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http://repositorio.febab.libertar.org/files/original/16/1001/Febab_Informacao_Cientifica_Tecnologica_Tema_III_Vol_IV_Com02.pdf
42b86b8ce4351d60a8ba89b9df38bd94
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7» CONGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONOMIA E DOCUiviENTAçXO
BELÉT.!,
29 DE JULHO A 4 DE AGOSTO DE 1973
CDU 002.009.7
SUB-TET.1A;
TÍTULO;
DOCUTvIENTAÇXO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA - INFORIvíAtICA
0 USUÁRIO BRASILEIRO E 0 SNICT
POR
AUTOR;
JOÂO LAURENTINO DE SOUSA (CRB-l/PROVISÓRIO), ^!LS
DA
-
ASSESSORIA DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DO
MINISTÉRIO DAS ffiNAS E ENERGIA, BRASÍLIA, DF.
Ex-Ch.efe da Divisão de Auxilio aos Leitores da
Universidade de Brasilia, DF.
*'“‘“*i**’*9 **T**0"*“! ’*”* ’'"*0
goç, çi. TECNOL.
�0 usuArio brasileiro E o SNICr
por
João Laurentino do Sousa, )iLS
Assessor de Documentação c Informação do
Ministério das Minas e Enor/^ia - Brasília, DF
f
"Na sociedade atual quem nao estiver totalmente confuso e porque
esta desinformado".
At Nogueira de Lima (8)
Sob o impacto deste conceito que nos faz pensar com humildade na magnitude
do problema do usuário brasileiro face o SNICT (Sistema Acionai de Informação Científica e Tecnológica) e em nossa responsabilidade como bibliotecários, iniciaremos este
trabalho cora noções gerais sobre os termos que me recem í fcenç^o especial no contexto, is
to é, Sistema e Informática.
Sistema é a integração de todos os eiementoe que formam um todo complexo ou
unitário, com operaçoes efetuadas através de processamento de dados. Suas diversas partes, cada uma com valor em si mesma, unem-se em jeríeita harmonia, com a finalidade de
nrover, em tempo e modo oportunof toda a informação necessária para planejar, organizar,
dirigir e controlar as atividades de uma entidade particular ou do Estado.
Em outras
palavras, sistema é ”uma reunião de coisas e idéias interdependentes, necessárias a conquista de um grupo de objetivos relacionados.,. c'i’.e se caracteriza por insumos (inputs)
que são processados para atingir produtos (outputs) requorides para a conquista de objetivos determinados..." (5).
Sistema eficiente é aquele que alcanf-a o equilíbrio adequado entre seus recursos e a realização de suas metas. Sua verdadeira eficienoia so pode ser provada còm
^
>
•
base na vàlidàde dás operaçoes de seu contexto totàl^ e so pode ser avaliado de acordo,
éom SL influencia que exercer nàs profissões dos usuários á que se destina (3).
0 estudo de sistemas, hoje, e indispensável. Ja nao basta a informaçáo individiiálizada, nem sequer üm determinado mecanismo de informaçres, como uma biblioteca es—
péciálizáda ou üm centro de informiáticá, sem a devida conexãc com outros. Temos que re correr aos sistemas de informação corapatibilizades entre si e, naturalraente, automatizados, Esta e a unica maneira de atender, de maneira complct?. e efetiva, as necessidades
; dos utilizadores de nossos serviços, principalmerte quanco se trata de funcionários
de
orgãos governamentais, e quando esses órgãos estão empenhados nao somente era tomar decisões sobre problemas imediatos, mas querem tambér. decidir era função do futuro, cora o intuito de dar continuidade ao processo de desenvolvimento.
�7» CX)NGRESSO BRASILEIRO DE BIBLIOTECONa-ilA E DOCUt.IENTAÇXO
BELÉT4, 29 DE JULHO A 4 DE AGOSTO DE 1973
O USUArIO brasileiro E 0 SNICT
Resumo
O brasileiro não tem educaçao orientada para a leitura nem para a pesquisa sistemática. Nao acredita ainda nas possibilidades de nossas bibliotecas
nem
dos centros de documentação. Tende a zombar da Informática, como algo mirabolante e
distante, que so preocupa a alguns maníacos de novidades, Com o advento do
SNICT,
que representa um grande esforço humano e um enorme investimento publico, nao podemos deixar fora de nossas preocupações prioritárias o usuário. Ele tem que ser preparado para poder utilizar os modernos meios de recuperação da informação, pois
o
que realraente interessa em todo serviço de documentação e de bibliotecas, e o reconhecimento e o uso de suas vantagens, Tudo o que se fizer no campo dos sistemas
de
informação e no planejamento dos centros de informática, de nada adicintara se os cli
entes não forem atingidos pela informação. Chegou a hora em que o bibliotecário re—
almente participara das funções docentes que lhe sao inerentes, através da grandiosa
tarefa de preparar o brasileiro de hoje para participar aceleradamente no desenvolvi
mento do País, utilizando todo o potencial que se acha armazenado nas bibliotecas e
centros de documentação, prantamente recuperável por meio dos sistemas setoriais,
regionais, nacionais e internacionais de informação.
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A sociedade humana está cada vez mais complexa e comp>etitiva« Se nao forem
usados sistemas de informação, qualquer organizaçao estara irremediavelmente condenada
ao subdesenvolvimento econômico, social, político e tecnológico. De fato, os sistemas
serão os elos que nos ligarão aos países mais desenvolvidos, fazendo com que participe—
nos dos beneficios gerais do avanço cientifico e tecnologico de que eles ja usufruem.
Poucos administradores tem se dado conta das mudanças ocorridas nas ultimas
décadas, no campo da informação e da comunicação. Cabe aos bibliotecários alerta-los para os novos problemas e novas necessidades nesta area, para a qual, felÍ2anente, a Alta
Administração deste País já voltou seus cuidados e suas atenções.
