1
500
24
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6199/RDA_Metadados_Ana_Carolina.pdf
88e59fa59e999af2664c21f5edf9099d
PDF Text
Text
(META)DADOS:
novos horizontes com a RDA
Profa. Dra. Ana Carolina S. Arakaki (UFSCar)
acsimionato@ufscar.br
�(META)DADOS
Dados
nas fichas catalográficas, registros de MARC 21, o intercâmbio entre os
sistemas, protocolos para a comunicação entre sistemas, descrição dos recursos
informacionais, registro de autoridades, classificação, indexação, perfil de
usuários, etc.
Simionato Arakaki, 2021
Alicia Fagerving, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
�O dado flui em todas as esferas,
contextos e domínios.
A todo momento geramos dados.
Dado é uma unidade de conteúdo
necessariamente se relaciona a um
contexto. (SANTOS; SANT’ANA, 2013)
Isto é, uma partícula com uma
semântica inferior.
Simionato Arakaki, 2021
I, Luc Viatour, CC BY-SA 3.0, via Wikimedia Commons
�Agenda
• Catálogos
• Tecnologias semânticas e Linked data
• Estrutura do registro em bibliotecas
• IFLA LRM
• Projeto 3R
• Vocabulários RDA
�Atualmente, nossos catálogos são...
Cyrus Augustus Moro Daldin, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
O emprego das tecnologias semânticas e aderência as
recomendações em âmbito internacional.
• Ex.: a atribuição inequívoca aos objetos >> designação de significado aos
conjuntos de dados (datasets).
Simionato Arakaki, 2021
�Tecnologias
semânticas
É importante lembrar que
existem outras frentes:
Inteligência artificial,
mineração de dados, etc.
Simionato Arakaki, 2021
Fonte: ISOTANI; BITTENCOURT, 2015, p. 31
�Base semântica para a construção das
triplas
• Uniform Resource Identifier (URI): função de identificar um recurso. É
necessário pois as relações entre recursos não podem ser incorretas ou
ambíguas. Exemplos de Identificadores únicos: ORCID, Lattes, DOI,
Handle, ISBN, ISSN, etc.;
• Linguagens de marcação: Fornecer marcações para descrição das
informações; padronizar a publicação e troca de dados entre aplicações
Web; e realizar a interoperabilidade com outros dados. Exemplos: XML,
Turtle.
• Resource Description Framework (RDF): modelo de dados para
referenciar objetos e como eles estão relacionados; utiliza a sintaxe XML;
e descreve os recursos através de declarações.
Simionato Arakaki, 2021
�Triplas RDF
• O modelo de sintaxe do RDF é
baseado em grafos dirigidos
rotulados, onde são realizados
as ligações entre os recursos.
autor
José Saramago
PROPRIEDADE
RECURSO
VALOR
cor
bola
Simionato Arakaki, 2021
azul
• Os elementos base desse
modelo são: RECURSO
(resource); PROPRIEDADE
(property) e VALOR (value).
• Sendo chamado de Triplas RDF.
• recurso tem propriedade que
tem valor.
�Triplas RDF
José
Saramago
Ensaio
sobre a
cegueira
autor
Ensaio
sobre a
cegueira
autor
Ensaio
sobre a
lucidez
autor
Ensaio
sobre a
cegueira
9788535930313
9788535930313
Português
Companhia
das letras
2020
Filme
Simionato Arakaki, 2021
9788571644953
Livro
�Disponível em: http://catalogo.bne.es/uhtbin/webcat
�SPARQL
SELECT ?autor ?autorLabel ?identificador_Goodreads_de_um_livro ?t_tulo ?g_nero ?g_neroLabel
?data_de_publica__o ?identificador_Open_Library ?pa_s ?pa_sLabel WHERE {
SERVICE wikibase:label { bd:serviceParam wikibase:language "[AUTO_LANGUAGE],en". }
?autor wdt:P50 wd:Q37060.
OPTIONAL { ?autor wdt:P2969 ?identificador_Goodreads_de_um_livro. }
OPTIONAL { ?autor wdt:P1476 ?t_tulo. }
OPTIONAL { ?autor wdt:P136 ?g_nero. }
OPTIONAL { ?autor wdt:P577 ?data_de_publica__o. }
OPTIONAL { ?autor wdt:P648 ?identificador_Open_Library. }
OPTIONAL { ?autor wdt:P17 ?pa_s. }
}
LIMIT 100
URL da consulta: https://w.wiki/4LM6
�Estrutura de registro em
bibliotecas
• As tecnologias que utilizamos nas
bibliotecas brasileiras, são sistemas
baseados no MARC21 (formato) e no
AACR2r (conteúdo).
• A estrutura dos registros MARC, foi
definida na década de 60, para enviar
fichas catalográficas de forma mecânica
para outras bibliotecas.
Gunnar Wolf, CC BY-SA 4.0, via Wikimedia Commons
Simionato Arakaki, 2021
�Estrutura de registro em bibliotecas
000 nam a22 4a 4500
Líder
001 001666292
003 BR-RjBN
005 20180530123753.0
007 ta
008 180417s2017 bl g 000 f por
020 __ |a 978853593013 |q (broch.)
040 __ |a BR-RjBN |b por |c BR-RjBN
Diretório
043 __ |a e=po--082 04 |2 23 |a 869.3
092 __ |a LOCALIZANDO/FORA DE CONSULTA
100 1_ |a Saramago, José, |d 1922-2010
245 10 |a Ensaio sobre a cegueira : |b romance / |c José Saramago. 250 __ |a 2. ed. 260 __ |a São Paulo : |b Companhia das Letras, |c 2017.
300 __ |a 310p. ; |c 21cm
595 __ |a BNB |c 02/18
650 04 |a Ficção portuguesa
Campos
852 __ |a Obras Gerais
variáveis
990 __ |a Livro
Simionato Arakaki, 2021
MARC (non-Unicode/MARC-8)
Intercâmbio de informações em bibliotecas ISO 2709
00681nam a22002534a
4500001001000000003000800010005001700018007
0003000350080041000380200027000790400026001
06043001200132082001400144092003300158100003
20019124500600022325000130028326000470029630
00018003435950015003616500024003768520017004
00990001000417001666292BRRjBN20180530123753.0ta180417s2017 bl g 000
f por a978853593013q(broch.) aBR-RjBNbporcBRRjBN ae=po---04223a869.3 aLOCALIZANDO/FORA
DE CONSULTA1 aSaramago, José,d1922201010aEnsaio sobre a cegueira :bromance /cJosé
Saramago. - a2. ed. - aSão Paulo :bCompanhia das
Letras,c2017. a310p. ;c21cm aBNBc02/1804aFicção
portuguesa aObras Gerais aLivro
�Estrutura de registro em bibliotecas
000 nam a22 4a 4500
Líder
001 001666292
003 BR-RjBN
005 20180530123753.0
007 ta
008 180417s2017 bl g 000 f por
020 __ |a 978853593013 |q (broch.)
040 __ |a BR-RjBN |b por |c BR-RjBN
Diretório
043 __ |a e=po--082 04 |2 23 |a 869.3
092 __ |a LOCALIZANDO/FORA DE CONSULTA
100 1_ |a Saramago, José, |d 1922-2010
245 10 |a Ensaio sobre a cegueira : |b romance / |c José Saramago. 250 __ |a 2. ed. 260 __ |a São Paulo : |b Companhia das Letras, |c 2017.
300 __ |a 310p. ; |c 21cm
595 __ |a BNB |c 02/18
650 04 |a Ficção portuguesa
Campos
852 __ |a Obras Gerais
variáveis
990 __ |a Livro
MARC (non-Unicode/MARC-8)
Intercâmbio de informações em bibliotecas ISO 2709
00681nam a22002534a
4500001001000000003000800010005001700018007
0003000350080041000380200027000790400026001
06043001200132082001400144092003300158100003
20019124500600022325000130028326000470029630
00018003435950015003616500024003768520017004
00990001000417001666292BRRjBN20180530123753.0ta180417s2017 bl g 000
f por a978853593013q(broch.) aBR-RjBNbporcBRRjBN ae=po---04223a869.3 aLOCALIZANDO/FORA
DE CONSULTA1 aSaramago, José,d1922201010aEnsaio sobre a cegueira :bromance /cJosé
Saramago. - a2. ed. - aSão Paulo :bCompanhia das
Letras,c2017. a310p. ;c21cm aBNBc02/1804aFicção
portuguesa aObras Gerais aLivro
Linear -> Estrutura monolítica
Simionato Arakaki, 2021
�Estrutura de registro em bibliotecas
• A estrutura MARC21 não comporta as tecnologias atuais;
• Os registros que geramos são monolíticos e não permitem a
individualização dos dados;
• Necessidade de reestruturação dos catálogos para suportar as
novas tecnologias.
Simionato Arakaki, 2021
�Portanto,
é necessário repensar os metadados ainda no
processo de estruturação dos
sistemas
de informação.
Isto é, planejar a catalogação.
Simionato Arakaki, 2021
Simionato Arakaki, 2021
�Estrutura de registro em bibliotecas
Para uma: arquitetura modular e relacional
Modelos conceituais (Família FR/IFLA LRM)
Arquitetura
monolítica
Simionato Arakaki, 2021
Fonte: Riva, Bœuf e Žumer (2017, p.88).
�Estrutura de registro em bibliotecas
Moai da Ilha de Páscoa de Terry Hunt está licenciado em CC BY-NC-ND
Lego de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-NC-ND
Framework rígido e linear
Simionato Arakaki, 2021
Framework modular e referencial
�Estrutura de registro em bibliotecas
• Existem inúmeras técnicas para o desenvolvimento de modelos de dados, a Modelagem
Entidade-Relacionamento (MER) é uma delas.
• Os principais objetivos de um banco de dados relacional são eliminar a duplicação das
mesmas informações no banco de dados e criar relacionamentos entre os bits de
informação, de modo que seja possível abordar os dados de praticamente qualquer
ponto de partida e ainda recuperar o que você precisa. (COYLE, 2016, p.31)
• Ação de normalização -> Chave para a modelagem de Entidade - Relacionamento (E-R);
• Um modelo conceitual serve para “abstrair”/definir as “coisas” de dados (entidades) de um
cenário e designar como elas se relacionam umas com as outras;
• Modelar entidades e atributos.
Simionato Arakaki, 2021
�Exemplo de duplicação de dados
000 nam a22 4a 4500
001 001666292
003 BR-RjBN
005 20180530123753.0
007 ta
008 180417s2017 bl g 000 f por
020 __ |a 978853593013 |q (broch.)
040 __ |a BR-RjBN |b por |c BR-RjBN
043 __ |a e=po--082 04 |2 23 |a 869.3
092 __ |a LOCALIZANDO/FORA DE CONSULTA
100 1_ |a Saramago, José, |d 1922-2010
245 10 |a Ensaio sobre a cegueira : |b romance / |c José Saramago. 250 __ |a 2. ed. 260 __ |a São Paulo : |b Companhia das Letras, |c 2017.
300 __ |a 310p. ; |c 21cm
595 __ |a BNB |c 02/18
650 04 |a Ficção portuguesa
852 __ |a Obras Gerais
990 __ |a Livro
Simionato Arakaki, 2021
José Saramago
000 00949cz a2200193o 4500
001 000565570
003 Br
005 20110119101809.1
008 980107n| acnnnaab| |a aaa |d
011 __ |s 98010716002815E19
035 __ |a 98010716002815E19
040 __ |a Br |c Br
100 1_ |a Saramago, José, |d 1922-2010
400 1_ |a Saramago, José de Sousa |d 1922-2010
400 1_ |a Sousa Saramago, José de |d 1922-2010
670 __ |a Autor de: Levantado do chão. 1982 |b (orelha: escritor português)
670 __ |a Autor de: Ensaio sobre a cegueira. Ensaio sobre a cegueira
670 __ |a Bristol, Brian. Por que amamos ler?... 2008 |b (p.100: d.n.; escritor
português)
670 __ |a Seu: Memorial do convento. 1987 |b (p. 311: d.n.)
670 __ |a http://authorities.loc.gov 18/6/10 |b (d.n.)
670 __ |a http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Saramago |b (José de Sousa
Saramago nasceu em Azinhaga, Golegã, no dia 16 de novembro de 1922 e
faleceu em Lanzarote, no dia 18 de junho de 2010, foi um escritor,
argumentista, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português)
• Abstrair entidades, atributos e relações.
• Possibilitar a integração e o acesso aos dados.
�Modelos
conceituais
1998
FRBR
2009
FRAD
2010
FRSAD
2017
IFLA LRM
Functional Requirements for Bibliographic Records
Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos
Functional Requirements for Authority Data
Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade
Functional Requirements for Subject Authority Data
Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade de Assunto
IFLA Library Reference Model
Simionato Arakaki, 2021
�Harmonização
entre as
entidades
ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. O Modelo IFLA
Library Reference Model e o Linked Data.
Informação & Informação, [S.l.], v. 25, n. 3, p. 163186, out. 2020. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5433/19818920.2020v25n3p163.
Simionato Arakaki, 2021
FRBR
FRAD
FRSAD
IFLA LRM
Obra
Obra
Obra
Obra
Expressão
Expressão
-
Expressão
Manifestação
Manifestação
-
Manifestação
Item
Item
-
Item
-
-
-
Agente
Pessoa
Pessoa
-
Pessoa
-
-
-
Agente coletivo
-
Família
-
-
Entidade Coletiva
Entidade Coletiva
-
-
-
-
Thema
Res
Conceito
Conceito
-
-
Objeto
Objeto
-
-
Evento
Evento
-
-
Lugar
Lugar
-
Lugar
-
-
-
Intervalo de tempo
-
Nome
Nomem
Nomem
-
Identificador
-
-
-
Ponto de acesso
controlado
-
-
-
Regras
-
-
-
Agência
-
Fonte: Arakaki (2020, p.168-170).
�Harmonização
entre as
entidades
ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. O Modelo IFLA
Library Reference Model e o Linked Data.
Informação & Informação, [S.l.], v. 25, n. 3, p. 163186, out. 2020. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5433/19818920.2020v25n3p163.
Nível Superior
Segundo Nível
Terceiro nível
LRM-E1 Res
--
--
--
LRM-E2 Obra
--
--
LRM-E3 Expressão
--
--
LRM-E4 Manifestação
--
--
LRM-E5 Item
--
--
LRM-E6 Agente
--
--
--
LRM-E7 Pessoa
--
--
LRM-E8 Agente
Coletivo
--
LRM-E9 Nomen
--
--
LRM-E10 Lugar
--
--
LRM-E11 Intervalo de
Tempo
-Fonte: Arakaki (2020, p.172).
Simionato Arakaki, 2021
�IFLA Library Reference Model
Fonte: Riva, Bœuf e Žumer (2017, p.88).
�[...] um pacote de elementos de dados,
diretrizes e instruções para criar
metadados de recursos de bibliotecas e
patrimônio cultural, formulados de
acordo com os modelos internacionais
para aplicações de dados ligados
centrados no usuário.
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
Simionato Arakaki, 2021
�Principais características da RDA
• Flexível: RDA comporta as práticas de catalogação para bibliotecas
de grande ou pequeno portes, especializadas ou gerais,
independentemente dos requisitos locais. Ele permite a aplicação
desde os processos tradicionais até os processos mais recentes.
• Internacionalização: A administração do RDA está estruturada para
garantir uma representação internacional maior e mais ampla.
• Conectado: RDA é projetado para criar dados que podem ser
acessados e compartilhados entre bibliotecas e outros centros
informacionais. Compatível com aplicações para o uso de Linked
Data.
Simionato Arakaki, 2021
(RDA STEERING COMMITTEE, 2020)
�A RDA também foi projetada para que não seja
vinculada a um padrão de codificação.
Isso torna possível usar a RDA em uma ampla gama
de contextos, em diferentes cenários de
implementação e não apenas em sistemas
tradicionais de gerenciamento de bibliotecas.
(OLIVER, 2021, p. 10)
Simionato Arakaki, 2021
�A entidade de alto nível Res do LRM não
foi adotada pela RDA, em vez disso foi
criada a Entidade RDA, que consiste em
uma entidade que agrupa e subdivide as
outras entidades da RDA no intuito de
estender e fornecer atributos específicos a
todas as entidades, bem como conceder
atributos específicos à entidade “Agente
coletivo” e relações específicas entre eles.
Simionato Arakaki, 2021
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
�• As entidades de cada nível de hierarquia são
desarticuladas, mesmo com as subdivisões. Isto
é, qualquer coisa pode ser descrita como uma
instância de apenas um tipo de entidade nesse
nível, para garantir consistência e coerência.
• As instâncias das entidades: Obra, Expressão,
Manifestação, Item, Agente, Nomen, Lugar e Intervalo
de tempo, não podem ser uma instância de qualquer
uma das outras entidades listadas.
• Uma instância das entidades e respectivas subdivisões
de Pessoa e Agente coletivo, também não podem ser
uma instância de qualquer uma das subdivisões
listadas. Ou seja, Agente Coletivo não pode ser uma
instância de Entidade coletiva ou Família.
Simionato Arakaki, 2021
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
�Vocabulário RDA > Linked data?
�O que é um vocabulário de valor?
Vocabulário é compreendido como um conjunto de termos que visa a
descrição de algum recurso.
(WORLD WIDE WEB CONSORTIUM, 2015).
Assim, tem-se os vocabulários voltados à padronização dos elementos de metadados
(vocabulários de propriedade) e os que buscam uniformizar os valores.
Exemplos: Dublin Core Metadata Initiative MetadataTerms (DC Terms), Data Catalog
Vocabulary (DCAT), Friend of a Friend Vocabulary (FOAF Vocabulary), Schema.org, entre
outros.
Simionato Arakaki, 2021
�Vocabulário de valor
Um vocabulário de valor define recursos (como instâncias de tópicos,
estilos de arte ou autores) que são usados como valores para
elementos em registros de metadados.
Normalmente, um vocabulário de valor não define recursos
bibliográficos, como livros, mas sim, os conceitos relacionados a
recursos bibliográficos (pessoas, línguas, países, etc.).
Eles são "blocos de construção" com os quais os registros de
metadados podem ser preenchidos. Muitas bibliotecas exigem
vocabulários específicos para selecionar valores para um elemento de
metadados específico.
Baker et al., 2011
Simionato Arakaki, 2021
�Vocabulário de valor
Um vocabulário de valor, portanto, representa uma lista controlada de
valores permitidos para um elemento.
Os exemplos incluem: tesauros, listas de códigos, listas de termos,
esquemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, taxonomias,
arquivos de autoridade, dicionários geográficos digitais, esquemas de
conceitos e outros tipos de sistemas de organização do conhecimento.
Para serem úteis na vinculação de dados, os vocabulários de valores devem
ter URIs de protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) atribuídos a
cada valor; esses URIs apareceriam em um registro de metadados em vez de
ou além do valor literal.
Baker et al., 2011
Simionato Arakaki, 2021
�No RDA: esquema de codificação e
vocabulário
• Uma lista estruturada nomeada de representações de valores controlados para os
elementos.
• Um esquema de codificação de vocabulário inclui uma lista RDA de termos ou seus
vocabulários de valores correspondentes no
• Registro RDA,
• uma lista de códigos ISO,
• uma terminologia padrão,
• um sistema de controle de autoridade, etc.
• Os índices de palavras-chave simples são excluídos.
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
Simionato Arakaki, 2021
�No RDA: Vocabulário de valores (value
vocabulary)
• Uma categoria que contém conceitos que são usados como valores
para propriedades em um conjunto de dados.
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
Simionato Arakaki, 2021
�Vocabulário RDA
• Todos os elementos RDA, suas definições e quaisquer itens relacionados
notas de escopo, e todos os termos de valor do vocabulário e definições
foram armazenados em RDF no Open Metadata Registry (OMR);
• Incluindo a fonte primária de conteúdo do RDA Toolkit e as traduções.
• OMR -> fornece um meio para identificar, declarar e publicar por meio do registro
seus esquemas de metadados (conjuntos de elementos/propriedades), esquemas
(vocabulários controlados) e perfis de aplicação (APs).
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
Simionato Arakaki, 2021
�Disponível em: http://metadataregistry.org/vocabulary/list.html
�Disponível em: http://metadataregistry.org/schemaprop/show/id/14014.html
��Vocabulário RDA
• Fornece gerenciamento de download e serviços de referência de
dados vinculados para aplicativos de máquina, exportado para um
repositório GitHub.
• Serviços disponíveis para:
• Extrações específicas de idioma;
• Elementos individuais e extrações de conceito / valores que fornecem
representações RDF de IRIs específicos.
Fonte: RDA STEERING COMMITTEE, 2020.
Simionato Arakaki, 2021
�Disponível em: https://github.com/RDARegistry/RDA-Vocabularies
�Disponível em: https://www.rdaregistry.info/
��Algumas
reflexões finais
(ou não, talvez
horizontes)
Necessidade de comunicação
com a Web
• sistemas mais abertos e interoperáveis;
Boas práticas para a publicação
e conexão de dados:
• Publicação de dados abertos e
• Publicação de dados conectados.
Simionato Arakaki, 2021
�RDA como vocabulário de dados.
Algumas
reflexões finais
(ou não, talvez
horizontes)
• Independência das regras, os requisitos são poucos, e
aqueles que usam o vocabulário RDA decidirão quais
informações são necessárias para descrever um
recurso e como transcrever essa informação.
• Papel do catalogador?! Curador de metadados???!!
• Sustentabilidade dos metadados
Terminologia dos <padrões de metadados>
para <vocabulários>
• será uma tendência?
• outras terminologias: dicionário de dados,
vocabulário de propriedade, entre outros.
Simionato Arakaki, 2021
�Referências
ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. O Modelo IFLA Library Reference Model e o Linked Data. Informação & Informação,
[S.l.], v. 25, n. 3, p. 163-186, out. 2020. Disponível em: http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2020v25n3p163
BAKER, T. et al. Library Linked Data Incubator Group Final Report. W3C Incubator Group Report, 2011. Disponível em:
http://www.w3.org/2005/Incubator/lld/XGR-lld-20111025/.
COYLE, Karen. FRBR, before and after: a look at our bibliographic models. American Library Association, 2015.
OLIVER, Chris. Introducing RDA: a guide to the basics after 3R. Second edition ed. Chicago: ALA Editions, 2021.
SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa; SANT'ANA, Ricardo César Gonçalves. Dado e Granularidade na
perspectiva da Informação e Tecnologia: uma interpretação pela Ciência da Informação. Ciência da Informação, v. 42, n. 2,
jan. 2013. Disponível em: http://revista.ibict.br/index.php/ciinf/article/view/228.
RDA STEERING COMMITTEE. RDA Toolkit. 2020. Disponível em: https://www.rdatoolkit.org/
RIVA, Pat; BœUF, Patrick Le; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual para a informação
bibliográfica. Tradução: Isabel Cristina Ayres da Silva Maringelli, José Fernando Modesto da Silva, Liliana Giusti Serra, Luiza
Wainer, Marcelo Votto Texeira, Raildo de Sousa Machado e Zaira Regina Zafalon. Den Haag: IFLA, 2017a. Título original:
IFLA Library Reference Model: a conceptual model for bibliographic information. Disponível em:
https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-por.pdf.
WORLD WIDE WEB CONSORTIUM. Vocabularies. 2015. Disponível em:
https://www.w3.org/standards/semanticweb/ontology
�ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. (META)DADOS: novos horizontes com a RDA.
Online: Febab, 2021. 40 slides, color. Apresentação para o II Encontro de RDA no
Brasil. Disponível em: https://www.gpdm.ufscar.br/. Acesso em: 02 nov. 2021.
�Profa. Dra. Ana Carolina S. Arakaki (UFSCar)
acsimionato@ufscar.br
https://www.gpdm.ufscar.br/
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
(Meta)dados : novos horizontes com a RDA
Metadados : novos horizontes com a RDA
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ana Carolina Simionato Arakaki
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/3MWTpnfMSVM
Description
An account of the resource
As tecnologias trouxeram soluções inovadoras, principalmente para os ambientes digitais, como Web Semântica e Big Data. No entanto, nós ainda estamos atrelados à construção e compartilhamento das fichas catalográficas, originalmente compostas pelas orientações do AACR2r e a ISBD. Com a automação dos catálogos, transportamos a estrutura de ficha catalográfica para o ambiente digital. É visto que a partir da proposta da família FR e do IFLA LRM, além das tecnologias semânticas, é necessária uma nova estrutura para os catálogos. Diante dessa nova configuração, a exposição buscará discutir os modelos conceituais e a RDA, especificamente, como as descrições passaram a ser mais orgânicas e multifacetadas exigindo um novo olhar para os padrões de metadados.
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6230/anais-ii-encontro-de-rda-no-brasil-2021.pdf
30d1c616e9377793fec8f24ddb3b7ff9
PDF Text
Text
Encontro de
RDA no Brasil
1 a 12 de novembro de 2021 ∙ eventos.febab.org/rdanobrasil
�Anais do
II Encontro de RDA no Brasil
1 a 12 de novembro de 2021
São Paulo: FEBAB, 2022
�Realização:
Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários,
Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB)
Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em
Biblioteconomia e Ciência da Informação (LABIB)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Sistema de Bibliotecas
Apoio:
EBSCO Information Services
ITMS Group
Informações, vídeos e apresentações:
https://eventos.febab.org/rdanobrasil
https://www.youtube.com/febab
http://repositorio.febab.org.br
Catalogação na fonte – CIP
E56a
Encontro de RDA no Brasil (2. : 2021)
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de
2021 [recurso eletrônico]. – São Paulo : FEBAB, 2022.
110 p. : il. color.
ISBN 978-85-85024-14-7
1. Resource description & access. 2. Catalogação descritiva –
Regras – Congressos. I. Título.
CDU: 025.3
CDD: 025.32
Responsável: Fabrício Silva Assumpção – Bibliotecário – CRB-14/1673
Esta publicação está disponível sob os termos da
Licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0).
�Comissão Organizadora
Adriane Groehs
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Ana Maria Pereira
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Ana Rafaela Sales de Araújo
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal do Ceará (UFC)
Fabrício Silva Assumpção
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Felipe Augusto Arakaki
GT-CAT/FEBAB
Universidade de Brasília (UnB)
Fernanda Gomes Almeida
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Jacqueline Pawlowski Oliveira
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Jéssica Carraro
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Kátia Lúcia Pacheco
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Luciana Candida da Silva
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Marcelo Votto Texeira
GT-CAT/FEBAB
Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ)
Raildo de Sousa Machado
GT-CAT/FEBAB
Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)
�Comissão Científica
Ana Maria Pereira
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
Fabrício Silva Assumpção
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Felipe Augusto Arakaki
Universidade de Brasília (UnB)
Janaina Fialho
Universidade Federal de Sergipe (UFS)
Kátia Lúcia Pacheco
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Luciana Candida da Silva
Universidade Federal de Goiás (UFG)
Marcia Carvalho Rodrigues
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Marcia Silva
Universidade de São Paulo (USP)
Marcos Leandro Freitas Hübner
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Raquel Bernadete Machado
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)
Roberta Caroline Vesu Alves
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)
Rodrigo Aquino de Carvalho
Universidade Federal do Rio Grande (FURG)
Vinícius Tolentino
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
�Programação do II Encontro de RDA no Brasil
Segunda-feira, 01 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=q8XP2FKTq5U
Abertura
Abertura e boas-vindas
Comissão Organizadora do II Encontro de RDA no Brasil
Palestra de abertura: “RDA: para agora e para o futuro”
Chris Oliver
Quarta-feira, 03 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=b4v6ht8uARY
Eixo 1: Fundamentos relacionados ao RDA
Das normas de catalogação aos fundamentos e métodos de produção de bases de
dados aderentes aos públicos
Cristina Dotta Ortega
Resource Description and Access em tempos de Linked Data
Fabiano Ferreira de Castro
Espaço dos apoiadores
Desenvolvimento e tecnologia em catalogação
Fabio Tuso (ITMS Group)
Sexta-feira, 05 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=KUmBzv5mw3E
Eixo 2: Aplicação do RDA em Bibliotecas
Relato de experiência na aplicação do RDA no Sistema de Bibliotecas da
Universidade de Caxias do Sul
Ana Guimarães Pereira
�Experiência de implementação do RDA na Biblioteca do Congresso Nacional do
Chile
Ángela Quiroz Ubierna
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Clarissa Jesinska Selbach
Apresentação de trabalhos
O Catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA): os efeitos do
código nas interfaces dos resultados de busca
Heytor Diniz Teixeira; Rachel Cristina Vesu Alves
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Clarissa Jesinska Selbach; Anamaria Ferreira; Loiva Duarte Novak; Lucas Martins Kern
Modelagem de Publicações Seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira; Fabiano Ferreira de Castro
Segunda-feira, 08 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=3MWTpnfMSVM
Eixo 3: Aspectos tecnológicos aplicados ao RDA
Metadados: novos horizontes com a RDA
Ana Carolina Simionato Arakaki
RDA visto a 30 mil pés
Liliana Giusti Serra
RDA e os metadados bibliográficos
Rachel Cristina Vesu Alves
Espaço dos apoiadores
Gestão de metadados com o FOLIO: BIBFRAME, RDA e KnowledgeBases
Michelângelo Mazzardo Marques Viana (EBSCO)
Apresentação de trabalhos
CIDOC-CRM E O BIBFRAME: integração de metadados
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro; Felipe Augusto Arakaki
RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Letícia Bonetti; Ana Carolina Simionato Arakaki
�Quarta-feira, 10 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=cQ0DwxNfZNU
Eixo 4: Ensino e pesquisa no RDA
Catalogação Bibliográfica: um ensino interdisciplinar para uma aplicação em
linguagem simples
Fernando Modesto
O kairos para uma formação catalográfica crítica
Filipe Reis
O ensino de catalogação no Brasil: contexto histórico e desafios contemporâneos
Marcos Leandro Freitas Hübner
Apresentação de trabalhos
Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Felipe Augusto Arakaki; Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez; Ana Carolina
Simionato Arakaki
RDA e FRBR em ambientes digitais
Natalia Gallo Cerrao; Fabiano Ferreira de Castro
Oficina
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=VZ3htTxggOE
Dublin Core: princípios e fundamentos
Felipe Augusto Arakaki
Sexta-feira, 12 de novembro de 2021
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=DXHVLmXcmJ8
Encerramento
Palestra de encerramento: “Contextos do RDA na América Latina”
Filiberto Felipe Martinez Arellano
Encerramento
Comissão Organizadora do II Encontro de RDA no Brasil
�Sumário
Apresentação................................................................................................................................................10
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino
e a aplicação da linguagem simples ................................................................................................. 11
Fernando Modesto
O kairos para uma formação catalográfica crítica ..................................................................... 21
Filipe Reis
Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA ................................................ 31
Felipe Augusto Arakaki, Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez,
Ana Carolina Simionato Arakaki
Contextos de la aplicación de RDA en América Latina ........................................................... 37
Filiberto Felipe Martínez Arellano
O RDA visto a 30 mil pés ....................................................................................................................... 46
Liliana Giusti Serra
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS ..................................................... 52
Clarissa Jesinska Selbach
O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA):
os efeitos do padrão nas interfaces dos resultados de busca ................................................. 58
Heytor Diniz Teixeira, Rachel Cristina Vesu Alves
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS ........ 68
Clarissa Jesinska Selbach, Anamaria Ferreira, Loiva Duarte Novak, Lucas Martins Kern
Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA ....... 77
Rhuan Henrique Alves de Oliveira, Fabiano Ferreira de Castro
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação ................................................................. 83
Ana Carolina Simionato Arakaki
CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados ......................................................... 90
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro, Felipe Augusto Arakaki
Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais ............................. 97
Natalia Gallo Cerrao, Fabiano Ferreira de Castro
RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data ........................................ 105
Letícia Guarany Bonetti, Ana Carolina Simionato Arakaki
�Apresentação
Nesta publicação reunimos textos apresentados durante o II Encontro de RDA no
Brasil, realizado nos dias 01, 03, 05, 08, 10 e 12 de novembro de 2021, de forma remota, com
transmissão on-line. O Encontro foi promovido pelo Grupo de Trabalho em Catalogação (GTCAT) da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e
Instituições (FEBAB), pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Extensão em Biblioteconomia e
Ciência da Informação (LABIB) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e pelo
Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), contando também
com o apoio da EBSCO Information Services e do ITMS Group.
O Encontro de RDA no Brasil teve origem em 2019 e, nesta segunda edição, contou
com aportes teóricos e práticos do Resource Description and Access (RDA) e de temas
correlatos, tais como ensino de catalogação, modelos conceituais do universo bibliográfico,
vocabulários e padrões de metadados, conceitos e tecnologias de Linked Data, trazendo um
retrato não só das pesquisas, discussões e aplicações nacionais, mas, também, da própria
evolução destes instrumentos da catalogação.
Em 2021, durante os 6 dias do Encontro, foram realizadas 23 apresentações, entre
palestras, apresentações de trabalho e oficina, com resultados de pesquisas e relatos de
experiência em quatro eixos: Fundamentos, Aplicações, Aspectos tecnológicos e Ensino
& Pesquisa. Na abertura, Chris Oliver, bibliotecária na Universidade de Ottawa, Canadá e
atuante no desenvolvimento do RDA, iniciou o Encontro com uma visão geral do RDA,
cobrindo sua proposta e os recentes desenvolvimentos. No encerramento, Filiberto Felipe
Martinez Arellano, professor na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e
Coordenador da Biblioteca Nacional do México, apresentou um panorama da RDA no contexto
da América Latina.
As restrições impostas pela Pandemia de Covid-19 moldaram esta edição do Encontro,
que foi organizada e executada totalmente on-line, sendo transmitida gratuitamente a partir
do Canal da FEBAB no YouTube. Com estes Anais, com os vídeos do Encontro disponíveis no
Canal e com as apresentações disponíveis no Repositório FEBAB, socializamos os saberes
comunicados e construídos durante o Encontro, estendendo seu alcance além pelo tempo e
espaço. Agradecemos a todas as pessoas que tornaram este Encontro possível: palestrantes,
autores, mediadores, avaliadores, apoiadores, organizadores e participantes, e desejamos uma
boa leitura!
Comissão Organizadora do II Encontro de RDA no Brasil
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu
ensino e a aplicação da linguagem simples
Descriptive catalog: brief reflection on its teaching and the
application of plain language
Fernando Modesto
Professor na Universidade de São Paulo (USP). Graduação e Mestrado em Biblioteconomia e
Documentação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Doutorado em Ciências da
Comunicação pela USP. Pós-Doutorado pela Universidade Carlos III de Madrid, Espanha.
Experiência acadêmica na área da Ciência da Informação – Biblioteconomia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1070631453914536
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0535-5471
E-mail: fmodesto@usp.br
Resumo
Testemunha-se uma grande revolução na tecnologia da informação e comunicações. Revolução que se
reflete na publicação e no acesso a recursos de informação. Neste aspecto, a intenção deste texto, ao
comentar o ensino da catalogação, é o de demonstrar como a boa instrução e/ou orientação que
contribua com conhecimentos e habilidades pode contribuir para uma atividade catalográfica inovadora.
Ressaltar a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico, sustentado em uma aplicação
técnica. Em termos metodológicos, trata-se de uma reflexão descritiva, baseada em levantamento
bibliográfico. Considera-se que uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro
bibliotecário a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora.
Palavras-chave: Catalogação Descritiva. Ensino Catalográfico. Linguagem Simples. Formação
Profissional. Bibliotecário de Catalogação.
Abstract
We are witnessing a great revolution in information and communications technology. Revolution that is
reflected in publication and access to information resources. In this aspect, the intention of this text,
when commenting on the teaching of cataloging, is to demonstrate how good instruction and/or
guidance that contributes with knowledge and skills can contribute to an innovative cataloging activity.
Emphasize the importance of teaching mediated by theoretical support, supported by a technical
application. In methodological terms, it is a descriptive reflection, based on a bibliographic survey. It is
considered that a good training in the teaching of cataloging should enable the future librarian to
exercise the cataloging activity in a productive and innovative way.
Keywords: Descriptive Cataloging. Cataloging Teaching. Plain Language. Professional qualification.
Cataloging Librarian.
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
12
1 Introdução
Nas últimas duas décadas, testemunha-se uma revolução na tecnologia da informação
e comunicações. Cenário de desafios aos bibliotecários que se encontram operando em
ambiente híbrido (tradicional e eletrônico), onde devem exercer suas funções com diferentes
ferramentas tecnológicas e novos processos de controle bibliográfico. Além das regras
tradicionais de catalogação anglo-americanas, das ferramentas de classificação e dos
cabeçalhos de assuntos utilizados há muito tempo, surgiram novas estruturas bibliográficas.
Na vanguarda tem-se a normativa Recursos: descrição e acesso – RDA, e esquemas de
metadados como Dublin Core e BIBFRAME, que exigem habilidades para gerenciar a
informação. Assim, ressalta-se a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico e
técnico, em procedimento que auxilie a transformar e aprimorar os processos catalográficos,
em benefício do usuário. Em termos metodológicos, trata-se de reflexão descritiva, baseada em
levantamento bibliográfico, com abordagem na atuação de personalidades históricas do
campo. Destaca-se aspecto da comunicação social nos serviços e produtos catalográficos, por
meio de uma linguagem simples.
2 O Ensino da Catalogação: entre a prática e a teoria
Mateoré e Lencinas (2020) comentam que o lançamento da RDA gerou desafios de
implementação para as bibliotecas. Um destes desafios está relacionado ao ensino em cursos
de Biblioteconomia. Alertam para o escasso interesse pela normativa, seus aspectos básicos e
exemplos de aplicação. O próprio Comitê de Teste RDA publicou recomendações para que os
programas de biblioteconomia garantissem aos estudantes familiaridade com os conceitos e
terminologias dos requisitos funcionais e os princípios catalográficos; além do potencial dos
dados vinculados. As autoras destacam que os programas de formação, nos Estados Unidos,
enfatizam o ensino teórico. Entretanto, se o objetivo é formar catalogadores coerentes em criar
registros, como não considerar a necessidade de saber como encontrar e localizar materiais,
como e porque estruturar registros e procedimentos de sua recuperação. Segundo Hixson
(2005), a ALCTS (Association for Library Collections & Technical Services), por meio de seu
Grupo de Trabalho desenvolveu pesquisa onde mostra que os conhecimentos e habilidades em
torno dos padrões catalográficos e de classificação tradicionais continuam sendo relevantes, no
atual entorno digital.
No Brasil, as bibliotecas seguem lentas na adesão para a RDA, mantendo dominante a
catalogação tradicional. O ensino da catalogação amplia a carga de conteúdo entre temas
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
13
antigos e novos. Na atualidade, o ensino utiliza de modelos pedagógicos; recursos visuais;
jogos; visitas didáticas; análise de catálogos e ferramentas de descoberta; palestras;
laboratórios; softwares livres ou comerciais. Alternativas necessárias, não eliminatórias na
busca por metodologias que contribuam para além das habilidades catalográficas operacionais.
A formação ajuda no desempenho profissional, embora um perfil vocacionado e inovador
influencie. A história da catalogação apresenta exemplos de desempenho inovador.
2.1 Zenódoto de Éfeso (323 ou 333 - 260 a.C.) e Calímaco de Cirene (310 - 240 a.C.)
Zenódoto, era intelectual, tutor dos filhos do rei e chefe da biblioteca de Alexandria.
Estabeleceu sistema de armazenamento para obras, ordenadas de acordo com a natureza do
seu conteúdo (verso, prosa, literário, científico). Inova ao implementar a ordem alfabética
como um modo de organização da coleção bibliográfica. Recruta e treina uma equipe
composta de classificadores, inspetores, atendentes, pajens, copistas, restauradores, entre
outros. Calímaco sucedeu a Zenódoto e foi o responsável pela catalogação. Contribuiu com as
Pinakes – “Tábuas das pessoas eminentes em todos os ramos da aprendizagem, junto com uma
lista de seus escritos”. Uma compilação bibliográfica de textos gregos, composto de 120 livros.
Dividia-se por categorias, ordenadas pelo nome de autores e títulos. Cada autor possuía uma
breve biografia. (CASSON, 2018, p. 50). As tábuas forneciam aos usuários facilidade para
encontrar os documentos. Personagens dominantes na fase inicial da erudição alexandrina,
eram focados em literatura e pensaram modelos biblioteconômicos inovadores. Ambos
identificaram problemas e aplicaram soluções.
Certamente, há outros exemplos na história da catalogação bibliográfica, mas
seleciona-se os três gênios da catalogação: Panizzi, Cutter e Lubetzky. Assim considerados por
Gorman (1968), porque depois deles nada mais foi feito a favor de regras mais intuitivas, e que
se tornassem compatíveis com o conhecimento dos usuários do catálogo.
2.2 Antony Panizzi (1797 – 1879)
Panizzi ao aceitar o cargo de bibliotecário no Museu Britânico, depara-se com o
desafio de reorganizar a coleção e o catálogo. Redefine procedimentos, grupo de trabalho e
mudanças dos processos. Inovando a catalogação e o catálogo, inclusive nos valores sociais da
finalidade catalográfica. Entende que o catálogo deve servir para democratizar o acesso à
informação a todos igualitariamente. Escreveu, em 1836, no relatório aos curadores do museu,
que o seu trabalho “é facilitar o acesso às obras que fazem parte da coleção” (BATTLES, 2003,
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
14
p. 132-133). Panizzi era impulsionado por suas raízes progressistas. Impulsos estes que ele
deixa claro ao escrever no relatório:
Eu quero que o estudante pobre tenha os mesmos recursos que o homem
mais rico deste reino para satisfazer sua vontade de aprender, desenvolver
atividades racionais, consultar autoridades nos diversos assuntos e
aprofundar-se nas investigações mais intricadas. Acho que o governo tem a
obrigação de dar a esse estudante a assistência mais generosa e desprendida
possível. (BATTLES, 2003, p. 132-133).
Indica que o catálogo deve ser mais que uma listagem de obras, um instrumento de
colaboração à transformação social. Sob este contexto social, ensinar RDA deve servir para
aperfeiçoar a função dos catálogos na promoção das liberdades intelectuais e justiça social.
2.3 Charles Ammi Cutter (1837-1903)
A personalidade que fixou a estrutura básica do registro catalográfico, dentre outras
contribuições para a catalogação. Trouxe um senso de respeito e liderança para a profissão, ao
exercer papel ativo na gestão de bibliotecas, atividades acadêmicas, ensino e ativismo
equilibrado no âmbito profissional. Deu um toque de inteligência e humor no relacionamento
com as pessoas. De origem humilde, o seu prenome “Ammi” tem significado bíblico “meu
povo”. Órfão, foi criado pelas tias paternas. A escolha pela biblioteconomia, ocorreu com a
nomeação como assistente na biblioteca de Harvard. Certamente, contribuíram para sua
decisão, o ambiente da catalogação, a sua natureza tranquila, a paixão pela literatura e a
influência da tia bibliotecária ou de algum bibliotecário-chefe. Seja qual for a razão, sua opção
beneficiou bibliotecas, a profissão e os usuários. Resultado de um trabalho dedicado à
eficiência do acesso à informação por meio do desenvolvimento de um sistema de catalogação.
Ao começar a trabalhar no Harvard College, em 1860, auxilia na compilação de um fichário
com mais de 100.000 volumes, que incluía autores e índice de categorias em ordem alfabética.
Simultaneamente, desenvolve um catálogo para a Biblioteca Pública de Boston. A experiência
com a catalogação, obtido nas bibliotecas, o prepara para aceitar a nomeação como
bibliotecário do Boston Athenaeum, em 1869. Onde efetua mudanças na política bibliográfica
com uma abordagem proativa na gestão da biblioteca e a comunidade usuária. Na posição de
autoridade, ele implementa inovações no sistema de classificação em uma das bibliotecas mais
importantes do país, por abrigar a maior coleção de livros clássicos. Ao revisar o catálogo do
Athenaeum, ele desenvolve um novo, com 3.402 páginas. Além dos elogios pelo trabalho
realizado, a sua credibilidade cresce entre os mantenedores da instituição. Isso favorece a
publicação das suas regras para um Catálogo Dicionário, em 1875. (CUTTER, 1931). Cutter se
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
15
construiu como bibliotecário, influenciado por mentores e desenvolvendo trabalhos
significativos
em
instituições
importantes.
Forjado
no
enfrentamento
da
gestão,
desenvolvimento de coleções e construção de catálogos. Entre os seus princípios de
catalogação, a orientação à conveniência do público. (GORMAN, 1968).
2.4 Seymour Lubetzky (1898-2003)
É considerado o maior teórico de catalogação descritiva. Nascido na Bielo-Rússia,
estudou literatura e línguas, antes de imigrar para os Estados Unidos onde diplomou-se em
línguas, na UCLA (1931). Em 1932, a University of California concedeu-lhe o título de mestre
em línguas alemãs e em biblioteconomia. Começa a trabalhar como catalogador na UCLA, e a
publicar artigos sobre sistema e princípios de catalogação. Os textos influenciam a área. A
sínteses de sua percepção da catalogação era a da “catalogação racional e funcional”. Para
Campbell e Fost (2004), Lubetzky utilizava a distinção entre obras e edições para esclarecer o
propósito do catálogo. Ser uma ferramenta bibliográfica, em oposição a uma lista de inventário
ou uma ferramenta de referência. O catálogo, especialmente aquele que segue
escrupulosamente as regras de entrada principal, funciona muito mais do que uma lista de
inventário, pois orienta o usuário em uma estrutura bibliográfica coerente, preenchida por
obras e edições, todas ligadas por relações intrincadas.
[...] a função da biblioteca é fornecer aos seus usuários não apenas os
materiais de que precisam, mas também a orientação "bibliográfica"
necessária para os ajudar a fazer o uso ideal dos materiais, então o catálogo
terá de ser feito para informar a um pesquisador em busca de um livro não
apenas se a biblioteca tem esse livro, mas também quais outras edições e
traduções da obra que a biblioteca tem […] Mas há ainda outra relação
“bibliográfica” de interesse direto e indireto para muitos usuários do
catálogo: é a inter-relação entre as obras de um autor. Mostrar quais obras a
biblioteca possui de um determinado autor é de interesse direto para muitos
usuários envolvidos, não com qualquer livro ou obra em particular, mas sim
com um autor específico que pode ser representado por suas obras na
biblioteca. (LUBETZKY [1969, p. 271], citado por CAMPBELL; FOST, 2004, p.
29).
A criação de uma ferramenta bibliográfica como a que Lubetzky descreve requer
tempo, experiência, treinamento e recursos. Na análise dos seus princípios, descobre-se que a
comunidade dos usuários está no cerne da catalogação convencional de duas maneiras
diferentes, mas igualmente importantes. Em primeiro lugar, a sua defesa pela entrada principal
sob a qual são agrupadas e ordenadas em torno dos autores como entidades definidoras. O
catálogo deve fornecer representações de autores, da mesma forma que as representações de
documentos, edições e obras. Esses “autores”, representados por registros de autoridade de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
16
pessoais e entidades coletivas, formam uma parte essencial do catálogo enquanto ferramenta
bibliográfica. Em segundo lugar, a ênfase na edição que representa um dispositivo para
fomentar a comunidade. Nos catálogos modernos, a edição é a entidade fundamental que
desencadeia a criação de novos registros bibliográficos: é a coleção de todas as cópias de um
item que vêm de uma única cópia master e, portanto, podem ser consideradas idênticas.
Elizabeth Eisenstein (citada por CAMPBELL; FROST, 2004), comenta que o surgimento
da imprensa revolucionou o aprendizado na Europa. Em especial, pela criação de cópias
idênticas de textos, o que possibilitou uma colaboração frutífera e a construção de
conhecimento através do tempo e da distância entre as pessoas, algo que era, até então, quase
impossíveis. “[As primeiras edições impressas] eram suficientemente uniformes para que
estudiosos em diferentes regiões correspondessem uns aos outros sobre a mesma citação”.
(CAMPBELL; FROST, 2004, p. 35, tradução nossa). Neste sentido, o usuário do catálogo usa
uma ferramenta que foi projetada para a colaboração intelectual, e no qual ao identificar
textos idênticos e diferenciar textos diferentes, torna possível um intercâmbio significativo.
Lubetzky era crítico da tendência de as normativas catalográficas conterem regras específicas
destituídas de coerência ou princípios elucidativos. Combatia os movimentos interessados em
simplificar o máximo as regras, para pagar baixos salários. Enquanto outros grupos defendiam
que os catalogadores contassem com recursos baseados em uma catalogação rica em regras e
pobre em princípios e que pudessem ser executadas sem o julgamento do catalogador. Um
ponto a salientar sobre as personalidades narradas, é as instituições nas quais atuaram e que
tiveram influência nas contribuições e desenvolvimento de um perfil inovador.
2.5 Melvil Dewey (1851 – 1931)
Na tradição da biblioteconomia, a aprendizagem ocorria com cada profissional
treinando os seus sucessores nos conceitos e práticas da área. Antes de 1850, para trabalhar em
biblioteca não era necessário capacitação formal. Após a criação de legislação estabelecendo
bibliotecas públicas como serviço gratuito, há aumento na demanda por pessoal. De 1850 a
1900, o ensino superior norte-americano caracteriza-se por uma proliferação e evolução de
universidades e faculdades, como instituição de ensino e pesquisa. A situação demanda a
necessidade de coleções suplementares de pesquisa e exacerbam a busca por bibliotecários
capacitados em organizar e administrar os materiais. A concepção popular do profissional era
a de um estudioso, dedicado ao cuidado dos livros. Embora Dewey tenha estabelecido a
primeira escola de Biblioteconomia na Columbia College, em 1887, a instituição não era
favorável a uma educação técnica e evitava essa ênfase para os estudos profissionais. Dewey
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
17
estava preocupado com a desorganização dos livros, e esquematizou procedimentos
operacionais para biblioteca. Pensou maneiras de capacitar o pessoal de forma superior à
prática recorrente de treinamento em serviço. Ele propôs um curso de biblioteconomia com
ênfase "em um aprendizado sistemático em Ciência das Bibliotecas”. Complementar ao ensino
ministrado, fundou empresa, a Library Bureau para venda de mobiliários e suprimentos para
bibliotecas. Obcecado com a eficiência, a autoridade e a hierarquia, defendia que as bibliotecas
deveriam privilegiar menos as obras e mais a maneira de organizá-las e disponibilizá-las. Para
isto, se adotasse a padronização generalizada da atividade: “não apenas os esquemas de
catalogação, como também o tamanho das fichas e da sala de fichários deveriam ser os
mesmos em todas as bibliotecas”. Ele escreveu, na primeira edição do American Library
Journal que – “catalogar, indexar e tudo aquilo que envolve essas atividades são coisas que
devem ser feitas de uma vez só para todas as bibliotecas, com enorme economia para cada
instituição [...]”. Desse modo, uma porcentagem bem maior do orçamento poderia ser gasta
em livros. Ele pesava em regras que servissem para qualquer biblioteca. (HALL-ELLIS, 2011, p.
126; BATTLES, 2003, p. 143).
Quando a Universidade de Chicago abriu seu programa de pós-graduação em
Biblioteconomia, em 1926, a teoria tornou-se parte integrante dos currículos. Dewey advertiu
que tais escolas tinham valor pedagógico duvidoso por não seguirem padrões. Mas, desde
1923, tornou-se consenso entre a American Library Association (ALA) e os principais
empregadores em bibliotecas de que a educação bibliotecária deveria ocorrer dentro do
contexto da pós-graduação universitária. (Hall-Ellis, 2011).
Apesar de inovador em vários aspectos, Dewey contribuiu para um processo de
capacitação que restringia a liberdade criativa do bibliotecário. Valorizava procedimentos
operacionais na execução das atividades e na quantificação dos resultados. Na atualidade, as
atividades de tratamento da informação tornam-se mais diversificadas. Segundo Hill (2011), as
pessoas que antes podiam aplicar um único conjunto de regras aos recursos informacionais
para construir um catálogo bibliográfico, agora fazem uso de vários padrões em formatos
diversos de recursos, para construir ferramentas distintas de descoberta. Catalogadores se
tornaram agora especialistas em metadados. O problema é a sua invisibilidade e
desconhecimento. A atividade catalográfica é desconhecida para a maioria dos usuários.
Na questão do ensino da RDA, a normativa delibera a representação dos dados legíveis
pelo usuário, para favorecer as tarefas destes na comunicação com a coleção da biblioteca. Este
é um ponto de valores humanos já comentados.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
18
3 A Linguagem Simples
Com novos conceitos envolvidos na transformação da catalogação descritiva, salientase que os dados precisam ser mais claros à compreensão humana. Assim, têm-se o conceito da
“linguagem simples”, como um recurso aplicável aos registros bibliográficos, emoldurados na
interface pública do catálogo. A informação precisa ser compreendida pelo público em suas
diversas faixas etárias e níveis instrucionais. (MOTA; WAECHTER, 2015).
Para Silva e Vitorano (2021, p. 304), a linguagem deve servir ao leitor para melhorar a
compreensão precisa da mensagem bibliográfica. Para que possa de maneira rápida e fácil
encontrar e decidir sobre a informação que deseja. Neste aspecto, a essência da linguagem
simples é realçada ao se destacar que “linguagens burocráticas, institucionalizadas,
especializadas, com termos nebulosos, frases evasivas, parágrafos tortuosos, com escritas ruins
ou complexa, podem e devem ser combatidas usando uma linguagem com estilo claro e
simples”. Aspectos que é encontrado em registros bibliográficos, decorrente de regras
marcadas por expressões, como: “Belfasf [i. e. Dublin s. n], 1982”; “[S.l]; [18–?]”; “[ca. 1960]”;
“1 diaf. (70 fotogr.) : color.; 35 mm + 1 v. (39 p. ; 22 cm)”. Situação em que se pode aplicar
conceitos de “linguagem simples” para apoiar formas melhores de comunicação social.
A “Linguagem Simples” (Plain Language), pode ser considerada uma linguagem
desburocratizada por servir a uma filosofia ou tendência em favor do uso de escrita
compreensiva. Objetiva tornar o texto apreensível para o público, sendo uma alternativa para
fazer do trabalho bibliotecário algo assimilável socialmente. Ressalte-se que a RDA prega a
clareza dos registros bibliográficos, entretanto, a escrita catalográfica clara deve estar na
cultura da catalogação brasileira, independente das normativas utilizadas. A biblioteca lida
com todos os extratos sociais, no qual se inclui o nativo digital e a realidade do analfabeto
funcional (AF). Em termos de país, de cada dez brasileiros, três são considerados AF,
conforme dados do IBGE. Do total estimado de 213.464499 milhões de brasileiros, 12%
possuem um nível de “proficiente”, indicador mais alto da escala. O Indicador de Alfabetismo
Funcional (Inaf) que avalia o grau de analfabetismo da população, entre a faixa de 15 a 64
anos, em pesquisa de 2018, apontou que 96% dos alunos que ingressaram ou concluíram o
ensino superior foram considerados alfabetizados funcionais. Porém, apenas 34% deste público
atingiram o nível de proficiência, sendo que 38% não dominam habilidades básicas de leitura e
escrita. (SUFFAIR, 2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
19
4 Considerações finais
Uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro bibliotecário da
catalogação a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora. Uma profissão
que seja impulsionada pelo medo da obsolescência, teme até mesmo olhar dentro de si para se
aprimorar. Devemos seguir construindo uma catalogação melhor, com valores sociais e
orientada a servir inovadoramente ao público brasileiro.
Referências
BATTLES, M. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2003.
CAMPBELL, D. G.; FOST, K. V. Panizzi, Lubetzky and Google: how the modern web
environment is reinventing the theory of cataloguing. The Canadian Journal of
Information and Library Science, v. 28, n. 3, p. 25-38, 2004.
CASSON, L. Bibliotecas no mundo antigo. São Paulo: Vestígio, 2018.
CUTTER, W. P. Charles Ammi Cutter. Chicago: ALA, 1931.
GORMAN, M. A A 1967: the new cataloguing rules. Library Association Record, v. 70, n. 2,
p. 27-32, Feb. 1968.
HALL-ELLIS, S. D. Cataloging/Metadata and Library Science Education Program for
Catalogers and Metadata Specialists: challengers for the twenty first century. In: SANCHEZ, E.
R. (ed.). Conversations with catalogers in the 21st century. Santa Barbara, California:
Libraries Unlimited, 2011.
HILL, J. S. The brick wall: attracting people to a carrer in cataloging. In: SANCHEZ, E. R. (ed.).
Conversations with catalogers in the 21st century. Santa Barbara, California: Libraries
Unlimited, 2011.
HIXSON, C. G. e outros (org.). Cataloging for the 21st century: A proposal for continuing
education for cataloging professionals. ALCTS. Continuing Education Task Force, 2005.
Disponível em: https://scholarsbank.uoregon.edu/xmlui/handle/1794/986. Acesso em: 02 de
nov. 2021.
HSIEH-YEE, I. Educating cataloging professionals in a changing information environment.
Journal of Education for Library and Information Science, v. 49, n. 2, p. 93-106, 2008.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
20
MOTA, M. Q.; WAECHTER, H. da N. Linguagem simples associada ao Design da Informação
com foco na comunicação ambiental e na sustentabilidade. In: C. G. SPINILLO; L. M. FADEL;
V. T. SOUTO; T. B. P. SILVA & R. J. CAMARA (Eds). Anais [Oral] do 7º Congresso
Internacional de Design da Informação/Proceedings [Oral] of the 7th Information Design
International Conference CIDI 2015 [Blucher Design Proceedings, num. 2, vol. 2]. São Paulo:
Blucher, 2015. ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/designpro-CIDI2015-cidi_197
MATEORÉ, S. M.; LENCINAS, V. Enseñanza de las RDA em catalogación avanzada: uma
propuesta didáctica. Córdoba, Colombia: Universidad Nacional de Córdoba, 2020.
SILVA, A. R.; VITORIANO, M. C. C. P. Linguagem simples em arquivos públicos: mapeando a
atuação do NARA. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. 14, n.
1, p. 302-317, jan./abr. 2021.
SUFFAIR, M. do C. Analfabetismo funcional e a realidade brasileira. D24am, 15/08/2021.
Disponível em: https://d24am.com/artigo/mariadocarmoseffair/. Acesso em: 02 de nov. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O kairos para uma formação catalográfica crítica
The kairos for a critical cataloging formation
Filipe Reis
Professor na Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutorando em Ciência da informação na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3400342257925895
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1446-6982
E-mail: filipereis@ufg.br
Resumo
Apresenta reflexões sobre a educação catalográfica crítica. O surgimento do código RDA ( Resource
Description and Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em
vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos políticopedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse cenário, busca-se
refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica. Compreende-se que o
catalogador deve ter a capacidade de analisar e compreender o contexto catalográfico, com o objetivo de
criticar as contradições identificadas e produzir caminhos, caso sejam necessários. Sendo assim, se
aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos doutrinados. A crítica ocorre para a
progressão; se não houver o desenvolvimento, a continuidade é consciente.
Palavras-chave: Educação Catalográfica Crítica. Formação Catalográfica Crítica. Ensino de
Catalogação. Educação de Catalogação. Aprendizagem de Catalogação.
Abstract
It presents reflections about critical cataloging education. The emergence of the RDA (Resource
Description and Access) code is a significant element for the kairos of cataloging education, considering
that graduations in Library Science in Brazil are and/or will adapt their pedagogical political projects to
insert content about the “new” cataloging code: RDA. In this scenario, we seek to reflect on critical
education in the processes of cataloging education. It is understood that the cataloguer must have the
ability to analyze and understand the cataloging context, with the objective of criticizing the identified
contradictions and producing paths, if necessary. Therefore, if we learn without questioning, we do not
learn, we are actually indoctrinated. Criticism is for progression and if there is not a development,
continuity is conscious.
Keywords: Critical Cataloging Education. Critical Cataloging Formation. Cataloging Teaching.
Cataloging Education. Learning to Catalog.
1 Introdução
Na mitologia grega, podemos identificar, pelo menos, duas formas de expressar o
tempo. O vocábulo chronos (do latim Chronus, do grego Χρόνος) caracteriza o tempo numa
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
22
disposição em que se pode localizar qualquer evento específico. Nesse sentido, o tempo é
quantificável, linear, mensurável, sequencial, numerável. Ele é proposto em instrumentos que
medem o cumprimento da duração, como relógios e calendários. No entanto, a experiência do
tempo pode ser apreendida por meio de outro sentido. Kairos (do grego καιρός) é definido
como o momento ou como a ocasião de criar significado. Ele é de natureza qualitativa; é “o
momento oportuno”, “certo” ou “supremo” para agir (RAMALHO, 2020). Kairos é um momento
de parada; um ponto infinito no tempo; um plenum dentro de um ponto.
Levando em conta os sentidos de kairos, defende-se que a formação catalográfica
dispõe de um momento oportuno para analisar e repensar o ensino, o currículo, a
aprendizagem, as políticas educacionais, os materiais pedagógicos etc. Esse é um momento de
criar modos educacionais. Isso significa qualificar o processo e os seus dispositivos
catalográficos. A conjectura catalográfica hodierna está expressa por meio de um acúmulo de
conhecimento e de uma constituição de novos modelos conceituais, novos formatos de
metadados, mutações nas tecnologias, modificações e inclusões de perfis de usuários, além de
novos códigos de catalogação. Esse contexto oportuno propicia a análise e a reanálise dos
costumes formativos do catalogador. O surgimento do código RDA (Resource Description and
Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em vista
que as Graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos
político-pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse
cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica.
As normas catalográficas, resultantes de uma constituição cultural, são criações
humanas, que estão em transições e em disputas simbólicas ligadas a interesses e a objetivos
variados sobre os entendimentos de usuário. Esses elementos devem ser constantemente
reanalisados para as devidas adaptações, pois quem controla os modos/sentidos de catalogar
arbitra sobre os valores.
Inicialmente, as normas catalográficas foram constituindo-se de acordo com o seu
contexto; ou seja, elas emergiam para lidar com as demandas das instituições. Todavia, o
último século, principalmente, foi marcado pela elaboração de normas catalográficas que não
se limitavam a uma instituição, a uma rede de instituições similares ou a uma nação. Exemplo
exponencial disso é o código AACR, que foi traduzido para mais de 20 idiomas, sendo utilizado
por povos de diferentes culturas, apesar das inúmeras críticas sobre a preponderância da
cultura anglo-americana expressa nesse código. Vale ressaltar que o abrangente uso do AACR
não é absoluto nem universal; vários países utilizam as suas próprias regras catalográficas,
além haver várias instituições que elaboraram ou adaptaram regras catalográficas, pois não
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
23
encontraram no AACR ou em qualquer outro código regras compatíveis com as necessidades
dos seus usuários e com os interesses da instituição.
Nessa conjuntura, emerge o RDA para substituir o AACR, tendo em vista as novas
estruturações tecnológicas, os modos de formulações das obras na contemporaneidade, as
necessidades dos usuários, entre outras questões. Entre os diferentes aspectos acerca desses
dois códigos, Frederick (2018) afirma que: “no passado, os catalogadores trabalhavam com
‘regras de catalogação’ e políticas, mas em um ambiente de catalogação rda existem
‘instruções’, diretrizes e ‘políticas’.”1 (FREDERICK, 2018, p. 19, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a sinalização dessas mudanças seja importante, basilar é pensarmos como lidamos,
relacionamos, interagimos, usamos, reconhecemos, cotejamos etc. qualquer código/norma
catalográfica. Isto é, pouco adianta mudar a concepção de regra para a diretriz, se
continuarmos lidando com novos códigos da mesma forma que outrora. Partirmos do
entendimento de que o catalogador é um profissional com formação acadêmica e precisa
prezar por certas precauções fundamentais para a catalogação.
A fim de evitar análises e ações catalográficas reduzidas, o catalogador deve tomar
certos cuidados e certa prudência. A Figura 1 apresenta uma sistematização parcial de
precauções fundamentais para a catalogação. Veja que há duas fases antes do ato de catalogar:
a definição dos princípios da catalogação e as deliberações catalográficas. Isto é, antes de
catalogar, o bibliotecário tem uma série de análises e de decisões para serem tomadas. Para
catalogar um documento de uma forma ou de outra, ele precisa determinar sob quais regras a
catalogação vai ocorrer e se as suas escolhas vão estar alinhadas a certos princípios. Ainda que
o catalogador não tenha em mente, de forma clara, quais princípios regem as suas deliberações
catalográficas, ele está seguindo certos princípios sem perceber, e, consequentemente, as
decisões ocorrem sem consistência.
1
No original: “In the past, catalogers worked with “cataloging rules” and policies but in an RDA cataloging
environment there are “instructions,” guidelines and “policies.” (FREDERICK, 2018, p. 19).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
24
Figura 1 – Precauções fundamentais para catalogar
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os princípios e as regras catalográficas são distintos. Os princípios apresentam uma
textura aberta. Eles não são válidos ou inválidos; são sempre levados em consideração, e a sua
aplicação se dá pelo seu pensamento, ou seja, pela importância de sua aplicação em tal
contexto. As regras têm textura fechada: elas são tudo ou nada. Se uma regra contradiz outra,
uma delas será inválida. As regras são razões mais definitivas; se satisfeitas, são aplicadas. Elas
são mais detalhadas. As regras são fixas, enquanto os princípios são mandamentos de
otimização contextual. Assim, os princípios são aplicados em doses máximas, médias ou
mínimas. Os princípios sempre são aplicados.
Nesse contexto, a partir da Figura 1, utilizaram-se os princípios da Declaração dos
Princípios Internacionais da Catalogação, publicada pela IFLA (2018). Poderiam ser outros
princípios, mas acreditamos que esses são suficientemente pertinentes para a exemplificação.
Veja que, entre todos os princípios, um é determinante: interesse do usuário 2. Ou seja, todos os
outros princípios, mesmo sendo relevantes, não podem se sobrepor a esse princípio. Sendo
assim, a decisão de quais regras/diretrizes utilizar deve ser justificada a partir do primeiro
princípio, e não por questões de interoperabilidade, ou pior, simplesmente em razão de
determinada regra ser uma novidade. Após a definição de princípios e após deliberar com base
neles, o catalogador vai realizar a catalogação como hipótese, que será confirmada se ela
funcionar, ou seja, se o usuário conseguir exercer as suas funções no processo de busca por
documentos.
2
No original: “Convenience of the user”.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
25
Otlet afirma que: “Uma biblioteca não existe por si só. É preciso formá-la [...]. Ela não
é um amontoado de livros.” (OTLET, 2018, p. 535). Organizar é preciso! A catalogação pode ser
compreendida como uma subárea e como um conjunto de procedimentos catalográficos. Como
subárea, a catalogação é compreendida como arte por Cutter (1904), como ciência por
Ranganathan (2009), como estudo por Mey e Silveira (2009) e como disciplina científica por
Alves e Santos (2013). Como um conjunto de procedimentos, a catalogação tem sido fruto de
uma estrutura curricular. Essa base curricular, porém, nem sempre corresponde a uma
estrutura sociopolítica unificada e nem mesmo a uma coexistência ativa e interatuante. Toda a
amplitude da catalogação se rompe em disciplinas singulares, algumas delas bem pouco
viáveis como um cenário dentro do qual uma teoria geral da catalogação possa realizar as suas
potencialidades. A unidade empírica do ato catalográfico jamais funcionou como um fator de
unificação, porque as distintas influências constitutivas dos processos catalográficos
coexistiram, mas com pouca convivência, ao logo do tempo.
Nesse entendimento, intenta-se aproveitar esse kairos, ou seja, esse tempo oportuno,
para uma formação catalográfica crítica endereçada aos bibliotecários. A educação é um
“processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral [...]” (CUNHA, 2010, p.
235). A educação como processo de transmissão e de aprendizagem se realiza por meio dos
dispositivos culturais, ou seja, dos dispositivos de uso, produção e comportamento que
possibilitam que os grupos humanos sejam capazes de satisfazer as suas necessidades
fisiológicas, afetivas e pessoais. Nesse contexto, a educação catalográfica visa a um conjunto
de questões que objetivam modos de formação do catalogador. Ela compreende o ensino, o
currículo, a aprendizagem, o desenvolvimento de competências, as políticas educacionais, o
planejamento educacional e assim por diante. Vale ressaltar que esses temas estão totalmente
associados, porém, têm suas particularidades.
Figura 2 – Educação catalográfica
Fonte: Elaborado pelo autor.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
26
A literatura sobre educação catalográfica mostra os problemas recorrentes
relacionados a esse processo educacional. Autores como Henderson (1987), Turvey e Latarte
(2002), Joudrey (2002) e Intner (2002), entre outros, expuseram essas questões. De forma
suscita, destacam-se algumas das adversidades da Educação Catalográfica: a controvérsia entre
teoria e prática; a incipiente formação histórica do catalogador; e o currículo, isto é: pensar em
quais conteúdos e materiais são primordiais para uma certa formação e no porquê de certos
conteúdos não serem ensinados; pensar em quais competências são necessárias para lidar com
as demandas catalográficas; e pensar na formação de um senso crítico do catalogador.
Uma formação catalográfica crítica tem sido sinalizada na literatura da área por
autores como Lubetzky (1965), o qual chama a atenção que mesmo os mais atenciosos e
capazes, entre os discentes de catalogação, estarão fadados à confusão e à alienação, por
causa de uma ênfase indevida e não crítica às regras de catalogação. Nesse sentido, Young
(1987) ratifica que é por meio de análises críticas desenvolvidas no processo educacional que
o sujeito estará preparado para se adaptar a um ambiente em mudança e a liderar a
profissão em evolução. Arakaki (2013) afirma que são necessários currículos complementares
que possibilitem exercícios abstratos, teóricos, críticos e práticos; assim, será superada uma
formação ligada a um simples fazer tecnicista. Pereira (2013) defende que o currículo de
catalogação proporcione ao futuro profissional o desenvolvimento de uma visão crítica; além
disso, o autor defende que o currículo contribua para a área, no repensar e no fazer das suas
atividades diárias. Além disso, Olson afirma que: “O profissional deve ser capaz de conhecer
essas coisas de maneira crítica, além da mera aceitação de padrões, para que o catálogo possa
efetivamente desempenhar sua função mediadora entre a coleção e os usuários.” (OLSON,
1997, p. 52, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a literatura aponte a relevância de uma formação crítica do catalogador, pouco
se aprofunda nessa questão. O que é crítica? Como se forma um senso crítico no catalogador?
Podemos começar pensando o que não é crítica. Quando fazemos, fazemos, fazemos e não
sabemos, porque3 isso é o prenúncio da falta de senso crítico.
A palavra “crítica” (do grego kritikós – κριτικός) indica a capacidade intelectual de
discernimento sobre algo. Isto é, essa palavra indica quando uma pessoa é capaz de julgar por
diversos pontos de vista, seja o estético, seja o lógico, seja o intelectual, ou “do ponto de vista
de uma concepção, de uma teoria, de uma experiência ou de uma conduta.” (JAPIASSÚ;
3
Fazendo alusão ao artigo: WHITE, Herb. Fazemos, fazemos, fazemos e não sabemos porque: as práticas de
catalogação clamam por uma reavaliação. Revista da Escola de Biblioteconomia, Belo Horizonte, v. 22, n. 2,
p. 257-264, jul./dez. 1993.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
27
MARCONDES, 2006, p. 61). A partir da filosofia kantiana, o vocábulo “crítica” ganhou
relevância na história do pensamento. Após Kant, podemos destacar alguns autores e
“movimentos” que realizaram uma miríade de estudos críticos: a) Karl Marx e Friedrich Engels,
com estudos econômicos e sociais; b) os autores da Teoria Crítica de Frankfurt: Max
Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Leo Lowenthal, Jürgen
Habermas, Albrecht Wellmer, Otto Apel, Walter Benjamin 4 e Axel Honneth; e c) os pósestruturalistas, influenciados pelas bases críticas kantianas e marxistas: Jacques Derrida, Gilles
Deleuze, Jean-François Lyotard; Michel Foucault, Judith Butler, Jean Baudrillard, Julia Kristeva,
Jacques Rancière e Paul Ricoeur. Esses autores são contrários a uma teoria tradicional
(HORKHEIMER, 1983), a qual é marcada pela defesa da neutralidade. Eles buscam analisar as
condições sociais, políticas, econômicas etc. das aplicações das teorias, com o objetivo de
transformar a realidade.
O pensamento crítico vai ser requisitado também na Biblioteconomia e na Ciência da
Informação. Podemos observar isso nas publicações de Leckie; Given e Buschman (2010);
Nicholson e Seale (2018); Accardi; Drabinski e Kumbier (2010); Downey (2016); Gregory e
Higgins (2013); Leung e Lopez-McKnight (2021). Isso ocorreu num contexto americano e num
contexto francês; podemos observar a perspectiva crítica na criação do Grupo de Pesquisa
sobre o Escrito e o Documento, envolvendo, entre outros, Robert Estivals, Jean Meyriat,
Pierre Albert, Jean Guenot, Jean-Marie Bouvaist e Jacques Breton (ESTIVALS, 1981). Esse
grupo buscou compreender os circuitos do escrito e do documento a partir de uma explicação
crítica de base marxista.
