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PESQUISA-DIAGNÓSTICO PARA DEMANDA DE CAPACITAÇÃO
ONLINE DE USUÁRIOS DO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO
Cláudio Márcio França (Ufes) - claudio.franca@ufes.br
Gleice Pereira (UFES) - gleiceufes@gmail.com
Resumo:
Apresenta o resultado de uma pesquisa diagnóstico realizada no período de 15 de outubro de
2014 a 15 de dezembro de 2014 na Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da Saúde da
Universidade Federal do Espírito Santo. O objetivo da pesquisa é descobrir se há demanda,
por parte dos estudantes de graduação do Centro, em capacitações on-line para uso de bases
de dados por meio de uma versão virtual do curso já ministrado na Biblioteca Central. O
método da pesquisa consistiu em entrevista e o número de entrevistados foi de
aproximadamente 100 estudantes. Os resultados da pesquisa demonstraram que existe
interesse por uma versão on-line do curso de capacitação, porém a versão deverá apresentar
flexibilidade e se adequasse à necessidade dos usuários, sobretudo no que se refere a dias e
horários.
Palavras-chave: Educação de usuário. Competência informacional. Biblioteca 2.0. Webinar.
Área temática: Eixo 2 - Responsabilidade Política, Técnica e Social
Subárea temática: Educação de usuários e competências informacionais
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XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
1 Introdução
A ampla disponibilidade de bases de dados e o fácil acesso à informação mudaram o
comportamento dos usuários de informação científica, que passaram a ter maior autonomia
nas pesquisas acadêmicas. No entanto, a diversidade de oferta das bases de dados, proporcionalmente, tende a gerar inquietação no usuário, quanto aos recursos disponíveis para emprego
na recuperação da informação, bem como a relevância das variedades de fontes de informação
disponíveis. Por essas razões, emerge um novo perfil do bibliotecário, o qual não mais se li mita a ser o mediador entre informação e usuário. Esse profissional atualmente tem a função
de educador, conforme pesquisa de Campello (2009); Perroti e Pieruccini (2007), devendo
acompanhar as necessidades desse novo usuário e desenvolver meios de capacitá-lo, para que
atinja sua autonomia plena e a competência de busca, avaliação e recuperação, das fontes de
informação on-line.
Para isso, a Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo BC-Ufes implantou o projeto de extensão intitulado “Desenvolvimento de Competências Informacionais
em Ambiente Virtual”, no qual ministra cursos para capacitar os usuários a realizarem pesquisas acadêmicas em fontes de informação on-line. O curso é realizado exclusivamente na modalidade presencial e no campus de Goiabeiras, coordenado por dois bibliotecários, para atendimento dos alunos de graduação e pós-graduação dos campi de Goiabeiras e de Maruípe, e
dos campi do interior do estado, nos municípios de Alegre e São Mateus.
Entretanto, a partir dos relatos dos bibliotecários que ministram o treinamento, verificou-se que os alunos dos campi de Maruípe, Alegre e São Mateus, precisavam deslocar-se
para o campus de Goiabeiras – onde é ministrado o curso - localizado geograficamente distante. Assim, buscaram-se alternativas para atender os outros campi, em um primeiro momento, a
opção seria a oferta do curso na versão on-line, na perspectiva de ampliar o número de usuários atendidos.
Além disso, foram surgindo barreiras à realização do curso presencial, como a falta de
espaço para acomodar o número de estudantes inscritos.
Percebeu-se também a necessidade de se capacitar o usuário de fontes de informação
on-line para que ele tenha autonomia e segurança ao realizar as buscas e as pesquisas na Internet, considerando o aumento significativo da demanda por atendimento individual aos alunos.
Dessa forma, objetivando averiguar a possibilidade de expandir esse serviço para a
modalidade on-line, realizou-se uma pesquisa-diagnóstico, no Centro de Ciências da Saúde,
pois essa unidade apresenta o maior número de inscritos participantes dos cursos de capacitação presenciais.
A justificativa da pesquisa decorre em analisar a viabilidade de adaptações ao curso
presencial para posterior planejamento, elaboração, implantação e execução do curso no
formato on-line, com público mais abrangente.
