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NOVAS TENDÊNCAS DO SERVIÇO DE REFERÊNCIA
NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Margareth Monteiro Gadelha
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Instituto de Química
Edifício do Centro de Tecnologia
Bloco A, sala 527, 5. andar
Rio de janeiro - RJ, Brasil, cep. 21.941-590
E-mail:bib@iq.ufrj.br
margareth@iq.ufrj.br
�INTRODUÇÃO
A proposta do trabalho é ressaltar a importância e a responsabilidade social do Serviço
de Referência no contexto universitário , adotando como modelo para avaliação a Biblioteca do
Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
As transformações tecnológicas, trouxeram novas atividades e desafios para o
Bibliotecário de Referência e , a partir de atitudes simples é que este profissional poderá
contribuir de maneira substancial no programa de inclusão digital em sua comunidade. Tratase de um profissional que possui ligação direta com os usuários, sendo o interlocutor entre os
novos procedimentos de pesquisas e as necessidades específicas de cada indivíduo.
�ACOMPANHANDO OS NOVOS RUMOS DO SOCIAL
As expectativas dos usuários das bibliotecas universitárias mudaram. As bibliotecas
precisam atuar como educadoras, embora a Internet esteja bastante disseminada ainda são
muitos os que possuem dificuldades ou mesmo falta de vontade para utilizar os benefícios
proporcionados pela rede.
"Pela primeira vez na história da humanidade a mesma geração que produziu uma
revolução tecnológica está convivendo diretamente com as conseqüências desta revolução. Por
esta razão, os instrumentos, as instituições, os costumes e a moral vigentes não são capazes de
responder plenamente aos imperativos que a mudança tecnológica em curso propõe"
(MATTAR, 2002).
É necessário uma reflexão dos serviços prestados pelas bibliotecas, cada usuário que
recebe um treinamento adequado e conhecimento básico das novas tecnologias, representa
dezenas de usuários indiretos.
O cuidado e atenção em transmitir a um pesquisador de que forma ele poderá recuperar
a informação, precisa ser o mesmo cuidado que se deve ter ao transmitir os conhecimentos aos
funcionários dos serviços auxiliares. Mesmo que não faça parte das atividades de um funcionário
do serviço de limpeza a utilização das novas tecnologias de informação, o fato deste funcionário
conhecer e aprender a pesquisar na rede, além de ser uma importante contribuição da
bibliotecas para a inclusão digital, ptoporcionará a este usuário a recuperação auto-estima, da
cidadania.
�O exercício da responsabilidade social nas bibliotecas, não é um somatório de problemas
mas sim, um somatório de conquistas. É preciso, criar uma conscientização do papel social das
bibliotecas universitárias a fim de contribuir com a nova ordem social.
As transformações ocorridas na sociedade, trouxeram novas características à questão
social. A desagregação social, a ineficiência dos gastos públicos, o individualismo, são questões
a serem discutidas e resolvidas. E para que as bibliotecas universitárias sejam reconhecidas
como entidades socialmente responsáveis, é necessário que as atividades direcionadas aos seus
usários correspondam a toda comunidade indiscriminadamente.
�SERVIÇO DE REFERÊNCIA E CIDADANIA
“O desenvolvimento da Web possibilitou que a Internet alcançasse, em um período de
cinco anos, a marca de 50 milhões de usuários em todo o mundo, marca atingida pelo rádio em
38 anos, pela televisão “aberta” em 16 anos e pela televisão por assinatura em 10 anos ( revista
Diga lá,1999). Mais importante, porém, pode ser a intensidade com que a tecnologia dos
computadores exigiu a adaptação das pessoas e das organizações (Dizard, 1982), em
comparação com a forma gradativa de outras revoluções tecnológicas. Castells(1999) registra
que a Internet foi “apropriada” por pessoas e organizações com os mais diferentes objetivos “ (
SILVEIRA,2001).