Não e suficiente, po-
rém, Se os funcionários que deten uma parcela de autoridade e de poder de decisão, dentro
dos diversos orgãos do Governo, não estiverem esclarecidos sobre a real necessidade
da
criação e implantação imediata do SNICT, dificilmente teremos um sistema perfeito, envolvendo todas as areas essenciais do saber humano, Se isso acontecer, muito era breve nao
havera mais possibilidade de se continuar a acelerar o desenvolvimento do País, por fal—
ta de mecanismos de planejamento, decisão e apoio, E, o que e pior, pode-se prever, com
bastante certeza, a derrocada das infra-estruturas que estão sendo criadas, no momento,
com muito esforço e investimentos enormes de recursos, nos diversos setores básicos: estradas, energia elétrica e nuclear, minérios, agricultura, educação, comunicações, tecnologia, etc,
0 SNICT, cujas bases estão sendo também lançadas, vai se constituir em pe-
dra fundamental do desenvolvimento, em todos os ceirapos.
Daí a preocupação que devemos
ter não somente era esclarecer e motivar aqueles que põem em duvida ou ridicularizam
a
praticabilidade desses sistemas e ate dos centros de informática, nas também de nos manter firmes era nosso trabalho de atualização pessoal nesse novo ramo e de preparo antecipado dos futuros usuários dos novos métodos de recuperação da inforaaçao,
Não podemos falar era sistemas de informação, sem fazer referencia ã Informática, alma dos sistemas, e aos centros de informática, suas células vitais ou molas propulsoras.
Informática, dentro deste contexto, é o estudo das propriedades, do comportaimento e do escoamento da informação, Ela abrange: j) todos os aspectos afins da infor
mação e comunicação; II) einalise da linguagem e da informação; IIl) organizaçao mecanizada da informação e IV) relações horaem/sisteraa (l7)«
A função básica dos centros de informática e a comunicação eficiente da informação, Suas atividades são: l) coleta de documentos; II) analise de documentos e extração da informação válida, viscindo c preparo de fontes secundárias de informação; IIl)
tratamento da informação ou processamento técnico através de computador e IV) difusão da
informação e dos documentos.
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Esta última atividade, difusão da informação e dos documentos, engloba
a
utilização da informação pelos usuários e, por isso, e o objetivo específico de todo
trabalho na area da informação.
Outras funções dos centros de informática, que poderiam ser chamadas
de
políticas, são: l) criar os meios e modos de difusão para "sensibilizar" a Administração Publica, em relação ao uso e ventagens da Informática; II) estimular as iniciativas
dos organismos da Administração que visem a automaçao do seu funcionamento; III) coordenar essas iniciativas em um contexto apropriado para homogeneizar as normas e os pro
cedimentos em relação ac manuseio da informação; IV) participar na formulação e por era
prática a política oficial de automação da Administração Publica e de implementação
de
sistemas de informação (2),
Com o advento da Informática, é certo que "o Homem cada vez sabe menos
de
tudo, Ein compensação, tem cada vez mais possibilidade de saber tudo sobre determinado
assunto, 0 Homem tem sido a medida de todas as coisas, Agora e o Computador que da novas medidas a tudo," (l0,17)«
É neste sentido que interpretamos a citaçao inicial, "na
sociedade atual quem não estiver totalmente confuso é porque está desinforraado,"
Não
obstcinte o uso de teinta comunicação de massa, hoje em dia, so o computador e capaz de
tratar eficazmente da informação, cujo fluxo aumenta cada vez mais assustadoreunente atra
vás de fontes sempre renovadas,
Se o Governo n~ao vier era socorro urgente dos que pre-
cisara de informação científica e tecnológica, eles ficarão cada vez mais atoleimados,
nao pela falta, mas pela enxurrada de dados e informações que invade o mundo. É tempo de
passar da fase de experimentação para a de utilização dos novos métodos de contrxjle
da
informação, através do computador, pois está comprovado que 90?í dos clientes de sistemas
automatizados ficaun inteiramente satisfeitos cora o resultado de suas pesquisas, enquanto
que nos sistemas tradicionais de nossas bibliotecas, duvido que V/o fique bem seirvido (20)
No Brasil, onde as universidades e escolas até bem recentemente nao daveun a
menor importância ãs bibliotecas, de um modo geral, já se começa a entender a urgência
com que deve ser criado ura sistema de cooperação nacional e internacional, visando o uso
da herança comum de toda a humeinidade, que é a informação, o saber, o resultado das pes—
quisas ao longo dos séculos. Também nao tem faltado quem, prevendo o futuro, incentive
os responsáveis pela solução dos problemas relacionados com este assunto. Em artigo publicado no Caderno Cultuml do Correio Braziliense, de 30/5/70» sob o título "0 bibliotecário na era do computador", dizia seu autor, com bastante ênfase, antes de se pensar
no SNICT: "Estamos certos do que o brasileiro tem qualidades de inteligência e espírito
de realizaçao em nada inferiores ãs de outros povos, Ele tem ap>enas que tomar consciência
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de suas limitações'e de seus defeitos (improvisação, inconstância, indolência, individualismo e vaidade), fazer de tudo isso novas fontes de energia canalizada, superar-se,
e
saltar, confiante, para o futuro, que já chegou... Nossas contradições espantam o mundo,
e provcira a nos mesmos do que somos capazes.
