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Eixo II - Pesquisa e Extensão
PRODUÇÃO CIENTÍFICA EM ACESSO ABERTO: O ANTES E O DEPOIS DA
INICIATIVA DE BUDAPESTE
SCIENTIFIC PRODUCTION IN OPEN ACCESS: BEFORE AND AFTER THE BUDAPEST
INITIATIVE
Resumo: O estudo objetivou analisar o aumento absoluto e relativo da produção científica em
Acesso Aberto no Brasil e no Mundo levando-se em consideração que no ano de 2017 a
Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto
revisão de literatura apresentou os principais marcos e iniciativas do Acesso Aberto, como os
portais de periódicos, e em especial a SciELO. Para a realização do estudo foram coletados
dados da Web of Science (utilizando-se o novo filtro de Acesso Aberto) e SciELO dos anos
de 1998 a 2016 (5 anos antes da publicação da Iniciativa de Budapeste e 14 anos depois) para
análise comparativa da produção em Acesso Restrito e em Acesso Aberto. Os resultados
demonstraram que a produção em Acesso Aberto é crescente no mundo, sendo ainda mais
pronunciada no Brasil. Conclui-se o estudo atestando que a Inciativa de Budapeste e todas
aquelas que se seguiram fortaleceram e instituíram o Acesso Aberto como um modelo
sustentável e necessário para a divulgação dos resultados de pesquisas financiadas
majoritariamente com recursos públicos.
Palavras-chave: acesso aberto. BOAI. produção científica. Web of Science. SciELO.
Abstract: The study aimed to analyze the absolute and relative increase of scientific
production in Open Access in Brazil and in the World, taking into account that in the year
2017 the "Budapest Initiative for Open Access" completed 15 years of its publication. The
literature review presented the main Open Access milestones and initiatives, such as journal
portals, and especially SciELO. For the study, data from the Web of Science (using the new
Open Access filter) and SciELO from the years 1998 to 2016 (5 years before the publication
of the Budapest Initiative and 14 years later) were collected for a comparative analysis of the
restricted access and open access. The results showed that Open Access production is
increasing in the world, being even more pronounced in Brazil. The study concludes by
confirming that the Budapest Initiative and all those that followed have strengthened and
instituted Open Access as a sustainable and necessary model for the dissemination of the
results of research funded mainly by public resources.
Keywords: open access. BOAI. scholarly communication. Web of Science. SciELO.
�INTRODUÇÃO
Produzir ciência e torná-la acessível. Este é o mantra atual dos pesquisadores, uma vez
que apenas produzir conhecimento já não basta mais, esse conhecimento tem que ser de fácil
recuperação e, principalmente, acessível para que outros pesquisadores possam lê-lo,
compartilhado e/ou citá-lo.
Vivemos um momento de alta produtividade, estudos estimam que a produção científica
tem crescido entre 8% e 10% ao ano (VAN RAAN, 2000; BORNMANN; MUTZ, 2015). Em
uma taxa de crescimento médio de 9% ao ano, o número de publicações científicas duplicaria a
cada 9 anos, isso levando-se em conta somente publicações indexadas em bases de dados, ou
seja, há ainda uma grande parcela de conteúdos sendo produzidos e não contabilizados, uma vez
que as bases de dados indexam apenas uma parte do que se produz mundialmente.
Mas a principal questão acerca desse crescimento exponencial do conhecimento é: qual
é/será o custo do acesso a esse conteúdo?
Tal preocupação poderia ser remontada aos primeiros estudos de desenvolvimento de
coleções estabelecidos por Samuel C. Bradford em 1934 (BRADFORD, 1985) ou às análises
bibliométricas de Eugene Garfield (1955), porém a mudança tem início na década de 1990,
quando um grupo de cientistas das áreas de exatas, percebendo e prevendo a movimentação das
editoras comerciais no sentido de ampliar seu domínio sobre as publicações científicas
cobrando não só pelo acesso ao conteúdo impresso (como já vinham fazendo há séculos), mas
agora, no início da internet vislumbravam um novo modelo de negócios com o acesso
eletrônico. Esses cientistas, então, dão início a um movimento pela abertura do conhecimento
produzido e lançam o primeiro repositório eletrônico de preprints, o arXiv56 na Universidade de
Cornell nos Estados Unidos.
