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ASSOCIAÇÃO DOS BIBLIOTECÁRIOS DE MINAS GERAIS – ABMG – GESTÃO E
CONSULTORIA EM CURSOS, TREINAMENTOS E EVENTOS DIVERSOS
ASSOCIAÇÃO DOS BIBLIOTECÁRIOS DE MINAS GERAIS
CURSO: MANUTENÇÃO E
LIMPEZA EM BIBLIOTECAS APOSTILA
GESTÃO E CONSULTORIA EM CURSOS,
TREINAMENTOS E EVENTOS DIVERSOS
BELO HORIZONTE
2018
Rua dos Guajajaras, 410, Centro - Belo Horizonte, MG - CEP: 30180-912. Edifício Rotary, Sala
608. Telefone: (31)99959-4087. E-mail: abmgcursos@gmail.com. Site: www.abmg.org.br
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© 2018 Jorge Santa Anna
- Este material ou parte dele não pode ser reproduzido por qualquer meio sem autorização escrita dos autores ou
responsáveis.
- Material elaborado em consonância com o Projeto do Curso Profissional Manutenção e Limpeza em Biblioteca,
conforme proposta requerida pela Conservo e pela ABMG.
- Material elaborado por Jorge Santa Anna e Maria Elizabeth de Oliveira Costa
APOSTILA REFERENTE AO CURSO: Manutenção e Limpeza em Bibliotecas
- AULAS: teóricas e práticas
- Empresa solicitante: Conservo
- Empresa prestadora do serviço: ABMG – Gestão e Consultoria em Cursos, Treinamentos e Eventos Diversos
REVISÃO E EDITORAÇÃO DE TEXTO: Jorge Santa Anna, Jéssica Patrícia Silva de Sá, Andreza Gonçalves Barbosa
NORMALIZAÇÃO BIBLIOGRÁFICA: Jorge Santa Anna
PROJETO GRÁFICO: Jorge Santa Anna
ASSOCIAÇÃO DOS BIBLIOTECÁRIOS DE MINAS GERAIS - ABMG
Rua dos Guajajaras, 410, Centro - Belo Horizonte, MG - CEP: 30180-912. Edifício Rotary, Sala 608
Presidenta: Maria Elizabeth de Oliveira Costa
Demais membros: Jorge Santa Anna, Edcleyton Bruno Fernandes da Silva, Andrea Brandão, Graciane Borges, Taciane
Rodrigues e Maria Clea Borges
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 3
2 AULA I - BIBLIOTECA: UM AMBIENTE DE INFORMAÇÃO, CULTURA E CONVÍVIO
.............................................................................................................................................................. 3
2.1 CONCEITOS DE BIBLIOTECA .................................................................................................. 4
2.2 TIPOS DE BIBLIOTECA E SERVIÇOS OFERECIDOS ............................................................ 4
2.3 SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFMG .................................................................................. 5
2.3.1 Missão, visão e valores .............................................................................................................. 6
2.4 INSTALAÇÕES DE BIBLIOTECA: PRÉDIOS, MÓVEIS E EQUIPAMENTOS...................... 7
2.5 TIPOS DE MATERIAIS CONSTITUTIVOS DOS ACERVOS .................................................. 8
3 AULA II - NOÇÕES BÁSICAS DE PRESERVAÇÃO ............................................................... 8
3.1 TIPOLOGIA DOS ACERVOS: UMA ABORDAGEM PARA A DEFINIÇÃO DOS
PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA ................................................................................................. 10
4 AULA III – PROCESSOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO .............................................. 11
4.1 PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA...... Erro! Indicador não definido.
5 AULA IV– VISITA TÉCNICA AO LABORATÓRIO DE PRESERVAÇÃO ....................... 12
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................. 123
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1 INTRODUÇÃO
Esta apostila é composta por quatro aulas, sendo duas teóricas e duas práticas, cujo objetivo é
promover a discussão e conhecimento sobre o que é uma biblioteca, seus conceitos, características, tipos,
usuários que a frequentam e serviços oferecidos, com foco nas práticas de conservação e limpeza dos materiais
que compõem seus acervos, especificamente, os acervos das bibliotecas constituintes do Sistema de Bibliotecas
da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Assim, a aula I apresenta os conceitos de uma biblioteca, suas principais características, serviços
prestados e a composição dos acervos. Além disso, apresenta o Sistema de Bibliotecas da UFMG,
mencionando as bibliotecas que o compõem, as quais estão distribuídas em diferentes unidades acadêmicas,
centros e escolas que formam a universidade, tanto o Campus Pampulha, os Campi Saúde e Direito - situados
em Belo Horizonte - como o campus situado no interior, na cidade de Montes Claros.
Na aula II, a partir do conhecimento de como funciona uma biblioteca e como está formado o Sistema
de Bibliotecas da UFMG, discutiremos sobre as principais técnicas e atividades que podem ser utilizadas para
garantir a conservação dos materiais que formam os acervos de todas as bibliotecas do Sistema. Portanto,
estudaremos sobre os procedimentos básicos para higienizar os livros, de modo a retirar os resíduos e demais
elementos que acabam por “sujar” os livros e as estantes. De modo geral, entenderemos a importância em se
realizar um processo de limpeza adequado, no intuito de garantir o bom uso e permitir que esses materiais
sejam conservados ao longo do tempo.
Na aula III, são descritos os conceitos das principais técnicas realizadas para higienizar os materiais; o
que pode ser feito para garantir uma limpeza adequada; o que não pode ser feito; as formas de se comportar no
momento da limpeza, visando a segurança do profissional responsável pela limpeza; o uso de equipamentos e
produtos específicos que garantam a preservação dos materiais e a segurança dos funcionários, dentre outros
procedimentos. Também apresenta breves considerações sobre como se comportar diante de casos
emergenciais, como incêndios, inundações etc. Nessa aula, as atividades serão realizadas em laboratório de
conservação, portanto, a parte escrita da apostila servirá, apenas, como material de anotação e revisão.