Pulamos da idade da comunicação e transpor-
te "em lombo de jumento" para a idade do jato; passamos da deficiência de telefones a manivela à idade das comunicações via satélite; chegeimos à Brasília supermodema, ao lado
da Amazônia virgem a civilização; estamos saindo do subdesenvolvimento e zmalfabetisrao,
mas de ha muito ja contamos com Sao Paulo progressista. Agora, estamos saindo da idade
do bibliotecario-guardião-e-defensor do livro, para a época histórica do bibliotecário—
computador, cuja finalidade e fornecer informaç~oes a quantos estudam, pesquisaxra e progridem. Da classificação de material por caixetas de papelão, estamos pulando para a In
fcrmatica mais avançada." (13).
Era 19/3/71» o mesmo autor escreveu outro artigo para o
Caderno Cultural do mesmo jornal de Brasília, sob o título "Rede mundial de informações
e cooperação entre bibliotecas", cuja conclusão era a seguinte: "Se começássemos agora,
oficialraente, a ver seriaraente este problema, poderiamos ainda alcançar os programas internacionais que ja estão sendo implantados. Infelizmente, porem, é possível que no Brasil nem saibamos ainda o que queremos, o que realmente temos que fazer para marchar, ombro a ombro, com os países desenvolvidos, no dia de amanhã. As experiências isoladas
a
que assistimos quase nada significam face ã magnitude do problema. Ja e hora de alertar^
mos as autoridades brasileiras não somente para os problemas quase pessoais de adminis —
traçao desta ou daquela biblioteca. Ja e tempo de que as autoridades levem a serio o pro
blema da disseminação organizada da informação, que deve ser em âmbito nacional, e logo •
em seguida, em âmbito internacional. Chegou a hora de cada ura lutar pela união das biblio
tecas, com muito mais veemência, do que se luta pelos direitos individuais e pela excelên
cia de sua biblioteca particular. Assim sendo, estaremos preparados para abrir o caminho
que o usuário da biblioteca de amanhã deve trilhar para encontrar e ter â sua disposição,
de um modo instantâneo, todas as informações registradas na memória do computador, o único capaz de armazenar toda a documentação escrita de todas as bibliotecas do mundo" (l4).
É com alegria que vemos, então, surgir no Brasil, concretanente, o esforço co
ordenado de cima para baixo, no sentido de implantar o SNICT, que vai ser ura sofisticado
, sistema de informação, era áreas setoriais e de ^âmbito nacional, mas já programado
integrar sistemas mundiais existentes ou que venham a existir.
para
Alguns julgam (jue ainda
'e cedo para a implantaçao de tal sistema, pois o usuário brasileiro não estaria preparado
para utiliza-lo»nem suspeitando das vantagens cjue dele advirieun, tendo-se como base a pequena frequência de especialistas e de profissionais, era geral, ãs bibliotecas atuais.
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Este argumento, no entanto, nao e suficiente« Grande parte de culpa pode-se atribuir as
próprias bibliotecas que não tem meios de atrair nem de satisfazer os leitores e pesquisadores, era vista das barreiras ã informação que lhes sao antepostas, como veremos.
0 que nao resolve e ficar apenas batendo palmas para o que os países desenvolvidos estão fazendo ou sonhar com planos impraticáveis e em areas restritas. Natural
mente a prudência há de imperar na implaintação de qualquer sistema. A improvisao não de
ve superar o estudo, o planejamento, a análise,
a programação e a criatividade. Mas is
so tudo tem limites e deve ceder lugar ã implantação, à execução e ã utilização. Para
muitos brasileiros, a velha imagem do latino-americano, sentado com a mao no queixo, a
sonhar com um olhar sentimental perdido no infinito, ainda ó válida, infelizmente.
0
tempo e de açao, pois o planejamento não constitui um fin em si mesmo. Ê tempo de Brasí
lia, ha tanto
planejada, e mesmo depois de inaugurada, ate bem pouco ainda criti-
cada. E tempo da Belóm/Brasília asfaltada, ate bem pouco satirizada como a "estrada das
onças", constituindo agora um traço de união e ura enorme pelo de desenvolvimento de toda
a Nação. E tempo da Transamazonica e ca Ferimetral Norte, estradas de integração total,
cuja implantação, cora alta tecnologia brasileira, deixa o mundo boquiaberto.
É tempo,
também, de SNICT, ja planejado, já com recursos à disposição, mas ainda incompreendido
por muita gente, que esta pagando para ver, Mas o Governo aceitou o desafio e espera que
todos
nos cumpramos o nosso dever qucuito ã parte que nos toca no planejéimento e
na
implantação dos sistemas setoriais e sub-iistemas .
Ehi nível nacional, estames à frente dos demais países quanto ã estruturação
de um sistema de informação científica e tecnológica, abrangendo todos os setores. Creio
que temos razões para nos orgulhar, co:r. a condição, porém, de que este orgulho sirva-nos
I de incentivo para continuação do trabalho iniciado, apenas tal. Temos, sempre, muito medo do otimismo exagerado, da mesma forma que do pessimismo doentio e inoperante. Temos
certeza de que estamos na estrada certa. Forem, ela ainda é longa e sacrificada, e o des
tino que almejamos é atingir o usuário.
A realidade brasileira,' como, aliás, a de todi a América Latina, no que
se
refere a usuários, e constrangedora. De acordo com estudo' recentes sobre o preparo dos
usuários para eficiente utilização da literatura científica e técnica, conclui-se que os
centixjs de documentação e informação, de fato n ao são suficientemente consultados, Além
disso, as pessoas que os procuram, preferem ainda a forma tradicional de leitura e pesquisa manuais que, na opinião delas, oferece naior confort >, melhores condições de legi
bilidade, maior prazer em folhear livros e revistas, mas f .cil acesso aos documentos nas
estantes.
