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REVISITANDO OS CAMINHOS TRILHADOS PELA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA DA UFC
Ana Lúcia Martins∗
Lídia Eugênia Cavalcante∗∗
Nadsa Maria Cid Gurgel∗∗∗
RESUMO
Reconstrói a memória das Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará - UFC,
pesquisando em jornais e documentos publicados pela mesma nos primeiros
anos após sua fundação. Contextualiza a UFC e seu movimento fundador no
Brasil pós II guerra, destacando o espírito empreendedor do Prof. Antonio Martins
Filho (fundador da UFC que, no momento, comemoramos seu centenário de
nascimento, juntamente com o cinqüentenário da Universidade) e da Bibliotecária
Maria da Conceição Souza, a primeira Diretora da Biblioteca Central (criada em
1957). Em sua gestão, foram dados os primeiros passos para a capacitação de
pessoal em virtude da não existência, no Ceará, do Curso de Biblioteconomia e,
para capacitar os profissionais das bibliotecas setoriais, Maria da Conceição
Souza foi fazer o Curso da Biblioteca Nacional. Apresenta, ainda, relatos orais
realizados com bibliotecárias, personagens que determinaram o crescimento da
Biblioteca Universitária e do Curso de Biblioteconomia da UFC, construindo a
história da profissão no Estado. Mostra como atuavam os profissionais
bibliotecários e sua interação com o Curso, de acordo com uma cultura
empreendedora implantada pelo Prof. Antônio Martins Filho para criar, no Ceará,
uma universidade que nada devesse às demais instituições implantadas no País.
1 INTRODUÇÃO
Mergulhar no passado das bibliotecas da Universidade Federal do Ceará e
resgatar os fatos ocorridos desde sua criação é uma tarefa gratificante, pois nos
leva a percorrer vários territórios sociais e políticos os quais foram trilhados por
empreendedores cearenses, que viam na criação de uma universidade no Ceará
um fator indispensável ao desenvolvimento do Estado e do Nordeste.
Nesse sentido, o eixo condutor do processo de criação das bibliotecas da
UFC passa por todo um construto histórico local e nacional permeado de
acontecimentos que fazem parte também da fundação da Universidade e não
�ocorre como um fato isolado, mas como parte de um todo que é necessário
compreender para fundamentar o panorama biblioteconômico no País e no
Estado, já que as bibliotecas, em primeira instância, possuem uma função social
que as tornam indispensáveis ao desenvolvimento de qualquer sociedade.
Neste ano de 2004, em que comemoramos o cinqüentenário da
Universidade Federal do Ceará, consideramos o momento propício para
aprofundarmos o assunto. Contar a história da UFC, ou de suas unidades, é
revisitar a história do Ceará, na qual o fazer bibliotecário se encontra inserido
como parte de um panorama intelectual, social, científico e tecnológico.
O presente estudo é, portanto, não uma tese cientifica, mas um relato da
memória pessoal e coletiva de profissionais que, como tantos outros, entraram
nas bibliotecas da UFC e se encantaram com o fazer daqueles que lhes
antecederam, abrindo caminhos para o desenvolvimento científico, tecnológico e
cultural do Ceará.
Ao realizar uma pesquisa de cunho histórico, precisamos nos debruçar
sobre fontes que auxiliam a compreender os fatos ocorridos no passado. Assim,
fomos buscar as informações aqui registradas nos documentos da UFC que
guardam dados institucionais de sua fundação e de suas bibliotecas como
informativos, relatórios, boletins, despachos, portarias e jornais que datam desde
1956. Um outro caminho metodológico indispensável para esta pesquisa foi o uso
da história oral. Por meio de entrevistas e relatos de experiências dos primeiros
bibliotecários da Universidade compomos a trajetória a qual trataremos a seguir.
2 A UFC E SEU MOVIMENTO FUNDADOR
O Brasil pós II Grande Guerra insere-se no conjunto dos países capitalistas
liderados pelos Estados Unidos, divididos em desenvolvidos, em desenvolvimento
e em subdesenvolvidos.
