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O PROCESSO DE SELEÇÃO DE PERIÓDICOS ADQUIRIDOS COM RECURSOS
CAPES NA BIBLIOTECA CENTRAL DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE
MARINGÁ-PR
Ademir Henrique.dos Santos
ahdsantos@uem.br
Carmen Torresan
ctorresan@uem.br
Mariza Nogami
bce-fde3@uem.br
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
Av. Colombo, 5790 – Maringá – PR
Cep 87020-900
Os recursos financeiros estão cada vez mais escassos nas
instituições públicas. Para um melhor aproveitamento e
conseqüente aplicação responsável dos poucos investimentos
que eventualmente venham a acontecer, tornam-se necessário
que critérios sejam cada vez mais aprimorados para uma
gestão eficaz.Neste sentido, a Universidade Estadual de
Maringá-PR, como uma das beneficiadas de recursos
provenientes da Fundação CAPES, para aquisição de
periódicos, apresenta neste trabalho, sua experiência no
processo de seleção desenvolvido juntamente com sua
comunidade acadêmica.Para atingir este objetivo, vários
critérios foram utilizados no decorrer dos anos, como:
reuniões conjuntas com a coordenação de cursos, entrevistas,
avaliação de uso, fator de impacto e as linhas de pesquisa dos
cursos.
INTRODUÇÃO
Atualmente, com recursos cada
vez mais escassos, as Bibliotecas Universitárias
necessitam de uma política de aquisição de coleção que permita adquirir um acervo que
contemple seus usuários e ao mesmo tempo seja adaptada a atual realidade financeira da
Instituição mantenedora.
�Surge, então, a grande dificuldade dos bibliotecários responsáveis pela tomada de
decisão, a falta de critérios que facilitem a seleção, devido ao fato das bibliotecas
trabalharem isoladamente não havendo troca de informação e experiências entre si, fato
este justificado até pelas características do Brasil, a distância e a falta de estrutura dificulta
este intercâmbio.
NASCIMENTO
(1996, p.8) afirma que o País não dispõe de indicadores
comparáveis e sistêmicos que possam ajudar a repensar a política científica e tecnológica
nacional de maneira abrangente. Os indicadores convencionais de avaliação, além de
extremamente diferenciados entre vários órgãos de financiamento, dizem respeito à
competência profissional de docentes e pesquisadores
e à qualificação das instituições de
pesquisa.
O esforço conjunto de bibliotecários e pesquisadores é fundamental na busca de
consolidação de indicadores em C&T e que estes intercambiem experiências na área, a fim
de que possam compor indicadores nacionais que abordem a produção científica, do ponto
de vista quantitativo e qualitativo, pois a margem de erros e inconsistência é significativa e
deve ser objeto de preocupação e cuidados.
NEAVE (1988, p.9) diz que "não se trata, portanto, de um mero fantasma a idéia de
que a avaliação institucional possa constituir um instrumento poderoso de controle do
estado sobre as universidades e , sim, de distribuição de sua autonomia".
WOLYNEC (1989, p. 7) afirma que há de se implantar um sistema de informações
e controle para obtenção de indicadores pois estando a avaliação das universidades públicas
do país estabelecida, seria importante a definição de um conjunto de indicadores que
permitissem comparação entre instituições. Essas comparações auxiliam as próprias
universidades a identificar onde há necessidade de esforços para melhorar a eficiência e o
desempenho, devendo, em princípio, comparar custos e desempenho.
A necessidade de acompanhamento sistêmico das ações e gastos estaduais em
ciência e tecnologia têm se mostrado visível recentemente. A disponibilidade de
informações passa a ter dupla importância.
Por um lado, é um instrumento gerencial básico para a própria formulação das
políticas e para a articulação de entidades estaduais e federais. Por outro, é um instrumento
chave para a negociação política, quer seja entre governos estaduais e federais, quer seja
�dentro dos próprios estados, tentando consolidar uma área que é ainda bastante incipiente
nessas estruturas administrativas.