Por fim, na aula IV, é apresentada, brevemente, a estrutura do Laboratório de Preservação da Escola de
Ciência da Informação da UFMG, com destaque aos serviços realizados, materiais e equipamentos que
compõem esse acervo. Informamos que essa aula, por contemplar uma visita técnica ao laboratório, a parte
escrita, semelhante à aula anterior, servirá como material de anotação, servindo como apoio às atividades
práticas e, também, como material de revisão.
Desejamos bons estudos e um excelente curso a todos vocês! Sejam bem-vindos!
2 AULA I - BIBLIOTECA: UM AMBIENTE DE INFORMAÇÃO, CULTURA E CONVÍVIO
A biblioteca é um ambiente que, normalmente, pertence a uma organização maior, cumprindo,
portanto, as normas da organização a que pertence. Embora pertença e reflita a realidade da instituição que a
mantém, as bibliotecas acabam por possuir conceitos, características e estruturas muito semelhantes umas das
outras, como também, oferecem os mesmos serviços, a maioria deles ligados à consulta, leitura e empréstimos
de livros, jornais, revistas, dentre outros materiais (FONSECA, 2007).
As bibliotecas existem desde os tempos antigos e vêm acompanhando a evolução da sociedade. No
passado, elas eram vistas, apenas, como depósitos de livros, ou seja, lugares onde se armazenava os materiais
impressos, como livros, jornais e revistas. Mas, a partir do ano 2000, com o uso das tecnologias,
principalmente, com o uso da internet, as bibliotecas passaram a oferecer serviços muito além da consulta,
leitura e empréstimos de livro. Hoje, as bibliotecas são organismos dinâmicos, que oferecem diversos produtos
e serviços a seus usuários, o que permite caracterizar as bibliotecas como unidades de informação, um
verdadeiro centro dinâmico de informação para toda a sociedade (MILANESSI, 2002; MARTINS, 2002;
MORIGI; SOUTO, 2005; SANTA ANNA, 2016).
As bibliotecas oferecem informação que se materializa no formato de livros, jornais e revistas, tanto na
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forma impressa ou eletrônica, oferecida por meio de CDs, DVDs ou disponibilizada na internet. Assim, embora
o trabalho principal da biblioteca esteja na formação e preservação dos livros, disponibilizados nas estantes,
formando o que conhecemos como acervo impresso, as bibliotecas também criam os ambientes na internet, de
modo que os acervos possam ser acessados pelo computador. Ao ser disponibilizada na internet, a biblioteca
adquire diferentes nomes, como bibliotecas eletrônicas, virtuais ou digitais (MORIGI; SOUTO, 2005).
Mas, a biblioteca, hoje em dia, não oferece apenas a informação, estando ela na forma impressa ou
eletrônica. A biblioteca também se ampliou, oferecendo cultura e lazer para as pessoas. Portanto, bibliotecas
são espaços dinâmicos que se apresentam como ambientes de convívio para a sociedade, sendo possível,
comparecer à biblioteca, não apenas para ler ou pegar um livro, mas também para visitar exposições, participar
de palestras, de cinemas, de encenações, dentre tantas outras atividades. As bibliotecas servem à sociedade,
acolhendo a todos sem qualquer tipo de discriminação ou preconceitos. Elas são ambientes democráticos, de
respeito às diferenças e possibilitam que as pessoas venham até elas para estudarem, se divertirem, trocarem
ideias, receberem instruções, enfim, as bibliotecas são os locais de encontro e de interação de uma dada
comunidade (SANTA ANNA, 2016).
2.1 CONCEITOS DE BIBLIOTECA
A palavra “biblioteca” tem sua origem do grego biblíon (livro) e teke (caixa, depósito), portanto, um
depósito de livros. Assim, bibliotecas são instituições que facilitam o acesso aos livros. Para além da sua
função básica, estas organizações também podem conservar outros tipos de materiais, como documentos
históricos, diários, fotografias, jornais, revistas, CDs, DVDs etc. (MORIGI; SOUTO, 2005).
Mas, conceituar biblioteca como depósito de livro é algo ultrapassado, visto que as bibliotecas, hoje
em dia, passaram a oferecer serviços diversos. Assim, na biblioteca, podem ser realizadas atividades culturais e
recreativas, tais como palestras, leituras de poesia, concertos e outras propostas (FONSECA, 2007).
Um conceito mais abrangente e que melhor caracteriza a biblioteca é aquele que a define como uma
organização, cujo objetivo principal é organizar coleções, atualizá-las e facilitar, através de pessoal
especializado, o acesso a documentos que respondam às necessidades dos usuários nos aspectos da informação,
educação e lazer (A BIBLIOTECA, 2018).
Considera-se como biblioteca, toda a coleção organizada de livros e periódicos impressos ou de
quaisquer outros documentos, nomeadamente gráficos e audiovisuais, assim como os serviços dos profissionais
que facilitam a consulta desses documentos pelos usuários, com fins de informação, investigação, educação ou
lazer (A BIBLIOTECA, 2018).
O foco principal de qualquer biblioteca ainda permanece nos acervos impressos, formado por coleções
bibliográficas, documentos históricos, fotografias, mapas, obras raras, dentre outras coleções. No entanto,
outros produtos e serviços passaram a ser oferecidos, de modo que a biblioteca vem se modificando, tornandose um espaço interativo, de troca de informações, onde as pessoas podem ajudar umas às outras. Assim, não se
deve apenas limitar a adquirir, reunir, organizar, tratar, armazenar e conservar os fundos bibliográficos; deve
também comunicar, difundir e estabelecer serviços aos leitores e usuários, para que eles entrem em contato
com as informações contidas nos fundos bibliográficos (A BIBLIOTECA, 2018).
