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Comportamento Informacional na mídia social Instagram: estudo
de perfis do movimento negro e de seus seguidores
Jocelia Martins de Oliveira (UFG) - jocelia.martins.oliveira@gmail.com
Fernanda Amanda Rodrigues Vieira (UFG) - fernandaamanda07@gmail.com
Resumo:
Motivadas pela afirmativa de Chimamanda Ngozi Adichie (2009), a respeito do “perigo da
história única”, o presente trabalho tem por objetivo refletir, a luz da literatura e da análise do
conteúdo de perfis da mídia social Instagram, o processo de necessidade, busca e uso da
informação, por meio da aplicação da etnometodologia. Propõe compreender conceitualmente
o comportamento informacional da comunidade negra, através do resgate histórico-social da
formação desta população no Brasil e, pela análise da interação informacional em perfis,
pré-selecionados (do Instagram) e, pelo engajamento de seus seguidores. Intentando expandir
o campo de estudos/atuação da biblioteconomia, em contextos e espaços ‘hegemônicos’ que,
ao se negligenciarem da reflexão crítica a respeito dos grupos sociais marginalizados,
contribuiem para a perpetuação de tal problemática.
Palavras-chave: Comportamento informacional. População Negra. Mídia social Instagram.
Eixo temático: Eixo 2: Não devemos deixar ninguém para trás
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
�XXVIII Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação
Vitória, 01 a 04 de outubro de 2019.
Introdução: As mídias sociais oportunizam o acesso democrático à informação,
sendo um canal de comunicação aberto, que demanda que o usuário tenha
apenas conhecimentos prévios de uso da internet e manuseio de um aparelho eletrônico que se conecte a
esta (para o uso da Web), propiciando uma experiência intuitiva e acessível, sem distinção de classe, gênero
ou faixa etária. Esse espaço tem contribuído para a articulação e fortalecimentos dos movimentos sociais,
concomitantemente, tem dado visibilidade aos mais diversificados debates, entre eles as ‘lutas e gritos’ da
comunidade negra, fato corriqueiro nos perfis do Instagram, voltados para esta última comunidade, no qual
compartilha-se dos enfrentamentos e conquistas diárias, por meio da divulgação de informações dotadas de
reflexão crítica, gerando o empoderamento e autoidentificação destes indivíduos.
Nesta perspectiva, a proposta deste trabalho é discutir o comportamento informacional dos usuários da rede
social Instagram que seguem perfis voltados para a discussão de problemáticas da comunidade negra. O
intuito das autoras é analisar como se dá o compartilhamento de informação nessas comunidades, como
estas informações são debatidas e dialogadas com os seus respectivos ‘seguidores’ e como se dá o
processo de uso e apropriação destas informações segundo as dimensões de busca e uso da informação
propostas por Choo (2003).
A priori, faz-se necessário o entendimento histórico-social da marginalização da população negra em no
nosso país. A história do negro no Brasil foi marcada por opressão, exploração e domínio, durante os mais
de 300 anos de escravidão no país. Após a abolição da escravatura no Brasil o negro se viu preso em um
novo sistema social, no qual foi obrigado a se ajustar nos lugares mais desfavoráveis que eram impostos,
pois, os “segmentos da sociedade” (CORREIA, 1999), a igreja e o estado, se desvaneceram da
responsabilidade de ajustar social e economicamente o negro, deixando-o à mercê de sua liberdade. Por
não se adaptarem ao regime capitalista que estava sendo imposto e a nova estrutura trabalhista, a qual os
imigrantes se adequaram melhor, a população negra vivia uma situação de extrema miséria e abandono e,
o “preconceito de cor atribuía ao negro a condição de não humano e o excluía da sociedade” (CORREIA,
1999).