O discurso político já introduziu a ciência e a tecnologia, como estratégico para o
desenvolvimento estadual, por outro a prática orçamentária e, principalmente, financeira,
coloca-o na maioria das vezes, em posição bastante desconfortável.
"Para a C&T torna-se necessário a definição de procedimentos
claros e práticos para a modificação do atual quadro de
desconfiança diante das estatísticas existentes, sendo necessário
também o desenvolvimento de um modelo alternativo para a coleta
e oferta de informações sobre gastos do setor público pois estas
informações são estratégicas na nova conjuntura políticoinstitucional do setor, podendo levar a um fortalecimento e
consolidação do mesmo nas várias unidades da federação". Sicsu e
Araújo (1993, p.181).
A própria prática de financiamento transita por mecanismos onde a avaliação tem
considerável peso. O vínculo entre avaliação e financiamento é hoje claramente constatado,
à medida que os recursos ficam mais escassos e a comunidade científica cresce
exponencialmente. Discutir uma metodologia quantitativa, utilizando a bibliometria para
fins de avaliação da coleção de periódicos da universidade, embora insuficiente, é
fundamental para dar início ao processo de repensar outras variáveis qualitativas referentes
ao desempenho universitário brasileiro.
BARRETO (1996, p.408) fala que uma análise da eficiência econômica e da
viabilidade dos produtos e serviços de informação nos orienta a uma reflexão para
apreciação da manifestação do fenômeno da informação. A informação é qualificada como
um instrumento modificador da consciência do homem e de seu grupo social.
Isso faz com que uma biblioteca para cumprir seu papel dentro de uma instituição
de ensino/pesquisa, muitas vezes, mantenha em seu acervo, materiais bibliográficos
considerados ultrapassados ou semi-utilizado por seus clientes, não havendo motivo prático
que justifique tal procedimento.
A direção de uma biblioteca não pode assumir a atitude econômica racional de só
aumentar o acervo, caso ocorra um acréscimo de demanda, pois, a longo prazo, isto levaria
à extinção daquela unidade de informação, tornando-a completamente obsoleta.
�BARRETO (1996, p.410) comenta que unidades de informação tendem a operar
sempre com capacidade ociosa ou em uma "ineficiência operacional desejável", pois esta
ineficiência é necessária para atender aos requisitos de qualidade que são esperados por
seus usuários.
Acrescenta ainda que são as condições políticas as que mais afetam a distribuição da
informação e a potencial geração do conhecimento no indivíduo e na sociedade. Aqueles
que detém o poder sobre os estoques institucionais de informação detém também o poder
sobre a sua distribuição e, consequentemente, sobre o conhecimento gerado nesta sociedade
e o seu potencial de desenvolvimento.
FREITAS (1995, p.77) diz que a comunicação científica que ocorre através dos
canais formais e informais de disseminação do conhecimento é objeto de estudo da
comunidade biblioteconômica comprometida em fornecer serviços condizentes com as
necessidades informacionais dos pesquisadores. O periódico científico é objeto de estudo
por refletir a urgência dos pesquisadores em adquirir informações substanciais e decisivas
para o embasamento de seus trabalhos.
O estudo da literatura de natureza científica e tecnológica tem se constituído num
imperativo para acompanhar os avanços provenientes da ciência uma vez que o acesso à
informação possibilita que o mesmo se inteire do que de mais recente vem sendo publicado
em sua área de interesse.
A visão dos administradores de bibliotecas precisa partir do pressuposto de que o
indivíduo é o centro de todo o sistema, significa que é o termômetro de toda organização,
podendo gerar desequilíbrios e promover o desenvolvimento de organizações, sociedades e
bibliotecas. As bibliotecas, são avaliadas e criticadas com vistas à demanda da sociedade e
das tendências apresentadas nos diversos setores de serviços e colocação de produtos no
mercado.
Portanto, a política adotada pela administração da biblioteca no sentido de
estabelecer os serviços a serem prestados, no que se refere a pessoal, coleção e recursos,
precisa
estar
embasada
em
estudos
preliminares
de
suas
reais
necessidades.
