entidade digital em
estudo. Esta coleta de dados foi feita a partir de entrevistas com os responsáveis pela
dados, os pesquisadores realizaram a análise diplomática dos documentos digitais em estudo e
o plano de ação para preservação. (VICENTINI et al., 2012).
O andamento de cada um dos projetos foi descrito no site do InterPARES Project,
citando os projetos realizados pela UNICAMP na terceira fase. Outros desdobramentos estão
sendo realizados em uma nova fase do InterPARES, denominado como InterPARES Trust, ou
simplesmente, ITrust projetado para o período de 2013 a 2018.
O InterPARES Trust é um projeto de pesquisa multi-nacional, interdisciplinar, que
aborda questões relacionadas a registros digitais e dados confiados à internet. Seu objetivo é
gerar estruturas teóricas e metodológicas para desenvolver políticas, procedimentos,
regulamentos, normas e legislações locais, nacionais e internacionais, a fim de garantir a
confiança pública baseada em evidências de boa governança, uma economia digital forte e
uma memória digital persistente. Esse projeto possui parceria de pesquisa que inclui mais de
597
�70 instituições em todo o mundo - universidades, arquivos e bibliotecas nacionais e regionais,
agências governamentais, agências intergovernamentais e transnacionais e empresas - e mais
de 300 pesquisadores e assistentes de pesquisa de pós-graduação.
Rede de Serviços de Preservação Digital
CARINIANA / LOCKSS
De acordo com Marcondes e Sayão (2009, p.40):
Uma das mais importantes motivações para a criação dos repositórios institucionais [e
também portais de periódicos] é assegurar que os materiais digitais de pesquisa
permaneçam disponíveis e acessíveis por longo prazo, contribuindo para a construção
e preservação da memória acadêmica das instituições de pesquisa e ensino. Nessa
direção, espera-se que os repositórios digitais [e os portais de periódicos] disponham
de metodologias e ferramentas que mantenham íntegros estes estoques por longo
prazo. (grifo nosso).
Pensando em preservar digitalmente a produção nacional brasileira em ciência e
tecnologia, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia (IBICT), iniciou, em
2012, uma parceria com a Universidade de Standford, que é criadora e detentora do software
LOCKSS, para propor uma aliança na criação de uma subrede para preservar digitalmente os
periódicos brasileiros que utilizam a plataforma OJS - Open Journal System do Projeto PKP Public Knowledge Project.
Com isso, o IBICT trouxe para o Brasil, por meio da Rede Brasileira de Serviços de
Preservação Digital - Cariniana, condições para armazenagem e preservação logística e digital
dos periódicos brasileiros gerenciados pelo OJS. Assim, em 2013 foi lançado um projeto
piloto tendo o IBICT como coordenador e a integração de oito instituições federais e
estaduais, e órgão de pesquisa para compor a Rede Cariniana, visando iniciar a parceria de
coleta e preservação digital dos periódicos dessas instituições parceiras integrais. (SANTOS;
PASSOS; SAE, 2014).
Ao longo de 2013 a 2015 foram promovidos eventos, treinamentos e cursos sobre a
Rede Cariniana com as instituições parceiras e demais instituições que integram o projeto
como colaboradoras. A partir de 2015 foram criadas novas sub-redes, promovendo também a
preservação digital de livros eletrônicos (e-books), dissertações e teses gerenciadas pelo
software DSpace.
No que concerne à UNICAMP, atualmente a Universidade possui 67 títulos de
periódicos editados pelos institutos, faculdades, centros, núcleos de pesquisa e órgãos
complementares. Dos 67 títulos, 45 atendem as condições para possível ingresso no Portal de
Periódicos Eletrônicos Científicos (PPEC) da Universidade. No momento, o Portal conta com
598
�30 títulos de periódicos, é o único serviço da UNICAMP agregado à Rede Cariniana,
(SANTOS; CARMARGO, 2012, SANTOS; FERREIRA, 2016).
O PPEC utiliza para gerenciamento de sua plataforma, o software Open Journal
System (OJS), que foi traduzido pelo IBICT, como Sistema Eletrônico de Editoração de
Revistas (SEER). Esse sistema possui compatibilidade e estabelece condições de vinculação
direta para o software LOCKSS, acrônimo de Lot of Copies Keep Save Safety, criado pela
Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. (SANTOS; FERREIRA, 2016).
O IBICT representa oficialmente o LOCKSS no Brasil. O LOCKSS permite a
preservação digital dos periódicos que utilizam o OJS/SEER, e por meio dele foi possível
criar a Rede Cariniana de preservação digital. A rede tem como objetivo preservar
digitalmente os periódicos e outros documentos na forma de armazenagem por box, ou caixas
LOCKSS. (SANTOS; FERREIRA, 2016).
O LOCKSS tem a capacidade de criar rede de replicação de dados (cópias
compartilhadas de periódicos eletrônicos e outros documentos), permitindo que os
participantes acessem os dados preservados confiáveis através de uma conexão restrita a um
grupo. (SANTOS; FERREIRA, 2016).
Desde o ingresso da UNICAMP na rede Cariniana, a Universidade possui 35 títulos
de periódicos preservados pelo LOCKSS.
Vale ressaltar que a UNICAMP é uma parceira integral na Rede Cariniana, por meio
de convênio estabelecido entre IBICT e UNICAMP, cujo processo foi concluído em setembro
de 2015, com vigência até 2020.
A partir do convênio estabelecido com o IBITC todos os periódicos credenciados no
PPEC estão preservados na Rede Cariniana, além disso, há outros títulos pulverizados nos
institutos, faculdades, centros e núcleos que utilizam a plataforma OJS.
De acordo com planejamento prévio, a próxima ação entre a UNICAMP e a Rede
Carina consiste em preservar na rede as teses e dissertações produzidas na Universidade, bem
como demais documentos disponíveis no seu Repositório Institucional. Além disso, serão
também passíveis de preservação no âmbito da Rede Cariniana, as obras raras digitalizadas
pela Diretoria de Coleções Especiais e Obras Raras.
Ainda quanto às parcerias no âmbito da preservação digital, vale mencionar que o
IBICT também mantém possui um convênio com a The Keepers Registry, da EDINA, que é
um centro de conhecimento digital e de entrega de serviços on-line na Universidade de
Edimburgo, no Reino Unido. Quanto a esse serviço, destaca-se que a RDBCI: Revista Digital
599
�de Biblioteconomia e Ciência da Informação, editada pelo Sistema de Bibliotecas da
UNICAMP será, a convite do IBICT, a primeira publicação brasileira a ingressar na
plataforma.
Por fim, vale destacar que o The Keepers mantém, por meio do ISSN, o registro de
todas as revistas, permitindo pesquisar, em sua plataforma, se uma determinada revista está ou
não digitalmente preservada.
IMPLANTAÇÃO DOS PACOTES DE PRESERVAÇÃO SEGUNDO MODELO OAIS
É importante lembrar que na UNICAMP, entre os anos 2002 a 2005, houve a iniciativa
de desenvolver para a Universidade uma política baseada no e-ARQ, tendo como base o
pelo Arquivo Nacional, e liderado, na UNICAMP, pelo Arquivo Central - Sistema de
Arquivos (SIARQ).
De acordo Martins (s.d.), uma das pessoas responsáveis pela preservação dos
documentos arquivísticos da UNICAMP, esse projeto previa, de imediato, desenvolver um
sistema informatizado modular, para o gerenciamento, o armazenamento digital e acesso dos
documentos permanentes do Arquivo Edgar Leuenroth (AEL) e do Arquivo Central/SIARQ,
com possibilidade de expansão para outros setores.
Em relação aos sistemas de arquivamento e preservação digital, para aqueles sistemas
que não englobam os pacotes de informação previstos nos requisitos do modelo OAIS, tais
como o SIP, AIP e DIP, é necessário interconectá-los com esses outros sistemas, a fim de
garantir a preservação digital das coleções. Entre esses sistemas há como complementos o
Archivematica e o AtoM.
Archivematica é um conjunto integrado de ferramentas de software de código aberto
de preservação para acesso de dados de acordo com o modelo funcional ISO-OAIS, que é
projetado para manter o acesso em longo prazo à memória digital. A Archivematica é
desenvolvida com o sistema de gerenciamento de conteúdo baseado na web AtoM, para
acessar seus objetos digitais, reconhecido arquivisticamente como uma plataforma de
descrição, difusão e acesso. (ARTEFACTUAL, 2017; COSTA et al., 2017).
Acesso à Memória . É um aplicativo de código aberto baseado
na web para descrição arquivística baseada em padrões e acesso num ambiente multilingue,
multi-repositór
600
�O AtoM possui três seções voltadas para a instalação, manutenção e configuração dos
sistema propriamente dita. O software é uma aplicação desenvolvida em linguagem de
programação PHP e, portanto, precisa dessa linguagem para a sua operacionalização. Sendo
assim, é preciso o acompanhamento da instalação do Synfony, Qubit tools e Elastic. Para
armazenar os dados, pode-se utilizar qualquer banco de dados relacional, como por exemplo,
o MySQL, pois é recomendado pelo próprio AtoM. O servidor de aplicação recomendado é o
NGINX. (ABREU et al., 2017).
Esses protocolos arquivísticos, baseados no modelo OAIS (Open Archival Information
System) são apresentados em forma de pacotes de informação que determinam a interpretação
do objeto de dados como informação significativa pela comunidade, identificados por
arquivamento, submissão e disseminação, ou simplesmente, acesso.
Segundo Sayão (2007), a informação de pacote é uma agregação de um objeto de
informação de conteúdo, um objeto de informação descritiva de preservação, um objeto de
informação de empacotamento e um objeto de informação descritiva, caracterizados da
seguinte forma:
Pacote de Informação de Submissão (SIP) - enviada pelo produtor da
informação ao arquivo;
Pacote de Informação de Armazenamento (AIP) - o pacote de informação
armazenado pelo arquivo;
Pacote de Informação de Disseminação ou Acesso (DIP) - é o pacote
transferido para o usuário em resposta a uma solicitação.
Figura 1. Esquema funcional do modelo OAIS para preservação digital
Fonte: NASA/CCSDS, 2012.
601
�Conforme metodologia OAIS, ilustramos na figura 1, o esquema de funcionamento do
modelo, do qual, possivelmente, o Repositório e o Portal de Periódicos Eletrônicos Científicos
da UNICAMP, adotarão para a preservação arquivística dos seus documentos.
Nesse sentido, o SBU/UNICAMP após estudar as ferramentas e os protocolos
exigidos, e citados acima, implantará em suas plataformas, conforme cronograma, os pacotes
exigidos para preservação digital, já que, até o momento, somente o pacote de informação de
disseminação ou acesso (DIP) estava implantado.
RESULTADOS DAS AÇÕES DO PLANO DE
PRESERVAÇÃO DIGITAL DA UNICAMP - SBU
DESENVOLVIMENTO
DE
Espera-se que num período aproximado de cinco a seis meses que o SBU conclua as
ações efetivas do plano de desenvolvimento da preservação digital da UNICAMP
SBU,
conforme ações abaixo:
Preservação das teses e dissertações na Rede Brasileira de Preservação Digital Cariniana, bem como dos documentos do Repositório Institucional e das obras raras
digitalizadas;
Implantação de sistemas e softwares para autenticação e certificação digital dos
documentos segundo modelo OAIS;
Inclusão da Memória da informação digital;
Atribuição de DOI (Digital Object Identifier) para as dissertações e teses. (60.000
documentos) da Universidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É evidente que as unidades de informação e os profissionais bibliotecários devem
procurar garantir amplo acesso às informações produzidas em suas instituições de pesquisa,
principalmente quando se tratam de instituições públicas. Nesse sentido, um plano de
preservação digital passa a ser instrumento fundamental para instituições que trabalham com
gestão de fluxos informacionais e custodia de documentos.
A UNICAMP, como uma das mais importantes Universidades da América Latina,
sempre esteve atenta às questões de preservação digital dos seus conteúdos informacionais.
Assim, uma das ações estratégicas do Sistema de Bibliotecas da Universidade, por meio do
planejamento estratégico, consiste no desenvolvimento do plano de preservação digital,
contendo políticas explicita e cuidadosamente elaborada para, assim, garantir a visibilidade da
602
�produção científica da Universidade preservada, assegurando, o acesso e a custódia confiável
aos documentos, seguindo normas e protocolos internacionais de preservação digital.
Considera-se primordial que as instituições brasileiras se engajem, ainda mais, em
questões e discussões a cerca da preservação digital, já que o acesso futuro às informações
produzidas no presente e no passado passa necessariamente pela preservação digital, ou seja,
esse é um tema fundamental para a memória das sociedades e acesso pelas gerações futuras.
REFERÊNCIAS
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ARTEFACTUAL SYSTEMS INC. Archivematica: preserving memory since 2009. © 2017.
Disponível em: <https://www.archivematica.org/en/>. Acesso em: 10 dez. 2017.
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604
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Plano de desenvolvimento da política de preservação digital para o sistema de bibliotecas da UNICAMP (SBU).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Gildenir Carolino; Bracchi, Regiane Alcântara
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O presente trabalho tem como objetivo apresentar as ações do Sistema deBibliotecas da UNICAMP em torno do seu plano de desenvolvimento da política depreservação digital para as bibliotecas da Universidade. O tema, de fundamental importânciara o acesso em longo prazo aos conteúdos informacionais, éconsiderado estratégico para oSistema de Bibliotecas da UNICAMP. Assim, são apresentadas as ações e parceriasdesenvolvidas pela Universidade, visando à efetivação da sua memória da informação digital.Descreve-se também nesse trabalho a etapa seguinte de implantação dos pacotes depreservaçãosegundomodelo OAIS. Como resultados, apresentam-se ações do plano dedesenvolvimento de preservação digital da UNICAMP – SBU. Conclui-se que éprimordialque as nstituições brasileiras se engajem, ainda mais, em questões e discussões a cerca dapreservação digital, já que o acesso futuro às informações produzidas no presente e nopassado passa necessariamente pela preservação digital, ou seja, esse é um tema fundamentalpara a memória das sociedades e acesso pelas gerações futuras.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5387/SNBU2018_048.pdf
ca3639b6964576aaadb932fe1c1f5029
PDF Text
Text
INICIATIVAS DE ACESSO ABERTO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
CAMPINAS NO CONTEXTO DA INFORMAÇÃO E DAS BIBLIOTECAS
INITIATIVES OF OPEN ACCESS IN THE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS IN
THE CONTEXT OF INFORMATION AND LIBRARIES
Resumo: Este artigo tem como objetivo descrever brevemente o suposto início do Acesso
Aberto promovido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no âmbito da
informação e das bibliotecas, relatando fatos históricos como o surgimento das bases de dados
desenvolvidas pelas bibliotecas do sistema, bem como se deu a construção da Biblioteca
Digital da UNICAMP e sua mudança para outra plataforma, o Repositório Institucional. Em
continuidade a esses eventos, apresenta também um relato sobre o Portal de Periódicos
Eletrônicos Científicos (PPEC), que conta com a implantação de 30 títulos oriundos e
editados na própria Universidade, da computação em nuvens iniciada há pouco tempo na
universidade, além da definição de políticas para o desenvolvimento, preservação digital e
acesso aberto a toda comunidade científica.
Palavras-chave: Acesso aberto Políticas. Repositório institucional. Portal de periódicos
eletrônicos. Bases de dados. Computação em nuvem. Sistema de Bibliotecas.
Abstract: This article aims to briefly describe the supposed Open Access promoted at the
State University of Campinas (UNICAMP) in the field of information and libraries, reporting
historical facts such as the emergence of databases developed by the libraries of the system, as
well as the construction of the Digital Library of UNICAMP and its change to another
platform, the Institutional Repository. In continuity with these events, it also presents an
account about the Portal of Electronic Scientific Periodicals (PPEC), which counts on the
implantation of 30 titles originated and edited in the own University, of the cloud computing
initiated recently in the university, besides the definition policies for development, digital
preservation and open access to the entire scientific community.
Keywords: Open access - Policies. Institutional repository. Portal of electronic journals. Data
base. Cloud computing. System of Libraries.
575
�INTRODUÇÃO
Desde o surgimento do movimento do acesso aberto em 2002, mais precisamente do
Budapest Open Access Initiative (BOAI), assinado na capital húngara em 14 de fevereiro de
2002, a fim de prover uma política de acesso aberto às nações em relação à disponibilização
de documentos científicos para o domínio público, muita coisa se transformou no que diz
respeito ao acesso à produção científica mundial.
A Iniciativa de Budapeste, juntamente com a Convenção de Berlim e a Declaração de
Bethesda, ambas de 2003, fez com que o movimento do acesso aberto à informação científica
ganhasse destaques e, apesar dos benefícios evocados por esses movimentos, grandes desafios
surgiram para as instituições de pesquisa, universidades, editores, unidades de informação,
bibliotecários e outros profissionais que participam do ciclo informacional da comunicação
científica.
O Brasil também marcou presença no referido movimento a partir de ações do
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), que publicou, em 2005,
a Declaração do Movimento Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à Informação Científica.
Além disso, há registro de outros movimentos em âmbito nacional, como a Declaração de
Salvador (2005), a Carta de São Paulo (2006) e, por último, a Declaração de Florianópolis
(2006).
Um dos grandes propulsores do movimento pelo acesso aberto foi justamente o alto
custo das assinaturas dos principais periódicos científicos estrangeiros pelas editoras,
represando, de certa forma, a produção do conhecimento e causando, a partir daí, a chamada
crise dos periódicos científicos.
Decorridos 13 anos após a criação da primeira iniciativa de acesso aberto, a demanda
por serviços que sigam os princípios do open access é crescente, o que, de certo modo, faz
com que a disponibilização da produção científica das instituições de pesquisa, bem como a
disponibilização de publicações seriadas em formato aberto, exerçam impactos na
dinamização das pesquisas científicas.
Novos indicadores, novas formas de acesso, novas formas de editorar e publicar um
artigo tiveram reflexões na produção científica mundial, divergindo do acesso fechado e
popularmente restrito a uma comunidade limitada de pesquisadores, que difundiam suas
pesquisas e trabalhos em bases de dados tradicionais, as quais, por sua vez, eram produtoras,
quase que exclusivas, dos indicadores utilizados na avaliação da ciência.
576
�Ao que tudo indica, o acesso aberto chegou para se estabelecer de uma vez por todas,
constituindo uma conquista que editores acadêmicos e bibliotecários buscavam há muito
tempo. Entretanto, profissionais da informação devem ser cuidadosos ao disponibilizar, em
acesso aberto, resultados ou dados de pesquisas. Por mais interessante e importante que seja a
divulgação das pesquisas e de seus dados em meio eletrônico, tal ação deve ser precedida pelo
desenvolvimento de políticas institucionais cuidadosamente elaboradas, a fim de garantir
direitos das partes envolvidas e também assegurar a qualidade e confiabilidade dos conteúdos
e dados, além da preservação dos mesmos.
O acesso aberto é, definitivamente, uma grande oportunidade para a democratização do
acesso ao conhecimento. No entanto, sua administração exige grande habilidade por parte dos
profissionais envolvidos.
AS BIBLIOTECAS DA UNICAMP
A missão do Sistema de Bibliotecas da UNICAMP (SBU) é prover informação, por
meio de produtos e serviços de excelência para as atividades de ensino, pesquisa e extensão,
garantido um ambiente de respeito à diversidade e à socialização.
A Coordenadoria do sistema é responsável pela implementação das políticas de
desenvolvimento e pela coordenação das atividades de interesse conjunto das bibliotecas da
universidade, sendo constituído pelo coordenador, coordenador associado, assistente técnico,
diretores técnicos de serviços e grupos técnicos.
Atualmente, a UNICAMP conta com 28 bibliotecas seccionais, e uma Central, que
têm como finalidade principal atender às necessidades dos professores, pesquisadores e
estudantes da UNICAMP, devendo assegurar a difusão de informações culturais e científicas
e o desenvolvimento das políticas do Sistema.
As Comissões das Bibliotecas são responsáveis pela aplicação dos recursos financeiros
alocados para materiais bibliográficos, pela apreciação do plano anual de atividades, pelo
estudo e proposição de política de desenvolvimento da biblioteca, sendo constituída por
docentes e discentes do instituto ou da faculdade. (UNIVERSIDADE..., 2004).
A trajetória do SBU tem sido pautada na melhoria contínua dos serviços e produtos
oferecidos a sua comunidade, fazendo uso permanente das tecnologias de informação e
comunicação, a fim de possibilitar a integração das rotinas de trabalho, a qualificação dos
577
�produtos e serviços de informação e, principalmente, assegurar o acesso e uso de seus acervos
e das informações científicas geradas pela Universidade.
Nesse sentido, vale destacar que a UNICAMP foi pioneira no Brasil ao disponibilizar,
em 2010, todo seu acervo de teses e dissertações em formato eletrônico e aberto, o que
representou enorme benefício para usuários internos e externos da Universidade, e também
para a própria UNICAMP, que, anualmente, registra números crescentes de acesso a sua
produção.
USO DOS COMPUTADORES E O MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO NA
UNICAMP
De acordo com o Projeto EDUCOM, as entidades responsáveis pelas primeiras
investigações sobre o uso de computadores na educação brasileira foram a Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Estadual de Campinas - UNICAMP e Federal do Rio
Grande do Sul - UFRGS.
Em 1975, um grupo de pesquisadores da UNICAMP, coordenado pelo Prof.
Ubiratan D'Ambrósio, do Instituto de Matemática, Estatística e Computação
Científica, escreveu o documento Introdução de Computadores nas Escolas de 2º
Grau , financiado pelo Acordo MEC-BIRD, mediante convênio com o Programa de
Reformulação do Ensino (PREMEN/MEC), atualmente extinto.
Em julho daquele mesmo ano e do ano seguinte, a UNICAMP receberia as visitas de
Seymour Papert e Marvin Minsky para ações de cooperação técnica. Em fevereiromarço de 1976, um grupo de pesquisadores da UNICAMP visitou o MEDIA-Lab do
MIT/USA, cujo retorno permitiu a criação de um grupo interdisciplinar envolvendo
especialistas das áreas de Computação, Linguística e Psicologia Educacional, dando
origem às primeiras investigações sobre o uso de computadores na educação,
utilizando a linguagem Logo. Iniciava-se, naquela oportunidade, uma profícua
cooperação técnica internacional com os renomados cientistas Papert e Minsky,
criadores de uma nova perspectiva em inteligência artificial, e que até hoje vem
refletindo na qualidade dos trabalhos desenvolvidos na UNICAMP.
A partir de 1977 o projeto passou a envolver crianças, sob a coordenação de dois
mestrandos em computação. No início de 1983 foi instituído o Núcleo
Interdisciplinar de Informática Aplicada à Educação - NIED/UNICAMP, já com
apoio do MEC, tendo o Projeto Logo como o referencial maior de sua pesquisa
durante vários anos. (MORAES, 1997, p.3).
O NIED/UNICAMP fomenta atualmente vários projetos ligados à informatização da
educação e acessibilidade, tendo inclusive parceria em projetos com o envolvimento do
Sistema de Bibliotecas da UNICAMP.
Outro órgão importante, gestado para a implementação da informatização e automação
dos processos de trabalhos administrativos e acadêmicos da UNICAMP, é o Centro de
Computação da Universidade Estadual de Campinas (CCUEC), que, estrategicamente, é
ligado à Coordenação Geral (CGU) e ao Conselho de Tecnologia da Informação e
Comunicação da UNICAMP (CONTIC).
578
�O Centro de Computação iniciou as suas atividades em 10 de novembro de 1967, com
o nome de Centro de Processamento de Dados. Nessa época ficava instalado no prédio
onde hoje funciona o Colégio Técnico da UNICAMP (COTUCA). Ligado à
Faculdade de Engenharia da UNICAMP, ainda não existia como unidade, contava
apenas com um computador IBM 1130 e atendia basicamente às atividades de ensino,
no que se refere ao processamento de trabalhos dos alunos. Em 1969 passou também a
servir à administração, processando a folha de pagamento dos funcionários.
Em 15 de abril de 1969, com a publicação da portaria GR 31/69, o Centro de
Processamento de Dados da UNICAMP foi promovido a Centro de Computação, que
em 1971, tornou-se um órgão subordinado ao Instituto de Matemática, Estatística e
Computação Científica (IMECC).
Em 1973 o Centro de Computação passou a ser subordinado diretamente à Reitoria,
ficando assim até 1998, quando ocorreu a sua vinculação à Pró-Reitoria de
Desenvolvimento Universitário (PRDU). Em Maio de 2013 foi instituída a ViceReitoria Executiva de Administração (VREA) e o CCUEC ficou subordinado a ela,
permanecendo assim até os dias atuais. (CENTRO, 2015)76.
Desde sua criação, o CCUEC implementa e desenvolve ações de controle e expansão
do acesso aberto aos dados documentais administrativos e acadêmicos da Universidade, não
somente por meios dos instrumentos criados para o gerenciamento, mas, também, pela rede
virtual pessoal para a comunidade, ou seja, o acesso VPN.
No ano de 2001, o Instituto de Computação, em parceria com o NIED, desenvolve
uma ferramenta capaz de consolidar o ensino através do computador. Cria-se o ambiente
virtual de aprendizagem Teleduc. Essa ferramenta é disponibilizada para download
gratuitamente.
Em 2005, a UNICAMP implanta em seu campus o Portal do Ensino Aberto, que é um
sistema de apoio ao ensino-aprendizagem disponível para as disciplinas de graduação da
Universidade. Esse sistema automatiza o cadastro de disciplinas, alunos e docentes nos
ambientes Teleduc e Moodle,
que
consistem
em
AVAs
(Ambientes
Virtuais
de
Aprendizagem) capazes de disponibilizar conteúdos e atividades de comunicação entre os
participantes.
No SBU, o processo de catalogação cooperativa do seu acervo com outras
universidades brasileiras ocorreu no final da década de 80. A rede cooperativa gerenciada pela
Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, denominada Bibliodata CALCO,
derivado do acrônimo Catalogação Legível por Computadores, teve início na década de 80,
quando ocorreu a adesão da UNICAMP à rede.
O principal benefício da rede consistia em inserir uma obra no catálogo bibliográfico
on-line, não duplicando esforços catalográficos.
76
Disponível em: <http://www.ccuec.unicamp.br/ccuec/Historico> . Acesso em: 22 dez. 2015.
579
�Rapidamente o catálogo bibliográfico da UNICAMP, denominado Acervus77, superou
as expectativas, alcançando notável dimensão devido ao grande número de obras implantadas
e que abastecia outras universidades brasileiras que faziam parte da rede por meio da
catalogação cooperativa. Aos poucos, os dados já estavam no catálogo bibliográfico de forma
gratuita e obedecendo a um padrão catalográfico universal para cópias de dados, seguindo o
formato MARC. Observa-se que nesse catálogo bibliográfico, além das dissertações teses,
também permite o acesso aberto para algumas obras editadas pelas unidades da UNICAMP.
Paralelamente a essa evolução da automação das bibliotecas, surgem os softwares destinados
à gestão de conteúdos na Web, como o software No-Rau, adotado na UNICAMP para a
gestão da sua biblioteca digital.
Devido aos avanços tecnológicos, outros software com maior capacidade de gestão e
processamento de conteúdos surgiram posteriormente, entre eles está o DSpace 78, destinado
ao gerenciamento de repositórios de conteúdos no formato de texto, vídeo, áudio etc.
Oferecendo um layout mais arrojado e mais eficiente para a recuperação de informações, esse
software apresenta boas razões para utilizar a aplicação de repositório de código aberto, tais
como:
grande nível de comunidades povoadas no sistema;
software totalmente livre e gratuito;
permite customizações;
permite a inclusão de todos os tipos de instituição;
permite a inclusão de qualquer conteúdo digital.
Assim, o SBU adotou em 2012 o DSpace como o gestor de Repositório da Produção
Científica e Intelectual da UNICAMP, sendo este o software também adotado pela USP e
UNESP, e em 2015, o software Open Journal System (OJS) para gerenciar os periódicos
eletrônicos.
GESTÃO DE SERVIÇOS DE BIBLIOTECAS PELA POLÍTICA DO ACESSO
ABERTO
As bases de dados como iniciativas de acesso aberto nos serviços de bibliotecas
77
78
Disponível em: <http://avervus.unicamp.br>.
DSpace. Disponível em: <http://www.dspace.org/ >. Acesso em: 09 dez. 2015.
580
�Iniciativas isoladas, antes mesmo de promover o acesso atual de documentos
científicos gratuitos com o repositório institucional e a biblioteca digital, já aconteciam na
Universidade por meio das bases de dados.
A primeira delas pode-se dizer, fomenta a criação da base de dados de Educação
denominada Edubase. Voltada para a indexação de artigos de periódicos e outros documentos
ligados à Educação, foi criada pela direção da biblioteca da Faculdade de Educação em 1994,
para atender a demanda da comunidade interna, de forma local. Após quatro anos, em 1998,
essa ferramenta passa a ser disponibilizada na Web (plataforma WWWISIS, derivação da web
e do Micro-ISIS, na época), com acesso aos dados bibliográficos de artigos e de periódicos
nacionais de educação com o texto completo, facilitando, dessa maneira, o acesso aberto para
o texto na íntegra dos periódicos nascidos no formato eletrônico na Internet. (SANTOS,
PIETROSANTO, 1998; PASSOS; SANTOS, 2008).
A base de dados Edubase, após mais de 20 anos sob gerenciamento da Faculdade de
Educação, passa a ser gerida pelo Sistema de Bibliotecas da UNICAMP a partir de 2014, com
o propósito de fomentar a indexação com o acesso ao texto integral gratuito, em parceria com
os editores a ela vinculados, por meio da indexação compartilhada. (SANTOS, 2014).
Da mesma forma que a Edubase, em 1998, a biblioteca do Instituto de Economia cria e
lança a base de dados voltada para a indexação de artigos e documentos da área, denominada
Perie. A base de dados utiliza a mesma plataforma que a Edubase e o WWWISIS,
relacionando os artigos de periódicos de Economia ao acesso do texto completo dos
periódicos disponibilizado gratuitamente na Web. (SANTOS, PIETROSANTO, 1998).
O mesmo aconteceu com o Centro de Memória da UNICAMP, que implanta a
Hemeroteca eletrônica nos moldes da plataforma WWWISIS, alcançando uma maneira de
recuperar e disponibilizar o acesso ao seu acervo com documentos na íntegra pela Internet. A
Hemeroteca possui duas grandes coleções e um acervo com mais de 45.000 recortes de jornais
e revistas diversos, de interesse especial para a história e o cotidiano da cidade de Campinas.
(SCARPELINE, PANZINI, 2002).
Biblioteca Digital
O desenvolvimento das bibliotecas digitais começou a surgir no mundo
aproximadamente na década de 1970, através de ações como a criação do Projeto Gutenberg
(Estados Unidos), denominado Biblioteca de Alexandria, considerado o primeiro projeto de
biblioteca digital.
581
�Historicamente, a biblioteca digital está intimamente relacionada com a evolução
tecnológica do tratamento e transmissão de dados, como a invenção do telefone e do primeiro
computador que por si só desenvolveu outros itens tecnológicos de acesso à informação.
Zang
et al. (2001)79 citado por Passos, Santos e Riberio (2008), consideram a
biblioteca digital como uma forma de apresentar coleções que podem ser digitalizadas e
armazenados em vários tipos de mídia, como memórias portáteis e discos rígidos. Além disso,
os autores afirmam que a biblioteca digital é aquela que, além do catálogo, tem os textos dos
documentos da coleção armazenados em formato digital, para que eles possam ser lidos a
partir da tela de um computador ou importado (baixado) para o disco rígido. A permissão para
ler documentos e a possibilidade de descarga são as principais características das bibliotecas
digitais, passíveis de construção, desde que haja um plano adequado, conhecimento da
linguagem de informática e um ambiente de software adequado para gerir os processos.
No
que
diz
digitais, Vicentini (2006)
respeito
80
aos
requisitos
para
a
gestão
de
bibliotecas
citado por Santos, Passos e Ribeiro (2008), enfatiza os seguintes
itens, considerados ideais para o planejamento:
Coleções / conteúdos.
Recursos humanos.
Padronização.
Tecnologia.
Digitalização.
Direito de garantia autoria.
Preservação de documentos digitais.
Considerando os requisitos acima, a UNICAMP, por meio da Portaria GR Nº 85, de
08/11/2001, criou a Biblioteca Digital da Universidade Estadual de Campinas (BDU), sendo
papel do SBU instituir um Grupo de Trabalho composto por bibliotecários, docentes e
técnicos em Informática para estruturar e disponibilizar a Biblioteca Digital com todo recurso
tecnológico existente para recuperação, guarda e depósito do acervo, formado inicialmente
por dissertações e teses.
79
80
ZANG et al. (2001).
VICENTINI (2006).
582
�No Brasil, a UNICAMP foi pioneira a disponibilizar 100% do acervo de dissertações e
teses de todas as áreas em numa Biblioteca Digital.
Atualmente, a Biblioteca Digital da UNICAMP 81 disponibiliza outros documentos,
além das dissertações e teses:
Trabalho de conclusão de curso;
Eventos;
Hemeroteca do Centro de Memória-UNICAMP;
Revistas eletrônicas;
Produção técnico-científica digital;
Materiais especiais;
Obras raras.
As novas políticas do SBU, aliadas à evolução tecnológica e à criação do Repositório
Institucional da UNICAMP, exigiram a revisão dos objetivos da Biblioteca digital, sendo que
a partir da publicação da resolução 14/2015 a biblioteca digital assume novas atribuições:
captar, tratar e disseminar documentos e objetos digitais cuja propriedade intelectual não
pertença à Universidade, sendo que a produção cientifica e intelectual da UNICAMP passa a
ter tratamento e gestão realizadas pelo Repositório Institucional, oficialmente lançado pela
Reitoria da Universidade em 02 de dezembro de 2015.
Repositório Institucional da Produção Científica Intelectual, Artística e Cultural
Os repositórios institucionais são instrumentos que promovem o acesso aberto e
gratuito à produção intelectual das instituições de pesquisas, caracterizando-se, portanto,
como mecanismos de grande importância para democratização do acesso ao conhecimento, e
exigindo a definição de políticas e padrões técnicos capazes de garantir a confiabilidade e
qualidade dos conteúdos e dos dados, a preservação dos documentos digitais, bem como os
direitos de propriedade intelectual.
Os repositórios digitais estão entre as alternativas oriundas da rápida evolução da
comunicação científica no ambiente virtual sob os auspícios de ações mundiais
fomentadas a partir da década de 1990, como a Iniciativa dos Arquivos Abertos (Open
Archives Initiative - OAI) e o Movimento de Acesso Aberto (Open Access Movement
- OAM), visando promover modelos eficientes de armazenamento, disseminação,
visibilidade e acesso aos conteúdos científicos. (WEITZEL, 2006 apud MURAKAMI;
FAUTO, 2013, p.186).
81
Disponível em: <http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/>. Acesso em: 10 dez. 2015.
583
�O resgate histórico revela que o primeiro repositório utilizando a filosofia dos arquivos
abertos é anterior à Constituição de Santa Fé, datada de agosto de 1991, e trata-se do ArXiv82,
cujo criador foi o físico Paul Ginsparg, do Laboratório de Los Alamos, no Novo México. Esse
sistema cobria e cobre até hoje as áreas de física e disciplinas correlatas, onde usuários
submetem ou recuperam artigos, tanto em uma interface on-line na Internet, quanto via
correio eletrônico. O sistema oferece o serviço de alerta e mecanismos de busca que preveem
diferentes perfis de usuários.
biblioteca digital destinada a guardar, preservar e garantir livre acesso via internet, à produção
científica no âmbito de uma dada instituiçã
No entanto, muito mais que uma peça tecnológica, um repositório institucional se
constitui hoje, no contexto de um amplo e crescente movimento internacional de apoio ao
livre acesso à informação científica, num ator político (RIEGER, 2008) que desempenha um
papel como nunca antes visto no ciclo de comunicação científica.
Dessa forma, verificamos que uma forma de proliferar o movimento do acesso aberto
nas instituições, no caso nas universidades, é a implantação e criação de repositórios
institucionais que disponibilizam e promovem a visibilidade da produção científica a partir de
plataformas também de acesso livre ou fontes abertas.
Os repositórios digitais geralmente utilizam ferramentas e protocolos com base na
iniciativa de arquivos abertos (open archives initiative
OAI) que facilitam a
interoperabilidade entre sistemas (SAWANT, 2013).
Faz-se pertinente apresentar a síntese das características dos principais tipos de
repositórios digitais (LEITE, 2010):
Repositórios institucionais: formados por materiais digitais em coleções altamente estruturadas,
compostas pelos produtos das atividades acadêmicas desenvolvidas em universidades e em
instituições de pesquisa.
Repositórios de teses e dissertações: constituídos exclusivamente de teses e dissertações. Podem
compor os repositórios institucionais como um núcleo destinado a estes materiais.
Repositórios de dados de pesquisa: constituídos por dados de pesquisa ou insumos para a produção
acadêmica ou em ciência e tecnologia, incluindo estudos preliminares, resultados de coleta de
dados, relatórios, apresentações em eventos, dentre outros, que acarretaram em produtos publicados
em periódicos, em livros ou consolidados em teses e dissertações, dispositivos tecnológicos,
patentes, dentre outros.
Repositório temático ou disciplinar: composto por grande variedade de materiais com conteúdos
delimitados segundo campos específicos do saber.
Com base nesses conceitos e delineamentos, destacamos que o Repositório da
Produção Científica e Intelectual da UNICAMP é o instrumento oficial para coleta,
82
Disponível em: <http://br.arxiv.org>.
584
�organização, disseminação e preservação de todo o conhecimento produzido na Universidade.
(UNIVERSIDADE..., 2015a). Ele nasce em 2012, a partir de uma demanda da Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) junto ao Conselho de Reitores das
Universidades Estaduais Paulistas (CRUESP). A partir disso, a UNICAMP, em parceria com
a USP e a UNESP, trabalhou no desenvolvimento de uma metodologia de implantação de
repositórios, estabelecendo uma base mínima compartilhada pelas três Universidades.
O repositório CRUESP foi lançado em novembro de 2013 e, a partir disso, a
UNICAMP trabalhou com afinco na definição de políticas e diretrizes que possibilitassem a
efetiva institucionalização do seu repositório, criado em 06 de julho de 2015 por meio da
Resolução GR 07/2015 e oficialmente lançado em 02 de dezembro do mesmo ano.
Por meio do Repositório, docentes, pesquisadores, alunos de graduação, alunos de
pós-graduação e servidores técnicos administrativos vinculados à UNICAMP devem depositar
seus resultados de pesquisas, de modo a:
Proporcionar acesso aberto e público à produção científica e intelectual da Universidade, de modo a
aumentar sua visibilidade, acessibilidade e difusão;
Facilitar a gestão e o acesso à informação sobre a produção científica e intelectual da UNICAMP,
por meio da oferta de indicadores confiáveis e validados;
Integrar-se a um conjunto de iniciativas nacionais e internacionais, por meio de padrões e
protocolos de integração qualificados e normalizados. (UNIVERSIDADE..., 2015a).
Portal de Periódicos Científicos Eletrônicos
O Portal de Periódicos Eletrônicos Científicos (PPEC) da Universidade Estadual de
Campinas (UNICAMP), mantido pela Coordenadoria Geral da Universidade (CGU) e pelo
Sistema de Bibliotecas (SBU), nasceu da necessidade de se ter, em uma única plataforma, a
reunião de todos os periódicos editados e produzidos no âmbito da Universidade. Ele agrega
periódicos científicos produzidos na UNICAMP, tendo como parâmetro as Diretrizes do
Portal de Periódicos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade de São
Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGRS).
O PPEC/UNICAMP utiliza a plataforma Open Journal System, do Projeto PKP, que
foi traduzido pelo Instituto Brasileiro de informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) para o
português.
O Portal tem como objetivo primordial dar suporte, manutenção e sustentabilidade aos
periódicos científicos pertencentes ao PPEC/UNICAMP, para que essas publicações estejam
condizentes com os padrões de qualidade nacionais e internacionais de suas áreas. Portanto,
585
�sua função é garantir e apoiar a qualificação e a visibilidade das publicações periódicas
científicas vinculadas aos institutos, faculdades, centros, núcleos de pesquisa e órgãos
complementares da UNICAMP, arbitrados por pares e institucionalmente ligados à
Universidade, garantindo a diversidade institucional e regional e o livre acesso a toda
comunidade científica.
Por essa razão, em janeiro de 2014, através da Portaria GR-012/2014 cria-se
um Grupo de Trabalho, formado por docentes, pesquisadores e funcionários idealizadores do
projeto, para a elaboração de diretrizes, procedimentos e seleção de materiais para ingresso no
Portal de Periódicos Eletrônicos Científicos da Universidade.
A UNICAMP possui, atualmente, 45 títulos de periódicos das diversas áreas do
conhecimento, mas apenas 30 títulos constam na sua coleção disponível ao público de forma
organizada e indexada no Portal. No entanto, nessa primeira fase, serão integrados ao Portal
os periódicos que utilizam a plataforma SEER
Sistema de Editoração Eletrônica de
Revistas, pois os mesmos possuem mecanismos que permitem a interface com o Programa
LOCKSS (Stanford University) da Rede de Serviços de Preservação Digital Cariniana
(IBICT), e também pela facilidade de atribuição do Digital Objetc Identifier (DOI).
Os periódicos estão assegurados pela licença de uso do Creative Commons, que não
permite a utilização do material para fins comerciais, garantindo seu livre acesso.
ACESSO ABERTO E NOVAS PARCERIAS DE SERVIÇOS PARA A COMUNIDADE
O Acesso Aberto diz respeito à acessibilidade ampla e irrestrita a conteúdos
disponíveis em formato digital, no sentido em que minimiza barreiras de custo e de
permissão aos leitores e torna a literatura científica disponível com o mínimo de
restrições a um número ilimitado de leitores. (DUARTE; RODRIGUES, 2012, p.5).
Nessa mesma linha de pensamento Fachin (2002), citado por Duarte e Rodrigues
(2012, p.5), afirma que:
O Acesso Aberto à informação científica promove a socialização do conhecimento.
No entanto, a disponibilização gratuita de conteúdos na internet gera uma discussão
mundial ao aproximar o público da informação. Destacam-se entre eles os
problemas de segurança na utilização dos documentos eletrônicos e a questão dos
direitos autorais.
Preocupada com a socialização do conhecimento por meio do Acesso Aberto, a
UNICAMP promove, continuamente, parceiras para que os serviços ligados a esse movimento
possam se tornar viáveis, eliminando problemas relacionados à segurança e preservação dos
dados e resguardando os direitos autorais associados à disponibilização do conteúdo. Essas
parceiras fomentam a criação da sua própria computação em nuvem e a gestão da preservação
586
�digital de seus conteúdos, no caso, dos periódicos eletrônicos produzidos no âmbito da
Universidade.
Computação em nuvem
De acordo com Senger (2014), professor da UFSCar, durante sua apresentação no
seminário sobre computação em nuvem realizado na UNICAMP, a computação em nuvem é
um instrumento com enorme potencial para alavancar a produção científica e as atividades
acadêmicas de uma Universidade.
Ele ainda destaca que a computação em nuvem pode fornecer recursos computacionais
e serviços com grande agilidade e elasticidade para atividades diversas, como, por exemplo,
oferecer, sob demanda, um ambiente previamente configurado com ferramentas específicas
para aulas de laboratório, fornecer serviços com alta disponibilidade e qualidade para a
comunidade de usuários, ou mesmo ofertar recursos especializados e em grande quantidade
para aplicações que demandem alto desempenho (HPC). Enfatiza também que os ganhos e
vantagens de se ter a computação em nuvem no campus da Universidade incluem a melhoria
significativa dos custos com o gerenciamento da infraestrutura de TI, a melhor utilização dos
recursos de hardware e software existentes, além da maior disponibilidade e redução de custos
operacionais em TI. (SENGER, 2014).
Nesse mesmo seminário a UNICAMP, enquanto anfitriã apresentou suas diretrizes e
estratégias voltadas para a implantação de um projeto de nuvem na Universidade, em parceria
com a FAPESP, com vistas à criação futura de uma rede de computação em nuvem junto ao
CRUESP.
Preservação digital
De acordo com Marcondes e Sayão (2009, p.40):
Uma das mais importantes motivações para a criação dos repositórios institucionais [e
também portais de periódicos] é assegurar que os materiais digitais de pesquisa
permaneçam disponíveis e acessíveis por longo prazo, contribuindo para a construção
e preservação da memória acadêmica das instituições de pesquisa e ensino. Nessa
direção, espera-se que os repositórios digitais [e portais de periódicos] disponham de
metodologias e ferramentas que mantenham íntegros estes estoques por longo prazo.
(grifo nosso).
Pensando em preservar digitalmente a produção científica nacional, o Instituto
Brasileiro de Informação em Ciência Tecnologia (IBICT) iniciou, em 2012, uma parceria com
a Universidade de Standford, Estados Unidos, criadora e detentora do software LOCKSS,
587
�para propor a criação de uma subrede de preservação digiltal dos periódicos brasileiros que
utilizam a plataforma OJS do Projeto PKP.
Com isso, o IBICT trouxe para o Brasil, por meio da Cariniana
Rede Brasileira de
Preservação Digital, condições de armazenagem e preservação logística e digital dos
periódicos brasileiros gerenciados pelo OJS.
Lança-se então, em 2013, um projeto piloto integrando oito instituições federais e
estaduais,
tendo o IBICT como coordenador e responsável pela composição da Rede
Cariniana, iniciando a coleta e preservação digital dos periódicos dessas instituições parceiras
integrais. (SANTOS; PASSOS; SAE, 2014).
Entre 2013 e 2017 foram promovidos eventos, treinamentos e cursos sobre a Rede
Cariniana com as instituições parceiras ou que integraram o projeto como colaboradoras. A
partir de 2015 criam-se novas subredes, promovendo também a preservação digital de livros
eletrônicos (e-books), dissertações e teses gerenciadas pelo software DSpace, além da
memória institucional das universidades envolvidas.
Vale ressaltar que a UNICAMP, por meio de convênio estabelecido com o IBICT é
uma parceira integral na Rede Cariniana. Hoje contamos com todos os periódicos elencados
no PPEC, além daqueles ainda não estão no portal, mas utilizam a plataforma OJS
preservados na Rede Cariniana.
O próximo passo consiste em preservar na Rede Cariniana as teses e dissertações da
Universidade, bem como demais documentos disponíveis no Repositório Institucional. Além
disso, também serão passíveis de preservação, no âmbito da Rede Cariniana, as obras raras
digitalizadas pela Diretoria de Coleções Especiais e Obras Raras da Biblioteca Central César
Lattes/UNICAMP.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O movimento de acesso aberto oferece a possiblidade do amplo e irrestrito alcance do
conhecimento científico, potencializando, com isso, o desenvolvimento da própria ciência e
reacendendo um desejo que sempre esteve presente na história da humanidade: o de se ter
acesso a todo conhecimento produzido no mundo. No entanto, inúmeros são os desafios
lançados pela Open Access Initiative, já que há muitos interesses e autores envolvidos nesse
complexo processo.
É evidente que as unidades de informação e os profissionais bibliotecários devem
procurar garantir amplo acesso às informações produzidas em suas instituições de pesquisa,
588
�principalmente quando se tratam de instituições públicas. Porém, esse processo deve ser
realizado a partir de estudos aprofundados, que garantam os direitos dos envolvidos no
processo de comunicação científica, tanto dos produtores e editores, quanto dos usuários e
consumidores finais. A harmonização desses interesses só é alcançada por meio de políticas
claramente definidas e criteriosamente elaboradas.
Na UNICAMP, as ações em torno do acesso aberto, respeitando as legislações
vigentes a partir de políticas explicitas e cuidadosamente elaboradas, tem nos permitido
garantir a visibilidade da produção científica da Universidade, assegurando, assim, o amplo
acesso ao conhecimento aqui produzido.
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Cienc. Cult., São Paulo, v.67, n.4, out./dez. 2015, Notícias BR do Brasil, 2015. Disponível
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instituído pela Portaria 243/98: a Biblioteca Universitária. Campinas, SP: UNICAMP, fev.
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590
�
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
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Iniciativas de acesso aberto na Universidade Estadual de Campinas no contexto da informação e das bibliotecas.
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Santos, Gildenir Carolino
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2018
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Este artigo tem como objetivo descrever brevemente o suposto início do Acesso Aberto promovido na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) no âmbito da informação e das bibliotecas, relatando fatos históricos como o surgimento das bases de dados desenvolvidas pelas bibliotecas do sistema, bem como se deu a construção da Bibliotec Digital da UNICAMP e sua mudança para outra plataforma, o Repositório Institucional. Em cntinuidade a esses eventos, apresenta também um relato sobre o Portal de PeriódicosEletrônicos Científicos (PPEC), que conta com a implantação de 30 títulos oriundos eeditados na própria Universidade, da computação em nuvens iniciada há pouco tempo nauniversidade, além da definição de políticas para o desenvolvimento,preservação digital eacesso aberto a toda comunidade científica.
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ESTRATÉGIA DE MARKETING DIGITAL PARA A BIBLIOTECA
SETORIAL ESPECIALIZADA DA ESCOLA DE MÚSICA PADRE JAIME
DIGITAL MARKETING STRATEGY FOR THE LIBRARY OF THE SPECIALIZED
SECRETARIAT OF THE SCHOOL OF MUSIC PADRE JAIME
Resumo: O marketing ao passar dos anos vem mostrando transformações. Se nos primórdios
ele era visto como apenas uma metodologia de ganhar lucro, hoje sua importância vai além
disso, visto que hoje é o responsável pela integração da equipe, imagem e marca do ambiente,
fortalece o relacionamento entre gestores, fornecedores, clientes, além de melhor a imagem da
organização perante o mercado. Portanto, o presente estudo tem como objetivo, entender os
conceitos e a aplicabilidade do marketing em ferramentas da web 2.0 de maneira estratégica
para a unidade de informação especializada em música. Usou-se como metodologia a
entrevista e a observação in lócus. Com o uso destes métodos pode-se dimensionar o uso dos
recursos, além de propor melhorias no uso destas ferramentas.
Palavras-chave: Marketing digital. Biblioteca Especializada. Biblioteca Universitária.
Música. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
Abstract: The market over the years has been showing transformations, if in the early days it
was seen as just a profit methodology, today is seen beyond that. Marketing is responsible for
integrating the team, image and brand of the environment, as well as the relationship with
managers, suppliers, customers and a better market view. On the other hand, the present study
aims to understand concepts and an application of marketing in web 2.0 tools in a strategic
way for an information unit specializing in music. An interview and a locus observation were
used as methodology. With the use of the methods one can measure the use of the resources,
besides proposing improvements without using tools.
Keywords: Digital marketing. Specialized Library. University library. Music. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte.
561
�1 INTRODUÇÃO
O atual cenário da sociedade da informação é caracterizado pela busca incessante de
comunicação e coletar informações para o seu desenvolvimento. Em foco, a comunidade
acadêmica da Escola de Música, que apresenta necessidades específicas e de nível
especializado, sendo composta por uma grande diversificação de usuários que frequentam a
unidade, sendo essas crianças iniciantes a educação musical chegando até pós-doutores em
música.
A percepção da comunidade, de suas características, suas necessidades e de como ela
se comporta no meio acadêmico e fora deste é de fundamental importância para a elaboração
do planejamento de implantação do uso das estratégias do marketing, visto que, todos os
esforços realizados serão para que as informações alcancem todos os usuários ou, pelo menos,
atinja aqueles que têm interesse nelas. Além de propor a integração da equipe.
Assim, o marketing irá oferecer visibilidade à unidade, tornando o acesso aos acervos
mais significativos. Tem-se o objetivo de criar, implementar e fazer uso de ferramentas
midiáticas da web 2.0 que possibilite um maior aporte ao marketing digital através de
conteúdos e campanhas que acrescentem benefícios a comunidade acadêmica tanto no que diz
respeito aos acervos quantos aos serviços. Para tanto, usaremos as mídias sociais Facebook,
Twitter e blog. Além disso, propor metodologias de integração e capacitação da equipe,
viabilizando uma efetiva participação dos mesmos no processo de execução das ferramentas
midiáticas na unidade de informação proporcionando o relacionamento mais próximo aos
usuários e o alcance de um atendimento de excelência.
2 METODOLOGIA
O presente trabalho se iniciou com o desenvolvimento das questões norteadoras da
entrevista dando origem ao instrumento de metodologia, a entrevista semi estruturada, que de
-estruturada está focalizada em
um assunto sobre o qual confeccionamos um roteiro com perguntas principais,
Essa ferramenta foi usada através da entrevista realizada com a bibliotecária coordenadora da
unidade de informação estudada, com o principal intuito de esclarecer as indagações sobre o
funcionamento e organização da unidade. Além desse método, também se fez uso da
observação em lócus
o método de
562
�obtenção de dados reporta-se à nossa capacidade de registro do visto e vivido por sujeitos da
pesquisa, por nós mesmos e pelas interações ocorridas entre nós (pesquisadores) e os sujeitos
obtenção de dados proporcionou uma
compreensão do funcionamento e a sistematização dos processos da unidade estudada.
3 ESCOLA DE MÚSICA
A Escola de Música da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (EMUFRN) foi
criada no ano de 1962 pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio
de uma iniciativa de implementação do Magnífico Reitor Onofre Lopes como importante
empreendimento para o crescimento educacional da sociedade. A primeira sede da escola
situava-se fora do campus universitário. Foi somente em 1991, na gestão do Magnífico Reitor
Daladier da Cunha Lima, que a escola se mudou para o interior do Campus Universitário da
UFRN. Nos anos de 1997 e 1998 foram introduzidos os cursos de Bacharelado em música e
Técnico em música, posteriormente, em 2002 e 2004 foram aprovados vários projetos e o
curso de Licenciatura em música, transformando a escola em uma Unidade Acadêmica
Especializada. A Escola é de fundamental importância para o desenvolvimento do cenário
musical na cidade, pois fomenta as principais atividades musicais, acadêmicas e sociais da
localidade.
A unidade de informação faz parte do Sistema de Biblioteca da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte (SISBI/UFRN), atualmente, este sistema é gerenciado pela Biblioteca
Central Zila Mamede (BCZM) - que coordena, planeja e fiscaliza as atividades técnicas das
demais unidades de informação do sistema, e por 21 bibliotecas setoriais, dentre elas a
Biblioteca Setorial Especializada da Escola de Música Padre Jaime Diniz. Sua estrutura
organizacional apresenta aspecto da tipografia formal, e por estar inserida na UFRN, desta
forma, a Escola de Música apresenta uma estrutura de modelo acadêmico.
4 BIBLIOTECA SETORIAL ESPECIALIZADA DA ESCOLA DE MÚSICA PADRE
JAIME DINIZ
A Biblioteca da Escola de Música foi criada no ano de 1969, sendo gerida pela
Professora Maria Luiza Parente, que contava com o apoio das bibliotecárias da BCZM. Foi a
partir de 2000, que a unidade foi reestruturada e passou a ser administrada exclusivamente por
um bibliotecário responsável pela unidade.
563
�A unidade de informação tem a missão dar suporte informacional às atividades de
ensino, pesquisa e extensão. Além de atender a toda comunidade acadêmica e, mais
especificamente, aos alunos e professores da EMUFRN dos cursos de níveis técnico,
bacharelado, licenciatura, pós-graduação, especialização, mestrado e doutorado, bem como os
cursos de extensão: Curso de Iniciação Artística (CIART); Musicalização e Cursos de
Iniciação a Instrumentos Musicais.
5 DIAGNÓSTICO
A gestão de uma unidade de informação constitui-se de uma rotina administrativa, que
conta com a gestão de processo e pessoas, planejamento e a rotina do ofício de bibliotecário indexar, catalogar, classificar entre outras. É dever do gestor administrar e planejar as ações
da unidade. Para isso, um dos fatores que se deve levar em conta é o uso dos meios digitais,
que podem proporcionar maior visibilidade à unidade de informação, além de transpor as
barreiras físicas para o alcance da informação a todos.
Para tanto, o profissional deve fazer uso de ferramentas que viabilize respaldo para sua
melhor administração. Uma das diversas ferramentas é o diagnóstico, que pode ser
compreendido como a reunião das informações da real situação da unidade de informação.
da organização ou de um problema específico, resultando em mais agilidade para superar os
ncípio do
diagnóstico é expor a real situação da unidade estudada. Ainda nessa perspectiva Chiavenato
(2006, p. 438), afirma que "diagnóstico organizacional: da análise dos dados colhidos, passase a sua interpretação e diagnóstico: procura-se identificar preocupações e problemas, suas
conseqüências, estabelecer prioridades e estabelecer os alvos e objetivos". Desta forma,
objetivou-se colher o máximo de dados, que quando inseridos em um contexto e com
determinadas interpretações proporcionarão um panorama da realidade na unidade estudada.
Neste sentido, pode-se confirmar que a compilação das informações coletadas
vislumbra as características dos serviços e produtos, proporcionando as possíveis melhorias
para um serviço de excelência.
5.1 Análise da unidade
564
�Durante a visita foi possível detectar que o acervo é composto por obras de referência,
livros, folhetos, teses, dissertações, monografias, periódicos, partituras e multimeios (fitas de
vídeo, DVDs, CDs, LPs, disco de vinil, fitas cassetes e gravações sonoras em rolos de fita
magnéticas), totalizando 15 tipos de materiais, que chega a aproximadamente 23.150 títulos,
em 31.483 exemplares. Estes materiais podem ser consultados na biblioteca ou através do
catálogo disponibilizado no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas
(SIGAA).
Dentre esses, a unidade possui uma maior quantidade e utilização de partituras - as
impressas são 4.505 títulos em 15.613 exemplares, que estão também disponíveis em CDs.
Neste sentido, através do diagnóstico realizado percebe-se que os materiais informacionais
mais procurados e utilizados pela comunidade são partituras e livros, pois possuem um nível
de diversidade ampla em compositores populares e eruditos.
No que diz respeito aos recursos humanos, a biblioteca é composta por um
bibliotecário coordenador, um bibliotecário do setor de processamento técnico e um do setor
de referência, além de 3 assistentes administrativos, duas estagiários em supervisionado
obrigatório do curso de Biblioteconomia e 15 bolsistas. A equipe realiza serviços, como:
empréstimo domiciliar; orientação ao usuário; renovação da estante de novidades virtual;
atualização hemeroteca; visita orientada; emissão do documento de quitação; catalogação na
fonte; classificação; acesso à internet e digitalização de documentos.
6 MARKETING DIGITAL
A essência do marketing se constitui em ações de mercado, que visam suprir as
necessidades de um público alvo, identificando as insatisfações e desejos, promovendo assim
seus objetivos. Tem em vista atingir sempre um bom nível de qualidade, aumentando a
visibilidade dos seus serviços/produtos. Segundo Kotabe e Helsen (2000), o marketing é uma
atividade corporativa criativa que envolve o planejamento e a execução da concepção,
determinação de preço, promoção e distribuição de idéias, produtos e serviços em uma troca
que não apenas satisfaz as necessidades atuais dos consumidores, mas também antecipa e cria
suas necessidades futuras com determinado lucro. De acordo com Cintra (2010, p. 9),
marketing são as atividades sistemáticas de uma organização humana, voltadas para a busca
marketing planeja conhecer o público-alvo para promover ações que supram as necessidades
do grupo.
565
�O marketing digital, marketing on-line ou webmarketing se dá pela aplicabilidade dos
princípios do marketing em meios digitais, ultrapassando as barreiras físicas para alcançar os
indivíduos, demonstrando-lhes seus produtos e serviços (KAPLO; LUNDKVIST, 2015). Ele
ainda viabilização a promoção às unidades de informação, que pode possibilitar a atração de
mais usuários, a participação e interação destes nas plataformas online, a criação de vínculo e,
ainda, um maior o conhecimento das preferências dos usuários. (ZEISSER; WAITMAN,
1998)
6.1 Plano de marketing
O marketing pode ser entendido como conjunto de métodos que visam propor
a visibilidade de um objeto, setor, pessoa ou sentimento. Chiavenato (2003) explica que o
marketing "consiste na capacidade e discernimento para trabalhar com pessoas, comunicar,
compreender sua
uma melhor visibilidade e reputação da biblioteca, atentando-se a todas as insatisfações
informacionais, atraindo potenciais usuários, o marketing promove para as unidades de
informação uma nova filosofia de trabalho e gestão dos recursos a partir de suas estratégicas.
Assim, considerando um plano de marketing para a biblioteca da Escola de Música
levamos em conta a nova perspectiva tecnológica do uso da internet na sociedade da
informação, aplicando os princípios do webmarketing que viabiliza a interatividade aliada à
possibilidade de ampliar o relacionamento entre a unidade e o seu público alvo.
Inicialmente, para a elaboração do plano de marketing refleti-se sobre as questões
orçamentárias, visto que a unidade está inserida em um contexto de organização pública. À
vista disso, levou-se em conta estratégias que não gerem despesas financeiras. Para tanto, a
internet torna-se uma ferramenta de aplicabilidade do marketing mais viável para a unidade
de informação.
Atualmente, a biblioteca possui o blog (http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/) que
formações de contato da unidade de informação.
fase de implementação. A figura 01 apresenta o atual layout do blog.
566
�Figura 1 - Blog da Biblioteca Pe. Jaime Diniz
Fonte: Captura de tela do http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/. Acesso em: 20 out. 2016.
Na página do Facebook (https://www.facebook.com/biblioteca.emufrn), o conteúdo
disponibilizado é semelhante ao do blog, com a diferença da adição de algumas notícias
institucionais ou ainda de interesse acadêmico. Como visualizados na ilustração a seguir:
Figura 2 - Página da biblioteca no Facebook
Fonte: Captura de tela do https://www.facebook.com/biblioteca.emufrn. Acesso em: 20 out. 2016.
567
�Como o primeiro passo do plano do webmarketing, a implementação das mídias
sociais, sugeri-se uma nova identidade visual, visto que se verificaram várias impressões na
versão atual, como: aplicabilidade, padronização, cores, entre outros. Baseando nessas
questões, realizamos um redesign, atribuindo uma nova descrição a seu conceito visual.
Elaboramos assim um ícone, definido a partir da junção de uma nota musical e um livro
aberto, representando de forma minimalisticamente a biblioteca da escola de música,
descrevendo com mais detalhes, utilizado uma fonte moderna e samserife, de boa leitura, para
agregar valor à marca usamos uma cor sóbria, o preto.
Figura 3 - Nova marca da biblioteca da escola de música
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Com o uso desta nova marca visual, propõem-se o repaginando a identidade visual em
suas mídias sociais, como exposto nas ilustrações a segui:
Figura 4 - Página do Facebook com o novo visual
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
568
�Figura 5 - Página do blog com novo visual
Fonte: elaborado pelos autores (2016).
O plano do webmarketing define, ainda, a proposta de utilização das mídias sociais
gratuitas, em que será dividido o conteúdo disponibilizado nos diferentes recursos. No qual,
cada um deles utilizaria temáticas diferentes: para o Facebook conteúdos mais imagéticos; no
Twitter o compartilhamento de eventos e notícias e no blog da biblioteca agregar todos os
conteúdos. Este método de fragmentação visa evitar a fadiga e o esforço de repetição de
conteúdo nos três meios. A ideia é que cada uma das ferramentas tenha suas características
específicas e de caráter de compartilhamento de conteúdo característico.
Tomando como base a realidade da unidade, que está inserida em uma ambiência
totalmente musical, que tem presença de personalidades icônicas, então se propõe fazer uso de
datas comemorativas de aniversário de vida ou/e morte desses indivíduos, além de datas
comemorativas do calendário brasileiro. Deste modo, no mínimo todo mês teria um tema para
a elaboração de conteúdo. Sendo uma possível sugestão:
Quadro 1 - Sugestão de conteúdo
MÊS
TEMÁTICA
JANEIRO
Mozart (aniversário de nascimento); Giuseppe Verdi (aniversário de morte).
FEVEREIRO
Carnaval: Cartola, Chico Buarque, Tom Jobim; Vinicius de Moraes.
MARÇO
Beethoven (aniversário de morte); Bach (aniversário de nascimento).
ABRIL
Igor Stravinsky (aniversário de morte); Prokofiev (aniversário de nascimento).
MAIO
Tchaikovsky (aniversário de nascimento); Joseph Marx (aniversário de nascimento).
569
�JUNHO
Festa Junina: Luiz Gonzaga; Igor Stravinsky (aniversário de nascimento).
JULHO
Vinicius de Morais (aniversário de morte); Joaquin Rodrigo (aniversário de morte).
AGOSTO
Julián Aguirre (aniversário de morte).
SETEMBRO
Tim Maia (aniversário de nascimento); Joseph Marx (aniversário de morte).
OUTUBRO
Tchaikovsky (aniversário de morte); Giuseppe Verdi (aniversário de nascimento).
NOVEMBRO
Mozart (aniversário de morte); Schubert (aniversário de morte).
DEZEMBRO
Festas Natalinas; Beethoven (aniversário de nascimento); Tom Jobim (aniversário de morte).
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Além disso, buscar expor eventos que sejam de interesse para a comunidade de
música, como por exemplo, os eventos da área:
Quadro 2 - Sugestão de eventos
EVENTO
INSTITUIÇÃO
SEFiM - Simpósio de estética e filosofia da música
UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul
SiMN - Simpósio Internacional de Música Nova 2016
UNESPAR - Universidade Estadual do Paraná
Simpósio de Música Nordestina
UFS - Universidade Federal de Sergipe
SIMA - Simpósio Internacional de Música na Amazônia
UNIR - Universidade Federal de Rondônia
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Não dispensando ainda o compartilhamento dos conteúdos já disponíveis no acervo da
Biblioteca Nacional, do acervo sonoro do Domínio Público e em outras bibliotecas digitais,
como a do Instituto Antonio Carlos Jobim. Tais meios apresentam uma gama de produções
sonoras e produções intelectuais sobre música. Estas plataformas dispõem seus conteúdos de
forma gratuita e nenhuma delas fere os princípios dos direitos autorais. Assim, o exemplo
apresentado na figura 6 traz sugestões de utilização desses meios e ferramentas:
570
�Figura 6 - Sugestão de postagem no Facebook
Fonte: Elaborado pelos autores (2016).
Figura 7 - Sugestão para postagem de foto no Facebook, com ícone da nova marca
Fonte: Elaborada pelo autor (2016).
571
�Figura 8 - Sugestão para avisos de serviços e produtos, com ícone da nova marca
Fonte: Elaborada pelo Autor (2016).
Deste modo, as aplicabilidades das sugestões apresentadas buscam dinamizar o uso
das ferramentas 2.0 e assim potencializar o acesso aos seus conteúdos e materiais.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, abordou-se o histórico da Biblioteca Setorial da Escola de Música
Padre Jaime da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e as ferramentas utilizadas por
ela a fim de demonstrar através do marketing digital seus produtos e serviços. A partir do
presente estudo foi feito um levantamento de possíveis novas estratégias de divulgação por
meio do Facebook e blog apresentadas para a unidade, com a adição da ferramenta do Twitter,
pois entende-se que o uso dessa ferramenta é de fácil usabilidade e que não se necessita de
treinamento de muita profundidade para o uso desta. Esta estratégia consiste em dividir os
tipos de publicações de acordo com cada mídia social, facilitando o acesso e a busca das
informações desejadas pelos usuários. Para a implementação do plano de marketing é
necessário um planejamento prévio dos conteúdos relevantes a serem compartilhados nas
572
�mídias, sendo estes produzidos pela equipe da unidade ou os coletados na Biblioteca
Nacional, Domínio Público ou no Instituto Tom Jobim. Tomando como nota também, a
divisão de qual produção será designada para qual mídia específica, para isso é de suma
importância da definição do responsável pela alimentação das ferramentas, além do
compromisso de continuidade.
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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Salvador (Bahia)
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Estratégia de marketing digital para a biblioteca setorial especializada da Escola de Música Padre Jaime.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Martins, Jéssica Souza; Silva, Silvana Souza; Silva, Jorgianne de Souza Moraes; Silva, Sara Andgel Fererira da; Mello, Alline Heloise de Paiva
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O marketing ao passar dos anos vem mostrando transformações. Se nos primórdios ele era visto como apenas uma metodologia de ganhar lucro, hoje sua importância vai além disso, visto que hoje é o responsável pela integração da equipe, imagem e marca do ambiente, fortalece o relacionamento entre gestores, fornecedores, clientes, além de melhor a imagem da organização perante o mercado. Portanto, o presente estudo tem como objetivo, entender os conceitos e a aplicabilidade do marketing em ferramentas da web 2.0 de maneira estratégica para a unidade de informação especializada em música. Usou-se como metodologia a entrevista e a observação in lócus. Com o uso destes métodos pode-se dimensionar o uso dos recursos, além de propor melhorias no uso destas ferramentas
Language
A language of the resource
pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5380/SNBU2018_046.pdf
ebee6eeafdaf732052839d2d210160b3
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BIBLIOTECA, IDENTIDADE E REDES SOCIAIS: O USO DAS
FERRAMENTAS DE MARCAÇÃO NA FAN PAGE DO SISBI/UEFS NO FACEBOOK
LIBRARY, IDENTITY AND SOCIAL NETWORKS: THE USE OF DIALING TOOLS
ON THE SISBI-UEFS FAN PAGE ON THE FACEBOOK
Resumo: Relata a interação dos usuários do Sistema Integrado de Bibliotecas da
Universidade Estadual de Feira de Santana com a fan page institucional no Facebook, ao
destacar as ferramentas de marcação disponíveis como instrumentos de avaliação da
influência e uso dos espaços das bibliotecas na construção de suas identidades. Como
fundamentação teórica utilizamos publicações sobre os temas: identidade cultural e
identificação; interação dos usuários com as bibliotecas e redes sociais; além do tutorial do
Facebook. Nesse estudo, selecionamos vinte fotografias compartilhadas pelos usuários na fan
page do Sistema de Bibliotecas nos anos de 2016 e 2017, que retratam as ideias de
identificação e influência desses espaços na formação de suas identidades. Entre os resultados
verificamos que a interação do usuário com a fan page institucional por meio de marcações,
fotografias e demais comentários no Facebook é espontânea, e reafirma através das
publicações a influência das bibliotecas na construção de suas identidades.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. redes sociais. identidade. interação. Facebook.
Abstract: It reports on the interaction of users of the Integrated System of Libraries of the
State University of Feira de Santana with the institutional fan page on Facebook, highlighting
the marking tools available as tools for evaluating the influence and use of library spaces in
the construction of their identities. As theoretical background we use publications on the
themes: cultural identity and identification; user interaction with libraries and social networks;
in addition to the Facebook tutorial. In this study, we selected twenty photographs shared by
users in the Fanpage of the Libraries System in 2016 and 2017, which portray the ideas of
identifying and influencing these spaces in the formation of their identities. Among the results
we verified that the interaction of the user with the institutional fan page through markings,
photographs and other comments on Facebook is spontaneous, and reaffirms through
publications the influence of libraries in the construction of their identities.
Keywords: University library. social networks. identity. interaction. Facebook.
549
�INTRODUÇÃO
O Sistema de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana (SISBI/UEFS)
é composto por oito bibliotecas, sendo uma central, uma escolar, uma pública, duas setoriais e
três especializadas. Diante dessa realidade plural o SISBI/UEFS através da Biblioteca Central
Julieta Carteado (BCJC) apresentou como um dos seus objetivos de trabalho a criação de
mecanismos de comunicação em redes sociais na Internet para atender estes diferentes tipos
de usuários.
No estudo em questão registramos algumas das ferramentas de interação disponíveis
na fan page do Facebook utilizadas por usuários do SISBI/UEFS e pelo gestor da página.
Destacamos as ferramentas de marcação localizadas na área de Notificações de Atividades,
denominados de Check-ins e Menções; e utilizamos ainda os filtros disponíveis para o
administrador da fan page: Publicações em que você foi marcada; Publicações de outras
pessoas na sua linha do tempo.
Através dessas ferramentas é possível verificar a quantidade de pessoas que utilizaram
este recurso para marcar o SISBI/UEFS em suas publicações e pode-se ir mais além, pois é
possível visualizar as publicações feitas e a leitura dos comentários postados pelas pessoas
que interagiram com o que foi publicado.
A possibilidade de acesso ao que foi postado (mencionado, marcado) através dos
registros de atividades e estatísticas disponíveis na fan page do Facebook é inteiramente útil
para o gestor da rede social realizar análises das relações que os usuários do SISBI/UEFS
constroem com os espaços das bibliotecas que frequentam.
Ao utilizar-se, por exemplo, a ferramenta check-in e responder à pergunta lançada pelo
identifica-se enquanto usuário desses espaços, construindo assim uma relação com os
mesmos. Essa relação de identificação entre sujeito e espaço das bibliotecas mediadas por
usos de ferramentas na rede social é o objeto de estudo deste trabalho.
REVISÃO DE LITERATURA
BIBLIOTECA, IDENTIDADES E REDES SOCIAIS
550
�Como uma biblioteca que é aberta ao público há décadas, disponibilizando para os
seus usuários uma gama diversificada de produtos e serviços, pode ser desconhecida e muitas
vezes não reconhecida na comunidade a qual atende?
O que faz com o que os usuários de uma determinada biblioteca interajam e
compartilhem através de uma rede social suas memórias e vivências pessoais, que em outros
tempos seriam desconhecidas da coletividade?
Essas e outras questões se relacionam diretamente com as construções de identidades e
identificação dos sujeitos nos lugares de memórias coletivas. Segundo Hall (2011, p. 110),
As identidades são construídas por meio da diferença e não fora dela. Isso implica o
reconhecimento radicalmente perturbador de que é apenas por meio da relação com
o outro, da relação com aquilo que não é, com precisamente aquilo que falta, com
aquilo que tem sido chamado de seu exterior constitutivo, que o significado
pode ser construída.
Miran
ela a identidade se fragmenta. Hall (2006) trata desse aspecto ao enfocar o conceito de
Assim, em vez de falar da identidade como uma coisa acabada, deveríamos falar de
identificação, e vê-la como um processo em andamento. A identidade surge não
tanto da plenitude da identidade que já está dentro de nós como indivíduos, mas de
uma falta de inteireza q
através das quais nós imaginamos ser vistos por outros. (HALL, 2006, p. 38-39).
Esse aspecto descreve o fato das redes sociais serem utilizadas, quase sempre de
ios, como ferramentas de identificação do sujeito através
das relações que esse faz com os espaços de interação que participa. Sendo assim, podemos
entender que quanto maior a relação de interação do sujeito com as suas redes sociais, maior
será a influência desses espaços na formação da sua identidade.
Miranda retrata a influência dos meios de comunicação e informação na identidade
tanto pelos processos de socialização quanto de globalização dos meios de comunicação e
Para Martins (2013, p. 37),
Desse modo as mídias sociais auxiliam na construção da identidade do sujeito no
sentido em que são capazes de colocar o indivíduo em contato com diversas pessoas
e, assim, fazer com que ele possa assumir diferentes identidades e diferentes
comportamentos nos diversos grupos sociais em que está inserido dentro da Internet.
Além disso, as mídias sociais colocam os usuários em contato com diversas
551
�informações, notícias e itens de consumo (músicas, filmes, livros, jogos) que
permitem formar Sua identidade (ou, no caso, Suas identidades).
Maness (2007, p. 48) ao comentar a relação entre bibliotecas e redes sociais, discorre
ta imaginação começar a ver uma biblioteca como uma rede social em si.
De fato, muitas das funções das bibliotecas ao longo da história tem sido como um lugar de
Silveira (2010, p. 68), relaciona a biblioteca como espaço de reafirmação da memória
configuram assim, como instâncias físicas ou virtuais que se organizam para servir de apoio à
salvagua
Dessa maneira entendetendem a reafirmar os saberes e a torná-los móveis, traduzíveis, permutáveis [...] tentam dar
sentido ao saber e a fazer com que o mesmo se torne um instrumento de reafirmação de
redes sociais e nas bibliotecas.
BIBLIOTECAS E REDES SOCIAIS: O CASO FACEBOOK
O uso das redes sociais pode trazer diversos benefícios para as Bibliotecas
Universitárias (BUs), dado o seu enorme alcance de compartilhamento de informações que
atingem com rapidez os seus usuários.
torna natural imaginar as BUs se apropriando desses espaços como ferramentas de
comunicação, acesso à produção de informações e interação com os usuários da chamada
A partir do início da segunda década do século 21, as bibliotecas começam a descobrir
as vantagens potenciais do uso das redes sociais, a principio para divulgar os eventos
oferecidos por elas, contudo diversas outras utilidades foram agregadas a exemplo: criar e
gerenciar um evento, criar uma enquete, criar um Serviço de Referencia Virtual, sanar
dúvidas em um chat, orientar pesquisas, normalização de trabalhos, publicações de avisos
entre outras.
552
�Aguiar (2012, p. 149) argumenta também que algumas razões levaram as bibliotecas a
usarem as redes sociais tais como:
[...] divulgação de informações, serviços e produtos da biblioteca, criação de um
novo meio de comunicação com seus usuários, a possibilidade de um contato mais
informal com o publico para, assim, atingir e se aproximar da nova geração
(denominada geração y).
tecnológicas que diariamente ganham mais e mais adeptos, pois tanto o elemento fundamental
A rede social Facebook, criada em 2004, cresceu assustadoramente, tendo o maior
numero de usuários entre as mídias sociais. Em 2017 aproxima-se de cerca de 2 bilhões de
usuários em todo o mundo, sendo um dos meios de interação mais utilizados, confirmando a
sua enorme influência social.
Segundo Bernardino, Suaiden e Cuevas-Cerveró (2014, p. 116),
Não podemos negar o alcance do Facebook na circulação da informação entre os
usuários de qualquer idade, classe social, cultura etc. Ao reconhecer a
penetrabilidade do Facebook como um canal de comunicação, as bibliotecas
universitárias estão também, reconhecendo que deve adequar-se aos costumes
vigentes no que diz respeito ao uso e o fluxo da informação.
A analise da interação dos usuários com a fan page do SISBI/UEFS através do uso das
ferramentas de marcações no Facebook, confirmam a importância do registro e
acompanhamento das relações de interação com o espaço da biblioteca na formação das
identidades desses sujeitos expressa através de imagens e comentários.
METODOLOGIA
A partir de 2011 a Direção do SISBI/UEFS desenvolveu a proposta para a criação de
perfis em redes sociais. Inicialmente propôs-se um perfil no Facebook na divulgação de
eventos, avisos e publicação de fotografias, ainda de maneira incipiente. Mas foi somente no
início de 2014, ao atualizar o sítio institucional, que foi desenvolvida uma fan page oficial do
SISBI/UEFS no Facebook (https://www.facebook.com/bcjc.uefs), tornando-se essa um dos
principais meios de comunicação com os usuários.
553
�O objetivo inicial foi disponibilizar para a comunidade de usuários do SISBI/UEFS
um canal de comunicação que permitisse uma maior interação com o público, além do sítio
institucional (www.bibuefs.uefs.br), e que ainda oferecesse a possibilidade de avaliar o
alcance das publicações referentes ao SISBI/UEFS em aspectos quantitativos e qualitativos.
Em 2017, a Seção de Referência da Biblioteca Central Julieta Carteado decidiu avaliar
a interação e o uso do Facebook pelos usuários enfatizando algumas das ferramentas
utilizadas na fan page. Destacamos nesse trabalho as seguintes ferramentas de marcação
localizadas na área de Notificações de Atividades do Facebook: Check-ins e Menções; e
utilizamos ainda os filtros disponíveis para o administrador: Publicações em que você foi
marcada; Publicações de outras pessoas na sua linha do tempo.
Check-ins: Número de check-ins feitos na Página do Facebook que são atribuídos as
suas publicações. Se a página tem um endereço físico associado a ela, as pessoas podem fazer
check-ins quando atualizam os seus status no Feed de Notícias ou na Linha do Tempo do
Facebook. Essa funcionalidade possibilita que o usuário compartilhe o local em que está
naquele momento. Antes de publicar alguma atualização no mural, deve-se clicar no ícone de
localização (
) e digitar o nome do local ou da cidade. Pode-se também marcar amigos que
estão presentes no local clicando no ícone (
), publicando em seguida no mural em status.
Menções
nome da sua fan page, depois, seleciona-se o nome da página em uma lista, publicação do
Facebook ou em um comentário.
Ao analisarmos o uso de cada uma das ferramentas pelos usuários sentimos a
necessidade de rever os registros no histórico das publicações realizadas durante o biênio
(2016/2017). Para avaliarmos os registros utilizou-se dos filtros disponíveis nas ferramentas
administrativas do Facebook. Utilizamos os seguintes filtros: Publicações em que você foi
marcada; e Publicações de outras pessoas na sua linha do tempo.
Recorremos apenas às publicações de imagens (fotografias), devido a sua
representatividade no que se refere às questões de identidade, identificação e memória social.
Dispensamos as imagens publicitárias onde o perfil e a página do SISBI/UEFS foram
marcados/mencionados.
Dos registros analisados, selecionamos vinte fotografias compartilhadas pelos usuários
na fan page do SISBI/UEFS, que demonstram de alguma maneira a influência dos espaços
das bibliotecas em suas vidas: cultural, acadêmica, profissional, afetiva entre outras.
554
�RESULTADOS
Ao analisarmos o uso das ferramentas de marcação na fan page do SISBI/UEFS no
Facebook verificamos que elas permitem que os usuários mostrem na rede, em tempo real, o
local que se encontram, e assim fazem uma propaganda indireta da biblioteca para os seus
seguidores na rede social, demonstrando a todos os seus amigos que estão utilizando os
espaços das bibliotecas para uma determinada atividade: leitura, participação em um evento,
curso, palestra, pesquisa, treinamento, jogando xadrez e outras.
A figura 1, por exemplo, demonstra o aspecto afetivo relatado por uma usuária ao
visitar uma das bibliotecas do SISBI/UEFS. Na imagem percebemos que a usuária fez questão
de enfatizar que o espaço da biblioteca é parte importante na sua atividade como
estudante/profissional, e por esse motivo utilizou-se da ferramenta check-in para apontar essa
identificação.
Figura 1
Amo o que faço
Fonte: Fotografia de Juliana Carvalho compartilhada na fan page do SISBI/UEFS no Facebook.
Constatou-se ainda que o uso da ferramenta check-in é uma forma de divulgar as
atividades que ocorrem nas bibliotecas, sejam estas realizadas pelo usuário ou pelo
SISBI/UEFS. É também uma forma de divulgar o espaço físico da biblioteca, quando a
publicação vem acompanhada por vídeos ou fotografias, essa exposição é ampliada, levando
outros usuários potenciais a sentirem desejo de conhecer esses espaços. O uso do check-in
555
�situa a biblioteca enquanto espaço de uso coletivo, na qual o usuário que faz a publicação no
Facebook promove suas próprias memórias pessoais, as quais fazem parte da construção da
sua identidade.
Além da ferramenta check-in o usuário pode marcar o perfil da biblioteca ou a página
do SISBI/UEFS com a ferramenta Menção, através da qual o Facebook envia notificação ao
perfil ou página que foi marcado, para que o mesmo tenha acesso ao que foi publicado. Ao
mencionar a biblioteca o usuário tem a oportunidade de agregar a ela outros significados, pois
além de vê-la enquanto um espaço que frequenta ele pode também referir-se à sua equipe de
trabalho ou produtos e serviços que lá são oferecidos. Isso porque esta ferramenta pode ser
usada na publicação de convites, lançamentos de produtos, divulgação de fotos de pessoas
presentes a um determinado evento no qual o SISBI/UEFS esteve envolvido.
As figuras 2 e 3 são exemplos de menção onde se fez uma referência a um evento
(algo) e as pessoas (alguém) presentes nos espaços das bibliotecas.
Na figura 2, verificamos através dos comentários publicados pelo usuário, a satisfação
de um dos participantes do evento em que esteve presente. Esse comentário na rede social,
mesmo que de maneira simples, pode ser utilizado pelo gestor da fan page como instrumento
de avaliação da atividade que foi desenvolvida no espaço da biblioteca.
Mais uma vez apontamos o sentimento de influência e identificação espontânea do
usuário ao reafirmar sua presença em um evento realizado no espaço da Biblioteca Central do
SISBI/UEFS, através de uma menção/marcação na rede social.
Figura 2
Evento na Biblioteca Central Julieta Carteado
Fonte: Fotografia compartilhada por Raquel Almeida na Fan Page do SISBI-UEFS no Facebook.
556
�Figura 3
O menino e os livros
Fonte: Fotografia de Victoria Rodrigues compartilhada na fan page do SISBI/UEFS no Facebook.
Vale salientar ainda que todas as publicações referentes ao perfil ou a página da
biblioteca (as quais foram utilizadas essas ferramentas de marcação) podem ser visualizadas
pelo administrador da página do SISBI/UEFS, servindo como feedback do envolvimento dos
usuários com os produtos e serviços oferecidos, assim como uma avaliação qualitativa dos
usos dos espaços das bibliotecas.
CONSIDERAÇOES FINAIS
O uso das redes sociais nas bibliotecas universitárias trouxe diversas vantagens para os
seus usuários. Farias (2013) aponta que o uso das redes sociais favorece a comunicação de
fontes internas e externas, permite maior interação com o tripé ensino, pesquisa e extensão na
universidade e, podem apoiar as políticas organizacionais, o gerenciamento de informações e
o processo de comunicação.
Para o Sistema de Bibliotecas da UEFS, as vantagens do uso das ferramentas de
marcação na fan page institucional foram na mudança de percepção do usuário quanto as
Bibliotecas (percepção positiva de biblioteca ativa e atuante); no crescimento da interação
usuário-biblioteca, estimulando uma comunicação mais informal e constante através da rede
social, e ainda no feedback dado pelos usuários quanto às postagens e compartilhamentos dos
557
�usos que esses fazem dos espaços das bibliotecas e a divulgação espontânea das ações,
produtos e serviços desenvolvidas pelo SISBI/UEFS.
O SISBI/UEFS após analisar as publicações dos usuários na fan page, estuda a
possibilidade de promover ainda mais essa interação com os usuários. Uma das propostas já
analisadas é a criação de um perfil institucional no Instagran, por essa rede social já está
associada ao Facebook, o que ampliaria ainda mais o compartilhamento de imagens e
menções.
É perceptível a interação do usuário com a fan page institucional por meio de
marcações, fotografias e demais comentários no Facebook, e essa interação tende cada vez
mais a crescer, pois essa, reafirma através das publicações a influência das bibliotecas na
construção de suas identidades.
REFERÊNCIAS
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universitárias: um estudo exploratório com as bibliotecas da UNESP, Unicamp e USP. 2012.
Dissertação (Mestrado) Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, São
Paulo, 2012. DOI:10.11606/D.27.2012.tde-03122012-160409. Acesso em: 08 dez. 2017.
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FARIAS, Marluce Veredas. O uso das Redes Sociais para comunicação e interação com o
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INFORMAÇÃO, 25, 2013, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis: FEBAB, 2013.
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HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Trad. Tomaz Tadeu da Silva e
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�MARTINS, Larissa Januário. O papel das mídias sociais na construção da identidade
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559
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Biblioteca, identidade e redes sociais: o uso das ferramentas de marcação na fanpage do SISBI/UEFS no facebook.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Luis Ricardo Andrade da; Ribeiro, Rejane Maria Rosa; Almeida, Raquel Lima Silva de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Relata a interação dos usuários do Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana com a fan page institucional no Facebook, ao destacar as ferramentas de marcação disponíveis como instrumentos de avaliação da influência e uso dos espaços das bibliotecas na construção de suas identidades. Como fundamentação teórica utilizamos publicações sobre os temas: identidade cultural e identificação; interação dos usuários com as bibliotecas e redes sociais; além do tutorial do Facebook. Nesse estudo, selecionamos vinte fotografias compartilhadas pelos usuários na fan page do Sistema de Bibliotecas nos anos de 2016 e 2017, que retratam as ideias de identificação e influência desses espaços na formação de suas identidades. Entre os resultados verificamos que a interação do usuário com a fan page institucional por meio de marcações, fotografias e demais comentários no Facebook é espontânea, e reafirma através das publicações a influência das bibliotecas na construção de suas identidades.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5376/SNBU2018_045.pdf
afa1e05e3261bcc56873fe50233449af
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Eixo I
Inovação e Criação
A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS DA UFRN
Resumo: As novas tecnologias passaram a contribuir de maneira direta para as atividades
humanas, a sociedade contemporânea mudou sua forma de comunicação. Em decorrência
disso também, a produção de informação aumentou potencialmente, pois as novas redes então
interligadas auxiliaram no desenvolvimento da produção científica. As bibliotecas
universitárias como provedoras da informação, auxiliando em sua disseminação com o intuito
de contribuir para formulação do conhecimento com base na tríade que compõe as
universidades: ensino, pesquisa e extensão, se utilizam das mais variadas tecnologias, dentre
elas as que estão ligadas a Web 2.0. Nesse contexto, o objetivo geral da presente pesquisa é
evidenciar as práticas da Web 2.0 para o avanço da interação entre usuário e bibliotecas, no
âmbito da UFRN. Afunilando aos prospectos estudados no desenvolver da pesquisa, visamos
a importância da utilização das redes sociais como forma de comunicação da biblioteca para o
usuário, sendo um veiculo bastante utilizado para propagação da informação. O percurso
metodológico baseia-se na pesquisa bibliográfica, por meio da qual se buscou documentos
para embasamento teórico. Utilizando a Universidade Federal do Rio Grande do Norte como
objeto de estudo principal, escolhemos cinco bibliotecas na área de humanas para identificar
as redes utilizadas para comunicação com o usuário. Assim, podemos concluir que as
bibliotecas escolhidas utilizam as redes de maneira satisfatória. No entanto, visto a
importância desses meios de comunicação para o atual parâmetro, é necessário mudanças no
que concerne as diversidades temáticas abordadas e ampliação dos assuntos desenvolvidos.
Palavras-chave: Biblioteconomia. Redes Sociais. Web 2.0. Bibliotecas Universitárias.
Abstract: The new technologies began to contribute directly to human activities,
contemporary society changed the way they communicate. As a result of this also, the
production of information potentially increased, since the new networks then interconnected
helped in the development of scientific production. The university libraries as information
providers, helping in their dissemination with the intention of contributing to the formulation
of knowledge based on the triad that compose the universities: teaching, research and
extension, are used of the most varied technologies, among which are linked to Web 2.0. In
this context, the general objective of the present research is to highlight the practices of Web
2.0 for the advancement of the interaction between users and libraries, within UFRN. Aiming
at the prospects studied in the development of the research, we aimed at the importance of
using social networks as a way of communicating the library to the user, being a vehicle
533
�widely used for the propagation of information. The methodological course is based on
bibliographical research, through which documents were searched for theoretical basis. Using
the Federal University of Rio Grande do Norte as the main study object, we chose five human
libraries to identify the networks used for communication with the user. Thus, we can
conclude that the chosen libraries use the networks satisfactorily. However, given the
importance of these means of communication to the current parameter, it is necessary to
change in what concerns the thematic diversities addressed and the expansion of the subjects
developed.
Keywords: Librarianship. Social networks. Web 2.0. University Libraries.
1 INTRODUÇÃO
As novas formas de comunicação surgiram com o desenvolvimento da web ao longo
dos anos, sendo perceptível a alteração dos comportamentos envolvendo as pessoas que se
utilizam dessas novas tecnologias que, por sua vez, corroboraram com o aumento da produção
informacional envolvendo as trocas de dados e informação do cunho pessoal ao científico.
Assim, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) desenvolvem-se nesse âmbito,
interligando vários aspectos para criação de uma sociedade conectada, não apenas
recepcionando a informação, mas também colaborando para sua produção através de
plataformas digitais.
A Web 2.0 adentra a sociedade facilitando a comunicação com a participação das TIC,
oferecendo ao usuário maneiras de se posicionarem em relação aos diversos assuntos,
formalizando novos pensamentos e possuindo veículos, portais, que sirvam de base para essa
veiculação. A informação pode ser manipulada por qualquer pessoa, assim como pode surgir
em diversas plataformas, grupos, sendo visualizadas para todo o mundo em questão de
segundos. Com isso, os veículos para transmissão de informação se diversificam, atingindo
públicos distintos que buscam conhecimento específico ou geral, sendo direcionados a
questões pessoais/científicas.
Tendo por base o desenvolvimento das novas formas de comunicação, as bibliotecas
necessitaram remodelar sua forma de atendimento a comunidade, como forma de aproximar
suas atividades para usuários cativos ou potenciais que se utilizam da informação
disponibilizada por esse espaço provedor da informação especializada, auxiliando no
desempenhar das atividades acadêmicas envolvendo, principalmente, a pesquisa.
A biblioteca ganha novos aspectos com auxílio da tecnologia, podendo então expandir
suas capacidades de prover informação utilizando ferramentas virtuais que podem facilitar a
534
�disponibilização, assim como a busca desse material disposto em outras bases de dados
espalhadas ao redor do mundo. A web facilitou a comunicação desses locais para que a
informação, em especialmente a científica, pudesse chegar às diversas partes do mundo em
poucos minutos, colaborando para fomentação de novos estudos através da partilha desses
novos conhecimentos.
Diante de todos esses aspectos apresentados, acarretaram o desenvolvimento no papel
da biblioteca, assim como do bibliotecário, reconhecido como profissional da informação,
pois, através das mudanças que a comunicação apresenta, o usuário sente novas necessidades
informacionais, tendo como propósito o enriquecimento individual e científico. Contudo, para
atender esse usuário que busca novas fontes e formas de recuperação da informação, faz-se
imprescindível o conhecimento do bibliotecário em informar-se, ou em seu mínimo identificar
o manuseio dessas ferramentas que atualmente são importantes para conhecimento científico.
Em virtude da importância deste assunto e tendo em vista a problemática discorrida
sobre as mudanças ocorridas dentro da biblioteca, assim como, no papel do bibliotecário
reforçando a influência das redes sociais no âmbito das bibliotecas universitárias, servindo de
alicerce para o desenvolvimento desse estudo. A pesquisa tem como objeto de pesquisa a
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, possuindo como objetivo geral evidenciar as
práticas da Web 2.0 para o avanço da interação entre usuário e bibliotecas, no âmbito da
UFRN. Assim, os objetivos específicos discutem: Discutir a importância da Web 2.0
associados ao novo papel das bibliotecas e bibliotecários; apresentar quais recursos são mais
utilizados nas bibliotecas da UFRN para comunicação com a comunidade; investigar como os
bibliotecários no âmbito da UFRN tem utilizados os recursos da WEB 2.0 e retratar um
parâmetro da utilização dessas ferramentas no âmbito da presente Universidade.
2 A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS
As redes sociais adentraram a sociedade contemporânea no intuito de interligar as
pessoas por todo o mundo. Diante da globalização, as redes ficaram cada vez mais presentes,
sendo constituída de maneira invisível, ligando um ponto a outro diante das necessidades que
permeiam a sociedade. A rede em seu conceito se faz por meio dessa ligação ocorrida. No
caso das redes sociais, formam-se através dos gostos, vontades, desejos, interesse de várias
pessoas que compartilham, produzem ou recebem a informação de diversos locais oriundos da
web.
535
�As redes sociais surgem como ambientes de divulgação, associação de interesses e
socialização de informações e conhecimentos. Desde a sua origem estas cresceram em
tipologias, tipos de interações e número de utilizadores, diferenciados pelos seus perfis, graus
de interesse e temas abordados. Essa diferenciação de interesses possibilitou o surgimento das
redes profissionais e acadêmicas que possibilitam a democratização do conhecimento
científico produzido, sem limitações de fronteiras, viabilizando o estabelecimento de círculos
de relacionamentos sociais, a partir da seguinte lógica: perfis especializados de acordo com as
áreas temáticas investigadas, trabalho colaborativo, gestão e desenvolvimento de projetos e
investigações em rede, visibilidade da produção e dos produtos científicos gerados, bem como
das instituições e dos profissionais que nelas atuam. (RIBEIRO; OLIVEIRA; FURTADO,
2017, p.79)
Destarte, a utilização dessas formas de comunicação advém das mudanças que a web
sofreu ao longo da história, saindo de algo estático, no qual a informação estava
disponibilizada apenas para consulta e o usuário apenas a recebia sem conseguir alterá-la ou
modificá-la.
A grande novidade da Web 2.0 foi a interatividade, ainda pouco disponível na
chamada Web 1.0, que era caracterizada como uma web mais de publicação e não de
comunicação. Com a Web 2.0 os sites tornaram-se mais dinâmicos, ganhando espaços de
interatividade entre seus usuários, perdendo assim seu formato estático anterior. (RIBEIRO;
LEITE; LOPES, 2014, p.10)
Outrossim, a Web 2.0 modifica as formas com as quais as pessoas interagem junto as
tecnologias, pois, nesse momento, o usuário obtém abertura para se comunicar, expor suas
opiniões, interagir a respeito dos gostos e formar grupos em prol dos mesmos objetivos. A
partir disso, a internet torna-se dinâmica, produzindo informação em larga escala e sendo
disseminada em questão de segundos, constituindo as redes.
Afunilando ao campo da Biblioteconomia, a transição nos meios de comunicar e
informar fez com que o ambiente das bibliotecas precisasse adaptar-se as novas demandas
exigidas pela sociedade.
Assim, as bibliotecas universitárias estão, a cada dia, vendo a utilidade e a necessidade
de se aproveitar os benefícios das tecnologias da informação e da comunicação. Um desses
benefícios é a Web 2.0, que está sendo utilizada pelas bibliotecas para a promoção de seus
serviços no intuito de melhor contribuir para as atividades de ensino, pesquisa e extensão da
instituição a que pertencem, demonstrando que as bibliotecas se veem abertas para as novas
536
�tecnologias, na busca da excelência na prestação de seus serviços. Uma das novas ferramentas
advindas da Web 2.0 são as redes sociais na internet, que são agrupamentos virtuais em torno
de interesses pessoais, por profissão, por afinidade, religião e tantos outros motivos.
(RIBEIRO; LEITE; LOPES, 2014, p.7.)
As redes sociais, se bem utilizadas, podem colaborar para o crescimento da biblioteca,
podendo então alcançar usuários em potencial que desconhecem os serviços oferecidos.
Diante das diversas mudanças perpassadas pela sociedade, a biblioteca precisa fazer o seu
lugar utilizando os meios de comunicação, especialmente os jovens, que compõe a maior
parcela dos grupos que frequentam as universidades, sendo a internet sua principal e para
outros a única forma de buscar informação. Nesse momento, a atuação do bibliotecário frente
aos serviços de referência para trazer esse usuário para dentro do universo no qual a biblioteca
está inserida, para que a mesma não se torne obsoleta.
3 A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
Desde a abertura das primeiras universidades até o presente momento, vários
progressos foram empreendidos para que as unidades de informação acompanhassem tanto as
mudanças no meio científico quanto na sociedade. Assim, o papel desempenhado pela
biblioteca sofre mudanças advindas das novas formas de implementação da pesquisa.
Atualmente, a presença da biblioteca na colaboração do desenvolvimento das
atividades acadêmicas é de suma importância, sobretudo em atividades como propor boa
qualidade na promoção do ensino, pesquisa e extensão. Isso garante o sucesso da instituição,
tendo em vista o comprometimento dos docentes junto aos bibliotecários responsáveis.
Bibliotecas acadêmicas desempenham um papel central no processo educacional.
Além de apoiar a pesquisa, o ensino e o aprendizado através da provisão do acesso à
informação, elas também devem oferecer serviços voltados para o aprendizado de métodos e
técnicas de busca e uso da informação e exploração de recursos informacionais, tanto para
atividades relacionadas ao curso imediato de estudo quanto para as necessidades da vida
profissional futura. (CAREGNATO, 2000, p.48)
Como explanado por Caregnato, as bibliotecas oferecem serviços que auxiliam no
crescimento do aprendizado dos usuários, que muitas vezes recorrem ao acervo físico, digital
e base de dados das instituições para o aumento do conhecimento a respeito dos assuntos
retratados em sala de aula e profissionais. Por isso, entender o quão importante a biblioteca se
537
�torna, assim como seu papel fundamental para uma real promoção do conhecimento a
sociedade universitária.
Entretanto, diante do advento proposto pela tecnologia, trazendo novas formas de
buscar e produzir informação, ampliando os campos de produção e divulgação do
conhecimento cientifico, a informação passa a ficar armazenada em diferentes locais (base de
dados, repositórios, revistas científicas, dentre outros), tipos de documentos que podem variar
entre o analógico e virtual, assim como separadas por instituição, eixo temático, dependendo
da classificação a quem está sendo subordinada. A biblioteca se integra as novas formas de
comunicação para se aproximar das novas necessidades informacionais trazidas pelo usuário,
podendo assim, estreitar laços.
O uso das redes sociais nas Bibliotecas Universitárias pode apoiar as políticas
organizacionais, o gerenciamento das informações e o processo de comunicação, favorecer a
comunicação de fontes internas e externas e uma maior interação com o ensino, pesquisa e
extensão na universidade. Aproximando cada vez mais usuários e potenciais usuários da
biblioteca universitária tanto na comunidade acadêmica quanto na comunidade externa na
localidade no qual ela está inserida. (FARIAS, 2013, p.05)
Desse modo, tendo em vista a importância desse assunto e sua colaboração para as
ações e atitudes no desenvolvimento das bibliotecas, visto que ainda é necessário mudanças
no decorrer das atividades para que os serviços oferecidos através das tecnologias, como por
exemplo as redes sociais, possam ser mais frequentes na dinâmica de uma unidade. Portanto,
as bibliotecas universitárias são importantes para que haja um planejamento de integração
dessas novas formas de se comunicar dentro da academia, facilitando a disseminação da
informação.
3.1 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DA UFRN
As bibliotecas presentes na UFRN fazem parte do Sistema de Bibliotecas (SISBI) 62, as
informações contidas em seu site informam que o sistema se originou em 02 de maio de 1959,
através da Resolução N° 14/1959, na qual o Conselho Universitário autorizou o seu
funcionamento, assim como a função de coordenar as atividades técnicas e administrativas
das bibliotecas das faculdades isoladas. No entanto, ocorreu a reforma universitária de 1974,
em que os acervos dessas faculdades foram agrupados na Biblioteca Central. Atualmente, o
62
Informações retiradas do site: Disponível em: <http://www.sisbi.ufrn.br/pagina.php?a=historico#.WkhTtNnHIU>. Acesso em 25 de dezembro de 2017.
538
�SISBI/UFRN constitui-se pela Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) e por mais 21
bibliotecas setoriais que abrangem todos os polos da Universidade.
A BCZM é responsável pela coordenação, planejamento e fiscalização das atividades
técnicas das unidades de informação que fazem parte do SISBI/UFRN. Sendo então
regulamentada em 05 de abril de 2013 diante da Resolução N° 004/2013
CONSUNI,
Resolução N°021/2013-CONSAD e Regulamento do SISBI 2013. Sua missão apresenta-se
atividades de
seu acervo geral até dezembro 2017, como encontrado no site institucional, compreende um
total de mais de 429.465 volumes, distribuídos em exemplares e fascículos, ou seja, livros,
folhetos, periódicos, teses, dissertações e multimeios das diversas áreas do conhecimento,
disponibilizando acesso a 3.536 livros digitais em plataformas digitais como Atheneu e
Springer, específicas de áreas de conhecimentos.
A Biblioteca Pe. Jaime Diniz (BPJD)63, integrada ao SISBI, caracteriza-se como uma
biblioteca especializada em música, subordinada à direção da Escola de Música da UFRN
(EMUFRN), seguindo as diretrizes estabelecidas pela gestora BCZM. Sua missão, como
explicita em seu blog, baseia-s
-se de alunos,
professores da academia, especialmente alunos e professores da EMUFRN dos cursos em
Bacharelado, Licenciatura e Técnico na área de Música, como alunos de extensão em Curso
de Iniciação Artística (CIART), Musicalização e Cursos de Iniciação a Instrumentos Musicais
além da pós-graduação. Em seu acervo, podem ser encontradas obras de referências, livros,
folhetos, teses, dissertações, monografias, em especial as partituras e multimeios dentre os
quais fitas de vídeo, DVD, CD, discos de vinil, fitas cassetes.
A Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) possui
um acervo voltado para áreas de Psicologia, Ciências Sociais, Letras
Português, Letras
Inglês, Comunicação Social, entre outros cursos localizados em suas dependências. Seu
acervo é especializado para atender as demandas referentes a busca de informações
associadas, com livros que possam auxiliar nessa busca. Por sua vez, a Biblioteca de Artes,
localizada no Departamento de Artes, desenvolve atividade similar nas áreas de Artes Visuais.
Já a Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) conserva um acervo
63
Informações
retiradas
do
blog
da
Biblioteca
Pe.
Jaime
Diniz:
Disponível
<http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/p/a-biblioteca.html>. Acesso em: 20 de dezembro de 2017.
em:
539
�referente aos cursos de Biblioteconomia, Direito, Serviço Social, Administração, Ciências
Contábeis, Turismo e Ciências Econômicas.
3 PERCURSO METODOLÓGICO
O presente estudo dissertado nesse artigo tem como objetivo retratar a mudança na
biblioteca, assim como no bibliotecário, partindo do princípio das mudanças ocorrida através
da Web 2.0. Sua principal colaboração advém da possibilidade do usuário utilizar-se das redes
para demonstrar sua opinião diante de um determinado assunto, objeto, empresa e assim por
diante. Com base nisso, para que houvesse suporte teórico para esclarecer os objetivos da
nossa pesquisa, fez-se necessário uma pesquisa bibliográfica, na qual os pesquisadores se
detiveram a pesquisar sobre fontes relevantes para compor a presente análise.
Pesquisa bibliográfica: quando elaborada a partir de material já publicado, constituído
principalmente de: livros, revistas, publicações em periódicos e artigos científicos, jornais,
boletins, monografias, dissertações, teses, material cartográfico, internet, com o objetivo de
colocar o pesquisador em contato direto com todo material já escrito sobre o assunto da
pesquisa. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.54)
Assim, procurou-se documentos de caráter científico para compor o referencial
teórico. Os pesquisadores consultaram base de dados, periódicos científicos, artigos, e-books
entre outros, sobretudo os que abordavam os termos redes sociais e Biblioteconomia,
priorizando pesquisas voltadas a bibliotecas universitárias, o papel do bibliotecário frente as
novas tecnologias instituídas pela web, principalmente no que tende aos aspectos das redes
sociais como fator de comunicação entre a parte gestora de uma unidade de informação e os
usuários frequentadores e em potencial.
Outro aspecto metodológico diz respeito ao caráter descritivo, por meio do qual os
pesquisadores levantaram as ferramentas utilizadas em bibliotecas localizadas na
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), nosso objeto de estudo. No entanto,
diante do quadro atual de bibliotecas presentes na instituição, preferimos adotar nossa análise
tendo por base a área de humanas, na qual o curso de Biblioteconomia está inserido. Assim, o
estudo engloba as seguintes bibliotecas: Biblioteca Central Zila Mamede (BZCM); Biblioteca
Pe. Jaime Diniz
Escola de Música da UFRN; Biblioteca de Artes da UFRN; Biblioteca
Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) e Biblioteca Setorial do
Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA).
540
�A pesquisa considera-se quantitativa e qualitativa, pois em seu primeiro momento
realça a quantidade de ferramentas, incluindo redes sociais, blogs, sites e meios que possam
ocorrer comunicação entre o usuário e os responsáveis por gerir a biblioteca. A partir disso,
monta-se um quadro elencando os meios de comunicação utilizados e suas respectivas
unidades de informação. Após esses levantamentos, avaliou-se qualitativamente as redes,
tendo por intuito apontar a sua qualidade para comunicação efetiva com o usuário, visto que
muitas vezes elas podem ser apenas criadas, mas não revelam nenhuma melhoria na
promoção da comunicação de maneira direta, adequada, estreitando os aspectos reais
promovidas pela tecnologia.
4 ANÁLISE DOS DADOS ACERCA DAS FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO
Nesta seção, buscou-se analisar as bibliotecas utilizadas como parâmetro para nossa
pesquisa, analisando os seus respectivos perfis em redes sociais e canais de comunicação que
são utilizados como forma de propagar notícias e avisos sobre as bibliotecas. Assim, tendo em
vista a importância desses meios para propagação da informação de maneira relevante e para
estreitamento de laços com a comunidade acadêmica que necessita das informações e serviços
oferecidos por tais meios, exploramos as ferramentas com intuito de entender de que formas
são utilizadas e para quais meios. Diante disso, apresentamos nossas impressões abaixo.
Quadro 1. Ferramentas de comunicação utilizadas pelas Bibliotecas da UFRN
Bibliotecas Universitárias da
Site
Facebook Twitter Instagram Blog
UFRN
oficial
Biblioteca Central Zila Mamede
x
x
x
(BCZM)
Biblioteca Pe. Jaime Diniz
x
x
x
(BPJD)
Biblioteca do Departamento de
x
x
Arte (DEART)
Biblioteca Setorial do Centro de
Ciências Humanas, Letras e
x
x
Artes (CCHLA)
Biblioteca Setorial do Centro de
Ciências Sociais Aplicadas
(CCSA)
Fonte: Elaborado pelos autores (2018)
541
�Biblioteca Central Zila Mamede dispõe quatro contas oficiais para comunicação,
localizadas nas redes sociais Facebook64, Twitter65, Youtube66, Flickr,67 e Site oficial68.
Respectivamente, em sua página no Facebook podemos observar sua avaliação em relação as
pessoas frequentadoras do ambiente. Até o momento da análise, a página possuía nota 4,9
com base em 39 avaliações feitas por usuários. Em sua grande maioria, essas avaliações
marcam 5 estrelas, algo positivo para reputação da Biblioteca. Elogios sobre seus serviços e
estrutura física, como ambiente apropriado para estudo, sua excelência no acervo por se
conservar uma rica variedade, assim como boa adaptação para portadores de necessidades
especiais são encontrados na página entre outros comentários.
A página possui mais de 3.000 pessoas que curtem o conteúdo postado. Averiguando o
conteúdo disponibilizado, podemos observar que a grande maioria está voltada a avisos que
podem ser importantes para toda comunidade acadêmica, como possíveis mudanças de
horários no atendimento da Biblioteca. Ademais, outros aspectos que podem ser visualizados
são dicas para que o usuário possa aproveitar melhor alguns serviços que são oferecidos e
divulgar outros meios que podem pelos quais podem ser desenvolvidos trabalhos que
colaborem para fomento do conhecimento, como os repositórios da Universidade. Além disso,
a página apresenta algumas atividades que ocorreram em suas dependências, como eventos,
minicursos, palestras, entre outras formalidades. Na página, também pode-se encontrar um
vídeo, o qual direciona o usuário para o Youtube, onde é possível assistir uma pequena
apresentação sobre o histórico e estrutura do lugar.
Em sua página no Twitter, a BCZM possui mais de 2.400 seguidores. A utilização da
página promove as mudanças das atividades da Biblioteca, como ocorre também em sua
página no Facebook, como mudanças no horário de atendimento. Outras postagens que
podem ser encontradas são compartilhamentos junto a conta do Twitter da UFRN, dos centros
acadêmicos existentes e nucleos de pesquisa da instituição, onde são divulgadas
atividades/eventos desempenhados. Podemos também observar a divulgações de outras
bibliotecas que fazem parte do completo da Universidade. Postagens mais distintas tratam de
compartilhamentos de informações advindas da comunicação do Ministério da Educação,
64
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/bczm.oficial>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
Link para acesso da página: <https://twitter.com/_bczm_>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
66
Link para acesso da página: <https://www.youtube.com/channel/UCL1cQaBnOJD4GOQJOWleDDg>. Acesso
em: 26 de dez. de 2017
67
Link para acesso da página: <https://www.flickr.com/photos/bczm/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
68
Link para acesso da página: <http://sisbi.ufrn.br/bczm/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017
65
542
�páginas voltadas a educação em que são retratadas informações importantes para
conhecimento da comunidade.
A página no Youtube que possui o nome da Biblioteca disponibiliza 3 vídeos, todos
são conteúdos voltados para apresentação da Unidade. Constitui-se de: O primeiro divulga um
vídeo apresentando o Setor de Obras Raras; o segundo o Laboratório de Acessibilidade; o
terceiro uma apresentação da história da Biblioteca, o papel da bibliotecária Zila Mamede,
assim como visualizar a estrutura física, apontando os setores existentes na biblioteca. No
Flickr, a página possui cerca de 10 seguidores, com mais de 30 mil visualizações, sendo
encontrado em sua galeria várias imagens retiradas nas dependências da Biblioteca,
apresentando frequentadores das instalações em seus momentos de leitura, buscando livros e
utilizando-os para estudos. Também pode-se encontrar algumas imagens de páginas com
notícias antigas veiculadas pela Biblioteca, assim como imagens do processo de construção do
anexo, que recentemente fora construído, e o painel desenhado na parede externa.
O site oficial da Zila Mamede expõe na página principal várias informações que são
necessárias para conhecimento do usuário. Elenca as últimas notícias veiculadas, que podem
ser lidas na íntegra ao clicar sobre a manchete. Mais abaixo, o site apresenta ao público todos
os repositórios veiculados a UFRN, sendo uma fonte de pesquisa relevante para estudantes e
conhecedores da instituição. Em seguida, pode-se visualizar as novas aquisições; os livros
digitais que são produzidos pela Editora da UFRN (EDUFRN); Serviço de Alerta de Novas
Aquisições e a Ouvidoria da UFRN. No Menu do site, apresenta-se áreas para consulta do
regimento, estrutura organizacional, assim como guias para os usuários, histórico, endereços e
horários da própria BCZM e Bibliotecas que fazem parte do SISBI. No site, o usuário também
tem acesso ao catálogo veiculado ao Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas
(SIGAA), além de documentos normativos e resoluções que pautam suas atividades.
A Biblioteca Pe. Jaime Diniz (BPJD) veicula-se no Facebook69, Twitter70 e Blog71. Em
sua página no Facebook, com mais de 300 pessoas curtindo o material postado, a Biblioteca
utiliza da rede para disponibilizar comunicados a respeito do seu funcionamento, como
mudanças de horários no atendimento. Em outros aspectos, procura-se difundir eventos e
materiais que envolvam música para público-alvo que se interessa pela área. Além de eventos
organizados no âmbito da Universidade, a página procura compartilhar informações sobre
eventos que ocorrem na cidade como um todo, sendo uma boa ferramenta para acessar opções
69
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/biblioteca.emufrn/>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
Link para acesso da página: <https://twitter.com/bpjd_ufrn>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
71
Link para acesso da página: <http://bibliotecaemufrn.blogspot.com.br/p/a-biblioteca.html>. Acesso em: 26 de
dez. de 2017.
70
543
�de lazer na capital. Portanto, a rede social mencionada apresenta o potencial das redes sociais
para difundir os materiais da Biblioteca, como postagens sobre assuntos específicos, como
também ser uma sugestão de leitura para aprofundar os estudos.
No Twitter, a Biblioteca compartilha notícias a respeito das atividades desenvolvidas
em seu ambiente físico. Entretanto, as postagens nessa rede social estão desatualizadas, uma
vez que a última postagem ocorreu no ano de 2015, sendo o portal do Facebook mais
atualizado a respeito dos atuais projetos. O blog traz o pequeno histórico da Biblioteca, sua
finalidade e missão para comunidade acadêmica, os assuntos aos quais seu acervo se destina e
qual o seu público-alvo. No seu menu principal, podeonde os responsáveis apresentam as novidades de materiais que passam a compor o acervo,
apontando seu número de chamada e referência para ajudar o usuário no encontro com o
material que procura.
O blog possui área de notícias, onde pode-se encontrar notícias compartilhadas em
outros sites que possuem a música como principal conteúdo. Em outra aba, é possível
encontrar tutoriais que podem ser muito úteis para usuários que estão aprendendo a utilizar
algumas ferramentas do meio acadêmico, ajudando-o a buscar um material no Catálogo
Online do SIGAA; buscar uma faixa de música ou capa de um material no Catálogo;
manusear a Biblioteca Digital de Monografias da UFRN; atividades importantes para esse
novo público.
A Biblioteca do DEART vincula-se ao Facebook72 e Instagram73. Em sua página no
Facebook, as postagens são de assuntos variados e são acompanhadas por mais de 1.000
pessoas. Suas publicações abordam assuntos como dicas para produção de pesquisa, nas quais
são elencados assuntos retratados em metodologia do trabalho científico, colaborando para o
entendimento dos usuários que estão adentrando no mundo de produção científica. A
Biblioteca oferece indicações de livros que estão no acervo para conhecimento do público,
disponibilizando seu número de chamada e sinopse a respeito do material postado. Em outras
postagens, utilizam do portal para avisos a respeito das atividades, como mudanças de horário
ou suspensão do atendimento por um período determinado. Postagens para veiculação de
eventos que ocorrem para na UFRN, algo importante para conhecimento de usuários que
apreciam eventos de conteúdo científico também podem ser encontradas. Ademais, existem
postagens com explicações envolvendo curiosidades da Universidade ou explicação de alguns
72
Link para acesso da página: < https://www.facebook.com/bibliotecadeartufrn/ >. Acesso em: 26 de dez. de
2017.
73
Link para acesso da página: < https://www.instagram.com/bibliotecadeartufrn/ >. Acesso em: 26 de dez. de
2017.
544
�feriados que ocorrem ao longo do ano, juntamente com a narrativa sobre a importância
daquela data/personagem histórico.
Entre outras publicações, a Biblioteca utiliza-se de algumas postagens engraçadas,
retratando alguns pensamentos dos frequentadores acadêmicos, como os sentimentos diante
de vários trabalhos, final de semestre, assuntos que estão no cotidiano. Essas postagens são
demonstradas junto a pinturas famosas, as quais estão acompanhadas pelo nome da obra,
artista e a fonte de onde foram retiradas. Assim, o público pode ter mais conhecimento sobre a
diversificação das artes, sendo interessante para os usuários frequentadores que são ligados a
esses assuntos. A Biblioteca utiliza-se de hashtag em todas as postagens, descrevendo o
conteúdo de uma forma diferente, encaixando-se na linguagem presentes na web.
Em sua página no Instagram, com mais de 600 seguidores, as publicações seguem de acordo
com as postagens do Facebook, retratando os mesmos assuntos de maneira padronizada, pois
a Biblioteca possui layout específico para suas publicações na cor azul, construindo uma
identidade visual para as postagens, sendo interessante para o seu reconhecimento.
A Biblioteca Setorial do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes (CCHLA) está
vinculada ao Facebook74 e Twitter75. Na primeira, com mais de 300 seguidores, as postagens
retratam sobre mudanças no horário do atendimento da Biblioteca, buscando estreitar sua
comunicação, mostrando-se a disposição da comunidade acadêmica para auxílio das
atividades. Em suas postagens, também podem ser encontradas algumas curiosidades sobre
diversos assuntos, como emendas constitucionais, explicando em notas e fazendo com que os
usuários construam suas opiniões a respeito. No entanto, as publicações são espaçadas, não
havendo uma participação ativa sobre materiais que são recentemente adquiridos pela
Biblioteca, voltadas principalmente para veiculação de lembretes. Em seu Twitter, podemos
observar que a conta apenas se encontra aberta, no entanto constitui-se apenas de uma
postagem feita no ano de 2011 retratando a abertura da conta, não sendo veiculado mais nada
a respeito.
Seguindo os parâmetros escolhidos para o desenvolvimento da pesquisa, a Biblioteca
Setorial do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) adentra no universo escolhido para
desenvolvimento, no entanto não foi encontrado nenhuma rede social utilizada pela Biblioteca
74
Link para acesso da página: <https://www.facebook.com/BseCCHLA/posts/505126389696610>. Acesso em:
26 de dez. de 2017.
75
Link para acesso da página: <https://twitter.com/cchla>. Acesso em: 26 de dez. de 2017.
545
�para comunicação com o público diretamente, as informações disponibilizadas sobre a mesma
estão localizadas em sites da universidade.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos aspectos retratados ao longo da pesquisa, podemos chegar à conclusão que
as Bibliotecas da UFRN procuram se manter atualizadas na publicação das atividades em
redes sociais, buscando estar interligadas às necessidades dos usuários no que diz respeito à
procura da informação sobre questões básicas, como horário de atendimento e avisos que
podem ocorrer no decorrer da semana e mudanças nos períodos letivos.
Por outro lado, as Unidades de Informação possuem diferenças no que tange à
abrangência dos assuntos retratados, visto que algumas utilizam as redes para disponibilizar
informação relevante para além do que está previsto nos prospectos da utilização da
biblioteca. Pois, sua importância, assim como sua função como disseminadora, está para além
de mostruário dos acervos ou pequenos lembretes e, sim, unidades que cooperam e participam
das atividades que ocorrem no ambiente acadêmico.
Entretanto, com o intuito de ampliar esse reconhecimento e conhecimento da
biblioteca, faz-se imprescindível a mudança no comportamento dos gestores que estão à frente
dessas Unidades, pois, para que a biblioteca seja vista com domínio da informação, precisa
estar atualizada nas diferentes atividades ocorridas e buscar apropriar-se de tal domínio para
levá-lo aos usuários que necessitam daquela informação.
A mudança do papel bibliotecário torna-se fundamental, uma vez que os usuários,
assim como a sociedade, precisam desenvolver mudanças no que diz respeito às suas
produções. Para tal entendimento, as mudanças são mais que necessárias, a instituição dessas
ferramentas como utensilio facilitador dessa comunicação precisa com os usuários. Através
das redes sociais, pode-se estabelecer uma relação mais estreita que faz diferença na forma
com que o público visualize a biblioteca, não como um centro totalmente sério e distante das
suas necessidades e dúvidas. Mas sim, algo acolhedor, provedor de informação e serviços que
auxiliem no desempenhar das atividades exercidas ao longo do percurso acadêmico.
REFERÊNCIAS
CAREGNATO, Sônia Elisa. O Desenvolvimento de Habilidades Informacionais: o papel das
bibliotecas universitárias no contexto da informação digital em rede. Revista de
546
�Biblioteconomia e Comunicação, Porto Alegre, v. 8, p.47-55, dez. 2000. Jan./dez.
Disponível em: <http://eprints.rclis.org/11663/1/artigoRBC.pdf>. Acesso em: 28 dez. 2017.
FARIAS, Marlucy Veleda. O uso das Redes Sociais para comunicação e interação com o
usuário: o caso das bibliotecas universitárias do Rio Grande do Sul. In: XXV CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO E CIêNCIA DA
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Disponível em:
<https://www.researchgate.net/profile/Elza_Mesquita/publication/318278006_INOVACAO_
E_TECNOLOGIAS_A_VISAO_DE_ESTUDANTES_EM_FORMACAO/links/595fab33aca
2728c11838a8e/INOVACAO-E-TECNOLOGIAS-A-VISAO-DE-ESTUDANTES-EMFORMACAO.pdf#page=80>. Acesso em: 28 dez. 2017.
547
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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A utilização das redes sociais em bibliotecas da UFRN.
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Felipe, Carla Beatriz Marques; Carvalho, Kimberli Vitória Valões de
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As novas tecnologias passaram a contribuir de maneira direta para as atividades humanas, a sociedade contemporânea mudou sua forma de comunicação. Em decorrência disso também, a produção de informação aumentou potencialmente, pois as novas redes então interligadas auxiliaram no desenvolvimento da produção científica. As bibliotecas universitárias como provedoras da informação, auxiliando em sua disseminação com o intuito de contribuir para formulação do conhecimento com base na tríade que compõe as universidades: ensino, pesquisa e extensão, se utilizam das mais variadas tecnologias, dentre elas as que estão ligadas a Web 2.0. Nesse contexto, o objetivo geral da presente pesquisa é evidenciar as práticas da Web 2.0 para o avanço da interação entre usuário e bibliotecas, no âmbito da UFRN. Afunilando aos prospectos estudados no desenvolver da pesquisa, visamos a importância da utilização das redes sociais como forma de comunicação da biblioteca para o usuário, sendo um veiculo bastante utilizado para propagação da informação. O percurso metodológico baseia-se na pesquisa bibliográfica, por meio da qual se buscou documentos para embasamento teórico. Utilizando a Universidade Federal do Rio Grande do Norte como objeto de estudo principal, escolhemos cinco bibliotecas na área de humanas para identificar as redes utilizadas para comunicação com o usuário. Assim, podemos concluir que as bibliotecas escolhidas utilizam as redes de maneira satisfatória. No entanto, visto a importância desses meios de comunicação para o atual parâmetro, é necessário mudanças no que concerne as diversidades temáticas abordadas e ampliação dos assuntos desen
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0654e84442ddd4025b2382e0a61527ac
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Eixo I
Inovação e Criação
A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO E A APLICAÇÃO DAS REDES SOCIAIS PELAS
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
THE MEDIATION OF INFORMATION AND USE OF SOCIAL NETWORKS IN THE
LIBRARIES OF THE FEDERAL UNIVERSITY FLUMINENSE
Resumo: A rápida difusão das novas tecnologias da informação e comunicação, assim como
a difusão da utilização das redes, características da atual sociedade, acabam por influenciar as
organizações e, nesse contexto, tais influências se mostram, em diversos aspectos, nas
bibliotecas universitárias. A relação entre bibliotecários e usuários vem se configurando nas
modalidades presencial e virtual. Diante deste cenário, analisar como a biblioteca universitária
pode atuar para potencializar a mediação da informação através das redes sociais é atual e de
grande relevância. Sendo assim, a pesquisa teve como objetivo realizar um mapeamento para
verificar se as bibliotecas universitárias do Sistema de Documentação da Universidade
Federal Fluminense estão utilizando as ferramentas da web 2.0 como forma de mediação da
informação entre seus usuários.
Palavras chaves: Mediação da informação. Redes sociais. Biblioteca universitária.
Abstract: The new information and communication technologies, as well as the diffusion of
the use of networks, characteristics of the current society, end up influencing the
organizations and, in this context, these influences are shown, in several aspects, in university
libraries. This work aims to perform a mapping to verify if the university libraries of the
Documentation System of the Federal University of Fluminense are using web 2.0 tools as a
way of mediation of information among its users.
keywords: Mediation of information. Social networks. University library.
1 INTRODUÇÃO
Durante o processo de pesquisa do mestrado60, assim como, através da nossa própria
experiência profissional, em bibliotecas universitárias, surgem as principais reflexões que
60
BAZÍLIO, Ana Paula Matos. Mediação, leitura e inclusão social: um caminho para ação cultural na
Biblioteca Pública: o caso das Bibliotecas Parques. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)
Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2014.
521
�culminaram neste trabalho. Por meio de tais experiências, consideramos a mediação da
informação através das redes sociais como o nosso principal foco de pesquisa.
As características da sociedade atual, mediada por intensa tecnologia global que,
difunde de maneira rápida e abrangente, novas possibilidades da informação e comunicação,
através de redes, determina um novo panorama nas organizações, como, em nossa
perspectiva, as bibliotecas universitárias.
A mediação entre bibliotecários e usuários vem se configurando não só de forma
presencial, mas também através dos dispositivos de comunicação via web. Partilhando dessa
perspectiva os autores afirmam que:
Os dispositivos de comunicação da web, vêm fomentando a ampliação de uma
cultura participativa, da troca e interlocuções de informações entre sujeitos,
provocando mudanças também no modo de comunicação entre bibliotecários e
usuários. (SANTOS; GOMES, 2014, p. 40).
Diante desse cenário, faz-se necessário que o profissional da informação desenvolva
ações de mediação da informação através das redes sociais para seus usuários. Mediação esta,
entendida como uma ação de interferência, de interpretação, de construção e de alteração de
sentidos para os sujeitos envolvidos nesse processo.
O conceito de redes sociais leva a uma compreensão da sociedade a partir dos
vínculos relacionais entre os indivíduos, os quais reforçariam suas capacidades de
atuação compartilhamento, aprendizagem, captação de recursos e mobilização.
(MARTELETO, 2010, p. 28).
Refletindo sobre esse conceito de redes é possível pensar na importância deste no
âmbito das bibliotecas universitárias, na medida em que, as redes sociais favorecem a ligação,
a interlocução, a troca de ideias, o compartilhamento de informações, ou seja, os interesses
em comum entre os indivíduos.
As ferramentas do ciberespaço estão se tornando um dos principais meios de mediação
da informação, no ambiente universitário, a fim de acompanhar todas essas transformações
tecnológicas, bibliotecários atuantes em bibliotecas universitárias têm buscado investir no uso
das ferramentas colaborativas da web 2.0. Entendemos essas ferramentas como: facebook,
twitter, blog, entre outras.
GOMES, Verônica de Souza. A produção de conhecimento do Programa de Pós-Graduação em Geociências
(Geoquímica) da Universidade Federal Fluminense: um olhar relacional. 2017. Dissertação (Mestrado em
Biblioteconomia) Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia, Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.
522
�Por tudo isto, a presente pesquisa tem por objetivo realizar um mapeamento das
bibliotecas da Superintendência de Documentação (SDC) da Universidade Federal
Fluminense (UFF) que utilizam as ferramentas da web 2.0.
Nesse sentido, como a biblioteca universitária pode atuar de maneira a potencializar a
mediação da informação através das redes sociais? Quais bibliotecas da SDC/UFF utilizam as
ferramentas da web 2.0? Quais ferramentas são mais utilizadas como meio de mediação da
informação pelas bibliotecas da SDC/UFF?
2 DESENVOLVIMENTO
A fundamentação teórica deste trabalho foi composta pelos seguintes autores: Almeida
Júnior (2008); Marteleto (2010); Gomes; Prudência; Conceição (2010); Santos; Gomes;
Duarte (2014) e Santos Neto (2014).
No presente trabalho associam-se os conceitos de redes sociais, mediação da
informação e biblioteca universitária.
Na vida acadêmica os sujeitos sociais se associam por afinidade intelectual, ou até
mesmo interesses circunstanciais, a temas que estimulam sua interação com os outros na
busca do compartilhamento de informações que subsidiem o seu pensamento sistemático no
transcorrer dos seus estudos e pesquisas. Essa busca de compartilhamento, de interação e
interlocução potencializa a formação de redes sociais (GOMES; PRUDÊNCIA;
CONCEIÇÃO, 2010, p. 145).
A ideia do bibliotecário atuante em biblioteca universitária é reforçada, nesse sentido,
na promoção de ações de mediação da informação através das redes sociais, de forma a suprir
a necessidade informacional dos usuários, contribuindo no compartilhamento de ideias em
comum. Dessa forma, constroem-se debates sobre áreas afins e, consequentemente, a troca e o
compartilhamento do conhecimento.
É importante que os bibliotecários se atentem, de maneira consciente, sobre a
importância da utilização das redes sociais e suas vantagens como, rápidas respostas às
indagações dos usuários e a relativização das barreiras de tempo e espaço, sugerindo assim,
maior visibilidade e eficiência da biblioteca universitária no ambiente acadêmico e atendendo
melhor às demandas que surgem cada vez mais voláteis e dinâmicas.
523
�As redes sociais vêm potencializar as ações de mediação da informação promovida
pelas bibliotecas, aumentando assim o número de participação do usuário, buscando maior
interação e agilidade.
Para Santos Neto (2014, p. 29), a missão da biblioteca universitária é compatível com
a missão da universidade de ensino, pesquisa e extensão. Não basta a biblioteca possuir
instrumentos tecnológicos de última geração, acervo rico e em vários tipos de suporte se, não
existir a mediação da informação, esta, vista como uma ação de interferência, de intervenção e
de apropriação da informação.
A biblioteca universitária deve estar preparada não apenas para suprir as necessidades
informacionais imediatas apresentadas pelos usuários, mas também para auxiliá-los no
desenvolvimento da sua competência informacional, apoiando através de atividades que
incentivem a leitura proficiente, produção escrita e a pesquisa (SANTOS; GOMES;
DUARTE, 2014, p. 2).
Segundo as autoras, a biblioteca universitária está em posição privilegiada, na medida
em que pode favorecer o diálogo e a troca de informações entre os usuários, podendo ocorrer
em seus espaços físico e virtual.
A seguir, o alicerce teórico sobre o conceito de mediação da informação que é
utilizado como base deste trabalho:
Mediação da informação é toda ação de interferência realizada pelo profissional da
informação -, direta ou indireta, consciente ou inconsciente; singular ou plural;
individual ou coletiva; que propicia a apropriação da informação que satisfaz, plena
ou parcialmente uma necessidade informacional (ALMEIDA JÚNIOR, 2008, p. 46).
O autor afirma que a mediação da informação está presente em todas as atividades
desenvolvidas pelo profissional da informação. A mediação é um processo que sofre
interferência de todos os seus atores, usuários/bibliotecários, que participam de maneira ativa
desse processo.
3 METODOLOGIA
Primeiramente realizamos um breve levantamento bibliográfico sobre: redes sociais,
mediação da informação e biblioteca universitária.
Em relação aos objetivos, esta pesquisa foi classificada como descritiva, que de acordo
com Gil (2008) a pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada
população e tem como uma de suas técnicas utilizadas a padronização e coleta de dados.
524
�Quanto aos procedimentos técnicos classificamos nosso trabalho em dois tipos:
pesquisa bibliográfica e levantamento. Ainda de acordo com Gil (2002, p. 50-51),
levantamento é a:
[...] a interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer.
Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise
quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados. Quanto
o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo pesquisado,
tem-se um censo.
Para atingir o objetivo proposto pela presente pesquisa, no segundo semestre de 2017
realizamos o levantamento do número de bibliotecas existentes na UFF. A partir do site das
Bibliotecas da Superintendência de Documentação 61 foi possível identificar as bibliotecas do
sistema, e assim seus ambientes virtuais foram localizados, visitados e analisados, tendo em
vista a realização do mapeamento do uso das ferramentas colaborativas, ou seja, quais
bibliotecas fazem uso e quais seriam essas ferramentas, como: facebook, blog, twitter, entre
outras.
Após o mapeamento das bibliotecas e das ferramentas utilizadas, também foi feita uma
breve análise da atualização dessas ferramentas: acessou-se cada página (link) que constava
no ambiente virtual das bibliotecas, e quando o acesso não era
link
disponível, fez-se uma busca pela internet. A busca na internet das ferramentas de redes
sociais não acessados diretamente pelos ambientes virtuais das bibliotecas foi realizada a fim
de dar uma maior precisão quanto ao uso ou não das ferramentas de colaboração.
4 RESULTADOS OBTIDOS
O levantamento realizado apresentou que a Superintendência de Documentação da
Universidade Federal Fluminense possui no respectivo momento 29 (vinte e nove)
bibliotecas, classificadas pelo Sistema conforme o Quadro 1. O ambiente virtual das
Bibliotecas da SDC apresenta links para os ambientes virtuais de suas bibliotecas. Contudo,
não se pode garantir uma boa visibilidade das bibliotecas nesse ambiente. Se faz necessário
CAPELLO; SANTOS, 2012), ou seja, fazer com que as bibliotecas estejam presentes na
página da universidade
61
http://www.bibliotecas.uff.br
o que pode ser constado na página da UFF, e também nas páginas
525
�dos respectivos institutos que as mesmas estão inseridas
neste caso, devido ao tempo de
realização da pesquisa não foi possível fazer tal averiguação.
Quadro 1 - Bibliotecas do Sistema de Documentação da UFF
Ciências Biológicas
1
Biblioteca do Instituto Biomédico (BIB)
Ciências Exatas e da Terra
2
Biblioteca da Pós-Graduação em Geoquímica (BGQ)
3
Biblioteca do Instituto de Matemática e Estatística (BIME)
4
Biblioteca do Instituto de Física (BIF)
5
Biblioteca do Instituto de Geociências (BIG)
6
Biblioteca do Instituto do Noroeste Fluminense de Educação Superior (BINF)
Ciências Sociais Aplicadas
7
Biblioteca de Administração e Ciências Contábeis (BAC)
8
Biblioteca Universitária de Campos dos Goytacazes (BUCG)
9
Biblioteca do Instituto de Educação de Angra dos Reis (BIAR)
10
Biblioteca de Macaé (BMAC)
11
Biblioteca da Faculdade de Economia (BEC)
12
Biblioteca da Faculdade de Direito (BFD)
13
Biblioteca da Escola de Arquitetura e Urbanismo (BAU)
Engenharias
14
Biblioteca do Campus de Petrópolis (BCPE)
15
Biblioteca da Escola de Engenharia Industrial e Metalúrgica de Volta Redonda (BEM)
16
Biblioteca da Escola de Engenharia e do Instituto de Computação (BEE)
Ciências da Saúde
17
Biblioteca de Nova Friburgo (BNF)
18
Biblioteca das Faculdades de Nutrição e Odontologia (BNO)
19
Biblioteca da Faculdade de Veterinária (BFV)
20
Biblioteca da Faculdade de Medicina (BFM)
21
Biblioteca da Escola de Enfermagem (BENF)
526
�22
Biblioteca da Faculdade de Farmácia (BFF)
Documental e Cultural
23
Centro de Memória Fluminense (CEMEF)
Multidisciplinares
24
Biblioteca do Aterrado - Volta Redonda (BAVR)
25
Biblioteca de Rio das Ostras (BRO)
26
Biblioteca Central do Valonguinho (BCV)
27
Biblioteca Central do Gragoatá (BCG)
Escolares
28
Biblioteca Flor de Papel (BFP)
29
Biblioteca Monteiro Lobato (BML)
Com relação aos ambientes virtuais das 29 (vinte e nove) bibliotecas da SDC/UFF,
constatou-se que 41,4% mantém atualizadas as páginas principais, como mostra o Gráfico 1.
Desta forma, percebe-se que a maioria das bibliotecas resolveram utilizar sua página principal
e institucional apenas como forma de apresentação da Biblioteca, deixando a página estática,
sem desenvolver atividades de postagens de notícias, entre outras. Contudo, essa
representatividade pode estar relacionada ao ano de criação das páginas das bibliotecas (2013)
e de outras demandas importantes que ocorreram a partir desse mesmo ano (mudança de
software de biblioteca e criação de outras bibliotecas).
Gráfico 1 - Uso das páginas das Bibliotecas da SDC/UFF
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.
Com o mapeamento foi possível identificar quais bibliotecas da SDC/UFF estão
fazendo uso das ferramentas colaborativas e quais seriam as ferramentas utilizadas. Assim,
527
�verificou-se que 22 (vinte e duas) bibliotecas utilizam pelo menos uma dessas ferramentas
(um percentual de 76%), e que essas ferramentas podem estar presentes ou não em seus
ambientes virtuais. Contudo, constatou-se que são poucas as ferramentas colaborativas
utilizadas pelas Bibliotecas da SDC/UFF e que tais estão relacionadas às ferramentas de redes
sociais como: 62,1% facebook, 34,5% blog, 24,1% twiteer, e 6,9% instagran.
Ao verificar o número de Bibliotecas da SDC/UFF que estão fazendo uso de algum
tipo de ferramenta colaborativa, viu-se a necessidade de realizar uma breve análise sobre a
usabilidade das mesmas, Gráfico 2. Além da usabilidade verificaram-se as atualizações das
redes sociais. Porém, duas atualizações realizadas até o meio do ano de 2017 não foram
apuradas (uma do facebook e uma do blog), a análise abrangeu somente as atualizações feitas
pelo menos até o mês de novembro de 2017. Também não foi possível verificar a atualização
de duas páginas, devido o acesso ser restrito aos seus seguidores, como foi destacado na
Tabela 1. Contudo, o Gráfico 2 demonstra que grande parte das bibliotecas têm mantido suas
páginas nas redes sociais atualizadas, com exceção das páginas do twiteer que teve um
número pouco abaixo da metade. A Tabela 1 apresenta com mais detalhes as ferramentas
utilizadas com as respectivas bibliotecas.
Gráfico 2 - Uso e atualização das ferramentas colaborativas pelas Bibliotecas da SDC/UFF, 2017
Fonte: Elaborado pelas autoras, 2017.
Tabela 1 - Uso e atualização das ferramentas por Biblioteca da SDC/UFF, 2017
BIBLIOTECAS
FACEBOOK
BLOG
TWITEER
INSTAGRAN
BIB
A
A
-
-
BGQ
-
A
-
-
BIME
X
X
X
-
BIF
A
-
X*
-
528
�BIG
-
-
X
-
BINF
-
X
-
-
BAC
A
-
-
X*
BUCG
-
-
-
-
BIAR
-
-
-
-
BMAC
-
-
-
-
BEC
-
-
-
-
BFD
A
X
-
-
BAU
-
-
-
-
BCPE
A
-
A
-
BEM
A
-
-
-
BEE
X
A
-
-
BNF
-
-
-
-
BNO
A
A
-
-
BFV
A
-
-
-
BFM
-
A
-
-
BENF
A
A
A
-
BFF
X
-
-
-
CEMEF
A
-
-
A
BAVR
A
-
-
-
BRO
A
-
X
-
BCV
-
-
-
-
BCG
A
A
A
-
BFP
A
-
-
-
BML
A
A ferramentas atualizadas; X ferramentas que não estão atualizadas; * Não foi possível verificar se a página
estava atualizada ou não, pois o acesso era somente para seguidores.