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No entanto, sabemos que esse tipo cie leitura e
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e pesquisa não atende mais às
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necessidades de nenhum pesquisador, realmente interessado em fazer bom trabalho, pois a
inforraaçao só pode vir incompleta e/ou obsoleta, era vista do contínuo fluxo de publicações, em qualquer área, por todo o mundo. Para obter informações atualizadas ele tera
que dispor de algo capaz de receber pergxintas específicas e dar instantaneamente informaçoes exatas do que esta sendo publicado em todas as partes, 0 bibliotecário que se pre
ze, terá vergonha de dizer ao usuário; "Aqui estão documentos que devem conter material
de seu interesse. Escolha o que quer e deixe o resto em cima da mesa," Quem consulta ago
ra vuna biblioteca espera que se diga; "Aqui está
a exata informação solicitada." É cla-
ro que isso exige pessoal competente, amor ao trabalho, automação dos serviços e recur sos.
Exige, sobretudo, banco de dados, em cada setor específico, centralizando as in -
formaçoes, independentemente do local dos documentos, e meio"de recuperação dessas informações, era qualcjuer lugar, através de terminais de computadores,
É a isso que
se
propõe o SNICT, e para o que devemos estar preparados.
Enquanto isso não acontece, porém, de maneira generalizada e rotineira, ire^
*1
^
nios preparando gradualmente os usuários, despertando neles o interesse com relaçao
riquezas e aos serviços das bibliotecas.
^
as
Atraí-los e mostrar-lhes boa vontade quanto ao
atendimento a seus pedidos, explicando-lhes ao mesmo tempo os planos para implantaçao de
métodos mais eficazes de recuperação da informação. Aos arredios, aos que temem perturbar o sossego do bibliotecário de referência ou
aos que se acanham de perguntar algo
a tentam por si mesmos resolver seus problemas, temos que entende-los e, com cautela,
onenta-los
para as fontes primarias e secundairias de informação, para que nao percam
tempo, nao dupliquem trabalhos já feitos por outros,
não desanimem em suas pesquisas
e sintam que os bibliotecários estão dispostos a ajudá-los (l6).
Através deste contato
areliminar com os utilizadores da biblioteca, o bibliotecário deve ir estabelecendo os
lerfis de interesse e providenciando a disseminação seletiva da informação, crizmdo nos
leitores o habito de recorrer
às bibliotecas em suas dificuldades. Deste modo, quando
5s terminais dos computadores estiverem a disposição deles nos centros de informática
ou, quiça, em seus proprios ambientes de trabalho,
serão capazes de usufrui-los adequa-
lamente, pois a máquina pode e deve ajudá-los, A Informá"tica não está chegando para nos
leixar frustrados e constrangidos, mas, pelo contrário, para nos poupar esforços e nos
Topiciar o usufruto do progresso tecnológico, implantado pelo Governo,
Não queremos dizer com isso, que os leitores dispensarão os serviços dos bibliotecários ou docuraentalistas, quando tiverem à sua disposição o computador,
A não
-.er aqueles que fatc-m uso constante dos terminais, os outros dificilmente se farailiari—
.
«MM
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arao com as regras de armazenagem e recuperação da informação, o que constituira a eseciéilidade dos docum^ntalistas, como intermedi^arios entre o sistema e o usuário. (20),
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Pelo que ja dissemos até aqui,
percc-be-se
que há diversas categorias
de usuários. Poderiamos classifica-los da seguinte maneira:
1) Minoria insatisfeita - compreendendo aqueles que lamentara não haver no Brasil bibliotecas e centros de informação que estejam a altura de lhes propiciar o ap>oio adequado
as pesquisas e estudos. São em geral professores, técnicos ou especialistas, que já fizeram cursos no Exterior e estranhara a pobreza de nossas bibliotecas.
2) Mediocridade tranquila ~ os que, era número razoável, estão contentes com as bibliote
cas brasileiras e seus serviços.
Professores tradicionais, técnicos e especialistas
sem grande cimbiçoes, que se contentam em fazer suas tarefas do jeito que aprenderam,
sem incentivo para o progresso e sem
coragem para a procura de novas idéias, para ara—
pliaçao e atualização em sua área de atividades»
3) Maioria adormecida - cs que ainda nem despertarcim para o problema da informação. Acham que as bibliotecas são para os que não tem o que fazer e podem passar perfeiteunen
te sem elas, São usuários ainda em potencial, Foram educados ou instmídos sem bibliotecas; orgulham-se, até, de nunca ter entrado nelas, a não ser por curiosidade. Convém
salientar que neste grupo há pessoas de nível stç>erior, que ocupara altos postos da Ad— ,
ministraçao e se admiram da importância que os bibliotec^arios atribuem aos serviços de
biblioteca, acham exorbitantes os recursos solicitados e, sempre que podem, avançara nas
verbas destinadas ã aquisição de material bibliográfico.
4) Estudcintes - vão ã biblioteca porque são obrigados a fazer trabalhos escolares ou por
que nao tem aonde ir. Alguns, porem, mcinifestara realmente desejo de estudar e pesquisar
mais do que lhes pedem os professores, São poucos e poderiam ser incluídos entre os que
chamamos de "minoria insatisfeita". Todos eles perdera muito tempo procurando por si mesmos as informações desejadas, até que uns resolvem consultar o bibliotecário, e outros
deséuiimam e "chuteim" seus trabalhos e lições. Alguns poucos, ainda, acham que o biblio—
tecario teria obrigaçao de fazer seus trabalhos ou, ao menos, dar-lhes todas as infor —
maçoes necessárias para isso, de modo que perdessem o menor tempo possível era suas pesquisas .
..