Entretanto, há necessidade constante de que a biblioteca mensure o valor que determinada
informação possui para a clientela com a qual interage, fazendo com que os
�empreendimentos com fins avaliativos sejam devidamente planejados e representativos em
sua ampla gama de serviços rotineiros a fim de alcançar a tão almejada qualidade.
Na era da globalização é essencial que as coleções de periódicos das bibliotecas
universitárias brasileiras sejam, também, comparadas as recomendadas por instituições
internacionais. Títulos listados em fontes de referência internacionais, denotam ser
suficientemente importante para a área.
Para que uma instituição cumpra seus objetivos deve planejar, executar e avaliar
suas ações. As instituições de ensino superior são responsáveis pela formação de pessoas
que produzem e disseminam conhecimento, suas unidades de informação necessitam
sempre estarem atualizadas em suas ações para que possam desempenhar com eficácia seu
papel e posicionarem de forma adequada e eficiente no mercado da informação.
É necessário que as instituições tenham uma política de desenvolvimento adequada
à atual conjuntura, direcionando os trabalhos e garantindo a inserção da unidade de
informação de forma adequada, competitiva, produtiva e não como um órgão dispendioso
para a instituição mantenedora.
ANDRADE et al (1998,
p.9)
também emite opinião similar e acrescenta que
a
grande quantidade de novas informações bibliográficas publicadas e o elevado custo das
mesmas tornou impraticável o ideal de reunir nos acervos todo o conhecimento humano
registrado. Como conseqüência, novas soluções foram encontradas para suprir a busca e o
acesso à informação demandada pelo usuário.
A aquisição abrangente cedeu lugar às aquisições seletivas e as novas formas de
armazenagem/disseminação da informação, como bancos de dados informatizados (muitos
deles já conectados com bases de dados de textos completos e serviços de cópias em papel),
trouxeram importantes contribuições.
Esses fatos, aliados ao aumento considerável dos custos de aquisição, espaço para
armazenamento físico e preservação do material, refletem no custo/benefício, exigindo
política atualizada para nortear o desenvolvimento de aquisição compatível com a
utilização racional de recursos que permitam a todas as bibliotecas o conhecimento e acesso
às fontes de informação existentes.
Um estudo esclarecedor a respeito da situação vivenciada, na Universidade Estadual
de Maringá, muito terá a contribuir para os profissionais que atuam, auxiliando-os para que
�não negligenciem pontos fundamentais para o desenvolvimento das bibliotecas, pois os
recursos disponíveis para aquisição de material bibliográfico estão cada vez mais escassos,
sendo inadmissível a má aplicação dos mesmos.
Este processo torna-se fundamental, pois garante que o administrador tenha uma
visão geral do acervo. Sua elaboração envolve as seguintes atividades: diagnóstico das
necessidades dos usuários, elaboração de uma política de seleção, aquisição, avaliação e
descarte.
Acredita-se também, que este trabalho, seja muito importante, pois poderá
contribuir para futuras pesquisas e para a prática de avaliação de acervos de periódicos em
outras bibliotecas e na própria UEM, motivando outros profissionais a realizarem novas
pesquisas, objetivando comprovar os resultados deste estudo ou auxiliando na investigação
de coleções de outras instituições, priorizando assim os periódicos com melhor desempenho
no momento da renovação das assinaturas.
Conclui-se, também que, a avaliação deve ser um processo contínuo, podendo ser
efetuado de forma quantitativa ou qualitativa. Para que obtenha sucesso devem ser traçados
objetivos de fácil alcance, e também utilizar instrumentos de medida simples, que facilitem
sua aplicabilidade.
E que, para garantir a qualidade de qualquer serviço, há a necessidade de se
trabalhar em grupo, pois o trabalho individual torna-se muito difícil de ser executado com
eficiência, em se tratando de avaliação, depende de dados executados por setores diferentes
dentro da instituição. Somente uma equipe coesa poderá garantir a qualidade e a
confiabilidade do serviço executado.
Todos os métodos apresentam vantagens e desvantagens na sua aplicação. Deve-se,
no entanto, observar que ao analisar uma coleção, as fórmulas devem ser de acordo com as
necessidades específicas de cada biblioteca.