Por fim, salientamos que as bibliotecas têm representado o tesouro do saber e da experiência humana
acumulado, a sua preservação e a sua transmissão de geração em geração. Além disso, na modernidade, uma
biblioteca é um local de descobertas no qual se pode buscar e encontrar respostas, pesquisas ou simplesmente
passar o tempo livre num ambiente acolhedor e descontraído (SANTA ANNA, 2016).
2.2 TIPOS DE BIBLIOTECA E SERVIÇOS OFERECIDOS
Existem muitos tipos de biblioteca. Em geral, elas são classificadas, conforme as propostas e objetivos
das instituições ou empresas que as mantêm. Também são classificadas de acordo com o tipo de material
específico que podem armazenar, como também, considerando o tipo de usuários que atendem. Assim, é
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possível classificar as bibliotecas, por exemplo: em escolares e universitárias, considerando as instituições que
as mantêm, nesse caso, as escolas e as universidades, respectivamente. Também podem ser bibliotecas de obras
raras ou bibliotecas de jornais, considerando, nesse caso, o tipo de material que armazenam em seus acervos.
De acordo com alguns autores consultados, tais como Martins (2002), Milanesi (2002), Morigi e Souto
(2005) e Fonseca (2007), é possível descrever os seguintes tipos de bibliotecas:
Escolares: são unidades pertencentes às escolas e têm como objetivo servir de apoio às atividades de
ensino-aprendizagem, realizadas por professores e toda equipe pedagógica da escola. Servem para
abrigar a comunidade escolar, seja fornecendo livros e demais materiais de ensino e pesquisa, seja
realizando atividades de incentivo à leitura e ações culturais para alunos e professores;
Especializadas: compreendem centros de documentação ou acervos especializados que ajudam nas
atividades desenvolvidas por empresas. Abrigam acervos de literatura, obras históricas, que
demonstram a trajetória da empresa, como também documentos de arquivo, relativos às atividades
realizadas nos setores da empresa;
Comunitárias: normalmente, essas unidades são geridas por não bibliotecários e manifestam-se como
espaços construídos para atender diferentes pessoas de uma comunidade. Em geral, oferecem acervos
com obras literárias, literatura científica, além de acesso à internet para uso pelas comunidades
carentes, de um bairro ou região, geralmente, mais afastadas dos grandes centros urbanos;
Universitárias ou acadêmicas: são bibliotecas mantidas por universidades ou faculdades, cujo
propósito é apoiar as atividades de ensino, pesquisa e extensão, atividades essas realizadas por alunos,
professores e servidores dessas instituições. Além disso, as bibliotecas universitárias promovem
atividades culturais e acesso à internet e acervos culturais para a comunidade universitária;
Públicas: visam o atendimento da comunidade, em geral, contribuindo para a oferta diversificada de
materiais informacionais, além de cultura e lazer para as pessoas da comunidade. É um espaço
democrático e acolhedor, que se coloca a serviço das causas sociais e da promoção da cidadania.
Dentre as diversas modalidades de bibliotecas, como descrito acima, destacam-se as bibliotecas
universitárias, as quais podem ser definidas como centros de informação, destinados a atender alunos,
professores e técnico-administrativos, de modo a subsidiar as atividades desses usuários e garantir o
crescimento da universidade. Dentre os citados tipos de biblioteca, a universitária é a que mais se destaca por
oferecer diversas atividades a seus usuários, tais como ações culturais, espaço para reuniões, espaço para
leitura, além de oferecer um enorme acervo impresso, com diferentes coleções, no intuito de atender todos os
cursos existentes na universidade. O acervo informacional da biblioteca universitária permite a oferta de
diferentes atividades aos usuários, tais como consulta e leitura das obras no recinto da biblioteca, empréstimo
domiciliar do material, serviços de fotocópia de livros, limpeza, conservação e restauração de materiais,
pesquisa a fontes históricas, dentre muitos outros (NUNES; CARVALHO, 2016).
Ainda sobre as bibliotecas universitárias, é comum, no Brasil, as universidades, considerando o grande
número de cursos e departamentos que possuem, criarem diferentes bibliotecas, em vários espaços da
instituição. Essas bibliotecas, mesmo estando separadas fisicamente, são geridas por um único sistema, de
modo a garantir a padronização das atividades. Assim, muitas universidades brasileiras adotam a criação dos
sistemas integrados de bibliotecas, podendo citar alguns casos, como: Sistema de Bibliotecas da Universidade
de São Paulo, Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal do Espírito Santo, Sistema de Bibliotecas da
UFMG, dentre outros.
2.3 SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFMG
O Sistema de Bibliotecas da UFMG é constituído por 25 bibliotecas setoriais nas seguintes áreas:
Ciências Agrárias; Ciências Biológicas; Ciências Exatas e da Terra; Ciências Humanas; Ciências Sociais
Aplicadas; Engenharia; Ciências da Saúde; Linguística, Letras e Artes (SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA
UFMG, 2018).
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Além das unidades presentes nos diversos cursos e escolas da UFMG, o sistema também possui
acervos vinculados a Unidades Especiais e a atividades de extensão como: Colégio Técnico; Centro
Pedagógico; Museu de História Natural; Carro Biblioteca; Espaço de Leitura da Biblioteca Central (SISTEMA
DE BIBLIOTECAS DA UFMG, 2018).
As Bibliotecas Setoriais e as Unidades Especiais estão vinculadas tecnicamente à Biblioteca
Universitária e são responsáveis pelo oferecimento, à comunidade universitária, de serviços e produtos de
informação necessários ao desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão da UFMG, bem
como de acervos específicos em suas áreas de abrangência (SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFMG, 2018).
O acervo bibliográfico disponível para os usuários do Sistema de Bibliotecas gira em torno de um
milhão de exemplares contemplando, ainda, uma coleção de periódicos impressos de aproximadamente 18.000
exemplares e um acervo de materiais especiais – constituído de materiais audiovisuais, slides, partituras, fitas
de vídeo, documentos de arquivo, fotografias etc. – de cerca de 40.000 itens (SISTEMA DE BIBLIOTECAS
DA UFMG, 2018).