Instigados pelo não conformismo com tal situação, em 1924, foi registrado o primeiro movimento negro
voltado para protestar em busca da igualdade dos direitos entre negros e brancos. A partir de então, vários
grupos se eclodiram, no entanto, não conseguiram apoio da grande população, sendo enfraquecidos. Na
segunda metade do século, os protestos continuavam com o mesmo intuito, pois o estado de miséria
persistia. Com o início da década de 30, o negro passou a se conscientizar do seu papel social e, a mera
questão racial passou a ser entendida como “questão negra”. Nos anos 50, a questão negra estava enfocada
no social. Nos anos 60, devido à ditadura, o movimento fora silenciado. Na década seguinte, surgiram vários
grupos ligados ao movimento negro. Nos anos 80 foi marcado pela transformação da discussão para o agir.
E na década de 90, com a abertura nos meios de comunicação de massa, a questão racial passa a ter maior
visibilidade.
Neste contexto, a identidade negra é entendida “[...] como uma construção social, histórica, cultural e plural
[...]” (GOMES, 2002). Ressalta-se que “construir uma identidade negra positiva em uma sociedade que,
historicamente, ensina aos negros, desde muito cedo, que para ser aceito é preciso negar-se a si mesmo é
um desafio enfrentado pelos negros e pelas negras brasileiros (as) ” (GOMES, 2002). Segundo Machado e
Ratts (2012): “hoje, o movimento negro é unidade analítica e política e se caracteriza por uma pluralidade
de formas de organização, formas de ação e intervenção social e uma complexidade das pautas”.
A escolha do Instagram ocorreu por esta plataforma ser um canal de compartilhamento de informações e
ser uma fonte de informação que veicula inúmeros assuntos e, principalmente, pelo engajamento de seus
�usuários. Segundo pesquisa da empresa Socialbakers (ROSA, 2018), referente as tendências para as mídias
sociais em 2019, que gerou informações detalhadas sobre engajamento e publicidade, além de outros
conteúdos, teve como objeto de pesquisa mais de 10 bilhões de conteúdos em redes sociais geradas por
mais de 17 milhões de perfis. Contatou-se que o Instagram se destaca no quesito engajamento, mesmo com
um público menor do que o Facebook, ainda foi revelado que estes usuários (do Instagram), são mais ativos.
Método da pesquisa: A pesquisa é baseada na etnometodologia. No Contexto das ciências sociais essa
metodologia objetiva entender o processo de construção e reconstrução pelos indivíduos de suas realidades
sociais e “analisa deste modo os procedimentos a que os indivíduos recorrem para concretizar as suas ações
diárias” (FONSECA, 2002, p. 36 apud SILVEIRA; CÓRDOVA, 2009). Usou-se como instrumento a
observação direta nos perfis do Instagram, para entender o comportamento informacional da comunidade
negra no Instagram e, para compor o embasamento teórico, foi realizado um levantamento bibliográfico
acerca da temática.
Delimitou-se a análise do conteúdo de perfis de coletivos e de movimentos negros, “Alma Preta jornalismo”,
“Notícia Preta” e “Gente Preta”, perfis que se enquadram nos seguintes critérios:
Quadro 1 - Critérios de escolha de perfis
Conteúdo
Perfil
Atualidades
Mais de 40 mil seguidores
Movimento negro
Mínimo de 400 publicações
Notícias
Brasileiro
Discriminação, preconceito e racismo Possuir perfil ativo em outra mídia social
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Resultados e discussões: O estudo de comportamento informacional é considerado como uma área de
pesquisa recente na Ciência da Informação. Têm-se relatos que a partir de 1980 que se começou a analisar
com um enfoque maior nos usuários os estudos voltados para o comportamento e necessidades da
informação, alterando seu objeto de estudo, que até então era a informação para “práticas informacionais
desenvolvidas por sujeitos sociais, ou seja, as ações de recepção, geração e transferência de informação,
nos circuitos comunicacionais de diferentes formações sociais" (ARAÚJO, 1999).
