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A BIBLIOTECA NACIONAL
E O SISTEMA NACIONAL DE INFOMAÇAO
CIENTIFICA E TECNOLÓGICA
Jaimice Monte-Mór
Jannice
Diretora da Biblioteca Nacional
Rio de Janeiro, GB
1 - SISTEMAS OU REDES DE INFORMAÇÃO ?
Pesquisas e invenções dependem, em grande parte, de teorias
e experiências acumuladas através dos tempos, e o nível da Ciência e da
Tecnologia poderia decair rapidamente se faltassem adequados meios de
comunicação entre produtores e usuários da informação especializada.
Assim, o controle da informação científica e técnica vem exigindo, cada vez mais, a aplicação de novos recursos destinados a facilitar
a transferência do conhecimento.
Entre os . modernos recursos — inspirados não só pela necessidade
de acelerar o processo informativo, como também pelos propósitos de cooperação ou, pelo menos, de associação — conta-se o da adoção quase incondicional da idéia de organizar sistemas e redes de informação, maneira
eficiente e econômica de prestar serviços a todos os tipos de usuários, através da utilização total de acervos e técnicas disponíveis em vários órgãos.
O conceito de “sistemas” e “redes”, do ponto de vista da organização bibliográfica, parece ainda um tanto impreciso, já que sua aplicação a bibliotecas e centros de informação é relativamente recente, pois
data de 1965, aproximadamente. ^
Embora os dois termos apareçam, freqüentemente, como sinônimos, um sistema pode ser definido como organismo autônomo e de estrutura hierárquica, ao passo que uma rede constitui um conjimto
conjunto de canais
de comunicação para transferência da informação, através dos quais um
sistema desempeima
desempenha suas funções ou interage com outros sistemas. Dessa
forma, se as redes que servem intemamente a um sistema são, também,
centralizadas e hierárquicas, as que promovem a interação entre dois ou
mais sistemas não o são.
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�(net-work), na literatura
o emprego corrente da palavra rede (network),
literahu^ esÍ>ecíalizada, parece refletir duas idéias: a de que nenhiun
Í>ecializada,
nenhum sistema de inormação é auto-suficiente e a de que existe acentuada tendência para
organização de sistemas, ligados por redes de cooperação, preferentemente à adoção de grandes sistemas. ®*
As redes oferecem oportunidade
oportimidade de combinar acervos, serviços,
especialistas etc., de modo a alcançar grau de eficiência que uma biblioteca jamais conseguiria, isoladamente. Isso leva a uma afirmativa absurda
à luz da aritmética: o total de uma adição podería
poderia vir a ser maior do que
a soma das respectivas parcelas. O que, apenas, querería significar que
0o resultado do trabalho de uma rede de informação atinge, realmente,
maior extensão e profimdidade
profundidade do que a atividade de todos os seus componentes, desenvolvida com intensidade e ao mesmo tempo, porém individualmente.
Apesar de o espírito do tradicional serviço de referência ter sido,
sempre, o de ligar fontes de informação em alcance até mesmo nacional
e internacional, a rede permite que o processo se formalize e adquira estrutura.