Na década seguinte o movimento já havia crescido e em dezembro de 2001 o Open
Society Institute (OSI) convoca uma reunião em Budapeste com os principais defensores do
acesso aberto para literatura de periódicos científicos e acadêmicos. O objetivo era ver até que
ponto as muitas iniciativas atuais poderiam ajudar uns aos outros e como a OSI poderia usar
seus recursos para ajudar a causa (BOAI, 2002).
Nessa reunião o grupo cria aquela que se tornaria a divisora de águas para a ciência, a
Budapest Open Access Initiative
uma carta assinada por 16 cientistas e editores científicos, dentre eles os Professores Stevan
Harnad, Peter Suber e Jean-Claude Guédon, o grupo lança a pedra fundamental do Movimento
56
arXiv: https://arxiv.org/
�do Acesso Aberto (AA) ao mundo, conceituando e descrevendo as regras para o
estabelecimento desse novo modelo de fazer ciência; o documento é publicado dois meses
depois em 14 de fevereiro de 2002 (BOAI, 2002).
No Brasil o AA ao conhecimento tem como principal elemento o lançamento em 1998
Scientific Electronic Library Online
SciELO)57. Antes mesmo de o termo AA ter sido
cunhado, a SciELO já trazia conteúdos de periódicos científicos brasileiros revisados por pares
gratuitamente sem pagamento de taxas para acesso. Tal iniciativa modelou e fomentou o
surgimento de outros portais de periódicos e modelos de AA em toda a América Latina
(PACKER et al., 2014).
No ano de 2017 a publicação da BOAI completou 15 anos e a grande questão que surge
é: o quanto evoluiu a publicação em AA ao longo desses anos? Responder esta questão é o
objetivo deste estudo analisando-se a produção dos conteúdos em AA comparativamente aos de
Acesso Restrito (conteúdos não abertos, restritos ou embargados sob licenças de uso de editoras
comerciais).
Para tanto, foram extraídos dados da base Web of Science (Core Collection - WoS)58,
que a partir do final do ano de 2017 adotou um novo e mais preciso filtro para identificação dos
documentos disponíveis em AA59. Os dados permitiram analisar a tendência de crescimento dos
documentos em AA no Brasil e no mundo. E pelo fato da WoS abranger parte da produção
científica brasileira, foram agregados os dados referentes às publicações exclusivas de
periódicos indexados somente na SciELO para mensuração de seu efeito.
REVISÃO DE LITERATURA
A ciência tem como objetivo avançar no desenvolvimento de um conhecimento novo e
os pesquisadores do passado sabiam que tal avanço somente seria possível se o processo fosse
desenvolvido de forma coletiva, com a participação de sua comunidade científica.
A literatura de um assunto científico é tão importante para ele quanto a própria
pesquisa, pois esta não estaria completa se seus resultados não fossem divulgados. A
publicação em periódicos científicos possibilita a disseminação ampla e
relativamente rápida dos resultados de pesquisa, permitindo que sejam lidos,
criticados e talvez utilizados (e então citados) por outrem. Os resultados de uma
pesquisa são assim absorvidos por gerações subsequentes de pesquisadores
(MUELLER, 1995, p. 63).
57
SciELO Disponível em: http://www.scielo.org/
Web of Science Disponível em: http://www.webofknowledge.com/
59
Clarivate Analytics Open Access - The Future of Open Access Discovery is NOW! Disponível em:
http://info.clarivate.com/openaccess
58
�Dessa forma, considerando-se que um dos principais propulsores tanto do
desenvolvimento da ciência quanto de sua comunicação foram os periódicos científicos, é
necessário registrar seu surgimento.
Até metade do século XVII os resultados de pesquisa eram compartilhados por meio de
livros, ou correspondências entre pesquisadores, ou ainda por intermédio dos encontros e
eventos de renomadas autoridades da sociedade acadêmica e civil. São aproximadamente 350
anos do surgimento dos dois primeiros periódicos científicos, publicados com poucos meses de
diferença, no ano de 1665: o frânces
Journal des Sçavans
inglês
Philosophical
estabeleciam princípios para o processo de comunicação
Transactions
científica que perduram até o presente, que consiste basicamente em: avançar o conhecimento
científico baseando-se nos resultados anteriores, evitando a duplicação de resultados, e
estabelecendo os princípios de prioridade científica e revisão por pares. Além disso, tais
veículos de publicação proporcionavam uma rápida distribuição e traziam relatos objetivos dos
resultados das principais pesquisas (MEADOWS, 1999; LARIVIÈRE; HAUSTEIN;
MONGEON, 2015). Desde então, um crescimento expressivo permite a confirmação da
importância deste veículo de comunicação da ciência, ao se considerar que em 2016 mais de 1,1
milhão de seriados correntes estavam registrados pelo Centro Internacional do International
Standard Serial Number (ISSN)60.
