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A ATUAÇÃO DO BIBLIOTECÁRIO EM EMPRESAS PRIVADAS DO
SETOR DE SERVIÇOS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA SOBRE
TREINAMENTO COMERCIAL
Ana Carolina Nogueira (EBSCO) - ana_canogueira1@yahoo.com.br
Resumo:
O debate sobre a atuação profissional do bibliotecário tem sido intensificado nos últimos anos
em consequência de uma série de marcos legais e de avanços tecnológicos. Buscando
contribuir com este cenário, apresenta-se um relato de experiência de duas bibliotecárias que
atuam como treinadoras comerciais em uma empresa privada do setor de serviços de
informação. A partir desse relato são identificadas habilidades e competências necessárias aos
bibliotecários para atuarem em uma empresa privada do setor de serviços de informação.
Busca contribuir para a discussão sobre os currículos dos cursos de Biblioteconomia no que se
relaciona ao perfil profissional do bibliotecário nos dias atuais.
Palavras-chave: capacitação de usuários; serviços de informação, atuação profissional;
Área temática: Eixo 2 - Responsabilidade Política, Técnica e Social
Subárea temática: Perfil profissional e práticas renovadoras
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XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
1 Introdução
A atuação do bibliotecário tem sido tema de debates intensos nos últimos anos
(EGGERT-STEINDEL; HENRIQUE; MUSSE, 2002). O foco da atenção está voltado para
este tópico por algumas razões, entre elas: a disponibilidade de informação em meios
diferentes da já tradicional biblioteca: só no Brasil são 94 repositórios institucionais que
utilizam a plataforma DSpace (DSPACE, 2016) e a tendência é um aumento de repositórios
para a adequação das instituições de ensino superior à portaria do Ministério da Educação n.
1.224 de 2013 (OLIVEIRA, SILVA, NASCIMENTO, 2014); o surgimento de suportes de
informação diferentes dos já tradicionais livros em papel (TAMMARO, SALARELLI, 2008)
e por fim, o surgimento de legislação nacional (BRASIL, 2010) que estabelece a presença de
bibliotecários em todas as bibliotecas escolares em território nacional.
Tais debates contribuem para a evolução da área, mas a presença tímida de estudos de
caso ou relatos de experiência torna, por vezes, a discussão limitada. Buscando contribuir
neste sentido, este artigo tem como objetivo principal: demonstrar o contexto da atuação do
bibliotecário através da literatura científica, apresentando um cenário histórico e atual desta
atuação, bem como um relato de experiência de duas bibliotecárias, que serão identificadas
como bibliotecária I e bibliotecária II, inseridas no mercado de trabalho em um contexto
diferente comparado ao modelo tradicional. Também apresentam um quadro com as principais
habilidades e competências que podem ser requisitadas aos bibliotecários de hoje e que
deveriam fazer parte
da discussão da atualização dos currículos dos cursos de
Biblioteconomia.
2 Revisão de literatura
2.1 Contexto
O presente trabalho retrata a atuação de duas bibliotecárias que trabalham em uma
empresa privada do setor de serviços de informação. Determina-se como empresa privada
“aquelas que não são de propriedade do estado, seu proprietário possui todos os direitos sobre
ela.” (CAMARGO et al., 2014, p. 3)
E sobre o setor de seviços, Kotler e Keller, estabelecem que serviço "é qualquer ato ou
desempenho, essencialmente intangível, que uma parte pode oferecer a outra e que não resulta
na propriedade de nada [...] que pode ou não estar ligado a um produto concreto" (2006, p.
397). Uma empresa neste setor, atua portanto, oferecendo serviços muitas vezes intangíveis, o
que é a forma mais recorrente de oferta quando se trata de empresas nas quais a informação,
algo intangível, é seu principal ativo.