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XIX Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA COMO AGENTE DE SUSTENTABILIDADE INSTITUCIONAL
2 Revisão de literatura
2.1 As possibilidades de atendimento Virtual
As novas tecnologias digitais geraram mudanças significativas na dinâmica da
interação entre a biblioteca e o usuário. A biblioteca tradicional possui um modelo unilateral e
não interativo mantido por séculos (TEOTÔNIO, 2011). Esse modelo foi impactado pelo
surgimento da Internet, com sites e seminários inicialmente estáticos (MANESS, 2007). Com
o surgimento Web 2.0, afloram novas possibilidades da interatividade. A Web 2.0, definida
como a Internet que se caracteriza pela interatividade, com conversação, rede interpessoal,
customização e individualismo. Desde então, o termo Web 2.0 tornou-se frequente nas
bibliotecas, que passaram a se chamar Bibliotecas 2.0 ao utilizarem essas ferramentas, sendo
que alguns teóricos dizem que a Biblioteca 2.0 irá superar de vez o modelo tradicional
(TEOTÔNIO, 2011).
A Biblioteca 2.0 atende usuários mais dinâmicos, eles são autossuficientes, utilizam
recursos avançados e usam redes sociais, blogs, microblogs. Além disso, estão cada vez mais
satisfeitos com a quantidade da informação disponibilizada na Internet, reduzindo a consulta
ao acervo impresso das bibliotecas para desenvolver suas pesquisas (TEOTÔNIO, 2011).
Nesse contexto, a questão é até que ponto a Internet é utilizada adequadamente para busca,
recuperação ou comunicação da informação? (TEOTÔNIO, 2011).
Devido ao grande fluxo de informações, sempre existe o risco de que os usuários
estejam utilizando os recursos de maneira equivocada, ou muitas vezes acabam se “perdendo”
com o volume de dados disponíveis, devendo ser instruídos adequadamente pela Biblioteca
2.0 para que consigam localizar informação e avaliar o valor delas.
Assim, é evidente que a biblioteca utilize os recursos da Web 2.0 para alcançar esses
usuários, interagir com eles e capacitá-los na utilização correta da busca e acesso a
informação. A Web 2.0 oferece um ambiente de participação e colaboração ativa que permite a
inter-relação entre pessoas e conteúdos favorecendo a geração de novos conhecimentos.
Considerando essas características, entende-se que a Web 2.0 pode ser empregada pelas
bibliotecas tendo em vista a melhoria da comunicação com os seus usuários, aumentar sua
visibilidade e de suas ações e ainda aproximá-la de seus usuários (TEOTÔNIO, 2011).
Nesse contexto, como aporte à aplicação dos recursos da Web 2.0, faz-se uso do
conceito de letramento informacional, com auxílio de outros que definam a importância das
ferramentas de Internet para as funções da biblioteca e do bibliotecário. Esses conceitos
auxiliares serão baseados na ideia de Biblioteca 2.0, a biblioteca que utiliza as ferramentas
interativas da Web 2.0 para cumprir suas funções (MANESS, 2007). Dessa forma, o diálogo
com os autores Dudziak (2001), Maness (2011), Paiva (2004) e Wang; Hsu (2008) busca
explicar a importância da Internet para o trabalho do bibliotecário, que não apenas auxilia o
usuário, mas o ensina a localizar a informação desejada.
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2.2 Letramento Informacional
O conceito de letramento informacional é importante para entender as bibliotecas
atuais, pois explica o presente paradigma do bibliotecário, que deve ensinar o usuário da
biblioteca a buscar e recuperar as informações por si só. Dessa forma, o bibliotecário tem
assumido uma função de educador, realizando um trabalho pedagógico. Segundo Dudziak
(2001, p.147), “information literacy” é definida como: “A pesquisa, estudo e aplicação de
técnicas e procedimentos ligados ao processamento e distribuição de informações com base
no desenvolvimento de habilidades no uso de ferramentas e suportes tecnológicos”.
Desse modo, o bibliotecário realiza um trabalho importante para fornecer ao usuário
letramento informacional, cumprindo função de ensinar. Para Dudziak (2002, p.10), sob a
perspectiva do letramento informacional,
“[...] a biblioteca é vista como sistema aprendente, centro de aprendizado, ambientes
multicultural; a abordagem cooperativa entre todos os setores da infraestrutura
informacional e da infraestrutura educacional”.