Uma educação catalográfica crítica deve ir além dos aspectos normativos, que visam
ao padrão ideal, e dos aspectos descritivos, que reduzem o objeto ao estagnado. O ideal e real
não são opostos. É dentro do real que se deve buscar forças favoráveis, para, em momentos
adequados, promover ou bloquear o ideal. Ou seja, é no contexto catalográfico que análises
críticas serão realizadas, a fim de discernir o quanto o ideal (tal modelo) deve ser adotado.
Algumas perguntas podem ser suscitadas numa educação crítica: Quais são as ideias
implícitas? Quais são as evidências que apoiam tal afirmação? Quais são as outras facetas
referentes a ela? Quais são os fundamentos do enunciado? O que precisa ser explorado para
esclarecer certas questões? Quais são as implicações de tal afirmação? Por que catalogamos
assim e não de outra forma? Em resumo, o catalogador deve: a) analisar e compreender o
contexto catalográfico; b) criticar as contradições identificadas; e c) produzir caminhos, caso
seja necessário. Se aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos
4
Considerado membro da escola por afinidade teórica, teve a sua tese rejeitada pela Universidade de Frankfurt.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
28
doutrinados. A crítica ocorre para a progressão; se não houver o desenvolvimento, a
continuidade é consciente.
Referências
ACCARDI, Maria T.; DRABINSKI, Emily; KUMBIER, Alana (Ed.). Critical Library
Instruction: Theories and Methods. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2010.
ALVES, Rachel Cristina Vesu; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa.
Metadados no domínio bibliográfico. Rio de Janeiro: Intertexto, 2013.
ACCARDI, Maria T.; DRABINSKI, Emily; KUMBIER, Alana (Ed.). Critical Library
Instruction: Theories and Methods. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2010.
ARAKAK, F. A. et al. Transpondo as barreiras do ensino da catalogação: o caso da Biblioteca
de Estudos e Aplicação de Metadados (BEAM). In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE
CATALOGADORES, 9., Rio de Janeiro. Anais Eletrônicos [...]. Rio de Janeiro: Biblioteca
Nacional, 2013.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4 ed. rev. Rio
de Janeiro: Lexikon, 2010.
CUTTER, Charles Ammi. Rules for a Dictionary Catalog. 4th ed., rewritten. Washington:
Government Printing Office, 1904.
DOWNEY, Annie. Critical Information Literacy: Foundations, Inspiration, and Ideas.
Sacramento, CA: Library Juice Press, 2016.
ESTIVALS, R. A dialética contraditória e complementar do escrito e do documento. Revista da
Escola de Biblioteconomia da UFMG, v. 10, n. 2, p. 121-152, set. 1981.
FREDERICK, Donna Ellen. Core competencies for cataloging and matadata professional
librarians - the data deluge column. Library Hi Tech News, n. 8, p. 15-20, 2018.
GREGORY, Lua; HIGGINS, Shana (Ed.). Information Literacy and Social Justice: Radical
Professional Praxis. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2013.
HENDERSON, Kathryn Luther. Some Persistent Issues in the Education of Catalogers and
Classifiers. Cataloging & Classification Quarterly, v. 7, n. 4, 5-26, 1987.
HORKHEIMER, Max. Teoria tradicional e teoria crítica. In: CIVITA, V. (ed.). Benjamin,
Habermas, Horkheimer, Adorno: textos escolhidos. São Paulo: Abril, 1983. p. 125-162.
(Coleção Os pensadores, v. 6).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
29
IFLA. Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação (PIC). Haia: IFLA, 2018.
Tradução para o português sob a responsabilidade de Marcelo Votto Texeira e revisado por
Jorge Moisés Kroll do Prado (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do estado de Santa
Catarina).
INTNER, Sheila S. Persistent Issues in Cataloging Education: Considering the Past and
Looking Toward the Future. Cataloging & Classification Quarterly, v. 34, n. 1-2, p. 15-28,
2002.
JOUDREY, Daniel N. A New Look at US Graduate Courses in Bibliographic Control.
Cataloging & Classification Quarterly, v. 34, n. 1-2, p. 57-99, 2002.
LE COADIC, Yves-François. A ciência da informação. 2. ed. rev. e atual. Brasília, DF: Briquet
de Lemos / Livros, 2004.
LECKIE, Gloria J.; GIVEN, Lisa M.; BUSCHMAN, John E. (Eds.). Critical theory for library
and information science: exploring the social from across the disciplines. Santa Barbara:
Libraries Unlimited, 2010.
LEUNG, Sofia Y.; LOPEZ-McKNIGHT, Jorge R. Knowledge Justice: Disrupting Library and
Information Studies through Critical Race Theory. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press,
2021.
LUBETZKY, Seymour. On teaching cataloging. Journal of Education for Librarianship, v.
5, n. 4, p. 255-258, 1965.
MEY, Eliane Serrão; SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural. Brasília, DF:
Briquet de Lemos / Livros, 2009.
NICHOLSON, Karen P.; SEALE, Maura (Ed.). The Politics of Theory and the Practice of
Critical Librarianship. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2018.
OLSON, Hope A. Thinking professionals: teaching critical cataloguing. Technical Services
Quarterly, v. 15, n. 1/2, p. 51-66 1997.
ORTEGA, C. D. Do princípio monográfico à unidade documentária: exploração dos
fundamentos da catalogação. Liinc em revista, v. 7, n. 1, 2011.
OTLET, Paul (1868–1944). Tratado de documentação: o livro sobre o livro teoria e prática.
Tradução de Taiguara Villela Aldabalde, Letícia Alves, Virginia Arana, Silvana Arduini,
Cristian Brayner, Marcilio de Brito, Max Evangelista, Maria Yêda de Filgueira Gomes,
Guilherme Achiles Clair Marie Isnard Filho, Nair Kobashi, Ana Regina Luz Lacerda, Antonio
Agenor Briquet de Lemos, Ercilia Mendonça, José Antonio Pereira do Nascimento, Martha
Suzana Nunes, Regina Obata, Edmir Perrotti, Ivete Pieruccini, Alice Araújo Marques de Sá,
Camila Silva, Johanna Wilhelmina Smit, Rosemeri Bernieri de Souza, Maria Carolina de Deus
Vieira. Brasília: Briquet de Lemos / Livros, 2018.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
30
PEREIRA, Ana Maria. Inquietações sobre o ensino de catalogação. In: EIC - ENCONTRO
INTERNACIONAL DE CATALOGADORES e II ENACAT - ENCONTRO NACIONAL DE
CATALOGADORES, 2013, Rio de Janeiro, Rj. Anais [...]. Rio de Janeiro, Rj: [s.n.], 2013. p. 1 16. Disponível em:
http://www.telescopium.ufscar.br/index.php/eic-enacat/eic-enacat/schedConf/presentations.
Acesso em: 31 mar. 2020.
RAMALHO, Walderez. Historical time between Chronos and Kairos: on the historicity of The
Kairos Document manifesto. Rethinking History, South Africa, p. 1-16, 14 Oct. 2020.
RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos /
Livros, 2009.
TURVEY, Michelle R.; LETARTE, Karen M. Cataloging or Knowledge Management:
Perspectives of Library Educators on Cataloging Education for Entry-Level Academic
Librarians. Cataloging & Classification Quarterly, v. 34, n. 1-2, 163-185, 2002.
YOUNG, J. Bradford. The teaching of cataloging: education or training. Cataloging &
Classification Quarterly, v. 7, n. 4, p. 149-163, 1987.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Desafios e estratégias metodológicas
para o ensino da RDA
Challenges and methodological strategies for RDA teaching
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakaki@unb.br
Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1072374287964657
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5480-4106
E-mail: paula.goncalez@ufes.br
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
A reestruturação e redesenho da Resource Description and Access apresentou desafios para o ensino de
catalogação nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Baseado no modelo conceitual
IFLA LRM, a RDA favorece a construção de dados de bibliotecas no contexto do Linked Data. Isso exige
uma mudança significativa nos planos de ensino de catalogação e outras disciplinas relacionadas.
Diante desta nova configuração, uma preocupação recorrente para professores de catalogação está em
como propor estratégias de ensino para bibliotecários e alunos de graduação sobre os conteúdos da
RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é identificar estratégias metodológicas para o
ensino da RDA a partir da literatura existente. Como resultados e análise, foram recuperados 13
trabalhos apresentados em congressos e artigos que continham esses termos em seu título, em suas
palavras chave ou em seu resumo. Considera-se que o conhecimento de quais metodologias foram
adotadas por outros professores pode facilitar em estabelecer estratégias metodológicas para o ensino
da RDA.
Palavras-chave: RDA. Estratégias de ensino. Catalogação.
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
32
Abstract
The restructuring and redesign of the Resource Description and Access presented challenges for the
teaching of cataloging in the Librarianship and Information Science. Based on the IFLA LRM, RDA
favors the construction of library data in the context of Linked Data. This requires a significant change
in the teaching plans for cataloging and other related disciplines. Given this new configuration, a
recurrent concern for cataloging professors is how to propose teaching strategies for librarians and
undergraduate students about the content of the RDA? From this perspective, the objective of this work
is to identify methodological strategies for teaching RDA from the existing literature. As results and
analysis, 13 papers presented in conferences and articles that contained these terms in their title, in
their keywords or in their abstract were retrieved. It is considered that the knowledge of which
methodologies have been adopted by other teachers can facilitate the establishment of methodological
strategies for teaching RDA.
Keywords: RDA. Teaching Strategies. Cataloguing.
1 Introdução
Com a implementação de novos instrumentos da catalogação, nascem novos desafios e
perspectivas de ensino e de aprendizagem para os cursos de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Atualmente, esse desafio é notado pela inserção da Resource Description and
Access (RDA) em sala de aula. Na sua última publicação, em dezembro de 2020, a RDA foi
reestruturada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e capítulos, apresentando
uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por meio da modelagem da
IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Com essa nova estrutura, os planos de ensino de catalogação que pretendem abarcar
esses novos conteúdos, precisarão ser reformulados, assim como as estratégias metodológicas
de ensino precisam ser atualizadas. Posto isto, questiona-se quais as possibilidades ou
estratégias que os cursos e disciplinas de catalogação podem oferecer aos bibliotecários e
alunos de graduação sobre os conteúdos da RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste
trabalho é identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da literatura
existente.
É importante lembrar que a formação de profissionais capacitados para manusear o
novo RDA, ao pensar em estratégias metodológicas para ensino e aprendizagem para a fixação
de conteúdos, demanda tempo e dedicação por parte do professor, que antes de tudo precisa
conhecer, entender e se capacitar na RDA. Desta forma, este trabalho apresentou além da
introdução, problema e objetivo, uma seção com os procedimentos metodológicos da pesquisa.
Posteriormente, foram apresentados nos resultados e discussões, 13 trabalhos e artigos
científicos que apresentaram discussões e estratégias metodológicas sobre o ensino da RDA.
Por fim, foram apresentadas as considerações finais.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
33
2 Procedimentos metodológicos
A pesquisa consiste em uma pesquisa exploratória na literatura científica, nacional e
internacional, sobre a temática do ensino de RDA. Para a identificação e verificação dos
resultados foi realizada uma busca nos últimos cinco anos (2016-2021) na base de dados
Library & Information Science Abstracts (LISA). Foram utilizados os termos educação, ensino e
RDA para busca. A busca foi realizada ainda nos eventos: I Encontro de RDA no Brasil (2019),
nos três colóquios sobre RDA na América Latina e no Caribe (2018-2020) e no Encontro
Nacional em Ciência da Informação (2014 a 2019). Após a leitura e análise, foram identificados
os artigos que trazem o ensino do RDA como temática, descritos na seção 3.
3 Resultados e discussões
Com o intuito de verificar as estratégias metodológicas utilizadas no ensino da RDA,
foram identificados 13 trabalhos que discorrem sobre a temática de ensino da RDA. Este
universo é composto por cinco artigos e oito trabalhos apresentados em eventos específicos da
RDA, conforme elencados abaixo.
No que tange às práticas de ensino e metodologias de aprendizagem do RDA, a busca
na base de dados LISA, foi possível identificar apenas um trabalho que discutiu e apresentou
estratégias de ensino, como exercícios práticos e questionário interativos. (SHADLE; ZIRPOLI,
2019).
Guillén Jiménez e Hernández Arroyo (2020) da Universidade de Costa Rica relataram a
capacitação dos professores por meio de metodologias em aulas presenciais, com destaque
para a criação de jogos on-line na plataforma Kahoot! e um Quiz. Talavera Ibarra e Zavala
Barrios (2020) relataram a experiência de ensino no Peru, na implementação da RDA, foi feita
a capacitação de pessoal a partir de congressos e seminários e a realização de cursos e oficinas,
com atividades teóricas e práticas. Reis e Silva (2020) apresentaram em seu trabalho a
trajetória do ensino do RDA desde o ano de 2011, e apresentaram a metodologia utilizada em
aulas de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás no que diz respeito ao ensino da
RDA.
Calvo Sanches no ano de 2020, apresentou a atualização da grade curricular da Escola
de Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica, em que, para o
ensino da RDA, se valem do uso de metodologias ativas de aprendizagem. Lourenço, Dias,
Lima, Maculam e Aganette, em artigo publicado em 2020, relatam a experiência de ensino da
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
34
UFMG no ensino da disciplina de Introdução de RDA, a partir do uso do manual de ensino de
RDA de Margareth Mering.
No México, Martínez Arellano, Rosa Valgañón e Espino Rivera (2019) apresentaram o
plano de ensino aprovado no ano de 2013, que diante a uma perspectiva construtivista
apontam metodologias de ensino utilizadas no ensino do RDA.
No Brasil, Lourenço e Diaz (2019), propõem um case em que o aluno deve identificar
as entidades do FRBR, fazem pesquisa exploratória no site do RDA. As autoras se basearam no
o manual “The RDA Workbook” de Margaret Merin.
No Segundo Colóquio de RDA, Calvo Sanches (2019) apresentou a incorporação da
RDA nos programas do curso da Escola de Documentação e Biblioteconomia da Universidade
Nacional de Costa Rica. No mesmo evento, Durán Garzón (2019) explanou sobre a formação e
atualização do pessoal na biblioteca Acadêmica da Colômbia. Entretanto, nenhum registro dos
dois trabalhos foram encontrados.
Em seu artigo Sandle (2019), apresentou os conteúdos do Workshop Introduction to
Serials Cataloging with Resource Description and Access (RDA) e a metodologia utilizada para a
fixação do conteúdo. Salta (2018) apresentou a tradução de materiais para treinamento da RDA
por vídeos, textos e exercícios. Dunsire, Fritz e Fritz (2017), publicaram o artigo em que
apresentam um estudo de caso do RIMMF como um software desenvolvido para a manutenção
de dados bibliográficos em RDA. Outro trabalho sobre o mesmo software, foi de Belpassi
(2016) que apresentou ações para o ensino com a RDA.
A partir do levantamento, observou-se que a implementação dos novos instrumentos
da catalogação e especificamente o ensino da RDA nos cursos de graduação de
biblioteconomia se faz urgente frente à demanda.
4 Considerações finais
Diante do exposto, a ferramenta RIMMF - RDA in Many Metadata Formats, criada no
ano de 2011, pode ser utilizada na criação e edição de dados em conformidade com a RDA, ou
seja, esta é uma ferramenta de treinamento de catalogação, que auxiliará professores no
ensino da RDA e por conseguinte o pensamento FRBR.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
35
Por fim, conclui-se que é necessário a investigação de metodologias para o ensino da
prática do uso da RDA nos cursos de graduação, bem como, sobre a capacitação e colaboração
entre os profissionais e acadêmicos para formulação de estratégias metodológicas para que
seja possível visualizarmos uma forma mais fluida de fazer a catalogação.
Referências
BELPASSI, E. RIMMF software: rda thinking in action. Jlis.It, [S.L.], v. 7, n. 1, p. 207-223, 15
jan. 2016. Università di Firenze Dipartimento di Storia, Archeologia, Geografia, Arte e
Spettacolo. Disponível em: http://dx.doi.org/10.4403/jlis.it-11495. Acesso em: 25 out. 2021
CALVO SÁNCHEZ, L. Experiencia metodológica utilizada por las docentes de la Escuela de
Bibliotecología Documentación e Información en la incorporación de RDA en los programas
de curso. In: COLOQUIO SOBRE RDA NA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 2., 2019, Chile.
Anais [...] . Chile: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, 2019. p. 1-1.
CALVO SÁNCHEZ, L. Experiencia metodológica utilizada por las docentes de la Escuela de
Bibliotecología, Documentación e Información en la incorporación de RDA en los programas
de curso. Bibliotecas, [S.L.], v. 38, n. 1, p. 1-22, 13 mar. 2020. Universidad Nacional de Costa
Rica. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15359/rb.38-1.2. Acesso em: 25 out. 2021
DUNSIRE, G.; FRITZ, D.; FRITZ, R. Instructions, Interfaces, and Interoperable Data: the rimmf
experience with rda revisited. Cataloging & Classification Quarterly, [S.L.], v. 58, n. 1, p.
44-58, 4 dez. 2019. Informa UK Limited. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1080/01639374.2019.1693465. Acesso em: 25 out. 2021
DURÁN GARZÓN, I. El proceso de implementación de la norma RDA a partir de la
capacitación y actualización del personal encargado del área en una Biblioteca Académica
Colombiana. In: COLOQUIO SOBRE RDA NA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 2., 2019,
Chile. Anais [...]. Chile: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, 2019. p. 1-1.
GUILLÉN JIMÉNEZ, G.; HERNÁNDEZ ARROYO, W. Experiencia de los docentes de la Escuela
de Bibliotecología y Ciencias de la Información de la Universidad de Costa Rica en la
implementación de RDA, mediante el uso de nuevas herramientas de aprendizaje. In:
COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México. Anais [...].
México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em:
https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/Ginette.pdf . Acesso em:
24 set. 2021.
LOURENÇO, C. A.; DIAS, C. C. Ensino de RDA: relato de experiência a partir do manual “The
RDA workbook” de Margaret Mering. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019,
Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7.
Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
36
LOURENÇO, C. de A.; DIAS, C. da C.; LIMA, G. Â. de; MACULAN, B. C. M. dos S.;
AGANETTE, E. C. Os Desafios do ensino de RDA em cursos de Biblioteconomia. Revista
Brasileira de Educação em Ciência da Informação, [S.L.], v. 7, n. 2, p. 69-88, 23 dez. 2020.
Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação (REBECIN). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.24208/rebecin.v7i2.203. Acesso em: 25 out. 2021
MARTÍNEZ ARELLANO, F.F.; ROSA VALGAÑÓN, P. de la; ESPINO RIVERA, M. de los A.
RDA en las aulas: una experiencia docente. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019,
Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7.
Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
REIS, F.; SILVA, L. C. Ensino do código RDA: processos e desafios na implantação no curso de
Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1.,
2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 25 out. 2021
SALTA, G. Traducción al español de los materiales de entrenamiento de RDA. In: COLOQUIO
SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 1., 2018, México. Anais [...] . México:
Universidad Nacional Autónoma de México, 2018. p. 1-19. Disponível em: https://coloquiorda.iib.unam.mx/files/rda/programa/Presentacion_SALTA_BNMM_Argentina_Coloquio_RDA
_Mexico.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
SHADLE, S.; ZIRPOLI, A. Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and
Accss (RDA). The Serials Librarian, [S.L.], v. 76, n. 1-4, p. 9-15, 2 maio 2019. Informa UK
Limited. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/0361526x.2019.1579694. Acesso em: 25 out.
2021
TALAVERA IBARRA, A. M.; ZAVALA BARRIOS, C. RDA: experiencias de capacitación en
Perú. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México.
Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em:
https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/
Ana_Mara_Talavera_Ibarra.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Contextos de la aplicación de RDA en América
Latina
Contexts of RDA application in Latin America
Filiberto Felipe Martínez Arellano
Investigador y profesor de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) en el área
de organización de la información, catalogación y metadatos. Actualmente se desempeña
como Coordinador de la Biblioteca Nacional de México. Coordina el Grupo RDA de América
Latina y el Caribe, representando a esta región en el RDA Board.
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-4358-8257
E-mail: felipe@unam.mx
Resumen
En 2010 fue publicado RDA y su versión digital, RDA Toolkit. RDA toma en cuenta las tareas del
usuario, localizar recursos de información, identificar sus características para evaluar su utilidad y
obtenerlos, sin embargo, consideró una tarea más, relacionar recursos, un aspecto importante con el
surgimiento de múltiples formatos para un mismo recurso. En 2017 la IFLA publicó el modelo LRM
(Library Reference Model), siendo una nueva perspectiva para la organización de la información y la
catalogación. En 2016 surgió el Proyecto 3R con el objetivo de Restructurar y Rediseñar RDA. Después
de haberse publicado diversas versiones preliminares del nuevo RDA, la versión final, en donde se
incorporó LRM, fue liberada el 15 de diciembre de 2020. El uso y aplicación de RDA y el surgimiento de
una nueva versión implica diversos retos para las bibliotecas de América Latina y el Caribe, los que se
presentan en esta contribución.
Palabras clave: RDA, contextos de aplicación, América Latina, bibliotecas nacionales, LRM.
Abstract
In 2010 RDA and its digital version, RDA Toolkit, were published. RDA takes into account the user's
tasks, locating information resources, identifying their characteristics to evaluate their usefulness and
obtaining them, however, it considered one more task, relating resources, an important aspect due to
the emergence of multiple formats for the same resource. In 2017 IFLA published the LRM (Library
Reference Model) model, a new perspective for the organization of information and cataloging. In 2016
the 3R Project emerged with the objective of Restructuring and Redesigning RDA. After several RDA
preliminary versions, the final version, into which LRM was incorporated, was released on December
15, 2020. The use and application of RDA and the emergence of this new version involve challenges for
Latin America and the Caribbean libraries, which are presented in this contribution.
Keywords: RDA, application contexts, Latin America, national libraries, LRM.
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
38
1 Introducción
En 1876, los principios del catálogo fueron establecidos por Cutter, señalándose que el
catálogo debería permitir localizar un libro por su autor, título o materia, así como apoyar la
selección de este por medio de la descripción de sus características bibliográficas o literarias.
Cutter planteó los tres objetivos básicos del catálogo: localización de recursos e identificación
de sus atributos para su evaluación y selección. Obviamente, lo anterior complementado con la
obtención de un recurso, a través de su número de clasificación.
Al igual que el estándar RCA2 (Reglas de Catalogación Angloamericanas, segunda
edición), RDA toma en cuenta estos objetivos para apoyar las tareas del usuario del catálogo,
sin embargo, en RDA se consideró un objetivo más, relacionar recursos, aspecto importante el
contexto de la información actual, caracterizado por el surgimiento de innumerables formatos
para un mismo recurso.
En 2006 la IFLA retomó los principios del catálogo establecidos a finales del siglo XIX
por Cutter, estableciendo que un catálogo u otro sistema de información debería permitir:
localizar recursos a través de puntos de acceso (autor, título y tema), identificar las
características de recursos a través de la descripción de sus atributos o características para
permitir al usuario tomar una decisión sobre su utilidad y finalmente, obtenerlo a través de su
clasificación y actualmente de manera digital a través de un URL. Adicionalmente se agregó
otra función, relacionar diversos tipos de recursos. Anteriormente, RCA2 permitía lograr los
cuatros primeros objetivos y actualmente RDA permite también el establecimiento de
relaciones entre los recursos y sus atributos.
2 Creación de relaciones, elemento sustancial de RDA
RDA fue desarrollado tomando como base el modelo de entidad relación FRBR
(Functional Requirements for Bibliographic Records). Los modelos de entidad-relación son
herramientas para el modelado de datos que permiten representar un grupo de entidades
relevantes dentro de un sistema de información, así como sus atributos o características, pero
además establecer las posibles relaciones entre las entidades de dicho grupo. FRBR representó
una nueva perspectiva sobre la estructura y las relaciones en los registros bibliográficos,
además de un vocabulario más preciso para ayudar a los catalogadores y diseñadores de
sistemas a satisfacer las necesidades del usuario. FRBR se encuentra conformado por tres
componentes: Entidades, Atributos y Relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
39
Las entidades son consideradas como los elementos primordiales dentro del universo
de los recursos de información, siendo estas de tres tipos: productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), autores o creadores (personas y organizaciones que intervienen en la
creación intelectual o material de los productos) y los temas o materias de los productos o
recursos de información. Es de resaltarse que estas entidades han estado siempre presentes en
el contexto bibliográfico de las bibliotecas.
El segundo componente del modelo FRBR son los atributos o características de las
entidades anteriormente mencionadas, los que actualmente han sido denominados como
metadatos. Las obras, expresiones, manifestaciones e ítems poseen una serie de atributos, que
se muestran en la Figura 1, siendo los más comúnmente conocidos los correspondientes a las
manifestaciones.
Figura 1 – Atributos de Entidades en FRBR
Fuente: TILLET, 2004, p. 34.
Por otro lado, los creadores también poseen atributos, siendo en el caso de las
personas y las organizaciones otras formas de su nombre y la fecha de nacimiento o creación,
entre otros. Asimismo, los temas o materias poseen atributos como son las diversas formas de
denominarlos.
El tercer componente del modelo FRBR, el cual puede ser considerado como el más
importante dentro del nuevo enfoque de la organización de la información y la catalogación,
son las relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
40
Algunas de las relaciones que pueden ser establecidas en FRBR y en RDA son aquellas
entre los autores o creadores y los diferentes tipos de recursos. Es decir, una persona u
organización participa de una u otra forma en la creación de una obra, una expresión, una
manifestación o un ítem. Adicionalmente existen relaciones entre los diferentes productos,
una obra tiene diferentes expresiones y estas se manifiestan en distintos formatos, de los que
existen diversos ítems, pertenecientes a una biblioteca o a una persona. Otro tipo de relaciones
son las establecidas entre las diferentes formas de los nombres de los creadores (personas y
organizaciones).
Figura 2 – Comparación entre RCA2 y RDA
Fuente: Creación propia, 2022.
Al efectuar una comparación entre las estructuras de RCA2 y RDA (figura 2) , se puede
notar que en estos dos estándares se encuentran una serie de lineamientos que norman los
aspectos relacionados con la descripción de los recursos de información. También existiendo
otros para normar el registro de los atributos de los autores o creadores. Sin embargo, el
cambio substancial de RDA se encuentra en las posibilidades para el establecimiento de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
41
relaciones, como es el caso de las relaciones entre los autores/creadores y los recursos de
información (Sección 6), las relaciones entre diferentes productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), Sección 8 y las relaciones entre los autores/creadores de recursos de
información, Sección 9.
3 Aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina y el Caribe
La aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina se ha centrado en los
aspectos descriptivos de los recursos de información, particularmente los correspondientes a
las manifestaciones. Sobre este aspecto, se puede señalar que RDA omite el uso de
abreviaturas por lo que en la descripción de los recursos ya no se utiliza la abreviatura p., sino
páginas, ni tampoco la abreviatura ilus., sino el término ilustraciones, así como la palabra
edición en lugar de la abreviatura ed. En el caso de la existencia de más de tres autores, en la
mención de responsabilidad se registraba únicamente el primero, seguido de la abreviatura
latina et. al y actualmente se deben registrar todos, o bien, únicamente el primero acompañado
de los términos y otros tres, dependiendo esto del número de autores involucrados. Asimismo,
se han agregado otras etiquetas nuevas al formato MARC, 336 para el contenido de los
recursos, 337 para el medio de acceso a estos y 338 para su formato, lo que sustituye al DGM
(Designación General del Material).
Respecto a la generación de relaciones, en algunas bibliotecas se han utilizado las
etiquetas del formato MARC para establecer las relaciones de personas u organizaciones con
los recursos. En las etiquetas 100, 110 , 700 y 710 se ha agregado al nombre la persona o
institución, el término que indica su rol en relación con la creación del recurso, siendo algunos
de ellos: autor, traductor, ilustrador, editor o productor, propietario. Para las relaciones entre
obras, expresiones y manifestaciones se han utilizado las etiquetas 240 título uniforme y 505
contenido, así la 500 para expresar diferentes tipos de relaciones como: traducción de, también
disponible en formato digital, ejemplar autografiado. Para la generación de las relaciones en
personas y organizaciones se han continuado utilizando los catálogos de autoridad.
Ciertamente, estas alternativas ha sido una opción aceptable para la generación de
relaciones, sin embargo, lo ideal es pensar en el uso de otras opciones como el uso de XML; el
modelo RDF (Resource Description Framework) y por supuesto, un software específico para la
generación y manejo de relaciones en forma automatizada.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
42
Por otro lado, la adopción y uso de RDA en las bibliotecas de América Latina se
encuentra en distintos niveles. Entre abril y julio de 2019, el Grupo RDA América Latina y el
Caribe efectuó una encuesta entre las bibliotecas nacionales de ABINIA (Asociación de
Estados Iberoamericanos para el Desarrollo de las Bibliotecas Nacionales de Iberoamérica) con
el objetivo de conocer la situación sobre la aplicación de RDA (BARBER, 2019). La encuesta se
envío a 16 bibliotecas de las cuales respondieron 13. Si bien es cierto que han transcurrido dos
años de la aplicación de esta encuesta, sus resultados aun pueden considerarse válidos debido
a la situación que las bibliotecas enfrentaron durante 2020 y 2021 al cerrar sus instalaciones.
Algunos de los resultados relevantes de esta encuesta fueron los siguientes. Solo dos
de las bibliotecas encuestadas respondieron que habían implementado RDA, cinco que estaban
implementándolo, otras cinco que pensaban implementarlo y una no pensaba implementarlo.
Sobre el conocimiento de RDA, una biblioteca señaló que este era avanzado, tres que era
medio y otra que era mínimo. Respecto a las necesidades de capacitación existió un consenso
entre las trece bibliotecas que los temas más importantes eran nuevos conceptos y vocabulario
de RDA, estructura y organización de RDA, así como instrucciones nuevas en RDA.
Adicionalmente, doce bibliotecas mencionaron modelos conceptuales, similitudes y diferencias
entre RCA2 y RDA, así como mapeos RDA-MARC21. Diez bibliotecas señaron uso y
navegación del RDA Toolkit.
Lo anterior implica la elaboración e implementación de un plan de capacitación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, cuyos integrantes necesitan ser formalizados por las
bibliotecas de ABINIA debido a los cambios en las direcciones de estas y la situación que han
enfrentado durante 2020 y 2021. Este plan de capacitación conlleva la coordinación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, pero también la colaboración de los grupos nacionales
que han existido o que están en vías de formación en diferentes países: Grupo RDA México,
Grupo de Interés RDA Chile, Grupo de Trabajo sobre RDA (Argentina), Foro RDA (Colombia),
Grupo RDA Perú y Grupo RDA Brasil.
4 La nueva versión de RDA, RDA Toolkit 2020
El 15 de diciembre de 2010 se hizo pública la nueva versión de RDA incluida en el RDA
Toolkit, la cual fue desarrollada tomando en consideración el modelo LRM.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
43
Figura 3 – Entidades LRM
Fuente: IFLA, 2017.
Como puede ser observado en la figura 3, las entidades consideradas en este modelo
son similares a las del modelo FRBR, sin embargo, cabe resaltar que se agregó la entidad
nomen, siendo esta las diversas formas en que denomina a las demás entidades.
Por otro lado, en RDA se ha incorporado nuevos conceptos, como el de elemento, el
cual integra a los atributos y relaciones de una entidad (KATE, 2021). Los elementos pueden
ser registrados de cuatro formas: desde una forma no estructurada, es decir totalmente libre;
una forma semiestructurada, a través de catalogos de autoridad; por medio de identificadores
como el ISBN, o bien por IRIs (International Uniform Identifiers) o URIs (Uniform, Resource
Identifiers) (GLENNAN, 2019). Sobre este último aspecto se puede mencionar que el escritor
Mario
Vargas
Llosa
puede
ser
identificado
con
el
URI
http://id.loc.gov/authorities/names/n79079153.html y su obra “La Ciudad y los Perros” por el
URI http://www.worldcat.org/oclc/460606350. Adicionalmente, la relación entre este autor y
su obra puede ser expresada en el modelo RDF (Resource Description Framework) a través de
URIs, tal y como se muestra en la figura 4.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
44
Figura 4 – Relación RDA
Fuente: MARTÍNEZ; HERNÁNDEZ, 2021, p. 109-110.
5 Consideraciones finales
RDA se ha transformado de un estándar que proporcionaba lineamientos para la
creación de metadatos en las bibliotecas para apoyar la localización, identificación y
generación de relaciones de sus recursos, a una fuente que proporciona alternativas para el
registro de los elementos (atributos y relaciones) de las entidades, con las posibilidades de
utilizar el modelo RDF para el manejo de los datos bibliográficos como datos ligados con el fin
de lograr su inclusión en la Web Semántica. Indudablemente, esta situación ha traído consigo
nuevos retos para la utilización de este estándar en las bibliotecas de América Latina y el
Caribe, los que podrán ser enfrentados a través de la cooperación para comprender la
estructura y características de esta nueva versión de RDA.
Referencias
BARBER, Elsa. Acciones desarrolladas por el Grupo de Trabajo RDA para América Latina y el
Caribe, periodo octubre de 2018 a octubre 2019. 2019.
CUTTER, Charles A. Rules for a printed dictionary catalog. Washington: Government Printing
Office, 1876.
GLENNAN, Kathy. RDA Beta Toolkit: Present and Future. 2° Coloquio sobre RDA-21 October
2019. 2019. Disponible en: http://www.rda-rsc.org/sites/all/files/Glennan%20RDA%20Beta
%20Toolkit%20Present%20and%20Future.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
45
IFLA. Modelo de Referencia Bibliotecaria de la IFLA: Modelo Conceptual para la Información
Bibliográfica. IFLA. Haag Netherlands, 2017. Disponible en:
https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-es.pdf
KATE, James. RDA Concepts - Elements. 2021. Disponible en:
https://www.youtube.com/watch?v=EEJ2PPDoTEk
MARTÍNEZ, Filiberto; HERNÁNDEZ, Nallely. Datos ligados en los catálogos de autoridad. In:
MARTINEZ, F.F., SALGADO, S., DE LA ROSA, M. (coord.). Retos de la implementación de
RDA en América Latina. Bogotá D.C.- Colombia: Rojas Eberhard Editores, 2019. p. 97-117.
ISBN 978-958-751-017-1.
TILLET, Barbara. El modelo FRBR (Requerimientos Funcionales para Registros Bibliográficos).
2003. Disponible en: https://loc.gov/catdir/cpso/frbrspan.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O RDA visto a 30 mil pés
The RDA: the view from 30,000 feet
Liliana Giusti Serra
Graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo (FESP-SP). Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade de
São Paulo (USP). Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3828328663401491
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6788-2376
E-mail: lgiustiserra@gmail.com
Resumo
Este artigo discorre sobre as possibilidades de descrição de registros com o RDA, sob a perspectiva do
modelo conceitual IFLA LRM. O método de pesquisa empregado foi o de análise conceitual, onde são
propostas soluções para ampliar a compreensão de determinado tema. Para exemplificar a aplicação da
RDA foi utilizada a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, como exemplo, abordando a presença de
expressões, manifestações e relacionamentos com outras obras. Foram identificadas expressões textuais
da obra em outros idiomas e a presença de outras obras passíveis de relacionamento, como adaptações
para verso, quadrinhos, livro e filme cinematográfico. O artigo conclui que as bibliotecas brasileiras
podem beneficiar-se da adoção do RDA mesmo que ainda não seja em sua plenitude, estruturando seus
catálogos para que fiquem mais atrativos aos usuários para que realizem suas tarefas.
Palavras-chave: RDA. IFLA-LRM. Catalogação. Relacionamento de registros. Entidades RDA.
Abstract
This article discusses the possibilities of describing records using the RDA, from the perspective of the
IFLA LRM concept model. The research was developed using conceptual analysis, where solutions are
proposed to broaden the understanding of a given topic. To exemplify the application of the RDA, the
work Os Sertões, by Euclides da Cunha, was used as an example, addressing the presence of
expressions, manifestations, and relationships with other works. Textual expressions of the work in
other languages and the presence of other works that could be related were identified, such as
adaptations for verse, comics, books, and movies. The article concludes that Brazilian libraries can
benefit from the adoption of the RDA even if it is not yet in its entirety, structuring their catalogs so
that they are more attractive to patrons to carry out their tasks.
Keywords: RDA. IFLA-LRM. Cataloging. Record relationships. RDA entities.
1 Introdução
O RDA trouxe uma série de transformações na rotina da representação descritiva. O
código foi estruturado tendo como base os modelos conceituais da família FR: Requisitos
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
47
Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR), Requisitos Funcionais para Registros de
Autoridades (FRAD) e Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto (FRSAD).
Porém, com o lançamento do modelo conceitual Library Reference Model (IFLA-LRM) em 2017,
ocorreu a consolidação dos modelos da família FR, com estabelecimento das entidades RDA,
resultando, inclusive, em ajustes na estrutura do RDA Toolkit.
O RDA é estudado no Brasil, porém são poucas as instituições que estão efetivamente
implementando o novo código. Muitos dos estudos realizados são calcados em comparações
com o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2). As diferenças, entretanto, vão além
de regras a serem seguidas. Inicialmente o RDA foi construído tendo como base o modelo
Entidade-Relacionamento, definido por Peter Chen em 1976. Neste modelo ocorre uma
descrição abstrata, com entidades, seus atributos e os relacionamentos que podem ser
estabelecidos entre elas.
O IFLA-LRM estruturou um conjunto com 13 entidades, organizadas em classes e
subclasses, com atributos que podem ser herdados e relacionamentos que podem ser
representados entre as entidades por meio de identificadores únicos (URIs) ou literais. Ao
trabalhar com esta estrutura flexível, ocorrem outras possibilidades de descrição, não
restringindo-se somente ao item que será descrito, mas aos vínculos que podem ser
estabelecidos com os demais registros (entidades e atributos) presentes no catálogo e para
além dele, na Web.
2 Metodologia
Este artigo foi realizado a partir do método de análise conceitual proposta por Furner
(2004) onde, a partir de perguntas realizadas em cima de uma temática, são propostas soluções
que visam expandir a compreensão sobre um tema. Tendo como ponto de partida o modelo
conceitual IFLA-LRM aliado à prática de catalogação, buscou-se investigar as possibilidades
descritivas propostas no RDA. Para elaborar esta pesquisa foi escolhida uma obra conhecida
em âmbito nacional e internacional que possui diversas expressões e manifestações. Foi
utilizada como exemplo a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, para ilustrar algumas das
alterações proporcionadas pelo RDA. Neste cenário foi possível identificar elementos que
favorecem o estabelecimento de vínculos entre entidades.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
48
3 Resultados
A obra Os Sertões, escrita por Euclides da Cunha, foi publicada em 1902. A obra
abrange a linha temporal de 1896 a 1897, cobrindo o conflito Guerra de Canudos, que ocorreu
no interior da Bahia. A obra foi traduzida para outros idiomas, além de ser inspiração para
criação de outras obras.
A aplicação do RDA estimula estudos para compreensão da história da obra como um
todo, identificando quando foi criada, o(s) agente(s) que a criou(criaram), as formas com as
quais foi expressa (textual, sonora, visual etc.), os idiomas utilizados, os formatos e diversos
outros aspectos. Foram identificadas expressões textuais da obra Os Sertões nos idiomas
português, inglês, espanhol, francês, entre outros (Figura 1).
Figura 1 – Estrutura WEMI de Os Sertões
Fonte: Elaborado pela autora.
Ao descrever a expressão de conteúdo textual em português é possível detalhar os
dados da autoridade Euclides da Cunha com datas extremas (|d), relação do Agente Pessoa com
a Expressão (|e e |4) e dois identificadores de autoridades (|0 e |1), conforme ilustrado na Figura
2. Destaca-se que a representação no formato MARC 21 é adequada para Manifestações e não
Expressões, porém este recurso foi utilizado neste artigo para facilitar a visualização e
identificação dos elementos descritivos aos catalogadores. Foram criadas relações com
expressões nos idiomas inglês, espanhol e francês em tags 767.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
49
Figura 2 – Representação de expressão textual em português
041 __ |a por
100 1_ |a
|4
|0
|1
Cunha, Euclides da |d 1866-1909 |e autor
http://rdaregistry.info/Elements/a/P50305
http://http://viaf.org/viaf/64034750
https://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
245 13 |a Os Sertões : |b (campanha de Canudos) / |c Euclides da Cunha
336 __ |a texto |b txt |2 rdacontent
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Chicago : University of Chicago, 2010.
|h 567 páginas |t Rebellion in the backlands |w 000046173
|z 978-0226124445 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d México : Fondo de Cultura Económica, 1998.
|h 445 páginas |t Los sertones: campaña de Canudos |w 000046183
|z 978-9505575282 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Paris : Metálié, 1997. |h 529 páginas
|t Hautes terres: la guerre de Canudos |w 000046103 |z 978-0226124445 |7 p m
Fonte: Elaborado pela autora.
Foram identificadas algumas obras que permitem o estabelecimento de relações com a
obra Os Sertões, como a obra Os Sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides
da Cunha, de autoria de R. P. Castelo Branco; A guerra do fim do mundo, de Mario Vargas
Llosa; Os Sertões: a luta: uma história em quadrinhos, de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa; e
Guerra de Canudos, filme de Sérgio Rezende. Na Figura 3 é possível visualizar características
de obras, expressões e manifestações destas obras.
Figura 3 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras
Fonte: Elaborado pela autora.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
50
Na Figura 4 são apresentadas possíveis relações entre as obras presentes na Figura 3
representadas no MARC 21. Destaca-se que nos subcampos |4 estão informados as URIs das
relações existentes, retiradas do RDA Registry1. O significado das relações está informado entre
parênteses após cada URI.
Figura 4 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras no MARC 21
787 __ |a Rezende, Sérgio |d Rio de Janeiro : Riofilme, 1997.
|h 165 minutos, colorido |t Guerra de Canudos |w 000046103 |7 2 g
|4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10094
(adaptado de Obra como filme cinematográfico)
787 __ |a Vargas Llosa, Mario, 1936- |d São Paulo : Alfaguara, 2008.
|h 608 páginas |t A guerra do fim do mundo |w 000046183
|z 978-8560281497 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10034
(adaptado de Obra como romance)
787 __ |a Ferreira, Carlos |d São Paulo : Quadrinhos na Cia, 2019.
|h 96 páginas |t Os sertões: a luta |w 000046173 |z 978-8535932409
|7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10251
(adaptado de Obra como quadrinhos)
787 __ |a Castelo Branco, R. P. |d Porto Alegre : Martins Livreiro, 1943.
|h 64 páginas |t Os sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides da
Cunha |w 000046173 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10023
(adaptado de Obra como verso)
Fonte: Elaborado pela autora.
4 Considerações finais
O RDA proporciona outras possibilidades de descrição de recursos bibliográficos e de
autoridades, com iteração entre registros presentes no próprio catálogo e com dados na Web.
Isto representa aos usuários o acesso a mais dados e descoberta de outras informações,
contextualizando resultados de busca e contribuindo com a realização das tarefas dos usuários.
As bibliotecas brasileiras precisam iniciar a adoção do RDA para participar deste movimento
internacional que visa a modernização dos catálogos, aposentando ideias e concepções que
foram muito úteis, mas que hoje não atendem mais aos anseios dos usuários.
A adoção do RDA, ao exigir maior conhecimento dos registros que serão incluídos no
catálogo, também permite o diálogo entre os registros, embasando a pertinência de
manutenção de determinados títulos no acervo, contribuindo com o desenvolvimento da
coleção.
1
https://www.rdaregistry.info/
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
51
É compreensível a resistência pela adoção de um código que está em outro idioma e
que representa tantas rupturas com a tradição estabelecida desde o século XIX. Sabemos que o
formato MARC 21 não acomoda as possibilidades descritivas do RDA, assim como os sistemas
não estão totalmente preparados para alterar a forma de visualização dos registros – questão
esta que está em aberto até o momento. Mas as bibliotecas não precisam aguardar que tudo
esteja pronto, testado e funcionando para já dar os primeiros passos. O RDA baseia-se em
orientações, dando ênfase às políticas de catalogação desenvolvidas pelas agências
catalogadoras. Afinal, como disse Chris Oliver na sua palestra de abertura do 2º Encontro RDA
no Brasil, vivemos num mundo globalizado, mas não na mesma comunidade. Distinções são
importantes e necessárias. As descrições podem atender às demandas da comunidade local,
mas precisam seguir alguns critérios que sejam compreendidos pelas demais bibliotecas.
Alguns aspectos do RDA já podem ser implantados pelas bibliotecas, como o fim da
regra de três autores, a dispensa de abreviações latinas e a inclusão de URIs em entidades
como Agentes, por exemplo. Com certeza faremos catálogos mais simples, atrativos e
confiáveis aos usuários, a partir do momento que sua utilização for facilitada, sem
renunciarmos aos nossos controles de terminologias e padrões descritivos. Caso contrário as
bibliotecas continuarão com sua estrutura de silos de informação, onde os dados não
conversam entre si dentro do próprio catálogo, nem com a biblioteca vizinha, e muito menos
com a Web.
Referências
FURNER, J. Conceptual analysis: a method for understanding information as evidence, and
evidence as information. Archival Science, v. 4, p. 233-265, 2004. DOI: 10.1007/s10502-0052594-8.
RIVA, Pat; LE BOUEF, P.; ZUMER, M. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual
para a informação bibliográfica. 2020. Disponível em:
https://repository.ifla.org/handle/123456789/47. Acesso em: 09 dez. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Implementação do RDA na Biblioteca Central da
PUCRS
RDA implementation in PUCRS Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Graduação em Biblioteconomia (UFRGS).
Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Resumo
Apresenta um breve histórico da Biblioteca Central Irmão José Otão, enunciando sobre a estrutura física
e organizacional, demonstrando mais detalhadamente o Setor de Tratamento da Informação,
responsável pela catalogação da Biblioteca. Relata o processo de implementação do Resource Description
and Access (RDA) na Biblioteca Central da PUCRS, que foi oficialmente adotado em registros
bibliográficos e de autoridade em 2016. Discorre detalhes do processo de trabalho, apresenta as
necessidades, assim como os desafios para a implementação.
Palavras-chave: Biblioteca Central da PUCRS. Resource Description and Access (RDA). Catalogação.
Abstract
It presents a brief history of the Irmão José Otão Main Library, enunciating about the physical and
organizational structure, demonstrating in more detail the Information Treatment Sector, responsible
for library cataloging. It reports on the Resource Description and Access (RDA) implementation process
at the PUCRS Main Library, which was officially adopted in bibliographic and authority records in 2016.
It details the work process, presents the needs and the challenges for implementation.
Keywords: PUCRS Main Library. Resource Description and Access (RDA). Cataloguing.
1 Apresentando a Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) está situada na cidade de Porto Alegre, zona leste do estado do Rio Grande do Sul, no
sul do Brasil. Seu nome oficial é Biblioteca Central Irmão José Otão, em homenagem a um dos
importantes reitores da Universidade e sua história inicia em 1940, com o acervo originário do
Colégio Marista Rosário. Em 1978, mudou-se para um prédio de 10.000m2 no Campus
Universitário e em 2008, ocorreu a ampliação do prédio para 21.000m2 distribuídos em 14
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
53
andares. Nesse momento, o acervo foi reorganizado em quatro grandes áreas, partilhadas no 2º
e 3º andares, assim como foram feitos investimentos em tecnologias de autoatendimento.
Além dos andares com acervo corrente, a Biblioteca possui coleções de acervos especiais e
obras raras, ademais de muitos espaços exclusivos para desenvolvimento de pesquisas e
produção do conhecimento, com disponibilidade de salas de estudo individuais e em grupo,
proporcionando um ambiente acolhedor para os estudos. Também há espaços de convivência,
como o Espaço Cultural na entrada da Biblioteca, o Dicas de Leitura (estantes com sugestões
de leitura de lazer para os usuários), o Espaço Aberto (com pufes, TV e quadro branco, que
permitem apoiar o estudo dos alunos) e diversos outros ambientes agradáveis.
A estrutura organizacional é composta pela Coordenação da Biblioteca que coordena
tecnicamente a Biblioteca Central da PUCRS, possuindo sob sua subordinação a equipe da
Secretaria de apoio administrativo, bem como os três setores que organizam o trabalho
desenvolvido para o atendimento das demandas da comunidade acadêmica da Universidade: o
Setor de Serviços (SSA) trata do atendimento propriamente dito, com empréstimo dos
materiais, atendimento e treinamento aos alunos; o Setor de Suporte e Desenvolvimento (SSD)
gerencia as tecnologias e sistemas da Biblioteca; e o Setor de Tratamento da Informação (STI)
realiza o processamento técnico dos materiais do acervo. Além disso, seis Grupos de Trabalho
intersetoriais trabalham buscando melhorias nos processos e serviços, sempre agregando
visões diferentes de cada setor. Cita-se como exemplo, o Grupo de Comunicação, que gerencia
as mídias sociais e as divulgações da Biblioteca; o Grupo de Capacitação, que promove
treinamentos tanto para usuários quanto para funcionários; e o Grupo de Vídeos, que
desenvolve os tutoriais da Biblioteca.
No contexto da catalogação, o Setor de Tratamento da Informação é composto por
quatro subáreas: o Serviço de Aquisição, que administra todas as compras, assinaturas e
recebimento de doações; o Preparo Técnico, onde é realizada a pré-catalogação, além da
preparação física dos materiais impressos; o Processamento Técnico, onde os bibliotecários
realizam a revisão da catalogação, indexação, classificação e o controle de autoridades, além de
outras atividades demandadas; e, por fim, o Laboratório de Recuperação de Acervo, local onde
os materiais da Biblioteca são recuperados, por exemplo, quando é necessário confeccionar
uma nova encadernação, realizar um conserto pontual, repor páginas, preservar obras raras,
entre outras atividades.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
54
2 Implementação do Resource Description and Access (RDA) na Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca da PUCRS realiza a catalogação do acervo com base nas diretrizes do
Resource Description and Access (RDA). O histórico do RDA na Biblioteca iniciou em 2013, com
estudos teóricos sobre ele. Em 2015, iniciamos o processo de implementação, sendo oficializada
a adoção do RDA em registros de autoridades e bibliográficos em 2016. Desde então, seguimos
aprimorando nossas práticas e adequando o necessário à nossa realidade.
A implementação foi um projeto que uniu estudos teóricos e a prática de catalogação
do Setor, além de envolver uma mudança organizacional, pois buscou-se o desenvolvimento de
uma atividade visando mudar o estado atual da Biblioteca para uma oportunidade. Por isso, foi
um processo bem estruturado, para realizar esta mudança da forma menos abrupta e mais
fluida, tanto para equipe como para o usuário.
2.1 Catálogo de autoridades
A implementação do RDA iniciou com o catálogo de autoridades e o processo passou
por: mapeamento dos tipos de autoridades disponíveis no catálogo; atualização das planilhas
de preenchimento para cada tipo de autoridade (templates); e atualização dos manuais dos
campos MARC21. Ao iniciar o controle de uma autoridade, abre-se um template em branco,
com campos MARC21 já estabelecidos de acordo com o tipo de autoridade e preenche-se os
atributos conforme localizados nas fontes de pesquisa. Quanto à atualização dos manuais dos
campos MARC21, foram inclusas instruções e exemplos reais que auxiliam na prática diária,
ao consultar diretamente no sistema Aleph, da empresa Proquest/ExLibris.
Para preenchimento dos atributos de autoridades, pesquisa-se em fontes fidedignas,
como: VIAF (Virtual International Authority File); ISNI (International Standard Name Identifier);
Library of Congress; bibliotecas nacionais de cada país de acordo com a nacionalidade do autor;
sites próprios; Currículo Lattes; e outras plataformas de identificação de autores, como o
ORCID.
2.2 Catálogo bibliográfico
No catálogo bibliográfico, da mesma forma que no de autoridades, a implementação
iniciou pelo mapeamento dos tipos de materiais existentes no acervo, sendo verificado mais de
40 tipos diferentes de materiais, registrados em um dos manuais do Setor. Também se realizou
a atualização das planilhas de preenchimento (templates) para cada tipo de material com
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
55
campos MARC21 e atualizou-se os campos de ajuda pertinentes. Ao iniciar a pré-catalogação
de uma obra, abre-se o template em branco com campos MARC21 específicos para o tipo de
material. Alguns campos MARC21 já são preenchidos automaticamente pelo sistema, pois
cada tipo de material, na grande maioria das vezes, possui o mesmo preenchimento dos
campos 33X. Esse comando facilita o trabalho diário e garante a padronização dos metadados.
Outrossim, foi realizada a alteração do campo 260 (publicação, imprenta) para 264
(produção, publicação, distribuição, fabricação e dados de direitos autorais), sendo um dos
campos mais característicos para o uso do RDA, pois permite especificar os dados de
publicação, produção ou até fabricação de uma obra. Entre as vantagens de catalogar em RDA,
está a especificidade em descrever um material e isso é ainda mais percebido em materiais
digitais. Por exemplo, no campo 007, o RDA permite a descrição específica para o tipo de
material digital, onde os valores preenchidos nas posições do campo informam ao sistema as
especificidades do material. Assim como nos campos específicos de descrição física (344, 345 e
347, por exemplo), é possível fornecer informações interessantes para o usuário, como o
tamanho, o tipo e o formato de um arquivo.
Durante todo o processo de implementação, o Setor de Suporte e Desenvolvimento
apoiou as demandas necessárias. Viabilizou-se as configurações dos campos MARC21 para
RDA e, também, alterações em lote em campos MARC21, por exemplo, para a correção de
abreviaturas para sua forma por extenso, como: ‘il.’ para ‘ilustrações’ e ‘p.’ para ‘páginas’.
Além disso, também foi possível alterar a expressão ‘et al.’ para ‘e outros’ e ‘ca’ para
‘aproximadamente’, facilitando o entendimento do usuário ao consultar o catálogo. Foram
implementados novos campos MARC21 (33X) de acordo com diretrizes do RDA, e novos
campos locais (39X) para adequar a saída dos dados. Os campos 39X foram criados para
realizar uma tradução para a linguagem natural dos usuários, por exemplo, o tipo de material
‘livro’, pelos 33X informaria ao usuário que é um ‘texto não mediado em volume’. Para o
usuário, essa descrição não informa um tipo de material real, então adequaram-se os termos
nos campos 39X para ‘livro impresso em papel’, que torna mais compreensível para qualquer
usuário.
Ainda na implementação, foi realizada a inclusão de subcampos para designar a
relação das autoridades com a obra, utilizando os termos padronizados pelo RDA na época no
subcampo $e, tanto do campo 100 quanto do 700. Para auxiliar na recuperação da informação
pelos usuários, também se iniciou a descrição de resumos e sumários das obras nos respectivos
campos MARC21.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
56
Com todas as alterações realizadas, os registros da Biblioteca se tornaram híbridos.
Isto é, registros anteriores a 2016 possuem campos MARC21 específicos atualizados para RDA,
mas sua catalogação base permanece em AACR2. Na ferramenta de busca da Biblioteca
(omnis.pucrs.br) constata-se um registro bibliográfico com características de catalogação em
RDA (por exemplo, designação de relação entre a obra e a autoridade e inexistência de
abreviaturas), contudo, não se visualizam os campos 33X, mostrando que a base desse registro
ainda é em AACR2. Desde 2016, todos os materiais novos que chegam na Biblioteca estão em
RDA desde a pré-catalogação. Os materiais antigos são convertidos para RDA à medida em
que são revisados pelo Setor, pois não seria possível revisar mais de um milhão de itens do
acervo.
3 Reflexões a respeito da implementação do RDA
O que se considera essencial durante o processo de implementação do RDA?
Treinamento e capacitação da equipe, pois é uma novidade para todos, bibliotecários e
auxiliares de biblioteca. Então, é importante que todos recebam as instruções corretas da nova
forma de catalogação. Considera-se necessário na adoção no RDA: adaptações nas políticas de
catalogação; estudo permanente; e liderança da instituição ciente da importância de uma
atualização como essa. Para que, assim, seja possível flexibilizar as regras de catalogação e
adequar as diretrizes de acordo com as necessidades da instituição, conforme as políticas
definidas.
Quais desafios encontram-se na implementação do RDA? As equipes geralmente são
enxutas e por muitas vezes a biblioteca conta com 1 ou 2 bibliotecários. Catalogar com RDA e
realizar esse planejamento para implementação exige tempo e dedicação. Somado a isso,
elencam-se os desafios: custo da assinatura do RDA Toolkit ser em dólar; manter-se atento às
atualizações contínuas das diretrizes RDA; mudança organizacional que deve ser bem
planejada para não causar ruídos no desenvolvimento dos processos de trabalho; e atualização
constante da equipe sobre RDA e as tendências na catalogação mundial.
Citando um exemplo das atualizações constantes: recentemente foi oficializada a nova
ferramenta Toolkit baseada no LRM. Em 2015, quando a Biblioteca da PUCRS iniciou a
implementação, o Toolkit (RDA Original), apresentava uma certa estrutura de organização e
era baseado no modelo conceitual FRBR. Desde 2018, uma nova estrutura vem sendo
apresentada (chamada durante o processo de ‘RDA Beta Site’), e no final do ano passado foi
lançado o RDA Oficial, completamente reformulado e agora baseado no LRM, novo modelo
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
57
conceitual. Com essa atualização, é preciso estar atento às mudanças que pode causar também
nas políticas de catalogação da instituição.
Finalizando, o RDA permite ampliar as possibilidades de descoberta de documentos a
partir da descrição dos dados e das relações existentes entre eles. E apesar dos impactos da
mudança em modos e fluxos de trabalho, avalia-se de forma assertiva a adoção do RDA, pois
atende às necessidades da era digital e oferece mais possibilidades à biblioteca.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O catálogo de biblioteca e o Resource Description
and Access (RDA): os efeitos do padrão nas
interfaces dos resultados de busca
The Library Catalog and Resource Description and Access
(RDA): the effects of the standard on search result
interfaces
Heytor Diniz Teixeira
Bibliotecário. Mestrando em Ciência da Informação na Universidade Estadual Paulista
(UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0290308318806354
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5954-1408
E-mail: hd.teixeira@unesp.br
Rachel Cristina Vesu Alves
Docente no Departamento de Ciência da Informação. Doutora em Ciência da Informação.
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5658134053257855
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1649-3722
E-mail: rachel.vesu@unesp.br
Resumo
Nas últimas décadas, o avanço tecnológico impulsionou diversas adaptações na catalogação.
Atualmente, o Resource Description and Access (RDA) é o padrão de catalogação mais recente,
desenvolvido para a Web e com o foco no usuário. Entretanto, quais são os efeitos do seu uso nas
interfaces dos catálogos de bibliotecas? O objetivo geral deste trabalho é destacar os efeitos da RDA nas
interfaces dos resultados de busca em catálogos bibliográficos. Os resultados mostram a utilização de
alguns elementos que podem apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios da catalogação
em RDA. Conclui-se que um dos principais efeitos do uso da RDA nas interfaces é a visualização mais
clara das informações sobre o recurso informacional, o que favorece a encontrabilidade e apoia o
usuário em seu processo de busca por informações.
Palavras-chave: Catalogação. RDA. Catálogo bibliográfico. Interfaces. Visualização de dados.
Abstract
In the last decades, technological advances have driven several adaptations in cataloging. Currently,
Resource Description and Access (RDA) is the most recent cataloging standard, developed for the Web
and focused on the user. However, what are the effects of its use in the interfaces of library catalogs?
The general aim of this paper is to highlight the effects of RDA on the interfaces of search results in
bibliographic catalogs. The results show the use of some elements that can support the users' tasks and
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
59
enhance the benefits of RDA cataloging. We conclude that one of the main effects of using RDA in
interfaces is the clearer visualization of information about the information resource, which favors
findability and supports the user in his or her information search process.
Keywords: Cataloging. RDA. Bibliographic Catalog. Interfaces. Data visualization.
1 Introdução
A ampla utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ampliaram as
competências de gestão e mediação das bibliotecas para o ambiente Web. Dentre essas
competências, a catalogação bibliográfica, por meio do padrão Resource Description and Access
(RDA), passou a estabelecer apoio para as tarefas dos usuários no processo de busca por
informação, além de abranger em seu escopo os espaços digitais e os novos suportes e
formatos da informação. Entretanto, quais são os efeitos do uso da RDA nas interfaces dos
catálogos de bibliotecas?
Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral destacar os efeitos do padrão de
catalogação RDA nas interfaces dos resultados de busca de catálogos bibliográficos. Os
objetivos específicos são: (a) destacar os elementos e as ferramentas que foram utilizados nas
interfaces e que tenham potencial de apoiar as tarefas dos usuários; (b) destacar um modelo
para a visualização da informação em interfaces de catálogos bibliográficos que tem seus
registros catalogados em RDA.
1.1 RDA, Interfaces e Visualização da Informação
A RDA teve seu desenvolvimento direcionado para o ambiente Web, traz um novo
olhar para o universo bibliográfico e possibilita uma descrição mais detalhada dos recursos, o
que amplia o número de pontos de acesso ao documento, podendo influenciar na recuperação
e encontrabilidade da informação no contexto digital. Entretanto, Oliver (2011, p. 117) explica
que
A RDA sozinha não melhorará a navegação nem a exibição [dos resultados
de uma pesquisa] porque os dados devem ser usados de maneira adequada
por mecanismos e interfaces de busca bem-projetados. [...] A meta é criar
dados que possam apoiar buscas e navegação melhores, bem como exibições
aperfeiçoadas dos resultados das buscas.
Desse modo, as interfaces precisam estar projetadas no sentido de que a catalogação
em RDA esteja refletida também na exibição dos registros bibliográficos, a fim de melhorar a
navegação e os índices de encontrabilidade da informação. Oliver (2011, p. 71) afirma que a
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
60
“[...] interface de busca pode tirar proveito desses elementos de dados claramente rotulados e
diferenciados, a fim de elevar o nível de precisão das buscas e organizar os resultados em
formatos de exibição que sejam significativos”.
Lima (2016, p. 8) afirma que “[...] a interface é uma forma de representação do modelo
organizacional da informação, como uma forma de visualização do conteúdo modelado e o
meio que permite o acesso a esse mesmo conteúdo”. Portanto, a interface de um catálogo de
bibliotecas com dados em RDA deve trazer elementos que modelem esses dados no sentido de
que possam apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios trazidos pelo uso das
diretrizes da RDA.
Dentre as possibilidades de potencializar os benefícios dos dados em RDA, existe
alguns tipos de visualização da informação que podem ser aplicados nas interfaces. Baptista
(2019) declara que a visualização da informação busca formas de otimizar a recepção de
informações por parte dos usuários.
Silva (2016) destaca alguns dos modelos de visualização da informação, sendo eles, a
navegação hierárquica, que é aquela que a partir de um nó-raiz é possível ter acesso aos
subnós inferiores; a navegação em grafos, onde os grafos, geralmente, são utilizados para
representar estruturas complexas e a navegação facetada, que pode ser definida como uma
busca que reduz os resultados recuperados a cada iteração, pela seleção das classes pertences
às facetas.
Para Silva (2016), a navegação em grafos pode ser útil para representar as relações de
similaridade entre os documentos ou nas relações destes com os autores. Esse tipo de
navegação possibilita melhor visualização das combinações dos dados e os relacionamentos
entre os recursos, o que pode aprimorar a encontrabilidade da informação.
2 Metodologia
Este trabalho é considerado, segundo seus objetivos, como exploratório e segundo sua
abordagem, como qualitativo. No que se refere aos procedimentos aplicados, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica e, posteriormente, uma pesquisa nos catálogos de bibliotecas que
utilizam o código de catalogação RDA.
O universo de pesquisa deste artigo constitui-se de 4 bibliotecas, sendo elas: a
biblioteca universitária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
61
Library of Congress (LC), The British Library (Reino Unido) e a National Library of Australia
(Austrália).
A seleção das bibliotecas internacionais se deu por serem as principais instituições dos
países envolvidos no desenvolvimento da RDA. Já a escolha da biblioteca da PUCRS foi por ser
uma das primeiras bibliotecas brasileiras a adotar o novo padrão.
3 Resultados
Foram observadas semelhanças entre as interfaces das bibliotecas, o que pode indicar
um processo de busca por referências ou por orientações no sentido de potencializar os
benefícios da catalogação em RDA.
Apesar de não possuir instruções para a exibição dos dados, Oliver (2011) diz que as
instruções da RDA têm a intenção de proporcionar flexibilidade para adaptar às exibições de
acordo com as necessidades e preferências da comunidade de usuários.
Serão exibidos nas figuras abaixo os registros completos recuperados nos catálogos.
Após isso, serão apresentados os principais efeitos da catalogação em RDA que foram
observados nesta pesquisa.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
62
Figura 1 – Registro completo: catálogo on-line PUCRS
Fonte: Capturado do catálogo on-line da PUCRS (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
63
Figura 2 – Registro completo: catálogo on-line Library of Congress
Fonte: Capturado do catálogo on-line da Library of Congress (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
64
Figura 3 – Registro completo: catálogo on-line The British Library
Fonte: Capturado do catálogo on-line The British Library (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
65
Figura 4 – Registro completo: catálogo on-line National Library of Australia
Fonte: Capturado do catálogo on-line National Library of Australia (2021).
Observou-se que foram utilizados elementos visuais, como ícones e textos que indicam
o formato da obra e o seu tipo de suporte, o que pode auxiliar os usuários durante o processo
de pesquisa e melhorar os índices de encontrabilidade.
Constatou-se que os autores principal e secundários estão em campos separados. Com
isso, percebeu-se que a conhecida regra de 3 advinda do AACR2 não é mais adotada, portanto,
todos os responsáveis pelo conteúdo são identificados, ampliando os pontos de acesso ao
documento. Quando catalogados com o AACR2, todos os responsáveis pela construção da obra
costumam ser descritos no mesmo campo.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
66
Verificou-se que no catálogo da PUCRS o campo imprenta foi substituído por três
novos campos, sendo eles “Local de publicação”, “Editora”, e “Data de publicação”. A palavra
imprenta pode ser enquadrada nos termos técnicos que não auxiliam os usuários na
identificação de um recurso. Percebeu-se também o uso de 3 elementos, sendo eles: tipo de
conteúdo, tipo de mídia e tipo de suporte. Para Oliver (2011) a informação sobre esses
elementos delimita as buscas e gera relevância nos resultados.
Percebeu-se que as indicações da RDA sobre elementos adicionais também foram
adotadas. Na biblioteca da PUCRS observa-se que o registro completo apresenta não apenas a
“Data de publicação”, mas também “Data de direitos autorais”. Além disso, o registro não
possui abreviaturas que são usadas na catalogação em AACR2.
Em vista do exposto, ao considerar que os modelos conceituais orientaram o
desenvolvimento da RDA, acredita-se que a opção mais adequada para a interface de um
sistema que utiliza o novo padrão de catalogação seja a navegação em grafos, ou representação
em rede. O uso dos grafos "[...] pode ser especialmente útil para representar as relações não
hierárquicas e globais entre as entidades de uma biblioteca" (SILVA, 2016, p. 56), o que
potencializa os benefícios do uso da RDA e contribui para melhorar a navegação do usuário e
a encontrabilidade da informação.
4 Considerações finais
Verificou-se que os principais efeitos do uso da RDA nas interfaces dos catálogos
foram a melhor visualização das informações sobre os registros bibliográficos e o uso de uma
linguagem acessível para o entendimento do usuário, o que favorece a encontrabilidade e
apoia o usuário em seu processo de busca.
No que se refere as interfaces dos catálogos de bibliotecas que utilizam a RDA,
acredita-se que o melhor modelo de visualização da informação seja a navegação em grafos.
Entretanto, assim como destacado por Oliver (2011), as necessidades e preferências da
comunidade devem ser consideradas para que a interface seja uma ferramenta que apoie as
atividades desenvolvidas pelos usuários.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
67
Referências
BAPTISTA, F. Uma proposta de interface de resultados de buscas em sistemas de
recuperação de informação: a semiótica e a interação humano computador como aporte
teórico. 2019. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2019.
LIMA, G. A. L. Navegação hipertextual em contexto. In: LIMA, G. A. Biblioteca digital
hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência, 2016.
OLIVER, C. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2011.
SILVA, M. F. Interface para navegação em bibliotecas digitais. In: LIMA, G. A. Biblioteca
digital hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência,
2016.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação de personagens fictícios em RDA na
Biblioteca Central da PUCRS
Cataloging of fictional characters in RDA at the PUCRS
Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial
(PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Anamaria Ferreira
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3927877993135021
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3261-319X
E-mail: anamaria@pucrs.br
Loiva Duarte Novak
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9000973389535926
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1476-555X
E-mail: loiva.novak@pucrs.br
Lucas Martins Kern
Bibliotecário do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Filosofia e Autoconhecimento e em Gestão de
pessoas: carreiras, liderança e coaching (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2424083998248883
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8271-102X
E-mail: lucas.kern@pucrs.br
Resumo
A Biblioteca Central Irmão José Otão, da PUCRS, adotou o Resource Description and Access (RDA) na
catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016. Desde então, busca formas de aprimorar
os catálogos de modo a atender às necessidades dos usuários. Este relato de experiência aborda o
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
69
desenvolvimento do projeto “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” pelos
bibliotecários do Setor de Tratamento da Informação (STI), que teve como objetivo criar e controlar
registros de autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações
entre as obras e proporcionando mais uma forma de pesquisa na ferramenta de descoberta da Biblioteca
da PUCRS.
Palavras-chave: Catalogação. Resource Description and Access (RDA). Personagens fictícios.
Abstract
The Irmão José Otão Main Library, from PUCRS,) adopted the Resource Description and Access (RDA)
in the cataloging of the bibliographic and authorities records in 2016. Since then, it has been looking for
ways to improve the catalogs to meet the needs of users. This experience report approaches the
development of the project "Cataloging fictional characters in RDA at the Main Library" by librarians
from the Information Treatment Sector (STI), which aimed to create and control authority records of
authorized access points for fictional characters, generating relations between the works and provide
yet another way to search in the PUCRS Library discovery service.
Keywords: Cataloguing. Resource Description and Access (RDA). Fictional characters.
1 Introdução
A Biblioteca Central Irmão José Otão, vinculada à Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) adotou oficialmente o conjunto de diretrizes do Resource
Description and Access (RDA) na catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016.
Ao ser a primeira biblioteca brasileira a implementar o RDA em ambos os tipos de registros,
encontra-se o desafio de aliar os fundamentos de modelos conceituais e das normas do novo
código à prática diária da catalogação. Ao longo da sua história, a Biblioteca busca excelência
na catalogação, adequando-a à realidade da instituição e do público a que atende.
No cenário atual da Biblioteca da PUCRS, o Setor de Tratamento da Informação (STI) é
responsável pela catalogação, aquisição e por atividades relativas à recuperação de materiais
físicos do acervo. Os bibliotecários catalogadores têm o compromisso de avaliar os processos
constantemente, buscando formas de melhorar as atividades sempre com vista a atender às
necessidades dos alunos, professores, técnicos administrativos e toda a comunidade atendida
pela Biblioteca.
Com a finalidade de proporcionar mais um benefício ao usuário da Biblioteca da
PUCRS durante a pesquisa bibliográfica, os bibliotecários do STI desenvolveram um projeto
intitulado “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” (BIBLIOTECA
CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO, 2019). O objetivo do projeto foi criar e controlar registros de
autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações entre
as obras. A metodologia deste trabalho é de estudo de caso visando explanar sobre o relato de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
70
experiência, que aborda o desenvolvimento do projeto em meio à pandemia do novo
coronavírus (COVID-19) e que trouxe mais uma forma de pesquisa no catálogo de autoridades
da Biblioteca da PUCRS.
2 Histórico do RDA na Biblioteca da PUCRS
Para se manter alinhada à visão da PUCRS, que é ser referência internacional em
Educação Superior por meio da inovação e do desenvolvimento social, a Biblioteca trabalha na
busca de excelência para oferta de seus serviços de forma que o usuário desfrute de uma
experiência de uso completa. O STI é responsável pelo tratamento dos dados e do material
físico que compõem o acervo da Biblioteca. Para acompanhar a evolução da representação
descritiva, em 2013 iniciaram-se os estudos sobre o RDA, novo código de catalogação
internacional (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2020). Foram realizados grupos de
estudos pelos bibliotecários, participações em palestras e encontros com a intenção de
construir um alicerce sólido para tamanha mudança. Em 2016 iniciou-se, então, o processo de
implementação com definições nas políticas de catalogação, atualizações nas ajudas de campo
MARC21 (Machine Readable Cataloging), mapeamento dos tipos de materiais, criação de
templates próprios para cada tipo de material nos registros bibliográficos e de autoridades e
alteração das abreviaturas e expressões latinas. A partir deste momento, todos os materiais
incluídos no acervo têm sua catalogação completa em RDA, já os materiais que retornam ao
Setor para alguma revisão são convertidos para RDA e o restante dos registros passaram a
híbridos com as atualizações em lote de campos MARC21 possíveis.
No controle de autoridades, destaca-se que o nível de detalhamento na descrição dos
registros de autoridades é exaustivo, incluindo um grande número de atributos disponíveis,
que podem ser localizados nas fontes de informação estabelecidas nas políticas de catalogação
sendo elas: Library of Congress, VIAF (Virtual International Authority File), ISNI (International
Standard Name Identifier), bibliotecas nacionais de acordo com a nacionalidade do autor e
Currículo Lattes. Essa prática possibilita a distinção de homônimos, além de oferecer dados
confiáveis a respeito das autoridades, transformando o catálogo de autoridades em uma fonte
de pesquisa fidedigna sobre as pessoas, entidades e eventos.