2.3.1 Estrutura, missão e valores
A missão do Sistema de Bibliotecas é prestar serviços de informação técnico-científica que
ultrapassem as expectativas da comunidade acadêmica, sustentando e colaborando com a UFMG para que ela
permaneça entre as mais bem conceituadas universidades do país. A visão do sistema é aprimorar cada vez
mais os produtos e serviços visando atingir um patamar de excelência no suporte informacional e disseminação
do conhecimento à comunidade acadêmica e à sociedade, proporcionando atendimento de qualidade condizente
com os anseios dos cidadãos. No que se refere aos valores, o sistema preza pela transparência administrativa,
eficiência gerencial e memória institucional (SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFMG, 2018). A figura 1
demonstra a estrutura do Sistema.
Figura 1 – Estrutura do Sistema de Bibliotecas da UFMG
Fonte: Sistema de Bibliotecas da UFMG (2018).
Conforme consta na figura 1, o Sistema de Bibliotecas da UFMG possui uma estrutura integrada,
gerenciada pelo Conselho Diretor da universidade, composto pelas 25 bibliotecas da instituição, pela diretoria
do sistema e pelas comissões temporárias formadas para resolver ou conduzir demandas específicas relativas ao
desenvolvimento do sistema e de suas bibliotecas.
Vinculadas diretamente à diretoria estão as divisões técnicas, as seções administrativas, o Cenex e a
Biblioteca Central, essa última, além de contemplar acervo diversificado, conforme os cursos da instituição,
também sedia em sua instalação as divisões técnicas e setores administrativos que gerenciam o Sistema como
um todo.
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2.4 INSTALAÇÕES DAS BIBLIOTECAS: PRÉDIOS, MÓVEIS E EQUIPAMENTOS
As bibliotecas acompanham a evolução da humanidade, ao longo dos tempos. A importância dessas
unidades para o desenvolvimento da sociedade é substancial, haja vista os altos investimentos públicos
voltados para construção dos espaços adequados para abrigar os acervos e as múltiplas atividades
desenvolvidas pelas bibliotecas.
Os espaços físicos de uma biblioteca devem ter arquitetura, em conformidade com leis específicas,
especificamente, considerando normas para acomodação dos acervos impressos, no intuito de que esses
acervos sejam preservados contra ações internas e externas, tais como incêndios, inundações, radiações, dentre
outras ocorrências (CASSARES, 2000).
No caso específico das bibliotecas universitárias, os espaços reservados para construção delas variam
de universidade para universidade. Nos Sistemas de Bibliotecas, as bibliotecas são construídas ao redor das
unidades acadêmicas, dos departamentos, centros ou das escolas, dependendo da forma com que a universidade
esteja dividida. Na UFMG, por exemplo, além da biblioteca central, existem as bibliotecas situadas nos prédios
dos cursos ou escolas, ou próximos deles, de modo que seja facilitado o acesso da comunidade interna ao
recinto da biblioteca.
Por exemplo, a Escola de Ciência da Informação (ECI), formada pelos cursos de Arquivologia,
Biblioteconomia e Museologia e cursos de Pós-Graduação possui a biblioteca situada no terceiro andar do
prédio. A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) possui o ambiente da biblioteca situado no
térreo do prédio, em frente à entrada principal. E assim manifestam-se o ambiente de instalação das demais
bibliotecas, em que, mesmo estando situadas em locais diferenciados, não perdem a centralização no que tange
às formas de gestão e planejamento, vinculadas a um sistema integrado.
No interior das bibliotecas, é comum haver a presença de mobiliários e equipamentos que possibilitam
o funcionamento das atividades bibliotecárias. Assim, o mobiliário de uma biblioteca é composto por: mesas,
cadeiras, estantes, guarda-volumes, balcões diversos etc. Quanto aos equipamentos, é comum a presença de:
computadores, ar condicionado, impressoras, dentre outros.
As bibliotecas, normalmente, são divididas em pequenos espaços, ou salas, nas quais se realizam
atividades diferentes nesses espaços internos. A divisão interna da biblioteca, normalmente, contempla sala da
chefia, sala de processamento técnico, sala de reuniões, sala de informática, balcão de empréstimo, cabines
para estudos individuais e coletivas, dentre outras.
Destaca-se, em qualquer biblioteca, a área destinada ao acervo impresso, normalmente, situada no
centro da unidade. A área do acervo é composta por estantes de ferro ou aço, acopladas de forma ordenada,
com prateleiras para acomodar os livros, em posição vertical, de modo que a lombada do livro fique exposta,
sendo possível a localização da obra pelo usuário. Destaca-se, também, no acervo impresso, a presença de
bibliocantos, equipamentos de ferro ou aço que possibilitam a rigidez e o posicionamento horizontal dos livros
nas estantes. A figura 2 demonstra a correta disposição de um livro em uma estante de biblioteca e a presença
de bibliocanto, pressionando os materiais.
Figura 2 – Exposição correta de livro em estante de biblioteca e presença do bibliocanto
Fonte: Universidade Federal do Ceará (2015).
Conforme apresentado na figura 2, percebe-se que a arrumação dos livros, nas estantes, obedece a um
sistema específico de localização das obras. Assim, as obras são arrumadas, considerando a ordem de
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classificação estabelecida pelos bibliotecários. A inserção dos livros, em seus devidos lugares, e a logística
geral das estantes demandam cuidados especiais para limpeza desses ambientes. Mesmo que a limpeza seja
realizada em intervalos regulares, é preciso cautela, para retirada de resíduos, tais como poeira, insetos etc.,
devendo o trabalho ser realizado por mais de uma pessoa, de forma colaborativa.
2.5 TIPOS DE MATERIAIS CONSTITUTIVOS DOS ACERVOS
Os acervos das bibliotecas universitárias e, especificamente, os das bibliotecas da UFMG são
compostos por diferentes tipos de materiais ou obras, estando eles no formato impresso quanto eletrônico.