Dessa maneira, o bibliotecário age como um agente educacional, ativamente
envolvido com os conteúdos e práticas pedagógicas, também visto como cidadão atuante na
comunidade (DUDZIAK, 2002, p.10). Para definir uma pessoa que possua letramento
informacional, segundo a American Library Association, citado por Dudziak (2002, p. 11):
Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer
quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e
usar efetivamente a informação... Resumindo, as pessoas competentes em
informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois
sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como
usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela. (American Library
Association - Presential Committee on Letramento informacional1989, p.1)
2.3 Biblioteca 2.0 e Biblioteca Digital
A Internet pode ser considerada uma forma de auxiliar e de aumentar a função de
educador do bibliotecário.
Como afirma Vidotti (2004, p. 30):
A navegação na rede possibilita ao usuário um contato com inúmeras formas de
aquisição de conhecimento, que pode conduzi-lo a uma aprendizagem, pela
determinação da própria seqüência de recupe-ração de informações, liberando-lhes a
imaginação e a criatividade, de forma que ele possa descobrir e sintetizar
conhecimentos por si mesmo.
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O conceito de Biblioteca 2.0 permite entender como a Internet auxilia o bibliotecário
em sua função de educador. De acordo com Maness (2007, p. 49), a Biblioteca 2.0 pode ser
definida como “[...] a aplicação de interatividade, colaboratividade, e tecnologias multimídia
baseadas em Web para serviços e coleções de biblioteca”. Assim, segundo o mesmo autor, “a
Biblioteca 2.0 [irá] levar o pacote completo de serviços de biblioteca para um meio eletrônico.
A biblioteca tem tido presença na Web por muitos anos, e com Biblioteca 2.0, seus usuários
serão convidados a entrar nela” (MANESS, 2007, p.49).
A Biblioteca 2.0 é importante porque;
Possibilita o acesso à informação para a sociedade, o compartilhamento dessa
informação, e a sua utilização para o progresso da sociedade. Biblioteca 2.0,
realmente, é meramente uma descrição da última instância de uma instituição
duradoura e testada pelo tempo em uma sociedade democrática. Web 2.0 e
bibliotecas casam bem, e muitos bibliotecários têm reconhecido isso. ( MANESS,
2007, p.49)
De acordo com Maness (2007), a Biblioteca 2.0 usa dos recursos interativos da Web
2.0 para favorecer o usuário. Entre esses recursos, incluem-se seminários da Web, ou Webinar.
O conceito de Biblioteca 2.0 ainda não está totalmente desenvolvido e precisa de mais testes e
experimentos para expandir sua definição de Biblioteca 2.0. No entanto, os bibliotecários já
reconhecem a importância da Web 2.0 para o trabalho em bibliotecas (MANESS, 2007).
Portanto, o uso de Web em conferência para capacitar usuários a usar banco de dados pode ser
um novo uso interessante para a Biblioteca 2.0.
2.4 EAD – Ensino a Distância
A Biblioteca 2.0 é uma ferramenta de ensino relevante com o recurso do EaD (Ensino
a distância). De acordo com Paiva et al. (2004, p. 50), é caracterizado “[...] pela separação
física entre o professor e o aluno e por um objetivo comum: disponibilizar um conjunto de
recursos e técnicas a pessoas que desejem estudar em regime de auto-aprendizagem[...]”.