Muitos autores como FIGUEIREDO (1993, p.103) reconhecem que a primeira
providência é o planejamento, pois ele norteará todo o processo, sendo necessário uma
visão crítica e analítica por parte do pessoal e dos administradores, com relação aos
trabalhos da biblioteca. No ato de implantação de qualquer uma das atividades do
desenvolvimento de coleção, deve ser seguida uma rotina estabelecida.
�A avaliação é uma tarefa difícil, exige habilidade e segurança para executá-la, mas é
de suma importância que seja incluída como parte integrante na rotina dos serviços como
qualquer outra realizada na biblioteca, pois produzirá informações importantíssimas nas
tomadas de decisões no momento da aquisição de materiais bibliográficos.
Para LANCASTER (1996, p. 10) a avaliação de um serviço de informação pode ser
subjetiva ou objetiva. Estudos subjetivos, baseados em opiniões, não deixam de ser úteis,
pois é importante saber o que as pessoas sentem em relação ao serviço. Mas a avaliação
terá sua utilidade máxima se for analítica e diagnóstica, procurando descobrir como o
serviço poderia melhorar, e é difícil basear este tipo de estudo apenas em opiniões. Devemse adotar critérios e procedimentos objetivos. Os resultados de um estudo objetivo devem
ser quantificáveis
Segundo GUERREIRO, et al. (1980, p.218)
avaliar uma coleção é o processo de
analisar, calcular ou estimar valor ou a valia de uma coleção em relação à clientela a ser
servida, tendo por objetivos:
"Determinar a adequação ou a qualidade da coleção
relativamente aos usuários; obter uma compreensão mais exata sobre o campo,
profundidade e utilização da coleção; obter subsídios para o planejamento da coleção;
retificar inadequações no desenvolvimento do acervo, verificando os pontos fortes e fracos
da coleção de modo a favorecê-los nas próximas alocações de recursos; obter justificativas
para aumento dos recursos financeiros; identificar materiais obsoletos ou pouco usados para
retirá-los da coleção (descarte)".
BRAGA e OBERHOFER, (1982, p.29) propõem um modelo para avaliação de
periódicos científicos e técnicos baseando-se principalmente num documento desenvolvido
por um grupo de pesquisadores sob o patrocínio da UNESCO, denominado "documento de
Rio Piedras". Esse documento apresenta uma série de critérios e condições, que mediante a
atribuição de pontos, classificam o periódico em categorias variando de "deficiente" a
"excelente".
O modelo desenvolvido por BRAGA e OBERHOFER inclui sete critérios:
normalização,
duração,
periodicidade,
indexação,
difusão,
colaboração
e
divisão
de
conteúdo e autoridade. A cada um dos critérios corresponde um conjunto de variáveis que
devem preencher determinadas condições para obter um número de pontos que procura
exprimir, em escala de 1 a 5, o valor que tais condições representam no contexto da
�avaliação do periódico. O número total de pontos que o periódico receber determina o seu
nível de desempenho.
BENNION e KARSCHAMROM (1984, p.219) compararam a classificação de
revistas de física segundo a utilidade percebida (baseada num levantamento a 167 físicos)
com classificações obtidas de modelos de regressão múltipla que incorporavam diversos
valores bibliométricos, tais como número de itens publicados, citações recebidas,
fator de
impacto e proporção entre citações feitas e citações recebidas. Os autores afirmam que
esses modelos multivariados predizem a utilidade melhor
do que qualquer indicador
bibliométrico isolado.
WIBERLY (1982, p.351) na área de serviço social, comparou as classificações de
revistas obtidas de dados de citação nacionais com classificações obtidas de dados de
citação locais. Os dados nacionais foram extraídos de duas revistas de destaque e uma
enciclopédia especializada; os dados locais eram as referências bibliográficas dentro das
publicações do corpo docente de uma escola de serviço social. Os dados nacionais foram
quase tão bons quanto os dados locais de um determinado período, para predizer os padrões
dos dados locais, utilizados num período posterior.