Qualquer biblioteca pode ser socialmente responsável, com uma equipe pequena, com
poucos recursos financeiros ou tecnológicos mas, com muita vontade de agir para o progresso
do equilíbrio social . “ Ainda em 1977, Miranda registrava que o usuário dos sistemas deveria
ser qualquer indivíduo, em qualquer nível da atividade humana.”
(SILVEIRA,2001).
O público atendido pela biblioteca universitária, não se restringe ao pesquisador, ao
professor, ao aluno da graduação, ele abrange qualquer cidadão que necessite de seus serviços.
É esta a diferença que permite uma biblioteca exercer a sua responsabilidade social, nossa
perplexidade pela falta de conhecimentos básicos das novas tecnologias de informação de um
cidadão, pode ser transformada em criatividade, em ação.
�“Os desafios, quaisquer que eles sejam, nascem sempre de perplexidades produtivas. Tal
como Descartes exercitou a dúvida sem sofrer, julgo ser hoje necessário exercitar a
perplexidade sem sofrer.” (SANTOS,1996).
A INCLUSÃO DIGITAL NO INSTITUTO DE QUÍMICA
Objetivo: Disseminar a informação digital.
Público alvo: docentes, pesquisadores, mestrandos, doutorandos, alunos da graduação,
alunos do curso de pré-vestibular para comunidade carente, funcionários e prestadores de
serviços auxiliares.
Infra-estrutura: Uma sala de aula, um retroprojetor, um microcomputador
Metodologia : Seminários em sala de aula, abrangendo o maior número de pessoas possível,
treinamentos individuais com hora marcada, e divulgação de informações por e-mail , cartazes e
folders
Objetivo específico 1: Divulgar as bases de dados científicas disponíveis na rede, mais
especificamente bases da CAPES e seus mecanismos de busca
Produto 1.1: Criar home page da biblioteca.
Produto 1.2: Editar Manual de Acesso às Bases de Dados
Atividade 1.2: Apresentar de seminários .
Atividade 1.2.1: Treinamentos práticos.
�Público Alvo 1.3: docentes, pesquisadores, mestrandos, doutorandos e alunos da graduação.
Objetivo específico 2 : Divulgar o conceito de Internet, os serviços de utilidade pública
disponíveis na rede , como utilizar e recuperar informações.
Produto 2.1: Editar Manual de Acesso à Internet .
Atividade 2.2: Apresentar de seminários .
Atividade 2.2.1: Treinamentos práticos
Público alvo 2.3: Alunos do curso de pré- vestibular para comunidade carente, funcionários, e
prestadores de serviços auxiliares.
�DECLARAÇÃO DE COPENHAGUE
SOBRE DESENVOLVIMENTO SOCIAL
Em 1995, 117 países reuniram-se em Copenhague a fim de firmar compromissos para o
desenvolvimento social. Esses compromissos tinham por finalidade a implementação de políticas
econômicas e sociais , com objetivos mundiais de erradicação da pobreza, criação de
empregos, trabalhar pelos direitos humanos, pelo fim da marginalização social e estimular a
cooperação internacional e o desenvolvimento dos países pobres.
A Declaração de Copenhague, reconheceu o desenvolvimento social como elemento
fundamental das aspirações e necessidades de todos os povos, de responsabilidade dos
governos e de todos os setores da sociedade civil. Observou também, que em todo mundo
existe uma grande desigualdade entre a prosperidade de alguns e o aumento da pobreza de
outros. Que a globalização, ao mesmo tempo que permite o progresso de alguns setores e abre
novas oportunidades para o desenvolvimento econômico também é responsável pelo aumento
da pobreza, pelo desemprego e desintegração social.
A Declaração de Copenhague apresentou algumas análises sobre o desenvolvimento
social mundial e definiu 10 compromissos entre os países participantes .
OS 10 COMPROMISSOS DE COPENHAGUE
1.
Criar um ambiente econômico, político, social, cultural e legal que possibilitará ao povo a
�aquisição do desenvolvimento social.
2. Erradicar a pobreza no mundo, através de ações decisivas nacionais e da cooperação
internacional, como um imperativo ético, social, político e econômico da humanidade.