Para cada grupo de usuários, teríamos que usar estratégias diferentes para
conseguirmos incentiva-los e orienta-los quanto aos serviços de informação. De ura modo
geral, no entcinto, poderiam ser tomadas as seguintes providencias:
1) Organização, em larga escala, da comunicação científica, de acordo com as técnicas
modernas, era lugar de promoção, em carater definitivo,*^ma disseminação pouco eficiente,
A criaçao de ficharios de perfis de interesse dos usuários, a disscraiinação seletiva da
informação (22) e a pratica de uma referencia ativa, irão criar ura clima favorável, e des
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pertar confiança junto aos utilizadores dos serviços de documentação e informação,
2) Obrigatoriedade de cursos de orientação sobre o acervo c os serviços das bibliotecas,
no início de cada semestre, nas universidades e nas escolas, incluindo a participação de
alunos, professores, pesquisadores e estudiosos, en geral,
A Universidade de Brasília
oferece visitas orientadas aos alunos, no início de cada semestre, mas nao e suficiente.
De fato, nunca atinge nera a todos os alunos, pois não é obrigatório, e a maioria dos pro
fessores nao reconhecem sua utilidade.
As autoridades responsáveis pela educaçao deve —
riam fazer com que os alunos, desde o primeiro grau até a pós-graduação, utilizassem as
bibliotecas como fonte de pesquisa e moderno meio de aprendizagem. Assim eles aprenderíam, na pratica, que elas constituem ricas fontes de informação e . . não
simples de —
positos de livros e documentos,
3) Inclurão, i.c r cursos superiores, de matérias relacionadas com a Ciência da Informa ção, tais como: Pesquisa Bibliográfica, Referenciaçao, Bibliografia, Técnica de Indexaçao e Resumos, Teoria da Comunicação Cientifica, etc.
Exemplar, neste sentido, e a Bi-
blioteca Central do Centro Técnico Aeroespacial, de São Jor-ó dos Campos, SP, que há vários anos vem ministrando c "Curso de Pesquisa Bibliográfica e Apresentação de Trabalhes
Científicos", no Instituto Tecnológico de Aeronáutica, para alunos e professores de Enge
nharia Aeronáutica, Eletrônica e Mecânica,
0 ITA, segundo nos consta, esta oferecendo
também cursos em nivel de pos-graduaçao para cientistas da informação,
4) Libertação da informação e do conhecimento especializado, quando não envolvem problemas de segurança nacional, das maos do Governo e de uma pequena elite.
Temos que demo-
cratizar a informação. Ja nao vivemos no tempo de Alexandre, o qual, conforme nos relata Plutarco, escrevera a Aristóteles; "Não fizeste bem em publicar tuas obras de doutrina oral; pois, em que nos diferenciamos agora dos outros, se as ciências em que nos instruiste serão comuns a todos? De minha parte, asseguro-te, quero sobressair-me mais pe lo conhecimento do que e util e honesto do que pela amplitude de poder e domínio" (2l),
Atualmente e injusto e anti-econcraico nao abrir todas as_ bibliotecas c centros de documentação, bem como os sistemas de informação, para que todos cs cidadãos tenham livre
acesso a informação e possam se atualizar e progredir em suas atividades.
5) Uso de todos os meios de comunicação de massa para divulgação dos serviços e do acervo dos centros de documentação, bem como das vantagens da leitura e da organização
da
informação. Televisão, radio, cinema, jornais, cartazes e murais (no interior de cnibusurbanos, por exemplo), etc.
0 Instituto Nacional do Livro, era ceunpanha sobre a utilida-
de da leitura e da informação, criou na televis ao o personagem sofredor, mas simpático,
do "Simplorio". Publicidade muito bem feita, mas que precisa ter continuidade. Que
os
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perponagens e as cenas se renovem, mas a mensagem precisa ser transmitida com frequência
para que seu conteúdo se transforme em vivência para o povo.
6) Participação mais efetiva do bibliotecário nos serviços ao público, principalmente
através das funções docentes de professor, que lhe são peculiares.
Assim ele há de pla-
nejar e desenvolver cursos especiais na biblioteca, usando as novas técnicas de ensino,
enquanto nas escolas e nas universidades não se ministram cursos regulares, dos quais
ja falamos.
Neste sentido, o bibliotecário ha de suprir as deficiências das Escolas de
Biblioteconomia, que dificilmente consideram matérias importcmtes a serem incluidas em
suas curriculos, as que re referem ao papel de professor que o bibliotecário tem que desempenhar, tais como: Líetodologia do Ensino, Didatica, Ketodos Audiovisuais na Transmissão da Informação, Psicologia Aplicada, Filologia, Estatistica, etc. Grande parte dos bi
bliotecarios se dedica a um trabalho eminentemente técnico que não exigiria nível supe rior, enquanto os serviços diretamente relacionados com o público, para os quais, alem
de muita cultura geral, e necessário também especialização, estão nas mãos de auxiliares
sem nenhuma formação superior. Os processos técnicos são necessários, não ha duvida. Mas
haveria termo de comparaçao satisfatório entre os recursos neles investidos e o uso
material; entre os requintes de catalogaçao e classificação
do
e a disseminação da infor—
maçao, e entre a perca de tempo com or procescoc tecnicoc e a atençao devida aos usua rios?
0 que realraente interessa e que o acervo alcance o usuário o mais rapideimente pos
sível. E para isso e que o bibliotecário deve dar cursos extensivos a
todos os utiliza-
dores; orientar individualmente; promover visitas dirigidas; promover conferências; distribuir folhetos sobre os serviços e a orgemizaçao da biblioteca; divulgar listas de li—
vros novor, resumoe, traduções, copia de conteúdo de periódicosj preparar bibliografias,
e, por todos os meios,
procurar criar estratégias que atraiam e motivem os usuários
a
comprar seu produto ou sua mercadoria, que e a informação (6). Se os livros, revistas e
outros documentos ficam nas prateleiras por falta de processamento ou de consumidores
(que nao sejam: rato, tempo, barata, poeira, traça, incêndio, humidade ou ladrão),
é
tempo de fechar para balanço, admitir novos funcionários, modificar métodos de operação
e reabrir somente quando houver algo a oferecer a um público esclarecido e interessado.