trutma. A rede cristaÜM,
cristali^, por assim dizer, a filosofia do serviço de referência. ®
2 - A BN E A INFORMAÇÃO CIENTIFICA NO BRASIL
Em 1970, ao definir os objetivos nacionais e as metas estratégicas setoriais, as principais realizações programadas e os projetos de alta
prioridade nos principais setores, o Governo brasileiro incluía entre tais
projetos — como meio de aceleração do desenvolvimento científico e tecnológico — a implantação de um sistema de informações sobre Ciência
e Tecnologia, “para captação, tratamento e difusão, sistemática e permanente, de informações atualizadas na área da Ciência e Tecnologia”, determinando que ele deveria resultar da unificação dos esforços
esforços' isolados
já iniciados por diferentes entidades, mas seria, sobretudo, a resultante
dos esforços conjugados dos Ministérios da Aeronáutica, Indústria e Comércio, Planejamento e Coordenação Geral, Relações Exteriores e do Conselho Nacional de Pesquisas, na definição do sistema e na divisão de encargos com sua operação. *
Havia, apenas, a lamentar a não citação do Ministério da Educação e Cultura, tanto mais que os planos governamentais desejavam
também a implantação progressiva de um sistema de tecnologia avançada para a Educação. A estranheza da omissão derivava do fato de que
as grande bibliotecas da esfera do MEC — principalmente a Biblioteca
Nacional e as das unidades universitárias — poderíam oferecer excelente
e valiosa contribuição na difusão de informações entre as instituições interessadas. ®
Embora o Ministério não figurasse nominalmente entre os organismos apontados como planejadores do sistema de informações sobre
Ciência e Tecnologia, parece evidente que lhe cabería prestar valiosa
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�colaboração e, com ele, a própria Biblioteca Nacional, que, sem esquecer sua nobre missão e os importantes compromissos que tinha — e tem —
consigo mesma, não deveria descuidar de suas responsabilidades perante
os objetivos governamentais, nem ficar alheia às etapas do Plano Global
do Governo.
Foi nessa linha de ação que, com o apoio e a compreensão do
Senhor Ministro Jarbas Gonçalves Passarinho, a Biblioteca
Bibhoteca Nacional estabeleceu as bases de sua reforma administrativa. O acordo firmado, em
março de 1972, entre os Ministros da Educação e Cultura e do Planejamento e Coordenação Geral proporcionou à Biblioteca Nacional, através
do então Escritório da Reforma Administrativa (ERA), a assistência técnica da Fundação GetúUo
Getúlio Vargas, compreendendo a elaboração de cinco
projetos específicos, dos quais o primeiro demonstra preocupação com a
reorganização interna da entidade, “objetivando dotá-la de uma estrutura
mais dinâmica e eficiente, possibihtando
possibilitando melhor aproveitamento dos recursos humanos, bem
hem como situá-la dentro de um sistema de informações
bibliográficas junto com órgãos afins”. ‘®
2.1 — Posição na estrutura do SNICT
Ao prever a implantação do Sistema Nacional de Informação
Científica e Tecnológica, o Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento
Econômico e SociaD
Socialjá
já determinava algumas das características do SNICT
e enumerava os subsistemas
suhsistemas iniciais, com base no relatório de mn
lun Subgrupo de trabalho, designado pelo Ministério do Planejamento e Coordenação
Geral, para desenvolver estudos sobre o assunto, mas que, ao concluí-los,
não considerava a Bibhoteca Nacional como órgão de informação, o que
se comprova pelo esquema anexo ao citado relatório.
relatório.®®
Posteriormente, os trabalhos preliminares para implantação do
Sistema Nacional desenvolvidos pelo grupo interministerial, sob a coordenação do Conselho Nacional de Pesquisas, fimdamentaram-se,
fundamentaram-se, de início,
em discussões apoiadas no relatório do Subgrupo do MPCG, mas, pouco
a pouco, passaram à formulação de novas diretrizes.
Focalizada, primeiro, na posição de integrante do Subsistema de
Informação sobre Educação, segimdo a opinião de técnico da UNESCO
em missão, no Brasil, com a finalidade
ern
finahdade de estudar o projeto do SNICT,
SNICT,®*
teve a BN essa posição alterada para a de órgão de referência e informação, na estrutura, para o Sistema, sugerida pela Fundação Getúlio
Getúho Vargas, e com a atribuição de se constituir num “repertório global da produção intelectual brasileira e das obras estrangeiras de maior expressão,
a serviço da Educação, da Ciência e da Cultura
Cultinra através do intercâmbio
de informações, em bases nacional e internacional”.
Finalmente, do Grupo de Trabalho do SNICT emanou um documento relativo a objetivos, componentes, formas de atuação, princípios
básicos, estrutura e etapas de implantação do Sistema, que situa, exphexpli-391Digitalizado
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�citamente, a Biblioteca Nacional como órgão de apoio, ao lado do Instituto Brasileiro de Biblioteconomia e Documentação, ambas as entidades
com fimções específicas definidas.