LANCASTER (1996, p.96), expõe sua opinião quanto se refere ao processo de
avaliação de periódicos "de fato, a situação ideal seria aquela que o bibliotecário
pudesse atribuir um escore a cada periódico, sendo que o escore global seria a soma
de vários componentes".
Lancaster enfatiza, ainda, que
os critérios mais óbvios para elaborar uma
classificação de periódicos são: Mediante de dados real coletados na biblioteca; Mediante
dados de uso que já tenha sido coletados (e talvez publicados) por outra biblioteca;
Mediante opinião (por exemplo professores); Mediante citações; e Fator de impacto.
2 - EXPERIÊNCIA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
A Universidade Estadual de Maringá-UEM foi criada em 1970. Atualmente possui
48 cursos de graduação no Campus Sede, 12 cursos nos campus de extensão de Cianorte,
Goioerê, Cidade Gaúcha e Umuarama.
�A pós-graduação teve início com seu primeiro curso em 1990 com o Mestrado em
Engenharia Química, em 1993 contávamos com 5 cursos de mestrado e atualmente
possuímos 17 cursos de mestrado e 7 cursos de doutorado.
Segundo o Manual do Usuário de Periódicos da Capes, o Programa de Aquisição de
Periódicos, foi iniciado em 1994 com o objetivo de apoiar bibliotecas ligadas a cursos de
pós-graduação, da qual participavam 270 bibliotecas de 73 instituições de ensino superior.
Em 1995 foi realizada, com o apoio da UFRJ, uma primeira grande licitação internacional
para as assinaturas de 1996 e 1997, gerando uma base de dados que posteriormente
foi
transferida para a Superintendência de Informática da CAPES, essa base possuía uma série
de erros e problemas, entre os quais:
-
Cerca de 6.500 títulos sem ISSN;
-
Cerca de 3.500 títulos com ISSN errado;
-
Mais de 50% dos títulos escritos de forma incorreta;
-
Duplicidade de assinatura de um mesmo título para uma mesma instituição.
Desde 1994 a Universidade Estadual de Maringá, participa do Programa de
Aquisição de periódicos para os Cursos de Pós-Graduação da Capes, inicialmente
atendendo 5 cursos de mestrado, sendo selecionados 111 títulos. A seleção foi feita baseada
nas necessidades das linhas de pesquisa dos projetos relacionados pelos professores e
enviados à Capes e esta realizava o processo de aquisição
As assinaturas para 1998, a Capes exigiu que a cada biblioteca estabelecesse
prioridades para os títulos confirmados tendo em vista a possibilidade de cortes no
orçamento. Cada instituição teve que dividir suas assinaturas em prioridades, sendo
distribuídos, 20% para prioridade 1; 20% para prioridade 2; 20% para prioridade 3; 20%
para prioridade 4; e 20% para prioridade 5.
A principal dificuldade, foi que o software somente aceitava
os percentuais exatos,
fazendo com que muitos títulos que seriam prioridade 1 para o curso de pos-graduação,
tiveram que passar para 2, prioridade 2 para a 3 e assim sucessivamente, ou seja as
necessidades dos cursos foram prejudicadas em virtude das exigências do programa.
Em 2000-2001, a CAPES enviou os recursos financeiros para as instituições e elas que
estabelecerem seus critérios, na UEM aumentou o numero de cursos e os recursos
�permaneceram os mesmos. Estabeleceu-se que procurasse manter as assinaturas já
existentes e o restante seria dividido entre os cursos novos. Para contemplar um número
maior de cursos foi assinado as bases de dados do Consorcio CBBU, e o restante foi
dividido entre os 5 novos cursos.
Para se chegar a listagem final dos títulos foram realizadas reuniões com os
coordenadores dos cursos de pós-graduação e este realizava reuniões com os professores no
departamento onde seriam estabelecidas as linhas de pesquisa esta para chegar aos títulos
que mais seriam adequadas.
2.1 - A participação da Universidade Estadual de Maringá no Programa de Aquisição
de Periódicos iniciou-se da seguinte forma:
1993 – Os cursos de pós-graduação selecionaram títulos necessários para atender as
linhas de pesquisas de acordo com seus projetos de pesquisa. A CAPES efetuou licitação e
assinou todos 111 títulos solicitados para o ano 1994.