Mesmo que, atualmente, há predominância na formação de acervos eletrônicos, disponibilizados na
internet para acesso aos usuários, os acervos físicos (impressos) não perderam o seu valor, estando localizados
em todas as unidades do Sistema, formados por diferentes coleções de materiais, sejam eles de natureza
bibliográfica, museológica ou arquivística.
1 - Materiais bibliográficos: nesse grupo, estão presentes os livros, revistas e jornais. Um material é
bibliográfico quando possui um número de registro, denominado de ISBN (para livros) e ISSN (para jornais e
revistas). Ressalta-se que, qualquer um deles pode possuir suporte físico, como eletrônico;
2 - Materiais arquivísticos: em geral, são os documentos produzidos na unidade e que demandam de uma
guarda específica, podendo formar os arquivos da unidade ou da instituição. Normalmente, são documentos
históricos, atas de reunião, regulamentos, políticas, fotografias, correspondências, dentre outros de ordem
administrativa. Esses documentos podem estar no formato físico, quanto eletrônico;
3 - Materiais museológicos: ao contrário dos anteriores, normalmente, apresentam-se na forma de ícones ou
objetos oriundos da imaginação, da arte e da cultura de um autor ou artista. Citam-se como documentos
museológicos: obras de arte, troféus, quadros, pinturas, artesanatos, dentre outros. Semelhante aos demais tipos
de materiais, os museológicos podem estar na forma física e eletrônica.
É importante esclarecer que, mesmo havendo essa diferenciação entre a natureza dos materiais, a
maioria das bibliotecas acomoda materiais do tipo bibliográfico, visto que documentos institucionais e obras de
arte possuem outras unidades de informação mais específicas para acomodação desses materiais, tais como os
arquivos e os museus.
Assim, os acervos informacionais das bibliotecas do Sistema da UFMG, em sua maioria, contemplam
uma diversidade de obras de natureza bibliográfica. Os tipos de obra pertencem a diferentes coleções, as quais
formam os acervos bibliográficos das bibliotecas, estando esses acervos abertos ao público em geral, para uso,
o que gera, consequentemente, maiores possibilidades de danos aos materiais. Os principais materiais que
formam as coleções são: livros, periódicos, obras de referência, obras raras e audiovisuais, conforme será mais
detalhado na aula seguinte.
VAMOS EXERCITAR?
- Com base nas discussões apresentadas nesta aula, descreva, com suas palavras, o que você acha que seja uma
biblioteca nos dias de hoje.
- Quais são os elementos que formam o acervo de uma biblioteca universitária?
- Em sua opinião, que atitudes são inadequadas ocorrerem em bibliotecas? Ao presenciar uma dessas situações,
como você agiria?
_________________________________________________________________________________________
3 AULA II - NOÇÕES BÁSICAS DE PRESERVAÇÃO
A preservação em acervos informacionais pode ser conceituada como um conjunto de procedimentos
realizados de forma planejada, que visem o desdobramento de muitas outras ações para garantir a permanência
ou sobrevivência dos materiais ao longo dos tempos. Em outras palavras, a preservação é um projeto
abrangente, regido por políticas e diretrizes específicas, que condicionarão as atividades de intervenção junto
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aos acervos, de modo que o patrimônio cultural, histórico e informacional de uma unidade ou instituição seja
preservado, ou melhor, seja salvaguardado (LUCCAS; SERIPIERRI, 1995; CASSARES, 2000).
A preservação de acervos sempre existiu ao longo dos tempos. Essa atividade se intensificou, na Idade
Média, por meio da ação dos monges, nos castelos medievais, ao realizarem serviços de guarda dos livros
produzidos na Antiguidade. O uso de técnicas de reparos nos materiais já era realizado nesse período, sendo
que as técnicas foram se evoluído, à medida que os próprios materiais, como papiro, pergaminho e mais
recente, o papel foram sendo adotados como meios de registro das informações (MARTINS, 2002).
A área da preservação vem se evoluindo, principalmente, à medida que os procedimentos realizados
deixaram de centrar, apenas, na atividade do artesão ou restaurador, o qual possuía o domínio total de
conhecimento sobre como proceder para resgatar a forma original de um livro deteriorado com o tempo e fruto
da ação humana ou de agentes naturais, químicos, físicos e/ou biológicos. É a partir do século XIX, que estudos
científicos passaram a ser desenvolvidos, substituindo a atividade do artesão por equipes de trabalho, com uso
de instrumentos e equipamentos sofisticados, construídos para permitir o resgate original à obra deteriorada
(MARTINS, 2002).
Há de se considerar, também, que a partir do século XIX, com os estudos científicos, uma nova
consciência foi estabelecida: a de realizar ações que impedissem que a obra chegasse a se deteriorar. Ou seja,
nos dias de hoje, há uma tendência em se preservar os materiais, de modo que eles fiquem protegidos dos
agentes externos, permitindo que sua originalidade seja mantida. Nesse contexto, surgem, portanto, três
diferentes termos, definidos como:
1 - Preservação: conjunto de medidas de cunho abrangente, que visem garantir a permanência do material
contra agentes que possam comprometer o seu estado original. É um programa maior, que envolve ações de
gestão a serem estabelecidas na instituição, de modo que sejam realizadas atividades pró-ativas para que o
material permaneça sempre resguardado e protegido;
2 - Conservação: diz respeito às ações práticas realizadas sobre um material que sofreu ações de degradação,
ou seja, é um fazer reativo, pois intervém no material, depois que ocorreram os danos, quaisquer que forem.
Trata-se de técnicas, procedimentos e práticas, que podem ser simples e mais elaboradas, no sentido de reparar
os danos sofridos por um material;
3 – Conservação preventiva: a conservação preventiva é mais ligada à higienização e acondicionamento dos
materiais, com o propósito de evitar possíveis deteriorizações.