Desta forma, é notório que as ferramentas que vem sendo utilizadas pelas bibliotecas
da SDC/UFF são as que possuem maior popularidade, tendo como destaque a ferramenta de
redes sociais, o Facebook.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através dos resultados obtidos foi possível constatar que todas as bibliotecas do
Sistema da Superintendência de Documentação da Universidade Federal Fluminense já
529
�possuem ambientes virtuais, ou seja, fazem parte do ciberespaço. Pela procedência
institucional desses ambientes virtuais, eles se tornam os principais locais de busca e
recuperação da informação a respeito das Bibliotecas. Os ambientes virtuais das bibliotecas
tornam-se também os principais canais de acesso e uso das ferramentas colaborativas
utilizadas pelas bibliotecas. Desta forma, se faz necessário que todas as bibliotecas reflitam e
leve em conta a importância da existência desses ambientes, como também a forma de se
trabalhar com os mesmos.
De acordo com o mapeamento realizado, percebe-se que quase todas as bibliotecas da
SDC/UFF utilizam algum tipo de ferramenta colaborativa, e em especial as de redes sociais,
apenas 24% das bibliotecas não fazem uso de nenhuma ferramenta. Ao aprofundar um pouco
mais a pesquisa foi possível conhecer o real uso dessas redes sociais, isso com relação as suas
atualizações e não dos seus conteúdos em si. Entretanto, não foi possível nesta pesquisa
verificar como é realizado o processo de troca virtual entre bibliotecários e usuários.
Considera-se que o profissional da informação deve utilizar cada vez mais os seus
espaços virtuais, nos quais os usuários acessam as informações, produzem e disponibilizam
conhecimento. Compartilhando assim suas experiências acadêmicas, visando os interesses em
comum entre os indivíduos.
Conclui-se que as redes sociais podem ser utilizadas para potencializar a ação de
mediação da informação. Contribui para uma maior participação entre usuários, bibliotecas e
bibliotecários. As informações em ambiente virtuais servem para dar maior visibilidade,
disponibilidade e abrangência da biblioteca universitária no ambiente acadêmico, podendo ser
um meio dos usuários virtuais tornarem-se usuários reais.
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Acesso em: 11 out. 2016.
531
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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Português
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Salvador (Bahia)
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A mediação da informação e a aplicação das redes sociais pelas bibliotecas da Universidade Federal Fluminense.
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Bazilio, Ana Paula; Gomes, Verônica de Souza
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UFBA
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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A rápida difusão das novas tecnologias da informação e comunicação, assim como a difusão da utilização das redes, características da atual sociedade, acabam por influenciar as organizações e, nesse contexto, tais influências se mostram, em diversos aspectos, nas bibliotecas universitárias. A relação entre bibliotecários e usuários vem se configurando nas modalidades presencial e virtual. Diante deste cenário, analisar como a biblioteca universitária pode atuar para potencializar a mediação da informação através das redes sociais é atual e de grande relevância. Sendo assim, a pesquisa teve como objetivo realizar um mapeamento para verificar se as bibliotecas universitárias do Sistema de Documentação da Universidade Federal Fluminense estão utilizando as ferramentas da web 2.0 como forma de mediação da informação entre seus usuários
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5370/SNBU2018_043.pdf
65d8846752824835ce4c0427af094371
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REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS PARA DIVULGAÇÃO DE
INFORMAÇÕES NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DE SÃO LUÍS MA
SOCIAL NETWORKS AS TOOLS FOR DISCLOSURE OF INFORMATION IN UNIVERSITY
LIBRARIES OF SÃO LUÍS MA
Resumo: Estudo sobre as Redes Sociais como meio para divulgar os serviços e produtos das
Bibliotecas Universitárias. Ressalta a contribuição das Redes Sociais para a disseminação da
informação, por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação de maneira instantânea
e em tempo real. Objetiva de forma geral verificar o uso de Redes Sociais na prestação de
serviços e produtos em Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São Luís MA,
caracterizando-se como pesquisa bibliográfica, documental e campo. Apresenta informações
sobre as Bibliotecas Universitárias federais e de instituições públicas e privadas de São Luís MA que fazem uso de Redes Sociais caracterizadas como Blogs, Facebook, e Twitter. Conclui
que as Redes Sociais são excelentes ferramentas de divulgação, e que grande parte das
Organizações de Ensino ou outras em geral, estão aderindo a essas ferramentas.
Palavras-chave: Bibliotecas Universitárias. Redes Sociais. Tecnologias de Informação e
Comunicação. São Luís - MA.
Abstract: Study on social networks as a means to promote the services and products of
university libraries. It highlights the contribution of Social Networks to the dissemination of
information through Information and Communication Technologies in an instantaneous and
real time. It aims to verify the use of Social Networks in the provision of services and
products in public and private University Libraries of São Luís - MA, characterizing itself as
bibliographical research, documentary and field. It presents information about the Federal
University Libraries and public and private institutions of São Luís - MA that make use of
Social Networks characterized as Blogs, Facebook, and Twitter. It concludes that Social
Networks are excellent tools of dissemination, and that most of the Teaching Organizations or
others in general, are adhering to these tools.
Keywords: University Libraries. Social Networks. Information and Communication
Technologies. São Luís - MA.
505
�1 INTRODUÇÃO
O Bibliotecário possui um papel fundamental para o acesso e disponibilização da
informação. Diante de avanços tecnológicos e a modernização de serviços, é cada vez mais
frequente encontrar bibliotecários aptos a dominar esse novo tipo de ferramenta e que
perceberam uma relação de parceria entre o mundo conectado à rede e à biblioteca.
De acordo com Castells (2003) o surgimento da Internet ocorreu pela necessidade de
um local de comunicação aberta para interconexão mundial dos computadores. Com a
evolução da Internet a utilização de ferramentas para promover divulgação vem aumentando
cada vez mais e, com isso, a Rede Social é um espaço que permite comentários,
compartilhamentos, leituras, ou seja, atividades de caráter interativo, que também são
chamadas de mídias sociais.
As mídias sociais são ferramentas que auxiliam nesse novo formato de comunicação
com as pessoas. A partir disso as instituições e empresas aderem a esse novo formato e
percebe-se que a utilização dessas mídias por Bibliotecas Universitárias é relevante na
interatividade entre usuários e acesso rápido às informações.
A utilização de Redes Sociais pelas Bibliotecas Universitárias favorece a
comunicação, produz uma maior interação com o ensino, pesquisa e extensão. Visa aproximar
ainda mais os usuários reais e potenciais da biblioteca, pois os mesmos fazem uso de Redes
Sociais no seu dia a dia. Portanto, pode-se dizer que tal meio de comunicação é parte da
realidade acadêmica e está presente cada vez mais na vida dos usuários e da comunidade
universitária no geral.
A Biblioteca Universitária pode compartilhar na sua Rede Social informações sobre os
serviços e produtos oferecidos, informações sobre a universidade, notícias de outras unidades
de informação, curiosidades e assuntos relevantes para toda a comunidade. Nesse sentido,
Farias (2013) realça que as Redes Sociais não colaboram somente com a interação entre os
usuários e as Bibliotecas Universitárias, podem auxiliar também o ambiente organizacional da
universidade como um todo.
Nesta pesquisa as Redes Sociais são enfatizadas como um meio de promover as
atividades que envolvem as Bibliotecas Universitárias e a comunidade acadêmica. As mídias
sociais ganham destaque entre jovens por serem ferramentas de fácil manuseio e possuem
poder de mobilizar e agregar pessoas oportunizadas pela Tecnologia de Informação e
Comunicação (TIC) e os novos suportes para acesso à informação.
506
�Centra-se a necessidade de destacar as Bibliotecas Universitárias como centro de
interação entre os usuários e o uso de Redes Sociais e diante desses apontamentos, surge
como foco principal desta pesquisa estudar a problemática: Há uso de Redes Sociais pelas
Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São Luís - MA?
Nesse contexto a pesquisa objetivou de forma geral verificar o uso de Redes Sociais na
prestação de serviços e produtos em Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São
Luís - MA. E quanto aos objetivos específicos, caracterizaram-se em:
a) verificar se as Bibliotecas Universitárias utilizam Redes Sociais;
b) mapear as Bibliotecas Universitárias federais brasileiras, as Bibliotecas públicas e privadas de
São Luís - MA que utilizam Redes Sociais;
c) apresentar os tipos de Redes Sociais utilizadas pelas Bibliotecas Universitárias públicas e
privadas de São Luís- MA;
d) destacar o que motivou o bibliotecário a aderir à Redes Sociais.
Diante disso esta pesquisa caracteriza-se como bibliográfica, documental e campo e
está estruturada em revisões literárias sobre Redes Sociais e o Bibliotecário, Metodologia,
Resultados e Discussão e a Conclusão.
2 O BIBLIOTECÁRIO E AS REDES SOCIAIS
É pressuposto que a função da biblioteca é preservar, organizar e disseminar registros
do conhecimento. O bibliotecário é caracterizado por gerenciar os processos decorrentes da
biblioteca e mediador para facilitar a interação entre os usuários.
Enquanto a sociedade se torna ativamente eletrônica e digital, a atuação do
bibliotecário como disseminador nas unidades de informação não se restringe apenas em
gerenciar suportes físicos, pois há necessidade de interagir com a cultura digital e ampliar as
formas de acesso às bases de conhecimento e aprendizagem.
No ambiente da Internet, as Redes Sociais estão ganhando cada vez mais espaço e
credibilidade, uma vez que as unidades de informação visam divulgar serviços e produtos.
Desse modo é importante que o bibliotecário conheça as novas ferramentas que possam
auxiliar no acesso à informação, comunicação e acompanhe as mudanças tecnológicas, que
podem ser utilizadas a favor da prestação de serviços.
Dessa maneira, a utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
proporciona facilidades para os fluxos informacionais. Segundo Silva et al. (2015) entende-se
507
�por TIC, os mecanismos tecnológicos que fomentam os processos informacionais e
comunicativos, como a Internet, computadores, câmeras de vídeo e foto, correio eletrônico,
telefonia móvel, tecnologias de acesso remoto, repositórios digitais, redes sociais, e-books.
Percebe-se a relevância das Redes Sociais na disseminação da informação, pois são
largamente utilizadas pelos usuários das bibliotecas. Diante disso, os bibliotecários
perceberam que poderiam usá-las visando a satisfação do usuário.
Santos Neto e Almeida Júnior (2017) destacam que por meio das Redes Sociais os
usuários podem criar vínculos com a rede da biblioteca e ver o que os outros tem em comum
com as suas necessidades de informação. Diante das informações que são disponibilizadas na
Rede Social, o bibliotecário precisa monitorá-las para divulgar os conteúdos, estar ciente
sobre o que é disseminado, o que é comentado, o que causa dúvidas e o que está sendo
valorizado.
Diante disso, o interesse do usuário pela Rede Social, operada por meio de Blogs,
Facebook e Twitter, vai depender de que forma as ideias e serviços são apresentados, ou seja,
principalmente o seu conteúdo, pois os usuários acabam por se tornar frequentadores assíduos
ao compartilhar informações disponibilizadas nas Redes Sociais e podem manifestar suas
opiniões nas mais utilizadas (Figura 1).
Figura 1 - As três Redes Sociais mais acessadas
Permite enviar convites
em massa para os amigos
de modo que possa gerar
impulso e aumento de
número de membros.
Concebido como um canal para
atualização de status (o que a
pessoa faz naquele exato
momento).
Três tipos de blogs:
- Blogs pessoais
- Blogs sobre tópicos
- Blogs corporativos
Fonte: Adaptado de Barefoot e Szabo (2010) e Recuero (2009).
508
�A Internet e as Redes Sociais fazem parte da realidade acadêmica, uma vez que,
professores e alunos utilizam perfis científicos em redes sociais, como meio de trocar
experiências e divulgar informações científicas.
Além do Facebook, Twitter e Blogs como Redes Sociais, destaca-se o Skoob, uma rede
social brasileira voltada para leitores. O Skoob funciona como uma estante virtual, em que
adiciona os livros que já foram lidos, os que ainda desejam ler e permite compartilhar
opiniões, fazer trocas de livros, participar de sorteios e ganhar cortesias (SKOOB, 2017).
Os conteúdos disponibilizados nos perfis das Redes Sociais apresentam como objetivo
a troca de informações no ambiente bibliotecário, em que profissionais e estudantes possam
interagir, aumentando a produção científica, trazer novos e futuros colaboradores para
pesquisa, criando uma comunidade virtual. Tomaél e Jesus (2010, p. 94) ressaltam:
As comunidades virtuais funcionam como uma biblioteca viva, em constante
movimento de atualização, levando a imagináveis possibilidades e descobertas. As
produções científicas compartilhadas nas redes sociais de credibilidade auxiliam
seus membros a lidarem com a sobrecarga de informações, discussões a respeito dos
estudos realizados.
Enfatiza-se a necessidade de o bibliotecário conhecer as novas dinâmicas de
informação, comunicação e acompanhe as mudanças tecnológicas para utilizar na instituição
como ferramentas valiosas que mantenham um canal entre os usuários e biblioteca. Diante
disso, o bibliotecário deve estar ciente que tipo de informação quer disponibilizar na Rede
Social da biblioteca.
Portanto, trabalhar com vistas à interação requer um conteúdo de qualidade, divulgar
os serviços de maneira inovadora e manter um contato diário, pois são formas de prender a
atenção dos usuários incentivá-los ao uso dos serviços da biblioteca. E para atingir esse
patamar, o bibliotecário deve fazer uso de seus conhecimentos para selecionar os melhores
recursos de informação impressos e eletrônicos para o acervo da biblioteca e atender a
demanda de informação dos usuários com o recurso de informação mais adequado e no tempo
certo.
3 METODOLOGIA
A pesquisa caracterizou-se como bibliográfica, documental e campo para investigar o
uso de Redes Sociais como ferramentas para a interação entre bibliotecários e usuários na
509
�divulgação e acesso às informações provenientes das Bibliotecas Universitárias federais
brasileiras públicas e privadas de São Luís - MA.
Nota-se que as organizações e instituições buscam estimular o processo de
compartilhamento de informações e conhecimentos, visando o surgimento de novos
pesquisadores, colaboradores, inovações e competitividade. Portanto percebe-se que as Redes
Sociais são ferramentas utilizadas para disseminar informações e apresentam facilidade no seu
manuseio e são conhecidas por grande parte dos indivíduos, mesmo que não as usem
cotidianamente.
O universo da pesquisa caracterizou-se pelas Bibliotecas Universitárias brasileiras que
fazem uso de Redes Sociais e as Bibliotecas Universitárias da rede pública e privada de São
Luís - MA.
Os sujeitos foram representados pela equipe técnica das Bibliotecas Universitárias, ou
seja, o bibliotecário responsável (gestor), os auxiliares de biblioteca e os bolsistas de
Biblioteconomia. A coleta de dados para esta pesquisa foi realizada por meio de entrevistas e
mapeamentos na Internet. As entrevistas foram realizadas com os bibliotecários, com os
auxiliares de biblioteca e com os bolsistas de Biblioteconomia (estagiários) que atuam nas
Instituições visitadas e durante o mês de abril de 2017 realizaram-se 2 (dois) mapeamentos
que visaram analisar e descrever se as Bibliotecas Universitárias federais brasileiras e as
públicas e privadas de São Luís - MA adotam e manuseiam as Redes Sociais em prol do
usuário.
Procedeu-se a 2 (dois) tipos de mapeamento, o primeiro teve por foco principal as
Bibliotecas Universitárias federais de cada região do país, valendo-se basicamente de
observações nos sites das bibliotecas das próprias instituições, a partir dessas observações,
verificou-se se as bibliotecas das instituições disponibilizam no site ou portal alguma Rede
Social, como por exemplo, Blog, Twitter e/ou Facebook. E, o segundo mapeamento,
fundamentou-se em Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São Luís - MA, no qual
foram visitadas 14 (catorze) instituições de Ensino Superior: Instituto Florence de Ensino
Superior (IFES); Faculdade do Maranhão (FACAM); Faculdade Estácio; Universidade Dom
Bosco (UNDB); Universidade Ceuma; Faculdade Devry
São Luís; Faculdade Santa
Teresinha (CEST); Faculdade do Estado do Maranhão (FACEM); Faculdade Integrada
Pitágoras; Faculdade Santa Fé; Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA);
Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e
Instituto Federal do Maranhão (IFMA).
510
�Para a coleta de informações das Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São
Luís - MA visitadas foi apresentado ao gestor da biblioteca, no caso o bibliotecário
responsável, um Termo de Esclarecimento e Consentimento livre, o qual teve por objetivo
informar o tema da pesquisa e esclarecer sobre a coleta de informações que se fez através de
Entrevistas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apresenta-se o mapeamento das Bibliotecas Universitárias federais brasileiras e as de
Instituições de Ensino Superior da rede Pública e Privada de São Luís
MA, quanto ao uso de
Redes Sociais.
4.1 Mapeamento das Bibliotecas Universitárias Federais que utilizam Redes Sociais
As ferramentas disponíveis na Internet possibilitam novas formas de comunicação e
de divulgação de informações, serviços e produtos para as bibliotecas e ao mesmo tempo
depara-se com as Redes Sociais que se caracterizam também pelo foco de participação,
colaboração e interação, daí a necessidade de se estudar tal vertente em Bibliotecas
Universitárias. Tais formas de comunicação podem aproximar os bibliotecários e os usuários
sem precisar sair de casa, como destaca Farias (2013).
Com base nas pesquisas dos sites das Instituições nota-se que em muitas Bibliotecas
Universitárias, a utilização de Redes Sociais é de iniciativa do próprio bibliotecário. Apesar
de algumas Bibliotecas Universitárias possuírem em seus sites, visivelmente os ícones dessas
ferramentas, as Redes Sociais não são ferramentas institucionais, mas sim uma ferramenta
para divulgar os serviços e produtos da biblioteca como iniciativa individual do bibliotecário.
Segundo Aguiar (2012) as Bibliotecas Universitárias que utilizam os sites de Redes
Sociais de forma mais atrativa, usando as potencialidades das ferramentas, divulgam de forma
mais intensa a informação entre os seus usuários.
E assim, essas Redes Sociais das bibliotecas não são apenas consideradas ferramentas
para a divulgação, mas também um espaço que oferece participação, colaboração e a
possibilidade de diálogo com os usuários. Portanto é relevante que os bibliotecários
gerenciadores das Redes Sociais da biblioteca verifiquem se são adequadas para uso das
Bibliotecas Universitárias. Assim, comenta Lubisco (2011, p. 92):
511
�Um ponto positivo a destacar é que a solução encontrada pelas unidades
documentárias para se aproximar do usuário toma base o uso da tecnologia
ressignificando seus serviços e produtos, criando canais diretos de comunicação com
o usuário, por exemplo, com a aplicação de recursos da rede social.
A comunicação a distância, a rápida difusão de informação com valor agregados à
crescente redução da presença física do bibliotecário para efetivar transações de qualquer
modalidade, relacionadas à aquisição de bens e efetividade na oferta de serviços e produtos,
são reflexos principais que o mundo digital envolve.
Pode-se dizer que existe uma crescente demanda de usuários conectados à rede
mundial de computadores, e a utilização de ferramentas eletrônicas que promova a interação
entre o usuário e a biblioteca pode ser enriquecida com a criação dos websites, principalmente
nas Bibliotecas Universitárias. Diante disso, percebe-se que as bibliotecas possuem um
interesse na disponibilização de serviços e produtos de informação online. Amaral e
Guimarães (2008, não paginado) destacam:
[...] cada vez mais as bibliotecas estão disponibilizando em seus websites
informações corporativas, serviços e produtos de informação. Mas, além disso, os
websites podem ser uteis para promover a biblioteca para ela se comunicar com seu
público e marcar presença nesse novo ambiente.
Com base nesse cenário, realizou-se um estudo com ênfase nas Redes Sociais como
ferramenta para a divulgação das atividades que envolvem a Biblioteconomia, mas
principalmente as Bibliotecas Universitárias. O estudo abordou as Bibliotecas Universitárias
Federais das 5 (cinco) Regiões brasileiras.
Nesse sentido, destacam-se as Bibliotecas Universitárias de Instituições Federais das
Regiões Norte, Nordeste, Sul, Sudeste e Centro Oeste que utilizam Redes Sociais. Diante
disso, realizou-se um mapeamento que consiste em analisar especificamente o uso do
Facebook, Twitter e Blogs vinculados aos sites das Bibliotecas de cada Instituição, de acordo
com a Figura 2.
512
�Figura 2
Bibliotecas Universitárias Federais das Instituições analisadas
Fonte: Elaborado pela autora.
As Instituições destacadas foram analisadas quanto aos itens mais divulgados por cada
Rede Social, tais como Eventos, Palestras, Biblioteca Digital, Acervo (novas aquisições),
Dicas para melhoria da biblioteca, Minicursos, Treinamentos e Horário de funcionamento.
4.1.1Região Norte
Analisaram-se os sites das Bibliotecas Centrais das Universidades Federais do Pará
(UFPA), Amazonas (UFAM), Roraima (UFRR), Rondônia (UNIR), Acre (UFAC), Amapá
(UNIFAP), Tocantins (UFT) e apresentam-se na Figura 3, o nome da Instituição de Ensino
Superior (IES), o nome da biblioteca, links de acesso, o número de curtidas no Facebook
(likes), seguidores do Twitter e visualizações nos Blogs.
513
�Figura 3 Redes Sociais das Bibliotecas Universitárias da Região Norte
IES
NOMES E LINKS DE ACESSO
Biblioteca Central UFPA
https://www.facebook.com/bcufpa/
https://twitter.com/bibliotecaufpa
https://www.blogger.com/profile/01054371739079299556
UFPA
Biblioteca Central da UFRR
https://www.facebook.com/BCUFRR/
UFRR
UNIFAP
Biblioteca Central UNIFAP
https://www.facebook.com/bibliotecacentraldaunifap/
https://twitter.com/bibliotecunifap
15.341
1.910
1.046
2.561
X
x
1.314
X
x
Fonte: Elaborado pela autora.
Ao pesquisar nas Redes Sociais as contas das Bibliotecas Universitárias federais,
identificou-se que apenas 3 (três) bibliotecas fazem uso de algum tipo de Rede Social, UFPA,
UFRR e UNIFAP, e essas estão atentas para as novas formas de se relacionar com os
usuários.
4.1.2 Região Nordeste
Quanto à Região Nordeste destacam-se, na Figura 4, as bibliotecas dos seguintes
Estados: Piauí (UFPI), Ceará (UFC), Bahia (UFBA), Rio Grande do Norte (UFRN),
Pernambuco (UFPE), Alagoas (UFAL), Sergipe (UFS), Paraíba (UFPB) e Maranhão
(UFMA). Acerca da UFMA, será colocada em destaque em item específico, o qual
apresentará o mapeamento realizado nas Bibliotecas Universitárias Públicas e Privadas de São
Luís
MA, conforme objetivo desta pesquisa.
514
�Figura 4 Redes sociais das Bibliotecas Universitárias da Região Nordeste
IES
NOMES E LINKS DE ACESSO
Biblioteca Central
https://www.facebook.com/bccpufc/
https://twitter.com/bccpufc
UFC
5.719
1.269
X
UFRN
Biblioteca Central Zila Mamede
https://www.facebook.com/bczm.oficial/
https://twitter.com/_bczm_
3.269
2.359
X
UFPE
Biblioteca Central
https://www.facebook.com/bibliotecacentralufpe.bcsibufpe/
https://twitter.com/bc_ufpe
2.209
336
X
Bibliotecas da UFS
https://twitter.com/bibufs
UFS
UFPB
Biblioteca Central
https://www.facebook.com/BibliotecaCentralUFPB/
https://twitter.com/bc_ufpb_oficial
X
1.321
X
2.907
1.462
X
Fonte: Elaborado pela autora.
Foram analisados 8 (oito) sites de Bibliotecas Universitárias e foi constatado que 5
(cinco) utilizam Redes Sociais para fomentar os fluxos informacionais das bibliotecas. As
Bibliotecas Universitárias das Instituições que representam a Região Nordeste são a UFC,
UFRN, UFPE, UFS e UFPB.
4.1.3 Região Centro-Oeste
Na Região Centro-Oeste as Bibliotecas Universitárias federais analisadas foram a do
Mato Grosso (UFMT), Mato Grosso do Sul (UFMS), Goiás (UFG), e Brasília (UnB),
conforme a Figura 5.
Figura 5 Redes sociais das Bibliotecas Universitárias da Região Centro-Oeste
IES
UFG
NOMES E LINKS DE ACESSO
SIBI UFG
https://www.facebook.com/SibiUFG/
1.803
X
X
515
�Biblioteca Central de Brasília BCE
https://www.facebook.com/unb.bce
http://bceunb.blogspot.com.br
https://twitter.com/bceunb
UnB
12.126
4.486
*
Fonte: Elaborado pela autora.
*No blog não é possível identificar quantos visitantes a página possui.
Trabalhou-se com 4 (quatro) Bibliotecas Universitárias, porém somente 2 (duas)
utilizam Redes Sociais, a UFG e UnB. O Sistema de Bibliotecas (SIBI) da UFMG possui
apenas o Facebook e a Biblioteca Central da UnB possui Facebook, Twitter e Blog.
Na Rede Social da Biblioteca Central da UnB são divulgados assuntos de interesses
acadêmicos, tais como Exposições de estudantes de Artes Visuais, Novidades sobre Livros
Eletrônicos, Espaços Culturais, Informações sobre as Emissões de Carteiras Estudantis,
Lançamento de Livros, Informações sobre cursos de Extensão.
4.1.4 Região Sul
As Bibliotecas das Universidades do Paraná (UFPR), Santa Catarina (UFSC) e Rio
Grande do Sul (UFRGS e UFSM) utilizam Redes Sociais como ferramentas complementares
para a divulgação (Figura 6).
Figura 6 - Redes sociais das Bibliotecas Universitárias da Região Sul
IES
NOMES E LINKS DE ACESSO
UFPR
SIBI UFPR
https://twitter.com/sibiufpr
70
X
Biblioteca Central
https://www.facebook.com/bu.ufsc/
https://twitter.com/bu_ufsc
6.051
1.983
X
Biblioteca Central
https://www.facebook.com/biblioteca.centralufrgs/
https://twitter.com/bc_ufrgs
https://www.ufrgs.br/blogdabc/
6.901
586
*
UFSC
UFRGS
X
Biblioteca Central
https://www.facebook.com/bcufsm/
https://twitter.com/bc_ufsm
Fonte: Elaborado pela autora.
*No blog não foi possível identificar quantos acessos ou visitantes.
UFSM
X
1.315
X
4.1.5 Região Sudeste
516
�As Bibliotecas Universitárias de Minas Gerais (UFMG), São Paulo (UNIFESP), e Rio
de Janeiro (UFRJ) compõem a Região Sudeste. A Figura 7 destaca as Bibliotecas
Universitárias que fazem uso de Redes Sociais como o Facebook, Twitter e Blogs.
Figura 7 Redes Sociais das Bibliotecas Universitárias da Região Sudeste
IES
NOMES E LINKS DE ACESSO
UFR
J
SIBI UFRJ
https://twitter.com/SIBI_UFRJ?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A
%2F%2Fwww.sibi.ufrj.br%2F
UNIF
ESP
Biblioteca Central
https://twitter.com/bibliocentral
http://bcunifesp.blogspot.com.br/
https://www.facebook.com/Biblioteca-Campus-S%C3%A3o-PauloUnifesp-147132782023686/
UFM
G
Sistema de Bibliotecas
https://www.facebook.com/sistemadebibliotecasufmg/
X
1.248
X
1.275
1.507
1.
58
4
3.597
X
X
Fonte: Elaborado pela autora.
Nota-se que todas as bibliotecas das Instituições pesquisadas na Região Sudeste
utilizam algum tipo de Rede Social para mediar informações disponibilizadas aos usuários.
4.2 Mapeamento das Bibliotecas Universitárias Públicas e Privadas de São Luís
MA
que utilizam Redes Sociais
A utilização de Redes Sociais por Bibliotecas mostra uma nova conexão, pois reúnem
informações pertinentes aos usuários. Além da utilização dos sites oficias das Bibliotecas
Universitárias para apresentar à comunidade acadêmica serviços desenvolvidos, divulgar
eventos e treinamentos, a utilização das Redes Sociais pelas Bibliotecas também viabilizam
essas divulgações, tornando-se uma excelente ferramenta para o bibliotecário.
A inserção das Redes Sociais como ferramentas de divulgação das Bibliotecas
contextualizam o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação e, assim, os
bibliotecários oferecem espaços aos usuários num ambiente mais interativo e participativo
facilitando o acesso à informação em tempo real.
517
�Para o mapeamento das Bibliotecas Universitárias de São Luís - MA que utilizam
Redes Sociais, foram visitadas as Instituições: Instituto Florence de Ensino Superior (IFES);
Faculdade do Maranhão (FACAM); Faculdade Estácio; Universidade Dom Bosco (UNDB);
Universidade Ceuma; Faculdade Devry
São Luís; Faculdade Santa Teresinha (CEST);
Faculdade do Estado do Maranhão (FACEM); Faculdade Integrada Pitágoras; Faculdade
Santa Fé; Instituto de Estudos Superiores do Maranhão (IESMA); Universidade Federal do
Maranhão (UFMA); Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e Instituto Federal do
Maranhão (IFMA).
Observou-se que as Instituições analisadas não desenvolvem atividades de forma
planejada e interativa com os usuários por meio das Redes Sociais como ferramenta para
mediar informação para a comunidade acadêmica.
Porém, foram encontrados perfis em Facebook, Twitter e Blogs. Mas, cabe ressaltar
que nenhum desses perfis possui vínculos oficialmente comprovados, ou seja, sem ligação
oficial com a Instituição, pois foram criadas por ações individuais do próprio bibliotecário e
também se percebeu o duelo de informações públicas e privadas do profissional.
Dentre as Bibliotecas Universitárias públicas e privadas analisadas, as únicas que
apresentam os perfis nas Redes Sociais são as da UFMA e UEMA, instituições públicas nos
níveis federal e estadual, respectivamente.
Quanto às demais Bibliotecas Universitárias de São Luís - MA que não utilizam Redes
Sociais, os gestores relataram que para disponibilizar informações em Rede Social, é
necessário designar um bibliotecário que se encarregue da sua atualização e tal pessoa não
está disponível, pois a demanda de serviços no dia a dia é intensa. Destacaram, ainda, o
interesse dessas informações provenientes de Redes Sociais virem em destaque no site ou na
página das Bibliotecas, porém a atividade demandava um planejamento a posteriori.
5 CONCLUSÃO
Conclui-se que as Redes Sociais são excelentes ferramentas de divulgação, e que
grande parte das Organizações de Ensino ou outras em geral, estão aderindo a essas
ferramentas.
Compreende-se a Biblioteca Universitária como o cerne de uma Instituição de Ensino
Superior, pois são organizadas e disseminadas as produções culturais e intelectuais de uma
sociedade. Então, surge a necessidade de promover a Biblioteca Universitária, que se destaca
518
�como um centro organizacional com a função social imbricada à importância e qualidade no
desenvolvimento da tríade ensino, pesquisa e extensão.
Diante disso, surgiu a problemática sobre o uso de Redes Sociais pelas Bibliotecas
Universitárias e foi verificado que a biblioteca busca meios e formas de interagir com a
comunidade acadêmica, destacando assim o Facebook, o Twitter e os Blogs como os três tipos
de Redes Sociais mais utilizadas para essa finalidade. Dessa forma, ressalta-se a necessidade
de os gestores das Bibliotecas Universitárias reinventarem o modo de como as informações
possam ser divulgadas para a comunidade acadêmica, afinal as atividades e funções são as
mesmas, apenas precisam ser aperfeiçoadas com vistas à maior interatividade.
Dessa forma as Bibliotecas Universitárias visam promover não apenas os produtos
como as fontes e recursos de informação, serviços de referência, treinamentos, auxílio
editorial, acervo, mas também a sua estrutura física como a arquitetura do prédio, decoração
interior e a estrutura organizacional.
No mapeamento das Bibliotecas Universitárias que fazem uso das Redes Sociais,
verificou-se que essa ferramenta ainda está em fase de adaptação, existe interação com a
comunidade acadêmica, entretanto há lacunas em encontrar maneiras, estratégias de gerar
mais audiência nas redes. Pois, a título de alerta, foram encontradas Redes Sociais que não
são atualizadas com frequência e até mesmo páginas com mais de um ano sem algum tipo de
informação atualizada. Isso desmotiva o usuário a interagir com a Rede Social da biblioteca.
Aguiar (2012) constatou que os responsáveis pelas Redes Sociais das bibliotecas
convivem com incertezas sobre o alcance daquilo que é veiculado pelas Redes Sociais. No
entanto, a sua utilização é recente e requer um planejamento por parte dos bibliotecários.
Tal planejamento foi enfocado por parte dos bibliotecários de organizações que estão
despertos para a adoção de mecanismos para divulgação de atividades e interação mais rápida
com a clientela, entretanto, alertaram para o fato de ter um profissional específico para
alimentar a conversação.
Nessa linha, sugerem-se novos trabalhos para continuar a discutir a temática e
incentivar a adoção das Redes Sociais nas Bibliotecas, sejam Universitárias ou de outra
ordem.
REFERÊNCIAS
AGUIAR, Giseli Adornato de. Uso das ferramentas de redes sociais em bibliotecas
universitárias: um estudo exploratório na Unesp, Unicamp e USP. 184f. São Paulo.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação)-Escola de Comunicação e Artes,
519
�Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em:
<www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27151/.../Giseli_Aguiar_Dissertacao_final.pdf>.
Acesso em: 12 maio 2017.
AMARAL, Sueli Angélica do Amaral; GUIMARÃES, Tatiara Paranhos. Websites de
unidades de informação como ferramentas de comunicação com seus públicos. Enc. Bibli: R.
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usuário: o caso das bibliotecas universitárias do Rio Grande do Sul. In: CONGRESSO
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TOMAÉL, Maria Inês; JESUS, José Antônio Guazelli de. Informação em múltiplas
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520
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Redes sociais como ferramentas para divulgação de informações nas bibliotecas universitárias de São Luís – MA.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Freitas, Georgete Lopes; Cruz, Raynara Karoliny Barbosa da
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Estudo sobre as Redes Sociais como meio para divulgar os serviços e produtos das Bibliotecas Universitárias. Ressalta a contribuição das Redes Sociais para a disseminação da informação, por meio das Tecnologias de Informação e Comunicação de maneira instantânea e em tempo real. Objetiva de forma geral verificar o uso de Redes Sociais na prestação de serviços e produtos em Bibliotecas Universitárias públicas e privadas de São Luís – MA, caracterizando-se como pesquisa bibliográfica, documental e campo. Apresenta informações sobre as Bibliotecas Universitárias federais e de instituições públicas e privadas de São Luís - MA que fazem uso de Redes Sociais caracterizadas como Blogs, Facebook, e Twitter. Conclui que as Redes Sociais são excelentes ferramentas de divulgação, e que grande parte das Organizações de Ensino ou outras em geral, estão aderindo a essas ferramentas.
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pt
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Eixo I - Inovação e Criação
A CRIAÇÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES EM BIBLIOTECAS E
ARQUIVOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, SEUS
DESDOBRAMENTOS E IMPACTOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
THE CREATION OF THE COMMITTEE OF WORKERS IN LIBRARIES AND ARCHIVES
OF THE FEDERAL FLUMINENSE UNIVERSITY, ITS UNFOLDINGS AND IMPACTS:
EXPERIENCE REPORT
Resumo: Nas universidades públicas, as dificuldades de infraestrutura associadas aos
problemas de recursos humanos, saúde e qualidade de vida no trabalho mostram a
necessidade e urgência de fortalecimento e de organização dos trabalhadores, visando à
conscientização política e o exercício da cidadania de forma mais ampla. Foi nesse contexto
que surgiu, em 2016, a Comissão de Trabalhadores em Bibliotecas e Arquivos da
Universidade Federal Fluminense, fruto da problemática que se apresentou naquele momento
e com o intuito de reunir trabalhadores em prol de melhores condições de trabalho nas
unidades de informação da universidade. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo
relatar a experiência de participação na criação dessa comissão, enfocando seu histórico,
regimento, além das ações positivas que resultaram dessa união dos trabalhadores, e que
contou com o aporte político e jurídico do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade
Federal Fluminense. No período das duas gestões da comissão (2016-2017), foram realizadas
algumas ações significativas e diversificadas, que resultaram em encaminhamentos para as
reuniões com a administração superior da universidade. Dentre as atividades desenvolvidas,
destaca-se a organização de dois eventos político-pedagógicos, que contaram com um número
expressivo de participantes. Portanto, a comissão atua como um grande espaço de discussão
coletiva, onde as questões relacionadas à saúde, democracia e qualidade de vida no trabalho
podem ser tratadas e discutidas abertamente, buscando o enfrentamento e a solução dos
problemas existentes.
Palavras-chave: Conscientização política. Organização de trabalhadores. Eventos políticopedagógicos. Unidades de informação.
Abstract: In public universities, the difficulties of infrastructure associated with the problems
of human resources, health and quality of life at work show the necessity and urgency of
491
�strengthening and workers organizing, aiming at political awareness and the exercise of
citizenship in a broader way. It was in this context that the Committee of Librarian and
Archival Workers of the Federal Fluminense University arose that, in 2016, as a result of the
problems that came to light at the time and with the purpose of gathering workers for better
working conditions in the university's information units. The purpose of this paper is to report
on the experience of participating in the creation of this committee, focusing on its history,
regiment, beyond the positive actions that resulted from this union of workers, with the
political and legal support of the Workers' Union of Federal Fluminense University. During
the period of the two committee's administrations (2016-2017), some significant and
diversified actions were carried out, which resulted in referrals to the meetings with the
university administration. Among the activities developed, it is worth mentioning the
organization of two political-pedagogical events, which had an expressive number of
participants. Therefore, the commission acts as a large space for collective discussion, where
issues related to health, democracy and quality of life at work can be treated openly, seeking
the confronting and solving of the existing problems.
Keywords: Political awareness. Organization of workers. Political-pedagogical events.
Information Units.
1 INTRODUÇÃO
No atual cenário brasileiro, marcado por uma crise econômica, política e, sobretudo,
ética, que envolve a perda de direitos nas esferas trabalhista e previdenciária; suspensão de
concursos públicos; terceirização irrestrita entre outras ameaças aos trabalhadores, torna-se
necessário e urgente o fortalecimento e a organização não só dos servidores públicos como
também dos trabalhadores em geral, visando a conscientização política e o exercício da
cidadania de forma mais ampla.
Dentro das universidades públicas, a má administração aliada a outras arbitrariedades
contribue para o sucateamento de núcleos de sua estrutura. Como exemplo, podemos citar as
Unidades de Informação
leia-se Arquivos e Bibliotecas
que sofrem há tempo com
problemas crônicos que minam sua infraestrutura e seus recursos humanos.
Devido a essa conjuntura, é preciso reunir, dialogar, reivindicar e divulgar os
problemas enfrentados pelos profissionais, sejam eles de infraestrutura, manutenção ou de
assédio moral.
Nesse cenário que, há cerca de dois anos, surgiu a Comissão de Trabalhadores em
Bibliotecas e Arquivos da Universidade Federal Fluminense (CTBA-UFF), fruto da
problemática que se apresentou naquele momento e com o intuito de reunir trabalhadores em
492
�prol de melhores condições de trabalho nas unidades de informação da Universidade Federal
Fluminense (UFF).
Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de
participação (riquíssima para todos os participantes) na criação da CTBA-UFF, enfocando seu
histórico, regimento, além das ações positivas que resultaram dessa união dos trabalhadores, e
que contou com aporte político e jurídico do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade
Federal Fluminense - SINTUFF.
No período de 2016-2017, portanto em duas gestões da CTBA-UFF, foram realizadas
algumas ações significativas e diversificadas, visando atingir o objetivo inicial da sua criação.
Todas as atividades e ações da Comissão são sempre idealizadas, acordadas e
construídas em conjunto objetivando reunir, conscientizar e mobilizar o profissional de
informação, com a certeza de que juntos somos mais fortes.
Tendo em vista os objetivos deste trabalho e suas características de relato de
experiência, apresenta-se uma breve exploração teórica, sobre os fundamentos da
Psicodinâmica do Trabalho e sobre os conceitos de Trabalho e Democracia, segue-se a
metodologia utilizada e considerações finais fecham o trabalho.
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Essa seção trata do embasamento teórico deste trabalho, que engloba os temas da
psicodinâmica do trabalho e sua correlação com a CTBA-UFF; trabalho, democracia e
participação.
2.1 A psicodinâmica do trabalho e sua correlação com a CTBA-UFF
Considerando-se o contexto atual do mundo do trabalho e sua contribuição para a
modificação do panorama da saúde ocupacional e da qualidade de vida do trabalhador,
apontam-se as mudanças muito rápidas de conceitos, paradigmas, comportamentos e valores
como fator de risco. Nesse cenário onde encontramos o indivíduo, que entre as exigências da
modernização e outras demandas precisa lidar diariamente com novas formas de exploração
no trabalho como a precarização, a intensificação e a flexibilização, resgatamos os conceitos
da Psicodinâmica do Trabalho.
493
�Os estudos sobre prazer e sofrimento no trabalho, abordados através da atual
Psicodinâmica do Trabalho, tiveram sua origem na França, na década de 1970, com
Christophe Dejours.
[...] no estudo das dinâmicas que, em situações de trabalho, conduziam ora ao prazer
ora ao sofrimento, e o modo como este podia seguir diferentes desdobramentos, [...]
ao longo do tempo essa escola ampliou seu enfoque, transpondo a fronteira dos
estudos da dinâmica Saúde/Doença. (DEJOURS, 1994, p. 13)
Em sua fase atual, a partir de 2000, a ênfase se dá no estudo do trabalho como
construção da identidade do trabalhador e as vivências de prazer-sofrimento no trabalho, na
psicologia do reconhecimento e da sublimação como estratégia de enfrentamento e na
proposta de uma ação transformadora através do espaço de discussão coletiva onde a palavra
possa ter autonomia e liberdade de expressão.
conhecer o que o trabalho significa para o trabalhador, sua importância em questão de valores,
ex
Considera que o trabalho é o lugar tanto do sofrimento quanto do prazer, pois provém
da dinâmica das situações surgidas na organização do trabalho. Assim sendo, o trabalho é
produto dessa dinâmica, das relações e das ações dos trabalhadores. Nessa perspectiva,
portanto, a psicodinâmica estuda a relação homem-trabalho do ponto de vista do normal e,
patológicos, porque a energia sublimada é essencial para a construção e a manutenção da
É ainda a psicodinâmica do trabalho que aponta formas de transformação do
sofrimento (patológico) em prazer. De uma maneira resumida podemos apontar três formas de
sublimação evidenciadas nesses estudos: o reconhecimento, as estratégias de defesa e o
espaço de discussão coletiva.
O espaço de discussão coletiva é onde vamos concentrar os nossos olhares, já que é
nessa forma de transformação do sofrimento que encontramos o contraponto com o nosso
trabalho.
Esse espaço público de discussão coletiva é caracterizado prioritariamente pela
expressão coletiva do sofrimento. É constituído pelos trabalhadores e subentende a
compreensão dos meios de comunicação que possibilitam a autoexpressão, a
autenticidade e a equidade entre aquele que fala e aquele que escuta. É o local onde
opiniões contraditórias podem ser formuladas e declaradas livremente. Essas
494
�opiniões são fruto de crenças, valores, escolhas éticas, posições ideológicas e
experiências técnicas diferentes que enriquecem o compartilhamento de idéias e
estratégias de mediação das adversidades de diferentes contextos. (FIGUEIREDO;
ALEVATO, 2013, p. 12)
Considerado por muitos autores como um dos caminhos mais saudáveis para o
enfrentamento dos conflitos e do sofrimento decorrente das adversidades organizacionais, o
espaço de discussão coletiva é uma prática já amplamente utilizada e reafirmada pelo senso
comum. É nesse contexto que o sujeito se coloca frente à ação criativa fazendo com que
descubra experimente e transforme, de maneira prática e engenhosa, soluções inéditas frente
às situações oscilantes de seu trabalho. A competência e a engenhosidade, advindas da
inteligência coletiva ou individual, fazem surgir estratégias defensivas, que aliviam ou
combatem o sofrimento psíquico. (FIGUEIREDO; ALEVATO, 2013, p. 13)
Encontra-se também apoiado na literatura, o fato da cooperação e da solidariedade
construídas nesses espaços coletivos, criar imunidade e resistência no sujeito face à
preservação de sua saúde mental que poderiam ser facilmente corroída pela perversão da
organização do trabalho, quando encontra este sujeito sozinho, vulnerável, distante do
coletivo.
É nesse ponto que a teoria se encontra com a prática, e onde a Psicodinâmica do
Trabalho se faz presente de maneira espontânea e casuística no surgimento da CTBA/UFF.
2.2 Trabalho, democracia e participação
A conjuntura política brasileira está repleta de situações que levam os cidadãos
comuns a uma reflexão sobre os rumos da vida em sociedade. Em tempos de crise, os
conceitos de participação e democracia tomam parte nos debates políticos, visando uma
compreensão mais ampla dos problemas enfrentados pela população brasileira.
A construção de espaços coletivos de discussão, que amplie a participação dos
trabalhadores, tem gerado novas perspectivas no mundo do trabalho. As categorias de
trabalhadores buscam cada vez mais unir forças para garantir o exercício pleno dos seus
direitos, buscando mais participação democrática nos processos decisórios em seus ambientes
de trabalho.
A participação requer educação que ampliaria a compreensão dos indivíduos sobre a
política e a sociedade. Esse caráter pedagógico da atividade política também foi apontado por
Rousseau e Stuart Mill (MIGUEL, 2017).
495
�Conforme Monteiro, Moura e Lacerda (2015), o aspecto pedagógico, que nutre a
participação política, é crucial para a tomada de decisões coletivas. Dessa forma, os
indivíduos, pela aprendizagem adquirida, tornam-se capazes de exercer a sua cidadania.
A gestão democrática no ambiente de trabalho envolve a participação efetiva do
trabalhador como sujeito dos processos relativos ao trabalho realizado, sendo capaz de atuar
como agente do processo de mudança (VILELA; MALAGOLI; MORRONE, 2010).
Esse modelo de gestão também pode ser pensado como uma alternativa efetiva para
promover melhorias nas condições de trabalho, dando ênfase à saúde do trabalhador e ao
desenvolvimento e valorização profissional.
Os profissionais da informação se deparam, muitas vezes, em seu fazer diário com
questões que demandam uma visão política mais ampla, que extrapola o seu conhecimento
técnico, conquistado por meio de investimentos contínuos em formação, capacitação e
aperfeiçoamento profissional. O mundo do trabalho exige muito mais que a competência
profissional, é preciso desenvolver uma postura política e isso também implica a necessidade
de investimento pedagógico.
Nesse processo de ampliar a participação nas tomadas de decisões relacionadas
ao mundo do trabalho, um grande aliado do trabalhador é a informação e a reflexão que ela
produz, a partir do debate consciente sobre os problemas enfrentados. Deve-se ressaltar aqui a
importância dos eventos político-pedagógicos que contribuem para o encontro entre
trabalhadores e o desenvolvimento do debate aberto e a troca de experiência entre eles.
3 METODOLOGIA
O procedimento metodológico utilizado neste trabalho foi o relato de experiência
sobre a criação da CTBA e suas atividades desenvolvidas, descrevendo a dinâmica dos
eventos realizados e o objetivo que norteou as suas atividades.
Buscou-se abarcar, através dos relatos, as principais atividades desenvolvidas, nos
quais se destacam os eventos político-pedagógicos, que teve como principal objetivo
promover debates entre as categorias de profissionais de informação, com ênfase nas
condições de trabalhos, saúde do trabalhador, democracia e participação nas decisões no
ambiente de trabalho e novas perspectivas para os profissionais da informação, além do
eventos culturais promovidos.
496
�Realizou-se, também, a pesquisa bibliográfica em várias fontes, visando compor o
referencial teórico deste trabalho.
4 CRIAÇÃO DA CTBA-UFF E SEUS DESDOBRAMENTOS
Nessa seção, aborda-se a criação da CTBA-UFF, relatando as circunstâncias para o
seu surgimento, bem como o seu histórico, além das principais atividades, que incluem os
eventos realizados e demais ações desenvolvidas.
4.1 Histórico e surgimento da CTBA-UFF
A CTBA/UFF surge, enquanto movimento social unindo servidores da universidade, a
partir do término do contrato de 53 funcionários terceirizados que prestavam serviço atuando
como Auxiliares de Bibliotecas nas unidades de informação da UFF. A empresa contratada
não tinha mais interesse em continuar prestando esse serviço e a administração da
universidade não abriu edital público para licitar o serviço, ocasionando a demissão e a não
reposição desses trabalhadores.
Esse fato gerou grande descontentamento que, somado à insatisfação acumulada
devido a problemas de infraestrutura, entre outros que interferem nas condições de trabalho,
um grupo de forma espontânea, foi se reunindo e iniciando um movimento social, que
culminou na convocação de uma assembléia de trabalhadores em bibliotecas e arquivos da
universidade com apoio do SINTUFF.
Essa assembleia, realizada em 06 de abril de 2016 e organizada com o apoio do
SINTUFF, reuniu um número significativo de pessoas de diferentes unidades de informação
da UFF, afetadas pelos mesmos problemas. Nessa ocasião, foram abordadas inúmeras
questões, onde itens relacionados à infraestrutura, condições de trabalho e assédio moral
foram relatados, demonstrando que havia uma necessidade real de mobilização dos pares,
para que fosse possível apresentar e pleitear uma pauta específica das unidades de
informação.
Essa ação culminou na formação de um grupo de servidores que decidiram não mais
estar à margem dos processos de participação junto às instâncias superiores da universidade,
no que se relacionava às unidades de informação.
497
�A partir daí, deu-se a consolidação da Comissão de Trabalhadores em Bibliotecas e
Arquivos da Universidade Federal Fluminense (CTBA-UFF) procurou-se estabelecer a forma
de funcionamento, comunicação e ação do grupo junto aos demais profissionais da área e à
administração da universidade. Em princípio as reuniões trataram de estabelecer quais tarefas
eram necessárias para alcançar os objetivos de mobilização e dividir a responsabilidade na
execução das atividades. Percebeu-se também que, por envolver uma grande pluralidade de
ideias e opiniões, era preciso ter algum documento que orientasse a forma de atuação e
funcionamento dos trabalhos. Desse modo, surgiu a proposta de um regimento para nortear
tais ações.
Assim, o regimento traçou um histórico sobre o surgimento do movimento e o cenário
institucional da UFF, naquele momento.
O regimento foi alicerçado com base nas declarações da Organização Internacional do
Trabalho (OIT), que se apoia no princípio fundamental de que todos os seres humanos têm o
direito de perseguir o seu bem-estar material com dignidade e igualdade de oportunidades
(OECHSLIN; HANSENNE, 1998). Estruturado em artigos e parágrafos, o documento
definiu: natureza e finalidade; composição; competências e atribuições, reuniões e
funcionamento, assembleias, publicização das ações e anexo contendo a identificação dos
integrantes da mesma.
Considerando a importância dos espaços coletivos de reunião entre os seus integrantes
e colaboradores, a CTBA/UFF montou uma pauta de reivindicações das unidades, a partir de
reuniões e visitas técnicas às unidades de informação, e solicitou ao SINTUFF assessoria
jurídica para pleitear audiência junto à administração central. Essa ação foi de extrema
importância, porque as questões específicas das unidades de informação nem sempre são
plenamente conhecidas pela administração superior, tendo em vista os problemas e desafios
enfrentados no fazer dos profissionais de bibliotecas e arquivos. Essa audiência significou
uma possibilidade real de inserir a pauta das unidades na agenda de ações da administração da
UFF, alcançando, com isso, resultados positivos, muito embora haja a necessidade do
enfrentamento e solução dos problemas que atingem os ambientes de bibliotecas e arquivos.
Outra forma de ação da Comissão foi a organização de eventos político-pedagógicos,
visando trazer a classe para o debate e posicionamento frente aos desafios da crise nas
bibliotecas e arquivos universitários, pois toda essa problemática gera primeiro, um clima de
descontentamento, isolamento, falta de perspectiva e apagamento do profissional na sua real
possibilidade de exercício pleno de suas funções; segundo, um sofrimento coletivo
498
�comprometedor da saúde física e mental dos trabalhadores, impactando negativamente todo o
ambiente institucional das unidades de informação. O anseio do grupo era sair da posição de
mero espectador dos fatos e torna-se ator no processo de construção de um espaço
democrático e vivo dentro da universidade.
Dessa forma, o planejamento das atividades representa uma tentativa de, senão sanar,
pelo menos atuar sobre os impactos gerados pelo esquecimento vivenciado por esses
trabalhadores e que atingem diretamente aos usuários.
Nesse sentido, as atividades político-pedagógicas visam fomentar espaços de
discussão coletiva e traçar estratégias de enfrentamento para minimizar o sofrimento no
trabalho, provocado por questões ligadas à saúde do trabalhador, ao assédio moral,
insalubridade permanente das unidades e seus impactos na saúde desses profissionais. E
ainda, buscando contribuir para a abordagem de temas de interesse ligados à atualização dos
profissionais da área; somando-se à possibilidade de apresentação da produção de práticas
inovadoras em bibliotecas e arquivos, necessidade de democracia na gestão das unidades de
informação e premente necessidade de participação política dos profissionais de informação.
4.2 Principais atividades
A CTBA organizou ao longo de sua gestão várias atividades que foram desenvolvidas
durante os eventos promovidos por ela. Dentre essas atividades, destacam-se: palestras;
oficinas de artesanato e de desativação de estresse; contação de histórias; visitas às bibliotecas
da UFF das unidades de Niterói e do Interior; apresentações musicais - Coral Cantare Diem e
Orquestra de Cordas da Grota, e de trabalhos acadêmicos e científicos, na modalidade Eposter em um minuto.
A seguir, apresentam-se os eventos organizados pela CTBA-UFF com as respectivas
atividades político-pedagógicas e culturais desenvolvidas.
4.2.1 I Encontro de Trabalhadores de Bibliotecas e Arquivos da UFF
Data: 9 de dezembro de 2016.
Local: Auditório da Faculdade de Economia, Bloco F, no Campus do GragoatáNiterói.
Nº de Inscritos: 192.
499
�Objetivos: discutir o valor das bibliotecas e arquivos na UFF; abordar a desvalorização
do profissional nas bibliotecas e arquivos; analisar o prejuízo social e científico em relação à
pesquisa acadêmica com a precarização das unidades de informação; comentar as exigências
do MEC sobre as bibliotecas, e seu significado para o financiamento e validação dos cursos;
estimular a organização dos trabalhadores de bibliotecas e arquivos para exigirem melhores
condições de trabalho, valorização profissional e coibir o assédio moral.
Organizado pela CTBA/UFF e realizado pelo SINTUFF, o evento teve como tema "As
condições de trabalho e o fazer nas Bibliotecas Universitárias e Arquivos da UFF". Voltado
para bibliotecários, arquivistas, discentes, docentes e interessados afins, contou com o apoio
da Associação dos Profissionais de Informação e Documentação em Ciências da Saúde do
Estado do Rio de Janeiro (APCIS/RJ), Sindicato dos Bibliotecários do Estado do Rio de
Janeiro (SINDIB-RJ), Conselho Regional de Biblioteconomia 7ª Região (CRB7) e Revista
Biblioo. As palestras versaram sobre os seguintes temas:
a) A importância das Bibliotecas e Arquivos: histórico do Sistema de Bibliotecas da
UFF;
b) Pesquisa científica na academia: a biblioteca universitária como mediadora da
construção do conhecimento;
c) Assédio moral nas bibliotecas universitárias e arquivos;
d) Insalubridade;
e) O fazer biblioteconômico em tempos difíceis: sem estrutura, mas sem perder a
ternura;
f) Avaliação do MEC na validação dos cursos;
g) Apresentação do Coral Cantate Diem.
4.2.2 BIBLIONIC
Data: 17 de março de 2017.
Local: Pavimento térreo do bloco H, próximo a orla marítima, Campus do GragoatáNiterói.
Objetivos: comemorar o dia do bibliotecário, dia 12 de março; promover a integração
dos profissionais da área de Biblioteconomia e Arquivologia; incentivar a leitura através da
troca, doação de livros e contação de histórias.
500
�Organizado pela CTBA/UFF em comemoração ao dia do bibliotecário, contou com o
apoio do Projeto UFF/SOS Comunidade; do Sindicato Nacional dos Técnicos de Nível
Superior das IFES (ATENS); do CRB7; da Revista Biblioo; do SINTUFF e do; SINDIB-RJ.
Com foco na universalização e incentivo à leitura foram instaladas tendas na orla do Campus
para a troca de livros, piqueniques e brincadeiras recreativas.
O evento reuniu bibliotecários e graduandos do curso de Biblioteconomia da UFF que
participaram de uma atividade de extensão com 26 alunos, com idade entre 4 a 6 anos, e
professores de uma Escola Municipal de Niterói. O evento contou, ainda, com o professor
Francisco Gregório, na contação de histórias, e Roseli Pereira, restauradora da UFF, com
oficinas de artesanato. Cerca de 100 livros foram arrecadados e doados à Creche Flor de Papel
e ao Colégio Universitário Geraldo Reis (COLUNI).
4.2.3 Encontro das Unidades de Informação do Interior - Café com a Classe
Data:1 de setembro de 2017.
Local: Campus do Aterrado de Volta Redonda.
Objetivos: maior integração dos profissionais das unidades de informação do interior
com os da sede (Niterói - RJ); promover a mobilização para lutar por melhores condições de
trabalho; estimular a participação nos locais de trabalho.
Pensando na integração dos profissionais de Informação das Unidades do interior da
proposta do encontro consistiu em atividades com uma roda de conversas sobre nossos fazeres
(práticas de sucesso), palestras de interesse da classe, e encerramento com uma oficina de
artesanato que proporcionou integração e descontração. A programação foi diversificada e
contou com as seguintes temáticas:
a) Qualidade de vida no trabalho;
b) Satisfação no trabalho dos bibliotecários;
c) Trabalho: entre a saúde e a doença;
d) Construindo alternativas para combater o estresse - Oficina de artesanato.
4.2.4 II Encontro de Trabalhadores de Bibliotecas e Arquivos da UFF
Data: 15 de dezembro de 2017.
501
�Local: Auditório da Faculdade de Economia, Campus do Gragoatá-Niterói.
Nº de Inscritos: 219.
Objetivos: mobilizar e organizar os trabalhadores em bibliotecas e arquivos em prol de
melhores condições de trabalho; estimular a valorização profissional e combater o assédio
moral; combater práticas autoritárias de gestão e lutar por maior democracia nos espaços das
bibliotecas e arquivos; suscitar a discussão sobre eleições para chefias e cargos no ambiente
dos arquivos e bibliotecas na universidade.
Organizado pela CTBA/UFF e realizado pelo SINTUFF, esse evento seguiu a mesma
evento contou com a participação de profissionais da UFF e das principais universidades do
Rio de Janeiro. Sua programação abrangeu o dia todo, contando com uma mesa no período da
manhã outra na parte da tarde. A atividades foram variadas, contando com palestras,
apresentação acadêmicas, sorteios e apresentação musical. A programação incluiu os
seguintes temas:
a) Gestão de Trabalho e Saúde: buscando alternativas para conflitos de trabalho;
b) A Política de Gestão de Arquivos Setoriais da UFF e seus reflexos como atividade
insalubre;
c) Bibliotecas Universitárias e Democracia: um debate necessário;
d) O apocalipse bibliotecário: o que fazer quando a profissão não mais existir?;
e) Apresentação de trabalhos acadêmicos - E-Poster em 1 minuto;
f) Sorteio de livros;
g) Apresentação da Orquestra de Cordas da Grota.
5 AVALIAÇÃO SOBRE OS EVENTOS REALIZADOS
Durante a realização dos dois eventos de maior porte, foi distribuída, junto com o kit
do participante, a folha de avaliação do evento que foi o instrumento que forneceu à Comissão
o feeback necessário para os ajustes a serem realizados.
As avaliações até agora foram sempre positivas, apontando pequenos ajustes a serem
feitos, além de serem muito importantes para os organizadores, que percebem que seu
empenho e dedicação foram recompensados, na medida em que os participantes aprovam as
idéias e a dinâmica, e assim servem de estímulo para outras realizações do grupo.
502
�Quadro1- Demonstrativo da avaliação dos participantes do I e II Encontro de
Bibliotecários e Arquivistas realizado pela CTBA.
Itens avaliados como
I Encontro
II Encontro
Organização
74%
84%
Local
88%
84%
Data
74%
61%
Conteúdo programático
75%
71%
Exposição dos temas
66%
65%
Ótimos
Fonte: Dados da avaliação do I e II Encontro da CTBA-UFF, 2018.
Os itens incluídos na avaliação dos participantes têm como objetivo ajustes e
melhorias nos eventos da CTBA-UFF. As avaliações positivas recebidas através do feedback
dos questionários avaliativos foram mantidas. As sugestões descritas nas avaliações do I
Encontro foram, na medida do possível, abarcadas no II Encontro. A data do evento é sempre
o item que menos agrada aos participantes, visto que só foi possível realizar os dois eventos
no mês de dezembro e, por culminar no fim do período letivo, alguns participantes tiveram
dificuldade em comparecer.
Outro item interessante sobre o I e II Encontro de Bibliotecários e Arquivistas
realizado pela CTBA é o que diz respeito à expectativa dos participantes. Dos participantes
que responderam à avaliação, 62% e 53% assinalaram, respectivamente, que os eventos
atenderam a expectativa, enquanto para 37% e 44%, os eventos superaram a expectativa.
Toda avaliação positiva é muito gratificante para os membros da Comissão, mostrando que
estão no caminho certo, pois os eventos vão ao encontro dos anseios da comunidade.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A CTBA-UFF surgiu como um grande espaço de discussão coletiva (pela necessidade
do momento) onde todos os problemas - leia-se sofrimentos - pudessem ser falados,
discutidos abertamente e onde também todas as questões que dificultam e são empecilhos para
realização do trabalho podem ser enfrentadas através da busca de soluções.
Vale enfatizar que os encaminhamentos para as reuniões com a administração superior
da universidade foram construídos a partir dos encontros entre os membros da comissão e dos
eventos organizados por ela, onde se contou com a participação dos profissionais de
503
�bibliotecas e arquivos, interessados e motivados pelas questões que nortearam a criação da
CTBA-UFF desde o inicio.
Em relação às dificuldades encontradas, aponta-se a necessidade de ampliar o diálogo
com a administração superior, além de promover um maior entrosamento entre as categorias
profissionais envolvidas, despertando a consciência e a participação política desses
trabalhadores.
REFERÊNCIAS
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da Escola Dejouriana a análise da relação de prazer, sofrimento e trabalho. São Paulo: Atlas,
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ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 33., 2013, Salvador, BA.
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http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2013_TN_STO_180_026_23218.pdf . Acesso
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504
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
A criação da comissão de trabalhadores em bibliotecas e arquivos da Universidade Federal Fluminense, seus desdobramentos e impactos: relato de experiência.
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Alvarenga, Gilda Sousa de; Brito, Lucyene Almeida Faria; Drumond, Geisa Meirelles; Castro, Cristiane Alves Amaral; Figueiredo, Jussara Moore
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Salvador (Bahia)
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Nas universidades públicas, as dificuldades de infraestrutura associadas aos problemas de recursos humanos, saúde e qualidade de vida no trabalho mostram a necessidade e urgência de fortalecimento e de organização dos trabalhadores, visando à conscientização política e o exercício da cidadania de forma mais ampla. Foi nesse contexto que surgiu, em 2016, a Comissão de Trabalhadores em Bibliotecas e Arquivos da Universidade Federal Fluminense, fruto da problemática que se apresentou naquele momento e com o intuito de reunir trabalhadores em prol de melhores condições de trabalho nas unidades de informação da universidade. Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo relatar a experiência de participação na criação dessa comissão, enfocando seu histórico, regimento, além das ações positivas que resultaram dessa união dos trabalhadores, e que contou com o aporte político e jurídico do Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense. No período das duas gestões da comissão (2016-2017), foram realizadas algumas ações significativas e diversificadas, que resultaram em encaminhamentos para as reuniões com a administração superior da universidade. Dentre as atividades desenvolvidas, destaca-se a organização de dois eventos político-pedagógicos, que contaram com um número expressivo de participantes. Portanto, a comissão atua como um grande espaço de discussão coletiva, onde as questões relacionadas à saúde, democracia e qualidade de vida no trabalho podem ser tratadas e discutidas abertamente, buscando o enfrentamento e a solução dos problemas existentes.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5362/SNBU2018_041.pdf
9c1941c48c2c46fbf114e22ce5bebcf7
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O USO DO OMEKA PARA IMPLANTAÇÃO DA BIBLIOTECA DIGITAL DE
COLEÇÕES ESPECIAIS NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
USING OMEKA TO BUILD THE SPECIAL COLLECTIONS DIGITAL LIBRARY IN
UNIVERSITY OF BRASILIA
Resumo: Atualmente, as tecnologias de informação permitem que as instituições acadêmicas
possam explorar vários modelos de serviços de informação digital, com a finalidade de
contemplar boa parte do conteúdo abarcado pelas bibliotecas universitárias. Nesse sentido, a
Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE), que possui um rico acervo de coleções
especiais, optou por criar uma Biblioteca Digital de Coleções Especiais (BDCE), com o
objetivo de disponibilizar parte do acervo da BCE, bem como reunir acervos especiais da
UnB, que hoje não estão acessíveis e disponibilizar gratuitamente, a fim de ampliar o acesso e
a visibilidade. Para tal, optou-se por utilizar o software Omeka, que após estudos e análises,
concluiu-se ser o melhor software para atingir os objetivos do projeto da BDCE.
Palavras-chave: Biblioteca digital. Coleções especiais. Omeka.
Abstract: Currently, information technology allows academic institutions to explore various
models of digital information services, in order to cover much of the content covered by
university libraries. In this sense, the University of Brasília Central Library (BCE), which has
a rich collection of special collections, has chosen to create a Digital Library of Special
Collections (BDCE), with the objective of making part of the library collection available, as
well as UnB special collections, which are now not accessible. The purpose is provide these
material free of charge, in order to increase access and visibility. The project chose to use the
Omeka software, which, after studies and analyzes, was concluded to be the best software to
achieve the objectives of the ECDB project.
Keywords: Digital library. Special collections. Omeka.
1 INTRODUÇÃO
Os avanços das tecnologias de informação proporcionaram transformações nos
processos de uso e compartilhamento do conhecimento. No ambiente acadêmico, esses
479
�avanços permitiram aprimorar a oferta de produtos e serviços de informação destinados a
apoiar os pilares da universidade - ensino, pesquisa e extensão - bem como viabilizar a ampla
circulação do conhecimento produzido no cerne da universidade eternamente à instituição.
Tradicionalmente, as bibliotecas universitárias têm investido na criação e manutenção
de serviços digitais com enfoque na disseminação de produção científica, como por exemplo,
os repositórios institucionais e os portais de periódicos. Com efeito, estes serviços
representam uma ampliação ao acesso à pesquisa e têm o potencial de servir como
indicadores tangíveis da qualidade de uma universidade, ao demonstrarem a relevância
científica, social e econômica de suas atividades de pesquisa, aumentando, assim, a
visibilidade da instituição, seus status e valor público.
Embora os repositórios institucionais e portais de periódicos representem uma
inovação na gestão e disseminação da informação científica, as tecnologias de informação
permitem que as instituições acadêmicas possam explorar vários modelos de serviços de
informação digital, com a finalidade de contemplar boa parte do conteúdo abarcado pelas
bibliotecas universitárias.
A Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE) possui um rico acervo de
coleções especiais. Entende-se por coleção especial aquela mantida em separado do acervo
geral em razões de suas características de formato físico, temático, data de publicação além de
outras características (CUNHA, CAVALCANTE, 2008).
O acervo de coleções especiais da BCE é composto por coleções de acervos
especializados: Coleção de Estudos Clássicos (CEC), que inclui livros, periódicos e folhetos
dedicados à cultura clássica; coleções que reúnem a produção científica da Universidade de
Brasília (UnB), como teses e dissertações, periódicos, livros da Editora da UnB e relatórios de
atividades; coleção OAE artes, que reúne publicações de desenhos, gravuras, fotografias e
reprodução de artistas famosos; OAE Brasiliana, coleção formada pelas principais áreas do
saber como História, Antropologia, Ciência Política, Sociologia, Economia e Ciências
Naturais, reunindo autores nacionais e estrangeiros que se dedicaram aos estudos sobre o
Brasil entre os séculos XIX e XX; OAE Especial, obras de exemplar único ou tiragem
limitada e numerada que ainda não são consideradas raras, mas que merecem preservação e
armazenamento especial; OAE Braille, coleção que reúne obras de autores clássicos
destinados à usuários com deficiência visual; e OAE Brasília, coleção destinada a reunir
acervo sobre Brasília e sobre o Distrito Federal desde sua fundação. Além desse acervo
especializado, a BCE possui um vasto acervo de multimeios, composto por discos de vinil,
480
�partituras, CDs, VHS, DVDs, hemeroteca (composta por recortes de jornais com assuntos
relacionados à UnB), mapoteca e microfilmes.
Ainda em se tratando de coleções especiais, a BCE possui um acervo lato de obras
raras, que cobre quase todas as áreas do conhecimento ormado por manuscritos antigos e
modernos, primeiras edições de autores brasileiros e portugueses, periódicos literários
nacionais e portugueses do século XIX e início do século XX e edições raras de comprovada
importância ao estudo e à pesquisa em diversos assuntos.
Todo o acervo de coleções especiais da BCE encontra-se restrito ao espaço físico da
biblioteca, tornando limitado seu acesso. Além desse acervo descrito anteriormente, a UnB
possui vários acervos especiais espalhados pelo Campus e que não estão acessíveis. Nesse
sentido, surgiu a ideia de implementar uma biblioteca digital, com a finalidade de reunir e
disponibilizar parte desse material espalhado pela universidade, gratuitamente, ampliando o
acesso e a visibilidade.
2 PROJETO DA BIBLIOTECA DIGITAL DE COLEÇÕES ESPECIAIS
A biblioteca digital é uma coleção de serviços e de objetos informacionais, que apoiam
usuários no manuseio de objetos informacionais, assim como a organização e preservação
desses objetos, direta ou indiretamente disponíveis por meio eletrônico/digital. (MISHRA,
2016)
A biblioteca digital é uma ferramenta para promover o acesso à informação em meio
digital. Cleveland (1998) afirma que a biblioteca digital servirá suas comunidades específicas,
assim como as bibliotecas tradicionais fazem agora, mas, essas comunidades podem estar
dispersas através da rede ou ampliadas.
Nesse sentido, o projeto de implementação de uma biblioteca digital visa romper
barreiras, promovendo acesso à um número maior de pessoas, rompendo o limite do espaço
físico da biblioteca.
O projeto da Biblioteca Digital de Coleções Especiais (BDCE) tem como objetivo
disseminar e difundir acervos com características especiais existentes no âmbito do Sistema
de Bibliotecas da UnB (SiB-UnB).
São três os objetivos específicos, a saber:
481
�Armazenar, preservar, divulgar e garantir acesso aos acervos especiais da
Universidade de Brasília em formato digital;
Proporcionar visibilidade aos acervos especiais da instituição;
Apoiar o processo de ensino-aprendizagem por meio do acesso facilitado ao
conhecimento.
A BDCE será organizada em coleções, definidas por eixo temático. O projeto piloto
contará com 7 coleções, listadas a seguir.
Carlos Lacerda: coleção constituída de documentos pessoais componentes do
acervo do arquivo Carlos Lacerda.
Darcy Ribeiro: coleção constituída de documentos pessoais componentes do
acervo do Memorial Darcy Ribeiro.
Documentação Histórica: coleção constituída por documentos históricos
sobre a Universidade de Brasília, composta por documentos textuais, áudios,
vídeos e qualquer tipo de material que possa compor o acervo histórico da
UnB.
Fotos: coleções de fotos históricas da BCE.
Jornal Campus: jornal laboratório impresso na Faculdade de Comunicação da
UnB (FAC).
Obras Raras: coleção constituída por obras que cobrem quase todas as áreas
do conhecimento, formado por manuscritos antigos e modernos, primeiras
edições de autores brasileiros e portugueses, periódicos literários nacionais e
portugueses do século XIX e início do século XX e edições raras de
comprovada importância ao estudo e à pesquisa em diversos assuntos,
pertencentes ao acervo da BCE.
Partituras: coleção constituída por partituras originais de músicas clássicas e
populares, compostas por famosos autores, nacionais e internacionais.
3 ARQUITETURA TÉCNICA (escolha do software, instalação e customização)
Uma das fases do planejamento de uma biblioteca digital (BD) é a escolha de um
software para sua gestão. Para tal é necessário compor um conjunto de requisitos que reflitam
as diretrizes e as políticas gerais adotadas pela BD, de acordo com o perfil da biblioteca, dos
documentos que serão disponibilizados e do público-alvo.
482
�Existem alguns estudos que tentam enumerar atributos básicos para a escolha de um
sistema. Sayão e Marcondes (2009) apresentam algumas características que são empregadas
na avaliação da maioria dos pacotes de software, não importando o seu escopo de aplicação e
suas especificidades. Como por exemplo a escalabilidade, extensibilidade, facilidade de
implantação, plataforma computacional, implantações de sucesso, suporte do sistema,
documentação disponível/cursos/publicações, interoperabilidade dentre outras características.
Goh et al (2006) enumera alguns requisitos que podem ser usados como critérios de avaliação.
Os autores trazem uma lista de verificação de avaliação na qual constam 12 categorias de
itens, cada um com diferentes graus de importância: gerenciamento de conteúdo, aquisição de
conteúdo, metadados, pesquisa, controle de acesso e segurança, relatório e pesquisa,
preservação, interoperabilidade, interface do usuário, conformidade de padrões, ferramentas e
suporte técnico.
A metodologia para a escolha do software foi dividida em algumas etapas, a ver:
3.1 Pesquisa de softwares
Existem vários softwares livres que foram criados para o desenvolvimento de
bibliotecas digitais. Para análise foram selecionados os quatro sistemas mais conhecidos e
utilizados: Dspace, Omeka, Eprints e Greenstone.
O DSpace é uma plataforma que permite a captura de itens em qualquer formato:
texto, vídeo, áudio e dados e distribuí-los pela web (DURASPACE, 2017). Possui como
características principais:
Voltado para repositórios institucionais
Foco em materiais para pesquisa e ensino.
Interface web customizável
Interoperabilidade Protocolo OAI-PMH, Web Services, SRU/SRW
O Omeka é um sistema de gerenciamento de conteúdo para coleções digitais on-line.
Suas características principais são:
Como uma aplicação web, permite aos usuários publicar e exibir objetos do
patrimônio cultural e ampliar sua funcionalidade com temas e plugins.
483
�Uma solução leve em comparação com o software de repositório institucional
tradicional, como DSpace e Fedora, a Omeka tem foco na exibição e usa um
padrão de metadados Dublin Core sem qualificação.
Fácil personalização do design
Recursos de imagem de alta resolução
Fornece feedback editorial sobre exposições.
O software Eprints tem a maior e a mais distribuída base instalada dentre os sistemas
de repositórios digitais em operação; estima-se que ele seja o software que roda sob a maioria
dos repositórios acadêmicos em todo mundo (MILLINGTON; NIXON, 2007). Possui como
características:
Interoperabilidade Protocolo OAI-PMH;
Esquema de metadados aceitos
Identificadores
Dublin Core;
não implementa;
Formatos aceitos
sem restrições
Importação/exportação de dados
O Greenstone
exportação de busca
conforme está declarado em sua página oficial
é um conjunto de
software projetado para criar e distribuir coleções digitais, proporcionando uma nova forma
de organizar e publicar informações na Internet ou em CD-ROM (ou em outras mídias) na
forma de biblioteca digital totalmente pesquisável e dirigida por metadados (GREENSTONE,
2018).
Interoperabilidade Protocolo OAI-PMH; Z39.50; Corba;
Esquema de metadados aceitos
Dublin Core qualificado e não qualificado;
RFC 1807; NZGLS; AGLS. Permite o uso de plug-ins para o uso de outros
esquemas;
Identificadores
não implementa;
Formatos aceitos
sem restrições, realizado por meio de uso de plug-ins
específicos;
Importação/exportação de dados
padrão METS; formato CDS/ ISIS, Dspace.
484
�3.2 Definição dos requisitos de avaliação
Levando em consideração estudos sobre critérios de avaliação, foram definidos alguns
critérios para a seleção do software:
requisitos de interoperabilidade: poder trabalhar diferentes padrões de
metadados (sobretudo Dublin Core) e protocolo OAI-PMH;
possibilidade de configuração de formulário de busca: podermos configurar
uma banca avançada;
possibilidade de armazenar tipos variados de documentos (texto, imagem,
áudio, vídeo);
facilidades de customização de interfaces (inclusive a customização de formas
de apresentação de resultados de busca);
possibilidade de navegação por diferentes facetas (data, ano, assunto e o que
mais pudermos definir em termos de metadados);
possibilidade de trabalhar com diferentes idiomas;
possibilidade de gerenciar acessos e direitos autorais;
Escalabilidade
avaliar a capacidade de crescimento do sistema por meio de
adição de mais recursos (CPU, RAM etc.) para gerenciar coleções
crescentemente maiores e diversificadas de objetos digitais;
Facilidade de implantação;
Interfaces do Sistema;
Documentação disponível/cursos/publicações;
Metadados.
3.3 Escolha do software
Após a análise, a equipe da biblioteca digital observou que os dois softwares que
contemplavam a maioria dos requisitos eram o DSpace e o Omeka. Fazendo uma comparação
entre os softwares optou-se por utilizar o Omeka, pois ele possui todas as características
desejáveis para o tipo de biblioteca digital em construção, principalmente no que concerne à
customização, manutenção e instalação.
485
�A linguagem utilizada no Omeka é o PHP e no DSpace, JAVA. A configuração de
arquivos PHP é mais simples do que arquivos JSP (JAVA).
O Omeka também se destaca em relação a interface nos sistemas, pois o sistema
nativo disponibiliza os itens de uma maneira mais amigável que o DSpace. Sendo assim, por
se tratar de uma biblioteca de coleções especiais, o ideal é uma interface mais visual, por
questão dos tipos de materiais que serão disponibilizados, desde fotos, até documentos
históricos.
O sistema também possibilita a instalação de plug-ins59. Atualmente, o Omeka
disponibiliza ao público 77 plugins.
Por ser projetado para a publicação na web de coleções digitais de bibliotecas,
arquivos, museus ou qualquer outra instituição que deseje divulgar seu patrimônio cultural, o
Omeka se enquadra perfeitamente aos objetivos da referida biblioteca.
3.3.1 Instalação
Para proceder com a instalação do Omeka, a equipe de Informática da Biblioteca
Central baixou o sistema do site oficial. Salvou o arquivo descompactado no servidor Linux
(pode ser Windows). Após isso, acessou o arquivo CONFIG.INI e fez as modificações
referentes ao idioma. Editou o arquivo DB.INI e acrescentou informações sobre o host
(colocar localhost), nome de usuário senha, e nome da base de dados. Em seguida acessou o
servidor e criou a base de dados, onde todas as informações ficarão guardadas. Ir até o site do
omeka e finalizar as configurações.
3.3.2 Customização
O Omeka oferece algumas opções de temas para customização em seu site oficial.
Atualmente estão disponíveis 9 temas. A BDCE está utilizando o tema Emiglio, mas não em
seu estado nativo pois há a possibilidade de editar o tema modificando o código PHP e CSS.
59
Programa de computador usado para adicionar funções a outros programas maiores,
provendo alguma funcionalidade especial ou muito específica
486
�4 DIGITALIZAÇÃO
A maioria dos documentos que serão disponibilizados na BDCE encontravam-se
apenas em formato impresso. Para que fossem digitalizados, a equipe da BD fez um
cronograma de atividades, divididas conforme a fase do projeto. Institui-se que a projeto de
digitalização fosse dividido em três fases: pré-digitalização, digitalização e pós-digitalização.
Na primeira fase foi feito um inventário dos documentos; definido o que seria
digitalizado e higienizado; foi definido o equipamento para escaneamento; e realizado o
treinamento de equipe. Para a digitalização dos itens, a Biblioteca Central está utilizando
quatro scanners: um scanner de mesa, um scanner de negativos e diapositivos fotográficos;
scanner de microformas e o scanner planetário Zeutschel OS12000 (grandes formatos).
A segunda etapa diz respeito a digitalização em si. Já foram digitalizados cerca 500
documentos até o momento. É importante que ao digitalizar seja garantido o máximo de
fidelidade entre o documento digital e o documento impresso, para isso faz-se necessário
fazer um controle de qualidade das digitalizações. Em relação aos arquivos gerados, a BCE
gera dois arquivos, quando se trata de um documento fotográfico a biblioteca o salvo um em
formato jpg e o outro em TIFF (apresenta elevada definição de cores sendo amplamente
conhecido e utilizado para o intercâmbio de representantes digitais entre as diversas
plataformas de tecnologia da informação existentes).
A terceira e última etapa é a edição das imagens capturadas. Para documentos em
formato textual a biblioteca utiliza o software ABBYY FineReader, cuja tecnologia OCR que
transforma imagens em PDFs pesquisáveis, dentre outros tipos de documento.
5 METADADOS
A Omeka permite definir os tipos de objetos digitais que serão disponibilizados em um
repositório. O sistema inclui, por padrão, 16 tipos de objetos digitais ou itens, mas, caso seja
necessário acrescentar novos tipos, a criação de tipos digitais é bem simples e rápida.
Os itens nativos são documento, imagem em movimento, história oral, som, imagem
fixa, website, evento, e - mail, plano de aula, hiperlinks, pessoa, recursos interativos, conjunto
de dados, objeto, serviço e software. O único item que não era nativo do Omeka e precisou ser
criado, foi o item partituras.
487
�Nesse sentido, todas as coleções, exceto partituras, utilizam os metadados específicos
para os tipos de item conforme configurado no próprio sistema.
O Omeka utiliza nativamente o padrão Dublin Core (DC) qualificado. Sendo assim,
para a coleção de partituras, foram estabelecidos metadados DC específicos, que
correspondam aos campos não abarcados pelo Omeka, para descrição deste tipo de material
especificamente. As partituras possuem peculiaridades, pois dependendo do tipo de partitura a
ser disponibilizada, é necessário descrever não só o conteúdo lírico, estilo, gênero da música,
mas também a arte de capa, ilustrações e todo o conteúdo artístico.
6 DIREITOS AUTORAIS
Na organização de uma biblioteca digital, os direitos de propriedade precisam ser
considerados, de acordo com a legislação. Este foi um dos principais desafios na elaboração
do projeto da BDCE e que norteou a elaboração da política de conteúdo da biblioteca digital.
Com o intuito de não infringir a lei de direitos autorais, optou-se por disponibilizar
apenas documentos que estivessem em domínio público ou que o detentor do direito de
propriedade fosse a Universidade de Brasília.
7 CONCLUSÃO
O Omeka é um software com grande potencial para a construção de bibliotecas
digitais que tem como objetivo uma experiência de navegação voltada para o visual. O
software permite que sejam feitas exposições virtuais, muito útil para bibliotecas digitais de
fotos ou museus virtuais. É um software intuitivo e de fácil customização.
Para o projeto da BDCE, o Omeka foi a escolhido tento em vista que o principal
objetivo da BD é divulgar parte do acervo de coleções especiais da UnB. Esse acervo é
composto por uma miscelânea de materiais, entre fotos, partituras, documentos de arquivo,
periódicos e livros. Sendo assim, era importante escolher um software que permitisse a gestão
de todos esses tipos de materiais, bem como fosse atrativo para o usuário final.
O projeto da BCDE está em fase de implantação, tendo seu lançamento previsto para
março de 2018.
488
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jan. 2018.
489
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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Português
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O uso do OMEKA para implantação da biblioteca digital de coleções especiais na Universidade de Brasília.
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Freitas, Marília Augusta de; Silva, Patrícia
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2018
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Atualmente, as tecnologias de informação permitem que as instituições acadêmicas possam explorar vários modelos de serviços de informação digital, com a finalidade de contemplar boa parte do conteúdo abarcado pelas bibliotecas universitárias. Nesse sentido, a Biblioteca Central da Universidade de Brasília (BCE), que possui um rico acervo de coleções especiais, optou por criar uma Biblioteca Digital de Coleções Especiais (BDCE), com o objetivo de disponibilizar parte do acervo da BCE, bem como reunir acervos especiais da UnB, que hoje não estão acessíveis e disponibilizar gratuitamente, a fim de ampliar o acesso e a visibilidade. Para tal, optou-se por utilizar o software Omeka, que após estudos e análises, concluiu-se ser o melhor software para atingir os objetivos do projeto da BDCE.
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-
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O USO DO FACEBOOK EM BIBLIOTECAS: O CASO DO SISTEMA DE
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
THE USE OF THE FACEBOOK IN LIBRARIES: THE CASE OF THE LIBRARY
SYSTEM OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF CEARÁ
Resumo: O artigo apresenta abordagens a respeito das mídias e redes sociais. Apresenta
como foco a utilização da rede social facebook como canal de comunicação pelas bibliotecas
universitárias. Tem por objetivo analisar o uso do facebook pelas 19 bibliotecas pertencentes
ao sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará. Trata-se de uma pesquisa
exploratória descritiva com abordagem quali-quantitativa. Os dados apontam que as
bibliotecas do sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará com perfil no
facebook totalizam 11 e perfazem um quantitativo de 15.628 seguidores nesta rede social,
sendo que a biblioteca com maior número de seguidores é a biblioteca central do Campus do
Pici. Dentre as categorias de postagens, a mais utilizada com 23% do total postado refere-se
às publicações. Conclui-se que o uso da rede social facebook pelas bibliotecas universitárias
contribui para divulgar seus serviços e produtos bem como um meio que oportuniza múltiplas
possibilidades de interação com seus usuários. Configura-se por ser uma forma de interação
mais próxima do usuário por utilizar-se de uma linguagem mais coloquial. Através da mesma,
cria-se a possibilidade de maior visibilidade das bibliotecas universitárias.
Palavras-chave: Bibliotecas Universitárias. Facebook. Redes Sociais. Internet
Abstract: The article presents approaches regarding media and social networks. It focuses on
the use of the facebook social network as a communication channel for university libraries. Its
objective is to analyze the use of facebook by the 19 libraries belonging to the library system
of the Federal University of Ceará. This is an exploratory descriptive research with a
qualitative-quantitative approach. The data show that the libraries of the library system of the
Federal University of Ceará with facebook profile total 11 and account for a quantitative of
15,628 followers in this social network, and the library with the largest number of followers is
the central library of Campus do pici. Among the categories of posts, the most used with 23%
of the total posted refers to the publications. It is concluded that the use of the facebook social
network by the university libraries contributes to disseminate its services and products as well
as a medium that offers multiple possibilities of interaction with its users. It is configured as a
form of interaction that is closer to the user by using a more colloquial language. Through it,
the possibility of greater visibility of the university libraries is created.
465
�Keywords: University Libraries. Facebook. Social Networks. Internet.
1 INTRODUÇÃO
As fontes informacionais, o tratamento, a disponibilização e consequentemente sua
recuperação, são determinantes para a eficácia do acesso e uso das informações registradas,
independente do suporte e tipo de ambiente, uma vez que possibilita as condições adequadas
para que o usuário obtenha informações relevantes para a produção de conhecimentos,
realização de atividades, dentre outros anseios.
Hoje, vive-se a era da informação e assiste-se ao desenvolvimento de uma sociedade
em rede, em que a coleta, processamento e partilha da informação constituem as principais
formas de geração de riqueza, tanto o exercício pleno da cidadania quanto o sucesso
econômico dependem da habilidade informacional dos indivíduos (CASTELLS, 2000).
Diante dessa realidade, as mídias digitais apresentam-se como meios ou ferramentas
essenciais no processo de produção, reprodução e transmissão de informações,
desempenhando papéis cada vez mais importantes. Bévort e Belloni (2009) argumentam que
as pessoas vêm apropriando-se das mídias como meios ou ferramentas de expressão e
participação, acessíveis a qualquer cidadão jovem ou adulto. Nesse contexto, surgem as redes
sociais como um canal de comunicação necessário para o indivíduo comunicar-se, acessar
informação e usá-la.
Dessa forma, este estudo aborda conceitos de mídias digitais e tem o intuito de refletir
sobre as redes sociais e qual o uso do facebook pelas bibliotecas universitárias. Ademais, o
estudo elabora considerações sobre as possibilidades do facebook como eficiente canal de
comunicação.
Diante disso, a fim de contextualizar o uso do facebook pelas bibliotecas
universitárias, optou-se por analisar o sistema de bibliotecas da Universidade Federal do
Ceará (UFC).
2 AS MÍDIAS DIGITAIS
No início da Idade Média, o sistema de mídia contava com as opções da época: livros
em formatos de rolo, de códex, escritos à mão, aparecendo mais tarde à opção pela imprensa
tipográfica. Ribeiro (2009, p. 19) diz que
466
�Se há alguns séculos o sistema de mídias era composto por poucas opções, tais como
o livro impresso e a oralidade, mais recentemente o incremento desse sistema deu-se
com a emergência de mídias como a televisão, o rádio e a internet. O sistema ficou
mais complexo, acarretando uma aplicação de práticas para o leitor/escritor.
Na contemporaneidade, as mídias digitais encontram-se envolvidas por diferentes
culturas e hábitos de consumo e vêm evidenciando-se de forma amplificada no
entrecruzamento entre o individualismo e a interatividade.
Por certo, as transformações observadas na percepção tempo e espaço, após o advento
das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) na sociedade contemporânea e, em
particular, da expansão do universo das mídias digitais, corroboram com o acesso as
informações, vindo beneficiar os diferentes indivíduos que compõem a sociedade e que se
utilizam destas mídias de forma adequada.
Em se tratando da origem do termo mídia, observaHouaiss e Cardim (2008), o termo mídia tem sido recorrente no contexto contemporâneo.
Ribeiro (2009, p. 20) destaca que
Digital passou a ser o adjetivo empregado para se referir a máquinas que funcionam
com microprocessadores que transformam informações em números. Bits e Bytes
passaram a ser a essência das operações de computadores e da informação que
trafega por cabos e fios (e mesmo sem eles).
Devido aos avanços da tecnologia de informação e comunicação,
sinônimo de veículos de comunicação em massa, daí a mídia rádio, jornal, revista, para citar
No ano de 1960, McLuhan (1997 apud CARDOSO, 2007, p. 127) argumentava que a
or outro lado, Castells (2002 apud CARDOSO, 2007, p. 127)
mídia, isto é, moldam-se as mídias em função da mensagem que se pretende fazer chegar [...]
. Percebe-se que, em nossos dias, as mídias podem ser vistas como um espaço
sem precedentes para registro de mensagens textuais, sonoras e imagéticas, ensejando uma
enorme gama de possibilidades.
467
�3 AS REDES SOCIAIS NO CONTEXTO ATUAL
McGarry (1984, p
-se assim, do princípio que na
sociedade da informação mediante as diferentes mídias digitais e fontes informacionais
existentes, os recursos informacionais físicos, disponíveis na biblioteca não seriam a única
fonte de conhecimento. Desta forma, é importante o bibliotecário criar meios para que os
usuários possam conhecer as novas ferramentas tecnológicas e a partir disto possam
selecionar quais informações lhes interessam, assumindo desta forma um papel ativo no
processo de apropriação e compreensão da informação.
Através das redes sociais vão sendo criados novos espaços para a difusão da
informação, isso vem exigir que a biblioteca investisse ainda mais em ações e projetos
direcionados à construção e à socialização de conhecimentos, buscando oportunizar aos
professores e discentes meios para que se apropriem dos recursos tecnológicos como sujeito
críticos (SILVA, 2011).
Do ponto de vista de Bandeira (2005), a inscrição neste ambiente das mídias digitais
vai depender da apropriação tecnológica e da capacidade de produção e processamento da
informação pela sociedade.
Observa-se que as mídias digitais revelam-se como espaços para a difusão da
informação, exigindo que as bibliotecas invistam ainda mais em ações e projetos direcionados
à construção e a socialização de conhecimentos, superando-se os limites da massificação
cultural e a superficialidade da sociedade da informação (SILVA, 2011).
É necessário salientar que a biblioteca deve aproveitar o leque de possibilidades
ofertadas pelas redes sociais para inserir o usuário nas mais diversas situações comunicativas,
que, por ventura, exigirão dele conhecimento sobre vários campos e domínios discursivos.
3.1 O Facebook
O Facebook, ainda que seja o mais acessado, dentre as redes sociais, pelos jovens
atualmente, possui um grande público adulto. Provavelmente, o professor também pertence à
rede. Está aí uma oportunidade incrível de transformar o site em um canal de comunicação
com foco no aprendizado. Trata-se de uma rede social lançada em 2004, sendo que em
outubro de 2012 atingiu a marca de 1 bilhão de usuários ativos tornando-se com isso a maior
rede social do mundo (WIKIPÉDIA, 2017).
468
�De acordo com Teixeira (2011, online) a missão do Facebook
segundo o qual o indivíduo pode se mover pela rede e descobrir novas coisas com base nas
outras pessoas que vai encontrando, nas pessoas que já conhece e nas recomendações que
essas pe
sociais pelas bibliotecas auxilia a torná-las mediadoras da informação de forma a contribuir
com as práticas de leitura e proporcionar maior interação com o u
Para que os usuários das bibliotecas possam fazer uso do facebook como um canal de
comunicação, primeiramente é necessário que os mesmos tenham uma conta nessa rede
social. Caso ainda não possuam, basta possuírem um e-mail a fim de que a conta no facebook
seja criada, e assim, poderão curtir as páginas das Bibliotecas para que recebam as
informações variadas geradas e disponibilizadas pelas mesmas. (Figura 1).
Figura 1
Página Inicial do Facebook
Fonte: https://www.facebook.com/bcs.ufc/.
É possível através da linha do tempo postar fotos, textos, vídeos, links de artigos,
avisos enfim informações que potencialmente possam interessar aos usuários das bibliotecas.
Isso permiti aos usuários o acesso às informações relativas às bibliotecas a que se encontram
vinculados, bem como a outras que tenham interesse (Figura 2). O usuário poderá curtir,
comentar, compartilhar a postagem, enfim utilizar-se da rede social para interagir com a
biblioteca.
469
�O facebook quando utilizado em bibliotecas universitárias poderá disponibilizar
informações direcionadas a públicos específicos tais como ciências humanas e sociais,
ciências da saúde, ciências agrárias, tecnologias, dentre outros a depender dos usuários reais e
potenciais que queiram atingir.
Figura 2 Postagens na linha do tempo
Fonte:
<https:/
/www.f
aceboo
k.com/
bcs.ufc/
.>
E
ssa
rede
social
permit
e
ainda,
a criação de enquetes para análise e discussão de opiniões. Conforme enfatiza Costa (2017,
online)
O facebook permite que usuários criem enquetes em grupos, páginas, perfis e
eventos. Seja por meio de aplicativos ou pela própria ferramenta de publicação, as
enquetes podem ajudar usuários a receber opiniões sobre conteúdos compartilhados,
assuntos do cotidiano, opinião sobre produtos ou serviços oferecidos. Enquetes
também são excelentes canais de comunicação para receber opiniões e feedbacks do
público de um grupo, página ou evento.
Nesse sentido, para criação dessa ferramenta é necessário acessar a página do
aplicativo enquete e clicar em usar. Em seguida, seremos direcionados para página que
possibilitará a elaboração da enquete, e posterior publicação (Figura 3).
Garcia Giménez (2010 apud CALDEIRA, 2013, p. 42) considera como vantagens no
uso do facebook:
470
�a) a possibilidade de marketing através do Facebook, b) a fidelização de utilizadores,
c) a captação de potenciais utilizadores, d) a obtenção de contactos profissionais, e)
a optimização dos recursos, f) ampliação dos canais de comunicação com os
utilizadores, g) a adaptação ao meio envolvente e reforço dos mecanismos de
avaliação do serviço, h) a transmissão de uma imagem atual no que diz respeito à
utilização de novas tecnologias e i) o carácter gratuito do Facebook.
Figura 3
Criando enquetes
Fonte: https://www.facebook.com/games/minhas-enquetes/.
Assim, apreende-se, a partir dessas abordagens, que é viável promoverem acesso a
informações relevantes bem como ter uma via de interação através da rede social facebook, a
fim de disseminar conteúdos informacionais. A seguir serão abordadas algumas questões que
permeiam o uso do facebook pelo sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará
(UFC).
4 METODOLOGIA
-
471
�-
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O Sistema de Bibliotecas da UFC é constituído por 19 bibliotecas, destas 14 estão
domiciliadas na capital e cinco no interior do estado do Ceará. As bibliotecas atendem a
cursos de graduação e pós-graduação nas áreas de ciências exatas, tecnológicas, agrárias e
saúde, e estão localizadas nos seguintes campi: em Fortaleza
Pici, Benfica, Porangabuçu e
Labomar; Interior -Sobral, Cratéus, Russas e Quixadá.
Gráfico 1 Distribuição das Bibliotecas por Campi da UFC
Bibliotecas por Campi
Fortaleza
Interior
Fonte: As autoras.
Para dinamizar a comunicação com a comunidade acadêmica e o público em geral, as
bibliotecas utilizam-se de ferramentas tecnológicas, tais como: blogs, página web, Facebook,
Twitter, Instagram.
472
�Em relação à rede social Facebook constatou-se que 11 bibliotecas da UFC, dentre as
19 que compõem o sistema, possuem perfil nessa rede social (Gráfico 2).
Das 11 bibliotecas que possuem perfil no Facebook, sete localizam-se em Fortaleza e
quatro no interior do estado do Ceará:
- Em Fortaleza: Biblioteca do Curso de Arquitetura; Biblioteca Central do Campus do
Pici; Biblioteca de Ciências da Saúde; Biblioteca Universitária; Biblioteca de Pósgraduação em Engenharia; Biblioteca da Faculdade de Economia, Administração,
Atuária e Contabilidade e Biblioteca de Ciências Humanas;
- No interior do estado do Ceará: Biblioteca do Campus de Quixadá; Biblioteca do
Campus de Russas; Biblioteca do Campus de Sobral e Biblioteca de Medicina de
Sobral.
Gráfico 2 - Bibliotecas da UFC com perfil no Facebook
Bibliotecas com perfil no Facebook
• Com perfil no
Facebook
Fonte: As autoras.
Todas as 11 bibliotecas (57,8%) com perfil no facebook seguem as recomendações do
documento intitulado "Diretrizes para utilização das mídias sociais pelo Sistema de
Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará", criado em 2015 pela Comissão de Serviços da
Biblioteca Universitária, e ainda em vigência.
O referido documento "estabelece padrões de conduta para o Sistema de Bibliotecas da
UFC que permitam o bom uso das redes sociais digitais (Facebook, Twitter, Pinterest, Blogs,
dentre outras)" (UFC, 2015).
Corno primeira característica para postagens de conteúdos na Rede Social é exigido que:
473
�O conteúdo publicado pela biblioteca nas mídias sociais (seja ele elaborado pela
instituição ou oriundo de outras fontes) deve ter, necessariamente, um caráter
institucional, ou seja, as postagens realizadas pela biblioteca devem estar em
consonância com os valores éticos defendidos pela instituição e, portanto, absteremse da emissão de juízos de valor, evitarem comentários discriminatórios e/ou
depreciativos e manterem a laicidade e o respeito aos direitos básicos do cidadão.
Também deve ser de acesso público, de interesse da comunidade atendida pelas
bibliotecas, ser originado de fonte fidedigna, observar direitos autorais e outros
existentes (UFC, 2015).
Os perfis das bibliotecas devem estar alinhados aos demais perfis institucionais da
Universidade, e ser periodicamente atualizados observando-se as normas da língua portuguesa
para estabelecer uma comunicação clara com os eventuais usuários (UFC, 2015).
O gráfico 3 a seguir relaciona o número de seguidores aos perfis das bibliotecas:
Gráfico 3
Perfis de Bibliotecas da UFC no Facebook com os respectivos nº de seguidores
Perfil das Bibliotecas com nº de seguidores até 15/12/2017
Biblioteca Universitária da UFC
Biblioteca dos Cursos de Arquitetura e Design - UFC
Biblioteca UFC Campus Sobral
Biblioteca do Campus de Russas BCR/UFC
BCQ Biblioteca do Campus de Quixadá / UFC
BPGE Biblioteca de Pós-graduação em Engenharia
Biblioteca do Curso de Medicina - UFC Sobral
Biblioteca de Ciências Humanas da UFC - BCH
Biblioteca de Ciências da Saúde - UFC
Biblioteca da FEAAC / UFC
Biblioteca Central do Campus do Pici - UFC
Fonte: As autoras.
Os dados apontam que as bibliotecas do sistema de bibliotecas da UFC com perfil no
facebook perfazem um total de 15.628 seguidores nesta rede social.
A Biblioteca que se destaca pela quantidade de seguidores é a Biblioteca Central do
campus do Pici com 39% dos seguidores. Logo em seguida vem a Biblioteca Universitária da
474
�UFC com 26%, sendo que esta biblioteca é detentora de todo acervo editado pelas edições
UFC.
As bibliotecas do sistema são encorajadas a utilizarem as mídias sociais em geral para:
-
Divulgar produtos e serviços;
-
Estabelecer e manter contatos com instituições, profissionais e públicos afins,
com o intuito de formar parcerias ou mesmo de prestar serviços;
-
Identificar e compartilhar recursos multimídias que sirvam à divulgação da
ciência;
-
Fortalecer as bibliotecas para que possam dar suporte às demandas
informacionais dos usuários;
-
Interagir com os usuários fomentando reflexões sobre temas de interesse;
-
Apoiar as ações desenvolvidas pela Universidade levando ao conhecimento
dos usuários através das mídias.
Gráfico 4 - Categoria das postagens nos perfis das bibliotecas
Categoria das Postagens
• Avaliações
• Eventos
Fotos
• Notas
• Promoções
• Publicações
• Renovação
. Videos
Fonte: As autoras.
475
�Conforme explicitado pelos dados, a categoria de postagem mais utilizada pelas
bibliotecas são as publicações com 25%, seguida pelas categorias de fotos com 23%. Seguem
as postagens sobre eventos e avaliações ambas correspondendo a 14%.
Ainda dentre as categorias de postagens, as que em menor percentagem são postadas
referem-se à temática renovação e as notas, ambas com 2% do total de postagens.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hoje, a democratização da informação está intensamente ligada ao acesso da
comunidade acadêmica e sociedade em geral às tecnologias da informação.
Nesse quesito, as redes sociais são instrumentos facilitadores de interação entre as
instituições e a sociedade. As universidades, suas bibliotecas e demais órgãos não podem ficar
alheias ao que se passa no mundo.
Em face dos dados expostos, é possível afirmar, a rede social facebook tem sido
utilizada pela maioria das bibliotecas do sistema de bibliotecas da UFC como instrumento de
comunicação.
Das 19 bibliotecas setoriais e pertencentes ao sistema de bibliotecas da UFC, 11
disponibilizam a rede social facebook em suas respectivas páginas, ou seja, em torno de
57,8% destas. Sendo possuidoras de 15.628 seguidores.
Dentre as postagens das bibliotecas da UFC no facebook, pode-se citar: notícias
publicadas no portal da Universidade, eventos nas áreas de conhecimento relacionadas aos
cursos atendidos pela instituição, divulgação de campanhas criadas pelo Sistema de
Bibliotecas, indicação de sites de filmes, divulgação do calendário de treinamentos de
usuários realizados pelas bibliotecas, listas de novas aquisições para os acervos do sistema,
datas comemorativas, avisos e alertas para os alunos sobre prazos de devolução de materiais,
bem como horário de funcionamento dos serviços, dentre outras.
Conclui-se que o uso da rede social facebook pelas bibliotecas universitárias contribui
para divulgar seus serviços e produtos bem como se configura como um meio que oportuniza
múltiplas possibilidades de interação com seus usuários.
A rede social facebook é uma forma de interação mais próxima com o usuário por
utilizar-se de uma linguagem mais coloquial. Através da mesma, cria-se a possibilidade de
maior visibilidade das bibliotecas universitárias não apenas perante a comunidade acadêmica,
mas para os milhares de usuários das redes sociais no país e no mundo.
476
�REFERÊNCIAS
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478
�
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2018
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O artigo apresenta abordagens a respeito das mídias e redes sociais. Apresenta como foco a utilização da rede social facebook como canal de comunicação pelas bibliotecas universitárias. Tem por objetivo analisar o uso do facebook pelas 19 bibliotecas pertencentes ao sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva com abordagem quali-quantitativa. Os dados apontam que as bibliotecas do sistema de bibliotecas da Universidade Federal do Ceará com perfil no facebook totalizam 11 e perfazem um quantitativo de 15.628 seguidores nesta rede social, sendo que a biblioteca com maior número de seguidores é a biblioteca central do Campus do Pici. Dentre as categorias de postagens, a mais utilizada com 23% do total postado refere-se às publicações. Conclui-se que o uso da rede social facebook pelas bibliotecas universitárias contribui para divulgar seus serviços e produtos bem como um meio que oportuniza múltiplas possibilidades de interação com seus usuários. Configura-se por ser uma forma de interação mais próxima do usuário por utilizar-se de uma linguagem mais coloquial. Através da mesma, cria-se a possibilidade de maior visibilidade das bibliotecas universitárias
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MENDELEY COMO FERRAMENTA DE APOIO À ESCRITA CIENTÍFICA:
UM ESTUDO DE CASO
MENDELEY AS A TOOL TO SUPPORT SCIENTIFIC WRITING: A CASE STUDY
Resumo: Com o aumento do número de informações disponíveis no meio digital, os
pesquisadores necessitam encontrar formas rápidas e eficientes para gerenciar essa grande
quantidade de dados. Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo apresentar o gestor de
referência Mendeley, seus benefícios e algumas das dificuldades identificadas durante a
utilização da ferramenta. A metodologia teve inicio com o levantamento bibliográfico sobre o
tema, posteriormente foi realizado uma pesquisa de caráter exploratório, buscando analisar a
motivação dos pesquisadores no uso da ferramenta no momento da escrita. Os resultados
demonstram que o conjunto de funcionalidades fornecidas por Mendeley possibilita
habilidades avançadas de aprendizado e economia de tempo no momento da escrita científica,
reduzindo a duplicação de esforços do pesquisador, atingindo o objetivo como uma
ferramenta de pesquisa integrada que promove o trabalho colaborativo e se entrelaça no
processo de pesquisa ao invés de simplesmente organizar citações. Serve ainda como outro
ponto de engajamento com professores e alunos, em contextos práticos e aplicação em ensino
e educação a partir das capacitações realizadas pelas equipes bibliotecárias, sendo esta outra
maneira para a biblioteca agregar valor à instituição.
Palavras-chave: Mendeley. Gestor de referência. Rede social acadêmica.
Abstract: With the increasing number of information available in the digital environment,
researchers need to find fast and efficient ways to manage this large amount of data. In this
context, the objective of this paper is to present the reference manager Mendeley, its benefits
and some of the difficulties identified during the use of the tool. The methodology began with
a bibliographical survey on the subject, afterwards an exploratory research was carried out,
seeking to analyze the motivation of the researchers in the use of the tool at the time of
writing. The results demonstrate that the set of functionalities provided by Mendeley enables
advanced learning and time saving skills at the time of scientific writing, reducing the
researcher's duplication of effort, reaching the goal as an integrated research tool that
promotes collaborative work and intertwine in the research process rather than simply
organizing quotes. It also serves as another point of engagement with teachers and students, in
practical contexts and application in teaching and education from the training provided by the
library teams, this being another way for the library to add value to the institution.
Keywords: Mendeley. Reference manager. Social network.
453
�INTRODUÇÃO
A busca e análise da literatura científica é parte integrante de qualquer pesquisa.
Porém, com o aumento do número de informações disponíveis no meio digital, os
pesquisadores necessitam encontrar formas rápidas e eficientes para gerenciar essa grande
quantidade de dados.
Na era do rápido desenvolvimento de tecnologias, ferramentas poderosas e
necessárias, como gestores de referência, estão disponíveis para apoiar os pesquisadores e
otimizar seu tempo no momento da escrita científica. Além disso, algumas dessas ferramentas
têm a capacidade de suportar uma variedade de práticas de pesquisa, incluindo organização e
armazenamento de arquivos.
Dentre as ferramentas mais utilizadas, estão as que têm função de obter informações
de citação nas bases de dados online e aquelas que inserem citação, gerando as referências no
documento num formato específico escolhido.
Nesse panorama, os estudos demonstram que os pesquisadores tem amplamente
adotado programas para gerenciamento de referência devido à sua capacidade de suportar
uma variedade de práticas de pesquisa, incluindo a organização e o armazenamento de dados,
facilitando a edição dos trabalhos científicos (OSMANI et al., 2016).
Para Fenner (2010) os gestores de referência auxiliam os pesquisadores através da
realização de três funções básicas: 1) Busca: localização de literatura científica relevante; 2)
Armazenamento: guardar os resultados da pesquisa em um banco de dados pessoal para futuro
acesso e; 3) Escrita: inserir as referências quando estiver escrevendo um manuscrito.
Essas novas ferramentas digitais diferem na funcionalidade e na interface, exigindo
múltiplas capacidades dos autores para visualizar oportunidades de aprendizado significativas
para a pesquisa científica.
Assim, além de organizar seus dados, o pesquisador pode identificar os trabalhos mais
citados, os autores mais relevantes sobre determinado tema, os periódicos com maior número
de publicações sobre determinada área e outras formas de análises, podendo ampliar o
trabalho de pesquisa com informações que se destacam no seu campo de atuação
(YAMAKAWA et al., 2014).
Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo apresentar o software Mendeley, seus
benefícios e algumas das dificuldades identificadas durante a utilização desta ferramenta.
454
�Como resultado, o trabalho apresenta a análise da motivação dos pesquisadores no uso
da ferramenta no momento da escrita, realizada através de uma pesquisa exploratória com os
participantes das capacitações em Mendeley, oferecidas pela Divisão de Biblioteca da
ESALQ/USP durante o ano de 2017.
REVISÃO DE LITERATURA
Nesta revisão de literatura, realizado a partir do levantamento bibliográfico, será
apresentado o gestor de referência Mendeley, seus benefícios e algumas das dificuldades
identificadas durante a sua utilização.
O Mendeley é um software gratuito, desenvolvido pela empresa Elsevier,
disponibilizado aos usuários para gerenciar, compartilhar, ler, anotar e editar artigos
científicos. Funciona também como rede social acadêmica para descobrir tendências de
investigação e para conectar a pesquisadores em área de interesse comum.
Surgiu em 2008 e apresenta uma combinação de aplicação desktop instalado no
computador do usuário e a versão Web para auxiliar pesquisadores no gerenciamento,
compartilhamento e acesso a dados relacionados com a pesquisa, compatível com todas as
plataformas e disponível para dispositivo móvel - IOS e Android (YAMAKAWA et al.,
2014).
A versão Web (Figura 1), disponível através de uma plataforma online, permite o
acesso a muitos recursos e serviços de Mendeley sem a necessidade de instalar qualquer
software, possibilitando algumas vantagens ao pesquisador: obter atualizações em torno de
sua rede pessoal; acessar, atualizar e gerenciar as suas referências; construir e manter o seu
perfil pessoal Mendeley; encontrar e se conectar com outros pesquisadores; receber sugestões
sob medida de documentos de interesse; rever as estatísticas de suas publicações pessoais;
criar e aumentar os grupos de pesquisas colaborativas; pesquisar no catálogo Mendeley Web
documentos e referências para adicionar à sua biblioteca pessoal.
conteúdo on-line diretamente para sua conta Mendeley. Utilizada na versão web, esse atalho
tem a capacidade de interpretar arquivos PDF, recuperando os metadados das referências de
diferentes extensões e tipos de navegadores, facilitando a gestão de referências e a inserção
em redes de pesquisa.
455
�O formato comum para a importação e exportação de metadados é o Research
Information Systems (RIS), além do Bibtex, EndNote e Zotero.
Figura 1
Versão Mendeley Web
Apesar da facilidade na importação dos dados, Marchiori et al. (2010) aponta que a
incorporação na ferramenta não é imune a inconsistências, especialmente porque o conjunto
. Assim, é necessário
fazer uma conferência dos dados importados para corrigir possíveis inconsistências no
registro, garantindo que a citação e a referência sejam geradas corretamente no momento da
escrita científica.
Mendeley é uma ferramenta de pesquisa integrada que promove o trabalho
colaborativo e se entrelaça no processo de pesquisa ao invés de simplesmente organizar
citações. Uma colaboração acadêmica em um novo nível, alavancando os usuários de
Mendeley para descobrir tendências de pesquisa (HENSLEY, 2011).
Fornece aplicações potenciais para instrução de letramento de informação, pois
permite que os usuários se envolvam na busca de informações colaborativas, descoberta de
tendências de pesquisa, compartilhamento de artigos relevantes com outros pesquisadores e
encontro de pessoas que pesquisam temas semelhantes, gerando vantagens, tanto em
456
�segurança quanto em acessibilidade dos dados com a funcionalidade de sincronização dos
arquivos armazenados (MORAES, 2017).
A versão desktop (Figura 2) apresenta algumas particularidades importantes ao
pesquisador: analisa o conteúdo adicionado e/ou selecionado em sua biblioteca, destacando
campos que contêm informações conflitantes para conferência de possíveis duplicidades e
sugere uma referência unificada com as informações dos registros localizados; organiza
automaticamente os arquivos pdfs no computador, de modo que os documentos estejam a
disposição do pesquisador a qualquer momento; possui o recurso de arrastar e soltar um
arquivo pdf ou uma pasta contendo vários documentos para extrair automaticamente os
detalhes do documento e criar uma entrada em sua biblioteca Mendeley.
Figura 2 Versão Mendeley Desktop
O software permite gerar estatísticas relacionadas ao número de artigos encontrados,
identificação de leitores por área, autores que estão pesquisando sobre o tema de interesse,
entre outros (MARCHIORI et al., 2010).
Outro facilitador da ferramenta é o compartilhamento e a sincronização dos dados
entre vários computadores e dispositivos móveis. Ao abrir a versão desktop, por exemplo, os
dados são sincronizados com a área pessoal do Mendeley Web, sendo importadas as pastas e
as referências guardadas. Todas as versões da ferramenta permitem abrir vários arquivos pdf,
navegáveis por guias, para leitura, anotações e marcações no texto.
457
�O Mendeley usa o conteúdo de sua biblioteca pessoal, sua área de estudo e os seus
interesses de pesquisa, a fim de fornecer recomendações personalizadas.
Os grupos de pesquisa que podem ser públicos ou privados, têm a capacidade de
anotar e compartilhar anotações de forma colaborativa. Para as contas básicas, uma
desvantagem é o espaço de armazenamento limitado a 2GB, incluindo 5 grupos particulares
com 25 membros cada. Maiores capacidades de espaço e grupos, Mendeley oferece uma
opção paga pelo usuário, enquanto que para os usuários vinculados ao Mendeley Institucional,
o espaço de armazenamento e compartilhamento é de 100GB, com possibilidade de incluir até
1.000 grupos privados de até 100 membros cada.
Para aumentar significativamente o processo de escrita do pesquisador, Mendeley
disponibiliza o plugin de citação, onde é possível escolher uma norma entre os mais de 7.500
estilos disponíveis. Ainda é possivel editar um estilo de citação a partir do CSL e importar ao
Mendeley para fazer parte da lista de opções.
Essa funcionalidade permite inserir rapida e facilmente estilos de citações para
referenciar os documentos de sua biblioteca Mendeley, bem como gerar uma bibliografia
completa dos documentos citados no trabalho (Figura 3). É possivel ainda remodelar
completamente todas as referências inseridas no trabalho.
Figura 3 Citação e referência automática
458
�Uma
dos estilos de citação é a diversidade de normas ABNT
disponibilizada na lista, causando confusão na escolha do estilo. Isso ocorre uma vez que o
software permite a seus usuários a edição da norma adequando as suas especificidades, uma
vez que a ABNT possui elementos obrigatórios e complementares. Por sua vez, as instituições
brasileiras determinam diferentes campos para compor a referência do trabalho, criando
diferentes normas ABNT na lista de citação do Mendeley.
Fica claro que o desenvolvimento de Mendeley é uma indicação das futuras direções
de ferramentas de pesquisa. O gerenciamento de citações está indo além de gerar bibliografias
e os pesquisadores estão procurando maneiras de racionalizar seus processos de pesquisa. Se
o desenvolvimento de Mendeley é uma indicação, as ferramentas de pesquisa continuarão
buscando maneiras de incorporar a organização de materiais de pesquisa, adicionar recursos
de colaboração social e incorporar compatibilidade com outras plataformas (HENSLEY,
2011).
METODOLOGIA
O trabalho teve inicio com o levantamento bibliográfico sobre o tema, de modo a
apresentar os principais benefícios e dificuldades no uso da ferramenta. Posteriormente, foi
realizada uma pesquisa de caráter exploratório com o objetivo de analisar a motivação e/ou as
razões dos pesquisadores no uso da ferramenta no momento da escrita.
O instrumento de coleta de dados escolhido para a pesquisa foi o questionário,
elaborado com perguntas abertas e fechadas, aplicado em dezembro de 2017.
A análise dos dados foi realizada de forma quantitativa e qualitativa, mensurada por
meio de pesquisa online. O público-alvo foi composto por 205 participantes das capacitações
em Mendeley, oferecidas pela Divisão de Biblioteca da ESALQ/USP durante o ano de 2017.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os resultados demonstram a participação de 57 respondentes, correspondendo a 28%
do total, sendo esta nossa amostragem (Gráfico 1).
459
�Gráfico 1 Categoria dos participantes
Quanto a questão sobre a utilização da ferramenta (Gráfico 2), 96,5% utilizam
Mendeley, enquanto que 3,5% dos respondentes dizem não fazer uso por não atender a
expectativa ou por não utilizar nenhum gestor de referência.
Gráfico 2
Utilização do Mendeley
Perguntados sobre qual a principal razão para o uso do Mendeley (Gráfico 3), a
maioria dos respondentes (83,6%) informaram usar como gestor de referência e 12,5%
utilizam como base de dados para pesquisar publicações acadêmicas, refletindo a natureza de
Mendeley como um site de compartilhamento de referência. No entanto, somente 3,6% dos
respondentes usam Mendeley para publicar seus principais artigos.
460
�Gráfico 3 Razão para o uso do Mendeley
Constata-se que os respondentes não utilizam a ferramenta como rede social
acadêmica, sendo esse um dos grandes objetivos do software. Talvez esteja relacionado com o
fato de que usuários do plano básico Mendeley tem limitação na criação de grupos e inserção
de membros.
Dentre as funcionalidades da ferramenta mais utilizadas (Gráfico 4), os respondentes
sinalizaram preferencialmente o gerenciamento das referências (94,5%) e a organização e
armazenamento dos documentos (63,6%). Compartilhar documento e participar de grupos de
pesquisa refletem ainda pequena importância na visão dos respondentes, já que essa questão
era de múltipla escolha.
Gráfico 4
Funcionalidades mais utilizadas no Mendeley
461
�Com o objetivo de identificar se o uso da ferramenta otimizou o tempo no momento da
escrita científica (Gráfico 5), os respondentes sinalizaram de forma positiva (89,1%),
demonstrando que os estilos de citação e referência disponibilizados pelo Mendeley é um
grande facilitador, independente de ser necessário algum ajuste após a finalização do trabalho.
Alguns respondentes (9,1%), apesar de ter participado da capacitação na ferramenta oferecida
pela biblioteca, ainda não fizeram uso no momento da escrita.
Gráfico 5
Otimização do tempo no momento da escrita
Constata-se que apenas 1% dos respondentes não tem a percepção da otimização de
tempo no momento da escrita. Estratificando esse resultado, o respondente sinaliza que a sua
razão em utilizar o Mendeley é como um banco de dados para pesquisas e identifica citação e
referência como a principal funcionalidade no uso da ferramenta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo demonstra que o conjunto de funcionalidades fornecidas por Mendeley
possibilita habilidades avançadas de aprendizado e economia de tempo no momento da escrita
científica, reduzindo a duplicação de esforços do pesquisador.
Mendeley desempenha bem a função para a qual ele se destina e certamente irá
satisfazer os usuários desde a busca e analise efetiva de fontes originais, criação da lista de
referência de acordo com diferentes estilos, compartilhamento de documentos relevantes,
melhoraria na qualidade da pesquisa, até o potencial desenvolvimento de suas publicações.
462
�Assim, Mendeley é parte integrante da pesquisa científica realizada por estudantes,
cientistas ou grupos de pesquisa de laboratório.
Serve ainda como outro ponto de engajamento com professores e alunos, em contextos
práticos e aplicação em ensino e educação a partir das capacitações realizadas pelas equipes
bibliotecárias.
Convergindo com as observações de MacMillan (2012), as bibliotecas podem oferecer
algo além da pesquisa bibliográfica, oferecendo uma perspectiva diferente sobre as coleções
da biblioteca em relação às necessidades dos pesquisadores das instituições, ou o impacto do
trabalho dos pesquisadores através do uso da ferramenta. Em qualquer caso, é outra maneira
para a biblioteca agregar valor à instituição.
REFERÊNCIAS
FENNER, M. Reference management meets web 2.0. Cellular Therapy and
Transplantation, v. 2, n. 6, p. 1 3, 2010.
HENSLEY, M. K. Citation management software: features and futures. Reference & User
Services Quarterly, v. 50, n. 3, p. 204 208, 2011.
MACMILLAN, D. Mendeley: teaching scholarly communication and collaboration through
social networking. Library Management, v. 33, n. 8/9, p. 561 569, 19 out. 2012.
MARCHIORI, P. Z. et al. Aspectos estruturais e motivacionais e possíveis zoneamentos
discursivos em software social acadêmico. Liinc em Revista, v. 6, n. 2, 29 set. 2010.
MORAES, T. C. C. DE. Oportunidade de aprendizado utilizando o Mendeley. Anais do
Congresso Brasileiro de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação.
Anais...Fortaleza-CE: FEBAB, 2017. Disponível em:
<https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1840/1841>. Acesso em: 4 jan. 2018
OSMANI, M. et al. Reference management software (RMS) in an academic environment: A
survey at a research university in Malaysia. Journal of Theoretical and Applied
Information Technology, v. 88, n. 1, p. 135 144, 2016.
YAMAKAWA, E. K. et al. Comparing the bibliographic management softwares: Mendeley,
EndNote and Zotero. TransInformação, Campinas, v. 26, n. 2, p. 167 176, 2014.
463
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Mendeley como ferramenta de apoio à escrita científica: um estudo de caso.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Moraes, Thais Cristiane Campos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
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2018
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The nature or genre of the resource
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Com o aumento do número de informações disponíveis no meio digital, os pesquisadores necessitam encontrar formas rápidas e eficientes para gerenciar essa grande quantidade de dados. Nesse contexto, o trabalho tem como objetivo apresentar o gestor de referência Mendeley, seus benefícios e algumas das dificuldades identificadas durante a utilização da ferramenta. A metodologia teve inicio com o levantamento bibliográfico sobre o tema, posteriormente foi realizado uma pesquisa de caráter exploratório, buscando analisar a motivação dos pesquisadores no uso da ferramenta no momento da escrita. Os resultados demonstram que o conjunto de funcionalidades fornecidas por Mendeley possibilita habilidades avançadas de aprendizado e economia de tempo no momento da escrita científica, reduzindo a duplicação de esforços do pesquisador, atingindo o objetivo como uma ferramenta de pesquisa integrada que promove o trabalho colaborativo e se entrelaça no processo de pesquisa ao invés de simplesmente organizar citações. Serve ainda como outro ponto de engajamento com professores e alunos, em contextos práticos e aplicação em ensino e educação a partir das capacitações realizadas pelas equipes bibliotecárias, sendo esta outra maneira para a biblioteca agregar valor à instituição
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A language of the resource
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ba1fcab2809952981f8952dfe5886854
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O USO DE APLICATIVO DE MENSAGEM NAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO DE CASO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DA
BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO
DE JANEIRO (IF/UFRJ)
Resumo: A presente pesquisa busca avaliar a implementação de um serviço digital como
ferramenta de enfrentamento aos desafios impostos pelas atuais Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC) nas Bibliotecas de Universidades Públicas Brasileiras, tendo como
parâmetro um estudo de caso no setor de referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do
Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ). Consiste na
elaboração de um serviço de aviso online pela rede social WhatsApp para comunicar aos
usuários os livros com empréstimo em atraso. Para dar conta dos objetivos traçados,
desenvolveu-se o projeto em etapas, que consistiu num levantamento das obras com
empréstimo em atraso; geração de uma listagem com nome e telefone dos usuários; envio de
mensagem pela rede social comunicando o atraso e avaliação dos retornos obtidos. A partir
desses dados, constatou-se que dos 38 usuários com livros em atraso, 22 deles (58%) tem
cadastro no aplicativo de mensagem e desse total, 17 usuários (77%) responderam a
mensagem enviada. Portanto, conclui-se que o serviço de aviso online mostrou-se eficaz,
dinâmico, prático e de acordo com as necessidades atuais dos usuários da Biblioteca.
Palavras-chave: Serviço de Referência. Biblioteca Universitária. Sistemas de Informação.
Redes Sociais. Aplicativo de mensagem.
Abstract: The present research seeks to evaluate the implementation of a digital service as a
tool to face the challenges imposed by current Information and Communication Technologies
(ICT) in the Libraries of Brazilian Public Universities, having as a parameter a case study in
the reference sector of the Library PlínioSussekind Rock Institute of Physics of the Federal
University of Rio de Janeiro (IF / UFRJ). Consists of developing an online warning service by
the WhatsApp social network to communicate to users the books with loan in arrears. In order
to account for the objectives outlined, the project was developed in stages, which consisted of
a survey of the works with loans in arrears; generation of a user name and telephone listing;
sending of message through the social network communicating the delay and evaluation of the
obtained returns. From these data, it was verified that of the 38 users with books in arrears, 22
of them (58%) have registered in the message application and of this total, 17 users (77%)
441
�answered the sent message. Therefore, it is concluded that the online notice service has
proved effective, dynamic, practical and according to the current needs of Library users.
Keywords: Reference Service. University Library. Information systems. Social networks.
Message application.
1 INTRODUÇÃO
Há um enorme campo de trabalho para o serviço de referência em bibliotecas
universitárias
e esse trabalho é urgente. Evidentemente, competem às universidades,
produtoras e difusoras do conhecimento, zelar por sua documentação histórica e
principalmente pela excelência na prestação de serviços e produtos aos seus usuários.
É fundamental conscientizar-se para a importância da qualidade no serviço de referência
em bibliotecas universitárias, já que esse serviço é imprescindível para um correto
bibliotecas oferecerem serviços e produtos especializados agregando valor aos mesmos, com
criatividade em sua realização e formato sem perder o foco nos usuários e na satisfação de sua
pelas redes sociais no setor de referência da biblioteca do Instituto de Física da Universidade
Federal do Rio de Janeiro.
A ideia de desenvolver um serviço digital como ferramenta de enfrentamento aos
desafios impostos pelas atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas
Bibliotecas de Universidades Públicas Brasileiras, tendo como parâmetro um estudo de caso
no setor de referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ), surgiu a partir do questionamento dos
usuários sobre a capacidade do Serviço de Referência da Biblioteca atender de forma
satisfatória as suas necessidades com relação ao empréstimo de livros e a data de devolução.
A partir deste questionamento e da constatação de que a biblioteca necessitava de um
canal de maior disponibilidade de acesso (em tempo integral); de possibilidade de ampliação
de modos de interação; de ampliação de acesso mais dinâmico e atual para controle de
empréstimos, surgiu à necessidade de criar um aviso online pelas redes sociais no Setor de
Referência da Biblioteca do Instituto de Física.
Pelo exposto, a presente pesquisa tem por meta a avaliação de um serviço de aviso
online pela rede social para comunicar aos usuários o livro com empréstimo em atraso. Dentro
deste quadro, têm-se os seguintes objetivos específicos: fazer um levantamento das obras com
442
�empréstimo em atraso; gerar uma listagem com nome e telefone dos usuários com livros
atrasados; cadastrar os usuários no serviço de mensagem online nas redes sociais; enviar
mensagens pelas redes sociais comunicando o atraso na devolução dos livros e avaliar os
retornos obtidos. Para tanto, a metodologia foi dividida em etapas, que consistiu numa
pesquisa no Sistema de Empréstimos de livros
Aleph módulo Circulação; cadastramento no
Sistema de Redes Sociais - Whatsapp e avaliação do retorno das mensagens enviadas pela
rede social.
2 AMBIENTE DA PESQUISA: BIBLIOTECA PLÍNIO SUSSEKIND ROCHA DO
INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
(IF/UFRJ)
O Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ) foi criado em
19 de março de 1964 e faz parte do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN)
da referida universidade. O Instituto de Física (IF) foi criado por ocasião da reforma
universitária, que reuniu os cursos de física, então existentes em escolas e faculdades do Rio
de Janeiro pertencentes à Universidade do Brasil (UB). O IF buscava constituir-se com a
contratação de professores necessários às atividades de ensino, e procurava quadros
superiores para a implantação de atividades de pesquisa e a preparação para a pós-graduação,
que, até então, não existia no Instituto.
As bibliotecas obedecem às normas estabelecidas pelo Sistema de Bibliotecas da
Universidade Federal do Rio de Janeiro (SiBI/UFRJ), que tem o objetivo de dar apoio aos
programas de ensino, pesquisa e extensão, desenvolvendo-se de acordo com o planejamento
da Instituição e formando o seu acervo em consonância com as ementas das diferentes
disciplinas oferecidas, em nível de graduação e de pós-graduação. O SiBI/UFRJ disponibiliza
o acervo e serviços das Bibliotecas através do sistema Aleph/Minerva, desenvolvido para
tratamento, armazenamento e recuperação de informações bibliográficas e multimídia. A
Biblioteca Plínio Sussekind Rocha, vinculada ao Instituto de Física (IF/UFRJ), tem um acervo
de aproximadamente 13.000 livros e 267 títulos de periódicos (nacionais e estrangeiros).
Num primeiro momento, a Biblioteca do Instituto de Física disponibilizou apenas o seu
acervo bibliográfico por meio da base de dados ALEPH, o que já provocou uma mudança
significativa em seus serviços, uma vez que a consulta ao catálogo foi automatizada. Logo em
seguida, percebeu-se também a necessidade de automatizar o serviço de empréstimo que era
443
�realizado de forma manual e que não condizia com a realidade da Universidade e acarretava
vários problemas, dentre eles, o tempo na realização dos empréstimos, falta de agilidade na
reserva e controle de cobrança aos usuários em atraso. Atualmente, a Biblioteca do IF está
completamente automatizada e oferece o empréstimo de obras via Aleph
módulo circulação.
Porém, a forma de cobrança dos livros em atraso, ainda é feita de forma manual, isto é,
via telefone e/ou envio de carta ou e-mail, um processo lento e que não possibilita o retorno
imediato;
além
disso,
alguns
usuários
não
tem
o
hábito
de
utilizar
e-mail
institucionais/pessoais, o que os torna inexistentes ou desatualizados no cadastro local da
Biblioteca do IF/UFRJ.
Ressalta-se que o prazo de empréstimo de livros na Biblioteca do IF/UFRJ é
diferenciado, ela é a única biblioteca do SIBI/UFRJ que tem o prazo de empréstimo de 30 dias
(alunos de graduação, pós-graduação UFRJ, professores UFRJ e funcionários) e de 04
(quatro) meses para professores do IF/UFRJ e alunos de pós-graduação do IF/UFRJ. Em
função desses prazos torna-se necessário o desenvolvimento de um canal de comunicação
mais dinâmico, ágil e eficaz, pois com um prazo de empréstimo tão longo, a possibilidade dos
usuários esquecerem a data de devolução de uma obra emprestada é muito real. Portanto,
vislumbra-se aí uma importante justificativa para a elaboração de aviso online através de
aplicativo de mensagem para ser utilizado no setor de referência da Biblioteca.
3 REVISÃO DE LITERATURA
Em se tratando de uma pesquisa voltada para uma biblioteca universitária, convém
tratar da sua definição e de outros termos arrolados na presente pesquisa, como por exemplo,
Sistemas de informação, utilização das redes sociais através de aplicativos de mensagem, o
Serviço de Referência em Bibliotecas Universitárias, estudo de usuários e o bibliotecário e a
sua relação com o usuário, para o melhor entendimento a respeito dos elementos que
constituem a base desta pesquisa.
Como parte integrante da Universidade, a biblioteca universitária pode ser definida,
informacionais às instituições de ensino superior para desempenhar suas atividades de ensino,
de atua em um contexto acadêmico,
desempenhando um papel importante para o desenvolvimento do país.
444
�Numa sociedade competitiva, como a que se configura atualmente, o usuário da
informação tem necessidade de respostas rápidas e eficientes que se transformam em
importantes ferramentas para a tomada de decisões. E na área científica, a informação é de
fundamental importância para o desenvolvimento dos estudos e pesquisas.
Desse modo, a revisão de literatura calcou-se, também, em alguns estudos sobre
o sistema de informação pode ser
Sistemas de informação
tecnicamente definido como um conjunto de componentes inter-relacionados que coleciona
ou recupera, processa e distribui informação
A autora citada coloca, de forma clara, que os sistemas de informação priorizam
adequar/adaptar, de forma constante, coleções e arquivos disponíveis às necessidades de seus
usuários, ordenando a demanda no uso do serviço para satisfação do usuário (SILVA, 2008,
p.12). Os dados extraídos da pesquisa demonstram que os Sistemas de informação não são
usados apenas para manter os usuários atualizados sobre recentes desenvolvimentos
científicos e tecnológicos, mas, também, como instrumentos de comunicação com o público
da instituição.
Para compreender as características do serviço de referência e informação de uma
biblioteca universitária e apresentar suas especificidades, é necessário inicialmente conceituar,
de maneira clara, as linhas básicas de atuação deste tipo de serviço em seu sentido tradicional
e em seus pontos teóricos. Para tanto, serão utilizadas algumas conceituações e
caracterizações desenvolvidas por alguns especialistas no assunto. Segundo Alves e Viotti
Assim, o serviço de referência representa a interface
direta entre a informação e o usuário, através do bibliotecário, que responde as questões e
auxilia com seus conhecimentos profissionais.
Desta forma, é necessário preocupar-se não apenas em desenvolver serviços
direcionados ao atendimento e interação direta com o usuário, mas também em antecipar-se às
demandas de informações e orientar o usuário no uso dos recursos de informação disponíveis
(BURIN; HOFFMANN, 2015). Esta conceituação mais ampla do Serviço de Referência e
Informação permite vislumbrar o todo do setor de referência e a correta disseminação dos
recursos de informação disponíveis. Acredita-se que este pensamento de Burin e Hoffmann
(2015) vem de encontro com o papel desempenhado pela Biblioteca do Instituto de Física no
momento que ela pensa na criação de um serviço de aviso online pelas redes sociais,
445
�levantando discussões sobre melhorar os serviços e produtos oferecidos aos usuários das
Bibliotecas Universitárias.
Neste sentido, o serviço digital pelas redes sociais pode ser visto como uma ferramenta
fundamental para a prestação de serviços de referência aos usuários, uma vez que otimiza a
prestação de serviços e promove o acesso rápido as informações referentes aos serviços
prestados.
O profissional da informação tem cada vez mais oportunidade de ser um multiplicador
de suas funções, tendo em vista as várias direções que podem ser seguidas, quando nos
referimos à tratamento e principalmente disseminação de informação, pois os bibliotecários
sabem que existe alguma previsibilidade no comportamento dos usuários nas bibliotecas, mas
não percebem que também podem ser suscetíveis a alterações de comportamento. Algumas
observações e pressuposições sobre o comportamento nas bibliotecas confirmam, do lado do
usuário quanto do bibliotecário, que às vezes ou quase sempre busca-se a informação de
forma incorreta.
As redes sociais como fonte de informação e comunicação estão sendo, cada vez mais,
utilizadas pelos indivíduos. Ferreira (2015) relata em seu artigo a importância do uso do
aplicativo de celular
como ferramenta de informação e comunicação em vários
setores, incluindo aí também o ambiente de bibliotecas universitárias.
Segundo o autor, o uso do aplicativo tem como um dos objetivos estabelecer um canal
de comunicação com os seus usuários, que, através dele, enviam informações, fotos e vídeos
(FERREIRA, 2015). Nesse contexto, segundo para Ferreira (2014), foi observada uma forte
tendência de crescimento no uso de redes móveis, demonstrando o pioneirismo do uso das
novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no processo de comunicação nos
variados ambientes de trabalho, como por exemplo as bibliotecas e unidades de informação.
As redes sociais já eram uma importante fonte de informações e/ou comunicação, essa
importância se intensificou com a adesão de um novo aplicativo de mensagem, conhecido
O
Whatsapp
aplicativo foi criado em 2009 e tem como missão ser:
Um aplicativo de mensagens multiplataforma que permite trocar mensagens, áudios,
vídeos e fotos pelo celular (WHATSAPP, 2017).
O aplicativo tem como política oferecer um serviço de melhor qualidade, rapidez e
eficiência. Ferreira (2014) corrobora com este pensamento quando diz que as instituições que
incluíram o uso do aplicativo nas rotinas de trabalho, logo perceberam a sua eficiência e o
baixo custo, pois requer apenas de um celular com acesso a Internet.
446
�Portanto, pode-se afirmar que soluções simples, voltadas a inovação em serviço de
referência em bibliotecas universitárias, através da apropriação de um aplicativo de conversa
via redes móveis revelam como as plataformas digitais podem potencializar as relações
tradicionais entre bibliotecas e usuários, mas não somente modificara dinâmica das relações
de uso dos serviços e produtos das bibliotecas, mas sim otimizar e transformá-las em
mecanismos de excelência.
4 METODOLOGIA
Para cumprir os objetivos traçados, a pesquisa foi dividida em quatro etapas:
Na primeira etapa foi emitido um relatório no sistema de empréstimo de livros da
Biblioteca (Aleph
módulo circulação) de todos os livros em atraso. Neste relatório consta as
seguintes informações: nome do usuário, o cadastro de pessoas físicas (CPF), autor e título do
livro, data de empréstimo e data de devolução da obra. A partir destes dados foi gerada uma
listagem com o nome e número do telefone dos usuários com data de devolução vendida
(estes dados foram retirados da ficha de cadastramento disponível no Sistema Aleph
módulo
circulação);
Na próxima etapa, cada usuário, que constava na listagem foi cadastrado no aplicativo
de mensagem; utilizando como critério de identificação os termos: NOME DO USUÁRIO + a
palavra BIBLIOTECAIF/UFRJ. Utilizou-se este dois termos para que o usuário participante
da pesquisa fosse identificado nos contatos do telefone.
Em seguida, foi enviado uma mensagem individual para cada um dos usuários em
Prezado usuário(a), consta em nosso sistema o atraso na
devolução do(s) livro(s) da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha/Instituto de Física da UFRJ.
Por favor, entre em contato conosco para regularizar a situação. Atenciosamente, Equipe de
Profissionais da Informação
Na quarta etapa, após o retorno das mensagens enviadas, foi elaborada uma planilha
com o resultado da pesquisa
quantidade de mensagens retornadas com suas respectivas
respostas.
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
A análise quantitativa e qualitativa dos dados permitiu traçar o perfil dos alunos
447
�cadastrados no Sistema Aleph que estavam com livros atrasos na Biblioteca do Instituto de
Física. Além disso, possibilitou a análise das respostas obtidas com o envio de mensagem
pelo aplicativo Whatsapp, contribuindo assim para a eficácia do serviço digital.
A pesquisa ocorreu entre os dias 15 e 18 de novembro de 2017. Participaram da análise
38 usuários (alunos de graduação, pós-graduação, professores e funcionários do Instituto de
Física e de outras unidades da UFRJ) que estão cadastrados na Biblioteca do IF/UFRJ e
efetuaram empréstimo de livros com data de devolução até o dia 14 de novembro de 2017.
Segue abaixo o Quadro 1 com a distribuição dos empréstimos pelo tipo de usuário,
quantidade e número de empréstimo efetuado.
Quadro1
Empréstimos efetuados
TIPO DE USUÁRIO
QUANTIDADE
Aluno de graduação do IF/UFRJ e de outras unidades
Aluno de pós-graduação do IF/UFRJ e de outras unidades
Professores do IF/UFRJ
Professores de outras unidades da UFRJ
Funcionários da UFRJ
TOTAL
Fonte: Aleph-UFRJ (2017).
12
08
09
07
02
38
NÚMERO
DE
EMPRÉSTIMOS
36
40
54
12
03
145
Percebe-se que dos 38 usuários participantes da pesquisa, 22 usuários (42%) tem
cadastro e 16 usuários (58%) não estão cadastrados no aplicativo de mensagem (Figura 1
usuários cadastrados).
Usúarios cadastrados na Rede
Social
Figura 1
Usuários cadastrados (2017).
Para ilustrar melhor esta distribuição de cadastros no aplicativo de mensagem, segue
abaixo o Quadro 2 organizado por tipo de usuário.
448
�Quadro2
Cadastro por tipo de usuário
TIPO DE USUÁRIO
Aluno de graduação do IF/UFRJ e de outras unidades
Aluno de pós-graduação do IF/UFRJ e de outras unidades
Professores do IF/UFRJ
Professores de outras unidades da UFRJ
Funcionários da UFRJ
TOTAL
Fonte: Whatsapp (2017).