Consolidado o uso do RDA na catalogação, a equipe segue acompanhando as
atualizações no código, as discussões da área e, periodicamente, revê as políticas e a prática da
catalogação no STI com vista a suprir as necessidades e os interesses dos usuários, principal
foco do Setor.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
71
3 Personagens fictícios na Biblioteca da PUCRS
A catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca da PUCRS visa
precipuamente a melhora na recuperação das informações pelos usuários, buscando satisfazer
suas necessidades e interesses e melhorar a navegação e a fluidez entre os registros
bibliográficos que possuam personagens, seja como objeto de estudo, seja numa obra de ficção.
A ideia surgiu a partir da percepção da equipe a respeito da grande produção científica que
abordava a história de personagens fictícios nas mais variadas facetas. Ao realizar o
processamento técnico de artigos, teses, dissertações com análises de personagens, críticas e
relatos da história deles, foi possível perceber a pluralidade de diferentes instâncias sob as
quais o olhar acadêmico e científico pode se dedicar. Com isso, fundamentou-se o projeto com
estudos sobre a teoria da área e pesquisas em catálogos de bibliotecas que já utilizam os
personagens fictícios como ponto de acesso de pessoa-personagem. Verificaram-se as
orientações existentes no RDA, analisaram-se os campos MARC21 permitidos para o controle
de atributos de autoridades e, por fim, realizou-se a tomada de decisão quanto à criação dos
pontos de acesso.
No planejamento do projeto, buscou-se bibliotecas que são referência na catalogação
em RDA. Contatou-se a Library of Congress e as Bibliotecas Nacionais da Alemanha, Austrália,
Israel e República Tcheca via e-mail, buscando a troca de experiências (DEUTSCHE
NATIONALBIBLIOTHEK, 2019; LIBRARY OF CONGRESS, 2019; NATIONAL LIBRARY OF
AUSTRALIA, 2019; NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL, 2019; NATIONAL LIBRARY OF THE
CZECH REPUBLIC, 2019). A equipe estava ansiosa pelo retorno das bibliotecas, visto que são
exemplos mundiais e seria positivo conhecer a prática delas. Assertivamente, todas as
bibliotecas responderam como se dava a catalogação em RDA dos personagens. As Bibliotecas
Nacionais, assim como a Biblioteca da PUCRS, utilizam a Library of Congress como fonte
principal para a pesquisa dos atributos de personagens. Também informaram que antes do
RDA, já utilizavam personagens fictícios como termo tópico de assunto. Na migração para
RDA, esses registros foram readequados para pontos de acesso de pessoa-personagem.
Relataram que a catalogação de personagens fictícios é uma prática comum, sendo uma
atividade rotineira. A Biblioteca Nacional da Alemanha informou que é indispensável ao
trabalho diário e a Library of Congress relatou que o controle de autoridades é reflexo da
vontade de aumentar a capacidade de encontrar recursos.
Munidos do conteúdo do webinar promovido pela American Library Association (ALA)
sobre o assunto, intitulado “RDA Web seminar: New Concepts: Fictitious and Non-human
Personages”, foi possível sanar dúvidas relativas ao uso de atributos no controle de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
72
personagens fictícios (SPROCHI, 2019). Assim, definiu-se os critérios de seleção de
personagens, sendo aqueles que: a) sejam pessoa-personagem principal ou assunto da obra; b)
existam no VIAF; e c) sejam relevantes para o público da Biblioteca. Respeitam-se esses
critérios, com exceção de personagens significativos para o público da Biblioteca que não
existam no VIAF. Nesses casos, os bibliotecários se reúnem e decidem se deve ser criado ou
não.
Com a pandemia do COVID-19, a Biblioteca fechou em março de 2020, migrando o
regime de trabalho para remoto inicialmente e, posteriormente misto, fazendo com que o
projeto fosse alterado em relação ao cronograma e à divulgação nos espaços físicos da
Biblioteca. Adequou-se conforme nova realidade e o resultado do projeto foi apresentado para
a equipe da Biblioteca antes da divulgação oficial como forma de demonstração prática da
pesquisa por personagens na ferramenta de busca e integração entre as equipes para que fosse
transmitido ao usuário de forma eficiente. O processamento técnico trabalha na melhoria da
recuperação da informação pelos usuários, e o Setor de Serviços tem o papel fundamental de
auxiliar no encontro dessa informação.
A ação de divulgação do projeto foi realizada de forma on-line, com o auxílio do Setor
de Suporte e Desenvolvimento, na criação de um vídeo promocional disponível no Instagram 1
da Biblioteca e no canal da PUCRS no Youtube 2. O vídeo apresenta o passo a passo de como
pesquisar um personagem fictício na ferramenta de busca, além de trazer os personagens para
os espaços públicos da Biblioteca, através de efeitos especiais.
Para localizar um personagem fictício na ferramenta de busca da Biblioteca, é
necessário digitar o nome do personagem na caixa de pesquisa. A partir da busca, o sistema
recupera todos os documentos que possuem o personagem relacionado no registro
bibliográfico, sejam livros, artigos, teses, dissertações, filmes, cartazes ou quaisquer outros
tipos de documentos. Na figura 1 observa-se o registro bibliográfico completo disponível na
ferramenta de busca OMNIS na visão do usuário, contendo o relacionamento entre autoridade
de personagem e obra.
1
Vídeo de divulgação disponível no IGTV do perfil da Biblioteca da PUCRS no Instagram (@bibliotecapucrs):
https://www.instagram.com/tv/CMP5l8fJACj
2
Vídeo de divulgação disponível no canal da PUCRS no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
v=OM1VydIQMJ0
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
73
Figura 1 – Registro bibliográfico na ferramenta de busca OMNIS
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021a).
No catálogo de autoridades, os personagens estão descritos de forma exaustiva,
contando com atributos encontrados nas fontes de informação citadas anteriormente. Os
principais campos MARC21 preenchidos na autoridade referem-se a nome, local (imaginário
ou real), campo de atividade, ocupação, entidade associada (imaginária ou real), idioma,
remissivas para outros nomes conhecidos e notas específicas para registro permanente de
algum dado descrito. Na figura 2, retrata-se um exemplo de autoridade de personagem fictício
no sistema Aleph, utilizado pela Biblioteca.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
74
Figura 2 – Registro de autoridade no sistema Aleph
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021b).
A indexação de personagens fictícios como pontos de acesso de assunto na Biblioteca
ocorre em obras que fazem uso de análises, críticas e interpretações, contam sua trajetória,
além da presença do próprio personagem como elemento representativo da obra. Conta-se
hoje com documentos indexados com os mais variados personagens, entre eles: Drácula,
Frankenstein, Chewbacca, Darth Vader, Homem Aranha, Homem de Ferro, Hulk, Pantera cor
de rosa, Mickey Mouse, Menino Maluquinho, Bob Esponja, Ben 10, Brás Cubas, Dom Quixote,
Harry Potter, Zorro.
4 Considerações finais
Personagens fictícios já eram utilizados na indexação de assuntos na Biblioteca da
PUCRS, porém eram termos não controlados e havia poucos registros. Com o aumento da
demanda de trabalhos científicos que embasavam seus estudos na vida destes personagens,
bem como o extenso acervo de literatura culminaram para a ideia inicial do projeto. Na
proposta inicial, o lançamento da ação previa o número de 50 autoridades controladas em
RDA, para divulgação ocorrer. Contudo, realizado o levantamento de materiais que possuíam
essa temática, verificou-se uma gama maior de documentos e então o projeto foi lançado com
o controle de autoridade em RDA de mais de 70 personagens fictícios. Estimado o número
atual de personagens, leva-se a pensar na pequena representatividade quantitativa, porém
salienta-se que a atividade de controle de autoridades de personagens fictícios foi incluída e
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
75
soma-se a tantas outras atividades desenvolvidas pelos bibliotecários e que fazem parte do
fluxo de trabalho do STI. É uma nova atividade que possibilita a descoberta de novos
documentos a cada dia.
A respeito do projeto destaca-se o caráter inédito na indexação de personagens com
atributos em RDA no contexto da catalogação brasileira, conferindo pioneirismo à Instituição.
Acrescentamos ainda o viés de popularidade do projeto, visto que grande parte dos usuários
aprecia obras ficcionais e se interessa pelas diferentes ópticas sobre as quais é possível
explorar o universo intangível. Neste sentido, salienta-se a satisfação do grupo de
catalogadores durante a execução do projeto.
Ressalta-se, por fim, que o ‘RDA original’ inicialmente foi modelado de acordo com o
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) e permitia que se registrasse
denominações fictícias e não-humanas quando possuíam responsabilidade sobre a obra, e
quando era assunto dela. Posteriormente, em 2013, o ‘RDA original’ foi atualizado em
concordância com os modelos FRAD (Functional Requirements for Authority Records) e FRSAD
(Functional Requirements for Subject Authority Records) e passou a permitir o registro de
personagens fictícios a partir do controle de autoridades (LIBRARY OF CONGRESS, 2021).
Com a recente publicação do modelo conceitual Library Reference Model (LRM) foi
desenvolvido o projeto 3R com vistas a remodelar o RDA de acordo com as novas diretrizes
conceituais. O LRM deixou de indicar denominações fictícias e não-humanas como
responsáveis por uma obra (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS
AND INSTITUTIONS, 2017), então, decidiu-se relacionar os registros bibliográficos com
personagens que fossem assunto da obra, apenas. Com a atualização para o novo RDA oficial,
agora fundamentado no LRM, a Biblioteca da PUCRS segue a catalogação de acordo com as
diretrizes atuais.
Referências
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION. About [RDA]. Chicago: ALA, 2020. Disponível em:
https://www.rdatoolkit.org/about. Acesso em: 18 out. 2021.
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. Aleph 500 versão 23. Porto Alegre: PUCRS,
2021b. Sistema interno de gerenciamento de biblioteca.
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. OMNIS. Porto Alegre: PUCRS, 2021a.
Disponível em: https://biblioteca.pucrs.br/. Acesso em: 18 out. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
76
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. Setor de Tratamento da Informação. Projeto
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central. Porto Alegre:
PUCRS, 2019. Documento institucional interno.
DEUTSCHE NATIONALBIBLIOTHEK. AW: RDA - Fictitious characters. Destinatário: Clarissa
Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Frankfurt: 6 nov. 2019. 1 e-mail.
INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS. IFLA
Library Reference Model: um modelo conceitual para a informação bibliográfica. [S. l.]:
IFLA, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.
LIBRARY OF CONGRESS. Library question: answer question #15014256. Destinatário:
Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Washington, DC: 14 nov. 2019. 1 e-mail.
LIBRARY OF CONGRESS. List of the subject headings manual PDF files: H 1610 fictitious
characters. Washington, DC: 2021. Disponível em:
https://www.loc.gov/aba/publications/FreeSHM/H1610.pdf. Acesso em: 21 out. 2021.
NATIONAL LIBRARY OF AUSTRALIA. FW: NLAref129698 redirected question enquiry.
Destinatário: Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Camberra: 8 nov. 2019. 1 e-mail.
NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL. RE: RDA - Fictitious characters. Destinatário: Clarissa
Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Jerusalem: 6 nov. 2019. 1 e-mail.
NATIONAL LIBRARY OF THE CZECH REPUBLIC. FW: RDA - Fictitious characters.
Destinatário: Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Praha: 5 nov. 2019. 1 e-mail.
SPROCHI, Amanda K. RDA and non-human personages. In: ALAELEARNINGSOLUTIONS.
New concepts: fictitious and non-human personnages. [S. l.: s. n.], 2019. 45 slides. Disponível
em: https://pt.slideshare.net/ALAeLearningSolutions/new-concepts-fictitious-and-nonhumanpersonages. Acesso em: 18 out. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Modelagem de publicações seriadas:
a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Modelling of Serials: the new approach of IFLA LRM and
RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Graduando em Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6616666162574086
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8348-0350
E-mail: rhuan.henrique.oliv@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
As publicações seriadas, como recursos específicos, constituem parte relevante do universo
bibliográfico, bem como se apresentam como objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva. Os
alicerces teóricos estabelecidos por Panizzi, Cutter e Lubetzky predominaram até a mudança de
paradigma no cenário do domínio bibliográfico, causada pelo avanço tecnológico, onde a prática
catalográfica inseriu-se cada vez mais no contexto da Web Semântica e Linked Data, fazendo-se
necessário uma nova abordagem das publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model
(IFLA LRM) e no Resource Description and Access (RDA). Dessa maneira, essa pesquisa tem como
objetivo identificar tal abordagem partindo de uma Revisão Sistemática da Literatura e análise do
documento do IFLA LRM e do RDA Toolkit. Conclui-se que fica consolidada a conceituação de
Publicações Seriadas como entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as
monografias bem estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Palavras-chave: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Publicações seriadas.
Catalogação descritiva.
Abstract
Serial publications, as specific resources, constitute a relevant part of the bibliographic universe, as well
as being an object of studies in the field of Descriptive Cataloging. The theoretical foundations
established by Panizzi, Cutter and Lubetzky prevailed until the paradigm shift in the bibliographic
domain, caused by technological advances, where the cataloging practice was increasingly inserted in
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
78
the context of the Semantic Web and Linked Data, making it necessary a new approach to serial
publications, announced in the IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) and the Resource
Description and Access (RDA). Thus, this research aims to identify such an approach based on a
Systematic Literature Review and analysis of the IFLA LRM document and RDA Toolkit. It is concluded
that Serial Publications are consolidated as distinct entities of the bibliographic universe, its borders
with monographs well-established and its essence and constitution well-defined.
Keywords: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Serial work. Descriptive
cataloging.
1 Introdução
Objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva, as publicações seriadas
constituem parte relevante do universo bibliográfico. Autores basilares da catalogação como
Antonio Panizzi, Charles Ami Cutter e Seymour Lubetzky, lançaram os alicerces teóricos sobre
os princípios e as práticas catalográficas, contribuindo para a construção e consolidação de
códigos de catalogação, tais como o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2).
Contudo, observa-se uma mudança de paradigma no cenário do domínio bibliográfico,
impactada, sobretudo pelo avanço tecnológico, a ascensão do ambiente digital e a proliferação
de periódicos eletrônicos, onde a prática catalográfica é refletida cada vez mais no cenário da
Web Semântica e do Linked Data. Desse modo, fez-se necessário uma nova abordagem das
publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) e no Resource
Description and Access (RDA).
O IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) é um modelo conceitual resultante da
consolidação e ampliação dos três modelos da Família FR: Functional Requirements for
Bibliographic Records (FRBR), Functional Requirements for Authority Data (FRAD) e Functional
Requirements for Subject Authority Data (FRSAD).
O Resource Description and Access (RDA), por sua vez, publicado em 2010, é um pacote
de elementos de dados, de diretrizes e de instruções que formam um padrão de catalogação
concebido para a descrição e o acesso de recursos no ambiente digital. Por meio do 3R Project,
finalizado no final de 2020, o RDA foi alinhado com o IFLA LRM (RDA STEERING
COMMITTEE, 2020).
Dessa maneira, a pesquisa em voga tem como objetivo analisar como as publicações
seriadas são modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R
Project, situando suas respectivas abordagens na tradição catalográfica.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
79
2 Metodologia
A metodologia adotada consistiu na realização de uma Revisão Sistemática de
Literatura (RSL), utilizando a string de busca “serial AND rda AND ifla lrm” em pesquisas
realizadas em quatro bases de dados: Web Of Science, Library, Information Science &
Technology Abstracts with full text (LISTA), Information Science & Technology Abstracts (ISTA)
e Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI). Posteriormente foi
analisada a modelagem de publicações seriadas a partir do documento do IFLA LRM e do RDA
Toolkit.
3 Breve conceituação histórica das publicações seriadas
Panizzi, em suas 91 regras de catalogação prescritas no Catalogue of printed books in
the British Museum, não aborda as publicações seriadas como uma única classe, porém como
subclasses distintas entre si, identificando-as e diferenciando-as pela suas respectivas formas,
por meio de três amplos grupos: publicações de sociedades e instituições (acadêmicas),
publicações periódicas e efemérides. Essas subclasses eram então organizadas por localização
geográfica (continente, país e cidade), por autoria corporativa e título. Cutter, por sua vez,
abandonou os dois principais níveis de organização utilizados por Panizzi, cabeçalho de
formas e hierarquia geográfica, e reteve as entradas sob autoria corporativa para publicações
de sociedades. (JONES, 2017).
A abordagem de Cutter predominou por um século, até que, pela influência de
Lubetzky e a implementação da segunda edição do Código de Catalogação Anglo-Americano
(AACR2), entradas de autoria corporativa foram abandonadas, desencadeando uma
identificação cada vez maior das publicações seriadas com seus respectivos títulos. Logo, a
conceituação de obras seriadas alinhava-se intimamente com a de monografias (JONES, 2017).
3.1 IFLA Library Reference Model (IFLA LRM)
No IFLA LRM, as publicações seriadas são modeladas como agregados, definidos como
“[...] uma manifestação que materializa várias expressões”. (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017, p.
95). A partir dessa modelagem, uma Manifestação agregada materializa, além de Expressões
distintas, uma Expressão agregadora que, consequentemente, realiza uma Obra agregadora.
Sendo um tipo específico de Obra agregadora, uma Obra seriada consiste em uma
construção complexa, cuja Manifestação, que a representa em sua totalidade, é composta por
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
80
outras Manifestações agregadas publicadas em série, estruturação constituída por meio do
relacionamento todo/parte LRM-R261 no nível da Manifestação. Essas Manifestações agregadas
são fascículos, por suas vezes agregados de artigos, publicados ao longo do tempo (RIVA; LE
BOEUF; ŽUMER, 2017).
A entidade Obra no modelo é aquela que permite a identificação dos conteúdos
comuns compartilhados entre expressões distintas, porém esse conteúdo comum é entendido
diferente em uma instância de monografia e uma de Obra Seriada. No que concerne a essa
última, o conteúdo comum que a define reside na intenção do editor de conceber um todo
identificável e na reunião de conceitos editoriais (título, tema, layout etc.) (RIVA; LE BOEUF;
ŽUMER, 2017).
Sendo a reunião de conceitos editoriais a essência da Obra seriada, o modelo prescreve
que edições impressas e online de uma mesma publicação seriada devem ser consideradas
Obras distintas e modeladas com relacionamentos obra-para-obra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER,
2017).
3.2 Resource Description and Access (RDA)
A modelagem do IFLA LRM concernente às publicações seriadas teve grande impacto
no RDA redesenhado e reestruturado, uma vez que, por meio do 3R Project, suas diretrizes
foram alinhadas com o modelo conceitual.
O RDA em sua modelagem, primeiramente, postula a dicotomia entre Obra Estática e
Obra Diacrônica. A primeira possui seu conteúdo completo já incorporado em um “único ato
de publicação”, o que implica que não é esperado que ele sofra alterações com o decorrer do
tempo; a segunda, por sua vez, é uma obra planejada a ser incorporada através do tempo e
conforme seu plano “[...] é executado, o conteúdo da Obra é alterado gradualmente, sendo
realizado através de uma ou mais Expressões distintas que são incorporadas por uma ou mais
Manifestações” (RDA TOOLKIT, 2021, tradução nossa).
Ademais, as Obras Diacrônicas são de dois tipos, caracterizadas pela maneira que seu
conteúdo é estendido: Obra Sucessiva e Obra Integradora. A Obra Sucessiva possui seu
conteúdo estendido por acumulação, e, no caso da Obra integradora, o conteúdo é substituído
em intervalos de tempo, tornando as iterações anteriores inacessíveis (RDA TOOLKIT, 2021).
1
O LRM-R26 – “possui parte”, “é parte de” – é um relacionamento entre duas Manifestações em que uma é
componente da outra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
81
Essa modelagem é realizada com o Plano de Extensão, 2 principalmente por meio de seu
atributo Modo de Extensão, que possui os valores de integração e de sucessão. Faz-se relevante
apontar que o RDA postula que a essência de uma Obra Diacrônica é seu plano de mudança de
conteúdo, o que torna o Plano de Extensão caracterizador da Obra Diacrônica (RDA TOOLKIT,
2021).
4 Considerações finais
Essa pesquisa teve como objetivo a reflexão de como as publicações seriadas são
modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R Project, e
situar suas respectivas abordagens na tradição catalográfica. A partir disso, pode-se concluir
que o IFLA LRM e o RDA “[...] proporcionam uma estrutura e vocabulário que auxiliam no
tratamento de seriados e outros dados bibliográficos de novas maneiras”. (MERING, 2019, p.
68, tradução nossa).
A modelagem do IFLA LRM, incorporada pelo RDA, permite que os artigos agregados
nas publicações seriadas retenham sua integridade como unidade distinta (Expressões distintas
de Obras Distintas), não tendo sua individualidade sendo imersa e perdida na unidade da
publicação seriada. Por consequência, é facilitada e potencializada a capacidade descoberta por
parte dos usuários. Outrossim, fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como
entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as monografias bem
estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Referências
JONES, Edgar. The Evolution of the serial work, the FRBR conceptual model, and RDA.
Cataloging & Classification Quarterly. [s. l.], v. 56, n. ⅔, p. 128- 145, nov. 2017. Disponível
em: https://doi.org/10.1080/01639374.2017.1388325. Acesso em: 23 set. 2021.
MERING, Margaret. IFLA Library Reference Model, RDA, and Serials in a Nutshell. Serials
Review. [s. l.], v. 45, n. 1-2, p. 66-68, jun. 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/00987913.2019.1627691. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. About RDA. 2020. Disponível em:
http://rda-rsc.org/content/about-rda. Acesso em: 23 set. 2021.
2
“Uma categorização que reflete a intenção de extensão do conteúdo de uma Obra”. (RDA TOOLKIT, 2021,
tradução nossa).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
82
RDA TOOLKIT. RDA Toolkit, 2021. Disponível em: https://access.rdatoolkit.org/. Acesso em:
22 set. 2021.
RIVA, Pat; LE BOUEF, Patrick; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo
conceitual para a Informação Bibliográfica, [s. l.]: International Federation of Library
Associations and Institutions, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 22 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
RDA Vocabulary: weights for cataloging
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O redesenho e reestruturação do Resource Description and Access foram a motivação para essa palestra,
bem como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. Foi utilizada uma revisão narrativa da literatura, que elencou o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista teórico e
contextual do assunto. Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como
tendência a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias para
descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
Palavras-chave: Resource Description and Access. Vocabulário de dados. Vocabulário RDA. Catalogação.
Abstract
The redesign and restructuring of the Resource Description and Access were the motivation for this
lecture, as well as the main objective of identifying the relationship between the RDA and the data
vocabularies. A narrative literature review was used, which listed the development of the theme, mainly
with the recent transformations of the RDA Toolkit tool, from the theoretical and contextual point of
view of the subject. Finally, RDA being defined as a data vocabulary, we see a trend towards
independence from the Cataloging rules, the requirements are few and those who use the RDA
vocabulary will have to decide which descriptive elements and their values are needed to describe a
resource information and how to transcribe that information to the user.
Keywords: Resource Description and Access. Data vocabulary. RDA vocabulary. Cataloguing.
1 Introdução e Metodologia
A partir da publicação do IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) em 2017, o
Resource Description and Access (RDA) foi redesenhado e restruturado em dezembro de 2020
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
84
pelas diretrizes do Projeto 3R. Foram realizadas alterações significativas para a geração dos
registros bibliográficos e de autoridade.
A plataforma RDA Toolkit traz novas formas para (re)pensar a Catalogação. Salienta-se
que por meio dessas alterações, a RDA é alinhada a sua natureza, um vocabulário de dados e
não a um código de catalogação, como até então era pensado. Bem como, traz ao RDA uma
modelagem associada aos princípios de conexão de dados, com o Linked data, com novas
possibilidades de sustentabilidade dos dados advindos dos registros de Catalogação.
Como Oliver (2021, p. 10, tradução nossa) pondera:
O RDA foi projetado para que não seja vinculado a nenhum padrão de
codificação. Ao utilizar a RDA, faz tornar possível a relação entre os dados
em uma ampla gama de contextos, em diferentes cenários de implementação
e não apenas em sistemas tradicionais de gerenciamento de bibliotecas.
Essa nova estrutura apresentada pelo RDA foi necessária pelas dificuldades
encontradas na adequação do MARC21 a esse novo instrumento de representação. Justamente,
pela necessidade em “[...] criar relacionamentos entre os bits de informação, de modo que seja
possível abordar os dados de praticamente qualquer ponto de partida e ainda recuperar o que
você precisa”. (COYLE, 2016, p. 31).
Os nossos catálogos, hoje, apresentam-se registros monolíticos e que não permitem a
individualização dos dados. (ARAKAKI, 2020). Essa preocupação deriva-se de um movimento
de renovação da Catalogação, em que percebemos que nossos catálogos, repletos de dados de
autoridade e bibliográficos já enriquecidos por padrões internacionalmente aceitos, ainda
estão sem conexões ou comunicações entre os mesmos, ou seja, estamos trabalhando em
nichos de armazenamento sem comunicação, comparadas a ilhas ou silos.
Nesse contexto, as alterações do RDA foram a motivação para essa palestra, bem
como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. A metodologia utilizada nessa pesquisa foi uma revisão narrativa da literatura. Compila
as principais produções da área que discutem e descrevem o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista
teórico e contextual do assunto.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
85
2 O RDA: flexibilidade, internacionalização e conexão entre os dados
As alterações do RDA Toolkit, plataforma de acesso ao vocabulário RDA, foram
salientadas pelo próprio princípio, objetivo e definição do RDA. Sendo definido como um “[...]
um pacote de elementos de dados, diretrizes e instruções para criar metadados de recursos de
bibliotecas e patrimônio cultural, formulados de acordo com os modelos internacionais para
aplicações de dados ligados centrados no usuário.” (RDA STEERING COMMITTEE, 2020).
O pacote de elementos é melhor compreendido quando também destacamos os
princípios das orientações do próprio RDA, em relação a flexibilidade, internacionalização e
conexão entre os dados. Esses princípios são descritos como (RDA STEERING COMMITTEE,
2020):
a)
Flexibilidade: o RDA comporta as práticas de catalogação para bibliotecas de grande
ou pequeno porte, especializada ou bibliotecas de público geral, independentemente
dos seus requisitos locais, permitindo a aplicação desde os processos tradicionais até
os processos mais recentes de Catalogação
b)
Internacionalização: A administração do RDA está estruturada para garantir uma
representação internacional maior e mais ampla.
c)
Conexão entre os dados: RDA é projetado para criar dados que podem ser acessados e
compartilhados entre bibliotecas e outros centros informacionais. Compatível com
aplicações para o uso de Linked data. (RDA STEERING COMMITTEE, 2020)
O RDA irá oferecer elementos ao catalogador, independente da região e idioma, caberá
ao catalogador escolhê-los de acordo com as necessidades de seus usuários e da adequação
representacional ao tipo de recurso informacional. Além disso, o RDA oferecerá a
possibilidade de que esses dados sejam conectados, seguindo as orientações Linked data,
auxiliando no processo e economia de recursos humanos, infraestrutura, financeiro, etc. que o
catalogador possui a sua disposição, bem como, possibilitará uma maior comunicação e acesso
desses dados à Web.
Como tendência para a integração semântica entre os dados, o Linked data sintetiza
em boas práticas para publicar e conectar conjuntos de dados estruturados na Web, com o
intuito de criar uma “Web de dados” (BIZER; HEATH; BERNERS-LEE, 2009). Por meio da
publicação e conexão dos dados, os sistemas serão mais abertos e interoperáveis,
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
86
possibilitando um maior acesso do usuário ao catálogo, e ainda, se preocupando cada vez mais
em um melhor canal entre usuário e recurso informacional.
Para a conexão e composição das triplas pelo modelo de dados em Resource Description
Framework (RDF), as tecnologias semânticas utilizadas para a estruturação em Linked data são:
a)
Uniform Resource Identifier (URI): tem como função de identificar um recurso. É uma
atribuição inequívoca aos objetos e necessária, pois, as relações entre recursos não
podem ser incorretas ou ambíguas. Exemplos de Identificadores únicos: ORCID,
Lattes, DOI, Handle, ISBN, ISSN, entre outros,
b)
Linguagens de marcação: Fornecem marcações para descrição das informações;
padronizar a publicação e troca de dados entre aplicações Web; e realizar a
interoperabilidade com outros dados. Exemplos: XML, Turtle, entre outros.
c)
Resource Description Framework (RDF): modelo de dados para referenciar objetos e
como eles estão relacionados; utiliza a sintaxe XML; e descreve os recursos através de
declarações.
O modelo de sintaxe do RDF é baseado em grafos dirigidos rotulados, onde são
realizadas as conexões entre os recursos. Como o exemplo da figura 1.
Figura 1 – Exemplos de triplas em RDF
Fonte: Elaborado pela autora.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
87
Os elementos base desse modelo de tripla são: recurso (resource); propriedade
(property) e valor (value), e possibilitam a designação de significado aos conjuntos de dados
(datasets) publicados na Web.
3 O Vocabulário RDA (RDA Vocabulary)
Em 2015, a World Wide Web Consortium (W3C) definiu que um vocabulário de dados é
compreendido como um conjunto de termos que visa a descrição de algum recurso. Assim,
tem-se os vocabulários voltados à padronização dos elementos de metadados (vocabulários de
propriedade) e os que buscam uniformizar os valores. Como exemplos, podemos citar, o
Dublin Core Metadata Initiative Metadata Terms (DC Terms), Data Catalog Vocabulary (DCAT),
Friend of a Friend Vocabulary (FOAF Vocabulary) e o Schema.org.
Os autores Baker et al. (2011) no relatório “Library Linked Data Incubator Group Final
Report” declaram que um vocabulário de valor define recursos (como instâncias de tópicos,
estilos de arte ou autores) que são usados como valores para elementos em registros de
metadados. Normalmente, um vocabulário de valor não define recursos bibliográficos, como
livros, mas sim, os conceitos relacionados a recursos bibliográficos (pessoas, línguas, países,
etc.). Eles são "blocos de construção" com os quais os registros de metadados podem ser
preenchidos. Muitas bibliotecas exigem vocabulários específicos para selecionar valores para
um elemento de metadados específico. (BAKER et al., 2011).
Baker et al. (2011) continuam a contextualização referindo a lista controlada de valores
permitidos para um elemento. Os exemplos incluem: tesauros, listas de códigos, listas de
termos, esquemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, taxonomias, arquivos de
autoridade, dicionários geográficos digitais, esquemas de conceitos e outros tipos de sistemas
de organização do conhecimento. Para serem úteis na vinculação de dados, os vocabulários de
valores devem ter URIs de protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) atribuídos a cada
valor; esses URIs apareceriam em um registro de metadados em vez de ou além do valor literal.
(BAKER et al., 2011).
No RDA, o esquema de codificação e vocabulário de dados, é apresentado por uma
lista estruturada nomeada de representações de valores controlados para os elementos. Um
esquema de codificação de vocabulário inclui uma lista RDA de termos ou seus vocabulários
de valores correspondentes no: registro RDA, uma lista de códigos ISO, uma terminologia
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
88
padrão, um sistema de controle de autoridade, etc., e pelos índices de palavras-chave. (RDA
STEERING COMMITTEE, 2020).
Destaca-se que o glossário de termos do RDA, conceitua vocabulário de dados como
“Uma categoria que contém conceitos que são usados como valores para propriedades em um
conjunto de dados.”, isto é, definição coerente à referida por Baker et al. (2011).
Outro ponto de destaque, é que todos os elementos RDA, suas definições e quaisquer
itens relacionados notas de escopo, e todos os termos de valor do vocabulário e definições
foram armazenados em RDF no Open Metadata Registry (OMR), incluindo a fonte primária de
conteúdo do RDA Toolkit e as traduções. O OMR é um órgão responsável por fornecer um
meio para identificar, declarar e publicar o registro de esquemas de metadados (conjuntos de
elementos/propriedades), esquemas (vocabulários controlados) e perfis de aplicação (APs).
Todo o vocabulário RDA está exportado para um repositório GitHub, fornecendo um
gerenciamento de download e serviços para desenvolvedores que queiram desenvolver e
implementar aplicações para referência de dados conectados, inclusive as extrações específicas
de idioma e a seleção de elementos individuais e extrações de conceito/valores que fornecem
representações RDF com identificadores específicos.
4 Considerações finais
Com todas essas transformações e reflexões para a Catalogação, percebe-se cada vez
mais, a necessidade de comunicação dos nossos catálogos para ambientes mais abertos, como
Web. Por meio de sistemas mais abertos e interoperáveis, garantirá o acesso a todos os
usuários, independente do local que eles estão buscando a informação.
A publicação e conexão dos dados de biblioteca deverá ser ponderada para que não
seja apenas uma disponibilização dos dados. Mas sim, a melhoria dos problemas de
duplicidade de dados bibliográficos e de autoridade, a possibilidade de reutilização desses
dados por inúmeros catálogos em rede.
Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como tendência
a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias
para descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
89
Referências
ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. O Modelo IFLA Library Reference Model e o Linked Data.
Informação & Informação, [S.l.], v. 25, n. 3, p. 163-186, out. 2020. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2020v25n3p163
BAKER, T. et al. Library Linked Data Incubator Group Final Report. W3C Incubator
Group Report, 2011. Disponível em: http://www.w3.org/2005/Incubator/lld/XGR-lld-20111025/.
BIZER, C.; HEATH, T.; BERNERS-LEE, T. Linked Data: the story so far. International
Journal on Semantic Web and Information Systems, v. 5, n. 3, p. 1-22, 2009. Disponível
em: http://eprints.soton.ac.uk/271285/1/bizer-heath-berners-lee-ijswis-linked-data.pdf.
COYLE, Karen. FRBR, before and after: a look at our bibliographic models. American
Library Association, 2015.
OLIVER, Chris. Introducing RDA: a guide to the basics after 3R. Second edition ed. Chicago:
ALA Editions, 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. RDA Toolkit. 2020. Disponível em:
https://www.rdatoolkit.org/.
RIVA, Pat; BœUF, Patrick Le; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo
conceitual para a informação bibliográfica. Tradução: Isabel Cristina Ayres da Silva Maringelli,
José Fernando Modesto da Silva, Liliana Giusti Serra, Luiza Wainer, Marcelo Votto Texeira,
Raildo de Sousa Machado e Zaira Regina Zafalon. Den Haag: IFLA, 2017a. Título original:
IFLA Library Reference Model: a conceptual model for bibliographic information. Disponível
em: https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712por.pdf.
WORLD WIDE WEB CONSORTIUM. Vocabularies. 2015. Disponível em:
https://www.w3.org/standards/semanticweb/ontology
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
CIDOC-CRM e o BIBFRAME:
integração de metadados
CIDOC-CRM and the BIBFRAME: metadata integration
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro
Graduação em Biblioteconomia, Universidade de Brasília (UnB).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1047982870667966
E-mail: ezequiel.leandro.rodrigues@gmail.com
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakakie@unb.br
Resumo
O trabalho busca elucidar as necessidades de conhecimento sobre a interoperabilidade semântica, pois,
as bibliotecas estão se atualizando aos novos modelos conceituais, padrões e sistemas informacionais. A
exemplo, os modelos conceituais e os vocabulários Bibliographic Framework Initiative Project
(BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM), possibilitam a integração entre bibliotecas e
museus. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM. Por meio
de pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, a revisão da literatura apresenta como resultados, que
o BIBFRAME e o CIDOC CRM estão estruturados em classes e propriedades, que possibilitam o uso das
tecnologias da Web Semântica como RDF (Resource Description Framework), e utilizam as linguagens de
marcação como a XML (eXtensible Markup Language). Conclui-se com a revisão bibliográfica,
principalmente no âmbito nacional, que as discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e
integração.
Palavras-chave: Catalogação. Interoperabilidade. CIDOC CRM. BIBFRAME.
Abstract
The work seeks to elucidate the knowledge needs of semantic interoperability, as libraries are updating
themselves to new conceptual models, standards, and informational systems. For example, the
conceptual models and the Bibliographic Framework Intuitive Project (BIBFRAME) and CIDOC
Conceptual Reference Model (CRM). These systems enable the integration between libraries and
museums. So, the objective of the present work is to present and discuss the BIBFRAME and CIDOCCRM. Through exploratory research, of a qualitative nature, the literature review shows as a result that
BIBFRAME and CIDOC-CRM are structured in classes and properties, which enable the use of Semantic
Web technology such as RDF (Resource Description Framework) and use markup languages like XML
(eXtensible Markup Language). It’s concluded with the bibliographical review, mainly at the national
level, that discussions are still incipient about its use and integration.
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
91
Keywords: Cataloging. Interoperability. CIDOC CRM. BIBFRAME.
1 Introdução
Os profissionais da Ciência da Informação, especialmente da Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia, tiveram seu surgimento juntamente com a evolução humana e
possuem muitos pontos em comum. (ARAUJO, 2011; SMIT, 2000). Cada profissional trabalha
com propósitos diferentes, entretanto, são similares nos princípios de tratamento
informacional, entre eles, a descrição de recursos informacionais.
Segundo Araújo (2014), a Ciência da Informação não somente dedica-se com a
custódia dos documentos, como também, com os serviços de circulação, disseminação, acesso
e com a divulgação, de forma que seja o mais ágil possível. Além do foco para o conteúdo
informacional dos documentos, ou seja, quanto mais qualidade informacional tiver o
documento mais relevante será este para a comunidade científica. Este transporte
informacional é essencial para os usuários e para os avanços científicos, pois, quanto mais os
usuários tem acesso ao material informacional, mais estes auxiliam no processo do ciclo
informacional (geração, seleção, representação) e consequentemente mais conhecimento será
produzido e renova o fluxo informacional (armazenamento, recuperação, distribuição, uso e
novamente geração de informação).
De acordo com Sousa (2013) existem dois processos de tratamento da informação,
sendo estes: descritivo e temático, o tratamento descritivo é voltado para a forma física,
identificando autoria, título, paginação, edição e afins. De acordo com Pereira, Laurindo e
Santiago (2011) o tratamento descritivo, consiste em entender que o item bibliográfico deve
conter informações relevantes e breves de forma a facilitar a escolha do usuário. Já o
tratamento temático, tem sua preocupação voltada para o conteúdo do documento.
Nesse contexto, autores como Marcondes (2012, 2016), Simionato, Arakaki, Santos
(2017), dentre outros que discutiram as possibilidades de interoperabilidade e representação da
informação entre arquivos, bibliotecas e museus. Nesse contexto se pontua a problemática do
estudo, quais as características entre os modelos conceituais e vocabulários Bibliographic
Framework Initiative project (BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM)
possibilitam a integração entre bibliotecas e museus? Assim, o objetivo deste trabalho é
apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM, no intuito possibilitar a interoperabilidade
entre eles.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
92
2 Procedimentos metodológicos
O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa exploratória, de natureza
qualitativa, por meio de uma revisão da literatura sobre a temática.
A revisão realizada focou-se nos seguintes temas: sistemas heterogêneos,
interoperabilidade de sistemas, metadados, linked data, representação descritiva, e
principalmente, no CIDOC CRM e no BIBFRAME. Para acessar os materiais informacionais
que contém esses assuntos, a busca foi feita por meio de pesquisas em:
a)
Google acadêmico;
b)
Portal de periódicos da Capes;
c)
BDTD - Base de Dados de Teses e Dissertações;
d)
Sites e blogs especializados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação;
e)
SciELO - Scientific Electronic Library Online;
f)
LISA - Library and Information Science Abstracts;
g)
LISTA - Library Information Science & Technology;
h) Web of Science;
i)
Scopus; e
j)
BRAPCI - Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da
Informação.
Foi realizado um recorte temporal de 15 anos e baseado na literatura brasileira da área.
Este trabalho é uma revisão narrativa e foi fundamentado, a partir de pesquisas de autores,
como: Mey e Silveira (2009); Souza e Alves (2009); Siminionato (2015); Simionato e Santos
(2017); Castro e Santos (2018), apresentando pesquisas sobre a representação. Arakaki e Santos
(2015); Carrasco, Thaller e Vidotti (2015); Carrasco (2019), abordando sobre o CIDOC CRM,
Arakaki (2016); Ramalho (2016); Espíndola (2018), abordando o BIBFRAME. St. Pierre e
LaPlant Jr. (1998) e Arakaki (2019) apresentando trabalhos sobre mapeamento de metadados,
salientando que há diversos outros autores que trabalham sobre estes temas.
3 Resultados
O BIBFRAME é uma iniciativa da Library of Congress (LC) originada em 2011, tendo
como primeira versão o BIBFRAME 1.0 e esteve em uso até 2016 (ARAKAKI, 2016). Após
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
93
diversos testes, a LC passou para implementar a versão BIBFRAME 2.0, sendo este dividido em
duas partes: o modelo conceitual BIBFRAME e o vocabulário BIBFRAME (ESPÍNDOLA, 2018).
O BIBFRAME, é visto como o possível substituto para o MARC21 (Machine Readable
Cataloging) que de acordo com Arakaki et al. (2017, p. 2234) “[...] apresenta dificuldades
quanto ao seu uso no ambiente Web, principalmente no que se refere à sintaxe necessária para
compartilhar seus registros e promover a interoperabilidade dos mesmos, devido a estrutura
de seu esquema de metadados.” Segundo Simionato, Arakaki e Santos (2017, p. 453-454) “[...] o
BIBFRAME é caracterizado pela flexibilidade; possui uma arquitetura para expressar e
conectar informações; pode ser adotado além da comunidade de bibliotecas, entre outras
características.”
O BIBFRAME conforme Arakaki et al. (2017) está intimamente ligado a proposta do
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), ao FRAD (FunctionalRequirements
for Authority Data) e ao FRSAD (Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto)
por ser fragmentado e separado em blocos. Assim, o resultado final da construção da
catalogação é dados que podem ser conectados a outros blocos, diferente do MARC21 que
oferece um registro único. Ramalho (2016) retrata que o BIBFRAME utiliza de links e
identificadores controlados, possibilitando a visibilidade dos recursos informacionais na Web.
Isso evita o retrabalho e a duplicidade de informações apresentadas aos usuários e
consequentemente diminui os custos relacionados com manutenção de acervos.
Já o CIDOC CRM é uma iniciativa voltada para os museus. Segundo Carrasco (2019) o
CIDOC CRM é padrão ISO (ISO 21127:2014) utilizado para integrar sistemas heterogêneos do
patrimônio cultural. O CIDOC CRM é eficaz na estipulação de relações e ao integrar
conteúdos de diversos sites, blogs, artigos e quaisquer conteúdos informacionais que tenham
relações entre si.
Carrasco (2019, p. 22) relata ainda que “O CIDOC CRM é um modelo conceitual
constituído de uma arquitetura formal destinada a facilitar a integração, mediação e
intercâmbio de informação heterogênea do Patrimônio Cultural.” O CIDOC CRM é composto
de entidades e propriedades, de forma que as propriedades são organizadas baseadas nas
entidades temporais, que é o diferencial do CIDOC CRM, ou seja, em outros modelos
conceituais e ontologias o foco da descrição é dado no objeto, mas no CIDOC CRM a
abordagem é centrada no evento em que os objetos estiveram envolvidos de alguma forma.
Portanto, o CIDOC CRM é um modelo conceitual que possibilita um alto grau de flexibilidade
entre sistemas, mesmo não sendo completamente compatíveis. (SANTOS, 2016).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
94
Ainda, observou-se no estudo do BIBFRAME e CIDOC-CRM que, ambos estão
estruturados em classes e propriedades, e que possibilitam o uso das tecnologias da Web
Semântica como RDF, como também, podem ser estruturados com linguagens de marcação
como a XML.
4 Considerações finais
O referido artigo é baseado em um trabalho em andamento para conclusão do curso de
Biblioteconomia da Universidade de Brasília. Doravante com as possibilidades de uso das
tecnologias da Web semântica está, a necessidade do usuário que transcende a esfera de um
catálogo estático disponível na Web, para catálogos mais integrados para busca rápida e
simplificada.
Com esta perspectiva e a partir dos estudos realizados sobre o CIDOC CRM,
BIBFRAME e o ambiente digital, principalmente no âmbito nacional, ressalta-se que as
discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e integração.
Isso reforça a importância deste estudo, para promover ambos os padrões e as
possibilidades de integração entre sistemas de bibliotecas e museus. Como trabalho futuro, e já
está em andamento, a realização de um mapeamento sistemático entre o BIBFRAME e CIDOCCRM.
Referências
ARAKAKI, Felipe Augusto. Linked data: ligação de dados bibliográficos. 2016. 146 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista,
Marília-Sp, 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/147979. Acesso em:
03 mar. 2021.
ARAKAKI, Felipe Augusto. Metadados administrativos e a proveniência dos dados:
modelo baseado na família prov. 2019. 139 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2019. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/180490/arakaki_fa_dr_mar.pdf. Acesso
em: 11 ago. 2021.
ARAKAKI, Felipe Augusto; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Linked
data em bibliotecas: iniciativas e tendências. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 18., 2017, Marília. Anais [...]. Marília: UNESP, 2017. p. 1-19.
Disponível em: http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XVIII_ENANCIB/ENANCIB/paper/
view/394. Acesso em: 7 jun. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
95
ARAKAKI, Felipe Augusto et al. BIBFRAME: tendência para a representação bibliográfica na
web. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Fortaleza, v. 13, n. , p. 22312248, jan. 2017. Disponível em: https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1921. Acesso em:
25 fev. 2021.
ARAÚJO, Carlos Alberto Avila. Condições teóricas para a integração epistemológica da
Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia na Ciência da Informação. R. Ci. Inf. e Doc.,
Ribeirão Preto, v. 2, n. 2, p. 19-41, jul./dez. 2011. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/39574. Acesso em: 19 set. 2021.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da Informação? Informação & Informação,
Londrina, v. 19, n. 1, p. 01-30, dez. 2014. Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/15958. Acesso em: 12 mar.
2021.
CARRASCO, Laís Barbudo. Integração de conteúdos culturais heterogêneos em
ambientes digitais do patrimônio cultural: harmonização de modelos conceituais. 2019.
146 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Faculdade de
Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília-Sp, 2019. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/182113. Acesso em: 17 fev. 2021.
CARRASCO, Lais; THALLER, Manfred; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório.
Ontologia Cidoc CRM no contexto dos ambientes digitais de patrimônios culturais. Liinc em
Revista, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 208-222, 28 maio 2015. Disponível em:
http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3628. Acesso em: 16 abr. 2021.
ESPÍNDOLA, Priscilla Lüdtke. A influência do Bibframe para visibilidade dos dados
bibliográficos. 2018. 242 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Gestão da Informação,
Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Sc, 2018. Disponível em:
https://www.udesc.br/arquivos/faed/id_cpmenu/1439/a_influencia_do_bibframe_para_1568900
489299_1439.pdf. Acesso em: 03 mar. 2021.
MARCONDES, Carlos Henrique. “Linked data”: dados interligados-e interoperabilidade entre
arquivos, bibliotecas e museus na web. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia
e ciência da informação, v. 17, n. 34, p. 171-192, 2012.
MARCONDES, Carlos Henrique. Interoperabilidade entre acervos digitais de arquivos,
bibliotecas e museus: potencialidades das tecnologias de dados abertos interligados.
Perspectivas em Ciência da Informação, v. 21, p. 61-83, 2016.
MEY, Eliane, SILVEIRA, Naira. Catalogação no plural. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.
PEREIRA, Ana Maria; LAURINDO, Danielle Bianchi Rachadel; SANTIAGO, Silvana Adir. A
representação descritiva e temática dos estoques informacionais do BPSC: relato de
experiência. Revista Acb: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 16, n. 1, p. 358380, jan./jun., 2011. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/756. Acesso
em: 09 abr. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
96
PIERRE, Margaret St.; LAPLANT JUNIOR, William P. Issues in Crosswalking Content
Metadata Standards. 1998. Disponível em:
https://groups.niso.org/publications/white_papers/crosswalk. Acesso em: 03 mar. 2021.
RAMALHO, Rogério Aparecido Sá. Bibframe: modelo de dados interligados para bibliotecas.
Informação & Informação, Londrina, v. 21, n. 2, p. 292, 20 dez. 2016. Disponível em:
https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/26425. Acesso em: 25 fev.
2021.
SANTOS, Hercules Pimenta dos. Modelo CIDOC CRM: interoperabilidade semântica de
informações culturais. Brazilian Journal Of Information Studies. Minas Gerais, p. 56-62.
jan. 2016. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5376141. Acesso
em: 12 abr. 2021.
SIMIONATO, A. C. Modelagem conceitual DILAM: princípios descritivos de arquivos,
bibliotecas e museus para o recurso imagético digital. Tese—Marília/SP: Universidade Estadual
Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2015.
SIMIONATO, Ana Carolina; ARAKAKI, Felipe Augusto; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura
Amorim da Costa. Descrição em bibliotecas, arquivos, museus e galerias de arte: linkando
recursos e comunidades. Informação & Informação, Londrina, v. 22, n. 2, p. 449-466, out.
2017. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/31464.
Acesso em: 09 abr. 2021.
SIMIONATO, A. C.; SANTOS, P. L. V. A. da C. Modelo conceitual DILAM: integração entre
arquivos, bibliotecas e museus. Informação & Sociedade: Estudos, [S. l.], v. 27, n. 2, 2017.
Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/30902. Acesso em: 25
out. 2021.
SMIT, Johanna W. Arquivologia, Biblioteconomia E Museologia: o que agrega estas atividades
profissionais e o que as separa?. R. Bras. Bibliotecon. Doc., São Paulo, v. 1, n. 2, p. 27-36,
2000. Disponível em:
http://biblioteca.fespsp.org.br:8080/pergamumweb/vinculos/000008/000008e2.pdf. Acesso em:
07 set. 2021.
SOUSA, Brisa Pozzi de. Representação temática da informação documentária e sua
contextualização em biblioteca. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação,
São Paulo, v. 9, n. 2, p. 132-146, 2013. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/2659.
Acesso em: 30 mar. 2021.
SOUZA, Marcia Izabel Fugisawa; ALVES, Maria das Dores Rosa. Representação descritiva e
temática de recursos de informação no sistema agência Embrapa: uso do padrão dublin core.
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 7, n. 1, p. 190205, ago. 2009. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1983/2104. Acesso em: 30
mar. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Relações entre RDA e FRBR:
perspectivas para os ambientes digitais
RDA and FRBR in digital environments
Natalia Gallo Cerrao
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Grupo
de Pesquisas e Estudos em Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e
Comunicação (GPERTIC).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0889233459179310
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8450-3451
E-mail: nataliacerrao@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
O Resource Description and Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR)
têm sido objetos de interesse e pesquisas na área da Catalogação Descritiva no cenário atual. O objetivo
principal dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as ações ou aplicações do RDA
e do FRBR em ambientes digitais e verificar em que medida os assuntos se relacionam, na perspectiva da
Ciência da Informação. A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) - um método organizado, confiável e
criterioso de revisão bibliográfica - oportunizou a identificação de estudos, exemplos de aplicações
práticas e ferramentas tecnológicas que relacionam o RDA e o FRBR em ambientes digitais. Conclui-se,
que o RDA e o FRBR possuem sinergia para a atividade da Catalogação Descritiva no contexto
tecnológico vigente, por suas bases teórico-metodológicas consolidadas, corroborando suas aplicações
no desenvolvimento e na modelagem dos ambientes digitais.
Palavras-chave: Catalogação descritiva. Domínio bibliográfico. Ambientes digitais.
Abstract
The Resource Description and Access (RDA) and the Functional Requirements for Bibliographic Records
(FRBR) have been objects of interest and research in the field of Descriptive Cataloging in the current
scenario. The main objective of this research was to identify and map the studies that address the
actions or applications of RDA and FRBR in digital environments and verify to what extent the issues
are related, from the perspective of Information Science. The Systematic Literature Review (RSL) - an
organized, reliable and thorough method of literature review - provided an opportunity to identify
studies, examples of practical applications and technological tools that relate RDA and FRBR in digital
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
98
environments. It is concluded that the RDA and the FRBR have synergy for the activity of Descriptive
Cataloging in the current technological context, due to their consolidated theoretical-methodological
bases, corroborating their applications in the development and modeling of digital environments.
Keywords: RDA. FRBR. Bibliographic domain. Digital environments.
1 Introdução
Diante do avanço tecnológico e das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
disponíveis, identificam-se algumas tendências no domínio bibliográfico, especialmente no que
se refere ao Tratamento Descritivo da Informação (TTI), onde o Resource Description and
Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) têm sido discutidos
tanto na vertente teórica, quanto na esfera de aplicação em ambientes digitais.
O modelo conceitual FRBR é baseado na modelagem entidade-relacionamento,
aprimorando
a
organização
dos
registros
bibliográficos
e
possibilitando
maior
funcionabilidade aos catálogos, otimizando a busca e a recuperação da informação. A proposta
do FRBR surgiu com dois objetivos principais: recomendar um nível básico de funcionalidade
para registros bibliográficos e relacionar os dados às necessidades dos usuários. (IFLA, 2009).
Nesse contexto tecnológico, Alves e Santos (2013) apontam a necessidade de revisão e
a atualização dos códigos de catalogação que caminhem em consonância com os modelos
conceituais, o que culminou no desenvolvimento de uma proposta para a orientação de
descrição de recursos, o Resource Description and Access (RDA).
Conforme Assumpção e Santos (2013), a adoção do RDA não se constitui
simplesmente como uma escolha administrativa. Antecedendo essa adoção, faz-se necessário o
planejamento, a modelagem e a construção de catálogos que possam refletir a base entidadeatributo-relacionamento presente no modelo conceitual FRBR, de modo que, tendo sido
adotado o RDA, possa ser feito uso de todo seu potencial.
O RDA possui diretrizes e instruções que abrangem a descrição e o acesso de recursos
digitais e analógicos, seu objetivo é facilitar o processo de descrição de recursos seguindo um
processo de decisão lógica. Trata-se de um padrão projetado para ser fácil de usar e gerar
registros que contenham dados relevantes para os usuários. Pautado no modelo FRBR, o RDA
identifica as entidades no universo bibliográfico (obras, itens, pessoas etc.), identifica os
atributos dessas entidades e suas relações entre si. (CERRAO; CASTRO, 2020).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
99
O principal objetivo dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as
ações do RDA e do FRBR, identificando ferramentas tecnológicas para aplicações em
ambientes digitais.
2 Metodologia
A adoção do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL) possibilitou a
identificação dos estudos que versam sobre a temática em apreço. A RSL contribui para a
identificação e análise crítica das pesquisas relevantes, definindo estratégias de busca e
critérios de análise e seleção do referencial teórico, para responder questões de pesquisa
específicas. (BRINER; DENIER, 2012)
As etapas criteriosas de uma RSL a diferenciam do método tradicional de revisão
bibliográfica, são metódicas e possibilitam que a pesquisa realizada seja auditada e continuada
sempre que necessário. (CERRAO; JESUS; CASTRO, 2019).
A RSL elaborada nessa pesquisa foi dividida nas etapas Planejamento: familiarização
com a temática estudada e preenchimento do protocolo de busca; Condução: busca em bases
de dados, aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão e análise dos artigos recuperados; e
Extração de Dados e Síntese da RSL.
Para auxiliar a RSL foi utilizado o software State of the Art through Systematic Review
(StArt). O protocolo de busca foi preenchido, conforme o Quadro 1.
Quadro 1 – Protocolo da Revisão Sistemática da Literatura.
Campo
Preenchimento do campo
Objective
(Objetivo)
Compreender, por meio da Revisão Sistemática da Literatura, a
aplicabilidade do FRBR e do RDA em ambientes digitais, identificando
ferramentas tecnológicas.
Main question
(Questão principal)
É possível aplicar o modelo conceitual FRBR e as orientações RDA em
ambientes digitais?
Population
(População)
Ferramentas tecnológicas de aplicação do modelo conceitual FRBR e da
proposta RDA em ambientes digitais.
Intervention
(Intervenção)
Como são abordadas e discutidas as possibilidades de aplicação do modelo
conceitual FRBR e da proposta RDA em ambientes digitais, na literatura
recuperada.
Control (Controle)
Artigos de bases de dados da área da Ciência da Informação.
Results
(Resultados)
Identificar estudos que abordem a aplicação do modelo conceitual FRBR e
da proposta RDA em ambientes digitais.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
100
Campo
Preenchimento do campo
Application
(Aplicação)
Contribuição para a área da Ciência da Informação em relação à
representação da informação e modelagem de dados, aplicando em
ambientes digitais as novas possibilidades no âmbito da Catalogação
Descritiva.
Keywords and
synonyms (Palavraschave e sinônimos)
A string de busca utilizada em todas as bases de dados foi definida como:
(“FRBR” OR “Functional Requirements for Bibliographical Records” OR
“RDA” OR “Resource Description and Access”).
Sources selection
criteria definition
(Definição de critérios
de busca)
Trabalhos indexados em periódicos da área da Ciência da Informação.
Studies languages
(Idiomas)
Inglês; Português; Espanhol
Source search methods
(Métodos de pesquisa)
Leitura do título e resumo dos documentos; aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão; leitura da introdução e conclusão dos documentos;
leitura do documento completo nos casos em que as análises anteriores se
mostrarem inconclusivas para a seleção.
Source list
(Lista de fontes)
As bases de dados consultadas e utilizadas foram:
- Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI)
- Library and Information Science Abstracts (LISA)
- Library, Information Science & Technology Abstracts with full text
(ISTA)
- Information Science & Technology Abstracts (LISTA)
Study selection criteria
(inclusion and
exclusion)
Critérios de seleção
(inclusão e exclusão)
Os critérios de seleção foram definidos como (I) para inclusão e (E) para
exclusão.
(I) Abordar a aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais.
(I) Abordar aplicação das orientações do RDA em ambientes digitais.
(I) Indicar modelos para a aderência ou aplicação do RDA e FRBR em
ambientes digitais.
(E) Documento não acessível ou não localizado integralmente.
(E) Não estar nos idiomas especificados.
(E) Não abordar a aplicação do RDA e FRBR em ambientes digitais.
Studies types definition
(Definição de tipos de
estudos)
Trabalhos indexados nas bases de dados consultadas.
Studies initial selection
(Seleção inicial)
-
Studies quality
evaluation
(Avaliação de qualidade
dos estudos)
A partir da análise da metodologia dos trabalhos recuperados, será
realizada avaliação minuciosa da qualidade.
Data extraction form
fields (Forma de
extração de dados)
Enfoque dos documentos; aplicação do RDA em ambientes digitais;
aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais; considerações
finais.
Results summarization
(Sumarização de
resultados)
Após extração de dados, os dados serão agrupados em quadros de acordo
com a categoria de análise, os resultados semelhantes serão agrupados
permitindo a realização de uma análise quantitativa e também a elaboração
de inferências que permitiram responder à pergunta de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
101
3 Resultados
Foram aceitos 53 artigos que correspondem aos objetivos dessa pesquisa. Após a
leitura detalhada e minuciosa, análise e sumarização do conteúdo de cada um dos artigos,
foram identificados exemplos de aplicação, tanto do modelo conceitual FRBR, como do RDA
em ambientes digitais, como destacados.
3.1 Perfis de aplicação de metadados Dublin Core (DCAPs)
Um perfil de aplicação trata-se de um framework para aplicações de metadados
designado para promover máxima interoperabilidade e reutilização. O framework define um
conjunto de componentes descritivos que são necessários ou úteis para documentar um perfil
de aplicação e descreve como se relacionam com modelos de domínio padrões e com a Web
Semântica, proporcionando interoperabilidade com outras aplicações, baseados em
vocabulários internacionalmente definidos. (NILSSON; BAKER; JOHNSTON, 2008).
Um exemplo de perfil de aplicação de metadados baseado em FRBR é o Scholarly
Works Dublin Core Application Profile (SWAP), um modelo próprio para aplicação em trabalhos
acadêmicos. Os SWAP são essenciais para compreender a importância dos FRBR e sua atuação
em conjunto com os metadados em ambientes digitais.
3.2 BIBFRAME
A iniciativa BIBFRAME visa perspectivar e, a longo prazo, implementar um novo
ambiente bibliográfico para as bibliotecas, tornando a interconectividade comum.
O BIBFRAME é a base para o futuro da descrição bibliográfica que acontece
na e como parte da Web e do atual mundo em rede. Foi projetado para se
integrar e se envolver com a mais ampla comunidade de informações, além
de atender às necessidades específicas de sua comunidade de manutenção. O
BIBFRAME cumprirá tais propósitos, visando: (a) diferenciar claramente o
conteúdo conceitual e suas manifestações físicas (por exemplo, obras e
instâncias); (b) focar na identificação não ambígua. (CERRAO; CASTRO,
2020, p. 9)
O modelo conceitual FRBR e as diretrizes RDA fazem parte do desenvolvimento do
BIBFRAME, “possibilitando-lhe adequação às tendências do tratamento da informação atual”.
(ARAKAKI et al. 2017, p. 2245). O grande diferencial do BIBFRAME é a aplicação de conceitos
inovadores pertencentes ao universo da Web e a possibilidade de aproveitamento e
reaproveitamento de registros.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
102
3.3 LibFRBR
O LibFRBR é uma ferramenta para aplicação usada para converter registros
bibliográficos em estruturas e interface de catalogação pautada no modelo conceitual FRBR.
No trabalho de Chang et al. (2013), o LibFRBR foi desenvolvido para a conversão de registros
em formato FRBR no software Koha. Essa ferramenta pode adicionar, editar e organizar dados
pertencentes a entidades, atributos e relacionamentos entre entidades, fornecendo uma
interface FRBR para entrada e armazenamento de dados. Também é possível coletar dados em
MARC21 ou MARCMARC, extrair as entidades no formato FRBR e armazená-los em
linguagem XML ou no Koha.
3.4 RDA In Many Metadata Formats (RIMMF)
O RIMMF foi desenvolvido como uma ferramenta de “treino” no processo de
catalogação descritiva em formato RDA, onde o catalogador pode visualizar e desenvolver
“registros” projetados especificamente para o RDA. (CERRAO; CASTRO, 2020). Essa
ferramenta possibilita a visualização e criação de registros pautados em RDA e na modelagem
entidade-relacionamento, de modo a permitir a inserção de atributos para cada entidade e a
compreensão dos moldes RDA na estrutura semântica, permitindo a inserção de dados
descritivos e vinculando-os a entidades relacionadas.
3.5 FRBR Display Tool
A FRBR Display Tool é citada na literatura científica, como uma ferramenta que
transforma os dados bibliográficos em formato MARC em dados bibliográficos “traduzidos”
para as entidades FRBR. Essa ferramenta classifica e organiza conjuntos de registros
bibliográficos utilizando o modelo FRBR, gerando exibições hierárquicas dos mesmos.
A FRBR Display Tool funciona com arquivos simples de registros MARC, e juntamente
com sua instalação acompanha a ferramenta MARCXML Toolkit, gerando registros nessa
linguagem. Em seguida, ela transforma os dados MARCXML em uma estrutura FRBR
codificada em XML, que usa elementos do padrão Metadata Object Description Schema
(MODS).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
103
4 Conclusão
A Revisão Sistemática da Literatura permitiu identificar e explorar ferramentas
tecnológicas, a partir da sinergia do RDA e FRBR e suas potencialidades de aplicação em
ambientes digitais, dentre elas se destacam: Perfis de aplicação de metadados Dublin Core
(DCAPs), BIBFRAME, LibFRBR, RDA In Many Metadata Formats (RIMMF) e FRBR Display Tool.
O RDA e o FRBR devem ser mais estudados, de maneira a trazer contribuições, tanto
para o campo da pesquisa, quanto para a prática profissional da Catalogação Descritiva,
considerando as tendências tecnológicas e as demandas informacionais da sociedade
contemporânea, as quais caminham em consonância ao cenário de dados abertos e conectados.
Referências
ALVES, R. C. V. ; SANTOS, P. L. V. A. C. Metadados: organização e acesso à informação no
domínio bibliográfico. In: IX ENCONTRO INTERNACIONAL DE CATALOGADORES E II
ENCONTRO NACIONAL DE CATALOGADORES, 2013, RIO DE JANEIRO. Anais […]. Rio de
Janeiro, 2013. v. 1. p. 1-15. Disponível em: http://www.abinia.org/catalogadores/52-194-1PB.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
ARAKAKI, F. A. et al. BIBFRAME: tendência para a representação bibliográfica na web.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, p. 2231-2249,
dez. 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/3416. Acesso em: 14 set. 2021.
ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. L. V. A. C. A utilização do Resource Description and Access
(RDA) na criação de registros de autoridade para pessoas, famílias e entidades coletivas.
Encontros Bibli: revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Florianópolis, v. 18, n. 37, p. 203-226, 2013. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/52343. Acesso em: 20 set. 2021.
BRINER, R. B.; DENYER, D. Systematic review and evidence synthesis as a practice and
scholarship tool. In: ROUSSEAU, D. M. (ed.). Handbook of evidence-based management:
companies, classrooms, and research. New York: Oxford University Press, 2012. p. 328-374.
Disponível em: https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780. Acesso em:
17 set. 2021.
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. de; JESUS, A. F. de. O método de revisão sistemática da
literatura (RS) na área da Ciência da Informação no Brasil: análise de dados de pesquisa.
Informação & Tecnologia, v. 5, n. 1, jan./jun. 2018. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/itec/article/view/38083. Acesso em: 20 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
104
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. Aplicações de metadados baseadas em FRBR e RDA em
repositórios institucionais digitais: uma revisão sistemática da literatura. Transinformação,
v. 32, e190080, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2318-0889202032e190080. Acesso
em: 20 set. 2021.
CHANG N. et al. Experimenting with implementing FRBR in a Chinese Koha system. Library
Hi Tech News, v. 30, n. 10, p. 10-20, 2013. Disponível em:
https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/LHTN-09-2013-0054. Acesso em: 20 set.
2021.
NILSSON, M.; BAKER, T.; JOHNSTON, P. The Singapore Framework for Dublin Core
Application Profiles, 2008. Disponível em: https://dublincore.org/specifications/dublincore/singapore-framework/. Acesso em: 20 set. 2021.
SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese
criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, 2007.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-35552007000100013. Acesso em: 20 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
RDA e a nova geração de catálogos:
explorando o Linked Data
RDA and the new generation of catalogs:
the Linked Data exploring
Letícia Guarany Bonetti
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduação em Biblioteconomia pela
Universidade de Brasília (UNB) (2019).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1895977717955732
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3012-8465
E-mail: leticiagbonetti@gmail.com
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O cenário da web e dos avanços tecnológicos traz à tona discussões sobre a nova geração de usuários da
informação. Os catálogos de biblioteca parecem continuar ocupando um papel marginal no mercado de
consumo da informação digital, e os usuários consideram seu uso difícil e limitado quando comparados
com os motores de busca. Por meio de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, buscou-se
investigar o papel da Resource Description and Acces (RDA) na elaboração de catálogos mais voltados às
necessidades dos usuários da Web. Os estudos demonstram que a RDA tem potencial para guiar a
elaboração de catálogos mais dinâmicos, com melhor adaptação às tecnologias de bases de dados
emergentes. Os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização mais direcionada nas
necessidades dos usuários de informação, podendo trazer benefícios para uma nova geração de
catálogos.
Palavras-chave: Catálogo. RDA. Linked Data. Web Semântica.
Abstract
The web scenario and technological advances bring up discussions about the new generation of
information users. Library catalogs seem to continue to play a marginal role in the consumer digital
information market, and users find their use difficult and limited compared to search engines. Through
exploratory research, of a qualitative nature, we sought to investigate the role of Resource Description
and Access (RDA) in the elaboration of catalogs more focused on the needs of web users. Studies show
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
106
that the RDA has the potential to guide the creation of more dynamic catalogs, with better adaptation
to emerging database technologies. Conceptual models and the RDA allow for an organization more
focused on the needs of information users, which can bring benefits to a new generation of catalogs.
Keywords: Catalog. RDA. Linked Data. Semantic Web.
1 Introdução
No cenário da Web e dos recursos digitais, discute-se a necessidade de alinhar os
princípios de catalogação para a modelagem de catálogos mais voltados às necessidades dos
usuários atuais (SILVA et al., 2017). De acordo com Silva et al. (2017, p. 135), o usuário foi
posto como foco da biblioteca por Ranganathan “[...] ao mencionar o objetivo da elaboração
de um catálogo, o qual vem sendo repensado, a partir dos modelos conceituais, também com
foco central nas expectativas e necessidades do usuário”.
Nesse sentido, conforme argumenta Díez (2012), as bibliotecas têm realizado diversos
investimentos em prol da adaptação às tecnologias disponíveis, mas os catálogos parecem
continuar ocupando um papel marginal no mercado de consumo da informação digital. Os
usuários consideram o uso dos catálogos difícil e limitado quando comparados com motores de
busca (Google) e sites como a Amazon (DÍEZ, 2012). Surgem, então, novos desafios para as
bibliotecas e a catalogação, que estão relacionados com as regras, normas e códigos como
exemplo, a Resource Description and Acces (RDA) (LOURENÇO, 2020).
Baseado em modelos conceituais, a RDA foi elaborada para atualizar os códigos de
catalogação. Busca atender às exigências da descrição no contexto Web, focando nas
necessidades dos usuários e aproximando-os das linguagens de catalogação (CERRAO;
CASTRO, 2019). Arakaki et al. (2017, p. 4) afirmam que “[...] a evolução dos instrumentos de
representação no domínio bibliográfico acarretará numa nova transição para os catálogos das
bibliotecas”.
Os modelos conceituais, as diretrizes RDA, o cenário da Web Semântica e o Linked
Data passam a ser temas de destaque no cenário das bibliotecas e da representação na Web,
permitindo maximizar as buscas e recuperações das informações nos catálogos. Nesse cenário
pode-se citar, por exemplo, projetos da Library of Congress que utilizam recursos do Linked
Data para a implementação da RDA em catálogos, como o caso do BIBFRAME.
Essa afirmação é constatada pela atualização da RDA em dezembro de 2020. Nessa
atualização, a RDA foi remodelada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
107
capítulos, apresentando uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por
meio da modelagem da IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Desse modo, trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, que
buscou investigar o papel da RDA na elaboração de catálogos mais voltados às necessidades
dos usuários da web. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas nas bases Base de
Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e no motor de busca Google Acadêmico, no período de abril
a setembro de 2021. Os termos utilizados foram: “Resource Description and Access” e “Linked
Data” relacionados com “biblioteca”. Dessa forma foi possível obter um panorama dos estudos
e aplicações da RDA na modelagem de catálogos mais abertos.
2 RDA e os catálogos de biblioteca
A literatura encontrada sobre a temática ainda não apresenta relatos da nova RDA.
Nesse sentido, o texto de Candela et al. (2015) destaca que a família de modelos conceituais
FRBR e as diretrizes RDA fornecem uma estrutura moderna que facilita o processamento
automático da informação (CANDELA et al., 2015), indo ao encontro do que é proposto pelo
Linked Data e pela Web Semântica.
Segundo Berners-Lee (2006) a Web Semântica não trata apenas de colocar dados na
web. Trata-se de criar links, para que uma pessoa ou uma máquina possa explorar a rede de
dados. Nesse sentido, dentre as vantagens da RDA citadas por Fusco (2010) está a melhor
adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes, o que possibilita que as instituições
como as bibliotecas sejam mais eficientes na recuperação dos dados em seus catálogos.
De acordo com Coyle (2016) o objetivo do catálogo é fornecer uma identidade para os
recursos na biblioteca por meio de um conjunto de qualidades conhecidas, como autor e título.
O catálogo da biblioteca, ao contrário de motores de busca populares como o Google, projeta
seus produtos para atender apenas aos usuários que realizam a pesquisa sabendo o título ou o
autor da obra que desejam. Já os motores de busca não presumem que o usuário esteja ciente
da existência de quaisquer documentos que satisfaçam suas necessidades. Essa é a diferença
entre ver o espaço de informações como um conjunto finito de itens em uma prateleira, versus
um conjunto quase infinito de incógnitas em constante mudança. Apesar do limite e da noção
de inventário fazerem parte dos princípios de catalogação, segundo Coyle (2016), é um erro
presumir que isso seja o que o usuário de informação deseja.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
108
Para Díez (2012) as expectativas dos usuários estão claramente voltadas para o modelo
das ferramentas e serviços Web. Os motores de busca permitem a pesquisa de textos
completos, superando o caráter restritivo do catálogo limitado à exploração do referencial
bibliográfico. Em concordância, Coyle (2016) afirma que os catálogos e seus objetivos
fornecem uma visão muito estreita da possibilidade de interação dos usuários com a biblioteca
e seus itens. Para Lourenço (2020) os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização
mais focada nas necessidades dos usuários de informação.
Nesse sentido, Díez (2012), ao abordar a nova geração de catálogos, afirma que a
literatura atribui a eles alguns elementos como: interface Web de design atual, semelhante às
disponíveis em sites comerciais; conteúdo rico como imagens das capas, links para índices,
resumos, nuvens de tags, navegação facetada; resultado ordenado por relevância; mecanismos
de autocorreção como “você quis dizer?”; recomendações de materiais relacionados; e
contribuições dos usuários, permitindo-os adicionar dados como resenhas, críticas e tags.