A solução encontrada pelo Grupo de Trabalho inclinou-se, pois,
para uma estrutura administrativamente integrada de sistemas independentes — os subsistemas de informação e os órgãos de apoio — em que as
unidades componentes — entre elas a Biblioteca Nacional — permanecem
autônomas, mas seus programas e recursos orçamentários especiais são controlados por um órgão central — a Comissão de Coordenação — e estabelecendo que o SNICT atuará de forma descentralizada em sua operação, porém centralizada na coordenação de seus componentes, que agirão
sob diversos controles e competências, em estreita colaboração entre si.
Se, por um lado, no documento aprovado pelo Grupo de Trabalho do SNICT, os órgãos de apoio aparecem mencionados nominalmente,
por outro, a determinação dos subsistemas será inciunbência
incumbência da Comissão
de Coordenação.
Considerando que a decisão adotada, para determinação dos subsistemas, foi agrupar “todos os órgãos da administração federal que desenvolvem atividades de documentação e prestam serviços de informação”,
reunindo-os por área de atuação — assunto, região e função — parece oportuno relembrar a conveniência de que isso seja feito à luz da literatura
estrangeira, que já existe, sobre diretrizes a seguir na constituição de sistemas de informação, literatura essa que, desde 1971, figura,
figmra, como capítulo independente, no Annual Review of Informcaion
Information Science and Technology d’
nology.
Além disso, a própria UNESCO, no que se refere às necessidades
de informação científica e técnica dos países em desenvolvimento, recomenda que o UNISIST proponha linhas diretrizes para o estabelecimento
e a administração de redes de informação.
2.2 — Programas e realizações
Consciente de que seu acervo — montando atualmente a 2.600.000
peças, aproximadamente — representa o maior conjunto de informações
Eeças,
bibliográpicas
ibliográficas (livros, folhetos, periódicos, publicações oficiais, mapas,
gravuras, manuscritos etc.) existente no Brasil, a Biblioteca Nacional, antes mesmo da criação oficial do SNICT, e por sugestão do próprio Conselho Nacional de Pesquisas, encaminhara à Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP) um elenco de projetos que, se executados, a colocariam
em condições de servir ainda melhor aos objetivos do Sistema. Ê preciso
ressaltar que tais projetos já figuravam entre os preconizados pelas conclusões da equipe da Reforma Administrativa e se sintetizavam, principalniente, nas medidas destinadas a incrementar o programa de aquisições
mente,
e de processamento técnico de material bibliográfico útil ao SNICT, a
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�desenvolver os serviços do laboratório de reprografia, a manter a aparelhagem de telecomunicação e a promover estudos de viabilidade da impressão do catálogo geral da BN, que viría
viria a ser riquíssima fonte de consulta facilmente acessível aos interessados.
No entanto, tendo decidido a FINEP que a aprovação dos projetos apresentados dependería da criação oficial do SNICT, continuou a
Biblioteca a orientar seus planos de ação no sentido de sua futura integração ao Sistema Nacional, insistindo em sua posição de “biblioteca de
última instância” e, para
para isso, se preparando, a fim de se capacitar a melhor desenvolver trabalhos no campo da informação especializada.
Dentro dessa orientação, realizou
reahzou e programou trabalhos e atividades de grande importância, não só com recursos orçamentários como
com auxílio extra-orçamentários.
2.2.1 — Condições infra-estruturais
É recomendação da UNESCO que, para integração de um país
Ê
no UNISIST, disponha ele de uma poderosa estrutura
estrutma da biblioteca e
documentação. Parece evidente que, a essa estrutura, é imprescindível a
participação de uma biblioteca nacional bem equipada e organizada, depositária da contribuição legal da produção bibhográfica,
bibliográfica, de modo a constituir a base de todo sistema nacional de informação.
Ao estabelecer suas áreas prioritárias de estratégia, para consecução do objetivo-síntese de “ingresso do Brasil no mundo desenvolvido,
até o final do século”, o Governo brasileiro
brasileiro^* comprovou a consciência de
que é necessário estimular a formação de sólida estrutura técnico-científica, formulando, para tanto, um plano básico e evoluindo daí para a formação de um sistema nacional de informações, que dinamizará o fluxo de
informações, não só no País, como em sua integração ao UNISIST.