Nesse sentido, com o desenvolvimento de novos e cada vez mais profissionalizados
títulos de periódicos, grandes editoras comerciais surgiram. Em estudo publicado por Larivière;
Haustein e Mongeon (2015), os autores analisaram a evolução da participação por editora na
publicação de aproximadamente 45 milhões de artigos indexados na base de dados WoS entre
os anos de 1973 a 2013. Os autores constataram que no ano de 2013 cinco editoras foram
responsáveis pela publicação de mais de 50% dos artigos publicados e no caso da área de
Ciências Sociais, esse número chegava a 70%.
Entretanto, tal monopólio representa barreiras ao processo de comunicação científica,
além de um empecilho à disseminação da informação, haja vista o alto valor das assinaturas.
E foi justamente esse o motivo pelo qual os pesquisadores na década de 1990
começaram a desenvolver seu próprio repositório de conteúdos preprint de acesso livre, o
arXiv, dando início ao que em 2002 tornou-se a iniciativa pelo AA ao conhecimento, a BOAI. E
60
The ISSN International Register
international-register/
Disponível em: http://www.issn.org/understanding-the-issn/the-issn-
�A literatura a se tornar acessível gratuitamente online é aquela que acadêmicos doam
ao mundo sem esperar pagamento. Esta categoria envolve principalmente artigos
publicados em periódicos arbitrados, mas inclui também qualquer pré-publicação
não revisada que se tenha a intenção de disponibilizar online para comentar ou
alertar colegas a importantes achados de pesquisa. Há muitos graus e tipos de acesso
mais amplo e facilitado a esta literatura.
referimos à sua disponibilidade gratuita na internet, permitindo a qualquer usuário a
ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar ou usar desta literatura com qualquer
propósito legal, sem nenhuma barreira financeira, legal ou técnica que não o simples
acesso à internet. A única limitação quanto à reprodução e distribuição, e o único
papel do copyright neste domínio sendo o controle por parte dos autores sobre a
integridade de seu trabalho e o direito de ser propriamente reconhecido e citado
(BOAI, 2002) [grifo nosso].
A BOAI (2002) trazia como proposição o desenvolvimento de um ecossistema científico
aberto, que permitisse a livre publicação dos resultados de pesquisa, tal conquista seria possível
por meio de: I. Auto arquivamento; e II. Periódicos de acesso aberto. Na primeira, seria
necessário que os acadêmicos tivessem a infraestrutura de um repositório para depositar seus
trabalhos; e na segunda seriam necessários meios para fomentar uma nova geração de
periódicos já iniciada com os princípios do AA e que servisse como modelo para a migração de
periódicos comerciais.
Para Harnad et al (2008), a publicação em AA teria duas vias: Gold (Dourada) - na qual
os custos para publicação são pagos pelo autor do trabalho ou pela instituição do autor por meio
de uma taxa para processamento do artigo (Article Processing Charge Taxa de Processamento
de Artigo
APC) e; Green (Verde)
na qual o autor publica seu trabalho em um periódico
comercial (sem custo para si), todavia, ele tem direito a depositar sua obra (versão final ou
preprint) em um repositório de forma imediata após a publicação ou depois de um período de
embargo, dependendo do tipo de licenciamento assinado com o periódico.
Quanto aos modelos de publicação em AA Spinak (2013) afirma que há ao menos cinco
variantes:
Via dourada: periódicos que são financiados por instituições e oferecem os
conteúdos de forma gratuita aos leitores desde o início, como os periódicos
SciELO;
Via verde: artigos que são arquivados pelo autor em seu próprio site, mas
artigos que foram aceitos para publicação mediante processo de revisão por
periódicos acadêmicos;
Híbrido: autores pagam para que seus artigos sejam disponibilizados em acesso
aberto em um periódico comercial. O periódico, portanto, fica disponibilizado
pela Via dourada apenas nos artigos pagos pelo autor;
�Embargo: periódicos por assinatura que, após um período de tempo (de 1 a 2
anos) liberam os artigos, tornando-se esses também de acesso aberto pela Via
dourada;
Por tempo limitado: periódicos oferecem alguns artigos em acesso aberto por
um tempo limitado, como uma promoção, mas em seguida são removidos.