Coyle (2016) vai mais adiante e cita um exemplo do que seria possível com a aplicação
dos preceitos do Linked Data e da Web Semântica no universo bibliográfico, com o autor
identificado em uma descrição de catálogo de biblioteca podendo se interligar com a página de
informações do autor na Amazon ou com a entrada enciclopédica sobre o autor na Wikipédia.
O maior desafio seria fazer essa transição, usando-se de novos modelos.
Tendo isso em vista, pode-se citar o trabalho de Candela et al. (2015) que descreveu a
migração das entradas do catálogo da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes para uma nova
base de dados relacional que segue os modelos conceituais promovidos pela International
Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), em particular, às especificações
FRBR. O artigo descreve as etapas aplicadas para a migração de uma coleção de registros
MARC21 para um conjunto de triplos Resource Description Framework (RDF), que é
amplamente incentivado pelos princípios do Linked Data de Berners-Lee (2006), contendo
metadados bibliográficos em RDA.
No contexto da RDA, a descrição bibliográfica, segundo Lourenço (2020, p. 159), “[...]
se torna mais clara para o usuário, com o fim das abreviações e expressões em latim”. Há a
percepção de que o usuário realiza suas buscas tendo quatro tarefas básicas em mente:
encontrar, identificar, selecionar e obter. Mudanças como essas são importantes no cenário
citado por Díez (2012) da marginalização dos catálogos de bibliotecas e da preferência pelas
interfaces amigáveis de sites como o Google.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
109
3 Considerações finais
Os catálogos de biblioteca assumem um papel marginal quando comparados com
outros sistemas de recuperação da informação como Google e Amazon. A nova geração de
usuários espera por interfaces mais amigáveis e dinâmicas, que permitam maiores interações e
acesso ao texto completo.
No cenário de mudanças tecnológicas como o Linked Data e a Web Semântica é
importante citar a RDA. Conforme a literatura encontrada, a RDA permite maior dinamicidade
dos catálogos, podendo oferecer soluções para uma nova geração de catálogos mais voltados
para as necessidades atuais dos usuários. Isso tornaria os catálogos e as bibliotecas mais
competitivas no cenário informacional.
No futuro pretende-se realizar maiores estudos sobre as possibilidades de aplicação da
RDA para construção de catálogos mais abertos e amigáveis em nível nacional, como o
trabalho citado da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.
Referências
ARAKAKI, F. A. et al. Bibframe: tendência para a representação bibliográfica na web. Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 2231-2249, 2017. Disponível em:
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/3416. Acesso em: 09 ago. 2021.
BERNERS-LEE, T. Linked Data: Design Issues. [S.l.]: W3C, 2006. Disponível em:
https://www.w3.org/DesignIssues/LinkedData.html. Acesso em: 25 jun. 2017.
CANDELA, G. et al. Transformation of a Library Catalogue into RDA Linked Open Data. In:
Kapidakis S., Mazurek C., Werla M. (eds). Research and Advanced Technology for Digital
Libraries. TPDL 2015. Lecture Notes in Computer Science, v. 9316. Springer, Cham.
Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-24592-8_26. Acesso em: 10 mar. 2021.
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. Perfil de aplicação de metadados baseado em frbr e rda.
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, n. XX ENANCIB, 2019. Disponível
em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/122527. Acesso em: 06 set. 2021.
COYLE, K. FRBR, before and after: a look at our bibliographic models. Chicago: American
Library Association, 2016. Disponível em: https://kcoyle.net/beforeAndAfter/978-0-8389-13642.pdf.
DÍEZ, M. L. A. Redefiniendo el catálogo: expectativas de las interfaces de descubrimiento
centradas en el usuário. México, Investigación Bibliotecológica, vol. 26, no. 56, p. 181-204,
ene./abr., 2012.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
110
FUSCO, E. Modelos conceituais de dados como parte do processo da catalogação:
perspectiva de uso dos FRBR no desenvolvimento de catálogos bibliográficos digitais. 2010.
249 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências,
2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/103369.
LOURENÇO, C. A. Novas tendências em catalogação: o novo paradigma da catalogação a
partir da modelagem conceitual. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 25, n. Especial,
p. 150-167, 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/135741. Acesso em:
09 set. 2021.
SILVA, L. C.; SANTARÉM SEGUNDO, J. E.; ZAFALON, Z. R.; SANTOS, P. L. V. A. C. O código
rda e a iniciativa bibframe: tendências da representação da informação no domínio
bibliográfico. Em Questão, v. 23, n. 3, p. 130-156, 2017. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/69549/0. Acesso em: 06 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
��
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Encontro de RDA no Brasil (2. : 2021)
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB). Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT)
Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Laboratório de Ensino, Pesquisa e Extensão em Biblioteconomia e Ciência da Informação (LABIB)
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Sistema de Bibliotecas
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
ISBN 978-85-85024-14-7
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
Catalogação descritiva
Regras de catalogação
Description
An account of the resource
Nesta publicação reunimos textos apresentados durante o II Encontro de RDA no Brasil, realizado nos dias 01, 03, 05, 08, 10 e 12 de novembro de 2021, de forma remota, com transmissão on-line. O Encontro foi promovido pelo Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT) da Federação Brasileira de Associações de Bibliotecários, Cientistas de Informação e Instituições (FEBAB), pelo Laboratório de Ensino e Pesquisa e Extensão em Biblioteconomia e Ciência da Informação (LABIB) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e pelo Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), contando também com o apoio da EBSCO Information Services e do ITMS Group.
Conteúdo: Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples / Fernando Modesto. - O kairos para uma formação catalográfica crítica / Filipe Reis. - Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA / Felipe Augusto Arakaki, Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez, Ana Carolina Simionato Arakaki. - Contextos de la aplicación de RDA en América Latina / Filiberto Felipe Martínez Arellano. - O RDA visto a 30 mil pés / Liliana Giusti Serra. - Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS / Clarissa Jesinska Selbach. - O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA): os efeitos do padrão nas interfaces dos resultados de busca / Heytor Diniz Teixeira, Rachel Cristina Vesu Alves. - Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS / Clarissa Jesinska Selbach, Anamaria Ferreira, Loiva Duarte Novak, Lucas Martins Kern. - Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA / Rhuan Henrique Alves de Oliveira, Fabiano Ferreira de Castro. - Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação / Ana Carolina Simionato Arakaki. - CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados / Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro, Felipe Augusto Arakaki. - Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais / Natalia Gallo Cerrao, Fabiano Ferreira de Castro. - RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data / Letícia Guarany Bonetti, Ana Carolina Simionato Arakaki.
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6231/2022-catalogacao-personagens-ficticios-pucrs.pdf
74636771ea12a99e92a5397d129cf383
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação de personagens fictícios em RDA na
Biblioteca Central da PUCRS
Cataloging of fictional characters in RDA at the PUCRS
Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial
(PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Anamaria Ferreira
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3927877993135021
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3261-319X
E-mail: anamaria@pucrs.br
Loiva Duarte Novak
Bibliotecária do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9000973389535926
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-1476-555X
E-mail: loiva.novak@pucrs.br
Lucas Martins Kern
Bibliotecário do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da PUCRS. Graduação em
Biblioteconomia (UFRGS). Especialização em Filosofia e Autoconhecimento e em Gestão de
pessoas: carreiras, liderança e coaching (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/2424083998248883
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8271-102X
E-mail: lucas.kern@pucrs.br
Resumo
A Biblioteca Central Irmão José Otão, da PUCRS, adotou o Resource Description and Access (RDA) na
catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016. Desde então, busca formas de aprimorar
os catálogos de modo a atender às necessidades dos usuários. Este relato de experiência aborda o
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
69
desenvolvimento do projeto “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” pelos
bibliotecários do Setor de Tratamento da Informação (STI), que teve como objetivo criar e controlar
registros de autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações
entre as obras e proporcionando mais uma forma de pesquisa na ferramenta de descoberta da Biblioteca
da PUCRS.
Palavras-chave: Catalogação. Resource Description and Access (RDA). Personagens fictícios.
Abstract
The Irmão José Otão Main Library, from PUCRS,) adopted the Resource Description and Access (RDA)
in the cataloging of the bibliographic and authorities records in 2016. Since then, it has been looking for
ways to improve the catalogs to meet the needs of users. This experience report approaches the
development of the project "Cataloging fictional characters in RDA at the Main Library" by librarians
from the Information Treatment Sector (STI), which aimed to create and control authority records of
authorized access points for fictional characters, generating relations between the works and provide
yet another way to search in the PUCRS Library discovery service.
Keywords: Cataloguing. Resource Description and Access (RDA). Fictional characters.
1 Introdução
A Biblioteca Central Irmão José Otão, vinculada à Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul (PUCRS) adotou oficialmente o conjunto de diretrizes do Resource
Description and Access (RDA) na catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016.
Ao ser a primeira biblioteca brasileira a implementar o RDA em ambos os tipos de registros,
encontra-se o desafio de aliar os fundamentos de modelos conceituais e das normas do novo
código à prática diária da catalogação. Ao longo da sua história, a Biblioteca busca excelência
na catalogação, adequando-a à realidade da instituição e do público a que atende.
No cenário atual da Biblioteca da PUCRS, o Setor de Tratamento da Informação (STI) é
responsável pela catalogação, aquisição e por atividades relativas à recuperação de materiais
físicos do acervo. Os bibliotecários catalogadores têm o compromisso de avaliar os processos
constantemente, buscando formas de melhorar as atividades sempre com vista a atender às
necessidades dos alunos, professores, técnicos administrativos e toda a comunidade atendida
pela Biblioteca.
Com a finalidade de proporcionar mais um benefício ao usuário da Biblioteca da
PUCRS durante a pesquisa bibliográfica, os bibliotecários do STI desenvolveram um projeto
intitulado “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” (BIBLIOTECA
CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO, 2019). O objetivo do projeto foi criar e controlar registros de
autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações entre
as obras. A metodologia deste trabalho é de estudo de caso visando explanar sobre o relato de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
70
experiência, que aborda o desenvolvimento do projeto em meio à pandemia do novo
coronavírus (COVID-19) e que trouxe mais uma forma de pesquisa no catálogo de autoridades
da Biblioteca da PUCRS.
2 Histórico do RDA na Biblioteca da PUCRS
Para se manter alinhada à visão da PUCRS, que é ser referência internacional em
Educação Superior por meio da inovação e do desenvolvimento social, a Biblioteca trabalha na
busca de excelência para oferta de seus serviços de forma que o usuário desfrute de uma
experiência de uso completa. O STI é responsável pelo tratamento dos dados e do material
físico que compõem o acervo da Biblioteca. Para acompanhar a evolução da representação
descritiva, em 2013 iniciaram-se os estudos sobre o RDA, novo código de catalogação
internacional (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 2020). Foram realizados grupos de
estudos pelos bibliotecários, participações em palestras e encontros com a intenção de
construir um alicerce sólido para tamanha mudança. Em 2016 iniciou-se, então, o processo de
implementação com definições nas políticas de catalogação, atualizações nas ajudas de campo
MARC21 (Machine Readable Cataloging), mapeamento dos tipos de materiais, criação de
templates próprios para cada tipo de material nos registros bibliográficos e de autoridades e
alteração das abreviaturas e expressões latinas. A partir deste momento, todos os materiais
incluídos no acervo têm sua catalogação completa em RDA, já os materiais que retornam ao
Setor para alguma revisão são convertidos para RDA e o restante dos registros passaram a
híbridos com as atualizações em lote de campos MARC21 possíveis.
No controle de autoridades, destaca-se que o nível de detalhamento na descrição dos
registros de autoridades é exaustivo, incluindo um grande número de atributos disponíveis,
que podem ser localizados nas fontes de informação estabelecidas nas políticas de catalogação
sendo elas: Library of Congress, VIAF (Virtual International Authority File), ISNI (International
Standard Name Identifier), bibliotecas nacionais de acordo com a nacionalidade do autor e
Currículo Lattes. Essa prática possibilita a distinção de homônimos, além de oferecer dados
confiáveis a respeito das autoridades, transformando o catálogo de autoridades em uma fonte
de pesquisa fidedigna sobre as pessoas, entidades e eventos.
Consolidado o uso do RDA na catalogação, a equipe segue acompanhando as
atualizações no código, as discussões da área e, periodicamente, revê as políticas e a prática da
catalogação no STI com vista a suprir as necessidades e os interesses dos usuários, principal
foco do Setor.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
71
3 Personagens fictícios na Biblioteca da PUCRS
A catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca da PUCRS visa
precipuamente a melhora na recuperação das informações pelos usuários, buscando satisfazer
suas necessidades e interesses e melhorar a navegação e a fluidez entre os registros
bibliográficos que possuam personagens, seja como objeto de estudo, seja numa obra de ficção.
A ideia surgiu a partir da percepção da equipe a respeito da grande produção científica que
abordava a história de personagens fictícios nas mais variadas facetas. Ao realizar o
processamento técnico de artigos, teses, dissertações com análises de personagens, críticas e
relatos da história deles, foi possível perceber a pluralidade de diferentes instâncias sob as
quais o olhar acadêmico e científico pode se dedicar. Com isso, fundamentou-se o projeto com
estudos sobre a teoria da área e pesquisas em catálogos de bibliotecas que já utilizam os
personagens fictícios como ponto de acesso de pessoa-personagem. Verificaram-se as
orientações existentes no RDA, analisaram-se os campos MARC21 permitidos para o controle
de atributos de autoridades e, por fim, realizou-se a tomada de decisão quanto à criação dos
pontos de acesso.
No planejamento do projeto, buscou-se bibliotecas que são referência na catalogação
em RDA. Contatou-se a Library of Congress e as Bibliotecas Nacionais da Alemanha, Austrália,
Israel e República Tcheca via e-mail, buscando a troca de experiências (DEUTSCHE
NATIONALBIBLIOTHEK, 2019; LIBRARY OF CONGRESS, 2019; NATIONAL LIBRARY OF
AUSTRALIA, 2019; NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL, 2019; NATIONAL LIBRARY OF THE
CZECH REPUBLIC, 2019). A equipe estava ansiosa pelo retorno das bibliotecas, visto que são
exemplos mundiais e seria positivo conhecer a prática delas. Assertivamente, todas as
bibliotecas responderam como se dava a catalogação em RDA dos personagens. As Bibliotecas
Nacionais, assim como a Biblioteca da PUCRS, utilizam a Library of Congress como fonte
principal para a pesquisa dos atributos de personagens. Também informaram que antes do
RDA, já utilizavam personagens fictícios como termo tópico de assunto. Na migração para
RDA, esses registros foram readequados para pontos de acesso de pessoa-personagem.
Relataram que a catalogação de personagens fictícios é uma prática comum, sendo uma
atividade rotineira. A Biblioteca Nacional da Alemanha informou que é indispensável ao
trabalho diário e a Library of Congress relatou que o controle de autoridades é reflexo da
vontade de aumentar a capacidade de encontrar recursos.
Munidos do conteúdo do webinar promovido pela American Library Association (ALA)
sobre o assunto, intitulado “RDA Web seminar: New Concepts: Fictitious and Non-human
Personages”, foi possível sanar dúvidas relativas ao uso de atributos no controle de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
72
personagens fictícios (SPROCHI, 2019). Assim, definiu-se os critérios de seleção de
personagens, sendo aqueles que: a) sejam pessoa-personagem principal ou assunto da obra; b)
existam no VIAF; e c) sejam relevantes para o público da Biblioteca. Respeitam-se esses
critérios, com exceção de personagens significativos para o público da Biblioteca que não
existam no VIAF. Nesses casos, os bibliotecários se reúnem e decidem se deve ser criado ou
não.
Com a pandemia do COVID-19, a Biblioteca fechou em março de 2020, migrando o
regime de trabalho para remoto inicialmente e, posteriormente misto, fazendo com que o
projeto fosse alterado em relação ao cronograma e à divulgação nos espaços físicos da
Biblioteca. Adequou-se conforme nova realidade e o resultado do projeto foi apresentado para
a equipe da Biblioteca antes da divulgação oficial como forma de demonstração prática da
pesquisa por personagens na ferramenta de busca e integração entre as equipes para que fosse
transmitido ao usuário de forma eficiente. O processamento técnico trabalha na melhoria da
recuperação da informação pelos usuários, e o Setor de Serviços tem o papel fundamental de
auxiliar no encontro dessa informação.
A ação de divulgação do projeto foi realizada de forma on-line, com o auxílio do Setor
de Suporte e Desenvolvimento, na criação de um vídeo promocional disponível no Instagram 1
da Biblioteca e no canal da PUCRS no Youtube 2. O vídeo apresenta o passo a passo de como
pesquisar um personagem fictício na ferramenta de busca, além de trazer os personagens para
os espaços públicos da Biblioteca, através de efeitos especiais.
Para localizar um personagem fictício na ferramenta de busca da Biblioteca, é
necessário digitar o nome do personagem na caixa de pesquisa. A partir da busca, o sistema
recupera todos os documentos que possuem o personagem relacionado no registro
bibliográfico, sejam livros, artigos, teses, dissertações, filmes, cartazes ou quaisquer outros
tipos de documentos. Na figura 1 observa-se o registro bibliográfico completo disponível na
ferramenta de busca OMNIS na visão do usuário, contendo o relacionamento entre autoridade
de personagem e obra.
1
Vídeo de divulgação disponível no IGTV do perfil da Biblioteca da PUCRS no Instagram (@bibliotecapucrs):
https://www.instagram.com/tv/CMP5l8fJACj
2
Vídeo de divulgação disponível no canal da PUCRS no YouTube: https://www.youtube.com/watch?
v=OM1VydIQMJ0
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
73
Figura 1 – Registro bibliográfico na ferramenta de busca OMNIS
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021a).
No catálogo de autoridades, os personagens estão descritos de forma exaustiva,
contando com atributos encontrados nas fontes de informação citadas anteriormente. Os
principais campos MARC21 preenchidos na autoridade referem-se a nome, local (imaginário
ou real), campo de atividade, ocupação, entidade associada (imaginária ou real), idioma,
remissivas para outros nomes conhecidos e notas específicas para registro permanente de
algum dado descrito. Na figura 2, retrata-se um exemplo de autoridade de personagem fictício
no sistema Aleph, utilizado pela Biblioteca.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
74
Figura 2 – Registro de autoridade no sistema Aleph
Fonte: Biblioteca Central Irmão José Otão (2021b).
A indexação de personagens fictícios como pontos de acesso de assunto na Biblioteca
ocorre em obras que fazem uso de análises, críticas e interpretações, contam sua trajetória,
além da presença do próprio personagem como elemento representativo da obra. Conta-se
hoje com documentos indexados com os mais variados personagens, entre eles: Drácula,
Frankenstein, Chewbacca, Darth Vader, Homem Aranha, Homem de Ferro, Hulk, Pantera cor
de rosa, Mickey Mouse, Menino Maluquinho, Bob Esponja, Ben 10, Brás Cubas, Dom Quixote,
Harry Potter, Zorro.
4 Considerações finais
Personagens fictícios já eram utilizados na indexação de assuntos na Biblioteca da
PUCRS, porém eram termos não controlados e havia poucos registros. Com o aumento da
demanda de trabalhos científicos que embasavam seus estudos na vida destes personagens,
bem como o extenso acervo de literatura culminaram para a ideia inicial do projeto. Na
proposta inicial, o lançamento da ação previa o número de 50 autoridades controladas em
RDA, para divulgação ocorrer. Contudo, realizado o levantamento de materiais que possuíam
essa temática, verificou-se uma gama maior de documentos e então o projeto foi lançado com
o controle de autoridade em RDA de mais de 70 personagens fictícios. Estimado o número
atual de personagens, leva-se a pensar na pequena representatividade quantitativa, porém
salienta-se que a atividade de controle de autoridades de personagens fictícios foi incluída e
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
75
soma-se a tantas outras atividades desenvolvidas pelos bibliotecários e que fazem parte do
fluxo de trabalho do STI. É uma nova atividade que possibilita a descoberta de novos
documentos a cada dia.
A respeito do projeto destaca-se o caráter inédito na indexação de personagens com
atributos em RDA no contexto da catalogação brasileira, conferindo pioneirismo à Instituição.
Acrescentamos ainda o viés de popularidade do projeto, visto que grande parte dos usuários
aprecia obras ficcionais e se interessa pelas diferentes ópticas sobre as quais é possível
explorar o universo intangível. Neste sentido, salienta-se a satisfação do grupo de
catalogadores durante a execução do projeto.
Ressalta-se, por fim, que o ‘RDA original’ inicialmente foi modelado de acordo com o
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records) e permitia que se registrasse
denominações fictícias e não-humanas quando possuíam responsabilidade sobre a obra, e
quando era assunto dela. Posteriormente, em 2013, o ‘RDA original’ foi atualizado em
concordância com os modelos FRAD (Functional Requirements for Authority Records) e FRSAD
(Functional Requirements for Subject Authority Records) e passou a permitir o registro de
personagens fictícios a partir do controle de autoridades (LIBRARY OF CONGRESS, 2021).
Com a recente publicação do modelo conceitual Library Reference Model (LRM) foi
desenvolvido o projeto 3R com vistas a remodelar o RDA de acordo com as novas diretrizes
conceituais. O LRM deixou de indicar denominações fictícias e não-humanas como
responsáveis por uma obra (INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS
AND INSTITUTIONS, 2017), então, decidiu-se relacionar os registros bibliográficos com
personagens que fossem assunto da obra, apenas. Com a atualização para o novo RDA oficial,
agora fundamentado no LRM, a Biblioteca da PUCRS segue a catalogação de acordo com as
diretrizes atuais.
Referências
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION. About [RDA]. Chicago: ALA, 2020. Disponível em:
https://www.rdatoolkit.org/about. Acesso em: 18 out. 2021.
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. Aleph 500 versão 23. Porto Alegre: PUCRS,
2021b. Sistema interno de gerenciamento de biblioteca.
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. OMNIS. Porto Alegre: PUCRS, 2021a.
Disponível em: https://biblioteca.pucrs.br/. Acesso em: 18 out. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach; Ferreira; Novak; Kern
76
BIBLIOTECA CENTRAL IRMÃO JOSÉ OTÃO. Setor de Tratamento da Informação. Projeto
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central. Porto Alegre:
PUCRS, 2019. Documento institucional interno.
DEUTSCHE NATIONALBIBLIOTHEK. AW: RDA - Fictitious characters. Destinatário: Clarissa
Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Frankfurt: 6 nov. 2019. 1 e-mail.
INTERNATIONAL FEDERATION OF LIBRARY ASSOCIATIONS AND INSTITUTIONS. IFLA
Library Reference Model: um modelo conceitual para a informação bibliográfica. [S. l.]:
IFLA, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 18 out. 2021.
LIBRARY OF CONGRESS. Library question: answer question #15014256. Destinatário:
Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Washington, DC: 14 nov. 2019. 1 e-mail.
LIBRARY OF CONGRESS. List of the subject headings manual PDF files: H 1610 fictitious
characters. Washington, DC: 2021. Disponível em:
https://www.loc.gov/aba/publications/FreeSHM/H1610.pdf. Acesso em: 21 out. 2021.
NATIONAL LIBRARY OF AUSTRALIA. FW: NLAref129698 redirected question enquiry.
Destinatário: Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Camberra: 8 nov. 2019. 1 e-mail.
NATIONAL LIBRARY OF ISRAEL. RE: RDA - Fictitious characters. Destinatário: Clarissa
Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Jerusalem: 6 nov. 2019. 1 e-mail.
NATIONAL LIBRARY OF THE CZECH REPUBLIC. FW: RDA - Fictitious characters.
Destinatário: Clarissa Jesinska Selbach, [Biblioteca PUCRS]. Praha: 5 nov. 2019. 1 e-mail.
SPROCHI, Amanda K. RDA and non-human personages. In: ALAELEARNINGSOLUTIONS.
New concepts: fictitious and non-human personnages. [S. l.: s. n.], 2019. 45 slides. Disponível
em: https://pt.slideshare.net/ALAeLearningSolutions/new-concepts-fictitious-and-nonhumanpersonages. Acesso em: 18 out. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6231/catalogacao-personagens-ficticios.pdf
7e5b606ebf2a69905a65aaccfc9dd905
PDF Text
Text
Catalogação de
Personagens Fictícios
em RDA na
Biblioteca Central da
PUCRS
Anamaria Ferreira
Clarissa Jesinska Selbach
Loiva Duarte Novak
Lucas Martins Kern
5 nov. 2021
�Sobre a Biblioteca da PUCRS
• Contexto do Ensino Superior
• Multiplicidades de recursos
informacionais;
• Amplo escopo temático.
• Preza e estimula a Lifelong
Learning
II Encontro de RDA no Brasil
�Setor de Tratamento da Informação
• Catalogação é de
responsabilidade do
Setor de Tratamento
da Informação (STI)
• Estudo e atualização
contínua;
• Adequação ao
contexto PUCRS e aos
usuários;
• Excelência na
catalogação.
II Encontro de RDA no Brasil
�Personagens fictícios na literatura
• Personagens como assunto
Mas... O que há de diferente?
II Encontro de RDA no Brasil
�Biblioteca da PUCRS X RDA X Projeto Personagens
Lançamento Atualização
RDA
RDA
2010
2013
RDA Beta Toolkit
Lançamento
2016
2018
Implementação
do RDA na
PUCRS
List of the Subject Headings Manual PDF Files
H 1610 Fictitious Characters
II Encontro de RDA no Brasil
Alteração para
RDA Oficial
2019
Início
Projeto
Personagens
2020
2021
Conclusão do
Projeto
Personagens
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Embasamento teórico
• Personagens fictícios podem
ser tratados como assuntospessoa e se tornam entidades
com atributos
• No MARC21 isso significa que os
personagens podem migrar de assunto
tópico 150, para assunto-pessoa 100
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Usuários
Teoria
II Encontro de RDA no Brasil
Acervo
Percepção dos
bibliotecários da
produção científica
que aborda a história de
personagens fictícios nas
mais variadas facetas.
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Planejamento do Projeto
Estudo da teoria
relacionada
Experiências
anteriores
RDA
Contato com
outras bibliotecas
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Embasamento teórico
• American Library Association (ALA)
RDA Web seminar:
New concepts: fictitious and Non-human Personages
Amanda K. Sprochi
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Contato com bibliotecas internacionais
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Fundamentação do Projeto
Estudo da teoria
relacionada
Experiências
anteriores
É possível catalogar
personagens em RDA e a
experiência de outras
bibliotecas é positiva
Controle de autoridades é reflexo da vontade
de aumentar a capacidade de encontrar
recursos (Library of Congress).
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Projeto Personagens Fictícios
Embasamento teórico;
Práxis;
Entusiasmo da equipe;
Compromisso.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Objetivos
II Encontro de RDA no Brasil
Criar e controlar registros
de autoridade de pontos de
acesso autorizados para
personagens fictícios, gerando
relações entre as obras
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Objetivos
Recuperar a informação através de mais
uma forma de ponto de acesso
autorizado no catálogo de autoridades
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Execução do Projeto
Atualização dos campos
de ajuda MARC21
Tomada de decisão e
Manual do Setor
Critérios:
• Sejam pessoa-personagem principal ou assunto da obra;
• Existentes no Virtual International Authority File (VIAF);
• Sejam relevantes para o público da Biblioteca*.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Na prática: AACR2
Autoridade em AACR2
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Na prática: Autoridade em RDA
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Na prática: Autoridade em RDA
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Benefício para o usuário
Qual o benefício
para o usuário?
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Benefício para o usuário
Melhor navegação e fluidez
entre os registros bibliográficos que
possuem personagens,
seja como objeto de estudo,
seja numa obra de ficção.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Interface do usuário
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Interface do usuário
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Promoção do Projeto
• Covid-19 e implicações;
• Espaços físicos;
• Comunicação interna;
• Público externo.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Integração da equipe para o sucesso do Projeto
COORD
SSA
SUCESSO
SSD
II Encontro de RDA no Brasil
STI
�Considerações: Projeto Catalogação de Personagens
Fictícios em RDA
Personagens já existiam no
catálogo, porém com poucos ou
quase sem atributos.
Destacamos o ineditismo da
indexação de personagens com
atributos em RDA no Brasil.
II Encontro de RDA no Brasil
�Considerações: Projeto Catalogação de Personagens
Fictícios em RDA
Estamos atualizados com a teoria
e integrados à catalogação
internacional.
RDA Oficial fundamentado no
modelo conceitual LRM, fica
estabelecido o ponto de acesso
para os personagens.
II Encontro de RDA no Brasil
�Considerações: Projeto Catalogação de Personagens
Fictícios em RDA
Atividade contínua
possibilitando a descoberta de
novos documentos e novas
facetas.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catalogação de Personagens Fictícios em RDA
Resultados esperados
Esperamos melhorar a experiência
do usuário, aproximando-o do
catálogo, facilitando a busca e
entregando conteúdo fidedigno e
de qualidade.
II Encontro de RDA no Brasil
�biblioteca.pucrs.br
biblioteca.catalogacao@pucrs.br
@BibliotecaPUCRS
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Clarissa Jesinska Selbach
Anamaria Ferreira
Loiva Duarte Novak
Lucas Martins Kern
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Resource Description and Access (RDA)
Personagens fictícios
Description
An account of the resource
A Biblioteca Central Irmão José Otão, da PUCRS, adotou o Resource Description and Access (RDA) na catalogação do acervo bibliográfico e de autoridades em 2016. Desde então, busca formas de aprimorar os catálogos de modo a atender às necessidades dos usuários. Este relato de experiência aborda o desenvolvimento do projeto “Catalogação de personagens fictícios em RDA na Biblioteca Central” pelos bibliotecários do Setor de Tratamento da Informação (STI), que teve como objetivo criar e controlar registros de autoridade de pontos de acesso autorizados para personagens fictícios, gerando relações entre as obras e proporcionando mais uma forma de pesquisa na ferramenta de descoberta da Biblioteca da PUCRS.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6232/2022-catalogacao-descritiva-breves-reflexoes.pdf
6f606ca7b1eb26a063c51f7cc23d02c6
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu
ensino e a aplicação da linguagem simples
Descriptive catalog: brief reflection on its teaching and the
application of plain language
Fernando Modesto
Professor na Universidade de São Paulo (USP). Graduação e Mestrado em Biblioteconomia e
Documentação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Doutorado em Ciências da
Comunicação pela USP. Pós-Doutorado pela Universidade Carlos III de Madrid, Espanha.
Experiência acadêmica na área da Ciência da Informação – Biblioteconomia.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1070631453914536
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0535-5471
E-mail: fmodesto@usp.br
Resumo
Testemunha-se uma grande revolução na tecnologia da informação e comunicações. Revolução que se
reflete na publicação e no acesso a recursos de informação. Neste aspecto, a intenção deste texto, ao
comentar o ensino da catalogação, é o de demonstrar como a boa instrução e/ou orientação que
contribua com conhecimentos e habilidades pode contribuir para uma atividade catalográfica inovadora.
Ressaltar a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico, sustentado em uma aplicação
técnica. Em termos metodológicos, trata-se de uma reflexão descritiva, baseada em levantamento
bibliográfico. Considera-se que uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro
bibliotecário a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora.
Palavras-chave: Catalogação Descritiva. Ensino Catalográfico. Linguagem Simples. Formação
Profissional. Bibliotecário de Catalogação.
Abstract
We are witnessing a great revolution in information and communications technology. Revolution that is
reflected in publication and access to information resources. In this aspect, the intention of this text,
when commenting on the teaching of cataloging, is to demonstrate how good instruction and/or
guidance that contributes with knowledge and skills can contribute to an innovative cataloging activity.
Emphasize the importance of teaching mediated by theoretical support, supported by a technical
application. In methodological terms, it is a descriptive reflection, based on a bibliographic survey. It is
considered that a good training in the teaching of cataloging should enable the future librarian to
exercise the cataloging activity in a productive and innovative way.
Keywords: Descriptive Cataloging. Cataloging Teaching. Plain Language. Professional qualification.
Cataloging Librarian.
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
12
1 Introdução
Nas últimas duas décadas, testemunha-se uma revolução na tecnologia da informação
e comunicações. Cenário de desafios aos bibliotecários que se encontram operando em
ambiente híbrido (tradicional e eletrônico), onde devem exercer suas funções com diferentes
ferramentas tecnológicas e novos processos de controle bibliográfico. Além das regras
tradicionais de catalogação anglo-americanas, das ferramentas de classificação e dos
cabeçalhos de assuntos utilizados há muito tempo, surgiram novas estruturas bibliográficas.
Na vanguarda tem-se a normativa Recursos: descrição e acesso – RDA, e esquemas de
metadados como Dublin Core e BIBFRAME, que exigem habilidades para gerenciar a
informação. Assim, ressalta-se a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico e
técnico, em procedimento que auxilie a transformar e aprimorar os processos catalográficos,
em benefício do usuário. Em termos metodológicos, trata-se de reflexão descritiva, baseada em
levantamento bibliográfico, com abordagem na atuação de personalidades históricas do
campo. Destaca-se aspecto da comunicação social nos serviços e produtos catalográficos, por
meio de uma linguagem simples.
2 O Ensino da Catalogação: entre a prática e a teoria
Mateoré e Lencinas (2020) comentam que o lançamento da RDA gerou desafios de
implementação para as bibliotecas. Um destes desafios está relacionado ao ensino em cursos
de Biblioteconomia. Alertam para o escasso interesse pela normativa, seus aspectos básicos e
exemplos de aplicação. O próprio Comitê de Teste RDA publicou recomendações para que os
programas de biblioteconomia garantissem aos estudantes familiaridade com os conceitos e
terminologias dos requisitos funcionais e os princípios catalográficos; além do potencial dos
dados vinculados. As autoras destacam que os programas de formação, nos Estados Unidos,
enfatizam o ensino teórico. Entretanto, se o objetivo é formar catalogadores coerentes em criar
registros, como não considerar a necessidade de saber como encontrar e localizar materiais,
como e porque estruturar registros e procedimentos de sua recuperação. Segundo Hixson
(2005), a ALCTS (Association for Library Collections & Technical Services), por meio de seu
Grupo de Trabalho desenvolveu pesquisa onde mostra que os conhecimentos e habilidades em
torno dos padrões catalográficos e de classificação tradicionais continuam sendo relevantes, no
atual entorno digital.
No Brasil, as bibliotecas seguem lentas na adesão para a RDA, mantendo dominante a
catalogação tradicional. O ensino da catalogação amplia a carga de conteúdo entre temas
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
13
antigos e novos. Na atualidade, o ensino utiliza de modelos pedagógicos; recursos visuais;
jogos; visitas didáticas; análise de catálogos e ferramentas de descoberta; palestras;
laboratórios; softwares livres ou comerciais. Alternativas necessárias, não eliminatórias na
busca por metodologias que contribuam para além das habilidades catalográficas operacionais.
A formação ajuda no desempenho profissional, embora um perfil vocacionado e inovador
influencie. A história da catalogação apresenta exemplos de desempenho inovador.
2.1 Zenódoto de Éfeso (323 ou 333 - 260 a.C.) e Calímaco de Cirene (310 - 240 a.C.)
Zenódoto, era intelectual, tutor dos filhos do rei e chefe da biblioteca de Alexandria.
Estabeleceu sistema de armazenamento para obras, ordenadas de acordo com a natureza do
seu conteúdo (verso, prosa, literário, científico). Inova ao implementar a ordem alfabética
como um modo de organização da coleção bibliográfica. Recruta e treina uma equipe
composta de classificadores, inspetores, atendentes, pajens, copistas, restauradores, entre
outros. Calímaco sucedeu a Zenódoto e foi o responsável pela catalogação. Contribuiu com as
Pinakes – “Tábuas das pessoas eminentes em todos os ramos da aprendizagem, junto com uma
lista de seus escritos”. Uma compilação bibliográfica de textos gregos, composto de 120 livros.
Dividia-se por categorias, ordenadas pelo nome de autores e títulos. Cada autor possuía uma
breve biografia. (CASSON, 2018, p. 50). As tábuas forneciam aos usuários facilidade para
encontrar os documentos. Personagens dominantes na fase inicial da erudição alexandrina,
eram focados em literatura e pensaram modelos biblioteconômicos inovadores. Ambos
identificaram problemas e aplicaram soluções.
Certamente, há outros exemplos na história da catalogação bibliográfica, mas
seleciona-se os três gênios da catalogação: Panizzi, Cutter e Lubetzky. Assim considerados por
Gorman (1968), porque depois deles nada mais foi feito a favor de regras mais intuitivas, e que
se tornassem compatíveis com o conhecimento dos usuários do catálogo.
2.2 Antony Panizzi (1797 – 1879)
Panizzi ao aceitar o cargo de bibliotecário no Museu Britânico, depara-se com o
desafio de reorganizar a coleção e o catálogo. Redefine procedimentos, grupo de trabalho e
mudanças dos processos. Inovando a catalogação e o catálogo, inclusive nos valores sociais da
finalidade catalográfica. Entende que o catálogo deve servir para democratizar o acesso à
informação a todos igualitariamente. Escreveu, em 1836, no relatório aos curadores do museu,
que o seu trabalho “é facilitar o acesso às obras que fazem parte da coleção” (BATTLES, 2003,
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
14
p. 132-133). Panizzi era impulsionado por suas raízes progressistas. Impulsos estes que ele
deixa claro ao escrever no relatório:
Eu quero que o estudante pobre tenha os mesmos recursos que o homem
mais rico deste reino para satisfazer sua vontade de aprender, desenvolver
atividades racionais, consultar autoridades nos diversos assuntos e
aprofundar-se nas investigações mais intricadas. Acho que o governo tem a
obrigação de dar a esse estudante a assistência mais generosa e desprendida
possível. (BATTLES, 2003, p. 132-133).
Indica que o catálogo deve ser mais que uma listagem de obras, um instrumento de
colaboração à transformação social. Sob este contexto social, ensinar RDA deve servir para
aperfeiçoar a função dos catálogos na promoção das liberdades intelectuais e justiça social.
2.3 Charles Ammi Cutter (1837-1903)
A personalidade que fixou a estrutura básica do registro catalográfico, dentre outras
contribuições para a catalogação. Trouxe um senso de respeito e liderança para a profissão, ao
exercer papel ativo na gestão de bibliotecas, atividades acadêmicas, ensino e ativismo
equilibrado no âmbito profissional. Deu um toque de inteligência e humor no relacionamento
com as pessoas. De origem humilde, o seu prenome “Ammi” tem significado bíblico “meu
povo”. Órfão, foi criado pelas tias paternas. A escolha pela biblioteconomia, ocorreu com a
nomeação como assistente na biblioteca de Harvard. Certamente, contribuíram para sua
decisão, o ambiente da catalogação, a sua natureza tranquila, a paixão pela literatura e a
influência da tia bibliotecária ou de algum bibliotecário-chefe. Seja qual for a razão, sua opção
beneficiou bibliotecas, a profissão e os usuários. Resultado de um trabalho dedicado à
eficiência do acesso à informação por meio do desenvolvimento de um sistema de catalogação.
Ao começar a trabalhar no Harvard College, em 1860, auxilia na compilação de um fichário
com mais de 100.000 volumes, que incluía autores e índice de categorias em ordem alfabética.
Simultaneamente, desenvolve um catálogo para a Biblioteca Pública de Boston. A experiência
com a catalogação, obtido nas bibliotecas, o prepara para aceitar a nomeação como
bibliotecário do Boston Athenaeum, em 1869. Onde efetua mudanças na política bibliográfica
com uma abordagem proativa na gestão da biblioteca e a comunidade usuária. Na posição de
autoridade, ele implementa inovações no sistema de classificação em uma das bibliotecas mais
importantes do país, por abrigar a maior coleção de livros clássicos. Ao revisar o catálogo do
Athenaeum, ele desenvolve um novo, com 3.402 páginas. Além dos elogios pelo trabalho
realizado, a sua credibilidade cresce entre os mantenedores da instituição. Isso favorece a
publicação das suas regras para um Catálogo Dicionário, em 1875. (CUTTER, 1931). Cutter se
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
15
construiu como bibliotecário, influenciado por mentores e desenvolvendo trabalhos
significativos
em
instituições
importantes.
Forjado
no
enfrentamento
da
gestão,
desenvolvimento de coleções e construção de catálogos. Entre os seus princípios de
catalogação, a orientação à conveniência do público. (GORMAN, 1968).
2.4 Seymour Lubetzky (1898-2003)
É considerado o maior teórico de catalogação descritiva. Nascido na Bielo-Rússia,
estudou literatura e línguas, antes de imigrar para os Estados Unidos onde diplomou-se em
línguas, na UCLA (1931). Em 1932, a University of California concedeu-lhe o título de mestre
em línguas alemãs e em biblioteconomia. Começa a trabalhar como catalogador na UCLA, e a
publicar artigos sobre sistema e princípios de catalogação. Os textos influenciam a área. A
sínteses de sua percepção da catalogação era a da “catalogação racional e funcional”. Para
Campbell e Fost (2004), Lubetzky utilizava a distinção entre obras e edições para esclarecer o
propósito do catálogo. Ser uma ferramenta bibliográfica, em oposição a uma lista de inventário
ou uma ferramenta de referência. O catálogo, especialmente aquele que segue
escrupulosamente as regras de entrada principal, funciona muito mais do que uma lista de
inventário, pois orienta o usuário em uma estrutura bibliográfica coerente, preenchida por
obras e edições, todas ligadas por relações intrincadas.
[...] a função da biblioteca é fornecer aos seus usuários não apenas os
materiais de que precisam, mas também a orientação "bibliográfica"
necessária para os ajudar a fazer o uso ideal dos materiais, então o catálogo
terá de ser feito para informar a um pesquisador em busca de um livro não
apenas se a biblioteca tem esse livro, mas também quais outras edições e
traduções da obra que a biblioteca tem […] Mas há ainda outra relação
“bibliográfica” de interesse direto e indireto para muitos usuários do
catálogo: é a inter-relação entre as obras de um autor. Mostrar quais obras a
biblioteca possui de um determinado autor é de interesse direto para muitos
usuários envolvidos, não com qualquer livro ou obra em particular, mas sim
com um autor específico que pode ser representado por suas obras na
biblioteca. (LUBETZKY [1969, p. 271], citado por CAMPBELL; FOST, 2004, p.
29).
A criação de uma ferramenta bibliográfica como a que Lubetzky descreve requer
tempo, experiência, treinamento e recursos. Na análise dos seus princípios, descobre-se que a
comunidade dos usuários está no cerne da catalogação convencional de duas maneiras
diferentes, mas igualmente importantes. Em primeiro lugar, a sua defesa pela entrada principal
sob a qual são agrupadas e ordenadas em torno dos autores como entidades definidoras. O
catálogo deve fornecer representações de autores, da mesma forma que as representações de
documentos, edições e obras. Esses “autores”, representados por registros de autoridade de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
16
pessoais e entidades coletivas, formam uma parte essencial do catálogo enquanto ferramenta
bibliográfica. Em segundo lugar, a ênfase na edição que representa um dispositivo para
fomentar a comunidade. Nos catálogos modernos, a edição é a entidade fundamental que
desencadeia a criação de novos registros bibliográficos: é a coleção de todas as cópias de um
item que vêm de uma única cópia master e, portanto, podem ser consideradas idênticas.
Elizabeth Eisenstein (citada por CAMPBELL; FROST, 2004), comenta que o surgimento
da imprensa revolucionou o aprendizado na Europa. Em especial, pela criação de cópias
idênticas de textos, o que possibilitou uma colaboração frutífera e a construção de
conhecimento através do tempo e da distância entre as pessoas, algo que era, até então, quase
impossíveis. “[As primeiras edições impressas] eram suficientemente uniformes para que
estudiosos em diferentes regiões correspondessem uns aos outros sobre a mesma citação”.
(CAMPBELL; FROST, 2004, p. 35, tradução nossa). Neste sentido, o usuário do catálogo usa
uma ferramenta que foi projetada para a colaboração intelectual, e no qual ao identificar
textos idênticos e diferenciar textos diferentes, torna possível um intercâmbio significativo.
Lubetzky era crítico da tendência de as normativas catalográficas conterem regras específicas
destituídas de coerência ou princípios elucidativos. Combatia os movimentos interessados em
simplificar o máximo as regras, para pagar baixos salários. Enquanto outros grupos defendiam
que os catalogadores contassem com recursos baseados em uma catalogação rica em regras e
pobre em princípios e que pudessem ser executadas sem o julgamento do catalogador. Um
ponto a salientar sobre as personalidades narradas, é as instituições nas quais atuaram e que
tiveram influência nas contribuições e desenvolvimento de um perfil inovador.
2.5 Melvil Dewey (1851 – 1931)
Na tradição da biblioteconomia, a aprendizagem ocorria com cada profissional
treinando os seus sucessores nos conceitos e práticas da área. Antes de 1850, para trabalhar em
biblioteca não era necessário capacitação formal. Após a criação de legislação estabelecendo
bibliotecas públicas como serviço gratuito, há aumento na demanda por pessoal. De 1850 a
1900, o ensino superior norte-americano caracteriza-se por uma proliferação e evolução de
universidades e faculdades, como instituição de ensino e pesquisa. A situação demanda a
necessidade de coleções suplementares de pesquisa e exacerbam a busca por bibliotecários
capacitados em organizar e administrar os materiais. A concepção popular do profissional era
a de um estudioso, dedicado ao cuidado dos livros. Embora Dewey tenha estabelecido a
primeira escola de Biblioteconomia na Columbia College, em 1887, a instituição não era
favorável a uma educação técnica e evitava essa ênfase para os estudos profissionais. Dewey
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
17
estava preocupado com a desorganização dos livros, e esquematizou procedimentos
operacionais para biblioteca. Pensou maneiras de capacitar o pessoal de forma superior à
prática recorrente de treinamento em serviço. Ele propôs um curso de biblioteconomia com
ênfase "em um aprendizado sistemático em Ciência das Bibliotecas”. Complementar ao ensino
ministrado, fundou empresa, a Library Bureau para venda de mobiliários e suprimentos para
bibliotecas. Obcecado com a eficiência, a autoridade e a hierarquia, defendia que as bibliotecas
deveriam privilegiar menos as obras e mais a maneira de organizá-las e disponibilizá-las. Para
isto, se adotasse a padronização generalizada da atividade: “não apenas os esquemas de
catalogação, como também o tamanho das fichas e da sala de fichários deveriam ser os
mesmos em todas as bibliotecas”. Ele escreveu, na primeira edição do American Library
Journal que – “catalogar, indexar e tudo aquilo que envolve essas atividades são coisas que
devem ser feitas de uma vez só para todas as bibliotecas, com enorme economia para cada
instituição [...]”. Desse modo, uma porcentagem bem maior do orçamento poderia ser gasta
em livros. Ele pesava em regras que servissem para qualquer biblioteca. (HALL-ELLIS, 2011, p.
126; BATTLES, 2003, p. 143).
Quando a Universidade de Chicago abriu seu programa de pós-graduação em
Biblioteconomia, em 1926, a teoria tornou-se parte integrante dos currículos. Dewey advertiu
que tais escolas tinham valor pedagógico duvidoso por não seguirem padrões. Mas, desde
1923, tornou-se consenso entre a American Library Association (ALA) e os principais
empregadores em bibliotecas de que a educação bibliotecária deveria ocorrer dentro do
contexto da pós-graduação universitária. (Hall-Ellis, 2011).
Apesar de inovador em vários aspectos, Dewey contribuiu para um processo de
capacitação que restringia a liberdade criativa do bibliotecário. Valorizava procedimentos
operacionais na execução das atividades e na quantificação dos resultados. Na atualidade, as
atividades de tratamento da informação tornam-se mais diversificadas. Segundo Hill (2011), as
pessoas que antes podiam aplicar um único conjunto de regras aos recursos informacionais
para construir um catálogo bibliográfico, agora fazem uso de vários padrões em formatos
diversos de recursos, para construir ferramentas distintas de descoberta. Catalogadores se
tornaram agora especialistas em metadados. O problema é a sua invisibilidade e
desconhecimento. A atividade catalográfica é desconhecida para a maioria dos usuários.
Na questão do ensino da RDA, a normativa delibera a representação dos dados legíveis
pelo usuário, para favorecer as tarefas destes na comunicação com a coleção da biblioteca. Este
é um ponto de valores humanos já comentados.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
18
3 A Linguagem Simples
Com novos conceitos envolvidos na transformação da catalogação descritiva, salientase que os dados precisam ser mais claros à compreensão humana. Assim, têm-se o conceito da
“linguagem simples”, como um recurso aplicável aos registros bibliográficos, emoldurados na
interface pública do catálogo. A informação precisa ser compreendida pelo público em suas
diversas faixas etárias e níveis instrucionais. (MOTA; WAECHTER, 2015).
Para Silva e Vitorano (2021, p. 304), a linguagem deve servir ao leitor para melhorar a
compreensão precisa da mensagem bibliográfica. Para que possa de maneira rápida e fácil
encontrar e decidir sobre a informação que deseja. Neste aspecto, a essência da linguagem
simples é realçada ao se destacar que “linguagens burocráticas, institucionalizadas,
especializadas, com termos nebulosos, frases evasivas, parágrafos tortuosos, com escritas ruins
ou complexa, podem e devem ser combatidas usando uma linguagem com estilo claro e
simples”. Aspectos que é encontrado em registros bibliográficos, decorrente de regras
marcadas por expressões, como: “Belfasf [i. e. Dublin s. n], 1982”; “[S.l]; [18–?]”; “[ca. 1960]”;
“1 diaf. (70 fotogr.) : color.; 35 mm + 1 v. (39 p. ; 22 cm)”. Situação em que se pode aplicar
conceitos de “linguagem simples” para apoiar formas melhores de comunicação social.
A “Linguagem Simples” (Plain Language), pode ser considerada uma linguagem
desburocratizada por servir a uma filosofia ou tendência em favor do uso de escrita
compreensiva. Objetiva tornar o texto apreensível para o público, sendo uma alternativa para
fazer do trabalho bibliotecário algo assimilável socialmente. Ressalte-se que a RDA prega a
clareza dos registros bibliográficos, entretanto, a escrita catalográfica clara deve estar na
cultura da catalogação brasileira, independente das normativas utilizadas. A biblioteca lida
com todos os extratos sociais, no qual se inclui o nativo digital e a realidade do analfabeto
funcional (AF). Em termos de país, de cada dez brasileiros, três são considerados AF,
conforme dados do IBGE. Do total estimado de 213.464499 milhões de brasileiros, 12%
possuem um nível de “proficiente”, indicador mais alto da escala. O Indicador de Alfabetismo
Funcional (Inaf) que avalia o grau de analfabetismo da população, entre a faixa de 15 a 64
anos, em pesquisa de 2018, apontou que 96% dos alunos que ingressaram ou concluíram o
ensino superior foram considerados alfabetizados funcionais. Porém, apenas 34% deste público
atingiram o nível de proficiência, sendo que 38% não dominam habilidades básicas de leitura e
escrita. (SUFFAIR, 2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
19
4 Considerações finais
Uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro bibliotecário da
catalogação a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora. Uma profissão
que seja impulsionada pelo medo da obsolescência, teme até mesmo olhar dentro de si para se
aprimorar. Devemos seguir construindo uma catalogação melhor, com valores sociais e
orientada a servir inovadoramente ao público brasileiro.
Referências
BATTLES, M. A conturbada história das bibliotecas. São Paulo: Ed. Planeta do Brasil, 2003.
CAMPBELL, D. G.; FOST, K. V. Panizzi, Lubetzky and Google: how the modern web
environment is reinventing the theory of cataloguing. The Canadian Journal of
Information and Library Science, v. 28, n. 3, p. 25-38, 2004.
CASSON, L. Bibliotecas no mundo antigo. São Paulo: Vestígio, 2018.
CUTTER, W. P. Charles Ammi Cutter. Chicago: ALA, 1931.
GORMAN, M. A A 1967: the new cataloguing rules. Library Association Record, v. 70, n. 2,
p. 27-32, Feb. 1968.
HALL-ELLIS, S. D. Cataloging/Metadata and Library Science Education Program for
Catalogers and Metadata Specialists: challengers for the twenty first century. In: SANCHEZ, E.
R. (ed.). Conversations with catalogers in the 21st century. Santa Barbara, California:
Libraries Unlimited, 2011.
HILL, J. S. The brick wall: attracting people to a carrer in cataloging. In: SANCHEZ, E. R. (ed.).
Conversations with catalogers in the 21st century. Santa Barbara, California: Libraries
Unlimited, 2011.
HIXSON, C. G. e outros (org.). Cataloging for the 21st century: A proposal for continuing
education for cataloging professionals. ALCTS. Continuing Education Task Force, 2005.
Disponível em: https://scholarsbank.uoregon.edu/xmlui/handle/1794/986. Acesso em: 02 de
nov. 2021.
HSIEH-YEE, I. Educating cataloging professionals in a changing information environment.
Journal of Education for Library and Information Science, v. 49, n. 2, p. 93-106, 2008.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Modesto
20
MOTA, M. Q.; WAECHTER, H. da N. Linguagem simples associada ao Design da Informação
com foco na comunicação ambiental e na sustentabilidade. In: C. G. SPINILLO; L. M. FADEL;
V. T. SOUTO; T. B. P. SILVA & R. J. CAMARA (Eds). Anais [Oral] do 7º Congresso
Internacional de Design da Informação/Proceedings [Oral] of the 7th Information Design
International Conference CIDI 2015 [Blucher Design Proceedings, num. 2, vol. 2]. São Paulo:
Blucher, 2015. ISSN 2318-6968, DOI 10.5151/designpro-CIDI2015-cidi_197
MATEORÉ, S. M.; LENCINAS, V. Enseñanza de las RDA em catalogación avanzada: uma
propuesta didáctica. Córdoba, Colombia: Universidad Nacional de Córdoba, 2020.
SILVA, A. R.; VITORIANO, M. C. C. P. Linguagem simples em arquivos públicos: mapeando a
atuação do NARA. Revista Ibero-Americana de Ciência da Informação, Brasília, v. 14, n.
1, p. 302-317, jan./abr. 2021.
SUFFAIR, M. do C. Analfabetismo funcional e a realidade brasileira. D24am, 15/08/2021.
Disponível em: https://d24am.com/artigo/mariadocarmoseffair/. Acesso em: 02 de nov. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Catalogação descritiva: breves reflexões sobre o seu ensino e a aplicação da linguagem simples
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Fernando Modesto
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação Descritiva
Ensino Catalográfico
Linguagem Simples
Formação Profissional
Bibliotecário de Catalogação
Description
An account of the resource
Testemunha-se uma grande revolução na tecnologia da informação e comunicações. Revolução que se reflete na publicação e no acesso a recursos de informação. Neste aspecto, a intenção deste texto, ao comentar o ensino da catalogação, é o de demonstrar como a boa instrução e/ou orientação que contribua com conhecimentos e habilidades pode contribuir para uma atividade catalográfica inovadora. Ressaltar a importância de um ensino mediado pelo aporte teórico, sustentado em uma aplicação técnica. Em termos metodológicos, trata-se de uma reflexão descritiva, baseada em levantamento bibliográfico. Considera-se que uma boa formação no ensino da catalogação deve habilitar o futuro bibliotecário a exercer a atividade catalográfica de forma produtiva e inovadora.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6233/2022-cidoc-crm-bibframe.pdf
6a099772da616d58a1f8c1ab07b1bfcf
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
CIDOC-CRM e o BIBFRAME:
integração de metadados
CIDOC-CRM and the BIBFRAME: metadata integration
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro
Graduação em Biblioteconomia, Universidade de Brasília (UnB).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1047982870667966
E-mail: ezequiel.leandro.rodrigues@gmail.com
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakakie@unb.br
Resumo
O trabalho busca elucidar as necessidades de conhecimento sobre a interoperabilidade semântica, pois,
as bibliotecas estão se atualizando aos novos modelos conceituais, padrões e sistemas informacionais. A
exemplo, os modelos conceituais e os vocabulários Bibliographic Framework Initiative Project
(BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM), possibilitam a integração entre bibliotecas e
museus. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM. Por meio
de pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, a revisão da literatura apresenta como resultados, que
o BIBFRAME e o CIDOC CRM estão estruturados em classes e propriedades, que possibilitam o uso das
tecnologias da Web Semântica como RDF (Resource Description Framework), e utilizam as linguagens de
marcação como a XML (eXtensible Markup Language). Conclui-se com a revisão bibliográfica,
principalmente no âmbito nacional, que as discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e
integração.
Palavras-chave: Catalogação. Interoperabilidade. CIDOC CRM. BIBFRAME.
Abstract
The work seeks to elucidate the knowledge needs of semantic interoperability, as libraries are updating
themselves to new conceptual models, standards, and informational systems. For example, the
conceptual models and the Bibliographic Framework Intuitive Project (BIBFRAME) and CIDOC
Conceptual Reference Model (CRM). These systems enable the integration between libraries and
museums. So, the objective of the present work is to present and discuss the BIBFRAME and CIDOCCRM. Through exploratory research, of a qualitative nature, the literature review shows as a result that
BIBFRAME and CIDOC-CRM are structured in classes and properties, which enable the use of Semantic
Web technology such as RDF (Resource Description Framework) and use markup languages like XML
(eXtensible Markup Language). It’s concluded with the bibliographical review, mainly at the national
level, that discussions are still incipient about its use and integration.
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
91
Keywords: Cataloging. Interoperability. CIDOC CRM. BIBFRAME.
1 Introdução
Os profissionais da Ciência da Informação, especialmente da Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia, tiveram seu surgimento juntamente com a evolução humana e
possuem muitos pontos em comum. (ARAUJO, 2011; SMIT, 2000). Cada profissional trabalha
com propósitos diferentes, entretanto, são similares nos princípios de tratamento
informacional, entre eles, a descrição de recursos informacionais.
Segundo Araújo (2014), a Ciência da Informação não somente dedica-se com a
custódia dos documentos, como também, com os serviços de circulação, disseminação, acesso
e com a divulgação, de forma que seja o mais ágil possível. Além do foco para o conteúdo
informacional dos documentos, ou seja, quanto mais qualidade informacional tiver o
documento mais relevante será este para a comunidade científica. Este transporte
informacional é essencial para os usuários e para os avanços científicos, pois, quanto mais os
usuários tem acesso ao material informacional, mais estes auxiliam no processo do ciclo
informacional (geração, seleção, representação) e consequentemente mais conhecimento será
produzido e renova o fluxo informacional (armazenamento, recuperação, distribuição, uso e
novamente geração de informação).
De acordo com Sousa (2013) existem dois processos de tratamento da informação,
sendo estes: descritivo e temático, o tratamento descritivo é voltado para a forma física,
identificando autoria, título, paginação, edição e afins. De acordo com Pereira, Laurindo e
Santiago (2011) o tratamento descritivo, consiste em entender que o item bibliográfico deve
conter informações relevantes e breves de forma a facilitar a escolha do usuário. Já o
tratamento temático, tem sua preocupação voltada para o conteúdo do documento.
Nesse contexto, autores como Marcondes (2012, 2016), Simionato, Arakaki, Santos
(2017), dentre outros que discutiram as possibilidades de interoperabilidade e representação da
informação entre arquivos, bibliotecas e museus. Nesse contexto se pontua a problemática do
estudo, quais as características entre os modelos conceituais e vocabulários Bibliographic
Framework Initiative project (BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM)
possibilitam a integração entre bibliotecas e museus? Assim, o objetivo deste trabalho é
apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM, no intuito possibilitar a interoperabilidade
entre eles.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
92
2 Procedimentos metodológicos
O estudo foi desenvolvido a partir de uma pesquisa exploratória, de natureza
qualitativa, por meio de uma revisão da literatura sobre a temática.
A revisão realizada focou-se nos seguintes temas: sistemas heterogêneos,
interoperabilidade de sistemas, metadados, linked data, representação descritiva, e
principalmente, no CIDOC CRM e no BIBFRAME. Para acessar os materiais informacionais
que contém esses assuntos, a busca foi feita por meio de pesquisas em:
a)
Google acadêmico;
b)
Portal de periódicos da Capes;
c)
BDTD - Base de Dados de Teses e Dissertações;
d)
Sites e blogs especializados na área de Biblioteconomia e Ciência da Informação;
e)
SciELO - Scientific Electronic Library Online;
f)
LISA - Library and Information Science Abstracts;
g)
LISTA - Library Information Science & Technology;
h) Web of Science;
i)
Scopus; e
j)
BRAPCI - Base de Dados Referencial de Artigos de Periódicos em Ciência da
Informação.
Foi realizado um recorte temporal de 15 anos e baseado na literatura brasileira da área.
Este trabalho é uma revisão narrativa e foi fundamentado, a partir de pesquisas de autores,
como: Mey e Silveira (2009); Souza e Alves (2009); Siminionato (2015); Simionato e Santos
(2017); Castro e Santos (2018), apresentando pesquisas sobre a representação. Arakaki e Santos
(2015); Carrasco, Thaller e Vidotti (2015); Carrasco (2019), abordando sobre o CIDOC CRM,
Arakaki (2016); Ramalho (2016); Espíndola (2018), abordando o BIBFRAME. St. Pierre e
LaPlant Jr. (1998) e Arakaki (2019) apresentando trabalhos sobre mapeamento de metadados,
salientando que há diversos outros autores que trabalham sobre estes temas.
3 Resultados
O BIBFRAME é uma iniciativa da Library of Congress (LC) originada em 2011, tendo
como primeira versão o BIBFRAME 1.0 e esteve em uso até 2016 (ARAKAKI, 2016). Após
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
93
diversos testes, a LC passou para implementar a versão BIBFRAME 2.0, sendo este dividido em
duas partes: o modelo conceitual BIBFRAME e o vocabulário BIBFRAME (ESPÍNDOLA, 2018).
O BIBFRAME, é visto como o possível substituto para o MARC21 (Machine Readable
Cataloging) que de acordo com Arakaki et al. (2017, p. 2234) “[...] apresenta dificuldades
quanto ao seu uso no ambiente Web, principalmente no que se refere à sintaxe necessária para
compartilhar seus registros e promover a interoperabilidade dos mesmos, devido a estrutura
de seu esquema de metadados.” Segundo Simionato, Arakaki e Santos (2017, p. 453-454) “[...] o
BIBFRAME é caracterizado pela flexibilidade; possui uma arquitetura para expressar e
conectar informações; pode ser adotado além da comunidade de bibliotecas, entre outras
características.”
O BIBFRAME conforme Arakaki et al. (2017) está intimamente ligado a proposta do
FRBR (Functional Requirements for Bibliographic Records), ao FRAD (FunctionalRequirements
for Authority Data) e ao FRSAD (Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto)
por ser fragmentado e separado em blocos. Assim, o resultado final da construção da
catalogação é dados que podem ser conectados a outros blocos, diferente do MARC21 que
oferece um registro único. Ramalho (2016) retrata que o BIBFRAME utiliza de links e
identificadores controlados, possibilitando a visibilidade dos recursos informacionais na Web.
Isso evita o retrabalho e a duplicidade de informações apresentadas aos usuários e
consequentemente diminui os custos relacionados com manutenção de acervos.
Já o CIDOC CRM é uma iniciativa voltada para os museus. Segundo Carrasco (2019) o
CIDOC CRM é padrão ISO (ISO 21127:2014) utilizado para integrar sistemas heterogêneos do
patrimônio cultural. O CIDOC CRM é eficaz na estipulação de relações e ao integrar
conteúdos de diversos sites, blogs, artigos e quaisquer conteúdos informacionais que tenham
relações entre si.
Carrasco (2019, p. 22) relata ainda que “O CIDOC CRM é um modelo conceitual
constituído de uma arquitetura formal destinada a facilitar a integração, mediação e
intercâmbio de informação heterogênea do Patrimônio Cultural.” O CIDOC CRM é composto
de entidades e propriedades, de forma que as propriedades são organizadas baseadas nas
entidades temporais, que é o diferencial do CIDOC CRM, ou seja, em outros modelos
conceituais e ontologias o foco da descrição é dado no objeto, mas no CIDOC CRM a
abordagem é centrada no evento em que os objetos estiveram envolvidos de alguma forma.
Portanto, o CIDOC CRM é um modelo conceitual que possibilita um alto grau de flexibilidade
entre sistemas, mesmo não sendo completamente compatíveis. (SANTOS, 2016).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
94
Ainda, observou-se no estudo do BIBFRAME e CIDOC-CRM que, ambos estão
estruturados em classes e propriedades, e que possibilitam o uso das tecnologias da Web
Semântica como RDF, como também, podem ser estruturados com linguagens de marcação
como a XML.
4 Considerações finais
O referido artigo é baseado em um trabalho em andamento para conclusão do curso de
Biblioteconomia da Universidade de Brasília. Doravante com as possibilidades de uso das
tecnologias da Web semântica está, a necessidade do usuário que transcende a esfera de um
catálogo estático disponível na Web, para catálogos mais integrados para busca rápida e
simplificada.
Com esta perspectiva e a partir dos estudos realizados sobre o CIDOC CRM,
BIBFRAME e o ambiente digital, principalmente no âmbito nacional, ressalta-se que as
discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e integração.
Isso reforça a importância deste estudo, para promover ambos os padrões e as
possibilidades de integração entre sistemas de bibliotecas e museus. Como trabalho futuro, e já
está em andamento, a realização de um mapeamento sistemático entre o BIBFRAME e CIDOCCRM.
Referências
ARAKAKI, Felipe Augusto. Linked data: ligação de dados bibliográficos. 2016. 146 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista,
Marília-Sp, 2016. Disponível em: https://repositorio.unesp.br/handle/11449/147979. Acesso em:
03 mar. 2021.
ARAKAKI, Felipe Augusto. Metadados administrativos e a proveniência dos dados:
modelo baseado na família prov. 2019. 139 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em
Ciência da Informação, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2019. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/180490/arakaki_fa_dr_mar.pdf. Acesso
em: 11 ago. 2021.
ARAKAKI, Felipe Augusto; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Linked
data em bibliotecas: iniciativas e tendências. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA EM
CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO, 18., 2017, Marília. Anais [...]. Marília: UNESP, 2017. p. 1-19.
Disponível em: http://enancib.marilia.unesp.br/index.php/XVIII_ENANCIB/ENANCIB/paper/
view/394. Acesso em: 7 jun. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
95
ARAKAKI, Felipe Augusto et al. BIBFRAME: tendência para a representação bibliográfica na
web. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Fortaleza, v. 13, n. , p. 22312248, jan. 2017. Disponível em: https://portal.febab.org.br/anais/article/view/1921. Acesso em:
25 fev. 2021.
ARAÚJO, Carlos Alberto Avila. Condições teóricas para a integração epistemológica da
Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia na Ciência da Informação. R. Ci. Inf. e Doc.,
Ribeirão Preto, v. 2, n. 2, p. 19-41, jul./dez. 2011. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/v/39574. Acesso em: 19 set. 2021.
ARAÚJO, Carlos Alberto Ávila. O que é Ciência da Informação? Informação & Informação,
Londrina, v. 19, n. 1, p. 01-30, dez. 2014. Universidade Estadual de Londrina. Disponível em:
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/15958. Acesso em: 12 mar.
2021.
CARRASCO, Laís Barbudo. Integração de conteúdos culturais heterogêneos em
ambientes digitais do patrimônio cultural: harmonização de modelos conceituais. 2019.
146 f. Tese (Doutorado) - Curso de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Faculdade de
Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília-Sp, 2019. Disponível em:
https://repositorio.unesp.br/handle/11449/182113. Acesso em: 17 fev. 2021.
CARRASCO, Lais; THALLER, Manfred; VIDOTTI, Silvana Aparecida Borsetti Gregório.
Ontologia Cidoc CRM no contexto dos ambientes digitais de patrimônios culturais. Liinc em
Revista, Rio de Janeiro, v. 11, n. 1, p. 208-222, 28 maio 2015. Disponível em:
http://revista.ibict.br/liinc/article/view/3628. Acesso em: 16 abr. 2021.
ESPÍNDOLA, Priscilla Lüdtke. A influência do Bibframe para visibilidade dos dados
bibliográficos. 2018. 242 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Gestão da Informação,
Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis, Sc, 2018. Disponível em:
https://www.udesc.br/arquivos/faed/id_cpmenu/1439/a_influencia_do_bibframe_para_1568900
489299_1439.pdf. Acesso em: 03 mar. 2021.
MARCONDES, Carlos Henrique. “Linked data”: dados interligados-e interoperabilidade entre
arquivos, bibliotecas e museus na web. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia
e ciência da informação, v. 17, n. 34, p. 171-192, 2012.
MARCONDES, Carlos Henrique. Interoperabilidade entre acervos digitais de arquivos,
bibliotecas e museus: potencialidades das tecnologias de dados abertos interligados.
Perspectivas em Ciência da Informação, v. 21, p. 61-83, 2016.
MEY, Eliane, SILVEIRA, Naira. Catalogação no plural. Brasília: Briquet de Lemos, 2009.
PEREIRA, Ana Maria; LAURINDO, Danielle Bianchi Rachadel; SANTIAGO, Silvana Adir. A
representação descritiva e temática dos estoques informacionais do BPSC: relato de
experiência. Revista Acb: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 16, n. 1, p. 358380, jan./jun., 2011. Disponível em: https://revista.acbsc.org.br/racb/article/view/756. Acesso
em: 09 abr. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Leandro; Arakaki
96
PIERRE, Margaret St.; LAPLANT JUNIOR, William P. Issues in Crosswalking Content
Metadata Standards. 1998. Disponível em:
https://groups.niso.org/publications/white_papers/crosswalk. Acesso em: 03 mar. 2021.
RAMALHO, Rogério Aparecido Sá. Bibframe: modelo de dados interligados para bibliotecas.
Informação & Informação, Londrina, v. 21, n. 2, p. 292, 20 dez. 2016. Disponível em:
https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/26425. Acesso em: 25 fev.
2021.
SANTOS, Hercules Pimenta dos. Modelo CIDOC CRM: interoperabilidade semântica de
informações culturais. Brazilian Journal Of Information Studies. Minas Gerais, p. 56-62.
jan. 2016. Disponível em: https://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=5376141. Acesso
em: 12 abr. 2021.
SIMIONATO, A. C. Modelagem conceitual DILAM: princípios descritivos de arquivos,
bibliotecas e museus para o recurso imagético digital. Tese—Marília/SP: Universidade Estadual
Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2015.
SIMIONATO, Ana Carolina; ARAKAKI, Felipe Augusto; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura
Amorim da Costa. Descrição em bibliotecas, arquivos, museus e galerias de arte: linkando
recursos e comunidades. Informação & Informação, Londrina, v. 22, n. 2, p. 449-466, out.
2017. Disponível em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/31464.
Acesso em: 09 abr. 2021.
SIMIONATO, A. C.; SANTOS, P. L. V. A. da C. Modelo conceitual DILAM: integração entre
arquivos, bibliotecas e museus. Informação & Sociedade: Estudos, [S. l.], v. 27, n. 2, 2017.
Disponível em: https://periodicos.ufpb.br/ojs2/index.php/ies/article/view/30902. Acesso em: 25
out. 2021.
SMIT, Johanna W. Arquivologia, Biblioteconomia E Museologia: o que agrega estas atividades
profissionais e o que as separa?. R. Bras. Bibliotecon. Doc., São Paulo, v. 1, n. 2, p. 27-36,
2000. Disponível em:
http://biblioteca.fespsp.org.br:8080/pergamumweb/vinculos/000008/000008e2.pdf. Acesso em:
07 set. 2021.
SOUSA, Brisa Pozzi de. Representação temática da informação documentária e sua
contextualização em biblioteca. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação,
São Paulo, v. 9, n. 2, p. 132-146, 2013. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/2659.
Acesso em: 30 mar. 2021.
SOUZA, Marcia Izabel Fugisawa; ALVES, Maria das Dores Rosa. Representação descritiva e
temática de recursos de informação no sistema agência Embrapa: uso do padrão dublin core.
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 7, n. 1, p. 190205, ago. 2009. Disponível em:
https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/rdbci/article/view/1983/2104. Acesso em: 30
mar. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6233/cidoc-crm-e-o-bibframe.pdf
8a96aca72fbe1e334565f01c51ccccc5
PDF Text
Text
CIDOC-CRM E O BIBFRAME:
integração de metadados
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro, Graduação em Biblioteconomia,
Universidade de Brasília (UnB), e-mail:
ezequiel.leandro.rodrigues@gmail.com
Felipe Augusto Arakaki, Doutor em Ciência da Informação, Universidade de
Brasília (UnB), Docente do curso de Biblioteconomia, e-mail:
felipe.arakakie@unb.br.
�Resumo
Visão geral do trabalho:
- Necessidades de conhecimento sobre a
interoperabilidade semântica;
-Modelos conceituais e os vocabulários
Bibliographic Framework Initiative Project
(BIBFRAME) e CIDOC Conceptual
Reference Model (CRM).
�Resumo
- O BIBFRAME e o CIDOC CRM
estão estruturados em classes e
propriedades;
- Uso das tecnologias da Web
Semântica.
�Introdução
- A Ciência da Informação troca o foco da
custódia do documentos, e preocupa-se
também com os serviços de circulação,
disseminação, acesso e divulgação;
- Transporte informacional essencial para a
comunidade científica.