Ora, se a BN figurará como subsistema de apoio aos demais
subsistemas setoriais, como se depreende das experientes recomendações
da UNESCO — e para o que já está naturalmente credenciada pelos requisitos que oferece — o incremento de demanda de seus serviços, que
fatalmente ocorrerá com a implantação do SNICT, exigiu imediata programação de remodelação e reforço de toda a infra-estrutura do órgão,
especialmente voltada para o objetivo da futura função junto às demais
áreas do Sistema.
A modernização administrativa da Biblioteca Nacional teve início
através da implementação da reforma aconselhada pelos estudos realizados pela Fundação Getúlio Vargas. Na expectativa de ato governamental
para estabelecimento definitivo e total de nova estrutura, algumas das medidas preconizadas pelos relatórios da equipe da FGV já foram adotadas,
como a reformulação fimcional
funcional das seções, mediante remanejamento de
pessoal, objetivando a lotação ideal, de acordo com a carga de trabalha
trabalho
correspondente, solução que se afigurou como estágio de transição entre
a antiga e a nova organização administrativa da entidade.
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�o desenvolvimento dos trabalhos de implementação da Reforma
Administrativa vem sendo possível graças à constituição de um GrupoTarefa, criado por portaria ministerial em fevereiro de 1972 e reformulado
por outra portaria de 28 de dezembro do mesmo ano.
Para o desenvolvimento do programa de reforma a que se está
propondo, ressente-se a BN das necessárias flexibilidade e independência
de ação na tomada de decisões, tendo chegado à conclusão de que lhe
é de toda conveniência dispor de meios capazes de lhe assegurar maiores
facilidades de atuação, o que só será alcançado através de sua transformação em órgão autônomo do MEC.
Do relatório da equipe da Reforma Administrativa na Biblioteca,
resultou o revigoramento dos entendimentos destinados à obtenção de autonomia administrativa e financeira, transformação que dará à entidade
competência para planejar e executar medidas, que lhe atribuirão novos
recursos de vários tipos, inclusive humanos.
O anteprojeto de decreto, que proporcionará à BN a aconselhada
autonomia, encontra-se, no momento, na Secretaria-Geral do Ministério da
Educação e Cultura,
Cultma, aguardando apenas a efetivação do respectivo expediente para os trâmites requeridos.
Os problemas de espaço físico, enfrentados pela
jpela Biblioteca, para
instalação adequada de acervo e serviços, tiveram ate citação expressa do
Senhor Ministro da Educação e Cultura, em seu esboço de um programa
especial para a Área
Area da Cultura, em 1973, ao mencionar a construção do
anexo da BN e sua completa restauração ambiental.
Já os levantamentos minuciosos da equipe de assistência técnica
da Fundação Getúlio Vargas assinalavam um deficit
déficit atual de cerca de
4.000m^; o aumento permanente do acervo (pois toda obra impressa, no
País, deve, por força de lei, ser recolhida à BN, sob a responsabilidade
dos respectivos editores) e o natural desenvolvimento dos serviços, em
decorrência da nova estrutxun,
estrutma, levarão, nos próximos 50 anos, à necessidade de mais 17.000 m^ de área útil.
Assim, a construção de edifício-anexo é das principais metas no
programa de dotar a BN de condições infra-estruturais e, nesse sentido,
o Departamento de Assuntos Culturais já reservou recursos substanciais
para encomenda do projeto a arquiteto de renomada competência profissional.
A implantação da nova estrutura organizacional, a conquista da
autonomia administrativa e financeira e a construção do anexo colocarão,
finahnente, a BN na trilha de obtenção de infra-estrutura adequada à exefinabnente,
cução de trabalhos de interesse para seu programa de ação, de modo geral, e para o do SNICT, em particular.
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�2.2.2 — Composição das coleções
Como é notório, a Biblioteca Nacional possui riquíssimo acervo,
que representa, em qualidade e quantidade, o mais significativo do País.