.) Cooperação com as associações de classe e os conselhos, no sentido de cuidarem nao so
da atualizaçao dor bibliotecários, através de cursos, seminários, conferências e publicações especializadas, mas também da identificação e do levcintamento sistemático das reais necessidades dos usuaricr da informação cientifica,
A criação de fichários de per —
fis de interesse dos usuários, e vital, no Brasil, para a conquista do credito, da estima e da confiança de que a profissão de bibliotecário está precicéindo. Por isso as enti-
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dader de ci.-.jsc tem que re intercetar pelo ass-unto. Tenor que utingir or usuarior com a
infornaçao, aiiter nermo de rua .eolicitaçao. E a unica maneira de elevar a profissão perante o público, tcrnonílo-nor nair viteir.
Norte rentido, temor o exemplo do dinâmico
Gruno de Tralalho en Tecnologia, da Arrociaçao Paulirta de Bablaoteca.rios, que, faz al—
gum tempo, ncmoeu uma Ccm.irrao para líotivaçao dor Ucuarior era potencial da Documentação.
A bibliotecárir. ib.gaip Trança Villa.ça chegou a aprerentar, por escrito, algumas idéias
para ccncr:cir.açro derva Comirsao, tendo rugerido forre feita uraa pesquisa junto aos usu
ários, para dol‘c?';'.iir-açao do conceito que eles fazen da documentação e o que conhecem ou
desconhecem, poisam e osoeram des bibliotecárior, das bibliotecas e serviços afins (13)•
Nao sabemos que p"ovidenoias posteriores foram tomadas, mas fazeraos votos que isso seja
o principio de umi i-ovo cnfoíme profissional, que desperte o interesse de todos para
o
grave problei.'.a do usuorio brasileiro, que, era termos gerais, e ura doente que nao sabe
consultar o mecr^b c nao encontra sozinho o remedio para sua doença desenvolvimentista.
8) Identificaça.o c lemcçao dns barreiras que separam a infornaçao do usuário ou que diminuem a eficacia da busc i, do encontro e da utilização da infornaçao. Dentre os numerosos impecilhos cu cireunrtcmciiE que constituem barreiras a infornaçao, podemos citar as
seguintes:
8.1) Pouca íaniliuridace des usuários ate mesmo com as técnicas tradicionais quanto
ao
uso de bibliotecas. Os 'gue ja utilizam métodos automatizados e listagens de computador,
encontram dificuldades em decifrar os cedigos e em compreender os resumos e os métodos
de indexaçno utilizados. Por isso o documentalista tem que ser o interprete entre a in—
foraaçao e o usu.iric, embera erte ultimo -rliv . ser preparado para a foraulaçao de perguntas de acordo com or métodos de recuperação da infornaçao,
8.2) i.ía voutàde, falta ds preparo ou incapacidade do bibliotecário en sua função de intermediário entre as fontes de informação e o usuário. A formação em generalidades que
caracteriza o bibliotecário atual c a legislação brasileira'que proibe o ingresso de especialistas em rerviror ce rtferencin das bibliotecas, impede, sem duvida, ura dialogo
mais perfeito ccín cr utiliradorer cie inforrr.açoer técnicas ou ernecializadas. 0 IBBD esta
atento ao problenin (23) e espera^aos que a solução
do bibliotecario/documentalista seja
adotada o quanto anter, cora a alteraçao dor curriculos da' Escolas de Biblioteconomia.
8.3) Falta cie soi".'içor adequa,dor de referencia,
era decorrenaia da incompreensão da admi
nistraçao da biblioteca, para cera os serviços de auxilio aos leitores, dando enfase
aos
proce F so r técnico r-.
■8.4 Falta de se.^iço'’ erpeciair, tais como: reprografia, fotocopia, traduções, bibliogra
fias, resumos, etc.
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8.5/ Ac-^rvo Jeü.', falta de serviços de intercâmbio e de empréstimo entre biblio
tecas c rcdec ce informeção, para cobertura total da area em que a biblioteca se pix>põe
atender,
8,6) Infl exibilidede dor regulamentos da biblioteca, quanto ao uso de seu acervo e aos
c-eir/ices de e::’e rescir.o rcs leitores, prejudicando grupos interessados mas que nao perten
cen a entidade s-ervida pela biblioteca.
8.’^) Falta ce ocr liçces ilslcas adequadas- ao estudo, quanto a espaço, moveis, ambiente
silêncios-.', etc.
8.3) Falta de incentivos, para que o usuário ce mantenha atualizado sobx^e as ultimas informaçoes. centro de sua area ds atividades. (Todo professor ou funcionário de nivel superior, por cnemplo, devia ser instado pela Administração a publicar trabalhos, dentro
cie certos praros, e,-cu proferir conferências e/ou
ministrar cursos dentro de sua espe-
cialidade ' .
8.9) Nunoro '■sdaxico d-e boas bibliotecas, mesmo nas grandes cidades. O leitor que vai
ouas ou tror vezes, a nr.-a biblioteca e nao consegue encontrar o que deseja, sentir-se-a
frustrado e perder-a o animo'
novas tentativas.
8.10) Dicteneia entre bibliotecas e residência dos usuários. Este fator, aliado ao comodismo, ao dcce-et; r.;ulc, as dificuldades de condução ç. a falta de confÍ2inça nos meios
A*
^
C’j'tr‘â.
informarao, e uma grande barreira
8.11) Iclic„
de
estr-ngeiror em que são publicadas a maioria das obras especializadas. Di-
ficilmente as bibliotecas podem dispor do tradutores, por razões obvias.
3,1F^“ Custo «o material bibliográfico. É uma das razoes para se apoiar a centralizaçao
da infcmaç::o,
redes- de bibliotecas ou sistemas.