No Brasil as iniciativas de acesso livre ao conhecimento começaram bem antes de 2002.
Em 1997, o Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde
(BIREME), órgão da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) da Organização Mundial
de Saúde (OMS) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
(FAPESP) lançam o projeto SciELO.
O SciELO tinha dois objetivos simultâneos. O primeiro era desenvolver
competência e infraestrutura para indexar e publicar na Internet um conjunto
selecionado de periódicos brasileiros, de diferentes disciplinas, que adotassem a
avaliação pelos pares, e lidar com textos em diversos idiomas. O segundo foi de
aumentar a visibilidade, uso e impacto dos periódicos indexados e das pesquisas que
publicam (PACKER et al., 2014).
O projeto piloto envolvia 10 títulos de periódicos científicos já indexados pelo Science
Citation Index (SCI), do então Institute for Scientifc Information (ISI) e atualmente conta com
números impressionantes compreendendo mais de 1200 títulos de periódicos e mais de 700 mil
artigos, com presença em 14 países, a saber: Brasil, África do Sul, Argentina, Bolívia, Chile,
Colômbia, Costa Rica, Cuba, Espanha, México, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela. O
SciELO é considerado, juntamente com a Red de Revistas Cientificas de America Latina y el
Caribe, España y Portugal (Redalyc) o principal expoente do AA na América Latina, servindo
como modelo para o desenvolvimento de muitos outros portais de periódicos, como os da
Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM)61, da Universidad de Chile62 e da USP63,
todos os três contando com mais de 100 periódicos cada, sendo o da USP o maior deles, com
mais de 170 títulos registrados (BABINI, 2014).
Outra importante iniciativa surge do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e
Tecnologia (IBICT), principal órgão institucional na defesa e desenvolvimento de iniciativas
em prol do AA. Em 2005, O IBICT lançou o "Manifesto Brasileiro de Apoio ao Acesso Livre à
Informação Científica" que objetivava:
promover o registro da produção científica brasileira em consonância com o
paradigma do acesso livre à informação;
61
Revistas UNAM Disponível em: http://www.revistas.unam.mx/
Portal de Revistas Académicas de la Universidad de Chile Disponível em: https://revistas.uchile.cl/
63
Portal de Revistas da USP Disponível em: http://www.revistas.usp.br/
62
�promover a disseminação da produção científica brasileira em consonância
com o paradigma do acesso livre à informação;
estabelecer uma política nacional de acesso livre à informação cientifica;
buscar apoio da comunidade cientifica em prol do acesso livre à informação
cientifica. (BRASIL, 2005).
E no que compete aos editores de periódicos científicos, o documento aborda no item
seguintes recomendações:
D. É imprescindível que as editoras comerciais de publicações científicas:
1. concordem em que os trabalhos por elas publicados com autoria de
pesquisadores que obtiveram recursos públicos para suas pesquisas tenham
uma cópia depositada em repositório de acesso livre;
2. tenham disponível uma versão eletrônica, em ambiente de acesso livre, das
publicações impressas por elas editadas cuja autoria seja de pesquisadores
que obtiveram recursos públicos para suas pesquisas (BRASIL, 2005).
O AA foi fortalecido ainda graças ao desenvolvimento de uma tecnologia que
possibilitou o surgimento de periódicos e portais de periódicos por todo mundo, especialmente
na América Latina. O Open Journal System (OJS), um sistema que gerencia todo o fluxo
editorial de um periódico desde a submissão até a publicação e que segue os preceitos políticos
e estruturais do AA. O OJS foi desenvolvido como parte de um projeto de pesquisa do Public
Knowledge Project (PKP) liderado por John Willinsky na University of British Columbia e teve
sua primeira versão lançada no ano de 2001. Seu diferencial era o software ser distribuído em
uma licença de código-aberto (open source) e com isso a comunidade pôde participar efetuando
melhorias no sistema, comunidade esta que só fez crescer ao longo desses anos.
De acordo com o Willinsky (2005) na época do desenvolvimento do OJS o movimento
do AA estava começando a surgir, porém a dificuldade de fazê-lo se expandir estava ligada
principalmente aos custos de manutenção de um periódico nesse modelo e, portanto, a PKP
decidiu investir em um sistema que utilizasse tecnologias open source e pudesse ser distribuído
sem custo a quem o quisesse utilizar. Assim, uma parte dos custos, aquela que estaria ligada ao
pagamento para a utilização de softwares de gestão de periódicos comerciais, poderia ser
eliminada. Atualmente o OJS tem sido utilizado64 na hospedagem de mais de 10 mil periódicos
em aproximadamente 3,7 mil instalações; e um terço desses periódicos estão localizados na
América Latina e Caribe, sendo o Brasil o país com o maior número de periódicos.