Como depositária da contribuição legal da produção bibliográfica brasileira, recebe toda a obra intelectual aqui produzida, incluindo, portanto,
toda edição de obra da área de Ciência e Tecnologia.
Atentando para o obsoletismo da legislação em vigor — que data
de 1907 — preparou e encaminhou anteprojeto de nova lei a respeito, em
que dá feição atual à conceituação de documento e documentação, ao
mesmo tempo que aborda aspectos atuantes de sua aplicação. O anteprojeto está em estudos no Gabinete Civil da Presidência da República e,
quando transformado em diploma legal, permitirá à BN arrecadar a real
produção bibliográfica do País, oferecendo, assim, com mais certeza e segurança, a possibilidade de proporcionar informação aos interessados em
autores brasileiros, no campo científico e tecnológico.
Ainda quanto ao enriquecimento do acervo, a Biblioteca obterá
da FINEP, em solicitação para financiamento de outros projetos — que
não os apresentados anteriormente — e a ser entregue no ano financeiro
1973-74, recursos para executar um programa de microfilmagem de publicações periódicas, com o objetivo ae, tendo em vista a condição de bioiblioteca-memória, preservar os originais do desgaste oriimdo do manuseio
constante. A execução desse projeto,
projeto, que alcançará cifra significativa, possibilitará ainda maiores facilidades de atendimento a pedidos de reprodução de trabalhos científicos e técnicos.
Para complementar e atualizar seu acervo de material bibliográfico estrangeiro, de importância para os objetivos do SNICT, a BN obteve,
ainda para 1973, do Departamento de Assuntos
Assimtos Culturais, recursos especiais para aquisição racional de grandes obras de referência (livros
(hvros e periódicos), bem como de documentos diversos, julgados indispensáveis à
perfeita composição do acervo, sob a forma de microrreproduções.
A política de aquisição da Bibhoteca
Biblioteca já vem, portanto, sendo
orientada no sentido de fazer face à futura condição de integrante do
SNICT.
2.2.3 — Processamento técnico
Para poder desenvolver satisfatoriamente as atividades de tratamento técnico do acervo em fluxo de entrada — o material bibhográfico
bibliográfico
recebido, mensalmente, é da ordem de 7.200 peças — a BN impôs-se e
continua a se impor um esforço especial, para solucionar definitivamente
graves problemas que pesavam negativamente sobre a sua reputação de
uma das mais vahosas
valiosas instituições culturais do País.
Outro dos cinco projetos constantes do convênio MPCG/MEC/
/FGV trata da racionalização dos serviços da Biblioteca, envolvendo simplificação de rotinas e registros, utilização de processos de automação e
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�definição de um sistema de encadernação, com vistas a possibilitar continuidade e maior rapidez ao fluxo de trabalho.
O princípio de execução desse projeto, com a correspondente imalgumas atividades
plantação de novas rotinas, permitiu a atualização de algmnas
regulares da BN, cujos resultados já se refletiram em diversos setores internos e externos.
Um deles foi a eliminação total do grande atraso no registro de
obras incorporadas ao acervo, de maneira a proporcionar aos interessados,
dc forma pcrfeitamente
perfeitamente atualizada, a informação sobre o que entrou na
Biblioteca.
Outra conseqüência
conseqiiência da realização dos estudos da fundação Getúlio Vargas foi a oportunidade de examinar a possibilidade de utilizar
processos de automação parcial ou total dos serviços da Biblioteca Nacional, sugerindo várias alternativas quanto ao grau de integração, considerando não só a organização vigente na entidade como sua potencialidade futura e, mais, analisando custos e implicações de equipamento de
maior ou menor complexidade.
Entre as áreas de possível automação, há probabilidades de conectar a BN ao Serviço de Estatística da Educação e Cultura, através de
inn terminal de computador, em financiamento proporcionado pela FINEP.
mn
As medidas tendentes à automação virão beneficiar, principalraente,
mente, o setor de catalogação e o de preparação da bibliografia
bibhografia editada
pela Bibhoteca
Biblioteca — o Boletim Bibliográfico.