�COMO SE DÁ O
TRATAMENTO
DA
INFORMAÇÃO ?
�Tratamento da Informação
-Dois processos de tratamento:
descritivo e temático;
-É essencial para a interoperabilidade
de sistemas de informação;
-Foco deste trabalho: catalogação.
�Questionamento:
BIBFRAME e
CIDOC CRM
possibilitam a
integração entre
bibliotecas e
museus?
Problema
-Facilidade de acesso à informação;
-Disponibilização de material informacional
indiscriminadamente;
-Atualização dos profissionais da área.
�PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
Desenvolvido a partir
de uma pesquisa
exploratória, de
natureza qualitativa,
por meio de uma
revisão da literatura
sobre a temática.
A revisão realizada
foca nos seguintes
temas: Sistemas
heterogêneos,
Interoperabilidade,
Metadados, Linked
Data, Representação
descritiva, e
principalmente, no
CIDOC CRM e no
BIBFRAME.
�PROCEDIMENTOS
METODOLÓGICOS
A busca por meio de pesquisas em:
• Buscas na internet, como o
Google e o Google acadêmico;
• Portal de periódicos da Capes;
• BDTD – Base de Dados de Teses e
Dissertações;
• Sites e blogs especializados na
área de Biblioteconomia e Ciência
da Informação;
• SciELO - Base de dados Scientific
Electronic Library Online;
• LISA – Base de dados Library and
Information Science Abstracts;
• LISTA – Base de dados Library
Information Science & Technology;
• Web of Science;
• Scopus;
• BRAPCI – Base de Dados
Referencial de Artigos de Periódicos
em Ciência da Informação.
�RESULTADOS
- Iniciativa da Library of Congress originada em
2011;
- A versão BIBFRAME 2.0, dividida em duas
partes: o Modelo Conceitual BIBFRAME e o
Vocabulário BIBFRAME;
- Dados que podem ser interligados a outros
blocos;
-Possível substituto do MARC;
- Ligado ao FRBR; FRAD e FRSAD.
�- Padrão ISO 21127:2014;
- Iniciativa voltada para museus;
- Linguagem comum;
- Facilmente convertido em outros
formatos legíveis por máquina;
- A abordagem é centrada no evento em
que os objetos;
-O CIDOC CRM, possuem códigos fixos
para as entidades e propriedades;
- Possui modelos para auxiliar e suprir as
necessidades
de
organizações
informacionais;
- CIDOC CRM relacionado ao
BIBFRAME.
CIDOC CRM
�CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Baseado em um trabalho já em
andamento;
Possibilidades de uso das tecnologias
da Web semântica.
CIDOC CRM, BIBFRAME e Ambiente
digital , discussões ainda são
incipientes sobre seu uso e integração;
Estudo voltado para promover ambos
os padrões e as possiblidades de
integração entre bibliotecas e museus.
�CROSSWALK
Há dois tipos de crosswalking:
-"crosswalk absoluto" e "crosswalk
relativo";
-Equivalência um-para-um; um-paramuitos e muitos-para-um.
Entre os dados extraídos foram:
• 122 crosswalking relativo;
• 7 crosswalking absoluto;
• 66 sem correspondência;
• 112 um para um;
• 17 um para muitos;
• 0 muitos para um.
�“A interoperabilidade envolve-se
diretamente no processo de escolha dos metadados que irão
compor a descrição dos recursos em um sistema de
informação.”
(SIMIONATO; ARAKAKI; SANTOS, p.456)
�Obrigado pela atenção!
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
CIDOC-CRM e o BIBFRAME: integração de metadados
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ezequiel Rodrigues da Silva Leandro
Felipe Augusto Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Interoperabilidade
CIDOC CRM
BIBFRAME
Description
An account of the resource
O trabalho busca elucidar as necessidades de conhecimento sobre a interoperabilidade semântica, pois, as bibliotecas estão se atualizando aos novos modelos conceituais, padrões e sistemas informacionais. A exemplo, os modelos conceituais e os vocabulários Bibliographic Framework Initiative Project (BIBFRAME) e CIDOC Conceptual Reference Model (CRM), possibilitam a integração entre bibliotecas e museus. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir o BIBFRAME e CIDOC-CRM. Por meio de pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, a revisão da literatura apresenta como resultados, que o BIBFRAME e o CIDOC CRM estão estruturados em classes e propriedades, que possibilitam o uso das tecnologias da Web Semântica como RDF (Resource Description Framework), e utilizam as linguagens de marcação como a XML (eXtensible Markup Language). Conclui-se com a revisão bibliográfica, principalmente no âmbito nacional, que as discussões ainda são incipientes sobre o seu uso e integração.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6234/2022-rda-en-america-latina.pdf
bfd967ab53da633d542e74b0e7bdef4f
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Contextos de la aplicación de RDA en América
Latina
Contexts of RDA application in Latin America
Filiberto Felipe Martínez Arellano
Investigador y profesor de la Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM) en el área
de organización de la información, catalogación y metadatos. Actualmente se desempeña
como Coordinador de la Biblioteca Nacional de México. Coordina el Grupo RDA de América
Latina y el Caribe, representando a esta región en el RDA Board.
ORCID: http://orcid.org/0000-0003-4358-8257
E-mail: felipe@unam.mx
Resumen
En 2010 fue publicado RDA y su versión digital, RDA Toolkit. RDA toma en cuenta las tareas del
usuario, localizar recursos de información, identificar sus características para evaluar su utilidad y
obtenerlos, sin embargo, consideró una tarea más, relacionar recursos, un aspecto importante con el
surgimiento de múltiples formatos para un mismo recurso. En 2017 la IFLA publicó el modelo LRM
(Library Reference Model), siendo una nueva perspectiva para la organización de la información y la
catalogación. En 2016 surgió el Proyecto 3R con el objetivo de Restructurar y Rediseñar RDA. Después
de haberse publicado diversas versiones preliminares del nuevo RDA, la versión final, en donde se
incorporó LRM, fue liberada el 15 de diciembre de 2020. El uso y aplicación de RDA y el surgimiento de
una nueva versión implica diversos retos para las bibliotecas de América Latina y el Caribe, los que se
presentan en esta contribución.
Palabras clave: RDA, contextos de aplicación, América Latina, bibliotecas nacionales, LRM.
Abstract
In 2010 RDA and its digital version, RDA Toolkit, were published. RDA takes into account the user's
tasks, locating information resources, identifying their characteristics to evaluate their usefulness and
obtaining them, however, it considered one more task, relating resources, an important aspect due to
the emergence of multiple formats for the same resource. In 2017 IFLA published the LRM (Library
Reference Model) model, a new perspective for the organization of information and cataloging. In 2016
the 3R Project emerged with the objective of Restructuring and Redesigning RDA. After several RDA
preliminary versions, the final version, into which LRM was incorporated, was released on December
15, 2020. The use and application of RDA and the emergence of this new version involve challenges for
Latin America and the Caribbean libraries, which are presented in this contribution.
Keywords: RDA, application contexts, Latin America, national libraries, LRM.
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
38
1 Introducción
En 1876, los principios del catálogo fueron establecidos por Cutter, señalándose que el
catálogo debería permitir localizar un libro por su autor, título o materia, así como apoyar la
selección de este por medio de la descripción de sus características bibliográficas o literarias.
Cutter planteó los tres objetivos básicos del catálogo: localización de recursos e identificación
de sus atributos para su evaluación y selección. Obviamente, lo anterior complementado con la
obtención de un recurso, a través de su número de clasificación.
Al igual que el estándar RCA2 (Reglas de Catalogación Angloamericanas, segunda
edición), RDA toma en cuenta estos objetivos para apoyar las tareas del usuario del catálogo,
sin embargo, en RDA se consideró un objetivo más, relacionar recursos, aspecto importante el
contexto de la información actual, caracterizado por el surgimiento de innumerables formatos
para un mismo recurso.
En 2006 la IFLA retomó los principios del catálogo establecidos a finales del siglo XIX
por Cutter, estableciendo que un catálogo u otro sistema de información debería permitir:
localizar recursos a través de puntos de acceso (autor, título y tema), identificar las
características de recursos a través de la descripción de sus atributos o características para
permitir al usuario tomar una decisión sobre su utilidad y finalmente, obtenerlo a través de su
clasificación y actualmente de manera digital a través de un URL. Adicionalmente se agregó
otra función, relacionar diversos tipos de recursos. Anteriormente, RCA2 permitía lograr los
cuatros primeros objetivos y actualmente RDA permite también el establecimiento de
relaciones entre los recursos y sus atributos.
2 Creación de relaciones, elemento sustancial de RDA
RDA fue desarrollado tomando como base el modelo de entidad relación FRBR
(Functional Requirements for Bibliographic Records). Los modelos de entidad-relación son
herramientas para el modelado de datos que permiten representar un grupo de entidades
relevantes dentro de un sistema de información, así como sus atributos o características, pero
además establecer las posibles relaciones entre las entidades de dicho grupo. FRBR representó
una nueva perspectiva sobre la estructura y las relaciones en los registros bibliográficos,
además de un vocabulario más preciso para ayudar a los catalogadores y diseñadores de
sistemas a satisfacer las necesidades del usuario. FRBR se encuentra conformado por tres
componentes: Entidades, Atributos y Relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
39
Las entidades son consideradas como los elementos primordiales dentro del universo
de los recursos de información, siendo estas de tres tipos: productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), autores o creadores (personas y organizaciones que intervienen en la
creación intelectual o material de los productos) y los temas o materias de los productos o
recursos de información. Es de resaltarse que estas entidades han estado siempre presentes en
el contexto bibliográfico de las bibliotecas.
El segundo componente del modelo FRBR son los atributos o características de las
entidades anteriormente mencionadas, los que actualmente han sido denominados como
metadatos. Las obras, expresiones, manifestaciones e ítems poseen una serie de atributos, que
se muestran en la Figura 1, siendo los más comúnmente conocidos los correspondientes a las
manifestaciones.
Figura 1 – Atributos de Entidades en FRBR
Fuente: TILLET, 2004, p. 34.
Por otro lado, los creadores también poseen atributos, siendo en el caso de las
personas y las organizaciones otras formas de su nombre y la fecha de nacimiento o creación,
entre otros. Asimismo, los temas o materias poseen atributos como son las diversas formas de
denominarlos.
El tercer componente del modelo FRBR, el cual puede ser considerado como el más
importante dentro del nuevo enfoque de la organización de la información y la catalogación,
son las relaciones.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
40
Algunas de las relaciones que pueden ser establecidas en FRBR y en RDA son aquellas
entre los autores o creadores y los diferentes tipos de recursos. Es decir, una persona u
organización participa de una u otra forma en la creación de una obra, una expresión, una
manifestación o un ítem. Adicionalmente existen relaciones entre los diferentes productos,
una obra tiene diferentes expresiones y estas se manifiestan en distintos formatos, de los que
existen diversos ítems, pertenecientes a una biblioteca o a una persona. Otro tipo de relaciones
son las establecidas entre las diferentes formas de los nombres de los creadores (personas y
organizaciones).
Figura 2 – Comparación entre RCA2 y RDA
Fuente: Creación propia, 2022.
Al efectuar una comparación entre las estructuras de RCA2 y RDA (figura 2) , se puede
notar que en estos dos estándares se encuentran una serie de lineamientos que norman los
aspectos relacionados con la descripción de los recursos de información. También existiendo
otros para normar el registro de los atributos de los autores o creadores. Sin embargo, el
cambio substancial de RDA se encuentra en las posibilidades para el establecimiento de
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
41
relaciones, como es el caso de las relaciones entre los autores/creadores y los recursos de
información (Sección 6), las relaciones entre diferentes productos (obras, expresiones,
manifestaciones e ítems), Sección 8 y las relaciones entre los autores/creadores de recursos de
información, Sección 9.
3 Aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina y el Caribe
La aplicación de RDA en las bibliotecas de América Latina se ha centrado en los
aspectos descriptivos de los recursos de información, particularmente los correspondientes a
las manifestaciones. Sobre este aspecto, se puede señalar que RDA omite el uso de
abreviaturas por lo que en la descripción de los recursos ya no se utiliza la abreviatura p., sino
páginas, ni tampoco la abreviatura ilus., sino el término ilustraciones, así como la palabra
edición en lugar de la abreviatura ed. En el caso de la existencia de más de tres autores, en la
mención de responsabilidad se registraba únicamente el primero, seguido de la abreviatura
latina et. al y actualmente se deben registrar todos, o bien, únicamente el primero acompañado
de los términos y otros tres, dependiendo esto del número de autores involucrados. Asimismo,
se han agregado otras etiquetas nuevas al formato MARC, 336 para el contenido de los
recursos, 337 para el medio de acceso a estos y 338 para su formato, lo que sustituye al DGM
(Designación General del Material).
Respecto a la generación de relaciones, en algunas bibliotecas se han utilizado las
etiquetas del formato MARC para establecer las relaciones de personas u organizaciones con
los recursos. En las etiquetas 100, 110 , 700 y 710 se ha agregado al nombre la persona o
institución, el término que indica su rol en relación con la creación del recurso, siendo algunos
de ellos: autor, traductor, ilustrador, editor o productor, propietario. Para las relaciones entre
obras, expresiones y manifestaciones se han utilizado las etiquetas 240 título uniforme y 505
contenido, así la 500 para expresar diferentes tipos de relaciones como: traducción de, también
disponible en formato digital, ejemplar autografiado. Para la generación de las relaciones en
personas y organizaciones se han continuado utilizando los catálogos de autoridad.
Ciertamente, estas alternativas ha sido una opción aceptable para la generación de
relaciones, sin embargo, lo ideal es pensar en el uso de otras opciones como el uso de XML; el
modelo RDF (Resource Description Framework) y por supuesto, un software específico para la
generación y manejo de relaciones en forma automatizada.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
42
Por otro lado, la adopción y uso de RDA en las bibliotecas de América Latina se
encuentra en distintos niveles. Entre abril y julio de 2019, el Grupo RDA América Latina y el
Caribe efectuó una encuesta entre las bibliotecas nacionales de ABINIA (Asociación de
Estados Iberoamericanos para el Desarrollo de las Bibliotecas Nacionales de Iberoamérica) con
el objetivo de conocer la situación sobre la aplicación de RDA (BARBER, 2019). La encuesta se
envío a 16 bibliotecas de las cuales respondieron 13. Si bien es cierto que han transcurrido dos
años de la aplicación de esta encuesta, sus resultados aun pueden considerarse válidos debido
a la situación que las bibliotecas enfrentaron durante 2020 y 2021 al cerrar sus instalaciones.
Algunos de los resultados relevantes de esta encuesta fueron los siguientes. Solo dos
de las bibliotecas encuestadas respondieron que habían implementado RDA, cinco que estaban
implementándolo, otras cinco que pensaban implementarlo y una no pensaba implementarlo.
Sobre el conocimiento de RDA, una biblioteca señaló que este era avanzado, tres que era
medio y otra que era mínimo. Respecto a las necesidades de capacitación existió un consenso
entre las trece bibliotecas que los temas más importantes eran nuevos conceptos y vocabulario
de RDA, estructura y organización de RDA, así como instrucciones nuevas en RDA.
Adicionalmente, doce bibliotecas mencionaron modelos conceptuales, similitudes y diferencias
entre RCA2 y RDA, así como mapeos RDA-MARC21. Diez bibliotecas señaron uso y
navegación del RDA Toolkit.
Lo anterior implica la elaboración e implementación de un plan de capacitación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, cuyos integrantes necesitan ser formalizados por las
bibliotecas de ABINIA debido a los cambios en las direcciones de estas y la situación que han
enfrentado durante 2020 y 2021. Este plan de capacitación conlleva la coordinación por el
Grupo RDA América Latina y el Caribe, pero también la colaboración de los grupos nacionales
que han existido o que están en vías de formación en diferentes países: Grupo RDA México,
Grupo de Interés RDA Chile, Grupo de Trabajo sobre RDA (Argentina), Foro RDA (Colombia),
Grupo RDA Perú y Grupo RDA Brasil.
4 La nueva versión de RDA, RDA Toolkit 2020
El 15 de diciembre de 2010 se hizo pública la nueva versión de RDA incluida en el RDA
Toolkit, la cual fue desarrollada tomando en consideración el modelo LRM.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
43
Figura 3 – Entidades LRM
Fuente: IFLA, 2017.
Como puede ser observado en la figura 3, las entidades consideradas en este modelo
son similares a las del modelo FRBR, sin embargo, cabe resaltar que se agregó la entidad
nomen, siendo esta las diversas formas en que denomina a las demás entidades.
Por otro lado, en RDA se ha incorporado nuevos conceptos, como el de elemento, el
cual integra a los atributos y relaciones de una entidad (KATE, 2021). Los elementos pueden
ser registrados de cuatro formas: desde una forma no estructurada, es decir totalmente libre;
una forma semiestructurada, a través de catalogos de autoridad; por medio de identificadores
como el ISBN, o bien por IRIs (International Uniform Identifiers) o URIs (Uniform, Resource
Identifiers) (GLENNAN, 2019). Sobre este último aspecto se puede mencionar que el escritor
Mario
Vargas
Llosa
puede
ser
identificado
con
el
URI
http://id.loc.gov/authorities/names/n79079153.html y su obra “La Ciudad y los Perros” por el
URI http://www.worldcat.org/oclc/460606350. Adicionalmente, la relación entre este autor y
su obra puede ser expresada en el modelo RDF (Resource Description Framework) a través de
URIs, tal y como se muestra en la figura 4.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
44
Figura 4 – Relación RDA
Fuente: MARTÍNEZ; HERNÁNDEZ, 2021, p. 109-110.
5 Consideraciones finales
RDA se ha transformado de un estándar que proporcionaba lineamientos para la
creación de metadatos en las bibliotecas para apoyar la localización, identificación y
generación de relaciones de sus recursos, a una fuente que proporciona alternativas para el
registro de los elementos (atributos y relaciones) de las entidades, con las posibilidades de
utilizar el modelo RDF para el manejo de los datos bibliográficos como datos ligados con el fin
de lograr su inclusión en la Web Semántica. Indudablemente, esta situación ha traído consigo
nuevos retos para la utilización de este estándar en las bibliotecas de América Latina y el
Caribe, los que podrán ser enfrentados a través de la cooperación para comprender la
estructura y características de esta nueva versión de RDA.
Referencias
BARBER, Elsa. Acciones desarrolladas por el Grupo de Trabajo RDA para América Latina y el
Caribe, periodo octubre de 2018 a octubre 2019. 2019.
CUTTER, Charles A. Rules for a printed dictionary catalog. Washington: Government Printing
Office, 1876.
GLENNAN, Kathy. RDA Beta Toolkit: Present and Future. 2° Coloquio sobre RDA-21 October
2019. 2019. Disponible en: http://www.rda-rsc.org/sites/all/files/Glennan%20RDA%20Beta
%20Toolkit%20Present%20and%20Future.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Martínez Arellano
45
IFLA. Modelo de Referencia Bibliotecaria de la IFLA: Modelo Conceptual para la Información
Bibliográfica. IFLA. Haag Netherlands, 2017. Disponible en:
https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-es.pdf
KATE, James. RDA Concepts - Elements. 2021. Disponible en:
https://www.youtube.com/watch?v=EEJ2PPDoTEk
MARTÍNEZ, Filiberto; HERNÁNDEZ, Nallely. Datos ligados en los catálogos de autoridad. In:
MARTINEZ, F.F., SALGADO, S., DE LA ROSA, M. (coord.). Retos de la implementación de
RDA en América Latina. Bogotá D.C.- Colombia: Rojas Eberhard Editores, 2019. p. 97-117.
ISBN 978-958-751-017-1.
TILLET, Barbara. El modelo FRBR (Requerimientos Funcionales para Registros Bibliográficos).
2003. Disponible en: https://loc.gov/catdir/cpso/frbrspan.pdf
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Contextos de la aplicación de RDA en América Latina
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Filiberto Felipe Martínez Arellano
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
es
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
América Latina
Bibliotecas nacionales
IFLA-LRM
Description
An account of the resource
En 2010 fue publicado RDA y su versión digital, RDA Toolkit. RDA toma en cuenta las tareas del usuario, localizar recursos de información, identificar sus características para evaluar su utilidad y obtenerlos, sin embargo, consideró una tarea más, relacionar recursos, un aspecto importante con el surgimiento de múltiples formatos para un mismo recurso. En 2017 la IFLA publicó el modelo LRM (Library Reference Model), siendo una nueva perspectiva para la organización de la información y la catalogación. En 2016 surgió el Proyecto 3R con el objetivo de Restructurar y Rediseñar RDA. Después de haberse publicado diversas versiones preliminares del nuevo RDA, la versión final, en donde se incorporó LRM, fue liberada el 15 de diciembre de 2020. El uso y aplicación de RDA y el surgimiento de una nueva versión implica diversos retos para las bibliotecas de América Latina y el Caribe, los que se presentan en esta contribución.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6235/2022-desafios-estrategias-metodologicas-ensino-rda.pdf
d8593a3f772d614243b5441982047aa2
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Desafios e estratégias metodológicas
para o ensino da RDA
Challenges and methodological strategies for RDA teaching
Felipe Augusto Arakaki
Professor do Curso de Biblioteconomia da Universidade de Brasília (UNB). Doutor em Ciência
da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5324289839207169
ORCID: http://orcid.org/0000-0002-3983-2563
E-mail: felipe.arakaki@unb.br
Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal do Espírito Santo
(UFES). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1072374287964657
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-5480-4106
E-mail: paula.goncalez@ufes.br
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Biblioteconomia da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Doutora em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
A reestruturação e redesenho da Resource Description and Access apresentou desafios para o ensino de
catalogação nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Baseado no modelo conceitual
IFLA LRM, a RDA favorece a construção de dados de bibliotecas no contexto do Linked Data. Isso exige
uma mudança significativa nos planos de ensino de catalogação e outras disciplinas relacionadas.
Diante desta nova configuração, uma preocupação recorrente para professores de catalogação está em
como propor estratégias de ensino para bibliotecários e alunos de graduação sobre os conteúdos da
RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é identificar estratégias metodológicas para o
ensino da RDA a partir da literatura existente. Como resultados e análise, foram recuperados 13
trabalhos apresentados em congressos e artigos que continham esses termos em seu título, em suas
palavras chave ou em seu resumo. Considera-se que o conhecimento de quais metodologias foram
adotadas por outros professores pode facilitar em estabelecer estratégias metodológicas para o ensino
da RDA.
Palavras-chave: RDA. Estratégias de ensino. Catalogação.
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
32
Abstract
The restructuring and redesign of the Resource Description and Access presented challenges for the
teaching of cataloging in the Librarianship and Information Science. Based on the IFLA LRM, RDA
favors the construction of library data in the context of Linked Data. This requires a significant change
in the teaching plans for cataloging and other related disciplines. Given this new configuration, a
recurrent concern for cataloging professors is how to propose teaching strategies for librarians and
undergraduate students about the content of the RDA? From this perspective, the objective of this work
is to identify methodological strategies for teaching RDA from the existing literature. As results and
analysis, 13 papers presented in conferences and articles that contained these terms in their title, in
their keywords or in their abstract were retrieved. It is considered that the knowledge of which
methodologies have been adopted by other teachers can facilitate the establishment of methodological
strategies for teaching RDA.
Keywords: RDA. Teaching Strategies. Cataloguing.
1 Introdução
Com a implementação de novos instrumentos da catalogação, nascem novos desafios e
perspectivas de ensino e de aprendizagem para os cursos de Biblioteconomia e Ciência da
Informação. Atualmente, esse desafio é notado pela inserção da Resource Description and
Access (RDA) em sala de aula. Na sua última publicação, em dezembro de 2020, a RDA foi
reestruturada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e capítulos, apresentando
uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por meio da modelagem da
IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Com essa nova estrutura, os planos de ensino de catalogação que pretendem abarcar
esses novos conteúdos, precisarão ser reformulados, assim como as estratégias metodológicas
de ensino precisam ser atualizadas. Posto isto, questiona-se quais as possibilidades ou
estratégias que os cursos e disciplinas de catalogação podem oferecer aos bibliotecários e
alunos de graduação sobre os conteúdos da RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste
trabalho é identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da literatura
existente.
É importante lembrar que a formação de profissionais capacitados para manusear o
novo RDA, ao pensar em estratégias metodológicas para ensino e aprendizagem para a fixação
de conteúdos, demanda tempo e dedicação por parte do professor, que antes de tudo precisa
conhecer, entender e se capacitar na RDA. Desta forma, este trabalho apresentou além da
introdução, problema e objetivo, uma seção com os procedimentos metodológicos da pesquisa.
Posteriormente, foram apresentados nos resultados e discussões, 13 trabalhos e artigos
científicos que apresentaram discussões e estratégias metodológicas sobre o ensino da RDA.
Por fim, foram apresentadas as considerações finais.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
33
2 Procedimentos metodológicos
A pesquisa consiste em uma pesquisa exploratória na literatura científica, nacional e
internacional, sobre a temática do ensino de RDA. Para a identificação e verificação dos
resultados foi realizada uma busca nos últimos cinco anos (2016-2021) na base de dados
Library & Information Science Abstracts (LISA). Foram utilizados os termos educação, ensino e
RDA para busca. A busca foi realizada ainda nos eventos: I Encontro de RDA no Brasil (2019),
nos três colóquios sobre RDA na América Latina e no Caribe (2018-2020) e no Encontro
Nacional em Ciência da Informação (2014 a 2019). Após a leitura e análise, foram identificados
os artigos que trazem o ensino do RDA como temática, descritos na seção 3.
3 Resultados e discussões
Com o intuito de verificar as estratégias metodológicas utilizadas no ensino da RDA,
foram identificados 13 trabalhos que discorrem sobre a temática de ensino da RDA. Este
universo é composto por cinco artigos e oito trabalhos apresentados em eventos específicos da
RDA, conforme elencados abaixo.
No que tange às práticas de ensino e metodologias de aprendizagem do RDA, a busca
na base de dados LISA, foi possível identificar apenas um trabalho que discutiu e apresentou
estratégias de ensino, como exercícios práticos e questionário interativos. (SHADLE; ZIRPOLI,
2019).
Guillén Jiménez e Hernández Arroyo (2020) da Universidade de Costa Rica relataram a
capacitação dos professores por meio de metodologias em aulas presenciais, com destaque
para a criação de jogos on-line na plataforma Kahoot! e um Quiz. Talavera Ibarra e Zavala
Barrios (2020) relataram a experiência de ensino no Peru, na implementação da RDA, foi feita
a capacitação de pessoal a partir de congressos e seminários e a realização de cursos e oficinas,
com atividades teóricas e práticas. Reis e Silva (2020) apresentaram em seu trabalho a
trajetória do ensino do RDA desde o ano de 2011, e apresentaram a metodologia utilizada em
aulas de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás no que diz respeito ao ensino da
RDA.
Calvo Sanches no ano de 2020, apresentou a atualização da grade curricular da Escola
de Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica, em que, para o
ensino da RDA, se valem do uso de metodologias ativas de aprendizagem. Lourenço, Dias,
Lima, Maculam e Aganette, em artigo publicado em 2020, relatam a experiência de ensino da
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
34
UFMG no ensino da disciplina de Introdução de RDA, a partir do uso do manual de ensino de
RDA de Margareth Mering.
No México, Martínez Arellano, Rosa Valgañón e Espino Rivera (2019) apresentaram o
plano de ensino aprovado no ano de 2013, que diante a uma perspectiva construtivista
apontam metodologias de ensino utilizadas no ensino do RDA.
No Brasil, Lourenço e Diaz (2019), propõem um case em que o aluno deve identificar
as entidades do FRBR, fazem pesquisa exploratória no site do RDA. As autoras se basearam no
o manual “The RDA Workbook” de Margaret Merin.
No Segundo Colóquio de RDA, Calvo Sanches (2019) apresentou a incorporação da
RDA nos programas do curso da Escola de Documentação e Biblioteconomia da Universidade
Nacional de Costa Rica. No mesmo evento, Durán Garzón (2019) explanou sobre a formação e
atualização do pessoal na biblioteca Acadêmica da Colômbia. Entretanto, nenhum registro dos
dois trabalhos foram encontrados.
Em seu artigo Sandle (2019), apresentou os conteúdos do Workshop Introduction to
Serials Cataloging with Resource Description and Access (RDA) e a metodologia utilizada para a
fixação do conteúdo. Salta (2018) apresentou a tradução de materiais para treinamento da RDA
por vídeos, textos e exercícios. Dunsire, Fritz e Fritz (2017), publicaram o artigo em que
apresentam um estudo de caso do RIMMF como um software desenvolvido para a manutenção
de dados bibliográficos em RDA. Outro trabalho sobre o mesmo software, foi de Belpassi
(2016) que apresentou ações para o ensino com a RDA.
A partir do levantamento, observou-se que a implementação dos novos instrumentos
da catalogação e especificamente o ensino da RDA nos cursos de graduação de
biblioteconomia se faz urgente frente à demanda.
4 Considerações finais
Diante do exposto, a ferramenta RIMMF - RDA in Many Metadata Formats, criada no
ano de 2011, pode ser utilizada na criação e edição de dados em conformidade com a RDA, ou
seja, esta é uma ferramenta de treinamento de catalogação, que auxiliará professores no
ensino da RDA e por conseguinte o pensamento FRBR.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
35
Por fim, conclui-se que é necessário a investigação de metodologias para o ensino da
prática do uso da RDA nos cursos de graduação, bem como, sobre a capacitação e colaboração
entre os profissionais e acadêmicos para formulação de estratégias metodológicas para que
seja possível visualizarmos uma forma mais fluida de fazer a catalogação.
Referências
BELPASSI, E. RIMMF software: rda thinking in action. Jlis.It, [S.L.], v. 7, n. 1, p. 207-223, 15
jan. 2016. Università di Firenze Dipartimento di Storia, Archeologia, Geografia, Arte e
Spettacolo. Disponível em: http://dx.doi.org/10.4403/jlis.it-11495. Acesso em: 25 out. 2021
CALVO SÁNCHEZ, L. Experiencia metodológica utilizada por las docentes de la Escuela de
Bibliotecología Documentación e Información en la incorporación de RDA en los programas
de curso. In: COLOQUIO SOBRE RDA NA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 2., 2019, Chile.
Anais [...] . Chile: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, 2019. p. 1-1.
CALVO SÁNCHEZ, L. Experiencia metodológica utilizada por las docentes de la Escuela de
Bibliotecología, Documentación e Información en la incorporación de RDA en los programas
de curso. Bibliotecas, [S.L.], v. 38, n. 1, p. 1-22, 13 mar. 2020. Universidad Nacional de Costa
Rica. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15359/rb.38-1.2. Acesso em: 25 out. 2021
DUNSIRE, G.; FRITZ, D.; FRITZ, R. Instructions, Interfaces, and Interoperable Data: the rimmf
experience with rda revisited. Cataloging & Classification Quarterly, [S.L.], v. 58, n. 1, p.
44-58, 4 dez. 2019. Informa UK Limited. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1080/01639374.2019.1693465. Acesso em: 25 out. 2021
DURÁN GARZÓN, I. El proceso de implementación de la norma RDA a partir de la
capacitación y actualización del personal encargado del área en una Biblioteca Académica
Colombiana. In: COLOQUIO SOBRE RDA NA AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 2., 2019,
Chile. Anais [...]. Chile: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, 2019. p. 1-1.
GUILLÉN JIMÉNEZ, G.; HERNÁNDEZ ARROYO, W. Experiencia de los docentes de la Escuela
de Bibliotecología y Ciencias de la Información de la Universidad de Costa Rica en la
implementación de RDA, mediante el uso de nuevas herramientas de aprendizaje. In:
COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México. Anais [...].
México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em:
https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/Ginette.pdf . Acesso em:
24 set. 2021.
LOURENÇO, C. A.; DIAS, C. C. Ensino de RDA: relato de experiência a partir do manual “The
RDA workbook” de Margaret Mering. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019,
Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7.
Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Arakaki; Gonçalez; Simionato Arakaki
36
LOURENÇO, C. de A.; DIAS, C. da C.; LIMA, G. Â. de; MACULAN, B. C. M. dos S.;
AGANETTE, E. C. Os Desafios do ensino de RDA em cursos de Biblioteconomia. Revista
Brasileira de Educação em Ciência da Informação, [S.L.], v. 7, n. 2, p. 69-88, 23 dez. 2020.
Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação (REBECIN). Disponível em:
http://dx.doi.org/10.24208/rebecin.v7i2.203. Acesso em: 25 out. 2021
MARTÍNEZ ARELLANO, F.F.; ROSA VALGAÑÓN, P. de la; ESPINO RIVERA, M. de los A.
RDA en las aulas: una experiencia docente. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019,
Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7.
Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
REIS, F.; SILVA, L. C. Ensino do código RDA: processos e desafios na implantação no curso de
Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1.,
2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 25 out. 2021
SALTA, G. Traducción al español de los materiales de entrenamiento de RDA. In: COLOQUIO
SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 1., 2018, México. Anais [...] . México:
Universidad Nacional Autónoma de México, 2018. p. 1-19. Disponível em: https://coloquiorda.iib.unam.mx/files/rda/programa/Presentacion_SALTA_BNMM_Argentina_Coloquio_RDA
_Mexico.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
SHADLE, S.; ZIRPOLI, A. Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and
Accss (RDA). The Serials Librarian, [S.L.], v. 76, n. 1-4, p. 9-15, 2 maio 2019. Informa UK
Limited. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1080/0361526x.2019.1579694. Acesso em: 25 out.
2021
TALAVERA IBARRA, A. M.; ZAVALA BARRIOS, C. RDA: experiencias de capacitación en
Perú. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México.
Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em:
https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/
Ana_Mara_Talavera_Ibarra.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6235/desafios-estrategias-ensino-rda.pdf
bc6aeda5e73c1d3a87a7f4103de997da
PDF Text
Text
Desafios e estratégias metodológicas para o
ensino da RDA
Felipe Augusto Arakaki (UNB)
Paula R. V. A. Gonçalez (UFES)
Ana Carolina S. Arakaki (UFSCar)
2021
�Novos
Instrumentos da
Catalogação
Desafios e perspectivas de ensino e de
aprendizagem para os cursos de
Biblioteconomia e Ciência da Informação.
�Inserção da Resource Description and Access
(RDA) em sala de aula
Dezembro 2020 – Reestruturação da RDA
Deixa de ter regras numeradas, seções, apêndices e capítulos, apresentando
uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por meio da
modelagem da IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
�Nova Estrutura
• Planos de ensino de catalogação precisarão ser
reformulados, Estratégias metodológicas de ensino
precisam ser atualizadas.
• Formação de profissionais capacitados para manusear o
novo RDA.
• Professor precisa conhecer, entender e se capacitar na
RDA.
�A PESQUISA
Objetivo
• Identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da
literatura existente
Procedimentos metodológicos
• Tipo de pesquisa: exploratória com abordagem qualitativa, literatura
•
•
•
•
nacional e internacional sobre a temática do ensino de RDA
Base de dados: Scopus e Library and Information Science Abstract (LISA)
Eventos: I Encontro de RDA no Brasil (2019), nos três colóquios sobre RDA
na América Latina e no Caribe (2018-2020) e no Encontro Nacional em
Ciência da Informação (2014 a 2019)
Período: 2016 a 2021
Critério de inclusão: Foram utilizados os termos educação, ensino e RDA
para busca
�Resultados e Discussões
Identificação de 13 trabalhos sobre a temática de ensino da RDA.
• Cinco artigos
• Oito trabalhos apresentados em eventos específicos da RDA
• A prática de ensino e metodologias de aprendizagem do RDA, na base de
dados LISA, foi identificado apenas um trabalho - que discutiu e apresentou
estratégias de ensino, como exercícios práticos e questionário interativos
�Resultados e Discussões
• Universidade de Costa Rica - capacitação dos professores por meio de metodologias em
aulas presenciais, com destaque para a criação de jogos on-line na plataforma Kahoot! e
um Quiz.
• No Peru, na implementação da RDA, foi feita a capacitação de pessoal a partir de
congressos e seminários e a realização de cursos e oficinas, com atividades teóricas e
práticas.
• da Escola de Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica, o
ensino da RDA, adotou metodologias ativas de aprendizagem.
• Na UFMG no ensino da disciplina de Introdução de RDA, a partir do uso do manual de
ensino de RDA de Margareth Mering.
• No México, apresentaram o plano de ensino aprovado no ano de 2013, que diante a uma
perspectiva construtivista apontam metodologias de ensino utilizadas no ensino do RDA.
�Resultados e Discussões
• Foi apresentada a incorporação da RDA nos programas do curso da Escola de
Documentação e Biblioteconomia da Universidade Nacional de Costa Rica.
• Há uma indicação sobre a formação e atualização do pessoal na biblioteca Acadêmica
da Colômbia. Entretanto, nenhum registro dos dois trabalhos foram encontrados.
• Workshop Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and Access
(RDA)
• Tradução de materiais para treinamento da RDA por vídeos, textos e exercícios
• Estudos de caso do RIMMF como um software desenvolvido para a manutenção de
dados bibliográficos em RDA e ações para o ensino com a RDA.
�Conclusões
• A ferramenta RIMMF - RDA in Many Metadata Formats, criada no ano de
2011, pode ser utilizada na criação e edição de dados em conformidade com
a RDA, ela auxiliará professores no ensino da RDA e por conseguinte o
pensamento FRBR.
• Se faz necessário a investigação de metodologias para o ensino da prática do
uso da RDA nos cursos de graduação; capacitação e colaboração entre os
profissionais e acadêmicos para formulação de estratégias metodológicas
para que seja possível visualizarmos uma forma mais fluida de fazer a
catalogação.
�Referências
BELPASSI, E. RIMMF software: rda thinking in action. Jlis.It, [S.L.], v. 7, n. 1, p. 207-223, 15 jan. 2016. Università di Firenze Dipartimento di Storia, Archeologia, Geografia, Arte e Spettacolo. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.4403/jlis.it-11495 . Acesso em: 25 out. 2021
CALVO SÁNCHEZ, L. Experiencia metodológica utilizada por las docentes de la Escuela de Bibliotecología Documentación e Información en la incorporación de RDA en los programas de curso. In: COLOQUIO SOBRE RDA NA AMÉRICA
LATINA Y EL CARIBE, 2., 2019, Chile. Anais [...] . Chile: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, 2019. p. 1-1
CALVO SÁNCHEZ, L. Experiencia metodológica utilizada por las docentes de la Escuela de Bibliotecología, Documentación e Información en la incorporación de RDA en los programas de curso. Bibliotecas, [S.L.], v. 38, n. 1, p. 1-22, 13
mar. 2020. Universidad Nacional de Costa Rica. Disponível em: http://dx.doi.org/10.15359/rb.38-1.2. Acesso em: 25 out. 2021
DUNSIRE, G.; FRITZ, D.; FRITZ, R. Instructions, Interfaces, and Interoperable Data: the rimmf experience with rda revisited. Cataloging & Classification Quarterly, [S.L.], v. 58, n. 1, p. 44-58, 4 dez. 2019. Informa UK Limited.
http://dx.doi.org/10.1080/01639374.2019.1693465.
DURÁN GARZÓN, I. El proceso de implementación de la norma RDA a partir de la capacitación y actualización del personal encargado del área en una Biblioteca Académica Colombiana. In: COLOQUIO SOBRE RDA NA AMÉRICA
LATINA Y EL CARIBE, 2., 2019, Chile. Anais [...] . Chile: Biblioteca del Congreso Nacional de Chile, 2019. p. 1-1.
GUILLÉN JIMÉNEZ, G.; HERNÁNDEZ ARROYO, W. Experiencia de los docentes de la Escuela de Bibliotecología y Ciencias de la Información de la Universidad de Costa Rica en la implementación de RDA, mediante el uso de nuevas
herramientas de aprendizaje. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México. Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2020. p. 1-19. Disponível em: https://coloquiorda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/Ginette.pdf . Acesso em: 24 set. 2021.
LOURENÇO, C. A.; DIAS, C. C. Ensino de RDA: relato de experiência a partir do manual “The RDA workbook” de Margaret Mering. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da
UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
LOURENÇO, C. de A.; DIAS, C. da C.; LIMA, G. Â. de; MACULAN, B. C. M. dos S.; AGANETTE, E. C. Os Desafios do ensino de RDA em cursos de Biblioteconomia. Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação, [S.L.], v. 7, n.
2, p. 69-88, 23 dez. 2020. Revista Brasileira de Educação em Ciência da Informação (REBECIN). ). Disponível em: http://dx.doi.org/10.24208/rebecin.v7i2.203 Acesso em: 25 out. 2021
MARTÍNEZ ARELLANO, F.F.; ROSA VALGAÑÓN, P. de la; ESPINO RIVERA, M. de los A. RDA en las aulas: una experiencia docente. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis: Editora da
UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 24 set. 2021.
REIS, F.; SILVA, L. C. Ensino do código RDA: processos e desafios na implantação no curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Goiás. In: ENCONTRO DE RDA NO BRASIL, 1., 2019, Florianópolis. Anais do […]. Florianópolis:
Editora da UDESC, 2019. ISBN: 978-85-8302-179-7. Disponível em: https://rdanobrasil.org/anais-2019. Acesso em: 25 out. 2021
SALTA, G. Traducción al español de los materiales de entrenamiento de RDA. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 1., 2018, México. Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2018. p.
1-19. Disponível em: https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/programa/Presentacion_SALTA_BNMM_Argentina_Coloquio_RDA_Mexico.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
SHADLE, S.; ZIRPOLI, A. Introduction to Serials Cataloging with Resource Description and Accss (RDA). The Serials Librarian, [S.L.], v. 76, n. 1-4, p. 9-15, 2 maio 2019. Informa UK Limited. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.1080/0361526x.2019.1579694. Acesso em: 25 out. 2021
TALAVERA IBARRA, A. M.; ZAVALA BARRIOS, C. RDA: experiencias de capacitación en Perú. In: COLOQUIO SOBRE RDA EN AMÉRICA LATINA Y EL CARIBE, 3., 2020, México. Anais [...] . México: Universidad Nacional Autónoma de
México, 2020. p. 1-19. Disponível em: https://coloquio-rda.iib.unam.mx/files/rda/Presentaciones3coloquio/Ana_Mara_Talavera_Ibarra.pdf. Acesso em: 24 set. 2021.
�Obrigada pela atenção!
Felipe Augusto Arakaki
[fe.arakaki@gmail.com]
Paula Amorim Gonçalez
[paula.goncalez@ufes.br]
Ana Carolina Simionato Arakaki
[acsimionato@ufscar.br]
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Desafios e estratégias metodológicas para o ensino da RDA
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Felipe Augusto Arakaki
Paula Regina Ventura Amorim Gonçalez
Ana Carolina Simionato Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
Estratégias de ensino
Catalogação
Description
An account of the resource
A reestruturação e redesenho da Resource Description and Access apresentou desafios para o ensino de catalogação nos cursos de Biblioteconomia e Ciência da Informação. Baseado no modelo conceitual IFLA LRM, a RDA favorece a construção de dados de bibliotecas no contexto do Linked Data. Isso exige uma mudança significativa nos planos de ensino de catalogação e outras disciplinas relacionadas. Diante desta nova configuração, uma preocupação recorrente para professores de catalogação está em como propor estratégias de ensino para bibliotecários e alunos de graduação sobre os conteúdos da RDA? A partir dessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é identificar estratégias metodológicas para o ensino da RDA a partir da literatura existente. Como resultados e análise, foram recuperados 13 trabalhos apresentados em congressos e artigos que continham esses termos em seu título, em suas palavras chave ou em seu resumo. Considera-se que o conhecimento de quais metodologias foram adotadas por outros professores pode facilitar em estabelecer estratégias metodológicas para o ensino da RDA.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/38/6135/Dos_silos_de_informação_à_web_dos_dados_2.pdf
f0601adcf5b39afee80c403a5d69526a
PDF Text
Text
DOS SILOS DE INFORMAÇÃO À WEB
DOS DADOS
Liliana Giusti Serra
Doutora em Ciência da Informação / Universidade Estadual Paulista (UNESP)
Mestre em Ciência da Informação / Universidade de São Paulo (USP)
Profissional da Informação do SophiA / Philos
�CATÁLOGO
“É um meio de comunicação, que veicula mensagens
sobre registros do conhecimento, de um ou vários
acervos, reais ou ciberespaciais, apresentando-as com
sintaxe e semântica próprias e reunindo os registros do
conhecimento por semelhança, para os usuários desses
acervos”
MEY & SILVEIRA, 2009, p. 12
2
�FUNÇÕES DO CATÁLOGO
Permitir encontrar uma obra através de seu título, autor ou
assunto
Identificar as obras que uma biblioteca possui (inventário)
Auxiliar na escolha de uma obra por sua edição, tipologia etc.
(Cutter, 1904)
Prover informações sobre como acessar o recurso
(Jin, 2013)
Analógico ou Digital
�Panizzi
1839
Cutter
CÓDIGOS DE
CATALOGAÇÃO
ALA
AACR2
1876
1941
1967
AACR1
RDA
1978
2010
�REPRESENTAÇÃO
Regras para descrição de recursos
Registros sem vínculo entre si
Autoridades criam vínculos entre registros com mesmo autor/assunto
Cooperação entre instituições
Formatos de intercâmbio perpetuando esta compreensão
Metadados opacos (beco sem saída)
�����INTERCÂMBIO DE REGISTROS
Compartilhar dados estruturados
Registros bibliográficos: dados de recursos
Registros de autoridades: pessoas, assuntos, locais, eventos etc.
Formatos de intercâmbio usados por bibliotecas:
MARC 21 (bibliográfico e autoridade)
Dublin core
ISO2709
Protocolo z39.50
Protocolo OAI-PMH (Open Archives Initiative – Protocol for Metadata Harvesting)
�FORMATO MARC
Permitiu a automação dos catálogos
Desenvolvido nos anos 1967-1968, por
Henriette Avram
Outras aplicações
Adaptações para suportar avanços tecnológicos,
principalmente descrição de conteúdo digital
Limites para descrição e estrutura engessada
Não suporta a Web dos dados
Avram entregando a Richard Coward fita
magnética com 9.300 registros bibliográficos,
1967 (COYLE, 2016)
�020 ## |a 978-85-85637-34-7
100 1# |a Tammaro, Anna Maria
245 12 |a A biblioteca digital / |c Anna Maria Tammaro, Alberto Salarelli ;
tradução de Antonio Agenor Briquet de Lemos
260 ## |a Brasília : |b Briquet de Lemos, |c 2008
300 ## |a 378 p.
500 ## |a Título original: La biblioteca digitale
504 ## |a Bibliografia
650 14 |a Bibliotecas digitais
650 14 |a Bibliotecas digitais |x Administração
650 14 |a Biblioteconomia |x Inovações tecnológicas
650 14 |a Livros eletrônicos
650 14 |a Tecnologia da informação
700 1# |a Salarelli, Alberto
700 1# |a Lemos, Briquet de |e trad
�SILOS
Silos são construções destinadas ao
armazenamento e conservação de grãos
secos, sementes, cereais e forragens
verdes (Prof. Orlando Carneiro, aula
inaugural na ESALQ em 1948)
Os silos de dados são conjuntos de dados ou sistemas
independentes que não se relacionam com os demais
dentro de uma organização. Frequentemente apenas um
grupo limitado de profissionais tem conhecimento ou
acesso aos recursos de dados disponíveis.
https://oestatistico.com.br/silos-de-dados-quebrando-tudo/
��WEB SEMÂNTICA (WS)
A Web Semântica trará estrutura ao significado do conteúdo de sítios da
Web, criando um ambiente onde agentes de softwares podem perambular
de um sítio a outro, prontos para executarem tarefas para os usuários
(BERNERS-LEE; HENDLER; LASSILA, 2001, p. 1, tradução nossa)
Interligar dados de forma que sejam legíveis para humanos e máquinas
Transição da Web dos documentos para a Web dos dados
Presença de ontologias
Problemas: ambiguidades e falta de consistência dos dados
�LINKED DATA (LD)
LINKED DATA (LD)
Uso do modelo Resource Description Framework (RDF) para publicar dados
Presença de Uniform Resource Identifer (URIs) para explicitar a relação entre
entidades
BYRNE & GODDARD, 2010
Aplicação da Web semântica
Interligação de dados com outros dados, legíveis por máquinas, com
significados e relações entre os termos definidos explicitamente
Conjunto de boas práticas para publicação de dados (W3C)
Representação por meio de grafos
�TRIPLAS
Recurso
Propriedade
URI
URI
Recurso
URI
Valor
Literal
Propriedade
URI
Valor
URI
Vocabulários e ontologias para estabelecer a descrição
�Tubarões
���Emmy Award
Wild life filmmaker
Vinculados pela autoridade
���OPAC
�O Endurance, barco comandado por Sir Ernest Shackleton, afundou
em sua tentativa de cruzar a Antártica em 14/02/1915
Ernest Shackleton
�Relatos sobre as expedições de Robert Falcon Scott à região
antártica entre 1901 e 1904 e entre 1910 e 1912
Robert Falcon Scott
�Relatos sobre a primeira expedição ao Polo Sul, realizada por
Roald Amundsen em 1911
Roald Amundsen
�O Titanic, da White Star Line, afundou na rota
Southampton-New York em 14/04/1912
�O Príncipe de Asturias, operado pela Pinillos Izquierdo y Cia,
afundou na costa da Ilha Bela em 04/03/1916
�DADOS
OPACs estão na Web, porém os dados estão trancados nos catálogos
Catálogo é um silo de dados
em relação a outras instituições
em relação à Web
em relação ao próprio catálogo (silo do silo)
�WEB SEMÂNTICA E BIBLIOTECAS
Bibliotecas não podem se manter na estrutura de silos de informação (BERMÈS, 2013; W3C
LD INCUBATOR GROUP, 2011; BYRNE; GODDARD, 2010)
Bibliotecas podem ser fontes de dados confiáveis e de qualidade para a Web dos dados
(SHIEH; REESE, 2015; W3C LD INCUBATOR GROUP, 2011; SANTOS; ALVES, 2009)
Confiança: fator relevante para o LD (MILLER, 2004), porém complexo aos bibliotecários que
podem não considerar confiáveis dados criados por não bibliotecários (SINGER, 2009)
Presença de datasets
úteis para bibliotecas com dados RDF e não-RDF (PCC, 2018)
Enriquecimento do catálogo, interligação de dados com fontes externas e do próprio acervo,
criação de relacionamentos entre dados: inferências e serendipidade
�AO BUSCAR NO CATÁLOGO
�AO BUSCAR NO CATÁLOGO SEMÂNTICO
Lawrence Wahba
Jacques Cousteau
Marcelo Szpilman
Gabriel Ganme
Amyr Klink
Robert
Ernest Shackleton Roald Amundsen Falcon Scott
�REALIDADE DOS CATÁLOGOS
Diversos recortes em um catálogo
Monteiro Lobato
Machado de Assis
Lygia Fagundes Telles
Erico Veríssimo
�RECORTE 1
https://www.wikidata.org/wiki/Q10358971
https://www.wikidata.org/wiki/Q235795
https://viaf.org/9985617/
https://viaf.org/
viaf/178376506
/
contributor
(tradução)
creator
Nasceu em
18/04/1882
https://www.wikidata.org/wiki/Q10339751
Faleceu em
04/07/1948
https://www.wikidata.org/wiki/Q1196857
�RECORTE 2
https://viaf.org/viaf/206860700/
https://viaf.org/viaf/220067550/
https://viaf.org/viaf/95151633/
creator
Nasceu em
21/06/1839
https://viaf.org/viaf/296790007/
creator
Faleceu em
29/09/1908
https://viaf.org/viaf/183142141/
�RECORTE 3
https://www.wikidata.org/wiki/Q18244008
https://viaf.org/viaf/462150323656909971338/
https://viaf.org/viaf/9817756
contributorOf
(screenplay)
creator
Nasceu em
ccRecipient
19/04/1923
https://www.wikidata.org/wiki/Q16494625
Porto Alegre,
29/10/1974
�RECORTE 4
https://g.co/kgs/TZxtmA
https://viaf.org/viaf/293793670/
creator
https://viaf.org/viaf/7426107/
creator
creator
Porto Alegre,
29/10/1974
Nasceu em
17/12/1905
Faleceu em
28/11/1975
https://viaf.org/viaf/176626861/
�REALIDADE DOS CATÁLOGOS
Diversos recortes em um catálogo
Monteiro Lobato
Machado de Assis
Lygia Fagundes Telles
Erico Veríssimo
Catálogo semântico
+
Enriquecimento de dados
�https://en.wikipedia.org/wiki/Law_School,_
University_of_S%C3%A3o_Paulo
https://viaf.org/viaf/7426107/
https://g.co/kgs/TZxtmA
https://viaf.org/viaf/293793670/
Faculdade de
Direito do Largo do
São Francisco - SP
creator
event
isPartOf
Revolução
Farroupilha
https://g.co/kgs/Ms69vE
isFriendOf
creator
alumniOf
senderMessage
isPartOf
https://viaf.org/viaf/176626861/
ccRecipient
knowsAbout
Porto Alegre, 29/10/1974
https://viaf.org/9985617/
creator
https://viaf.org/viaf/9817756
https://viaf.org/viaf/178376506/
contributorOf
(screenplay)
event
https://viaf.org/viaf/206860700/
https://www.geonames.org/3451133/
creator
isBasedOn
character
participant
https://viaf.org/viaf/462150323656909971338/
https://viaf.org/viaf/95151633/
Capitu
(personagem)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Capitu
�CATÁLOGO
SEMÂNTICO
+
ENRIQUECIMENTO
�WEB DE DADOS
Bibliotecas precisam abrir seus silos de dados
Podem (e devem) colaborar com a Web de dados
Enriquecimento dos catálogos
Criação de vínculos entre registros do catálogo
Compartilhamento com a Web (não somente com outras bibliotecas)
Fonte confiável de dados
�O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior - Brasil (CAPES) - Código de Financiamento 001
LILIANA GIUSTI SERRA
LGIUSTISERRA@GMAIL.COM
�REFERÊNCIAS
BERMÈS, E. Enabling your catalogue for the semantic web. In: CHAMBERS, S. (Ed.). Catalogue 2.0: the future of library catalogue. Chicago:
Neal-Schuman, 2013. p. 117-142.
BERNERS-LEE, T.; HENDLER, J.; LASSILA, O. The semantic web. Scientific American, New York, p. 24-30, May 2001. Disponível em:
https://www.scientificamerican.com/article/the-semantic-web/. Acesso em: 27 jul. 2016.
BYRNE, G.; GODDARD, L. The strongest link: libraries and linked data. D-Lib Magazine, v. 16, n. 11/12, nov./dez. 2010. p. 1-9. Disponível
em: http://www.dlib.org/dlib/november10/byrne/11byrne.html. Acesso em 19 nov. 2018.
COYLE, Karen. The evolving catalog: cataloging tech from scrolls to computers. American Library Magazine, v. 47, n. 1/2, p. 48-53,
Jan./Feb., 2016.
JIN, Q.; SANDBERG, J. A. Implementing RDA at the University of Illinois at Urbana-Champaign library. Technical Services Quarterly, v.
31, n. 3, p. 217-236, 2014. DOI: 10.1080/07317131.2014.908585
MILLER, E. The Semantic Web and digital libraries. DC 2004 / SILF 2004. Shangai, China, 13 out. 2004. Disponível em:
http://dc2004.library.sh.cn/english/prog/ppt/talk.ppt. Acesso em: 14 dez. 2018.
PROGRAM FOR COOPERATIVE CATALOGING. Formulating and obtaining URIs: a guide to commonly used vocabularies and
reference sources. 14 Feb. 2018a. Disponível em: https://www.loc.gov/aba/pcc/bibframe/TaskGroups/formulate_obtain_URI_guide.pdf.
Acesso em: 21 nov. 2018.
SANTOS, P. L. V. A. da C.; ALVES, R. C. V. Metadados e web semântica para estruturação da Web 2.0 e Web 3.0. DataGamaZero: revista de
ciência da informação, v. 10, n. 6, p. 1-9, dez. 2009. Disponível em: http://www.brapci.inf.br/index.php/article/download/52958. Acesso em: 11
nov. 2018
SHIEH, J.; REESE, T. The importance of identifiers in the new Web environment and using the Uniform Resource Identifier (URI) in subfield
zero ($0): a small step that is actually a big step. Journal of Library Metadata, v. 15, p. 208-226, 2015. DOI:
10.1080/19386389.2015.1099981.
SINGER, R. Linked library data now! Journal of Electronic Resources Librarianship, v. 21, p. 114-126, 2009. Disponível em:
https://www.tandfonline.com/doi/pdf/10.1080/19411260903035809?needAccess=true. Acesso em: 14 dez. 2018
WORLD WIDE WEB INCUBATOR GROUP REPORT. Library Linked Data Incubator Group final report. 25 out. 2011. Disponível
em: https://www.w3.org/2005/Incubator/lld/XGR-lld-20111025/. Acesso em: 14 nov. 2018.
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Grupo de Trabalho - Catalogação
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Description
An account of the resource
O <strong>Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-Cat)</strong> foi criado em abril de 2020 a partir da necessidade de ampliar as discussões técnicas da área, bem como contribuir para a promoção de ações pontuais para os catalogadores brasileiros. <br />Tem por objetivos:<br /><ul><li>Estabelecer redes entre diferentes agentes relacionados à catalogação;</li>
<li>Contribuir para a tradução de documentos técnicos da área;</li>
<li>Desenvolver produtos e conteúdos que direcionem os profissionais brasileiros a uma catalogação uniforme.</li>
</ul>
E-mail: <a href="mailto:catalogacao@febab.org.br">catalogacao@febab.org.br</a><br />Saiba mais: <a href="https://www.acoesfebab.com/catalogacao" target="_blank" rel="noreferrer noopener">https://www.acoesfebab.com/catalogacao</a>
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Dos silos de informação à web dos dados
Subject
The topic of the resource
Catalogação; Catálogos; Web semântica; Linked data; Resource Description and Access; RDA; AACR2;
Description
An account of the resource
Recurso de apoio visual (slides) da palestra "Dos silos de informação à web dos dados" veiculada no YouTube (https://youtu.be/IGIrJiJQWg8) no dia 29/09/2020, às 17h, como uma ação do Grupo de Trabalho em Catalogação (GT-CAT) da FEBAB. A palestra abordou temáticas relacionadas a evolução dos catálogos e códigos de catalogação e nas aplicações tecnológicas relacionadas a web semântica e linked data nas teorias e práticas da catalogação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Liliana Giusti Serra
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Grupo de Trabalho em Catalogação
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
29/09/2020
Relation
A related resource
Webinar: Dos silos de informação à web dos dados
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Type
The nature or genre of the resource
Apresentação
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/IGIrJiJQWg8
Language
A language of the resource
pt
Catalogação
Catálogos
GT-Cat
Linked data
Resource Description and Access (RDA)
Web semântica
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6203/RDA_Chile_Angela_por.pdf
5928a1a2723f796e0000cc22ce09725d
PDF Text
Text
Experiência na implementação do
RDA na Biblioteca do Congresso
Nacional do Chile
Ángela Quiroz Ubierna
Biblioteca do Congresso Nacional do Chile
II Encontro de RDA no Brasil
5 de novembro de 2021
�Biblioteca do Congresso Nacional do Chile (BCN-Chile)
A Biblioteca do Congresso Nacional do Chile (BCN) é um serviço comum do Senado e da Câmara
dos Deputados, que tem como missão apoiar a comunidade parlamentar no exercício de suas
funções, gerando informação, conhecimento e assessoria especializada, bem como, promover
instâncias de articulação do Congresso Nacional com os cidadãos, disponibilizando-lhes a
história bibliográfica, documental, jurídica e política do país.
�Experiência de implementação de RDA na
Biblioteca do Congresso Nacional do Chile
�Experiência de implementação de RDA na
Biblioteca do Congresso Nacional do Chile
• Em agosto de 2012 o Projeto foi iniciado:
“Implementação do modelo de catalogação RDA na BCN"
• Com um plano de formação na BCN para bibliotecários e técnicos
bibliotecários do Departamento de Producción de Recursos de
Información da BCN.
�Objetivos da experiência de implantação
Conhecer a ferramenta online RDA Toolkit e seu principal
componente, o RDA: Recursos, Descrição e Acesso;
Enviar proposta de mudança na BCN (Plano de Trabalho);
Trabalhar exemplos reais de registros bibliográficos.
�Metodologia de experiência de implementação
Oficinas teórico-práticas semanais, com duração aproximada de 2
horas por sessão;
Calendário de atividades: agosto a dezembro de 2012;
Treinamento no uso do RDA Toolkit para acessar e aplicar as novas
orientações. Aprender a navegar e pesquisar, personalizar a
ferramenta e encontrar ajuda e recursos adicionais.
�Plano de trabalho
O plano de trabalho foi dividido em duas fases:
•
Fase 1: implementação de novos campos do Formato de Dados
Bibliográficos MARC / RDA
•
Fase 2: trabalhar com Base de Dados de Autoridades (sendo 2013
como uma meta institucional)
�Plano de trabalho
Fase 1
Requisitos de mudança global no Banco de dados de registros
bibliográficos no Software Horizonte (campos MARC/RDA)
�Plano de trabalho
Fase 2
No anos de 2013 e 2014 foi gerado como Meta do Departamento de
Producción aplicar o RDA a um total de 344 registros de
autoridades (Senadores e Deputados), como forma de aprendizado,
através do novo padrão de tratamento de autoridades pessoais;
Do ano de 2015 em diante, continuou-se com o restante dos
autores parlamentares e autores em geral
�Outras atividades realizadas
A BCN participou desde o final de 2010 de uma Comissão Técnica,
coordenada pela Biblioteca Nacional do Chile, com o objetivo de
estudar o novo padrão de catalogação RDA:
RDA-Grupo de Interesse do Chile (GIRCH)
Ativo entre 2010 e 2014
�Outras atividades realizadas
Capacitações
Em outubro de 2012, foi realizado um Encontro para capacitação em RDA na Biblioteca
Nacional do Chile e a reativação do grupo de trabalho GIRCH para definir políticas em
nível nacional.
Nos meses de agosto e setembro de 2013, foi realizado o treinamento sobre o novo
padrão internacional de Catalogação RDA para Registros Bibliográficos no BCN (RDAGrupo de Interesse do Chile, GIRCH)
Em junho de 2016, foi realizado um treinamento para um grupo de bibliotecários da
Biblioteca Nacional do Chile, do Poder Judiciário, da Universidade Católica do Chile e da
Universidade de Santiago do Chile.
Desde 2017, o treinamento em RDA continua.
�Aplicação em nosso sistema
Registro bibliográfico:
�Exemplo: Biblioteca do Congresso
��Visualização no
Catálogo da BCN
�Visualização no
Catálogo da BCN
�Aplicação do RDA no
controle de autoridades
�Registros de Autoridades Pessoais, Entidades Coletivas e Famílias.
008/10 = z (otro)
040 – Fuente de la catalogación
046 – Códigos especiales para fechas
1XX - Nombre
368 - Otros atributos de la entidad corporativa;
370 - Lugar asociado;
371- Dirección;
372 - Actividad;
373 - Grupo asociado;
374 - Ocupación;
375 - Género;
376 - Familia;
377 - Lengua asociada;
378 - Nombre completo de la Persona
4XX – Punto de acceso variante
5XX – Punto de acceso autorizado relacionado
670 – Fuente en que se localizaron datos
675 – Fuente en la que no se localizaron datos
678 – Biografía. Nota pública (definir si se usa)
�RDA Toolkit. Capítulo 9 – Identificación de personas
�Software Horizonte
�Software Horizonte
�Software Horizonte
�Catálogo da BCN
�Catálogo da BCN
�Catálogo da BCN
�Dados abertos vinculados na BCN
�Exemplo: registro de autoridade Pessoa
�Representação da América Latina e Caribe
(2017-2019)
Atividades principais:
Participação em reuniões presenciais (Londres 2017 e 2018; Chicago 2019);
Coleta de informações sobre o desenvolvimento e implementação do RDA na região;
Incentivar e promover a implementação do RDA nas bibliotecas da Região;
Contribuir para a governança do RDA, por meio da internacionalização da norma;
Presença em conferências, seminários, reuniões, congressos e entre outros...
�2017
2018
2019
��Grupos regionais do RDA
Importância dos grupos regionais
EURIG
NORDAC
ORDAC
E na América Latina?
Grupo de Trabajo RDA América Latina, criado em 2018.
�Outras atividades relacionadas com o RDA
no Chile
Projeto Chimenea NACO-Chile
Diploma de E-Learning (Aprendizagem online) em Técnicas de Catalogação de Registros
Bibliográficos de acordo com as diretrizes RDA, FRBR e MARC21 (2021), Universidad de
Concepción
�Outros dados:
Biblioteca Nacional de Colombia. Foro virtual Proyecto Piloto RDA.
http://rda.bibliotecanacional.gov.co/index.php#c2
Biblioteca Nacional Mariano Moreno (Argentina). Grupo de trabajo sobre RDA
https://www.bn.gov.ar/bibliotecarios/grupo-de-trabajo-rda
Biblioteca Nacional de España. Selección de recursos de formación en RDA
http://www.bne.es/es/Inicio/Perfiles/Bibliotecarios/NoticiasBibliotecarias/0228RecursosFormacionRDA.html
Grupo RDA México
https://www.facebook.com/Grupo-RDA-M%C3%A9xico-157929421569746/
Library of Congress. RDA: Resource Description & Access Training Materials.
https://www.loc.gov/catworkshop/RDA%20training%20materials/index.html
RDA Board
http://www.rda-rsc.org/rdaboard
�FINALMENTE…
¡ MUCHAS GRACIAS !
aquiroz@bcn.cl
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Experiência de implementação do RDA na Biblioteca do Congresso Nacional do Chile
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Description
An account of the resource
Esta apresentação compartilha as principais experiências relacionadas à implementação da norma Recursos, Descrição e Acesso (RDA) na Biblioteca do Congresso Nacional do Chile (BCN-Chile). Destacam-se as atividades geradas no início da implantação do RDA, a participação do BCN-Chile no Grupo de Interesse RDA Chile e o trabalho realizado desde o surgimento do RDA e do RDA Toolkit, em 2010, até o momento. Além disso, será compartilhada a experiência de ter sido a instituição representativa da América Latina e do Caribe no Conselho da RDA, no período 2017-2019.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ángela Quiroz Ubierna
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/KUmBzv5mw3E
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6202/RDA_PUCRS_Clarissa.pdf
1fb06ccef8e12d244acd1e18dfd9e0f4
PDF Text
Text
Implementação do RDA na
Biblioteca Central da PUCRS
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação
da Biblioteca da PUCRS
05 nov. 2021
�Sobre a Biblioteca da PUCRS
• Biblioteca Central Irmão José
Otão;
• Acervo originário do Colégio
Rosário de 1940;
• Em 1978 mudou-se para o
prédio de 10.000m2 no
Campus Universitário;
• Em 2008 ocorreu a ampliação
do prédio para 21.000m2.
II Encontro de RDA no Brasil
�Sobre a Biblioteca da PUCRS
• Organização do acervo em
4 áreas;
• Tecnologias de
autoatendimento;
• Espaços para pesquisa
acadêmica e produção do
conhecimento.
II Encontro de RDA no Brasil
��Sobre a Biblioteca da PUCRS
• 3 setores
• Serviços
• Suporte e Desenvolvimento
• Tratamento da Informação
• 6 Grupos de Trabalho
II Encontro de RDA no Brasil
�Setor de Tratamento da Informação
Serviço de
Aquisição
Preparo Técnico
Processamento
Técnico
Laboratório de
Recuperação de
Acervo
II Encontro de RDA no Brasil
�Equipe do Setor de Tratamento da Informação
�Implementação do RDA na Biblioteca da PUCRS
2013
2015
2016
2021
Estudos
teóricos
do RDA
Início da
implementação
do RDA
Implementação
oficial do RDA
Avaliação
constante de
atualizações
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação do RDA na Biblioteca da PUCRS
• Foi um projeto que uniu estudos teóricos e a
prática de catalogação do setor;
• Envolveu uma mudança organizacional;
• Estruturado para realizar esta mudança da forma
menos abrupta e fluida, tanto para equipe
como para o usuário.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catálogo de autoridades
�Implementação no catálogo de autoridades
• Mapeamento dos
tipos de autoridades;
• Atualização das
planilhas de
preenchimento
(templates) para
cada tipo de
autoridade com
campos MARC21;
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo de autoridades
• Atualização das
ajudas de campos
MARC21.
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo de autoridades
Exemplo de ajuda
de campo
MARC21.
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo de autoridades
• Os atributos das autoridades são dados
fidedignos e são consultadas fontes como:
• VIAF (Virtual International Authority File);
• ISNI (International Standard Name Identifier);
• Library of Congress;
• Bibliotecas nacionais de cada país de acordo com a
nacionalidade do autor;
• Sites próprios;
• Currículo Lattes.
II Encontro de RDA no Brasil
�Catálogo bibliográfico
�Implementação no catálogo bibliográfico
• Mapeamento dos tipos de materiais disponíveis no
acervo;
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo bibliográfico
• Atualização das
planilhas de
preenchimento para
cada tipo de material
(templates) e manuais
dos campos MARC21;
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo bibliográfico
• Alteração do
campo 260 para
264;
• Especificidade em
materiais digitais.
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo bibliográfico
• Apoio do Setor de Suporte e Desenvolvimento da Biblioteca;
• Alterações em lote em
campos MARC21 para correção
de abreviaturas;
II Encontro de RDA no Brasil
il. = ilustrações
p. = páginas
et al. = e outros
ca = aproximadamente
�Implementação no catálogo bibliográfico
• Implementação de novos campos MARC21 (33X) de
acordo com diretrizes do RDA, e novos campos locais
(39X) para adequar a saída dos dados;
II Encontro de RDA no Brasil
�Implementação no catálogo bibliográfico
• Inclusão de subcampos para designar a relação das
autoridades com a obra (1XX e 7XX $e), utilizando os
termos padronizados pelo RDA.
II Encontro de RDA no Brasil
�II Encontro de RDA no Brasil
�Registros híbridos
omnis.pucrs.br
Registros
híbridos no
catálogo
II Encontro de RDA no Brasil
�Essencial durante a implementação do RDA
• Treinamento e
capacitação da
equipe da
Biblioteca.
II Encontro de RDA no Brasil
�O que é necessário na adoção do RDA?
• Adaptações nas
políticas de
catalogação;
• Estudo
permanente;
• Liderança da
instituição ciente
da importância.
II Encontro de RDA no Brasil
�Para que seja possível...
Flexibilizar as regras de catalogação e
adequar as diretrizes de acordo com as
necessidades da instituição, conforme
as políticas definidas.
II Encontro de RDA no Brasil
�Desafios na implementação do RDA
• Equipes geralmente
são enxutas;
• Custo da
assinatura do
Toolkit;
• Atualização
contínua das
diretrizes RDA;
II Encontro de RDA no Brasil
�Desafios na implementação do RDA
• Mudança organizacional bem planejada
para não causar ruídos no desenvolvimento
dos processos de trabalho;
• Atualização constante da equipe sobre
RDA e as tendências na catalogação
mundial.
II Encontro de RDA no Brasil
�Sobre atualizações constantes
RDA Original
II Encontro de RDA no Brasil
RDA Oficial
�Finalizando...
RDA permite ampliar as possibilidades de
descoberta de documentos a partir da descrição dos
dados e das relações existentes entre eles.
II Encontro de RDA no Brasil
�Finalizando...
Apesar dos impactos da mudança em modos e fluxos
de trabalho, avalia-se de forma assertiva a adoção
do RDA, pois atende às necessidades da era digital e
oferece mais possibilidades à biblioteca.
II Encontro de RDA no Brasil
�Obrigada!
biblioteca.pucrs.br
clarissa.selbach@pucrs.br
@BibliotecaPUCRS
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Description
An account of the resource
Relato sobre o processo de implementação do Resource Description and Access (RDA) em registros bibliográficos e de autoridade na Biblioteca Central Irmão José Otão, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e como é a experiência da equipe catalogando com as novas diretrizes do RDA desde 2016.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Clarissa Jesinska Selbach
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/KUmBzv5mw3E
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6236/2022-rda-na-biblioteca-central-pucrs.pdf
373fa903691dcc7e122241c72dfcaa89
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Implementação do RDA na Biblioteca Central da
PUCRS
RDA implementation in PUCRS Main Library
Clarissa Jesinska Selbach
Coordenadora do Setor de Tratamento da Informação da Biblioteca da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Graduação em Biblioteconomia (UFRGS).
Especialização em Informática na Educação e Gestão Empresarial (PUCRS).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9478127061244737
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3262-5801
E-mail: clarissa.selbach@pucrs.br
Resumo
Apresenta um breve histórico da Biblioteca Central Irmão José Otão, enunciando sobre a estrutura física
e organizacional, demonstrando mais detalhadamente o Setor de Tratamento da Informação,
responsável pela catalogação da Biblioteca. Relata o processo de implementação do Resource Description
and Access (RDA) na Biblioteca Central da PUCRS, que foi oficialmente adotado em registros
bibliográficos e de autoridade em 2016. Discorre detalhes do processo de trabalho, apresenta as
necessidades, assim como os desafios para a implementação.