A mesma autora, (ARAÚJO, 1999), pontua que o uso e acesso à informação são perpassados,
inevitavelmente, na formação da cidadania e de suas práticas, considerando que para que aconteça o
exercício dos direitos políticos, sociais e civis o indivíduo necessita do livre acesso a estas informações, de
circulação e comunicação profusa e de discussão crítica sobre as mesmas. Podemos inferir então que a
informação quando assimilada constitui um elemento chave na construção do conhecimento.
O comportamento informacional está diretamente relacionado à busca por informações, esta última diz
respeito ao esforço proposital de localizar informações em resposta à necessidade de satisfazer um objetivo
(MARTINEZ-SILVEIRA, ODDONE, 2007). Em relação ao uso da informação, Choo (2003, p.84) diz que “[...]
é a seleção de mensagens relevantes no espaço mais amplo da informação, de forma que isso gere uma
mudança no estado de conhecimento do indivíduo ou em sua capacidade de agir”. Conforme o autor, a
busca e o uso da informação envolve dimensões cognitivas, emocionais e situacionais.
Choo (2003) baseou seu modelo em outros modelos existentes, como a abordagem conceitual elaborada
por Brenda Dervin, as reações emocionais observadas por Carol Kuhlthau e as dimensões situacionais
observadas por Robert Taylor. A dimensão cognitiva que corresponde a criação de significados (abordagem
sense-making) investiga “como o indivíduo reconhece uma descontinuidade ou falta de habilidade para agir
e compreender uma situação devido à falta de informação, e como procede a busca para satisfazer suas
necessidades” (PEREIRA, 2010, p. 180).
�A próxima dimensão, a emocional, envolve os sentimentos do sujeito, as suas experiências anteriores, uma
vez que cada indivíduo possui sua leitura de mundo, suas expectativas e isso o influencia em preferir uma
fonte de informação em lugar de outra e escolher determinada estratégia de busca. Na dimensão situacional,
têm -se a influência do ambiente profissional e/ou social do indivíduo no qual são observados essa interação
entre problemas enfrentados e a maneira pela qual são solucionados. Dessa forma cria-se um ambiente
para o uso da informação que segundo Pereira (2010) promove padrões que moldam comportamentos por
onde as informações tornam-se úteis.
A partir da análise do conteúdo das publicações do objeto estudado nas redes, constatamos a aplicabilidade
dessas dimensões:
Quadro 2 - Análise de resultados
Dimensões de
busca e uso da
informação
(CHOO,2003)
Cognitivo
Emocional
Conteúdo nos perfis
selecionados (necessidade de
informação)
Busca e uso da informação nos perfis selecionados
Destituída de referenciais que
contribuam com a produção de
conhecimento
que
abordem
conteúdos
de
interesse
da
população negra, este grupo se vê
inserido
em
um
contexto
sociocultural
em
que
é
marginalizado
da
produção
científica. Isso faz com que os perfis
veiculem informações referentes a
conteúdos
relacionados
às
questões de: afetividade, saúde
mental, literatura, conscientização,
empoderamento e valorização da
cultura e da beleza negra.
Constatou-se que o conteúdo veiculado foi recebido de forma positiva e,
que os seguidores conseguiram sanar suas lacunas informacionais, além
de terem sido expostos a novas necessidades informacionais.
Para exemplificarmos essa situação verificamos no perfil “Gente Preta” a
publicação de uma manchete de um site de notícias em que diz: “ ‘Meu
filho não tem o rosto que as pessoas querem ver’, diz mãe de jovem negro
com Down “. Essa publicação teve 85 comentários e levantou algumas
discussões como, por exemplo, a questão do racismo e da inclusão de
pessoas com deficiência. O administrador/administradora do perfil sugere
a participação do seu público com o seguinte questionamento: “Quantos
pretos com Down vocês veêm em campanhas? ”. Observamos em alguns
comentários que os seguidores se surpreendem pelo fato de não
saberem que a síndrome de Down é rara em negros e uma seguidora
comentou: “Nunca tinha visto. É impressionante isso nos dias de hoje.