4 - Conservação curativa ou pequenos reparos: contempla um tipo de conservação, em que os materiais, ao
sofrerem danos de menor proporção, os quais não justificam um trabalho muito profundo de intervenção,
passam por pequenas ações, de modo que o material possa voltar a ser utilizado. É muito comum a presença
dessa prática em bibliotecas, tais como a colagem de um livro que perdeu a capa, ou a secagem de algumas
folhas que foram umedecidas, ou ainda, a retiragem de poeira inserida entre as páginas de um livro. Essas
atividades podem ser consideradas como “o pronto socorro” dos livros. São os primeiros cuidados oferecidos
ao material danificado;
5 - Restauração: nesse processo, o material sofreu danos muito profundos, o qual demandará ações também
profundas no material, de modo que ele volte ao seu estado original. Nesse processo, o material encontra-se,
totalmente mutilado, sendo impossível a realização de atividades de pequenos reparos. Livros com muitas
páginas soltas, com presença de fungos entre suas folhas, com imagens ou letras faltando ou em baixa
visibilidade requerem técnicas de restauro (LUCCAS; SERIPIERRI, 1995; CASSARES, 2000).
Normalmente, os danos causados em livros são decorrentes de diferentes ações, causadas por agentes
diversos. A literatura considera como principais agentes que causam algum tipo de danificação em acervos
informacionais, a saber:
1 - Agentes biológicos: correspondem aos diversos tipos de microrganismos ou outros seres vivos que utilizam
dos livros, sobretudo aqueles que se encontram no formato de papel, para se alimentarem ou criarem suas
colônias nesses ambientes. Além dos microrganismos, como fungos e bactérias, é comum a presença de insetos
como traças, aranhas, besouros, formigas, dentre outros. Em conjunto, esses seres, além de furarem, cortarem
ou amassarem o material, também causam doenças e incômodos a quem utiliza os livros como: alergias e
infecções.
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2 - Agentes químicos: compreende a ação de substâncias químicas inseridas nos livros, tais como
derramamento de água e outros líquidos ou outras impurezas, como poeira etc. Normalmente, o contágio dos
materiais com essas substâncias advém da ação humana, seja pessoas ao realizarem os processos de limpeza,
seja pelos leitores, ao manusearem o material, consumindo alimentos e bebidas;
3 - Agentes físicos: correspondem às ações mecânicas ou movimentos que acabam por danificar os livros. A
pressão muito intensa de um livro a outro pode inibir a circulação de ar entre eles, logo, pode desencadear
formação de fungos, e outras ações químicas. A falta de manutenção nos acervos, em muitas vezes, pode
provocar a presença de aves, as quais fazem seus ninhos e trazem impurezas que estimulam os agentes
biológicos e químicos. Também é um exemplo de agente físico, o excesso ou escassez de luminosidade e
circulação de ar, a temperatura, dentre outros fatores, a maioria provocada com ajuda de agentes biológicos e
químicos;
4 - Ação antrópica: diz respeito ao mau uso por parte do ser humano. Manusear incorretamente os livros,
derramar produtos sobre eles, seja quando no processo de limpeza ou de leitura, submeter o livro a condições
inadequadas são atitudes humanas que provocam, mesmo que a longo prazo, o desgaste do material;
5 - Intempéries: diz respeito aos fenômenos da natureza. São agentes externos, que se manifestam,
normalmente, na forma de catástrofes, conforme as condições do meio ambiente. Assim, tempestades,
inundações e incêndios são alguns exemplos de intempéries, o que estimula aos gestores das bibliotecas,
equiparem as unidades, com estruturas adequadas, tais como a presença de ar condicionado, para redução do
calor; telas nas janelas, para evitar entrada de aves e outros animais; extintor de incêndio e portas corta fogo,
em caso de incêndios; construir o ambiente das bibliotecas sob alto relevo, evitando os estragos das enchentes,
dentre outras medidas (LUCCAS; SERIPIERRI, 1995; CASSARES, 2000). A figura 3 demonstra
diferentes danos causados aos materiais bibliográficos.
Figura 3 – Diferentes danos causados por fatores adversos nos livros
1
2
3
4
Legenda: 1 – Lombada danificada por mau uso; 2 – Carimbado, rabiscado e molhado; 3 – Ação de fungos, bactérias e brocas; 4 –
Livro com folhas amassadas e rasgadas
Fonte: Tempo para cuidar (2011).
3.1 TIPOLOGIA DOS ACERVOS: UMA ABORDAGEM PARA A DEFINIÇÃO DOS
PROCEDIMENTOS DE LIMPEZA
Conforme já estudamos na aula anterior, os acervos das bibliotecas universitárias são compostos por
obras de natureza bibliográfica, obras essas agrupadas em coleções, que são:
Coleção de livros: constituem livros editados e publicados por diferentes editoras, estando eles
impressos na forma de brochura ou encadernados, com tamanhos e cores variadas. Essa coleção é
formada por livros de literatura científica, pertencentes aos cursos ofertados na universidade, além de
existirem também livros literários, e demais gêneros textuais publicados na forma de livro;
Coleção de periódicos: compostas por jornais e revistas, sejam eles de natureza meramente
informativa/jornalística, como também periódicos científicos, pertencentes aos cursos existentes na
universidade. A coleção de periódicos, em alguns locais, é denominada de hemeroteca, e pode aparecer
vinculada ao acervo de livros, anexa a ele ou em sala específica para acomodar esse tipo de material;
Coleção de obras raras ou materiais especiais: são livros ou periódicos que possuem um valor muito
especial para a instituição. Para ser especial, o material tem que possuir características específicas,
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estabelecidas pela biblioteca, tais como: ser uma obra muito antiga, ser apenas um único exemplar
existente na unidade, conter assinatura do autor, ser um material que retrata a história local (memória),
dentre outros critérios;
Coleção de Audiovisuais ou materiais multimeios: corresponde a recursos eletrônicos, do tipo CD,
DVD e Fita cassete, além de mapas, atlas, plantas arquitetônicas etc. Em linhas gerais, esses materiais
são acomodados em estantes específicas, na maioria das vezes, separadas do acervo impresso;
Coleção Obras de Referência: compreendem, tradicionalmente, as obras que não podem sair da
biblioteca, haja vista o número reduzido de exemplares, como também, a importância da obra para a
consulta local dos usuários. São obras de referência: dicionários, enciclopédias, mapas, tabelas etc.