Palavras-chave: Biblioteca Central da PUCRS. Resource Description and Access (RDA). Catalogação.
Abstract
It presents a brief history of the Irmão José Otão Main Library, enunciating about the physical and
organizational structure, demonstrating in more detail the Information Treatment Sector, responsible
for library cataloging. It reports on the Resource Description and Access (RDA) implementation process
at the PUCRS Main Library, which was officially adopted in bibliographic and authority records in 2016.
It details the work process, presents the needs and the challenges for implementation.
Keywords: PUCRS Main Library. Resource Description and Access (RDA). Cataloguing.
1 Apresentando a Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca Central da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) está situada na cidade de Porto Alegre, zona leste do estado do Rio Grande do Sul, no
sul do Brasil. Seu nome oficial é Biblioteca Central Irmão José Otão, em homenagem a um dos
importantes reitores da Universidade e sua história inicia em 1940, com o acervo originário do
Colégio Marista Rosário. Em 1978, mudou-se para um prédio de 10.000m2 no Campus
Universitário e em 2008, ocorreu a ampliação do prédio para 21.000m2 distribuídos em 14
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
53
andares. Nesse momento, o acervo foi reorganizado em quatro grandes áreas, partilhadas no 2º
e 3º andares, assim como foram feitos investimentos em tecnologias de autoatendimento.
Além dos andares com acervo corrente, a Biblioteca possui coleções de acervos especiais e
obras raras, ademais de muitos espaços exclusivos para desenvolvimento de pesquisas e
produção do conhecimento, com disponibilidade de salas de estudo individuais e em grupo,
proporcionando um ambiente acolhedor para os estudos. Também há espaços de convivência,
como o Espaço Cultural na entrada da Biblioteca, o Dicas de Leitura (estantes com sugestões
de leitura de lazer para os usuários), o Espaço Aberto (com pufes, TV e quadro branco, que
permitem apoiar o estudo dos alunos) e diversos outros ambientes agradáveis.
A estrutura organizacional é composta pela Coordenação da Biblioteca que coordena
tecnicamente a Biblioteca Central da PUCRS, possuindo sob sua subordinação a equipe da
Secretaria de apoio administrativo, bem como os três setores que organizam o trabalho
desenvolvido para o atendimento das demandas da comunidade acadêmica da Universidade: o
Setor de Serviços (SSA) trata do atendimento propriamente dito, com empréstimo dos
materiais, atendimento e treinamento aos alunos; o Setor de Suporte e Desenvolvimento (SSD)
gerencia as tecnologias e sistemas da Biblioteca; e o Setor de Tratamento da Informação (STI)
realiza o processamento técnico dos materiais do acervo. Além disso, seis Grupos de Trabalho
intersetoriais trabalham buscando melhorias nos processos e serviços, sempre agregando
visões diferentes de cada setor. Cita-se como exemplo, o Grupo de Comunicação, que gerencia
as mídias sociais e as divulgações da Biblioteca; o Grupo de Capacitação, que promove
treinamentos tanto para usuários quanto para funcionários; e o Grupo de Vídeos, que
desenvolve os tutoriais da Biblioteca.
No contexto da catalogação, o Setor de Tratamento da Informação é composto por
quatro subáreas: o Serviço de Aquisição, que administra todas as compras, assinaturas e
recebimento de doações; o Preparo Técnico, onde é realizada a pré-catalogação, além da
preparação física dos materiais impressos; o Processamento Técnico, onde os bibliotecários
realizam a revisão da catalogação, indexação, classificação e o controle de autoridades, além de
outras atividades demandadas; e, por fim, o Laboratório de Recuperação de Acervo, local onde
os materiais da Biblioteca são recuperados, por exemplo, quando é necessário confeccionar
uma nova encadernação, realizar um conserto pontual, repor páginas, preservar obras raras,
entre outras atividades.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
54
2 Implementação do Resource Description and Access (RDA) na Biblioteca da PUCRS
A Biblioteca da PUCRS realiza a catalogação do acervo com base nas diretrizes do
Resource Description and Access (RDA). O histórico do RDA na Biblioteca iniciou em 2013, com
estudos teóricos sobre ele. Em 2015, iniciamos o processo de implementação, sendo oficializada
a adoção do RDA em registros de autoridades e bibliográficos em 2016. Desde então, seguimos
aprimorando nossas práticas e adequando o necessário à nossa realidade.
A implementação foi um projeto que uniu estudos teóricos e a prática de catalogação
do Setor, além de envolver uma mudança organizacional, pois buscou-se o desenvolvimento de
uma atividade visando mudar o estado atual da Biblioteca para uma oportunidade. Por isso, foi
um processo bem estruturado, para realizar esta mudança da forma menos abrupta e mais
fluida, tanto para equipe como para o usuário.
2.1 Catálogo de autoridades
A implementação do RDA iniciou com o catálogo de autoridades e o processo passou
por: mapeamento dos tipos de autoridades disponíveis no catálogo; atualização das planilhas
de preenchimento para cada tipo de autoridade (templates); e atualização dos manuais dos
campos MARC21. Ao iniciar o controle de uma autoridade, abre-se um template em branco,
com campos MARC21 já estabelecidos de acordo com o tipo de autoridade e preenche-se os
atributos conforme localizados nas fontes de pesquisa. Quanto à atualização dos manuais dos
campos MARC21, foram inclusas instruções e exemplos reais que auxiliam na prática diária,
ao consultar diretamente no sistema Aleph, da empresa Proquest/ExLibris.
Para preenchimento dos atributos de autoridades, pesquisa-se em fontes fidedignas,
como: VIAF (Virtual International Authority File); ISNI (International Standard Name Identifier);
Library of Congress; bibliotecas nacionais de cada país de acordo com a nacionalidade do autor;
sites próprios; Currículo Lattes; e outras plataformas de identificação de autores, como o
ORCID.
2.2 Catálogo bibliográfico
No catálogo bibliográfico, da mesma forma que no de autoridades, a implementação
iniciou pelo mapeamento dos tipos de materiais existentes no acervo, sendo verificado mais de
40 tipos diferentes de materiais, registrados em um dos manuais do Setor. Também se realizou
a atualização das planilhas de preenchimento (templates) para cada tipo de material com
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
55
campos MARC21 e atualizou-se os campos de ajuda pertinentes. Ao iniciar a pré-catalogação
de uma obra, abre-se o template em branco com campos MARC21 específicos para o tipo de
material. Alguns campos MARC21 já são preenchidos automaticamente pelo sistema, pois
cada tipo de material, na grande maioria das vezes, possui o mesmo preenchimento dos
campos 33X. Esse comando facilita o trabalho diário e garante a padronização dos metadados.
Outrossim, foi realizada a alteração do campo 260 (publicação, imprenta) para 264
(produção, publicação, distribuição, fabricação e dados de direitos autorais), sendo um dos
campos mais característicos para o uso do RDA, pois permite especificar os dados de
publicação, produção ou até fabricação de uma obra. Entre as vantagens de catalogar em RDA,
está a especificidade em descrever um material e isso é ainda mais percebido em materiais
digitais. Por exemplo, no campo 007, o RDA permite a descrição específica para o tipo de
material digital, onde os valores preenchidos nas posições do campo informam ao sistema as
especificidades do material. Assim como nos campos específicos de descrição física (344, 345 e
347, por exemplo), é possível fornecer informações interessantes para o usuário, como o
tamanho, o tipo e o formato de um arquivo.
Durante todo o processo de implementação, o Setor de Suporte e Desenvolvimento
apoiou as demandas necessárias. Viabilizou-se as configurações dos campos MARC21 para
RDA e, também, alterações em lote em campos MARC21, por exemplo, para a correção de
abreviaturas para sua forma por extenso, como: ‘il.’ para ‘ilustrações’ e ‘p.’ para ‘páginas’.
Além disso, também foi possível alterar a expressão ‘et al.’ para ‘e outros’ e ‘ca’ para
‘aproximadamente’, facilitando o entendimento do usuário ao consultar o catálogo. Foram
implementados novos campos MARC21 (33X) de acordo com diretrizes do RDA, e novos
campos locais (39X) para adequar a saída dos dados. Os campos 39X foram criados para
realizar uma tradução para a linguagem natural dos usuários, por exemplo, o tipo de material
‘livro’, pelos 33X informaria ao usuário que é um ‘texto não mediado em volume’. Para o
usuário, essa descrição não informa um tipo de material real, então adequaram-se os termos
nos campos 39X para ‘livro impresso em papel’, que torna mais compreensível para qualquer
usuário.
Ainda na implementação, foi realizada a inclusão de subcampos para designar a
relação das autoridades com a obra, utilizando os termos padronizados pelo RDA na época no
subcampo $e, tanto do campo 100 quanto do 700. Para auxiliar na recuperação da informação
pelos usuários, também se iniciou a descrição de resumos e sumários das obras nos respectivos
campos MARC21.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
56
Com todas as alterações realizadas, os registros da Biblioteca se tornaram híbridos.
Isto é, registros anteriores a 2016 possuem campos MARC21 específicos atualizados para RDA,
mas sua catalogação base permanece em AACR2. Na ferramenta de busca da Biblioteca
(omnis.pucrs.br) constata-se um registro bibliográfico com características de catalogação em
RDA (por exemplo, designação de relação entre a obra e a autoridade e inexistência de
abreviaturas), contudo, não se visualizam os campos 33X, mostrando que a base desse registro
ainda é em AACR2. Desde 2016, todos os materiais novos que chegam na Biblioteca estão em
RDA desde a pré-catalogação. Os materiais antigos são convertidos para RDA à medida em
que são revisados pelo Setor, pois não seria possível revisar mais de um milhão de itens do
acervo.
3 Reflexões a respeito da implementação do RDA
O que se considera essencial durante o processo de implementação do RDA?
Treinamento e capacitação da equipe, pois é uma novidade para todos, bibliotecários e
auxiliares de biblioteca. Então, é importante que todos recebam as instruções corretas da nova
forma de catalogação. Considera-se necessário na adoção no RDA: adaptações nas políticas de
catalogação; estudo permanente; e liderança da instituição ciente da importância de uma
atualização como essa. Para que, assim, seja possível flexibilizar as regras de catalogação e
adequar as diretrizes de acordo com as necessidades da instituição, conforme as políticas
definidas.
Quais desafios encontram-se na implementação do RDA? As equipes geralmente são
enxutas e por muitas vezes a biblioteca conta com 1 ou 2 bibliotecários. Catalogar com RDA e
realizar esse planejamento para implementação exige tempo e dedicação. Somado a isso,
elencam-se os desafios: custo da assinatura do RDA Toolkit ser em dólar; manter-se atento às
atualizações contínuas das diretrizes RDA; mudança organizacional que deve ser bem
planejada para não causar ruídos no desenvolvimento dos processos de trabalho; e atualização
constante da equipe sobre RDA e as tendências na catalogação mundial.
Citando um exemplo das atualizações constantes: recentemente foi oficializada a nova
ferramenta Toolkit baseada no LRM. Em 2015, quando a Biblioteca da PUCRS iniciou a
implementação, o Toolkit (RDA Original), apresentava uma certa estrutura de organização e
era baseado no modelo conceitual FRBR. Desde 2018, uma nova estrutura vem sendo
apresentada (chamada durante o processo de ‘RDA Beta Site’), e no final do ano passado foi
lançado o RDA Oficial, completamente reformulado e agora baseado no LRM, novo modelo
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Selbach
57
conceitual. Com essa atualização, é preciso estar atento às mudanças que pode causar também
nas políticas de catalogação da instituição.
Finalizando, o RDA permite ampliar as possibilidades de descoberta de documentos a
partir da descrição dos dados e das relações existentes entre eles. E apesar dos impactos da
mudança em modos e fluxos de trabalho, avalia-se de forma assertiva a adoção do RDA, pois
atende às necessidades da era digital e oferece mais possibilidades à biblioteca.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Implementação do RDA na Biblioteca Central da PUCRS
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Clarissa Jesinska Selbach
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Biblioteca Central da PUCRS
Resource Description and Access (RDA)
Catalogação
Description
An account of the resource
Apresenta um breve histórico da Biblioteca Central Irmão José Otão, enunciando sobre a estrutura física e organizacional, demonstrando mais detalhadamente o Setor de Tratamento da Informação, responsável pela catalogação da Biblioteca. Relata o processo de implementação do Resource Description and Access (RDA) na Biblioteca Central da PUCRS, que foi oficialmente adotado em registros bibliográficos e de autoridade em 2016. Discorre detalhes do processo de trabalho, apresenta as necessidades, assim como os desafios para a implementação.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6237/2022-modelagem-publicacoes-seriadas-ifla-lrm-rda.pdf
9975898a72987750375e77bcf2aeaaee
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Modelagem de publicações seriadas:
a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Modelling of Serials: the new approach of IFLA LRM and
RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Graduando em Biblioteconomia e Ciência da Informação na Universidade Federal de São
Carlos (UFSCar).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6616666162574086
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-8348-0350
E-mail: rhuan.henrique.oliv@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
As publicações seriadas, como recursos específicos, constituem parte relevante do universo
bibliográfico, bem como se apresentam como objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva. Os
alicerces teóricos estabelecidos por Panizzi, Cutter e Lubetzky predominaram até a mudança de
paradigma no cenário do domínio bibliográfico, causada pelo avanço tecnológico, onde a prática
catalográfica inseriu-se cada vez mais no contexto da Web Semântica e Linked Data, fazendo-se
necessário uma nova abordagem das publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model
(IFLA LRM) e no Resource Description and Access (RDA). Dessa maneira, essa pesquisa tem como
objetivo identificar tal abordagem partindo de uma Revisão Sistemática da Literatura e análise do
documento do IFLA LRM e do RDA Toolkit. Conclui-se que fica consolidada a conceituação de
Publicações Seriadas como entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as
monografias bem estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Palavras-chave: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Publicações seriadas.
Catalogação descritiva.
Abstract
Serial publications, as specific resources, constitute a relevant part of the bibliographic universe, as well
as being an object of studies in the field of Descriptive Cataloging. The theoretical foundations
established by Panizzi, Cutter and Lubetzky prevailed until the paradigm shift in the bibliographic
domain, caused by technological advances, where the cataloging practice was increasingly inserted in
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
78
the context of the Semantic Web and Linked Data, making it necessary a new approach to serial
publications, announced in the IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) and the Resource
Description and Access (RDA). Thus, this research aims to identify such an approach based on a
Systematic Literature Review and analysis of the IFLA LRM document and RDA Toolkit. It is concluded
that Serial Publications are consolidated as distinct entities of the bibliographic universe, its borders
with monographs well-established and its essence and constitution well-defined.
Keywords: Resource Description and Access. IFLA Library Reference Model. Serial work. Descriptive
cataloging.
1 Introdução
Objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva, as publicações seriadas
constituem parte relevante do universo bibliográfico. Autores basilares da catalogação como
Antonio Panizzi, Charles Ami Cutter e Seymour Lubetzky, lançaram os alicerces teóricos sobre
os princípios e as práticas catalográficas, contribuindo para a construção e consolidação de
códigos de catalogação, tais como o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2).
Contudo, observa-se uma mudança de paradigma no cenário do domínio bibliográfico,
impactada, sobretudo pelo avanço tecnológico, a ascensão do ambiente digital e a proliferação
de periódicos eletrônicos, onde a prática catalográfica é refletida cada vez mais no cenário da
Web Semântica e do Linked Data. Desse modo, fez-se necessário uma nova abordagem das
publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) e no Resource
Description and Access (RDA).
O IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) é um modelo conceitual resultante da
consolidação e ampliação dos três modelos da Família FR: Functional Requirements for
Bibliographic Records (FRBR), Functional Requirements for Authority Data (FRAD) e Functional
Requirements for Subject Authority Data (FRSAD).
O Resource Description and Access (RDA), por sua vez, publicado em 2010, é um pacote
de elementos de dados, de diretrizes e de instruções que formam um padrão de catalogação
concebido para a descrição e o acesso de recursos no ambiente digital. Por meio do 3R Project,
finalizado no final de 2020, o RDA foi alinhado com o IFLA LRM (RDA STEERING
COMMITTEE, 2020).
Dessa maneira, a pesquisa em voga tem como objetivo analisar como as publicações
seriadas são modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R
Project, situando suas respectivas abordagens na tradição catalográfica.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
79
2 Metodologia
A metodologia adotada consistiu na realização de uma Revisão Sistemática de
Literatura (RSL), utilizando a string de busca “serial AND rda AND ifla lrm” em pesquisas
realizadas em quatro bases de dados: Web Of Science, Library, Information Science &
Technology Abstracts with full text (LISTA), Information Science & Technology Abstracts (ISTA)
e Base de dados de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI). Posteriormente foi
analisada a modelagem de publicações seriadas a partir do documento do IFLA LRM e do RDA
Toolkit.
3 Breve conceituação histórica das publicações seriadas
Panizzi, em suas 91 regras de catalogação prescritas no Catalogue of printed books in
the British Museum, não aborda as publicações seriadas como uma única classe, porém como
subclasses distintas entre si, identificando-as e diferenciando-as pela suas respectivas formas,
por meio de três amplos grupos: publicações de sociedades e instituições (acadêmicas),
publicações periódicas e efemérides. Essas subclasses eram então organizadas por localização
geográfica (continente, país e cidade), por autoria corporativa e título. Cutter, por sua vez,
abandonou os dois principais níveis de organização utilizados por Panizzi, cabeçalho de
formas e hierarquia geográfica, e reteve as entradas sob autoria corporativa para publicações
de sociedades. (JONES, 2017).
A abordagem de Cutter predominou por um século, até que, pela influência de
Lubetzky e a implementação da segunda edição do Código de Catalogação Anglo-Americano
(AACR2), entradas de autoria corporativa foram abandonadas, desencadeando uma
identificação cada vez maior das publicações seriadas com seus respectivos títulos. Logo, a
conceituação de obras seriadas alinhava-se intimamente com a de monografias (JONES, 2017).
3.1 IFLA Library Reference Model (IFLA LRM)
No IFLA LRM, as publicações seriadas são modeladas como agregados, definidos como
“[...] uma manifestação que materializa várias expressões”. (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017, p.
95). A partir dessa modelagem, uma Manifestação agregada materializa, além de Expressões
distintas, uma Expressão agregadora que, consequentemente, realiza uma Obra agregadora.
Sendo um tipo específico de Obra agregadora, uma Obra seriada consiste em uma
construção complexa, cuja Manifestação, que a representa em sua totalidade, é composta por
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
80
outras Manifestações agregadas publicadas em série, estruturação constituída por meio do
relacionamento todo/parte LRM-R261 no nível da Manifestação. Essas Manifestações agregadas
são fascículos, por suas vezes agregados de artigos, publicados ao longo do tempo (RIVA; LE
BOEUF; ŽUMER, 2017).
A entidade Obra no modelo é aquela que permite a identificação dos conteúdos
comuns compartilhados entre expressões distintas, porém esse conteúdo comum é entendido
diferente em uma instância de monografia e uma de Obra Seriada. No que concerne a essa
última, o conteúdo comum que a define reside na intenção do editor de conceber um todo
identificável e na reunião de conceitos editoriais (título, tema, layout etc.) (RIVA; LE BOEUF;
ŽUMER, 2017).
Sendo a reunião de conceitos editoriais a essência da Obra seriada, o modelo prescreve
que edições impressas e online de uma mesma publicação seriada devem ser consideradas
Obras distintas e modeladas com relacionamentos obra-para-obra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER,
2017).
3.2 Resource Description and Access (RDA)
A modelagem do IFLA LRM concernente às publicações seriadas teve grande impacto
no RDA redesenhado e reestruturado, uma vez que, por meio do 3R Project, suas diretrizes
foram alinhadas com o modelo conceitual.
O RDA em sua modelagem, primeiramente, postula a dicotomia entre Obra Estática e
Obra Diacrônica. A primeira possui seu conteúdo completo já incorporado em um “único ato
de publicação”, o que implica que não é esperado que ele sofra alterações com o decorrer do
tempo; a segunda, por sua vez, é uma obra planejada a ser incorporada através do tempo e
conforme seu plano “[...] é executado, o conteúdo da Obra é alterado gradualmente, sendo
realizado através de uma ou mais Expressões distintas que são incorporadas por uma ou mais
Manifestações” (RDA TOOLKIT, 2021, tradução nossa).
Ademais, as Obras Diacrônicas são de dois tipos, caracterizadas pela maneira que seu
conteúdo é estendido: Obra Sucessiva e Obra Integradora. A Obra Sucessiva possui seu
conteúdo estendido por acumulação, e, no caso da Obra integradora, o conteúdo é substituído
em intervalos de tempo, tornando as iterações anteriores inacessíveis (RDA TOOLKIT, 2021).
1
O LRM-R26 – “possui parte”, “é parte de” – é um relacionamento entre duas Manifestações em que uma é
componente da outra (RIVA; LE BOEUF; ŽUMER, 2017).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
81
Essa modelagem é realizada com o Plano de Extensão, 2 principalmente por meio de seu
atributo Modo de Extensão, que possui os valores de integração e de sucessão. Faz-se relevante
apontar que o RDA postula que a essência de uma Obra Diacrônica é seu plano de mudança de
conteúdo, o que torna o Plano de Extensão caracterizador da Obra Diacrônica (RDA TOOLKIT,
2021).
4 Considerações finais
Essa pesquisa teve como objetivo a reflexão de como as publicações seriadas são
modeladas no IFLA LRM e no RDA redesenhado e reestruturado, resultante do 3R Project, e
situar suas respectivas abordagens na tradição catalográfica. A partir disso, pode-se concluir
que o IFLA LRM e o RDA “[...] proporcionam uma estrutura e vocabulário que auxiliam no
tratamento de seriados e outros dados bibliográficos de novas maneiras”. (MERING, 2019, p.
68, tradução nossa).
A modelagem do IFLA LRM, incorporada pelo RDA, permite que os artigos agregados
nas publicações seriadas retenham sua integridade como unidade distinta (Expressões distintas
de Obras Distintas), não tendo sua individualidade sendo imersa e perdida na unidade da
publicação seriada. Por consequência, é facilitada e potencializada a capacidade descoberta por
parte dos usuários. Outrossim, fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como
entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as monografias bem
estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Referências
JONES, Edgar. The Evolution of the serial work, the FRBR conceptual model, and RDA.
Cataloging & Classification Quarterly. [s. l.], v. 56, n. ⅔, p. 128- 145, nov. 2017. Disponível
em: https://doi.org/10.1080/01639374.2017.1388325. Acesso em: 23 set. 2021.
MERING, Margaret. IFLA Library Reference Model, RDA, and Serials in a Nutshell. Serials
Review. [s. l.], v. 45, n. 1-2, p. 66-68, jun. 2019. Disponível em:
https://doi.org/10.1080/00987913.2019.1627691. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. About RDA. 2020. Disponível em:
http://rda-rsc.org/content/about-rda. Acesso em: 23 set. 2021.
2
“Uma categorização que reflete a intenção de extensão do conteúdo de uma Obra”. (RDA TOOLKIT, 2021,
tradução nossa).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Oliveira; Castro
82
RDA TOOLKIT. RDA Toolkit, 2021. Disponível em: https://access.rdatoolkit.org/. Acesso em:
22 set. 2021.
RIVA, Pat; LE BOUEF, Patrick; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo
conceitual para a Informação Bibliográfica, [s. l.]: International Federation of Library
Associations and Institutions, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august2017_rev201712-por.pdf. Acesso em: 22 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6237/publicacoes-seriadas-ifla-lrm-rda.pdf
8c16f19c5ea2ebb5f552039d51b9f8ec
PDF Text
Text
Modelagem de Publicações
Seriadas:
a nova abordagem do IFLA
LRM e do RDA
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Fabiano Ferreira de Castro
Universidade Federal de São Carlos
05 de novembro de 2021
�Publicações Seriadas
Código da Vaticana
-
Publicações Periódicas são aquelas editadas em fascículos, a
intervalos regulares ou irregulares, por tempo ilimitado, [...] que
tratem de assuntos diversos, porém dentros dos limites de um
programa mais ou menos definido (BIBLIOTECA VATICANA
APOSTÓLICA, p. 215-216).
AACR2r
-
Um recurso contínuo publicado em uma sucessão de partes
separadas, trazendo usualmente numeração, não tendo sua
conclusão predeterminada. São exemplos de publicações
seriadas: jornais, revistas, periódicos eletrônicos, diretórios
contínuos, relatórios anuais e séries monográficas. (CÓDIGO de
catalogação anglo-americano, Apêndice D-11).
�IFLA Library Reference Model (IFLA LRM)
O que é?
-
Modelo Conceitual de alto nível
Estruturado a partir do modelo Entidade-Relacionamento
Estendido (EER)
Finalidade
-
Explicitar princípios gerais que governam a estrutura lógica da
informação bibliográfica
Servir de guia ou base para a formulação de regras de
catalogação e implementação de sistemas bibliográficos
Alcance
-
Aborda os dados bibliográficos de maneira ampla
Toma seu escopo funcional das tarefas do usuário
Aplicações práticas deverão determinar o apropriado nível de
precisão
�Resource Description and Access (RDA)
O que é?
-
Pacote de elementos de dados, de diretrizes, e de instruções,
concebido para a descrição e o acesso de recursos no ambiente
digital
Alinhado com modelo conceitual IFLA LRM
Finalidade
-
Proporcionar dados com estrutura consistente, reconhecíveis por
humanos e máquinas
Potencializar a identificação e descoberta de recursos em
bibliotecas e outras instituições de patrimônio cultural
Alcance
-
Metadados de bibliotecas e de patrimônio cultural
Dados administrativos não entram em seu escopo
�Objetivo
- Analisar como as publicações seriadas são modeladas no IFLA LRM e no RDA
redesenhado e reestruturado, resultante do 3R Project, situando suas respectivas
abordagens na tradição catalográfica.
�Metodologia - Revisão Sistemática da Literatura
(RSL)
-
Para auxiliar no processo de
realização, utilizou-se a ferramenta
denominada State of the Art through
Systematic Review (StArt),
desenvolvida pelo Laboratório de
Pesquisa em Engenharia de Software
(LAPES), do Departamento de Ciência
da Computação, da Universidade
Federal de São Carlos (UFSCar).
Fonte: Jesus e Castro (2019, p. 47)
�Modelagem das publicações
seriadas pelas abordagens da
tradição catalográfica
�Conceituação Histórica das Publicações seriadas
-
Sir Antonio Genesio Maria Panizzi (1797-1879)
Publicações de
sociedades e
instituições
(acadêmicas)
Publicações
periódicas
Efemérides
Organizadas por
Localização
Geográfica
Autoria
Corporativa
Fonte: Autores (2021)
Título
�Conceituação Histórica das Publicações seriadas
-
Charles Ammi Cutter (1837-1907)
Publicações
periódicas
Organizadas por
Autoria Corporativa
(para publicações de
sociedade)
Fonte: Autores (2021)
Título
�Conceituação Histórica das Publicações seriadas
-
Seymour Lubetzky (1898- 2003)
Publicações
periódicas
Organizadas por
Título
Fonte: Autores (2021)
�Abordagem do IFLA LRM de
Publicações seriadas
�Modelagem de agregados
-
Manifestação que materializa diversas expressões
Três tipos distintos de agregados
- Coleções agregados de Expressões
- Ex: Fascículos de publicações periódicas, mais de um romance publicado
em um único volume, livros com capítulos de autoria independente, etc.
- Agregados resultantes de acréscimos
- Ex: Edição do Paraíso Perdido de John Milton com ilustrações de William
Blake.
- Agregados de expressões paralelas
- Ex: Edições bilíngues.
�Modelagem de agregados
(RIVA; LEBOEUF; ŽUMER, 2017, p. 97)
�Obras seriadas
-
Construções complexas que combinam relações de todo/parte e relações de agregação
A essência da obra seriada são os conceitos editoriais que norteiam a produção dos fascículos
que compõem a manifestação agregada
Qualquer obra seriada pode ter apenas uma expressão e uma manifestação
Exemplo:
-
Possui diferentes “edições” regionais
Versão impressa x Versão digital
Edição inglesa, japonesa e chinesa
�Obras
Expressões
Publicações seriadas
Manifestação
agregada
Obra seriada
LRM-R26
Obras
Manifestação
agregada
LRM-R26
Manifestação
seriada
Expressão
seriada
Expressões
LRM-R26
Obras
Expressões
LRM-R21
Manifestação
agregada
Fonte: Autores (2021)
Expressão
agregadora
Obra
agregadora
�Abordagem do RDA de
Publicações seriadas
�Obra Estática x Obra Diacrônica
-
Conteúdo completo já incorporado
em um “único ato de publicação”
Não é esperado que sofra
alterações com o decorrer do
tempo
-
Obra planejada a ser incorporada
através do tempo
Conteúdo alterado gradualmente
Realizada através de uma ou mais
Expressões distintas que são
incorporadas por uma ou mais
Manifestações
�Obra Diacrônica
-
Dois Tipos:
- Obra Sucessiva: conteúdo estendido por acumulação
- Obra Integradora: conteúdo é substituído em intervalos de tempo
-
Obra modelada a partir do atributo Plano de Extensão, através do atributo Modo
de Extensão que possui dois valores:
- Integração
- Sucessão
�Obra Diacrônica
-
Fronteiras da entidade
- Planejamento distingue as obras diacrônicas entre si
- Mudança no planejamento que indica transformação da obra
- Escopo ou política editorial
- Gênero ou Forma Literária
- Público Alvo
- Estilo
�Conclusão
-
Pode-se concluir que o IFLA LRM e o RDA “[...] proporcionam uma estrutura e vocabulário que
auxiliam no tratamento de seriados e outros dados bibliográficos de novas maneiras”. (MERING,
2019, p. 68, tradução nossa).
-
Artigos agregados nas publicações seriadas preservam sua integridade como unidade distinta
(Expressões distintas de Obras Distintas).
-
Fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como entidades distintas do universo
bibliográfico
�Referências
BIBLIOTECA APOSTÓLICA VATICANA. Normas para a catalogação de impressos. 2. ed. brasileira, Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de
Bibliografia e Documentação, 1962.
CÓDIGO de catalogação anglo-americano. 2. ed., rev. 2002. São Paulo: FEBAB, 2004.
JONES, Edgar. The Evolution of the serial work, the FRBR conceptual model, and RDA. Cataloging & Classification Quarterly. [s. l.], v. 56, n.
⅔, p. 128- 145, nov. 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1080/01639374.2017.1388325. Acesso em: 23 set. 2021.
MERING, Margaret. IFLA Library Reference Model, RDA, and Serials in a Nutshell. Serials Review. [s. l.], v. 45, n. 1-2, p. 66-68, jun. 2019.
Disponível em: https://doi.org/10.1080/00987913.2019.1627691. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. About RDA. 2020. Disponível em: http://rda-rsc.org/content/about-rda. Acesso em: 23 set. 2021.
RDA TOOLKIT. RDA Toolkit, 2021. Disponível em: https://access.rdatoolkit.org/. Acesso em: 22 set. 2021.
RIVA, Pat; LE BOUEF, Patrick; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual para a Informação Bibliográfica, [s. l.]:
International Federation of Library Associations and Institutions, 2017. Disponível em:
https://www.ifla.org/wp-content/uploads/2019/05/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712-por.pdf. Acesso em:
22 set. 2021.
Capa: Photo by DAVID ILIFF. License: CC BY-SA 3.0
�Muito Obrigado!
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
rhuan.henrique.oliv@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
fabianocastro@ufscar.br
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Modelagem de publicações seriadas: a nova abordagem do IFLA LRM e do RDA
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Rhuan Henrique Alves de Oliveira
Fabiano Ferreira de Castro
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access
IFLA Library Reference Model
Publicações seriadas
Catalogação descritiva
Description
An account of the resource
As publicações seriadas, como recursos específicos, constituem parte relevante do universo bibliográfico, bem como se apresentam como objeto de estudos do campo da Catalogação Descritiva. Os alicerces teóricos estabelecidos por Panizzi, Cutter e Lubetzky predominaram até a mudança de paradigma no cenário do domínio bibliográfico, causada pelo avanço tecnológico, onde a prática catalográfica inseriu-se cada vez mais no contexto da Web Semântica e Linked Data, fazendo-se necessário uma nova abordagem das publicações seriadas, anunciada no IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) e no Resource Description and Access (RDA). Dessa maneira, essa pesquisa tem como objetivo identificar tal abordagem partindo de uma Revisão Sistemática da Literatura e análise do documento do IFLA LRM e do RDA Toolkit. Conclui-se que fica consolidada a conceituação de Publicações Seriadas como entidades distintas do universo bibliográfico, suas fronteiras com as monografias bem estabelecidas e sua essência e constituição bem definidas.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6238/2022-catalogo-de-biblioteca-e-o-rda.pdf
688092f53b6a161af8ee2d579424f910
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O catálogo de biblioteca e o Resource Description
and Access (RDA): os efeitos do padrão nas
interfaces dos resultados de busca
The Library Catalog and Resource Description and Access
(RDA): the effects of the standard on search result
interfaces
Heytor Diniz Teixeira
Bibliotecário. Mestrando em Ciência da Informação na Universidade Estadual Paulista
(UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0290308318806354
ORCID: https://orcid.org/0000-0001-5954-1408
E-mail: hd.teixeira@unesp.br
Rachel Cristina Vesu Alves
Docente no Departamento de Ciência da Informação. Doutora em Ciência da Informação.
Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/5658134053257855
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1649-3722
E-mail: rachel.vesu@unesp.br
Resumo
Nas últimas décadas, o avanço tecnológico impulsionou diversas adaptações na catalogação.
Atualmente, o Resource Description and Access (RDA) é o padrão de catalogação mais recente,
desenvolvido para a Web e com o foco no usuário. Entretanto, quais são os efeitos do seu uso nas
interfaces dos catálogos de bibliotecas? O objetivo geral deste trabalho é destacar os efeitos da RDA nas
interfaces dos resultados de busca em catálogos bibliográficos. Os resultados mostram a utilização de
alguns elementos que podem apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios da catalogação
em RDA. Conclui-se que um dos principais efeitos do uso da RDA nas interfaces é a visualização mais
clara das informações sobre o recurso informacional, o que favorece a encontrabilidade e apoia o
usuário em seu processo de busca por informações.
Palavras-chave: Catalogação. RDA. Catálogo bibliográfico. Interfaces. Visualização de dados.
Abstract
In the last decades, technological advances have driven several adaptations in cataloging. Currently,
Resource Description and Access (RDA) is the most recent cataloging standard, developed for the Web
and focused on the user. However, what are the effects of its use in the interfaces of library catalogs?
The general aim of this paper is to highlight the effects of RDA on the interfaces of search results in
bibliographic catalogs. The results show the use of some elements that can support the users' tasks and
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
59
enhance the benefits of RDA cataloging. We conclude that one of the main effects of using RDA in
interfaces is the clearer visualization of information about the information resource, which favors
findability and supports the user in his or her information search process.
Keywords: Cataloging. RDA. Bibliographic Catalog. Interfaces. Data visualization.
1 Introdução
A ampla utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ampliaram as
competências de gestão e mediação das bibliotecas para o ambiente Web. Dentre essas
competências, a catalogação bibliográfica, por meio do padrão Resource Description and Access
(RDA), passou a estabelecer apoio para as tarefas dos usuários no processo de busca por
informação, além de abranger em seu escopo os espaços digitais e os novos suportes e
formatos da informação. Entretanto, quais são os efeitos do uso da RDA nas interfaces dos
catálogos de bibliotecas?
Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral destacar os efeitos do padrão de
catalogação RDA nas interfaces dos resultados de busca de catálogos bibliográficos. Os
objetivos específicos são: (a) destacar os elementos e as ferramentas que foram utilizados nas
interfaces e que tenham potencial de apoiar as tarefas dos usuários; (b) destacar um modelo
para a visualização da informação em interfaces de catálogos bibliográficos que tem seus
registros catalogados em RDA.
1.1 RDA, Interfaces e Visualização da Informação
A RDA teve seu desenvolvimento direcionado para o ambiente Web, traz um novo
olhar para o universo bibliográfico e possibilita uma descrição mais detalhada dos recursos, o
que amplia o número de pontos de acesso ao documento, podendo influenciar na recuperação
e encontrabilidade da informação no contexto digital. Entretanto, Oliver (2011, p. 117) explica
que
A RDA sozinha não melhorará a navegação nem a exibição [dos resultados
de uma pesquisa] porque os dados devem ser usados de maneira adequada
por mecanismos e interfaces de busca bem-projetados. [...] A meta é criar
dados que possam apoiar buscas e navegação melhores, bem como exibições
aperfeiçoadas dos resultados das buscas.
Desse modo, as interfaces precisam estar projetadas no sentido de que a catalogação
em RDA esteja refletida também na exibição dos registros bibliográficos, a fim de melhorar a
navegação e os índices de encontrabilidade da informação. Oliver (2011, p. 71) afirma que a
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
60
“[...] interface de busca pode tirar proveito desses elementos de dados claramente rotulados e
diferenciados, a fim de elevar o nível de precisão das buscas e organizar os resultados em
formatos de exibição que sejam significativos”.
Lima (2016, p. 8) afirma que “[...] a interface é uma forma de representação do modelo
organizacional da informação, como uma forma de visualização do conteúdo modelado e o
meio que permite o acesso a esse mesmo conteúdo”. Portanto, a interface de um catálogo de
bibliotecas com dados em RDA deve trazer elementos que modelem esses dados no sentido de
que possam apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios trazidos pelo uso das
diretrizes da RDA.
Dentre as possibilidades de potencializar os benefícios dos dados em RDA, existe
alguns tipos de visualização da informação que podem ser aplicados nas interfaces. Baptista
(2019) declara que a visualização da informação busca formas de otimizar a recepção de
informações por parte dos usuários.
Silva (2016) destaca alguns dos modelos de visualização da informação, sendo eles, a
navegação hierárquica, que é aquela que a partir de um nó-raiz é possível ter acesso aos
subnós inferiores; a navegação em grafos, onde os grafos, geralmente, são utilizados para
representar estruturas complexas e a navegação facetada, que pode ser definida como uma
busca que reduz os resultados recuperados a cada iteração, pela seleção das classes pertences
às facetas.
Para Silva (2016), a navegação em grafos pode ser útil para representar as relações de
similaridade entre os documentos ou nas relações destes com os autores. Esse tipo de
navegação possibilita melhor visualização das combinações dos dados e os relacionamentos
entre os recursos, o que pode aprimorar a encontrabilidade da informação.
2 Metodologia
Este trabalho é considerado, segundo seus objetivos, como exploratório e segundo sua
abordagem, como qualitativo. No que se refere aos procedimentos aplicados, foi realizada uma
pesquisa bibliográfica e, posteriormente, uma pesquisa nos catálogos de bibliotecas que
utilizam o código de catalogação RDA.
O universo de pesquisa deste artigo constitui-se de 4 bibliotecas, sendo elas: a
biblioteca universitária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), a
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
61
Library of Congress (LC), The British Library (Reino Unido) e a National Library of Australia
(Austrália).
A seleção das bibliotecas internacionais se deu por serem as principais instituições dos
países envolvidos no desenvolvimento da RDA. Já a escolha da biblioteca da PUCRS foi por ser
uma das primeiras bibliotecas brasileiras a adotar o novo padrão.
3 Resultados
Foram observadas semelhanças entre as interfaces das bibliotecas, o que pode indicar
um processo de busca por referências ou por orientações no sentido de potencializar os
benefícios da catalogação em RDA.
Apesar de não possuir instruções para a exibição dos dados, Oliver (2011) diz que as
instruções da RDA têm a intenção de proporcionar flexibilidade para adaptar às exibições de
acordo com as necessidades e preferências da comunidade de usuários.
Serão exibidos nas figuras abaixo os registros completos recuperados nos catálogos.
Após isso, serão apresentados os principais efeitos da catalogação em RDA que foram
observados nesta pesquisa.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
62
Figura 1 – Registro completo: catálogo on-line PUCRS
Fonte: Capturado do catálogo on-line da PUCRS (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
63
Figura 2 – Registro completo: catálogo on-line Library of Congress
Fonte: Capturado do catálogo on-line da Library of Congress (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
64
Figura 3 – Registro completo: catálogo on-line The British Library
Fonte: Capturado do catálogo on-line The British Library (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
65
Figura 4 – Registro completo: catálogo on-line National Library of Australia
Fonte: Capturado do catálogo on-line National Library of Australia (2021).
Observou-se que foram utilizados elementos visuais, como ícones e textos que indicam
o formato da obra e o seu tipo de suporte, o que pode auxiliar os usuários durante o processo
de pesquisa e melhorar os índices de encontrabilidade.
Constatou-se que os autores principal e secundários estão em campos separados. Com
isso, percebeu-se que a conhecida regra de 3 advinda do AACR2 não é mais adotada, portanto,
todos os responsáveis pelo conteúdo são identificados, ampliando os pontos de acesso ao
documento. Quando catalogados com o AACR2, todos os responsáveis pela construção da obra
costumam ser descritos no mesmo campo.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
66
Verificou-se que no catálogo da PUCRS o campo imprenta foi substituído por três
novos campos, sendo eles “Local de publicação”, “Editora”, e “Data de publicação”. A palavra
imprenta pode ser enquadrada nos termos técnicos que não auxiliam os usuários na
identificação de um recurso. Percebeu-se também o uso de 3 elementos, sendo eles: tipo de
conteúdo, tipo de mídia e tipo de suporte. Para Oliver (2011) a informação sobre esses
elementos delimita as buscas e gera relevância nos resultados.
Percebeu-se que as indicações da RDA sobre elementos adicionais também foram
adotadas. Na biblioteca da PUCRS observa-se que o registro completo apresenta não apenas a
“Data de publicação”, mas também “Data de direitos autorais”. Além disso, o registro não
possui abreviaturas que são usadas na catalogação em AACR2.
Em vista do exposto, ao considerar que os modelos conceituais orientaram o
desenvolvimento da RDA, acredita-se que a opção mais adequada para a interface de um
sistema que utiliza o novo padrão de catalogação seja a navegação em grafos, ou representação
em rede. O uso dos grafos "[...] pode ser especialmente útil para representar as relações não
hierárquicas e globais entre as entidades de uma biblioteca" (SILVA, 2016, p. 56), o que
potencializa os benefícios do uso da RDA e contribui para melhorar a navegação do usuário e
a encontrabilidade da informação.
4 Considerações finais
Verificou-se que os principais efeitos do uso da RDA nas interfaces dos catálogos
foram a melhor visualização das informações sobre os registros bibliográficos e o uso de uma
linguagem acessível para o entendimento do usuário, o que favorece a encontrabilidade e
apoia o usuário em seu processo de busca.
No que se refere as interfaces dos catálogos de bibliotecas que utilizam a RDA,
acredita-se que o melhor modelo de visualização da informação seja a navegação em grafos.
Entretanto, assim como destacado por Oliver (2011), as necessidades e preferências da
comunidade devem ser consideradas para que a interface seja uma ferramenta que apoie as
atividades desenvolvidas pelos usuários.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA)
Teixeira; Alves
67
Referências
BAPTISTA, F. Uma proposta de interface de resultados de buscas em sistemas de
recuperação de informação: a semiótica e a interação humano computador como aporte
teórico. 2019. Tese (Doutorado em Ciência da Informação) – Universidade Estadual Paulista
“Júlio de Mesquita Filho”, Marília, 2019.
LIMA, G. A. L. Navegação hipertextual em contexto. In: LIMA, G. A. Biblioteca digital
hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência, 2016.
OLIVER, C. Introdução à RDA: um guia básico. Brasília, DF: Briquet de Lemos, 2011.
SILVA, M. F. Interface para navegação em bibliotecas digitais. In: LIMA, G. A. Biblioteca
digital hipertextual: caminhos para a navegação em contexto. Rio de Janeiro: Interciência,
2016.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O catálogo de biblioteca e o Resource Description and Access (RDA): os efeitos do padrão nas interfaces dos resultados de busca
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Heytor Diniz Teixeira
Rachel Cristina Vesu Alves
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação
RDA
Catálogo bibliográfico
Interfaces
Visualização de dados
Description
An account of the resource
Nas últimas décadas, o avanço tecnológico impulsionou diversas adaptações na catalogação. Atualmente, o Resource Description and Access (RDA) é o padrão de catalogação mais recente, desenvolvido para a Web e com o foco no usuário. Entretanto, quais são os efeitos do seu uso nas interfaces dos catálogos de bibliotecas? O objetivo geral deste trabalho é destacar os efeitos da RDA nas interfaces dos resultados de busca em catálogos bibliográficos. Os resultados mostram a utilização de alguns elementos que podem apoiar as tarefas dos usuários e potencializar os benefícios da catalogação em RDA. Conclui-se que um dos principais efeitos do uso da RDA nas interfaces é a visualização mais clara das informações sobre o recurso informacional, o que favorece a encontrabilidade e apoia o usuário em seu processo de busca por informações.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6207/RDA_Ensino_Marcos.pdf
179befb164809ef333ad519bcaa855f2
PDF Text
Text
O ENSINO DE CATALOGAÇÃO NO BRASIL: contexto histórico e
desafios contemporâneos
Marcos Leandro Freitas Hübner
�INTRODUÇÃO
Catalogar é uma atividade inerente ao profissional bibliotecário, exigindo uma
gama de conhecimentos técnicos e teóricos para que seja desempenhada
adequadamente.
A pesquisa se propôs ampliar as discussões sobre o ensino da Catalogação, a
qual abarca um conjunto de saberes específicos e essenciais ao exercício
profissional do(a) bibliotecário(a).
PROBLEMA
Como o ensino de Catalogação vem sendo desenvolvido nos cursos de
graduação em Biblioteconomia das instituições de ensino superior do Brasil?
�OBJETIVO GERAL
Analisar o contexto histórico e refletir sobre o desenvolvimento do ensino de
Catalogação nos cursos de Biblioteconomia do Brasil, considerando as novas
metodologias de ensino e a incorporação das inovações teóricas e
conceituais da área da Ciência da Informação.
�OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Apresentar as influências
Biblioteconomia no Brasil;
e
a
evolução
histórica
do
ensino
da
Refletir sobre o ensino de Catalogação, considerando a formação
bibliotecária e a atuação docente;
Analisar os Projetos Pedagógicos de Curso e os Planos de Ensino da(s)
disciplina(s) de Catalogação, verificando as ementas, os objetivos e os
conteúdos programáticos e sua pertinência em relação às necessidades das
unidades informacionais.
Discutir a incorporação de novos métodos de ensino, relacionados às
metodologias ativas, à disciplina de Catalogação;
�CONSTRUÇÃO METODOLÓGICA DA PESQUISA
ESCOLHAS METODOLÓGICAS
Pesquisa
qualitativa
PESQUISA QUANTO AOS SEUS
OBJETIVOS
Exploratória
Pesquisa bibliográfica
PESQUISA QUANTO AOS
PROCEDIMENTOS
Pesquisa documental
Análise de conteúdo
�ENSINAR CATALOGAÇÃO
A catalogação, considerada, sobretudo, como uma atividade técnica, não
é desprovida de reflexões teóricas.
O desafio dos cursos de Biblioteconomia na disciplina de Catalogação,
consiste em oferecer uma formação acadêmica consistente, reflexiva e
crítica nessa área do conhecimento, tanto teórica quanto técnica.
A importância do ensino da teoria da Catalogação versus a prática da
Catalogação flutua ao longo do tempo;
A carência de pesquisa sobre os elementos que fazem a diferença ao
ensinar e aprender a catalogar.
�CORPUS DA PESQUISA: O ENSINO DE CATALOGAÇÃO NO BRASIL
Fonte: elaborado pelo autor.
�TÓPICOS INFORMACIONAIS
Instituição (IES);
Sigla;
Categoria administrativa da IES;
Região geográfica em que está situada a instituição;
Modalidade do curso (presencial ou a distância);
Ano do PPC;
Total de horas do Curso;
Nomenclatura da disciplina de Catalogação;
Disciplina Obrigatória ou Optativa;
Número de disciplinas de Catalogação;
Carga horária da(s) disciplina(s) de Catalogação;
Carga horária total da disciplina de Catalogação;
Período letivo em que a(s) disciplina(s) é(são) oferecida(s);
Procedimentos metodológicos, recursos didáticos e critérios de avaliação;
Adoção de ferramentas da Metodologia Ativa;
Recursos tecnológicos utilizados (softwares, programas, links, sites);
Bibliografia básica;
Bibliografia complementar;
Bibliografia adicional;
Professores(as);
Ementa da disciplina de Catalogação – PPC;
Ementa da disciplina de Catalogação - Plano de Ensino;
Objetivos da disciplina de Catalogação;
Conteúdos programáticos da disciplina de Catalogação (PPC);
Conteúdos programáticos da disciplina de Catalogação - Plano de Ensino.
�ANÁLISE DE CONTEÚDO
A análise de conteúdo das ementas, conteúdos programáticos e objetivos das
disciplinas de Catalogação está fundamentada nos procedimentos da Análise de
Conteúdo propostos por Bardin (1977).
Fonte: elaborado pelo autor.
�Ano que entrou em vigor o PPC
.
Ano
Total
2006
1
2007
2 + 1* + 1**
2008
2 + 2*
2009
1
2010
2
2011
1
2012
1 + 1**
2014
1
2015
2 + 1*
2016
2 + 1**
2017
5
2018
3
2019
5
Fonte: Elaborado pelo autor
* - Transição para o novo PPC
** - PPC em processo de revisão
�ROTEIRO PARA ANÁLISE DE CONTEÚDO
Fonte: elaborado pelo autor.
�A definição das Unidades de Registro e dos Eixos Temáticos foi
realizada a partir de uma articulação com as obras de Mey e Moreno
(2012), Davis (2008), Patuelli (2010), Ocholla e Ocholla (2014), Lazarinis
(2015) e Cataloging Competencies Task Force (2017).
O resultado do processo de escolha das Unidades de Registro e seu
posterior movimento de aglutinação em torno dos Eixos Temáticos resultou
na definição de 45 Unidades de Registro, distribuídas em oito (8) Eixos
Temáticos
�
Eixo Temático 1 – Introdução à Catalogação
Representação descritiva: conceitos e funções
Descrição da informação: conceitos e objetivos
Organização da informação: panorama atual
Processamento técnico
Fundamentos históricos e conceituais: teoria e teóricos da Catalogação.
Catálogo: instrumento de informação, função e tipos
Eixo Temático 2 – Controle Bibliográfico Universal (CBU)
Controle Bibliográfico Universal
Depósito Legal
Padrão de Números Normalizados: ISBN, ISSN e DOI entre outros.
Eixo Temático 3 – Formas de Representação de Dados Bibliográficos e Catalográficos
Registro catalográfico
Catalogação na Fonte
Notação de Autor: Cutter-Sanborn e PHA
Esquemas, estruturas, padrões
Códigos
Princípios: Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação
ISBD: Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada (ISBD)
ISBD Consolidada: Descrição Bibliográfica Internacional Normalizada
Novos Princípios: Princípios Internacionais de Catalogação
Eixo Temático 4 – Código de Catalogação Anglo Americano (AACR-2r)
Estrutura do AACR2r
Descrição: conceito, grandes áreas, níveis
Pontuação na Catalogação
Pontos de Acesso: principal e secundários (formas de entradas para autores, entidades coletivas, nomes
geográficos, títulos uniformes)
Registro de autoridade
Remissivas: “ver” e “ver também”
Materiais Especiais
�
Eixo Temático 5 – Formatos de Intercâmbio de dados Bibliográficos e Catalográficos
Intercâmbio de dados
Catalogação Automatizada
Catalogação Cooperativa
MARC21 Bibliográfico
MARC21 Autoridades
Eixo Temático 6 – Modelagem Conceitual para a Catalogação
FRBR – Requisitos Funcionais para Registros Bibliográficos
Relacionamentos
Tarefas do usuário
FRAD – Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade
FRSAD – Requisitos Funcionais para dados de assunto
LRM
Eixo Temático 7 – RDA - Descrição de Recursos e Acesso
RDA: conceitos, princípios e estruturas
Representação descritiva segundo o RDA
Pontos de Acesso Autorizados: Agentes (Criador/autores, Organização coletivas, Família,) Títulos uniformes
Relações no RDA: tipologias e sintaxes
Atributos das entidades - RDA
Eixo Temático 8 – Metadados Descritivos
Metadados: conceitos, padrões e aplicação
Bibframe
Dublin Core
MARCXML
�EMENTAS
UNIDADES DE REGISTRO
OBJETIVOS
OCORRÊNCIA OCORRÊNCIA
CONTEÚDOS
PROGRAMÁTICOS
OCORRÊNCIA
EIXO TEMÁTICO 5 – FORMATOS DE INTERCÂMBIO DE DADOS BIBLIOGRÁFICOS E
EIXO TEMÁTICOCATALOGRÁFICOS
1 – INTRODUÇÃO À CATALOGAÇÃO
Intercâmbio de dados
17
14
18
Catalogação Automatizada
32
32
31
Catalogação Cooperativa
11
8
17
MARC21 Bibliográfico
15
12
29
MARC21 Autoridades
4
3
7
EIXO TEMÁTICO 6 – MODELAGEM CONCEITUAL PARA A CATALOGAÇÃO
FRBR – Requisitos Funcionais para Registros
Bibliográficos
5
13
26
Relacionamentos
0
1
5
Tarefas do usuário
0
0
3
4
7
20
0
5
9
2
1
2
FRAD – Requisitos Funcionais para Dados de
Autoridade
FRSAD – Requisitos Funcionais para dados de
assunto
LRM
EIXO TEMÁTICO 7 – RDA - DESCRIÇÃO DE RECURSOS E ACESSO
RDA: Conceitos, princípios e estruturas
7
10
25
Representação descritiva segundo o RDA
1
0
2
Pontos de
Acesso
Autorizados:
Agentes
(Criador/autores, Organização coletivas, Família,)
Títulos uniformes
0
0
0
Relações no RDA: tipologias e sintaxes
0
0
1
Atributos das entidades – RDA
0
0
1
EIXO TEMÁTICO 8 – METADADOS DESCRITIVOS
Metadados: Conceitos, padrões e aplicação
9
10
18
Bibframe
1
2
2
Dublin Core
7
3
12
MARCXML
1
0
1
�ANÁLISE DE CONTEÚDO
Ao propor um conjunto de conhecimentos e conteúdos importantes para a disciplina
de Catalogação, procurou-se, reunir recomendações e apontamentos realizados por
teóricos da área, os quais abordam e refletem sobre as inúmeras e sucessivas
transformações e avanços tecnológicos que estão ocorrendo na área e que afetam
diretamente o funcionamento das bibliotecas.
Os resultados dessa análise, agrupados em oito eixos temáticos, evidenciaram que
a disciplina de Catalogação, nos cursos de Biblioteconomia analisados, apresenta
gargalhos de conteúdo, ocasionando lacunas na formação dos(as) futuros(as)
bibliotecários(as).
Novos padrões e práticas estão sendo adotados pelas bibliotecas e preparar o
profissional da informação para essas mudanças torna-se um desafio e uma grande
responsabilidade para os cursos de Biblioteconomia.
�ANÁLISE DE CONTEÚDO
No estudo realizado por Mey e Moreno (2012) consta a recomendação de
180h/aula como carga horária ideal para a disciplina de Catalogação, a fim de
proporcionar ao(à) professor(a) tempo adequado para apresentar o conteúdo teórico
da área, aliado às práticas.
Fonte: elaborado pelo autor.
�NOVAS PERSPECTIVAS DO ENSINO DE CATALOGAÇÃO: INOVAÇÕES
TECNOLÓGICAS E AVANÇOS TEÓRICOS CONCEITUAIS
O modelo tradicional de ensino, alicerçado em ensinar e avaliar todos os
alunos de forma igual em busca de resultados previsíveis, ainda está
amplamente presente nos espaços formais de ensino.
A necessidade de uma nova dinâmica no processo de ensino é latente e,
nesse contexto, insere-se a “Pedagogia do Ativismo” e as metodologias
ativas de ensino.
�Procedimentos metodológicos e recursos didáticos
Exercícios (Exercícios, Práticas, Trabalhos)
Nº
96
Aulas expositivas (Aulas expositivas; Aulas expositiva-dialogadas; Aulas
dialogadas; Aulas expositivas e dialogadas; Aulas expositivas dialogadas;
Aulas teórico/práticas; Aulas teórico expositivas)
Leituras (Leituras de Textos; Leitura de livros; Leitura prévia;
Discussão de textos (Discussão de textos; Debates; Discussão em sala de
aula)
Seminários
Laboratório de Informática (Laboratório de Informática; Manipulação de
software)
Visitas técnicas
Ambiente virtual de aprendizagem
Palestras
Fóruns para discussão
Visita as Bibliotecas
Orientação
Produção de texto
Estudo dirigido
Estudos de campo
Estudos de caso
Aprendizagem interacionista, construcionista e sistêmica
Áudios e vídeos gravados pelo docente
Chat
Sala de aula invertida
82
Gamificação
2
51
30
20
15
11
10
9
7
7
5
5
4
4
4
3
3
3
3
�Nas metodologias ativas, o aluno assume o papel de protagonista, por meio
do seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as etapas do
processo de ensino e aprendizagem.
Fonte: elaborado pelo autor.
�NOVAS PERSPECTIVAS DO ENSINO DE CATALOGAÇÃO
Inverter a Forma de Ensinar;
Aprendizagem Baseada em Método do Caso ;
Aprendizagem Baseada em Problemas;
Aprendizagem Baseada em Projetos;
Aprendizagem por Pares;
Aprendizagem por Histórias;
Aprendizagem por Jogos.
O campo das metodologias de ensino não é estudado com frequência na Biblioteconomia
brasileira, porém entender como ocorre o processo de aprendizagem é fundamental para
direcionar as decisões pedagógicas, conduzir e planejar as disciplinas, bem como realizar o
processo avaliativo.
�CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pesquisa sobre o ensino de Catalogação evidenciou a importância da
harmonização entre a teoria e a prática, bem como a necessidade de ampliação
de pesquisas sobre o processo de ensinar e aprender a catalogar.
A evolução do conhecimento, aliada à atual dinâmica dos ambientes de
aprendizagem, tão alicerçados nos meios digitais de informação, requerem que
a forma de ensinar também acompanhe as transformações.
As metodologias ativas podem agregar uma nova dinamicidade ao processo
de ensino e aprendizado da disciplina ao atribuir o protagonismo ao aluno,
incentivando o seu envolvimento direto, participativo e reflexivo em todas as
etapas do processo.
�Muitos desafios se impõem à incorporação de novos métodos de ensino,
principalmente por eles envolverem a necessidade de uma mudança cultural em
práticas que estão tradicionalmente arraigadas no modo de exercer a docência.
Acrescenta-se a isso a carência de uma formação didático-pedagógica, em nível de
graduação ou pós-graduação, dos docentes das disciplinas de Catalogação.
Conteúdos cuja importância não se restringem ao setor de processamento técnico e
que acarretam impactos na otimização de recursos e na disponibilização de obras para
os usuários, carecem de representatividade nos documentos analisados.
À dificuldade de inserção de novos conteúdos nos PPC, soma-se o declínio da
carga horária total dos cursos de Biblioteconomia, o que, inevitavelmente, tem impacto
na disciplina de Catalogação.
�Acredita-se que, ao ensinar Catalogação, seja importante a busca pelo
equilíbrio entre a incorporação das inovações tecnológicas e
conceituais com as bases teóricas que, histórica e tradicionalmente,
fundamentam a área para que, aliadas, favoreçam a formação de
bibliotecários e bibliotecárias capazes de atuar em uma realidade
perpassada por constantes transformações, característica basilar da
Ciência da Informação.
�REFERÊNCIAS
BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70, 1977.
CATALOGING COMPETENCIES TASK FORCE. Core competencies for cataloging and metadata professional
librarians. 2017. Disponível em: <https://alair.ala.org/handle/11213/7853>. Acesso em: 28 ago. 2020.
DAVIS, J. M. A Survey of Cataloging Education: Are Library Schools Listening?. Cataloging & Classification Quarterly, v.
46, n. 2, p. 182-200, 2008. Disponível em: 10.1080/01639370802177604. Acesso em: 23 mar. 2019.
FREIRE, P. Educação e mudança. 23. ed. São Paulo, SP: Paz e Terra, 1999.
LAZARINIS, F. Cataloguing and classification: an introduction to AACR2, RDA, DDC, LCC, LCSH and MARC 21
Standards. New York (USA): Elsevier, 2015.
MEY, Eliane Serrão Alves; MORENO, Fernanda. Desafios do ensino de catalogação no Brasil. In: ENCONTRO NACIONAL
DE CATALOGAÇÃO- ENACAT. III EEPC,1;3; Rio de Janeiro,2012. Anais... Disponível em:<
http://pt.scribd.com/doc/109279226/Desafios-do-ensino-de-catalogacao-no-Brasil>. Acesso em: 12 mar. 2017.
OCHOLLA, D.N.; OCHOLLA, L. Cataloguing and classification education (CCE) and training in Library and Information
Science/Studies departments in South Africa. South African Journal of Libraries and Information Science, v. 80, n. 1, p.
1-7, 2014.
PATTUELLI, C. M. Knowledge organisation landscape: A content analysis of introductory courses. Journal of Information
Science, v. 36, n. 6, p. 812-822, 2010.
�Não há transição que não implique um ponto de partida, um processo e
um ponto de chegada. Todo amanhã se cria num ontem, através de um
hoje. De modo que o nosso futuro baseia-se no passado e se corporifica
no presente. Temos de saber o que fomos e o que somos, para saber o
que seremos (FREIRE, 1999, p. 33).
�MUITO OBRIGADO!!
marcos.hubner@unir.br
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O ensino de catalogação no Brasil: contexto histórico e desafios contemporâneos
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Description
An account of the resource
Esta palestra apresentará um panorama do ensino de Catalogação nos cursos de Biblioteconomia brasileiros, resultante de minha tese de doutoramento, que teve por objeto os Projetos Pedagógicos de Curso de 36 instituições de ensino superior e os
Planos de Ensino de 96 disciplinas de Catalogação, propôs-se a analisar a trajetória histórica e o desenvolvimento do ensino da Catalogação no Brasil, considerando as demandas das unidades informacionais contemporâneas, as novas metodologias de ensino, além da incorporação das inovações tecnológicas e conceituais na área da Ciência da Informação. Os resultados demonstram que a inclusão de novos conteúdos vem ocorrendo de maneira gradual, sem um maior aprofundamento, restringindo-se, muitas vezes, aos fundamentos teóricos da área. Conteúdos, como Metadados, RDA, FRBR, tão representativos das evoluções conceituais, ainda carecem de representatividade junto ao coletivo de conteúdos de Catalogação de muitos dos cursos analisados. Com a palestra, almeja-se contribuir para a ampliação do conhecimento e da compreensão sobre o cenário atual do ensino de Catalogação no Brasil, bem como fornecer subsídios para o desenvolvimento de novas pesquisas na área.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Marcos Leandro Freitas Hübner
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/cQ0DwxNfZNU
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6208/RDA_Kairos_Filipe.pdf
c5e01933d7684ca906c1bb4c838ffd60
PDF Text
Text
�~TEMPO~
CHKONOS
KAIROS
�O KAIROS PARA REPENSAR
NOVOS CÓDIGOS / MODELOS CONCEITUAIS / NOVOS
FORMATOS DE METADADOS / MUTAÇÕES TECNOLÓGICAS /
MUTAÇÕES NOS PERFIS DE USUÁRIOS E INCLUSÕES /
PRINCÍPIOS / CIENTIFIZAÇAO DA CATALOGAÇÃO /
ABORDAGENS TEÓRICAS ETC.
REPENSAR A EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA
�ANALISAR E REPENSAR
o ensino, o currículo, a aprendizagem, as políticas
educacionais, os materiais pedagógicos, o perfil
catalográfico almejado, a compreensão sobre o
contexto formativo, as perspectivas etc.
�REGRAS - > DIRETRIZES
“No passado, os catalogadores trabalhavam com “regras de
catalogação” e políticas, mas em um ambiente de
catalogação RDA existem “instruções”, diretrizes e
“políticas”.”
(FREDERICK, 2018, p. 19, tradução nossa).
Como lidamos com elas?
�CATALOGAÇÃO
PRINCÍPIOS
REGRAS
Tecitura aberta
Tecitura fechada
�PRECAUÇÕES FUNDAMENTAIS PARA CATALOGAR
PRINCÍPIOS
CATALOGRÁFICOS
DELIBERAÇÕES
CATALOGRÁFICAS
AÇÕES
CATALOGRÁFICAS
�PRECAUÇÕES FUNDAMENTAIS PARA CATALOGAR
PRINCÍPIOS
CATALOGRÁFICOS
Interesse do usuário
Uso comum
Representação
Precisão
Suficiência e necessidade
Significação
Economia
Coerência e normalização
Integração
Interoperabilidade
Abertura
Acessibilidade
Racionalidade
DELIBERAÇÕES
CATALOGRÁFICAS
AÇÕES
CATALOGRÁFICAS
Quais metodologias?
Quais regras/diretrizes?
Quais formatos?
Quais tecnologias?
Etc.
O registro catalográfico como
hipótese.
�PRECAUÇÕES FUNDAMENTAIS PARA CATALOGAR
PRINCÍPIOS
CATALOGRÁFICOS
Interesse do usuário
Uso comum
Representação
Precisão
Suficiência e necessidade
Significação
Economia
Coerência e normalização
Integração
Interoperabilidade
Abertura
Acessibilidade
Racionalidade
DELIBERAÇÕES
CATALOGRÁFICAS
AÇÕES
CATALOGRÁFICAS
Quais metodologias?
Quais regras/diretrizes?
Quais formatos?
Quais tecnologias?
Etc.
O registro catalográfico como
hipótese.
�IMPERATIVO CATEGÓRICO DA CATALOGAÇÃO
INTERESSE DO USUÁRIO
ATEMPORAL - ACONTEXTUAL
�PRECAUÇÕES FUNDAMENTAIS PARA CATALOGAR
PRINCÍPIOS
CATALOGRÁFICOS
PÚBLICO
Quais são as
necessidades/demandas do
publico?
DELIBERAÇÕES
CATALOGRÁFICAS
Quais metodologias?
Quais regras/diretrizes?
Uso que fazem da informação
Tipo de documento
Idade
Formação educacional,
cultural, econômica, geográfica
Necessidade especial
Etc.
AÇÕES
CATALOGRÁFICAS
Quais formatos?
Quais tecnologias?
Etc.
O registro catalográfico como
hipótese.
�EDUCAÇÃO
• A Educação é um modo de fortalecimento do sujeito
com certos conteúdos para ele transitar de estado
ínscio para um estado gnóstico de algo.
�CATALOGAÇÃO
•Arte, não ciência (CUTTER, 1904);
•Ciência (RANGANATHAN, 2009);
•Estudo (MEY; SILVEIRA, 2009);
•Disciplina científica (ALVES; SANTOS, 2013).
�CATALOGAÇÃO - PROCEDIMENTOS
Q
PROCEDIMENTOS
AUTORIA
01
Catalogação
(PROVANSAL, 1997; LE COADIC, 2004)
02
•
• Catalogação descritiva e Catalogação de assunto
Descrever as características e Determinar os pontos de acesso
(HAIDER, 2020; JOUDREY; TAYLOR, 2018;
THOMSON, 1943; GARRIDO ARILLA, 1999)
03
• catalogação descritiva, análise do assunto, controle de autoridade
• a) Descrição bibliográfica, b) pontos de acesso e c) dados de localização
(JOUDREY; TAYLOR; MILLER, 2015; MEY;
SILVEIRA, 2009)
04
[a] descrição bibliográfica, [b] análise de assunto, [c] atribuição de notação de
classificação e [d] todas as atividades envolvidas na preparação física do item para a
estante.
[a] a preparação das descrições bibliográficas, [b] a determinação das formas de
entradas, [c] da atribuição de assuntos e [d] elaboração de resumos.
(REITZ, 2004; TOLENTINO, 2015)
05
a) Catalogação descritiva / Descrição de recurso, b) Análise de assunto / Catalogação
de assunto, c) Classificação, d. Trabalho de autoridade e e) Marcação de tag (MARC
tagging).
(CHAN; SALABA, 2016)
�CATALOGAÇÃO
• Catalogação como área que se ocupa dos princípios e
métodos de produção de bases de dados bibliográficas;
• Catalogação para tratar das operações de produção
dessas bases de dados.
• (ORTEGA, 2011, p. 45).
�EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA
O ensino de Catalogação
O currículo de Catalogação
A aprendizagem de Catalogação
As políticas educacionais de Catalogação
O planejamento educacional de Catalogação
etc.
�PROBLEMAS DA EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA
• Teoria x Prática
• Educação ahistórica
• Currículo
• As competências
• Educação acrítico
�EDUCAÇÃO
CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• Lubetzky (1965) chama atenção que
mesmo os mais atenciosos e capazes,
entre os discentes de catalogação,
estarão fadados a confusão e alienados
por causa de uma ênfase indevida e
não crítica nas regras de catalogação.
�EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• J. Bradford YOUNG (1987) ratifica que é por meio de
análises críticas desenvolvidas no processo educacional
que o sujeito estará preparado para se adaptar a um
ambiente em mudança e liderar a profissão em evolução.
�EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• Felipe Arakaki (2013) afirma que é necessário currículos
complementares que possibilitem exercícios abstratos,
teóricos, críticos e práticos; assim superar uma formação
de um simples fazer técnico repetitivo e tecnicista.
• O que se anseia é a capacidade, a autonomia e o senso
crítico que vise, a partir da compreensão do ambiente
(comunidade).
�EDUCAÇÃO
CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• Ana Maria Pereira (2013), deve-se fazer parte
dos currículos dos cursos de Biblioteconomia,
não com uma visão tecnicista, mas como uma
disciplina que proporcione ao futuro profissional
desenvolver uma visão crítica e que contribua
com a área no repensar e fazer das suas
atividades diárias. (p. 6)
�EDUCAÇÃO
CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• O desafio dos cursos de graduação em
Biblioteconomia, através da disciplina de
Representação Descritiva, consiste em oferecer
uma formação acadêmica consistente, reflexiva e
crítica nessa área do conhecimento, tanto teórica
quanto técnica, a fim de que os discentes, quando
graduados, possam atender com êxito as
expectativas das unidades informacionais (2018).
�EDUCAÇÃO
CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• O profissional deve ser capaz de
conhecer essas coisas de maneira
crítica, além da mera aceitação de
padrões, para que o catálogo possa
efetivamente desempenhar sua função
mediadora entre a coleção e os
usuários. (OLSON, 1997, p. 52).
�O que é crítica?
Como se formar
um senso crítico?
�• WHITE, Herb. Fazemos, fazemos,
fazemos e não sabemos porque: as
práticas de catalogação clamam por uma
reavaliação. Revista da Escola de
Biblioteconomia, Belo Horizonte, v. 22,
n. 2, p. 257-264, jul./dez. 1993.
Hannah Arendt - Eichmann em Jerusalém – ao invés de um monstro há
um burocrata.
�CRÍTICA
• Etimologia – grego kritiké - capacidade intelectual de julgamento;
• Kant – maior idade - sentido de análise, “exame de valor”;
• Marx – (o que é? Como se formou? Como se desenvolve? Como ir
adiante?)
• Teoria crítica de Frankfurt - analisar as condições para transformar;
• Pós-estruturalismo – apontar as contradições para descontruir e criar.
�SENSO CRÍTICO NA BIBLIOTECONOMIA
�SENSO CRÍTICO NA
“BIBLIOTECONOMIA”
• Grupo de Pesquisa sobre o Escrito e o
Documento envolvendo, entre outros, Robert
Estivals, Jean Meyriat, Pierre Albert, Jean
Guenot, Jean-Marie Bouvaist e Jacques Breton
(ESTIVALS, 1981).
• Ao observar a insípida análise do liberalismo, o
grupo buscou a compreensão dos circuitos do
escrito e do documento a partir de uma
explicação crítica de base marxista. (ESTIVALS,
1981).
�EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• Além do aspecto normativo (o modelo, o ideal, ou seja, o real deve
alcançar o ideal)
• Para teoria crítica, o ideal e real não opostos. É dentro do real que se deve
buscar forças favoráveis para em momentos adequados promover ou
bloquear o ideal.
• Além do aspecto descritivo (objeto estagnado)
• Para teoria crítica não há um objeto único. Os objetos sociais são relacionais e
conflituosos.
�EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA CRÍTICA
Algumas perguntas que podem ser suscitadas numa educação crítica:
Quais são as ideias implícitas?
Quais são as evidências que apoiam tal afirmação?
Quais são as outras facetas sobre isso?
Quais são os fundamentos do enunciado?
O que precisa ser explorado para esclarecer certas questões?
Quais são as implicações de tal afirmação?
Por que catalogamos assim e não de outra forma?