SIM
10
05
02
03
02
22
NÃO
02
03
07
04
16
Ressalta-se que a baixa adesão as redes sociais se dá por conta dos professores, tanto do
IF quanto de outras unidades da UFRJ (11 usuários), que ainda não aderiram as redes sociais
como forma de comunicação online.
Analisando os usuários que utilizando as redes sociais, constata-se que do total de 22
(vinte e duas) mensagens enviadas, 17 usuários (77%) responderam a mensagem e outros 05
usuários (23%) não responderam a mensagem enviada (Figura 2).
Figura 2
Resposta dos usuários (2017).
Dentre os usuários que responderam a mensagem (77%), pode-se destacar algumas
respostas que contribuem para a análise da pesquisa, tal como: alguns usuários informaram
que posteriormente entrariam em contato com a biblioteca e devolveriam os livros atrasados;
outros disseram que não podem devolver o(s) livro(o) no momento por motivos diversos,
como por exemplo: a) responderam que ainda estão utilizando o livros; b) não podem
comparecer à biblioteca por problemas de saúde.
Para o melhor entendimento da pesquisa, faz-se necessários detalhar as justificativas
para a não devolução do livro no período do levantamento dos dados:
449
�1.
2.
3.
suário está impossibilitado de comparecer à biblioteca por motivos de saúde
Com o intuito de ilustrar a distribuição das respostas via aplicativo de mensagem, segue
abaixo o quadro 3 organizado por tipo de usuário:
Quadro 3
Retorno das mensagens enviadas pelos usuários
TIPO DE USUÁRIO
Aluno de graduação do IF/UFRJ e de outras unidades
Aluno de pós-graduação do IF/UFRJ e de outras unidades
Professores do IF/UFRJ
Professores de outras unidades da UFRJ
Funcionários da UFRJ
TOTAL
Fonte: Whatsapp (2017).
RESPONDERAM
05
NÃO RESPONDERAM
02
04
01
05
02
17
01
01
01
05
6 CONCLUSÃO
Todos os objetivos engendrados para esta pesquisa científica foram cumpridos; o
serviço de aviso online se mostrou eficaz, dinâmico, prático e de acordo com as necessidades
atuais dos usuários da Biblioteca. Dentro deste contexto, a pesquisa permitiu pensar a criação
de um setor dentro do Serviço de Referência da biblioteca do IF/UFRJ responsável pela
elaboração de relatórios mensais de livros em atraso, cadastro dos usuários na rede social,
envio de mensagens online na rede e posterior avaliação dos resultados obtidos para análise e
melhora e/ou alteração do trabalho, possibilitando assim um serviço efetivo do setor de
circulação do Serviço de Referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de
Física da UFRJ.
A pesquisa permitiu, também, analisar a necessidade de reavaliação dos atuais
métodos de cobrança de livros em atraso na Biblioteca do IF/UFRJ, pois o presente estudo
demonstrou que eles não se enquadram nas demandas atuais dos usuários das bibliotecas
universitárias, cada vez mais conectados com as novas Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs).
Um ponto negativo observado na pesquisa foi a baixa adesão dos professores da UFRJ
ao aplicativo de mensagem, acredita que este fato esteja ligado a resistência que alguns
professores demonstram em utilizar as redes sociais como meio de comunicação em ambiente
450
�acadêmico. Outro ponto que merece ser destacado é o fato de que no primeiro momento da
pesquisa, por falta de recursos, foi utilizado um aparelho e número de telefone particular, o
que não é o mais apropriado, pois a pesquisa se refere a uma Instituição pública. Por isso,
cogita-se que, num futuro próximo, seja adquirido pelo IF/UFRJ um aparelho de celular com
um número de chamada exclusivo para a Biblioteca.
Uma outra questão que também pode ser revista é o fato de apesar dos objetivos da
pesquisa terem sido atendidos, muitos usuários ainda não utilizam o aplicativo e não
responderam as mensagens. Faz-se necessário buscar, futuramente, compreender as razões
que impedem que esse tipo de comunicação seja 100% eficaz; pensa-se numa próxima
pesquisa, utilizar outras ferramentas como Facebook, para verificar se juntas essas
ferramentas não seriam mais eficazes.
Ressalta-se que o campo das mídias digitais oferece uma gama de pontos de vista para
futuros estudos. Esta pesquisa não se esgota aqui, precisa ser constantemente reavaliada para
que esteja em consonância com os seus usuários e principalmente com a biblioteca.
Sendo assim, espera-se que esta pesquisa contribua para a reflexão acerca do papel das
novas TICs em relação ao ambiente biblioteca universitária de maneira que essas e seus
profissionais da informação encontrem, através desta plataforma, meio de verdadeiramente
revolucionar o fazer biblioteconômico; e principalmente permitindo que a biblioteca busque
realizar um trabalho ligado aos interesses da comunidade científica, onde ela participa,
interroga e descobre valores.
REFERÊNCIAS
ALVES, A. P. M.; VIDOTTI, S. A. B. G. O Serviço de referência e informação digital.
Biblionline, João Pessoa, v. 2, n. 2, 2006. Disponível em:
<http://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/biblio/article/viewFile/611/448>. Acesso em: 20
jan. 2016.
ANJOS, C. R.; MARTINS, G. L.; SILVA, K. M. C. et al. O Serviço de referência da
Biblioteca do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional IPPUR/UFRJ e seu
programa de capacitação de usuários. Biblionline, João Pessoa, v. 8, n. 2, p. 90-96, 2012.
BURIN, C.; HOFFMANN, S. G. Novas tecnologias nos serviços de referência em unidades
de informação. 2015. Disponível em:< www.crb7.org.br>. Acesso em: 22 fev. 2015.
FERREIRA, P. A. Whatsapp, EXTRA? O uso de novas tecnologias no jornalismo impresso.
Monografia de conclusão do curso de comunicação social ECO UFRJ, 2014.
451
�____________. As redes sociais como fonte de informação: o uso do Whatsapp como
ferramenta de apuração da notícia (Rio de Janeiro, Brasil). Intercom Sociedade Brasileira de
Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da
Comunicação Rio de Janeiro RJ, 2015.
GOMES, H. F. O Ambiente informacional e suas tecnologias na construção dos sentidos e
significados. Revista Ciência da Informação, Brasília, v. 29, n.1, p. 61-70, jan./abr. 2000.
SILVA, P. M. Sistemas de informação em bibliotecas: o comportamento dos usuários e
bibliotecários frente às novas tecnologias de informação. Revista Digital de Biblioteconomia e
Ciência da Informação, Campinas, v. 5, n. 2, p. 1-24, jan/jun. 2008.
WHATSAPP WEB. Disponível em: https://www.whatsapp.com/download/?l=pt_br. Acesso
em: 02 de fevereiro de 2017.
452
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O uso de aplicativo de mensagem nas bibliotecas universitárias: um estudo de caso no serviço de referência da biblioteca do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Teixeira, Robson da Silva; Porto, Raquel de Melo
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A presente pesquisa busca avaliar a implementação de um serviço digital como ferramenta de enfrentamento aos desafios impostos pelas atuais Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas Bibliotecas de Universidades Públicas Brasileiras, tendo como parâmetro um estudo de caso no setor de referência da Biblioteca Plínio Sussekind Rocha do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IF/UFRJ). Consiste na elaboração de um serviço de aviso online pela rede social WhatsApp para comunicar aos usuários os livros com empréstimo em atraso. Para dar conta dos objetivos traçados, desenvolveu-se o projeto em etapas, que consistiu num levantamento das obras com empréstimo em atraso; geração de uma listagem com nome e telefone dos usuários; envio de mensagem pela rede social comunicando o atraso e avaliação dos retornos obtidos. A partir desses dados, constatou-se que dos 38 usuários com livros em atraso, 22 deles (58%) tem cadastro no aplicativo de mensagem e desse total, 17 usuários (77%) responderam a mensagem enviada. Portanto, conclui-se que o serviço de aviso online mostrou-se eficaz, dinâmico, prático e de acordo com as necessidades atuais dos usuários da Biblioteca.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5341/SNBU2018_037.pdf
72cd5ba8bd4854ddae9df3200d0c51f2
PDF Text
Text
O
TABLET POR
INNOVATION FOR DIGITAL INCLUSION: THE UNIRIO´S PROJECT "A TABLET PER
STUDENT"
Resumo:
tablet por
tablet
coordenado pela Biblioteca Central da UNIRIO, disponibiliza estes dispositivos para
empréstimo aos alunos de sete cursos de graduação. O objetivo deste trabalho está focado em
analisar os hábitos de uso dos alunos da Escola de Biblioteconomia que realizam o
empréstimo, entender as suas dúvidas sobre o tablet e o processo do comodato, avaliando
assim, os resultados obtidos pelo projeto. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário
online, de modo que os alunos pudessem responder perguntas inerentes ao uso e não uso do
dispositivo. As dificuldades constatadas, de acordo com este trabalho, se apresentam em três
eixos que devem ser observados: divulgação do projeto; informações sobre procedimentos de
empréstimo e devolução; e suporte durante o uso.
Palavras-chave: Acesso à informação. Letramento digital. Inclusão digital. Biblioteca
universitária. Tablet.
Abstract: This investigation discusses the digital inclusion provided by the project "One
tablet per student" for the undergraduate students of the Licentiate and Bachelor of Science
degree in Librarianship at the Federal University of the State of Rio de Janeiro. The project
"One tablet per student", coordinated by the Central Library of UNIRIO, provides these
devices for the loan to students of seven undergraduate courses. The objective of this work is
focused on analyzing the habits of the students of the School of Librarianship who make the
loan, understand their doubts about the tablet and the loan process, thus evaluating the results
obtained by the project. To collect data, an online questionnaire was applied so that students
could answer questions related to the use and non-use of the device. The difficulties observed,
according to this work, are presented in three areas that must be observed: dissemination of
the project; information on lending and return procedures; and support during use.
Keywords: Information Access. Digital literacy. Digital inclusion. University library. Tablet.
425
�1 INTRODUÇÃO
Com o surgimento de novos dispositivos tecnológicos e com o avanço das TICs, foi
possível a ampliação do acesso à informação, de forma rápida e em grande quantidade. O
acesso ao grande volume de informação disponível também requer capacitação do usuário
para lidar com esses meios, de forma que sejam capazes de identificar e manusear fontes
potenciais de informação de forma efetiva e eficaz, que saibam avaliar criticamente a
informação (ELOY, 2012).
A Biblioteca Central da UNIRIO iniciou em 2014 o empréstimo de tablets para
alunos do curso de Bacharelado em Sistemas de Informação, através do projeto Um Tablet
por Aluno (UTA), projeto piloto para implantação em outros cursos. O empréstimo tem por
objetivo aumentar inclusão digital e acesso à informação pelos alunos da instituição. A partir
de então, o projeto se expandiu, inicialmente para os cursos de Licenciatura e Bacharelado
em Biblioteconomia em 2016 e, posteriormente para as graduações em Arquivologia,
Enfermagem, Ciências Políticas, Administração Pública e Direito.
O objetivo geral deste trabalho53 foi realizar uma pesquisa relativa à questões do
letramento digital dos alunos de Biblioteconomia da UNIRIO, referente ao uso de tablets
emprestados pela Biblioteca Central, através do projeto UTA, como uma primeira
aproximação para estender a pesquisa aos demais cursos. Os objetivos específicos são:
A. Examinar o que motiva os alunos a realizar ou não o empréstimo do tablet;
B. Avaliar o nivelamento do acesso tecnológico dos alunos de biblioteconomia;
C. Identificar quais atividades mais realizadas com o tablet para finalidades acadêmicas;
D. Levantar dificuldades de uso do dispositivo apresentada pelos alunos;
E. Revelar pontos positivos e negativos da iniciativa inovadora de empréstimo do
aparelho;
F. Identificar dúvidas mais frequentes dos alunos à respeito do aparelho e seu manuseio;
G. Verificar, através dos alunos, se as disciplinas fazem uso do dispositivo em suas aulas;
H. Realizar um levantamento do perfil desses alunos respondentes do questionário.
1.1 O
tablet
tablet
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em outubro de 2014, pelas
53
Este artigo é fruto de trabalho de conclusão de curso de Licenciatura em Biblioteconomia.
426
�professoras Simone Weitzel, Brisa Souza, Daniela Spudeit e Lidiane Carvalho. Este projeto
teve por destino os alunos a partir do segundo período da Escola de Biblioteconomia: cursos
bacharelado matutino, bacharelado noturno e licenciatura em Biblioteconomia. Segundo o
próprio projeto de Weitzel, 2014: O uso de tecnologias educacionais e dispositivos móveis,
tais como o uso de tablets, em sala de aula e em outras atividades acadêmicas contribuirá
efetivamente para aumentar o envolvimento
Dentre as expectativas para a implementação desse projeto, tem-se a contribuição para
o desenvolvimento de atividades apoiando o tripé de ensino, pesquisa e extensão. Também era
esperado facilitar a comunicação entre docentes e discentes na universidade, gerando uma
maior integração, para além de um maior foco nas aulas, para melhoria do ensino e maior
divulgação dos cursos. O projeto traça medidas para facilitar o acesso ao dispositivo pelos
estudantes, e desta forma o inclui-los no mundo digital. Propiciando esta inclusão
caminhamos para o desenvolvimento do letramento digital nos alunos que realizam o
empréstimo dos tablets na biblioteca.
1.2 O papel da biblioteca universitária no letramento digital
A biblioteca desde os tempos antigos é um local de acúmulo de informação. Com o
decorrer da Idade Média, esse papel de guarda da informação prossegue, só que neste
contexto se desenvolve dentro dos mosteiros e das escolas monásticas.
Com a invenção da prensa, por Joahannes Gutenberg em 1450, houve uma revolução
no que tange ao acesso aos livros, que antes fora privilégio de nobres e de grande posse da
igreja, agora estava mais acessível aos populares.
Desde então lidamos com o crescimento do número de materiais produzidos, desta
forma as bibliotecas sofreram mudanças na sua forma de armazenar e também na
disponibilização do acervo. Esses fatores mudam totalmente o cenário histórico da época,
onde a biblioteca tornava-se responsável por disponibilizar seus conteúdos e atender usuários
para acessibilizar seus conteúdos em formato físico. Essa problematização é exposta por
Burke:
A multiplicação dos livros criou imediatamente um problema para um grupo
profissional, o dos bibliotecários, embora seja óbvio que eles se tornaram ainda mais
indispensáveis. Portanto mais um dilema surge: atender o usuário e auxiliar sua
busca por universo que até então era desconhecido pela grande maioria da população
(BURKE, 2009, p. 176).
427
�Até os dias atuais, a biblioteca continua sendo o local de acesso à informação,
informação essa, que hoje é disponibilizada em diferentes formatos. O formato principal
atualmente é o livro em formato de códex, porém outro formato, em suporte digital, também
tem se revelado muito útil e necessário para os usuários da informação.
Seja qual for o suporte ou formato, a biblioteca deve sempre desenvolver as
capacidades do usuário para manusear o acervo. Formar um leitor letrado para lidar com
diferentes meios é uma potencialidade das bibliotecas, principalmente das bibliotecas
universitárias. Lück (2000) afirma que a biblioteca universitária é a instância que deve:
atender às necessidades de um grupo social ou da sociedade em geral, através da
administração do seu patrimônio informacional e do exercício de uma função educativa, ao
O domínio do letramento informacional é fundamental para um indivíduo na
sociedade atual. A definição para esse letramento pode ser encontrada em Gasque (2012), que
nto informacional corresponde ao processo de desenvolvimento de
competências para localizar, selecionar, acessar, organizar, usar informação e gerar
Embora o termo letramento informacional tenha surgido na década de 70 nos Estados
Unidos, somente na década passada se torna objeto de pesquisa no Brasil, trazido por
Caregnato, como afirma Campello (2009):
No que diz respeito ao Brasil, a produção bibliográfica sobre letramento
informacional encontra-se em estágio inicial. O termo e o conceito foram
introduzidos no país por Caregnato, em 2000, e vêm sendo, desde então, trabalhados
por diversos autores. (CAMPELLO, 2009, p. 35)
O letramento informacional é uma capacidade que engloba uma multiplicidade de
habilidades. Como afirma Leite e Botelho (2011), o conceito de letramentos múltiplos é ainda
complexo e ambíguo, pois, de acordo com as autoras, esse fenômeno envolve uma
diversidade de práticas de letramento que ocorrem nas mais variadas esferas da sociedade e,
também, a multiculturalidade, ou seja, diferentes culturas vivem as mesmas práticas de
letramento, mas de maneiras diferentes.
Como uma das vertentes de letramentos encontra-se o letramento digital, que devido à
sociedade da informação na qual estamos inseridos, se torna um assunto importante a ser
discutido. De acordo com SILVA, 2011 o letramento pode ser compreendido como "conjunto
de conhecimentos que permite às pessoas participarem nas práticas letradas mediadas por
428
�computadores e outros dispositivos eletrônicos no mundo contemporâneo". Desta forma o
letramento é caracterizado como atuante no processo de construção do conhecimento, pois o
usuário ao dominar a ferramenta pode realizar suas buscas através de dispositivos
tecnológicos, como computadores e celulares, por exemplo.
Araujo (2012) afirma que não basta somente que o sujeito tenha
sim que avance da mera utilização funcional para o patamar da interatividade. Assim formamse pessoas letradas digitalmente, que a partir do acesso às TIC'S podem também manuseá-las
de forma crítica.
Desta forma a capacidade de lidar com os instrumentos tecnológicos se faz mais
importante do que nunca. É necessária a formação de usuários críticos para facilitar a
construção de uma sociedade com pessoas mais atuantes e informadas, em especial
considerando que questões de cidadania estão em aberto na internet. Um exemplo disto é a
Lei de Acesso à Informação54 que regulamenta o direito constitucional às informações
públicas, que podem ser solicitadas por quaisquer pessoa, sem prévias justificativas para tal.
Para ter acesso aos dados disponibilizados pelos órgãos e acessar as informações é necessário
o acesso ao site da instituição, isto exige do cidadão um conhecimento prévio dos sítios de
internet.
A possibilidade de formar cidadãos letrados digitalmente em uma sociedade da
informação é fundamental para este exercer a sua cidadania de maneira plena. Oliveira e
colaboradores fazem uma importante afirmação no qual diz respeito à biblioteca e o acesso
dos usuários aos novos recursos:
Cada vez mais a biblioteca deve posicionar-se na ação de ir ao encontro dos seus
usuários, sem receios, buscando atender às suas necessidades e apresentando os
novos recursos de busca para o encontro das respostas. A biblioteca deve ir onde o
usuário está. (OLIVEIRA et al. 2012, p. 12)
Ir ao encontro da necessidade dos usuários é também ajudar neste processo de
aprendizado, a lidar com ferramentas digitais e saber utilizá-las de maneira crítica e
autônoma. Este é um grande desafio para as instituições e também um grande atrativo para os
usuários. A biblioteca universitária tem esse nicho de atuação para inovar e trazer aos seus
usuários mais recursos, desta forma dar suporte ao tripé de ensino, pesquisa e extensão que é
primordial na universidade.
54
BRASIL. Lei n. 12.527, de 3 de maio de 1996. Lei de Acesso à Informação. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12527.htm Acesso em 9 de jan. de 2018.
429
�2 METODOLOGIA
A pesquisa realizada descritiva foi baseada no trabalho de Manzato e Santos (2012)
para assim, realizarmos a coleta dos dados e seu registro de maneira ordenada para o estudo
propriamente dito. Também se caracteriza como estudo de caso do projeto UTA, para
examinar determinados aspectos do grupo de estudantes de biblioteconomia usuários do
tablet. Foi usado um questionário semiestruturado e com perguntas abertas e fechadas para
coleta de dados, disponibilizado em formato digital através da ferramenta Formulários
Google, com diversos recursos como: o uso de múltipla escolha, caixas de seleção, grade de
múltipla escolha, lista suspensa e a resposta aberta com um curto texto.
O uso de temáticas para a separação de perguntas foi realizado baseado em Günther
(2003) que orienta que os itens que tratam de uma mesma temática fiquem juntos e recebam
uma introdução que ajude o respondente a concentrar-se na temática a ser tratada. O autor
também orienta que deve-se estruturar as questões das mais gerais para as mais específicas, e
que não convém começar a interação por perguntas burocráticas. Essa abordagem visa
conseguir a atenção do respondente em potencial, pois desde o início percebe que trata de
assunto de seu interesse.
A lógica do questionário é apresentada na Figura 1, fluxograma que tem por objetivo
apresentar a sequência lógica das questões. As questões foram divididas por temáticas
definidas nos objetivos do trabalho, divididas por seções que tratam de assuntos específicos.
Os números se referem ao número da questão. As questões condicionantes se apresentam em
losangos.
430
�Figura 1 - Fluxograma da lógica sequencial com blocos identificados
Fonte: As autoras.
A seguir faremos a explicação de cada bloco temático e a intenção de cada grupo de
perguntas para compor o questionário.
O bloco 1 que trata do nível de acesso tecnológico se relaciona com o objetivo B deste
trabalho, com a intenção de examinar o nivelamento tecnológico dos alunos de
Biblioteconomia.
O bloco 2 que trata do motivo do não uso se relaciona com o objetivo A deste
trabalho, com a intenção de examinar o que motiva os alunos a realizarem ou não o
empréstimo do tablet.
O bloco 3 que trata do mapeamento do uso se relaciona com o objetivo C e G deste
trabalho, no intuito de identificar as atividades acadêmicas mais realizadas com o uso do
tablet e o uso destes aparelhos nas disciplinas do curso.
O bloco 4 trata das dificuldades de uso que se relacionam com os objetivos D e F
deste trabalho, com a finalidade de levantar dificuldades de uso e dúvidas mais frequentes
apresentadas pelos alunos.
O bloco 5 traz pontos positivos e negativos apontados pelos alunos à respeito do
aparelho, que se relaciona com o objetivo E deste trabalho.
431
�O bloco 6 realiza o levantamento do perfil desses alunos, que se relaciona com o
objetivo H deste trabalho, com a finalidade de levantar o perfil desses respondentes com
dados como: curso, idade e período.
3 RESULTADOS
O questionário foi respondido por 90 alunos de biblioteconomia55, do curso Matutino
e Noturno do Bacharelado e da Licenciatura. No período de resposta haviam 813 alunos
matriculados, o que indica que a taxa de resposta representa cerca de 11%.
A divulgação do questionário para os estudantes foi feita através do Facebook, em
dois grupos formados pela comunidade acadêmica de biblioteconomia da Unirio, que são
56
57
. Embora os grupos do Facebook
tenham como participantes também ex-alunos e professores, algumas questões incluídas no
formulário, como
participação de respondentes que não fossem alunos matriculados.
A seguir são apresentados os resultados encontrados, organizados por blocos, de
acordo com a lógica do fluxograma apresentado na metodologia (figura 1).
O Bloco 1, que trata do nível de acesso tecnológico, foi composto por duas perguntas.
A questão 1 foi para sabermos sobre qual o contato dos alunos com aparatos tecnológicos em
seu dia-a-dia. Os respondentes do questionário se dividem igualmente em três grupos: os que
utilizam com frequência dispositivos como smartphones, notebooks e computadores; os que
fazem uso moderado e os não utilizam tablets. Esses dados mostram que o contato com o
tablet ainda é um pouco limitado e não foi absorvido totalmente como um dispositivo aliado
na rotina dos alunos. A segunda questão foi para sabermos a quantidade de alunos que já
haviam realizado o empréstimo do tablet. Dos 90 respondentes, metade realizou o
empréstimo e outra metade não. Este é um número considerável, mostrando a relativa adesão
que o projeto obteve dos alunos de biblioteconomia da universidade.
Em seguida foi feita a correlação entre o empréstimo do tablet com a frequência de
uso desse tipo de equipamento. Observa-se que dos 45 respondentes que fizeram o
55
O questionário foi respondido no período de 02 a 12 de novembro de 2016.
56
Acesso em: dez de 2017.
57
em: dez de 2017.
/www.facebook.com/dlicenciandobiblio/> Acesso
432
�empréstimo do tablet, 24% não o utilizam. Podemos concluir que o perfil de uso, tanto dos
que realizaram o empréstimo, quanto os que não o realizaram é parecido. Ou seja, os alunos
não fazem uso frequente do dispositivo, mesmo que tenham realizado o empréstimo. Desta
forma compreendemos que não houve a incorporação do tablet como um aliado em sua rotina
acadêmica.
O Bloco 2, relativo ao motivo do não uso, é composto por uma única pergunta, a
questão 3A, que foi para sabermos o motivo dos alunos não terem efetuado o empréstimo do
tablet na biblioteca. Dos 90 respondentes, metade deles nunca realizaram o empréstimo do
dispositivo. Assim, essa questão 3A foi disponibilizada somente aos 45 alunos que
responderam negativamente na questão anterior que procura saber os alunos que realizaram o
empréstimo ou não. A maioria afirma não ter realizado o empréstimo por já possuírem um
próprio (28,9% dos alunos). Logo depois, com 26,7% temos a opção de não uso como
tablet
pontos cruciais, um deles trata da falta de informação do aluno sobre o que fazer caso seja
roubado com o dispositivo em seu poder. E outra questão, que independe do ambiente da
universidade é a crescente violência urbana, que impede os alunos de realizarem um
empréstimo que poderia facilitar o seu dia a dia na universidade.
O mapeamento do uso, foco do Bloco 3, foi composto por quatro perguntas. A
questão 3 foi para sabermos o motivo dos alunos a terem realizado o empréstimo do
dispositivo. Dentre as opções encontramor incentivo de
questão pode ter mais de uma opção marcada pelo respondente. Com isso, consideramos o
total de respostas obtidas, independente de quantas opções foram marcadas de uma só vez. A
maioria dos respondentes 50,7%, mostra que usam para atividades acadêmicas, seguido de
16,4% de alunos fizeram o empréstimo por solicitação de seus professores. Portanto,
podemos afirmar que a maior motivação dos alunos a realizarem o empréstimo são para
atividades acadêmicas, atendendo a proposta do projeto.
A segunda pergunta desse bloco, a questão 4, foi para identificar a frequência das
atividades de cunho acadêmico realizadas com o tablet. Os resultados demonstram
desconhecimento ou falta de hábito com determinadas ferramentas facilitadoras para a
realização e planejamento de atividades da academia, que foram listadas na questão:
softwares para uso de mapas mentais, blocos de nota e agenda digital, lista de tarefas online
433
�entre outros. As ações que tiveram maior uso pelos estudantes foram para a leitura de textos e
busca no Google.
A terceira pergunta do bloco 3, a questão 5, foi para sabermos se o tablet é utilizado
em sala de aula pelos alunos. Dos 45 alunos respondentes, 55,6% responderam que sim, o
utilizam em sala de aula. Os alunos com resposta afirmativa foram direcionados para a
questão 6 para o desdobramento desse uso em aula. Os que responderam não, seguiram
diretamente para a pergunta 7.
A questão 6 foi para identificar em quais disciplinas o tablet é utilizado. Dentre as
disciplinas que o projeto UTA visava atender, as mais citadas pelos alunos foram Técnicas de
Recuperação e Disseminação de Informação (15 respostas), Fontes de informação (5
respostas) e Tecnologias da Informação e Processos de Automação (4 respostas).
Inesperadamente, a maioria dos respondentes marcaram que utilizavam o tablet em outras
disciplinas58, não destacadas no projeto piloto que justificava a disponibilização dos
dispositivos. Assim como destacado no projeto, essa incorporação do dispositivo em sala
pode propiciar aos professores de diversas disciplinas utilizar em suas aulas outros recursos
didáticos, de forma a integrar conteúdos e produzir uma aula mais dinâmica.
No bloco 4, as questões abordam as dificuldades de uso, e é composto por três
perguntas. A sétima questão tem por objetivo identificar o número de alunos que possuem
alguma dificuldade no manuseio do tablet, seja no seu sistema operacional, no acesso à
aplicativos ou a outras problemáticas. Sessenta por cento dos alunos afirmaram não terem
tido qualquer problema do tipo no uso do dispositivo, o que reflete certa familiaridade dos
usuários com o dispositivo.
A questão 8 foi para observar se há alguma dificuldade de uso na rede de internet Wifi institucional da Unirio, tentando medir a acessibilidade dos alunos. A maioria dos alunos
optou pelo número 3 numa escala de cinco para dificuldade para uso, ou seja, 37,8% dos
respondentes indicam uma facilidade intermediária no acesso. Somente 4,4% dos alunos tem
muita facilidade ao acesso, e 20% têm muita dificuldade na conexão à rede. Isso mostra que
são poucos os alunos que conseguem realizar o acesso ao Wi-fi sem dificuldades. Isso indica
58
As disciplinas que os 15 alunos citaram como as que utilizaram o tablet são as seguintes: Estudo de
Usuários, Redes e Sistemas de Informação, História dos Livros e das Bibliotecas II, Sentido e Forma da
Produção Artística, Inglês Instrumental, Teoria do Conhecimento, Representação Descritiva 1, 2 e 3,
Normalização Documentária, Introdução a Ciência da Informação, Sistemas de Organização do Conhecimento 1,
Organização do Conhecimento 2 e Introdução à Sociologia.
434
�também, a necessidade de um treinamento interno, ou um manual que oriente aos alunos
como realizar este acesso com o seu tablet.
Abordamos na questão 9 as dúvidas mais frequentes a respeito do uso do tablet
pelos alunos. Esta é uma opção em que os alunos podem marcar vários itens da lista, dos
quais m
físico no tablet
de anti-
ficação
dos acessórios do tablet
Wi-fi
Com base nestas
respostas, podemos observar que essas dificuldades poderiam ser sanadas com a elaboração
de orientações claras sobre o uso do tablet.
O bloco 5 traça as opiniões a respeito do empréstimo e é composto por duas
perguntas. A décima questão, foi uma pergunta aberta que questionava pontos positivos do
empréstimo do tablet na opinião dos respondentes. Para identificar os principais temas
abordados, tabulamos as respostas de acordo com a repetição de palavras chave inseridas nos
resultados. Os respondentes consideraram como principais pontos positivos: facilidade de
transporte, período extenso de empréstimo, inclusão digital, economia no uso de material
didático para o ambiente acadêmico e boa configuração do dispositivo. As colocações sobre
os pontos positivos do empréstimo refletem justamente as facilidades que o dispositivo
proporciona, a questão da facilidade de transporte, economia em material didático, o processo
de inclusão digital e a configuração do dispositivo. Um ponto positivo que é destacado, faz
parte da política da biblioteca a respeito do empréstimo, que o estabelece como um semestre
letivo. Isso garante ao aluno um semestre inteiro de uso tranquilo sem preocupação com
devolução atrasada no período de aulas.
A questão de número 11 trata do ponto oposto da questão anterior: quais seriam os
pontos negativos que os alunos poderiam indicar em relação ao tablet da biblioteca. Foram
selecionados os temas de destaque das respostas: limitações técnicas do dispositivo, uso do
Wi-fi da Unirio, burocracia para empréstimo e renovação presencial, dúvidas em relação a
danos e roubo e fragilidade do equipamento. Cabe destacar que quatro usuários responderam
que não há pontos negativos. São apontados pelos respondentes questões negativas como,
por exemplo: limitações técnicas do aparelho, o uso do Wi-fi institucional e a fragilidade do
aparelho. Referente à responsabilidade de uso, muitos alunos veem como ponto negativo ser
435
�responsabilizado por danos no dispositivo e também a falta de informações referente à danos
e roubo com o dispositivo. Um outro ponto negativo destacado foi o procedimento
burocrático que o aluno enfrenta para conseguir o empréstimo do tablet. O processo consiste
em: ir à biblioteca e pegar uma autorização para o empréstimo do tablet que deve ser assinada
pelo responsável pela Escola de Biblioteconomia, após levar o documento na escola e
devidamente assinado pelo responsável, o aluno retorna a biblioteca para assim poder realizar
o empréstimo de fato. A partir daí haverá o lançamento do empréstimo normalmente no
sistema, como um empréstimo de livros da biblioteca.
O bloco 6 é o último do questionário e tem a proposta de levantar o perfil dos
respondentes. Aqui temos três questões que nos ajudarão a entender: qual a idade do aluno,
qual o seu período letivo e também seu curso. A pergunta de número 12 tem a intenção de
identificar a faixa etária dos alunos respondentes do questionário, visando identificar se a
idade tem impacto sobre a decisão de fazer o empréstimo ou não. Na análise serão
considerados dois grupos, os que fizeram empréstimo e os que não fizeram.
As faixas etárias da maioria dos alunos que realizaram o empréstimo (28) e dos que
não realizaram o empréstimo (25) apresentam o mesmo perfil, de 19 a 24 anos e de 25 a 30
anos, indicando que este parâmetro parece não ser relevante para a decisão de requerer o
empréstimo.
A pergunta de número treze elucida o período que os respondentes estão cursando na
universidade, de um total de 90 respondentes 46 estão cursando até o sexto período. Esta
pergunta foi aplicada a todos os respondentes, independente da realização do empréstimo.
Levando em conta somente os que realizaram a cessão do tablet, (45 respondentes) a maioria
desses (77,7..ç%) está matriculado a partir do sétimo período o que nos permite inferir acerca
da falta de divulgação para os alunos dos períodos iniciais sobre o empréstimo do tablet.
A questão de número 14 identifica os cursos dos alunos que estão participando do
questionário. A maioria dos alunos que participaram do questionário são do curso de
bacharelado noturno com 48,9%. Logo em seguida, com 36,7% estão os alunos do curso
matutino e posteriormente os alunos da licenciatura com 14,4%. Esse perfil se alinha com o
número de alunos matriculados nos respectivos cursos. Considerando apenas os alunos que
realizaram o empréstimo, o curso de bacharelado noturno também segue com a maioria,
mantendo-se o mesmo perfil de distribuição.
436
�4 CONCLUSÃO
A análise do projeto gerou dados importantes para investigar questões referentes a
inclusão digital que está sendo proporcionada aos alunos. O projeto UTA é um importante
exemplo de inovação com as TICs para as bibliotecas universitárias. Lembrando da quinta Lei
as evoluções da sociedade vigente, que neste caso se aplica ao tablet.
Além de aplicar o projeto é importante apontar os resultados positivos e as melhorias
que podem ser implementadas, para que assim sirvam de exemplo para que outras bibliotecas
universitárias do Brasil possam implantar um serviço similar.
As dificuldades constatadas, de acordo com este trabalho, se apresentam em três eixos
que devem ser observados: divulgação do projeto; informações sobre procedimentos de
empréstimo e devolução; e suporte durante o uso.
É necessário investir em divulgação do tablet para empréstimo, principalmente para os
alunos de períodos iniciais, que ainda não tem uma rede de relacionamentos interna que o
informe dessa oportunidade. A divulgação do projeto é o primeiro eixo de melhorias para
serem implementadas. Os dados da pesquisa mostram que cerca de 20% não fez o empréstimo
por não saber do projeto. E o fato da maioria dos que realizaram o empréstimo ser do sétimo
período em diante, sugere que somente no final do curso tomam conhecimento do projeto.
Segundo dados dessa pesquisa, ainda é necessário fazer uma maior divulgação da
possibilidade de empréstimo, para que este possa ter um maior alcance. Para sugestões de
divulgação de baixo custo, sugere-se o uso das mídias sociais, publicação fixa no site da
biblioteca e em murais da própria Escola de Biblioteconomia. As possibilidades são muitas, e
devem ser utilizadas para que o projeto possa de fato alcançar todos os estudantes. Disseminar
divulgados, por isto, noticiar o empréstimo do tablet na biblioteca é essencial para que os
alunos tomem conhecimento desta nova possibilidade e possam fazer uso dele.
Outro fator de grande importância é o esclarecimento aos alunos sobre os
procedimentos para o empréstimo, para o uso e a devolução do dispositivo. A burocracia que
envolve a realização do empréstimo do tablet foi citada muitas vezes como um ponto negativo
pelos respondentes do questionário. Desta forma, poderia ser pensado uma forma de otimizar
437
�tablet, responsabilidades
do usuário com o aparelho e procedimentos em caso de sinistro, que são importantes para
guiar o usuário. Também é necessário algum suporte para dúvidas, que possa esclarecer
questionamentos do usuário no período que o dispositivo está em sua posse. Sejam relativas à
integridade física do aparelho, como de formas de otimizar o seu uso com a indicação de antívirus, aplicativos e etc. Estas questões do uso podem ser sanadas com a criação de um
manual, em formato físico ou digital, ou também um link de help ou FAQ (Dúvidas
Frequentes) no site da biblioteca.
O projeto piloto, conforme citado nos seus objetivos, visa a inclusão digital. No
entanto, vale ressaltar que disponibilizar os tablets é uma ação que possibilita a inclusão
digital, mas não caracteriza o aluno como digitalmente incluído. A inclusão digital vai além
de disponibilizar dispositivos tecnológicos, segundo Santos e Mattos (2009) também é
necessário trabalhar as competências digitais dos alunos. É necessário capacitar os usuários
para lidar com este novo instrumento de maneira crítica. Ou seja, quando os alunos recebem
os dispositivos, devem ter antes algum tipo de treinamento ou orientação para o seu uso
eficaz.
Espera-se, com esse trabalho, ter contribuído para a disseminação do projeto
fornecendo subsídios para a implantação em outras bibliotecas universitárias, de forma a
aumentar o potencial de inclusão digital dos alunos de graduação.
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439
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Inovação para inclusão digital: o projeto “um TABLET por aluno” da UNIRIO.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Lima, Isabella; Alencar, Maria Simone
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho discute a inclusão digital proporcionada pelo projeto ―Um tablet por aluno‖ para os graduandos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Biblioteconomia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. O projeto ―Um tablet por aluno‖, coordenado pela Biblioteca Central da UNIRIO, disponibiliza estes dispositivos para empréstimo aos alunos de sete cursos de graduação. O objetivo deste trabalho está focado em analisar os hábitos de uso dos alunos da Escola de Biblioteconomia que realizam o empréstimo, entender as suas dúvidas sobre o tablet e o processo do comodato, avaliando assim, os resultados obtidos pelo projeto. Para a coleta de dados foi aplicado um questionário online, de modo que os alunos pudessem responder perguntas inerentes ao uso e não uso do dispositivo. As dificuldades constatadas, de acordo com este trabalho, se apresentam em três eixos que devem ser observados: divulgação do projeto; informações sobre procedimentos de empréstimo e devolução; e suporte durante o uso.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5337/SNBU2018_036.pdf
6d5636e42b5828af4fdd76d9442dcbc9
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Eixo I
Inovação e Criação
MODELO DE REPOSITÓRIO PARA PROJETOS DE INOVAÇÃO SOCIAL
MODEL OF REPOSITORY FOR PROJECTS OF SOCIAL INNOVATION
Resumo: Esta pesquisa, ainda em andamento, tem por objetivo propor a construção de um
modelo de repositório digital para armazenamento dos projetos de inovação social apoiados
pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro através da Latin American Social
Innovation Network. Busca a organização, disseminação e o acesso desses projetos de forma
aberta e gratuita com o propósito de contribuir para uma maior disseminação e transparência.
Serão definidas como ações de desenvolvimento: o escopo da área; a criação de um elenco de
fontes de informação; definição conceitual dos metadados e infraestrutura; levantamento de
termos para indexação do tema inovação social e análise desses projetos de acordo com os
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Agenda 2030. Desta forma, buscase organizar a informação sobre este assunto, aumentar a sua visibilidade na Web e, promover
um maior engajamento das bibliotecas universitárias no cenário de inovação social. Esta
proposta de pesquisa poderá provocar mudança na forma de organização deste tipo de
informação e tornar-se, futuramente, um centro de referência da área.
Palavras-chave: Repositório Digital. Inovação Social. Projetos de Inovação Social. Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável.
Abstract: This research is still in progress aims to propose the construction of a model of
digital repository for storage of projects of social innovation supported by Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro by the Latin American Social Innovation Network. It
searches the organization, dissemination and access of these projects so open and free with the
aim of contributing to a greater dissemination and transparency. Actions of development will
be defined by the scope of the area; the creation of a list of information sources; conceptual
definition of metadata and infrastructure; survey of terms for indexing of the theme social
innovation and analysis of these projects in accordance with the objectives of sustainable
development, proposed by Agenda 2030. In this way, we seek to organize the information on
this subject, increase your visibility on the Web, and promote a greater engagement of
university libraries in the scenario of social innovation. This research proposal may cause
change in the form of organization of this type of information and become, later, a reference
center in the area.
413
�Keywords: Digital repository. Social innovation. Projects of social innovation. Sustainable
Development Goals.
1 INTRODUÇÃO
As transformações decorrentes do advento das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) influenciaram não somente a indústria, as telecomunicações e o
desenvolvimento econômico entre as nações, mas também as atividades diárias e rotineiras
dos seres humanos. Essas tecnologias expandiram o processo de comunicação entre as
pessoas e máquinas, tornando o seu fluxo mais rápido e interativo, como também criaram
novas formas de acesso e disseminação da informação e do conhecimento. Se por um lado
abriram novas possibilidades de comunicação, de uso e de tratamento da informação, por
outro aumentaram a desigualdade criando problemas quanto a sua socialização.
A partir da chegada das TICs, os esforços para o acesso aberto às publicações
científicas se intensificam nesse cenário, quando os artigos passaram a ser gerados no formato
digital, muito embora já existissem, desde a década de 90, a busca de alternativas para
solucionar a crise dos periódicos científicos. Cientistas, pesquisadores, usuários e
bibliotecários de diversos lugares do mundo, se uniram para encontrar soluções mais
econômicas e viáveis ao acesso aos periódicos científicos de alto custo. Foi por intermédio do
Acesso Aberto à Informação Científica, que a comunidade científica percebeu que poderia
aumentar a visibilidade, promover o acesso e, consequentemente, gerar um aumento do
impacto das suas publicações, quebrando barreiras econômicas e sociais, o que certamente,
culminaria no avanço da ciência.
Por outro lado, seguindo esse mesmo princípio, as ações voltadas para o acesso aberto
influenciaram o acesso e disseminação das informações técnicas e sociais para a mesma
direção.
Neste sentido, os repositórios digitais surgiram como uma das alternativas
tecnológicas, para dar maior visibilidade não apenas a produção acadêmica e científica, mas
também aquelas de cunho social geradas por pesquisadores, cientistas e pessoas da sociedade
civil.
O objetivo geral desta pesquisa é propor a construção de um modelo de repositório
digital para projetos de Inovação social, que vem ao encontro das necessidades informacionais
e tendências mundiais de acesso aberto à informação no âmbito da ciência aberta, a fim de
414
�criar mecanismos de fortalecimento e valorização da área, permitindo o intercâmbio de
informação e conhecimento.
Para tanto será necessário definir: a) as ações de desenvolvimento do repositório, tais
como: definição do escopo da área; criação de um elenco de fontes de informação;
conceituação dos metadados; levantamento de termos para indexação do tema Inovação social
e definição de infraestrutura tecnológica; b) analisar os projetos de inovação social da
UNIRIO, apoiados pela Rede LASIN e c) elaborar um formulário para o levantamento das
ações de cada projeto, a fim de padronizar as informações neles contidas e possibilitar o seu
acompanhamento.
Tendo em vista o cenário ora apresentado, esta proposta de construção de um modelo
de repositório digital, poderá provocar mudança na forma de organização deste tipo de
informação e tornar-se, futuramente, um centro de referência da área, contribuindo para uma
maior articulação entre pesquisadores e a sociedade civil, ambos em busca de alternativas que
melhorem as condições de vida das pessoas ou comunidades.
2 O CONCEITO DE COMMONS E A FILOSOFIA DE ACESSO ABERTO
No que se refere a sua origem, o termo commons
common
land
à ecologia e à preservação do meio ambiente, que podem ser exemplificados pelo ar que
respiramos, as florestas, rios e mares, ou seja, tudo o que pode ser compartilhado por toda a
sociedade. Podem ser considerados um conjunto de recursos mantidos em comum por certa
comunidade de pessoas, no qual o acesso é transparente (PINTO, 2006).
Nos dias atuais, o termo Commons vem sendo usado como princípio da liberdade de
expressão, da abertura, da paixão intelectual, voltado para os interesses da sociedade, como
por exemplo a enciclopédia Wikipédia, criada em 2001 e que foi ampliada ao longo dos anos.
Conta hoje com artigos e verbetes em diversos idiomas. É fruto de um trabalho intelectual
colaborativo, sem autoria e gratuito. Esse serviço tem sua origem nos commons, que permite a
construção coletiva de conteúdos e está amparado pelas licenças do Creative Commons.
(HENNING, 2013).
A ideia de commons auxilia na compreensão do contexto do acesso aberto, o qual visa
promover a visibilidade e disseminação dos resultados de trabalhos de pesquisadores, das
415
�próprias universidades e de institutos de pesquisa, bem como potencializar a sua utilização e
impacto na comunidade científica internacional.
A Declaração de Budapeste, que é resultado de um evento sobre Acesso Aberto,
realizado em Budapeste, a qual preconiza dois tipos de acesso à informação científica: a via
verde e a via dourada. Enquanto a via verde refere-se ao armazenamento de trabalhos
científicos produzidos pelos próprios autores em repositórios institucionais ou temáticos, a via
dourada está relacionada aos trabalhos publicados em periódicos que apoiam o movimento de
acesso aberto.
Embora as informações oriundas dos projetos de inovação social não sejam, de cunho
científico, elas também podem ser armazenadas e organizadas em repositórios, tema que será
abordado na próxima seção.
2.1 REPOSITÓRIOS DIGITAIS
Alguns pesquisadores classificam os repositórios como institucionais ou temáticos.
digital da produção criada pela universidade, equipe de pesquisa e estudantes de uma
instituição e que esteja acessível aos usuários finais dentro e fora da instituição. Os
repositórios temáticos correspondem a
sociedade, associação ou organização para gestão e disseminação da produção técnicocientífica em
(KURAMOTO, 2006).
Uma outra questão que pode ser destacada sobre a criação de repositórios é a sua
relação com a memória das instituições, ou seja, torna-se cada vez mais indispensável que
estes materiais estejam disponíveis e acessíveis, a longo prazo, para garantir a memória
intelectual das suas instituições.
Direcionados a atender os diferentes segmentos de públicos (pesquisadores,
professores, estudantes, gestores acadêmicos, bibliotecários, chefes de departamentos, a
instituição como um todo, a comunidade científica, entre outros), os repositórios possibilitam
também que toda a sociedade seja beneficiada.
As iniciativas de construção de repositórios, em diversos países, advêm das bibliotecas
das instituições, visto que os processos envolvidos assemelham-se aos desenvolvidos por
bibliotecas e bibliotecários em ambientes digitais, tais como: organização da informação;
416
�laborar políticas de
formação, desenvolvimento e gestão de coleções; utilização das tecnologias como impulsoras
de novas formas de atuação profissional; questões da comunicação científica e gestão da
informação científica; conhecem as comunidades e sabem identificar e lidar com as
necessidades de informação; podem tornar-se centralizadoras do armazenamento e
preservação da informação digital. (LEITE, 2009).
2.2 INOVAÇÃO SOCIAL
No que diz respeito ao tema Inovação, a inovação pode ser compreendida como a
elaboração de um produto (bem ou serviço) novo ou que pode ser aprimorado. Refere-se
também a um processo ou a um novo método de marketing ou a um novo método
organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações
externas, conforme descrito no Manual de Oslo (1997). Para Guilhen et al (2013, p. 2),
inovação vem do termo em latim innovare
Usualmente quando se fala em inovação remete-se a ideia de inovação tecnológica, no
entanto a inovação pode ter outros contornos, como a inovação social, que busca soluções
para questões que afligem a sociedade. A sociedade busca pela criação, adoção e difusão de
inovações a todo momento, sejam inovações nos negócios, artísticas ou sociais. (POL;
VILLE, 2009). Por que não usar o potencial da inovação como alavanca para que as
sociedades se desenvolvam e cresçam?
A inovação social aponta para uma necessidade de reflexão acerca do
aperfeiçoamento ou mudanças de práticas de algo não menos importante que a ciência: o
social. Implica em iniciativa que foge da ordem estabelecida, está associada a um novo modo
de pensar ou fazer algo, a uma mudança social qualitativa, a uma alternativa, ou até mesmo a
uma ruptura diante dos processos tradicionais. Assim, a inovação social manifesta-se como
; ABREU, 2006).
Nesse contexto cita-se a Latin American Social Innovation Network (LASIN), que é
um projeto que conta com o financiamento da Comissão Europeia e é coordenado pela
Universidade Caledônia de Glasgow. É desenvolvido por um consórcio de treze parceiros,
incluindo universidades brasileiras, dentre as quais estão a Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UNIRIO) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
417
�E o papel da Rede LASIN torna-se relevante neste cenário, visto que possibilita que as
universidades contribuam significativamente para as comunidades, transformando a forma de
transferir conhecimento no ambiente universitário, sustentando o conceito de inovação social,
além de expandir esta ideia dentro das regiões e à nível internacional. Visa estimular a
inovação social para que ao termino do fomento da Comunidade Europeia, as instituições
continuem as ações e a rede se mantenha em atividade na América Latina, de forma
sustentável.
Enquanto a inovação social busca estimular a cooperação intensa entre os atores no
sentido de resolver problemas sociais que possam impactar em mudanças nas relações e
condições sociais, na inovação tecnológica se buscam as vantagens competitivas (SILVA,
2015).
Chueri (2017) ressalta que a inovação social é desenvolvida por atores da sociedade
civil, que correspondem às organizações com fins lucrativos, sem fins lucrativos,
organizações não governamentais (ONGs), organizações da sociedade civil (OSCs),
organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIPs), universidades, empresas
governamentais, etc.
Em relação à atuação de universidades e pesquisadores na Inovação Social, Cunha et
al (2015) apud Chueri (2017) destacam as contribuições que as universidades podem oferecer,
tais como:
Prover conhecimento existente ou criar um novo conhecimento para o
desenvolvimento de uma solução; trabalhar com um parceiro social para a cocriação de um novo conhecimento que contribua com uma Inovação Social; investir
em atividades que contribuam com o teste e escalada de uma Inovação Social;
disponibilizar seus espaços (biblioteca, laboratórios, escritórios) durante o processo
de Inovação Social; aconselhar os parceiros sociais sobre a melhor maneira de
acessar fontes externas de conhecimento e auxiliar a outros atores da sociedade a
respeito do valor de uma Inovação Social para que outros a adotem e invistam nela.
Dentre os objetivos da inovação social, alguns são mais evidentes, como: a superação
das necessidades sociais, promoção do bem-estar comum, a sustentabilidade e a inclusão
social. Suas ações são planejadas, coordenadas e orientadas, visando atingir o objetivo
específico, de promover mudanças sociais (HELLSTRÖM, 2004 apud JULIANI, 2015).
Porém, deve-se esclarecer que nem todo processo inovador será necessariamente uma
inovação social.
Estes objetivos contribuem para o desenvolvimento humano, a melhoria contínua do
padrão de vida e o enriquecimento da capacidade de agir de grupos e indivíduos, por exemplo.
418
�O acesso à renda não é visto como o objetivo primordial, mas também o acesso à saúde,
saneamento, transporte público, energia, educação etc., que vão ao encontro dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS).
Os ODS funcionam como um plano de ação voltado para as pessoas, o planeta e a
prosperidade, conforme ressalta a Agenda 2030, que é um documento da Organização das
Nações Unidas (ONU) e tem como proposta nortear os trabalhos da organização relacionados
à economia, ao ambiente e ao desenvolvimento social.
Foi elaborada com a ajuda de
governos, da sociedade civil e de outros parceiros, dentre os quais pode-se mencionar a
International Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), que auxiliou na
criação e revisão do texto.
3 METODOLOGIA
Os procedimentos metodológicos adotados para a execução desta proposta, foram
divididos em três etapas: a primeira voltada para a fundamentação que dará sustentação
teórica e conceitual à pesquisa, direcionada para as buscas bibliográficas em bases de dados
especializadas, que possibilitarão a discussão dos conceitos de inovação social, acesso aberto
à informação e repositórios digitais.
A segunda está direcionada para estudos e análises de repositórios digitais existentes
com o objetivo de buscar elementos para a elaboração de critérios para a construção do
modelo proposto.
A terceira fase será composta pela análise documental dos projetos de inovação social
selecionados pelo Núcleo de Inovação Cultural e Social (NICS), que é um dos dois polos do
LASIN no Brasil, vinculado à Diretoria de Inovação Tecnológica, Cultural e Social da Próreitora de Pós-graduação, Pesquisa e Inovação (PROPGPI) da UNIRIO. Essa análise objetiva
levantar as características dos projetos através de um formulário para coleta de dados.
4 RESULTADO
Como resultado parcial desta pesquisa, podemos apontar as definições metodológicas
já delineadas como:
a) definição do escopo da área que representa a delimitação do tema dentro do
universo a ser trabalhado. Para definir o escopo da área
foi
419
�necessário pensá-lo como assunto principal identificando as áreas relacionadas, que deverão
estar de acordo com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que integram a Agenda
2030, conforme demonstra a Figura 1.
b) a definição conceitual dos metadados: sugerimos a adoção do Dublin Core
Metadata Initiative (DCMI) que é uma organização aberta, sem fins lucrativos, que
desenvolve padrões internacionais de metadados interoperáveis. Os metadados utilizados
serão representados por campos que possibilitam a descrição das fontes de informação, no
momento da sua indexação, tornando-a mais inteligente para a sua recuperação. Sugerimos
inicialmente a adoção dos seguintes elementos: (Título do projeto), (Instituição/Autor),
(URL), (Resumo), (E-mail), (URL), (redes sociais), (localização geográfica), (área ODS),
(Idioma), (Vocabulário controlado), (Termos livres), (Data de inclusão), (Incluído por) e
(Direitos autorais).
Figura 1
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável
Fonte: Estratégia ODS.
Essa definição contribuirá para o levantamento dos termos para indexação do
respectivo tema.
5 DISCUSSÃO
420
�O repositório não deve se restringir somente ao autoarquivamento da informação
científica, tal como artigos indexados em periódicos científicos e teses. Temos que pensar que
uma das suas funções principais é a preservação da memória intelectual de uma instituição e
no contexto mais amplo das universidades é bem diversificada, ou seja, há também
documentos provenientes de atividades sociais.
Um repositório, seja institucional, ou temático ou multidisciplinar, tem por objetivo
oferecer aos membros de uma ou várias comunidades, um conjunto de informação, reunidas e
armazenadas em um único local, facilitando o acesso, o resgate, a preservação da sua
memória e a sua replicabilidade. É possível que a divulgação das soluções inovadoras
desenvolvidas em uma comunidade sejam aplicadas em outras regiões com os mesmos
problemas sociais, abrindo um amplo leque de oportunidades de pesquisa e interação entre as
universidades e comunidades.
Por outro lado, as técnicas da Biblioteconomia dão suporte e elementos para a
construção desse repositório, uma vez que essa é uma prática recorrente e atual dessa área em
todo mundo. O levantamento de termos para indexação, bem como a definição conceitual de
metadados possibilitarão recuperar as informações nele representadas.
As ações de inovação social são de extrema importância em países em
desenvolvimento como o Brasil onde existe uma desigualdade econômica e social latente em
todas as esferas. E as universidades têm um papel importante nesse processo. Essa pesquisa se
justifica ao considerar as possibilidades que esse repositório trará para o compartilhamento e
reprodução desses projetos em novas ações sociais, no âmbito regional e internacional.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A criação desse modelo de repositório fornecerá aos membros da sua comunidade, um
conjunto de informação reunido e armazenado em um único local, facilitando o acesso, o
resgate e a preservação da sua memória.
Tal iniciativa vem ao encontro das necessidades informacionais e tendências mundiais
de acesso aberto à informação; cria mecanismos de fortalecimento e valorização da Inovação
Social, permitindo o intercâmbio de informação e conhecimento.
É importante destacar que esta pesquisa está ancorada nas recomendações da
Declaração de Budapest Open Access Initiative (BOAI), que ocorreu em 2001, as quais
estimulam o livre acesso a informação científica, por meio de repositórios institucionais, sem
421
�restrições de copyright, dando amplo e total acesso aos resultados de pesquisa, a todas as
comunidades interessadas. Permite ainda o compartilhamento, reprodução, reuso e
redistribuição desses conteúdos em novas pesquisas.
Espera-se que a construção desse modelo de repositório, entendido como uma
ferramenta de organização e disseminação dos projetos de inovação social amplie a
transferência de conhecimento dando maior visibilidade as ações de inovação social nacionais
e internacionais propostas pelas universidades.
Por outro lado, espera-se também, promover um maior engajamento das bibliotecas
universitárias no cenário de inovação social e no ambiente dos repositórios de informação.
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, Isabel; ABREU, Alexandre. Dimensões e espaços da inovação social. Finisterra,
Lisboa, v. 41, n. 81, p. 121-141, 2006. Disponível em:
<http://revistas.rcaap.pt/finisterra/article/view/1465/1160>. Acesso em: 24 nov. 2017.
CHUERI, Luciana de O. V. Inovação social. In: ARAUJO, Renata Mendes de; CHUERI,
Luciana de O.V. (Org.). Pesquisa e Inovação: visões e interseções. Rio de Janeiro: Publit
Soluções Editoriais, 2017, v. 1, p. 266-286.
GUILHEM et al. Um olhar sobre inovação em bibliotecas universitárias: desafios e
possibilidades. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA, DOCUMENTO
E CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 25, 2013, Florianópolis. Anais eletrônicos...Florianópolis:
FEBAB, 2013. Disponível em: <https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1645/1646>.
Acesso em: 20 abr. 2017.
HENNING, Patricia. Micro e macro política de informação: o acesso livre à informação
científica no campo da saúde no Brasil e em Portugal. 233 f. Tese (Doutorado em Informação,
Comunicação e Saúde) Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em
Saúde, Programa de Pós-Graduação em Informação, Comunicação e Saúde, 2013.
JULIANI, Douglas Pauleski. Framework da cultura organizacional nas universidades
para a inovação social. 213 f. Tese (Doutorado em Engenharia e Gestão do Conhecimento)
Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Engenharia e
Gestão do Conhecimento, 2015.
KURAMOTO, Hélio. Informação científica: proposta de um novo modelo para o Brasil.
Ciência da Informação, Brasília, DF, v. 35, n. 2, p. 91-102, maio/ago. 2006. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v35n2/a10v35n2.pdf>. Acesso em: 03 set. 2017.
LEITE, Fernando César Lima. Como gerenciar e ampliar a visibilidade da informação
científica brasileira: repositórios institucionais de acesso aberto. Brasília: IBICT, 2009.
422
�MANUAL de Oslo: diretrizes para coleta e interpretação de dados sobre inovação. 3.ed.
[S.L.]: OECD; FINEP, 1997. 184p. Disponível em: <http://www.finep.gov.br/images/apoio-efinanciamento/manualoslo.pdf>. Acesso em: 05 abr. 2017.
PINTO, Evelyn Cristina. Repensando os commons na comunicação científica. 2006. 119 f.
Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) - Universidade de São Paulo USP, São
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POL, P.; VILLE, S. Social innovation: buzz word or enduring term. The Journal of SocioEconomics, Amsterdam, v. 38, p. 878 885, 2009.
SILVA, Maíra Prado da. A inovação nas bibliotecas universitárias públicas do Estado de
São Paulo no contributo ao desenvolvimento nacional. 146 f. Dissertação (Mestrado em
Ciência da Informação) Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências,
2015.
423
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Modelo de repositório para projetos de inovação social.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
D'Avila, Raquel Tavares; Alencar, Maria Simone; Henning, Patrícia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Esta pesquisa, ainda em andamento, tem por objetivo propor a construção de um modelo de repositório digital para armazenamento dos projetos de inovação social apoiados pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro através da Latin American Social Innovation Network. Busca a organização, disseminação e o acesso desses projetos de forma aberta e gratuita com o propósito de contribuir para uma maior disseminação e transparência. Serão definidas como ações de desenvolvimento: o escopo da área; a criação de um elenco de fontes de informação; definição conceitual dos metadados e infraestrutura; levantamento de termos para indexação do tema inovação social e análise desses projetos de acordo com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, propostos pela Agenda 2030. Desta forma, buscase organizar a informação sobre este assunto, aumentar a sua visibilidade na Web e, promover um maior engajamento das bibliotecas universitárias no cenário de inovação social. Esta proposta de pesquisa poderá provocar mudança na forma de organização deste tipo de informação e tornar-se, futuramente, um centro de referência da área
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5331/SNBU2018_035.pdf
783fd6f5d530977a221c9fa59c2c5804
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Eixo I
Inovação e Criação
DESAFIOS E SOLUÇÕES NO PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO
DE REPOSITÓRIOS DIGITAIS: ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS
CHALLENGES AND SOLUTIONS IN THE PLANNING, IMPLEMENTATION AND
MANAGEMENT OF DIGITAL REPOSITORIES: TECHNICAL AND LEGAL ASPECTS
Resumo: Discute os principais desafios e soluções inerentes aos aspectos técnicos e legais
envolvidos nas etapas de planejamento, implementação, gestão de repositórios digitais no
âmbito das instituições públicas com base na literatura especializada da área. A pesquisa
justifica-se pela necessidade de produção de um instrumento que oriente profissionais
atuantes em equipes de trabalho com a pretensão de criação e manutenção de repositórios
digitais nas diferentes instituições públicas de ensino e pesquisa do país. Metodologicamente,
trata de uma pesquisa de cunho descritivo e exploratório em que se buscou na literatura
autores para atingir o objetivo central configurando assim um estudo bibliográfico e
documental. Por fim, resulta na indicação de soluções para alguns desafios considerando
como aspectos técnicos a identificação tipos de materiais, a definição de metadados, o fluxo
de submissão, os métodos de povoamento e o processo de autoarquivamento. Em se tratando
dos aspectos legais, investiga a necessidade de criação de um comitê gestor, a aprovação de
uma política de funcionamento, os critérios para acesso, permissões e algumas questões
relativas aos direitos autorais. Considera que seja indispensável perceber tais desafios para
evidenciar a nível de gestão que repositórios digitais devam ser planejados como instrumentos
indispensáveis não apenas para publicização dos resultados de pesquisas e preservação da
memória científica das instituições, mas sobretudo na desmistificação de soluções adotáveis
antes, durante e depois de sua criação. Espera-se que a pesquisa seja complementada com a
identificação dos desafios e soluções acerca de aspectos humanos e tecnológicos. Acredita-se
que a pesquisa possa auxiliar a atuação de bibliotecários e equipes multidisciplinares de
profissionais responsáveis ou com pretensões futuras de implementar e gerir repositórios
institucionais.
Palavras-chave: Repositórios digitais. Aspectos técnicos e legais. Planejamento e gestão de
repositórios.
397
�Asbtract: It discusses the main challenges and solutions inherent to the technical and legal
aspects involved in the planning, implementation and management of digital repositories
within the scope of public institutions based on the specialized literature of the area. The
research is justified by the need to produce an instrument that guides professionals working in
work teams with the intention of creating and maintaining digital repositories in the different
public institutions of teaching and research in the country. Methodologically, it deals with a
descriptive and exploratory search in which authors have been searched in the literature to
reach the central objective, thus configuring a bibliographic and documentary study. Finally,
it results in the indication of solutions to some challenges considering as technical aspects the identification of material types, the definition of metadata, the submission flow, the
methods of settlement and the self-archiving process. Regarding the legal aspects, it
investigates the need to create a management committee, the approval of an operating policy,
the criteria for access, permissions and some issues related to copyright. It considers that it is
indispensable to perceive such challenges to demonstrate at the level of management that
digital repositories should be designed as indispensable tools not only for publicizing the
results of research and preserving the scientific memory of institutions, but above all in the
demystification of adoptable solutions before, during and after of its creation. It is hoped that
the research will be complemented with the identification of the challenges and solutions
regarding human and technological aspects. It is believed that the research can assist the work
of librarians and multidisciplinary teams of professionals responsible or with future intentions
to implement and manage institutional repositories.
Keywords: Digital repositories. Technical and legal aspects. Planning and management of
repositories.
1 INTRODUÇÃO
Os avanços proporcionados pela tecnologia da informação ligados ao crescimento
documental, ampliaram a necessidade de reunir e preservar a produção científica das
instituições favorecendo o aprendizado e a mudança comportamental em relação ao trabalho
executado por profissionais de diferentes áreas. Nessa missão, os bibliotecários passaram a
compreender, dominar e utilizar algumas ferramentas e plataformas de gestão de conteúdos
digitais.
Esses conteúdos digitais, além de necessitarem de tratamento técnico por uma equipe
de profissionais, relacionam-se à preservação, memória e visibilidade dos autores e das
próprias instituições, principalmente aquelas de ensino e pesquisa. Isto se deve pela tentativa
de reunião, guarda e preservação a longo prazo do conhecimento produzido no âmbito desses
espaços.
Entre as estratégias e possibilidades de gestão e preservação da produção científica no
âmbito do ensino e da pesquisa, o Repositórios Digital (RD) se apresenta como uma
alternativa tecnológica de promoção do acesso aberto. O acesso aberto é uma tentativa de
398
�eliminar barreiras de custo e acesso à produção científica das instituições, principalmente
aquelas que fomentam pesquisas e subsidiam pesquisadores com recursos públicos.
Segundo Leite et al. (2012), repositórios digitais são bases de dados desenvolvidas a
executar várias funções permitindo a recuperação de dados e possibilitando o gerenciamento
de informação científica funcionando como via alternativa de comunicação científica.
Nas instituições de ensino e pesquisa, o tipo de repositório criado para abrigar a
produção científica de diferentes áreas do conhecimento é caracterizado pela literatura como
repositório institucional. Repositórios também podem ser temáticos, quando destinados a
reunir e disponibilizar conteúdos de uma área específica do conhecimento. Nesse cenário,
existe a necessidade de identificação de inúmeros desafios e soluções que envolvem fatores
humanos, técnicos, tecnológicos e legais. Foram identificados neste trabalho, variáveis
relativas aos aspectos técnicos e legais.
Diante do exposto, a pesquisa teve como objetivo geral mapear desafios e soluções
dos aspectos técnicos e legais envolvidos nas etapas de planejamento, implementação e gestão
de repositórios digitais. Como objetivos específicos, a pesquisa levantou aspectos conceituais
e teóricos relacionados aos repositórios institucionais, identificou os principais desafios
considerando aspectos técnicos e legais de seu planejamento, implementação e gestão e por
fim, apresentou algumas das possíveis soluções para tais desafios.
Como questão norteadora, indagam-se quais as possíveis soluções envolvendo alguns
desafios de caráter técnico e legal durante as etapas de planejamento, implementação e gestão
dos repositórios digitais?
Como justificativa social, a pesquisa considera a necessidade das instituições criarem
e instituírem repositórios digitais para promoção do acesso aberto, preservação e memória e
contribuição para visibilidade das instituições de ensino e pesquisa e dos próprios autores.
A justificativa pessoal surge pelo interesse de produzir um instrumento norteador para
o trabalho de equipes de profissionais já envolvidos ou com pretensões de instituir um
repositório digital mediante a superação de dificuldades de âmbito técnico e legal.
Tais questões envolvem desde a criação de documentos de gestão que regulamentem o
funcionamento do repositório, perpassam pela necessidade de definir tipos de materiais e seus
metadados, tendo implicações no fluxo de submissão e depósito, exigindo a atribuição de
permissões a usuários e não obstante, implicam no domínio de algumas questões relativa aos
direitos autorais.
399
�A
justificativa
profissional,
considera
a
necessidade
de
sensibilização
e
conscientização dos gestores, sobre a importância de instituir e reconhecer legalmente a
iniciativa de criação do repositório digital. Esse reconhecimento é notável quando há o
entendimento de que repositórios contribuem direta e indiretamente para o desenvolvimento
estratégico das instituições.
Nesse cenário, gestores, autores e instituições, precisam compreender que os
repositórios são aliados no processo de reunião e difusão de um conhecimento produzido e
ético os resultados dessas pesquisas deveriam ser de livre acesso. Não é isso, entretanto, o que
A seguir são apresentadas definições e conceitos existentes na literatura sobre os
repositórios digitais, particularizando o tipo institucional e sua relação com processos e
atividades da equipe de profissionais atuantes em instituições públicas de ensino e pesquisa.
Em seguida, são retratados os desafios técnicos e legais existentes para finalmente analisar e
discutir possíveis soluções acerca desses desafios.
2 REPOSITÓRIOS DIGITAIS E AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO E PESQUISA
A preocupação com a preservação da memória institucional é um dos benefícios
trazidos pela implementação dos repositórios digitais. Um repositório digital é um serviço
ARELLANO, 2008, p. 124).
É preciso, portanto, estabelecer a relação entre conhecimento produzido e a
necessidade de torná-los disponíveis, vinculando missão e papel das instituições. Os
repositórios trazem benefícios para a popularização do conhecimento científico
em relação às suas funções de reunir, preservar, dar acesso e disseminar o
conhecimento de uma instituição científica, ou de uma área do conhecimento,
aumentando sua visibilidade e se constituindo numa ferramenta de gestão do
conhecimento científico (MASSON, 2008, p. 112).
Além de compreender sua finalidade, vinculado ao âmbito da produção científica,
acesso aberto e memória institucional, o tipo de organização, suas características bem como
uma ou diversas áreas do conhecimento, indicam o tipo de repositório digital a ser criado.
400
�Os repositórios institucionais são voltados à produção intelectual de uma instituição,
ou disciplinares são voltados a comunidades científicas específicas. Tratam, portanto, da
produção intelectual de áreas do conhecimento em particular (LEITE, 2009, p. 20).
Existe a possibilidade de repositórios institucionais apoiarem estrategicamente as
organizações por meio da geração de indicadores apoiando a tomada de decisões e
aume
como indicadores tangíveis da qualidade de uma instituição, aumentando assim a sua
A geração de indicadores resulta na necessidade de diversas análises estatísticas que
refletem aspectos relativos à produção científica: número de publicações, tipos de materiais
depositados, área do conhecimento, número de visualizações e downloads, referências,
assuntos, ano, entre outros.
apoiam a tomada de decisão, pois, até certo ponto, apresentam a produção científica da
sino e
pesquisa com o papel dos repositórios institucionais é necessário
explorar as possibilidades oferecidas pelas tecnologias de informação e comunicação
para criar serviços de informação inovadores, através dos quais as novas mídias
digitais possam potencializar o ensino, a pesquisa e a comunicação científica
(SAYÃO; MARCONDES, 2009, p. 23).
Os repositórios institucionais quando potencializados e utilizados para garantir o
acesso à produção científica, sensibilizando gestores sobre sua importância, dão visibilidade a
autores e instituições, gerando indicadores que apoiam à tomada de decisões, favorecem
inclusive a democratização do conhecimento em acesso aberto. Sobre essa democratização,
deve permitir
acesso, para que qualquer indivíduo ou nação aceda sem quaisquer impedimentos,
sejam de custo ou de permissão que limitam o acesso dos usuários às informações
provenientes de recursos públicos e também aos serviços de informação das redes de
informação científicas, garantindo essa ampliação da acessibilidade por meio de
medidas e emprego das tecnologias vigentes (VELAME, 2011, p. 47) .
O emprego de tecnologias e a implementação de repositórios inter-relacionam
aspectos técnicos e legais que vão desde o domínio de metadados e estratégias para
povoamento automatizado para dar celeridade aos depósitos nos repositórios até a
401
�identificação de questões legais que evitem problemas jurídicos como o depósito e
manutenção dos mesmos. Serão apresentados no capítulo seguinte, alguns desses desafios.
3 DESAFIOS TÉCNICOS E LEGAIS NO PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO E
GESTÃO DE REPOSITÓRIOS
Entende-se para efeito da pesquisa, que no processo de planejamento, implementação
e gestão dos repositórios institucionais existam aspectos técnicos e legais. Consideram-se na
vinculação das questões apresentadas a seguir: as competências, a atuação e o fazer
profissional dos bibliotecários.
Na seleção dos aspectos técnicos, exploram-se a necessidade de definição dos tipos de
materiais e seus respectivos metadados, as nuances do fluxo de submissão, os métodos de
povoamento e a implementação ou não do autoarquivamento.
Sobre os aspectos legais, verifica-se a necessidade de elaboração e aprovação de
instrumentos de gestão, as devidas precauções sobre questões do âmbito jurídico que
garantam a concessão de autorizações pelos autores ou detentores dos direitos autorais das
publicações científicas depositáveis nos repositórios.
3.1 ASPECTOS TÉCNICOS
São desafios inerentes aos aspectos técnicos selecionados a partir do que se
estabeleceu na pesquisa:
a) Identificação dos tipos de materiais
Existe a necessidade de identificar no âmbito institucional, quais os diferentes tipos de
materiais produzidos, considerando a estrutura hierárquica, a possibilidade de autorização, os
critérios definidos na política informacional da instituição e sobretudo os objetivos para o qual
o RI fora criado.
b) Definição dos metadados
Segundo Torino (2017, p. 104) os metadados devem ser relacionados aos tipos de
conjunto de dados e outros recursos digitais, estabelecendo relações entre eles, bem como
definem permissões e requisito
recuperação e permite a distinção entre os diferentes tipos de materiais depositados no
repositório digital.
402
�xistem vários esquemas de
metadados com graus diferenciados de especificidade, porém o mais importante deles é o
software DSpace permite a inclusão de novos metadados a partir dos
diferentes tipos de documentos.
Estes deverão ser preenchidos obrigatoriamente ou não durante o fluxo de submissão,
poderão ser filtrados em buscas avançadas realizadas pelos usuários e ainda, poderão ser
determinantes na geração futura de indicadores bibliométricos.
c) Fluxo de submissão
Os desafios envolvendo o fluxo de submissão envolvem acesso, permissões e o
preenchimento correto dos metadados definidos para cada tipo de material. É preciso evitar o
retrabalho na correção de eventuais erros. Deve-se atentar que a obrigatoriedade de campos
pode tornar o fluxo moroso, principalmente se os recursos humanos forem limitados e a opção
seja povoar pelo depósito individual e manual. O processo de submissão
[...] envolve uma série de tarefas, como as questões de descrição dos metadados,
tendo a possibilidade do uso do Dublin Core, descompactação, checagem,
identificação, identificação automática de formato, validação do formato,
normalização, quarentena (SHINTAKU, 2017, p. 80).
Ainda em relação ao processo de submissão,
o software DSpace possibilita que um item transite em diferentes estágios de um
posterior disponibilização, conforme parametrizado pelo administrador da coleção.
Esta funcionalidade permite que uma submissão possa passar por até três etapas até
sua disponibilização on-line. O processo permite assegurar a adequação do conteúdo
às políticas do repositório e da coleção, a qualidade do arquivo, do conteúdo, dos
metadados, a adequação da licença de direito autoral e formas de acesso permitidas
(TORINO, 2017, p. 108).
Acerca do DSpace, é um software utilizado na instalação e customização de
repositórios digitais, permitindo o armazenamento, a gestão da produção intelectual das
instituições e suportando inúmeros tipos e formatos de arquivos. Foi desenvolvido para
estimular o acesso aberto em projeto colaborativo do MIT Libraries e da Hewlett-Packard
Company com o intuito de dar visibilidade a publicações e seus autores além de zelar pela
preservação da memória científica a longo prazo.
d) Métodos de povoamento
A maioria dos repositórios brasileiros das instituições de ensino e pesquisa ainda não
possuem uma quantidade significativa de materiais depositados seja pelo desconhecimento de
403
�métodos automatizados de povoamento, seja pela escassez de recursos humanos na equipe
envolvida no planejamento, implementação e gestão dos repositórios.
e) Autoarquivamento
O autoarquivamento é um direito concernente aos autores auto depositarem trabalhos
de sua autoria nos repositórios. Porém, existem entraves e preocupações relacionados a
garantia da qualidade do conteúdo das publicações depositadas, da justificativa de que o ato
de auto depositar não é responsabilidade dos autores.
3.2 ASPECTOS LEGAIS
Os aspectos legais, no âmbito dessa pesquisa, dizem respeito à formalização de
documentos de gestão que oficializam o funcionamento do repositório, regulamentando sua
criação, a designação de uma equipe de trabalho responsável pela execução de tarefas
específicas e a definição de suas competências. Além disso, deve-se assegurar juridicamente a
existência e manutenção do repositório digital no âmbito institucional. Nesse sentido
discutem-se questões sobre direitos autorais e as formas de autorizações para depósito.
a) Criação de comitê gestor
Durante a fase de planejamento e preferencialmente antes do repositório ser instituído,
alguns são os desafios em virtude da inexistência de uma equipe formal, capacitada e
instituída para atuar exclusivamente com o repositório. A criação de uma equipe vinculada à
implementação e gestão do repositório podem representar problemas e ocasionar impasses nas
relações institucionais.
A criação de uma equipe de trabalho, instituída formalmente por portaria ou resolução
em que profissionais de diferentes áreas tenham competências e atribuições alinhadas aos
objetivos institucionais e a própria criação do repositório é um passo importante para o
sucesso, efetivo envolvimento e colaboração de uma equipe multidisciplinar. Normalmente as
equipes do comitê gestor são compostas por: bibliotecários, analistas de sistemas e
profissionais de tecnologia da informação, coordenadores de cursos ou focos de pesquisa,
membros das equipes de comunicação e das editoras, caso existam.
b) Aprovação da política de funcionamento
A política é um documento de gestão que descreve e norteia diretrizes e normas
concisas, objetivas envolvendo pessoas, tarefas. Indica detalhadamente quais as comunidades
404
�e coleções serão criadas, as permissões para submissões, a definição dos metadados para cada
tipo de material, bem como as orientações para o fluxo, acesso e uso.
Entre os desafios encontrados na publicação institucional dessa política estão a cultura
organizacional e o próprio desconhecimento da importância desse instrumento. Sobre esse
instrumento, Leite et al. (2012, p. 10) esclarecem que
planejamento do repositório. É recomendável que esta política esteja em
concordância com aquelas já vigentes na biblioteca e na instituição. A política deve
abordar os objetivos do repositório, deve contribuir para a definição do serviço,
determinar a formação da equipe responsável pela implantação e manutenção do
repositório e sobre o prazo definido para o depósito no repositório. Ela também pode
conter o tipo de material que será depositado, como também aqueles que não farão
parte desse sistema de informação.
Nota-se que é um documento formal de gestão originário de ações na fase de
planejamento dos repositórios, reunindo todas as decisões advindas da equipe que atuará ou
participará diretamente dos processos envolvidos no seu funcionamento.
c) Acesso, permissões e direitos autorais
Alguns autores temem que suas publicações sejam plagiadas com maior facilidade ao
realizarem o autoarquivamento ou autorizarem o depósito de suas publicações nos
repositórios. Existe um mito a ser desmistificado de que o conteúdo das obras ao serem
depositados e disponibilizadas sem embargos nos repositórios digitais trazem riscos da prática
de pirataria e da apropriação indevida.
Além disso, mesmo havendo o consentimento e autorização formal dos autores para o
processo de submissão e depósito dos materiais, podem surgir dúvidas acerca de pelo menos
três situações possíveis no que tange a forma como os materiais podem ser disponibilizados.
Considerando as questões legais, pode-se definir a forma de disponibilização: acesso
aberto e imediato ao conteúdo completo, acesso ao conteúdo após um prazo préestabelecido (embargo), acesso restrito a uma comunidade específica de usuários ou
acesso restrito. Outra questão relevante é a definição institucional da adoção de
licenças abertas para as publicações por elas chanceladas, publicadas por editoras,
periódicos e eventos institucionais e, até mesmo dissertações e teses (TORINO,
2017, p. 106).
Sobre questão da forma de disponibilização descrita pela autora, é preciso ter a
garantia legal seja por intermédio de documento impresso e assinado, seja estabelecendo
diretrizes internas que garantam o depósito, seja vinculando o uso de recursos oriundos de
agências de fomento, para que efetivamente o acesso aberto e imediato seja garantido. Do
405
�contrário, apenas será possível referenciar ou estrategicamente criar links para o conteúdo
efetivamente já publicado anteriormente.
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Caracteriza-se como uma pesquisa descritiva e exploratória quanto aos objetivos
porque investiga o tema repositórios digitais e a tentativa de esclarecer questões técnicas e
legais que auxiliam o posicionamento e a ação de profissionais que atuam ou precisam atuar
no planejamento, implementação e gestão de repositórios.
Em relação aos meios de investigação é uma pesquisa bibliográfica e documental que
buscou na literatura e em documentos de gestão as informações que esclarecem o problema
levantado. Para a pesquisa bibliográfica e documental, foi feita uma busca nas seguintes
fontes de dados: os repositórios Lume da Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), RIDI do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT),
RIUT da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e alguns artigos em meio
eletrônico publicados em revistas científicas das áreas da Ciência da Informação e
Documentação.
Foram utilizadas combinações de expressões booleanas e as seguintes expressões de
busca: repositório digital, repositórios institucionais, povoamento de repositórios,
autoarquivamento, direitos autorais, publicação científica, gestão de repositórios e acesso
aberto na recuperação de informações publicadas entre os anos de 2008 e 2017.
Ressalta-se que o foco da pesquisa foram desafios relacionados aos aspectos técnicos e
legais conforme quadro 1 apresentado a seguir:
Quadro 1: Desafios analisados considerando aspectos técnicos e legais
Aspecto
Técnico
Legal
Desafio
Identificação e escolha dos tipos de materiais
Definição dos metadados
Fluxo de submissão
Métodos de povoamento
Autoarquivamento
Criação do comitê gestor
Aprovação da política de funcionamento
Acesso, permissões e direitos autorais
Fonte: os próprios autores (2018)
406
�Os desafios elencados acima são resultados da pesquisa bibliográfica e documental
cujos dados são analisados na próxima seção.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da implementação do RD e do processo de gestão do conteúdo digital, surgem
questões técnicas e legais associadas tanto ao fazer profissional dos bibliotecários e de
profissionais de outras áreas, quanto ao próprio sistema de comunicação científica. Apresentase a seguir a discussão acerca das possíveis soluções dos desafios já mencionados com a
pretensão de esclarecer, produzir literatura e verificar o alcance dos objetivos propostos.
Em se tratando dos aspectos técnicos:
Cabe dizer que na identificação e escolha dos tipos de materiais que serão
depositados é imprescindível que a equipe de trabalho envolvida considere a missão e os
objetivos da instituição na qual o repositório foi criado. Além disso, a verificação da real
necessidade de inclusão do material considerados o interesse e a necessidade da comunidade
científica.
Cumpre dizer que a identificação e escolha dos tipos de materiais tem relação direta
com a definição dos metadados, já que segundo Leite et al. (2012, p. 18),
é
recomendável que para cada tipo de documento (artigo de periódico, livros, teses,
Essa definição dos metadados por tipo de material, perpassa pelo planejamento e
utilização de um padrão de metadados, questões tecnológicas da interoperabilidade e até
mesmo a preocupação com as métricas que se pretendem gerar. Leite et al. (2012, p. 18)
a escolha dos tipos de
materiais e a definição de esquemas de metadados.
Sobre os desafios inerentes ao fluxo de submissão, sugere-se a realização de
capacitações sobre a ferramenta utilizada para criar repositórios - comumente o DSpace e a
criação de tutoriais em vídeo nas mídias sociais da biblioteca. Determinação dos campos de
preenchimento obrigatório ou não, adoção de vocabulário controlado na escolha de termos
adicionais da indexação são algumas questões preliminares que deverão ser ajustadas com a
equipe responsável pela tarefa.
407
�Diante dos desafios relativos aos métodos de povoamento, existe a necessidade de se
optarem por estratégias possíveis: a primeira é manual por meio do autoarquivamento pelo
próprio autor ou por terceiros e a segunda a partir da importação que garanta a coleta e carga
de metadados automatizada a partir do sistema fonte que siga o mesmo padrão de metadados
definido comumente no DSpace. Nesse caso, para cada tipo de material definido é necessária
a estruturação que garanta tratamento, validação e verificação posterior dos dados importados.
Podem ser desenvolvidos scripts próprios por profissionais das instituições ou
exemplificando, também existem ferramentas como o script Lattes que auxilia no processo de
coleta e importação de dados de fontes externas como a plataforma lattes do CNPq. A
importação ou coleta automatizada podem depender de questões tecnológicas que envolvem
interoperabilidade entre diferentes sistemas que não são o enfoque dessa pesquisa.
No que tange as soluções sobre desafios do autoarquivamento, é preciso conscientizar
institucionalmente os autores da necessidade de dar visibilidade aos resultados de pesquisas
fomentadas com recursos públicos; habilitar o processo de revisão e correção do
preenchimento dos metadados informados pelos autores; ressaltar a limitação de recursos
humanos existentes nas bibliotecas e a autonomia dada aos autores que podem disponibilizar
rapidamente os resultados de pesquisas de sua autoria.
Ao considerar a participação de bibliotecários e das próprias bibliotecas nesse cenário,
ma alternativa é que os responsáveis pelo
repositório ou os bibliotecários depositem os itens em nome dos autores, pelo menos no início
do desenvolvimento
no trabalho que
envolve a tarefa do autor de depósito do próprio trabalho, devem ser criados serviços de
2017, p. 225).
Em se tratando dos aspectos legais:
A aprovação de comitê gestor por meio de portaria ou resolução é fundamental para
estabelecer diretrizes e normas que nortearão as ações da equipe de trabalho envolvida. Neste
instrumento, devem ser descritas e definidas as competências e responsabilidades de acordo
com a equipe de trabalho disponível. Deve ser constituída observando ainda a política e os
objetivos institucionais.
é importante que seja constituída uma equipe
capacitada e comprometida com a realização do projeto. Idealmente, uma equipe
408
�multidisciplinar constituída por bibliotecários, analista de sistemas, profissional de
comunicação/marketing
Dependendo do tipo de instituição deve-se pensar também na inclusão de membros
envolvidos nas coordenações de ensino e ligados à pesquisa científica que sejam considerados
importantes. Essa iniciativa garante que a criação do repositório digital não seja
equivocadamente entendida como uma ação isolada dos bibliotecários.
Ainda se tratando da aprovação de documentos de gestão, a política de
funcionamento deve ser elaborada, proposta pelo comitê gestor e aprovada para regular o
funcionamento do repositório legalizando sua existência no âmbito institucional. Nessa tarefa,
é preciso conscientizar a alta administração, pesquisadores e a própria comunidade acadêmica
sobre a necessidade de reconhecimento e da importância de se instituir oficialmente o
repositório criado.
Em algumas instituições, a elaboração de uma minuta de portaria pelo comitê gestor,
pode dar celeridade ao processo de aprovação dessa política, delineando previamente as
principais questões relativas ao funcionamento do repositório.
Ao considerar o acesso, a concessão de permissões e os trâmites envolvendo direitos
autorais é preciso considerar o receio do plágio por parte dos autores, a segurança jurídica por
parte da instituição depositante e até mesmo as questões sobre autorizações para o
autoarquivamento, caso os próprios autores sejam responsáveis pelo autoarquivamento.
Sobre o receio de determinados autores, ao terem suas obras quando disponibilizadas
em meio digital no repositório, terão chances maiores de serem objeto de plágio, trata-se de
um mito a ser desmistificado já que a disponibilidade de conteúdos e seu acesso em ambiente
digital na verdade, favorece significativamente a identificação do uso indevido, garantindo
punições legais e cabíveis aos seus responsáveis. Por sua vez, se o conteúdo for
disponibilizado apenas da forma impressa, as chances da identificação do plágio são
potencialmente reduzidas.
Outra questão que merece atenção envolvendo o aspecto legal é apontada por Velame
-se ao fato de
que as políticas dos periódicos científicos priorizam que produções e pesquisas científicas e
mesmo após o período de embargo, ainda que ao menos o acesso aos metadados seja possível.
409
�Torino (2017, p. 102) reforça essa ideia ao mencio
caso haja algum
impedimento para a disponibilização imediata do material, é possível inseri-lo com restrição
Implementando ou não o autoarquivamento, as instituições devem garantir a
legalidade com a obtenção prévia dos direitos do autor ou daquele a quem foi cedido esse
direito, por meio de algum mecanismo que garanta a licença e autorização do depósito do
documento.
Há ainda a possibilidade de implementação de scripts ao fluxo de submissão,
definindo se o arquivo ficará ou não acessível para consulta após uma requisição ser enviada
em meio digital e o tipo de licença for especificada pelo próprio autor. Nesse caso, o
documento só será liberado se a escolha for a não restrição.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Inúmeros são os desafios envolvendo aspectos técnicos e legais quando as instituições
e os profissionais nelas atuantes planejam e pretendem implementar um repositório
institucional. A Universidade do Minho em Portugal e algumas instituições brasileiras como a
UFRGS, a UFSCar, a UFBA, a UnB, a UFSC, a UTFPR, a USP e o próprio IBICT são
exemplos de pioneirismo na consolidação de questões técnicas e legais na implementação
desses repositórios e consequentes avanços acerca de novos métodos e técnicas de
povoamento e migração, planejamento de ações de marketing e a contínua captação e
destinação de recursos para a capacitação de pessoas e melhorias da infraestrutura tecnológica
exigidas quando a justificativa é a preservação da produção técnica e científica a longo prazo.
Entretanto, muitas ainda buscam minimizar impasses e desmistificar conceitos e
concepções equivocadas na tentativa de convencer dirigentes acerca da importância dos
repositórios enquanto instrumentos indispensáveis estrategicamente, principalmente no
âmbito das instituições de ensino e pesquisa.
Acredita-se que a utilização de ferramentas tecnológicas e o planejamento e adoção de
ações visando o êxito na implementação de repositórios - particularmente nas instituições
públicas de ensino e pesquisa - envolvem necessariamente a elaboração e aprovação de
instrumentos de gestão que definam e descrevam etapas, processos, tarefas e competências de
410
�uma equipe de trabalho ciente do conceito de acesso aberto e da visibilidade aos resultados de
pesquisas fomentadas com recursos públicos.
Autores ou detentores dos direitos autorais por sua vez são agentes fundamentais para
concessão da devida autorização, permitindo que o resultado de suas pesquisas sejam
publicizados, garantindo visibilidade, geração de indicadores e a própria preservação da
memória da produção científica das instituições.
Embora o recorte sobre alguns desafios e possíveis soluções seja reduzido a questões
técnicas e legais, ressalta-se que é preciso perceber que o fator humano indica a internalização
de uma cultura organizacional e uma visão de mundo diferenciada entre pessoas e as
diferentes situações e soluções envolvidas nesse contexto.
Sugere-se por fim, que além da observância dos fatores humanos, analisem-se
questões tecnológicas como condicionante dos desafios que certamente dependerão de
soluções. Espera-se que a pesquisa seja complementada reforçando justificativas sociais e
profissionais de ampliação do livre acesso das publicações científicas e sobretudo da
orientação nas soluções de problemas recorrentes, minimizando o retrabalho das equipes que
ainda planejam e pretendem implementar repositórios institucionais.
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412
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desafios e soluções no planejamento, implementação e gestão de repositórios digitais: aspectos técnicos e legais.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Cativo, Jorge Luiz; Luiz, Francisca Lima; Cativo, Silva, Edinara Sobrinho da; Spudeit, Daniela;
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Discute os principais desafios e soluções inerentes aos aspectos técnicos e legais envolvidos nas etapas de planejamento, implementação, gestão de repositórios digitais no âmbito das instituições públicas com base na literatura especializada da área. A pesquisa justifica-se pela necessidade de produção de um instrumento que oriente profissionais atuantes em equipes de trabalho com a pretensão de criação e manutenção de repositórios digitais nas diferentes instituições públicas de ensino e pesquisa do país. Metodologicamente, trata de uma pesquisa de cunho descritivo e exploratório em que se buscou na literatura autores para atingir o objetivo central configurando assim um estudo bibliográfico e documental. Por fim, resulta na indicação de soluções para alguns desafios considerando como aspectos técnicos – a identificação tipos de materiais, a definição de metadados, o fluxo de submissão, os métodos de povoamento e o processo de autoarquivamento. Em se tratando dos aspectos legais, investiga a necessidade de criação de um comitê gestor, a aprovação de uma política de funcionamento, os critérios para acesso, permissões e algumas questões relativas aos direitos autorais. Considera que seja indispensável perceber tais desafios para evidenciar a nível de gestão que repositórios digitais devam ser planejados como instrumentos indispensáveis não apenas para publicização dos resultados de pesquisas e preservação da memória científica das instituições, mas sobretudo na desmistificação de soluções adotáveis antes, durante e depois de sua criação. Espera-se que a pesquisa seja complementada com a identificação dos desafios e soluções acerca de aspectos humanos e tecnológicos. Acredita-se que a pesquisa possa auxiliar a atuação de bibliotecários e equipes multidisciplinares de profissionais responsáveis ou com pretensões futuras de implementar e gerir repositórios institucionais.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5324/SNBU2018_034.pdf
bb3079f1a0b3a90f572a55c3879db43f
PDF Text
Text
BIA: UM ESTUDO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ASSISTENTE
VIRTUAL DAS BIBLIOTECAS PUC-RIO
BIA: A STUDY ABOUT THE DEVELOPMENT OF PUCASSISTANT
Resumo: Este trabalho propõe, através de estudo, relatar o processo de desenvolvimento da
Assistente Virtual das Bibliotecas PUC-Rio. Analisa as diversas abordagens das plataformas
disponíveis para criação de robôs de conversação e sua utilização como mediadores na
comunicação e no atendimento em comunidades acadêmicas, particularmente em bibliotecas
universitárias. Apresenta os objetivos da utilização de um sistema de chat automatizado para
otimizar o relacionamento com os usuários. Descreve os procedimentos adotados no
desenvolvimento do personagem e apresenta detalhes do sistema planejado para controlar a
inteligência artificial e o fluxo de respostas do mesmo. Aponta as medidas aplicadas para
otimizar o funcionamento do sistema a partir do feedback dos utilizadores. Destaca as
mudanças de comportamento dos estudantes atuais e propõe uma nova abordagem para
alcançar, escutar e atender esses usuários. Analisa, então, os resultados parciais alcançados
durante o período do projeto piloto. Conclui, apontando os aspectos vantajosos que devem ser
considerados na implantação de um projeto dessa natureza.
Palavras-chave: assistente virtual. biblioteca. referência virtual. chat. inteligência artificial.
Abstract: This paper proposes, through a study, to report the development process of PUC. It analyzes the different approaches of the available platforms
for the creation of chatbots, and their use as a mediator in communication and service in
academic communities, particularly in university libraries. It presents the objectives behind
the decision to use an automated chat system in the relationship with users. It describes the
procedures used in the development of the character and presents details of the system
planned to control the artificial intelligence and the flow of responses of the same. It identifies
measures adopted to optimize the operation of the system based on user feedback. It
highlights the behavioral changes of current students and proposes a new approach to reach,
listen and serve these users. It then analyzes the partial results achieved during the period of
the pilot project. It concludes by pointing out the beneficial aspects that should be considered
in the implementation of such a project.
381
�1 Introdução
Vivemos imersos num mundo de informação, convivendo constantemente com
equipamentos e recursos tecnológicos para facilitar nosso dia-a-dia. Além disso, cada vez
mais demandamos excelência no atendimento, alta disponibilidade e respostas instantâneas
para nossos questionamentos.
Nesse contexto os profissionais da tecnologia da informação, a internet e algumas
áreas do conhecimento como a inteligência artificial, são fortes aliados para nos ajudar a
resolver essa demanda.
Essa parceria não é recente. Há décadas estamos utilizando a tecnologia da informação
como suporte na gestão do conhecimento e, nesse contexto, particularmente a inteligência
artificial vem ganhando muito espaço como facilitador no processo de comunicação,
processamento, armazenamento e recuperação de informações.
O desafio então passa a ser identificar e implantar tecnologias e sistemas de
informação que deem apoio a esse processo, bem como na resolução de problemas e
integração com outros sistemas já existentes.
Uma das soluções disponíveis nessa área, que ainda é pouco explorada, principalmente
em instituições educacionais, é a utilização de robôs de conversação, também conhecidos
como assistentes virtuais. O assistente virtual é um programa de computador que funciona
através de um aplicativo de troca de mensagens e que procura simular uma conversação com
o intuito de levar o interlocutor ao seu objetivo através do uso de linguagem natural
mimetizando o comportamento humano, combinando inteligência artificial com uma base de
conhecimento preconcebida e com acesso a diversos recursos dos mais variados assuntos,
tudo isso de forma interativa.
Exatamente por ainda ser um tema pouco explorado, torna-se um desafio desenvolver
um projeto pioneiro dessa natureza. Foi com esse objetivo que a Biblioteca da PUC-Rio
decidiu desenvolver sua própria assistente virtual para poder servir como mediadora, tanto de
informações quanto de serviços online oferecidos à comunidade acadêmica e público externo.
O ponto de partida é a demanda de informação e, o processo de atendimento a esta
demanda, envolve, em diferentes estágios, uma série de elementos potencialmente
identificados como pertinentes para o oferecimento da resposta adequada. Ser capaz de
identificar esses elementos automaticamente da melhor maneira possível e convertê-los em
382
�uma informação precisa foi a principal motivação dos procedimentos propostos neste
trabalho.
2 Revisão de Literatura
-
-
383
�384
�-
-
3 Metodologia
A série de procedimentos proposta nesse trabalho visa demonstrar como foi o ciclo de
desenvolvimento da assistente virtual das Bibliotecas da PUC-Rio, desde a concepção da
personagem, passando pelo desenvolvimento de sua inteligência artificial, até a criação da
385
�base de conhecimento e integração com os sistemas existentes da Biblioteca. Essa fase foi
dividida em cinco grandes etapas.
A primeira etapa foi a concepção de uma personagem virtual completa com um nome,
uma face e uma voz personalizada. A ideia inicial era ter uma espécie de mascote inteligente
da biblioteca que pudesse auxiliar os usuários nas pesquisas e nas dúvidas mais frequentes.
Como era necessário incluir algumas funcionalidades de referência virtual no
assistente, optou-se por escolher uma personagem que lembrasse uma bibliotecária interativa.
Por isso ela ganhou o acrônimo de BIA: Bibliotecária Interativa Automatizada. Uma vez
escolhido o nome, era necessário dar uma cara e um corpo para a personagem, então foi
solicitado ao designer do departamento que desenvolvesse uma coruja mascote bibliotecária
que atendesse pelo nome de BIA.
Figura 1 BIA, Assistente Virtual das Bibliotecas PUC-Rio
Fonte: Divisão de Bibliotecas e Documentação PUC-Rio (2017)
A escolha de um
muitos povos a coruja significa mistério, inteligência, sabedoria e conhecimento. Ela tem a
capacidade de enxergar através da escuridão, conseguindo ver o que os outros não veem. A
coruja simboliza a reflexão, o conhecimento racional e intuitivo. Além disso, na mitologia
grega, Athena
SIGNIFICADO..., 2017)
Uma vez definida a cara e o corpo da assistente, o próximo objetivo foi escolher uma
voz para representá-la. Foi feita então uma seleção, dentro das opções das bibliotecas de
386
�vozes sintetizadas em português disponíveis na internet e foi escolhida a que mais
assemelhava-se com a personalidade desejada para a assistente virtual.
Com a personagem desenvolvida, foi criada uma página no Facebook para hospedar a
assistente e permitir que todos pudessem se conectar a ela e utilizar dos seus serviços. Foi
desenvolvida também uma campanha intitulada #FaleComBia para incentivar os novos
usuários a conhecer a ferramenta. Essa campanha foi massivamente divulgada nas redes
sociais e nos canais internos de comunicação da PUC-Rio.
A segunda etapa foi a escolha da plataforma de criação do robô de conversação.
Existem diversas plataformas hoje em dia que possibilitam a criação desses robôs, cada uma
com seus recursos, suas vantagens e desvantagens. É necessário que a instituição faça um
bom trabalho de pesquisa nessas plataformas para avaliar qual se adequa melhor as suas
necessidades. A escolha da PUC-Rio foi pelo comunicador do Facebook, o Messenger, pela
sua popularidade de uso na comunidade e pela capacidade de integração com outros sistemas.
aplicativo móvel compatível com os principais modelos de celular do mercado, fatores esses
decisivos na escolha dessa plataforma.
Uma vez escolhida a plataforma, o trabalho mais complexo foi iniciado: ensinar ao
robô tudo que ele precisa saber para poder atender os seus usuários. Este trabalho começou
com um levantamento de todas as informações que inicialmente os usuários poderiam
precisar.
Este levantamento foi bem complexo e extenso e para ser mais facilmente executado
teve que ser bem organizado. Na PUC-Rio esse levantamento foi inicialmente baseado nas
informações que constavam no site da Biblioteca. Basicamente todas as palavras-chave que se
relacionavam a serviços ou informações foram listadas e organizadas em seis grupos: 1)
Dúvidas ou Informações, 2) Serviços, 3) O que Você Pode (o que cada categoria de usuário
pode fazer na biblioteca), 4) Bibliotecas PUC-Rio, 5) Contato, 6) Outras Áreas.
Após o levantamento das palavras-chave, o desafio foi definir como a assistente iria
responder a cada uma delas e para onde iria direcionar o usuário, através de links, para que ele
pudesse obter a resposta que precisava sobre aquele assunto. Esse mapeamento foi feito em
conjunto com a equipe de atendimento, que foi essencial no desenvolvimento da assistente
virtual, pois conhece bem as necessidades e questionamentos mais comuns dos usuários.
A terceira etapa foi realizar a integração com outros sistemas já existentes. O
assistente virtual pode funcionar como mais uma porta de entrada para os serviços já
387
�desenvolvidos pela instituição. Esse passo foi o que demandou maior conhecimento técnico
da equipe, pois para efetivar essas integrações foi necessário utilizar técnicas de programação
para poder se conectar as bases de dados e sistemas internos da instituição.
Justamente por ser a etapa que mais depende de equipe especializada, é também a
mais poderosa em termos de capacidade de expansão. As possibilidades de integração são
praticamente infinitas. Tudo que já estiver desenvolvido pode ser aproveitado, pois a
assistente virtual tem a capacidade de se conectar tanto aos sistemas internos como a qualquer
serviço web que esteja disponível. No caso da assistente da PUC-Rio, diversas integrações
foram realizadas no período do projeto piloto. Entre elas destacam-se as integrações a
serviços externos como dicionários on-line, Wikipedia, Google Tradutor, dicionário de
sinônimos, portais de jornais on-line e sistema de buscas do Google. Entre as conexões com
os sistemas internos, as mais importantes foram: pesquisa no catálogo, renovação de livros,
aviso de reservas liberadas, atualização de dados pessoais e buscas de informações no site da
PUC-Rio e da Biblioteca.
Figura 2 Recursos e Funcionalidades Disponíveis
Fonte: Divisão de Bibliotecas e Documentação PUC-Rio (2017)
A quarta etapa foi realizar os testes na ferramenta através do aplicativo de mensagens.
Nessa etapa, primeiramente foram testados todos os comandos que foram programados na
assistente para verificar se ela estava reconhecendo corretamente e direcionando o usuário
para o lugar correto. Num segundo momento a ferramenta foi liberada para ser utilizada por
novos usuários que ainda não tinham conversado com a assistente virtual.
388
�O objetivo desse segundo momento foi expor a ferramenta a novos comandos que não
tinham sido planejados previamente pela equipe de desenvolvimento. O processamento de
linguagem natural é bem complexo e as variações existentes na língua portuguesa para se
expressar foram um desafio a parte nesse projeto.
Por sorte, as plataformas de criação de robôs de conversação fornecem uma
quantidade significativa de dados sobre as interações realizadas com a assistente virtual,
sendo possível, por exemplo, recuperar todos os termos que foram utilizados e que não foram
reconhecidos pelo robô.
Isso permite que após cada nova interação, a assistente virtual possa aprender com as
palavras inéditas utilizadas, incluir as mesmas no seu repertório e fornecer a resposta
adequada na próxima conversação. A base de conhecimento tende a crescer cada vez mais e a
assistente virtual notoriamente acompanha essa evolução e vai ficando mais inteligente.
A quinta e última etapa foi exatamente analisar todos os relatórios de feedback
fornecidos pela plataforma e procurar por oportunidades de aperfeiçoamento. Cada nova
palavra encontrada deve ser cadastrada na base de conhecimento e novos fluxos de dados são
identificados de acordo com as demandas dos usuários. Esses ajustes constantes são essenciais
principalmente na fase inicial, pois tornam a ferramenta mais robusta e preparada para as
futuras interações, diminuindo assim o fator de frustração do usuário quando não consegue a
resposta para o que estava procurando, fazendo com que ele não tente de novo.
Desse ponto em diante, o ciclo das etapas do desenvolvimento se repete
constantemente. A cada dia novas palavras são inseridas, outros sistemas são integrados,
novos serviços são desenvolvidos e a assistente virtual estará sempre disponível como uma
porta de acesso simples e prática a todos os conteúdos e serviços oferecidos pela instituição.
4 Resultados
389
�-
390
�391
�Fonte: Facebook.com (2017)
392
�5 Discussão
-
-
-
-
393
�-
6 Considerações finais
394
�-
-
Referências
BRUGNARA, Teimo. MuseuVirtual: Um Estudo sobre guias virtuais em um ambiente de
aprendizagem colaborativa via rede. Disponível em: Acesso em: dezembro de 2000.
através de uma ferramenta de autoria
avaliação do uso de chatterbots no ensino
em: 17 dez. 2017.
> Acesso
GARTNER. Gartner Customer 360 Summit 2011. Disponível em:
<https://www.gartner.com/imagesrv/summits/docs/na/customer360/C360_2011_brochure_FINAL.pdf> Acesso em: 16 dez. 2017.
LIMA, Vera Lúcia Strube de. Processamento da Linguagem Natural
desafios. Anais IV Escola Regional de Informática, 1996.
premissas e
PRIMO, A.F.T. Chatterbots: Robôs de conversação. Disponível em: Acesso em: outubro de
2000.
SUERETH, R. Developing Natural Language Interfaces: Processing Human Conversation.
New York: McGraw-Hill, 1997, 312p.
SIGNIFICADO de Coruja. Disponível em: <https://www.significados.com.br/coruja/>.
Acesso em: 17 dez. 2017.
395
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
BIA: um estudo sobre o desenvolvimento da assistente virtual das bibliotecas PUC-RIO.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Giuliano
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho propõe, através de estudo, relatar o processo de desenvolvimento da Assistente Virtual das Bibliotecas PUC-Rio. Analisa as diversas abordagens das plataformas disponíveis para criação de robôs de conversação e sua utilização como mediadores na comunicação e no atendimento em comunidades acadêmicas, particularmente em bibliotecas universitárias. Apresenta os objetivos da utilização de um sistema de chat automatizado para otimizar o relacionamento com os usuários. Descreve os procedimentos adotados no desenvolvimento do personagem e apresenta detalhes do sistema planejado para controlar a inteligência artificial e o fluxo de respostas do mesmo. Aponta as medidas aplicadas para otimizar o funcionamento do sistema a partir do feedback dos utilizadores. Destaca as mudanças de comportamento dos estudantes atuais e propõe uma nova abordagem para alcançar, escutar e atender esses usuários. Analisa, então, os resultados parciais alcançados durante o período do projeto piloto. Conclui, apontando os aspectos vantajosos que devem ser considerados na implantação de um projeto dessa natureza.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5320/SNBU2018_033.pdf
98139ca5eef763288d2e788c7989c76a
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Eixo I
Inovação e Criação
O PAPEL DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE
PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER (BVS)
THE ROLE OF THE COMMUNICATION AREA OF THE VIRTUAL LIBRARY IN HEALTH
PREVENTION AND CONTROL OF CANCER (VLH)
Resumo: O trabalho aborda a inserção da Biblioteca Virtual em Saúde Prevenção e Controle
de Câncer (BVS) nas redes sociais, sua utilização e o papel importante dessas redes na
comunicação com os usuários. Discute a dinâmica das redes sociais dentro no cenário
comunicacional no contexto da BVS. Apresenta uma análise com as estatísticas das redes
utilizadas pela BVS, bem como seu uso como importante estratégia de comunicação social e
de divulgação da informação em ambientes virtuais. Destaca a dinâmica da interatividade e
compartilhamento de informações que são postadas atraindo pessoas de diferentes locais e
países em tempo real. A inserção da BVS em redes sociais é uma iniciativa que faz parte de
uma estratégia de comunicação social mais ampla que contempla a divulgação de vários
materiais na temática e a possibilidade de um maior conhecimento do perfil dos usuários e
suas necessidades de informação além de melhorar a qualidade de serviços e produtos
oferecidos.
Palavras-Chave: 1. Redes sociais. 2. Comunicação em Saúde. 3. Serviços de Informação.
Abstract: The work addresses the insertion of the Virtual Library in Health Prevention and
Control of Cancer (VHL) in social networks, its use and the important role of these networks
in communicating with users. It discusses the dynamics of social networks within the
communicational scenario in the context of the VHL. It presents an analysis with the statistics
of the networks used by the VHL, as well as its use as an important strategy of social
communication and dissemination of information in virtual environments. It highlights the
dynamics of interactivity and information sharing that is posted attracting people from
different locations and countries in real time. The insertion of the VHL in social networks is
an initiative is part of a broader social communication strategy that includes the dissemination
of various materials on the subject and the possibility of a greater knowledge of the profile of
users and their information needs in addition to improving the quality of services and products
offered.
Keywords: 1. Social Networking. 2. Health Communication. 3. Information Services.
371
�1 Introdução
Com o avanço dos meios de comunicação, a tendência é de que os serviços de
informação passem cada vez mais a serem disponibilizados via rede, transformando o
cotidiano das pessoas e ampliando significativamente sua interação. As redes sociais hoje são
amplamente populares, aceitas e com interface bem amigáveis. Oferecendo mais que diversão
e interação entre pessoas de todo o mundo, as redes atualmente são ambientes de trabalho e
engajamento, responsáveis por atualizarem seus usuários nos mais diversos assuntos,
inclusive no que diz respeito à saúde e bem-estar.
As organizações afinadas com a emergência das redes sociais utilizam essas
ferramentas para estarem mais conectados aos seus usuários e aproximá-los, ainda mais, de
informação de fácil acesso de utilidade pública.
As redes sociais transformaram os meios de comunicar, ampliaram os modos de
interação e difusão e divulgação de informações. Esse avanço permitiu um modo estratégico
de direcionar as informações, pensar uma produção de conhecimentos cada vez mais
atraentes, criar fontes de informação que agucem e provoquem a participação das pessoas.
Esse ambiente favorece o compartilhamento de informações em tempo real e de forma
dinâmica com maior interatividade, transformando seus usuários em indivíduos mais críticos
e envolvidos no desenvolvimento de serviços e produtos que os mesmos consomem.
Em sua evolução, a Biblioteca Virtual em Saúde Prevenção e Controle de Câncer BVS adotou sucessivos paradigmas de gestão e operação de produtos e serviços na estrutura
da comunicação científica, favorecendo o trabalho em rede e buscando atender às
necessidades de informação dos usuários.
Hoje a BVS participa de diferentes redes com objetivos de ampliar sua visibilidade,
aumentar o fluxo de visitantes ao site e divulgar a importância da utilização de informações
baseadas em evidências científicas.
372
�Figura 1: Página da BVS
Fonte: http://controlecancer.bvs.br/
O objetivo do trabalho é apresentar os meios de comunicação utilizados pela BVS,
Facebook, Twitter e a Newsletter, o poder de alcance de suas mensagens bem como a
aproximação gerada entre o público.
2 Revisão de literatura
O cenário da comunicação da sociedade hoje é digital, onde as pessoas estão
conectadas aos acontecimentos por meio de um espaço contemporâneo para a disseminação
da informação, e, esse espaço é a Internet, que possibilita e facilita a disseminação da
informação. A Internet é uma rede composta por pessoas, que por sua vez, estão inseridas na
sociedade por meio de novas formas de relação, comunicação e organização, relações essas
que desenvolveram durante toda sua vida.
De acordo com Recuero (2009):
Essas ferramentas proporcionaram, assim, que atores pudessem construir-se,
interagir e comunicar com outros atores, deixando, na rede de computadores, rastros
que permitem o reconhecimento dos padrões de suas conexões e a visualização de
suas redes sociais através desses rastros.
A era da internet possibilitou que essas relações se tornassem mais intensas tornando a
ganharam vida nova em nosso tempo transformando-se em redes de informação energizadas
373
�e explorando o seu potencial e maneiras produtivas de utilizá-las dentro do processo
comunicacional.
Com essa nova forma de articulação através das redes sociais vem o papel que as
instituições desempenham e promovem. A produção de conteúdo com foco na linguagem dos
usuários é um desafio. No espaço digital não existe limitação de tempo e lugar, as ferramentas
que essas mídias oferecem facilitam para os movimentos sua organização e comunicação.
As redes sociais representam não só um meio de comunicação com os usuários que
propicia o compartilhamento de informações, mas têm importante papel também na
divulgação dos serviços e produtos da BVS, permitindo ampliar seu alcance. Assim como o
site da BVS, as ferramentas como facebook e twitter buscam ampliar a divulgação de seus
temas prioritários e estabelecer um contato direto com seu público. Além dessa iniciativa, a
BVS conta também com a Newsletter, que reúne as principais notícias relativas à BVS e, é
enviada através de e-mail para os componentes dos Comitês Consultivo e Executivo.
2.1 A comunicação interativa em saúde através das mídias sociais
As mídias sociais podem ser um ótimo canal de comunicação com o público externo,
que podem ser usadas para divulgar atualizações sobre as atividades da instituição, novidades
e compartilhamento de informações. Contudo esses canais podem ser bem mais que isso. A
esse respeito Silva et al (2016) aponta que:
Não se trata de mera transmissão de conhecimentos, de simples acesso e
compartilhamento de notícias sobre as políticas públicas na área da saúde, de
campanhas de vacinação, de prevenção contra doenças como dengue, cólera. A
educação para a saúde vai além, pois envolve a construção de conhecimentos, a
participação social.
A influência das redes sociais se evidenciam na participação das pessoas em suas
comunidades. Apontam que o comportamento dos usuários se modificou. O crescimento e a
popularização da das redes sociais propiciaram interações mais dinâmicas e a possibilidade de
divulgação de informações em saúde.
levantamento,
374
�3.1 Análise das Ferramentas utilizadas
Facebook:
Facebook é uma rede social lançada em 4 de fevereiro de 2004, operado e de
propriedade privada da Facebook Inc. Com mais de doze anos de existência reúne mais de 1
bilhão de usuários espalhados pelo mundo, sendo considerado uma das maiores redes sociais
em todo o mundo com grande potencial de influenciar nas decisões nos âmbitos político,
cultural, econômico.
A página no Facebook da BVS tornou-se pública em julho de 2013. Chegou ao
número de 4.000 curtidas. Em média, cada postagem alcança 700 pessoas.
São realizadas duas postagens semanais, resolução de acordo com o Manual de Mídias
Sociais da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República.
Tem como base os principais assuntos: estudos da área de câncer, eventos, cursos,
publicações disponíveis na BVS, além de temas gerais relacionados a prevenção e fatores de
risco. As instituições parceiras podem encaminhar sugestões de posts. São divulgados eventos
e notícias de diversas áreas do o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva
(INCA), da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT), do Instituto do Câncer do Ceará,
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde
(Cetab / FIOCRUZ), entre outras.
Figura 1: Página Facebook BVS.
Fonte: Facebook BVS, 2018.
375
�Twitter:
Criado em Março de 2006 o Twitter é uma rede social e um servidor para
microblogging, que permite aos usuários enviar e receber atualizações pessoais de outros
contatos.
Uma rede que possibilita a interação em tempo real com as pessoas que se encontram
na rede e fora dela.
Na BVS a rede iniciou em julho de 2017. Apresenta um crescimento mais lento
comparado ao Facebook, contudo é uma ferramenta muito ágil, permite múltiplas postagens
ao dia.
O twitter se caracteriza por ser uma mídia social mais dinâmica, assim, não há limite
de postagens. É uma ferramenta ideal para interação com parceiros, pois é possível reproduzir
tweets de outros perfis. Seu foco também é divulgar, por meio de posts, assuntos relativos ao
controle do câncer e atrair o público interessado fazendo com que os mesmos conheçam a
BVS.
Figura 2: Pagina Twitter BVS.
Fonte: Twitter BVS, 2018.
Newsletter:
A boa governança dos Comitês Consultivo e Executivo é primordial para o
desenvolvimento e sustentabilidade do projeto de produção, promoção e operação
descentralizada de conhecimentos na área da prevenção e do controle do câncer. As
instituições que fazem parte dessa rede colaborativa foram selecionadas no intuito de
representar a diversidade regional presente no território brasileiro e também a diversidade de
376
�perfis de instituições ligadas ao controle do câncer. A estrutura estabelecida de gestão da BVS
necessita de um instrumento de comunicação dinâmico que favoreça as relações de trabalhos
entre as equipes, e que fortaleça a produtividade e melhoria dos processos.
A tecnologia propiciou as instituições multiplicaram as ferramentas de marketing
capazes de alcançar seus clientes. A Newsletter é uma delas. Possui periodicidade, linha
editorial, linha visual, etc. Foi criada em 2017 com o objetivo de estreitar a comunicação com
os participantes dos Comitês da BVS, com periodicidade bimestral. O envio regular das
principais notícias relativas à BVS através de e-mail para os componentes, amplia a interação
entre os membros dos Comitês e divulga as realizações da BVS.
Figura 3: Newsletter BVS.
377
�A página do facebook da BVS é a sexta, entre as de instituições similares, em número
de curtidas:
Fonte: Facebook BVS, 2018.
O alcance das publicações é considerado muito bom, com alguns picos. Especialmente
se considerarmos que o alcance é todo orgânico, ou seja, o envolvimento é de pessoas que, de
fato, procuram os assuntos disponibilizados pela página da BVS. Não há posts pagos.
378
�Fonte: Facebook BVS, 2018.
A tabela 1 apresenta as estatísticas de atividades dos 10 últimos posts do twitter:
Tabela 1: Estatísticas de atividades twitter.
Twitter
Estoque dos hemocentros baixos
doação de sangue
Incentivo à prática de esporte
Estratégia de busca especial álcool
Vacina HPV
Você sabe o que é linfoma?
Hospital Unicamp aumenta número de
transplantes
Novidades na detecção do câncer de
próstata
Estratégia da indústria do tabaco uso de
personagens que fumam em TV
Depoimento de paciente com câncer
Campanha alimentação saudável
Fonte: Elaboração própria.
Impressões (vezes que as
pessoas viram o twitter)
27
Engajamento (vezes que as
pessoas interagiram com o
twitter)
-
47
47
69
396
72
6
5
3
3
-
68
4
75
5
60
54
-
-
379
�5 Considerações Finais
O trabalho mostrou que os canais de comunicação utilizados pela BVS representam
uma extraordinária oportunidade para o desenvolvimento da comunicação em saúde no
âmbito da promoção de informações em saúde de qualidade e comprovam ser uma nova
proposta de comunicação de alcance real. Como se trata de ferramentas digitais, ideais para
aumentar o fluxo de visitantes na BVS, um simples clique em um link de chamada no twitter,
por exemplo, leva ao site. Twitter e Facebook dinamizam o fluxo de produção científica,
agrupam indivíduos interessados em um mesmo tema e tornam mais fácil a divulgação de
resultados pesquisas e a ampliação de seu alcance.
As ferramentas de mídias sociais alcançam um público amplo e tem sido amplamente
utilizadas na área da saúde por diversas pessoas. Portanto cabe agora torná-la efetiva como
ferramenta no processo de aquisição de informações de saúde.
REFERÊNCIAS
CASADO, L. et al. A inserção da Biblioteca Virtual em Saúde Prevenção e Controle de
Câncer nas redes sociais. In: JORNADAS APDIS, 11, 2014. Lisboa, Anais... Lisboa: APDIS,
2014. Disponível em: <http://apdis.pt/publicacoes/index.php/jornadas/article/view/46/95>.
Acesso em: 03 jan. 2018.
CASTELLS, M. A galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, os negócios e a sociedade.
Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
LIMA, A. P. L.; FREIRE, I. M. As mídias sociais de olho na CI na perspectiva da
disseminação da informação. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência
da informação, v. 19, n. 39, p. 113-132, jan./abr., 2014.
MOTA, F. R. L. Novas mídias, cidadania e exclusão digital no contexto da sociedade da
informação. Enc. Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, n.18,
2º sem. 2004. p.125-138. Disponível em:
<https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/article/view/1518-2924.2004v9n18p125/5478>.
Acesso em: 25 Jan. 2018.
RECUERO, R. Redes sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.
SILVA, Z. J. S. et al. Comunicação interativa em saúde: uma análise nos perfis do facebook das
ligas acadêmicas na área da saúde em Alagoas. GEP NEWS, v. 1, n. 2, p. 69-74, abr./jun. 2017.
380
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O papel da área de comunicação da Biblioteca Virtual em Saúde Prevenção e Controle de Câncer (BVS).
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Simões, Kátia Oliveira; Ramos, Jéssica Fernanda Dos Santos Lima; Casado, Letícia; Rangel,Daniela
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho aborda a inserção da Biblioteca Virtual em Saúde Prevenção e Controle de Câncer (BVS) nas redes sociais, sua utilização e o papel importante dessas redes na comunicação com os usuários. Discute a dinâmica das redes sociais dentro no cenário comunicacional no contexto da BVS. Apresenta uma análise com as estatísticas das redes utilizadas pela BVS, bem como seu uso como importante estratégia de comunicação social e de divulgação da informação em ambientes virtuais. Destaca a dinâmica da interatividade e compartilhamento de informações que são postadas atraindo pessoas de diferentes locais e países em tempo real. A inserção da BVS em redes sociais é uma iniciativa que faz parte de uma estratégia de comunicação social mais ampla que contempla a divulgação de vários materiais na temática e a possibilidade de um maior conhecimento do perfil dos usuários e suas necessidades de informação além de melhorar a qualidade de serviços e produtos oferecidos.
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5314/SNBU2018_032.pdf
9cecfa13c88890eafe938af13da9fab0
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BIBLIOTECÁRIO E A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO: SERVIÇOS DE
REFERÊNCIA DO PRESENCIAL AO VIRTUAL
LIBRARIAN AND INFORMATION MEDIATION: REFERENCE SERVICES FROM
FACE-TO-FACE TO
VIRTUAL
Resumo: Trata-se de uma discussão sobre o papel do bibliotecário de referência e seu papel
como mediador da informação em espaços físicos e virtual. A mediação está presente em
todas as atividades de uma biblioteca, mas é o bibliotecário que atua no setor de referência
que tem o contato direto com os usuários. É o setor considerado por muitos como um cartão
de visita da unidade de informação. Dentre os serviços prestados pelo bibliotecário de
referência está a orientação ao usuário para consulta ao material e disseminação e circulação
do material informacional. Mas todo esse processo dá-se pela mediação da informação pela
interação entre a informação, o bibliotecário e usuário. A mediação da informação está
pautada nas ideias de: interferência, apropriação da informação, ambiência de equipamentos
informacionais, satisfação parcial e momentânea e conflitos. Dessa forma, ao falar de
mediação devemos pensar além do conceito de mediação da informação como ponte
bibliotecário/informação/usuário de forma estática e sim como um conceito de interação,
um processo que inclui o mediador, a informação e o usuário. Como conclusão, enfatiza-se a
importância de o bibliotecário levar em consideração vários fatores como as dimensões
históricas, culturais, econômicas, tecnológicas, sociais e políticas da informação e o usuário
em seu contexto, de forma que a mediação faça sentido em seu processo informacional.
Palavras-chave: bibliotecário de referência. mediação da informação. informação.
Abstract: It is a discussion about the role of the reference librarian and his role as mediator of
information in physical and virtual spaces. Mediation is present in all activities of a library,
but it is the librarian who acts in the reference sector who has direct contact with the users. It
is the sector considered by many as a business card of the information unit. Among the
services provided by the reference librarian is the orientation to the user to consult the
material and dissemination and circulation of the information material. But all this process is
given by the mediation of the information by the interaction between the information, the
librarian and the user. The mediation of information is based on the ideas of: interference,
appropriation of information, environment of informational equipment, partial and momentary
satisfaction and conflicts. Thus, in talking about mediation we must think beyond the concept
359
�of information mediation as a bridge - librarian / information / user - in a static way, but rather
as a concept of interaction, a process that includes the mediator, information and user. As
final considerations, it is emphasized the importance of the librarian to take into account
several factors such as historical, cultural, economic, technological, social and political
dimensions of information and the user in its context, so that mediation makes sense in its
informational process .
Keywords: reference librarian. information mediation; information.
Introdução
Este artigo discute o papel do bibliotecário de referência e sua função como mediador
da informação em espaços físicos e virtual. Além disso, pretende instigar os bibliotecários de
referência a respeito de como as tecnologias de comunicação e informação podem influenciar
na prestação de serviços de referência.
A mediação está presente em todas as atividades de uma biblioteca, mas é o
bibliotecário que atua no setor de referência que tem o contato direto com os usuários. A
mediação não é só um termo que se refere a levar informações de um lado a outro, como uma
100), de forma a colocar em prática as potencialidades e competências do profissional em
atender com proficiência os usuários.
Na mediação da informação as necessidades informacionais dos usuários devem ser
levadas em consideração assim como o contexto social e a bagagem de conhecimentos que ele
já possui. Conforme Marteleto (2008), a noção de informação é criada nas relações e práticas
sociais e nas relações do sujeito e a realidade. O bibliotecário de referência como mediador
tem
um
papel
transformador
no
processo
constituído
pela
interação
informação/bibliotecário/usuário, mas, para isso ocorrer de forma efetiva, o bibliotecário deve
acreditar no seu papel de mediador e que a mediação transcende os usuários e suas
necessidades informacionais.
A proposta deste trabalho é abordar e demostrar algumas maneiras de atuação do
bibliotecário de referência
Métodos da pesquisa
A metodologia utilizada na execução do trabalho compreendeu uma pesquisa bibliográfica, de
cunho descritivo. O procedimento adotado foi a leitura de documentos referentes à literatura
360
�que trata a respeito da temática para o embasamento da fundamentação teórica e das
discussões.
Serviço de Referência
O setor de referência da biblioteca é responsável pelo atendimento direto aos usuários
para resolução de problemas e dúvidas e considerado por muitos como um cartão de visita da
biblioteca.
.
se discutir esse termo. De acordo com Grogan (2001), foi Samuel Swett Green que publicou o
primeiro trabalho sobre este serviço, em 1876, no qual a referência seria um espaço dentro da
biblioteca para atender exclusivamente ao usuário. Segundo Almeida Júnior (2003, p.45), o
termo
aparece, pela primeira vez, no índice da Library Journal (revista
tradicional na área de biblioteconomia). Para o autor, o Serviço de Referência e Informação é:
[...] fim último das atividades desenvolvidas pelas bibliotecas, espaço em que se
concretiza a Mediação da informação, a relação entre a necessidade e a
informação, é um trabalho com pouco status entre os profissionais da área. Em
qualquer tipo de unidade de informação, principalmente nas ligadas a empresas e
que lidam com informações especializadas, o Serviço de Referência e Informação é
priorizado. (ALMEIDA JÚNIOR, 2002, p. 142)
Para Ranganathan (1961, p. 53),
estabelecer contato entre o leitor e seus docum
enfatiza ainda a necessidade de um contato maior entre o bibliotecário e o leitor, pois esse é
pessoas que buscam informações para qualquer finalidade, e também às diversas atividades
(HUTCHINS, 1973, p. 4).
Para Grogan (1995, p.22), o serviço de referência é "[...] uma atividade essencialmente
humana, que atende a uma das necessidades mais profundamente arraigadas da espécie, que é
designam várias ações que vão desde o tradicional ao serviço de referência on-line, e aos
serviços de referência virtual, ampliando assim, os serviços que podem ser oferecidos aos
usuários. A referência virtual é uma alternativa para facilitar o acesso à informação,
361
�possibilitando ao bibliotecário atender e mediar às questões de informação dos usuários de
qualquer lugar, por meio do acesso remoto.
A definição proposta para o serviço de referência virtual é a seguinte: oferece um
ponto de acesso único em linha que o usuário pode identificar imediatamente, ao
qual ele apresenta uma solicitação, entregue aos cuidados de profissionais
qualificados, solicitação esta que enseja uma resposta rápida, pertinente e de
qualidade (ACCART, 2012, p. 181).
Vários são os mecanismos que podem ser utilizados no serviço de referência virtual,
como as ferramentas da web 2.0. De acordo com Carmo e Souza
possibilita um novo contexto de comunicação, interação e colaboração entre bibliotecários,
usuários, acervo e serviços oferecidos pelas bibli
ganham destaque na relação com as bibliotecas, podemos citar: blogs, RSS, chat, redes
sociais, aplicativos de mensagens instantâneas, entre outros.
ria a biblioteca
utilize, a função básica de dialogar com o usuário em torno de uma consulta para melhor
defini-la continua sendo imprescindível". Dessa forma, o serviço de referência é um espaço de
mediação que deve ser pensado para desenvolver ações voltadas para melhorar o atendimento
receptor, colocando2009, p. 9).
Bibliotecário de Referência
O Bibliotecário é o profissional que, segundo Accart (2012), foi reconhecido,
originalmente, como organizador e guardião de livros, mas que ao longo do tempo foi se
transformando de um profissional tecnicista em gerenciador da informação, mudando a ideia
de profissional preso a bibliotecas e a seus livros dando lugar a novos campos de atuação e
novas áreas de conhecimento.
O bibliotecário de referência atua no Setor de Referência
orientação ao usuário para consulta ao material, disseminação e circulação do material
A essência do conceito de referência é o atendimento pessoal do bibliotecário ao
usuário que, em momento determinado, o procura para obter uma publicação ou
informação, por ter alguma dificuldade, ou para usar a biblioteca e seus recursos e
precisar de orientação, ou ainda, não encontrando a informação na biblioteca,
precisar ser encaminhado para outra instituição (MACEDO, 1990, p.12).
362
�O usuário com suas necessidades informacionais pode buscar auxílio presencial ou online junto ao bibliotecário de referência e assim encontrar a informação de que necessita. Essa
atitude faz parte do processo de busca da informação.
Com o avanço da Internet e os novos recursos tecnológicos de informação e
comunicação (TIC) no serviço de referência, o conceito de referência ampliou-se, não ficando
mais restrito ao espaço físico da biblioteca e nem necessariamente à presença do usuário. Com
as TICs o usuário pode acessar os serviços da biblioteca fora da biblioteca, em qualquer lugar
e isso fez aumentar a eficácia das várias funções dos serviços de referência.
O bibliotecário de referência atua como mediador da informação, ele é acessível ao
usuário, capaz de realizar uma comunicação formal ou informal com o objetivo de possibilitar
o acesso à informação solicitada usando todos os mecanismos disponíveis. De acordo com
Oddone (1998), o papel do bibliotecário mediador é identificar e atender às necessidades
informacionais dos usuários imediatos e potenciais de forma a estabelecer uma dinâmica entre
os repositórios estáticos de conhecimento e as questões vividas pelos usuários na busca do
conhecimento. O processo de mediação deve acontecer não como uma ponte entre o usuário e
o conhecimento, no sentido de transmitir uma mensagem ou uma informação de um lado a
outro, de forma estática, mas sim pensar a mediação do bibliotecário mais que uma ponte
transmissora (ALMEIDA JÚNIOR, 2009).
Além disso, o trabalho no setor de referência envolve a tomada de decisões, tanto no
planejamento das ações de ensino e educação ao usuário como aquelas tomadas no processo
de interação com os usuários. De acordo com Martucci (2000) este trabalho é,
um processo de diagnóstico, elaboração e fornecimento de resposta a um problema
de informação de um usuário, através da tomada de decisões. É uma atividade
altamente cognitiva, que exige o conhecimento da questão de referência ou da
situação-problema, a seleção e implementação de uma estratégia de busca e a
obtenção da informação que responde a questão. Portanto, o bibliotecário de
referência é um profissional que ao longo de seu trabalho diário desenvolve
processos de observação, compreensão, análise, interpretação e tomada de decisão.
(MARTUCCI, 2000, p. 109)
O bibliotecário de referência deve garantir a fluidez da informação de forma que os
materiais do acervo e das bases de dados cheguem ao usuário e proporcione benefícios. Pois a
finalidade do serviço de referência é permitir que as informações fluam eficientemente entre
as fontes e os usuários de que necessitam delas. Sem o bibliotecário de referência realizando
363
�suas ações, de aproximar as fontes dos usuários, esse fluxo não existirá ou só existirá de
forma ineficiente (GROGAN, 2001, p. 8).
O bibliotecário de referência deve promover o uso da biblioteca, do acervo impressos
ou digitais e de seus recursos, e isso vai desde a divulgação de informações sobre os serviços
gerais, como também funcionamento, realização de treinamentos, além de estudos constantes
para conhecer as exigências e expectativas dos usuários. Ele deve ter qualidades distintas, e
principalmente ter aptidões para relações humanas, pois o serviço de referência é "[...] uma
atividade essencialmente humana. . O bibliotecário de referência deve ter uma grande
capacidade de síntese, organização, análise e conhecer bem a coleção da biblioteca e da área
de interesse dos usuários, a fim de responder e orientar todas as questões dos usuários. A
função de referência depende da teoria, mas que se aprende com o tempo e com experiência
(ACCART, 2012).
Competência deste profissional requer o domínio das fontes de informações
(materiais e virtuais), interação, capacidade de entrevistar o usuário e eficiência na
resposta dada ao mesmo. Dentre as competências estão: capacidade de comunicação,
capacidade de analisar necessidades de informações, capacidade de orientar usuários
e capacidade de treinar usuários. (SOUZA; FARIAS, 2014, p. 4)
Para que o bibliotecário de referência tenha êxito em seu trabalho de forma a
proporcionar a satisfação do usuário, Grogan (2001, p. 51) diz que é necessário percorrer
, pois o trabalho
do bibliotecário não é simplesmente executar uma ação para localizar a resposta de uma
questão, também inclui uma etapa anterior na qual ele analisa junto com o usuário a natureza
da questão solicitada. Para atender bem ao usuário, o profissional de referência deve ter o
domínio de um conjunto de técnicas, de habilidades (ACCART, 2012). Ele deve seguir, no
processo de busca de informação, os oito passos indicados pela autora para cumprir a função
de proporcionar a satisfação do usuário. Deve também conhecer o acervo e os documentos
para ter o domínio das fontes de informações e dos recursos que biblioteca oferece.
As atividades do bibliotecário de referência não se resumem no atendimento das
demandas de usuários. Accart (2012) coloca outras funções de referência como,
Recepção, ajuda, informação, encaminhamento dos usuários;
Serviço de perguntas/respostas;
Pesquisa de informações;
Execução e acompanhamento da pesquisa de informações;
Consulta aos documentos: livre acesso, acesso indireto;
Capacitação no uso dos instrumentos bibliográficos e documentários;
Empréstimo de documentos, empréstimo entre bibliotecas;
364
�Elaboração de produtos documentários ou bibliográficos (ACCART, 2012, p.
113).
Novas demandas informacionais estão surgindo com a evolução das TICs, e os
bibliotecários de referência devem acompanhar tais evoluções e estar prontos para atendê-las.
As TICs têm um papel importante dentro das unidades de informação, requerendo a criação
de novos serviços. Figueiredo (1994) chama atenção para o serviço de referência on-line, que
exige o uso cada vez mais dos recursos tecnológicos na disseminação da informação além de
maior atividade intelectual dos bibliotecários.
As Tecnologias de Informação e Comunicação influenciam positivamente no serviço
de referência, além de representar um processo na disseminação da informação e uso do
conhecimento. Uma das inovações é a criação do serviço de referência virtual, que é a
ampliação dos serviços oferecidos pela biblioteca. De acordo com Accart (2012, p. 163) o
serviço de referência virtual é considerado como um prolongamento dos serviços de
referência presencial. O uso da tecnologia é considerado um aspecto atraente tanto para o
bibliotecário de referência quanto para o usuário, pois estes podem ter acesso aos serviços,
por meio da internet, em qualquer lugar. A mediação da informação só é efetivada, seja em
ambiente presencial ou virtual, quando as necessidades dos usuários são sanadas. Mas no
atendimento virtual exige-se das bibliotecas e de seus profissionais adaptação às novas
tecnologias e a garantia do acesso a informação a todos os usuários de forma a ser mediador
também no mundo digital.
As TICs são consideradas de grande importância como instrumento de mediação da
informação. Contudo, conforme Grogan (2001), tão importante quanto à tecnologia é o
elemento humano.
Serviço de Referência e Mediação da Informação
O processo de mediação dá-se pela interação entre a informação, o bibliotecário e o
usuário. Para a efetivação desse processo é necessário que a biblioteca ofereça um serviço de
referência de qualidade, tenha acervos informacionais impressos ou digitais e o bibliotecário
para desempenhar a função de mediador. Para Almeida Júnior (2015) a mediação é:
Toda ação de interferência realizada em um processo, por um profissional da
informação e na ambiência de equipamentos informacionais -, direta ou indireta;
consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; visando à
365
�apropriação de informação que satisfaça, parcialmente e de maneira
momentânea, uma necessidade informacional, gerando conflitos e novas
necessidades informacionais. (ALMEIDA JÚNIOR, 2015, p. 25, grifo nosso).
De acordo com o conceito de mediação da informação, Almeida Júnior (2015) expõe
que tal mediação
está pautada nas ideias de: interferência, apropriação da informação,
ambiência de equipamentos informacionais, satisfação parcial e momentânea e em conflitos ,
pois só há mediação se houver o que ele chama de terceiro elemento, que pode ser uma pessoa
ou não, mas para nossas discussões o terceiro elemento é o profissional da informação.
O profissional da informação, que para nossas reflexões é o bibliotecário de referência,
sofreu grande influência nas suas atividades com a evolução da informação, das novas TIC e
o crescente uso da internet, aumentando ainda mais a responsabilidade desse profissional.
Tudo isso ampliou sua área de atuação e a maneira como os serviços informacionais,
atendimento ao usuário e disseminação da informação são realizados, além de facilitar o
contato com o usuário,
Toda mediação pressupõe um diálogo, mesmo que o usuário (ou seu perfil
construído pelos estudos de usuários) não esteja concretamente presente. O diálogo
-lhe explicitar suas
necessidades e interesses. O fazer bibliotecário/arquivístico tem como base essas
necessidades e interesses na construção de mecanismos para permitir aos usuários a
apropriação da informação. (ALMEIDA JÚNIOR, 2006, p.12)
Segundo Maia et al. (2011), o papel do bibliotecário no processo de transferência da
informação representa uma ponte entre o usuário que busca a informação, mas essa visão
mostra que o processo de mediação acontece de forma estática, para Almeida Júnior (2009, p.
a imagem da ponte parece-nos inapropriada, em especial porque apresenta a ideia de algo
. O autor defende a ideia de
que mediação vai além do sentido estático e neutro que a ponte transmite. Para Martins (2010,
p. 133
pólos
arte-se da consideração da existência da separação de dois
usuário e informação
que no processo de transferência de informação será superada
Quando Almeida Júnior (2009) observa que mediação vai além da imagem da ponte,
na qual o caminho é predeterminado e fixo, o processo de mediação está diretamente ligado a
ações implícitas e explícitas quer voltadas aos usuários e ao caminho que ele faz até a
informação. A mediação de forma implícita ocorre nas ambiências de equipamentos
informacionais, e as ações são realizadas sem a presença física e imediata dos usuários, ou
seja, onde os bibliotecários atuam e não necessita da presença do usuário, que são os serviços
366
�internos. A mediação explícita ocorre nos espaços em que a presença do usuário é inevitável,
onde o usuário estiver, mesmo que a presença não seja física, como é o caso dos acessos à
distância em que não é solicitada a interferência concreta e presencial do bibliotecário.
(ALMEIDA JÚNIOR, 2009, 2015).
Os bibliotec
coletivas de se relacionar com a informação, critérios coletivos de relevância, necessidade,
etc.) e os comp
em queo
usuário constrói suas próprias definições de informação e necessidade e uso de informação de
forma a construir significado em suas práticas informacionais. Conforme Oddone (1998),
neste contexto o papel do bibliotecário mediador é identificar e atender às necessidades
informacionais dos usuários imediatos e potenciais, de forma a estabelecer uma dinâmica
entre os repositórios estáticos de conhecimento e as questões vividas pelos usuários na busca
do conhecimento.
Um fator que o bibliotecário não pode ignorar no contexto da Sociedade da
Informação é o acesso às novas tecnologias que trouxeram novas demandas, não só ao setor
de referência, mas para a biblioteca como um todo. Consideram-se as tecnologias como um
grande desafio às bibliotecas e seus profissionais. Exige-se que tanto as bibliotecas quantos
os profissionais da informação se adaptem às novas tecnologias, a fim de garantirem o acesso
à informação a todos os usuários, até àqueles que ainda não estão incluídos no mundo digital.
De acordo com Almeida Júnior e Santos Neto (2014, p.101) a mediação da informação
não é passiva, ela sofre interferência, direta ou indiretamente do profissional da informação.
Ela não é neutra e não pode ser imparcial. O bibliotecário não pode simplesmente esperar que
os usuários busquem informação, ele deve assumir seu papel de mediador, pois todo o
processo de mediação é fundamental para as práticas do bibliotecário e o entendimento da
necessidade informacional do usuário.