3. Promover a meta do emprego para todos como prioridade básica das políticas econômicas.
4. Promover a integração social, fomentando as sociedades estáveis, seguras e justas, as quais se
baseiam na promoção e na proteção de todos os direitos humanos, assim como na não
discriminação, na tolerância, no respeito pela diversidade, na igualdade de oportunidades, na
solidariedade, na segurança e na participação de todas as pessoas, inclusive dos grupos das
pessoas desfavorecidas e vulneráveis.
5. Promover o respeito pela dignidade humana e, alcançar a igualdade e justiça entre os homens e
mulheres , reconhecer e aumentar a participação e as posições de liderança das mulheres na
vida política, civil, econômica, social e cultural e no desenvolvimento.
6. Promover e atingir as metas do acesso igual e universal a qualidade de educação, ao mais
alto padrão atingível de saúde física e mental e, ao acesso de todos à assistência básica de
saúde, evitando esforços especiais para retificar desigualdades relacionadas as condições
sociais e sem distinção de raça, nacionalidade, gênero, idade ou deficiência; respeitando e
promovendo nossas culturas comuns e específicas; lutando para fortalecer o papel da cultura
no desenvolvimento; preservando as bases essenciais do desenvolvimento sustentado
centrado no povo; contribuindo para o pleno desenvolvimento dos recursos humanos e para
o desenvolvimento social. A finalidade destas atividades é erradicar a pobreza, promover o
emprego total e produtivo e trabalhar pela integração social.
�7. Acelerar o desenvolvimento do potencial econômico, social e humano da África e dos países
menos desenvolvidos.
8. Garantir acordos em torno de programas de desenvolvimento social, principalmente a
erradicação da pobreza, promover o emprego produtivo para todos e aumentar a integração
social.
9.
Incrementar significativamente e utilizar mais eficientemente os recursos alocados para o
desenvolvimento social, a fim de atingir as metas da Cúpula através das ações nacionais,
regionais e internacionais.
10. Estruturar a cooperação internacional, regional e sub-regional para o desenvolvimento social,
dentro de um espírito de parceria, através das Nações Unidas e de outras instituições
multilaterais.
A EXPERIÊNCIA DE VILLA EL SAVADOR: DO AREAL A CONQUISTAS FUNDAMENTAIS
MEDIANTE UM MODELO SOCIAL DE VANGUARDA
Villa El Salvador no Peru, é uma caso de determinação , desejo, esperança. Nasceu, sem
a menor possibilisdade de dar certo, mas deu. Em vez de reclamar do pouco de tinham optaram
por tirar proveito.
Em 1971, 200 pessoas invadiram alguns terrenos e aos poucos outros pessoas foram
juntando-se a esse grupo. Não tardou, e logo já eram 50.000 pessoas. O grupo chamou
atenção, e ápós várias negociações entre o govreno e ocupantes, foi transferido para um imenso
�areal desprovido de qualquer meio de subsistência. A sociedade se organizou e conseguiu se
superar, se organizar e desenvolver.
"Atualmente moram em Villa El Salvador cerca de 250.000 pessoas. Estas moradias
organizam-se nuns 300 quarteirões , em 110 grupos residenciais e 7 setores. Cerca de 75% das
moradias possuem serviços de água e esgoto e 80% possuem luz elétrica. dispõe de 64
estabelecimentos educacionais, 41 núcleos de serviços integrados de saúde, educação e
recuperação nutricional, 51 postos e 4 centros de saúde comunitária, 31 mercados, cerca de
1.100 pequenos armazéns, estrutura viária. Mas talvez mais importante do que tudo isso sejam
as metas sociais atingidas pela comunidade.” (FRANCO,1994).
Porém, a comunidade de Villa El Salvador ainda é considerada pobre, o desenvolvimento
social dessa comunidade não foi igual ao desenvolvimento econômico. Falta o apoio de políticas
públicas no Peru.