Segundo Paiva et al. (2004, p. 8), o EaD passou a incorporar o desenvolvimento
científico e tecnológico, formando um espaço de excelência que permite consolidar o ensino a
distância como uma alternativa real ao ensino e aprendizado tradicionais. A Web passou a ser
uma das tecnologias mais recentes utilizadas no EaD, recebendo um número crescente de
adeptos, da mesma forma que tecnologias cada vez mais sofisticadas, como as
videoconferências (PAIVA et al, 2004)1
A Web e os recursos dela para comunicação criaram oportunidades para a proliferação
de comunidades, turmas, institutos, escolas e até mesmo universidades virtuais, com diversos
1Videoconferências” são “encontros/reuniões mantidos entre indivíduos espacialmente afastados, recorrendo para além do
som à imagem” (PAIVA et al, 2004, p.59)
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Tipos de interação, metodologia e tecnologias para ensino e aprendizagem por
meio da Internet. Dessa forma, o EaD tornou-se um fortíssimo instrumento pedagógico
(PAIVA et al, 2004, p. 8). No caso das bibliotecas atuais, é fácil perceber que os recursos para
EaD são importantes e talvez até mesmos imprescindíveis para o bibliotecário cumprir a
função pedagógica do seu novo paradigma em letramento informacional.
2.5 Webinar
A videoconferência ou Webinar, que são definidas como seminários baseados na Web
ou um seminário por intermédio da Internet (VERMA; SINGH, 2009), é uma ferramenta
capaz de transmitir áudio, vídeo e imagens, além de permitir aos usuários compartilhar
aplicativos, com o objetivo de trocar informações em tempo real e em formato de mão dupla.
Webinars podem ser feitos nos seguintes formatos: (a) um apresentador e vários participantes
de um site; (b) um apresentador e vários participantes de vários sites; e (c) vários
participantes de um local e vários participantes de um ou vários sites. Além dos estudos em
videoconferência e as ferramentas de bate-papo, poucos estudos investigam como ferramentas
Webinar podem facilitar a interação online para aprendizagem (WANG; HSU, 2008, p. 176).
Entre as vantagens do Webinar, destaca-se a maneira como cria oportunidades para
educadores e alunos. O Webinar permite experimentar diversos níveis de interação on-line,
essencialmente diferentes de outras formas de comunicação, abordagens como postagens de
discussão de bordo e e-mails (WANG; HSU, 2008). Webinars conectam instrutores e alunos,
mesmo quando estão localizados em diferentes áreas geográficas. Além disso, permite
aprender de maneira mais relaxada, no conforto de casa, evitando a timidez que algum
participante possa sentir na socialização de uma sala de aula tradicional. É possível mencionar
também, que Webinars podem ser mais fáceis de serem conduzidos em virtude da facilidade
dos horários em que podem ser combinados. O áudio e o vídeo em tempo real dos Webinars
permitem interação próxima da presencial, com uso de comentários e estímulo à interação,
como expressar opinião (WANG; HSU, 2008, p. 184).
3 Metodologia
Para coleta dos dados, a pesquisa utilizou a observação direta extensiva realizada por
meio de formulário, definido como coleção de questões perguntadas e anotadas por um
entrevistador em uma situação face a face com outra pessoa (NOGUEIRA apud LAKATOS,
2003, p. 212). Considera-se o formulário adequado para esta pesquisa devido às seguintes
qualidades: utilizar a presença do pesquisador, que pode explicar os objetivos do estudo,
orientar o preenchimento e deixar claro o que significam as perguntas que não estejam claras;
garantir a uniformidade dos símbolos, porque é preenchido pelo próprio entrevistador; e
facilitar a obtenção do número necessário de entrevistados, garantindo que a amostragem
planejada seja alcançada (LAKATOS, 2003, p. 213).
As perguntas do formulário foram desenvolvidas com base nos objetivos do estudo.
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Optou-se por adotar uma amostragem com 103 graduandos do Centro de Ciências da
Saúde, e a escolha se deu em decorrência de ser o Centro de Estudos que apresenta maior
índice de participantes, buscou-se incluir representantes de cada curso de graduação
vinculados a ele, a saber: Medicina, Farmácia, Terapia Ocupacional, Fisioterapia,
Odontologia, Enfermagem, Fonoaudiologia e Nutrição. Os entrevistados foram alunos
escolhidos aleatoriamente na Biblioteca.
O formulário incluiu as seguintes perguntas:
1) a) Você sabe pesquisar em fontes de informação on-line?
b) Quais fonte você costuma usar?
2) Você conhece o curso presencial de capacitação oferecido pela Biblioteca Central da
Universidade Federal do Espírito Santo sobre como utilizar fontes de informação on-line?