�EDUCAÇÃO
CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• Analisar e compreender o contexto
catalográfico
• Criticar as contradições identificadas
• Produzir caminhos
�EDUCAÇÃO CATALOGRÁFICA CRÍTICA
• Universal = incluídos e marginalizados/excluídos
• Emancipação – liberdade para transformar – Autonomia – Sair
da menoridade (Kant);
• Erradicar a sacralidade de instrumentos;
• Um olhar menos prescritivo e mais questionador;
• Se basear em várias perspectivas – há uma riqueza a ser
explorada;
• Origens das noções estabelecidas - Arqueologia/genealogia;
• Contextualizar/situacionar/diagnosticar as ações;
�• Se aprendemos sem
questionar, não
aprendemos, na verdade
somos doutrinados.
• A crítica é para progressão
e se não houver, a
continuidade é consciente.
�REFERÊNCIAS
• ACCARDI, Maria T.; DRABINSKI, Emily; KUMBIER, Alana (Ed.). Critical Library Instruction: Theories
and Methods. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2010.
• ALVES, Rachel Cristina Vesu; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa. Metadados
no domínio bibliográfico. Rio de Janeiro: Intertexto, 2013.
• ARAKAK, F. A. et al. Transpondo as barreiras do ensino da catalogação: o caso da Biblioteca de
Estudos e Aplicação de Metadados (BEAM). In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE CATALOGADORES,
9., Rio de Janeiro. Anais Eletrônicos [...]. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, 2013.
• CUTTER, Charles Ammi. Rules for a Dictionary Catalog. 4th ed., rewritten. Washington:
Government Printing Office, 1904.
• DOWNEY, Annie. Critical Information Literacy: Foundations, Inspiration, and Ideas. Sacramento,
CA: Library Juice Press, 2016.
• ESTIVALS, R. A dialética contraditória e complementar do escrito e do documento. Revista da
Escola de Biblioteconomia da UFMG, v. 10, n. 2, p. 121-152, set. 1981.
• FREDERICK, Donna Ellen. Core competencies for cataloging and matadata professional librarians the data deluge column. Library Hi Tech News, n. 8, p. 15-20, 2018.
�REFERÊNCIAS
• LECKIE, Gloria J.; GIVEN, Lisa M.; BUSCHMAN, John E. (Eds.). Critical theory for library and information
science: exploring the social from across the disciplines. Santa Barbara: Libraries Unlimited, 2010.
• LUBETZKY, Seymour. On teaching cataloging. Journal of Education for Librarianship, v. 5, n. 4, p. 255-258,
1965.
• MEY, Eliane Serrão; SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural. Brasília, DF: Briquet de Lemos /
Livros, 2009.
• NICHOLSON, Karen P.; SEALE, Maura (Ed.). The Politics of Theory and the Practice of Critical Librarianship.
Sacramento, CA: Library Juice Press, 2018.
• OLSON, Hope A. Thinking professionals: teaching critical cataloguing. Technical Services Quarterly, v. 15, n.
1/2, p. 51-66 1997.
• ORTEGA, C. D. Do princípio monográfico à unidade documentária: exploração dos fundamentos da
catalogação. Liinc em revista, v. 7, n. 1, 2011.
• RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos / Livros, 2009.
• YOUNG, J. Bradford. The teaching of cataloging: education or training. Cataloging & Classification Quarterly,
v. 7, n. 4, p. 149-163, 1987.
�OBRIGADO!
Filipe Reis
filipereis@ufg.br
UFG/UFMG
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O kairos para uma formação catalográfica crítica
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Description
An account of the resource
Tendo em vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão e/ou vão adaptar seus projetos políticos pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação, acredita-se que esse contexto é conjuntamente uma oportunidade para refletir, criticar, analisar e operar nos processos vigentes da Educação Catalográfica brasileira. Preconiza-se pensar e repensar o ensino, o currículo, a aprendizagem, o planejamento e as políticas educacionais de catalogação. Nesse cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Filipe Reis Dias de Jesus
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/cQ0DwxNfZNU
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6239/2022-kairos-formacao-catalografica-critica.pdf
4406bdf9a29dfae0b62782503d3f297c
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O kairos para uma formação catalográfica crítica
The kairos for a critical cataloging formation
Filipe Reis
Professor na Universidade Federal de Goiás (UFG). Doutorando em Ciência da informação na
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3400342257925895
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-1446-6982
E-mail: filipereis@ufg.br
Resumo
Apresenta reflexões sobre a educação catalográfica crítica. O surgimento do código RDA ( Resource
Description and Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em
vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos políticopedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse cenário, busca-se
refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica. Compreende-se que o
catalogador deve ter a capacidade de analisar e compreender o contexto catalográfico, com o objetivo de
criticar as contradições identificadas e produzir caminhos, caso sejam necessários. Sendo assim, se
aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos doutrinados. A crítica ocorre para a
progressão; se não houver o desenvolvimento, a continuidade é consciente.
Palavras-chave: Educação Catalográfica Crítica. Formação Catalográfica Crítica. Ensino de
Catalogação. Educação de Catalogação. Aprendizagem de Catalogação.
Abstract
It presents reflections about critical cataloging education. The emergence of the RDA (Resource
Description and Access) code is a significant element for the kairos of cataloging education, considering
that graduations in Library Science in Brazil are and/or will adapt their pedagogical political projects to
insert content about the “new” cataloging code: RDA. In this scenario, we seek to reflect on critical
education in the processes of cataloging education. It is understood that the cataloguer must have the
ability to analyze and understand the cataloging context, with the objective of criticizing the identified
contradictions and producing paths, if necessary. Therefore, if we learn without questioning, we do not
learn, we are actually indoctrinated. Criticism is for progression and if there is not a development,
continuity is conscious.
Keywords: Critical Cataloging Education. Critical Cataloging Formation. Cataloging Teaching.
Cataloging Education. Learning to Catalog.
1 Introdução
Na mitologia grega, podemos identificar, pelo menos, duas formas de expressar o
tempo. O vocábulo chronos (do latim Chronus, do grego Χρόνος) caracteriza o tempo numa
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
22
disposição em que se pode localizar qualquer evento específico. Nesse sentido, o tempo é
quantificável, linear, mensurável, sequencial, numerável. Ele é proposto em instrumentos que
medem o cumprimento da duração, como relógios e calendários. No entanto, a experiência do
tempo pode ser apreendida por meio de outro sentido. Kairos (do grego καιρός) é definido
como o momento ou como a ocasião de criar significado. Ele é de natureza qualitativa; é “o
momento oportuno”, “certo” ou “supremo” para agir (RAMALHO, 2020). Kairos é um momento
de parada; um ponto infinito no tempo; um plenum dentro de um ponto.
Levando em conta os sentidos de kairos, defende-se que a formação catalográfica
dispõe de um momento oportuno para analisar e repensar o ensino, o currículo, a
aprendizagem, as políticas educacionais, os materiais pedagógicos etc. Esse é um momento de
criar modos educacionais. Isso significa qualificar o processo e os seus dispositivos
catalográficos. A conjectura catalográfica hodierna está expressa por meio de um acúmulo de
conhecimento e de uma constituição de novos modelos conceituais, novos formatos de
metadados, mutações nas tecnologias, modificações e inclusões de perfis de usuários, além de
novos códigos de catalogação. Esse contexto oportuno propicia a análise e a reanálise dos
costumes formativos do catalogador. O surgimento do código RDA (Resource Description and
Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em vista
que as Graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos
político-pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse
cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica.
As normas catalográficas, resultantes de uma constituição cultural, são criações
humanas, que estão em transições e em disputas simbólicas ligadas a interesses e a objetivos
variados sobre os entendimentos de usuário. Esses elementos devem ser constantemente
reanalisados para as devidas adaptações, pois quem controla os modos/sentidos de catalogar
arbitra sobre os valores.
Inicialmente, as normas catalográficas foram constituindo-se de acordo com o seu
contexto; ou seja, elas emergiam para lidar com as demandas das instituições. Todavia, o
último século, principalmente, foi marcado pela elaboração de normas catalográficas que não
se limitavam a uma instituição, a uma rede de instituições similares ou a uma nação. Exemplo
exponencial disso é o código AACR, que foi traduzido para mais de 20 idiomas, sendo utilizado
por povos de diferentes culturas, apesar das inúmeras críticas sobre a preponderância da
cultura anglo-americana expressa nesse código. Vale ressaltar que o abrangente uso do AACR
não é absoluto nem universal; vários países utilizam as suas próprias regras catalográficas,
além haver várias instituições que elaboraram ou adaptaram regras catalográficas, pois não
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
23
encontraram no AACR ou em qualquer outro código regras compatíveis com as necessidades
dos seus usuários e com os interesses da instituição.
Nessa conjuntura, emerge o RDA para substituir o AACR, tendo em vista as novas
estruturações tecnológicas, os modos de formulações das obras na contemporaneidade, as
necessidades dos usuários, entre outras questões. Entre os diferentes aspectos acerca desses
dois códigos, Frederick (2018) afirma que: “no passado, os catalogadores trabalhavam com
‘regras de catalogação’ e políticas, mas em um ambiente de catalogação rda existem
‘instruções’, diretrizes e ‘políticas’.”1 (FREDERICK, 2018, p. 19, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a sinalização dessas mudanças seja importante, basilar é pensarmos como lidamos,
relacionamos, interagimos, usamos, reconhecemos, cotejamos etc. qualquer código/norma
catalográfica. Isto é, pouco adianta mudar a concepção de regra para a diretriz, se
continuarmos lidando com novos códigos da mesma forma que outrora. Partirmos do
entendimento de que o catalogador é um profissional com formação acadêmica e precisa
prezar por certas precauções fundamentais para a catalogação.
A fim de evitar análises e ações catalográficas reduzidas, o catalogador deve tomar
certos cuidados e certa prudência. A Figura 1 apresenta uma sistematização parcial de
precauções fundamentais para a catalogação. Veja que há duas fases antes do ato de catalogar:
a definição dos princípios da catalogação e as deliberações catalográficas. Isto é, antes de
catalogar, o bibliotecário tem uma série de análises e de decisões para serem tomadas. Para
catalogar um documento de uma forma ou de outra, ele precisa determinar sob quais regras a
catalogação vai ocorrer e se as suas escolhas vão estar alinhadas a certos princípios. Ainda que
o catalogador não tenha em mente, de forma clara, quais princípios regem as suas deliberações
catalográficas, ele está seguindo certos princípios sem perceber, e, consequentemente, as
decisões ocorrem sem consistência.
1
No original: “In the past, catalogers worked with “cataloging rules” and policies but in an RDA cataloging
environment there are “instructions,” guidelines and “policies.” (FREDERICK, 2018, p. 19).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
24
Figura 1 – Precauções fundamentais para catalogar
Fonte: Elaborado pelo autor.
Os princípios e as regras catalográficas são distintos. Os princípios apresentam uma
textura aberta. Eles não são válidos ou inválidos; são sempre levados em consideração, e a sua
aplicação se dá pelo seu pensamento, ou seja, pela importância de sua aplicação em tal
contexto. As regras têm textura fechada: elas são tudo ou nada. Se uma regra contradiz outra,
uma delas será inválida. As regras são razões mais definitivas; se satisfeitas, são aplicadas. Elas
são mais detalhadas. As regras são fixas, enquanto os princípios são mandamentos de
otimização contextual. Assim, os princípios são aplicados em doses máximas, médias ou
mínimas. Os princípios sempre são aplicados.
Nesse contexto, a partir da Figura 1, utilizaram-se os princípios da Declaração dos
Princípios Internacionais da Catalogação, publicada pela IFLA (2018). Poderiam ser outros
princípios, mas acreditamos que esses são suficientemente pertinentes para a exemplificação.
Veja que, entre todos os princípios, um é determinante: interesse do usuário 2. Ou seja, todos os
outros princípios, mesmo sendo relevantes, não podem se sobrepor a esse princípio. Sendo
assim, a decisão de quais regras/diretrizes utilizar deve ser justificada a partir do primeiro
princípio, e não por questões de interoperabilidade, ou pior, simplesmente em razão de
determinada regra ser uma novidade. Após a definição de princípios e após deliberar com base
neles, o catalogador vai realizar a catalogação como hipótese, que será confirmada se ela
funcionar, ou seja, se o usuário conseguir exercer as suas funções no processo de busca por
documentos.
2
No original: “Convenience of the user”.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
25
Otlet afirma que: “Uma biblioteca não existe por si só. É preciso formá-la [...]. Ela não
é um amontoado de livros.” (OTLET, 2018, p. 535). Organizar é preciso! A catalogação pode ser
compreendida como uma subárea e como um conjunto de procedimentos catalográficos. Como
subárea, a catalogação é compreendida como arte por Cutter (1904), como ciência por
Ranganathan (2009), como estudo por Mey e Silveira (2009) e como disciplina científica por
Alves e Santos (2013). Como um conjunto de procedimentos, a catalogação tem sido fruto de
uma estrutura curricular. Essa base curricular, porém, nem sempre corresponde a uma
estrutura sociopolítica unificada e nem mesmo a uma coexistência ativa e interatuante. Toda a
amplitude da catalogação se rompe em disciplinas singulares, algumas delas bem pouco
viáveis como um cenário dentro do qual uma teoria geral da catalogação possa realizar as suas
potencialidades. A unidade empírica do ato catalográfico jamais funcionou como um fator de
unificação, porque as distintas influências constitutivas dos processos catalográficos
coexistiram, mas com pouca convivência, ao logo do tempo.
Nesse entendimento, intenta-se aproveitar esse kairos, ou seja, esse tempo oportuno,
para uma formação catalográfica crítica endereçada aos bibliotecários. A educação é um
“processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral [...]” (CUNHA, 2010, p.
235). A educação como processo de transmissão e de aprendizagem se realiza por meio dos
dispositivos culturais, ou seja, dos dispositivos de uso, produção e comportamento que
possibilitam que os grupos humanos sejam capazes de satisfazer as suas necessidades
fisiológicas, afetivas e pessoais. Nesse contexto, a educação catalográfica visa a um conjunto
de questões que objetivam modos de formação do catalogador. Ela compreende o ensino, o
currículo, a aprendizagem, o desenvolvimento de competências, as políticas educacionais, o
planejamento educacional e assim por diante. Vale ressaltar que esses temas estão totalmente
associados, porém, têm suas particularidades.
Figura 2 – Educação catalográfica
Fonte: Elaborado pelo autor.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
26
A literatura sobre educação catalográfica mostra os problemas recorrentes
relacionados a esse processo educacional. Autores como Henderson (1987), Turvey e Latarte
(2002), Joudrey (2002) e Intner (2002), entre outros, expuseram essas questões. De forma
suscita, destacam-se algumas das adversidades da Educação Catalográfica: a controvérsia entre
teoria e prática; a incipiente formação histórica do catalogador; e o currículo, isto é: pensar em
quais conteúdos e materiais são primordiais para uma certa formação e no porquê de certos
conteúdos não serem ensinados; pensar em quais competências são necessárias para lidar com
as demandas catalográficas; e pensar na formação de um senso crítico do catalogador.
Uma formação catalográfica crítica tem sido sinalizada na literatura da área por
autores como Lubetzky (1965), o qual chama a atenção que mesmo os mais atenciosos e
capazes, entre os discentes de catalogação, estarão fadados à confusão e à alienação, por
causa de uma ênfase indevida e não crítica às regras de catalogação. Nesse sentido, Young
(1987) ratifica que é por meio de análises críticas desenvolvidas no processo educacional que
o sujeito estará preparado para se adaptar a um ambiente em mudança e a liderar a
profissão em evolução. Arakaki (2013) afirma que são necessários currículos complementares
que possibilitem exercícios abstratos, teóricos, críticos e práticos; assim, será superada uma
formação ligada a um simples fazer tecnicista. Pereira (2013) defende que o currículo de
catalogação proporcione ao futuro profissional o desenvolvimento de uma visão crítica; além
disso, o autor defende que o currículo contribua para a área, no repensar e no fazer das suas
atividades diárias. Além disso, Olson afirma que: “O profissional deve ser capaz de conhecer
essas coisas de maneira crítica, além da mera aceitação de padrões, para que o catálogo possa
efetivamente desempenhar sua função mediadora entre a coleção e os usuários.” (OLSON,
1997, p. 52, tradução nossa, grifo nosso).
Embora a literatura aponte a relevância de uma formação crítica do catalogador, pouco
se aprofunda nessa questão. O que é crítica? Como se forma um senso crítico no catalogador?
Podemos começar pensando o que não é crítica. Quando fazemos, fazemos, fazemos e não
sabemos, porque3 isso é o prenúncio da falta de senso crítico.
A palavra “crítica” (do grego kritikós – κριτικός) indica a capacidade intelectual de
discernimento sobre algo. Isto é, essa palavra indica quando uma pessoa é capaz de julgar por
diversos pontos de vista, seja o estético, seja o lógico, seja o intelectual, ou “do ponto de vista
de uma concepção, de uma teoria, de uma experiência ou de uma conduta.” (JAPIASSÚ;
3
Fazendo alusão ao artigo: WHITE, Herb. Fazemos, fazemos, fazemos e não sabemos porque: as práticas de
catalogação clamam por uma reavaliação. Revista da Escola de Biblioteconomia, Belo Horizonte, v. 22, n. 2,
p. 257-264, jul./dez. 1993.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
27
MARCONDES, 2006, p. 61). A partir da filosofia kantiana, o vocábulo “crítica” ganhou
relevância na história do pensamento. Após Kant, podemos destacar alguns autores e
“movimentos” que realizaram uma miríade de estudos críticos: a) Karl Marx e Friedrich Engels,
com estudos econômicos e sociais; b) os autores da Teoria Crítica de Frankfurt: Max
Horkheimer, Theodor W. Adorno, Herbert Marcuse, Erich Fromm, Leo Lowenthal, Jürgen
Habermas, Albrecht Wellmer, Otto Apel, Walter Benjamin 4 e Axel Honneth; e c) os pósestruturalistas, influenciados pelas bases críticas kantianas e marxistas: Jacques Derrida, Gilles
Deleuze, Jean-François Lyotard; Michel Foucault, Judith Butler, Jean Baudrillard, Julia Kristeva,
Jacques Rancière e Paul Ricoeur. Esses autores são contrários a uma teoria tradicional
(HORKHEIMER, 1983), a qual é marcada pela defesa da neutralidade. Eles buscam analisar as
condições sociais, políticas, econômicas etc. das aplicações das teorias, com o objetivo de
transformar a realidade.
O pensamento crítico vai ser requisitado também na Biblioteconomia e na Ciência da
Informação. Podemos observar isso nas publicações de Leckie; Given e Buschman (2010);
Nicholson e Seale (2018); Accardi; Drabinski e Kumbier (2010); Downey (2016); Gregory e
Higgins (2013); Leung e Lopez-McKnight (2021). Isso ocorreu num contexto americano e num
contexto francês; podemos observar a perspectiva crítica na criação do Grupo de Pesquisa
sobre o Escrito e o Documento, envolvendo, entre outros, Robert Estivals, Jean Meyriat,
Pierre Albert, Jean Guenot, Jean-Marie Bouvaist e Jacques Breton (ESTIVALS, 1981). Esse
grupo buscou compreender os circuitos do escrito e do documento a partir de uma explicação
crítica de base marxista.
Uma educação catalográfica crítica deve ir além dos aspectos normativos, que visam
ao padrão ideal, e dos aspectos descritivos, que reduzem o objeto ao estagnado. O ideal e real
não são opostos. É dentro do real que se deve buscar forças favoráveis, para, em momentos
adequados, promover ou bloquear o ideal. Ou seja, é no contexto catalográfico que análises
críticas serão realizadas, a fim de discernir o quanto o ideal (tal modelo) deve ser adotado.
Algumas perguntas podem ser suscitadas numa educação crítica: Quais são as ideias
implícitas? Quais são as evidências que apoiam tal afirmação? Quais são as outras facetas
referentes a ela? Quais são os fundamentos do enunciado? O que precisa ser explorado para
esclarecer certas questões? Quais são as implicações de tal afirmação? Por que catalogamos
assim e não de outra forma? Em resumo, o catalogador deve: a) analisar e compreender o
contexto catalográfico; b) criticar as contradições identificadas; e c) produzir caminhos, caso
seja necessário. Se aprendemos sem questionar, não aprendemos; na verdade, somos
4
Considerado membro da escola por afinidade teórica, teve a sua tese rejeitada pela Universidade de Frankfurt.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
28
doutrinados. A crítica ocorre para a progressão; se não houver o desenvolvimento, a
continuidade é consciente.
Referências
ACCARDI, Maria T.; DRABINSKI, Emily; KUMBIER, Alana (Ed.). Critical Library
Instruction: Theories and Methods. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2010.
ALVES, Rachel Cristina Vesu; SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa.
Metadados no domínio bibliográfico. Rio de Janeiro: Intertexto, 2013.
ACCARDI, Maria T.; DRABINSKI, Emily; KUMBIER, Alana (Ed.). Critical Library
Instruction: Theories and Methods. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2010.
ARAKAK, F. A. et al. Transpondo as barreiras do ensino da catalogação: o caso da Biblioteca
de Estudos e Aplicação de Metadados (BEAM). In: ENCONTRO INTERNACIONAL DE
CATALOGADORES, 9., Rio de Janeiro. Anais Eletrônicos [...]. Rio de Janeiro: Biblioteca
Nacional, 2013.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 4 ed. rev. Rio
de Janeiro: Lexikon, 2010.
CUTTER, Charles Ammi. Rules for a Dictionary Catalog. 4th ed., rewritten. Washington:
Government Printing Office, 1904.
DOWNEY, Annie. Critical Information Literacy: Foundations, Inspiration, and Ideas.
Sacramento, CA: Library Juice Press, 2016.
ESTIVALS, R. A dialética contraditória e complementar do escrito e do documento. Revista da
Escola de Biblioteconomia da UFMG, v. 10, n. 2, p. 121-152, set. 1981.
FREDERICK, Donna Ellen. Core competencies for cataloging and matadata professional
librarians - the data deluge column. Library Hi Tech News, n. 8, p. 15-20, 2018.
GREGORY, Lua; HIGGINS, Shana (Ed.). Information Literacy and Social Justice: Radical
Professional Praxis. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2013.
HENDERSON, Kathryn Luther. Some Persistent Issues in the Education of Catalogers and
Classifiers. Cataloging & Classification Quarterly, v. 7, n. 4, 5-26, 1987.
HORKHEIMER, Max. Teoria tradicional e teoria crítica. In: CIVITA, V. (ed.). Benjamin,
Habermas, Horkheimer, Adorno: textos escolhidos. São Paulo: Abril, 1983. p. 125-162.
(Coleção Os pensadores, v. 6).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
29
IFLA. Declaração dos Princípios Internacionais de Catalogação (PIC). Haia: IFLA, 2018.
Tradução para o português sob a responsabilidade de Marcelo Votto Texeira e revisado por
Jorge Moisés Kroll do Prado (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial do estado de Santa
Catarina).
INTNER, Sheila S. Persistent Issues in Cataloging Education: Considering the Past and
Looking Toward the Future. Cataloging & Classification Quarterly, v. 34, n. 1-2, p. 15-28,
2002.
JOUDREY, Daniel N. A New Look at US Graduate Courses in Bibliographic Control.
Cataloging & Classification Quarterly, v. 34, n. 1-2, p. 57-99, 2002.
LE COADIC, Yves-François. A ciência da informação. 2. ed. rev. e atual. Brasília, DF: Briquet
de Lemos / Livros, 2004.
LECKIE, Gloria J.; GIVEN, Lisa M.; BUSCHMAN, John E. (Eds.). Critical theory for library
and information science: exploring the social from across the disciplines. Santa Barbara:
Libraries Unlimited, 2010.
LEUNG, Sofia Y.; LOPEZ-McKNIGHT, Jorge R. Knowledge Justice: Disrupting Library and
Information Studies through Critical Race Theory. Cambridge, Massachusetts: The MIT Press,
2021.
LUBETZKY, Seymour. On teaching cataloging. Journal of Education for Librarianship, v.
5, n. 4, p. 255-258, 1965.
MEY, Eliane Serrão; SILVEIRA, Naira Christofoletti. Catalogação no plural. Brasília, DF:
Briquet de Lemos / Livros, 2009.
NICHOLSON, Karen P.; SEALE, Maura (Ed.). The Politics of Theory and the Practice of
Critical Librarianship. Sacramento, CA: Library Juice Press, 2018.
OLSON, Hope A. Thinking professionals: teaching critical cataloguing. Technical Services
Quarterly, v. 15, n. 1/2, p. 51-66 1997.
ORTEGA, C. D. Do princípio monográfico à unidade documentária: exploração dos
fundamentos da catalogação. Liinc em revista, v. 7, n. 1, 2011.
OTLET, Paul (1868–1944). Tratado de documentação: o livro sobre o livro teoria e prática.
Tradução de Taiguara Villela Aldabalde, Letícia Alves, Virginia Arana, Silvana Arduini,
Cristian Brayner, Marcilio de Brito, Max Evangelista, Maria Yêda de Filgueira Gomes,
Guilherme Achiles Clair Marie Isnard Filho, Nair Kobashi, Ana Regina Luz Lacerda, Antonio
Agenor Briquet de Lemos, Ercilia Mendonça, José Antonio Pereira do Nascimento, Martha
Suzana Nunes, Regina Obata, Edmir Perrotti, Ivete Pieruccini, Alice Araújo Marques de Sá,
Camila Silva, Johanna Wilhelmina Smit, Rosemeri Bernieri de Souza, Maria Carolina de Deus
Vieira. Brasília: Briquet de Lemos / Livros, 2018.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O kairos para uma formação catalográfica crítica
Reis
30
PEREIRA, Ana Maria. Inquietações sobre o ensino de catalogação. In: EIC - ENCONTRO
INTERNACIONAL DE CATALOGADORES e II ENACAT - ENCONTRO NACIONAL DE
CATALOGADORES, 2013, Rio de Janeiro, Rj. Anais [...]. Rio de Janeiro, Rj: [s.n.], 2013. p. 1 16. Disponível em:
http://www.telescopium.ufscar.br/index.php/eic-enacat/eic-enacat/schedConf/presentations.
Acesso em: 31 mar. 2020.
RAMALHO, Walderez. Historical time between Chronos and Kairos: on the historicity of The
Kairos Document manifesto. Rethinking History, South Africa, p. 1-16, 14 Oct. 2020.
RANGANATHAN, S. R. As cinco leis da biblioteconomia. Brasília, DF: Briquet de Lemos /
Livros, 2009.
TURVEY, Michelle R.; LETARTE, Karen M. Cataloging or Knowledge Management:
Perspectives of Library Educators on Cataloging Education for Entry-Level Academic
Librarians. Cataloging & Classification Quarterly, v. 34, n. 1-2, 163-185, 2002.
YOUNG, J. Bradford. The teaching of cataloging: education or training. Cataloging &
Classification Quarterly, v. 7, n. 4, p. 149-163, 1987.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O kairos para uma formação catalográfica crítica
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Filipe Reis
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Educação Catalográfica Crítica
Formação Catalográfica Crítica
Ensino de Catalogação
Educação de Catalogação
Aprendizagem de Catalogação
Description
An account of the resource
Apresenta reflexões sobre a educação catalográfica crítica. O surgimento do código RDA (Resource Description and Access) é um elemento significativo para o kairos da formação catalográfica, tendo em vista que as graduações em Biblioteconomia do Brasil estão ou vão adaptar os seus projetos político-pedagógicos para inserir conteúdos sobre o “novo” código de catalogação: RDA. Nesse cenário, busca-se refletir sobre a formação crítica nos processos da educação catalográfica. Compreende-se que o catalogador deve ter a capacidade de analisar e compreender o contexto catalográfico, com o objetivo de criticar as contradições identificadas e produzir caminhos, caso sejam necessários. Sendo assim, se aprendemos sem questionar, não aprendemos, na verdade, somos doutrinados. A crítica ocorre para a progressão, se não houver o desenvolvimento, a continuidade é consciente.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6200/RDA_Liliana.pdf
3f7fb610a6ba62a7dd4ad3e92f4ac25a
PDF Text
Text
O RDA visto a 30 mil pés
PROFA. DRA. LILIANA GIUSTI SERRA
SOPHIA BIBLIOTECA
LGIUSTISERRA@GMAIL.COM
�RDA no Brasil
Muito estudado/discutido, mas com pouca aplicação prática
Modelos conceituais do RDA:
◦ Da familia FR (FRBR, FRAD, FRSAD) ao LRM e 3R
Aspectos mais estudados:
◦ Comparativos entre AACR2 e RDA
◦
◦
◦
◦
◦
Regra de 3
Abreviações
Terminologias
Tags 33X
Etc.
Estrutura para o LD
Política de catalogação
�Propriedade, atributo, relacionamento
Propriedade: um atributo ou relacionamento de uma entidade
Atributo: dado que caracteriza instâncias específicas de uma entidade
Relacionamento: ligação entre instâncias de entidades
Sujeito
Predicado
Objeto
Pessoa
tem um nome
João
URI/IRI ou literal
Dados legíveis por pessoas e máquinas
�Outras novidades
Declaração de Manifestação
Expressão representativa
Pessoa = ser humano que existe ou comprovadamente existiu
Pessoa pode ter vários Nomens
Personagens não-humanos não são Entidade RDA
Ponto de acesso preferido, ponto de acesso variante
Agente coletivo: Família, Entidade corporativa (instituições, governos, eventos)
Atributos que podem ser Entidades e/ou Relacionamentos
�LRM - Estrutura do modelo
RES
(Entidade RDA)
Obra
Expressão
Manifestação
Item
Nomen
Lugar
Intervalo de tempo
Agente
Eventos
Órgãos governamentais
Entidades (Instituições)
Pessoa
Agente coletivo
Adaptado de BRENNDORFER, 2020, slide 5
Entidade corporativa
Família
�Atributos x Relacionamentos
Traduzido de DUNSIRE, 2019, slide 4
�RDA
Outras possibilidades de descrição
Criação de vínculos entre dados, com outros recursos do catálogo e
com a Web
Flexibilidade na descrição
Entidades que se relacionam de forma diferente com outras entidades
Atributos que são entidades
Alguns exemplos para ilustrar as possibilidades!
�Os Sertões (Campanha de Canudos), de Euclides da Cunha
Primeira edição: 1902
Páginas: 632
Três partes: A terra; O homem; A luta
Personagem: Antonio Conselheiro (1930-1897)
Linha temporal: 1896-1897 (Guerra de Canudos), no interior da
Bahia
Criador: Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha (20/01/1866,
Cantagalo – 15/08/1909, Rio de Janeiro)
Tradução para o Inglês: Rebellion in the backlands
Primeira tradução para o inglês: Samuel Putman, em 1957
Guerra de Canudos, escrito por Mario Vargas Llosa, de 1981
�Obra
É realizada através da
Tipo de conteúdo
textual
sonoro
ilustrado
etc.
Expressão
Editores:
Cia das Letras/Penguin
Brasiliense
Montecristo
Glaciar
Martin Claret
Sesc
etc.
Está contida na
poema
quadrinhos
português
espanhol
inglês
alemão
francês
etc.
livro
filme
Manifestação
É exemplificada pelo
impresso
digital
Item
�Obra
Expressões
Texto - português
Os
Sertões /
Euclides
da
Cunha
Texto - inglês
Texto - espanhol
Texto - francês
Texto - etc
Manifestações
�Expressão em português
041 __ |a por
100 1_ |a Cunha, Euclides da |d 1866-1909 |e autor
|4 http://rdaregistry.info/Elements/a/P50305
|0 http://http://viaf.org/viaf/64034750
|1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
245 13 |a Os Sertões : |b (campanha de Canudos) / |c
Euclides da Cunha
336 __ |a texto |b txt |2 rdacontent
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Chicago :
University of Chicago, 2010. |h 567 páginas |t Rebellion in
the backlands |w 000046173 |z 978-0226124445 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Mexico : Fondo
de Cultura Económica, 1998. |h 445 páginas |t Los
sertones: campaña de Canudos |w 000046183 |z 9789505575282 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Paris : Metálié,
1997. |h 529 páginas |t Hautes terres: la guerre de Canudos
|w 000046103 |z 978-0226124445 |7 p m
Manifestações
Francisco
Alves, 1968
impresso
Montecristo,
2012
9780226124445
digital
Círculo do
Livro, 1975
impresso
Glaciar,
2014
9789898776051
impresso
Abril Cultural,
1979
impresso
Ediouro,
1998
9788500712807
impresso
Martin
Claret, 2017
9788544001295
impresso
Sesc, 2016
97885692989960
impresso
Companhia das
Letras/Penguin,
2019
LP&M,
9782016
8582850879
Pocket
impresso
Impresso
�Obras
Os Sertões: campanha de Canudos /
Euclides da Cunha
Expressões
texto – português
texto – inglês
texto – espanhol
etc.
Os Sertões: poema baseado na obra do
mesmo título de Euclides da Cunha / R.
P. Castelo Branco
texto – português
A guerra do fim do mundo / Mario
Vargas Llosa
texto – português
texto – inglês
texto – espanhol
Os Sertões: a luta: uma história em
quadrinhos / Carlos Ferreira
(adaptação) e Rodrigo Rosa
(ilustrações)
Guerra de Canudos / Sergio Rezende
texto – português
ilustração
imagem bidimensional
em movimento
Manifestações
impresso
digital
impresso
impresso
digital
impresso
digital
DVD
Blu-ray
�Relações com Obras derivadas
787 __ |a Rezende, Sérgio |d Rio de Janeiro : Riofilme, 1997. |h 165 minutos, colorido |t Guerra de Canudos
|w 000046103 |7 2 g |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10094 (adaptado de Obra como filme
cinematográfico)
787 __ |a Vargas Llosa, Mario, 1936- |d São Paulo : Alfaguara, 2008. |h 608 páginas |t A guerra do fim
do mundo |w 000046183 |z 978-8560281497 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10034
(adaptado de Obra como romance)
787 __ |a Ferreira, Carlos |d São Paulo : Quadrinhos na Cia, 2019. |h 96 páginas |t Os sertões: a luta |w
000046173 |z 978-8535932409 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10251 (adaptado de Obra
como quadrinhos)
787 __ |a Castelo Branco, R. P. |d Porto Alegre : Martins Livreiro, 1943. |h 64 páginas |t Os sertões: poema
baseado na obra do mesmo título de Euclides da Cunha |w 000046173 |7 p m |4
http://rdaregistry.info/Elements/w/P10023 (adaptado de Obra como verso)
�Alterações em script
Nome preferido possui mais de um script: defina a forma adotada e
registre as demais como formas variantes do nome
Cunha, Euclides da
Кунья, Эуклидис да
Эўклідыс да Кунья
Էուկլիդիս դա Կունյա
اوكليديس دا كونها
エウクリデス・ダ・クーニャ ‡c ブラジルの著作家
欧几里德·达·库尼亚 ‡c 巴西作家
유클리드 다 쿠나
쿠냐, 에우클리지스 다
|0 http://http://viaf.org/viaf/64034750
�outros exemplos de relações
100 10 |a Rowling, J. K. |e autor |0
http://viaf.org/viaf/116796842
245 10 |a Harry Potter and the sorcerer’s
stone / |c J. K. Rowling
264 _1 |a New York, :|b Scholastic, |c
1997
intervalo de
tempo
Lugar
entidade
corporativa
foi criada por
criou
024 7_ |a http://viaf.org/viaf/116796842 |2 VIAF
100 1_ |a Rowling, J. K. |d 1965- |q Joanne
Kathleen
370 __ |a Reino Unido
500 1_ |a Galbraith, Robert |c pseudônimo
�O Continente
Relação Obra - Parte
é parte de
tem parte
é parte de
Um certo
capitão Rodrigo
é parte de
tem parte
tem parte
tem parte
é parte de
tem parte
O tempo e o vento
é parte de
O Arquipélago
O Retrato
Ana Terra
�Expressão representativa
Atributo essencial para caracterizar uma Obra e cujos valores são tirados da Expressão canônica
ou que representam uma Obra
Atributo da Obra/Relacionamento
�Expressão representativa
100 1_ |a Bach, Johann Sebastian |d 1685-1750 |t Goldberg variations
500 1_ |w r |i Expressão representativa: |a Bach, Johann Sebastian |d 1685-1750. |t Goldberg variations. |h Música notada
500 1_ |w r |i Expressão representativa: |a Bach, Johann Sebastian |d 1685-1750. |t Goldberg variations. |h Música executada
100 1_ |a Bach, Johann Sebastian |d 1685-1750
|t Goldberg variations
245 10 |a Goldberg variations
336 __ |a Música notada |b ntm |2 rdacontent
100 1_ |a Bach, Johann Sebastian |d 1685-1750 |t
Goldberg variations
245 10 |a Goldberg variations
336 __ |a Música executada |b prm |2 rdacontent
Elaborado a partir de MAXWELL, 2020
�Agregados
Manifestação que materializa múltiplas Expressões
Três tipos:
◦ Coleções agregadas
◦ Agregados resultantes de acréscimos
◦ Agregados de Expressões paralelas
Não existe relação Todo-Parte entre Agregados
DUNSIRE, 2019
�Agregado de coleção de Expressões
Antologias, séries monográficas, compilações etc.
A expressão não possui significado suficiente para garantir uma
identificação bibliográfica distinta
Amar, verbo intransitivo
Macunaíma
Pauliceia desvairada
Etc.
�Agregado resultante de acréscimos
Os Sertões / Euclides de Cunha
+
Edição crítica: Walnice Nogueira Galvão
�Agregados de expressões paralelas
�Todos os agregados em um recurso
Múltiplas Expressões criadas independentemente em
japonês
Aumentada pelo editor (introdução)
Expressão paralela em inglês
Traduzido do PCC, LRM Module 10, 2020, slide 14
�Como descrevemos com o AACR2
Como descrevemos com o RDA
�RDA pós LRM e 3R
Alguns aspectos muito conceituais, gerando dúvidas na aplicação
Código com navegação diferente da habitual
Elaboração de políticas de catalogação
Adequação do MARC21 para armazenar os dados enquanto outro
formato não é adotado
Pensar a representação de forma diferente (elementos, atributos e
relacionamentos)
Ajustes e discussões
�Referências
BRENNDORFER, T. Relationship elements. RDA orientation, new concepts series. March 11,
2020.
DUNSIRE, Gordon. The IFLA Library Reference Model and RDA. Segundo Coloquio sobre RDA en
América Latina y el Caribe, 21 Oct. 2019. Disponível em: http://www.rdarsc.org/sites/all/files/Dunsire%20IFLA%20LRM%20and%20RDA.pdf. Acesso em: 16 abr. 2021.
DUNSIRE, Gordon. The LRM and its impact on RDA and related standards. Apresentado no
ALCTS Bibliographic Conceptual Models Interest Group, ALA Midwinter, Seattle, 27 Janeiro 2019.
Disponível em: http://www.rdarsc.org/sites/all/files/Dunsire%20LRM%20and%20its%20impact%2027%20Jan.pdf. Acesso em: 4
Jan 2021.
MAXWELL, Robert L. Representative expressions. RDA new concepts series. 19 Feb. 2020.
PCC. Relationships: LRM module 3. Mar. 2020. Disponível em:
http://maint.loc.gov/catworkshop/RDA2020/What-Is-IFLALRM/Module%203%20Relationships.pptx. Acesso em: 18 Jan. 2021.
�lgiustiserra@gmail.com
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O RDA visto a 30 mil pés
O RDA visto a trinta mil pés
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Liliana Giusti Serra
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/3MWTpnfMSVM
Description
An account of the resource
O RDA transforma a catalogação ao permitir que recursos sejam descritos de formas até então não imaginadas. Enfoques e pontos de vista diferentes são possíveis de serem construídos, o que possibilita visualizar o catálogo sob outras perspectivas. Um registro não é apenas um recurso isolado no catálogo. Vínculos podem ser criados entre entidades e atributos, ampliando o alcance dos acervos, proporcionando inferências, enriquecimento de dados etc. O RDA oferece outras formas para construir representações que permitam a realização das tarefas dos usuários. Nesta apresentação serão discutidas algumas possibilidades de representação e o exercício necessário para enxergarmos além do recurso descrito.
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6240/2022-rda-visto-a-30-mil-pes.pdf
c3788c33fe61c1796db0084774a86f7d
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
O RDA visto a 30 mil pés
The RDA: the view from 30,000 feet
Liliana Giusti Serra
Graduação em Biblioteconomia e Documentação pela Fundação Escola de Sociologia e
Política de São Paulo (FESP-SP). Mestrado em Ciência da Informação pela Universidade de
São Paulo (USP). Doutorado em Ciência da Informação pela Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3828328663401491
ORCID: http://orcid.org/0000-0001-6788-2376
E-mail: lgiustiserra@gmail.com
Resumo
Este artigo discorre sobre as possibilidades de descrição de registros com o RDA, sob a perspectiva do
modelo conceitual IFLA LRM. O método de pesquisa empregado foi o de análise conceitual, onde são
propostas soluções para ampliar a compreensão de determinado tema. Para exemplificar a aplicação da
RDA foi utilizada a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, como exemplo, abordando a presença de
expressões, manifestações e relacionamentos com outras obras. Foram identificadas expressões textuais
da obra em outros idiomas e a presença de outras obras passíveis de relacionamento, como adaptações
para verso, quadrinhos, livro e filme cinematográfico. O artigo conclui que as bibliotecas brasileiras
podem beneficiar-se da adoção do RDA mesmo que ainda não seja em sua plenitude, estruturando seus
catálogos para que fiquem mais atrativos aos usuários para que realizem suas tarefas.
Palavras-chave: RDA. IFLA-LRM. Catalogação. Relacionamento de registros. Entidades RDA.
Abstract
This article discusses the possibilities of describing records using the RDA, from the perspective of the
IFLA LRM concept model. The research was developed using conceptual analysis, where solutions are
proposed to broaden the understanding of a given topic. To exemplify the application of the RDA, the
work Os Sertões, by Euclides da Cunha, was used as an example, addressing the presence of
expressions, manifestations, and relationships with other works. Textual expressions of the work in
other languages and the presence of other works that could be related were identified, such as
adaptations for verse, comics, books, and movies. The article concludes that Brazilian libraries can
benefit from the adoption of the RDA even if it is not yet in its entirety, structuring their catalogs so
that they are more attractive to patrons to carry out their tasks.
Keywords: RDA. IFLA-LRM. Cataloging. Record relationships. RDA entities.
1 Introdução
O RDA trouxe uma série de transformações na rotina da representação descritiva. O
código foi estruturado tendo como base os modelos conceituais da família FR: Requisitos
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
47
Funcionais para Registros Bibliográficos (FRBR), Requisitos Funcionais para Registros de
Autoridades (FRAD) e Requisitos Funcionais para Dados de Autoridade Assunto (FRSAD).
Porém, com o lançamento do modelo conceitual Library Reference Model (IFLA-LRM) em 2017,
ocorreu a consolidação dos modelos da família FR, com estabelecimento das entidades RDA,
resultando, inclusive, em ajustes na estrutura do RDA Toolkit.
O RDA é estudado no Brasil, porém são poucas as instituições que estão efetivamente
implementando o novo código. Muitos dos estudos realizados são calcados em comparações
com o Código de Catalogação Anglo-Americano (AACR2). As diferenças, entretanto, vão além
de regras a serem seguidas. Inicialmente o RDA foi construído tendo como base o modelo
Entidade-Relacionamento, definido por Peter Chen em 1976. Neste modelo ocorre uma
descrição abstrata, com entidades, seus atributos e os relacionamentos que podem ser
estabelecidos entre elas.
O IFLA-LRM estruturou um conjunto com 13 entidades, organizadas em classes e
subclasses, com atributos que podem ser herdados e relacionamentos que podem ser
representados entre as entidades por meio de identificadores únicos (URIs) ou literais. Ao
trabalhar com esta estrutura flexível, ocorrem outras possibilidades de descrição, não
restringindo-se somente ao item que será descrito, mas aos vínculos que podem ser
estabelecidos com os demais registros (entidades e atributos) presentes no catálogo e para
além dele, na Web.
2 Metodologia
Este artigo foi realizado a partir do método de análise conceitual proposta por Furner
(2004) onde, a partir de perguntas realizadas em cima de uma temática, são propostas soluções
que visam expandir a compreensão sobre um tema. Tendo como ponto de partida o modelo
conceitual IFLA-LRM aliado à prática de catalogação, buscou-se investigar as possibilidades
descritivas propostas no RDA. Para elaborar esta pesquisa foi escolhida uma obra conhecida
em âmbito nacional e internacional que possui diversas expressões e manifestações. Foi
utilizada como exemplo a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, para ilustrar algumas das
alterações proporcionadas pelo RDA. Neste cenário foi possível identificar elementos que
favorecem o estabelecimento de vínculos entre entidades.
3 Resultados
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
48
A obra Os Sertões, escrita por Euclides da Cunha, foi publicada em 1902. A obra
abrange a linha temporal de 1896 a 1897, cobrindo o conflito Guerra de Canudos, que ocorreu
no interior da Bahia. A obra foi traduzida para outros idiomas, além de ser inspiração para
criação de outras obras.
A aplicação do RDA estimula estudos para compreensão da história da obra como um
todo, identificando quando foi criada, o(s) agente(s) que a criou(criaram), as formas com as
quais foi expressa (textual, sonora, visual etc.), os idiomas utilizados, os formatos e diversos
outros aspectos. Foram identificadas expressões textuais da obra Os Sertões nos idiomas
português, inglês, espanhol, francês, entre outros (Figura 1).
Figura 1 – Estrutura WEMI de Os Sertões
Fonte: Elaborado pela autora.
Ao descrever a expressão de conteúdo textual em português é possível detalhar os
dados da autoridade Euclides da Cunha com datas extremas (|d), relação do Agente Pessoa com
a Expressão (|e e |4) e dois identificadores de autoridades (|0 e |1), conforme ilustrado na Figura
2. Destaca-se que a representação no formato MARC 21 é adequada para Manifestações e não
Expressões, porém este recurso foi utilizado neste artigo para facilitar a visualização e
identificação dos elementos descritivos aos catalogadores. Foram criadas relações com
expressões nos idiomas inglês, espanhol e francês em tags 767.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
49
Figura 2 – Representação de expressão textual em português
041 __ |a por
100 1_ |a
|4
|0
|1
Cunha, Euclides da |d 1866-1909 |e autor
http://rdaregistry.info/Elements/a/P50305
http://http://viaf.org/viaf/64034750
https://pt.wikipedia.org/wiki/Euclides_da_Cunha
245 13 |a Os Sertões : |b (campanha de Canudos) / |c Euclides da Cunha
336 __ |a texto |b txt |2 rdacontent
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Chicago : University of Chicago, 2010.
|h 567 páginas |t Rebellion in the backlands |w 000046173
|z 978-0226124445 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d México : Fondo de Cultura Económica, 1998.
|h 445 páginas |t Los sertones: campaña de Canudos |w 000046183
|z 978-9505575282 |7 p m
767 __ |a Cunha, Euclides da, 1866-1909 |d Paris : Metálié, 1997. |h 529 páginas
|t Hautes terres: la guerre de Canudos |w 000046103 |z 978-0226124445 |7 p m
Fonte: Elaborado pela autora.
Foram identificadas algumas obras que permitem o estabelecimento de relações com a
obra Os Sertões, como a obra Os Sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides
da Cunha, de autoria de R. P. Castelo Branco; A guerra do fim do mundo, de Mario Vargas
Llosa; Os Sertões: a luta: uma história em quadrinhos, de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa; e
Guerra de Canudos, filme de Sérgio Rezende. Na Figura 3 é possível visualizar características
de obras, expressões e manifestações destas obras.
Figura 3 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras
Fonte: Elaborado pela autora.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
50
Na Figura 4 são apresentadas possíveis relações entre as obras presentes na Figura 3
representadas no MARC 21. Destaca-se que nos subcampos |4 estão informados as URIs das
relações existentes, retiradas do RDA Registry1. O significado das relações está informado entre
parênteses após cada URI.
Figura 4 – Possíveis relações entre Os Sertões e outras obras no MARC 21
787 __ |a Rezende, Sérgio |d Rio de Janeiro : Riofilme, 1997.
|h 165 minutos, colorido |t Guerra de Canudos |w 000046103 |7 2 g
|4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10094
(adaptado de Obra como filme cinematográfico)
787 __ |a Vargas Llosa, Mario, 1936- |d São Paulo : Alfaguara, 2008.
|h 608 páginas |t A guerra do fim do mundo |w 000046183
|z 978-8560281497 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10034
(adaptado de Obra como romance)
787 __ |a Ferreira, Carlos |d São Paulo : Quadrinhos na Cia, 2019.
|h 96 páginas |t Os sertões: a luta |w 000046173 |z 978-8535932409
|7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10251
(adaptado de Obra como quadrinhos)
787 __ |a Castelo Branco, R. P. |d Porto Alegre : Martins Livreiro, 1943.
|h 64 páginas |t Os sertões: poema baseado na obra do mesmo título de Euclides da
Cunha |w 000046173 |7 p m |4 http://rdaregistry.info/Elements/w/P10023
(adaptado de Obra como verso)
Fonte: Elaborado pela autora.
4 Considerações finais
O RDA proporciona outras possibilidades de descrição de recursos bibliográficos e de
autoridades, com iteração entre registros presentes no próprio catálogo e com dados na Web.
Isto representa aos usuários o acesso a mais dados e descoberta de outras informações,
contextualizando resultados de busca e contribuindo com a realização das tarefas dos usuários.
As bibliotecas brasileiras precisam iniciar a adoção do RDA para participar deste movimento
internacional que visa a modernização dos catálogos, aposentando ideias e concepções que
foram muito úteis, mas que hoje não atendem mais aos anseios dos usuários.
A adoção do RDA, ao exigir maior conhecimento dos registros que serão incluídos no
catálogo, também permite o diálogo entre os registros, embasando a pertinência de
manutenção de determinados títulos no acervo, contribuindo com o desenvolvimento da
coleção.
1
https://www.rdaregistry.info/
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�O RDA visto a 30 mil pés
Serra
51
É compreensível a resistência pela adoção de um código que está em outro idioma e
que representa tantas rupturas com a tradição estabelecida desde o século XIX. Sabemos que o
formato MARC 21 não acomoda as possibilidades descritivas do RDA, assim como os sistemas
não estão totalmente preparados para alterar a forma de visualização dos registros – questão
esta que está em aberto até o momento. Mas as bibliotecas não precisam aguardar que tudo
esteja pronto, testado e funcionando para já dar os primeiros passos. O RDA baseia-se em
orientações, dando ênfase às políticas de catalogação desenvolvidas pelas agências
catalogadoras. Afinal, como disse Chris Oliver na sua palestra de abertura do 2º Encontro RDA
no Brasil, vivemos num mundo globalizado, mas não na mesma comunidade. Distinções são
importantes e necessárias. As descrições podem atender às demandas da comunidade local,
mas precisam seguir alguns critérios que sejam compreendidos pelas demais bibliotecas.
Alguns aspectos do RDA já podem ser implantados pelas bibliotecas, como o fim da
regra de três autores, a dispensa de abreviações latinas e a inclusão de URIs em entidades
como Agentes, por exemplo. Com certeza faremos catálogos mais simples, atrativos e
confiáveis aos usuários, a partir do momento que sua utilização for facilitada, sem
renunciarmos aos nossos controles de terminologias e padrões descritivos. Caso contrário as
bibliotecas continuarão com sua estrutura de silos de informação, onde os dados não
conversam entre si dentro do próprio catálogo, nem com a biblioteca vizinha, e muito menos
com a Web.
Referências
FURNER, J. Conceptual analysis: a method for understanding information as evidence, and
evidence as information. Archival Science, v. 4, p. 233-265, 2004. DOI: 10.1007/s10502-0052594-8.
RIVA, Pat; LE BOUEF, P.; ZUMER, M. IFLA Library Reference Model: um modelo conceitual
para a informação bibliográfica. 2020. Disponível em:
https://repository.ifla.org/handle/123456789/47. Acesso em: 09 dez. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O RDA visto a 30 mil pés
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Liliana Giusti Serra
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access (RDA)
IFLA-LRM
Catalogação
Relacionamento de registros
Entidades RDA
Description
An account of the resource
Este artigo discorre sobre as possibilidades de descrição de registros com o RDA, sob a perspectiva do modelo conceitual IFLA LRM. O método de pesquisa empregado foi o de análise conceitual, onde são propostas soluções para ampliar a compreensão de determinado tema. Para exemplificar a aplicação da RDA foi utilizada a obra Os Sertões, de Euclides da Cunha, como exemplo, abordando a presença de expressões, manifestações e relacionamentos com outras obras. Foram identificadas expressões textuais da obra em outros idiomas e a presença de outras obras passíveis de relacionamento, como adaptações para verso, quadrinhos, livro e filme cinematográfico. O artigo conclui que as bibliotecas brasileiras podem beneficiar-se da adoção do RDA mesmo que ainda não seja em sua plenitude, estruturando seus catálogos para que fiquem mais atrativos aos usuários para que realizem suas tarefas.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6244/padrao-de-metadados-dublin-core.pdf
8033213fe9e07896a875891fcb68c3fe
PDF Text
Text
Padrão de metadados
Dublin Core
Dr. Felipe Augusto Arakaki
Docente do curso de Biblioteconomia da UnB e do PPGCI/UFSCar
novembro 2021
�Agenda
http://dublincore.org/
●
Contextualização dos metadados
●
Histórico do Dublin Core
●
Características
●
Dublin Core simples
●
Dublin Core qualificado
●
Perfil de aplicação
�Contextos: metadatamap (2009)
http://jennriley.com/metadatamap/
�Formatos e padrões de metadados
Domínio bibliográfico
Domínio arquivístico
Ambiente Web
Domínio museológico
�Formato = Forma de bolo
�Formato vs conteúdo
Formato = Dublin Core, MARC
Conteúdo = RDA, AACR, ISBD
INGREDIENTES
●
●
●
●
●
●
●
4 ovos
2 xícaras (chá) de açúcar
2 xícaras (chá) de trigo
1 xícara (chá) de fubá
3 colheres (sopa) de margarina
1 xícara (chá) de leite
4 colheres (chá) de fermento
MODO DE PREPARO
1.
2.
3.
4.
Em uma batedeira, bata as claras em neve e
acrescente o açúcar.
Adicione as gemas, a margarina, o leite, a farinha de
trigo, o fubá e continue batendo.
Acrescente por último o fermento e misture com uma
colher ou espátula.
Despeje a massa em uma forma untada e deixe assar
em forno médio (180° C), preaquecido, por
aproximadamente 30 minutos.
�USO
● Repositórios Digitais
●
●
●
●
●
Bibliotecas Digitais
Arquivos Digitais
Museus Digitais
Área governamental
Dentre outras
UNICAMP
�Dublin Core
Metadata
Initiative DCMI
http://dublincore.org/
�Dublin Core
Metadata Initiative
- DCMI
http://dublincore.org/
●
Surgiu em 1995 em Dublin (EUA)
●
Descoberta de recursos na Web
●
Abrangência geral
A DCMI (Dublin Core Metadata Initiative) é
responsável pela manutenção e desenvolvimento que
tem como principal objetivo criar mecanismos que
facilitem a recuperação de recursos na Internet,
utilizando de padrões de metadados. (DCMI, 2009)
�Dublin Core
�Dublin Core
�Dublin Core
�Dublin Core
�Característica do
Dublin Core
�Característica: Princípio um para um
Para cada recurso, deve ter uma representação. Em geral
os metadados do padrão DC descrevem uma manifestação
ou uma versão de um recurso. (HILLMANN, 2005; ALVES,
2010).
�Característica: Valor apropriado
Refere-se às boas práticas para um determinado elemento
ou qualificador em contextos variados. De modo geral, um
elemento deve manter seu valor correspondente como
condição para a descoberta do recurso (HILLMANN, 2005;
ALVES, 2010).
�Característica: Simplicidade
O esquema de metadados DC foi criado com o intuito de apresentar um
conjunto mínimo de elementos descritivos e simples, para que pudesse ser
facilmente descrito e gerenciado por não especialistas em informação, ao
mesmo tempo em que garante a recuperação dos recursos por meio da
descrição mínima (HILLMANN, 2005; ALVES, 2010).
�Característica: Semântica
A descoberta de informação é dificultada pelas diferenças terminológicas e
práticas descritivas entre áreas ou domínios do conhecimento.
O padrão DC fornece um esquema de metadados genérico, mas com
semântica universalmente compreendida, esse princípio garante que a
interoperabilidade semântica seja realizada em diferentes domínios do
conhecimento (HILLMANN, 2005; ALVES, 2010).
�Característica: Consenso Internacional
Refere-se à participação de vários países no DCMI (Dublin
Core Metadata Initiative) na busca de um escopo
internacional para o estabelecimento de uma infraestrutura
para o padrão DC em relação a um consenso sobre aspectos
de natureza multilíngue e multicultural da informação em
meio digital (HILLMANN, 2005; ALVES, 2010).
�Característica: Extensibilidade e flexibilidade
Embora seja um padrão simples, o DC segue o princípio de
extensibilidade, ou seja, a capacidade de estender e acrescentar outros
elementos descritivos ao esquema de metadados do padrão. Dessa
forma, é possível estender o conjunto de elementos com metadados
adicionais específicos de um domínio (perfis de aplicação) (HILLMANN,
2005; ALVES, 2010).
�Característica: Refinamento
● Duas noções de refinamento devem ser consideradas:
○ Adição de qualificadores, que são elementos de metadados que
qualificam e tornam o significado de um atributo mais específico
(semelhantes a subcampos de descrição);
○ Esquemas de codificação externos ao padrão de metadados utilizados
para padronizar a representação determinando os valores do elemento,
como, por exemplo, vocabulários controlados, esquemas de codificação
do conteúdo, notações de sistemas de classificação etc. (HILLMANN,
2005; DUVAL et.al, 2002; ZENG; QIN, 2008; ALVES, 2010).
�Característica: Princípio “Dumb-down"
Determina que o implementador do padrão seja capaz de ignorar
qualquer qualificador e de utilizar o valor como se fosse absoluto,
pois embora isso signifique perda de especificidade, o valor do
elemento sem o qualificador deve ser válido e útil para descoberta.
(HILLMANN, 2005; ALVES, 2010).
Baker (2000)
�Característica: Modularidade
Permite a reutilização de atributos em outras estruturas
semânticas e sintáticas de padrões de metadados, ao invés
de reinventar elementos. Refere-se à construção de
metadados em blocos, categorias, grupos ou módulos de
elementos descritivos, de modo que esses metadados
possam ser estruturados em categorias de outros padrões de
metadados com estruturas sintática e semanticamente
diferentes, mas que possam ser interoperáveis. (DUVAL et.al,
2002; ZENG; QIN, 2008; ALVES, 2010).
�Característica: Interoperabilidade
● Pode ser entendida de duas formas:
○ Capacidade de um padrão de metadados oferecer um
conjunto de elementos descritivos que possa unificar
os diferentes padrões de descrição;
○ Capacidade de intercâmbio entre registros de
metadados de um padrão de metadados mais simples
para outro mais complexo. (ZENG; QIN, 2008; ALVES,
2010).
�15 metadados do Dublin Core
Conteúdo
Propriedade intelectual
Instância
título
criador
data
assunto
contribuidor
formato
relação
publicador
identificador
fonte
direitos
idioma
cobertura
tipo
�15 metadados do Dublin Core
Título de um recurso
Conteúdo
Propriedade intelectual
título
criador
assunto
contribuidor
relação
publicador
fonte
direitos
cobertura
tipo
A natureza ou o gênero
do recurso. Imagem,
texto, som
Instância
Assunto
de um recurso
data
Uma relação com outro
formato
recurso.
identificador
Ex.: Pertence a um
idioma
periódico, continuação
de um volume
Um recurso relacionado
a partir do recurso
descrito que é derivado
O tema espacial ou
temporal do recurso
�15 metadados do Dublin Core
Conteúdo
Propriedade intelectual
título
criador
assunto
contribuidor
relação
publicador
fonte
direitos
cobertura
tipo
Informação sobre os
direitos detidos do
recurso e sobre o
recurso
Uma entidade de
responsabilidade primária
por desenvolver o recurso
Ex.: Pessoa, Organização,
Instância
departamento.
data
formato
Tem uma função
identificador
secundária na criação do
idioma
recurso
Ex.: Ilustrador, quem
escreveu um prefácio ...
Quem está publicando o
recurso
�15 metadados do Dublin Core
Conteúdo
Um momento ou período
de tempo associado com
o recurso
Propriedade intelectual
Instância
título
criador
data
assunto
contribuidor
formato
relação
publicador
O
formato de arquivo,
meio
fonte físico ou dimensõesdireitos
do recurso
cobertura
identificador
idioma
tipo
Uma referência
inequívoca do recurso
dentro de um dado
contexto
Um idioma do recurso.
�Descrição utilizando o Dublin Core simples
dc.contributor
Santos, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa
dc.contributor
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
dc.creator
Arakaki, Felipe Augusto
dc.date
2016-12-19
dc.identifier
http://hdl.handle.net/11449/147979
dc.description
As Unidades de Informação necessitam de constante atualização no uso das
tecnologias disponíveis para otimizar o gerenciamento de recursos informacionais...
pt
dc.description
The Information Centers need constant updating without using the available
technologies to optimize the management of informational resources...
en
dc.description
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
dc.language
por
�Descrição utilizando o Dublin Core simples
dc.subject
Dados de biblioteca
pt
dc.subject
Library data
en
dc.title
Linked Data: ligação de dados bibliográficos
pt
dc.title
Linked Data: linking bibliographic data
en
dc.type
Dissertação de mestrado
dc.publisher
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
dc.rights
Acesso aberto
dc.identifier
000878273
�Dublin Core qualificado
Elementos Dublin Core
Elementos de refinamento
Título (Title)
Alternativo (Alternative)
Criador (Creator)
-
Assunto (Subject)
-
Descrição (Description)
Sumário (Table of contents)
Resumo (Abstract)
Esquema de codificação
LCSH, MeSH, LCC, CDU, CDD
-
Publicador (Publisher)
-
-
Contribuidor (Contributor)
-
-
Data (Date)
Criado (created), Validado (valid),
Avaliado (Available), Publicado (Issued),
Data aceito (Date accepetd), Data de
copyrighted (Copyrighted), Data de
submissão (Data submitted)
-
Hillmann (2005); Alves (2010)
�Dublin Core qualificado
Elementos Dublin
Core
Elementos de refinamento
Esquema de codificação
Tipo (Type)
Alternativo (Alternative)
DCMI tipo de vocabulário
Formato (Format)
Extensão (extent), Meio (medium)
IMT
Identificador (Identifier)
Citação bibliográfica (Bibliographic citation)
URI
Fonte (Source)
-
URI
Idioma (Language)
-
ISO 639-2RFC 3066
Relação (Relation)
É versão de (Is version of), Tem versão (has
URI
version), É substituído por (Is replaced by), Substitui
(Replaces), É exigido por (Is required by), requer
(requires), é parte de (is part of), tem parte (has
part), é referenciado por (is referenced by),
referências (references), é o formato de (is format
of), tem formato (has format), conforme a (conforms
to)
Hillmann (2005); Alves (2010)
�Dublin Core qualificado
Elementos Dublin
Core
Elementos de refinamento
Esquema de codificação
Cobertura (Coverage)
Espacial (Spatial), Temporal (Temporal)
DCMI Point, ISO3166,
DCMI Box, TGN, DCMI
Period, W3c-DTF
Direitos (Rights)
Direitos de acesso (Access rights), Licença
(License)
URI
Hillmann (2005); Alves (2010)
�Dublin Core qualificado
Elementos Dublin Core - adicionais
Elementos de refinamento
Esquema de codificação
Audiência (Audience)
Mediador (Mediator), Nível
educacional (Education level)
-
Proveniência (Provenance)
-
-
Detentor de direitos (Rights holder)
-
-
Método instrucional (Instructional
method)
-
-
Método de acumulação (Accrual
method)
-
-
Periodicidade de acumulação (Accrual
periodicity)
-
-
Política de acumulação (Accrual policy)
-
Hillmann (2005); Alves (2010)
�Descrição utilizando o Dublin Core Qualificado
dc.contributor
Santos, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa [UNESP]
dc.creator
Arakaki, Felipe Augusto [UNESP]
dc.date.issued
2016-12-19
dc.identifier
http://hdl.handle.net/11449/147979
dc.description.abstract
As Unidades de Informação necessitam de constante atualização no uso das
tecnologias disponíveis para otimizar o gerenciamento de recursos informacionais...
pt
dc.description.abstract
The Information Centers need constant updating without using the available
technologies to optimize the management of informational resources...
en
dc.description
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
dc.language
por
dc.publisher
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
�Descrição utilizando o Dublin Core Qualificado
dc.subject
Dados de biblioteca
pt
dc.subject
Library data
en
dc.title
Linked Data: ligação de dados bibliográficos
pt
dc.title.alternative
Linked Data: linking bibliographic data
en
dc.type
Dissertação de mestrado
dc.contributor
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
dc.rights.accessRights Acesso aberto
�Perfil de Aplicação Dublin Core (DCAP)
O termo perfil é amplamente utilizado para se referir a um
documento que descreve normas ou especificações para
suportar as exigências de uma aplicação particular, a
função, a comunidade, ou de contexto. Na comunidade de
metadados, o termo perfil de aplicação tem sido aplicado
para descrever padrões para aplicações específicas.
(NILSSON, BAKER, JOHNSTON, 2008, não paginado,
tradução nossa).
�Perfil de Aplicação Dublin Core (DCAP)
Um DCAP é um documento (ou conjunto de documentos) que especifica e
descreve os metadados utilizados para uma aplicação particular.
● descreve o que a comunidade quer realizar com a sua aplicação
(requisitos funcionais);
● caracteriza os tipos de coisas descritas pelos metadados e suas
relações (Modelo de domínio);
● enumera os termos de metadados a serem utilizados e as regras
para a sua utilização (Descrição conjunto de perfis e Diretrizes de
uso); e
define a sintaxe máquina que será utilizada para codificar os dados
(Diretrizes de sintaxe e formatos de dados).
Coyle e Baker (2009)
��Descrição utilizando o Perfil de Aplicação RI UNESP
dc.contributor.advisor
Santos, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa [UNESP]
dc.contributor.author
Arakaki, Felipe Augusto [UNESP]
dc.date.accessioned
2017-01-12T12:44:41Z
dc.date.available
2017-01-12T12:44:41Z
dc.date.issued
2016-12-19
dc.identifier.uri
http://hdl.handle.net/11449/147979
dc.description.abstract
As Unidades de Informação necessitam de constante atualização no uso das tecnologias
disponíveis para otimizar o gerenciamento de recursos informacionais...
pt
dc.description.abstract
The Information Centers need constant updating without using the available technologies to
optimize the management of informational resources...
en
dc.description.sponsorship
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
dc.language.iso
por
dc.publisher
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
�dc.subject
Dados de biblioteca
pt
dc.subject
Library data
en
dc.title
Linked Data: ligação de dados bibliográficos
pt
dc.title.alternative
Linked Data: linking bibliographic data
en
dc.type
Dissertação de mestrado
dc.contributor.institution
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
dc.rights.accessRights
Acesso aberto
unesp.graduateProgram
Ciência da Informação - FFC
pt
unesp.knowledgeArea
Informação, tecnologia e conhecimento
pt
unesp.researchArea
Informação e Tecnologia
pt
unesp.campus
Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC)
pt
unesp.embargo
Online
pt
dc.identifier.aleph
000878273
dc.identifier.capes
33004110043P4
�Algumas diferenças entre Dublin Core e MARC 21
MARC 21
Dublin Core
Para bibliotecas
DC simples = 15 elementos
Campus, subcampos, indicadores
DC Qualificado
Cobre grande parte de elementos
bibliográficos
Perfil de Aplicação
Exaustividade na descrição
Sintaxe independente
Facilidade de interoperabilidade
�Correspondência
DC vs MARC21
�Correspondência
DC vs MARC21
�Correspondência
DC vs MARC21
�Correspondência
DC vs MARC21
�Dublin Core
Benefícios
Limitações
● Simplicidade
● Criado para recursos
digitais
● Interoperabilidade
● Recomendado pela OAI
● Pouca exaustividade
● Não foi feito para domínio
bibliográfico
● Alguns elementos podem
ser utilizados para diversas
informações
�MARC 21
Benefícios
● Específico para
bibliotecas
● Exaustividade da
descrição
● Cobre grande parte de
elementos bibliográficos
Limitações
● Complexidade
● Estrutura baseada em
campos e subcampos
● Dificuldade para aplicação
de tecnologias da Web
Semântica
�FMT
BK
LDR
00000nam a2200000 a 4500
001
UN
003
BR-SpUEP
007
cr |||||||||||
008
170112s2016
040
|a UNESP/BMA |b por
090
|a TL/UNESP
1001
|a Arakaki, Felipe Augusto.
24210
|a Linked Data : |b linking bibliographic data
24510
|a Linked Data : |b ligação de dados bibliográficos / |c Felipe Augusto Arakaki. -
260
|a Marília, |c 2016
300
|a f.
500
|a Orientador: Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa Santos
502
|a Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC)
spb
frm
Registro convertido do RI
UNESP para MARC 21
000 0 por d
�Registro convertido do RI UNESP para MARC 21
506
|a Público
520
|a Resumo: As Unidades de Informação necessitam de constante atualização no uso das tecnologias disponíveis para otimizar o gerenciamento de
recursos informacionais….
536
|a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
538
|a Sistema requerido: Adobe Acrobat Reader
650 4
|a Dados de biblioteca
650 4
|a Library Data
695
|a TM
695
|a TESE UC
696
|a Mestre
7102
|a Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" |b Faculdade de Filosofia e Ciências.
85640
|u http://hdl.handle.net/11449/147979 |y Acesso ao texto completo
940
|a Informação, tecnologia e conhecimento
941
|a Mestre em Ciência da Informação
�941
|a Mestre em Ciência da Informação
942
|a Ciência da Informação. |b .
943
|a 2016/12/19
945
|a Informação e Tecnologia
949
|b BMA
CAT
|a REP |b 40 |c 20170112 |l UEP01 |h 2245
CAT
|a BATCH-UPD |b 40 |c 20170112 |l UEP01 |h 2315
SYS
000878273
�Template que auxilia na geração de registros em Dublin
Core
�Templates
http://dublincoregenerator.com/
�Descrição do e-book ‘O
Hobbit’ em XML/DC
�Referências
ALVES, Rachel Cristina Vesú. Metadados como elementos do processo de catalogação. 2010. 132 f. Tese (doutorado) - Universidade
Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/11449/103361>.
BAKER, T. A grammar of Dublin Core. D-Lib Magazine, v. 6, n. 10, out., 2000. Disponível em:
<http://www.dlib.org/dlib/october00/baker/10baker.html>. Acesso em: 24 jun. 2012.
BAKER, T.; Nilsson, M.; Johnston, P. The Singapore Framework for Dublin Core Application Profiles. DCMI, 2008. Disponível em:
<http://dublincore.org/documents/singapore-framework/>. Acesso em: 18 ja. 2014.
COYLE, K.; BAKER, T. Guidelines for Dublin Core application profiles. Dublin Core Metadata Initiative. 2009. Disponível em:
<http://dublincore.org/documents/profile- guidelines/>. Acesso em: 16 nov. 2014.
DUVAL, E. et.al. Metadata Principles and Practicalities. D-Lib Magazine, v. 8, n. 4, 2002. Disponível em:
<http://www.dlib.org/dlib/april02/weibel/04weibel.html >. Acesso em: 30 ago. 2009.
HILLMANN, D. Using Dublin Core. 2005. Disponível em: <http://dublincore.org/documents/2005/11/07/usageguide/>. Acesso em: 26
jul. 2009.
LIBRARY OF CONGRESS. Dublin Core to MARC Crosswalk: Network Development and MARC Standards Office Library of Congress.
2008. Disponível em: <http://www.loc.gov/marc/dccross.html>. Acesso em: 8 abr. 2015.
NILSSON, M.; BAKER, T.; JOHNSTON, P. The Singapore Framework for Dublin Core Application Profiles. DCMI, 2008. Disponível
em:<http://dublincore.org/documents/singapore-framework/>. Acesso em: 22 nov. 2014.
ZENG, M. L.; QIN, J. Metadata. New York: Neal-Schuman Publishers, 2008.
�Sugestões de leituras
ARAKAKI, F. A.; ALVES, R. C. V.; SANTOS, P. L. V. A. C. Dublin core: state of art (1995 to 2015). Informação &
Sociedade: Estudos, v. 28, n. 2, 2018. DOI: 10.22478/ufpb.1809-4783.2018v28n2.38012 Acesso em: 13 nov. 2021.
DUBLIN Core… https://dublincore.org/specifications/dublin-core/
Conferências Dublin Core - https://dublincore.org/conferences/
PAVãO, C. M. G.; COSTA, J. S. B.; FERREIRA, M. K.; HOROWITZ, Z. Metadados e repositórios institucionais: uma
relação indissociável para a qualidade da recuperação e visibilidade da informação. Ponto de Acesso, v. 9, n. 3, p.
103-116, 2015. DOI: 10.9771/1981-6766rpa.v9i3.15163 Acesso em: 13 nov. 2021.
SANTOS, Plácida Leopoldina Ventura Amorim da Costa; SIMIONATO, Ana Carolina; ARAKAKI, Felipe Augusto.