64
OJS Usage
Disponível em: https://pkp.sfu.ca/ojs/ojs-usage/
�Assim, após todas as iniciativas locais e os desenvolvimentos de portais de periódicos,
repositórios institucionais e portais de livros, todos em AA, o Brasil tem-se tornado um
expoente do movimento na América Latina e um destaque para o mundo65, tendo o segundo
maior número de periódicos registrados no Directory of Open Access Journals (DOAJ)66, o
oitavo país com o maior número de repositórios indexados no Directory of Open Access
Repositories (OpenDOAR)67, a décima primeira posição em quantidade de registros indexados
no Bielefeld Academic Search Engine (BASE)68 e o primeiro da América Latina em quantidade
de registros indexados na Red de Repositórios de Acceso Abierto a la Ciencia (LA
Referencia)69.
Podemos constatar, com base nas informações apresentadas que a ciência produzida e
publicada pelas instituições de ensino no Brasil, em geral, tem sido bem representada em termos
de veículos de comunicação científica. Isso, em princípio, fortalece a recomendação das
iniciativas brasileiras no sentido de que a produção científica financiada com recursos públicos
deva privilegiar sua publicação em AA.
Toda essa evolução do AA nos últimos anos levou ao estabelecimento de novos
modelos de negócios para os editores científicos comerciais, fazendo surgir, por exemplo, os
megajournals que são periódicos científicos que publicam conteúdos de todas as áreas do
conhecimento e que possuem um alto índice de publicação anual. O primeiro periódico a surgir
com esse modelo foi o PLOS ONE70. Lançado em 2006, a PLOS tinha como objetivo ser um
periódico acadêmico de AA capaz de englobar toda a ciência, fornecendo um local de
publicação eficiente para todos os artigos cientificamente saudáveis que pudessem explorar todo
o potencial do meio eletrônico, como os recursos da Web 2.0, criando, assim, uma ruptura
quanto à repetição do modelo impresso adotado pelos periódicos eletrônicos na época
(BINFIELD, 2009). Os números deste periódico impressionam, em uma busca por seu ISSN
(1932-6203) na base de dados WoS entre os anos de 2013 a 2017 filtrando somente artigos
65
As informações apresentadas a seguir referem-se a dados coletados no dia 19 de janeiro de 2018, podendo
sofrer alterações ao longo do tempo.
66
DOAJ Disponível: https://doaj.org/
67
OpenDOAR Disponível em:
http://www.opendoar.org/onechart.php?cID=&ctID=&rtID=&clID=&lID=&potID=&rSoftWareName=&search
=&groupby=c.cCountry&orderby=Tally%20DESC&charttype=pie&width=600&height=300&caption=Proporti
on%20of%20Repositories%20by%20Country%20-%20Worldwide
68
BASE Disponível: https://www.basesearch.net/about/en/about_countries_doc_dn.php?menu=2&submenu=1&subpage=about_countries_#table
69
LA Referencia Disponível em:
http://www.lareferencia.info/vufind/Search/Results?lookfor=&type=AllFields
70
PLOS ONE Disponível em: http://journals.plos.org/plosone/
�temos mais de 130 mil documentos indexados, com uma média de publicação de 26 mil artigos
por ano.
Mas o diferencial desse periódico é que ele segue o modelo da Via Dourada no qual o
autor paga a APC para publicar seu artigo, no caso da PLOS ONE o valor base é de USD$
1,495.00 por artigo; todavia, eles oferecem formas de desconto para autores habilitados, por
exemplo, universidades podem pagar uma taxa para obter descontos nas publicações de artigos
de seus pesquisadores, ou pesquisadores sem financiamento podem receber um desconto
percentual no pagamento da taxa (PLOS, 2018).
Porém a situação que se apresenta é se iniciativas como essa realmente fortalecem o AA,
ou o AA abriu um precedente para que as editoras comerciais possam continuar a lucrar sobre a
ciência. Empresas não podem ter prejuízo e com os constantes cortes de assinaturas de
periódicos em grandes Universidades as editoras precisaram se reorganizar (ANDERSON,
2017; SCHIERMEIER, 2018). Com isso, tem-se tornado comum os periódicos comerciais
adotarem um modelo híbrido de publicação: caso o autor queira que o artigo seja publicado em
AA ele terá que pagar uma taxa, caso deseje que o artigo fique restrito aos assinantes basta
ceder os direitos de comercialização à editora.