Trata-se de um período de grande efervescência
mundial com mudanças em todas as áreas. O Nordeste brasileiro, que se tornara
vanguarda em vários movimentos políticos e sociais, estava em ebulição. No
Ceará, na década de 40, surgia um grupo de intelectuais denominado Grupo Clã
�– Clube de Literatura e Arte, que tinham a intenção de dar maior visibilidade à
produção intelectual do Ceará, assim explicitada na Revista Clã:
Aqui, na medida do possível, recolhemos o trabalho dos nossos
homens de letras e de pensamento, pois a pretensão que nos
anima é sermos porta de saída da melhor produção intelectual da
gente cearense, de tal modo que ela possa aparecer lá fora, nítida
na sua pureza, numa demonstração convincente de que a gloriosa
Província de Alencar continua a viver, a se agitar, na procura
sempre insatisfeita de rumos novos para a cultura brasileira.
(REVISTA CLÃ)
Um dos componentes desse grupo, se destaca pelo espírito empreendedor
que demonstrou na luta pela criação da Universidade Federal do Ceará, o
Professor Antonio Martins Filho, que tinha a visão de tornar o Estado um centro
difusor de cultura e ressentia-se da falta de uma instituição que congregasse toda
a intelectualidade cearense. Como professor da Faculdade de Direito, onde surgiu
pela primeira vez a idéia de uma universidade para o Ceará, ele tomou para si a
responsabilidade de lutar por ela, inclusive custeando passagem e hospedagem
para o Rio de Janeiro, onde estava concentrado o poder.
Era um período
conturbado da política nacional e havia a preocupação de que um novo golpe
político dificultasse tais objetivos, o que fez intensificar o movimento próuniversidade do Ceará.
O Professor Martins Filho tinha pressa em conseguir a fundação da
universidade mas, com a morte do então Presidente Getúlio Vargas, em 24 de
agosto de 1954, a criação da mesma foi retardada, sendo sancionada a Lei nº
2.373, em 16 de dezembro de 1954 e instalada no dia 25 de junho de 1955. A
Universidade do Ceará fundada graças ao árduo trabalho do Dr. Martins, tinha
como concepção filosófica: “Como Universidade cultivamos o saber. Como
Universidade do Ceará servimos ao meio.
Realizamos assim o UNIVERSAL
PELO REGIONAL.” (MARTINS)
A visão do Prof. Martins Filho era a de que a Universidade constituía-se em
uma necessidade, tendo em vista que daria ao ensino superior uma unidade
administrativa e didática; criaria um ambiente favorável para a aprendizagem
técnico-científica, bem como fomentaria a pesquisa, formando profissionais da
mais alta qualificação, gerando e difundindo conhecimentos, preservando e
�divulgando os valores artísticos e culturais, constituindo-se assim em instituição
estratégica para o desenvolvimento do Ceará e do Nordeste.
3 A BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA E O CURSO DE BIBLIOTECONOMIA DA
UFC
Na fundação da UFC existiam a Faculdade de Direito (criada em 1903),
Faculdade de Farmácia e Odontologia (fundada em 1916), a Escola de
Agronomia (instalada em 1918), posteriormente incorporando também a
Faculdade de Medicina.
Algumas dessas escolas eram estaduais outras
particulares, tendo sido incorporadas e/ou agregadas à Universidade, trazendo
consigo suas respectivas bibliotecas.
O mesmo desafio enfrentado pelo Prof. Martins Filho em aglutinar as várias
unidades isoladas em uma Universidade encontrou a Bibliotecária Conceição
Souza, quando iniciou o trabalho em torno das bibliotecas advindas dessas
unidades. Naquele período, o movimento bibliotecário no País encontrava-se em
fase de ajustes e mudanças.
Segundo a Bibliotecária Cleide Ancilon de Alencar Pereira, que, em relato
oral nos conta:
Os Institutos e Escolas tinham biblioteca, quer dizer, tinham
acervo, um acervo especial. Como a Faculdade de Medicina, a
Agronomia e a Farmácia, mas não tinham bibliotecários, porque
além da Conceição, que ficou na Central, tinha eu que, era para
ter assumido as três da Saúde, mas fiquei monopolizada pela
Medicina e a Maria das Dores que assumiu a Biblioteca da
Agronomia”. (PEREIRA)
A Biblioteconomia, como aliás muitas outras áreas, sofreram fortes
influências da revolução científica e técnica que se seguiu a Segunda Guerra
Mundial (1942-1945), quando foi despendido um enorme esforço no sentido de
acelerar o processo de recuperação dos países devastados pela guerra.