8.13) Aum-ento exp-^ncnciai do conhecimento e da informação, 0 conhecimento duplicou pela
primeira vez em 1?50| pela segunda vez, em I9OO (I50 anos depois); pela terceira vez, em
1950 (50 anos- dopois/. Dai para ca, levou apenas 10 anos para se duplicar. Atualmente,
peritos no assunto calculam uma duplicação anual. Cerca_de_1.000 titulos novos de livros
sao pvblicadjs diarumc-rite, aleni de 33*000 jcmais, 70.000 revistas e mais outros tipos
especiais de documentos, o que montara a 10.000.000 de titulos identificáveis separadamente (1.5),
dia.
8.14) Fa.lta de ccndiçÕos para se proceder a uma aquisição planificada, principalmente na
area 03 p ’’"'! ■ es.j-oor gevemanantaisj muitas das- quais sao rotuladas de reservadas ou
con-
fidenc:ais.
8.15) Falta do c endiçoes favoráveis para
o us-uario manter o devido contacto cora ou-
tros pi ofissionsis e cen os re-eultados- de conferências, congressos, seminários, painéis,
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�reunioec, etc.
Iceo clerpertaria o derejo de atualizaçao e de novac informaçõee.
a.i6) Derccnhecimen tc, por parte da Adr,iiuirtraç~ao, da imperiosa necessidade de apoio
atraver de bibliotecas e centros de documentação. Em geral as verbas destinadas as bibliotecas
o irrisórias.
8.1',’) Falta de espírito ccmpetitivo, em maior escala, na
industria e nas prcficsoes li
berais, para forçar mais a adaptação de novas t ecnicas, através do estudo e da pesquisa.
8.18) Kcraric das bibliotecas. Muitos estudeuites que trabalhara, e estudiosos que nao tem
terapo durante o horário comercial, deixam de frequentar as bibliotecas
porque em suas
horas livres elas estão fechadas. Se funcionassem a noite e nos fins do cer;ana, a fre-quencia, de certo, aumentaria muite mair.
•
3.19) Dificuldades de comunicações, mesmo com satelites, DDB, telex, video-fone e tudo
o raais. A demora nos serviços postais e telefônicos., sao grandes obstáculos na obtenção
rapida dc informações. Na teoria, podemos afirmar que ja poderiamos obter dados, em minutos., vindos de qualquer biblioteca do mundo, via satelitei mas na realidade ainda nao
podemos contar com isso, dentro de nossas rotinas.
8.20) Acervo mal orgainizado cu com sistemas de classificação por demais complicados ou
desconhecidos, que dificultam o encontro do material nas estantes. Ja vimos que o leitor brasileiro gosta de ir direto as estantes e, portanto, precisaria de u:r, sistema de
classificaçac simples que facilitasse sua pesquisa. Porem, sistema de classificaçao mui
to simplificado pode também dificultar a recuperação de uma informação exata e precisa.
Por isso, nem sempre o leitor poderá di.spensar a colaboração dc bibliotecário.
8.21) Terminologia científica e técnica, ou seja, o conjunto de termos peculiar a uma
ciencia, arte, profissão, ao comercio ou a um assunto especial. E através ua linguagem
técnica e cientifica que a ciencia, a tecnologia e o ensino evolvem, transferindo in forraaçoes. Mas , de fato, apresenta vuaa barreira a comunicação, principalme;ite era nosso
País, pois o termo poderá apresentar diversidade de traduções e varias conotaçoes. Isso
prejudica c dialogo com o especialista nos diversos campos dc saber humanD.
Ein muitos
casos sera precise "traduzir" a pergunta para a linguagem dc repertoric do sistema de
informaçac. E um grande trabalho para c bibliotecário, compreender e normalizar a terminologia técnica e cientifica, para entender p usuário (24).
Resumindo, as barreiras a informação tanto podem provir da ma orgeinizaçao
e da falta de instrumentos bibliográficos , como da incapacidade do bibliotecário e dc
desinteresse do proprio ufuario.
Atenção especial, porem, merecem cs usuários, que constituem os eixos em re
dor dos quais devem girar bibliotecas, centros do documentação e sistemas de informação
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�A averiguaçao de reur habitoF c problemas, deve ser feita continuamente, para atualizaçao dor perfir de interesse
que devem substituir as. siriples fichas de errorestirno,
isse poderá ser feito por meio da comunicação pessoal, entrevistas, questionários, obser
vaçoes diarias e analise critica do acervo da biblioteca. Identificar as necessidades
I do usuário e antecipar-nes as suas solicitações (?-), e cooperar para o despertar do 3rasil/Gi"ante, cuja populaçao, sob este aspecto, ainda dorme. Temos provas, no entanto,
de que esta populaçao espera apenas que lhe ofereçaia condições, de leitura e de típesquira, para entrar en açao. Na Biblioteca Central da Universidade de Brasilia, por exemplo,
os alunos che.5p4.rajn a exibir o funcionamento ininterrupto da Biblioteca (24 horas p>cr
dia) e a frequência média diária atingiu o númerc de 5.000 (tempo de exame) e 3.000 (nc-r
Ealmente).
Se ha quadros constrangedores de profissionais, em qualquer setor, cada vez
mais d£."a-nializadcr, ha também grande ansia de informações por toda parte.
Em São Pau-
lo, por exemplo, na Biblioteca Regional de Medicina, a proporção de pedidos de xeroco pias de artigos especializados cresceu na proporção de 350/"^
dois anos. Em I969,
a
DIREME forneceu a particulares um total de 12.OCO fotocopias de artigos de revistas bionedicas, e em 19 T, esse numero saltou para l2.,oS2, para mcdicos nao sc de Sao Paulo,
Eas de toda a America Latina. Nesta mesma Biblioteca, foram preparadas 337 bibliografias
diferentes, em 19"’l (9).