Mas em pleno 2019 temos pelo menos UMA MATÉRIA falando sobre o
assunto. O importante é a gente se conscientizar e passar a cobrar de até
a nós mesmos sobre a inclusão. Se fala tanto nisso hoje em dia… se é
inclusão tem que caber TODO MUNDO”. Outro comentário de seguidora
diz: “nunca vi mesmo. É real, nunca parei p observar isso. Vcs abrem
minha mente constantemente. ” Dessa maneira, percebe-se que a
dimensão cognitiva esteve presente, pois essas seguidoras
apresentaram uma mudança em seu estado de conhecimento.
Ao veicularem estas informações,
estes
perfis,
comumente,
compartilham de reflexões críticas
acerca do conteúdo, exteriorizando
posicionamento político, econômico
e social; influenciando e instigando
seus
“seguidores”
a
se
posicionarem por meio de ações
concretas;
problematizando
determinadas informações, “[...]
destacando
opiniões, gostos ou aversões,
revelando dúvidas e incertezas,
motivando
o
esforço[...]” (PEREIRA, 2010).
É notória tamanho engajamento por parte dos usuários com relação as
informações divulgadas, principalmente as denúncias de racismo e as
conquistas de pessoas da comunidade negra, que conseguiram, de
alguma forma, romper as barreiras heterogêneas da sociedade.
Como exemplo concreto, utilizaremos a notícia compartilhada no perfil
“Notícia Preta”, na qual divulgou vídeos do momento em que o exército
fuzilou, com 80 tiros, ‘por engano’, uma família, na Zona Norte do Rio de
Janeiro, levando a óbito o músico Evaldo. A publicação teve mais de
3.300 curtidas e quase 300 comentários. A publicação tinha como
descrição uma crítica a “confusão” por parte do exército, além de um
breve relato de uma testemunha.
A discussão nos comentários era acerca do racismo institucionalizado,
que ao ver um negro, atira. Entre esses, destaca as seguintes postagens:
“Política de extermínio é assim!!!”; “[...] é preto??? É pobre??? Tá na
favela??? Reza para não ser o próximo. Lamentável tudo isssoooooooo.
[...]”; “Tipo de coisa que não acontece no Alphaville”; “80 tiros… 80 tiros…
80 tiros… 80 tiros… 80 tiros… 80 tiros… 80 tiros… 80 tiros…Tá ecoando
aqui dentro... 80 tiros… 80 tiros… 80 tiros… 80 tiros… Nenhuma arma
encontrada dentro do carro branco... Apenas corpos pretos! ”.
Constatou que o posicionamento crítico comum aos administradores do
perfil com os de seus seguidores é influenciado pela dimensão emocional
da busca e uso da informação.
�Situacional
De acordo com as “Categorias e
elementos dos ambientes de uso da
informação”, propostas por Choo
(2003),
estes
perfis
são
classificados
como “Grupo
de
interesse”. Espaço em que seus
seguidores
e
administradores
compartilham dos mesmos ou
conceitos similares, na qual a
dimensão dinâmica do problema é
criada devido ao fator social; estes
que compartilham do mesmo fator
histórico e social, com limitações de
acesso à informação e que
compactuam
de
pressupostos
similares para solucionar estes
problemas informacionais.
Nos registros de opiniões dos seguidores, nos comprovantes de
publicações, percebe-se que o público se identifica, como sujeitos
pertencentes ao contexto das informações. Em todos os perfis analisados
verifica-se essa identificação, no entanto, trouxemos para essa análise,
comentários de seguidoras que foram escritos no perfil “Alma Preta
Jornalismo” em uma publicação com o seguinte texto: “Documentário
Sementes relata trajetória de candidatas inspiradas em Mariele Franco”.
Nesta publicação uma seguidora relata: “Melhor jornalismo do povo
preto”; outra seguidora diz: “Fortalecimento da voz do povo preto! ” A
partir desses relatos observou -se que as publicações da página
possibilitam à sua identificação com os seguidores ao compartilhar de um
mesmo interesse em comum.
Fonte: Elaborado pelas autoras.