A ideia de mediação envolve várias coisas diferentes de acordo com Almeida (2008,
p.3), que podem ser desde o atendimento ao usuário, passando pela atividade de um agente
cultural
museus, bibliotecas, arquivos
até a construção de produtos destinados a
introduzir o público em um determinado universo de informação, chegando até a elaboração
de políticas de capacitação ou acesso às tecnologias de informação. A função mediadora dos
profissionais da informação torna-se cada vez mais necessária e busca conectar os indivíduos
às bases de conhecimento e demais informações. (ALMEIDA, 2008, p. 21)
367
�Considerações Finais
Ao falar de mediação devemos pensar além do conceito de mediação da informação
como ponte, de forma estática e, sim, como um conceito de interação, pensar como um
processo, que inclui o mediador, a informação e usuário e devem ser levados em consideração
vários fatores como as dimensões históricas e culturais da informação e o usuário em seu
contexto de forma que a med
ou entidade separada das práticas e representações de sujeitos vivendo e interagindo na
p.102).
Devem-se abordar ações e atividades do setor de referência pensando nos usuários e
na melhor forma de ele ter acesso à informação. Fazer a mediação, não somente no setor de
referência, mas em todas as funções e setores da biblioteca. Empregar da melhor maneira
todos os recursos que a biblioteca oferece de maneira a
usuário/informação, propiciando novos espaços formadores de subjetividades capazes de
objetivar o mundo e as relações que o envolvem, de maneira a serem críticos e
transformadores
Com o crescimento cada vez maior dos acervos informacionais, sejam físicos ou
digitais, faz-se necessário um profissional da informação cada vez mais dinâmico e capacitado
para mediar a informação desses acervos aos usuários. Um profissional capaz de inovar diante
dos novos hábitos comportamentais dos usuários adquiridos pelo desenvolvimento das
tecnologias de comunicação e informação.
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370
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Bibliotecário e a mediação da informação: serviços de referência do presencial ao virtual.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Carvalho, Gracilene Maria de; Lima, Gracirlei Maria de Carvalho
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata-se de uma discussão sobre o papel do bibliotecário de referência e seu papel como mediador da informação em espaços físicos e virtual. A mediação está presente em todas as atividades de uma biblioteca, mas é o bibliotecário que atua no setor de referência que tem o contato direto com os usuários. É o setor considerado por muitos como um cartão de visita da unidade de informação. Dentre os serviços prestados pelo bibliotecário de referência está a orientação ao usuário para consulta ao material e disseminação e circulação do material informacional. Mas todo esse processo dá-se pela mediação da informação pela interação entre a informação, o bibliotecário e usuário. A mediação da informação está pautada nas ideias de: interferência, apropriação da informação, ambiência de equipamentos informacionais, satisfação parcial e momentânea e conflitos. Dessa forma, ao falar de mediação devemos pensar além do conceito de mediação da informação como ponte – bibliotecário/informação/usuário – de forma estática e sim como um conceito de interação, um processo que inclui o mediador, a informação e o usuário. Como conclusão, enfatiza-se a importância de o bibliotecário levar em consideração vários fatores como as dimensões históricas, culturais, econômicas, tecnológicas, sociais e políticas da informação e o usuário em seu contexto, de forma que a mediação faça sentido em seu processo informacional
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5310/SNBU2018_031.pdf
be2ec202712f8250e5416c7825642887
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UNIDADES DE INFORMAÇÃO COMO LUGARES DE APRENDIZAGEM: A
TENDÊNCIA MAKER
INFORMATION UNITS AS LEARNING PLACES: THE MAKER TREND
Resumo: A Biblioteca universitária é um organismo de extrema importância para a produção
do conhecimento junto à comunidade acadêmica. O panorama atual não comporta mais a
atuação de bibliotecas que tenham suas práticas focadas apenas nas tradicionais tarefas
técnicas voltadas à organização da informação e conservação de acervos, aliados ao
atendimento de usuários que procuram a biblioteca. Faz-se necessário apresentar uma
biblioteca viva e dinâmica e que ofereça ferramentas que auxilie na solução de problemas,
bem como possibilite o empoderamento de criação, não só como infraestrutura mas também
como parte do processo de aprendizagem. Os objetivos do presente trabalho são: embasar,
discutir e relatar as experiências no desenvolvimento de projetos em espaço maker no
ambiente da biblioteca universitária. Também apresenta resultados de dois projetos
implementados e faz considerações sobre o papel das bibliotecas universitárias e a quebra de
paradigma da imagem de bibliotecas estáticas e desatualizadas com as demandas dos usuários.
Palavras-chave: Bibliotecas Universitárias. Makerspaces. Espaço Maker. Movimento Maker.
Inovação em biblioteca.
Abstract: The University Library is an organism of extreme importance for the production of
knowledge within the academic community. The current panorama no longer includes the
performance of libraries that have their practices focused only on the traditional technical
tasks focused on the organization of information and conservation of collections, allied to the
service of users who seek the library. It is necessary to present a lively and dynamic library
that offers tools that aid in the solution of problems, as well as the empowerment of creation,
not only as infrastructure but also as part of the learning process. The objectives of the present
work are: to base, discuss and report the experiences in the development of projects in space
maker in the environment of the university library. It also presents results of two projects
implemented and makes considerations about the role of university libraries and the paradigm
break of the image of static and outdated libraries with the demands of users.The abstract
should be written using Times New Roman font, size 12, single line spacing, containing a
minimum of 150 and a maximum of 250 words.
345
�Keywords: University Libraries. Makerspaces. Space Maker. Motion Maker. Innovation in
library.
1 INTRODUÇÃO
As novas formas de organização e gestão da informação, bem como o emprego de
novas tecnologias, estabelecem novos paradigmas, que transformam os processos de
comunicação da informação. Neste contexto, a profissão de bibliotecário é impactada por
algumas transformações significativas, especialmente relacionadas às novas práticas da
informatização e seus avanços, que ampliam os espaços de atuação das Bibliotecas e, em
consequência, de seus profissionais.
Apesar de tratarmos as unidades de informação como espaços para a coletividade e
com foco no usuário, as mudanças observadas no cenário nacional e internacional não
impactam as bibliotecas de forma ágil, prevalecendo, ainda, o contexto tradicional.
ias de todo o
A edição de 2017 do NMC Horizon Report Higher Education
Edition, publicou o Horizon Report 2017 Library Edition51, relatório que nos remete e nos
sinaliza para mudanças de curto prazo. Em média no prazo de (3-5 anos), as bibliotecas
uma mudança está ocorrendo em torno da
prática pedagógica que ocorre nas universidades. Alunos, professores e pesquisadores de
todas as disciplinas estão aprendendo, fazendo e criando, em vez de apenas consumir
conteúdo. Criatividade, como evidenciado pelo crescimento de vídeos gerados por usuários,
games, comunidades de produtores e projetos de crowdfunding nos últimos anos, são cada vez
mais os meios mais eficazes para a aprendizagem ativa. As pessoas agora consideram as
bibliotecas para ajudá-los e para fornecer ferramentas para desenvolver habilidades nessa
área. As bibliotecas são ambientes ideais para a criação. Esta função é uma extensão natural
de seu tradicional papel como facilitadores de criação de conhecimento e espaços onde é
possível conectar-se a outros estudantes e professores. Para catalisar a criatividade, bibliotecas
estão emergindo como makerspaces, habilitando serviços e tecnologias como impressoras
3D, displays flexíveis, ferramentas de produção de mídia, etc. As bibliotecas serão cada vez
mais responsáveis pela gestão do volume e variedade das criações que materializam.
51
O Horizon Report é um esforço colaborativo liderado pelo New Media Consortium (NMC) e a Iniciativa de
Aprendizagem EDUCAUSE (ELI). Esta 14ª edição descreve os resultados anuais da pesquisa em andamento
desenhada para identificar e descrever as tecnologias emergentes que possam ter um impacto na aprendizagem,
no ensino e na pesquisa. Tendências chave e importantes desenvolvimentos na tecnologia educacional são
colocados diretamente no contexto de seu provável.
346
�: Em um momento em que a
descoberta pode acontecer em qualquer lugar, os alunos não se restringem mais à biblioteca
como a única fonte de acesso à informação e para encontrar um lugar para ser produtivo.
Como resultado, os líderes institucionais estão começando a refletir sobre como o desenho
dos espaços de biblioteca podem ser renovados para propiciar novas interações e atividades.
Nesse contexto a Biblioteca Central Cesar Lattes da Unicamp (BCCL), através de suas
áreas de Difusão da Informação e Coleções Especiais e Obras Raras, implementou dois
projetos de pesquisa52, cuja proposta foi de estabelecer uma reconexão com nossos impulsos
coletivos e mais profundos para criar, inventar e transformar, através de Espaços maker, o
ambiente da biblioteca, onde o usuário pudesse dar vida as ideias e trazer o empoderamento
de criação em um ambiente que faz parte do processo do ensino, da pesquisa e da extensão,
não como infraestrutura, mas como parte desse processo de aprendizagem.
Os projetos implementados são:
1.1 A MEMÓRIA DEPENDE DE SEU PAPEL: APRENDENDO BOAS PRÁTICAS DE
CONSERVAÇÃO DE LIVROS NO LABORATÓRIO DE PRESERVAÇÃO DA BCCL
Os materiais bibliográficos de uma biblioteca representam importantes fontes de
pesquisa para a compreensão e o conhecimento. Para valorizar a sua riqueza, tornou-se
necessário encontrar formas para conservá-los e, assim, garantir a sua existência por um
período mais longo.
O desgaste desses materiais é um processo inevitável e indica, na maioria das vezes,
que eles estão sendo muito usados pela comunidade acadêmica, mas infelizmente, o dano não
é só causado pelo uso frequente, mas também, resultado de encadernações frágeis e
inadequadas, de armazenamento inadequado, do mau uso feito pelo homem e de
características intrínsecas do material, como por exemplo, os componentes químicos oriundos
da fabricação do papel, que provocam sua acidez, tornando-os amarelos e quebradiços.
52
O Programa Ciência e Arte nas Férias é promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa da UNICAMP e tem como
objetivo despertar jovens talentos para a pesquisa científica e atividades artísticas e envolvê-los, desde cedo, em
atividades práticas onde haja contato com os desafios atuais da ciência, a metodologia do trabalho científico, o
ambiente humano dos laboratórios de Pesquisa e as diferentes formas de expressão artística. O público alvo são
os estudantes de ensino médio de escolas públicas da região de Campinas, Limeira e Piracicaba. Seu período de
vigência é de aproximadamente um mês, durante as férias escolares de verão.
347
�Atualmente, dentre os vários tipos de suportes utilizados para registrar o conhecimento
humano, o papel, no formato de livro impresso, é o mais comum, porém, está mais suscetível
às ações já mencionadas, deixando-os frágeis e danificados.
A Diretoria de Coleções Especiais e Obras Raras é responsável pela avaliação,
aquisição e preservação dos acervos, com um volume de aproximadamente 100 mil itens
bibliográficos, entre as diversas coleções de especial significado para a universidade por ser
constituído de uma coleção de obras raras e acervos de renomadas personalidades do meio
científico ou de destacada atuação na vida acadêmica.
Desse modo, nosso acervo constitui-se de precioso laboratório para conduzir o
presente projeto.
1.2 3D: LEITURA EM MOVIMENTO
A passagem do meio impresso para o meio eletrônico nos faz refletir acerca de uma
nova relação que se estabelece entre autor, leitor e obra. Com o advento do computador e da
internet, a leitura não se restringiu apenas à materialidade do papel, mas também se estendeu
para outros suportes digitais.
Um novo acesso aos textos e um novo modo de ler se estruturou. O manuseio de cada
página do livro impresso se transfigurou em uma relação virtual; tela a tela o leitor se insere
em um ciberespaço. Assim, frente às tecnologias eletrônicas uma nova relação entre leitor e
texto se configura. O hipertexto entra em cena e o caráter integral do texto impresso perde o
seu espaço.
A leitura do mundo e do pensar transcende os formatos e encanta os jovens que
possuem uma forma especial na compreensão do significado acessados através das imagens,
filmes e os vídeos. Essa forma do indivíduo estar em contato com o mundo, de ter acesso a
outras formas de informação, associa-se ao aprendizado e interligam sua atuação como
cidadão.
As imagens sejam elas de qualquer natureza como filmes, computação gráfica,
pinturas, propagandas e outros, tem nelas um significado. As representações da mídia são
apenas mais um contexto em que estão inseridas no cotidiano, sendo construídas para facilitar
a comunicação.
Fora dos limites da escola a visualização como a percepção vai cada vez mais sendo
ampliadas através da propagação visual contemporânea. As imagens com as quais estamos
348
�constantemente em contato são um referencial importante que deverá ser cada vez mais
explorado.
Nesse contexto, destacamos a realidade virtual como uma dessas novas tecnologias
que possibilitam cada vez mais o acesso à informação, assim como uma ferramenta ou
instrumento de exploração a novos conhecimentos. A realidade virtual proporciona vivenciar,
conhecer, aprender novos saberes, conhecer novos lugares, vivenciar situações de uma
maneira bem próxima da realidade.
Desta forma, pretende-se explorar as possibilidades que a tecnologia dos óculos 3D, de
realidade virtual, proporciona na experiência da leitura das imagens em movimento, assim
como essa tecnologia impacta à área de difusão da informação.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Originado nos Estados Unidos, os makerspaces têm sido objeto estudos e pesquisas no
Brasil, com a missão de materializar ideias com o apoio de técnicas manuais e todo tipo de
tecnologia.
Para conceituar Makerspaces,
se fundamenta em uma tradição frequentemente
revisitada. Trataações destes coletivos consiste na constituição de grupos de sujeitos, amadores e / ou
profissionais atuando nas diferentes áreas ligadas a ciência e a tecnologia, que se organizam
Complementado por Gasque e Casar
flexibilidade necessária para ser utilizado por diferentes professores e classes; espaços para
tarefas de aprendizagem em grupos baseadas em projetos e atividades multimídia; áreas para
contação de histórias, apresentações ou performances; áreas para leituras ou estudo
Diante disso, evidencia-se uma grande oportunidade para as bibliotecas oferecerem um
novo serviço aos usuários que queiram desenvolver habilidades, e adquirir e utilizar a
informação para criação de algo.
349
�espaços de criação permite à biblioteca expandir e estender as interações com organizações
comunitárias e de aprendizagem, empresas, famílias e mentores em todo o mundo .
A IFLA, em seu Trend Report
opening maker-spaces, where users are able to use 3D printing to create tehir own things,
including life-changing devices such as prosthetics. 3D printing offers a major opportunity for
libraries to take on a new role in their communities, helping users not just be readers, but also
Santos Neto e Zaninelli (2017) nos faz reflet
infere-se que o movimento maker
nas bibliotecas objetiva não somente dar acesso à tecnologia como também capacitar os
usuários em relação as suas competências informacionais e digitais, para que os mesmos
possam tangibilizar suas ideais e seus projetos. Neste conceito inovador é imprescindível que
haja uma relação direta entre a comunidade - real e potencial - e a tecnologia, que a cultura
maker seja incorporada pelos profissionais que trabalham no espaço e que a criatividade das
pessoas seja incent
Finalizando tal revisão, concluímos que projetos inovadores encontram um espaço
acolhedor e adequado para seu desenvolvimento nos makerspaces, o que certamente atrai
usuários e resignifica as bibliotecas.
3 METODOLOGIA
A metodologia proposta para o desenvolvimento dos projetos de pesquisa foi dividida
em etapas, mediante a necessidade apresentada, conforme explanação a seguir:
1 Primeira etapa:
350
�2 Segunda etapa:
Estabelecer os aspectos de segurança dos projetos/alunos
Projeto 1
Projeto 2
Em se tratando de um minilaboratório de Os materiais utilizados para a confecção
conservação/encadernação,
existem dos óculos não apresentam nenhum tipo de
alguns materiais cortantes e outros risco aos estagiários. Mesmo assim, toda a
bastante pesados no seu manuseio.
execução do trabalho será monitorada
Porém toda a execução do trabalho será pelos funcionários que os acompanharão
monitorada pelos funcionários técnicos neste projeto.
que trabalham na área, que se revezarão
na atenção e detalhamento das etapas do
serviço, assim também como a utilização
dos
equipamentos
de
proteção
individuais quando se fizer necessário,
tais como máscaras, aventais e luvas.
3 Terceira etapa:
Estabelecer formas de acompanhamento e avaliação
Projeto 1
Projeto 2
Exposição dos trabalhos realizados pelos Exposição dos óculos confeccionados e
estudantes
no
prédio
da
biblioteca demonstração dos experimentos
(caixas, invólucros produzidos para a realizados/vivenciados e das propostas de
preservação do material) e apresentação uso da realidade virtual.
de seminário com os relatos dos alunos.
Ao final do estágio, os alunos terão
adquiridos novos conhecimentos sobre as
diversas formas de leitura utilizando a
realidade virtual e suas possibilidades,
assim como a confecção de óculos
cardboard que permite ter acesso a essa
realidade.
4 Quarta etapa:
Provisionamento de materiais de consumo ou permanentes.
351
�Projeto 1
Projeto 2
Papéis e materiais específicos para Papelão, lentes, velcros, imãs e outros
produção dos invólucros e confecção de materiais específicos para produção dos
banners para os alunos que participarão óculos cardboard e confecção de banners
do Programa.
para os alunos que participarão do
Programa.
4 RESULTADOS
Destacamos alguns resultados obtidos na execução dos projetos:
Projeto 1:
O projeto proporcionou às alunas uma experiência enriquecedora que possibilitou a
conscientização sobre a importância de se preservar os bens culturais; aprender através das
ações e técnicas as várias maneiras de cuidar de um livro, bem como salientou os diversos
impactos negativos que afetam a preservação de livros.
Figura 1
Aula de encadernação
352
�Figura 2: Material encadernado pelas alunas
Projeto 2:
Os alunos tiveram a oportunidade de adquirir novos conhecimentos sobre as diversas
formas de leitura utilizando a realidade virtual e suas possibilidades, assim como a confecção
de óculos cardboard que permite ter acesso a essa realidade.
Também puderam fazer experimentos com softwares de realidade virtual e aumentada
que possibilitaram a criação de ambientes alternativos, tendo como base a produção de
simulações a fim de explorar suas mentes e as novas formas de leitura.
353
�Figura 3: Testes em impressora 3D
•
354
�Figura 4
Cardboard
Figura 5
Estrutura física
Projeto 1
355
�5 DISCUSSÃO
Consideramos que os projetos obtiveram êxito devido à estrutura física adequada,
empenho por parte dos colaboradores e minucioso planejamento para a execução das ações,
conforme ilustrado pelas imagens.
Figura 6
Estrutura física
Projeto 2
Figura 7: Cronograma das ações
CIÊNCIA E ARTE NAS FÉRIAS 2018
CRONOGRAMA CONJUNTO CEOR E DINF
Data
Atividade
Local
Responsável
03/01 10h30
Cerimônia de abertura CAF
Auditório V FCM
Valéria
04/01 8h30
04/01 14h
Recepção dos alunos; apresentação do cronograma de atividades,
Auditório V - FCM
Valéria,
dos orientadores e dos educadores; explanação sobre os projetos e
e
Helena
atividades planejadas
Sala de Treinamento
Tour pela biblioteca com a apresentação do funcionamento; Oficina
Sala de Treinamento
Eliane
de pesquisa de livros e localização no acervo; Breve história sobre a
evolução dos registros do conhecimento.
05/01 9h
Visita às coleções especiais e obras raras
CEOR
Helena e Jair
05/01 14h
Conceitos de preservação de materiais bibliográficos
Sala de Treinamento
Helena
08/01 9h e 14h
Apresentação do LAB (equipamentos, produtos e serviços)
DINF/LAB
Valéria, Fernanda LAB,
356
�Eliane
09/01 9h
Informação: noticiários, jornais e revistas de divulgação
Sala Santander e área de
Natália
09/01 14h
Aspectos ambientais e seus impactos no dia a dia
Sala de Treinamento
Rafaela
Literária: Gosto estético e percepção do belo / Passatempo: Revista
Sala de Treinamento
Marcos
Sala de Treinamento
Marcos
Sala de Treinamento
Marcos
estudos DINF
11/01 9h
em quadrinhos, romances, ficção, etc.
11/01 14h
Acadêmica: linguagem científica que se caracteriza pela clareza,
precisão e objetividade informativa e técnica
12/01 9h
Científica: Pré-leitura (visão global do texto), leitura rápida, leitura
analítica, leitura crítica e profunda
12/01 14h
Elaboração do pôster
Sala de Treinamento
Helena
15 a 26/01
Execução dos projetos CAF
CEOR, DINF/LAB e DTI
Equipes CEOR,DINF/LAB
e DTI
29/01
30/01
01/02 14h30
Elaboração do pôster
Sala Santander
Alunos dos projetos
Impressão do pôster e elaboração da apresentação para os
Empresa externa
Valéria
orientadores e educadores
Sala Santander
Alunos dos projetos
Apresentação dos trabalhos
Sala de Treinamento
Orientadores, educadores e
alunos dos projetos
02/02 14h
Encerramento do CAF
Auditório V FCM
Orientadores, educadores e
alunos dos projetos
Todas as quartas-feiras: oficinas externas.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que em ambos os projetos os seguintes resultados foram alcançados:
Incentivado o processo criativo dos alunos na apropriação do conhecimento;
Propiciado diferentes experiências com o uso da realidade virtual para a leitura,
assim gerando novos aprendizados;
Estimulado posturas de respeito ao patrimônio histórico e cultural;
Conscientizado os alunos sobre a importância de se preservar os bens culturais;
Desenvolvido hábitos e ações de cidadania.
Resignificação do conceito de biblioteca para os alunos dos projetos;
Empoderamento de criação nos alunos dos projetos.
Além dos resultados acima mencionados, cabe ressaltar que os projetos estão alinhados ao
357
�necessidades de inovação e mudanças parecem ser ainda mais evidentes no ambiente
universitário, já que esse deve ser um lugar de vanguarda quanto à produção de
Assim, este relato intenta ter trazido algumas considerações importantes sobre ações
práticas, inspiradoras e inovadoras no âmbito da biblioteca.
Agradecemos aos alunos e colaboradores dos projetos.
REFERÊNCIA
FREIRE, Raquel. Aprenda como fazer um Google Cardboard: siga as dicas. Disponível
em: http://www.techtudo.com.br/dicas-e-tutoriais/noticia/2015/06/aprenda-como-fazer-umoculus-rift-caseiro-siga-dicas.html. Acesso em 08 set. 2016.
GASQUE, K. C. G. D.; CASARIN, H. de C. S. Bibliotecas escolares: tendências globais. Em
Questão, Porto Alegre, v. 22, n. 3, p. 36-55, set/dez. 2016.
IFLA Trend Report 2017. Disponível em:
https://trends.ifla.org/files/trends/assets/documents/ifla_trend_report_2017.pdf. Acesso em 08
jan. 2018.
SAMANGAIA, R; NETO, D. D. Educação científica informal
ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS
2015.
São Paulo.
SANTOS NETO, J. A.; ZANINELLI, T. B. Biblioteca escolar com makerspace: um estudo de
caso na Biblioteca Abraham Lincoln. Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação. v. 13, 2017. Disponível em: https://rbbd.febab.org.br/rbbd/article/view/1005.
Acesso em 02 jan. 2018.
358
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Unidades de informação como lugares de aprendizagem: a tendência Maker.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Segnorelli, Maria Helena; Martins, Valéria
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Biblioteca universitária é um organismo de extrema importância para a produção do conhecimento junto à comunidade acadêmica. O panorama atual não comporta mais a atuação de bibliotecas que tenham suas práticas focadas apenas nas tradicionais tarefas técnicas voltadas à organização da informação e conservação de acervos, aliados ao atendimento de usuários que procuram a biblioteca. Faz-se necessário apresentar uma biblioteca viva e dinâmica e que ofereça ferramentas que auxilie na solução de problemas, bem como possibilite o empoderamento de criação, não só como infraestrutura mas também como parte do processo de aprendizagem. Os objetivos do presente trabalho são: embasar, discutir e relatar as experiências no desenvolvimento de projetos em espaço maker no ambiente da biblioteca universitária. Também apresenta resultados de dois projetos implementados e faz considerações sobre o papel das bibliotecas universitárias e a quebra de paradigma da imagem de bibliotecas estáticas e desatualizadas com as demandas dos usuários
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5305/SNBU2018_030.pdf
08caa7e54e63b4483e56aa01b318c3e6
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UM ESTUDO SOBRE COOPERAÇÃO BIBLIOTECÁRIA BASEADO EM ANÁLISE
BIBLIOMÉTRICA
A STUDY ON BIBLIOTECHARY COOPERATION BASED ON BIBLIOMETRIC ANALYSIS
Resumo: Trabalho que analisou a presença do conceito denominado cooperação bibliotecária
nos documentos recuperados nas bases dados da Web of Science em publicações ocorridas
todas neste século XXI. Por meio da literatura da Biblioteconomia identificou-se o sentido do
termo e destacou sua importância como alternativa para fortalecimento das organizações
bibliotecárias no fornecimento de serviços. Por meio de uma análise bibliométrica, mostrou-se
que se trata de um assunto especialmente discutido na área da Biblioteconomia e na Ciência
da Informação, publicados principalmente em artigo científico e no idioma inglês. Verificouse que existe uma tendência dos autores dos documentos recuperados publicarem apenas uma
vez sobre o assunto, visto que poucos possuem mais que um documento na referida fonte de
informação. Constatou-se também que quase todas as publicações contendo o tema
cooperação bibliotecária são escrito por dois autores por documento disponível neste conjunto
de bases de dados.
Palavras-chave: Cooperação bibliotecária. Estudo bibliométrico. Recursos informacioanis.
Abstract: Work that analyzed the presence of the concept called librarian cooperation in the
documents recovered in the bases data of the Web of Science in publications all occurred in
this century XXI. Through the literature of librarianship, the meaning of the term was
identified and highlighted its importance as an alternative for the strengthening of librarian
organizations in the provision of services. Through a bibliometric analysis, it has been shown
that this is a subject especially discussed in the area of Librarianship and Information Science,
published mainly in scientific articles and in the English language. It has been found that there
is a tendency for the authors of the recovered documents to publish only once on the subject,
since few have more than one document in the said source of information. It was also noted
that almost all publications containing the topic of library cooperation are written by two
authors per document available in this set of databases.
Keywords: Library cooperation. Bibliometric study. Information resources.
331
�1 INTRODUÇÃO
Com este artigo, procurou destacar como a cooperação bibliotecária tem sido tratada
enquanto tema de estudo científico. A literatura da Biblioteconomia mostra que existem
diversas contribuições advindas da cooperação bibliotecária publicadas nos veículos de
comunicação do seu campo e áreas afins. Dentre os vários benefícios possíveis, podem-se
destacam àqueles que permitem essas organizações compensarem dificuldades econômicas;
fortalecerem a biblioteca como instituição social e potencializar o uso das tecnologias de
informação e comunicação para ajudar essa organização a alcançar seus objetivos em parceria
com outras instituições (GÓMEZ HERNÁNDEZ, 2002).
A cooperação nesta área pode ser entendida como o desenvolvimento de acordos
formais ou informais necessários aos interesses de duas ou mais instituições e/ou profissionais
com o propósito de realizar a implementação de quaisquer melhorias entre as participantes.
Isso pode acontecer por meio de programa, consórcio ou convênio simples ou em rede. Mais
precisamente, a cooperação bibliotecária representa possibilidades de se realizarem acordos
para troca de serviços e produtos bibliotecários entre organizações de países diferentes,
podendo acontecer entre entes dentro de um mesmo país.
Orera Orera (2000) afirma que a necessidade da cooperação no âmbito da
Biblioteconomia tem surgido em razão de questões como crescimento do número de
publicações nos últimos anos associados ao elevado custo da informação e o estímulo das
associações profissionais em nível internacional. Com isso, a ação de cooperar admite a
necessidade de enfrentar esses desafios menos de forma isolada, ao passo que cada vez mais é
imprescindível buscar ajuda de parcerias de profissionais e/ou instituições do mesmo ramo.
Ao destacar o alcance do conceito principal deste estudo, cooperação bibliotecária,
procurou-se demonstrar sua relevância a partir de indicadores resultantes de levantamento do
conteúdo e posterior da análise bibliométrica do tema em uma busca realizada no conjunto de
base de dados da Web of Science46. Esse conjunto de bases incluem a coleção principal do
46
O Portal de Periódicos por meio de assinatura junto à Thomson Reuters Scientific oferece acesso à coleção
principal da base de dados Web of Science, permitindo acesso a referências e resumos em todas as áreas do
conhecimento. Por meio da Web of Science estão disponíveis ferramentas para análise de citações, referências,
índice h, permitindo análises bibliométricas. Cobre aproximadamente 12.000 periódicos. A assinatura deste
conteúdo, oferece a possibilidade de consulta a 5 coleções: Science Citation Index Expanded - com
disponibilidade de acesso desde 1945 até o presente; Social Sciences Citation Index - com disponibilidade de
acesso desde 1956 até o presente; Arts & Humanities Citation Index - com disponibilidade de acesso desde
1975 até o presente; Conference Proceedings Citation Index- Science - com disponibilidade de acesso desde
1991 até o presente e Conference Proceedings Citation Index - Social Science & Humanities - com
disponibilidade de acesso desde 1991 até o presente. Este conteúdo pode ser localizado pela opção buscar base.
Conteúdo disponível em: <goo.gl/AGWZNC>. Acesso em: 02 dez. 2017
332
�Web of Science, a Base de dados de periódicos coreanos e o Scielo. Para obtenção dos
resultados foi definida uma estratégia que privilegiasse a recuperação mais precisa, ainda que
a revocação acerca do assunto fosse menor.
Esta fonte de informação se caracteriza como uma base de dados de informação
científica multidisciplinar que permite acesso a referências e resumos das publicações em
todas as áreas do conhecimento e com alcance internacional. Em algumas publicações, seus
textos permitem acesso integral. A base possibilita análise bibliométrica dos resultados
encontrados, justificando assim sua escolha para os objetivos pretendidos nesse estudo.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Os procedimentos metodológicos estão baseados na revisão de literatura sobre o
conceito principal tratado nessa pesquisa: cooperação bibliotecária. A partir do levantamento
das informações sobre o tema encontrado no conjunto de bases de dados da Web of Science,
realizou-se a análise bibliométrica de seis variáveis, a saber: autores que escreveram sobre
tema e seus países de origem; idiomas dos conteúdos publicados; os tipos de publicações;
quais anos e áreas do conhecimento os documentos foram disponibilizados no decorrer do
período selecionado para o estudo.
Com isso, o objetivo foi identificar nesta importante fonte de informação científica
com acesso remoto disponível no Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES) a presença do assunto cooperação bibliotecária
presentes no resumo, título e palavras-chaves das publicações.
Para isso, selecionou a Web of Science, levando-se em conta seu conjunto de bases de
dados que forneceu 61% dos documentos encontrados em sua coleção principal, 38% foi
localizado na Base de dados de periódicos coreanos (KJD) e 2% no Scientific Electronic
Library Online (SciELO). A partir dos dados levantados e por meio de uma abordagem
quantitativa, identificou-se o termo cooperação associado aos serviços bibliotecários com base
em indicadores bibliométricos. Assim, o conceito que melhor reflete essa ideia é cooperação
bibliotecária.
Quanto ao período abrangido, considerou-se para fins de alcance temporal do
levantamento de dados os últimos 17 anos ocorridos entre 2001 e 2017. Dessa forma, todos os
documentos encontrados referem-se às publicações que contém a presença do conceito de
pesquisa publicados neste século XXI nas bases Web of Science.
333
�A estratégia de busca utilizada privilegiou uma recuperação precisa sobre o termo de
pesquisa, uma vez que a conceito usado apresenta sentido relativamente delimitado e pouco
ambíguo. Deste modo, empregou
que permitem uma recuperação exatamente com o termo está escrito.
Nas buscas realizadas na base ficou demonstrado que a maioria dos registros
recuperados está na língua inglesa, por isso foi neste idioma que se obteve a melhor opção
para levantamento do assunto. Ao traduzir para o idioma, obteve-
library
que melhor atendeu as necessidades dessa pesquisa e ao mesmo tempo
favoreceu a recuperação de publicações como o mesmo sentido empregado na língua
portuguesa.
Trata-se de um conceito frequentemente encontrado nos documentos científicos que
abordam a cooperação entre bibliotecas, cooperação feita por meio do profissional
bibliotecário e cooperação dentro do campo do conhecimento da Biblioteconomia. Ainda que
os librarian cooperation e librarianship cooperarition também trate do tema proposto, ao
realizar buscas com cada um deles, recuperou-se uma quantidade de registros desprezível para
fins de análise temática.
Com essa estratégia, a Web of Science recuperou 96 registros válidos com a presença
do termo principal pelo menos uma vez em cada documento encontrado. Para fins de análise
bibliométrica, a base de dados permitiu identificar a quantificação das variáveis (autor, país,
idioma, ano, tipo de documento e área de pesquisa), o volume e percentual de registros
encontrados dentro de cada variável da pesquisa.
3 AJUDA INTERBIBLIOTECÁRIA BASEADA EM COOPERAÇÃO
Cooperação é um fenômeno presente nas mais variadas atividades humanas. Nas
instituições bibliotecárias trata-se de um conjunto de ações que permitem essas instituições
realizarem atividades conjuntas e compartilhadas a partir de interesses comuns. Suaiden
(1978); Ruiz Chacón (2005); Térmens Graells (2005) e Rodríguez-Parada (2010) noticiam
que esse tipo de cooperação ocorre desde o período da Idade Média, sobretudo na Europa e
nos Estados Unidos. Segundo eles, ao longo dos anos, a cooperação tem possibilitado às
bibliotecas trocarem produtos e serviços para fortalecer as instituições participantes.
Assim, para representar essas possibilidades, consolidou-se nesta área o conceito
cooperação bibliotecária. Ele refere-se às ações que acontecem a partir de acordo entre
334
�profissionais e/ou entidades fornecedoras de serviços bibliotecários. Trata-se de diversas
atividades que podem ser desenvolvidas cooperativamente com o objetivo de compartilhar
produtos e serviços informacionais entre bibliotecas e organizações afins.
Cunha e Cavalcanti (2008) afirmam que cooperação bibliotecária trataformais ou informais, realizadas por duas ou mais bibliotecas visando à otimização de seus
duas ou mais bibliotecas com a
p. 200).
Apesar de envolver quase sempre as bibliotecas convencionais, a cooperação
bibliotecária não acontece somente entre essas organizações, mas se desenvolve entre centros
de informação e documentação ou bibliotecas digitais/virtuais e redes formadas por essas
entidades. A produção e fornecimento de serviços cooperativos podem também acontecer
entre sites na internet que se preste a trabalhar com desenvolvimento e fornecimento de
serviços bibliotecários (MERLO VEJA; SORLI ROJO, 1998).
Umas das principais características e essencial para realizar cooperação nesta área é a
necessidade do trabalho conjunto. Quando duas ou mais entidades e/ou profissionais decidem
cooperar para compartilhar, eles têm a oportunidade de somar esforços para alcançar objetivos
e assim podem ser beneficiados por trabalharem em parceria.
3.1 Bibliotecas no ensino superior
No âmbito da biblioteca universitária é fundamental levar-se em conta o pressuposto
básico que segundo Carvalho (1982); Megan Wals (1996); Merlo Vega (1999); Cunha (2000);
Lemos e Macedo (2003); Amaral, Brito e Calabrez (2013) Rodríguez-Parada (2010) e Lopes
(2016) essa biblioteca não deve trabalhar no isolamento. Os autores chamam atenção para
ameaça que a biblioteca isolada está sujeira.
No contexto da instituição de ensino superior, essa necessidade torna-se mais evidente
a partir dos contextos social, político e econômico que mudam as instituições de ensino e
como consequência exige-se que as bibliotecas adéquam suas propostas às demandas que
surgem nesse cenário.
A oportunidade de uma organização bibliotecária fornecer mais opções do que ela
possui e ter a oportunidade de reduzir os custos para implementação e manutenção de
335
�produtos e serviços bibliotecários destacam-se como as principais vantagens que a cooperação
bibliotecária
permite
à
biblioteca
universitária
(MERLO VEJA,
1999;
GÓMES
HERNANDES, 2002).
Como fenômeno importante, a cooperação bibliotecária está presente na literatura
internacional principalmente na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Pode-se,
com isso, identificar vários projetos nesta área desenvolvidos na perspectiva do trabalho
cooperativo. Para citar alguns dos mais expressivos, têm-se: La Red de Bibliotecas
Universitarias Españolas (REBIUN)47; a Online Computer Library Center (OCLC)48 e o
Consortium of European Research Libraries (CERL)49 dentre outros.
4 ANÁLISE DE ALGUNS INDICADORES BIBLIOMÉTRICOS
Na primeira variável, apreciou-se a relação entre o número de documentos
encontrados e de autores dessas publicações. Destacou-se primeiramente que a quantidade de
documentos localizados sobre a cooperação bibliotecária é menor que o número de autores.
Para um total de 96 documentos recuperados foram identificados 169 responsáveis pelas
publicações. O gráfico 1 mostra o número de documentos pelo número de autores.
De acordo com os dados da Web of Science, apenas 11 autores possuem mais que um
documento publicado em seu nome. Conforme o referido gráfico anterior, 2 deles publicaram
3 documentos contendo o tema cooperação bibliotecária, 9 autores publicaram 2 documentos
cada um. Os outros 158 autores juntos publicaram o restante dos documentos. Neste caso,
diferentes autores podem ser responsáveis por um mesmo documento. Deste modo, 93% dos
autores publicaram apenas um documento contendo o conceito em questão.
47
Es una comisión sectorial de la Conferencia de Rectores de las Universidades Españolas (CRUE) desde 1998.
Desde su creación, a iniciativa de un grupo de directores de bibliotecas en 1988. Constituye un organismo
estable en el que están representadas todas las bibliotecas universitarias y científicas españolas. Está formada
por las bibliotecas de las 76 universidades miembros de la CRUE (50 de ámbito universitario público y 26 de
ámbito universitario privado) y el CSIC (Consejo Superior de Investigaciones Científicas). Disponível em:
<goo.gl/T95Dwz>. Acesso em: 14 dez. 2017.
48
Es una cooperativa bibliotecaria a nivel mundial que apoya a miles de bibliotecas en hacer la información más
accesible y más útil para la gente alrededor del mundo. Ofrecemos servicios de tecnología compartida,
investigación original y programas comunitarios que ayudan a las bibliotecas a satisfacer las necesidades en
constante evolución de sus usuarios, instituciones y comunidades. Disponível em: <goo.gl/dQvrVf>. Acesso
em: 14 dez. 2017.
49
The Consortium of European Research Libraries (CERL, is a membership organisation, involving an active
community of c. 190 libraries each with a keen focus on cultural heritage in the form of early printed books
and manuscripts. Collaboratively, CERL member libraries and researchers in the field develop products and
services. These include the HPB, the CERL Thesaurus, MEI and the CERL Portal. This article comprises a
Disponível em: <www.cerl.org>. Acesso em:
description
14 dez. 2017.
336
�Gráfico 1
Distribuição do número de publicações por autores na Web of Science (2001-2017).
Fonte: (WOS, 2017).
Analisando sobre a nacionalidade dos autores, a pesquisa mostra um total de 27 países
te dos documentos têm seus responsáveis oriundos da Espanha,
com 11 publicações. Em segundo, os Estados Unidos com 10 autores. Argentina, Austrália,
Inglaterra e Ucrânia têm 4 cada um. Itália possui 3 e Alemanha e Coreia do Sul apresentaram
2 documentos de autores de cada um desses países conforme o gráfico 2 seguinte.
Gráfico 2
Distribuição do número de publicações por país na Web of Science (2001-2017).
Fonte: (WOS, 2017).
Os demais países tiveram um responsável por documento produzido, sendo que uma
dessas publicações possui a um autor brasileiro em que o documento está publicado na língua
portuguesa. Deste modo, de todos os países que aparecem neste levantamento, 67% deles
publicaram apenas um documento com a presença do conceito analisado.
Verificando a análise bibliométrica sobre o idioma das publicações, nota-se que um
total de 94% foi publicado nas línguas inglesa, coreana e espanhola. Os outros 6% apresentam
um documento em cada idioma, totalizando 6 publicações conforme demonstra o gráfico 3.
337
�Gráfico 3
Distribuição do número de publicações por idioma na Web of Science (2001-2017).
Fonte: (WOS, 2017).
O idioma com mais documentos publicados é o inglês, responsável 42% dos itens
encontrados no conjunto de bases de dados. O idioma que apresentou o segundo maior
número de publicações com 36% do total é o coreano. O conteúdo nesta língua está presente
na base de dados de periódico coreano50 (KCI) pertencente ao conjunto da Web of Science. E,
o terceiro é o espanhol com cerca de 16% dos documentos encontrados.
Ao examinar a tipologia dos documentos em que foram realizadas as publicações,
nota-se que a maioria dos conteúdos está presente em artigos científicos com 82 registros
encontrados nesta opção. Isso representa 85% do total conforme o gráfico 4.
Gráfico 4
Distribuição do número de publicações por tipo de documentos na Web of Science (2001-2017).
Fonte: (WOS, 2017).
Outras 10 publicações foram indexados como documento de Conferência ou Encontro
(do inglês meeting), o que representa pouco mais de 10% do total. Com mais 5 publicações
registradas como editoriais e outras 3 na forma de revisão, as bases de dados pesquisas na
Web of Science encontrou o conteúdo apenas em 4 diferentes tipologias de documentos. O
fato das publicações possuírem um número superior a 96 (100%), pode se justificar em razão
de alguns documentos terem sido publicados em mais de um tipo entre as quatro opções
disponíveis apresentados no gráfico 4 acima.
50
Disponível em: <goo.gl/eTkL8D>. Acesso em: 20 nov. 2017.
338
�A representação seguinte por meio do gráfico 5 mostra a evolução quantitativa das
publicações durante os últimos 17 anos deste século em relação a presença desse assunto
-se que todos os anos
ocorreram publicação de pelo menos um documento contendo o termo de pesquisa de acordo
com o gráfico 5.
Gráfico 5
Distribuição do número de publicações por ano na Web of Science (2001-2017).
Fonte: (WOS, 2017).
Quanto à frequência de publicações, obteve-se uma média de 5,6 documentos
publicados por ano. Os anos de 2010 e 2016 são os períodos que mais se publicaram, sendo
que cada um possui dez documentos. Os anos de 2008 e 2012 foram os segundos períodos que
mais se publicaram com 9 documentos em cada um desses anos. Por outro lado, apenas o
primeiro ano do século (2001) teve apenas um item publicado.
A última análise refere-se a presença do conceito por área do conhecimento em que o
conteúdo foi recuperado, destacando a área de Biblioteconomia e Ciência da Informação
como campo que mais possui registros encontrados. São 93 publicações nessa área conforme
apresentado no gráfico 6.
Gráfico 6
Distribuição do número de publicações por área de pesquisa na Web of Science (2001-2017).
Fonte: (WOS, 2017).
339
�A Ciência da computação é a segunda área com mais publicações com a presença do
conceito totalizando 26 documentos recuperados. As áreas de educação e matemática foram
juntas responsáveis por 10 publicações encontradas. E outras 9 áreas respondem por um
documento publicado cada segundo demonstrado no gráfico acima.
5 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
O fato de haver um número de autores superior à quantidade de documentos
A razão entre a quantidade de autores
e o número de documentos publicados é igual a 1,76. Como a análise bibliométrica mostra
apenas 2 publicações recuperadas com 3 autores e nenhuma com 4 ou mais, então a maioria
das publicações com o termo cooperação bibliotecária possuem dois autores responsáveis.
Observando a relação entre os países de origem dos autores e o idioma em que os
documentos foram publicados, observa-se que apesar de aparecerem apenas dois autores da
Coreia, mais de um terço das publicações estão no idioma coreano. Demonstra com isso que
os principais autores que publicaram na base de dados coreana KJD pertencem a países
diferentes daquele.
Mesmo a língua inglesa sendo a que mais documentos publicados possuem, não
representa, contudo, maioria absoluta das publicações encontradas neste estudo. Somando os
documentos que foram publicados no idioma coreano e espanhol obteve-se um percentual
superior a 50% dos itens recuperados nos 11 diferentes idiomas.
Expressiva maioria das publicações recuperadas em que o assunto foi tratado no
levantamento é do tipo do artigo científico. Como importante canal de comunicação, essa
tipologia de comunicação científica prevaleceu também quando o assunto cooperação
bibliotecária foi recuperado no conjunto de bases de dados aqui estudadas.
Em relação à frequência de publicações anuais nesta base de dados interdisciplinar,
destaca-se que todos os anos analisados ocorreram pelo menos uma publicação sobre o tema.
Isso expressa regularidade com que o tema cooperação bibliotecária tem sido vinculada nesta
fonte de conteúdos científicos de alcance internacional neste século. Também corrobora com
isso, o fato dessas mesmas publicações apresentarem o referido conceito em pelo menos em
21% dos títulos dos documentos, elemento da publicação em que é ressaltada a temática
discutida.
340
�A afinidade do conceito com as áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação
ficou evidente em razão do alto índice de documentos recuperados em bases pertencentes a
estas áreas de pesquisa. De fato a literatura da Biblioteconomia tem demonstrado que a
cooperação bibliotecária é um termo específico dessa área, usado com frequência para discutir
as possibilidades de ajuda profissional referente cooperação para compartilhamentos de
serviços informacionais.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com essa pesquisa foi possível demonstrar que o conceito selecionado para esse
estudo está presente em textos indexados em várias bases de dados científicas evidenciando
dessa forma que se trata de um tema com notório interesse de alguns estudiosos
principalmente nas áreas de Biblioteconomia e Ciência da Informação.
A cooperação bibliotecária como tema de estudo tem se mostrado uma alternativa para
ajudar as organizações bibliotecárias oferecerem mais e melhores serviços informacionais.
Evidências disso é que este estudo bibliométrico confirma por meio de diversos autores que
usaram esse conceito em suas publicações disponibilizadas na importante fonte de informação
Web of Science em vários idiomas, contudo há prevalência do inglês.
A análise bibliométrica mostra também que os autores interessados nesse assunto são
oriundos de diversos países e continentes. A maioria publicou principalmente na forma de
artigo científico em periódicos das áreas da Biblioteconomia e Ciência da Informação.
O fato da Web of Science se caracterizar como fonte interdisciplinar e ao mesmo
tempo ter permitido uma recuperação expressiva de conteúdos com a presença do termo
cooperação bibliotecária, vinculada às referidas áreas, reforçam a ideia de que se trata de um
conceito específico desses campos, mas tratado principalmente pela Biblioteconomia em
quanto ciência das bibliotecas.
Apesar dessa análise não ter considerado os aspectos qualitativos quanto à presença do
tema no conjunto de base dados aqui estudadas, esta análise temática se mostra uma
ferramenta fundamental para mapeamento de conteúdo na investigação científica sobre
soluções para organização e gestão de bibliotecas a partir da troca e da ajuda mútua.
Antes de compartilhar serviços bibliotecários, para fins de investigação, primeiro se
verifica a capacidade ou interesse das organizações bibliotecárias cooperarem entre si. Isso
interessa a cooperação bibliotecária, que enquanto proposta para promover mais estudos e
341
�reflexões pode ser tornar uma disciplina relevante presentes nos currículos dos cursos de
graduação e pós-graduação das áreas supramencionadas.
Por último, ficou evidente que a base de dados Web of Science, mais do que uma fonte
de pesquisa sobre a cooperação bibliotecária, é uma importante ferramenta que ajuda analisar
diversas variáveis dos resultados das pesquisas difundidas por meio de veículos universais
como o artigo de periódico científico e anais de congresso sobre esse assunto, por exemplo.
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Acesso em: 27 dez. 2017
343
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Um estudo sobre cooperação bibliotecária baseado em análise bibliométrica.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Vagner Almeida dos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trabalho que analisou a presença do conceito denominado cooperação bibliotecária nos documentos recuperados nas bases dados da Web of Science em publicações ocorridas todas neste século XXI. Por meio da literatura da Biblioteconomia identificou-se o sentido do termo e destacou sua importância como alternativa para fortalecimento das organizações bibliotecárias no fornecimento de serviços. Por meio de uma análise bibliométrica, mostrou-se que se trata de um assunto especialmente discutido na área da Biblioteconomia e na Ciência da Informação, publicados principalmente em artigo científico e no idioma inglês. Verificouse que existe uma tendência dos autores dos documentos recuperados publicarem apenas uma vez sobre o assunto, visto que poucos possuem mais que um documento na referida fonte de informação. Constatou-se também que quase todas as publicações contendo o tema cooperação bibliotecária são escrito por dois autores por documento disponível neste conjunto de bases de dados.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5299/SNBU2018_029.pdf
e26aa7da085520ace9e0bd7b06f4eb73
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Eixo I
Inovação e Criação
TREINAMENTO A DISTÂNCIA SOBRE O GERENCIADOR DE REFERÊNCIAS
MENDELEY
TRAINING BY E-LEARNING ON MENDELEY REFERENCE MANAGER
Resumo: Apresenta o percurso metodológico, por meio de relato de experiência, do
planejamento e execução de um curso a distância sobre o gerenciador de referências
Mendeley, realizado através do ambiente virtual de aprendizagem Google Classroom. Discute
o aporte teórico acerca do Mendeley com base em publicações que o inserem no contexto
acadêmico da Web 2.0 e que trazem um comparativo com os gerenciadores EndNote e Zotero.
Utiliza a pesquisa netnográfica como método e a observação participante como estratégia de
coleta de dados, aliada ao discurso do sujeito coletivo em comunidades virtuais de
pesquisadores. Comprova o amplo alcance do Mendeley a partir das técnicas de Search
Engine Optimization, onde a ferramenta Google Trends foi utilizada com o objetivo de
comparar, nacional e internacionalmente, o alcance dos gerenciadores de referências
demonstrados nos resultados de busca do Google. Aborda o conteúdo produzido para as
videoaulas do treinamento online, destacando os softwares de gravação e edição, as atividades
propostas, o quantitativo de acesso e o tempo de duração dos vídeos postados no YouTube.
Conclui, parcialmente, apresentando as principais dúvidas compartilhadas pelos alunos no
Google Classroom, e ressalta que haverá produções futuras a partir das respostas obtidas com
o questionário de avaliação enviado ao término do curso.
Palavras-chave: Gerenciadores de referências. Mendeley. Ensino a distância. Google
Classroom. Treinamento online.
Abstract: This paper presents the methodological stages through a report of experience about
planning and carrying out a course by e-learning on Mendeley reference manager, whose
lessons were available on Google Classroom. It discusses the theoretical basis upon Mendeley
by reading publications which approach it as a tool of the Web 2.0 and also comparing it with
others reference managers, as EndNote and Zotero. Nethnography was used as scientific
method, and participant observation as strategy to collect data, beside the discourse of the
collective subject on virtual communities of researches. It also presents the reach of Mendeley
based on Search Engine Optimization, and the Google Trends was used as a tool aiming to
compare the reach of reference managers around the world according to searches made on
Google. After that, it approaches the content produced to online video lessons through
softwares that were used at recording and editing them, as well as showing the proposal of
activities, the access statistics and the length of videos, which were uploaded onto the
YouTube. It concludes partially by presenting the main doubts shared on online class,
315
�pointing out that there will be academic productions in the future based on the answers which
have been obtained through an evaluation questionnaire sent after ending of the course.
Keywords: Reference manager. Mendeley. E-learning. Google Classroom. Online training.
1 INTRODUÇÃO
Compilação, armazenamento e organização de material bibliográfico a ser utilizado na
produção científica são etapas cruciais do processo de pesquisa. Essa metodologia,
tempo, dedicação e atenção por parte de quem resolve empreendê-
et al., 2012,
p. 53). Num cenário de massiva produção acadêmica, a dedicação exigida aumenta.
Some-se a isso o fato de que, ao serem utilizados em trabalhos acadêmicos, os
documentos reunidos durante o levantamento bibliográfico precisam ser citados e
referenciados de acordo com padrões e normas (tais como ABNT, APA, Harvard, Vancouver
etc.), padrões esses que se alteram conforme a localidade, o tipo de publicação e as diretrizes
de normalização adotadas pela publicação ou instituição para a qual o trabalho será
submetido. Entendemos que é impossível dominar a normalização das citações e referências
dentro de cada um dos padrões existentes; por isso, foram desenvolvidas diversas ferramentas
que, por meio da automatização bibliográfica, facilitam o processo de normalização. Essas
ferramentas são classificadas em dois tipos, a saber: os construtores de referências e os
gerenciadores de referências.
Os construtores de referências bibliográficas podem ser entendidos como ferramentas
livres disponíveis na Internet, que permitem a criação automática, individual ou em lista de
referências segundo um estilo bibliográfico predefinido. No Brasil, o mais famoso exemplo
desse tipo de ferramenta é o Mecanismo Online para Referências (MORE), desenvolvido e
mantido pela Universidade Federal de Santa Catarina. De alcance global, alguns exemplos são
o APA Reference Generator e o Harvard Reference Generator, ambos mantidos pela
UKessays. Há também o LaTeX, uma linguagem de programação open source cujo formato
de bibliografia é o BibTeX.
Por sua vez, os gerenciadores de referências são softwares, gratuitos e proprietários,
que dispõem de uma enorme gama de funcionalidades, tais como recolhimento, arquivamento
e organização da bibliografia ao longo do tempo, ou seja, uma espécie de banco de dados de
referências, além de outras funções. Possuem vários estilos bibliográficos, além da integração
316
�com editores de texto. Portanto, os gerenciadores apresentam um maior leque de
funcionalidades e são capazes de auxiliar o pesquisador num maior número de etapas
vinculadas ao processo de compilação e uso de material bibliográfico. Dentre esses softwares,
destacam-se, por seu alcance e recursos disponíveis, o EndNote, Mendeley e Zotero.
Devido à importância que essas ferramentas vêm adquirindo entre a comunidade
acadêmica, torna-se fundamental que o bibliotecário do serviço de referência se aproxime
delas e as incorpore à sua prática profissional, especialmente nas atividades de capacitação,
sejam presenciais ou a distância, durante o atendimento ao usuário, ou orientação à
normalização de trabalhos acadêmicos, e ainda por meio de conversas informais nos espaços e
salas de estudo das bibliotecas universitárias.
Apesar de acostumados à realização de atividades de educação de usuários, a inserção
dessas atividades no contexto do ensino a distância (EaD), mais especificamente a realização
dos treinamentos da biblioteca nesta modalidade, traz uma série de novas exigências e
desafios para o bibliotecário de referência. O primeiro desses desafios advém do fato de que
não basta transpor ipsis litteris as práticas do meio analógico para o digital, pois é preciso
compreender as dinâmicas próprias desse novo meio, dinâmicas essas que exigem o
entendimento de que
[...] o professor online [tutor] constrói uma rede e não uma rota. Ele define um
conjunto de territórios a explorar, enquanto a aprendizagem se dá na exploração ter a experiência - realizada pelos aprendizes e não a partir da sua récita. Isto
significando, portanto, modificação radical em sua autoria em sala de aula online. O
professor [tutor] não se posiciona como o detentor do monopólio do saber, mas
como aquele que dispõe teias, cria possibilidades de envolvimento, oferece ocasião
de engendramentos, de agenciamentos e estimula a intervenção dos aprendizes como
co-autores da aprendizagem. (SILVA, 2006, p. 57-58, grifo do autor).
O segundo desafio advém da necessidade de conhecer e possuir certo domínio das
tecnologias da informação e da comunicação (TIC). Esse conhecimento é fundamental para a
escolha da plataforma que abrigará o curso e para a definição dos formatos (texto, áudio,
vídeo etc.) nos quais o material instrucional será elaborado. Do mesmo modo, é preciso
definir as estratégias que conduzirão à realização do curso, tendo em mente que uma das
consequências dos treinamentos a distância é a implantação de um legítimo serviço de
referência virtual (ACCART, 2012) nas bibliotecas universitárias. Diante disso, a necessidade
de conhecer as TIC também está presente no domínio que o bibliotecário precisa ter acerca
dos gerenciadores de referências em si, afinal, o desconhecimento inviabilizará sobremaneira
a construção de recursos para educação de usuários.
317
�É nesse cenário de transformações constantes que este trabalho se insere, objetivando
compartilhar as experiências no planejamento e na execução de um treinamento a distância
sobre o gerenciador de referências Mendeley, focando tanto nos aspectos que motivaram a
realização do curso quanto na produção do conteúdo das videoaulas. Para isso, como
procedimentos metodológicos, utilizamos a pesquisa netnográfica como método e a
observação participante como estratégia de coleta de dados, aliada à técnica de Search Engine
Optimization (SEO), a partir da qual identificamos o alcance do Mendeley nas pesquisas
realizadas no Google. Em simultâneo, proceder com a análise do discurso do sujeito coletivo
nos possibilitou uma visão do alcance do Mendeley entre os pesquisadores de uma
comunidade virtual e, posteriormente, acompanhar, em tempo real, os comentários, dúvidas e
reações dos discentes no curso a distância. O ambiente virtual de aprendizagem escolhido
para a realização dos treinamentos online foi o Google Classroom.
A seguir, discutiremos o alcance nacional e global e o que a literatura em
Biblioteconomia e Ciência da Informação aborda sobre o Mendeley. Posteriormente,
detalharemos o percurso metodológico que nos conduziu a este trabalho, bem como o relato
de experiência ao ministrar o curso a distância entre os meses de novembro de 2017 e janeiro
de 2018.
2 SOBRE O MENDELEY
Lançado em 2008, o Mendeley é um gerenciador de referências que combina as
funcionalidades da versão Desktop com a versão Web (mídia social), e também com a versão
para dispositivos móveis, além de plugins para navegadores e editores de texto, a fim de
auxiliar o pesquisador no processo de localização, seleção, armazenamento e citação de
publicações, nos mais variados formatos, em suas produções acadêmico-científicas.
Desenvolvido por três estudantes de pós-graduação, o Mendeley foi adquirido em 2013 pela
editora Elsevier e, desde então, integra o catálogo de bases e ferramentas oferecidas pela
companhia.
Atualmente, o Mendeley possui duas versões. A primeira e mais antiga delas é
composta pelo gerenciador de referências e suas funcionalidades. Essa versão é gratuita e
qualquer pessoa pode utilizá-la. A segunda versão é o Mendeley Institutional Edition, que se
caracteriza por proporcionar maior suporte, funcionalidades e métricas adicionais a todas as
instituições que o adquirirem (MENDELEY, 2017).
318
�Dentre os três principais gerenciadores de referências existentes no mercado
(EndNote, Mendeley e Zotero), comparados entre si por Yamakawa et al. (2014), o Mendeley
é o de criação mais recente. Num quadro comparativo, Yamakawa et al. (2014, p. 175)
destacam as características do Mendeley, que também se refletem como principais vantagens
do gerenciador, tendo como base as seguintes variáveis: sincronização de arquivos;
monitoramento automático de diretórios; visualização de referências duplicadas; interação
com a Web; inserção prática de citações nos textos; sistemas operacionais compatíveis; leitura
de arquivos; dados básicos de artigos; busca em bases de dados; e possibilidade de importação
e exportação de dados e registros. Em todos esses aspectos, baseado na análise que fizemos do
quadro comparativo de Yamakawa et al. (2014), o Mendeley se sobressai pela quantidade e
qualidade de recursos destinados ao gerenciamento e compartilhamento de referências
bibliográficas.
Para Varón Castañeda (2017, p. 20), um dos pontos a favor do Mendeley, se
comparado a gerenciadores de referências como EndNote e Zotero, está em suas
funcionalidades como rede social acadêmica, que permite aos pesquisadores compartilharem a
sua produção técnica e científica. Na perspectiva de Machado e Fonseca (2013, p. 6316),
s inerentes desta ferramenta, para os bibliotecários, constitui-se meio
facilitador em seu serviço de orientação e normalização de trabalhos académicos, pesquisa
bibliográfica, organização de documentos e divulgação de material informacional entre os
pares
De acordo com um comparativo realizado por meio da ferramenta Google Trends
(2017), para o qual foram levados em consideração os gerenciadores EndNote, Mendeley e
Zotero, constatamos que o Mendeley é o gerenciador mais pesquisado e de maior alcance no
Brasil, sendo o segundo mais pesquisado mundialmente no Google, conforme o resultado de
busca ilustrado na figura 1:
319
�Figura 1
Cobertura mundial dos gerenciadores de referências EndNote, Mendeley e Zotero.
Fonte: Google Trends (2017).
Essa cobertura indica forte interesse da comunidade acadêmica por esta ferramenta,
ratificando, assim, a necessidade dos bibliotecários em explorá-la, já que se trata de uma
demanda em potencial vinda a partir dos usuários das bibliotecas universitárias.
Parte da popularidade do Mendeley pode ser explicada pela gama de funcionalidades
oferecidas gratuitamente aos seus utilizadores. Dentre os recursos do gerenciador, estão:
possibilidade de criação de um perfil online de pesquisador; 2 GB de espaço para
armazenamento de arquivos; importação de referências nos principais formatos e estilos
bibliográficos; compatibilidade com os sistemas operacionais Windows e Linux; plugins
disponíveis para os principais navegadores; possibilidade de criação de pastas e tags para
melhor organização das referências; sincronização entre as versões Web e Desktop e Mobile;
opções de leitura e fichamento de arquivos em PDF.
Além das funcionalidades relativas ao gerenciamento de referências, o Mendeley tem
ampliado a variedade de recursos disponibilizados em sua versão online. Nesse sentido,
destaca-se a recente implementação da opção Datasets, que se caracteriza como sendo um
repositório para armazenamento e disponibilização de dados brutos oriundos de pesquisas.
Outra inovação foi a criação das opções Careers e Funding, sendo a primeira destinada à
divulgação de vagas de emprego nas áreas de Ciência e Tecnologia, e a segunda voltada para
a divulgação de financiamentos de pesquisa existentes ao redor do mundo.
Ao longo de sua trajetória, o Mendeley sempre foi apontado como uma ferramenta
inovadora. Dessa forma, mesmo antes da implementação de suas funcionalidades mais
recentes, Hicks (2011, p. 128, tradução nossa) já dizia que
320
�[...] é uma ferramenta interessante e que traz muitos novos recursos para o mundo da
comunicação acadêmica. Embora gerenciadores de referências tradicionais não
possam ser esquecidos ainda, programas como Mendeley e Colwiz têm
definitivamente mostrado como o poder da web 2.0 pode estimular
desenvolvimentos inovadores e úteis na pesquisa e na universidade.
O poder da Web 2.0, indicado no texto de Hicks (2011), advém do fato de o Mendeley
combinar características típicas de mídia social, tais como criação de grupos, opções para
curtir e compartilhar conteúdo (PDF, links e postagens no formato de texto) e criação de perfil
com as funções ligadas ao gerenciamento de referências. Além disso, ao manter biblioteca e
perfil atualizados, o pesquisador permitirá que o Mendeley sugira publicações com base nos
seus interesses de pesquisa, facilitando, assim, o processo de busca e armazenamento de
documentos relevantes para o usuário.
Ainda no viés comparativo entre o Mendeley e outras ferramentas destinadas ao
levantamento bibliográfico e de citações, Araújo (2016) e Maflahi e Thelwall (2016) trazem a
abordagem bibliométrica que o gerenciador proporciona. A partir de ambos os estudos,
inferimos que a integração entre dados e registros pode ser trabalhada por bibliotecários na
perspectiva de incentivar os pesquisadores a alimentarem o seu perfil na rede social Mendeley
e, consequentemente, incluírem em sua biblioteca as publicações que são de sua autoria,
respeitando, obviamente, as questões relacionadas ao direito autoral. Tanto a Scopus
(MAFLAHI; THELWALL, 2016) como o Google Scholar (ARAÚJO, 2016) otimizam os
resultados satisfatórios de busca nesse sentido e, acerca do Mendeley, é importante ressaltar
-lo na análise da comunicação científica, seja de forma
comparativa, ou não, com métricas tradicionais, é que ele aproxima destas dados de leitura,
Mendeley e Google são duas ferramentas típicas da Web 2.0, que foram incorporadas
quase que completamente à rotina da comunidade acadêmica. As funcionalidades oferecidas
por ambos trouxeram novo fôlego aos processos de busca, recuperação e armazenamento da
informação, bem como
Classroom
especialmente no caso do Google, através de sua ferramenta Google
têm modificado os ambientes online de transmissão de conhecimento e o serviço
de referência das bibliotecas universitárias. Neste aspecto, demonstraremos, a seguir, de que
maneira utilizamos o ambiente virtual de aprendizagem Google Classroom para aproximar e
otimizar o uso do gerenciador de referências Mendeley por meio de treinamentos a distância.
321
�3 PERCURSO METODOLÓGICO E RELATO DE EXPERIÊNCIA
Visando coletar as impressões dos usuários de três bibliotecas universitárias no que diz
respeito ao Mendeley, recorremos à observação participante (ABIB; HOPPEN; HAYASHI
JUNIOR, 2013; CUNHA; AMARAL; DANTAS, 2015) nos espaços de estudo das
bibliotecas, no atendimento ao usuário nas seções de referência e durante os treinamentos de
normalização de trabalhos acadêmicos que ministramos presencialmente nos anos de 2016 e
2017. Constatamos, assim, que muitos dos usuários, principalmente da comunidade de
estudantes de pós-graduação das Ciências Exatas e Sociais Aplicadas, utilizam gerenciadores
de referências em suas pesquisas. Diante disso, realizamos uma semana de treinamentos
presenciais voltados para normalização e gerenciadores de referências, para os quais a maior
demanda foi pelo gerenciador Mendeley.
A partir desses treinamentos, coletamos as principais dúvidas trazidas pelo público e
elaboramos um tutorial dividido em três módulos, posteriormente publicados no site da
biblioteca e divulgados entre a comunidade universitária. Devido ao alcance do material
instrucional e à boa receptividade do Mendeley na academia, candidatamo-nos para participar
da seleção no programa Mendeley Advisors, com a finalidade de ampliar as estratégias de
divulgação da ferramenta na universidade. Dessa maneira, intensificamos os treinamentos,
inclusive para bibliotecários, e percebemos a necessidade de um maior alcance e de
proporcionar mais comodidade e autonomia do usuário ao utilizar o gerenciador. Foi então
que planejamos a realização de treinamentos na modalidade a distância.
Inicialmente, definimos o Google Classroom como o ambiente virtual de
aprendizagem, pois se trata de um serviço gratuito para compartilhamento de conteúdo
educacional e realização de atividades na modalidade EaD. Essa ferramenta pode ser usada
por escolas, organizações sem fins lucrativos e pessoas físicas, sendo a posse de uma conta
(Gmail) do Google a única exigência para uso. Nesse sentido, o Google Classroom permite a
criação simultânea de múltiplas turmas, nas quais os tutores podem compartilhar conteúdo em
diversos formatos (texto, imagem, audiovisual etc.), bem como fazer uso de outras
ferramentas do Google visando complementar as funcionalidades da plataforma. Para cada
turma, é permitida a participação de até 250 alunos, quantitativo máximo para a versão
gratuita, viabilizando, assim, a realização de treinamentos com elevado número de
participantes.
322
�Como primeira etapa da composição do material instrucional para os treinamentos a
distância, recorremos às técnicas de SEO, utilizadas em muitas empresas nas estratégias de
marketing digital (ELIAS, 2013). A partir desse método, a pesquisa por palavras-chave na
Internet foi realizada por meio do Google Trends, ferramenta que possibilita a busca por
termos e conteúdo na Web e apresenta, em seus resultados de pesquisa, as tendências e a
sazonalidade do interesse ou alcance de um determinado assunto, notícia, produto, serviço e
de outras preferências dos usuários, ao segmentar por região do mundo ou intervalo de tempo
predefinido. Desse modo, fizemos uma pesquisa comparativa entre os gerenciadores de
referências EndNote, Mendeley e Zotero, considerando o alcance em nível nacional no
período de janeiro a dezembro de 2017, conforme ilustrado na figura 2.
Figura 2
Comparativo do alcance dos gerenciadores de referências EndNote, Mendeley e Zotero no Brasil
Fonte: Google Trends (2017).
Com base nos resultados apresentados no ranqueamento do Google Trends,
elaboramos o plano de marketing para divulgação do Mendeley como parte das atribuições do
serviço de referência das bibliotecas, contemplando também a realização de treinamentos
online.
No ínterim que antecedeu a elaboração do material do curso, recorremos à pesquisa
netnográfica, considerada uma transposição da etnografia clássica para os ambientes virtuais,
tais como blogs, sites, mídias sociais, fóruns, chats, ambientes virtuais de aprendizagem etc.,
conhecida também como etnografia virtual (AMARAL; NATAL; VIANA, 2008). A
netnografia se deu em dois momentos: no planejamento e na execução dos treinamentos a
distância. Na etapa de planejamento, analisamos brevemente o que os pesquisadores
323
�comentavam sobre o Mendeley nas comunidades virtuais, mais especificamente em grupos
temáticos criados na própria rede social Mendeley. O discurso do sujeito coletivo
(FIGUEIREDO; CHIARI; GOULART, 2013; OLIVEIRA JÚNIOR; PACAGNAN;
MARCHIORI, 2013) nesses grupos nos possibilitou ratificar a importância de ampliarmos a
divulgação do gerenciador junto aos usuários das bibliotecas universitárias onde atuamos.
O segundo momento da pesquisa netnográfica, no qual aliamos observação
participante e análise do discurso do sujeito coletivo, deu-se durante a realização dos
treinamentos a distância através da plataforma Google Classroom. Para tanto, foram
produzidas sete videoaulas, gravadas com o uso do software aTube Catcher e editadas por
meio do Camtasia Studio. Todas as videoaulas foram postadas em canal próprio do YouTube,
com os vídeos compartilhados no modo privado, a fim de garantir o acesso restrito ao
conteúdo, ou seja, apenas entre os participantes do curso, bem como permitir uma melhor
fidedignidade das métricas de acesso. Conforme o curso avançava, os e-mails dos
participantes eram inseridos em campo específico do YouTube para que cada uma das
videoaulas tivesse seu acesso liberado para a turma. Os participantes eram avisados sobre a
liberação do vídeo por meio de notificações recebidas por e-mail. Para este trabalho, o
compartilhamento das dúvidas e reações da turma virtual foi possível por meio da análise do
discurso do sujeito coletivo.
As videoaulas foram divididas em sete módulos, a saber: aula introdutória; navegando
pelo Mendeley Web; introdução e aprofundamento nos recursos do Mendeley Desktop, com
três aulas destinadas especificamente a esse tema; estilos bibliográficos e outros recursos; e
comando insert citation. Duas turmas foram formadas no Google Classroom, as quais
contaram com estudantes de todas as localidades do Brasil. Numa das turmas, composta por
173 alunos, houve discentes de todas as áreas do conhecimento, e na outra apenas
bibliotecários foram convidados para participar, no total de 16 alunos.
Aspectos introdutórios sobre o Mendeley foram apresentados na primeira aula, que
contemplou, inclusive, sugestão de leitura do texto de Yamakawa et al. (2014), que traz um
comparativo entre os principais gerenciadores de referências disponíveis na Internet.
Utilizamos, ainda, um comparativo entre esses mesmos gerenciadores por meio da ferramenta
Google Trends, que mapeia, por região e intervalo de tempo, os principais termos pesquisados
pelos usuários sobre um determinado assunto. Esse comparativo, apresentado anteriormente,
reiterou a constatação de que o Mendeley é, até então, o gerenciador de maior alcance no
Brasil, o que nos leva a inferir que tem sido o mais utilizado no ambiente acadêmico. Além
324
�disso, apresentamos também os tutoriais e vídeos disponibilizados no site do Mendeley, em
língua inglesa. Todas essas questões foram abordadas na introdução do curso, que teve como
atividade a criação de conta no gerenciador.
Na segunda aula, foram apresentadas as funcionalidades do Mendeley Web, das quais
se destacam os recursos de mídia social e o preenchimento da biblioteca na versão online. Por
se tratar do contato inicial de muitos dos participantes do curso com a ferramenta, todas as
funcionalidades
foram
exemplificadas,
e
também
indicamos
quais
delas
seriam
complementadas pela versão Desktop. Como atividade, foi proposta uma ação de engajamento
nas mídias sociais, com o uso do aplicativo Twibbon, no qual criamos uma campanha com a
hashtag #IloveMendeley e incentivamos os alunos a alterarem sua foto de perfil nas redes
sociais, visando contribuir para com a divulgação da ferramenta. Essa estratégia integrou o
plano de marketing elaborado pelos bibliotecários Advisors.
Nas três aulas seguintes, foram abordados os recursos e as funcionalidades do
Mendeley Desktop, com destaque para espaço de armazenamento, instalação de plugins,
criação de pastas, preenchimento de metadados, importação e exportação de dados, registros e
PDF, realces, comentários e anotações em PDF, dentre outros aspectos. Como atividades,
foram propostas a criação de pastas e subpastas e a realização de entrada manual de registros
à biblioteca do Mendeley Desktop, considerando livros no todo, capítulos de livros e upload
de PDF. Além disso, propusemos que se explorassem os comandos estudados, ao incorporar
artigos de periódicos, realces e anotações em PDF e inserir as referências no editor de texto a
partir do Mendeley. Todas as dúvidas sobre as videoaulas e atividades eram postadas no
espaço destinado aos comentários.
As duas últimas aulas foram voltadas, especificamente, para os estilos bibliográficos e
como inserir as citações e referências nos editores de texto (Microsoft Word e LibreOffice
Writer). No que se refere ao conteúdo dessas aulas, houve a explanação dos caminhos para a
escolha dos estilos bibliográficos a serem inseridos no trabalho, e o Mendeley permite que
mais estilos sejam incorporados a partir da opção de pesquisa por mais estilos (More Styles),
conforme exemplificado na figura 3:
325
�Figura 3
Opção para escolha de estilos bibliográficos no Mendeley Desktop.
Fonte: Biblioteca dos autores no Mendeley Desktop.
Na medida em que postamos as videoaulas no YouTube e, posteriormente,
compartilhamos no ambiente virtual de aprendizagem, procedemos com a análise das
estatísticas de acesso em tempo real, que serviu, juntamente com as atividades propostas, de
critério para avaliação do desempenho da turma, principalmente por causa do modo privado
no qual disponibilizamos os vídeos. Por se tratar de um curso intrinsecamente prático,
dispensamos o uso de textos e slides, com exceção da aula introdutória e do tutorial de
apresentação do Google Classroom. A figura 4 ilustra o quantitativo de acesso e o tempo de
duração de cada uma das videoaulas:
326
�Figura 4 - Quantitativo de acesso e tempo de duração das videoaulas.
Fonte: Canal do curso no YouTube (31/12/2017).
Encerraremos parcialmente a discussão sobre a experiência em aliar duas plataformas
como Mendeley e Google devido às diversas variáveis que podem ser consideradas em
estudos futuros, como parte da rotina de trabalho do serviço de referência nas bibliotecas onde
atuamos.
4 CONSIDERAÇÕES PARCIAIS
Desde o nosso primeiro contato com o Mendeley, sabíamos do desafio que seria
explorá-lo e divulgá-lo no ambiente universitário. Apesar de termos constatado o seu uso
pelos usuários de uma biblioteca da área de Ciências Exatas e em treinamentos de
normalização de trabalhos acadêmicos nas Ciências Sociais Aplicadas, incorporá-lo ao
catálogo de treinamentos das bibliotecas das demais áreas, e entre os seus respectivos
bibliotecários, constituiu-se na motivação para uma abordagem mais detalhada sobre os
gerenciadores de referências.
Quando comparado a EndNote e Zotero, que, é importante salientar, têm um valor
bastante significativo no meio acadêmico, o Mendeley foi o que demonstrou maior alcance na
intenção de pesquisas no Google e no quantitativo de alunos e professores que frequentaram
os treinamentos presenciais que ministramos. Assim, estender esses treinamentos na
327
�modalidade a distância fez-se crucial não apenas visando a um maior público de usuários da
ferramenta, mas também como uma forma de lançar as bases para um legítimo serviço de
referência virtual.
Os principais discursos e as principais dúvidas compartilhadas pelos alunos no
ambiente virtual de aprendizagem referiram-se, basicamente, ao porquê de optarmos pela
disponibilização das videoaulas no modo privado do YouTube; à dificuldade ao navegar no
Mendeley devido à configuração do idioma (unicamente em língua inglesa); ao conflito de
instalação dos plugins no Microsoft Word, dependendo da versão do editor de texto; e a de
que forma proceder com o upload dos prints referentes às telas do gerenciador para
comprovação das atividades realizadas.
Ao término do curso, convidamos a turma para responder ao questionário de avaliação
enviado pelo Google Forms, cujas respostas serão analisadas e consideradas para a formação
de novas turmas, adequação do material instrucional, autocrítica dos tutores, elaboração de
relatório de avaliação como instrumento para futuras tomadas de decisão e prestação de
contas junto ao Mendeley por se tratar de uma iniciativa de extensão às metas submetidas
pelos tutores ao programa Mendeley Advisor. Pretendemos, ainda, estender as vantagens do
Mendeley na universidade por meio do Mendeley Institutional Edition (MENDELEY, 2017).
Sobre o Google Classroom, a plataforma intuitiva e amigável foi bem avaliada tanto
pelos tutores quanto pela maioria dos alunos do curso, tendo em vista as primeiras respostas
que obtivemos a partir do envio do questionário de avaliação.
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330
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Treinamento a distância sobre o gerenciador de referências Mendeley.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Francisco Edvander Pires; Santos, Izabel Lima dos; Lima, Juliana Soares
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta o percurso metodológico, por meio de relato de experiência, do planejamento e execução de um curso a distância sobre o gerenciador de referências Mendeley, realizado através do ambiente virtual de aprendizagem Google Classroom. Discute o aporte teórico acerca do Mendeley com base em publicações que o inserem no contexto acadêmico da Web 2.0 e que trazem um comparativo com os gerenciadores EndNote e Zotero. Utiliza a pesquisa netnográfica como método e a observação participante como estratégia de coleta de dados, aliada ao discurso do sujeito coletivo em comunidades virtuais de pesquisadores. Comprova o amplo alcance do Mendeley a partir das técnicas de Search Engine Optimization, onde a ferramenta Google Trends foi utilizada com o objetivo de comparar, nacional e internacionalmente, o alcance dos gerenciadores de referências demonstrados nos resultados de busca do Google. Aborda o conteúdo produzido para as videoaulas do treinamento online, destacando os softwares de gravação e edição, as atividades propostas, o quantitativo de acesso e o tempo de duração dos vídeos postados no YouTube. Conclui, parcialmente, apresentando as principais dúvidas compartilhadas pelos alunos no Google Classroom, e ressalta que haverá produções futuras a partir das respostas obtidas com o questionário de avaliação enviado ao término do curso.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5295/SNBU2018_028.pdf
dbbbb8468290cebe0317a7a0f5694150
PDF Text
Text
Eixo I
Inovação e Criação
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E O BIBLIOTECÁRIO DO FUTURO
INFORMATION TECHNOLOGIES AND THE LIBRARY OF THE FUTURE
Resumo: Refere-se a uma pesquisa que tem como objetivo principal analisar o diferencial do
bibliotecário neste mercado tecnológico tão competitivo. Deste objetivo geral, decorrem os
seguintes objetivos específicos: avaliar a atuação do bibliotecário em instituições privadas que
lidam com as tecnologias de informação, analisando assim quais atividades o profissional
executa nestas instituições e quais as necessidades empresariais frente a esse mercado tão
competitivo; demonstrar o diferencial do bibliotecário em instituições privadas trabalhando
com as tecnologias da informação e analisar a importância das tecnologias da informação para
as instituições privadas, como essas tecnologias auxiliam as grandes instituições a ganharem
vantagens competitivas, frente ao mercado globalizado. Discute os principais conceitos
relacionados às tecnologias informacionais, apresentar as competências e habilidades
empresarial. Mostra como as tecnologias da informação otimizam o trabalho desenvolvido
pelo bibliotecário nas empresas, tornando as respostas mais rápidas, precisas e fidedignas e
ainda auxiliando na organização, disseminação, seleção e recuperação das informações
necessárias para a tomada de decisões empresariais. Constatamos que o bibliotecário deve ser
antes de tudo um mediador e disseminador de informação, para que esta possa se transforma
em conhecimento, usando também para otimizar seus serviços às ferramentas tecnológicas,
deve possui capacidade de sugerir soluções e mudanças inovadoras nas organizações, e
também ser capaz de trabalhar com profissionais de áreas afins, ou seja, deve trabalhar bem
em grupo, agregando valor ao seu serviço. Esse profissional deve estar sempre buscando se
atualizar, principalmente no que diz respeito às tecnologias da informação. Este estudo
apresenta como resultado a necessidade do bibliotecário investir no desenvolvimento de
habilidades tecnológicas e gerenciais, e ainda em competências múltiplas em seu campo de
atuação profissional que permitam o planejamento e gerenciamento de sua própria carreira.
Percebeu-se que saber utilizar as tecnologias da informação para otimizar os serviços
informacionais prestados pelos os bibliotecários se tornou um grande diferencial para o
grande nicho de mercado deste profissional, oferecendo grande oportunidades de trabalho.
Palavras-chave: Tecnologias da Informação. Mercado de Trabalho. Atuação Profissional.
Gestão da Informação.
297
�Abstract: Refers to a study that aims to analyze the differential librarian in this technological
market so competitive. This general goal, derive the following specific objectives: to evaluate
the role of the librarian in private institutions dealing with information technology, thus
analyzing which performs professional activities in these institutions and what the business
needs facing this very competitive market; demonstrate differential librarian in private
institutions working with information technology and analyze the importance of information
technologies for private institutions, as these technologies help large institutions to gain
competitive advantage against the global market. Discusses the main concepts related to
information technologies, the competences and skills required librarian who want to act
together with TI's in enterprise information management. Shows how information
technologies optimize the work of the librarian in business, making the most rapid, accurate
and reliable answers and even assisting in the organization, dissemination, selection and
retrieval of information necessary for making business decisions. We note that the librarian
should be primarily a facilitator and disseminator of information, so that it can be transformed
into knowledge, using also to optimize its services to technology tools, must have ability to
suggest solutions and innovative change in organizations, and also be able to work with
professionals in related fields, is must work well together, adding value to your service. This
professional should always be looking to upgrade, especially with regard to information
technology. This study has resulted in the need for the librarian to invest in the development
of technological and managerial skills, and even multiple skills in their professional field to
enable planning and managing their own career. It was realized that knowing how to use
information technology to optimize information services provided by librarians became a
great advantage for the large niche market of professional, offering great job opportunities.
Keywords: Information Technology. Labour market. Professional performance. Information
Management.
INTRODUÇÃO
Devido às mudanças ocorridas nas últimas décadas, principalmente no mundo do
trabalho, surgem novos modelos trabalhistas marcados pela flexibilidade, pela crescente
busca de inovação tecnológica e por um modelo de gestão atual e dinâmico. De acordo com
Martins (2004) o trabalhador é agora o responsável pelo seu próprio emprego. O tradicional
funcionário cumpridor de tarefas repetitivas e monótonas tende a desaparecer para dar lugar
a um novo perfil de empregado que usa a inteligência, a inovação, a criatividade, a
flexibilidade, a multidisciplinaridade, a iniciativa própria para encontrar solução aos
conflitos, e, sobretudo, desenvolve competências que possibilitem o planejamento,
gerenciamento
e a educação
continuada em sua própria
carreira profissional,
independentemente da oferta de empregos existentes no mercado de trabalho, garantindo sua
empregabilidade. No que tange a atuação do bibliotecário gestor de conhecimento
empresarial auxiliado pelas ferramentas tecnológicas, que é o foco desta pesquisa, essas
298
�qualidades são extremamente importantes para que o profissional tenha êxito e sucesso em
sua inserção nesse mercado tão competitivo e dinâmico.
É exigido que esses profissionais estejam atentos às mudanças ocorridas, não
somente as da área, mas as que estão ocorrendo no mundo. O profissional da informação
deve estar ligado a possibilidades de integração com outros profissionais, para que juntos,
possam vir a cumprir de forma mais eficiente a missão da instituição na qual prestam
serviço.
Compreendemos que o bibliotecário lida com a gestão de informação em diversos
tipos de suporte e que atualmente esse profissional é auxiliado pelas as Tecnologias da
Informação. Com isso apontamos como a problemática dessa pesquisa o diferencial dos
bibliotecários como profissional responsável pela gestão da informação auxiliado pelas
tecnologias da informação na recuperação, armazenamento, indexação, classificação e
catalogação das informações pertinentes a essas organizações, otimizando seus serviços,
dando respostas rápidas para a tomada de decisão.
A presente pesquisa se justifica por trazer uma importante contribuição aos
bibliotecários e aos estudantes de biblioteconomia, na medida em que se propõe a despertálos para as necessidades informacionais e tecnológicas das organizações e mostrar o
diferencial desse profissional nesse mercado de trabalho. A partir dessas considerações, o
presente estudo pretende responder às seguintes questões: O que o mercado de trabalho
espera e quer do bibliotecário que lida e manuseia as tecnologias da informação? O mundo
do trabalho demanda um perfil profissional específico ao bibliotecário que trabalha com
Tecnologias Informacionais? Qual o diferencial deste profissional neste mercado tão
competitivo? Tendo por base os questionamentos anteriormente citados, definimos como
objetivo geral: analisar o diferencial do bibliotecário neste mercado tecnológico tão
competitivo. Deste objetivo geral, decorrem os seguintes objetivos específicos: avaliar a
atuação do bibliotecário em instituições privadas que lidam com as tecnologias de
informação, analisando assim quais atividades o profissional executa nestas instituições e
quais as necessidades empresariais frente a esse mercado tão competitivo; demonstrar o
diferencial do bibliotecário em instituições privadas trabalhando com as tecnologias da
informação, pois este profissional é o responsável por organizar, selecionar, filtrar, tratar,
disseminar as informações produzidas pela empresa e disponibilizá-las aos administradores
para a tomada de decisão eficaz e analisar a importância das tecnologias da informação para
299
�as instituições privadas, como essas tecnologias auxiliam as grandes instituições a ganharem
vantagens competitivas, frente ao mercado globalizado.
REVISÃO DE LITERATURA
As tecnologias da Informação trouxeram mudanças para todos os setores e para
acompanhar essas transformações econômicas e sociais as organizações e os profissionais de
diversas áreas necessitam de atualização e capacitação, incorporando de forma positiva à sua
rotina a essas mudanças, e o profissional bibliotecário deve procurar se adequar a esses
novos paradigmas.
Para Silva e Arruda (1998) a tarefa do bibliotecário atualmente, é investir na sua
capacitação para a utilização das ferramentas tecnológicas, proporcionando um maior
controle e gerenciamento do fluxo de informação no ambiente empresarial. Mas, para que
isso ocorra, deve-se primeiro trabalhar o processo de integração do bibliotecário com a
equipe, e o processo de treinamento e planejamento da instalação da unidade de informação.
Essas atividades tendem a deslocar de sua função anterior, de ser um profissional que
trabalha apenas com o processamento técnico das informações, para um profissional que faz
avaliação e análise de suas tarefas, tendo a função de agregar mais valor, com recursos
informacionais e estudos do usuário e das tecnologias da informação.
Silva e Cunha (2002) apontam como itens fundamentais na formação e na vivência
do profissional bibliotecário:
nessa sociedade
deve saber como
manejar as informações adquiridas, como comunicá-las, como produzir novos
conhecimentos;
b)
c)
De acordo com Valentim (2002), para o bibliotecário obter sucesso profissional, ele
deve buscar atender totalmente as necessidades dos usuários da informação, precisa tomar a
iniciativa em buscar cooperação com áreas afins e se atualizar constantemente,
300
�principalmente no que diz respeito às tecnologias, conduzir bem o processo de recuperação e
disseminação da informação, guiar os usuários pelos caminhos do conhecimento, saber
explicar os procedimentos de recuperação e uso da informação para o seu proveitoso uso.
Ainda segundo Valentim (2002), há quatros fatores importantes para uma melhor
atuação do bibliotecário nesse novo cenário tecnológico que acelera o fluxo de informação:
ter experiência profissional (técnica/científica); saber usar tecnologia de informação; ter
domínio de pelo menos uma língua estrangeira (inglês); ter domínio da web e de ferramentas
para a conectividade. Alguns autores acreditam que as tecnologias tornam-se muitas vezes
empecilho para outras atividades serem desenvolvidas pelos bibliotecários, mas para outros
poderá o bibliotecário agregar essas ferramentas em quaisquer atividades a serem
desenvolvidas.
Como afirma Valentim (2002) o bibliotecário tem que ir além de um profissional
técnico, ou seja, deve ser um profissional que saiba utilizar muito bem os bancos de dados,
para a obtenção da informação, periódicos on-line, e-books, catálogos de bibliotecas,
bibliotecas virtuais, entre outros. As organizações que detém grande quantidades de
informações relevantes ainda sentem-se inseguras quanto ao processo de tomada de decisão,
devido ao excesso de informação, da oferta excessiva de novas tecnologias presentes na
atualidade e da necessidade de captar informações de forma rápida.
Devido a esse fato, as grandes organizações estão recorrendo cada vez mais às
empresas de gerenciamento de informações para se aconselharem, buscando assim,
bibliotecários aptos a gerenciar os fluxos e estoques de informações, de forma a eliminar as
informações irrelevantes para a empresa e automatizar o fluxo de informação pertinente
tornando mais rápida sua recuperação. De acordo com Oliveira e Silva (2006), existe
atualmente no mercado demanda por profissionais da informação em organizações
desenvolvendo, implantando e operando dispositivos tecnológicos para com isto, filtrar,
analisar, sintetizar e disseminar essa avalanche de informações. O bibliotecário deve buscar
estar sempre se atualizando neste novo contexto tecnológico que se modifica
constantemente. O bibliotecário que se destaca hoje tem de ser capaz de fazer as mudanças
acontecerem e tornar-se indispensável através da disseminação da informação em todos os
níveis e em todos os locais de sua atuação, transformando qualquer unidade de informação
em ambientes dinâmicos, em constante evolução (SILVA, 2005, p.11).
301
�Esses profissionais devem ter habilidades de investigar e buscar soluções, habilidades
de raciocínio buscando sempre o novo a partir de conhecimentos prévios obtidos,
acompanhando assim as evoluções e exigências da sociedade da informação.
Dentre esses atributos pessoais exigidos dos bibliotecários pelo mercado de trabalho
podemos elencar baseados nos conceitos propostos por Rizzo (2006): a cultura e
conhecimento
remete à ideia de um conhecimento generalista dos assuntos sem obstruir a
concepção da especialização, o bibliotecário é um profissional multidisciplinar, tendo que
conhecer diversas temáticas para a execução de suas tarefas de controle e organização da
informação; organização
saber aplicar as funções da administração, direção e controle, ele
deve conhecer as atividades desenvolvidas pela a administração da organização na qual está
inserido, promovendo a disseminação pertinente à tomada de decisão; criatividade e
empreendedorismo
ter a capacidade de inovar de forma constante para uma maior
competitividade, ter visão de mercado buscando empreender e criar novos serviços na
unidade de informação, otimizando o ambiente para que se torne agradável.
Atualmente, de acordo com Martins (2004), podemos destacar algumas qualificações
fundamentais para a formação do perfil profissional do bibliotecário, tais como: domínio das
tecnologias de informação, saber manusear as tecnologias para lhe auxiliar em suas
atividades diárias, melhorando os serviços oferecidos pela unidade de informação; aquisição
de mais de um idioma; capacidade de comunicação e de relacionamento interpessoal, ser
comunicativo é uma característica importante para o bibliotecário, principalmente, no que
concerne a conhecer às necessidades dos usuários, para atendê-las da melhor maneira;
capacidade gerencial e administrativa, o bibliotecário é chamado a ser gestor de centros de
informação, tendo que desenvolver com isto suas capacidades administrativas; administração
estratégica, as empresas querem e buscam bibliotecários que coloquem a informação a
disposição de forma ágil, para suprir as necessidades competitivas na tomada de decisão;
educação continuada, buscar estar sempre se atualizando, especializando-se em sua área de
atuação; planejamento estratégico, traçar metas e objetivos para serem executados a longo e
curto prazo dentro da unidade de informação para atender os diversos setores da empresa,
por exemplo se a TI utilizada está atendendo aos usuários; adaptabilidade social, se adaptar
às mudanças empresariais, sendo de fácil convívio com os diversos profissionais da
instituição; visão interna e externa do ambiente, conhecimento do todo da organização,
atendendo assim aos usuários internos e externos da empresa; gestão participativa
envolvendo todos os funcionários da unidade de informação, esta questão compreende o
302
�trabalho em grupo envolvendo os funcionários do setor no qual se está inserido; tomada de
decisões compartilhadas, significa informar a todos os funcionários sobre as decisões que
estão sendo tomadas pelo o bibliotecário gestor, quais mudanças serão implantadas; trabalhar
em equipe de forma globalizada e regionalizada, ou seja, saber trabalhar com o todo da
organização, mas também, com um grupo em particular; deve ser participativo, flexível,
inovador, criativo, delegar poderes facilitando a interação entre os níveis hierárquicos e a
comunicação entre eles.
Para Potter (2005) o bibliotecário deve gerenciar e organizar sua unidade de
informação com os preceitos das organizações modernas, com uma visão centrada no ser
humano como um sistema aberto, participativo, com responsabilidades, voltado para
interação com o meio externo apresentando características de administração estratégica,
flexibilidade na hierarquia da unidade, exercendo controle sobre resultados, trabalhando em
equipe de forma compartilhada, capacitando e avaliando a informação, utilizando uma visão
sistêmica da realidade, aumentando a capacidade organizacional de sua unidade de
informação, criando novas informações e disseminando as mesmas e, por fim, inovando.
As vantagens competitivas, que uma organização adquire numa economia de
informação, baseiam-se em sua capacidade de adquirir, tratar, interpretar e utilizar a
informação de forma eficaz. A liderança do mercado será das organizações que melhor
souberem dar importância e gerenciar tais informações (MCGEE; PRUSAK, 1994, p.3). No
contexto da gestão da informação, a grande quantidade de informações que se necessita
dentro de uma organização para torná-la competitiva, requer conhecimento especializado por
parte de quem a gerencia.
Sabe-se que os bibliotecários são os profissionais que tem competência para lidar com
as informações. Administram, além das informações de fontes internas, as obtidas
externamente. Bibliotecários empresariais começaram a expandir a sua visão, a trabalhar mais
diretamente com os usuários, atendendo às necessidades dos mesmos.
Em relação a esse novo ambiente tecnológico organizacional, os profissionais da
informação devem dispor de competências para que tenham sucesso frente a esses novos
desafios. De acordo com Dias e Beluzzo (2003, p. 104), essas novas competências
envolvem: noção generalizada de tecnologia, com visão integrada do tratamento e do uso da
informação; sensibilidade para antever os vários usos possíveis da informação e do
conhecimento coletados ou produzidos internamente; capacidade de articulação com os
diversos agentes do fluxo e ciclo da informação (geração, coleta, armazenamento,
303
�disseminação e acervo); conhecimento das técnicas e recursos da tecnologia da informação
(redes, hipertexto, hipermídia, recuperação e armazenamento de texto, arquivamento
eletrônico de documentos e novas mídias de armazenamento); capacidade de análise e
síntese; mecanismos para contornar o problema de relevância da informação face ao seu
crescente volume e familiaridade com a estrutura, categorização, indexação, fontes de
informação, mecanismos de transferência de dados e com os softwares disponíveis. Essas
competências fazem-se necessárias ao bibliotecário que busca se destacar nas grandes
organizações, desenvolvendo suas atividades auxiliados pelas tecnologias da informação que
estão cada vez mais presentes no dia-a-dia do fazer biblioteconômico.
do acesso às estantes e sim atuarem como portais, mapeadores e auditores de fontes, internas
apud DIAS;
BELUZZO, 2003, p. 29).
No âmbito do ambiente empresarial, ele assume uma nova postura, buscando
contribuir para o sucesso da empresa. Percebe-se que, hoje, as mudanças acontecem
rapidamente e que é necessário um profissional que possa estar buscando e tratando
constantemente essas informações. Outro fator importante é promover o acesso a essas
informações. Para isso é primordial conhecer seus clientes. Mas, para ser eficaz, é importante
o cumprimento de alguns fatores, como conhecer a organização em que trabalha, seu
objetivo, sua missão. O bibliotecário, como profissional da informação, deverá oferecer uma
informação diferenciada, devendo estar atento aos hábitos e motivos dos usuários/clientes.
Segundo Rezende (2002), o bibliotecário gestor de informação empresarial, deve
abranger a coleta de dados, o fluxo e a disponibilização de informações empresariais
baseadas nas necessidades dos usuários e nos objetivos e missão da empresa. Os
bibliotecários devem tratar e analisar as informações para que elas possam ser repassadas aos
usuários e transformadas em conhecimento estratégico.
Sobre o processo de gerenciamento organizacional, alguns requisitos são necessários
aos bibliotecários: formular o problema; identificar as necessidades de informação;
localizar/capturar
informações
adequadas;
analisá-las,
interpretá-las;
manipulá-las,
personalizá-las; distribuí-las, armazená-las, ordená-las e utilizá-las. (SIMPSON, 1994 apud
DAVENPORT, 1998, p.61). O profissional da informação deverá produzir serviços e
produtos de informação, para uma maior eficiência na execução da estratégia organizacional.
Nessa fase é importante o usuário conhecer suas necessidades para que o gestor da
304
�informação possa disponibilizar para ele a informação de que realmente precisa [...] além de
educar os gestores e pessoal técnico para discernir o que é importante e para quem,
implementar mecanismo de seleção e monitoramento e, inclusive, distribuição de
informações. Segundo Rezende (2002), a função dos bibliotecários das empresas não é
apenas o de dar acesso à informação, mas, também, o de decifrar o seu valor estratégico para
uso oportuno dos administradores da organização. Os gestores precisam saber qual
informação é necessária, como encontrá-la e como apresentá-la para melhorar a tomada de
decisão e a ação organizacional, ainda de acordo com Rezende (2002), a função do
bibliotecário enquanto gestor da informação empresarial é: conhecer o usuário, tendo em
vista a satisfação de suas necessidades de informação; avaliar fontes de informação;
selecionar a informação; dar tratamento técnico à informação; recuperar a informação;
gerenciar a informação; mediar à informação; buscar e gerar informações estratégicas; gerir
o conhecimento empresarial; disseminar seletivamente a informação; e preservar a história
organizacional.
O bibliotecário tem uma grande responsabilidade. Uma vez que os gestores sentem
dificuldades em definir o que eles querem, torna-se importante que o profissional entreviste e
conheça as necessidades de informação dos seus usuários e, posteriormente, localize essas
informações e verifique a disponibilidade da mesma, seja no ambiente interno ou externo da
empresa. Outro fator importante é mostrar o caminho, como o usuário poderá ter acesso à
informação. Uma boa estratégia é através da divulgação dos produtos e serviços de
informação; para ter sucesso nesse processo, o profissional da informação precisa ter
conhecimento das fontes de informação. Após a identificação e compreensão das
informações pertinentes aos usuários, o profissional terá que buscar/extrair a informação de
sua fonte de origem (BEUREN, 2007, p.69).
A importância do tratamento da informação é reconhecida hoje nos mais diversos
campos organizacionais. O bibliotecário é o profissional mais capacitado para desenvolver
este tratamento informacional ao filtrar, organizar, disseminar, armazenar, recuperar e
sintetizar essas informacionais para disponibilizar para os administradores e usuários/clientes
da empresa de forma rápida, precisa, atual.
A classificação da informação deverá levar em conta o usuário a partir da
identificação de suas necessidades. Desse modo, o profissional da informação criará um
sistema que poderá ser acessado pelo usuário através de um sumário ou índice que indica as
diferentes classes de informação. O armazenamento poderá ser feito de acordo com os meios
305
�mais antigos, como o papel, até os meios mais atuais, utilizando os recursos de tecnologia,
como os CD-ROMS (BEUREN, 2007, p.69).
Os bibliotecários gestores enfrentam hoje o desafio de gerenciar de forma efetiva as
informações empresarias, visando selecionar o que é necessário para a tomada de decisão,
devido a grande quantidade de informação produzida no mundo globalizado, fazendo um
filtro naquilo que é relevante. Os administradores lidam com informação em todos os
aspectos de seu trabalho; os gestores precisam de informações sobre seus clientes a fim de
oferecer o melhor serviço; eles usam informações sobre seus empregados para treiná-los
devidamente e criar incentivos para que estes ajam no melhor interesse da organização. As
unidades de informação são partes integrantes das instituições encarregadas de adquirir,
processar, armazenar e disseminar informações com o objetivo de satisfazer às necessidades
dos usuários.
É importante pensar nos desafios que o bibliotecário enfrenta em relação ao
gerenciamento da informação. Nessa perspectiva, é relevante refletir sobre o papel da
biblioteca e sua função dentro de uma organização. Nesse sentido, Mcgee e Prusak (1994,
p.110) argumentam que:
As bibliotecas da empresa, unidades de pesquisa e Centros de Recursos de
Informação (IRC-Information Resource Center) têm grande interesse na promoção
do papel de informações externas dentro da organização, e são geralmente
treinadas para identificação, aquisição, organização e armazenamento de materiais
gerados externamente, isso é, jornais, livros, relatórios adquiridos, etc.
Os bibliotecários nestas unidades de informação são responsáveis por analisar a
informação que oferecem e são solicitadas pelos usuários, a fim de descobrir suas reais
necessidades e assim realizar o filtro dessas informações, oferecendo conhecimento
fidedigno, verossímil, de forma rápida e precisa. Ainda segundo os autores, os bibliotecários
O bibliotecário precisa fazer uma
análise das informações, levando em conta as necessidades dos usuários e, verificando se a
informação que ele está disponibilizando realmente atende às necessidades dos usuários.
A atuação como gerente por parte de um bibliotecário em uma empresa exige
habilidades administrativas como capacidades de julgamentos, de decisão, liderança e de
enfrentar riscos e incertezas, pois ele possui a capacidade de moldar e influenciar nas
decisões administrativas institucionais.
as humanos, como os bibliotecários e gerentes da Toshiba, são a chave da
exploração- coleta. Eles podem acrescentar aos dados, contexto, interpretações,
306
�Outro exemplo, que se pode citar da participação do bibliotecário em uma empresa, seria a
empresa Hewlett-Packard, onde o bibliotecário é o responsável pela indexação de
documentos, tais como informações sobre funcionários, manuais de procedimento e
informações sobre a concorrência etc. Na verdade, as informações são disponibilizadas
nesses sistemas por cada departamento e, cada um fica responsável pelo tempo que ele
deverá ficar no sistema (DAVENPORT, 1998, p.190).
A tecnologia da informação permite que pessoas, grupos e organizações façam a
gestão de suas informações eficaz e eficientemente, elas facilitam as comunicações entre
pessoas dentro das organizações. Avanços na TI tornaram possível obter, gerir e usar
quantidades enormes de informações a um custo relativamente baixo. A TI mudou o modo
como as organizações e pessoas adquirem, processam, armazenam, recuperam, transmitem,
comunicam e usam a informação. A junção da TI com o trabalho seletivo do bibliotecário no
gerenciamento das tecnologias faz-se cada vez mais necessário nas grandes instituições
globalizadas.
p.182 apud DAVENPORT, 1998, p.182).
Uma das formas de aprimoramento e atualização do processo de gerenciamento da
informação que já se destaca é a gestão da informação, que Wah (2000, p.51) define como
sendo uma ferramenta gerencial para administrar o conhecimento e a informação e agregarlhe valor ao filtrá-la, sintetizá-la e resumi-la, permitindo aos utilizadores trabalhadores do
conhecimento/tomadores de decisão, conseguir a informação necessária para passar à ação.
Empresas de grande porte vêm utilizando a gestão da informação para facilitar o
fluxo de informação nos seus diversos segmentos operacionais. Observa-se, de acordo com
Wah (2000), que as empresas, não possuem habilidades e capacidade para organizar e
capitalizar suas informações. Sendo assim, o papel da gestão da informação pode ser,
justamente, uma estratégia empresarial que tem como foco principal explorar os recursos já
existentes na empresa, nos quais os usuários encontram e empregam as melhores práticas, e,
transformam conhecimentos tácitos que se referem à experiência, poder de inovação e
habilidades pessoais, em explícitos, que são ligados aos procedimentos e ferramentas
utilizadas, como as bases de dados, criando um ambiente de aprendizagem contínua.
307
�tanto na
comunicação e armazenamento dos dados, das informações e dos conhecimentos como na
uma empresa, maior a capacidade de aprender e lucrar com o compartilhamento da
informação e do conhecimento.
Segundo Albertin (2009), as tecnologias da informação se fazem presentes nas
situações organizacionais que envolvem informação. Trata-se de situações de natureza
humana e social já que a informação é um fenômeno humano e social. Lidar com a
adaptação e exploração delas nas organizações envolve uma estrutura de conhecimento de
natureza multidisciplinar, abrangendo aspectos tais como: as tecnologias; a informação; os
fenômenos humanos e sociais associados à produção, processamento e utilização da
informação;
os
fenômenos
da
adoção
e
utilização
das
tecnologias;
aspectos
comportamentais, ao nível dos indivíduos, dos grupos, das organizações relevantes para os
contextos da adoção e utilização das TI e suas aplicações; os métodos técnicas e ferramentas
aplicáveis na condução de atividades de gestão e de intervenção organizacional relacionadas
com a adoção e exploração das inovações tecnológicas pelas organizações.
E o bibliotecário ao se inserir nestas empresas deve estar atendo às necessidades
empresariais, às mudanças que ocorrem no mercado na qual a empresa atua e deve estar
sempre se atualizando, segundo Silva Filho (2013) levando em consideração os seguintes
aspectos: as organizações sentem a necessidade de se manterem aptas para competirem com
as suas congêneres, procurando utilizar práticas organizacionais que configuram níveis de
eficiência similares (ou superiores) às dos seus competidores; esta eficiência é em grande
parte afetada pelo suporte proporcionado pelas TI; ao longo das últimas décadas têm vindo a
normas de fato aplicáveis a determinados segmentos de mercado; a sua adoção e uso tornamse assim um imperativo para as organizações; são frequentes as inovações que viabilizam o
aparecimento de novas aplicações informáticas que, em muitos casos, levam a substanciais
mudanças no modo de organizar o trabalho; outras inovações têm viabilizado novos
negócios, nomeadamente aqueles em que o produto negociado é informação; a crescente
globalização das atividades econômicas cria novas necessidades de interação entre empresas
e, consequente, a necessidade de interoperabilidade das respectivas aplicações informáticas;
as constantes mudanças das configurações empresariais, com frequentes fusões e
autonomizações de unidades econômicas, aumentam significativamente os desafios de
308
�integração e de interoperabilidade das respectivas aplicações informáticas; a complexidade
das plataformas e das aplicações informáticas, a diversidade de produtos e a existência de
diversos paradigmas de implementação das plataformas e das aplicações cria situações de
difícil compatibilização, interoperabilidade, escalabilidade, capacidade de evolução e
manutenção; os computadores e as aplicações informáticas estão cada vez mais presentes no
dia a dia das pessoas, não só nos contextos de trabalho, mas também nos de educação, lazer,
entretenimento e ainda no relacionamento entre pessoas e entre pessoas e empresas e
instituições; a evolução da sociedade e o crescimento da capacidade dos cidadãos na
utilização de meios informáticos criam novos comportamentos e expectativas sociais com
que as empresas têm que lidar.
METODOLOGIA
Entende-se por pesquisa, a busca de uma solução para obter respostas e chegar a um
determinado entendimento. Segundo Cervo, Bervian (1996, p.
atividade voltada para a investigação de problemas teóricos ou práticos por meio do emprego
stigação se obtém conhecimento e descobre-se algo
sobre determinado objeto de pesquisa.
Toda pesquisa requer que se faça um apanhado do que já existe sobre o tema e
enfoque a ele relacionado. Portanto, inicialmente, fez-se uma pesquisa bibliográfica que de
nhecer as
diferentes formas de contribuição científica que se realizaram sobre determinado assunto ou
119).
Nesta perspectiva, esse estudo assumiu abordagem qualitativa, uma vez que buscou
compreender um fenômeno específico em profundidade, com aspectos da realidade que não
podem ser quantificados. Segundo Chizzotti (2005) o termo qualitativo implica uma partilha
densa com pessoas, fatos e locais que constituem objetos de pesquisa, para extrair desse
convívio os significados visíveis e latentes que somente são perceptíveis a uma atenção
sensível.
Quanto aos objetivos da pesquisa escolhemos uma pesquisa de caráter exploratório,
aprimoramento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos
309
�uma visão geral a
respeito de um determinado fato e que ainda permite ao pesquisador
ampliar seus conhecimentos acerca do estudo desenvolvido. De acordo com Trivinos (1987,
p. 109)
Os estudos exploratórios permitem ao investigador aumentar a sua experiência em
torno de determinado problema. O pesquisador parte de uma hipótese e aprofunda
seu estudo no limite de uma realidade especifica [...] então o pesquisador planeja
um estudo exploratório para encontrar os elementos necessários que lhe
permitam, em contato com determinada população, obter os resultados que
deseja.
Compreende-se então quais caminhos metodológicos serão percorridos para se
chegar a uma conclusão no desenvolvimento desta pesquisa. Sendo esta apenas uma
ampliação do conhecimento da realidade, possibilitando ainda o surgimento de novas
pesquisas a respeito desta temática em outros campos biblioteconômicos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente estudo pretendeu conhecer a atuação do bibliotecário frente às novas
tecnologias da informação. Para tanto, discutiu-se os principais conceitos relacionados às
tecnologias da informação e foram expostas as principais competências e habilidades
n
na prestação de serviços informacionais. Atualmente o mercado de trabalho exige
profissionais multidisciplinares, com uma grande variedade de competências profissionais e
pessoais, que saibam gerenciar serviços de informação auxiliados pelas tecnologias, de
maneira eficiente e eficaz para a sociedade da informação na qual estão inseridas. Cabe aos
bibliotecários não só conhecer as tendências do mercado, como também estar preparado para
atuar em consonância com elas. Nesse viés, o bibliotecário que trabalha com tecnologias da
informação deve estar sempre buscando se especializar, investir em educação continuada, e,
principalmente, na construção de caminhos alternativos para o seu desenvolvimento pessoal
e profissional. Constatamos que o bibliotecário deve ser antes de tudo um mediador e
disseminador de informação, para que esta possa se transformar em conhecimento, usando
também para otimizar seus serviços às ferramentas tecnológicas, ele deve ainda saber
inovadoras nas organizações, e também ser capaz de trabalhar com profissionais de áreas
afins, ou seja, deve trabalhar bem em grupo, agregando valor ao seu serviço. Esse
310
�profissional deve estar sempre buscando se atualizar, principalmente no que diz respeito às
tecnologias da informação. O bibliotecário utiliza-se das tecnologias da informação para
tratar, armazenar, filtrar, compartilhar e disseminar as informações de modo rápido para a
tomada de decisão acertada, trazendo resultados positivos e satisfatórios para a empresa. Este
estudo apresenta como resultado a necessidade do bibliotecário investir no desenvolvimento
de habilidades tecnológicas e gerenciais, e ainda em competências múltiplas em seu campo
de atuação profissional que permitam o planejamento e gerenciamento de sua própria
carreira. Percebeu- se que saber utilizar as tecnologias da informação para otimizar os
serviços informacionais prestados pelos os bibliotecários se tornou um grande diferencial
para o grande nicho de mercado deste profissional, oferecendo grande oportunidades de
trabalho.
REFERÊNCIAS
ALBERTIN, Alberto Luiz; ALBERTIN, Rosa Maria de Moura. Tecnologia de Informação
e Desempenho Empresarial, São Paulo: Atlas, 2009.
ANGELONI, Maria Terezinha. Organização do conhecimento, São Paulo: Saraiva, 2003.
BEAL, Adriana. Gestão estratégica da informação: como transformar a informação e a
tecnologia da informação em fatores de crescimento e de alto desempenho nas organizações.
São Paulo: Atlas, 2007.
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Mai. 2010.
BEUREN, Ilse Maria. Gerenciamento da Informação: um recurso estratégico no processo
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313
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Tecnologias da informação e o bibliotecário do futuro.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ferreira, Kauane Lysien Costa
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Refere-se a uma pesquisa que tem como objetivo principal analisar o diferencial do bibliotecário neste mercado tecnológico tão competitivo. Deste objetivo geral, decorrem os seguintes objetivos específicos: avaliar a atuação do bibliotecário em instituições privadas que lidam com as tecnologias de informação, analisando assim quais atividades o profissional executa nestas instituições e quais as necessidades empresariais frente a esse mercado tão competitivo; demonstrar o diferencial do bibliotecário em instituições privadas trabalhando com as tecnologias da informação e analisar a importância das tecnologias da informação para as instituições privadas, como essas tecnologias auxiliam as grandes instituições a ganharem vantagens competitivas, frente ao mercado globalizado. Discute os principais conceitos relacionados às tecnologias informacionais, apresentar as competências e habilidades necessárias ao bibliotecário que deseja atuar juntamente com as TI‘s na gestão de informação empresarial. Mostra como as tecnologias da informação otimizam o trabalho desenvolvido pelo bibliotecário nas empresas, tornando as respostas mais rápidas, precisas e fidedignas e ainda auxiliando na organização, disseminação, seleção e recuperação das informações necessárias para a tomada de decisões empresariais. Constatamos que o bibliotecário deve ser antes de tudo um mediador e disseminador de informação, para que esta possa se transforma em conhecimento, usando também para otimizar seus serviços às ferramentas tecnológicas, deve possui capacidade de sugerir soluções e mudanças inovadoras nas organizações, e também ser capaz de trabalhar com profissionais de áreas afins, ou seja, deve trabalhar bem em grupo, agregando valor ao seu serviço. Esse profissional deve estar sempre buscando se atualizar, principalmente no que diz respeito às tecnologias da informação. Este estudo apresenta como resultado a necessidade do bibliotecário investir no desenvolvimento de habilidades tecnológicas e gerenciais, e ainda em competências múltiplas em seu campo de atuação profissional que permitam o planejamento e gerenciamento de sua própria carreira. Percebeu-se que saber utilizar as tecnologias da informação para otimizar os serviços informacionais prestados pelos os bibliotecários se tornou um grande diferencial para o grande nicho de mercado deste profissional, oferecendo grande oportunidades de trabalho.
Language
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5291/SNBU2018_027.pdf
7415d55e647af8655c9d4cb23e4c619b
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Eixo I
Inovação e Criação
SERVIÇOS DE PUBLICAÇÃO POR BIBLIOTECAS
PUBLISHING SERVICES IN LIBRARIES
Resumo: Propõe revisão na literatura acerca de library publishing, denominado Serviço de
publicação por biblioteca ou Biblioteca publicadora. Evidencia características deste serviço de
publicação de conteúdos acadêmicos em acesso aberto especialmente livros digitais. Destaca
algumas razões pelas quais as bibliotecas desenvolvem atividades de publicação digital,
algumas vezes em parceria com a editora da universidade denominada university press.
Aponta processos de publicação digital e destaca diferenças do processo editorial tradicional.
Ressalta a importância da associação Library Publishing Coalition e das diferentes iniciativas
existentes no mundo destacando o programa de publicação da Dartmouth College. Comenta a
inclusão do serviço de publicação da Universidade de São Paulo. Aponta recursos
educacionais de capacitação e aprimoramento das habilidades necessárias ao processo de
publicação de livros digitais por bibliotecários e estudantes universitários e a importância
destes como futuros autores de produção acadêmica. Ressalta a importância do trabalho do
editor e do serviço de publicação em busca de maiores avanços para difusão da comunicação
acadêmica aberta.
Palavras-chave: publicação por biblioteca. serviços de publicação. livro digital. comunicação
acadêmica. editora de universidade.
Abstract: It proposes a literature review about library publishing, denominated library
publishing service or library publishing. It evidences features of this publishing service turned
to academic contents in open access especially digital books. It highlights some of the reasons
why libraries develop digital publishing activities, sometimes in partnership with university
press. It points digital publishing processes and highlights differences in the traditional
publishing process. It reinforces the importance of the Library Publishing Coalition
association and the different existing initiatives in the world highlighting the publication
program of Dartmouth College. Comments on the inclusion of the publication service of the
University of São Paulo. It points out educational resources for training and improvement of
the necessary skills to the process of publishing digital books with librarians and academic
students and their importance as future authors of academic production. Emphasizes the
importance of the publisher work and the publication service in the search of further enhance
progress of open scholarly communication.
287
�Keywords: library publishing. publishing services. digital book. scholarly communication.
university press.
1. INTRODUÇÃO
O modelo para publicação de conteúdo por bibliotecas se fortalece gradativamente nas
universidades em nível mundial. Difundido muito mais na Europa e América do Norte, os
serviços de publicação por biblioteca podem estar fundamentados numa parceria com editoras
university press. Este padrão difere no Brasil, onde universidades públicas em geral possuem
editoras que não mantem o esforço de colaboração e uso de expertise dos serviços de
biblioteca entre si.
A emergência de publicar conteúdos acadêmicos além dos padrões tradicionais a baixo
custo seja revistas, monografias entre outros, faz com que essa necessidade seja aplicada em
determinadas segmentos de forma a cooperar com a expansão dos serviços de publicação por
biblioteca em universidades que subsidiam os custos de publicações eletrônicas para resultar
em produção de alta qualidade a baixos custos.
O propósito deste trabalho é oferecer um panorama do serviço de publicação por
biblioteca ou library publishing e algumas das implicações existentes em diferentes iniciativas
para disseminar produção acadêmica, especialmente do livro digital envolvido pelo contorno
do acesso aberto.
2. REVISÃO DE LITERATURA
Recentemente as atividades de publicação por biblioteca acadêmica ou de pesquisa
caracteriza-se por uma notável expansão, apesar da prática das atividades em si ser pouco
descritas. O grande esforço empreendido para publicar revista ou livro é feito, na maioria das
vezes, por uma equipe restrita ou por apenas um profissional bibliotecário ou outro incumbido
de realizar múltiplas tarefas. Segundo (BONN; FURLOUGH, 2015),
final do século XX, as possibilidades inspiradas por tecnologia digital e
comunicação em rede, emparelhada com o aumento da insatisfação do consumidor
com os custos e restrições de uso imposta por editores comerciais, levou algumas
bibliotecas a explorar ativamente meios alternativos e modelos para publicação
288
�O mundo digital favoreceu a condução do fluxo de trabalho da publicação acadêmica
permitindo a edição dos múltiplos processos em plataformas que tornam visível o conteúdo
restrito seja por proteção aos direitos autorais, limitação no acesso; posteriormente disponível
em repositórios por se tratar de produção desenvolvida no contexto acadêmico-científico e/ou
concebidos em livre acesso.
Uma das características da biblioteca publicadora está no fato de proporcionar maior
acesso a um número maior de publicações pela promoção e recuperação de conteúdos
revisados e aumentados, transformados em novas edições ou produções inéditas que não
encontram um canal de transmissão fora dos padrões convencionais, para tornar público temas
ou pesquisas estudados e desenvolvidos durante tempo considerável de investigação do autor.
Neste contexto, a associação independente Library Publishing Coalition (LPC)33,
liderada por bibliotecas acadêmicas, de pesquisa e consórcios de bibliotecas comprometidos
com publicações acadêmicas, define o serviço de publicação por bibliotecas
conjunto de atividades lideradas por bibliotecas de universidades para apoiar a criação,
divulgação e curadoria de trabalhos acadêmicos, criativos e/ou educacionais
Este novo conjunto de atividades que o serviço de publicação por biblioteca precisa
administrar, incentiva uma análise de prioridades das tarefas nas diferentes atividades, este é o
momento em que o dirigente e sua equipe podem repensar os serviços existentes, as rotinas de
trabalho e dispensar o que se tornou obsoleto para estabelecer ações inéditas como assumir a
nova missão de colaborar com autores e editores na publicação de novos conteúdos digitais
para proporcionar maior acesso às edições produzidas na universidade.
O serviço de publicação por biblioteca é considerado atividade definida como
subcampo da publicação por ser executada em universidades, subsidiada pelo orçamento da
biblioteca e por não ter fins lucrativos (SKINNER et al, 2014, p.1), transmitido em acesso
aberto.
Bibliotecários, editores e a comunidade acadêmica poderão usufruir do conhecimento
de cada um para dimensionar o trabalho dos serviços de publicação por biblioteca, aqui
trabalho editorial, que também poderá se desenvolver com o suporte da editora da
universidade voltada para publicação de conteúdos impressos e digitais.
33
Website: https://librarypublishing.org/
289
�Ferwerda (2010, p.92) define publicação em acesso aberto como [...] validação e
certificação dos resultados de pesquisa, incluindo todo o processo de revisão, edição, design,
produção, marketing e distribuição .
As dificuldades na publicação de conteúdos impressos servem de incentivo para que
bibliotecas de instituições universitárias se movimentem em torno da publicação digital de
livros, revistas, entre outros; disseminados por plataformas abertas a baixo custo pela
característica de cooperação existente neste modelo.
Tracy (2016, p.5) afirma que publicação no contexto da biblioteca é definida como um
esforço intencional de capturar um conjunto amplo de atividades. Atividades que envolvem
seleção, revisão por pares, gerenciamento de workflow, edição, distribuição e marketing.
Este contexto estabelece rota alternativa para divulgação da comunicação científica e
acadêmica sem a intermediação de editores profissionais, editoras poderosas responsáveis
pelo desenvolvimento de novas soluções e modelos de negócios geradores de alta
rentabilidade.
O serviço de publicação por biblioteca é requisitado pela comunidade em busca de
orientação e ajuda prática para alguns aspectos de edição e composição de conteúdos
derivados de pesquisas. Muitas vezes, é difícil para os autores encarregarem-se das inúmeras
exigências do mercado profissional editorial altamente seletivo, que dificilmente atende as
iniciativas destes autores de forma a disseminar sua produção intelectual em conteúdo digital
indefinidamente, guardadas as devidas licenças de autoria e de publicação.
Outra dificuldade vai de encontro a editores que publicam autores e temas
consagrados. Ferwerda34 (2010, p.91) descreve a impossibilidade dos editores em manter a
sustentabilidade do modelo tradicional para publicação dos trabalhos por diversos motivos,
obrigando-os a adotar maior rigidez na seleção de obras disponíveis para publicação
dores acadêmicos mais seletivos, dificuldade de jovens pesquisadores e autores iniciantes
35
.
Somado às dificuldades dos editores com custos de produção de livro em valores
muito superiores se comparados aos artigos de revistas por envolver arte-finalistas,
especialistas para composição de capa, editores de conteúdo, restrições econômicas impostas
34
Eelco Ferwerda, coordenador do OAPEN (Open Access Publishing in European Networks) e publicador
digital de conteúdos da Editora da Universidade de Amsterdam.
35
[...] Academic publishers have been forced to become more selective in the books they publish; authors, in
particular young researchers and first-time authors, have found it harder to find a press willing to publish their
work.
290
�às bibliotecas universitárias obrigando-as à redução de novas aquisições de obras digitais e
impressas.
O serviço de publicação por biblioteca se transforma em busca de um conjunto de
soluções para viabilizar o acesso à comunicação acadêmica pela divulgação de conteúdos
abertos, ao mesmo tempo em que agrega o novo papel em atribuições cotidianas; porém
existem outros programas que trabalham com assinaturas e modelos tradicionais (HAHN,
2008, p.24).
Os processos do novo modelo de publicação acadêmica digital podem diferenciar-se
daqueles para impressão, pois poderão ser escolhidos pelos editores da biblioteca ou da
editora da universidade conforme as necessidades dos autores: criação; seleção; avaliação;
incluindo revisão por pares; edição e marcação; design; composição; layout; produção de
formatos específicos (online, impresso, digital, multiformato); marketing e descrição;
distribuição e vendas (McCormick, 2015, p.60).
Neste contexto o serviço de publicação por biblioteca tem muito a oferecer, podendo
participar das fases de edição, produção, publicação, definição de metadados, operação em
plataformas de publicação, disseminação de conteúdos e distribuição.
A biblioteca e a editora da universidade estão ligadas em suas missões: a primeira por
oferecer informação e manter o acesso gratuito e em longo prazo; a outra pela busca de
autores e público além da universidade e a receita gerada pelo valor agregado dos serviços
oferecidos (Courant; Jones, 2015, p.35).
3. METODOLOGIA
Este trabalho evidencia os serviços de publicação por bibliotecas existentes no Library
Publishing Coalition Directory36(LPC Directory), ano base 2018, com destaque para o
programa da Dartmouth College. Além disso, fornece uma visão geral do programa de
biblioteca da Universidade de São Paulo divulgada no mesmo.
O Diretório fornece o perfil resumido das iniciativas em andamento de programas de
publicação anuais em mais de 125 bibliotecas acadêmicas e de pesquisa no mundo; reunindo
informações de interesse para criadores de conteúdo, bibliotecários, editores acadêmicos,
desenvolvedores de plataformas, àqueles que pretendem instituir algum tipo de suporte de
publicação de finalidade acadêmico-científico e agências de financiamento. As informações
36
Library
Publishing
Coalition
Directory
content/uploads/2017/03/LPC_LPDirectory2018.pdf >
<
https://librarypublishing.org/wp-
291
�descrevem os serviços oferecidos aos autores, número e tipos de publicação, recursos
financeiros, equipe envolvida, tipo de acesso.
3.1 The
- Dartmouth College37
Iniciado em 2002, o Programa de Publicação Digital da Biblioteca Dartmouth College
enfoca o fornecimento de publicações acadêmicas em acesso aberto publicadas. O trabalho
colaborativo distribui-se pelas unidades/departamentos de biblioteca para publicação de
revistas, livros e projetos de trabalho acadêmico digitais, destacando-se: marketing;
divulgação; treinamento; análise; catalogação; metadados; registro de ISSN38; atribuição de
Digital Object Identifier (DOI), suporte para open URL; gerenciamento de revisão de pares;
desenvolvimento de modelo de negócio; preparação de orçamento; conselho de autor;
digitalização; transmissão de áudio/vídeo; consulta via XML39.
O orçamento operacional da biblioteca é a fonte de financiamento, dotação de verba
entre outros. Em 2017 foram publicados dois títulos de revistas revisados por pares, quatro
livros digitais e 50 dissertações. O trabalho é feito com alunos editores de revistas em
parceria com a editora University Press of New England. Dentre as plataformas utilizadas
destacam-se CONTENTdm, software desenvolvido localmente e Bepress (Digital Commons)
e InDesign. Relativo à publicação de livros digitais em acesso aberto está disponível nos
formatos HTML40, PDF41 e ePUB42.
Os alunos podem participar de um programa de aprendizagem voltado em
experiências de publicação promovidas pela biblioteca tendo outros componentes como a
Feira de Publicação 43, iniciativas que apoiam o desenvolvimento das habilidades práticas de
trabalho da publicação digital.
O programa de publicação tem parceria com a editora University Press of New
England (UPNE) e tem como plano a expansão do número de edições digitais além de
oferecimento de suporte técnico à publicação de revistas coordenadas por estudantes.
37
<http://www.dartmouth.edu/~library/digital/publishing/index.html>
International Standard Serial Number.
39
eXtensible Markup Language.
40
HyperText Markup Language (Linguagem de Marcação de Hipertexto).
41
Portable Document Format (Formato Portátil de Documento).
42
Electronic Publication (Publicação Eletrônica): formato de arquivo digital padrão específico para livros
digitais.
43
Coordenado por Barbara DeFelice, diretora do Programa de Comunicação Acadêmica, Direitos Autorais e
Publicação e Laura Barrett, diretora de Educação e Divulgação na Biblioteca Dartmouth.
38
292
�Em nível nacional, o LPC Directory traz iniciativas da Universidade Federal do
Tocantins através do Núcleo de Pesquisa e Extensão Observatório de Pesquisas Aplicadas ao
Jornalismo e ao Ensino (OPAJE) e a Universidade de São Paulo pela atuação do Sistema de
Bibliotecas (SIBiUSP) destacando os serviços de publicação desenvolvidos: Portal de
Revistas USP e Portal de Livros Abertos da USP.
Dentre as inúmeras plataformas disponíveis para publicação de conteúdos de livros
digitais o SIBiUSP utilizou o Open Monograph Press (OMP-PKP), plataforma aberta para
gerenciamento e publicação de monografias e volumes editados. O fluxo de trabalho permite
a realização de avaliações internas e externas, edição do conteúdo, inserção de metadados e
publicação do conteúdo em acesso aberto.
Em 2016, o lançamento do Portal de Livros Abertos da USP pelo Sistema Integrado de
Bibliotecas da Universidade de São Paulo (SIBiUSP) promoveu a reunião e divulgação dos
livros digitais acadêmicos/científicos publicados em acesso aberto por docentes e/ou
funcionários técnico-administrativos da Universidade de São Paulo. Somando-se a esta
iniciativa, a Pró-Reitoria de Cultura e Extensão Universitária da USP deliberou proposta
permitindo que as Comissões de Cultura e Extensão das Unidades USP indiquem e
confirmem as obras para publicação no Portal.
Os conteúdos divulgados no Portal recebem atribuição do identificador DOI que
permite acesso permanente ao livro digital mesmo se a plataforma de publicação do livro for
modificada ou retirada em qualquer tempo, evita duplicações do conteúdo disponível em
formatos PDF, ePUB e Daisy44.
Figura 1: Portal de Livros Abertos da USP
44
Formato Daisy aumenta o acesso ao livro digital por deficientes visuais ou pessoas com pouca visão e
disléxicos.
293
�4. RESULTADOS/DISCUSSÃO
Para o sucesso dos serviços de publicação por biblioteca é fundamental o
envolvimento dos parceiros: biblioteca, editora da universidade, bibliotecários e demais
envolvidos. Skinner et al (2014, p.3) enumera cursos existentes no exterior de pós-graduação
ou não oferecidos por profissionais do meio que proporcionam aprendizado neste trabalho
colaborativo:
Academic Degree Program: programa abrangente que oferece fundamentação editorial,
entendimentos claros sobre publicação;
Summer Institutes: conta com profissionais de alto nível no mercado que oferecem
capacitação para este trabalho gratuitamente;
Professional Development Workshops: cursos de longa duração que favorecem o avanço de
profissionais em nível de gerenciamento e posições editoriais;
Online or Distance Programs: programas online de educação continuada (webinars);
In house training programs: grandes editoras que desenvolvem seus próprios programas
corporativos;
Intership programs: editoras de universidade e publicadores comerciais que oferecem estágios
para novos profissionais. Ex.: The New Press Internship Program
É essencial a integração do profissional nos mais diferentes cursos para melhor
qualificação considerando as diferenças e busca por novos contextos ligados à publicação de
conteúdos digitais.
O Public Knowledge Project (PKP) oferece iniciativas para aprendizagem pelo PKP
School45, ambiente de cursos online disponíveis para melhorar a qualidade da publicação
acadêmica, especialmente o programa de publicação por biblioteca.
O trabalho realizado pelos variados serviços de publicação por bibliotecas ocorre
desde a preparação e orientação aos estudantes ao longo da vida acadêmica enfocando a
importância de torná-los parceiros para expansão dos mesmos pela agregação de um valor
maior que vai além do recurso oferecido. Oficinas acadêmicas podem contribuir para
compreender conceitos chaves como revisão por pares, direitos de autor, plágio, licenças de
uso e suas implicações, políticas mandatórias de repositórios, análise de diferentes ambientes
45
URL: http://pkpschool.sfu.ca/
294
�informacionais, publicação em revistas de acesso aberto para favorecer o universo da
comunicação acadêmico-científica e seus desdobramentos (Buckland, 2015, p.124).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A participação das bibliotecas universitárias ou de pesquisa na produção e gestão de
conteúdos digitais é altamente relevante e promissora pelo alcance exercido na comunidade e
pela oferta de suporte para edição de conteúdos digitais abertos para um público-leitor
desejoso de obter conhecimento.
O momento é de problematizar as questões referentes aos modelos de publicação;
conhecer a diversificação de atividades existentes nas universidades em torno dos mesmos e
buscar soluções para maior difusão destes procedimentos.
Conhecer as etapas práticas de trabalho implica em contribuir com novas análises e
redimensionar novas etapas de trabalho ou fatores ligados à publicação pela agregação de
conhecimento dos diversos participantes interessados na promoção da comunicação científica
(docentes, estudantes, bibliotecários, editores).
É importante que bibliotecários e editores pensem um modo de atuação compartilhada
permitindo melhor produção na área, respeitando-se as diferenças de formação.
Existem muitas lacunas a serem preenchidas referente à educação para publicação:
criação de cursos voltados à publicação, estudos dirigidos a permissões legais existentes no
país para orientação e uso dos autores de forma a ampliar a cultura do serviço de publicação
por biblioteca. É interessante que os cursos de formação para bibliotecários promovam a
integração nos currículos de serviços voltados à publicação de modo a expandir a área
incrementando o número de publicações em ambiente digital.
A demanda por publicações de baixo custo cresce rapidamente entre os serviços
oferecidos pelas universidades; provavelmente esta demanda resultará em novos interesses
pela comunidade acadêmica e muitas mudanças apontam nesta direção com o surgimento de
novo conjunto de serviços relacionados.
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296
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Serviços de publicação por bibliotecas.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rosa, Célia Regina de Oliveira; Mucheroni, Marcos
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Propõe revisão na literatura acerca de library publishing, denominado Serviço de publicação por biblioteca ou Biblioteca publicadora. Evidencia características deste serviço de publicação de conteúdos acadêmicos em acesso aberto especialmente livros digitais. Destaca algumas razões pelas quais as bibliotecas desenvolvem atividades de publicação digital, algumas vezes em parceria com a editora da universidade denominada university press. Aponta processos de publicação digital e destaca diferenças do processo editorial tradicional. Ressalta a importância da associação Library Publishing Coalition e das diferentes iniciativas existentes no mundo destacando o programa de publicação da Dartmouth College. Comenta a inclusão do serviço de publicação da Universidade de São Paulo. Aponta recursos educacionais de capacitação e aprimoramento das habilidades necessárias ao processo de publicação de livros digitais por bibliotecários e estudantes universitários e a importância destes como futuros autores de produção acadêmica. Ressalta a importância do trabalho do editor e do serviço de publicação em busca de maiores avanços para difusão da comunicação acadêmica aberta.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5286/SNBU2018_026.pdf
27991958094ccb61fb2e830db44f2bee
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PRÁTICAS GERENCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
POSSIBILIDADES PARA INOVAÇÃO
MANAGEMENT PRATICES IN UNIVERSITY LIBRARIES: POSSIBILITIES FOR
INNOVATION
Resumo: Apresenta as bibliotecas universitárias como organizações prestadoras de serviços
Instituições de Ensino Superior. Enfatiza que as unidades de informação fazem parte de um
todo e que devem agir de forma estratégica, utilizando métodos e ferramentas gerenciais, para
que possam atuar de forma proativa em busca da excelência operacional. Descreve alguns
métodos e ferramentas gerenciais que poderão ser utilizadas na gestão de Bibliotecas
Universitárias. Analisa o uso desses instrumentos pelas Bibliotecas Universitárias da
Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Caracteriza-se como pesquisa
exploratória, descritiva, bibliográfica e documental como abordagem qualitativa. A coleta de
dados foi obtida pela aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas enviadas
por e-mail aos bibliotecários coordenadores das bibliotecas da UDESC. Como resultados, foi
possível a identificação do perfil e conhecimento dos bibliotecários no que tange às
ferramentas de gestão. Constatou a ausência do uso efetivo de ferramentas e métodos
gerenciais por desconhecimento, por falta de habilidade, capacitação ou por não adaptação as
novas tendências gerenciais por parte dos bibliotecários, embora alguns tivessem o
conhecimento prévio. Aponta a necessidade de conhecimento, conscientização sobre o uso de
metodologias e instrumentos para melhorar a gestão das bibliotecas afim de, que as mesmas
possam prestar serviços de forma inovadora, com mais qualidade e otimização de recursos
existentes.
Palavras-Chave: Gestão de bibliotecas. Biblioteca Universitária. Administração de Unidades
de Informação. Ferramentas de Gestão
Abstract: It presents the university libraries as organizations providing services - Higher
Education Institutions. It emphasizes that the information units are part of a whole and that
they must act in a strategic way, using management methods and tools, so that they can
proactively act in search of operational excellence. Describes some methods and management
tools that can be used in the management of University Libraries. It analyzes the use of these
instruments by the University Libraries of the State University of Santa Catarina (UDESC). It
is characterized as an exploratory, descriptive, bibliographical and documentary research as a
qualitative approach. Data collection was obtained through the application of questionnaires
with open and closed questions sent by e-mail to librarians coordinating the UDESC libraries.
271
�As a result, it was possible to identify the profile and knowledge of the librarians regarding
the management tools. The lack of knowledge, lack of ability, training or non-adaptation of
the new managerial tendencies on the part of the librarians, although some had the prior
knowledge, found the absence of the effective use of tools and management methods. It points
out the need for knowledge, awareness of the use of methodologies and tools to improve the
management of libraries so that they can provide services in an innovative way, with more
quality and optimization of existing resources.
Keywords: Library management. University Library. Administration of Information Units.
Management tools
1 INTRODUÇÃO
As organizações atualmente buscam manter a competitividade a partir da melhoria dos
processos, adoção de instrumentos e metodologias inovadoras para promover práticas
gerenciais de excelência. A partir dessa perspectiva, as unidades de informação, embora sejam
consideradas instituições sem fins lucrativos, também precisam se atualizar e incorporar em
suas rotinas administrativas algumas ferramentas para promover melhorias na prestação de
serviços de informação bem como a qualidade no atendimento.
prestadoras de serviço cuja permanência no ambiente produtivo é regulado pela demanda
social, tendo em vista que produzem serviços e produtos voltados para o bem-estar da
primordial no desenvolvimento científico e tecnológico de um país, principalmente pela
grande produção e circulação de informação e geração de novos conhecimentos que
possibilitem os avanços de uma nação.
Para isso, as bibliotecas universitárias devem pautar sua missão no ensino, pesquisa e
extensão nas atividades empreendidas dentro das universidades, visto sua contribuição no que
tange ao desenvolvimento científico de uma nação. Tarapanoff (1982, p. 24) enfatiza que:
[...] a Biblioteca Universitária, como parte da sociedade na qual opera, reflete as
características gerais do país, o seu grau de desenvolvimento, sua tradição cultura,
seus problemas e prioridades sócio-econômicas. [...] a universidade e a Biblioteca
Universitária brasileira são produtos da história social, econômica e cultural do país,
bem como das características regionais brasileiras aos mais variados segmentos
sociais.
criação/produção de saberes, formação de competências e de difusão da experiência cultural e
científica d
272
�grupo social ou da sociedade em geral, através da administração do seu patrimônio
informacional e do exercício de uma função educativa, ao orientar os usuários na utilização da
i
No Brasil, as bibliotecas universitárias são mantidas por instituições de ensino superior
(IES) avaliadas por critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação. Para isso, os gestores
devem adequar a infraestrutura desses ambientes informacionais para uma IES (ou um curso)
ser aprovada, independentemente de ser de órgão público ou privado. Dessa forma, os
gestores da IES investem recursos para manter o espaço físico adequado, para promover a
acessibilidade, para garantir a quantidade mínima de bibliografias e/ou recursos para acesso à
informação. Além disso, no caso das instituições particulares de nível superior, ainda existe a
Por esses motivos acima elencados, além de buscar o atendimento das necessidades
informacionais e satisfação das demandas de toda comunidade universitária, os gestores das
bibliotecas de IES devem conheces e usar ferramentas, plataformas e instrumentos de gestão
para promover a melhoria contínua dos seus serviços e justificar os recursos investidos para
atender seus objetivos organizacionais.
Dentro dessa perspectiva, a presente pesquisa tem como objetivo analisar a
contribuição do uso de metodologias e ferramentas nas práticas gerenciais em bibliotecas
universitárias pois acredita-se que dessa forma seja possível promover inovação nos serviços
prestados. Para tanto, o escopo escolhido foi um conjunto de unidades de informação que
fazem parte do Sistema de Bibliotecas da Universidade do Estado de Santa Catarina.
O sistema é composto pela Biblioteca Central e onze bibliotecas setoriais 27 totalizando
doze unidades de informação distribuídas por todo estado de Santa Catarina pelas cidades de
Florianópolis, Lages, Joinville, Ibirama, Chapecó, Pinhalzinho, São Bento do Sul, Laguna e
Balneário Camboriú.
As bibliotecas da UDESC são abertas à comunidade interna e externa, possui amplo
acervo impresso e digital variado em diferentes áreas do conhecimento e possui como missão:
Oferecer com qualidade e confiabilidade serviços e produtos de informação, através
de um sistema descentralizado de bibliotecas setoriais que se complementam,
explorando as potencialidades da tecnologia informatizada com as capacidades
humanas. (UDESC, 2017)28.
27
28
De acordo com lista disponível no site http://www.udesc.br/bibliotecauniversitaria/bibliotecas
Disponível em http://www.udesc.br/bibliotecauniversitaria
273
�A biblioteca central 29 é um órgão suplementar vinculada ao Gabinete do Reitor. Foi
implementada em 20 de junho de 1984, pela Resolução nº 001/84 do CONSEPE.