Estudos que permitam avaliar o percentual de artigos publicados em AA no modelo
híbrido ainda são imprecisos e demandam muito esforço para que possam ser gerados, pois
carecem de metadados específicos para isso nas bases de dados (LAAKSO; BJÖRK, 2016). A
Clarivate Analytics adicionou à WoS em dezembro de 2017 um novo filtro, específico para
documentos em AA, filtro este utilizado neste estudo, e que permitirá análises futuras mais
granulares das publicações, enriquecendo os debates e iniciativas para tornar o conhecimento
científico público e acessível.
Por fim, devemos lembrar que no ano de 2017 a BOAI completou 15 anos de sua
publicação e as palavras do Professor Jean-Claude Guédon resumem de forma bastante
preocupante o atual cenário do AA no mundo:
Nos quinze anos que nos separam do BOAI de 2002, o destino do Open Access
mudou marcantemente: de um movimento pequeno e marginal, passou a ocupar o
centro do palco em debates entre editores, bibliotecários, agências de financiamento,
administradores de pesquisa e pesquisadores. As posições foram invertidas, ao ponto
de muitos editores, incluindo todos os grandes e importantes, promoverem
ativamente uma forma de Acesso Aberto ou o que aparece como tal. Essas
inversões, como são, particularmente entre editores poderosos, sugerem que a
própria moldagem do Acesso Aberto está agora em jogo. Em particular, a promoção
dos editores do Acesso Aberto apresentado como Gold, mas limitando-se ao APCGold, representa uma clara indicação de que a batalha em torno do Acesso Aberto
foi reformulada de uma nova maneira: o Acesso Aberto lida com um sistema de
comunicação que pode ajudar a ciência, ou é um modelo de negócios no qual o
�Acesso Aberto está designado para reforçar a posição de alguns editores. Um critério
simples permite apontar de forma infalível para a questão central: quem controla o
quê? E se parece que o controle da comunicação científica escapa às comunidades
de pesquisa, até que ponto ameaça corromper a própria natureza da comunicação
científica. Visto da perspectiva dos países em desenvolvimento ou emergentes, ou
seja, visto da perspectiva de cerca de 80% da humanidade, a resposta é clara.
Encontrar dificuldades em seguir certas linhas de pesquisa ao receber o tipo de
reconhecimento que esse trabalho deve merecer é o lugar comum de muitos
pesquisadores em muitas partes do mundo (GUÉDON, 2017).
METODOLOGIA
O presente estudo se pauta em análise quantitativa, com finalidade exploratória,
utilizando-se de levantamento de dados e análise bibliométrica
As fontes de dados utilizadas foram a WoS e a SciELO.
Para o levantamento dos dados na WoS utilizou-se a Busca Avançada da base
utilizando-se os códigos de definição de período temporal de publicação (Publication Year /
Ano de Publicação: PY) definido para 1998-2016 (PY=1998-2016
5 anos antes do
71
lançamento da BOAI mais 14 anos posteriores) . Com a busca lançada verificou-se o total de
documentos indexados por ano e, posteriormente, utilizando o filtro de AA, verificou-se o total
de documentos indexados nessa categoria por ano.
Para a realização da análise comparativa específica do Brasil, utilizou-se o código de
ano de publicação para o mesmo período mencionado anteriormente, acrescido do código para
nome de país (Country/País: CU), estabelecendo a seguinte estratégia: PY=1998-2017 AND
CU=(Brasil OR Brazil).
Adotou-se a mesma estratégia apresentada anteriormente para a obtenção dos dados
completos e de AA do Brasil.
Ainda na análise específica do Brasil, recorreu-se à SciELO para obtenção da produção
científica publicada em periódicos não indexados na WoS, com vistas à análise do efeito da
consideração de um cenário mais abrangente, já que parte significativa dos periódicos
brasileiros não está indexada na WoS.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados aqui apresentados encontram-se divididos entre a evolução do Acesso
Aberto no Mundo e no Brasil. Dessa forma, a Tabela 1 apresenta os dados referente a análise da
produção de documentos em Acesso Aberto (AA) comparada com aquela de Acesso Restrito
(AR) entre os anos de 1998 e 2016 no mundo:
71
O ano de 2017 não foi incluído nesta análise devido aos dados desse ano ainda não terem sido incluídos em
sua totalidade na base de dados, o que geraria uma discrepância nas análises.