Definição de metadados para recursos informacionais: apresentação da metodologia BEAM. Informação &
Informação, [S.l.], v. 19, n. 1, p. 146–163, fev. 2014. ISSN 1981-8920. Disponível em:
<https://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao/article/view/15251>. Acesso em: 13 nov. 2021.
doi:http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2014v19n1p146.
�Obrigado!
felipe.arakaki@unb.br
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Padrão de metadados Dublin Core
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Felipe Augusto Arakaki
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Dublin Core
Padrões de metadados
Perfil de aplicação
Description
An account of the resource
Oficina realizada durante o II Encontro de RDA no Brasil.
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6241/2022-rda-nova-geracao-de-catalogos-linked-data.pdf
0e1763c6d52e0b6297f1791a128dad29
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
RDA e a nova geração de catálogos:
explorando o Linked Data
RDA and the new generation of catalogs:
the Linked Data exploring
Letícia Guarany Bonetti
Mestranda no Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Graduação em Biblioteconomia pela
Universidade de Brasília (UNB) (2019).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/1895977717955732
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-3012-8465
E-mail: leticiagbonetti@gmail.com
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O cenário da web e dos avanços tecnológicos traz à tona discussões sobre a nova geração de usuários da
informação. Os catálogos de biblioteca parecem continuar ocupando um papel marginal no mercado de
consumo da informação digital, e os usuários consideram seu uso difícil e limitado quando comparados
com os motores de busca. Por meio de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, buscou-se
investigar o papel da Resource Description and Acces (RDA) na elaboração de catálogos mais voltados às
necessidades dos usuários da Web. Os estudos demonstram que a RDA tem potencial para guiar a
elaboração de catálogos mais dinâmicos, com melhor adaptação às tecnologias de bases de dados
emergentes. Os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização mais direcionada nas
necessidades dos usuários de informação, podendo trazer benefícios para uma nova geração de
catálogos.
Palavras-chave: Catálogo. RDA. Linked Data. Web Semântica.
Abstract
The web scenario and technological advances bring up discussions about the new generation of
information users. Library catalogs seem to continue to play a marginal role in the consumer digital
information market, and users find their use difficult and limited compared to search engines. Through
exploratory research, of a qualitative nature, we sought to investigate the role of Resource Description
and Access (RDA) in the elaboration of catalogs more focused on the needs of web users. Studies show
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
106
that the RDA has the potential to guide the creation of more dynamic catalogs, with better adaptation
to emerging database technologies. Conceptual models and the RDA allow for an organization more
focused on the needs of information users, which can bring benefits to a new generation of catalogs.
Keywords: Catalog. RDA. Linked Data. Semantic Web.
1 Introdução
No cenário da Web e dos recursos digitais, discute-se a necessidade de alinhar os
princípios de catalogação para a modelagem de catálogos mais voltados às necessidades dos
usuários atuais (SILVA et al., 2017). De acordo com Silva et al. (2017, p. 135), o usuário foi
posto como foco da biblioteca por Ranganathan “[...] ao mencionar o objetivo da elaboração
de um catálogo, o qual vem sendo repensado, a partir dos modelos conceituais, também com
foco central nas expectativas e necessidades do usuário”.
Nesse sentido, conforme argumenta Díez (2012), as bibliotecas têm realizado diversos
investimentos em prol da adaptação às tecnologias disponíveis, mas os catálogos parecem
continuar ocupando um papel marginal no mercado de consumo da informação digital. Os
usuários consideram o uso dos catálogos difícil e limitado quando comparados com motores de
busca (Google) e sites como a Amazon (DÍEZ, 2012). Surgem, então, novos desafios para as
bibliotecas e a catalogação, que estão relacionados com as regras, normas e códigos como
exemplo, a Resource Description and Acces (RDA) (LOURENÇO, 2020).
Baseado em modelos conceituais, a RDA foi elaborada para atualizar os códigos de
catalogação. Busca atender às exigências da descrição no contexto Web, focando nas
necessidades dos usuários e aproximando-os das linguagens de catalogação (CERRAO;
CASTRO, 2019). Arakaki et al. (2017, p. 4) afirmam que “[...] a evolução dos instrumentos de
representação no domínio bibliográfico acarretará numa nova transição para os catálogos das
bibliotecas”.
Os modelos conceituais, as diretrizes RDA, o cenário da Web Semântica e o Linked
Data passam a ser temas de destaque no cenário das bibliotecas e da representação na Web,
permitindo maximizar as buscas e recuperações das informações nos catálogos. Nesse cenário
pode-se citar, por exemplo, projetos da Library of Congress que utilizam recursos do Linked
Data para a implementação da RDA em catálogos, como o caso do BIBFRAME.
Essa afirmação é constatada pela atualização da RDA em dezembro de 2020. Nessa
atualização, a RDA foi remodelada e deixou de ter regras numeradas, seções, apêndices e
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
107
capítulos, apresentando uma navegação orientada por matrizes de entidades, projetadas por
meio da modelagem da IFLA Library Reference Model (IFLA LRM).
Desse modo, trata-se de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, que
buscou investigar o papel da RDA na elaboração de catálogos mais voltados às necessidades
dos usuários da web. Para tanto, foram realizadas pesquisas bibliográficas nas bases Base de
Dados Referenciais de Artigos de Periódicos em Ciência da Informação (BRAPCI), Scientific
Electronic Library Online (SciELO) e no motor de busca Google Acadêmico, no período de abril
a setembro de 2021. Os termos utilizados foram: “Resource Description and Access” e “Linked
Data” relacionados com “biblioteca”. Dessa forma foi possível obter um panorama dos estudos
e aplicações da RDA na modelagem de catálogos mais abertos.
2 RDA e os catálogos de biblioteca
A literatura encontrada sobre a temática ainda não apresenta relatos da nova RDA.
Nesse sentido, o texto de Candela et al. (2015) destaca que a família de modelos conceituais
FRBR e as diretrizes RDA fornecem uma estrutura moderna que facilita o processamento
automático da informação (CANDELA et al., 2015), indo ao encontro do que é proposto pelo
Linked Data e pela Web Semântica.
Segundo Berners-Lee (2006) a Web Semântica não trata apenas de colocar dados na
web. Trata-se de criar links, para que uma pessoa ou uma máquina possa explorar a rede de
dados. Nesse sentido, dentre as vantagens da RDA citadas por Fusco (2010) está a melhor
adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes, o que possibilita que as instituições
como as bibliotecas sejam mais eficientes na recuperação dos dados em seus catálogos.
De acordo com Coyle (2016) o objetivo do catálogo é fornecer uma identidade para os
recursos na biblioteca por meio de um conjunto de qualidades conhecidas, como autor e título.
O catálogo da biblioteca, ao contrário de motores de busca populares como o Google, projeta
seus produtos para atender apenas aos usuários que realizam a pesquisa sabendo o título ou o
autor da obra que desejam. Já os motores de busca não presumem que o usuário esteja ciente
da existência de quaisquer documentos que satisfaçam suas necessidades. Essa é a diferença
entre ver o espaço de informações como um conjunto finito de itens em uma prateleira, versus
um conjunto quase infinito de incógnitas em constante mudança. Apesar do limite e da noção
de inventário fazerem parte dos princípios de catalogação, segundo Coyle (2016), é um erro
presumir que isso seja o que o usuário de informação deseja.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
108
Para Díez (2012) as expectativas dos usuários estão claramente voltadas para o modelo
das ferramentas e serviços Web. Os motores de busca permitem a pesquisa de textos
completos, superando o caráter restritivo do catálogo limitado à exploração do referencial
bibliográfico. Em concordância, Coyle (2016) afirma que os catálogos e seus objetivos
fornecem uma visão muito estreita da possibilidade de interação dos usuários com a biblioteca
e seus itens. Para Lourenço (2020) os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização
mais focada nas necessidades dos usuários de informação.
Nesse sentido, Díez (2012), ao abordar a nova geração de catálogos, afirma que a
literatura atribui a eles alguns elementos como: interface Web de design atual, semelhante às
disponíveis em sites comerciais; conteúdo rico como imagens das capas, links para índices,
resumos, nuvens de tags, navegação facetada; resultado ordenado por relevância; mecanismos
de autocorreção como “você quis dizer?”; recomendações de materiais relacionados; e
contribuições dos usuários, permitindo-os adicionar dados como resenhas, críticas e tags.
Coyle (2016) vai mais adiante e cita um exemplo do que seria possível com a aplicação
dos preceitos do Linked Data e da Web Semântica no universo bibliográfico, com o autor
identificado em uma descrição de catálogo de biblioteca podendo se interligar com a página de
informações do autor na Amazon ou com a entrada enciclopédica sobre o autor na Wikipédia.
O maior desafio seria fazer essa transição, usando-se de novos modelos.
Tendo isso em vista, pode-se citar o trabalho de Candela et al. (2015) que descreveu a
migração das entradas do catálogo da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes para uma nova
base de dados relacional que segue os modelos conceituais promovidos pela International
Federation of Library Associations and Institutions (IFLA), em particular, às especificações
FRBR. O artigo descreve as etapas aplicadas para a migração de uma coleção de registros
MARC21 para um conjunto de triplos Resource Description Framework (RDF), que é
amplamente incentivado pelos princípios do Linked Data de Berners-Lee (2006), contendo
metadados bibliográficos em RDA.
No contexto da RDA, a descrição bibliográfica, segundo Lourenço (2020, p. 159), “[...]
se torna mais clara para o usuário, com o fim das abreviações e expressões em latim”. Há a
percepção de que o usuário realiza suas buscas tendo quatro tarefas básicas em mente:
encontrar, identificar, selecionar e obter. Mudanças como essas são importantes no cenário
citado por Díez (2012) da marginalização dos catálogos de bibliotecas e da preferência pelas
interfaces amigáveis de sites como o Google.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
109
3 Considerações finais
Os catálogos de biblioteca assumem um papel marginal quando comparados com
outros sistemas de recuperação da informação como Google e Amazon. A nova geração de
usuários espera por interfaces mais amigáveis e dinâmicas, que permitam maiores interações e
acesso ao texto completo.
No cenário de mudanças tecnológicas como o Linked Data e a Web Semântica é
importante citar a RDA. Conforme a literatura encontrada, a RDA permite maior dinamicidade
dos catálogos, podendo oferecer soluções para uma nova geração de catálogos mais voltados
para as necessidades atuais dos usuários. Isso tornaria os catálogos e as bibliotecas mais
competitivas no cenário informacional.
No futuro pretende-se realizar maiores estudos sobre as possibilidades de aplicação da
RDA para construção de catálogos mais abertos e amigáveis em nível nacional, como o
trabalho citado da Biblioteca Virtual Miguel de Cervantes.
Referências
ARAKAKI, F. A. et al. Bibframe: tendência para a representação bibliográfica na web. Revista
Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, v. 13, p. 2231-2249, 2017. Disponível em:
http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/3416. Acesso em: 09 ago. 2021.
BERNERS-LEE, T. Linked Data: Design Issues. [S.l.]: W3C, 2006. Disponível em:
https://www.w3.org/DesignIssues/LinkedData.html. Acesso em: 25 jun. 2017.
CANDELA, G. et al. Transformation of a Library Catalogue into RDA Linked Open Data. In:
Kapidakis S., Mazurek C., Werla M. (eds). Research and Advanced Technology for Digital
Libraries. TPDL 2015. Lecture Notes in Computer Science, v. 9316. Springer, Cham.
Disponível em: https://doi.org/10.1007/978-3-319-24592-8_26. Acesso em: 10 mar. 2021.
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. Perfil de aplicação de metadados baseado em frbr e rda.
Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, n. XX ENANCIB, 2019. Disponível
em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/122527. Acesso em: 06 set. 2021.
COYLE, K. FRBR, before and after: a look at our bibliographic models. Chicago: American
Library Association, 2016. Disponível em: https://kcoyle.net/beforeAndAfter/978-0-8389-13642.pdf.
DÍEZ, M. L. A. Redefiniendo el catálogo: expectativas de las interfaces de descubrimiento
centradas en el usuário. México, Investigación Bibliotecológica, vol. 26, no. 56, p. 181-204,
ene./abr., 2012.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Bonetti; Simionato Arakaki
110
FUSCO, E. Modelos conceituais de dados como parte do processo da catalogação:
perspectiva de uso dos FRBR no desenvolvimento de catálogos bibliográficos digitais. 2010.
249 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências,
2010. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/103369.
LOURENÇO, C. A. Novas tendências em catalogação: o novo paradigma da catalogação a
partir da modelagem conceitual. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 25, n. Especial,
p. 150-167, 2020. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/135741. Acesso em:
09 set. 2021.
SILVA, L. C.; SANTARÉM SEGUNDO, J. E.; ZAFALON, Z. R.; SANTOS, P. L. V. A. C. O código
rda e a iniciativa bibframe: tendências da representação da informação no domínio
bibliográfico. Em Questão, v. 23, n. 3, p. 130-156, 2017. Disponível em:
https://seer.ufrgs.br/EmQuestao/article/view/69549/0. Acesso em: 06 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
RDA e a nova geração de catálogos: explorando o Linked Data
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Letícia Guarany Bonetti
Ana Carolina Simionato Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catálogo
Resource Description and Access (RDA)
Linked Data
Web Semântica
Description
An account of the resource
O cenário da web e dos avanços tecnológicos traz à tona discussões sobre a nova geração de usuários da informação. Os catálogos de biblioteca parecem continuar ocupando um papel marginal no mercado de consumo da informação digital, e os usuários consideram seu uso difícil e limitado quando comparados com os motores de busca. Por meio de uma pesquisa exploratória, de natureza qualitativa, buscou-se investigar o papel da Resource Description and Acces (RDA) na elaboração de catálogos mais voltados às necessidades dos usuários da Web. Os estudos demonstram que a RDA tem potencial para guiar a elaboração de catálogos mais dinâmicos, com melhor adaptação às tecnologias de bases de dados emergentes. Os modelos conceituais e a RDA permitem uma organização mais direcionada nas necessidades dos usuários de informação, podendo trazer benefícios para uma nova geração de catálogos.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6205/RDA_Chris_por.pdf
1b16675e91cf094917da856e86ea49a6
PDF Text
Text
RDA
para hoje e para o futuro
Chris Oliver
Presidente, RDA Board
christine.oliver@uottawa.ca
1
�Organizando informações bibliográficas
Contexto para o nosso trabalho no século 21:
• usuários interagem com dados bibliográficos em um contexto amplo e global
• dados bibliográficos são gerenciados tanto dentro quanto fora dos catálogos
tradicionais
• nenhuma biblioteca é uma ilha - nossos dados estão interconectados
• metadados permitem linkar com e agregar aos dados de outras comunidades
• metadados podem ser coletados, reutilizados e extraídos
2
�RDA: Resource Description and Access
RDA é um conjunto de:
◦ elementos de dados
◦ orientações e instruções
→ para a criação de metadados de recursos de bibliotecas e instituições culturais
→ metadados que podem ser utilizados em catálogos tradicionais
→ metadados que podem ser utilizados em aplicações de linked data
3
�2 facetas significativas do RDA
• RDA como um padrão para ser usado com tecnologias atuais e emergentes
• RDA como um padrão que está sendo intencionalmente internacionalizado
4
�RDA como
um padrão
para ser
usado com
tecnologias
atuais e
emergentes
Autor: ipopba -Créditos: Getty
Images/iStockphoto
5
�Um padrão para o século 21
• registrando dados, não strings
processamento por máquinas
• um conjunto compartilhado de
elementos
interoperabilidade de dados
• compativel com diferentes
ambientes tecnológicos
flexibilidade
• otimizado para ambientes linked
data
preparado para o futuro
6
�RDA é um conjunto de elementos de
dados
• elementos de dados que podem ser compreendidos por humanos e por
computadores
• realidade atual = grande quantidade de dados bibliográficos
• não é prático pensar que a gestão dos dados bibliográficos será feita
manualmente
• iremos depender do processamento por máquinas
• mas as máquinas precisam de bons dados para produzir resultados úteis
7
�RDA é um conjunto de elementos de
dados
RDA = um conjunto de elementos de dados (e vocabulários controlados)
rigorosamente definidos
• cada elemento de dado contém inequivocamente apenas 1 tipo de dado
• RDA possui elementos para registrar dados sobre 13 entidades
• RDA possui mais de 3000 elementos
8
�Dados do RDA são projetados para
interoperabilidade
• conjunto de elementos claramente delineado
diferentes tipos de usuários do RDA compartilham o mesmo conjunto de elementos
publicação aberta de vocabulários controlados para aumentar a interoperabilidade
definições e estruturas facilitam o mapeamento para dados que não são do RDA
• elementos de dados tem estrutura reconhecível
estrutura explícita e amplamente aceitada
baseada no modelo conceitual para a informação bibliográfica: IFLA Library
Reference Model (IFLA LRM)
9
�Desenhado para ser flexível
Quatro formas de registrar informação
• diferentes opções de acordo com o ambiente tecnológico:
• descrição não-estruturada
• descrição estruturada
• identificador
• IRI – Internationalized Resource Identifier
“Os métodos estão listados em ordem crescente de utilidade em aplicações
RDA, de baixa utilidade a alta utilidade ou dados inteligentes
• IRI → para linked data
10
�Um padrão -- muitas formas de usar
uma descrição não estruturada
transcrição do nome do autor da página de rosto
ou
captura automatizada de dados da página de rosto
resultado = um string de caractéres
que um humano consegue decifrar e entender
que um computador não consegue processar de forma eficaz - só
funciona para busca de palavras-chave
11
�Um padrão -- muitas formas de usar
IRI – Internationalized Resource Identifier
um padrão da internet
um identificador único global, por exemplo, para registrar o nome de uma pessoa
resultado = um string legível por máquinas
• que não é facilmente decifrável e compreendido por humanos
• que é processado de forma muito eficaz por computadores em aplicações link data
• que é vinculado a uma grande quantidade de informações recuperáveis pelo
computador e que também pode conectar a outras informações relacionadas a esse
IRI
• que pode expandir o potencial para exploração
12
�Declarações de
metadados
utilizando IRIs
sujeito, objeto e
predicado são
registrados usando IRIs
Captura de tela do RDA Toolkit
(www.rdatoolkit.org) usado com
permissão dos detendores do Copyright
para o RDA (American Library Association,
Canadian Federation of Library
Associations, and CILIP: Chartered
Institute of Library and Information
Professionals).
13
�Preparado para o futuro
• otimizado para linked data
• registrar RDA usando esquemas de codificação baseados em RDF
alternativas viáveis ao MARC, como Bibframe e Share-VDE
• muitos continuarão usando o MARC
• RDA não está otimizado para MARC, mas RDA em MARC continua sendo um
avanço
• RDA, particularmente no novo Toolkit, reorienta nosso pensamento sobre
elementos de dados, relacionamentos, uso de IRIs, etc
14
�Padrão de metadados para o século 21
• preparado para o futuro
• flexível
criar metadados que podem ser
usados em catálogos tradicionais e
para a web em ambientes link data
• dados que de fato podem ser usados dados precisos e inequívocos em
para o processamento automatizado elementos de dados bem definidos
com uma estrutura delineada
• promove a interoperabilidade dos
dados
15
�RDA como um
padrão que está
sendo
intencionalmente
internacionalizado
Flags globe at
shutterstock
(vector) ID:
111655109 by
Alhovik
16
�Um padrão internacional
• alinhado com padrões internacionais
sólida estrutura teórica
• acomodando tradições locais
diferentes
adaptável às necessidades locais
• traduções são partes essenciais do
padrão
• em uso em diversos locais do mundo
versões em idiomas diferentes para
ser usado por comunidades diferentes
administração reflete participação
internacional
17
�RDA alinhado com padrões
internacionais
• RDA é compatível com:
Declaração de Princípios Internacionais de Catalogação da IFLA
Modelo conceitual para bibliotecas da IFLA: IFLA LRM
• também inclui uma declaração de relacionamento com outros padrões
internacionais
por exemplo, metadados que podem ser armazenados em esquemas de
codificação diferentes, como MARC21 e RDF
18
�RDA: implementação do IFLA LRM
IFLA LRM = IFLA Library Reference Model
o modelo conceitual bibliográfico que consolida e substitui os três
modelos anteriores da IFLA
FRBR Functional Requirements for Bibliographic Records
FRAD Functional Requirements for Authority Data
FRSAD Functional Requirements for Subject Authority Data
19
�Alinhamento com o IFLA LRM
• RDA é baseado em uma compreensão internacionalmente aceita da estrutura dos
dados bibliográficos
• IFLA LRM fornece:
• a estrutura básica e a organização do conteúdo do RDA
• uma estrutura teórica reconhecida e desenvolvida através da cooperação
internacional
• foco nas necessidades do usuário final por meio das tarefas de usuário
20
�Não é “tamanho único”
O RDA é projetado para que os metadados possam ser criados para atender aos
interesses das comunidades locais dentro de uma estrutura global de
interoperabilidade
– Gordon Dunsire, Accommodating local cataloguing traditions in a global context, 2018
• base para a interoperabilidade → conjunto compartilhado de elementos
→ dados compartilham a mesma estrutura (IFLA LRM)
• foco nos pontos em comum
21
�Internacionalização - um objetivo
• harmonização de dados
“RDA é projetado para um público internacional, considerando que catalogadores irão
fazer decisões próprias sobre a aplicação do padrão quando desejável
…
“Dada a flexibilidade das orientações e das formas de registro, os metadados fornecidos
por diferentes agentes não necessariamente será idêntica, porém, como dados bem
formados, serão compreendidos por qualquer outro agente ao serem compartilhados.
A ênfase é a harmonização dos dados em vez de estritamente a compatibilidade.”
RDA > Introduction to RDA > Objectives and principles governing RDA
22
�Acomodação de variações
IFLA LRM fornece a estrutura básica para dados bibliográficos
→ RDA fornece:
opção para usar qualquer um de vários elementos de dados precisos
opção de como registrar os dados
opção de que instrução usar
opção de fonte de vocabulário controlado
opção em como pontuar e ordenar os elementos
→ a comunidade catalogadora faz a escolha que melhor atende suas
necessidades
23
�Escolhas da comunidade de catalogação
Por exemplo, ao usar um vocabulário controlado (esquema de codificação de
vocabulário):
Descrição estruturada
Instruções para utilizar um dos esquemas de codificação de vocabulários do RDA
Seguido de instruções para se utilizar qualquer outro esquema de codificação de
vocabulário apropriado
Exemplos no RDA mostram o uso de vocabulários do RDA e vocabulários externos
24
�Instruções para
padrão de
transmissão
(broadcast
standard)
Captura de tela do RDA Toolkit
(www.rdatoolkit.org) usado com permissão
dos detendores do Copyright para o RDA
(American Library Association, Canadian
Federation of Library Associations, and CILIP:
Chartered Institute of Library and
Information Professionals).
25
�Exemplos usando
vocabulários que
não são do RDA
para acessibilidade
do conteúdo
(accessibility
content)
Captura de tela do RDA Toolkit
(www.rdatoolkit.org) usado com permissão dos
detendores do Copyright para o RDA (American
Library Association, Canadian Federation of
Library Associations, and CILIP: Chartered
Institute of Library and Information Professionals).
26
�Escolhas da comunidade de catalogação
• RDA Toolkit possui um local para cada comunidade registrar e dividir suas
decisões
declarações de políticas
perfis de aplicação e outros documentos (compartilhados ou não)
recursos comunitários
27
�Um padrão multilingue
RDA
um padrão internacional
8 – traduções completas integradas ao RDA Toolkit
14 – versões em outros idiomas integradas ao RDA Registry
(traduções parciais = nomes dos elementos e vocabulários controlados)
• um padrão que coloca em pé de igualdade as versões em todos os idiomas
• Inglês é tratado como uma das versões em um idioma
• Inglês é a versão usada como base para as traduções, mas é deliberadamente
chamada de “versão”
28
�Um padrão multilingue
• integração perfeita entre todas as versões em todos os idiomas no RDA
Toolkit e no RDA Registry
• visibilidade de todas as comunidades de diferentes idiomas usando RDA
• todas usando o mesmo conjunto de elementos e vocabulários
29
�RDA, um padrão de metadados global
• desenhado para ser fácil de usar por criadores de metadados ao redor do mundo
• um padrão cuja manutenção e desenvolvimento será feito com representantes de todas as regiões
do mundo
Internacionalização da administração do RDA, sua tomada de decisões e gestão
Representantes das 6 regiões do mundo
Africa, Asia, Europa, America Latina e Caribe, America do Norte e Oceania
30
�RDA, uma estrutura para
interoperabilidade
Comunidades de catalogação ao redor do mundo funcionam em diferentes contextos
• ambientes tecnológicos diferentes
• convenções e práticas diferentes
• necessidades linguísticas, nacionais e culturais diferentes
Nosso interesse comum
-- providenciar metadados que atendem às necessidades dos nossos usuários finais
-- dados que podem ser precisamente processados por computadores
-- compatibilidade dos dados bibliográficos entre as comunidades
31
�?
christine.oliver@uottawa.ca
32
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
RDA para agora e para o futuro, com Chris Oliver
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Chris Oliver
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/q8XP2FKTq5U?t=1767
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6242/2022-relacoes-entre-rda-frbr.pdf
d2d449691fde9ce637cb755cdd2174c5
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Relações entre RDA e FRBR:
perspectivas para os ambientes digitais
RDA and FRBR in digital environments
Natalia Gallo Cerrao
Mestre em Ciência da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Grupo
de Pesquisas e Estudos em Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e
Comunicação (GPERTIC).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0889233459179310
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8450-3451
E-mail: nataliacerrao@gmail.com
Fabiano Ferreira de Castro
Professor Associado do Departamento de Ciência da Informação e do Programa de Pósgraduação em Ciência da Informação (UFSCar). Líder do Grupo de Pesquisas e Estudos em
Representação do Conhecimento e Tecnologias da Informação e Comunicação (GPERTIC).
Pós-Doutorado em Ciência da Informação (UNESP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/7124931056289027
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-8712-2654
E-mail: fabianocastro@ufscar.br
Resumo
O Resource Description and Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR)
têm sido objetos de interesse e pesquisas na área da Catalogação Descritiva no cenário atual. O objetivo
principal dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as ações ou aplicações do RDA
e do FRBR em ambientes digitais e verificar em que medida os assuntos se relacionam, na perspectiva da
Ciência da Informação. A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) - um método organizado, confiável e
criterioso de revisão bibliográfica - oportunizou a identificação de estudos, exemplos de aplicações
práticas e ferramentas tecnológicas que relacionam o RDA e o FRBR em ambientes digitais. Conclui-se,
que o RDA e o FRBR possuem sinergia para a atividade da Catalogação Descritiva no contexto
tecnológico vigente, por suas bases teórico-metodológicas consolidadas, corroborando suas aplicações
no desenvolvimento e na modelagem dos ambientes digitais.
Palavras-chave: Catalogação descritiva. Domínio bibliográfico. Ambientes digitais.
Abstract
The Resource Description and Access (RDA) and the Functional Requirements for Bibliographic Records
(FRBR) have been objects of interest and research in the field of Descriptive Cataloging in the current
scenario. The main objective of this research was to identify and map the studies that address the
actions or applications of RDA and FRBR in digital environments and verify to what extent the issues
are related, from the perspective of Information Science. The Systematic Literature Review (RSL) - an
organized, reliable and thorough method of literature review - provided an opportunity to identify
studies, examples of practical applications and technological tools that relate RDA and FRBR in digital
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
98
environments. It is concluded that the RDA and the FRBR have synergy for the activity of Descriptive
Cataloging in the current technological context, due to their consolidated theoretical-methodological
bases, corroborating their applications in the development and modeling of digital environments.
Keywords: RDA. FRBR. Bibliographic domain. Digital environments.
1 Introdução
Diante do avanço tecnológico e das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
disponíveis, identificam-se algumas tendências no domínio bibliográfico, especialmente no que
se refere ao Tratamento Descritivo da Informação (TTI), onde o Resource Description and
Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) têm sido discutidos
tanto na vertente teórica, quanto na esfera de aplicação em ambientes digitais.
O modelo conceitual FRBR é baseado na modelagem entidade-relacionamento,
aprimorando
a
organização
dos
registros
bibliográficos
e
possibilitando
maior
funcionabilidade aos catálogos, otimizando a busca e a recuperação da informação. A proposta
do FRBR surgiu com dois objetivos principais: recomendar um nível básico de funcionalidade
para registros bibliográficos e relacionar os dados às necessidades dos usuários. (IFLA, 2009).
Nesse contexto tecnológico, Alves e Santos (2013) apontam a necessidade de revisão e
a atualização dos códigos de catalogação que caminhem em consonância com os modelos
conceituais, o que culminou no desenvolvimento de uma proposta para a orientação de
descrição de recursos, o Resource Description and Access (RDA).
Conforme Assumpção e Santos (2013), a adoção do RDA não se constitui
simplesmente como uma escolha administrativa. Antecedendo essa adoção, faz-se necessário o
planejamento, a modelagem e a construção de catálogos que possam refletir a base entidadeatributo-relacionamento presente no modelo conceitual FRBR, de modo que, tendo sido
adotado o RDA, possa ser feito uso de todo seu potencial.
O RDA possui diretrizes e instruções que abrangem a descrição e o acesso de recursos
digitais e analógicos, seu objetivo é facilitar o processo de descrição de recursos seguindo um
processo de decisão lógica. Trata-se de um padrão projetado para ser fácil de usar e gerar
registros que contenham dados relevantes para os usuários. Pautado no modelo FRBR, o RDA
identifica as entidades no universo bibliográfico (obras, itens, pessoas etc.), identifica os
atributos dessas entidades e suas relações entre si. (CERRAO; CASTRO, 2020).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
99
O principal objetivo dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as
ações do RDA e do FRBR, identificando ferramentas tecnológicas para aplicações em
ambientes digitais.
2 Metodologia
A adoção do método de Revisão Sistemática da Literatura (RSL) possibilitou a
identificação dos estudos que versam sobre a temática em apreço. A RSL contribui para a
identificação e análise crítica das pesquisas relevantes, definindo estratégias de busca e
critérios de análise e seleção do referencial teórico, para responder questões de pesquisa
específicas. (BRINER; DENIER, 2012)
As etapas criteriosas de uma RSL a diferenciam do método tradicional de revisão
bibliográfica, são metódicas e possibilitam que a pesquisa realizada seja auditada e continuada
sempre que necessário. (CERRAO; JESUS; CASTRO, 2019).
A RSL elaborada nessa pesquisa foi dividida nas etapas Planejamento: familiarização
com a temática estudada e preenchimento do protocolo de busca; Condução: busca em bases
de dados, aplicação dos critérios de inclusão e de exclusão e análise dos artigos recuperados; e
Extração de Dados e Síntese da RSL.
Para auxiliar a RSL foi utilizado o software State of the Art through Systematic Review
(StArt). O protocolo de busca foi preenchido, conforme o Quadro 1.
Quadro 1 – Protocolo da Revisão Sistemática da Literatura.
Campo
Preenchimento do campo
Objective
(Objetivo)
Compreender, por meio da Revisão Sistemática da Literatura, a
aplicabilidade do FRBR e do RDA em ambientes digitais, identificando
ferramentas tecnológicas.
Main question
(Questão principal)
É possível aplicar o modelo conceitual FRBR e as orientações RDA em
ambientes digitais?
Population
(População)
Ferramentas tecnológicas de aplicação do modelo conceitual FRBR e da
proposta RDA em ambientes digitais.
Intervention
(Intervenção)
Como são abordadas e discutidas as possibilidades de aplicação do modelo
conceitual FRBR e da proposta RDA em ambientes digitais, na literatura
recuperada.
Control (Controle)
Artigos de bases de dados da área da Ciência da Informação.
Results
(Resultados)
Identificar estudos que abordem a aplicação do modelo conceitual FRBR e
da proposta RDA em ambientes digitais.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
100
Campo
Preenchimento do campo
Application
(Aplicação)
Contribuição para a área da Ciência da Informação em relação à
representação da informação e modelagem de dados, aplicando em
ambientes digitais as novas possibilidades no âmbito da Catalogação
Descritiva.
Keywords and
synonyms (Palavraschave e sinônimos)
A string de busca utilizada em todas as bases de dados foi definida como:
(“FRBR” OR “Functional Requirements for Bibliographical Records” OR
“RDA” OR “Resource Description and Access”).
Sources selection
criteria definition
(Definição de critérios
de busca)
Trabalhos indexados em periódicos da área da Ciência da Informação.
Studies languages
(Idiomas)
Inglês; Português; Espanhol
Source search methods
(Métodos de pesquisa)
Leitura do título e resumo dos documentos; aplicação dos critérios de
inclusão e exclusão; leitura da introdução e conclusão dos documentos;
leitura do documento completo nos casos em que as análises anteriores se
mostrarem inconclusivas para a seleção.
Source list
(Lista de fontes)
As bases de dados consultadas e utilizadas foram:
- Base de Dados em Ciência da Informação (BRAPCI)
- Library and Information Science Abstracts (LISA)
- Library, Information Science & Technology Abstracts with full text
(ISTA)
- Information Science & Technology Abstracts (LISTA)
Study selection criteria
(inclusion and
exclusion)
Critérios de seleção
(inclusão e exclusão)
Os critérios de seleção foram definidos como (I) para inclusão e (E) para
exclusão.
(I) Abordar a aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais.
(I) Abordar aplicação das orientações do RDA em ambientes digitais.
(I) Indicar modelos para a aderência ou aplicação do RDA e FRBR em
ambientes digitais.
(E) Documento não acessível ou não localizado integralmente.
(E) Não estar nos idiomas especificados.
(E) Não abordar a aplicação do RDA e FRBR em ambientes digitais.
Studies types definition
(Definição de tipos de
estudos)
Trabalhos indexados nas bases de dados consultadas.
Studies initial selection
(Seleção inicial)
-
Studies quality
evaluation
(Avaliação de qualidade
dos estudos)
A partir da análise da metodologia dos trabalhos recuperados, será
realizada avaliação minuciosa da qualidade.
Data extraction form
fields (Forma de
extração de dados)
Enfoque dos documentos; aplicação do RDA em ambientes digitais;
aplicação do modelo conceitual FRBR em ambientes digitais; considerações
finais.
Results summarization
(Sumarização de
resultados)
Após extração de dados, os dados serão agrupados em quadros de acordo
com a categoria de análise, os resultados semelhantes serão agrupados
permitindo a realização de uma análise quantitativa e também a elaboração
de inferências que permitiram responder à pergunta de pesquisa.
Fonte: Elaborado pelos autores (2021).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
101
3 Resultados
Foram aceitos 53 artigos que correspondem aos objetivos dessa pesquisa. Após a
leitura detalhada e minuciosa, análise e sumarização do conteúdo de cada um dos artigos,
foram identificados exemplos de aplicação, tanto do modelo conceitual FRBR, como do RDA
em ambientes digitais, como destacados.
3.1 Perfis de aplicação de metadados Dublin Core (DCAPs)
Um perfil de aplicação trata-se de um framework para aplicações de metadados
designado para promover máxima interoperabilidade e reutilização. O framework define um
conjunto de componentes descritivos que são necessários ou úteis para documentar um perfil
de aplicação e descreve como se relacionam com modelos de domínio padrões e com a Web
Semântica, proporcionando interoperabilidade com outras aplicações, baseados em
vocabulários internacionalmente definidos. (NILSSON; BAKER; JOHNSTON, 2008).
Um exemplo de perfil de aplicação de metadados baseado em FRBR é o Scholarly
Works Dublin Core Application Profile (SWAP), um modelo próprio para aplicação em trabalhos
acadêmicos. Os SWAP são essenciais para compreender a importância dos FRBR e sua atuação
em conjunto com os metadados em ambientes digitais.
3.2 BIBFRAME
A iniciativa BIBFRAME visa perspectivar e, a longo prazo, implementar um novo
ambiente bibliográfico para as bibliotecas, tornando a interconectividade comum.
O BIBFRAME é a base para o futuro da descrição bibliográfica que acontece
na e como parte da Web e do atual mundo em rede. Foi projetado para se
integrar e se envolver com a mais ampla comunidade de informações, além
de atender às necessidades específicas de sua comunidade de manutenção. O
BIBFRAME cumprirá tais propósitos, visando: (a) diferenciar claramente o
conteúdo conceitual e suas manifestações físicas (por exemplo, obras e
instâncias); (b) focar na identificação não ambígua. (CERRAO; CASTRO,
2020, p. 9)
O modelo conceitual FRBR e as diretrizes RDA fazem parte do desenvolvimento do
BIBFRAME, “possibilitando-lhe adequação às tendências do tratamento da informação atual”.
(ARAKAKI et al. 2017, p. 2245). O grande diferencial do BIBFRAME é a aplicação de conceitos
inovadores pertencentes ao universo da Web e a possibilidade de aproveitamento e
reaproveitamento de registros.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
102
3.3 LibFRBR
O LibFRBR é uma ferramenta para aplicação usada para converter registros
bibliográficos em estruturas e interface de catalogação pautada no modelo conceitual FRBR.
No trabalho de Chang et al. (2013), o LibFRBR foi desenvolvido para a conversão de registros
em formato FRBR no software Koha. Essa ferramenta pode adicionar, editar e organizar dados
pertencentes a entidades, atributos e relacionamentos entre entidades, fornecendo uma
interface FRBR para entrada e armazenamento de dados. Também é possível coletar dados em
MARC21 ou MARCMARC, extrair as entidades no formato FRBR e armazená-los em
linguagem XML ou no Koha.
3.4 RDA In Many Metadata Formats (RIMMF)
O RIMMF foi desenvolvido como uma ferramenta de “treino” no processo de
catalogação descritiva em formato RDA, onde o catalogador pode visualizar e desenvolver
“registros” projetados especificamente para o RDA. (CERRAO; CASTRO, 2020). Essa
ferramenta possibilita a visualização e criação de registros pautados em RDA e na modelagem
entidade-relacionamento, de modo a permitir a inserção de atributos para cada entidade e a
compreensão dos moldes RDA na estrutura semântica, permitindo a inserção de dados
descritivos e vinculando-os a entidades relacionadas.
3.5 FRBR Display Tool
A FRBR Display Tool é citada na literatura científica, como uma ferramenta que
transforma os dados bibliográficos em formato MARC em dados bibliográficos “traduzidos”
para as entidades FRBR. Essa ferramenta classifica e organiza conjuntos de registros
bibliográficos utilizando o modelo FRBR, gerando exibições hierárquicas dos mesmos.
A FRBR Display Tool funciona com arquivos simples de registros MARC, e juntamente
com sua instalação acompanha a ferramenta MARCXML Toolkit, gerando registros nessa
linguagem. Em seguida, ela transforma os dados MARCXML em uma estrutura FRBR
codificada em XML, que usa elementos do padrão Metadata Object Description Schema
(MODS).
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
103
4 Conclusão
A Revisão Sistemática da Literatura permitiu identificar e explorar ferramentas
tecnológicas, a partir da sinergia do RDA e FRBR e suas potencialidades de aplicação em
ambientes digitais, dentre elas se destacam: Perfis de aplicação de metadados Dublin Core
(DCAPs), BIBFRAME, LibFRBR, RDA In Many Metadata Formats (RIMMF) e FRBR Display Tool.
O RDA e o FRBR devem ser mais estudados, de maneira a trazer contribuições, tanto
para o campo da pesquisa, quanto para a prática profissional da Catalogação Descritiva,
considerando as tendências tecnológicas e as demandas informacionais da sociedade
contemporânea, as quais caminham em consonância ao cenário de dados abertos e conectados.
Referências
ALVES, R. C. V. ; SANTOS, P. L. V. A. C. Metadados: organização e acesso à informação no
domínio bibliográfico. In: IX ENCONTRO INTERNACIONAL DE CATALOGADORES E II
ENCONTRO NACIONAL DE CATALOGADORES, 2013, RIO DE JANEIRO. Anais […]. Rio de
Janeiro, 2013. v. 1. p. 1-15. Disponível em: http://www.abinia.org/catalogadores/52-194-1PB.pdf. Acesso em: 20 set. 2021.
ARAKAKI, F. A. et al. BIBFRAME: tendência para a representação bibliográfica na web.
Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, v. 13, p. 2231-2249,
dez. 2017. Disponível em: https://brapci.inf.br/index.php/res/v/3416. Acesso em: 14 set. 2021.
ASSUMPÇÃO, F. S.; SANTOS, P. L. V. A. C. A utilização do Resource Description and Access
(RDA) na criação de registros de autoridade para pessoas, famílias e entidades coletivas.
Encontros Bibli: revista eletrônica de Biblioteconomia e Ciência da Informação,
Florianópolis, v. 18, n. 37, p. 203-226, 2013. Disponível em:
https://brapci.inf.br/index.php/res/download/52343. Acesso em: 20 set. 2021.
BRINER, R. B.; DENYER, D. Systematic review and evidence synthesis as a practice and
scholarship tool. In: ROUSSEAU, D. M. (ed.). Handbook of evidence-based management:
companies, classrooms, and research. New York: Oxford University Press, 2012. p. 328-374.
Disponível em: https://www.oxfordhandbooks.com/view/10.1093/oxfordhb/9780. Acesso em:
17 set. 2021.
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. de; JESUS, A. F. de. O método de revisão sistemática da
literatura (RS) na área da Ciência da Informação no Brasil: análise de dados de pesquisa.
Informação & Tecnologia, v. 5, n. 1, jan./jun. 2018. Disponível em:
https://periodicos.ufpb.br/index.php/itec/article/view/38083. Acesso em: 20 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Cerrao; Castro
104
CERRAO, N. G.; CASTRO, F. F. Aplicações de metadados baseadas em FRBR e RDA em
repositórios institucionais digitais: uma revisão sistemática da literatura. Transinformação,
v. 32, e190080, 2020. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2318-0889202032e190080. Acesso
em: 20 set. 2021.
CHANG N. et al. Experimenting with implementing FRBR in a Chinese Koha system. Library
Hi Tech News, v. 30, n. 10, p. 10-20, 2013. Disponível em:
https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/LHTN-09-2013-0054. Acesso em: 20 set.
2021.
NILSSON, M.; BAKER, T.; JOHNSTON, P. The Singapore Framework for Dublin Core
Application Profiles, 2008. Disponível em: https://dublincore.org/specifications/dublincore/singapore-framework/. Acesso em: 20 set. 2021.
SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C. Estudos de revisão sistemática: um guia para síntese
criteriosa da evidência científica. Rev. bras. fisioter., São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, 2007.
Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1413-35552007000100013. Acesso em: 20 set. 2021.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Relações entre RDA e FRBR: perspectivas para os ambientes digitais
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Natalia Gallo Cerrao
Fabiano Ferreira de Castro
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Catalogação descritiva
Domínio bibliográfico
Ambientes digitais
Description
An account of the resource
O Resource Description and Access (RDA) e o Functional Requirements for Bibliographic Records (FRBR) têm sido objetos de interesse e pesquisas na área da Catalogação Descritiva no cenário atual. O objetivo principal dessa pesquisa foi identificar e mapear os estudos que abordam as ações ou aplicações do RDA e do FRBR em ambientes digitais e verificar em que medida os assuntos se relacionam, na perspectiva da Ciência da Informação. A Revisão Sistemática da Literatura (RSL) - um método organizado, confiável e criterioso de revisão bibliográfica - oportunizou a identificação de estudos, exemplos de aplicações práticas e ferramentas tecnológicas que relacionam o RDA e o FRBR em ambientes digitais. Conclui-se, que o RDA e o FRBR possuem sinergia para a atividade da Catalogação Descritiva no contexto tecnológico vigente, por suas bases teórico-metodológicas consolidadas, corroborando suas aplicações no desenvolvimento e na modelagem dos ambientes digitais.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6201/RDA_UCS_Ana.pdf
0fdf79e16094978ddafe4bffbec6ac6d
PDF Text
Text
Relato de experiência na aplicação do
RDA no Sistema de Bibliotecas da
Universidade de Caxias do Sul
2021
�Universidade de Caxias do Sul
A Universidade de Caxias do Sul é uma Instituição Comunitária de
Educação Superior, situada na região nordeste do Rio Grande do Sul.
�Sistema de Bibliotecas UCS
Composto por 12 bibliotecas integradas e coordenadas pela Biblioteca
Central.
Caxias do Sul
Vacaria
• Biblioteca Setorial de Vacaria
• Biblioteca Central
• Biblioteca Setorial do Hospital Geral
• Biblioteca Setorial UCS-LE
• Biblioteca Setorial do Campus 8
Torres
• Biblioteca Setorial de Torres
Farroupilha
• Biblioteca Setorial de Farroupilha
Bento Gonçalves
• Biblioteca Setorial da Região dos
Vinhedos
Nova Prata
• Biblioteca Setorial de Nova Prata
São Sebastião do Caí
• Biblioteca Setorial do Vale do Caí
Canela
• Biblioteca Setorial da Região das Hortênsias
Guaporé
• Biblioteca Setorial de Guaporé
�Biblioteca Central
A Biblioteca Central da Universidade de Caxias do Sul (BICE/UCS) foi
criada em 04 de maio de 1970.
�2011
O RDA foi lançado em 2010, no idioma inglês, publicando novas
instruções de catalogação que substituem as regras do AACR2.
Em maio de 2011, a equipe de Bibliotecários catalogadores da UCS
adquire a obra "Introdução à RDA : um guia básico", de Chris
Oliver para estudar e analisar as novas instruções.
Ainda neste ano, foram feitas as primeiras postagens sobre o tema no
Blog do Setor de Processamento Técnico UCS.
processotecnicoucs.wordpress.com
�2012
Adoção do RDA para descrição das autoridades Nome pessoal,
Famílias e Entidades coletivas.
Trabalho de pesquisa e comparação entre AACR2 e RDA.
Tradução das etiquetas do MARC21 Autoridades.
Definição das etiquetas MARC21 que seriam utilizadas,
conforme política de controle de autoridades da UCS.
Implementação e parametrização das novas etiquetas do
MARC21 Autoridades no software de Gestão de Bibliotecas
Pergamum.
Capacitação da equipe de bibliotecários.
Visualização no catálogo on-line.
�2012
Novas etiquetas MARC21 para a descrição dos atributos:
024 - Outros padrões de identificação (R)
040 - Fonte de catalogação (NR)
046 - Datas especiais codificadas (R)
336 - Tipo de conteúdo (R)
368 - Outros atributos de pessoa ou entidade coletiva (NR)
370 - Lugar associado (R)
371 - Endereço (R)
372 - Campo de atividade (R)
373 - Grupo associado (R)
374 - Ocupação (R)
375 - Gênero (R)
376 - Informações da família (R)
377 - Idioma associado (R)
�2012
Registro de autoridade - MARC21
000
005
008
024
040
046
100
370
372
374
375
377
400
400
400
400
400
670
670
856
n#n
202110091242.5
140311nd#azznnaabn ua aaa #d
$a 0000 0000 8362 1347 $1 https://isni.org/isni/0000000083621347 $2 ISNI
$a BR-CxU $c BR-CxU $e rda
$f 1839 $g 1889
$a Barreto, Tobias, $d 1839-1889
$a Vila de Campos do Rio Real, Sergipe $b Recife, Pernambuco $c Brasil
$a Filosofia
$a Filósofo $a Poeta $a Crítico $a Jurista
$a Masculino
$a Português
$a Barretto, Tobias, $d 1839-1889
$a Menezes, Tobias Barreto de, $d 1839-1889
$a Barreto de Menezes, Tobias, $d 1839-1889
$a Barretto de Menezes, Tobias, $d 1839-1889
$a Meneses, Tobias Barreto de, $d 1839-1889
$a BN
$a Diccionario bibliographico brazileiro / Sacramento Blake, 1970, v. 7, p. 310-312
$z Wikipedia $u http://pt.wikipedia.org/wiki/Tobias_Barreto
�Visualização no catálogo
�2013 a 2017
Início do processo de revisão dos registros de autoridade
existentes no catálogo:
Revisão de todas autoridades Família;
Revisão de todas autoridades Espírito;
Revisão de todas autoridades Nome Pessoal com as
abreviações n. (data de nascimento) e m. (data de morte).
Período de adequação das mudanças.
�2013 a 2017
Exemplos de Registros de autoridades - Família
Antes de 2013
100 3# $a Mezzomo (Família)
400 ## $a Família Mezzomo
400 ## $a Mezzomo (Família)
400 ## $a Mezzomo, Família
670 ## $a Ass. de: Centenário de
imigração da família Mezzomo. 1986.
Depois de 2013
100 3# $a Mezzomo (Família : $c Caxias do
Sul, RS)
370 ## $a Brasil $f Caxias do Sul, RS
376 ## $a Família $b Mezzomo, Domênico
400 ## $a Família Mezzomo
400 ## $a Mezzomo (Família)
400 ## $a Mezzomo, Família
670 ## $a Ass. de: Centenário de imigração
da família Mezzomo. 1986.
�2013 a 2017
Exemplos de Registros de autoridades - Pessoa
Antes de 2013
008
040
100
400
400
670
670
210510nd#azznnaabn ua aaa #d
$a BR-CxU $c BR-CxU
$a Costa, José da Silva, $d n. 1841
$a Da Silva Costa, José, $d 1841$a Silva Costa, José da, $d 1841$a Diccionario bibliographico
brazileiro / Sacramento Blake, 1970,
v. 5, p. 190-192 $b Dados biográficos
(data de nascimento, local de
nascimento, profissão e bibliografia)
$a LCSH
�2013 a 2017
Exemplos de Registros de autoridades - Pessoa
Depois de 2013
008
024
040
046
100
370
372
373
374
375
377
400
210510nd#azznnaabn ua aaa #d
$a 0000 0000 4003 7300 $1
https://isni.org/isni/000000004
0037300
$2 ISNI
$a BR-CxU $c BR-CxU $e rda
$f 1841
$a Costa, José da Silva, $d 1841$a Rio de Janeiro $c Brasil
$a Ciências Sociais e Jurídicas $a
Direito
$a Faculdade de São Paulo
$a Magistrado $a Advogado
$a Masculino
$a Português
$a Da Silva Costa, José, $d 1841-
400
670
670
$a Silva Costa, José da, $d 1841$a Diccionario bibliographico
brazileiro / Sacramento Blake, 1970,
v. 5, p. 190-192
$b Dados biográficos (data de
nascimento, local de nascimento,
profissão e bibliografia)
$a LCSH
�2018
Realização do curso oferecido pela Universitat de les Illes
Balears, Espanha.
Contato com o suporte do software Pergamum para sanar
dúvidas sobre a implantação das etiquetas MARC nos
Registros Bibliográficos.
....................................
Nomeação de um grupo de trabalho.
�2019
Reuniões semanais do Grupo de Trabalho.
Estudos teóricos do RDA para registros bibliográficos.
Elaboração do projeto e assinatura do RDA Toolkit.
Participação como ouvinte no I Encontro RDA Brasil.
Visita à Biblioteca da PUC-RS.
�2020
Reuniões semanais do Grupo de Trabalho.
Mapeamos as mudanças nos elementos AACR2 x RDA para registros
bibliográficos.
Mapeamos quais os tipos de materiais, mídias e suportes existentes
no SiBUCS.
Revisamos as políticas de representação descritiva.
Elaboramos templates para recursos on-line.
Revisamos e parametrizamos as novas etiquetas MARC nos registros
bibliográficos.
Início da implementação do RDA nos registros bibliográficos.
�2020
Alterações e inclusões nas etiquetas MARC21 para inclusão dos recursos on-line
Alteração
De etiqueta 260 Imprenta
Para etiqueta 264 Produção, publicação etc.
Inclusão
040 Fonte de catalogação $e RDA
1XX e 7XX termo de relação $e
336 - Tipo de conteúdo
337 - Tipo de mídia
338 - Tipo de suporte
347 - Características do arquivo digital
�Exemplo Trabalho de Conclusão de Curso on-line
001
003
005
007
008
040
080
100 1
245 1 0
264
300
336
337
338
347
502
1
341835
BR-CxU
20210209173338.0
cr cn# uuuun
170822s2017 rsba #sm #000 0#por#d
$a BR-CxU $e rda
$a 657 $2 1.ed.
$a Trentin, Giovanna Maria, $d 1994- $e Autor
$a Análise crítica do plano de recuperação judicial de uma rede
varejista gaúcha de móveis e eletrodomésticos /
$c Giovanna Maria Trentin ; orientação Evandro Carlos Stumpf
$a Caxias do Sul, RS : $b UCS, $c 2017.
$a 1 recurso on-line (58 páginas) : $b ilustrações (colorido)
$a Texto $b txt $2 rdacontent
$a Computador $b c $2 rdamedia
$a Recurso on-line $bcr $2rdacarrier
$a Arquivo de texto, $b PDF, $c 844.0 KB $2 rda
$a Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de
Caxias do Sul, Campus Universitário de Caxias do Sul. Bacharelado
em Ciências Contábeis, 2017.
�Exemplo Trabalho de Conclusão de Curso on-line
504
520
650
650
700
710
0 4
0 4
1
2
856 4
856 4
$a Inclui bibliografia.
$a Uma abordagem contábil relacionada ao processo de Recuperação
Judicial vem sendo necessária em nosso país. Após a forte crise
econômica brasileira que se iniciou em 2014, houve um significativo
aumento nos pedidos de recuperação judicial. [resumo fornecido pelo
autor].
$a Contabilidade
$a Análise de balanço
$a Stumpf, Evandro Carlos, $d 1966- $e Orientador
$a Universidade de Caxias do Sul. $b Campus Universitário de Caxias
do Sul. $b Curso de Ciências Contábeis
$e Instituição concedente de grau acadêmico
$z Versão digital (Clique aqui para acessar) $u
https://repositorio.ucs.br/xmlui/handle/11338/3201 $9 05/10/2017
$z Imagem $u https://sou.ucs.br/pergamumweb/vinculos/00012d/00012db2.jpg $9 28/03/2019
�Exemplo Trabalho de Conclusão de Curso on-line
Autor
Trentin, Giovanna Maria, 1994- Detalhes Autor
Título principal
Análise crítica do plano de recuperação judicial de uma rede varejista
gaúcha de móveis e eletrodomésticos / Giovanna Maria Trentin ; orientação Evandro Carlos Stumpf
Informações de publicação Caxias do Sul, RS : UCS, 2017.
Descrição
Descrição digital
1 recurso on-line (58 páginas) : ilustrações (colorido)
Arquivo de texto, PDF, 844.0 KB
Nota TCC, Dissertação e
Tese
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade de Caxias do
Sul, Campus Universitário de Caxias do Sul. Bacharelado em Ciências
Contábeis, 2017.
Bibliografia, índice, etc
Inclui bibliografia.
Resumo : Uma abordagem contábil relacionada ao processo de Recuperação Judicial vem sendo necessária em nosso país. [resumo fornecido pelo
autor].
Resumo
Assuntos
Autor(es) secundário(s)
Tipo de conteúdo
Tipo de mídia
Tipo de suporte
Endereço Eletrônico
Contabilidade Detalhes
Análise de balanço Detalhes
Stumpf, Evandro Carlos, 1966 - Detalhes Orientador
Universidade de Caxias do Sul. Campus Universitário de Caxias do Sul.
Curso de Ciências Contábeis Detalhes Instituição concedente de grau
acadêmico
Texto
Computador
Recurso on-line
Versão digital (Clique aqui para acessar)
Imagem
�Visualização no catálogo
�2021
Reuniões semanais do Grupo de Trabalho.
Treinamento da equipe de auxiliares de biblioteca na
catalogação.
Construção de novos templates para registros bibliográficos.
Revisão dos registros de autoridade.
Novo contato com o suporte do software Pergamum para
sanar dúvidas e adequações na visualização das etiquetas
MARC nos registros Bibliográficos e de Autoridade.
�2022
Reuniões semanais do Grupo de Trabalho.
Finalizar a construção dos templates para registros
bibliográficos.
Ampliar os estudos teóricos em LRM.
�Considerações finais
São muitos os desafios, como:
Necessidade de revisões constantes das políticas de representação
descritiva.
Necessidade de elaboração de templates.
O processo de catalogação é mais lento e demanda muito mais tempo
dos catalogadores.
O software não está preparado para as novas diretrizes utilizadas no
RDA, pois a saída de dados não atende as necessidades da biblioteca,
mas mesmo assim optamos por realizar os registros em RDA.
�Considerações finais
O processo de implantação está ocorrendo gradativamente
conforme a evolução dos estudos e elaboração das políticas.
O RDA proporciona maior flexibilidade na tomada de decisão.
Poucas instituições nacionais utilizando o RDA, dificultando a troca
de experiências.
Dificulta para o usuário final a construção da referência bibliográfica,
seguindo o padrão ABNT.
O nosso modelo de implantação levou em consideração a
disponibilidade da equipe e optou-se por registros híbridos.
�Contato
Sistema de Bibliotecas da Universidade de Caxias do Sul
Processamento Técnico
Fone: +55 54 3218.2173 - Ramal 2474
biblioteca@ucs.br
Blog do Processo Técnico
Blog do PT - https://processotecnicoucs.wordpress.com/
Muito obrigada!
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Text
A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Relato de experiência na aplicação do RDA no Sistema de Bibliotecas da Universidade de Caxias do Sul
Subject
The topic of the resource
Catalogação
Description
An account of the resource
Relato de experiência sobre a aplicação e adoção do RDA para os registros de autoridade e registros bibliográficos no Sistema de Bibliotecas da Universidade de Caxias do Sul - SiBUCS, que é composto por 12 bibliotecas, no Estado do Rio Grande do Sul, integradas e coordenadas pela Biblioteca Central. A adoção do RDA teve seu início no ano de 2012, com a parametrização do software Pergamum, tradução dos novos atributos para o controle de autoridades (nome pessoas, famílias e entidade coletiva) e treinamento da equipe de bibliotecários do Setor de Processamento Técnico da Biblioteca Central, mas foi a partir de 2018 até a presente data que uma equipe de bibliotecários foi designada para planejar a adoção da nova normativa nos registros bibliográficos.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ana Guimarães Pereira
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2021
Format
The file format, physical medium, or dimensions of the resource
pdf
Language
A language of the resource
português
Type
The nature or genre of the resource
texto
Identifier
An unambiguous reference to the resource within a given context
https://youtu.be/KUmBzv5mw3E
Catalogação
RDA
Resource Description and Access (RDA)
-
http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/56/6243/2022-vocabulario-rda.pdf
9c8312ec771341c66992b5dea6d60763
PDF Text
Text
II Encontro de RDA no Brasil – Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
RDA Vocabulary: weights for cataloging
Ana Carolina Simionato Arakaki
Professora do Departamento de Ciência da Informação da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar). Bibliotecária pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Doutora em Ciência da
Informação na Universidade Estadual Paulista (UNESP). Pós-Doutoranda na área de
Computação pela Universidade de São Paulo (USP).
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/9896600626524397
ORCID: https://orcid.org/0000-0002-0140-9110
E-mail: acsimionato@ufscar.br
Resumo
O redesenho e reestruturação do Resource Description and Access foram a motivação para essa palestra,
bem como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. Foi utilizada uma revisão narrativa da literatura, que elencou o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista teórico e
contextual do assunto. Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como
tendência a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias para
descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
Palavras-chave: Resource Description and Access. Vocabulário de dados. Vocabulário RDA. Catalogação.
Abstract
The redesign and restructuring of the Resource Description and Access were the motivation for this
lecture, as well as the main objective of identifying the relationship between the RDA and the data
vocabularies. A narrative literature review was used, which listed the development of the theme, mainly
with the recent transformations of the RDA Toolkit tool, from the theoretical and contextual point of
view of the subject. Finally, RDA being defined as a data vocabulary, we see a trend towards
independence from the Cataloging rules, the requirements are few and those who use the RDA
vocabulary will have to decide which descriptive elements and their values are needed to describe a
resource information and how to transcribe that information to the user.
Keywords: Resource Description and Access. Data vocabulary. RDA vocabulary. Cataloguing.
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
84
1 Introdução e Metodologia
A partir da publicação do IFLA Library Reference Model (IFLA LRM) em 2017, o
Resource Description and Access (RDA) foi redesenhado e restruturado em dezembro de 2020
pelas diretrizes do Projeto 3R. Foram realizadas alterações significativas para a geração dos
registros bibliográficos e de autoridade.
A plataforma RDA Toolkit traz novas formas para (re)pensar a Catalogação. Salienta-se
que por meio dessas alterações, a RDA é alinhada a sua natureza, um vocabulário de dados e
não a um código de catalogação, como até então era pensado. Bem como, traz ao RDA uma
modelagem associada aos princípios de conexão de dados, com o Linked data, com novas
possibilidades de sustentabilidade dos dados advindos dos registros de Catalogação.
Como Oliver (2021, p. 10, tradução nossa) pondera:
O RDA foi projetado para que não seja vinculado a nenhum padrão de
codificação. Ao utilizar a RDA, faz tornar possível a relação entre os dados
em uma ampla gama de contextos, em diferentes cenários de implementação
e não apenas em sistemas tradicionais de gerenciamento de bibliotecas.
Essa nova estrutura apresentada pelo RDA foi necessária pelas dificuldades
encontradas na adequação do MARC21 a esse novo instrumento de representação. Justamente,
pela necessidade em “[...] criar relacionamentos entre os bits de informação, de modo que seja
possível abordar os dados de praticamente qualquer ponto de partida e ainda recuperar o que
você precisa”. (COYLE, 2016, p. 31).
Os nossos catálogos, hoje, apresentam-se registros monolíticos e que não permitem a
individualização dos dados. (ARAKAKI, 2020). Essa preocupação deriva-se de um movimento
de renovação da Catalogação, em que percebemos que nossos catálogos, repletos de dados de
autoridade e bibliográficos já enriquecidos por padrões internacionalmente aceitos, ainda
estão sem conexões ou comunicações entre os mesmos, ou seja, estamos trabalhando em
nichos de armazenamento sem comunicação, comparadas a ilhas ou silos.
Nesse contexto, as alterações do RDA foram a motivação para essa palestra, bem
como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de
dados. A metodologia utilizada nessa pesquisa foi uma revisão narrativa da literatura. Compila
as principais produções da área que discutem e descrevem o desenvolvimento da temática,
principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista
teórico e contextual do assunto.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
85
2 O RDA: flexibilidade, internacionalização e conexão entre os dados
As alterações do RDA Toolkit, plataforma de acesso ao vocabulário RDA, foram
salientadas pelo próprio princípio, objetivo e definição do RDA. Sendo definido como um “[...]
um pacote de elementos de dados, diretrizes e instruções para criar metadados de recursos de
bibliotecas e patrimônio cultural, formulados de acordo com os modelos internacionais para
aplicações de dados ligados centrados no usuário.” (RDA STEERING COMMITTEE, 2020).
O pacote de elementos é melhor compreendido quando também destacamos os
princípios das orientações do próprio RDA, em relação a flexibilidade, internacionalização e
conexão entre os dados. Esses princípios são descritos como (RDA STEERING COMMITTEE,
2020):
a)
Flexibilidade: o RDA comporta as práticas de catalogação para bibliotecas de grande
ou pequeno porte, especializada ou bibliotecas de público geral, independentemente
dos seus requisitos locais, permitindo a aplicação desde os processos tradicionais até
os processos mais recentes de Catalogação
b)
Internacionalização: A administração do RDA está estruturada para garantir uma
representação internacional maior e mais ampla.
c)
Conexão entre os dados: RDA é projetado para criar dados que podem ser acessados e
compartilhados entre bibliotecas e outros centros informacionais. Compatível com
aplicações para o uso de Linked data. (RDA STEERING COMMITTEE, 2020)
O RDA irá oferecer elementos ao catalogador, independente da região e idioma, caberá
ao catalogador escolhê-los de acordo com as necessidades de seus usuários e da adequação
representacional ao tipo de recurso informacional. Além disso, o RDA oferecerá a
possibilidade de que esses dados sejam conectados, seguindo as orientações Linked data,
auxiliando no processo e economia de recursos humanos, infraestrutura, financeiro, etc. que o
catalogador possui a sua disposição, bem como, possibilitará uma maior comunicação e acesso
desses dados à Web.
Como tendência para a integração semântica entre os dados, o Linked data sintetiza
em boas práticas para publicar e conectar conjuntos de dados estruturados na Web, com o
intuito de criar uma “Web de dados” (BIZER; HEATH; BERNERS-LEE, 2009). Por meio da
publicação e conexão dos dados, os sistemas serão mais abertos e interoperáveis,
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
86
possibilitando um maior acesso do usuário ao catálogo, e ainda, se preocupando cada vez mais
em um melhor canal entre usuário e recurso informacional.
Para a conexão e composição das triplas pelo modelo de dados em Resource Description
Framework (RDF), as tecnologias semânticas utilizadas para a estruturação em Linked data são:
a)
Uniform Resource Identifier (URI): tem como função de identificar um recurso. É uma
atribuição inequívoca aos objetos e necessária, pois, as relações entre recursos não
podem ser incorretas ou ambíguas. Exemplos de Identificadores únicos: ORCID,
Lattes, DOI, Handle, ISBN, ISSN, entre outros,
b)
Linguagens de marcação: Fornecem marcações para descrição das informações;
padronizar a publicação e troca de dados entre aplicações Web; e realizar a
interoperabilidade com outros dados. Exemplos: XML, Turtle, entre outros.
c)
Resource Description Framework (RDF): modelo de dados para referenciar objetos e
como eles estão relacionados; utiliza a sintaxe XML; e descreve os recursos através de
declarações.
O modelo de sintaxe do RDF é baseado em grafos dirigidos rotulados, onde são
realizadas as conexões entre os recursos. Como o exemplo da figura 1.
Figura 1 – Exemplos de triplas em RDF
Fonte: Elaborado pela autora.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
87
Os elementos base desse modelo de tripla são: recurso (resource); propriedade
(property) e valor (value), e possibilitam a designação de significado aos conjuntos de dados
(datasets) publicados na Web.
3 O Vocabulário RDA (RDA Vocabulary)
Em 2015, a World Wide Web Consortium (W3C) definiu que um vocabulário de dados é
compreendido como um conjunto de termos que visa a descrição de algum recurso. Assim,
tem-se os vocabulários voltados à padronização dos elementos de metadados (vocabulários de
propriedade) e os que buscam uniformizar os valores. Como exemplos, podemos citar, o
Dublin Core Metadata Initiative Metadata Terms (DC Terms), Data Catalog Vocabulary (DCAT),
Friend of a Friend Vocabulary (FOAF Vocabulary) e o Schema.org.
Os autores Baker et al. (2011) no relatório “Library Linked Data Incubator Group Final
Report” declaram que um vocabulário de valor define recursos (como instâncias de tópicos,
estilos de arte ou autores) que são usados como valores para elementos em registros de
metadados. Normalmente, um vocabulário de valor não define recursos bibliográficos, como
livros, mas sim, os conceitos relacionados a recursos bibliográficos (pessoas, línguas, países,
etc.). Eles são "blocos de construção" com os quais os registros de metadados podem ser
preenchidos. Muitas bibliotecas exigem vocabulários específicos para selecionar valores para
um elemento de metadados específico. (BAKER et al., 2011).
Baker et al. (2011) continuam a contextualização referindo a lista controlada de valores
permitidos para um elemento. Os exemplos incluem: tesauros, listas de códigos, listas de
termos, esquemas de classificação, listas de cabeçalhos de assuntos, taxonomias, arquivos de
autoridade, dicionários geográficos digitais, esquemas de conceitos e outros tipos de sistemas
de organização do conhecimento. Para serem úteis na vinculação de dados, os vocabulários de
valores devem ter URIs de protocolo de transferência de hipertexto (HTTP) atribuídos a cada
valor; esses URIs apareceriam em um registro de metadados em vez de ou além do valor literal.
(BAKER et al., 2011).
No RDA, o esquema de codificação e vocabulário de dados, é apresentado por uma
lista estruturada nomeada de representações de valores controlados para os elementos. Um
esquema de codificação de vocabulário inclui uma lista RDA de termos ou seus vocabulários
de valores correspondentes no: registro RDA, uma lista de códigos ISO, uma terminologia
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
88
padrão, um sistema de controle de autoridade, etc., e pelos índices de palavras-chave. (RDA
STEERING COMMITTEE, 2020).
Destaca-se que o glossário de termos do RDA, conceitua vocabulário de dados como
“Uma categoria que contém conceitos que são usados como valores para propriedades em um
conjunto de dados.”, isto é, definição coerente à referida por Baker et al. (2011).
Outro ponto de destaque, é que todos os elementos RDA, suas definições e quaisquer
itens relacionados notas de escopo, e todos os termos de valor do vocabulário e definições
foram armazenados em RDF no Open Metadata Registry (OMR), incluindo a fonte primária de
conteúdo do RDA Toolkit e as traduções. O OMR é um órgão responsável por fornecer um
meio para identificar, declarar e publicar o registro de esquemas de metadados (conjuntos de
elementos/propriedades), esquemas (vocabulários controlados) e perfis de aplicação (APs).
Todo o vocabulário RDA está exportado para um repositório GitHub, fornecendo um
gerenciamento de download e serviços para desenvolvedores que queiram desenvolver e
implementar aplicações para referência de dados conectados, inclusive as extrações específicas
de idioma e a seleção de elementos individuais e extrações de conceito/valores que fornecem
representações RDF com identificadores específicos.
4 Considerações finais
Com todas essas transformações e reflexões para a Catalogação, percebe-se cada vez
mais, a necessidade de comunicação dos nossos catálogos para ambientes mais abertos, como
Web. Por meio de sistemas mais abertos e interoperáveis, garantirá o acesso a todos os
usuários, independente do local que eles estão buscando a informação.
A publicação e conexão dos dados de biblioteca deverá ser ponderada para que não
seja apenas uma disponibilização dos dados. Mas sim, a melhoria dos problemas de
duplicidade de dados bibliográficos e de autoridade, a possibilidade de reutilização desses
dados por inúmeros catálogos em rede.
Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como tendência
a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o
vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias
para descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Simionato Arakaki
89
Referências
ARAKAKI, Ana Carolina Simionato. O Modelo IFLA Library Reference Model e o Linked Data.
Informação & Informação, [S.l.], v. 25, n. 3, p. 163-186, out. 2020. Disponível em:
http://dx.doi.org/10.5433/1981-8920.2020v25n3p163
BAKER, T. et al. Library Linked Data Incubator Group Final Report. W3C Incubator
Group Report, 2011. Disponível em: http://www.w3.org/2005/Incubator/lld/XGR-lld-20111025/.
BIZER, C.; HEATH, T.; BERNERS-LEE, T. Linked Data: the story so far. International
Journal on Semantic Web and Information Systems, v. 5, n. 3, p. 1-22, 2009. Disponível
em: http://eprints.soton.ac.uk/271285/1/bizer-heath-berners-lee-ijswis-linked-data.pdf.
COYLE, Karen. FRBR, before and after: a look at our bibliographic models. American
Library Association, 2015.
OLIVER, Chris. Introducing RDA: a guide to the basics after 3R. Second edition ed. Chicago:
ALA Editions, 2021.
RDA STEERING COMMITTEE. RDA Toolkit. 2020. Disponível em:
https://www.rdatoolkit.org/.
RIVA, Pat; BœUF, Patrick Le; ŽUMER, Maja. IFLA Library Reference Model: um modelo
conceitual para a informação bibliográfica. Tradução: Isabel Cristina Ayres da Silva Maringelli,
José Fernando Modesto da Silva, Liliana Giusti Serra, Luiza Wainer, Marcelo Votto Texeira,
Raildo de Sousa Machado e Zaira Regina Zafalon. Den Haag: IFLA, 2017a. Título original:
IFLA Library Reference Model: a conceptual model for bibliographic information. Disponível
em: https://www.ifla.org/files/assets/cataloguing/frbr-lrm/ifla-lrm-august-2017_rev201712por.pdf.
WORLD WIDE WEB CONSORTIUM. Vocabularies. 2015. Disponível em:
https://www.w3.org/standards/semanticweb/ontology
II Encontro de RDA no Brasil
Evento on-line, 1 a 12 de novembro de 2021
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Encontro de RDA no Brasil - Edição: 2 - Ano: 2021 (Evento on-line)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Vocabulário RDA: ponderações para a Catalogação
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Ana Carolina Simionato Arakaki
Publisher
An entity responsible for making the resource available
GT-CAT/FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2022
Language
A language of the resource
pt
Type
The nature or genre of the resource
texto
Subject
The topic of the resource
Resource Description and Access
Vocabulário de dados
Vocabulário RDA
Catalogação
Description
An account of the resource
O redesenho e reestruturação do Resource Description and Access foram a motivação para essa palestra, bem como, pautou-se como principal objetivo, identificar a relação do RDA com os vocabulários de dados. Foi utilizada uma revisão narrativa da literatura, que elencou o desenvolvimento da temática, principalmente com as recentes transformações da ferramenta RDA Toolkit, do ponto de vista teórico e contextual do assunto. Por fim, o RDA sendo definido como um vocabulário de dados, vemos como tendência a independência das regras de Catalogação, os requisitos são poucos e aqueles que usam o vocabulário RDA, deverão decidir quais os elementos descritivos e seus valores são necessárias para descrever um recurso informacional e como transcrever essa informação ao usuário.
Source
A related resource from which the described resource is derived
Anais do II Encontro de RDA no Brasil, 1 a 12 de novembro de 2021
AnaisRDAnoBrasil2021
GT-Cat
RDA
RDAnoBrasil2021
Resource Description and Access (RDA)