�... sua função evolui para um campo de atividade bem mais
complexo e amplo em função principalmente da proliferação de
periódicos especializados, necessários aos pesquisadores no seu
trabalho incessante de recuperação da sociedade através de sua
industrialização. (CYSNE, 1993, p. 53).
É importante salientar que a criação do IBBD (Instituto Brasileiro de
Bibliografia e Documentação), em 1954, também teve influência inquestionável
no desenvolvimento da Biblioteconomia no Brasil, como afirma Castro (2002, p.
246):
Sob a direção de Lydia de Queiroz Sambaquy, o IBBD
implementou suas atividades, seja através de acordos com
universidades e institutos de pesquisa brasileiros e estrangeiros,
seja incentivando a criação de bibliotecas especializadas e
Escolas de Biblioteconomia ou publicando livros e bibliografias
nos variados campos do saber. (Universidade do Ceará. Anais. t.
3, pg. 268 e 277.)
A criação das bibliotecas da UFC também teve forte influência do IBBD
quando, em 1957, foi apresentada ao Conselho Universitário uma proposta de
acordo entre a Universidade e aquele Instituto, com o objetivo principal de
possibilitar
a
permuta
de
documentos
e
bibliografias
necessários
aos
pesquisadores e estudiosos. Na ocasião, o Conselho Universitário ponderou que
um serviço daquela natureza, “para funcionar nas bases em que era proposto,
exigia pessoal especializado, implicando, possivelmente, em despesas que não
estão previstas no Orçamento da Universidade para o corrente exercício”.
(Universidade do Ceará. Anais. t. 3, pg. 268 e 277). Assim, para a formação de
um quadro de profissionais qualificados, seria necessário enviar pessoas para
fazerem um dos cursos da Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro, o que implicaria
em despesas conforme acima citado.
Em visita ao Rio de Janeiro, o Reitor da Universidade do Ceará manteve
entendimentos com a Presidente do IBBD, Professora Lydia de Queiroz
Sambaquy a fim de acertar as bases do acordo a ser firmado. A não existência de
uma Biblioteca Central na UFC foi considerada pela Presidente do IBBD “como
uma situação vantajosa, pois assim se poderia planejar a instalação da referida
�Biblioteca
Central
de
conformidade
com
as
diretrizes
modernas
de
biblioteconomia.” (Universidade do Ceará. Anais. t. 3, pg. 268 e 277).
Ainda no ano de 1957 foi, enfim, firmado o convênio com o IBBD com o
objetivo de permitir a troca de elementos bibliográficos e possibilitar uma perfeita
organização do Serviço Central de Informações e Documentação da Universidade
do Ceará, que deveria funcionar junto à Biblioteca Central. O acordo previa
também a elaboração de um Catálogo Coletivo do Estado do Ceará, bem como a
participação na coleta de dados destinados ao Catálogo do IBBD.
Em 1958 foi instalada a Biblioteca Central – uma biblioteca de cultura geral
que,
Pela sua própria natureza, consideradas as condições do meio,
tende a converter-se muito breve na maior organização de
pesquisas e informações bibliográficas do Estado. Centralizando
todos os serviços técnico-biblioteconômicos das unidades
universitárias, fácil lhe será tornar-se igualmente um grande e útil
setor de divulgação cultural. A Biblioteca iniciou os seus trabalhos
pelo tombamento ou registro de livros, assim como pela respectiva
classificação e catalogação.” (Anais da Universidade do Ceará, t.5
, ano 1959 pg. 19.)