Inicialmente a BU funcionou sob a forma de centralização parcial, responsável pela
execução dos serviços indiretos como o processamento técnico e aquisição dos
materiais para as Unidades Setoriais. Em 1996 foram descentralizadas as funções
técnicas, passando para as Bibliotecas Setoriais todas as funções. Em 2001 adotou o
sistema de trabalho cooperativo, por meio da formação de grupos de trabalho, onde
as diretrizes e normas passaram a ser definidas em conjunto com todas as
bibliotecas. Deu início a informatização das bibliotecas com a adoção do Sistema
Pergamum e padronizadas todas as atividades das bibliotecas. Com a criação do
prédio central, em 2007, todas as bibliotecas do Campus I (FAED, CEART, ESAG,
CEAD) passaram a ser integradas à Biblioteca Central, gerida, como nas demais
setoriais, por um Coordenador de Apoio. As Bibliotecas Setoriais são
administrativamente geridas pela Direção Geral do Centro e tecnicamente pela
Coordenação da BU. A Biblioteca Central instalada no Itacorubi, Campus I é gerida
administrativamente e tecnicamente pela Coordenação da BU (UDESC, 2016)30.
Para atingir sua missão e seus objetivos de fornecer suporte informacional aos
programas de ensino, pesquisa e extensão para toda comunidade universitária, incentivar a
implantação de serviços bibliotecários nas bibliotecas setoriais, promover a melhoria do
funcionamento das bibliotecas, para que atuem como centros de ação cultural e educacional
permanentes torna-se importante a adoção e prática de instrumentos gerenciais para o uso
efetivo.
O uso de ferramentas e metodologias na gestão de unidades de informação é muito
importante para facilitar os processos, otimizar recursos no alcance dos objetivos
institucionais e principalmente agregar qualidade aos serviços prestados pela unidade de
informação.
Acredita-se que esses instrumentos tornam as práticas gerenciais mais eficazes e
eficientes31 na medida que são usados de forma sistemática e periódica para planejar,
desenvolver, controlar e avaliar os serviços e processos no atendimento às necessidades de
informação dos alunos, professores e comunidade universitária.
2 INSTRUMENTOS E FERRAMENTAS GERENCIAIS
29
Disponível em http://www.udesc.br/arquivos/udesc/documentos/0_58604600_1476383367.pdf
Disponível em http://www.udesc.br/arquivos/udesc/documentos/0_58604600_1476383367.pdf
31
e
eficácia
aqui
entendidas
como
medidas
de
avaliação
Eficiência
do desempenho da organização, ou seja, fazer o que foi planejado de acordo com objetivos propostos dentro dos
recursos e prazos pré-definidos.
30
274
�As unidades de informação enfrentam o desafio de organizar seu funcionamento e
adaptar-se as demandas vigentes contribuindo com serviços de informação que agreguem
valor à comunidade que servem e incorporar novos princípios e valores segundo GarcíaReyes (2007).
Ao focar em práticas gerenciais realizadas dentro organização, é importante esclarecer
que os processos são interligados e interdependentes, principalmente ao pensar a gestão
dentro do paradigma planejar-desenvolver-controlar-agir (PDCA) também conhecido pelo
Ciclo de Deming de acordo com Vergueiro (2002).
Nesse quesito, Chiavenato (2003), Maximiano (2007) e outros autores das teorias
administrativas estabelecem que o controle é a quarta função administrativa e que depende do
planejamento, da organização e da direção para compor o processo administrativo. Assim sendo, os
processos gerenciais envolvem planejamento
organização
execução controle.
Sob esse aspecto, Chiavenato (2000 p. 131) explica que
direção e o co
administrativas, mas quando feitos em conjunto formam o processo administrativo para alcance dos
objetivos propostos de acordo com o autor. Assim, processo significa:
Qualquer fenômeno que apresente mudança contínua no tempo ou qualquer
operação que tenha certa continuidade ou sequência, o conceito de processo implica
que os acontecimentos e as relações entre eles sejam dinâmicos, em evolução,
sempre em mudança. O processo não é coisa imóvel, parada, estática, mas móvel,
contínua. Os elementos do processo agem uns sobre os outros, são mais do que uma
sequência, compõem um sistema (CHIAVENATO, 2000, p. 132).
García-
gestão supera o caráter
processos de forma inter-relacionada, centrada nos objetivos para que as unidades de
informação gerem resultados de valor potencializado.
Dessa forma, ao planejar é necessário elaborar um plano que se configura como um
instrumento de planejamento e traduz as estratégias estabelecidas, o desenvolvimento envolve
a organização, estrutura e toda logística necessária para desenvolver o plano e executar suas
etapas, a direção e o controle se relaciona a avaliação, monitoramento e acompanhamento dos
recursos dentro dos prazos estabelecidos para atingir os objetivos do planejamento.
ça num
movimento racional dos recursos ou variáveis gerenciais é preciso que a organização seja
275
�organizar, executar e controlar para poder avaliar se os objetivos traçados no planejados estão
sendo cumpridos dentro dos prazos e recursos definidos. Sem isso, não é possível traçar
estratégias para mobilizar os recursos e acompanhar o alcance dos resultados.
Esse ciclo deve ocorrer em qualquer ambiente organizacional para garantir a eficiência
e eficácia dos serviços prestados. Em uma biblioteca, mesmo que sem fins lucrativos, a
aplicação dessas etapas nas práticas gerenciais se torna necessária para garantir a
sustentabilidade da mesma bem como possibilitar a inovação nos serviços prestados.
As unidades documentárias e de informação são sistemas integrados, constituídos
com o fim de cumprir a missão de prover a sociedade com informação útil
científica, técnica, cultural, factual, corporativa etc.
sempre priorizando a
informação que promove conhecimento, ou seja, aquela informação que mobiliza a
estrutura mental do sujeito e modifica seu estado cognitivo passando (o sujeito) de
alguém que não sabia sobre um determinado evento e, agora, passa a sabê-lo. Para
cumprir esta missão, estas organizações, envoltas em um determinado ambiente,
agregam pessoas com perfis diferenciados, realizam tarefas pertinentes à área de
conhecimento, criam estrutura própria, aplicam tecnologias concernentes e adotam
metodologias coerentes com a natureza dos serviços, tudo isto em busca de
resultados competitivos (BARBOSA, FRANKLIN, 2011, p.95).
Entre as diferentes metodologias e instrumentos que podem ser usados em uma
organização, cita-se alguns como o uso da matriz SWOT para conhecer o ambiente e fazer um
diagnóstico alinhando pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades, realização de estudos
de usuários (pesquisa de mercado em empresas) e de comunidades, o Balanced Scorecard
(BSC) que permite realizar uma gestão estratégica a partir de indicadores de desempenho sob
a perspectiva dos clientes, do aprendizado e crescimento, dos processos internos e da gestão
financeira, tem também medidas e indicadores para controle de qualidade como as normas
ISO, programa 5S, Ciclo de Deming (PDCA), método 5W2H, brainstorming para conhecer
as boas práticas de outras instituições, a adoção de metodologias ágeis ou das diretrizes do
PMBOK para a gestão de projetos, elaboração de plano de marketing, entre outros que podem
ser utilizados pelos gestores e suas equipes a fim de facilitar os processos de planejamento,
organização, direção, controle e avaliação em uma unidade de informação.
Com intuito de atender a missão institucional, as Bibliotecas Universitárias devem
fazer o uso de ferramentas apropriadas de acordo com as necessidades previamente
identificadas.
Para esta pesquisa, elencou-se alguns métodos específicos de gestão: Panorama 5S,
benchmarking, Ciclo PDCA, normas ISO, BSC, 5W2H, brainstorming, SWOT, entre outras
que serão apresentadas na sequência.
276
�O panorama 5S é um método de origem Japonesa no momento pós-guerra
made
in Japan
da filosofia de mudança no ambiente de trabalho, com intuito de evitar desperdícios, além de
promover arrumação e limpeza do ambiente.
Os 5S significam: Seiri (organização, utilização e descarte), Seiton (arrumação,
ordenação), Seisou (limpeza, higiene), Seihetsu (padronização), Shitsuke (disciplina). Tem por
método a educação e o treinamento dos colaboradores, propiciando a mudança cultural
institucional. (MARSHAL JÚNIOR, 2006, p.115-116).
Benchmarking é um processo contínuo e sistemático que consiste em avaliar,
produtos, serviços e processos de trabalho de organizações reconhecidas como representantes
de melhores práticas. Tem por objetivo a melhoria organizacional através da análise de
realidades comparativas entre empresas do mesmo segmento, como forma de captar e
aprender identificando oportunidades e ameaças. De acordo com Marshal Júnior (2006, p.
aperfeiçoar sua gestão através da busca por melhores processos
e prática inovadoras, aceleração dos ciclos de aprendizado e melhoria como um todo, redução
de prazos e custos, estabelecimento de referências quantitativas para a melhorias dos
suas quatro fases, a base da filosofia do melhoramento contínu
Segundo Lins (1993, p.
161) o ciclo PDCA é abordado em quatro etapas: planejamento (Plan), ação (Do), verificação
(Check), correção (Act), e tem por objetivo o gerenciamento da rotina e da melhoria dos
processos organizacionais.
Normas ISO, foram criadas por organização não-governamental internacional, que
reúne mais de uma centena de organismos nacionais de normalização. Tem como escopo
todos os campos do conhecimento, exceto as normas de engenharia eletrônica e elétrica. É um
trabalho desenvolvido por especialistas do mundo todo.
A matriz SWOT é uma ferramenta utilizada no planejamento estratégico, que visa
analisar a concorrência com base nos pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças.
(DECOURT; NEVES; BALDNER, 2012, p.95)
O sistema KANBAN é conhecido como uma filosofia empresarial de origem oriental
tem o objetivo a redução de custos através da regulação de estoques. Tal método foi originado
através de um subsistema do sistema Toyota para otimizar o seu processo de fabricação de
277
�veículos. Tal sistema tem como premissa o controle dos processos, antecipação de prazos de
entregas e controle do estoque. (LAGE JUNIOR; GODINHO FILHO, 2008)
O PMBOK foi desenvolvido pelo Project Management Institute (PMI), cujo objetivo é
fornecer boas práticas para a Gestão de Projetos por meio da descrição (documentação) de
todo o ciclo de vida de gestão de projetos e todos os processos relacionados. Possui 05 grupos
de processos: Início, planejamento, Execução, monitorização e controle, fecho. Trata-se de
uma ferramenta transdisciplinar por lidar com diversas áreas do conhecimento.
(CARVALHO; ROMÃO; FAROLEIRO, 2016, p. 90)
Metodologia Ágil é uma abordagem no gerenciamento de projetos, utilizado em
desenvolvimento de software. Uns dos mais conhecidos é o SCRUM, por ter como objetivo
(SILVA; SILVA, 2009)
O estudo de usuários é um conjunto de conhecimentos, que busca compreender, por
meio de investigações, identificar a necessidade informacional dos usuários, por meio de
interação entre usuário e informação, ampliando e/ou interferindo na sua produção. (COSTA,
2016, p.68)
O Balanced Scoredcard (BSC) traduz a missão e a estratégia da empresa em um
conjunto abrangente de medidas de desempenho que serve de base para um sistema de
medição e gestão estratégica (SILVA, 2003 apud KAPLAN; NORTON, 1997).
O BSC tem como proposta tornar entendível para todos os níveis da organização, a
visão, a missão e a estratégia, com intuito de que todos na empresa saibam o que fazer e de
esforços, evitando a dispersão das ações e recursos empreendidos em prol da implementação
, p.66).32
O brainstorming, também conhecido por tempestade de ideias é um processo onde os
indivíduos organizacionais emitem ideias de forma livre, sem críticas, no menor espaço de
tempo possível.
O esquema 5W2H é uma ferramenta utilizada para mapeamento e padronização de
processos, na elaboração de planos de ação e no estabelecimento de procedimentos associados
a indicadores. De acordo com Marshal Júnior (2006), o 5W2H tem objetivo basicamente
32
SILVA, Leandro Costa da. O Balanced Scorecard e o processo estratégico. São Paulo, v.10, n.4, p. 61-73,
out/dez. 2003
278
�gerencial por buscar entendimento através da definição de responsabilidades, métodos,
prazos, objetivos e recursos associados.
Tais instrumentos e ferramentas gerenciais visam estabelecer procedimentos e
padrões, redução de custos, além da otimização de tempo com identificação e mapeamento de
processos, podendo ser utilizados em qualquer tipo de instituição e unidades de informação,
mediante adequação.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e descritiva de acordo com os
objetivos propostos. Caracteriza-se como pesquisa bibliográfica e documental conforme os
meios usados, assim como tem caráter qualitativo de acordo com a abordagem e tratamento.
Para tanto, foi feita uma coleta de dados por meio da aplicação de um questionário para busca
de informações.
O instrumento foi enviado por e-mail aos coordenadores das bibliotecas no mês de
novembro de 2017. Foi composto por dez questões abertas e fechadas em que inicialmente
perguntou-se sobre faixa etária, formação, cargo, função, tempo de atuação entre outras
questões para definir o perfil do respondente. Além disso, perguntou-se sobre as ferramentas e
instrumentos gerenciais que conhecia e quais efetivamente usava nos últimos dois anos de
atuação na biblioteca da UDESC, também buscou identificar de que forma o uso dessas
ferramentas contribuía para a gestão da unidade de informação e quais os desafios e
dificuldades que encontravam para utilizar as ferramentas em seu dia-a-dia.
Obteve-se resposta de seis bibliotecários que coordenam as doze unidades de
informação conforme será exposto a seguir.
4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Em relação ao sexo, 100% das respondentes são do sexo feminino, por essa questão
todas as respostas serão relacionadas à atuação das bibliotecárias (no gênero feminino).
Quanto a faixa etária, apenas uma bibliotecária tem idade entre 20 a 29 anos, as demais têm
entre 30 a 39 anos.
No que tange à formação, todas tem o bacharelado em Biblioteconomia, porém o ano de
formação é bem variado. A bibliotecária que está formada há mais tempo, foi em 1996 e a
mais recente em 2012. As demais se formaram em 2006 e 2009. Muitas já têm pós-graduação
279
�em diferentes áreas como especialização em gestão de pessoas, gestão de arquivos, gestão de
projetos e responsabilidade civil, desenvolvimento regional e apenas uma está fazendo
mestrado (em andamento) em gestão de unidades de informação no programa de pósgraduação em gestão da informação na própria instituição.
Em relação ao cargo, todas são bibliotecárias e coordenam sua unidade. No que tange ao
tempo de serviço na UDESC, duas profissionais entraram via concurso público em 2010, uma
em 2012, outra em 2014, uma em 2016 e outra em 2017.
Ao questionar sobre as ferramentas, plataformas e metodologias que elas conhecem para
fazer a gestão das unidades de informação, foram citadas:
Balanced Scoredcard
Programa 5S
Lena Office
Estudo de Usuários
Gestão de Projetos
Matriz SWOT
Gestão de Processos
Normas ISO
MS Project
Brainstorming
Espinha de peixe
Canvas
5W2H
Pergamum
SGPE SC
SGA
Kanban
PDCA
Estatísticas
Relatórios
As mais citadas foram: Balanced scorecard (duas pessoas), estudo de usuário (quatro
pessoas), canvas (três pessoas), 5W2H (três pessoas). O restante foi citado apenas uma vez ao
perguntar quais ferramentas conheciam. Apesar de existirem inúmeros cursos e publicações
280
�na área sobre essas ferramentas e metodologias, poucas são conhecidas pelas profissionais que
participaram da pesquisa.
Ao questionar às bibliotecárias sobre quais plataformas e instrumentos usaram
efetivamente nos últimos dois anos na unidade de informação que atuam para fazer a gestão,
as respostas foram: Programa 5S (duas pessoas), KANBAN (uma pessoa), Plano de marketing
(uma pessoa), Estudo de usuário (três pessoas), elaboração de projetos (uma pessoa), 5W2H
a opção
para fins estatísticos (usuários, empréstimos), Office
365 para compartilhamento de documentos para trabalho compartilhado e o Google Drive
para responder que contemplavam diferentes metodologias e plataformas como PMBOK,
métodos ágeis, scrum, trello, seis sigma, MS Project, entre outras.
Nas respostas percebe-se que apesar de existirem dezenas de ferramentas e
metodologias, poucas (ou quase nenhuma) são usadas na gestão das bibliotecas universitárias
da instituição investigada. São diferentes instrumentos e plataformas que ajudariam muito as
bibliotecas pois sabe-se de sua efetividade em empresas e instituições sem fins lucrativos no
planejamento, na organização das rotinas, no controle e avaliação, assim como no
desenvolvimento das atividades gerenciais em uma unidade de informação.
Almeida (2005) enfatiza que existem muitas pressões nas organizações para manter ou
cortar custos, ampliar e melhorar a qualidade de serviços e programas, porém em muitas
bibliotecas ou serviços de informação são usadas poucas ferramentas, e em alguns casos não
garantirem a sobrevivência de suas atividades e de seus projetos, bem como competirem por
recursos, as unidades de informação também têm buscado a eficiência no uso de seus
Para isso, é importante que o bibliotecário faça um estudo de usuário, análise do
ambiente usando, por exemplo, a matriz SWOT que permite identificar ameaças e
oportunidades do ambiente externo, bem como pontos fortes e fracos no ambiente interno,
para partir disso, elaborar um plano de marketing, um planejamento usando o PDCA ou
criação de projetos partir de ferramentas como 5W2H a partir das boas práticas do PMBOK.
Para isso, tem várias plataformas que permitem a gestão como o trello, kanban, métodos
ágeis, MS Project, entre outros que possibilitam ao gestor o planejamento, organização,
281
�direção e acompanhamento das ações para verificar se os objetivos pré-estabelecidos estão
sendo atingidos.
Outra questão diz respeito à forma como essas ferramentas ajudavam nas práticas
gerenciais da unidade de informação. Abaixo segue as principais percepções:
estão conscientes de suas atividades e etapas do processo. É um processo
simples e fácil de ser acompanhado por todos os interagentes. Todas as
ferramentas e metodologias visam maior controle e agilidade no
desempenho das tarefas. Isso traz uma padronização e controle para toda
auxiliar no planejamento das atividades e serviços da biblioteca de modo
Percebe-se que as profissionais que participaram da pesquisa conhecem a
importância do uso e aplicação de diferentes ferramentas, plataformas e metodologias para
gestão nas unidades de informação, bem como vantagens, porém muitas vezes desconhecem
como usar ou precisam de capacitação e incentivo da própria instituição ou sistema de
bibliotecas.
Gianesi e Correa (1994) alertam sobre a necessidade de profissionalismo na gestão e
adaptação das técnicas de administração para melhorar a qualidade dos serviços prestados
bem como organização dos processos.
Ao perguntar sobre os desafios e dificuldades que as bibliotecárias encontravam para
utilizar as ferramentas/ plataformas/ metodologias no dia-a-dia, eis algumas respostas:
utilização dessas ferramentas é a falta de
pessoal e consequentemente de tempo para aplicação das metodologias.
Desta forma, como pode ser observado nas questões anteriores, apesar de
conhecer praticamente todas as metodologias disponíveis na área da gestão,
-se na falta de interesse em conhecer e entender
o uso das ferramentas, tanto pelo gestor quanto pelos colaboradores. Cada
um tem uma aplicabilidade que melhor se aplica. Muitas atividades de
gestão se iniciam de forma improvisada, e fazer o caminho para
282
�padronização torna todo o processo moroso, e que muitas vezes são
abandonados inconcluí
de recursos para os planos de marketing por exemplo, e no estudo de
usuários temos pouca participação de algumas pesquisas de
Ao analisar as respostas sobre os desafios e dificuldades encontradas para usar
efetivamente as ferramentas e plataformas, é comum observar que a falta de tempo, de
pessoas, de recursos, de interesse, de capacitação, de conhecimento impedem a aplicação de
diferentes metodologias na gestão das unidades de informação investigadas. No entanto, é
comum perceber que falta iniciativa ou mesmo interesse em buscar conhecer e conscientizar
as pessoas (seja equipe ou chefia superior) sobre essa necessidade.
A qualidade a ser percebida pelos clientes, no caso das universidades, composta por
professores, alunos e comunidade acadêmica, deve ser a prioridade na gestão de unidades de
informação. Desde o século XX, Vergueiro (2002) salienta que essa busca da qualidade é uma
das marcas das organizações e agora no século XXI isso torna-se ainda mais necessário.
têmica e
A ausência de recursos financeiros é um impeditivo comum na área de
Biblioteconomia, porém atualmente existem tantas formas de captar recursos, seja por meio
de editais públicos, leis de incentivo como a Lei Rouanet ou mesmo patrocínios de
fornecedores e instituições parceiras que podem otimizar os recursos e possibilitar as
melhorias necessárias na execução de um projeto.
Usar uma ferramenta como PDCA, matriz SWOT, programa 5S, 5W2H, kanban,
canvas ou qualquer outro instrumento não custa nada financeiramente e ainda traz inúmeros
benefícios para a gestão de uma unidade de informação. Não necessidade de pagar licença ou
qualquer imposto para a utilização de vários softwares gratuitos que possibilitam a melhoria
nos processos gerenciais em uma instituição.
283
�5 BREVES CONSIDERAÇÕES
A capacidade de administrar uma unidade de informação está intrinsecamente voltada
para o conhecimento e a implementação de práticas de gestão e ferramentas gerenciais. As
práticas de gestão de unidades de informação se fazem necessárias para que a missão da
biblioteca seja alcançada, para que ela possa atuar de forma proativa e estratégica, e atender a
instância superior.
A pesquisa buscou analisar a contribuição do uso de metodologias e ferramentas nas
práticas gerenciais em bibliotecas universitárias pois acredita-se que dessa forma seja possível
promover inovação nos serviços prestados. Para tanto, o escopo escolhido foi o conjunto de
doze unidades de informação que compõem as bibliotecas da Universidade do Estado de
Santa Catarina.
Os objetivos propostos foram atingidos, embora identificou-se que há ausência no que
tange a aplicação de métodos e ferramentas gerenciais por razões diversas citadas pelas
bibliotecárias, dentre elas: o desconhecimento de ferramentas gratuitas, a submissão a
ferramentas pagas, dificuldades de utilizar ferramentas gerenciais (pagas ou gratuitas),
insuficiência de mão de obra auxiliar na unidade de informação, ocasionando sobrecarga de
trabalho técnico ao bibliotecário.
Percebe-se que, embora alguns bibliotecários tenham conhecimento teórico sobre
gestão de unidades de informação e sobre ferramentas e métodos gerenciais, estas não
conseguem de fato aplicar o que sabem em sua rotina de trabalho no ambiente universitário.
As bibliotecas da UDESC são organizações públicas e podem ser geridas de forma
estratégica e inovadora, por meio da busca por soluções em práticas e ferramentas de gestão
utilizadas há décadas por empresas e organizações que tem fins lucrativos, como forma de ter
seus processos identificados, avaliados e constantemente adequados às novas demandas
gerando qualidade nos serviços prestados pelas unidades de informação.
Ao alinhar com as Cinco Leis de Ranganathan, a biblioteca só se tornará um
organismo em crescimento se buscar inovação em produtos, serviços e no seu modo de
atuação. Para isso, a busca por qualidade, eficiência e eficácia deve ser algo presente e
pautado no planejamento estratégico da biblioteca com o uso de diferentes ferramentas e
instrumentos que facilitam a gestão das unidades de informação.
284
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286
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Práticas gerenciais em bibliotecas universitárias: possibilidades para inovação.
Creator
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Souza, Claudia Barbosa Dos Santos de; Spudeit, Daniela
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresenta as bibliotecas universitárias como organizações prestadoras de serviços –Instituições de Ensino Superior. Enfatiza que as unidades de informação fazem parte de um todo e que devem agir de forma estratégica, utilizando métodos e ferramentas gerenciais, para que possam atuar de forma proativa em busca da excelência operacional. Descreve alguns métodos e ferramentas gerenciais que poderão ser utilizadas na gestão de Bibliotecas Universitárias. Analisa o uso desses instrumentos pelas Bibliotecas Universitárias da Universidade Estadual de Santa Catarina (UDESC). Caracteriza-se como pesquisa exploratória, descritiva, bibliográfica e documental como abordagem qualitativa. A coleta de dados foi obtida pela aplicação de questionários com perguntas abertas e fechadas enviadas por e-mail aos bibliotecários coordenadores das bibliotecas da UDESC. Como resultados, foi possível a identificação do perfil e conhecimento dos bibliotecários no que tange às ferramentas de gestão. Constatou a ausência do uso efetivo de ferramentas e métodos gerenciais por desconhecimento, por falta de habilidade, capacitação ou por não adaptação as novas tendências gerenciais por parte dos bibliotecários, embora alguns tivessem o conhecimento prévio. Aponta a necessidade de conhecimento, conscientização sobre o uso de metodologias e instrumentos para melhorar a gestão das bibliotecas afim de, que as mesmas possam prestar serviços de forma inovadora, com mais qualidade e otimização de recursos existentes.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5282/SNBU2018_025.pdf
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Eixo I
Inovação e Criação
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO A PARTIR DA APLICAÇÃO DA ANÁLISE
SWOT
STRATEGIC PLANNING IN THE MANAGEMENT OF UNIVERSITY LIBRARIES: A STUDY
FROM THE APPLICATION OF SWOT ANALYSIS
Resumo: O objetivo deste artigo é discutir a questão do planejamento estratégico nas
bibliotecas universitárias sob aplicação da análise SWOT, que indica os riscos eminentes que
devem ser evitados na execução de atividades e as oportunidades que podem ser aproveitadas
pela organização, apontando as fraquezas e forças da empresa analisada. A investigação foi
realizada por meio de revisões de literatura, apresentando um panorama geral acerca da
administração de bibliotecas universitárias. A indagação que norteou o estudo foi: como as
bibliotecas universitárias podem aplicar em sua gestão a análise swot? Evidenciou-se, neste
estudo, que as bibliotecas universitárias destacam-se como unidades de suma importância
tanto para o processo educacional em questão, quanto para o sucesso das próprias instituições
de ensino. O planejamento estratégico, no processo de gestão, é extremamente relevante no
que tange a atender às diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação e para a melhoria
dos serviços prestados pelas bibliotecas universitárias.
Palavras-chaves: gestão de bibliotecas universitárias. planejamento e estratégica. análise
swot.
Abstract: the objective of this article is to discuss the strategic planning in university libraries
under the swot analysis, which indicates the imminent risks that should be avoided in the
execution of activities and the opportunities that can be taken advantage of by the
organization, pointing out the weaknesses and strengths of the company analyzed. the
research was carried out through literature reviews, presenting an overview of the
administration of university libraries. the question that guided the study was: how can
university libraries apply swot analysis to their management? it was evidenced in this study
that university libraries stand out as units of paramount importance both for the educational
process in question and for the success of the educational institutions themselves. strategic
planning, in the management process, is extremely relevant in terms of following the
guidelines established by the ministry of education and for the improvement of services
provided by university libraries.
Keywords: management of university libraries. planning and strategic. swot analysis.
257
�1 INTRODUÇÃO
O processo educacional não se limita tão somente à transferência de conhecimentos
propriamente dita, sendo responsável também por oferecer os subsídios fundamentais para
que os indivíduos sejam capazes de desenvolver suas ideias e seu próprio potencial
intelectual.
Nas concepções das instituições de ensino superior as bibliotecas universitárias
assumem e desempenham um papel fundamental no âmbito do processo educacional, pois
possuem um papel meritório e necessário na disseminação e na democratização do
conhecimento, bem como na gestão do saber.
É sabido que a bibliotecas são vitais para a qualidade e o funcionamento adequado das
instituições de ensino superior, sendo também, responsáveis pelo desenvolvimento do ensino,
da pesquisa e da extensão, pois garantem o acesso a informações relevantes e atualizadas.
Neste contexto, faz-se necessário o planejamento estratégico, que segundo Fischmann e
Almeida (1991) pode, por meio da análise de ambiente de uma organização, criar a
consciência das suas oportunidades e ameaças, dos seus pontos fortes e fracos para o
cumprimento da sua missão. Os autores, ainda destacam que mediante esta consciência é
possível estabelecer o propósito de direção que a organização deverá seguir para aproveitar as
oportunidades e evitar os riscos. De tal modo, surge o seguinte problema de pesquisa: como as
bibliotecas universitárias podem aplicar em sua gestão a análise SWOT, para desenvolver o
planejamento estratégico?
Entretanto, não se pretende a realização de estudos de caso ou de pesquisas de campo
aplicadas à gestão das bibliotecas universitárias, atendo-se, o presente artigo, tão somente à
explanação básica quanto ao planejamento estratégico, a gestão das bibliotecas universitárias
propriamente dita e a apresentação da ferramenta SWOT, considerada ideal para a análise e o
desenvolvimento do planejamento estratégico.
2 Planejamento Estratégico
Para que os objetivos pretendidos pelo presente artigo sejam atingidos, se faz
necessário a realização de uma prévia contextualização sobre o tema, que viabilizará a
apresentação dos elementos expostos neste artigo de maneira clara e objetiva, a fim de situar o
leitor quanto aos mesmos, oferecendo um panorama conciso acerca dos processos de
planejamento e estratégia no âmbito da gestão de bibliotecas universitárias.
258
�2.1 Planejamento Estratégico: breve conceituação
De acordo com Luecke (2008) o teórico da administração Henri Fayol foi um dos
primeiros a situar o planejamento como um dos processos da função administrativa, que
segundo ele, consistia em: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar. Seu conceito
de prever incluía funções básicas do planejamento: visualizar o futuro e traçar o programa de
ação.
Drucker (1984) define planejamento estratégico como sendo um processo contínuo de,
com o maior conhecimento possível do futuro considerado, tomar decisões atuais que
envolvem riscos futuros aos resultados esperados. Paralelamente para kotler (1992),
planejamento estratégico é definido como o processo gerencial de desenvolver e manter uma
adequação razoável entre os objetivos e recursos da empresa e as mudanças e oportunidades
de mercado. De acordo com Chiavenato e Sapiro (2010) o planejamento estratégico é um
processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para buscar a inserção da
organização e de sua missão no ambiente em que ela atua. Oliveira (2007) ainda corrobora ao
conceitualizar o planejamento estratégico como sendo uma metodologia administrativa que
permite estabelecer a direção a ser seguida pela empresa, e que visa ao maior grau de
interação com o ambiente, no qual estão os fatores externos não controláveis pela empresa.
Conforme as conceituações acima, podemos ver o planejamento estratégico como um
processo de análise sob diferentes óticas, podendo ser adaptado às necessidades das
organizações e efetuando as mudanças necessárias para que aja o desenvolvimento num todo,
favorecendo assim o direcionamento adequado do caminho a ser seguido e monitorando suas
ações de forma concreta, tomando o maior conhecimento possível acerca das previsões
futuras da organização e influenciando no processo decisório em seu âmbito para que sejam
tomadas decisões adequadas aos objetivos propostos. Podemos considerar ainda que a
finalidade primordial do planejamento estratégico é nortear a organização de modo que gere
lucros, crescimento e desempenho satisfatórios.
2.2 Planejamento e Gestão de Bibliotecas Universitárias
Observando as características de estrutura e funcionamento das instituições
universitárias, é importante frisar que o planejamento estratégico não é uma forma tão simples
259
�de gestão. Conforme aponta Cruz, Gil e Cortezão (2001) o processo colegiado para a tomada
de decisões, a dicotomia entre o meio acadêmico e o administrativo, a multiplicidade de
concepções, são algumas das questões que aparecem como obstáculo a sua implantação e
desenvolvimento.
As bibliotecas universitárias, apesar de serem organizações sociais sem fins lucrativos,
sobretudo as das instituições públicas de ensino, prestam serviços tangíveis e intangíveis para
a sociedade, por meio de operações que requerem também a definição e aplicação de
estratégias. Contudo, as bibliotecas não estão imunes de sofrem influências do mercado, da
globalização e das tecnologias, da mesma forma que empresas que produzem resultados
financeiros.
A gestão garante para a organização o melhor uso de seus recursos, traduzidos em
melhores indicadores de qualidade e produtividade. Dessa forma, por uma definição e
aplicação de estratégias de operações nos serviços de informação, há a possibilidade de
redução de custos, otimização dos recursos, garantindo a qualidade e a produtividade na
geração de serviços.
A conjuntura socioecônomica no Brasil, fragilizada pela crise do atual governo, tem
ocasionado uma redução orçamentária nas bibliotecas universitárias das instituições públicas
de ensino. Dessa forma, a criação e implementação de uma estratégia acaba sendo uma
importante ferramenta e deve ser abordada como um processo, um conjunto de atividades que
transformam insumos em resultados, fazendo-se necessário a comunicação entre o gestor e as
pessoas que executarão a operacionalização destas estratégias, ou seja, a aplicação delas no
ambiente, daí a necesidade de estarem alinhados para que as estratégias possam ser
implementadas de maneira bem-sucedida.
Segundo Luecke (2008) é importante o envolvimento das unidades operacionais nos
processos de planejamento estratégico, visto que abrigam vasto conhecimento sobre suas
próprias capacidades e dos ambientes competitivos. A elaboração da estratégia parte da
missão da instituição, que define seu propósito e o que deseja fazer pelos seus clientes, no
caso das bibliotecas universitárias os usuários, as metas devem ser baseadas na visão do
ambiente que cerca a organização, para em seguida definir as estratégias e as táticas de
implementação.
De acordo com Oliveira (2014) o planejamento estratégico, por ser um processo
gerencial, permite ao gestor a definição do rumo a ser seguido por uma empresa visando
otimizar a relação entre a instituição e o ambiente a qual está inserida. É um processo
260
�contínuo, sistemático e dinâmico, no qual uma organização define, através de constante
interação com o ambiente externo, sua missão, objetivos e metas, seleciona as estratégias e
meios para alcançá-los, num determinado período de tempo.
Podemos observar, o valor e a importância do planejamento estratégico para a
administração eficiente de qualquer organização, contudo, tendo em vista as constantes
mudanças causadas pelas novas tecnologias e a globalização, faz-se necessário a organização
verificar continuamente: onde ela está inserida (diagnóstico interno e externo); o que ela
pretende (missão); o que ela pretende fazer (as estratégias e táticas). Dessa maneira, o
planejamento será um recurso para a tomada de decisão, programação, controle e avaliação
das atividades.
Estudar a gestão de bibliotecas universitárias significa estudar o próprio papel
desempenhado por tais bibliotecas e sua contribuição no âmbito acadêmico, compreendendo
que a biblioteca universitária deve estar vinculada a uma instituição de ensino superior e que
deve ter sua missão, seus objetivos, estratégias, metas e políticas sempre alinhadas à
instituição a qual ela está vinculada.
Ora, a biblioteca universitária serve como apoio aos conteúdos ministrados pelos
cursos da instituição, os quais devem estar descritos de maneira concisa nos projetos políticos
pedagógicos, de modo que a biblioteca universitária deve estar sempre alinhada quanto ao
atendimento às aquisições necessárias para os projetos políticos pedagógicos da instituição,
sendo o orçamento um dos principais entraves na administração bibliotecária. Ferreira (1980,
p. 75) leciona que:
[...] O orçamento é um dos pontos de estrangulamento das bibliotecas universitárias,
responsável por muitos de seus problemas de acervo, pessoal, material e
equipamento e instalações. Por outro lado, esses orçamentos, muitas vezes, são
fragmentados por bibliotecas que terminam sem poder, de fato, realizar algo com
verba tão irrisória. Um orçamento global para o sistema bibliotecário de uma
universidade, a ser movimentado pela biblioteca central, parece ser a medida mais
racional e econômica. Há, inclusive, com respeito a orçamento, outros problemas
como fato de algumas bibliotecas não constituírem unidade orçamentária, o que faz
com que elas não saibam com quanto podem contar para a sua programação. E
também a biblioteca não participa da elaboração do orçamento do programa.
O processo de planejamento nem sempre está atrelado à rotina do bibliotecário, e
quando se faz necessário, é como uma atividade esporádica e não uma atitude perene. De
acordo com Almeida (2000, p.2):
261
�O planejamento não é um acontecimento, mas um processo contínuo, permanente e
dinâmico, que fixa objetivos, define linhas de ação, detalha as etapas para atingi-los
e prevê os recursos necessários à consecução desses objetivos. Com a incorporação
dessa prática, reduz-se o grau de incerteza dentro da organização, limitam-se ações
arbitrárias, diminuem-se riscos ao mesmo tempo em que se dá rentabilidade máxima
aos recursos, tira-se proveito de oportunidades, com a melhoria da qualidade de
serviços e produtos, e garante-se a realização dos objetivos visados.
O primeiro passo no processo de gestão das bibliotecas universitárias, entretanto, é o
reconhecimento da biblioteca como uma organização a qual deve ser norteada pelos mesmos
princípios de administração que todas as demais organizações. Um dos principais erros
contemporâneos na gestão bibliotecária é o entendimento da biblioteca universitária como
uma organização a qual não é cabível a incidência de tais princípios, dificultando a tomada de
decisões específicas nos processos de tal organização.
A aplicação dos instrumentos de gestão específicos adequados para a implantação no
âmbito de uma biblioteca universitária, bem como a colaboração de todos os envolvidos na
execução de atividades da mesma são critérios primordiais para uma gestão bem-sucedida nas
instituições bibliotecárias universitárias.
O principal alicerce da gestão das bibliotecas universitárias, entretanto, é a
constituição do direcionamento da organização para que sejam atendidos os critérios de
avaliação utilizados pelo ministério da educação, enfrentando as necessidades da comunidade
acadêmica, sendo tal fator vital para que a instituição de ensino continue atuante, uma vez que
a biblioteca é o órgão fundamental de apoio à instituição e seus acadêmicos, sendo um setor
de sumaríssima importância na avaliação do ministério de educação e pelas comissões de
reconhecimento de curso.
3 ESTRATÉGIA E
UNIVERSITÁRIAS
ANÁLISE
SWOT
NA
GESTÃO
DE
BIBLIOTECAS
Uma vez que compreendemos que uma parte importante da estratégia da organização
se dá na definição de metas e objetivos decorrentes da execução de atividades da organização
de maneira natural, e que tais metas e objetivos são influenciados pela percepção interna e
externa do empreendimento, é importante que tomemos conhecimento sobre ferramentas
estratégicas a disposição do gestor.
Segundo Chiavenato e Sapiro (2009) o termo SWOT é uma sigla oriunda do
idioma inglês. É um acrônimo de forças (strengths), fraquezas (weaknesses), oportunidades
(opportunities) e ameaças (threats). Constitui-se como uma importante ferramenta utilizada
262
�para fazer análise de cenário (ou análise de ambiente), sendo usada como base para o
planejamento estratégico e gestão de uma organização.
Chiavenato e Sapiro (2009) destacam que as referências originais da idealização da
matriz SWOT não são conhecidas. Contudo, Tarapanoff (2001) mostra que o conceito
proposto pela matriz SWOT tem mais de três mil anos, ao citar um conselho de Sun Tzu em
-se nos pontos fortes, reconheça as fraquezas, agarre as
oportunidades e protejaA análise SWOT, de acordo com Tavares (2010) surge sob a premissa da realização de
uma investigação no ambiente interno da organização, considerando fatores que representam
ameaças e oportunidades, ou seja, trata-se de uma análise que indica os riscos eminentes que
devem ser evitados na execução de atividades e as oportunidades que podem ser aproveitadas
pela organização. De uma maneira geral, a análise swot aponta as fraquezas e forças da
empresa analisada.
FIGURA 1 AS QUATRO ZONAS NA MATRIZ SWOT
Fonte: Chiavenatto; Sapiro (2009, p. 183)
Um dos fatores importantes para que tal análise seja realizada de modo eficiente se dá
na veracidade da apresentação de informações, apresentando dados realistas tanto para o
263
�ambiente interno da organização quanto para o ambiente externo no qual a organização está
incluída. É necessário que o gestor responsável veja tal análise como uma ferramenta
importante na gestão de suas atividades, de modo que para que haja eficácia na mesma é
necessário que as informações sejam alimentadas de modo contundente e condizente com a
realidade tanto em caráter interno quanto em caráter externo.
O profissional bibliotecário enquanto gestor de uma biblioteca não deve interpretar a
apresentação de pontos fracos de tal análise como um sinal de incompetência ou despreparo
da sua unidade de informação, porém na verdade se trata apenas do reconhecimento de
eventuais fragilidades na execução de atividades da biblioteca e de adoção de medidas com a
intenção de minimizar ou eliminar tais fragilidades.
A recíproca é verdadeira também para os pontos fortes, se o gestor ocultar seus pontos
fracos e exaltar (ou
execução de suas atividades, pois irá acarretar em uma fragilidade em detrimento de seus
concorrentes.
Especificamente no caso dos fatores externos relacionados ao ambiente é necessário
que tenha-se a mesma preocupação para com as ameaças e oportunidades. Ainda sengundo
Tavares (2010) a análise SWOT só é realizada de maneira eficiente com o levantamento
adequado desses dados externos. Dentre os fatores passivos de análise encontramos fatores
demográficos, econômicos, culturais, hábitos de consumo, concorrência, canais de
distribuição, fornecedores, logística e inúmeros outros. Os principais fatores devem ser
analisados pelo gestor de modo a elaborar um planejamento estratégico adequado à sua
realidade e à realidade.
Realizando a análise swot no âmbito da gestão de bibliotecas nas universidades
devemos considerar objetivamente algumas questões quando tratamos dos pontos específicos
da análise em questão. Spudeit e Führ (2011) destacam, por exemplo, como ameaças externas
as políticas governamentais, a crise financeira mundial e com relação às oportunidades
elencam a infraestrutura tecnológica e também o incentivo público e privado à pesquisa. Já
em relação as forças e fraquezas internas, enumeram as forças citando os serviços
diferenciados de informação (sumário corrente, comutação bibliográfica, intercâmbio com
outras bibliotecas), acesso on-line ao catálogo da biblioteca e no que tange as fraquezas
destacam a estrutura física e a falta de recursos financeiros para atualização de acervos mais
específicos.
264
�3.1 Principais constatações de aplicação da análise SWOT em gestão de Bibliotecas
Universitárias
A aplicação da ferramenta Swot no âmbito da gestão de bibliotecas universitárias
permite que a organização realize um balanço mensurando suas forças e fraqueza internas em
face das oportunidades e ameaças presentes no ambiente externo, propiciando por meio da
identificação desses elementos o desenvolvimento estratégico das bibliotecas, constatando os
pontos fortes que devem ser utilizados pela organização, as oportunidades que podem ser
aproveitadas e os pontos fracos e ameaças que devem ser atenuados ou neutralizados.
Medeiros, Magalhães e Oliveira (2014) realizaram um estudo intitulado o Balancead
Scorecard e sua aplicação em bibliotecas universitárias públicas: o caso da Biblioteca
-se a análise SWOT na biblioteca universitária da
universidade federal de lavras, no tocante ao planejamento estratégico da organização para as
atividades de empréstimo, devolução, reserva, renovação, e consulta ao material bibliográfico.
Tal análise revelou:
Pontos fortes: recuperação automatizada; realização de treinamentos dos usuários
quanto ao uso da biblioteca e portal de periódicos capes; acesso do usuário à internet
e bases de dados nacionais e internacionais; maior visibilidade do acervo via
internet; software integrado de funções (PERGAMUM); reserva e renovação via
internet; instalações adequadas para deficientes físicos; estrutura tecnológica de
qualidade; orientação aos usuários nos trabalhos acadêmicos; qualificação dos
servidores.
pontos fracos:poucas iniciativas para promoção da leitura à comunidade acadêmica e
de lavras; falta de divulgação dos serviços oferecidos aos portadores de necessidades
especiais; falta de interação entre bu e comunidade lavrense; espaço físico
insuficiente para as demandas informacionais; dificuldades dos servidores de se
adaptarem às mudanças; falta de um sistema eletrônico de segurança que controle a
saída do acervo por magnetização ou rádio frequência; climatização, iluminação e
ventilação inadequadas; barreiras de servidores com relação à utilização de novas
tecnologias; mobiliário insuficiente para atender as demandas dos usuários, como
mesas, cadeiras, etc.
ameaças: danos ao acervo; vários servidores em via de aposentadoria; existência de
biblioteca em outro departamento, sem vínculo com a bu; sistemas não interligados
entre os departamentos (PERGAMUM, SIG, DRCA); novas demandas dos usuários;
insuficiência de recursos orçamentários para atendimento dasdemandas existentes.
oportunidades: atividades de promoção da leitura; captação de recursos para
aquisição de obras, por meio de projetos (agências de fomento); uso de canais de
comunicação internos e externos como mídias sociais, tv, rádio e outros; incentivos
externos e internos para capacitação de servidores; parcerias com outras instituições,
pelo sistema de comutação bibliográfica (SCAD/BIREME) e pelo consórcio sul
sudeste de minas gerais; revisão do PDI UFLA (2011-2015); nova vinculação da
biblioteca no organograma da UFLA (assessoria para desenvolvimento acadêmico /
reitoria); criação de novos cursos dentro da instituição; incentivo público e privado à
pesquisa
265
�Através da conjuntura de dados destes elementos, podem ser desenvolvidas propostas
de adaptação e ações estratégicas, sendo muito comum a aplicação do BSC (Balanced
Scorecard), fazendo com que as bibliotecas universitárias possam verificar seus processos
internos constatando seu aprendizado e crescimento. Segundo Chiavenato e Sapiro (2010), o
BSC constitui uma ferramenta administrativa que envolve várias perspectivas diferentes e que
devem ser integradas e balanceadas para promover sinergia. De acordo com os autores o BSC
é uma metodologia baseada no equilíbrio organizacional e se fundamenta no balanceamento
entre quatro diferentes perspectivas de objetivos, a saber: perspectiva financeira, perspectiva
do cliente, perspectiva dos processos internos e perspectiva da inovação e aprendizagem.
Ainda no caso em questão, o estudo do ano de 2014 fez uso da ferramenta BSC após a
aplicação e análise da matriz SWOT, utilizando-a para a gestão bibliotecária da seguinte
maneira:
Objetivo estratégico: promover o incentivo à leitura promover a inclusão social de
deficientes proporcionar a acessibilidade informacional ampliar e adequar a estrutura
física visando atender as demandas promover maior conforto e melhores condições
de uso do ambiente promover maior conforto e melhores condições de estudos para
os usuários desenvolver uma infraestrutura inovadora e eficaz para apoiar os
serviços da biblioteca desenvolver nos servidores capacidade de inovação e a busca
de mudanças buscar a atualização e o aperfeiçoamento contínuo de recursos
humanos, visando o aprimoramento das atividades e serviços oferecidos aos usuários
Meta: definir 10 escolas do município de lavras para visitação à biblioteca da UFLA
na semana do livro ministrar palestras de conscientização e informação sobre
inclusão ministrar palestras sobre os serviços disponíveis à comunidade pela
biblioteca aumentar o espaço físico em x metros substituir % por lâmpadas
adequadas e instalar % de ventiladores adquirir % de novas mobílias compra de um
sistema de segurança até 2013 capacitação, qualificação e atualização de % dos
servidores da biblioteca da UFLA capacitação, qualificação e atualização de % dos
servidores da biblioteca da UFLA
Indicador: integração de atividades de incentivo à leitura com escolas do município
de lavras e região aumento do número de usuários portadores de necessidades
especiais à biblioteca da UFLA aumento do número de usuários não pertencentes à
comunidade acadêmica na biblioteca da UFLA ampliação da estrutura física do
espaço de estudo individual na ala i, ii, iii e térreo estruturação das dependências da
biblioteca estruturação do mobiliário aquisição e modernização dos equipamentos
atualização dos servidores para desempenharem novos serviços capacitação e
atualização dos servidores
Ações estratégicas: promover a semana do livro e da biblioteca com a participação
de alunos das escolas municipais, estaduais e particulares da cidade realizar a
divulgação para a comunidade lavrense sobre a estrutura disponível para portadores
de necessidades especiais divulgar a comunidade sobre a possibilidade de utilização
das dependências/acervo pela comunidade solicitar a ampliação da área física da
biblioteca climatizar e iluminar a biblioteca, visando o conforto dos usuários, aliado
aos padrões de preservação do acervo adquirir novos mobiliários, como mesas e
cadeiras adquirir equipamentos que garantam a segurança do acervo participação
dos servidores técnicos da biblioteca em cursos de motivação e atualização
capacitação dos servidores para se adaptar às novas tecnologias
266
�Esse modelo pode ser representado no presente artigo como o modelo ideal de
aplicação da análise SWOT com ênfase no planejamento estratégico das bibliotecas
universitárias, devendo evidentemente o gestor respeitar as particularidades da organização e
apresentar resultados fieis à realidade da mesma, pois sem a fidelidade na realização da
análise da matriz, é impossível que os objetivos e metas estratégicas da biblioteca alcancem
seu objetivo de maneira clara e direta.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As universidades públicas ocupam posição fundamental no cenário acadêmico
nacional, detendo papel estratégico no processo de desenvolvimento científico e tecnológico
do país. Neste sentido é inegável a importância da administração sob a ótica das bibliotecas
universitárias, sendo estas organizações vitais para o reconhecimento social e acadêmico das
instituições de ensino superior além de promover o desenvolvimento intelectual de seus
acadêmicos. Embora deva ser respeitada cada particularidade das bibliotecas universitárias
enquanto organização, as mesmas devem ser tratadas de maneira análoga a uma empresa
quando se refere ao planejamento estratégico.
Para que uma determinada biblioteca universitária apresente bom desempenho e
constante evolução, se faz necessário que a mesma conte com instrumentos de gestão
adequados, além do envolvimento máximo de todos os colaboradores e da capacidade de
enfrentar as dificuldades ministradas pela comunidade acadêmica.
Evidenciamos a aplicação da matriz SWOT nas bibliotecárias universitárias,
verificando o leque de possibilidades no âmbito do planejamento estratégico que é aberto após
a realização de tal análise, sendo costumeiramente feito o uso da ferramenta BSC para a
concretização dos objetivos da organização. Evidentemente, as particularidades de cada
biblioteca devem ser consideradas, porém se faz de sumaríssima importância que a gestão de
bibliotecas universitárias aconteça nos mesmos termos que é gerida qualquer outra
organização no âmbito contemporâneo.
É importante ressaltar que a avaliação das condições de ensino, que têm exigências
específicas em relação às bibliotecas, é regulamentada pelo decreto nº 5.773, de 9 de maio de
2006 (Brasil, 2006), que dispõe sobre a organização do ensino superior, a avaliação de cursos
e instituições, entre outras providências. No âmbito dos critérios de avaliação do ministério da
educação (MEC), para que uma instituição de ensino superior permaneça credenciada, os
267
�profissionais bibliotecários têm despertado uma preocupação a fim de atender às exigências
do MEC. Como proposta para pesquisas futuras, seria interessante analisar se as bibliotecas
universitárias estão obtendo êxito nas avaliações do MEC, visto que faz-se necessário um
planejamento estratégico prévio pelo gestor da unidade antes de tais avaliações.
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informação. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.
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269
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Planejamento estratégico na gestão de bibliotecas universitárias: um estudo a partir da aplicação da análise SWOT.
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Alves, Felipe Lopes; Pacheco, Kátia Lúcia
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O objetivo deste artigo é discutir a questão do planejamento estratégico nas bibliotecas universitárias sob aplicação da análise SWOT, que indica os riscos eminentes que devem ser evitados na execução de atividades e as oportunidades que podem ser aproveitadas pela organização, apontando as fraquezas e forças da empresa analisada. A investigação foi realizada por meio de revisões de literatura, apresentando um panorama geral acerca da administração de bibliotecas universitárias. A indagação que norteou o estudo foi: como as bibliotecas universitárias podem aplicar em sua gestão a análise swot? Evidenciou-se, neste estudo, que as bibliotecas universitárias destacam-se como unidades de suma importância tanto para o processo educacional em questão, quanto para o sucesso das próprias instituições de ensino. O planejamento estratégico, no processo de gestão, é extremamente relevante no que tange a atender às diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Educação e para a melhoria dos serviços prestados pelas bibliotecas universitárias
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pt
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2ba37265168cb83668ed772d779dae4d
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IDEIAS DE SUSTENTABILIDADE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: CASO
DA BIBLIOTECA CENTRAL DO CAMPUS DO PICI, DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ
SUSTAINABILITY IDEAS IN UNIVERSITY LIBRARIES: CENTRAL LIBRARY OF THE PICI
CAMPUS OF THE FEDERAL UNIVERSITY OF CEARÁ STUDY OF CASE
Resumo: As bibliotecas são como organismos multifacetados, que devem realizar ações de
sustentabilidade em respeito ao meio ambiente. Assim, a Biblioteca Central do Campus do
Pici Prof. Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, buscou integrar
práticas sustentáveis no seu planejamento anual criando em sua unidade algumas propostas
para a implantação de ações de sustentabilidade. Em virtude da necessidade de soluções para
os problemas ambientais e sustentáveis que assolam a sociedade, nesta pesquisa formulamos o
seguinte questionamento: como as Bibliotecas Universitárias podem desenvolver, em suas
unidades, um espaço voltado para o ambiente sustentável? Tornando-se conjectura da
qualidade da gestão para as bibliotecas universitárias, assim como para outras empresas
públicas e privadas, a questão da adoção de ações de responsabilidade socioambiental visa
atender a demanda com padrões de excelência nos serviços oferecidos e no cumprimento da
missão dessas instituições. Realizou-se pesquisa-ação mediante estudo de caso baseado em
uma metodologia participativa, buscou-se descobrir como as Bibliotecas Universitárias
podem desenvolver, em suas unidades, um espaço voltado para o ambiente sustentável. E
como resultado, aponta quais ações estão sendo desenvolvidas na biblioteca-alvo deste estudo,
tais como: campanhas para economia de papel, coleta seletiva e economia de energia elétrica.
Palavras-chave: Bibliotecas. Sustentabilidade. Responsabilidade social.
Abstract: Libraries are like multifaceted organisms, which must carry out sustainability
actions in respect of the environment. Thus, the Central Library of the Campus of Pici Prof.
Francisco José de Abreu Matos, of the Federal University of Ceará, sought to integrate
sustainable practices in its annual planning creating in its unit some proposals for the
implementation of sustainability actions. Because of the need for solutions to the
environmental and sustainable problems that plague society, in this research we formulate the
following question: How the University libraries can develop, in their units, a space focused
on the sustainable environment ? Becoming a conjecture of the quality of management for
university libraries, as well as for other public and private companies, the issue of the
adoption of social and environmental responsibility actions aims to meet the demand with
245
�standards of excellence in the services offered and in the Fulfilment of the mission of these
institutions. Research-action was carried out through a case study based on a participatory
methodology, it was sought to discover how the university libraries can develop, in their units,
a space focused on the sustainable environment. And as a result, it points out what actions are
being developed in the target library of this study, such as: paper-saving campaigns, selective
collection and electrical energy savings.
Keywords: Libraries. Sustainability. Social responsibility.
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, percebe-se um aumento significativo do interesse da sociedade pelas
questões ambientais. As expressivas transformações climáticas resultantes das emissões de
gases poluentes, os visíveis problemas de saúde e de escassez de água de qualidade e a agenda
energética, são fatores que vêm impactando não só a opinião pública, como têm severos
reflexos nas questões sociais e econômicas. Tornando-se conjectura da qualidade da gestão
para as bibliotecas universitárias, assim como para outras empresas públicas e privadas, a
questão da adoção de ações de responsabilidade socioambiental visa atender a demanda com
padrões de excelência nos serviços oferecidos e no cumprimento da missão dessas
instituições, ainda que isso não ocorra facilmente. Corroboramos com Crestana, et al. (2013),
quando consideram que as bibliotecas são como organismos multifacetadas, em que novas
propostas estão ligadas diretamente com as competências acumuladas, a
integração com meio ambiente, além da sua capacidade inovadora
inserção e a
para participar do
ambiente social como um todo (ARRUDA, 2009).
Nesse sentido, a Biblioteca Central do Campus do Pici (BCCP), da Universidade
Federal do Ceará (UFC) criou em sua unidade algumas propostas para a implantação de ações
de sustentabilidade. Uma das formas para implementação dessas práticas em todos os setores
da unidade foi a integração das ações ao planejamento anual da biblioteca. Com o intuito de
viabilizar essas ações, a BCCP fundamentou-se no relatório Brundtland que, em 1987, definiu
Essa comissão ficou conhecida como Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (AGOPYAN; JOHN, 2011).
Tal conceito considera três aspectos: o ambiental, o social e o econômico. E segundo
Sands (2011) e Trotter (2008), as instituições privadas e governamentais, ONGs e empresas,
bem como as bibliotecas, estão definindo e desenvolvendo ações e programas formais de
246
�sustentabilidade; são as chamadas bibliotecas verdes ou sustentáveis. Ainda segundo os
autores, essas ações dizem respeito à preservação e conservação, gestão, edifícios,
desenvolvimento de coleções, disseminação da informação e serviços aos usuários (SANDS,
2011; TROTTER, 2008). E é nesse sentido que a BCCP vislumbrou suas ações de
sustentabilidade.
Em virtude da necessidade de soluções para os problemas ambientais e sustentáveis
que assolam a sociedade, nesta pesquisa formulamos o seguinte questionamento: Como as
Bibliotecas Universitárias podem desenvolver, em suas unidades, um espaço voltado para o
ambiente sustentável?
2 DESENVOLVIMENTO
Ao realizar uma pesquisa simples no Portal de Periódico da Capes, aplicando um filtro
de produções que contém
2017,pudemos chegar facilmente ao número de 1.000 publicações. Se fizermos nova pesquisa
utilizando uma delimitação menor de tempo ou seja, somente no ano 2017 e que tenha o
termo sustentabilidade no assunto , chegaremos ao número de 14 artigos publicados nos 4
primeiros meses do ano. Considerando a seletividade que o Portal assume para indexar
artigos, sem receio de falsos julgamentos, podemos afirmar que a produção científica nessa
área é grandiosa. Em um site de busca open access para especificar, no Google acadêmico ,
a mesma palavra recupera aproximadamente 582.000 resultados. Trata-se, portanto, de um
tema do momento.
Contudo, os dados revelam que de fato muito conteúdo tem sido produzido sobre o
tema sustentabilidade, mas na prática poucas medidas estão sendo tomadas.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apresenta dados com delimitação
tempo-espaço, que mostram o aumento do índice de desflorestamento da Amazônia legal nos
últimos anos, totalizando, em 2010,uma área bruta de 6.491 km².
Além de ficar calculando danos, mostrando números e aterrorizando a população, a
questão da sustentabilidade no Brasil precisa levar em consideração nossas especificidades
territoriais, populacionais e reservas ambientais. E, por esse motivo:
[...] a questão da sustentabilidade no Brasil não pode ser pensada com base nos
mesmos padrões em que a discussão se dá nos países da Europa e da OECD em geral. A
necessidade central no caso do Brasil não é a de estabelecer metas agregadas de redução, mas
247
�sim adotar uma forte dinâmica política que transforme a estrutura social desigual,
desequilibrada e predatória que vem sendo estabelecida nos diversos pontos do território. É
preciso, em primeiro lugar, combater a insustentabilidade social. (PADUA, 1999, p. 32).
A visibilidade de ações sustentáveis pode até tornar-se uma consequência, mas ela não
deve ser um fim em si mesmo. Ao contrário, deve ter como finalidade nossa própria
sobrevivência. Implantações de programas de sustentabilidade já podem ser observadas em
várias bibliotecas, e já foram discutidas em diversos encontros. O 25.º Congresso Brasileiro
de Biblioteconomia, Documentação e Ciência da Informação, realizado em julho de 2013,em
Florianópolis, tratou a questão na Temática III: Bibliotecas, serviços de informação e
sustentabilidade.
Dentre os trabalhos apresentados, podemos citar: Crestanaet et al. (2013), expondo as
questões de sustentabilidade tratadas na biblioteca da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo; Palhares e Palhares (2013), com o projeto de sustentabilidade da biblioteca
Professor Gaio; Reis et al. (2013),sobre a criação e implantação do projeto Biblioteca Verde,
no Sistema Integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual de Feira de Santana (SISBIUEFS).
A temática continua sendo uma necessidade nos centros informacionais, pois sabemos
que, apesar dos avanços, ainda não atingimos patamares satisfatórios de sustentabilidade nas
bibliotecas brasileiras. E pensando nisso, a Biblioteca Central do Campus do Pici, da
Universidade Federal do Ceará, também tem desenvolvido iniciativas para alcançar o patamar
de sustentável.
3 MATERIAIS E MÉTODOS
Diante do questionamento da pesquisa, utilizou-se, como referencial, a pesquisa-ação,
por meio de um estudo de caso baseado em metodologia participativa, na qual todos os
participantes foram sujeitos que frequentavam ou trabalhavam na Biblioteca Central do Pici.
Segundo Thiollent (2011, p. 8), uma pesquisa-
mentos
irão modificar a situação-problema.
Ainda corroboramos com Thiollent (2000), quando afirma que: Uma pesquisa pode ser
qualificada de pesquisa-ação quando houver realmente uma ação por parte das pessoas ou
grupos implicados no problema sob observação. Além disso, é preciso que a ação seja uma
248
�ação não trivial, o que quer dizer uma ação problemática merecendo investigação para ser
elaborada e conduzida (THIOLLENT, 2000, p.15).
Assim, a pesquisa-ação segue a orientação voltada para os objetivos de transformação,
em que podemos planejar, implementar, implantar, descrever e avaliar uma possível mudança
para a melhoria da prática.
Segundo Angel (2000), uma pesquisa-ação pode ser considerada colaborativa ou
participativa, dependendo do grau de participação das pessoas envolvidas no estudo, ou na
pesquisa.
Diante da metodologia da pesquisa-ação, utilizamos um método de estudo de caso
baseado em metodologia participativa. Segundo Yin (2010), como método de pesquisa o
estudo de caso é utilizado em vários tipos de situações, do qual poderemos descrever o
comportamento de pequenos grupos, avaliar os processos organizacionais e administrativos,
dentre outros.
A sistematização dos dados teve o foco voltado à promoção da sustentabilidade em
bibliotecas universitárias, bem como a observação das atividades promovidas pela biblioteca
com a participação de todos os sujeitos que frequentavam o espaço. Utilizamos como critérios
de inclusão as ações de sustentabilidade voltadas para as questões ambientais, de forma a
promover e discutir, nos espaços informacionais, as características e os aspectos da
sustentabilidade, bem como a sua importância para a sociedade.
Em seguida, foram identificados os espaços de ação para o projeto, bem como sua
divulgação e o preparo dos ambientes para o desenvolvimento dessas ações. Procuramos
nortear essas ações em três pilares de atuação:
1.
Controle e Economia de Materiais;
2.
Reciclagem e Monitoramento de Resíduos;
3.
Contribuição para a Qualidade de Vida.
As referidas ações se desenvolveram na biblioteca por intermédio de cada um desses
pilares de atuação, da seguinte forma;
1.
Ações de Controle e Economia de Materiais:
249
�a)
O Guia de Apresentação de Dissertações, Teses e Monografias está disponível
online no website da biblioteca, para leitura em tela, e conta com uma versão em PDF para
eventual impressão, evitando o desperdício de papel.
Figura 1: Guia de Normalização de Trabalhos Acadêmicos da Universidade Federal do Ceará
b) Desde junho de 2016,a Biblioteca optou pelo fim da impressão dos comprovantes
de empréstimo, devolução e renovação de material e, como alternativa, os comprovantes são
enviados aos usuários via correio eletrônico (e-mail).
Fotografia 1: Campanha recibo digital
Fonte:das autoras
2018
250
�c) Desde 2006, os trabalhos acadêmicos são depositados via online, evitando o gasto
de impressão desses materiais. A Biblioteca orienta alunos, professores e secretários como
fazer o depósito desses materiais online e qual o sistema adequado para cada categoria. Por
exemplo, as Dissertações e Teses devem ser depositadas no Repositório da Instituição e
sistema de automação Pergamum; as Monografias, somente no Pergamum.
Figura 2: Recebimento e divulgação de dissertações, teses e TCCs no Repositório Institucional
Fonte: Biblioteca universitária da UFC - 2018
A Biblioteca Central do Campus do Pici, da UFC , realiza a inserção e divulgação da
produção científica da Universidade por meio de seus repositórios digitais de acesso público
a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações (BDTD), o Repositório Institucional (RI) e o
catálogo eletrônico do acervo (Pergamum) , mediante a autorização dos autores. Os trabalhos
de conclusão de cursos de graduação e de pós-graduação lato sensu (TCCs), e as dissertações
e teses, produzidos na UFC, são recebidos exclusivamente em versão eletrônica; ou seja, é
dispensada a entrega de vias impressas.
2.
Ações de Reciclagem e Monitoramento de Resíduos:
a) Reciclagem de Papel
No que se refere a ações voltadas para os aspectos materiais e resíduos, podemos
afirmar que já se encontram incorporadas na rotina
como a Reciclagem de papel, por
exemplo, em parceria com o Programa de Gerenciamento de Resíduos da UFC (PROGERE),
251
�em que a UFC viabiliza e incentiva projetos para otimizar a gestão de resíduos gerados nas
atividades de Ensino, Pesquisa, Extensão e Administração da Instituição.
Fotografia 2: Caixas de papelão para coleta de papel
Fonte: das autoras
2018
A Biblioteca distribuiu caixas coletoras de papel, que estão espalhadas em vários
locais, cujo conteúdo é recolhido diariamente e colocadas em recipiente próprio
um grande
receptor da PROGERE , que faz a coleta quinzenalmente.
b) Coleta seletiva de pilhas e baterias
Outra iniciativa é a parceria com o PET do Curso de Engenharia Ambiental da UFC,
que faz coleta de pilhas e baterias. A Biblioteca é um posto coletor, contendo dois recipientes;
quinzenalmente recolhem o material de um deles.
Fonte: das autoras - 2018
252
�c) Economia de água
A Biblioteca dispõe de uma cisterna para coletar água da chuva. Essa caixa coletora
possui um motor que leva a água para a caixa de água do prédio. A cisterna é revestida com
uma tela para proteção contra o Aaedes aegypti.
3) Contribuição para a Qualidade de Vida:
Na busca de melhoria da qualidade de vida das pessoas, tanto de funcionários como
dos usuários, às ações praticadas na BCCP são:
a)Mobiliário de trabalho e para usuários adequados (ergonômico); b) Utilização de
EPIs; c) Inspeção periódica de extintores e equipamentos contra incêndio, pelos bombeiros e
formação de brigadistas na biblioteca para evitar incêndios; d) Limpeza periódica (contrato de
manutenção) dos equipamentos de ar-condicionado; e) Checklist diário para o fechamento da
Biblioteca, pelos seguranças.
Fotografia 4: Janelas para aproveitar a luz do sol
Fonte: das autoras - 2018
253
�4 CONCLUSÃO
O fato é que, para que o desenvolvimento sustentável ocorra, necessita-se de uma
estrutura baseada em direitos humanos, e é nesse contexto que as bibliotecas universitárias
devem coexistir. Elas podem contribuir permanentemente, nos espaços de reflexão e
informação que proporcionam à comunidade na qual estão inseridas como o aumento da
consciencialização sobre a proteção do meio ambiente; as alterações climáticas; a eficiência
energética; espaços verdes; biodiversidade; saúde pública; direitos e liberdades fundamentais;
serviços públicos.
Nesse sentido, como resultado das atividades e serviços explanados na Biblioteca
Central do Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará, esperamos contribuir sendo
exemplo de biblioteca sustentável e, consequentemente, construir as normativas brasileiras
sobre o tema, tornando a ideia deste estudo de caso um modelo para outras bibliotecas
universitárias. Espera-se, também, que os resultados deste estudo de caso ampliem a reflexão
e a adoção do conceito bibliotecas verdes e sustentáveis no país.
Concluímos, orientando para que os investimentos das universidades sejam voltados
para a construção e modernização de bibliotecas universitárias sustentáveis , que prevaleça a
adoção de princípios de sustentabilidade em seus prédios, serviços e práticas, com o objetivo
de incidir positivamente no desenvolvimento sustentável da universidade e consequentemente
em toda a região.
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Florianópolis,
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255
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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The nature or genre of the resource
Evento
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A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Ideias de sustentabilidade em bibliotecas universitárias: caso da Biblioteca Central do Campus do Pici, da Universidade Federal do Ceará.
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Melo, Ana Cristina Azevedo Ursolino; Sales, Weslayne Nunes de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As bibliotecas são como organismos multifacetados, que devem realizar ações de sustentabilidade em respeito ao meio ambiente. Assim, a Biblioteca Central do Campus do Pici Prof. Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, buscou integrar práticas sustentáveis no seu planejamento anual criando em sua unidade algumas propostas para a implantação de ações de sustentabilidade. Em virtude da necessidade de soluções para os problemas ambientais e sustentáveis que assolam a sociedade, nesta pesquisa formulamos o seguinte questionamento: como as Bibliotecas Universitárias podem desenvolver, em suas unidades, um espaço voltado para o ambiente sustentável? Tornando-se conjectura da qualidade da gestão para as bibliotecas universitárias, assim como para outras empresas públicas e privadas, a questão da adoção de ações de responsabilidade socioambiental visa atender a demanda com padrões de excelência nos serviços oferecidos e no cumprimento da missão dessas instituições. Realizou-se pesquisa-ação mediante estudo de caso baseado em uma metodologia participativa, buscou-se descobrir como as Bibliotecas Universitárias podem desenvolver, em suas unidades, um espaço voltado para o ambiente sustentável. E como resultado, aponta quais ações estão sendo desenvolvidas na biblioteca-alvo deste estudo, tais como: campanhas para economia de papel, coleta seletiva e economia de energia elétrica.
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e1dfba565705227fc3b7874b8457d8aa
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O USO DOS DISPOSITIVOS DE COMUNICAÇÃO DA WEB SOCIAL PARA A
MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO NOS ARQUIVOS E NAS BIBLIOTECAS
THE USE OF SOCIAL WEB COMMUNICATION DEVICES FOR MEDIATION OF
INFORMATION IN ARCHIVES AND LIBRARIES
Resumo: A imersão dos arquivos e bibliotecas no mundo digital exige que sejam
estabelecidas políticas e instrumentos de gestão, vinculados ao desenvolvimento de diretrizes
voltadas à web social, com o intuito de possibilitar aos usuários a identificação, acesso, uso e
colaboração com estes ambientes informacionais. A partir deste contexto, esta comunicação
se constitui em uma pesquisa descritiva, que tem como método o estudo de caso e objetivo
apresentar reflexões sobre a consolidação do dispositivo de comunicação da web social de
dois ambientes informacionais de uma unidade de ensino superior, no que se refere às
atividades de mediação e gestão da informação. A pesquisa se desenvolveu em duas fases: 1)
Interferência e observação direta na fanpage do facebook dos ambientes informacionais; 2)
Estabelecimento de indicadores que subsidiaram a construção da política e do manual de
gestão e uso da fanpage no facebook. Os resultados apontam que a incorporação e utilização
dos dispositivos da web social no âmbito universitário incentivam o usuário a estabelecer uma
interação com os arquivos e bibliotecas.
Palavras-chave: Biblioteca universitária. Arquivo universitário. Web social. Mediação da
informação. Gestão da informação.
Abstract: The immersion of archives and libraries in the digital world requires that policies
and management tools are established, linked to the development of guidelines related to
Social web, in order to enable users to identify, access, use and collaborate with these
informational environments. From this context, this communication consists in a descriptive
study, which has as method the case study, that aims to present reflections about the
consolidation of the communication device of the Social web of two informational
environments of a higher education unit, with regard to the activities of mediation and
information management. The research developed in two stages: 1) Interference and direct
observation on Facebook's fanpage of informational environments; 2) Establishment of
indicators that subsidized the construction of the policy and the Manual of Management and
229
�use of fanpage on Facebook. These results point to the incorporation and use of Social web
devices at the university level encourage the user to establish an interaction with the archives
and libraries.
Keywords: University library. University archive. Social web. Information mediation.
Information management.
1 INTRODUÇÃO
O arquivo e a biblioteca são ambientes que favorecem o desenvolvimento dos sujeitos,
seja auxiliando-os em seu crescimento social, cognitivo e econômico. Esses ambientes de
informação, ao trabalharem diretamente com o conhecimento registrado, possibilitam que os
usuários se desenvolvam cognitivamente, o que pode ser refletido em um melhor desempenho
em suas atividades técnicas, profissionais e científicas.
Por outro lado, os usuários, ao terem acesso e utilizarem as informações que
necessitam, também podem cumprir melhor seus papéis enquanto sujeitos sociais,
posicionando-se de modo mais consciente e autônomo, além de aperfeiçoarem a qualidade de
seus discursos, já que terão embasamento nos debates com seus pares. Assim, os profissionais
da informação em suas atividades de organização, preservação, representação e disseminação
da informação têm um papel social importante que é a de suprir as necessidades de
informação dos usuários, favorecendo o crescimento desses.
Nessa perspectiva, a aproximação entre os sujeitos com a informação não se dá de
modo direto. É necessária a interferência dos profissionais da informação, além de técnicas,
tecnologias e procedimentos que favoreçam a recuperação da informação. Esses profissionais,
mediadores da informação, são responsáveis por desenvolverem reflexões, estratégias e ações
que tornem possível o acesso, uso e apropriação da informação. Bibliotecários e arquivistas
são considerados mediadores, pois apoiam os usuários no desenvolvimento cognitivo, ao
acolhê-los e motivá-los nos desejos de ampliarem seu conhecimento e ao propiciar condições
que possibilitem satisfazer as inquietações e necessidades informacionais.
Enquanto mediadores da informação, o papel do bibliotecário e arquivista deve ocorrer
de maneira estratégica, planejada e inovadora, de modo a atrair os usuários potenciais e
ampliar as relações com os usuários reais. Nesse sentido, os dispositivos de comunicação da
web social apresentam-se como fortes aliados para o desenvolvimento das atividades de
mediação que favoreçam a aproximação entre o arquivo e a biblioteca, os seus profissionais e
os usuários com esses ambientes.
230
�Este texto apresenta o desenvolvimento do dispositivo de comunicação da web social
de dois ambientes informacionais de uma unidade de ensino superior, além das reflexões
sobre as atividades de mediação e gestão da informação e como essas podem ser
potencializadas, assim como potencializarem os dispositivos de comunicação da web social.
Nessa perspectiva, são apresentados alguns indicadores que possibilitam um melhor exame e
uso dos dispositivos da web social pelas bibliotecas e arquivos.
2 MEDIAÇÃO, GESTÃO DA INFORMAÇÃO E A WEB SOCIAL: PRÁTICAS DE
(RE)SIGNIFICAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO
A web social proporciona um novo modelo para ambientes virtuais, que amplia a
cultura participativa e possibilita aos sujeitos uma comunicação mais intensiva e colaborativa
Web social pode ser
nesse espaço. Blat
considerada uma nova concepção, pois passa agora a ser descentralizada e na qual o sujeito
torna-se um ser ativo e participante sobre a criação, seleção e troca de conteúdo postado em
um determinado site
web
social pelos sujeitos, através de redes colaborativas, rompem com a ideia de passividade e
passam a se posicionar de modo mais autônomo e dinâmico, trocando informações,
promovendo debates e construção de textos colaborativos.
Em 2008, Curty (p. 55) ampliava as reflexões sobre a web social a definindo como,
Uma web mais social, pois envolve mais pessoas; mais colaborativa, porque todos
são partícipes potenciais e têm condição de se envolver mais densamente; mais
apreensível, pois desmistifica que conhecimentos técnicos sejam necessários para a
interação; uma web que se importa menos com a tecnologia de informação e mais
com pessoas, conteúdo e acesso: dizem que por essa Web denota-se a versão 2.0.
Embora esses conceitos fossem elaborados e apresentados em média dez anos atrás,
ainda representam a concepção do que vem a ser a web social, bem como seus recursos de
comunicação. Desde o orkut, messenger, entre outros, até os mais atuais como instagram,
facebook, twitter, são considerados potencializadores de uma comunicação mais interativa,
participativa e colaborativa. Assim, constata-se que a inovação vem ocorrendo por meio dos
dispositivos, que constantemente vem atualizando seus recursos, a fim de continuar sendo
utilizados pelos sujeitos e que esses possam trocar e disponibilizar conteúdos informacionais
com os demais participantes da rede social.
Os recursos de comunicação da web social possuem uma lógica própria de
funcionamento que pode favorecer a relação entre os sujeitos e potencializar a comunicação
231
�realizada por esses, sendo considerados, nesse artigo, como dispositivos. Segundo Perrotti
rtadores de
web social podem ser refletidos como
dispositivos que proporcionam modos de significação no sujeito através de relações com
outros sujeitos, já que, na interlocução entre eles, há um resgate de experiências e
conhecimentos, que quando acionados por novas informações, os sujeitos têm maiores
possibilidades de atingir seu próprio desenvolvimento cognitivo.
Arquivos e bibliotecas, ao utilizarem os dispositivos de comunicação da web social,
devem realizar um planejamento estratégico, de modo a favorecer as ações de mediação da
informação. Nesse sentido, as ações de gestão, especialmente de gestão da informação, devem
ser adotadas para um uso efetivo dos dispositivos de comunicação, logo que, segundo
Valentim (2004, p. 1) refere-se a
[...] um conjunto de estratégias que visa identificar as necessidades informacionais,
mapear os fluxos formais de informação nos diferentes ambientes da organização,
assim como sua coleta, filtragem, análise, organização, armazenagem e
disseminação objetivando apoiar o desenvolvimento das atividades cotidianas e a
tomada de decisão no ambiente corporativo. (VALENTIM, 2004, p.1).
As ações de gestão da informação estão associadas à criação de estratégia para o
desenvolvimento, desde a identificação das necessidades informacionais dos usuários, até as
ações de organização, armazenamento, recuperação e utilização da informação. Os
dispositivos de comunicação da web social, ao serem adotados pelo arquivo e biblioteca,
potencializam uma extensão das ações de mediação da informação, desenvolvendo estratégias
para que, de maneira efetiva, possam identificar, organizar e disponibilizar informações para
os usuários.
A web social apresenta-se como um local de interlocução e troca simbólica que pode
favorecer a mediação da informação. Perrotti (2007), ao refletir sobre a mediação da
-se, mediar à informação não é,
nessa compreensão, atividade passiva de transmissão de conteúdo, mas, forma de atuação nos
desenvolver suas atividades de mediação da informação baseadas na responsabilidade em
apoiar e potencializar a recuperação, acesso e uso da informação, mas, para além desses
objetivos, devem favorecer a apropriação da informação, identificando e auxiliando os
sujeitos em suas múltiplas e distintas características.
Nesse contexto, Almeida Júnior (2015) afirma que a mediação da informação é
232
�[...] toda ação de interferência realizada em processo, por um profissional da
informação e na ambiência de equipamentos informacionais -, direta ou indireta;
consciente ou inconsciente; singular ou plural; individual ou coletiva; visando a
apropriação de informação que satisfaça, parcialmente e de maneira momentânea,
uma necessidade informacional, gerando conflitos e novas necessidades
informacionais. (ALMEIDA JÚNIOR, 2015, p. 25)
A mediação da informação, nesse sentido, está relacionada à ação e interferência do
arquivista e bibliotecário no processo entre a guarda, identificação, aquisição, organização,
disseminação da informação e o auxílio e desenvolvimento de condições necessárias para que
os sujeitos possam solucionar um problema informacional. Assim, a mediação da informação
não se desenvolve somente na guarda ou entrega de um documento, mas em todo o processo,
formal ou informal, que favoreça a tomada de decisões, apropriação da informação e
construção de novos conhecimentos.
Os arquivistas e os bibliotecários, ao realizarem as atividades de mediação da
informação, devem favorecer o desenvolvimento de competências na busca, acesso, uso e
apropriação da informação, todavia esses profissionais devem ir além, tendo por objetivo,
através do processo de realização dessas atividades, o desenvolvimento de um comportamento
autônomo e participativo dos usuários. Conforme alertam Varela e Barbosa (2009),
Novos tempos apontam para o desenvolvimento de um conjunto de competências e
habilidades, a fim de que se possa, efetivamente, compreender e refletir a realidade,
participar e agir no contexto de uma sociedade em que o conhecimento é constituído
pelas interações contínuas realizadas individualmente pelo cidadão e validados
coletivamente por todos os cidadãos.
Nessa perspectiva, os dispositivos da web social podem auxiliar e ampliar o espaço de
interlocução entre o profissional da informação e o usuário, potencializando as atividades de
mediação da informação para além do espaço físico, tornando essas atividades dinâmicas e
interativas.
Nesse sentido, o sujeito ao interagir entre seus pares, como também com os
profissionais da informação, seja bibliotecário ou arquivista, a fim de buscar, acessar e/ou
trocar informação, torna-se autônomo e participativo, um autêntico protagonista. Segundo
diferenciada, que lhes são próprias e pessoais, revelam também dimensão plural
complementar, que afirmam a sua condição de pertencimento a um grupo, a uma cultura, a
233
�limitar-se a possibilitar o acesso e uso das informações em seus acervos. Através dos
dispositivos de comunicação da web social, devem se aproximar dos seus usuários,
promovendo atividades de mediação da informação que os possibilitem atuar como
protagonistas.
3 METODOLOGIA
Pesquisa descritiva, que tem como método o estudo de caso, por tratar do
desenvolvimento e uso do dispositivo de comunicação da web social disponibilizado pela
Biblioteca e Arquivo da unidade de ensino superior. Dessa maneira, essa comunicação
apresenta os resultados da interferência e observação direta na fanpage, do facebook, dos
Ambientes Informacionais supracitados, a partir das práticas de gestão e as ações de mediação
da informação, além de indicadores que subsidiaram a construção da política e do manual de
gestão do uso da página no facebook.
A Biblioteca possui um número significativo de profissionais: três bibliotecárias e
cinco auxiliares de Biblioteca. Entre outros aspectos, destaca- se por atender os discentes dos
onze cursos de graduação da instituição, além dos discentes de pós-graduação, docentes,
funcionários e público externo. Seu eixo temático é a Engenharia, sendo o ponto de união
entre os diversos cursos e sujeitos. Esse último aspecto, unidade temática, sinaliza a existência
de uma cultura organizacional, que possibilite uma comunicação comum e participação
favorável entre os sujeitos.
O Arquivo constitui como orientação geral aos pesquisadores e funcionários quanto ao
conhecimento, à utilização dos acervos documental e museológico de relevância acadêmica e
social (valor histórico) sob a guarda da unidade de ensino e também acerca dos serviços
prestados pelo arquivo à comunidade, ao longo dos seus 121 anos. O acervo é composto por
documentos textuais custodiados que datam de 1896 até o ano corrente, além de acervo
iconográfico, museológico, sonoro, audiovisual, cartográfico e pessoal que retratam as
atividades-meio e atividades-fim desta unidade de ensino. Como a Biblioteca, o Arquivo
também possui uma equipe qualificada e em número significativo para atender as demandas
dos usuários, tanto em ambiente físico quanto virtual.
Até o ano de 2016, tanto a Biblioteca quanto o Arquivo apenas disponibilizavam
informações por dispositivos de comunicação pertencente à web 1.0 (correspondência e
telefone). A partir de 2017, esses Ambientes Informacionais passaram a disponibilizar uma
fanpage no facebook, sendo a criação e o desenvolvimento desse dispositivo fundamentados
234
�em indicadores da literatura da Ciência da informação, resultado da interferência direta da
pesquisa. Esse dispositivo de comunicação também passa a apresentar novos indicadores que
são apresentados nessa comunicação, a fim de oferecerem subsídios teórico e metodológico
para o desenvolvimento de ações de mediação e gestão da informação nos dispositivos de
comunicação da web social das bibliotecas e/ou arquivos.
4 GESTÃO E MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO NO DISPOSITIVO DA WEB
SOCIAL: VISIBILIDADE, USO, COLABORAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DOS
USUÁRIOS
Os dispositivos de comunicação da web social se apresentam como importantes
aliados para diminuir as barreiras impostas à interlocução entre os sujeitos, favorecendo a
troca, uso, produção e disseminação da informação. Nesse sentido, bibliotecários, arquivistas
e usuários que utilizam, refletem e avaliam esses recursos de comunicação devem atentar-se
para aspectos básicos de gestão estratégica dos mesmos, observando os indicadores
apresentados no Quadro 1:
Quadro 1 - Rotinas de gestão da informação em dispositivos de comunicação
da web social em arquivos e/ou bibliotecas
Ações estratégicas de Gestão da informação
- política de gestão do uso do dispositivo;
- manual das práticas de desenvolvimento do dispositivo;
- tutoriais para registro das experiências de desenvolvimento dos produtos para os
dispositivos.
- busca identificar e fortalecer laços com rede de colaboração;
- boa recepção do dispositivo por parte da equipe e dos usuários;
- boa recepção às novas ideias e críticas;
- identifica-se comunicação e interação entre os sujeitos;
- a equipe e os usuários participam para o desenvolvimento do dispositivo;
- busca-se identificar o potencial de cada participante da equipe, para contribuir no
desenvolvimento do dispositivo;
- existe uma busca pela qualidade do dispositivo e das ações de mediação da
informação;
- visão dos ambientes físicos do arquivo e/ou da biblioteca;
- conhecimento das normas e políticas desenvolvidas para os dispositivos de
comunicação, bem como do arquivo e/ou biblioteca, e instituição subordinada.
235
�- apresenta conhecimento sobre o dispositivo de comunicação;
- busca pela qualificação continuada, que pode auxiliar nos dispositivos de
comunicação;
- postura ética.
- visibilidade do símbolo do dispositivo no website do arquivo e/ou biblioteca;
- desenvolvimento de uma logomarca para o dispositivo;
- divulgação em outros dispositivos de comunicação;
- divulgação nos ambientes físicos;
- identifica-se a necessidade informacional do usuário;
- atualização periódica dos conteúdos;
- informações de interesse em diferentes formatos e linguagens:
- informações utilitárias;
- informações sobre os ambientes físicos: localização; horário de funcionamento;
materiais informacionais disponíveis; produtos; serviços; eventos; existência de
equipamentos para apoio às atividades.
-do dispositivo de comunicação;
- das ações da equipe;
- dos conteúdos;
- das ações e frequência dos usuários.
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
Para a criação, desenvolvimento e uso dos dispositivos de comunicação de um
ambiente informacional, como a Fanpage da Biblioteca e Arquivo, deve-se adotar e registrar
normas e procedimentos que são basilares para as ações e tomadas de decisões. Nesse sentido,
a política de gestão do uso do dispositivo de comunicação é um documento essencial que
subsidia as ações realizadas tanto pelos usuários quanto pelos colaboradores dos ambientes
informacionais, arquivo e biblioteca. Assim, as informações apresentadas na política devem
abordar de maneira detalhada sobre: as normas para o uso do dispositivo de comunicação; os
conteúdos que devem ser disponibilizados; a periodicidade de atualização do dispositivo; as
ações que competem aos membros da equipe dos ambientes informacionais; estratégias de
divulgação, visibilidade e avaliação do dispositivo.
236
�Além desse documento, a Biblioteca e Arquivo também elaborou o manual para cada
ação a ser desenvolvida no dispositivo. Esse manual deve ser um documento atualizado
constantemente, pois apresenta como se realizam as ações no dispositivo. Nesse sentido, o
manual da Biblioteca e Arquivo registra desde os procedimentos de criação; como deve
ocorrer a atualização dos conteúdos
disponibilização
especificando o período, tipo de conteúdo, horário de
até os procedimentos de avaliação. Assim, diferente da política que deve
ser disponibilizada tanto aos usuários quanto para a equipe - pois apresenta informações
gerais e basilares de suas ações - o manual apresenta detalhes sobre os procedimentos
realizados, de modo a orientar os colaboradores responsáveis pelo dispositivo de
comunicação.
Além dos documentos supracitados, a fim de existir uma cultura participativa,
flexibilidade entre os colaboradores dos ambientes informacionais, de modo que o
conhecimento e experiência sejam compartilhados, é importante a criação de tutorias. Os
tutoriais devem apresentar, de maneira detalhada, o modo de desenvolvimento de um produto
que é disponibilizado no dispositivo. Como exemplo, na fanpage da Biblioteca e Arquivo
existe a elaboração de comunicados administrativos, que possuem um formato próprio.
Assim, se os membros responsáveis por alguma atividade no dispositivo estiverem
impossibilitados de realizarem tal atividade, essa pode ser desenvolvida por outro membro,
que pode esclarecer suas dúvidas a partir dos tutoriais.
Com o planejamento de ações definido e o desenvolvimento de documentos que
subsidiem essas ações, os gestores responsáveis pelo dispositivo de comunicação devem
favorecer o fortalecimento de uma cultura organizacional em que, tanto a equipe dos
ambientes informacionais quanto os usuários, participem ativamente do desenvolvimento do
dispositivo de comunicação e compreendam a relevância desse dispositivo para o seu próprio
desenvolvimento acadêmico, profissional, cultural e/ou cognitivo.
Entre os indicadores que integram a cultura organizacional, destaca-se a necessidade
de identificar e fortalecer laços de parceria. Nesse sentido, exemplifica-se a junção do
Arquivo à fanpage, que anteriormente era apenas de responsabilidade da Biblioteca. Essa
parceria proporcionou um fortalecimento das ações de mediação da informação realizadas na
fanpage, haja vista ambos os ambientes, vinculados à Escola, possuírem o objetivo comum de
potencializar o acesso e uso de informações, além de favorecer, por meio dessas informações,
o crescimento dos usuários.
237
�Dessa maneira, a partir da parceria desses dois ambientes informacionais algumas
ações de gestão foram planejadas e realizadas, que são relevantes para fortalecer e tornar
visível o dispositivo de comunicação, conforme apresenta-se no Quadro 1. Entre essas ações,
foi necessária a consolidação do novo perfil do dispositivo. O nome foi escolhido com o
intuito de demonstrar o objetivo do dispositivo de comunicação, que é reunir e divulgar
informações sobre os dois ambientes de informação, proporcionando uma maior interação e
aproximação com os seus usuários. Outra ação foi a criação de uma logomarca para o
dispositivo, uma vez que simboliza os acervos custodiados por esses ambientes, numa
perspectiva de rede de integração e de disseminação de informações sobre a memória da
Escola. Assim, tanto a Biblioteca quanto o Arquivo são responsáveis pela divulgação e
manutenção do dispositivo de comunicação, a exemplo da atualização e disseminação de
conteúdos.
Os conteúdos disseminados no dispositivo de comunicação referem-se à informação
de interesse dos usuários, por exemplo: indicação de textos sobre a área de conhecimento dos
usuários; informações sobre as atividades da Biblioteca e do Arquivo, a exemplo de eventos
realizados por esses Ambientes e/ou em que eles participaram; visitas técnicas realizadas na
Biblioteca ou no Arquivo; eventos realizados na Escola que estão vinculadas, entre outras
informações.
Além desses aspectos ligados ao conteúdo, também deve perceber a necessidade de
atualização periódica de disponibilização de novos conteúdos, de modo que o usuário se sinta
interessado em visitar e utilizar o dispositivo como um canal de informação. Tanto a
atualização quanto o tipo de conteúdo disponibilizado devem estar em conformidade com o
interesse demonstrado pelos usuários. Indica-se a realização de um estudo de usuário, que
planeje e avalie os conteúdos que devem ser disponibilizados e a periodicidade dessa
realização. Assim, além de um dispositivo que registra a memória das ações dos Ambientes
Informacionais, o dispositivo de comunicação cumpre seu maior objetivo que é auxiliar no
acesso e uso de informações que satisfaçam as necessidades informacionais dos usuários e os
apoiam em suas ações, tal como defende Almeida Junior (2015).
Para cumprir esse objetivo a equipe da biblioteca e arquivo deve buscar ampliar suas
competências e cumprir suas atribuições com qualidade. Nesse sentido, é relevante contribuir
com o compartilhamento de conhecimentos e vivências, potencializando que todos os
membros da equipe possam, mesmo de modo indireto, colaborarem para que os usuários
238
�sejam agentes do protagonismo social, avançando, ainda mais, para uma participação ativa e
dinâmica no dispositivo de comunicação e em seus ambientes de atuação.
Nessa perspectiva, aponta-se a necessidade de refletir e avaliar constantemente sobre a
colaboração e participação realizada pelos usuários no dispositivo. Assim, a luz da estrutura
citada acima, o arquivista e o bibliotecário devem observar: frequência dos usuários no
dispositivo - observar os usuários que interagem frequentemente, por intermédio do registro
de ações realizadas por eles; interação entre os participantes - identificar se há troca e
interlocução entre os componentes da rede; interação dos participantes com o arquivista,
bibliotecário e demais colaboradores - contato entre os sujeitos realizando questionamentos,
sugestões e críticas.
A partir do planejamento e com base na gestão da informação, os membros dos
ambientes informacionais podem realizar as ações de mediação: realização da identificação,
organização, disseminação e monitoramento das informações que são divulgadas nos
dispositivos de comunicação, possibilitando uma maior confiabilidade, sem restringir o
usuário de interferir e participar dessas atividades. Como se pode observar no Quadro 2, é
essencial estimular o debate sobre temáticas recorrentes e relevantes para o grupo, assim
como relativas à produtos e serviços realizados pelos arquivos e bibliotecas, fortalecendo o
vínculo entre os usuários e os ambientes informacionais.
Quadro 2 - Rotinas de mediação da informação em dispositivos de comunicação
da web social em arquivos e/ou bibliotecas
Ações estratégicas de mediação da informação
- ideia de compatibilidade e vínculo entre dispositivos de comunicação e físicos;
- relações interpessoais: acolhimento das ações; afetividade; respeito; conforto
(proporcionar respostas rápidas, conteúdos que favoreçam as atividades dos
usuários);
- sentimento de pertencimento do espaço.
- identificação a partir dos indicadores apresentados pela gestão;
- novos indicadores (que deverão ser apresentados à gestão).
- incentivo ao compartilhamento e troca;
239
�- exposição de ideias; debate; críticas; experiências.
- interação;
- comunicação;
- participação;
- criação de produtos e conteúdos.
- dos conteúdos;
- das ações;
Fonte: Dados da pesquisa, 2017.
A fanpage, no caso específico, e demais dispositivos de comunicação adotados por
bibliotecas e arquivos precisam ser gerenciados como uma ampliação desses ambientes
informacionais, que são representados por esses dispositivos, a fim de promoverem
seusprodutos e serviços para um número maior de usuários. Assim, os arquivistas,
bibliotecários e os funcionários vinculados a esses ambientes devem favorecer que os sujeitos
participem, interajam, usem a informação no dispositivo de comunicação, como também
trabalhem na perspectiva de auxiliar os usuários a entenderem a relevância do acervo físico e
de participar de suas ações.
6 CONCLUSÃO
A cultura participativa que vem se desenvolvendo a partir da web social traz consigo a
ruptura com o fluxo tradicional da informação e comunicação, que apresentava o usuário
como um indivíduo passivo e neutro. Com o auxílio desses dispositivos tecnológicos, a
informação amplia-se desenvolvendo uma circulação mais intensa e expandida, resultando na
alteração constante e contínua dos papéis de emissor e receptor.
Os valores que emergem com a web social - manter-se informado, comunicar-se
constantemente, trabalhar colaborativamente, criar, publicar e disseminar informações,
colocar sua opinião, entre outros - se tornam cada vez mais evidentes e necessários para o
desenvolvimento social do sujeito. Nesse sentido, é necessário que, tanto as bibliotecas quanto
os arquivos brasileiros, utilizem dispositivos de comunicação da web social, adequando-os a
sua realidade e necessidade, de modo que esses dispositivos auxiliem nas atividades de
240
�mediação desenvolvidas por esses ambientes de informação, ampliando o espaço de
interlocução entre arquivo e biblioteca com seus usuários.
Acredita-se que a comunicação do bibliotecário e do arquivista com os usuários pode
ser potencializada pelos dispositivos da web social. Nesse sentido, pode favorecer a
concretização de três aspectos: 1) interlocução mais ampla e intensiva; 2) a significação da
informação para o crescimento mútuo; e 3) o usuário como protagonista, o sujeito capaz de
criar outras informações e produzir novos conhecimentos, a partir da utilização dos recursos
da web social. Dessa maneira, aponta-se nesse texto a importância de se refletir quanto à
necessidade de se intensificar a utilização desses dispositivos de comunicação da web social
pelas bibliotecas e arquivos, especificamente em instituições brasileiras, para se estabelecer
uma aproximação com os usuários.
Assim, pode-se verificar que o objetivo dessa comunicação foi apresentar alguns
elementos identificados na pesquisa, que norteiam a análise e uso dos dispositivos de
comunicação dos arquivos e bibliotecas. Todavia aqui não se esgotam as possibilidades de
indicadores que permitam uma melhor compreensão da lógica desses dispositivos da web
social. É essencial que o gestor desenvolva estratégias para potencializar ações participativas
competitiva e uma boa receptividade a ideias e sugestões de funcionários e usuários. Nessa
perspectiva, toda a equipe do arquivo e da biblioteca deve se envolver no cumprimento das
ações e das atividades de mediação da informação realizadas nos dispositivos de comunicação
da web social. Para isso, é preciso manter uma cultura de compartilhamento, não só entre os
usuários, mas também entre os funcionários do arquivo e da biblioteca, para que possam
contribuir efetivamente com as atividades desenvolvidas nos dispositivos de comunicação.
É perceptível a necessidade da adoção e exploração desses dispositivos de
comunicação tanto por bibliotecas quanto por arquivos brasileiros. É importante que esses,
enquanto espaços de acesso, troca e construção de conhecimento, ampliem a interlocução com
seus usuários e entre eles, tornando-os protagonistas, aptos a interferirem em suas realidades e
dos ambientes que os rodeiam. Além de desenvolverem atividades mediadoras que favoreçam
e motivem os usuários a utilizarem e se apropriarem das informações contidas em seus
acervos.
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243
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O uso dos dispositivos de comunicação da Web Social para a mediação da informação nos arquivos e nas bibliotecas.
Creator
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Santos, Raquel do Rosário; Amaral, Louise Anunciação Fonseca de Oliveira do; Freitas, Livia Santos de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A imersão dos arquivos e bibliotecas no mundo digital exige que sejam estabelecidas políticas e instrumentos de gestão, vinculados ao desenvolvimento de diretrizes voltadas à web social, com o intuito de possibilitar aos usuários a identificação, acesso, uso e colaboração com estes ambientes informacionais. A partir deste contexto, esta comunicação se constitui em uma pesquisa descritiva, que tem como método o estudo de caso e objetivo apresentar reflexões sobre a consolidação do dispositivo de comunicação da web social de dois ambientes informacionais de uma unidade de ensino superior, no que se refere às atividades de mediação e gestão da informação. A pesquisa se desenvolveu em duas fases: 1) Interferência e observação direta na fanpage do facebook dos ambientes informacionais; 2) Estabelecimento de indicadores que subsidiaram a construção da política e do manual de gestão e uso da fanpage no facebook. Os resultados apontam que a incorporação e utilização dos dispositivos da web social no âmbito universitário incentivam o usuário a estabelecer uma interação com os arquivos e bibliotecas
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b5f1ad5057331012c38abf986814c755
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Eixo I
Inovação e Criação
O USO DE PLATAFORMAS ABERTAS POR BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
UMA DISCUSSÃO INTRODUTÓRIA
THE USE OF OPEN PLATFORMS BY UNIVERSITY LIBRARIIES: AN INTRODUCTORY
DISCUSSION
Resumo: O trabalho apresenta de forma introdutória o uso de plataformas abertas e o uso do
trabalho colaborativo pelas bibliotecas universitárias. Mostramos como essas ferramentas
podem contribuir na divulgação dos acervos das bibliotecas universitárias além de
proporcionar maior interação entre biblioteca e usuário, agregando valor aos acervos
custodiados por essas instituições, possibilitando o uso e re-uso dos conteúdos
disponibilizados por elas. Para a construção do trabalho foi realizado revisão de literatura
acerca dos temas como plataformas abertas, bibliotecas universitárias, trabalho colaborativo e
inteligência coletiva. Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica, foram utilizados
livros e artigos sobre a temática desenvolvida. Concluímos que o uso de plataformas abertas
pelas bibliotecas universitárias faz com que esse tipo de biblioteca se posicione de forma
positiva diante das mudanças ocorridas com o advento da internet e da web 2.0.
Palavras-chave: Biblioteca Universitária. Plataformas abertas. Web 2.0
Abstract: The paper presents in an introductory form the use of open platforms and the use of
collaborative work by university libraries. We show how these tools can contribute to the
dissemination of the collections of university libraries, as well as to provide greater
interaction between library and user, adding value to the collections guarded by these
institutions, allowing the use and reuse of the contents made available by them. For the
construction of the work was carried out literature review about the themes as open platforms,
university libraries, collaborative work and collective intelligence. We used as a methodology
the bibliographical research, we used books and articles on the theme developed. We
conclude that the use of open platforms by university libraries makes this type of library
positively positioned in the face of the changes that have occurred with the advent of the
internet and web 2.0.
Keywords: University Libraries. Open Platforms. Web 2.0
219
�1. INTRODUÇÃO
interativas. Elas coexistem. E estão em rota de colisão. Bem-vindo à
revolução do conhecimento. Bem(JENKINS, 2008,p28)
No livro Missão do Bibliotecário, escrito por Ortega y Gasset em 1935, por ocasião do
2º Congresso Mundial de Bibliotecas e Bibliografia, realizado em Madri. O autor apontou
como sendo a massiva produção de livros, como um grande problema que deveria ser
solucionado pelos bibliotecá
um peso.
A citação de Ortega y Gasset é muito pertinente nos dias de hoje, aonde a produção de
informação chega a números estratosféricos. Podemos citar a evolução da informática e as
mudanças que se desenvolveram em torno da internet como um fator primordial para esse
rais
p.8).
Com a popularização da internet e com o advento da Web 2.0, que de acordo com
O´Reilly (2017) diz respeito a uma segunda geração de serviços e aplicativos da rede e a
recursos, tecnologias e conceitos que permitem um maior grau de interatividade e colaboração
na utilização da Internet. A humanidade caminha para a construção de um novo espaço
antropológico, o espaço do saber, ou ciberespaço, no qual estamos todos interligados,
pensando e trabalhando em rede (LEVY, 1997). A formação de redes é uma prática humana
muito antiga, mas as redes ganharam vida nova nos tempos atuais, transformando-se em redes
de informação energizadas pela internet. (CASTELL, 2011, p.7).
Assim sendo, acreditamos que as mudanças ocorridas nos últimos anos afetaram
significativamente a forma como coletamos, produzimos e disseminamos conteúdos
informacionais, a biblioteca Universitária inserida neste contexto também é afetada. Dessa
forma, apresentamos neste trabalho uma discussão acerca das plataformas abertas apontando
a possibilidade do seu uso pelas bibliotecas universitárias.
22
Plataforma aberta: (Ing: open platform) Conceito que demanda a um computador e a uma rede que permite a
todos os usuários da Internet a possibilidade de acessar, criar e publicar informações, assim como acessar a
informação de outros. Fonte: Plataforma aberta (verbete). Glossário de elearning. Disponível em:
220
�2 REVISÃO DE LITERATURA
Para a construção desse trabalho procuramos entender de que maneira as tecnologias
estão influenciando o comportamento na produção e recepção da informação nos dias atuais.
Para compreender esse processo foi fundamental alicerçarmos nosso trabalho na obra
Sociedade em Rede de Manuel Castells (1999), cujo estudo é um emblemático recurso para o
que propomos aqui, pois o autor preconizou o impacto que as tecnologias então emergentes
tinham na economia e na sociedade. O autor foi um pioneiro ao apontar que as relações
humanas passariam a ser, cada vez mais, estabelecida em ambientes multimídia e que a
tecnologia é a sociedade e a sociedade não pode ser entendida ou representada sem suas
No mesmo sentido também fizemos uso da obra de Pierre Lévy (1999), que também
analisou a sociedade em rede, mas através do neologismo de cibercultura, sendo este um
espaço de interação proporcionado pela realidade virtual, é o novo meio de comunicação que
surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a
infraestrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de
informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse
universo (LÉVY, 1999). Apontamos a obra A inteligência coletiva (2003) como insumo na
construção do nosso pensamento, pois o conceito abarca questões referentes ao trabalho
colaborativo em rede, fio condutor desse trabalho. A cibercultura ou a sociedade em rede
permitiu o trabalho coletivo em tempo real, além do intercâmbio de informações e novas
formas de produção, armazenamento e compartilhamento de informação. Ou seja, estamos
diante de uma novo dilema social que resulta em um novo paradigma. Thomaz Khun (2001)
afirma que não somos estudiosos de assuntos, mas sim de problemas e que os paradigmas são
Nesse instante, achamos importante trazermos para a discussão questões relacionadas
aos paradigmas em Ciência da Informação, uma vez que estamos tratando de novas práticas e
técnicas no gerenciamento de informações, as quais interferem de forma direta no tempo da
produção da das mesmas, no tempo da comunicação e consequentemente no tempo do uso e
re-uso dessa informação, sugerindo modificação paradigmática.
<abhttp://elearning.ieba.org.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=18&Itemid=37erta>
em: 13 set. 2017.
Acesso
221
�Sendo assim, buscamos a contribuição do pensamento de Rafael Capurro (2003) aos
nos apresentar três paradigmas para a Ciência da Informação: o físico, o cognitivo e o social.
Fizemos uso do pensamento de Armando Malheiro, o autor se debruça na discussão
sobre o acesso à informação ao colocar no centro do estudo as instituições de memória e nos
apresenta os paradigma custodial e o pós custodia ou emergente. O paradigma custodial,
paradigma emergente
pós-
Sobre o paradigma pós-custodial, que o autor chama também de emergente,
mergente porque está a surgir no dealbar, em curso, da Era da Informação e nos meandros
de uma conjutura de transição bastante híbrida, complexa e sujeita a um ritmo de inovação
autor, pois
estamos dentro da Sociedade da informação e estamos vivendo em rede. A preocupação com
pela intervenção teórico-prática na produção, no fluxo, na difusão e no acesso (comunicação)
Assim sendo, acreditamos que as plataformas abertas são um excelente meio para
reformular a maneira como as bibliotecas universitárias trabalham acervos. O uso do trabalho
coletivo através do modelo de Crowdsourcing vai ao encontro do paradigma que Malheiro
(2006) denomina de pós-custodial, pois o modelo proporciona que os indivíduos sejam
simultaneamente consumidores e produtores de informações.
O uso de plataformas abertas por bibliotecas universitárias para a divulgação de seus
acervos, ainda é algo pouco praticado, resultando em poucos estudos sobre o assunto. De
acordo com Holley (2010) no seu artigo Crowdsourcing: how and why Should Libraries Do
It?, isso se deve ao fato de que as bibliotecas, não se deram conta de que não apenas elas
podem ter o controle de criar, coletar e descrever informações, como também usuários de
Dar aos usuários a liberdade de
interagir e agregar valor aos dados, bem como criar seu próprio conteúdo e enviá-lo para
nossas coleções, sendo que os usuários querem é ajudar as bibliotecas a se manterem
(Nossa tradução).
O termo Crowdsourcing foi mencionado pela primeira vez em 2005, pelos jornalistas
Jeff Howe e Mark Robinson na abordagem da forma como as empresas estavam utilizando a
Internet para recorrer ao trabalho coletivo, esta associação de Outsourcing à multidão
23
Giving users the freedom to interact with and add value to data as well as create their own content and upload
it into our collections is what users want, and hel
222
�rapidamente levou à noção de Crowdsourcing. Howe, citou neste primeiro estudo que o
mundo da inovação está passando por mudanças e que essas inovações são definidas por
Para compreendermos o conceito de Crowndsourcing, fizemos uso dos trabalhos dos
autores Estellés- Arrolas e González-Ladron de Guevara (2012, p.9), os quais apresentam uma
o Crowdsourcing é um processo on-line que é distribuído
pela própria natureza da Internet e sempre envolve a participação da multidão, as próximas
(Nossa tradução).
Crowdsourcing usa técnicas de
engajamento social para ajudar um grupo de pessoas a alcançar um objetivo comum,
(Nossa
tradução).
As conferências e palestras do Curador digital da British Library, Aquiles Brayner
(2017) foram referências para o estudo do uso das plataformas abertas com a finalidade de
agregar valor aos acervos de instituições de memória, sendo o autor um entusiasta da
temática.
Trabalhos como os de Zastrow (2014), Zhang (2015), Dobrecky (2016), Zarndt (2006)
se aproximam significativamente da nossa proposta, pois apresentam diretamente o uso do
modelo de plataformas abertas como elemento fundamental para preservação da memória
coletiva, por isso serão abordados como trabalhos relacionados.
Adicionalmente, outros trabalhos serão de fundamental importância por tratarem
especificamente do modelo de trabalho Crowndsourcing e plataformas abertas para
transcrição de manuscritos. Citamos dessa forma, alguns relatos, como: a transcrição de
manuscritos da Guerra Civil Americana Collaborative Manuscript Transcription (2012);
Welcome to Transcribe Bentham de Causer (2013); Crowdsourcing transcription: from the
Page and Scripto de Lawson (2012); Crowdsourcing for Shakespeare de Kwok (2017),
Transcription tools: a Survey de Mika (2017).
24
involves the participation of the crowd. The rest of the characteristics depend on the proposed ini
223
�3. METODOLOGIA
Para o desenvolvimento do trabalho, utilizamos a pesquisa bibliográfica que de acordo
com Gil (2002, p.44) é desenvolvida com base em trabalhos já elaborados anteriormente e é
constituída principalmente por livros e artigos científicos. Foram observados projetos
desenvolvidos com o uso do modelo Crowdsourcing por bibliotecas. Logo, fizemos análise
dos projetos: Australin Newspapers Digitalisation Program (2017), onde o público aprimora
os dados adicionando tags e comentários; Crowdsourcing for Shakespeare (KWOK, 2017),
transcrição de manuscritos do dramaturgo inglês onde se utiliza como plataforma o
Zooniverse e do projeto Coleção
BNDigital Afro-Brasileira, da Biblioteca Nacional do
Brasil, que de acordo com Brayner (2017) pretende disponibilizar imagens do acervo já
digitalizado da Biblioteca Nacional em plataformas abertas.
4. DISCUSSÃO
as coleções,
reproduzi-las de modo analógico para mantê-las armazenadas em depósitos remotos de acesso
-se o acesso largo às
fontes a quem delas possa fazer uso, como forma de garantir a preservação a partir da oferta
biblioteca e arquivos têm se dedicado à produção e coleta de objetos digitais. A Tecnologia
atual nos permite muito mais do que apen
nos possibilita o uso de novas ferramentas que nos leva a novas descobertas a partir de uma
nova compreensão do material analisado. biblioteca e arquivos têm se dedicado à produção e
coleta de objetos digitais. A Tecnologia atual nos permite muito mais do que apenas descobrir
a novas descobertas a partir de uma nova compreensão do material analisado.
Essa pesquisa se faz relevante porque o novo cenário proveniente da internet e da web
2.0 estabeleceu uma nova relação de envolvimento entre as bibliotecas e os seus usuários,
mais próxima e informal, dando a possibilidade ao usuário de desempenhar um papel mais
ativo e participativo, contribuindo na criação de novos conteúdos. Uma experiência que na
224
�E agora eles estão nos dizendo que podem
fazer ainda mais, eles podem se organizar para trabalhar juntos para alcançar grandes
objetivos para as bibliotecas e tornar nossa informação ainda mais acessível, precisa e
.
Acreditamos que nesse contexto em que nos encontramos o valor de uma instituição
não será mensurado pelos acervos que ela possui, mas sim por aqueles acervos que ela torna
disponível. A proposta aqui apresentada vem colaborar com esse pensamento.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
propriedades e comportamento da informação, as forças que regem o fluxo da informação e os
novas formas de fluxo de informação surgem, impulsionado pelas tecnologias sociais e
colaborativas. Neste modelo de colaboração e trabalho em rede, novas tecnologias e
metodologias vêm se destacando, tais como o uso de plataformas abertas.
Acreditamos que o ambiente proporcionado pela internet e pela web 2.0 faz com que a
biblioteca universitária se posicione de forma mais ativa e atuante diante da nova situação.
Dessa forma, defendemos como ferramenta importante o uso das plataformas abertas por
essas bibliotecas. Entendemos que esse fato contribuirá positivamente em diversos aspectos
tais como na ampliação e divulgação dos acervos das bibliotecas assim como maior dialogo e
interação entre biblioteca e usuários..
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26
And now they are telling us they can do even more, they can organise themselves to work together to achieve
big goals for libraries and make our information even more accessible, accurate and interesting.
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228
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
O uso de plataformas abertas por bibliotecas universitárias: uma discussão introdutória.
Creator
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Macedo,Tony Bernardino; Tenório, Rafaela Maria de Mello Cavalcanti; Lima, Beatriz Santos Silva de; Araújo, Ana Cláudia Gouveia;
Coverage
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Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O trabalho apresenta de forma introdutória o uso de plataformas abertas e o uso do trabalho colaborativo pelas bibliotecas universitárias. Mostramos como essas ferramentas podem contribuir na divulgação dos acervos das bibliotecas universitárias além de proporcionar maior interação entre biblioteca e usuário, agregando valor aos acervos custodiados por essas instituições, possibilitando o uso e re-uso dos conteúdos disponibilizados por elas. Para a construção do trabalho foi realizado revisão de literatura acerca dos temas como plataformas abertas, bibliotecas universitárias, trabalho colaborativo e inteligência coletiva. Utilizamos como metodologia a pesquisa bibliográfica, foram utilizados livros e artigos sobre a temática desenvolvida. Concluímos que o uso de plataformas abertas pelas bibliotecas universitárias faz com que esse tipo de biblioteca se posicione de forma positiva diante das mudanças ocorridas com o advento da internet e da web 2.0.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5262/SNBU2018_021.pdf
512499c1ab19cdadf908294b3c1b6fc0
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MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
AMAZÔNIA
MAPPING OF PROCESSES IN UNIVERSITY LIBRARIES: EXPERIENCE REPORT AT THE
FEDERAL RURAL UNIVERSITY OF AMAZONIA
Resumo: Aborda sobre o mapeamento de processos na Biblioteca Central da Universidade
Federal Rural da Amazônia. Objetiva mapear todos os processos executados na Biblioteca
Central desta instituição, a fim de promover a Gestão do Conhecimento. Faz uma revisão de
literatura sobre os trabalhos de Santos, Fachin, Varvakis (2003), Reis e Blattmann (2004),
Almeida (2005), Di Franscisco et al. (2010), Oliveira e Amaral (2012), Paula e Valls (2014),
Franco et al. (2016), Rossi, Bem e Prim (2016) e Rossi et al. (2017), entre outros, os quais
tratam de mapeamento de processos em Bibliotecas Universitárias. A pesquisa caracteriza-se
como pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Para a modelagem dos processos foi empregado
o software Bizagi Modeler, o qual possibilita o desenho por meio de fluxogramas dos
processos desenvolvidos pelos setores. Para a coleta de dados foi feita visita aos setores, a fim
de proceder o mapeamento de processos. A pesquisa resultou no mapeamento de sete
processos realizados na Biblioteca Central da Universidade Federal Rural da Amazônia, mas
continua em curso para os demais processos. Conclui-se que, é imprescindível a realização do
mapeamento de processos para tornar visível a comunidade interna e a sociedade como um
todo o trabalho desenvolvido pela biblioteca central. Constata que é importante ainda a
continuação desta pesquisa, pelo fato de transformar o conhecimento tácito, contido na mente
das pessoas, em conhecimento explícito. Assim, a biblioteca central irá cumprir com
excelência seu papel de dar suporte ao ensino, pesquisa e extensão, garantindo assim a
excelência aos serviços e produtos oferecidos.
Palavras-chave: Biblioteca universitária - Gestão do Conhecimento. Biblioteca universitária
Mapeamento de processos. Mapeamento de processos Sofware Bizagi Modeler. Biblioteca
universitária Conhecimento tácito. Biblioteca universitária - Conhecimento explícito.
Abstract: It covers the mapping of processes in the Central Library of the Federal Rural
University of the Amazon. It aims to map all the processes executed in the Central Library of
203
�this institution, in order to promote Knowledge Management. He reviews the literature on
Santos, Fachin, Varvakis (2003), Reis and Blattmann (2004), Almeida (2005), Di Franscisco et
al. (2010), Oliveira and Amaral (2012), Paula and Valls (2014), Franco et al. (2016), Rossi,
Bem and Prim (2016) and Rossi et al. (2017), among others, which deal with process mapping
in University Libraries. The research is characterized as bibliographic research and case study.
For the modeling of the processes, the Bizagi Modeler software was used, which allows the
drawing through flow charts of the processes developed by the sectors. For the data collection, a
visit was made to the sectors in order to proceed with the mapping of processes. The research
resulted in the mapping of seven processes carried out in the Central Library of the Federal
Rural University of Amazonia, but is still in progress for the other processes. It is concluded
that it is essential to carry out the mapping of processes to make visible the internal community
and society as a whole the work developed by the central library. He points out that it is still
important to continue this research, by transforming the tacit knowledge contained in the minds
of people into explicit knowledge. Thus, the central library will fulfill with excellence its role of
supporting teaching, research and extension, thus guaranteeing excellence to the services and
products offered.
Keywords: University Library - Knowledge Management. University library - Process mapping.
Mapping processes - Sofware Bizagi Modeler. University library - Tacit knowledge. University
library - Explicit knowledge.
1 INTRODUÇÃO
O presente artigo tem como objetivo apresentar o mapeamento de processos que foi
realizado nos setores que compõem a Biblioteca Central Lourenço José Tavares Vieira da
Silva da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA) (BCUFRA) visando à melhoria
contínua dos serviços e produtos prestados aos usuários.
A BC UFRA
Faculdade de Ciências Agrárias do Pará (FCAP). Seu espaço compreende uma área de 600
m². Foi construída com recursos advindos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma
Agrária (INCRA) conveniada com a FCAP (UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
AMAZÔNIA, 2017).
Como Biblioteca Universitária (BU), a BCUFRA propicia suporte às atividades de
ensino, pesquisa e extensão atendendo as necessidades informacionais dos usuários internos e
204
�externos. Oferece distintos serviços e produtos a comunidade. Realiza processos como
aquisição, processamento, armazenamento e disseminação da informação, dentre outros. Cada
atividade apresenta procedimentos específicos para execução. Está organizada em diversos
setores, nos quais estão lotados o corpo técnico-administrativo composto por bibliotecários,
assistentes-administrativo, estagiários, entre outros, os quais têm atividades especializadas.
A BCUFRA está inserida no contexto amazônico contribuindo para a formação de
profissionais e pesquisadores das mais distintas áreas do conhecimento (Agronomia,
Engenharia Florestal, Engenharia de Pesca, Medicina Veterinária, Zootecnia, Sistemas de
Informação, Licenciatura em Computação, Engenharia Ambiental e Energias Renováveis,
Engenharia Cartográfica e de Agrimensura, entre outros). Objetiva colocar à disposição da
comunidade a informação contida nos mais variados suportes de informação.
Desta forma, é preciso que o trabalho desenvolvido na BCUFRA seja realizado de
forma eficaz e eficiente, visto que há o desejo por melhorias dentro dos sistemas de
informação perpassando por inúmeros paradigmas no âmbito da gestão de bibliotecas, desde
os estudos sobre padronização em bibliotecas até chegar ao estágio atual relativo à gestão da
qualidade percebeu-se que os bibliotecários estão sendo desafiados a encontrar soluções para
problemas emergentes e impelidos a adotarem uma gestão em bibliotecas que proporcione a
excelência organizacional a suas unidades (ALENTEJO; BAPTISTA, 2012).
Para que isso seja possível, é necessário que o conhecimento produzido no intelecto de
cada servidor seja compartilhado com todos que trabalham na BU. Assim, os processos
desenvolvidos serão de conhecimentos de todos que nela atuam e da sociedade em geral.
A realização do mapeamento de processos na BCUFRA tem relevante importância,
pois maximizará o capital intelectual/ativos intelectuais, tornará os processos de tomada de
decisão mais céleres e eficientes, com melhores resultados, promoverá a melhoria da
prestação de serviços com agilidade e construção do conhecimento organizacional.
Assim sendo, torna-se essencial mapear os processos na BCUFRA, visando dá
celeridade aos serviços prestados, entendendo quais são as entradas e saídas destes processos,
como funcionam as atividades e a sua sequência lógica, com quem se relacionam e o que
utilizam para realizar tais tarefas, já que as pessoas que desenvolvem seus trabalhos
acumulam conhecimento ao longo dos anos de trabalho em atividades específicas e tais
expertises ficam, na maioria das vezes, armazenadas somente na mente destas pessoas, são
apenas estes indivíduos que conhecem os processos para execução das atividades havendo
necessidade de externalizá-los por meio do mapeamento de processos.
205
�2 REVISÃO DE LITERATURA
A evolução da qualidade nasce ainda na Antiguidade, passando pelo conceito de
Controle da Qualidade Total (TQC) e hoje nas modernas tecnologias, passando a ser foco o
qualificar seus profissionais e satisfazer seus clientes, ligam-se a programas ou práticas
voltadas à me
Todavia, para que a gestão da qualidade seja colocada em prática em uma instituição e
essencial conhecer, com profundidade, os processos de trabalho desenvolvidos. A melhoria da
qualidade dos serviços também está diretamente relacionada ao profundo entendimento dos
processos realizados para que os mesmos sejam oferecidos. Dessa forma, se faz necessária a
aplicação de técnicas gerenciais adequadas como a gestão por processos e mapeamento de
processos.
Processo possuem várias definições, são entendidos por Galbraith e Kazanjian (1986)
como a direção e frequência dos fluxos de trabalho e informação ligando os papéis
diferenciados dentro e entre departamentos de organização complexa. Já Davenport (1994),
Harrington (1991), Gonçalves (2000), Pavani Júnior e Scucuglia (2011) e Object Management
Group (2011) entendem o processo como atividade de input (entradas) que adiciona valor
(grau tangível) ao produto e fornece um ouput (saída) a um cliente específico, desta forma um
processo, através do tempo e do espaço, deve necessariamente começar e terminar em outro
processo ou em um dos seus clientes externos. Ou seja, trata-se de uma atividade que tem seu
início com o intuito de atender as necessidades da comunidade que demanda os produtos e
serviços.
Paim et al. (2009) afirmam que os processos são organizações em movimento.
Também podem ser considerados uma estrutura para a ação, geração e entrega de valor. Já
para a Association of Business Process Management Professionals (2013) é um conjunto
definido de atividades ou comportamentos praticados por humanos ou máquinas para o
alcance de metas.
Quanto à definição de gestão por processos ou Business Process Management (BPM)
(BRASIL, 2013, p. 17)
é uma abordagem sistemática de gestão que trata de processos de negócios como
ativos, que potencializam diretamente o desempenho da organização, primando pela
excelência organizacional e agilidade nos negócios. Isso envolve a determinação de
206
�recursos necessários, monitoramento de desempenho, manutenção e gestão do ciclo
de vida do processo. Fatores críticos de sucesso na gestão por processos estão
relacionados a como mudar as atitudes das pessoas e ou perspectivas de processos
para avaliar o desempenho dos processos das organizações.
O Business Process Management Notation (BPMN) é o novo padrão existente para
modelar processos de negócio, seu principal objetivo é criar uma notação clara e eficiente
para todos os envolvidos com a modelagem de processos de negócio. Assim, essa notação
unificou várias iniciativas individuais antes existentes para desenho, redesenho, modelagem,
simulação e automatização de processos (CRUZ, 2003).
A gestão por processos organizacionais tem como principais objetivos:
Conhecer e mapear os processos organizacionais desenvolvidos pela instituição e
disponibilizar as informações sobre eles, promovendo a sua uniformização e descrição em
manuais;
Identificar, desenvolver e difundir internamente metodologias e melhores práticas da
gestão de processos;
Promover o monitoramento e a avaliação de desempenho dos processos organizacionais,
de forma contínua, mediante a construção de indicadores apropriados; e
Implantar melhorias nos processos, visando alcançar maior eficiência, eficácia e
efetividade no seu desempenho (BRASIL, 2013, p. 19).
Com o avanço da sociedade da informação e do conhecimento às empresas precisam
permanecer co
VALLS, 2014, p. 138). Neste contexto, as BUs não são diferentes, apesar de estas serem
órgãos sem fins lucrativos, precisam estar adequadas às novas formas de competição que
advém das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Oliveira e Amaral (2012) explicitam que a principal função de unidades de informação
é a apresentação de produtos e serviços que possibilitem o acesso ao conhecimento
demandado pela comunidade. Para melhor atender aos usuários das bibliotecas, estes devem
estar pautados nos princípios de eficiência, eficácia e efetividade devendo ser constantemente
avaliados e readequados o que é possível por meio da gestão por processos e mapeamento de
processos. Sendo assim, o bibliotecário, de organizador de acervos, passa a ser um gestor de
processos e serviços, visando à elevação dos níveis de satisfação dos usuários (PAULA;
VALLS, 2014).
207
�Santos, Fachin e Varvakis (2003) destacam a importância da gestão de processos em
bibliotecas. Afirmam que deve haver uma nova concepção de prestação de serviços,
empregando as TIC e focando nos usuários. Na concepção dos autores para que a gestão de
serviços em bibliotecas ocorra, efetivamente, é preciso centrar no usuário, na realidade e
necessidade destes para a promoção da qualidade e reconhecimento.
Paula e Valls (2014) frisam que a gestão por processos corrobora a gestão da
qualidade, pois se preocupa com todo o procedimento envolvido na consecução do resultado
final, de maneira que o cliente satisfaça suas necessidades e também, crie uma imagem
positiva com relação à instituição. Um processo bem desenvolvido criará valor.
Reis e Blattmann (2004) explanam que a gestão por processos em bibliotecas é um
instrumento promotor de melhoria contínua na qualidade de processos, serviços e produtos.
Mas estes necessitam de retroalimentação (feedback), isso faz perceber se houve mudanças
significativas na condução destes processos, verificando resultados positivos ou não.
O mapeamento de processos permite um entendimento dos processos existentes e dos
futuros para melhorar o nível de satisfação do usuário e aumentar o desempenho das BUs.
Propicia subsídios para identificação e distinção das atividades que estão envolvidas em cada
processo permitindo a identificação, o diagnóstico de deficiências e a atribuição de
responsáveis, bem como a visão sistêmica e horizontal dos processos (PAULA; VALLS,
2014).
As vantagens do mapeamento de processos em BU são muitas, entre as quais:
documentação e padronização dos processos; integração dos processos, possibilitando a
simplificação das rotinas; redução de custos, através da eliminação de retrabalhos e de
atividades que não agregam valor ao resultado final e melhoria da comunicação por meio da
definição das responsabilidades. Assim, ele permite que a instituição analise os fluxos de
trabalho partindo dos processos mais abrangentes em direção aos menos abrangentes
compondo uma hierarquia e proporcionando o compartilhamento do conhecimento (REIS;
BLATTMANN, 2004; ROSSI, et al., 2017).
O mapeamento de processos para ser realizado em BUs, segue uma sequência de
procedimentos, os quais Oliveira e Amaral (2012) relacionam da seguinte forma: a)
mapeamento dos processos de trabalho; b) detalhamento dos processos de trabalho; c) análise
dos processos e propostas de melhorias, com base na ferramenta da qualidade diagrama de
causa e efeito.
208
�Para a compreensão do mapeamento de processos em BUs alguns termos são
importantes, tais como: macroprocesso, subprocesso, atividade e tarefa, como pode ser
observado na tabela 1, a qual traz as respectivas definições:
Macroprocesso
Subprocesso
Atividade
Tarefa
Tabela 1 Componentes do mapeamento de processos
DESCRIÇÃO
É um processo que geralmente envolve mais de uma função da organização, cuja operação
tem impactos significativos nas demais funções. Dependendo da complexidade, o processo é
dividido em subprocessos.
Divisões do macroprocesso com objetivos específicos, organizadas seguindo linhas
funcionais. Os subprocessos recebem entradas e geram suas saídas em um único
departamento.
Os subprocessos podem ser divididos nas diversas atividades que os compõem, e em um
nível mais detalhado de tarefas.
É uma atividade atômica realizada, não pode ser decomposta em um nível mais fino de
detalhamento. Geralmente são os usuários finais ou aplicações.
Fonte: Reis e Blattmann (2004, p. 9, com adaptações) e Manual de gestão por processos (2013).
Vários autores destacam a importância da realização do mapeamento de processos em
BUs, por exemplo, Di Franscisco et al. (2010), Oliveira e Amaral (2012), Franco et al. (2016),
Rossi, Bem e Prim (2016) e Rossi et al. (2017), como segue.
Di Franscisco et al. (2010) frisam que o mapeamento de processos pode favorecer a
melhoria nos procedimentos, uma vez que também estão sendo elaborados os fluxos de
trabalho permitindo ver com clareza todos os processos dentro de uma biblioteca. Oliveira e
Amaral (2012) mostram que o mapeamento nas bibliotecas permite a implantação de
melhorias por intermédio da identificação das variáveis envolvidas em cada processo.
Franco et al. (2016) destacam que o mapeamento e a modelagem de processos são
técnicas que auxiliam a uniformizar, documentar, organizar e padronizar os processos
otimizando as operações e detalhando corretamente as atividades realizadas. Rossi, Bem e
Prim (2016) consideram que o mapeamento de processos facilita a identificação, explicitação
e documentação do conhecimento da biblioteca e contribui para o desenvolvimento da equipe
e melhoria dos processos. Rossi et al. (2017) apontam para o fato do mapeamento de
processos contribuir para análise dos fluxos de trabalho da BU partindo dos processos mais
abrangentes em direção aos menos abrangentes os quais compõem uma hierarquia, isto é,
partindo-se do geral e indo para o mais específico.
209
�Por tudo isso, o mapeamento de processos permite a realização do planejamento
operacional, o qual, de acordo com Almeida (2005, p. 8)
está ligado aos procedimentos, detalhando tarefas e operações, e deve estar sempre voltado à
3 METODOLOGIA
A pesquisa é caracterizada como bibliográfica, pois foi realizada consulta de diversas
fontes de informação já produzidas em relação ao assunto em questão. Segundo Marconi e
relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas, livros,
de caso, pois trata do mapeamento de processos em uma biblioteca central específica, a
Lourenço José Tavares Vieira da Silva da UFRA.
A ideia de realizar o mapeamento de processos na biblioteca surgiu durante a
realização do curso de atualização dos servidores lotados na biblioteca promovido pela Próreitoria de Gestão de Pessoas (PROGEP), por meio da Divisão de Capacitação e
Desenvolvimento (DECAD), órgão responsável pelo fomento da aprendizagem continuada
dos servidores da UFRA.
Foram cinco dias de curso sobre mapeamento de processos. Primeiramente foi
ministrado conteúdo teórico-prático sobre a temática, empregando o software Bizagi Modeler
para a realização do trabalho em seu caráter prático. No decurso das atividades propostas pelo
facilitador, formaram-se equipes para realizar o mapeamento de processos dos seguintes
setores: serviço de referência, atendimento ao público, setor gráfico, processamento técnico,
entre outros. A capacitação fez com que fosse percebida a necessidade de realizar o
mapeamento de processos na biblioteca, pois cada setor desenvolve atividades bastante
específicas, sendo necessária a socialização do conhecimento entre os servidores no contexto
institucional.
As etapas do mapeamento de processos na biblioteca da UFRA foram as seguintes:
No primeiro momento, foi realizada visita em cada setor que compõe a biblioteca para
fazer o levantamento das atividades realizadas nos setores e a descrição desta de forma
minuciosa. Cada setor elaborou um documento descrevendo cada etapa do processo com seus
210
�subprocessos e atividades. Os servidores tiveram o prazo de dez dias para entregar o
documento à comissão responsável pelo mapeamento de processo composto por duas
servidoras (bibliotecário-documentalistas).
Na etapa seguinte foi realizada uma reunião de todos os documentos elaborados por
cada setor para realizar a representação dos processos no Bizagi Modeler. Este é um software
gratuito que possibilita a modelagem descritiva, analítica e de execução de processos de
negócio por meio da notação BPMN. Possibilita ainda, a modelagem dos fluxos de trabalho
proporcionando a elaboração de uma documentação bastante consistente sendo possível até a
publicação em variados formatos, promovendo assim publicidade das atividades
desenvolvidas pelas organizações.
Por fim, foram apresentadas à gestão superior da BCUFRA e para os servidores, a
modelagem dos processos feitos no Bizagi Modeler. O intuito foi obter a validação do
trabalho de mapeamento dos processos desenvolvidos na biblioteca.
4 RESULTADOS
Foram mapeados, até o momento, sete processos desenvolvidos na BCUFRA.
Inicialmente, foi feito um documento detalhando cada processo, subprocessos, atividades e
tarefas a fim de facilitar a realização da modelagem no software Bizagi Modeler. As tabelas 2
a 7 mostram detalhadamente os referidos processos:
Tabela 2
Processo de consulta ao acervo
1
Utilizar o computador para pesquisar
2
Pesquisar no GNUteca
2.1
Utilizar pesquisa simples ou multicampo
2.2
Analisar a lista de materiais recuperados na pesquisa
2.3
Escolher os materiais desejados
3
Anotar o número de classificação do material
4
Entregar ao atendente o número de classificação dos materiais
5
Buscar no acervo os materiais solicitados
Fonte: Levantamento de dados do setor de atendimento ao público.
Tabela 3 Processo de empréstimo dos materiais
1
Utilizar o computador para pesquisar
2
Pesquisar no GNUteca
211
�2.1
Utilizar pesquisa simples ou multicampo
2.2
Analisar a lista de materiais recuperados na pesquisa
2.3
Escolher os materiais desejados
3
Anotar o número de classificação dos materiais
4
Entregar ao atendente o número de classificação dos materiais
5
Buscar no acervo os materiais solicitados
6
Proceder com o empréstimo no GNUteca
6.1
Digitar a matrícula do usuário
6.2
Fazer a leitura do código de barras dos materiais no GNUteca
6.3
Confirmar o empréstimo no GNUteca
6.4
Imprimir o comprovante de empréstimo no GNUteca
7
Anotar a data de devolução nas fichas de empréstimo dos materiais
8
Desmagnetizar os materiais
9
Entregar o comprovante de empréstimo ao usuário
10
Entregar os materiais emprestados para o usuário
11
Guardar a via do comprovante de empréstimo da biblioteca na gaveta
Fonte: Levantamento de dados do setor de atendimento ao público.
Tabela 4 Processo de devolução dos materiais
1
Devolver os materiais ao atendente
2
Acessar o GNUteca para proceder com a devolução dos materiais;
3
Entregar o comprovante de devolução ao usuário
4
Guardar a via do comprovante de devolução da biblioteca na gaveta;
5
Magnetizar os materiais
6
Guardar os materiais no acervo
Fonte: Levantamento de dados do setor de atendimento ao público.
Tabela 6 Setor gráfico
1
Ligar a máquina
2
Colocar papel na bandeja da máquina
3
Receber material do cliente
4
Verificar qual é o tipo de serviço solicitado pelo cliente
4.1
Reprografia
212
�4.2
Encadernação
4.3
Conserto
4.4
Restauro
5
Realizar o serviço solicitado
6
Encadernação
Fonte: Levantamento de dados do setor gráfico.
Tabela 5
Processo de empréstimo de materiais entre bibliotecas da rede
1
Receber solicitação de empréstimo das bibliotecas
2
Analisar viabilidade da demanda
3
É viável?
3.1
Sim é viável preparar documento de autorização
3.1.1 Organização do material solicitado
3.1.2 Envio de material
3.2
Não é viável. Responder ao solicitante que não será possível o empréstimo
Fonte: Levantamento de dados no serviço de referência.
Tabela 6
Processo de aquisição de livros (compra)
1
Receber demanda da coordenação do curso; (memorando de demanda)
2
Analisar demanda
3
Preparar listagem dos pedidos solicitados
4
Pesquisar os dados da lista no acervo institucional e identifica necessidade de
quantidade;
5
Preparar termo de referência;
6
Encaminhar para a PROAF (memorando com a abertura de processo).
Fonte: Levantamento de dados feito na superintendência da biblioteca.
Tabela 7
Processo de elaboração da ficha catalográfica
1
O usuário Preenche o formulário de solicitação da ficha catalográfica;
2
O usuário anexa os elementos pré-textuais do trabalho (capa, folha de rosto, folha de
aprovação, resumo, sumário)
3
O usuário Envia para o e-mail da biblioteca a sua solicitação
4
Secretaria recebe a ficha de solicitação e os documentos anexos por e-mail e
encaminha para os bibliotecários elaborarem a ficha
5
Bibliotecários elaboram a ficha catalográfica
5.1
Bibliotecários definem os termos que serão utilizados e classificam a ficha
213
�catalográfica utilizando a Classificação Decimal de Dewey (CCD)
6
Bibliotecários após a elaboração da ficha catalográfica encaminham para o e-mail da
biblioteca e do usuário juntamente com o material contendo orientações para a
normalização dos trabalhos acadêmicos (graduação e pós-graduação).
Fonte: Levantamento de dados do mapeamento de processos.
214
�Figura 1
Exemplo de mapeamento do processo de empréstimo de materiais, com o software Bizagi
Fonte: Os Autores (a partir do software Bizagi)
215
�6 DISCUSSÃO
Constatou-se
que
a
BCUFRA
possui
diversos
processos,
macroprocessos,
subprocessos e atividades. Conforme visto, o mapeamento de processos permitiu identificar,
até o momento, 7 processos, 42 macroprocessos, 18 subprocessos e 2 atividades. A pesquisa
permitirá o planejamento estratégico das atividades desenvolvidas conforme Almeida (2005)
enfatizou.
O mapeamento de processos, em sua fase, inicial já trouxe melhorias aos processos da
BC UFRA propiciando a visão dos processos e suas especificidades por meio de fluxogramas
a fim de propor, futuramente, formas de melhorias contínua como ratificam Santos, Fachin e
Varvakis (2003), Di Franscisco et al. (2010) e Oliveira e Amaral (2012) em suas pesquisas.
Na BCUFRA a gestão por processos vem permitindo a implantação da gestão da
qualidade, pois começou a surgir à preocupação em gerenciar todos os processos realizados,
primando pelo alcance da qualidade de forma que o usuário satisfaça suas necessidades
informacionais e tenha uma imagem positiva da biblioteca como bem foi destacado por Paula
e Valls (2014).
O mapeamento de processos permitiu a padronização e explicitação do conhecimento
tácito. Permitiu detalhar os processos executados, por meio de fluxogramas, dando uma visão
sistémica assim como apontam Franco et al. (2016), Rossi, Bem e Prim (2016) e Rossi et al.
(2017).
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O mapeamento de processos constitui-se em uma ferramenta valiosa para tornar
explicito o conhecimento produzido no decorrer das atividades desenvolvidas na BU. As
bibliotecas como espaço de organização e disseminação da informação devem ter também a
preocupação de gerir o próprio conhecimento que produz.
Considerando que o mapeamento de processos propicia muitos benefícios para a
instituição que o realiza e também qualidade e imagem positiva, a BCUFRA só se beneficiará
com isso. Após a realização do trabalho de mapear processos será possível disseminar o
conhecimento para a comunidade interna e externa, dando uma visão minuciosa do trabalho
que vem sendo desenvolvido. Permitirá também promover a melhoria dos processos a fim de
garantir excelência aos serviços e produtos oferecidos.
A comunidade acadêmica e a sociedade de um modo geral são beneficiadas quando a
biblioteca consegue desenvolver seu trabalho de forma eficiente e eficaz. Isso só se torna
216
�possível quando o conhecimento é compartilhado entre os indivíduos que atuam na BU e o
mapeamento de processos tem esse objetivo. Deste modo, a BU contribui para o ensino,
pesquisa e a extensão, pois atua de forma ativa e proativa perante a comunidade a qual serve.
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218
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Mapeamento de processos em bibliotecas universitárias: relato de experiência na Universidade Federal Rural da Amazônia.
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An entity primarily responsible for making the resource
Gomes, Nilzete Ferreira; Sousa, Letícia; Corrêa , Jean Pereira;
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Aborda sobre o mapeamento de processos na Biblioteca Central da Universidade Federal Rural da Amazônia. Objetiva mapear todos os processos executados na Biblioteca Central desta instituição, a fim de promover a Gestão do Conhecimento. Faz uma revisão de literatura sobre os trabalhos de Santos, Fachin, Varvakis (2003), Reis e Blattmann (2004), Almeida (2005), Di Franscisco et al. (2010), Oliveira e Amaral (2012), Paula e Valls (2014), Franco et al. (2016), Rossi, Bem e Prim (2016) e Rossi et al. (2017), entre outros, os quais tratam de mapeamento de processos em Bibliotecas Universitárias. A pesquisa caracteriza-se como pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Para a modelagem dos processos foi empregado o software Bizagi Modeler, o qual possibilita o desenho por meio de fluxogramas dos processos desenvolvidos pelos setores. Para a coleta de dados foi feita visita aos setores, a fim de proceder o mapeamento de processos. A pesquisa resultou no mapeamento de sete processos realizados na Biblioteca Central da Universidade Federal Rural da Amazônia, mas continua em curso para os demais processos. Conclui-se que, é imprescindível a realização do mapeamento de processos para tornar visível a comunidade interna e a sociedade como um todo o trabalho desenvolvido pela biblioteca central. Constata que é importante ainda a continuação desta pesquisa, pelo fato de transformar o conhecimento tácito, contido na mente das pessoas, em conhecimento explícito. Assim, a biblioteca central irá cumprir com excelência seu papel de dar suporte ao ensino, pesquisa e extensão, garantindo assim a excelência aos serviços e produtos oferecidos
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5257/SNBU2018_020.pdf
1777f40a378dda3fd4440af033b38984
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Eixo I
Inovação e Criação
LABORATÓRIO DE CARREIRAS LABCAR: INOVAÇÃO E
EMPREENDEDORISMO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
- LABCAR: INNOVATION AND ENTREPRENEURSHIP IN
THE UNIVERSITY LIBRARY
Resumo: A Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr) - UNESP - Câmpus de
Araraquara está em processo contínuo de modernização e aperfeiçoamento de sua gestão e
infraestrutura física e técnica, visando à melhoria da qualidade de suas funções e serviços,
buscando estabelecer-se como espaço de cultura, lazer e preservação da memória intra e
extramuros da Universidade. Para tanto, têm investido em inovação por meio de projetos e
parcerias com docentes, profissionais e instituições, para desenvolver ações estratégicas,
dinamizando o uso da Biblioteca, oferecendo serviços informacionais e acadêmicos
diferenciados, promovendo e fortalecendo os trabalhos de extensão, e realizando uma
interação efetiva com o ensino, a aprendizagem, a pesquisa e a cultura. Neste sentido, em
parceria com o docente responsável pela disciplina Empreendedorismo, Finanças e Gestão de
Valor, do Departamento de Ciências Econômicas, foi criado o Laboratório de Suporte às
Carreiras (LabCar), alocado nas dependências da Biblioteca da FCLAr. O LabCar foi criado
em fevereiro de 2017, constituído como um espaço e um serviço para suporte ao aluno e ao
docente em questões vinculadas ao desenvolvimento de carreiras, inovação e
empreendedorismo universitário. Abarca ações para a discussão dos ideais e planejamento de
carreira, empreendedorismo, trajetórias profissionais, autoconhecimento, desenvolvimento de
competências para o mercado de trabalho, impulsionando a realização pessoal e profissional
dos alunos, além de oferecer suporte a ações de docentes da Faculdade de Ciências e Letras.