Esses fatos provam que ha sede de informações em qualquer área.
Há usuá —
rios em potencial, em grande escala, aguardando ansiosos a melhoria de nossos serviços
de informação. Nao podemos continuar com ziraontoados de livros velhos e coleções incompletas de revistas. Tenor que mudar as estruturas, pois o ritmo de desenvolvimento do
Brasil, esta exigindo,de maneira cada vez mais imperiosa, estudo, atua?.ização e aplicaçao de tecnologias modernas, em todos or setores da atividade humana.
0 Seminário Interamericano sobre a Integração dos Serviços de Informação e
Arquivos, Bibliotecas e Centros de Documentação na Am.erica Latina e nas Antiihas, realizado em Washington, DC, de 6 a 1. de novembro de -9 ’2, considerou qu': tede plano nacional integrado de serviços de infomaçao, deve estabelecer as seguintes prioridad.es:
l) fcmaçac e treinamento de pessoal em nivcl de liderança e apoio; II) enriquecimento
seletivo G organizaçac das coleçces; IIl) treinamento de usuários e participaçao
na
formaçao deles; IV) aquisiçao de equipamento que permita processar e utilizai’ a informação em iiivel otime de custo, eficiência o proveito-; V) integração e normalização seletiva de processos técnicos e serviços ao publico em nível de sistemas, subsistemas c cem—
penentes; Vl) aproveitamento dos serviços de infomaçao oferecidos em nivel intemacio—
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Alem disso, a Declaraçac n5 4, do mesmo Seminário, diz c seguinte: "...
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aoE governo? coiocai’ e inlorinaçao a ocr^v^iço cio sociedade, cea o fin dc: l) facilitar
Eua utilir.açüO
tede? o? hacl tcu*tes do poie, eejaa quais foren seu nivel cultural,
grau de eFCoicridi^d:;, forr.açao éicadcr.ica ou pi'ofissao; II) instruir adequacamente os
usuários para cuv; chverlicúi cr noiores ceiiefioioc doesa infori.iaçao; III) fazer com que
a informação re ccr./erta
ioa ácc apoios da educaçao er. todos os níveis e especialmen-
te da pesquisa c da edacoço/j pí.roovierteoj iV) dirpc"’ dco dados, informes, estudos e ava
liaçoes necessários :.o gc^erao perro enfrent.r
seus problcmr.s e projetos (l4).
Tambc'! o rroòoosor Koiku, ei.vre as prinr.lpois recomendações para iraplantaçao do SNICT, diz qwe ''programas de treinamento para bibliotecários e documentalistas,
bem como para os cientistas e tccnicos, cruante ao uso da informação, devem ser iniciados o nais cedo possivel"(15)•
Orala todos os bibliotecários ccmpreendani sua i'esponsabiIidad3 no limiar
desta Idade da InformaçjiO e lutem para que todos cs bre.sileiios, atroves da leitura,
da pesquisa e da. apiicaçao dos tecnologias modernas, poooau, dentro de suas atividades,
cora o apoio do Goverao, racii-.r^ en breve, plenamente, aquela sede de conhecimentos, de
atualizaçao c de prog^^esso, que, graças a Deus, atingiu a todos os rincões da Patria.
BIBIJOCÕÁFICAS
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Amer-lcar.o sobr-e P^eparaço.o de vienti-stas da Infor.nnçao. l‘íexico, D.F., 23-25 de
agosto dc I97IL
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Brasil
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La .lormacion y el sidiestramicnto dcl investigador ceme usuário
de la informaciõn. fraboiihc
prerentado no Soninario Latino-Americano sobre Pre-
paraçao de Cientistas da infermanao. México, D.F., 23-25 de agosto de 1972.
15P'
(Mimec'rafado).
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9 - VILLAÇ/i, Magaly França. Sugestão para a criaçao, na APB, de urr.a comissão para motivação doF uauárioç e-n potencial da docur.cntaçãoc
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In: CONGRESSO RE)GICN/*L SOBRE DOCÜi.iEN—
TAÇAO, 22, e REUNIAO DA FID/CLA, Q9, Rio de Janeiro, 23/28 de novembrxj de 1969.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
CBBD - Edição: 07 - Ano: 1973 (Belém/PA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1973
Language
A language of the resource
Português
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belém/PA
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O usuário brasileiro e o SNICT
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Souza, João Laurentino de
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belém/PA
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Febab
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1973
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Subject
The topic of the resource
Serviços de Informação
Documentação
Usuários da Informação
Description
An account of the resource
O brasileiro não tem educação orientada para a leitura nem para a pesquisa sistemática. Não acredita ainda nas possibilidades de nossas bibliotecas nem dos centros de documentação. Tende a zombar da Informática, como algo mirabolante e distante, que só preocupa a alguns maníacos de novidades. Com o advento do SNICT, que representa um grande esforço humano e um enorme investimento público, não podemos deixar fora de nossas preocupações prioritárias o usuário. Ele tem que ser preparado para poder utilizar os modernos meios de recuperação da informação, pois o que realmente interessa em todo serviço de documentação e de bibliotecas, é o reconhecimento e o uso de suas vantagens. Tudo o que se fizer no campo dos sistemas de informação e no planejamento dos centros de informática, de nada adiantará se os clientes não forem atingidos pela informação. Chegou a hora em que o bibliotecário realmente participará das funções docentes que lhe são inerentes, através da grandiosa tarefa de preparar o brasileiro de hoje para participar aceleradamente no desenvolvimento do País, utilizando todo o potencial que se acha armazenado nas bibliotecas e centros de documentação, prontamente recuperável por meio dos sistemas setoriais, regionais, nacionais e internacionais de informação.
Language
A language of the resource
pt