A Biblioteca Central passou a funcionar junto ao Departamento de
Educação e Cultura, tendo como primeira diretora Maria da Conceição Souza,
que permaneceu no cargo até o ano de 1969. A bibliotecária dirigiu ainda o
Catálogo Coletivo Regional, sendo a representante da Universidade junto ao
mesmo. Foi sócia fundadora da Associação dos Bibliotecários do Ceará,
organizou as bibliotecas do Instituto do Ceará, da Academia Cearense de Letras e
do Colégio Militar, bem como bibliotecas de particulares. Publicou várias
bibliografias, sendo bastante conceituada pela intelectualidade local, que assim se
expressava a seu respeito:
Além de inúmeros trabalhos em jornais e revistas, nos quais tem
demonstrado os seus grandes conhecimentos da Biblioteconomia,
assunto em que se tornou autoridade, constantemente consultada
e a quem os intelectuais cearenses e mesmo de outros Estados
recorrem para esclarecer as suas dúvidas no tocante à sua
especialidade. Tem-se dito que ‘é o Pronto-Socorro desses
intelectuais.” (GIRÃO, 1987, p. 218-19)
�Os documentos pesquisados da época, mostram a emergência de
capacitar profissionais para organizar as bibliotecas, o que se configurou como
uma das grandes metas da bibliotecária Conceição de Souza à frente da
Biblioteca da UFC. Assim, realizava treinamentos, participava de estágios no
IBBD, fazia cursos, sendo a primeira bibliotecária do Ceará a fazer o Curso de
Biblioteconomia da Biblioteca Nacional, abrindo caminho para outras pioneiras
cearenses, que também foram buscar profissionalização na Biblioteca Nacional.
Como resultado do seu envolvimento nacional com instituições e profissionais da
área, trouxe para Fortaleza o Curso de Introdução à Documentação,
O serviço de Documentação, Estatística e Divulgação planejou e
adotou as providências necessárias para realizar, em princípios de
1959, um Curso de Introdução à documentação, a ser ministrado
pelo Professor Edson Nery da Fonseca, Presidente da Associação
Brasileira de bibliotecários. Esse Curso, que se destina a
funcionários especializados da Universidade, assim como dos
diversos órgãos públicos do Estado e da União, existentes em
Fortaleza, está dividido em 10 etapas e será ministrado em 20
aulas que abrangem os mais variados aspectos da
Documentação. (Universidade do Ceará. Boletim 15, nov./dez.,
1958. p.27).
No Plano de Atividades para o ano de 1959 da Universidade foi prevista a
construção de um prédio para a Biblioteca Central e a organização definitiva da
Biblioteca, incluindo a preparação e o aperfeiçoamento de pessoal para as
Bibliotecas das Escolas, o que significava um amplo avanço da atividade
biblioteconômica no Ceará.
Em face da grande dificuldade de pessoal bibliotecário especializado no
Estado, Conceição de Souza une esforços com os gestores da UFC, com
empenho pessoal do ex-reitor Prof. Antônio Martins Filho e, nacionalmente, conta
com a colaboração da bibliotecária Lydia de Queiroz Sambaquy para, em 1964,
quando o ensino superior em Biblioteconomia já estava em expansão no País,
fundar o Curso de Biblioteconomia e Documentação, da Universidade Federal do
Ceará, fato que se concretizou com a realização do 4º Congresso Brasileiro de
Biblioteconomia e Documentação, realizado em Fortaleza. Conforme relato da
Bibliotecária Cleide Ancilon:
�Nessa ocasião, Dona Lydia de Queiroz Sambaquy sugeriu o
curso, mas na época, Dr. Martins não se entusiasmou muito.
Acontece que um ano ou dois depois, ela voltou aqui ao Ceará na
companhia do marido dela, Júlio Sambaquy, que tinha sido
nomeado Ministro da Educação. Ela aproveitou a oportunidade e
voltou a carga, a essa altura ela era a mulher do Ministro. Então
ele prometeu criar o curso. (PEREIRA)
No mês de fevereiro [1964] foi criado, por deliberação do
Conselho Universitário, o Curso de Biblioteconomia e
Documentação, que passará a funcionar junto à Biblioteca Central
da Universidade do Ceará. ... tendo decorrido a sua criação da
idéia de que fosse instalado no Ceará uma Escola de
Biblioteconomia e Documentação nos moldes da que existe no
Rio de Janeiro. (Universidade do Ceará. Boletim 46. v. 9, n.1,
jan/fev., 1964. p. 16.)
O curso surge, então, interagindo com a Biblioteca Central, já que além dos
professores serem os profissionais bibliotecários das bibliotecas da UFC, o
mesmo “funcionaria na Biblioteca Central, onde seriam instalados os serviços de
administração e coordenação geral.” (Universidade do Ceará. Boletim 46. v. 9,
n.1, jan/fev., 1964).