�Tabela 1 Distribuição anual da produção científica mundial na WoS: total e documentos
em AR e AA (1998-2016)
A BOAI foi lançada em 2002 e com os dados de cinco anos anteriores à Iniciativa
podemos realizar uma comparação de crescimento percentual do Antes de 1998 a 2002 e do
Depois de 2003-2016. A tabela evidencia o constante crescimento do percentual de artigos em
AA na produção científica mundial, passando de 9,7% em 2002 a 23,8% em 2016, com um
crescimento médio nos dois períodos de 9% Antes e 17,3% Depois
ou seja,
aproximadamente o dobro. O final do período expressa que aproximadamente um quarto da
produção indexada na WoS já se encontra em AA à comunidade e se compararmos a
quantidade de documentos indexados em 2002 e aqueles indexados em 2016 temos um
aumento de mais de 500%. Todavia, analisando-se os dados de forma mais granular no que
diz respeito ao crescimento da média anual do número absoluto de artigos em AA, Antes da
BOAI temos 6,9% e no Depois 12,3%. Por outro lado, se analisarmos a produção científica
em AR verificamos que o percentual de crescimento médio de um ano para outro foi de 0,6%
Antes e 4% Depois. Assim, por meio dos dados apresentados, podemos verificar que os
conteúdos em AA indexados na WoS têm tido uma taxa percentual de crescimento anual bem
superior da produção em AR. Demonstrando que após o lançamento da BOAI as iniciativas se
intensificaram e os resultados têm sido bastantes positivos para o AA. O aumento pode ser
explicado pela maior qualificação dos periódicos, pelo aumento de títulos em AA indexados
�na WoS, em especial no ano de 2008, além da adoção do modelo híbrido de publicação por
boa parte das editoras comerciais.
Tabela 2 Distribuição anual da produção científica brasileira: total e documentos em AR
na WoS, e documentos em AA na WoS e SciELO (1998-2016)
Quanto à produção brasileira podemos verificar nos dados apresentados na Tabela 2
que o percentual de documentos em AA no Brasil é superior ao mundial. O aumento desse
percentual mostra-se constante, assim como no resto do mundo, porém mais expressivo:
enquanto em 2001 o AA mundial encontrava-se em 10%, no Brasil chegava a 16,3%, e ao
considerar-se as publicações em periódicos exclusivamente SciELO teríamos 20,5%; em 2016
os valores são ainda mais discrepantes, sendo de 23,8% para o mundo, e para o Brasil, 35,2%,
chegando a 41,4% com o SciELO; porém o ano que registrou os maiores índices no Brasil foi
o de 2011 com a participação do AA em 37,3%, e 43,6% considerado o SciELO. Vale
salientar ainda que Antes da BOAI a participação média de um ano para outro do AA era de
15,8%, passando a 30% Depois da BOAI. Adicionalmente, um fenômeno interessante foi
identificado no crescimento da média anual do número absoluto de artigos, que Antes da
BOAI era de 21,6%; diminuindo para 16,6% Depois. Mesmo assim pudemos identificar um
aumento entre 2002 a 2016 de 785% em termos de documentos indexados por ano. Somandose os dados da WoS aos da SciELO a média de participação anual brasileira melhora ainda
mais: Antes da BOAI era 19,8% e Depois atingiu o percentual de 36,3%. Demonstrando que
�além dos conteúdos indexados pelas bases de dados há uma vasta produção científica de
qualidade sendo feita em AA.
Tabela 3 Impacto de documentos em AR e AA no Mundo e no Brasil na WoS (19982016)
Considerou-se pertinente ainda para o estudo verificar o impacto dessa produção
científica em AA. A Tabela 3 apresenta dados comparativos de Impacto dos documentos AA
e AR somados e publicados entre 1998 e 2016 para o Mundo e para o Brasil em duas
categorias: Artigos mais citados e Hot Papers . Podemos verificar, analisando-se o Mundo,
que o total de artigos mais citados corresponde a somente 0,41% do total produzido no
período, porém em termos de participação entre AR e AA os dados demonstram que o
percentual do AA é três vezes maior que o do AR, 0,97% e 0,30% respectivamente. Em Hot
Papers evidencia-se situação similar, o percentual de AA é duas vezes mais o percentual de
AR, 0,2% e 0,1% respectivamente. Quanto ao Brasil, o percentual de documentos do país
mais citados é de 0,38% e o percentual de participação dos conteúdos em AA apesar de menor
que no resto mundo ainda assim é aproximadamente duas vezes superior aos em AR, 0,60% e
0,28 respectivamente; porém em relação aos Hot Papers o percentual de AA é três vezes
maior que o de AR sendo, respectivamente, 0,03% e 0,01%.