1995 – 1997 Houve um crescimento no número de cursos de 5 para 10, e o numero
de assinaturas em média de 348 títulos par ano. Os títulos em alguns convênios foram
substituídos por outros, quando a coordenação do curso informava que determinado título
não era o que se desejava na linha de pesquisa.
Neste período a CAPES executou diretamente os recursos orçamentários, efetuando
a licitação. Devido aos cortes nos recursos destinados ao Programa de Apoio à Aquisição
de Periódicos Internacionais, as exclusões de títulos nem sempre foram efetuados pelos
Programas de Pós-graduação, gerando conflitos com os projetos de pesquisa da Instituição.
1998 – Neste ano a CAPES desenvolveu um programa para distribuir o orçamento
destinados as assinaturas. O programa tinha como objetivo corrigir as distorções, erros e
problemas encontrados nos convênio anteriores e oferecer parâmetros para subsidiar as
futuras tomadas de decisão do órgão.
O programa determinava que os títulos deveriam ser classificados em prioridades de
1 a
5, sendo distribuídos 20% cada prioridade. A dificuldade encontrada foi conciliar as
necessidades de cada curso dentro dos 20% de cada prioridade. Em alguns cursos isto gerou
descontentamento, pois um periódico que era prioridade 1 teve que passar para 2 e assim
sucessivamente.
�1999 – Baseada nas prioridades estabelecidas em 1998, a CAPES efetuou os cortes
das assinaturas para adequar-se ao orçamento da União previsto para aquele ano.
Houve
então uma renovação automática dos títulos da prioridade 1 e foi enviado à Instituição
recursos para ser efetuada a licitação local. Os recursos enviados não foram suficientes para
renovar os títulos de 1998 da prioridade 2 a 5.
Diante da autonomia para fazer a assinatura através da UEM, os coordenadores dos
cursos estabeleceram outros critérios, como: fator de impacto dos periódicos, uso da
coleção na biblioteca e linhas de pesquisas com maior número de projetos relacionados.
2000 – Neste ano houve um grande avanço tecnológico, surgiu o Portal de
Periódicos - CAPES, que oferece acesso aos textos completos de artigos de mais de 1400
revistas internacionais, nacionais e estrangeiras, e a 8 bases de dados com referências e
resumos de documentos em todas as áreas do conhecimento.
Na UEM também ocorreu um crescimento no número de cursos de pós-graduação
de 5 (1994) para 16 (2000), consequentemente exigindo um acervo maior de títulos de
periódicos.
Os recursos foram enviados à Instituição para compra local e a seleção dos títulos só
ficou definida após diversas reuniões com os coordenadores dos cursos. A princípio os
coordenadores chegaram num consenso que quais bases de dados referenciais deveríamos
assinar, de maneira que atendessem a todos os cursos.
Em seguida, foi efetuada a divisão dos recursos financeiros entre os cursos novos e
os cursos que faziam já parte do convênio, de maneira que os cursos mais antigos
permanecessem com a verba já tinha nos anos anteriores.
Determinado os recursos financeiros de cada curso (denominada “cota”), os
coordenadores efetuaram a seleção dos títulos (assinatura para 2001), visando atender as
prioridades que melhor contemplasse às linhas de pesquisa. Com o Portal de Periódicos da
Capes, diversos títulos deixaram de ser assinados em papel, proporcionando aos cursos a
oportunidade de assinar novos títulos.
2002 – O Portal de Periódicos da CAPES foi ampliado para 2400 revistas
internacionais, nacionais e estrangeiras, e 13 bases de dados referenciais. Não houve
distribuição de recursos às IES estaduais para aquisição de periódico em papel.
�3 – VARIAÇÃO DE CURSOS E PERIÓDICOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
ASSINADOS
PELA
Observando a evolução das assinaturas e dos cursos de pós-graduação, nota-se que
não foram compatíveis com o aumento de cursos, ou seja, à medida em que houve um
aumento no número de cursos, a quantidade de assinaturas não evoluiu na mesma média.