Os tipos de materiais acima descritos compreendem o que se denomina de materiais informacionais de
uma biblioteca, sendo esses os elementos do acervo informacional ou bibliográfico. A divisão acima foi
estabelecida, com base na estrutura presente na maioria das bibliotecas do Brasil. A divisão proposta também
tem sua origem na classificação e estruturação proposta pela Federação Internacional das Associações
Bibliotecárias (IFLA), organismo internacional que estabelece recomendações para uma boa estruturação e
gestão de bibliotecas. Mas, é bom esclarecer que essa divisão pode variar de biblioteca para biblioteca,
considerando a realidade local.
Conhecendo os tipos de materiais dos acervos, é preciso definir o suporte que materializa a informação
(papel, papiro, pergaminho etc.), procedimento indispensável para definir possíveis técnicas ou procedimentos
para conservação, como também, definir quais serão os mais adequados processos de limpeza e como devem
ser realizados. Os processos mais adequados para limpeza e conservação dos materiais serão ensinados nas
próximas aulas.
VAMOS EXERCITAR?
- Com base nas discussões apresentadas nesta aula, quais são os agentes que podem danificar os materiais do
acervo de uma biblioteca? Qual deles, você considera como mais perigoso para a biblioteca e para as pessoas
que convivem com os livros?
- Em sua opinião, por que é importante realizar a limpeza, conservação e preservação do acervo de uma
biblioteca?
- Ao se deparar com um usuário comendo na biblioteca ou rabiscando um livro, qual a sua atitude?
4 AULA III – PROCESSOS DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO
Como mencionado em nossas aulas teóricas, as bibliotecas da UFMG são compostas por acervos, cujos
materiais, em sua maioria, são de natureza bibliográfica (livros, jornais e revistas), e estão no formato
impresso, em papel. Por isso, é preciso apresentar alguns procedimentos de como manusear esses livros, para
proceder à limpeza deles e das estantes; é importante, também, conhecer os equipamentos de proteção a serem
utilizados e a adoção de medidas específicas para higienização, como também, medidas em caso de situações
inesperadas. Assim, apresentam-se, a seguir, alguns passos básicos:
1 – Uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs): antes de iniciar as atividades, é preciso
que os profissionais utilizem os EPIs, pois o objetivo desses instrumentos é a proteção do próprio colaborador,
evitando contaminações, infecções, alergias, dentre outros problemas decorrentes do contato com os livros e,
possivelmente, com os agentes de degradação dos livros. Destacam-se como alguns importantes EPIs, para
realização de limpeza de acervos bibliográficos: luvas e máscaras.
2 – Forma adequada de se retirar o livro da estante: o livro precisa ser retirado por meio da
inserção da mão da pessoa junto à parte central da lombada, evitando-se retirá-lo com o dedo indicador na parte
superior do material, pois esse uso tende a danificar a lombada do material;
3 – Após retirados, procede-se à higienização: limpeza das partes do item, de modo a eliminar as
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impurezas presentes no interior do livro. Esse processo é realizado por meio de uma vassoura pequena, não
sendo inserido tecido ou outro material umedecido. As estantes podem ser limpas com o uso de um tecido
umedecido ou outro apropriado;
4 – Recolocação e organização dos materiais nas estantes: após limpeza da estante, deve-se esperar
um tempo para evaporação da água, procedendo-se à ordenação do material, na estante, conforme estavam
antes da limpeza, de modo a permanecer seguindo o ordenamento de classificação;
5 – Após realizar a limpeza dos materiais informacionais: é importante realizar a limpeza de outros
mobiliários como mesas, cadeiras, balcões e outros móveis, garantindo, dessa forma, a limpeza geral do
ambiente.
Ressalta-se que todos esses procedimentos não podem ser realizados, apenas, por uma única pessoa,
mas por uma equipe preparada e que trabalhe de forma colaborativa, promovendo, portanto, segurança aos que
trabalham e garantindo a integridade e proteção dos materiais higienizados. Além disso, dependendo da
biblioteca onde esteja sendo realizada a limpeza e conservação, é preciso respeitar as normas locais do
ambiente, tais como: evitar barulhos ao arrastar mobiliários, conversar em tom baixo de voz, realizar a limpeza
afastada de leitores e demais usuários, preferencialmente, horários em que a unidade esteja fechada para o
público ou horários de reduzido movimento. Essas regras são essenciais para garantir uma boa relação e
convivência em qualquer ambiente de trabalho.
4.1 PROCEDIMENTOS EM SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA
Os procedimentos em situações de emergência são aqueles decorrentes de situações inusitadas,
normalmente, oriundas de fenômenos da natureza ou ações antrópicas como incêndios etc. Nesse contexto,
deve-se considerar técnicas adequadas para lidar com água, mofo, pragas e insetos, como também deve-se
garantir a proteção dos acervos durante obras/reformas.
VAMOS EXERCITAR?
- Demonstrações e exercícios práticos no laboratório de preservação da ECI.
5 AULA IV– VISITA TÉCNICA E PRÁTICA AO LABORATÓRIO DE PRESERVAÇÃO
Conforme mencionado nas primeiras aulas, a Biblioteca Central é um órgão do Sistema de Bibliotecas
da UFMG, responsável por acomodar as comissões técnicas e administrativas do Sistema, o que permite a
divisão do prédio que abriga essa biblioteca em diferentes setores.