Palavras-chave: Inovação. Empreendedorismo. Empreendedorismo universitário. Emprego.
Abstract: The Library of School of Humanities and Sciences UNESP from Araraquara is
on continuous process of modernization and improvement of its management and technical
and physical infrastructure, aiming progress of quality in its functions and services, looking
for settle as culture, leisure and preservation of memory space, within or outside the walls of
University. Therefore, it has been invested in innovation through projects and partnerships
with teachers, professionals and institutions, for develop strategic actions, invigorating the use
of Library, as well as offering differentiated informational and academical services,
promoting and consolidating extension programs or executing effective interaction with
193
�teaching, learning, research and culture. In this purporte, on partnership with the teacher of
Entrepreneurship, Finances and Value Management, from Department of Economics
Sciences, it was created the Laboratory of Support to Career (LabCar) situated at Library of
University. Created at 2017, February, the LabCar establishes as one space and a service to
support the student and the teacher about issues raised to careers development, innovation and
university entrepreneurship. Also includes actions for arguments about ideals and career
planning, entrepreneurship, professional trajectories, self-knowledge, development of
competences for job market, promoting personal and professional realization of students,
beyond offer support to actions of teachers from School of Humanities and Sciences.
Keywords: Innovation. University Entrepreneurship. Job.
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, vários desafios têm delineado o cenário de atuação das bibliotecas
universitárias em decorrência de mudanças econômicas, sociais, culturais, científicas e
tecnológicas. Valentim (2016) cita alguns desses desafios, como as novas formas de ensinoaprendizagem, a interação com as tecnologias de informação e comunicação (TICs) especialmente os dispositivos móveis-, as novas formas de mediação advindas da sociedade
em rede, o desenvolvimento da competência informacional, as questões autorais e as novas
formas de acesso à informações, entre outros. Como afirma a autora, estes desafios impelem
que estas unidades de informação e seus profissionais atuem de forma estratégica e inovadora.
A busca por novas soluções perpassa pela modificação da estrutura e gestão dessas bibliotecas
e, consequentemente, em uma oferta de produtos e serviços informacionais diferenciados para
atender as demandas das comunidades.
No presente texto apresenta-se uma proposta de atuação que procura absorver novas
soluções oriundas tanto de mercado quanto da atuação dos Departamentos de Ensino, com
foco na preparação dos futuros egressos. Ao eleger as necessidades futuras, a Biblioteca
exerce constantemente o papel de questionar e avaliar o que o momento presente exige para
lidar com possíveis tendências.
As referências oriundas do mercado demonstram o que essencialmente tem sido feito
com êxito dentro da Universidade e quais as mudanças que despontam. Trata-se assim, de
empregar, através da Biblioteca, todo aparato que lhe permita idealizar estrategicamente sua
ação, observando e aprendendo com os atores externos e internos.
Com esta atuação pretende-se colocá-la como um locus de reflexão e de visão
estratégica na relação entre inovação e empreendedorismo.
194
�2 MODELOS E FORMATOS
A área de Ciência da Informação oferece diferentes exemplos de estratégias que
podem embasar a reflexão e a visão estratégica na relação entre inovação e
empreendedorismo. Desde 201319, a estratégia adotada pela atual gestão da Biblioteca da
FCLAr (2010-2018) é a que direciona a atuação das bibliotecas universitárias como centros de
recursos para a aprendizagem e pesquisa, conforme os modelos anglo-saxão (resource
learning) e espanhol (centro de recursos para el aprendizaje y la investigación)20
Esse modelo de biblioteca universitária converte a estrutura tradicional, presente
nessas unidades de informação, em uma estrutura que se baseia em um centro de serviços
acadêmicos, com diferentes recursos para a aprendizagem, socialização e comunicação, além
do uso mais integrado e funcional das tecnologias de informação e comunicação nos recursos
e serviços oferecidos à comunidade (MARTINEZ, 2004; MARTÍN GAVILÁN, 2008).
A literatura da área indica que os seguintes serviços podem ser implementados dentro
da realidade de uma biblioteca que inova a partir do modelo de centros de recurso e
aprendizagem: serviço de acolhida e informação geral da universidade, serviço de
informática, serviço de laboratório de idiomas, serviço de busca ativa de emprego, serviço de
reservas de salas de estudo e aulas, serviço de suporte a formação do professor, serviço de
criação e elaboração de materiais docentes e multimídia, serviço de apoio à apresentações e
debates, entre outros (MARTINEZ, 2004; MARTÍN GAVILÁN, 2008).
Destaca-se que neste papel a concepção organizacional é um instrumento para o êxito
das novas tipologias de ações, porque envolve uma disjuntiva. De um lado, a Biblioteca deve
desenvolver suas atividades de acordo com seu mérito e papel e ao mesmo tempo incorporar o
aprendizado das ciências as quais presta serviço diretamente.
Atualmente, além deste cenário dos centros de recursos para aprendizagem e pesquisa,
com as discussões e rodadas mundiais para a implementação da Agenda 2030 da Organização
das Nações Unidas (ONU, 2015), as bibliotecas foram convidadas pelas instituições de classe
(IFLA, 2016, FEBAB, 2016) a discutir, preparar, inovar e implementar ações para suscitar a
consciência sobre a Agenda 2030 e também exercer seu papel social nesta importante
construção coletiva.
19
20
Vide Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras (2013)
Vide Pinto Molina, Martínez-Osorio e Sales (2008).
195
�Constata-se que é necessária uma direção estratégica para desenvolver o projeto com
características organizacionais da Biblioteca. A execução do projeto requer o reconhecimento
das oportunidades e ameaças externas e simultaneamente a avaliação constante da capacidade
de resposta interna.
A Biblioteca da FCLAr, por meio de seus gestores e equipe, cientes dessa
movimentação mundial, e em consonância com os novos perfis da sua comunidade usuária,
está em processo contínuo de modernização e aperfeiçoamento de sua gestão e infraestrutura
física e técnica. Estes processos visam à melhoria da qualidade de suas funções e serviços,
para deste modo estabelecer-se como um ambiente diferenciado, que por meio do foco na
inovação organizacional, na gestão de projetos e no aproveitamento do potencial transversal
da própria Biblioteca, possa constituir um novo espaço, no qual prevaleça e se sobressaia o
tradicional papel no apoio ao tripé ensino, pesquisa e extensão, bem como a sua intenção de
promover mudanças, diálogos e interações, vinculadas também a ação cidadão, a cultura, o
lazer e a preservação da memória intra e extramuros da Universidade.
Os aspectos físicos, apesar de constarem como referência para modernização e novos
investimentos, estão definido e podem passar por adaptações. Os desafios repousam sobre a
forma de utilização desses recursos.
Em face a essas novas necessidades de reconfiguração das bibliotecas universitárias,
em especial, para o ano de 2017, uma das estratégias adotadas pela Biblioteca da FCLAr foi a
realização de uma parceria com o docente responsável pela disciplina Empreendedorismo,
Finanças e Gestão de Valor, do Departamento de Ciências Econômicas, para que os temas
inovação, empreendedorismo e carreiras pudessem ser abordados a partir de atividades
desenvolvidas pela Biblioteca.
A parceria funde duas concepções. A primeira trata dos departamentos de ensino e a
visão que guardam dos desenvolvimentos necessários e a segunda do papel da Biblioteca e a
disjuntiva que enfrenta.
Em relação a primeira concepção, parte-se da relação predominante dos docentes com
a Universidade.
A relação docente
Instituição é regida por elementos contratuais simples, mas com
atribuições analisadas pelo Departamento, Unidade e uma Coordenadoria Central da
Universidade. O foco escolhido, a exemplo de Laundry, Amara e Rherrad (2006), permite
acolher uma variedade de escolhas dos docentes de quais atribuições colocará mais ênfase,
196
�podendo assim, ignorar completamente a possibilidade de vincular seus resultados ao
processo de criação o do atendimento das necessidades dos egressos.
O ambiente acadêmico é determinado pelas diretrizes da Secretaria Estadual de
Educação do Estado de São Paulo, do Estatuto e o Regimento da Universidade Estadual
Paulista que juntos definem o contexto de direitos e deveres que regulam a atuação docente.
Do conjunto que regula a atividade trabalhista da docência o regime de dedicação
integral e exclusiva de trabalho é o mais importante para estabelecer a diretriz do trabalho
docente. O vínculo nesse regime abrange mais de 95% dos 3.500 docentes atualmente
contratados pela Unesp.
A tipologia de vínculo trabalhista estabelece o sistema de avaliação docente, baseado
em pontuações nas esferas de ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa, extensão
universitária e gestão, com análise trienal do desempenho.
O funcionamento básico da Universidade está assentado na Reitoria e Pró-reitorias: 1)
Ensino; 2) Pesquisa; 3) Extensão; 4) Pós-graduação e 5) Administração.
As Pró-reitorias de Pesquisa e Pós-graduação são as definidoras da organização
institucional dos programas de Pós-graduação e da rede de incentivos para a produção
científica.
As duas Pró-Reitorias tem atividades interdependentes. Enquanto a primeira regula
Editais e difunde a oferta de financiamentos com Programas para o desenvolvimento da
Pesquisa, a segunda regula os diferentes programas de Pós-graduação com foco no
desempenho docente diante das metas da Agência Federal CAPES responsável pela nota e
continuidade dos Programas21.
A produção acadêmica para a conversão em projetos que venha interagir com as
noções de inovação e empreendedorismo é difusa, como é esperado. A produção acadêmica
conta com grande autonomia por parte dos docentes e evoluí segundo as perspectivas de cada
área. Nas ciências aplicadas a relação entre o papel docente, as inovações e a possibilidade de
resultados mais efetivos para carreira do egresso são mais visíveis e realizáveis.
As ciências aplicadas lidam a todo momento com as necessidades da sociedade e dos
indivíduos e interagem através de produtos e processos produtivos. Nas áreas humanas e
sociais aplicadas a interação é, obviamente, com as necessidades dos indivíduos e da
sociedade como um todo, mas a materialidade reside no campo das ideias e dos formatos
organizacionais que servem aos ciclos produtivos privado e público.
21
http://www.capes.gov.br/plano-nacional-de-pos-graduacao.
197
�Fomentar a interação dos docentes, discentes e egressos para desenvolver o binômio
inovação e empreendedorismo na Faculdade de Ciências e Letras é desafio singular. A
interação da disciplina de Empreendedorismo com a Biblioteca equilibra a relação dinâmica
da vida cotidiana da Biblioteca com as necessidades que se apresentam para os atuais
discentes, frente aos movimentos de mercado observados tanto pela Biblioteca quanto pelo
conjunto de docentes da FCLAr.
Na disciplina o conteúdo e os problemas são atualizados constantemente através dos
projetos para criação de projetos empreendedores. Com este foco os discentes enfrentam o
atual momento da atividade econômica e procuram analisar as tendências que prevalecerão.
Com isso há naturalmente um processo de adaptação.
É natural que nesta dinâmica da disciplina como de tantas outras dos cinco cursos de
graduação e cinco de Pós-graduação da Faculdade de Ciências e Letras os discentes busquem
pelo suporte à Biblioteca. Ao incorporar novas diretrizes do seu próprio papel, a Biblioteca
deixa de zelar apenas pelo seu mérito que a caracterizou historicamente para também acolher
o desafio de tratar as inovações e oferecer suporte ao desenvolvimento do capital humano.
Desta forma, entende-se que a interação organizacional da Biblioteca e de uma forma
entre tantas de Ensino através da disciplina de Empreendedorismo é um campo de
experimento. Se do lado da Biblioteca há uma complexidade conceitual, com políticas e
instrumentos voltadas ao desenvolvimento do potencial do capital humano, do outro, há uma
reflexão do uso de recursos científicos e operacionais para o desenvolvimento de projetos que
tornem possíveis a inserção produtiva do atual discente no mercado futuro.
Este exercício simples, mas que muito objetivo para o atual discente, coloca em
enfrentamento as condições de preparação do aluno no momento presente com o que ele
mesmo enxerga como necessário.
Marcado pela subjetividade e formação de expectativas, a Biblioteca e as disciplina
lidam com a capacidade de criar instrumentos a partir de concepções estratégicas, mas que
necessitam de avaliação dos seus impactos. Daí se justifica criação de locus que permita autoavaliação das atividades frente as oportunidades criadas pelas conexões.
A proposta inicial direcionava para um projeto de extensão conjunto, mas uma revisão
nos conceitos de centro de recursos e aprendizagem forneceu subsídios para a criação de um
laboratório para apoio às carreiras, baseado nos serviços de busca ativa de empregos, dos
centros de recursos espanhóis e nos escritórios de apoio e desenvolvimento às carreiras,
198
�existentes em algumas universidades brasileiras, como a Universidade de São Paulo (2017) e
a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2017).
Desta proposta foi criado o Laboratório de Suporte às Carreiras (LabCar), alocado na
Biblioteca da FCLAr.
2.1 O Laboratório de Suporte às Carreiras
LabCar
O LabCar foi criado em fevereiro de 2017 e constituído como um espaço e um serviço,
para suporte ao aluno e ao docente, em questões vinculadas ao desenvolvimento de carreiras,
inovação e empreendedorismo universitário. Para tanto, abarca ações para a discussão dos
ideais
e
planejamento
de
carreira,
empreendedorismo,
trajetórias
profissionais,
autoconhecimento, desenvolvimento de competências para o mercado de trabalho e
empreendedorismo, impulsionando a realização pessoal e profissional dos alunos e dando
suporte a atividades docentes.
O LabCar oferece palestras, mesas redondas e oficinas com técnicas e conhecimentos
que facilitem a colocação profissional, bem como, a partir da disciplina Empreendedorismo,
Finanças e Gestão de Valor, o acesso a série de materiais sobre empreendedorismo
construídos pelos próprios alunos, em parceria com os empresários da cidade e região. Outras
ações, com foco na busca por trabalho, no empreendedorismo, no desenvolvimento da
carreira, na orientação laboral e nas experiências das pessoas, a ser implementadas são:
aprendizado sobre elaboração de currículos (mercado e Lattes), técnicas para entrevistas de
emprego, técnicas de busca ativa de emprego, serviços de orientação profissional, criação de
bases de dados de empresas, promoção do uso de redes sociais para o trabalho como o
LinkedIn, técnicas de planejamento pessoal e autoconhecimento, produção de material
audiovisual a respeito de desenvolvimento de carreiras, empreendedorismo e inovação.
O espaço que abriga a sala do LabCar, se localiza no piso inferior da Biblioteca da
FCLAr. Atualmente, as atividades são desenvolvidas por uma equipe de 4 pessoas, sendo o
professor responsável pela área de empreendedorismo na FCLAr, a diretora e mais uma
servidora da Biblioteca da FCLAr. Contamos, também, com o auxílio do Agente Unesp de
Inovação, bolsista da Agência Unesp de Inovação, que desenvolve atividades para promoção
da cultura empreendedora nas Unidades Unesp da cidade de Araraquara, bem como atua no
apoio as ações do LabCar.
199
�3 AÇÕES DESENVOLVIDAS
A atividade que abriu as ações do LabCar, se estendendo de abril a julho de 2017, foi
o Desafio Empreenda 2017, com foco no empreendedorismo universitário, sendo uma
iniciativa da Escola de Negócios Sebrae/SP
Alencar Burti em parceira com o Escritório
Regional do SEBRAE Araraquara, as quatro unidades da Unesp no Campus de Araraquara, a
Agência Unesp de Inovação e o LabCar da Faculdade de Ciências e Letras.
O objetivo principal do Desafio foi contribuir na estruturação de modelos de negócios
inovadores desenvolvidos por alunos, egressos, professores e comunidade atendida por
projetos que tenham a Unesp como parceira. Iniciaram o projeto 20 participantes e 07 alunos
realizaram a etapa final recebendo apoio por meio de mentorias remotas para a organização
do modelo de negócios. A segunda edição da atividade está agendada para o primeiro
semestre de 2018.
Realizamos, ainda, no primeiro semestre de 2017, a palestra "Atuação profissional em
editoras especializadas em publicações científic
A apresentação focou na trajetória
profissional do convidado, sua atuação em editoras científicas, o trabalho de sua editora e
sugestões para os novos profissionais. A palestra foi gravada e será editada para fazer parte do
acervo do LabCar.
Também
foi
realizado
o
II
Workshop
em
Inovação
Organizacional
e
Empreendedorismo, atividade realizada pelos alunos da disciplina Empreendedorismo,
Finanças e Gestão de Valor, cujo objetivo foi difundir as abordagens de empreendedorismo e
instrumentos para o desenvolvimento empresarial. A atividade foi aberta para a comunidade
interna e externa, e permitiu a troca de informações entre os estudantes, que focaram as bases
teóricas, e a prática do trabalho, a partir das interlocuções dos participantes externos, em sua
maioria empreendedores da cidade e servidores públicos.
No segundo semestre de 2017, realizamos o Ciclo currículos e carreira: Lattes e
LinkedIn, que contou com dois minicursos: 1) Minicurso sobre elaboração e uso do Currículo
Lattes, cujo objetivo era estimular a criação e o uso correto do Currículo Lattes, ferramenta
que se tornou um padrão nacional no registro da vida pregressa e atual dos estudantes e
pesquisadores do país, e é adotado pela maioria das instituições de fomento, universidades e
institutos de pesquisa do País; 2) Minicurso sobre criação e manutenção de perfil profissional
no LinkedIn , que objetivava capacitar o participante para desenvolver e manter seu perfil
profissional e construir uma de rede de contatos no LinkedIn
200
�Encerramos as atividades do ano de 2017. em novembro, com duas ações. A primeira
Encontro de Inovação e Empreendedorismo: uma proposta de ação para as comissões
de ensino e bibliotecas
realizada na FCLAr, com a participação de representantes das 4
unidades de Araraquara: Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCFAR), Faculdade de
Odontologia (FOAR) e Instituto de Química (IQ). Essa importante atividade foi a responsável
por triar as ações e expectativas do Campus de Araraquara, com relação a inovação e
empreendedorismo para 2018, estabelecer um grupo de trabalho e firmar as ações de
promoção e apoio para além do espaço atual do LabCar, que a partir desse momento se tornou
o embrião para um centro multiunidades de empreendedorismo e inovação universitário na
Unesp.
Por fim, a participação do Coordenador do LabCar no primeiro "Papo Inovador" da
AUIN , para falar sobre "AUIN e o Empreendedorismo Acadêmico na UNESP: atores, fontes
de informação e estratégias" com o objetivo de discutir os mecanismos e os incentivos
organizacionais necessários para que a pesquisa aplicada na Unesp encontre maior
contribuição em termos de criação de empresas Spin-offs e possa contribuir com elementos
teóricos e empíricos para a formação de um ambiente propício à inovação e ao
empreendedorismo.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta de criação do LabCar pode ser considerada inovativa por agregar um
serviço novo, diferenciado e que preenche uma lacuna nas necessidades de apoio a carreiras,
inovação e empreendedorismo universitário no âmbito da Faculdade de Ciências e Letras da
Unesp e do Campus em geral. A iniciativa contempla desenvolvimentos necessários para
atender uma demanda que não é suprida pelos departamentos de ensino, por meio de um
serviço diferenciado oferecido pela Biblioteca.
As ações realizadas até o momento foram bem aceitas pela comunidade. Como
resultados tivemos a interação de alunos, docentes e egressos com a teoria e prática dos
estudos sobre empreendedorismo e inovação, as parcerias se solidificaram para futuras ações,
tendo ao horizonte, a implantação de um centro de empreendedorismo universitário no
Campus de Araraquara.
201
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INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS
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202
�
Dublin Core
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Title
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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A language of the resource
Português
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Evento
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Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Laboratório de carreiras – LABCAR: inovação e empreendedorismo na biblioteca universitária.
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Alves, Ana Paula Meneses; Casagrande, Elton Eustáquio; Vicentini, Priscila Carreira Bittencourt
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A Biblioteca da Faculdade de Ciências e Letras (FCLAr) - UNESP - Câmpus de Araraquara está em processo contínuo de modernização e aperfeiçoamento de sua gestão e infraestrutura física e técnica, visando à melhoria da qualidade de suas funções e serviços, buscando estabelecer-se como espaço de cultura, lazer e preservação da memória intra e extramuros da Universidade. Para tanto, têm investido em inovação por meio de projetos e parcerias com docentes, profissionais e instituições, para desenvolver ações estratégicas, dinamizando o uso da Biblioteca, oferecendo serviços informacionais e acadêmicos diferenciados, promovendo e fortalecendo os trabalhos de extensão, e realizando uma interação efetiva com o ensino, a aprendizagem, a pesquisa e a cultura. Neste sentido, em parceria com o docente responsável pela disciplina Empreendedorismo, Finanças e Gestão de Valor, do Departamento de Ciências Econômicas, foi criado o Laboratório de Suporte às Carreiras (LabCar), alocado nas dependências da Biblioteca da FCLAr. O LabCar foi criado em fevereiro de 2017, constituído como um espaço e um serviço para suporte ao aluno e ao docente em questões vinculadas ao desenvolvimento de carreiras, inovação e empreendedorismo universitário. Abarca ações para a discussão dos ideais e planejamento de carreira, empreendedorismo, trajetórias profissionais, autoconhecimento, desenvolvimento de competências para o mercado de trabalho, impulsionando a realização pessoal e profissional dos alunos, além de oferecer suporte a ações de docentes da Faculdade de Ciências e Letras.
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5252/SNBU2018_019.pdf
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Eixo I
Inovação e Criação
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO COLEÇÃO ESPECIAL: UMA
EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
COMICS AS A SPECIAL COLLECTION: AN EXPERIENCE IN THE UNIVERSITY LIBRARY
Resumo: As revistas de histórias em quadrinhos fazem parte dos acervos das bibliotecas,
porém, geralmente não são catalogadas e classificadas devido à fragilidade e à perecibilidade
do seu suporte. Nesse sentido, nosso objetivo é apresentar o relato de experiência da
Biblioteca Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos que, ao receber uma
coleção com mais de 5.000 exemplares de um único doador, catalogou, classificou e indexou
todos esses itens. As revistas de histórias em quadrinhos passaram por higienização mecânica,
foram separadas de acordo com as coleções, catalogadas, classificadas, indexadas no catálogo
Pergamum e armazenadas em papel de PH neutro. Após 4 anos de trabalho envolvendo
bibliotecários, auxiliares de bibliotecas e estagiários, o Espaço HQ foi inaugurado em 2017 e
toda a coleção pode ser consultada pelo catálogo on-line da Biblioteca. Devido a completude
da coleção e raridade de alguns números, a coleção se tornou especial, dentro da biblioteca
universitária. Consideramos que a experiência adquirida no tratamento descritivo e temático
da coleção deve servir a outras bibliotecas que se interessem em catalogar esse tipo de
material permitindo acesso a essa coleção, uma vez que a literatura e as bibliotecas brasileiras
oferecem pouco subsídio sobre o tema.
Palavras-chave: histórias em quadrinhos representação descritiva. histórias em quadrinhos
representação temática. coleção especial. bibliotecas universitárias.
Abstract: Comics are part of the collections of the libraries. However, they are not usually
cataloged and classified due to the fragility and the perishability of its support. Our objective
is to present the experience report of the Campus Sorocaba Library of the Universidade
Federal de São Carlos. The Library has received a collection with more than 5,000 copies of a
single donor. All these items were cataloged, classified and indexed. The comic magazines
underwent mechanical sanitization, were separated according to the collections, cataloged,
classified, indexed in the Pergamum catalog and stored on neutral PH paper. After 4 years of
work involving librarians and trainees, Espaço HQ was inaugurated in 2017 and the entire
collection can be consulted through the Library's online catalog. Due to the completeness of
the collection and rarity of some numbers, the collection became special within the university
library. We believe that the experience gained in the descriptive and thematic treatment of the
179
�collection should serve other libraries that are interested in cataloging this type of material,
allowing access to this collection, since Brazilian literature and libraries offer little subsidy on
the subject.
Keywords: comics - descriptive representation. comics - indexing. special collection.
university libraries.
1 INTRODUÇÃO
Os acervos das bibliotecas universitárias são compostos basicamente de itens
correspondentes aos cursos de graduação e pós-graduação aos quais ela serve, bem como a
atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas na universidade.
No entanto, é preciso reconhecer que a biblioteca universitária deve ir além da sua
função pedagógica e curricular, permitindo que seu espaço desenvolva e abrigue novas
possibilidades de uso e convivência e estabelecendo novas relações com a comunidade
universitária e seu entorno.
A presença de materiais não-curriculares como jogos de tabuleiro, videogames, acesso
à provedores de filmes e séries on-line, além dos livros de literatura e histórias em quadrinhos,
está cada vez mais evidente nas bibliotecas universitárias, comprovando uma clara tentativa
de diversificar os materiais disponíveis e de fazer da biblioteca um lugar atrativo e
diferenciado no meio acadêmico.
As revistas de histórias em quadrinhos (HQs) tradicionalmente fazem parte das
bibliotecas, estando presentes geralmente nas bibliotecas públicas, formando um acervo
comumente chamado de gibiteca.
No entanto, devido à fragilidade e à perecibilidade do seu suporte, geralmente esses
materiais não são classificados, catalogados e indexados. Assim, há pouco subsídio na
literatura brasileira de como tratar esse acervo de forma que ele possa ser armazenado e
recuperado de maneira eficaz a fim de ser utilizado não apenas como leitura de lazer, mas
também como fonte de pesquisas universitárias.
Nesse sentido, nosso objetivo é apresentar o relato de experiência da Biblioteca
Campus Sorocaba (B-So) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que, ao receber
uma coleção com mais de 5.000 exemplares de um único doador, catalogou, classificou e
indexou todos esses itens, formando uma coleção especial que passou a ocupar uma sala
exclusiva denominada Espaço HQ dentro da biblioteca universitária.
180
�2 REVISÃO DE LITERATURA
É difícil estabelecer o marco da origem das histórias em quadrinhos. O que se sabe é
que as HQs ou comics (como são conhecidas nos países de língua inglesa) surgiram na mesma
época do cinematógrafo, mas diferente do cinema que desde sua estreia foi considerado a
m considerados má influência para crianças e adolescentes,
pois abordavam temas não convencionais, por sua apresentação gráfica e linguagem inéditas.
Tantas inovações não deixaram as HQs serem enquadradas no universo das artes.
Somente a partir da década de 1960, as histórias em quadrinhos invadiram e
encantaram o universo acadêmico, sendo que as publicações das editoras norte-americanas
Marvel e DC Comics assumiram um papel definitivo para a consolidação do gênero.
As HQs surgiram nos Estados Unidos e na Europa no formato de tirinhas,
principalmente em informativos diários como jornais e revistas.
Segundo Saraiva Mendes (1990, p. 25),
El cómic (historieta o tebeo), es un medio de comunicación de masas, cuyas
historias son narradas por medio de imágenes dibujadas y texto inter-relacionados.
Su unidad básica es la viñeta (o cuadro), que, cuando se presentan enlazadas
encadenadamente forman la estructura secuencial del relato. Puede ser publicado en
almanaques, periódicos o revistas. Además de informar y entretener, tienen junto a
otros medios masivos, un papel en la formación del niño . El cómic es transmisor de
ideología y por lo tanto afecta a la educación de su público lector
Genericamente, definem-se as histórias em quadrinhos como sendo um sistema de
comunicação formado por texto e imagens - balões, legendas e onomatopeias, sendo que a
história é contada principalmente pela imagem. Sobre isso afirma Cagnin
código narrativo
iconográfico (ou signos visuais gráficos) dos
quadrinhos consiste de
unidades mínimas de imagens que se articulam em sequências na linearidade temporal da
O suporte das histórias em quadrinhos é tradicionalmente o papel, mas qualquer outra
superfície lisa como paredes, muros, tecidos entre outros, pode servir para registrar as
histórias.
Angelo Agostini, publicada em 1869 na revistaVida Fluminense, do Rio de Janeiro.
Esse tipo de material, destinado ao entretenimento de todos os tipos de públicos, já
passou por muitas transformações até adquirirem as características que apresentam
181
�atualmente. Além disso, as HQs podem ser publicadas em diferentes formatos e
características que influenciam inclusive seu conteúdo, podendo ser encontradas em diferentes
ambientes e dirigidas a um público bastante diversificado. São eles:
Gibis: com baixo custo e pouca durabilidade, geralmente destinados ao público
infantil e juvenil;
Álbuns e edições encadernadas: com custo mais alto, geralmente são
publicações em volumes únicos;
Graphic novels, maxi e minisséries: semelhantes aos álbuns e às edições
encadernadas, que buscam dar um tratamento diferenciado aos personagens;
Tiras em jornais: o berço das HQ, que continuam até os dias atuais;
Fanzines - feitas por aficionados, colecionadores ou artistas iniciantes;
Publicações em geral: quadrinhos usados em publicidade, propaganda política,
livros
didáticos,
entre
outros.
(VERGUEIRO,
2005;
SANTOS,
GANZAROLLI, 2011).
Além das mudanças nas características e da aparição de novos formatos, o tempo
também proporcionou mudanças na forma como a sociedade enxerga as HQs.
De acordo com Bari e Vergueiro (2009) as histórias em quadrinhos deixam de ser
entendidas somente como leitura exclusiva de crianças, e passam a ser vistas também como
uma forma de entretenimento e transmissão de saber que pode atingir diversos públicos e
faixas etárias.
Sobre isso, Vergueiro (2005) afirma que
Pelo fato de serem consideradas materiais de segunda ou terceira categorias por
parcelas influentes da sociedade, as histórias em quadrinhos enfrentaram muitas
dificuldades para serem incluídas nos acervos das bibliotecas. Por um lado, elas não
conseguiam entrar nas bibliotecas universitárias e de pesquisa devido a sua
presumida falta de importância como objeto de estudo científico; por outro, seu
ingresso em bibliotecas públicas e escolares era vetado pelo próprio estardalhaço
que muitos de seus opositores costumavam fazer com regularidade, manifestando-se,
às vezes de maneira agressiva, contra a mais remota possibilidade de colocá-los à
disposição do público por intermédio de uma instituição cultural mantida pelos
cofres governamentais.
Notadamente, a situação das HQs em bibliotecas vem mudando, quando esse tipo de
material é tratado como uma coleção especial. De acordo com Vergueiro (2005) nos Estados
Unidos, muitas bibliotecas universitárias possuem coleções especializadas de quadrinhos. O
referido autor também destaca a existência de acervos especializados de quadrinhos em
âmbito universitário no Brasil, como os da biblioteca do Centro Universitário de Ensino
182
�Superior de São Caetano (IMES) e no Núcleo de Pesquisas de Histórias em Quadrinhos da
Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP).
Vergueiro (2005) aponta como exceções as bibliotecas que incorporam as histórias em
quadrinhos em seus acervos. Geralmente o que ocorre é a não incorporação definitiva ao
acervo, o descarte generalizado e a despreocupação com o estabelecimento de critérios de
seleção.
Colaborando com essa situação, existe ainda o aspecto sobre a organização desse tipo
de acervo nas bibliotecas. Segundo Ramos (2011) apud (RAMOS; MIRANDA, 2013) as
bibliotecas estão acostumadas ao arranjo tradicional de suas obras, que muitas vezes não
atendem às particularidades das HQs, pois organizar quadrinhos significa ter conhecimento
sobre as diferentes temáticas, os gêneros, os formatos e a cronologia das histórias, o que
requer paciência e tempo, recursos nem sempre empregados quando se trata de materiais
especiais.
Ainda segundo o referido autor, esse processamento possibilita maior controle e
organização das HQs e facilita os processos de busca, recuperação e localização desses itens
pelos usuários.
Sobre o tratamento temático e descritivo das coleções de gibis em bibliotecas
brasileiras, foi encontrada pouca literatura (RAMOS, 2011; SEVERO, 2011; ABUD, 2012;
RAMOS; MIRANDA, 2013). No entanto, foram essas referências que nortearam nosso
trabalho, conforme descrito a seguir.
3 METODOLOGIA
A partir do recebimento em 2013 da doação do professor André Cordeiro Alves dos
Santos, do Departamento de Biologia da UFSCar (DBio-Sorocaba) de sua coleção pessoal de
quadrinhos - um montante de trinta e uma caixas sem identificação, a equipe de bibliotecários,
assistentes e estagiários da B-So, iniciou os trabalhos de identificação,
tratamento e
incorporação dos itens ao acervo.
No início das férias escolares daquele ano e, uma vez que não tínhamos ideia das
características das HQs recebidas, executamos a primeira intervenção que foi retirar os
exemplares das caixas e dispô-las no chão de uma sala esvaziada e higienizada especialmente
para isso.
183
�Figura 1 - Separação das HQs por título/coleção
Fonte: elaborado pelos autores
Iniciamos assim o tratamento da coleção com uma equipe fixa composta por um
bibliotecário, um assistente administrativo e quatro estagiários, com o aporte pontual dos
demais bibliotecários para definição da rotina de ações para execução do tratamento da
coleção, que consistiu nas seguintes etapas:
-
reunião dos fascículos de acordo com os títulos;
-
higienização mecânica de cada fascículo (página a página, e limpeza com chumaço de
algodão das capas, em mesa higienizadora);
-
ordenação decrescente dos fascículos;
-
catalogação da coleção;
-
reprodução fotográfica das capas das HQs (um exemplar de cada série) para
visualização no catálogo on-line (Pergamum) da B-So.
Devido à escassez de literatura especializada sobre o assunto, já explicitada
anteriormente, à falta de relatos de outras experiências e às especificidades da coleção e da
biblioteca universitária, optamos por classificar toda a coleção sob o número geral da
Classificação Decimal de Dewey (CDD) para histórias em quadrinhos (741.5). E, para reunir
as coleções de cada personagem (que na maioria dos casos é também título da publicação),
utilizamos o número Cutter do nome do personagem, seguido da letra do título, ou do
subtítulo, quando o título é também o nome do personagem.
184
�A catalogação foi feita segundo o protocolo MARC21 e o padrão ACCR2. Porém, em
decorrência das especificidades editoriais das HQs, optamos por descrevê-las na planilha de
monografia, já que as publicações dividem-se em séries, minisséries e números especiais,
apresentando ISSN ou ISBN, e em muitos casos os dois.
Cuidado especial foi dispensado à indexação dos assuntos (campo 650), por
reconhecermos nesse processo a principal chave de pesquisa e divulgação da coleção. Para
tanto seguimos a Política de Indexação da B-So que recomenda adoção do sistema de
cabeçalhos de assunto da Biblioteca Nacional (BN), originário da Lista de Cabeçalhos de
Assunto da Library of Congress (Library of Congress Subject Headings
LCSH).
Além do
Batgirl - Personagem
já que, com algumas exceções, a própria BN não adota os nomes dos personagens como
assunto.
Figura 2 - Planilha MARC com os campos utilizados
Fonte: Catálogo Pergamum - Biblioteca Campus Sorocaba
importantes de cada personagem porque vários deles, ainda em ação atualmente, passaram por
185
�transformações e mudanças de nomes. Há ainda, casos em que o mesmo nome foi utilizado
para personagens de características totalmente diferentes. Por exemplo: Senhor Fantástico
(Personagem fictício) codinome do Dr. Reed Richards, atua também em outras séries da
editora Marvel Comics com o codinome Homem Elástico e Doutor Richards. Na planilha de
registro da autoridade Senhor Fantástico (campo 150), utilizamos também os campos 550
(Remissiva Ver também) para os codinomes Homem Elástico e Doutor Richards, e 450
(Remissiva Ver) para Reed Richards (alter ego fictício do personagem).
Para possibilitar a percepção dessas particularidades, importantes para as pesquisas de
personagens, foram utilizados os campos 670 (Fonte da pesquisa) e 678 (Dados biográficos e
históricos) da planilha do registro de autoridade. Nesses campos, foi possível detalhar os
dados históricos e circunstanciais da criação e desenvolvimento do personagem, bem como a
fonte da pesquisa sobre o personagem, fornecendo chaves de pesquisa não-convencionais.
Para o acondicionamentos dos fascículos foram confeccionados envelopes de acordo
com os respectivos tamanhos das publicações. Por isso não foi possível adotar um tamanho
padrão para os envelopes, visto que cada série apresenta um tamanho distinto. Portanto, os
envelopes foram feitos de acordo com o tamanho e quantidade de fascículos que seriam
armazenados. Cabe destacar que, embora sendo uma coleção especial, as HQs seriam
consultadas com frequência, e para preservar tanto os fascículos como os envelopes, os
mesmo foram confeccionados de forma a proporcionar mobilidade, facilitando o manuseio.
Outro ponto a se destacar é que priorizamos a maximização no uso do papel neutro, ou
seja, os envelopes foram confeccionados de forma que não houvesse desperdício por trata-se
de papel de preço alto. Foram utilizados os seguintes materiais para a confecção dos
envelopes: papel pH neutro, visando a não acidificação das publicações, e fita adesiva
composta por tecido laminado com filme polietileno, revestido com adesivo de borracha,
colocada na parte externa dos envelopes uma vez que não é material de composição neutra e
que pode facilitar a deterioração das HQs.
Em relação às etiquetas de identificação dos envelopes, foram confeccionadas dois
de chamada, e outra contendo o título da série e os números dos fascículos contidos nele. A
Figura 4 mostra os envelopes com as duas etiquetas.
186
�Figura 3 - Envelope para acondicionamento dos fascículos
Fonte: elaborado pelos autores.
Figura 4 - Etiquetas de identificação dos envelopes
Fonte: elaborado pelos autores.
Salienta-se que no tratamento técnico das HQs, além do acondicionamento das
publicações, fizemos também a reprodução fotográfica das capas de toda a coleção para a
inserção das mesmas no catálogo da B-So Pergamum, sendo que de cada série foi escolhida
uma capa que apresentava a imagem mais atrativa.
As fotografias foram tiradas com um smartphone e com o auxílio do aplicativo
Camscanner que possibilita a edição das fotos no momento em que estão sendo tiradas. Ao
todo foram fotografadas 848 capas que foram inseridas nos respectivos registros
187
�bibliográficos dos títulos, no catálogo Pergamum. A Figura 5 demonstra uma busca feita no
Pergamum, mostrando as imagens referentes a cada série das HQs.
Figura 5 - Resultado da busca efetuada no Catálogo Pergamum
Fonte: Catálogo Pergamum - Biblioteca Campus Sorocaba
Formada por 848 títulos - cerca de 5.500 fascículos, a coleção de HQs da B-So é
composta por várias séries completas, minisséries e números especiais, predominando os
clássicos das editoras Marvel, DC Comics e DC Vertigo e alguns clássicos brasileiros, com
datas de publicação entre 1961 e 2008.
Por ser uma coleção de valor inestimável e insubstituível, de suporte frágil e
impossível de se restaurar, foi adotada uma política de conservação preventiva, a fim de
minimizar os danos causados pelas condições ambientais e por fatores humanos.
Para a proteção ambiental (poeira, luz natural e/ou artificial), além dos envelopes de
papel pH neutro, foi adaptado um espaço exclusivo para a coleção. Para minimizar o desgaste
de manuseio incorreto estipulou-se um número máximo de usuários no Espaço, bem como a
proibição de empréstimo domiciliar.
188
�Figura 6 - Espaço HQ, visão externa e interna
Fonte: elaborado pelos autores
A adaptação de um espaço exclusivo para a coleção de HQs foi uma conquista
possível após a reestruturação física da B-So no segundo semestre de 2016, e cujo objetivo foi
criar um ambiente lúdico e compatível com a vivência do lazer criativo pelos usuários. Para
isso, a decoração externa do Espaço HQ foi feita utilizando gibis adquiridos aleatoriamente
em sebo.
Na decoração interna, foram utilizados os pôsteres que acompanham alguns
fascículos, bem como reproduções dos super-heróis confeccionadas em origami 3D pela
servidora Elza Naomi Kawaguchi.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados do trabalho de tratamento, organização e disponibilização da coleção de
histórias em quadrinhos foram duplamente impactantes: internamente entre os trabalhadores
da B-So que foi totalmente engajada nas atividades, buscando aprimoramento nos estudos
sobre tratamento temático e descritivo de material peculiar, pesquisas e desenvolvimento de
soluções práticas compatíveis com a realidade material das bibliotecas universitárias, bem
como sua preparação para treinamento e sensibilização dos usuários para a fruição respeitosa
da coleção.
No âmbito externo, o Espaço HQ despertou o entusiasmo do quadro administrativo e
dos usuários, pela presença de um espaço diferenciado dentro do ambiente da biblioteca
universitária, bem como estimulou o apreço e o olhar dos usuários para as HQs, retirando-as
do lugar de material recreacional efêmero e com curto período de atualidade e interesse, para
189
�a visão de uma importante fonte de pesquisas para várias áreas do conhecimento, e da sua
relevância para a história social e para o conhecimento da evolução das artes gráficas.
Nossa percepção é de que existe na área da Ciência da Informação, uma lacuna
significativa de relatos de experiências práticas inovadoras, que sirvam como sugestão de
rotinas para outros profissionais que se deparam com problemas comuns às bibliotecas
universitárias.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Consideramos que a experiência adquirida no tratamento descritivo e temático da
coleção deve servir como contribuição a outras bibliotecas que se interessem em catalogar
esse tipo de material, incorporando-o ao seu acervo, visando a sua preservação e conservação
e permitindo acesso a essa coleção, uma vez que a literatura e as bibliotecas brasileiras
oferecem pouco subsídio sobre o tema.
Em nossa experiência tivemos dificuldades em conhecer parâmetros práticos
norteadores testados em outras bibliotecas. Acreditamos que a divulgação de experiências
como a da B-So, possa colaborar para a formação de um referencial teórico especializado, a
ser disponibilizado para os profissionais bibliotecários brasileiros.
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<file:///C:/Users/PPG/Downloads/000855792%20(2).pdf >. Acesso em: 8 jan. 2018.
VERGUEIRO, Waldomiro. Histórias em quadrinhos, bibliotecas e bibliotecários: uma relação
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de Janeiro, v. 6, n. 2, abr., 2005. Disponível em:
<http://www.brapci.inf.br/index.php/article/download/11604>. Acesso em: 8 jan. 2018.
191
�
Dublin Core
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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An entity responsible for making the resource available
UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
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Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Histórias em quadrinhos como coleção especial: uma experiência na biblioteca universitária.
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An entity primarily responsible for making the resource
Rubi, Milena Polsinelli; Costa, Maria De Fátima Rossi da; Kawaguchi, Elza Naomi
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Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As revistas de histórias em quadrinhos fazem parte dos acervos das bibliotecas, porém, geralmente não são catalogadas e classificadas devido à fragilidade e à perecibilidade do seu suporte. Nesse sentido, nosso objetivo é apresentar o relato de experiência da Biblioteca Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos que, ao receber uma coleção com mais de 5.000 exemplares de um único doador, catalogou, classificou e indexou todos esses itens. As revistas de histórias em quadrinhos passaram por higienização mecânica, foram separadas de acordo com as coleções, catalogadas, classificadas, indexadas no catálogo Pergamum e armazenadas em papel de PH neutro. Após 4 anos de trabalho envolvendo bibliotecários, auxiliares de bibliotecas e estagiários, o Espaço HQ foi inaugurado em 2017 e toda a coleção pode ser consultada pelo catálogo on-line da Biblioteca. Devido a completude da coleção e raridade de alguns números, a coleção se tornou especial, dentro da biblioteca universitária. Consideramos que a experiência adquirida no tratamento descritivo e temático da coleção deve servir a outras bibliotecas que se interessem em catalogar esse tipo de material permitindo acesso a essa coleção, uma vez que a literatura e as bibliotecas brasileiras oferecem pouco subsídio sobre o tema
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5247/SNBU2018_018.pdf
0606e032f3f4ee5bdff8f3ff21e708d4
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Eixo I
Inovação e Criação
GUIA DA INCLUSÃO: UMA INOVAÇÃO PARA INCLUSÃO SOCIAL
GUIDE DO INCLUSION: INNOVATION FOR SOCIAL INCLUSION
Resumo: O artigo refere-se às fases de elaboração para a criação de um Guia de Inclusão para
Pessoas com Deficiência, que reunirá todas as informações dos serviços públicos e privados
existentes no Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de facilitar a vida cotidiana das
pessoas com deficiência, bem como seus familiares, profissionais e especialistas na área da
Deficiência Intelectual. O seu principal objetivo é buscar e oferecer informações, que possam
orientar e direcionar sobre algumas de suas necessidades, colaborando para o
desenvolvimento, qualidade de vida e inclusão social das pessoas com deficiência. Para tanto
será elaborada uma ferramenta de busca que possa indicar e orientar de maneira rápida, segura
e simples, sobre profissionais e instituições que ofereçam recursos destinados à diagnóstico,
terapias, educação e socialização de pessoas em condição de deficiência intelectual. O Guia se
insere num projeto maior que está sendo desenvolvido em uma parceria do Instituto JNG
Projetos de Inclusão Social com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia, que é a criação da Plataforma de Integração de Informação para Pessoas com
Deficiência.
Palavras-chave: Pessoas com deficiência. Catálogo. Guia. Inclusão social. Inovação.
Abstract: The article refers to the elaboration phases for the creation of an Inclusion Guide
for People with Disabilities (PwD), which will gather all the information of the public and
private services existing in the State of Rio de Janeiro, with the purpose of facilitating the life
of people with disabilities, as well as their families, professionals and specialists. Its main
objective is to seek and provide information, which can guide and direct some of its needs,
collaborating for its development, quality of life and social inclusion of the people with
disabilities. For this purpose, a search tool will be developed that can indicate and guide in a
fast, safe and simple way, information about professionals and institutions that offer resources
for the diagnosis, therapies, education and socialization of people with intellectual disabilities.
The Guide is part of a larger project that is being developed in a partnership with the Brazilian
Institute of Information on Science and Technology and JNG Institute, which is the creation
of the Platform for Integration of Information for People with Disabilities.
167
�Keywords: Disabled persons. Information. Guide. Catalog. Social inclusion. Innovation.
Intelectual Disability.
INTRODUÇÃO
O presente artigo apresenta as fases de elaboração para a criação de um Guia da
Inclusão para reunir e facilitar o acesso a informações sobre serviços públicos e privados para
Pessoas com Deficiência (PcD), seus familiares e profissionais, colaborando para a inclusão
nas diferentes formas de atividades do dia a dia das pessoas com deficiência.
No Brasil, o Censo IBGE 2010 aferiu que 23,9% da população, aproximadamente 45
milhões de pessoas, mencionaram apresentar alguma dificuldade funcional. Nesse total estão
considerados todos os tipos e graus de deficiência de acordo com o desempenho nas
atividades e domínios pesquisados: alguma dificuldade, grande dificuldade ou não ser capaz
de caminhar e subir escadas, enxergar, ouvir ou apresentar deficiência mental/intelectual
(MAIOR, 2017). Desse total 2,6 milhões de pessoas possuem deficiência intelectual (D.I.). O
Guia da Inclusão será, inicialmente, focado nos serviços e profissionais que trabalham
principalmente com as pessoas com D.I., embora boa parte dos serviços mapeados poderão
ser úteis para outros tipos de deficiência.
O Guia da Inclusão se insere num projeto maior que vem sendo desenvolvido numa
parceria entre o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) e o
Instituto JNG
Projetos de Inclusão Social, para desenvolvimento de uma Plataforma de
Integração de Informação para Pessoas com Deficiência
IPcD. A plataforma disponibilizará
num só local e de forma colaborativa recursos em formato de texto, vídeos e áudios, que
constituam fonte de informação e conhecimento de interesse para essa comunidade. Os
recursos básicos que a plataforma pretende oferecer ao usuário são: taxonomia navegacional,
recuperação de conteúdos classificado por assunto, galeria multimídia (vídeo, fotos e áudio),
cadastro de usuário (login e senha), integração com redes sociais, fórum de discussões, página
de informações para doação, serviços, profissionais, entre outros.
Essa parceria se deu em razão da complementaridade existente entre as missões do
Instituto JNG e do IBICT. Como unidade de pesquisa vinculada ao Ministério de Ciência
Tecnologia e Informação Científica (MCTIC), o Instituto Brasileiro de Informação em
Ciência e Tecnologia (IBICT) realiza estudos no campo da ciência da informação e temas
a infraestrutura de informação em ciência e tecnologia para a produção, socialização e
168
�da década de 50, e desde então, o Instituto tem atuado também na promoção da popularização
da informação científica e tecnológica.
O Instituto JNG é uma organização social de interesse público (OSCIP), com sede no
Rio de Janeiro, financiada através de doações (benefício fiscal) e contribuições diretas, criada
com o objetivo de identificar, promover, coordenar e executar projetos de inclusão social para
pessoas com Deficiência Intelectual, com foco na moradia independente com apoio
individualizado. Trabalha construindo redes e parcerias, nacionais e internacionais, que
permitam promover a vida independente e a autonomia de pessoas com deficiência
intelectual, criando novas perspectivas para a inclusão social.
O objetivo principal do Guia da Inclusão é oferecer uma ferramenta de acesso às
informações de serviços, que tenham funcionalidade, qualidade, veracidade e segurança em
todos os segmentos relacionados no Guia.
A falta ou fragmentação de informação sobre serviços, escolas, terapeutas, centros de
esporte e cultura, importantes para o desenvolvimento de pessoas com deficiência justificou a
necessidade de elaborar uma ferramenta de busca, que possa orientar de maneira
rápida, segura e simples, dados sobre profissionais e instituições que trabalhem e contribuam
para a socialização e educação dessas pessoas.
REVISÃO DA LITERATURA
De acordo com Schwartzman e Lederman (2017), as várias condições infantis que
pertencem ao grupo de deficiência intelectual constituem importante problema referente à
saúde e se configuram como de grande importância em vários aspectos, a saber: (1)
identificação precoce; (2) diagnóstico acurado; (3) avaliação adequada; (4) identificação da
etiologia; (5) oferta das intervenções necessárias; (6) adequação de recursos; e (7)
estabelecimento do prognóstico. Do ponto de vista biomédico, as deficiências intelectuais,
portanto, são condições crônicas que compartilham distúrbios qualitativos, quantitativos ou
ambos no desenvolvimento de um ou mais dos seguintes domínios: motricidade, fala e
linguagem, cognição, domínio pessoal-social e atividades de vida diária.
Em cada uma dessas fases o acesso a informação segura, confiável e eficaz pode
influenciar muito o percurso e a história da pessoa com deficiência e sua família. Tomando
em conta o primeiro aspecto, a dificuldade de acesso a recursos para a detecção precoce de
distúrbios no desenvolvimento de crianças pode comprometer seu desenvolvimento ao ponto
de, na vida adulta, a pessoa poder ou não ter uma vida independente. Em alguns casos como,
169
�por exemplo, a Síndrome de Down, o diagnóstico costuma ser fácil e preciso ao nascer.
Entretanto, a forma como o fato é relatado aos pais e a existência ou não de apoio nesse
momento influi diretamente na atitude de pais e familiares e na relação que se estabelece entre
pais e o recém-nascido. Existem organizações que se especializaram na forma como a notícia
é dada oferecendo acolhimento e orientações muito positivas para o começo de uma história
de vida que pode ser muito bem-sucedida, como para qualquer pessoa. O acesso a informação
adequada, nesse caso, constará de um Guia que, nesse caso, pode ser útil, também, para a
equipe do hospital que tem o dever de orientar. Outro caso, que ilustra a importância do
acesso a informação na fase de detecção precoce é o da triagem neonatal ou, como é
popularmente conhecido, o teste do pezinho. Esse teste deve ser feito obrigatoriamente nas
primeiras 48 horas de vida do bebê e é capaz de diagnosticar uma série de enfermidades
metabólicas, genéticas e infecciosas que afetam o desenvolvimento da criança. Embora o teste
seja obrigatório, pais melhores informados podem exigir esse direito quando negligenciado
pelo sistema de saúde. Além dos casos de possível deficiência intelectual detectados na fase
neonatal, existem as situações ainda mais complexas cujo diagnóstico precoce representa um
desafio, como é o caso do autismo. O acesso a informação para encontrar serviços
especializados que sejam capazes de fazer um correto diagnóstico para consequente
proposição de intervenções é determinante.
Passada a etapa de detecção precoce, o tipo de serviço e informação necessária muda
ao longo do desenvolvimento da pessoa. A cada etapa do ciclo de vida da PcD, persistem as
buscas por terapias, onde encontrar escolas adequadas, onde fazer esporte e ser orientado por
profissionais especializados e, mais adiante, quais serão os espaços para socializar, para ir
desenvolvem atividades para a inclusão social e/ou orientação para familiares e PcD.
Entretanto, encontrá-las ainda depende de dicas de pessoas próximas
oca a
relacionamento é limitado.
O Guia da Inclusão também cumpre uma função cívica importante na orientação sobre
direitos e deveres. Ao chegar a maioridade, perguntas
com as obrigações eleitorais, como os rapazes devem proceder para se apresentar ao serviço
militar obrigatório, quem seria elegível para ter acesso a benefícios assistenciais do governo e
outras indagações civis surgem. Essas e outras perguntas podem ser respondidas após
pesquisas e indagações nos órgãos específicos, um trabalho que pode ser mitigado e melhor
orientado através de uma porta de entrada única confiável e segura.
170
�Os guias ou catálogos surgiram para armazenar e registrar as informações sobre os
documentos existentes em um acervo, todavia, sua função passou por uma metamorfose em
decorrência do aumento de materiais impressos, inclusive no que tange a ampliação da
produção de livros e a consequente necessidade de organização desse material para posterior
recuperação. Por isso, ocorreu uma mudança de foco no uso dos catálogos ou guias, de
simples função de depósito para uma ferramenta arrojada de uso da recuperação de
informações (MARTINHO; FUJITA, 2011). Além do conteúdo de entrada, a organização dos
catálogos ou guias também pode variar em função do tipo e das necessidades da comunidade
usuária que atende.
O tratamento da informação compreende a análise e a descrição da forma e do
conteúdo do documento, pois demanda do bibliotecário grande esforço mental,
principalmente na abrangência do teor do documento.
A definição de acessibilidade, de acordo com o Art. 8º, inciso I, do Decreto nº
5.296/2004 (BRASIL, 2004, p.1), se refere a:
[...] condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos
espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de
transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por
pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.
Percebe-se, inicialmente, que é um desafio suprir as reais necessidades das pessoas
com deficiência (PcD), porém, a forma como ocorre a organização da informação e a
acessibilidade, em diferentes contextos, apresenta possíveis soluções no processo de
organização da informação nos ambientes pesquisados de forma que as barreiras de busca
podem ser removidas ou minimizadas (ALBUQUERQUE; SOUSA; GUIMARÃES, 2015).
A literatura especializada aponta grandes avanços recentes, mas ao mesmo tempo
revela imensas lacunas no conhecimento relativo a problemas que envolvem as PcD, suas
famílias, a escola e a comunidade; problemas cuja solução depende de investigação científica
e de intervenção que seja cientificamente embasada e avaliada (PPGEEs, 2017).
Uma dessas lacunas corresponde à dispersão e fragmentação da informação, não só
científica, mas especialmente sobre o conjunto de serviços e intervenções que são necessários
para a construção de uma vida com mais autonomia e independência. Muitos casos de
deficiência intelectual são detectados no nascimento, outros ao longo da infância, e muitos
também podem ser adquiridos como consequência de outros problemas de saúde ou acidentes.
Seja qual for a origem muitas famílias experimentam forte sensação de angústia ao se
171
�depararem com o fato que é, geralmente, desconhecido. O futuro se torna nebuloso e a
necessidade para encontrar os caminhos de um desenvolvimento atípico as vezes paralisa
algumas pessoas. No caso do desenvolvimento infantil a perda de tempo ou dificuldade de
acesso para buscar informação segura, confiável e eficaz pode comprometer as oportunidades
de intervenções precoces que são determinantes para viabilizar a autonomia e vida
independente de PcD. Um Guia não é a salvação, mas é um indispensável começo para ter
acesso a informação que, inicialmente a família e mais tarde a própria pessoa com deficiência
precisam para garantir um percurso de desenvolvimento saudável. A Convenção dos Direitos
da Pessoa com Deficiência estabelece em seu Artigo 21, que:
Os Estados Partes tomarão todas as medidas apropriadas para assegurar que as
pessoas com deficiência possam exercer seu direito à liberdade de expressão e
opinião, inclusive à liberdade de buscar, receber e compartilhar informações e
ideias, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas e por intermédio de
todas as formas de comunicação de sua escolha, conforme o disposto no Artigo 2 da
presente Convenção (MELLO, 2008, p.76).
A construção de um Guia para Inclusão, inicialmente, para o Estado do Rio de Janeiro
se faz necessária e servirá como piloto para que outros Estados da Federação possam seguir a
metodologia e, dessa forma, ampliar a abrangência do acesso a informação em nível nacional.
METODOLOGIA
Toda a metodologia usada será baseada no Modelo teórico da deficiência intelectual
da American Association on Intelectual and Development Disabiblities (AAIDD), conforme
figura 1.
As extensões foram fundamentadas pelo manual da AAIDD (2010 apud BOUERI,
2014), e servirão como classificação para catalogação dos dados. Como mencionado
anteriormente, existem outros aspectos que também deverão ser levados em conta na estrutura
do Guia como, por exemplo, as fases de desenvolvimento do ciclo de vida a PcD (neonatal,
infância, adolescência e vida adulta). Entretanto, a lógica biopsicossocial utilizada pela
AAIDD amplia o escopo de serviços e conceitos de apoio e intervenção que serão utitlizados
no Guia para diminuir ou remover as barreiras que dificultam a inserção social de PcD.
172
�Figura 1
Modelo teórico Guia de Inclusão
Fonte: AAIDD, 2010.
Segundo o modelo da AAIDD, a primeira extensão de capacidade intelectual inclui
raciocínio, planejamento, resolução de problemas e aprendizagem. Existem muitos
profissionais que contribuem para o desenvolvimento dessas e outras habilidades cognitivas
importantes para a adaptação do aprendizado que são parte da estrutura do Guia da Inclusão.
A segunda extensão de adaptação a realidade diária e as práticas por elas aprendidas será
disponibilizada sob a forma de relatos e dicas interativas. A terceira extensão diz respeito a
saúde física e mental, abrindo um leque imenso de profissionais, organizações, novas
tecnologias e procedimentos que contribuem para uma vida melhor. A terceira extensão do
preparador físico, etc, para facilitar a busca. A quarta extensão, inclusão social, engloba
atividades cotidianas influenciadas pelas oportunidades proporcionadas à PcD. Nessa parte é
importante disseminar o trabalho de organizações e profissionais que atuam na oferta do
exemplo. A quinta e última extensão, o âmbito, descreve as condições em que o indivíduo
vive contemplando os ambientes familiar, cotidiano, social, serviços educacionais e de
profissionais especializados.
Os procedimentos adotados para elaboração do Guia da Inclusão são principalmente
dois: (1) coletar dados qualitativos e quantitativos de profissionais liberais, escolas,
e visitas, bem como (2) pesquisar nos diversos suportes eletrônicos disponíveis sobre o tema e
organizar todas as informações num Banco de Dados.
173
�Embora hoje exista acesso livre para a maioria das informações, a seleção de
conteúdos não pode ser dispensada. Por essa razão, a primeira etapa de construção do Guida
Inclusão é desenvolvida por profissionais da ciência da informação. Nesse contexto, o
bibliotecário passa a ser o mediador entre as diferentes fontes de informação e o público
podendo ou não contar com um Comitê de Especialistas para validação da qualidade da
informação quando esta requer conhecimento técnico específico.
A partir da coleta de dados que deve durar um período de três meses, começa uma
nova etapa, de organização de todas as informações conseguidas, verificadas e atestadas em
um banco de dados. O escolhido a priori, foi o Access da Microsoft, por ser de fácil acesso e
não ter nenhum custo de utilização. E, finalmente a divulgação e lançamento do Guia da
Inclusão. Todas as etapas serão executadas por duas bibliotecárias em conjunto com as
representantes do Instituto JNG Projetos de Inclusão Social.
O Guia irá fazer parte, como serviço, de um dos módulos da Plataforma de Integração
da Informação para pessoas com Deficiência (IPcD), que além deste, terá outros módulos
sobre políticas e direitos das pessoas com deficiência, a produção científica sobre o tema
voltado para pesquisadores e especialistas, estatísticas, entre outros. A plataforma apresentará
uma descrição detalhada de cada serviço, os módulos se dividirão em unidades e capítulos, os
quais se desdobram em seções, com links para obter todas as informações fins.
RESULTADOS
A deficiência é um conceito em evolução, de caráter multidimensional, e o
envolvimento da pessoa com deficiência na vida comunitária depende de a sociedade assumir
sua responsabilidade no processo de inclusão, visto que a deficiência é uma construção social
(MAIOR, 2017). A Inclusão Social, seja como ações ou intenções, são direcionadas a
modificar a sociedade para que ela se torne acessível a todos, ou seja, a deficiência perde o
caráter de atributo individual e passa a ser vista como uma questão social (MAIA, 2014). Em
parte, essa mudança de paradigma se deve à disseminação da informação, de forma
generalizada, e também à constituição de redes que compartilham interesses específicos por
grupos de pessoas. No Brasil, as redes sociais ampliaram seu escopo, dimensão e alcance a
partir da inclusão digital permitindo, dessa forma, muitos avanços sociais em diferentes
frentes, incluindo cursos de alfabetização tecnológica e outras iniciativas destinadas a
minimizar a exclusão digital entre pessoas com deficiências, idosos, analfabetos, indígenas,
pessoas de baixa renda e professores (MELO, 2016)
174
�Pontos de Inclusão Digital
em 2005 para mais de
17
28.000 em 2012 (IBICT), podemos dizer que as PcD, orientadas e com acesso facilitado aos
recursos disponíveis através do Guia de Inclusão poderão estar mais e melhor incluídas na
sociedade por terem acesso, em tempo, à informação com qualidade e voltada para autonomia
e uma vida mais independente. É necessário aumentar a quantidade e qualidade da informação
para aumentar o acesso às tecnologias de informação, visando aquisição de conhecimentos
para realizar mudanças positivas na vida social e profissional de futuros adultos com D.I.
Embora, ainda, não haja dados que comprovem a relação e o impacto do acesso à
informação de qualidade e o grau de autonomia e vida independente que as PcD venham a
adquirir no futuro, um relato extraído do livro de Pascal Jacob18 em 2016, feito por uma mãe
sobre experiência do nascimento de seu segundo filho que nasceu com Síndrome de Down,
revela a importância do acesso a informações como parte da atitude necessária para persistir e
insistir em práticas e intervenções que ajudem a desvendar caminhos desconhecidos. A mãe
descreve o desenvolvimento de sua primeira filha (sem problemas diagnosticados no
nascimento) como se houvesse uma rota já traçada através da escola, de amigos, do lazer,
feita para que a filha crescesse e se desenvolvesse naturalmente. Com o nascimento de R.,
segundo filho, rapidamente percebeu que os obstáculos começaram a se organizar
rapidamente, levando-os para rotas alternativas. Ao longo do relato, a mãe de R. expressa seu
anseio por entender as barreiras, e questiona se é seu filho que não tem condições de ser
o desejo de promover a autonomia é um motor para ultrapassar os milhares de obstáculos que
Sendo assim, podemos dizer que as PcD, orientadas e com acesso facilitado aos
recursos disponíveis, devem obter benefícios não apenas para eles mesmos, mas também para
a sociedade como um todo. É necessário aumentar a disseminação de informação para mudar
paradigmas. Um Guia, neste sentido, é um instrumento imprescindível para garantir os
resultados esperados por qualquer prática de inclusão. Atua diretamente na ação de incluir
porque viabiliza intervenções qualificadas e em tempo.
17
http://www.ibict.br/Sala-de-Imprensa/noticias/2012/mapa-da-inclusao-digital-mid-e-suas-novas-tecnologias.
18
175
�CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada família procura fazer seu próprio caminho de acordo com sua rede social,
recursos e acesso a informação. A Sociedade da Informação ou do Conhecimento, na qual
este projeto está inserido, diz respeito à criação de uma Guia da Inclusão que reúna, organize,
disponibilize e dissemine de forma ampla e livre informação atual, relevante e de qualidade
aos diversos atores envolvidos na área de autonomia, moradia, trabalho e inclusão
relacionados à deficiência intelectual e vida adulta.
O acesso à informação apresenta-se como um dos determinantes sociais para o
desenvolvimento da saúde, da inclusão social, da cultura, do exercício da cidadania na sua
plenitude, além de constituir um dos direitos fundamentais do ser humano. A capacidade de
ação dos atores envolvidos, incluindo profissionais de educação e saúde, pesquisadores,
familiares e interessados sobre o tema, aumenta de forma direta e proporcional ao nível de
informação e conhecimento de qualidade a que tem acesso. Desta forma, a disseminação de
informação e conhecimento é um pré-requisito essencial para possibilitar ações e mudanças
efetivas nas práticas de inclusão e no desenvolvimento de uma nova cultura social que,
verdadeiramente, quebre paradigmas e surpreenda positivamente todas as pessoas que abram
os espaços de convivência apoiados pelo conhecimento e segurança que o Guia da Inclusão
propõe oferecer na área da deficiência intelectual.
Além disso, esta iniciativa permite que a discussão se torne visível para leitores que
não estão no eixo dos grandes centros privilegiado por palestras, exposições e eventos que
acontecem com mais frequência, expandindo desta forma, as fronteiras do conhecimento.
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de novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098,
de 19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção
da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3 dez. 2004.
BOUERI, I. Z. Instituições residenciais para pessoas com deficiência intelectual: um
programa educacional para promover qualidade no atendimento, 2014. 182f. Tese
176
�(Doutorado) Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de
São Carlos, São Carlos, 2014.
MAIA, A. M. de C. O trabalhador com deficiência na organização: um estudo sobre o
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177
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
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Salvador (Bahia)
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A name given to the resource
Guia da inclusão: uma inovação para inclusão social.
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Poppe, Flavia; Motta, Janaina; Freitas, Zoraide Ribeiro; Alves, Eliane
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Salvador (Bahia)
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UFBA
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
O artigo refere-se às fases de elaboração para a criação de um Guia de Inclusão para Pessoas com Deficiência, que reunirá todas as informações dos serviços públicos e privados existentes no Estado do Rio de Janeiro, com a finalidade de facilitar a vida cotidiana das pessoas com deficiência, bem como seus familiares, profissionais e especialistas na área da Deficiência Intelectual. O seu principal objetivo é buscar e oferecer informações, que possam orientar e direcionar sobre algumas de suas necessidades, colaborando para o desenvolvimento, qualidade de vida e inclusão social das pessoas com deficiência. Para tanto será elaborada uma ferramenta de busca que possa indicar e orientar de maneira rápida, segura e simples, sobre profissionais e instituições que ofereçam recursos destinados à diagnóstico, terapias, educação e socialização de pessoas em condição de deficiência intelectual. O Guia se insere num projeto maior que está sendo desenvolvido em uma parceria do Instituto JNG – Projetos de Inclusão Social com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia, que é a criação da Plataforma de Integração de Informação para Pessoas com Deficiência.
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pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5243/SNBU2018_017.pdf
078a4430575ad8dc4eaf8af4faee37ec
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GESTÃO DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
ASPECTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS
MANAGEMENT OF KNOWLEDGE IN UNIVERSITY LIBRARIES: THEORETICALCONCEPTUAL ASPECTS
Resumo: Trata-se de uma abordagem teórica a respeito da Gestão do Conhecimento, sendo
este um campo da Ciência da Informação que trata da comunicação do conhecimento entre os
indivíduos no contexto social, institucional e individual. Tem-se de um estudo exploratório no
contexto das bibliotecas universitárias. Objetiva discutir a Gestão do Conhecimento em
bibliotecas universitárias por meio de levantamento bibliográfico compilando as dissertações
e teses defendidas nos programas de pós-graduação brasileiros no período de 2003 a 2016.
Conceitua Gestão do Conhecimento recorrendo a autores como Murray (1996), Malhotra
(1998), Hackett (2002), Loureiro (2003), Valentim (2003), Pérez-Montoro (2008), Alencar e
Fonseca (2015) e Xavier Silva e Sá de Pinho Neto (2016). Utiliza a pesquisa qualitativa,
exploratória, bibliográfica e o levantamento bibliográfico. A pesquisa resultou na recuperação
de trabalhos acadêmicos sobre a Gestão do Conhecimento em bibliotecas universitárias.
Conclui que é preciso maior incentivo à implantação de políticas de Gestão do Conhecimento
em bibliotecas universitárias a fim de promover a inovação e criação na biblioteca
universitária.
Palavras-chave: Bibliotecas universitárias.
Conhecimento Contexto institucional.
Gestão
do
Conhecimento.
Gestão
do
Abstract: This is a theoretical approach to Knowledge Management, an area of Information
Science that deals with the communication of knowledge between individuals in the social,
institutional and individual context. There is an exploratory study in the context of university
libraries. It aims to discuss Knowledge Management in university libraries by means of a
bibliographical survey compiling dissertations and theses defended in Brazilian postgraduate
programs from 2003 to 2016. Conceptualizes Knowledge Management using authors such as
Murray (1996), Malhotra (1998), Hackett (2002), Loureiro (2003), Valentim (2003), PérezMontoro (2008), Alencar and Fonseca (2015) and Xavier Silva and Sá de Pinho Neto (2016).
It uses the qualitative, exploratory, bibliographical research and the bibliographic survey. The
research resulted in the recovery of academic work on Knowledge Management in university
libraries. It concludes that a greater incentive is required to implement Knowledge
Management policies in university libraries in order to promote innovation and creation in the
university library.
151
�Keywords: University libraries. Knowledge management. Knowledge Management Institutional Context.
1 INTRODUÇÃO
Hjorland e Albrechtsen (1995) discutem sobre análise de domínio enquanto uma
comunidade discursiva nas quais o conhecimento produzido na mente do indivíduo é
socializado. Na concepção destes o conhecimento não é somente cognitivo este é de caráter
sociocognitivo o que evidencia a importância da efetiva transmissão do conhecimento. A
Ciência da Informação (CI) é um campo dedicado à investigação científica e prática
profissional que busca estudar a efetiva comunicação do conhecimento entre os indivíduos no
contexto social, institucional e individual (SARACEVIC, 2009). Dentre os diversos campos
estudados pela CI encontra-se a Gestão do Conhecimento (GC) a qual por meio de
metodologias garante que os bens intelectuais produzidos pela instituição tragam maior
produtividade, agregação de valor e maior competitividade, democratizando o acesso aos
conhecimentos produzidos pelos indivíduos. Para isso, o conhecimento é organizado e
classificado. Criam-se assim, dispositivos para sua disseminação no contexto organizacional e
para a sociedade (BETTENCOURT; CIANCONI, 2012). Neste sentido, esta pesquisa surge a
partir da percepção da importância do compartilhamento do conhecimento tácito, isto é,
conhecimento intangível no contexto das Bibliotecas Universitárias (BUs).
Diante do
exposto, este artigo se propõe a discutir A GC em BUs mostrando o panorama atual no que se
refere a GC neste contexto. O objetivo é mostrar as discussões já existentes sobre a GC em
BUs por meio de levantamento bibliográfico, mais especificamente, as dissertações e teses
defendidas nos programas de pós-graduação brasileiros no período de 2003 a 2016.
2 GESTÃO DO CONHECIMENTO: ASPECTOS CONCEITUAIS
Nonaka e Takeuchi (1997) acreditam que é necessário haver processos de socialização
do conhecimento acumulado na mente das pessoas (disseminação do conhecimento tácito).
Conforme estes autores as organizações, independente de seu campo de atuação, devem
estimular todos aqueles que trabalham, no contexto institucional, a compartilhar o
conhecimento.
O conhecimento tácito é o conhecimento que se constrói por meio das experiências
vividas, englobando a cognição dos indivíduos, isto é, elementos intangíveis como, por
152
�exemplo, o conhecimento adquirido ao longo de anos de exercício profissional. Este tipo de
conhecimento é mais difícil de ser produzido, compartilhado de maneira formal. Pois, é um
conhecimento que está contido na mente das pessoas.
O conhecimento explícito é aquele que é facilmente transmissível, sistematizado e
comunicável em linguagem formal o que permite sua disseminação de forma ágil, por meio de
livros, gravações, sites, dentre outros meios.
Choo (2003) afirma que a organização que trabalha de forma integrada seus processos
de criação de significados, construção do conhecimento e tomada de decisões poderá ser
reconhecida como organização do conhecimento.
Os processos de conversão do conhecimento ocorrem entre o conhecimento explícito e
tácito e são divididos em quatro tipos: a socialização do conhecimento (do tácito para o
tácito), a internalização do conhecimento (do explícito para o tácito), a externalização do
conhecimento (do tácito para o explícito) e a combinação do conhecimento (do explícito para
o explícito). Em cada uma delas, ocorre respectivamente, a empatização, personificação,
articulação e conexão.
A GC é objeto de conceituação de diversos autores como Murray (1996), Malhotra
(1998), Hackett (2002), Loureiro (2003), Valentim (2003), Pérez-Montoro (2008), Alencar e
Fonseca (2015), Xavier Silva e Sá de Pinho Neto (2016).
Para Murray (1996) a GC pode ser utilizada como uma estratégia para o aumento da
produtividade, competitividade e agregação de valor ao trabalho das organizações. Já
Malhotra (1998) acredita que a GC tem uma visão fundamentada no conhecimento dos
processos de negócio da instituição, para impulsionar a capacidade de processamento de
informações avançadas e tecnologias de comunicação, por meio da translação da informação
em ação, através da criatividade e inovação dos seres humanos. Isso afeta a competência da
organização e sua sobrevivência em uma realidade repleta de imprevistos.
Hackett (2002) acredita que a GC apresenta uma abordagem sistematizada e integrada
objetivando realizar a identificação, gestão e compartilhamento de todos os ativos de
informação de uma organização, contemplando bases de dados, documentos, políticas e
procedimentos, bem como conhecimento prévio não articulado e experiência dos indivíduos
que nela trabalham. Refere-se à disponibilização da informação existente a nível coletivo e a
experiência institucional compartilhada com cada trabalhador, que por sua vez é também
responsabilizado pela utilização criteriosa das mesmas e pela realimentação do estoque
informacional.
153
�Para Loureiro (2003) a GC pode ser entendida como a abordagem sistemática para
maximização do valor e promoção da acessibilidade do capital do conhecimento da
organização para alcançar a máxima eficácia nos negócios e para promover a inovação.
Envolve ações de gestão no que se refere à criação, captura, síntese, compartilhamento e
aplicação da inteligência.
Segundo Valentim (2003) GC é o conjunto de estratégias para criação, aquisição,
compartilhamento e utilização de ativos de conhecimento, bem como o estabelecimento de
fluxos que garantam a disponibilidade da informação necessária no tempo e formato
adequados, com a finalidade de auxiliar na geração de ideias, propiciar a solução de
problemas e na tomada de decisões.
Na visão de Pérez-Montoro (2008) a GC é compreendida como a disciplina que se
encarrega do estudo do projeto e da implantação de sistemas cujo principal intuito é que todo
o conhecimento tácito, explícito, individual, interno e externo que se relaciona com a
organização transforme-se em conhecimento organizacional ou corporativo de forma que este
ao tornar-se acessível e compartilhável, permita que haja o aumento no conhecimento
individual e coletivo das pessoas que trabalham na organização e que isso resulte em uma
aumento na contribuição destes sujeitos para o alcance dos objetivos que busca a própria
organização.
o processamento e a partilha de todo ativo de informação possuído pela empresa, com a
finalidade de transformar-
-se
assim, que a GC é um conjunto de atividades que promovem a sistematização da informação e
do conhecimento organizacional permitindo às organizações e seus colaboradores se
utilizarem desta para o alcance dos objetivos da instituição e promover o aumento a
competitividade. Esta é capaz de estabelecer uma visão estratégica para a utilização da
informação e do conhecimento, promovendo a criação, codificação e transferência do
conhecimento tácito estimulando deste modo à criatividade, inovação, aprendizagem e a
educação continuada.
De acordo com os autores supracitados os modelos de GC são quatro: capital
ambiental, capital estrutural, capital intelectual (capital humano) e o capital de
relacionamento. O capital ambiental é o ambiente no qual a instituição está inserida. Trata-se
do contexto social, econômico, político, cultural e das ferramentas tecnológicas. O
desempenho de uma organização sofre influência, podendo estar em estabilidade ou
instabilidade, são os chamados fatores ambientais. Para os autores o valor de uma organização
154
�é dependente do ambiente com o qual esta se relaciona. Existem quatro variáveis para o
monitoramento do capital ambiental: variáveis sociais, variáveis tecnológicas, variáveis
econômicas e variáveis políticas.
O capital estrutural se refere às condições necessárias para a realização do trabalho
dentro de uma organização como, por exemplo, os sistemas administrativos, conceitos,
modelos, rotinas, marcas, patentes e sistemas de informática, que possibilitam à organização
desenvolver seu trabalho. A cultura organizacional, isto é, a forma com a instituição coloca
em funcionamento seu trabalho faz parte também deste tipo de capital. Assim, as propriedades
do capital estrutural são: cultura organizacional, sistemas administrativos, sistemas de gestão,
produtos, serviços, patentes, marcas, propriedade intelectual, procedimentos, processos,
rotinas, instalações, infraestrutura, tecnologias e equipamentos.
O capital intelectual ou humano se refere aos conhecimentos, experiências, habilidades
e aptidões das pessoas que trabalham na organização. Este tipo de capital é propriedade dos
indivíduos, porém o uso pela organização deste tipo de conhecimento produz benefícios.
Entretanto, a dificuldade existente reside na transformação do conhecimento tácito em
conhecimento explícito para que haja agregação de valor aos produtos e serviços oferecidos.
O capital individual humano usado pela empresa para promoção de seu crescimento é
um tipo de conhecimento que se dissipa rapidamente. Para evitar que isso ocorra devem ser
adotadas estratégias para o gerenciamento do conhecimento contido na mente das pessoas. As
propriedades do capital intelectual são: valores (cultura), talentos, conhecimento tácito,
conhecimento
explícito,
competências,
comprometimento,
habilidades
e
expertises
(experiências).
O capital do relacionamento engloba a rede de relacionamento da organização com
seus clientes, fornecedores e instituições parceiras. O capital do relacionamento funciona com
facilitador para os outros capitais, pois proporciona o conhecimento dos colaboradores diretos
e indiretos. As propriedades do capital do relacionamento são: colaboradores, clientes
internos, stakeholders16, fornecedores, clientes externos, parceiros, instituições de pesquisa e
concorrentes.
Depois da análise de cada tipo de capital explicitado no trabalho destes autores optouse por estudar, especificamente, o capital intelectual, contido na mente das pessoas
16
São as pessoas, instituições ou organizações que, de alguma forma, são influenciadas ou impactadas pelas
ações de uma organização, por exemplo, os sócios, que definem metas e requisitos a serem alcançados
(BRASIL, 2013, p. 14).
155
�constituindo-se em objeto de investigação desta pesquisa. Para garantir que este bem
intangível seja compartilhado com todos aqueles que trabalham na organização é fundamental
que sejam realizados estudos para encontrar formas de compartilhamento do conhecimento
tácito dentro das BUs. Os processos de uma organização devem estar explicitados para uma
compreensão sistêmica de todas as atividades desenvolvidas por esta.
Se as empresas dos mais variados segmentos sentem a necessidade de tornar explícito
o capital intelectual produzido no decurso de suas atividades, a Biblioteca Universitária (BU)
também deve ter esta preocupação. Esta deve também tornar acessível o conhecimento
produzido no desenvolvimento das atividades, pois, trata-se de um espaço no qual ocorre à
disseminação da informação e do conhecimento devendo ter como tarefa também a
disseminação deste tipo de capital.
Xavier Silva e Sá de pinho Neto (2016) enfatizam que a GC se caracteriza como um
campo centrado no conhecimento tácito dos indivíduos. Preza pelo conhecimento e
experiências das pessoas pertencentes a uma organização incentivando a criação de
comunidades e o estabelecimento de relacionamentos a fim de promover a aprendizagem e
inovação.
3 ASPECTOS METODOLÓGICOS
A metodologia utilizada neste trabalho foi a pesquisa qualitativa, pois esta procura
descrever a complexidade de um problema em específico, analisando-o a partir de diversas
variáveis compreendendo-o e classificando-o (RICHARDSON et al., 1999).
Esta pesquisa classifica-se quanto ao objetivo em exploratória. De acordo com Gil
-lo
mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm por objetivo
principal o aprimoramento de ideias
Já em relação ao objeto de estudo se constitui numa pesquisa bibliográfica, pois é feita
a consulta de diversos materiais já produzidos em relação ao assunto em questão. Segundo
Marconi
pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, revistas,
Realizou-se um levantamento bibliográfico das dissertações e teses defendidas nos
programas de pós-graduação brasileiros na Biblioteca Digital Brasileira de Teses e
Dissertações (BDBTD) e demais fontes de informação, tais como, os repositórios
156
�institucionais. A pesquisa abrangeu o período de 2003 a 2016 para verificar a produção
científica sobre a temática da GC em BUs. Foram encontrados, no total, quatorze trabalhos.
4 RESULTADOS
Guizalberth (2003) realizou um relato de experiência no Sistema de Bibliotecas do
Unileste do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais. Estudou o compartilhamento do
conhecimento no processo de referência. Adotou para a realização do estudo o modelo de
conversão de conhecimento apresentado por Nonaka e Takeuchi (1997), esta experiência foi
denominada de Programa de Aprendizagem comtemplando três aspectos básicos: o capital
humano e seu conhecimento tácito, a transferência do conhecimento como instrumento para a
criação e a coletivização do conhecimento e o desenvolvimento de uma cultura voltada para o
aprendizado organizacional.
Os resultados indicaram que o modelo é adequado como ferramenta gerencial em
bibliotecas promovendo o aprendizado organizacional no Sistema de Bibliotecas
Universitárias (SBU). A equipe analisada apresentou um comportamento ativo no processo de
criação e compartilhamento do conhecimento. O processo de referência é realizado
preferencialmente no modo tradicional (presencial) e já há o intuito em intensificar a
realização do processo no modo educativo e em especial no modo virtual
Matias (2003) propôs um modelo de gestão do conhecimento centrado em usabilidade
a fim de promover o compartilhamento da informação e do conhecimento entre os
especialistas em informação, especialistas de domínio e usuários. O modelo foi chamado
uGECON baseado na adequação do Sistema Sistemas de Recuperação de Informação (SRI),
usuários e os requisitos das tarefas. Foi aplicado no sistema de recuperação de informação
eLISA utilizado pela biblioteca universitária do campus São José da Universidade do Vale do
Itajaí (UNIVALI).
Rubi (2004) tratou sobre a política de indexação voltada para geração do
conhecimento organizacional pelo modo de interação (externalização, socialização e
combinação) os quais propiciam aos indexadores explicitar o conhecimento tácito por meio de
registros em manuais de indexação. Conclui que o indexador deve estar em contínuo
aprendizado, isto é formação continuada e criação de grupos de estudo para que a experiência
deste seja utilizada como parâmetro para a política de indexação.
Castro (2005) selecionou os trabalhos de Terra (2000), Stollenwerk (2001), Bukowitz
e Willians (2002), Probst, Raub e Romhardt (2002) a fim de identificar os elementos
157
�essenciais dos modelos de GC e seus requisitos básicos, e a partir destes compôs o
instrumento para diagnóstico de GC em bibliotecas universitárias. A ferramenta foi testada na
biblioteca da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Soares (2006) criou, desenvolveu e analisou as interações de uma comunidade de
aprendizagem colaborativa no ciberespaço, constituída por bibliotecários de referência das
BUs. No ambiente virtual discutia-se a aplicação das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TICs) ao cotidiano do exercício profissional. A comunidade foi denominada
CiberEduc constituída no ambiente TelEduc da Universidade de Campinas (UNICAMP).
Comprovou-se que de fato foi desenvolvida uma comunidade virtual de aprendizagem
colaborativa.
Rostirolla (2006) analisou o processo de referência de uma biblioteca universitária sob
a concepção da GC. A problemática de pesquisa foi a seguinte: Como o processo de
referência de uma biblioteca universitária pode ser gerenciado na perspectiva da gestão do
conhecimento? Constatou-se que o processo de referência na biblioteca é realizado
preferencialmente no modo tradicional, isto é, presencial e que existe uma preocupação dos
bibliotecários em promover a intensificação do respectivo processo no modo educativo
especialmente no ambiente virtual. O processo de referência neste formato mostrou-se mais
difícil de ser realizado pelos bibliotecários. O conhecimento sobre o processo de referência é
adquirido, geralmente, pela prática e experiência e conversas informais com colegas de
trabalho. Concluiu-se que o conhecimento sobre o processo de referência da biblioteca
universitária encontra-se contido na mente dos bibliotecários.
Marques Júnior (2010) descreveu em seu estudo como as BUs do Brasil e de Portugal
estão empregando a GC para a promoção da qualidade dos serviços e a produtividade. A
pesquisa foi quantitativa do tipo descritivo-analítica, usando o método de pesquisa de estudo
comparativo, onde se estudou uma amostra de organizações dos dois países.
A coleta de dados foi feita nos meses de novembro e dezembro de 2009, aplicando-se
questionários em um survey online, direcionado aos diretores das BUs. Selecionou-se uma
amostra de 44 respondentes do Brasil e de 25 respondentes de Portugal. Constatou-se que
algumas práticas apresentaram o menor índice de disseminação e uso dentro das BUs do
Brasil e de Portugal: criação de grupo multifuncional que seja responsável pelo projeto e
implementação de iniciativas de GC; manutenção de orçamento específico para GC;
implantação de projetos piloto; mapeamento de conhecimentos da BU; criação de indicadores
qualitativos e quantitativos para mensurar os resultados das iniciativas de GC; e manutenção
158
�de estratégia de GC da BU alinhada com os objetivos das Instituições de Ensino Superior
(IFEs).
Miranda (2010) realizou um estudo sobre o gerenciamento do conhecimento
produzido nas IFEs. Os resultados mostraram que existe uma interpretação equivocada entre a
gestão do conhecimento produzido pelas IFEs e a administração dos materiais
tradicionalmente existentes. O estudo concluiu que para gerenciar o conhecimento produzido,
faz-se necessária a existência de uma política institucional que assegure isso na prática.
Conclui-se que existe um reconhecimento da importância da BU deter a organização da
produção do conhecimento.
Silva (2013) pesquisou sobre a Gestão da Informação (GI) e a GC para a proposição
de um instrumento integrado de diagnóstico GIC em BUs embasado na gestão estratégica da
instituição. O Estudo foi realizado na biblioteca da Universidade Federal do Ceará (UFC) e na
Universidade de Fortaleza (UNIFOR). Os resultados da pesquisa apontaram que é necessário
o aprofundamento das discussões sobre GI e GC relacionadas às BUs abordar com maior
minúcia as temáticas específicas da GIC, tais como, valorização do capital intelectual, análise
do papel dos bibliotecários gestores das BUs na implantação e consolidação da GIC.
Cunha (2014) investigou a contribuição da biblioteca central da Universidade Federal
da Paraíba (UFPB) no gerenciamento dos serviços oferecidos e no processo de socialização
do conhecimento científico a partir da implementação das Tecnologias da Informação e
Comunicação e dos instrumentos tecnológicos disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de
Informação Ciência e Tecnologia (IBICT)
Programa de Comutação Bibliográfica
(COMUT), Catálogo Coletivo Nacional de Publicações Seriadas (CCN) e BDTD. Conclui que
a Biblioteca Central da UFPB tem ações voltadas para a socialização do conhecimento,
promove o acesso à comunicação científica e o uso das Tecnologias de Informação e
alcançar a socialização do conhecimento.
Bem (2015) desenvolveu um framework, denominado GC@BU, com o objetivo de
apoiar a concepção e implantação da GC em BUs, partindo de uma abordagem dos Sistemas
Adaptativos Complexos. O GC@BU é composto por três módulos: Coordenação de Gestão
do Conhecimento; Recursos de Conhecimento e Espaços de Conhecimento/Aprendizagem.
Santos (2015) desenvolveu um modelo para a gestão de dispositivos de comunicação
da web social disponibilizados pelas BUs fundamentado na gestão da informação e do
conhecimento com base na literatura construiu indicadores que subsidiaram a proposição do
159
�modelo. Investigou de que forma a gestão da informação e do conhecimento contribuem para
a melhoria das atividades de mediação da informação nos dispositivos de comunicação das
BUs.
O modelo proposto tem seis eixos centrais: planejamento estratégico, cultura
organizacional e informacional, infraestrutura, competência em informação, conhecimento
organizacional e avaliação. A partir dos eixos identificou os componentes que o integram:
política de gestão de dispositivos de comunicação da web social, participação,
compartilhamento de pessoas, estrutura tecnológica, conteúdos, aprendizagem, necessidades e
expectativas dos colaboradores. Os resultados da pesquisa mostraram que a adoção dos
dispositivos de comunicação contribui para potencializar as ações de mediação da informação
e do conhecimento.
Silva (2016) buscou compreender como ocorre a GC no Serviço de Tratamento da
Informação (catalogação) do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Santa
Catarina (SiBi/UFSC). Constatou-se que o Serviço de Tratamento da Informação do
SiBi/UFSC é carente de ações voltadas para a GC.
Souza (2016) analisou o compartilhamento da informação e do conhecimento entre
bibliotecários do Sistema integrado de Bibliotecas da Universidade Estadual da Paraíba
(SIB/UEPB). Ratificou que o compartilhamento é realizado por meio de práticas informais, email, telefone, redes sociais e conversas com os colegas.
5 DISCUSSÕES
Observou que foram propostos modelos de GC para BUs, tais como, o Programa de
Aprendizagem proposto por Guizalberth (2003), uGECON de Matias (2003), o diagnóstico da
gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias de Castro (2005), o instrumento
integrado de diagnóstico GIC de Silva (2013), GC@BU de Bem (2015) e o modelo para a
gestão de dispositivos de comunicação da web social de Santos (2015). Verificou-se ainda, no
estudo de Marques Júnior (2010), que tanto as bibliotecas universitárias do Brasil quanto as
de Portugal apresentaram menor índice na realização de algumas práticas de GC as quais
foram especificadas anteriormente. Isso significa que não só as bibliotecas brasileiras carecem
da implantação efetiva da GC como também as bibliotecas de outros países, mostrando de um
modo geral que é preciso um maior incentivo à implantação da GC.
160
�Constatou-se que, no cenário atual, que o compartilhamento do conhecimento em BUs
é feito por meio de práticas informais como foi mostrado por Souza (2016) que estudou a
SIB/UEPB).
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A BU é essencial dentro da instituição na qual está inserida e para cumprir sua missão
e meta deve promover a GC no contexto organizacional. A temática voltada para a GC em BU
vem sendo discutida na academia devido ao reconhecimento da importância desta disciplina
para apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão. A implantação da GC é um
instrumento fundamental para a gestão da inovação. Pois, uma cultura organizacional voltada
à realização de processos inovadores, experimentação e aprendizagem contínua será
competitiva. A inovação é, atualmente, uma das mais importantes características de
organizações competitivas. Os ativos intangíveis são fatores decisivos e determinam a
capacidade de aprendizagem organizacional. É importante frisar que o aprendizado individual
contribui para o organizacional resultando na inovação. A GC proporciona ainda, a criação e
circulação de conhecimento na organização devido ao fato de estimular todos os membros da
comunidade a aprenderem por meio de práticas incentivadoras de socialização do
conhecimento como a criação de comunidades, as quais promovem a troca de experiências e
ideias sobre questões de interesse das organizações. Os avanços tecnológicos dinamizaram o
processo comunicativo transcendendo espaço e tempo, pois coexistem as comunidades
tradicionais e as comunidades virtuais. Isso é importante para as bibliotecas que são
estruturadas no formato de rede como é o caso daquelas dos campis, que estão instaladas em
diferentes municípios, as quais precisam estar em diálogo constante com a biblioteca central
para o equacionamento de problemas, sugestões de melhoria, esclarecimento de dúvidas, entre
outros assuntos. Assim, conclui-se que é preciso o apoio dos gestores das IFEs para a efetiva
implantação dos programas de GC. Pois, esta proporciona a criação e compartilhamento do
conhecimento levando a inovação dos processos propiciando qualidade na prestação dos
serviços e produtos atendendo não somente a comunidade interna, como também a externa.
REFERÊNCIAS
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161
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BETTENCOURT, M. P. L.; CIANCONI, R. B. Gestão do conhecimento: um olhar sob a
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165
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Gestão do conhecimento em bibliotecas universitárias: aspectos teórico-conceituais.
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Sousa, Letícia; Barros, Thiago
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Trata-se de uma abordagem teórica a respeito da Gestão do Conhecimento, sendo este um campo da Ciência da Informação que trata da comunicação do conhecimento entre os indivíduos no contexto social, institucional e individual. Tem-se de um estudo exploratório no contexto das bibliotecas universitárias. Objetiva discutir a Gestão do Conhecimento em bibliotecas universitárias por meio de levantamento bibliográfico compilando as dissertações e teses defendidas nos programas de pós-graduação brasileiros no período de 2003 a 2016. Conceitua Gestão do Conhecimento recorrendo a autores como Murray (1996), Malhotra (1998), Hackett (2002), Loureiro (2003), Valentim (2003), Pérez-Montoro (2008), Alencar e Fonseca (2015) e Xavier Silva e Sá de Pinho Neto (2016). Utiliza a pesquisa qualitativa, exploratória, bibliográfica e o levantamento bibliográfico. A pesquisa resultou na recuperação de trabalhos acadêmicos sobre a Gestão do Conhecimento em bibliotecas universitárias. Conclui que é preciso maior incentivo à implantação de políticas de Gestão do Conhecimento em bibliotecas universitárias a fim de promover a inovação e criação na biblioteca universitária.
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pt
-
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203fc1f04e75516912c65fd27753396a
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Eixo I Inovação e Criação
GESTÃO DO CONHECIMENTO DO PROJETO: UMA OPORTUNIDADE
PARA OS GESTORES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
MANAGE PROJECT KNOWLEDGE: AN OPPORTUNITY FOR MANAGERS OF
UNIVERSITY LIBRARIES
Resumo: As ferramentas da gestão do conhecimento são vistas em consonância com as
ferramentas de gestão de projetos em Um guia do conhecimento em gerenciamento de
projetos (Guia PMBOK®) sexta edição. O objetivo principal é analisar o processo de Gestão
do Conhecimento do Projeto do Guia PMBOK, à luz das práticas de gestão do conhecimento
propostas pela literatura da área de ciência da informação. Aplicando-se a pesquisa
bibliográfica com uso da técnica de revisão de literatura, a partir de livros e artigos
especializados de autores de referência internacional, onde avaliou-se o diálogo
interdisciplinar dos pioneiros de cada área temática. Optou-se pela sexta edição do Guia
PMBOK como objeto da análise de correlação em relação a teoria de gestão do conhecimento.
Conclui-se que o processo de gerenciar o conhecimento do projeto contempla importantes
modos de conversão do conhecimento, porém não há proposta de trabalho com a questão da
gestão de conhecimento no longo prazo, com foco na criação de um patrimônio de
conhecimentos de projetos.
Palavras-chave: gestão de projetos. gestão do conhecimento. gestão do conhecimento do
projeto. Guia PMBOK. gestão de bibliotecas universitárias.
Abstract: Knowledge management tools are seen aligned with project management tools of
A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK® Guide) sixth edition. The
main objective is to analyze the Manage Project Knowledge process of the PMBOK Guide, in
light of the knowledge management practices proposed by the information science literature.
Applying a bibliographical research using the literature review technique, on books and
specialized articles by authors of international reference, which evaluated the interdisciplinary
dialogue of the pioneers of each area. It chose the sixth edition of the PMBOK Guide as an
object of correlation analysis in relation to knowledge management theory. It is concluded
that the process of manage project knowledge contemplates important ways of converting
knowledge, but there is no proposal to work with the issue of knowledge management in the
long term, focusing on the creation of a patrimony of knowledge of projects.
Keywords: project management. knowledge management. manage project knowledge.
PMBOK Guide. management of university libraries.
135
�Introdução
Gestão do conhecimento de projetos emerge como prática organizacional das
organizações que operam no contexto da Sociedade do Conhecimento. A gestão de projetos
pelo profissional da informação por meio das ferramentas da gestão do conhecimento visando
agregar conhecimentos e valor ao conhecimento organizacional é uma das vantagens
competitivas das unidades de informação e das organizações contemporâneas. Veemente que
o aspecto principal, neste contexto, é o conhecimento criado e agregado ao repositório de
conhecimentos da organização que é o patrimônio de conhecimentos organizacional.
Servindo-se da teoria de criação do conhecimento e suas práticas, para avaliar as melhores
práticas de gestão de projetos, forma-se uma descrição teórica basilar que serve de referência
para profissionais da informação na gestão de projetos. De acordo com a sexta edição do guia
A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK)
PMBOK Guide, que é
publicado pelo Project Management Institute (PMI), os projetos devem gerir os
conhecimentos do projeto para melhoria da integração do projeto. Portanto, este trabalho
analisa o processo de Gestão do Conhecimento do Projeto do Guia PMBOK, à luz das práticas
de gestão do conhecimento propostas pela literatura da área de ciência da informação. Pelo
desafio teórico deste trabalho, realizou-se uma pesquisa bibliográfica para revisão da
literatura pertinente aos temas, para que a análise qualitativa do conteúdo fosse viável
alcançar o objetivo proposto pelo trabalho. A problemática desta pesquisa questiona se: serão
as práticas de gestão do conhecimento apropriadas para a gestão do conhecimento do projeto?
Revisão de literatura
Breve Histórico da Gestão de Projetos
A história da gestão de projetos tem diversos pontos de vistas diferentes, existem
autores que defendem uma origem da gestão de projetos muito mais antiga que outros autores
que serão citados a seguir. Neste sentido, resumem Cleland e Ireland (2002) o surgimento da
gestão de projetos, no seguinte trecho:
As origens da gerência de projetos aparecem na antiguidade, representadas
nas relíquias dos períodos históricos. A gerência de projetos de hoje é vista
como um fato que já é realidade. Suas origens não são claras, mas os
resultados que tem produzido estão evidentes em projetos de construções
importantes, tais como as Grandes Pirâmides, rodovias e outras obras
antigas. Hoje, a evolução continua da gerência de projetos criou uma
filosofia distinta que se reflete na literatura da disciplina.
136
�A evolução histórica da abordagem por projetos é relativa à visão do autor, pois como
não há consenso científico, alguns defendem origens milenares e outros apenas traçam a
história mais recente. Especificamente, a questão de origem da gestão de projetos, depende do
ponto de vista do autor. Sobre estes pontos de vistas diferentes, é necessário apontar que este
fato não tem influência no desenvolvimento da gestão de projetos contemporânea.
Paulo Y. Sabbag trata a gestão de projetos como uma nova ciência, e não se preocupa
com a sua origem histórica, e sobre este aspecto Sabbag (2013) afirma que o gerenciamento
de projetos é uma ciência jovem, que na década de 1960 atuou forte na construção dos
megaprojetos e infraestrutura, na década de 1970 e 1980 invadiu as áreas das tecnologias da
informação, empresas de serviços de consultoria, ao final na década de 1990 trouxe maior
exigência de competitividade em toda a indústria. É importante destacar que o autor classifica
o gerenciamento de projetos por dois aspectos, primeiro o aspecto temporal iniciando-se na
década de 60, e avançando a cada década, faz uma classificação por tipo de aplicação da
gestão de projetos no mercado em que se desenvolveu a prática. Outro autor que classifica a
prática histórica da gestão de projetos em macro categorias e estabelece duas quebras de
paradigmas
uma em 1960 e outra em 1985
é Harold R. Kerzner, que da sua obra pode-se
interpretar grande parte da história da gestão de projetos. A metodologia de gestão de projetos
levou um longo tempo, pelo menos setenta anos, para se incorporar enquanto metodologia
formal. Sendo assim, a seguir abordam-se os conceitos de projeto que surgiram nestes
períodos supracitados, e os autores que formalizaram estes conceitos.
Conceitos de Projetos
Projetos são motivos de discussão por todos dentro das organizações, uma vez que os
projetos são sinônimos de atividades que serão realizadas no futuro. Sendo assim, sempre que
pessoas numa organização pensam em planejar algo, estas utilizam o termo projeto para
designar as atividades deste plano. Entretanto, é preciso entender que o termo projeto é
utilizado, muitas vezes, de maneira equivocada. Para esclarecer o que se entende enquanto um
projeto, levantou-se conceitos propostos por diversos autores, e que estão listados no quadro 1
a seguir:
Quadro 1
Ano
Autor
1951
Ralph Currier
Davis
Conceitos de Projeto
Conceito de projeto
definidos que representem valores específicos a serem usados
para satisfazer alguma necessidade ou desejo"
Fonte
Cleland e
Ireland, 2002
137
�1959
Paul Gaddis
atingir uma meta geralmente a conclusão bem-sucedida do
desenvolvimento de um produto no prazo, dentro do
orçamento e em conformidade com especificações de
Sabbag, 2013
1995
James P. Lewis
1) Um projeto é um trabalho feito uma vez;
2) Projetos visam resolver problemas
(tradução nossa)9.
Lewis, 1995
1995
J. M. Juran
Um projeto é um problema com solução agendada (tradução
nossa)10.
Lewis, 1995
1996
PMI - PMBOK
"Um esforço temporário incumbido de criar um único produto
ou serviço".
Meredith,
2013
1997
Antoni Cesar
Amaru
Maximiano
"Projeto é sequência de atividades programadas, com
compromisso de fornecer um resultado que produz mudança".
Maximiano,
2014
2000
Jack R. Meredith
e Sammuel J.
Mantel
"Um projeto é normalmente uma atividade periódica com um
conjunto bem-definido de almejados resultados finais. Ele
pode ser dividido em subtarefas que precisam ser realizadas a
fim de atingir as metas do projeto".
Meredith,
2013
David I. Cleland
e Lewis R.
Ireland
1) São empreendimentos com objetivo específico e ciclo de
vida definido. 2) São blocos de construção no desenho e na
execução de estratégias organizacionais. 3) São os precursores
de produtos, serviços e processos organizacionais novos e
aprimorados. 4) Fornecem uma filosofia e uma estratégia
quando se deseja fazer mudanças nas organizações.
Cleland e
Ireland, 2002
2002
2005
Ricardo Viana
Vargas
2011
Julie Carpenter
2013
PMI - PMBOK
5 ed.
"Projeto é um empreendimento não repetitivo, caracterizado
por uma sequëncia clara e lógica de eventos, com início, meio
e fim, que se destina a atingir um objetivo claro e definido,
sendo conduzido por pessoas dentro de parâmetros
predefinidos de tempo, custo, recursos envolvidos e
qualidade."
1) São temporários, e quando o trabalho estiver concluído, o
projeto está finalizado
e os recursos remanescentes podem ser dispersos. 2) São
únicos e têm definidos objetivos, metas e resultados. 3) Usam
recursos definidos e predeterminados para alcançar os
resultados necessários.
Paulo Yazigi
"Projetos são processos descontínuos de médio e longo
Sabbag
prazos, e que além de tudo são únicos e desafiadores (...)"
Fonte: Elaborada pelos autores, 2018.
2013
Vargas, 2005
Carpenter,
2011
PMI, 2013
Sabbag, 2013
Percebe-se que quase todos os conceitos apresentados acima têm em comum alguns
aspectos como: tempo, recursos, resultados, objetivos e esforços. Isso se deve ao fato de que,
um projeto, é basicamente a definição de um produto ou serviço (escopo) que vai consumir
um recurso (custo) predefinido em determinado tempo preestabelecido (prazo) para alcançar
resultados (objetivos) esperados. Naturalmente, durante as décadas de avanço conceitual e
9
10
138
�metodológico da gestão de projetos, as organizações também passaram por grandes mudanças
em sua estrutura organizacional para se adaptarem ao ambiente de negócios. 11
Gestão do conhecimento
A gestão do conhecimento como um processo organizacional, é praticada por meio de
atividades que promovam a cultura informacional e a comunicação informacional nas
organizações, propiciando um ambiente de aprendizagem e positivo em relação à criação12,
aquisição, compartilhamento ou socialização e uso de conhecimento. Além disso, contempla o
mapeamento dos fluxos informais da organização, com o objetivo de formalizá-los,
transformando o conhecimento gerado pelos indivíduos (tácito) em conhecimento
organizacional (explícito) (DAVENPORT; PRUSAK, 2003; TAKEUCHI; NONAKA, 2009;
VALENTIM, 2008). A literatura da área da ciência da informação declara uma gama de
atividades como sendo de gestão do conhecimento, e, portanto, pode-se elencar como sendo
as principais atividades de gestão do conhecimento: Mapear fluxos informais; Identificar
necessidades de conhecimento; Desenvolver a cultura organizacional que favoreça a
socialização do conhecimento; Proporcionar a comunicação informal de forma eficiente; Criar
mecanismos de captação e sistematização do conhecimento; Desenvolver e implantar sistema
visando o compartilhamento e uso do conhecimento (VALENTIM, 2008).
O mapa ou conjunto de processos de maior valor agregado da organização pode servir
de base para aplicação de atividades da gestão do conhecimento organizacional. Entretanto, as
atividades de gestão do conhecimento devem ter como objetivo a criação de conhecimento
novo, que é o princípio do ciclo de transformação do conhecimento. Nonaka e seus
colaboradores defendem que as empresas criam conhecimento organizacional praticando a
interação constante entre o conhecimento explícito e o tácito, por meio do processo chamado
de conversão do conhecimento, que é dividido em quatro modos de conversão (TAKEUCHI;
NONAKA, 2009). Os autores chamaram estes modos de socialização, externalização,
combinação e internalização. Todos esses modos de conversão formam um único processo
organizacional, que é chamado pelos autores de processo SECI. A seguir, o trabalho
demonstra algumas possiblidades profissionais e as qualidades atribuídas ao gestor de
projetos.
11
12
Hoje existem diversas formas de organização que fazem gestão de projetos em prática, como: Organização
Funcional ou Hierárquica, Organização Baseada em Projetos, a Organização Matricial e a Composta, e todas
estas influenciam o trabalho do gerente de projetos. A sexta edição do Guia PMBOK trata de todas elas no
segundo capítulo da primeira parte.
trabalho, optou-se no uso do
139
�Gestor de projetos
A gestão do projeto é de responsabilidade do gerente de projetos, que por exemplo tem
as funções de avaliar o impacto de cada ponto discutido com a equipe de projeto e as partes
interessadas, aprovar cada mudança solicitada, formalizar e comunicar cada finalização e
iniciação de nova fase do projeto, avaliar o desempenho do projeto, controlar prazo, escopo e
custo além de diversas outras funções. O gerente de projetos tem um papel único dentro dos
projetos, podendo este compartilhar suas responsabilidades com outros integrantes da equipe,
como o convir. O gestor de biblioteca universitária tem competências correlatas com a de
gestor de projetos, e se algumas atividades de gestão dos serviços de informação fossem
projetizadas os resultados obtidos melhorariam em termos de prazo, custo e escopo. A gestão
por processos é uma das competências do gestor de biblioteca universitária, sendo essa
competência primordial da gestão de projetos. Olhando para o futuro da biblioteca
universitária, pode-se dizer que a projetização de serviços de informação é inovação no gerir e
no fazer biblioteconomia, em termos de comunicação empresarial o bibliotecário passa a
dialogar com a área estratégica da instituição, que hoje tende a, cada vez mais, prever os
custos e investimentos.
Para as organizações, o papel do gerente de projetos tem diversas vantagens, além de
ser um ponto focal de responsabilidade na gestão de projetos, o gerente de projetos é um
facilitador da criação de conhecimento organizacional. O gerente de projetos pode fazer
atividades como captação, disseminação e promoção de conhecimentos criados em projetos, e
que podem agregar os conhecimentos organizacionais. Condensando a ideia do perfil de um
gerente de projetos, Carpenter (2011) diz que um bom gerente de projetos precisa de amplos
conhecimentos e outras habilidades que normalmente têm os gerentes de uma biblioteca,
museu ou organização de arquivo. Ademais, a autora lista diversos atributos desejáveis de
gestores de projetos, e dentre os atributos está a gestão do conhecimento como um dos
atributos profissionais, além disso, cita como atributo fundamental o conhecimento da
organização em que se trabalha e seu corpo diretivo (CARPENTER, 2011, tradução e grifo
nosso). Entretanto, há uma diferença crucial entre um gerente de projetos e um gestor de
biblioteca universitária que é um supervisor direto e técnico. Enquanto que o gerente de
projetos é um facilitador e integrador com conhecimentos das práticas de gestão de projetos.
Portanto, o gestor de biblioteca universitária deve expandir sua atuação para conseguir atender
esse novo perfil de gestão exigido pelas mudanças nas bibliotecas universitárias. Para que o
140
�gerente de projetos 13 consiga efetividade e eficácia nos resultados, alguns métodos precisam
ser aplicados ao seu trabalho de gestão para seleção e compilação das melhores práticas de
gestão de projetos. A seguir aborda-se as melhores práticas de gestão de projetos.
Melhores Práticas de Gestão de Projetos
As melhores práticas são aprendizados práticos, realizados ao longo do tempo, e que
deram resultados satisfatórios, quer dizer muitas práticas foram descontinuadas para que
restassem apenas as melhores. Neste sentido, é possível traçar na linha do tempo, o
desenvolvimento das melhores práticas da perspectiva dos setores, Kerzner (2017) estabelece
que de 1960 a 1985 foi na área aeroespacial, de defesa e de construção que se desenvolveram
as melhores práticas. No período de 1986 a 1993 desenvolveram-se entre os fornecedores do
setor automotivo, e de 1994 a 1999 no setor de telecomunicações. Já no século XXI, as
práticas se desenvolveram começando pela área de tecnologia da informação, depois na área
de assistência médica, em seguida na área de marketing e vendas e, de 2009 até o período
atual estão se desenvolvendo nas agências governamentais (KERZNER, 2017). As melhores
práticas são conhecimentos estruturados que provêm de diversas fontes, e são identificadas de
diferentes maneiras. Como a diversidade de fontes remetem a conhecimentos práticos e
teóricos de diferentes aplicações organizacionais, é necessário que se adote um padrão
metodológico. Para se ter uma ideia da diversidade de fontes, Kerzner (2017) elencou numa
lista as fontes para identificação de melhores práticas: Publicações do PMI; Áreas de
conhecimento do Guia PMBOK; Formulários, diretrizes, templates organizacionais; Unidades
de negócio; Seminários e simpósios de gestão de projetos; Teses de pós-graduação entre
outras.
Guia PMBOK
O Guia PMBOK está na sua sexta edição, que foi lançada em setembro de 2017, e
conta com mais de vinte anos de conhecimentos acumulados, pois sua primeira edição foi
publicada em 1996 pelo PMI. O Guia PMBOK, como citado anteriormente, agrega os
conhecimentos das melhores práticas de gerenciamento de projetos de diversas áreas do
conhecimento, além disso o guia é considerado uma norma para gerentes de projetos. A
respeito do Guia PMBOK
13
Para maior profundidade no tema do gerente de projetos enquanto profissional, sugere-se a consulta ao
Capítulo 3 da sexta edição do Guia PMBOK.
141
�O Guia PMBOK é composto de um grande número de conceitos, imensa quantidade de
processos, muitos diagramas, métodos e outras ferramentas prontas para aplicação. Além de
carregar grande número de exemplos práticos e modelos. Percebe-se que o guia carrega um
grande volume de informações e conhecimentos, justamente, por esse motivo, existe uma
metodologia de aplicação do guia na prática. Com relação a este aspecto, Gonçalves (2016, p.
tas
pelo PMI
-se compreender que o Guia é
uma proposta fundamental e estruturada.
O Guia PMBOK é atualizado temporariamente pelos membros do PMI, seguindo
sempre as novas técnicas, métodos e modelos que estão sendo colocados em prática no
gerenciamento de projetos nas organizações. No tocante à sexta edição do Guia PMBOK, é
preciso enfatizar que este guia é um marco para a área da biblioteconomia e ciência da
informação. Este guia traz três novos processos para o fluxo de processos de gerenciamento
de projetos, que são: Gestão do conhecimento do projeto; Implementação das respostas aos
riscos; Controle dos recursos.
A gestão do conhecimento do projeto, é o que gera um processo que promove
fortemente o uso dos métodos e práticas de gestão de conhecimento que são estudados e
aplicados pela ciência da informação. Por isso, a próxima seção irá tratar especificamente da
gestão do conhecimento enquanto base teórica, e a seguir trata deste novo processo de
gerenciamento de projetos.
Gestão do conhecimento do projeto
O novo processo agregado ao novo Guia PMBOK é um marco para a área de
Biblioteconomia e Ciência da Informação, pois trata-se de uma nova ferramenta de gestão que
os gerentes de projetos têm, e que abre a oportunidade do bibliotecário apoiar fortemente as
atividades projetizadas como as de pesquisa, por exemplo.
Segundo Kerzner (2017), cada uma das áreas do Guia PMBOK é uma fonte de
recomendação de melhores práticas. Sendo assim, a sexta edição lançada, criou um novo
execução do projeto, mas, também, recomenda que os gerentes de projetos se utilizem das
práticas de gestão do conhecimento. Ressalta-se que a integração do projeto é extremamente
importante, pois como foi citado anteriormente, o projeto é dividido em partes/fases e cada
parte/fase é composta por grupos de processos, o que gera uma quantidade muito grande de
dados, informações e conhecimentos para serem geridos. Um conceito que destaca a
142
�PMI, 2017). Neste sentido, a importância da biblioteca
universitária gerir o processo de gerenciamento da integração dos projetos de pesquisa da
instituição. Pela vista da perspectiva de integração, o guia criou o novo processo de gestão do
conhecimento, que têm diversos benefícios e objetivos.
O gerenciamento da integração do projeto envolve diversos objetivos, destaca-se a
criação e o uso do conhecimento
PMI, 2017, p. 72, grifo nosso). Há
grande vantagem do processo de gestão do conhecimento do projeto estar dentro da área de
integração, pois esta área permeia todas as fases, possibilitando que o conhecimento seja
captado no momento de ação. Assim pode-se fazer uma analogia direta da biblioteca
universitária sendo integrador de grandes projetos de pesquisa, por meio da gestão do
conhecimento desses projetos.
Metodologia
Com base na revisão de literatura elaborada sobre os temas de gestão do conhecimento
e as de gestão de projetos, desenvolveu-se uma análise qualitativa do conteúdo elaborado
sobre sexta edição do Guia PMBOK no processo de Gestão do Conhecimento de Projeto. A
seleção do instrumental metodológico levou em consideração, e está diretamente relacionada
com o problema desta pesquisa de caráter teórico e, portanto, fez um levantamento teórico dos
temas (MARCONI; LAKATOS, 2010). Sendo assim, tanto o método de pesquisa
bibliográfica aplicado à teoria e os modelos de gestão do conhecimento e aos conceitos de
gestão de projetos, quanto as técnicas de pesquisa para a revisão de literatura e formação de
um dossiê relevante dos assuntos, estão adequados ao problema desta pesquisa, como propõe
as autoras Marconi e Lakatos (2010). A documentação foi organizada por assunto, onde cada
documento recebeu o nome do autor do trabalho, facilitando a organização e sistematização
do conteúdo, que seguiu os seguintes passos: pesquisa, levantamento, leitura, fichamento e
sistematização de conteúdo por autor. Os procedimentos de execução da pesquisa
bibliográfica foram:
a) Coleta de dados: A etapa de coleta de dados da pesquisa foi caracterizada pela coleta
bibliográfica que se deu em fontes de informação encontradas nos catálogos de
bibliotecas universitárias e bases de dados de periódicos científicos. Os tipos
bibliográficos foram livros técnicos, teses de doutorado e artigos de periódicos
científicos.
143
�b) Análise de conteúdo: A análise dos conteúdos foi feita pela leitura integral ou parcial
das obras, na busca de informações relacionadas com as palavras-chave préestabelecidas pela pesquisa, que seguem: dado, informação, conhecimento, projetos,
gestão de conhecimento, gestão de projetos, criação de conhecimento, modos de
conversão do conhecimento, gestão da integração de projetos, organização projetizada,
sociedade do conhecimento e profissional da informação.
c) Elaboração dos dados (Seleção e Tabulação): Para a seleção dos dados lidos,
utilizou-se as palavras-chave selecionadas durante o fichamento de obra, e de posterior
agrupamento e classificação dos conteúdos. A tabulação aproveitou-se dos
agrupamentos formados para análise do conteúdo para a discussão.
d) Interpretação e representação dos dados: A interpretação elaborada seguiu à
construção de modelos e esquemas que representassem o entendimento do autor a fim
de alcançar os objetivos estabelecidos pelo trabalho na busca da aproximação teórica
entre a gestão do conhecimento e a gestão de projetos.
Resultados
O processo: Gerenciar o conhecimento do projeto
O principal processo e foco deste tópico do trabalho é o de gestão de conhecimento, de
que trata o novo Guia PMBOK sexta edição. Por isso, é necessário trazer o entendimento de
gestão do conhecimento para o guia. Segundo o PMI
Projeto é o processo de utilizar conhecimentos existentes e criar novos conhecimentos para
entanto, a perspectiva do processo do guia é específica, conforme é discutido na seção
seguinte.
Discussão
Esta seção traz, sobretudo, uma reflexão sobre o processo com uma perspectiva em
ciência da informação.
Os documentos de entrada servem ao processo de gerenciar o conhecimento do projeto
por dois aspectos. Primeiro aspecto, deve considerar os documentos em si, enquanto
conhecimentos explícitos. O motivo deste aspecto, é que a coleta de dados sugerida pelo guia,
prevê técnicas de coleta de dados de três tipos: Brainstorming, Grupos de discussão e
Entrevistas. O gerente de projetos que se utilizar destas técnicas propostas pelo Guia PMBOK,
pode considerar que está praticando iniciativas de gestão do conhecimento em grupos de
144
�processo das fases de iniciação e planejamento, afinal estas três técnicas podem ser
interpretadas da perspectiva da gestão do conhecimento, por meio dos modos de conversão do
conhecimento14, conforme apresenta o quadro 2 a seguir:
Quadro 2 - Correlação das técnicas do PMBOK com as práticas de gestão do conhecimento
Modos de conv. do
conhecimento
Tipo
Descrição do PMBOK (PMI, 2013)
1
Brainstorming
Esta técnica é usada para identificar uma lista de ideias em um
curto intervalo de tempo. É realizada em um ambiente de grupo e
liderada por um facilitador. O brainstorming é composto por duas
partes: geração e análise de ideias. O brainstorming pode ser usado
para coletar dados, soluções ou ideias de partes interessadas,
especialistas no assunto e membros da equipe no momento do
desenvolvimento do termo de abertura do projeto.
2
Grupos de
discussão
Grupos de discussão reúnem as partes interessadas e especialistas
no assunto para compartilhar informações sobre riscos percebidos
do projeto, critérios de sucesso e outros tópicos num formato mais
de conversa do que entrevista frente a frente.
> Externalização
> Combinação
Entrevistas
As entrevistas são usadas para obter informações sobre requisitos
de alto nível, premissas ou restrições, critérios de aprovação e
outras informações de partes interessadas conversando diretamente
com elas.
> Socialização
3
> Socialização
> Externalização
> Internalização
Fonte: Adaptado de PMI, 2013.
A técnica de Brainstorming pode ser considerada, pela perspectiva de gestão do
conhecimento, como sendo facilitadora de três modos de conversão. A Socialização devido o
compartilhamento de conhecimento tácito entre os indivíduos e o facilitador, e, também, o
modo de externalização
potencial de facilitar o modo da Internalização, devida interação com um facilitador que pode
compartilhar conteúdos de conhecimento explícito durante a interação das ideias. Os Grupos
de discussão, presumindo que sejam formados em formato de fóruns, podem ser considerados
acontece durante o fórum, enquanto conhecimento explícito, como resultado dos debates e
da equipe criam novos pontos de vista através do diálogo e da discussão. [...], integram suas
alto grau de interação de conhecimentos tácitos, são atividades promotoras do modo de
Socialização. Provavelmente, as Entrevistas têm o objetivo único de esclarecer pontos, e esta
14
2009.
-se consulta ao capítulo 3 de Takeuchi e Nonaka,
145
�interação gera o compartilhamento de perspectivas entre os indivíduos, possibilitando a
geração de novas perspectivas.
Além do aspecto comentado, um segundo aspecto dos documentos de entrada do
diagrama de fluxo, devem planejar a execução das atividades de gestão do conhecimento.
Neste ponto, sugere-se que primeiro se pensem nas atividades base da gestão do
conhecimento, conforme descritas na figura 2 que lista as atividades base da gestão do
conhecimento.
Ferramentas e Técnicas do Processo
O processo de gerenciar o conhecimento do projeto prevê diversas ferramentas e
técnicas que podem ser aplicadas para geração das saídas do processo. Sobretudo, este
processo trata de conhecimento, então deve-se ter mente que o conhecimento é
compartilhado, criado, disseminado e, então, quando registrado em forma de conhecimento
explícito, se torna um ativo organizacional nas saídas. Neste caso, o conhecimento explícito
gerado pelo projeto será incorporado como ativo organizacional e um conhecimento
organizacional, após o encerramento do projeto. A relação de técnicas e ferramentas, que o
Guia PMBOK propõe para o gerenciamento de projetos no processo de gestão do
conhecimento está relacionado a seguir no quadro 3.
Quadro 3 - Ferramentas e técnicas de gerenciar o conhecimento do projeto
1
2
Ferramentas /
Técnicas
Descrição do PMBOK
(PMI, 2013)
Opinião
Especializada
A expertise de indivíduos
ou grupos com
conhecimento ou
treinamento especializado.
Gerenciamento de
conhecimentos
Ferramentas e Técnicas de
gerenciamento de
conhecimento conectam
pessoas para que possam
trabalhar juntas e criar
novos conhecimentos,
compartilhar conhecimento
tácito e integrar o
conhecimento dos
membros diversificados da
equipe.
Aplicações do Guia PMBOK (PMI, 2013)
> Gerenciamento de conhecimentos
> Gerenciamento de informações
> Aprendizagem organizacional
> Ferramentas de gerenciamento de conhecimento e informações
> Informações relevantes de outros projetos
> Rede de relacionamentos (redes sociais online e interação
social informal)
> Fóruns online (c/ perguntas abertas) de compartilhamento de
conhecimentos com especialistas;
> Comunidades de prática e grupos de interesse especial;
> Reuniões onde os participantes possam interagir usando
tecnologias de comunicações;
job shadowing
reverse shadowing
> Fóruns de discussão (grupos de discussão);
> Eventos de compartilhamento de conhecimento (seminários e
conferências);
> Oficinas de resolução de problemas, revisões de aprendizagem
para identificar as lições aprendidas;
> Narração de histórias;
146
�3
Gerenciamento de
informações
Ferramentas e técnicas de
gerenciamento de
informações são usadas
para criar e conectar
pessoas às informações.
Fonte: Adaptado de PMI, 2017.
> Técnicas de gerenciamento de criatividade e ideias;
> Feiras e cafés de conhecimentos;
> Treinamento com interação entre os alunos.
> Métodos de codificação do conhecimento explícito.
> Registro das lições aprendidas.
> Serviços de biblioteca.
> Coleta de informações (pesquisas na web, leitura de artigos
publicados).
> Sistema de informações de gerenciamento de projetos (SIGP).
O trabalho com o conhecimento deve ser feito por um profissional especializado,
como por exemplo os profissionais da informação que estudam gestão da informação e do
15
, Davenport e Prusak (2003, p. 34)
podem tornar-
-se entender o profissional
bibliotecário como profissional da informação, pois no período mais recente a formação em
biblioteconomia está relacionada diretamente à ciência da informação, fazendo uso de suas
técnicas, métodos e de todo o arcabouço teórico da ciência da informação. Ainda relacionado
à atividade do profissional que trabalha com o conhecimento, e a importância da atividade
deste, os autores afirmam que:
Os novos cargos do conhecimento mais curiosos são, porém, os de integrador,
bibliotecário, sintetizador, repórter e editor do conhecimento. Sejamos honestos:
poucos são os funcionários capazes de esquematizar e estruturar o próprio
conhecimento, e menos ainda os que têm tempo disponível para colocar esse
conhecimento num sistema (DAVENPORT; PRUSAK, 2003, p. 132).
Trabalhar com o conhecimento não é simplesmente, criar conhecimento novo e
registra-lo. Há necessidade de uso deste conhecimento pelos indivíduos da organização, por
isso, as organizações precisam de profissionais que saibam captar o conhecimento, armazenálo e disseminá-lo para os interessados da organização. Neste sentido Mattera (2014, p. 210)
necessária uma gestão dos resultados dessas práticas [de
gestão do conhecimento], na forma de bancos de conhecimentos e/ou registros, o que torna
seja recuperado por quem o procura, é preciso que ele esteja estruturado e contextualizado
dentro de um repositório do conhecimento.
15
Davenport e Prusak, 2003.
izado, se faz necessária uma consulta ao capítulo 2 de
147
�Com relação às habilidades do profissional do conhecimento são necessárias algumas
como por exemplo: conhecimento técnico estruturado, qualificações técnicas e experiências
no trabalho com a informação. Além disso, o profissional do conhecimento deve ter
habilidades interpessoais e de equipe como: escuta ativa, facilitação, liderança, rede de
relacionamentos e consciência política (PMI, 2017).
Considerações Finais
Conclui-se que a gestão do conhecimento deve ser preocupação de todos na empresa,
não somente do gerente de projetos, mas não se pode negar que é papel primordial do gerente
de projetos facilitar os processos de criação do conhecimento organizacional. Entretanto, este
papel exige do gerente de projetos o entendimento e a aplicação prática dos modos de
conversão do conhecimento, formando um processo contínuo de interação entre
conhecimentos tácitos e explícitos dos integrantes da equipe de projetos e das partes
interessadas pelo processo SECI.
Sendo assim, pode-se afirmar que este trabalho demonstra, pelo menos teoricamente,
pela análise e discussão sobre o processo de Gestão do Conhecimento do Projeto, que as
práticas de gestão do conhecimento são apropriadas para a gestão do conhecimento do
projeto. Neste sentido, para se compreender o valor real da gestão do conhecimento no dia a
dia dos gerentes de projetos, é necessário aprofundar no estudo das comunicações entre a
equipe de projetos e as partes interessadas, pois essas comunicações são frequentes e fontes de
captação de conhecimento organizacional, que podem gerar ricos repositórios de
conhecimento de projetos. Muitas vezes essas comunicações são utilizadas apenas para
atender necessidades das partes interessadas, podendo ser aproveitadas como fontes geradoras
de informações semânticas estratégicas para os projetos futuros.
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149
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Gestão do conhecimento do projeto: uma oportunidade para os gestores de bibliotecas universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Foschini, Nicolino; Valls, Valéria Martin
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
As ferramentas da gestão do conhecimento são vistas em consonância com as ferramentas de gestão de projetos em Um guia do conhecimento em gerenciamento de projetos (Guia PMBOK®) sexta edição. O objetivo principal é analisar o processo de Gestão do Conhecimento do Projeto do Guia PMBOK, à luz das práticas de gestão do conhecimento propostas pela literatura da área de ciência da informação. Aplicando-se a pesquisa bibliográfica com uso da técnica de revisão de literatura, a partir de livros e artigos especializados de autores de referência internacional, onde avaliou-se o diálogo interdisciplinar dos pioneiros de cada área temática. Optou-se pela sexta edição do Guia PMBOK como objeto da análise de correlação em relação a teoria de gestão do conhecimento. Conclui-se que o processo de gerenciar o conhecimento do projeto contempla importantes modos de conversão do conhecimento, porém não há proposta de trabalho com a questão da gestão de conhecimento no longo prazo, com foco na criação de um patrimônio de conhecimentos de projetos.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5232/SNBU2018_015.pdf
fc92196c89a1e0aa9393203120abe600
PDF Text
Text
Eixo I
Inovação e Criação
CURSO DE NORMALIZAÇÃO A DISTÂNCIA:
TECNOLOGIAS WEB COMO SUPORTE A COMPETÊNCIA INFORMACIONAL
DE USUÁRIOS DE BIBLIOTECA
DISTANCE STANDARDIZATION COURSE: WEB TECHNOLOGIES SUPPORTING THE
INFORMATION COMPETENCY OF LIBRARY USERS
Resumo: Este relato de experiência apresenta a implantação do módulo de normalização do
Programa de Capacitação de Novos Usuários (PCNU) da Biblioteca Universitária da
Universidade Federal de Lavras (BU/UFLA) na modalidade a distância. Esse serviço foi
criado por uma equipe formada por profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência da
Computação. O curso foi disponibilizado no Campus Virtual da universidade, que é a
plataforma já utilizada pelos discentes para fazer as disciplinas a distância dos cursos de
graduação. Alguns resultados obtidos foram: melhora da metodologia para ensino das normas
da ABNT, flexibilidade de horário para realização do curso e democratização da capacitação
para os alunos de cursos a distância da universidade. Dessa forma, conclui-se que a educação
a distância é adequada para desenvolver atividades de competência informacional em
bibliotecas universitárias, em especial, nesse caso, para normalização de trabalhos
acadêmicos.
Palavras-chave: Capacitação de usuários. Educação a distância. Tecnologia de comunicação
e informação. Normalização de trabalhos acadêmicos.
Abstract: This experience report presents the implementation of the module Standardization
of Academic Papers that composes the New Users Training Program (NUTP) created by the
Federal University of Lavras Library (BU/UFLA) in a virtual mode. This service was created
by a team of professionals in the area of Library Science and Computer Science. The course
was made available at the University's Virtual Campus, which is the platform already used by
students to study online subjects of the university undergraduate courses. Some of the results
obtained were: improvement of the methodology to teach ABNT standards, flexible hours to
study, and democratization of the training modules to the students who take distance
undergraduate courses at the university. Thereby, it is concluded that distance education is
adequate to develop activities on informational competency at university libraries, including
standardization of academic papers.
121
�Keywords: User training. Distance Education. Communication and Information Technology.
Standardization of Academic Papers.
1 INTRODUÇÃO
A capacitação de usuários é um serviço primordial oferecido pelo setor de referência
de uma biblioteca universitária, pois é um dos momentos em que a biblioteca deixa de apenas
armazenar documentos para auxiliar o usuário a adquirir competências informacionais que o
possibilita a buscar de forma independente a informação que necessita e transformá-la em
novos conhecimentos. Assim, as bibliotecas universitárias, precisam expandir seus serviços e,
inovar de acordo com as novas demandas e com o perfil de seus usuários.
Nessa esteira, a equipe da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Lavras
(BU/UFLA) desenvolveu o Programa de Capacitação de Usuários (PCU), uma iniciativa que
busca capacitar seus usuários para que possam utilizar recursos e fontes informacionais com
mais eficiência e eficácia, buscando um melhor desenvolvimento nas atividades acadêmicas.
Dessa forma, a BU aprimora seus serviços de forma a contribuir para o desenvolvimento das
competências informacionais de seus usuários.
O PCU foi estruturado em 6 módulos, sendo eles: Módulo 1
Programa de
Capacitação de Novos Usuários: apresentação da Biblioteca para calouros; Módulo 2
Normalização de trabalhos acadêmicos: formatação e estruturação de trabalhos acadêmicos;
Módulo 3
Normalização bibliográfica: referências e citações; Módulo 4
Fontes de
informação e estratégias de buscas: fontes de informações confiáveis e estratégias de busca
eficientes na procura de documentos; Módulo 5
Portal de Periódicos da Capes: apresentação
geral do Portal de Periódicos da Capes; Módulo 6
Base de dados do Portal de Periódicos da
Capes: bases de dados específicas do Portal de Periódicos da Capes. Os módulos podem ser
ofertados nas modalidades presencial ou a distância.
Inicialmente, todos os módulos eram em formato presencial, mas com a constante
expansão da universidade após o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão
das Universidades Federais (Reuni), tornou-se inviável atender a crescente demanda por
capacitação (OLIVEIRA et al., 2014). Nessa perspectiva, o
objetivo deste trabalho é
apresentar um relato da experiência da equipe da Biblioteca Universitária da UFLA na
promoção do curso on-line sobre normalização, se apropriando dos conceitos e recursos da
Educação a Distância (EAD).
122
�2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) E COMPETÊNCIA
INFORMACIONAL NA CAPACITAÇÃO DE USUÁRIOS
Há um grande debate sobre o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) para o ensino e a aprendizagem nas universidades. Devido alguns ganhos pedagógicos
possíveis em função do uso das tecnologias, tais como acessibilidade a fontes inesgotáveis de
assuntos para pesquisas, páginas educacionais específicas para a pesquisa, comunicação e
interação com outras instituições, estímulo para pesquisar a partir de temas previamente
definidos ou a partir da curiosidade dos próprios alunos, desenvolvimento de uma nova forma
de comunicação e socialização, troca de experiências entre professores/professores,
aluno/aluno e professor/aluno entre outras, a universidade não pode ignorar a influência das
TICs. Ao contrário, a universidade deve utilizar a internet e demais recursos tecnológicos
como mais uma estratégia para dinamizar e facilitar o processo de ensino-aprendizagem.
Segundo Eynon (2005), o potencial das TICs para o ensino superior está bem
consolidado e têm sido bastante promovido pelas políticas públicas e profissionais do
setor. No Brasil, por meio da Portaria do Ministério do Estado da Educação (MEC) nº 1.134,
de 10 de outubro de 2016, estabeleceu-se que as instituições de ensino superior que possuam
pelo menos um curso de graduação reconhecido poderão introduzir, na organização
pedagógica e curricular de seus cursos de graduação presenciais regularmente autorizados, a
oferta de disciplinas na modalidade a distância. Isso, segundo a Portaria, implica na tutoria de
profissionais da educação com formação na área do curso e qualificados em nível compatível
ao previsto no projeto pedagógico (BRASIL, 2016).
Essa iniciativa pode refletir em boa parte das estratégias de ensino e aprendizagem na
universidade em todo o país, visto que o investimento nesta área, provavelmente, aumentará
nos próximos anos, porém, é necessário avaliar as experiências dos universitários quanto ao
uso das TICs para, assim, aplicá-las no seu ensino-aprendizagem, a fim de constatar onde será
apropriado usar as tecnologias e desenvolver vias para apoiar as iniciativas governamentais
existentes e incentivar a adoção de futuras iniciativas, pelas universidades e suas unidades
curriculares (quando apropriado), garantindo, assim, o desenvolvimento bem sucedido e a
implementação de novas políticas e novos recursos nesta área.
A Educação a Distância cumpre também um importante papel na inclusão social de
camadas da população que não tem acesso facilitado às instituições tradicionais de ensino.
Segundo Lopes et al. (2010, p. 193), a educação a distância,
123
�[...] é uma ferramenta que tem um alcance ainda maior, principalmente para suprir as
necessidades da população que não tem acesso ao ensino superior tradicional, seja
por motivos geográficos ou indisponibilidade flexível de tempo, muitas vezes tendo
que conciliar suas várias atividades para sobreviver, prejudicando a possibilidade de
adquirir novos conhecimentos.
Farajollahi e Zarifsanaee (2012), pesquisadores iranianos, expuseram que princípios de
aprendizagem e teorias transformam o modelo de educação a distância, enriquece os modelos
atuais e cria novos, por meio do uso de competência informacional e das
tecnologias.
Segundo Belluzzo Kobayashi e Feres (2004), é possível desenvolver a competência
informacional quando há habilidades para encontrar, avaliar, interpretar, criar e aplicar a
informação disponível na geração de novos conhecimentos.
Os principais componentes do modelo de educação a distância são: entrada (estrutura
educacional, o instrutor, os insumos, incluindo o quadro educacional, o aluno, o professor, o
grupo de desenvolvimento de conteúdos e a informação e comunicação tecnologia), o
processo de ensino-aprendizagem (prontidão do aprendiz, preparação do professor, atividades
e avaliação), saída (aprendizagem efetiva nos aprendentes) e o feedback (FARAJOLLAHI;
ZARIFSANAEE, 2012).
Para fins de educação a distância efetiva, é necessário permitir e aceitar as diferenças
individuais entre os alunos. A integração entre diferentes estilos de aprendizagem e ensino,o
processo de aprendizagem. Portanto, o modelo atual contempla a inclusão de atividades
grupais e individuais e pacotes educacionais em múltiplas apresentações. Entre outras
questões enfatizadas no modelo atual, pode-se referir a avaliação inicial (conhecimento
prévio), formativa (ao longo do processo de aprendizagem) e somativa (Somatório de
diferentes avaliações). No ambiente de ensino à distância, a avaliação deve ser considerada
como parte do processo de aprendizagem e seu feedback deve ser aplicado com o objetivo de
melhorar a aprendizagem (FARAJOLLAHI; ZARIFSANAEE, 2012). No contexto abordado,
Blank e Gonçalves (2013), expõem que os sistemas educacionais de todos os níveis de ensino
têm passado por modificações a fim de modernizarem suas filosofias e metodologias, fazendo
uso cada vez mais intenso da tecnologia. A EAD e a competência informacional ganharam
destaque e credibilidade nas últimas décadas, tendo como um ponto comum deste
crescimento, o desenvolvimento da Internet.
(FERREIRA; COSTA, 2010, p. 8), mas não apenas filtrar informações relevantes, como
124
�também oferecer serviços que permitam que ele mesmo possa selecionar essas informações e
fazer uso delas. Além de meios e recursos, é preciso oferecer ao usuário a oportunidade de
fazer suas pesquisas com autonomia.
"[...] organizações dependentes de uma organização maior - a universidade, portanto sujeitas a
receberem influências externas e internas do ambiente que as cerca" (MACIEL;
MENDONÇA, 2000, p. 2). Em função disso, as mesmas tendências, em especial, se tratando
dos recursos de ensino a distância, são também influenciadores para os produtos e serviços
prestados pelas bibliotecas universitárias.
Nas concepções de Costa, Santos e Barbosa (2015), na busca por melhor qualidade do
atendimento à comunidade acadêmica, as bibliotecas universitárias devem atentar-se as
mudanças educacionais e conhecer as inovações da área, no intuito de aprimorar e modernizar
os seus serviços. No contexto abordado, é necessário buscar meios para disponibilizar acesso
informacional não só para a modalidade presencial, mas, também a distância. Os paradigmas
dos serviços prestados no formato EAD, envolvendo os serviços das bibliotecas universitárias
precisam ser repensados.
Uma biblioteca em uma universidade deve atuar como auxílio e apoio às atividades de
ensino, pesquisa e extensão (SOUSA, 2009). Para atender aos requisitos demandados, as
bibliotecas universitárias precisam se reinventar e inovar constantemente, acompanhando o
comportamento de seu público.
3 RELATO DE EXPERIÊNCIA
Dada a importância da inovação no setor público e da utilização de novas tecnologias
para melhorar o atendimento aos usuários, a Biblioteca Universitária da UFLA desenvolveu
alguns projetos voltados para a educação à distância. A primeira experiência da Biblioteca foi
com a criação do módulo do Programa de Capacitação de Novos Usuários (PCNU) em versão
on-line. Essa capacitação é obrigatória para todos os alunos que estão ingressando nos cursos
de graduação da universidade e apresenta informações sobre os serviços, o acervo e as normas
da Biblioteca. Antes de 2013, esse módulo era realizado presencialmente e demandava grande
esforço, tempo e servidores para atender os cerca de 1600 novos usuários por semestre.