Os estudos em tomo da viabihdade
viabilidade de automação dos serviços
levaram a um estreito relacionamento com o Instituto Brasileiro de Bibliografia e Documentação — outro órgão de apoio do SNICT — irmanando as duas entidades numa experiência-piloto de aplicação
aphcação do projeto
CALCO (Catalogação Legível por Computador), o que é mais um elo
na cadeia de atividades originadas de propósitos de cooperação interbibliotecária.
bliotecária.^®
2.2.4 — Informação bibliográfica
A rapidez e eficiência com que se opera a transferência da informação dependem, principalmente, das facilidades de obtenção e transmissão dos resultados colhidos pela pesquisa correspondente e isso se baseia, fundamentalmente, na circunstancia de dispor e oferecer fontes de
consulta e de empregar meios de comunicação imediatos.
O Boletim Bibliográfico, que é a grande bibliografia geral brasileira corrente e que teve seu início em 1918, vem constituindo um dos
uma fonte de informaorgulhos da Biblioteca Nacional, pois representa mna
ções essenciais àqueles que necessitam de dados sobre a produção intelectual do País ou que se interessam pela bibhografia
bibliografia nacional.
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gentílmente
�Por essa razão, um esforço especial vem sendo desenvolvido em
tomo da publicação que, a partir de 1973, por força de convênio com o
Instituto Nacional do Livro — que lhe transferiu pessoal e recursos orçamentários — e graças à colaboração do Sindicato Nacional de Editores de
Livros, adquiriu renovadas forças, passando a ter periodicidade trimestral,
o que lhe confere ainda maior utihdade
utilidade para trabalhos de pesquisa bibliográfica.
A radical alteração sofrida pelo Boletim é, porém, no fluxo interno, como resultado das modificações introduzidas na área de racionalização de rotinas, no que concerne à sua preparação e pubhcação.
publicação.
Transformações mais profundas serão efetuadas, de futuro, com
vistas ao emprego de processos automáticos, para o que será de fundamental importância a colaboração com o Projeto CALCO, do IBBD.
Para propiciar pronto acesso ao seu acervo, a BN vem, há algum
tempo, alimentando o propósito de fazer publicar
pubhcar seu catálogo, empreendimento que não poderá ser executado dentro das atividades rotineiras,
pois exorbita, em sua magnitude, as possibiHdades
possibilidades normais de trabalho.
Assim, à FINEP, também foram sohcitados recursos para estudo de viabilidade de edição do catálogo, em hvro,
livro, o que implicará em projeto a
ser desenvolvido em três etapas: planejamento, preparação e impressão,
admitindo duas alternativas — a de empregar processo tradicional ou automático, tendo sido estimado um total de 120 volumes, para qualquer das
formas escolhidas. Será, realmente, uma iniciativa de grande porte, para
cujo cumprimento a BN aguarda, com ansiedade, as conclusões do estudo
de viabihdade.
viabilidade.
Na impossibilidade de obter, para leitura, o documento desejado,
estudiosos e pesquisadores procuram substituí-lo por uma cópia, resultando daí a grande importância de serviços reprográficos peiíeitamente
equipados. Embora possua um laboratório dc
de microfilmagem que procura
servir às demandas da instituição, a Biblioteca
Bibhoteca julgou conveniente ampliá-lo, para se capacitar a atender a objetivos mais ambiciosos que os
atuais. Por conseguinte, recebeu do DAC, também no exercício de 1973,
auxílio financeiro especial para aquisição de cinco novas máquinas.
auxího
Recente convênio assinado com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, veio permitir que a BN se beneficie da possibilidade de obter receita pela venda de suas publicações e pela prestação
sibihdade
de serviços reprográficos. Esse Serviço de Atendimento Remimerado,
Remunerado, além
de canalizar recursos para a entidade, propicia a estudiosos e pesquisadores do País mais fácil oportimidade de acesso à rica coleção bibhográbibUográfica da Bibhoteca Nacionm,
Nacional, além de lhes facilitar a aquisição de obras
por ela editadas.