2.2 O perfil do bibliotecário
O perfil do bibliotecário é um tema estudado pelos próprios profissionais da área com
o intuito de apresentar e divulgar os diferentes campos de atuação em que os mesmos podem
ser inseridos. No ano de 1989, a bibliotecária Suzana P. M. Mueller publicou um artigo sobre
o tema e indicou as diversas atividades praticadas por estes profissionais, como a função do
bibliotecário-educador, o profissional para dar suporte ao estudo e à pesquisa, função de
planejamento e administração de recursos informacionais, entre outros. Segundo a mesma,
“na medida que novos meios e técnicas se tornam disponíveis para o exercício da profissão,
tornam-se necessários novas competências e atitudes.” (1989, p. 64)
Eggert-Steindel, Henrique e Musse em seu artigo publicado em 2002 estudam as
atividades dos primeiros profissionais de biblioteconomia em Santa Catarina, além de
comentarem também sobre a importância da troca de experiências entre profissionais e alunos
em formação:
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BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
Os relatos [...] podem oferecer ao aluno em formação e aos profissionais
atuantes, a oportunidade em conhecer de viva voz a experiência profissional
daqueles que contribuíram na constituição de uma Biblioteconomia local,
regional e nacional. (2002, p. 10)
Mais tarde, são percebidas mudanças relevantes nas atividades tradicionais praticadas
pelos bibliotecários com o advento das novas tecnologias. São elas que ajudam a ampliar os
possíveis ambientes de trabalho deste profissional, não o limitando mais a trabalhar somente
em bibliotecas. Mota e Oliveira (2011) classificam como Mercado Informacional Existente e
Não Ocupado as empresas privadas de bases de dados, área de atuação das autoras deste
relato de experiência. Em 2012, em um artigo escrito por estudantes de biblioteconomia e
uma professora da Universidade Federal do Ceará, são listados alguns desses possíveis
ambientes de trabalho: “bibliotecas, centros de documentação, arquivos, editoras, livrarias,
agências de publicidade, centros de preservação e restauração de documentos e obras de arte,
TV, emissoras de rádio e jornal, organização das bases de dados virtuais, cartórios, museus,
fóruns, discotecas, etc.” (PINHEIRO et al., 2012, p. 2). Nota-se, portanto, uma diversificação
crescente na percepção de atuação do bibliotecário.
2.3 Competências e habilidades
Com base no descrito acima, o advento das novas tecnologias trouxe a necessidade de
desenvolvimento por parte dos bibliotecários de diferentes habilidades e competências. Neste
contexto atual, Lima e Lima (2009, p. 2) citam algumas das novas qualificações requeridas
aos bibliotecários: “domínio das novas tecnologias, novas concepções em políticas gerenciais,
difusão e produção do conhecimento, compreensão nas intenções e necessidades dos usuários,
conhecimento de idiomas e capacidade de inovação.” Essas mesmas autoras apontam que o
bibliotecário tem uma competência social cujo o objetivo é de aproximar a biblioteca da
comunidade, inserindo-a desta forma na Sociedade da Informação.
3 A evolução da atuação do bibliotecário
Os primeiros bibliotecários que se tem conhecimento foram os homens eruditos, que
deveriam ser das letras ou eclesiásticos e que ocupavam cargos de maior importância na
sociedade da época. De acordo com Figueiredo e Souza (2007, p. 11), “não existia nenhuma
teorização à qual eles eram submetidos para terem direito de executarem as atividades.” Suas
funções eram estritamente de conselheiros e auxiliares dos usuários no processo de
recuperação da informação.
Segundo Fonseca (2007), a formação do bibliotecário iniciou-se formalmente na École
Nationale des Chartes em 1821 e em 1887, em New York, Estados Unidos, na School of
Library Economy, Columbia University. No Brasil, o primeiro curso data de 1911, criado pela
Biblioteca Nacional. Os cursos que se seguiram até o início da década de 60 estavam focados
na parte técnica, com a regulamentação da profissão surgiu a preocupação de um currículo
mínimo que envolvesse além da parte técnica, a formação mais cultural e ligada ao
humanismo. Sendo assim, neste primeiro momento, observa-se que a formação do
bibliotecário estava ligada intrinsecamente as atividades desempenhadas nas bibliotecas. Aqui
a visão tradicional de um profissional que somente tem o dever de preservar o conhecimento
sem se preocupar em evoluir intelectualmente fica evidente.