125
�Considerando o sucesso dessa iniciativa e a crescente demanda de capacitação sobre
normalização, a equipe da Biblioteca decidiu transformar as palestras presenciais em um
curso on-line. Isso se fez necessário por três motivos principais:
primeiro, o formato de palestra presencial mostrava-se inadequado para
aprender sobre normalização. As apresentações tinham de 3 a 4 horas de
duração, sendo a primeira parte sobre formatação do trabalho e a segunda sobre
referências bibliográficas. Em alguns casos, somente o conteúdo sobre
referências era apresentado. Como são várias regras e detalhes apresentados em
um curto período, de forma expositiva e sem a aplicação de exercícios práticos,
percebemos que a assimilação do conteúdo ficava prejudicada;
segundo, havia uma dificuldade de disponibilidade dos usuários para fazer o
curso nos horários programados. Nos dias anteriores a palestra, eram abertas
inscrições para participação, mas no dia do evento muitas pessoas não
compareciam. Além disso, para atender os discentes dos três turnos da
universidade (manhã, tarde e noite), muitas vezes era necessário alterar o
horário de expediente do bibliotecário responsável pelas palestras;
terceiro, com o aumento do número de solicitações de palestras sobre as
normas da ABNT e a disponibilidade de apenas um bibliotecário para atender
essas demandas, estava difícil a conciliação das palestras com outras atividades
rotineiras do Setor de Referência.
Por isso, a Biblioteca Universitária optou por transformar as palestras presenciais de
duração de aproximadamente 4 horas, em um curso à distância de 20 horas. O conteúdo
trabalhado foi expandido, abarcando de forma mais detalhada todas as normas apresentadas
e foi inserido
recursos adicionais para auxiliar na fixação das informações apresentadas. Dessa forma, ao
invés de uma aula exaustiva em um único dia com a apresentação de slides em um datashow,
o curso apresenta uma estrutura por unidades composta por: vídeos explicativos com
animações, leituras e fóruns de discussão, resolução de exercícios, feedback sobre as
atividades entregues. Pedagogicamente, a capacitação ficou mais satisfatória para propiciar a
assimilação do conteúdo apresentado.
126
�O curso foi disponibilizado no Campus Virtual da UFLA, que é a plataforma já
utilizada pelos discentes para fazer as disciplinas a distância dos cursos da universidade. O
material foi estruturado em 3 unidades:
Unidade 1
Normalização de trabalhos acadêmico-científicos: introdução
sobre a importância da normalização; normas nacionais, internacionais e
especiais (periódicos, congressos, etc.); normas utilizadas na UFLA (explicar
as adaptações das normas da ABNT adaptadas pelo manual de normalização da
UFLA);
Unidade 2
Estrutura do trabalho e regras gerais de apresentação: elementos
pré-textuais, textuais e pós-textuais. Elenca quais são obrigatórios e quais são
opcionais e como formatá-los;
Unidade 3
Normalização bibliográfica: elaboração de citações e referências.
O planejamento e execução duraram mais de um ano, mas esse tempo poderia ter sido
reduzido caso houvesse mais servidores envolvidos no projeto e tempo disponível para
dedicarem, exclusivamente, à implementação dessa iniciativa. Atuaram na implantação 2
bibliotecários, um conciliava as ações do projeto com as atividades da direção da biblioteca e
o outro, maior responsável, com as atividades do Setor de Referência. Um técnico em
técnologia da informação auxiliou com algumas questões de configuração e instalação do
software de edição de vídeo. Esse processo envolveu as seguintes etapas:
Pesquisa bibliográfica da unidade 1: busca de textos para embasar o módulo
introdutório sobre a importância de normalizar um trabalho e sobre normas
internacionais, como as de Vancouver e da APA.
Revisão das normas da ABNT e do Manual de normalização da UFLA para as
unidades 2 e 3: estudo de cada norma e do manual para elaborar os materiais
do curso de forma correta.
Estruturação do curso: elaboração da ementa, plano de aprendizagem,
cronograma e design instrucional do curso.
Roteirização dos vídeos: criação dos roteiros das aulas, indicando o conteúdo a
ser falado e as animações e recursos gráficos a serem implementados nos
vídeos.
127
�Criação dos materiais visuais: elaboração de slides, captura de tela para
apresentação da plataforma do curso.
Gravação dos áudios: os áudios foram gravados por três servidores, que
utilizaram o celular pessoal de cada um para realizar essa atividade.
Edição dos vídeos: o software Camtasia foi utilizado para editar os vídeos,
unindo as imagens ao áudio. Para os vídeos ficarem mais interessantes e
interativos, foram utilizados recursos gráficos e de animações, como sublinhar
passagem nos slides, setas indicativas, circulação de palavras, mudança de cor
das palavras, entre outros efeitos visuais. O objetivo foi deixar o vídeo menos
cansativo e chamar atenção para detalhes que poderiam passar despercebidos
pelos usuários.
Elaboração dos PDF das aulas: cada vídeo tem um arquivo em PDF com os
slides utilizados, que sintetizam o conteúdo apresentado.
Elaboração dos exercícios: ao todo são 47 questões de múltipla escolha e 13
questões abertas.
Montagem do curso na plataforma virtual: todos os vídeos, arquivos e
exercícios foram inseridos no Campus Virtual da UFLA. Foram criados fóruns
de discussão para cada unidade e testadas as funcionalidades da plataforma.
Teste piloto: o curso foi realizado pelos demais bibliotecários da instituição, 11
no total, para que pudessem apontar correções e sugestões.
Revisão: com as sugestões dos bibliotecários, os vídeos e materiais didáticos
foram alterados.
Elaboração dos e-mails a serem enviados durante o curso: foram criados sete
mensagens padrões para facilitar a comunicação com os usuários: 1)
mensagem de boas-vindas, com orientações sobre o curso e liberação da
unidade 1, 2) mensagem sobre a liberação da primeira parte da unidade 2 e
exercícios, 3) mensagem sobre a liberação da segunda parte da unidade 2 e
exercícios, 4) mensagem sobre a liberação da unidade 3 e exercícios, 4)
feedback sobre os exercícios de elaboração de referências; são dois modelos,
um se o aluno se saiu bem e outro caso o aluno tenha um baixo desempenho, 5)
pré-encerramento, avisando que o curso estará aberto por mais alguns dias, 6)
encerramento, agradecendo a participação no curso, 7) envio do link do
questionário para avaliação do curso e aviso sobre liberação dos certificados.
128
�A primeira turma ofertada abertamente para os usuários da Biblioteca ocorreu em
agosto de 2017, com apenas 30 vagas disponibilizadas. Devida a alta procura, uma nova
turma de 20 participantes foi aberta para aqueles usuários que entraram em contato via e-mail
solicitando a participação. Em janeiro de 2018, uma nova turma de 30 alunos foi ofertada.
A decisão pelo número de vagas mais reduzido foi tomada devido à necessidade de
corrigir os exercícios abertos de elaboração de referência e de verificar como seria a interação
com os alunos nos fóruns de dúvidas. Como essas atividades demandam tempo, optou-se,
primeiramente, por abrir poucas vagas e aumentar gradualmente a oferta posteriormente caso
seja possível.
Para melhor compreensão e planejamento de todo o curso, optou-se por elaborar um
mapeamento do processo, no intuito de facilitar a identificação das informações, do fluxo, das
partes envolvidas, das competências e de outros componentes necessários para atingir a
expectativa almejada, com o mínimo possível de falhas. Na Figura 1 está representado o
mapeamento para a criação de novas turmas do curso, seguindo a estrutura da universidade
promotora.
Figura 1
Mapeamento do curso de Normalização de trabalhos acadêmicos
Fonte: Universidade Federal de Lavas, 2017.
129
�Esse processo é iniciado com a abertura de uma nova turma no Campus Virtual e o
cadastro do curso no Sistema Integrado de Gestão (SIG) UFLA para que os usuários possam
fazer a inscrição. Em seguida, o curso é divulgado para a comunidade acadêmica e no final é
enviado um questionário de avaliação para que o serviço ofertado seja constantemente
aprimorado. Ao longo do curso, todos os fóruns de dúvidas são acompanhados e respondidos
diariamente nos dias úteis e os alunos com maiores dificuldades recebem um incentivo e
atenção maiores.
4 ANÁLISE DA EXPERIÊNCIA DO PROJETO: RESULTADOS E DESAFIOS
O curso teve uma boa aceitação e todas as turmas tiveram o número de vagas
esgotadas rapidamente. Devido a alta demanda, a Biblioteca está analisando um meio de abrir
mais vagas por turma, sem prejuízo para o aprendizado do usuário.
Os fóruns de dúvidas foram pouco utilizados, tornando a manutenção do curso mais
fácil. Contudo, a correção dos exercícios de elaboração de referências foi mais demorada e
problemática, pois os alunos tiveram graus variados de dificuldade. Essa questão se mantém
como o grande empecilho para a abertura de um número maior de vagas por turma. Por isso
será avaliada a possibilidade de excluir os exercícios abertos e deixar somente questões
fechadas.
Uma alternativa para suprir a falta dos exercícios abertos de referências é a criação de
um vídeo onde cada um dos documentos serão consultados e a referência elaborada. A
necessidade desse vídeo já havia sido detectada na fase de teste piloto, mas optou-se por
lançar o curso e, posteriormente, fazer uma atualização do material. Essa decisão foi tomada
porque a criação deste material implica na gravação da tela do computador, que é uma ação
simples na utilização do software Camtasia, mas que necessita de mais tempo e habilidade
para fazer a edição do vídeo.
Desde o início, o módulo 3, sobre normalização bibliográfica, foi o que apresentou
mais problemas, pois, como as normas da ABNT apresentam uma defasagem em relação aos
documentos on-line, a elaboração de referência nem sempre é muito clara ou tem uma
resposta única. Atualmente, o curso conta com dois vídeos sobre referências: um sobre regras
gerais e outro com modelos e exemplos de referências. Durante o ano de 2018, esperamos
13 documentos do exercício aberto sobre referências será consultado e será mostrado onde
estão localizados os dados a serem colocados na referência e se há mais de uma forma de criar
130
�a referência. Isso se faz necessário pois, por exemplo, na referência de uma notícia retirada de
um jornal on-line, muitos usuários, incluindo os bibliotecários, não conseguiram encontrar a
informação sobre o nome do caderno onde a notícia foi postada.
Uma possibilidade na EAD é alcançar um grupo maior de pessoas, com a instauração
dos MOOCs (Curso On-line Aberto e Massivo, do inglês Massive Open Online Course), que
são um instrumento de democratização da educação, por possibilitar um alcance que os cursos
presenciais não conseguem ter e, normalmente, com um custo financeiro inferior para a
instituição ofertante. O curso de normalização da BU/UFLA ainda não conseguiu alcançar o
status de um MOOC devido à dificuldade de corrigir os exercícios abertos sobre referências.
Mas com a criação do novo vídeo, esperamos remediar essa situação.
Na criação do curso foi preciso vencer algumas barreiras. Entre os principais desafios
enfrentados na execução do projeto foram:
roteirização das aulas: algumas falas dos vídeos tiveram que ser alteradas após o teste
piloto. Por isso, o tom de voz dos narradores ficou desigual em alguns momentos, pois
as gravações ocorreram em dias diferentes. Dessa forma, sugerimos que os roteiros
das aulas sejam revistos pelo maior número possível de bibliotecários, para não haver
inconsistências no tom de voz do narrador e retrabalho para gravar os áudios
novamente e reeditar os vídeos;
edição dos vídeos: os vídeos foram inteiramente editados por um bibliotecário que não
tinha nenhuma experiência prévia com essa atividade. Os primeiros vídeos foram mais
demorados para editar, mas com a prática e o auxílio de tutoriais na internet o
problema foi contornado;
tempo dos vídeos: inicialmente havia um limite de 10 minutos de duração para cada
vídeo, de forma que o conteúdo não ficasse muito cansativo. Alguns vídeos contudo
tem quase 15 minutos, pois não foi possível dividi-lo em mais partes sem haver
fragmentação do conteúdo.
No âmbito da aceitação do curso on-line pelos docentes da UFLA, houve uma
receptividade parcial. O Centro de Educação a Distância (CEAD) da universidade aprovou a
iniciativa e pediu para que a plataforma ficasse permanentemente aberta para os alunos de
graduação EAD da instituição. A demanda de um curso de normalização on-line já existia
para esses usuários e configura-se em um esforço de aproximar a Biblioteca dos alunos da
EAD, que não possuem as mesmas oportunidades que os alunos presenciais de usufruir dos
131
�serviços da BU/UFLA. Por outro lado, professores que pediam as palestras presenciais todo
-los que a iniciativa
possui credibilidade e é, inclusive, melhor do que as palestras presenciais, os vídeos do curso
estão sendo enviados para esses professores, de forma que eles mesmos possam ver que o
material possui qualidade informacional e pedagógica.
5 CONCLUSÃO
Tanto as bibliotecas quanto as instituições públicas, atualmente, são questionadas
sobre o seu papel e o seu desempenho perante a sociedade. Em face da grande quantidade de
indivíduos que prefere buscar a informação e conhecimento, formal e informal, na internet ao
invés dos livros e serviços tradicionais, torna-se necessário que as bibliotecas promovam
inovações para atender as demandas de seus usuários e dessa forma justificar a sua existência
e utilidade.
Nesse cenário, a EAD configura-se como um importante recurso, pois a
disponibilidade de diferentes tecnologias de comunicação e ensino transformou a educação à
distância, deixando-a cada vez mais parecida com a educação presencial. Dessa forma, as
antigas aulas EAD, que eram em um formato passivo e pouco interessante, são substituídas
por aulas interativas e com a utilização de vídeos com recursos sonoros e visuais para prender
a atenção do aluno.
A biblioteca universitária deve também estar alinhada a essas evoluções tecnológicas e
de técnicas/metodologias de ensino e aprendizagem para oferecer melhores serviços e cumprir
seu papel social. O desenvolvimento da competência informacional da comunidade atendida
tem muito a ganhar com esses novos serviços.
Esse projeto mostrou que a BU/UFLA, mesmo com poucos recursos disponíveis, pode
oferecer serviços e produtos diferenciados. Iniciativas como essa mostram que a inovação e
busca de soluções são inerentes ao setor público, que busca cada vez mais servir da melhor
forma a comunidade local e a sociedade brasileira em geral.
132
�REFERÊNCIAS
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processos: curso a distância de normalização]. Lavras, 2017. Documento interno criado para
fins administrativos.
134
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Curso de normalização a distância: tecnologias web como suporte a competência informacional de usuários de biblioteca.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Amaral, Fernanda Vasconcelos; Ribeiro, Nivaldo Calixto; Borges, Eduardo César;
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este relato de experiência apresenta a implantação do módulo de normalização do Programa de Capacitação de Novos Usuários (PCNU) da Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Lavras (BU/UFLA) na modalidade a distância. Esse serviço foi criado por uma equipe formada por profissionais da área de Biblioteconomia e Ciência da Computação. O curso foi disponibilizado no Campus Virtual da universidade, que é a plataforma já utilizada pelos discentes para fazer as disciplinas a distância dos cursos de graduação. Alguns resultados obtidos foram: melhora da metodologia para ensino das normas da ABNT, flexibilidade de horário para realização do curso e democratização da capacitação para os alunos de cursos a distância da universidade. Dessa forma, conclui-se que a educação a distância é adequada para desenvolver atividades de competência informacional em bibliotecas universitárias, em especial, nesse caso, para normalização de trabalhos acadêmicos
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5228/SNBU2018_014.pdf
79d9a44a8f8cbd0dfc501b5cef6da856
PDF Text
Text
BIBLIO CHATBOT: UM ROBÔ PARA A BIBLIOTECA
BIBLIO CHATBOT: A ROBOT FOR THE LIBRARY
Resumo: O entendimento e uso correto das normas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas para trabalhos acadêmicos muitas vezes é desafiador tanto para alunos quanto para
professores, nos mais diversos níveis de ensino. Algumas bibliotecas oferecem sistemas
informatizados que ajudam as pessoas na construção de ficha catalográfica, na elaboração de
uma referência ou recursos mais simples. Entretanto, não há recursos disponíveis que
permitem a comunicação do usuário mais interativamente. Na perspectiva de suprir esta
lacuna, um grupo de pesquisa de uma faculdade criou o Biblio Chatbot destinado a ser
utilizado como apoio nas bibliotecas para tirar dúvidas sobre normas de trabalhos acadêmicos.
O robô criado para este fim é retroalimentado, periodicamente, à medida que permite ao
usuário formular perguntas que, se não respondidas de imediato, são incorporadas ao banco de
dados posteriormente. Assim, é colocada em prática neste projeto a ideia central de machine
learning. Metodologicamente, a criação deste robô é fruto de uma pesquisa participante, pois
ela responde de maneira direta à finalidade prática a que se destina e serve como instrumento
dialógico de aprendizado partilhado. Como resultados são neste trabalho o funcionamento do
chatbot, sua forma de implementação e sua utilidade para amparar os profissionais da
informação para casos de dúvidas como estas de normalização. As conclusões mostram que
projetos desta natureza podem ser incorporados às bibliotecas e que outros podem ser criados
também para funcionalidade como pesquisas em bases de dados.
Palavras-chave: chatbot. Normalização de trabalhos. Assistente virtual.
Abstract: The understanding and correct use of the norms of the Associação Brasileira de
Normas Técnicas for academic jobs is often challenging for both students and teachers at the
most diverse levels of teaching. Some libraries offer computerized systems that help people in
the construction of catalogs, in drawing up a reference or simpler resources. However, there
are no resources available that allow the user to communicate more interactively. In order to
fill this gap, a research group from a university created the Biblio Chatbot to be used as
support in libraries to raise doubts about standards of academic work. The robot created for
this purpose is periodically backed up as it allows the user to ask questions that, if not
109
�answered immediately, are later incorporated into the database. Thus, the central idea of
machine learning is put into practice in this project. Methodologically, the creation of this
robot is the result of a participant research, since it responds directly to the practical purpose
to which it is intended and serves as a dialogical instrument of shared learning. As results are
in this work the operation of chatbot, its way of implementation and its usefulness to support
information professionals in cases of doubts like these of normalization. The findings show
that projects of this nature can be incorporated into libraries and that others can also be
created for functionality such as database searches.
Keywords: chatbot. normalization of works. virtual assistant.
1 INTRODUÇÃO
Algumas bibliotecas universitárias possuem recursos digitais que os alunos e
professores podem utilizar como auxílio na produção dos trabalhos científicos (como artigos
ou publicações de eventos) e nos trabalhos acadêmicos (como Trabalhos de Conclusão de
Curso, Dissertações e Teses). Os próprios sistemas informatizados para gerenciamento de
dados em bibliotecas, dentre eles o Pergamum, possuem mecanismos nos quais o usuário
pode copiar a referência e colar em seu texto acadêmico. Existem outros recursos, como é o
caso de universidades que disponibilizam algum tipo de sistema no qual o usuário insere os
dados e são geradas as referências, como o Mecanismo Online para Referências, da
Universidade Federal de Santa Catarina4 ou mesmo alguns casos em que há programas que
geram a ficha catalográfica de trabalhos acadêmicos, como é o caso do aplicativo Ficha de
Identificação da Obra, disponibilizado pela mesma universidade5.
Mas os mecanismos de interação do usuário com as mídias disponibilizadas
geralmente encerram aí a ajuda. Não há mecanismos no qual ele possa inserir perguntas como
resposta. Visando cobrir essa lacuna é que foi desenvolvido este trabalho. A proposta foi criar
um robô, que na literatura é conhecido como chatbot ou simplesmente bot, que permite a
interação com o usuário de tal forma que as perguntas por ele apresentadas são respondidas e,
mais que isso, há um aprendizado de máquina à medida que as novas perguntas são
armazenadas para que em interações futuras o chatbot possa respondê-las.
Este artigo apresenta os fundamentos de sua criação, utilização e análise das práticas
de uso do Biblio chatbot, um robô criado para responder dúvidas sobre as normas da
4
5
Disponível no endereço eletrônico http://www.more.ufsc.br/
Este modelo está disponível no endereço http://ficha.bu.ufsc.br/.
110
�Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) para trabalhos acadêmicos, colocado em
uso em uma biblioteca universitária. Nesta versão do artigo, em função das regras do evento,
não podemos disponibilizar o endereço eletrônico do Biblio chatbot para que não seja
identificada a autoria do trabalho. Esperamos que os avaliadores façam a recomendação que o
texto final contenha tais informações, pois, a partir de tais sugestões, poderemos alterar este
parágrafo com as informações devidas. O acesso ao site tem não apenas o efeito de
divulgação do mesmo, como também serve de instrumento para que outros estudantes ou
professores possam, a partir da leitura deste artigo, conhecer o trabalho realizado e começar a
fazer uso.
2 O CHATBOT OU ASSISTENTE VIRTUAL
chatterbots (ou chatbots), são
sistemas computacionais que possuem a capacidade de se comunicar com seus usuários
incrementada de forma regular e facilitada em ambiente web. Embora a palavra seja
americana, o chatbot já vem se tornando um velho conhecido de quem faz compras pela
internet, inclusive em empresas brasileiras. As figuras seguintes apresentam dois exemplos de
chatbot. Na Figura 1 está a Lu, uma assistente virtual da loja Maganize Luiza. Na Figura 2
está a Gal, assistente virtual da empresa Gol Transportes Aéreos Inteligente.
111
�Figura 1 Chatbot da loja Magazine Luiza
Fonte: Magazine Luiza (2017).
Fonte: Gol linhas aéreas inteligentes (2017).
112
�Conforme pode ser observado nas Figuras 1 e 2, as empresas brasileiras têm nomeado
os chatbots por assistentes virtuais que, na verdade, é o trabalho realizado por esses
mecanismos. O que está por trás destes objetos é a ideia de machine learning, que é traduzido
no Brasil como aprendizagem de máquina, definida por Mitchell (1997) como um programa
de computador que aprende com uma experiência em relação a sua tarefa, podendo ter seu
desempenho medido e melhorado ao decorrer da própria experiência.
Os chatbots ou assistentes virtuais como a Lu e a Gal respondem às perguntas mais
frequentes postadas pelos usuários, porque tais perguntas estão armazenadas em um banco de
dados. Quando elas não sabem responder a uma pergunta, o que foi digitado fica armazenado
nesses bancos de dados e, posteriormente, alguém da empresa insere as respostas nos
sistemas, de tal forma, que o chatbot é considerado inteligente à medida que consegue guardar
omento.
Com base nesta ideia, um grupo de pesquisa de uma faculdade criou e colocou em
prática um chatbot para dar assistência aos alunos e professores sobre dúvidas em relação às
normas da ABNT para trabalhos acadêmicos. O chatbot consegue responder perguntas
relativas às citações, referências, formatação do trabalho acadêmico, entre outras.
3 O BIBLIO CHATBOT
A PARTE VISÍVEL
O Biblio Chatbot aparentemente é bem simples, porque possui uma interface na qual o
usuário digita seu questionamento e recebe a resposta armazenada no banco de dados. O
chatbot não apenas mostra a resposta na forma escrita, como lê (fala) com o usuário. Os
mecanismos que permitem a integração com o banco de dados e a fala do chatbot estão
descritos no próximo capítulo. Para que ele possa responder aos questionamentos do usuário,
há um banco de dados com perguntas e respostas, alimentado com base nas normas ABNT
NBR 10520, NBR 6023, NBR 14724, NBR 6024, NBR 6027 e NBR 6028. A Figura 3
apresenta a interface com o usuário, sem a identificação da faculdade, excluída
propositalmente para este artigo.
113
�Figura 3 Tela inicial do Biblio Chatbot
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
Assim que o chatbot é acionado, ele busca no sistema operacional o horário local e
apresenta a mensagem, que também é falada para o usuário, cumprimentando-o, conforme
pode ser visto na Figura 3. A partir daí qualquer pergunta pode ser lançada para o chatbot. A
Figura 4 mostra uma interação na qual o Biblio Chatbot tem a resposta (à esquerda) e outra na
qual ele ainda não sabe responder (à direita).
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
114
�resposta correta. Já na parte esquerda, é possível ver que o usuário fez uma pergunta sem
resposta e, neste caso, o chatbot avisa que ela poderá ser respondida mais tarde. Portanto,
quando é feita uma pergunta que o chatbot não sabe responder, ela fica gravada na base de
dados e em outro momento o grupo de pesquisa insere as respostas no banco.
A trajetória da pesquisa participante, no sentido apontado por Brandão (1999, p. 12)
constituiu no fio condutor dessas mediações citadas assim como para a pesquisa aqui relatada.
A ideia de ter um companheiro que assume o compromisso na trajetória de pesquisa, que faz
pesquisador e o sujeito da pesquisa pensar o objeto, se fez presente também neste trabalho,
idealizado para atender a uma demanda de maior interação para a calculadora do cidadão,
pensada pelos sujeitos.
4 O BIBLIO CHATBOT
O QUE TEM POR TRÁS
Para o desenvolvimento do Biblio Chatbot foram utilizadas tecnologias básicas na
programação, a exemplo das linguagens de marcação HTML5 6 e CSS7 que preparam os
conteúdos estáticos e aplicam estilos de formatação nas páginas web.
Sabe-se que tanto em dispositivos móveis, quanto em alguns ambientes web existem
aplicativos que utilizam a comunicação oral para a interação entre os sujeitos, como exemplos
o Google Now incorporado ao sistema Android, o assistente virtual Cortana da Microsoft e da
mundialmente conhecida Siri da Apple, sendo todos estes, softwares que permitem o
reconhecimento de voz. No caso do Biblio Chatbot foi pesquisado um projeto de código
aberto que utiliza linguagem de programação conhecida pelo grupo de pesquisa deste
trabalho. Este software
O Artyhom.js foi criado com a linguagem de programação Javascript e atualmente é
distribuído como uma biblioteca adicional que pode ser incorporado às páginas web. Por ser
um projeto de código aberto pode ser obtido por meio de um cadastro no repositório intitulado
GitHub que é amplamente utilizado por desenvolvedores da área de programação. Para
acessar o código fonte do projeto, basta acessar a página do Artyom.js no ambiente GitHub8 e
6
HTML5 é a abreviatura de HiperText Markup Language, ou linguagem de marcação de texto, utilizada para
construção de sites. O número é a versão.
7
CSS é a abreviatura de Cascading Style Sheets, ou planilha de estilo em cascata. É uma forma de criar um
padrão para a formatação do site, como estilos de fontes, entre outros.
8
O endereço eletrônico do Artyom.js é https://sdkcarlos.github.io/sites/artyom.html.
115
�realizar o download de toda a biblioteca. Lá existe uma boa documentação que subsidia os
desenvolvedores com orientações desde o básico até o avançado.
Em conjunto com as técnicas citadas anteriormente, ativou-se apenas as rotinas
automáticas de conversão de textos para voz e a sua reprodução, ambas disponíveis pelo
Arytom.js, tendo como objetivo principal fornecer acessibilidade desde o momento que se
inicia o uso do Biblio Chatbot, até o processo interativo de perguntas e respostas sobre as
normas da ABNT que o chatbot incorpora.
A proposta idealizada para estruturar o armazenamento das perguntas e respostas, o
sistema utiliza o Mysql, um Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD)
distribuído livremente e sem necessidade de aquisição de licenças comerciais. O motivo da
escolha foi pautado, principalmente, no que diz o próprio fabricante do SGBD, a Oracle
(2017), que é um banco de dados muito conhecido, com excelente desempenho e
confiabilidade, além de ser gratuito.
O Diagrama de Entidades e Relacionamentos (DER), que contém a estrutura do banco
de dados, é apresentado na Figura 5. A tabela de perguntas foi identificada por suas
expressões chaves e estas podem ser individuais ou compostas, dependendo da interação dos
usuários, porém, cada uma delas é registrada na tabela EXPRESSSÃOCHAVE.
A tabela de respostas possui uma quantidade, pré-cadastrada, de respostas válidas
incluídas pelos pesquisadores, com base nas normas da ABNT para trabalhos acadêmicos, que
permitem interagir como uma resposta a pelo menos uma expressão registrada. A tabela de
respostas foi definida da base de dados com o nome RESPOSTA.
A tabela de perguntas cadastradas para posterior validação foi definida como as
expressões candidatas a se transformar em expressões válidas após análise dos pesquisadores.
Para esta tabela a nomenclatura ficou EXPRESSÃOCANDIDATA.
116
�Figura 5 - Diagrama de Entidades e Relacionamentos do Biblio Chatbot
Fonte: Elaborado pelos autores (2017).
A tabela que armazena a relação entre as expressões chave e as respostas válidas para
cada uma delas, indica o relacionamento de muitas expressões para muitas respostas, ou seja,
o relacionamento de ligação entre as duas tabelas principais fica armazenado na tabela
EXPRESP. O significado disso é que para uma expressão chave há dezenas de respostas
possíveis, pois a expressão pode ser composta de uma palavra, parte de uma frase ou mesmo
r
expressões podem conduzir a uma resposta, mas o contrário também é verdadeiro, ou seja,
mostra
Futuramente serão implementadas no sistema funcionalidades que permitam ao
usuário informar sua satisfação com a resposta (tabela SATISFAÇÃO) e seu cadastro no
sistema (tabela USUÁRIO). Assim, a experiência de uso do chatbot pelos usuários anteriores
pode trazer respostas mais aproximadas ao que os novos usuários solicitam.
Esta estrutura aqui apresentada foi utilizada pelo grupo de pesquisa para a criação de
um outro chatbot que teve como objetivo o ensino de cálculo de juros compostos, que foi
117
�colocado em prática em uma escola de ensino fundamental, com alunos do nono ano. A base
foi a mesma para que o Biblio Chatbot pudesse ser construído.
5 CONCLUSÃO
Chatbots podem ser grandes aliados dos bibliotecários no auxílio às dúvidas dos
usuários da biblioteca, sobretudo no que diz respeito às normas da ABNT para trabalhos
acadêmicos.
No caso específico do Biblio Chatbot ele foi desenvolvido para que as dúvidas
pudessem ser sanadas diretamente no computador da biblioteca, para que as pessoas
pudessem resolver seus problemas com pouca ou nenhuma necessidade de intervenção da
bibliotecária. No caso desta pesquisa, os exemplos armazenados no banco de dados foram
extraídos de um livro de um professor da faculdade, que é também um dos pesquisadores do
projeto, o que implica não haver problema com direitos autorais dos exemplos utilizados.
O sucesso do uso do Biblio Chatbot trouxe outros desafios para o grupo de pesquisa,
sendo que o principal deles é desenvolver um mecanismo como esse que possa ajudar às
pessoas a fazer pesquisas nas bases de dados com as quais a biblioteca mantém convênio.
Entre elas estão a Biblioteca Virtual Cengage, que permite acesso para leitura e download de
livros eletrônicos, com cadastro de feito na Biblioteca, a EBSCO, que dá acesso a artigos
científicos e ao portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES). Sabe-se, pela experiência do grupo e da bibliotecária da faculdade, que há
também algum grau de dificuldade de uso destas bases tanto por alunos quanto por
professores. Neste sentido, a criação de um chatbot que se prestasse a apoiar nestas atividades
seria bem-vindo.
Entretanto, há muito que se aprender ainda com esse chatbot, pois há casos em que o
usuário digita uma frase inteira na qual não é possível buscar uma resposta no sistema. Cada
experiência de uso do Biblio Chatbot é sempre um aprendizado, tanto para os usuários que
interagem com o sistema, quanto para os desenvolvedores que vão aprendendo a lidar com os
tipos de perguntas formuladas por eles. A certeza é de um trabalho inovador e comprometido
com o usuário da biblioteca.
Trata-se, portanto, de uma ferramenta desenvolvida para agregar qualidade e valor nos
serviços oferecidos pela biblioteca, pois poupa o tempo do bibliotecário e torna o usuário mais
independente quanto à utilização das normas ABNT.
118
�REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Paulo de.
: apropriação de tecnologia à luz da
Teoria da Atividade Tese. 2013. Tese (Doutorado em Linguística Aplicada) - Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2013.
BRANDÃO, Carlos Rodrigues. Participar-pesquisar. In: BRANDÃO, Carlos Rodrigues
(Org.). Repensando a pesquisa participante. São Paulo: Brasiliense, 1999. p. 7-14.
GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES. Olá! Eu sou a Gal, posso ajudar? [2017].
Disponível em: <www.voegol.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2017.
MAGAZINE LUIZA. Lu explica. [2017]. Disponível em:
<http://www.magazineluiza.com.br>. Acesso em: 16 dez. 2017.
MITCHELL, Tom Michael. Machine learning. Singapore: McGraw-Hill, 1997.
ORACLE. Oracle MySQL. [2017]. Disponível em:
<https://www.oracle.com/br/mysql/index.html>. Acesso em: 7 nov. 2017.
119
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Biblio Chatbot: um Robô para a Biblioteca.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Silva, Eli Lopes da; Rosiane Maria; Scheneider, Gustavo Felipe; Kogut, Luciano José; Monteiro, Fabiano de Castro
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O entendimento e uso correto das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas para trabalhos acadêmicos muitas vezes é desafiador tanto para alunos quanto para professores, nos mais diversos níveis de ensino. Algumas bibliotecas oferecem sistemas informatizados que ajudam as pessoas na construção de ficha catalográfica, na elaboração de uma referência ou recursos mais simples. Entretanto, não há recursos disponíveis que permitem a comunicação do usuário mais interativamente. Na perspectiva de suprir esta lacuna, um grupo de pesquisa de uma faculdade criou o Biblio Chatbot destinado a ser utilizado como apoio nas bibliotecas para tirar dúvidas sobre normas de trabalhos acadêmicos. O robô criado para este fim é retroalimentado, periodicamente, à medida que permite ao usuário formular perguntas que, se não respondidas de imediato, são incorporadas ao banco de dados posteriormente. Assim, é colocada em prática neste projeto a ideia central de machine learning. Metodologicamente, a criação deste robô é fruto de uma pesquisa participante, pois ela responde de maneira direta à finalidade prática a que se destina e serve como instrumento dialógico de aprendizado partilhado. Como resultados são neste trabalho o funcionamento do chatbot, sua forma de implementação e sua utilidade para amparar os profissionais da informação para casos de dúvidas como estas de normalização. As conclusões mostram que projetos desta natureza podem ser incorporados às bibliotecas e que outros podem ser criados também para funcionalidade como pesquisas em bases de dados
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pt
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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5221/SNBU2018_013.pdf
de41ad830333358587735751251486b8
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BARREIRAS A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS NO BRASIL
BARRIERS TO TECHNOLOGICAL INNOVATION IN ACADEMIC LIBRARIES IN BRAZIL
Resumo: Um dos fatores mais críticos das bibliotecas atualmente é que elas costumam tardar
no desenvolvimento de inovações. Atualmente, vários fatores internos e externos têm
dificultado esse desenvolvimento. Logo, torna-se relevante identificar quais são as principais
barreiras que dificultam o desenvolvimento tecnológico e discutir as principais formas de
tentar superá-las. Frente a esses desafios, o presente artigo objetiva investigar as principais
barreiras à inovação em bibliotecas universitárias no Brasil. Quanto aos procedimentos
metodológicos trata-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e exploratória. O universo
da pesquisa é composto por 138 bibliotecas universitárias. Quanto aos resultados foram
caracterizadas as bibliotecas, o perfil dos diretores, as barreiras, bem como foram descritos os
principais desafios e as alternativas para reduzir ou minimizar estes empecilhos. Para
concluir, sugere-se que para inovar as bibliotecas não precisam necessariamente de
equipamentos tecnológicos de última geração ou de muitos recursos financeiros, mas de uma
série de elementos combinados com uma cultura organizacional voltada à inovação, do apoio
da alta administração e de uma liderança voltada à mudança.
Palavras-chave: Inovação em bibliotecas universitárias. Barreiras à inovação. Gestão da
Informação.
Abstract: One of the most critical factors in libraries today is not a development of
innovations. Currently, several internal and external factors have influenced this development.
Therefore, it is relevant to identify which are the main barriers that impede the technological
development and to discuss as main ways of trying to overcome them. Faced with these
challenges, this article aims to investigate as main barriers to innovation in university libraries
in Brazil. As for methodological procedures, this is a bibliographical, qualitative and
exploratory research. The research universe is composed of 138 university libraries. The
results are characterized as libraries, the profile of the principals, as barriers, as well as as the
main challenges and the alternatives to reduce or minimize these obstacles. To conclude, it is
suggested that in order to innovate as libraries do not necessarily need state-of-the-art
technological equipment or financial resources, but a series of elements combined with an
organizational culture focused on innovation, top management support and leadership to
change.
93
�Keywords: Innovation in university libraries. Barriers to innovation. Information
management.
INTRODUÇÃO
Um fato dos fatores mais críticos das bibliotecas atualmente é que elas costumam ser
instituições que tardam no desenvolvimento de inovações. Independentemente das razões essa
lentidão não pode mais ser sustentada. Embora, a cautela tenha sido útil para as bibliotecas no
passado, atualmente ela tem-se tornado um obstáculo e não mais um benefício (HODGE,
2013).
Atualmente, a sociedade vem questionando a relevância das bibliotecas, bem como os
usuários estão questionando-a também. Bibliotecários ao redor do mundo já não têm mais
certeza de qual caminho tomar e quais iniciativas devem ser desenvolvidas, como
consequência perderam oportunidades de influenciar a cultura popular e a percepção do valor
das bibliotecas pela comunidade. Desta forma, bibliotecários correm o risco de não inovar
pois o ambiente das bibliotecas costuma ser excessivamente lentos para as mudanças.
(HODGE, 2013, p. 5). Considera-se também que as tecnologias devem estar constantemente
interligadas ao contexto das bibliotecas universitárias e que deve ser considerada um dos
principais elementos ignitores para o desenvolvimento de inovações em produtos (bens e/ou
serviços) de informação.
O presente artigo tem por objetivo geral investigar as principais barreiras à inovação
em bibliotecas universitárias no Brasil. Atualmente, vários fatores internos e externos à
organização têm dificultado o desenvolvimento de inovações, seja em instituições públicas ou
privadas está cada vez mais difícil conseguir obter verbas para desenvolver projetos
inovadores, portanto, torna-se relevante identificar quais são as barreiras que impedem o
desenvolvimento tecnológico em bibliotecas universitárias e discutir as principais formas de
tentar superar estes desafios.
Neste contexto de mudanças, muitas questões emergem como por exemplo quais são
os principais desafios para desenvolver projetos inovadores no Brasil? Deste modo, a partir
da indagação apresentada anteriormente e da relevância do desenvolvimento de inovações
tecnológica para manter a competitividade e/ou sobrevivência das bibliotecas, delineou-se a
seguinte pergunta de pesquisa: Quais são as principais barreiras à inovação tecnológica em
bibliotecas universitárias no Brasil?
94
�Como justificativa para a pesquisa pode-se indicar a relevância do estudo pela
necessidade de se buscar formas mais eficientes de entregar serviços inovadores para a
sociedade pelas bibliotecas universitárias. Além disso, justifica-se a relevância do estudo por
levantar insights sobre novas possibilidades de pensar e repensar a implantação da tecnologia
no contexto das bibliotecas universitárias. O estudo apresenta contribuições no sentido de
apresentar métodos e instrumentos para a classe bibliotecária brasileira, para planejar ações
estratégicas para tornar as bibliotecas universitárias mais inovadoras. Investigar as barreiras
no desenvolvimento tecnológico em bibliotecas universitárias perpassa longas discussões, os
recentes debates sobre as bibliotecas, tem se concentrado principalmente num horizonte de
curto prazo, especialmente as questões sobre o financiamento e estratégias.
REVISÃO DE LITERATURA
Para compreender as barreiras do desenvolvimento tecnológico, é necessário entender a
relação das inovações tecnológicas em função das mudanças no ambiente das bibliotecas
universitárias. Para tal, serão apresentados os conceitos de inovação, tipos, razões e condições
para inovar, barreiras e impactos gerados pela inovação no desempenho de uma organização.
CONCEITUANDO A INOVAÇÃO
Quanto à etimologia da palavra inovação, com base em Tidd et al (20
origem do termo em latim innovare,
inovação consiste no processo de tornar uma oportunidade em uma nova ideia e colocá-la em
Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (1997, p. 56) existe uma característica importante que
diferencia uma inovação, que é o fato dela ser uma ideia que precisa ter sido implementada
para se constituir de fato uma inovação, o autor complementa ainda que:
É necessário que um produto novo ou melhorado ou implementado seja introduzido
no mercado. Novos processos, métodos de marketing e métodos organizacionais
precisam ser implementados e utilizados efetivamente nas operações da empresa
para serem considerados inovações.
Por isto, é relevante compreender que novas ideias e soluções criativas para a resolução
de problemas não constituem por si só uma inovação, quando se tem uma nova ideia ela é
apenas uma ideia. A partir do momento em que essa ideia é analisada, verificada e aplicada
95
�pode ser considerada de fato uma inovação. Essa implementação pode ser empregada em
diferentes contextos, ou seja, no desenvolvimento de um produto, serviço ou processo, entre
outros (TROTT, 2012).
Drucker (2003) afirma que uma organização inovadora exige um clima de constante
aprendizagem. Essa cultura cria e mantém uma necessidade para a aprendizagem constante.
Desta maneira, a inovação deve ser encarada como um meio e não como um fim de atingir os
objetivos organizacionais. Pensando dessa forma, os processos de inovação podem trazer
múltiplas vantagens, tais como conquistar uma posição diferenciada no mercado, fidelizar
clientes, melhorar a imagem da empresa, otimizar processos de fabricação e proteger contra
os ciclos econômicos e modernização tecnológica. (PORTAL GESTÃO, 2010).
Um aspecto relevante, que deve ser considerado quando uma organização decide
inovar é o grau de risco e os custos envolvidos nesse projeto. Deste modo, a relação
custo/benefício da atividade de inovação deve ser considerada no seu envolvimento global.
Contudo, é evidente que a dimensão das empresas pode limitar esta perspectiva, numa
empresa de pequeno ou médio porte, um único projeto malsucedido pode ter implicações
dramáticas. Assim, a capacidade de arriscar é em geral, maior quanto maior for a empresa,
pelo que as grandes empresas possuem, por norma, abordagens diferentes da gestão da
inovação em relação as menores. (PORTAL GESTÃO, 2010, p. 1).
RAZÕES E CONDIÇÕES PARA INOVAR
São poucas as organizações que conseguem efetivamente inovar, devido às barreiras
internas ou do ambiente. O autor explica ainda que quando se trata de barreiras à inovação. A
experiência mostra também que o mais difícil é criar a cultura de inovação nas organizações e
não os processos. Para estimular a inovação em uma organização, não basta definir sua
importância na posição estratégica, alocar capital e esforços à produção de conhecimento:
é imprescindível que a cultura e o clima organizacional sejam favoráveis à busca pela
inovação e à manifestação criativa. (ROSSI, 2012).
Quanto aos impactos gerados pelas inovações no desempenho de uma empresa, de
acordo com a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico - OCDE (1997,
p. 27):
Os impactos das inovações podem variar de efeitos sobre as vendas e sobre a fatia de
mercado detida a mudanças na produtividade e na eficiência. Os impactos podem ser
tanto em âmbito industrial e nacional, podem auxiliar no transbordamento de
96
�conhecimento na esfera das organizações e aumentar a quantidade de conhecimentos
que circulam através das redes de comunicação.
Rossi (2012, p. 2-3) afirma que uma cultura de inovação que permite a geração de
novos produtos, processos ou serviços é construída e fortalecida cotidianamente pelas
equipes de inovação. Logo, são as pessoas que fazem a inovação acontecer. O autor explica
inovação nas organizações. Por isso, o processo deve ser
vivo
e
fortalecido
pelos
BARREIRAS À INOVAÇÃO
inovação como uma sequência de etapas independentes, as barreiras ao processo de inovação
de
forma mais simples, as dificuldades inerentes ao processo de inovação, como por exemplo:
obter conhecimentos específicos práticos pela organização, alocar recursos financeiros, obter
recursos humanos qualificados, entre outros (PORTAL GESTÃO, 2010, p. 3).
Pode-se agrupar as principais barreiras à gestão da inovação em sete grupos:
De natureza tecnológica: por exemplo, a tecnologia necessária para a produção
ainda não está suficientemente desenvolvida ou ainda não existe;
De natureza econômico-financeira: a tecnologia existe no mercado, mas é
demasiado dispendiosa, a empresa não tem recursos financeiros que lhe permitam
investir na inovação, etc.;
De natureza humana: aspectos mais subtis onde estão intimamente relacionados os
processos internos da empresa e a forma de operar dos seus recursos humanos;
Barreiras culturais: preconceitos, falta de cooperação, confiança e espírito de
equipe entre colaboradores, resistência à mudança, ambiente de trabalho pouco
harmonioso e coeso, etc.;
Barreiras perceptivas: dificuldade em distinguir o essencial do acessório,
tendência para complicar ou simplificar demasiado os problemas, incapacidade de
visualizar a questão sob diferentes perspectivas, saturação, ver o que se espera (ou se
deseja) ver em vez da realidade, falta de utilização devida dos vários estímulos
sensoriais;
Barreiras emocionais: medo de errar, receio do "ridículo", incapacidade de tolerar
ambiguidade, preferência por julgar ideias, em vez de as gerar, falta de interesse e
motivação, medo de ser mal interpretado, etc.;
Barreiras intelectuais: escolha inadequada de processos mentais, falta de
conhecimentos, dissonância entre as tarefas e as competências, falta de clareza na
comunicação, falta de empenho e de capacidade crítica e reflexiva.
Figueiredo (1989, p. 86) afirma que a relação entre os serviços de informação e a
inovação está relacionada a redução de incertezas no que diz respeito aos processos de tomada
97
�que consiste na aplicação da experiência, intuição e pensamento criativo, para conversão de
Para Farkas (2010) existem inúmeras histórias de bibliotecas que falharam na
implantação de novos serviços. Quando questionado aos gestores destas, qual a razão do
insucesso, as respostas sempre estavam relacionadas a cultura organizacional, quer seja do
controle excessivo dos responsáveis pelas políticas de Tecnologia da Informação (TI) ou pela
falta de familiaridade com as tecnologias por parte dos gestores. Portanto, acredita-se que a
falta de uma gestão eficiente da cultura organizacional em um projeto de implementação de
uma nova tecnologia pode tornar-se uma barreira para o processo de inovação em uma
unidade de informação, mas isso só ocorrerá caso a iniciativa seja mal gerenciada.
No que se refere ao desenvolvimento de inovações em bibliotecas, julga-se como um
inovação é um processo que envolve riscos e os gestores precisam estar dispostos a deixar seu
O autor
complementa ainda que por meio das falhas que surgem os insights para melhorar os serviços
organizacional não é uma tarefa simples, mas as consequências de ficarmos estagnados
(FARKAS, 2010, p. 3).
De acordo com Wasserman (1985, p. 11), o problema da falta de inovação iniciou a
formalizou com a execução de normas rígidas, os profissionais da informação se dedicaram
necessário que a causa da Biblioteconomia seja redefinida para abarcar a responsabilidade de
criar e planejar, ativamente, novos produtos e serviços, mais do que apenas fornecer
informação baseada no que for encontrado nos levantamentos.
Para desenvolver inovações em bibliotecas universitárias é fundamental que os
funcionários recebem não apenas a permissão para inovar, mas que sejam encorajados pelos
diretores para prosseguir em tais projetos. Assim, deve-se criar ações eficientes que busquem
desenvolver a contínua busca pela excelência na qualidade dos serviços de informação
fazendo-se necessário compreender quais são as principais barreiras internas ao processo de
inovação, especialmente inovações do tipo tecnológicas ou de implantação de tecnologias nas
bibliotecas universitárias brasileiras. Considerando as tecnologias um dos principais
98
�elementos ignitores para o desenvolvimento de inovações em produtos (bens e/ou serviços)
em bibliotecas.
METODOLOGIA
Em relação à caracterização da pesquisa trata-se de uma pesquisa bibliográfica do tipo
qualitativa e exploratória. Quanto ao universo da pesquisa, participaram da pesquisa
bibliotecas pertencentes às instituições de ensino superior do tipo universidades públicas e
privadas no Brasil. No que se refere ao tipo de amostra pode-se apontar como probabilística
do tipo aleatória simples, com uma população composta por diretores ou coordenadores de
bibliotecas universitárias. No total foram convidadas 199 bibliotecas, retiradas do portal eMEC, aos quais foram contatadas por telefone e e-mail, destas 138 participaram e
compuseram a amostra da pesquisa.
No que se refere à estruturação do questionário, o mesmo foi estruturado em 2
módulos, sendo respectivamente: módulo 1, caracterização do respondente, visa identificar as
seguintes informações dos participantes (função, setor e nível de capacidade tecnológica da
biblioteca em que atua) e módulo 2, barreiras do desenvolvimento tecnológico visa identificar
a ocorrência e a força dos principais limitadores para a implantação no que se refere ao
desenvolvimento tecnológicos nas bibliotecas universitárias brasileiras. Objetivando a
identificação dos gaps tecnológicos.
Quanto à abordagem da análise de dados as perguntas estruturadas foram analisadas de
forma quantitativa por meio da planilha de cálculo do Excel e as perguntas semiestruturadas
foram analisadas de forma qualitativa por meio do método de análise de conteúdo de Bardin
(2009).
RESULTADOS
No total participaram da pesquisa 138 bibliotecas universitárias. Sendo que 65,22% (90)
são de natureza pública, 31,16% (43) privada e 3,62% (5) comunitária. A relação das regiões
participantes da amostra da pesquisa e da natureza pode ser visualizada na Figura 1.
99
�Figura 1 - Amostra da pesquisa por região e natureza
Amostra da pesquisa
por região
~
Cpntro-
Sul Nordest
25%
Sudeste rte
33% K.
• Centro-Oeste
• Nordeste
• Norte
Sudeste
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Em relação à distribuição da amostra quanto às regiões do país, pode-se constatar que
a região que teve maior participação foi o Sudeste com 33,58% (45), seguido do Sul com
26,12 (35) e Nordeste com 23,88% (32). As regiões com baixa taxa de participação foram
Norte com 8,21 % (11) e Centro-Oeste com 11,19% (15).
Em se tratando da caracterização dos diretores foram identificados o nível de formação
acadêmica e o tempo de atuação em bibliotecas universitárias. A Figura 2 apresenta o resumo
do perfil dos participantes.
Figura 2 - Perfil dos diretores de bibliotecas universitárias no Brasil
Tempo de atuação em
BUs
MAIS DE 10 ANOS
DE 7 A9 ANOS
DE 4 A 6 ANOS
DE 1 A3 ANOS
ATÉ lANO
O
20
40
60
80
100
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
Pode-se identificar que 18,84% (26) possuem graduação, 45,65% (63) possuem
especialização, 27,54% (38) possuem mestrado, e 6,52% (9) possuem doutorado, 0,72% (1)
possui pós-doutorado e 0,72% (1) possui especialização em andamento. Portanto, pode-se
afirmar que a maioria dos diretores de bibliotecas universitárias no Brasil têm buscado meios
de formação continuada para a qualificação profissional.
Ainda se identificou o tempo de atuação dos participantes para verificar a experiência
dos mesmos no contexto universitário. Dentre os resultados, pode-se identificar que 68,84%
100
�(95) possui mais de 10 anos de experiência, 14,49% (20) possui de 7 a 9 anos, 10,87 (15) de 4
a 6 anos, 3,62% (5) possui de 1 a 3 anos e 2,17% (3) possuem até 1 ano de experiência.
Portanto, pode-se identificar que a maioria dos entrevistados possui mais de 10 anos de
experiência de atuação em bibliotecas universitárias.
BARREIRAS
AO
DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
EM
BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS NO BRASIL
Foram mapeadas as principais barreiras do desenvolvimento de inovações com o
intuito de identificar os principais limitadores da inovação em bibliotecas universitárias no
Brasil. As principais barreiras foram caracterizadas quanto aos seus tipos em: perceptivas,
emocionais e humanas, intelectuais e de natureza tecnológica e foram divididas por quatro
níveis de intensidade (barreira inexistente, pequena barreira, barreira moderada e grande
barreira). A Tabela 1 apresenta as barreiras à inovação de acordo com sua intensidade.
Tabela 1
Barreiras à inovação de acordo com a intensidade em bibliotecas universitárias no Brasil
Grande Barreira
Alto custo de implantação de
infraestrutura tecnológica
Alto custo de aquisição de serviços
(softwares)
Alto custo de aquisição dos
equipamentos (hardwares)
Falta de apoio financeiro
n.
108
%
78,26
104
75,36
104
75,36
94
68,12
Falta de apoio governamental
Falta de equipe/profissional de
suporte à tecnologia
Sobrecarga de trabalho (falta de
tempo)
90
52
65,22
37,68
49
35,51
Barreira pequena
Falta de confiabilidade das novas
tecnologias (softwares e hardwares)
Medo de críticas
Medo de falhar
Dificuldade em utilizar e aprender a
usar novas tecnologias
Falta de interesse e motivação da
equipe interna
Falta de interesse dos usuários
Falta de comunicação entre a equipe e
a direção
n.
56
%
40,58
52
52
48
37,68
37,68
34,78
45
32,61
44
43
31,88
31,16
Barreira moderada
Falta de apoio institucional
Falta de planejamento de custos com
tecnologia
Falta de conhecimento de como usar a
tecnologia
Resistência à mudança por parte dos
funcionários
Falta de formação e treinamento em
tecnologia
Barreira inexistente
Resistência à mudança por parte
da direção
Falta de interesse por parte da
direção
n.
59
59
%
42,75
42,75
51
36,96
49
35,51
49
35,51
n.
68
%
49,28
53
38,41
Fonte: Elaborado pela autora (2018).
101
�Em relação as grandes barreiras, ou seja, as que mais interferem no desenvolvimento
de inovações foram indicados o alto custo de implantação de infraestrutura tecnológica (1º
lugar) (econômico financeira), alto custo de aquisição de serviços (softwares) e alto custo de
aquisição dos equipamentos (hardwares) (econômicas financeiras) (ambos em 2º lugar).
Em relação às barreiras moderadas, ou seja, os limitadores que brandamente
interferem nos processos de inovação nas bibliotecas universitárias brasileiras. Pode-se
apontar a falta de apoio institucional (barreira cultural), e falta de planejamento de custos com
tecnologia (barreira perceptiva) (ambas em 1º lugar) e falta de conhecimento de como usar a
tecnologia (barreira intelectual e de natureza tecnológica) (2º lugar).
Em relação às barreiras pequenas, ou seja, os limitadores que interferem pouco nos
processos de inovação, destaca-se falta de confiabilidade das novas tecnologias (barreira
cultural) (1º lugar). E o medo de críticas e de falhar (barreira perceptiva, emocional e humana)
(ambas em 2º lugar).
As duas únicas barreiras consideradas inexistentes, ou seja, os aspectos considerados
pelos respondentes que não interferem no desenvolvimento de inovações, dizem respeito à
resistência à mudança por parte da direção (barreira cultural) (1º lugar) e falta de interesse por
parte da direção (barreira perceptiva, emocional e humana) (2º lugar).
DESAFIOS A INOVAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS NO BRASIL
Foi perguntado também aos participantes da pesquisa quais eram os principais
desafios enfrentados para desenvolver projetos de inovação e quais ações foram
desenvolvidas para eliminar as barreiras. Em relação aos desafios, os respondentes apontaram
diversas barreiras de ordem financeira, como por exemplo: crise econômica, falta de apoio
governamental, falta de investimento para a compra de equipamento e infraestrutura
aspe
ação,
Em relação as ações voltadas para reduzir ou eliminar as barreiras de ordem
financeira, os participantes da pesquisa indicaram iniciativas como: a) Desenvolver um
planejamento constante que vise incluir ações i
102
�da implantação, mas com a pr
responsávei
Outra barreira considerada crítica diz respeito à falta de conhecimento tecnológico por
parte da equipe da biblioteca. De acordo com o diretor (ID 62):
Foram identificados diversos empecilhos, principalmente ligados a falta de
capacitação da equipe e barreiras culturais para a mudança, também há a
questão de recursos financeiros para o investimento, nos deparando com limitações
quanto a aquisição de hardware e software necessários em algumas ocasiões,
mas que são menos impactantes do que a falta de capacitação visto a vasta opção
de softwares livres e gratuitos disponíveis para muitas das funções que a biblioteca
exerce. (grifo nosso).
Portanto, defende-se que investir em capacitação profissional é investir na melhoria
dos processos e na prestação de produtos (bens e/ou serviços de qualidade). Entretanto, de
acordo com o depoimento do diretor de biblioteca (ID 7), a falta de conhecimento tecnológico
por parte da equipe constitui-se uma barreira de alto nível de criticidade:
Um dos grandes empecilhos que dificultam o desenvolvimento de inovações na
biblioteca é a falta de conhecimento tecnológico por parte dos profissionais
bibliotecários. Parte do empecilho foi eliminado ao contratar um bibliotecário com
maior conhecimento, entretanto, existe um plano para contratar mais
bibliotecários com curso formal em tecnologia (computação, sistemas) que
possam planejar e realizar as inovações de forma independente (sem depender
tanto da equipe de tecnologia de informação). (grifo nosso).
Acredita-se que a competência tecnológica é um conhecimento essencial das
bibliotecas, principalmente das bibliotecas universitárias que lidam com usuários com
demandas informacionais bastante complexas. Como sugestão para tentar amenizar os
problemas com a falta de conhecimento tecnológico, sugere-se a capacitação e o treinamento
constantes.
No que se refere à falta de suporte de TI, aponta-se que o mesmo ocorre, porém de
forma muito escassa, ou que na maioria das vezes pouca atenção tem sido dada ao setor da
biblioteca comparado com os outros setores da universidade. Como solução para tal
s que foram
103
�administração superior quanto à necessidade da inovação nas bibliotecas [...]
-reitora apontando os problemas e a
necessidade de colaboração das equipes para o desempenho institucional [...]. (ID 276); e c)
setores da universidade,
principalmente com a TI (ID 304).
Portanto, atenta-se ao fato de que atualmente, a biblioteca está migrando para uma
nova função como um ambiente para produção do conhecimento, contribuindo para a
inovação e desenvolvimento social. Para tanto, deve desenvolver qualidades básicas e adotar
novas condutas de gestão com enfoque no desenvolvimento da competência em informação
(information literacy). Essa nova função exige uma equipe técnica inter e multidisciplinar,
para buscar soluções para os diferentes problemas que se apresentam, oferecendo a
informação com o valor agregado esperado pelos clientes/usuários. (ECKHARDT; LEMOS,
2007, p. 307).
Acredita-se que a falta de apoio da direção influencia no desenvolvimento de
inovações nas bibliotecas, o diretor de biblioteca (ID 101) argumenta que:
A maioria dos profissionais que trabalham em bibliotecas não tem
conhecimento adequado das tecnologias, não apenas para manusear, mas
também para desenvolver novas tecnologias. A inovação fica dependente de
profissionais de TI, e em grande parte das vezes são minoria em bibliotecas. Isso
deveria ser modificado. [...] Hoje, nas bibliotecas, tudo é informatizado. Dessa
forma, é importante que existam mais profissionais de tecnologia nas
bibliotecas. [...] As principais ações para eliminar este problema seriam:
contratação de profissionais de TI nas bibliotecas, capacitar os profissionais de
Biblioteconomia para criar soluções voltadas para a inovação tecnológica. (grifo
nosso).
Destaca-se o relato do diretor de biblioteca (ID 101), pois realmente em alguns casos
vemos que muitos projetos desenvolvidos pelas direções das bibliotecas possuem prioridades
tecnológicas distorcidas, sendo gastos recursos como dinheiro, tempo e pessoal com poucos
resultados e benefícios. Além disso, atenta-se ao fato de que para inovar as bibliotecas
necessitam juntar forças com equipes multidisciplinares como profissionais de TI para
desenvolver projetos para desencadear o desenvolvimento tecnológico.
DISCUSSÃO
Entre as barreiras que mais interferem no desenvolvimento de inovações estão as
barreiras do tipo econômico financeiras. Atenta-se ao fato de que cada vez mais recursos estão
104
�sendo reduzidos e em alguns casos até restringidos de organizações públicas e privadas, logo
considera-se um desafio constante o convencimento da importância do investimento
tecnológico para a organização. Acredita-se que bibliotecários e diretores de biblioteca
precisam investigar intensamente as opções de mercado, sobre as vantagens e desvantagens
das tecnologias, investigar as tendências tecnológicas da área, monitorar e prospectar produtos
(bens e/ou serviços de informação) para dessa forma obterem subsídios para desenvolver e
apresentar projetos e propostas viáveis de implantação de novas tecnologias.
No que se refere à falta de conhecimento de como usar a tecnologia, acredita-se que
esta deveria ser uma barreira inexistente. A atualização profissional por meio de cursos de
curta duração e por meio de educação formal como cursos de pós-graduação deveria ser
incentivado pela direção da biblioteca e pela instituição mantenedora.
Algumas das barreiras apontadas como de pequena intensidade, como a falta de
confiabilidade das novas tecnologias, medo de críticas, dificuldade em utilizar e aprender a
usar novas tecnologias, nem mesmo deveriam existir dentro do ambiente das bibliotecas
universitárias. Estas barreiras culturais, normalmente ocorrem pelo conservadorismo e pela
falta de conhecimento a respeito das características e vantagens das novas tecnologias. Para
inovar é necessário correr riscos, não ter medo da mudança e estar aberto a críticas e
sugestões. Com relação a dificuldade em utilizar a aprender a usar novas tecnologias,
considera-se como uma das barreiras mais críticas. A tendência é que cada vez mais as
tecnologias estejam intrínsecas ao ambiente das bibliotecas. Portanto, sugere-se que os
bibliotecários busquem formas de maneira periódica para se atualizarem por meio de cursos e
de educação continuada para aprenderem a utilizar novas tecnologias. Para Hodge (2013)
outra recomendação importante é que sejam centralizados canais de informação para que os
bibliotecários possam se atualizar, trocar ideias e visualizar tendências como blogs, vídeos e
podcast, entre outros. Essa conduta poderia resultar em um repositório centralizado de boas
ideias.
Entende-se que a mudança deve vir por parte de toda a equipe, desde o mais alto
escalão até o estagiário, porém defende-se que para que hajam realmente mudanças os
funcionários devem ser constantemente encorajados pelos diretores para prosseguir com
propostas inovadoras. (HODGE, 2013, p. 77). Quando se refere à incentivo, não se trata
apenas de incentivo financeiro, mas meios de facilitar ou promover a criação e o
compartilhamento de ideias. Muitas organizações vêm desenvolvendo ambientes de trabalho
105
�criativos (Google, Facebook, Dropbox, entre outras)3 e em alguns casos como a Google,
disponibilizam vinte por cento do tempo de trabalho semanal da equipe para geração de novas
ideias, esses grupos têm desenvolvido ideias sem orçamento e sem recursos. O que eles
possuem é um grupo de pessoas que estão comprometidas com uma ideia e dispostas a
trabalhar para convencer o resto da empresa a adotá-la.
Para Hodge (2013, p. 77) uma excelente estratégia para encontrar, identificar,
selecionar boas ideias para saber quais tecnologias farão partes da vida cotidiana das
bibliotecas é por meio da consulta fontes de informação preditivas, tais como o Hype Cycle e
o Relatório Horizon que apresentam aplicações de tecnologias e como elas podem ser
potencialmente relevantes para resolver problemas reais e explorar oportunidades. Esses
relatórios são publicados on-line e gratuitamente todos os anos e incentivam os bibliotecários
a ser tornarem mais proativos, em vez de reativos, criando soluções para problemas que ainda
não existem.
Farkas (2010, p. 2) apresenta algumas sugestões para auxiliar o pessoal da biblioteca a
construir serviços inovadores de forma bem-sucedida: a) incentive a equipe a aprender a
utilizar as novas tecnologias. Tendências tecnológicas devem ser absorvidas por todos os
membros da equipe da biblioteca; deixe um tempo disponível dentro do expediente de
trabalho para a equipe desenvolver novas ideias; b) mantenha a mente dos funcionários
aberta. Em um projeto os gerentes devem criar um ambiente onde os funcionários se sintam
confortáveis para compartilhar novas ideias, independentemente de sua posição no quadro
organizacional; c) a biblioteca não será capaz de inovar se a administração não está disposta
em investir tempo em pesquisa e desenvolvimento. Se você quiser criar novos serviços é
preciso dedicar tempo do pessoal para desenvolver novos serviços; d) dar tempo ao pessoal
para experimentar novas tecnologias. Muitas empresas inovadoras dedicam algum tempo do
expediente do trabalho de seus funcionários para projetar novas ideias. Portanto, é necessário
desenvolver uma cultura tolerante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se apontar que, o bibliotecário apesar estar inserido num ambiente de constantes
mudanças, raramente é responsável por desenvolver inovações. O que se observa é que, quase
em sua totalidade, as bibliotecas têm sido consumidoras e seguidoras tardias de inovações.
3
A lista completa dos 13 escritórios inovadores e inusitados pelo mundo pode ser consultado no site:
https://queminova.catracalivre.com.br/inova/13-escritorios-inusitados-pelo-mundo/
106
�Muitas delas, principalmente no contexto brasileiro, não promovem produtos (bens e/ou
serviço) inovadores para seus usuários.
Identificou-se que as organizações sejam elas públicas ou privadas estão inseridas em
um ambiente composto por fatores que podem impulsionar ou prejudicar o desenvolvimento
de inovações. Recomenda-se, diante disso, desenvolver ações no sentido de eliminar ou
reduzir as barreiras à inovação e identificar formas de incentivo por meio dos facilitadores.
Pode-se atentar também, ao fato de que para inovar as organizações, bem como as
bibliotecas não precisam necessariamente de equipamentos tecnológicos de última geração, de
grandes equipes de trabalho, de muitos recursos financeiros ou de um setor específico de
P&D. O que carecem na verdade é de uma série de elementos combinados com uma cultura
organizacional voltada à inovação, do apoio da alta administração e de uma liderança voltada
à mudança. Além disso, é necessário que toda a equipe de trabalho reconheça os valores e os
benefícios que estas mudanças podem trazer para eles, para a própria organização e em
esferas maiores, para a sociedade como um todo. Dessa forma, é relevante que cada
colaborador compreenda o significado das mudanças ocorridas no ambiente de trabalho e
receba a devida capacitação e treinamento para se adaptar às novas mudanças.
A inovação não deve ser considerada como um fenômeno natural, mas precisa ser
analisada à luz de dimensões econômicas, políticas, sociais e filosóficas, levando-se em
considerações o contexto (em nível micro e macro) no qual está inserida. Defende-se que as
organizações necessitam de processos estruturados de gestão da inovação para manterem-se
competitivas e entende-se a inovação como a principal alavanca no processo de criação de
valor. Dessa forma, atenta-se para a necessidade de os bibliotecários serem mais proativos,
buscando novas soluções para problemas atuais e futuros. Espera-se também que eles
desenvolvam projetos mais ousados e percam o medo de assumir riscos em seus projetos.
Além disso, almejada conformidade de suas tarefas e funções e promovam inovações tecnológicas quanto as suas
funções e atividades, espaços, suportes da informação, bem como produtos (bens e/ou
serviços) de informação.
REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. 4. ed. rev ed. Lisboa, 2009.
DRUCKER, P. F. Inovação e espírito empreendedor: prática e princípios. São Paulo: Pioneira
Thomson, 2003.
107
�ECKHARDT, M.; LEMOS, A. C. F. V. DE. O Impacto da Tecnologia da Informação e
Comunicação. Sociais e Humanas, v. 20, n. Especial, p. 295 312, 2007.
FARKAS, M. G. Technology in Practice. Nurturing Innovation: Tips for Managers and
Administrators. American Libraries, v. 41, n. 10, p. 29 31, 2010.
FIGUEIREDO, N. Inovação, produtividade e sistemas de informação. Ciência da Informação, v.
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HODGE, M. The Constant Innovator: A New Organizational Mode of Experimentation. In:
Frierson; K. Leeder (Eds.); Planning Our Future Libraries: Blueprints for 2025, Chicago, IL:
American Library Association, 2013.
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108
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Barreiras a inovação tecnológica em bibliotecas universitárias no Brasil.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Passos, Ketry Gorete Farias dos; Varvakis, Gregório Jean
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Um dos fatores mais críticos das bibliotecas atualmente é que elas costumam tardar no desenvolvimento de inovações. Atualmente, vários fatores internos e externos têm dificultado esse desenvolvimento. Logo, torna-se relevante identificar quais são as principais barreiras que dificultam o desenvolvimento tecnológico e discutir as principais formas de tentar superá-las. Frente a esses desafios, o presente artigo objetiva investigar as principais barreiras à inovação em bibliotecas universitárias no Brasil. Quanto aos procedimentos metodológicos trata-se de uma pesquisa bibliográfica, qualitativa e exploratória. O universo da pesquisa é composto por 138 bibliotecas universitárias. Quanto aos resultados foram caracterizadas as bibliotecas, o perfil dos diretores, as barreiras, bem como foram descritos os principais desafios e as alternativas para reduzir ou minimizar estes empecilhos. Para concluir, sugere-se que para inovar as bibliotecas não precisam necessariamente de equipamentos tecnológicos de última geração ou de muitos recursos financeiros, mas de uma série de elementos combinados com uma cultura organizacional voltada à inovação, do apoio da alta administração e de uma liderança voltada à mudança.
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pt
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b4aa89ba8620a03ab6370af0a21836eb
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Eixo I
Inovação e Criação
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO AUXILIAR DE BIBLIOTECA E PELO
TÉCNICO EM BIBLIOTECONOMIA
ACTIVITIES DEVELOPED BY LIBRARY ASSISTANT AND TECHNICIAN
Resumo: Este trabalho tem como objetivo apresentar um rol de atividades passíveis de serem
desenvolvidas por Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, visto serem
escassas as publicações que tratam sobre o tema. Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva
e aplicada. O levantamento de dados foi por meio de pesquisa bibliográfica. Optou-se por
apresentar as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e dos Técnico em Biblioteconomia
conforme previsto na divisão de atividades sugeridas pela Classificação Brasileira de
prestados pelas bibliotecas não citados nas atividades mencionados pela CBO, amparados
pela literatura da área. Conclui-se que a literatura vai ao encontro do que propôs a CBO,
descrevendo as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, com
informações relevantes que podem ser utilizadas como norte para a administração de
biblioteca, quanto à distribuição de rotinas/tarefas e gestão de pessoas. É importante
mencionar que todas as atividades desses profissionais devem ser acompanhadas por
bibliotecários, como mencionado na legislação.
Palavras-chave: Auxiliar de Biblioteca. Técnico em Biblioteconomia. Atividades
profissionais. Gestão de Biblioteca. Legislação.
Abstract: This paper aims to present a list of activities that can be developed by Library
Assistants and Library Technicians, since there are few publications that address this topic.
This research is characterized as descriptive and applied. The data collection was done
through bibliographic research. It was decided to present the activities of Library Assistants
and Library Technicians in accordance to the division of activities suggested by the Brazilian
Classification of Occupations (CBO), adding a new group, called "Others", for services
provided by libraries that are not mentioned by CBO but are supported by the literature of the
area. The conclusion is that the literature is consistent with the CBO proposals, describing the
activities of Library Assistants and Library Technicians, with relevant information that can be
used as a library management tool for the distribution of routines / tasks and people
management. It is important to mention that all activities of these professionals should be
accompanied by librarians, as mentioned in the Brazilian legislation.
77
�Keywords: Library Assistant. Library Technician. Professional activities. Library
Management. Legislation.
1 INTRODUÇÃO
O Auxiliar de Biblioteca, assim como o Técnico em Biblioteconomia, é um dos
profissionais responsáveis por auxiliar na execução das tarefas rotineiras de uma biblioteca
ou de um centro de documentação. Esses profissionais atuam em inúmeras atividades, nos
mais diversos setores, desde a recepção, passando pelo atendimento até o tratamento,
organização do acervo e contribuições com a gestão, sob a supervisão de bibliotecário com
registro em CRB.
É nessa ótica que os Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia são
abordados neste trabalho, como objeto de estudo. A motivação dos autores foi a constatação
de que, na literatura da área de biblioteconomia e ciência da informação, pouco se discute a
respeito da importância desses profissionais para as bibliotecas.
A legislação brasileira também é bastante restrita quanto a essa questão, pois a
Resolução do Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) n. 075, de 28 de abril de 1973, que
trata sobre as atribuições dos Auxiliares de Bibliotecas, foi revogada pela Resolução CFB n.
90, de 22 de agosto de 2008, considerando que a redação da Resolução anterior não condizia
com o disposto na legislação que regulamenta a profissão de bibliotecário e também que o
CFB não reconhece a formação do Auxiliar de Bibliotecas para fins de concessão de registro
profissional. Por isso optou-se neste trabalho por apresentar as atividades dos Auxiliares de
Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia conforme previsto na divisão de atividades
sugeridas pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), acrescentando um novo grupo,
competências, atendimento acessível, entre outros prestados pelas bibliotecas ou amparados
pela literatura da área, mas não mencionado nas atividades indicadas pela CBO.
Os serviços desenvolvidos pelas bibliotecas serão classificados conforme os
agrupamentos: 1. Participar do processo de disseminação da informação; 2. Atender o usuário
nas formas presencial e à distância; 3. Tratar informação e documentos; 4. Realizar a
manutenção do acervo; 5. Realizar atividades técnico-administrativas; 6. Organizar atividades
culturais e de extensão; 7. Participar da organização e manutenção do ambiente.
78
�O objetivo principal deste trabalho é apresentar um rol de atividades passíveis de
serem desenvolvidas por Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, visto
serem escassas as publicações que tratam sobre o tema.
Neste trabalho optou-se como princípio a classificação das atividades de Auxiliares de
Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia como similares, uma vez que a literatura da área
e a CBO, basicamente, os distinguem pelo tempo de experiência e pela formação técnica de
nível médio. Ainda, o CBO (BRASIL, 2002) apresenta os seguintes sinônimos para Auxiliar
de biblioteca: Assistente de Biblioteca, Auxiliar bibliotecário, Auxiliar de Serviços de
Biblioteca; e para o Técnico em Biblioteconomia: Técnico de Biblioteca, Técnico de
Documentação e Informação, Técnico em Documentação, Tratador de Documentos
(Biblioteconomia).
2 O PAPEL DOS AUXILIARES DE BIBLIOTECAS E DOS TÉCNICOS EM
BIBLIOTECONOMIA
As Bibliotecas Universitárias devem buscar satisfazer as necessidades educacionais,
culturais, científicas e tecnológicas da comunidade acadêmica e instituições em que estão
inseridas. O seu grande objetivo é atender as necessidades de estudo, de consulta e de
pesquisa, bem como, fomentar o hábito de estudos nos universitários, provendo documentos e
fontes de informação com a finalidade de estimular e atender às necessidades da comunidade
acadêmica, no que diz respeito ao desenvolvimento do ensino, pesquisa e extensão.
Segundo Gomes (2009), o espaço das bibliotecas deve ser privilegiado, de forma a
favorecer a interação e o encontro entre usuário e autor, entre o novo e o antigo, entre o
científico e o cultural, entre o bibliotecário e os demais colaboradores da biblioteca, orientada
para uma perspectiva humana, e todos os produtos, os serviços e os procedimentos só fazem
sentido quando as pessoas (colaboradores, usuários e autores) são tomadas como o parâmetro
estruturador.
A Lei nº 4.084, de 30 de junho de 1962, que dispõe sobre a profissão do Bibliotecário
e regula seu exercício, garante a esse profissional a administração e direção de bibliotecas,
entre outras atividades que lhe são afetas. Entretanto, uma biblioteca não se sustenta,
unicamente, com esse profissional, surgindo o papel fundamental dos Auxiliares de Biblioteca
e Técnicos em Biblioteconomia, representando uma expressiva cooperação para a prestação
de serviços e produtos aos usuários de uma biblioteca. Segundo Silva e Araújo (2014, p. 16),
79
�A CBO nos diz que os Auxiliares de Biblioteca são técnicos de nível médio que estão
no início de carreira, cujo exercício não requer experiência profissional anterior (BRASIL,
2002). Segundo Romani e Borszcz (2006), a previsão para o exercício pleno das atividades é
entre quatro e cinco anos de experiência. Esses profissionais atuam no tratamento,
recuperação e disseminação da informação e executam atividades especializadas e
administrativas relacionadas à rotina de unidades ou centros de documentação ou informação,
quer no atendimento ao usuário, quer na administração do acervo, ou na manutenção de
bancos de dados. Participam da gestão administrativa, elaboração e realização de projetos de
extensão cultural; colaboram no controle e na conservação de equipamentos; participam de
treinamentos e programas de atualização.
Segundo Ferreira (2006) os Auxiliares de Biblioteca são profissionais sem formação
específica. Esses trabalhadores estão diariamente a lidar com as demandas dos usuários por
informações, mais especificamente quando são designados para o serviço de referência.
No que refere-se aos demais serviços peculiares ao ambiente das bibliotecas, eles
executam tarefas de apoio ao bibliotecário na aquisição e no processamento técnico, bem
como na parte administrativa. Quando lotados em bibliotecas de maior porte, com serviços
distribuídos em setores, esses trabalhadores tendem a se especializar em determinadas tarefas.
Porém, quando trabalham em bibliotecas menores, com um ou no máximo dois bibliotecários,
passam a executar um número maior de atividades (SILVA; ARAÚJO, 2003).
Na mesma esteira, Sena (2017) expõe que o Auxiliar de Biblioteca é o profissional
responsável por executar atividades auxiliares especializadas e administrativas relacionadas à
rotina de bibliotecas. Um Auxiliar de Biblioteca contribui no tratamento, recuperação e
disseminação da informação em ambientes físicos ou virtuais, atuando em atividades de
atendimento ao usuário, de controle e de conservação de documentos e equipamentos, de
aquisição, de catalogação e de classificação de materiais bibliográficos e documentais, além
do auxílio ao gerenciamento de bibliotecas.
Segundo Santos e Neves (2017), o Auxiliar de Biblioteca tem como responsabilidade a
execução de tarefas administrativas relativas à comunicação escrita e oral; realizar serviços
reprográficos; executar pequenos reparos em obras danificadas; preparar documentos para
circulação; controlar a guarda e a retirada dos pertences dos usuários; efetuar serviços de
empréstimo; guardar documentos; controlar o uso adequado das dependências da biblioteca.
Quanto ao Técnico em Biblioteconomia, segundo a Lei n. 13.601, de 9 de janeiro de
2018, que regulamenta o exercício da profissão, considera-se Técnico em Biblioteconomia o
80
�profissional legalmente habilitado em curso de formação específica de nível médio, com
diploma
expedido no Brasil, por escolas oficiais ou reconhecidas na forma da lei
ou expedido por escola estrangeira, revalidado no Brasil de acordo com a legislação em
vigor, e deve exercer suas atividades sob a supervisão de um bibliotecário com registro em
CRB (BRASIL, 2018b).
A recomendação do Ministério da Educação (MEC) é que os cursos de formação do
Técnico em Biblioteconomia tenham carga horária mínima de 800 horas e possuam a seguinte
específico e atualizado. Brinquedoteca.
infra-
Laboratório de informática com acesso a bancos de dados e ambientes virtuais de atendimento
oferecem essa formação estão o Senac, institutos federais de ensino e escolas técnicas.
Nos termos da Lei n. 13.601, de 9 de janeiro de 2018,
Compete aos Técnicos em Biblioteconomia, observando-se os limites de sua
formação e sob a supervisão do Bibliotecário: I - auxiliar nas atividades e serviços
concernentes ao funcionamento de bibliotecas e outros serviços de documentação e
informação; II - auxiliar no planejamento e desenvolvimento de projetos que
ampliem as atividades de atuação sociocultural das instituições em que atuam.
(BRASIL, 2018b).
No projeto de lei, inicialmente, constava a obrigatoriedade do registro no CFB, que
teria competência para elaborar um Código de Ética do profissional, além de determinar a
anuidade, atribuições e a fiscalização da profissão. Contudo, o artigo sobre essa questão foi
vetada no momento de aprovação da nova legislação.
a conselho profissional a competência para dispor sobre atribuições típicas da
profissão e para fixar anuidade, o dispositivo incide em inconstitucionalidade
Segundo Carvalho (2011), a inconstitucionalidade material ocorre quando, o conteúdo
de uma regulamentação, afronta totalmente ou parcialmente, outro dispositivo constitucional,
legislativo com o parâmetro constitucional, mas também a aferição do desvio de poder ou do
material se dá quando a
norma vai contra os ditames expostos na Constituição ou contra as vertentes do princípio da
proporcionalidade (adequação e necessidade). São exemplos: uma lei que fere o princípio
constitucional da isonomia ou uma lei discriminatória que afronta o princípio da igualdade.
81
�Em ambos os exemplos verifica-se incompatibilidade substantiva ou de conteúdo com a
Constituição.
A aprovação da Lei n. 13.601 gerou discussões na comunidade de biblioteconomia e
houve opiniões divergentes sobre essa nova legislação. O Projeto de Lei n. 6.038, de 2013,
que culminou na lei de regulamentação do técnico em biblioteconomia, justifica a iniciativa
como uma medida necessária para viabilizar a Lei n. 12.244, de 24 de maio de 2010, que
exige que todas as instituições de ensino do país possuam uma biblioteca até o ano 2020 e que
haja um responsável com formação universitária em Biblioteconomia. Segundo o deputado
José Stédile, que propôs o projeto,
[...] essa meta não será viável se não houver uma mobilização de incentivo de cursos
técnicos em biblioteconomia, tendo em vista que nem todos os Estados brasileiros
possuem curso universitário.
Aliás, as atuais condições impostas pelo crescimento do mercado de trabalho já
revelam situações adversas que exigem a intervenção legislativa: diversas
publicações, a exemplo do Censo Escolar 2010 e do site do Conselho Federal de
Biblioteconomia, demonstram que, apenas para cumprir a exigência da Lei n.º
12.244/10 quanto à formação universitária em Biblioteconomia, seria necessário
formar mais de 150 mil bibliotecários nos próximos 10 anos.
Assim, na falta de profissionais graduados em número suficiente para assumir a
função, vem crescendo a procura por profissionais de nível médio para atender as
bibliotecas ou os centros de documentação e informação, públicos ou privados, na
rede escolar ou universitária, no âmbito comunitário, nas indústrias, nos comércios,
nos clubes sociais, nos hospitais, nas instituições culturais, etc. A oportunidade e
relevância da medida, portanto, é inconteste. (BRASIL, 2013).
Para um grupo de bibliotecários, a regulamentação do Técnico de Biblioteconomia é
vista como uma ameaça e uma precarização das bibliotecas, pois os gestores podem optar por
contratar um técnico ao invés de um bibliotecário, levando em conta somente questões
financeiras. Por outro lado, alguns acreditam que o papel do técnico servirá para agregar mais
valor às atividades desenvolvidas e o bibliotecário poderá contar com uma equipe mais
qualificada para auxiliá-lo (PAULA, 2017).
Noutro giro, cabe mencionar que, por meio do Decreto n. 9.262, de 9 de janeiro de
2018, que extingue cargos efetivos vagos e que vierem a vagar dos quadros de pessoal da
administração pública federal, e veda abertura de concurso público e provimento de vagas
adicionais para os cargos que especifica, extinguiu diversas vagas, entre elas, de bibliotecário
e de Auxiliar de Biblioteca da esfera federal (BRASIL, 2018a). Entretanto, para este trabalho,
manteremos a citação de ambos os termos, Auxiliar de Biblioteca e Técnico em
Biblioteconomia, uma vez que suas atividades muito se assemelham.
3 PERCURSO METODOLÓGICO
82
�Nesta sessão elencam-se os procedimentos metodológicos para a realização desta
pesquisa sobre as atividades e rotinas dos Auxiliares de Biblioteca e Técnico em
Biblioteconomia. Com relação ao objetivo, esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, pois
pretende descrever os fatos e fenômenos de determinada realidade. É aplicada, quanto à sua
natureza, visto que tende a uma aplicação prática sobre as atividades do Auxiliar de Biblioteca
e Técnico em Biblioteconomia.
Segundo Gil (2010) a pesquisa descritiva tem como objetivo principal a descrição das
características de determinado fenômeno e também a busca de recursos para melhorar as
práticas sem entrar no mérito de seu conteúdo. Nesse caso, observou-se a evolução e as
práticas dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia com a perspectiva de
servir como reflexão e contribuição para evolução das rotinas nas bibliotecas (GOMES,
2010).
Quanto aos procedimentos, optou-se pela pesquisa bibliográfica, que segundo Gil
(2008), é desenvolvida, com base em material já elaborado, constituído principalmente de
livros e artigos científicos. No presente trabalho, foram consultadas também leis, resoluções,
projeto de lei e a descrição das ocupações definidas pela CBO.
Como dito anteriormente, há pouca literatura sobre o Técnico em Biblioteconomia e a
resolução anterior do CFB, de 1973, sobre esses profissionais foi revogada em 2008 por não
estar de acordo com a legislação que regulamenta a profissão de bibliotecário. Por isso, optouse pela utilização da descrição da CBO para nortear o mapeamento das atividades dos
Técnicos em Biblioteconomia.
A CBO foi criada pela Portaria n. 397, de 09 de outubro de 2002, com a finalidade de
identificar as ocupações no mercado de trabalho brasileiro e possui apenas fins
administrativos e classificatórios. Não tem, portanto, poder para regulamentar as profissões.
Para a ocupação do Auxiliar de Biblioteca e Técnicos em biblioteconomia, a CBO
dividiu as áreas de atividades em 7 categorias: 1. Participar do processo de disseminação da
informação; 2. Atender o usuário nas formas presencial e à distância; 3. Tratar informação e
documentos; 4. Realizar a manutenção do acervo; 5. Realizar atividades técnicoadministrativas; 6. Organizar atividades culturais e de extensão; 7. Participar da organização e
atividades não mencionadas pela CBO. Esse agrupamento foi utilizado para criar um quadro
de atividades a serem desenvolvidas pelo Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em
Biblioteconomia, com complementação, quando necessárias, de atividades extraídas de
83
�citações da literatura acadêmica-científica da área de Biblioteconomia e Ciência da
Informação ou sugeridas pelos autores do presente artigo. Na criação desse quadro, foram
observadas a atualidade das atividades e as novas tarefas oriundas das inovações tecnológicas,
da evolução da profissão, já absorvidas pelas bibliotecas e outras unidades de informação em
suas rotinas diárias.
4 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO AUXILIAR DE BIBLIOTECA E
TÉCNICO EM BIBLIOTECONOMIA
Os Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia são pouco estudados,
apesar de ser a maioria dos colaboradores em numerosas bibliotecas. Auxiliam os
bibliotecários a adquirir, preparar e organizar materiais. Muitas vezes, o Auxiliar de
Biblioteca ou o Técnico em Biblioteconomia estão na linha de frente, no atendimento, em
contato direto com os usuários, possibilitando assim, contribuir na gestão e na prestação de
serviços da biblioteca.
A seguir, no Quadro 1, são apresentadas as atividades inerentes aos Auxiliares de
Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, conforme recomendações da CBO (BRASIL,
2002)2, acompanhadas de atividades de sua responsabilidade, apontadas na literatura da área,
ou complementadas pelos autores conforme a especificidade de cada tópico.
Quadro 1 - Atividades inerentes aos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia*
1. Participar do processo de disseminação da informação processo de disseminar informações envolve dois aspectos fundamentais: o pressuposto de que há
informações a serem disseminadas e que o próprio processo envolve estratégias e técnicas de
e diversas informações da biblioteca.
Atividades:
- Orientar o usuário sobre as diversas linguagens para recuperação da informação
- Elaborar mural
- Elaborar folhetos
- Elaborar alertas bibliográficos
- Elaborar cartazes
- Participar da elaboração de manuais de procedimentos
- Preparar painel para exposição das novas aquisições
- Orientar o usuário na preservação do acervo
- Participar de redes de discussão em diferentes meios
- Participar na elaboração de publicações
- Divulgar materiais promocionais e eventos culturais
BRASIL. Ministério do Trabalho. Comissão Brasileira de Ocupações (CBO). Relatório de família:
Técnicos em biblioteconomia. Brasília, 2002. Disponível em:
<http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/tabua/ResultadoConversaoFamilia.jsf>. Acesso em: 10 jan. 2018.
84
�- Auxiliar nas atividades de ensino à distância
- Auxiliar na organização de teleconferências
- Elaborar clipping
Outra atividade citadas na literatura:
- Auxiliar na Disseminação Seletiva da Informação (DSI) (SILVA; ARAÚJO, 2014)
2. Atender o usuário nas formas presencial e à distância - Segundo Silva e Araújo (2014) a
biblioteca atende diariamente a vários tipos de usuários em busca de diversas informações. As
atividades de atendimento estão relacionadas ao público em geral e potencial da biblioteca, presencial
ou a distância. O alto conceito da qualidade em produtos e serviços prestados pela biblioteca está
intimamente ligado ao bom atendimento.
Atividades:
- Orientar o usuário sobre o funcionamento, regulamento e recursos da unidade de informação
- Emprestar material do acervo
- Cadastrar o usuário
- Pesquisar por solicitação do usuário
- Realizar serviços de comutação
- Realizar empréstimos entre bibliotecas
- Cobrar devolução de empréstimos
- Controlar empréstimo, devolução, renovação e reserva de material
- Auxiliar na editoração de trabalhos acadêmicos
- Auxiliar o usuário em pesquisa bibliográfica
- Aplicar sanções ao usuário
- Fazer levantamentos bibliográficos
- Reservar material bibliográfico
- Orientar nas normas de apresentação de trabalhos acadêmicos
- Digitalizar materiais
- Monitorar visitas à biblioteca
- Auxiliar na capacitação do usuário para o uso e apropriação da informação
- Pesquisar bases de dados
- Localizar material no acervo
- Atualizar o cadastro de usuários
- Controlar agenda de eventos e cursos
- Confeccionar o cartão de identificação do usuário
- Participar do estudo das demandas existentes e potenciais
Outras atividades recomendadas:
- Recepcionar e atender os usuários (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Orientar os leitores a operar os sistema utilizado pela biblioteca quando informatizada (SILVA;
ARAÚJO, 2014)
- gerenciar a entrada e saída de usuários do prédio da biblioteca (Do autor, 2018)
- Muitas bibliotecas disponibilizam o empréstimo de guardavolumes e fazem o controle das chaves dos
Armários que acondicionam os pertences dos usuários durante a sua permanência no interior das
bibliotecas. Portanto, cabe ao Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia gerenciar por
meio de sistema automatizado ou manual as chaves dos guarda-volumes.
3. Tratar informação e documentos - As atividades operacionais relacionadas à gestão e tratamento
técnico da coleção têm por objetivo gerar e adequar informações técnicas, culturais, científicas e
tecnológicas no âmbito do sistema de gerenciamento da biblioteca (ROMANI; BORSZCZ, 2006).
Segundo Silva e Araújo (2014) e Estabel e Moro (2014) aplica-se as técnicas da biblioteconomia no
tratamento dos documentos visando a recuperação da informação, antes da disponibilização dos
materiais aos usuários.
Atividades:
- Auxiliar na aquisição de documentos para incorporação ao acervo
- Tombar documentos para incorporação ao acervo
- Auxiliar na seleção de documentos para incorporação ao acervo
- Participar do processo de consistência da base de dados
85
�- Participar da organização da hemeroteca
- Magnetizar documentos do acervo
- Etiquetar documentos
- Auxiliar na pré-catalogação de documentos
- Alimentar bases de dados
- Arquivar a produção acadêmica
- Cadastrar a produção científica do corpo docente
- Carimbar documentos
- Cadastrar documentos
- Desdobrar fichas catalográficas
- Arquivar fichas catalográficas
- Conferir a existência de defeitos nos documentos adquiridos
- Prestar informações para desenvolvimento de programas de computador para sistemas de informação
- Auxiliar na indexação de documentos
- Realizar permutas de material bibliográfico
- Controlar aquisição de documentos
- Controlar doação de documentos
- Auxiliar na elaboração de resumos
- Auxiliar na classificação de documentos
Outras atividades citadas na literatura:
- Ativar e desativar etiquetas RFID no empréstimo e devolução ou no processamento técnico
(OLIVEIRA; OLIVEIRA; AMARAL, 2014)
- Enviar correspondência de agradecimento pelas publicações recebidas (GOMES, 2009, SILVA;
ARAÚJO, 2014 )
- Abrir/conferir a paginação das obras (GOMES, 2009, SILVA; ARAÚJO, 2014 )
- Conferir pedidos de aquisição (GOMES, 2009, SILVA; ARAÚJO, 2014 )
- Organizar catálogos de livreiros (GOMES, 2009, SILVA; ARAÚJO, 2014 )
- Recolher e encaminhar as sugestões de usuários para novas aquisições (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Encomendar e entrar em contato com livrarias e editoras solicitando propostas de fornecimento e
verificando as melhores condições de preços (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Conferir e examinar confrontando a nota fiscal ou fatura com os objetos recebidos, conferindo tratarse da mesma encomenda e valores estipulados (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Encaminhar os livros a serem inseridos no acervo para o setor de registro ou tombo (SILVA;
ARAÚJO, 2014)
- Escrever no carimbo o número de registro, data e origem da aquisição: compra, doação ou permuta
(SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Manter cadastro atualizado das bibliotecas que tem interesse em permutar (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Elaborar, por período, lista de publicações disponíveis para permuta ou doação (SILVA; ARAÚJO,
2014)
- Enviar a lista de doação, com prazo de resposta, aos interessados (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Retirar das estantes os livros em mau estado de conservação (SILVA; ARAÚJO, 2014)
4. Realizar a manutenção do acervo - As atividades relacionadas a este tópico envolve a conservação
preventiva do acervo. Segundo Estabel e Moro (2014), as coleções que compõem os acervos das
biblioteca reúnem verdadeiros tesouros, sujeitos a diversos danos. Além disso, as atividades elencadas
neste tópicos, somam orientações voltadas à ordenação e organização do acervo entre outras atividades
auxiliares e técnicas.
Atividades:
- Manter o acervo em ordem de acordo com sistema de classificação adotado
- Higienizar material
- Realizar trabalhos de reparação de documentos
- Participar do remanejamento do acervo
- Guardar os documentos
- Substituir documentos
- Selecionar documentos para a encadernação
- Controlar acervo de duplicatas de documentos
- Auxiliar no descarte de documentos
86
�- Controlar permutas de documentos
- Preparar documentos para encadernação
- Conferir documentos encadernados
- Inventariar o acervo
Outras atividades citadas na literatura:
- Orientar os usuários sobre as normas de preservação dos documentos (SILVA; ARAÚJO, 2014,
1987)
- Acompanhar o procedimento de desinfecção e higienização dos documentos (SILVA; ARAÚJO,
2014, 1987)
5. Realizar atividades técnico-administrativas - A administração de uma biblioteca está a cargo de
um bibliotecário habilitado na forma da lei, porém, a participação dos auxiliares de biblioteca e/ou
técnicos em biblioteconomia são fundamentais para garantir a prestação dos serviços aos usuários.
Segundo Estabel e Moro (2014) a gestão da biblioteca envolve a análise do ambiente e a elaboração de
estratégias de melhoria contínua dos serviços prestados, essencialmente, como foco nas demandas dos
usuários.
Atividades:
- Participar na gestão administrativa da unidade de informação e documentação
- Participar de reuniões de planejamento e avaliação
- Colaborar na elaboração do regimento interno da biblioteca
- Auxiliar na elaboração de projetos
- Manter cadastro de endereços institucionais
- Organizar arquivos administrativos
- Controlar arquivos administrativos
- Auxiliar na aquisição de material de consumo, mobiliário e equipamentos
- Elaborar relatórios estatísticos
- Auxiliar na operação de sistemas de contratos eletrônicos
- Preencher planilhas de dados estatísticos
- Executar serviços de digitação e datilografia
- Realizar a venda de publicações e materiais correlatos
- Coletar dados estatísticos
- Operar equipamentos audio-visuais e tecnológicos
- Escrever correspondências
- Expedir malotes e correios
- Controlar os estoques de material de consumo
- Auxiliar no inventário de bens patrimoniais não bibliográficos
- Participar na elaboração e análise de critérios estatísticos
- Reproduzir documentos
Outras atividades citadas na literatura:
- Conferir/arquivar faturas (GOMES, 2009)
- Monitorar a utilização das cabines de estudos
- Primar pelo silêncio nos ambientes de estudos
- Emitir declaração de nada consta, quando demandado
6. Organizar atividades culturais e de extensão são concebidas como processo educativo, cultural e científico que integra o ensino e a pesquisa de
forma indissociável e viabiliza a relação transformadora
(UNIVERIDADE DE SÃO PAULO, 2002). Desta mesma forma, as bibliotecas devem atuar na
promoção de eventos e projetos diferenciados para a comunidade atendida.
Atividades:
- Viabilizar a organização das atividades culturais
- Fazer contatos com profissionais para atividades de incentivo à leitura
- Auxiliar na busca de parcerias
- Participar na realização de saraus culturais
- Elaborar programas culturais em conjunto com a comunidade
87
�- Auxiliar na realização de feiras de livros
- Auxiliar na organização de exposições
- Realizar campanhas de doação
- Apoiar ações da associação de amigos da biblioteca
- Realizar atividades de leitura, escrita e oralidade
- Auxiliar na realização da biblioteca itinerante
- Realizar atividades de leitura em hospitais, presídios e outras instituições
- Participar da organização de concursos literários
- Realizar contatos com lideranças e instituições da comunidade
7. Participar da organização e manutenção do ambiente - A organização, o barulho, o espaço, como
também, a limpeza e higiene do local de trabalho influenciam diretamente nos serviços prestados pelas
biblioteca, favorece a saúde, beneficia o desenvolvimento, a conduta e o desempenho. Além disso,
previne acidentes e garante a preservação dos equipamentos da organização.
Atividades:
- Controlar as condições de higiene e limpeza do ambiente
- Organizar a disposição do mobiliário e equipamentos no ambiente
- Manter a disposição do mobiliário e equipamentos no ambiente
- Controlar o fluxo do usuário
- Elaborar a sinalização do ambiente
- Auxiliar no controle do uso e manutenção dos equipamentos
- Avaliar o uso e adequação do ambiente
Outras atividades citadas na literatura:
- Organizar o salão de estudos (FERREIRA, 2006)
8.1 Outros - Periódicos - Neste tópico constam atividades relacionadas ao tratamento das publicações
periódicas, que são documentos que tratam de assuntos diversos, em fascículos, números ou partes,
editadas a intervalos prefixados, por tempo indeterminado, em formato eletrônico ou impresso, e são
identificados pelo International Standard Serial (ISSN) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2002; ESTABEL; MORO, 2014; SILVA; ARAÚJO, 2014, 1987).
Atividades:
- Registrar fascículos de periódicos (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Observar o prazo do vencimento das assinaturas (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Cobrar os fascículos que não foram entregues (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Ordenar os fascículos nas caixas-bibliográficas (SILVA; ARAÚJO, 2014)
- Efetuar a sinalização das caixas-bibliográficas (SILVA; ARAÚJO, 2014).
8.2 Outros - na subdivisão deste tópico são apresentadas novas competências, inovações, formas de
atendimento ao usuário.
Segundo Bem (2013), ao observar a diversidade humana, percebemos que as pessoas possuem
habilidades diferentes e algumas necessitam de condições especiais. Muitas bibliotecas tem se
mostrado atentas às demandas dos usuários, disponibilizando recursos e serviços a pessoas com algum
tipo de deficiência. Assim, podemos citar como atividade dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em
Biblioteconomia, quanto à acessibilidade: auxiliar na preparação dos materiais para estudo; efetuar
empréstimo de materiais especiais: notbooks, lupas, audiolivros, livros em braille e outros; ler para
usuários cegos; ampliar texto entre outras atividades voltados à esse público.
Ainda sobre as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, segundo Lima
e Cardoso (2013) a coleta de dados estatísticos tem por objetivo divulgar os dados numéricos dos
serviços prestados pela biblioteca, atuando como estratégia para a gestão dos recursos financeiros,
humanos e serviços. Na literatura consultada, a respeito do objeto desse estudo, observou-se grande
preocupação com relação à coleta de dados estatísticos para todas atividades citadas como função do
Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia como atividades atribuídas ao cargo,
importante para a gestão da unidade organizacional.
* recomenda-se ocupações menos complexas para Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia em
início de carreira. Adaptado de Brasil (2002).
88
�Além das atividades citadas, é notório que as bibliotecas estão diversificando seus
serviços, constantemente, inovando de acordo com as novas demandas e com o perfil de seus
usuários e, nesse cenário, surgem atividades que foram incorporadas às suas rotinas, tais
como o monitoramento de perfis oficiais das próprias bibliotecas em redes sociais, a edição
de páginas web, atendimento acessível, entre outros.
4 CONCLUSÃO
Tendo em vista a melhoria da prestação de serviços, é necessária uma avaliação
continuada da estrutura, dos objetivos, dos processos organizacionais, da coleção, dos
serviços e, em especial, dos profissionais das bibliotecas. Ressaltamos, então, que as
discussões apresentadas neste texto têm o intuito de refletir sobre a indissociável participação
dos profissionais, do cargo de Auxiliar de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, e suas
atividades nas bibliotecas em geral.
Em linhas gerais, pode-se afirmar que a literatura vai ao encontro do que propôs a
CBO, descrevendo as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia,
com informações relevantes que podem ser utilizadas como norte para a administração de
biblioteca, quanto à distribuição de rotinas/tarefas e gestão de pessoas. É importante
mencionar que todas as atividades desses profissionais devem ser gerenciadas e monitoradas
por bibliotecários, como menciona a legislação.
Embora, não tenham sido apresentadas todas as minúcias de cada atividade
desenvolvida pelos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, esperamos que
este trabalho sirva para fomentar o debate sobre a importância desses profissionais para a
prestação dos serviços e produtos das bibliotecas. Além, disso, em nenhum instante buscou-se
esgotar todas as possibilidades relacionadas às funções e atividades do objeto deste estudo,
pois entende-se que cada biblioteca possui suas especificidades e peculiaridades.
Assim como a CBO, esta pesquisa foi dirigida no sentido de identificar as principais
ocupações dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia e possui apenas fins
descritivos. Não tem, portanto, alcance para regulamentar ou padronizar a profissão, sobre o
que deve ou que não deve ser realmente realizado por estes profissionais, atuando como
propostas de atividades direcionadas aos cargos em voga.
Como sugestão para continuidade deste trabalho, sugerimos uma pesquisa empírica junto
às bibliotecas e/ou outras unidades de informação, para aprofundamento na descrição das
89
�atividades da prática desenvolvidas pelos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em
Biblioteconomia, com a finalidade de confrontar a literatura e a realidade de cada tipo de
biblioteca. Propomos ainda, uma pesquisa com os profissionais, objeto deste estudo, para
identificar a sua percepção quanto às atividades por eles desempenhadas e o relacionamento
de parceria com o profissional bibliotecário.
REFERÊNCIAS
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Senado Notícias, Brasília, DF, 12 abr. 2017. Social. Disponível em:
<https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2017/01/16/profissao-de-tecnico-embiblioteconomia-pode-ser-regulamentada>. Acesso em: 11 jan. 2018.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: Informação e
documentação: referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2002.
BARROS, M. H. T. C. Disseminação da informação: entre a teoria e a prática. Marília:
[s.n.], 2003.
BEM, R. M. O papel da biblioteca universitária na vida acadêmica do estudante com
deficiência: Ambiente de Acessibilidade Informacional da UFSC. In: AMBONI, N. F. Gestão
de bibliotecas universitárias: experiências e projetos da UFSC. Florianópolis: UFSC, 2013.
cap. 5, p. 69-78. Disponível em:
<http://www.bu.ufsc.br/design/gestaobibliotecasuniversitarias_bu_ufsc.pdf> . Acesso em: 12
jan. 2018.
BRASIL. Câmara dos deputados. Projeto de Lei n. 6.038, de 2013. Regulamenta o exercício
da atividade profissional de Técnico em Biblioteconomia. Brasília, 2013. Disponível em:
<http://www.camara.gov.br/sileg/integras/1119833.pdf>. Acesso em: 11 jan. 2018.
BRASIL. Decreto no 9.262, de 9 de janeiro de 2018. Extingue cargos efetivos vagos e que
vierem a vagar dos quadros de pessoal da administração pública federal, e veda abertura de
concurso público e provimento de vagas adicionais para os cargos que especifica. Diário
Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 10 jan. 2018a. Disponivel em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9262.htm>. Acesso em:
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BRASIL. Lei n. 13.601, de 9 de janeiro de 2018. Regulamenta o exercício da profissão de
Técnico em Biblioteconomia. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília,
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Acesso em: 10 jan. 2018.
92
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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Title
A name given to the resource
Atividades desenvolvidas pelo auxiliar de biblioteca e pelo técnico em biblioteconomia.
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Ribeiro, Nivaldo Calixto; Amara, Fernanda Vasconcelos; Borges, Eduardo César
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Este trabalho tem como objetivo apresentar um rol de atividades passíveis de serem desenvolvidas por Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, visto serem escassas as publicações que tratam sobre o tema. Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva e aplicada. O levantamento de dados foi por meio de pesquisa bibliográfica. Optou-se por apresentar as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e dos Técnico em Biblioteconomia conforme previsto na divisão de atividades sugeridas pela Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), acrescentando um novo grupo, denominado de ―Outros", para os serviços prestados pelas bibliotecas não citados nas atividades mencionados pela CBO, amparados pela literatura da área. Conclui-se que a literatura vai ao encontro do que propôs a CBO, descrevendo as atividades dos Auxiliares de Biblioteca e Técnicos em Biblioteconomia, com informações relevantes que podem ser utilizadas como norte para a administração de biblioteca, quanto à distribuição de rotinas/tarefas e gestão de pessoas. É importante mencionar que todas as atividades desses profissionais devem ser acompanhadas por bibliotecários, como mencionado na legislação
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Eixo I
Inovação e Criação
AS BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA SOCIEDADE INFORMACIONAL: A
INTERAÇÃO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA
THE LIBRARIES IN THE INFORMAL SOCIETY CONTEXT: THE INTERACTION IN THE
REFERENCE SERVICE
Resumo: O artigo se propõe a discutir a temática da interação no contexto das bibliotecas
universitárias a partir dos serviços oferecidos no serviço de referência. Esse artigo procura
demonstrar que a atuação do bibliotecário tem se alterado devido a influência das TIC,
principalmente em práticas relacionadas a forma com que nos relacionamos com a
informação. O maior impacto observado está no setor de referência que deve observar
constantemente as novas facilidades e serviços oportunizados pelas novas tecnologias. As TIC
oportunizam a biblioteca no auxílio do processo de socialização da informação em formatos
mais acessíveis e na promoção de capacitações e treinamentos aos usuários para o
desenvolvimento da competência informacional e autonomia na busca por informações.
Assim, evidenciamos a importância dos processos de interação nas práticas bibliotecárias
dentro do âmbito do serviço de referência, mais especificamente no desenvolvimento de
competências informacionais e na utilização de e-books no propósito de atender e suprir as
demandas da sociedade informacional, na qual os usuários da biblioteca estão inseridos.
Palavras-chave: Sociedade Informacional. Interação. Biblioteca. Serviço de Referência
Virtual. Competência Informacional.
Abstract: The article proposes to discuss the thematic of interaction in the context of
university libraries from the services offered in the referral service. This article tries to
demonstrate that the librarian's work has changed due to the influence of the TIC, mainly in
practices related to the way in which we relate to the information. The greatest impact is
observed in the sector of reference that must constantly observe the new facilities and services
offered by new technologies. ICT enables the library to assist in the process of socializing
information in more accessible formats and in promoting training and training for users to
develop informational competence and autonomy in the search for information. Thus, we
highlight the importance of interaction processes in librarian practices within the scope of
reference service, more specifically in the development of informational skills and the use of
e-books in order to meet and meet the demands of the information society, in which users are
inserted.
63
�Keywords: Information Society. Interaction. Library. Virtual Reference Service.
Informational Competence.
1 INTRODUÇÃO
A sociedade atual pode ser denominada como uma sociedade informacional, devido a
forte influência que sofre das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) ao mesmo
tempo que também é influenciada por essa sociedade, numa via de mão dupla (CASTELLS,
1999). Observa-se como característica dessa sociedade a organização do sistema na utilização
do conhecimento para impulsionar a produtividade, utilizando esse conhecimento como
matériamovimento sociocultural originado pelos jovens profissionais das grandes metrópoles e dos
novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também
Juntamente com o surgimento das tecnologias digitais podemos destacar o rápido
avanço da tecnologia e o aumento de performance destas, além da baixa dos preços de
produtos, isso tudo facilita o acesso a essas tecnologias, resultando em várias mudanças
digitalizar a informação (entrada), armazená-la (memória), tratá-la automaticamente,
transportá-la e colocá(LEVY, 2010, p. 33), além disso, também destacamos o desenvolvimento da capacidade de
armazenamento e ampliação da rede de transmissão da informação.
Os avanços tecnológicos proporcionaram uma alteração na forma como nos
relacionamos com a informação, possibilitando o acesso à informação independentemente de
barreiras geográficas ou cronológicas e nos expondo diariamente a uma imensa quantidade de
informações. A facilidade de acesso à informação tornou-se um ponto crucial para a
socialização da informação suscitando o questionamento sobre a função, organização e a ação
das bibliotecas nas instituições de ensino, visto que, não podemos ignorar que a informação
tem função essencial na aprendizagem e na construção de novos conhecimentos.
A biblioteca tem participação significativa na socialização das informações no
contexto das instituições educacionais, portanto, precisa adaptar-se a essa realidade
oportunizando ao aluno espaço de aprendizagem e ações que o auxiliem na utilização de
64
�novas tecnologias, como na utilização de e-books e no desenvolvimento da competência
informacional. Para Levy (2010, p. 44),
Durante muito tempo polarizada pel
programas, a informática contemporânea
programas e hardware
está
desconstruindo o computador em benefício de um espaço de comunicação navegável
e transparente, centrado na informação. (LÉVY, 2010, p. 44).
A presença das tecnologias na atuação dos bibliotecários e das bibliotecas, possibilita
a promoção de [...] um novo conceito de ensino, um novo conceito de biblioteca e uma nova
amos
evidenciar as influências das TIC na atuação do bibliotecário, especialmente o bibliotecário de
referência que deve estar mais atento as facilidades e serviços que são oportunizados pelas
novas tecnologias. Além disso, o uso das TIC abre novas possibilidades para a biblioteca
auxiliar no processo de socialização da informação em formatos mais acessíveis, como o ebook, bases de dados, vídeos, entre outros, e também promover treinamentos/capacitações aos
usuários para o desenvolvimento da competência informacional.
Desta forma, este artigo tem como objetivo demonstrar de que o processo de interação
está na prática bibliotecária dentro do âmbito do serviço de referência, mais especificamente
no desenvolvimento de competências informacionais e na utilização de e-books. A abordagem
metodológica utilizada foi o levantamento de literatura para o referencial teórico.
2 AS NOVAS TECNOLOGIAS E A BIBLIOTECA: ACESSO À INFORMAÇÃO
As tecnologias da informação e as inovações tecnológicas refletem também em outras
áreas como a Educação. Em algumas universidades surge a combinação do ensino on-line
(modalidade a distância) com o ensino in loco, na própria instituição (CASTELLS, 2008).
Esses fatores contribuem para a redução de custos no acesso democrático da educação,
contudo, em relação a cibercultura, além da transição do presencial a distância (on-line), ou
do escrito e oral à multimídia, ocorre a transição de uma educação e formação estritamente
institucionalizada, com a escola e a universidade, para uma situação de compartilhamento
generalizado de saberes, no qual acontece o ensino da sociedade por ela mesma, de
reconhecimento auto gerenciado, móvel e contextual das competências (LÉVY, 2010).
A universidade possibilita a inclusão da tecnologia trazendo a reflexão, a crítica e
evidente que o trinômio conhecimento-educação-tecnologia não pode estar dissociado e que
65
�seu foco deve ser centrado no homem, principalmente quando da edu
Dessa forma, a universidade possui um papel fundamental no mundo contemporâneo, com
influência nas sociedades e, diretamente, na vida das pessoas através da pesquisa, ensino e
extensão. Nesse contexto, estão as bibliotecas, contribuindo diretamente com o processo
educativo nas universidades.
Lévy (2003) explana sobre a importância do domínio das tecnologias intelectuais para
grupos e para os contextos humanos que as utilizam. Para o autor existem grandes vantagens,
como melhorias no desenvolvimento e manutenção de processos de inteligência coletiva,
tendo em vista que, exteriorizando operações cognitivas, as tecnologias intelectuais digitais as
tornam públicas e disponíveis (LÉVY, 2003). Observa-se que as tecnologias digitais,
desenvolvidas pela informática, são recursos muito importantes que temos a disposição,
contudo, deve-se atentar para a necessidade de conhecer suas possibilidades e potencialidades
para que possamos usufruir plenamente de suas capacidades inovadoras (CEZAR, 2003).
No desenvolvimento da sociedade, o acesso a informação sempre ocupou um papel de
destaque. Na atual sociedade, sob a forte presença das TIC, a informação passa a ter ainda
reconhecida como elemento-chave em todos os segmentos da sociedade. Tal é sua
importância que se manter informado tornou-se indicador incontestável de atualidade e
informação, mas também é preciso desenvolver a capacidade crítica na seleção da informação
a fim de que sejamos capazes de interpretar e compreender o mundo (VARELA, 2005).
As tecnologias também modificaram os ambientes de aprendizagem tornando os mais
ricos a partir da ampliação das fontes de informação e novas formas de acesso e
relacionamento com a informação, além da comunicação e a interação entre os participantes
do processo de aprendizagem e a autoria desses participantes (KUHLTAU, 1999). No entanto,
-e-
o próprio,
2010, p. 354). Para que isso seja possível, necessitamos que:
[...] as pessoas adquiram competências para localizar, avaliar e usar informações, o
que implica, por parte dos bibliotecários, em ações mais complexas, pois as pessoas,
além de tornarem-se leitores, necessitam ser competentes para aprender por meio da
informação. (CAMPELO, 2010, p. 185).
66
�Além dessas oportunidades que a tecnologia trouxe, a biblioteca, em seu espaço físico,
ainda disponibiliza para acesso uma ampla variedade de materiais e fontes de informação,
pesquisa, apresentações e exposições,
(MARTINS, 2014, p. 5).
Neste contexto, o livro digital surge como alternativa aos usuários em suas pesquisas,
que podem ser realizadas a distância fazendo uso das tecnologias digitais, como por exemplo
do e-book. O e-book (eletronic book) é o termo em inglês usado para definir o livro em
dos livros eletrônicos será também a revolução da leitura, haja visto que, ler sobre uma tela
geram um certo impacto na vida das pessoas, seja como indivíduos ou como profissional da
informação, ou ainda como usuários ou leitores. É preciso adaptarTendo em vista que as bibliotecas têm deficiências para suprir a demanda de títulos
necessários, e há necessidade de acervo de bibliografia básica e essencial para os cursos de
graduação e pós-graduação, as bibliotecas digitais podem desenvolver esse papel auxiliando
com acervos digitais.
O desenvolvimento das TIC e sua difusão propiciaram novas formas de pensar,
interagir e viver e trouxe como consequência a explosão da informação, que se caracteriza
pelo aumento da quantidade de informações e o acesso pelos usuários (FURTADO, 2010).
Esses fatores alteram o comportamento das organizações e a biblioteca é uma das instituições
mais abaladas na sociedade, motivo pelo qual torna-se necessário repensar o uso das
tecnologias, seus serviços e produtos e o seu papel nessa sociedade (FURTADO, 2010).
Em vista disso, a atuação do bibliotecário precisa ser no sentido de facilitar o acesso a
informação, ao mesmo tempo que capacita o estudante na seleção da informação. Para
Martins (2014, p. 2), o perfil do bibliotecário contempla:
[...] visão psicopedagógica, de enxergar o aluno de forma mais orgânica, entender as
dificuldades de aprendizagem, levando em consideração todos os ambientes em que
os alunos participam (família, escola e a sociedade). Saber das suas necessidades,
entender suas demandas informacionais e resolver conflitos.
A preocupação dos bibliotecários em auxiliar seus usuários sempre esteve presente,
inicialmente com a educação de usuários e as atividades de instrução bibliográfica. Campelo
(2009, p. 38) reforça essa ideia a partir das origens da Biblioteconomia na prática da educação
67
�de usuários, quer dizer, na capacitação para utilização do acervo da biblioteca, afirmando que
conhecimento possa ser comunicado, isto é, que o usuári
de situações de aprendizagem por oferecer determinados recursos que favorecem a interação
comunicativa por meio da leitura, diálogo, experimentação, observação, criação e a
Esses serviços buscam, ainda hoje, instrumentalizar o usuário no uso da coleção e das
fontes de informação, assim como na seleção da informação disponível na internet. Já a
competência informacional, na concepção de Dudziak (2001, p. 59), vai além da
instrumentalização da técnica de busca, pois,
[...] se refere ao aprendizado ao longo da vida, assumindo que os processos
investigativos e de construção de conhecimento permeiam todas as ações, são
aplicáveis a qualquer situação, seja junto a sistemas formais, seja junto a sistemas
informais.
A competência informacional precisa preparar o usuário para procurar pela
informação, mas também para como ele utilizará a informação recuperada, assim como
habilitá-lo a pesquisar em várias fontes, sabendo utilizar a informação recuperada de forma a
elaborar um texto próprio (BARI, 2010). Além disso, as bibliotecas adaptaram-se as
tecnologias e ofereceram serviços de recuperação de informação e acesso a informação
digital. Para tanto, o catálogo do acervo das bibliotecas está disponível on-line, podendo ser
acessado para pesquisa, renovação e reserva de títulos do acervo, de forma remota,
independentemente da localização da pessoa.
Mediante o crescimento do uso das TIC é necessário que o bibliotecário procure
aprofundar seus conhecimentos sobre o uso dessas tecnologias e que, dessa forma, a
biblioteca esteja apta a atender da melhor forma possível o usuário que o procura com sua
necessidade informacional. Para tanto, observa-se a disponibilização de serviços de
treinamento e desenvolvimento dos alunos, há bibliotecas que oferecem também o Serviço de
Referência e Informação (SRI), muitas vezes esse serviço também é realizado com a
intermediação da internet.
68
�3 SERVIÇO DE REFERÊNCIA VIRTUAL E A INTERAÇÃO COM O USUÁRIO
Serviço de referência é um termo cunhado pelo bibliotecário Samuel Swett Green, em
1876, durante a 1ª Conferência da American Library Association (FIGUEIREDO, 1992). O
Serviço de Referência constitui-se em um auxílio oferecido pelo bibliotecário ao usuário, esse
serviço pode ser realizado presencialmente ou a distância. Durante o atendimento de
referência ocorre a interação entre o bibliotecário de referência e o usuário, sendo essa
interação o foco do serviço de referência (PESSOA; CUNHA, 2007).
O serviço da biblioteca, conforme Ferreira (2004, p. 3), pode ser sintetizado como
sendo o
-
lhe o acesso aos recursos e fornecer-lhe apoio apropriado para satisfação das suas
serviços e atender às necessidades informacionais dos usuários da unidade de inform
(ALVES; VIDOTTI, 2006.). Para Pessoa e Cunha (2007, p. 70):
A utilização das novas tecnologias de informação e comunicação (TICs) nos
serviços de referência permite localizar informações e documentos de maneira
muito mais rápida, substituindo instrumentos manuais, como os catálogos em
ficha. Com isso, a eficiência dos serviços de referência e a capacidade de
atendimento das necessidades dos usuários foram grandemente aumentadas e
também a biblioteca economizou tempo de pessoal e recursos financeiros.
contextualmente as novas tecnologias com a referência tradicional para que as bibliotecas se
as
tecnologias provocaram uma transformação no serviço de referência das bibliotecas e que isso
levou a um novo processo de interação entre bibliotecário e usuário.
Nascimento et al. (2014, p. 5), entendem que bibliotecários são mediadores da
informação e
da forma mais eficiente possível, poupando-o, inclusive, do deslocamento desnecessário e
ampliando nossa área e forma de atuação e utilizando as ferramentas mais confortáveis, desde
biblioteca ofertar a seus usuários remotamente distantes novas possibilidades de atendimento
e ampliação de serviços. De acordo com Pessoa e Cunha (2009, p. 70):
O serviço de referência virtual é prestado via Internet, marcando uma evolução do
serviço de referência tradicional. Esse serviço surgiu no final da década de 1980,
69
�quando se tornou comum a disponibilização dos catálogos das bibliotecas na rede,
o que veio facilitar a localização de informações e documentos.
O atendimento é realizado em tempo real ou com prazo de resposta curto e pode ser
através de e-mail, formulário via web, chat, webconferência, redes sociais, aplicativos de
celular entre outros. Vi
serviços o usuário pode ter acesso a uma forma de atendimento em qualquer hora e em
qualquer lugar ou até mesmo em tempo real, pois mesmo que de forma assíncrona será
atendido.
O e-mail ou formulário via web possibilita que o usuário possa encaminhar sua dúvida
24 horas por dia, ou seja, em qualquer tempo. O chat permite um diálogo em tempo real com
o bibliotecário, dentro do horário de funcionamento da biblioteca. A webconferência pode ser
utilizada em treinamentos de normas da ABNT, orientações sobre o uso de bases de dados e
bases de e-books, esclarecimentos de dúvidas em geral a partir de um agendamento prévio ou
curso ministrado pelos bibliotecários. As redes sociais também podem contribuir para a
interação entre o usuário e o bibliotecário, pois além de servir como um canal de informação e
divulgação da biblioteca, é possível também atender aos usuários que solicitam informações.
O estudo de Ribeiro, Leite e Lopes (2014) mostra que as bibliotecas universitárias de
universidades federais têm usado diversas redes sociais no serviço de referência, entre elas
estão Twitter, Facebook, Blog, Skype, You Tube, LinkedIn e Feed RS. As bibliotecas têm
utilizado também a mídia social Facebook como ferramenta de comunicação com o usuário,
visando estreitar o relacionamento entre biblioteca e o usuário a fim de facilitar a recuperação
da informação e o acesso a ela, além de ser um canal de marketing da biblioteca. Um exemplo
disso é a Biblioteca de Rio das Ostras, da Universidade Federal Fluminense, que realiza
atividades através de uma página no Facebook desde 2012 (NASCIMENTO et al., 2014).
Contudo, é importante destacar que,
Embora a Internet ofereça grandes vantagens aos serviços oferecidos pela biblioteca,
muitos usuários enfrentam problemas ao utilizar esses serviços, tais como: inaptidão
para lidar com computadores, dificuldade em formular expressão de busca,
utilização de interfaces de busca com diversas formas de geração de expressão de
busca e formas de visualização avançadas, não-padronização dos diferentes sistemas
de bibliotecas etc. (MORENO; SANTOS, 2009, p. 3 ).
Neste contexto, observa-se que para que esses serviços possam ser realizados é
necessário que o usuário tenha domínio das tecnologias utilizadas. Portanto, a competência
70
�informacional é uma habilidade fundamental a ser desenvolvida pelo usuário no serviço de
referência conforme foi destacado no capítulo anterior. Por esse motivo, quando tratamos das
interações on-line entre o usuário e o bibliotecário de forma alguma estamos negando a
necessidade também de interações entre usuários e bibliotecário no espaço geográfico em que
se localiza a biblioteca.
4 ABORDAGEM METODOLÓGICA
Este artigo tem a proposta de discutir a prática bibliotecária do serviço de referência
no contexto da sociedade informacional e a interação proporcionada entre a biblioteca e os
usuários. Para isso explora a competência informacional, a utilização de livros digitais e as
interações por meio de Facebook, Twitter e Whatsapp no serviço de referência virtual.
Para verificar se a temática provocou discussões na área de Ciência da Informação,
realizou-se um levantamento de literatura sobre o tema Serviço de Referência. O artigo tem
como objetivo demonstrar de que forma essa temática interage com a prática bibliotecária
dentro do âmbito do serviço de referência, mais especificamente no desenvolvimento de
competências informacionais e na utilização de e-books.
Ao pesquisar na Base de Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da
on-line
-se oito
resultados, contudo os resultados recuperados não diziam respeito ao tema deste trabalho,
além disso a BRAPCI não possui pesquisa avançada, motivo pelo qual os resultados
apresentados recuperam cada palavra isoladamente.
quatro tinham relação com o tema deste estudo, contudo um deles havia sido publicado há
mais de quinze anos, portanto foi excluído deste estudo. Entre os artigos selecionados estão
Pessoa e Cunha (2007), Moreno e Santos (2009) e Ribeiro, Leite e Lopes (2014). Verificou-se
também a existência de artigos publicados em eventos da área de Biblioteconomia que versam
sobre o uso das redes sociais no serviço de referência das bibliotecas, entre eles foi
selecionado o trabalho de Nascimento et al. (2014).
71
�5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Percebemos que as TIC trouxeram várias mudanças na forma com que nos
relacionamos com a informação e com o outro e isso teve como consequência a necessidade
de repensar as atividades das bibliotecas. As bibliotecas, através de seus bibliotecários,
acervos, novos serviços e formas de capacitar e auxiliar seus usuários.
mediação e produção de sentido, nos quais ocorre a articulação entre o produtor (autor) e o
condições de adequação entre a informação recebida/recuperada e o usuário para que ela
possa s
referência vem de encontro com esse ideal no qual o bibliotecário em contato com seu usuário
procura auxiliá-lo na localização da informação buscada.
Além disso, a biblioteca precisa ser proativa, segundo Silva et al. (2005), e deve se
inserir nas novas demandas de informação, atuando como uma facilitadora de novas
aprendizagens. Esse papel pode ser atendido a partir da implementação de treinamentos e
tutoriais para auxiliar no desenvolvimento da competência informacional, estimulando assim
a autonomia do usuário na busca, seleção e uso da informação. Dessa forma, destacamos a
importância do bibliotecário que pode atuar como um mediador entre o estudante e a
informação, pois,
O papel dos mediadores nunca teve tanta importância como nesses novos tempos em
que vivemos, não mais com a carência, mas sim com o excesso de informação
disponibilizada na forma impressa, virtual dos canais de mídia de massa, cada vez
mais, modernos. A tecnologia avança em proporções geométricas, e a nossa
capacidade de adaptação cognitiva nem sempre consegue acompanhar tal progressão
(SOUZA, 2009, p. 78).
A partir dessa mediação, e da configuração da biblioteca como espaço de
aprendizagem, desenvolve-se a capacidade dos estudantes na seleção e identificação da
informação, tornando-os mais autônomos e capazes de identificar a melhor e mais adequada
informação encontrada. O serviço de referência oferecido pelas bibliotecas vem ao encontro
da necessidade de auxiliar o usuário tanto na busca da informação quanto no desenvolvimento
de sua autonomia, no sentido de colaborar para que o usuário seja independente em suas
pesquisas. Ao se inserir no meio digital e se apropriar das facilidades que as TIC oferecem, a
72
�biblioteca estabelece formas de interação que a aproximam mais do seu público fazendo que
este público possa solucionar suas dúvidas de forma mais rápida e menos burocrática. Além
disso, ao estar inserida no mesmo meio tecnológico que os usuários, a biblioteca pode utilizar
as redes sociais para interagir com seus usuários e compartilhar dicas de pesquisa, formatação
e várias outras informações que possam auxiliar seu público na busca pela informação.
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�
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SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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2018
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Português
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A name given to the resource
As bibliotecas no contexto da sociedade informacional: a interação no serviço de referência .
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Santini, Luciane Alves; Backes, Luciana; Reis, Juliani
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O artigo se propõe a discutir a temática da interação no contexto das bibliotecas universitárias a partir dos serviços oferecidos no serviço de referência. Esse artigo procura demonstrar que a atuação do bibliotecário tem se alterado devido a influência das TIC, principalmente em práticas relacionadas a forma com que nos relacionamos com a informação. O maior impacto observado está no setor de referência que deve observar constantemente as novas facilidades e serviços oportunizados pelas novas tecnologias. As TIC oportunizam a biblioteca no auxílio do processo de socialização da informação em formatos mais acessíveis e na promoção de capacitações e treinamentos aos usuários para o desenvolvimento da competência informacional e autonomia na busca por informações. Assim, evidenciamos a importância dos processos de interação nas práticas bibliotecárias dentro do âmbito do serviço de referência, mais especificamente no desenvolvimento de competências informacionais e na utilização de e-books no propósito de atender e suprir as demandas da sociedade informacional, na qual os usuários da biblioteca estão inseridos
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7 CONFERÊNCIA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A INOVAÇÃO: REFLEXÕES, DEFINIÇÕES E
DESCRIÇÕES
UNIVERSITY LIBRARY AND INNOVATION: REFLECTIONS, DEFINITIONS AND
DESCRIPTIONS
Prof. Dr. Fernando Modesto1
Resumo: Não há controvérsia ao considerar que as bibliotecas universitárias estão
pressionadas a inovar os seus processos de gestão e de serviços. Também, não causa
desacordo ao considerar que elas, independentemente de seu tamanho, missão ou recursos,
sentem essa pressão pela inovação. O presente texto propõe-se a refletir sobre a importância
da inovação para as bibliotecas universitárias, com ênfase nos processos e transformações que
acarretam. Define inovação como uma ideia, objeto ou prática percebida como inovadora por
uma unidade individual ou organizacional. Descreve experiências universitárias que impactam
os serviços bibliotecários e o próprio conceito de biblioteca. Destaca nas considerações finais
que as inovações não se restringem a adoção de recursos tecnológicos, mas de uma mudança
de mentalidade e de ações orientadas ao usuário.
Palavras-chave: Inovação. Biblioteca Universitária. Universidade. Tecnologia. Ambiente de
Aprendizagem.
Abstract: There is no controversy in considering that university libraries are under pressure
to innovate their management and service processes. Also, it does not cause disagreement
when considering that, regardless of size, mission or resources, they feel this pressure for
innovation. The present text proposes to reflect on the importance of innovation for university
libraries, with emphasis on the processes and transformations that they entail. It defines
innovation as an idea, object or practice perceived as innovative by an individual or
organizational unit. Describes university experiences that impact librarian services and the
library concept itself. Emphasis in the final considerations that innovations are not restricted
to the adoption of technological resources, but a change of mentality and actions oriented to
the user.
Keywords: Innovation. University Library. University. Technology. Learning Commons.
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de São Paulo.
47
�Introdução
Parece não haver controvérsia, ao considerar que as bibliotecas universitárias estão
pressionadas a inovar os seus processos de gestão e de serviços. Também, não causa
desacordo ao considerar, ainda, que elas independentemente de seu tamanho, missão ou
recursos, sentem essa pressão pela inovação.
A pressão decorre de fatores internos e externos que afetam as atividades das
bibliotecas e que devem ser considerados como incentivo na busca de novas estratégias,
novos campos de atividades, e das possibilidades de implementação de serviços inovadores.
Aspectos que corroborem com as necessidades de apoio a pesquisa, suporte aos
programas de extensão, e auxílio ao ensino (graduação e pós-graduação). Ações capazes de
fortalecer a missão e a imagem da biblioteca no âmbito da comunidade acadêmica
(PROKOPCIK; KRIVIENE, 2013).
Ademais, a biblioteca universitária enfrenta o desafio e a necessidade de reinventar-se,
até por não deter mais a exclusividade do papel de provedor de informação, diante da
crescente oferta de recursos eletrônicos e serviços online, que não demandam frequência ou
requisito de espaço físico.
Enfrenta, ainda, a exigência de estar alinhada aos objetivos pedagógicos e estratégicos
da universidade. Isto requer que ela se antecipe às demandas decorrentes da incorporação de
novas metodologias de ensino e de gestão universitária. Atente ao fato de atuar em uma via
educacional de mão dupla, onde fornece acesso ao conhecimento para os estudantes e
docentes, mas também ajuda a extrair algo deles: a produção de novos conhecimentos.
Para esse intento, a biblioteca deve se transformar em um espaço de aprendizagem,
convivência, colaboração e experimentação. Sendo seu espaço dotado de infraestrutura
tecnológica e a sua equipe capacitada no atendimento de uma comunidade composta pelos
momento de transição da informação impressa para a eletrônica/digital (JANASI, 2014).
Neste sentido, o presente texto intenta refletir sobre a importância da inovação para as
bibliotecas universitárias, com ênfase em algumas das transformações ocorridas. Para o
mesmo propósito, a inovação é definida, segundo Rogers (2003), como uma ideia, objeto ou
prática percebida como inovadora por uma unidade individual ou organizacional.
No desenvolvimento do tema, além da definição da inovação, destaca o conceito
histórico da biblioteca universitária, bem como é descrita experiências universitárias que
impactam os serviços e o próprio conceito de biblioteca.
Inovação: conceito e definições
A questão da inovação é tema significativo, tanto ao ambiente acadêmico, quanto ao
setor empresarial. Em especial pelo seu aspecto de impacto na produtividade, desempenho e
competitividade de uma organização. Assim, não inovar representa uma barreira para
qualquer instituição que busca conquistar e melhorar sua posição de mercado ou no espaço de
atuação.
Apesar da compreensão sobre a importância da inovação, a decisão por inovar não
pode ser creditada, unicamente, a uma boa ideia para haver garantia de sucesso. É essencial
48
�entender que inovar não é um evento isolado, mas um processo planejado e gerenciado (ZEN,
2017).
A gestão da inovação, segundo Tidd, Bessant e Pavitt (2008), pode ser compreendida
como o planejamento, a organização e a coordenação dos fatores necessários para obter
resultados positivos. Considera-se que o processo de inovação, para ser bem-sucedido, deve
envolver conhecimento, proposição de projeto, acompanhamento e validação de ideias.
No caso da biblioteca universitária, a exemplo de uma empresa que não muda os
serviços oferecidos, tende a ser superada por outros que inovem na oferta. Neste sentido, a
inovação é o elemento presente em toda organização que entenda o significado de
sobrevivência e crescimento, em seu campo de atuação. A falta de inovação é considerada um
obstáculo ao crescimento de uma empresa (BESSANT; TIDD, 2009).
Segundo Zen (2017), a compreensão da inovação se apresenta sob diversos aspectos:
a) como uma ideia ou prática nova adotada em um processo ou na organização como um todo;
b) como um esforço utilizado para gerar mudança orientada ao potencial econômico ou social
de uma organização;
c) como um processo de transformação das ideias e sua consequente aplicação.
Para a Organisation for Economic Co-opperation and Developmet (OCDE, 2005), a
inovação pode estar presente em uma organização de quatro formas:
1) Inovação de Produto: introdução de um produto novo ou melhorado, no que se
refere a suas características ou usos;
2) Inovação de Processo: implementação de método de produção diferenciado, ou
novo, ou melhorado;
3) Inovação de Marketing: aplicação de um novo método de marketing com
alterações na concepção do produto, embalagem, posicionamento no mercado,
promoção de preços;
4) Inovação Organizacional: introdução de novo método organizacional nas
práticas gerenciais da organização, na organização do local de trabalho ou
mesmo nas relações externas e internas da instituição. Nesse caso, podem ser
aspectos tangíveis e intangíveis.
ideia, melhoria ou mudança, não são por si só, inovações. Para que as inovações sejam
consideradas como tal, devem ser capazes de gerar valor para o modelo de negócio ou o
serviço fornecido. Seja o valor sob aspecto econômico e estratégico, ou de outra natureza
significativa para a organização. Portanto, existe a necessidade de não só se criar ou gerar
algo novo, mas também de desenvolver e explorar essa criação para que se torne uma efetiva
inovação (OSENIEKS; BABAUSKA, 2014).
No ambiente das bibliotecas, a inovação pode ser visualizada como sendo de
sustentação (ou seja, práticas que melhoram um processo sem alterar os métodos subjacentes);
e inovações disruptivas (ou seja, práticas que mudam radicalmente, ou mesmo eliminam o
processo subjacente). Importante, ressaltar que a inovação não é apenas a adoção de alguma
tecnologia, pura e simples (HERRINGTON, 2013).
Desta forma, observa-se que a biblioteca tem enfrentado mudanças tecnológicas significativas
ao longo do tempo, mas muitas destas mudanças foram muito mais sustentadoras (LEWIS,
2004). Por exemplo, as bibliotecas substituíram os catálogos tradicionais, em fichas, por
registros MARC em catálogos on-line, o que possibilitou uma recuperação rápida e fácil das
informações bibliográficas. No entanto, os registros no formato MARC estão baseados nos
mesmos princípios usados para as representações descritivas dos catálogos em fichas. Este é
um exemplo de tecnologia aplicada no qual a estrutura subjacente permaneceu a mesma. Por
49
�outro lado, o livre acesso ao acervo bibliográfico, é um exemplo de inovação disruptiva nos
processos de organização e gestão das bibliotecas. Conforme, atesta Maria Teresinha Dias
Andrade (apud MODESTO DA SILVA, 2001, p. 246) ao comentar a questão do impacto da
Internet em bibliotecas universitárias brasileiras. Na década de 1960, o livre acesso ao acervo
altera a relação de poder entre docentes e discentes. Docentes ficaram temerosos de perder seu
poder de influência sobre os seus alunos.
Algumas bibliotecas acadêmicas continuam a operar mais ou menos como de costume.
Entretanto, inovações disruptivas podem ser uma ameaça para essas bibliotecas, por serem
inovações revolucionárias e que têm o potencial de lançar e impor novos caminhos, queira-se
ou não. Inovação é como uma onda.
Entende-se, ainda, que as inovações têm um diferencial. Elas não, necessariamente,
melhoram um processo ou serviço, mas na maioria dos casos os eliminam (CLAYTON
CHRISTENSEN INSTITUTE, 2018). A teoria explica esse fenômeno, no qual a inovação
transforma um mercado ou um setor de serviços existente, por introduzir simplicidade,
conveniência, acessibilidade e acesso onde, anteriormente, havia burocracia, complexidade,
alto custo e monopólio como status quo.
Neste aspecto, tecnologia como a do smartphone é outro exemplo de inovação
tecnológica disruptiva, pois substituiu o laptop e a câmera fotográfica. Da mesma forma, o
streaming de vídeo, como o Netflix ou Hulu eliminaram os serviços tradicionais das vídeolocadoras.
No mundo das bibliotecas, é dito que os buscadores (como o Google) estão
substituindo os OPACs (catálogos on-line de acesso público) e as bases de dados comerciais.
Os modelos conceituais dos requisitos funcionais estão reconfigurando a catalogação
descritiva.
Segundo Herrington (2013), a biblioteca universitária encontra-se em uma fase de
transição, presa entre o passado institucionalizado e a perspectiva do futuro tecnológico. Em
realidade, bibliotecas precisam de uma nova cultura em seus ambientes, que não apague o seu
legado e nem inviabilize o seu futuro. Até pelo seu histórico de envolvimento e pertencimento
no ambiente universitário.
Biblioteca Universitária: breve histórico e definições
Para contextualizar a definição de biblioteca universitária, toma-se como base o estudo
de Martín-Gavilan (2008) que aborda o seu processo histórico.
O aparecimento da biblioteca universitária tem origem no próprio surgimento das
universidades, na Idade Média. A necessidade de livros por estudantes era atendida pelo
livreiro (uma espécie de bibliotecário) que alugava folhetos manuscritos (peciae) que
integravam o conjunto de obras aprovadas e corrigidas pelos docentes, para que os alunos
pudessem copiá-los para estudo. A divisão das obras em vários livretos permitia serem
copiado por vários alunos simultaneamente. Esta forma de organização e provimento de
serviço é considerada o embrião evolutivo do que veria ser a biblioteca da universidade.
No século XVIII, a biblioteca universitária, gradualmente, deixa de ser um depósito de
livros para se tornar no espaço intelectual da universidade. Esse processo inicia-se na
Universidade de Göttingen, fundada em 1734, na Alemanha.
A biblioteca nasce ao mesmo tempo que a universidade. E caracterizou-se pela
quantidade de material, baseada em seleção e aquisição contínua e cuidadosa; por uma
organização e sistema de catalogação eficientes, e que destacam a biblioteca como a melhor
da Europa e um paradigma de biblioteca universitária moderna.
Nos Estados Unidos, do século XIX, tornou-se comum nas universidades a formação
de sociedades literárias. Elas abrem um caminho de autodesenvolvimento aos estudantes não
50
�satisfeitos, intelectualmente, com os tradicionais programas de estudo oferecidos.
Para favorecer suas atividades, essas sociedades mantinham suas próprias bibliotecas
formadas por coleções de referência, periódicos, obras de ficção, história, biografia, política e
economia. Essas bibliotecas acabaram por serem integradas às próprias coleções da
universidade, que se tornavam mais acessível para estudantes.
Ao final do século XIX, a maior parte das bibliotecas universitárias norte-americanas
operavam em horários de abertura diária, de seis ou sete dias por semana. Transformaram-se
em espaços acolhedores, com o estabelecimento de políticas mais liberais de empréstimo aos
estudantes, melhor franqueando a retirada de livros para leitura no domicílio.
No mesmo período, a situação das bibliotecas universitárias, existentes na região sul
da Europa, viviam situação calamitosa, em relação às bibliotecas localizadas na Europa
Central, e no Reino Unido. Com algumas exceções, as bibliotecas mantinham livros não
classificados, mal condicionados, catálogos incompletos, pessoal insuficiente, horário de
funcionamento limitado.
Nos países em desenvolvimento, as universidades e suas bibliotecas apresentavam
situação ainda pior, e com recursos muito mais limitados. O alto preço das publicações, as
dificuldades econômicas, o clima, a guerra e a instabilidade política piorava o cenário. Muitas
além destas dificuldades, enfrentavam os riscos para conservar o material bibliográfico e,
mesmo, realizar minimamente o desenvolvimento das coleções e o acesso à informação.