Para a implantação do Curso, alguns membros da comunidade
universitária foram convocados e mandados ao Rio de Janeiro
para fazer o programa do Curso de Biblioteconomia da Biblioteca
Nacional. O Reitor Martins Filho, idealizador do projeto, tinha
pressa e interesse em formar bibliotecárias para preencher as
lacunas existentes na própria universidade. Muito embora não
tenha sido criado com a intenção primeira de responder às
necessidades de informação, preservação e difusão da cultura
cearense, a iniciativa trouxe benefícios para o Estado e
desenvolvimento para a área no Ceará. (CYSNE, 1993, p. 66).
Com a denominação de Curso de Biblioteconomia e Documentação fica
clara a influência do IBBD enfatizando os fundamentos de uma área voltada para
a preservação e organização de documentos.
No ano de 1969, quando Conceição Souza encerrou sua gestão na
Biblioteca Central da UFC, surge o Serviço de Bibliografia e Documentação
(SBD), sob o comando da Bibliotecária Cleide Ancilon de Alencar Pereira,
passando a Biblioteca a ser incorporada ao referido Serviço conforme Portaria nº
326, de 7 de agosto de 1969. Em 1970, a Bibliotecária Cleide Ancilon pede
�desligamento do SBD por entender que a Universidade não estava em condições
de atender às necessidades de recursos materiais e humanos. Quando
entrevistada, ela diz: “a única coisa que funcionou no SBD foi o serviço de
permuta de publicações, o intercâmbio com as publicações da Universidade.”
(PEREIRA)
A Universidade foi se expandindo a cada ano, com novos cursos, contando
também com expressivo contingente de pesquisadores e professores e, por sua
vez, as bibliotecas seguiram esse mesmo processo, passando a exigir uma
reestruturação. Nesse caso, a Biblioteca Central passaria a coordenar todas as
bibliotecas da UFC em forma de sistema.
4 CONCLUSÕES
Ao traçar a evolução histórica e social das bibliotecas da Universidade
Federal
do
Ceará
pretendemos
reconstituir
a
trajetória
fundadora
e
empreendedora de pessoas que viram a criação da biblioteca como um elemento
fundamental ao desenvolvimento local e regional.
A partir do estudo dos
documentos localizados sobre esta temática vislumbramos uma pesquisa bem
mais ampla do que esta que ora apresentamos. Entretanto, o caráter embrionário
deste estudo nos leva a algumas conclusões:
As relações entre o fazer biblioteconômico e os saberes advindos por meio
da história desse fazer nos auxiliam a compreender as práticas profissionais
desenvolvidas no passado e o que elas representam no presente como
importante instrumento para análise dos investimentos realizados ao longo do
tempo, em face das mudanças ocorridas na sociedade.
No caso da memória histórica da criação das bibliotecas da UFC
observamos o envolvimento pessoal e profissional em prol de um objetivo social
quer seja o desenvolvimento por meio da educação ou o fortalecimento da
sociedade que advém da formação cultural, científica e tecnológica de seus
habitantes.
�No período em estudo, observamos ainda que a formação e a prática
profissional do bibliotecário se davam a partir de um modelo técnico, de caráter
nacional, preocupado especialmente com a organização, o tratamento e a
preservação do documento. Entretanto, vale salientar, que o crescimento da
Biblioteconomia no Brasil se deu pelas mãos de profissionais dedicados a um
fazer cotidiano do passado que reflete no crescimento profissional da área
indispensável à constituição da nossa história no presente.
FONTES PESQUISADAS
ANTEPROJETO DE REGIMENTO DO SERVIÇO DE BIBLIOGRAFIA E
DOCUMENTAÇÃO DA UNIVERSIADE FEDERAL DO CEARÁ. 1969.
CLÃ – Revista trimestral. Fortaleza: Edições Clã. Nº 0 – 4; 1946-1948.
PEREIRA, Cleide Ancilon de Alencar. Entrevista oral concedida em 07 de Julho
de 2004.
UNIVERSIDADE DO CEARÁ. Anais. t. 3, pg. 268 e 277.