A instalação de um equipamento de telex, em pleno funcionamento desde início do ano em curso, coloca a BN em condições de estabelecer comunicação
comimicação imediata — em âmbito local, nacional e intemacio-397Digitalizado
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�na] — com órgãos congêneres, o que é requisito implícito dos modernos
nal
sistemas de informação, tendo se constituído em objeto de recomendação
específica da UNESCO, no estudo sobre o UNISIST.
A crescente produção bibliográfica e a complexidade dos problemas editoriais obrigaram ao estabelecimento de sistemas estatísticos
aperfeiçoados, para atender às exigências de informação rápida e exata.
Daí a necessidade universalmente sentida, de identificar cada livro através de mn
lun código nmnérico, que permita tratamento por processos eletrônicos, o que determinou a criação, com caráter internacional, do chamado
utihzado na produção
ISBN (International Standard Book Number), hoje utilizado
editorial de miritos
muitos países.
Como a aplicação
aphcação racional dessa prática está associada ao disSositivo do depósito legal, a BN, como membro da Comissão Brasileira
e Estudos do ISBN, acaba de sohcitar à International Organization for
Standardization (ISO), através da Associação Brasileira de Normas Técnicas, que seja atribuído, ao Brasil, o prefixo correspondente ao País, para
que possam ser fixados os códigos munéricos
numéricos dos editores brasileiros. À
Biblioteca deverão ser atribuídas as fimções de Agência Brasileira do ISBN
e isso lhe oferecerá mais lun
um recurso de controle da literatura e, portanto,
da informação.
2.2.5 — Conservação e restauração
O imenso patrimônio bibliográfico da Biblioteca, há anos inadequadamente instalado, vem sofrendo constante e crescente desgaste, sem
que providência, de real alcance, fosse tomada contra mofo, fungos, pó,
insetos, calor e umidade.
Já agora, no entanto, por dois anos consecutivos — 1971 e 1972
— foi possível adotar medidas de desinfestação total do acervo, serviço
realizado por firma especializada, sob a orientação técnica do Instituto
de Biologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Para restauração de volmnes
volumes e doemnentos
documentos diversos, a BN viu
concretizar-se, em 1973, a possibilidade de ser assessorado por técnico no
assunto, que virá ao Brasil, em setembro, sob o patrocínio da UNESCO,
para avaliar
avahar a extensão do problema da Biblioteca a esse respeito e planejar o auxílio que uma equipe de especialistas
especiahstas — possivelmente do Instituto de Patologia do Livro, em Roma — poderá fornecer sob a forma
de desenvolvimento de um projeto específico.
Na aplicação dos recursos concedidos pela FINEP, para o primeiro semestre de 1974, deverá ficar prevista a manutenção dessa equipe,
eqmpe,
no tempo em que permanecer no País, onde, inclusive, treinará pessoal
capacitado a dar continiiidade
continuidade ao trabalho.
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�Mais uma das grandes dificuldades enfrentadas pela Biblioteca
Nacional encontrará, assim, solução a contento, já que inexiste, entre nós,
equipe de alto nível, credenciada a desenvolver atividades nesse setor de
especialização.
2.2.6 — Aperfeiçoamento de pessoal
Um dos princípios básicos que nortearão as normas de funciofimcionamento a serem estabelecidas para implantação do SNICT aborda a formação e o treinamento de pessoal, de todos os níveis, necessário ao seu
funcionamento.
O problema de preparar manipuladores da informação é crucial,
num País em que existem pouquíssimas oportunidades de graduação nos
setores de pessoal que interessarão ao Sistema.
Um dos pontos de análise da equipe da FGV — ou seja, um dos
cinco itens do convênio com MPCG/MEC — prendia-se à organização do
sistema de pessoal, envolvendo estudos de classificação de cargos, distribuição e desenvolvimento de pessoal, com vistas não apenas a prover a
BN de recursos humanos adequados e necessários, como também a servir
de elemento motivador e integrador do pessoal.
