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O projeto de extensão “Amazon Saviours” enquanto instrumento
para o desenvolvimento da competência em informação de povos
ribeirinhos do Vale do Rio Guaporé, no sul do estado de Rondônia
Djuli Machado De Lucca (UFSC) - djuli.mdl@gmail.com
Angerlânia Rezende (UFPE) - lanny.rezende3@gmail.com
Edson Modesto Araujo Junior (UNIR) - modesto@unir.br
Ana Carolina Rezende (Instituição - a informar) - rezendeanac.im@gmail.com
Resumo:
Relato de experiência acerca do projeto de extensão intitulado "Amazon Saviours",
desenvolvido sob a coordenação de docentes do departamento de Ciência da Informação da
Universidade Federal de Rondônia (UNIR). O projeto de extensão compreendeu uma
expedição nas margens do Rio Guaporé, no sul do estado de Rondônia, por 11 dias. Utilizou de
um barco oferecido pelo Governo do estado de Rondônia para o desenvolvimento das
atividades e para a hospedagem dos participantes. As atividades compreenderam além de
atendimento médico e odontológico e oficinas de saúde e educação, também a atividade de
construção de mapas sociais. Os mapas sociais são instrumentos da cartografia social que
envolvem a construção do espaço geográfico pelos próprios habitantes da região. Essa
atividade foi desenvolvida por uma bióloga do Instituto da Mata, com o apoio de estudantes da
UNIR. Por fim, a construção de mapas sociais mostrou-se como uma estratégia para o para o
desenvolvimento da competência em informação das comunidades ribeirinhas, na medida em
que estas comunidades, ao compartilharem informações e experiências com seus semelhantes,
reconhecem seu território, seus direitos e deveres, sua realidade social e congregam forças
para mudar a situação em que vivem.
Palavras-chave: Competência em informação. Vulnerabilidade social. Populações ribeirinhas.
Amazônia brasileira.
Eixo temático: Eixo 2: Não devemos deixar ninguém para trás
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�XXVIII Congresso Brasileiro de
Biblioteconomia e
Documentação
Vitória, 01 a 04 de outubro de 2019.
EIXO 2: Ninguém fica para trás
O projeto de extensão “Amazon Saviours” enquanto instrumento para o
desenvolvimento da competência em informação de povos ribeirinhos
do Vale do Rio Guaporé, no sul do estado de Rondônia
Resumo expandido de relato de experiência
Introdução
A competência em informação é reconhecida internacionalmente como um
movimento mundial que busca o uso consciente, criativo e benéfico dos recursos e
fontes de informação (VITORINO; PIANTOLA, 2009). Na medida em que estimula
o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes para a busca, avaliação,
uso e comunicação da informação (CAMPELLO, 2003; DUDZIAK, 2003), esse
movimento promove o empoderamento pessoal, qualidade de vida e
desenvolvimento social (AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION, 1989;
INTERNATIONAL FEDERATION OF..., 2005).
A capacidade de promover o bem-estar e o desenvolvimento social coloca a
competência em informação como “um direito humano básico” (INTERNATIONAL
FEDERATION OF..., 2005, p. 1), que possibilita às pessoas reverter a desvantagem
social (INTERNATIONAL FEDERATION OF..., 2005). Essa competência faz
sentido, nessa forma, para as pessoas em situação de vulnerabilidade social. A
vulnerabilidade social é, na literatura, associada ao princípio da autonomia: as
pessoas vulneráveis possuem estado dependente e sua capacidade de agir
comprometida, e, dessa forma, a pessoa vulnerável é aquela que está suscetível ao
ataque físico ou emocional, ou a danos. Por essa condição, essas pessoas são alvo
fácil de manipulação, devendo ser protegidas (CUNHA; GARRAFA, 2016),
amparadas ou preparadas.
As comunidades ribeirinhas dos rios da Amazônia brasileira podem ser
consideradas como grupos em situação de vulnerabilidade social. Essas
comunidades são formadas por populações de origem predominantemente indígena,
miscigenada com nordestinos brasileiros e caboclos, que se criam nas margens dos
�rios dessa região geográfica e têm, nas margens do rio, o principal meio de
subsistência. Os ribeirinhos casam-se muito cedo e formam um sistema familiar com
muitos filhos, em torno de oito, ou até mais. Suas casas são palafitas de madeira,
geralmente bem altas, por causa das enchentes e de animais como jacarés, cobras e
outros que vivem nos rios. Não existe saneamento básico. Como consequência, as
taxas de doenças transmitidas por parasitas intestinais são altas. Também doenças
causadas pelas picadas de mosquitos são muito frequentes. (PARAGUASSUCHAVES, 2001). Ainda, existe uma situação de ocupação de terras dos ribeirinhos,
que coloca em risco seu único meio de subsistência e, inclusive, sua identidade,
fortemente ligada aos rios.