Atualmente, Eggert-Steindel, Henrique e Musse (2002) indicam que a maioria dos
cursos está focada em como lidar com o novo paradigma do acesso à informação. As autoras
comentam que ao estudarem a história oral de 7 profissionais, dos primeiros vinculados à
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biblioteconomia no cenário Catarinense, tais já indicavam “a amplitude” do campo de atuação
do bibliotecário. Aspecto também apontado por Abreu e Campello, em 2000, que
comentavam sobre pesquisas que indicavam “novos ambientes no mercado de trabalho.”
Fonseca (2007), em um trecho de seu livro intitulado “Introdução à Biblioteconomia”
trata sobre a missão do bibliotecário e, em cerca de 3 páginas, uma ideia central é recorrente:
a atuação do bibliotecário para o estímulo à leitura, através de livros e, por consequência, de
bibliotecas.
Conforme mencionado anteriormente, a inserção das tecnologias da informação no
ambiente biblioteconômico trouxe novos paradigmas a serem trabalhados pelos bibliotecários.
Não há mais como desvencilharmos o computador, os sistemas de automação de bibliotecas,
outros equipamentos, etc. da realidade vivida pelas bibliotecas e seus usuários. O mundo
digital chega para facilitar e melhorar o acesso à informação. Lopes (2004) afirma que
essa nova dimensão da informação, aliada ao desenvolvimento tecnológico,
desvincula a informação de espaços restritos e de monopólios profissionais,
possibilita autonomia aos usuários e demanda uma nova postura dos
bibliotecários que passam a ter seu campo de atuação ampliado e
redimensionado. (2004, p. 10)
Neste momento, o cargo bibliotecário começa a ganhar alguns complementos e
alterações para que possam ser visualizadas as múltiplas tarefas desempenhadas pelo
profissional. Atualmente, podem ser encontrados bibliotecários com diferentes designações,
como, por exemplo, Gestor da Informação - aqui entende-se que “este profissional tem a
função de facilitar o acesso aos recursos informacionais tornando o processo de organização e
recuperação mais rápido e acessível à sociedade”(LIMA & LIMA, 2009, p. 31). Outros
termos também utilizados são “analista da informação” ou “analista de documentação” que
tem o objetivo de enfatizar o relacionamento do bibliotecário com a informação, não somente
o tratamento desta mas também a importância de desenvolver e aprimorar a sua
democratização para os usuários.
Em 2014, Santa Anna e Pereira em seu artigo sobre a ampliação do campo de atuação
do bibliotecário, mencionam uma nova faceta - a do Consultor Informacional. Segundo os
autores
o ramo da consultoria proporciona flexibilidade, liberdade e, principalmente,
estabilidade ao profissional. Estabilidade porque ao desvincular-se do
tradicional ‘serviço de carteira assinada’, o bibliotecário expande suas
atividades, consolidando-se como um prestador de serviço. (2014, p. 163)
Novamente lida-se com a saída do bibliotecário do seu ambiente tradicional para um
ambiente mais dinâmico e atual. No próximo item, apresentaremos o relato de duas
bibliotecárias que vivenciam esta mudança de ambiente de trabalho nos dias atuais.
4 O mercado atual: relato de duas bibliotecárias
Baseado nas informações apresentadas nos itens anteriores, este capítulo tem o
objetivo de relatar a experiência de duas bibliotecárias que atuam no mercado de trabalho
desempenhando funções fora dos padrões da biblioteca tradicional. Ambas trabalham na
mesma empresa, mas possuem cargos com tarefas diversas.
A bibliotecária I é formada pela Universidade Federal Fluminense, possui
especialização em Gestão de Documentos Eletrônicos e MBA em Gestão do Conhecimento.
Atualmente, tem 34 anos e atua na área há 11 anos. No início de sua carreira, começou a
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trabalhar em uma empresa privada que exportava livros e periódicos para instituições de
ensino e bibliotecas internacionais. Mais tarde, ocupou o cargo de Bibliotecária de Aquisição
no setor de aquisição de uma empresa de economia mista como prestadora de serviços. Aqui,
ela realizava a aquisição de assinaturas de periódicos internacionais nos formatos impresso e
online, além de aquisição de assinatura de bases de dados. Neste emprego, percebeu a
importância de ter o domínio da língua inglesa e de estar atualizada com os produtos de
informação oferecidos, pois lidava diretamente com os editores via email ou telefone.