Dessa forma, com base nos dados aqui apresentados podemos atestar que a BOAI e
todas as iniciativas que se seguiram, e que a antecederam, foram fundamentais para tornar o
conhecimento científico mais acessível.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto
publicação, em 2018 o arXiv completa 27 anos de lançamento, assim como a SciELO
72
Artigos mais citados são os documentos na WoS que obtiveram os mais altos índices de citação.
Hot Papers (artigos interessantes) são artigos que receberam reconhecimento rapidamente após sua publicação
atingindo assim um número considerável de citações e, portanto, ganhando destaque na base da WoS.
73
�comemora seus 20 anos de sucesso. Todas essas iniciativas marcaram a história do AA pelo
mundo e impactaram, positivamente, a vida de milhões de pesquisadores; e continuam a lutar
e fortalecer o movimento, pois a proposta se mostrou possível e coerente com os
investimentos públicos em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação tornando seus resultados
acessíveis e sem custo à comunidade em geral.
Não obstante, as editoras comerciais continuam a deter o mando do jogo aplicando
modelos de AA, que diferentemente dos preceitos que moldaram o movimento, visam, em
primeiro estágio, o lucro. A preocupação do Prof. Jean-Claude Guédon quanto ao futuro do
AA não é uma voz solitária. A ele se unem vários pesquisadores e ativistas do movimento do
AA. Todavia, o objetivo maior da Iniciativa que era tornar o conhecimento livre à população
está se concretizando em um crescimento acentuado como pudemos verificar, especialmente
no Brasil, mas que pode ser verificado também na América Latina como um todo, graças ao
projeto SciELO, a adesão ao OJS e ao fortalecimento dos repositórios institucionais.
Finalmente, pode-se retomar a indagação inicial, concluindo que a publicação em AA vem
demostrando certo nível de consolidação, à medida que atinge cerca de um quarto de toda a
publicação indexada e mais de 500% de aumento dos documentos indexados anualmente
desde 2002. Definitivamente o Acesso Aberto veio para ficar e modificar as regras do jogo
científico.
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�
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
SNBU - Edição: 20 - Ano: 2018 (UFBA - Salvador/BA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Bibliotecas Universitárias
Description
An account of the resource
Tema: O Futuro da Biblioteca Universitária na Perspectiva do Ensino, Inovação, Criação, Pesquisa e Extensão.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
SNBU - Seminário Nacional de Bibliotecas Universitárias
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Language
A language of the resource
Português
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
Produção científica em acesso aberto: o antes e o depois da iniciativa de Budapeste.
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Santana, Anderson; Mugnaini, Rogério
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Salvador (Bahia)
Publisher
An entity responsible for making the resource available
UFBA
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
2018
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Description
An account of the resource
O estudo objetivou analisar o aumento absoluto e relativo da produção científica em Acesso Aberto no Brasil e no Mundo levando-se em consideração que no ano de 2017 a ―Iniciativa de Budapeste pelo Acesso Aberto‖ completou 15 anos de sua publicação. A revisão de literatura apresentou os principais marcos e iniciativas do Acesso Aberto, como os portais de periódicos, e em especial a SciELO. Para a realização do estudo foram coletados dados da Web of Science (utilizando-se o novo filtro de Acesso Aberto) e SciELO dos anos de 1998 a 2016 (5 anos antes da publicação da Iniciativa de Budapeste e 14 anos depois) para análise comparativa da produção em Acesso Restrito e em Acesso Aberto. Os resultados demonstraram que a produção em Acesso Aberto é crescente no mundo, sendo ainda mais pronunciada no Brasil. Conclui-se o estudo atestando que a Inciativa de Budapeste e todas aquelas que se seguiram fortaleceram e instituíram o Acesso Aberto como um modelo sustentável e necessário para a divulgação dos resultados de pesquisas financiadas majoritariamente com recursos públicos.
Language
A language of the resource
pt