No início do programa em 1994 a UEM, mantinha 5 cursos com 111 títulos, média
de 22,2 títulos por curso; no ano seguinte com 6 cursos passou a ter 309 títulos, média 51,5
por curso; em 1995 quando tivemos um aumento considerável de cursos, a média
quantitativa de títulos caiu para 42,7 por curso; em 1996 diminuíram a quantidade de títulos
e aumentou o número de cursos para 10, média de 35,6 títulos por curso; em 1997 houve
novos cortes, a média caiu para 34,3 títulos por curso; em 1999 a quantidade de títulos caiu
mais ainda, média de 30,8 títulos por curso; em 1999 foi um dos anos mais críticos, onde a
média caiu para 12,9 títulos por curso; já no ano 2000 houve um aumento de títulos, mas
também aumentou o número de cursos ficando a média de 19 títulos por curso.
Variação das Assinaturas dos Periódicos
16
2000
305
11
142
1999
339
11
1998
343
10
1997
Cursos de Pós-graduação
10
356
1996
Titulos assinados
9
1995
385
6
1994
309
5
1993
0
111
70
140
210
280
350
420
�CONCLUSÃO
A experiência da Universidade Estadual de Maringá demonstra que os critérios
utilizados para seleção dos títulos de periódicos internacionais evoluiu durante os 8 anos de
convênio com a CAPES.
Observou-se que houve um amadurecimento por parte dos coordenadores dos
cursos de pós-graduação, diante da escassez dos recursos financeiros, levando-os a refletir
sobre a necessidade de seleção mais criteriosa dos títulos. Tal fato, fez que a seleção
procurasse atender as diversas linhas de pesquisa de cada curso, levando-se em
consideração o fator de impacto, avaliação do uso na biblioteca e a opinião dos
docentes/pesquisadores, ou seja a qualidade e não a quantidade.
Devido aos cortes efetuados no orçamento da União para o repasse dos recursos à
CAPES, a exclusão de determinados títulos efetuados de forma unilateral pelo Programa,
causou certo prejuízo na complementação da coleção, visto ser este um dos critérios para
avaliação dos cursos.
Quanto aos periódicos on-line do
Portal Capes, são imprescindíveis para as
pesquisas, pois, o pesquisador tem acesso a documentos antes de serem disponibilizados de
forma impressa, embora, na Universidade Estadual de Maringá, devido aos recursos
tecnológicos de rede, há muitas vezes dificuldades no acesso, mas tem-se mostrado
fundamental para o desenvolvimento dos trabalhos.
Ressaltamos que o ano 2002 a CAPES não destinou verba para assinaturas de
periódicos em papel, para as instituições de ensino que pertencem a governos estaduais,
somente as instituições do governo federal, o que afeta a evolução natural das coleções,
pois os cursos de pós-graduação ainda não se programaram para suprir essa falha, o que
levará a uma nova reflexão sobre o acervo documental.
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Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
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SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
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The topic of the resource
Biblioteconomia
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Bibliotecas Universitárias
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Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
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UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
O processo de seleção de periódicos adquiridos com recursos CAPES na Biblioteca Central da Universidade Estadual de Maringá-PR.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santos, Ademir Henrique dos
Torresan, Carmen
Nogami, Mariza
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
Os recursos financeiros estão cada vez mais escassos nas instituições públicas. Para um melhor aproveitamento e conseqüente aplicação esponsável dos poucos investimentos que eventualmente venham a acontecer, tornam-se necessário que critérios sejam cada vez mais aprimorados para uma gestão eficaz.Neste sentido, a Universidade Estadual de Maringá-PR, como uma das beneficiadas de recursos provenientes da Fundação CAPES, para aquisição de periódicos, apresenta neste trabalho, sua experiência no processo de seleção desenvolvido juntamente com sua comunidade acadêmica.Para atingir este objetivo, vários critérios foram utilizados no decorrer dos anos, como: reuniões conjuntas com a coordenação de cursos, entrevistas, avaliação de uso, fator de impacto e as linhas de pesquisa dos cursos.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002