O cenário das comunidades ribeirinhas dos rios da Amazônia é de
precariedade na assistência por parte das lideranças políticas. Por essa razão, essas
pessoas formam uma camada social cuja qualidade de vida é deficitária. Necessitam,
portanto, serem vistas como pertencentes à mesma sociedade em que competências
como educação, alimentação, trabalho, lazer, etc., são direitos de dignidade do ser
humano.
A competência em informação representa uma estratégia para que essa
população usufrua dos seus direitos humanos básicos. Esse trabalho busca
apresentar o relato de experiência de um projeto de extensão desenvolvido na
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) denominado “Amazon Saviours”, que
incluiu uma expedição de dez dias nas margens do Rio Guaporé, no estado de
Rondônia, no segundo trimestre de 2019. As atividades envolveram os setores de
saúde, educação e assistência social, incluindo atendimento médico e odontológico,
oficinas de higiene bucal, de educação sexual e de resolução de conflitos.
No campo informacional, o projeto compreendeu a atividade de construção
de Mapas sociais. Mapas sociais são processos de mapeamento geográfico que
envolvem a contribuição e a construção coletiva de mapas a partir das próprias
comunidades a serem mapeadas. Esse processo – que envolve a seleção de rótulos,
símbolos, escolha de escala e de outras particularidades pelos próprios sujeitos de
cada espaço geográfico – possui o potencial de “desenvolver consciência crítica e
gerar ação coletiva” (MOORE; GARZÓN, 2010, p. 66, tradução nossa). Isso acontece
porque: 1) os participantes desenvolvem sua própria linguagem para descrever a
realidade, desenhando termos e definições que refletem seus valores; 2) As
experiências pessoais compartilhadas possibilitam, aos grupos, analisar padrões e
identificar experiências coletivas; 3) o papel das instituições e a extensão de seu
poder na formação das experiências coletivas tornam-se mais óbvias (MOORE;
GARZÓN, 2010, p. 66-67, tradução nossa).
Além de apresentar o relato de experiência do Projeto Amazon Saviours, esse
texto busca, ainda, propor o uso de mapas sociais enquanto elementos para o
desenvolvimento da competência em informação das comunidades ribeirinhas, na
medida em que estas comunidades, ao compartilharem informações e experiências
com seus semelhantes, reconhecem seu território, seus direitos e deveres, sua
realidade social e congregam forças para mudar a situação em que vivem.
Relato da experiência:
�O projeto Amazon Saviours foi coordenado pelo Departamento de Ciência da
Informação da Universidade Federal de Rondônia, e envolveu, além da UNIR, o
Instituto Kaleo (uma Organização não-governamental) e o governo do estado de
Rondônia, que disponibilizou um barco para execução das atividades e para a
hospedagem dos participantes da expedição, que foram em torno de 30 pessoas.
Assim, durante a expedição, além dos atendimentos médicos e odontológicos
fornecidos a população, foram desenvolvidas oficinas de cartografia social e
construção de mapas sociais com as comunidades ribeirinhas que habitam o rio
Guaporé na região amazônica fronteira entre Rondônia/Brasil e Bolívia. As oficinas
foram mediadas por uma bióloga representante do Instituto da Mata com apoio
acadêmico de representantes da UNIR. Ao todo, foram atendidas cerca de 2.500
pessoas em todos os setores, porém a construção de mapas sociais envolveu um
público menor, em torno de 50 pessoas.
Este trabalho objetivou a produção de um mapa autocartográfico como
ferramenta de visibilidade e fortalecimento do processo de empoderamento e
identidade em oito comunidades tradicionais ribeirinhas do sul de Rondônia,
localizadas em Pimenteiras do Oeste, Cafetal, Rolim de Moura do Guaporé, Santo
Antônio, Pedras Negras, laranjeiras e Santa Fé e Forte Príncipe da Beira, cujos
representantes sociais do local são nesse caso os próprios autores. De forma geral,
observou-se a importância dos ecossistemas amazônicos serem reconhecidos não
apenas como ambiente biológico, mas por constituírem, também, de relações sociais
e que estas estão repletas de antagonismos, como um campo de lutas, em torno da
apropriação e controle do patrimônio biodiverso natural.
Neste contexto, as comunidades ribeirinhas da Amazônia estão buscando
maior visibilidade, questionando sua expulsão de áreas que pertenciam aos seus
antepassados e que forneciam recursos naturais usados como principal fonte de
reprodução social. Esse movimento próprio crescente dos ribeirinhos para seu
autorreconhecimento caracteriza um processo de empoderamento, tendo em vista
que possuem uma relação particular com a natureza, traduzida por saberes e
conhecimentos sobre os ciclos naturais e os ecossistemas locais de que se apropriam.
Dessa forma, as oficinas em cartografia social nesta região proporcionaram a
valorização da identidade ribeirinha, cabocla afro-indígena que se desenvolveu
pautada nos valores socioculturais e na dinâmica sócio-histórica presente nos
conhecimentos das comunidades tradicionais em geral, como os saberes herdados
das populações indígenas que habitam a região, desde momentos que antecedem ao
processo de colonização e a influência desses grupos até hoje. São eles pescadores,
coletores de castanha, agricultores, canoeios, normalmente subsistindo de várias ou
algumas dessas atividades.