Dentro de tais diretrizes, foi ministrado, em março e abril deste
ano, com auxílio do GETREMEG,
CETREMEC, um curso de atualização para o pessoal
especializado de nível universitário, dos quadros da Biblioteca. Subordinado ao tema “Panorama da moderna Biblioteconomia”, o curso teve, justamente, como objetivo çrincipal,
principal, integrar os servidores da Biblioteca na
nova conceituação das técnicas e dos recursos da Documentação, abrindo-lhes o horizonte de atividades profissionais, mediante um programa de
conferências especificamente dedicadas aos assuntos de interesse da BN,
do MEC e do SNICT.
3 - CONCLUSÕES
A Nação Brasileira está vivendo, nestes últimos anos, a maravilhosa aventura
aventma — coesa com os esforços governamentais — de responder,
com entusiasmo, trabalho e determinação, ao desafio do desenvolvimento.
Até o final do século, o Brasil deverá figurar entre as nações desenvolvidas, despendendo esforço gigantesco para dominar as modernas técnicas,
advindas da pesquisa científica avançada, que produzirão efetivo progresso
social e econômico do País.
Todos os setores de trabalho, na esfera privada como nas áreas
do Governo, já foram convocados e estão empenhados nesse objetivo. O
Cultura está realizando magnífica ação, dentro
Ministério da Educação e Cultmn
do seu Plano Setorial, renovando e orientando o ensino, em todos os níveis, do fundamental ao universitário, para formação dos recursos humanos
capazes de sustentar e defender o novo desenvolvimento nacional. De seus
centros de pesquisa educacional, de seus núcleos de pós-graduação sairão
importantes subsídios para o progresso tecnológico do País.
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�Não é por outra razão que se fará ele representar no SNICT. A
Biblioteca Nacional, órgão do MEC, igualmente figurará no Sistema, como
apoio a todas as demais áreas, geradora essencial de informações que é —
por seu imenso e sempre crescente acervo, por sua capacidade de trataníento
mento técnico de documentos básicos para a informação, por suas possibilidades de reprodução de documentos, por sua facilidade de difusão da
informação, por seus recursos de comunicação.
Parece justo esperar que, quando se concretizar a implantação do
Sistema, a Biblioteca Nacional será de alta relevância, desempenhando tarefas para as quais — de ponta a ponta de seus serviços, de extremo a extremo de seus trabalhos — vem se reestruturando, para atender aos novos
objetivos de que participará.
4 - CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
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-400-
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-401-
Digitalizado
gentílmente por:
gentilmente
�
Dublin Core
The Dublin Core metadata element set is common to all Omeka records, including items, files, and collections. For more information see, http://dublincore.org/documents/dces/.
Title
A name given to the resource
CBBD - Edição: 07 - Ano: 1973 (Belém/PA)
Subject
The topic of the resource
Biblioteconomia
Documentação
Ciência da Informação
Publisher
An entity responsible for making the resource available
FEBAB
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1973
Language
A language of the resource
Português
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belém/PA
Event
A non-persistent, time-based occurrence. Metadata for an event provides descriptive information that is the basis for discovery of the purpose, location, duration, and responsible agents associated with an event. Examples include an exhibition, webcast, conference, workshop, open day, performance, battle, trial, wedding, tea party, conflagration.
Dublin Core
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Title
A name given to the resource
A biblioteca nacional e o sistema nacional de informação científica e tecnológica
Creator
An entity primarily responsible for making the resource
Monte-Mór, Jannice
Coverage
The spatial or temporal topic of the resource, the spatial applicability of the resource, or the jurisdiction under which the resource is relevant
Belém/PA
Publisher
An entity responsible for making the resource available
Febab
Date
A point or period of time associated with an event in the lifecycle of the resource
1973
Type
The nature or genre of the resource
Evento
Subject
The topic of the resource
Sistemas de Informação (Aspectos científicos)
Biblioteca Nacional
Description
An account of the resource
Pesquisas e invenções dependem, em grande parte, de teorias e experiências acumuladas através dos tempos, e o nível da Ciência e da Tecnologia poderia decair rapidamente se faltassem adequados meios de comunicação entre produtores e usuários da informação especializada.
Language
A language of the resource
pt