Dois anos mais tarde, foi contratada pela empresa multinacional na qual exerce como
uma de suas principais atividades - o treinamento de bases de dados de pesquisa de editores
internacionais. O intuito desses treinamentos é apresentar o conteúdo científico
disponibilizado por estes editores assim como as diversas ferramentas de pesquisa que podem
ser utilizadas pelos estudantes, professores, pesquisadores em geral que atuam nas instituições
acadêmicas do país.
A preparação da bibliotecária para esta nova atividade se objetivou no conhecimento
de todas as bases, os seus respectivos conteúdos e também de suas ferramentas. Sua principal
preocupação é de apresentar aos participantes dos treinamentos informações que possam
ajudá-los em suas pesquisas futuras. Juntamente com esta atividade, foi desenvolvido um
relacionamento direto com os contatos dos editores, além da análise das estatísticas de uso das
bases de dados, atendimento aos clientes, entre outros.
Nesta etapa foi de suma importância o conhecimento da língua inglesa, o
aprimoramento no desenvolvimento de pesquisas em diversas áreas usando técnicas
avançadas de busca com o uso dos operadores booleanos (and, or e not), símbolos de
truncagem, recursos de refinamento, etc. e o estudo das ferramentas de pesquisa oferecidas
pelos editores. De acordo com a bibliotecária, sua contratação foi uma solicitação das
instituições acadêmicas que sentiam a falta de um profissional especializado nos treinamentos
com uma linguagem acessível para os usuários.
Outro aspecto também destacado, refere-se a atualização quanto as redes sociais, que
permitem o compartilhamento das informações científicas, o conhecimento de novos termos
utilizados pelos editores como o DOI (Digital Object Identifier), além de estar atenta as
necessidades dos participantes do treinamento. De acordo com o relato da bibliotecária I, as
dúvidas surgem de detalhes apresentados. Às vezes, o participante está mais interessado em
conhecer um gerenciador de referência bibliográfica do que a base que está sendo
apresentada. É importante que se tenha conhecimento sobre as políticas do editor, quais são os
critérios para a disponibilização dos artigos científicos, a política do open access, etc. É
possível ser surpreendida com questões que nunca foram trabalhadas. O objetivo é sanar as
dúvidas que possam ajudar o participante no futuro.
Trabalhar em um ambiente totalmente contrário ao ambiente de uma biblioteca
tradicional pode trazer diversos desafios para o bibliotecário, ao mesmo tempo que aprimora
outras áreas até então não desenvolvidas pelo profissional.
A bibliotecária II é formada pela Universidade de Brasília, possui especialização em
Gestão do Relacionamento com o Cliente. Atualmente, tem 27 anos e tem 6 anos de atuação.
Iniciou sua carreira como Arquiteta de Informação, atuando no apoio de
desenvolvimento de versões móveis de interfaces de autoatendimento de um banco nacional.
Em seguida, atuou em 3 bibliotecas universitárias privadas em diferentes frentes: suporte a
plataformas DSpace e OJS, setor de multimeios e setor de referência.
Em setembro de 2012, começou a trabalhar na empresa multinacional como treinadora
comercial, suas principais atribuições nesta posição são: desenvolver o plano de capacitação
presencial e virtual para os clientes no Brasil e em alguns outros países na América Latina,
desenvolver materiais de suporte localizados e prestar orientações no que tange o universo da
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biblioteconomia à equipe de vendas e demais setores internos da instituição, bem como aos
demais colegas bibliotecários.
Várias habilidades foram desenvolvidas graças a um campo completamente diferente:
planejamento e coordenação de agenda de treinamentos presenciais, o que envolve um
planejamento logístico detalhado que observa recursos, tempo e distâncias. O
desenvolvimento de habilidades interpessoais e técnicas de oratória foram fundamentais para
o desempenho das atividades de treinamento e apresentação dos produtos comercializados.
Fluência em inglês e espanhol foram essenciais para conhecer os produtos em detalhe e
comunicar-se nos territórios hispânicos. No aspecto tecnológico, foram necessários
conhecimentos de edição de documentos, planilhas e apresentações, ferramentas de gravação
e edição de vídeos, uso de plataformas de capacitação virtual e de gestão de mídias sociais.