Assim, fazem parte das divisões técnicas, o Setor de Intercâmbio, Tratamento da Informação,
Tecnologia da Informação, Apoio à Biblioteca Digital, Apoio a Bibliotecas dos Polos da EaD e Apoio ao
Usuário do Portal Capes. Compreendem os setores das seções administrativas: Contabilidade, Compras,
Serviços Gerais, Setor de Pessoal e Arquivo.
Nas divisões técnicas, destaca-se o setor de Coleções Especiais, o qual realiza atividades de pequenos
reparos em obras com pequenos danos, além de processos de restauração, em obras com danos mais profundos.
No referido setor, os trabalhos são realizados com apoio de alguns instrumentos indispensáveis para
reparar o livro, sobretudo no caso de a obra submeter-se à restauração. Os pequenos reparos realizados são
conduzidos com uso de materiais específicos demandados nas ações de conservação curativa, tais como cola,
papel japonês, papel capa, espátula, borracha, lápis, régua, compasso, dentre outros.
VAMOS EXERCITAR?
- Demonstrações e exercícios práticos no laboratório de preservação da ECI.
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REFERÊNCIAS
A BIBLIOTECA. A Biblioteca. 2018. Disponível em:
<https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Microsoft_Word_-_Biblioteca.pdf>. Acesso em: 10
jan. 2019.
CASSARES, Norma Cianflone. Como fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas. São Paulo:
Arquivo do Estado/ imprensa oficial, 2000.
FONSECA, Edson Nery da. Introdução à Biblioteconomia. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2007.
LUCCAS, Lucy; SERIPIERRI, Dione. Conservar para não restaurar: uma proposta para preservação de
documentos em bibliotecas. Brasília, DF: Thesaurus,1995.
MARTINS, Wilson. A palavra escrita. São Paulo: Atlas, 2002.
MILANESI, Luís. Biblioteca. Cotia: Ateliê Editorial, 2002.
MORIGI, Valdir José; SOUTO, Luzane Ruscher. Entre o passado e o presente: as visões de biblioteca no
mundo contemporâneo. Revista ACB, v. 10, n. 2, p. 189-206, 2005.
NUNES, Martha Suzana Cabral; CARVALHO, Kátia de Carvalho. As bibliotecas universitárias em
perspectiva histórica: a caminho do desenvolvimento durável. Perspectivas em Ciência da Informação, v. 21,
n. 1, p.173-193, jan./mar. 2016. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v21n1/1413-9936-pci-21-0100>. Acesso em: 03 mar. 2019.
SANTA ANNA, Jorge. A (re)definição da biblioteca no século XXI: de ambientes informacionais a espaços de
convivência. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v. 14, n. 2, p. 232246, maio/ago. 2016.
SISTEMA DE BIBLIOTECAS DA UFMG. Sobre o sistema. 2018. Disponível em:
<https://www.ufmg.br/diarq/modules/wfchannel/index.php?pagenum=2>. Acesso em: 09 jan. 2018.
PEMPO PARA CUIDAR. 2011. Disponível em: <https://macacosabido.wordpress.com/tag/restauracao-delivros/>. Acesso em: 03 mar. 2019.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Como localizar livros na estante? 2015. Disponível em:
<http://www.biblioteca.ufc.br/wp-content/uploads/2015/09/tutorial-localizar-livros-estantes.pdf>. Acesso em:
03 mar. 2019.
Mensagem final: Os acervos das bibliotecas constituem o patrimônio cultural e intelectual das instituições e
da sociedade. Logo, o que está registrado nos livros, nos jornais, nas revistas de uma biblioteca representa a
memória do nosso país, do nosso estado, da nossa cidade, do nosso bairro, da nossa rua, das nossas
famílias. Portanto, danificar e destruir esses objetos é o mesmo que apagar, de uma vez por todas, a nossa
herança cultural, o que pode levar à eliminação completa dos registros da nossa história, impedindo que as
gerações do futuro tenham conhecimento sobre nossa existência, nossas práticas sociais e nossas vivências.
Preservemos os acervos e as bibliotecas com todo carinho! Pensemos nisso!
OBRIGADO POR SUA PARTICIPAÇÃO NESTE CURSO!
EQUIPE ABMG – Gestão e Consultoria em Cursos, Treinamentos e eventos diversos
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The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
ABMG - Associação dos Bibliotecários de Minas Gerais
Subject
The topic of the resource
A ABMG tem como principal missão congregar bibliotecários, instituições e pessoas interessadas em Biblioteconomia, Ciência da Informação e áreas afins. Defender os interesses e apoiar as reivindicações dos associados. Representar os associados junto aos órgãos da classe nacionais e internacionais, aos órgãos públicos e privados e incentivar o aprimoramento da profissão e o desenvolvimento cultural através de cursos, congressos, seminários, palestras e outros.meuip.co
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A resource consisting primarily of words for reading. Examples include books, letters, dissertations, poems, newspapers, articles, archives of mailing lists. Note that facsimiles or images of texts are still of the genre Text.
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Title
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Curso: Manutenção e Limpeza em Bibliotecas
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Jorge Santa Anna
Contributor
An entity responsible for making contributions to the resource
ABMG
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belo Horizonte (Minas Gerais)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
ABMG Editora
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2019
Type
The nature or genre of the resource
Texto
Subject
The topic of the resource
Manutenção em Bibliotecas
Preservação de Documentos
Description
An account of the resource
Esta apostila é composta por quatro aulas, sendo duas teóricas e duas práticas, cujo objetivo é promover a discussão e conhecimento sobre o que é uma biblioteca, seus conceitos, características, tipos, usuários que a frequentam e serviços oferecidos, com foco nas práticas de conservação e limpeza dos materiais que compõem seus acervos, especificamente, os acervos das bibliotecas constituintes do Sistema de Bibliotecas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Source
A related resource from which the described resource is derived
Apostila de curso
Language
A language of the resource
pt
ABMG