3) Você tem interesse em uma versão on-line do curso de capacitação para uso fontes de
informação? Incluímos também informações sobre o curso e o ano de matrícula do
entrevistado para compor as chaves primárias.
3.1 Pré teste
A partir de um pré-teste realizado inicialmente com quinze estudantes, foram
necessárias algumas adaptações no formulário. Percebeu-se que as perguntas 1 e 3 deveriam
ser agrupadas para averiguar se havia relação entre conhecimento prévio e interesse.
1: Você sabe fazer pesquisas acadêmicas em fontes de informações on-line? E da pergunta,
3: Você tem interesse em uma versão on-line do curso de capacitação para uso fontes de
informação?
A pergunta sobre as fontes de informação online que mais utiliza, foi inserida no
formulário, porém não foi analisada, a configuração da pergunta objetivou saber se o aluno
conhecia outras fontes diferentes do Google.
Além disso, houve também a necessidade de incluir a opção de comentários, caso o
entrevistado desejasse expressar o porquê da resposta; sugestões ou crítica. A recorrência dos
resultados permitiu formatar as respostas em palavras-chave.
Por outro lado, o pré-teste demonstrou que a abordagem pessoal foi adequada, porque
permitia explicar as perguntas e recolher possíveis comentários dos usuários.
4 Exposição e análise dos resultados
Foram entrevistados 103 alunos no total, entre os dias 15 de outubro e 15 de dezembro
de 2014, no período matinal de atendimento da Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da
Saúde. Os resultados podem ser conferidos nos gráficos a seguir:
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Ao direcionar aos entrevistados as perguntas: você sabe pesquisar em fontes de
informação on-line?; e você tem interesse em uma versão on-line do curso de capacitação
para uso fontes de informação? obtiveram-se os dados compilados na figura a seguir:
10
16
Sim-Sim
Sim-Não
Não-Não
77
Gráfico 1- Síntese das perguntas 1 e 3 do questionário
De acordo com os dados analisados, gráfico 1, 77 alunos entrevistados (74%)
responderam que sabem fazer pesquisas e que, mesmo assim, teriam interesse em fazer o
curso on-line. 16 alunos (15,5%) responderam que sabem fazer pesquisa, e não tem interesse
em fazer o curso on-line. Apenas 10 alunos (10,5%) responderam que não sabem fazer
pesquisa e mesmo assim não tem interesse no curso on-line. Dessa forma, infere-se que
conhecimento prévio não significa falta de interesse em participações futuras.
Fato também constatado na pergunta aberta, fig. 2, em que o aluno poderia expressar o
porquê da resposta dada: 28 alunos entrevistados responderam que sentem necessidade de
aprofundar os conhecimentos. Assim infere-se que há demanda para o aprofundamento dos
conhecimentos existentes.
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11 2 3
3
4
5
37
7
13
23
18
Scielo
Pubmed
Google Acadêmico
Portal Capes
New England Journal of Medicine
Google web
Bireme
Jama
Up To Date
Lilacs
BVS
Medline
Gráfico 2 - Comentário agrupado por palavra-chave da pergunta aberta.
No entanto, ao agrupar as sugestões contidas no gráfico. 2, sobre o formato do curso,
há evidências que o formato de Webinar não é adequado à disponibilidade dos alunos.
Dentre os entrevistados, 8 alunos (10%) afirmaram que o formato do curso deveria ser
“simples”, querendo dizer com isso que preferem vídeos gravados ou tutoriais que sejam
breves. Outros 8 alunos (10%) informaram ser essencial produzir um curso com horário
“flexível”, que possa ser assistido a qualquer dia e em qualquer hora. 9 entrevistados (11%)
afirmaram que não cursariam o curso devido à falta de tempo.
Embora o formato Webinar, tenha grande aceitação nas bibliotecas 2.0, constatou-se
que sua realização não seria viável.
Apesar de um quantitativo reduzido, 4 alunos entrevistados (5%), verifica-se também
que o idioma é um entrave quanto ao uso das bases de dados, considerando que grande parte
das bases que tratam da área da saúde encontram-se no na língua inglesa. Este fato pode servir
de desestímulo à participação nos cursos ofertados pela Biblioteca Central.