Sendo o Instagram um ambiente virtual que possibilita discussões das mais diversas temáticas, com pessoas
que não necessitam estar próximas fisicamente, que apenas compartilham dos mesmos interesses,
podemos concluir que este torna-se local de construção de conhecimento e que o uso da informação é
dinâmico, que perpassa as três dimensões de busca e acesso à informação propostas por Choo (2003),
como foi apresentado no quadro acima.
Considerando que estamos vivendo tempos difíceis, de crise na economia, política e em outros aspectos
sociais, em especial os movimentos sociais que, recentemente, de forma acentuada, vêm sofrendo
retaliações e ataques por sua atuação e articulação, as mídias sociais se tornam grandes aliadas desses
grupos, na disseminação das informações e pela abertura de diálogo e, ao mesmo tempo, transformam-se
em grandes 'vilãs', pelo fato de possibilitar a reprodução dos mais diversos discursos de ódio contra essas
mesmas organizações.
Considerações Finais: O comportamento provém de diversas necessidades dentre elas, necessidades
fisiológicas, sociais e também informacionais. O indivíduo que busca por determinada informação para
solucionar certo problema do seu dia a dia teve uma necessidade informacional. A partir do momento de
reconhecimento dessa necessidade informacional o usuário da informação, para supri-la, apresenta o
comportamento informacional que nas palavras de Davenport (1998, p. 110) “[...] se refere ao modo como
os indivíduos lidam com a informação. Inclui a busca, o uso, a alteração, a troca, o acúmulo e até mesmo o
ato de ignorar os informes”.
Por meio do uso da ferramenta Instagram, os usuários realizam uma “troca” informacional, preenchendo
suas lacunas do saber, instigando e apresentando novas contribuições informacionais para outros
receptores. Refletindo as contribuições do bibliotecário na produção científica, observa-se a necessidade de
uma intervenção crítica nos atuais meios de comunicação e informações, trazendo como sujeitos as classes
comumente deixadas marginalizadas socialmente, como afirma Silva e Valério (2018, p. 125):
Descolonizar o fazer da Biblioteconomia é uma necessidade urgente e necessária. Voltar a produção científica
da Biblioteconomia para essas questões é essencial para que haja mudanças significativas na área, nos
cursos de graduação e de pós-graduação, e nos fazeres da/o bibliotecária/o a fim de ser mais um aliado às
questões raciais, preservando, disseminando, armazenando, organizando e descolonizando o saber.
Como pesquisadores das ciências sociais, que tem a informação como um de seus objetos de estudo,
independentemente de seu formato/suporte e, militantes do movimento negro e antirracista, faz-se urgente
a necessidade de intervenção científica, pois:
No contexto das práticas sociais, a informação é um elemento de fundamental importância, pois é através do
intercâmbio informacional que os sujeitos sociais se comunicam e tomam conhecimento de seus direitos e
deveres e, a partir daí tomam decisões sobre suas vidas, seja em nível individual ou coletivo (ARAÚJO, 1999).
�Referências
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2019.
�
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CBBD - Edição: 28 - Ano: 2019 (Vitória/ES)
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Biblioteconomia
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Eixo 2: Não devemos deixar ninguém para trás
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Motivadas pela afirmativa de Chimamanda Ngozi Adichie (2009), a respeito do “perigo da história única”, o presente trabalho tem por objetivo refletir, a luz da literatura e da análise do conteúdo de perfis da mídia social Instagram, o processo de necessidade, busca e uso da informação, por meio da aplicação da etnometodologia. Propõe compreender conceitualmente o comportamento informacional da comunidade negra, através do resgate histórico-social da formação desta população no Brasil e, pela análise da interação informacional em perfis, pré-selecionados (do Instagram) e, pelo engajamento de seus seguidores. Intentando expandir o campo de estudos/atuação da biblioteconomia, em contextos e espaços ‘hegemônicos’ que, ao se negligenciarem da reflexão crítica a respeito dos grupos sociais marginalizados, contribuiem para a perpetuação de tal problemática.
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