__________.______. t.5, 1959 p.19
UNIVERSIDADE DO CEARÁ. Boletim 1. Julho 1956
Boletim 2. Agosto-Setembro 1956
Boletim 3. Out., nov., dez. 1956
Boletim 4.Jan., fev., 1957
Boletim 5. mar., abr., 1957
Boletim 10. jan, fev., 1958
Boletim 11. março,abril, 1958
Boletim 12. maio, junho, 1958
Boletim 13. jul.,ago., 1958
Boletim 14. set.,out., 1958
Boletim 15. nov.,dez., 1958
�Boletim 46. v. 9, n.1, jan/fev., 1964
Boletim 47. v. 9, n.2, mar./abr., 1964
Boletim 48. v. 9, n.3, maio/jun., 1964
Boletim 49. v. 9, n.4, jun./ago., 1964
Boletim 50. v. 9, n.5, set./out., 1964
Boletim 58 v. 11, n.1, jan/fev., 1966
Boletim 59 v. 11, n.2, mar/abril, 1966
Boletim 60 v. 11, n.3, maio/jun., 1966
Boletim 61 v. 11, n.4, jul./ago., 1966
Boletim 62 v. 11, n.5, set./out., 1966
Boletim 63 v. 11, n.6, nov./dez., 1966
UNIVERSIDADE DO CEARÁ. IV CONGRESSO BRASILEIRO DE
BIBLIOTECONOMIA E DOCUMENTAÇÃO. 7 a 14 de julho de 1963. Boletim
Informativo. N.7. fortaleza: Imprensa Universitária do Ceará, 1963.32 p.
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2000. 288 p.
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CYSNE, Maria do Rosário de Fátima Portela. Biblioteconomia: dimensão social
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GIRÃO, Raimundo. Dicionário da Literatura Cearense. Fortaleza: IOCE, 1987.
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Trabalho apresentado na International conference on Conceptions of Library and
Information Science, University of Tampere, Finland, 1991. Tradução de Ana
Maria P. Cardoso.
∗
Biblioteca Universitária – UFC, alucia@ufc.br
Departamento de Ciências da Informação – UFC, lídia@ufc.br
∗∗∗
Biblioteca Universitária – UFC, nadsa@ufc.br - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
∗∗
Campus do Pici, s/n - Caixa Postal: 6025 - CEP: 60.451-970 - Fortaleza - Ceará – Brasil
�
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 13 - Ano: 2004 (UFRN - Natal/RN)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: Bibliotecas universitárias: (Re) Dimensão de bibliotecas universitárias: da gestão estratégica à inclusão social.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRN
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2004
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Natal (Rio Grande do Norte)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
Revisitando os caminhos trilhados pela biblioteca universitária da UFC.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Martins, Ana Lúcia; Cavalcante, Lídia Eugênia; Gurgel, Nadsa Maria Cid
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Natal (Rio Grande do Norte)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFRN
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2004
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
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Reconstrói a memória das Bibliotecas da Universidade Federal do Ceará - UFC, pesquisando em jornais e documentos publicados pela mesma nos primeiros anos após sua fundação. Contextualiza a UFC e seu movimento fundador no Brasil pós II guerra, destacando o espírito empreendedor do Prof. Antonio Martins Filho (fundador da UFC que, no momento, comemoramos seu centenário de nascimento, juntamente com o cinqüentenário da Universidade) e da Bibliotecária Maria da Conceição Souza, a primeira Diretora da Biblioteca Central (criada em 1957). Em sua gestão, foram dados os primeiros passos para a capacitação de pessoal em virtude da não existência, no Ceará, do Curso de Biblioteconomia e, para capacitar os profissionais das bibliotecas setoriais, Maria da Conceição Souza foi fazer o Curso da Biblioteca Nacional. Apresenta, ainda, relatos orais realizados com bibliotecárias, personagens que determinaram o crescimento da Biblioteca Universitária e do Curso de Biblioteconomia da UFC, construindo a história da profissão no Estado. Mostra como atuavam os profissionais bibliotecários e sua interação com o Curso, de acordo com uma cultura empreendedora implantada pelo Prof. Antônio Martins Filho para criar, no Ceará, uma universidade que nada devesse às demais instituições implantadas no País.
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