Em todas essas formas de organizações sociais, é essencial a formação de parcerias
entre sociedade e governo . Como a experiência de Villa El Salvador , a Declaração de
Copenhague dependerá da boa vontade política, da sociedade participativa , e da transparência
do caráter humano e social dos nossos representantes.
CONCLUSÃO
A iniciativa de inserir a Declaração de Copenhague no presente trabalho , teve como
finalidade ressaltar a necessidade mundial da integração social . Os compromissos de
Copenhague, levaram em conta a responsabilidade de promover esforços para retificar as
desigualdades sociais sem esquecer de respeitar e promover as culturas comuns e específicas.
�Não sendo questão para o presente momento discutir os pontos negativos ou positivos da
Declaração.
A Experiência de Villa El Salvador, precisa ser lembrada sempre que nos deparamos
com situações difíceis e aparentemente impossíveis de resolver. Acreditando e trabalhando em
equipe, caminhando ,mesmo que devagar, sem estacionar , alcançaremos nosso objetivo.
O papel da biblioteca universitária é fundamental na educação da comunidade, tendo em
vista a diversificação do meio cultural e características específicas de cada indivíduo. Muitas
já desenvolvem atividades com o objetivo de inserir socialmente todos os seu usuários.
O que tem sido feito na Biblioteca do Instituto de Química da UFRJ, ainda é muito
pouco. Porém, os resultados estão sendo surpreendentes e gratificantes. A biblioteca sofre
financeiramente, não tem espaço, a equipe é pequena, enfim possui todos os tipos de problemas
que podem deixar os profissionais desmotivados. No entanto, se ficarmos aguardando a solução
dos problemas, nos tornares apemas mais um setor burocrático da Unidade.
O desenvolvimento das tecnologias de informação tanto pode isolar como unir os
usuários as suas bibliotecas. “Tão importante quanto o componente bibliográfico do serviço de
referência é o elemento humano, sua natureza de intrínseca reciprocidade.” (GROGAN, 1995).
�REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DECLARAÇÃO de Copenhague sobre desarollo social y programa de acción. Copenhague:
ONU, 1995.
FRANCO, Carlos . A experiência de Villa El Salvador: do areal a conquistas
fundamentais mediante um modelo social de vanguarda. In:KLIKSBERG, B. Pobreza,
uma questão inadiável. Brasília: ENAP/UNICEF, 1994.
GROGAN, Denis. A prática do serviço de referência. Brasília: Briquet de Lemos /Livros,
1995.196p.
MATTAR, Helio. Consumo consciente e responsabilidade social. Diálogos Akatu. São Paulo:
Instituto Akatu, v.1,n.1, p.3 – 10, 2002.
ROSAVALLON, Pierre. A nova questão social. Brasília: Instituto Teotônio Vilela, 1998.
SANTOS, Boaventura de Souza. Cinco desafios à imaginação sociológica. In:________. Pela
mão de Alice. São Paulo: Cortez,1996. Cap.1
SILVEIRA, Henrique Flávio Rodrigues da. Internet, governo e cidadania. Ciência da
Informação. Brasília, v.30, n.2, p.80-90, maio/ago.2001.
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Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 12 - Ano: 2002 (UFPE - Recife/PE)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: espaços de (r) evolução do conhecimento e da informação.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Novas tendências do serviço de referência nas Bibliotecas Universitárias.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Gadelha, Margareth Monteiro
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Recife (Pernambuco)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFPE
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2002
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
A proposta do trabalho é ressaltar a importância e a responsabilidade social do Serviço de Referência no contexto universitário , adotando como modelo para avaliação a Biblioteca do Instituto de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro. As transformações tecnológicas, trouxeram novas atividades e desafios para o Bibliotecário de Referência e , a partir de atitudes simples é que este profissional poderá contribuir de maneira substancial no programa de inclusão digital em sua comunidade. Trata-se de um profissional que possui ligação direta com os usuários, sendo o interlocutor entre os novos procedimentos de pesquisas e as necessidades específicas de cada indivíduo.
Language
A language of the resource
pt
snbu2002