Apresenta-se a seguir um quadro que sintetiza as habilidades e competências
necessárias observadas a partir da rotina de trabalho das bibliotecárias que apresentam este
relato:
Quadro 1 - Resumo de habilidades e competências identificadas nas atividades de treinamento
comercial em uma empresa privada do setor de serviços de informação
Aspectos técnicos
Aspectos tecnológicos
Aspectos de gestão
MARC21, DublinCore,
metadados em geral
Softwares de edição de texto,
planilhas e apresentações
Gestão de projetos
OAI-PMH, z39.50 e outros
protocolos de interoperabilidade
Softwares de criação e edição de
tutoriais
Gestão de logística
Normalização
Software de capacitação virtual
Rotinas administrativas
Métricas modernas e
comunicação científica
Softwares de gestão de
relacionamento com o cliente
(Customer relationship manager)
Gestão do relacionamento
com o cliente
Fontes de informação
Softwares de gestão de redes
sociais
Gestão de marketing
Softwares de repositórios
Fluências em outros idiomas,
institucionais e de gestão de
notadamente o inglês e espanhol
publicações
Análises estatísticas
Gestão de coleções
Softwares para coleta de estatísticas
Rotinas administrativas
de uso (COUNTER)
Fonte: As autoras.
Com base na experiência relatada e no quadro de habilidades e competências
apresentado, é possível afirmar que o mercado informacional necessita de profissionais cada
vez mais capacitados e dispostos a desenvolver novas características que auxiliem e
influenciem sua atuação. A informação permeia as mais diversas atividades e com isso surgem
novas áreas de atuação, cabe aos bibliotecários e às escolas de Biblioteconomia prestarem
atenção aos movimentos desse mercado em constante mutação para acompanhar esse fluxo.
5 Considerações parciais/finais
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Observa-se que muito tem sido discutido quanto à mudança dos ambientes de
trabalho do bibliotecário e que exemplos desta atuação fora do ambiente tradicional são
necessários para cristalizar tal discussão. Este trabalho buscou apresentar dois exemplos de
bibliotecárias que encontram-se fora de um contexto tradicional de atuação, com atividades
focadas no campo de treinamento comercial. Nota-se que existe um conjunto de habilidades e
competências que alinham-se à formação do bibliotecário e também à atuação como treinador
comercial. Apresentou-se um quadro que resume tais habilidades e competências para apoiar
futuras discussões curriculares dos cursos de Biblioteconomia e para instigar a reflexão dos
profissionais que estão no mercado para reconhecer as habilidades e competências que já
desenvolveram e aquelas que precisam ser aprimoradas.
Percebe-se que o bibliotecário precisa estar em constante atualização, sempre
atento as novidades que poderão contribuir em suas atividades profissionais. A construção de
sua identidade na sociedade dependerá de suas atitudes, são elas que ajudarão a demonstrar o
seu valor como profissional. As autoras buscaram demonstrar que os bibliotecários podem e
devem ampliar sua atuação no mercado de trabalho.
6 Referências
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Lemos, 2008.
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 19 - Ano: 2016 (UFAM - Manaus/AM)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: A biblioteca universitária como agente de sustentabilidade institucional.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFAM
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2016
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Manaus (Amazônia)
Event
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Title
A name given to the resource
A atuação do bibliotecário em empresas privadas do setor de serviços: um relato de experiência sobre treinamento comercial.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Nogueira, Ana Carolina
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Manaus (Amazonas)
Publisher
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UFAM
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2016
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O debate sobre a atuação profissional do bibliotecário tem sido intensificado nos últimos anos em consequência de uma série de marcos legais e de avanços tecnológicos. Buscando contribuir com este cenário, apresenta-se um relato de experiência de duas bibliotecárias que atuam como treinadoras comerciais em uma empresa privada do setor de serviços de informação. A partir desse relato são identificadas habilidades e competências necessárias aos bibliotecários para atuarem em uma empresa privada do setor de serviços de informação. Busca contribuir para a discussão sobre os currículos dos cursos de Biblioteconomia no que se relaciona ao perfil profissional do bibliotecário nos dias atuais.
Language
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pt