Assim, ao longo da história, a existência, o conceito e as funções da biblioteca
universitária evoluíram até o presente. E, à medida que a universidade, enquanto ambiente de
conhecimento científico se adaptou aos novos tempos, até tornar-se um espaço de
transformação social, a biblioteca, usufruindo desta mudança acadêmica, foi propiciando
condições para a comunicação científica, bem como do acesso a informação pela comunidade
universitária (OLIVEIRA, 2016).
O conceito anglo-saxão de biblioteca, como o centro nevrálgico da universidade, foi
gradualmente imposto, em detrimento de um conceito de biblioteca no qual era relegada a um
simples depósito de livros e de sala de estudos para estudantes. A ideia de que o
conhecimento é produzido a partir da informação, passa a vigorar e, nesse sentido, a
biblioteca se torna parte essencial da universidade (MARTÍN-GAVILAN, 2008).
Assim, tendo como objeto principal a preservação, a coleta, o tratamento e a
disseminação da informação, a biblioteca universitária adquire a missão de atender às
necessidades de informação da sua comunidade formada por discentes, docentes e técnicos,
em consonância com seus programas pedagógicos e projetos de pesquisa (DIÓGENES, 2012).
Elas passam a se inserir no fazer da universidade, assumindo a responsabilidade básica
que é a de fornecer infraestrutura bibliográfica, documentária e informacional que subsidie as
atividades científicas, além de promover a divulgação do conhecimento produzido por seu
corpo acadêmico, à sociedade, por meio de seus serviços e produtos, e que realçam o seu
propósito de atuação (SILVA FILHO, 2015).
Para Macedo e Modesto (1999), as bibliotecas universitárias apresentam como
propósitos de atuação a:
Missão contribuir para a capacitação do estudante e para a formação contínua
do próprio professor, no sentido de torná-os de que, usando corretamente os recursos
informacionais e os princípios de pesquisa bibliográfica, retornarão ao sistema
de informação para contribuir com novas produções de conhecimento, com
apoio em normas documentais.
Objetivo
constituir-se em interface entre o usuário e a informação,
principalmente com as atividades de referência, no sentido de contribuir para
51
�que melhor se otimize a busca e recuperação da informação influindo no
desempenho e produtividade da comunidade acadêmica em lides de ensino;
aprendizagem; estudos e pesquisa; e necessidades várias no âmbito
bibliotecário.
Público-alvo
a comunidade acadêmica interna, com a identificação de
segmentos como administradores, professores, pesquisadores, técnicos,
estudantes de graduação e pós-graduação, funcionários, e outros interessados
externos; em confronto com propósitos e interesses específicos de cada
segmento.
Na atualidade, a biblioteca universitária deixa de ser o principal lugar de fonte de
busca. Perde a supremacia na realização deste papel devido ao impacto da tecnologia digital.
Entretanto, a concorrência tecnológica também imprime às bibliotecas as oportunidades de se
inovarem, seja pelo imenso volume de informação que ajudam a tornar disponível em formato
digital ou pela facilidade no acesso aos recursos informacionais que proporcionam,
independente, do tempo e distância. A tecnologia, ajuda a reconfigurar o ambiente
informacional, resgatando novos privilégios de valor junto à sua comunidade usuária (SILVA
FILHO, 2015).
Bibliotecas Universitárias: tendências
Entre as novas configurações preconizadas para a biblioteca universitária encontra-se a
de centro de aprendizagem ou academic learning commons, baseada nos princípios de
colaboração entre áreas de conhecimento da universidade. Compreende a ampliação do
espectro dos serviços tradicionais da biblioteca, tais como: serviços de orientação, serviços
para pessoas com deficiências, espaços laboratoriais de tecnologia de ponta, oferta de
dispositivos multifuncionais (iPads, mp3, smartphones, câmeras digitais, etc.); serviços de
empréstimo de notebooks e tablets; áreas para apresentação de trabalhos, para estudo
individual e em grupo; infraestrutura para produção digital, apoio a cursos de educação a
distância; e uso funcional de tecnologias via satélite e a cabo (MASSIS, 2010).
learning commons
information commons
discursos de gerenciamento de bibliotecas e, em especial, nas bibliotecas acadêmicas.
Em geral, compreendem os espaços de aprendizagem, no qual se incluem as
bibliotecas e as salas de aula que compartilham o uso de recursos tecnológicos, de educação
remota ou on-line, a criação de conteúdo, os programas de tutoria, ações colaborativas, os
espaços de reuniões, leitura ou estudo (individual ou em grupo).
torna-se popular em bibliotecas acadêmicas e,
mesmo, em bibliotecas públicas e escolares. Sob a concepção deste conceito, a arquitetura, o
mobiliário e a organização física tornam-se importantes para o caráter de criação de um
espaço comum de aprendizagem.
learning commons
information
e não há um
commons
consenso único e aceito entre aqueles que gerenciam os commons ou os que os estudam.
Porém, considerações a respeito, destacam que a discussão conceitual é irrelevante, porque
uma biblioteca, sob qualquer outro nome, ainda será uma biblioteca (TURNER; WELCH;
REYNOLDS, 2013).
Por outro lado, a universidade que se arrisca a fazer mudanças deve transformar a
biblioteca sob uma nova abordagem. Um novo design de seus espaços e serviços, capaz de
reunir outros elementos que, anteriormente, estavam localizados fora da biblioteca.
52
�Equipar e definir um mobiliário adaptado não só para livros, mas para estações de
trabalho que garanta acesso a informação digital; facilitar todo o tipo de hardware e software,
implementar horários flexíveis de funcionamento; fornecer outros materiais e recursos
diversificados; definir uma nova estrutura e novos procedimentos, etc. Enfim criar uma
cultura organizacional de estímulo à inovação e as mudanças (GRUPO DE TRABALHO,
2014).
Sobre a cultura organizacional, Campbell (2006) se refere a ela como pressupostos
criados ou desenvolvidos por um determinado grupo e que ajuda a instituição a ter êxito na
solução de problemas. E muitas das mudanças tecnológicas, verificadas em bibliotecas, nas
últimas décadas, não alteraram a cultura organizacional básica. Assim, várias bibliotecas
ainda hoje são dominadas por estantes de livros, mesa de referência e um balcão de circulação
e empréstimo, e equipe em funções tradicionais de aquisição e catalogação.
Isto ocorre por serem tais bibliotecas, departamentalizadas e orientadas a processos
(por exemplo: serviço técnico, serviço ao público, de referência e de instrução). Um cenário
no qual a adesão à tradição e décadas de memória institucional levam a uma cultura
organizacional de resistência às mudanças.
Herrington (2013) comenta que muitas bibliotecas implementam mudanças profundas
em sua própria concepção e organização. Ou seja, muitas bibliotecas têm adicionando, cada
vez mais, em seus espaços, instalações de produção de multimídia e mesmo orientado seus
espaços para serviços baseados em tecnologia como parte das reformas estruturais gerais.
Embora esses espaços remodelados ofereçam grandes oportunidades para apoiar os
objetivos pedagógicos da universidade e o interesse do corpo docente por serviços inovadores,
a maneira como essas oportunidades podem ser realizadas, ainda é pouco discutida.
Em realidade, segundo Watson (2017), pensar as bibliotecas em um mundo no qual os
processos de aprendizagem são um dos fatores mais significativos, na hora de projetar os
ambientes de informação é sempre arriscado, pois cada biblioteca que se constrói ou que se
renova é apenas uma predição do futuro. Assim, preparar-se para esse futuro é a maior
dificuldade que enfrenta qualquer instituição, porque as previsões são sempre incorretas ou
probabilísticas.
Entretanto, exemplos encontrados de bibliotecas universitárias, sob tais contextos de
mudança, podem orientar previsões e, mesmo, estimular o apoio a inovação relacionada com
as transformações dos processos pedagógicos e curriculares, e vinculados também, com as
inovações dos espaços das bibliotecas, de seus serviços e das tecnologias empregadas, bem
como dos membros da equipe.
Embora os espaços físicos das bibliotecas tenham passado por muitas alterações, os
serviços de suporte muitas vezes não conseguem acompanhar, no mesmo ritmo das mudanças.
Muitas bibliotecas oferecem os mesmos serviços de forma padrão ao que já forneciam, antes
de implementar novos espaços de colaboração, enriquecidos de recursos tecnológicos.
Os programas de alfabetização informacional, por vezes, não conseguem se conectar
aos espaços recém-desenvolvidos, ficando concentrados, em parte, no acesso às informações,
ao invés de capacitar os estudantes no conhecimento e habilidades necessárias para criar e
compartilhar informações.
Frequentemente, esses espaços são descritos como sendo bons para estudo, em um
sentido genérico, e a disponibilidade de espaço para o estudo colaborativo é apontada como
uma inovação chave, na biblioteca universitária.
Bibliotecas Universitárias: descrição de exemplos inovadores
Certamente, é possível encontrar descrições variadas sobre exemplos de inovações em
serviços de bibliotecas. Como breve ilustração, selecionou-se três casos que representam essa
53
�variedade de situações. Dois dos três casos exemplificados foram extraídos dos rankings
universitários globais: Times Higher Education (THE), de 2018, e o QS World University
Ranking. O terceiro foi selecionado da literatura, por se caracterizar como biblioteca
universitária sem papel.
Nos casos citados, destaca-se um conceito recorrente nas inovações implementadas, é
o learning commons, que envolve na sua aplicação a adoção de ferramentas, equipamentos,
espaços de trabalho, serviços de empréstimo, bibliotecas sem livros ou digitais. Tendo como
foco o atendimento ao cliente.
O learning commons (já comentado) é frequentemente citado como o modelo da
necessidade de bem planejar as ações e minimizar riscos, conforme salientado por Watson
(2017), de se fazer predições incorretas ou realizar mudanças cosméticas, puramente de moda.
Neste sentido cita-se os casos da:
California Institute of Technology (Caltech)
A biblioteca do Caltech tem alterado seu perfil, com a comunicação científica
evoluindo para a gestão de dados de pesquisa. A medida que ela desenvolve serviço de
gerenciamento e de curadoria dos dados, amplia a possibilidade de as pessoas poderem
melhor contatar especialistas e atender a suas necessidades de informação.
Moldura sua missão ao atendimento das necessidades de ensino, pesquisa e suporte
acadêmico da sua comunidade de estudantes, docentes, pesquisadores e funcionários. Constrói
um ambiente learning commons não apenas para servir como local de recebimento de
informações, mas no qual o usuário tenha participação ativa tanto no acesso a informação,
quanto na produção de conteúdo e de conhecimento.
Neste sentido, provê empréstimo de computadores (desktop e notbook) com sistemas
operacionais Apple e Windows, e softwares para variadas aplicações (Office, Adobe,
Impressão 3D, AutoCad, estatísticos, matemáticos e etc.).
Está dotada de um equipado laboratório TechLab (Laboratório de Prototipagem de
Acesso Aberto) que possibilita acesso às tecnologias inovadoras para a modelagem e
impressão 3D, digitalização e manipulação de placas de circuitos eletrônicos.
Fornece serviço de ajuda aos pesquisadores para criar seus planos de gerenciamento
dos dados de pesquisa, e que atendam aos requisitos de financiamento das agências de
fomento. O processo é realizado por meio de seu aplicativo DMPTOOL. Também, fornece o
serviço EZID (easy-eye-dee) para criação e gerenciamento de identificadores globais
exclusivos, de longo prazo, para dados e fontes de pesquisa. Usado para criar Ids para textos,
dados, termos ou objetos, gerencia-los por meio de links compartilháveis e inquebráveis, bem
como armazenar as informações utilizadas na geração de dados em uma variedade de
formatos. A finalidade é promover o compartilhamento aberto, permitindo ao criador do
conteúdo estabelecer conexão permanente com os objetos da pesquisa. O EZID está vinculado
ao Crossref, provendo benefícios aos editores de acesso aberto (CALTECH LIBRARY,
2018).
Florida Polytechnic University (FPU)
É uma instituição criada em 20 de abril de 2012, e que tem entre as suas novidades,
sua biblioteca constituída sem acervo impresso. Ela situa-se em um espaço de 11 mil m²,
configurada sob design e mobiliário moderno. A equipe é formada por seis profissionais, além
do bibliotecário-diretor. Há, ainda, dois outros bibliotecários adicionais, em tempo integral, e
três membros do corpo docente, em tempo parcial; todos eles disponíveis para auxiliar a
54
�comunidade estudantil e docente com as pesquisas e demais demandas informacionais.
A concepção da biblioteca se embasa nos pressupostos preconizados pela Online
Computer Library Center (OCLC). Os pressupostos recomendam às bibliotecas repensarem
seu modelo de negócio centrado no suporte livro, se quiserem continuar relevantes (OCLC,
2014). Neste contexto, as bibliotecas devem não só se manterem relevantes, mas servirem
como catalisadoras das colaborações, e como parte integrante da vida universitária.
No caso da biblioteca da FPU, ela se insere no currículo acadêmico e os bibliotecários
participam de disciplinas (aula sobre ética), enfocando os temas: plágio, competência em
pesquisa (orientados a organizarem informações por meio do ProQuest Flow, uma plataforma
de colaboração em nuvem), e sobre o uso dos materiais consultados.
O corpo docente, que dedica tempo parcial, na biblioteca, ajuda a promover conexão
entre a sala de aula e a biblioteca, denominada agora como um ambiente learning commons.
Espaço para a comunidade se beneficiar individual ou coletivamente.
Ademais, a biblioteca por situar-se na área das exatas faz de suas ações uma
-se à inovação
contínua e é associada à Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática (Science,
Technology, Engineering and Math STEM).
O acréscimo dos termos Art + Design à equação do STEM, gera o STEAM que irá
transformar a economia no século 21, assim como a ciência e a tecnologia fizeram com o
século 20. Trata-se de uma metodologia de inovação atualmente aplicada em bibliotecas
acadêmicas.
Quanto aos aspectos tecnológicos, dos recursos da biblioteca, enfatiza-se que a
informação é a chave (e não a sua forma); além de seu uso apropriado pelos estudantes. A
biblioteca atua para que esses estudantes reconheçam suas necessidades informacionais,
possam localizar informações relevantes para utiliza-las academicamente e/ou de forma
profissional.
O orçamento da biblioteca é mantido não só pela própria instituição acadêmica, mas
também por patrocinadores privados. Do orçamento de US$ 500.000 dólares, destinado à
aquisição de material, os patrocinadores acrescentam mais US$ 60.000 dólares. Nesta política
de aquisição e assinaturas de materiais, no que se refere aos livros eletrônicos negociados com
as editoras e agregadores, os estudantes e professores podem visualizar o material que a
biblioteca não possua, uma única vez e de graça. A partir da segunda visualização, o item é
automaticamente comprado.
Por ser de criação recente, a FPU não pode se beneficiar dos benefícios da licença de
acesso à coleção de livros eletrônicos, compartilhados pelo consórcio de biblioteca
universitárias liderada pela Florida State University Library.
Entretanto, por meio da biblioteca, a comunidade acadêmica tem acesso aos cerca de
seis milhões de títulos impressos disponíveis pelo consórcio. Além do acesso às revistas
eletrônicas existentes em mais de 65 bancos de dados disponíveis no Campus virtual da
biblioteca. Ademais, a equipe de bibliotecários pode ser contatada por e-mail ou chat, além do
fornecimento de ajuda no ambiente Commons. Esse ambiente conta com computadores
desktop, laptops e tablets; e, ainda, salas para atividades colaborativas equipadas e espaço
físico orientados ao desenvolvimento de projetos em grupos (RILEY, 2015).
Massachusetts Institute of Technology
MIT
Desenvolve um programa orientado a transformar, sua biblioteca, em uma plataforma
global de conhecimento e, ao mesmo tempo, implementa ampla discussão sobre qual o
2018a).
55
�A Instituição procura articular uma nova e ousada visão para as suas bibliotecas, no
contexto atual da pesquisa moderna, ciência aberta, compartilhamento de dados e etc. Para
tanto, constituiu uma força-tarefa, composta de docentes, estudantes, bibliotecários e
funcionários para coordenar as discussões, coletas de sugestões ou de ideias, e pensar de
forma ampla e criativa o papel de liderança que as bibliotecas devem desempenhar no
futuro.
Inicialmente, entendeu-se que deve haver uma evolução no sistema de informação
bibliográfica para melhor prover a criação, disseminação e preservação do conhecimento, e
não apenas apoiar a missão do MIT, mas também no de ajudar a instituição em se
posicionar como líder na reinvenção das bibliotecas acadêmicas.
As grandes bibliotecas sempre tiveram a missão de promover a pesquisa e a
aprendizagem, garantindo acesso imediato e persistente aos registros acadêmicos e às
ferramentas e conhecimentos necessários para descobrir, usar e criar conhecimento.
No MIT, as bibliotecas passam a ser espaços interdisciplinares (virtuais e físicos),
onde estudantes, docentes e outros membros da comunidade universitária podem encontrar
recursos, tecnologias e conhecimentos necessários para avançar seus saberes e servir o
mundo.
A ideia por trás da intenção do MIT é o de transformar seus serviços locais em uma
plataforma global aberta, promovendo o conhecimento produzido e o tornando acessível às
gerações futuras. O conceito chave, da inovação proposta, é o de desenvolver uma
biblioteca global para uma universidade global.
Ainda como ênfase do processo realizado pelo MIT, descreve-se os
questionamentos, sistematizados, para coleta de opiniões da comunidade e de especialistas
no assunto (MIT LIBRARIES, 2018b), referente sobre:
1) Qual o papel que as bibliotecas do MIT podem desempenhar no desenvolvimento de ferramentas,
2)
3)
4)
5)
plataformas, serviços e técnicas inovadoras para a aquisição, organização, descoberta, uso, produção
e preservação de informações digitais e analógicas.
Como as bibliotecas devem servir à comunidade universitária local e global (glocal), por meio do
avanço da missão do MIT de compartilhar os seus conhecimentos com o mundo; e na promoção de
políticas, ideias e iniciativas que promovam e disseminem os valores da Instituição.
Como o MIT pode melhor aproveitar o know-how de suas bibliotecas em áreas como: informação e
alfabetização midiática, gerenciamento de dados, preservação digital, criação e gerenciamento de
metadados, humanidades digitais, informações e análises geoespaciais, ciências da informação,
gerenciamento de conteúdo, publicações de acesso aberto e muito mais.
Qual a função e o desenho ideal dos ambientes das bibliotecas físicas, no MIT, para incluir espaços
dedicados aos estudos e pesquisas silenciosos e colaborativos; bem como para o ensino e o
favorecimento da aprendizagem com tecnologia; para a consulta de especialistas bibliotecários; e
para encontrar e fazer uso de coleções tangíveis (ou impressas).
Qual o papel das coleções tangíveis, incluindo as coleções especiais e de arquivo, na vida intelectual
do Instituto; e como as bibliotecas podem ser melhor organizadas, providas de recursos, de pessoal, e
projetadas para aumentar o uso produtivo destes recursos informacionais, entre a comunidade
universitária.
6) Como as bibliotecas devem desempenhar a função de capacitar os alunos, de todas as áreas, com as
habilidades e competências necessárias para prosperar e, potencialmente, influenciar em um cenário
de informações complexo e em evolução contínua.
7) Como as bibliotecas podem se tornar um espaço de encontro interdisciplinar, no qual os membros da
comunidade tenham acesso a ampla e abrangente gama de informações, conhecimentos e de
perspectivas; de livre intercâmbio de informação e de ideias seja encorajada e cultivada; e onde o
ambiente inspire novas formas de investigação e de colaboração acadêmica
8) Que tipos de colaborações e parcerias no âmbito do Instituto, com a comunidade global de
bibliotecas, e com atores externos sem fins lucrativos e comerciais, as bibliotecas do MIT devem
buscar promover os seus valores, a sua missão e as prioridades do Instituto.
9) Como os serviços, expertise e as instalações das bibliotecas devem evoluir para ajudar a promover a
56
�vantagem competitiva do MIT em recrutar novos professores e pesquisadores, e melhorar a
experiência residencial de seus futuros alunos.
Nos exemplos, acima descritos, nota-se que as mudanças que ocorrem nas bibliotecas
universitárias focam na reconfiguração de seu espaço para apoiar tanto as atividades da
biblioteca, quanto o desempenho dos estudantes, docente e pesquisadores, bem como o
melhor posicionamento social da instituição acadêmica.
Considerações Finais
Observa-se tanto na literatura, quanto na realidade do ambiente acadêmico, que a
transição do suporte da informação do meio impresso para o digital impõe desafios
significativos para os serviços de biblioteca, entre eles, a necessidade de incorporar
tecnologias de informação, definir novas políticas e procedimentos técnicos, identificar
riscos e oportunidades para a melhoria da qualidade dos seus serviços e produtos, além de
capacitar continuamente as equipes e os usuários.
Constata-se, também, que as inovações não se restringem a adoção de recursos
tecnológicos, mas de uma mudança de mentalidade e de ações orientadas aos usuários.
Há, ainda, muitas outras questões que as bibliotecas universitárias enfrentam, na
atualidade, incluindo a ameaça das inovações tecnológicas disruptivas.
Entretanto, o apego às tradições e a resistência às mudanças podem tornar difícil as
bibliotecas serem inovadoras, neste caso é preciso haver um ambiente cultural favorável.
Assim, é mais fácil construir uma biblioteca a partir do zero do que mudar uma cultura que
existe a décadas.
No entanto, as bibliotecas universitárias que não adentrarem nessa dinâmica, e
realizarem um esforço interno, serão cada vez mais subtraídas das necessidades e
prioridades da universidade, qualificando-se a se tornarem serviços secundários. Fato que
Da mesma forma, a universidade que opta por fazer mudanças em suas estruturas de
ensino e de pesquisa, deve criar condições para transformar a biblioteca sob nova
abordagem de design de seu espaço, serviços e, mesmo, do conceito de biblioteca; e que
reúna elementos outros, anteriormente localizados fora da biblioteca acadêmica
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59
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Conferência: Biblioteca Universitária e a Inovação : reflexões definições e descrições.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Modesto, Fernando
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Não há controvérsia ao considerar que as bibliotecas universitárias estão pressionadas a inovar os seus processos de gestão e de serviços. Também, não causa desacordo ao considerar que elas, independentemente de seu tamanho, missão ou recursos, sentem essa pressão pela inovação. O presente texto propõe-se a refletir sobre a importância da inovação para as bibliotecas universitárias, com ênfase nos processos e transformações que acarretam. Define inovação como uma ideia, objeto ou prática percebida como inovadora por uma unidade individual ou organizacional. Descreve experiências universitárias que impactam os serviços bibliotecários e o próprio conceito de biblioteca. Destaca nas considerações finais que as inovações não se restringem a adoção de recursos tecnológicos, mas de uma mudança de mentalidade e de ações orientadas ao usuário.
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5204/SNBU2018_009.pdf
22aa6dfe7ce8bd87013dcb9162c206bb
PDF Text
Text
6 DISCURSO DA HOMENAGEADA REGINA SANTOS SILVA TONINI
Bom dia a todos(as)
Quero iniciar meu agradecimento expressando minha gratidão à Universidade Federal da Bahia,
à Comissão Organizadora do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias e
especialmente à Profa. Dra. Lídia Maria Batista Brandão Toutain.
Preciso fazer uma pequena viagem no tempo, pois, tenho muito a agradecer a muitas pessoas
que fizeram e fazem parte da minha história. Para iniciar, agradeço a nossa querida colega e
amiga Elizabet Maria Ramos de Carvalho, pela generosidade das suas palavras, e preciso dizer
publicamente, que ela tem sido um dos ícones da nossa profissão, que tem servido como
paradigma para mim e para muitos outros profissionais da nossa área, pr muito que procurou
realizar, tanto na Petrobras como no movimento associativo nacional e internacional, bem como
o nosso querido homenageado Prof. Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda ao qual tivemos a
honra de prestar uma homenagem ontem na cerimônia de abertura do XX SNBU 2018.
Nesta viagem pelo passado, preciso agradecer também à colega e amiga, Solange Chastinet
Guimarães Bibliotecária da Fundação Fernandes da Cunha, profissional que foi um dos meus
exemplos de atuação no movimento associativo. Quero lhe agradecer Solange, por você, quando
ainda éramos estudantes do curso pedagógico, ter me incentivado e emprestado os livros que
estudei para fazer o vestibular de Biblioteconomia. Lá se vão muitos anos, mas a gratidão é
eterna.
Preciso agradecer à Bibliotecária Margarida Pinto de Oliveira, à memória da Profa. Eurydice
Pires de Santana, elas me incentivaram e orientaram para organizar o primeiro Catálogo de
Teses da Fundação Gonçalo Moniz, e proporcionaram a oportunidade de fazer o lançamento em
um evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência - SBPC. Num início de carreira
com um apoio realmente muito especial.
Agradeço ainda à colega e amiga Profa. Dra. Marilene Abreu Barbosa que, quando ainda
éramos estudantes, ela me representou na ocasião em que fui agraciada com a medalha de ouro
da maratona intelectual das Olimpíadas da Primavera. Daí em diante, tivemos oportunidades de
escrever artigos em colaboração e apresentar trabalhos em eventos profissionais.
43
�Quero agradecer às colegas Maria Brito e Lindaura Alban Corujeira, que naquela época eram
profissionais muito atuantes, foram grandes incentivadoras para que eu participasse do
movimento profissional e associativo. Lindaura, como eu sou agradecida a você!
Neste momento, preciso lembrar e agradecer à memória da Bibliotecária Adalgisa Moniz de
Aragão, naquela época, ela foi criadora e Diretora do Sistema de Bibliotecas do Estado da
Bahia. Eu estava iniciando a minha carreira e ela confiou em mim, me destingiu com o cargo de
Bibliotecária Responsável pela implantação do Setor Audiovisual da Biblioteca Central do
Estado, hoje Biblioteca Pública do Estado da Bahia. Meus agradecimentos, com muita honra,
pela sua memória, e pelas referências naquela época!
Tenho muito que agradecer às colegas Conceição Gama Santos e Sônia Vieira pela parceira e
colaboração quando coordenei o Grupo de Bibliotecários - GBIDT e quando presidi a Comissão
Brasileira de Informação e Documentação Tecnológica
CBDT. Como trabalhávamos com
aquele ânimo! Hem, gente? Hem, Ceiça? É muito bom lembrar esses momentos. A emoção é
muito grande, mas a gente não pode deixar de se referir a coisas tão significativas tão
importantes.
Foram muitas as colaborações recebidas, por isto, quero agradecer também à Administradora e
Bibliotecária Elizete Pereira Sá, colega, amiga e colaboradora de artigos publicados e eventos
participados. Foi Elizete quem me convidou, ou melhor, me convenceu a participar da
Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento. A escrevermos artigos e apresentarmos
trabalhos em eventos da área empresarial.
Na Petrobras, além do agradecimento à bibliotecária Elizabet Carvalho que é um verdadeiro
ícone como o Prof. Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda. Na Petrobras, a, quero expressar
minha reverência em memória da Bibliotecária Noreth Calmon de Cerqueira Ribeiro e não
posso deixar de registrar meus agradecimentos aos senhores José Sérgio Gabrielli, Richard Olm,
Walter Brito, Paulo Roberto Rego Lopes, Antônio Sérgio Santana que nas suas gestões, um
como presidente e outros como gerentes da Petrobras, sempre prestigiaram o trabalho do
Bibliotecário.
Quero expressar, mais uma vez meu especial agradecimento à Prof. Dra. Lídia Maria Batista
Brandão Toutain pelo incentivo para que eu cursasse o mestrado e continuasse colaborando no
movimento associativo. Forma muitas colaborações preciosas. Mais uma vez, registro o meu
agradecimento ao meu orientador Dr. Antônio Lisboa Carvalho de Miranda pelos conselhos,
pelas orientações e sugestões criativas.
Quero registrar meus agradecimentos também à Profa. Dra Ana Flávia Pereira Medeiros da
Fonseca, ex-gerente do Departamento de Gestão da Informação do Banco Mundial, hoje Reitora
44
�do Centro Universitário de João Pessoa
Unipe, por ter possibilitado a minha visita ao Banco
Mundial, para fundamentar os estudos da minha dissertação de mestrado, bem como agradecer
ao Prof. Dr. Roberto Vitro que viabilizou minhas pesquisas na Biblioteca da Universidade de
Maryland.
Agradeço aos meus ex-estagiários, aqui representados pelo Bibliotecário e Analista de Sistemas
Rafael Marinho e pela Bibliotecária da Embrapa Lucidalva Pinheiro, por toda confiança em
mim depositada.
Nesta oportunidade quero registrar minha gratidão aos meus familiares aqui representados por
Dr. Antônio Luís Silva de Carvalho, Ana Luísa Gordiano de Carvalho. Aproveito o ensejo para
agradecer também a todas as amigas e colegas aqui representadas pelas Sras. Avani Duran, à
Bibliotecária Antônia Queiroz, Maria do Carmo Brandão Boaventura, Aurora Costa Ramos.
Agradeço à memória de Gaudêncio Silva, Maria das Neves Silva, Antônio Dias de Moura e Luís
de Aymoré.
Eu sei que vocês estão presentes neste momento, sobre tudo na minha memória.
Foram muitos os colegas e amigos que colaboraram para o meu êxito profissional, para minha
vida pessoal. Quero agradecer também a Maria das Graças Ribeiro na ocasião em que ela foi
presidente do SNBU, pelo convite e pela oportunidade de realizar o lançamento do meu livro
naquele evento do SNBU em 2006.
Agradeço a todos aqui presentes, neste momento tão significativo nas nossas vidas.
Finalmente quero agradecer a você Geraldo, pelo companheirismo por todos os momentos, por
todo incentivo, pela colaboração nos momentos mais difíceis, pela paciência e dedicação, pelo
nosso amor, expressado ao longo destes vinte e três anos de convívio.
Muito obrigada a todos vocês aqui presentes.
45
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
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2018
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Discurso da Homenageada Regina Santos Silva Tonini
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Discurso da Homenageada Regina Santos Silva Tonini
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5200/SNBU2018_008.pdf
c4eb8b6d46f7906a7357a5592dc49c6d
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Bom dia a todos!
Inicialmente, eu queria agradecer à Professora Lídia Maria Batista Brandão Toutain, que
infelizmente não se encontra aqui conosco, por problemas de saúde, presidente desse Seminário
Nacional de Bibliotecas Universitárias e superintendente do SIB da Universidade Federal da
Bahia, pelo convite para homenagear Regina Santos Silva Tonini.
Não posso mencionar o nome da Lídia sem ressaltar o reconhecimento que ela tem, a nível
nacional e internacional, principalmente na América Latina, pela excelência do seu desempenho
profissional e empreendedorismo. Estar em Salvador é um privilégio, e disfrutar da companhia
dos colegas e amigos bibliotecários, bibliotecas universitárias, e de estudantes de
Biblioteconomia e Ciência da Informação aqui presentes, é uma honra! Além disso, gostaria de
mencionar que foi uma bibliotecária baiana, Noreth Calmon Ribeiro, que me incentivou a
começar a trabalhar no movimento associativo brasileiro.
Senhoras e senhores, estamos aqui reunidos para homenagear uma personalidade ímpar, no
cenário da biblioteconomia brasileira e baiana. Todos sabemos da sua lida no campo da Ciência
da Informação. Bacharelou-se em Biblioteconomia pela Escola de Biblioteconomia e
Documentação da Bahia em 1966.
Desde cedo, se destacou na carreira. Especializou-se em bibliotecas escolares pela Escuela
Interamericana de Bibliotecología da Universidad de Antióquia, Medellín, Colômbia; e também
em Organização de Sistemas e Métodos pela Escola de Administração da UFBA e em 1998
tornou-se mestre em Ciência da Informação pela Universidade de Brasília, onde teve também a
felicidade de contar com o nosso querido Miranda como seu coordenador. Foi também bolsista
da Fundação Gonçalo Muniz em Salvador, Bahia, onde sob a coordenação das professoras
Eurídice Pires de Santana e Margarida Pinto de Oliveira, organizou o primeiro catálogo de teses
daquela instituição. Foi também selecionada pela Organização dos Estados Americanos, a OEA,
para participar do curso de Bibliotecas Escolares na Universidade de Antióquia, em Medellín,
Colômbia. Em 98 foi bolsista da Petrobrás para cursar disciplinas de mestrado na Universidade
de Brasília, UNB, em convênio com a Universidade Federal da Bahia.
Sua trajetória profissional teve início na Biblioteca Central, atual Biblioteca Pública do Estado
da Bahia, em Salvador, como bibliotecária responsável pela implantação da seção de
audiovisual da biblioteca. Em 75, foi a primeira colocada no concurso prestado para
bibliotecária da Petrobras, onde trabalhou até 2016; portanto, durante 41 anos... É uma vida!
39
�Na Petrobras, ela implantou e coordenou as atividades da Biblioteca e Setor de Documentação
da Divisão de Processamento de Dados; foi membro da Comissão de Análise de Documentos
para Microfilmagem do Serviço de Administração; bibliotecária responsável pelo setor de
referência e pesquisa bibliográfica da Unidade de Negócios de Exploração e Produção de
Petróleo. Neste mesmo período, foi membro da Comissão de Administração de Segurança de
Informações da Unidade de Operações da Bahia; coordenou as atividades da biblioteca e
arquivo central dos Serviços Compartilhados Regional Norte e Nordeste da Petrobras; trabalhou
como auditora interna para processo de qualidade ISO 9001/2000 no período de 2006 a 2014;
coordenou as atividades de biblioteca e arquivo da Universidade Petrobras, onde a partir de
2010 até 2016 foi líder do Projeto de Segurança da Informação, Gestão do Conhecimento, Rede
de Colaboração da Universidade Petrobras da Bahia.
Em relação ao movimento associativo, tem participado do movimento associativo profissional
desde 1971, quando começou como tesoureira da Associação Profissional de Bibliotecários do
Estado da Bahia. Em 74, representou a Associação da Bahia junto à Federação Brasileira
Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições, nossa tão querida
FEBAB, em São Paulo. No período de 87 a 89 foi coordenadora do Grupo de Bibliotecários em
Informação e Documentação Tecnológica da Bahia; de 90 a 92 foi presidente da Comissão
Brasileira de Documentação Tecnológica, CBDT, órgão filiado à diretoria, onde marcou sua
atuação. Em 2016 presidiu a comissão eleitoral para recriar
estou falando recriar
a
Associação de Bibliotecários e Documentalistas do Estado da Bahia. Desde 2017 é a presidente
da comissão fiscal da Associação. No Conselho Regional de Biblioteconomia aqui da 5ª Região
atuou como tesoureira desde 1973 em sua terceira gestão; em 2009 participou da eleição
complementar e no período de 2010 a 2011 foi vice-presidente em sua 15ª gestão.
Além de sua atuação na Petrobras, Regina sempre procurou marcar a presença do profissional
bibliotecário nos eventos da área empresarial
em geral os bibliotecários têm uma preocupação
muito grande em apresentar trabalhos sempre na nossa área, e se fazem muito pouco a conhecer
nas outras áreas de atividade: são tão importantes para serem reconhecidos como profissionais.
Então, ela trabalhou junto com Elizete Pereira Sá no período de 2008 a 2011, como Gerente de
Projetos da Sociedade Brasileira de Gestão do Conhecimento, na Bahia, e participou da
organização do Knowledge Management
KM Bahia, Congresso Baiano de Gestão do
Conhecimento, em Salvador, e também participou da organização do KM Brasil, Congresso
Brasileiro de Gestão do Conhecimento em Gramado, no Rio Grande do Sul em 2010 e São
Paulo em 2011.
40
�Regina Santos Silva Tonini foi sempre preocupada com os futuros profissionais: possibilitou
estágios para muitos alunos de Biblioteconomia nas bibliotecas da Petrobras aqui na Bahia,
realizando também muitas visitas; realizou muitas palestras quando solicitada, principalmente
na Universidade Federal da Bahia.
Quanto aos trabalhos publicados, tem um número expressivo de artigos publicados no Brasil,
em jornais e revistas profissionais, em boletins da Federação Internacional de Associações de
Bibliotecários e instituições da IFLA, bem trabalhos publicados na Argentina, na Venezuela, no
aliás, foi um modelo de seminário aqui em Salvador. A obra invocou a economia e
administração de custos na área da informação.
Ao longo de sua trajetória profissional, tem participado de muitos congressos e seminários quer
como participante ou como palestrante. Regina participou da organização de muitos eventos
profissionais aqui na Bahia, principalmente dentro da Petrobras. Citar todos demandaria muito
tempo. Então destacamos os mais significativos, ligados aos movimentos associativos: Mesa
Redonda do Grupo de Bibliotecários em Informação e Documentação Tecnológica
GBIDT em
85; Exposição GBIDT 87 sobre informação tecnológica; Reunião Nacional da Comissão
Brasileira de Documentação Tecnológica em 91 e seminário sobre o Manifesto de Bibliotecas
da IFLA/UNESCO, que foi realizado em Salvador em março de 1998, sob a coordenação da
bibliotecária Conceição Gama, que contou com representantes de toda América Latina e Caribe,
além da Europa e dos Estados Unidos. A qualidade técnica do seminário e a hospitalidade dos
colegas baianos são até hoje lembradas na IFLA. Durante a minha gestão no Escritório Regional
da IFLA para a América Latina e Caribe, a Regina e a Conceição atuaram como assessoras do
escritório aqui na Bahia. O XIV Seminário Brasileiro de Bibliotecas Universitárias, o SNBU em
2006
que hoje nós contamos com quem foi a presidente do congresso, Maria das Graças
ela
conseguiu, com seu empenho, o patrocínio da Petrobras, um evento na área de biblioteconomia
quando participou da organização desse SNBU. A Petrobras não tinha costume: ela nunca
patrocinava absolutamente nenhum evento de biblioteconomia. Eu acredito que foi um esforço
dos bibliotecários baianos na ocasião que conseguiram convencer a empresa a fazer esse tipo de
coisa, que deveria fazer sempre.
Bem... Regina (ela pode subir um pouquinho? Está tão longe daquilo que eu gostaria de dizer
para ela agora... Estou terminando, gente.) Regina, você sempre acreditou que nós bibliotecários
precisamos buscar os mecanismos que tornem a utilização da informação em todas as áreas da
Ciência, da Técnica e da Cultura, uma das ferramentas básicas do processo da conquista de uma
41
�vida melhor e mais digna para nossos povos, bem como torná-la um instrumento que pode
acionar as mudanças sociais e econômicas que almejamos. Defende que compete a nós
bibliotecários, ponderar aos governos federal, estadual e municipal a necessidade imperiosa de
um maior atendimento do setor bibliotecário e dos serviços bibliográficos das comunidades.
Entende, que devemos alcançar e promover um conceito mais moderno e atuante e demais
unidades da informação das devidas bibliotecas, contribuindo para a melhoria da nossa imagem
dentro do contexto sociocultural brasileiro. Concluindo, esta profissional manteve acesa a
chama da união entre os bibliotecários; essa profissional exemplar, pessoa humana da mais
profunda dignidade e fortaleza de espírito, que com seu exemplo de segurança e firmeza, diante
das decisões complexas que seu lugar de comando naturalmente lhe impunha e que, com sua
tranquilidade, se transforma em guerreira ferrenha em defesa dos direitos que porventura lhe
sejam desrespeitados, os seus próprios ou dos seus colegas de classe. Esta mulher
extraordinária, com seus dotes internos e externos, foi escolhida, pelo SNBU, para receber essa
homenagem especial. Regina Santos Silva Tonini, obrigada por você ser quem é; obrigada por
ser a profissional que é; obrigada por você nos dar desta maneira tão forte e bonita, o exemplo
de como o verdadeiro profissional bibliotecário deve ser. Muito obrigado.
42
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
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Title
A name given to the resource
Homenagem à bibliotecária Regina Santos Silva Tonini
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Salvador (Bahia)
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2018
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The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Homenagem à bibliotecária Regina Santos Silva Tonini
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A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5197/SNBU2018_007.pdf
cf9e3a10a0a42eaf315ff47d2cbf912f
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4 DISCURSO DO HOMENAGEADO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA
CARVALHO DE MIRANDA
Devo confessar que eu não sabia dessa homenagem. Não vi em lugar nenhum. Foi uma surpresa
para mim.
Eu fui convidado para dar uma palestra, e preparei a palestra, mas, ao mesmo tempo, eu estava
concluindo um livro profissional, que estou lançando agora no segundo semestre, em edição
impressa e edição digital pela Amazon.com.
E, quando eu chego aqui, fui noticiado dessa homenagem. Confesso
exponencialmente
emocionado com isso.
Só quero fazer uma breve consideração.
Eu sou nordestino. Minha família tomou um ica no Norte e foi para o Rio morar. E eu passei
toda a minha vida em bibliotecas, desde criança. Morava no Rio de Janeiro; no colégio primário,
frequentava biblioteca naturalmente. Vivia na biblioteca o tempo todo. Inclusive, comecei a
fazer meus livros manualmente, desenhando quando era criança.
Na minha página na web, você tem a oportunidade de ver as loucuras que eu fazia desde aquela
época
e continuo fazendo. Vida de artista, tem que usar a mão. Depois, eu fui para uma
biblioteca pública, no Rio Comprido, no Rio de Janeiro. E na minha página, vocês vão ver que
eu li mais de 100 livros naquela biblioteca. Era realmente um maníaco, mais do que um leitor.
Vivia efetivamente na biblioteca.
Fiz meu curso de graduação; comecei na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, nos porões;
terminei na Venezuela, me autoexilando, na época da ditadura. Concluí, trabalhei na Biblioteca
Nacional da Venezuela. Depois de fazer mestrado na Inglaterra etc etc etc, eu vou declinar
minha biografia.
O que eu quero dizer é que a biblioteca, realmente, faz parte da minha vida. Estou completando
agora, em agosto, 78 anos de vida, 70 de biblioteca.
E, para concluir, Regina falou de uma peça de teatro que eu montei na Venezuela, espetáculo
poético-musical e lá está meu slogan de vida, que eu quero concluir aqui no pronunciamento.
Muito obrigado!.
37
�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Discurso do homenageado Professor Doutor Antônio Lisboa Carvalho de Miranda
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Salvador (Bahia)
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UFBA
Date
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2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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An account of the resource
Discurso do homenageado Professor Doutor Antônio Lisboa Carvalho de Miranda
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5192/SNBU2018_006.pdf
a307437683903b4a17ec24a9599db34e
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Excelentíssimo Prof. Dr. João Carlos Salles Pires da Silva, Magnífico Reitor da Universidade Federal
da Bahia, Digníssima Profa. Lídia Maria Batista Brandão Totain, Presidente do XX Seminário
Nacional de Bibliotecas Universitárias Ilustríssimos Componentes da Mesa, demais Autoridades,
Senhoras e Senhores.
Boa noite!
É com imensa satisfação que tenho a honra de prestar esta justa homenagem ao Professor Doutor
Antônio Lisboa Carvalho de Miranda, nesta solenidade de abertura do XX Seminário Nacional de
Bibliotecas Universitárias, edição 2018.
Falar sobre Miranda permita-me assim, Mestre, decliná-lo pelo sobrenome com tanta intimidade.
Não é uma tarefa das mais fáceis, pois, estamos diante de uma das personalidades ilustres do Brasil.
Quer pela sua condição de ocupante de diversos cargos na sua trajetória profissional, como por
exemplo, Primeiro Diretor e Organizador da Biblioteca Nacional de Brasília, quer pelo seu vasto
cabedal de conhecimentos, como doutor, poeta, dramaturgo, escultor, poliglota, escritor que já
publicou romances, poesias e peças teatrais, em vários países, quer pelo seu lado humano, como
colecionador de raridades e de plantas, quer pela sua performance, na abordagem de assuntos dos
mais diversos, sempre com bom-humor e muitas histórias para contar, na sua condição de cidadão do
mundo.
Enquanto cientista da informação, nome mais adequado para quem lida com o imenso leque de
competências nos dias de hoje. Além daquelas afeitas ao conceito stricto sensu do profissional
bibliotecário, Miranda conheceu todo o processo evolutivo deste universo, tornando-se ao longo dos
anos uma das principais referências nesta área.
Antônio Lisboa Carvalho de Miranda é maranhense, nascido em Bacabal. Sua formação em
Biblioteconomia foi na Universidade Central da Venezuela, tornou-se Mestre em Biblioteconomia
pela Loughborough University of Technology (LUT) - Inglaterra. Tornou-se Doutor em Ciência da
Comunicação pela Universidade de São Paulo.
Sua experiência profissional, devido à amplitude, não caberia ser citada integralmente nessa singela
homenagem, pelas limitações que o tempo impõe. Assim, peço desculpas por não declinar cada
atividade desenvolvida, mas pinçar algumas, dentre tantas.
Antônio Miranda, além de professor, foi coordenador do Programa de Pós-graduação do
Departamento de Ciência da Informação da Universidade de Brasília, ministra aulas e cursos por todo
o Brasil e países ibero-americanos. Foi o criador da Comutação Bibliográfica no Brasil. Atividade que
possibilita às bibliotecas expandir os seus serviços e utilização do seu acervo por meio do empréstimo
interbibliotecário.
Foi assessor da CAPES de 1977 a 1980. No mesmo período exerceu outras atividades técnicocientíficas, como Assessor Especial de Planejamento Bibliotecário, e Planejamento de Sistemas de
Informação. Foi, ainda, responsável pelo Programa de Bibliotecas Universitárias e pela
institucionalização do Programa COMUT.
Por seus elevados méritos acadêmicos e professionais em sua especialidade, é Professor Honoris
Causa, pela Universidad Ricardo Palma, Lima, Peru.
33
�É representante da União Latina, no Brasil, por designação da entidade sediada em Paris e
homologada pelo Itamaraty a partir de 2010.
O Jardim Botânico de Brasília lhe outorgou o Diploma de Defensor do Cerrado.
Em 2014 recebeu o título de Professor Emérito, pela Universidade de Brasília.
Com diversos artigos e livros publicados no Brasil e no exterior, sua produção intelectual ultrapassa a
casa das centenas, seja na área acadêmica ou no segmento da poesia, onde adquiriu também projeção
internacional.
Nesta oportunidade não poderia deixar de comentar sua atividade artística, lembrando que em 1967,
por decisão própria, exilou-se para viver intensamente um período de efervescente agitação cultural na
América Latina, dedicou-se à produção literária e artística. Sua criatividade foi reconhecida com
Colômbia, San Juan de Puerto Rico. Miranda viveu
prêmios pela crítica internacional em Medellin
e publicou em Buenos Aires (Argentina), em Caracas (Venezuela), Bogotá (Colômbia) e em Londres
(Inglaterra).
representada em mais de vinte países do mundo e, neste momento está em cartaz no Peru e está sendo
remontada em Brasília.
Após a aposentadoria oficial, ele continua trabalhando como Professor Colaborador Sênior. É
consultor de Planejamento Arquitetônico para Bibliotecas e Centros de Documentação é também
consultor em Planejamento de Sistemas de Informação, tendo como foco a alfabetização para inclusão
digital e comunicação científica.
Atualmente, estuda os fenómenos da comunicação da informação com interesse nos processos
criativos, estéticos e éticos no âmbito da convergência tecnológica.
Doutor Antônio Miranda, tem sido orientador, de muitas teses e pesquisas. Eu, como outros colegas
presentes neste auditório, tivemos a honra de sermos orientados por ele. Uma característica marcante
da personalidade dele é o entusiasmo e o compromisso com as suas atribuições, com a sociedade, com
o seu país. No meu caso, após a defesa da dissertação de Mestrado, ele me incentivou muito para a
publicação do livro "Custo na Gestão da Informação", que, aliás, foi lançado no XIV SNBU, em 2006.
Dr. Antônio Miranda foi um grande incentivador da criação do curso de Mestrado na Universidade
Federal da Bahia em convênio com a Universidade de Brasília (UnB).
Nesta oportunidade, quero agradecer em meu nome e em nome dos profissionais que tiveram o
privilégio de receber sua orientação e criativas sugestões.
É por esta razão que neste dia 16 de abril de 2018, o XX Seminário Nacional de Bibliotecas
Universitárias presta esta justa homenagem ao Professor Doutor Antônio Lisboa Carvalho de
Miranda.
Aproveito a oportunidade para agradecer à Universidade Federal da Bahia, à Comissão Organizadora
do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias e especialmente à Profa. Dra. Lídia Maria
Batista Brandão Toutain pela oportunidade de estar prestando esta homenagem.
Muito obrigada.
34
�
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A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
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Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
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SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
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UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
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Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
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A name given to the resource
Homenagem ao Professor Doutor Antônio Lisboa Carvalho de Miranda
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Salvador (Bahia)
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A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
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Homenagem ao Professor Doutor Antônio Lisboa Carvalho de Miranda
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A language of the resource
pt
-
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fa6bc7fe83e730a5f5ac26efe17ad76a
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2 PERFIL DOS CONFERENCISTAS E PALESTRANTES CONVIDADOS
CONFERENCISTAS
Francisco José de Lima 1
É Tradutor e Intérprete (Escola Americana Instituto Mackenzie-SP, 1983); Licenciado e
Bacharel com formação em Psicologia (UNESP-Assis/SP, 1995); PhD em Psicofísica Sensorial
(USP-RP/SP, 2001). Atualmente, é Professor Adjunto no Curso de Pedagogia e em
Licenciaturas diversas na Universidade Federal de Pernambuco (CE/UFPE); Orientador no
Programa de Pós-graduação em Educação (PPGE/CE/UFPE); Ex Membro Internacional do
Tactile Research Group (TRG-USA); Foi Coordenador do Centro de Estudos Inclusivos
(CEI/UFPE); formado pelo Audio Description Project (ADP-USA, 2010-2011, 2016);
pesquisador nas áreas de Acessibilidade e das barreiras atitudinais contra as pessoas com
deficiência, principalmente nos ambientes físicos e sociais, no trabalho, na educação e no lazer.
É pesquisador no campo das representações mentais de estímulos táteis (investiga a capacidade
de as pessoas cegas ou com baixa visão fazerem uso, compreenderem, apreciarem e produzirem
configurações bidimensionais hápticas e auditivas diversas). Inventor, fez uma caneta para
desenho em relevo que permite às pessoas com deficiência visual produzirem sozinhas seus
próprios desenhos, sem terem de virar o papel para vê-los hapticamente. Professor, Francisco
Lima também é formador de áudio-descritores em curso de Tradução Visual com ênfase na
áudio-descrição, voltada ao teatro, ao cinema, à televisão, aos museus, às configurações
bidimensionais estáticas (encontradas em livros, folders e outros), bem como destinadas à
mostra de artes, em geral, aos eventos culturais, e educacionais diversos (conferências,
congressos e demais situações educacionais similares). Ao formar áudio-descritores, Dr.
Francisco Lima desti
técnicas de áudio-descrição para o lazer (por exemplo, na áudio-descrição em áudio-games e
Levine Memor
tem, ainda, orientado trabalhos na graduação e pós-graduação, bem como coordenado pesquisas,
dado palestras e consultoria na área da inclusão social, laboral e educacional das pessoas com
deficiência; é inclusivista, defensor do Desenho Universal, inclusive voltado à educação e a
todas as demais situações físicas, ambientais e sociais; é pai de pessoa com deficiência e ativista
pelo direito das pessoas com deficiência em ter acesso a todos os bens e serviços que estão
disponíveis para a sociedade em geral, com igualdade de oportunidade e condições, sem
paternalismos ou condescendência para com a pessoa com deficiência.
Olival Freire Junior
Olival Freire Junior é Licenciado e Bacharel em Física pela UFBA, Mestre em Ensino de Física
e Doutor em História Social pela Universidade de São Paulo, Professor Titular da Universidade
Federal da Bahia e Pesquisador 1-C do CNPq na área de História da Ciência. Pesquisa em
história da teoria quântica, história da física no Brasil, e usos da história e filosofia da ciência no
ensino de ciências. Realizou estágios de pesquisa pós-doutoral nas universidades Paris 7,
1
Convidado pelo XX SNBU-2018 para proferir a Conferência Magna, na solenidade de
Tecnologias Assistivas na Perspectiva das
Bibliotecas Universitárias
21
�Harvard, MIT e Maryland. Realiza atualmente um estágio de pesquisa no Center for History of
Physics do American Institute of Physics. Em 2004 recebeu uma Senior Fellowship do Dibner
Institute for the History of Science and Technology, MIT, EUA. Em 2011 foi agraciado com o
Prêmio Jabuti pela obra Teoria quântica: estudos históricos e implicações culturais, co-editado
com O. Pessoa e J.L. Bromberg. Publicou 70 artigos em periódicos especializados, 3 livros, 5
coletâneas e 48 capítulos de livros. Dentre os livros publicados está "The Quantum
Dissidents - Rebuilding the Foundations of Quantum Mechanics 1950-1990". Foi PróReitor de Pesquisa, Criação e Inovacão da UFBa (2014-2018), presidente da Commission on the
History of Physics - Division of History of Science and Technology (2013-2017) e um dos
criadores e primeiro coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e
História das Ciências (M/D, UFBA-UEFS, Conceito 5 CAPES). Integra o conselho da History
of Science Society (EUA) no período 2018-2020. Orientou 11 teses de doutoramento e 19
dissertações de mestrado.
Antônio Lisboa Carvalho de Miranda
Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidad Central de Venezuela (1970), mestrado
em Ciência da Informação pela Loughborough University Of Technology (1975) e doutorado
em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1987). É professor titular da
Universidade de Brasília (UnB) concursado. Tem experiência na área de Ciência da Informação,
com ênfase em Planejamento de Sistemas de Informação, atuando principalmente nos seguintes
temas: alfabetização e inclusão digital, acesso a informação, sociedade da informação, sistemas
de informação, comunicação científica. Foi o criador da comutação bibliográfica no Brasil.
Atualmente, estuda os fenômenos da comunicação da informação com interesse nos processos
criativos, estéticos e éticos da animaverbivocovisualidade no âmbito da convergência
tecnológica.
José Fernando Modesto da Silva
Graduação (1980) e Mestrado (1989) em Biblioteconomia e Documentação pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas, SP. Doutorado em Ciências da Comunicação pela
Universidade de São Paulo (2001). Estágio Pós-Doutoral na Universidade Carlos III de Madrid,
Espanha (2008/2009). Atualmente é professor da Universidade de São Paulo. Experiência
acadêmica na área de Ciência da Informação, com ênfase em Representação da Informação.
Temas de interesse e pesquisa: Automação de Bibliotecas e Serviços de Informação; Dados
vinculados (Linked Data), Dados Abertos (Open Data); Formatos de Intercâmbio Bibliográfico;
Metadados Descritivos; Repositórios Digitais; Representação Descritiva; Software Livre para
Gestão de Bibliotecas; Mídias Sociais; Inteligência Artificial. Todos os temas aplicados aos
estudos teóricos e práticos aplicados ao ambiente da informação registrada (sob aspecto da
descrição bibliográfica).
22
�PALESTRANTES
Dulce Tamara da Rocha Lamego da Silva
Diretora da Escola de Dança da UFBA (2014-2018). Doutora em Comunicação e Semiótica pela
PUC/SP (1999). Coordenadora do Projeto Observatório das Artes e da ComunicaçãoOBSERVARTE em parceria com MINC e UFBA. Desenvolve pesquisa nas áreas da Dança, das
Artes, da Cultura e da Educação com ênfase na efetivação da Universidade como parte da
sociedade, principalmente nos seguintes temas: políticas públicas, cidadania, ações afirmativas,
gestão artístico-educativa, processos cognitivos no ensino/aprendizagem da Dança e das Artes.
Sua trajetória desde a década de sessenta como liderança estudantil na UFBA continua ativa nas
lutas pelas políticas públicas em defesa à cidadania. Professora colaboradora do Programa de
Pós-graduação em Dança da Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia. Membro do
Grupo de Pesquisa Corponectivos em Dança, Artes e Interseções. Líder da linha de pesquisa
Mapeamento em Artes. Membro do Grupo de Pesquisa DC3 - Dança, Ciência, Comunicação e
Cultura. Membro da diretoria da Associação de Pesquisadores em Dança ? ANDA (2015-2016).
Membro da diretoria do Fórum Nacional de Dança. Membro do Conselho Editorial da
Enciclopédia de Dança do Itaú Cultural. Membro da Comissão da Verdade do Estado da Bahia.
Possui pela Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia, Graduação em Licenciatura em
Dança (1963), Graduação em Dançarino Profissional (1962) e Especialização em Rítmica
(1965), com atuação em atividades artísticas e acadêmicas como coreógrafa, professora e
diretora da Escola de Dança da UFBA. Foi Membro do Conselho Nacional de Políticas
Culturais ? CNPC/MINC, representante do Colegiado Setorial de Dança (2007-2010) e como
representante da Associação Nacional de Dirigentes de Instituições Federais de Ensino Superior
? ANDIFES (2011-2015). Foi Pró-Reitora de Extensão Universitária/UFBA e Pró-Reitora de
Afirmativas e Assistência Estudantil da Universidade Federal da Bahia.
Paulo Costa Lima
Professor Titular de Composição da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia.
Ocupante da cadeira 21 da Academia Brasileira de Música (2014), da Academia de Letras da
Bahia (2009). Membro-Fundador da Academia de Ciências da Bahia (2011). Registra 20
prêmios e comissionamentos. Autor de 7 livros sobre teorias da composição (da criação ao
ensino): 1999, 2005, 2010, 2012, 2014, 2016. Autor de verbetes sobre composição na Bahia na
Routledge Encyclopedia of Modernism (2016). Bachelor of Music in Composition (with
Honors) na University of Illinois (1977) e Master of Science in Musical Education - University
of Illinois (1978), orientação de Herbert Brün, Ben Johnston e Richard Cowell. Doutorado em
Educação pela UFBA (1999) com Tese sobre a pedagogia da composição de Ernst Widmer e
um segundo Doutorado em Artes, pela Universidade de São Paulo (2000), Tese sobre a relação
entre superfície e estrutura na música octatônica de Ernst Widmer. Professor da UFBA desde
1979, atuando na graduação e na pós. Registra em seu catálogo 115 composições e 420
performances destas, em mais de 20 países, levando a participações em festivais no Carnegie
Hall (1996), no Lincoln Center (2001), em Seattle, na sala De Rode Pompe (Bélgica), na
KonzertHaus de Berlim (2004), em Campos de Jordão, na Sala Cecilia Meireles, Sala São
Paulo, Teatro Brás Cubas (Santos), crítica do New York Times e do Deutscher Zeitung e
verbete do Grove Dictionary of Music and Musicians (2001). Organizador de 10 livros. Artigos
e capítulos de livro (cerca de 60) em edições nacionais e internacionais, desde 1981, quando
23
�criou a Revista Art na UFBA. Chefe de Depto e Diretor da Escola de Música, responsável pela
retomada dos Seminários Internacionais de Música, criação da Pós-Graduação nesta área, e
criação do Memorial Lindembergue Cardoso com ampliação do espaço físico da Escola. PróReitor da UFBA em duas gestões (1996-2002), tendo sido responsável pelo Programa UFBA
em Campo e ACC-Atividade Curricular em Comunidade, pela aproximação entre Universidade
e Carnaval, pela criação da TV UFBA e Rede de Outdoors, entre outras realizações. Presidente
da Fundação Gregório de Mattos (2005-2008), órgão responsável pela cultura em Salvador,
atenção especial à relação entre cultura e participação popular, especialmente através de
diálogos entre cultura letrada e ancestralidade, implantou a Lei Municipal de Incentivo à Cultura
- Viva Cultura, restaurou a Casa do Benin, lançou o Programa Capoeira Viva 2007, criou o
Conselho Municipal de Cultura, o portal de cultura da FGM, o Festival Viva Salvador, os
programas Mestres Populares da Cultura e Estação Cultura, entre outros, lançando mais de 50
produtos (livros, CDs e vídeos), tendo sido homenageado com a mais alta comenda do
Legislativo Municipal, a Medalha Thomé de Souza. Atualmente exerce o cargo de Assessor
Especial do Reitor da UFBA (2014-2018). Foi Coordenador Executivo do Congresso da UFBA
(2016), co-autor do Projeto de BI das Artes (2008). Membro fundador do grupo OCA de
composição e Professor-Orientador de uma nova geração de compositores baianos tais como
Alex Pochat, Danniel Ribeiro, Guilherme Bertissolo, Joelio Santos, Juliano Serravalle, Paulo
Rios Filho, Paulo Santana, Vinicius Amaro. Seus principais interesses de pesquisa são:
composição e semântica cultural, ensino de composição, música e psicanálise, gestão da cultura
e da universidade. Foi consultor do Fórum Mundial de Cultura, Fórum Mundial de Turismo
(Odebrecht - Instituto de Hospitalidade), participou e presidiu a Câmara de Letras e Artes da
FAPESB (2003-2005), retornando em 2009 como membro, no Instituto Geográfico e Histórico
da Bahia em 2007. Pesquisador do CNPq a partir de 1983, reingressa como pesquisador
produtividade (2003). Escreveu para o portal Terra Magazine (âmbito nacional) e colaborou
com o Jornal A Tarde (Salvador-Ba) desde 1981, já tendo publicado mais de trezentos artigos.
Membro do Conselho de Cultura do Estado da Bahia (2007-2010).
Pablo Sotuyo Blanco
Docente e pesquisador da Universidade Federal da Bahia (UFBA) onde também obteve seu
doutorado em 2003, é um dos iniciadores de diversos projetos nacionais relacionados à
documentação relativa à música, incluindo o estabelecimento do Repertório Internacional de
Iconografia Musical no Brasil (RIdIM-Brasil) do qual é atualmente o presidente, do capítulo
nordestino do Repertório Internacional de Fontes Musicais no Brasil (RISM-Brasil) e integrante
pro tempore do Comité Gestor interino da filial brasileira da Associação Internacional de
Arquivos, Centros de Documentação e Bibliotecas de Música (IAML-Brasil). Coordena o
Acervo de Documentação Histórica Musical (ADoHM) da UFBA e preside a Câmara Técnica
de Documentos Audiovisuais, Iconográficos, Sonoros e Musicais (CTDAIS) do Conselho
Nacional de Arquivos (CONARQ) em representação da UFBA. Ativo compositor e musicólogo,
tem publicado amplamente a sua produção científica sobre música e iconografia musical no
Brasil e no exterior. Atua na área de Música com ênfase em Composição Musical e Musicologia
Histórica. Gerado pelo Sistema Interlattes CV-Resumé
Kátia Lúcia Pacheco
24
�Jose Francisco Serafim
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (1984), mestrado em
cinema documentário (antropológico) pela Universidade Paris X - Nanterre (1994), mestrado
em Instituição, trabalho e educação - École des Hautes Études en Sciences Sociales (1993) e
doutorado em cinema documentário (antropológico) pela Universidade Paris X - Nanterre
(2000). Pós-doutorado na Universidade Aberta de Lisboa (Portugal, 2014) e na Filmuniversität
Babelsberg Konrad Wolf (Potsdam, Alemanha, 2015). Atualmente é professor adjunto da
Faculdade de Comunicação - UFBA. Professor e pesquisador do Programa de Pós-graduação
em Comunicação e Cultura Contemporâneas e pesquisador do Instituto de Saúde
Coletiva/UFBA. Tem experiência na área de Artes, com ênfase em Cinema, atuando
principalmente nos seguintes temas: antropologia fílmica, cinema documentário, análise fímica,
cinema e ficção.
Maria Aparecida Moura
É professora titular da Universidade Federal de Minas Gerais. Possui graduação em
Biblioteconomia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1993), mestrado em Educação
pela Universidade Federal de Minas Gerais (1996), doutorado em Comunicação e Semiótica
pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2002) e Pós-doutorado em Semiótica
Cognitiva e Novas Mídias pela Maison de Sciences de l Homme (2006-2007). Foi
Coordenadora de Políticas de inclusão Informacional da UFMG (2010-2014)(CPINFO/UFMG).
É diretora de governança informacional da UFMG (DGI/UFMG) sendo a autoridade
responsável pelo cumprimento da LAI ( Lei de Acesso à Informação) e pela Ouvidoria Geral da
UFMG. Coordena o Núcleo de Estudos das Mediações e Usos Sociais dos Saberes e
Informações em Ambientes Digitais (NEMUSAD). Coordena o Museu virtual - Saberes Plurais.
Atua nos programas de pós-graduação em Comunicação Social (PPGCOM/UFMG) e Ciência da
Informação (PPGCI/UFMG) como membro permanente. Integra a Rede de Direitos Humanos
da UFMG. Tem experiência na área de Ciência da Informação, Comunicação e Educação, com
ênfase em tecnologias da informação e na produção de conteúdos relacionados aos direitos
humanos e à preservação, registro e difusão da cultura popular e dos saberes tradicionais
brasileiros. Seu escopo e interesses de estudos abrangem: Semiótica aplicada aos estudos
informacionais, organização da informação: fundamentos teóricos, mediações e aplicações,
análise de redes sociais (ARS) aplicadas aos estudos Informacionais, linguagem, gêneros
digitais e formação discursiva, cultura informacional, organização da informação em ambientes
colaborativos; identidade e cultura popular. Site:http:// mamoura.eci.ufmg.br
25
�Miguel Ángel Márdero Arellano
Formou-se em Antropologia Social do Instituto Nacional de Antropologia e História (1985),
mestrado em Ciências da Informação da Universidade de Brasília (1998) e doutorado em
Ciências da Informação da Universidade de Brasília (2008). Ele trabalha no Instituto Brasileiro
de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT) desde 1997, É Tecnologista Senior é
coordenador da Rede Brasileira de Preservação Digital Serviços CARINIANA. Ele é editor pelo
Brasil do repositório internacional E-LIS. É membro do Standing Committee of Preservation
and Conservation da IFLA (2017-2021). Tem experiência na área de Ciência da Informação,
com ênfase na preservação digital, em particular nas seguintes áreas: sistemas eletrônicos de
gestão da informação, publicações científicas eletrônicas, Open Journal Systems OJS,
Dataverse, ICA-AtoM, Archivematica, repositórios digitais confiáveis, sistemas preservação
distribuídos, LOCKSS e bibliotecas digitais. ORCID 0000-0001-5306-919X
Luis Fernando Sayão
Possui graduação em Fisica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1978), mestrado em
Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro/Instituto Brasileiro de
Informação em Coência e Tecnologia (UFRJ/IBICT) e doutorado em Ciência da Informação
pela UFRJ/IBICT (1994). Trabalha desde 1980 na Comissão Nacional de Energia Nuclear onde
já exerceu os cargos de: chefe do Centro de Informções Nucleares (CIN); chefe da Divisão de
Tecnologia da Informação; coordenador-geral de Informática; representante do Brasil no INIS International Nuclear Information System (AIEA/ONU); coordenador-geral da RRIAN - Red
Regional de Información en el Área Nuclear. É conselheiro do CONARQ - Conselho Nacional
de Arquivos, membro do Câmara Técnica de Documentos Eletrônicos do CONARQ; docente do
Programa de Pós-Graduação em Biblioteconomia da UNIRIO - Universidade Federal do Estado
do Rio de Janeiroe e do Programa de Pós-Graduação em Memória e Acervos da Fundação Casa
de Rui Barbosa. Foi membro do Comitê Técnico-Científico do IBICT e da Comissão de Ensino
da CNEN. Tem como áreas de interesse: bibliotecas digitais, publicações eletrônicas,
interoperabilidade, bases de dados, curadoria de dados de pesquisa e preservação digital.
Walter Barreto Matos de Oliveira Junior
Mestre em Administração, Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (2008),
Engenheiro Civil, Escola Politécnica - UFBA (1973). TRIZ Specialist (Ideation, MI, USA,
2009,). Professor do Núcleo Extensão da Escola de Administração UFBA para Planejamento e
Gestão de Tecnologia da Informação e Gerenciamento de Projetos. Professor substituto da
Escola de Administração UFBA (2004-2005), Professor Auxiliar do Departamento de Ciências
da Computação UFBA (1979-1993, 1997), Conferencista da Escola de Administração do
Exército (1990, 1991). Sócio e Consultor da ParadSis SPD (Bahia, Brasil). Consultor de
Inovação e Tecnologia do Instituto Recôncavo de Tecnologia (Bahia, Brasil). Consultor em
Gestão da Inovação, Metodologia TRIZ, TI e Sistemas de Informação para o Instituto
Recôncavo de Tecnologia.
26
�Fernanda Maria Brito Gonçalves Almeida
Possui graduação em Direito pela Universidade Federal da Bahia (1976), mestrado em Ciências
Sociais Aplicadas à Educação pela Universidade Federal da Bahia (1982) e doutorado em
Educação pela Universidade Federal da Bahia (1999). Atualmente é pesq.senior/tec.assuntos
educacionais da Universidade Federal da Bahia, professora assistente de sociologia iv da
Universidade Católica do Salvador, professora titular de antropologia social da Universidade
Católica do Salvador, professora titular iv de antropologia social da Universidade Católica do
Salvador e chefe de departamento da Universidade Católica do Salvador, até janeiro de 2013,
quando se aposentou. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Antropologia de
Movimentos Sociais, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, cidadania,
desigualdade social, movimentos sociais e direitos sociais.
Lídia Maria Batista Brandão Toutain
Doutora em Filosofia pela Universidad de León - España (2003), en el Programa de
Comunicación, Acción y Conocimiento. Mestre em Metodologia do Ensino Superior pela
PUCCAMP e UNICAMP (1986). Especialista En Derecho Para Las Tecnologías de La
Información y de la comunicación, pelo Foro Europeo de Desarrolo Empresarial de España
(2003). Especialista em Documentación Aplicada a La Conservación de Bienes Culturales pelo
Instituto Del Patrimonio Historico y Cultural / Mec - España (1999), Especialista em Serviços
Automatizados Em Ciência e Tecnologia pela Universidade Federal de Pernambuco (1994) e
graduada em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal da Bahia (1972).
Professora do Instituto de Ciência da Informação (ICI/UFBA). Presidente e coordenadora da
Comissão Permanente de Arquivo da UFBA. Professor Associado IV do Departamento de
Fundamentos e Processos Informacionais(DFPI) atuando no Programa de Pós-Graduação em
Ciência da Informação. Representante da UFBA no SIGA-Sistema de Gestão de Documentos de
Arquivo/-Subcomissão do Ministério de Educação/ Arquivo Nacional. Tem experiência na área
de Ciência da Informação, com ênfase em Teoria da Informação. Atuando principalmente nos
seguintes temas: epistemologia da comunicação, informação e imagem, representação e
informação, semiótica da imagem, semiótica da cor. Coordena o Grupo Interinstitucional de
Processos Semiótico e de Design (GIPSD) cadastrado no CNPq. Título de Cavaleiro da Ordem
do Mérito do Estado da Bahia, membro do Conselho Federal de Biblioteconomia- CFB 17.
Gestão (2015-atual), tendo sido eleita coordenadora da Comissão de Ensino do CFB e
representante do CFB na Comissão de Avaliação do MEC/ INEP. Superintendente do Sistema
Universitário de Biblioteca- (SIBI/UFBA)
Aldinar Martins Bottentuit
Possui graduação em Biblioteconomia pela Universidade Federal do Maranhão (1991),
especialização em Organização de Arquivos pelo IEB/ USP (1999), Mestrado em Ciência da
Informação pela Universidade de Brasília (2000) e doutorado em Ciência da Informação pela
UNESP (2009), campus de Marília, SP. Atualmente é professora adjunto do Departamento de
Biblioteconomia da Universidade Federal do Maranhão , Coordenadora do Curso de
Biblioteconomia e membro das Comissões de Ensino, Legislação e Normas e Acessibilidade do
Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB). Tem experiência na área de Ciência da
Informação, atuando principalmente nos seguintes temas: tecnologia da informação, sítios
27
�jurídicos, mediadores de leitura, informação jurídica, práticas arquivísticas e Lei de Acesso á
Informação (LAI). Ministrou/a as disciplinas leitura e formação de leitores, fundamentos de
biblioteconomia e ciência da informação, política editorial, referencia, controle do registro do
conhecimento, metodologia da pesquisa em biblioteconomia e ciência da informação,
metodologia do trabalho científico, fontes de informação, metodologia de estudos, arquivística.
Márcia Tereza Rebouças Rangel
Membro do grupo de pesquisa, Educação, Universidade e Região (EDUREG) ? Coordenada
pela Profª. Rosângela da Luz Matos. Possui graduação em Administração de Empresas pela
UCSAL e Pós-Graduação pela UFBA. Atualmente é Superintendente de Educação a Distância
da Universidade Federal da Bahia e Coordenadora da Universidade Aberta do Brasil e aluna do
Mestrado Profissional Gestão e Tecnologia Aplicada à Educação - GESTEC. Tem competências
em: Gestão Pública -Tecnologia de aprendizagem - Metodologias de aprendizagem (presencial e
online) - Produção de material didático em e-books interativos - Programas de desenvolvimento
de pessoas - Gestão de pós-graduação - Desenvolvimento de programas avançados de pósgraduação - Gestão de Programas de Educação a Distância - Gestão de equipes de alto
desempenho - Gestão de Redes de Colaboração e Aprendizagem.
Alícia Duhá Lose
Licenciada em Letras Vernáculas pela PUCRS, Mestre e Doutora em Letras e Linguística pelo
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Universidade Federal da Bahia, com
Pós-Doutoramento pela mesma Universidade. É Professora Associada do Instituto de Letras e
do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura da Universidade Federal da Bahia e
professora permanente do Programa de Pós-Graduação em Língua e Cultura, tendo sido
membro do seu Colegiado por dois mandatos, além de ter sido Vice-coordenadora e
Coordenadora do Programa. Atualmente, realiza estágio pós-doutoral no Programa de PósGraduação em História da Universidade de Brasília ao qual está vinculada como pesquisadora
colaboradora. É vice-coordenadora do GT de Crítica Textual da ANPOLL e membro presidente
do CEPEDOP - Centro de Pesquisa e Documentação Paleográfica do Memória & Arte.
Desenvolve diversos projetos financiados pela FAPESB e pelo CNPq, Fundo de Cultura do
Estado da Bahia, Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (IPAC) em acervos literários,
eclesiásticos, históricos e especializados, em diversas instituições do estado, como a Irmandade
do Santíssimo Sacramento e Nossa Senhora da Conceição da Praia (Salvador), Congregação de
Nossa Senhora dos Humildes (Santo Amaro da Purificação), Centro de Memória Documental da
Polícia Militar da Bahia (Salvador). É autora de duas propostas aprovadas pela UNESCO de
nominações ao Programa Memória do Mundo (MowBrasil/UNESCO). Foi, por 10 anos,
Coordenadora Geral do Centro de Pesquisa e Documentação do Livro Raro do Mosteiro de São
Bento da Bahia. É membro dos Grupos de Pesquisa Scripta Philologica e Nêmesis da UFBA e
Grupo de Pesquisa em Crítica Textual da Biblioteca Nacional. Vencedora do Prêmio de
Pesquisa Histórica Clarival do Prado Valladares, da Fundação Norberto Odebrecht (2010-2011),
recebeu ainda Menção Honrosa do Conselho Estadual de Cultura do Estado da Bahia e Medalha
do Mérito Policial Militar da Polícia Militar da Bahia por seu trabalho com os acervos históricos
do estado. Desenvolve pesquisas em acervos especiais desde 1996. Possui mais de 60 trabalhos
publicados, entre livros autorais, livros organizados, capítulos de livros, trabalhos completos em
anais de eventos; possui cerca de 40 trabalhos de revisão, entre os quais se encontram livros,
28
�revistas, teses, dissertações e monografias, além da produção de material didático para cursos
presenciais e EAD. Domina bem os idiomas francês, espanhol e italiano.
Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda
Bacharel em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal Fluminense (1989),
Mestre (1997) e Doutor (2005) em Ciência da Informação pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro em Convênio com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.
Atualmente é Diretor de Avaliação e Informações Institucionais da Pró-Reitoria de
Planejamento, Procurador Educacional Institucional/Pesquisador Institucional e Professor
Associado da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) atuando nos Cursos
de Bacharelado em Biblioteconomia, Licenciatura em Biblioteconomia e no Programa de PósGraduação em Biblioteconomia/ Mestrado Profissional em Biblioteconomia - PPGB/MPB da
UNIRIO. Tem experiência na área de Biblioteconomia, Ciência da Informação e Organização
do Conhecimento e Gestão do Conhecimento, trabalhando principalmente nos seguintes temas:
organização do conhecimento, ambientes Web, gestão do conhecimento, acessibilidade,
patrimônio imaterial, ensino e formação de bibliotecários. É Membro do Conselho Editorial das
revistas Arquivística.net (1808-4826), Informação e Universidade(2175-2850), Informação e
Informação (1981-8920), BIBLOS - Revista do Instituto de Ciências Humanas e da Informação
(0102-4388) e SENAC.DOC: Revista de Informação e Conhecimento (2527-1407). Membro da
International Society of Knowledge Organization - ISKO/Brasil, da Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação e Biblioteconomia - ANCIB e da
Associação Brasileira de Educação em Ciência da Informação - ABECIN. Membro do Conselho
Federal de Biblioteconomia - CFB.
Fabíola Caires
Engenheira Mecânica graduada em 2014 pela Universidade Federal da Bahia. Trabalha com
Engenharia de Produto na Empresa Magna Seating, desenvolvedora e fornecedora de assentos
automotivos. Experiência internacional, tendo participado do European Project Semester na
Noruega e do programa Ciências Sem Fronteiras nos EUA.
Jeane Passos Santana
Com 27 anos de atuação na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação, possui doutorado
em Ciência da Informação pela Universidade de São Paulo (2010), mestrado em Educação, Arte
e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2004) e graduação em
Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal da Bahia (1987). Atualmente é
gerente/publisher Editora Senac São Paulo. Tem experiência na área de Ciência da Informação e
Educação, atuando principalmente nos seguintes temas: publicações eletrônicas e competência
informacional, acessibilidade; deficientes visuais;inclusão digital e redes de informação.
José Claudio Alves de Oliveira
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pela Universidade Federal da Bahia
(UFBA), Brasil. Pós-doutorado em Comunicação e Tecnologias, pela UMinho, Portugal.
29
�(FAPESB BOL2757/2012, CAPES BEX18009/12-3). Professor Associado III do Departamento
de Museologia da UFBA. Coordena o Núcleo de Pesquisa dos Ex-votos e o Núcleo de Memória
da Escola de Enfermagem da UFBA. Professor permanente dos Programas de pós-graduação em
Ciência da Informação (PPGCI) e Museologia (PPGMUSEU) da UFBA.
Wellington Marçal de Carvalho
Doutor em Literaturas de Língua Portuguesa pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (Conceito CAPES 5). Integrante do Grupo de
Estudos em Estéticas Diaspóricas, vinculado a Linha Identidade e alteridade na literatura, no
projeto de pesquisa intitulado Migrações e deslocamentos - a constituição de estéticas
diaspóricas nas literaturas africanas de língua portuguesa. Mestrado em Letras e Literaturas de
Língua Portuguesa pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da PUC Minas (2013).
Graduação em Biblioteconomia pela Escola de Ciência da Informação da Universidade Federal
de Minas Gerais (2004). Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em
Biblioteconomia, principalmente em catalogação utilizando o formato MARC 21 para descrição
de dados bibliográficos; tratamento do documento arquivístico. Especialista em Recursos
Hídricos e Ambientais pelo Instituto de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Minas
Gerais (2007). Desenvolve trabalhos no eixo temático: Letras (Literaturas de língua
portuguesa); Africanidades; Arquivística; Organização e tratamento da informação;
Administração pública; Direito administrativo; Movimentos reivindicatórios; Assédio moral;
Narrativas de subalternidade. Biblioteconomia.
Maria da Graça Gomes Almeida
Bibliotecária da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Possui doutorado em Documentação:
Arquivos e Bibliotecas no Entorno Digital pela Universidade Carlos III de Madri, mestrado em
Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia (2008), especialização em Gestão
Universitária e Qualidade em Serviços pela Universidade Federal da Bahia (2001) e graduação
em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade Federal da Bahia (1996). Ministra
aulas e palestras sobre competências informacionais, estratégias de busca e recuperação da
informação em bancos e bases de dados nacionais e internacionais, Portal de Periódicos da
Capes, normalização do trabalho acadêmico e gerenciadores de referências bibliográficas. Tem
experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em processos de disseminação da
informação, atuando principalmente nos seguintes temas: referência e recuperação da
informação, educação de usuários, alfabetização informacional/competências em informação,
perfil profissional, tecnologias da informação e educação a distância online.
Valdinéia Barreto Ferreira
Doutora e Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Possui Graduação em Biblioteconomia e Documentação (UFBA), Especialização em
Administração Pública com aprofundamento em Gestão pela Universidade Estadual de Feira de
Santana (UEFS) e Especialização em Gestão Universitária e Qualidade em Serviços pela UFBA.
Bibliotecária e Membro do Núcleo Científico do Sistema Universitário de Bibliotecas da UFBA.
Membro da Rede de Inovação Tecnológica do Nordeste - Rede NIT-NE na Malha de Inovação
30
�do SIBI/UFBA. Coordenadora do Sistema de Bibliotecas do Tribunal de Justiça do Estado da
Bahia (BIBLIOJUD) 2002-2010. Ministra aulas e palestras sobre busca e recuperação da
informação científica eletrônica e normalização do trabalho técnico-científico. Possui
experiência nas áreas de Ciência da Informação; Administração e Automação de bibliotecas;
Capacitação de usuários; Serviços de Referência e Normalização do trabalho técnico-científico.
Sigrid Karin Weiss Dutra
Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005),
Graduada em Biblioteconomia e Documentação pela Universidade do Estado de Santa Catarina
(1981). Bibliotecário/documentalista da Universidade Federal de Santa Catarina, onde foi
diretora de maio de 1996 a maio de 2008, janeiro de 2015 a maio de 2016. Participa atualmente
da Comissão de Gestão do Conhecimento e da Comissão de Concepção do Serviço de Suporte à
Pesquisa e Gerenciamento de Dados na BU/UFSC. É membro do ProQuest Latin American and
Caribbean Board. De 2010 a 2014 foi Diretora de Gestão da Informação na Universidade
Federal da Fronteira Sul. Participação ativa no movimento associativo da classe dos
bibliotecários e profissionais da informação. Foi Presidente da Federação Brasileira de
Associações de Bibliotecários, Cientistas da Informação e Instituições-FEBAB, (2008-2014).
De agosto de 2010 a agosto de 2015 foi Presidente do Comitê Permanente Para América Latina
e Caribe da International Federation of Library Associations and Institutions-IFLA, continuando
como membro eleito até agosto de 2017. De 2004 a 2008 foi Presidente da Comissão Brasileira
de Bibliotecas Universitárias. Atuou também como professora substituta no Departamento de
Ciência da Informação da Universidade Federal de Santa Catarina, de março 2004 a março de
2006. Tem experiência na área de Ciência da Informação, com ênfase em Biblioteconomia,
atuando principalmente nos seguintes temas: Movimento Associativo de Classe, Comunicação
científica, Ensino à distância, Gestão de bibliotecas universitárias, Empreendedorismo e
inovação em Bibliotecas, Gestão do conhecimento em Bibliotecas Universitárias.
31
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Perfil dos conferencistas e palestrantes convidados
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Perfil dos conferencistas e palestrantes convidados
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5183/SNBU2018_004.pdf
37d66794ca5b34109ba1a14ad0517487
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1 INTRODUÇÃO
Profa. Lídia Brandão Toutain
Presidente do XXSNBU
Superintendente do SIBI/UFBA
Prof. Natanael Vitor Sobral
Professor do ICI/UFBA
Relator de atividades da Comissão Técnico-Científica do XXSNBU
A realização do XX SNBU de 15 a 20 de abril de 2018, aconteceu no Centro de Convenções do
Othon Palace
produção de conhecimento e informação sobre a biblioteca universitária como um espaço de
ensino, pesquisa, extensão, criação e inovação, resgatando a missão das bibliotecas
Esse evento de iniciativa da Federação Brasileira das Associações de Bibliotecários (FEBAB) e
Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias (CBBU), este ano, completou sua 40ª edição e
contou com a organização do Sistema Universitário de Bibliotecas da Universidade Federal da
Bahia (SIBI/UFBA). Teve a promoção das quatro Universidades Federais do Estado:
Universidade Federal da Bahia (UFBA), Reitor: Prof. Dr. João Carlos Salles Pires da Silva;
Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Reitor: Prof. Dr. Sílvio Luiz da Silva
Soglia; Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB), Reitor: Prof. Dr. Naomar Monteiro de
Almeida Filho; e a Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB), Reitora: Profª. Drª.
Iracema Santos Veloso. Além das instituições supramencionadas, o evento contou com a
participação direta do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA),
Reitor: Prof. Dr. Renato da Anunciação Filho e Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia Baiano (IFBaiano), Reitor: Prof. Dr. Geovane Barbosa do Nascimento. Cabe
destacar, também, a profícua participação das Bibliotecas Universitárias das Universidades
Estaduais da Bahia (UNEB) e de Feira de Santana (UEFS).
As competências e demais detalhamentos da organização estão apresentados no Regimento do
evento, desenvolvido pelo SIBI/UFBA e aprovado pelo seu Conselho Deliberativo, pela
FEBAB/CBBU.
Essa construção coletiva pautou-se nos múltiplos olhares dos indivíduos, considerando o corpo
bibliotecários e demais servidores que atuam, ou atuaram em bibliotecas, respeitando a trajetória
institucional e protagonizando os sujeitos enquanto seres memoriais, que imprimem e têm em si
marcas imprimidas pelas instituições com as quais historicamente se vinculam. As bibliotecas
carregam em sua história o esplendor da humanidade, sendo espaço de produção, organização,
17
�disseminação e difusão de conhecimentos, permitindo o esclarecimento dos principais
acontecimentos, fatos históricos, políticos, econômicos, culturais e sociais, estabelecendo teias
fundamentais entre as ações de memória, ensino, pesquisa, criação e inovação, sendo esteio de
construção e ampliação da inteligência individual e coletiva.
O Estatuto e o Regimento Geral da UFBA, revistos em 2010 pelo Conselho Universitário,
criaram os órgãos estruturantes, entre eles o SIBI
subordinado à Reitoria, com a finalidade de
articular, coordenar, promover, superintender e fiscalizar o funcionamento sistêmico das
bibliotecas da UFBA. Visa promover o acesso e uso da informação, contribuindo para o
desenvolvimento do ensino, da pesquisa, da criação, da inovação e da extensão.
A consolidação do SIBI/UFBA favorece a comunidade compartilhando recursos informacionais
relevantes para grupos e indivíduos. Dentre as ações principais, destaca-se a adoção do Sistema
Pergamum para tratamento e organização da informação, que promoveu um grande passo no
apoio à pesquisa, através da difusão e da ampliação das possibilidades de acesso à informação
em meio virtual, beneficiando pesquisadores, discentes e docentes da UFBA, bem como, outros
grupos sociais que possuem interação direta e/ou indireta com a Universidade. O acervo
eletrônico adquirido é outro avanço significativo, dada a atual configuração da humanidade, em
que a tecnologia ocupa um papel importante.
No que se refere a fontes virtuais, o SIBI, como responsável pela gestão da informação e
preservação da memória da UFBA, organiza os acervos científicos, artísticos e culturais
hospedados nas bases de dados do Repositório Institucional e do Portal de Periódicos da UFBA,
além de gerenciar a ferramenta SEER (Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas), software
que permite a criação e gestão de periódicos eletrônicos pelas Unidades Acadêmicas e
Administrativas da UFBA. O contato com a sociedade externa dá-se através do Núcleo de
Extensão Dom Quixote biblioteca andante, que, inserindo-se na ótica dos Novos Movimentos
Sociais, visa contribuir para a redução das desigualdades vigentes historicamente. É um trabalho
de socialização e integração com a sociedade externa, ou extramuros.
constituída pelos seguintes agentes: Núcleo de Estudos Baianos; Núcleo Memorial UFBA e
Núcleo de Arquivos Históricos, Pessoais e Arquivos Institucionais, que juntos, retratam a
História política e social da Bahia. O conjunto documental da UFBA, formado de bens materiais
e imateriais, é custodiado pelo Sistema Universitário de Bibliotecas. Todas essas atividades
permitiram ao SIBI, em 2017, na cidade de Manaus, Estado do Amazonas, a honra de ser
escolhido para sediar essa edição do SNBU, contando com ampla e efetiva colaboração do
Conselho Federal de Biblioteconomia.
18
�Na programação do XX SNBU, constaram Conferências; Palestras; Mesas redondas; Reuniões
técnicas e capacitações; Sessões de apresentação oral; Sessões de pôsteres; Feira de produtos e
serviços; Encontros; Atividades culturais e Congraçamento.
As diretrizes estratégicas adotadas pela equipe executiva foi desenvolver a programação nos
eixos temáticos de acordo com a missão da UFBA, que em parte, também é de todas as
Universidades, a saber: Ensino, Pesquisa, Extensão, Criação e Inovação.
Bibliotecas Universitárias, enfatizando a criatividade e as possibilidades de transformação
nessas Unidades de Informação. O compartilhamento com conferencistas e palestrantes de
outras áreas foi essencial para atingir os objetivos esperados. A UFBA foi pioneira em adotar
como missão, conjuntamente, as dimensões: Ensino, Pesquisa, Extensão, Criação e Inovação,
em seu regulamento e Regimento Geral, em 2010. A inserção desses eixos instiga o
bibliotecário a pensar nos novos papéis profissionais, rumos e transformações que interferem em
seu ofício; os novos valores agregados para a convivência virtual, e parafraseando Aldo Barreto
-se aos olhares
cruzados entre a pesquisa e a extensão, considerando a teoria e a ação como dimensões
indissociáveis, que urgem de iniciativas pelos profissionais da informação. Busca verificar como
as atividades de pesquisa podem extrapolar seus espaços tradicionais, potencializando-se em
ações culturais e extensionistas como instrumentos de ampliação de vozes, que até então, ecoam
apenas em espaços intramuros. Este pilar visa estimular iniciativas que preconizem a música, a
arte, entre outras ações culturais.
conhecimento entre os usuários, bem como a educação informacional para utilização eficiente
dos recursos de informação, contribuindo para sua formação acadêmica. Ensino abrange
conhecimento, formação de competências, transferência, compartilhamento, métodos de
instrução, aprendizagem, conteúdo, suporte às atividades pedagógicas, tendo como objetivo a
transformação do sujeito, seu amadurecimento e aquisição de autonomia para lidar com a
informação em seus diversos suportes e manifestações.
Em suma, o XX SNBU teve como roteiro norteador a implementação da missão, dos objetivos,
das políticas e das estratégias para uma jornada de inovação e dos mecanismos de controle e
avaliação das bibliotecas universitárias que compõem a CBBU, além de possibilitar o alcance
das metas previstas na UNESCO para 2030.
19
�Pôde-se avaliar no Relatório geral do XX SNBU o nível de satisfação de todos os envolvidos no
evento, permitindo que o comitê organizador tivesse um feedback preciso do comprometimento
empreendido.
No mais, ressalta-se que o XX SNBU só foi possível devido a uma rigorosa trajetória de
trabalho árduo, pesado, porém prazeroso, dada a sua importância. Todos os membros do comitê
organizador investiram seus esforços, nesta hercúlea missão, visando a concretização do sonho
de receber este egrégio evento na Bahia. Sua realização foi uma resposta de prontidão à classe
bibliotecária e à comunidade acadêmica da UFBA.
Por fim, a UFBA agradece a todos os congressistas que reclamaram inicialmente pelo período
escolhido, mas que entenderem e se dispuseram a participar, apresentando uma grande
variedade de comunicações e pôsteres, neste período tão especial, que compreende as
comemorações do 40º Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, em uma instituição que
está intrinsecamente ligada à história das Bibliotecas Universitárias.
Durante o Seminário, os bibliotecários do Brasil puderam em suas visitas construírem a linha do
tempo do SIBI/UFBA
da sua origem à modernidade, a partir de dados e fatos, iniciando pela
Faculdade de Medicina e culminando com a Biblioteca Universitária de Ciência & Tecnologia
Omar Catunda, em homenagem ao matemático que muito bem representa o tempo presente da
inovação e da informação nas nuvens, que agora tem um espaço na UFBA, abrigando amplo
acervo da área de Ciência e Tecnologia, Matemática, Estatística, Ciência da Computação,
Física, Química e Geociência.
Durante uma semana houve a oportunidade de aproximação, discussão e intercâmbio de ideias,
ampliando a visão de mundo e resultando em formas multifacetadas de colaboração, que
certamente, resultarão no desenvolvimento de ideias inovadoras e novas conquistas para a classe
bibliotecária.
20
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Introdução
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Introdução
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5180/SNBU2018_003.pdf
5ffa6215631c6c5c9a704329863567dc
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APRESENTAÇÃO
Profa. Lídia Brandão Toutain
Presidente do XXSNBU
Superintendente do SIBI/UFBA
Em 2018, Salvador sediou o Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, o XX SNBU,
organizado pelo Sistema Universitário de Bibliotecas da Universidade Federal da Bahia
(SIBI/UFBA) e o grande tema escolhido foi: O Futuro da Biblioteca Universitária na
Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Nesse SNBU, buscamos ouvir Conferencistas e Palestrantes principalmente de outras áreas,
como a Linguística, Letras, Física e Artes profissionais da inovação e criação, de dança,
músicas, artistas das várias vertentes para contar como se processa a criação e o que espera ou o
que fundamenta a participação da biblioteca universitária nesse contexto institucional
contemporâneo
Através desse Anais caberá a reflexão sobre as conquistas e desafios enfrentados pelas
bibliotecas universitárias, e se o espaço do XX SNBU consolidou-se com o passar dos anos,
nesse requintado ambiente.
A realização conjunta entre as instituições de ensino federais do Estado da Bahia e o apoio das
universidades públicas estaduais do estado à participação efetiva do Conselho Federal de
Biblioteconomia, 17ª Gestão, evidencia a união necessária para a apresentação do tema como o
resgate da sua missão histórica, identidade e relevância acrescida da nova função dentro do
contexto contemporâneo, ou seja, biblioteca universitária: espaço de ensino, pesquisa extensão
criação e inovação e centro de aprendizagem.
Ao completar 40 anos de realização, o evento mais expressivo, para este segmento de
bibliotecas no Brasil, retorna aos seus primórdios, porém destaca o protagonismo e atuação das
bibliotecas universitárias, ao estarem sempre atentas às inovações e progressos tecnológicos
ocorridos, e a defesa da importância e evidência na sociedade contemporânea.
Se hoje, chegamos aqui na apresentação dos Anais do XXSNBU temos muito a agradecer ao
Reitor João Carlos e a Paulo Miguez (Vice-Reitor) que desde o início da Gestão tinha o foco
para disponibilizar para o meio acadêmico os recursos do SIBI. Foi por acreditar na equipe que
conseguimos realizar mais esse evento. Fundamental a participação dos bibliotecários e
servidores administrativos e terceirizados do SIBI que direta ou indiretamente participaram de
todos os momentos da concepção do SNBU do seu início até o encerramento final. Nossos
agradecimentos também à equipe da EDUFBA, do ICI e das Pró-Reitorias com suas estruturas e
recursos humanos, servidores administrativos das unidades envolvidas e os funcionários das
empresas terceirizadas.
15
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Apresentação
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Apresentação
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5175/SNBU2018_002.pdf
ebac1781cae1b999bb135e5047ad2b22
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SUMÁRIO
v. 1
APRESENTAÇÃO
15
1 INTRODUÇÃO
17
2 PERFIL DOS CONFERENCISTAS E PALESTRANTES CONVIDADOS
21
3 HOMENAGEM AO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA CARVALHO DE
MIRANDA
33
4 DISCURSO DO HOMENAGEADO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA
CARVALHO DE MIRANDA
37
5 HOMENAGEM À BIBLIOTECÁRIA REGINA SANTOS SILVA TONINI
39
6 DISCURSO DA HOMENAGEADA REGINA SANTOS SILVA TONINI
43
7 CONFERÊNCIA: BIBLOTECA UNIVERSITÁRIA E A INOVAÇÃO: REFLEXÕES,
DEFINIÇÕES E DESCRIÇÕES
47
8 EIXO 1 - INOVAÇÃO E CRIAÇÃO: COMUNICAÇÕES
AS BIBLIOTECAS NO CONTEXTO DA SOCIEDADE INFORMACIONAL: A
INTERAÇÃO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA
63
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELO AUXILIAR DE BIBLIOTECA E PELO
TÉCNICO EM BIBLIOTECONOMIA
77
BARREIRAS A INOVAÇÃO TECNOLÓGICA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS NO BRASIL
93
BIBLIO CHATBOT: UM ROBÔ PARA A BIBLIOTECA
99
CURSO DE NORMALIZAÇÃO A DISTÂNCIA: TECNOLOGIAS WEB COMO
SUPORTE A COMPETÊNCIA INFORMACIONAL DE USUÁRIOS DE
BIBLIOTECA
121
GESTÃO DO CONHECIMENTO DO PROJETO: UMA OPORTUNIDADE PARA OS
GESTORES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
135
GESTÃO DO CONHECIMENTO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
ASPECTOS TEÓRICO-CONCEITUAIS
151
GUIA DA INCLUSÃO: UMA INOVAÇÃO PARA INCLUSÃO SOCIAL
167
HISTÓRIAS EM QUADRINHOS COMO COLEÇÃO ESPECIAL: UMA
EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
179
�LABORATÓRIO DE CARREIRAS LABCAR: INOVAÇÃO E
EMPREENDEDORISMO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
193
MAPEAMENTO DE PROCESSOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA NA UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA
AMAZÔNIA
203
O USO DE PLATAFORMAS ABERTAS POR BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
UMA DISCUSSÃO INTRODUTÓRIA
219
O USO DOS DISPOSITIVOS DE COMUNICAÇÃO DA WEB SOCIAL PARA A
MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO NOS ARQUIVOS E NAS BIBLIOTECAS
229
IDEIAS DE SUSTENTABILIDA DE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: CASO
DA BIBLIOTECA CENTRAL DO CAMPUS DO PICI, DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO CEARÁ
245
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO NA GESTÃO DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO A PARTIR DA APLICAÇÃO DA ANÁLISE
SWOT
257
PRÁTICAS GERENCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
POSSIBILIDADES PARA INOVAÇÃO
271
SERVIÇOS DE PUBLICAÇÃO POR BIBLIOTECAS
287
TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E O BIBLIOTECÁRIO DO FUTURO
297
TREINAMENTO A DISTÂNCIA SOBRE O GERENCIADOR DE REFERÊNCIAS
MENDELEY
321
UM ESTUDO SOBRE COOPERAÇÃO BIBLIOTECÁRIA BASEADO EM ANÁLISE
BIBLIOMÉTRICA
331
UNIDADES DE INFORMAÇÃO COMO LUGARES DE APRENDIZAGEM: A
TENDÊNCIA MAKER
345
BIBLIOTECÁRIO E A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO: SERVIÇOS DE
REFERÊNCIA DO PRESENCIAL AO VIRTUAL
359
O PAPEL DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM
SAÚDE PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER (BVS)
371
BIA: UM ESTUDO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DA ASSISTENTE VIRTUAL
DAS BIBLIOTECAS PUC-RIO
381
DESAFIOS E SOLUÇÕES NO PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO
DE REPOSITÓRIOS DIGITAIS: ASPECTOS TÉCNICOS E LEGAIS
397
MODELO DE REPOSITÓRIO PARA PROJETOS DE INOVAÇÃO SOCIAL
413
�425
O USO DE APLICATIVO DE MENSAGEM NAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO DE CASO NO SERVIÇO DE REFERÊNCIA DA
BIBLIOTECA DO INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
RIO DE JANEIRO (IF/UFRJ)
441
MENDELEY COMO FERRAMENTA DE APOIO À ESCRITA CIENTÍFICA: UM
ESTUDO DE CASO
453
O USO DO FACEBOOK EM BIBLIOTECAS: O CASO DO SISTEMA DE
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
465
O USO DO OMEKA PARA IMPLANTAÇÃO DA BIBLIOTECA DIGITAL DE
COLEÇÕES ESPECIAIS NA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
479
A CRIAÇÃO DA COMISSÃO DE TRABALHADORES EM BIBLIOTECAS E
ARQUIVOS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, SEUS
DESDOBRAMENTOS E IMPACTOS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
491
REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTAS PARA DIVULGAÇÃO DE
INFORMAÇÕES NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS DE SÃO LUÍS
505
MA
A MEDIAÇÃO DA INFORMAÇÃO E A APLICAÇÃO DAS REDES SOCIAIS
PELAS BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
521
A UTILIZAÇÃO DAS REDES SOCIAIS EM BIBLIOTECAS DA UFRN
533
BIBLIOTECA, IDENTIDADE E REDES SOCIAIS: O USO DAS FERRAMENTAS
DE MARCAÇÃO NA FAN PAGE DO SISBI/UEFS NO FACEBOOK
549
ESTRATÉGIA DE MARKETING DIGITAL PARA A BIBLIOTECA SETORIAL
ESPECIALIZADA DA ESCOLA DE MÚSICA PADRE JAIME
561
INICIATIVAS DE ACESSO ABERTO NA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
CAMPINAS NO CONTEXTO DA INFORMAÇÃO E DAS BIBLIOTECAS
575
PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA POLÍTICA DE PRESERVAÇÃO DIGITAL
PARA O SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNICAMP (SBU)
591
REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO
AMAZONAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA
605
O PANORAMA DOS REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS DAS UNIVERSIDADES
FEDERAIS BRASILEIRAS DAS REGIÕES SUL E CENTRO-OESTE: UMA
ANÁLISE COMPARATIVA
619
O USO DAS BIBLIOTECAS VIRTUAIS E DIGITAIS: O PERFIL DO
CONHECIMENTO E PREPARO DOS FUTUROS PROFISSIONAIS
BIBLIOTECÁRIOS
633
�PAPÉIS (RE)EDITADOS: O BIBLIOTECÁRIO E A ATUAÇÃO EM PROJETOS
EDITORIAIS
647
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS: UMA BREVE ANÁLISE DA BSSN/UFAM
661
QUALIDADE DE SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: ANÁLISE
DAS BIBLIOTECAS CENTRAIS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
MARANHÃO E UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO NA
PERSPECTIVA DA ISO 11620:2014 E DO MODELO SERVQUAL
673
ACERVO DE PARTITURAS: GERENCIAMENTO DIGITAL
687
INTEGRAÇÃO DA PLATAFORMA COLABORATIVA WIKIPAMPA NO SISTEMA
DE BIBLIOTECAS EM UMA UNIVERSIDADE MULTICAMPI
699
O BIBLIOTECÁRIO INTRAEMPREENDEDOR: A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO
EMPREENDEDORA NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
715
OBRAS RARAS ONLINE: UM SERVIÇO DIGITAL DA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO DE FÍSICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
731
RECURSOS ELETRÔNICOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: PANORAMA
MUNDIAL
747
USO DE MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: RELATO DE
EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
761
AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS VISTAS SOB A PERSPECTIVA DE
CENTROS CULTURAIS: INFORMAR, DISCUTIR E CRIAR
777
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO EQUIPAMENTO DE (IN)FORMAÇÃO:
LEVANTAMENTO DE FONTES PARA EDUCAÇÃO ETNICORRACIAL NA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
795
AÇÃO CULTURAL EM BIBLIOTECAS DE ENSINO SUPERIOR: UM ENFOQUE
NAS EXPOSIÇÕES CULTURAIS
811
POLÍTICA DE INFORMAÇÃO E REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL PARA
ACERVOS AUDIOVISUAIS EM TV UNIVERSITÁRIA
825
BIBLIOTECA DIGITAL DE MONOGRAFIAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS: ACESSO ABERTO E DEMOCRATIZAÇÃO DA
PRODUÇÃO ACADÊMICA
839
O QUE UM LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO FAZ NA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA? A EXPERIÊNCIA DO LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO E
RESTAURAÇÃO DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO RIO GRANDE DO SUL
853
LABORATÓRIO DE PRODUÇÃO DE VÍDEO EM BIBLIOTECAS
865
�GESTÃO DA INFORMAÇÃO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: PROJETO
COLETAR
881
MAPEAMENTO E MENSURAÇÃO DE COMPETÊNCIA NA BIBLIOTECA
CT/UFRJ
895
O SERVIÇO DE DIVULGAÇÃO DAS NOVAS AQUISIÇÕES EM UMA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: RELATO DE EXPERIÊNCIA
909
CLUBE DO LIVRO: RELATO DE EXPERIÊNCIA NA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO FEDERAL DO AMAZONAS - CAMPUS MAUÉS
923
REDES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UM ESTUDO DE CASO NA
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
935
DEMONSTRATIVO DAS AÇÕES PARA O ATENDIMENTO AO NOVO
INSTRUMENTO DO INEP/MEC: ADEQUAÇÕES DA BIBLIOGRAFIA, SERVIÇOS
E RECURSOS DIGITAIS EM UMA IES
951
COMUNICAÇÃO E MARKETING NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: ALIADOS
ESTRATÉGICOS
971
ESTRATÉGIAS PARA INCREMENTAR A DISPONIBILIZAÇÃO DE ARTIGOS DE
PERIÓDICOS EM REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
979
A CONSTRUÇÃO DE REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
991
DESENVOLVIMENTO DE UMA PLATAFORMA PARA APOIAR O
APRENDIZADO DOS FORMATOS MARC 21: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
1005
RELATO DE EXPERIÊNCIA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFPB: A INOVAÇÃO E
RENOVAÇÃO DOS SERVIÇOS, PRODUTOS E AMBIENTES INTERNOS
1023
BIBLIOTECA HABITADA: RELATO DA COMEMORAÇÃO DA SEMANA
NACIONAL DO LIVRO E DA BIBLIOTECA NA UNIVERSIDADE FEDERAL DE
GOIÁS - REGIONAL CIDADE DE GOIÁS
1035
MARKETING ON-LINE NO DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE
REFERÊNCIA VIRTUAL EM UNIDADES DE INFORMAÇÃO: ANÁLISE DOS
SITES DAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS PÚBLICAS DE SÃO LUÍS MA
1047
POLÍTICA DE ACESSIBILIDADE NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
TOCANTINS: ACESSIBILIDADE INFORMACIONAL NAS BIBLIOTECAS
INTEGRANTES DO SISTEMA
1063
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS E BIBLIOTECAS DIGITAIS DE TESES E
DISSERTAÇÕES DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS: POLÍTICAS
E DOCUMENTOS
1077
USO E APROPRIAÇÃO DE MÍDIAS SOCIAIS EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
FEDERAL: UMA ANÁLISE SOBRE AS COMPETÊNCIAS DO BIBLIOTECÁRIO
1091
�NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DO PARÁ (SIBI-UFPA)
INOVAÇÃO NO SERTÃO: A MEDIAÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ
CAMPUS PAULISTANA
1105
MIGRAÇÃO DE DADOS ENTRE SISTEMAS GERENCIADORES DE
BIBLIOTECA: UMA EXPERIÊNCIA DO SOFTWARE PHL PARA O KOHA NA
BIBLIOTECA DA ESCOLA DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
1121
9 EIXO 1 - INOVAÇÃO E CRIAÇÃO: PÔSTERES
GESTÃO DE SISTEMA DE BIBLIOTECAS NO DESENVOLVIMENTO DE
SERVIÇOS NAS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS
1139
DESENVOLVIMENTO E ORGANIZAÇÃO DO PORTAL DE PERIÓDICOS UFPEL
1141
AQUISIÇÃO ON LINE, UMA INOVAÇÃO NAS BIBLIOTECAS DA PUCPR 2017
PROPOSTA TECNOLÓGICA PARA COMPETÊNCIA INFORMACIONAL NA PÓSGRADUAÇÃO
1143
A ELABORAÇÃO DO MANUAL DE PROCESSOS TÉCNICOS DA BU/UFSC
1147
AÇÕES DA SEÇÃO DE REFERÊNCIA: INOVANDO ATRAVÉS DAS TICS
1149
CONTROLE DE QUALIDADE E PADRONIZAÇÃO DE METADADOS EM
REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: O CASO DO REPOSITÓRIO DIGITAL FGV
1151
CULTURA DIGITAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
1153
DINÂMICA DAS COLEÇÕES NO REPOSITÓRIO DIGITAL DE UMA
UNIVERSIDADE
1155
FOLKSONOMIA RESTRITA: RELATO DE EXPERIÊNCIA DA BU/UFSC
1157
MÍDIAS SOCIAIS NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E A COMPETÊNCIA EM
INFORMAÇÃO
1159
O REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL E A GESTÃO DA INFORMAÇÃO
CIENTÍFICA NA PÓS-GRADUAÇÃO
1161
PROPRIEDADE INDUSTRIAL, INOVAÇÃO E PROSPECÇÃO TECNOLÓGICA
1163
RECURSOS DA REALIDADE AUMENTADA APLICADA EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
1165
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFAM: EXPLORANDO A REFERÊNCIA
VIRTUAL POR CHAT
�1167
TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO INOVANDO
BIBLIOTECAS
1169
AÇÕES DE REESTRUTURAÇÃO DA BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE
PREVENÇÃO E CONTROLE DE CÂNCER (BVS)
1171
DIGITALIZAÇÃO DE LIVROS: EBOOKS COMO ALTERNATIVA PARA
1173
CAMPUS QUIXADÁ
MAPEAMENTO DE PROCESSOS DE TRABALHO DA BIBLIOTECA DO CAMPUS
DE QUIXADÁ DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
1175
MONITORAMENTO ALTMÉTRICO DE ARTIGOS CIENTÍFICOS: A
EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA E
ESPORTE DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
1177
PROTÓTIPO DE UM APLICATIVO PARA A BIBLIOTECA DO CAMPUS
1179
�SUMÁRIO
v. 2
APRESENTAÇÃO
17
1 INTRODUÇÃO
19
2 PERFIL DOS CONFERENCISTAS E PALESTRANTES CONVIDADOS
23
3 HOMENAGEM AO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA CARVALHO
DE MIRANDA
35
4 DISCURSO DO HOMENAGEADO PROFESSOR DOUTOR ANTÔNIO LISBOA
CARVALHO DE MIRANDA
39
5 HOMENAGEM À BIBLIOTECÁRIA REGINA SANTOS SILVA TONINI
41
6 DISCURSO DA HOMENAGEADA REGINA SANTOS SILVA TONINI
45
7 CONFERÊNCIA: BIBLOTECA UNIVERSITÁRIA E A INOVAÇÃO:
REFLEXÕES, DEFINIÇÕES E DESCRIÇÕES
49
8 EIXO 2 - PESQUISA E EXTENSÃO: COMUNICAÇÕES
A CONSTRUÇÃO DA IMAGEM DO BIBLIOTECÁRIO SOB A PERSPECTIVA
DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
65
ANÁLISE COMPARATIVA DE BASES DE DADOS PARA SELEÇÃO EM
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
81
AVALIAÇÃO CENTRADA NO USO DAS COLEÇÕES: ESTUDO PILOTO NA
COLEÇÃO DE LASTRO PELO MÉTODO DE FATOR DE USO E REGRA 80-20
97
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O DESAFIO DE GERIR PESSOAS EM
AMBIENTE PÚBLICO: PESQUISA DE SATISFAÇÃO DO PÚBLICO INTERNO
COM NOVA GESTÃO NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE CAMPINA GRANDE (UFCG), PARAÍBA, BRASIL
111
GESTÃO DE DADOS DE PESQUISA: UM NOVO DESAFIO DAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
133
INICIAÇÃO CIENTÍFICA E O MATERIAL INFORMACIONAL EM BIBLIOTECA
145
MAPEAMENTO DAS LICENÇAS DE USO ADOTADAS EM PERIÓDICOS
ABERTOS DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
155
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
ANALISE DA PERCEPÇÃO DE GESTORES E TÉCNICOS BIBLIOTECÁRIOS
171
SERVIÇOS ON-LINE EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS FEDERAIS
BRASILEIRAS: ESTUDO DA DISPONIBILIDADE
185
SOBRE AUTORIDADES E IDENTIFICADORES ÚNICOS
201
�BIBLIOTECA DIGITAL: GESTÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
215
LIVROS DIGITAIS E BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: SOBRE MODELOS
DE NEGÓCIOS E FORMAS DE ACESSO AO CONTEÚDO
225
MODELAGEM DE DADOS DE CURADORIA DIGITAL: ALGUMAS
APLICAÇÕES NO BRASIL
241
MARKETING PARA REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS: UM ESTUDO PARA O
MEMORIA REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DO IFRN
255
CURSOS E PERCURSOS DA BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE FEDERAL
DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI
269
O LUGAR DA COMUNICAÇÃO NO SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
285
OFICINA GUAIANASES DE GRAVURA: PRESERVAÇÃO E TECNOLOGIA A
FAVOR DA MEMÓRIA
297
PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ACESSO ABERTO: O ANTES E O DEPOIS DA
INICIATIVA DE BUDAPESTE
309
A COMUNICAÇÃO CIENTÍFICA DOS DOCENTES DO INSTITUTO DE
EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS DO CURSO DE PÓSGRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS E MATEMÁTICAS, DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ, NO PERÍODO DE 2012-2016
325
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO COMO SUPORTE À
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: DIÁLOGOS E
POSSIBILIDADES
341
A ORGANIZAÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO CONHECIMENTO NOS PPGCI
DAS UNIVERSIDADES NORDESTINAS
357
A QUALIDADE DOS SERVIÇOS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS NA
PERCEPÇÃO DOS GESTORES
371
ANÁLISE DE CITAÇÕES DOS ARTIGOS PUBLICADOS NA REVISTA
ARQUIVOS EM ODONTOLOGIA DA FACULDADE DE ODONTOLOGIA DA
UFMG
387
AS TIC NA CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DE
LITERATURA
403
BIBLIOTECA DA UFPR LITORAL NO FACEBOOK: RELATO DE
EXPERIÊNCIA E ESTRATÉGIAS DE PUBLICAÇÃO
417
ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE VIÇOSA
433
FERRAMENTAS E SERVIÇOS DE COMUNICAÇÃO VIRTUAL DISPONÍVEIS
EM WEBSITES DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS BRASILEIRAS
447
FURTO DE OBRAS RARAS EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
459
INFORMAÇÃO E AMBIENTE NOS CURSOS DE BIBLIOTECONOMIA
BRASILEIROS
475
�O LUGAR DA MEMÓRIA NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: O CASO DO
MEMORIAL DENIS BERNARDES
487
LA NORMALIZACIÓN DE NOMBRES DE AUTORES A TRAVÉS DE UN
ESTUDIO BIBLIOMÉTRICO EN BIBLIOTECAS UNIVERSITARIAS
497
O LINKED DATA E OS DADOS DE AUTORIDADE DAS BIBLIOTECAS DE
UNIVERSIDADES PÚBLICAS DO ESTADO DE SÃO PAULO
507
O USO DA FERRAMENTA LIVRE OMEKA PARA APRESENTAÇÃO DE
COLEÇÕES DIGITAIS EM BIBLIOTECA
523
OS ESTUDANTES DE BIBLIOTECONOMIA E SUAS COMPETÊNCIAS NO USO
DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO
529
PATRIMÔNIO BIBLIOGRÁFICO E DOCUMENTAL: O PAPEL DA
BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
541
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
555
REFLEXÕES PARA REVISÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS EM FACE
DA MISSÃO DA BIBLIOTECA
565
REPRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO DAS DISSERTAÇÕES DO PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDOS INTERDISCIPLINARES SOBRE
MULHERES, GÊNERO E FEMINISMO: UM OLHAR SOBRE OS TERMOS
INDEXADOS NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA UFBA
577
SOBRE REPOSITÓRIOS DIGITAIS E REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
593
ESTRATÉGIAS DE BUSCA EM CIÊNCIAS DA SAÚDE: COMO RECUPERAR
ESTUDOS RELEVANTES
607
ALFABETIZAR PARA LIBERTAR: TRANSFORMANDO CIDADÃOS POR MEIO
DA ALFABETIZAÇÃO
621
BIBLIOTECA 24 HORAS: ALGUMAS REFLEXÕES E PROSPECTOS
631
EMPREENDEDORISMO, AGENDA 2030 E ADVOCACY: REFLEXÕES SOBRE
A PRÁTICA COLABORATIVA ENTRE OS BIBLIOTECÁRIOS
641
PRÁTICAS EXTENSIONISTAS NO ÂMBITO DA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA: AÇÕES EMPREENDIDAS
657
A ORGANIZAÇÃO DA BIBLIOTECA DA ASSOCIAÇÃO DOS
REMANESCENTES DOS QUILOMBOLAS ILHA DE SÃO VICENTE/TO
671
685
BIBLIOTECONOMIA DA UNIRIO
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DA BIBLIOTECA PADRE FELIX
ZAVATTARO
699
AVALIAÇÃO DA SATISFAÇÃO DO CONSUMIDOR: O CASO DA BIBLIOTECA
JOSÉ DE ARIMATÉIA PEREIRA NO IFRN CAMPUS NATAL-ZONA NORTE
711
�BIBLIOTECAS EM REDE: ANÁLISE DE FANPAGES DE BIBLIOTECAS DE
UNIVERSIDADES FEDERAIS DO CENTRO-OESTE
727
DIGITALIZAÇÃO E TRATAMENTO TÉCNICO DE ACERVO FOTOGRÁFICO:
RECUPERAÇÃO E PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA INSTITUCIONAL DA
EESC/USP
757
LEITURAS NA CORDELTECA DA FACULDADE DE FORMAÇÃO DE
PROFESSORES DA UERJ: CONTRIBUIÇÕES PARA O ENSINO DE HISTÓRIA
769
REDES E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO: UM OLHAR SOBRE O SISTEMA DE
BIBLIOTECAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (SIBI/UFBA)
781
RESPONSABILIDADE SOCIAL EM BIBLIOTECAS: O PROJETO BIBLIOTECA
SOLIDÁRIA DO CAMPUS RIO DE JANEIRO DO IFRJ
795
UNIVERSITÁRIA
805
ATIVIDADES DE EXTENSÃO DE UMA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
821
CURSO DE EXTENSÃO SUPER 8: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
835
TRANS-FORMAÇÃO. ACESSO A INFORMAÇÃO E INCLUSÃO DE GÊNERO:
ELABORAÇÃO DE UM PLANO DE NEGÓCIO PARA CRIAÇÃO DE UMA
BIBLIOTECA PARA ATENDER TRAVESTIS, TRANSEXUAIS E
TRANSGÊNEROS EM SITUAÇÃO DE RISCO EM BELO HORIZONTE: UM
RELATO DE EXPERIÊNCIA
849
ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: UMA
ABORDAGEM A PARTIR DAS PESQUISAS NO CAMPO DA CIÊNCIA DA
INFORMAÇÃO
859
COMPORTAMENTO INFORMACIONAL DE DIFERENTES GERAÇÕES DE
USUÁRIOS: UM ESTUDO COM OS ALUNOS DO PROJETO FORMAÇÃO DE
DISCENTE PESQUISADOR
879
ENTRE LIVROS E COBOGÓS: O USUÁRIO DA BIBLIOTECA JOAQUIM
CARDOZO COMO PROTAGONISTA DE AÇÕES CULTURAIS
893
PROJETO BIBLIOTECA VIVA: REVENDO OS CONCEITOS E RENOVANDO OS
ESPAÇOS
903
AVALIAÇÃO DE SITES DE BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE
ENSINO SUPERIOR (IFES) COM BASE NO CRITÉRIO DE USABILIDADE:
ANÁLISE EMPÍRICA DE AMOSTRA SELECIONADA
919
ESTUDO DE USUÁRIOS DA BIBLIOTECA DA UDESC BALNEÁRIO
CAMBORIÚ: UMA VISÃO SOBRE A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E
ASPECTOS RELACIONADOS À ANSIEDADE DE INFORMAÇÃO
933
IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS VISITANTES NO ESTANDE DO
CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA NO CONGRESSO
BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO, FORTALEZA,
CEARÁ
949
�O AUTOARQUIVAMENTO NO REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UM ESTUDO DE CASO DO CURSO
DE MESTRADO EM CIÊNCIA DA COMPUTAÇÃO
959
POLÍTICAS DE ACESSO ABERTO PARA UNIVERSIDADES BRASILEIRAS:
UM OLHAR SOB A ÓTICA DO REGIME DE INFORMAÇÃO E DA POLÍTICA
DE INFORMAÇÃO EM REPOSITÓRIOS INSTITUCIONAIS
975
PRÁTICAS DE DISPONIBILIZAÇÃO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: CONTRIBUIÇÃO À POLÍTICA
INSTITUCIONAL DE ACESSO ABERTO
989
PROPOSTAS DE PLANO DE MARKETING PARA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA: SUGESTÕES A SEREM IMPLEMENTADAS NA
BIBLIOTECA CENTRAL ZILA MAMEDE (BCZM/UFRN)
1005
CENTENÁRIO DO FUNDADOR DO INSTITUTO DE MICROBIOLOGIA PAULO
DE GÓES: NOS BARANGANDÃS DE CARMEM MIRANDA A DESCOBERTA
DE UM CIENTISTA - COMPOSITOR
1021
COLEÇÕES DE USO CORRENTE E COLEÇÕES RARAS/ESPECIAIS: ONDE
COMEÇA E ONDE TERMINA O ESPAÇO PARA CADA UM NAS
PRATELEIRAS DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA?
1033
DESENVOLVIMENTO DE TUTORIAL PARA POVOAMENTO DA COLEÇÃO
DE ARTIGOS DE PERIÓDICOS NO ARCA - REPOSITÓRIO INSTITUCIONAL
DA FIOCRUZ
1045
FLUXOS DE INFORMAÇÃO NA PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO:
PROPOSTA DE SERVIÇOS PARA BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
1059
9 EIXO 2 - PESQUISA E EXTENSÃO: PÔSTERES
LIVRO DIGITAL VERSUS LIVRO IMPRESSO: UMA PARCERIA
INTERESSANTE PARA AS BIBLIOTECAS
1077
O CICLO DO CONHECIMENTO ORGANIZACIONAL E AS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
1079
PRODUTIVIDADE CIENTÍFICA: ESTUDO DA BIBLIOTECA DA QUIMICA
USP/SÃO CARLOS
1081
UMA CONVERSA POSSÍVEL: BIBLIOTECÁRIO E USUÁRIO NA ESTEIRA DA
ALTERIDADE
1083
A PRESENÇA DOS ESTUDOS DE BIBLIOTECAS DE GOVERNO NAS
MONOGRAFIAS DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
1085
IMPORTÂNCIA DO PORTAL DE PERIÓDICOS ELETRÔNICOS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO PARA A COMUNIDADE
DISCENTE
1087
LIVRO OU E-BOOK: UMA QUESTÃO DE SUSTENTABILIDADE
1089
�PROMOVENDO A LEITURA E A CIDADANIA: O PAPEL DA BU JUNTO A SUA
COMUNIDADE O CASO DA BIBLIOTECA DO LITORAL DA UFPR
1091
BIBLIOTECA E DOCENTES EM EXPERIÊNCIAS CULTURAIS DE EXTENSÃO
1093
COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO COMO AÇÃO DE RESPONSABILIDADE
SOCIAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
1095
EXTENSÃO CULTURAL: UMA PRÁTICA NA BIBLIOTECA DA QUÍMICA SÃO
CARLOS - USP
1097
INDICADORES SOBRE EVENTO NA BIBLIOTECA CENTRAL USP RIBEIRÃO
PRETO
1099
PLANO ANUAL DE ATIVIDADES DA BIBLIOTECA CENTRAL DA UFGD:
RELATO DE EXPERIÊNCIA
1101
PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO DE USUÁRIOS PARA A PESQUISA
CIENTÍFICA EM SAÚDE: A EXPERIÊNCIA DA BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE - SEDE BOTÂNICO, DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
1103
PROJETO DOM QUIXOTE: BIBLIOTECA ANDANTE
1105
SEMANA CULTURAL DA FACISB: UMA TROCA DE SABERES
1107
SILÊNCIO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA HUGO DANTAS DE OLIVEIRA:
EU APOIO
1109
AÇÃO CULTURAL COMO TEMA DO CURSO DE DINAMIZAÇÃO DE
BIBLIOTECAS
1111
AÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL CÂNDIDO
ACRÍSIO DA COSTA EM CEDRO - CE: HOMENAGEM AO DIA NACIONAL DO
LIVRO
1113
ENTREARTES: A TRILHA CULTURAL DA USP
1115
OS BASTIDORES DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: NÚCLEO DE
EDITORAÇÃO
1117
AÇÃO CULTURAL EM BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: DIÁLOGO ENTRE
EDUCAÇÃO FORMAL E NÃO FORMAL
1119
AÇÃO CULTURAL NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA EM COMEMORAÇÃO
AO DIA NACIONAL DA CIÊNCIA
1121
AÇÕES CULTURAIS DESENVOLVIDAS NA CORDELTECA GONÇALO
FERREIRA DA SILVA
1123
1125
A ATIVIDADE DE EXTENSÃO NA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA: UMA
PROPOSTA DE CAPACITAÇÃO PARA OS PROFESSORES DA REDE PÚBLICA
DE ENSINO DE ÓBIDOS-PA
1127
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E AS AÇÕES PARA PROMOÇÃO DOS
DIREITOS SOCIAIS DAS MULHERES: A TROCA DE EXPERIÊNCIAS COMO
INSTRUMENTO PARA O EMPODERAMENTO FEMININO
1129
�PARA OS PACIENTES INTERNADOS NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO
1131
DISSEMINAÇÃO SELETIVA DA INFORMAÇÃO BASEADA EM PROJETOS DE
DOCENTES: PROPOSTA DE SERVIÇO PARA A BIBLIOTECA DE CIÊNCIAS
JURÍDICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR)
1133
MAPEAMENTO TEMÁTICO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA DO CURSO DE
TECNOLOGIA EM GESTÃO DA QUALIDADE DO INSTITUTO FEDERAL DE
MINAS GERAIS-CAMPUS OURO PRETO: ESTUDO CIENTOMÉTRICO
1135
10 EIXO 3 - ENSINO: COMUNICAÇÕES
AS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS: CONTEXTO HISTÓRICO E ASPECTOS
CONCEITUAIS
1139
AS CINCO LEIS DA BIBLIOTECONOMIA E OS SERVIÇOS DA BIBLIOTECA
DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UFRJ: UM
ESTUDO DE CASO
1155
A BIBLIOTECA E A PESQUISA CIENTÍFICA NO ENSINO SUPERIOR
1169
OS DESAFIOS E CAMINHOS PARA A IMPLANTAÇÃO DO PROGRAMA
NACIONAL DE CURSO DE BIBLIOTECONOMIA EAD: UMA PERSPECTIVA A
PARTIR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
1183
REFLEXÕES SOBRE O ENSINO A DISTÂNCIA E AS BIBLIOTECAS DO IFAM
1201
AVALIAÇÃO DO MEC/INEP EM BIBLIOTECAS DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS
DE ENSINO SUPERIOR: DESAFIOS E PERSPECTIVAS PARA O
DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES
1215
A AVALIAÇÃO DE CURSOS DE GRADUAÇÃO DE UNIVERSIDADES
FEDERAIS: UM ENFOQUE NAS AVALIAÇÕES EXTERNAS IN LOCO DO INEP
(2016-2017)
1231
COMPARTILHAMENTO DE ESPAÇO ENTRE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS PÚBLICAS E PRIVADAS
1247
AS BIBLIOGRAFIAS DOS PROGRAMAS DE DISCIPLINAS E A BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA DA FCA
1259
A ATUAÇÃO DA BIBLIOTECA CEH/A NA BIBLIOTECA DIGITAL DE TESES E
DISSERTAÇÕES DA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FRENTE AO DESCASO DO GOVERNO ESTADUAL
1271
SERVIÇO DE PROCURADORIA INFORMACIONAL COMO APOIO À
FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE ACERVO
1285
MAPEAMENTO DO ENSINO DO CÓDIGO DE CATALOGAÇÃO RDA NAS
GRADUAÇÕES BRASILEIRAS DE BIBLIOTECONOMIA: UMA ANÁLISE DOS
CURSOS DAS UNIVERSIDADES FEDERAIS
1301
FRBRIZANDO AS COLEÇÕES A PARTIR DO NÚMERO DE CHAMADA: UMA
APROXIMAÇÃO POSSÍVEL
1315
�POLÍTICA DE INDEXAÇÃO: DISCUSSÕES SOBRE BIBLIOTECAS DA UFPA
1329
POLÍTICA DE AQUISIÇÃO DE OBRAS PARA PROJETOS PEDAGÓGICOS DE
CURSOS E ACERVO OCIOSO À LUZ DAS LEIS DE RANGANATHAN:
BIBLIOTECA DO INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ - CAMPUS CURITIBA
1361
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DA BIBLIOTECA NO DESENVOLVIMENTO
DA COMPETÊNCIA INFORMACIONAL
1371
RECURSOS EDUCACIONAIS ABERTOS: O CASO DO REPOSITÓRIO DIGITAL
1385
INFORMACIONAL
ACESSIBILIDADE INFORMACIOAL PARA ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
VISUAL: UM ESTUDO NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DE GOIÁS
1401
A SELEÇÃO E AQUISIÇÃO DOS MATERIAIS INFORMACIONAIS E O
SISTEMA DE GESTÃO ACADÊMICA E ADMINISTRATIVA:
IMPLEMENTAÇÃO E AVANÇOS
1415
EDUCAÇÃO DO USUÁRIO E COMPETÊNCIA INFORMACIONAL: NOVOS
APORTES PARA O TREINAMENTO DE USUÁRIOS EM BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
1425
EDUCAÇÃO EMPREENDEDORA EM BIBLIOTECONOMIA: REFLEXÃO
SOBRE UMA METODOLOGIA DE ENSINO
1439
DE BIBLIOTECA A CENTRO DE APRENDIZAGEM: RELATO DE
EXPERIÊNCIA A PARTIR DA NECESSIDADE DE INOVAÇÃO DA REDE DE
BIBLIOTECAS DA UNESP DE ACORDO COM AS TENDÊNCIAS DE
METODOLOGIAS ATIVAS DE ENSINO
1453
NECESSIDADES INFORMACIONAIS DOS DISCENTES DA FACULDADE DE
AGRONOMIA DA BIBLIOTECA DA UFRA DO CAMPUS DE PARAUAPEBASPA
1467
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO DE USUÁRIOS: ANÁLISE DE 20 ANOS SOB A
PERSPECTIVA DE INDICADORES INTERNACIONAIS
1481
PROGRAMA PENAS ALTERNATIVAS: EDUCAÇÃO DO USUÁRIO PARA A
RESPONSABILIDADE SOCIAL - RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
1495
REDES UBÍQUAS PARA QUE? O USO DE APLICATIVOS DIGITAIS NO
CENÁRIO ACADÊMICO
1509
BIBLIOTECA: AQUI PODE!
1523
O PROCESSO DE AQUISIÇÃO DE MATERIAL BIBLIOGRÁFICO DA
UNIVERSIDADE VILA VELHA
1533
A GESTÃO DA INFORMAÇÃO E DO CONHECIMENTO COMO SUBSÍDIO À
ADMINISTRAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
1543
A UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS COMO RECURSOS INFORMACIONAIS
PARA INOVAÇÕES DIDÁTICAS E TECNOLÓGICAS NA EDUCAÇÃO BÁSICA
1559
�INDICADORES DE RESULTADOS NA PRÁTICA DO LETRAMENTO
INFORMACIONAL ACADÊMICO
1573
A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO INSTRUMENTO DE APOIO AO
SISTEMA EDUCACIONAL UAB
1585
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O ENSINO DE FONTES DE INFORMAÇÃO:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
1597
PERCEPÇÃO DE BIBLIOTECÁRIOS QUANTO A DOCUMENTOS
INSTITUCIONAIS E CAPACITAÇÕES EM INDEXAÇÃO
1609
CURSOS DE GRADUAÇAO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA: UM
ESTUDO SOBRE A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA NA AVALIAÇÃO IN LOCO
PELO INEP 2010-2017
1623
ESPAÇO MULTIMÍDIA E MULTIUSO: TRANSFORMANDO O AMBIENTE DA
BIBLIOTECA
1639
O PAPEL DA BIBLIOTECA VIRTUAL NA MEDIAÇÃO DO ENSINO À
DISTÂNCIA
1649
11 EIXO 3 - ENSINO: PÔSTERES
PARCERIAS ENTRE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS E COLEGIADOS DE
CURSOS DE GRADUAÇÃO: EM FOCO A AVALIAÇÃO DO MEC
1661
ACERVO DA ÁREA MÉDICA: RECUPERAÇÃO, ACESSO E USO DE SUAS
OBRAS NA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
1663
GESTÃO DE PROJETOS DE PESQUISAS CIENTÍFICAS: 5W2H E
FLUXOGRAMAS
1665
NORMALIZAÇÃO DE AUTORIDADE PESSOAL EM REPOSITÓRIO
INSTITUCIONAL
1667
NORMALIZAÇÃO DOCUMENTÁRIA E COMPETÊNCIA EM INFORMAÇÃO:
UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
1669
RECURSOS INFORMACIONAIS NA UFRJ: CONTRIBUIÇÕES PARA
BIBLIOTECÁRIOS DE REFERÊNCIA
1671
TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO E A VISIBILIDADE
INSTITUCIONAL
1673
ACESSIBILIDADE EM BIBLIOTECAS: RELATO DE EXPERIÊNCIA DO
PROJETO DESENVOLVIDO PELO SISTEMA DE BIBLOTECAS DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO VALE DO SÃO FRANCISCO
1675
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Sumário v.1 e v.2
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Sumário v.1 e v.2
Language
A language of the resource
pt
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/50/5172/SNBU2018_001.pdf
1ab7bb8516f77223e4ce48fa6e993b67
PDF Text
Text
Lídia Maria Batista Brandão Toutain
Natanael Vitor Sobra l
Kleber Carvalho Ferreira
[Organizadores]
SN
\ \BU
XX
o futuro da Biblioteca Universitária
na perspectiva do ensino, inovação,
criação, pesquisa e extensão
15 a 20 de abril de 2018
Bahia Othon Palace Hotel, Salvador-BA
~
~§
Si
st ema
Universitário
d, Biblioteca s
UFBfl
�SNBU 2018 XX
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
15 a 20 de abril de 2018
ANAIS
TEMA
O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação,
Pesquisa e Extensão.
v. 1
Salvador-BA
FEBAB/CBBU- SIBI/UFBA
2018
�UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
Reitor
João Carlos Salles Pires da Silva
Vice-Reitor
Paulo Cesar Miguez de Oliveira
Superintendente do Sistema de Bibliotecas Universitárias
Lídia Maria Batista Brandão Toutain
SIBI /UFBA
Elaboração:
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (Presidente do XXSNBU)
Natanael Vitor Sobral (Professor do ICI/UFBA)
Kleber Carvalho Ferreira (Coordenador da Subcomissão de Recursos Tecnológicos)
Colaboração:
Patrícia Barroso (Bibliotecária - SIBI/UFBA)
Danilo Santanna Ramos (Assistente Administrativo - SIBI/UFBA)
Sistema de Bibliotecas
SIBI/UFBA
Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias (20.: 2018: Salvador, BA).
Anais do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias / Comissão Brasileira de
Bibliotecas Universitárias, Sistema Universitário de Bibliotecas da Universidade Federal da
Bahia.- Salvador: EDUFBA, 2018.
2 v.
Anais do XX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias, 15 a 20 de abril, de 2018,
no Bahia Othon Palace Hotel, em Salvador BA.
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na perspectiva do Ensino, Inovação, Criação,
Pesquisa e Extensão.
ISSN: 2359-6058
1. Bibliotecas universitárias - Brasil - Congressos. 2. Ciência da informação Congressos.
I. Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias. II. Universidade Federal da Bahia.
Sistema Universitário de Bibliotecas. III. Título.
CDD - 020
CDU - 027.7
Evandro Ramos dos Santos - CRB-5/1205
�ANAIS do XX SNBU- SEMINÁRIO NACIONAL DE BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
Promoção
Federação Brasileira de Associação de Bibliotecários
Presidente: Adriana Cibele Ferrari
Comissão Brasileira de Bibliotecas Universitárias
Presidente: Wellington Marçal
/Sistema de Bibliotecas Universitárias
Superintendente: Lídia Maria Batista Brandão Toutain
Universidade Federal Da Bahia
PRESIDENTE DE HONRA XXSNBU
Antônio Lisboa de Miranda
Organização
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (Presidente)
Valdinéia Barreto Ferreira (Coordenação Geral)
COMISSÃO EXECUTIVA E DE CAPTAÇÃO DE RECURSOS
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (Presidente)
Valdinéia Barreto Ferreira (Coordenação Geral)
Fernanda Maria Brito Gonçalves Almeida (Relatora Geral)
Maria Alice Santos Ribeiro (Bibliotecária/UFBA)
COMISSÃO ORGANIZADORA
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (Presidente)
Valdinéia Barreto Ferreira (Coordenação Geral)
Alícia Duhá Lose (Participação Especial)
Ana Paula Ribeiro (IFBaiano)
Andréia Santos Ribeiro Silva (IFBA)
Bruno Casseb Pessoti (UFOB)
SIBI
�Fernanda Maria Brito Gonçalves Almeida (UFBA)
Lucimar Oliveira Silva (CFB)
Lucio Marques de Queiroz (UFBA)
Fabiana de Jesus Cerqueira (UFRB)
Raquel da Silva Santos (UFSB)
SUBCOMISSÃO DE AÇÕES CULTURAIS
Solange Cristina Mattos (UFBA) Coordenadora
Austílio Trindade Nogueira Sacerdote (UFBA)
Edvaldo de Souza (UFBA)
Evandro Ramos dos Santos (UFBA)
Marly Santos (UFBA)
Talita Veiga Gomes (UFBA)
SUBCOMISSÃO DE CERIMONIAL, TRANSLADO E RECEPÇÃO
Aldacy Cristina Ribeiro Nascimento (UFBA) Coordenadora
Edilene Costa (UFBA)
Gerusa Maria Teles de Oliveira (UEFS)
Jaqueline Silva de Souza (UFBA/ICI)
Larissa Oliveira da Cunha Silva (UFBA)
Lívia Santos de Freitas (UFBA)
SUBCOMISSÃO DE DIVULGAÇÃO E COMUNICAÇÃO
Nelijane Campos Menezes (UFBA) Coordenadora
Ana Martha Machado Sampaio (UEFS)
Maria Aline Paixão Neves Pinheiro (FPC)
Rejane Maria Rosa Ribeiro (UEFS)
Silvana Pereira da Silva (Interativa)
SUBCOMISSÃO DE INFRAESTRUTURA E LOGÍSTICA
Daniel Cerqueira Silva (UFBA) Coordenador
Dario Crispim de Assis (UFBA)
Luís Carlos Batista de Jesus (IF Baiano)
�Rafaela Câncio Portela de Sousa (UESB)
Rogério Pinto D'Paula (UESB)
Samir Elias Kalil Lion (UFBA)
Vânia Cristina Magalhães (UFBA)
Vilma Gravata da Conceição (UFBA)
SUBCOMISSÃO DE MONITORIA
Ana Lúcia da Silva Albano (UFBA) Coordenadora
Isabel Cristina Nascimento Santana (UEFS)
Luciana Santos de Menezes (UNEB)
Maria do Carmo Sá Barreto Ferreira (UEFS)
SUBCOMISSÃO DE PUBLICAÇÕES E LANÇAMENTOS
Flávia Goulart Mota Garcia Rosa (UFBA) Coordenadora
Clemilda S. dos Reis (UEFS)
Rita de Cássia Machado da Silva (UFBA/ICI)
SUBCOMISSÃO DE RECURSOS TECNOLÓGICOS
Kleber Carvalho Ferreira (UFBA) Coordenador
Diana Paula de Oliveira Assis (IFBaiano)
Patrícia Barroso (UFBA)
Silvana Pereira da Silva (Interativa)
Uillis de Assis Santos (UFBA)
SUBCOMISSÃO DE VISITAS TÉCNICAS
Ana Cristina Portela de S. Oliveira (UFBA) Coordenadora
Claudia Aparecida de Souza (UESB)
Delba Barros Santos Rosa (UFBA)
Margareth Lúcia Silva Pires (UFBA)
COMISSÃO DE FINANÇAS
Ariston Mascarenhas Júnior (UFBA) Coordenador
Juarez Cardoso da Silva (UFBA)
�Lídia Maria Batista Brandão Toutain (UFBA)
Marilene Luzia Souza Silva (UFBA)
Valdinéia Barreto Ferreira (UFBA)
COMISSÃO TÉCNICO-CIENTÍFICA
Hildenise Ferreira Novo (UFBA/ICI) Coordenadora
Aldinar Martins Bottentuit (UFMA/CFB)
Angélica Conceição Dias Miranda (UFRG/CFB)
Carolina de Souza Santana Magalhães (UFBA/ICI)
Dalgiza Andrade Oliveira (UFMG/CFB)
Ivana Aparecida Borges Lins (UFBA/ICI)
Jaires Oliveira Santos (UFBA/ICI)
Kátia Lúcia Pacheco (UFMG/CFB)
Lídia Maria Batista Brandão Toutain (UFBA/SIBI)
Márcia Cordeiro Costa (UFMA/CFB)
Maria da Graça Gomes Almeida (UFBA/SIBI)
Marcos Luiz Cavalcanti de Miranda (UNIRIO/CFB)
Maria Elizabeth Baltar Carneiro de Albuquerque (UFPB/CFB)
Natanael Vitor Sobral (UFBA/ICI)
Raimundo Martins de Lima (UFAM/CFB)
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Capa. Páginas iniciais
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Capa. Páginas iniciais
Language
A language of the resource
pt