Quanto à falta de interesse no curso on-line, 3 alunos (4%), afirmaram que eram
alunos finalistas; 3 alunos (4%) estavam ainda iniciando o curso: 13 alunos (16%) julgavam
ter conhecimentos suficientes; 3 alunos (4%), que já fizeram o curso da BC e 3 alunos (4%),
que já tiveram aula sobre o assunto.
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A pergunta aberta foi agrupada em termos de palavras-chaves a partir dos comentários
feitos por 80 alunos (78% do total de entrevistados), apenas 23 alunos entrevistados (22%)
não manifestaram opinião.
10
16
Sim-Sim
Sim-Não
Não-Não
77
Gráfico 3 - Quais as fontes de informações que você utiliza.
No gráfico 3, foi possível inferir que os alunos entrevistados utilizam fontes de
informações on-line, com maior credibilidade acadêmica.
5 Conclusão
O estudo teve como principal objetivo analisar a viabilidade da implantação do curso
de Desenvolvimento de Competências Informacionais em Ambiente Virtual na modalidade
on-line. Os resultados da pesquisa demonstraram que existe interesse por uma versão on-line
do curso de capacitação manifestada por 77 alunos (74% dos alunos entrevistados). Percebese o interesse principalmente dos alunos que consideram ter algum conhecimento prévio nesse
tipo de pesquisa, mas que desejam aprimorar o conhecimento (35% dos entrevistados). Isso
contraria a pressuposição de que o maior interesse viria de alunos que consideram não ter
conhecimento de pesquisa.
No entanto, as observações feitas pelos alunos indicaram que o formato de Webinar
seria inadequado, pois 16% dos alunos entrevistados que manifestaram opinião, afirmaram
que o curso deveria ter formato “simples” e horário “flexível”. Além disso, 11% deles
afirmaram que não têm tempo. Isso permite deduzir que esses alunos prefeririam um curso
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que fosse curto e que pudesse ser acessado em qualquer dia e a qualquer horário. Dessa
maneira, o formato Webinar não os atenderia, porque este formato exige que o horário da
transmissão da aula seja programado, impedindo a flexibilidade de horário necessária para os
alunos. Provavelmente o melhor formato para o curso seria de tutoriais on-line ou vídeo-aulas
gravadas que pudessem ser acessadas a qualquer tempo.
Os dados obtidos nessa pesquisa-diagnóstica evidenciaram que o curso no formato
presencial tem aquiescência da maioria dos alunos. Com base nessa análise, considera-se a
possibilidade de expandir o curso presencial, para os campi fora do campus de Goiabeiras,
local da realização do curso, oportunizando aos alunos a capacitação nas bases de dados online.
6 Referências
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LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia
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PERROTI, Edmir; PIERUCCINI, Ivete. Infoeducação: saberes e fazeres da contemporaneidade. In: LARA, Marilda Lopes Ginez de; FUJINO, Asa; NORONHA, Daisy Pires (Orgs.). In
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 19 - Ano: 2016 (UFAM - Manaus/AM)
Subject
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Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
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Tema: A biblioteca universitária como agente de sustentabilidade institucional.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFAM
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2016
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A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
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The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Manaus (Amazônia)
Event
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Title
A name given to the resource
Pesquisa-diagnóstico para demanda de capacitação online de usuários do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo.
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França, Cláudio Márcio; Pereira, Gleice
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Manaus (Amazonas)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFAM
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2016
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Description
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Apresenta o resultado de uma pesquisa diagnóstico realizada no período de 15 de outubro de 2014 a 15 de dezembro de 2014 na Biblioteca Setorial do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal do Espírito Santo. O objetivo da pesquisa é descobrir se há demanda, por parte dos estudantes de graduação do Centro, em capacitações on-line para uso de bases de dados por meio de uma versão virtual do curso já ministrado na Biblioteca Central. O método da pesquisa consistiu em entrevista e o número de entrevistados foi de aproximadamente 100 estudantes. Os resultados da pesquisa demonstraram que existe interesse por uma versão on-line do curso de capacitação, porém a versão deverá apresentar lexibilidade e se adequasse à necessidade dos usuários, sobretudo no que se refere a dias e horários.
Language
A language of the resource
pt