Através da mobilização de grupos nativos, remanescentes quilombolas nestas
localidades, foram georreferenciadas formas de uso dos lugares e a relação com a
natureza. Desde a relação com a água, seus sistemas classificatórios, cosmovisões,
religiosidade, memória oral herdada, assim como a caracterização de conflitos,
principais necessidades e vulnerabilidades caracterizando um vasto patrimônio
cultural.
A vida ribeirinha no Rio Guaporé, estabelece relações sociais em que o rio lhes
traduz um significado muito grande, configurando-se como complemento de suas
vidas, oferecendo seus alimentos enquanto o ribeirinho lhe confere a proteção e
�conservação, através do modo como usam o território. Destacam-se o manejo
coletivo dos recursos locais, orientados por seus saberes, no estabelecimento das
relações sociais de trabalho e de parentesco.
Nesta região de fronteira, a vulnerabilidade social é muito grande pela
população ribeirinha em ambas as margens do rio, desde problemas com a
regularização das pessoas da região, ineficiência dos órgãos de competência para
legalização do documento de identidade étnica, conflitos em algumas regiões entre
quilombolas, indígenas e bolivianos. Dentre todos, a principal carência de
necessidade é o atendimento médico de qualidade, estão constantemente expostos a
muitas doenças virais presentes no local pela falta de soluções adequadas para esgoto
sanitário e contaminação da água dos poços. A falta de transporte no rio também os
limita em relação ao seu deslocamento em casos de emergência e para fins de
comercialização. Além de fortes indícios de contaminação química na água do rio,
peixes dentre outros oriundos de agrotóxicos, este cenário de impacto ambiental se
caracteriza também pelo desmatamento encontrado em quase toda extensão da
margem do rio, com muitas áreas em assoreamento que se intensificam com advento
do crescimento turístico da pesca irregular e exploratória na região. Este cenário
contribui para o fortalecimento da luta pela resistência dos ribeirinhos em seu
território, que ao longo dos últimos anos, principalmente através dos movimentos
sociais, tem reproduzido forte engajamento e articulação social no âmbito da
conservação ambiental e sócio- cultural direcionado ao poder público.
As comunidades visitadas em sua maioria possuem uma representação da
estrutura social organizada e articulada, alguns grupos são reconhecidos como
quilombolas, certificados pela Fundação Quilombo dos Palmares e visam assegurar
a demarcação de seus territórios originais, discussão que tem travado os principais
conflitos fundiários em toda região.
Considerações Finais:
Neste trabalho, buscamos relatar a experiência da condução do projeto de
extensão intitulado “Amazon Saviours”, desenvolvido com as comunidades situadas
nas margens do Rio Guaporé, no sul do estado de Rondônia. Povos ribeirinhos
possuem aquém do básico para uma sobrevivência digna: além da carência de
formação (educação), também não possuem assistência de saúde e, muito menos,
informacional. sociais A cartografia social, utilizada a partir da experiência de
construção de mapas sociais, representou um instrumento para o empoderamento
desse povo, que pode ser crucial para amenizar a situação de vulnerabilidade social.
Referências:
AMERICAN LIBRARY ASSOCIATION. Presidential Committee on
Information Literacy: final report. Washington, 1989. Disponível em:
<http://www.ala.org/acrl/publications/whitepapers/presidential>. Acesso em: 26
abr. 2019.
�CAMPELLO, B. S. O movimento da competência informacional: uma perspectiva
para o letramento informacional. Ciência da Informação, Brasília, v. 32, n. 3, p.
28-37, set./dez. 2003. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ci/v32n3/19021.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2019.
CUNHA, T.; GARRAFA, V. Vulnerability: a key principle for global bioethics?
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DUDZIAK, E. A. Information Literacy: princípios, filosofia e prática. Ciência da
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<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010019652003000100003&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 26 abr. 2019.
IFLA – International Federation of Library Associations and Institutions.
Declaração de Alexandria sobre competência Informacional e
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2005. Disponível em: <www.ifla.org/III/wsis/BeaconInfSoc-pt.html>. Acesso em:
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MOORE, E. GARZÓN, C. Social Cartography: The Art of Using Maps to Build
Community Power. Race, Power & The Environment, v. 17, n. 2, p. 66-68, fall
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PARAGUASSU-CHAVES, C.A. Geografia médica ou da saúde - espaço e
doença na Amazônia ocidental. Porto Velho: EDUFRO, 2001.
VITORINO, E. V.; PIANTOLA; D. Competência Informacional – bases
históricas e conceituais: construindo significados. Ciência da Informação; Brasília,
v. 38, n.3, p. 130-141, set/dez. 2009. Disponível em: <
http://www.scielo.br/pdf/ci/v38n3/v38n3a09.pdf>. Acesso em: 26 abr. 2019.
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CBBD - Edição: 28 - Ano: 2019 (Vitória/ES)
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2019
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Português
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Eixo 2: Não devemos deixar ninguém para trás
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